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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SO FRANCISCO COLEGIADO DE ENFERMAGEM

FATORES DE RISCOS PARA SILICOSE ENTRE TRABALHADORES EM UMA INDSTRIA DE GESSO.Massa Torres Marques Orientadora: Ana Cleide Silva Dias

INTRODUO A silicose constatada como a mais antiga, grave e prevalente das doenas pulmonares relacionada inalao de poeiras provenientes da extrao mineral (BON, 2006).

Qualquer trabalho que crie poeira respirvel de slica cristalina proveniente de matria bruta ou manufaturada pode colocar os trabalhadores em risco para o desenvolvimento de doenas relacionadas aspirao de slica (IBIDEM).

JUSTIFICATIVA A participao da slica na composio qumica da gipsita faz dos gesseiros um potencial grupo de risco para o desenvolvimento da silicose (OLIVEIRA, 2002).

No Brasil no existem estudos publicados que permitam quantificar a situao dos ambientes de trabalho quanto exposio slica (TERRA, 2011).

OBJETIVOSGeral:

Relacionar a influncia dos fatores de risco do ambiente de trabalho no desenvolvimento da silicose nos trabalhadores do gesso.

OBJETIVOSEspecficos: Identificar sinais e sintomas de silicose nos trabalhadores decorrentes a inalao do p do gesso. Verificar o uso de EPIs durante o servio, como forma de proteo a agravos.

OBJETIVOSEspecficos: Detectar fatores de risco para o desenvolvimento da silicose. Analisar o histrico de doenas respiratrias, bem como realizao de exames e tratamentos entre os trabalhadores.

METODOLOGIADesenho do estudo: Estudo exploratrio descritivo com abordagem quantitativa.

Local de Estudo: Indstria Gesso Paulista localizada no Plo Gesseiro na microrregio do Araripe.

METODOLOGIAPopulao do estudo: Todos os trabalhadores de gesso (n=51).

Coleta de dados: Questionrios semi-estruturado.

METODOLOGIAAnlise de dados: Statistical Package for the Social Science (SPSS) 17.0.

Consideraes ticas: Resoluo 196/96 do Conselho Nacional de Sade. Submetido e aprovado pelo Comit de tica em Estudos Animais e Humanos (CEEAH).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 01. Estatstica descritiva da frequncia e porcentagem das idades dos trabalhadores em funo do sexo. Trindade PE, 2011 Idade e Sexo 10-19 Masculin o Feminino Total % 20-29 30-39 40-49 50-59 Total

4 0 13 8%

25 0 11 48%

19 0 9 36%

4 0 6 8%

0 0 7 0

51 0 51 100%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES

A silicose uma patologia mais atuante no sexo masculino devido ao tipo de profisso exercida (SANTOS, 2010). Populao economicamente ativa (PEA) em sua maioria representado por homens principalmente durante a vida adulta. (IBGE, 2011).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 02. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem dos trabalhadores tabagista em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Tabagistas Sim Nmero % 14 27% No 37 73% Total 51 100%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES Em um estudo de base populacional realizado no Brasil em 1989 e 2003 considerou-se como fumante, em 1989, somente os fumantes dirios, enquanto no ano de 2003, os fumantes ocasionais foram includos na categoria "fumantes" (STRAMARI, 2009). Uma forma de atuar na preveno da silicose poderia ser reforando campanhas antitabgicas em populaes sob riscos ocupacionais, uma vez que podem ocorrer interaes entre o fumo e certos agentes ocupacionais (CARNEIRO, 2002).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 03. Estatstica descritiva da frequncia e porcentagem dos cargos exercidos pelos trabalhadores em funo da carga horria de trabalho diria em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Calcinador Britadorista Balanceiro Bloqueiro Plaqueiro Ajudante Total

Funo exercida x Carga horria 8 horas (1 16 horas (2 turno) turnos 9 0 6 0 8 0 7 0 11 0 10 0 51 0

% 18% 12% 16% 14% 21% 19% 100%

46%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES Matrias primas de origem natural, como a gipsita, necessitam de processos industriais, quem implicam em uma fonte potencial de poeira contendo partculas de slica respirvel (LIMA, 2005). As instalaes de beneficiamento (britagem, peneiramento, moagem e ensacamento), por sua vez, produzem quantidades muito grandes de poeira e de finos (IBIDEM).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 04. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem do tempo em anos da exposio dos trabalhadores aos agentes causadores da silicose em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Tempo de exposio aos agentes causadores da Silicose 10 anos 16 31% Total 51 100%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES

O tempo de exposio slica proporcional manifestao da silicose (CARNEIRO, 2002).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 05. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem de patologias respiratrias em funo do nmero de ocorrncia manifestada pelos trabalhadores em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.Patologias respiratrias Nmero 2 3 1 8 % 7% 11% 4% 30% 18% 30%

Asma Pneumonia Tuberculose Bronquite Tosse crnica Rinite

27

53%

5 8 Frequncia das Doenas Respiratrias

Uma vez Duas vezes Mais de 5 vezes

1710 0

63%37% 0%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES A silicose predispe o organismo a uma srie de comorbidades, pulmonares e extrapulmonares (CARNEIRO, 2002).

Comumente so diagnosticadas conjuntivite, rinite, amidalite, irritao nos brnquios e traqueia, sangramentos nasais e prejuzos ao olfato e paladar, ou doenas pulmonares crnicas, como exemplo, pneumoconiose, calcicosilicosis e fibrose pulmonar (MEDEIROS, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSES

O risco relativo de adquirir tuberculose de 2,8 vezes maior quando se compararam silicticos com no silicticos (CARNEIRO, 2002)

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 06. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem das sintomatologias respiratrias apresentadas por trabalhadores em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Tosse Dispneia Escarro Dor torcica Total

Sintomas respiratrios Nmero 11 26 13 ou 2 51% 0

% 42% 50% 8% 0%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES

A dispneia progressiva est presente nas trs formas clinicas (TERRA FILHO, 2011).

Outros sintomas como tosse e a expectorao (escarro) correlaciona-se com a resposta do sistema respiratrio a esse processo inflamatrio (SANTOS, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 07. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem da assistncia mdica prestada aos trabalhadores em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Acompanhamento Mdico

NumeroSim No 10 41

%20% 80% % 4% 96%

Exames complementaresNmero Sim No 3 49

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES Exames complementares devem ser reservado como mtodo de diagnstico complementar nos casos duvidosos ou para auxiliar no diagnstico diferencial com outras doenas (TERRA FILHO, 2011).

A maior sobrevida esta associada a medidas de controle ambiental e a terapia antimicobacteriana CARNEIRO, 2002).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 08. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem do uso dos equipamentos de proteo individual (EPIs) pelos trabalhadores em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Mscara Luvas culos Capacete Botinas Capa Protetor Auricular Total

EPIs utilizados pelos funcionrios Nmero 36 28 31 27 44 17

% 70,5% 54,9% 69,7% 52,9% 86,2% 33,3%

22

43,1%100%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES Em uma inspeo sanitria a indstrias de gesso, a Secretaria Municipal de Pernambuco encontrou problemas relacionados a segurana do trabalho (excesso de poeira, calor e rudo) (MEDEIROS, 2010). O NIOSH recomenda para minimizar o risco de doenas nos trabalhadores expostos a slica, a substituio de materiais por outros isentos de slica quando possvel (LIMA, 2005).

RESULTADOS E DISCUSSESTabela 09. Estatstica descritiva de frequncia e porcentagem da percepo sobre a importncia do uso de EPIs por trabalhadores em uma indstria de gesso. Trindade-PE, 2011.

Percepo sobre a importncia do EPI Nmero Sim No Total 33 18 51 % 65% 35% 100%

Fonte: Questionrio aplicado entre trabalhadores em uma indstria de gesso, 2011.

RESULTADOS E DISCUSSES O uso imprprio do EPI pode comprometer o desempenho, a segurana, o conforto fsico-emocional e a comunicao dos trabalhadores (BELTRAME, 2010). A capacitao continua tem papel fundamental para a melhoria da preveno (FERREIRA et. al. 2008).

Concluses Considera-se que o objetivo geral e especficos foram alcanados.

Conclui-se que a indstria de gesso representa risco para o desenvolvimento da silicose entre os trabalhadores, uma vez que esta apresenta:

Concluses Poeiras inalveis contendo partculas de slica .

Ausncia de EPI, mscaras, em aproximadamente 30% dos trabalhadores. A percepo sobre a importncia de EPI reduzida. O acompanhamento mdico e exames complementares so mnimos. Alm da amostra relatar histrias pregressas e atuais de patologias e sintomatologias associadas a silicose.

REFERNCIASALVES, L.C.C. Um olhar sobre o perfil funcional respiratrio de trabalhadores da indstria naval do Rio de Janeiro avaliados em ambulatrios de referncia em sade do trabalhador. Bol. Pneumol. Sanit., Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, dic. 2000 . Disponvel em: . Acesso 24 mar. 2011. AZEVEDO, R.G. Silicose na explotao de rochas ornamentais. 125f. 2009. Dissertao (Mestrado em Ecologia de Ecossistemas) Centro Universitrio Vila Velha, Vila Velha. Disponvel em: Acesso em: 31 abr 2011. BARAZZUTTI L.D. Silicose em Processo de Fundio de Peas Frente Nova Tecnologia. 107f. 2004. Dissertao (Mestrado Profissionalizante em Engenharia) Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. Disponvel em: < http://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/2412/1/ENSP_Disserta%C3%A7%C3%A3o_Souza_Daniel_Santos.pdf>. Acesso em: 31 abr 2011. BELTRAME, Andr Lomonaco et al . Efeitos da alterao do limite de slica cristalina no processo de seleo de respiradores. Rem: Rev. Esc. Minas, Ouro Preto, v. 63, n. 4, p.621-625. 2010 . Disponvel em: . Acesso em: 01 Nov. 2011. BON, A.M.T . Exposio ocupacional slica e silicose entre trabalhadores de marmorarias, no municpio de So Paulo. 323f. 2006. Tese (Doutorado) Faculdade de Sade Pblica Departamento de Sade Ambiental universidade de So Paulo, So Paulo. BRASIL. Ministrio da Sade. Conselho Nacional de sade. Resoluo n 196. Dispe sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Revista Biotica, Rio de Janeiro, Conselho Federal de medicina, v.4, p.15-25, 1996. Disponvel em: . Acesso em: 16 mar 2011. BRASIL. Segurana e Medicina do Trabalho. Portaria n 3.214, de 8 de junho de 1978. Normas Regulamentadoras. So Paulo:Ed. Atlas S.A, 2003. Disponvel em: . Acesso 16 mar. 2011. ______.Segurana e Medicina do Trabalho: lei 6514/77 e Portaria 3214/78. 47a ed. So Paulo: Atlas; 2000. BRUNNER & SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Mdico Cirrgica. 8 ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p.558,

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