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Maravilha para quem é da área de confecção/ design de moda.

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA CEFET UNIDADE ARARANGU CURSO: TNICO EM MODA - ESTILISMO DISCIPLINA: PROJETO DE COLEO PROFESSORA: MARCELA KRGER CORRA

PROJETO DE COLEO

ARARANGU, 2008.

MINISTRIO DA EDUCAO SECRETARIA DE EDUCAO MDIA E TECNOLGICA CENTRO FEDERAL DE EDUCAO TECNOLGICA DE SANTA CATARINA UNIDADE DE ENSINO DE ARARANGU Apostila de Projeto de Coleo Desenvolvida pelo Prof. Marcela Krger Corra, MSc. Professor de 1 e 2 Graus da Unidade de Ensino de Ararangu Para a Disciplina de PROJETO DE COLEO do Curso Tcnico em Moda Estilismo. A reproduo desta apostila dever ser autorizada pelo CEFET

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SUMRIO

1 PRODUTO DE MODA....................................................................................................... 4 1.1 CONCEITO DE PRODUTO DE MODA:.................................................................................. 4 1.2 QUE ATRIBUTOS DEVEM TER OS PRODUTOS DE MODA? ................................................ 4 1.3 CICLO DE VIDA DO PRODUTO-MODA ............................................................................... 4 2 PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO ................................................ 6 2.1 PROJETO DE PRODUTO .................................................................................................... 6 2.2 PLANEJAMENTO .............................................................................................................. 6 2.3 COLEO .......................................................................................................................... 6 2.4 PLANEJAMENTO DE COLEO ........................................................................................ 7 2.5 FASE DE ANLISE ANTERIOR AO PLANEJAMENTO DE COLEES ............................... 8 2.6 CRIAO DA COLEO .................................................................................................... 8 3 ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEO: ......................... 12 3.1 PR-PLANEJAMENTO ..................................................................................................... 12 3.2 PLANEJAMENTO ............................................................................................................ 12 4 DESCRIO DAS ETAPAS DO PR-PLANEJAMENTO E DO PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEO......................................................... 13 4.1 REUNIO DE PLANEJAMENTO....................................................................................... 13 4.2 CRONOGRAMA................................................................................................................ 13 4.3 MIX DE PRODUTO E DE MODA ....................................................................................... 13 4.4 DIMENSO DA COLEO ............................................................................................... 14 4.5 PBLICO-ALVO .............................................................................................................. 14 4.6 ANALISE DA COLEO ANTERIOR ................................................................................ 15 4.7 PESQUISA DE TENDNCIAS .......................................................................................... 15 4.8 ESCOLHA DO TEMA........................................................................................................ 16 4.9 CARTELA DE CORES ....................................................................................................... 17 4.10 CARTELA DE MATERIAIS (TECIDOS) .......................................................................... 17 4.11 CARTELA DE AVIAMENTOS .......................................................................................... 17 4.12 ESBOOS ..................................................................................................................... 18 4.13 CROQUIS ..................................................................................................................... 18 4.14 DESENHOS TCNICOS ................................................................................................. 18 4.15 ESTAMPARIA E BORDADO............................................................................................ 19 4.16 BRIEFING ..................................................................................................................... 19 4.17 PROTTIPO .................................................................................................................. 19 4.18 DEFINIO DOS MODELOS ......................................................................................... 20 Profa. Marcela Krger Corra2

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4.19 PEA PILOTO ................................................................................................................ 20 4.20 FICHA TCNICA .......................................................................................................... 20 4.21 GRADUAO DOS MODELOS ........................................................................................ 21 4.22 ENCAIXE E RISCO ....................................................................................................... 21 4.23 CUSTO DAS PEAS ...................................................................................................... 21 4.24 MOSTRURIO ............................................................................................................. 22 4.25 RELEASE ...................................................................................................................... 22 4.26 VENDAS ....................................................................................................................... 22 5 ROTEIRO E RECOMENDAES PARA APRESENTAO DE UM PROJETO DE MODA............................................................................................................................... 24 6 TRABALHO PARA SER EXECUTADO DURANTE TODO O SEMESTRE, CONFORME O DESENVOLVIMENTO DAS AULAS: DOSSI DE COLEO. 28 7 LEITURAS COMPLEMENTARES:............................................................................... 34 7.1 A HARMONIA DA COLEO ................................................................................. 34 7.2 RELEITURA DAS TENDNCIAS INTERNACIONAIS PARA O MERCADO NACIONAL ........................................................................................................................ 34 7.3 QUEM O MEU CLIENTE? ................................................................................... 36 7.4 ESTILO DE VIDA ..................................................................................................... 36 7.5 CARTELA DE CORES................................................................................................ 37 7.6 DESENVOLVIMENTO DE COLEO NO VAREJO DE MODA ..................... 38 7.6.1 Roupa Certa .......................................................................................................... 38 7.6.2 Hora Certa ........................................................................................................... 39 7.6.3 Quantidade Certa .............................................................................................. 39 7.6.4 Condies Que o Cliente Quer ........................................................................ 39 7.7 PESQUISA SINCRNICA ..................................................................................... 40 7.8 PESQUISA DIACRNICA ..................................................................................... 41 7.9 A IMPORTNCIA DO FEED-BACK ...................................................................... 41 7.10 SEGMENTAR PRECISO ................................................................................. 43 8 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................... 45

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1 PRODUTO DE MODA

1.1 Conceito de produto de moda:

Segundo Rech, (2002 : 37): Qualquer elemento ou servio que conjugue as propriedades de criao (design e tendncias de moda), qualidade (conceitual e fsica), vestibilidade, aparncia (apresentao) e preo a partir das vontades e anseios do segmento de mercado ao qual o produto se destina.

1.2 Que atributos devem ter os produtos de moda?

Os produtos devem ter alguns atributos como qualidade (aumenta o valor percebido pelo consumidor), caractersticas especficas (valor agregado x custo para a empresa) e design (aparncia / aspecto do produto x utilidade do produto).

1.3 Ciclo de vida do produto-moda

Como a maioria das manifestaes de vida, e em particular essas da vida econmica, a Moda como evoluo da vestimenta e representao de um movimento da sociedade pode se expressar por um processo de crescimento e de extino, do nascimento morte de uma idia.

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De acordo com Kotler (1999:225) existem trs ciclos de vida especiais e que so perfeitos para o ciclo de vida do produto de moda: Estilo, Moda e

Modismo. Os produtos de ciclos longos denominados produtos Estilo, permanecemdurante geraes, estando dentro e fora de moda, com vrios perodos sucessivos de interesse, um modo bsico e distinto de expresso. Pode-se citar como exemplo, produtos de moda com estilo clssico ou com estilo oriental.

Vincent-Ricard (1989) conceitua produtos com ciclo de vida longo como produtos

bsicos.Os produtos de Moda tm um ciclo de vida mdio, possuindo uma curva de crescimento gradual permanecendo aceita ou popularizada pelos consumidores durante determinado perodo e descendo lentamente, normalmente o espao de tempo de uma estao climtica. So produtos com desempenho de vendas

progressivo e declnio gradual (Vincent-Ricard, 1989).J os produtos com ciclo de vida curto podem ser caracterizados como produtos de Modismo. o produto que entra rapidamente, adotado com grande entusiasmo, atinge seu auge em pouco tempo e declina tambm em pouco tempo. O modismo dura muito pouco e tende a atrair um nmero limitado de seguidores (Kotler, 1999:225). Vincent-Ricard (1989) define os produtos com ciclo de vida curta, como produtos de vanguarda.

Anotaes:____________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________ ____________________________________________________________

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2 PROJETO E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO

2.1 Projeto de Produto

A linguagem do design de produtos se manifesta atravs do projeto. O projeto faz-se necessrio para articular cadeias de informaes destinadas fabricao em larga escala por meio de tecnologias industriais. Segundo Escorel (2000), o projeto o processo de fabricao das caractersticas dos mesmos, exigidas para a satisfao das necessidades dos clientes, e parte fundamental do desenvolvimento de produtos. Rech, S. (2002 : 58) apresenta a seguir, as idias de diversos autores sobre os projetos de produtos.

2.2 Planejamento Ao e efeito de projetar e programar uma coleo, em que se analisa o tipo de mercado a conquistar, a qualidade do produto em vias de lanamento ou j lanado, a concorrncia que tem que enfrentar, e na qual se definem os objetivos a alcanar com a coleo.

2.3 Coleo A palavra coleo tomada no sentido de conjunto de produtos, com harmonia de ponto de vista esttico ou comercial, cuja fabricao e entrega so previstas para determinadas pocas do ano.

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2.4 Planejamento de Coleo

O planejamento de coleo a definio escrita e cifrada do que sero as peas da coleo (estilo, forma, material, cores, preo, quantidade). Segundo o Dicionrio Aurlio planejar pode ser definido como o ato de elaborar um plano ou roteiro, projetar ou programar algo. O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar que objetive responder a indagaes referentes aos diversos questionamentos sobre o que ser feito, como ser feito, para quem, porque, por quem e com que recursos, bem como onde e quando ser executado. O planejamento um mtodo fundamental no desenvolvimento de uma coleo de moda, pois alm de tornar o trabalho do designer de moda mais eficiente, auxilia no processo criativo. Segundo Rech (2002, p.68) coleo um conjunto de produtos, com harmonia do ponto de vista esttico ou comercial, cuja fabricao e entrega, so previstas para determinadas pocas do ano. atravs da coleo que vai se assegurar o estilo e a linguagem da marca para o perodo de vendas vigente. Para o processo de desenvolvimento de coleo ser dinmico importante muita comunicao entre os membros da equipe de toda a empresa. O planejamento de coleo elaborado a partir de informaes atualizadas pela direo comercial. Essas informaes sero reunidas ao longo do ano pelas direes gerais, comerciais, financeiras, tcnicas, pelo chefe de produto e pelos estilistas. Elas portaro: a) o estudo de vendas das estaes passadas; b) a evoluo da clientela; c) a evoluo da moda, materiais e formas; d) a evoluo da tecnologia; e) a evoluo da empresa (faturamento)

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Isso tudo permitir a realizao do quadro de coleo, assim como, tambm, a previso do plano de carga da produo.

2.5 Fase de Anlise Anterior ao Planejamento de Colees

No momento do desenvolvimento de novos produtos ou no lanamento de colees, a empresa deve voltar-se incisivamente para a captao dos desejos e das necessidades dos consumidores. Pois sero estes anseios, condicionados pelos objetivos gerais da empresa, a disponibilidade e o uso efetivo de recursos, que orientaro o processo de criao. Normalmente a criao baseada nas tendncias estrangeiras e adequada realidade brasileira (clima, costumes, valores e crenas).

Quando vamos lanar a coleo? Esta pergunta depende de diversosfatores: 1) A empresa expe seus produtos em feiras de lanamento? 2) A empresa vende para atacadistas e tem sua prpria entrega? 3) A empresa vende para lojas de varejo de terceiros ou vende para lojas de varejo prprias? 4) A empresa vende para atacadistas e lojistas?

2.6 Criao da Coleo

Criar uma coleo para uma empresa do vesturio, no algo simples. Embora, muitas vezes isso possa parecer. A criao pode ocorrer de forma intuitiva ou seguir uma metodologia, isto , uma srie de operaes necessrias

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que seguem uma ordem pr-determinada, com o objetivo de obter o melhor resultado, com o menor esforo e evitar futuros problemas.

No incio da atividade do projeto, existe uma grande incerteza quanto ao sucesso ou fracasso do produto, e conforme vo sendo descartadas alternativas no adequadas ao projeto, ocorre a reduo progressiva dos riscos (Sandra Rech).

Vale ressaltar que uma coleo deve ser vendvel, portanto indispensvel que se considere inmeros fatores no momento da criao. Isto quer dizer que o processo de criao artesanal ou artistico muito diferente do que se est se propondo.

Para Arajo (1995) a diferena entre o arteso e o designer est justamente no fato de que o arteso no desenha o seu trabalho e no apresenta razes para as decises que toma (...) a evoluo de um produto artesanal pode tambm resultar em caractersticas discordantes, muitas vezes por razes funcionais (p.75).

Desenvolver uma metodologia de trabalho tarefa rdua, mas fundamental imprimir esse esforo para que o processo possa ser reproduzido, especialmente quando o produto desenvolvido por uma equipe. Sem um sistema Profa. Marcela Krger Corra9

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abrangente capaz de descrever, organizar as etapas do processo de criao, guiar as decises a serem tomadas, abrangendo todos os aspectos envolvidos, no h como assegurar a qualidade dos projetos elaborados, que passaro a depender to somente de rompantes de criatividade sem assegurar a possibilidade de continuidade no desenvolvimento da produo. Munari (1982) possui a mesma argumentao quando afirma que a existncia de uma metodologia para projeto de criao o que diferencia o artista do designer. Enquanto o artista elabora obras carregadas de conceitos pessoais, atravs de mtodos e tcnicas intuitivas, o designer necessita de um mtodo para o projeto, j que, "livre de preconceitos artsticos", utiliza matriaprima e tcnica que o permitam criar produtos adequados s funes prtica, esttica e psicolgica a que se destinam. De acordo com as idias de Juran (1997:166), e conduzidas da mesma maneira por Escorel (2000), o projeto "o processo de fabricao das caractersticas dos mesmos, exigidas para a satisfao das necessidades dos clientes" e parte fundamental do desenvolvimento de produtos. Produtos resultantes de projetos de design tm um melhor desempenho que aqueles desenvolvidos pelos mtodos empricos e so obtidos em um curto espao de tempo, considerando "conceito" e "cliente" como os plos terminais do ciclo de desenvolvimento. Segundo Slack (1997), o objetivo do projeto de produtos a satisfao das necessidades e expectativas atuais e futuras dos consumidores. Assim, considera-se o consumidor como incio e o fim do projeto de produto. Pode-se afirmar que a Metodologia semelhante a um planejamento, que tem como funo mostrar o caminho que a pesquisa deve percorrer. Inmeros autores apontam diferentes mtodos para executar um projeto, mas de forma geral, todos seguem uma estrutura bsica.

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1. Observar e analisar: definio do problema, pesquisa, definio de objetivos e restries; 2) Planejar e projetar: gerao de opes, escolha de opes, desenvolvimento, aprimoramento e detalhamento; 3) Construir e executar: prottipo e produo.

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3 ETAPAS DO PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEO:

3.1 Pr-planejamento 1. Reunio de planejamento 2. Cronograma 3. Mix de produto 4. Dimenso 5. Pblico alvo 6. Analise da coleo anterior

3.2 Planejamento 7. Pesquisa de tendncias 8. Escolha do tema/ Pesquisa do Tema (Sketchbook) 9. Cartela de cores 10. Cartela de materiais (tecidos) 11. Cartela de aviamentos 12. Esboos 13. Croquis 14. Desenhos tcnicos 15. Estamparia e bordado 16. Briefing 17. Prottipo 18. Definio dos modelos 19. Pea piloto 20. Ficha tcnica 21. Graduao dos modelos 22. Encaixe e risco 23. Custo das peas 24. Mostrurio 25. Release 26. Vendas

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4 DESCRIO DAS ETAPAS DO PR-PLANEJAMENTO PLANEJAMENTO DE PROJETO DE COLEO

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4.1 Reunio de Planejamento o primeiro passo para planejar uma coleo. Neste momento sero definidos o cronograma, a dimenso da coleo, capital disponvel e uma estimativa de faturamento. importante estar presente a equipe de criao, o proprietrio da empresa, rea comercial, marketing e de produo.

4.2 Cronograma uma tabela que estabelece as atividades que devem ser realizadas com os respectivos prazos a serem cumpridos. Muitas tarefas podem ser executadas simultaneamente. O cronograma organiza as atividades previstas e permite que se visualize se as mesmas esto dentro dos prazos. Ideal fazer de trs para frente. Prever servios que depende de outras empresas. Lembre-se, o tempo um fator determinante, quase sempre escasso... Colees lanadas fora da poca planejada pode ter seu potencial de vendas seriamente afetado.

4.3 Mix de produto e de moda Mix de produto a variedade de produtos que uma empresa oferece. As peas classificam-se em tops (qualquer parte superior) e bottons (qualquer parte inferior). Deve-se analisar quais os tipos de artigo que devero compor a coleo (blusas, tnicas, blazers, shorts, saias, calas...). Exemplo: uma confeco de surf wear masculina tem seu mix composto de shorts, bermudas, camisetas,

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regatas, trajes de neoprene, etc. Pode-se incluir no mix de produto acessrios, calados, objetos, entre outros. O mix de moda composto por trs segmentos: 1.Bsicos: funcionais/ sempre presentes; 2. Fashion: Modelos de acordo com as tendncias; 3. Vanguarda: Peas complementares (vitrines, desfiles/ maior impacto). Pode ser elaborada uma tabela cruzando o mix de produto com o mix de moda com o nmero de peas para servir de parmetro para a equipe de criao.

4.4 Dimenso da coleo O tamanho da coleo depende da estratgia comercial da empresa. Quem o consumidor final. Em geral uma coleo pode variar entre 20 a 80 peas, mas estes nmeros no so regras fixas.

4.5 Pblico-alvo O mercado da moda est diretamente direcionado a trs grandes pblicos: feminino, masculino e infantil. Contudo, estes trs grupos ainda so segmentados quanto localizao geogrfica, classe social, faixa etria entre outros. Alm disso, ainda pode-se inferir que o estilo de vida dos consumidores tem gerado uma subdiviso ainda maior. Pires (2000 apud Treptow, 2003, p.51) aponta uma outra diviso com suas respectivas porcentagens: Tradicional (60%): Valoriza a praticidade, conforto, e o preo justo. Indiferente etiqueta e moda, motivado pela necessidade, no gosta de chamar a ateno. Fashion (30%): Valoriza a moda, as etiquetas, a juventude; gosta do consumo em geral; socialmente ativo; julga-se sensual e atraente; aceita novidades com facilidade; procura estar em forma. Vanguarda (10%): Adota moda prpria, valoriza estilos, novidades, peas coordenadas de

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forma inslita. No fiel s etiquetas. So pessoas criativas, sem medo de crticas.

4.6 Analise da coleo anterior Analisar o resultado da estao precedente importante para perceber as peas que mais venderam, os lucros obtidos, problemas encontrados, enfim, como foi o resultado final da coleo.

4.7 Pesquisa de tendncias A pesquisa deve ser algo constante para o designer de moda, ela o incio de todo o processo de criao. A pesquisa de tendncias pode ser realizada por meio de revistas, sites da internet, feiras, desfiles, etc. Ela requer sensibilidade do criador para traduzir mudanas, sentimentos e comportamentos desse consumidor. A Pesquisa de Tendncia e a Pesquisa de Tema de Coleo so as principais pesquisas inseridas no Planejamento de Coleo, pois precisa ser realizada no tempo certo, caso contrrio seus resultados sero ultrapassados.Tambm deve ser ressaltada a pesquisa de comportamento, pesquisa de mercado e a pesquisa tecnolgica. Na Pesquisa de Comportamento no basta conhecer aquilo que o mercado j consome. Moda a dinmica da mudana, da renovao. O designer deve saber com quem seu pblico-alvo est atualmente identificado. A Pesquisa de Mercado so os concorrentes. preciso saber quem so os concorrentes e estar atento s estratgias utilizadas pelos mesmos para atrair reter clientes. (TREPTOW, 2003, p.80). Para a Pesquisa Tecnolgica imprescindvel manter contato com fornecedores sobre as inovaes tecnolgicas do mercado e isso pode ser feito atravs de visitas a fornecedores e no atendimento a representantes na prpria empresa.

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Essas tendncias, no entanto, acontecem em longo prazo, por esse motivo que o design precisa estar sempre bem informado, antenado com os acontecimentos mundiais. Alm das pesquisas mencionadas acima, fundamental que a coleo tenha um tema, como se pode observar a seguir.

4.8 Escolha do tema O tema representa o conceito da coleo, onde o designer comunica sua proposta. Representa a leitura esttica do briefing1. A definio do tema geralmente livre, s depende da sensibilidade do designer transformar esse elemento inspirador em uma proposta de moda, chocante ou comercial conforme o objetivo da empresa, diz Treptow (2003). O tema deve ter uma ponte com as tendncias. Exemplos de temas:Histricos: picos Arquitetura: estilos construes Msica: estilos musicais Etnias: variaes culturais Fantasias: desenhos animado, contos de fadas Subjetivos: sonhos, romantismo, desarmamento Literrios: perodos Personalidades: heris, pessoas marcantes, figuras de estilo Artes: perodos, obras, autores Natureza: fenmeno, objetos, seres Tecnologia: atualidades tecnolgicas Mitologias/Lendas: mitos, 7 pecados capitais

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A definio de briefing ser comentada no prximo item.

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4.9 Cartela de cores Para o desenvolvimento de uma coleo preciso formar uma cartela de cores. Essas cores so extradas do briefing, da imagem forte fazendo parte do tema da coleo. Cada cor deve ser representada por um retngulo de 2cm x 3cm ou o inverso, tem que ser identificada por cdigos ou nomes escolhidos pelo

designe e, o espaamento entre cada uma deve ser de 1cm. O branco e o preto,normalmente fazem parte de todas as cartelas.

4.10 Cartela de materiais (tecidos) O tecido a principal matria-prima da indstria de confeco, para que se possa transformar em produto aquilo que foi criado pelo designer de moda. Eles so escolhidos pelo designer na hora de desenvolver a coleo e precisam estar de acordo com a estao e com o tema proposto para a coleo. Deve-se anotar informaes sobre o tecido (amostra): Nome ou referncia;

composio; fabricante, largura; rendimento; gramatura. O valor da matria-prima tambm deve ser considerado, pois um custo elevado pode comprometer a comercializao da pea, que certamente ir para o mercado com um preo mais alto.

4.11 Cartela de aviamentos Os aviamentos so materiais utilizados para a confeco de uma roupa alm do tecido. Com relao a funo, pode-se dividir em funo componente: aviamento utilizado na construo da pea, sem o qual ela no pode existir linhas, etiquetas, zperes, botes funcionais ; e funo decorativa: aviamento utilizado apenas como adorno, mas sem caracterstica funcional franjas, patches (aplicaes bordadas), etiquetas decorativas, puxadores de zper decorativos.

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Por sua vez, a visibilidade se divide em aparente: aviamentos que so visveis aps a pea confeccionada botes, zper, bordados, etiquetas de amanho ou composio ; e no aparente: aviamentos que ficam no interior da pea entretelas e elsticos. Deve conter, alm da amostra, a descrio, referncia, fornecedor, cores e metragem por pea.

4.12 Esboos Aps o padro da coleo definido, com o tema escolhido, a cartela de cores delimitada, tecidos selecionados, o designer passa a criar propostas para a coleo atravs de rabiscos, pois o esboo no possui compromisso esttico e nem comercial. Ele apenas serve para que o designer passe rapidamente para o papel uma srie de idias.

4.13 Croquis Desenho de moda, ou croqui o desenho estilizado das peas de uma coleo. Nem sempre desenvolvido pela micro e pequena empresa de confeco. Como diz Treptow (2003, p.142), o croqui apresenta uma grande vantagem: a capacidade de visualizar as combinaes entre peas da coleo.

4.14 Desenhos tcnicos O desenho tcnico um desenho da pea a ser confeccionada (no aparece um corpo de manequim, evitando distores caractersticos no desenho de moda), onde todos os detalhes tero que estar bem informados. Devem estar especificados os tipos de costuras, tamanho de aberturas, posio de botes, pences, todo o tipo de informao que possa ser til a modelista. Esse desenho vai ser utilizado para estudos na fabricao, execuo e ao longo de todo Profa. Marcela Krger Corra18

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processo produtivo. No desenho tcnico geralmente no se usa cor, e desenha-se a frente e as costas para evidenciar os detalhes da pea. Eles so inseridos nas fichas tcnicas.

4.15 Estamparia e bordado Estampas e bordados podem fazer muita diferena numa pea. Para compor um modelo, em alguns casos, so previstas aplicaes de estampas ou de bordados, utilizando tcnicas industriais ou mtodos artesanais.

4.16 Briefing um painel com imagens que concentra de modo claro e sinttico o conceito da coleo e que comunica as cores, os materiais, as texturas, as linhas, as formas, os volumes e outras informaes importantes. No us-lo como capa do projeto. Esta imagem a alma de todo o projeto e estar sendo constantemente consultada para todas as definies anteriores ou posteriores criao. Evite inserir a imagem do consumidor no briefing, prefira coloca-la junto ao perfil do consumidor. Segundo Treptow (2003, p.109), a leitura esttica do briefing tem por objetivo comunicar no processo quais conceitos iro nortear a coleo. Na linguagem dos profissionais de moda, representa a atmosfera, o esprito da coleo.

4.17 Prottipo Prottipo a primeira pea produzida, onde sero testados todos os fatores importantes para a perfeio do produto final. Somente aps a aprovao do prottipo confeccionada a pea-piloto, que ser usada como modelo para produo de todas as outras. Profa. Marcela Krger Corra19

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muito importante que toda vez que ocorra uma alterao no prottipo a alterao seja feita imediatamente na modelagem.

4.18 Definio dos modelos A definio dos modelos que faro parte da coleo, nunca deve ser uma deciso solitria. importante que seja formado um comit de deciso cuja composio alm da presena do empresrio e de um funcionrio da rea de estilo devem tambm participar executivos das reas de vendas e de produo. A anlise tcnica comercial atravs do comit tem maiores possibilidades de garantir que o produto final corresponda s expectativas do mercado e da empresa. Deve ser considerado: etc. atualidade, preo, criatividade, pblico-alvo,

4.19 Pea piloto A pea piloto ser a pea que servir para a orientao de toda a produo e como tal deve incorporar todas as caractersticas de produto final em termos de acabamento, qualidade e aviamentos.

4.20 Ficha tcnica A ficha tcnica e um documento descritivo de cada pea da coleo. Normalmente, o modelo dessas fichas varia de empresa para empresa, mas algumas regras devem ser seguidas. Neste sentido, deve conter o nome da coleo, a referncia do modelo, a descrio do modelo, a grade de tamanhos, o nome da modelista responsvel, a data de aprovao do modelo, o desenho tcnico frente e costas, o cdigo do molde, o nome do designer responsvel, o plano de corte, o nome ou referncia do tecido, a metragem consumida, os elementos decorativos como estampas e bordados e os elementos de embalagem. Profa. Marcela Krger Corra20

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4.21 Graduao dos modelos A graduao dos moldes consiste em acrescentar ou diminuir a diferena medidas proporcionalmente a cada tamanho, partindo de um tamanho que foi desenvolvida a modelagem. Exemplo: Se a modelagem foi desenvolvida no tamanho M, para fazer o tamanho tamanho P, as medidas devem ser diminudas, enquanto para fazer o G, as medidas devem ser aumentadas. Uma tabela de medidas deve ser utilizada, tanto para realizar a modelagem como para fazer a graduao.

4.22 Encaixe e risco Nesta etapa, os moldes com os tamanhos j graduados, sero encaixados ou organizados para garantir um melhor aproveitamento do tecido que ser cortado. Este encaixe servir de risco para realizao do corte.

4.23 Custo das peas O custo de uma pea engloba as despesas associadas ao produto matria prima, mo de obra e embalagem que chamado de custo direto mais os custos indiretos que existem com a fbrica produzindo ou no aluguel, administrao etc. Com as fichas tcnicas contendo informaes precisas, podemos calcular o CUSTO DIRETO de uma pea. Os produtos especiais possuem bordados, modelagens ousadas, tecidos diferenciados e, portanto seus custos so mais elevados do que o custo mdio das outras peas da coleo. Algumas empresas repassam para as outras peas o custo das especiais para no haver um desequilbrio de preo grande entre elas.

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4.24 Mostrurio Devero ser feitas amostras em quantidade suficiente de modo que possam ser apresentadas aos clientes ou entregues aos representantes acompanhadas de cartela de cores e tipos de tecido.

4.25 Release um texto que apresenta a coleo. Nele se apresenta o tema pesquisado, os pontos fortes, as idias principais, as formas, as cores, os tecidos, assim como informaes consideradas importantes.RELEASE DA COLEO: texto em linguagem de moda, tambm potico, com seduo, ritmo e que trate das seguintes informaes:

4.26 Vendas As empresas podem fomentar as suas vendas atravs da aplicao de uma poltica de promoo e de vendas. Sendo que aquelas de menor porte devem concentrar o seu esforo naqueles canais que atingem mais diretamente aos consumidores potenciais do seu produto.

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LEMBRE-SE:

- As pessoas lembram melhor do que vem, menos do que lem, e menos ainda do que ouvem. - Tenha certeza que voc conquistou a ateno durante a apresentao das pessoas responsveis pelos departamentos da empresa para a qual voc trabalha. Os quadros devem chamar a ateno. - Saiba o que est acontecendo na indstria e no comrcio de confeccionados. Quais so as tendncias. Mostre-as. Enfoque-as no seu quadro. - Saiba porque voc selecionou determinados estilos, cores, tecidos, etc... A coleo de moda deve ser coerente, deve contemplar o perfil do consumidor, a identidade ou imagem da marca.

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5 ROTEIRO E RECOMENDAES PARA APRESENTAO DE UM PROJETO DE MODA

(Dorotia Baduy Pires e Maria Celeste Montemezzo*)

Um book ou dossi a documentao detalhada do projeto de uma coleo de produtos de moda. No entanto, no se trata simplesmente de reunir croquis em uma pasta. Sua funo, alm de apresentar os desenhos definitivos de transmitir o conceito da coleo e as informaes tcnicas necessrias viabilizao da produo. Elabor-lo uma tarefa que requer empenho e planejamento, pois ele tem o papel de comunicar os valores emocionais, tcnicos e funcionais de um projeto de design de moda. Algumas destas etapas podem ser ampliadas ou excludas dependendo do objetivo do projeto: acadmico ou profissional. Apresentamos a seguir alguns princpios bsicos e caminhos que podem ser adotados considerando-se o contedo ou a formatao. Quanto ao contedo, podemos dividir as informaes em trs partes: a proposta, a empresa e o projeto da coleo. Se bem elaborado visualmente, o book ou dossi faz com que o seu observador mergulhe na atmosfera proposta, compreenda as mensagens conceituais e tenha uma viso global e ordenada da coleo. Por isso, os primeiros passos para o seu desenvolvimento so a organizao e o planejamento. Deve-se pensar com cuidado no tipo de papel a ser usado, no tipo de encadernao e formato do volume, na seqncia lgica de manuseio e visualizao das pginas, nas caractersticas do desenho, enfim, em todos os elementos que possam influenciar na linguagem visual e na unidade do volume. Carla Cella, autora da obra Disegno di moda: materiali, tecniche e argomenti (Milano:Hoepli), apresenta fatores importantes a serem considerados quando se organiza um book: 1. fazer um inventrio da quantidade de desenhos e orden-los em uma seqncia lgica pr-determinada; 2. definir uma apresentao harmnica de desenhos de dimenses diferentes; 3. diagramar as informaes ou referncias particulares com clareza e prximas ao desenho a que se referem; 4. decidir o formato do book, baseando-se nos desenhos e demais itens a serem apresentados; 5. definir a capa respeitando a linguagem da proposta; 6. idealizar um formato que seja fcil de transportar. Todos estas decises vo facilitar uma viso global do projeto e influenciaro significativamente na sua compreenso.Neste contexto, existem inmeras opes de materiais e tcnicas a serem exploradas, contudo a escolha vai depender da linguagem visual pretendida para transmitir o conceito. Profa. Marcela Krger Corra24

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O mercado oferece uma grande variedade de papis, dos brancos lisos e neutros aos especiais que contam com uma infinidade de cores e acabamentos. O papel no mero suporte e sim um recurso visual ativo na composio, pode acrescentar valor ao book se for adequado proposta visual da coleo. Para tanto, preciso conhecer algumas de suas caractersticas, pois certas tcnicas de ilustrao e layout requerem suportes apropriados. Os papis so divididos em dois grandes grupos, com cobertura (coated) e sem cobertura (uncoated). Aqueles com cobertura contam com uma camada de substncias minerais que lhes proporcionam uma superfcie lisa e homognea. So menos absorventes e possuem maior resistncia esfregao e umidade. O exemplo mais conhecido deste tipo de papel o couch. Por outro lado, os papis sem cobertura no so providos de tal camada, e por isso, so mais absorventes e macios, apresentando uma maior variedade texturas e acabamentos. Outra caracterstica a ser destacada a gramatura, o peso em gramas de uma folha de 1m. Existem vrias referncias no mercado, porm as mais conhecidas so as de 90, 120, 160 e 180 g/m2 e significam que quanto maior o nmero, mais encorpado o papel. No que diz respeito s tcnicas, em relao escolha do papel, deve-se levar em considerao a gramatura, as caractersticas da superfcie, a capacidade de absoro e a resistncia mais apropriada a cada uma delas. Por exemplo, a aquarela requer um papel resistente, encorpado e com boa opacidade devido ao contato com a gua, assim sendo, os de fibra de algodo so os mais indicados. Para aplicar lpis-de-cor, um papel muito liso no funciona, pois o pigmento se concentra na superfcie e logo satura, por isso os papis sem cobertura so mais adequados.

No entanto, uma boa sugesto montar um dicionrio de papis com amostras testadas, onde se especifique o nome, gramatura e principais usos. Isto dar ao designer de moda uma viso mais abrangente sobre coordenao de papis diferentes e agilidade no momento da escolha.

Atualmente, o leque de opes de tcnicas de representao bastante vasto, pode-se usar desde colagem at computao grfica, ou ainda, mesclar vrias delas para efeitos inditos. As escolhas vo depender, como em todo o resto, da linguagem visual pretendida para a transmisso do conceito da coleo. Tal conceito no exclui a encadernao. Como alternativas mais comuns tm-se as encadernaes mecnicas como espirais ou garras; a vantagem deste tipo de acabamento que o book fica totalmente plano quando aberto. H ainda a opo de encadern-lo como livro, com lombada quadrada. Contudo, a criatividade Profa. Marcela Krger Corra25

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pode gerar outras opes para se agrupar as pginas, basta ter em mente a facilidade de manuseio e, claro, a unidade visual do formato final. De uma maneira geral, um book (dossi) composto, no incio, de pginas de abertura, que identificam a empresa e a coleo e podem conter imagens ou textos que identificam e do suporte transmisso do conceito trabalhado. Depois se insere o briefing visual que leva o observador a mergulhar na atmosfera da coleo proposta. So imprescindveis as cartelas de cores e de materiais para a visualizao dos produtos propostos, assim como o desenho plano o desenho de ilustrao de cada pea criada com especificaes de tecidos e aviamentos. Por fim, a apresentao do plano do projeto que contribuir na viso da coordenao e unidade da coleo.

Todos os itens, aqui comentados, devero ser tratados com coerncia visual. Contudo, as tcnicas de acabamento podem ser combinadas. Por exemplo, o briefing normalmente executado com colagem de imagens prontas, as quais se combinam em uma composio indita e comunicativa, porm, poder tambm ser construdo mesclando-se imagens criadas e prontas com recursos de computao grfica ou mesmo, a colagem.

Os desenhos de ilustrao podem ser montados colando-se os originais sobre um papel suporte que agregue valor composio ou podem ser fotocopiados, digitalizados e manipulados sobre fundos diversos. Todavia, evidente que a nfase deve estar no desenho e no em uma profuso de fundos e cores que o poluam. Entretanto, os desenhos planificados requerem limpeza e clareza nas especificaes, por isso a interferncia de fundos e a profuso de cores no so recomendveis. Neste contexto, no qual os elementos da composio visual se integram em uma contnua emisso de mensagens todas as informaes devem ser planejadas, para uma comunicao eficaz. No somente as imagens, mas tambm os textos sero adequados ao conceito da coleo. A escolha da fonte, alm de legibilidade e conforto de leitura, ir atender aos parmetros visuais do conceito do projeto. O aspecto formal da letra e a diagramao dos textos certamente influenciaro na estimulao do olhar. As sensaes de delicadeza, rusticidade, velocidade, agressividade, ou qualquer outra, podem ser obtidas em uma simples palavra escrita. Entretanto, se destacamos a relevncia do planejamento, devemos considerar que ele ser intil se a execuo no tiver a mesma ateno. Um acabamento ruim e a falta de iniciativa frente s dificuldades de viabilizao, podero levar uma tima idia ao fracasso. Profa. Marcela Krger Corra26

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Ento, podemos concluir que o volume de um book de projeto de coleo deve estar carregado de significados intrnsecos em cada detalhe. o primeiro veculo comunicador do conceito da coleo. Assim, antes de dar incio confeco do book ou dossi fundamental ter clareza da linguagem visual mais adequada para a comunicao desta carga simblica.

Dorotia Baduy Pires e Maria Celeste Montemezzo so docentes da graduao

em Design de Moda da Universidade Estadual de Londrina.Fonte: .

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6 TRABALHO PARA SER EXECUTADO DURANTE TODO O SEMESTRE, CONFORME O DESENVOLVIMENTO DAS AULAS: DOSSI DE COLEO

6.1 ELABORAR CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO DE COLEO. 6.2 PAINEL DA EMPRESA: imagem forte que sintetize a empresa e seu ramo de atuao; 6.2.1 TEXTO DA EMPRESA: texto explicativo a respeito da empresa e todas as demais informaes que a delimitam em caractersticas e atuao. Uma pesquisa apurada na prpria empresa de grande valia. Busquem captar as expectativas da empresa com esse trabalho de vocs. Lembrem, isso uma vitrine ao mercado de trabalho. OBS.: Os dois trabalhados!!! itens citados anteriormente (6.1 e 6.2) no sero

6.3 PAINEL DO PBLICO-ALVO: imagem forte do pblico-alvo da coleo. Voc deve recortar (com MUITO CAPRICHO) imagens em revistas que representem o perfil do pblico-alvo a ser trabalhado. Exemplos de imagens: roupa, bolsa, calado, acessrios, maquiagem, tipo de alimentao, esporte, famlia, livros, objetos, local, etc. Antes de colar as imagens (com cola basto em papel canson), mostre professora da disciplina para aprovao. Depois que o painel estiver pronto, escaneie e imprima ou faa um cpia colorida num papel fotogrfico. 6.3.1 TEXTO PBLICO-ALVO: texto explicativo do pblico-alvo digitado. Elabore um texto que fale sobre o pblico-alvo, descreva e explique o painel do pblico alvo. Detalhe ao mximo! 6.4 PAINEL DE TENDNCIAS: realizar pesquisa de tendncias na Internet, books, feiras, bureaux de moda, revistas nacionais e internacionais, etc. O painel de tendncias deve conter imagens de roupas que tenham haver com o estilo que se quer trabalhar. Pesquise na internet, salve as imagens numa pasta, insira num arquivo do Word e imprima num papel para foto. Lembrar do pblico-alvo e do tema que se deseja trabalhar!!!!

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6.4.1 TEXTO PAINEL DE TENDNCIAS: elaborar um texto falando sobre as tendncias para a estao. Falar sobre formas, tecidos, cores, texturas, estampas, grandes temas e influncias. Digitar no computador, com mesma fonte e formatao do anterior. 6.5 PAINEL DO TEMA: TU-DO pode servir de subsdio, em especial o acervo pessoal. Imagens, cheiros, msicas, filmes, lugares, pessoas, objetos, enfim... qualquer idia pode servir de tema. Tambm pode ser uma juno de idias. A imaginao o limite. Porm, as idias devem ser pensadas, justificadas e claras. S assim o trabalho final torna-se coerente com as idias. Transfigure conceitos, idias, e julgamentos que possam servir de bloqueio a criao. Busque o inusitado. No esquea que esse o primeiro e grande diferencial de qualquer outra coleo. Aps as idias prontas e claras, procurar imagens que as representem. Elaborar imagem forte sobre o tema. Recorte com CAPRICHO!!! Cada imagem tem que ter um significado, no colar imagens s porque voc as achou bonitinhas!! Colar com cola basto em papel canson, depois de aprovada pela professora escanear e imprimir ou fazer cpia colorida em papel para foto. 6.5.1 SKETCHBOOK: durante a pesquisa do tema e antes de elaborar o painel do tema, o aluno dever elaborar um Sketchbook - um caderno onde captura-se e registra-se todas as informaes de pesquisas realizadas sobre um determinado tema ou assunto. Deve-se incluir sensaes, desenhos, textos, gostos, msicas, poesias, imagens, texturas, cheiros, etc. Ele servir de apoio e de inspirao na hora do desenvolvimento da coleo de moda. Este caderno no deve ter linhas!! E a capa deve ser elaborada com MUITO capricho, muita limpeza e criatividade, lembrando sempre do tema da coleo. 6.5.2 TEXTO DO TEMA: elaborar texto do tema. Explicar e contextualizar o tema, perodo histrico, relao com a moda, etc. Este texto muito importante!!! Deve ser bem escrito e detalhado. 6.6 CARTELA DE CORES: deve apresentar as cores que sero utilizadas na coleo, estas devem ser estas devem ser extradas do painel do tema. criar referncia e nome para cada cor. Consideraes importantes Considerar as cores da estao + preto + branco. As cores devem ser coerentes com o tema escolhido. Quantidade de cores em uma coleo: em mdia de 8 a 12 cores.

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Formas de apresentao Deve ser apresentada SEMPRE em fundo branco. Deve trazer a identificao da cor atravs de cdigos e nomes Exemplo: Vermelho Paixo 006 Manter o intervalo de 1 cm entre uma amostra de cor e outra. Tamanho de cada amostra: 2 x 3cm ou 3 x 2cm. As amostras devem ser feitas de um mesmo papel, para evitar diferenas de nuances. As cores no devem apresentar textura, degrad, etc. 6.7 HARMONIA DE CORES: a combinao de cores entre si. Faa combinao de duas, trs e quatro cores. Recorte as cores em quadradinhos ou retngulos em tamanhos iguais e faa as devidas combinaes. 6.8 CARTELA DE MATERIAIS: expor os materiais txteis que sero utilizados na coleo. Elabore a cartela de materiais o mais prximo possvel do real. Informar a composio dos materiais. Os materiais devem estar apresentados de modo a possibilitar o toque das mos em ambos os lados, contendo nome, composio e, se for o caso, o fornecedor. Forma de apresentao Tamanho de cada amostra: 10 x 10cm. Cortar as amostras com tesoura de picotar. Identificar as amostras de tecidos atravs de etiquetas adesivas (nome do tecido, referncia, fabricante e composio). Colar apenas a parte superior (em papel canson), de forma que o tecido fique solto para que se possa tocar e sentir o caimento. Para fins acadmicos, o tecido pode ser inserido em uma janela entra duas laminas de papel. No caso de tecidos estampados, obter amostras maiores para se certificar da repetio do desenho (rapport). 6.9 CARTELA DE SUPERFCIES: apresentao das estampas, bordados, lavagens ou outras interferncias. Forma de apresentao Tamanho de cada amostra: 10 x 10cm. Cortar as amostras com tesoura de picotar. Identificar as amostras de tecidos atravs de etiquetas adesivas (nome do tecido, referncia, fabricante e composio).

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Colar apenas a parte superior (em papel canson), de forma que o tecido fique solto para que se possa tocar e sentir o caimento. Para fins acadmicos, o tecido pode ser inserido em uma janela entra duas laminas de papel. No caso de tecidos com estampas grandes, obter amostras maiores para se certificar da repetio do desenho (rapport).

6.10 CARTELA DE AVIAMENTOS E OUTROS MATERIAIS: Expor os aviamentos que sero utilizados na coleo. Os aviamentos sero selecionados a partir dos modelos criados. Criar referncias para o aviamento/ material, colocando seu nome e caracterstica. Exemplo: boto metlico Ref. 0034; zper embutido 18 cm Ref. 0050; canutilho vermelho Ref. 3903; elstico branco 1cm Ref. 0456; entretela colante branca Ref. 0234; etc. Colar em papel canson com cola quente. Consideraes importantes Devem ser listados na ficha tcnica do produto. So classificados quanto: Funo Componente: zper, botes funcionais, etiquetas de composio. Decorativo: bordados, etiquetas decorativas. Visibilidade Aparente: botes, zper. No-aparente: entretelas, elsticos. Formas de apresentao Colar amostra do aviamento com os seguintes dados: descrio, referncia, fornecedor. 6.11 CROQUIS: fazer 40 croquis looks comerciais (geraes de alternativas), sem colorir, e selecionar 20 looks (lembrar do mix de produto definido). Fazer 15 croquis looks conceituais (geraes de alternativas), sem colorir e escolher 5. Aps as escolhas, passar a limpo e colorir com lpis de cor aquarelvel, caneta pantone, giz pastel, etc.

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6.12 FICHAS TCNICAS COM DESENHOS TCNICOS: em conformidade aos modelos apresentados pela Professora da referida disciplina. Obs.: Fazer ficha tcnica completa apenas dos looks que sero confeccionados. Fazer desenho tcnico apenas dos croquis coloridos. 6.13 RELEASE DA COLEO: texto em linguagem de moda, tambm potico, com seduo, ritmo e que trate das seguintes informaes: Estao e ano. Referncias: quais foram as referncias adotadas para a criao da coleo: tendncias internacionais, regionais e pessoais. Conceito: resumo, no mximo trs palavras-chaves. Cartela de Cores: defina as cores, tons, matizes e combinaes. Texto de Materiais: descreva e justifique a composio, propriedades, texturas e acabamentos aplicados no projeto. Exemplo: os tecidos so leves; existem bordados, aplicaes, babados, pespontos nas peas, etc. Texto de Formas e estruturas: descreva sobre as formas, estruturas, linhas e volumes que predominaro na coleo, se estas so fluidas, retas, geomtricas, assimtricas, superpostas, volumosas, transpassadas, etc. OBS: este texto s ficar completamente pronto aps o trabalho encerrado, uma vez que novos conceitos e interpretaes podem surgir ao longo do desenvolvimento da coleo. 6.14 MODELAGEM: em conformidade ao que foi pedido pela Professora de Modelagem; Obs.: Fazer modelagem apenas dos looks confeccionados. 6.15 PRANCHA DE DESFILE OU SEQNCIAS DE DESFILE: reduzir os croquis e col-los lado a lado na seqncia de entrada do desfile. 6.16 REFERNCIAS consultadas. BIBLIOGRFICAS: indicar livros, sites e revistas

6.17 ANEXO: documentos e informaes que acharem pertinentes! 6.18 DIAGRAMAO DO TRABALHO: Um contedo consistente, elaborado e devidamente sustentado por pesquisa mnimo que se espera. Assim, a organizao juntamente com a escolha dos materiais para a montagem do dossi Profa. Marcela Krger Corra32

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so a parte mais importante de qualquer trabalho, uma vez que a primeira impresso do comprador / professor / consultor, uma opo errada pode atrapalhar na avaliao de escolha.

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7 LEITURAS COMPLEMENTARES:

7.1 A HARMONIA DA COLEO Deve-se observar se os itens que seguem esto em harmonia na coleo: 1.TEMA 2. ESTILO 3. CORES 4. MATERIAIS (tecido) 5. PADRES 6. FORMAS (silhuetas) 7. COMPRIMENTOS 8. AVIAMENTOS 9. ACABAMENTOS 10. PEAS - CHAVE 11. PONTOS - FORTES 12. DECORAO (passarela) 13. MODELOS 14. MAKE-UP (cabelo e maquiagem)

7.2 RELEITURA DAS TENDNCIAS INTERNACIONAIS PARA O MERCADO NACIONAL 1. As tendncias de moda so identificadas por comits setoriais e em seguida transmitidas para os estilistas como temas de inspirao em bureaux. 2. Como essas fontes de informaes so disponibilizadas globalmente, no de se surpreender que exista uma certa unidade de linguagem entre as colees. 3. Atravs da pesquisa e da observao mais apurada chega-se a identificao de elementos de estilo de uma dada estao. 4. Os pontos que aparecem com maior freqncia e que, portanto tm maior incidncia de repetio so considerados elementos de estilo.

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5. Os painis ou quadro resumo das tendncias (Story board) possibilita agrupar todas as referncias de estilo da estao. 6. Com o tema escolhido, seleciona-se quais elementos de estilo podem ser usados para compor a coleo. Por exemplo: Tema global: ndios, sub-tema: ndios norte-americanos, designer brasileiro: ndios caiaps. O bureaux indica usar os seguintes elementos de estilo: acessrios com pedra turquesa, couro envelhecido, camura, tiras de couro usadas com costura em X, franjas de couro, etc. Selecionando na realidade brasileira e mais especificamente na tribo dos caiaps, procura-se as cores das sementes que tingem o corpo dos ndios, palha entrelaada, plumas para enfeites, desenhos geomtricos de cumbucas, cermicas e cumbucas para a estamparia. Selecionando-se dessa forma estaremos eliminando elementos de estilo que no condizem com o tema como estampas de cashemere, mesmo que sejam tendncias de moda, mas no fazem parte do tema escolhido. 7. Uma coleo no deve se limitar a reproduzir as tendncias pesquisadas no exterior. Ela deve ir alm! A coleo tem que demonstrar personalidade, uma cara prpria: uma IDENTIDADE. 8. O criador brasileiro deveria fazer uma pesquisa iconogrfica dos ndios caiaps. 9. Na pesquisa ele decidir como inserir idias como uso de penas em acessrios e acabamentos, a forma das ocas transformadas em saias arredondadas. 10. Esta pesquisa originar idias de locaes de fotos, make-up para desfile, tipo de letras (fonte) para a campanha e materiais de divulgao da coleo e vitrines.

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7.3 QUEM O MEU CLIENTE?

Fonte:

7.4 ESTILO DE VIDA O estilo de vida se refere forma como as pessoas vivem, como gastam seu tempo e seu dinheiro, quais atividades executam e suas atitudes e opinies sobre o mundo em que vivem. Atualmente, para definirem um segmento-alvo, os varejistas esto dando mais nfase aos estilos de vida e aos dados psicogrficos que aos dados demogrficos. O VALS2 uma das vrias abordagens de segmentao disponveis comercialmente que se baseia nos valores e estilos de vida do consumidor. Os segmentos so baseados em duas pesquisas nacionais conduzidas pelo SRI Internacional, com 2.500 consumidores. As pesquisas pedem aos consumidores para dizerem se concordam ou discordam de afirmaes como Minha idia de

divertimento em um parque nacional seria ficar em uma casa de campo luxuosa e me arrumar para o jantar e Eu no poderia tirar a pele de um animal morto.Com base na anlise das respostas da pesquisa, oito segmentos de estilo de vida foram identificados (Fig.1). Observe como os consumidores de cada segmento so descritos em termos de diferentes atitudes, ambies e comportamentos de compra, em vez de com base em suas idades ou no local onde moram. Os oito segmentos de estilo de vida so organizados em duas dimenses. Profa. Marcela Krger Corra36

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A dimenso vertical indica a quantidade de recursos (dinheiro, educao, sade, autoconfiana e nvel de energia) que as pessoas do segmento tm. Os Realizadores tm muitos recursos; os Lutadores tm recursos limitados. A dimenso horizontal descreve a auto-orientao dos consumidores do segmento. O comportamento das pessoas dos segmentos direcionados por princpios (Totalmente preenchidos e Crentes) baseado em suas crenas sobre como o mundo ou deveria ser. As pessoas dos segmentos direcionados por status so guiadas por aes e por opinies de outras pessoas. As pessoas dos segmentos direcionados por aes so guiadas por suas necessidades de atividades sociais e fsicas, variedade e aceitao de risco. Muitos negcios usam os segmentos do VALS2 para compreender melhor seus clientes e mercados-alvo. Por exemplo, uma pesquisa com viajantes de avies descobriu que 37% deles eram realizadores, enquanto 8% eram compostos pela populao em geral. Como os realizadores compram mercadorias que refletem sua renda alta e seu status, a pesquisa sugere que lojas como a The Nature Company e a Sharper Image teriam xito nos aeroportos.

7.5 CARTELA DE CORES Eleger cores, ou uma gama, para toda uma coleo uma das primeiras decises que se tem que tomar quando se desenham os modelos. A escolha da cor ditar o esprito da estao de uma coleo e ajudar a distingui-la da anterior. O uso associativo da cor til para recordar os matizes da cor e para apelidar uma gama, mas no suficiente na hora de indicar a um especialista o tom exato que se deseja.A fim de consegui-lo, desenvolveu-se um certo nmero de sistemas de imitao das cores padronizadas comercialmente. Os mais usados na moda e tecidos so o sistema Scotdic de cor e o sistema profissional Pantone. Este ltimo calibra preciso e com um nmero de seis dgitos indica a posio exata da cor no crculo cromtico (primeiros dois dgitos) e compara este valor com o preto e branco (segundos dois dgitos) e sua intensidade (dois dgitos finais). As grandes organizaes assessoras de cor so: a British Textile Color Group, a International Color Authority (ICA), a Color Association of the United States (CAUS) e a Color Marketing Group (CMG). Felizmente, existem excelentes servios que os designers de moda podem comprar para ajudar na seleo das cores corretas. Essas companhias predizem as cores mais importantes na moda por segmentos (feminino, masculino e infantil) com aproximadamente 18 meses de antecipao. Color Box, Huepoint, Design Intelligence, D3, Doneger e Promostyl so alguns entre muitos em Nova York. Empresas de moda compram duas ou trs cartelas de cores a cada estao a um custo de U$ 600 at U$ 1.500. Profa. Marcela Krger Corra37

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Aqui, no Brasil, os escritrios especializados em cores so poucos. As instituies que fazem seminrios, palestras e vendem suas prprias cartelas de cores so: o Senai-Cetiqt, o Senac (Centro de Moda, Beleza e Design) e a VIP (Renata Miranda). As tecelagens criam as suas prprias cartelas e costumam entregar uma aos seus clientes no lanamento das colees de tecidos.

7.6 DESENVOLVIMENTO DE COLEO NO VAREJO DE MODA Ao desenvolver uma coleo para o varejo de moda importante ter: o produto adequado na hora certa na quantidade apropriada e nas condies desejadas pelo cliente. Isto quer dizer:

ROUPA CERTA

HORA CERTA

QUANTIDADE CERTA

DO JEITO QUE O CLIENTE QUER

7.6.1 Roupa Certa Ter a roupa certa, ser a conseqncia de um bom estudo de posicionamento e conhecimento de seu pblico alvo em combinao com a eficincia da equipe de estilo, capaz de pesquisar e desenvolver produtos baseados nas tendncias de moda que iro de encontro aos desejos e necessidades de seus consumidores. ROUPA = FORMA DE EXPRESSO DO PBLICO ALVO Leva-se em considerao tambm eventuais variaes climticas (ex: um inverno mais quente), eventos sazonais (Natal, frias, etc...) e a necessidade de novos produtos no decorrer da coleo. Mini colees de peas coordenadas devero entrar na loja periodicamente, para que a cada visita de seu cliente, este encontre novidades capazes de atra-lo para novas compras. A boa elaborao de um mix de produtos a ser sugerido pelo departamento de criao fundamental para atender estes objetivos com sucesso.

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7.6.2 Hora Certa Um cronograma definindo datas de: lanamento, eventos sazonais, promoes, liquidao e etc. dever ser elaborado com a inteno de motivar vendas. Datas de lanamento e liquidao podem variar muito de acordo com o segmento de pblico. Um projeto com as principais aes de propaganda dever ser elaborado de acordo com o cronograma estabelecido. 7.6.3 Quantidade Certa Baseado em um plano de vendas, o mix de produtos dever estabelecer no s a variedade como a quantidade e preo dos produtos a serem desenvolvidos, levando-se em considerao a necessidade de um nvel baixo de estoque com um bom sortimento que permita opes de escolha para o cliente. Produtos do tipo permanentes ou regulares, devero ser seu histrico de desempenho avaliado, e para os produtos de moda, avaliaes por semelhana de proposta podem apontar para a definio de quantidades. Nestes casos o ciclo de vida dos produtos ainda mais curto, portanto uma compra em quantidade inadequada poder atrapalhar a liquidez. O estudo de mix fator determinante para o sucesso das marcas de moda, sendo hoje, um pouco fraco a ser desenvolvido principalmente em mdias e pequenas empresas. 7.6.4 Condies Que o Cliente Quer Existem outros fatores, como por exemplo, preo, opes de pagamento, tipo de atendimento, entretenimento, layout da loja e conforto na hora da compra e servios que determinam a compra. Estes fatores dizem respeito s condies que o cliente quer durante a compra. Em moda, os preos so expressivos componentes do composto de marketing para a formao de imagem. Produtos que visam atingir um segmento de nvel de renda mais alto, podem ter uma poltica de preo que vise criar status e exclusividade. Nem sempre o preo tem importncia na deciso de compra, em um mercado onde a compra por impulso, determina grande parte das vendas, principalmente no segmento feminino. Dentro das condies que o cliente quer, aps considerarmos os produtos condies de pagamento e crdito, e localizao dos pontos de vendas abriremos um parntese para falar sobre layout de lojas. Layout o arranjo interior das mercadorias, mveis e equipamentos que levam a loja a uma produtividade mxima. Profa. Marcela Krger Corra39

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O espao deve ser agradvel de se ver e atrativo para comprar. Uma cadeira ou assento para o acompanhante pode aumentar as vendas, assim como boas cabines de prova. Muitas decises de compras so tomadas, ou podem ser fortemente influenciadas, no recinto da prpria loja. Os fregueses so suscetveis a impresses e informaes adquiridas nas lojas, em vez de basear as compras tosomente na fidelidade marca ou na propaganda. Outro fato muito importante a luz. Luz e espao so inseparveis porque a luz que produz a sensao de espao. Ela no deve ser vista, mas apenas percebida. A vitrina tambm uma mdia de informao que pode articular e alavancar vendas. Por isso todos os detalhes que cercam a comercializao do produto-moda no varejo devem ser muito bem cuidados.

7.7 PESQUISA SINCRNICA

A pesquisa sincrnica nada mais do que uma busca detalhada por produtos existentes no mercado semelhantes ou no muito semelhantes ao que se quer desenvolver no projeto. Estas pesquisas abrem a mente do designer para criar produtos inovadores e solucionar antigos problemas. Nesta etapa o designer pode falar um pouco sobre seus concorrentes, o que eles fazem, como so seus produtos, e o que poderia ser realizado para sair na frente destes concorrentes. interessante comparar os concorrentes entre si, descrevendo o que cada um faz. Assim, fica mais fcil descobrir algo inovador, que o mercado ainda no fez, ou at melhorar produtos j existentes. Trata-se de uma pesquisa de mercado. Podem ser realizados questionrios e entrevistas, para coleta de informaes.

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7.8 PESQUISA DIACRNICA

A pesquisa diacrnica trata-se de uma evoluo histrica do produto a ser desenvolvido. Nada mais do que uma coleta de informaes sobre o tipo de produto a ser desenvolvido e o pblico alvo em questo. Comente sobre as alteraes de comportamento durante dcadas passadas, como eram as roupas em cada perodo. Quais as mudanas que ocorreram no decorrer das dcadas? Qual a importncia destas mudanas? O que elas trouxeram de bom ou ruim?

7.9 A IMPORTNCIA DO FEED-BACK

A comunicao da vestimenta se d nessa ordem: o ser humano vestido primeiro visto, logo em seguida entendido e somente depois compreendido.O objetivo da comunicao de uma mensagem (vestimenta) provocar uma resposta no receptor. A resposta deste a uma mensagem do transmissor chamada de feedback, retroalimentao ou re-alimentao. Em outras palavras, feedback a comunicao dirigida do receptor ao emissor depois do receptor receber a mensagem que lhe foi comunicada.

Atravs do feedback o emissor obtm informaes sobre o efeito da comunicao que pretendeu realizar. O estilista durante o desfile de sua coleo consegue o feedback atravs da crtica dos jornalistas e editores de moda, da fisionomia dos clientes, do pedido dos compradores credenciados e da aceitao do pblico presente. Com a realimentao, o indivduo poder modificar sua maneira de vestir-se para conseguir melhor rendimento neste tipo de comunicao.

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A comunicao humana a causa e o efeito da interao entre o emissor e o receptor. A causa atua no sentido de uma mente afetar a outra. O efeito resulta na influncia na mente do receptor, provocando uma resposta. ao mesmo tempo a ao e reao. Esta resposta pode ser de aprovao ou de excluso. Pelas roupas que uma pessoa est trajando, ela pode ser aceita em um determinado grupo ou no. Existem elementos que colaboram na ao, outros que colaboram na reao e outros que colaboram em ambas, como por exemplo, toda profisso.

Shelley S. Harp, Shirley Stretch e Dennis A. Harp, da Universidade do Texas, estudaram o efeito que a vestimenta tem na carreira de uma mulher e em como ela percebida. Usaram a ncora dos noticirios da televiso como amostra e descobriram que a roupa afetava a confiabilidade que lhe atribuam os espectadores. No de surpreender o fato de o estudo deles ter mostrado que uma aparncia apropriada, conservadora, emprestada uma aura de credibilidade s reprteres, coisa que um modelo mais solto no fazia. No difcil de entender que um estilo mais discreto mais indicado para relatar notcias sobre guerra e desastres ecolgicos ou que um modelo mais colorido, mais extravagante seja timo para conduzir um programa de diverses (FISCHER-MIRKIN, 2001, p.103).

O estoque de informaes do emissor, o sinal e o canal so elementos que colaboram na ao. O estoque de informaes do receptor, o sinal e o canal so elementos que influem na reao. O emissor e o receptor utilizam-se do repertrio de informaes que cada um possui. A maneira de colocar os sinais, quer dizer combinar as peas de roupa entre si influi na comunicao. Pode-se, dessa maneira, utilizando as mesmas peas de roupas (os mesmos sinais) s que de modo diferente, provocar diversas respostas no mesmo receptor.

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7.10 SEGMENTAR PRECISOPor Luana Azeredo* A segmentao uma das principais estratgias para a construo e a manuteno de um negcio bem sucedido. Cada pblico tem suas necessidades e comportamentos especficos. e para atingir e atender cada um deles de forma correta essencial conhec-los e defini-los bem. Segundo o dicionrio Aurlio, segmentar significa dividir em segmentos, considerando segmento como parte de um todo maior. De forma prtica, segmentar o mercado seria, por exemplo, dividi-lo de acordo com aspectos demogrficos (como localizao, idade e etc.) ou aspectos de estilo de vida (profisso, atividades, atitudes). Para o mercado de moda, assim como para a maioria dos demais mercados, podemos considerar basicamente dois tipos de pblico, o consumidor final (b2c) e o consumidor empresarial (b2b), representando uma indstria ou uma empresa de varejo. Mas a segmentao vai muito alm. No caso do consumidor final, vai realmente bem alm de uma simples diviso em dois grupos. O consumidor/pblico de uma loja ou uma marca pode ser homem ou mulher, pode ser beb (no caso representados pelos pais, que decidem e efetivamente realizam a compra), criana (os pais ainda compram e opinam mas a criana tem um grande poder de influenciar), teen (nem criana, nem adolescente, entre os 7 e 12 anos e com um poder de influenciar e decidir ainda maior), adolescente (j com maior poder de influenciar e, em alguns casos, com poder de comprar) ou adulto, pode ser de classes sociais mais baixas e buscar o produto por preo ou ter um maior poder aquisitivo e buscar qualidade e diferenciao, pode ter necessidades diversas como roupas para praticar um esporte, para fazer uma viagem de aventura, para trabalhar (como o caso de um medico, que precisa de roupas brancas), roupas em tamanhos grandes, roupas para a gravidez, para uma festa, entre tantos outros motivos especficos e ainda pode ter estilos diversos de vida e estilos diversos para se vestir, podendo ser moderno, criativo, tradicional, elegante, esportivo, sexy ou romntica (este ltimo, apenas no caso das mulheres). Assim, uma loja, como a AndreApasse, oferece roupas e acessrios para mulheres adultas que precisem de tamanhos grandes, em diversos estilos (elegante, esporte e sexy), mantendo como seu principal diferencial os tamanhos oferecidos e isso deve ficar bem claro para seus clientes e seu pblico-alvo. Outra loja, como a C&A, oferece produtos para os dois sexos, para diversas idades, em diversos estilos, mas se destaca principalmente pela oferta de produtos com um preo mais atrativo (e por condies de pagamento diferenciadas). Dentro da loja, atravs do trabalho de visual merchandising, existe uma clara distino entre os estilos (atravs das marcas vendidas na mesma), idades e sexos. Esta forma de segmentao tambm acontece em outras lojas como a Renner, que apresentou em campanhas de mdia e no visual mechandising, para o Inverno 2004, a diviso (segmentao) por estilos, de acordo

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com as marcas venda na empresa, buscando atingir consumidores com diversos estilos e em busca do diferencial de preo. Algumas das divises apresentadas pela Renner so Cortelle (para mulheres feitas. Com boa modelagem, mants e jaquetas acinturados e cartela de cores clssica), Just Be (para quem quer sensualidade. Com tecidos esvoaantes, lurex e mni comprimentos) e Blue Steel (voltada para os adolescentes. Com cores, listras, plataformas e jeans). Com a segmentao definida, possvel (e necessrio): Definir e expr melhor os produtos Oferecer servios e diferenciais mais adequados Comunicar melhor os produtos e a marca Fidelizar o consumidor, transformando-o em cliente, com uma identidade prpria e com indentificao com a sua marca. E depois de segmentar, o momento de conhecer melhor o seu consumidor/pblico-alvo, estreitando ainda mais o relacionamento com ele e permitindo um entendimento maior de suas necessidades e anseios melhorando o desempenho total da empresa. Luana Azeredo formada em Propaganda e Marketing pela ESPM, no MBA em Varejo de

Moda pela Anhembi-Morumbi e em Consultoria de Imagem pelo Senac.Fonte: http://www2.uol.com.br/modabrasil/mercado/a_importancia_segment/index.htm

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8 BIBLIOGRAFIA ABRANCHES, Gerson P. Manual da Gerncia de Confeco. Rio de Janeiro: Senai-Cetiqt, 1995. Vol. I e II ANDRADE FILHO, Jos F. de. Introduo tecnologia Txtil. Rio de Janeiro: Senai-Cetiqt, 1987. Vol. III. ARAJO, Mrio de. Tecnologia do Vesturio. Lisboa: Fundao Calouste Gulbenkian, 1986. FEGHALI, M. Kasznar. Planejamento de coleo (Apostila), Rio de Janeiro: Ed. Senai-Cetiqt, 1996. LEITE, A. S. & VELLOSO, M. D. Desenho tcnico de roupa feminina. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2004. RECH, Sandra Regina. Moda: por um fio de qualidade, Editora EDUSC, 2002. RIGUEIRAL, Carlota; RIGUEIRAL, Flvio. Design & Moda: Como agregar valor e diferenciar sua confeco. So Paulo: IPT, 2002. TREPTOW, Doris. Inventando Moda: Planejamento de Coleo. Brusque: 2003.

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