Apresentação rasível dos reis gestão dos serviços de urgência - ses

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Belo Horizonte/MG 18 de outubro de 2011 Gestão dos Serviços de Gestão dos Serviços de Urgência: Desafios e Urgência: Desafios e Soluções Soluções Rasível dos Reis Santos Júnior Coordenador Estadual de Urgência e Emergência Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

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Belo Horizonte/MG18 de outubro de 2011

Gestão dos Serviços de Gestão dos Serviços de Urgência: Desafios e SoluçõesUrgência: Desafios e Soluções

Rasível dos Reis Santos JúniorCoordenador Estadual de Urgência e EmergênciaSecretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais

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“Viver é negócio muito perigoso”

João Guimarães Rosa

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Uma Crise Mundial

• Departamentos de urgência(Pronto-socorros) sempre lotados

• Dificuldade de internação dos pacientes• Recusa de recebimento de ambulâncias• Transporte fragmentado e desorganizado• Ausência de atendimento especializado• Atendimento e lotação nos serviços de urgência

de pacientes de baixo risco• Sistema despreparado para maxi-emergências ou

aumento da procura

Hospital-Based Emergency Care: At the Breaking Point http://www.nap.edu/catalog/11621.html

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O Sintoma

•A Hiperlotação dos Departamentos de Urgência:

Pronto-socorros,UPAs, Policlínicas, PAs, UAIs, etc.

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Definindo a superlotação

• Todos os leitos do SEH ocupados

• Pacientes acamados nos corredores

• Tempo médio de espera por atendimento acima de uma hora

• Alta tensão na equipe assistencial

• Grande pressão para novos atendimentos

Bittencourt e Hortale

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Definindo a superlotação

• Todos os leitos disponíveis no P.S. estão ocupados mais de 6 horas por dia;

• Pacientes admitidos têm que ficar nos corredores do P.S. por não haver leitos disponíveis na internação; ou

• O número de horas que o P.S. fica fechado devido à saturação ou opera em regime de não aceitação de ambulâncias.

Derlet e cols.

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Fatores que contribuem para a superlotação

• Aumento da permanência no SEH – marcador

• Falta de leitos de internação – causa

• Atraso diagnóstico e tratamento – consequência

• Baixo desempenho do sistema de saúde

• Aumento da mortalidade

Bittencourt e Hortale

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As Soluções Apontadas

• Estruturação em Rede• Coordenação e Comando único• Regionalização• Categorização de Serviços (concentração x dispersão)• Linguagem única (protocolos e linha guia)• Accountability (transparência)• Trabalhar com indicadores que avaliem a performance

dos serviços e também a performance da rede ( ex: mortalidade por trauma maior nas primeiras 24 horas)

Hospital-Based Emergency Care: At the Breaking Point http://www.nap.edu/catalog/11621.html

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AS DIFERENÇAS ENTRE AS CONDIÇÕES AGUDAS E AS CONDIÇÕES CRÔNICAS DE

SAÚDE

CONDIÇÕES AGUDAS• DURAÇÃO LIMITADA

• MANIFESTAÇÃO ABRUPTA

• AUTOLIMITADAS• DIAGNÓSTICO E

PROGNÓSTICO USUALMENTE

PRECISOS• INTERVENÇÃO

USUALMENTE EFETIVA• RESULTADO: A CURA

CONDIÇÕES CRÔNICAS

DURAÇÃO LONGA MANIFESTAÇÃO

GRADUAL NÃO AUTOLIMITADAS

DIAGNÓSTICO E PROGNÓSTICO

USUALMENTE INCERTOS INTERVENÇÃO USUALMENTE COM

ALGUMA INCERTEZA RESULTADO: O CUIDADO

FONTE: VON KORFF (1997); ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (2003)

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FONTE: IBGE (2004)

A Transição DemográficaA Transição Demográfica

9% da população idosaBRASIL2005 a 2030 15% da população idosa

20 MILHÕES MAIS DE 40 MILHÕES

1980 1990 2000

2005 2010 2020 2030

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A Mudança do Modelo de Atenção à Saúde no SUS

Do modelo de atenção à saúde voltado para as condições agudas: os sistemas fragmentados de atenção à saúde.

Para o modelo de atenção à saúde voltado para as condições crônicas e agudas: as redes de atenção à saúde.

FONTE: MENDES (As redes de atenção à saúde , 2009)

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Uma Base Conceitual

•Uma população- Região

•Os Componentes:1.Pontos de Atenção(hospitais, UPAs, UBS)

2.Pontos de Apoio Operacionais(SADT, Sistemas de registro)

3.Logística

4.Governança

•Um modelo de atenção

Fonte: Mendes - As redes de atenção à saúde 2009

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O Protocolo de Manchester : Classificação de Risco

VERMELHO Emergência 0 minutos

LARANJAMuito

urgente10 minutos

AMARELO Urgente 60 minutos

VERDEPouco

urgente120 minutos

AZUL Não urgente 240 minutos

FONTE: MACKWAY-JONES et al. (2006)

Um Modelo de Atenção

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“Um galo sozinho não tece uma manhã”

João Cabral de Melo Neto

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Fonte: Resources for Optimal Care of the Injured Patient 2006

Outros Pontos de urgência

Lesões leves e moderadas

Hospitais nível 3 e 4

Lesões moderadas e graves

Hospitais nível 2Lesões mais gravesHospitais de nível 1

mer

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O SISTEMA INCLUSIVO DE ATENÇÃO AO O SISTEMA INCLUSIVO DE ATENÇÃO AO TRAUMATRAUMA

GRAVIDADEGRAVIDADE

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Um Modelo de Atenção• O sistema de urgência se relaciona com 3 variáveis:

1. Gravidade (risco)

2. Recurso necessário

3. Tempo de resposta

• O modelo de atenção nas condições agudas deve ser uma linguagem que comunique os pontos de atenção e a logística num fluxo que contemple as 3 variáveis acima.

• Um sistema de urgência trabalha com diagnósticos sindrômicos ou classificação de riscos (Prioridade clínica)

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Acesso

FONTE: MENDES (As redes de atenção à saúde -2009)

Princípios Organizativos das Redes de Atenção à Saúde e sua Dinâmica

• Economia de escala

• Disponibilidade de recursos

• Qualidade

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Separar os problemas

• Problemas de entrada

• Problemas de passagem ou processamento

• Problemas de saída

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GESTÃO SUPRIMENTO FINANCEIRO GESTÃO PESSOAS

LABORATÓRIO

NUTRIÇÃO RADIOLOGIA HIGIENE E LIMPEZA SERVIÇO SOCIAL

MACRO-PROCESSOMACRO-PROCESSO

PROCESSOS FINALÍSTICOS

PROCESSOS ESTRATÉGICOS

QUALIDADE

PROCESSOS DE APOIO

GESTÃO CLÍNICA

CLASSIFICAÇÃO DE RISCO

AVALIAÇÃO MÉDICA

SEGUNDA OPINIÃO

MEDICAÇÃO

OBSERVAÇÃO

FARMÁCIASERVIÇO PRONTUÁRIO

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Problemas de Entrada

• Aumento das condições crônicas

• Falta de acesso à atenção primária e ambulatorial

• Facilidade de acesso a exames e imagens

• Cultura de opção pela facilidade

• Rede de proteção social fragilizada

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Volume x Prioridade

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Beneficiência Portuguesa-SP

1%

6%

22%

65,5%

1,5%4%

Volume de pacientes x classificação de manchester - período de jan à ago 2010

Vermelho Laranja Amarelo Verde Azul Branco

Houve volume de pacientes com classificação vermelho atendidos, porém sem

expressividade percentual. O valor absoluto não atingiu 100

casos no período.

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Problemas de passagem pelo Pronto Socorro

•A gestão Clínica

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RISCO RELATIVO VERMELHO

LARANJA

AMARELO

VERDE

AZUL

SEM TRIAGEM

Readmissão até às 72h 0,00 0,84 6,54 0,58 0,00 0,00

Duração superior a 6h 1,33 3,52 3,98 0,38 0,67 0,00

Internação diferente de Cuidados Intensivos

5,74 7,16 2,45 0,19 0,10 0,27

Internação em Cuidados Intensivos

511,63 0,79 0,24 0,00 0,00 3,86

Realização de 2 ou mais análises iguais

0,00 0,84 6,54 0,58 0,00 0,00

Realização de 2 ou mais análises diferentes

1,39 5,97 2,64 0,11 0,00 0,00

Realização de 2 ou mais exames de imagiologia

0,60 7,52 4,31 0,20 0,14 0,02

Realização de 2 ou mais medicações EV

1,45 1,68 6,12 0,37 0,15 0,05

Observação por 2 ou mais Médicos

0,95 3,89 3,87 0,35 0,08 0,00

Machado 2007-Tese de Mestrado- Universidade Nova de Lisboa

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Os Tempos

• Tempo de inscrição até a classificação de risco

• Tempo da classificação de risco

• Tempo entre a classificação de risco e o primeiro olhar médico

• Tempo entre o primeiro olhar médico e a decisão final (alta do P.S)

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Os Fluxos Internos

Fonte:HFF

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Contingency Plan

Nível 1 - Amarelo Departamento de Medicina

Nível 2 - Laranja Departamento de Cirurgia

Nível 3 - Vermelho Todos os Departamentos

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Action Charts

Nível 2: Laranja

*Informar a Direcção Clínica caso a medida anterior não tenha sucesso, indicando, para todos os doentes internados na UICD, a data prevista para a alta e quais os doentes estáveis e com menores necessidades de cuidados clínicos, e, como tal, transferíveis para camas de retaguarda

**O reforço dos médicos deverá ser decidido pela direcção clínica em função dos recursos disponíveis no momento. O reforço de enfermeiros e AAMS deverá ser decidido pela enfermeira de serviço em função dos recursos disponíveis no momento

Nota:As medidas são cumulativas, ou seja, todas as medidas de um nível inferior são accionadas quando os níveis superiores são activados

Fonte:Equipa de Projecto

Nível 3: Vermelho

SUG Transferir, se possível, doentes da UICD para vagas identificadas nos pisos até alcançar 40 doentes internados

na UICD* Reforçar os recursos humanos na UICD em 1 Médico, 1 Enfermeiro e 1 AAM caso o número de doentes

internados ultrapasse os 45** Reforçar os recursos humanos na Áreas de Atendimento em 1 Médico, 1 Enfermeiro e 1 AAM caso o número de

admissões ultrapasse as 500 Reforçar as condições hoteleiras (roupas e refeições)

Serviços Utilizar todas as camas comuns disponíveis (incluindo as camas comuns nos pisos “cirúrgicos”)

Libertar camas de doentes com altas e forçar transferência de casos sociais Ocupar todas as camas de retaguarda disponíveis com doentes que necessitem de cuidados pouco

diferenciadosDirecção clínica e direcção de produção

Iniciar contactos com a ARSLVT com vista a fazer face a uma eventual necessidade extrema de camas Iniciar contactos com fornecedores de camas de retaguarda para contratação de camas de “excepção”

Cancelar a actividade programada complementar se as medidas anteriores não tiverem efeito

SUG Transferir, se possível, doentes da UICD para vagas identificadas nos pisos até alcançar 45 doentes internados

na UICD* Reforçar os Recursos Humanos na Área de Atendimento em 1 médico, 1 Enfermeiro e 1 AAM

Reforçar os Recursos Humanos na UICD garantindo um rácio de 1 médico e 1 enfermeiro para cada 8 doentes**

Criar área de excepção para doentes internados na sala de macas da área de atendimento 2 Reforçar as condições hoteleiras (roupas e refeições)

ServiçosUtilizar todas as camas no HFF

Dar altas a doentes internados que apenas aguardam MCDTs Reforçar as condições hoteleiras (roupas e refeições)

Aumentar a dotação de camas de todos os serviços em 10%, através da utilização de macasDirecção clínica e direcção de produção

Cancelar toda a actividade programada Transferir doentes para hospitais da ARSLVT

Transferir doentes para camas de retaguarda “excepcionais”

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A tomada de decisão médica: as variáveis de controle

• Exames Laboratoriais

• Radiologia

• Segunda opinião

• Medicações

• Falta de padronização

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Problemas de Saída: Gestão e Recursos

• Falta de leitos resolutivos

• Modelo de financiamento

• Gestão hospitalar distanciada do pronto socorro(60%)

• Cultura da “paisagem”

• Observação ou tomada de decisão?

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Propostas

• Estabelecer metas de tomada de decisão para as equipes com base nos tempos

• Estabelecer pactos com a rede externa

• Estruturas de “passagem” “reguladas”pelo P.S., mas atendidas pelo staff do hospital

• Leitos específicos no hospital se este atender urgência

• Lembrar sempre que para isto basta a decisão de gestão(política)

Cordeiro Junior, 2009

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Rede Regional de Rede Regional de Urgência e Urgência e EmergênciaEmergência

Macro NorteMacro Norte

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USB - Unidade de Suporte Básico

USA - Unidade de Suporte Avançado

Complexo Regulador

Unidade de Transporte Aéreo

Distribuição das unidades na Macro Distribuição das unidades na Macro Norte - MGNorte - MG

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Complexo ReguladorMacrorregião Norte/MG

SAMU 192 MACRO NORTE

Complexo ReguladorMacrorregião Norte/MG

SAMU 192 MACRO NORTE

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Central de Regulação

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RESULTADOS DA REDERESULTADOS DA REDE

* Dados de janeiro a fevereiro de 2009 referem-se ao serviço municipal em Montes Claros.

Fonte: SRSAMU/Sistema de Regulação SAMU.

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Dados Pirapora - MGADWHospital Pirapora

Fechamento do ano 2009

Fechamento do ano 2010

Último semestre 2009 Últimos 7 dias 2009

Acumulado até Dez 2010(2009 inclusive)

Último semestre 2010

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Dados Pirapora - MGADWHospital Pirapora x Unidades de atenção básica

Análise do primeiro dia do ano de 2011 no hospital em comparação com o histórico do hospital.

Importante observar a quantidade de pacientes verdes em um dia de feriado, quando as unidades de saúde básica estão fechadas.

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Fonte: SES-MG 2010 – O Choque de Gestão em Minas Gerais, vol. 2, p. 133

No Norte de Minas, a primeira região a receber as ações desse programa, o resultado foi a redução de 1.921 mortes em

2009.

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“Problemas complexos exigem soluções complexas e

sistêmicas”

Eugênio Vilaça Mendes

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