APRESENTACAO DA AVALIAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS NAS SETORIZAÇÕES DE RISCO REALIZADAS NO ESPÍRITO...

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  AV A L IA ÇÃ O DOS DADOS OBTIDOS NAS SETORIZAÇÕES DE RISCO RE A L IZADA S NO ESPÍRIT O SA NTO Lazaretti, Andrea Fregolente – [email protected] .br; Pinho, Deyna – [email protected]; Silveira, Maria Cecília Medeiros – maria.silvei [email protected] .br; Antonelli, Tiago – [email protected]; dos-Santos, Luiz Fernando [email protected] .br ; Deslizamentos e Corrida de Detritos – Baixo Guandu,ES – Dezembro de 2013.

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O mapeamento de riscos geológicos realizados pelo SGB/CPRM, até janeiro de 2015, setorizou 59 municípios, o que representa cerca de 76% do território do ES. Tem-se, em números, mais de 310 mil pessoas em risco em aproximadamente 66 mil moradias e, até o momento, nas áreas densamente povoadas (urbana ou rural), um total de 757 setores de risco identificados. Com base nas tipologias dos processos adversos avaliados, nas áreas de risco de grau Alto, os deslizamentos (planares, rotacionais e em taludes de corte e aterro) representam 42,81%, as quedas e rolamentos de blocos 16,34%, os processos erosivos (sulcos, ravinas entre outros) 10,46%, as inundações (associadas às planícies das principais bacias de drenagem) e enchentes (canal dos rios) 29,41%, e os solapamentos de margens 0,98%. Para as áreas de grau Muito Alto os deslizamentos participam com 69,34%, quedas e rolamentos de blocos 15,57%, processos erosivos 7,78%, inundação e processos associados 7,08%, e solapamento de margens 0,24%. As inundações e enchentes predominam nas áreas de risco de grau Alto, geralmente em áreas de relevo pouco acidentado associado a formações sedimentares. Os processos de deslizamentos estão intrinsicamente ligados à compartimentação geológica e também à geomorfologia, sendo maioria nas áreas de risco classificado como Muito Alto. Os fatores naturais predisponentes somados à ação antrópica e falta de intervenções estruturais são os principais condicionantes deflagradores de processos geradores de risco geológico.

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 AVALIAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS NASSETORIZAÇÕES DE RISCO REALIZADAS

NO ESPÍRITO SANTO 

Lazaretti, Andrea Fregolente – [email protected];

Pinho, Deyna – [email protected];

Silveira, Maria Cecília Medeiros – [email protected];

Antonelli, Tiago – [email protected];

dos-Santos, Luiz Fernando – [email protected] ;

Deslizamentos e Corrida de Detritos –

Baixo Guandu,ES – Dezembro de 2013.

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INTRODUÇÃO

Desde novembro de 2011 o Serviço Geológico do Brasil – CPRM  vem atuando no Estado do Espírito Santo,realizando mapeamento de riscos geológicos considerando os graus  Alto a Muito Alto  para processosde movimentos de massa, inundações e enchentes, emmetodologia própria (Sampaio et al.  2013), adaptada de

Carvalho, C.S; Macedo, E.S.; Ogura, A.T; 2007 .Até  janeiro de 2015, o SGB/CPRM mapeou em todo o

Brasil 860 municípios. O Espírito Santo conta com 59 destes municípios, cobrindo 76% do estado.

Municípios setorizados pela CPRM entre 2011 e abril de 2015 em todo oterritório nacional. 

Já atingimos 1.050!

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RELAÇÃO ENTRE GEOLOGIA E

PROCESSOS 

Nos gnaisses-migmatitos, em geral rochas muitodescontínuas e de grande anisotropia mecânica, ocorremais facilmente o desplacamento das rochas em grandesblocos ou lascas bem como queda destes, na presença de

solos, mesmo pouco espessos, são locais mais favoráveisa ocorrência de deslizamentos e corridas. Já nas regiõesde granitoides, também há a ocorrência de blocos e solo com grande potencial natural erosivo  e, nas áreas decoberturas mesozoicas e cenozoicas representada pelasformações sedimentares, por vezes bastante friáveis,com avançada ação de intemperismo físico e químico.

Exemplo da Formação Barreiras em corte de estrada, com alto grau deintemperismo (A) e dos granitoides sustentando os relevos mais altos, comfeições de escorregamentos (B), na região de Aracruz – ES (Fonte: Tiago

Antonelli / CPRM, 2014).

 A B

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MUNICÍPIOS SETORIZADOS

Estes 59  municípios, representam cerca de 9,16%  dapopulação brasileira em áreas de risco (310.350 mil pessoas), em65.906 moradias (8,16% do total nacional), para um total de 757

setores de risco Al to e Muito Alto.

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ESTATÍSTICAS DOS PROCESSOS

Processos  Al to % Alto Muito Alto

%Muito Al to

Total

Inundação 91 75 31 25 122Queda e

rolamento de

blocos

50 43 67 57 117

Erosão 30 51 29 49 59Deslizamentos

em taludes80 53 70 48 150

Deslizamentosplanares

55 19 224 82 279

Deslizamentosrotacionais

0 0 5 100 5

Rastejo 3 20 12 80 15Ravinamentos 2 40 3 60 5

Sulcos 0 0 1 100 1Solapamento de

margens3 75 1 25 4

A predominância no estado é por processos do tipo

deslizamentos  (434 setores em todos os municípios),seguido pela inundação  (122 setores em 49 municípios),pela Queda/Rolamento de Blocos  (117 setores em 19municípios) e, pela Erosão (59 setores em 8 municípios) 

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ESTATÍSTICAS DOS PROCESSOS

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CONCLUSÕES 

Comparando-se todos os dados quantitativos dasocorrências geológicas aqui expostas, com a geologia doestado do Espírito Santo pode-se notar que a tipologia dosprocessos  de movimento de massa está intrinsicamenteligado à formação geológica do local  e, porconsequência, com o tipo de solo presente. A altasuscetibilidade  natural a movimentos gravitacionais demassa somada a ocorrência de chuvas intensas  eocupações sem o devido planejamento, configuram-se nocenário atual de áreas de risco geológico de graus  Altoe/ou Muito.

Diante disto, podemos concluir que a ação antrópica,tanto por construções irregulares edificadas sem os devidoscuidados geotécnicos, quanto pelo rápido avanço dodesmatamento, é um fator que aumenta e potencializa  aprobabilidade de deflagração desses e consequentementeprincipal fator agravante de risco geológico.

Sendo assim, é de extrema importância à divulgaçãodestes dados para os gestores em todas as escalas, bem

como estudos detalhados de mapeamento  (cartasgeotécnicas, de aptidão e outras) em escalas adequadas aoplanejamento urbano para o correto dimensionamentodas intervenções estruturais  onde necessário, e auxílionos planos de expansão dos municípios, evitando-se novosdesastres e para que a Defesa Civil execute seu trabalhode monitoramento e prevenção, como parte das .

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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PEDROSA-SOARES, A. C., NOCE, C. M., ALKMIM, F. F., SILVA, L. C., BABINSKI, M.,CORDANI, U., CASTAÑEDA, C 2007. Orógeno Araçuaí: Síntese do Conhecimento 30anos após Almeida 1977. Geonomos 15(1): 1 - 16 p.

PEDROSA-SOARES A.C., ALKMIM F. F., TACK L., NOCE C.M., BABINSKI M., SILVAL.C., MARTINS-NETO M.A. 2008 Similarities and diferences between the Brazilian and African counterparts of Neoproterozoic Araçuaí-West Congo orogen. In: Pankhrust R.,Trouw R., Brito-Neves B B., Wit M. de. 2007 . The Gondwana Peleocontinent in the South Atlantic Region . Special Publication; Geological Society of London, 294 p.

NOCE, C.M.; PEDROSA-SOARES, A.C.; DA SILVA, L.C.; ALKMIM, F.F 2007. Oembasamento arqueano e paleoproterozóico do Orógeno Araçuaí. Geonomos, v.15, No.

1, p. 17-23.SAMPAIO, T. Q., PIMENTEL, J., SILVA, C. R., MOREIRA, H. F. 2013. “A Atuação doServiço Geológico do Brasil – CPRM na Gestão de Riscos e Resposta a DesastresNaturais.” In: Congr. do Conselho Nac. de Secretários de Estado da Adm. – CONSAD deGestão Púb., VI, Brasília, DF.