Apostila pintura de móveis

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FIEMT FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO SENAI SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO REGIONAL DE MATO GROSSO

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FIEMT

FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO

GROSSO

SENAI

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

DEPARTAMENTO REGIONAL DE MATO GROSSO

PINTURA DE MOVÉIS

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Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso – FIEMT

MAURO MENDES FERREIRA

Presidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Departamento Regional de Mato Grosso

MAURO MENDES FERREIRA

Presidente do Conselho Regional do SENAI/MT

GILBERTO GOMES DE FIGUEIREDO

Diretor Regional do SENAI-DR/MT

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PINTURA DE MOVÉIS

Cuiabá/MT

2007

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© 2007. SENAI – Departamento Regional de Mato Grosso.

Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SENAI-DR/MT

Gerência de Educação e Tecnologia – GETEC

Unidade de Desenvolvimento em Educação Inicial e Continuada

SENAI-DR/MT

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – Departamento Regional de Mato Grosso

Av. Historiador Rubens de Mendonça, 4.301 – Bairro Bosque da Saúde - CEP 78055-500 – Cuiabá/MT

Tel.: (65) 3611-1500 - Fax.: (65) 3611-1557

[email protected] - www.senaimt.com.br

SENAI, Departamento Regional de Mato Grosso.

Pintura de Móveis do SENAI/MT / SENAI – Departamento Regional de Mato Grosso - Cuiabá,

2007

90p. : il.

1. Higiene e Segurança no Trabalho; 2. Empreendedorismo, Ética e Cidadania;

3. Qualidade no Processo “5S”; 4. Resíduos de Madeira e as Questões Ambientais;

5. Tecnologia da Pintura de Móveis; 6. Pintura em Móveis de Madeira;

CDU 674.23

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Sumário

1. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO.........................................................6

1.1. HIGIENE..........................................................................................................6

1.2. SEGURANÇA NO TRABALHO..............................................................................6

2. EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E CIDADANIA...............................................15

2.1. EMPREENDEDORISMO....................................................................................15

2.2. ÉTICA E CIDADANIA........................................................................................23

3. QUALIDADE NO PROCESSO “5 S”.................................................................30

4. RESÍDUOS DE MADEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS............................34

5. TECNOLOGIA DA PINTURA DE MÓVEIS........................................................37

5.1. TIPOS DE SUPERFÍCIES:.................................................................................37

5.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE........................................................................43

5.3. PRODUTOS DE ACABAMENTO.........................................................................49

5.4. EQUIPAMENTOS PARA ACABAMENTO...............................................................55

5.5. PROCESSO DE PINTURA PARA ACABAMENTO DE MÓVEIS.................................59

5.6. PRÁTICA DE PINTURA.....................................................................................62

5.7. OS PRINCIPAIS DEFEITOS DA PINTURA...........................................................71

6. PINTURA EM MÓVEIS DE MADEIRA...............................................................73

6.1. PRODUTOS UTILIZADOS NA PINTURA DE UM MÓVEL:.......................................73

6.2. EQUIPAMENTOS DE PINTURA..........................................................................75

6.3. AMBIENTE DE ACABAMENTO...........................................................................77

6.4. TÉCNICAS PARA SE OBTER UMA BOA APLICAÇÃO À PISTOLA.............................80

6.5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE PARA OBTENÇÃO DE UM BOM ACABAMENTO......81

6.6. LIXAMENTO, TINGIMENTO E EMASSAMENTO....................................................83

6.7. APLICAÇÃO DE PRODUTOS TRANSPARENTES OU PIGMENTADOS (LAQUEADOS). 84

6.8. POLIMENTO...................................................................................................85

6.9. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES...................................................................86

REFERÊNCIAS.........................................................................................................88

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1. HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

1.1. HIGIENE

A higiene consiste numa prática de grande benefício para os seres humanos.

Significa limpeza, asseio e é responsável pela prevenção de inúmeras doenças

físicas.

Por isso, para ter uma vida mais longa e saudável, tornando-se um profissional

respeitado, competente e produtivo, você precisa ter saúde. Um dos passos para

isto depende muito de você: são os cuidados com a higiene pessoal, tanto em casa

quanto no trabalho.

A higiene pessoal engloba tudo aquilo que se faz para evitar que o corpo e as

roupas atraiam e abriguem microorganismos prejudiciais à saúde. Tomar banho,

lavar bem as mãos, o rosto e os cabelos eliminam as impurezas da pele. Parece

simples e fácil... Mas com o passar do tempo, com a rotina, com pressa, muitas

vezes descuidamos de detalhes essenciais.

De nada adianta tomar cuidado só no trabalho, pois os microorganismos ficam

transitando de um ponto para outro, junto com você. Por isso realize uma higiene

pessoal ao deixar seu ambiente de trabalho, para não levar para casa eventuais

resíduos.

Você sabia?

Que uma boa higiene corporal acaba com 90% dos micróbios da pele, mas depois

de 8 horas eles voltam a atingir os mesmos níveis anteriores.

O cheiro do suor, por exemplo, é resultado da ação dos micróbios.

1.2. SEGURANÇA NO TRABALHO

É o conjunto de medidas técnicas, médicas e educacionais, empregadas para

prevenir acidentes, quer eliminando condições inseguras do ambiente de trabalho,

quer instruindo ou convencionando pessoas na implantação de práticas preventivas.

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Equipamentos de proteção do trabalhador

Para evitar os riscos de acidentes no trabalho e proteger os profissionais, existem

várias medidas que podem ser tomadas. Algumas, inclusive, são obrigatórias por lei.

Um dos mais eficientes meios de proteger a sua vida e evitar doenças ocasionadas

por agentes físicos, químicos ou biológicos é utilizar os equipamentos de proteção.

Eles estão classificados em Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) e

Equipamentos de Proteção Individual (EPI).

Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)

São instrumentos que beneficiam o grupo como um todo, buscando reduzir os riscos

que eventualmente cada profissional possa sofrer. Geralmente, tais equipamentos

estão voltados principalmente para o ambiente. Os EPCs devem ser mantidos nas

condições que os especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser

reparados sempre que apresentarem qualquer deficiência.

Alguns exemplos de EPC:

Exaustores de poeiras, vapores, gases nocivos;

Extintores de incêndio;

Dispositivos de proteção em escadas, corredores, etc;

Para que servem

Os EPCs servem para proteger o trabalhador de:

agentes físicos: umidade, vibração, irradiação, ruído, calor e frio;

agentes químicos: substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc;

agentes biológicos: bactérias, vírus, parasitas, animais peçonhentos, etc;

Quando não for possível adotar medidas de segurança de ordem geral, para garantir

a proteção contra os riscos de acidentes e doenças profissionais, devem-se utilizar

os EPI´s.

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Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Instrumentos de uso pessoal, que têm por finalidade proteger a integridade física e a

saúde do trabalhador, diminuindo ou evitando lesões que podem decorrer de

acidentes.

Existem EPIs para proteção de praticamente todas as partes do corpo.

Veja alguns exemplos:

Olhos: óculos de segurança, que evita a cegueira total ou parcial e a

conjuntivite. É utilizado em trabalhos em que existe o risco de impacto de

estilhaços e cavacos e respingos de produtos químicos.

Vias respiratórias: máscaras e protetor respiratório, que têm como objetivo

evitar a inalação de poeiras, névoas e vapores orgânicos (thiner, tintas,

vernizes).

Ouvidos: protetor auditivo. Deve ser usado sempre que o ambiente

apresentar níveis de ruído superiores aos aceitáveis, de acordo com a norma

regulamentadora.

Mãos e braços: luvas de PVC ou látex. O uso delas impede um contato

direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos ou com substâncias

corrosivas e irritantes.

Pés: calçados de segurança, que protegem os pés contra eletricidade e

umidade. Devem ser utilizadas em ambientes úmidos e em trabalhos que

exigem contato com produtos químicos.

Tronco: avental de PVC, que protege contra respingos de produtos químicos.

Responsabilidades:

A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho, mediante

certificados de aprovação (CA). As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente

aos trabalhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que é

obrigação dos empregados usar os equipamentos de proteção individual onde

houver risco, assim como os demais meios destinados a sua segurança.

É obrigação do empregador:8

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fornecer os EPI adequados ao trabalho.

instruir e treinar quanto ao uso dos EPI.

fiscalizar e exigir o uso dos EPI.

repor os EPI danificados.

É obrigação do trabalhador:

usar e conservar os EPI.

Não é qualquer EPI que atende à legislação e protege o trabalhador. Apenas

aqueles que têm o número do CA e a marca do fabricante gravada no produto é que

oferecem proteção efetiva.

Cabe ao trabalhador zelar pela própria segurança, recusando os EPIs que não

tenham o CA e a identificação clara do fabricante!

Controle e Conservação dos equipamentos de proteção

Cabe ao setor de segurança da empresa, juntamente com outros setores

competentes, estabelecer o sistema de controle adequado. A conservação dos

equipamentos é outro fator que contribui para a segurança do trabalhador.

Portanto, cada profissional deve ter os seus próprios equipamentos e deve ser

responsável pela sua conservação.

Lembre-se!

Se cada um de nós pensarmos e atuarmos com segurança, os acidentes

praticamente poderão ser eliminados. Faça sua parte.

Doenças e Acidentes do Trabalho:

Prevenir riscos à saúde e garantir um ambiente seguro trazem vantagens para

todos.

A prevenção é obrigatória por lei. A Norma Regulamentadora nº 9, do Ministério do

Trabalho, que cria o Programa de Prevenção de Risco Ambiental (PPRA), determina

ações no ambiente de trabalho para evitar riscos físicos, químicos, biológicos e

ergonômicos.

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Certas substâncias químicas utilizadas nos processos de produção industrial são

lançadas no ambiente de trabalho intencional ou acidentalmente. Essas substâncias

podem apresentar-se nos estado sólido (poeiras), líquido (ácidos, solventes e tintas)

e gasoso (gás), causando danos à saúde.

Doenças Ocupacionais:

A constância e a intensidade de determinadas atividades na marcenaria podem

provocar a chamada doença ocupacional.

Veja as principais doenças ocupacionais que podem ocorrer em uma marcenaria e

como preveni-las:

Doenças das vias respiratórias

As vias respiratórias é a principal porta de entrada dos agentes químicos, porque

respiramos continuadamente, e tudo o que está no ar vai direto para o pulmão.

Causas: Algumas pessoas são mais sensíveis ao pó produzido nas oficinas. Esse

pó possui substâncias químicas encontradas na própria madeira, como é o caso do

cedro vermelho, além de tintas, produtos químicos e umidade.

Sintomas: Falta de ar, irritação no nariz, boca, garganta e tosse noturna.

Prevenção: Uso de máscaras (simples ou com filtro), instalação de coletores de pó

nas máquinas, de vaporizadores (equipamentos que umedecem o ambiente,

eliminando do ar as partículas da poeira), de ventiladores e exaustores.

Doenças de pele

Causa: Estão relacionadas à sensibilidade de algumas pessoas aos produtos

químicos. A maneira mais comum da penetração pela pele é o manuseio e o contato

direto com os produtos perigosos, que podem causar câncer e doenças de pele

conhecidas como dermatoses.

Sintomas: Geralmente atingem mãos e braços, partes do corpo mais expostas ao

pó do ambiente, causando coceira, erupções e vermelhidão.

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Prevenção: Uso de luvas tradicionais ou químicas (à base de pastas que são

colocadas nas mãos, formando uma película protetora), uso de uniforme com

mangas até o punho e uso de boné ou capacete.

Doenças do sistema digestivo

Causas: comer ou beber algo com as mãos sujas, ou que ficaram muito tempo

expostas a produtos químicos.

Sintomas: enjôo, mal-estar, ânsia de vômito, dores abdominais.

Prevenção: Lavar bem as mãos antes de ingerir o alimento e evitar excesso de

exposição aos produtos químicos.

Doenças da via ocular

Causas: Relacionadas à sensibilidade de algumas pessoas aos produtos químicos e

resíduos que permanecem no ar.

Sintomas: Irritação nos olhos e conjuntivite.

Prevenção: Além do uso dos óculos de proteção, é importante tomar cuidado com

os diferentes produtos químicos. Faça um levantamento dos produtos que você

utiliza, leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos que podem

provocar no organismo humano.

Surdez

Causas: Exposição ao ruído intenso produzido por equipamentos como furadeira,

serras e lixadeiras.

Sintomas: O funcionário ouve um zumbido no ouvido,após expor-se ao barulho das

máquinas, além de apresentar tontura e ânsia de vômito.

ATENÇÃO

Falso remédio

Quando você respira um ar cheio de produtos químicos, ele vai para os pulmões.

Quando você bebe um copo de leite, ele vai para o estômago. Daí a pergunta: o que

o leite tem a ver como desintoxicante pulmonar por substâncias nocivas?

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Resposta: Nada! O leite pode ser considerado alimento, nunca um preventivo de

intoxicação. Sua utilização é até prejudicial, uma vez que acreditando no seu valor,

as medidas de higiene industrial e os cuidados ficam em segundo plano.

Prevenção: Exames audiométricos na admissão e a cada seis meses, uso de

protetor auricular (tipo plug e/ou tipo concha), instalação das máquinas mais

barulhentas em ambiente à parte na marcenaria. Desse modo, apenas o funcionário

que opera a máquina fica exposto ao ruído, poupando os demais.

Também é importante fazer a manutenção constante dos equipamentos para reduzir

o volume de ruído.

Cifose e lesões posturais

Causa: Postura incorreta do corpo na realização de certos trabalhos.

Por exemplo: lixar ou serrar uma peça com as costas curvadas por longo período,

causando dor. Parafusar uma peça localizada em local muito alto ou muito baixa,

onde se tenha que manter o braço suspenso ou abaixado durante muito tempo, ou

onde é preciso ficar agachado. Carregar peso com freqüência.

Sintomas: Dores nas costas e na nuca, formigamento nos braços.

Prevenção: Uso de cintas elásticas para preservar a estabilidade da coluna.

Não permanecer muito tempo sentado ou em pé. Trabalhar o mais próximo possível

da posição ideal. Assim, ao invés de erguer os braços para parafusar uma peça,

subir numa escada. Se for preciso agachar-se para trabalhar numa peça em local

baixo, colocá-la em cima de uma bancada. Ao carregar um objeto pesado, dividir o

peso com outra pessoa.

Outras doenças de menor incidência:

Alguns trabalhadores de marcenaria podem apresentar câncer na região do nariz

(fossas nasais) devido à exposição constante ao pó de madeira. Outras doenças

podem ocorrer, como a aplasia de medula (alterações nas células sanguíneas que

podem provocar anemia e outras doenças mais graves). A aplasia de medula ocorre

nos casos de atividades com tintas e solventes, devido a substâncias como o

chumbo, benzeno etc.

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Acidente do Trabalho

É o que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão

corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, ou perda, ou redução

permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Os acidentes mais comuns relacionados ao uso das máquinas e da madeira são os

cortes, que podem chegar até a amputação de uma parte do corpo, principalmente

os dedos.

Outros acidentes são as lesões oculares causadas por farpas de madeira, além das

fraturas e das queimaduras por produtos químicos.

O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional prevê que toda empresa

deve ter pelo menos um funcionário com conhecimentos de primeiros socorros,

embora o ideal seja treinar duas pessoas para o caso de uma delas faltar ou sair de

férias. O treinamento pode ser feito por médicos na própria marcenaria, ou através

do contrato com empresas de medicina do trabalho.

Causas do Acidente do Trabalho

Muitas são as causas dos acidentes do trabalho. Em um passado não muito

distante, a responsabilidade do acidente do trabalho era colocada muito mais nos

trabalhadores através dos atos inseguros; essa tendência acabou criando uma

"consciência culposa" nos mesmos, sendo freqüente a negligência, o descuido, a

facilitação e o excesso de confiança serem apontados como causas dos acidentes.

Vamos entender o que é um ato inseguro e uma condição insegura.

Condição insegura

É a condição do meio ambiente de trabalho, que causou o acidente, ou contribuiu

para a sua ocorrência.

Fator pessoal de insegurança

É causa relativa ao comportamento humano, que propicia a ocorrência de acidentes.

Ex: Doença na família, excesso de horas extras, problemas conjugais, etc.13

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EPCs : Equipamento de uso coletivo. Serve para proteger o trabalhador de

agentes físicos (umidade, vibração, radiação, ruído, calor e frio); agentes

químicos (substâncias tóxicas, corrosivas, radiação etc.) ou biológicos

(bactérias, vírus, parasitas etc.). Exemplos: detectores de gases, extintor de

incêndio, etc.

EPIs: Instrumento de uso pessoal, cuja finalidade é neutralizar a ação de

certos acidentes, que podem causar lesões aos trabalhadores. O

equipamento de proteção individual também protege contra possíveis danos à

saúde causados pelas condições de trabalho. Por exemplo: capacetes, luvas,

máscaras etc.

Somente os EPIs que têm o número do certificado de aprovação (CA) e a

marca do fabricante gravada no equipamento é que oferecem proteção

efetiva.

É obrigado por lei que o empregado use os equipamentos de proteção onde

houver risco.

Cada profissional é responsável pela conservação de seus equipamentos.

Cabe a cada um de nós pensar e atuar com segurança, a fim de evitar

acidentes.

Substâncias químicas utilizadas nos processos de produção industrial

prejudicam a saúde, ocasionando as doenças ocupacionais.

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2. EMPREENDEDORISMO, ÉTICA E CIDADANIA

2.1. EMPREENDEDORISMO

Podemos conceituar empreendedorismo a partir de dois pilares básicos:

A capacidade individual de empreender, ou seja, de tomar a iniciativa, partir

em busca de soluções inovadoras e de agir no sentido de encontrar a solução

para problemas empresariais e/ou pessoais, por meio de empreendimentos.

A capacidade de gerir empreendimentos, ou seja, é a utilização de um

conjunto de conceitos, métodos, instrumentos e práticas relacionadas à

criação, implantação e gestão de novos negócios.

Empreender é concretizar sonhos. Voltar a sonhar, acreditar neste sonho, voltar a se

emocionar, começar a empreender!

Empreendedorismo não se ensina, se desenvolve, é por isto que a emoção é

necessária, ela é o combustível, que vai alimentar este desenvolvimento, porque

todas as pessoas nascem empreendedoras, assim como todo o mundo nasce com

potencial para andar, jogar, tocar um violão.

Se você vai ser um Ronaldinho, ou talvez um Bill Gates ou não, dependerá de

muitas coisas. Mas bater uma bolinha no final de semana todo o mundo pode. Trata-

se, então, de desenvolver o empreendedorismo, de revelar e trazer à tona o que já

existe de uma forma inconsciente dentro de você.

Características do Empreendedor:

Otimismo - O empreendedor é otimista, crê nas possibilidades que o mundo

oferece, soluciona problemas e acredita no potencial de desenvolvimento.

Persistência - O empreendedor, por estar motivado, convencido,

emocionado e crente nas possibilidades, é capaz de persistir até que suas

ações comecem a funcionar de forma a gerar resultados.

Iniciativa - O empreendedor não fica esperando pelos outros (a sociedade, o

amigo o pai) para resolver seus problemas. Ele gosta de desafios, novas

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oportunidades. A iniciativa é a capacidade daquele que, tendo um problema

qualquer, age: faz o gol e parte para o abraço.

Autoconfiança – É a capacidade de acreditar em si mesmo. A crença do

poder de realização alimenta a iniciativa, fazendo com que arrisque mais,

ouse mais, tenha mais segurança de que pode e de que deve realizar.

Decisão e responsabilidade - O empreendedor não fica esperando que os

outros decidam por ele. O empreendedor toma decisões e aceita as

responsabilidades que acarretam.

Energia - É a energia necessária para se lançar em novos desafios, que

normalmente exigem um grande esforço inicial. O empreendedor tem esta

energia alimentada pela motivação que por sua vez é alimentada pela

emoção.

Controle - O empreendedor acredita que sua realização depende dele

mesmo e não de outras pessoas ou entidades sobre as quais não tem

controle. Ele se vê com capacidade de se influenciar e de influenciar os

outros de tal modo que possa atingir seus objetivos.

Espírito de Equipe - O empreendedor não é somente um realizador, ele

também cria vínculos com a equipe, delega, acredita nos outros, obtém

resultados por meio de outros.

Pró-atividade - O empreendedor é pró-ativo, ou seja, ele se antecipa as

mudanças, empreendendo as ações necessárias para se obter os resultados.

Criativo - O empreendedor não se queixa da situação do país, dos

obstáculos, dos caminhos fechados, ele abre novos caminhos, com os

recursos que tem para atingir os resultados que deseja.

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Atividade: Que tal cantarmos aquela música do Nelson Motta e do Lulu Santos?

Canto: Como Uma Onda

Composição: (Lulu Santos/ Nelson Motta)

Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa, tudo sempre passará

A vida vem em ondas como o mar

No indo e vindo, infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo no mundo

Não adianta fugir

Nem mentir pra si mesmo, agora

Há tanta vida lá fora

Aqui dentro, sempre

Como uma onda no mar (Refrão)

- Com base na letra que acabamos de cantar, que relações você enxerga entre a

letra e empreendedorismo?

Empreendedorismo e Mudanças

Ao longo de nossas vidas sempre passamos por mudanças. Quem não mudou de

colégio, casa ou emprego e teve que recomeçar a fazer novas amizades e contatos?

Garanto que não foi algo fácil! Imaginar como seriam esses novos lugares e pessoas

que passariam a fazer parte do dia-a-dia, e, principalmente, se daria para se

acostumar ou ser bem-sucedido frente às novas situações.

Hoje, vivemos uma mudança ainda mais drástica com nosso presente profissional,

sem poder perder de vista o futuro que nos causa cada vez mais apreensão e

insegurança. Afinal, é possível manter-se calmo diante de tantas transformações

que não sabemos como continuarão?

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Como um empreendedor se comporta diante das mudanças? Ah, ele é o primeiro a

querer mudanças, é o primeiro a agir! Ele sabe que a ação é a solução para

qualquer empecilho. O empreendedor sabe que a diferença entre aquele que é ou

não bem sucedido está entre quem quer realizar algo e quem, efetivamente, realiza!

Ser empreendedor é agir. É ter motivação, ou seja, motivos para a ação. O

fundamental é realizar, é ter a coragem de mudar e inovar sempre, buscando a

concretização de seus objetivos. O medo não paralisa, ele move o empreendedor a

encarar e vencer desafios.

Qualquer pessoa pode aprender a ser empreendedora, basta ter disciplina,

coragem, iniciativa e querer! Então, se você quer ser e agir como um empreendedor,

mas vê nos processos de mudança um grande entrave, perca o medo, imagine a

sensação deliciosa de enfrentar e vencer um obstáculo.

Dica: ”Ninguém muda da noite para o dia" é um clichê, mas é sábio. Comece

estabelecendo pequenos desafios a você mesmo, para criar esse hábito, mude seu

comportamento. Vá se educando a estar aberto às mudanças e a ter a iniciativa de

enfrentá-las. Que tal começar com pequenas mudanças diárias?

Saia da rotina: use roupas com cores ou modelos que você não costuma usar;

mude o caminho que utiliza para ir e voltar do trabalho; mude o supermercado em

que costuma realizar suas compras; freqüente outros bairros; não limite seus

interesses e oportunidades; mude sua rotina no trabalho, nem que seja para colocar

aqueles objetos que sempre ficam na mesma posição há anos, em outro lugar

completamente inusitado.

Experimente essa nova sensação e aos poucos instaure no seu processo de

trabalho e no seu relacionamento interpessoal as pequenas mudanças que ao se

tornarem um hábito trará maior segurança e iniciativa diante de grandes desafios.

Atividade: Reflita e pense como estas transformações impactam em nossas vidas,

e como uma pessoa com perfil empreendedor, pode tirar vantagem ou enfrentar

dificuldades neste ambiente.

Devemos admitir que montar um novo negócio não é uma tarefa simples. São

muitas as atividades a serem executadas pelo empreendedor e sua eventual equipe,

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muitas tarefas que se encadeiam. Porém, não é também nada que não possa ser

conduzido por uma pessoa de boa vontade e com bom senso.

Geralmente conhecemos alguém que todos os dias têm "idéias brilhantes" mas que

nunca se concretizam. De nada adianta sonhar se não transformamos este sonho

em ações práticas que possamos empreender.

Também não se pode colocar estas idéias em prática sem que seja feita uma boa

análise quanto ao futuro negócio, caso contrário poderemos estar a trilhar caminhos

muito perigosos.

Aspectos a serem observados para um novo empreendimento

Existência de mercado:

- Existe mercado, para o produto e /ou serviço que está sendo ofertado?

Para não incorrer em erros que podem inviabilizar seu negócio, é recomendável que

se faça uma pesquisa com consumidores com um perfil que vá de encontro às

características dos produtos e/ou serviços ofertados, ou seja, o seu produto /serviço

deverá oferecer benefícios que seus consumidores desejam obter/receber.

Relacionamento Interpessoal:

A meta do empreendedor neste âmbito deve ser a de transformar a relação com

seus funcionários, convertê-los em colaboradores, obtendo o comprometimento,

através de estímulos não só financeiro, mas também de ordem social e integrativa.

Viabilidade Financeira:

É de fundamental importância avaliar a disponibilidade financeira não só ao nível de

investimento, como também sob o caráter operacional, para tocar o negócio, antes

de iniciá-lo, a fim de evitar surpresas desagradáveis.

Controles:

É muito importante que desde o início o empreendedor defina que controles serão

necessários para tocar o negócio, pois muitas das empresas que conhecemos hoje

já foram pequenas e um dos pontos mais fortes que a ajudaram a crescer reside

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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exatamente neste aspecto (Tipos de controle – Fluxo de Caixa, Controle de Caixa,

Controle de Cheques, Avaliação de Desempenho, Balanço, DRE, Curva ABC, entre

outros).

Atividade: Formem grupos de cinco pessoas e de acordo com as informações

passadas pelo instrutor, identifiquem uma oportunidade de negócio, e

adicionalmente, identifique público-alvo e benefícios que o produto/serviço deve ter.

O que é um Cliente ou Consumidor?

Pelo enfoque do curso, utilizaremos as denominações cliente ou consumidor como

sinônimos. Portanto: ‘’Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou

utiliza produto e /ou serviço como destinatário final’’ (Artigo 2º do código de defesa

do consumidor).

O que é serviço?

"Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,

inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as

decorrentes das relações de caráter trabalhista". (Parágrafo 2 º do Artigo 3º do

código de defesa do consumidor).

O que é fornecedor?

"É toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem

como os entes despersonalizados, que desenvolvem as atividades de produção,

montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição

ou comercialização de produtos ou prestação de serviços". (Artigo 3º do código de

defesa do consumidor).

O que é Demanda?

Podemos definir a procura ou demanda, como sendo a quantidade de um

determinado bem ou serviço que o consumidor estaria disposto a consumir em

determinado período de tempo. É importante notar, nesse ponto, que a demanda é

um desejo de consumir, e não sua realização.

Demanda é o desejo de comprar. A base de sustentação da Demanda tem origem

na hipótese que toma como base a escolha do consumidor entre diversos bens e /ou 20

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serviços que seu poder aquisitivo permite adquirir. Essa procura seria determinada

pelo preço do bem ou serviço; o preço de outros bens; a renda do consumidor e seu

gosto ou preferência.

A Demanda é uma relação que demonstra a quantidade de um bem ou serviço que

os consumidores estariam dispostos a adquirir a diferentes preços de mercado.

Assim, a função Procura representa a relação entre o preço de um bem e a

quantidade procurada, mantendo-se todos os outros fatores constantes. Quase

todos os produtos/serviços obedecem à lei da procura decrescente, segundo a qual

a quantidade procurada diminui quando o preço aumenta. Isto decorre em função

dos indivíduos estarem, geralmente, mais dispostos a comprar quando os preços

estão mais baixos.

O que é Oferta?

Enquanto a demanda está relacionada ao comportamento dos consumidores, a

oferta está relacionada ao comportamento dos vendedores, demonstrando que a

quantidade a ser produzida (ofertada), guarda uma relação direta com o nível de

preço que estão dispostos a praticar. Os vendedores possuem uma atitude diferente

dos consumidores, frente aos preços altos. Se estes afetam negativamente o poder

de compra dos consumidores, estimulam os vendedores a produzirem e venderem

mais. Portanto, quanto maior o preço maior a quantidade ofertada. A função Oferta

nos dá a relação entre a quantidade de um bem que os produtores desejam vender

e o preço desse bem, mantendo-se o restante constante.

E finalmente o que é mercado?

Mercado se constitui no conjunto de relações entre clientes, fornecedores,

concorrentes, fluxos de oferta e demanda, para atender de forma adequada o

consumidor.

Conhecendo o Mercado

Quando pensamos em abrir um negócio, normalmente temos alguma motivação,

ligada a uma satisfação pessoal, mas não podemos perder de vista, que

independentemente do tipo de negócio que desejamos abrir, necessariamente o

negócio terá de gerar lucros e não prejuízos, para que isso aconteça, temos de focar

todo nosso planejamento para o mercado ao qual desejamos trabalhar, mas antes 21

Page 22: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

de avaliarmos estes mercados, vamos a uma breve revisão do que vimos, focando

em algumas regras básicas de mercado:

Quais são as leis de mercado?

1º lei - Muita oferta e muita demanda geralmente elevam a concorrência.

2º lei - Muita oferta e pouca demanda geralmente reduzem os preços oferecidos.

3º lei - Pouca oferta e muita demanda geralmente elevam os preços oferecidos.

4º lei - Serviço ou produto, único, exclusivo e diferenciado forma seu preço e

mercado.

Mercado Consumidor

O principal desafio do empreendedor será o de transformar o potencial

mercadológico e os números detectados na avaliação do mercado em negócios.

Uma empresa não nasce por um passe de mágica: faz-se necessária uma ação

empreendedora, de alguém como você que deve ser capaz de observar, analisar e

formular um empreendimento capaz de gerar os benefícios que você espera

receber, e que paralelamente possa gerar bens e /ou serviços que produzam

satisfação dos consumidores que vierem a utilizá-los.

O mercado como vimos anteriormente é a relação entre a oferta /pessoa ou

empresas que desejam vender bens e /ou serviços. Vendo por este angulo quando

você decide abrir um negócio, para atuar no mercado, significa dizer que você passa

de consumidor a provedora neste mercado, gerando mais oferta.

Para que esta empreitada tenha sucesso, o empreendedor deverá buscar

informações para que se possa estruturar e entender melhor o Mercado

Consumidor, o Mercado Concorrente e Mercado Fornecedor.

Mercado Fornecedor

O mercado fornecedor é formado pelas empresas e pessoas que fornece algum

produto e /ou serviço para que sua empresa possa fabricar e /ou vender /revender

seus próprios produtos ou possa fornecer serviços. Assim, se você possui uma

serralheria, são seus fornecedores os vendedores de aço, solda, ferramentas, bem

como de todos os insumos necessários para manutenção de sua atividade.

O mercado fornecedor é o ponto de partida para o empreendedor iniciar seu

negócio, pois a empresa depende de seus fornecedores – o mercado fornecedor – 22

Page 23: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

no sentido da disponibilidade dos produtos que deseja comercializar. O nível de

conhecimento desse mercado vai se refletir diretamente nos resultados pretendidos

pela (o) empreendedor.

Buscar informações sobre fornecedores dos materiais que serão necessários para

produzir e vender produtos ou prestar serviços constitui então numa atividade vital

para sobrevivência do negócio.

Aspectos importantes relativos ao mercado fornecedor:

- Distância física;

- Referências;

- Custo de frete;

- Qualidade;

- Capacidade de fornecimento;

- Preço;

- Prazo;

- Forma de pagamento e de entrega.

- Incentivos Fiscais

- Tributos incidentes

2.2. ÉTICA E CIDADANIA

Grandes transformações ocorreram no ciclo da história da humanidade desde a

experiência filosófica e democrática vivida pelos gregos antigos, quando instauraram

a razão, desmistificando preconceitos e mitos, e quando derrotaram tiranias, estando

o cidadão no poder, há dois mil e quinhentos anos atrás.

O mundo conheceu o poder monárquico fundado em heranças “divinas”, que

usurparam o poder do cidadão; surgiram novas descobertas filosóficas, científicas e

invasões territoriais em nome da civilização, transportando modos distintos e

diferenciados de viver, vindos à derrocada das monarquias e impérios, fato que

conclamou os indivíduos a uma nova postura ante os assuntos políticos.

Emergiu, ainda, uma era de revoluções e guerras: a Revolução Francesa, a Inglesa,

a Americana, o Manifesto Comunista, o Nazismo, o Fascismo, a Guerra Espanhola,

as I e II Grandes Guerras Mundiais, as duas Guerras do Golfo e outros tantos

conflitos nacionais e internacionais que ensandeceram e continuam a ensandecer as

23

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

consciências dos povos. E hoje, com o advento de novas técnicas, tecnologias e

processos mais agressivos de globalização, as mudanças ocorrem de forma muito

mais complexa, acelerada e de modo camuflado que exige uma atitude crítica,

apurada. Portanto, falar sobre ética e cidadania é ter em mente todo esse elenco de

fatos e acontecimentos. No entanto, os eventos e fenômenos humanos estão

sujeitos às interpretações, os mais distintos e diferenciados quanto às visões

socioeconômicas, política e culturais.

Além disso, os fatos não se apresentam verdadeiramente reais simplesmente,

porque alguém se propõe a tecer novas interpretações e descobertas. Por detrás de

cada discurso, emerge um tipo de ideologia na hermenêutica utilizada. É o olhar do

sujeito que se põe sobre o objeto dado a sua cultura, a sua estrutura mental e a sua

postura valorativa.

Da ética

Etimologicamente a palavra ética, em grego = ETHOS – designa a morada humana.

O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir

um abrigo protetor e permanente.

Ética significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que

seja uma moradia saudável: materialmente sustentável, psicologicamente integrada

e espiritualmente fecunda.

A ética é um conjunto de princípios e disposições voltado para a ação historicamente

produzida, cujo objetivo é orientar às ações humanas. A ética existe como uma

referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade

possa se tornar cada vez mais humana.

Ela questiona se as normas e regras de conduta moral realmente fazem bem a

todos e devem ser obedecidas ou se existem apenas porque convêm a alguns.

A preocupação maior da ética é com todos os seres humanos, independentemente

das diferenças de cor, sexo, idade, situação econômica, escolaridade, etc., pois os

considera igualmente feitos “da mesma massa” com inteligência; capacidade de

calcular e fazer planos; paixões; medos; carências; sonhos; ideais e fraquezas.

Quando a Moral proíbe ou ordena, em geral uns se beneficiam disso – os que têm

maior poder, gozando de privilégios -, e outros não: os subordinados, discriminados

e excluídos de direitos.24

Page 25: Apostila pintura de móveis

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Nas sociedades machistas, por exemplo, a moral sexual é muito mais rígida com as

mulheres do que com os homens.

Entre a moral e a ética há uma tensão permanente:

A ação moral – busca uma compreensão e uma justificação crítica universal;

A ética – por sua vez exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para

reforçá-la ou transformá-la.

“Ética tem a ver com o certo e o errado, o bom e o mau, a virtude e o vício”.

Ética pode significar caráter (norma moral - quando respondidas por suas

consciências) quanto sentimento de comunidade (normas jurídicas - colocadas

pela sociedade e respondidas pelo Estado - Leis).

Ética, Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente

Segundo Weil in Satio e Wuensch (1999), a ciência se destacou da filosofia e das

tradições espirituais, ela se separou também da ética. Afastada da Ética e

eliminando todo sentimento do sujeito, a ciência tornou aos poucos fria, puramente

racional e desligada de toda ordem de preocupação humanitária.

A ciência e a tecnologia não podem ser separadas nem do ser humano que observa

e experimenta nem dos princípios éticos. Se quisermos contribuir para melhoria e

qualidade de vida, precisamos mais do que nunca colocar a ciência e a tecnologia a

serviço da ética e dos valores universais.

“A moral dominante desse sistema econômico separa a natureza da cultura, e com

isso desumaniza a natureza e desnaturaliza o homem. Preservar e cuidar da

natureza é preservar e cuidar da humanidade, das gerações atual e futura.

Preservar e cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade ética diante da

natureza humana”.

“A ética é um comportamento social, ninguém é ético num vácuo, ou teoricamente

ético. Quem vive numa economia a-ética, sob um governo antiético e numa

sociedade imoral acaba só podendo exercer a sua ética em casa, onde ela fica

parecendo uma espécie de esquisitice. A grande questão destes tempos

degradados é em medida uma ética pessoal onde não exista ética social, é um

refugio, uma resistência ou uma hipocrisia. Já que ninguém mais pode ter a 25

Page 26: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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pretensão de ser um exemplo oral sequer para o seu cachorro, quando tudo á sua

volta é um exemplo do contrário”.

Luis Fernando Veríssimo

Como deve ser formado um Código de Ética

A elaboração de um código de ética, realiza-se como um processo, ao mesmo

tempo educativo no interior do próprio grupo. E deve resultar num produto que

cumpra também uma função de cidadania diante dos demais grupos sociais e de

todos os cidadãos.

Um código de ética começa pela definição dos princípios que o fundamentam e se

articula em torno de dois eixos de normas, direitos e deveres.

Quais os limites de um Código de Ética

Um código de ética não tem força jurídica de lei universal, mas prevê sanções para

os descumprimentos de seus dispositivos. Estas sanções dependerão sempre da

existência de uma legislação, que lhe é juridicamente superior, e por ela limitada.

Ética e Estética: outros valores

Os grupos sociais criam seus próprios valores sobre gosto, moda, beleza, etc...

Estas questões estéticas sempre estiveram presentes em todas as sociedades.

O conceito de belo diferencia-se conforme a época, o local e a sociedade,

comprovando que o belo é relativo, dependendo de diversos fatores.

Portanto, não podemos considerar os nossos conceitos como se fosse verdade

única. O que é bonito, hoje, pode não ter sido no passado e pode não ser no futuro.

Somente neste século, a estética passou por grandes mudanças, em parte em

função da preocupação com a prevenção de doenças. Daí a divulgação de modelos

do que é saudável como, por exemplo, o de “peso ideal”.

Mas nem sempre foi assim até o final do século passado o que hoje interpretamos

como sendo obesidade, gordura excessiva, era sinal de riqueza, boa vida e fartura

na mesa. Outro exemplo interessante diz respeito à pele bronzeada. O

bronzeamento da pele pode ser interpretado como status, posição social. Para ter a 26

Page 27: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

pele bronzeada é necessário tempo e dinheiro para tirar férias, para ir à praia ou à

piscina, e nem todos têm esse “lugar ao sol”.

No entanto, o câncer de pele por exposição ao sol está mudando essa mentalidade,

fazendo com que antigos valores estéticos sejam retomados.

Houve épocas em que a cor bronzeada revelava o trabalho no campo. Aqueles que

tinham dinheiro não trabalhavam diretamente na lavoura. Então, o hábito de usar

chapéu e sombrinha estava de acordo com a intenção de manter a pele alva como

leite, garantindo também a diferenciação entre as classes.

Hoje, “manter a pele alva como leite” significa proteger-se de doença.

CIDADANIA

Ninguém nasce cidadão, torna-se cidadão pela educação, porque é ela que atualiza

a inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social.

Cidadania é, nesse sentido, um processo, que começou nos primórdios da

humanidade e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos

humanos, não e como algo pronto, acabado, mas, e sim algo que se constrói.

Não bastam os desenvolvimentos tecnológicos, científicos para que a vida fique

melhor. É preciso uma boa e razoável convivência na comunidade política, para que

os gestos e ações de Cidadania possam estabelecer um viver harmônico, mais justo

e menos sofredor.

Foi através do impeachment que ocorreu a luta pela redemocratização do Brasil. Foi

através deste fato que os brasileiros passaram a entender que a democracia pode

funcionar. Assim surgiu o Movimento pela Ética na Política, tendo como princípio o

fato da democracia. Não sobreviver sem ética. Este movimento começou sem muito

poder, mas foi conseguindo mobilizar o apoio de entidades, de representantes da

sociedade e de lideranças políticas.

Ganhando a envergadura necessária para um salto democrático e cidadão nasceu a

Ação de Cidadania. Nessa Ação de Cidadania, surgida da força social, apareceu

uma nova idéia para a sociedade: combater a fome. Nela estava expressa a

indignação frente à miséria, que é o maior Crime moral que a sociedade pode

cometer. A Ação da Cidadania é uma ação da sociedade contra a fome.

Para Hebert de Souza (Betinho), o grande impulsionador daquela Ação de

Cidadania, o caminho para se Mudar um país depende principalmente da sua cultura

e de seus valores éticos. Ela julgava que a TV, de um modo geral, era antiética. 27

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Porque não conclamava os cidadãos para o protagonizo Político, nem os educava

nos valores fundamentais para a vida em comum. Então, ele nomeia e privilegia os

princípios, os quais julgavam mais essenciais para a participação política dos

cidadãos:

A cidadania, tal como a Ética, está diretamente ligada ao bem-estar, ao bem-viver, à

dignidade humana. Embora muito relacionadas não são, contudo, a mesma coisa.

Enquanto a Ética se baseia na natureza e condição humana, as bases da Cidadania

estão nas relações das pessoas com o Estado.

As ligações entre ambas são, entretanto, tão fortes, que em muitos casos, o que se

considera falta de ética tem mais a ver com falta de cidadania. Analisemos, por

exemplo, a morte de 5 bebês, em maio de 1997, em Pernambuco, vítimas de um

erro da auxiliar de enfermagem do Posto de Saúde Municipal, que , ao invés da

vacina tríplice – contra coqueluche, tétano e difteria – aplicou neles insulina.

A enfermeira foi descuidada, desatenciosa, irresponsável, e, por isso, deve ser

julgada com a única culpada?

Talvez sim, talvez não.

Será que a formação profissional que recebeu foi eficaz? A escola que lhe deu um

certificado avaliou corretamente sua competência?

Quais os critérios do Posto de Saúde para sua contratação?

A administração se preocupou com a qualidade dos serviços oferecidos? E a

Vigilância Sanitária?

Os medicamentos estavam devidamente organizados, catalogados, para que não

houvesse possibilidade de confusão? A enfermeira estaria ocupando a função que

realmente deveria?

Em quais condições desenvolvia-se o seu trabalho? Não estaria ela acumulada de

afazeres, em virtude da dispensa de funcionários para diminuição das despesas do

estado?

Não estaria estressada por ter que dar conta de dois empregos e horas extras

devido ao seu baixo salário?

Tendo percebido que as condições de trabalho e de organização no Posto de Saúde

não eram favoráveis, teria a enfermeira reclamada, protestado, denunciado, ou se

omitido, sentindo-se apenas vítima da má qualidade da educação, da Saúde e da

Política no Brasil?

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SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

ATIVIDADE:

Você se lembra de outros casos em que não-atendimento dos direitos de

cidadania comprometeu a competência e/ ou a ética? Comente-os.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

3. QUALIDADE NO PROCESSO “5 S”

Para otimizar recursos e obter um trabalho de qualidade é preciso empregar

conceitos modernos de trabalho e pequenas atitudes no dia-a-dia podem fazer a

diferença, melhorando as condições ambientais e principalmente estimulando a

produção criativa.

Essas lições podem ser aplicadas não só na comunicação social, como também no

cotidiano da vida familiar e no ambiente de trabalho e os 5 S são atitudes que dão

nova vida às nossas atividades, incrementando as relações e o ambiente de

trabalho, com reflexos na produção.

O que é 5S?

O 5S é um modo simples de melhorar as relações e o ambiente no trabalho,

simplificando procedimentos, otimizando recursos e tempo. O resultado é o melhor

desempenho profissional e de serviços, com reflexo direto na satisfação de usuários

e na produção. Não é preciso mudar de trabalho. Mas sim, o seu modo de trabalhar.

Quem ganha com isso, somos todos nós.

Os 5S são:

Seiri - Senso de Utilização

Seiton - Senso de Ordenação

Seisou - Senso de Limpeza

Seiketsu - Senso de Saúde

Shitsuke - Senso de Autodisciplina

Pratique Diariamente

Essas cinco palavras em japonês são sinônimas de melhoria no trabalho.

Elas vêm sendo aplicadas em um processo de educação e treinamento, atingindo

todos os níveis do órgão ou empresa. Os 5S são conceitos a serem entendidos,

incorporados e praticados diariamente.

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SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

SEIRI

Saber onde e qual o lugar de cada peça. Analisar os locais de trabalho e classificar

todos os itens - objetos, materiais, relatórios - de acordo com critérios de utilidade ou

freqüência de uso. Feito isso, retire do ambiente tudo o que não precisa estar ali.

Vantagens:

Você elimina excessos e desperdícios, libera espaço físico, descarta informações e

controles desnecessários ou ultrapassados. Criam-se facilidades de trânsito interno,

maior senso de organização e economia, e aumento de produtividade.

SEITON

Organize objetos, materiais e informações úteis da maneira mais funcional,

possibilitando acesso rápido e fácil.

Prática:

- determine o lugar certo dos itens necessários ao trabalho;

- padronize a forma de guardar e localizar os objetos e informações;

- crie códigos de ações, etiquetas ou avisos para maior facilidade na ordenação,

atentando para os riscos da poluição visual;

- coloque o material que é usado diariamente em local de fácil acesso;

- organize o material utilizado com menor freqüência, separando-o dos demais.

Vantagens:

Praticando o Senso de Ordenação fica muito mais fácil encontrar o que foi guardado,

além de haver utilização racional do espaço. Ocorre redução do cansaço físico e

mental, e melhoria na comunicação.

SEISOU

Praticar a limpeza significa ter compromisso em manter limpo o seu local de

trabalho, antes, durante e após a jornada diária. Assim como, mostrar-se limpo.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

Prática:

O senso de limpeza começa pelos cuidados com a própria aparência física e

condições psicológicas. Esteja bem consigo mesmo, em harmonia com as boas

energias do mundo.

No Trabalho:

- identifique e elimine as causas da sujeira e poeira;

- limpe tudo, desde armários, equipamentos e mesas;

- incentive seus colegas a fazerem o mesmo;

- certifique-se da existência de cestos de lixo adequados;

- procure produzir sem gerar lixo;

- desligue e cubra as máquinas e equipamentos ao final do expediente;

- mantenha arquivos físicos e lógicos sempre atualizados.

Vantagens:

Cuidados no dia-a-dia tornam o ambiente mais agradável e sadio, previnem

acidentes, contribuem para a preservação de equipamentos, reduzem o desperdício

e evitam a poluição. Detalhes da limpeza melhoram a imagem interna e externa do

local de trabalho.

SEIKETSU

É preciso ter preocupação com a saúde em todos os níveis: físico, mental e

emocional. Não é só no ambiente físico que as melhorias são necessárias. Você

precisa ter plena consciência dos aspectos que afetam sua saúde e agir sobre eles.

Prática:

- mantenha as condições do ambiente físico propício à saúde;

- execute um programa de Exame Periódico de Saúde;

- cumpra e melhore os procedimentos de segurança individual e coletiva;

- realize avaliações periódicas das condições do ambiente de trabalho;

- promova um bom clima de trabalho, ativando franqueza e delicadeza nas relações

entre as pessoas.

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SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Vantagens:

A saúde do ambiente traz satisfação e motivação pessoal, previne e controla o

stress, danos e acidentes, e melhora a qualidade de vida.

SHITSUKE

Pratique os "S" anteriores, sem descuidar do constante aperfeiçoamento. É a busca

do autodesenvolvimento.

Prática:

- crie procedimentos claros e possíveis de serem cumpridos. Em caso de não

cumprimento, descubra a causa e atue;

- seja claro e objetivo na comunicação escrita ou oral;

- cumpra os horários marcados para compromissos;

- só existe dedicação e afinco quando as pessoas se comprometem com aquilo que

estão fazendo. Isso só ocorre com participação;

- ao atribuir uma determinada tarefa, esclareça sempre o por quê de sua execução.

Vantagens:

O Senso de Autodisciplina traz a conscientização da responsabilidade em todas as

tarefas, por mais simples que sejam. Os serviços são realizados dentro dos

requisitos de qualidade. Há a consolidação do trabalho em equipe e o

desenvolvimento pessoal.

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Page 34: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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4. RESÍDUOS DE MADEIRA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS

A indústria do setor moveleiro no Brasil, segundo dados da ABIMÓVEL - Associação

Brasileira das Indústrias do Mobiliário, é constituída por cerca de 13.500 micros e

médias empresas que utilizam como matéria-prima principal em seus produtos, a

madeira maciça ou chapas de madeira reconstituída (aglomerado, MDF, OSB,

compensado), deparando, portanto, em seus processos produtivos, com volumes

cumulativos de resíduos que impactam diretamente as questões ambientais.

Este setor pertence à cadeia produtiva de madeira e móveis, que pode ser

segmentada em três grandes vertentes: o processamento eletrônico, o de papel e

celulose, o de energia, representado pela lenha e carvão vegetal.

A indústria de móveis situa-se na cadeia de processamento mecânico. Este

segmento caracteriza-se pela utilização de madeira bruta e a aplicação de

processos para seu desdobramento em três estágios:

a) laminação, chapas / painéis e serrarias;

b)compensados, lâminas, aglomerados, MDF, OSB, beneficiamentos e PMVA;

c) móveis, embalagens, caixotaria, carpintaria, cabos construção civil, outros.

A indústria de móveis, particularmente na cadeia da madeira e seus derivados,

também utiliza como materiais o plástico, vidro, ferro, poliuretano, laminado plástico,

tecido, espuma, entre outros, que eventualmente surgem como inovação de design

ou interesse comercial. No Brasil, porém, a madeira, sob qualquer estágio de

processamento, é a principal fonte de matéria-prima na produção industrial de

móveis.

Segundo dados da Revista da Madeira-projeto MADRES-PR, estima-se que

somente no primeiro processo (laminação, chapas/ painéis e serraria), 50,71% do

volume de toras de madeira (cerca de 19.255.000 m3) são transformados em

resíduos e a maior perda se dá no beneficiamento da madeira, chegando, em alguns

casos, ao extremo de até 80% de uma árvore desperdiçada entre o corte na floresta

e a fabricação do móvel (IBQP-PR, 2003).

Estes dados expressam a importância do setor na economia nacional e, também, a

preocupação que devemos ter com esta atividade industrial, tanto na preservação

ambiental como no uso racional dos recursos naturais que dispomos.

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Page 35: Apostila pintura de móveis

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Resíduos de Madeira

A geração de resíduos é conseqüência natural da transformação da madeira. Sua

origem é derivada imediata da transformação da madeira maciça ou painéis de

madeira reconstituída.

Os resíduos são classificados de acordo com suas características morfológicas,

sendo classes de resíduos como:

cavacos (resíduos com dimensões máximas de 50x 20mm);

maravalha (resíduo com mais de 2,5 mm);

serragem (partículas com dimensões entre 0,5 a 2,5 mm);

pó (partículas menores que 0,5 mm);

Os principais aspectos relacionados aos resíduos oriundos das empresas

moveleiras podem ser classificados quanto:

a) ao tipo de matéria-prima utilizada

No caso da madeira maciça o resíduo não é tóxico, podendo ser aproveitado em

granjas como forração para a criação de animais, e na agricultura para auxiliar na

retenção de umidade do solo.

No caso dos painéis de madeira processada, o aproveitamento de resíduo está mais

limitado à queima para geração de energia.

Nos dois casos, o descarte indevido pode causar poluição nos recursos hídricos,

inutilização de áreas que poderiam ser melhor aproveitadas e poluição de maneira

geral.

b) ao tipo de processo empregado

O maquinário mais moderno dispõe de recursos que reduzem perdas e coleta

resíduas com maior eficácia;

c) ao tamanho da empresa

Em pequenas empresas existe menor controle na geração de resíduos, na sua

coleta e reaproveitamento;

d) a localização da empresa

O aproveitamento dos resíduos pode ser facilitado pela proximidade de setores que

os utilizem em seus processos.35

Page 36: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

Pode-se verificar que o destino dos resíduos do setor moveleiro, ainda tão

segmentado e diversificado, é tratado sem a devida preocupação. Fazem

necessárias ações conjuntas entre empresários, poder público, instituições de

ensino e pesquisa, órgãos de fomento e designers, na busca de um plano de

desenvolvimento sustentável e para clarificar as vantagens de um móvel planejado

do ponto de vista econômico e ambiental, estimulando um modelo de menor

desperdício na matéria-prima de produção menos importante e de resíduo zero.

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Page 37: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

5. TECNOLOGIA DA PINTURA DE MÓVEIS

Com a evolução dos processos produtivos, o pintor de móveis passou a atuar com

diversos substratos. Agora, você vai conhecer os materiais mais utilizados na

indústria moveleira.

5.1. TIPOS DE SUPERFÍCIES:

Madeira Maciça (madeira de lei, pínus)

A madeira maciça foi a primeira matéria prima utilizada na fabricação de móveis. A

evolução dos móveis de madeira de lei (Jacarandá, Mogno, Imbuía, Cerejeira, Ipê,

etc...) intensifica-se a partir de 1930. Fazendo um paralelo com os tempos atuais a

madeira maciça de lei passou a ter fatores limitadores como:

Escassez de madeira de lei (nativa);

Alto custo e prejuízo que árvores nativas derrubadas causam ao meio

ambiente;

Alto custo de transporte. Estas árvores são nativas de Rondônia, Pará,

Maranhão, etc;

Impossibilidade de montagem de uma indústria com produção em larga

escala, devido à falta de padronização da madeira de lei (uma árvore nunca é

igual à outra) e sua tendência ao empenamento;

O fato do móvel de madeira maciça ser pesado e não se adequar a

arquitetura atual, que se caracteriza por ambientes pequenos.

A aplicação da Madeira de Lei na indústria de móveis se dá em:

móveis artesanais;

elementos que compõe o móvel (encabeçamento, molduras, apliques,

puxadores, etc.);

quando laminadas são utilizadas como revestimento para todo tipo de móvel.

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Page 38: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

Pínus

É largamente utilizado, não apenas por ser uma espécie de rápido crescimento, mas

também por que apresenta características favoráveis e reúne condições técnicas

que proporcionam:

Inúmeros tipos de acabamento devido a sua superfície lisa e homogênea;

Maior usinabilidade (entalhes);

Maior durabilidade;

Estabilidade dimensional (confere resistência a empenamentos e

deformações).

Na indústria de Móveis é utilizado em:

dormitórios;

móveis de sala;

móveis de cozinha, etc.

Características da madeira maciça:

Alta resistência física e mecânica;

Durabilidade;

Confere peso aos móveis.

MDF

O MDF é uma placa de fibra de madeira de média densidade; aproxima-se da

madeira maciça, devido a sua consistência e sua aparência. É um material moderno,

fabricado através do processamento de fibras de madeira secas aglutinadas por

resinas de uréia e prensadas. O material é moldado em painéis lisos sob alta

temperatura e pressão.

Possui boas qualidades em função do acabamento, não empena e possibilita uma

boa aparência, é resistente à umidade e não possibilita o ataque de insetos e

fungos.

Possuem dimensões com 2750 mm x 1830 mm e espessuras variadas de 6mm a

30mm.

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Page 39: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Na indústria de Móveis é utilizado em:

porta de banheiro

porta de dormitórios

porta de móveis para cozinha

frente de gavetas

lateral de gavetas

móveis infantis

estande

móvel de escritório

mesa de canto

tampo de mesa

moldura

aplique

cadeiras

rack

estrado de cama

peças para estofados

peças entalhadas, peças torneadas.

O MDF é a matéria-prima ideal para projetos de móveis ou outros, que apresentam

detalhes de usinage. Exemplo:

Peças com bordas usinadas (molduras);

Peças com detalhes usinados na face principal;

Peças entalhadas.

Aglomerado

Material muito utilizado na produção de móveis em série, geralmente móvel popular

e de baixo custo. Apresenta pouca resistência à umidade e pouca durabilidade, é

resistente ao empeno e à expansão.

O aglomerado é produzido com a aplicação de pressão e calor sobre partículas de

madeira (cavaco) previamente coberta com adesivo e resina sintética (uréia quente),

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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esta mistura aumenta também sua resistência aos insetos (cupins) devido à mistura

de produtos químicos que matam os insetos e outros fungos.

Pode ser encontrado em vários tamanhos: 2200mm a 2750mm de comprimento por

1830mm de largura e sua espessura varia de 4mm a 30mm.

O Aglomerado tem como características:

Trabalhabilidade fácil e em qualquer direção (isenta de nós);

Produto de alta tecnologia, gerando uma excelente padronização (garantia de

especificação);

Padrão de qualidade ao longo do tempo é mantido;

Frente à alta tecnologia hoje existente também nas indústrias moveleiras, o

aglomerado se constitui na matéria-prima básica ou principal para atender

aos requisitos atuais do processo de produção que exige especificações

técnicas rigidamente controladas;

O Aglomerado tem como vantagens:

A produção de móveis mais leves;

Fácil conservação em função dos revestimentos e acabamentos utilizados;

Móveis funcionais, podendo ser adaptados em pequenos ou grandes

ambientes;

Facilidade na composição de móveis e, em especial, para modulados com

garantia de padronagem.

Na indústria de Móveis é utilizado em:

Dormitórios;

Cozinhas;

Estantes;

Móveis de Sala;

Móveis de Escritório.

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Page 41: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

A Durabilidade de um móvel feito de aglomerado depende de alguns fatores

como:

Espessura do painel em relação a utilização e desenho do móvel;

Correta utilização de acessórios e acabamentos.

Alguns cuidados que devemos ter na utilização do aglomerado:

Fixação: deve ser efetuado com parafuso adequado e desenvolvido para

madeira aglomerada (recomendável utilizar parafuso de corpo reto e rosca

soberba, buchas plásticas com a devida pré-furação).

Dobradiças: deve-se utilizar aquelas com fixação nas faces da chapa e

parafusos com pré-furação. As mais indicadas são as dobradiças de caneca.

Vedação do topo: além de estético (embelezamento do móvel) tem uma

unção primordial que é a proteção do produto contra a ação da umidade ou

água. A vedação deve ser colocada em todos os topos visíveis ou não. As

mais utilizadas são: fitas de bordo (papel, plástica, ABS), perfis de madeira ou

PVC.

Acabamento das faces: deve ser feito em ambas as faces com o mesmo

procedimento para garantia da estabilidade e função estética. Os resultados

são lâminas de madeira, laminado plástico de alta pressão (Fórmica),

revestimento melamínico (BP), pintura, revestimento F.F, Filme de PVC, etc.

A montagem e desmontagem do móvel devem ser feitas por uma pessoa

especializada (montador).

O cliente/ usuário deve ser esclarecido que não é aconselhável a mudança do

móvel na residência após a montagem, quando isto acontecer é indicado que

o móvel seja totalmente esvaziado.

A conservação e limpeza para todos os tipos de revestimento deverão ser

feita com um pano umedecido com água, se necessário adicione detergente

neutro. No caso das manchas persistirem utilize um pano macio levemente

umedecido com água e álcool.

Nunca utilize produtos abrasivos, como saponáceos, esponjas de aço e

outros.

O painel de aglomerado ao sair da fábrica de matéria-prima recebe um

tratamento contra insetos, porém, deve ser evitado o contato com qualquer

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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superfície infestado por cupins, porque todo produto derivado de madeira

pode sofrer ação dos mesmos.

Não deve ser exposto à ação direta da água ou em ambientes com muita

umidade, pois é um produto proveniente de madeira, e por isso é sensível a

seus efeitos podendo causar inchamento do móvel.

Chapa de Fibra

Em paralelo ao desenvolvimento do compensado, surge a chapa de fibra (chapa

dura), utilizada em fundos de armários e gavetas.

Com o objetivo de aproveitamento dos resíduos de serrarias (depois de vários

experimentos e inúmeras tentativas), chegou-se a um método, que consiste em

picar, reaglutinar e obter uma pasta, que após sofrer resfriamento e beneficiamento,

deu origem à chapa de fibra de madeira.

Atualmente no Brasil a chapa de fibra é feita exclusivamente com fibras de Eucalipto

selecionadas e plantadas para este fim.

A Chapa de Fibra tem como características:

Homogeneidade, planicidade, resistência mecânica;

Podem ser fixados com pregos, grampos, colas, parafusos ou através de

encaixes.

A Chapa de Fibra tem como vantagens:

Excelente trabalhabilidade;

Sua superfície lisa e plana é ótima para receber pinturas ou revestimentos;

Na indústria moveleira é mais aplicado em fundo de móveis, em geral,

gavetas e painéis semi-ocos.

Painéis compostos com chapa de fibra

São painéis prontos que proporcionam maior velocidade e ganho real na produção.

É mais uma opção de matéria-prima no processo de fabricação de móveis e

similares.

A composição dos painéis é revestida com chapas de fibras, com acabamento em

pintura alquídica-melaminica ou revestimento melaminico (BP baixa pressão), sendo

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o miolo constituído por sarrafos de pínus colados entre si ou chapas de fibras de

madeiras (FW – fiber wood).

A fabricação do painel com miolo com sarrafeado de pínus se dá através do:

Corte de pínus;

Formação do “blockboard” - sarrafeado de pínus colados entre si (miolo);

União das capas e miolo com cola branca (PVA) ou uréia-formoldeído;

Prensagem e formação do painel.

Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood):

Remoção da casca de eucalipto;

Desfibramento;

Formação da chapa de fibras de madeira (FW – fiver wood) – miolo;

Umidificação – climatização;

União das capas e miolo com cola branca (PVA) ou resina uréiaformoldeído;

Prensagem e formação do painel.

As Vantagens dos painéis compostos são:

Miolo de sarrafeado de pínus – Rigidez e alta resistência mecânica;

Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood) – Estabilidade dimensional e

resistência ao empenamento.

Na indústria moveleira a aplicação é indicada:

Miolo de sarrafeado de pínus – Para móveis sujeitos a grande esforços e

superfícies de trabalho (tampos) por possuir alta resistência mecânica;

Miolo de fibra de madeira (FW – fiver wood) – Ideal para peças de móvel com

grande dimensão por possuir excelente estabilidade dimensional e resistência

ao empenamento.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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5.2. PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE

A importância e as finalidades do Lixamento

Todo fabricante de móvel quer que seu produto tenha uma boa qualidade de pintura

e que seu trabalho seja reconhecido. Para isso, deve sempre aplicar produtos de

envernizamento e pintura de boa qualidade.

O primeiro passo para se obter uma boa pintura ou o envernizamento da madeira é

o lixamento. Às vezes deixado de lado, outras vezes feito de forma errada, o

lixamento é um dos pontos importantes para se obter uma boa cultura ou

envernizamento de qualidade.

O objetivo do lixamento é eliminar as marcas de serra e plaina, nivelar e alisar a

superfície, permitindo uma perfeita ancoragem do fundo ou do verniz a ser aplicado.

Deve-se observar qual o tipo de madeira, o tipo de peça (maciço ou folheado) e

equipamento que será utilizado para lixar.

O lixamento é dividido em três etapas: a calibração, o semi-acabamento e o

acabamento. Isso sem usar lixas de grãos muito diferentes. Em cada etapa é

preciso usar duas ou três lixas que não tenham uma diferença de mais de duas

granas, ou números consecutivos.

a) Calibração

Nesta etapa serão corrigidas as irregularidades mais grosseiras da superfície da

madeira. É o momento de tirar a maior quantidade de material da madeira.

Durante a calibração, cerca de 60% de toda a madeira que será removida no

lixamento deve ser tirada. Mas isso depende da sua experiência. Só você pode

calcular quanto deve tirar de madeira durante cada etapa. Use lixas mais grossas,

como a lixa #50 ou #60. Faça movimentos de vaivém no sentido dos veios da

madeira para não provocar ranhuras.

Atenção para não pular mais de dois números em cada lixamento. Se você começou

com a lixa #50, use em seguida a lixa #60, ou no máximo a lixa #80.

Essa fase pode ser feita em máquinas operatrizes ou lixadeiras de cinta larga.

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b) Semi-acabamento

Nesta etapa você vai eliminar os riscos deixados pelas lixas grossas na madeira,

cerca de 30% de tudo que será removido nas três etapas. Use duas ou três lixas de

grãos médios, como #80, #100 ou #120, e não pule mais de dois grãos entre cada

lixamento. Faça movimentos de vaivém ainda no sentido dos veios da madeira.

Nesta fase você também pode usar a lixadeira de cinta estreita.

c) Acabamento

A terceira etapa do lixamento é a que deve ser mais cuidadosa, pois é o toque final

do seu trabalho. Use lixas de grão finas, como #150, # 180 e #220, e faça o trabalho

manualmente ou numa máquina de cinta estreita. Não pule nenhum número entre

uma lixa e outra; faça movimentos de rotação e não pressione com força a lixa

contra a madeira. Nesta etapa você vai remover cerca de 10% de toda a madeira

removida nas três etapas.

Se você quiser fazer um lixamento ainda mais refinado, use no final uma lixa muito

suave, #280 até #600, fazendo os mesmos movimentos. Para acabamentos finos,

também existe uma lixa especial (A219, da Norton), que vem com uma substância

lubrificante (No Fil ou estearato de zinco) e evita o empastamento da lixa, deixando

o móvel ainda mais bem acabado e pronto para aplicar vernizes ou seladoras.

Utilização de Lixas

Devemos começar com as lixas mais grossas, depois as médias e por fim as finas,

para obtermos um bom acabamento.

As lixas são classificadas de acordo com o grau de abrasividade, medido pelo

tamanho do grão. Ou seja, quanto mais grosso for o grão abrasivo, mais áspera será

a lixa e maior poder de lixamento ela terá. As lixas são identificadas por números (#)

que vão de 16 a 600. A lixa # 16 é a de grão mais grosso do mercado e a # 600, do

mais fino.

Este valor se define como grana de uma lixa abrasiva. Quanto maior for o número de

grana menor será a retirada do material conseguida. O tipo de grana da lixa está

diretamente ligado ao tipo do trabalho ao qual está sendo utilizada.

Para se obter uma superfície bem lixada, deve-se usar, no mínimo, quatro lixas, para

a obtenção de uma superfície sem rachaduras e bem polida. É importante entender

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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que uma superfície bem lixada, não é aquela bem lisa, mas, a que apresenta uma

uniformidade de textura.

As lixas devem ser usadas numa ordem progressiva e nunca ultrapassar a 50% em

relação a abrasividade da lixa anterior.

Como efetuar o lixamento da madeira

O lixamento, tanto na fase da preparação da madeira, quanto após a camada de

base, tem que ser feito no sentido das fibras da madeira. Deve-se tomar cuidado

quanto ao lixamento no sentido transversal (lixamento cruzado), pois os riscos

ocasionados podem ser nítidos após o acabamento final. O lixamento cruzado pode

ser causado nas máquinas lixadeiras de cilindro ou contato, ou muitas vezes por

descuidos do operador em lixas fitas manuais. Existem várias maneiras de se

efetuar o lixamento da madeira:

Manual - com lixadeira de cinta (portátil) e lixadeira orbital.

Lixadeira de Cinta

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Page 47: Apostila pintura de móveis

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Lixadeira Orbital

Eletromecânica – lixadeira de cinta (coluna)

Automática – lixadeira banda larga

Com qualquer um dos sistemas, devemos tomar cuidado ao fixarmos superfícies

curvas, para não deformarmos a peça.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Podemos retirar a poeira da lixa, mas não há como evitar o seu desgaste. A lixa

deve ser trocada sempre que estiver desgastada.

Lixadeira de Cinta Lixadeira Orbital

Processo de Execução do Lixamento Manual

1° PASSO – Prenda a peça de modo a poder lixar no sentido das fibras.

Observação: Use calços de proteção ao prender a peça.

2° PASSO – Escolha e ajuste a lixa no lixador, firmando as sobras com os dedos

nas laterais do mesmo.

Observação: Use as lixas em ordem decrescente de granulação.

3° PASSO – Pressione e impulsione o lixador com movimentos de vaivém no

sentido das fibras.

a) Lixe, deslocando o lixador lateralmente até completar o lixamento de toda

superfície.

b) Repita esta operação até que a superfície fique nas condições

desejadas.

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Observações: Nas superfícies folheadas, cuide para não vazar a lâmina.

Em superfícies curvas ou com formatos diversos, lixe manualmente ou construa

lixadores especiais.

Lixamento dos Fundos / Seladores

Os fundos seladores devem estar bem secos para serem lixados. Pode-se verificar,

fazendo um pequeno teste de lixamento. Se formarem gruminhos na lixa, o fundo

não está seco; se na lixa ficou apenas pó branco, já está suficientemente seco.

Para seladora nitro, deve-se usar sempre para lixamento uma lixa fina e progressiva.

Por exemplo, se na madeira for usada como última lixa, de grana 180, na seladora

deve-se continuar o lixamento com uma grana de 400 ou até 600.

Nos fundos poliuretano, devemos proceder da maneira que procedemos ao lixar o

selador fundo nitro, isto é, aumento gradativo das granas até finalizarmos com um

grana bem fina.

Para iniciar o lixamento, deve-se respeitar o tempo de secagem indicado pelo

fabricante do produto.

NÃO SE ESQUEÇA...

Devemos lixar sempre no sentido do veio da madeira, para não provocarmos

ranhuras na sua superfície.

5.3. PRODUTOS DE ACABAMENTO

Não adianta caprichar em todos os detalhes da confecção de um móvel se o

acabamento estiver mal feito. O processo de acabamento protege a madeira,

formando uma película isolante que dá maior durabilidade e também embeleza a

peça. Sua importância se equipara às etapas do corte, montagem e lixamento.

Os cuidados básicos não se restringem à aplicação da tinta e do verniz.

Começam bem antes, na preparação do ambiente e do produto a ser usado.

Assim, o local reservado para fazer o acabamento precisa estar livre de pó ou de

qualquer partícula estranha e a madeira deve ser bem lixada, evitando que a pintura 49

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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ou o envernizamento apresente imperfeições. Enfim, todo o trabalho pode ser

desperdiçado se o produto for aplicado numa superfície preparada de forma

inadequada.

Tintas e vernizes

A Tinta é uma composição química líquida pigmentada que, ao ser aplicada, se

converte em filme sólido por mecanismos característicos de cada tipo de tinta.

Os vernizes são como as tintas, mas não possuem pigmentos, pois são

transparentes.

Ambos possuem funções próprias, são usados para decoração e em formas de

películas protetoras de superfícies (verniz). É o caso de armários, portas de madeira,

móveis em geral.

Defeitos Originários das Tintas e Vernizes

1) Aglomeração: São partículas sólidas não solúveis no meio.

2) Incompatibilidade: A tinta se apresenta totalmente grosseira. A resina não

mistura com o pigmento.

3) Flutuação: Quando sobre a superfície da tinta, separam-se vários pigmentos, e

mesmo homogeneizado voltam a se separar, rapidamente.

4) Sedimentação: Acontece na hora do preparo do produto. Antes de serem

usados, o verniz ou a tinta devem ser misturados por inteiro e não apenas na

superfície, para ficarem bem homogêneos. Quando essa mistura não é feita ou

então acontece de maneira incorreta, as cargas ou pigmentos do produto ficam

sedimentados no fundo do recipiente. Se usado na madeira desse jeito, provoca um

brilho excessivo, inadequado quando deveria ser fosco, além de oferecer uma

cobertura falha. Este é um erro grave na preparação do produto para o acabamento.

5) Gelatinização: O tipo de diluente e a quantidade usada são importantes para se

evitar alterações na viscosidade do produto e uma possível gelatinização. O ideal é

usar apenas os diluentes especificados pelo fabricante, na embalagem.

O uso da aguarrás em produtos inadequados, por exemplo, dá um aspecto

gelatinoso e impede a utilização.

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Processos de secagem

Existem diversos processos de secagem tendo em vista suas formulações.

• Secagem por Evaporação: Tão logo o solvente evapore, a película seca adquire

suas propriedades, são os casos das lacas, vernizes N.C., tintas (vinílicas), etc.

• Secagem de Oxidação: Uma vez o filme, evapora-se o solvente e começa a

oxidação que reage com a resina presente, formando um filme duro após 24 horas,

são os casos das tintas sintéticas.

• Secagem por Reação: São as chamadas tintas de dois componentes. A tinta e o

agente de cura (catalisador) são fornecidos separadamente. Os dois componentes

devem ser misturados antes do uso. A mistura tem um tempo de vida útil limitado.

Exemplo: Poliuretano, Epóxi.

Composição básica das tintas e vernizes:

Resinas – é o formador de película. Sem a presença da resina os demais

componentes não teriam aderência junto aos substratos. É sem dúvida o

componente mais importante de uma tinta.

As tintas podem ser classificadas segundo as resinas que as compõem; teremos,

portanto, assim, produtos sintéticos, poliuretano, nitro, acrílico, epóxi, etc.

Produtos Nitro-Celulose - São produtos que secam por evaporação de solventes.

Logo por ser um mecanismo meramente físico, a secagem é rápida e reversível, o

que quer dizer que os produtos N.C. não resistem ao contato com solventes.

Seu revestimento é de baixo sólido, e tem boa secagem e boa lixabilidade.

Produtos SH ou Lacas Curáveis - Ainda hoje são largamente utilizados por muitos

fabricantes de móveis. Como primeiras características são produtos de maior dureza

que as lacas e poliuretanos, porém pelo quimismo da reação, apesar da secagem

mais rápida que um poliuretano, não tem a mesma elasticidade. Ao contrário dos

produtos N.C. podem ser limpos álcoois, não mancha, não tem problema de

amarelamento em relação aos produtos PU que são mais econômicos.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Produtos Sintéticos - Produtos à base de alquídicas, com secagem mais lenta que

todo sistema e com tendência a amarelamento em exterior. Por sua natureza não

tem resistência a ácidos e solventes fortes.

Seu uso é pouco difundido na indústria de móveis, no entanto, acrescentamos aqui

por considerarmos como uma alternativa a nível industrial. Por outro lado, pode ser

usado em pinturas de móveis domésticos e em acabamento de móveis para jardim.

Produtos Poliuretanos - Película resultante de uma reação poliol hidroxilada (OH),

com produtos que contenham grupos isocianato livres (NCO) é, pois, uma tinta bi-

componentes.

Existem dois tipos de isocianato:

Aromáticos – São produtos constituídos de alta resistência química e física,

mas, que expostos à luz solar, têm tendência a amarelar.

Alifáticos – Apresentam as mesmas características dos Aromáticos, porém,

não têm tendência ao amarelamento.

Em geral, constituem em resinas de maior resistência química e física e, além disso,

apresentam resistência ao contato com solventes, conseguindo produtos com alto

brilho e com boa retenção do mesmo. Ao lado da grande dureza, apresentam

grande elasticidade, porém são produtos de secagem mais lenta.

Apesar a lixabilidade mais demorada no contexto geral das tintas e vernizes, são

produtos que reúnem o maior número de vantagens não só para o uso de

revestimento de móveis, mas também em outros ramos da atividade industrial.

É importante salientar que devido à alta reatividade do isocianato com a umidade os

produtos PU, antes da secagem final, são sensíveis à água.

Pigmentos – são constituídos de pó insolúveis no meio e conferem cor e cobertura

a uma tinta. Obviamente, vernizes não são pigmentados.

Cargas – São produtos que acrescentados aos pigmentos, aumenta a cobertura,

diminuem o brilho, dão lixabilidade, etc.

Aditivos – São produtos que adicionados em pequenas quantidades dão ao produto

propriedades especiais. Entre elas podemos citar um melhor alastramento, um anti-

bolha, um anti-cratera, etc.52

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Solventes - São líquidos voláteis que solubilizam a resina, diminuindo a viscosidade

do produto. Sabe-se que uma tinta constituída de apenas resina e pigmentos seria

extremamente pastosa e difícil de ser aplicada.

Recomenda-se o uso de solvente estritamente necessário, pois o acréscimo de

solvente a um produto nunca irá melhorar o seu rendimento, ao contrário, aumentará

o consumo, o custo com o número de mãos necessárias para se atingir uma boa

qualidade na pintura.

Função: Medir a capacidade que um líquido possui de dissolver ou não uma

determinada resina. São eles:

Verdadeiros: Quando dissolve uma resina em qualquer proporção:

Exemplo: A nitro-celulose tem como solventes verdadeiros, metil-etilcetona,

acetato de etila, etc.

Latentes: Quando puros não dissolvem a resina, mas misturados aos

solventes verdadeiros se tornam bons solventes. Exemplo: em relação a nitro-

celulose os álcoois são latentes.

Não-Solventes: não tem nenhum poder de solvência e são tolerados em

pequenas proporções.Exemplos: Em relação a nitro-celulose, o toluol, o xilou,

etc.

Defeitos originários do mau uso do solvente

Falta de solvente: O filme aplicado apresentará mau nivelamento, aspecto

conhecido como casca de laranja.

Solvente em excesso: Poderá ocorrer escorrimento, falta de cobertura, baixa

espessura no filme e mau enchimento.

Solvente muito volátil: Se os solventes usados tiverem uma taxa de

evaporação muito alta, o filme facilmente apresentará névoas, casca de

laranja, alta espessura, dificuldade na aplicação e no retoque. Além disso,

provocam fervuras ou bolhas.

Tingidor - Tingir madeira consiste em colorir, uniformizar ou alterar a tonalidade

original da madeira, sem prejuízo da beleza, conservando as suas fibras, inclusive,

realçando-as.53

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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São utilizados, no processo de tingimento, produtos especialmente preparados e

dissolvidos que, combinados em suas cores e dissoluções, proporcionam as

tonalidades desejadas, exigindo atenção e habilidades na sua aplicação, evitando

manchas.

Recomendações finais

Homogeneizar perfeitamente todo produto antes da aplicação;

Procurar estocar as tintas em condições de boa ventilação, temperatura,

ausência de chamas, faíscas elétricas, danos mecânicos, etc;

Observar o tempo de estocagem dos produtos, procurando fazer o rodízio dos

lotes que o produto armazenado mais tempo seja utilizado em primeiro lugar;

Produtos catalisados devem seguir orientações do fornecedor.

Tipos de superfícies: Madeira Maciça (madeira de lei, pínus), MDF,

Aglomerado, Chapa de Fibra.

O lixamento é importante para eliminar marcas, nivelar e alisar a superfície.

Etapas do lixamento: Calibração – Etapa onde é corrigida a irregularidade

mais grosseira da superfície da madeira; Semi-acabamento – Elimina os

riscos deixados pelas lixas grossas; Acabamento – Toque final do trabalho.

As lixas são classificadas de acordo com o grau de abrasividade, medido pelo

tamanho do grão, ou seja, quanto mais grosso for o grão, mais áspera será a

lixa e maior poder de lixamento ela terá.

O lixamento deve ser feito sempre no sentido das fibras da madeira.

Maneiras de efetuar o lixamento da madeira: manualmente (lixadeira de

cinta), lixadeiras orbitais, elétricas e lixadeira de banda larga.

A tinta é composta, basicamente, das seguintes substâncias: pigmento,

veículo ou aglutinador, solvente ou redutor e aditivo. O pó colorido presente

na mistura que constitui a tinta é denominado pigmento. O líquido que contém

o pigmento e o torna fácil de se espalhar é chamado de veículo ou

aglutinador. Já os vernizes não são pigmentados.

O solvente é um líquido volátil que solubiliza a resina, diminuindo a

viscosidade do produto.

O tingidor serve para colorir (tingir) a madeira, conservando suas fibras.

Cada produto possui uma “carteira de identidade” chamada boletim técnico.

Leia sempre o boletim antes de utilizar o produto.54

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Cuidado!

O boletim só serve para o produto da empresa fabricante.

Nunca use boletim de fornecedor diferente.

5.4. EQUIPAMENTOS PARA ACABAMENTO

Tipos de Pistolas:

Pistola convencional; tanque de pressão; sistema airless; sistema airmix; sistema

eletrostático.

- Pistola Convencional

A tinta é pulverizada com auxílio de ar comprimido, que arrasta a tinta e a subdivide

em gotículas minúsculas no bico de fluído. O reservatório é acoplado à pistola.

Divide-se em:

Pistola a sucção. O produto é sugado da caneca através do cano de sucção

e enviado para o bico de fruído;

Pistola a gravidade. O produto desliza naturalmente para o bico de fluído.

- Tanque de Pressão

Diferencia-se da pistola convencional pelo fato do reservatório ser separado da

pistola e sua capacidade acima de 1 litro. Usado geralmente em média e grande

escala.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Figura 1 - Pistola de Gravidade

Figura 2 - Pistola de Sucção

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SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Figura 3 - Pistola Convencional

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Figura 4 - Tanque de Pressão

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Limpeza de Pistola

Filtro de Ar

O ar deve ser filtrado de modo a separar a água condensada. Este filtro deve ser

purgado freqüentemente para não causar inconvenientes à pintura. A pressão do ar

deve ser regulada de 25 a 30 libras em acabamentos normais.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Agitador

Os tanques de pressão são providos de agitadores que podem ser movidos

manualmente ou com motores pneumáticos. Deve-se cuidar da limpeza para um

bom funcionamento e não entupimento da pistola.

5.5. PROCESSO DE PINTURA PARA ACABAMENTO DE MÓVEIS

PROCESSO PEÇA Nº 01 – ACABAMENTO TINGIDO NITRO

- 1º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa 320;

- 3º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola acrescida de 5% de

tingidor concentrado;

- 4º passo: secagem e lixamento com lixa 320;

- 5º passo: aplicação de uma demão de verniz sintético à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 02 – ACABAMENTO NITRO

- 1º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com grana 320;

- 3º passo: aplicação de uma demão de seladora à pistola;

- 4º passo: aplicação de uma demão de verniz sintético à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 03 - ACABAMENTO TINGIDO PU BRILHANTE

- 1º passo: aplicação de uma demão de tingidor à boneca (pode ser aplicado diluído

5% no fundo PU e aplicado a pistola);

- 2º passo: secagem;

- 3º passo: aplicação de duas demãos de fundo PU à pistola;

- 4º passo: secagem e lixamento com lixa grana 280/320;

- 5º passo: aplicação de uma demão de verniz PU brilhante à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 04 - LAQUEADO NITRO

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer nitro à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 3° passo: repetir passos 1° e 2°;

- 4° passo: aplicação de uma demão de laca nitro à pistola.

60

Page 61: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Obs. Se quiser obter efeito de profundidade aplicar 1 demão de verniz transparente.

PROCESSO PEÇA N° 05 – LAQUEADO P.U. BRILHANTE

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220

- 3º passo: repetir passos 1° e 2°

- 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU brilhante à pistola

Obs. Se quiser obter efeito de profundidade aplicar uma demão de verniz

transparente.

PROCESSO PEÇA Nº 06 – EFEITO MÁRMORE À BONECA

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 2º passo: aplicação de uma demão de massa estuque utilizando espátula (corrigir

possíveis defeitos);

- 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 4° passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU á pistola;

- 5° passo: secagem e lixamento com lixa grana 320;

- 6º passo: aplicação de uma demão de laca fosca PU à pistola;

- 7º passo: aplicação de uma demão de tingidor e diluente rápido à boneca para a

formação do efeito – (tingidor mármore ou concentrado + diluente rápido);

- 8º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola;

- 9º passo: secagem e lixamento com lixa grana 600/1200;

- 10º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 07 – EFEITO MÁRMORE À PISTOLA

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 2º passo: aplicação de uma demão de massa estuque utilizando espátula (corrigir

possíveis defeitos);

- 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 4° passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU á pistola;

- 5° passo: secagem e lixamento com lixa grana 320;

- 6º passo: aplicação de uma demão de laca fosca PU à pistola;

61

Page 62: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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- 7º passo: aplicação de uma de mão de tingidor esfumaçado à pistola e depois com

caneca superior, gotejar diluente rápido para a formação do efeito;

- 8º passo: aplicação de uma de mão de verniz PU à pistola;

- 9º passo: secagem e lixamento com lixa grana 600/1200;

- 10º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 08 – EFEITO GRANITO

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 3º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 4º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 5º passo: aplicação de uma demão de laca PU fosca à pistola;

- 6º passo: aplicação de uma demão de tingidor especial branco e depois negro,

gotejados com caneca superior;

- 7º passo: aplicação de uma de mão de verniz PU brilhante;

- 8º passo: secagem e lixamento com lixa grana 600/1200;

- 9º passo: aplicação de uma demão de verniz PU à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 09 – EFEITO PÁTINA

- 1º passo: escovar a peça;

- 2º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola (aumentar o

diluente p/ afinar bem o produto) ranhurar a pincel;

- 3º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU fosca - cor à pistola;

- 5º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220 e 320;

- 6º passo: aplicação de uma de mão de verniz PU fosco.

PROCESSO PEÇA Nº 10 – EFEITO DECAPÊ PONTILHADO

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 3º passo: aplicação de uma demão de fundo primer P.U. à pistola (bater c/ uma

esponja p/ formação do efeito);

- 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU à pistola (aumentar o diluente para

afinar o produto);62

Page 63: Apostila pintura de móveis

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- 5º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220 e 320;

- 6º passo: aplicação de uma de mão de verniz PU fosco.

RPROCESSO PEÇA Nº 11 – EFEITO DECAPÊ TRADICIONAL

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 3º passo: aplicação de duas demãos de fundo primer P.U. à pistola, com intervalo

de duas horas entre as demãos (utilizando o pincel para formação das estrias);

- 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU – cor fosca à pistola;

- 5º passo: lixamento com lixa grana 320;

- 6º passo: aplicação de uma de mão de verniz PU fosco à pistola.

PROCESSO PEÇA Nº 12 – EFEITO DECAPÊ CRIATIVO

- 1º passo: aplicação de uma demão de fundo primer PU à pistola;

- 2º passo: secagem e lixamento com lixa grana 220;

- 3º passo: aplicação de duas demãos de fundo primer P.U. à pistola, com intervalo

de duas horas entre as demãos (utilizando o pincel para formação das estrias);

- 4º passo: aplicação de uma demão de laca PU – cor fosca à pistola;

- 5º passo: lixamento com lixa grana 320;

- 6º passo: aplicação de uma de mão de verniz PU fosco à pistola.

5.6. PRÁTICA DE PINTURA

Preparo do Produto a ser Aplicado

Geralmente, todos os produtos de acabamento (tintas, vernizes) encontrados no

mercado possuem um boletim técnico, contendo as informações necessárias para

executar as preparações de forma adequada e correta.

Contudo, como em toda preparação, seguir uma receita nem sempre leva a

resultados esperados, além de existir informações que não constam nos boletins

técnicos, mas que são essenciais:

Não misturar partes de produtos de dois ou mais fabricantes;

Não introduzir acessórios de medição (colheres, copos) em dois ou mais tipos

63

Page 64: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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diferentes de produtos, sem antes proceder a limpeza (lavagem e secagem) do

mesmo;

Somente executar a mistura na seqüência correta e em local limpo;

Observar o tempo de espera entre a preparação e a utilização;

Observar a data de validade dos componentes e da mistura;

Observar a necessidade de diluição;

Observar a necessidade de filtrar a solução, principalmente para soluções

com formação de precipitados no momento da mistura.

Equipamentos utilizados na pintura

Compressor de ar

É um equipamento com a finalidade de elevar a pressão do ar, armazenando-o em

tanques especiais hermeticamente fechados.

Tanque de compressor

É um tanque equipado com dois reguladores de ar (manômetro), um regulando a

pressão armazenada, e outro para controle da pressão de pulverização.

Existem tanques com várias dimensões e com pressões variadas. É provido de um

automático, que serve para manter a pressão do ar dentro de certos limites, para

ligar e desligar automaticamente.

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Page 65: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Filtro de ar

É um conjunto destinado a separar óleo, poeira e umidade do ar comprimido, onde

são adaptadas as mangueiras.

Manômetros

São relógios para marcar a pressão do ar.

Regulador do ar

É um dispositivo destinado a regular a pressão do ar para a pistola e mantê-la numa

pressão constante.

65

Page 66: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Técnicas de Aplicação

Máquina Cortina

A máquina é composta por duas esteiras comandadas por um variador de

velocidade. Entre as esteiras existe um cabeçote com regulagem de abertura.

Pelo cabeçote passa a tinta em forma de véu. A tinta é bombeada de um

reservatório ao cabeçote e uma calha recolhe o material excedente e volta ao

reservatório. Este equipamento é indicado para pinturas de peças planas, resultando

em uma camada uniforme. A abertura da cortina, ajustadas pelas bordas do fundo

do reservatório, a velocidade da linha, do bombeamento, a viscosidade e o sólido de

aplicação, são fatores que afetam a qualidade do revestimento. Por isso, é

necessário que todos esses fatores sejam mantidos para o controle apropriado do

peso da tinta aplicada (Gramagem).

Máquina de Rolo

A máquina é composta geralmente por dois ou mais rolos, sendo num deles feita

alimentação, transferindo o produto para o outro que faz aplicação.

O rolo aplicador normalmente é de borracha. Este método permite a aplicação de

produtos em baixa gramagem (20-30 gramas p/ metro quadrado). Podem ser

aplicados tingidores, seladores, vernizes e em certos casos até produtos

pigmentados.

OBSERVAÇÃO:

- Quanto ao uso de solventes para este tipo de equipamento: Todo produto

para máquina de rolo terá que ser isento de solventes aromatizados, pois, os

mesmos poderão atacar o rolo de borracha, podendo causar sérios

transtornos.

Pistola Eletroestática

Consiste no princípio de eletrização recebe uma carga de sinal contrário, atraindo

eletrostaticamente toda a tinta, permitindo cobertura uniforme, mesmo em cantos. A

tinta é especial para este tipo de equipamento.

66

Page 67: Apostila pintura de móveis

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OBSERVAÇÃO:

- Como a madeira seca é isolante, é necessário que ela possua um mínimo de

umidade (14%).

Vantagem da pistola eletrostática sobre a convencional: maior aproveitamento da

tinta.

Pistola Convencional

Existem dois tipos de pistola convencional: Caneco de baixa produção e o Tanque

pressurizado de alta produção.

Processo de Execução

1° PASSO – Verifique o fechamento das torneiras do reservatório compressor.

2° PASSO – Ligue o compressor para abastecer o reservatório.

3° PASSO – Prepare o verniz.

Adicione dissolvente, se necessário.

Misture até obter a viscosidade adequada.

Precaução: Por se tratar de materiais altamente inflamáveis, evite aproximação de

fogo.

4° PASSO – Coloque o verniz no caneco.

5° PASSO – Fixe o caneco na pistola, verificando se a tampa bem

encaixada, e aperte o parafuso de fixação.

6° PASSO – Regule a pressão de ar no filtro.

Abra a válvula de saída do ar.

Regule o ar na pressão desejada por meio dos manômetros.

7° PASSO – Regule a pistola.

Aperte o gatilho.

Regule a agulha do fluído.

Regule a válvula de ar.

67

Page 68: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Observação: Usar máscara de proteção.

Pulverize uma pequena área, regulando a largura do leque.

Observação: Utilizar uma peça para fazer testes.

Reajuste a válvula de ar e a agulha do fluído, se necessário.

8° PASSO – Posicione as peças de maneira a poder acionar a pistola

perpendicularmente à superfície.

Observação: As peças devem estar limpas e livres de impurezas.

9° PASSO – Pulverize a peça.

Empunhe a pistola, mantendo-a a uma distância de 15 a 20 cm da superfície a ser

envernizada.

Observação: Puxar o gatilho com a pistola fora da peça e iniciar a pulverização de

fora para dentro da superfície.

Movimente a pistola da esquerda para a direita ou vice-versa, de tal modo que o

leque formado se sobreponha ao anterior em 50%.

Observação: Em superfícies planas e compridas, pulverizar em secções separadas

de 45 a 90 cm de comprimento, e nas emendas, sobreponha 10 cm

aproximadamente.

Pulverize até completar a superfície.

Solte o gatilho e pendure a pistola.

68

Page 69: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

10° PASSO – Coloque a peça pronta em lugar adequado.

Observação: Em caso de envernizamento de várias peças, repetir os passos 9, 10

e 11.

Nota: Ao pulverizar peças diversas, proceda conforme ilustração das figuras 04, 05,

06 e 07.

Superfícies planas e compridas.

Superfícies cilíndricas.

Cantos.

69

Page 70: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

Peças estreitas.

11° PASSO – Limpe a pistola.

a) Retire o caneco da pistola.

b) Despeje a sobra do verniz em recipiente adequado.

c) Limpe o caneco com solvente.

d) Coloque solvente no caneco e fixe o mesmo na pistola.

e) Pulverize para limpar a pistola, internamente.

Observações: Limpe externamente a pistola com estopa embebida em dissolvente.

Nunca use estopa para limpar a pistola.

f) Retire a máscara de proteção e limpe-a.

g) Guarde a máscara e a pistola, e enrole as mangueiras.

12° PASSO – Feche a saída de ar do filtro.

13° PASSO – Desligue o compressor e abra a torneira do filtro e do reservatório

para drenagem da água.

Preparo do produto a ser aplicado: verificar boletins técnicos, cuidados na

manipulação e limpeza dos produtos, observar tempo de espera, prazo de

validade, necessidade de diluição.

Equipamentos de pintura: compressor de ar, tanque de compressor, filtro de

ar, manômetros, regulador de ar.

Máquinas e técnicas de aplicação de tintas e vernizes com: máquina cortina,

máquina rolo, pistola eletrostática e pistola convencional.

Processo de execução de trabalhos com pistola convencional.

70

Page 71: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

1. Qual o documento que deve ser sempre consultado antes do preparo de tintas e

vernizes?

___________________________________________________________________

2. Relacione três informações, que não constam nos boletins técnicos, mas que

devem ser observadas no preparo de tintas e vernizes.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3. Quais as características da pistola convencional?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4. Qual o equipamento de proteção que deve ser utilizado ao aplicarmos verniz?

___________________________________________________________________

5. Qual o cuidado que devemos ter ao pulverizar peças planas e compridas?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6. Quais os procedimentos de limpeza que devemos ter com a pistola de caneca ao

fim da operação de envernizar?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

71

HORA DO EXERCICIO

Page 72: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

7. Quais os danos que podemos ter quando misturamos produtos diferentes na

mesma caneca, sem efetivar uma limpeza completa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5.7. OS PRINCIPAIS DEFEITOS DA PINTURA

Casca de laranja

O efeito casca de laranja surge pelo uso incorreto da pistola de aplicação. Evite que

isso aconteça, mantendo uma pressão menor na pistola (entre 30 e 35 libras), que

deve ficar a uma distância entre 15 a 20 centímetros da peça. Além da distância, a

posição da pistola deve ser sempre perpendicular em relação ao objeto trabalhado.

Cada demão do produto deve sobrepor a demão anterior em 50%, para que não

aconteça a falta de uniformidade no acabamento.

Branqueamento

A peça trabalhada apresenta um acabamento esbranquiçado, ocasionado por dois

erros básicos. Um deles é o uso da pistola a uma distância menor que 20

centímetros do objeto; o outro é quando o acabamento foi realizado em local onde a

umidade relativa do ar é muito alta ou quando foi utilizado um diluente inadequado.

Evite tais situações.

Cratera

As crateras na superfície da madeira depois da aplicação do produto são

provocadas, tanto pela contaminação do local da pintura como pela própria

superfície da madeira, seja por causa de resíduos de lustra-móveis ou de produtos

oleosos provenientes do compressor. Tais impurezas impedem a aderência do

verniz à madeira e dão origem a pequenas crateras. É muito importante limpar bem

a superfície a ser envernizada.

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Page 73: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Fervura

As pequenas bolhas na madeira resultam da regulagem errada da pistola ou do uso

excessivo do produto. Neste caso, a camada superior do verniz ou da tinta vai secar

antes da camada inferior. Como nesta camada inferior existem solventes retidos,

eles evaporam e abrem pequenos buracos na camada superior, dando o efeito de

fervura. Para evitar que isso aconteça, o ideal é usar um diluente especial

retardador.

Escorrimento

É freqüente acontecer em aplicações verticais, quando o produto é utilizado em

excesso e mal-diluído. Isso pode ser facilmente evitado quando o produto é usado

com a diluição correta e sem excesso de camada.

Amarelecimento

Esse defeito acontece quando são utilizados produtos como verniz não acrílico ou

seladora comum. Para evitá-lo e manter a tonalidade da madeira, o certo é usar

produtos especiais, como os acrílicos, à base de água e poliuretano, com resistência

ao amarelecimento.

73

Page 74: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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6. PINTURA EM MÓVEIS DE MADEIRA

A madeira natural sofre alterações de cor e textura ao ficar em contato direto com o

ar, a luz, o calor e a umidade.

Os móveis em madeira, mesmo estando ao abrigo das intempéries, precisam de

aplicação de produtos de acabamento, naturais ou sintéticos, para sua proteção.

A madeira, o tipo de acabamento e o processo definido para seu uso devem se

harmonizar e se completar, de forma a ressaltar a qualidade do produto final (a

madeira com o acabamento).

6.1. PRODUTOS UTILIZADOS NA PINTURA DE UM MÓVEL:

Nitrocelulose

São produtos cujo veículo é a nitrocelulose. Seu sistema de cura é a simples

evaporação de solventes. O uso do diluente adequado para o sistema de aplicação

indicado permite um perfeito alastramento e mantém as características desejadas.

Possuem resistências químicas e mecânicas, bem como oferecem brilho final.

Sintético

Seu sistema de cura é a simples evaporação de solventes e sua velocidade de

secagem é lenta. Confere um ótimo brilho, um ótimo alastramento, de difícil fervura,

e uma boa cobertura dos poros da madeira. Possui resistências física, química e

mecânica. Deve ser aplicado sobre seladores de base nitro ou poliuretano.

Poliuretano (PU)

São produtos formados por um componente “A”, composto por resinas, que reage

com um componente “B”, que contém grupos reativos (catalisador).

A secagem ocorre pela evaporação de solventes e pela reação química entre o

componente “A” e o componente “B”. Muito utilizado na indústria moveleiro devido à

sua eficiência na aplicação e à sua resistência. Produtos auxiliares utilizados nos PU

´s, como diluentes não indicados pela Sayerlack, podem alterar significativamente as

características do produto (resistência, estética etc.).

74

Page 75: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

Poliéster

São produtos de elevadíssimo teor de sólidos (cobertura), quando acelerados e

catalisados corretamente. Por sua natureza química e estrutural, não devem ser

aplicados produtos poliésteres diretamente sobre a madeira, sem que esta tenha

recebido a aplicação de um isolante apropriado, caso contrário, o produto reagirá

com a resina natural da madeira, podendo gerar problemas na secagem e

aderência.

- Produtos para Secagem Ultravioleta (UV):

São produtos próprios para secagem UV, formulados com resinas especificas, que

são préincorporadas a agentes de endurecimento ou fotoiniciador. Sua cura é obtida

instantaneamente através de um processo fotoquímico, desencadeado depois que o

produto é exposto à luz irradiada de lâmpadas ultravioletas. Trata-se de um moderno

sistema de secagem, com muitas vantagens quando comparado a outros sistemas

de cura.

Apresentam ainda emissão nula ou praticamente nula de solventes na atmosfera e

altíssimo teor de sólidos, chegando quase sempre a 100%. Sua secagem tem que

ser necessariamente em túnel ultravioleta.

Melamínico (SH)

São produtos para envernizamento e pintura, catalisados com ácido. Sua secagem

se dá em temperatura ambiente ou, preferencialmente, em túnel de ar quente ou

infravermelho.

Tingimento

São produtos utilizados com a finalidade de enobrecer e realçar a beleza das

madeiras, mudando suas cores originais e preservando características e veios.

Podem ser à base de solvente e/ou à base d’água. Possuem boa resistência à luz.

- Produtos à Base D’água:

Os produtos à base d’água foram desenvolvidos para atender à procura por

produtos ecologicamente corretos, pois não emitem gases na atmosfera, não são

nocivos à saúde e não apresentam odores fortes. O uso desses produtos vem

crescendo bastante, pois há países que controlam com muito rigor a emissão de

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Page 76: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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gases na atmosfera, inclusive no segmento moveleiro. O crescimento deste controle

já se tornou uma tendência mundial.

Massa

Produto pastoso que tem a finalidade de recuperar ou corrigir imperfeições e

defeitos da madeira. Sobre a massa pode ser aplicado qualquer tipo de produto. A

superfície emassada mantém um perfeito nivelamento.

6.2. EQUIPAMENTOS DE PINTURA

Pistola de pintura

É o equipamento mais comum para pintura e envernizamento de móveis.

Apresenta uma fácil regulagem. Deve trabalhar com pressão de pulverização entre

35 e 40lbf/pol² e permanecer a uma distância de 15 a 30 cm da peça que receberá a

pintura. A viscosidade ideal para aplicação dos produtos varia de 13 a 22 segundos,

de acordo com o tipo de material a ser trabalhado.

Seladores, fundos e primers devem ser aplicados com viscosidade mais alta. Lacas

e vernizes, com viscosidade mais baixa. No caso de aplicação de tingidores, a

pressão do ar deve permanecer de 20 a 35 lbf/pol².

Pistola com caneca superior

Normalmente utilizada para produtos com maior viscosidade, como por exemplo

fundo de poliéster. Pode-se trabalhar com a pressão do ar de 25 a 30 lbf/pol².

Pistola com tanque de pressão

Nesse sistema trabalha-se com a pressão de pulverização entre 30 e 40 lbf/pol² e

pressão interna do tanque entre 10 e 15 lbf/pol². Serve para aplicar qualquer tipo de

produto que se destine a pistola. Normalmente adotada por empresas que têm um

fluxo razoável de peças na seção de pintura. Oferece maior comodidade ao

aplicador, pois dispensa o uso de caneca acoplada à pistola.

Máquina de cortina

Equipamento desenvolvido para pintura de painéis. O produto forma um filme cuja

espessura é regulável pela abertura do cabeçote. Este filme fica depositado sobre a

76

Page 77: Apostila pintura de móveis

SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

peça quando esta passa pelo cabeçote. Com isso, é determinada a gramatura a ser

aplicada.

Outra forma de determinar a gramatura é modificando a velocidade, menor a

aplicação do produto. O controle da gramatura é feito através de pesagem da peça

em balança, antes e depois da aplicação. Normalmente, são usadas peças de 20x

50 cm, ou seja, 1/10 de m². Depois é feita a multiplicação por 10 para saber quantas

gramas por m² foram aplicadas.

Máquina de rolo

Máquina aplicadora de fundos, vernizes e tingimentos, somente sobre painéis

calibrados.

Composta por um ou dois conjuntos com dois rolos – um aplicador e outro dosador.

O primeiro rolo (dosador) é constituído de um cilindro de aço retificado e cromado. O

segundo rolo (aplicador) é constituído também de um cilindro metálico que, no

entanto, é revestido de borracha. A pressão que é exercida entre os dois rolos

regula a quantidade de produto que passa entre eles e que será transferida para a

peça. Esta quantidade é controlada através de pesagem, antes e depois da

aplicação, da mesma forma descrita no item anterior. Este controle é fundamental

para um bom acabamento e para a economia do produto, pois a característica desse

tipo de aplicação é possibilitar que, com um mínimo de produto, seja obtido um bom

acabamento.

Os produtos são específicos e desenvolvidos para essa finalidade. Apresentam

viscosidade mais alta e são compostos por solventes apropriados, de forma a não

danificar a borracha que reveste o rolo aplicador.

A máquina apresenta, ainda, réguas de limpeza para os rolos aplicadores e

dosadores. Estas exercem uma leve pressão sobre todo comprimento do rolo,

evitando irregularidades de camadas de produto, diminuindo assim as “estrias”

características desse tipo de aplicação.

Para outras informações, consulte às informações técnicas de cada produto.

Espatuladeira

É um equipamento que se assemelha à máquina de rolo. Permite a aplicação de

fundos e massas, transparentes e pigmentados, com espessura regulável, sobre

77

Page 78: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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vários tipos de lâminas, aglomerado ou chapa dura, desde que sejam painéis planos

e calibrados. É composta de três rolos, sendo o primeiro dosador – composto de um

cilindro de aço retificado e cromado; o segundo, aplicador – cilindro metálico e

emborrachado, e o terceiro, alisador – cilindro metálico e cromado. A função desse

último rolo é remover o produto excedente aplicado pelo rolo aplicador e,

simultaneamente, alisá-lo de forma perfeita. A régua mantém limpos os rolos

alisadores e dosadores, removendo de suas superfícies todo excesso de massa,

evitando assim defeitos que podem ser “fotografados” na superfície do painel.

Máquina de imersão

Para pintura e envernizamento de produtos específicos, à imersão. As peças são

imersas mecanicamente em um tanque com produto apropriado para o sistema. O

equipamento é constituído de um mecanismo de engrenagens que permite imergir

manualmente e emergir mecanicamente, com velocidade variável em mm/min.

Pode ser usada em peças com formatos que tendem a facilitar o escorrimento do

produto, como pro exemplo cabos de pincel, puxadores, peças torneadas etc.

Impressora

Sistema para pintura para painéis que imita os desenhos dos veios da madeira. Um

rolo de aço gravado, com o veio da madeira, transfere para um rolo de borracha o

desenho do veio que é impresso em seguida na peça.

Atualmente, este processo está sendo bastante utilizado sobre MDF, que depois

recebe acabamento a rolo, pistola e máquina de cortina.

6.3. AMBIENTE DE ACABAMENTO

Em uma indústria de móveis é fundamental que a área de acabamento seja

estruturada de forma adequada. O ideal é que esta área fique em local distante da

produção de forma a evitar a contaminação com pó, ou que, pelo menos, esta área

seja construída separadamente ou ainda isolada dos ambientes próximos por uma

parede. Sua porta deve permanecer fechada, devendo ser aberta somente para

introdução das peças e retirada das mesmas, após o acabamento.

Abaixo estão relacionados alguns detalhes importantes que devem ser observados

na seção de pintura:

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Page 79: Apostila pintura de móveis

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Sistema de iluminação, para permitir ao operador uma perfeita visibilidade.

Bom sistema de ventilação e exaustão para evitar a saturação do ambiente

por solventes que são liberados durante a aplicação e secagem dos produtos.

Ambiente constantemente limpo e totalmente isento de pó.

Todas essas recomendações podem ser possíveis, utilizando o sistema com cortina

d’água. Um sistema de extração de ar saturado e, insuflação de ar externo, também

pode contribuir muito. A capacidade do sistema de insuflação deve ser de 5 a 10%

superior ao de exaustão, aproximadamente. Isto possibilita uma pressão positiva, ou

seja, a tendência será sempre expulsar a poeira do ambiente de pintura ao invés de

trazê-la para dentro.

Também é preciso estar atento à colocação de um sistema de filtros nas entradas de

ar para dentro da cabine, a fim de evitar a entrada, além do ar, de partículas de

poeira e outros contaminantes.

Cabines de pintura

É a melhor forma de proporcionar ao operário uma boa condição de trabalho, uma

vez que sua função é extrair pó, partículas de pintura e solventes. Como

conseqüência, resulta em peças melhor acabadas, pois diminui consideravelmente a

quantidade de contaminantes que se teria em um ambiente sem um mínimo de

condições de aplicação.

As cabines mais comuns são as que seguem:

Com filtro seco: o ar saturado é direcionado a um filtro seco constituído de

lâminas dispostas em forma de labirinto, normalmente de fibra de vidro ou

papelão. Este sistema retém aproximadamente 70% das partículas. Para uma

pequena produção é uma alternativa, pois tem um custo menor.

Com cortina d’água: apresenta um desempenho bem melhor em comparação

à cabine com filtro seco. O ar é extraído do ambiente e purificado através de

uma cortina d’água que retém as partículas contaminantes. Produtos

apropriados fazem com que estas partículas fiquem separadas da água,

retidas em filtros, que devem ser periodicamente limpos.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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Independentemente do tipo de cabine utilizada, é recomendado o uso de

equipamentos de proteção individual – óculos, luvas, máscaras com filtro de carvão

ativado etc, para que o profissional possa ter uma condição de trabalho melhor.

Área de secagem

Assim como na área de acabamento, são precisos alguns cuidados na área de

secagem, conforme descrito a seguir:

Ambiente totalmente isolado da área de aplicação para que não haja contato

com a “poeira” de verniz - formado pela pulverização durante a aplicação de

produtos - caso contrário, o resultado será uma superfície “sem toque”

(áspera) e com perda de brilho. O ambiente também deve ser isolado das

outras áreas da fábrica (produção, usinagem, lixamento etc.).

Temperatura superior a 20ºC, para facilitar o processo de evaporação dos

solventes, a reação química e, conseqüentemente, a secagem. Entretanto,

temperaturas, excessivamente altas, aceleram muito a secagem,

ocasionando problemas irreversíveis no acabamento, sendo necessário

lixamento e nova aplicação de produto.

Distância mínima de 10 cm entre uma peça e outra, quando colocadas na

horizontal para secagem, a fim de facilitar o deslocamento do ar para a

retirada dos solventes ou água (principalmente em se tratando de

tingimentos).

Sistema de insuflação e exaustão de ar, idêntico ao da área de acabamento.

6.4. TÉCNICAS PARA SE OBTER UMA BOA APLICAÇÃO À

PISTOLA

A utilização correta da pistola resulta em um bom acabamento. Para tanto, é

necessário observar algumas recomendações:

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A operação de acabamento é efetuada com passadas longas e uniformes. O

braço deve ser rígido; todas as articulações – punho, cotovelo, ombro e

cintura devem ser móveis, de modo que a pistola permaneça perpendicular e

mantenha sempre a mesma distância da peça durante as passadas,

independente do formato da superfície que está recebendo a aplicação.

Isso possibilita uma mesma espessura na camada da superfície acabada. A

distância varia de 15 a 30 cm, conforme a pressão do ar, tipo de produto,

equipamento a ser utilizado e formato da peça. Varia também de aplicador para

aplicador.

Não utilizar produto com viscosidade muito baixa nem aproximar muito a

pistola da peça, principalmente em superfícies verticais, a fim de evitar que o

material escorra.

Não aplicar o produto com a pistola a uma distância superior ao

recomendado. Dessa forma evita-se que o material chegue já seco na

superfície, dando a impressão de que ficou “empoeirado” pelo próprio

produto.

Deve-se cobrir 50% da passada anterior com a próxima passada da pistola

para que seja obtida uma superfície regular e nivelada (Figura 3).

Viscosidade alta no produto ou pressão do ar excessivamente alta tende a

resultar no efeito “casca de laranja” na superfície acabada. A pressão ideal

varia de 30 a 40 lbf/pol².

6.5. INSTRUMENTOS DE CONTROLE PARA OBTENÇÃO DE UM

BOM ACABAMENTO

Copo Ford (viscosímetro) e Cronômetro

São instrumentos destinados a medir a viscosidade (fluidez) do produto de

acabamento.

Trata-se de um copo com formato cônico e furo de normalmente 4 mm de diâmetro

(pode variar de acordo com o tipo de produto) e capacidade para 100 ml. Através do

cronômetro, mede-se o tempo que o produto demora, para escorrer pelo orifício,

depois que o copo estiver completamente cheio.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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A viscosidade muda de acordo com a temperatura. Quanto mais alta a temperatura,

mais baixa a viscosidade do produto e vice-versa. Por isso, há dificuldade de indicar

a diluição correta de um produto, pois muitas vezes este é utilizado em diversas

regiões do país que, em um único dia, podem apresentar uma diferença de

temperatura de mais de 20º C. Por exemplo: 10º C no Sul e 30º C no Norte e

Nordeste.

Com temperatura ambiente de 10º C, o produto apresenta uma viscosidade

totalmente diferente de 30° C. Apesar de não ser preciso um caso extremo como o

que foi citado, uma diferença de 5º C já é suficiente para alterar a viscosidade dos

produtos. Por isso a importância desse controle, ao menos periodicamente, na

seção de pintura.

Balança

Utilizada para pesar a quantidade de produto aplicada em uma determinada peça. É

calculada a área da peça para determinar quantas gramas por m² de produto foram

aplicadas.

- Dicas de Instalação e Manutenção da Pistola de Pintura, Mangueira e

Compressor/ Filtro

Recomenda-se que a limpeza da pistola de pintura seja realizada diariamente

ou a cada uso do equipamento. É preciso lavar primeiro a caneca, retirando

todo o resíduo do produto utilizado.

Em seguida, ela deve ser abastecida com diluente limpo, acionado-se várias

vezes o gatilho para que os orifícios internos sejam limpos.

Quanto à limpeza externa, deve ser utilizado um pano umedecido em

diluente.

Por último, a capa de ar deve ser desmontada e limpa com o auxílio de uma

escova e diluente limpo. Não deixe a pistola mergulhada no diluente.

Quanto à mangueira, o ideal é que ela tenha o menor comprimento possível

entre a pistola e o filtro regulador (o ideal é um comprimento máximo de 5

metros). Isso dificulta a condensação do ar, que se transforma em água nos

dias muito úmidos, o que é altamente prejudicial ao produto a ser aplicado.

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As mangueiras usadas em tanque de pressão devem ser perfeitamente

limpas após o uso, para evitar a secagem de produtos em seu interior. Da

mesma forma que a parte interna e a parte externa também devem ser

limpas, de forma a evitar seu ressecamento.

O compressor de ar deve estar localizado, preferencialmente, em um

ambiente limpo, coberto, bem ventilado, livre de contaminantes e umidade,

com espaço suficiente para sua manutenção (distância mínima de 80 cm de

qualquer parede ou obstrução) e, se possível, fixado numa plataforma de

concreto, que deverá necessariamente estar nivelada. Isso facilitará a retirada

da água que normalmente se forma em seu reservatório de ar, principalmente

nos dias mais úmidos.O ar a ser recebido pelos filtros do compressor deve

ser isento de impurezas.

Limpar semanalmente o filtro de ar e, quando necessário, substituir o

elemento filtrante.

Verificar diariamente o nível de óleo, mantendo-o no centro do visor de nível.

Caso o compressor esteja instalado na parte externa do ambiente de

trabalho, este deverá estar protegido das intempéries.

Caso o tanque de ar se localize em local de elevada umidade relativa do ar,

deve-se expurgar a água duas vezes ao dia.

Verificar o furo de saída da água periodicamente para que não fique

obstruído.

Tomando-se os cuidados mínimos com mangueira e compressor, o filtro não

ficará sobrecarregado. Bastará apenas limpá-lo periodicamente, observando

sua validade para evitar problemas de branqueamento ou contaminação na

seção de pintura.

6.6. LIXAMENTO, TINGIMENTO E EMASSAMENTO

Lixamento

Uma boa preparação da superfície da madeira é condição fundamental para se obter

um acabamento de qualidade. Um lixamento efetuado de forma correta permite

reduzir também a quantidade de material de acabamento a ser aplicado. Na

indústria de móveis, a lixa é empregada para dar à madeira o grau necessário de

polimento, deixando-a o mais uniforme possível, sem considerar a variação de

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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espessura da peça. Normalmente, o lixamento segue o sentido dos veios, pois,

desta forma, os riscos produzidos por este lixamento praticamente não aparecem,

confundindo-se com os poros.

Para obter um lixamento adequado, é necessário utilizar a lixa apropriada ao tipo de

acabamento e, a cada fase do lixamento, deve-se reduzir a grana da lixa de foram

gradual. Por exemplo: nunca se deve lixar uma superfície com lixa grana 80 e,

posteriormente, com uma lixa grana 180. A tolerância máxima ideal é de 50% a mais

em relação à última lixa, independente de se tratar de madeira natural ou com

produto aplicado. Por exemplo: grana 80, 120, 180, 240 para madeira e 280, 320,

360 para lixamento de produto (normalmente os fundos ou seladores). Desta forma,

é obtida uma boa qualidade na superfície com um tempo reduzido de lixamento.

Tingimento

Após o lixamento, a próxima etapa pode ser o tingimento da madeira. Para receber o

tingidor, a madeira deve estar seca, isenta de pó ou qualquer outro tipo de

contaminante. Os tingidores são produtos concentrados, portanto devem ser diluídos

antes da aplicação. A diluição depende do produto e do tom desejado. Existem

tingidores para aplicação direta na madeira e outros que devem ser adicionados na

seladora ou no verniz. Em móveis para interiores, é recomendado o tingimento direto

na madeira para realçar seus veios sem descaracterizá-la porque, caso seja

necessário retocar o verniz, este procedimento poderá ser realizado sem problema.

Emassamento

Após o correto lixamento da madeira, caso haja necessidade, deve ser feito o

emassamento para corrigir os defeitos. Para isso, a madeira deverá estar limpa,

isenta de poeira ou outros contaminantes. Buracos e rachaduras podem ser

corrigidos perfeitamente através da aplicação do produto com uma espátula.

Sobre a massa, aplicar fundo, seladora ou primer, e acabamento poliuretano ou

nitrocelulose.

A massa à base d’água pode ser utilizada diretamente na madeira ou para corrigir

imperfeições sobre o fundo ou primer. A cor branca pode ser utilizada sobre o

primer. Isso faz com que possamos atender às exigências do mercado,

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independentemente da condição, tipo de móvel aplicação ou velocidade na qual o

produto é aplicado.

6.7. APLICAÇÃO DE PRODUTOS TRANSPARENTES OU

PIGMENTADOS (LAQUEADOS)

A madeira, após ter sido lixada e emassada adequadamente, estará pronta para

receber os produtos que a deixarão com o aspecto desejado.

O primeiro passo é aplicar um produto que sele os poros, nivele a superfície e

promova, depois de seco, seu lixamento. Isto deve ser feito com a aplicação de um

fundo ou selador.

Quando a madeira ainda não está selada, qualquer produto que seja aplicado sobre

ela fará com que suas fibras levantem, tornando-a áspera. Os poros provavelmente

ainda estarão abertos.

Caso haja intenção de se fazer um fechamento dos poros, é aconselhado um

lixamento intermediário que deixará a superfície mais nivelada e facilitará o

alastramento e conseqüente fechamento dos poros da próxima demão. Quanto mais

bem lixada estiver a madeira antes de receber o fundo ou selador, menos arrepiada

ela ficará quando receber a primeira demão, o que facilitará o lixamento do produto,

a aplicação das outras demãos e o fechamento dos poros, ou seja, significa

economia de produto.

Após, aplicado fundo ou selador, cuja quantidade irá variar de acordo com o

fechamento de poros que se deseja obter, deve-se aplicar o acabamento – verniz

brilhante ou fosco, ou laca, para um laqueado. Nesse caso, o ideal é aplicar apenas

uma demão, pois a finalidade do acabamento é dar resistência, brilho adequado e

toque sedoso, e não fechar os poros. Duas demãos de verniz brilhante devem ser

aplicadas somente no caso de polimento.

Por mais bem aplicado e melhor aspecto que apresente o fundo, a aplicação do

verniz é indispensável para proteger a peça de riscos.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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6.8. POLIMENTO

Feito em peças brilhantes a superfície plana, sobre produtos apropriados que

permitem o polimento. Após a aplicação de duas demãos de verniz, deve-se lixar a

peça com lixa d’água de grana 600 ou 1000, com água, para diminuir ainda mais a

abrasividade e os riscos na peça.

O lixamento remove as impurezas que caíram na peça durante a aplicação e

secagem e faz com que ela fique fosca. Depois disso, aplica-se Massa Média com

Politriz, para retirar os riscos da lixa. Em seguida, a Massa Fina, também com

Politriz, para devolver o brilho e promover um espelhamento.

Por último, o líquido de polir, para remover os resíduos de massa e melhorar o toque

da peça.

6.9. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

A pintura nos móveis de madeira serve para fechar os poros e cobrir a superfície de

madeira com uma camada protetora, impedindo ou minimizando o contato com o ar

e a umidade, presentes no ambiente, além de embelezar o móvel.

Todas as etapas acima explicadas – lixamento, tingimento, emassamento, aplicação

de produtos e polimento seguem a mesma rotina, independentemente da linha de

produto com a qual se esteja trabalhando. Porém existem alternativas de diferentes

materiais para a mesma finalidade, o que faz com que possa ser reduzido o tempo e

a quantidade de produto a ser aplicado, além de melhorar consideravelmente a

qualidade final.

Quando uma empresa implanta uma área de pintura, não são somente os

equipamentos de pintura que devem ser o foco de maior atenção.

Inclui-se nessa estrutura produtiva, outros equipamentos como: compressores, filtros

reguladores de ar comprimido, com capacidade de suprimento de ar suficiente para

os referidos equipamentos e também, uma rede de ar comprimido adequada para

abastecer com folga a demanda do setor.

Outros fatores que contribuem de forma decisiva aos propósitos da empresa, são os

que se referem às áreas específicas de pintura e de secagem das tintas aplicadas.

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A construção dessas áreas, geralmente é inerente às exigências do tipo de

superfícies a serem pintadas: o espaço físico necessário, as condições climáticas

internas, ideais, na área de pintura e secagem das peças pintadas, o tipo de tinta

que será utilizada e qual o modelo de cabine de pintura ideal para compor esse

conjunto.

Uma empresa está sempre em busca da qualidade e de menores custos produtivos.

Para alcançar esses parâmetros, toda essa estrutura deverá ser projetada

especificamente para ela, pois, geralmente, não existem duas empresas com um

projeto igual. Cada empresa possui características específicas, onde cada estrutura

tem por finalidade atender os objetivos acima propostos.

Convém salientar, que ao haver a intenção de montar uma área de pintura, deve-se

ter o cuidado de não montá-la de forma aleatória, amargando, posteriormente,

problemas produtivos e de qualidade na pintura realizada.

É importantíssimo haver a preocupação de eliminar a contaminação ambiental

ocorrida pela eliminação dos gases das tintas.

Sempre usar equipamentos de proteção e segurança, tais como: luvas, máscara,

etc., evitando o contato direto com os produtos químicos que compõem as tintas.

As orientações dos fabricantes dos produtos e equipamentos de pintura quanto à

operação, limpeza e manutenção, devem ser seguidas à risca.

Para ter um bom controle do processo de pintura em móveis de madeira,

recomenda-se realizar ensaios de viscosidade (NBR 5849 - Tintas e determinação

de viscosidade pelo copo ford) e teor de sólidos (NBR 7340 - Tintas e vernizes –

determinação do teor de substâncias voláteis e não-voláteis).

Para avaliação das tintas aplicadas nos produtos, recomenda-se utilizar a NBR

14535 – Móveis de madeira - Tratamento de superfícies - Requisitos de proteção e

acabamento que cita vários ensaios como: aderência, dureza, resistência ao calor

úmido, etc.

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PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

–– SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5849: Tintas e

determinação de viscosidade pelo copo ford. Rio de Janeiro, 1986.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7340: Tintas e vernizes

– determinação do teor de substâncias voláteis e não-voláteis. Rio de Janeiro, 1982.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14535: Móveis de

madeira - Tratamento de superfícies - Requisitos de proteção e acabamento. Rio de

Janeiro, 2000.

BACHMANN & FORBERG. Desenho Técnico. Porto Alegre. Editora Globo, 1979.

CUIDADOS no acabamento. 2005. Disponível em:

http://www.leomadeiras.com.br/conteudo.asp?

trade=1&vcontid=36934&img=&sCanal=Produtos/Como%20utilizar&id=2002>.

Acesso em: 21 out 2005.

CURCI, Rita. Compensado, Aglomerado ou MDF?. 2005. Disponível em

<http://www.leomadeiras.com.br/conteudo.asp?vCONTID=41071>. Acesso em 21 de

outubro de 2005.

COELHO, Reinaldo. Básico em acabamento de móveis. Cajamar, SP: Sayerlack,

s.d. 12 p.

DEVILBISS. Pintura por pulverização. São Paulo: DeVilbiss, s.d. 25 p.

FIESP. Higiene e Segurança do Trabalho. 1. ed. São Paulo: Editora Globo,1989. 128

p. (Telecurso 2000).

LIXAR bem é fundamental. 2005. Disponível em:

<http://www.leomadeiras.com.br/conteudo.asp?trade=1&vcontid=36834&img=&

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SENAI - Departamento Regional de Mato GrossoSENAI - Departamento Regional de Mato Grosso – –

sCanal=Produtos/Como%20utilizar&id=2002>. Acesso em: 19 out 2005.

SAYERLACK INDÚSTRIA BRASILEIRA DE VERNIZES. Técnicas e processos de

pintura e envernizamento. Cajamar, SP, 1999.

TINTAS FARBEN. Curso de pintura moveleira. Içara, SC: Farben, s.d. 42 p.

Copyright © Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT – Disponível em

http://www.sbrt.ibict.br.

SERVIÇO BRASILEIRO DE RESPOSTAS TÉCNICAS - SBRT. Repostas Técnicas

no assunto Madeira. Disponível em http://www.sbrt.ibict.br. Acesso em 02 de abril de

2007.

SESI. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho. São Paulo: SESI, 2004. (Coleção

Manuais Indústria Moveleira).

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Page 90: Apostila pintura de móveis

PINTURA DE MÓVEISPINTURA DE MÓVEIS

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SENAI/DR

GETEC – GERÊNCIA DE TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO

Lélia Rocha Abadio Brun

Gerente da GETEC

UEDE – UNIDADE DE DESENVOLVIMENTO EM EDUCAÇÃO INICIAL E

CONTINUADA

Mauro Mendes Fernandes

Coordenador da UEDE

EQUIPE TÉCNICA DE ORGANIZAÇÃO/ELABORAÇÃO

Deuzalina Maria de Arruda Assumpção Silva Técnica de Desenvolvimento/UEDE

Unidade SINOP

PROJETO GRÁFICO

Aislan Honorato de Moraes Técnico de Desenvolvimento

Caio Livio Silva Lima Técnico de Apoio

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