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Pressclipping em 11 de Maio de 2020
"Hoje é o amanhã que tanto nos preocupava ontem."
(Provérbio popular)
Brasil passa de 10 mil mortes e cientistas pedem bloqueio total
País é o que menos testa entre as oito nações com mais casos; analistas veem sistema no limite
O Estado de S. Paulo - 10 May 2020
Gonçalo Junior / COLABORARAM PALOMA COTES E MATEUS VARGAS
O Brasil ultrapassou ontem a marca de 10 mil mortes em decorrência do coronavírus.
Segundo boletim do Ministério da Saúde, a pandemia já deixou 10.627 mortos, o que coloca o País em sexto lugar na lista de
nações com maior número de vítimas fatais, conforme dados compilados pela Universidade Johns Hopkins (EUA). Em casos
confirmados de contaminação, o Brasil ocupa a oitava posição, com 155.939 infecções, segundo a instituição americana. E é o que
menos aplica testes entre os oito países com mais casos. Na avaliação de infectologistas e pesquisadores ouvidos pelo Estado, o
quadro atual – agravado pela falta de exames e leitos no sistema de saúde – indica a necessidade de ampliação das
medidas de isolamento social, sobretudo por meio do lockdown (bloqueio total), como ocorre em São Luís (MA). “O lockdown é a única
solução que pode ter alguma eficácia para controlar a curva epidêmica, que está indo para o descontrole”, afirma Luciana Costa, diretora
adjunta do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Tenho família no Brasil e estou preocupada. As
pessoas não estão conseguindo entender a gravidade da doença”, diz a cientista brasileira Rafaela Rosa-Ribeiro, doutora em biologia
celular e estrutural do Ospedale San Raffaele, em Milão, Itália.
O Brasil ultrapassou ontem a marca de 10 mil mortos. De acordo com boletim do Ministério da Saúde, o País tem 10.627 vítimas. E
155.939 casos confirmados. Em 24 horas, o registro de óbitos oficial foi de 730. Para os especialistas, ao lado da chegada ao limite dos
leitos no sistema de saúde e da falha no oferecimento de testes – trata-se da nação que menos testa entre os oito países com mais
casos –, é o indicativo para ampliar as restrições, sobretudo usando lockdown (bloqueio total), como ocorre, por exemplo, em São Luís,
no Maranhão.
O País já está entre as nações com maior número de mortes pela doença, ficando atrás de Estados Unidos (77.344), ainda epicentro
mundial, Reino Unido (31.662), Itália (30.201), Espanha (26.299) e França (26.233), esses últimos países europeus castigados pelo
vírus. Isso considerando os dados compilados pela Universidade John Hopkins. O Brasil já havia ultrapassado a China, marco zero da
covid-19, dia 28 de abril.
Já em número de casos confirmados, ainda de acordo com John Hopkins, o Brasil está na oitava posição, atrás de EUA (1.286.833),
Espanha (222.857), Itália (217.185), Reino Unido (212.629), Rússia (198.675), França (176.202) e Alemanha (170.643). O dado oficial
apontava ontem 155.939 infecções, ante 145.238 na véspera.
Ao longo da semana, o Brasil veio batendo recordes de registros de mortes em 24 horas. Na sexta-feira, foram 751. Diante desse
cenário, especialistas afirmam que o lockdown é uma medida necessária para evitar uma explosão ainda maior de casos em
capitais e regiões metropolitanas. “Vários Estados têm a demanda dos serviços de saúde no limite e tudo indica que teremos um
forte aumento de casos e de óbitos nas próximas semanas. Este cenário indica a necessidade de que as autoridades indiquem o
lockdown, medida que deve ser associada a ações de apoio a populações socialmente vulneráveis”, diz o epidemiologista Eliseu
Alves Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Luciana Costa, diretora adjunta do Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), vai além sobre a
possibilidade de eficácia do bloqueio total. “O lockdown é a única solução neste momento que pode ter alguma eficácia para
controlar a curva epidêmica, que está indo para o descontrole. As medidas de isolamento social não tiveram adesão da população
como deveriam. Isso foi consequência de informações truncadas e mensagens opostas enviadas por prefeitos e governadores e o
presidente da República”, diz. “A epidemia pode se expandir rapidamente diante de mais aglomerações e atividades. Se não for
feito nada que interrompa as novas transmissões, o Brasil pode se tornar o novo epicentro da pandemia, juntamente com os
Estados Unidos”, defende a especialista do Laboratório de Genética e Imunologia das Infecções Virais.
A medida de quarentena compulsória, em que ficar em casa é uma obrigação e não uma recomendação, já foi adotada pelo
governo do Pará na capital, Belém, e em outras grandes cidades do Estado desde terça. No Nordeste, Maranhão e Ceará
decretaram medidas similares.
Lição de casa. O momento atual se tornou “preocupante” na opinião dos pesquisadores porque o Brasil não fez a lição de casa. O
virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que atua no Centro de Tecnologia de Vacinas (CT Vacinas), afirma que o Brasil
desperdiçou a oportunidade de observar a evolução da pandemia em outros países, como Itália, Espanha e Reino Unido, que
começaram a sofrer antes os efeitos da pandemia. “A realidade de outros países, até os ocidentais, poderia ser utilizada como
modelo para preparar a população. Isso não foi feito de uma forma uniforme em todo o Brasil”, diz o pesquisador do Departamento
de Microbiologia da UFMG.
No início do mês de março, a Itália, por exemplo, era o país mais afetado da Europa pela covid-19. Lá, a primeira morte foi confirmada
no dia 21 de fevereiro. Quase cinco semanas depois, o país já ultrapassava as 10 mil vítimas. A Itália demorou para responder à
emergência e registra mais de 30 mil mortes.
Rafaela Rosa-Ribeiro, doutora em biologia celular e estrutural, que trabalha atualmente com um grupo de virologistas no Ospedale San
Raffaele em Milão, afirma que está assistindo ao mesmo filme pela segunda vez.
O primeiro foi em solo italiano; o segundo, no Brasil. “Parece um filme que está se repetindo com um roteiro diferente. A Itá lia
subestimou a doença de certa forma, não por maldade, mas por ignorância. Fomos o primeiro país atingido fora da China. Depois, o
país chegou a ser elogiado pelas medidas rápidas. No dia 11 de março já estava tudo fechado, com exceção de farmácias e
supermercados. Foram dois meses de Lockdown”, diz a cientista brasileira. “Tenho família no Brasil e estou preocupada. As pessoas
não estão conseguindo entender a gravidade da doença. Na Itália, os cientistas foram ouvidos”, diz.
“Vários Estados têm a demanda dos serviços de saúde no limite e tudo indica que teremos avanço de casos e de óbitos nas próximas
semanas.”
Eliseu Alves Waldman PROFESSOR DA USP
“Entendo que o Brasil é um país muito diferente dos países europeus. É mais complicado tomar medidas drásticas, por causa da
quantidade de pessoas, condições sanitárias e econômicas. Mas muita gente que pode ficar em casa e empresas que poderiam deixar
funcionários em home office não estão pensando na doença.”
Testes. O infectologista Antonio Bandeira, diretor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Faculdade de Tecnologia
e Ciências Uniftc, lembra que o Brasil também não se preparou em relação à realização de testes. O especialista afirma que o Brasil fez
340 mil testes enquanto o número nos Estados Unidos é de 2 milhões. Dos oito países com maior quantidade de casos, o Brasil é o que
menos testa. De acordo com o número de testes por 1 mil habitantes, apresentados nesta sexta-feira pelo Observatório Covid-BR, os
Estados Unidos registram a média de 24,4, a Espanha, de 28,9, a Itália, 38,3, a Alemanha, 32,8. O índice no Brasil é de apenas 1,4.
“Os testes moleculares (PCR) precisam ser expandidos. Isso é fundamental. O teste permite captar o número de pacientes, ajudar
no planejamento de saúde e reduzir a subnotificação. Com o teste, é possível definir o isolamento domiciliar para que a pessoa
infectada não contamine outros pacientes”, explica ele. Por causa da falta de testes, Jean Pierre Schatzmann Peron, pesquisador
líder da Plataforma Pasteur/ USP, que desenvolve estudos com foco em anticorpos e imunopatogênese, calcula que o número de
contaminados seja de três a cinco vezes maior no País. “A gente não consegue testar todo mundo”, resume.
Alexandre Cunha, infectologista do Grupo Sabin e vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, afirma que a
principal preocupação tem de ser com a velocidade de propagação da doença e não necessariamente com os números absolutos.
“Nos países onde se conseguiu manejar a epidemia sem sobrecarga do sistema de saúde, a mortalidade foi a esperada. Nos
países com situação hospitalar razoável, mas onde o sistema de saúde entrou em colapso, a mortalidade foi várias vezes maior do
que em países onde o sistema suportou”, argumenta. “Nossa grande preocupação é a velocidade com que esses casos e a
capacidade de absorção do sistema de saúde. No Brasil, a situação tem de ser analisada em cada município. O que é bom para
uma região pode não ser boa para outra. Cada município vai atingir o pico em momentos diferentes”, diferencia.
Corrida por vacina tem 8 em testes mais adiantados
Imunizantes costumam levar dez anos para serem produzidos, mas tecnologias aceleraram o processo e há expectativa para 2021
• O Estado de S. Paulo 10 May 2020
• Giovana Girardi
Com cerca de 4 milhões de casos confirmados de infecção por covid19 no mundo e mais de 276 mil mortos, a corrida para fazer
uma vacina se intensificou. Já são mais de cem candidatas sendo testadas em vários países, segundo a Organização Mundial de
Saúde (OMS). Oito já envolvem humanos, mas a expectativa é de que se tenha um produto só no ano que vem.
Com cerca de 4 milhões de casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus no mundo e mais de 276 mil mortos, a corrida
para o desenvolvimento de uma vacina tem se intensificado. Já são mais de cem candidatas sendo testadas em vários países, de
acordo com o último balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado na terça. E oito delas entraram na etapa de
ensaios clínicos – que envolvem humanos.
Tradicionalmente, vacinas levam em média dez anos para serem produzidas – a mais rápida foi a da caxumba, que demandou
quatro anos (e isso foi nos anos 1960). Mas o desenvolvimento de novas tecnologias acelerou o processo, e a expectativa atual é
que se tenha um produto no ano que vem. Na semana passada, o otimismo cresceu com o anúncio de resultados de uma vacina
em desenvolvimento na Universidade de Oxford. Ela é uma das que está em teste clínico e se estimou que pode estar pronta até o
fim deste ano.
Os cientistas do Instituto Jenner, em Oxford, estão alguns passos à frente na corrida por usarem como ponto de partida uma
pesquisa anterior de vacina para outro coronavírus, o causador da Mers, doença respiratória da mesma família da covid-19 que
atingiu especialmente o Oriente Médio a partir de 2012.
Logo que o Sars-CoV-2 surgiu na China, no fim do ano passado, os pesquisadores de Oxford aproveitaram a plataforma que eles
tinham criado para a Mers para testá-la em macacos rhesus e os resultados foram muito promissores. Com uma dose da vacina,
conseguiram imunizar 18 animais. O resultado foi publicado no dia 1.º na Science Advances.
Para fazer esta vacina, usou-se como vetor um adenovírus (que causa resfriado comum) inativo, no qual se introduziu uma proteína
do Mers-CoV, capaz de fazer o corpo produzir anticorpos contra o vírus. Agora, cientistas usaram a mesma plataforma, mas com
uma proteína do SarsCoV-2. Como eles já haviam provado anteriormente que ela era segura para humanos (a primeira etapa dos
ensaios clínicos – veja quadro ao lado), foi possível saltar para a segunda etapa, de eficácia. Eles juntaram as duas fases em uma
só e, agora, preveem começar testes em 6 mil pessoas até o fim do mês.
É como se o vírus “imitasse” o outro para induzir o sistema imune a reagir ao vírus verdadeiro quando há contaminação.
Estratégias. Vacinas clássicas usam uma versão atenuada do vírus que se quer combater para desencadear a resposta
imunológica. Mas, na corrida para combater a covid-19, novas tecnologias estão em teste na expectativa de serem mais seguras e
eficazes contra a pandemia.
Uma das estratégias é usar o RNA mensageiro (RNAm) do vírus, a molécula que “lê” as informações genéticas e comanda a
produção de proteínas. Aqui vale a mesma premissa anterior – de que possa induzir o sistema imunológico a agir quando o próprio
vírus resolver atacar. Duas das oito vacinas em fase clínica – da Moderna e da Pfizer – usam esse modelo.
Como não é necessário manipular diretamente o vírus – o que demanda o uso de laboratórios de alta segurança –, o trabalho fica
mais rápido e fácil. O porém é que ainda não existe nenhuma vacina já em uso no mundo com essa formulação.
Algumas estratégias que já estão na etapa clínica, porém, ainda se baseiam em versões inativas do vírus (mais seguras que as
atenuadas). É o caso da proposta da chinesa Sinovac, que também se mostrou efetiva em rhesus. Foram testadas duas doses.
Animais vacinados com a mais alta, que tiveram o Sars-Cov-2 introduzido em seus pulmões, tiveram a melhor resposta e não
desenvolveram a doença.
“As primeiras vacinas que ficarão prontas não necessariamente serão as melhores. Serão só as primeiras. Pode ser que elas só
consigam conferir 30% de proteção. O que já ajuda a aumentar um pouco de imunidade e diminuir a circulação da doença”, afirma a
bióloga Natália Pasternak, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, que pretende entrar na corrida. “Mas ainda será necessário
continuar pesquisando para chegar a melhor vacina possível, porque essa é uma doença que veio para ficar”, diz.
“É importante testar várias estratégias porque ainda não sabemos quais vão funcionar e não podemos apostar as fichas em uma
só”, complementa o imunologista Ricardo Gazzinelli, que coordena uma linha de pesquisa no Brasil – parceria da Fiocruz com
UFMG e Butantã –, que tenta fazer uma vacina contra o Sars-CoV-2 usando como vetor um influenza atenuado.
“A vantagem é que esse é o vírus hoje usado nas vacinas contra o H1N1. Já foi testado em milhões de pessoas, então temos
confiança de que é seguro”, diz. “E temos fábricas já no Brasil que fabricam a vacina contra a influenza em grande quantidade .
Poderiam fazer isso para o coronavírus se essa estratégia der certo”, explica.
Essa é uma preocupação em todo o mundo. Mesmo antes de ter uma vacina pronta, empresas e governos já se antecipam para ter
formas de produzir bilhões de doses para atender a população. A Moderna, por exemplo, já fez uma parceria com a Johnson &
Johnson, e a farmacêutica AstraZeneca está trabalhando com os pesquisadores de Oxford.
Minas Gerais não conseguiu quitar nem 13º do ano passado
Estado pretendia leiloar nióbio para pagar dívida com trabalhadores; condições do mercado impedem certame
O Estado de S. Paulo - 10 May 2020
À espera. Aposentado, Albaney não recebeu o 13º de 2019
Um dos Estados mais atrasados no processo ajuste das contas públicas, Minas Gerais sofreu revés duplo com a crise da pandemia.
Além da queda na arrecadação, o leilão de parte da maior mina de nióbio do mundo – que tem o governo mineiro como sócio –, que
estava previsto para acontecer no início deste ano, foi adiado por causa da situação desfavorável no mercado. Com esse leilão, o
governo pretendia adiantar o recebimento de royalties do nióbio para terminar de pagar o 13º dos servidores de 2019 e deixar a folha
de pagamento em dia.
“A operação (o leilão) está pronta, mas hoje não há capacidade para colocá-la no mercado”, afirma o secretário de Fazenda, Gustavo
Barbosa.
Para regularizar o pagamento de salários, o governo de Minas também contava com um aumento de 9% na arrecadação neste ano.
Em abril, porém, houve queda de 20% e a estimativa para maio é de recuo de 40%.
Apesar dessa redução brusca na receita, o governo conseguiu quitar os salários dos servidores – com atraso – no mês passado. Isso
foi possível porque recebeu R$ 781 milhões de um precatório da Justiça do Paraná que não estava previsto. Sem recursos extras, o
pagamento em maio, no entanto, está ameaçado. “Até o dia 15, vamos pagar o referente a abril só para o pessoal da segurança e da
saúde. O restante não tem previsão, mesmo com a ajuda da União”, afirma Barbosa.
A folha líquida de pagamento de Minas chega a R$ 2,8 bilhões. O Estado receberá R$ 3,4 bilhões do governo federal, montante que faz
parte do plano federativo de enfrentamento ao coronavírus. Desse total, poderá destinar R$ 3 bilhões, ou R$ 750 milhões por mês, a
áreas não relacionadas à saúde.
O professor aposentado Albaney Pereira é um dos servidores que ainda não receberam nem o 13º de 2019. Do total dos funcionários
do Estado, 18% estão nessa situação. No mês passado, com o atraso na aposentadoria, Pereira quitou suas contas com a antecipação
da primeira parcela do 13º de 2020 feita pelo INSS – ele tem uma segunda aposentadoria por também ter trabalhado em escola
particular. Agora, Pereira está apreensivo com o próximo pagamento.
Também professora, Adelúzia de Magalhães Barbalho conta que já avisou o síndico do prédio em que mora que só poderá pagar o
condomínio neste mês se receber do governo.
Corte de gastos. Dada a retração nas receitas, Minas trabalha no contingenciamento de despesas. Parte dessa conta será, novamente,
paga pelos funcionários públicos. Barbosa afirma que não há uma previsão para pagar o terço constitucionais de férias. Além disso,
50% dos gastos discricionários de todas as secretarias, com exceção da de Saúde, devem ser cortados.
Apesar de estar sendo poupada agora, a Secretaria de Saúde de Minas enfrenta problemas nas contas. Um dos programas que
destina recursos a hospitais filantrópicos recebeu, entre janeiro e março, apenas 75% do valor previsto. Diante da pandemia, o valor foi
repassado integralmente em abril. A Secretaria de Saúde afirmou que a situação fiscal de Estado era gravíssima antes mesmo da
pandemia do coronavírus. “2019 foi um ano de saneamento de dívidas herdaras da gestão anterior, inclusive com a regularização do
pagamento de fornecedores da Secretaria, valores que chegavam a mais de R$ 400 milhões”, informou nota do órgão./L.D.