aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

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11 FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE CURSO EDUCAÇÃO FÍSICA APTIDÃO MOTORA EM POLICIAIS MILITARES DO SEXO MASCULINO DO MUNICIPIO DE PORTO VELHO-RONDÔNIA. Alvanir Nobre Vieira Monografia de Graduação UNIR PORTO VELHO, RO BRASIL 2010

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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

CURSO EDUCAÇÃO FÍSICA

APTIDÃO MOTORA EM POLICIAIS MILITARES DO SEXO MASCULINO DO

MUNICIPIO DE PORTO VELHO-RONDÔNIA.

Alvanir Nobre Vieira

Monografia de Graduação

UNIR

PORTO VELHO, RO – BRASIL

2010

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APTIDÃO MOTORA EM POLICIAIS MILITARES DO SEXO MASCULINO DO MUNICIPIO DE PORTO VELHO - RONDÔNIA.

Orientando: Alvanir Nobre Vieira

Orientador: Profº. Ms. Luís Gonzaga de Oliveira Gonçalves

Co-orientadora: Profª Elizângela de Souza Bernaldino

Monografia de Graduação apresentada ao Curso de Educação Física do Núcleo de Saúde da Universidade Federal de Rondônia, para obtenção do titulo de Licenciada em Educação Física

Porto Velho, RO – BRASIL.

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2010

FICHA CATALOGRÁFICA

VIEIRA, Alvanir Nobre.

Aptidão motora em Policiais Militares do sexo masculino do Município de Porto Velho (RO): s.n. 2010. 42 fls. MONOGRAFIA (Conclusão de Curso) – Departamento de Educação Física (UNIR) Área de Concentração de Atividade Fisica e Saúde. ORIENTADOR: Prof. MS. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves 1.Qualidade Físicas 2. Policiais Militares 3. Saúde do Trabalhador.

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Data de Defesa:______/______/__________

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof. Ms. Luis Gonzaga de Oliveira Gonçalves – Orientador

Profª. Esp João Bernardino de Oliveira Neto

Profª. Ms. Eurly Kang Tourinho

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho às pessoas que foram os principais responsáveis por mais esta vitória em minha vida: meus Pais Raimundo Anildo de Oliveira Vieira e Guiomar Nobre; minha irmã Cleomar e minha esposa Fábia Jeane Rodrigues Ribeiro. Meus eternos Agradecimentos.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que me deu forças e saúde nos momentos mais difíceis para transpor as barreiras.

Aos meus pais Raimundo Anildo de Oliveira Vieira e Guiomar Nobre pelo incentivo e educação no decorrer de toda a minha vida.

Aos meus irmãos Rogério Irlei, Jozué, Francisco, Zando; minhas irmãs Cleomar, Nilmar e Dora, pelo incentivo e apoio.

A minha esposa Fábia Jeane por ter me incentivado e apoiado na busca da realização deste sonho.

A minha Filha Adriane Fernanda em dizer que ama muito esse pai.

A minha colega Elizangela Bernaldino que não mediu esforço para me ajudar neste trabalho, que contribuiu para minha formação.

Ao amigo e professor MS. Luís Gonzaga de Oliveira Gonçalves, pelas palavras de incentivo e perseverança durante a minha graduação.

Aos Meus amigos Marcelo de Carvalho, Alex Sarmento, Josy, Andressa, Erica, Pedro Gomes e Luis Rocha meus colegas que acompanham a minha vida no cotidiano e juntamente com colegas de curso.

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E a todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para a realização deste trabalho.

APTIDÃO MOTORA EM POLICIAIS MILITARES DO SEXO MASCULINO DA

CIDADE DE PORTO VELHO.

Alvanir Nobre Vieira

Este estudo teve por objetivo verificar as variáveis de aptidão motora em policiais militares do sexo masculino da cidade de Porto Velho – RO. A amostra foi composta de 60 indivíduos na faixa etária de 20 a 39 anos, pertencentes ao quadro efetivo da Companhia de Operações Especiais da Polícia Militar do Estado de Rondônia. As variáveis mensuradas foram: Velocidade (VEL) - teste de 50m; Agilidade (AG) - teste Shuttler Run e a Força de Pressão Manual direita (PMD) e esquerda (PME) - teste de dinamometria. A estatística utilizada caracterizou-se como descritiva – média, desvio padrão e distribuição de freqüência -, sendo os cálculos efetuados no programa Excel. Os resultados gerais nas variáveis da Aptidão Motora foram: Velocidade (VEL) X= 7,6s±0,5; Agilidade (AG) X= 10s±0, 7; Pressão Manual Direita (PMD) X= 45,3kg±8,0 e Pressão Manual Direita (PME) X= 43,7kg±6,77. Quando realizada a distribuição de freqüência por classificação utilizando uma tabela de referência populacional os resultados se comportaram da seguinte forma por variável: PMD 86,2% (n=52) na classificação abaixo da média - 1,7% (n=1) na média e 12,1% (n=7) acima da média; com relação à PME 82,8% (n=50) abaixo da média - 7,2% (n=10) acima da média; Na Agilidade 91,6% (N=55) abaixo da média - 10,3% (N=1) na média e 6,6% (n=4) acima da média; e na variável Velocidade (VEL) 100% (N=60) se encontravam na classificação abaixo da média. Após a análise dos resultados apresentados pode-se inferir que a amostra estudada encontra-se com baixa condição física nas variáveis pesquisadas. Com isso pode haver um comprometimento no desenvolvimento das atividades inerentes à profissão de Policial militar, tendo em vista que o grupo pesquisado faz parte de uma Companhia de atuação diferenciada dentro da Polícia Militar.

Palavras chave: Qualidades Físicas, Policial Militar e Saúde do Trabalhador.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Característica geral da amostra (media e desvio padrão) · 22

Tabela 2- Distribuição por faixa etária das variáveis neuromotoras

(media e desvio padrão) ............................................................................... 23

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Classificação do percentual de pressão manual direita e

esquerda....................................................................................................... 9

Figura 2- Classificação do percentual da

agilidade........................................................... 19

Figura 3- Classificação do percentual da velocidade............................

19

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

AG AGILIDADE

PMD PRESSAO MANUAL DIREITA

PME PRESSAO MANUAL ESQUERDA

MS MESTRE

KG QUILOGRAMA

RO RONDONIA

N NUMERO

COE COMANDO DE OPERAÇOES ESPECIAIS

PEL CHQ PELOTAO DE CHOQUE

DCD DOENÇA CRONICA-DEGENERATIVA

DCNT DOENÇA CRONICA NÃO TRANSMISSIVEIS

SR SHUTTLER RUN

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO........................................................................................................11

1.1 Objetivos Gerais....................................................................................................

1.1.Objetivos Específicos............................................................................................

1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................

2.1 HISTÓRICO DA POLICIA MILITAR....................................................................

2.2 SAÚDE DO TRABALHADOR

2.3 APTIDÃO FÍSICA

2.3.1 APTIDÃO MOTORA .

2.3.1.1 FORÇA

2.3.1.2 AGILIDADE

2.3.1.3 VELOCIDADE

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS..............................................................

3.1 CARACTERISTICA GERAIS DA AMOSTRA......................................................

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA 21

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA 21

3.3.1 TESTES UTILIZADOS 21

3.5 TRATAMENTOS ESTATISTICOS 23

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 24

4.1 CARACTERISTICAS GERAIS DA AMOSTRA...................................................24

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................30

6. REFERÊNCIAS.....................................................................................................31

7. ANEXOS...............................................................................................................32

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1. INTRODUÇÃO

Nos dias atuais torna-se importante o conhecimento amplo sobre a qualidade de vida

e as doenças que afetam a população, bem como as medidas preventivas para que as

mesmas possam ser evitadas ou minimizadas de forma que seus sintomas sejam menos

freqüentes ou até mesmo inexistentes. Além disso, observa-se a necessidade de

conscientizar a população em geral de que a qualidade de vida e adoção de um estilo de

vida saudável é o caminho para promoção da saúde em todos os níveis da sociedade.

Principalmente porque na sociedade moderna, as pessoas vivem pressionadas por

inúmeros fatores dentre os quais estão os aspectos sociais, emocionais, políticos,

econômicos entre outros.

Em se tratando do ambiente trabalhista, tem-se verificado uma diminuição do esforço

muscular moderado e pesado, sendo os mesmos substituídos atualmente por máquinas

modernas, que acabam contribuindo para aumentar as possibilidades de patologias

inerentes ao trabalho. Desta forma, observa-se um nível de estresse e tensão diária elevado

de tal forma, que prejudica o desempenho profissional, e consequentemente a incidência de

possíveis problemas de saúde como pressão arterial elevada, problemas gástricos,

cardíacos, dermatológicos, ansiedade, depressão e insegurança.

Segundo o Ministério da Saúde (2002) Preocupado com o aumento vertiginoso no

gasto em doenças relacionadas ao trabalhador e afastamento por períodos prolongados de

seus afazeres laborais, que traz comentários esclarecedores sobre as medidas preventivas

e terapêuticas das patologias decorrentes de movimentos repetitivos, posturas inadequadas,

trabalho muscular estático, monotonia e sobrecarga mental, associadas à ausência do

controle sobre as execuções das tarefas, ritmo intenso de trabalho, pressão por produção,

relações conflituosas com as chefias e estímulos à competitividade exacerbada.

Na análise de diversas profissões constata-se a necessidade de adaptar a estrutura

das pessoas e a função que será exercida nas atividades diárias. Além disso, a má postura,

combinada com o estresse e o estilo de vida pouco ativo pode complicar o quadro

(ACHOUR JÚNIOR, 2004). Outro fator agravante diz respeito à fraqueza em determinados

grupos musculares que pode contribuir para o desequilíbrio postural, aumento de lesões e

possíveis quedas (GONÇALVES, 2006).

Transpondo esta realidade para o policial militar, o contexto pelo o qual se encontra

inserido é submetido diariamente a um elevado nível de estresse, além da alimentação

inadequada em virtude da falta de tempo durante o serviço policial e o sedentarismo. No que

diz respeito ao Policia Militar do Estado de Rondônia, um estudo realizado por GONÇALVES

(2006) levantou informações do setor de recursos humanos da entidade, no qual na referida

época compunha o quadro de pessoal 4000 (quatro mil) militares, sendo que, em

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decorrência de um número elevado de afastamento por problemas de saúde e licença

especial, o efetivo se resumia aproximadamente a 2000 (dois mil) integrantes. Partindo

dessa informação, verifica-se a existência de um período de descanso reduzido para o atual

efetivo policial, podendo com isso, ocorrer uma sobrecarga no sistema biológico e músculo-

esquelético nos componentes da corporação.

Outros estudos também têm sido realizados com policiais militares com intuito de

levantar informações e diagnóstico a respeito da ocorrência/incidência de doenças

osteomusculares e crônico-degenerativa nesta população especifica, bem como

conscientizar sobre a importância da atividade física e dos fatores aliados para um estilo de

vida saudável (AZEVEDO, 2006; SILVEIRA, 2006; FLORES, 2007). Diante disso formulou-

se a pergunta-problema: Qual a aptidão motora em policiais militares do sexo

masculino do município de Porto Velho-RO?

1.1. OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral:

Verificar a aptidão motora em Policiais Militares do sexo masculino do município de

Porto Velho-RO.

1.1.2 Objetivos Específicos:

Medir a força de membros superiores;

Identificar o nível de agilidade;

Verificar o nível de velocidade dos participantes da amostra;

Associar os resultados com o indicativo de saúde dos policiais.

1.2 Justificativa

Esta monografia se justifica pela importância de se entender alguns aspectos da

situação vivencial de um policial militar, que tem a função de policia ostensiva e a

preservação da ordem pública (BRASIL, Constituição de1988). Em conseqüência deste

contexto, encontra-se o policial, diariamente nas ruas deparando-se com as mais diversas

situações e atendendo os mais variados tipos de ocorrências, para cumprir sua missão, o

policial além de conhecimento teórico e capacidade técnica. Geralmente, é submetido no

seu cotidiano a um nível elevado de estresse, além da alimentação durante o serviço policial

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devido à falta de tempo e consequentemente o sedentarismo. Por isso, é necessário auxiliá-

lo a compreender suas principais dificuldades com relação à melhora da qualidade de vida.

Surge à necessidade da prática das atividades motoras, são valências físicas que

ajudam a otimizarem vida ocupacional e pessoal. Percebe-se que o policial deve

desenvolver trabalhos referentes a um programa de exercícios mais adequado para que

estejam preparados fisicamente, em situações como correr, transpor um muro com mais

agilidade, evitar fadiga, imobilizar um cidadão infrator, ou ainda tirar um companheiro

atingido por um projétil de um lugar perigoso para uma área segura em menor espaço de

tempo. São alguns exemplos de situações que podem ocorrer; utilizando sua agilidade, sua

força, a velocidade e equilíbrio entre outros. Desta forma, programas de atividade física

devem ser aplicados para proporcionar a esta classe para desenvolver e estimular o corpo a

ficar ativo para manter suas funções vitais, funcionando de maneira correta e evitando vários

tipos de doenças.

Este pesquisa busca aprofundamento sobre o conhecimento na área da aptidão

motora de militares, dados que possibilitam autoridades a tomar conhecimento e realizar

mudanças necessárias nas atividades dos batalhões da Polícia Militar de Porto Velho e o

real conhecimento com relação a sua condição física deste profissionais.

2. REVISAO DE LITERATURA

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2.1. HISTÓRICO DA POLÍCIA MILITAR

A Polícia Militar do Território Federal de Rondônia foi criada através da Lei Federal nº

6270 de 26 de Novembro 1975, regulamentada através do Decreto Federal nº 79.108 de 11

de Janeiro 1977. O Comando Geral da Polícia Militar de Rondônia (PMRO) foi instalado em

13 de Maio de 1976 (Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).

Os primeiros Policiais Militares foram homens servidores da antiga Guarda Territorial,

a qual teve dezenove Sargentos, três Cabos e cinqüenta e seis Soldados aproveitados dos

cento e sessenta e seis Guardas Territoriais inscritos. O efetivo de Policiais Militares foi

aumentando gradualmente; em 1993, através da Lei Estadual nº 6078 de 08 de setembro

1993, foi estabelecido que o quantitativo da Corporação Militar devesse ser composto por

8.406 policiais (Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).

As missões dos PM variam conforme o setor ao qual foi engajado, por exemplo, os

militares do Primeiro Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) são encarregados de realizar o

policiamento ostensivo nas diversas modalidades e cumprir com as diferentes missões

policial-militares, sendo responsáveis pela execução da atividade fim da Corporação. A

Companhia de Operações Especiais (COE) é responsável pelo controle de convulsões

sociais que possam oferecer transtornos a tranqüilidade pública ou grave perturbação da

ordem, podendo ser empregada em outras missões de policiamento em todo o Estado

(Portal Corporativo - Polícia Militar de Rondônia, 2003).

Instituída no dia 7 de dezembro de 1982, através do decreto n.º 717 da lavra do

então GOVERNADOR Jorge Teixeira de Oliveira, a atual Companhia de Operações

Especiais (COE), recebeu como primeira denominação COMPANHIA DE POLÍCIA DE

CHOQUE, com o objetivo de ser a Unidade Policial Militar especializada, treinada e

qualificada operacionalmente para desenvolver e cumprir as missões de contra-guerrilha

rural e urbana. Além de desenvolver outras atividades de caráter extraordinário determinado

pelo Comando da Corporação.

No dia 26 de abril de 1985, mediante o Decreto n. º 2.641, assinado pelo Senhor

Governador do Estado de Rondônia, Ângelo Angelim, extinguindo-se a Companhia de

Policiamento de Choque, e foi criado o PELOTÃO DE CHOQUE (PEL CHQ) contando

organicamente com 33 (trinta e três) Policiais Militares. Contudo, em virtude do crescimento

populacional do Estado, pela elevação do nível operacional da tropa e pela as adversidades

na área de Segurança Pública geradas pelas atividades desordenadas de garimpo em

meados da década 1980, foi extinto o Pelotão de Choque, e criada a COMPANHIA DE

OPERAÇÕES ESPECIAIS (COE), na conformidade do Decreto n. º 3.261, de 14 de abril de

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1987, pelo então Governador Jerônimo Santana, recebendo nova estrutura através do

Decreto n. º 6.078, de 8 de setembro de 1993 pelo Governador em exercício Osvaldo Piana

Filho.

Em 7 de dezembro de 1996, o Decreto n. º 7.633, do então Governado Valdir Raupp

de Mattos extinguiu a COE e deu nova designação à Unidade de elite da Polícia Militar do

Estado de Rondônia, passando a ser denominada de COMPANHIA DE CONTROLE DE

DISTÚRBIOS (CCD). No entanto, em virtude da gama de atividades operacionais

desenvolvidas pela referida Organização Policial Militar e resgate do nome histórico desta

Unidade de Elite, de forma a reconhecer as ações que lhe eram atribuídas, vislumbrou-se a

necessidade de novamente retornar à designação de Companhia de Operações Especiais

através do Decreto n. º 10.147, de 15 de outubro de 2002 da lavra do Governador José

Bianco. Situada a Avenida Jatuarana, Bairro Cohab, em Porto Velho, a Companhia de

Operações Especiais possui atualmente um efetivo 97 (noventa e sete) policiais militares,

sendo 06 (seis) policiais femininas e 91 (noventa e um) masculinos, dentre os quais 06

(seis) afastados por motivos de saúde.

2.2 SAÚDE DO TRABALHADOR

A saúde e o trabalho têm uma interligação especifica, tendo em vista que a ausência

de saúde pode vir a prejudicar seu trabalho, bem como uma melhora na saúde reflete

diretamente no desempenho de suas atividades trabalhistas. Isso porque na maioria das

vezes algumas pessoas acometidas por agravos ou enfermidades procuram os serviços

predestinados à saúde, ausentando-se do trabalho por curtos períodos de incapacidade

física (GONCALVES, 2004). Neste contexto Silveira (2006) afirma que problemas de saúde

como pressão arterial elevada, problemas gástricos, cardíacos, dermatológicos, ansiedade,

depressão e insegurança podem gerar morte precoce, que ocasiona o baixo desempenho

profissional.

Por este motivo, atualmente uma maior atenção tem sido dada a Qualidade de Vida

no Trabalho, na esperança da promover um envolvimento no ambiente de trabalho,

propiciando um aumento na produtividade. Além disso, a relação saúde, qualidade de vida e

atividade física esta associada a diversos fatores positivos, que possibilitam ao homem ter

qualidade em sua vida, sua casa e no trabalho. Por este motivo, a atenção à saúde do

trabalhador vem sendo colocada na pauta política desde a reforma constitucional de 1998,

na qual foram definidos os direitos de cidadania, saúde e trabalho (ANS, 2007).

Contudo, a não existência ou ausência de políticas empresariais e governamentais, e

mesmo de métodos que promovam a saúde do trabalhador vai resultar em uma series de

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problemas para o trabalhador e sua família, a empresa e por ultimo a sociedade

(GONÇALVES, 2004).

Cabe destacar que dependendo da função exercida e o tipo de trabalho executado

os níveis de estresse no trabalho, em função da cobrança, concentração e realização do

trabalho podem tornar a vida do trabalhador mais suscetível aos problemas de saúde

(FLORES, 2007).

Baseado nisso, a qualidade de vida e um fator preocupante para as empresas, no

que diz respeito ao rendimento e sucesso nas atividades trabalhistas, tendo em vista que o

estado físico e emocional do trabalhador afeta de maneira significativa a capacidade de

trabalho e de realização de outras atividades comuns a vida social (GONCALVES, 2004).

Na atualidade, convive-se com uma diversidade considerável de concepções de

saúde, entre as quais algumas bastante conhecidas funcionam como referência mundial ou

nacional. É o caso, por exemplo, do conceito de saúde assumido em 1948 pela Organização

Mundial de Saúde: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social e não

apenas ausência de doença”.

Com isso, as intervenções em Saúde do Trabalhador são pautadas na concepção

de que a saúde para o trabalho não significa apenas a ausência de doenças ocupacionais e

acidentes de trabalho, mas também, principalmente, a transformação dos processos de

trabalho em seus diversos aspectos, na direção de buscar não apenas os agravos á saúde,

mas também outra inserção do trabalhador no processo produtivo que seja potencializadora

da saúde e de vida. (BRITO & PORTO, 1991; ALVES, 2003).

Para ANS (2007) com base no enfoque promoção da saúde, a saúde do

trabalhador deve eleger como seu objeto de estudo não apenas os riscos e os

agravos/efeitos para a saúde, mas também os determinantes de tais riscos e efeitos. Desta

forma, observa-se em inúmeros estudos que as preocupações com a promoção da saúde

cada vez mais se configuram em prioridades nos países desenvolvidos e em

desenvolvimento, principalmente com relação às Doenças Crônica-Não-Transmissiveis

(DCNT), pois se sabe que essas doenças na maioria dos casos estão diretamente ligadas

com a adoção de hábitos de vida negativos (GUEDES & GUEDES, 1995; MARQUES &

GAYA, 1999; NAHAS, 2001; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001; FARIAS & SALVADOR, 2005).

Nesse sentido, as ações de saúde são evidenciadas na identificação de riscos,

danos, necessidades, condições de vida e de trabalho, que, em última instância,

determinam as formas de adoecer e morrer dos grupos populacionais (ANS, 2007). Em

virtude disso, este estudo julga importante que sejam considerados dos fatores que

influenciam individualmente no estilo de vida dos adultos, principalmente porque é crescente

o aumento das Doenças Crônico Não Transmissível (DCNT) ou Doenças Crônico-

Degenerativas (DCD) na sociedade, sobretudo em adultos.

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Nesta perspectiva, é importante considerar também a promoção da saúde, como

um conjunto de estratégicas que busca a capacitação dos indivíduos por intermédio da

melhoria das condições ambientais e do incremento do nível de conhecimentos e

informação, visando facilitar a adoção de modos de vida saudáveis (O’NEILL, 1993 Apud

FARINATTI). Bem como sua importância para amenizar ou acabar com certas

enfermidades, levando em conta, fatores como: a capacidade do indivíduo em modificar

seus comportamentos; alimentação adequada; prática de atividade física e hábitos sexuais

(MEZZAROBA, 2006).

BARROS, RIVOREDO & ANDRADE (2003) Evidenciaram em um estudo realizado

com policiais militares de Porto Velho que as queixas de dores na coluna vertebral

ocasionadas por diversos fatores: sobrecarga mecânica causada pela má postura nas

atividades diárias e durante a jornada de trabalho; Excesso de tempo sentado ou em pé;

hábito de vida sedentário; Obesidade; Problemas hormonais e inadaptação as condições de

trabalho.

SOUZA (2005) realizou uma avaliação antropométrica e motora, e ainda aplicou um

programa de exercícios físicos em 20 policiais militares do município de Porto Velho durante

quatro semanas em dois grupos (controle e experimental). Os resultados constatam

alterações em todas as capacidades e habilidades motoras estudadas no grupo

experimental, ocorrência não observada no grupo controle.

AZEVEDO (2006) através de um estudo documental no setor médico da policia

militar de Rondônia nos anos 1998 e 2002, no qual verificou a incidência de doenças

osteomusculares relacionadas à coluna vertebral em policiais militares do Estado de

Rondônia e constatou um número elevado de lesões osteomusculares relacionadas à

coluna vertebral em PM do Estado de Rondônia, em especial a dor lombar e a lombalgia.

GONÇALVES (2006) investigou a aptidão física de policiais militares do sexo

masculino na faixa etária de 20 a 40 anos com objetivo de analisar e comparar o nível de

aptidão física relacionada à saúde. Os resultados apontaram o percentual de gordura acima

da média preconizada em todas as faixas etárias e grupos estudados, e ainda diferenças

significativas nos níveis na faixa etária de 30 a 39 anos; resultados satisfatórios na variável

flexibilidade, força abdominal, membros superiores e capacidade aeróbia.

Outro estudo realizado por FLORES (2007) com 100 militares da base aérea de

ambos os sexos com idades entre 18 e 45 anos, verificou-se que o militar tem opiniões

favoráveis, construtivas e positivas sobre a necessidade de se praticar atividade física

visando promoção da saúde.

FERREIRA (2009) em um estudo realizado com policiais militares na faixa etárias

de 20 a 39 anos pertencentes à companhia de guarda da policia militar do estado de

Rondônia identificou 46,3% dos policiais acima da média preconizada para uma boa

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condição de saúde, quando estratificado por faixa etária 36,3% da amostra de 20-29 anos e

58,6% de 30-39 anos apresentaram valores acima da média para percentual de gordura.

MORAES (2009) pesquisou 27 policiais militares do sexo masculino com idade de

30 até 49 anos e identificou níveis inadequados para saúde com relação às variáveis

flexibilidade (fraca) e composição corporal (acima da média).

2.3. APTIDÃO FÍSICA

A aptidão física é entendida como um fenômeno multidimensional que engloba um

conjunto de características que as pessoas têm ou desenvolvem, e que estão relacionadas

com a capacidade que o indivíduo tem para realizar atividades físicas (NAHAS, 2001).

Para (BARBANTI, 1999), aptidão física é o oposto de estar fatigado com esforços

ordinários, de falta de energia para realizar as atividades cotidianas com entusiasmo,

tornando-se exausto em esforços físicos exigentes e inesperados.

Sobre este assunto, PATE (1983); CASPERSEN et al. (1985); considera a aptidão física

como a habilidade de realizar as tarefas diárias com vigor e prontidão, sem fadiga, e com

energia para desfrutar dos desafios do tempo de lazer e enfrentar as emergências.

(AAHPERD,(1988) Determina aptidão física como sendo constituída das seguintes

qualidades físicas: resistência cardiorrespiratória, resistência e força muscular, velocidade,

flexibilidade, agilidade, equilíbrio, tempo de reação, além da composição corporal, que está

destacado conforme o quadro abaixo:

Quadro – 1 Aptidão Física

SAUDE HABILIDADES ESPORTIVAS

RESISTÊNCIA CARDIORESPIRATÓRIO AGILIDADE

COMPOSIÇAO CORPORAL EQUILIBRIO

FLEXIBILIDADE VELOCIDADE

FORÇA E RESISTENCIA MUSCULAR

LOCALIZADA

POTÊNCIA, TEMPO DE REAÇÃO E

COORDENAÇÃO.

Fonte: BARBANTI (1999)

Segundo Giam & Teh (1989), os conceitos existentes de aptidão física indicam a

necessidade de diferenciar aptidão física relacionada com a saúde daquela relacionada com

o desempenho. A aptidão física relacionada à saúde requer um mínimo de níveis desejáveis

dos quatro componentes básicos: aptidão cardiorrespiratória, gordura corporal, força

muscular e flexibilidade, estes componentes ajudam a reduzir a freqüência e a severidade

das doenças degenerativas e das condições associadas com a inatividade física. A aptidão

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física relacionada com o desempenho, em contraste, muitas vezes exige um nível

razoavelmente elevado de aptidão relacionada com a saúde, junto com os níveis mínimos

desejáveis de mais quatro componentes básicos adicionais: resistência muscular, potência

muscular, agilidade e velocidade.

De acordo com GONÇALVES (2006), o desempenho motor não deve estar

relacionado somente com os altos resultados esportivos, mais sim, como o produto de todo

e qualquer movimento humano (atividade física) que a Educação Física juntamente com

outras áreas de conhecimento, através de diagnósticos específicos planeja, orienta e

controla. Tendo em vista que contribuem para a aquisição, desenvolvimento, otimização e a

manutenção de níveis adequados de funcionamento orgânico, possibilitando assim a

consecução do bem-estar e melhoria da qualidade de vida do ser humano.

Desta forma este estudo defende a importância do diagnóstico do desempenho

motor como uma estratégia para o desenvolvimento e manutenção de níveis adequados de

saúde qualidade de vida na população. Principalmente porque as pessoas que atingem

aptidão física relacionada com o desempenho são capazes de ter um melhor

desenvolvimento em atividades físicas relacionadas com seus esportes e ocupações.

Transpondo esta realidade para o trabalhador militar, segundo ETZIONE (1974)

apud Simões (1998), a organização militar está classificada como coercitiva, onde o poder é

imposto pela força física ou por controles baseados em punições, aos infratores das leis

estabelecidas por uma sociedade, e aprovada e legitimada pelo Estado.

Cabe ressaltar que há um consenso entre estudiosos contemporâneos dos

principais exércitos do mundo de que a melhoria da aptidão física contribui para o aumento

significativo da prontidão de militares para o combate, além de aumentar significativamente

a resistência às doenças, diminuir o tempo de lesões e elevar as condições de suportar o

estresse debilitante do combate (BRASIL, 2002; JACOBINA ET AL, 2007).

Desta forma, o ingresso nas forças militares depende, dentre vários critérios de um

nível satisfatório de aptidão física e, no decorrer da carreira também será critério de

promoção e honrarias, o que exige dos militares a manutenção de um nível considerável

desta vertente (FERREIRA, 2009). Por este motivo, serão consideradas as qualidades

físicas relacionadas diretamente ao bom desempenho das atividades trabalhistas dos

policiais militares: força, agilidade e velocidade.

2.2.1 Aptidão Motora

Page 21: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

31

A aptidão motora é a capacidade imediata que um indivíduo leva para executar

acrobacias variadas ou exercícios atléticos, o termo usado é como sinônimos de habilidade

atlética geral, (MATHEWS, 1986).

A capacidade motora segundo GUEDES (1997) pode ser classificada de duas

formas: a primeira constitui o conjunto de capacidades que têm como fator limitante à

disponibilidade de energia, e consequentemente, as condições orgânicas-musculares do

indivíduo. Estas seriam a força, a resistência, a velocidade e suas combinações. A

Segunda caracteriza-se pelas capacidades coordenativas, sendo definida como a

responsável pela organização e pelo controle na realização dos movimentos. Esta se baseia

no controle da execução dos movimentos por meio dos analisadores táteis, visuais,

acústicos, estático-dinâmicos e sinestésicos.

Os fatores da habilidade motora. Sabemos que são muitos os fatores que contribuem

para o desempenho em destreza atlética. Por exemplo, estudando 28 fatores analisados,

ligados ao teste de aptidão motora, os que aparecem como maiores freqüências são a força

muscular velocidade coordenação muscular. Os outros fatores importantes identificados:

educabilidade motora, área corporal, altura, peso, potencia, equilíbrio, endurance e agilidade

(MATHEWS, 1986).

Pesquisas feitas por Franklin Henry e seus colaboradores na universidade da

Califórnia demonstraram que a simples habilidade para executar um determinado ato de

aptidão motora não significa que o sujeito obtenha necessariamente o mesmo resultado em

outros, isto é, a habilidade motora especifica de determinado ato e não geral (Mathews,

1986).

Segundo GUEDES & GUEDES (1997) os testes motores são caracterizados pela

realização de uma tarefa motora conduzida em um ambiente que procura simular situações

que possam solicitar predominantemente determinada capacidade motora.

Os testes motores são considerados mais fáceis de realizar em relação às técnicas

de medidas laboratoriais. Podem ser utilizados em levantamento populacionais, desde que

não exigem equipamentos sofisticados nem pessoas altamente especializados. GUEDES &

GUEDES (1997) chama atenção para o fato que alguns problemas encontrados nos teste

motores, estão relacionados em aspectos culturais, motivacionais e ambientais, que possam

atrapalhar resultados.

Já BARBANTI (1994) considera o teste de aptidão como os testes a diagnosticar ou

prognosticar o potencial de desenvolvimento do examinado em relação a uma dada

atividade, sem levar em conta o treinamento anterior do avaliado.

Segundo GUEDES & GUEDES (1997) o comportamento diferenciado entre o sexo

feminino e o sexo masculino quanto ao desempenho motor se deve fundamentalmente:

Ao aumento da força muscular do sexo masculino;

Page 22: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

32

Ao maior acumulo de gordura do sexo feminino;

A vantagem anatômica especifica dos rapazes que apresentam membros inferiores

maiores e quadril mais adequado a corrida;

A maior concentração de hemoglobina no sangue;

Aos fatores sócio-culturais que encorajam mais o sexo masculino a melhorar a

performance motora e a pratica de esporte com maior freqüência.

Há diferença substancial entre aptidão física relacionada à saúde e aptidão física

referenciada entre a prestação ou desempenho esportivo ou, em outras palavras, as

praticas esportivas mais exigentes

O teste referenciado a prestação esportiva, de uma maneira simples exige, um

estagio superior de energia pessoal e uma qualidade de vida melhorada. Em outras

palavras, exige índices de aptidão física em patamares mais elevados

De acordo com GONÇALVES (2006), o desempenho motor não deve estar

relacionados somente com os altos resultados esportivos, mais sim, como o produto de todo

e qualquer movimento humano (atividade física) que a Educação Física juntamente com

outras áreas de conhecimento, através de diagnósticos específicos planeja, orienta e

controla. Tendo em vista que contribuem para a aquisição, desenvolvimento, otimização e a

manutenção de níveis adequados de funcionamento orgânico, possibilitando assim a

consecução do bem-estar e melhoria da qualidade de vida do ser humano.

2.3.1.1 Força

Para WILMORE & COSTIL (2001), a força se define quanto à capacidade máxima

possível de trabalho. KISS, (2003) Força motora é a capacidade que um músculo ou grupo

muscular tem de se a opor uma carga ou resistência externas. É imprescindível nas praticas

esportivas e ocupacionais.

Força é qualidade que permite a um músculo opor-se a uma resistência, bem como a

capacidade de trabalho de um músculo ou de um grupo muscular (DANTAS, 1995).

Do ponto de vista fisiológico, segundo BARBANTI (1994; 130), a força é a

capacidade de exercer tensão contra uma resistência que ocorre através de diferentes

ações musculares.

Força é a capacidade motora de extrema relevância das diversas modalidades

esportivas, quer na forma de força máxima, potencia muscular ou resistência de força (KISS,

2003).

De acordo com GHORAYEB & BARROS (1999) força enquanto qualidade da aptidão

física tem a capacidade de gerar tensão nos músculos esqueléticos, sendo diretamente

Page 23: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

33

proporcional à capacidade contrátil dos músculos, que por sua vez depende da quantidade

de proteína contrátil nas fibras musculares e do recrutamento de unidades motoras.

Muitos trabalhos tentam esclarecer uma relação entre a pouca aptidão músculo-

esqueletica e a saúde (PHILLIPS & HASKELL, 1995). Sendo a força muscular considerada

por muitos especialistas como um componente de fundamental importância para a aptidão

física, bem como demonstra consideração especial no desempenho esportivo e na

prescrição de exercícios físicos (ACSM, 2000).

A força muscular reduzida, particularmente na região da extremidade inferior, é

identificada como um dos fatores relacionamentos ao aumento de risco de queda em idosos

(TINETTI & SPEECHLEYM, 1989). O aumento da lordose lombar pode ser causado por

enfraquecimento de certos grupos musculares da região glútea e abdominal, associados ao

encurtamento dos flexores do quadril (FAULKNER ET AL, 1989).

Para MONTEIRO (1997; 51) é consenso na literatura que a força muscular

representa um dos principais componentes da aptidão física relacionada à saúde e quanto

maior a força máxima, menor será o estresse relativo imposto pelas atividades diárias.

Em estudos realizados por MONTEIRO (1995) sobre o teste de força de Pressão

direita guardas provisórios realizaram os seguintes valores: masculinos o valor, sendo a

média igual a 55,78 Kg. Para a mão esquerda realizamos o mesmo teste e os guardas

provisórios masculinos, a média foi de 51,55 Kg.

Ao compararmos este estudo com um efectuado por Monteiro, 1998, com patrulhas

apeadas e de carro, pertencentes ao grupo etário dos 35 aos 45 anos, vemos que os

valores médios alcançados no seu estudo (49,18 e 48,8 PMD e 45,8 e 46,0 PME) são

inferiores aos obtidos pelos guardas provisórios do sexo masculino, pertencentes ao grupo

etário dos 22 aos 26 anos (55,78 FPMD e 51,55 PME) sendo à força de preensão manual

um bom indicador da força geral do indivíduo.

Para ZILIO (1994; 91) força muscular é a propriedade motora que permite ao

individuo reagir contra uma resistência produzindo tensão muscular, e seguindo os

conceitos de Hollmann e Hettinger (1989), Zílio relaciona alguns diferentes tipos de força no

quadro 01.

Quadro 01; tipos de força.

Tipos de Força Definição

Força dinâmica ou isotônica É produzida por uma tensão muscular que tenha como

conseqüência o movimento de uma resistência qualquer e

Page 24: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

34

pode ser dividida em concêntrica excêntrica.

Força dinâmica concêntrica

Quando a tensão muscular produz uma força maior do

que a resistência. Haverá aproximações de suas

inserções, havendo movimento no seguimento muscular

envolvido.

Força dinâmica excêntrica

Quando a força muscular produzir uma tensão muscular

menor que a resistência. Haverá afastamento de suas

inserções e movimentos do segmento corporal envolvido.

Força estática ou isométrica Quando a força resultante de tensão for igual à

resistência. Não haverá movimento do segmento corporal

envolvido nem alteração de distancia das inserções

musculares.

Força isocinetica Ocorre quando a velocidade da execução dos

movimentos permanece constante durante toda execução

do movimento.

Força máxima É a máxima força capaz de ser produzido por um músculo

(ou um grupo muscular) durante o desenvolvimento de

uma tensão muscular.

Força Relativa É o quociente de força máxima de um individuo pelo seu

peso corporal.

Há uma relação muito grande da força muscular com outras variáveis, entre elas a

velocidade, agilidade, a coordenação e a resistência. Em estudos realizados por ELLIS et al

(apud SOBRAL1988; 88), foram utilizados testes de salto em comprimento sem balanço, sit-

up’s em 1 minuto e tempo em suspensão em flexão na barra fixa, implicando, portanto uma

medida da força explosiva e duas de força resistente, sendo uma dinâmica e outra estática.

Estas provas, segundo o autor, solicitam as três grandes regiões do corpo (os membros

inferiores, o tronco e os membros superiores), respectivamente, ficando assim assegurada

uma informação tão generalizada quanto possível do valor funcional dos diferentes grupos

musculares.

Para BOHME (1994, 2; 36) a força e a resistência musculares são qualidade físicas

consideradas como componentes da aptidão física relacionada à saúde, pois a melhoria dos

mesmos promove:

Aumento da eficiência de trabalho físico;

Diminuição do perigo de lesões musculares;

Page 25: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

35

Melhoria da capacidade de um bom desempenho em situações de emergência em que

seja necessária a utilização do trabalho muscular.

Melhoria da postura corporal.

A força apresenta característica semelhante em ambos os sexos até a puberdade,

passando o sexo masculino a apresentar valores mais elevados a partir daí, principalmente

por causa da ação androgênica da testosterona (MONTEIRO, 1997:62).

2.3.1.2 Agilidade

Segundo ZÍLIO (1994), a agilidade é uma propriedade motora que permite os

indivíduos mudar rapidamente de direção e/ou posição do corpo no espaço, e envolve,

também, outras propriedades motoras, entre estas, a potência, a velocidade de reação, a

flexibilidade e a coordenação

Agilidade é uma variável neuromotora caracterizada pela capacidade de realizar

trocas rápidas de direção, sentido e deslocamento da altura do centro da gravidade de todo

o corpo ou parte dele (TRITSCHLER, 2003; PINTANGA, 2005).

Para BARBANTI (1994), “a agilidade é a qualidade física de executar movimentos

rápidos, ligeiros com mudanças de direções”.

Segundo ZÍLIO (1994), a agilidade é uma propriedade motora que permite os

indivíduos mudar rapidamente de direção e/ou posição do corpo no espaço, e envolve,

também, outras propriedades motoras, entre estas, a potência, a velocidade de reação, a

flexibilidade e a coordenação.

O teste de “Shuttler Run” é utilizado como um importante referencial na avaliação da

agilidade, pois apresenta mudanças de direção e alteração na altura dos movimentos

(deslocamento do centro de gravidade).

Estudos realizados por SANTOS (2005) utilizando o teste de Agilidade (shuttler Run)

considerando-se os resultados de estudos citados por Santos (21,1) com pára-quedismo

militar em soldados (11,09 segundos), em oficiais (11,20 segundos) em estudos realizados

por Santos com policiais do Bope Rj (2005) a media foi de (11,33 segundos), neste teste

quanto menor o tempo melhor é a classificação.

MATSUDO e MATSUDO (1995) em estudos observaram que mulheres tendem a

estabilizar o seu desempenho após os 12 anos, enquanto os homens melhoram até os 16

anos. As meninas aos Sete anos, apresentam índices aproximados de 73% da idade adulta,

sendo que aos 12 anos este índice já representa 90%.

2.3.1.3 Velocidade

Page 26: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

36

Segundo BARBANTI (1994), a velocidade é definida como sendo a realização de um

movimento no menor espaço de tempo. Para TRITSCHLER (2003) é a capacidade de mudar

a localização de uma parte do corpo ou de mover o corpo todo em uma única direção

rapidamente.

Para ZÍLIO (1994, 178) a velocidade é definida como a propriedade motora que

permite realizar movimento ou ações motoras com grande rapidez. Esta definição é

compartilhada por Sobral (1988, 75) que define a velocidade como a capacidade de individuo

tem para deslocar-se mais rapidamente possível.

SHARKEI (apud GUEDES e GUEDES, 1997) define potencia como a capacidade de

realizar um esforço Maximo de menor espaço de tempo possível; também é denominada de

força explosiva e representa uma relação de força e velocidade na realização do movimento.

Juntamente com a força a velocidade é uma das principais qualidades da

metodologia do treinamento, e muitas vezes é muito difícil determinar o percentual da

importância de uma ou de outra, nem mesmo a fronteira que a separa de uma ou outra é

sempre bem discernível.

Todas as provas de velocidade apelam a um empenhamento orgânico máximo em um tempo muito breve e, neste sentido, velocidade e potencia anaeróbica são duas entidades que só podemos distinguir consoantes optemos por uma perspectiva externa, física ou por uma perspectiva interna, química e metabólica. Por outro lado, a prestação máxima de uma prova de velocidade está igualmente na dependência da força muscular que assegura a sucessão de gestos, isto é, a freqüência de execução de uma serie cíclica ou acíclica de movimentos (SOBRAL, 1988).

Para BARBANTI (1997) velocidade é uma característica neuromuscular, que está

presente em varias situações esportiva. O mesmo autor chama atenção pelo fato da

velocidade constituir-se na base de vários esportes, mas precisamente no atletismo.

BARBANTI (1994) divide a velocidade em vários tipos; entre eles estão à

velocidade acíclica e a cíclica máxima: a velocidade acíclica seria a capacidade de executar

movimentos isolados com a maior velocidade possível contra resistência variadas e depende

muito de uma força rápida (potencia), alem de ser muito importante nas provas de salto e

lançamentos. Já a velocidade cíclica máxima, representa a capacidade de executar

movimentos cíclicos repetidos continuamente, na mais alta velocidade do individuo.

Segundo WEINECK (1991) a velocidade máxima nas provas de corrida, atinge seu

ponto máximo e desempenho no sexo masculino e feminino (não treinados) aos 20-22 e 15-

17 anos respectivamente.

Uma questão que interessa muito aos treinadores de modo geral é saber o grau em

que a velocidade é treinável ou quanto depende dos fatores genéticos. A maioria das

Page 27: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

37

pesquisas tem mostrado que a melhora da velocidade de reação e, em particular, a de reação

simples, é muito limitado. Já a velocidade máxima é mais dependente da força dinâmica e do

domínio técnico, apresenta limiares de treinabilidade mais amplos, e sua dependência

genética são traduzidos por estimativa de hereditariedade muita baixa (SOBRAL, 1988).

Na bibliografia de FRISSELLI e MANTOVANI (1999) há uma preocupação em

diferenciar o treinamento de velocidade para faixas específicas de idade e maturação,

desenvolvendo esta capacidade fundamental na prática esportiva.

Em estudos realizados por MONTEIRO (1995), em 88 policiais no estado de São

Paulo em grupo de indivíduos ativos, intermediários e sedentários da mesma atividade

ocupacional (Policial Militar), na faixa etária entre 20 a 30 anos obtiveram seguintes

resultados: grupo ativo 7.107s; intermediários 7.402s; sedentários 7.637s.

Para BOMPA (2002), grande parte da capacidade de velocidade é determinada

geneticamente. Quanto maior for à proporção de fibras de contração rápida em relação às

fibras de contração lenta, maior será a capacidade de contração rápida e explosiva do

organismo. Entretanto, apesar da relação da velocidade com a genética, ela não é um fator

limitante. Os atletas podem melhorar sua capacidade com o treinamento. De acordo com

dados obtidos por ISRAEL e BLASER, citado por WEINECK (1991); WEINECK (2000) pode-

se concluir que o treinamento de velocidade deve ocorrer o mais precoce possível, pois há

um o risco de crianças e jovens perderem velocidade por começarem a treinar tardiamente.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 Características da pesquisa Esta pesquisa é caracterizada do tipo documental, que é semelhante à pesquisa

Page 28: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

38

bibliográfica. Onde documentos utilizados podem ser de primeira mão, ou seja, aqueles que

não receberam nenhum tratamento analítico tais como os documentos conservados em

órgãos públicos e instituições privadas, ou com documentos de segunda mão que de

alguma forma tais como já foram analisados tais como: relatórios de pesquisa; relatório de

empresas tabelas estatística (GIL, 2002).

3.2 População e Amostra

A população do estudo foi composta de 60 fichas de policiais militares do sexo

masculino que se encontram dentro de um perfil de idade entre 20 a 39 anos de Porto Velho

- Rondônia. A amostra deste estudo compreendeu militares do efetivo da cidade de Porto

Velho Rondônia.

3.3 Procedimentos de Coleta de Dados Inicialmente realizou-se para execução desta pesquisa uma solicitação de

autorização junto ao Departamento de Educação Física da Unir (DEF), pedindo autorização

para o CELAFIUS (Centro de Estudo e Laboratório de Aptidão Física da UNIR). Em anexo

01 a liberação de dados coletados referente a pesquisa feita em 2006 por Gonçalves em

estudos com Policiais Militares de Porto Velho/RO.

Somente foram coletados dados referentes às fichas de Aptidão Motora das variáveis

(Velocidade, Agilidade e Força).

3.3.1 Testes Utilizados Agilidade - Shuttler Run (SR) o avaliado coloca-se na linha de partida. Ao ouvir o

comando da partida, deverá correr o mais rápido possível até outra linha, pegar o primeiro

bloco, voltar até a linha de partida e depositar o bloco, volta até outra linha e pegar o

segundo bloco e ultrapassá-la. Neste momento, o avaliador deverá registrar o tempo gasto

para realização do trabalho descrito. Ao pegar e deixar os blocos, o avaliado deverá seguir

uma regra básica: transpor com pelo menos um dos pés as linhas que demarcam o espaço.

Os blocos não devem ser jogados, mas colocados no solo.

Teste de velocidade (corrida dos 50 metros)

Material:

1. Pista de atletismo (reta);

2. Cronômetro;

Page 29: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

39

3. Apito (opcional).

Procedimentos:

O avaliado deve percorrer a distancia de 50 metros no menor tempo possível. O

avaliador deve ficar posicionado na linha de chegada, onde com um cronômetro registrou o

tempo gasto em segundos pelo avaliado. Após a realização do teste foi utilizado à tabela de

classificação, conforme os valores alcançados.

Teste de força muscular (Dinamometria) - para avaliar a força muscular foi utilizado o

teste de preensão Manual (CSEF, 1998). Segundo Baumgartner e Jackson (1995) os testes

de força isométricos como é o caso deste teste, são procedimentos válidos para a

mensuração da força sendo que a fidedignidade é maior que 0,9. Este teste serve para

avaliar a força dinâmica das mãos ou a tensão máxima que o músculo pode exercer numa

única contração. A execução do teste foi realizada segurando o dinamômetro entre os dedos

e a palma da mão no nível da base do polegar. A abertura do dinamômetro é ajustada de

maneira que a segunda articulação dos dedos encaixasse na alça do dinamômetro o mesmo

deve ser mantido no prolongamento do antebraço ao nível da coxa e levemente afastado do

corpo.

Durante o teste o dinamômetro ou a mão não deve tocar outros objetos. As duas mãos

são avaliadas alternadamente, permitindo-se duas tentativas por mão. O melhor escore

obtido em cada mão em Kg é somado para obter o escore geral (D+E=escore geral). Os

critérios adotados para classificação em adequado e inadequado para a saúde. Inicialmente

mediu-se a força da mão direita e, em seguida, a força da mão esquerda. Finalmente foi

utilizada uma tabela para classificação da força de pressão manual com a medida em

quilograma para o sexo masculino.

3.5 Tratamentos Estatísticos

Os resultados utilizados através da estatística descritiva – média e desvio padrão e

distribuição de freqüência. Para isso, foi utilizado um computador através do programa Excel

2003.

4. RESULTADOS

4.1 Características Gerais da amostra

Page 30: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

40

A seleção da amostra composta para este estudo foi de 60 Policiais militares do grupo

efetivo, somente do sexo masculino nas faixas etárias entre 20-29 e 30-39 anos de idade.

Na tabela 1, é apresentada as características gerais da amostra na estatística

descritiva (da média e desvio padrão) das variáveis nas duas faixas etárias como: Idade,

PMD (Pressão Manual Direita), PME (Pressão Manual Esquerda), AGIL (Agilidade) e VEL

(Velocidade) citados abaixo.

Posteriormente é colocado na tabela 2 a distribuição por faixas etárias nas respectivas

idades entre 20-29 e 30-39 anos de idade, nas variáveis neuromotoras (idade, PMD, PME,

VEL e AGIL).

Já nas figuras 1, 2 e 3 respectivamente são representados pela distribuição de

percentagem da classificação nas variáveis (Pressão Manual Direita, Pressão Manual

Esquerda, Agilidade e Velocidade) nas duas faixas etárias.

TABELA 1. Características Gerais da Amostra em ambas as faixas etárias.

Média Desvio Padrão Máxima Mínima

Idade 31,60 ± 5,0 39 21

Pressão Manual Direita 45,3 ± 8,0 57,9 24,6

Pressão Manual

Esquerda

43,7 ± 6,7 58,9 25,7

Agilidade 10,6 ± 0,7 14,37 9,5

Velocidade 7,6 ± 0,5 9,1 6,3

Média e Desvio Padrão

Conforme a tabela 1 a média de idade da amostra geral foi de 31,60 ± 5,0 anos, sendo

mínima de 21 anos e a máxima de 39 anos.

Já na variável pressão manual direita (PMD) a média 45,3±8,0 – máxima 57,9kg e

mínima 24,6kg; na PME 43,7±6,7, máxima 58,9kg e a mínima de 25,7kg.

Na tabela 2 são apresentados os dados de distribuição de freqüência das variáveis: idade

(ID), Pressão Manual Direita (PMD) e Pressão Manual Esquerda (PME), Agilidade (AG) e

Velocidade (VEL) na faixa etária de 20 – 29 anos e 30 – 39 anos.

TABELA 2. Distribuição por faixa etária das variáveis

Variáveis 20 a 29 anos 30 a 39 anos

Idade 26,14 ± 2,51 34,94 ± 2,66

Page 31: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

41

Conforme a tabela acima, que apresenta os seguintes resultados: na primeira variável

com relação à idade (20-29) anos a média foi de 26,14±2,51anos e na segunda faixa etária

(30-39) anos média de 34,94 ± 2,66anos. Os valores médios para a PMD (20-29) anos N=

45,74 ±8, e (30-39) N=45,08 ± 8,01. E para PME os valores médios na faixa etária de (20-

29) N= 45,55 ±6,72kg e (30-39) anos N=42,55 ± 6,58kg, não tiveram diferença significativa;

Já na variável de Agilidade a média e desvio padrão na faixa etária entre (20-29) anos foi

N=10,36s ± 0,48s e N=10,73s ± 0,8 para a faixa entre (30-39) anos; com relação à variável

Velocidade foi N=7,45 ±0,42 na faixa etária (20-29) anos e N=7,67 ± 0,55s na faixa etária

(30-39) anos, nesta variável foi comprovada pequena diferença entre as médias no teste de

corrida 50 metros.

FIGURA 1. Classificação da pressão Manual Direita e Esquerda em ambas as faixas etárias.

Na figura 1, dar-se a classificaçao do percentual em ambas as faixas etarias da PMD e

PME. Para os valores da PMD, verificou que 86,2% (n=52) abaixo da média; 1,7% (n=1)

média; e 12,1 (n=7) acima da média. Para a PME, verificou que 82,8% (n=50) abaixo da

média; nunhum conseguiu a media; e 17,2%(n=10) apresentaram valores acima da média.

FIGURA 2. Classificação da Agilidade em ambas as faixas etárias.

Pressão Manual Direita 45,74 ± 8,12 45,08 ± 8,01

Pressão Manual Esquerda 45,55 ± 6,72 42,55 ± 6,58

Agilidade 10,36 ± 0,48 10,73 ± 0,8

Velocidade 7,45 ± 0,42 7,67 ± 0,55

Page 32: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

42

Conforme a figura 2, dar-se o percentual para a classificaçao da Agilidade nas duas

faixas etarias, verificou-se que 91,6% (n=55) abaixo da média, 1,7% (n=1) a média e 6,6%

(n=4) acima da média.

FIGURA 3. Classificação da Velocidade em ambas as faixas etárias.

Já a variável Velocidade, o percentual da velocidade em ambas as faixas etárias,

verificou que 100% (n=60) estão abaixo da média.

Page 33: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

43

5. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Ao comparar os resultados deste estudo com a tabela referencial desenvolvida para

adultos por Corbin e col (1978), verifica-se que os mesmos encontram-se – PMD – na

classificação – fraca e a PME na regular. Em estudos realizados por MONTEIRO (1995) em

Guardas Provisórios do Estado de São Paulo, verificaram-se valores na PMD e PME

superiores a esta pesquisa, em que a PMD foi X= 55,78 Kg e PME X= 51,55 Kg.

Page 34: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

44

Em outro estudo comparativo feito por Monteiro (1998), realizado entre Policiais

pertencentes a patrulhas apeadas e de carro de Lisboa. Verificaram-se os seguintes valores:

Apeadas X= (49,18 PMD) e (45,8 PME); patrulhas de Carros X= (48,8 PMD) e (46,0 PME), a

verificou-se que o estudo de Monteiro, está superior este. Considerando que quanto maior é

o peso melhor será a classificação.

Com relação à Agilidade o resultado obtido no grupo de estudo foi X= 10,6s ± 0,7.

Considerando-se o valor encontrado, a amostra estar inserida na classificação regular

conforme tabela referencial da (AAHPER, 1976).

Quando comparados com os resultados de Santos (2003), realizados com pára-

quedistas militares (soldados - 11,09s e oficiais - 11,20s); e em Policiais do BOPE/RJ –

11,33 Santos (2005), a presente pesquisa apresenta valor inferior -10,66s, comprovando

melhores índices na variável agilidade, considerando que neste teste quanto menor o tempo

melhor é a classificação.

Na variável velocidade o tempo médio gasto para percorrer os 50m do teste foi de

7,6s±0,5. Comparando o valor obtido pelos Policiais Militares com a tabela referencial de

Johnson e Nelson, 1979 apud Matsudo (1987), observou-se que os mesmos encontram-se

com valor maior, considerado na classificação fraca.

Em estudos realizados por MONTEIRO (1995), em 88 policiais no estado de São

Paulo em grupo de indivíduos ativos, intermediários e sedentários da mesma atividade

ocupacional (Policial Militar), na faixa etária entre 20 a 30 anos obtiveram seguintes

resultados: grupo ativo 7,107s; intermediários 7,402s; sedentários 7,637s. Quando

comparados com os três grupos, a amostra deste estudo obteve valor superior a todos os

grupos. Dessa forma, verifica-se uma maior fragilidade nesta variável, tendo vista que o

valor da amostra da pesquisa não superou, em termos de classificação, os indivíduos do

grupo sedentário do trabalho citado acima.

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Após a análise dos resultados apresentados pode-se concluir que a amostra

estudada encontra-se com baixa condição física nas variáveis pesquisadas. Com isso, pode

haver um comprometimento no desenvolvimento das atividades inerentes à profissão de

Policial militar, tendo em vista que o grupo pesquisado faz parte de uma Companhia de

atuação diferenciada dentro da Polícia Militar.

Page 35: aptidão motora em policiais militares do sexo masculino

45

Diante da situação do estudo, chega-se a sugerir-se que, a população citada acima

necessita de uma programação mais eficaz e estruturada na busca de melhorar a condição

física. De modo, a utilizar ações preventivas como: hábitos de vida saudável, evitar o

estresse, lesões durante as operações, prontidão nas suas tarefas e consequentemente

uma boa qualidade de vida, entre outras.

7. REFERENCIAS

AGENCIA NACIONAL DE SAÚDE. Promoção da Saúde e Prevenção de Riscos e Doenças na Saúde Suplementar. Rio de Janeiro, manual técnico, 3ª ed., 2007. AAHPERD, American Aliance for Health, Física education, Recreation and Dance. Phisical Best. Reston, Virginia, 1988.

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ANEXO 01

SOLICITAÇAO DE AUTORIZAÇÃO

ILMO. SR.

LUIS GONZAGA DE OLIVEIRA GONÇALVES

NESTA

Venho pelo presente solicitar de Vossa Senhoria, os bons préstimos no sentido de

autorizar o uso dos dados coletados junto à avaliação dos policiais militares participantes de

testes de Aptidão Motora na cidade de Porto Velho no ano de 2006.

Os dados serão utilizados na minha monografia de conclusão de curso intitulada:

“APTIDÃO MOTORA EM POLICIAIS MILITARES DO SEXO MASCULINO NA CIDADE

PORTO VELHO – RONDÔNIA”. Orientada pelo professor Luis Gonzaga de Oliveira

Gonçalves, pertencente ao departamento de educação Física da Universidade Federal de

Rondônia.

Outro assim, informo ainda que me coloco a vossa inteira disposição para maiores

esclarecimentos a respeito da referida pesquisa, uma vez trabalhos dessa natureza podem

auxiliar na melhoria da qualidade de vida dos Policiais Militares.

Certo de poder contar com Vossa colaboração, desde já agradeço.

Atenciosamente,

Porto Velho, 05 de agosto de 2009.

______________________________________________

Alvanir Nobre Vieira

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