Apresentação do PowerPoint · me a superar aquele percurso sem grandes dificuldades, claro está...

12

Transcript of Apresentação do PowerPoint · me a superar aquele percurso sem grandes dificuldades, claro está...

SinopseNatural de Linhaceira, Luís Garcia nasceu em 1973 na cidade de Tomar.

Mestre em Informática Educacional pela Universidade Portucalense é

Consultor de Informática. Formador desde 1994, ministra formação nas

áreas de Informática, Formação de Formadores e de Professores.

Participa com regularidade como orador em seminários e conferências

nas áreas de Informática, Educação e Escrita.

“Perguntam-me de quando, em quando, qual a razão que leva uminterveniente da área tecnológica a ter pretensões de escritor. Aresposta, que assaz me ocorre, é bem mais simples do que talvez eugoste de admitir, escrever completa e equilibra a pessoa que sou. Ditode outra forma, escrevo porque gosto!”

Premiado em diversos concursos literários nas categorias de Prosa e

Poesia entre 1989 e 2012, publica o primeiro livro de ficção em 2008, “A

lenda contada de uma vida escondida”. Tem prosa e poesia publicadas

em Revistas Culturais e Coletâneas em Portugal, Espanha, Inglaterra,

Brasil, Uruguai e Colômbia. Publica em 2010 “O encenador de vidas”,

um romance que obtém o 3º lugar no “I Concurso Literário Best Seller

Bubok”.

Em 2014, publica “Não sou Eça de Queiroz – O mundo de Jorge Jesus”,

o seu livro mais motivacional. Um livro que fala de sonhos e

competências.

REsumoEste é um livro que fala de competências. Um livro que fala de um

homem que sabe o que é começar por baixo, e construir uma carreira

passo a passo, em busca de um sonho! Jorge Jesus começou a carreira

como Treinador na 3ª divisão, em Portugal, passou por diversos clubes e

os seus conhecimentos táticos foram sempre elogiados.

Chegar a um clube de topo demorou vinte anos, mas conseguiu. Hoje

não há quem não o conheça, quem não critique a forma como trata a

língua portuguesa, mas ele não veio para nos ensinar a escrever, veio

para nos fazer, tal com ele, apaixonar pelo jogo da bola e nisso ele é um

mestre.

Qual foi a sua evolução como escritor?

Quando era mais novo, escrevi imenso, julgo que comecei a escrever

com alguma regularidade na escola primária. Lembro-me também de

um dia em que o meu pai me ofereceu “Constantino, guardador de

vacas e de sonhos” de Alves Redol… Algures entre esses dois eventos

nasceu uma vontade enorme de escrever. Penso que para escrever

temos primeiro de viver, por isso fiz uma pausa de quase 15 anos.

Quando voltei estava diferente, embora não me enquadre exatamente

num estilo definido identifico-me muito com o chamado Realismo

Mágico, mas sei que estou, ainda, bem longe de o atingir.

Onde vai buscar as ideias para criar as suas histórias?

Tal como disse anteriormente acredito que para se escrever tem primeiro

de se viver. Isto não significa que eu escreva exclusivamente sobre as

minhas experiências, aliás escrevo muito acerca do que não vivi. Se eu

dissesse que escrever para mim é quase um transe, poderia parecer

presunção, poderia parecer que estou a tentar criar uma imagem

romântica do ato em si, mas por outro lado não estaria, de todo, a

mentir.

EntrevistasTem algum ritual próprio para escrever?

Não tenho, nem tempo, nem espaço específico, mas gosto, preciso,

também, de escrever como o fazia na infância e adolescência, sem

qualquer tecnologia para lá da caneta e do papel. Gosto de

guardanapos de café mas também de recibos, aliás escrever um poema

num recibo, tem para mim, o sabor a justiça poética.

Qual a melhor parte de escrever e de ver o seu livro publicado?

Escrever é para mim viver o sonho, por outro lado não posso dizer que

escrevo para mim, e que não me interessa se sou lido ou não. É claro

que me interessa. Eu quero que os meus livros tenham leitores, só assim

terão a vida que pretendo que tenham.

EntrevistasO que o levou a escrever o livro “Não sou Eça de Queiroz – O mundo de Jorge Jesus”?

O sonho. Para além da oportunidade que a Chiado Editora me deu, eu

diria que foi o sonho que me levou a escrever este livro. Ter um sonho é

algo arriscado no sentido em que nos pode ir prometendo tanto e ao

mesmo tempo, adiando a meta que queremos atingir. Como todos os

meninos da minha geração, também eu vibrava no pelado da minha

aldeia. Infelizmente a minha produção futebolística estava ao nível do

pior jogador do mundo. Penso no “Não sou…” como uma homenagem

ao sonho que não concretizámos, ou melhor, ao nosso sonho que

vimos concretizado por outra pessoa..

Porque é que os leitores devem ler este livro?

Eu diria que este livro fala de sonhos, mas estaria a tornar-me repetitivo.

Digo então que este livro é um romance que tem personagens reais,

com lágrimas de verdade e sorrisos que não enganam, este é um livro

que entrelaça motivação e competência, amores mas não ódios, porque

os extremos só são positivos, quando nos ensinam a melhorar.

Quem sou eu? Ao que parece nasci em Tomar na década de 70, para ser

mais correto em 1973, portanto, alguns milhões de anos depois da

extinção dos dinossauros mas anterior à Revolução dos Cravos. Tomar,

terra de lendas e de cavaleiros Templários, de tradição, História e beleza,

mas ainda assim considero Linhaceira, a aldeia onde cresci, o meu

verdadeiro berço. Foi lá que atirei as primeiras pedras aos meus amigos,

literalmente (as pedras), mas também foi lá que nos anos oitenta iniciei o

meu percurso escolar na Escola Primária de Linhaceira justamente o

mesmo edifício que o meu pai, muitos anos antes, inaugurara como

aluno.

Durante a primária dois professores marcaram-me de uma forma que,

considero hoje, contribui para as pequenas loucuras que escrevo. O

Professor António Godinho, que interpelo sempre que o encontro e a

Professora Palmira Leite, infelizmente já desaparecida, mas que teve em

dois momentos diferentes da minha vida uma grande influência para que

eu tivesse decidido e arriscado escrever coisas que minh’alma sente.

Aprendi a ler e a escrever, fazia quadras mais ou menos desajeitadas que a

minha Professora elogiava e o meu ego cresceu com uma facilidade

espantosa. Na altura só lia livros da Disney, mas se lesse António Aleixo

penso que me consideraria um sucessor digno. Agora até tenho

vergonha, sequer, de ter pensado alguma vez nessa (im)possibilidade.

Luis garcia

E porque jamais depois da partida da mãe sentira um sono assim, o Patudo fez a força que se faz quando o sonho é tão mais agradável e acordar dói tanto que apetece ficar ali, no faz de conta, até que fantasia e real se confundam e nos deixem escolher o futuro, e nos deixem aos olhos dos outros como apenas uns loucos que perderam o tino.

de “A lenda contada de uma vida escondida”

Depois da primária, fiz o Ciclo Preparatório no Entroncamento e o meu

mundo cresceu para além da minha amada Linhaceira. Foram dois anos

para conhecer colegas que não mais voltei a ver, dois anos para perceber,

por volta dos doze anos de idade que jamais seria aquilo que eu queria

ser quando fosse grande, jogador de futebol. Digamos que eu entrava

sempre nas equipas, nos campeonatos que duravam um intervalo, mas

para ir à baliza, posição que, geralmente, ninguém queria. No final do

segundo ano descobri que era míope e comecei a usar óculos…

Fantástico.

Durante o Ciclo fui um bom aluno e a confiança no que escrevia ajudou-

me a superar aquele percurso sem grandes dificuldades, claro está a

minha pior nota era a Educação Física. A seguir veio o sétimo ano, e

regressei a Tomar. Para minha alegria e contentamento, embora tenha

saltitado um pouco de escola em escola, mantive sempre pouso na minha

aldeia. Estudei três anos no antigo Colégio Nuno Álvares, de onde,

noutros tempos, saíram grandes nomes do nosso país. Para ser sincero

agradavam-me aquelas paredes amareladas e as carteiras cheias de

assinaturas e dedicatórias com anos e anos. Para ser sincero, já não fui um

aluno por aí além, mas uma coisa sempre me ajudou, a forma

despreocupada como eu escrevia. Verdade, verdadeira, às vezes corria

muito bem outras… bem outras nem por isso.

Luis garcia

Na idade de todas as fantasias, sabia que uma respiração suave e uma carinha serena lhe arrancariam ao relógio, no mínimo mais dois ou três minutos, parecendo isso que pudesse naquele espaço de tempo sem tempo, varrer a preguiça que lhe ia no corpo. E dava-se ao seu pequeno teatro.

de “Conta-me coisas”

Com o décimo ano acaba a etapa Colégio e avancei para o Liceu, ou

Escola Secundária de Santa Maria do Olival. Lembro-me que os meus pais

preferiam que eu escolhesse uma área técnica, mas eu sabia que queria

ser escritor e escolhi Humanidades…. Mentira eu queira era fugir à

Matemática e escolhi Humanidades. Fiz três anos entre os pingos da

chuva e ainda hoje me surpreende quando alguém me reconhece desses

tempos. Continuei a escrever e sempre que podia, por vezes incentivado

pela minha Professora de Português do 10º ano, da qual, com pena

minha, não recordo o nome, participei em Concursos, Revistas e

Suplementos Literários. Ganhei alguns prémios que guardo com carinho,

menos os que eram monetários que em bom tempo os gastei.

Terminei o 12º ano em 1992 e lembro-me de ir, todo contente, em 1993 a

Amora receber uma menção honrosa por um poema que escrevera com

16 anos, curiosamente ainda o sei de cor. Era de longe o premiado mais

jovem e recordo de receber o prémio e ouvir o júri dizer que esperava que

fosse o primeiro de muitos, eu não esperava, tinha a certeza e deixei de

escrever. A tecnologia apaixonou-se por mim, ou eu apaixonei-me pela

tecnologia e quando dei por mim a Informática era o meu dia-a-dia.

Estudei Comunicação e mais tarde fiz um Mestrado em Informática.

Atualmente tento terminar o Doutoramento, também em Informática.

Luis garciaMas voltemos um pouco atrás… Em 2008 reencontrei a minha Professora

da Escola Primária numa rua da cidade onde vivia (parece quase uma

música, mas não é, nem sequer sou eu a dar música). Recordámos o

passado, contei-lhe das minhas “informatiquices“ e despedimo-nos. E

provavelmente tudo seria diferente se, não sei porquê, do fundo da rua

não tivesse ouvido a voz da D. Palmira ralhar-me por ter trocado silabas

por bytes, e eu, atrapalhado, repliquei argumentando como podia. Ela

não ficou convencida. Sorri, ela nem por isso, e seguimos os nossos

caminhos. Curiosamente não a voltei a ver. Mas aquelas palavras ficaram

aqui dentro, a bater ao ritmo do meu coração e eu tive de repetir as

palavras que ouvira uma, duas, vinte vezes… Quando dei por mim

escrevera um pequeno conto que publiquei sob a forma de e-book e

aconteceu magia, gostei de escrever, ou melhor voltei a gostar de

escrever.

Em 2009 publiquei com a Chiado Editora um pequeno livro de contos e

senti-me lançado. Os anos seguintes no entanto provaram-me que para

ser escritor para além do dom, qualidade, é também necessário ter uma

estrelinha. Fui escrevendo, criei um blog, colaborei com algumas

antologias e revistas literárias e participei nalguns concursos literários.

Enfim fui sonhando com uma caneta na mão. Pelo meio publiquei um

romance e alguma poesia, mas não é fácil sair do anonimato.

Em 2011 Mia Couto veio a Tomar. Incrível Mia Couto em Tomar. Fui ouvi-

lo, pedi-lhe um autógrafo num exemplar de Jesusalém que, então, me

acompanhava diariamente e confesse-lhe a forma como o “conhecera”

anos antes através de “Cada homem é uma raça” que o meu pai me

comprou e me, vá lá, “obrigou” a ler. Já agora, obrigado pai. “Que seca

deve ter sido” disse-me Mia Couto. Anos antes quando olhei para a capa

azulada do seu livro talvez fosse levado a sublinhar seca, mas admito

quando comecei a descobrir o homem que inventa palavras, fiquei

viciado.

Já aqui tinha mencionado o facto de, a certa altura da minha vida, ser

quase um catedrático em Walt Disney. Pois bem, aí pelos meus 12 anos, o

meu pai fez uma coisa fantástica deu-me um computador e um livro. A

princípio pensei que era o manual do computador, mas não, pois na caixa

do Computador vinha escrito ZX Spectum e na capa do livro “Constantino,

guardador de vacas e de sonhos”. E aí estava, sim senhor podia

programar em Basic mas tinha de levar com Alves Redol. Tio Patinhas e

companhia, só no fim de ler as aventuras do pastor. E li, custou-me muito,

mas li todinho. E agora reconheço, ganhei um gosto para não mais

perder, até porque quando me desabituei de ler, levei com o já

mencionado “Cada homem é uma raça” e o gosto ficou.

Luis garciaA verdadeira história vai literalmente, dentro dele. O corpo cede. O coração escuta. O silêncio faz-se. O encenador de vidas perde-se do mundo e os aplausos cessaram com ele.de “O encenador de vidas”

Um momento mágico.As palavrascaem como minutosnas mãos do tempo,apenas um sorrisocomo expressãoda minha alegria!de “A noite passada”

Em 2012 diziam que não havia mais calendário Maia, eu confesso que

Maia me recordava a Abelha, e vá lá o Eça de Queiroz. O mundo não

acabou mas eu tomei uma decisão. Vou esperar uma oportunidade para

sentir o sabor de ser escritor, nem que seja por uma semana, nem que

seja por um dia, mas vou esperar, nem que seja sentado. E esperei.

Sentado.

Em junho deste ano, Jorge Jesus dá uma entrevista onde afirma que não

é Eça de Queiroz. No Facebook multiplicam-se as partilhas da entrevista e

Gonçalo Martins, Editor e CEO da Chiado Editora afirma que, embora

nunca lhe houvesse passado pela cabeça antes, quer muito editar um

livro sobre o Técnico português. “O livro já tem nome, Não sou Eça de

Queiroz – O mundo de Jorge Jesus” escreve na sua página do Facebook

“Quem avança?” provoca. Lembro-me de ter respondido “Eu faço”.

Trocámos algumas mensagens, fico a saber que o Gonçalo quer ter o

livro pronto em Julho e eu digo-lhe que sim, que sou capaz.

Escrever é algo que eu quero, “Quero muito” afirmei com convicção, ele

desafiou-me e eu escrevi o livro em pouco mais de uma semana, com

longos serões, noite dentro, até altas horas da madrugada. Falta

acrescentar que no dia seguinte pelas sete da manhã tinha de estar

levantado e pronto para começar a dar formação às oito.

Luis garciaEnviei o original ao Gonçalo que me disse que estava bom. Perguntei-lhe

porque arriscava num desconhecido como eu, ele respondeu “foi um

feeling”. Lembrei-me da decisão que tomara em 2012 e agradeci àquele

estrangeirismo.

No dia em que fiz 41 anos fui almoçar, casualmente, a um Shopping em

Leiria e por acaso, ao passar por uma Livraria bem conhecida lá estava na

secção de desporto “Não sou Eça de Queiroz – O Mundo de Jorge

Jesus”, o meu sonho realizava-se, em 2014 sentira a adrenalina de

escrever um livro, com prazo, arriscando dececionar o Editor… Mas agora

olhando para aquelas 200 e tal páginas as peças juntavam-se. A minha

esposa que fez o favor de ler e reler o original enquanto eu o escrevia

tirou-me uma fotografia com o meu filho e com o livro….Se Warhol tiver

razão e aqueles tiverem sido os meus 15 minutos de fama, pelo menos

tenho uma fotografia que me avivará a memória, noutros dias…

Mas sabem uma coisa, a fama não é magia. Mágico é poder olhar para

uma folha em branco e enchê-la de pequenas loucuras, as minhas

pequenas loucuras. Quem sou eu? Eu sou o Luis Garcia e aqui em casa

às vezes, mas mesmo só às vezes, chamam-me escritor.

contactos

luisgarcia.com.pt

facebook.com/luisgarcia.com.pt

[email protected]

bibliografiaROMANCE

A LENDA CONTADA DE

UMA VIDA ESCONDIDA

2008

O ENCENADOR DE

VIDAS

2010

BIOGRAFIA

NÃO SOU EÇA DE

QUEIROZ – O MUNDO

DE JORGE JESUS

2014

CONTO

CONTA-ME COISAS

2009

POESIA

ERROS E OUTRAS

FICÇÕES

2009

O HORIZONTE DO

BEIJO

2009

POESIAS EM

CONSTRUÇÃO

2010

A NOITE PASSADA

2011

Escrever completa o sonho, prova que não estamos sós no universo das nossas emoções!