Apresentação 4 apoio ao autocuidado

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AUTOCUIDADO APOIADO Curso “Doenças Crônicas nas Redes de Atenção à Saúde” Ministério da Saúde

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AUTOCUIDADO APOIADO

Curso “Doenças Crônicas nas Redes de Atenção à Saúde”

Ministério da Saúde

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O ADOECIMENTO

O adoecimento traz, para a vida da pessoa,

sentimentos complexos:

Quebra da continuidade existencial, ou seja o indivíduo

deixa de se conhecer como antes;

Interrupção e/ou suspensão de atividades antes

prazerosas;

Readaptação a limitações e novas condições físicas;

Possibilidade de morte

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A DOENÇA CRÔNICA

Quando este adoecimento é algo crônico, surge a

necessidade de novas adaptações.

Frequentemente, ao receber o diagnóstico de ser o

portador de uma doença crônica, a pessoa terá que

lidar com:

Aceitação do adoecimento, com consequente perda de

integridade física;

Manejo do tratamento de acordo com fatores de sua

vida particular;

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O CONTROLE

Após o diagnóstico, surgem novas necessidades:

Exames e consultas clínicas;

Medicações;

Mudanças de estilo de vida

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Sabemos o quanto torna-se difícil a transição de

PESSOA SAUDÁVEL para PACIENTE.

Muitas vezes essa pessoa precisa de auxilio para

adaptar-se às novas mudanças, principalmente as

referentes à mudança no estilo de vida;

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O CUIDADO ÀS DOENÇAS CRÔNICAS

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DOENÇAS CRÔNICAS

Entendemos que ao iniciarmos o acompanhamento da

pessoa com doença crônica, é necessário que fazer uma

estratificação de risco para doenças crônicas, afim de nos

auxiliar no acompanhamento deste paciente.

Você pode obter maiores informações sobre estratificação de

risco, nos casos: Joana, Vera e Samuel.

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VOCÊ SABIA?

Há evidências de que 70 a 80% das pessoas com

doenças crônicas, de menores riscos, podem ter

sua atenção à saúde centrada no autocuidado

apoiado, prescindindo de uma atenção constante,

focada na atenção profissional.

Em geral, essas pessoas interagem com as

equipes multiprofissionais da ESF.

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Segundo Mendes (2012), cerca de 80% dos

sintomas médicos são autodiagnosticados e auto

retratados pelos pacientes;

Deste modo, percebe-se a importância de oferecer

uma escuta qualificada às pessoas com doenças

crônicas, que são as verdadeiras prestadoras de

cuidados primários para si mesmas;

Podemos pensar em não mais considerá-las como

pacientes, mas agentes de sua saúde, provedoras de

seus cuidados.

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AUTO CUIDADO APOIADO

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AUTO CUIDADO APOIADO

O objetivo principal do Auto Cuidado Apoiado é

auxiliar as pessoas para que elas tornem-se

agentes responsáveis pela manutenção de seu

autocuidado.

Partimos do princípio de que as pessoas

portadoras de doenças crônicas conhecem tanto

quanto, de sua condição e de suas necessidades

de atenção, os profissionais de saúde

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AUTO CUIDADO APOIADO

Pode ser considerado como a prestação

sistemática de serviços educacionais e

intervenções de apoio para aumentar a confiança e

as habilidades das pessoas usuárias dos sistemas

atenção à saúde em gerenciar seus problemas, o

que inclui:

Monitoramento regular das condições de saúde,

Estabelecimento de metas a serem alcançadas,

Suporte para a solução desses problemas

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AUTO CUIDADO APOIADO

Envolve duas atividades interrelacionadas:

Prover informações sobre a prevenção e o manejo da

condição crônica;

Ajudar as pessoas a tornarem-se proativas na

prevenção e no gerenciamento da condição crônica.

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LEMBRE-SE!

Bons auto cuidadores são pessoas INFORMADAS e

PROATIVAS;

Muitas vezes nosso trabalho é auxiliar as pessoas a

aceitarem sua doença, possibilitando a percepção para

a necessidade do autocuidado

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DESTE MODO

Criamos possibilidades para que a pessoa:

Decida e escolha seu tratamento;

Adote, mude e mantenha comportamentos que

contribuam para a sua saúde;

Utilizem recursos necessários para dar suporte às

mudanças;

Superarem as barreiras que que o impedem de ter uma

melhoria da sua saúde.

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Para que o autocuidado se dê com efetividade, a

pessoa com doença crônica deve ter o apoio de

família, dos amigos, das organizações comunitárias

e, muito especialmente, da equipe multiprofissional

da atenção básica.

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CONSTRUINDO O AUTO CUIDADO

APOIADO

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As formas como as pessoas se colocam frente a

uma condição crônica variam de uma atitude ativa

e de convivência com suas restrições, a uma forma

mais reativa ou de redução de sua sociabilidade,

A diferença entre essas posturas diante da

ocorrência de uma condição crônica não é a

condição da doença em si, mas pelo modo como

as pessoas são capazes de manejá-la.

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A expressão decisão é central nas doenças crônicas

porque o autocuidado apoiado constitui, sempre, uma

decisão entre ajudar-se ou não fazer nada;

A decisão pelo autocuidado apoiado implica uma

pessoa: decidir sobre as metas que deseja atingir;

construir alternativas para atingir essas metas; elaborar

um plano de ação para chegar a essas metas; implantar

o plano de ação; monitorar os resultados; fazer

mudanças quando necessárias; e celebrar as metas

realizadas.

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Muitas vezes, quando percebemos que a pessoa

não consegue se cuidar, torna-se necessário que

pensemos sobre o que pode estar acontecendo:

Quem é essa pessoa que está adoecida?

Como ela lida, normalmente com as diversidades de

sua vida?

Qual a representação que este adoecer tem para ela?

Ela conta com o apoio de uma rede, que a auxiliará

neste momento?

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Deste modo, podemos reconhecer eventuais

dificuldades e agirmos de um modo mais eficaz

para auxiliar nossos pacientes à percepção do auto

cuidado.

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No autocuidado apoiado é fundamental resgatar a

atenção colaborativa entre a equipe da atenção

básica e os usuárias. Portanto, há que se mover de

um paradigma de que apenas o profissional de

saúde detém o conhecimento sobre o processo de

saúde-doença.

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O AUTO CUIDADO APOIADO

Tem sido sustentado por uma metodologia

conhecida como 5 As:

Avaliação;

Aconselhamento (tenha mais informações no caso José

Clemente);

Acordo;

Assistência;

Acompanhamento;

Os cinco As estão fortemente interrelacionados a

um bom sistema de autocuidado apoiado

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OS 5 AS...

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AVALIE

Conhecimento e ideias da pessoa sobre

seu estilo de vida e sua condição de

saúde assim como o grau de motivação e

confiança para assumir comportamentos

mais saudáveis.

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ACONSELHE

Aconselhe por meio de abordagem motivacional e

educação autodirigida. Forneça informação à

medida que a pessoa relata o que sabe sobre sua

condição e quais dúvidas têm sobre a mesma.

Verifique o que ela entendeu das recomendações

feitas, oriente e treine as habilidades necessárias

para situações específicas.

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ACORDE (PACTUE)

Estabeleça uma parceria com a pessoa para construir

colaborativamente um plano de ação com a pactuação

de metas específicas, mensuráveis e de curto prazo.

Avalie o grau de confiança em alcançar a meta,

considerando o contexto.

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ASSISTA

Dê assistência ao processo de mudança – auxilie no

planejamento, na elaboração e adequações dos planos

de ação; treine habilidades como a resolução de

problemas, o automonitoramento e a prevenção de

recaídas; avalie deslizes e recaídas; forneça material

de apoio.

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Acompanhe e monitore periodicamente o processo,

principalmente nas fases iniciais, em intervalos curtos,

elaborando com a pessoa as adequações do plano de

ação e pactuando novas metas.

ACOMPANHE

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EXEMPLIFICANDO

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Tipo de A Intervenções

Avaliação

Avaliar o conhecimento da pessoa sobre

sua condição de saúde

Perguntar à pessoa o que é mais importante

para ela, no momento, no autocuidado

Perguntar à pessoa quais são as barreiras

ao autocuidado

Avaliar a importância e o grau de confiança

da pessoa para o autocuidado

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Tipo de A Intervenções

Aconselhamento

Informar a pessoa sobre os seus sintomas e os

resultados dos exames complementares reconhecendo a

sua singularidade cultural

Informar a pessoa que as mudanças comportamentais

são tão importantes quanto tomar medicamentos

Informar quais são as evidências sobre as mudanças de

comportamento na saúde

Compartilhar as diretrizes clínicas baseadas em

evidência para encorajar a pessoa a participar no

tratamento

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Tipo de A Intervenções

Acorde (Pactue)

Estabelecer, de forma compartilhada com a pessoa, uma

meta específica para o autocuidado

Prover possíveis opções para a definição da meta de

autocuidado

Estimular a pessoa a buscar a ajuda de parentes e amigos

para a definição da meta

Estimular a pessoa a buscar a ajuda de parentes e amigos

para a definição da meta

Estabelecer de forma compartilhada o plano de ações para

alcançar a meta definida

Estabelecer, em conjunto, o grau de confiança da pessoa

em alcançar a meta

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Tipo de A Intervenções

Assistência

Ajudar a pessoa a identificar possíveis barreiras para

atingir a meta

Discutir com a pessoa o plano de autocuidado

Encaminhar a pessoa a um grupo ou a um curso sobre

autocuidado apoiado

Identificar com a pessoa possíveis recursos existentes na

família e na comunidade que possa dar suporte ao

autocuidado

Prestar serviços que sejam adequados à cultura da pessoa

Nos encontros de monitoramento, fazer a revisão de

progresso do plano de autocuidado, renegociar meta e

rever plano de ações

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Tipo de A Intervenções

Acompanhamento

Dar à pessoa uma cópia, por escrito, do plano de

autocuidado

Monitorar, à distância, por telefone ou correio, o plano de

autocuidado

Interferir para que a pessoa possa utilizar os recursos

comunitários importantes no seu autocuidado

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OS 5 AS...

Vale ressaltar que se torna necessária uma

constante avaliação do processo de

acompanhamento ao auto cuidado apoiado;

Esta avaliação pode ser realizada tanto pela

satisfação da equipe, quanto a do paciente;

O objetivo dessa avaliação é identificarmos os

aspectos que precisam ser melhorados, para que o

paciente consiga, efetivamente, seguir as etapas

propostas.

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O PAPEL DA ATENÇÃO BÁSICA

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A EQUIPE

A equipe da atenção básica deve dispor de habilidades, atitudes e instrumentos para

dar apoio ao autocuidado:

Ajudar a pessoas a compreenderem seu papel central em gerenciar sua condição crônica;

Disponibilizar tempo na agenda para as atividades de autocuidado apoiado;

Explicar às pessoas o papel de cada membro da equipe no autocuidado;

Ajudar as pessoas a definirem metas de melhoria de sua saúde

Apoiá-las na elaboração de plano de ações que aumentem sua confiança no cumprimento

dessas metas;

Ser capaz de ter uma comunicação eficaz, utilizando estratégias como perguntar-informar-

perguntar

Fortalecimento de vínculo para assegurar que as pessoas entenderam as informações;

Preparar um plano de autocuidado, por escrito, que envolva as metas e o plano de ações para

ficar claro o que as pessoas deverão fazer;

Utilizar grupos facilitados por profissionais de saúde.

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LEMBRE-SE

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“Dado o comportamento profissional

apropriado, pode ser que o doente encontre

uma solução pessoal para problemas

complexos da vida emocional e das relações

interpessoais; o que fizemos não foi aplicar

um tratamento, mas facilitar o crescimento”

(Winnicott))

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Cavalcanti AM, Oliveira ACL. Apoio ao autocuidado. In:Cavalcanti AM, Oliveira ACL (org). Autocuidado apoiado:manual do profissional da saúde. Curitiba: SecretariaMunicipal de Saúde, 2012, p.45-68.

Botega, Neury José . Reação à doença e à hospitalização. In:Botega, N.J. (Org.) Prática psiquiátrica no hospital geral:interconsulta e emergência. Porto Alegre: Artmed Editora,2002.p.43-59,

Mendes, Eugênio Vilaça. O cuidado das condiçõescrônicas na atenção primária à saúde: o imperativo daconsolidação da estratégia da saúde da família. Brasília:Organização Pan-Americana da Saúde, 2012, p.281-302.

Winnicott, Donald Woods. A cura, in: Tudo começa em casa.2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.