Apresentação Carnes 2 Sem 2014
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13/08/2014
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1. INTRODUÇÃO
• Pode-se definir carne como tecidos animais adequados para utilização como alimento.
• Quase todas as espécies animais poderiam ser utilizadas porém as carnes mais
consumidas restringem-se principalmente àquelas provenientes de animais domésticos.
• De modo geral, podemos agrupar essas carnes nas seguintes categorias:
Carnes vermelhas: as provenientes de bovinos, suínos, ovinos e caprinos são os principais
exemplos, mas também podem ser citadas as carnes de búfalo, cavalo e outras espécies,
consumidas em maior ou menor quantidade em função de aspectos culturais e
disponibilidade
Carnes de aves: a principal representante dessa categoria é a carne de frango, mas
também são consumidas outras espécies de aves, como perus, patos, marrecos e codornas
Carnes de caça: consistem na carne de animais não domesticados.
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• Do ponto de vista bioquímico Carne = produto do resultado de diversas transformações
físicas, químicas e bioquímicas sofridas pelo músculo após o abate.
• Apesar da carne ser composta por diferentes tecidos, como adiposo, conjuntivo e nervoso,
seu principal componente é o tecido muscular.
• Esse tecido (muscular) passa por uma série de transformações químicas e físicas após o
abate dos animais, e essas transformações são amplamente influenciadas pelo manejo pré-
abate e pelos procedimentos de abate e resfriamento das carcaças, que podem influir nas
características de qualidade da carne.
• Músculos
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• Órgãos ativos do movimento
• Altamente especializados
• Possuem a capacidade de contrair e de relaxar
• São capazes de converter energia química em mecânica durante a
contração.
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2. ESTRUTURA DA CARNE
• Conhecer estrutura da carne, constituintes básicos e bioquímica do músculo
compreender as propriedades funcionais da carne como alimento.
• A carne é composta basicamente dos tecidos:
Tecido muscular
Tecido conjuntivo
Tecido epitelial
Tecido nervoso
2.1 Tecido Epitelial
• Constitui pequena parcela do peso do músculo (carne).
• Recobre algumas superfícies externas e internas do corpo, servindo como
proteção do organismo.
ESTRUTURA DA CARNE
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ESTRUTURA DA CARNE • A maior parte é removida no processo de abate
2.2 Tecido Nervoso
• O tecido nervoso constitui menos do que 1% da carne
• Formado por células altamente especializadas
• Quando estimulado é capaz de conduzir os impulsos nervosos rapidamente e
por distâncias relativamente grandes.
• Os impulsos nervosos são transmitidos pelas fibras nervosas (entremeadas no tec.
muscular)
2.3 Tecido Conjuntivo
• Ou tecido conectivo apresenta pequena quantidade de cél. e uma grande
quantidade de substância fundamental amorfa
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ESTRUTURA DA CARNE
• Principal função unir e manter ligadas as diversas partes do organismo,
atuando na defesa do organismo contra agentes infecciosos.
• Apresenta vários tipos, são eles: tecido conjuntivo propriamente dito, tecido
(conjuntivo) adiposo, tecido conjuntivo de sustentação.
• Na carne o mais importante é o propriamente dito, por possuírem as principais
fibras colágeno, elastina e reticulares, constituintes do tecido.
• Classificação comercial da carne indiretamente feita pelo teor de tec.
conjuntivo que a peça apresenta carne de 1ª X carne de 2ª
• É constituído por vários tipos de células que encontram-se imersas em uma
substância intercelular, designada como matriz extracelular
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ESTRUTURA DA CARNE • O tec. conjuntivo propriamente dito influencia diretamente na textura da carne
principalmente o teor de colágeno
• Dentro do tec. conjuntivo existem três tipos de fibras extracelulares:
Colágenas
Reticulares
Elásticas
Colágeno
• As fibras colágenas são constituídas pela ptn. colágena que é a mais abundante
do organismo animal (20 a 25%) do total de ptn. em mamíferos.
• Está diretamente relacionada com a maciez da carne colágeno é responsável
por parte da dureza de um corte cárneo
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ESTRUTURA DA CARNE
• Com da idade dos animais ocorre a formação de ligações cruzadas entre
moléculas de colágeno carne mais termo estável, ou seja, não se observa a
transformação em gelatina com o calor, o que torna a carne menos macia carne
mais dura
• Nos animais mais jovens sob o calor verifica-se sua transformação em gelatina, de
forma que a carne torna-se tenra carne mais macia
• As fibras de colágeno possuem alta resistência à tração, sendo praticamente
inextensíveis
• Individualmente são incolores, porém quando juntas apresentam a cor branca que
caracteriza os tendões.
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ESTRUTURA DA CARNE
Figura 1: fibra de colágeno
Figura 2: fibra de elastina
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ESTRUTURA DA CARNE
Elastina
• As fibras elásticas são formadas por microfibrilas e pela ptn elastina.
• A elastina tem pequena participação na constituição da carne (5% do total de
tec conjuntivo do músculo).
• Esta presente nos vasos sangüíneos e possui termo-estabilidade (interfere na
maciez), devido ao grande conteúdo de aas não polares e as ligações laterais
de desmosina
• É resistente às enzimas digestivas quase não contribuindo para o valor
nutritivo da carne.
• Com a cocção a elastina se intumesce e se alonga mas não se dissolve.
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ESTRUTURA DA CARNE 2.4 Tecido Muscular
• O tecido muscular é constituído por fibra (unidade estrutural) e sarcômero
(unidade funcional)
• Possui como característica a capacidade de se contrair utilizando o ATP
• Existem três tipos básicos de músculos: tecido muscular estriado (esquelético),
tecido muscular cardíaco e tecido muscular liso.
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ESTRUTURA DA CARNE
Figura 3: Tecido muscular
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ESTRUTURA DA CARNE
2.4.1 Tecido Muscular Estriado Esquelético ou Voluntário
• Recebem este nome por apresentarem estriações visíveis em microscopia
ótica.
• Representa de 35 a 65% do peso das carcaças
• Na operação de abate o que se busca é a transformação dos tecidos animais
em carne.
• Cada músculo estriado é constituído por milhões de células contrácteis.
• O citoplasma dessas células é repleto de unidades contrácteis filamentares
chamadas miofibrilas, que se dispõem longitudinalmente no interior das
células.
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• De 75 a 92% do volume total do
tecido muscular é composto por células
musculares sendo que o organismo
animal possui mais que 600 músculos
que variam enormemente em
tamanho, forma e função.
• As fibras musculares estriadas
esqueléticas das aves e mamíferos
possuem centenas de núcleos, com
comprimento de alguns centímetros
que diminuem de diâmetro nas
extremidades, formando um cone. Bioquímica de Alimentos - Professora Cristina Fantini
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ESTRUTURA DA CARNE
•Esse diâmetro é variável para uma mesma espécie, raça e sexo e por algumas
vezes dentro do mesmo músculo, oscilando de 10 a 100 nanômetros.
• No músculo as fibras são agrupadas paralelamente formando feixes de fibras
ou fascículos e os feixes estão associados de vários modos para formar os
diversos tipos de músculos.
1. Sarcolema
• Sarcolema é a membrana lipoprotéica, constituída por duas lâminas que
recobre cada fibra muscular.
• É bastante elástica para suportar as distorções que ocorrem nas fases de
contração, relaxamento e estiramento do músculo, possuindo invaginações ao
longo de toda superfície da fibra, formando os túbulos T.
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ESTRUTURA DA CARNE
2. Sarcoplasma
• O sarcoplasma tem por constituição 75 a 85% de água, gotículas de gordura e
grânulos de glicogênio, e de organelas, assim como de miofibrilas peculiares
ao músculo.
3. Miofibrilas
• As miofibrilas são estruturas cilíndricas, compridas e delgadas, com diâmetro
de 1 a 2 μm, orientadas na direção longitudinal da fibra e podem preencher
quase que totalmente o volume do sarcoplasma.
• Ordenam-se paralelamente, conferindo o aspecto estriado.
• O conjunto de miofibrilas encontra-se organizados em unidades
denominados sarcômeros que é compreendido entre duas linhas Z.
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ESTRUTURA DA CARNE
• As miofibrilas são formadas por um agrupamento ordenado de filamentos
grossos e finos paralelos entre si, cuja distribuição ao longo da miofibrila é
responsável pela formação de bandas.
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ESTRUTURA DA CARNE
4. Sarcômero
• Nos sarcômeros encontra-se filamentos elásticos, filamentos espessos de
miosina e filamentos delgados de actina.
• Nestas estruturas estão ptns como miosina, actina, titinina, nebulina,
desmina, tropomiosina e troponina
• Estas cinco ultimas proteínas são elásticas e prendem os filamentos de actina
à linha Z e mantêm os filamentos de miosina devidamente alinhados durante a
contração e relaxamento muscular .
• Os filamentos elásticos atuam na estruturação e manutenção dos
sarcômeros.
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ESTRUTURA DA CARNE
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ESTRUTURA DA CARNE • A miosina é uma das ptns que, com a actina e em presença de ATP, são
responsáveis pela contração muscular.
• Estas ptns são as principais componentes dos miofilamentos.
• Os filamentos grossos, com 10nm de diâmetro e 1,5 μm de comprimento são
os principais constituintes da banda A formados por cerca de duzentas
moléculas de miosina
• Os filamentos finos se compõem basicamente da proteína actina, têm 5nm
de espessura e estendem-se por cerca de 1μm em cada direção a partir da
linha Z, constituindo a banda I.
• Possuem ainda a tropomiosina e troponina.
• Os filamentos de miosina e actina tem grande afinidade e ligam-se
facilmente na presença do complexo troponina/tropomiosina. 22
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ESTRUTURA DA CARNE
Figura 10: desenho esquemático do filamento fino
Figura 11: Desenho esquemático da interação entre os filamentos finos e grossos
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ESTRUTURA DA CARNE
Figura 12: O sarcômero, mostrando a disposição dos filamentos de actina e os de miosina.
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TECIDOS MUSCULARES
2.4.2 Tecido Muscular Estriado Cardíaco
• O tecido estriado cardíaco é assim chamado pois também apresentam
bandas claras e escuras.
• Está na constituição do coração, possuindo contração rápida, involuntária e
rítmica, possuindo células ramificadas que se associam em discos intercalares.
2.4.3 Tecido Muscular Liso Involuntário
• O músculo liso está principalmente presente nas vísceras e contrai-se lenta e
involuntariamente.
• O músculo liso não apresenta bandas,aparecendo em quantidades pequenas,
principalmente nas paredes dos vasos sanguíneos
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CONTRAÇÃO MUSCULAR 2.5 Contração Muscular
• A contração muscular (CM) corresponde a um encurtamento das fibras musculares
como resposta a um estímulo nervoso, ocorrendo à medida que o filamento fino de
actina desliza sobre o filamento grosso de miosina.
Etapas da contração muscular:
O impulso nervoso chega á fibra muscular
Este é transportado pelo sarcolema até o RS (armazena íons Ca2+ )
Chegando ao RS , há alteração da permeabilidade da membrana do RS liberação
dos íons Ca2+ para o sarcoplasma
O aumento da [íons Ca2+] no sarcoplasma “ativa” os miofilamentos de actina e
miosina
No miofilamento fino (actina) o da [Ca2+] é sentido pela troponina que faz com
que a tropomiosina mude de configuração e libere os sítios ativos da actina
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CONTRAÇÃO MUSCULAR
No filamento grosso (miosina) o da [Ca2+] ativa a enzima ATPase da cabeça da
miosina, que quebra o ATP em ADP + Pi
Há ligação da miosina (cabeça da miosina) com a actina formação do complexo
actomiosina deslizamento dos miofilamentos finos sobre os grossos gasto de ATP
A CM pode ser resumidamente definida, como a formação do complexo actomiosina
há encurtamento do sarcômero
Esta condição perdura até que o cálcio seja retirado do meio.
2.5.1 Energia Adicional para CM
• A CM requer um dispêndio adicional de energia, além do que é normalmente
consumida pelo músculo em repouso.
• Esta energia é proveniente da hidrólise do ATP em uma reação catalisada pela enzima
miosina ATPase.
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Figura 13: Esquema da interação entre o filamento de actina e o de miosina, pela hidrólise do ATP, proporcionando o deslocamento do filamento para a realização da contração e relaxamento muscular
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CONTRAÇÃO MUSCULAR
• A actina tem grande afinidade com a molécula de miosina e com o complexo miosina-
ADP-Pi, mas pouca com o complexo miosina– ATP.
• Assim a hidrólise de ATP é responsável pela formação ou não do complexo
actomiosina.
• Pode-se concluir então que é necessário que haja a hidrólise da molécula de ATP, para
que haja a formação do complexo actomiosina.
• A quantidade de ATP presente no músculo é suficiente para suprir energia para
somente algumas contrações musculares.
• Um mecanismo muito rápido e eficiente deve estar disponível para a ressíntese de
ATP no músculo vivo.
• 3 caminhos possíveis 29
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• A 1ª reação é uma forma específica do tec. muscular obter energia rapidamente. É
dependente da [fosfocreatina no músculo]
• A 3ª reação somente ocorre quando o aporte de oxigênio no sangue não é suficiente
para que continue o metabolismo aeróbio durante a contração violenta do músculo.
• A CM é acompanhada da aparição de creatina e fosfato, de uma queda no conteúdo
em glicogênio e da formação de ácido lático.
Adenilato quinase
Glicólise anaeróbica
1) ADP + fosfocreatina ATP + creatina
2) 2 ADP ATP + AMP → fosfato
3) Glicose 2 lactato + 3 ATP
fosfocreatina quinase
CONTRAÇÃO MUSCULAR
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ABATE
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• Abate humanitário conjunto de procedimentos técnicos e científicos que
garantem o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural
até a operação de sangria no matadouro-frigorífico.
• Abate realizado sem sofrimentos desnecessários.
• Condições humanitárias devem prevalecer em todos os momentos
precedentes ao abate.
• Insensibilização é a operação mais crítica tem por objetivo colocar o
animal em estado de inconsciência, que perdure até o fim da sangria, não
causando sofrimento desnecessário e promovendo uma sangria tão completa
quanto possível.
• Principais operações ante-mortem transporte, manejo nos currais,
descanso e dieta hídrica, banho de aspersão, insensibilização e sangria
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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• Após o abate, ocorrem inúmeras reações físico-químicas que podem
perdurar durante horas ou até dias estas reações são responsáveis pela
qualidade e pela uniformidade da carne.
• Para se obter um produto uniforme e de qualidade é necessário conhecer e
controlar essas transformações podem ser consideradas como sendo um
processo de degradação gradual que, se continuar indefinidamente, poderá
levar hidrólise total dos tecidos e seus constituintes.
1) Homeostase é um sistema de proteção do corpo contra possíveis
alterações das condições fisiológicas, que possibilitam a sobrevivência do
animal sob condições adversas alteração circulação e da T muscular quando
ocorre a sangria.
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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2) Sangria inicio da transformação de músculo em carne
• São cortados importantes vasos sanguíneos nas proximidades do coração do
animal o organismo animal procura ajustar-se, mantendo um suprimento
normal de sangue aos órgãos vitais.
• Para isto, o batimento cardíaco aumenta e os vasos sanguíneos periféricos
contraem-se ocorre a eliminação de cerca de 50 % do sangue do corpo
• O sangue é o elo de comunicação entre o músculo e o ambiente externo.
Com a sangria, rompe-se esta comunicação e consequentemente o
suprimento de nutrientes e 02, essenciais ao metabolismo celular.
• Controle da temperatura do músculo quando vivo usa a comunicação pelo
sangue para dissipar calor com a sangria ocorre nos músculos uma ligeira
elevação de T
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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3) Falta de O2 fim do metabolismo oxidativo (aeróbico)
• Na falta de 02 célula muscular perde a capacidade de produzir ATP pela
via bioquímica aeróbia, que é mais eficiente.
• Na tentativa de manter a sua temperatura e a integridade estrutural
passa a consumir suas reservas energéticas e tenta gerar mais energia através
da via bioquímica que não requer 02 (anaeróbia) que é pouco eficiente e
resulta em acúmulo de ácido lático no interior da célula.
• O acúmulo de ácido lático provocará o abaixamento do pH do músculo.
• O valor de pH final da carne irá depender em grande parte do teor de
glicogênio do músculo no momento do abate.
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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4) Declínio do pH causado pelo acúmulo de ác. lático
• Com a sangria para sistema circulatório acúmulo de ác. Lático no
músculo.
• A veloc. de ↓ do pH e o seu valor final são valores extremamente variáveis
• Valor de pH do músculo e a velocidade em que este é atingido são
influenciados por vários fatores: espécie, tipo de músculo, variação entre
animais; manejo pré-abate, T
• Fatores mais importantes = reserva de glicogênio para glicólise
imediatamente após o abate e a influência da T externa
• Declínio normal do pH X Declínio rápido do pH X Pouco declínio do pH
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DECLÍNIO DO pH
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DECLÍNIO DO pH
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4.1) Rápido declínio do pH carne PSE
• Stress antes ou durante o abate provoca contração excessiva da musculatura
veloc. da glicólise é + alta veloc. de produção de ác. lático aumenta pH
cai rapidamente
• Quando o pH atinge valores baixos rapidamente, antes que a carcaça tenha
perdido o seu calor natural e o calor do seu metabolismo através do
resfriamento ocorre excessiva precipitação das ptns sarcoplasmáticas =
CARNE TIPO PSE = (Pale, soft, exudativa) = Pálidas, moles e exsudativas
• Esta anormalidade não ocorre nos bovinas
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RÁPIDO DECLÍNIO DO pH
Desnaturação protéica excessiva
• ↓ solubilidade das ptns ↓ CRA (capacidade
de retenção de água)
• ↓ CRA exsuda água superfície úmida
• Perda da intensidade da cor coagulação das
ptns sarcoplasmáticas aumenta o efeito da
reflexão da luz = cor mais clara superfície
pálida
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Principais causas carne PSE
RÁPIDO DECLÍNIO DO pH
• Stress pré-abate estado de excitação prejudica
circulação sanguínea deficiência de O2 glicólise
+ acelerada
• Fator genético teste do halotano
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POUCO DECLÍNIO DO pH
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4.2) Pouco declínio do pH carne DFD
• Stress antes do abate esgotamento das reservas de glicogênio
• Na hora do abate animal tem pouca reserva de glicogênio quantidade
de ác. Lático acumulado após o abate será pequeno menor queda do pH =
pH final + alto que normal (6,0 – 6,2) ocorre pouca ou nenhuma
precipitação das ptns sarcoplasmáticas = CARNE TIPO DFD = (Dark, firm, dry) =
Escuras, duras e secas
Principais causas carne DFD
• Stress pré-abate
• Jejum prolongado
• Exercício e manejo impróprio antes do abate
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FIGURAS PSE E DFD
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FIGURAS PSE E DFD
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FIGURAS PSE E DFD
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PSE - Carne pálida, flácida e exsudativa
Carne normal DFD - Carne ressecada na superfície, firme e escura.
Pálida Escura
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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5) Rigor Mortis rigidez muscular
• A rigidez é muito semelhante à CM que ocorre no animal vivo diferença
fundamental que se refere ao relaxamento não ocorre no Rigor Mortis.
• Tanto na CM, como na rigidez inúmeras ligações cruzadas se estabelecem
entre os filamentos das proteínas actina e miosina, formando actomiosina
• Na rigidez não existe mais energia na célula para romper estas ligações
• O aparente relaxamento que ocorre depois, é na verdade o resultado de uma
degradação física das linhas Z das miofibrilas Maturação
• Mudanças físicas que acompanham o Rigor Mortis perda de elasticidade e
extensibilidade e aumento de tensão.
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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ESTABELECIMENTO DO RIGOR MORTIS
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RIGOR MORTIS
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RIGOR MORTIS
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• Tempo 1 até 2 - Desenvolvimento do Rigor Mortis
Processo de formação das ligações actina-miosina (reversível)
O músculo começa e perder a extensibilidade
Diminuição do tamanho do sarcômero
• Tempo 2 - Estabelecimento do Rigor Mortis
Não existe mais energia nas células para desfazer as ligações do complexo
actomiosina
Perda completa da extensibilidade do músculo
O sarcômero atinge seu menor tamanho
• Tempo 2 a 3 - Resolução do Rigor Mortis (maturação da carne)
Processo enzimático
Hidrólise das proteínas celulares
Amaciamento da carne
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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6) Rigor Mortis X pH
• O declínio do pH e o estabelecimento do Rigor Mortis estão intimamente
ligados estão relacionados ao metabolismo energético (glicogênio)
• No pouco declínio do pH o estabelecimento do rigor é rápido devido ao
baixo suprimento inicial de energia (abate ocorre com ↓[glicogênio])
• No rápido declínio do pH o estabelecimento do rigor também é rápido,
devido a metabolização rápida da energia ou devido ao abaixamento excessivo
do pH que pode inibir reações químicas importantes no metabolismo
energético;
• Nos músculos com declínio normal de pH, o estado de rigor se desenvolve
lentamente.
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RIGOR MORTIS x pH
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ALTERAÇÕES APÓS O ABATE
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7) Maturação da carne resolução do rigor mortis
• A maturação é o amaciamento da carne que ocorre após o rigor mortis, durante a
estocagem refrigerada.
• Carne maturada é aquela resultante do processo que consiste em manter a carne
refrigerada sob temperaturas próximas de 0°C por um período suficiente para torná-la
não apenas macia, como também melhorar outras qualidades sensoriais inerentes,
como, por exemplo, o sabor.
• Mudanças químicas e estruturais que vão influenciar a maciez da carne
degradação da linha Z; degradação de desmina; degradação e desaparecimento de
troponina; degradação de titina e nebulina; aparecimento de polipeptídios de peso
molecular de 95 e 28 - 32 kDa, e a não degradação dos miofilamentos actina e miosina.
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MATURAÇÃO DA CARNE
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• Maturação comercial consiste em armazenar a carne em embalagens à vácuo em
temperaturas entre 0 - 1°C por um período de 15 a 21 dias.
• A embalagem a vácuo visa o retardamento do crescimento de bactérias aeróbicas
putrefativas e favorece o crescimento de bactérias lácticas produzem substâncias
antimicrobianas.
• A técnica para a preparação da carne maturada segue, de uma maneira geral, os
seguintes passos: 1) Retirada cuidadosa de aponevroses (gorduras, tendões) da
superfície das peças; 2) embalamento à vácuo, com filme termoencolhível; 3) manter
em refrigeração entre 0 - 1°C, durante 15-21 dias.
• Explicação mais aceita é ação de enzimas proteolíticas hidrolisando as proteínas
miofibrilares.
• Calpaínas e catepsinas.