Apresentação para décimo segundo ano, aula 53
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Toda a busca de Blimunda de que se trata nestas páginas é consequência de
a) morte de Baltasar.b) fuga de Bartolomeu.c) acidente com a passarola, com a
elevação involuntária de Baltasar.d) morte de Bartolomeu.
No primeiro período do texto («Durante nove anos, Blimunda procurou Baltasar»), o valor aspectual durativo, imperfectivo, resulta, sobretudo, do
a) tempo verbal de «procurou».b) modificador «Durante nove anos».c) tempo de «procurou» e do valor de
«durante nove anos».d) sentido de ‘procurar’.
Da linha 7 até quase ao final da página, o tempo verbal preponderante (traduzindo uma marca aspectual relacionável com a persistência e duração das buscas de Blimunda) é o
a) Presente do Indicativo.b) Perfeito do Indicativo.c) Mais-que-perfeito do Indicativo.d) Imperfeito do Indicativo.
Em «não a esqueci eu» (l. 11), o pronome «a» tem como referente
a) «guarda real».b) «grisalha».c) Blimunda.d) «uma cara que não se esquece».
No mesmo trecho — «não a esqueci eu» (l. 11) —, o pronome de 1.ª pessoa corresponde
a) ao narrador.b) a Blimunda.c) a Baltasar.d) à cara.
Entre as linhas 7 e 10 («Onde chegava, perguntava se tinham visto por ali um homem com estes e estes sinais, a mão esquerda de menos, e alto como um soldado de guarda real, barba toda e grisalha, mas se entretanto a rapou, é uma cara que não se esquece») há
a) discurso indirecto livre.b) discurso directo, apenas.c) discurso indirecto, apenas.d) discurso directo, primeiro, seguido
de discurso indirecto.
Em «Julgavam-na doida» (l. 17), «na» é
a) a contracção da preposição «em» com o pronome «a».
b) a contracção da preposição «em» com o determinante artigo definido «a».
c) o pronome «a» precedido de «n» (justificado pela terminação nasal do verbo).
d) uma preposição.
Ser Blimunda conhecida como «Voadora» (l. 21) seria devido a
a) ter voado efectivamente.b) conhecer Bartolomeu, o Padre Voador.c) ter de referir a passarola, ao contar a
história de Baltasar.d) andar de terra em terra (voando,
metaforicamente).
«é bicho que nunca falta se a mulher lhe abre o covil» (l. 17) alude
a) ao assalto de um animal a um verdadeiro covil.
b) a actividades fornicatórias.c) à homossexualidade do
companheiro.d) a Baltasar.
«Passou por Mafra, soube de Inês Antónia que morrera Álvaro Diogo» (ll. 18-19) significa que o
a) cunhado de Baltasar morrera entretanto.
b) pai de Bartolomeu morrera entretanto.
c) irmão de Baltasar morrera entretanto.d) sobrinho morrera entretanto.
Em «e andando e buscando» (l. 48), o polissíndeto transmite-nos
a) o sentido denotativo de enumeração.b) a ideia de hesitação.c) o valor de acumulação obsessiva.d) um matiz aspectual perfectivo.
«Não comas, que o tempo é chegado» (ll. 8-9)
a) faz menção do estado de fadiga extrema de Blimunda e da sua morte iminente.
b) articula-se com o final, na medida em que o desfecho vai exigir o jejum de Blimunda.
c) serve para mostrar a pobreza a que chegara a protagonista e o seu despojamento.
d) acaba por ser contraditado no final, já que, se Blimunda não tivesse comido, o desfecho seria diferente.
António José da Silva — referido na l. 21 — é
a) uma personagem secundária, criada por Saramago, que já interviera em outros capítulos.
b) figurante ocasional, não implicando nenhuma alusão de ordem histórica.
c) alusão ao dramaturgo António José da Silva, o Judeu, personagem histórica.
d) alusão ao actor António Silva, numa mistura de épocas tão ao gosto saramaguiano.
No último parágrafo, percebemos que
a) Baltasar não chega a arder.b) Baltasar e Blimunda ardem em
conjunto.c) Blimunda recolhe o «espírito» de
Baltasar, apesar de este morrer.d) Baltasar, por prisão de ventre, não
tem vontade de fazer cocó.
Retomar a pergunta na resposta mas não fanaticamente:
Duas das funções das falas contidas...As falas neste excerto...
Articular o texto citado (aspado) com o texto que o precede (por parênteses, por travessões, por dois pontos).
Blimunda era persistente «tal tal tal», ...Blimunda era persistente («tal tal tal»), ...
a Blimunda
Blimunda
Baltazar
Baltasar
Acentos
Grupo I = 100 pontos
1 (12 + 8) = 202.1 (6 + 4) = 102.2 (12 + 8) = 203 (15 + 10) = 25
4 [= tepecê] (15 + 10) = 25
1.• progressivo apagamento da
consciência das unidades de medida do tempo;
• noção da passagem do tempo captada através de diferentes sinais físicos (partes do dia, espaços percorridos, variações meteorológicas, rostos de pessoas....);
• tempo longo, interminável;• tempo repetitivo ou cíclico (e
indiferenciado);• tempo fragmentado em múltiplos
elementos da experiência.
2.1• Blimunda («Já aqui estive, já aqui passei»;
«Não se lembra de mim, chamavam-me Voadora»; «Então cá vou, até um dia»; «Se o encontrar»).
• Narrador («e andando e buscando veio a descobrir como é pequeno este país onde nasceu»; «e dava com rostos que conhecia»);
• Interlocutora de Blimunda («Ah, bem me lembro, então achou o homem que procura-va»; «Não, não apareceu, nem nunca ouvi falar dele por estes arredores»).
2.2• reproduzir o que as personagens dizem
umas às outras;• introduzir o registo oral (de efeito
polifónico), imprimindo vivacidade e dramatismo à narrativa;
• produzir um efeito de real, materializando os encontros e conversas que Blimunda vai tendo durante a sua demanda;
• evidenciar a viva impressão que Blimunda deixa naqueles com quem dialoga;
• revelar sentimentos que a personagem deixa naqueles com quem dialoga;
• revelar sentimentos e emoções que a personagem desperta naqueles com quem fala, sobretudo solidariedade e compaixão;
• enfatizar o carácter incansável da demanda de Blimunda, que regressa a lugares por onde já passou, perseverando sempre na determinação de procurar Baltasar.
3. • a persistência, a determinação («Nove anos
procurou Blimunda»; «Milhares de léguas andou Blimunda»; «Em dois anos, foi das praias e das arribas do oceano à fronteira, depois recomeçou a procurar por outros lugares, por outros caminhos»);
• a resistência, o estoicismo («Milhares de léguas andou Blimunda, quase sempre descalça. A sola dos seus pés tornou-se espessa, fendida como uma cortiça»);
• a coragem, afrontando sozinha a dureza dos caminhos;
• o sonho, a constante esperança do reencontro («Quantas vezes imaginou Blimunda que [...] um homem se aproximaria [...] e ficariam falando até ao fim do tempo»).
• a atenção e a capacidade de observação («os rostos, os das mulheres para as perguntas, os dos homens para ver se neles estava a resposta»; «Já aqui estive, já aqui passei, e dava com rostos que reconhecia»;
• a pobreza («a pedir esmola»; «quase sempre
descalça»).
4. Um dos aspectos marcantes do
século XVIII evocados no romance é o comportamento da Inquisição e o absurdo dos autos-de-fé.
No romance há dois autos-de-fé: o primeiro, no capítulo V, em que assistimos ao desfile de condenados (padres, judeus, cristãos-novos, hereges e feiticeiros). É o caso da mãe de Blimunda, degredada para Angola por feitiçaria;
no último capítulo, Baltasar é queimado no auto-de-fé em que foi supliciado António José da Silva. Blimunda chegará a tempo apenas de recolher a sua vontade.
Inquisição e autos-de-fé, uma instituição e uma prática da Igreja Católica, durante séculos, tão desumana que ainda hoje nos horroriza.
A partir de agora, por favor, vão entregando os tepecês logo no dia para que foram pedidos.
Entrudo, Quaresma (procissão de penitência) [capítulo III]
todas as classes
a religião como pretexto para a prática de excessos; sensualidade/misticismo
Histórias de milagres e de crimes [XIV; II; XVII]
clero e povo;o frade ladrão
superstição e crendice;libertinagem
Autos-de-fé [V; XXV]
todas as classes
repressão religiosa e política; fanatismo
Baptizados e funerais régios [VIII; X]
rei e rainha; nobreza e clero;(povo assistindo)
luxo e ostentação;vida e morte como espectáculo
Elevação a cardeal do inquisidor [VIII]
clero e nobreza;(povo assistindo)
luxo e ostentação
Vida conventual [II; VIII]
frades e freiras;nobreza
desrespeito pelas normas religiosas; libertinagem
Tourada [IX]
todas as classes
o sangue e a morte como espectáculo
Procissão do Corpo de Deus [XIII]
todas as classes
sobreposição do profano ao sagrado;a libertinagem do rei
Cortejo de casamento [XXII]
casal real, infantes, nobreza, clero; (povo assistindo)
o casamento na realeza, a vida das mulheres;
luxo e ostentação;contraste com a miséria do povo;estado deplorável dos caminhos
TPC
Lê as estrofes 3-5, 42-54 e 83-84, do canto III, de Os Lusíadas. No fundo, trata-se de ler as pp. 40-46 do livro, incluindo as partes explicativas das autoras ou de outros autores transcritos. (Em aula, será testada a compreensão e/ou a leitura em voz alta.)