apostila-natacao

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS - UFG FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA APOSTILA Profa. Dra. Vanessa Helena Santana Dalla Déa

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS - UFG FACULDADE DE EDUCAO FSICA

    APOSTILA

    Profa. Dra. Vanessa Helena Santana Dalla Da

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    EMENTA Discusso das prticas aquticas como elemento presente no cotidiano do ser humano desde os primrdios; Introduo ao estudo e experimentao das praticas corporais aquticas; Estudo da hidrodinnica e das tcnicas da natao como facilitador do deslocamento em meio lquido respeitando as individualidades de seus praticantes; Embasamento, estudo e experimentao em processos de aprendizagem e aperfeioamento na natao; Entendimento das praticas corporais aquticas como atividade que pode entender o ser humano como um ser provido de diferenas, interesses e necessidades; Discusses sobre a prtica aqutica com nfase educativa e como preveno do afogamento. OBJETIVOS

    1. Contextualizar o histrico e evoluo das prticas aquticas pelos tempos at hoje. 2. Apresentar aspectos fisiolgicos e psico-sociais proporcionados pela prtica da

    atividade motora aqutica. 3. Proporcionar por meio do vocabulrio motor bsico e especfico da locomoo no

    meio aqutico, conhecimentos relativos aos princpios hidrodinmicos, pedaggicos e metodolgicos (estratgias e progresses pedaggicas) de ensino bsico e da iniciao esportiva.

    4. Apresentar e incentivar a pesquisa cientfica nas prticas aquticas. 5. Conhecer, entender e descrever os estilos da natao, respectivas sadas e viradas.

    Envolver os alunos em experimentaes dos processos de aprendizagem do controle motor e das habilidades fsicas no meio lquido, fundamentados no desenvolvimento e crescimento da criana e do adolescente, com conscincia da problemtica educacional e do trabalho realizado em ambientes no formais (clubes e academias).

    6. Proporcionar conhecimentos bsicos da hidroginstica, analisando provas e funes musculares no meio aqutico.

    7. Envolver os alunos na problemtica do afogamento, apresentando informaes bsicas de preveno, resgate e salvamento aqutico.

    8. Apresentar as capacidades fsicas e analisar seu desenvolvimento nas prticas corporais aquticas.

    9. Formar profissionais que entendam o ser humano como um ser provido de diferenas, adequando as atividades a cada faixa etria, interesses e necessidades.

    ORGANIZAO DIDTICO-METODOLGICA

    Aula terico-prtica, com exposio dialogada contextualizada em leitura de peridicos e livros com utilizao de meios audiovisuais e multimdia e posterior experimentao do contedo em meio aqutico.

    Discusso de texto com entrega de resumo.

    Metodologia de ensino e pesquisa em prticas corporais aquticas PROFESSORA: Dra. Vanessa Helena Santana Dalla Da ANO/SEMESTRE 2010/1

    TURMA 1. Perodo Licenciatura EF

    CARGA HORRIA 90

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    CRONOGRAMA:

    CONTEDO CH Apresentao do docente e da disciplina (estratgias metodolgicas, critrios de avaliao, contedos, bibliografia aconselhada).

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    Origem e conceitos bsicos da natao.Conhecimentos bsicos da hidrodinmica. Provas e funes musculares na Hidroginstica.

    02

    Aprendizagem motora e pedagogia de ensino na natao* Adaptao ao meio lquido.

    04

    Reflexes sobre educao fsica escolar e natao. Biomecnica e metodologia de ensino do nado crawl.

    02

    Aspectos psico-sociais da natao*. Biomecnica e metodologia de ensino do nado costas.

    02

    Aspectos fisiolgicos da atividade aqutica. Biomecnica e metodologia de ensino do nado peito.

    02

    Natao para bebs e crianas aspectos ldicos. 02 Natao nas diversas idades. Biomecnica e metodologia de ensino do nado borboleta.

    02

    Avaliao terica 02 Recreao aqutica*. 02 Atividade aqutica para gestantes*. Deepwater e hidroginstica.. 02 Atividade aqutica para idosos. Aperfeioamento dos nados crawl. 02 Continuao idosos. Aperfeioamento dos nados costas 02 Atividade aqutica para pessoas com deficincia*. Hidro-circuito

    02

    Continuao deficincias. Aperfeioamento dos nados peito 02 Pesquisas relacionadas natao. Aperfeioamento do nado borboleta

    02

    Resistncia aerbia e anaerbia e prtica aqutica. 02 Hidroginstica e capacidades fsicas. 02 Fora muscular e prtica aqutica. 02 Flexibilidade e equilbrio na prtica aqutica. 02 Velocidade e prticas aquticas. 02 Avaliao fsica e psicolgica em atividade aqutica 02 Aspectos ldicos da Hidroginstica. 02 Didtica e mtodos pedaggicos na atividade aqutica 02 Preveno do afogamento. Resgate e salvamento aqutico*. Suporte bsico da vida.

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    Apresentao trabalho 08 Fechamento, entrega de resumos e avaliao da disciplina 02 Total 64 h/a ATIVIDADES E ESPAOS DIVERSIFICADOS E/OU A DISTNCIA:

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    ATIVIDADES Visitas a instituies educacionais ou no formais. Consultas a biblioteca e centros de documentao. Relatrio de leitura de textos (captulo de livro e artigos) inseridos na disciplina para posterior discusso em sala de aula. AVALIAO INSTRUMENTOS E CRITRIOS:

    1. Avaliao prtica: elaborao e aplicao de planos de aula. 2. Avaliao terica: prova escrita dissertativa. 3. Avaliao terica-dialogada: Realizao, entrega e discusso de resenhas. 4. Participao efetiva e envolvimento constante na disciplina (participao nas

    discusses em sala de aula, nas aulas prticas e outros trabalhos. BIBLIOGRAFIA:

    1. ASSOCIATION OF SWIMMING THERAPPY. Natao para deficientes. So Paulo: Manole, 2000.

    2. BASILONE NETTO, J. Natao: a didtica moderna da aprendizagem. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sport, 1995.

    3. BERLIOUX, M. La natacin: manual pratico de natacin, Water polo, saltos y ballet acutico. Barcelona: Hispano Europea, 1974.

    4. Bonacelli, Maria Ceclia Lieth Machado; Moreira, Wagner Wey O ensino da natao no deslizar aqutico da corporeidade Revista virtual EFArtigos - Natal/RN - volume 02 - nmero 16 - dezembro 2004 http://efartigos.atspace.org/esportes/artigo36.html

    5. BONACHELA, V.Hidro localizada. Rio de Janeiro: Sprint, 2001. 6. COLWIN, C.M. Nadando para o sculo XXI. So Paulo: Manole, 2000. 7. COUNSILMAN, J.E. La natacin: ciencia y tcnica. Barcelona: Hispano Europea,

    1999. 8. DALLA DA, V.H.S.; DUARTE,E. Sndrome de Down: Informaes, caminhos e

    histrias de amor. So Paulo, Ed. Phorte, 2009. 9. DAMASCENO, L.G. Natao, psicomotricidade e desenvolvimento. Campinas,

    Autores Associados, 1997 10. FERNANDES, J.R.P. & LOBO DA COSTA, P.H. Pedagogia da natao: um

    mergulho para alm dos quatro estilos Rev. bras. Educ. Fs. Esp., So Paulo, v.20, n.1, p.5-14, jan./mar. 2006.

    11. FREIRE, J.B. Educao de corpo inteiro. So Paulo: Scipione, 1992. 12. GAROFF, G. O ensino da Natao. So Paulo: Manole, 1990. 13. JUBA, K. Iniciao natao. Lisboa: Presena, 1982. 14. KERBEJ, F.C. Natao: algo mais que 4 estilos. So Paulo: Manole, 2002. 15. MACHADO, D.C. Metodologia da natao. So Paulo: EPU, 1984. 16. MAGLISCO, E.W. Nadando ainda mais rpido. So Paulo: Manole, 1990. 17. NASCIMENTO, R. A natao: nosso esporte arte. S. I.: S/n., 1984. 18. PALMER, M.L. A cincia do ensino da natao. So Paulo: Manole, 1990. 19. SANTANA, V.H. Nadar com segurana. So Paulo: Manole, 2003.

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    20. THOMAS, D.G. Natao avanada: etapas para o sucesso. So Paulo: Manole, 1999.

    LITERATURA COMPLEMENTAR

    BRANDER, N. Auto-estima: como aprender a gostar de si mesmo Trad. Ricardo Gouveia. So Paulo: Saraiva, 2000. BONACHELA, V. Hidroginstica na Maturidade. Revista Sprint, Maio/Junho BUSCAGLIA, L. F. Os deficientes e seus pais. Rio de Janeiro: Record, 1993. MILLER, N. B. Ningum perfeito. Campinas: Papirus, 1995. NAKAMURA, O. F.; SILVEIRA, R. H. Natao para bebs. So Paulo: cone, 1998. SCHULDER, Paul A imagem do corpo As energias construtivas da psique. So Paulo: Martins Fontes, 1980. RIBAS, J. B. C. O que so pessoas deficientes. So Paulo: Brasiliense, 1985. ROCHA, J. C. C. Hidroginstica Teoria e prtica. Rio de Janeiro: Sprint, s/d. VELASCO, C. G. Natao segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. TAFURI, R. F. Tcnicas de resgate & salvamento aqutico. Poos de Caldas: ENAF, 1997. (apostila). SILVA, V. L. S. Curso de salvamento de vida. Rio Claro: UNESP, 1995. (apostila). RODRIGUES, R. Primeiros socorros no esporte. Guarulhos : COMEPE, 1973. MACHADO, D. C. Metodologia da natao. So Paulo : EPU, 1978. LOTUFO, J. N. Ensinando a nadar. So Paulo : Brasipal, 1952. HERTZ, G. Natao: tcnicas de aprendizagem e aperfeioamento. Lisboa : Europa-Amrica, 1974. HORN, B. Tcnicas de natao em figuras. Rio de Janeiro : Tecnoprint, 1979. KLENN, F. Ensino da natao ao principiante. Rio de Janeiro : Tecnoprint, 1982. DERMOTT, Beeson Mc. Tratado de Medicina Interna Cecil-Loeb. Rio de Janeiro: Ed. Interamericana, 1977. v.1. CORPO DE BOMBEIROS. Anurio Estatstico do Corpo de Bombeiros, 1998. CARVALHO, C. de. Introduo didtica da natao: adaptao ao meio aqutico. Lisboa : Ed. Compendium, s/d. BARREIRO, F. Responsabilidade civil do professor. Informativo Cultural Fit, v.1, n. 2, dez/mar. 1999.

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    SUMRIO:

    Origem das prticas corporais aquticas 07 Conceitos bsicos 10 Hidrodinmica e hidro-esttica 11 Aprendizagem motora 17 Aspectos fisiolgicos 19 Capacidades motoras 21 Volta ao mundo dentro da gua 27 Aspectos psico-sociais 29 Nado crawl 34 Nado costas 36 Nado peito 38 Nado borboleta 40 Sadas e viradas 42 Programa de adaptao ao meio liquido e natao 43 Hidroginstica inclusiva 63 Nados utilitrios 65 Educao Fsica escolar e o esporte Natao 67 Pressupostos bsicos da hidroginstica 72 Pedagogia da natao 76 Recreao aqutica 89 Envelhecimento e prticas corporais 97 Atividade corporal aqutica para gestantes 123 Natao para bebs 149 Praticas corporais para pessoas com deficincia 151 Resgate e salvamento aqutico 177 Primeiros socorros 187 Deslizar aqutico da corporeidade 197 Natao Infantil no Processo de Alfabetizao 202 Recordes oficiais na natao - CBDA 205 Validao do teste de 30 minutos 214 Pesquisas nos ltimos 05 anos 222

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    ORIGEM DO USO DA GUA:

    Tudo indica que as origens da natao se confundem com as origens da Humanidade. Raramente por temeridade, mais freqentemente por necessidade, s vezes, por prazer, o homem entrou em contato com o elemento lquido (CATTEAU e GAROFF, 1990, p. 21).

    Os primitivos nadavam como forma de sobrevivncia: para pescar, fugir de

    predadores e chegar at locais onde se tinha que atravessar rios ou lagoas. A mais antiga ilustrao atualmente conhecida da arte de nadar os

    arquelogos calculam que remonta de 9000 anos antes da nossa era.

    Trs mil anos antes da nossa era, o hierglifo nadar atesta um raro grau de acabamento da tcnica que mais tarde, receber o nome de crawl. O batimento das pernas representado nitidamente na figura e a amplitude do movimento alternado dos braos notvel.

    Os romanos por volta de 300 a.C. j tinham o hbito de nadar em rios e lagos, e foi na Roma que surgiram as primeiras piscinas dentro de termas. Se para os primitivos nadar era questo de sobrevivncias, para os romanos era educao. Quando os romanos queriam referir-se a falta de educao das pessoas diziam: no sabe ler, nem nadar.

    Na Idade Mdia a prtica da natao ficou restrita nobreza. Mas no final deste perodo, nadar era uma obrigao e quem no soubesse nadar era considerado ignorante. Os professores eram aqueles que apresentavam melhor performance na gua. Atravs da Idade mdia a natao se difundiu, mas ainda sem carter esportivo.

    O primeiro manual de natao datado de 1513 e publicado por Nicolas

    Wynmann. Nicolas queria mudar as tcnicas da chamada natao utilitria. Este autor observou que o uso de equipamentos utilizados para auxiliar a flutuao, como o cinto de couro, dificultava a movimentao correta dos nadadores.

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    Em 1798 surge Guts Muths, alemo que insiste no mtodo com o uso de artefatos para flutuao. Seu mtodo era dividido em trs partes: adaptao do indivduo na gua, exerccios fora da gua e exerccios especficos de natao dentro da gua. Este organizou uma competio que tinha como regra nadar carregando, com um brao fora da gua, uma folha de papel que devia ser mantida enxuta.

    A primeira competio oficial foi organizada pela Sociedade Britnica de Natao, na Inglaterra, em 1837, na qual o estilo adotado pelos atletas era o nado peito.

    Em 1870, Arthur Trudgeon, um instrutor ingls de natao viajou para a Amrica Latina e observou o estilo alternado de nadar. E levou para a Inglaterra o nado trudgeon, hoje conhecido como nado crawl com perna tesoura.

    A natao j estava includa nas Olimpadas, desde a primeira disputa em

    Atenas, 1896, Onde disputaram os nados crawl e peito.

    O nado costas foi includo nos Jogos de 1904.

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    E o borboleta, surgiu da evoluo do nado peito na dcada de 1940.

    Os estilos novos e suas alteraes surgiam quase sempre por modificaes

    de estilos j existentes, que aconteciam e eram permitidos por brechas nas regras da natao.

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    CONCEITOS BSICOS DESLOCAMENTO DA GUA X DOMNIO DA MECNICA DOS QUATRO

    ESTILOS.

    Natao pode ser encarada como: Desporto estruturado e regulamentado que busca obter registros de tempo

    cada vez mais inferiores atravs de um treinamento metdico, individualizado e especfico, exigindo o domnio das tcnicas, conhecimento de ritmo e adequada preparao fsica e motora.

    Habilidade de autopropulso e auto-sustentao em meio lquido.

    OBJETIVOS DA NATAO:

    Condicionamento fsico; Competitivo, Utilitrio, Teraputico, Recreativo.

    Algumas vantagens da atividade aqutica sobre a terrestre:

    Superfcie de apoio no rgida e instvel; Resistncia da gua 1000 vezes maior que a do ar; Reduo do peso corporal de 90% aproximadamente (pescoo); Retorno sanguneo facilitado.

    Principais mudanas ocorridas em meio aqutico:

    TERRA GUA EQUILBRIO Membros superiores Membros inferiores PROPULSO Membros inferiores Membros superiores RESPIRAO Nasal Bucal INSPIRAO Reflexa Automtica

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    EXPIRAO Passiva Ativa ADAPTAO AO MEIO LQUIDO: Est adaptado ao meio lquido o indivduo que capaz de sustentar-se e deslocar-se em meio lquido, das mais diversas formas, que tem liberdade de movimentao neste meio e est fora de risco de afogamento.

    Estar e agir em meio aqutico diferente de estar e agir em meio

    terrestre (Velasco).

    Propriedades fsicas da gua

    Massa: quantidade de matria que uma substncia compreende. Peso: fora com a qual a substncia atrada no sentido do centro da terra. Densidade: tipo de matria que compreende a massa. RELAO COM FLUTUAO

    Propriedades fsicas da gua:

    Densidade:

    Exemplos: Peso de um Bloco de madeira = 100kg. Peso de um Prego de ferro = poucos gramas. ------- Densidade da gua do mar = 1024 kg/m Densidade da gua da piscina = 1000 kg/m Densidade do corpo humano = 950 kg/m

    Flutuao.

    Princpio de Arquimedes: Quando um corpo est completo ou parcialmente imerso em um lquido, ele sofre um empuxo para cima, que atua em sentido contrrio a fora da gravidade, igual ao peso do lquido deslocado.

    Menor impacto nas articulaes

    Lei de Pascal (presso hidrosttica): A presso do lquido exercida igualmente sobre todas a reas da superfcie de um corpo imerso em repouso, a uma determinada profundidade.

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    A presso hidrosttica aumentada de acordo com:

    Densidade do lquido (salgado) Profundidade que a parte do corpo se encontra. Profundidade da piscina em que o corpo se encontra.

    Propriedades da gua:

    Percentual de reduo do peso hidrosttico Altura da gua Homem Mulher

    Pescoo 90% 92% Ombros 82% 86% Xifide 67% 71% Umbigo 52% 57% Joelhos 11% 12%

    Tornozelos 2% 2%

    Hidrodinmica

    o estudo dos corpos em movimento na gua ou em fludos em movimento. Na natao a hidrodinmica oferece conhecimentos para aplicao dos

    elementos de propulso e resistncia, para anlise da mecnica dos nados.

    Estudo do movimento relativo: Quando os nadadores deslocam-se por meio da gua, exercem foras contra a guaque fazem com que o meio entre em movimento. Algumas destas foras promovem a propulso do corpo para a frente e outras o retem.

    FORA DO NADADOR CONTRA A GUA X

    FORA DA GUA CONTRA O NADADOR

    Arrasto resistivo

    A gua exerce um efeito retardador profundo nos objetos que se deslocam por meio dela.

    FORA PROPULSIVA ARRASTO RESISTIVO = PROPULSO FINAL.

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    FLUXO LAMINAR E FLUXO TURBULENTO

    Fluxo laminar: A gua consiste de molculas de hidrognio e oxignio que tendem a flutuar em correntes regulares e contnuas, que so compactas umas sobre as outras, recebendo o nome de fluxo laminar. Fluxo turbulento: Um objeto slido interrompe o fluxo regular e contnuo da gua tornando-a turbulenta.

    TRS CATEGORIAS DE ARRASTO E SUAS CAUSAS:

    1. Arrasto de forma: Causado pelo porte e pela forma dos corpos dos nadadores em seu deslocamento propulsivo na gua. Podemos minimizar este por meio do:

    Alinhamento horizontal: Melhorando movimentos de perna colocando corpo na posio mais horizontal possvel.

    Alinhamento lateral: Evitar balanar as pernas para lateral, para isso no cruzar braos a frente da cabea e realizar rolamento dos ombros.

    Rolamentos do corpo nos nados crawl e costas:

    Colocam brao em melhor posio para fora propulsiva; Permite pernadas diagonais que estabilizam o tronco; Minimiza os movimentos laterais do tronco e pernas.

    2. Arrasto de onda: Causado pelas ondas que so geradas pelos nadadores, so turbulncias de superfcie. aumentada em piscinas e raias inadequadas. A mais comum a onda de proa que faz presso contra o deslocamento do nadador.

    Cesar Cielo Melhor tcnica de movimento:

    Pouca elevao da cabea;

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    Movimento de entrada do membro superior na gua sem arrastar ou bater na gua.

    3. Arrasto friccional. Causado pela frico entre pele dos nadadores e as molculas da gua. Superfcies lisas causam menor frico que as speras. Superfcies lisas:

    Raspagem de pelos (menor fico ou maior sensibilidade cinestsica??); Tecido com baixa fico.

    EVOLUO DAS TEORIAS DE ARRASTO PROPULSIVO NA NATAO:

    Figura pg 10 A roupa ajuda o nadador http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2115702.xml&template=3898.dwt&edition=10471&section=1053

    Atletas vestindo mai LZR Racer j quebraram 15 recordes mundiais na Olimpada de Pequim

    Eles depilam at o ltimo folculo mas no fim das contas caem na piscina vestindo um mai que cobre quase todo o corpo. O traje que une americanos e japoneses, australianos e brasileiros no Cubo Dgua, em Pequim, o aclamado e controvertido LZR Racer, da Speedo. Trata-se da roupa dos recordes: at as 0h30min de hoje, houve nada menos do que 15 quebras de marcas mundiais. A onda de recordes, na verdade, vem desde o incio da temporada, quando o mai foi lanado. Desenvolvida pela marca australiana em parceria com a Nasa (a agncia espacial americana), o Instituto Australiano do Esporte e a Universidade de Otago (na Nova Zelndia), sua tecnologia j causou polmica com a Federao Internacional de Natao (Fina) porque ajudaria na flutuabilidade o que vai contra as regras. Mas logo a entidade aprovou o design para a Olimpada. A maior preocupao da Fina era garantir acesso ao traje por todos os nadadores. Atletas e especialistas derramam elogios ao LZR, mas sustentam: o mai no faz milagre. O que importa o corpo, como bem define o medalhista olmpico Gustavo Borges, ganhador de duas pratas e dois bronzes entre Barcelona/1992 e Sydney/2000. Alis, os mais: os trajes so to especiais que tm baixa durabilidade.

    Ex-nadador levanta polmica sobre roupas

    http://esportes.terra.com.br/pequim2008/interna/0,,OI2706677-EI10378.html

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    A roupa especial custa aproximadamente 550 dlares (cerca de R$ 955) e foi aprovada pela Federao Internacional de Natao (Fina), que fez uma ressalva para garantir o acesso a todos os competidores, principalmente com a aproximao dos Jogos Olmpicos de Pequim.

    "A natao sempre foi um esporte bastante puro, no sentido de que todos competem em igualdade de condies. Mas quando alguns possuem uma superioridade tecnolgica graas ao equipamento, isso vai contra tudo que maravilhoso no esporte", completou Perkins.

    A Speedo afirma que o LZR Racer possui dispositivos estabilizadores para manter a posio do corpo, painis que aumentam o deslizamento do corpo e reduzem o arrasto, alm de um tecido forte e leve que reduz as oscilaes musculares e a vibrao da pele.

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    PAPEL DOS MEMBROS SUPERIORES NA PROPULSO DA NATAO: Os membros superiores so os principais responsveis pela propulso nos nados crawl, costas e borboleta. Apenas movimentando os membros superiores a maioria dos nadadores atinge 90% de sua velocidade mxima. Termos utilizados: agarre ou apoio, trao e empurrada ou varredura. Fases da braada:

    Fase area: recuperao (reposicionamento) rpida, utilizando pouco gasto energtico, sem aumentar as foras resistidas.

    Fase submersa: realiza a propulso, satisfazer princpios hidrodinmicos e fornecer vantagem mecnica para ao dos msculos.

    PAPEL DOS MEMBROS INFERIORES NA PROPULSO DA NATAO:

    No nado crawl, costas e borboleta os membros inferiores so importantes agentes na sustentao adequada do corpo e auxiliam na prupulso. No nado peito os membros inferiores tem principal funo de propulsores e auxiliam na sustentao. Fases da pernada:

    Propulso: satisfazer princpios hidrodinmicos e fornecer vantagem mecnica para ao dos msculos.

    Recuperao: Retornar posio inicial, com pouco gasto calrico e sem sumentar foras resistidas.

    PAPEL DA POSIO DO CORPO NA PROPULSO DA NATAO: A posio correta do corpo fundamental para a propulso:

    O mais horizontal possvel; Melhor posio para ao eficaz da pernada; Ondulao do corpo nos nados borboleta e peito.

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    Aprendizagem motora

    Profa. Dra. Vanessa Helena Santana Dalla Da

    Conceitos: Movimento: Qualquer ato de deslocamento de um segmento do corpo humano. Capacidade: Um conjunto de condies necessrias para realizao de uma atividade. No tem zero na escala. Habilidade: Ato que requer movimento, que intencional e aprendido a fim de ser executado corretamente. Tem zero na escala. Tcnica: o padro predeterminado econmico e eficaz para atingir determinado objetivo Habilidades Motoras:

    Abertas: Quando o ambiente imprevisvel podendo influenciar no resultado (tnis, basquete, futebol...).

    Fechada: Quando o ambiente previsvel, no influencia no resultado (bicicleta ergomtrica, arco e flecha).

    Habilidades Motoras:

    Finas: Quando envolvem pequenos grupos musculares. Globais: quando envolvem grandes grupos musculares.

    Fases da aprendizagem motora:

    Cognitiva: Fase marcada por grande nmero de erros grosseiros, no apresenta feedback intrnseco.

    Associativa: Os erros diminuem e tendem a ocorrem nos detalhes das habilidades, apresenta feedback intrnseco mas no consegue corrigir seus erros sem apoio externo.

    Autnoma: Realiza habilidade sem grande demanda de ateno, consegue realizar outra tarefa simultaneamente. Pode detectar e corrigir seus prprios erros.

    Fitts e Posner (1967). Caractersticas do iniciante: Tani et al (1988)

    Dirige sua ateno a um nmero demasiado de estmulos ao mesmo tempo. Preocupa-se demasiadamente com vrias coisas. Falta-lhe habilidade de reconhecer sua performance. Tem dificuldade de lidar com muitas informaes ao mesmo tempo. Falta-lhe confiana e segurana. Gasta energia desnecessariamente.

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    preciso proporcionar ao iniciante liberdade de errar, sem causar insegurana ou desmotivao. Tani (1998) Motivao no processo de aprendizagem:

    Mostrar a importncia da tarefa para a evoluo da habilidade e/ou capacidade. Determinar metas. Lembrar constantemente conquistas. Apresentar desafios (palpveis). Criatividade para variao. Respeito pela individualidade.

    Tipo de informao:

    Informao verbal: Apresentar uma imagem do movimento a ser realizado (posio inicial dos membros, a postura, o que observar ou perceber, erros e acertos).

    Outros tipos de informao: Informao visual. Informao cinestsica. Informao ttil.

    Seqncia do desenvolvimento motor:

    Pr-natal at 6 meses: Movimentos reflexos. Ex. Reflexo da marcha (2), Preeso palmar (3), Reflexo da busca (9).

    0 a 2 anos: Movimentos rudimentares. Formas bsicas do movimento voluntrio necessrio para sobrevivncia (controle de postura, sentado, em p).

    2 a 7 anos: Movimentos fundamentais. Movimento voluntrio com objetivo determinado pela criana (correr, saltar, arremessar).

    7 anos em diante: Movimentos especializados. Variedade de atividades motoras complexas.

    Gallahue (1998). Proposta didtico-pedaggica:

    Do conhecido para o desconhecido; Do simples ao complexo; Da participao geral percepo especfica; Treinamento da tomada de deciso.

    Princpio Bsico: Respeite a individualidade do seu aluno e o trate como gostaria de ser tratado.

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    ASPCTOS FISIOLGICOS DO EXERCCIO AQUTICO:

    SISTEMA MUSCULAR SISTEMA CIRCULATRIO SISTEMA RESPIRATRIO SISTEMA HORMONAL

    SISTEMA MUSCULAR:

    Existem trs tipos de msculos no corpo humano: 1. Msculos lisos - rgos; 2. Msculos cardacos - corao; 3. Msculos estriados ligados aos ossos.

    Msculos estriados:

    So responsveis pela movimentao dos membros na gua; Sistema nervoso Impulso eltrico Encurtamento das fibras. As fibras so arrranjadas em grupos chamados Unidades Motoras. A fora contrtil determinada pelo nmero de unidades motoras que se

    contraem. Os movimentos relaxados da natao para flutuao + o relaxamento

    muscular causado com a gua = Recrutamento de menor nmero de unidades motoras para o movimento.

    Tiros na natao = maior recrutamento de unidades motoras. = Melhor coordenao motora e economia energtica nos movimentos. Outras modificaes do msculo estriado com a atividade aqutica:

    - Aumento do tecido conjuntivo por unidade de volume de msculo, aumentando sua habilidade em resistir leses e rupturas.

    - Aumento do dimetro dos tendes do msculo em atividade, estes atuam juntamente com os msculos e originam-se na bainha do tecido muscular.

    Msculo cardaco:

    Freqncia cardaca = nmero de contraes simultneas de ventrculos direito e esquerdo.

    Maioria das pessoas = 60 a 80 bpm. Atletas = 30 a 50 bpm. Atividade fsica = fortalecimento muscular cardaco = bombeamento

    sanguneo mais eficiente = menor bpm. = Menor freqncia cardaca de repouso e em qualquer nvel submximo de exerccio.

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    SISTEMA CIRCULATRIO

    Objetivo: transportar sangue com oxignio, glicose e outros nutrientes. A vascularizao do corpo ser determinada pela exigncia que a

    musculatura est sofrendo naquele momento. Esta vascularizao poder ser facilitada por:

    NATAO = Posio corporal horizontal. HIDROGINSTICA = Empuxo.

    = Aumento da capilarizao esqueltica = msculos recebem mais nutrientes = livram-se melhor dos produtos da contrao muscular.

    SISTEMA RESPIRATRIO

    Objetivo: fornecer oxignio e remover dixido de carbono. VO = Quantidade de oxignio utilizado por minuto em exerccio.

    - Atividade aqutica = melhora de troca gasosa (difuso pulmonar) + aumento de VO.

    SISTEMA HORMONAL

    Hormnios so substancias qumicas produzidas nas glndulas endcrinas,

    que so secretadas diretamente na corrente sangunea, na qual se deslocam at as clulas acoplando-se aos stios receptores nelas existentes.

    Importncia no treinamento: fornecimento de energia. A secreo dos hormnios regulada pelo sistema nervoso autnomo

    (inconsciente). - O treinamento aqutico reduz a velocidade de secreo durante o

    exerccio = continuar o exerccio por mais tempo sem que ocorram desequilbrios energticos.

    - Ex. a Reduo da queda da insulina = nvel de glicose do sangue alto = reduo do uso de glicognio muscular.

    BIBLIOGRAFIA:

    MAGLISCO, E.W. Nadando ainda mais rpido. Barueri: Manole, 1999 COLWIN, C.M. Nadando para o sculo XXI. Barueri: Manole, 2000

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    CAPACIDADES MOTORAS E PRATICAS CORPORAIS AQUATICAS CAPACIDADES COORDENATIVAS:

    Terminologia: so capacidades determinadas sobretudo pelo processo de controle dos movimentos e devem ser regulamentados. Estas capacitam o atleta para aes motoras em situaes previsveis e imprevisveis (adaptao) e para rpido aprendizado e domnio de movimentos. Funes: base para a capacidade de aprendizado sensorial e motor; permite que o movimento seja executado com economia e preciso; facilidade no aprendizado de novas tcnicas esportivas e correo de movimentos j automatizados. COMPONENTES DAS CAPACIDADES COORDENATIVAS: Capacidade de diferenciao: capacidade de obter uma coordenao harmnica em todos os membros em movimento, o que pode ser verificado por uma maior exatido e economia de movimentos. Capacidade de equilbrio: manuteno do equilbrio durante uma atividade ou de recuperao do mesmo aps uma atividade que o ameace. Capacidade de orientao: capacidade de determinao e mudana de posio ou de um movimento de um corpo no espao e no tempo, com relao a um campo de ao ou a um objeto em ao. Capacidade de ritmo: capacidade de adaptar-se a um ritmo dado, interioriza-lo e reproduzi-lo em movimento. Capacidade de reao: capacidade de responder com uma ao motora rpida e objetivamente em resposta a um movimento ou sinal. Capacidade de adaptao a variao: capacidade de adaptar-se a uma nova situao durante um movimento devido a uma nova percepo do meio ou condies externas, de modo a completar o movimento de uma outra forma. FASES PARA A COORDENAO MOTORA: Sensibilidade proprioceptiva: a 1a. fase o desenvolvimento dessa sensibilidade onde a precisodos movimentos controlada do exterior: espelho, correo do animador, viso direta,etc. O indivduo aprende a tratar as informaes que lhe so fornecidas pelas articulaes e pelos msculos para conhecer sua posio. Sensibilidade cinestsica: o desenvolvimento dessas sensaes constitui a 2a. fase. O indivduo, sem recurso de informaes externas (olhar, correo...) percebe sua posio e suas aes graas a imagem interna que ele tem de sua disposio seguimentar. Ele capaz de efetuar movimentos complexos, com os olhos fechados, interiorizando o que ele realiza, referindo-se s informaes que lhe chegam de suas articulaes e de seus msculos. QUESTES QUE DEVEM SER SOLUCIONADAS PARA O MOVIMENTO PERFEITO:

    O QUE? O que eu desloco? ONDE? Que caminho no espao? COMO? Com que velocidade, que energia e em que tempo?

    RITMO MUSICAL E MUSICA: Ritmo universal (cardaco, respiratrio, caminhar, acordar, fome, hora, pr-do-sol...) FUNES DA MSICA NA AULA DE GINSTICA:

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    - Fundo musical; - Como exigncia de velocidade de movimento e tnus muscular; - Expresso corporal e Emoo.

    FLEXIBILIDADE.

    Terminologia: Flexibilidade a capacidade e a caracterstica de um atleta de executar movimentos de grande amplitude(Weineck, 1999). Flexibilidade Geral: Trata-se de flexibilidade em grande extenso dos principais sistemas articulares (ombros, quadris, coluna vertebral). Flexibilidade Especfica: refere-se a determinadas articulaes (ex. atletas de corridas com barreiras devem ter boa flexibilidade nos quadris). Flexibilidade ativa: a maior amplitude de movimento conseguida em uma articulao pela contrao dos agonistas e relaxamento dos antagonistas. Flexibilidade passiva: a maior amplitude de movimento conseguida em uma articulao com o auxlio de foras externas, sem que haja o fortalecimento dos antagonistas. Fatores que influenciam a flexibilidade: temperatura corporal, temperatura ambiente, fadiga (resduos metablicos), idade cronolgica, sexo, gentica (flexibilidade articular). BENEFCIOS: Flexibilidade requisito elementar para a boa execuo de movimentos sob aspectos qualitativos e quantitativos (coordenao de contrao e relaxamento muscular), expresso esttica, fora (resistncia menor), velocidade (impulso), resistncia (economia de energia), profilaxia de leses, profilaxia postural (preveno do encurtamento e desequilbrio muscular), favorece o processo de recuperao (diminuindo a tenso muscular). MTODOS DO TREINAMENTO DE FLEXIBILIDADE (Weineck, 1999): Mtodo ativo de alongamento:

    - Exerccios ativos dinmicos: obtm o alongamento aps repetidos movimentos elsticos, tambm chamado de exerccios balsticos.

    - Exerccios ativos estticos: h a contrao isomtrica dos antagonistas quando os agonistas atingem o seu alongamento mximo.

    Mtodo passivo de alongamento:

    - Exerccios passivos dinmicos: h variao de aumento e reduo da amplitude de movimento.

    - Exerccios passivos estticos: a posio mxima mantida por 5 a 6 segundos. Treinamento Esttico de Alongamento (Stretching):

    - Alongamento lento: Consiste em atingir lentamente uma posio de alongamento (dentro de 5 segundos) e, em seguida, manter esta posio pelo tempo de 10 a 60 segundos. Visa reduzir o reflexo de estiramento muscular (contra auto-ruptura).

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    - Mtodo Contract-relax: objetivo reduzir a auto-inibio. Consiste em contrao isomtrica do grupo muscular durante 6 segundos aproximadamente, relaxa-lo e em seguida alonga-lo por 10 a 30 segundos.

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    FORA E RESISTNCIA NA NATAO E NA HIDROGINSTICA. DEFINIO DE FORA: entendida como a energia (contrao muscular) necessria para vencer uma resistncia. FORA GERAL: a contrao muscular que serve de substrato para a execuo de habilidades motoras. FORA ESPECFICA: a contrao muscular necessria para execuo de uma habilidade motora particular. Metabolismo energtico: Anaerbico 1o.s seg. ATP Miosina APTase

    ATP ADP+E Anaerbico Altico

    At 7 a 8 seg.

    Fosfato de creatina Creatina-quinase KP+ADP creatina+ATP

    Anaerbico ltico

    At45seg. Glicognio e glicose Enzima p/energia anaerbica Glicose 2atp+ac.ltico

    Aerbico Aps1min. Glicose e lipdios Enzima p/energia aerbica Glicose ATP+CO2+H2O

    Em caso de fome ou estmulos excessivamente prolongados

    PROTENA

    Weinech, 1999. Fornecedores de energia para metabolismo muscular: 1. Carboidratos: responsvel para suprir 2/3 das necessidades energticas -

    recuperao de trabalhos predominantemente aerbios. 2. Gordura: Responsvel para suprir 1/3 (maior fonte de energia corporal) 3. Protenas: estas so importantes como um metablico construtor. Aspectos da contrao: Isotnico Vencendo a

    resistncia Iso=mesma contr.? Comumente utilizado

    Isomtrico Sustentando a resistncia

    Metro=comprimen. Ex. Br.de ferro / recuperao de leso

    Excntrico Cedendo a resistncia

    Saindo do centro timo como variao de estmulo

    Isotnico- isomtrico

    Utiliza os dois tipos de contrao

    Em uma das repeties (ltima) executa isomtrico em pelo -3 ngulos.

    Isocintico Velocidade constante

    Aparelho especial Mesma tenso em toda amplitude

    Funo dos msculos: Agonista: musculatura que contrada na fase concntrica e alongada na

    excntrica. Antagonista: musculatura que alongada na fase concntrica e contrada na

    excntrica. Principal: Principais grupos musculares utilizados no movimento. Secundrios: Grupos musculares que auxiliam o movimento.

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    SISTEMAS ENERGTICOS E MUSCULAO: Anaerbico altico: Quebra da PC/ esforos entre 1 a 10 seg./ intensidade de 90

    a 100%/ em musculao incluem-se exerccios de fora e resistncia de fora (1 a 10 rep).

    Anaerbios lticos: Quebra de glicose/ esforos entre 10 seg. a 3 min./ intensidade de 50 a 80%/ em musculao a maioria dos trabalhos se encaixam aqui: hipertrofia, potncia, RML e RM prolongada.

    Anaerbios/aerbios: Gliclise anaerbia e parte gliclise aerbia/ entre 3 a 6 minutos/ intensidade que no se consiga executar mais de 6 min./ circuito.

    Aerbios: Gliclise aerbia e lipdios/ superior a 6 min./ circuit training. TIPOS DE PREDOMINNCIA DE TREINAMENTO DE MUSCULAO:

    Adaptao: adaptar o sistema msculo-esqueltico/ durao de 1 a 2 meses/ RML com velocidade de execuo mdia, sobrecargas leves e 3 sries;

    RML: resistncia muscular localizada/ acima de 15 repeties/ velocidade de exec. Mdia/ sobrecargas de aproximadamente 50% e 3 sries;

    Fora de potncia: ganho de quantidade de fora e velocidade/ de 10 a 20 repeties/ execuo rpida/ 50 a 60%/ 3 sries.

    Fora rpida: fora com o mximo de velocidade/ de 1 a 3 rep./ execuo muito rpida/ 50 a 70% de sobrecarga/ 3 sries;

    Fora mxima: intensidade mxima ou quase/ 1 a 3 repeties/ execuo lenta/ 90 a 100%/ 3 sries;

    Hipertrofia: ganho de volume de massa muscular/ de 6 a 8 repeties/ execuo lenta/ 75 a 80%/ 3 sries/ tcnica de movimento.

    RMP: resistncia muscular prolongada/ 50 a 90 repeties/ velocidade mdia/ 30 a 40%/ 3 sries.

    DEFINIO DE RESISTNCIA: a capacidade biolgica e psquica que permite ao organismo opor-se fadiga. HIDROGINSTICA LOCALIZADA: Mtodo de condicionamento fsico, que visa desenvolver a resistncia muscular localizada de um msculo ou de um grupamento muscular, tornando-o mais tonificado sem com tudo hipertrofi-lo deixando o corpo hipertoniado e resistente a fadiga. RESISTNCIA LOCALIZADA: Capacidade de resistir a fadiga durante um longo tempo, utilizando menos de 1/5 a 1/6 da musculatura esqueltica. RESISTNCIA GERAL: Capacidade de resistir a fadiga durante um longo tempo, utilizando mais de 1/5 a 1/6 da musculatura esqueltica. MODIFICAES COM O TREINAMENTO: Vias hemodinmicas: melhor capilarizao, distribuio sangunea intermuscular mais adequada; Vias metablicas: aumento das reservas de glicognio intramuscular, aumento das reservas de mioglobinas (oxigenao muscular) e aumento do no. e tamanho das mitocndrias (energia celular) e enzimas oxidativas e glicolticas. OBJETIVO: Maior capacidade de resistir fsica e psiquicamente ao cansao muscular. PRINCPIOS DIDTICOS: Sobrecarga leve (20 a 30% do mximo) ou executar os exerccios sem peso; realizar um nmero alto de repeties (30 a 50 ou mais); utilizar o trabalho em sries/grupos; as pausas de recuperao devem durar o suficiente para eliminar o dbito do oxignio.

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    SISTEMATIZAO DE AULAS DE HIDROGINSTICA: Sistema de encaixe: coordenar vrios exerccios em uma mesma srie. Vantagens: atrativo psicolgico, aperfeioar coordenao e ritmo, concentrao, estimula a recuperao rpida, criatividade. Desvantagens: dificulta o desenvolvimento da RML devido ao grande no. de exerccios, menor intensidade de trabalho, os ltimos exerccios so menos trabalhados do que os primeiros devido a associao progressiva de movimentos. Sistema de sries: consiste na execuo de um certo no. de repeties e exerccios, com intervalo de recuperao ativa entre os grupos. Vantagens: facilita o desenvolvimento da RML, permite alternar grupos musculares, pode-se trabalhar cada grupamento especificamente, favorece o desenvolvimento da resistncia aerbia devido ao descanso ativo. Desvantagens: maior fadiga, exige bom nvel de condicionamento. Sistema bombeado: Consiste em realizar uma seqncia de movimentos que trabalhem todos os grupamentos musculares de uma mesma regio anatmica, sem intervalo de recuperao. Vantagens: excelente mtodo de RML, trabalha tanto agonistas quanto antagonistas, ideal para alunos condicionados, pode-se realizar uma regio anatmica de cada vez. Desvantagens: maior fadiga, acmulo de acido ltico. EXIGNCIA MUSCULAR/TENDNCIA ATUAL: Mtodo de alternncia: consiste em alternar exerccios de membros superiores e inferiores, agonistas e antagonistas... Trabalhando especificamente um grupo muscular em diversos ngulos e movimentos, at a exausto. PARTES DA AULA: PR-AQUECIMENTO: Objetivo: tirar o corpo da situao de repouso com uma pequena ativao articular, muscular e circular, de 3 a 5 minutos (antes do aquecimento evita leses). ALONGAMENTO: Objetivo: preparar os principais grupamentos musculares a serem utilizados na aula, aumentando a capacidade de elasticidade muscular, de 3 a 5 minutos (evita leses) . AQUECIMENTO: Objetivo: aumentar a FC, ventilao pulmonar, circulao sangunea ativando, aquecendo e preparando o corpo para a exigncia da RML, aproximadamente 10 minutos. PARTE PRINCIPAL: Objetivo: desenvolver RML, aproximadamente 40 minutos. RELAXAMENTO: Objetivo: retornar o organismo a sua condio inicial, diminuindo assim o nvel de excitabilidade provocado na aula.

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    PROJETO VOLTA AO MUNDO DENTRO DAGUA:

    Profa. Dra. Vanessa Helena Santana Dalla Da

    Ao utilizar um determinado ritmo nas aulas de hidroginstica podemos aumentar o fator educativo da atividade proporcionando ao aluno informaes bsicas sobre a origem e caracterstica do ritmo utilizado.

    SAMBA

    Ritmo que surgiu de vrios elementos africanos como o Lundu e o Batuque. O samba brasileiro origina-se do batuque africano de Angola e de Congo. forte em todo o Brasil, principalmente, no Rio de Janeiro, So Paulo, Bahia, Maranho e Minas Gerais. O primeiro samba a ser gravado no Brasil foi Pelo Telefone em 1917. Com passos gingados com o jeito malandro do brasileiro tem tudo a ver conosco!!!

    SALSA Ritmo muito caliente, os passos tem a alegria do povo latino. Foi desenvolvido a partir da segunda metade do sculo XX, com a contribuio da msica caribenha e de danas folclricas desta regio, como Conga e o Mambo. Em seu acompanhamento predominam instrumentos de percusso que contribuem tornando a msica muito ritmada e quente.

    COUNTRY representado pelos homens do campo, sendo associado a vestes e instrumentos rsticos como banjo, bandolim, rabeca e violo. Nasceu da influncia de escravos com canes de guerra e tambm por imigrantes franceses e italianos. Chegou ao Brasil na dcada de 60 pela voz de Bob Nelson, estourando na dcada de 70. Com muitos movimentos de membros inferiores e saltitos o country contagiante!!

    DANA DO VENTRE

    Surgiu h cerca de cinco mil anos no norte da frica, tendo o Egito como foco principal. Na antiguidade a prtica possua carter sagrado como agradecimento para as Deusas pelo Dom da Vida. conhecida pelos estudiosos como a Dana da Fertilidade. Consegue demonstrar toda beleza e sensualidade e ao mesmo tempo toda delicadeza feminina.

    DANA DE RUA

    Criada pelos negros americanos, nos guetos do bairro de Bronx em Nova York. Surgiu na grande crise dos Estados Unidos, mais precisamente em 1929 como forma de expresso e busca por uma vida melhor. Faz parte de um movimento que inclui a msica RAP, o Grafite e a Dana. Movimentos fortes e desafiadores que por sua alegria conquista todas as classes sociais.

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    FORR Dana tipicamente nordestina, tem origem nos primrdios da dana de salo e da quadrilha francesa com influncia da polca, munueto e salsa. A msica tradicional acompanhada de zabumba, tringulos e sanfona. o ritmo principal das festas de So Joo no interior do nordeste brasileiro. A palavra forr vem da pronncia errada de for all que quer dizer para todos. E isto que esta dana significa: um ritmo para todos!!!

    DANCE MUSIC Nasceu na Alemanha na metade dos anos 70. Hoje o pas que mais fatura com Dance Music o Japo. to forte e influente que esquenta as discotecas noturnas dcadas, fazendo parte da maioria das msicas nas noites brasileiras e mundiais at hoje. A nica regra criar, soltar-se e deixar o ritmo te levar!!!

    BREGA Ritmo brega? A msica considerada brega por alguns so msicas que fazem sucesso por muitos e muitos anos, trazendo alegria e descontrao. Poderamos at modificar o ditado e dizer: De Brega e Louco todo mundo tem um pouco. No temos dados histricos mas com certeza existiam homens da cavernas bregas. A proposta aqui se divertir, soltar a franga, no se importar com que os outros iro dizer e ser feliz!!

  • 29 A ATIVIDADE AQUTICA COMO BEM ESTAR PSICOLGICO E SOCIAL

    Profa. Dra. Vanessa H.S.Dalla Da

    A atividade aqutica vem se mostrando uma eficiente estratgia para a busca do bem estar fsico, psquico e social de muitas pessoas que buscam qualidade de vida. Esta atividade age proporcionando uma ateno apropriao de uma imagem do corpo especfica no indivduo, no sentido de construir um processamento sensorial diferenciado, que lhe coloque em jogo o surgimento de respostas adaptativas s mltiplas condies e situaes do meio aqutico, proporcionando o ajustamento do seu corpo e do crebro na gua (Velasco, 1997).

    Segundo Velasco (1997) Estar e agir no meio areo no igual que estar e agir no meio aqutico. H vrias propriedades fsicas da gua que interferem na ao direta e indiretamente, no s no corpo, mas em todo nosso universo da vida. Apesar do ser humano ter estado cerca de 9 meses no meio lquido, ao nascer, passando para o meio areo, muitas coisas transformam-se, a comear da respirao.

    A adaptao a esta atividade proporciona importantes e diferentes experincias motoras e psicolgicas. Enquanto a adaptao terrestre exige a integrao tnica da gravidade do qual decorreu uma das mais relevantes adaptaes homindeas a postura bpede a adaptao aqutica, atenua a funo da gravidade, razo pela qual algumas pessoas com deficincia motora atingem na gua uma profunda sensao de liberdade e expandem a sua auto-estima e auto-segurana; quando em terra, a gravidade os aprisiona e impede de se locomoverem com autonomia (Velasco, 1997). Segundo Miller (1995), a auto-estima a habilidade de realizar coisas, sentir-se competente e no controle (ao menos de algumas coisas em sua vida), bem como de estabelecer algumas prioridades para aquilo que voc valoriza e de planejar como gastar seu tempo. Auto-estima a forma que sentimos acerca de ns mesmos e esta afeta crucialmente todos os aspectos da nossa existncia desde a maneira como agimos no trabalho, no amor e no sexo, at o modo como atuamos como pais, e at aonde provavelmente subiremos na vida. Nossas reaes aos acontecimentos do cotidiano so determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Os dramas da nossa vida so reflexos das vises mais ntimas que temos de ns mesmos. Assim, a auto-estima a chave para o sucesso ou para o fracasso. tambm a chave para entendermos a ns mesmos e aos outros.

    Grupos muito heterogneos procuram a atividade aqutica pela busca da auto-estima, por indicao mdica, para fugir do sedentarismo, para fazer amizades, ou por outros diversos motivos. O que nos espanta a capacidade desta atividade de suprir tantos desejos e ainda de mostrar um caminho seguro para se alcanar o amor, conhecimento pelo corpo, e o equilbrio psicolgico e motor. Le Bouch (1992) afirma que a imagem do corpo representa uma forma de equilbrio entre as funes psicomotoras e a sua maturidade, por tanto a atividade aqutica pode ser considerada como fator agente na imagem corporal de seus praticantes. Acreditamos que a atividade aqutica com todas as suas qualidades possa ser um fator estimulante para as descobertas corporais e conseqentemente para a formao da imagem corporal.

    Notamos que grupos de pessoas obesas permanecem na atividade aqutica durante mais tempo do que permaneceria em uma atividade terrestre. Podemos atribuir este fato primeiramente s propriedades fsicas da gua, que facilita os movimentos e os deslocamentos (na gua com a profundidade ideal para a hidroginstica, uma pessoa com 100kg pesar apenas 30kg (Bonachela, 2001)); e posteriormente aos benefcios psicolgicos proporcionados pelo meio lquido que agiro diretamente na imagem corporal destas pessoas.

    Diversos autores, como Merleau Ponty, afirmam que o indivduo s vai ser um corpo inteiro quando ele se movimentar e descobrir suas deficincias e eficincias. Transferimos este pensamento para as pessoas que tem dificuldades de mobilidade como o caso dos obesos, das gestantes, dos idosos e da maioria da populao que se encontra no sedentarismo: preciso que se movimentem e que descubram que apesar de suas limitaes, so muito eficientes e s precisam de um meio que os permitam explorar-se, o meio aqutico. A piscina um meio estimulador de sensaes, pois estamos imersos e acolhidos pela gua por todos os lados e como j vimos o corpo apresentado para ns atravs de sensaes, alm disso, envoltos no meio lquido somos mais leves, geis e as imperfeies so escondidas atravs do movimento da gua o que nos faz ver um corpo eficiente, e ainda sentimos o carinho e

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    o relaxamento que um meio aquecido e aconchegante pode nos proporcionar causando uma impresso de bem estar fsico.

    ASPCTOS NEUROLGICOS DO EXERCCIO AQUTICO

    No meio lquido no existem apoios fixos e fora gravitacional quase nula, o que favorece a execuo dos movimentos mais amplos. Dentro da gua, o corpo fica mais leve, as articulaes ficam mais livres de impactos, e podemos nos movimentar com maior facilidade e segurana, beneficiando, dessa forma, uma ampla vivncia e percepo corporal com menor exigncia motora.

    Para Schilder, a imagem corporal e suas mudanas vo depender de nossa percepo. Quando percebemos um objeto ou quando construmos a percepo de um objeto, no agimos meramente como um aparelho perceptivo. Esta percepo vai depender do novo modo de perceber e do modo que agiremos em relao esta percepo. Nossa percepo depender de nossas emoes, de nossa personalidade e das zonas ergenas que fluem atravs do nosso corpo. E completando o pensamento de Schilder precisamos de vivncias perceptivas para desenvolver uma emoo perante estas. Os trabalhos da neurologia dividiram o crebro em reas de interpretao, como a rea primria e secundria visual, auditiva, gustativa... A imagem corporal a juno destas partes do crebro (neurologia) com a plasticidade e a sensibilidade deste (psicologia).

    Segundo Lapierre, o ponto de vista neurofisiolgico nos ensina que o ser humano movido pela conexo de trs sistemas:

    - O sistema crebro-espinhal, que compreende o crtex ou camada cerebral, os centros subcorticais, a medula espinhal e as ramificaes dos nervos raquidianos e cranianos. Este sistema tem como receptor a musculatura estriada, os msculos da vida de relao, encarregados de assegurar a mobilidade das diferentes partes do corpo; ele tambm a sede, em sua parte cortical, dos fenmenos de conscincia, de percepo e de memorizao.

    - O sistema simptico e parassimptico cujos receptores so os msculos lisos que asseguram as grandes funes: nutrio, circulao, respirao.

    - O sistema hormonal que, modificando a composio do meio interno, assegura a regulao do conjunto.

    Qualquer estmulo ou excitao que atingir um deles ir repercutir em todos. Esta conexo se faz nvel de mesencfalo, onde tambm se resultam as diferentes vias sensoriais como viso, audio, olfato, paladar, tato, cinestesia. assim que todas as percepes sensitivas desencadeiam respostas motoras e funcionais adaptativas. Direcionando este raciocnio a atividade aqutica, podemos incluir neste mapeamento os estmulos que a aula de atividade aqutica poder proporcionar, como por exemplo: SG Sensibilidade Geral: Temperatura da gua e fora dela, presso causada pelo meio lquido, tato nos materiais utilizados e na prpria gua, relaxamento muscular atravs da hidromassagem, dor proveniente da manipulao muscular... Eq Equilbrio: Diferenciao do equilbrio com menos efeitos gravitacionais, equilbrio de flutuao com ou sem o auxlio de materiais... Gu Gustativo: gosto da gua. Vi Visual: estimulao do movimento da gua, companheiros no mesmo movimento, vrios nvel de participantes, imagem visual do corpo, cores e formas de materiais... Au Auditiva: Ritmos msicais, barulho relaxante da gua, voz do professor, comunicao entre colegas, materiais com som... EC rea do Esquema Corporal: onde todos estes estmulos se encontram influenciando a imagem corporal. Porm para que estes estmulos sejam recebidos preciso uma receptividade. Segundo Merleau Ponty A exteroceptividade, isto , a percepo do mundo exterior, exige uma reformulao dos estmulos que se efetua graas ao referencial representado pelo prprio corpo: eu observo os objetos exteriores, manejo-os, inspeciono-os, cerco-os com meu corpo. O prprio corpo o habito primordial, o que condiciona todos os outros e no qual eles se englobam (Le

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    Bouch, 1983). Para que o nosso aluno seja receptivo aos muitos estmulos positivos do meio lquido e dos movimentos da natao um aspecto importante que proporcione prazer, para isso se faz necessrio que as atividades sejam muito bem escolhidas e que tenham fundo ldico.

    ASPCTOS PSICOLGICOS DO EXERCCIO AQUTICO Para Rocha (s/d), a atividade aqutica uma ferramenta para atingir uma melhora psicolgica significativa, facilitando o desenvolvimento psicomotor, coordenao motora e socializao.

    Segundo alguns autores como Vicente Bonachela (2001), a atividade aqutica promove os seguintes benefcios quanto aos aspectos psicolgicos:

    - Faz bem ao ego das pessoas, fazendo-as sentir-se ativas, confiantes, capazes de vencerem dificuldades.

    - O bem estar fsico e mental proporciona uma vida saudvel. - Proporciona a integrao e a sociabilizao. - Estimula a autoconfiana, passando a sentir-se segura dentro da gua. - Diminui a ansiedade, est sempre de bem com a vida. - O aprendizado de novas habilidades traz satisfao pessoal. - Passa a conhecer melhor seu corpo, suas limitaes. - Passa a ter uma aparncia mais jovial, fica mais descontrada e confiante. A natao tem uma caracterstica psicolgica que vista como um grande desafio de vida para

    muitas pessoas: o MEDO. E preciso muita sensibilidade ao desafiar o medo das pessoas. comum ouvirmos: Se eu aprendi a nadar depois de adulto posso fazer qualquer coisa. Desta forma as pessoas atribuem sua imagem corporal e todas as suas possveis realizaes ao ato de aprender a nadar. O professor carrega uma responsabilidade muito grande.

    Garof (1988) afirma que mais comumente, o medo est ligado conseqncias desagradveis de uma atividade anterior e podemos diferenciar:

    - O estado ligado a uma experincia infeliz vivida fisicamente; - O estado ligado a uma experincia infeliz da qual o indivduo perdeu a lembrana, mas

    que deixou traos subconscientes; - O estado ligado a uma experincia no vivida fisicamente mas formada por

    referncias verbais, pela atitude dos prximos. No relato de um aluno (J.C.C.) do curso de natao do Sesc ele diz que enquanto faz aula:

    Me vejo como uma criana que engatinha para aprender a andar, no meu caso aprender a nadar. Podemos avaliar aqui a importncia dada pelo aluno ao aprender a nadar relacionando-a a uma atividade to importante na vida de uma criana que aprender a andar.

    Outra aluna da natao (L.F.S.A.) ressalta suas sensaes: Nas duas primeiras aulas, me vi com muito medo, mas na ltima (3a.) j me senti segura. No estou preocupada se meus colegas esto mais adiantados que eu, o que importa que estou superando meus limites. A prpria aluna coloca os limites entre aspas, o que me leva a crer que ela est falando dos limites com uma generalizao e no das dificuldades na gua.

    Notamos em alguns dos alunos envolvidos neste trabalho, nas primeiras aulas se sentem constrangidos e pouco vontade em trajes de banho. Com o passar das aulas eles vo obtendo um melhor relacionamento com aquele corpo que no estava acostumado a utilizar-se de poucas roupas. Observamos que os alunos nas primeiras aulas andam rapidamente para a extremidade mais prxima da piscina e entram rapidamente na gua, nitidamente tentando se esconder. Agora alguns destes j se permitem caminhar em volta da piscina para chegar ao local da aula, e aps a aula vo conversar com o professor fora da gua se deixando mostrar. Acreditamos que o fato de se sentirem bem na aula e no grupo, os faa sentir melhor e relacionar-se melhor com seu corpo, o que uma mudana na auto-imagem corporal. Buscaglia (1993) afirma que a formao da auto-imagem criada a partir de noes que cada um tem sobre seu corpo, mente, capacidades e incapacidades, preferncias ou no preferncias, associadas a um nmero infinito de caractersticas aprendidas da personalidade, como ser amoroso, exigente, compreensivo ou rejeitado. As pessoas aprendem e constroem sua personalidade a todo o momento, aprendem quem so atravs de experincias individuais e com outras pessoas.

    Na gua, a habilidade de um corpo flutuar importante na maioria das atividades aquticas, fazendo com que o indivduo diminua o seu peso hidrosttico e, consequentemente, as fora

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    compressivas que atuam nas articulaes principalmente nas de membro inferiores, reduzindo assim o estresse e provavelmente as leses articulares (Bonachela, 2001). Por conter tantos benefcios exerccios de flutuao (empuxo) so utilizados constantemente na hidroginstica e a base dos estilos da natao. Quando flutuamos colocamos nosso corpo na posio horizontal, posio utilizada quando dormimos. Porm, permanecer nesta posio, sem estar apoiado em nenhum lugar fixo e ainda fazendo movimentos, uma vivncia corporal que s acontece nestes exerccios. Por esta razo o corpo ter que se adaptar para obter o equilbrio e o controle corporal necessrios para esta nova posio. Modificando o esquema corporal e causando uma imagem corporal especfica. Velasco refora esta afirmao dizendo que quando se aprende a nadar organiza-se em termos neuropsicomotores, isto , obtm significaes das sensaes proporcionadas pela motricidade aqutica, que causa uma resposta adaptativa que mais emocional que cotical, ento percebemos as diferenciaes da atividade aqutica da cotidiana (terrestre) e nos adaptamos a esta percepo.

    Segundo Nakamura (1998), o ambiente aqutico atrai todas as idades, divertindo-os durante um tempo prolongado, por meio da recreao, quando se pratica como atividade alegre e descontrada. Pudemos nos certificar do bem estar psicolgico que a gua proporciona em uma pequena pesquisa realizada com os alunos do Sesc Campinas quando perguntamos o que a gua traz para estes, e as respostas foram as seguintes:

    - Relaxamento, tranqilidade e disposio; - Bem estar; - Liberdade, alegria, o melhor remdio para mim; - Leveza, bem estar, consigo dormir bem; - Calma, relaxamento e firmeza nas articulaes afetadas; - Tranqilidade, relaxamento, coordenao; - Alegria, bem estar e disposio; - Bem estar e tranqilidade; - Calma e tranqilidade; - Prazer, relaxamento; - Relaxante; - Paz interior; - A gua me traz vida, me sinto bem antes, durante e depois da natao.

    ASPCTOS SOCIAIS

    DO EXERCCIO AQUTICO Em seu trabalho Schilder ainda estuda o impacto na imagem do corpo em vrias situaes

    como na socializao, ao ser tocado, ao parecer bravo, ao no ser atrativo, ao rir ou chorar, na intimidade sexual, ao vestir certos tipos de roupas, mscaras ou jias. Ele admite a grande influncia das formas de convivncia da vida social na imagem corporal.

    A socializao o processo de interao e de aprendizagem contnua, e este processo acontece atravs de regras estabelecidas que se apresentam na forma de comportamentos. Como as atividades aquticas so ministradas para grupos de pessoas, o convvio entre estas um dos pontos fortes da aula. Observamos na aula de natao vrios comportamentos sociais diferentes, como por exemplo:

    - O aluno quieto: presta ateno no que est acontecendo, porm conversa pouco e toma cuidado para no colidir-se com ningum.

    - O aluno comunicativo: sabe o nome da maioria, brinca com todos, se diverte com uma coliso inesperada, conta todas as suas dificuldades e se diverte com elas.

    - O aluno professor: esto sempre prontos para ajudar e dar umas dicas para seus amigos com mais dificuldades.

    - O aluno me: toma conta dos que tem medo sempre que o professor se ausenta, se preocupa e defende as pessoas com mais dificuldades.

    - O aluno competitivo: pode estar executando o movimento errado, mas no deixa de maneira alguma nenhum companheiro chegar frente. Observamos tambm que nas aulas de atividades aquticas alguns esteritipos

    estabelecidos socialmente so desmistificados.

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    Miller (1995) explica que um esteretipo uma crena amplamente sustentada de que os membros de um determinado grupo so todos semelhantes. (As loiras so sensuais; as sulistas so simpticas.) Primeiro, a pessoa rotulada segundo um trao particular (loira); depois, julga-se que ela tem outras qualidades devidas aquele trao (sensualidade). Os esteretipos so perigosos porque fazem suposies e ignoram as diferenas individuais. So tambm muito poderosos exatamente porque tantas pessoas acreditam que eles sejam verdadeiros. A obsesso pela aparncia um esteretipo que vincula determinadas qualidades a pessoas atraentes e outras a pessoas no atraentes. Como o racismo e o preconceito contra a velhice, a obsesso pela aparncia influencia o modo como nos enxergamos e como somos vistos pelas outras pessoas. Igualmente importante. A obsesso pela aparncia afeta o comportamento. Conduz discriminao contra ou a favor daqueles que tem uma determinada aparncia.

    Muitas vezes o esteretipo que a sociedade cria para alguns grupos sociais manifesta-se, atribuindo-lhes um status inferior. No os vemos como criaturas semelhantes a ns, capazes de atender aos padres normais da sociedade, ou pelo menos, no to quanto ns. Expressamos para eles, atravs de muitos meios depreciativos, mesmo sem querer, sua posio inferior (Buscaglia, 1993).

    Assim as pessoas com necessidades especiais so consideradas menos capazes, mas comum ouvirmos a frase Olha aquela velhinha como boa na hidroginstica. A gua permite que pessoas idosas, obesas, gestantes, com problemas musculares, articulares e com outros problemas terrestres superem suas limitaes e se torne uma pessoa condicionada, sociabilizada, eficiente, satisfeita consigo mesmo e com uma maturao de sua imagem corporal.

    Na pesquisa realizada no Sesc observamos que algumas pessoas relatam que gostam da atividade aqutica porque na aula elas deixam de desempenhar papis sociais (me, mulher, trabalhadora) e so elas mesmas, isto um descolamento dos papis sociais para ter um contacto maior com o prprio corpo.

    Se verdade que tenho conscincia do meu corpo atravs do mundo, que ele no centro do mundo o termo no descoberto para o qual todos os objetos se voltam, verdade, pela mesma razo, que meu corpo o piv do mundo, e eu tenho conscincia do mundo por intermdio do meu corpo (Le Bouch, 1983).

    Convidamos nossos alunos a pegar carona no nosso barco (atividade aqutica) e navegar para descobrir um mundo (o prprio corpo), que nunca ser totalmente descoberto (imagem corporal).

    Bibliografia:

    BRANDER, N. Auto-estima: como aprender a gostar de si mesmo Trad. Ricardo Gouveia. So Paulo: Saraiva, 2000. BONACHELA, V. Hidroginstica na Maturidade. Revista Sprint, Maio/Junho BUSCAGLIA, L. F. Os deficientes e seus pais. Rio de Janeiro: Record, 1993. MILLER, N. B. Ningum perfeito. Campinas: Papirus, 1995. SCHILDER, Paul A imagem do corpo As energias construtivas da psique. So Paulo: Martins Fontes, 1980. RIBAS, J. B. C. O que so pessoas deficientes. So Paulo: Brasiliense, 1985. ROCHA, J. C. C. Hidroginstica Teoria e prtica. Rio de Janeiro: Sprint, s/d. VELASCO, C. G. Natao segundo a psicomotricidade. Rio de Janeiro: Sprint, 1997. PALMER, M. L. A cincia do ensino da natao. So Paulo : Manole, 1990. MACHADO, D. C. Metodologia da natao. So Paulo : EPU, 1978. LOTUFO, J. N. Ensinando a nadar. So Paulo : Brasipal, 1952. HORN, B. Tcnicas de natao em figuras. Rio de Janeiro : Tecnoprint, 1979. KLENN, F. Ensino da natao ao principiante. Rio de Janeiro : Tecnoprint, 1982.

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    NADO CRAWL

    Desenvolvimento tcnico do nado Crawl:

    Posicionamento do corpo: Em decbito ventral, o corpo permanece o mais horizontalmente possvel, realizando movimentos de rolamentos laterais, em seu eixo longitudinal. Posicionamento da cabea: Na expirao o rosto permanece em contato com a gua, mantendo o nvel da gua na parte superior da testa, direcionando o olhar para a frente e para o fundo da piscina. A expirao realizada pela boca, nariz ou boca/nariz. A expirao pelo nariz auxilia para que o nadador execute a virada evitando a entrada da gua pelo mesmo. O movimento para a inspirao atravs da rotao lateral do tronco e de uma pequena rotao de pescoo. A inspirao deve ser realizada pela boca e na onda de proa, mantendo a boca o mais prximo possvel da gua, e acontece no momento em que um brao estiver na fase de apoio e o outro na finalizao da braada.A respirao classificada de acordo com o nmero de braadas (2X1, 3X1 ou bilateral, 4X1...). Tcnica de Braada: O movimento dos braos do crawl consiste em circunduo antero-posterior alternada dos mesmos. Para melhor entender o movimento, dividiremos a braada em: entrada, apoio, trao, finalizao e recuperao. Entrada: Deve ser feita frente da cabea, entre a linha central desta e a linha da direo do ombro. O brao deve estar ligeiramente flexionado, com o cotovelo acima da mo, de modo que as pontas dos dedos sejam a primeira parte do brao a entrar na

    gua. Ela deve deslizar para dentro da gua, frente, de lado, com a palma da mo ligeiramente voltada para fora. Apoio: Consiste em uma puxada para baixo, em direo ao fundo com o brao estendido, no deixando haver uma abertura significativa. Neste momento acontece uma pequena rotao do tronco, posicionando um dos ombros frente e, assim, colocando o brao em uma posio em que ter maior apoio na gua.

  • 35

    Trao: o momento em que comear a existir maior eficincia da braada, onde podemos observar uma flexo do antebrao em relao ao brao, fase em que a mo cotovelo e ombro devero estar alinhados, sob o corpo. Ir at o antebrao e mo chegar na direo do umbigo. Neste movimento a direo da mo ser primeiramente para fora, at passar a direo do ombro, e para dentro, em direo a linha Alba, ou seja, perto do umbigo. Finalizao: Consiste em um empurro final realizando uma aproximao do brao e cotovelo ao tronco, atravs de uma quase-extenso do antebrao em relao ao brao, retirando-se a mo da gua prxima ao quadril. Recuperao: Dever ser feita atravs da elevao do cotovelo, flexionando o antebrao e projetando a mo frente. Os braos e mos devero estar o mais relaxados possvel. O cotovelo estar mais alto que a mo durante todo o percurso e a mo passar prxima da gua. Direo do movimento: Durante a fase aqutica do brao (entrada, apoio, trao, finalizao) a mo percorrer um trajeto chamado de movimento em S. Segundo pesquisas na rea de hidrodinmica este o movimento que proporciona maior apoio do brao, antebrao e mo na gua. Tcnica de pernada do nado crawl: Os movimentos de pernas do nado crawl so realizados alternadamente, com trajetrias descendentes, ascendentes e laterais (de acordo com o rolamento do tronco). Movimento descendente: A fase descendente iniciada quando o calcanhar est alinhado com a

    superfcie da gua, momento este em que acontecer uma pequena flexo da articulao coxo-femural e do joelho, fazendo com que haja um pequeno abaixamento do joelho para uma posterior extenso rigorosa da perna. Os ps devero estar em flexo plantar e em inverso. Este movimento dever ter uma profundidade de aproximadamente 30 a 35 centmetros abaixo da superfcie da gua. Movimento ascendente: O p estar ainda em flexo plantar, e a perna retornar a posio inicial estendida, porm relaxada. Coordenao entre braos e pernas: Existem alguns tipos de classificao, em relao a esta coordenao:

    - Crawl dois tempos: Para cada ciclo de braada, correspondem a dois movimentos de perna (semelhante ao andar);

    - Crawl quatro tempos; - Crawl seis tempos (mais utilizado em provas de fundo).

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    NADO COSTAS

    Desenvolvimento tcnico do nado Costas: Posicionamento do corpo: O corpo permanece o mais horizontalmente possvel, em decbito dorsal, realizando movimentos

    de rolamentos laterais, em seu eixo longitudinal. Posicionamento da cabea: A cabea dever permanecer apoiada na gua, com o nvel da gua passando por sua parte posterior ou mediana das orelhas. Respirao: A inspirao do nado costas dever ser feita pela boca, no momento em que um dos braos estiver iniciando a recuperao e o outro, o apoio. A expirao dever ser feita de preferncia pelo nariz, evitando assim o desconforto de possvel entrada de gua neste. E geralmente a expirao realizada quando um dos braos estiver na direo do rosto. Tcnica da braada O movimento dos braos do crawl consiste em circunduo postero-anterior alternada dos mesmos. Da mesma forma como no nado crawl, dividiremos a braada em: entrada, apoio, trao, finalizao e recuperao. Entrada: Deve ser feita entre a direo da cabea e o ombro. O brao deve estar estendido, com a palma da mo voltada para fora, de modo que a ponta do dedo mnimo seja

    a primeira parte a entrar na gua. Apoio: Consiste de uma puxada para baixo e ligeiramente para o lado, em direo ao fundo da piscina, e com o brao estendido. Trao: um momento onde comear a existir uma maior eficincia da braada, em que podemos observar uma flexo do antebrao em relao ao brao (em torno de 90o.), fase em que a mo e o cotovelo devero estar alinhados, com o brao perpendicular ao corpo, e o cotovelo apontando para o fundo da piscina. Finalizao: Da passagem da trao, para o empurro final, haver uma aproximao do brao e cotovelo ao tronco, com extenso do antebrao, projetando a mo em direo ao fundo, fazendo com que haja um rolamento do corpo para o lado oposto a esse brao, e uma conseqente sada do ombro, do mesmo lado. Recuperao: Dever ser feita atravs da retirada do brao estendido da gua, sendo que o dedo polegar ser o primeiro a deixar a gua. Os braos devero estar estendidos, mas, no entanto relaxados. Aproximadamente acima do rosto realizamos a rotao do brao para que este esteja pronto para iniciar um novo ciclo. Tcnica da pernada Os movimentos de pernas do nado crawl so realizados alternadamente, com trajetrias descendentes, ascendentes e laterais (de acordo com o rolamento do tronco).

  • 37 Movimento descendente: A fase descendente iniciada quando o dorso de um dos ps est alinhado com a superfcie da gua, com a perna estendida, posio em que permanecer at o final da fase descendente. Ao final da fase descendente acontecer uma pequena flexo da articulao coxo-femural e do joelho, fazendo com que haja uma pequena elevao do joelho. Os ps devero estar em flexo plantar e em inverso. Movimento ascendente: Na fase ascendente a perna realizar uma extenso rigorosa da perna, os ps devero estar em flexo dorsal e em inverso, procurando aproveitar bem a presso realizada pelo dorso de p e perna. Coordenao: Para cada ciclo de braada (dois braos) so realizados seis movimentos de pernas.

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    NADO PEITO Tcnica de braada: O movimento dos braos do nado peito so simultneos e caracteriza-se por haver maior nfase na lateralidade dos movimentos. Dividiremos o movimento em apoio, trao e recuperao. Apoio: Partindo com os braos estendidos frente da cabea, mos juntas, o incio da braada realizado com presso para os lados e ligeiramente para o fundo, sem grande abertura para que, no momento da trao as mo no ultrapassem a linha dos ombros. Trao: a fase em que acontece o movimento de aproximao dos braos ao corpo. Nesta fase o antebrao o grande responsvel pela presso na gua, com abduo dos braos e flexo do antebrao sobre o brao at um ngulo aproximado de 90o. alinhando ombro, cotovelo e mo. Aps o brao realizar uma aduo unindo mos e posteriormente cotovelos. Recuperao: As mos permanecero unidas com os cotovelos o mais prximos possvel, estendendo os braos para a posio inicial (estendidos a frente da cabea). Tcnica da pernada O movimento da perna do nado peito conhecido como chicotada, devido sua trajetria. realizado em um movimento em que os ps desenhem a seguinte figura:

    O incio do movimento se dar com as pernas estendidas e com os ps em flexo dorsal e em inverso.

    A pernada do nado peito requer uma boa flexibilidade tbio-trsica, j que para um bom posicionamento dos ps, no momento da flexo mxima das pernas e no decorres da extenso, necessrio realizar, dorsiflexo com everso, para que os mesmos realizem um eficiente apoio na gua, com as plantas dos ps.

    A flexo da coxa sobre o tronco deve ser o suficiente para que os ps no saiam da gua, j que, se houver um abaixamento grande das mesmas, ocorrer uma grande resistncia frontal ao deslocamento, prejudicando a propulso.

    A flexo da perna sobre a coxa deve ser mxima possvel, aproximando os ps dos glteos, obtendo assim uma maior amplitude do movimento.

    Na flexo mxima das pernas, os joelhos devem se posicionar apontados para o fundo da piscina, e no muito para os lados, ou seja, deve haver uma rotao medial das coxas, para evitar um grande afastamento destes.

    A trajetria dos ps no movimento de extenso : A primeira fase da extenso que a fase de maior apoio, na abduo das pernas, ao mesmo tempo em que os ps se dirigem para o lado, tambm estaro aprofundando. Na segunda metade da extenso, os ps estaro se dirigindo para dentro e ainda para o fundo (aduo das pernas).

    Na finalizao da pernada quando as pernas se estenderem, os ps se uniro, com as plantas uma voltada para a outra, atravs da flexo plantar e inverso dos ps, pressionando assim a massa de gua presente no interior das pernas.

    O movimento de flexo das pernas (recuperao) dever ser realizado mais descontrado (com menor gasto calrico), e a extenso, onde se realiza o apoio necessrio para o deslocamento, dever ser executada com vigor, maior potncia.

    Respirao Durante ao apoio da braada, isto , fase inicial da abduo dos braos, o nadador realizar a elevao frontal da cabea, at a retirada da boca da gua e realizar a inspirao. A expirao

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    ser realizada na recuperao dos braos, ou seja, enquanto estes esto se estendendo frente da cabea. Coordenao entre pernas e braos: A coordenao no nado peito caracteriza-se por movimentos alternados:

    Apoio da braada = pernas permanecem estendidas; Trao da braada = pernas permanecem estendidas; Incio da recuperao da braada incio da ao das pernas; Final da recuperao da braada = final da ao das pernas (extenso).

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    NADO BORBOLETA

    Posio do corpo Permanece na horizontal em decbito ventral, e caracteriza-se por aes simultneas de braos e

    pernas. Posicionamento da cabea O rosto fica em contato com a gua mantendo o nvel da gua na parte posterior da cabea, com uma maior aproximao do queixo no peito do que no nado crawl. Respirao Durante o momento em que o rosto permanece na gua o nadador executa a expirao atravs da boca e/ou nariz. A inspirao deve ser feita logo aps a expirao, atravs de uma ligeira elevao frontal da cabea, mantendo-se o queixo apoiado na gua. A respirao pode ser classificada com o nmero de braadas: 1X1, 2X1 ou 3X1. Tcnica da braada Os braos realizam uma circunduo Antero-posterior simultaneamente. Entrada: Deve ser feita frente da cabea, entre a linha central desta e a linha da direo do ombro. Os braos devem estar ligeiramente flexionados, com rotao medial, com os cotovelos um pouco acima das mos, de modo que as pontas dos dedos sejam a primeira parte a entrar na gua. As mos devem deslizar para dentro da gua, frente, de lado, com a palma das mos voltadas para fora.

    Apoio: Consiste em uma puxada para o lado, com os braos estendidos, no deixando haver uma abertura exagerada. Trao: Podemos observar uma flexo dos antebraos em relao aos braos, com uma trajetria das mos em direo a linha mediana do corpo,e para o fundo. Empurro: o momento em que comear a existir maior eficincia da braada, quando podemos observar uma flexo do antebrao em relao ao brao, fase em que as mos, cotovelos e ombros devero estar alinhados, sob o corpo. A partir da, haver uma aproximao do brao e cotovelo ao tronco, passando a existir uma maior presso de movimento, em relao as fases anteriores. Finalizao: No empurro final haver uma extenso do antebrao vigorosa, retirando-se, logo a seguir as mos da gua, prximas do quadril.

  • 41 Recuperao: Dever ser feita atravs da elevao dos cotovelos, flexionando os antebraos e projetando as mos frente, com os braos passando pela lateral, paralelos superfcie da gua. Os braos e mos devero estar o mais relaxados possvel. Direo do movimento: Como no nado crawl, durante a fase aqutica dos braos (entrada, apoio, trao, finalizao) as mos percorrero um trajeto chamado de movimento em S. Segundo pesquisas na rea de hidrodinmica este o movimento que proporciona maior apoio do brao, antebrao e mo na gua. Tcnica da pernada Os movimentos de perna so realizados simultaneamente com trajetrias ascendentes e descendentes. Movimento descendente: A fase descendente iniciada quando o calcanhar est alinhado com a superfcie da gua, momento este em que acontecer uma pequena flexo da articulao coxo-femural e do joelho, fazendo com que haja um pequeno abaixamento do joelho para uma posterior extenso rigorosa da perna. Os ps devero estar em flexo plantar e em inverso, procurando aproveitar bem a presso realizada pelo dorso dos ps e pernas na gua. Este movimento dever ter uma profundidade de aproximadamente 40 a 50 centmetros abaixo da superfcie da gua. Movimento ascendente: O p estar ainda em flexo plantar, e a perna retornar a posio inicial estendida, porm relaxada. Coordenao entre pernas e braos No nado borboleta a cada ciclo de braadas realiza-se duas pernadas: uma no incio (apoio) da braada e outra no empurro final da mesma.

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    VIRADAS: Virada Olmpica (crawl e costas): Virada simples (crawl, peito e borboleta):

    (filipina)

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    PROGRAMA DE NATAO Profa. Dra. Vanessa H.S. Dalla Da

    ADAPTAO AO MEIO LQUIDO 1 Pesquisa bibliogrfica sobre mtodos de adaptao aqutica.

    Conhecer os paradigmas de alguns autores de obras sobre natao nos faz refletir de forma positiva sobre nossa prpria prtica, exigindo assim a conscientizao e a adequao do trabalho.

    Segundo o livro Metodologia da Natao (Machado, 1978), a seqncia pedaggica do aprendizado da natao pode ser dividida em cinco unidades, que podem ser desenvolvidas atravs de exerccios e jogos:

    1) Ambientao ao meio lquido tem o objetivo de que todos os alunos se tornem amigos da gua, com vontade de v-la e senti-la, principalmente nesta fase os jogos so bastante utilizados.

    2) Flutuao capacidade que tem um corpo de se manter superfcie de um lquido sem nenhum auxlio. Os objetivos a atingir nesta fase so: imerso completa, imerso completa, mas prolongada, prova de flutuao, flutuao em decbito ventral e flutuao em decbito dorsal.

    3) Respirao objetivos desta fase: imerso completa com apnia, imerso completa, mas prolongada, respirao aqutica.

    4) Propulso a capacidade que tem o corpo de se locomover dentro da gua com os prprios recursos, depende do trabalho conjunto de pernas e braos. Os objetivos desta fase so: noo de propulso, propulso de pernas e propulso de braos.

    5) Mergulho elementar entrada na gua de diversas maneiras: sentado, em p, mergulhos.

    Para Palmer (1990) em A cincia do ensino da natao, antes de pensarmos qual atividade aqutica bsica vamos ensinar primeiro, devemos principalmente, reconhecer o fato de que, quando se entra na gua, entramos em um ambiente estranho, por isso, nossa primeira preocupao deve ser ensinar as pessoas a sobreviverem na gua. E diz ainda que, ser capaz de nadar um estilo bsico, no significa estar seguro na gua. O autor chega a concluso que existe algo mais na natao do que simplesmente saber nadar algum estilo e que por isso, devemos levar em considerao algumas atividades bsicas de locomoo na gua antes de ensinar os estilos mais formais. Segundo o autor, o ensino da natao dever ter a seguinte seqncia pedaggica quanto fase de adaptao: 1) Exerccios de confiana: o autor d vrias sugestes de brincadeiras onde o aluno ir realizar diversos movimentos dentro dgua como andar, correr e saltitar. Atravs dos jogos, o aluno aprender, subconscientemente a necessidade de dominar e tambm usar a resistncia natural da gua; 2) Flutuao: o autor descreve vrias maneiras de flutuao como: cogumelo (grupada com a cabea para baixo), pronada e supina; 3) Recuperao do p na posio pronada e supina: antes do aluno realizar diversos movimentos na parte rasa da piscina, o professor deve estar absolutamente seguro que seus alunos sejam capazes de recuperar a posio em p tanto da posio de costas (supina), como da posio frontal (pronada); 4) Impulso e deslizamento pronado e supino: os deslizamentos so remanescentes das posies normais da natao. O nadador adota uma posio estendida e aerodinmica

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    para um melhor resultado e alm disso, fundamental para a realizao das sadas e viradas. Portanto, importante que o aluno se habitue, desde o comeo, a estes movimentos; 5) Nado cachorrinho: o nado cachorrinho importante, pois faz com que o aluno, depois de ter passados pelas etapas anteriores, seja capaz de se sustentar com os ps elevados e avanando pela superfcie. Porm, antes de ensinar esse nado o professor deve estar seguro que seus alunos se sentem razoavelmente em casa na gua pois, mais importante que isto, o aluno saber como recuperar seus ps firmemente sobre o fundo aps uma atividade na piscina. Segundo o autor, o nado cachorrinho pode ser realizado de frente (decbito ventral) ou de costas (decbito dorsal).

    Em Pr-escola da natao Turchiari (1996), buscando uma natao consciente e segura, devemos ter extremo cuidado com a iniciao natao, respeitando-se a potencialidade de aprendizado da criana na faixa dos trs aos seis anos. Chama a iniciao de pr-escola de natao, e diz que tambm poder ser utilizada em adultos, adequando conforme a faixa etria. Essa fase um dos pontos mais importantes a serem desenvolvidos, a fim de que se realizem todas as suas possibilidades e caractersticas voltadas para a ambientao ao meio, alm de adquirir habilidades complementares e bsicas indispensveis para o desenvolvimento global em natao. O autor prope a seguinte seqncia:

    1o. Reconhecimento do ambiente externo e interno da piscina ambientao do local em que ir desenvolver-se a aprendizagem, tanto externa (ao redor da piscina) quanto ao meio lquido.

    2o. Entrada na piscina ensinar o aluno a entrar na piscina, assim como senti-la primeiramente com os ps e sentados na borda.

    3o. Reconhecimento da piscina conhecer as profundidades da piscina. 4o. Controle respiratrio conscientizao da respirao (entrada do ar nos pulmes

    dever ser feita pela boca inspirao e a sada pela boca, nariz ou ambos expirao). 5o. Contato com a gua exerccios utilizando a respirao para a adaptao a gua,

    podendo utilizar-se de materiais como canudos, copinhos, bolinhas de ping-pong para assoprar, etc.

    6o.Submergindo a cabea na gua o objetivo afundar totalmente a cabea na gua, pegar objetos no fundo da piscina um exerccio utilizado.

    7o. Flutuao em decbito ventral - assimilar a passagem da posio vertical (em p) horizontal (decbito ventral, deitado de barriga para baixo) retornando vertical.

    8o. Flutuao em decbito dorsal - assimilar a flutuao de costas. 9o. Deslocamento sem auxlio de apoio dos ps no fundo mediante exerccios de

    execuo simples e circulares com as mos, similares aos realizados pelos animais (ex.: cachorrinho, pedalar com as mos).

    10o.Adaptao e deslocamento em piscinas com maior profundidade fazer a adaptao e contato com profundidades variadas, desenvolve na criana uma maior auto confiana.

    Segundo Lima em Ensinando Natao (1999), a seqncia pedaggica para a aprendizagem dos estilos pode ser enumerada em cinco itens, alm disso, o autor descreve mais trs itens que devem ser levados em considerao na natao (saltos, sobrevivncia e salvamento).

    1) Adaptao ao meio lquido o professor deve explorar o mximo as fantasias, principalmente atravs de msicas. A msica tem como objetivos quebrar o gelo no

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    relacionamento entre aluno e o professor, o elo de comunicao entre ambos e motivao. A movimentao do aluno na gua atravs de pequenos jogos, msicas ou livremente, desde que no perca o contato com o fundo da piscina, tem como objetivos a procura de novas formas de adaptao, equilbrio e noo do espao que ocupa no meio lquido.

    2) Respirao geral a utilizao de msicas: material flutuante e exerccios como assoprar a gua so importantes, passando posteriormente para colocao do rosto e cabea na gua e procura de objetos no fundo da piscina. Os movimentos de flexo de pernas, braos para a lateral, realizados espontaneamente so importantes para a globalizao e futuros movimentos de pernas e braos.

    3) Flutuao ventral dorsal vertical lateral quando o aluno pratica a flutuao na realidade est percebendo e conhecendo o espao que o seu corpo ocupa no meio lquido. Quanto mais variamos o posicionamento do corpo melhor, tanto pra a percepo corprea quanto para o relaxamento. Pode-se utilizar fantasias colocando nomes como jacar, foguetinho, lancha. importante que o professor progressivamente faa com que o aluno sinta o espao que ocupa e a movimentao das pernas e mos para auxiliar o equilbrio e a sustentao do corpo. A presena do ar nos pulmes, motivo pelo qual o corpo flutua, poder ser incentivado atravs de brincadeiras como pegar objetos no fundo, passar entre arcos submersos, flutuao lateral ou imitao de cachorrinho durante um determinado tempo bloqueando a respirao.

    4) Propulso das pernas deslocamento livres ou exerccios com msica na posio vertical so importantes para a iniciao pernada. Exerccios na vertical desenvolvem a percepo global do movimento das pernas e a sensibilidade do aluno de sentir a perna toda movimentando e a presso dos ps, vencendo a resistncia da gua. Segundo o autor, dificilmente o aluno sente a presso nos ps quando nos primeiros movimentos preconizamos a posio horizontal. Saltos na vertical como os ps no fundo da piscina, poder dar noes aos alunos da pernada de peito. O importante criarmos exerccios diferentes da posio horizontal, mais difceis de executar e perceber, mais fcil o aluno executar o movimento de andar na posio de flutuao.

    5) Propulso dos braos segundo o autor, um dos exerccios que ele gosta de ministrar durante a fase do aprendizado da braada a movimentao das mos para os lados, atravs do afastamento lateral dos braos ou com variaes como afundar as mos e movimentando em todas as direes, lateral, para baixo ou para trs. Quando solicitamos aos alunos realizar onda na piscina, objetivamos a variao das mos nas diferentes posies. Saltos para a frente e mergulho empurrando a gua para baixo e para trs fazem com que o aluno tenha noo de resistncia da gua.

    6) Coordenao das pernas e dos braos. 7)Respirao especfica lateral frontal, 8)Coordenao das pernas/braos e respirao (nado completo) 9)Saltos - atividades bsicas do mergulho elementar, exerccios de saltar da borda,

    sentado ou em p, com objetivos de aprendera a saltar. 10) Sobrevivncia: ensinar os alunos a flutuar num lugar mais fundo do que a sua

    estatura durante um tempo determinado. Flutuao nas diferentes posies, como vertical, horizontal e dorsal. Nadar e alterar as posies. Por exemplo: 10 metros de crawl, 05 metros de costas, 10 crawl. Deslocar-se na gua com colete salva-vidas, de roupa. Levar os alunos a locais com maior profundidade ou nadar no mar, rios, lagos etc. Sempre com critrios e sob a orientao dos professores.

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    11) Salvamento: ensinar regras bsicas de salvamento, como noes sobre profundidade, correntezas dos rios e praias, aprender a nadar com nadadeiras e flutuadores (auxiliar no salvamento). Noes sobre transporte e tcnicas respiratrias, desobstruo das vias respiratrias.

    Segundo o livro Natao Animal de Andries Jr (2002), executar os nados da natao, ou seja, crawl, costas, peito e borboleta conseqncia de uma boa relao com o meio aqutico. Fatores como dominar, respirar, flutuar e ter uma boa movimentao na gua so essenciais para nadar os estilos. Quanto mais experincias de adaptao forem vivenciadas por um aluno que est iniciando, maiores sero as possibilidades de ele desenvolver sua tcnica desportiva ou simplesmente ter uma relao de prazer com a gua. Segundo o autor, estar adaptado ao novo meio significa relacionar-se com ele, ou seja, entrar na gua, envolver-se com ela, aproveitando principalmente o que ela oferece como situaes de flutuabilidade. Para tanto necessrio incorporar novos mecanismos de respirao e de locomoo, bem como diversificar as maneiras de entrar neste meio. Portanto, por ser um processo pedaggico, o autor divide a fase de iniciao ao nadar em etapas: primeiros contatos com a gua, respirao, flutuao, propulso e entrada na gua. Com o objetivo de encarar a natao com um processo ldico, e para romper com conceitos formais e mecanicistas, relaciona as etapas da aprendizagem com nomes de animais, criando personagens em cada etapa e, dessa forma, tornar o processo de aprendizagem mais alegre e prazeroso. Ainda segundo o autor, necessrio distinguirmos as estratgias que sero utilizadas com os adultos, das estratgias que ser