Apostila Teoria Da Comtabilidade
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5/21/2018 Apostila Teoria Da Comtabilidade
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Teoria da
Contabilidade
Roberto Rodrigues Prado
Adaptada/Revisada por Lus Carlos Gruenfeld (setembro/2012)
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com satisfao que a Unisa Digital oferece a voc, aluno(a), esta apostila de Teoria da Contabilidade,
parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinmico e autnomo
que a educao a distncia exige. O principal objetivo desta apostila propiciar aos(s) alunos(as) uma
apresentao do contedo bsico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, voc ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br,
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente s bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso,bem como acesso a redes de informao e documentao.
Nesse contexto, os recursos disponveis e necessrios para apoi-lo(a) no seu estudo so o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para
uma formao completa, na qual o contedo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital assim para voc: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
APRESENTAO
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SUMRIO
INTRODUO ................................................................................................................................................7
1 ATUAO PROFISSIONAL ................................................................................................................91.1 A Evoluo da Contabilidade ......................................................................................................................................91.2 Contabilidade na Bblia ..............................................................................................................................................121.3 Contabilidade Despertando como Cincia ........................................................................................................121.4 Teorias Descritivas e Prescritivas .............................................................................................................................141.5 Doutrinas e Escolas de Contabilidade ..................................................................................................................14
1.6 O Cenrio Atual da Contabilidade .........................................................................................................................161.7 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................171.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................18
2 CONTABILIDADE E CONTADOR ................................................................................................. 192.1 A Tomada de Deciso ..................................................................................................................................................192.2 A Funo do Contador ................................................................................................................................................202.3 A Contabilidade como Profisso .............................................................................................................................202.4 Viso Geral da Profisso Contbil ...........................................................................................................................222.5 A Contabilidade em outros Cursos ........................................................................................................................23
2.6 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................242.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................24
3 OBJETIVOS DA CONTABILIDADE E UTILIZAO DA INFORMAOCONTBIL ..................................................................................................................................................25
3.1 Utilizao da Informao Contbil e Campo de Atuao da Contabilidade .........................................263.2 Patrimnio da Entidade .............................................................................................................................................263.3 Finalidade Social do Contador ................................................................................................................................273.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................273.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................28
4 QUALIDADE E CARACTERSTICA DA INFORMAO CONTBIL: OPRODUTO FINAL DA CONTABILIDADE ................................................................................29
4.1 Informao Econmica...............................................................................................................................................294.2 Custos versus Benefcios .............................................................................................................................................304.3 Compreensibilidade ....................................................................................................................................................304.4 Relevncia .......................................................................................................................................................................304.5 Confiabilidade ................................................................................................................................................................314.6 Comparabilidade ..........................................................................................................................................................324.7 A Importncia da Comparao ...............................................................................................................................324.8 Polticas Contbeis .......................................................................................................................................................324.9 Tempestividade ............................................................................................................................................................334.10 Intempestividade .................................................................................................................................................... 334.11 Tomada de Decises .................................................................................................................................................34
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4.12 Resumo do Captulo .................................................................................................................................................344.13 Atividades Propostas ................................................................................................................................................35
5 RELATRIOS CONTBEIS ............................................................................................................... 375.1 Demonstraes Financeiras .....................................................................................................................................375.2 Relatrios Contbeis Obrigatrios .........................................................................................................................375.3 Complementao s Demonstraes Financeiras ...........................................................................................39
5.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................455.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................45
6 OS PRINCPIOS DE CONTABILIDADE A ENTIDADE E A CONTINUIDADE ............476.1 Aplicao da Contabilidade ......................................................................................................................................476.2 Usurios da Contabilidade ........................................................................................................................................476.3 Para quem Mantida a Contabilidade .................................................................................................................486.4 Pilares da Contabilidade ............................................................................................................................................486.5 Princpios da Contabilidade......................................................................................................................................506.6 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................546.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................54
7 PATRIMNIO E RESULTADO......................................................................................................... 557.1 O Ativo e sua Mensurao (Avaliao) .................................................................................................................557.2 Algumas Definies de Ativo ...................................................................................................................................557.3 Ativo Circulante .............................................................................................................................................................567.4 Ativo Realizvel em Longo Prazo............................................................................................................................587.5 Ativo Permanente .........................................................................................................................................................587.6 Contas Retificadoras do Ativo ..................................................................................................................................597.7 Deduo do Ativo Permanente ...............................................................................................................................607.8 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................60
7.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................61
8 O PASSIVO E SUA MENSURAO (AVALIAO)........................................................... 638.1 Generalidades ................................................................................................................................................................638.2 Definies de Passivo ..................................................................................................................................................638.3 Passivo Circulante .........................................................................................................................................................648.4 Passivo Exigvel em Longo Prazo ............................................................................................................................648.5 Resultado de Exerccio Futuros ...............................................................................................................................648.6 Patrimnio Lquido ......................................................................................................................................................658.7 Contas Retificadoras do Passivo..............................................................................................................................65
8.8 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................668.9 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................66
9 TERMINOLOGIA CONTBIL BSICA USADA EM CONTABILIDADE.................. 679.1 Receitas e Ganhos ........................................................................................................................................................679.2 Despesas e Perdas ........................................................................................................................................................689.3 Outras Terminologias Usadas ...................................................................................................................................699.4 Resumo do Captulo ....................................................................................................................................................699.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................70
10 PATRIMNIO E RESULTADO...................................................................................................... 7110.1 Relatrios Contbeis .................................................................................................................................................7110.2 O Balano Patrimonial ..............................................................................................................................................7110.3 Poder Preditivo do Balano Patrimonial ............................................................................................................72
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10.4 Uma Estrutura de Balanos no Usada entre Ns .........................................................................................7310.5 As Normas Brasileiras de Contabilidade e o Balano Patrimonial ...........................................................7410.6 CFC e Lei das S.A.........................................................................................................................................................7410.7 Passivo Descoberto ...................................................................................................................................................7410.8 Algumas Diferenas ..................................................................................................................................................7410.9 Resultado de Exerccios Futuros ...........................................................................................................................7510.10 Resultados de Exerccios Futuros versus Exigvel .........................................................................................75
10.11 As Normas Brasileiras de Contabilidade (as NBCS) ....................................................................................7510.12 Resumo do Captulo ...............................................................................................................................................7810.13 Atividades Propostas ..............................................................................................................................................78
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS..................................... 79
REFERNCIAS .............................................................................................................................................83
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6/79Unisa | Educao a Distncia | www.unisa.br7
INTRODUO
Voc est iniciando o estudo da disciplina Teoria da Contabilidade, a qual tem como objetivo prin-
cipal solidificar os estudos tericos relacionados origem da contabilidade, sua histria, doutrinas e es-
colas e o surgimento do perodo pr-cientfico.
Ser possvel compreender a evoluo da Contabilidade com o progresso das sociedades e o de-
senvolvimento da contabilidade como uma Cincia Social Aplicada.
Ainda, voc conhecer a necessidade e a criao de organismos de regulamentao, como o Con-
selho Federal de Contabilidade (CFC).
Por meio desta disciplina, voc aprofundar sua compreenso do surgimento dos Postulados, Con-venes e o significado dos Princpios de Contabilidade.
Voc ter o entendimento sobre as demonstraes contbeis, seus diversos grupos e Critrios de
Mensurao do Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido, Receitas e Despesas, Ganhos e Perdas, e Princpios
Fundamentais da Contabilidade.
O presente material foi especialmente desenvolvido para os alunos do Ensino a Distncia (EaD) e
seu uso ser de grande valia no decorrer das aulas do curso, devendo ser usado como bibliografia bsica.
Ao final de cada captulo, leia com ateno os enunciados e responda s questes propostas. Essas
questes objetivam auxili-lo(la) na aprendizagem. Primeiramente, responda a todas as questes e so-
mente ao final verifique as suas respostas, relacionando-as com as respostas e comentrios do professor,
ao final desta apostila.
Bons estudos e sucesso!
Prof. Roberto Rodrigues Prado
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ATUAO PROFISSIONAL1
Caro(a) aluno(a), neste captulo voc tem
um rpido comentrio da estabilidade da profis-
so contbil e da evoluo da contabilidade. A
profisso contbil tem hoje uma posio bem de-
finida na economia global, um campo de trabalho
bastante amplo e diversificado e objetivos bem
claros de onde pretende chegar. Essa estabilidadeprofissional, esses horizontes bem definidos tm
uma longa histria!
Assim, voc conhecer a Histria da Con-
tabilidade e poder associar a sua origem ne-
cessidade de controle da riqueza e dos estoques
na produo de alimentos e animais em antigas
civilizaes.
Entender, ainda, os acontecimentos que
contriburam para surgir o Mtodo das PartidasDobradas, que origem das palavras dbito e
crdito, de Frei Luca Pacioli.
1.1 A Evoluo da Contabilidade
Pense na contabilidade em uma poca na
qual no existia moeda, escrita e nmeros!Imagine um homem, na Antiguidade, sem
conhecer nmeros e, muito menos, a escrita,exercendo a atividade de pastoreio. O invernoest chegando. O homem prepara toda a provi-so para o sustento do seu rebanho de ovelhas,olhando para um perodo longo de muito frio queest se aproximando. Ainda que ele nunca tenhaaprendido sobre os meses do ano, ele sabe que aneve est se aproximando, pois as folhas das r-vores ficaram amarelas e caram e assim ocorreuno passado, por inmeras vezes. Ele no sabia oque eram as estaes do ano, mas tinha experin-cia: rvores secando, frio chegando.
Pense a respeito!
O home tem natureza materialista, pois des-de seu surgimento ligado aos bens materiais.
A Contabilidade no Incio de Tudo
Antes que casse a 1 neve, ele recolhia seu
rebanho num aprisco (curral), para proteg-lo do
frio que matava. Era um perodo de monotonia,
de ociosidade. Depois de tosquiar (cortar rente)as ovelhas, no se tinha nada para fazer a no ser
olhar pelas frestas a neve caindo. O que fazer nes-
se perodo?
De repente, o homem se questiona: Quanto
ser que o meu rebanho cresceu desde o ltimo
frio at hoje? Ser que o meu cresceu mais que do
Floreto? (Floreto era o pastor de ovelhas vizinho
desse homem na Antiguidade). Esse homem, as-
sim como qualquer um, era ambicioso, tinha de-safios e queria ver sua riqueza aumentando.
AtenoAteno
Aqui entra a funo da Contabilidade, j no incioda civilizao: avaliar a riqueza do homem; ava-liar os acrscimos ou decrscimos dessa riqueza.Como o homem naturalmente ambicioso, aContabilidade existe desde o incio da civilizao.Alguns tericos preferem dizer que ela existe, pe-
los menos, desde 4.000 antes de Cristo.
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Roberto Rodrigues Prado
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Mas como contar o rebanho e avaliar seu
crescimento se no existiam nmeros (da forma
que sabemos hoje), nem escrita e, muito menos,
moeda?
Na monotonia do inverno, entre os balidos
(voz de ovelha ou cordeiro) ininterruptos das ove-
lhas, o homem tem uma ideia. Havendo um pe-queno monte de pedrinhas ao seu lado, o homem
separa uma pedrinha para cada cabea de ovelha,
executando assim o que o contabilista chamaria
hoje de inventrio. Aps o trmino dessa mis-
so, o homem separa o conjunto de pedrinhas,
guardando-o com muito cuidado, pois o conjun-
to representava a sua riqueza num determinado
momento.
Finalmente, a neve derretia e o sol voltavaa aquecer a montanha do homem do pastoreio.
A superfcie da montanha voltava a ficar verde
e l ia ele dirigindo o seu rebanho, protegendo
contra os predadores, administrando assim a sua
riqueza. Passado algum tempo, novas ovelhinhas
surgiram e j se percebia que o nascimento era
maior que a mortalidade e o descarte (escapat-
ria). A l era tirada e parte dela negociada em tro-
ca de alguns equipamentos rudimentares de caae pesca.
O tempo passava. Novamente as folhas das
rvores voltavam a ficar amarelas e comeavam
a cair. Para ns, chamamos, hoje, esse fenmeno
de outono. Para aquele homem, era o momento
de fazer a proviso para sustentar sua riqueza no
perodo da seca do inverno.
Novamente a neve caa. No aprisco (uma
grande caverna no alto da montanha), estavamde volta o pastor e seu rebanho. Nada mais natu-
ral que fazer uma pedrinha por cabea de ovelha:
Figura 1 Contagem abstrata.Resultado da contagem
Cada smbolo (pedrinha) corresponde a uma cabea de ovelha:
Primeiro Inverno Segundo Inverno Comparao entre 2 invernos
O+O+O+O+O
O+O+O+O+O
O+O+O+O+O
P+P+P+P+P+P+P
P+P+P+P+P+P+P
P+P+P+P+P+P
O+O+O+O+O PP
O+O+O+O+O PP
O+O+O+O+O P
1 INVENTRIO 2 INVENTRIOACRSCIMO DE CABEAS DE
OVELHAS
Fonte: Iudcibus (2010, p. 5).
Resultado Positivo Igual ao Lucro?
Ao comparar o atual conjunto de pedrinhas
com o anterior, feito no inverno passado, o pastor
constata que houve um excedente de pedrinhas
(para ns, cinco pedrinhas) e isso representava
que ele tinha sido bem-sucedido naquele pero-
do, ou seja, houve um acrscimo real no seu reba-
nho (um resultado positivo).
Todavia, o pastor no estava satisfeito pelo
fato de apenas avaliar o crescimento do plantel. Ele
sabia que seu rebanho havia produzido l naquele
perodo. A l proporcionara no s agasalho paraproteger sua famlia, como tambm fora utilizada
como meio de troca na aquisio de instrumentos
de caa e pesca.
Alm disso, havia uma quantidade de l recm-
-obtida no processo de tosquiamento nesse inverno.
Um Inventrio Completo
O homem estima que, se fosse trocar ove-
lhas por agasalho, precisaria de pelo menos duas
cabeas para suprir sua famlia nesse inverno.
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Como seu prprio rebanho havia produzido, ele
separa duas novas pedrinhas correspondentes a
duas ovelhas, representando aquele adicional de
riqueza da sua famlia. Os instrumentos de caa
e pesca obtidos equivalem a trs ovelhas. Toda a
l estocada corresponderia a, pelo menos, quatro
ovelhas, ou seja, ele conseguiria trocar seu dep-
sito de l por quatro cabeas. Assim, ele teria um
novo conjunto de nove pedrinhas para acrescen-
tar contagem realizada nesse segundo inverno.
Observe, caro(a) aluno(a), a situao a seguir:
ACRSCIMO DO PERODO
1 Inverno 2 Inverno AgasalhosInstrumentos
Caa/PescaEstoque de L
OOOOO PP A C/P X
OOOOO PP A C/P X
OOOOO P C/P X
1 INVENTRIO 2 INVENTRIO Corresponde a 2 ovelhas Corresponde a 3 ovelhas Corresponde a 4 ovelhas
Total do Rebanho Resultado da Produo do Perodo
Total da Riqueza Disposio do Pastor
Imagine se houvessem nmeros e escrita,
poderamos apresentar um relatrio da riqueza
do pastor!
Relatrio Contbil
O acrscimo do primeiro para o segundo in-
verno foi correspondente a 14 ovelhas, que, num
sentido econmico, podemos chamar de lucro.
O pastor da Antiguidade certamente iria vibrar,
pois sua riqueza praticamente dobrou no pero-
do analisado.
Se ns tivssemos moeda, o denominador
comum no seria ovelhas, mas sim o valor em
dinheiro. Todavia, o que fica bem claro que,
mesmo sem moeda, escrita e nmero, a Conta-
bilidade, como inventrio, j existia, ficando evi-denciado que ela to antiga quanto a existncia
do homem em atividade econmica, ou melhor,
quem sabe, do homem sapiente.
Esta pode ser chamada de fase emprica da
Contabilidade, em que se utilizavam desenhos, fi-
guras, imagens para identificar o patrimnio exis-
tente.
Com o passar do tempo, o homem comea a
fazer marcas em rvores e pedras, podendo, assim,conferir seu rebanho em termos de crescimento,
de extravio (perdas) de ovelhas, mortes etc.
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Assim, conclui-se que, desde os povos mais
primitivos, a Contabilidade j existia em funo
da necessidade de controlar, medir e preservar o
patrimnio familiar e, at mesmo, em funo de
trocar bens para maior satisfao das pessoas.
O livro de J, ainda que no seja o primeiro daBblia, considerado o mais antigo. J era um ho-mem muito rico e justo, da terra de Uz, no Oriente,que certamente tinha um bom contador, pois, nadescrio de sua riqueza, no versculo trs do pri-
meiro captulo, observa-se: E era o seu gado setemil ovelhas, e trs mil camelos, e quinhentas jun-tas de bois e quinhentas jumentas.
CuriosidadeCuriosidade
A relao de bens de J demonstra um cui-
dado no controle do seu patrimnio pessoal.
Por questes espirituais, um dia, J perde
toda a sua fortuna, tornando-se um homem po-
bre, sem nenhum bem.
Mas no final do livro de J, algo surpreen-
dente acontece. Tambm por motivos espirituais,
ele recupera a sua fortuna e no deixa de reen-
contrar um contador que, num certo momento,apresenta um relatrio surpreendente: sua ri-
queza estava duplicada em relao ao primeiro
inventrio: E assim abenoou o Senhor o ltimo
estado de J, mais do que o primeiro; porque teve
catorze mil ovelhas, e seis mil camelos, e mil jun-
tas de bois e mil jumentas. (descrito no captulo
42, versculo 12, do Livro de J).
Esse e diversos exemplos mostram que a
Contabilidade j existia com o primitivismo dos
povos, ainda que os conhecimentos da matem-
tica, das letras, dos negcios e at mesmo de pa-
trimnio fossem limitados.
Smbolos na Argila
Talvez, na poca de J, j se introduzisse o
perodo Mnemnico da Contabilidade, atravs de
cuneiforme. Outras evolues foram observadas,principalmente nas escritas em papiro, descober-
to pelos egpcios.
1.2 Contabilidade na Bblia
1.3 Contabilidade Despertando como Cincia
DicionrioDicionrio
Cuneiforme: smbolos gravados em barro ou placade argila, dando-se os primeiros passos para os re-gistros. As prprias placas de argila serviam comorelatrios.
Voc sabia que a Contabilidade vai iniciar
a sua fase adulta, fase racional, exatamente no
aperfeioamento da Imprensa por Gutenberg, na
Alemanha, no sculo XV d.C.?Pense a respeito!
Ainda que a Contabilidade, como j vimos,
existisse desde o princpio da civilizao, nota-se um
desenvolvimento muito lento ao longo dos sculos.
Somente em torno do sculo XV (com pre-sena relevante no sculo XIII), isto , praticamen-
te aps 5.500 anos (partindo-se da hiptese de
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Teoria da Contabilidade
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que ela existe desde 4.000 a.C.), que a Contabi-
lidade atinge um nvel de desenvolvimento not-
rio, sendo chamada de fase lgico-racional ou, at
mesmo, fase pr-cientfica da Contabilidade.
Do Renascimento para a Cincia
O que toda a histria tem mostrado que a
Contabilidade torna-se importante medida que
h desenvolvimento econmico. Hoje, por exem-
plo, a profisso muito valorizada nos pases do
primeiro mundo. No Brasil, at a dcada de 1960,
esse profissional era chamado de guarda-livros, a
nosso ver, ttulo pejorativo (desagradvel) e pou-
co indicador. Todavia, com o milagre econmico
na dcada de 1970, essa expresso desapareceu eobservou-se um excelente e valorizado mercado
de trabalho para os contabilistas.
Na Idade Moderna, em torno dos sculos
XIV a XVI, principalmente no Renascimento, diver-
sos acontecimentos no mundo das artes, na eco-
nomia, nas naes, proporcionaram um impulso
espetacular das Cincias Contbeis, sobretudo
na Itlia. Em torno desse perodo, tivemos, sem
a preocupao de ordem cronolgica, Coprni-co, Galileu e Newton, revolucionando a viso da
humanidade, o aperfeioamento da Imprensa
por Gutenberg (j referido), Colombo iniciando
as grandes descobertas, o mercantilismo, o surgi-
mento da burguesia, o protestantismo, a desco-
berta de diversos campos de conhecimento etc.
O Frade Franciscano
Todavia, o marco, nesse perodo, foi a pri-
meira literatura contbil relevante pelo Frei Luca
Pacioli, em 1494, consolidando o mtodo das par-
tidas dobradas, expressando a causa e o efeito do
fenmeno patrimonial com os termos dbito e
crdito (esse mtodo j era conhecido antes de
Pacioli: era praticado no sculo XIII).
A obra de Pacioli pode muito bem ser vista
como incio do pensamento cientfico da Conta-
bilidade.
Pense a respeito!
Doutrinadores contbeis, sucessores de Pa-
cioli, na Europa (principalmente na Itlia), nos s-
culos seguintes, vo dar um cunho cientfico paraa Contabilidade e origem (denominada pos-
teriormente) Escola Contbil Europeia ou, mais
especificamente, Escola Contbil Italiana. A Itlia
pode ser chamada de Bero da Contabilidade.
Origem das Palavras Dbito e Crdito
As palavras utilizadas para a escriturao
por partidas dobradas tm sua origem no latim,
em que a palavra dbitosignifica: dvidas, deve-dores, debntures, que so palavras que resultam
da base debere, ou deber.
E a palavra crdito vem da raiz da palavra
credo, ou seja, algo em que se acredita e tambm
pode referir-se a pessoas nas quais se acreditam
credores.
possvel compreender que, como um Freida Igreja, Luca Pacioli associou o significado des-
sas palavras com os direitos e obrigaes de uma
pessoa.
Veja, caro(a) aluno(a), como tudo comeou!
A Contabilidade no uma cincia exata.
Ela uma cincia social, pois a ao humana que
gera e modifica o fenmeno patrimonial. Todavia,
a Contabilidade utiliza os mtodos quantitativos
(matemtica e estatstica) como sua principal fer-ramenta.
Alis, em tudo o que fazemos na vida, preci-
samos dos mtodos quantitativos, dos nmeros.
Desde o momento em que levantamos, subme-
temo-nos aos nmeros: identificamos no relgio
que horas so; o nosso caf est sujeito a uma
quantidade de colheres de acar ou gotas de
adoante; a velocidade do carro; o nosso salrio,
recebimentos e pagamentos; o canal de televiso;as vantagens e desvantagens, em tudo se envol-
vem nmeros.
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Caro(a) aluno(a), a seguir, faa uma pausa
para a seguinte reflexo!
Este o grande impulso que a Contabilida-
de precisava. J imaginou a Contabilidade sem os
nmeros arbicos, sem o zero, s com letras?
Praticamente, no sculo XIII, que os nmerosindo-arbicos (0, 1, 2, 3, ...) vieram substituir o siste-ma greco-romano (I, II, III, IV, ...) e hebraico, que usa-vam letras para contar e calcular (desconheciam ozero). A histria dos nmeros, no Ocidente, come-
a com o livro LiberAbaci(Livro do baco), escrito,em 1202, por Leonardo Pisano, conhecido comoFibonacci (cabea dura). Esse livro, entre inme-ras contribuies, inclui Contabilidade (clculo demargem de lucro, moedas, cmbio...) e juros.
CuriosidadeCuriosidade
A classificao consiste em questionar se os
argumentos advm de generalizaes e observa-
es especficas. Tanto as teorias indutivas quan-
to as teorias dedutivas podem ser descritivas (po-
sitivas) ou prescritivas (normativas).
Descritivas (positivas):visam a mostrar
e explicar quais informaes financeiras
so apresentadas e comunicadas aos
usurios de dados contbeis, ou seja, o
que ;
Prescritivas (normativas): visam a reco-mendar que dados devem ser comuni-
cados e como devem ser apresentados,
ou seja, o que deve ser.
1.4 Teorias Descritivas e Prescritivas
1.5 Doutrinas e Escolas de Contabilidade
At o sculo XVIII, pode-se afirmar que
no houve evoluo do pensamento cientfico
da Contabilidade sob influncia da obra de Luca
Pacioli, cuja preocupao era o aprimoramentoda tcnica contbil, que criou regras e princpios
voltados para o funcionamento das contas para o
registro dos direitos e das obrigaes.
Escola Contista
Surgiu com o comerciante Benedetto Co-
trugli, em 1458, considerado por alguns autores
o primeiro a descrever o sistema de registro daspartidas dobradas. As regras estabelecidas eram
de que o comerciante deveria possuir trs livros
de contas para registrar suas transaes comer-
ciais: o livro de Gastos, o livro Dirio e o livro-razo.
A teoria das cinco contas de Edmundo De-
granges, em 1975, sustentava que o comrcio ti-nha cinco objetos principais, que, sucessivamen-te, poderiam ser negociados: (1) mercadorias; (2)dinheiro; (3) Contas a Receber; (4) Contas a Pagar;(5) Lucros e Perdas.
Escola Materialista
Orientou o incio do perodo cientfico da
Contabilidade e seu precursor foi o italiano Fran-cesco Villa, em 1840, com a publicao de La con-tabilit applicata alle amministrazioni private e
pubbliche.
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Teoria da Contabilidade
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O objeto essencial da Contabilidade era a
gesto, a riqueza gerada e, para os seus pensa-
dores, a conta limitava-se a representar os valores
gerados e a escriturao contbil auxiliava o estu-
do contbil. Consequentemente, a Contabilidade
deveria ser elevada a uma condio de importan-
te fonte de informao sobre o gerenciamento doPatrimnio.
Essa escola preocupou-se em aumentar a
quantidade de informaes apresentadas nos
relatrios contbeis, implantando os dados que
geravam impactos nos resultados das empresas,
como os custos de produtos e os gastos realiza-
dos. Esses pensadores forneceram grande contri-
buio para:
Avaliao do ativo permanente a preo
corrente em atividades comerciais e in-
dustriais;
Desvinculao da Contabilidade de ci-
fras e nmeros;
Estabelecimento do controle como ob-
jeto da Contabilidade.
Escola Personalista
Surgiu em 1867, com Francesco Marchi, que
publicou o livro I cinquecontist ovvero la inganne-
vola terica che viene insegnata negli istituti tecnici
del Regno e fluori del Regno intorno il Sistema de
Scrittura a partita dopia e nuovo saggio per La facile
intelligenza ed applicazione del sistema.
Foram tambm pensadores dessa escolaGiuseppe Cerboni e Giovanni Rossi.
Assinalou uma nova postura da cincia
contbil. A Contabilidade deixava de ser voltada
apenas para a arte de registrar e contar a riqueza
gerada, com as seguintes caractersticas:
Quem recebe debitado;
Quem entrega creditado;
Os agentes e correspondentes so de-bitados medida que o proprietrio
creditado e vice-versa;
As contas so abertas em nome das
pessoas fsicas ou jurdicas;
Considera o aspecto jurdico das rela-
es entre as pessoas.
Perodo em que surgiu a teoria logismo-
grfica.
Escola Controlista
Com a obra do italiano Fabio Besta, em
1880, La ragioneria, sobre a figura do controle,
surgiu a filosofia do Controlismo, em que o con-
trole da riqueza aziendal era o objeto do estudo
da Contabilidade. Seus principais pensadores fo-
ram: Fabio Besta, Vittorio Alfieri, Carlo Ghidiglia,
Pietro Rigobon e Pietro DAlvise.
Nesse sentido, a riqueza deveria ser con-siderada sobre ela mesma e o patrimnio comouma grandeza que se pudesse medir, sendo ne-cessrio que os fatos administrativos fossem es-criturados, em (1) permutativos: quando ocorremudana entre elementos do ativo e do passivo(mudam duas contas); (2) modificativos: quandoocorre mudana entre elementos do ativo ou dopassivo e patrimnio lquido (mudam duas con-
tas); (3) mistos: quando ocorre mudana entreelementos do ativo ou do passivo e patrimniolquido (mudam trs contas).
Escola Reditualista ou Alem
Segundo o alemo Eugen Schmalenbach,o sucesso ou o insucesso de uma empresa esta-va diretamente vinculado aos lucros ou prejuzos
obtidos; portanto, a filosofia do Reditualismo con-sistia em que o redito (lucro/rendimento) detinhaprioridade sobre a estrutura patrimonial, sendo oprincipal objeto de estudo da Contabilidade.
DicionrioDicionrio
Teoria logismogrfica: mtodo de coordenar erepresentar os fatos administrativos da azienda eanalisar seus processos e os efeitos jurdicos eco-nmicos agrupados (HENDRIKSEN; BREDA, 1999).
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Escola Aziendalista
Seus pensadores foram Alberto Ceccherelli
e Gino Zappa, seguidos por Pietro Onida, Lino Az-
zini, Carlo Masini, entre outros.
Essa escola tinha como filosofia que a azien-
da (bens, direitos e obrigaes que constituam opatrimnio) era o objeto do estudo da Contabili-
dade.
Escola Patrimonialista
Foi Vincenzo Masi o precursor da escola
patrimonialista, cuja filosofia consistia em que o
patrimnio era objeto da Contabilidade e seu es-tudo estava relacionado esttica patrimonial,
dinmica patrimonial e relevncia patrimonial.
A escriturao e as demonstraes con-
tbeis representam apenas instrumentos para
registrar os fatos, devendo conter explicaes e
interpretao, propondo uma nova classificao
das contas em patrimoniais e de resultado.
Seus principais seguidores foram Francisco
Duria, Jaime Lopes Amorim e Jos Maria Fer-nandez Pirea, entre outros.
Escola do Pensamento Contbil
Formada pela Escola Europeia, que predomi-nou em todo o mundo durante sculos. O expressi-vo crescimento e a influncia da economia ameri-cana nas economias dos outros pases, por volta do
sculo XIV, quebraram sua hegemonia, surgindo aEscola Norte-Americana, que teve seu incio volta-do para o tratamento prtico das questes econ-mico-administrativas da Contabilidade.
O desenvolvimento contbil, como j dis-semos, acompanha de perto o desenvolvimento
econmico. Com a ascenso econmica do colos-
so norte-americano, o mundo contbil volta sua
ateno para os Estados Unidos, principalmente a
partir de 1920, dando origem ao que alguns cha-
mam de Escola Contbil Norte-Americana.
O surgimento das gigantescas Corporations,
principalmente no incio do sculo anterior, alia-
do ao formidvel desenvolvimento do mercadode capitais e ao extraordinrio ritmo de desen-
volvimento que aquele pas experimentou e ain-
da experimenta, constitui um campo frtil para
o avano das teorias e prticas contbeis norte-
-americanas.
No podemos esquecer tambm que os Es-
tados Unidos herdaram da Inglaterra uma exce-
lente tradio no campo da auditoria, criando l
slidas razes.
1.6 O Cenrio Atual da Contabilidade
De maneira geral, poderamos dizer que oincio do sculo XX presenciou a queda da cha-
mada Escola Europeia (mais especificamente, a
Italiana) e a ascenso da chamada Escola Norte-
-Americana no mundo contbil. Sem pretender
esgotar o tema, apresentamos alguns motivos
que levaram mudana do cenrio internacio-
nal da Contabilidade. Hoje em dia, entretanto, a
tendncia rumo harmonizao internacional
das normas contbeis, adotando o modelo do In-
ternational Accounting Standards Committee(IASC
Comit Internacional de Normas Contbeis), de
inspirao Anglo.
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Teoria da Contabilidade
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Comparao das duas escolas.
Algumas razes da Queda da Escola Europeia(especificamente, a italiana)
Algumas razes da Ascenso da Escola Norte-Americana
1. Excessivo Culto Personalidade:grandes mestresda Contabilidade ganharam tanta notoriedade quepassaram a ser vistos como orculos da verdade
contbil.
1. nfase ao Usurio da Informao Contbil:a Contabilidade apresentada como algo tilpara a tomada de decises, evitando-se endeusar
demasiadamente a contabilidade; atender aosusurios o grande objetivo.
2. nfase a uma Contabilidade Terica:as mentesprivilegiadas produziam trabalhos excessivamentetericos, apenas pelo gosto de serem tericos,difundindo-se ideias com pouca aplicao prtica.
2. nfase Contabilidade Aplicada:principalmente, Contabilidade Gerencial. Ao contrrio dos europeus,no havia uma preocupao com a teoria das contasou com querer provar que a Contabilidade umacincia.
3. Pouca Importncia Auditoria:principalmentena legislao italiana, o grau de confiabilidade e a
importncia da auditagem no eram enfatizados.
3. Bastante Importncia Auditoria:como heranados ingleses e transparncia para os investidoresdas Sociedades Annimas (e outros usurios) nosrelatrios contbeis, a auditoria muito enfatizada.
4. Queda do nvel das principais faculdades:principalmente as faculdades italianas, superpovoadasde alunos.
4. Universidades em busca de qualidade:grandesquantias para as pesquisas no campo contbil, oprofessor em dedicao exclusiva e o aluno emperodo integral valorizam o ensino nos EstadosUnidos.
1.7 Resumo do Captulo
Saiba maisSaiba mais
Entidades contbeisAs entidades mais atuantes no campo contbil tm sido, tradicionalmente, o Conselho Federal de Contabilidade (CFC),o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e a Comisso de Valores Mobilirios (CVM). A partir de2007, com a promulgao da Lei n 11.638, que veio alterar em alguns aspectos a Lei n 6.404/1976, a Lei das Socieda-des por Aes, foi constitudo o Comit de Pronunciamentos Contbeis (CPC).
Neste captulo, voc foi conduzido(a) reflexo sobre as origens e histria da Contabilidade. Co-
nheceu que as origens esto registradas desde o surgimento da humanidade, possibilitando atender s
necessidades de controlar e medir as riquezas possudas pelo homem.
Aprendeu que se registram os antecedentes da Contabilidade, atravs da histria, desde a Anti-
guidade dos povos. Viu como a arte da escrita e a aritmtica conduziram Contabilidade como cincia.
Foi a partir do perodo pr-cientfico, com o Mtodo das Partidas Dobradas, criado pelo Frei Luca
Pacioli, que o uso da Contabilidade ganhou impulso, surgindo as escolas e doutrinas contbeis.
A partir desse perodo, a Contabilidade dominada pela Escola Europeia, tambm denominadaItaliana, at sua queda, com a ascenso da escola Norte-Americana.
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1. Pode-se dizer que Pacioli o criador do mtodo das partidas dobradas?
2. Quais as vantagens da Escola Contbil Norte-Americana em relao Europeia?
1.8 Atividades Propostas
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Frequentemente, estamos tomando deci-
ses: a que hora iremos levantar, que roupa ire-
mos vestir, qual tipo de comida iremos almoar,a que programa iremos assistir, qual trabalho ire-
mos desenvolver durante o dia etc. Algumas ve-
zes, so decises importantssimas: o casamento,
a carreira que escolhemos, a aquisio de casa
prpria, para exemplificar.
Dentro de uma empresa, a situao no
diferente. Frequentemente, os responsveis pela
administrao esto tomando decises, quase
todas importantes, vitais para o sucesso do ne-
gcio. Por isso, h necessidade de dados, de in-
formaes corretas, de subsdios que contribuam
para uma boa tomada de deciso. Decises tais
como comprar ou alugar uma mquina, preo
de um produto, contrair uma dvida em longo ou
curto prazo, quanto de dvida contrairemos, que
quantidade de material para estoque deveremos
comprar, reduzir custos, produzir mais etc.
A contabilidade o grande instrumento
que auxilia a administrao a tomar decises. Na
verdade, ela coleta todos os dados econmicos,
mensurando-os monetariamente, registrando-
-os e sumarizando-os em forma de relatrios ou
de comunicados, que contribuem sobremaneira
para a tomada de decises.
Observamos, com certa frequncia, que
vrias empresas, principalmente as pequenas,
tm falido ou enfrentam srios problemas de so-
brevivncia. Ouvimos empresrios que criticama carga tributria, os encargos sociais, a falta de
recursos, os juros altos etc., fatores esses que,
sem dvida, contribuem para debilitar a empresa.
Entretanto, descendo a fundo nas nossas investi-
gaes, constatamos que, muitas vezes, a clulacancerosa no repousa naquelas crticas, mas na
m gerncia, nas decises tomadas sem respaldo,
sem dados confiveis. Por fim, observamos, nes-
ses casos, uma contabilidade irreal, distorcida, em
consequncia de ter sido elaborada nica e exclu-
sivamente para atender s exigncias fiscais.
Vivemos um momento em que aplicaros recursos escassos disponveis com a mximaeficincia tornou-se, dadas as dificuldades eco-
nmicas (concorrncia, globalizao etc.), umatarefa nada fcil. A experincia e o feelingdo ad-ministrador no so mais fatores decisivos noquadro atual; exige-se um elenco de informaesreais, que norteiem tais decises. E essas informa-es esto nos relatrios elaborados pela Conta-bilidade.
Tomada de Deciso Fora dos Limites da
Empresa
Evidentemente, o processo decisrio de-
corrente das informaes apuradas pela Contabi-
lidade no se restringe apenas aos limites da em-
presa, aos administradores e gerentes (usurios
internos), mas tambm a outros segmentos, quais
sejam: usurios externos.
Investidores: atravs dos relatrioscontbeis que se identifica a situao
econmico-financeira da empresa; des-
2.1 A Tomada de Deciso
CONTABILIDADE E CONTADOR2
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sa forma, o investidor tem mo os ele-
mentos necessrios para decidir sobre
as melhores alternativas de investimen-
tos. Os relatrios evidenciam a capaci-
dade da empresa em gerar lucros e ou-
tras informaes;
Fornecedores de bens e servios acrdito: usam os relatrios para anali-sar a capacidade de pagamento da em-
presa compradora;
Bancos: utilizam os relatrios paraaprovar emprstimos, limite de crdito
etc.;
Governo:no s usa os relatrios com a
finalidade de arrecadao de impostos,
como tambm para dados estatsticos,
no sentido de melhor redimensionar a
economia (Instituto Brasileiro de Geo-
grafia e Estatstica IBGE, por exemplo);
Sindicatos: utilizam os relatrios para
determinar a produtividade do setor,fator preponderante para reajuste de
salrios;
Outros interessados: funcionrios(este, usurio interno), rgos de clas-
ses, pessoas e diversos institutos, como
a CVM, o Conselho Regional de Conta-
bilidade (CRC) etc.
Diante de um leque diversificado de ativi-
dades, podemos dizer que a tarefa bsica do Con-
tador produzir e/ou gerenciar informaes teis
aos usurios da Contabilidade para a tomada de
decises. Ressalte-se, entretanto, que, em nosso
pas, em alguns segmentos da nossa economia,principalmente na pequena empresa, a funo
do contador foi distorcida (infelizmente), estando
voltada quase exclusivamente para satisfazer as
exigncias do Fisco.
REAS DE ATUAO DO CONTADOR
Coleta de Dados
Registro dos Dados e Processamento
Relatrios
Usurios (tomada de deciso): Administrao
Investidores
Bancos
Governo
Outros Interessados
2.2 A Funo do Contador
2.3 A Contabilidade como Profisso
A Contabilidade uma das reas que maisproporcionam oportunidades para o profissional.O estudante que optou por um curso superior deContabilidade ter inmeras alternativas, entre asquais, citaremos as seguintes:
Contabilidade Financeira: a con-tabilidade geral, necessria a todas as
empresas. Fornece informaes bsicas
aos seus usurios e obrigatria, con-
forme a legislao comercial;
Contabilidade de Custos:est voltadapara o clculo, interpretao e controle
dos custos dos bens fabricados ou co-
mercializados ou dos servios presta-
dos pela empresa;
AtenoAteno
CONTADOR: o profissional que exerce as fun-es contbeis, com formao superior de ensinoContbil (Bacharel em Cincias Contbeis).
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Teoria da Contabilidade
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Contabilidade Gerencial:voltada parafins internos, procura suprir os gerentes
de um elenco maior de informaes,
exclusivamente para a tomada de de-
cises. Diferencia-se das contabilidades
j abordadas, pois no se prende aos
Princpios Fundamentais da Contabili-dade. O profissional que exerce a Con-
tabilidade Gerencial tambm conhe-
cido como Controller;
Auditor Independente: o profissio-nal que no empregado da empresa
em que est realizando o trabalho de
Auditoria. um profissional liberal, em-
bora possa estar vinculado a uma em-
presa de Auditoria. O registro definitivo
de Auditor Independente conferido
ao Contador que estiver registrado no
CRC e tiver exercido atividade de Au-
ditoria por perodo no inferior a cinco
anos (podendo ser reduzido para trs
anos, aps concluso do curso de es-
pecializao em Auditoria Contbil, em
nvel de ps-graduao, reconhecido
pelo Conselho Federal de Educao);
Auditor Interno: o Auditor que empregado (ou dependente econmi-
co), preocupado principalmente com oControle Interno da empresa;
Analista Financeiro:analisa a situao
econmico-financeira da empresa, por
meio de relatrios fornecidos pela Con-
tabilidade. A anlise pode ter os mais
diversos fins: medida de desempenho,
concesso de crdito, investimentos
etc.;
Perito Contbil: a percia contbil motivada por questo judicial, solici-
tada pela justia. O contador far uma
verificao na exatido dos registros
contbeis e em outros aspectos, da a
designao Perito Contbil;
Consultor Contbil: a consultoria, emfranco desenvolvimento em nosso pas,
no se restringe especificamente par-
te contbil e financeira, mas tambm e aqui houve um grande avano da
profisso consultoria fiscal (Imposto
de Renda, IPI, ICMS e outros), na rea de
processamento de dados comrcio ex-
terior etc.;
Professor de Contabilidade:exerce omagistrio de 2 grau ou de faculdade
(nesse caso, h necessidade de ps-gra-
duao), no s na rea Contbil, comotambm em cursos de Cincias Econ-
micas e de Administrao;
Pesquisador Contbil: para aquelesque optaram pela carreira universitria e
que normalmente dedicam um perodo
maior universidade, h um campo pou-
co explorado no Brasil, ou seja, a inves-
tigao cientfica na Contabilidade. Na
Faculdade de Economia, Administraoe Contabilidade da Universidade de So
Paulo (USP), atravs do Departamento
de Contabilidade (no qual h os cursos
de Mestrado e de Doutorado em Conta-
bilidade) e da Fundao Instituto de Pes-
quisas Contbeis, Atuariais e Financeiras
(FIPECAFI), temos observado o desenvol-
vimento de pesquisas contbeis;
Cargos Pblicos: em muitos concur-sos, tais como para Fiscal de Renda, tan-
to na rea Federal quanto na Estadual e
na Municipal, tem havido grande con-
tingente de contadores aprovados;
Cargos Administrativos: observamos,ainda, contadores que exercem cargosde assessoria, elevados postos de che-fia, de gerncia e, at mesmo, de dire-toria, com relativo sucesso. O contador
um profissional gabaritado para taiscargos, pois, no exerccio de sua ativi-dade, entra em contato com todos os
AtenoAteno
AUDITOR: auditoria o exame, a verificao daexatido dos procedimentos contbeis.
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setores da empresa. comum afirmar--se que o elemento que mais conhecea empresa o contador. Por fim, aindaencontramos contadores que exercema funo de executivos.
Outras reas ainda ocupadas pelo Conta-dor: Investigador de Fraude, Escritor, Parecerista,
Avaliador de Empresas, Conselheiro Fiscal, Media-
o e Arbitragemetc.Quais outras profisses tm um leque to
grande de alternativas quanto a profisso contbil?
Pense a respeito!
DicionrioDicionrio
Arbitragem: a arbitragem, h dcadas utilizada nospases desenvolvidos, regulamentada no Brasilpela Lei n 9.307/1996, a chamada Lei da Arbitra-gem, e vem sendo reconhecida como o mtodomais eficiente de resoluo de conflitos, contri-
buindo para o descongestionamento do PoderJudicirio.
Fonte: www.camaradomercado.com.br/arbitragem.asp
a) Planejador Tributrio: orientador dos
processos tributrios/ICMS/IR e outros,
bem como Especialista nas Fuses, In-
corporaes e Cises;
b) Analista Financeiro: analista de crdito,
desempenho, mercado de capitais, in-
vestimento, custos;
c) Contador Geral: poder se especializarem Contabilidade rural, hospitalar, fis-
cal, imobiliria, hotelaria, industrial, se-
curitria, de condomnio, de empresas
transportadoras, bancria, pblica, de
empresas sem fins lucrativos, de empre-
sas de turismo, de empresas minerado-
ras, cooperativas;
d) Cargos Administrativos: rea financeira,
comrcio exterior, Chef Information Offi-cer(CIO), executivo, logstica;
e) Auditor Interno: auditor de sistema, au-
ditoria de gesto, controle interno;
f) Contador de Custo: custos de empresa
prestadora de servios, custos indus-
triais, anlise de custos, oramentos,
custos de servio pblico;
g) Contador Gerencial: controladoria, con-tabilidade internacional, contabilidade
ambiental, contabilidade estratgica,
controladoria estratgica, balano so-
cial;
h) Aturio: contador que se especializa em
previdncia privada, pblica e seguros.
a) Auditor Independente: especializao
em sistemas, tributos, custos;
b) Consultor: expert em avaliao de em-
presa, tributos, comrcio exterior, infor-
mtica, sistemas, custos, controladoria,
qualidade total, planejamento estrat-
gico, oramento;
2.4 Viso Geral da Profisso Contbil
CONTADOR
NA EMPRESA
INDEPENDENTE
(AUTNOMO)
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c) Empresrio Contbil: escritrio de con-
tabilidade, despachante (servios fis-
cal, departamento de pessoal etc.), cen-
tro de treinamento;
d) Perito Contbil: percia contbil, judi-
cial, fiscal, extrajudicial;
e) nvestigador de Fraude: detecta o ladopodre da empresa. Empresas na Euro-
pa e Estados Unidos contratam, s ve-
zes, at semestralmente esses servios.
a) Professor: cursos tcnicos, cursos espe-
ciais (In Company, concursos pblicos
etc.), carreira acadmica (mestre, dou-
tor etc.);
b) Pesquisador: pesquisa autnoma (FA-
PES, CNPq, empresas etc.), fundao de
pesquisa (FIPECAFI, FIA, FIPE etc.), pes-
quisas para sindicatos, instituies de
ensino, rgos de classe;c) Escritor: h revistas/boletins que remu-
neram os escassos escritores contbeis.
Livros didticos e tcnicos, articulista
contbil/financeiro/tributrio para jor-
nais, reviso de livros;
d) Parecerista: docente e pesquisador com
currculo notvel. Parecer sobre: laudo
pericial, causa judicial, envolvendo em-
presas, avaliao de empresas, ques-
tes contbeis;
e) Conferencista: palestra em universida-
des, empresas, convenes, congressos.
a) Contador Pblico: gerenciar as finanas
dos rgos pblicos;
b) Agente Fiscal de Renda: agente fiscal de
Municpios, Estado e Unio;c) Diversos Concursos Pblicos: controla-
dor de arrecadao, contador do Minis-
trio Pblico da Unio, fiscal do Minist-
rio Pblico da Unio, fiscal do Ministrio
do Trabalho, Banco Central, analista de
finanas e controle etc.;
d) Tribunal de Contas: controladoria, fis-
calizao, parecerista, analista contbil,
auditoria pblica, contabilidade ora-mentria;
e) Oficial Contador: policial militar, exrci-
to, contador e auditor com a patente de
general de diviso.
2.5 A Contabilidade em outros Cursos
NO ENSINO
RGO PBLICO
Entretanto, no so apenas os cursos de Eco-nomia e de Administrao de Empresas que tmem seus currculos as disciplinas de Contabilidade.Na Faculdade de Direito para os estudantes que seespecializam em Direito Comercial , ministra-se adisciplina Contabilidade Empresarial; na Faculdadede Higiene e Sade, observamos a disciplina CustosHospitalares; na Faculdade de Comunicao, do-
-se noes de Contabilidade para que o futuro pro-fissional possa interpretar melhor a situao econ-mico-financeira das empresas; alunos do curso de
Saiba maisSaiba mais
reas afins Contabilidade, como Economia e Ad-ministrao de Empresas, utilizam com muita frequ-ncia a Contabilidade. Poderamos dizer que essasduas cincias esto intimamente ligadas Conta-bilidade, que lhes expe quantitativa e qualitativa-mente os dados econmicos.
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Estatstica j fazem optativamente Contabilidade,para melhor aplicar aquela disciplina aos dadoseconmicos dentro da empresa; em diversas espe-cificaes dos cursos de Engenharia, principalmen-te aquelas ligadas diretamente indstria, j se mi-nistra a Contabilidade; cursos de Processamento deDados (Computao) incorporaram disciplinas de
Contabilidade; cursos de Educao Fsica tambm
a utilizam, quando o estudante se especializa emAdministrao Esportiva; por fim, na grande maio-ria das profisses liberais, em que o profissional irdesenvolver atividade em seu prprio escritrio ouconsultrio (mdico, dentista, advogado etc.), sonecessrios conhecimentos, mesmo que elemen-tares, de Contabilidade.
Neste captulo, voc foi levado(a) reflexo sobre a importncia da Contabilidade e a funo do
Contador para a tomada de decises nas organizaes empresariais.
Voc compreendeu que Contabilidade uma das reas que mais proporcionam oportunidades
para o profissional, pois oferece diversas alternativas de atuao profissional para os egressos dos cursosde Bacharelado em Cincias Contbeis.
Compreendeu que outros cursos recebem a contribuio da Contabilidade na formao.
2.6 Resumo do Captulo
2.7 Atividades Propostas
1. Qual a tarefa bsica do contador?
2. Trace algumas diferenas entre a Contabilidade Financeira (Geral), a Contabilidade de Custos e
a Contabilidade Gerencial.
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Neste captulo, voc deve aprender que o
objetivo da Contabilidade pode ser estabelecido
como sendo o de fornecer informao estrutu-radade natureza econmica, financeira e, subsi-diariamente, fsica, de produtividade e social, aos
usurios internos e externos entidade objeto da
Contabilidade.
Inicie, agora, a leitura!
A informao, os Relatrios e os Usurios
Assim, as operaes da entidade qual se
est aplicando a Contabilidade so estudadas mi-
nuciosamente, sendo ento desenhado o Planoe
Manual de Contas, para contabilizao sistem-tica das operaes rotineiras da entidade, ao mes-
mo tempo que so delineados os principais tipos
de relatrios (demonstraes) que devem sair do
processo contbil.
Esses relatrios devem atender s necessi-
dades:
1. Dos usurios externos (bancos, even-
tuais investidores etc.);2. Dos usurios internos entidade.
Para os usurios externos, temos as tradi-
cionais demonstraes contbeis, como o Balan-
o Patrimonial (posio das contas num determi-
nado momento), Demonstrao de Resultado do
Exerccio (uma demonstrao de fluxos econmi-
cos), Demonstrao de Origens e Aplicaes de
Recursos ou, mais recentemente, Fluxo de Caixa(demonstraes de fluxos financeiros) e outras.
Essas demonstraes sero estudadas no
curso de cincias contbeis.
Usurios Internos
J para os usurios internos entidade, in-
teressam, alm das demonstraes citadas que,
como ponto de partida, tambm subsidiam ostomadores internos de decises, outros tipos de
relatrios que aliem conceitos e informaes de-
rivantes do sistema de Contabilidade Financeira
(geral) que produz os relatrios tradicionais a
outros derivantes da Contabilidade de Custos, da
administrao financeira, da administrao da
produo e outras disciplinas que apresentem
conceitos importantes para tomada de decises.
Nem sempre tais tipos de relatrios podemser includos no sistema contbil de forma rotinei-
ra e repetitivamente. Incluem-se, entre tais tipos
de relatrios:
1. Comparaes entre custos orados (ou
padro) e reais;
2. Relatrio para decises especiais do
tipo:
a) Fabricar versusadquirir;
b) Oramento de capital;
OBJETIVOS DA CONTABILIDADEE UTILIZAO DA INFORMAO
CONTBIL
3
DicionrioDicionrio
Informao estruturada: significa que a Contabilida-de no fornece dados e informaes de forma dis-persa e apenas seguindo as solicitaes imediatasdos interessados, mas sim que o faz de maneira es-truturada, dentro de um esquema de planejamentocontbil, em que um sistema de informao de-senhado, colocado em funcionamento e periodica-mente revisto, tendo em vista parmetros prprios.
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c) Expanso da fbrica;
d) Criao de divises;
e) Relatrios sobre mixde produtos e
servios etc.
Em maior ou menor grau, tais tipos de rela-
trios devero utilizar outros conceitos, alm dos
Princpios Fundamentais de Contabilidade, tais
como: custos de oportunidade, taxas de juros ede desconto, custos de reposio, custos imputa-
dos e econmicos, noes e clculos de risco eco-
nmico e financeiro e outros.
Sistema Avanado
De maneira geral, pode-se dizer que um
sistema de informao contbil ser to avana-
do quanto mais for capaz de produzir todos os
relatrios gerenciais (alm dos tradicionais), da
forma mais automtica e repetitiva possvel, como menor grau de trabalho adicional por parte do
Contador. Nesse caso, tem-se um sistema contbil
que atende s decises de natureza operacional,
ttica e, no limite, estratgica.
A informao contbil utilizada por uma
vasta gama de pessoas e entidades com as mais
variadas finalidades.
Assim, os eventuais compradores de aes
ou debntures (ttulos de longo prazo com garan-
tias, emitidos por empresas para solicitar emprsti-
mo ao pblico em geral, pagando juros peridicos
e concedendo amortizaes regulares, classificados
no exigvel em longo prazo) da entidade (se for
de capital aberto) procuram extrair informaes
para sua deciso sobre se vale a pena ou no
investir na empresa; bancos emprestadores de
dinheiro esto interessados em avaliar se a enti-
dade oferece boas perspectivas de retorno para
seus emprstimos e financiamentos; o governo,
em seus vrios nveis, est interessado na infor-
mao contbil como base de imposio fiscal e
para estudos macroeconmicos; os empregados
da entidade procuram extrair informaes sobre
a capacidade da entidade de pagar maiores sal-
rios e benefcios; macroeconomistas e analistas fi-
nanceiros esto interessados nas agregaes con-
tbeis para extrair agregados financeiros (vendaspor setor, liquidez etc.), mas ningum estar to
vitalmente (vigor) interessado quanto o tomador
de deciso interno entidade.
Para ele, as informaes contbeis estrutu-
radas, fidedignas, tempestivas (no tempo) e com-
pletas podem ser a diferena entre o sucesso e o
fracasso.
3.1 Utilizao da Informao Contbil e Campo de Atuao da Contabilidade
O campo de atuao da Contabilidade, na
verdade, seu objeto, o patrimnio de toda e
qualquer entidade; ela acompanha a evoluo
qualitativa e quantitativa desse patrimnio.
importante salientar que entidade, para a
Contabilidade, pode ser pessoa jurdica ou fsica. O
acompanhamento das variaes do patrimnio de
uma grande sociedade por aes de capital aber-
to merece interesse por parte da Contabilidade,
da mesma forma que o patrimnio individual de
um de seus scios. A entidade pode ser privada ou
pblica, de finalidade lucrativa ou no. A entidade
pode ser, em certas circunstncias, contabilmente,
uma consolidao de patrimnios de outras en-tidades individuais, bem como uma diviso (uma
parte) de uma ou outra entidade multidivisional.
3.2 Patrimnio da Entidade
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Assim, esquematicamente, temos:
Campo de Atuao da Contabilida-de:toda entidade que exera atividadeeconmica como meio ou fim;
Objeto da Contabilidade: o patrim-
nio de tais entidades, sejam elas pes-soas fsicas ou jurdicas, seja esse patri-
mnio resultante da consolidao de
patrimnio de outras entidades distin-
tas ou da subdiviso do patrimnio de
uma entidade em parcelas menores,
que meream ser acompanhadas em
suas mutaes e variaes.
3.3 Finalidade Social do Contador
3.4 Resumo do Captulo
Saiba maisSaiba mais
Se voc desejar, aprofunde os contedos estuda-dos neste captulo consultando o CPC 0 Estrutura
Conceitual Bsica da Contabilidade.Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf
A Contabilidade o melhor reprter e intr-
prete desse desempenho, pois verifica o volume
dos (e se necessrio quais) produtos ou servios
que a entidade repassou sociedade, se o fez a
preos razoveis, com boa qualidade, como a
entidade amalgamou (combinou/entrelaou) osfatores de produo, se pagou salrios competiti-
vos, se efetuou programas de treinamento de sua
fora de trabalho e se, aps ter feito todos esses
pagamentos, inclusive de impostos, ainda foi ca-
paz de gerar margem para seus acionistas e parareinvestir dentro da prpria entidade, se moder-
na e competitiva etc.
Assim, verifica-se que a Contabilidade tem
uma funo social muito relevante, independen-
temente de a entidade praticar a chamada Con-
tabilidade Social (ou Balano Social), em que essa
importncia fica mais caracterizada, pois, nesse
caso, alm das demonstraes contbeis tradicio-
nais, a entidade fornece outras especficas.
AtenoAteno
No que se refere Contabilidade Geral ou Finan-ceira, o trabalho do contador tem alcance socialem termos amplos, alm do estritamente econ-mico. Afinal, informando sociedade quo bem
(ou mal) certa entidade utiliza os recursos confe-ridos pelos scios ou pelo povo, exerce um papelde grande relevncia nessa mesma sociedade.
Neste captulo, voc foi conduzido(a) reflexo sobre os objetivos da contabilidade e a utilizao
da informao contbil.
Viu assuntos relacionados informao, aos relatrios e aos usurios internos e como criado o
Plano e Manual de Contas para contabilizao sistemtica das operaes rotineiras da entidade.Tambm aprendeu que o Patrimnio o campo de atuao da Contabilidade e compreendeu que
a finalidade social do contador fornecer informaes corretas sociedade.
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1. A Contabilidade poderia ter como objeto uma pessoa fsica? Explique.
2. Qual a finalidade social do Contador?
3.5 Atividades Propostas
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Neste captulo, voc deve compreender
que o objetivo principal da contabilidade prover
seus usurios de informaes teis para a tomada
de deciso. Em outras palavras, a funo principal
da contabilidade reside em ser instrumento til
para a tomada de decises pelo usurio, tendo
em vista a entidade.Tambm vamos compreender que as infor-
maes geradas pela contabilidade so apresen-
tadas aos usurios em forma de resumos ordena-
dos, peridicos...
A informao contbil, como todo bem eco-
nmico, tem um custo e esse custo deve ser sem-
pre comparado com os benefcios esperados da
informao.
Em ltima anlise, o benefcio esperado de
um sistema de informao o valor presente dos
lucros adicionais (ou fluxos de caixa), que no se-riam obtidos caso aquele particular sistema de
informao no tivesse sido adotado ou no es-
tivesse disponvel.
Inicie, agora, a leitura!
4.1 Informao Econmica
QUALIDADE E CARACTERSTICA DAINFORMAO CONTBIL: O PRODUTO
FINAL DA CONTABILIDADE
4
Frequentemente (na verdade, quase sem-
pre), no to fcil mensurar tais custos e bene-
fcios, embora exista um ramo da Economia (a In-
formation Economics) que considera a informao
um produto qualquer, que tem seu preo e custo.
As aplicaes contbeis de tais conceitos
no tm sido to abundantes e as que existem
so elaboradas em situaes de empresa bem
simplificadas. Assim, embora a conscincia dacomparao entre custo e benefcio de uma infor-
mao (ou de um sistema) ou de uma informao
adicional sempre deve estar presente na mente
do gerente, mensurar tais variveis difcil.
O melhor que se pode fazer em muitas si-
tuaes prticas confiar na experincia, no
bom-senso, nos exemplos de outras empresas e,
acima de tudo, tentar estabelecer relacionamen-
tos entre casos de empresas muito bem-sucedi-
das (no longo prazo) e o grau de complexidade
e originalidade de seus sistemas de informao.
Saiba maisSaiba mais
Se voc desejar, aprofunde os contedos estuda-dos neste captulo consultando o CPC 0 EstruturaConceitual Bsica da Contabilidade.
Fonte: www.cpc.org.br/pdf/pronunciamento_conceitual.pdf
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Sem negar a eventualidade de uma desco-
berta extremamente original, deve-se sempre se
guiar pelo que a mdia das empresas bem-suce-didas e inteligentes est fazendo, desconfiando
sempre daquela forma nica e absolutamente
original de bolar (arquitetar, conceber) o siste-
ma de informao que ningum pensou ou usou
imaginar antes.
claro, todavia, que empresas diferentes e
gerentes diferentes sabem lidar de formas diver-
sas com o mesmo sistema de informao, utili-
zando com maior ou menor grau de eficincia onvel e a qualidade da informao existente.
Alguns tomadores de deciso sabem tirar
leite de pedra de informaes simples, ao passo
que outros nem tomam conhecimento de siste-
mas mais complexos. Para esses ltimos, a infor-mao quase ter somente custo e nenhum be-
nefcio.
Uma das formas de avaliar a qualidade da
informao contbil e, portanto, sua utilidade
(benefcio), quando comparada ao custo, ana-
lisar algumas qualidades ou caractersticasquedeve possuir, tais como: compreensibilidade, rele-
vncia, confiabilidade e comparabilidade.
Pense a respeito!A anlise Custo x Benefcio fundamental em
termos de elaborao dos Relatrios Contbeis.
4.2 Custos versusBenefcios
4.3 Compreensibilidade
4.4 Relevncia
Fcil de entender!
A informao contbil precisa ser com-preensiva, isto , completa, e retratar todos os
aspectos contbeis de determinada operao ou
conjunto de eventos ou operaes. No se de-
vem compensar crditos com dbitos ou direitos
e obrigaes. Todos os aspectos de uma operao
que afeta o patrimnio precisam ser levados em
conta. o caso da elaborao da demonstraode origem e aplicao de recursos (ou de caixa),
que deveria evidenciar recursos e aplicaes sem
compensaes, por levantamento direto das ope-
raes e no por diferenas de saldos de balano,
em princpio.
A fim de ser til, a informao precisa ser re-
levante para as necessidades de tomada de deci-
ses dos usurios. A informao possui a qualida-
de da relevncia quando ela influencia as decises
econmicas dos usurios, ajudando-os a avaliar
eventos passados, presentes ou futuros ou confir-
mando ou corrigindo suas avaliaes passadas.
Saiba maisSaiba mais
Segundo o trabalho do IASC intitulado Frameworkfor the Preparation of Financial Statements (estrutura
para a preparao do relatrio financeiro), a relevn-cia uma das caractersticas ou qualidades mais im-portantes da informao contbil.
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Ainda, o IASC (1989) afirma que
os papis preditivo (dito ou citado an-teriormente) e confirmatrio das infor-maes esto inter-relacionados. Porexemplo, informao sobre o nvel atuale sobre a estrutura dos ativos mantidos
pela entidade somente tem valor para ousurio quando ele tenta prever a habili-dade que a empresa tem de aproveitar asoportunidades e tambm sua habilidadeem reagir a situaes adversas. A mesmainformao exerce um papel confirma-trio com relao a previses como, porexemplo, a forma pela qual a empresaseria estruturada ou o resultado das ope-raes planejadas.
A informao sobre a posio financeira e o
desempenho do passado frequentemente utiliza-
da, segundo aquele documento do IASC, como base
para prever a situao financeira e o desempenho
futuro, bem como outros assuntos sobre quais os
usurios esto diretamente interessados, tais como
pagamentos de salrios e de dividendos, movimen-
taes e flutuaes de preos de aes e ttulos e a
habilidade da empresa em honrar suas obrigaes
medida que vo vencendo.
A fim de que tenha valor preditivo, a infor-mao no precisa, necessariamente, estar co-
locada na forma de previso explcita (de forma
clara).
A habilidade de efetuar previses a partir
das demonstraes contbeis realada, entre-
tanto, pela forma de evidenciar informaes so-
bre transaes passadas.
Caro(a) aluno(a), voc sabia que o valor pre-
ditivo da demonstrao de resultados realadose itens no usuais, anormais e no recorrentes
de renda (receita) ou despesa forem evidenciados
separadamente.
Voc concorda com esse exemplo?
4.5 Confiabilidade
Para que seja til, a informao tambm
precisa ser confivel. A informao possui a quali-
dade da confiabilidade quando est livre de erros
materiais e vcios e pode ser aceita pelos usurios
como representando fielmente o que est desti-
nada a representar ou que poderia razoavelmen-
te se esperar que representasse.
A informao pode ser relevante, mas to
inafianvel (no afianvel responsabilidade,garantia), pela sua natureza ou pela sua exterio-
rizao (manifestar, externar), que seu reconhe-
cimento pode ser potencialmente enganoso. Por
exemplo, se a validade e o total de uma indeni-
zao por danos numa ao judicial esto sendo
discutidos, pode ser inapropriado para a empresa
reconhecer o valor total da ao no balano, em-
bora possa ser apropriado evidenciar a dimenso
e as circunstncias da disputa.Faa uma reflexo sobre a confiabilidade e a
tica do Contador!
Viso Verdadeira e Apropriada
O CPC 0 Estrutura Conceitual Bsica define:
Demonstraes contbeis so freqen-temente descritas como apresentandouma viso verdadeira e apropriada (trueand fair view) da posio patrimonial e
financeira, do desempenho e das muta-es na posio financeira de uma enti-dade. Embora esta Estrutura Conceitualno trate diretamente de tais conceitos,a aplicao das principais caractersticasqualitativas e de normas e prticas decontabilidade apropriadas normalmenteresultam em demonstraes contbeisque refletem aquilo que geralmente seentende como apresentao verdadeirae apropriada das referidas informaes.(CPC, 2008, p. 3).
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Os usurios precisam ter condies de com-
parar as demonstraes contbeis de uma enti-
dade atravs dos anos, a fim de identificar ten-dncias em sua situao patrimonial e financeira
e em seu desempenho.
Os usurios tambm precisam ter condi-
es de comparar as demonstraes contbeis de
diferentes entidades, a fim de avaliar sua situaopatrimonial e financeira em termos comparati-
vos, seu desempenho e as mudanas na situao
financeira.
4.6 Comparabilidade
4.7 A Importncia da Comparao
4.8 Polticas Contbeis
Assim, a mensurao e a evidenciao dos
efeitos financeiros de transaes semelhantes e
outros eventos precisam ser efetuadas de forma
consistente por uma entidade atravs do tempo
e tambm por diferentes entidades ao mesmo
tempo.
AtenoAteno
Uma importante implicao da caracterstica qua-litativa da comparabilidade que os usurios pre-cisam ser informados sobre as polticas contbeisutilizadas na preparao das demonstraes con-tbeis, sobre quaisquer variaes nas polticas e osefeitos de tais mudanas.
Os usurios precisam ter condies de iden-
tificar diferenas entre as polticas contbeis para
transaes semelhantes utilizadas pela mesma
entidade de um perodo para outro e tambm
por diferentes entidades ao mesmo tempo. A
adequao aos padres contbeis nacionais e
internacionais, incluindo a evidenciao das po-lticas contbeis utilizadas pela entidade, ajuda a
conseguir a comparabilidade.
A necessidade de comparabilidade no de-
veria ser confundida com mera uniformidade e no
deveria ser um impedimento para a introduo de
padres contbeis aperfeioados. No apropria-
do para uma empresa continuar a contabilizar da
mesma forma uma determinada transao se a
poltica adotada no se mantm aderente s condi-es de relevnciae confiabilidade.
tambm inapropriado para uma entidade
deixar intocveis suas prticas contbeis quando
existirem alternativas mais relevantes e confi-
veis.
Pelo fato de os usurios quererem comparar
a situao patrimonial, o desempenho e as mu-
danas na posio de uma entidade atravs dotempo, importante que as demonstraes con-
tbeis evidenciem a informao correspondente
para os perodos precedentes (ocorrer antes).
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Existem algumas variveis que restringem a
utilidade e a plena potencialidade das qualidades
da informao descritas. So a tempestividadeea relao custo/benefcio.
Pode-se afirmar que a relevncia, principal-
mente, afetada pela tempestividade, no sentido de
que muito pouco adianta ter informao relevante
e fidedigna se ela passou do ponto, ou melhor, da
hora.
No fcil saber, apriori, esse tempo certo.Depende do tipo de deciso e avaliao que est
sendo realizado em cada caso.
Para o analista econmico que gosta de
examinar balanos de vrias empresas, para ex-
trair tendncias setoriais ou valores de agregados
contbeis, como lucratividade sobre vendas, so-
bre patrimnio etc., no vai fazer diferena se ele
fizer essa anlise um dia aps a publicao dos
balanos ou dois meses depois.
4.9 Tempestividade
4.10 Intempestividade
DicionrioDicionrio
Tempestividade: oportunidade; que vem ou sucedeno tempo devido.
Entretanto, quase na mesma situao, se
um investidor estiver interessado na compra das
aes de uma determinada empresa, o timing(adaptao; acomodao; ajustamento) das pe-
as contbeis dessa empresa que ele vai utilizar
para assessor-lo na deciso tremendamente
importante, pois a situao da empresa em parti-
cular pode se alterar em curto prazo, invalidando
a informao intempestiva.
Mais dramtica ainda a importncia da
tempestividade nas decises gerenciais dentro
da empresa, visando s operaes e mesmo s
decises de longo prazo, em que informao es-
truturada e a semiestruturada so necessrias, naqualidade e no tempo certo.
J a relao custo/benefcio precisa estar
sempre presente na mente do planejador do sis-
tema contbil ao estabelecer o nvel de informa-
o que considerado timo.
DicionrioDicionrio
Intempestividade: fora do tempo prprio; inoportuno!
Saiba maisSaiba mais
Primazia da essncia sobre a forma
Para que a informao represente adequadamenteas transaes e outros eventos que ela se propea representar, necessrio que essas transaes eeventos sejam contabilizados e apresentados deacordo com a sua substncia e realidade econmi-ca e no meramente sua forma legal. A essncia dastransaes ou outros eventos nem sempre con-sistente com o que aparenta ser com base na suaforma legal ou artificialmente produzida. Por exem-plo, uma entidade pode vender um ativo a um ter-ceiro, de tal maneira que a documentao indiquea transferncia legal da propriedade a esse terceiro;entretanto, podero existir acordos que asseguremque a entidade continuar a usufruir os futuros be-nefcios econmicos gerados pelo ativo e o recom-prar depois de certo tempo, por um montante quese aproxima do valor original de venda, acrescidode juros de mercado durante esse perodo. Em taiscircunstncias, reportar a venda no representa-
ria adequadamente a transao formalizada (CPC,2008).
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Representao Adequada
A Estrutura Conceitual Bsica (CPC, 2008) define
que
para ser confivel, a informao deve re-
presentar adequadamente as transaese outros eventos que ela diz representar.Assim, por exemplo, o balano patrimo-nial numa determinada data deve repre-sentar adequadamente as transaes eoutros eventos que resultam em ativos,passivos e patrimnio lquido da entida-de e que atendam aos critrios de reco-nhecimento.
A maioria das informaes contbeis estsujeita a algum risco de ser menos doque uma representao fiel daquilo quese prope a retratar. Isso pode decorrer
de dificuldades inerentes identificaodas transaes ou outros eventos a seremavaliados ou identificao e aplicaode tcnicas de mensurao e apresenta-o que possam transmitir, adequada-mente, informaes que correspondama tais transaes e eventos. Em certos ca-sos, a mensurao dos efeitos financeirosdos itens pode ser to incerta que no apropriado o seu reconhecimento nasdemonstraes contbeis; por exemplo,embora muitas entidades gerem, inter-namente, gio decorrente de expectativade rentabilidade futura ao longo do tem-po (goodwill), usualmente difcil identi-ficar ou mensurar esse gio com confiabi-lidade. Em outros casos, entretanto, podeser relevante reconhecer itens e divulgaro risco de erro envolvendo o seu reco-
nhecimento e mensurao. (p. 12).
S que, se j difcil nos sistemas contbeis
isolar custos e receitas marginais, muito mais o
ser para o caso de valor da informao. Assim,valem muito mais as consideraes feitas alhures
(noutro lugar) de que o bom-senso e o que acon-
tece em organizaes comparveis nossa, con-
sideradas sofisticadas em matria de informao,
devem ser observados com cuidado.
No se pode esquecer de que o sistema de
informao um meio para o que essencial, que
o processo decisrio.O ideal seria dispor de um quadro de gerentes
to superdotados, to imaginativos, to previsores
do que ir ocorrer, que nenhum sistema de infor-
mao seria necessrio. claro que esses super-
-homens (ou mulheres) no existem, na realidade.
4.11 Tomada de Decises
4.12 Resumo do Captulo
Neste captulo, voc compreendeu que o objetivo principal da contabilidade prover seus usu-
rios de informaes te