Apostilla Ervas Medicinais

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1 1 Prezado colega, grato por ter assistido o curso. Estou enviando textos extraídos de minhas publicações e que poderão contribuir para que tenha sucesso no cultivo de plantas medicinais e condimentares. Furlan CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS CONHECENDO CORRETAMENTE AS PLANTAS MEDICINAIS Uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que tem ação farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e na maioria das vezes não se sabe quais destes que realmente estão atuando. O produtor de plantas medicinais diferencia-se de outros por necessitar de conhecer a utilização de sua planta, como estão as pesquisas sobre esta planta e principalmente saber a sua identificação. Alguns anos atrás, produtores de confrei tiveram grandes prejuízos, depois que foram divulgados os efeitos cancerígenos do uso excessivo, que mesmo sendo uma informação polêmica, causou proibição do comércio de folhas da planta. O contrário aconteceu com a fáfia, que acabou sendo comparada com o ginseng e melhorou a vida das pessoas que a produziam. De qualquer maneira é mais comum notícias que realçam o valor medicinal das plantas. Além das informações sobre as pesquisas na área da saúde, é importante que se tenha certeza da identificação da planta que se pretende investir, pois não são raras as confusões que acontecem como as que ocorrem quando se menciona os nomes boldo, arnica, melissa, erva- cidreira, erva-doce e atualmente com as ervas-de-são-joão. Muitos compradores de plantas medicinais para iniciar o contato, levam em consideração o conhecimento do produtor. Por isso é importante que se saiba o máximo possível da planta que tenha interesse em produzir. Nome popular x nome científico Embora as comunidades tenham os nomes para identificar as plantas, e que devem ser respeitados, estes variam muito e dificultam quando ocorrem trocas de informações. São raras as plantas medicinais que possuem poucos sinônimos como por exemplo arruda, picão preto, alecrim, alfazema, citronela e eucalipto.

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Ervas Medicinais

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Prezado colega, grato por ter assistido o curso. Estou enviando textos extraídos de minhas publicações e que poderão contribuir para que tenha sucesso no cultivo de plantas medicinais e condimentares. Furlan

CULTIVO DE PLANTAS MEDICINAIS

CONHECENDO CORRETAMENTE AS PLANTAS MEDICINAIS

Uma planta é classificada como medicinal por possuir substâncias que tem ação

farmacológica. Estas substâncias são denominadas de princípios ativos e na maioria das vezes

não se sabe quais destes que realmente estão atuando.

O produtor de plantas medicinais diferencia-se de outros por necessitar de conhecer a

utilização de sua planta, como estão as pesquisas sobre esta planta e principalmente saber a sua

identificação. Alguns anos atrás, produtores de confrei tiveram grandes prejuízos, depois que

foram divulgados os efeitos cancerígenos do uso excessivo, que mesmo sendo uma informação

polêmica, causou proibição do comércio de folhas da planta. O contrário aconteceu com a fáfia,

que acabou sendo comparada com o ginseng e melhorou a vida das pessoas que a produziam. De

qualquer maneira é mais comum notícias que realçam o valor medicinal das plantas.

Além das informações sobre as pesquisas na área da saúde, é importante que se tenha

certeza da identificação da planta que se pretende investir, pois não são raras as confusões que

acontecem como as que ocorrem quando se menciona os nomes boldo, arnica, melissa, erva-

cidreira, erva-doce e atualmente com as ervas-de-são-joão.

Muitos compradores de plantas medicinais para iniciar o contato, levam em consideração

o conhecimento do produtor. Por isso é importante que se saiba o máximo possível da planta que

tenha interesse em produzir.

Nome popular x nome científico

Embora as comunidades tenham os nomes para identificar as plantas, e que devem ser

respeitados, estes variam muito e dificultam quando ocorrem trocas de informações. São raras as

plantas medicinais que possuem poucos sinônimos como por exemplo arruda, picão preto,

alecrim, alfazema, citronela e eucalipto.

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As variações podem ocorrer até mesmo entre vizinhos e muitos não aceitam o nome que

o outro dá a sua planta. Como exemplo, são dados os nomes populares ou vulgares de duas

espécies que possuem nomes que variam conforme a região (boldo-baiano) ou que variam dentro

da mesma (capim-limão).

Boldo-baiano

Esta espécie, de origem africana, tem variações principalmente em função das regiões

como por exemplo:

⇒ figatil

⇒ fel-da-terra

⇒ boldo-indígena

⇒ boldo-do-chile

⇒ estomalina

⇒ cuaça

⇒ aluman

⇒ loma

⇒ árvore-do-pinguço

⇒ boldo-de-goiás

⇒ alcachofra

⇒ boldo

⇒ caferana

As denominações deste boldo, como pode-se observar, variam muito entre si, apesar de

muitos nomes já indicarem a sua utilização como hepático. Curioso também é o uso dos nomes

alcachofra e boldo-do-chile, pois nos aspectos visuais não há semelhança com os verdadeiros. A

ampla variação de nomes se dá principalmente pela importância que a medicina popular dá a esta

planta, cujos efeitos já são comprovados.

Capim-limão

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Apesar de ser uma planta de origem asiática, no Brasil adaptou-se facilmente e hoje é

uma espécie que mesmo dentro de uma comunidade pode ter vários nomes como por exemplo:

⇒ capim-santo

⇒ erva-cidreira

⇒ chá-de-estrada

⇒ cidrão

⇒ capim-cidrão

⇒ cidreira

⇒ chá-brochante

⇒ erva-cidreira-de-folha-estreita

⇒ erva-cidreira-de-homem

⇒ cidró

⇒ capim-cidreira

No mercado mundial como é uma planta importante para as grandes indústrias de

destilação, é conhecida por muitos comerciantes no Brasil como lemongrass, que é considerado

um nome comercial.

As confusões com relação a identificação de plantas podem trazer problemas tais como:

• uso de forma errada;

• intoxicação com a planta errada;

• compra ou venda da planta errada;

• plantio de espécie não adequada ao local; e

• perda de credibilidade principalmente para o futuro produtor.

As confusões aparecem em função de fatores tais como: desinformação (que muitas vezes

é causada até por órgãos de imprensa, quando noticiam as virtudes de uma planta), da

transmissão oral e da diversidade de raças e do tamanho do país. As plantas nativas de uso na

medicina popular com vários nomes são geralmente plantas que ocorrem praticamente em todo o

país.

Para tentar resolver o problema destas variações, os pesquisadores colocaram para cada

ser vivo um nome oficial ou chamado de nome científico. Este nome possui regras e as principais

são demonstradas nos nomes científicos do capim limão e do boldo-baiano.

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Nome popular Nome científico

Capim-limão Cymbopogon citratus Stapf.

Boldo-baiano Vernonia condensata Baker

Observe que o nome científico vem grafado em itálico (ou pode ser em negrito) e o

primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo (espécie) em minúscula. O nome do

autor no final do nome científico serve para indicar quem originou o nome. Há outras regras

como se indicam híbrido (como exemplo Mentha X villosa) ou variedade (Mentha aquatica var.

crispa por exemplo), mas estas são as principais.

Plantas que possuem o mesmo gênero são bem parecidas como por exemplo as mentas:

hortelã-pimenta (Mentha piperita), poejo (Mentha pulegium) e a hortelã comum (Mentha

crispa).

Infelizmente há alguns nomes oficiais que estão sendo discutidos e que sofreram

mudanças ao longo do tempo. Como exemplo, o boldo de folha peluda que era chamado de

Coleus barbatus e os livros mais atuais passaram a chamá-lo de Plectranthus barbatus ou a

camomila que recebe nomes científicos diferentes quando se observa as publicações.

Pela legislação é obrigatório em rótulo de medicamento, colocar o nome científico de

todas as espécies vegetais que ele contenha.

Portanto o produtor comercializa Cymbopogon citratus e não capim-limão.

Principais confusões na identificação

Felizmente não são muitas as confusões e para colocar-se um passo a frente de muitos,

aprenda a reconhecer os verdadeiros boldo, arnica, melissa, erva-doce, erva-de-são-joão e

algumas outras, como veremos a seguir. Algumas confusões acontecem mesmo com vendedores,

propositalmente ou até por falta de informação.

Há até exageros como uma empresa que vendia cápsula de algas marinhas mas no rótulo

constava do nome científico Baccharis trimera ou seja, a popular carqueja (também chamada de

tiririca-de-babado no nordeste).

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Boldos

A maioria da população acredita que possui no quintal o boldo-do-chile, no entanto o

verdadeiro é raríssimo no Brasil. No país ocorrem algumas plantas que são chamadas de boldos e

os principais são: o boldo-da-terra (boldo de folha peluda) e o boldo-baiano, que pode ser

considerado o mais alto. As folhas do boldo-do-chile possui odor muito próximo da erva-de-

santa-maria devido a presença de mesma substância.

A denominação boldo no início do século só era referência ao boldo-do-chile e na

Primeira Farmacopéia Brasileira de 1929, há somente citação deste com nome científico - Boldus

boldus - que atualmente não é mais utilizado, exceto em algumas farmácias.

A identificação correta dos boldos é importante porque o boldo-do-chile e o boldo-da-

terra possuem efeitos colaterais e portanto devem ser usados com muito critério e também

porque possuem diferenças nas indicações. De qualquer maneira o que encontramos nas

farmácias é o verdadeiro, pois o Brasil gasta muito dinheiro com importação desta espécie,

apesar de possuir plantas com eficácia semelhante.

Além destes dois, há ainda o boldo de folhas miúdas (boldo-português ou boldo-miúdo

entre outros nomes), que é do mesmo gênero do boldo-da-terra e o boldo-chinês. De qualquer

maneira todos os boldos são usados pela população para problemas hepáticos.

Apesar de praticamente não encontrar boldo-do-chile plantado no Brasil, é fácil de

encontrá-lo em supermercado e farmácias, o que conclui-se que o Brasil importa grande

quantidade desta planta.

Diferenças entre os principais boldos

Boldos

Nome científico Origem Características principais

Boldo-do-chile Peumus boldus Chile altura de 12 a 15 m

importado

Boldo-baiano Vernonia condensata África 2 a 4 m de altura

quebra facilmente com o vento

Boldo-da-terra Plectranthus barbatus

ou Coleus barbatus

África 1 a 2 m de altura

folha peluda

flor azulada

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Como é comum em plantas não domesticadas pelo homem, estes boldos podem ter

grandes variações na altura e no tamanho das folhas, principalmente como as que ocorrem com o

boldo-baiano. Só tome cuidado para não confundir com algumas espécies ornamentais muito

parecidas com o boldo-da-terra

Além das diferenças citadas no quadro 01, observe no próximo quadro as diferenças nos

usos e componentes químicos dos principais boldos.

Usos e componentes químicos dos boldos

Boldos

Usos ou propriedades Componentes químicos Toxicidade ou

efeitos colaterais

Boldo-do-

chile

estomáquica, coletérica,

diurética

ascaridol, boldina,

flavonóides e glicosídios

abortivo,

causa hemorragia interna

Boldo-baiano analgésica, anti-úlcera,

antimicrobiana, carminativa

sesquiterpenos,

saponinas

ainda não verificado

Boldo-da-terra azia, analgésica,

estimulante da digestão,

óleo esssencial,

flavonóides e saponinas

pose causar irritação

gástrica quando usado p

período

Ervas-cidreiras

As palavras cidreira ou melissa nas plantas medicinais estão relacionadas ao uso como

calmante e por isso, várias plantas possuem essas denominações. No entanto, quando se trata da

verdadeira melissa, o correto seria a de origem européia e na qual derivou o nome latino Melissa

officinalis.

Em quase todo o Brasil, a planta que recebe o nome de melissa é uma planta com flores

liláses e que cresce com muita facilidade. No sul é comum chamá-la de erva-cidreira-brasileira.

O seu nome científico é Lippia alba e é de origem brasileira. No nordeste há outras espécies de

Lippia mas que recebem nomes como alecrim-pimenta ou alecrim-de-vaqueiro.

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Outra planta chamada de erva-cidreira é um capim e possui inúmeras outras

denominações, como já foi observado. Através da chave de identificação fica fácil saber quais

são as ervas-cidreiras ou melissas que ocorrem mais comumente no Brasil.

Diferenças entre as principais ervas-cidreiras

Ervas cidreiras

Nome científico Origem Características principais

Capim-limão Cymbopogon citratus Ásia capim

cheiro suave de limão

Erva-cidreira- brasileira Lippia alba América do Sul cerca de 1,0 m

flores liláses

cresce muito fácil

Erva-cidreira Melissa officinalis Europa menos de 60 cm

raro dar flor no Brasil

semelhante ao hortelã

odor de desinfetante

Arnicas

São inúmeras as plantas que recebem o nome de arnica no Brasil, apesar de que a

verdadeira é de rara ocorrência no país, pois seu hahitat natural são as montanhas da Europa. No

Brasil são comuns em quintais ou pastos duas arnicas, e que antigamente uma era também

chamada de sapé macho, erva-lanceta ou rabo-de-foguete e a outra de cravorana ou cravo-de-

urubu, além de outros nomes. As pessoas que conhecem bem as plantas medicinais ainda usam

estes nomes.

No caso das arnicas, tanto a européia quanto a nacional (sapé-macho) já eram

relacionadas na Primeira Farmacopéia Brasileira e atualmente são comercializadas. No entanto, a

européia recebe preços bem maiores mas é incerto a sua produção em termos de princípios ativos

nas nossas condições.

Diferenças entre as principais arnicas

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Arnicas

Nome científico Origem Características principais

Arnica Arnica montana Europa menos de 0,5 m

flores amarelas

sem caule

Sapé-macho Solidago chilensis ou

Solidago microglossa

América do Sul cerca de 1,0 m

flores amarelas

espontâneas

Arnica-de-cerrado Lichnophora pinaster América do Sul mais alta das arnicas

comum em cerrados

folhas iguais a de pinheiro

Cravorana Porophyllum ruderale América do Sul menos de 1,0 m

folhas com odor de caju ou pitanga

comum em quintais

Ervas-de-são-joão

Não são muitas as plantas com o nome de erva-de-são-joão, mas as duas principais

possuem diferentes usos e locais de ocorrência. A nossa erva-de-são-joão, também chamada de

catinga-de-bode, mentrasto ou picão roxo, é comum nos quintais, possui flores com tons

azulados a roxos e tem o uso como analgésico para reumatismo e artrose já atestado pela ciência.

A erva-de-são-joão de origem européia é de rara ocorrência no Brasil e possui fama como

antidepressiva, o que tem sido a causa de ampla propaganda de algumas empresas.

Há ainda o cipó-de-são-joão, trepadeira e de flores alaranjadas, que é tóxico e na

medicina popular é usado no tratamento do vitiligo. Através do quadro 05 percebe-se que são

grandes as diferenças entre estas plantas.

Diferenças entre as ervas-de-são-joão

Ervas-de-são-joão

Nome científico Origem Características principais

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Erva-de-são-joão ou mentrasto Ageratum conyzoides América do Sul cerca de 0,5 m

flores roxas, liláses e amarelas

comum em hortas

Erva-de-são-joão Hypericum perforatum Europa cerca de 1,0 m

flores amarelas

Cipó-de-são-joão Pyrostegia venusta América do Sul trepadeira

flores alaranjadas

comum em beira de estradas

Funcho x erva-doce

Na maioria das vezes o funcho é chamado de erva-doce e esta é de rara ocorrência nos

quintais e hortas brasileiras. De qualquer maneira o uso e odor são semelhantes, apesar da

verdadeira erva-doce ter maior teor de óleos essenciais.

Erva-doce pode ser sinônimo de anis, como consta no próprio nome científico Pimpinella

anisum. No entanto, como anis há ainda a árvore anis-esrelado que produz semente com odor

muito semelhante e uma espécie de manjericão com folhas que lembram o cheiro de anis.

Diferenças entre erva-doce e funcho

Espécie

Nome científico Origem Características principais

Funcho Foeniculum vulgare Europa mais de 1,0 m de altura

flores amarelas

folhas finas

possui variedades com bulbo comestível

semente mais alongada

Erva-doce Pimpinella anisum Egito

e

Oriente

Médio *

menos de 1,0 m

flores brancas

folha larga

semente mais arredondada e menor que a do funcho

* alguns autores citam outras regiões

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UM POUCO SOBRE PRINCÍPIOS ATIVOS

Conhecer o que é produzido pelas plantas e que as torna possuidora de efeito medicinal é

imprescindível para aqueles que produzirão estas plantas, pois conforme o tipo de substância que

se desejará produzir, deverá levar em conta as condições do local e de como será conduzida a

cultura. Poderá ser um pouco complicado mas poderá ir conhecendo aos poucos.

O metabolismo das plantas pode ser dividido didaticamente em primário e secundário. No

primário, são produzidas substâncias como lipídeos, proteínas, carboidratos, aminoácidos e

ácidos nucleicos e que possuem objetivos relacionados ao crescimento e desenvolvimento.

No metabolismo secundário são produzidas substâncias que não são essenciais a vida,

mas com atividades tais como proteção contra pragas e doenças e atração de polinizadores. A

erva-baleeira (Cordia curassavica) é uma planta medicinal que além de ter seus usos

comprovados na medicina (cicatrizante e antiinflamatória), também tem sido utilizada na

agricultura como atraente de broca que ataca frutíferas, devido a produzir substância que

lembram o feromônio do macho.

O capim-limão é muito utilizado na apicultura para atrair abelhas e a citronela produz

substância que repele pernilongos. Na Europa é comum o uso caseiro de sachê de tomilho em

armários para afugentar as traças.

Muita planta é considerada daninha por liberar substâncias no solo que inibem o

desenvolvimento de outras plantas. Recentemente foram divulgadas pesquisas sobre o plantio de

capim-limão para inibir no solo o desenvolvimento de vermes.

Para as plantas medicinais em termos de qualidade, o objetivo maior é o estudo do

metabolismo secundário, pois através deste é que são produzidos os princípios ativos. É

importante citar que são poucas as plantas que possuem os estudos sobre seus componentes

químicos e principalmente como atuam no organismo ou seja, sua ação farmacológica. A

dificuldade destes estudos é principalmente pelas milhares de substância que ocorrem na planta

No entanto há plantas amplamente estudadas como a maria-sem-vergonha ou vinca

(Catharanthus roseus) que já possui dezenas de alcalóides determinados ou a quebra-pedra.

Resumidamente, alguns dos principais grupos de princípios ativos, suas funções e

algumas plantas ricas nestas substâncias estão relacionados no quadro 08:

Quadro 08: grupos de princípios ativos

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GRUPO DE

PRINCÍPIO ATIVO

AÇÕES ESPÉCIERS

1. mucilagens antiinflamatória, laxante, cicatrizante,

antiespasmódica

babosa, tanchagem, borragem

2. óleos essenciais bactericida, vermífuga, anti-séptica,

anestésica

alecrim, tomilho, hortelãs,

sálvia,tomilho

3. alcalóides analgésica, sedativa, anestésica,

calmante,

beladona, estramônio, café,

maracujá, boldo-do-chile

4. taninos adstringente, antidiarréica,

vasoconstritora

goiabeira, barbatimão,

pitangueira, espinheira-santa

5. bioflavonóides

antiinflamatória,

fortalece os vasos capilares

calêndula, erva-baleeira,

camomila, macela

6. glicosídios

cardiotônicos

cardiotônica,

tratamento de doenças do coração

dedaleira, espirradeira

Por exemplo, para as plantas medicinais aromáticas (umbelíferas e labiadas por exemplo),

os componentes em maior evidência são os óleos essenciais e flavonóides. Plantas com flores de

coloração amarela possuem flavonóides.

Entre as substâncias que constituem o óleo essencial destas plantas pode-se destacar :

citral; mentol; estragol; eugenol; linalol e lineol, que conferem nos aspectos farmacológicos

ações antiespasmódica, carminativa, estimulante, anti-séptica e digestiva entre outras.

Há outras substâncias classificadas como princípio ativo, mas o objetivo é apenas

exemplificar alguns.

Fatores que afetam os teores de princípios ativos

Tantos os fatores internos como os externos podem afetar os teores de princípios ativos.

Como exemplos de fatores internos podem ser citados o número cromossômico, o estágio de

desenvolvimento ou as diferenças que ocorrem até mesmo em raças químicas. Em algumas

espécies os estudos estão mais avançados com relação a influência destes fatores como por

exemplo, uma espécie de hortelã (Mentha spicata) que tem maior produção de óleo essencial na

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forma cromossômica 2n do que na 4n e a espécie hortelã-pimenta (Mentha piperita) produz

maior teor de mentona quando na fase adulta.

Quanto aos fatores externos, já se encontram várias pesquisas que atestam a influência

nos teores das substâncias. Altitude, fotoperíodo, temperatura e incidência de luz solar e os

relacionados ao solo são exemplos destes fatores, além das várias etapas do cultivo.

Experimentos sobre condições bem controladas tem demonstrado que variações no ambiente tais

como: temperatura, irradiação e fotoperíodo podem influenciar no rendimento da biomassa e na

qualidade do óleo essencial em plantas aromáticas.

EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS E EDÁFICAS DAS PLANTAS MEDICINAIS

Para a produção de plantas medicinais a não observação das exigências relacionadas ao

clima e solo (edáficas) pode resultar na produção de plantas bem desenvolvidas mas sem o teor

de princípio ativo desejado.

Com isto, caso tenha interesse em produções maiores, certifique com especialistas de que

sua planta estará no local adequado. Grandes volumes de plantas medicinais são comprados

somente após análise do material.

Muitas plantas como por exemplo hortelã-pimenta, camomila, alecrim e sálvia,

dificilmente produzirão tão boa qualidade no Brasil quanto na sua região de origem.

Clima

Os principais fatores relacionados ao clima e que devem ser levados em consideração

são: temperatura, altitude, longitude e latitude. Os fatores climáticos dificilmente podem ser

alterados como ocorre com a produção de ornamentais, que utiliza de luz noturna para provocar

o florescimento em crisântemo.

O que pode ocorrer é produzir variedades mais adaptadas ao local, como ocorreu com a

soja que quando introduzida no Brasil, só produzia no Rio Grande do Sul e atualmente produz

em várias regiões. No caso de plantas medicinais são poucos os pesquisadores envolvidos no

melhoramento de plantas medicinais e portanto, não é previsto a curto prazo um número

significante de variedades adaptadas as nossas condições.

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Temperatura

A temperatura irá afetar principalmente a produção da biomassa ou a produção de flores

como ocorre principalmente com plantas originárias de regiões mais frias.

Com relação ao clima podemos citar algumas dicas para auxiliar na escolha de sua

espécie:

• quase que a maioria das plantas que produzem frutos suculentos são adaptadas a clima mais

quente como por exemplo jurubeba, joás e pimentas;

• a maioria das plantas que recebem nomes indígenas são de clima mais quente como por

exemplo pariparoba, catuaba, ipecacuanha (ou poaia) e jaborandi, pois são originárias de

regiões tropicais ou subtropicais;

• enquanto que a maioria das espécies produtoras de raízes e flores, como por exemplo

camomila e calêndula (flores) e bardana (raiz); preferem clima ameno;

• em locais de clima mais ameno, plante as espécies exigentes em clima mais quente apenas nos

meses de setembro ou outubro, e em locais de clima quente plante em abril ou maio as de

clima mais ameno; e

• na face sul de sua propriedade plante espécies resistentes ou adaptadas ao frio.

Plantas de clima mais ameno

◊ camomila

◊ macela

◊ marcelinha

◊ calêndula

◊ celidônia

◊ guaco

◊ bardana

◊ capuchinha ou chagas

◊ espinheira-santa

◊ estévia

◊ dedaleira

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Plantas de clima mais quente

◊ erva-baleeira

◊ açafrões

◊ capim-limão

◊ boldo-da-terra

◊ boldo-baiano

◊ arruda

◊ babosa

◊ guaraná

◊ jaborandi

Altitude

A altitude refletirá diretamente na temperatura, pois locais de altitudes menores são mais

quente do que locais mais altos. Para um produtor que possui propriedade em locais mais altos e

com a face do terreno voltada para o sul, a escolha deverá ser bem criteriosa devido a menor

temperatura, menor incidência dos raios solares e mais umidade. A sua opção será reduzida para

aquelas que preferem clima mais ameno e resistem a geadas e ventos frios.

Com alguns estudos concluídos, pode-se afirmar que as plantas produtoras de alcalóides

obtém melhor teor destas substâncias em baixas altitudes.

Latitude

A influência da latitude, que irá refletir na quantidade de horas de luz, pode ser resumida

para algumas espécies da seguinte forma:

1. a maioria das plantas aromáticas (alecrim, tomilho, capim limão, manjerona, melissa,

camomila e sálvia por exemplo) de interesse econômico são originadas de latitudes entre 40 e

60º;

2. maiores teores, principalmente de óleos essenciais, são produzidos nestas latitudes;

3. nestas regiões os dias no verão são maiores do que localidades de latitudes menores, condição

que as plantas citadas preferem para florescer;

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4. não há regiões do Brasil com estas latitudes e com isto muitas das plantas aromáticas são de

pior qualidade no país; e

5. plantas de origem tropical ou subtropical recebem pouca ou nenhuma influência da latitude.

A latitude refletirá diretamente no chamado fotoperíodo que resumidamente é a

quantidade de luz que uma planta necessita para realizar atividades tais como florescimento,

germinação e produção de substâncias internas.

As aromáticas originadas das latitudes entre 40 e 60º são na sua maioria, classificadas

quanto ao fotoperíodo, como plantas de dias longo, isto é, necessitam de dias mais longos no

verão para florescerem normalmente.

Umidade

Ainda com muitas dúvidas, alguns resultados demonstraram que os efeitos negativos nos

teores de princípios ativo são mais devidos ao excesso de água do que da falta, pois algumas

espécies, sofrendo do stress hídrico em determinadas fases da cultura, tiveram reação no sentido

de produzir mais substâncias do metabolismo secundário, pois estas substâncias teriam ação de

defesa da planta.

Na natureza observa-se que em períodos mais secos, algumas espécies produzem maior

quantidade de frutos para poder garantir a perpetuação da espécie, mesmo em condições

adversas.

Solo

O tipo de solo pode influenciar a produção da biomassa e das substâncias medicinais.

Geralmente a origem da planta medicinal pode servir como indício de qual solo ela está mais

adaptada, de modo que possa servir de subsídios para indicação de locais mais propícios.

Indicações da qualidade de solo para algumas plantas medicinais (extraído de SILVA JÚNIOR et

al.,1996 e MARTINS et al., 1995).

NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO QUALIDADE DO SOLO

Alecrim Rosmarinus officinalis calcário e bem drenados

Arruda Ruta graveolens levemente alcalino, bem drenado

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e rico em matéria orgânica

Babosa Aloe vera leve e bem drenado

Bardana Arctium lappa mais arenoso para facilitar colheita

Calêndula Calendula officinalis pouco exigente, necessitando de solo

com bom teor de matéria orgânica

Cana-de-macaco Costus spiralis não exigente

Capim-limão Cymbopogon citratus drenado e rico em matéria orgânica

Catinga-de-mulata Tanacetum vulgare resistente a diversidade de solo

Cavalinha Equisetum sp arenoso, úmido e pantanoso

Chapéu-de-couro Echinodorus macrophyllum úmido

Cidró Lippia citriodora bem drenado

Coentro Coriandrum sativum férteis e bem drenados

Confrei Symphythum officinale profundo, levemente úmido e

com adubação orgânica

Dente-de-leão Taraxacum officinale mais argiloso

Endro Anethum graveolens férteis e sem umidade excessiva

Erva-cidreira Melissa officinalis drenado, rico em matéria orgânica,

férteis (citando Cerri,1991) e com pH > 5,5

Espinheira-santa Maytenus ilicifolia humosos

Fumária Fumaria officinalis rico em matéria orgânica

Funcho Foeniculum vulgare drenado, leve e

com baixa acidez (citando Cerri,1991)

Gengibre Zinziber officinale bem drenados

Guaco Mikania glomerata com bom teor de argila

e bem drenado ( citando Cerri,1991)

Hortelã-pimenta Mentha piperita aerado e úmido

Losna Artemisia absinthium argilo-arenosos e férteis

Malva-crespa Malva parviflora textura média e bem drenados

Orégano Origanum vulgare natureza calcária e férteis

Poejo-miúdo Cunila microcephala recomenda-se cuidado com

carência de nitrogênio

Sabugueiro Sambucus australis adapta-se a qualquer tipo de solo

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Algumas dicas que servem para a maioria:

• espécies que tem como objetivo a extração de raízes (bardana, gengibre, açafrão curcuma,

zedoária e yacon por exemplo) devem ser plantadas em solos mais soltos (mais arenoso e

menos argiloso);

• espécies que produzem muita massa foliar preferem solos ricos em matéria orgânica (hortelãs,

poejo, confrei, melissa e marcelinha por exemplo);

• solos mais escuros (mais argilosos) são geralmente mais fertéis, retém mais água, são menos

ácidos mas são mais propícios para ataque de doenças. Por isso tenha muito cuidado se for

plantar uma espécie muito atacada por doença (melissa, mil-folhas e tomilho por exemplo)

neste tipo de solo; e

• apenas umas poucas espécies como chapéu-de-couro preferem solos encharcados.

PRODUÇÃO EM PEQUENAS ÁREAS

Este capítulo servirá principalmente para aqueles que querem ter uma pequena produção

caseira, e como um treinamento para produtores sem nenhuma experiência. Muitas das

informações também servirão para produções em áreas maiores.

Para produção em pequenas áreas, quando se deseja o uso caseiro, é possível produzir

quase todas as plantas medicinais, pois as variações que ocorrerão no valor medicinal não trarão

grandes prejuízos ao usuário. De qualquer maneira, para uso caseiro, deve escolher plantas que já

ocorrem na sua região, pois estas, com certeza, já estão aclimatadas no seu local.

Exigências para pequenas áreas.

Qualquer local em que incida pelo menos 5 horas de sol, bem drenado e protegido de

ventos frios e fortes, para que as plantas cresçam com vigor, pode ser utilizado para a instalação

de uma horta medicinal ou até colocar algum recipiente com espécies que podem servir

principalmente como condimento (salsinha, cebolinha e orégano, por exemplo), além do uso

medicinal. Como exemplo de recipientes podem ser citados:

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• jardineiras;

• vasos;

• sacos de leite para as menores;

• caixas de madeira;

• latas de 18 litros; e

• caixa d’água.

Estes recipientes ou outros, devem ter pelo menos 20 cm de profundidade, para plantas de

altura que não ultrapasse 50 cm, semelhante ao poejo, hortelãs, melissa, macelinha, cânfora-de-

jardim, centelha-asiática e no fundo devem haver furos para evitar encharcamentos e uma

camada de pedras. Algumas plantas necessitam de profundidades muito maiores como, por

exemplo: alecrim, sálvia, manjericão e boldo-da-terra e outras podem ficar nos vasos por um

certo período de tempo como por exemplo louro, sabugueiro e favacão.

Outras características que o local deveria ter são:

• o mais plano possível;

• proximidade de fonte de água para irrigação;

• próximo de um local onde serão guardadas as ferramentas; e

• com solo não muito argiloso (compactado), devido a dificuldade em trabalhar.

Mesmo em locais onde a iluminação é deficiente (3 a 4 horas de sol), pode-se plantar em

vasos, espécies tais como hortelã, poejo, melissa ou menta.

De preferência, a produção deve estar localizada num terreno voltado para a face norte, já

que oferece mais luz e mais calor. A face sul não é recomendada, exceto para espécies adaptadas

a clima mais amenos como camomila, calêndula, guaco e dedaleira, já que favorece aos ventos

frios.

Os ventos devem ser evitados a qualquer custo, pois provocam a derrubada das flores,

impedindo a polinização. Além disso, afugentam as abelhas e outros insetos. Em todo caso, se

não houver outro lugar para se implantar o cultivo, improvise quebra-ventos, que resolvem bem

o problema. Em alguns estudos com cultivo de culturas tradicionais, a proteção contra o vento

aumentou a produção em 30 a 40%

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Para grandes produções há necessidade de instalar viveiro para produção de mudas. O

viveiro deve ser instalado em local plano, próximo de fonte de água e afastado de beira de

estradas, pastagem ou matas.

O preparo do solo se resume em limpeza, destoca, aração, calagem e gradagens, no caso

de se utilizar máquinas agrícolas. Lembre-se também de localizar formigueiros nas

proximidades, e fazer o controle com formicidas específicos, antes de qualquer trabalho. Do

contrário, as dores de cabeça posteriores para o combate serão muito maiores e demandaram um

bom dinheiro.

Após a escolha do local, este deverá ser limpo para iniciar a formação das sementeiras,

sulcos, covas e canteiros. Os passos podem ser os seguintes:

1. retirar os entulhos e pedras;

2. caso haja problemas de invasão por animais ou mesmo como segurança contra roubo e se for

possível, cercar a área com tela, bambu, etc.;

3. se for plantar espécie tóxica, coloque cartaz alertando que a planta pode causar danos a saúde;

4. retirar as plantas indesejáveis e as mais rasteiras com a enxada de modo que arranque até as

raízes;

5. com o rastelo, retirar o mato que ficou sobre o local;

6. se for plantar em canteiros, demarcá-los com estacas de madeira e barbante bem esticado.

Cada canteiro deve ter no máximo 1,20 metros de largura e o comprimento pode variar. Se o

terreno for meio inclinado, o comprimento deve acompanhar o nível; e

7. deixar corredores de 40 a 50 cm entre os canteiros e um metro distante do muro ou cerca.

Sementeira:

Para maior segurança no pegamento da maioria das plantas medicinais há necessidade de

serem plantadas em sementeira. A cobertura da sementeira deverá ser realizada quando o local

sofrer incidência direta de radiação solar e ataque de pássaros. A cobertura com sombrite poderá

solucionar esses problemas.

Os passos para fazer uma sementeira são:

1. a sementeira deve ser feita em um dos canteiros situados num dos cantos do terreno e exige

uma adubação mínima de 2,0 kg de húmus de minhoca ou 5,0 kg de esterco de curral curtido;

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2. abrir sulcos na largura do canteiro, distanciados 15 cm e com 2 cm de profundidade;

3. umedecer levemente o canteiro;

4. distribuir uniformemente as sementes nos sulcos. Cuidado para não distribuir sementes em

excesso (caso as sementes sejam muito pequenas como as de alecrim, tomilho e manjerona),

misture muito bem com areia e depois distribua;

5. cobrir as sementes com um pouco de terra;

6. molhar a terra de manhã e à tarde com regador, até que a plantinha esteja pronta para ser

transplantada para o canteiro definitivo. No momento do transplante, a mudinha deverá ter de

5 a 6 folhinhas (mais ou menos 30 dias) e;

7. mudinhas muito frágeis ou danificadas não devem ser aproveitadas.

Propagação

Reprodução por sementes

A propagação por sementes é a mais viável economicamente para aquele que tem

interesse em produções maiores. No entanto, as plantas reproduzidas por sementes possuem as

seguintes desvantagens:

• muita variação entre as plantas originadas o que prejudicará principalmente na colheita devido

a desuniformidade das plantas;

• muitas espécies de alto valor econômico não produzem sementes viáveis no Brasil como por

exemplo alfazema;

• muitas semente possuem dormência que é difícil de ser quebrada ou há espécies que não se

tem nenhuma informação sobre como obter ótimo nível de germinação (no Quadro 10

constam algumas medidas para aumentar germinação); e

• quase todas sementes de espécies de interesse comercial são importadas.

Métodos para estímulo da germinação

Métodos Exemplos de espécies

Pré-esfriamento (5 a 10ºC) por 7 dias camomila, melissa

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Presença de luz beladona, calêndula, camomila, alecrim

Escarificação (para romper o tegumento) alfavaca

Algumas dicas para semeadura:

• muitas sementes de plantas espontâneas só germinam quando muito próximas da superfície,

pois não germinam no escuro;

• de maneira geral, a profundidade de semeadura é cerca do dobro do diâmetro da semente;

• sementes de frutos muito suculentos possuem sementes que perdem rapidamente a

germinação;

• compre sementes de empresas tradicionais como importadoras de sementes, pois para garantir

a qualidade das sementes estas empresas armazenam em freezer; e

• compre sementes de saquinhos ou latas que não foram abertos.

Propagação vegetativa

É o método que consiste em reproduzir plantas através de partes da planta mãe ou matriz.

Possui as seguintes vantagens:

• o ciclo até a colheita é mais rápido; e

• produz indivíduos semelhantes a planta mãe

As melhores condições para retirar mudas da maioria das espécies por este tipo de

propagação são:

• retirar mudas no final do inverno ou início da primavera;

• escolher um dia nublado para retirar as mudas;

• tirar mudas de matriz com ótima sanidade (sem doenças ou ataque de pragas) e não muito

nova ou velha; e

• não tirar muda de matriz que esteja em fase reprodutiva (com flores, sementes ou frutos);

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Após a coleta, as mudas deverão receber os seguintes cuidados:

• plantar as mudas em recipientes;

• utilizar substrato contendo partes iguais de areia, terra comum e húmus. Não exagerar

principalmente na quantidade de humos; e

• irrigar diariamente;

• manter as mudas em local sombreado.

As principais formas de propagação vegetativa são:

Estaquia

Processo utilizando pedaços de 5 (como tomilho, melissa, cavalinha, manjerona,

alfazema, bálsamo, cânfora-de-jardim) a no máximo 20 cm de comprimento (boldo-baiano,

urucum e sabugueiro), e de 0,5 a 2 centímetros de diâmetro. As estacas podem ser de ramos ou

raízes. Normalmente quanto mais alta a planta, as estacas de galho devem ser mais lenhosas e

maiores . No entanto, há plantas que enraizam melhor de estacas mais novas.

Estacas de raiz ou rizoma são colhidos de raízes centrais e deverão conter uma ou mais

gemas (olhos).

As estacas são cortadas com tesoura de poda, na parte basal em forma de bisel

(inclinado), junto a gema e reto no ápice. São deixadas apenas um par ou 1/3 das folhas e quando

houver, pode-se retirar os espinhos.

Planta-se em canteiros ou sacos plásticos, com terra preparada, deixando de fora 2/3 da

estaca e enterrando o restante. Para melhor enraizamento, pode-se usar hormônios, encontrados

em casas especializadas.

As estacas também podem ser de folhas como em plantas do gênero Kalanchoe.

Divisão de touceira

A divisão de touceira consiste em retirar a planta toda e dela retirar partes contendo parte

aérea e raiz, que serão podadas, deixando respectivamente 5 a 10 cm e 2 a 5 cm de comprimento.

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Como exemplo, o capim-limão que após ser retirado do solo, é dividido em mudas, e destas são

retiradas as partes secas e com sintomas de doenças e podada a parte aérea e radicular.

Para o capim-limão e citronela por exemplo, as mudas podem ser armazenadas por 1 ou 2

dias antes de plantar.

Quadros úteis

Formas de propagação

ESPÉCIE SEMENTES ESTACA

DE

GALHO

ESTACA

DE

RAIZ

ESTACA

DE

FOLHA

DIVISÃO

DE

TOUCEIRA

1. Alecrim x x

2. Alfazema x x

3. Bálsamo x x

4. Boldo-da-terra x

5. Boldo-baiano x x

6. Capim-limão x x

7. Capuchinha x x x

8. Carqueja x x x

9. Cavalinha x x

10.Citronela x

11.Curcuma x

12.Espinheira-santa x

13.Fortuna x x

14.Funcho x

15.Hortelã x x x x

16.Manjericão italiano x x

17.Manjerona x x x

18.Melissa x x x

19.Mil-folhas x x x

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20.Pariparoba x

21.Poejo x x x

22.Sabugueiro x x

23.Salsa x

24.Sálvia x x

25.Sapé-macho x x

26.Sete-sangria x

27.Tanchagem x

28.Tomilho x x x

29.Unha-de-vaca x

30.Urucum x x

Altura e espaçamento de algumas plantas medicinais.

Espécie Altura média(m) Entre plantas (m) Entre linhas (m)

1. Alecrim 1,00 0,80 1,20

2. Angélica 1,50 0,40 0,50

3. Arruda 1,00 0,40 0,70

4. Assa-peixe 2,50 4,00 4,00

5. Babosa 0,80 0,50 1,00

6. Bálsamo-de-jardim 0,30 0,30 0,30

7. Bardana 1,00 0,30 0,50

8. Boldo-da-terra 1,50 1,00 1,00

9. Boldo-baiano 3,00 2,00 2,00

10.Calêndula 0,50 0,30 0,30

11.Camomila 0,40 0,20 0,40

12.Carqueja 1,50 0,40 1,00

13.Capim-limão 0,80 0,40 1,00

14.Confrei 0,50 0,60 0,60

15.Dente-de-leão 0,50 0,30 0,30

16.Erva-de-bicho 0,60 0,30 0,30

17.Erva-baleeira 2,00 3,00 3,00

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18.Espinheira-santa 4,00 3,00 3,00

19.Funcho 2,00 0,80 1,20

20.Guaco trepadeira 1,00 2,00

21.Jurubeba 2,00 1,00 2,00

22.Losna 0,70 0,30 0,30

23.Melissa 0,50 0,40 0,50

24.Mil-folhas 0,50 0,30 0,50

25.Pfáffia 2,00 0,50 1,00

26.Quebra-pedra 0,50 0,30 0,30

27.Sabugueiro 3,00 2,00 3,00

28.Sálvia 0,80 0,40 0,40

29.Tanchagem 0,40 0,30 0,30

30.Unha-de-vaca 3,00 4,00 4,00

Número de sementes por grama e a quantidade de algumas espécies, segundo algumas empresas

produtoras de sementes são:

Espécie Número de sementes

por grama

Alcachofra 30

Alecrim 1.000

Alfazema 1.000

Alfavaca (Ocimum basilicum) 700

Anis ou erva-doce 220

Arruda 1.200

Bardana 60

Calêndula 140

Camomila 10.000

Coentro 100

Dente-de-leão 900

Erva-cidreira (Melissa officinalis) 2.000

Funcho 200

Hortelã e poejo 20.000

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Losna 10.000

Manjerona 4.000

Mil-folhas 7.000

Orégano 22.000

Sálvia 150

Tomilho 4.000

Obs. este valores são aproximados e referem-se a algumas espécies ou variedades das plantas

citadas.

COLHEITA

A colheita é a etapa final no campo e para ser coroada com êxitos deve ser feita com

bastante rigor, portanto algumas dicas são:

• não recomenda-se antes da secagem e após a colheita, a lavagem das partes colhidas a não ser

que a sua região esteja na época quente e seca. Para limpar as plantas que estiverem muito

sujas, lave com um jato de água suave um dia antes da colheita;

• para as plantas aromáticas, a colheita é feita no início da floração, por atingirem seu ponto

máximo de fragrância;

• nas plantas perenes, fazer um corte alguns centímetros acima do solo, com uma tesoura de

poda , ou faca bem afiada. Pode-se colher a maioria duas vezes por ano, sendo a 1ª colheita.

quando a planta tiver pleno crescimento. No 1º ano deve-se limitar a colheita;

• para as plantas anuais, que são aquelas que possuem todo o seu ciclo, inclusive a morte, no

mesmo ano, deve-se arrancá-las totalmente pois não irão rebrotar;

• deve-se escolher dias secos e ensolarados e não colher com chuva ou vento. Como cada planta

desenvolve-se de modo diferente, é necessário conhecer-se os seus ciclos de vida, para

escolher o momento certo de colhê-las.A parte a ser utilizada deve ser colhida na época em

que apresentar maior teor de princípios ativos;

• evitar da retirada de todas as folhas de um galho. Algumas plantas como a espinheira-santa só

podem sofrer colheita de 50% da parte aérea por corte;

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• para colheita de raízes, escolher as superiores ou as mais próximas da superfície. Em algumas

espécies produtoras de raízes, a parte aérea murcha na época em que estão completamente

maduras (zedoária e curcuma por exemplo);

• a parte aérea deve ser colhida logo de manhã (após o secamento do orvalho) e raízes no final

da tarde;

• raízes e rizomas são colhidas no início da primavera ou do outono;

• caules lenhosos são colhidos quando perdem as folhas no inverno ou outono;

• flores ou sumidades floridas devem ser colhidas com 2 cm de pedúnculo, pela manhã e no

início da floração antes que se abram totalmente;

• frutos são colhidos no início da maturação (deiscentes) ou quando estão completamente

maduros, no outono;

• sementes são colhidas quando estão maduras, no outono ou no inverno;

• cascas são colhidas antes da planta brotar novamente, na primavera;

• folhas são colhidas sem o pecíolo, no início da formação de flores;

• para aumentar a massa foliar em manjericões e boldo-da-terra por exemplo, deve-se retirar as

flores

• gemas são colhidas logo depois de surgirem; e

• plantas herbáceas na altura das primeiras folhas.

Obs. estas recomendações não servem para todas as plantas pois há várias exceções como

por exemplo:

• algumas espécies como o funcho tem as sementes colhidas antes da completa maturação

devido a queda espontânea;

• as sumidades floridas da camomila são colhidas em plena floração; e

• alguns estudos concluíram que a colheita do alecrim deve ser realizada após a floração e o

manjericão próximo da hora do almoço.

Para o início da colheita o IAPAR recomenda os seguintes períodos após o plantio:

Espécie Início da colheita

Alecrim 6 meses

Alfavaca 3 meses

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Arruda 4 meses

Babosa 1 ano

Boldo-da-terra 1 ano

Boldo-baiano 6 meses

Calêndula no florescimento

Carqueja 6 meses

Confrei 3 meses

Erva-de-bicho 3 meses

Espinheira-santa 2 anos

Guaco 6 meses

Losna 6 meses

Melissa 6 meses

Mil-folhas 4 meses

Pfáffia 1 a 2 anos

Quebra-pedra 3 meses

Sabugueiro 1 ano

Sálvia 6 meses

Tanchagem 3 meses

Através de pesquisas o Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e

Agrícolas (CPQBA) da Universidade de Campinas, chegou aos seguintes rendimentos de

algumas plantas medicinais:

Espécie Rendimento

ton/matéria seca/hectare

Alecrim 1,82 de folhas

Beladona 2,04 da parte aérea

Calêndula 1,3 de flores

Capim-limão 24,0 de folhas

Carqueja 5,96 da parte aérea

Espinheira-santa 0,67 de folhas

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Guaco 1,95 de folhas

Hortelã-pimenta 1,58 da parte aérea

Melissa 2,33 da parte aérea

Mil-folhas 2,0 de folhas

Quebra-pedra

(Phyllanthus amarus)

2,4 da parte aérea

Sálvia 1,7 de folhas

Sete-sangria 3,1 da parte aérea

Tanchagem 2,04 da parte aérea

Obs. estes resultados foram obtidos em ótimas condições de cultivo. Normalmente a

maioria das plantas medicinais (com muitas exceções) produz anualmente 1,0 a 3,0 toneladas de

matéria seca.

Caso seja possível, antes da secagem faça as seguintes atividades:

* eliminar fragmentos de outras plantas que se misturarem às partes desejadas;

* escolher as partes vistosas, inteiras, limpas e sem estarem sendo atacadas por pragas;

* evitar que as partes colhidas se sujem de terra;

* verificar se não há larvas ou insetos;

* não apertar ou machucar a planta para que não murche;

* secar o mais rapidamente possível;

* tomar cuidado com plantas tóxicas, principalmente se a toxicidade ocorrer por contato.

SECAGEM E ARMAZENAMENTO

Caso as plantas não sejam usadas frescas, é necessário proceder à secagem o mais

brevemente possível, para manter os princípios ativos intactos, além de preservá-las do ataque de

fungos e bactérias.

As condições ideais para secagem são:

* o secador não deve ter portas ou janelas voltadas para a face sul;

* internamente o secador deve ser limpo, arejado, sem muita entrada de luz solar;

* as temperaturas máximas de secagem são:

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30 a 35ºC para folhas e flores aromáticas

40º para folhas e flores não aromáticas

65º para partes duras

* não revolver folhas e flores;

* não esquecer de colocar no secador saídas para o ar quente;

* não secar ao sol folhas e flores;

* as camadas de folhas devem ter no máximo 5 cm de espessura;

* secar uma espécie de cada vez no secador; e

* secar logo após a colheita;

* se for utilizar prateleiras, deixe espaçamento de 30 cm entre cada uma; e

* as partes colhidas tem que ser secadas sobre superfície não compactada, isto é, sobre

telas, sombrite ou ripado.

A secagem pode ser através do calor natural ou artificial. Para a secagem natural, as

partes colhidas são colocadas sobre panos, ripados ou redes, estendidos em local arejado, sem

umidade e abrigadas do sol..

A secagem artificial dá-se em secadores especiais com temperatura controlada (entre 30 e

65º). É mais rápida e geralmente utilizada para grandes quantidades de plantas, só que são raras

as empresas que comercializam secadores específicos para plantas medicinais.

Em alguns casos faz-se uma estabilização, que é feita com vapores de álcool etílico, que

mantém as enzimas celulares inativas, preservando assim, sua composição química.

A secagem dura de 2 a 15 dias dependendo do tipo de material, secador e do local. As

partes colhidas ficam com 1/3 a ¼ do peso do material colhido.

Após a secagem, deve-se conservar as drogas ao abrigo da luz, do calor, do pó e dos

insetos. A luz altera a cor das drogas e por isso deve-se conservá-las em recipientes de metal,

cerâmica, vidro escuro ou madeira e nunca em recipientes de plástico ou transparentes. Os

recipientes devem ser fechados hermeticamente para impedir que a umidade os alterem devem

ser guardados em locais ventilados, longe do calor e da poeira, que facilitam o desenvolvimento

de fungos e bactérias.

No material colhido colocar etiquetas com o nome da espécie colhida e a data da colheita.

COMERCIALIZAÇÃO

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As plantas medicinais não possuem grande variação de preços mas o que pode elevar o

preço, são pesquisas sobre novas comprovações científicas da planta ou até por modismo. Nos

últimos cinco anos a tendência de preços para as espécies coletadas no Brasil foi em média U$

1,00 a 2,00 para plantas espontâneas e U$ 2,00 a 5,00 para espécies cultivadas, sendo que

algumas podem ter preços bem maiores ou em função da escassez ou do modismo.

Estes preços são relacionados as produções sem necessariamente terem qualidade,

principalmente porque a maioria das plantas medicinais são obtidas via extrativismo e com isto

ocorre muita falsificação e produto com muitas impurezas. Com um produto de primeira, o

produtor poderá receber preços melhores.

Para os iniciantes, como já foi dito, deve-se começar com pequena área, para poder

controlar melhor a produção e oferecer produtos de ótima qualidade e com isto ganhar a

confiança do comprador, o qual poderá sugerir novas plantações.

O pequeno produtor poderá vender sua produção, obtida no início geralmente da extração

de plantas espontâneas, para farmácias de manipulação, vendedores de plantas medicinais em

feiras. É interessante que forneça uma amostra do produto.

Aos produtores iniciantes ou não, sugere-se que:

• consultar o máximo de bibliografia e instituições de pesquisa;

• contatar os prováveis compradores antes do plantio ou colheita de plantas espontâneas, estes

darão maior atenção quando perceberem que conhecem bem o assunto;

• saber como andou o preço de seu produto nos últimos anos;

• inicie com uma ou duas espécies no máximo;

• uma vez produzindo, não exagere no preço solicitado pois o comprador pode mudar ou até

estimular um novo concorrente; e

• de atenção à mão-de-obra, pois dificilmente estarão acostumados ao cultivo de plantas

medicinais; e

• MANTENHA SEGREDO DA SUA PRODUÇÃO PARA NÃO ESTIMULAR

CONCORRENTE. NÃO POR MOTIVOS DE EGOISMO MAS PORQUE SE MUITOS

PRODUZIREM A MESMA ESPÉCIE O PREÇO CAÍRA DRASTICAMENTE,

INVIABILIZANDO A PRODUÇÃO DE TODOS.

Alternativas de renda com as plantas medicinais

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• viveiro de mudas

é atividade que mais dá lucro para áreas mínimas (como por exemplo 500 m2) mas há

necessidade de registro na Secretaria da Agricultura (ou similar no seu estado), no

IBAMA, responsável técnico e registro no CREA (dependendo do Estado) se for

empresa. A participação em feiras e exposições por exemplo é essencial.

• produção de plantas condimentares para distribuição direta (restaurantes por exemplo)

também para pequenas áreas é altamente rentável mas já começa a ficar saturado em

algumas grandes cidades. O preço de um maço é quase superior ao preço de 1,0 kg de

matéria seca da mesma planta. Sugere-se enviar amostras aos restaurantes.

• produção de plantas para cultos afro-brasileiros (casas de umbanda por exemplo)

é mercado restrito a cidades grandes onde se concentra maior número de empresas

compradoras. Algumas plantas como arruda tem preço maior em determinadas épocas

• produção de plantas para artesanato

somente para áreas médias (entre 1,0 e 10,0 ha)e com número restrito de plantas (macela,

alecrim e camomila por exemplo)

• artesanato com plantas medicinais e aromáticas (guirlandas, travesseiros, sachê)

poderá produzir o próprio artesanato e sofrerá menos burocracia para criar a empresa. A

participação em feiras e exposições também é essencial.

• produção de plantas para atacadista

• produção de plantas para farmácias de manipulação

• produção de condimentos

todas estas atividades são para áreas maiores (10,0 ou mais ha)

BIBLIOGRAFIA

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PLANTAS CONDIMENTARES BOTÂNICA DAS PLANTAS CONDIMENTARES O valor de uma especiaria ou planta condimentar está quase sempre relacionado a um grupo de substâncias denominadas de óleos essenciais, que são também considerados princípios ativos e com amplo uso na medicina. Há também outros tipos de substâncias como a capsaicina do pimentão e pimentas picantes, que é classificada como alcalóide. O produtor de plantas condimentares também terá

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de acompanhar pesquisas na área de saúde sobre sua planta, pois aspectos negativos ou positivos relacionados ao seu uso medicinal irão influenciar diretamente o valor econômico da espécie escolhida. Outro assunto que é importante a ser levado em conta é a identificação da planta, principalmente para evitar que cometa erros que poderão comprometer a imagem do produtor, pois não são poucas as confusões que ocorrem na denominação de alguns condimentos. No entanto não se exige a correta denominação do orégano verdadeiro, das pimentas ou das inúmeras espécies ou variedades de manjericão e de hortelã, devido a existirem apenas alguns especialistas nestas plantas em todo o mundo. Portanto não fique frustrado se não conseguir a exata classificação de algumas espécies. Neste item são dadas algumas informações que serão úteis ao produtor principalmente para facilitar na identificação, pois quando mais informado sobre a área de condimento, maior transmissão de segurança e confiabilidade no que trabalha. Nome científico Ao contrário das plantas medicinais, não é obrigatório o nome científico do condimento no rótulo, apesar do autor recomendar para dar maior credibilidade ao produto, pois em alguns casos a omissão do nome pode parecer proposital. Outra diferença com as plantas medicinais é a mínima variação entre os nomes populares. Para relembrar vamos ver com se escreve o nome científico: Nome popular da espécie Nome científico da espécie Açafrão Crocus sativus L. Manjericão italiano Ocimum basilicum L. O nome científico vem grafado na forma diferente de como são escritas as outras palavras, isto é, em itálico, negrito ou até grifado (o importante é seu destaque no texto). O primeiro nome (gênero) inicia em maiúscula e o segundo em minúscula. Pode ainda vir no final do nome científico o nome do autor responsável pelo nome científico. Quando é variedade o nome pode ser escrito da seguinte forma: Mentha arvensis L. var. piperascens, que é uma variedade de hortelã. Algumas confusões na identificação Felizmente são poucas as confusões com os condimentos, mas algumas vezes há alguns exageros como o tomilho (folhas próximas ao do alecrim e com cheiro do orégano) que é chamado de cominho (com folhas semelhante ao funcho). No quadro são relacionadas algumas confusões que ocorrem. Quadro: confusões na identificação de condimentos. Confusão Características

do verdadeiro Características do falso

Nome científico do verdadeiro

Nome científico do falso

Açafrão raríssimo no Brasil, é obtido dos pistilos das flores

obtido das raízes de cor alaranjada, é conhecido também por curcuma

Crocus sativus Curcuma longa

Alcaparra rara no Brasil, ereta, o sabor acentua-se no

comum no Brasil em locais de clima mais

Capparis spinosa Tropaeolum majus

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vinagre ameno e é rasteira

Erva-doce menos de 1,0 m, flores brancas, folhas largas, sementes mais arredondadas

comum no Brasil, flores amarelas, folhas com folíolos afinados, sementes alongadas, também chamado de funcho

Pimpinella

anisum

Foeniculum vulgare

A erva-doce verdadeira é de rara ocorrência nos quintais e hortas brasileiras, mas seu odor é bastante semelhante ao do funcho, anis-estrelado ou até uma espécie de manjericão. Entre estas plantas apenas o funcho possui variedades específicas para produção de bulbo comestível, principalmente em salada. Talvez o erro mais comum no Brasil entre os condimentos, é confundir o verdadeiro açafrão, e que aqui pode referir-se a pelo menos 4 espécies, o legítimo (Crocus sativus), um que poucos chamam por este nome que é o Bixa orellana (mais conhecido por urucum), uma raiz de cor alaranjada e também chamado de açafrão pelos brasileiros (Curcuma longa) e um de rara ocorrência nas regiões mais frias e também pouquíssimo conhecido (Carthamus tinctorius), que aliás é mais utilizado como corante. Há ainda no Brasil, algumas plantas com odor bem próximo a da pimenta-do-reino. São espécies que pertencem ao gênero Xilopia e que mereceriam mais estudos sobre sua viabilidade na culinária, pois são menos picantes. Possuem nomes vulgares como pindaíba, pimenta-de-bugre e pimenta-de-macaco. E próxima da noz-moscada temos uma planta silvestre com características semelhantes, que é a Cryptocarya moschata e que pertence a família do louro e das canelas. Aliás, no Brasil, as plantas chamadas de canelas não possuem as mesmas utilidades da canela-da-china. Outra planta que brota espontaneamente no Brasil e que pode ser usada como condimento é a aroeira-vermelha (Schinus

terenbinthifolius) e que já é chamada de pimenta-rosa. No nordeste há uma planta com formato semelhante ao boldo-de-folha-peluda e com um aroma que lembra muito pouco o orégano mas que também é usada na culinária. É chamada de hortelã-do-norte, malvaisco ou até alfavaca como no interior de Sergipe e o nome científico é Plectranthus

amboinicus. Em Cuba é chamado de orégano. Além do coentro (Coriandrum sativum), no Brasil é também conhecido como coentrão ou coentro uma planta de nome Eryngium foetidum, que é comum no nordeste. Para mais confusão há também o orégano mexicano (Lippia graveolens), que não tem aparência semelhante ao verdadeiro. Há também muitas plantas nativas no Brasil que recebem o nome de alecrim como o alecrim-do-campo e o alecrim de vaqueiro, sendo que a maioria não possui uso condimentar. A identificação correta de alguns grupos de plantas só é possível em Instituições estrangeiras de pesquisa como o Royal Garden na Inglaterra. Como exemplo de grande dificuldade para chegar ao nome correto pode-se citar manjericões, hortelãs, orégano ou manjerona e pimentas, sendo o primeiro o grupo com maior diversificação de espécies e variedades de interesse econômico. Entre as pimentas há divergências entre os pesquisadores. Para auxiliar na busca da identificação de algumas espécies são fornecidas características em comum de algumas espécies. ♦ espécies que possuem aroma semelhante • aroma de anis: há algumas espécies que possuem aroma semelhante ao que lembra o anis, como a verdadeira erva-doce ou anis (Pimpinella anisum), o funcho e sua variedades produtoras de sementes ou

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“bulbos” (Foeniculum vulgare), um manjericão que muitos chamam de atroveran (Ocimum selloi), sendo inclusive utilizado na fabricação de licores caseiros, o anis estrelado (Illicium verum); • aroma de orégano: neste aroma podem ser exemplificados o próprio orégano (Origanum vulgare), a manjerona (Origanum majorana), a segurelha (Satureja hortensis), e o tomilho (Thymus vulgaris). Este último possui folhas mais afinadas e menores enquanto que a segurelha possui folhas menores que o orégano e a manjerona, e entre estas últimas é muito difícil a diferenciação. Acrescente também que em todas citadas existem variedades. Há ainda o coentrão ou chicória para alguns (Eryngium foetidum); • aroma de menta: aqui entram vários hortelãs do gênero Mentha e uma planta conhecida como poejo-do-rio-grande (Cunila microcephella); • aroma de manjericão ou alfavaca: são inúmeras as espécies que possuem odor que lembra o que muitos chamam de alfavaca, principalmente em função das inúmeras variedades. Todos pertencem ao gênero Ocimum; e • aroma de cravo: o próprio cravo-da-índia (Eugenia ) e o manjericão-cravo ou favacão (Ocimum

gratissimum). Origem de algumas plantas condimentares Ásia Aneto, pimenta-do-reino, cardamomo, canela verdadeira, canela-da-china, noz-moscada, gengibre, curcuma e cravo-da-índia América Baunilha e pimenta-malagueta Europa Coentro, hissopo, manjerona, tomilho, sálvia, segurelha, erva-doce, funcho, levístico e cominho. Exemplos de partes das plantas que fornecem o valor condimentar De acordo com a parte que serve como condimento pode-se agrupar da seguinte forma: ∗ frutos completos: capuchinha, pimenta, anis; ∗ flor: cravinho, açafrão; ∗ partes do fruto ou sementes: anis, funcho, cominho, coentro, alcarávia, mostarda, noz moscada; ∗ folhas: cerefólio, levístico, estragão, sálvia, orégano, tomilho, alecrim, salsa, louro; ∗ casca: canelas; ∗ órgãos subterrâneos: gengibre, curcuma; e ∗ bulbo: alho e cebola. Algumas espécies produzem mais de uma parte como condimento como por exemplo coentro (folhas e sementes), funcho (semente e bulbo), hissopo e manjerona (folhas e sumidades florais). EXIGÊNCIAS CLIMÁTICAS E EDÁFICAS PARA AS PLANTAS CONDIMENTARES

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A qualidade de uma planta condimentar está relacionado diretamente aos teores de algumas substâncias (como os óleos essenciais) e com isto, a produção da biomassa não será o principal parâmetro levado em consideração para efeito de preço. Como os fatores climáticas e de solo influenciam a produção de substâncias na planta, o produtor deverá estar bastante atento as exigências da cultura. Se o não observá-las, a sua produção poderá até estar bem desenvolvida mas sem o teor de princípio ativo desejado. Com isto, caso tenha interesse em produções maiores, certifique com especialistas de que sua planta estará no local adequado. Grandes volumes de plantas medicinais são comprados somente após análise do material. Clima Temperatura A temperatura irá afetar principalmente a produção da biomassa ou a produção de flores como ocorre principalmente com plantas originárias de regiões mais frias. A maioria das plantas condimentares é de clima temperado (ameno) ou mais quente como muitas das espécies das família solánacea (pimentas principalmente), umbelíferas e labiadas. Com relação a época de plantio é importante seguir as seguintes orientações: • em locais de clima mais ameno, plante as espécies exigentes em clima mais quente apenas nos meses

de setembro ou outubro e as de clima mais frio em qualquer época; e • em locais de clima quente plante em abril ou maio as de clima mais ameno e no ano todo as que

preferem clima temperado ou mais quente. Com observações do comportamento das espécies em relação a temperatura, podemos chegar as seguintes conclusões: ⇒ espécies que toleram grande variação de temperatura: açafrão e alcarávia (sofrem com geadas),

cebolinha, hortelã, orégano, cominho, aneto e salsinha; ⇒ espécies que sofrem em clima mais frios: coentro, manjericão, erva-doce, louro, cerefólio, funcho

(depende da variedade), segurelha, estragão, manjerona, gengibre, raiz forte e alecrim; e ⇒ espécies que produzem menos em clima mais quente: segurelha anual, capuchina, funcho, raiz-forte,

levístico, estragão, alho, hissopo, alecrim, sálvia, tomilho, louro e erva-doce. Luz solar São raras as plantas condimentares que conseguem desenvolver sem a luz solar direta. Mesmo em plantas cultivadas em estufas, a mínima obstrução da luz solar, causa perda na qualidade aromática. Em uma propriedade com inclinações em todas as faces (norte, sul, leste ou oeste), a produção de melhor qualidade ocorrerá na face norte devido a maior incidência de luz solar. O mesmo raciocínio pode ser utilizado para a colocação de jardineiras em prédio, só que neste caso, a face sul é inviável para o plantio de condimentos. Altitude

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Com relação à altitude, a maioria das condimentares não teria no Brasil as condições ideais, considerando que são espécies nativas de locais com altitude superior a 1.000m. No país a maior parte do seu território situa-se entre o nível do mar e 1.200 m de altura. Abaixo são dadas as maiores altitudes exigidas para algumas condimentares: Até 1.000 m Erva-doce Entre 1.000 até 1.500m Alecrim, açafrão, coentro, cominho, estragão, funcho (variedade doce requer menor altitude), manjerona Entre 1.500 e 2.000 Alcarávia, sálvia, tomilho, segurelha (Satureja montana) Mais de 2.000 m Orégano Latitude A influência da latitude, que irá refletir diretamente na quantidade de horas de luz, é condição que justificam a melhor qualidade das aromáticas em suas regiões de origem. Várias espécies são originadas ou cultivadas com sucesso em locais com latitude superior a 40º (no Brasil a latitude máxima é próxima de 35º). Umidade A umidade do ar ou do solo é outro fator que influencia na qualidade do condimento. Em alguns experimentos, o excesso d’água tem resultado em plantas com mais biomassa mas com menores teores de óleos essenciais e um pequeno stress hídrico pode favorecer no aumento do teor mas com menor peso. Edáficas (solo) O tipo de solo pode influenciar a produção da biomassa e das substâncias medicinais. Geralmente a origem da planta medicinal pode servir como indício de qual solo ela está mais adaptada, de modo que possa servir de subsídios para indicação de locais mais propícios. Quadro: Indicações da qualidade de solo para algumas plantas condimentares (extraído de BUSTAMANTE, 1993, MARTINS et al., 1995 e SILVA JÚNIOR et al.,1996). NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO QUALIDADE DO SOLO Açafrão Crocus sativus não pode ser argiloso, úmido e impermeável Alcarávia Carum carvi vegeta em ampla variedade de solo, desde que

bem drenado, não seco e compacto Alecrim Rosmarinus officinalis calcário e bem drenado Aneto Anethum graveolens bem drenado, rico em matéria orgânica e fértil

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Coentro Coriandrum sativum fértil e bem drenado Cominho Cuminum cyminum solo areno-argiloso, permeável e fértil.

Desenvolve bem em solo calcário Endro Anethum graveolens fértil e sem umidade excessiva Erva-doce Pimpinella anisum bom teor de matéria orgânica, não suporta solo

argiloso e mal drenado Estragão Artemisia dracunculus fértil, permeável e solto Funcho Foeniculum vulgare bem adaptado a vários tipos de solo, desde que

bem drenado (não seco) e levemente alcalino Gengibre Zinziber officinale bem drenado Hissopo Hyssopus officinalis areno-argiloso ou argilo-arenoso, bem drenado Hortelã Mentha villosa exigente em matéria orgânica e nem um pouco

seco Manjericão Ocimum basilicum rico em matéria orgânica, não suporta solo

argiloso e mal drenado Manjerona Origanum marjorana sofre com solo excesso de umidade e muito

argiloso Orégano Origanum vulgare natureza calcária e fértil, e menos exigente que a

manjerona Sálvia Salvia officinalis tolera pH de 5,0 a 9,0 e não é muito exigente

quanto a fertilidade Segurelha anual Satureja hortensis cresce até em solos arenoso e calcário Tomilho Thymus vulgaris tolera solo argiloso e calcário Também com relação ao solo pode-se ter fazer outras observações: • curcuma e gengibre (espécies que produzem raízes para colheita) devem ser plantados em solos mais soltos (nem um pouco argiloso); • os solos mais escuros são geralmente mais férteis e mais propensos a doenças; e • solos mais claros são geralmente mais ácidos e mais secos. PLANTIO Reprodução sexuada (por sementes) Abaixo são dados exemplos de tratamentos para aumento da germinação. Embebição com KNO3 Algumas sementes com as de funcho, necessitam de serem embebidas em solução a 2% de KNO3. 7 dias por 5-10º C Deixar na temperatura e período citados as sementes de sálvia, aneto e cerefólio. Luz

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Muitas espécies necessitam de luz para germinar. Exemplo: hissopo e alecrim Sempre teste com uma pequena quantidade os métodos indicados tendo em vista que estas recomendações são obtidos de experimentos no exterior. Alguns comerciantes de sementes também pode dar algumas informações para o máximo de germinação. A grande maioria das espécies de condimentos propagam-se por semente mas algumas só conseguem propagar-se quase que somente por esta forma como por exemplo: alcarávia, aneto, cominho, funcho, erva-doce, salsinha, coentro e cerefólio. Algumas dicas para aquisição de sementes: • compre somente sementes de empresas com tradicão na importação de sementes; e • compre sementes de saquinhos ou latas que não foram abertos. Propagação vegetativa Para obter maior sucesso na propagação vegetativa siga os seguintes conselhos: ⇒ Época de coleta material para propagação: final de inverno ou início da primavera. ⇒ Características do dia da coleta: nublado ou até com chuvisco. ⇒ Horário da coleta: após o horário mais quente. ⇒ De qual planta matriz coletar: que não esteja em fase reprodutiva, nem muito nova ou velha, com

ótima condições de sanidade e bem desenvolvida. As principais formas de propagação vegetativa são: Estaquia de folha É o processo vegetativo mais utilizado para as plantas condimentares. Normalmente são utilizados pedaços de galhos de 5 a 10 cm (tomilho, sálvia, segurelha, estragão, orégano e manjerona), 10 a 15 cm (alecrim, manjericão, favacão) e de 15 a 20 cm de comprimento (louro e urucum). O diâmetro varia de 0,2 a 1 centímetro de diâmetro e cada estaca deverá ter pelo menos três nós. Na prática tem se conseguido melhor resultado quando as estacas são um pouco lenhosas na parte que será enterrada. De arbustos ou árvores, as estacas de galho devem ser mais lenhosas e maiores. As estacas também podem ser de rizomas ou raízes (curcuma, gengibre e hortelã), desde que tenham duas a três gemas. Sempre cortar as estacas de galho com tesoura de poda. Na parte que será enterrada em forma de bisel (inclinado) e reto no ápice. Deixar um par de folhas (louro e urucum ou apenas 1/3 das folhas (alecrim, tomilho, segurelha, orégano e manjerona). As estacas podem ser plantadas em canteiros ou sacos plásticos, com substrato preparado (mistura de partes iguais de terra comum, húmus e areia), deixando de fora 2/3 da estaca e enterrando o restante. Para melhor enraizamento, pode-se usar hormônios, encontrados em casas especializadas. Divisão de touceira É o método que permite desenvolvimento mais rápido das mudas mas também é o que menos rende, pois consiste em aproveitar partes da planta contendo parte aérea e raiz. Após a retirada das mudas, podar a parte aérea e a raiz, deixando respectivamente 5 a 10 cm e 2 a 5 cm de comprimento. São exemplos de condimentos que reproduzem por divisão de touceira: cebolinha, tomilho, hissopo, orégano e segurelha.

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Alporquia Sem a utilização de hormônios é a forma mais recomendada para o louro. As etapas para alporquia são: ∗ escolha um galho com ótima aparência e com no mínimo 30 cm de comprimento ∗ sem retirá-lo da planta, faça um anelamento (retire a casca em forma de anel) a uma distância de

cerca de 20 cm do ápice do galho ∗ coloque barro ou esfagno úmido sobre o anel ∗ envolva o anel com uma fita plástica e amarre nas pontas ∗ depois de bem enraizado, plante no local definitivo ou em recipientes No caso do louro, a demora para pegamento é cerca de 2 a 4 meses. Há também plantio por bulbos como para o açafrão e alho.

Quadros para planejamento da compra de sementes Quadro: peso de 1.000 sementes de plantas condimentares obtidos pelo autor e PRADO, C.; ROMERO, F. H. C. e SANTOS, R. R. (1998) Espécie Peso de 1.000

sementes Aneto 1,229 Cerefólio 3,232 Hortelã-pimenta

0,073

Manjericão 1,916 Manjerona 0,284 Orégano 0,083

PRODUÇAO EM VASOS E JARDINEIRAS Para aqueles que querem uma produção em vasos, jardineiras ou recipientes, estes devem ter pelo menos 20 cm de profundidade para as espécies com até 50 cm de altura. Mesmo espécies que requerem vasos maiores como louro e alecrim, estas podem ficar por até 6 meses (ou quando notar murchamento ou crescimento excessivo de raízes) e deverão ser transplantadas para o local definitivo. Qualquer local em que incida pelo menos 6 horas de sol e protegido de ventos frios e fortes, para que as plantas cresçam com vigor, pode ser utilizado para a colocação dos recipientes. Mesmo em locais onde a iluminação é deficiente (3 a 4 horas de sol), pode-se colocar espécies tais como hortelã, capuchinha, salsinha, cebolinha e tomilho, apesar de perderem em qualidade. O substrato mais utilizado é uma mistura em partes iguais de terra comum, húmus e areia e no fundo devem haver furos para evitar encharcamentos e cobertos com camada de pequenas pedras ou até pedaços de telhas. Para evitar que fique adubando todo mês, adicione para cada cinco litro do substrato 2 colheres de chá de farinha de ossos e duas de torta de mamona. Repita a cada 6 meses esta adubação. Sempre que o recipiente estiver com o substrato seco, coloque água. Adube mensalmente com uma colher de húmus de minhoca.

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Salsa 1,585 Salsão 0,445 BUSTAMANTE (1993) fornece os seguintes pesos de 1000 sementes: Espécie Peso em gramas Alcarávia

3,000

Alecrim 1,038 Aneto 1,460 Coentro 9,003 Cominho 3,140 Erva-doce 2,400 Funcho 4,970 Hissopo 0,900 a 1,000 Manjericão italiano 1,400 Manjerona 0,225 Mostarda branca 5,000 Orégano 0,035 Sálvia 6,300 Satureja hortensis 0,761 Satureja montana 0,650 Tomilho 0,265 Estes outros valores foram fornecidos por empresa que comercializam sementes: Espécie Número de sementes por grama Alcarávia 120 Alecrim 1.000 Anis ou erva-doce 220 Cebolinha comum 600 Estragão 6.000 Funcho 200 Hissopo 1.000 Levístico 6.000 Sálvia 150 Segurelha 1.500 Tomilho 4.000 Com relação ao gasto com sementes, HORNOK (s.d.), fornece as seguintes quantidades: Espécie Requerimento de sementes por hectare (Kg) Alcarávia 6-10 Aneto 12-14 Coentro 16-20 Erva-doce 13-15 Estragão 40.000 a 50.000 mudas Funcho 8-10 Hissopo 3-5 Levístico 6-8 Manjericão 4-6

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Majorana 6-8 Mostarda branca 15-17 Mostarda preta 12-14 Sálvia 30.000 a 36.000 mudas Segurelha 4-8 Tomilho 80.000 mudas Quadro: espaçamento de algumas plantas medicinais. Espécie Entre plantas (cm) Entre linhas (cm) Açafrão 10 15 a 45 Alcarávia 20 a 30 40 a50 Alecrim 50 80 a 160 Aneto 10 a 20 40 Cerefólio 15 25 Coentro 15 a 20 50 a 60 Cominho 25 a 30 50 Erva-doce 20 40 a 70 Estragão 30 40 a 50 Funcho (para sementes) 50 a 60 50 a 90 Hissopo 30 a 40 80 a 140 Manjericão 20 a 30 50 a 70 Manjerona 20 a 30 40 Orégano 35 30 a 70 Segurelha (Satrureja hortensis) 20 a 25 30 a 60 Segurelha (S. montana) 30 a 35 80 a 120 Sálvia 40 60 a 80 Tomilho 25 a 30 60 a 80 Como a maioria dos espaçamentos não foram estudados nas nossas condições, pode ocorrer variações quando for plantar. Em solos menos férteis, o espaçamento pode ser menor e nos mais férteis o espaçamento poderá ser maior. Plantas muito separadas estarão mais sujeitas a poeiras e muito adensadas, crescerão com menos força. Adubação para plantios comerciais Quadro: adubação orgânica e de NPK em plantas condimentares segundo BUSTAMANTE (1993) Espécie N (kg) P2O5 (kg) K2O (kg) Observações M. O.

(ton) antes do plantio

Alcarávia 60 100 100 solo de média fertilidade Alecrim 60 a 80 60 a 80 80 a 100 adubação anual 30 a 50 Coentro 60 a 80 80 a 100 100 a 120 no preparo do solo e N em duas

vezes

Erva-doce 45 80 a 100 100 a 120 solo de média fertilidade 15 Estragão 75 80 120 anual e depois de cada corte

suplementar com 30 de N 30 a 50

Funcho 80 120 120 não ultrapassar a dose de N, 15 a 20

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devido a influência na produção de folhas

Hissopo 50 a 70 60 a 80 100 a 120 antes do plantio e anual após o início da fase vegetativa, após 1º corte, mais 30 de N

40

Manjericão 100 a 150 100 a 140 100 a 140 maior quantidade para solos com grande perda por lixiviação

Manjerona 150 100 a 120 100 a 120 solo médio, N em três vezes (início da vegetação, depois 1º corte e depois do 2º corte)

Orégano 120 a 150 80 a100 100 a 120 N em duas vezes (1º na atividade vegetativa e 2º após 1º corte)

Sálvia 40 a 50 80 a 100 80 a 100 anual, após 1º corte mais 30 de N, 20 Segurelha anual

60 a 80 40 a 60 60 a 80 N em duas vezes (1ª no preparo do solo e a segunda logo após o plantio)

Segurelha perene

60 a 70 50 a 60 80 a 100 antes do plantio, todos os anos e na primavera

30

Tomilho 75 a 80 50 a 60 100 a 120 N em cobertura, P e K no preparo superficial do solo

40 a 50

Obs. m. o.= matéria orgânica Com relação ao período crítico relacionado a irrigação, MAROUELLI et al. (1996), fornece os seguintes dados: Espécie Período crítico Cebola Desenvolvimento do bulbo Pimentão Formação e desenvolvimento de frutos Pimentas Frutificação até a colheita Recomendações gerais para controle de pragas 1. plantar espécies ou variedades resistentes e adaptadas ao local e a época; 2. respeitar os espaçamentos e época recomendados para cada espécie/variedade; 3. quando realizar capina ou qualquer outro tipo de trato cultural, procure não danificar as plantas, já que um ferimento é a porta de entrada de patógenos. A sálvia é exemplo de planta que sofre com qualquer dano que recebe; 4. comece o trabalho sempre pelas sadias e termine o trato nas plantas doentes, para que não haja infecção; 5. desinfeccione toda hora o material de colheita ou poda; 6. evitar a monocultura, procurando plantar na mesma área espécies de forma e famílias diferentes; 7. manter sempre o solo em boas condições; 8. evitar o uso de produtos químicos, sem a devida orientação técnica; 9. ao notar uma planta doente retire a parte infectada (folha, ramo etc.) ou até mesmo a planta inteira e queime-a, para que não haja contaminação, após isso isole o local e plante outra espécie de família diferente;

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10.nunca deixe seu canteiro excessivamente irrigado, pois alta umidade e temperaturas altas, tornam o ambiente mais propício ao ataque de doenças; 11.procure ter o maior número de espécies diferentes e sempre realizar rotação de culturas, evitando plantar em dois anos consecutivos uma mesma planta ou da mesma família, pois absorvem o mesmo nutriente do solo e a planta fica fraca e vulnerável a pragas e doenças, além de se ter no canteiro patógenos que sobrevivem no solo de uma ano para o outro; 12.contra certas pragas plante em volta do canteiro por exemplo, cravo de defunto ou tagetes que mantêm os pulgões longe, hortelã que afugenta as formigas, e arruda contra lesmas; 13.ao perceber o início de ataque de doenças, inicie a colheita antes que perca toda a produção; 14.faça também todo ano tratamento de inverno (aplicação de caldas), para prevenir contra doenças e pragas, além de preparar a planta para a brotação, florescimento e frutificação;e 15.adquirir sempre mudas sadias; e 16.ao utilizar uma planta como matriz de mudas, observe se ela está isenta de doenças e pragas e com ótimo vigor, ou seja saudável. COLHEITA Alguns cuidados gerais são: • a colheita deve ser feita após o orvalho e nunca em dia nublado ou chuvosos; • não é recomendada a lavagem do material no dia da colheita, pois poderá favorecer ao aparecimento de bolores. Pode ser exceção quando se tem a garantia do controle da temperatura da secagem e que o local não tenha alta umidade; • se as plantas estiverem muito empoeiradas, faça uma irrigação um dia antes da colheita ou, se for pequena produção, lave-as com regador; • faça antecipado o planejamento da colheita, estudando o ciclo de vida da planta com o objetivo de escolher o momento ideal da colheita, preparar o material e explicar detalhadamente para os funcionários; e • pode-se colher as raízes no final da tarde. Para produções comerciais será importante pesquisas sobre horários mais específicos de colheita, pois estas observações não servem para todas. FOLHAS Se for para pequenas produções pode-se tomar cuidados mais rigorosos como por exemplo: • colher sem o pecíolo e no início da formação de flores; • retire um pouco de cada planta e se quiser dar volume, corte o ramo apical; • um dia antes da colheita, lavar as plantas (cuidado para colher somente em dia ensolarado); e • para aumentar a massa foliar em manjericões, deve-se retirar as flores. FLORES, BOTÕES FLORAIS OU SUMIDADES FLORIDAS Muitas aromáticas são valorizadas quando são colhidas as folhas e as sumidades floridas ao mesmo tempo. Estas sumidades devem ser colhidas com 2 cm de pedúnculo, pela manhã e no início da floração antes que se abram totalmente. FRUTOS E SEMENTES

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Para a grande maioria das plantas produtoras de sementes ou frutos, o momento ideal para colher seria quando da completa maturação destas partes, no entanto se for esperar este momento, as sementes podem cair. Com isto, deverão ser colhidas logo que percebe o início da queda de algumas sementes. RAÍZES São poucas as plantas condimentares que são destinadas a produção de raízes para temperos e plantas como curcuma e gengibre tem com indicativo, a morte da parte aérea. Caso tenha que fazer colheita de apenas uma parte da planta, escolher as raízes mais próximas da superfície. As épocas que tem tido melhor resultado para colheita de raízes são início da primavera ou do outono. Nos quadros abaixo estão relacionados dados retirados de algumas das principais publicações ou instituição de pesquisa. Estas informações serão essenciais para poder estimar a produção e planejar o momento da colheita. Em pesquisas do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Universidade de Campinas, chegou-se aos seguintes rendimentos: Espécie Rendimento

ton/matéria seca/hectare Alecrim 1,82 de folhas Hortelã-pimenta 1,58 da parte aérea Sálvia 1,7 de folhas LA LUZ (1993) faz as seguintes considerações, sobre colheita de plantas aromáticas em Cuba: Espécie Rendimento anual

por hectare Observações

Alho a colheita inicia quando 50% das folhas estão murchas e 20% das plantas caem ao solo.

Aneto 836 kg de sementes após 100 dias do transplante e 10 coletas com intervalo de 3 dias, cortando-se a umbela quando as sementes iniciam a maturação.

Coentro mais de 600 hg de sementes

colhe-se após 4 a 5 meses da semeadura.

Funcho 1 ton de sementes coleta a cada 7 dias e quando terminar, cortar a planta a 25-30 cm do solo.

Ocimum basilicum 18 ton de matéria fresca

3 cortes a 10 cm do solo. O primeiro após 3 meses e depois a cada 45 dias. Melhor produção no verão.

Manjericão 10 ton de matéria fresca

2 cortes por ano a 10 cm do solo. 1º corte após 4 meses e o 2º, 2 meses após 1º.

Salsa Se for folhas o 1º corte aos 65 a 70 dias e 2º corte 30 a 40 dias mais tarde cortando rente ao solo.

BUSTAMANTE (1993) fornece o rendimento de um coletor e considerações sobre a colheita.

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Espécie Peso (kg) Alecrim 350-450 Funcho 375-400 Manjerona 200-250 Orégano 30-50 Sálvia 400-450 Tomilho 150-180 Obs. são valores obtidos de coletores experientes. Rendimento e observações sobre colheita de espécies condimentares (adaptado de BUSTAMANTE, 1993) Espécie Partes

colhidas Rendimento anual por hectare Observações

Açafrão estigmas dessecados

15 kg (1º ano), 30 kg (2º ano), 20 kg (3º ano) 0,3 a 2,0 % de óleo essencial 10.000 a 20.000 kg de bulbos

colheita anual, cortando as flores logo que abrir.

Alcarávia frutos 1,5 ton (seco) 3 a 7% (óleo essencial)

floração no 2º ano e quando inicia a maturação

Alecrim folhas e sumidades floridas

Parte aérea: 8,0 a 10,0 ton (fresca), 2,0 a 3,0 ton (seca) Folhas: 1,6 a 2,4 ton Óleo essencial: 40 a 60 kg

colher 30 cm acima do solo e o 1º corte após 12 a 18 meses e depois 1/ano.

Aneto frutos e folhas Folhas: 5,0 kg (frescas), 0,75 kg (secas) Frutos: 1,5 ton Óleo essencial: 25 a 40 kg

Coentro frutos maduros e secos

1,0 a 2,0 ton (frutos) 1,2 a 1,5 kg (folhas secas)

colheita antes da maturação completa. 65 a 70% é a perda de peso após retirada do pecíolo

Cominho frutos maduros e secos

0,6 a 1,0 ton (frutos secos) 2,5 a 4% (óleo essencial)

colher antes da maturação completa

Erva-doce frutos maduros

0,6 a 0,7 ton a 1,2 a 1,5 ton 6% (óleo essencial)

inicia colheita 50% estão maduros

Estragão folhas dessecadas

Parte aérea fresca: 1º ano no máximo 3 a 5 ton, 2º ano 12 a 15 ton Folhas secas: 800 kg

5 a 6 anos de coleta. Após secar perde-se 80% do peso normal

Funcho frutos, folhas e raízes

1,5 ton (variedade doce), 2,0 ton (var. amarga) Óleo essencial: 35 a 70 kg (var. doce) e 70 a 140 kg (var. amarga)

Hissopo folhas e sumidades floridas

Parte aérea: 1,4 a 2,0 ton (1º ano, seca), 5,0 a 6,0 ton (2º ano, seca)

colhe-se em plena floração 1º ano (1 corte)

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Óleo essencial: 40 a 50 kg 2º ano (2 cortes) Manjericão italiano (Ocimum

basilicum)

folhas, sumidades floridas

Planta: 10 a 15 ton (fresca), 2 a 3 ton (seca) Folhas: 1,2 a 1,5 ton (secas) Óleo essencial: 2,4 a 3,0 kg (variedades “fino verde” e “gran verde”) e 6 a 8 kg (var. “hoja de lechuga”)

colhe-se na floração quando para óleo essencial e para culinária, antes da floração e a 15 cm do solo

Manjerona folhas e sumidades floridas

7,0 a 12,0 ton 3,0 a 4,0 ton 20 a 25 kg de óleo essencial

colher na floração para destilação

Mostarda-branca

sementes 1,0 a 1,5 ton 0,7 a 1,4% (óleo essencial)

Orégano folhas e sumidades floridas

Matéria fresca: 3,0 ton (1º ano), 15,0 ton (2º ano) Óleo essencial: 2,0 kg

1º ano (1corte), 2º ano (2 cortes). Colhida antes de abrirem todas as flores

Sálvia folhas e sumidades floridas

Por corte: Planta fresca - 6,0 ton Planta seca - 1,5 ton (1º ano), 4,0 ton (2º ao 4º ano) Folhas secas - 0,9 a 2,1 ton Óleo essencial - 1,0 a 2,5 %

no 5º ano diminui a produção. 2 cortes a partir do 2º ano

Satureja

hortensis

folhas, sumidades floridas

Planta: 12 a 15 ton (fresca), 3,5 a 4 ton (seca) Folhas: 0,9 a 1,0 ton (secas) Óleo essencial: 27 a 30 kg

380 frutos com 4 aqüênios cada planta, colhe em plena floração

Satureja

montana

folhas, sumidades floridas

Planta: 8 a 12 ton (fresca), 3,6 a 5,4 ton (seca) Folhas: 1,5 a 2,0 ton (secas) Óleo essencial: 16 a 24 kg

Tomilhos folhas e sumidades floridas

Fresco: 4,0 a 5,0 ton Seco: 0,8 a 1,2 ton Óleo essencial: 20 a 25 kg

1 ou raras vezes 2 cortes ao ano

HORNOK (S.D.) fornece os seguintes dados: Espécie Parte colhida Rendimento do

óleo (%) na matéria seca

Rendimento: ton por hectare

Alcarávia fruto 3,0-7,0 0,4-1,5 Aneto parte aérea

semente 2,0-3,0 0,8-1,6

0,4-0,5 0,7-1,0

Coentro fruto 0,6-1,5 0,6-0,8 Erva-doce semente 1,5-3,5 0,4-0,6 Estragão parte aérea 0,5-2,8 2,0-2,5 Funcho fruto 2,0-6,0 0,4-1,2 Hissopo parte aérea 0,3-1,0 0,8-2,0

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Levístico raiz parte aérea

0,5-1,0 0,5-1,7

1,5-2,5

Manjericão parte aérea 0,5-1,1 1,8-2,0 Majorana parte aérea 0,5-1,3 1,8-2,0 Mostarda branca semente 0,8-1,0 Mostarda preta semente 1,1-1,5 Sálvia parte aérea

folha 1,0-2,5 1,0-1,5

0,5-0,8 Segurelha parte aérea 1,0-2,0 1,0-1,5 Tomilho parte aérea 1,0-2,5 1,5-2,5 SECAGEM E ARMAZENAMENTO Pode-se considerar a secagem como a etapa mais delicada do cultivo das plantas condimentares, pois se for mal feita, pode-se perder todo o trabalho. Uma boa secagem mantém boa parte do valor organoléptico e preservar o material colhido do ataque de doenças e pragas. Os procedimentos antes da secagem são: * retirar fragmentos de outras plantas, insetos e outros materiais estranhos; * selecionar partes de melhor aspecto (sem sintomas de ataque de pragas e doenças); * tomar cuidado para não sujar as partes colhidas com terra; e * manipular o mínimo possível o material colhido. Além de melhor preço obtido, o produtor poderá tornar-se referência para compradores, invertendo a situação normal, isto é , passará a ser procurado para comprar material. 10.1. SECAGEM Na produção caseira, o uso das plantas frescas é o mais recomendável mas na produção comercial, o que é comercializado é a matéria seca (exceto para venda em restaurantes, pizzarias, etc.). Para conseguir um bom produto seco, deve-se proceder à secagem o mais brevemente possível. As condições internas do secador ou local para secagem são: * limpo; * seco; * arejado; * sem aberturas para o lado sul; * permitir o mínimo de entrada de luz; * saída para o ar quente; e * temperaturas máximas entre 35ºC (para folhas e flores aromáticas) e 40ºC (para não aromáticas). Apenas as partes duras não aromáticas que podem ser secas a 65ºC. No processo de secagem observar os seguintes procedimentos: * evitar o revolvimento das camadas de folhas e flores; quente; * não secar ao sol folhas e flores; * fazer camadas de folhas de no máximo 5 cm de espessura; * colocar uma espécie de cada vez no local de secagem; * utilizar prateleiras, deixando espaçamentos de 20 a 30 cm entre cada uma; e * não secar sobre superfície não compactada. Utilize tela, sombrite ou ripado.

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Secagem natural Nesta secagem, não há controle da temperatura e com isto, o material colhido demora muito mais para secar (1 a 2 semanas se fore parte aérea). Na figura, estão demostrados como podem ser colocados o material para secar. Pode-se cobrir as partes com papel de embrulhar pão, com a finalidade de absorver mais a umidade, diminuir a iluminação e manter livre de poeira. A secagem pode ser também sobre panos, ripados ou redes, estendidos em local arejado, sem umidade e abrigados do sol. Secagem artificial Para secar grandes quantidades deve-se usar a secagem artificial, que se dá com temperatura controlada (entre 30 e 65º). É bem mais rápida e o material poderá estar pronto no mesmo dia. Infelizmente são raras as empresas que comercializam secadores, ficando a cargo do produtor idealizar o seu próprio. Em alguns casos faz-se uma estabilização, que é feita com vapores de álcool etílico, que mantém as enzimas celulares inativas, preservando assim, sua composição química. Armazenamento O material após a secagem, deverá ser armazenado em local escuro, seco, arejado, sem insetos ou poeiras e com temperatura não muito alta. Como um dos fatores que prejudica o teor de substâncias é a luz, inativando ou até destruindo algumas, o material deverá ser conservados em recipientes de metal, cerâmica, vidro escuro ou madeira. Para produções maiores, sugere-se guardá-los em sacos de juta, que comumente são usados para guardar produções agrícolas. Para impedir poeira, desenvolvimento de fungos, entrada de insetos, umidade ou perdas dos óleos essenciais, recomenda-se fechar o mais hermeticamente possível. Não esquecer de colocar no material colhido, etiquetas com o nome da espécie colhida e a data da colheita. COMERCIALIZAÇÃO Com poucos estudos da qualidade dos condimentos quando cultivados no Brasil, o produtor pode arriscar a iniciar em uma pequena área o cultivo de algumas espécies de alto valor econômico como o açafrão ou a alcaparra, apesar da literatura atual indicar que estas culturas não são aclimatadas as nossas condições. No entanto, praticamente não há pesquisas que comprovem estas informações.. Alguns países da América do Sul já iniciaram estudos sobre a viabilidade de algumas culturas como o açafrão na Argentina (já citado), e estão conseguindo resultados positivos. Em função da tradição da península ibérica na venda de especiarias, são dadas em %, a participação de alguns condimentos no seu comércio: pimentão: 15% alho: 12% salsa 12% pimenta: 10% açafrão: 9% canela: 8% Em levantamento realizado pelo autor em Portugal no início de 1998, obteve os seguintes preços de alguns condimentos:

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Espécie Preço em escudo/kg Malagueta 4.589 Manjericão 13.000 Coentro 4.412 Cravinho 5.258 Açafrão 40.000/100 gramas Canela 6.325 Cominho 2.980 Gengibre 5.275 Açafrão das índias 4.600 Cardamomo 5.257 Pimentão 2.200 Salsa 4.734 Tomilho 9.750 Noz moscada 5.460 Orégano 9.773 Pimenta 5.110 Alecrim 2.167 Obs. valor de 1 dólar = 182,15 escudos (31.07.98). Aos produtores sugere-se que: • pesquisar no comércio, os condimentos mais comercializados e verificar a qualidade do material oferecido no comércio; • após a seleção, obter o máximo de informações técnicas sobre as espécie escolhidas; • caso não tenha muita informação, inicie com pequena área para verificar a viabilidade; • quanto maior a área, menor o número de espécies cultivadas e acima de 5 ha escolha uma ou duas

espécies; • contatar compradores e se possível estabelecer contrato de compra; e • selecionar e treinar a mão-de-obra. Alternativas como fonte de renda:

Para pequenas áreas • viveiro de mudas mesmo em uma área de 200 a 500 m2, pode-se conseguir lucro com viveiro de mudas de plantas condimentares. Para oficialização desta atividade há necessidade de registro na Secretaria da Agricultura (ou similar no seu estado), no IBAMA, responsável técnico (Engenheiro Agrônomo ou Engenheiro Florestal) e registro no CREA (dependendo do Estado) se for empresa. Para divulgar o produto, participe de feiras e exposições. Conseguirá mais lucro se estiver próximo de capitais ou grandes cidades. • produção de plantas condimentares para distribuição direta (restaurantes por exemplo) para áreas um pouco maior (1 a 2 ha), é altamente rentável mas já começa a ficar saturado em algumas grandes cidades. O preço de um maço é quase sempre superior ao preço de 1,0 kg de matéria seca da mesma planta. Sugere-se enviar amostras aos restaurantes. • artesanato com plantas condimentares (guirlandas, travesseiros, sachê) poderá produzir o próprio artesanato e sofrerá menos burocracia para criar a empresa. A participação em feiras e exposições também é essencial.

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Para grandes áreas • produção de plantas para atacadista • produção para empresas que vendem condimentos já ensacados

para áreas acima de 10 ha.

BIBLIOGRAFIA CITADA OU RECOMENDADA BREMNESS, L. 1993.Plantas aromáticas. Lisboa, Civilização, 240 p. BREMNESS, L.1994. Herbs. London, Kindersley. 1994. 304 p. BUSTAMANTE, F. M. L. 1993. Plantas medicinales y aromáticas. Madrid, Mundi Prensa, P.85-88. CARDOSO, M. O. (Coord.). 1997. Hortaliças não convencionais da Amazônia. Brasília, EMBRAPA-SPI, EMBRAPA-CPAA. 150 p. CHIEJ, R. 1988. Medicinal Plants. London, Macdonald Orbis, 447 p. CHOUDHURY, S. N.; HAZARIKA, A. K.; BORDOLOI,D.N. 1986. Efficacy of foliar application of micronutrients and harvesting time on foliage and oil quality of Ocimum basilicum Linn. Indian Perfumer. 30(4): 465-9. CORRÊA JR., C., MING, L. C., SCHEFFER, M. C. 1991. Cultivo de plantas medicinais, condimentares e aromáticas. Curitiba, EMATER-PR, 151 p. CRAVEIRO, A. A.; FERNANDES, A. G.; ANDRADE, C. H. S.; MATOS, F. J. A.; ALENCAR, J. W.; MACHADO, M. I. L. 1981. Óleos essenciais de plantas do Nordeste. Fortaleza, Edições UFC, p. 205-208. (Relatório técnico). DARON, D. s.d. Beautiful plants of the bible: from the hyssop to the mighty cedar trees. Herzlia, Israel.45 p. DARRAH, H. H. 1974. Investigation of the cultivars of the basil (Ocimum). Economic Botany, 28:63-67. ECHEVERRY, O. S. H.; MUNOZ, F. J. E.; TAMAYO, C. C. H. 1990. Studies on the growth and phenology of Ocimum basilicum L., Ocimum minimum L. and Ocimum gratissimum Hook.. Acta Agronomica, Univ. Nac. Colômbia, 40(1-2): 51-63. FERRÂO, J. E. M. 1993. Especiarias: cultura, tecnologia e comércio. Lisboa, ministério do Planejamento e da Administração do Território. 413 p. GARDÉ, A. & GARDÉ, N. Culturas hortícolas. vol. 1. 6ª ed. Lisboa, Clássica Editora. 1988. 469 p. GERSHENZON, J. 1984. Changes in the levels of plant secondary metabolites under water and nutrient stress. Recent Advances in ; Phytochemistry N., Y. v. XVIII. p 273/319.

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