Apostila Teoria Da Comtabilidade

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  • 5/21/2018 Apostila Teoria Da Comtabilidade

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    Teoria da

    Contabilidade

    Roberto Rodrigues Prado

    Adaptada/Revisada por Lus Carlos Gruenfeld (setembro/2012)

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    com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Teoria da Contabilidade,

    parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo

    que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma

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    APRESENTAO

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    SUMRIO

    INTRODUO ................................................................................................................................................7

    1 ATUAO PROFISSIONAL ................................................................................................................91.1 A Evoluo da Contabilidade ......................................................................................................................................91.2 Contabilidade na Bblia ..............................................................................................................................................121.3 Contabilidade Despertando como Cincia ........................................................................................................121.4 Teorias Descritivas e Prescritivas .............................................................................................................................141.5 Doutrinas e Escolas de Contabilidade ..................................................................................................................14

    1.6 O Cenrio Atual da Contabilidade .........................................................................................................................161.7 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................171.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................18

    2 CONTABILIDADE E CONTADOR ................................................................................................. 192.1 A Tomada de Deciso ..................................................................................................................................................192.2 A Funo do Contador ................................................................................................................................................202.3 A Contabilidade como Profisso .............................................................................................................................202.4 Viso Geral da Profisso Contbil ...........................................................................................................................222.5 A Contabilidade em outros Cursos ........................................................................................................................23

    2.6 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................242.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................24

    3 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE E UTILIZAO DA INFORMAOCONTBIL ..................................................................................................................................................25

    3.1 Utilizao da Informao Contbil e Campo de Atuao da Contabilidade .........................................263.2 Patrimnio da Entidade .............................................................................................................................................263.3 Finalidade Social do Contador ................................................................................................................................273.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................273.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................28

    4 QUALIDADE E CARACTERSTICA DA INFORMAO CONTBIL: OPRODUTO FINAL DA CONTABILIDADE ................................................................................29

    4.1 Informao Econmica...............................................................................................................................................294.2 Custos versus Benefcios .............................................................................................................................................304.3 Compreensibilidade ....................................................................................................................................................304.4 Relevncia .......................................................................................................................................................................304.5 Confiabilidade ................................................................................................................................................................314.6 Comparabilidade ..........................................................................................................................................................324.7 A Importncia da Comparao ...............................................................................................................................324.8 Polticas Contbeis .......................................................................................................................................................324.9 Tempestividade ............................................................................................................................................................334.10 Intempestividade .................................................................................................................................................... 334.11 Tomada de Decises .................................................................................................................................................34

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    4.12 Resumo do Captulo .................................................................................................................................................344.13 Atividades Propostas ................................................................................................................................................35

    5 RELATRIOS CONTBEIS ............................................................................................................... 375.1 Demonstraes Financeiras .....................................................................................................................................375.2 Relatrios Contbeis Obrigatrios .........................................................................................................................375.3 Complementao s Demonstraes Financeiras ...........................................................................................39

    5.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................455.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................45

    6 OS PRINCPIOS DE CONTABILIDADE A ENTIDADE E A CONTINUIDADE ............476.1 Aplicao da Contabilidade ......................................................................................................................................476.2 Usurios da Contabilidade ........................................................................................................................................476.3 Para quem Mantida a Contabilidade .................................................................................................................486.4 Pilares da Contabilidade ............................................................................................................................................486.5 Princpios da Contabilidade......................................................................................................................................506.6 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................546.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................54

    7 PATRIMNIO E RESULTADO......................................................................................................... 557.1 O Ativo e sua Mensurao (Avaliao) .................................................................................................................557.2 Algumas Definies de Ativo ...................................................................................................................................557.3 Ativo Circulante .............................................................................................................................................................567.4 Ativo Realizvel em Longo Prazo............................................................................................................................587.5 Ativo Permanente .........................................................................................................................................................587.6 Contas Retificadoras do Ativo ..................................................................................................................................597.7 Deduo do Ativo Permanente ...............................................................................................................................607.8 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................60

    7.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................61

    8 O PASSIVO E SUA MENSURAO (AVALIAO)........................................................... 638.1 Generalidades ................................................................................................................................................................638.2 Definies de Passivo ..................................................................................................................................................638.3 Passivo Circulante .........................................................................................................................................................648.4 Passivo Exigvel em Longo Prazo ............................................................................................................................648.5 Resultado de Exerccio Futuros ...............................................................................................................................648.6 Patrimnio Lquido ......................................................................................................................................................658.7 Contas Retificadoras do Passivo..............................................................................................................................65

    8.8 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................668.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................66

    9 TERMINOLOGIA CONTBIL BSICA USADA EM CONTABILIDADE.................. 679.1 Receitas e Ganhos ........................................................................................................................................................679.2 Despesas e Perdas ........................................................................................................................................................689.3 Outras Terminologias Usadas ...................................................................................................................................699.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................699.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................70

    10 PATRIMNIO E RESULTADO...................................................................................................... 7110.1 Relatrios Contbeis .................................................................................................................................................7110.2 O Balano Patrimonial ..............................................................................................................................................7110.3 Poder Preditivo do Balano Patrimonial ............................................................................................................72

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    10.4 Uma Estrutura de Balanos no Usada entre Ns .........................................................................................7310.5 As Normas Brasileiras de Contabilidade e o Balano Patrimonial ...........................................................7410.6 CFC e Lei das S.A.........................................................................................................................................................7410.7 Passivo Descoberto ...................................................................................................................................................7410.8 Algumas Diferenas ..................................................................................................................................................7410.9 Resultado de Exerccios Futuros ...........................................................................................................................7510.10 Resultados de Exerccios Futuros versus Exigvel .........................................................................................75

    10.11 As Normas Brasileiras de Contabilidade (as NBCS) ....................................................................................7510.12 Resumo do Captulo ...............................................................................................................................................7810.13 Atividades Propostas ..............................................................................................................................................78

    RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS..................................... 79

    REFERNCIAS .............................................................................................................................................83

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    INTRODUO

    Voc est iniciando o estudo da disciplina Teoria da Contabilidade, a qual tem como objetivo prin-

    cipal solidificar os estudos tericos relacionados origem da contabilidade, sua histria, doutrinas e es-

    colas e o surgimento do perodo pr-cientfico.

    Ser possvel compreender a evoluo da Contabilidade com o progresso das sociedades e o de-

    senvolvimento da contabilidade como uma Cincia Social Aplicada.

    Ainda, voc conhecer a necessidade e a criao de organismos de regulamentao, como o Con-

    selho Federal de Contabilidade (CFC).

    Por meio desta disciplina, voc aprofundar sua compreenso do surgimento dos Postulados, Con-venes e o significado dos Princpios de Contabilidade.

    Voc ter o entendimento sobre as demonstraes contbeis, seus diversos grupos e Critrios de

    Mensurao do Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido, Receitas e Despesas, Ganhos e Perdas, e Princpios

    Fundamentais da Contabilidade.

    O presente material foi especialmente desenvolvido para os alunos do Ensino a Distncia (EaD) e

    seu uso ser de grande valia no decorrer das aulas do curso, devendo ser usado como bibliografia bsica.

    Ao final de cada captulo, leia com ateno os enunciados e responda s questes propostas. Essas

    questes objetivam auxili-lo(la) na aprendizagem. Primeiramente, responda a todas as questes e so-

    mente ao final verifique as suas respostas, relacionando-as com as respostas e comentrios do professor,

    ao final desta apostila.

    Bons estudos e sucesso!

    Prof. Roberto Rodrigues Prado

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    ATUAO PROFISSIONAL1

    Caro(a) aluno(a), neste captulo voc tem

    um rpido comentrio da estabilidade da profis-

    so contbil e da evoluo da contabilidade. A

    profisso contbil tem hoje uma posio bem de-

    finida na economia global, um campo de trabalho

    bastante amplo e diversificado e objetivos bem

    claros de onde pretende chegar. Essa estabilidadeprofissional, esses horizontes bem definidos tm

    uma longa histria!

    Assim, voc conhecer a Histria da Con-

    tabilidade e poder associar a sua origem ne-

    cessidade de controle da riqueza e dos estoques

    na produo de alimentos e animais em antigas

    civilizaes.

    Entender, ainda, os acontecimentos que

    contriburam para surgir o Mtodo das PartidasDobradas, que origem das palavras dbito e

    crdito, de Frei Luca Pacioli.

    1.1 A Evoluo da Contabilidade

    Pense na contabilidade em uma poca na

    qual no existia moeda, escrita e nmeros!Imagine um homem, na Antiguidade, sem

    conhecer nmeros e, muito menos, a escrita,exercendo a atividade de pastoreio. O invernoest chegando. O homem prepara toda a provi-so para o sustento do seu rebanho de ovelhas,olhando para um perodo longo de muito frio queest se aproximando. Ainda que ele nunca tenhaaprendido sobre os meses do ano, ele sabe que aneve est se aproximando, pois as folhas das r-vores ficaram amarelas e caram e assim ocorreuno passado, por inmeras vezes. Ele no sabia oque eram as estaes do ano, mas tinha experin-cia: rvores secando, frio chegando.

    Pense a respeito!

    O home tem natureza materialista, pois des-de seu surgimento ligado aos bens materiais.

    A Contabilidade no Incio de Tudo

    Antes que casse a 1 neve, ele recolhia seu

    rebanho num aprisco (curral), para proteg-lo do

    frio que matava. Era um perodo de monotonia,

    de ociosidade. Depois de tosquiar (cortar rente)as ovelhas, no se tinha nada para fazer a no ser

    olhar pelas frestas a neve caindo. O que fazer nes-

    se perodo?

    De repente, o homem se questiona: Quanto

    ser que o meu rebanho cresceu desde o ltimo

    frio at hoje? Ser que o meu cresceu mais que do

    Floreto? (Floreto era o pastor de ovelhas vizinho

    desse homem na Antiguidade). Esse homem, as-

    sim como qualquer um, era ambicioso, tinha de-safios e queria ver sua riqueza aumentando.

    AtenoAteno

    Aqui entra a funo da Contabilidade, j no incioda civilizao: avaliar a riqueza do homem; ava-liar os acrscimos ou decrscimos dessa riqueza.Como o homem naturalmente ambicioso, aContabilidade existe desde o incio da civilizao.Alguns tericos preferem dizer que ela existe, pe-

    los menos, desde 4.000 antes de Cristo.

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    Mas como contar o rebanho e avaliar seu

    crescimento se no existiam nmeros (da forma

    que sabemos hoje), nem escrita e, muito menos,

    moeda?

    Na monotonia do inverno, entre os balidos

    (voz de ovelha ou cordeiro) ininterruptos das ove-

    lhas, o homem tem uma ideia. Havendo um pe-queno monte de pedrinhas ao seu lado, o homem

    separa uma pedrinha para cada cabea de ovelha,

    executando assim o que o contabilista chamaria

    hoje de inventrio. Aps o trmino dessa mis-

    so, o homem separa o conjunto de pedrinhas,

    guardando-o com muito cuidado, pois o conjun-

    to representava a sua riqueza num determinado

    momento.

    Finalmente, a neve derretia e o sol voltavaa aquecer a montanha do homem do pastoreio.

    A superfcie da montanha voltava a ficar verde

    e l ia ele dirigindo o seu rebanho, protegendo

    contra os predadores, administrando assim a sua

    riqueza. Passado algum tempo, novas ovelhinhas

    surgiram e j se percebia que o nascimento era

    maior que a mortalidade e o descarte (escapat-

    ria). A l era tirada e parte dela negociada em tro-

    ca de alguns equipamentos rudimentares de caae pesca.

    O tempo passava. Novamente as folhas das

    rvores voltavam a ficar amarelas e comeavam

    a cair. Para ns, chamamos, hoje, esse fenmeno

    de outono. Para aquele homem, era o momento

    de fazer a proviso para sustentar sua riqueza no

    perodo da seca do inverno.

    Novamente a neve caa. No aprisco (uma

    grande caverna no alto da montanha), estavamde volta o pastor e seu rebanho. Nada mais natu-

    ral que fazer uma pedrinha por cabea de ovelha:

    Figura 1 Contagem abstrata.Resultado da contagem

    Cada smbolo (pedrinha) corresponde a uma cabea de ovelha:

    Primeiro Inverno Segundo Inverno Comparao entre 2 invernos

    O+O+O+O+O

    O+O+O+O+O

    O+O+O+O+O

    P+P+P+P+P+P+P

    P+P+P+P+P+P+P

    P+P+P+P+P+P

    O+O+O+O+O PP

    O+O+O+O+O PP

    O+O+O+O+O P

    1 INVENTRIO 2 INVENTRIOACRSCIMO DE CABEAS DE

    OVELHAS

    Fonte: Iudcibus (2010, p. 5).

    Resultado Positivo Igual ao Lucro?

    Ao comparar o atual conjunto de pedrinhas

    com o anterior, feito no inverno passado, o pastor

    constata que houve um excedente de pedrinhas

    (para ns, cinco pedrinhas) e isso representava

    que ele tinha sido bem-sucedido naquele pero-

    do, ou seja, houve um acrscimo real no seu reba-

    nho (um resultado positivo).

    Todavia, o pastor no estava satisfeito pelo

    fato de apenas avaliar o crescimento do plantel. Ele

    sabia que seu rebanho havia produzido l naquele

    perodo. A l proporcionara no s agasalho paraproteger sua famlia, como tambm fora utilizada

    como meio de troca na aquisio de instrumentos

    de caa e pesca.

    Alm disso, havia uma quantidade de l recm-

    -obtida no processo de tosquiamento nesse inverno.

    Um Inventrio Completo

    O homem estima que, se fosse trocar ove-

    lhas por agasalho, precisaria de pelo menos duas

    cabeas para suprir sua famlia nesse inverno.

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    Como seu prprio rebanho havia produzido, ele

    separa duas novas pedrinhas correspondentes a

    duas ovelhas, representando aquele adicional de

    riqueza da sua famlia. Os instrumentos de caa

    e pesca obtidos equivalem a trs ovelhas. Toda a

    l estocada corresponderia a, pelo menos, quatro

    ovelhas, ou seja, ele conseguiria trocar seu dep-

    sito de l por quatro cabeas. Assim, ele teria um

    novo conjunto de nove pedrinhas para acrescen-

    tar contagem realizada nesse segundo inverno.

    Observe, caro(a) aluno(a), a situao a seguir:

    ACRSCIMO DO PERODO

    1 Inverno 2 Inverno AgasalhosInstrumentos

    Caa/PescaEstoque de L

    OOOOO PP A C/P X

    OOOOO PP A C/P X

    OOOOO P C/P X

    1 INVENTRIO 2 INVENTRIO Corresponde a 2 ovelhas Corresponde a 3 ovelhas Corresponde a 4 ovelhas

    Total do Rebanho Resultado da Produo do Perodo

    Total da Riqueza Disposio do Pastor

    Imagine se houvessem nmeros e escrita,

    poderamos apresentar um relatrio da riqueza

    do pastor!

    Relatrio Contbil

    O acrscimo do primeiro para o segundo in-

    verno foi correspondente a 14 ovelhas, que, num

    sentido econmico, podemos chamar de lucro.

    O pastor da Antiguidade certamente iria vibrar,

    pois sua riqueza praticamente dobrou no pero-

    do analisado.

    Se ns tivssemos moeda, o denominador

    comum no seria ovelhas, mas sim o valor em

    dinheiro. Todavia, o que fica bem claro que,

    mesmo sem moeda, escrita e nmero, a Conta-

    bilidade, como inventrio, j existia, ficando evi-denciado que ela to antiga quanto a existncia

    do homem em atividade econmica, ou melhor,

    quem sabe, do homem sapiente.

    Esta pode ser chamada de fase emprica da

    Contabilidade, em que se utilizavam desenhos, fi-

    guras, imagens para identificar o patrimnio exis-

    tente.

    Com o passar do tempo, o homem comea a

    fazer marcas em rvores e pedras, podendo, assim,conferir seu rebanho em termos de crescimento,

    de extravio (perdas) de ovelhas, mortes etc.

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    Assim, conclui-se que, desde os povos mais

    primitivos, a Contabilidade j existia em funo

    da necessidade de controlar, medir e preservar o

    patrimnio familiar e, at mesmo, em funo de

    trocar bens para maior satisfao das pessoas.

    O livro de J, ainda que no seja o primeiro daBblia, considerado o mais antigo. J era um ho-mem muito rico e justo, da terra de Uz, no Oriente,que certamente tinha um bom contador, pois, nadescrio de sua riqueza, no versculo trs do pri-

    meiro captulo, observa-se: E era o seu gado setemil ovelhas, e trs mil camelos, e quinhentas jun-tas de bois e quinhentas jumentas.

    CuriosidadeCuriosidade

    A relao de bens de J demonstra um cui-

    dado no controle do seu patrimnio pessoal.

    Por questes espirituais, um dia, J perde

    toda a sua fortuna, tornando-se um homem po-

    bre, sem nenhum bem.

    Mas no final do livro de J, algo surpreen-

    dente acontece. Tambm por motivos espirituais,

    ele recupera a sua fortuna e no deixa de reen-

    contrar um contador que, num certo momento,apresenta um relatrio surpreendente: sua ri-

    queza estava duplicada em relao ao primeiro

    inventrio: E assim abenoou o Senhor o ltimo

    estado de J, mais do que o primeiro; porque teve

    catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil jun-

    tas de bois e mil jumentas. (descrito no captulo

    42, versculo 12, do Livro de J).

    Esse e diversos exemplos mostram que a

    Contabilidade j existia com o primitivismo dos

    povos, ainda que os conhecimentos da matem-

    tica, das letras, dos negcios e at mesmo de pa-

    trimnio fossem limitados.

    Smbolos na Argila

    Talvez, na poca de J, j se introduzisse o

    perodo Mnemnico da Contabilidade, atravs de

    cuneiforme. Outras evolues foram observadas,principalmente nas escritas em papiro, descober-

    to pelos egpcios.

    1.2 Contabilidade na Bblia

    1.3 Contabilidade Despertando como Cincia

    DicionrioDicionrio

    Cuneiforme: smbolos gravados em barro ou placade argila, dando-se os primeiros passos para os re-gistros. As prprias placas de argila serviam comorelatrios.

    Voc sabia que a Contabilidade vai iniciar

    a sua fase adulta, fase racional, exatamente no

    aperfeioamento da Imprensa por Gutenberg, na

    Alemanha, no sculo XV d.C.?Pense a respeito!

    Ainda que a Contabilidade, como j vimos,

    existisse desde o princpio da civilizao, nota-se um

    desenvolvimento muito lento ao longo dos sculos.

    Somente em torno do sculo XV (com pre-sena relevante no sculo XIII), isto , praticamen-

    te aps 5.500 anos (partindo-se da hiptese de

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    que ela existe desde 4.000 a.C.), que a Contabi-

    lidade atinge um nvel de desenvolvimento not-

    rio, sendo chamada de fase lgico-racional ou, at

    mesmo, fase pr-cientfica da Contabilidade.

    Do Renascimento para a Cincia

    O que toda a histria tem mostrado que a

    Contabilidade torna-se importante medida que

    h desenvolvimento econmico. Hoje, por exem-

    plo, a profisso muito valorizada nos pases do

    primeiro mundo. No Brasil, at a dcada de 1960,

    esse profissional era chamado de guarda-livros, a

    nosso ver, ttulo pejorativo (desagradvel) e pou-

    co indicador. Todavia, com o milagre econmico

    na dcada de 1970, essa expresso desapareceu eobservou-se um excelente e valorizado mercado

    de trabalho para os contabilistas.

    Na Idade Moderna, em torno dos sculos

    XIV a XVI, principalmente no Renascimento, diver-

    sos acontecimentos no mundo das artes, na eco-

    nomia, nas naes, proporcionaram um impulso

    espetacular das Cincias Contbeis, sobretudo

    na Itlia. Em torno desse perodo, tivemos, sem

    a preocupao de ordem cronolgica, Coprni-co, Galileu e Newton, revolucionando a viso da

    humanidade, o aperfeioamento da Imprensa

    por Gutenberg (j referido), Colombo iniciando

    as grandes descobertas, o mercantilismo, o surgi-

    mento da burguesia, o protestantismo, a desco-

    berta de diversos campos de conhecimento etc.

    O Frade Franciscano

    Todavia, o marco, nesse perodo, foi a pri-

    meira literatura contbil relevante pelo Frei Luca

    Pacioli, em 1494, consolidando o mtodo das par-

    tidas dobradas, expressando a causa e o efeito do

    fenmeno patrimonial com os termos dbito e

    crdito (esse mtodo j era conhecido antes de

    Pacioli: era praticado no sculo XIII).

    A obra de Pacioli pode muito bem ser vista

    como incio do pensamento cientfico da Conta-

    bilidade.

    Pense a respeito!

    Doutrinadores contbeis, sucessores de Pa-

    cioli, na Europa (principalmente na Itlia), nos s-

    culos seguintes, vo dar um cunho cientfico paraa Contabilidade e origem (denominada pos-

    teriormente) Escola Contbil Europeia ou, mais

    especificamente, Escola Contbil Italiana. A Itlia

    pode ser chamada de Bero da Contabilidade.

    Origem das Palavras Dbito e Crdito

    As palavras utilizadas para a escriturao

    por partidas dobradas tm sua origem no latim,

    em que a palavra dbitosignifica: dvidas, deve-dores, debntures, que so palavras que resultam

    da base debere, ou deber.

    E a palavra crdito vem da raiz da palavra

    credo, ou seja, algo em que se acredita e tambm

    pode referir-se a pessoas nas quais se acreditam

    credores.

    possvel compreender que, como um Freida Igreja, Luca Pacioli associou o significado des-

    sas palavras com os direitos e obrigaes de uma

    pessoa.

    Veja, caro(a) aluno(a), como tudo comeou!

    A Contabilidade no uma cincia exata.

    Ela uma cincia social, pois a ao humana que

    gera e modifica o fenmeno patrimonial. Todavia,

    a Contabilidade utiliza os mtodos quantitativos

    (matemtica e estatstica) como sua principal fer-ramenta.

    Alis, em tudo o que fazemos na vida, preci-

    samos dos mtodos quantitativos, dos nmeros.

    Desde o momento em que levantamos, subme-

    temo-nos aos nmeros: identificamos no relgio

    que horas so; o nosso caf est sujeito a uma

    quantidade de colheres de acar ou gotas de

    adoante; a velocidade do carro; o nosso salrio,

    recebimentos e pagamentos; o canal de televiso;as vantagens e desvantagens, em tudo se envol-

    vem nmeros.

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    Caro(a) aluno(a), a seguir, faa uma pausa

    para a seguinte reflexo!

    Este o grande impulso que a Contabilida-

    de precisava. J imaginou a Contabilidade sem os

    nmeros arbicos, sem o zero, s com letras?

    Praticamente, no sculo XIII, que os nmerosindo-arbicos (0, 1, 2, 3, ...) vieram substituir o siste-ma greco-romano (I, II, III, IV, ...) e hebraico, que usa-vam letras para contar e calcular (desconheciam ozero). A histria dos nmeros, no Ocidente, come-

    a com o livro LiberAbaci(Livro do baco), escrito,em 1202, por Leonardo Pisano, conhecido comoFibonacci (cabea dura). Esse livro, entre inme-ras contribuies, inclui Contabilidade (clculo demargem de lucro, moedas, cmbio...) e juros.

    CuriosidadeCuriosidade

    A classificao consiste em questionar se os

    argumentos advm de generalizaes e observa-

    es especficas. Tanto as teorias indutivas quan-

    to as teorias dedutivas podem ser descritivas (po-

    sitivas) ou prescritivas (normativas).

    Descritivas (positivas):visam a mostrar

    e explicar quais informaes financeiras

    so apresentadas e comunicadas aos

    usurios de dados contbeis, ou seja, o

    que ;

    Prescritivas (normativas): visam a reco-mendar que dados devem ser comuni-

    cados e como devem ser apresentados,

    ou seja, o que deve ser.

    1.4 Teorias Descritivas e Prescritivas

    1.5 Doutrinas e Escolas de Contabilidade

    At o sculo XVIII, pode-se afirmar que

    no houve evoluo do pensamento cientfico

    da Contabilidade sob influncia da obra de Luca

    Pacioli, cuja preocupao era o aprimoramentoda tcnica contbil, que criou regras e princpios

    voltados para o funcionamento das contas para o

    registro dos direitos e das obrigaes.

    Escola Contista

    Surgiu com o comerciante Benedetto Co-

    trugli, em 1458, considerado por alguns autores

    o primeiro a descrever o sistema de registro daspartidas dobradas. As regras estabelecidas eram

    de que o comerciante deveria possuir trs livros

    de contas para registrar suas transaes comer-

    ciais: o livro de Gastos, o livro Dirio e o livro-razo.

    A teoria das cinco contas de Edmundo De-

    granges, em 1975, sustentava que o comrcio ti-nha cinco objetos principais, que, sucessivamen-te, poderiam ser negociados: (1) mercadorias; (2)dinheiro; (3) Contas a Receber; (4) Contas a Pagar;(5) Lucros e Perdas.

    Escola Materialista

    Orientou o incio do perodo cientfico da

    Contabilidade e seu precursor foi o italiano Fran-cesco Villa, em 1840, com a publicao de La con-tabilit applicata alle amministrazioni private e

    pubbliche.

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    Teoria da Contabilidade

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    O objeto essencial da Contabilidade era a

    gesto, a riqueza gerada e, para os seus pensa-

    dores, a conta limitava-se a representar os valores

    gerados e a escriturao contbil auxiliava o estu-

    do contbil. Consequentemente, a Contabilidade

    deveria ser elevada a uma condio de importan-

    te fonte de informao sobre o gerenciamento doPatrimnio.

    Essa escola preocupou-se em aumentar a

    quantidade de informaes apresentadas nos

    relatrios contbeis, implantando os dados que

    geravam impactos nos resultados das empresas,

    como os custos de produtos e os gastos realiza-

    dos. Esses pensadores forneceram grande contri-

    buio para:

    Avaliao do ativo permanente a preo

    corrente em atividades comerciais e in-

    dustriais;

    Desvinculao da Contabilidade de ci-

    fras e nmeros;

    Estabelecimento do controle como ob-

    jeto da Contabilidade.

    Escola Personalista

    Surgiu em 1867, com Francesco Marchi, que

    publicou o livro I cinquecontist ovvero la inganne-

    vola terica che viene insegnata negli istituti tecnici

    del Regno e fluori del Regno intorno il Sistema de

    Scrittura a partita dopia e nuovo saggio per La facile

    intelligenza ed applicazione del sistema.

    Foram tambm pensadores dessa escolaGiuseppe Cerboni e Giovanni Rossi.

    Assinalou uma nova postura da cincia

    contbil. A Contabilidade deixava de ser voltada

    apenas para a arte de registrar e contar a riqueza

    gerada, com as seguintes caractersticas:

    Quem recebe debitado;

    Quem entrega creditado;

    Os agentes e correspondentes so de-bitados medida que o proprietrio

    creditado e vice-versa;

    As contas so abertas em nome das

    pessoas fsicas ou jurdicas;

    Considera o aspecto jurdico das rela-

    es entre as pessoas.

    Perodo em que surgiu a teoria logismo-

    grfica.

    Escola Controlista

    Com a obra do italiano Fabio Besta, em

    1880, La ragioneria, sobre a figura do controle,

    surgiu a filosofia do Controlismo, em que o con-

    trole da riqueza aziendal era o objeto do estudo

    da Contabilidade. Seus principais pensadores fo-

    ram: Fabio Besta, Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia,

    Pietro Rigobon e Pietro DAlvise.

    Nesse sentido, a riqueza deveria ser con-siderada sobre ela mesma e o patrimnio comouma grandeza que se pudesse medir, sendo ne-cessrio que os fatos administrativos fossem es-criturados, em (1) permutativos: quando ocorremudana entre elementos do ativo e do passivo(mudam duas contas); (2) modificativos: quandoocorre mudana entre elementos do ativo ou dopassivo e patrimnio lquido (mudam duas con-

    tas); (3) mistos: quando ocorre mudana entreelementos do ativo ou do passivo e patrimniolquido (mudam trs contas).

    Escola Reditualista ou Alem

    Segundo o alemo Eugen Schmalenbach,o sucesso ou o insucesso de uma empresa esta-va diretamente vinculado aos lucros ou prejuzos

    obtidos; portanto, a filosofia do Reditualismo con-sistia em que o redito (lucro/rendimento) detinhaprioridade sobre a estrutura patrimonial, sendo oprincipal objeto de estudo da Contabilidade.

    DicionrioDicionrio

    Teoria logismogrfica: mtodo de coordenar erepresentar os fatos administrativos da azienda eanalisar seus processos e os efeitos jurdicos eco-nmicos agrupados (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).

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    Escola Aziendalista

    Seus pensadores foram Alberto Ceccherelli

    e Gino Zappa, seguidos por Pietro Onida, Lino Az-

    zini, Carlo Masini, entre outros.

    Essa escola tinha como filosofia que a azien-

    da (bens, direitos e obrigaes que constituam opatrimnio) era o objeto do estudo da Contabili-

    dade.

    Escola Patrimonialista

    Foi Vincenzo Masi o precursor da escola

    patrimonialista, cuja filosofia consistia em que o

    patrimnio era objeto da Contabilidade e seu es-tudo estava relacionado esttica patrimonial,

    dinmica patrimonial e relevncia patrimonial.

    A escriturao e as demonstraes con-

    tbeis representam apenas instrumentos para

    registrar os fatos, devendo conter explicaes e

    interpretao, propondo uma nova classificao

    das contas em patrimoniais e de resultado.

    Seus principais seguidores foram Francisco

    Duria, Jaime Lopes Amorim e Jos Maria Fer-nandez Pirea, entre outros.

    Escola do Pensamento Contbil

    Formada pela Escola Europeia, que predomi-nou em todo o mundo durante sculos. O expressi-vo crescimento e a influncia da economia ameri-cana nas economias dos outros pases, por volta do

    sculo XIV, quebraram sua hegemonia, surgindo aEscola Norte-Americana, que teve seu incio volta-do para o tratamento prtico das questes econ-mico-administrativas da Contabilidade.

    O desenvolvimento contbil, como j dis-semos, acompanha de perto o desenvolvimento

    econmico. Com a ascenso econmica do colos-

    so norte-americano, o mundo contbil volta sua

    ateno para os Estados Unidos, principalmente a

    partir de 1920, dando origem ao que alguns cha-

    mam de Escola Contbil Norte-Americana.

    O surgimento das gigantescas Corporations,

    principalmente no incio do sculo anterior, alia-

    do ao formidvel desenvolvimento do mercadode capitais e ao extraordinrio ritmo de desen-

    volvimento que aquele pas experimentou e ain-

    da experimenta, constitui um campo frtil para

    o avano das teorias e prticas contbeis norte-

    -americanas.

    No podemos esquecer tambm que os Es-

    tados Unidos herdaram da Inglaterra uma exce-

    lente tradio no campo da auditoria, criando l

    slidas razes.

    1.6 O Cenrio Atual da Contabilidade

    De maneira geral, poderamos dizer que oincio do sculo XX presenciou a queda da cha-

    mada Escola Europeia (mais especificamente, a

    Italiana) e a ascenso da chamada Escola Norte-

    -Americana no mundo contbil. Sem pretender

    esgotar o tema, apresentamos alguns motivos

    que levaram mudana do cenrio internacio-

    nal da Contabilidade. Hoje em dia, entretanto, a

    tendncia rumo harmonizao internacional

    das normas contbeis, adotando o modelo do In-

    ternational Accounting Standards Committee(IASC

    Comit Internacional de Normas Contbeis), de

    inspirao Anglo.

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    Comparao das duas escolas.

    Algumas razes da Queda da Escola Europeia(especificamente, a italiana)

    Algumas razes da Ascenso da Escola Norte-Americana

    1. Excessivo Culto Personalidade:grandes mestresda Contabilidade ganharam tanta notoriedade quepassaram a ser vistos como orculos da verdade

    contbil.

    1. nfase ao Usurio da Informao Contbil:a Contabilidade apresentada como algo tilpara a tomada de decises, evitando-se endeusar

    demasiadamente a contabilidade; atender aosusurios o grande objetivo.

    2. nfase a uma Contabilidade Terica:as mentesprivilegiadas produziam trabalhos excessivamentetericos, apenas pelo gosto de serem tericos,difundindo-se ideias com pouca aplicao prtica.

    2. nfase Contabilidade Aplicada:principalmente, Contabilidade Gerencial. Ao contrrio dos europeus,no havia uma preocupao com a teoria das contasou com querer provar que a Contabilidade umacincia.

    3. Pouca Importncia Auditoria:principalmentena legislao italiana, o grau de confiabilidade e a

    importncia da auditagem no eram enfatizados.

    3. Bastante Importncia Auditoria:como heranados ingleses e transparncia para os investidoresdas Sociedades Annimas (e outros usurios) nosrelatrios contbeis, a auditoria muito enfatizada.

    4. Queda do nvel das principais faculdades:principalmente as faculdades italianas, superpovoadasde alunos.

    4. Universidades em busca de qualidade:grandesquantias para as pesquisas no campo contbil, oprofessor em dedicao exclusiva e o aluno emperodo integral valorizam o ensino nos EstadosUnidos.

    1.7 Resumo do Captulo

    Saiba maisSaiba mais

    Entidades contbeisAs entidades mais atuantes no campo contbil tm sido, tradicionalmente, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC),o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e a Comisso de Valores Mobilirios (CVM). A partir de2007, com a promulgao da Lei n 11.638, que veio alterar em alguns aspectos a Lei n 6.404/1976, a Lei das Socieda-des por Aes, foi constitudo o Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC).

    Neste captulo, voc foi conduzido(a) reflexo sobre as origens e histria da Contabilidade. Co-

    nheceu que as origens esto registradas desde o surgimento da humanidade, possibilitando atender s

    necessidades de controlar e medir as riquezas possudas pelo homem.

    Aprendeu que se registram os antecedentes da Contabilidade, atravs da histria, desde a Anti-

    guidade dos povos. Viu como a arte da escrita e a aritmtica conduziram Contabilidade como cincia.

    Foi a partir do perodo pr-cientfico, com o Mtodo das Partidas Dobradas, criado pelo Frei Luca

    Pacioli, que o uso da Contabilidade ganhou impulso, surgindo as escolas e doutrinas contbeis.

    A partir desse perodo, a Contabilidade dominada pela Escola Europeia, tambm denominadaItaliana, at sua queda, com a ascenso da escola Norte-Americana.

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    1. Pode-se dizer que Pacioli o criador do mtodo das partidas dobradas?

    2. Quais as vantagens da Escola Contbil Norte-Americana em relao Europeia?

    1.8 Atividades Propostas

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    Frequentemente, estamos tomando deci-

    ses: a que hora iremos levantar, que roupa ire-

    mos vestir, qual tipo de comida iremos almoar,a que programa iremos assistir, qual trabalho ire-

    mos desenvolver durante o dia etc. Algumas ve-

    zes, so decises importantssimas: o casamento,

    a carreira que escolhemos, a aquisio de casa

    prpria, para exemplificar.

    Dentro de uma empresa, a situao no

    diferente. Frequentemente, os responsveis pela

    administrao esto tomando decises, quase

    todas importantes, vitais para o sucesso do ne-

    gcio. Por isso, h necessidade de dados, de in-

    formaes corretas, de subsdios que contribuam

    para uma boa tomada de deciso. Decises tais

    como comprar ou alugar uma mquina, preo

    de um produto, contrair uma dvida em longo ou

    curto prazo, quanto de dvida contrairemos, que

    quantidade de material para estoque deveremos

    comprar, reduzir custos, produzir mais etc.

    A contabilidade o grande instrumento

    que auxilia a administrao a tomar decises. Na

    verdade, ela coleta todos os dados econmicos,

    mensurando-os monetariamente, registrando-

    -os e sumarizando-os em forma de relatrios ou

    de comunicados, que contribuem sobremaneira

    para a tomada de decises.

    Observamos, com certa frequncia, que

    vrias empresas, principalmente as pequenas,

    tm falido ou enfrentam srios problemas de so-

    brevivncia. Ouvimos empresrios que criticama carga tributria, os encargos sociais, a falta de

    recursos, os juros altos etc., fatores esses que,

    sem dvida, contribuem para debilitar a empresa.

    Entretanto, descendo a fundo nas nossas investi-

    gaes, constatamos que, muitas vezes, a clulacancerosa no repousa naquelas crticas, mas na

    m gerncia, nas decises tomadas sem respaldo,

    sem dados confiveis. Por fim, observamos, nes-

    ses casos, uma contabilidade irreal, distorcida, em

    consequncia de ter sido elaborada nica e exclu-

    sivamente para atender s exigncias fiscais.

    Vivemos um momento em que aplicaros recursos escassos disponveis com a mximaeficincia tornou-se, dadas as dificuldades eco-

    nmicas (concorrncia, globalizao etc.), umatarefa nada fcil. A experincia e o feelingdo ad-ministrador no so mais fatores decisivos noquadro atual; exige-se um elenco de informaesreais, que norteiem tais decises. E essas informa-es esto nos relatrios elaborados pela Conta-bilidade.

    Tomada de Deciso Fora dos Limites da

    Empresa

    Evidentemente, o processo decisrio de-

    corrente das informaes apuradas pela Contabi-

    lidade no se restringe apenas aos limites da em-

    presa, aos administradores e gerentes (usurios

    internos), mas tambm a outros segmentos, quais

    sejam: usurios externos.

    Investidores: atravs dos relatrioscontbeis que se identifica a situao

    econmico-financeira da empresa; des-

    2.1 A Tomada de Deciso

    CONTABILIDADE E CONTADOR2

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    sa forma, o investidor tem mo os ele-

    mentos necessrios para decidir sobre

    as melhores alternativas de investimen-

    tos. Os relatrios evidenciam a capaci-

    dade da empresa em gerar lucros e ou-

    tras informaes;

    Fornecedores de bens e servios acrdito: usam os relatrios para anali-sar a capacidade de pagamento da em-

    presa compradora;

    Bancos: utilizam os relatrios paraaprovar emprstimos, limite de crdito

    etc.;

    Governo:no s usa os relatrios com a

    finalidade de arrecadao de impostos,

    como tambm para dados estatsticos,

    no sentido de melhor redimensionar a

    economia (Instituto Brasileiro de Geo-

    grafia e Estatstica IBGE, por exemplo);

    Sindicatos: utilizam os relatrios para

    determinar a produtividade do setor,fator preponderante para reajuste de

    salrios;

    Outros interessados: funcionrios(este, usurio interno), rgos de clas-

    ses, pessoas e diversos institutos, como

    a CVM, o Conselho Regional de Conta-

    bilidade (CRC) etc.

    Diante de um leque diversificado de ativi-

    dades, podemos dizer que a tarefa bsica do Con-

    tador produzir e/ou gerenciar informaes teis

    aos usurios da Contabilidade para a tomada de

    decises. Ressalte-se, entretanto, que, em nosso

    pas, em alguns segmentos da nossa economia,principalmente na pequena empresa, a funo

    do contador foi distorcida (infelizmente), estando

    voltada quase exclusivamente para satisfazer as

    exigncias do Fisco.

    REAS DE ATUAO DO CONTADOR

    Coleta de Dados

    Registro dos Dados e Processamento

    Relatrios

    Usurios (tomada de deciso): Administrao

    Investidores

    Bancos

    Governo

    Outros Interessados

    2.2 A Funo do Contador

    2.3 A Contabilidade como Profisso

    A Contabilidade uma das reas que maisproporcionam oportunidades para o profissional.O estudante que optou por um curso superior deContabilidade ter inmeras alternativas, entre asquais, citaremos as seguintes:

    Contabilidade Financeira: a con-tabilidade geral, necessria a todas as

    empresas. Fornece informaes bsicas

    aos seus usurios e obrigatria, con-

    forme a legislao comercial;

    Contabilidade de Custos:est voltadapara o clculo, interpretao e controle

    dos custos dos bens fabricados ou co-

    mercializados ou dos servios presta-

    dos pela empresa;

    AtenoAteno

    CONTADOR: o profissional que exerce as fun-es contbeis, com formao superior de ensinoContbil (Bacharel em Cincias Contbeis).

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    Contabilidade Gerencial:voltada parafins internos, procura suprir os gerentes

    de um elenco maior de informaes,

    exclusivamente para a tomada de de-

    cises. Diferencia-se das contabilidades

    j abordadas, pois no se prende aos

    Princpios Fundamentais da Contabili-dade. O profissional que exerce a Con-

    tabilidade Gerencial tambm conhe-

    cido como Controller;

    Auditor Independente: o profissio-nal que no empregado da empresa

    em que est realizando o trabalho de

    Auditoria. um profissional liberal, em-

    bora possa estar vinculado a uma em-

    presa de Auditoria. O registro definitivo

    de Auditor Independente conferido

    ao Contador que estiver registrado no

    CRC e tiver exercido atividade de Au-

    ditoria por perodo no inferior a cinco

    anos (podendo ser reduzido para trs

    anos, aps concluso do curso de es-

    pecializao em Auditoria Contbil, em

    nvel de ps-graduao, reconhecido

    pelo Conselho Federal de Educao);

    Auditor Interno: o Auditor que empregado (ou dependente econmi-

    co), preocupado principalmente com oControle Interno da empresa;

    Analista Financeiro:analisa a situao

    econmico-financeira da empresa, por

    meio de relatrios fornecidos pela Con-

    tabilidade. A anlise pode ter os mais

    diversos fins: medida de desempenho,

    concesso de crdito, investimentos

    etc.;

    Perito Contbil: a percia contbil motivada por questo judicial, solici-

    tada pela justia. O contador far uma

    verificao na exatido dos registros

    contbeis e em outros aspectos, da a

    designao Perito Contbil;

    Consultor Contbil: a consultoria, emfranco desenvolvimento em nosso pas,

    no se restringe especificamente par-

    te contbil e financeira, mas tambm e aqui houve um grande avano da

    profisso consultoria fiscal (Imposto

    de Renda, IPI, ICMS e outros), na rea de

    processamento de dados comrcio ex-

    terior etc.;

    Professor de Contabilidade:exerce omagistrio de 2 grau ou de faculdade

    (nesse caso, h necessidade de ps-gra-

    duao), no s na rea Contbil, comotambm em cursos de Cincias Econ-

    micas e de Administrao;

    Pesquisador Contbil: para aquelesque optaram pela carreira universitria e

    que normalmente dedicam um perodo

    maior universidade, h um campo pou-

    co explorado no Brasil, ou seja, a inves-

    tigao cientfica na Contabilidade. Na

    Faculdade de Economia, Administraoe Contabilidade da Universidade de So

    Paulo (USP), atravs do Departamento

    de Contabilidade (no qual h os cursos

    de Mestrado e de Doutorado em Conta-

    bilidade) e da Fundao Instituto de Pes-

    quisas Contbeis, Atuariais e Financeiras

    (FIPECAFI), temos observado o desenvol-

    vimento de pesquisas contbeis;

    Cargos Pblicos: em muitos concur-sos, tais como para Fiscal de Renda, tan-

    to na rea Federal quanto na Estadual e

    na Municipal, tem havido grande con-

    tingente de contadores aprovados;

    Cargos Administrativos: observamos,ainda, contadores que exercem cargosde assessoria, elevados postos de che-fia, de gerncia e, at mesmo, de dire-toria, com relativo sucesso. O contador

    um profissional gabaritado para taiscargos, pois, no exerccio de sua ativi-dade, entra em contato com todos os

    AtenoAteno

    AUDITOR: auditoria o exame, a verificao daexatido dos procedimentos contbeis.

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    setores da empresa. comum afirmar--se que o elemento que mais conhecea empresa o contador. Por fim, aindaencontramos contadores que exercema funo de executivos.

    Outras reas ainda ocupadas pelo Conta-dor: Investigador de Fraude, Escritor, Parecerista,

    Avaliador de Empresas, Conselheiro Fiscal, Media-

    o e Arbitragemetc.Quais outras profisses tm um leque to

    grande de alternativas quanto a profisso contbil?

    Pense a respeito!

    DicionrioDicionrio

    Arbitragem: a arbitragem, h dcadas utilizada nospases desenvolvidos, regulamentada no Brasilpela Lei n 9.307/1996, a chamada Lei da Arbitra-gem, e vem sendo reconhecida como o mtodomais eficiente de resoluo de conflitos, contri-

    buindo para o descongestionamento do PoderJudicirio.

    Fonte: www.camaradomercado.com.br/arbitragem.asp

    a) Planejador Tributrio: orientador dos

    processos tributrios/ICMS/IR e outros,

    bem como Especialista nas Fuses, In-

    corporaes e Cises;

    b) Analista Financeiro: analista de crdito,

    desempenho, mercado de capitais, in-

    vestimento, custos;

    c) Contador Geral: poder se especializarem Contabilidade rural, hospitalar, fis-

    cal, imobiliria, hotelaria, industrial, se-

    curitria, de condomnio, de empresas

    transportadoras, bancria, pblica, de

    empresas sem fins lucrativos, de empre-

    sas de turismo, de empresas minerado-

    ras, cooperativas;

    d) Cargos Administrativos: rea financeira,

    comrcio exterior, Chef Information Offi-cer(CIO), executivo, logstica;

    e) Auditor Interno: auditor de sistema, au-

    ditoria de gesto, controle interno;

    f) Contador de Custo: custos de empresa

    prestadora de servios, custos indus-

    triais, anlise de custos, oramentos,

    custos de servio pblico;

    g) Contador Gerencial: controladoria, con-tabilidade internacional, contabilidade

    ambiental, contabilidade estratgica,

    controladoria estratgica, balano so-

    cial;

    h) Aturio: contador que se especializa em

    previdncia privada, pblica e seguros.

    a) Auditor Independente: especializao

    em sistemas, tributos, custos;

    b) Consultor: expert em avaliao de em-

    presa, tributos, comrcio exterior, infor-

    mtica, sistemas, custos, controladoria,

    qualidade total, planejamento estrat-

    gico, oramento;

    2.4 Viso Geral da Profisso Contbil

    CONTADOR

    NA EMPRESA

    INDEPENDENTE

    (AUTNOMO)

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    Teoria da Contabilidade

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    c) Empresrio Contbil: escritrio de con-

    tabilidade, despachante (servios fis-

    cal, departamento de pessoal etc.), cen-

    tro de treinamento;

    d) Perito Contbil: percia contbil, judi-

    cial, fiscal, extrajudicial;

    e) nvestigador de Fraude: detecta o ladopodre da empresa. Empresas na Euro-

    pa e Estados Unidos contratam, s ve-

    zes, at semestralmente esses servios.

    a) Professor: cursos tcnicos, cursos espe-

    ciais (In Company, concursos pblicos

    etc.), carreira acadmica (mestre, dou-

    tor etc.);

    b) Pesquisador: pesquisa autnoma (FA-

    PES, CNPq, empresas etc.), fundao de

    pesquisa (FIPECAFI, FIA, FIPE etc.), pes-

    quisas para sindicatos, instituies de

    ensino, rgos de classe;c) Escritor: h revistas/boletins que remu-

    neram os escassos escritores contbeis.

    Livros didticos e tcnicos, articulista

    contbil/financeiro/tributrio para jor-

    nais, reviso de livros;

    d) Parecerista: docente e pesquisador com

    currculo notvel. Parecer sobre: laudo

    pericial, causa judicial, envolvendo em-

    presas, avaliao de empresas, ques-

    tes contbeis;

    e) Conferencista: palestra em universida-

    des, empresas, convenes, congressos.

    a) Contador Pblico: gerenciar as finanas

    dos rgos pblicos;

    b) Agente Fiscal de Renda: agente fiscal de

    Municpios, Estado e Unio;c) Diversos Concursos Pblicos: controla-

    dor de arrecadao, contador do Minis-

    trio Pblico da Unio, fiscal do Minist-

    rio Pblico da Unio, fiscal do Ministrio

    do Trabalho, Banco Central, analista de

    finanas e controle etc.;

    d) Tribunal de Contas: controladoria, fis-

    calizao, parecerista, analista contbil,

    auditoria pblica, contabilidade ora-mentria;

    e) Oficial Contador: policial militar, exrci-

    to, contador e auditor com a patente de

    general de diviso.

    2.5 A Contabilidade em outros Cursos

    NO ENSINO

    RGO PBLICO

    Entretanto, no so apenas os cursos de Eco-nomia e de Administrao de Empresas que tmem seus currculos as disciplinas de Contabilidade.Na Faculdade de Direito para os estudantes que seespecializam em Direito Comercial , ministra-se adisciplina Contabilidade Empresarial; na Faculdadede Higiene e Sade, observamos a disciplina CustosHospitalares; na Faculdade de Comunicao, do-

    -se noes de Contabilidade para que o futuro pro-fissional possa interpretar melhor a situao econ-mico-financeira das empresas; alunos do curso de

    Saiba maisSaiba mais

    reas afins Contabilidade, como Economia e Ad-ministrao de Empresas, utilizam com muita frequ-ncia a Contabilidade. Poderamos dizer que essasduas cincias esto intimamente ligadas Conta-bilidade, que lhes expe quantitativa e qualitativa-mente os dados econmicos.

  • 5/21/2018 Apostila Teoria Da Comtabilidade

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    Roberto Rodrigues Prado

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    Estatstica j fazem optativamente Contabilidade,para melhor aplicar aquela disciplina aos dadoseconmicos dentro da empresa; em diversas espe-cificaes dos cursos de Engenharia, principalmen-te aquelas ligadas diretamente indstria, j se mi-nistra a Contabilidade; cursos de Processamento deDados (Computao) incorporaram disciplinas de

    Contabilidade; cursos de Educao Fsica tambm

    a utilizam, quando o estudante se especializa emAdministrao Esportiva; por fim, na grande maio-ria das profisses liberais, em que o profissional irdesenvolver atividade em seu prprio escritrio ouconsultrio (mdico, dentista, advogado etc.), sonecessrios conhecimentos, mesmo que elemen-tares, de Contabilidade.

    Neste captulo, voc foi levado(a) reflexo sobre a importncia da Contabilidade e a funo do

    Contador para a tomada de decises nas organizaes empresariais.

    Voc compreendeu que Contabilidade uma das reas que mais proporcionam oportunidades

    para o profissional, pois oferece diversas alternativas de atuao profissional para os egressos dos cursosde Bacharelado em Cincias Contbeis.

    Compreendeu que outros cursos recebem a contribuio da Contabilidade na formao.

    2.6 Resumo do Captulo

    2.7 Atividades Propostas

    1. Qual a tarefa bsica do contador?

    2. Trace algumas diferenas entre a Contabilidade Financeira (Geral), a Contabilidade de Custos e

    a Contabilidade Gerencial.

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    23/79Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br25

    Neste captulo, voc deve aprender que o

    objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido

    como sendo o de fornecer informao estrutu-radade natureza econmica, financeira e, subsi-diariamente, fsica, de produtividade e social, aos

    usurios internos e externos entidade objeto da

    Contabilidade.

    Inicie, agora, a leitura!

    A informao, os Relatrios e os Usurios

    Assim, as operaes da entidade qual se

    est aplicando a Contabilidade so estudadas mi-

    nuciosamente, sendo ento desenhado o Planoe

    Manual de Contas, para contabilizao sistem-tica das operaes rotineiras da entidade, ao mes-

    mo tempo que so delineados os principais tipos

    de relatrios (demonstraes) que devem sair do

    processo contbil.

    Esses relatrios devem atender s necessi-

    dades:

    1. Dos usurios externos (bancos, even-

    tuais investidores etc.);2. Dos usurios internos entidade.

    Para os usurios externos, temos as tradi-

    cionais demonstraes contbeis, como o Balan-

    o Patrimonial (posio das contas num determi-

    nado momento), Demonstrao de Resultado do

    Exerccio (uma demonstrao de fluxos econmi-

    cos), Demonstrao de Origens e Aplicaes de

    Recursos ou, mais recentemente, Fluxo de Caixa(demonstraes de fluxos financeiros) e outras.

    Essas demonstraes sero estudadas no

    curso de cincias contbeis.

    Usurios Internos

    J para os usurios internos entidade, in-

    teressam, alm das demonstraes citadas que,

    como ponto de partida, tambm subsidiam ostomadores internos de decises, outros tipos de

    relatrios que aliem conceitos e informaes de-

    rivantes do sistema de Contabilidade Financeira

    (geral) que produz os relatrios tradicionais a

    outros derivantes da Contabilidade de Custos, da

    administrao financeira, da administrao da

    produo e outras disciplinas que apresentem

    conceitos importantes para tomada de decises.

    Nem sempre tais tipos de relatrios podemser includos no sistema contbil de forma rotinei-

    ra e repetitivamente. Incluem-se, entre tais tipos

    de relatrios:

    1. Comparaes entre custos orados (ou

    padro) e reais;

    2. Relatrio para decises especiais do

    tipo:

    a) Fabricar versusadquirir;

    b) Oramento de capital;

    OBJETIVOS DA CONTABILIDADEE UTILIZAO DA INFORMAO

    CONTBIL

    3

    DicionrioDicionrio

    Informao estruturada: significa que a Contabilida-de no fornece dados e informaes de forma dis-persa e apenas seguindo as solicitaes imediatasdos interessados, mas sim que o faz de maneira es-truturada, dentro de um esquema de planejamentocontbil, em que um sistema de informao de-senhado, colocado em funcionamento e periodica-mente revisto, tendo em vista parmetros prprios.

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    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br26

    c) Expanso da fbrica;

    d) Criao de divises;

    e) Relatrios sobre mixde produtos e

    servios etc.

    Em maior ou menor grau, tais tipos de rela-

    trios devero utilizar outros conceitos, alm dos

    Princpios Fundamentais de Contabilidade, tais

    como: custos de oportunidade, taxas de juros ede desconto, custos de reposio, custos imputa-

    dos e econmicos, noes e clculos de risco eco-

    nmico e financeiro e outros.

    Sistema Avanado

    De maneira geral, pode-se dizer que um

    sistema de informao contbil ser to avana-

    do quanto mais for capaz de produzir todos os

    relatrios gerenciais (alm dos tradicionais), da

    forma mais automtica e repetitiva possvel, como menor grau de trabalho adicional por parte do

    Contador. Nesse caso, tem-se um sistema contbil

    que atende s decises de natureza operacional,

    ttica e, no limite, estratgica.

    A informao contbil utilizada por uma

    vasta gama de pessoas e entidades com as mais

    variadas finalidades.

    Assim, os eventuais compradores de aes

    ou debntures (ttulos de longo prazo com garan-

    tias, emitidos por empresas para solicitar emprsti-

    mo ao pblico em geral, pagando juros peridicos

    e concedendo amortizaes regulares, classificados

    no exigvel em longo prazo) da entidade (se for

    de capital aberto) procuram extrair informaes

    para sua deciso sobre se vale a pena ou no

    investir na empresa; bancos emprestadores de

    dinheiro esto interessados em avaliar se a enti-

    dade oferece boas perspectivas de retorno para

    seus emprstimos e financiamentos; o governo,

    em seus vrios nveis, est interessado na infor-

    mao contbil como base de imposio fiscal e

    para estudos macroeconmicos; os empregados

    da entidade procuram extrair informaes sobre

    a capacidade da entidade de pagar maiores sal-

    rios e benefcios; macroeconomistas e analistas fi-

    nanceiros esto interessados nas agregaes con-

    tbeis para extrair agregados financeiros (vendaspor setor, liquidez etc.), mas ningum estar to

    vitalmente (vigor) interessado quanto o tomador

    de deciso interno entidade.

    Para ele, as informaes contbeis estrutu-

    radas, fidedignas, tempestivas (no tempo) e com-

    pletas podem ser a diferena entre o sucesso e o

    fracasso.

    3.1 Utilizao da Informao Contbil e Campo de Atuao da Contabilidade

    O campo de atuao da Contabilidade, na

    verdade, seu objeto, o patrimnio de toda e

    qualquer entidade; ela acompanha a evoluo

    qualitativa e quantitativa desse patrimnio.

    importante salientar que entidade, para a

    Contabilidade, pode ser pessoa jurdica ou fsica. O

    acompanhamento das variaes do patrimnio de

    uma grande sociedade por aes de capital aber-

    to merece interesse por parte da Contabilidade,

    da mesma forma que o patrimnio individual de

    um de seus scios. A entidade pode ser privada ou

    pblica, de finalidade lucrativa ou no. A entidade

    pode ser, em certas circunstncias, contabilmente,

    uma consolidao de patrimnios de outras en-tidades individuais, bem como uma diviso (uma

    parte) de uma ou outra entidade multidivisional.

    3.2 Patrimnio da Entidade

  • 5/21/2018 Apostila Teoria Da Comtabilidade

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    Teoria da Contabilidade

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    Assim, esquematicamente, temos:

    Campo de Atuao da Contabilida-de:toda entidade que exera atividadeeconmica como meio ou fim;

    Objeto da Contabilidade: o patrim-

    nio de tais entidades, sejam elas pes-soas fsicas ou jurdicas, seja esse patri-

    mnio resultante da consolidao de

    patrimnio de outras entidades distin-

    tas ou da subdiviso do patrimnio de

    uma entidade em parcelas menores,

    que meream ser acompanhadas em

    suas mutaes e variaes.

    3.3 Finalidade Social do Contador

    3.4 Resumo do Captulo

    Saiba maisSaiba mais

    Se voc desejar, aprofunde os contedos estuda-dos neste captulo consultando o CPC 0 Estrutura

    Conceitual Bsica da Contabilidade.Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf

    A Contabilidade o melhor reprter e intr-

    prete desse desempenho, pois verifica o volume

    dos (e se necessrio quais) produtos ou servios

    que a entidade repassou sociedade, se o fez a

    preos razoveis, com boa qualidade, como a

    entidade amalgamou (combinou/entrelaou) osfatores de produo, se pagou salrios competiti-

    vos, se efetuou programas de treinamento de sua

    fora de trabalho e se, aps ter feito todos esses

    pagamentos, inclusive de impostos, ainda foi ca-

    paz de gerar margem para seus acionistas e parareinvestir dentro da prpria entidade, se moder-

    na e competitiva etc.

    Assim, verifica-se que a Contabilidade tem

    uma funo social muito relevante, independen-

    temente de a entidade praticar a chamada Con-

    tabilidade Social (ou Balano Social), em que essa

    importncia fica mais caracterizada, pois, nesse

    caso, alm das demonstraes contbeis tradicio-

    nais, a entidade fornece outras especficas.

    AtenoAteno

    No que se refere Contabilidade Geral ou Finan-ceira, o trabalho do contador tem alcance socialem termos amplos, alm do estritamente econ-mico. Afinal, informando sociedade quo bem

    (ou mal) certa entidade utiliza os recursos confe-ridos pelos scios ou pelo povo, exerce um papelde grande relevncia nessa mesma sociedade.

    Neste captulo, voc foi conduzido(a) reflexo sobre os objetivos da contabilidade e a utilizao

    da informao contbil.

    Viu assuntos relacionados informao, aos relatrios e aos usurios internos e como criado o

    Plano e Manual de Contas para contabilizao sistemtica das operaes rotineiras da entidade.Tambm aprendeu que o Patrimnio o campo de atuao da Contabilidade e compreendeu que

    a finalidade social do contador fornecer informaes corretas sociedade.

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    1. A Contabilidade poderia ter como objeto uma pessoa fsica? Explique.

    2. Qual a finalidade social do Contador?

    3.5 Atividades Propostas

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    27/79Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br29

    Neste captulo, voc deve compreender

    que o objetivo principal da contabilidade prover

    seus usurios de informaes teis para a tomada

    de deciso. Em outras palavras, a funo principal

    da contabilidade reside em ser instrumento til

    para a tomada de decises pelo usurio, tendo

    em vista a entidade.Tambm vamos compreender que as infor-

    maes geradas pela contabilidade so apresen-

    tadas aos usurios em forma de resumos ordena-

    dos, peridicos...

    A informao contbil, como todo bem eco-

    nmico, tem um custo e esse custo deve ser sem-

    pre comparado com os benefcios esperados da

    informao.

    Em ltima anlise, o benefcio esperado de

    um sistema de informao o valor presente dos

    lucros adicionais (ou fluxos de caixa), que no se-riam obtidos caso aquele particular sistema de

    informao no tivesse sido adotado ou no es-

    tivesse disponvel.

    Inicie, agora, a leitura!

    4.1 Informao Econmica

    QUALIDADE E CARACTERSTICA DAINFORMAO CONTBIL: O PRODUTO

    FINAL DA CONTABILIDADE

    4

    Frequentemente (na verdade, quase sem-

    pre), no to fcil mensurar tais custos e bene-

    fcios, embora exista um ramo da Economia (a In-

    formation Economics) que considera a informao

    um produto qualquer, que tem seu preo e custo.

    As aplicaes contbeis de tais conceitos

    no tm sido to abundantes e as que existem

    so elaboradas em situaes de empresa bem

    simplificadas. Assim, embora a conscincia dacomparao entre custo e benefcio de uma infor-

    mao (ou de um sistema) ou de uma informao

    adicional sempre deve estar presente na mente

    do gerente, mensurar tais variveis difcil.

    O melhor que se pode fazer em muitas si-

    tuaes prticas confiar na experincia, no

    bom-senso, nos exemplos de outras empresas e,

    acima de tudo, tentar estabelecer relacionamen-

    tos entre casos de empresas muito bem-sucedi-

    das (no longo prazo) e o grau de complexidade

    e originalidade de seus sistemas de informao.

    Saiba maisSaiba mais

    Se voc desejar, aprofunde os contedos estuda-dos neste captulo consultando o CPC 0 EstruturaConceitual Bsica da Contabilidade.

    Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf

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    Roberto Rodrigues Prado

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    Sem negar a eventualidade de uma desco-

    berta extremamente original, deve-se sempre se

    guiar pelo que a mdia das empresas bem-suce-didas e inteligentes est fazendo, desconfiando

    sempre daquela forma nica e absolutamente

    original de bolar (arquitetar, conceber) o siste-

    ma de informao que ningum pensou ou usou

    imaginar antes.

    claro, todavia, que empresas diferentes e

    gerentes diferentes sabem lidar de formas diver-

    sas com o mesmo sistema de informao, utili-

    zando com maior ou menor grau de eficincia onvel e a qualidade da informao existente.

    Alguns tomadores de deciso sabem tirar

    leite de pedra de informaes simples, ao passo

    que outros nem tomam conhecimento de siste-

    mas mais complexos. Para esses ltimos, a infor-mao quase ter somente custo e nenhum be-

    nefcio.

    Uma das formas de avaliar a qualidade da

    informao contbil e, portanto, sua utilidade

    (benefcio), quando comparada ao custo, ana-

    lisar algumas qualidades ou caractersticasquedeve possuir, tais como: compreensibilidade, rele-

    vncia, confiabilidade e comparabilidade.

    Pense a respeito!A anlise Custo x Benefcio fundamental em

    termos de elaborao dos Relatrios Contbeis.

    4.2 Custos versusBenefcios

    4.3 Compreensibilidade

    4.4 Relevncia

    Fcil de entender!

    A informao contbil precisa ser com-preensiva, isto , completa, e retratar todos os

    aspectos contbeis de determinada operao ou

    conjunto de eventos ou operaes. No se de-

    vem compensar crditos com dbitos ou direitos

    e obrigaes. Todos os aspectos de uma operao

    que afeta o patrimnio precisam ser levados em

    conta. o caso da elaborao da demonstraode origem e aplicao de recursos (ou de caixa),

    que deveria evidenciar recursos e aplicaes sem

    compensaes, por levantamento direto das ope-

    raes e no por diferenas de saldos de balano,

    em princpio.

    A fim de ser til, a informao precisa ser re-

    levante para as necessidades de tomada de deci-

    ses dos usurios. A informao possui a qualida-

    de da relevncia quando ela influencia as decises

    econmicas dos usurios, ajudando-os a avaliar

    eventos passados, presentes ou futuros ou confir-

    mando ou corrigindo suas avaliaes passadas.

    Saiba maisSaiba mais

    Segundo o trabalho do IASC intitulado Frameworkfor the Preparation of Financial Statements (estrutura

    para a preparao do relatrio financeiro), a relevn-cia uma das caractersticas ou qualidades mais im-portantes da informao contbil.

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    Teoria da Contabilidade

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    Ainda, o IASC (1989) afirma que

    os papis preditivo (dito ou citado an-teriormente) e confirmatrio das infor-maes esto inter-relacionados. Porexemplo, informao sobre o nvel atuale sobre a estrutura dos ativos mantidos

    pela entidade somente tem valor para ousurio quando ele tenta prever a habili-dade que a empresa tem de aproveitar asoportunidades e tambm sua habilidadeem reagir a situaes adversas. A mesmainformao exerce um papel confirma-trio com relao a previses como, porexemplo, a forma pela qual a empresaseria estruturada ou o resultado das ope-raes planejadas.

    A informao sobre a posio financeira e o

    desempenho do passado frequentemente utiliza-

    da, segundo aquele documento do IASC, como base

    para prever a situao financeira e o desempenho

    futuro, bem como outros assuntos sobre quais os

    usurios esto diretamente interessados, tais como

    pagamentos de salrios e de dividendos, movimen-

    taes e flutuaes de preos de aes e ttulos e a

    habilidade da empresa em honrar suas obrigaes

    medida que vo vencendo.

    A fim de que tenha valor preditivo, a infor-mao no precisa, necessariamente, estar co-

    locada na forma de previso explcita (de forma

    clara).

    A habilidade de efetuar previses a partir

    das demonstraes contbeis realada, entre-

    tanto, pela forma de evidenciar informaes so-

    bre transaes passadas.

    Caro(a) aluno(a), voc sabia que o valor pre-

    ditivo da demonstrao de resultados realadose itens no usuais, anormais e no recorrentes

    de renda (receita) ou despesa forem evidenciados

    separadamente.

    Voc concorda com esse exemplo?

    4.5 Confiabilidade

    Para que seja til, a informao tambm

    precisa ser confivel. A informao possui a quali-

    dade da confiabilidade quando est livre de erros

    materiais e vcios e pode ser aceita pelos usurios

    como representando fielmente o que est desti-

    nada a representar ou que poderia razoavelmen-

    te se esperar que representasse.

    A informao pode ser relevante, mas to

    inafianvel (no afianvel responsabilidade,garantia), pela sua natureza ou pela sua exterio-

    rizao (manifestar, externar), que seu reconhe-

    cimento pode ser potencialmente enganoso. Por

    exemplo, se a validade e o total de uma indeni-

    zao por danos numa ao judicial esto sendo

    discutidos, pode ser inapropriado para a empresa

    reconhecer o valor total da ao no balano, em-

    bora possa ser apropriado evidenciar a dimenso

    e as circunstncias da disputa.Faa uma reflexo sobre a confiabilidade e a

    tica do Contador!

    Viso Verdadeira e Apropriada

    O CPC 0 Estrutura Conceitual Bsica define:

    Demonstraes contbeis so freqen-temente descritas como apresentandouma viso verdadeira e apropriada (trueand fair view) da posio patrimonial e

    financeira, do desempenho e das muta-es na posio financeira de uma enti-dade. Embora esta Estrutura Conceitualno trate diretamente de tais conceitos,a aplicao das principais caractersticasqualitativas e de normas e prticas decontabilidade apropriadas normalmenteresultam em demonstraes contbeisque refletem aquilo que geralmente seentende como apresentao verdadeirae apropriada das referidas informaes.(CPC, 2008, p. 3).

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    Os usurios precisam ter condies de com-

    parar as demonstraes contbeis de uma enti-

    dade atravs dos anos, a fim de identificar ten-dncias em sua situao patrimonial e financeira

    e em seu desempenho.

    Os usurios tambm precisam ter condi-

    es de comparar as demonstraes contbeis de

    diferentes entidades, a fim de avaliar sua situaopatrimonial e financeira em termos comparati-

    vos, seu desempenho e as mudanas na situao

    financeira.

    4.6 Comparabilidade

    4.7 A Importncia da Comparao

    4.8 Polticas Contbeis

    Assim, a mensurao e a evidenciao dos

    efeitos financeiros de transaes semelhantes e

    outros eventos precisam ser efetuadas de forma

    consistente por uma entidade atravs do tempo

    e tambm por diferentes entidades ao mesmo

    tempo.

    AtenoAteno

    Uma importante implicao da caracterstica qua-litativa da comparabilidade que os usurios pre-cisam ser informados sobre as polticas contbeisutilizadas na preparao das demonstraes con-tbeis, sobre quaisquer variaes nas polticas e osefeitos de tais mudanas.

    Os usurios precisam ter condies de iden-

    tificar diferenas entre as polticas contbeis para

    transaes semelhantes utilizadas pela mesma

    entidade de um perodo para outro e tambm

    por diferentes entidades ao mesmo tempo. A

    adequao aos padres contbeis nacionais e

    internacionais, incluindo a evidenciao das po-lticas contbeis utilizadas pela entidade, ajuda a

    conseguir a comparabilidade.

    A necessidade de comparabilidade no de-

    veria ser confundida com mera uniformidade e no

    deveria ser um impedimento para a introduo de

    padres contbeis aperfeioados. No apropria-

    do para uma empresa continuar a contabilizar da

    mesma forma uma determinada transao se a

    poltica adotada no se mantm aderente s condi-es de relevnciae confiabilidade.

    tambm inapropriado para uma entidade

    deixar intocveis suas prticas contbeis quando

    existirem alternativas mais relevantes e confi-

    veis.

    Pelo fato de os usurios quererem comparar

    a situao patrimonial, o desempenho e as mu-

    danas na posio de uma entidade atravs dotempo, importante que as demonstraes con-

    tbeis evidenciem a informao correspondente

    para os perodos precedentes (ocorrer antes).

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    Teoria da Contabilidade

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    Existem algumas variveis que restringem a

    utilidade e a plena potencialidade das qualidades

    da informao descritas. So a tempestividadeea relao custo/benefcio.

    Pode-se afirmar que a relevncia, principal-

    mente, afetada pela tempestividade, no sentido de

    que muito pouco adianta ter informao relevante

    e fidedigna se ela passou do ponto, ou melhor, da

    hora.

    No fcil saber, apriori, esse tempo certo.Depende do tipo de deciso e avaliao que est

    sendo realizado em cada caso.

    Para o analista econmico que gosta de

    examinar balanos de vrias empresas, para ex-

    trair tendncias setoriais ou valores de agregados

    contbeis, como lucratividade sobre vendas, so-

    bre patrimnio etc., no vai fazer diferena se ele

    fizer essa anlise um dia aps a publicao dos

    balanos ou dois meses depois.

    4.9 Tempestividade

    4.10 Intempestividade

    DicionrioDicionrio

    Tempestividade: oportunidade; que vem ou sucedeno tempo devido.

    Entretanto, quase na mesma situao, se

    um investidor estiver interessado na compra das

    aes de uma determinada empresa, o timing(adaptao; acomodao; ajustamento) das pe-

    as contbeis dessa empresa que ele vai utilizar

    para assessor-lo na deciso tremendamente

    importante, pois a situao da empresa em parti-

    cular pode se alterar em curto prazo, invalidando

    a informao intempestiva.

    Mais dramtica ainda a importncia da

    tempestividade nas decises gerenciais dentro

    da empresa, visando s operaes e mesmo s

    decises de longo prazo, em que informao es-

    truturada e a semiestruturada so necessrias, naqualidade e no tempo certo.

    J a relao custo/benefcio precisa estar

    sempre presente na mente do planejador do sis-

    tema contbil ao estabelecer o nvel de informa-

    o que considerado timo.

    DicionrioDicionrio

    Intempestividade: fora do tempo prprio; inoportuno!

    Saiba maisSaiba mais

    Primazia da essncia sobre a forma

    Para que a informao represente adequadamenteas transaes e outros eventos que ela se propea representar, necessrio que essas transaes eeventos sejam contabilizados e apresentados deacordo com a sua substncia e realidade econmi-ca e no meramente sua forma legal. A essncia dastransaes ou outros eventos nem sempre con-sistente com o que aparenta ser com base na suaforma legal ou artificialmente produzida. Por exem-plo, uma entidade pode vender um ativo a um ter-ceiro, de tal maneira que a documentao indiquea transferncia legal da propriedade a esse terceiro;entretanto, podero existir acordos que asseguremque a entidade continuar a usufruir os futuros be-nefcios econmicos gerados pelo ativo e o recom-prar depois de certo tempo, por um montante quese aproxima do valor original de venda, acrescidode juros de mercado durante esse perodo. Em taiscircunstncias, reportar a venda no representa-

    ria adequadamente a transao formalizada (CPC,2008).

  • 5/21/2018 Apostila Teoria Da Comtabilidade

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    Roberto Rodrigues Prado

    Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br34

    Representao Adequada

    A Estrutura Conceitual Bsica (CPC, 2008) define

    que

    para ser confivel, a informao deve re-

    presentar adequadamente as transaese outros eventos que ela diz representar.Assim, por exemplo, o balano patrimo-nial numa determinada data deve repre-sentar adequadamente as transaes eoutros eventos que resultam em ativos,passivos e patrimnio lquido da entida-de e que atendam aos critrios de reco-nhecimento.

    A maioria das informaes contbeis estsujeita a algum risco de ser menos doque uma representao fiel daquilo quese prope a retratar. Isso pode decorrer

    de dificuldades inerentes identificaodas transaes ou outros eventos a seremavaliados ou identificao e aplicaode tcnicas de mensurao e apresenta-o que possam transmitir, adequada-mente, informaes que correspondama tais transaes e eventos. Em certos ca-sos, a mensurao dos efeitos financeirosdos itens pode ser to incerta que no apropriado o seu reconhecimento nasdemonstraes contbeis; por exemplo,embora muitas entidades gerem, inter-namente, gio decorrente de expectativade rentabilidade futura ao longo do tem-po (goodwill), usualmente difcil identi-ficar ou mensurar esse gio com confiabi-lidade. Em outros casos, entretanto, podeser relevante reconhecer itens e divulgaro risco de erro envolvendo o seu reco-

    nhecimento e mensurao. (p. 12).

    S que, se j difcil nos sistemas contbeis

    isolar custos e receitas marginais, muito mais o

    ser para o caso de valor da informao. Assim,valem muito mais as consideraes feitas alhures

    (noutro lugar) de que o bom-senso e o que acon-

    tece em organizaes comparveis nossa, con-

    sideradas sofisticadas em matria de informao,

    devem ser observados com cuidado.

    No se pode esquecer de que o sistema de

    informao um meio para o que essencial, que

    o processo decisrio.O ideal seria dispor de um quadro de gerentes

    to superdotados, to imaginativos, to previsores

    do que ir ocorrer, que nenhum sistema de infor-

    mao seria necessrio. claro que esses super-

    -homens (ou mulheres) no existem, na realidade.

    4.11 Tomada de Decises

    4.12 Resumo do Captulo

    Neste captulo, voc compreendeu que o objetivo principal da contabilidade prover seus usu-

    rios de informaes te