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    CURSO DE CERTIFICAO PARA INSERO DO PICC

    GUIADO POR ULTRASOM.

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    SUMRIO

    MDULO I 4

    Atualizao em acesso vascular: Histrico do cateter, dispositivos intravenososconvencionais e PICC; Indicaes e contra indicaes de uso de PICC

    MDULO II 20

    Aspectos ticos e legais da utilizao de PICC

    MDULO III 27

    Anatomia e fisiologia da pelee Sistema vascular

    MDULO IV 41

    Terapia intravenosa e Interaes medicamentosas

    MDULO V 66

    Controle de infeco e epidemiologia no uso de PICC

    MDULO VI 76

    Avaliao do paciente pr-insero de PICC

    Tcnica de insero de PICC

    Complicaes associadas ao uso de PICC e Intervenes

    Cuidados e manuteno de PICC

    MDULO VII 117

    Tcnica de insero de PICC guiado por US

    MDULO VIII 130Documentao e registros / Protocolo

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    MDULO I

    Histrico do cateterAtualizao em acesso vascular:

    Dispositivos intravenosos convencionais e PICCIndicaes e contra indicaes de uso de PICC

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    1. Histrico do cateter

    Desde os primrdios da histria, o homem tenta introduzir alimentos, lquidos e solues no

    corpo humano por via no oral, tendo como finalidade alimentar, hidratar, medicar e repor volumes

    de lquidos perdidos.

    No sculo XV experimentou-se a transfuso de sangue de animais para humanos, o que

    naturalmente falhou. Em 1881, o sangue humano foi utilizado pela primeira vez em transfuses no

    homem com resultados insatisfatrios, pois o conceito de compatibilidade sangnea ainda no era

    conhecido. Somente no sculo XX as transfuses sangneas e outras infuses endovenosas

    comearam a se realizar com sucesso. O conhecimento sobre grupos sangneos e o

    desenvolvimento de processos eficazes de esterilizao tornaram-se mais abrangentes e fizeram

    com que os fatores que interferiam nos resultados negativos fossem amenizados.

    Com os avanos cientficos, apareceu a necessidade de desenvolvimento de novos

    dispositivos para acesso venoso.

    Em 1920, o conhecimento j existente sobre solues parenterais estreis, agulhas

    descartveis e dispositivos de administrao endovenosa prepararam o caminho para as mais

    amplas tcnicas endovenosas, como transfuses sangneas para tratamento de pacientes em

    estado de choque hipovolmico.

    Nos anos 50 foi desenvolvida a agulha de Rochester, um dispositivo que consistia de umaagulha oca de metal com canho curto e adaptador de metal cego, que era conectado acima do

    canho da agulha, mais uma cnula de plstico. Foi o primeiro conceito de cateter sobre agulha

    desenvolvido.

    Em 1952, durante a guerra da Coria, foi descrito pela primeira vez o uso de insero

    percutnea de cateter atravs da veia subclvia como um mtodo rpido e eficaz de reposio

    volmica. Em 1962 foi popularizado seu uso para a verificao da presso venosa central e, em

    1968, foi difundido e adaptado seu uso para administrao de nutrio parenteral total, permitindo

    assim a introduo de solues hiperosmolares em grandes quantidades no organismo, sem, noentanto promover danos ao endotlio das veias.

    Atualmente, os riscos associados s transfuses e infuses endovenosas diminuram

    sensivelmente, sendo que milhes de pessoas em todo mundo recebem terapia intravenosa

    diariamente, expondo-se a riscos conhecidos, estudados e calculados.

    A trajetria atravs do tempo:

    1660 Desenvolvimento da agulha hipodrmica (Sir Chistopher Wren)

    1929 Primeiro relato de utilizao de um cateter de forma semelhante ao PICC descrito na

    literatura. Um mdico alemo, Dr. Forssmann, anestesiou o prprio brao e puncionou uma veia

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    da fossa cubital com uma agulha de grande calibre e passou atravs desta um cateter ureteral de

    4Fr, progredindo a ponta do mesmo at o corao.

    1941 Doutor Cournand desenvolveu a cateterizao cardaca usando a veia antecubital, era

    um cateter radiopaco.

    1945 Dr. Lawrence Meyer inseriu um cateter plstico na veia antecubital.

    1949 Derfly foi o primeiro a relatar a insero de cateter central de poliuretano na regio

    antecubital, femoral e jugular externa.

    1950 Foi provado que a administrao de fludos diretamente na veia cava superior produz

    melhores resultados do que por veia perifrica. Gautier introduziu a agulha de Rochester.

    1952 Cateter de subclvia (intra cath)

    1957 Chega ao mercado o cateter agulhado com asas dobrveis (scalp).

    1959 Hughes e Magoxin descreveram e documentaram a tcnica de medida da Presso

    Venosa Central (PVC) em que a veia baslica e veia femoral eram utilizadas para o acesso

    vascular.

    1962 Primeiro cateter de silicone foi apresentado por Steward e Sanislow.

    Incio da dcada de 70 - Incio das pesquisas, primeira utilizao de PICC para administrao

    de nutrio parenteral, para antobioticoterapia em casos de fibrose cstica de pncreas e primeira

    utilizao de PICC para administrao de drogas antineoplsicas.

    1973 Fundao da INS (Intravenous Nursing Society), com sede em Norwood,

    Massachussets.Final da dcada de 70 / incio da dcada de 80 - A idia / conceito e a popularidade do PICC

    se espalham com o desenvolvimento da terapia IV como especialidade.

    Incio da dcada de 80 Publicadas as primeiras guidelines do CDC (Center for Diseases

    Control and Prevention) para preveno de infeces relacionadas terapia intravenosa.

    Final a dcada de 80 - A utilizao do PICC teve um crescimento significativo nos servios de

    Home Care e com o aumento da necessidade de acessos vasculares confiveis.

    O PICC comeou a ser comercializado no Brasil na dcada de 90, a princpio para uso em

    neonatologia, devido ao pequeno dimetro do cateter e flexibilidade do material (silicone).Quanto utilizao de PICC em adultos, h um registro informal de insero no Rio de Janeiro,

    datado de 08/02/1995 e o cateter teve um tempo de permanncia de 65 dias (uma paciente em

    sistema de home care, inserido em veia baslica antebraquial, no 1/3 proximal do antebrao

    esquerdo. Era um cateter da marca L-Cath de 4.0 Fr. A paciente era portadora de um carcinoma

    metasttico de mama direita, 65 anos e evolui ao bito).

    1996 - Fundao da SOBETI (Sociedade Brasileira de Enfermeiros em Terapia Intensiva),

    responsvel pelos primeiros cursos de capacitao de PICC ministrados no Brasil.

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    O primeiro registro "oficial" foi publicado em 1999 na Revista Brasileira de Cancerologia, porm

    a experincia / trabalho da equipe de enfermagem teve incio em 1997 - A data de insero do

    mesmo foi 03/01/1997 e remoo em 21/02/1997 (49 dias) em decorrncia de dermatite de contato

    (alergia ao curativo). O paciente era portador de Doena de Hodgkin e tinha 18 anos. O PICC foi

    inserido em veia ceflica braquial direita.

    1999 Primeiro curso de capacitao de PICC ministrado no Brasil pela SOBETI.

    2002 - Fundao da INS Brasil.

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    2. Dispositivos convencionais e PICC

    H diversos tipos de cateteres existentes no mercado, construdos em diferentes tipos de

    materiais. De acordo com o material utilizado em sua construo, os cateteres podem ficar

    implantados por diferentes perodos de tempo. As orientaes do fabricante devem sempre ser

    observadas e seguidas, para que se obtenha sempre o melhor resultado com a utilizao dos

    cateteres.

    - Cateter perifrico curto (tipo Jelco, Abbocath) Construdo em PTFE sobre uma agulha

    hipodrmica comum. Introduzido atravs de puno venosa simples (enfermagem realiza).

    Aps a puno, a agulha retirada e o cateter de PTFE permanece no interior da veia,

    podendo ser mantido at 72 horas. (Lembrar que o PTFE no compatvel com

    quimioterapia...). Este cateter mantido em posio apenas atravs de curativo.

    - Cateter de subclvia (tipo Intra Cath, I-Cath) Construdo em PTFE por dentro de uma

    agulha hipodrmica comum. Introduzido atravs de puno percutnea cega / sondagem

    (mdico realiza). Aps a puno, o cateter permanece por dentro da agulha, que fica

    protegida dentro de uma presilha plstica, para que sejam prevenidas as leses ao cateter e

    na pele. Este cateter pode permanecer no interior da veia por um perodo entre 7 a 15 dias.

    (Lembrar que o PTFE no compatvel com quimioterapia...). Este cateter mantido em

    posio atravs de suturas na pele e curativo.

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    - Cateter venoso central (tipo mono lmen, duplo lmen, triplo lmen, cateteres para

    hemodilise, cateteres agudos) Construdo em poliuretano, inserido atravs de puno

    percutnea / tcnica de Seldinger (mdico realiza). Aps a puno, o cateter fica diretamente

    no interior da veia, sendo fixado pele atravs de sutura. Pode permanecer no interior da veia

    por vrias semanas / meses. (Lembrar que a grande maioria dos poliuretanos no compatvel

    com solues antisspticas de base alcolica...).

    - Cateter central de insero perifrica (PICC /CCIP) Construdo em silicone ou poliuretano.

    Introduzido atravs de puno venosa perifrica (enfermagem ou mdico realizam). Aps a

    puno, o cateter introduzido na veia at atingir uma situao central (veia cava superior ouinferior). Este cateter pode permanecer no interior da veia por perodos acima de 7 dias at o

    trmino do tratamento o silicone um material dimensionado para longa permanncia.

    (Lembrar que a grande maioria dos poliuretanos no compatvel com solues anti-spticas

    de base alcolica ...). Este cateter mantido em posio atravs de curativo.

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    - Cateter semi-implantvel (crnico) Construdo em silicone. Introduzido atravs de

    procedimento cirrgico (tunelizao e colocao do cuff para fixao no tecido subcutneo e

    puno / disseco para introduo do cateter na veia) (mdico realiza). Aps a tunelizao e

    puno ou disseco, o cateter introduzido na veia at atingir uma situao central (veia cava

    superior ou inferior). Este cateter pode permanecer no interior da veia por longos perodos

    meses pois o silicone um material dimensionado para longa permanncia. Este cateter

    mantido em posio atravs da fixao do cuff no tecido subcutneo / formao de fibrina.

    - Cateter totalmente implantvel Desenvolvido para prover acesso confivel de longa

    durao. O sistema consiste em duas partes distintas: um local de acesso atravs de agulha

    vedado com septo de silicone e um cateter construdo em material radiopaco, silicone ou

    poliuretano. Pode ser usado intravenoso, intraperitoneal ou intra-arterial. um sistema

    totalmente implantvel para administrao de drogas que permite acesso venoso repetido para

    qualquer tipo de infuso. Introduzido atravs de procedimento cirrgico (tunelizao e

    colocao do reservatrio no tecido subcutneo e puno / disseco para introduo do

    cateter na veia) (mdico realiza). Aps a tunelizao e puno ou disseco, o cateter

    introduzido na veia at atingir uma situao central (veia cava superior ou inferior) e logo aps

    conectado ao reservatrio. Este sistema pode permanecer implantado por longos perodos

    anos pois o silicone um material dimensionado para longa permanncia. Este cateter

    mantido em posio atravs da fixao do reservatrio no tecido subcutneo.

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    Tipo de dispositivo Material utilizado na construo Durao

    Cateter perifrico curto PTFE/ politetrafluoroetileno CurtaCateter central no tunelizado Vialon / polieteruretano Curta

    Cateter de subclvia / jugular Poliuretano (PU) Mdia

    Cateter de linha mdia (Midline) 100% silicone grau mdico / PU Mdia

    Cateter central de inseroperifrica (PICC)

    100% silicone grau mdico / PU Mdia

    Cateter semi-implantveltunelizado- Hickman, Broviac- Groshong

    100% silicone grau mdico / cuffPU

    Longa

    Cateter totalmente implantvel- Reservatrio- Cateter

    - Plstico ou titnio- 100% silicone grau mdico / PU

    Longa

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    3. Tipos de PICC

    a. Caractersticas

    O cateter central de insero perifrica (PICC / PICC) um cateter longo e flexvel, inserido por

    puno em uma veia perifrica, geralmente da regio da fossa antecubital, progredindo atravs

    desta at o sistema venoso central, sendo que sua ponta dever ficar posicionada em tero mdio

    / inferior da veia cava superior ou em tero superior da veia cava inferior (especificamente nos

    neonatos).

    H vrios tipos diferentes de cateteres disponveis no mercado, com caractersticas diversas

    referentes a material de construo, calibre, nmero de lumens, comprimento, ponta,

    radiopacidade e recursos disponveis, entre outras.

    o Material de construo: Os cateteres devem ser construdos em materiais que apresentemas seguintes caractersticas:

    - Obrigatrias: biocompatibilidade, hemocompatibilidade, bioestabilidade,

    radiopacidade, oferea segurana ao paciente.

    - Desejveis: tromboresistncia, flexibilidade, resistncia a dobras e deformaes,

    termosensibilidade e mnima aderncia bacteriana.

    Atualmente, os materiais mais utilizados na construo de cateteres so o poliuretano e o silicone.

    Poliuretano: um polmero termoplstico, amplamente utilizado na fabricao de cateteres. Suasprincipais caractersticas so: dureza; resistncia qumica; moldabilidade; bioestabilidade;

    resistncia e baixa trombogenicidade.

    Silicone: um polmero sinttico cujas caractersticas permitem sua utilizao na construo de

    ampla variedade de implantes mdicos. O elastmero de silicone apresenta como principais

    propriedades fsico-qumicas: elevada inrcia qumica e fora tnsil; resistncia temperatura e

    oxidao; alta resistncia dobras; baixa trombogenecidade; baixa aderncia bacteriana; altssima

    biocompatibilidade.

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    Silicone Poliuretano

    Mais malevel

    Paredes mais espessas

    Dimetro interno reduzido

    Suporta menos presso

    Maior resistncia a dobras e

    pinamentos repetidos

    Compatvel com solues antisspticas

    com base alcolica

    Menos malevel / apresenta memria

    Paredes mais finas

    Dimetro interno maior

    Suporta mais presso

    Menor resistncia a dobras e pinamentos

    repetidos

    A termosensibilidade uma caracterstica

    importante desse material

    PICC confeccionados com poliuretano

    podem ser utilizado para infuso de

    contraste por bomba em altas presses.

    o Calibre: a medida do dimetro externo do cateter, cuja unidade conhecida como French

    (equivale 0.3 mm) Quanto maior o french do cateter, maior o seu calibre. H uma

    diferena entre o dimetro externo do cateter (D.E ou O.D) e o dimetro interno do cateter

    (D.I ou I.D), pois dependendo do material utilizado na construo do cateter, a espessura

    da parede varia.

    O calibre dos cateteres pode variar entre 1.0 Fr (para prematuros extremos) at 6.0 Fr

    (adultos)

    Obs.: Gauge a medida de calibre de agulhas (quanto maior o gauge, menor o calibre da

    agulha).

    o Nmero de lumens: Lmen o interior ou canal do cateter.

    D.I

    D.E

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    O cateter pode apresentar lmen nico, duplo ou triplo,

    o Comprimento:

    Varia de 15 a 65 centmetros, apresentando ou no marcas de profundidade a cada

    centmetro.

    o Ponta:

    A ponta distal do cateter pode se apresentar aberta ou valvulada.

    Cateter com ponta aberta Cateter com ponta distal valvulada

    Heparinizao obrigatria aps a

    lavagem

    Necessrio clampear quando no estiver

    em uso

    Necessrio tcnica de presso positiva

    para flush

    Maior risco de embolia area

    No necessrio heparinizar aps

    a lavagem

    No possui clamp

    A ao da vlvula substitui a tcnica

    de presso positiva para flush

    Mnimo risco de embolia area

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    o Suporte a presso: atualmente temos disponibilizados cateres centrais de insero

    perifrica, fabricados em poliuretano, que suportam altas presses (em torno de 300 psi

    com fluxo de 6ml/seg, variando conforme a marca).

    o Radiopacidade: Capacidade de o cateter permitir visualizao atravs de imagem / raios-X

    ou fluoroscopia. Esta caracterstica devida adio de brio (elemento radiopaco) ao

    material de construo do cateter, para permitir a visualizao do cateter sob fluoroscopia

    ou raios X (esta mistura no deve ultrapassar 30%, caso contrrio, o material torna-se frgil

    e quebradio).

    o Recursos disponveis:

    - Construo em silicone ou poliuretano

    - Lmen nico, lmen duplo ou triplo lmen

    - Com ponta distal aberta ou ponta distal valvulada

    - Com agulha introdutora, introdutor que descasca ou micro-introdutor

    Os introdutores para cateter apresentam duas caractersticas bsicas: so do tipo que

    descasca (peel away), constitudos por uma bainha plstica com asas ao redor de uma agulha

    hipodrmica (bastante semelhante a um cateter perifrico curto, tipo Jelco ou Abbocath, o qual

    rasgado aps a concluso da insero do cateter) ou so agulhas metlicas quebrveis com asas,

    possuindo um friso que separa as partes quando as asas so aproximadas. Ambos apresentam

    uma cmara para observao do refluxo sangneo aps a puno venosa. A medida dos

    introdutores a mesma das agulhas, gauge (quanto maior o gauge, mais fino o introdutor /

    agulha).

    Introdutor para cateter Groshong: semelhante ao dispositivo intravenoso curto (abbocath)

    geralmente calibrosos, pois os mesmos so removidos aps a insero do cateter sem que

    necessidades de quebra-los como os descritos anteriormente. (Ver maiores detalhes na tcnica

    de puno PICC Groshong).

    Puno com Micro-introdutor: utiliza a Tcnica de Seldinger modificada, onde a puno

    venosa realizada com uma a

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    - Com ou sem fio guia (metlico ou plstico)

    Excetuando-se os cateteres utilizados na neonatologia (1.0, 1.9 e 2.0 Fr), os demais tamanhos

    geralmente possuem estiletes metlicos ou plsticos, semelhantes a um fio guia, para conferir

    mais firmeza ao cateter e facilitar sua introduo / progresso atravs da veia aps a puno, os

    quais podem ou no vir pr-montados nos cateteres. H ainda cateteres que so inseridos atravs

    da Tcnica de Seldinger ou Seldinger Modificada.

    - Dispositivo para irrigao

    A maioria dos cateteres e estiletes tem algum tipo de tratamento hidroflico, isto , quando entram

    em contato com meio aquoso (soluo fisiolgica) tornam-se escorregadios, facilitando seu trajeto

    pelo interior da veia puncionada e sua retirada do interior do cateter aps a concluso do

    procedimento. por esta razo que todos os cateteres devem sempre ser molhados epreenchidos com soluo fisiolgica antes de sua insero no sistema venoso. Muitos cateteres

    apresentam dispositivos para irrigao, permitindo que ele seja irrigado antes, durante e aps o

    procedimento de insero.

    - Com ou sem extenses / conectores

    Alguns cateteres apresentam conectores com local para infuso / injeo lateral, disponibilizando

    mais um ponto para acesso ao sistema venoso sem a necessidade de manipular o conector do

    cateter diretamente.

    - Kit para reparo

    Alguns fabricantes de cateter oferecem a opo de kit para efetuar reparo no cateter quando

    ocorrem fraturas / quebras no segmento externo de um cateter que est permevel e funcionando

    bem, sem, no entanto ter que remov-lo. Geralmente estes kits constam de conectores extras, na

    medida do cateter que se quebrou.

    - Com ou sem kit completo para insero

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    H diversas apresentaes de cateteres, desde bandejas simples contendo o cateter, o introdutor

    ou agulha introdutora e o estilete, at kits completos contendo todo material necessrio

    execuo da tcnica (fita mtrica, tesoura, introdutor, cateter, garrote, seringa, agulha hipodrmica,

    pina delicada, fita adesiva para fixao, curativo transparente, campos cirrgicos, campo

    fenestrado, compressas de gaze, swab com anti-spticos, lcool e soluo para preparo da pele).

    Por razes econmicas, muitas vezes opta-se pelas embalagens mais simples.

    4. Escolha do cateter:

    Desde muito tempo, no exerccio dirio da assistncia de enfermagem, a escolha de um

    dispositivo de acesso venoso um passo importante e necessrio implementao da terapia

    intravenosa prescrita. Geralmente, esta acaba recaindo sobre um cateter perifrico curto,independente da terapia prescrita. Atualmente, a escolha e indicao de um cateter central de

    insero perifrica logo de incio uma opo racional e vivel, para que se possa utiliz-lo desde

    o incio at o final do tratamento. Esta escolha se baseia nas caractersticas bsicas de um

    dispositivo venoso adequado deve apresentar:

    o Possuir a maior chance de permanecer durante todo o tempo previsto para o tratamento

    o Prestar-se aos requerimentos do tratamento

    o Ser o menos invasivo possvel

    o Apresentar o menor calibre em relao veia

    o Utilizao do menor nmero de cateteres para implementar o tratamento prescrito

    o Apresentar uma relao custo x risco x benefcio vivel

    Alm disso, deve-se tambm levar em considerao as indicaes, limitaes para uso, contra-

    indicaes, vantagens, desvantagens e escolha / preferncia do paciente.

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    5. Indicaes e Contra Indicaes do PICC

    a) Indicaes

    O cateter central de insero perifrica considerado um acesso venoso central confivel,

    uma vez que sua ponta est posicionada em veia central de grosso calibre. Ele est indicado

    quando houver previso de terapia intravenosa prescrita por perodos acima de sete dias a

    vrios meses; para administrao de antibiticos por longos perodos (02 a 03 semanas a

    vrios meses); para administrao de nutrio parenteral, com ou sem lipdeos; para infuso

    de drogas antineoplsicas, drogas com caractersticas irritantes ou vesicantes ou que

    apresentem extremos de pH e osmolaridade / concentrao; para infuso de sangue total,

    hemoderivados ou hemocomponentes (cateteres acima de 4.0 Fr); para verificao de presso

    venosa central em unidades de cuidados intensivos, atendimento domiciliar (home-care) ou de

    acordo com as preferncias do paciente. Em pediatria e neonatologia, alguns exemplos

    concretos para se considerar a escolha de PICC: Crianas necessitando de terapia IV por mais

    de 7 dias; prematuros com peso

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    Tabela de Indicaes para o PICC

    Local Terapia Medicamentosa Condies do

    Paciente

    Tipo de PICC

    Hospital

    (paciente internado)

    Drogas vesicantes e

    Irritantes

    Antibitico;

    Quimioterpicos; NPT;

    Drogas vasoativas;

    CT com contraste

    seriadas.

    Alta complexidade

    e mltiplas drogas

    PICC de poliuretano:

    Mltiplos lumens;

    Suporte a alta presso;

    Maior fluxo.

    Power PICC Bard

    Hospital

    (paciente internado)

    Drogas vesicantes ou

    irritantes

    Antibitico;

    Quimioterpicos; NPT;

    Drogas vasoativas;

    Baixa

    complexidade

    Drogas nicas

    PICC Groshong

    Menor manipulao, sem

    necessidade de heparinizaes.

    Hospital

    (atendimento internado e

    ambulatorial)

    Drogas vesicantes ou

    irritantes;

    Quimioterapia;

    Antibitico.

    Baixa

    complexidade;

    PICC Groshong: pacientes

    recebem medicao no hospital

    (internado ou ambulattio);

    Mantem cateter em casa fazendo

    manuteno 1x por semana no

    ambulatrio.

    Home Care Drogas vesicantes ou

    irritantes

    Antibitico;

    Quimioterpicos; NPT;

    Drogas vasoativas;

    Baixa

    complexidade

    PICC Groshong

    Observao: o cateter poder ser

    inserido na casa do paciente.

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    6. Contra-indicaes

    H situaes em que a escolha / utilizao do PICC como primeira opo de acesso

    venoso confivel est contra indicada, embora, por vrias vezes, a sua utilizao ainda seja a

    melhor opo para o paciente, levando-se em conta suas condies gerais. Assim sendo,

    considera-se contra-indicada sua utilizao quando o paciente apresentar: infeco da pele;

    flebites, tromboflebites, tromboses ou extravasamentos qumicos; leses drmicas que possam

    comprometer a insero e os cuidados posteriores com o cateter; alteraes anatmicas

    (estruturais ou venosas) que possam impedir a correta progresso do cateter (punes venosas

    prvias, disseces, leses ou cirurgias prvias que possam ter alterado a anatomia venosa ou o

    retorno venoso); deficincia de acesso venoso perifrico; alteraes neurolgicas ou ortopdicas,

    histria prvia de trombose venosa profunda, pacientes com insuficincia renal aguda e uso de

    muletas no lado que ser inserido o PICC.

    7. Limitaes

    Devem ser levadas em conta ainda algumas situaes especiais que podem limitar a

    escolha / utilizao do PICC - exigem monitoramento e discusso prvia com a equipe para a

    tomada de deciso / escolha do PICC. Lembrar sempre que o PICC ainda permanece como sendouma das nicas alternativas de acesso para estes pacientes.

    o Plaquetopenia severa;

    o Utilizao de medicao com efeito anticoagulante / preveno de trombose venosa

    profunda;

    o Doena cardaca com edema Veias de difcil acesso e risco de sobrecarga volmica;

    o Diabetes Neuropatia perifrica e risco de infeco;

    o Cncer a quimioterapia que poder levar ao imunocomprometimento e ou hemorragias e,

    por outro lado, a hipercoagulao desencadeada por alguns tumores.

    o Imunossupresso devido ao risco de infeco aumentado;

    o Desidratao devido ao volume intravascular reduzido;

    o Mastectomia circulao comprometida quando de esvaziamento axilar;

    o Hemodilise frente ao risco de atingir a fstula arteriovenosa;

    o Obesidade o aumento do tecido adiposo torna as veias mais profundas e de difcil

    acesso;

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    o Veias esclerosadas a esclerose acarreta reduo do fluxo sanguneo no interior da veia e

    as calosidades podem propiciar dificuldade na progresso do cateter.

    Candidatos utilizao de PICC

    Exemplos de diagnsticos Drogas utilizadas / justificativaAbscessos AntibiticosAIDSPneumonia / Pneumocystiscarinii

    A terapia farmacolgica depende da infeco oportunistaque estiver instalada / Antibiticosanalgesia

    Aneurisma cerebralCraniotomia

    Agentes hipotensores, bloqueadores de clcio,aminofilina, corticides, inibidores fibrinoliticos, albumina,sangue e ou derivados.

    Apendicectomia AntibiticosArtrite sptica AntibiticosAVCHematoma intracerebral

    Corticides, analgsicos, anticoagulantes

    Cncer de pncreas Quimioterapia, controle da dor, suporte nutricional,antibiticos

    Cardiomiopatias Vasodilatadores (Dopamina)Celulites AntibiticosCirrose heptica Anti-emticos, anti-histamnicos, hidrataoCitomegalovrus Antibiticos / antiviraisCoagulao intravascular

    disseminada

    Plasma, crioprecipitados, plaquetas, heparina

    Doena de Crohn Corticides, agentes antibacterianos, antidiarricos,imunossupressores, analgsicos, sangue e derivados

    Encefalite Antivirais / anibiticosEndocarditeMiocarditePericardite

    Antibiticos

    Enfisema pulmonar Broncodilatadores, antibiticos, esteridesFibrose cstica AntibiticosHipermese Fluidos e reposio deeletrlitosInfeces de feridas operatriase outras

    Antibiticos

    Insuficincia cardacacongestiva

    Vasodilatadores perifricos ( Dopamina)diurticos (Lasix)

    Insuficincia renal aguda Diurticos, reposio eletroltica, bicarbonato de sdio,anti-hipertensivoss, antibiticos

    Leucemia aguda Quimioterapia, corticides, antibiticos, sangue ederivados

    Meningite AntibiticosOsteomielite AntibiticosPancreatite Reposio de lquidos e eletrlitos, albumina, dopamina

    (nos casos de choque e septicemia), analgsicos,insulina, anticidos, anti-histamnicos, anti-colinrgicos,

    antibiticos

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    Peritonite Antibiticos, analgsicos, suporte nutricional, reposiohidroeletroltica

    Pneumonias complicadasSuporte ventilatrio mecnico

    Traqueostomias

    AntibiticosHidratao IV

    Procedimentos no intestinodelgado ou grosso (diverticulite,obstruo intestinal)

    Analgsicos, anticolinrgicos, antibiticos

    Queimaduras Nutrio, hidratao, reposio hidroeletroltica, controleda dor

    Retocolite ulcerativa Esterides, antibiticos, agentes anti-colinrgicos,imunossupressores, reposio de lquido e eletrlitos,sangue e derivados, suporte nutricional

    Septicemia / infeces porpseudomonas

    Antibiticos

    Toxoplasmose Antimicrobianos

    Transplante heptico Anti-emticos, anti-histamnicos, hidratao, antibiticosUlceras de decbito Suporte nutricional, antibiticos

    Tambm so boas indicaes para uso de PICC:

    - Controle da dor;

    - Coletas de sangue (cateteres acima de 4.0 Fr);

    - Acesso venoso limitado na internao;

    - Esterides;

    - Pacientes com restries hdricas;- Usurios de drogas injetveis;

    - Diabticos;

    - Administrao de drogas mltiplas;

    - Mltiplas internaes;

    - Pacientes obesos

    - Pacientes plaquetopnicos;

    - Infuso simultnea de drogas incompatveis.

    Consideraes importantes na hora da escolha:

    Os fatores abaixo podem interferir na integridade / condies da rede venosa perifrica:

    - Diabetes (devido perda de gordura subcutnea, turgor da pele);

    - DPOC (perda de massa muscular);

    - Obesidade;

    - Usurios de drogas (falta de acessos venosos);

    - Utilizao de corticides (fragilidade venosa);

    entre outros.

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    MDULO II

    Aspectos ticos e legaisda utilizao de PICC

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    Aspectos ticos e Legais da Utilizao do PICC

    Diferentes conceitos instrumentalizam a trajetria profissional da classe de Enfermagem, to

    indispensvel administrao da sade. Conceitos estes, reguladores das normas especficas ao

    exerccio da profisso. Para tanto, necessrio , exigir explicitando direitos e deveres, dentro do

    universo do exerccio de suas atividades e das necessidades prementes de informao e

    aculturamento dos referidos profissionais.

    Moral

    Para Barton e Barton (4) o estudo da filosofia moral consiste em questionar-se o que correto ou

    incorreto, o que uma virtude ou uma maldade nas condutas humanas. A moralidade um

    sistema de valores do qual resultam normas que so consideradas corretas por uma determinada

    sociedade, como, por exemplo, os Dez Mandamentos, os Cdigos Civil e Penal etc. A lei moral ou

    os seus cdigos caracterizam-se (2) por uma ou mais normas, que usualmente tm por finalidade

    ordenar um conjunto de direitos ou deveres do indivduo e da sociedade. Para que sejam

    exeqveis, porm, torna-se necessrio que uma autoridade (Deus, Juiz, Superego) as imponha,

    sendo que, em caso de desobedincia, esta autoridade ter o direito de castigar o infrator. Gert (5)prope cinco normas bsicas de moral:

    No matar; 2) no causar dor; 3) no inabilitar; 4) no privar da liberdade ou de oportunidades; 5)

    no privar do prazer.

    tica

    Para Barton e Barton (4) a tica est representada por um conjunto de normas que

    regulamentam o comportamento de um grupo particular de pessoas, como, por exemplo,advogados, mdicos, psiclogos, enfermeiros etc. Pois comum que esses grupos tenham o seu

    prprio cdigo de tica, normatizando suas aes especficas. Nesta interpretao da tica, ela

    no se diferencia em nada da moral, com a exceo de que a tica serviria de norma para um

    grupo determinado de pessoas, enquanto que a moral seria mais geral, representando a cultura de

    uma nao, uma religio ou poca. No nos associamos a esse enfoque. Nossa compreenso de

    TICA a seguinte: conforme j dissemos, a eticidade est na percepo dos conflitos da vida

    psquica (emoo x razo) e na condio, que podemos adquirir, de nos posicionar, de forma

    coerente, em face desses conflitos. Consideramos, portanto, que a tica se fundamenta em trs

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    pr-requisitos: 1) percepo dos conflitos (conscincia); 2) autonomia (condio de posicionar-se

    entre a emoo e a razo, sendo que essa escolha de posio ativa e autnoma); e 3)

    coerncia. Assim, fica caracterizado o nosso conceito de tica, reservando-se o termo eticidade

    para a aptido de exercer a funo tica. Kant estabeleceu como pressuposto de sua moral a

    condio de livre escolha, fundamentando essa escolha na razo. Mas a razo tambm um

    pressuposto, passvel de avaliao de fora. O que razovel (ou racional) para uns pode no ser

    para outros. Entendemos que nossa conceituao de tica, que no se atm apenas

    racionalidade, mais dinmica e abrangente do que a kantiana. Admitimos, entretanto, que,

    mesmo pretendendo pluralizar ao mximo o conceito de tica, distinguindo-o do de moral, no h

    como estabelec-lo sem amarr-lo a alguns valores preestabelecidos.

    Biotica e o Exerccio Profissional da Enfermagem

    Biotica o estudo sistemtico da conduta humana na rea das cincias da vida e dos cuidados

    da sade, na medida em que esta examinada a luz dos valores e princpios morais.

    Poderamos filosofar sobre conceitos diversos, de relativo valor, pois para a abrangncia desta

    matria o mais prximo do entendimento e da eficcia da interpretao geral , efetivamente, a

    prtica.

    Justia

    O termo justia, de maneira simples, diz respeito igualdade de todos os cidados. o principio

    bsico de um acordo que objetiva manter a ordem social atravs da preservao dos direitos em

    sua forma legal (constitucionalidade das leis) ou na sua aplicao a casos especficos.

    Dolo:Significa a inteno de cometer determinado crime.

    Exemplo: a enfermeira que deseja vingar-se de determinado paciente aproveita-se do pretexto deinserir o PICC, sabendo dos riscos e ciente que familiares, entre outros, tambm sabem, induz a

    falha no sistema de aplicao provocando uma obstruo que leve o paciente a bito.

    Observao: houve a inteno de matar!

    Dolo Eventual:Quando no h inteno objetiva de lesar, porm ocorre o conhecimento do risco

    que possa causar pelo agente causador do dano.

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    Exemplo: houve a determinao pela chefia imediata para inserir o PICC em paciente. A

    enfermeira que recebe a incumbncia executa o procedimento, mesmo no habilitada para tal e

    desconhecedora da metodologia necessria, assume o risco para no descumprir ordens.

    Culpa:Toda ao lesiva em que o agente no assume o risco e nem tem a inteno objetiva de

    lesar ou matar ou produzir qualquer dano. O fato ocorre independente de sua vontade.

    Exemplo: a Enfermeira que em pleno ato de introduo do PICC, cercada de todos procedimentos

    tcnicos, com a devida assepsia e conhecimentos especficos, com as respectivas autorizaes

    para o exerccio de sua atividade e ao do procedimento tcnico, vem a provocar um aneurisma,

    seguido de bito do paciente. Em razes adversas, colaterais, no ligadas aos problemas

    vasculares provocados pelo procedimento, gera-se a culpa.

    Exemplo: O indivduo que trafega em velocidade regular sendo surpreendido por um cidado que

    ao atravessar a rua atira-se na sua frente. O fato gera um homicdio culposo, pois o motorista nada

    tem haver com a tentativa de suicdio do cidado. Observa-se que o motorista ter

    responsabilidade sobre o fato, na medida de sua culpabilidade.

    A importncia de o profissional ter relativo conhecimento destes instrumentos jurdicos

    fundamental. A responsabilidade declinada dever ser justa, pois somente haver aresponsabilizao para a Enfermeira e o Enfermeiro quando houver a incidncia de sua

    culpabilidade, caracterizada no Dolo ou Dolo Eventual.

    Somente haver responsabilizao, na medida exata da sua culpabilidade. Cdigo Penal

    Brasileiro.

    Isto remete-nos aos seguintes aspectos: somente o profissional, de qualquer rea, ser culpado

    sobre algo se realmente for o autor do feito. Exemplo: em uma sala de recuperao, o paciente

    morre por que a equipe esqueceu no interior de seu corpo, um instrumento cirrgico, resultante deagravamento do quadro e conseqente bito. Haver uma responsabilizao especfica

    negligncia e suas conseqncias, porm, necessrio que se identifique o culpado ou os

    culpados. Dificilmente toda equipe teria culpa, portanto, s responder na medida exata de sua

    responsabilidade aqueles que, por impercia, imprudncia ou negligncia equivocaram-se ou

    contriburam para tanto.

    Elementos fundamentais em que a justia baseia-se para a responsabilizao dos profissionais da

    sade entre outros:

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    Impercia

    Ausncia de conhecimento especfico sem ser perito (Falta de habilidade); sem capacitao para

    tal; sem conhecimento ou normatizao que regulamente o ato executado. Ignorncia associada

    falta de conhecimento tcnico.

    Imprudncia

    Irresponsabilidade na gerncia ou na ao de qualquer atitude. Falta de prudncia, ao

    inconseqente sem prvia avaliao das possibilidades de erro ou dano. Precipitao,

    inconseqncia.

    Negligncia

    Ausncia de precauo, indiferena s conseqncias, desleixo.

    Desateno, falta de acompanhamento adequado das responsabilidades exercidas.

    Lei

    Regra geral justa e permanente que exprime a vontade imperativa do Estado a que todos so

    submetidos.

    Regramento impositivo no qual todos os cidados devem conhecer e cumprir obrigatoriamente. O

    argumento do desconhecimento da lei descartado, pois dever do cidado o pleno

    conhecimento da lei.

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    Cdigo de tica de Enfermagem

    (Resoluo Cofen 240/2000)

    Art. 1 A enfermagem uma profisso comprometida com a sade do ser humano e da

    coletividade. Atua na promoo, proteo, recuperao da sade e reabilitao das pessoas,

    respeitando os preceitos ticos e legais.

    Art. 6 O profissional de enfermagem exerce a profisso com autonomia, respeitando os preceitos

    legais da enfermagem.

    Art. 16 Assegurar ao cliente uma assistncia de enfermagem livre de danos decorrente de

    impercia, negligncia ou imprudncia.

    Art. 17 Avaliar criteriosamente sua competncia tcnica e legal e somente aceitar encargos ou

    atribuies, quando capaz de desempenho seguro para si e para a clientela.

    Resoluo Cofen 258/01

    Insero de Catter Perifrico Central, pelos Enfermeiros:

    O Conselho Federal de Enfermagem COFEN, no uso de suas atribuies legais e regimentais;

    Considerando a competncia tcnica do Enfermeiro, estatuda na lei nmero 7.498/86 em seu

    artigo 11, inciso l, alnea e e f;Considerando a resoluo do Cofen nmero 240/2000, que aprova o cdigo de tica dos

    profissionais de enfermagem, em seu captulo lll, artigos 16, 17 e 18;

    Considerando o parecer da Cmara Tcnica Assistencial nmero 011/2001, aprovado na reunio

    Ordinria do Plenrio nmero 296;

    Artigo Primeiro:

    ilcito ao enfermeiro, a insero de Catter Perifrico Central.

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    Artigo Segundo:

    O Enfermeiro para o desempenho de tal atividade, dever ter-se submetido a qualificao e/ou

    capacitao profissional.

    Artigo Terceiro:

    Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao, revogando disposies em contrrio.

    Rio de Janeiro, 12 de Julho de 2001.

    Gilberto Linhares Teixeira

    Coren Rj nmero 2.380

    Presidente

    Joo Aureliano Amorim de Sena

    Coren Rj nmero 9.176

    Primeiro Secretrio

    *A referncia supra citada constata a entrada em vigor da resoluo.

    Resoluo o instrumento legal, normativo elaborado e executado por rgos e ou Conselhos.

    Em anexo segue os pareceres tcnicos do Coren sobre a utilizao da Tcnica de Seldinger e da

    Puno Venosa Guiada por Ultrasom.

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    MDULO III

    Anatomia e fisiologia da pelee Sistema vascular

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    1. ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PELE

    A pele uma cobertura impermevel que envolve todo o corpo humano, protegendo-o eadaptando-o ao meio ambiente. Suas principais funes so a regulao da temperatura do corpo,

    proteo contra a desidratao, proteo contra a infeco e coleta de informaes sensitivas.

    1.1 Camadas da PeleA pele formada por duas camadas principais, que so epiderme e derme, alm do tecido

    subcutneo que serve para unir a pele aos demais tecidos.

    Epiderme: formada por uma camada de clulas epiteliais sobrepostas, no contm vasossanguneos, mas contm terminaes nervosas. a camada sobre a qual se encontra asbactrias, denominadas de microbiota residente e transitria.

    Derme: uma densa camada de fibras colgenas e elsticas entrelaadas, sobre a qual seapia a epiderme. D suporte a vasos, nervos, gnglio linfticos, glndulas sebceas,

    sudorparas e folculos pilosos. A dor referida durante a puno venosa em decorrnciaprincipalmente da penetrao dessa camada, pois rica em terminaes nervosas.

    Tecido subcutneo: no considerado exatamente uma camada da pele, situando-se entrea derme e a fscia muscular. formado principalmente por um tecido conjuntivo frouxo(colgeno e elastina) e tecido adiposo. Os vasos sanguneos que auxiliam na regulao datemperatura corporal e suprem a pele se localizam nessa camada.

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    1.2 Microbiota da Pele

    A pele humana normalmente colonizada por bactrias, sendo algumas regies do corpo

    mais ou menos colonizadas que outras, dependendo da umidade, calor local e proximidade comlocais de produo de secreo.

    A microbiota da pele classificada em residente e transitria.

    1.3 Sistema Vascular

    O Sistema Vascular responsvel pelo transporte do sangue para todas as partes do corpohumano e destas para o corao. Os vasos sanguneos que compes o sistema vascular soclassificados em: artrias, veias e capilares.

    Artrias: Transportam o sangue do corao para os tecidos. Tm a capacidade de se contrarem,pois so controladas pelo sistema nervoso autnomo. Suas paredes so mais espessas, poisprecisam suportar a presso exercida pelo corao.

    Veias: Transportam o sangue dos tecidos para o corao. Suas paredes so mais finas e seudimetro interno em geral maior e, como conseqncia, a presso venosa muito mais baixaque a arterial. Muitas veias possuem vlvulas que impedem o refluxo venoso.

    Capilares: so vasos microscpicos e possuem somente uma camada formada de endotlio.Atuam como membranas semipermeveis, que permitem a realizao das trocas gasosas e denutrientes entre o vaso sanguneo e as clulas.

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    1.4 Camadas dos Vasos

    As artrias e veias so compostas por trs camadas ou tnicas e os capilares por apenasuma camada, classificada em:

    Tnica Intima: membrana interna formada por clulas epiteliais achatadas, o endotlio, quereveste todo os sistema circulatrio, formando uma superfcie interna lisa. A tnica ntimapode ser lesada por cateterizao traumtica, irritao da ntima por dispositivo muitocalibroso ou hiperosmoloridade da soluo administrada.

    Tnica mdia: mais espessa e central, composta por fibras elsticas e musculares querespondem aos comandos do sistema nervoso autnomo. O tecido elstico permite que ovaso se distenda e se contraia quando necessrio, tolerando mudanas na presso e nofluxo.

    Tnica externa: a camada externa dos vasos, formada de tecido conjuntivo, que refora a

    parede do vaso para que ele no se rompa com a presso.

    1.5 Sistema Venoso

    Considerando que o CCIP inserido em sistema venoso perifrico com ponta emlocalizao venosa central (em veia cava superior ou inferior), neste estudo vamos abordar aanatomia e fisiologia do sistema venoso profundo e superficial, com nfase nos vasos utilizadosdurante a insero at a localizao central da ponta do cateter.

    O sangue que levado periferia por meio da aorta e das suas ramificaes volta aocorao transportado por veias que desembocam em duas grandes veias: a veia cava superior e aveia cava inferior, que desembocam no trio direito.

    O sistema venoso segue o mesmo trajeto que as artrias e de um modo geral, as veias tmo mesmo nome das artrias que acompanham. Em quase toda a extenso do membro superior(brao, antebrao e mo), e metade distal do membro inferior (perna e p), profundamenteencontramos duas veias para cada artria.

    O fluxo venoso ocorre em direo ao corao por influncia de diversos fatores, sendopromovido pela contrao da musculatura vizinha, da presso intratorcica negativa que ocorrecom a respirao, da ao da gravidade na parte superior do corpo e pela presena de vlvulas.

    Vlvulas VenosasAs vlvulas so dobras endoteliais da tnica ntima que permitem o fluxo venoso em apenas umadireo. Quando o sangue tende a fluir de uma forma retrgrada, a vlvula fecha, prevenindo oretorno do fluxo, principalmente nas partes inferiores do corpo onde o retorno do sangue

    realizado contra a gravidade. 2,6,8A presena de vlvulas algumas vezes pode dificultar a progresso do cateter dentro da veia.

    Classificao das veias

    Veias SuperficiaisSo veias localizadas na tela subcutnea, principalmente nos membros, e muitas vezes possveisde serem visualizadas.6 Na extremidade superior encontramos as seguintes veias superficiais:veias do dorso da mo, veia ceflica, veia baslica, veia intermdia do cotovelo e veia safenasmagna e parva, as maislongas do corpo humano.1-3,8A topografia das veias superficiais pode apresentar pequenas variaes entre indivduos, pormeste captulo descreve o admitido como padro. Para facilitar a compreenso da anatomia das

    veias, sugerimos acompanhar o estudo visualizando as figuras do sistema venoso.

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    Veias profundasGeralmente so paralelas s artrias e normalmente possuem os mesmos nomes que as suasartrias correspondentes. Exemplos de veias profundas na extremidade superior:jugular interna,braquioceflica, axilar e subclvia. E na extremidade inferior: tibial, popltea e femoral.

    Principais veias

    Veias do membro superior veia cava superior Veia ceflica: nasce na mo no lado radial do arco venosos dorsal, ascende pela face

    anterior do antebrao e sobe pelo brao correndo ao nvel do ombro, no sulco deitopeitoral.Em seguida se aprofunda nos tecidos, unindo-se veia axilar.

    Veia baslica: nasce na mo no lado medial do arco venoso dorsal e ascende na faceposteromedial do antebrao. Na metade do brao a veia baslica perfura profundamente ostecidos e na regio da axila se une veia braquial, formando a veia axilar.

    Veia intermdia do cotovelo: prximo prega de flexo do cotovelo a veia ceflica e aveia baslica se unem formando a veia intermdia do cotovelo, separando-se novamenteem veia ceflicae veia baslica no brao.

    Veia intermdia do antebrao:as veias da regio palmar formam a veia intermdia doantebrao, que se localiza entre a veia caflica e a baslica, podendo unir-se a essas duasna prega de flexo do cotovelo. Ainda a veia intermdia do antebrao pode bifurcar-se naprega de flexo do cotovelo em veia mediana ceflica e veia mediana baslica que vo seanastomosar com a veia ceflica e veia baslica respectivamente.

    Demais veias:axilar, jugular, subclvia, braquioceflica ecava superior.

    A veia axilar continua na veia subclvia ao nvel da borda externa da primeira costela, e forma coma veia jugular interna a veia braquioceflica. A veia jugular externa comea prximo do ngulo damandbula, desce pelo pescoo, cruza o msculo esternocleidomastideo, esvaziando-se na veiasubclvia.Asveias braquioceflicas direita e esquerda se unem formando a veia cava superior. A veia cavasuperior muito curta e desemboca no trio direito do corao, drenando o sangue que provmdos rgos localizados acima do diafragma.

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    Veias dos membros inferiores veia cava inferiorO sistema venoso superficial dos membros inferiores composto pela veia safena magna e veia

    safena parva.

    Veia safena magna: origina-se na rede de veias da regio medial do dorso do p eestende-se para cima no lado medial da perna, joelho e coxa, desembocando na veiafemoral prximo virilha. medida que ascende na perna e na coxa, a veia safena magnarecebe diversas tributrias e comunica-se com a veia safena parva, o que resulta naformao de uma complexa rede venosa.

    Veia safena parva:nasce da unio das veias da margem lateral da regio dorsal do p,sobe pela linha mediana da face posterior da perna e na fossa popltea (posterior ao joelho)aprofunda-se para esvaziar em uma das veias poplteas.

    Veia popltea: formada pelas veias tibiais, que drenam asveias do arco venoso plantar.

    Demais veias: femoral, ilaca externa, ilaca interna, ilaca comum ecava inferior.

    A veia femoral uma continuao da veia popltea, que posteriormente se torna em veia ilacaexterna.A veia ilaca interna e veia ilaca interna se unem e formam as veias ilacas comuns (direita eesquerda). A veia ilaca direita comum e veia ilaca esquerda comum se unem e formam a veiacava inferior.A veia cava inferior mais longa que aveia cava superior e drena o sangue proveniente daspartes do corpo abaixo do diafragma. Depois sobe e atravessa o diafragma desembocando no

    trio direito do corao.

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    Para executar uma tcnica de insero de um cateter por veia perifrica, importante estar atentos outras estruturas anatmicas que compem o membro escolhido, como tendes, nervos eartrias, buscando prevenir acidentes e possveis problemas.

    Sistema venoso no recm-nascido

    As principais veias para acesso venoso peditrico incluem as veias das regies ceflica, dorso damo, antebrao e p.Preferencialmente deve-se optar por puncionar as veias localizadas nos membros superiores,considerando como primeira opo as veias baslicas e as veias ceflicas, pois apresentammenores irregularidades em seu trajeto e como segunda opo a veia intermdia do cotovelo.As veias da regio ceflica utilizadas para puno venosa so: veia temporal, veia frontal e veiaauricular posterior. A puno das veias da regio ceflica pode ser realizada at 18 meses, a partirde quando a epiderme torna-se endurecida e os folculos dos cabelos maduros.As veias localizadas na regio ceflica e pescoo devem ser a ltima escolha de insero do CCIP

    em recm-nascidos pela dificuldade de fixao e risco de migrao do cateter. A puno da veiajugular externa ainda apresenta um risco adicional, de puno acidental da artria cartida.Nos membros inferiores as opes so a veia popltea, a veia safena e a veia femoral, pormdevido presena de muitas vlvulas nessas veias pode ocorrer dificuldade de migrao docateter.

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    MDULO IV

    Terapia intravenosa eInteraes medicamentosas

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    Interaes Medicamentosas

    A prescrio mdica de dois ou mais medicamentos administrados seqencialmente ou

    concomitantemente faz parte da rotina diria. Pode ocorrer interferncia de um frmaco na ao

    de outro ou de um alimento/nutriente na ao de medicamentos. A interao medicamentosa pode

    ser definida como resposta clnica ou farmacolgica administrao de diferentes combinaes de

    medicamentos, uma situao na qual os efeitos de um medicamento so alterados pela

    administrao prvia ou concomitante de outro medicamento. O conceito de interao

    medicamentosa se estende incluindo situaes nas quais:

    Alimentos ou outros itens da dieta influenciam a atividade de um

    medicamento(ou seja,interaes frmaco-alimetares);

    Substncias qumicas ambientais ou tabagismo influenciam a atividade de

    um medicamento;

    Um medicamento causa alterao dos resultados dos exames laboratoriais

    (ou seja, interaes frmaco-exame laboratorial);

    Um medicamento causa efeitos indesejveis em pacientes com

    determinados processos mrbidos (ou seja, interaes frmaco-doena).

    Classificao das Interaes:

    Interaes Farmacuticas (Incompatibilidade Medicamentosa): resulta de reaes

    fsico-qumicas entre os frmacos, ou com o seu material de acondicionamento e

    administrao.

    Interaes Farmacocinticas: ocorrem durante os processos de absoro,

    distribuio, biotransformao e excreo. Um exemplo desse tipo de interao a

    induo das enzimas hepticas que fazem a biotransformao, como por exemplo os

    barbitricos, que acabam aumentando o metabolismo e diminuindo as concentraes

    plasmticas da varfarina e dos antidepressivos, podendo resultar em agravao da

    doena.

    Interaes Farmacodinmicas: ocorrem nos stios de ao dos frmacos, quando

    estes esto envolvidos no mesmo receptor ou enzima. Um frmaco pode aumentar o

    efeito do agonista por estimular a receptividade do seu receptor celular ou por inibir

    enzimas que o inativam no seu local de ao, ou diminuir o seu efeito por competir pelo

    mesmo receptor. Exemplo: ondansetrona e tramadol, que geram um antagonismo por

    bloqueio de receptores.

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    Exemplos:

    Agente

    precipitante

    Agente afetado Interao

    resultante

    Mecanismo proposto

    Trimetoprima Sulfametoxazol Sinergia Atuao em etapas diferentes

    da mesma rota metablica

    Naloxona Morfina antagonismo Competio por receptor

    Flumazenil benzodiazepnicos antagonismo Competio por receptor

    Ondasentrona Tramadol Antagonismo Bloqureio de receptores

    Interaes de Efeito: ocorrem quando os frmacos exercem efeitos similares ou

    opostos sobre uma mesma funo do organismo, sem interagir diretamente um sobre o

    outro. Exemplo: cido acetilsaliclico e anticoagulantes orais, que aumentam o

    sangramento.

    Significncia das Interaes:

    A significncia um dos principais interesses quando se avalia o potencial de interao

    medicamentosa. Est relacionada ao tipo de efeito e sua magnitude e, conseqentemente,

    necessidade de monitoramento do paciente ou de alterao da terapia a fim de evitar efeitos

    adversos srios.

    Os principais fatores que definem a significncia clnica so:

    Incio de efeito: o tempo que leva para a manifestao dos efeitos clnicos decorrentes de

    uma interao. Determina a urgncia com que medidas preventivas devem ser adotadas. O

    nvel de incio de efeito pode ser rpido (os efeitos sero evidentes dentro de 24 horas

    aps a administrao), ou lento (os efeitos no so evidentes por um perodo de dias ou

    semanas aps a administrao).

    Severidade ou gravidade: a avaliao da gravidade importante para se medir os riscos

    versus os benefcios das alternativas teraputicas. Existem trs graus de severidade: maior

    (os efeitos oferecem riscos potenciais vida ou so capazes de causar danos

    permanentes), moderada (os efeitos podem agravar as condies clnicas do paciente,

    podendo ser necessrio um tratamento adicional ou hospitalizao) ou menor (os efeitos

    so normalmente leves e as conseqncias podem ser desagradveis ou imperceptveis, e

    no devem afetar significativamente o resultado da terapia).

    Uma das conseqncias mais importantes da interao medicamentosa uma resposta excessiva

    a um ou mais agentes que tambm esto sendo administrados. Por exemplo, um efeito

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    significativamente acentuado de agentes como a digoxina e a varfarina pode resultar em efeitos

    adversos srios como aumento do risco de sangramento. No to bem reconhecidas, mas

    tambm muito importantes, so aquelas interaes nas quais a atividade do medicamento est

    diminuda resultando em perda de eficcia. Essas intreraes so especialmente difceis de

    detectar, porque podem ser confundidas com fracasso teraputico ou progresso da doena.

    Numerosos estudos tm demonstrado que muitos pacientes so medicados com agentes de

    potencial risco de interao. medida que aumenta o nmero de medicamentos no esquema

    teraputico do paciente, maior o risco de ocorrncia de uma interao medicamentosa.

    Existe uma possibilidade aumentada de dois medicamentos administrados concomitantemente

    afetarem algum sistema comum. Quando se considera o potencial de interao entre os

    medicamentos, existe freqentemente uma tendncia apenas de se preocupar com os efeitos

    primrios dos medicamentos envolvidos e deixar passar as atividades secundrias que eles

    possuem.

    Muitos fatores que influenciamna resposta a um medicamento pertencem ao paciente e podem

    predisp-lo ao desenvolvimento de reaes adversas a um medicamento e influenciar nas

    interaes medicamentosas tais como:

    Idade

    Fatores genticos

    Estados mrbidos

    Funo renal Funo heptica

    Etilismo

    Tabagismo

    Dieta

    Fatores ambientais

    Variao individual

    Recomendaes para reduo das interaes medicamentosas: Identificar os fatores de risco do paciente;

    Obter histria medicamentosa completa;

    Conhecer as aes dos medicamentos usados;

    Considerar alternativas teraputicas;

    Evitar esquemas teraputicos complexos quando possvel;

    Educar o paciente;

    Monitorar a terapia;

    Individualizar a terapia

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    As interaes podem ser desejveis quando tm por objetivo tratar doenas concomitantes,

    reduzir efeitos adversos, incrementar a eficcia ou permitir a reduo da dose. J as interaes

    indesejveis so as que determinam reduo do efeito ou resultados contrrios aos esperados,

    aumento da incidncia e da gama de efeitos adversos e do custo da teraputica, sem incremento

    no benefcio teraputico.

    Vantagens e desvantagens das interaes medicamentosas:

    Vantagens de sinergismos:

    Aumento da eficcia teraputica: substncias que atuam em mais de uma etapa do

    mesmo mecanismo de ao ( sulfametoxazol + trimetoprima; associaes de

    antineiplsicos) ou em diversas manifestaoes do mesmo processo fisiopatolgico

    (broncodilatadores + antiinflamatrios);

    Reduo de efeitos txicos (sulfas associadas podem diminuir a cristalria);

    Obteno de maior durao de efeito pelo impedimento, por exemplo da excreo

    do frmaco (Probenecida+ penicilinas);

    Combinao de latncia curta com durao de efeito prolongado (penicilina G

    cristalina + penicilina G procana)

    Impedimento ou retardo de surgimento de resistncia bacteriana (esquema trplice

    de antituberculosos);

    Impedimento ou retardo de emergncia de clulas malignas (esquema com

    mltiplos antineoplsicos);

    Aumento de adeso ao tratamento por facilitao do esquema (menor nmero de

    frmacos a ingerir, como na associao rifampicina + isoniazida);

    Inibio da multiplicao viral (esquema mltiplo de frmacos anti-retrovirais de alta

    potncia).

    Vantagens de antagonismos:

    Anular o efeito indesejvel de certo frmaco (efeito corretivo). Ex: Uso da naloxona

    como antdoto para morfina;

    Inativar composto causador de intoxicao (antidotismo qumico). Ex: Emprego de

    BAL (quelante) na intoxicao por mercrio.

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    Desvantagens das interaes:

    Soma dos efeitos indesejveis, quando os frmacos associados tm o mesmo perfil

    toxicolgico. Ex.: vancomicina e aminoglicosdeo, aumentando a toxicidade renal.

    Dificuldades no ajuste de doses individuais e na deteco do agente responsvel

    por eventual reao adversa.

    Custo elevado.

    Incompatibilidades Medicamentosas

    So consideradas interaes farmacuticas e ocorrem in vitro, isto , antes da

    administrao dos frmacos no organismo, quando se misturam dois ou mais deles numa bolsa de

    soro, na mesma seringa, equipo de infuso ou outro recipiente. Devem-se a reaes fsico-

    qumicas que resultam em:

    Alteraes organolpticas;

    Diminuio da atividade de um ou mais dos frmacos originais;

    Inativao de um ou mais frmacos originais;

    Formao de novo composto (ativo, incuo, txico);

    Aumento da toxicidade de um ou mais dos frmacos originais.

    A ausncia de alteraes macroscpicas no garante a inexistncia de interao

    medicamentosa.

    H fatores que afetam a compatibilidade entre substncias, tais como a estrutura

    molecular, natureza do soluto, solvente, material do recipiente (vidro, polietileno, EVA), pH do

    meio, constante de dissociao do frmaco; solubilidade, concentrao temperatura, luminosidade

    e tempo de contato entre os compostos.

    Os frmacos podem ser incompatveis in vitroe sinrgicos dentro do organismo, desde que

    tenham sido administrados separadamente, como por exemplo, gentamicina e penicilina. Algumas

    medidas podem ser tomadas para evitar as interaes farmacuticas, tais como:

    Leitura atenta das orientaes referentes quanto a reconstituio, diluio,

    temperatura e condies de armazenamento ps-diluio;

    No adio de outros frmacos nas solues de infuso, a menos que haja

    garantia de compatibilidade;

    Certificao da completa diluio do frmaco na soluo de infuso, verificando

    presena de alteraes;

    No exposio do medicamento ou frmaco ou da diluio luz direta; proteg-los

    do calor excessivo durante a infuso;

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    Rotulagem adequada do recipiente de infuso;

    Preparao de diluies no momento da administrao quando no houver

    segurana quanto estabilidade;

    Administrao de nutrio parenteral em via exclusiva;

    Consulta ao farmacutico hospitalar em caso de dvida.

    Vias de administrao parenterais

    A administrao de medicamentos deve ser realizada com eficincia, segurana e

    responsabilidade, a fim de que sejam alcanados os objetivos da teraputica, ou seja, melhora do

    quadro clnico do paciente.

    As principais vias de administrao so as seguintes: intradrmica, subcutnea,

    intramuscular, intravenosa e intra-raqudea. A escolha da via de administrao depende dos

    fatores clnicos, farmacolgicos e farmacocinticos bem como fatores tecnolgicos (aprimoramento

    das formulaes, visando ampliar o uso para diversas vias de adminitrao).

    A taxa de absoro das vias subcutnea e intramuscular depende da passagem pela

    barreira capilar e da dissoluo do veculo no fludo intersticial. Os canais aquosos relativamente

    grandes da membrana endotelial permitem a difuso de molculas com solubilidade lipdica.

    Molculas grandes, como as protenas, lentamente ganham acesso circulao pelos canais

    linfticos. A via intravenosa no apresenta absoro, apresentando 100% de biodisponibilidade e

    potenciais efeitos imediatos.As vias de administrao diferem-se em alguns parmetros: rapidez de incio de ao,

    natureza da via, quantidade a ser administrada e as condies do paciente.

    Via intramuscular - IM

    Administrao direta do injetvel na massa muscular. A velocidade de absoro do

    medicamento aps a administrao IM dependente do tipo de administrao, bem como dos

    fatores farmacocinticos. Dentre estes fatores incluem solubilidade do medicamento, efeito do

    solvente, volume e concentrao da soluo injetada, tamanho da molcula do frmaco e aperfuso vascular no local da injeo.

    Propriedades da via

    msculo estriado dotado de elevada vascularizao, no entanto, pouco

    inervado por fibras sensitivas. Estas caractersticas conferem-lhe facilidade de

    absoro dos medicamentos e possibilidade de uma administrao menos

    dolorosa.

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    A absoro depende do fluxo sangneo no local da injeo e geralmente

    rpida, havendo pronto incio dos efeitos teraputicos.

    Frmacos em soluo aquosa so absorvidos rapidamente, dependendo do

    fluxo sangneo no local de administrao. Massagem e exerccio podem

    aumentar a absoro por essa via.

    A velocidade de absoro no msculo deltide ou no grande lateral maior do

    que a absoro no msculo grande glteo.

    Volume de lquidos administrados no devem ultrapassar 10mL. Na maioria dos

    casos o volume administrado de 1 a 5 mL.

    Propriedades dos frmacos

    Os frmacos administrados pela via IM devem permanecer em soluo nos

    lquidos intersticiais at serem absorvidos e por isso se exige suficiente

    solubilidade em gua no pH fisiolgico.

    Alm disso, algum grau de lipossolubilidade necessrio para permear as

    clulas endoteliais dos capilares.

    Em geral, as solues utilizadas so aquosas, oleosas e suspenses.

    Algumas injees intramusculares so dolorosas, logo frequente incluir na sua frmula

    anestsicos locais, que simultameamente so conservantes. Podem ocorrer efeitos adversos

    locais como dor e desconforto, dano celular, hematoma, abscessos estreis ou spticos e

    reaes alrgicas.

    Apropriado para volumes mdios, veculos oleosos e algumas substncias irritantes.

    Via intravenosa - IV

    A administrao intravenosa ou endovenosa caracterizada pela introduo do

    medicamento diretamente na corrente sangnea.

    Propriedades da via

    volume de lquidos a serem injetados nesta via pode oscilar entre 1 a 1000mL e,

    em alguns casos, pode ser superior. A concentrao desejada de um frmaco

    no sangue obtida com maior preciso e rapidez do que nas demais vias.

    Uso apropriado para grandes volumes e para substncias irritantes, quando

    diludas.

    Propriedades dos frmacos

    Preparaes aquosas, e em alguns casos, suspenses aquosas ou emulses

    leo em gua. Nestes dois ltimos tipos de preparaes, importante ressaltar a

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    importncia de que as partculas suspensas ou emulsionadas devem apresentar

    dimetros inferiores a 7 m. Usualmente utilizam-se partculas de 1 a 2 m, com

    objetivo de evitar fenmenos do tipo de trombose e/ou embolia.

    Os medicamentos destinados a esta via devem ser isotnicos, isentos de

    pirognios e possuir pH neutro (6,0 e 7,5). Contudo, so tolerveis desvios

    mnimos de isotonia, tanto para o lado hipotnico quanto para o lado

    hipertnico*3.

    Via intradrmica - ID

    Os medicamentos so administrados na pele entre a derme e a epiderme, especialmente a

    zona do antebrao.

    Propriedades da via: o volume injetado pequeno, na ordem de 0,03 a 0,18mL.

    Via subcutnea - SC

    Os medicamentos so administrados no tecido subcutneo, abrangendo as reas abaixo

    da pele.

    Propriedades da via:

    Solues injetadas pela via subcutnea so influenciadas pela capacidade

    tamponante dos tecidos e fludos subcutneos. A absoro dos medicamentos

    administrados por esta via geralmente mais lenta do que a absoro dos

    frmacos administrados pela via intramuscular (IM) devido ao menor fluxo

    sangneo regional nos tecidos subcutneos.

    A velocidade de absoro determinada pelo fluxo sangneo da regio. O uso

    de vasoconstritores prolonga os efeitos locais, e a aplicao de calor ou

    massagem acelera a absoro.

    Esta via prev uma absoro rpida pois o frmaco s necessita ultrapassar as

    clulas endoteliais para chegar corrente circulatria. O fluxo sangneo

    regional o maior determinante da velocidade de absoro.

    Esta via no adequada para a administrao de grandes volumes (somente de

    0,5 a 2,0mL sa injetados confortavelmente) ou de substncias irritantes. Seus

    incovenientes incluem dor local, abscessos estreis, infeces e fibrose.

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    Propriedades dos frmacos:

    Esta via usada apenas para substncias que no so irritantes para os

    tecidos. A absoro costuma ser constante e suficientemente lenta para produzir

    um efeito sustentado.

    Apropriada para suspenses insolveis e implantao de pellets.

    Via intra-raqudea - IR

    A administrao intra-raqudea consiste em injetar a preparao medicamentosa no canal

    raquideano.

    Os medicamentos injetveis destinados a esta via devem ser solues aquosas neutras e

    isotnicas, estreis e apirognicas. No devem conter conservantes germicidas, pois podem

    lesar elementos do tecido nervoso. Devido ao pequeno volume e a lentido dos movimentos do

    lquido cfalo-raquideano, as preparaes injetadas nesta via tambm devem apresentar pH e

    tonicidade prximos aos valores fisiolgico

    INFUSO DE MEDICAMENTOS POR ACESSO VENOSO PERIFRICO

    Medicamento vesicante: causa destruio do tecido.

    Medicamento irritante: causa dor, tenso e flebite com ou sem inflamao.

    Extravasamento: Quantidade de lquido do medicamento perdida por vazamento que causa dor,

    necrose ou pele de cobra.

    Extravasamento tardio: Os sintomas ocorrem 48 horas aps a administrao.

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    Medicamentos que so irritantes / vesicantes quando administrados por via perifrica, pois irritam

    e destroem o endotlio venoso nas seguintes concentraes:

    Medicamento Concentrao

    Aciclovir

    Anfotericina B

    Ampicilina

    Bicarbonato de sdio

    Ceftriaxona

    Cloreto de potssio

    Dopamina

    Eritromicina

    Fenitona

    Gluconato de clcio

    Piperacilina

    Vancomicina

    [7 mg/mL]

    [0,1 mg/mL]

    [250 mg/mL]

    [0,5 mEq / mL]

    [50 mg/mL]

    [2 mEq / mL]

    [0,8 mg/mL]

    [100 mg/mL]

    [50 mg/mL]

    [100 mg/mL]

    [100 mg/mL]

    [5 mg/mL]

    Flebites Acesso Perifrico: A irritao venosa e o desenvolvimento de flebite qumica est

    associada com a administrao de solues com extremos de pH e/ ou osmolaridade.

    Medicamentos com pH acima de 4,1, j so irritantes para o sistema venoso, podendo

    desencadear flebite. Os mais preocupantes so: vancomicina, fenitona, prometazina, morfina e

    aciclovir.

    Medicamentos irritantes para o acesso perifrico

    Penicilinas

    Cefalosporinas

    Anfotericina B

    Aciclovir

    Ganciclovir

    Fenobarbital

    Diazepam

    Cloreto de potssio

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    Medicamentos vesicantes para o acesso perifrico

    Vincristina

    Vimblastina

    Doxorrubicina

    Gluconato de clcio

    Cloreto de potssio

    Dopamina

    Nitroprussiato de sdio

    Glicose 10%, 20%, 50%

    AGENTES VESICANTES

    Toxinas Celulares DiretasAgentes

    Hiperosmticos

    (>280 mOsm/L)

    Indutores de

    Isquemia Agentes no

    Antineoplsicos

    Agentes

    Antineoplsicos

    Gluconato de Clcio Dobutamina Nitroglicerina Dactinomicina

    Glicose (>10%) Esmolol Fenitona Epirrubicina

    Manitol (>5%) Metaraminol Tiopental Sdico Esorrubicina

    Acetato de Potssio

    (>2 mEq/mL)

    Norepinefrina Tetraciclina Idarrubicina

    Cloreto de Potssio

    (>2 mEq/mL)

    Fenilefrina Mecloretamina

    Bicarbonato de Sdio

    (8,4%)

    Vasopressina Mitomicina

    Cloreto de Sdio

    (>1%)

    Streptozocina

    Agentes relacionados com reaes ocasionais de extravasamento

    Bleomicina Fluorouracila

    Carboplatina 10 mg/mL Gencitabina

    Carmustina Gentuzumabe

    Cisplatina Ifosfamida

    Ciclofosfamida Irinotecano

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    Dacarbazina Mitoxantrona

    Daunorrubicina Citrato (lipossomal) Oxaliplatina

    Dexrazoxano Paclitaxel

    Docetaxel Tenoposideo

    Doxorrubicina (lipossomal) Topotecano

    Etoposide

    MEDICAMENTOS MAIS UTILIZADOS POR VIA INTRAVENOSA

    FENTANIL

    Categoria teraputica: analgsico narctico

    Efeito da ao analgsica:

    o IV ocorre imediatamente; durao da ao: 30 a 60 min.

    Administrao parenteral:

    o IV push lento: 3 a 5 min

    o Infuso contnua: em SG5% ou SF 0.9%

    o Estabilidade: 48h a temperatura ambiente (TA)

    Monitorar:

    o taxa respiratria, presso sangnea, saturao de oxignio, distenso abdominal

    Cuidados:

    o Administrao IV rpido pode resultar em apnia

    o Apresenta efeito hipotensor menor que o fenobarbital e tiopental

    Incompatibilidades em Y:

    o Fenobarbital

    o Tiopental

    o Fenitona

    o Azitromicina

    Ocorre precipitao.

    MIDAZOLAM

    Categoria teraputica: anticonvulsivante

    Farmacodinmica:

    o Incio da ao sedativa: 1 a 5 minutos

    o Durao da ao: 20 a 30 minutos

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    Administrao parenteral:

    o IV lento por 2 a 5 minutos na concentrao de 1 a 5 mg/mL (concentrao mxima

    de 5 mg/mL)

    o IM: concentrao mxima de 1 mg/mL

    o Estabilidade: na concentrao de 0,5 mg/mL, estvel por 24 horas em SG 5% ou

    SF 0,9%, ou por 4 horas em Ringer lactato.

    Monitorar:

    o Nvel de sedao, taxa respiratria, taxa cardaca, presso sangnea, saturao

    (oximetria de pulso).

    Cuidados:

    o Evitar extravasamento, no administrar intra-arterial

    o Retirada abrupta pode resultar em sndrome de abstinncia.

    Neonatologia:

    o No usar via IV quando for doses maiores.

    Incompatibilidades em Y:

    o Amoxacilina

    o Amoxacilina/Clavulanato

    o Albumina

    o Ceftazidime

    o Cefuroximeo Dexametasona fosfato

    o Hidrocortisona succinato

    o Imipenem/Cilastatina

    o Bicarbonato de Sdio

    NORADRENALINA

    Sinnimo: Norepinefrina

    Categoria teraputica: agente agonista adrenrgicoCuidados:

    o Deve ser diluda antes do uso.

    o Monitorar status termodinmico.

    o A injeo contm metabissulfito, o qual pode causar reaes alrgicas em

    indivduos suscetveis.

    o Extravasamento pode causar necrose tecidual.

    o No administrar em pacientes com trombose vascular mesentrica ou perifrica

    porque a isquemia pode ser aumentada e a rea do infarto estendida.

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    Estabilidade:

    o Oxida rapidamente; no usar se colorao escurecida (marrom).

    o Diluir em SG 5% ou soro fisiolgico (SG 5%/SF 0,9%). No recomendada diluio

    em SF 0,9%.

    o Concentrao: 8 mg/mL em SG 5%.

    o No estvel em solues alcalinas.

    o Proteger da luz.

    Administrao:

    o Em veia de grande calibre.

    o Concentrao padro: 4 mcg/mL, porm 16 mcg/mL tem sido usado com segurana

    e com eficcia em situaes de restrio hdrica.

    Incompatibilidade em Y:

    o Insulina

    VANCOMICINA

    Categoria teraputica: antibitico

    Estabilidade:

    o Frasco/ampola 500 mg, reconstituir com 10 mL AD. Estvel por 24 horas se

    refrigerado.o Solues para infuso: SG 5%, SF 0,9%; concentrao mxima: 5 mg/mL. Estvel

    por 24 horas a temperatura ambiente.

    Administrao:

    o 500 mg: mnimo 60 minutos

    o 1000 mg: mnimo 90 minutos

    o Adultos com funo renal normal: no exceder 2 g/dia

    Cuidados:

    o No administrar IM.Incompatibilidades em Y:

    o Heparina

    o Fenobarbital

    o Foscarnet

    o Aminofilina

    o Cotrimoxazol (SMT + TMP)

    o Ceftazidime

    o Albumina

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    o Bicarbonato de Sdio

    MORFINA

    Categoria teraputica: analgsico, narctico.

    Cuidados:

    o Depresso respiratria.

    o Neonatos e crianas menores que 3 meses de idade so mais suscetveis

    depresso respiratria. No diluir em solues com conservante.

    o Descontinuao abrupta em uso prolongado pode causar sndrome de retirada.

    o Injees podem conter metabissulfito de sdio, que pode causar reaes alrgicas.

    Interaes:

    o Depressores do SNC (fenotiazinas, antidepressivos tricclicos)

    o Isoenzima do citocromo P450.

    Dose mxima em neonatos: 0,1 mg/kg/dose

    Administrao:

    o Push: administrar acima de 5 minutos at uma concentrao final de 0,5 a 5 mg/mL

    (IV rpido pode aumentar os efeitos adversos).

    o Infuso intermitente: administrar acima de 15 a 30 minutos, a uma concentrao

    final de 0,5 a 5 mg/mL.

    o Infuso contnua: 0,1 a 1 mg/mL em SG 5%, SG 10% ou SF 0,9%.

    ALBUMINA

    Categoria teraputica: expansor de volume plasmtico.

    Neonatos:

    o Usar a concentrao de 25% com extremo cuidado e infundir lentamente em

    neonatos a pr-termo, devido ao aumento do risco de IVH (a partir da expanso

    rpida do volume intravascular).

    o Diluir com soro fisiolgico e SG 5%.o No diluir com gua estril, pois pode resultar em hipotonia, que pode ser fatal

    (hemlise).

    Estabilidade:

    o Os frascos, aps abertos, devem ser usados em 4 horas.

    Administrao:

    o Taxas mximas de infuso aps volume final de reposio:

    5%: 2 a 4 mL/minuto

    25%: 1 ml/minuto

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    Monitorar:

    o Hipervolemia

    o Edema pulmonar

    o Sinais vitais

    ANFOTERICINA B

    Categoria teraputica: antimicrobiano

    Possveis interaes:

    o Digoxina: toxicidade em presena de hipocalemia

    o Corticides: agravamento de hipocalemia

    o Bloqueio muscular no despolarizante

    o Diurticos (K+) tiazdicos/de ala: agravamento da hipocalemia

    o Radioterapia: piora anemia

    o Ciclosporina, Tacrolimo, aminoglicosdeos: aumenta o risco de nefrotoxicidade

    o Imidazlicos: possvel antagonismo farmacodinmico

    Administrao:

    o Dose mxima: 1,5 mg/kg/dia

    o Diluio: SG 5% ou SG 10%

    o Concentrao mxima: 0,1 mg/mL (acesso perifrico; heparinizar acesso) e 0,5

    mg/mL (central preferencial)o Tempo de infuso recomendado: 6 horas (mnimo 4 horas)

    o Tempo de infuso em neutropenia febril: infuso contnua (24 horas)

    Cuidados:

    o Medir a PA, FR, Tax, FC imediatamente antes da infuso;

    o Hidratao com NaCl 0,9% conforme prescrio;

    o Flush com SG na via antes e aps a administrao;

    o Separar via de administrao da infuso de NaCl 0,9%;

    o No utilizar se a soluo IV apresentar turbidez;o Registrar horrios exatos de incio e trmino da infuso;

    o Monitorar efeitos adversos infusionais e, caso ocorram, registr-los no pronturio de

    forma detalhada.

    Estabilidade:

    o Soluo a temperatura ambiente: 24 horas

    o No necessrio proteger da luz at 24 horas de infuso

    Incompatibilidades:

    o Acetilcistena

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    o Alopurinol

    o Amifostina

    o Ampicilina

    o Aztreonam

    o Carbenicilina

    o Canamicina

    o Cefepime

    o Cefpiroma

    o Cimetidina

    o Clindamicina

    o Cloreto de Clcio

    o Cloreto de Sdio

    o Clorpromazina

    o Clortetraciclina

    o Cotrimazol

    o Difenidramina

    o Docetaxel

    o Dopamina

    o Doxorrubicina

    o Enalaprilo Estreptomicina

    o Etoposido

    o Filgrastima

    o Fluconazol

    o Fludarabina

    o Gencitabina

    o Gentamicina

    o Glicose em Cloreto de Sdioo Glicose em Ringer

    o Heparina

    o Lidocana

    o Linezolida

    o Magnsio

    o Melfalano

    o Meropenem

    o Metildopa

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    o Nitrofurantona

    o NPT

    o Ondansetrona

    o Oxitetraciclina

    o Paclitaxel

    o Penicilina G Potssica

    o Penicilina G Sdica

    o Piperacilina/Tazobactam

    o Polimixina B

    o Potssio

    o Procana

    o Propofol

    o Ranitidina

    o Remifentanila

    o Sargramostima

    o Tetraciclina

    o Tobramicina

    o Verapamil

    o Vinorelbina

    o Viomicinao Vitaminas

    INSULINA

    Categoria teraputica: agente antidiabtico

    Apresentao: Fr/amp 10mL (100UI/mL)

    Armazenamento:

    o Armazenar os frascos intactos sob refrigerao;

    o Os frascos em uso devem ser armazenados sob refrigerao por no mximo 30

    dias.

    o Proteger da luz;

    o No congelar. O congelamento pode resultar na alterao da estrutura da protena

    que ocasionar uma diminuio de potncia;

    o Evitar temperaturas extremas (menores de 2C e maiores de 30C);

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    Cuidados na administrao:

    o Administrar quando o medicamento estiver em temperatura ambiente;

    o Se apresentar descolorao, turbidez ou viscosidade no usual, a ampola dever

    ser descartada, uma vez que essas mudanas indicam deteriorizao e/ou

    contaminao;

    o Evitar agitao excessiva;

    o Se aps agitao, a soluo apresentar modificaes na aparncia,como sedimento

    branco no fundo do frasco, presena de grumos ou cogulos suspensos, aderncia

    da insulina nas paredes do frasco, recomenda-se no utilizar porque pode acarretar

    em erro de dosagem;

    o Insulina de longa durao deve ser clara, todas as outras insulinas so turvas;

    o Depois de diluda em SF0,9% ou gua para injeo (1UI/mL), apresenta

    estabilidade de 24 horas a temperatura ambiente ou sob refrigerao;

    o Se novo equipo for necessrio: preencher equipo com soluo de insulina, esperar

    30 minutos at saturao, desprezar o contedo e preencher novamente para iniciar

    a infuso;

    o Agitar eventualmente o frasco/bolsa durante a infuso;

    o Se for necessrio misturar mais de um tipo de insulina, a Insulina Regular deve ser

    aspirada antes;

    Cuidados de enfermagem:

    o A hipoglicemia em pacientes em uso de Insulina Humana pode ser menos provvel

    de se reconhecer do que em pacientes que utilizem Insulina suna. os quais

    apresentam sudorese e fome quando os nveis de glicose esto baixos.

    o A Insulina Regular Humana a nica que pode ser administrada intravenosa;

    Incompatibilidades (Y):o Cefoxitina, Cisplatina, Clorpromazina, Dantroleno, Digoxina, Diltiazem, Dopamina,

    Diazepam, Fenilefrina, Fenitona, Isoproterol, Levofloxacino, Norepinefrina,

    Pentamidina, Piperaciclina-Tazobactam, Polimixina B, Propranolol, Protamina,

    Ranitidia, Rocuronio, Sulfametozaxol-Trimetroprima.

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    Interaes:

    o Efeito Hipoglicemiante:

    Antagonistas -Adrenrgicos, Salicilatos, Naproxeno, Indometacina, Etanol, Ltio, Clcio, Teofilina,

    Mebendazol, Sulfonamidas, Ampicilina+Sulbactam, Tetraciclina, Pentamidina,Piridoxina.

    o Efeito Hiperglicemiante:

    Epinefrina, Clicocorticides, Diurticos, Contraceptivos Orais, Agonistas -Adrenrgicos,

    Bloqueadores De Canais De Clcio, Fenitona, Clonidina, Morfina, cido Nalidxico, Nicotina,

    Bloqueadores H2.

    ANTIBITICOS MAIS USADOS EM NEONATOLOGIA:

    o Amicacina

    o Ampicilina

    o Aztreonam

    o Cefotaxime

    o Ceftazidime

    o Ceftriaxonao Cefepime

    o Ciprofloxacina

    o Clindamicina

    o Eritromicina

    o Estreptogramina

    o Gentamicina

    o Imipenem

    o Linezolideo Metronidazole

    o Meropenem

    o Netilmicina

    o Oxacilina

    o Penicilina G

    o Piperacilina Tazobactam

    o Rifampicina

    o Ticarcilina Clavulanato

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    o Tobramicina

    o Vancomicina

    REFERNCIAS

    1. DrugDex. MICROMEDEX Healthcare Series Integrated IndexSystem. Vol. 125. 1974-

    2005. 3 CD-ROM.

    2. TRISSEL, LA. Handbook on Injectable Drugs. 13th ed. Bethesda (MD): American Society of

    Hospital Pharmacistis, 2001.

    3. Martindale In: MICROMEDEX Healthcare Series Integrated Index System. Vol. 124.

    1974-2006. 3 CD-ROM.

    4. TAKETOMO, C.K.; HODDING, J.H.; KRAUS, D.M. Pediatric Dosage Handbook. 9thed.

    USA: Lexi-Comp, 2002-2003.

    5. LACY, C.F., ARMSTRONG L.L., GOLDMAN M. P., LANCE L. L. Drug Information

    Handbook. 11ed, USA: Lexi-comp Inc 2003-2004.

    6. AHFS, American Hospital Formulary Service: Drug information 2002. Bethesda, MD.

    7. Bula do medicamento Biohulin - Laboratrio Biobrs S. A.

    8. GOODMAN & GILMAN. The Pharmacological Basis of Therapeutics. 10th ed. Hardman

    JG, Limbird LE (editors in chief). International Edition.

    9. Genaro A.R. Remington. A Cincia e a Prtica da Farmcia. 20ed. Rio de Janeiro:

    Guanabara Koogan S.A., 2004.

    10. Ferreira, J.P. Pediatria Diagnstico e Tratamento. Porto Alegre: Artmed, 2005.

    11. Gomes M. J.V.M., Reis, A.M.M. Cincias Farmacuticas: Uma Abordagem em Farmcia

    Hospitalar. 1ed. So Paulo: Editora Atheneu, 2000.

    12. FUCHS F., WANNMACHER L. Farmacologia Clnica. Rio de Janeiro, 1992. Guanabara

    Koogan, 1999.

    13. Goodman & Gilman. The Pharmacological Basis of Therapeutics. 9th ed. Hardman JG,

    Limbird LE (editors in chief). International Edition

    14. Informaes disponveis em www.injectaveis.comacessado em 24/01/05.

    15. Informaes disponveis em www.infomed.hpg.ig.com.bracessado em 24/01/05.

    16. Informaes disponveis em www.uspharmacist.comacessado em 26/01/05.

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    MDULO V

    Controle de infeco eEpidemiologia no uso de PICC

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    A. Relevncia

    As infeces relacionadas a cateteres intravasculares so das mais prevalentes nosservios de sade. Causam considervel morbidade e contribuem para a mortalidade

    dos hospitais(1).

    Nos EUA estima-se que sejam utilizados mais de 150 milhes de cateteres vasculares

    por ano; Incluindo 7 milhes de Cateteres Vasculares Centrais (CVC).

    o CVC: Cateter cuja extremidade terminal (ponta) localiza-se em um grande vaso

    aorta, artria pulmonar, veia cava superior,veia cava inferior, veias braquio-

    ceflicas,veias jugulares internas, veias subclvias e veias femurais. O PICC

    um CVC.

    Os CVCs so a fonte da maioria (90%) das infeces primrias de corrente sangnea

    (ICS) (2).

    Nos EUA 48% dos pacientes internados em CTIA usam CVC.

    Ocorrem em torno de 5,3 ics-cvc/1000 cvc-dianas CTIAs dos hospitais americanos(1).

    A mortalidade Atribuda das ICS-CVC de 18%; assim, nos EUA ocorrem cerca de

    14.000 mortes por ano devido a infeces relacionadas a CVCs (3-5).

    Adicionalmente as ICS-CVC prolongam a hospitalizao em mdia em 7 dias; o custo

    atribuvel estimado, nos EUA, por episdio de U$ 3.700 a U$29.000 (6).

    Os PICC so a modalidade preferida por mdicos e enfermeiros para pacientes

    ambulatoriais nos EUA:

    o So atrativos para acessos de mdia e longa permanncia 1