Após estabilidade dos juros, mercado mantém desinflação...

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1 Boletim 910/2016 – Ano VIII – 26/01/2016 Após estabilidade dos juros, mercado mantém desinflação para 2016 e 2017 Pesquisa Focus do Banco Central mostra que analistas estão mais pessimistas com desempenho da economia brasileira neste ano e projetam uma retração de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) São Paulo - Apesar da polêmica em relação à manutenção da taxa básica de juros (Selic) na última semana, os analistas consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram a expectativa de desinflação para 2016 e 2017 devido ao agravamento da retração econômica brasileira. A pesquisa Focus divulgada ontem mostrou que o mercado financeiro ficou mais pessimista com a economia brasileira, revisando as projeções para indicadores negativos. "Há poucas perspectivas de melhoria, aliás, não há nenhuma sinalização positiva de que a economia irá melhorar. O Banco Central praticamente abandonou a política de metas de inflação", avaliou o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Eduardo Coutinho. Mas diante dos 10,74% registrados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

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Boletim 910/2016 – Ano VIII – 26/01/2016

Após estabilidade dos juros, mercado mantém desinfl ação para 2016 e 2017

Pesquisa Focus do Banco Central mostra que analista s estão mais pessimistas com desempenho da economia brasileira neste ano e projetam uma retraç ão de 3% do Produto Interno Bruto (PIB)

São Paulo - Apesar da polêmica em relação à manutenção da taxa básica de juros (Selic) na última semana, os analistas consultados pelo Banco Central (BC) mantiveram a expectativa de desinflação para 2016 e 2017 devido ao agravamento da retração econômica brasileira.

A pesquisa Focus divulgada ontem mostrou que o mercado financeiro ficou mais pessimista com a economia brasileira, revisando as projeções para indicadores negativos. "Há poucas perspectivas de melhoria, aliás, não há nenhuma sinalização positiva de que a economia irá melhorar.

O Banco Central praticamente abandonou a política de metas de inflação", avaliou o professor do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Eduardo Coutinho.

Mas diante dos 10,74% registrados pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)

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em 2015, os analistas mantiveram a perspectiva de desinflação (inflação menor quando comparada aos anos anteriores) para 2016 (7,23%) e para 2017 (5,65%).

"Em relação a 2015, essa inflação vai cair, teremos desinflação. No curto prazo, a sociedade irá conviver com uma inflação mais alta, mas seguramente a inflação [de dois dígitos] está em trajetória de queda [um dígito]", afirmou o economia e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), José Luiz da Costa Oreiro.

Pelos dados do Focus, a retração da atividade econômica será de 3% em 2016, ainda abaixo da previsão pessimista do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 3,5% que motivou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, a indicar a manutenção da Selic na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira passada.

Oreiro explicou que o agravamento da recessão brasileira está contratado. "A taxa de desemprego vai bater em dois dígitos, isso inibe o consumo da população e, consecutivamente, a inflação", argumentou.

Na variação semanal das projeções, no entanto, as expectativas se deterioraram. Há uma semana, os analistas previam uma inflação de 7% em 2016 e, agora, esperam um IPCA de 7,23% (deterioração de 23 pontos).

Para o próximo ano, que antes se esperava uma inflação de 5,40%, agora o mercado prevê 5,65%, uma deterioração de 25 pontos.

Coutinho ressaltou que o Banco Central não deverá cumprir sua política de metas de inflação. "Nem em 2016, nem no próximo ano". O teto da meta é de 6,5%, se o indicador ficar acima de 7% nesse ano como espera o mercado, o Banco Central terá descumprido sua política monetária.

No caso de 2017, o Banco Central havia se comprometido a convergir a inflação para o centro da meta (4,50% ao ano), mas o mercado financeiro também já estima o IPCA acima desse patamar.

"No longo prazo, é preciso uma série de reformas. A desindexação dos preços administrados; a revisão da política do salário mínimo que acaba perpetuando a inflação; uma reforma fiscal estrutural que promova a desvinculação dos gastos da União, que permita cortar despesas em momentos de estresse; e claro, reforma da previdência é fundamental", sugeriu o professor da UFRJ.

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Dólar e PIB em 2017

Se considerado pelo mercado que o curto prazo está muito ruim, as expectativas dos analistas consultados pela Pesquisa Focus para 2017 são menos pessimistas. A taxa de câmbio esperada para o final de 2017 é de R$ 4,20 enquanto o dólar comercial calculado pelo Banco Central fechou ontem em R$ 4,10. "Quando houver a sinalização de que a crise política foi resolvida, o patamar atual [de juros e do dólar] é razoável para gerar uma atração do capital estrangeiro ao Brasil", argumentou Oreiro ao falar da possibilidade de apreciação da moeda local.

E depois de dois anos seguidos de forte recessão (2015 e 2016), os analistas consultados pelo Banco Central projetam um crescimento de 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2017. "Não é recuperação", avaliou Coutinho.

Ernani Fagundes

Cortes fazem TRT-15 reduzir gastos O impacto na 15ª Região chega a R$ 49 milhões no orçamento de custeio, o que levou o Tribunal a alterar o atendimento ao público em 1ª e 2ª instâncias

Campinas - O corte de 29% no orçamento da Justiça do Trabalho em dezembro do ano passado levou o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região, com sede em Campinas, a estabelecer metas iniciais de redução de despesas programadas para este ano.

Esse corte foi promovido pela Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) e pelo Congresso Nacional.

A determinação sobre as metas iniciais foi definida após reunião do presidente do TRT-15, desembargador Lorival Ferreira dos Santos, do corregedor regional do Trabalho da 15ª região, desembargador Gerson Lacerda Pistori, e com demais membros da alta administração.

O TRT da 15ª Região possui 153 varas do trabalho e 10 postos avançados, além de duas varas itinerantes.

Na 2ª instância são seis Turmas (divididas em 11 Câmaras), Seção Especializada em

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Dissídios Coletivos, três Seções Especializadas em Dissídios Individuais e o Órgão Especial.

A jurisdição do Regional atinge 599 municípios paulistas, perfazendo 95% do território do estado, onde reside uma população superior a 21 milhões de pessoas, uma das maiores entre as 24 regiões em que está dividida a Justiça do Trabalho do País.

O impacto na 15ª Região chega a R$ 49 milhões no orçamento de custeio, o que levou o Tribunal a alterar o horário de atendimento ao público em 1ª e 2ª instâncias para o período das 11h às 17h, a partir do dia 15 de fevereiro.

Os magistrados, servidores e prestadores de serviços também deverão se adequar a um novo horário de trabalho, das 9h30 às 17h30, período em que a taxa de energia elétrica por kw/h é mais baixa.

Estão previstas ainda medidas para a contenção do uso de água, telefonia, serviços postais e aquisição de material de consumo. Os contratos de prestação de serviços de vigilância, limpeza, condução de veículos, entre outros, devem ter redução de 25%.

O TRT -15 pretende também incentivar o teletrabalho, sem comprometimento da produtividade, e o aprendizado à distância, com a realização de palestras e reuniões em ambiente virtual, a fim de reduzir despesas de locomoção, alimentação e hospedagem.

O uso compartilhado de veículos da frota do Tribunal também será estimulado.

"O cenário de crise exige que todos se envolvam e deem a sua contribuição. Tenho convicção de que se trata de uma situação transitória e iremos superar as adversidades, pois a 15ª possui magistrados e servidores abnegados e comprometidos.

Precisamos também do apoio e compreensão da nobre classe dos advogados, por meio das subseções locais da OAB, do Sindiquinze, da Amatra XV, e de sensibilizar a sociedade paulista em nossa jurisdição para enfrentar o período turbulento", assinala o presidente do TRT 15, desembargador Lorival Ferreira dos Santos.

Com relação aos recursos destinados a investimentos, o corte foi de 90%, impactando nas obras de construção de fóruns e varas trabalhistas, que foram suspensas, com exceção das unidades de Porto Ferreira e Barretos.

Milton Paes

(Fonte: DCI dia 26-01-2016).

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Farmacêuticas têm queda de 88% no saldo de vagas

Como efeito colateral da perda de postos de trabalho em outros setores, a indústria farmacêutica encerrou 2015 com queda de 88% no saldo de admissões: 370 vagas abertas. Um ano antes, essa diferença era de 3.074. No quarto trimestre de 2015, o setor fechou 2.226 postos -o pior resultado dos últimos quatro anos, segundo a Sindusfarma, entidade do setor. "Somos sempre o último segmento a sentir a crise", afirma Nelson Mussolini, presidente da entidade. "Não víamos um resultado tão ruim há pelo menos dez anos."

Para 2016, Mussolini estima que o setor enfrentará meses difíceis, já que as farmacêuticas dependem de importação de matéria-prima e a desvalorização do real fez os preços subirem muito. "Temos, de fato, um problema na mão. A rentabilidade da indústria tem caído e caso esse cenário se mantenha, precisaremos demitir." "Na Aspen Pharma no Brasil, houve um corte de menos de 5% no nosso quadro de funcionários em 2015 e não criamos novos postos", lembra o CEO, Alexandre França. Ainda assim, a farmacêutica cresceu 16% no ano passado e vai ampliar a produção de sua planta no Espírito Santo, com uma linha de produtos ginecológicos. "O mercado quer investir, todos têm projetos na gaveta, a espera de uma definição."

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PREOCUPAÇÃO GEOPOLÍTICA

O terrorismo e a eleição presidencial americana estão entre as maiores fontes de preocupação das empresas e investidores em 2016, de acordo com o relatório anual da corretora e gestora de riscos Marsh.

"Outro ponto de comoção é o preço das commodities. Há alguns anos, ninguém imaginaria que o petróleo iria chegar a esse patamar", lembra Kiyoshi Watari, executivo da Marsh no Brasil.

As multinacionais podem se preparar para um ambiente geopolítico cada vez mais complicado para a gestão do seu risco de crédito, diz.

Na avaliação de risco entre os países, o Brasil aparece no relatório com nota 57,2, a frente dos argentinos (51,9), mas bem atrás dos chilenos (71,8).

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FORNADA IMEDIATA

Todas as lojas próprias que a rede Casa do Pão do Queijo pretende abrir neste ano serão localizadas em terminais de aeroportos. Apesar dos altos custos de manutenção, o resultado das vendas compensa no fim do mês. A marca deve inaugurar sete unidades próprias em 2016 e outras 18 no modelo de franquias. "Em faturamento, cada lanchonete em um terminal equivale a sete unidades em shoppings. Nós voltamos a adotar esse modelo de negócio após as concessões dos aeroportos. Abrimos a primeira delas em 2014." A rede tem quatro inaugurações já definidas: duas em Guarulhos, uma em Viracopos (Campinas) e uma outra em Brasília. "Mesmo com a crise, a perda de passageiros ainda é pequena. Por outro lado, sentimos que o cliente no saguão tem controlado gastos. 400 é o número de unidades no país R$ 300 mil é o custo mínimo da franquia*

VIDA EM CONDOMÍNIO

O custo para manter um condomínio na Grande São Paulo teve alta maior que a inflação no ano passado, de acordo com o Secovi-SP (sindicato do setor). A elevação acumulada entre os meses de janeiro e dezembro de 2015 ficou em 12,42%, maior que a inflação pelo IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) no mesmo período, de 10,54%. Com um aumento de 10,19%, o grupo de despesas que mais contribuiu para a elevação foi o de pessoal e encargos, que tem peso de cerca de 60%. As tarifas tiveram variação de 24,22%, seguidas pelos itens manutenção de equipamento, com 10,54%.

Licença... Em 2015, o laboratório da IBM no Brasil teve 11 patentes concedidas e submeteu 75. Os projetos são em áreas como nanotecnologia.

...para inovar "Temos crescido no número de pessoas, e a média de pedido de patentes é de 40 ao ano", diz Ulisses Mello, diretor do centro.

Acionistas BM&FBovespa, GAEC, Senior Solution, Iguatemi, Jereissati Participações e Jereissati Telecom terão a opção de voto por correspondência.

(Fonte: Folha de SP dia 26-01-2016).

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CSN desliga alto-forno por 90 dias Após o período, siderúrgica vai definir se retomará ou não as atividades; equipamento responde por 30% da capacidade total da unidade MARIANA DURÃO - O ESTADO DE S.PAULO RIO - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) confirmou nesta segunda-feira, 25, a parada para manutenção do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda, no Rio, desde a madrugada de domingo. O equipamento ficará desligado por 90 dias. Após esse prazo, a siderúrgica deverá avaliar as condições de mercado para então definir se retoma ou não as atividades. A empresa não informou se haverá mais demissões por conta da paralisação da unidade. O alto-forno 2 responde por 30% da capacidade de produção total da usina, de 5,6 milhões de toneladas de aço ao ano, e tem 250 pessoas diretamente alocadas em sua operação. Segundo apurou o Broadcast , serviço de notícias em tempo real daAgência Estado, parte desse pessoal vai atuar na própria manutenção e outros serão deslocados para o alto-forno 3, que concentra 70% da produção da usina. Em princípio, vale o acordo fechado entre a CSN e o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense que prevê o fim das demissões após o corte de 700 pessoas neste mês. Os rumores sobre o fechamento do alto-forno começaram a circular no fim do ano passado, diante do agravamento da crise da siderurgia. A expectativa do sindicato era que a medida pudesse causar a demissão de 3 mil pessoas, o que levou à mobilização de políticos como o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão. “Não vai haver demissão agora. A empresa abafou o forno para fazer uma reforma que pode levar de 90 a 120 dias”, disse o diretor do sindicato, Carlos Santana. Sindicalistas do setor se mobilizam para ir a Brasília defender ações de desoneração para a siderurgia junto ao governo, como pedem as empresas. Em meio à crise financeira global, em 2009, a CSN parou o mesmo alto-forno por três meses. Após os reparos e diante de sinais de retomada do setor, a empresa decidiu religar o equipamento, onde o minério de ferro é fundido para a produção de ferro gusa. Usiminas. Enfrentando uma séria crise financeira, a Usiminas é outra siderúrgica que já parou fornos e começou a desligar coquerias na unidade em Cubatão, baixada Santista. No fim do mês, a siderúrgica mineira paralisará, temporariamente, a produção primária da usina, o que deve provocar uma demissão de cerca de 4 mil pessoas entre funcionários diretos e indiretos. / COLABOROU FERNANDA GUIMARÃES (Fonte: Estado de SP dia 26-01-2016).

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