Arca de Noé
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Transcript of Arca de Noé
Sete em cores, de repenteO arco-íris se desata
Na água límpida e contenteDo ribeirinho da mata
O sol, ao véu transparenteDa chuva de
ouro e de prataResplandece resplendenteNo céu, no chão, na cascata
E abre-se a porta da arcaLentamente
surgem francasA alegria e as
barbas brancasDo prudente
patriarca
Vendo ao longe aquela serraE as planícies tão verdinhas
Diz Noé: que boa terraPra plantar as minhas vinhas
Ora vai, na porta abertaDe repente, vacilante
Surge lenta, longa e incertaUma tromba de elefante
E de dentro de um buracoDe uma janela apareceUma cara de macaco
Que espia e desaparece
"Os bosques são todos meus!"Ruge soberbo o leão
"Também sou filho de Deus!"Um protesta, e o tigre - "Não"
“Os bosques são todos meus!
Ruge soberbo o leão
Também sou filho de Deus!
Um protesta; e o tigre – “NÃO”!
A arca desconjuntadaParece que vai ruir
Entre os pulos da bicharadaToda querendo sair
Afinal com muito custoIndo em fila, aos casais
Uns com raiva, outros com sustoVão saindo os animais
Os maiores vêm à frenteTrazendo a cabeça erguidaE os fracos, humildementeVêm atrás, como na vida
Longe o arco-íris se esvaiE desde que houve essa história
Quando o véu da noite caiErguem-se os astros em glória
Enchem o céu de seus caprichosEm meio à noite calada
Ouve-se a fala dos bichosNa terra repovoada
A Arca de Noé
Vinícius de Moraes
Ilustrações:
Alunos das 3ªs, 4ªs e 5ªs Séries
Narração – Alunas:
Mariana Oliveira Wingter
Raquel Rodrigues Peçanha
5ª Série B – 2010
POIE – Profª Sueli de Abreu