Apostila Teologia Biblica de Missoes

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1 Introdução a Teologia Bíblica de Missões – I Dr. Samuel Ulisses Ementa: Estuda o modelo bíblico-reformado de missões. Inclui investigações sobre as pressuposições, natureza, princípios e métodos de comunicação do evangelho em outras culturas. Objetivos: 1. Destacar as bases do conceito Bíblico de Missão Integral como a linha mestra da Missiologia. 2. Apresentar a missão como um tema central e abrangente na Bíblia. 3. Despertar no aluno a capacidade de desenvolver uma compreensão e ação missiológica bíblico-reformada. 1. Prolegômenos Em primeiro lugar, devemos ter em mente do que estamos tratando nesta matéria; para isso observe as breves definições abaixo: 1.1 Definições: Animismo: Religião primitiva que atribui uma alma a todos os fenômenos naturais, presente nos rituais dos povos indígenas . Contextualização: Conjunto de circunstâncias que se levam em conta os acontecimentos atuais presentes nas culturas; tais como: fome, opressão, guerras, suborno, etc. , ou outras situações nas quais o missionário deve responder positivamente, apresentando uma proposta encarnacional do evangelho do reino. Choque Cultural: Conflito, Choque, oposição, luta, entre a cultura do missionário com a cultura do povo local. Cosmovisão: Lentes, pelas quais, enxerga-se o mundo ao redor . Etnia: Termo grego cujo significado é: Nação, Povo. Retrata um grupo de pessoas cuja unidade repousa na estrutura familiar, econômica e social comum, que falam uma mesma língua e possuem uma mesma cultura: costumes, crença, valores etc. Em Mateus 28.16, não se restringe apenas a etnia, mas amplia-se em seu conceito, revelando a dimensão sociocultural da vida humana. Etnocentrismo: Tendência de um indivíduo para valorizar sua cultura impondo-a. Costuma-se dizer que, ao arrumar a mala, o missionário leva consigo sua cultura junto, tendo a mesma mais valor do que a Bíblia. Igrejas Autóctones: Igrejas locais que possuem autonomia administrativa, litúrgica ,

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1Introdução a Teologia Bíblica de Missões – I

Dr. Samuel Ulisses

Ementa: Estuda o modelo bíblico-reformado de missões. Inclui investigações sobre as pressuposições, natureza, princípios e métodos de comunicação do evangelho em outras culturas. Objetivos:

1. Destacar as bases do conceito Bíblico de Missão Integral como a linha mestra da Missiologia.

2. Apresentar a missão como um tema central e abrangente na Bíblia. 3. Despertar no aluno a capacidade de desenvolver uma compreensão e ação

missiológica bíblico-reformada.

1. Prolegômenos Em primeiro lugar, devemos ter em mente do que estamos tratando nesta matéria;

para isso observe as breves definições abaixo:

1.1 Definições:

Animismo: Religião primitiva que atribui uma alma a todos os fenômenos naturais,

presente nos rituais dos povos indígenas .

Contextualização: Conjunto de circunstâncias que se levam em conta os acontecimentos

atuais presentes nas culturas; tais como: fome, opressão, guerras, suborno, etc. , ou outras

situações nas quais o missionário deve responder positivamente, apresentando uma

proposta encarnacional do evangelho do reino.

Choque Cultural: Conflito, Choque, oposição, luta, entre a cultura do missionário com a

cultura do povo local.

Cosmovisão: Lentes, pelas quais, enxerga-se o mundo ao redor .

Etnia: Termo grego cujo significado é: Nação, Povo. Retrata um grupo de pessoas cuja

unidade repousa na estrutura familiar, econômica e social comum, que falam uma mesma

língua e possuem uma mesma cultura: costumes, crença, valores etc. Em Mateus 28.16,

não se restringe apenas a etnia, mas amplia-se em seu conceito, revelando a dimensão

sociocultural da vida humana.

Etnocentrismo: Tendência de um indivíduo para valorizar sua cultura impondo-a.

Costuma-se dizer que, ao arrumar a mala, o missionário leva consigo sua cultura junto,

tendo a mesma mais valor do que a Bíblia.

Igrejas Autóctones: Igrejas locais que possuem autonomia administrativa, litúrgica ,

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arquitetônica e andam com suas próprias pernas , são auto-governadas e auto-sustentadas e

auto-proclamadora.

Indigenização: Diz respeito às culturas tradicionais de uma etnia.

Janela 10x40: Conhecida também como “Cinturão da resistência”, estende – se do oeste

da África até o leste da Ásia. Assim denominada pela sua localização, partindo de dez

graus acima da linha do Equador. A maioria dos PNA’s residem neste retângulo

imaginário, denominado Janela 10x40, além de mulçumanos, indus, budistas e outras

religiões.

Línguas Ágrafes: Linguas que não possuem grafia .

MCI: O movimento de Crescimento da Igreja, refere-se a uma escola de pensamento

missiológico, cujo pai do movimento é Dr. Donald MacGavran, missionário na índia. Este

movimento tem sua origem na Índia e é fruto do contacto que Macgavren teve com as

pesquisas do bispo metodista chamado Waskom Pickett.

Missão: A palavra missão não se encontrar nas escrituras, seu conceito se deriva da

palavra grega αποστελλω, cujo significado é “enviar” , enfatizando o ato redentivo de

Deus, em Cristo, para alcançar os desgraçados pelo pecado , envolve o conceito

encarnacional de Jesus, como em Jo 1. Revela a intenção divina contida em Gn 1 / Ap. 21 ,

na qual descreve a preocupação universal de Deus em conceder a Jesus “ toda autoridade

... no céu e na terra” (Mt 28.18), para a execução do plano redentivo de Deus. Nesta

ocasião, Jesus envia seus discípulos, que em seu nome , rompem barreiras geográficas,

étnicas, ideológicas, sociais, culturais, religiosas e lingüísticas, levando ao mundo o

evangelho integral. Tendo todo o mundo como campo missionário , cumprindo Gn 12.3 /

Gl 3.29, reconhecendo como o Pai enviou o filho e como o Filho nos enviou (Jo 17.18).

Missionário: Servo do Senhor enviado para alcançar os não salvos, que se envolve em seu

chamado de forma integral, e cumpre seu chamado como missionário Cultural ou

Transcultural.

Missão Transcultural: Obra missionária desenvolvida além de suas fronteiras culturais.

Missão Integral: Crescimento simultâneo na : Comunhão, Ensino, acréscimo, serviço,

discipulado, treinamento, testemunho. Prevê enxergar o homem como um todo, como um

ser completo, com necessidades físicas e espirituais.

Missão Urbana: Obra missionária desenvolvida em cidades. Devido a explosão urbana

que vem sendo observada atualmente, urge a confecção de métodos e estratégias

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específicas, visando o alcançar nos grandes centros urbanos, nos parques industriais,

shopping’s , condomínios , favelas etc.

Missão Rural: Obra missionária desenvolvida no interior. Embora a TV venha

urbanizando o interior do país, ainda hoje, necessário se faz entender que o mundo rural

tem sua maneira de ser e entender os valores dos grandes centros urbanos, dentro de sua

cosmovisão que abarca lendas, mitos e sincretismos, exigindo uma metodologia distinta

dos centros urbanos.

Missio Dei: Missão do Trino Deus, que só Ele pode fazer. Na qual Deus usa também

elementos sagrados (sua Igreja) para cumprir seu objetivo.

Pesquisa de Campo: Levantamento feito, para se saber as características: sociais,

culturais, espirituais, políticas, financeiras, geográficas etc., do local, onde há interesse de

desenvolver uma ação missionária.

PNA’s: Povos não Alcançados, ou seja, que não possuem nenhum referencial do

evangelho em seu país.

Ponto de Contato: São ganchos, oportunidades que o missionário encontra em uma

cultura, facilitando-o a aplicar as boas novas de Cristo, podendo ser um costume, uma

frase, uma divindade... . Um exemplo clássico é dado pelo Apóstolo Paulo no areópago

(Atos 17.22-23).

Supra – cultura: Diz respeito aos fenômenos da crença e dos comportamentos culturais

que tem origem fora da cultura humana . Que vem a ser a existência de Deus e seu Reino

versos, o diabo e seu reino. A cultura cristã enfatiza isso em : Rm 8.19-22; 1 Co 10.20; Ef

1.15-23; 1 Jo 5.18-19. Portanto, o evangelho está acima de qualquer cultura; pois é o

instrumento de Juízo e Graça divina.

Sincretismo : Promove a tentativa de unificação de diversos valores, práticas e crenças

religiosas, como ocorre no catolicismo brasileiro, por exemplo que abarca religiões

africanas.

Teologia de Missões: É a metodologia do estudo bíblico a partir do contexto histórico ,

social , cultural e gramatical. Na qual objetiva-se estudar missões pelo prisma das Sagradas

Escrituras. Sendo assim, na teologia bíblica de missões busca-se entender a ação

missionária de Deus, na qual o Trino Deus utiliza-se de elementos sagrados ou não, para

resgatar a sua criação.

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2. A Mensagem Missionária no Velho Testamento

Deus e as nações precisa ser estudado. Afirma Neill: “As religiões da humanidade

revestiram na sua maioria , sempre o caracter local e até tribal.”1 A idéia era, que a

adoração de uma divindade, só era possível em seu território geográfico, fora dele, o

adorador não gozava de proteção, e consequentemente, deveria render-se ao Deus local.

Consequentemente suas divindades eram definidas como fortes ou fracas, conforme os

resultados obtidos nas guerras. Há vários textos que podemos destacar a esse respeito: I

Samuel 16; Dn 6; 26.19 e Rute 1.16.

Estas idéias antigas são pagãs, e consequentemente contrárias ao que Deus revela

em todo Velho Testamento , onde Deus é único e vindica exclusividade : Gn 18.25; Ex

20.3; Sl 22.27-28; Is 37.19; Jr 10.6-7. Neill afirma: “Algumas tribos contam que nos

tempos antigos o céu se encontrava tão perto da terra que o homem podia tocar-lhe ; existia

então um verdadeiro contato entre Deus e o homem, mas este pecou, e Deus, tendo-se

ofendido , afastou-se para a distância imensa, nunca mais se sabendo nada dele”2 .

De fato podemos perceber, a luz de estudos de Antropologistas que em todos os povos

é possível extrair , até mesmo do povo mais primitivo , ainda que deturpado, a concepção

da existência de um Deus Supremo.

2.1 A Missão Universal de Deus (Gn 1-3)

Para iniciarmos esta abordagem é necessário uma visão panorâmica de Gn 1-11:

� Gn 1 - Deus é o autor único de toda a criação.

� Gn 2 - O centro da Criação é o Homem.

� Gn 3 - O Homem usa mal sua centralidade, não entende sua responsabilidade e

peca contra Deus.

� Gn 4-6 - O pecado afeta toda a criação, alienando-a de Deus .

� Gn 7-8 - Deus, através do Dilúvio, executa seu julgamento.

� Gn 8-9 - Após e através do Juízo , Deus manifesta sua Graça, e preserva a

vida Humana.

� Gn 10 - Uma nova geração de Homens originando o mundo das nações.

� Gn 11 – Esta nova geração se afasta de Deus, então um novo Julgamento é

1 NEILL, Stephen , História das Missões. Edições Vida Nova, São Paulo,1989. p.13 2 Ibid.14

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executado por Deus através de Babel.

Podemos olhar para este panorama, e perceber que a temática básica destes

capítulos , à luz da Missio Dei, revela a intenção e ação de Deus , no sentido de

relacionar-se graciosamente e redentoramente não só no universo, como também, com

toda humanidade e suas diversas etnias.

2.2 A Criação como Ponto de Partida na Missio Dei

Ao descrever missões, devemos defini-la, não como tarefa da Igreja, mas como

uma atividade primordial e basicamente de Deus. Nestes termos podemos ver a missão

como um movimento do Rei-Criador em direção ao mundo, movimento este que se

caracteriza pela graça e pela restauração da criação.

O principio conceitual da Missio Dei, na qual Deus para cumprir soberanamente

sua vontade. Há várias passagens bíblicas que registram Deus usando outras nações e seus

governantes, para o cumprimento de seus propósitos salvíficos, tais como: Esdras 1.1-3;

Isaías 44.28; Jeremias 25.8-9; Jo 1.1-19 .

Cumpre a igreja reconhecer que sua tarefa missionária está subordinada a missio

Dei. Afirma Carriker: "A missão soberana de Deus chegará a sua conclusão com a

participação da igreja na promoção do reino sobre toda criação e todo povo. É na

segurança da missão de Deus que a igreja assume a sua missão (missiones ecclesiae)."3

Conforme a figura abaixo, Deus criou reinos, e para governa-los , criou reis.

CRIADOR

"Reinos" Reinados "Reis"

10 Luz/Trevas 40 Luminares

20 Céu/Águas 50 Peixe /Aves

30 Mares/Terra 60 Animais

Homem: Co-Regência

Esta figura reflete o mandato cultural, na qual a imagem e semelhança de Deus é

3 CARRIKER, C. Timóthy. Missão Integral . Uma Teologia Bíblica.São Paulo: SEPAL, 1992. p. 36

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imputada no homem, para "ter domínio" (râdhâh) e "dominar" (kôbhash) a terra.

Em Gn 1.27-28, percebemos que esta tarefa não se resume apenas ao homem, mas

no sentido genérico, pertence ao homem e a mulher. Ambos têm a responsabilidade de

administrar três áreas principais:

1a Familiar e Social (Gn 1.28)

2a Ecológica e Econômica (Gn 1.28-30)

3a Governo (Gn 1.28)

2.3 A Queda e Suas Conseqüências

Quando o ser humano deu ouvido a serpente, deixou então de reconhecer a

divindade de Deus e , consequentemente renunciou seu mandato cultural. Este abalo na

ordem criada por Deus , desumanizou a humanidade.

As conseqüências deste ato, afeta :

1a Relacionamento com Deus (Gn 3.10)

2a Familiar e Social (Gn 3.12;4.8)

3a Ecológica e Econômica (Gn 3. 17-18)

4a Governo (Gn 3.19)

Embora a criação conheça a desordem promovida pelo pecado , isto não afeta a

Soberania de Deus. O Próprio julgamento da serpente e do homem e mulher assevera isto.

2.4 Justiça e Graça (Gn 4-11)

Deus de forma soberana exerce sobre a humanidade, conforme encontramos em Gn

1-11, seus juízos, acompanhados de sua graça e indicações de salvação, vejamos:

.

1° A queda - manifesta juízo, mas também, estabelece a sua graça e

misericórdia em Gn 3.15.

2° O dilúvio - uma vez que a humanidade encontra-se em total alienação de

Deus, conforme o registrado em Gn 6. 1-7 . Em meio a este terrível e justo

juízo de Deus, Ele manifesta sua misericórdia em Gn 6.8-22, salvando Noé

sua família e animais de todas as espécies, escolhidos pelo próprio Deus.

Esta escolha/eleição, deveu-se, unicamente, a graça de Deus.

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3° Babel – mais uma vez o homem insiste em seu caminho de pecado, desta

vez , coletivamente, envolve-se em um projeto arrogante e grandioso,

buscando auto-suficiência de Deus (Gn 11.4). Frente a tamanha ousadia, o

julgamento de Deus provocou uma completa desestruturação social ,

econômica e política . Observe em Gn 11.7, o mundo tornou-se uma

confusão. Além disso, gerou insegurança de um novo começo, entretanto,

com este julgamento, Deus evitou a concentração do homem e,

consequentemente a concentração do mal.

É muito importante, ainda, não esquecer que os três juízos de Deus sobre a

humanidade descritos em Gn 1-11, são acumulativos, ou seja, um não anula o outro, antes

o pressupõe, e cada vez se torna mais severo, no entanto, nunca deixa de manifestar a

misericordiosa graça de Deus e sua intenção redentora.

2.5 Todos os Povos na Mira de Deus

Para um leitor desatento, aparentemente Gn 10, descreve uma daquelas cansativas

genealogias. Entretanto, este capítulo manifesta a intenção original de Deus em relacionar-

se salvificamente com toda humanidade.

A lista das nações, indica que o propósito redentor de Deus (Rei-Criador) não está

restrito a uma única nação, ou a uma determinada raça/etinia , mas sim , no sentido

universal, a todos os povos . Isto está diretamente ligado a ação redentora de Jesus Cristo

(Jo 3.16; 1 Tm 2.1-7; Rm 1.16-17).

Implicações Missiológicas

1. No ato da Criação, podemos ver que Deus se movimenta de forma ativo e

soberano em direção ao mundo e ao ser humano. O Deus que se aproxima

de nós, age e cria , e que tem poder sobre toda criação , conduzindo seus

propósitos à uma realização completa na história, na qual inclui todos os

povos.

2. O mandato Cultural , como reflexo da imago Dei, é parte inerente de todo

ser humano, em Cristo, ela é progressivamente restaurada, nos conduzindo a

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uma missão que nos leva a responsabilidade como co-regentes em toda sua

extensão. Esta restauração deve recuperar o equilíbrio relacional do homem

e da mulher. E, conseqüentemente, refletirá em nossa ação missionária no

mundo.

3. O pecado não deve ser visto apenas como um mal espiritual, mas como

um status integral (Relacionamento com Deus ; Familiar e Social ;

Ecológica e Econômica; Governo). A missão, portanto, precisa prover ao

ser humano uma salvação integral.

4. Todos os seres humanos da face da terra, em todos os tempos, lugares,

culturas e raças, ninguém podem ser discriminado, todos são iguais perante

Deus. A missão deve respeitar suas distinções, e não impor nenhum modelo

de cristianismo ou evangelho de dominação.

5. Com Noé, aprendemos que a missão não pode estar desvinculada da

vida e da fé pessoal e eclesial.

6. Babel revela a divisão do mundo em vários idiomas e dialetos. Muitos

destes idiomas não possuem ágrafia e muitos outros estão em processo de

extinção . É muito importante investir na tradução de bíblias para estes

povos, para que cada um possa conhecer Jesus Cristo, dentro de seu próprio

contexto cultural .

2.6 Eleição e Aliança

A transição entre Gn 11 e Gn 12 é muito significativa, uma vez que manifesta a

resposta de Deus a desordem e pecados humanos , e para a dispersão da humanidade

ocorrida em Babel. Agora, Deus passa de um relacionamento diretamente o pessoal com

as nações, para um relacionamento diretamente pessoal com um só homem (Abraão), sua

família e o povo que se originou dele (Israel).

Com o chamamento de Israel, Deus não muda sua missão, ao contrário, conforme

afirma Bosch : "a história de Israel é a continuação dos tratamentos de Deus com as

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nações."4

Em Gn 12.1-3, fica muito claro o conceito de eleição e vocação interligados e

dependentes , visto que ambos dependem totalmente de Deus. Afirma Blauw: "o chamado

de Abraão (é assim, implicitamente, de Israel) deve ser visto à luz da revelação de Deus às

nações , pode ser vislumbrado, de modo especial, em Gn 12.3"5. Não podemos desvincular

as eleição da vocação.

O que de fato temos em Gn 12.1-3, é uma aliança entre Deus e Abraão/Israel. A

escolha de Deus em firmar aliança com Israel, não indica que Deus tenha se esquecido do

restante do mundo. Blauw afirma:

Israel não é tanto o objeto da eleição divina quanto sujeito do serviço exigido por Deus à base da eleição. Talvez a coisa pudesse ser posta nestes termos: não há serviço mediante eleição, antes, eleição por causa do serviço. Portanto, a eleição não é primariamente privilégio, mas responsabilidade6.

Infelizmente , Israel deixou de cumpriu com sua eleição-vocação-aliança, devido a

sua altivez . Julgando ser o único povo amado por Deus , rejeitou então seu privilégio de

servir na missão de Deus, sendo benção a todos os povos .

Implicações Missiológicas

1. A missão que recebemos de Deus, exige de nós reconhecer com

humildade, que somos um povo no meio do vasto e complexo universo das

nações (goyim).

A Igreja, dentro de cada povo, e, por sua vez, como povo de um Deus

redentor, tem a incumbência de agir transformadoramente dentro de cada

povo deste mundo.

2. Não podemos conceituar eleição e vocação , sem deixar para traz

qualquer sentimento que dê a falsa impressão de que Deus tem maior

interesse por nós do que por qualquer outra nação. Este sentimento de

triunfalismo e ou favoritismo.

Urge resgatarmos os valores que são conseqüência da eleição vocação, tais

como: serviço, entrega e sacrifício. Do contrário, nossa missão ficará

4 Bosch, David J. Witness to The World the Christian Mission in Theologica Perspective. Atlanta,

Georgia: John Knox Press, 1980. p. 61-62. 5 Blauw, Johannes. A Natureza Missionária da Igreja. São Paulo: ASTE, 1966. p. 21

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descaracterizada.

3. Nossa missão precisa ser centrada no mundo, uma vez que Deus tem, no

mundo, o alvo do seu amor redentivo.

Nosso maior desafio, hoje, é sair de nossas fronteiras eclesiásticas,

priorizando a expansão do Reino de Deus. Portanto, nunca podemos

esquecer de que a intenção de Deus , ainda é a redenção do mundo na sua

integralidade, ou seja, não somente os seres humanos , mas também toda

criação.

3. A Mensagem Missionária do Novo Testamento:

3.1 Introdução

Sabemos que as três civilizações que contribuíram para o nascimento de Cristo e o

advento do Cristianismo foram: Gregos, Romana e Judaica. Vejamos:

� Civilização Grega: Influenciaram com sua arte, arquitetura, literatura, língua (grego

Koiné), a ciência e a filosofia.

� Civilização Romana: Varreram os piratas dos mares, construíram boas estradas, que

por sua vez, eram bem guarnecidas, produziram o que foi chamado de Pax Rornana.

� Civilização Judaica: Traziam consigo a missão de serem benção a todas as famílias

da terra, além de uma religiosidade que combinava duas características essenciais: a

primeira, o mais elevado conceito acerca de Deus (Resultado AT); a segunda, o mais

alto ideal de vida moral (Resultado concepção que tinham acerca de Deus).

O único povo que possuía a esperança da vinda de um Salvador. Outro fator

importante, e que, os judeus deram ao Cristianismo o Velho Testamento. Sendo dispersos,

Os judeus criaram sinagogas por onde passavam. Tornando-se o núcleo da Igreja Cristã.

Green afirma: ...nenhum outro período da história do mundo estava melhor preparado para

receber a jovem Igreja que o primeiro século d.C. , com oportunidades enormes para

espalhar e compreender a fé, em um império literalmente mundial. A conjunção de

elementos gregos, romanos e judaicos nesta praeparatio evangelica é conhecida de

todos...7 Referindo-se ao nascimento de Cristo, Winter afirma:

A “visitação” de Cristo foi um acontecimento dramático, repleto de prodígios e ocorrendo surpreendentemente “no tempo devido”. Jesus nasceu como membro de

6 Idem, p. 23 7 GREEN, Michael. Evangelização na Igreja Primitiva. São Paulo: Vida Nova,1984. p. 11-26.

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um povo subjugado. No entanto, apesar de seu imperialismo sanguinário , Roma foi verdadeiramente um instrumento nas mãos de Deus, para preparar o mundo para a sua vinda. Roma controlava um dos maiores impérios que o mundo já conheceu , impondo a paz romana sobre toda espécie de povos bárbaros e estranhos. Durante séculos, os imperadores romanos construíram um amplo sistema de comunicação abrangente tanto os 400.000 quilômetros de maravilhosas estradas que se estendiam por todo o império, como a rápida transmissão de mensagens e documentos . Em suas conquistas , Roma teve seu domínio pelo menos uma civilização bem mais adiantada do que a sua própria , a Grécia. E professores e artesãos de finíssima educação, levados como escravos levados para cada uma das maiores cidades do império, ensinaram a língua grega. O grego veio a ser falado desde a Inglaterra té a Palestina.8

Mais uma vez , fica clara a concepção da Missio Dei, na qual Deus cumpre seus

propósitos missio-redentivos com ou sem a participação ativa de seu povo escolhido.

3.2 A Mensagem Missionária do Novo Testamento:

O NT traz, como tema e conteúdo, a proclamação do reino de Deus como

cumprimento das promessas de Deus do AT. Green afirma: “Aquele que veio pregando as

boas novas passou a ser o conteúdo das boas novas!” 9

O Reino de Deus se personifica em Jesus, no que afirma Carriker:

O escopo de missões sempre foi e sempre será universal, já que procura anunciar e promover o reino de Deus por todo o mundo. Na própria história de Israel, a mão forte e poderosa de Deus se estende ao povo, não somente para seu benefício, mas também como testemunho às nações, a fim de leva-las a conhecerem o Senhor dos Exércitos. No Novo Testamento, essa preocupação universal de Deus intensifica-se a partir do ministério de Jesus .10

Esta correlação que há entre reino de Deus e revelação messiânica, é descrita por

Blauw: “ ...a relação entre o reino de Deus e a revelação messiânica passa a ser uma

correlação de força que quase se poderia falar de identificação de Jesus Cristo com o

Reino de Deus; Ele não apenas proclama , mas é , na sua pessoa , o Reino que está entre

nós.”11

Uma investigação, nos evangelhos nos permitirá notar e detectar o plano mestre e

universal de Deus em Cristo Jesus.(Mc 10.44-45; Jo 10.9-10; Lc 10.10. . Isto está claro em

seu ministério, quando ele rompe as barreiras geográficas (Lc 4.14-15); sociais (Lc 7.36;

11.37); culturais e religiosas (Lc 10.29-37;7.9), evidenciando sua soberania escatológica,

visando os propósitos missio-redentores de Deus. Afirma Blauw: “A manifestação dos

8 WINTER. Ralph D. e Hawthorne , Steven. Missões Transculturais - Uma Perspectiva Histórica. Editora

Mundo Cristão, São Paulo, 1987. p. 166. 9 GREEN, Evangelização na Igreja Primitiva, p. 58 10 CARRIKER, Missões na Bíblia - Princípios gerais. São Paulo: Vida Nova, 1992 . p. 25

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grandes atos de Deus para as nações determina o caracter da história depois da morte e

ressurreição de Cristo.”12

Nos atos redentivos de Deus, cumpre-se em Jesus a unificação dos povos. No que

afirma Neill:

Só Jesus, em virtude da obediência a Deus , mesmo nas situações mais extremas , cumpriu o destino de Israel. O Povo da eleição de Deus, o velho Israel , já poderia assim participara posteriormente de tal destino. O objectivo de Deus consistia agora em caminhar para um novo Israel, trazido para a fé por Jesus Cristo , cuja característica principal se definiu pela vontade de morrer e de renascer de novo com ele.Chegara o dia dos Gentios. A porta encontrava-se ainda aberta a todos os israelitas que aceitassem e cressem. Mas, tanto para juDeus como para gentios, a única entrada realiza-se a partir de agora através da fé em Jesus Cristo. 13

Sob este prisma, percebe-se que a morte e ressurreição de Cristo selam o destino e

futuro de seu povo. E também transforma a “Redução Progressiva” do V.T. em “Expansão

Progressíva”14

Esta mudança de foco, revela Jesus como o centro e não mais Jerusalém. Doravante

todas as etnias da terra se achegarão a Cristo (Fl 2.10-11; Rm 14.11-12). Isso evidencia

não só a intenção divina de uma nova criação em Cristo, mas também, dá sinais claros de

que a Igreja passa a ser o novo Israel.

3.4 Missão no Ministério do Espírito Santo:

Irrefutavelmente, o avanço irresistível da Igreja se deu de forma vibrante após

terem os discípulos no pentecostes , sido capacitados com o Espírito Santo (At 2). .Afirma

Carriker:

O Espírito Santo foi derramado apenas quatro vezes em Atos. Cada uma das conquistas na expansão missionária foi acompanhada por sinais milagrosos. A primeira vez foi a vinda do Espírito no Petencostes (2.1-13): a Segunda, quando o evangelho alcançou a Samaria, a primeira cidade não judia (8.14-17) ; a terceira, quando Pedro pregou à primeira família gentia, a de Cornélio, em Cesaréia (10.44-45) e, finalmente, a Quarta, quando Paulo conseguiu demonstrar a diferença entre o evangelho de Jesus e a pregação de João Batista (19.1-6). Todas as vezes o próprio Espírito Santo marcou milagrosamente , a introdução de uma nova fase na tarefa missionária a nós confiada.15

A promessa contida em Atos 1.8, cumpre-se em Atos 2 , anuncia o mandato que

nos qualifica como testemunhas de Cristo enfatizando a universalidade missionária da

11 Blauw, A Natureza Missionária da Igreja,p. 72 12 Ibid., 82-83 13 NEILL, História das Missões, p. 21 14 Blauw, A Natureza Missionária, p. 91. 15 CARRIKER, Missões na Bíblia, p. 39

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Igreja .Neill afirma: “A Igreja da primeira geração cristã era do tipo genuinamente

missionária.” 16 No que também afirma Zabatiero: “Antes do Pentecostes não havia

Igreja cristã, não havia experiência cristã. ... Ao inaugurar a Igreja , o Pentecostes inaugura

a era missionária, pois , em Atos, Igreja é missão.17”

Pentecostes é a inversão do que ocorreu em Babel, revelando-nos os propósitos

missio-redentivos de Deus. Afirmam Shenk e Stutzman:

Todos ouviram a palavra de Deus em sua própria língua. Foi um sinal de Deus de que o evangelho se destina a todas as pessoas de todas as culturas. À medida que as pessoas aceitam o evangelho, elas se congregam numa nova comunidade. A dispersão em Babel foi o contrário do que houve no Pentecostes. A Igreja é a nova comunidade que traz o remédio para as divisões dos povos. Embora as diferenças de língua e cultura não tenham desaparecido com o Pentecostes, os seres humanos descobriram a preciosa unidade e a fraternidade do Espírito Santo, que aproxima e une pessoas de diferentes culturas , tornando-as verdadeiros irmãos e irmãs.18

3.5 O Apostolo Paulo e Missões:

O Apóstolo Paulo teve um relevante papel no palco das missões. Referindo-se a

ele, Tucker afirma: “O Apóstolo Paulo indiscutivelmente mantém o lugar de maior

missionário da primeira Igreja.”19 Mesmo enfrentando intempéries (2 Co 11.25-28), em

suas viagens missionárias pelo mundo mediterrâneo, o apóstolo Paulo estabeleceu Igrejas

autóctones. Referindo-se a Paulo, Blauw afirma:

Para Paulo há dois pontos de vista: (1) os cristãos, não os juDeus são a congregação de Deus , porque a coisa importante não é Israel segundo a carne , mas Israel segundo o espírito(ponto de vista muito forte em gálatas por exemplo); (2) há apenas um povo de Deus , a saber, Israel, sendo que os cristãos gentios são incorporados neste povo como prosélitos (especialmente os Romanos).20

E é exatamente o apostolado de Paulo que vai nos proporcionar a noção correta do

que vem a ser a relação complicada entre Israel , a comunidade de Cristo e o mundo das

nações. Embora não seja o único apóstolo aos gentios, tornou-se o mais preeminente. Sua

intenção era pregar o evangelho de Cristo em todas as províncias do Grande Império

16 NEILL, História das Missões, p. 24 17 ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. Poder e Testemunho – Missões em Atos 1 e 2. Em Missões e A Igreja

Brasileira, Vol. 3 – Perspectivas Teológicas. Organizado Por Carriker, C. Timóteo. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1993. p. 84

18 SHENK, W. David & STUTZMAN, Ervin R. Criando Comunidades do Reino – Modelos

Neotestamentários da Implantação de Igrejas. Trad. Rubes Castilho. Campinas: Editora Cristã Unida, 1995. p. 9

19 TUCKER, Ruth A. “... Até aos Confins da Terra” – Uma História Biográfica das Missões Cristãs. São Paulo: Edições Vida Nova, 1986. p.,28-29

20 Blauw, A Natureza Missionária da Igreja, 93.

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Romano (Rm 15.19-20; 22-24). Partindo de Antioquia em suas três viagens missionárias.

A escolha de Antioquia como ponto de partida não acontece por acaso, uma vez que

Antioquia era um importante entroncamento viário.21

Vejamos a trajetória de Paulo:

1a Viagem Missionária: Chipre, Panfília, Licaônia(At 13-14). Surge a controvérsia da

circuncisão dos pagãos convertidos(Concílio de Jerusalém é convocado – At 15.1-29; Gl

2.1-10);

2a Viagem Missionária : Licaônia território Gálata , Trôade, Macedônia (Filipos ,

Tessalônica ), Atenas, Corinto, retorno a Antioquia, via Éfeso (At 15.41; 18.22);

3a Viagem Missionária : Galácia , Éfeso (mais de 2 anos), Macedônia, inverno em

corinto, Retorno a Jerusalém, via Macedônia e Mileto. Cativeiro em Jerusalém (At 18,23.

23.31).

21 COTHENET, E. São Paulo e o seu Tempo –Trad. Benôni Lemos. São aulo:Edições Paulinas, 1984. p. 39

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BIBLIOGRAFIA:

BLAUW, Johannes. A Natureza Missionária da Igreja. São Paulo: ASTE, 1966. BOSCH, David J. Witness to The World the Christian Mission in Theologica

Perspective. Atlanta, GEORGIA, John Knox Press, 1980. CARRIKER, C. Timóthy. Missão Integral . Uma Teologia Bíblica.São Paulo: SEPAL,

1992. _________________, Missões na Bíblia - Princípios gerais. São Paulo: Vida Nova, 1992. COTHENET, E. São Paulo e o seu Tempo –Trad. Benôni Lemos. São aulo:Edições

Paulinas, 1984. GREEN, Michael. Evangelização na Igreja Primitiva. São Paulo: Vida Nova,1984. NEILL, Stephen , História das Missões. Edições Vida Nova, São Paulo,1989. SHENK, W. David & STUTZMAN, Ervin R. Criando Comunidades do Reino – Modelos

Neotestamentários da Implantação de Igrejas. Trad. Rubes Castilho. Campinas: Editora Cristã Unida, 1995.

TUCKER, Ruth A. “... Até aos Confins da Terra” – Uma História Biográfica das Missões

Cristãs. São Paulo: Edições Vida Nova, 1986. ZABATIERO, Júlio Paulo Tavares. Poder e Testemunho – Missões em Atos 1 e 2. Em

Missões e A Igreja Brasileira, Vol. 3 – Perspectivas Teológicas. Organizado Por CARRIKER, C. Timóteo. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1993. WINTER. Ralph D. e Hawthorne , Steven. Missões Transculturais - Uma Perspectiva

Histórica. Editora Mundo Cristão, São Paulo, 1987.

OUTRAS OBRAS A SEREM CONSULTADAS:

BOSCH, David J. Missão Transformadora : Mudanças de Paradigma na Teologia da

Missão. Tradução de Geraldo Kornörfer; Luis Marcos Sander – São Leopoldo, RS: Sinodal, 2002.

PADILHA , C. René. Missão Integral – Ensaios sobre o Reino e a Igreja . Trad. Emil Albert Sobottka. São Paulo: FTLB - Temática Publicações , 1992. PIPER, J. Alegrem-se os Povos. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. STEUERNAGEL, Valdir Raul, org. A Missão da Igreja: uma visão panorâmica sobre

os desafios e propostas de missão para a Igreja na antevéspera do terceiro milênio. Belo Horizonte: Missão Editora, 1994.