Apostila Língua Portuguesa V

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   Apostila 1 - Língua Portuguesa V  Professora: Mariana Marcelino Silva Página 1  Apostila de L íngua Port uguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA CESB  CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO BRASIL É permitida a reprodução apenas para fins didáticos, desde que citada a fonte.  APOSTILA 1 LÍNGUA PORTUGUESA V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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ATIVIDADES PARA ENSINO SUPERIOR

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  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

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    APOSTILA 1

    LNGUA

    PORTUGUESA V

    PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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    1. CONTEDO PROGRAMTICO

    Janeiro Histria da Lngua Portuguesa

    Fevereiro Histria da Lngua e Ortografia da Lngua Portuguesa ( Seminrio 11 e 25)

    Maro

    Constituio do Lxico Portugus

    Filologia Romnica

    Abril Fonologia

    N1-13 a 14 de abril

    Maio Morfologia e Sintaxe

    Semana Acadmica 18 a 22 de maio.

    Junho Leitura e anlise de textos arcaicos.

    N2 - 16 a 22 de junho.

    EMENTA

    Lngua Portuguesa V

    Ementa: Histria da lngua portuguesa: a formao da lngua portuguesa; histria externa e histria interna;

    histria da ortografia portuguesa, constituio do lxico portugus. Filologia romnica: abordagem

    diacrnica da fonologia, da morfologia e da sintaxe; leitura e anlise de textos arcaicos.

    Bibliografia

    Bsica:

    ALI, Manuel Said. Gramtica secundria e gramtica histrica da lngua portuguesa. Braslia: UNB, 1964.

    AZEREDO, JOS C. Fundamentos da gramtica do portugus. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.

    COUTINHO, Ismael Lima. Gramtica histrica. 6 Ed. Rio de Janeiro: Liv. Acadmica, 1973.

    Complementar:

    NUNES, M. H. de Moura. A gramtica: Histria, teoria e anlise, ensino. So Paulo: UNESP, 2002.

    SILVA NETO, Serafim da. Histria ao estudo da filosofia portuguesa. 3 Ed. Rio de Janeiro: Presena/MEC

    1979.

    TEYSSIER, Paul. Histria da lngua portuguesa. Lisboa: S da Costa, 1982.

    PERINI, Mario A. Gramtica descritiva do portugus. So Paulo: tica, 2000.

    . Sofrendo a gramtica. So Paulo: tica, 2001.

    SILVA, Maria Ceclia P. de. Lingstica aplicada ao portugus: morfologia. 4 Ed. So Paulo. Cortez, 1987.

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    Apostila contm atividades que devero ser realizadas e entregues professora para correo,

    podendo ser de carter individual ou coletivo, conforme constam as datas.

    Seminrios devero ser apresentados e entregues uma cpia do trabalho escrito com as normas

    da ABNT 2014.

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    Histria da Lngua Portuguesa

    O Perodo Pr-Romnico

    A origem das palavras

    Sobre a origem do latim e outras lnguas, Jones, magistrado e orientalista ingls, comparou

    a escrita snscrita, antiga lngua da costa sacerdotal dos brmanes e notou semelhanas entre a

    lngua latina e grega. O latim e o grego eram falados em regies prximas, esses povos estiveram

    em intenso contato durante sculos, principalmente por motivos comerciais. Jones props a partir

    das observaes que o snscrito, o latim e o grego e outros idiomas tivessem sido originadas de

    uma lngua comum, o que foi designado por ele de lngua me.

    Os estudos de Jones sobre a origem das lnguas suscitou enormes estudos no ramo da

    linguagem, entre eles se destacaram a lingustica histrica e comparativa que resultaram no sculo

    XX o surgimento da lingustica estruturalista. A lngua me sugerida por Jones como a concebidora

    de outras lnguas foi designado por ele de indo europeu, por causa da sua abrangncia nos

    territrios europeus e asiticos.

    A origem do latim indo-europia. Seus primeiros registros documentados so do sculo 7

    a.C., era uma lngua falada pelos povos da Roma antiga. Com a queda do imprio romano, a

    lngua antes aprendida pelos povos tornou-se livre e acabou por d origem as lnguas neolatinas,

    entre elas o portugus.

    O latim era a lngua falada no Lcio (Latium), regio central da Itlia, onde fica a cidade de

    Roma. Mas no era a nica lngua falada na pennsula itlica, onde tambm se falava o osco, o

    umbro, o etrusco e tambm o grego. No entanto, o latim prevaleceu sobre as demais, ajudado

    pelas grandes conquistas militares dos romanos.

    O latim, enquanto idioma existia desde os tempos pr-histricos, porm foi a partir do sculo

    III a.C. que passou a adquirir uma forma literria, construindo-se aos poucos uma gramtica com

    regras explcitas, cuja consolidao se deu por volta do sculo I a.C., que considerado o perodo

    clssico do latim.

    Quando nos referimos ao latim clssico, estamos nos referindo ao latim da poca de Ccero,

    Csar, Sneca, ou seja, ao da poca do apogeu do imprio romano. No entanto, ao lado desta

    lngua erudita, castia, falada e escrita pelas pessoas letradas, havia o latim popular, que assumia

    formas mais livres e sem a preciso das regras gramaticais, falada pelas pessoas do povo e,

    principalmente, pelos soldados romanos, que participavam das guerras de conquistas.

    Foi desta lngua popular, no confronto com outros idiomas falados nas diversas localidades

    por onde passou o rolo compressor das legies romanas, que se originaram as lnguas romnicas,

    dentre elas, o portugus, o espanhol, o francs, o italiano.

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    O Perodo Romnico

    Lngua Portuguesa - Vida e Dinamismo

    Fernando Pessoa

    O perodo romnico

    O processo de formao e consolidao das lnguas romanas est profundamente ligado ao

    histrico da expanso da nao portuguesa, atravs dos seus domnios territoriais e lingusticos,

    impondo a sua supremacia lingustica aos povos dominados e expondo a sua lngua coloquial a

    interaes sociais com diferentes culturas e s diversas situaes, favorecendo o seu

    enriquecimento varivel, culminando nos diferentes Romanos e lnguas neolatinas, como o

    Catalo, o Castelhano e o Galego Portugus.

    Embora a Pennsula Ibrica fosse habitada desde muito antes da ocupao romana,

    pouqussimos traos das lnguas faladas por estes povos persistem no portugus moderno.

    Frases em Romance

    Allegra - Ol

    Co vai? - Como vai?

    Fa plaschair - Prazer em conhec-lo(a)

    Bun di - Bom dia

    Buna saira - Boa tarde/noite (quando

    se chega)

    Buna notg - Boa noite (despedida)

    A revair - Adeus, tchau

    A pli tard - At mais

    I ma displascha - Desculpe-me

    Perdunai - D licena

    Per plaschair - Por favor

    Grazia fitg - Muito obrigado

    Anzi - De nada

    Gratulazions - Parabns

    Bun cletg - Boa sorte

    Ils quants oz? - Que dia hoje?

    Quants onns has ti? - Quantos anos voc

    tem?

    Exemplo da diferena e mudanas na linguagem, veja o Texto da orao do Pai Nosso.

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    A lngua portuguesa, que tem como origem a modalidade falada do latim, desenvolveu-se

    na costa oeste da Pennsula Ibrica (atuais Portugal e regio da Galiza, ou Galcia) includa na

    provncia romana da Lusitnia. A partir de 218 a.C., com a invaso romana da pennsula, e at o

    sculo IX, a lngua falada na regio o romance, uma variante do latim que constitui um estgio

    intermedirio entre o latim vulgar e as lnguas latinas modernas (portugus, castelhano, francs,

    etc.).

    Representao das conquistas e desenvolvimento do idioma.

    Durante o perodo de 409 d.C. a 711, povos de origem germnica instalam-se na Pennsula

    Ibrica. O efeito dessas migraes na lngua falada pela populao no uniforme, iniciando um

    processo de diferenciao regional. O rompimento definitivo da uniformidade lingustica da

    pennsula ir ocorrer mais tarde, levando formao de lnguas bem diferenciadas. Algumas

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    influncias dessa poca persistem no vocabulrio do portugus moderno em termos

    como roubar,guerrear e branco.

    A partir de 711, com a invaso moura da Pennsula Ibrica, o rabe adotado como lngua

    oficial nas regies conquistadas, mas a populao continua a falar o romance. Algumas

    contribuies dessa poca ao vocabulrio portugus atual so arroz, alface, alicate e refm.

    No perodo que vai do sculo IX (surgimento dos primeiros documentos latino-portugueses)

    ao XI, considerado uma poca de transio, alguns termos portugueses aparecem nos textos em

    latim, mas o portugus (ou mais precisamente o seu antecessor, o galego-portugus)

    essencialmente apenas falado na Lusitnia.

    Escrito no Galego

    Texto Em Galego

    SEIS LUARES TRISTES

    PARA FEDERICO GARCA

    LORCA

    Olla a choiva pol-a ra,

    laio de pedra e cristal.

    Alta e fermosa luz

    escava pedra no vidro

    ausencia de labaradas

    dunha noite no Vilar

    e a La remoe musgo

    en pingas de soidade.

    Choiva de plenitudes,

    en dilogo coa noite,

    tece a tmera aurora

    No ardor de Compostela

    os ecos da pedra xemen

    e danza o luar na fraga

    con brtemas sosegadas

    en noite de crislidas.

    Pol-a testa de Galicia

    xa ven salaiando a i-alba.

    Xa ven cargada de alma

    con briosos gladolos

    e perfumada de la nova.

    Polos cumes de Galiza,

    vacas de prata e ncara

    baixan coa brtema na

    e a Virxe da Barca leva

    manto de bblico lio,

    mestura de terra e auga.

    Os bois levan na barca

    liso ouro de tempestade

    e a Galiza esperanzada,

    en sa atalaia mxica,

    cbrena sombras pags.

    Sauces e cabalos nos

    creban o vidro das goas.

    A melancola cabalga e leva

    a Ramn de Sismundi

    enriba,

    e no ro da Prata sinte

    danzar dentro dos ollos

    o lume boreal da alma

    da vida maltreita e fra.

    Triste Ramn de Sismundi

    busca un manto de xustiza

    e atopa nboas aterecidas,

    ilusins que se lle apagan

    en sas verbas acendidas.

    Nas ras de Buenos Aires,

    Galiza, leva nos ollos a la

    e bate nas portas e vaise.

    Agoa despenada baixa da

    la

    cobrindo de lirios a montana

    na.

    Era a la despeiteada

    debruzndose sobre o mar

    bagoas sobre o morto tecen

    as noites en soidade.

    Corpo de fbula e mirto,

    leva mortallas de nquel

    ungentos de terra nobre,

    mollado de poro en poro.

    Ai meu irmn afogado

    levas o luar na caluga,

    o sol fascina teu rostro,

    como un regato extraviado.

    Sempre vence a quen muda

    a vida, a morte sen atavos.

    Cabelos que van ao mar

    onde as nubens teen seu

    ntido pombal.

    Texto adaptado

    (Barcelona, 16 de setembro

    de 2006)

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    TEXTO EM PORTUGUS

    SEIS LUARES TRISTES

    PARA FEDERICO GARCA

    LORCA

    Traduo de Aricy

    Curvello

    Olla a choiva pol-a ra,

    laio de pedra e cristal.

    A alta e formosa luz

    escava pedra no vidro,

    ausncia de labaredas

    duma noite no Vilar

    e a Lua remi musgo

    em gotas de saudade.

    Chuva de plenitudes,

    em dilogo coa noite,

    tece a tmera aurora.

    No ardor de Compostela

    os ecos da pedra gemem

    e dana na rocha o luar

    com nvoas sossegadas

    em noite de crislidas.

    Pol-a testa de Galicia

    xa ven salaiando a i-alba.

    J vem carregada de alma

    com briosos gladolos

    e perfumada de lua nova.

    Pelos cumes da Galcia,

    vacas de prata e de ncar

    baixam coa nvoa nua

    e a Virgem da Barca leva

    manto de bblico linho,

    mistura de terra e gua.

    Os bois levam na barca

    liso ouro de tempestade

    e a Galcia esperanada,

    em sua atalaia mgica,

    cobrem-na sombras pags.

    Sauces e cabalos nos

    creban o vidro das goas.

    A melancolia cavalga e leva

    Ramn de Sismundi em

    cima,

    e no rio da Prata sente

    danar dentro dos olhos

    o lume boreal da alma

    da vida maltratada e fria.

    Triste Ramn de Sismundi,

    busca um manto de justia

    e encontra nvoas hirtas de

    frio,

    iluses que se lhe apagam

    em suas palavras acesas.

    Nas ruas de Buenos Aires,

    Galcia, leva nos olhos a lua

    e bate nas portas e vai-se.

    Agoa despenada baixa da

    la

    cobrindo de lirios a montana

    na.

    Era a lua despeitada

    debruando-se sobre o mar,

    lgrimas sobre o morto

    tecem

    as noites em saudade.

    Corpo de fbula e mirto,

    leva mortalhas de nquel,

    ungentos de terra nobre,

    molhado de poro em poro.

    Ai meu irmo afogado,

    levas na nuca o luar,

    o sol fascina teu rosto,

    como un regato extraviado.

    Sempre vence a quem

    muda

    a vida, a morte sem atavios.

    Cabelos que van ao mar

    onde as nubens teen seu

    ntido pombal.

    Trotai. Galopai, cavalos,

    com desejos em tempo

    enxuto,

    prodgios em altas esferas

    custodiam abbodas

    luarentas.

    A noite alvoroa os galhos,

    no prtico de somas e

    delrios,

    Galcia seu rosto mostra

    perfumado de cardos e

    lrios.

    Ai Rosala! Briosa senhora,

    fala-te Federico Garcia,

    o que mataram com

    perfdia,

    em Granada de cmaros

    verdes.

    A lua dos teus cabelos

    enxuga profanadas

    lgrimas.

    Nai: a la, a la

    na Quintana dos mortos.

    Quem bate na Berenguela?

    a lua bebendo sombras

    em murchas oliveiras.

    (Barcelona, 16 de

    setembro de 2006)

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    A ESSNCIA PEGVEL

    "A vida em forma de onda, o trajeto de vida de um ser, onde h o incio, sua continuao,

    ora por cima, ora por baixo, vivendo alegrias ou tristezas, os altos e os baixos da vida..e o

    FIM.. o ponto final..a onda que se quebra!! Pegadas diferentes ao decorrer, evoluo do

    homem, evoluo da vida. O diferente se expressa no individual, mas no ponto final, um

    mesmo fim para todos; desigualdade no decorrer, e no fim, o IGUAL. As pegadas nada mais

    so do que a vida pegvel, as marcas de uma evoluo.

    http://menteliteraria.blogspot.com/2007_09_01_archive.html

    A ESSNCIA TRANSFORMACIONAL

    AVIDA em forma de onda, o trajeto de vida de uma lngua, onde h O

    INCIO, sua CONTINUAO, ora por cima, ora por baixo, vivenciando estudos e pesquisas,

    os altos e baixos da sua trajetria, sem FIM, sem ponto final, uma onda que se QUEBRA e

    se REFORMA! Pegadas diferentes ao decorrer, EVOLUO do HOMEM, evoluo da

    LNGUA. O DIFERENTE se expressa no individual, mas na proposta apresentada, um mesmo

    fim para todos; transformaes no decorrer, e no

    fim, O IGUAL DIFERENCIADO, porm COMPREENDIDO, da lngua NATURAL. AS

    PEGADAS, nada mais so do que a LNGUA PEGVEL, GERADORA de outras lnguas e as

    suas marcas de uma evoluo TRANSFORMACIONAL.

    Adaptado por: Moiss Carneiro

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    LNGUAS ROMNICAS

    Encontram-se agrupadas sob a designao de lnguas romnicas todas aquelas que tiveram a

    sua origem no Latim, em particular no Latim Vulgar, e a partir dele evoluram.

    Como j referimos, a partir do sculo V, motivado pela invaso dos povos brbaros a unidade

    lingustica desfez-se, dando origem a diferentes falares, os romances, que correspondiam

    contaminao do latim vulgar por diversos substratos e superstratos. Estes romances constituam

    diferentes formas de falar intermdias entre o Latim Vulgar e as lnguas romnicas atuais.

    Entre os romances que se formaram entre o sculo V e o sculo X, temos o castelhano, o

    leons, o galo-provenal, o romance lusitnico, do qual o portugus um prolongamento.

    So dez as lnguas neolatinas:

    __ PORTUGUS: falado em Portugal, Ilhas, frica, sia e Brasil;

    __ ESPANHOL: falado em Espanha, nas suas (ex-)colnias, na Amrica Latina, etc.;

    __ ITALIANO: falado em Itlia, Crsega e Siclia;

    __ FRANCS: falado na Frana, Blgica, Suia, Mnaco, Canad, Tunsia, Marrocos, Congo,

    Guin;

    __ ROMENO ou valquio: falado na Romnia e ao Norte da Macednia (Grcia);

    __ RTICO: tambm chamado reto-romano, romanche e ladino, falado no Tirol, no Friul e no

    canto dos Grises (Sua);

    __ GALEGO: falado na Galiza;

    __ PROVENAL: falado na Provena (Sul de Frana);

    __ CATALO: falado na Catalunha e nas Ilhas Baleares;

    __SARDO: falado na sardenha;

    __ DALMTICO: at aos finais do sculo passado (1808), encontrava-se na Dalmcia, regio

    da Jugoslvia. Atualmente uma lngua morta.

    Etimologicamente: LUSO-FON-IA

    LUSO- do latim, lusu- relativo a lusitano, portugus, relativo a Portugal.

    A Lusitnia era uma das trs provncias romanas da Hispnia (Pennsula Ibrica) que correspondia

    ao que hoje o Sul do Douro em Portugal e Estremadura espanhola. Os lusitanos eram um dos

    povos que habitavam esse territrio na poca pr-romana; sendo considerados os descendentes

    de uma legendria personagem chamada Luso.

    FON- do grego "som"; "voz"; "palavra"; lngua

    -IA: sufixo de origem grega que se emprega sobretudo com substantivos abstratos, derivados de

    adjetivos e que designam uma qualidade ou defeito, ou a capacidade ou um estado.

    Assim sendo, lusofonia, quer dizer, etimologicamente, a qualidade abstrata do lusfono que tem a

    capacidade de falar a lngua dos lusos ou lusadas ou portugueses.

    Lingustica e Culturalmente:

    A palavra lusofonia designa tambm uma comunidade lingustica ou uma comunidade de todos os

    indivduos que tm em comum a lngua portuguesa e que, atravs dela, partilham aspetos culturais

    comuns. Assim, pode falar-se de uma lusofonia mundial. Mais ou menos integrados nesta

    comunidade estaro os que falam Portugus como lngua segunda ou estrangeira.

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    Geogrfica e Sociopoliticamente:

    A palavra Lusofonia designa o conjunto dos oito pases que tm a lngua portuguesa como lngua

    oficial. Mas, de certo modo, os emigrantes portugueses ou os lusfonos, de outros pases no

    oficialmente lusfonos, pertencem comunidade lusfona, uma vez que essa dispora mantm a

    cidadania do pas de origem.

    Historicamente:

    A Lusofonia, em todas as suas dimenses, pode e deve ser estudada numa perspectiva histrica:

    as origens, o passado, o presente e o futuro.

    Mas, vejamos alguns vocbulos importantes que tive o prazer de recolher do Dicionrio de Lngua

    Portuguesa, Oitava Edio, 1999, Porto Editora:

    LUSADA: adj. e subst., masc. e fem.

    :descendente de Luso, suposto fundador da

    famlia lusitana; lusitano; portugus

    LUSIFICAR: v. tr. tornar luso; aportuguesar

    LUSITNIA: uma das trs provncias em que

    os Romanos dividiram a Pennsula Ibrica;

    Portugal

    LUSITANIDADE: subs. fem. qualidade de ser

    portugus

    LUSITANISMO: subst. masc. palavra ou

    locuo genuinamente portuguesa; hbitos

    prprios dos Lusitanos

    LUSITANISTA: adj masc. ou fem. aquele ou

    aquela que estuda ou se especializa em

    lngua, literatura e cultura lusitanas; aquele

    que muito afeioada ao portugus lusitano,

    aos portugueses ou a Portugal.

    LUSITANO: A) adj. relativo a Lusitnia B)

    subst. masc. natural ou habitante da Lusitnia

    (Portugal); portugus

    LUSO: adj. e subst. masc. lusitano;

    portugus; lusada

    LUSO: elemento de formao de palavras

    que exprime a ideia de lusitano, portugus;

    relativo a Portugal

    LUSO-AFRICANO: adj. que diz respeito a

    Portugal e a frica

    LUSO-BRASILEIRO: adj. relativo a Portugal e

    ao Brasil

    LUSO-CASTELHANO: adj. relativo a Portugal

    e a Castela; designao de um sistema de

    serras da Pennsula Ibrica que, em Portugal,

    fica entre os rios Mondego e Tejo, tambm

    chamado Sistema Central Divisrio

    LUSO-DESCENDENTE: subst. 2 g. indivduo

    com ascendncia portuguesa

    LUSOFILIA: subst. fem. qualidade de lusfilo

    LUSFILO: adj. e subst.masc. amigo de

    Portugal ou dos Portugueses

    LUSOFOBIA: subst. fem. qualidade de

    lusfobo

    LUSFOBO: adj. e subst. masc. que designa

    aquele que inimigo de Portugal ou dos

    Portugueses

    LUSOFONIA: subst. fem. conjunto das

    identidades culturais existentes entre os oito

    pases de lngua oficial portuguesa;

    CONJUNTO DOS FALANTES DE

    PORTUGUS

    LUSFONO: adj. e subst. masc. do pas ou

    do povo, cujo lngua oficial o portugus.

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    Para alm do Portugus, lngua oficial dos vrios pases lusfonos, so significativamente faladas muitas outras lnguas nos territrios considerados lusfonos. Em Angola existem 41 lnguas vivas, das quais as mais faladas so: o umbundu (38% da populao), o quimbundo (25 % ), o quicongo (13 %), o chocue, ombundo e o oxikuanyama. No Brasil, somente 14 % da populao tem uma lngua materna a outra que o Portugus 100% falado no pas de acordo com os dados da pesquisa das taxas de alfabetizao em cada pas: base em estimativas da CIA e UNESCO., mas existem 192 lnguas vivas como o coroado (18 000 falantes), tereno (15 000), ticuna (12 000), etc.

    Na poca do descobrimento, estimado que se falavam mais de mil idiomas no Brasil.

    Atualmente, esses idiomas esto reduzidos a 180 lnguas.6 7 Das 180 lnguas, apenas 24, ou 13%,

    tm mais de mil falantes; 108 lnguas, ou 60%, tm entre cem e mil falantes; enquanto que 50

    lnguas, ou 27%, tm menos de 100 falantes e metade destas, ou 13%, tm menos de 50 falantes,

    o que mostra que grande parte desses idiomas esto em srio risco de extino.8

    Em Cabo Verde fala-se o cabo-verdiano, crioulo de base lexical portuguesa, que se compe

    de dois dialetos: o sotavento (65 % da populao) e o barlavento (35 %). Na Guin-Bissau uma

    grande percentagem da populao fala os crioulos de base lexical portuguesa que possuem dois

    dialetos: o de Bissau e o de Cacheu, para alm de 18 lnguas vivas, lnguas africanas, como o

    balanda, o peul , o manjaco, etc.

    Em Moambique existem cerca de quarenta lnguas vivas, as principais o macua (13 % da

    populao), o Tonga (8 %), o lomue (6 % ), etc.

    Em So Tom e Prncipe, alm do portugus, falam-se trs lnguas: o so-to-mense (ou

    forro), o angolar (ou monc) e o principense, todas elas crioulos de base lexical portuguesa.

    Finalmente, em Timor-Leste a lngua nacional, a par do portugus o tetum, mas tambm

    existem outras 19 lnguas locais, como o mambai, macasai, o ema, etc.

    Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa (acrnimo PALOP) a expresso usada como

    referncia aos pases africanos que tm a lngua portuguesa como oficial. So eles: Angola, Cabo

    Verde, Guin-Bissau, Moambique e So Tom e Prncipe, alm da Guin Equatorial, que adotou o

    idioma recentemente.

    Estes pases vm firmando protocolos de Cooperao Internacional para o

    Desenvolvimento com vrios pases e organizaes nos campos

    da cultura, educao, economia, diplomacia e preservao da lngua portuguesa. Um exemplo o

    Projeto Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Judicirio cofinanciado pelo governo portugus.1

    Est em processo de estudo e discusso para a criao do "Escudo PFL", uma moeda nica para

    esses pases e Timor-Leste, o nico pas lusfono da sia, que desde 1999 adota o dlar

    estadunidense como sua moeda oficial.2 Escudo era o nome da moeda de Portugal entre 1911 e

    2002, a sigla "PFL" seria o acrnimo de "Pacto Financeiro Lusfono".

    A ideia de criao de uma comunidade de pases e povos que partilham a Lngua

    Portuguesa naes irmanadas por uma herana histrica, pelo idioma comum e por uma viso

    compartilhada do desenvolvimento e da democracia foi sonhada por muitos ao longo dos tempos.

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

    Pgina 13 Apostila de Lngua Portuguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

    CESB CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO BRASIL

    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    Em 1983, no decurso de uma visita oficial a Cabo Verde, o ento ministro dos Negcios

    Estrangeiros de Portugal, Jaime Gama, referiu que: "O processo mais adequado para tornar

    consistente e descentralizar o dilogo tricontinental dos sete pases de lngua portuguesa

    espalhados por frica, Europa e Amrica seria realizar cimeiras rotativas bienais de Chefes de

    Estado ou Governo, promover encontros anuais de Ministros de Negcios Estrangeiros, efetivar

    consultas polticas frequentes entre diretores polticos e encontros regulares de representantes na

    ONU ou em outras organizaes internacionais, bem como avanar com a constituio de um

    grupo de lngua portuguesa no seio da Unio Interparlamentar".

    O processo ganhou impulso decisivo na dcada de 90, merecendo destaque o empenho do

    ento Embaixador do Brasil em Lisboa, Jos Aparecido de Oliveira. O primeiro passo concreto no

    processo de criao da CPLP foi dado em So Lus do Maranho, em Novembro de 1989, por

    ocasio da realizao do primeiro encontro dos Chefes de Estado e de Governo dos pases de

    Lngua Portuguesa - Angola,Brasil, Cabo_Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So

    Tom e Prncipe, a convite do Presidente brasileiro, Jos Sarney. Na reunio, decidiu-se criar o

    Instituto Internacional da Lngua Portuguesa (IILP), que se ocupa da promoo e difuso do

    idioma comum da Comunidade.

    Em Fevereiro de 1994, os sete ministros dos Negcios Estrangeiros e das Relaes

    Exteriores, reunidos pela segunda vez, em Braslia, decidiram recomendar aos seus Governos a

    realizao de uma Cimeira de Chefes de Estado e de Governo com vista adoo do ato

    constitutivo da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa.

    Os ministros acordaram, ainda, no quadro da preparao da Cimeira, a constituio de um

    Grupo de Concertao Permanente, sedeado em Lisboa e integrado por um alto representante do

    Ministrio dos Negcios Estrangeiros de Portugal (o Director-Geral de Poltica Externa) e pelos

    Embaixadores acreditados em Lisboa (nica capital onde existem Embaixadas de todos os pases

    da CPLP).

    Relativamente s vrias vertentes do processo de institucionalizao da CPLP, o Grupo

    analisou em substncia a cooperao existente entre os Sete e a concertao a estabelecer.

    Foram abordadas, de forma aprofundada, reas como a concertao poltico-diplomtica, a

    cooperao econmica e empresarial, a cooperao com organismos no governamentais e a

    entrada em funcionamento do IILP. O resultado desse trabalho encontra-se consolidado em dois

    documentos, adaptados posteriormente na Cimeira Constitutiva:

    (a) Declarao Constitutiva;

    (b) Estatutos da Comunidade (reviso de 2007);

    Os sete Ministros voltaram a reunir-se em Junho de 1995, em Lisboa, tendo reafirmado a

    importncia para os seus pases da constituio da CPLP e reiterado os compromissos assumidos

    na reunio de Braslia. Nessa ocasio, validaram o trabalho realizado pelo Grupo de Concertao

    Permanente (que passou a denominar-se Comit de Concertao Permanente) e concordaram em

    recomendar a marcao da Cimeira para o final do primeiro semestre de 1996, em Lisboa,

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

    Pgina 14 Apostila de Lngua Portuguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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    fazendo-a preceder de uma reunio ministerial em Abril do mesmo ano, em Maputo. A 17 de Julho

    de 1996, em Lisboa, realizou-se a Cimeira de Chefes de Estado e de Governo que marcou a

    criao da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP), entidade reunindo Angola,

    Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So Tom e Prncipe. Seis anos mais

    tarde, em 20 de Maio de 2002, com a conquista de sua independncia, Timor-Leste tornou-se o

    oitavo pas membro da Comunidade. Depois de um minucioso processo de adeso, em 2014, a

    Guin Equatorial tornou-se o nono membro de pleno direito.

    A reunio deste grupo de Estados situados em 4 Continentes e englobando mais de 230

    milhes de pessoas consolidou uma realidade j existente, resultante da tradicional cooperao

    Portugal-Brasil e dos novos laos de fraternidade e cooperao que, a partir de meados da dcada

    de 1970, se foram criando entre estes dois pases e as novas naes de lngua oficial portuguesa.

    A institucionalizao da CPLP traduziu, assim, um propsito comum: projetar e consolidar, no plano

    externo, os especiais laos de amizade entre os pases de lngua portuguesa, dando a essas

    naes maior capacidade para defender seus valores e interesses, calcados sobretudo na defesa

    da democracia, na promoo do desenvolvimento e na criao de um ambiente internacional mais

    equilibrado e pacfico.

    A CPLP assume-se como um novo projeto poltico cujo fundamento a Lngua Portuguesa, vnculo

    histrico e patrimnio comum dos Nove que constituem um espao geograficamente

    descontnuo, mas identificado pelo idioma comum. Esse fator de unidade tem fundamentado, no

    plano mundial, uma atuao conjunta cada vez mais significativa e influente. A CPLP tem como

    objetivos gerais a concertao poltica e a cooperao nos domnios social, cultural e econmico.

    Para a prossecuo (continuao) desses objetivos a Comunidade tem promovido a coordenao

    sistemtica das atividades das instituies pblicas e entidades privadas empenhadas no

    incremento da cooperao entre os seus Estados-membros.

    As aes desenvolvidas pela CPLP tm objetivos precisos e traduzem-se em diretivas concretas,

    voltadas para sectores prioritrios, como a Sade e a Educao, a Segurana Alimentar e o

    Ambiente, entre outros domnios. Para tal, procura-se mobilizar interna e externamente esforos e

    recursos, criando novos mecanismos e dinamizando os j existentes.

    Neste esforo, so utilizados no apenas recursos cedidos pelos governos dos pases membros,

    mas tambm, de forma crescente, os meios disponibilizados atravs de parcerias com outros

    organismos internacionais, organizaes no-governamentais, empresas e entidades privadas,

    interessadas no apoio ao desenvolvimento social e econmico dos pases de lngua portuguesa.

    No tocante concentrao poltico-diplomtica, tem-se dado expresso crescente aos interesses e

    necessidades comuns em organizaes multilaterais, como, por exemplo, a ONU, a FAO e a OMS.

    Os pases que integram os PALOP (Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa) so: Angola,

    Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique e So Tom e Prncipe. A Comunidade dos Pases de

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

    Pgina 15 Apostila de Lngua Portuguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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    Lngua Portuguesa (CPLP), para alm daqueles pases africanos, tem como membros Portugal,

    Brasil e Timor Leste.

    A CPLP tem como objetivos gerais a concentrao poltica e a cooperao nos domnios social,

    cultural e econmico. Por meio dessa Comunidade, seus estados membros pretendem

    empreender, conjuntamente, iniciativas voltadas para a promoo do desenvolvimento dos seus

    povos, a afirmao e divulgao crescente da Lngua Portuguesa e o reforo da presena dos Oito

    no cenrio internacional. Os objetivos dos PALOP centram-se mais em aspetos de solidariedade

    social e na definio de um espao, em frica, marcado por um fato histrico comum: o terem sido

    pases colonizados por Portugal.

    Datas de descobrimento de cada pas lusfono:

    Pas Data da Descoberta

    Angola ( Rio Zaire): 1484

    Brasil: 1500

    Cabo Verde: 1460

    Guin-Bissau: 1446

    Moambique:

    Passagem de Vasco da Gama:

    Fundao da primeia povoao

    portuguesa - Sena :

    1497

    1530

    So Tom e Prncipe: 1470

    Timor: 1512

    Datas da declarao da independncia e do respetivo reconhecimento, de cada pas

    lusfono:

    Angola: 11 de novembro de 1975

    Brasil: 7 de dezembro de 1822, reconhecida, por Portugal, em 29 de

    agosto de 1825

    Cabo Verde 5 de julho de 1975.

    Guin-

    Bissau:

    24 de setembro 1973, reconhecida, por Portugal, em 10 de

    setembro 1974

    Moambique 25 de junho de 1975

    Portugal: 1139, D. Afonso Henriques, o conquistador ganha a Batalha

    de Ourique onde vence cinco reis mouros e passa a usar o

    ttulo de rei.

    1143, Tratado de Zamora no qual o rei de Castela e Leo,

    Afonso VII, reconhece a independncia de Portugal.

    1179, a Igreja Catlica reconhece, formalmente, a realeza de

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

    Pgina 16 Apostila de Lngua Portuguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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    Afonso Henriques e Portugal como pas independente.

    So Tom e Prncipe 12 de julho de 1975

    Timor: 28 de novembro de 1975, declarao unilateral por parte da

    Fretilin e interrompida pela invaso ilegal e violenta em 7 de

    dezembro de 1975, por parte do pas vizinho, a Indonsia e

    tornando-se, em julho de 1976, numa provncia deste pas

    que, assim, ocupou, ilegitimamente, o territrio durante

    cerca de vinte e cinco anos.

    Em 30 de agosto de 1999 houve um Referendo

    supervisionado pela ONU em que o povo timorense votou

    com uma larga maioria o desejo de se tornar independente

    da Indonsia.

    Timor, viu declarada e reconhecida pela ONU a sua

    independncia, em 20 de maio de 2002.

    Comparativo dos dados sobre os 8 pases lusfonos, escolhi o ndice de alfabetizao como

    elemento de anlise.

    Os dados foram colhidos numa populao de indivduos maiores de 15 anos, capazes de ler e

    escrever.

    Segundo os dados colhidos nos stios internet na Unesco http:portal.unesco.org ,

    www.africamente.com e www.guiadelmundo.org.uk , os pases apresentam os ndices seguintes:

    Angola tem um total de 66,8% de indivduos alfabetizados, sendo 82,1% homens e 53,8%

    mulheres.

    Cabo Verde tem um ndice de 75,7%, com 85,4% de homens e 68% de mulheres.

    A Guin-Bissau apresenta um ndice de 53,9%, com 67,1% de homens e 40,7% de

    mulheres.

    Por sua vez, Moambique indica a percentagem mais baixa dos pases lusfonos : 46,5%,

    com 62,3% de homens e 31,4% de mulheres.

    So Tom e Prncipe apresenta um ndice mais elevado dos pases lusfonos africanos :

    73%, com 85% de homens e 62% de mulheres.

    O Brasil tem o segundo ndice mais elevado da comunidade lusfona com um total de

    88,4% e a percentagem de homens e mulheres alfabetizados igual. Parabns Brasil!!

    Portugal tem naturalmente o maior ndice de alfabetizao com 92%, sendo 95% homens e

    90% mulheres.

    Sobre Timor Lorosae infelizmente no existem dados disponveis na rede.

    Todos os dados foram colhidos entre 2000 e 2004.

    Denota-se nesta anlise um terreno muito frtil para a cooperao dos pases lusfonos no

    domnio da educao. O fornecimento de livros e a formao de professores seriam a garantia da

    qualidade lingustica a transmitir s geraes futuras.

    Curiosidade: dia 10 de maio dia da Lngua Portuguesa.

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

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    Atividades:

    Orientaes: realizar atividade em grupo como estudo e pesquisa complementar.

    Entregar Respostas na prxima aula em folha separada com o nome dos componentes.

    1- Qual a quantidade de pessoas que falam a lngua portuguesa? _____170 milhes

    2- Qual a origem da lngua portuguesa?

    3- Com suas palavras destaque informaes sobre a construo das origens do Indo europeu.

    4- O que quer dizer a palavra Lusofonia?

    5- Quando foi criada a organizao internacional da CPLP - Comunidade dos Pases de Lngua

    Portuguesa? Que objetivos se prope alcanar? Que pases a integram?

    6- O que so os PALOP - Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa? De que pases se

    trata? Quando se constituram como organizao e o que originou a sua criao? Que

    objetivos prosseguem?

    7- Quais as diferenas de composio e de objetivos da CPLP e dos PALOP?

    8- Quais as datas que marcam a independncia de cada pas lusfono?

    9- Qual o ndice de alfabetizao de cada pas membro da CPLP (Comunidade dos Pases de

    Lngua Portuguesa)?

    10- Em que data foi oficialmente descoberto cada pas lusfono?

    PESQUISE:

    11- Que lnguas se falam dominantemente nos vrios pases lusfonos?

    12- Procure e oua cada Hino Nacional de cada pas lusfono e estabelea as diferenas e

    semelhanas entre eles?

    Pases da C.P.L.P.

    Hino Nacional

    Angola

    Angola Avante! http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_de_Angola

    Brasil

    Hino Nacional do Brasil http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_Nacional_Brasileiro

    Cabo Verde

    Cntico da Liberdade http://www.soscapvert.org/cvhino.htm

    Guin-Bissau

    Esta A Nossa Ptria Bem Amada http://www.laurapoesias.com/poetas/hino_nacional_guine_bissau.htm

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

    Pgina 18 Apostila de Lngua Portuguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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    Moambiq

    ue

    Ptria Amada http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1tria_Amada

    Portugal

    A Portuguesa http://www.portugalmania.com/savoir/hymne.htm

    So Tom e Prncipe

    Independncia Total http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_nacional_de_S%C3%A3o_Tom%C3%A9_e_Pr%C3%ADncipe

    Timor

    Ptria http://pt.wikipedia.org/wiki/Hino_nacional_do_Timor-Leste

    13- Que outras comunidades podem, na sua opinio, integrar a Lusofonia?

    14- Em quais das seguintes regies ou pases se podem encontrar comunidades lusfonas:

    Galiza, Olivena, Goa, Damo, Diu, Macau, Madeira, Canrias, Ceuta, Aores, Benim,

    Congo, Malaca, Andaluzia, Catalunha, Pas Basco, Sri-Lanka?

    15- Em que pases o Portugus falado na esmagadora maioria da sua populao, como lngua

    materna?

    16- Em que medida se pode pressupor que a lngua o primeiro passo para a consolidao e

    afirmao do espao da lusofonia?

    17- Quantos portugueses vivem fora de Portugal e que constituem a chamada Dispora

    Portuguesa? Tendo em conta os nmeros apurados, em que medida se podem considerar

    as vrias comunidades de portugueses espalhadas pelo mundo como integrantes da

    Lusofonia?

    18- Quantos brasileiros vivem fora do Brasil constituindo, o que se pode chamar a Dispora

    Brasileira?

    19- Para alm do Portugus, lngua oficial do pas que outras lnguas so significativamente

    faladas nos vrios pases lusfonos?

    20- A Lusofonia pode ser entendida no contexto do Quinto Imprio, conjugando o sonho utpico

    com um projeto cultural mais orientado para o poder espiritual do que para o poder

    temporal?

    21- A que pases lusfonos correspondem as bandeiras seguintes:

    a) b) c) d) e) f) g) h)

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

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    Histria da Ortografia Portuguesa

    Breve cronologia das reformas ortogrficas da lngua portuguesa.

    Sc XVI at sc. XX - Em Portugal e no Brasil a escrita praticada era de cariz etimolgico (a raiz

    latina ou grega determinava a forma de escrita das palavras com maior preponderncia).

    1885 At esta altura a grafia essencialmente etimolgica. Nesta data publica-se as Bases da

    Ortografia Portuguesa, de Gonalves Viana

    1907 A Academia Brasileira de Letras comea a simplificar a escrita nas suas publicaes.

    1910 Implantao da Repblica em Portugal nomeada uma Comisso para estabelecer uma

    ortografia simplificada e uniforme a ser usada nas publicaes oficiais e no ensino.

    1911 Primeira Reforma Ortogrfica tentativa de uniformizar e simplificar a escrita, mas que no

    foi extensiva ao Brasil.

    1915 A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a sua ortografia com a portuguesa.

    1919 A Academia Brasileira de Letras revoga a sua resoluo de 1915.

    1924 A Academia de Cincias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras comeam a procurar

    uma grafia comum.

    1929 A Academia Brasileira de Letras altera as regras de escrita.

    1931 aprovado o primeiro Acordo Ortogrfico entre o Brasil e Portugal, que visa suprimir as

    diferenas, unificar e simplificar a lngua portuguesa. Contudo, este acordo no posto em prtica.

    1938 So sanadas algumas dvidas quanto acentuao de palavras.

    1943 redigido o Formulrio Ortogrfico de 1943, na primeira Conveno Ortogrfica entre

    Brasil e Portugal.

    1945 Um novo Acordo Ortogrfico torna-se lei em Portugal, mas no no Brasil, por no ter sido

    ratificado pelo Governo; os brasileiros continuam a regular-se pela ortografia do Vocabulrio de

    1943.

    1971 So promulgadas alteraes no Brasil, reduzindo as divergncias ortogrficas com

    Portugal.

    1973 So promulgadas alteraes em Portugal, reduzindo as divergncias ortogrficas com o

    Brasil.

    1975 A Academia das Cincias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras elaboram novo

    projeto de acordo, que no aprovado oficialmente.

    1986 O presidente do Brasil, Jos Sarney promove um encontro dos ento sete pases de lngua

    oficial portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So Tom

    e Prncipe -, no Rio de Janeiro. apresentado o Memorando Sobre o Acordo Ortogrfico da Lngua

    Portuguesa. O Acordo Ortogrfico de 1986, que resulta deste encontro, amplamente discutido e

    contestado pela comunidade lingustica, nunca chegando a ser aprovado.

    1990 A Academia das Cincias de Lisboa convoca novo encontro, juntando uma Nota Explicativa

    do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa. As duas Academias elaboram a base do Acordo

    Ortogrfico da Lngua Portuguesa. O documento entraria em vigor, de acordo com o seu artigo 3,

  • Apostila 1 - Lngua Portuguesa V

    Professora: Mariana Marcelino Silva

    Pgina 20 Apostila de Lngua Portuguesa V PROFESSORA MARIANA MARCELINO SILVA

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    no dia "1 de Janeiro de 1994, aps depositados todos os instrumentos de ratificao de todos os

    Estados junto do Governo portugus".

    1995 O Acordo Ortogrfico de 1990 apenas ratificado por Portugal, Brasil e Cabo Verde,

    embora o texto previsse a sua implementao em toda a Lusofonia no incio de 1994.

    1996 O Acordo Ortogrfico apenas ratificado por Portugal, Brasil, e Cabo Verde.

    1998 Na cidade da Praia assinado o Protocolo Modificativo do Acordo Ortogrfico da Lngua

    Portuguesa, retirando-se do texto a data de implementao. Mantm-se a condio de que todos

    os membros da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) devem ratificar as normas

    propostas no Acordo Ortogrfico de 1990 para que este seja implementado

    2002 Timor-Leste torna-se independente e passa a fazer parte da CPLP.

    2004 Os ministros da Educao dos vrios pases da CPLP renem-se em Fortaleza, no Brasil,

    para a aprovao do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa.

    Fica assim determinado que basta a ratificao de trs membros para que o Acordo

    Ortogrfico possa entrar em vigor e Timor-Leste passa a integrar a CPLP.

    2006 Brasil, Cabo Verde e So Tom e Prncipe ratificam o documento, possibilitando a entrada

    em vigor do Acordo Ortogrfico de 1990.

    2008 O Acordo Ortogrfico de 1990 aprovado por Cabo Verde, So Tom e Prncipe, Brasil e

    Portugal, sendo esperada a sua implementao no incio de 2010.

    2009 Entrada em vigor do Acordo Ortogrfico de 1990 no Brasil e em Portugal. Alm de Portugal

    e do Brasil, tambm So Tom e Prncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guin-Bissau j ratificaram o

    Segundo Protocolo Modificativo do Acordo Ortogrfico de 1990, embora estes ltimos no o

    tenham ainda aplicado. Fica apenas a faltar a ratificao de Angola e Moambique.

    Um pouco da histria ortogrfica

    A histria da nossa ortografia divide-se em trs perodos: o fontico, o pseudo-etimolgico e

    o simplificado. No primeiro, o fontico, as palavras eram grafadas mais ou menos de acordo com a

    pronncia, sem nenhuma sistematizao criteriosa. Apesar de certa flutuao que se observava na

    grafia das palavras, a preocupao fontica transparecia a cada momento. A lngua era escrita

    para o ouvido. Comea este perodo com os primeiros documentos redigidos em portugus e se

    estende at o sculo XVI. No segundo, dominava a preocupao pseudo-etimolgica, fruto do

    eruditismo dos sculos XVI a XVIII, e em que se duplicavam as consoantes intervoclicas e se

    inventaram smbolos extravagantes, a pretexto de uma aproximao artificial como o grego e o

    latim, critrio pretensioso que contrariava a prpria evoluo das palavras. O que caracteriza este

    perodo o emprego de consoantes germinadas e insonoras, de grupos consonantais

    impropriamente chamados gregos, de letras como o y, k e w, sempre que ocorriam nas palavras

    originrias. Inicia-se no sculo XVI e vai a te o ano de 1904, em que aparece a Ortografia Nacional

    de Gonalves Viana. No terceiro perodo, que assinala a renovao dos estudos lingsticos em

    Portugal, surge Aniceto dos Reis Gonalves Viana, foneticista, que depois de algumas tentativas,

    consegue apresentar um sistema racional de grafia, com base na histria da lngua. De

    conformidade com os princpios por ele estabelecidos, h dois sistemas simplificados: o portugus

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    e o luso-brasileiro. Brasil e Portugal, por intermdio de seus governos, comearam a pensar ento

    nos chamados Acordos Ortogrficos, a fim de desfazer a indeciso na escolha de um ou outro tipo

    ortogrfico, simplificando, contudo, ao mximo o sistema de grafia.

    A Ortografia do Portugus no Sculo XV

    Neste perodo j as lnguas romnicas estavam tornando-se oficias e, surge a necessidade

    de se explicar gramtica e normatizar a ortografia. E com isso adotou-se alguns procedimentos

    para este fim:

    Tentativa de fixao da ortografia portuguesa;

    Preocupao em imprimir um texto mais prximo da fontica, ou seja, reproduo

    fiel dos sons da fala.

    A ortografia do portugus do sculo XV chegou a um nvel de regularidade tal qual ainda

    hoje podemos compreend-las se considerarmos normais certas oscilaes grficas, muitas das

    quais ainda presentes no portugus atual, embora mais atenuada.

    A Ortografia do Portugus no Sculo XVI

    E, j iniciando a abordagem de alguns desses aspectos, podemos afirmar aqui com

    preciso que o sculo XVI no tinha muitos problemas ortogrficos a que se citar, visto que cada

    fonema era representado por uma nica letra e cada letra representava um nico fonema, sendo a

    ortografia do Latim harmnica, variando apenas poucas palavras de origem grega ou estrangeira.

    Nesta concepo , houve um aumento do prestgio das lnguas nacionais, at mais que o latim,

    pois surgiu a necessidade de regularizar a ortografia dessas lnguas, principalmente porque h um

    aumento das publicaes e de um pblico leitor .

    Comea ento uma gama de divergncias na escolha de um modelo a se seguir. Cogita-se

    a adoo de uma ortografia fontica (um smbolo para cada som). Entretanto, esse critrio

    apresentou uma problemtica considervel: a lngua nunca a mesma em todas as regies e

    dialetos. Uma representao grfica que levasse em conta apenas o aspecto fnico teria de

    fornecer duas ortografia distintas. Ora, se fossemos reproduzir fielmente na escrita a forma como a

    lngua falada, teramos longos prazos, se essa tendncia se espalhasse por toda a lusofonia, de

    grafar por exemplo, palavras como nascer e exceo (onde fonema /s/ nos grupos grficos /sc/

    e /xc/, por um processo de hipercorreo, desenvolvessem uma semi vogal /y/ como [naiscer] e

    [eixcesso]) ou [naisser] e [eissesso]. Outro modelo o qual se cogitou foi a aplicao de uma

    ortografia etimolgica, que consistia na maneira como era escrita na antiguidade, no caso do

    portugus , o latim. A dificuldade seria que, muitos fonemas da lngua de origem j haviam deixado

    de soar, ou soavam diferentemente. A outra possibilidade que se pensou foi em uma ortografia

    mista, onde se misturava ortografia fontica e ortografia etimolgica, levando em conta normas

    lingsticas dominantes e a maior facilidade que o emprego, ora de uma grafia mais fontica, ora

    de uma grafia mais etimolgica acarreta. A dualidade de critrios dificultaria o aprendizado das

    primeiras letras, deixando a criana indecisa sobre qual critrio utilizar. E esse reconhecimento faz

    com que os gramticos optem por um nico critrio, tentando evitar essa possvel confuso. Em

    posio contrria ao ponto apresentado temos Ferno de Oliveira, em sua Gramtica da lngua

    portuguesa, com uma posio totalmente contrria ao que chamamos de ortografia etimolgica:

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    E do mau pronunciar veio o pior escrever dessas

    dices com ch. Mas somos to bugios dos latinos que

    tomamos suas coisas sem muito sentir delas quando nos so

    necessrias. (OLIVEIRA, 1975, p. 61)

    A Ortografia do Portugus no Sculo XVII e XVIII

    O principal objetivo desse perodo foi o de mediar entre a ortografia fontica de Joo de

    Barros e a ortografia etimolgica de Duarte Nunes de Leo. Entretanto vai ter que lidar com

    problemas inexistentes no sculo XVI, como a equalizao sonora do s intervoclico e do z, assim

    como do ss e do , os quais sempre haviam sido fonemas distintos, alm de comear a se fazer

    sentir o processo de unificao da pronncia do ch e do x. (TESSYER, 1987, p. 50- 5). Os livros

    de Lngua Portuguesa dos sculos XVII e XVIII tinham ttulos logos encabeados por expresses

    como arte ou regras, modo, para escrever bem, ou certo. Este foi um perodo de posio

    moderada em relao ortografia, que, de acordo com lvaro Ferreira de Vera, deve-se fazer de

    acordo com a ortografia etimolgica, mas tambm se pode fazer de outro modo, conforme o uso do

    povo, ou seja, segundo a ortografia fontica. Dizia este autor:

    Porque a boa ortografia consiste em escrever como se

    pronuncia; e da mesma maneira pronunciar como escrevemos.

    A primeira obra de importncia a tratar da ortografia no sculo XVII, a Orthographia, ou Arte

    de escrever, e Pronunciar com Acerto a Lngua Portuguesa, de Joo de Morais Madureira Feij, de

    1739, contramarcha se comparada a vises de autores como lvaro Ferreira de Vera, Bento

    Preyra e Joo de Franco Barreto, com a defesa intransigente da ortografia etimolgica. Madureira

    Feij cita diversas passagens em sua obra as quais se diz sempre favorvel a uma ortografia

    etimolgica, inclusive se vale de exemplos preciosssimos para demarcar sua posio:

    O certo he que lendo nos Auctores as palavras Acto, Dicto,

    Digno, Damno, Prompto, &c.como vemos as letras, com que

    escrevra, mas no ouvimos o som, com que pronuncira, huns

    lem, e pronuncia como sabios, louva e imita; outros lem, e

    pronuncia como nescios, estranha e reprova. E menos mal he que

    estes aprenda a pronunciar com acrto para escreverem sem erro,

    do que lanarmos fra as regras do Orthographia, para ns

    escrevemos como elles pronuncia; porque daqui se seguem estes

    inconvenientes (sic). (FEIJ, 1739, p. 13-14)

    Madureira Feij afirma ouvir o som das letras etimolgicas, colocadas ali apenas para imitar

    a grafia latina, como o caso de palavras como victria, onde o c pronunciado to unido ao t

    que no se d espao entre um som e outro, como se dissssemos vi-ct- ria. O mesmo ocorre em

    todas as demais palavras escritas com ct. O mesmo dito sobre a pronncia do ct aplica-se a mn e

    pt.

    A Ortografia do Portugus no Sculo XIX

    Aqui comea a aparecer propostas inovadoras com base no bom senso e na clareza, que

    se apresentam como uma resoluo didtico-pedaggica. Os gramticos do sculo XIX tiveram

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    uma preocupao com a lgica, com os princpios filosficos inerentes gramtica, com no

    apenas impor, mas tambm explicar, com clareza e mincia, os pontos da gramtica apresentados,

    tais como:

    Uma descrio detalhada do sistema fontico portugus;

    Regularizao da grafia dos ditongos orais, os quais eram grafados com i, e ou y

    representando a semivogal /y/ e as letras o ou u representando a semivogal /u/;

    Regularizao da grafia dos ditongos nasais, os quais passariam a ser grafados

    sempre com til, sendo a semivogal /u/ representada sempre pela letra o, ao passo

    que a semivogal /y/ passaria a ser representada por e depois de o e e, e por i depois

    de a e u;

    Recomendao do uso das letras e e o para representar respectivamente, as vogais

    ambguas (finais ps-tnicas) que soam como e e como u;

    Recomendao do uso do trema sempre que a vogal u soar depois das consoantes

    q e g antes de outra vogal e na primeira vogal dos hiatos, quando estes no forem

    acentuados na segunda vogal;

    Manuteno do uso da letra h inicial somente quando a origem da palavra o exigir.

    As palavras portuguesas passam a ser escritas sem h inicial ;

    Manuteno do uso da letra y exclusivamente nas palavras de origem grega, ficando

    proibido seu uso nos ditongos;

    Manuteno do uso dos grupos ph, rh e th, de acordo com a etimologia;

    Proscrio do uso da letra k e do grupo ch, os quais passam a ser substitudos pela

    letra c ou pelo dgrafo qu;

    Recomendao do uso do grupo os, conforme a etimologia das palavras;

    Tentativa de regularizao das letras g e j, antes das vogais e e i;

    Tentativa de regularizao do uso da letra x.

    A Orthographia Portugueza, de Jos Feliciano de Castilho, de 1860, vai bem mais alm,

    dissertando sobre as vantagens do sistema etimolgico na ortografia e sobre a necessidade de

    fixao da ortografia portuguesa, mantendo uma postura ponderada sobre o assunto, provvel

    influncia de idias da Gramtica de Portugus Royal. Em sua defesa pela ortografia etimolgica,

    Castilho considera mais importante a aquisio de uma boa ortografia do que a facilidade do

    aprendizado:

    Numa vida de cinqenta anos, forma tomados dous com o

    aprendizado da leitura, e quarenta e oito com a prpria leitura. No

    sacrificaremos o duradouro ao -ephemero, o til ao fcil (sic).

    (CASTILHO, 1860, p. 81-2)

    Ainda revelando que: Para escrever etymologicamente no preciso que o escriptor saiba latim,

    mas que saiba a sua lngua como os doctos lha houverem ensinado. (Id. ibid. p. 84 )

    O importante a salientar, no entanto, no a justeza das opinies omitidas pelos gramticos

    do sculo XIX no que concerne reforma ortogrfica, mas o fato de que as pesquisas lingsticas e

    a esperana de mudanas, caractersticas do sculo XIX, criaram um clima propcio efetiva

    fixao e transformao da ortografia portuguesa, que caracterizaro a ortografia do sculo XX.

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    A Ortografia do Portugus no Sculo XX at nossos dias

    Seguindo a linha do tempo que decidi traar aqui, tivemos nesse perodo duas reformas

    ortogrficas: a de 1971 e a de 1986, que a atualmente em vigor. Desde 1986, Brasil e Portugal

    estudam um acordo ortogrfico para os pases de Lngua Portuguesa. Para redigir o projeto de

    Ortografia Unificada, formou-se uma comisso constituda por representantes de cada pais de

    lngua portuguesa. O acordo foi assinado em 1990 e ratificado em 1991. Com toda essa

    abordagem, vimos que, na histria da ortografia nunca houve um consenso dos autores. Por isso,

    sempre houve conflitos e interveno da lei a fim de uniformizar as questes mais pertinentes no

    que tange ao bem falar e ao bem escrever.

    As principais dificuldades ortogrficas sempre foram relevantes: uma mesma letra pode

    representar fonemas distintos e um mesmo fonema pode ser representado por vrias letras. Disso

    decorrem algumas dificuldades ortogrficas na escrita das palavras.

    Atividades:

    Formar grupos em classe os alunos iro debater sobre ortografia. ( 4/02/2015).

    Os alunos formaro grupos para elaborao de Seminrio sobre os temas dentro da

    Ortografia:

    1-Acentuao e Crase;

    2- Ditongo, Tritongo e Hiato;

    3- Parnimas e Homminas;

    4- Formas Variantes;

    Apresentao de Seminrios: 11 e 25 de fevereiro.

    Atividade para dia : 18/02/2015 Lista 1 e 2

    Acordo Ortogrfico

    Exerccios - Lista 2

    1 Identifique a alternativa em que h um vocbulo cuja grafia no atende ao

    previsto no Acordo Ortogrfico:

    a) aguentar tranquilidade delinquente arguir averiguemos;

    b) cinquenta aguemos lingustica equestre eloquentemente;

    c) apaziguei frequncia arguio delinquncia sequestro;

    d) averiguei inconsequente bilngue linguia quinqunio;

    e) sequncia redargimos lingueta frequentemente bilngue.

    2 Assinale a opo em que figura uma forma verbal grafada, consoante a

    nova ortografia, erroneamente:

    a) verbo ter:

    tem detm contm mantm retm

    tm detm contm mantm retm

    b) verbo vir:

    vem advm convm intervm provm

    vm advm convm intervm provm

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    c) verbos ler e crer:

    l rel cr descr

    lem relem creem descrem

    d) verbos dar e ver:

    d desd v rev prov

    deem desdeem vem revem provm

    e) verbos derivados de ter:

    abstm atm obtm entretm

    abstm atm obtm entretm

    3 Identifique a alternativa em que um dos vocbulos, segundo o Acordo

    Ortogrfico, recebeu indevidamente acento grfico:

    a) cu ru vu;

    b) chapu ilhu incru;

    c) anis fiis ris;

    d) mi heri jia;

    e) anzis faris lenis.

    4 As sequncias abaixo contm paroxtonas que, segundo determinada

    regra do Acordo Ortogrfico, no so acentuadas.

    Deduza qual essa regra e assinale a alternativa a que ela no se aplica:

    a) aldeia baleia lampreia sereia;

    b) flavonoide heroico reumatoide prosopopeia;

    c) apoia corticoide jiboia tipoia;

    d) Assembleia ideia ateia boleia;

    e) Crimeia Eneias Leia Cleia.

    5 Identifique a opo em que todas as palavras compostas esto grafadas de acordo com

    as novas regras:

    a) anti-higinico antiinflamatrio anticido antioxidante anti-colonial antirradiao

    antissocial;

    b) anti-higinico anti-inflamatrio anticido antioxidante anticolonial antiradiao anti-

    social;

    c) anti-higinico anti-inflamatrio anticido antioxidante anticolonial antirradiao

    antissocial;

    d) anti-higinico anti-inflamatrio anti-cido anti-oxidante anticolonial antirradiao

    antissocial;

    e) anti-higinico anti-inflamatrio anti-cido anti-oxidante anti-colonial antirradiao

    antissocial.

    6 Conforme o Acordo Ortogrfico, os prefixos ps-, pr- e pr-, quando tonos, aglutinam-

    se com o segundo elemento do termo composto.

    Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, h erro de ortografia:

    a) posdatar predatar proamericano progermnico;

    b) predefinir predestinar predizer preexistncia;

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    c) prejulgar prelecionar prenomear preordenar;

    d) preanunciar preaquecer preconcebido precognio;

    e) preposto procnsul procriao prolao.

    7 O uso do acento diferencial, consoante as novas regras, facultativo nos seguintes

    casos, exceto em:

    a) frma (significando molde)

    b) pde (no pretrito perfeito do indicativo);

    c) cantmos (no pretrito perfeito do indicativo);

    d) ammos (no pretrito perfeito do indicativo);

    e) dmos (no presente do subjuntivo).

    8 Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas esto

    grafadas de acordo com as novas regras:

    a) miniquadro minissubmarino minirretrospectiva mini-saia;

    b) sub-bibliotecrio sub-humano sub-heptico sub-regio;

    c) infra-assinado infra-estrutura infra-heptico infravermelho;

    d) hipercido hiperespao hiper-humano hiperrealista;

    e) contra-acusao contra-indicao contraespionagem contra-harmnico.

    Acordo Ortogrfico

    Exerccios - Lista 2

    1 Todos os termos compostos esto corretamente grafados na opo:

    a) ultraconfiana paraquedas reestruturar sub-bibliotecrio super-homem;

    b) hiperativo rerratificar subsecretrio semi-hipnotizado manda-chuva;

    c) interregional macroeconmia pontap ressintetizar sub-horizontal;

    d) superagasalhar arquimilionrio interestadual passa-tempo sub-rogar;

    e) paraquedstico panamericano mini-heri neo-hebraico sem-teto.

    2 Deveriam ter sido acentuadas as palavras alistadas na opo:

    a) azaleia estreia colmeia geleia pigmeia;

    b) benzoico dicroico heroico Troia urbanoide;

    c) chapeu coroneis heroi ilheu lenois;

    d) alcaloide reumatoide tabloide tifoide tipoia;

    e) apneia farmacopeia odisseia pauliceia traqueia.

    3 O hfen foi indevidamente empregado em:

    a) capim-au;

    b) anaj-mirim;

    c) abar-guau;

    d) tamandu-au;

    e) trabalhador-mirim.

    4 Assinale a sequncia integralmente correta:

    a) sino-japons sinorrusso;

    b) hispano-rabe hispano-marroquino;

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    c) teutoamericano teutodescendente;

    d) anglo-brasileiro anglo-descendente;

    e) angloamericano anglofalante.

    5 Marque a opo em que uma das formas verbais est incorreta:

    a) averguo averiguo;

    b) averguas averiguas;

    c) avergua averigua;

    d) averguamos averiguamos;

    e) averguam averiguam.

    6 Marque a opo em que ambos os termos esto incorretamente grafados:

    a) coabitar coerdeiro;

    b) coexistncia coindicado;

    c) cofundador codominar;

    d) co-ordenar co-obrigar;

    e) corresponsvel cossignatrio.

    7 Paramdico grafado sem hfen, da mesma forma que:

    a) parabactria;

    b) parabrisa;

    c) parachoque;

    d) paralama;

    e) paravento.

    8 Para-raios grafado com hfen, da mesma forma que:

    a) para-biologia;

    b) para-psicologia;

    c) para-linguagem;

    d) para-normal;

    e) para-chuva.

    9 Uma das palavras est grafada de forma incorreta na opo:

    a) pr-ativo proativo;

    b) pr-tico protico;

    c) pr-eleio preeleio;

    d) pr-demarcar predemarcar;

    e) pr-eleito preeleito.

    10 Identifique a alternativa em que h erro de ortografia:

    a) predelinear;

    b) predestinar;

    c) pr-questionar;

    d) preexistncia;

    e) proembrionrio

    11 As formas verbais a seguir esto corretamente grafadas, exceto:

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    a) arguiamos;

    b) arguiramos;

    c) argussemos;

    d) argumos;

    e) arguirmos.

    12 Assinale a opo em que h erro de ortografia:

    a) arco e flecha;

    b) arco de triunfo;

    c) arco de flores;

    d) arco da chuva;

    e) arco da velha.

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    FILOLOGIA DA LNGUA - CONSTITUIO DO LXICO PORTUGUS

    O lxico portugus

    Lxico o nome que dado ao conjunto de vocbulos de certo idioma. O lxico portugus tem

    origem latina, criado pela formao verncula e importado de idiomas estrangeiros.

    Algumas das estruturas que deram origem ao vocbulo portugus so: elementos no Greco-

    latinos, termos tcnicos greco-latino, emprstimo grego, latim vulgar e o latim clssico.

    Importao Estrangeira:

    Veja nas tabelas a seguir, algumas palavras do lxico portugus que so oriundas de outros

    pases:

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    (...) os vocbulos includos na classe das palavras hereditrias tm de comum, no a circunstncia

    de uma consanginidade de origem, como primeira vista poderia parecer, mas o fato de haverem

    contribudo, no mesmo grau, para a constituio da modalidade do latim corrente ou vulgar da

    Lusitnia.

    (CARDOSO,Wilton CUNHA, Celso Ferreira da. Estilstica e gramtica histrica: portugus atravs

    de textos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1978, p. 137.)

    INFORMAES PRELIMINARES

    De acordo com Azeredo (2000:72), quando a lngua portuguesa comeou a ser escrita no incio

    do sculo XIII seu lxico reunia cerca de 80% de palavras de origem latina e outros cerca de 20%

    de palavras pr-romanas, germnicas e rabes.

    Trata sedo acervo vocabular que se pode denominar hereditrio, isto , aquele surgido junto com o

    idioma, que a ele forneceu padro fontico e morfolgico.

    A partir do sculo XIII, fatores diversos colocaram o portugus em contato com vrias outras

    lnguas ao redor do planeta. Como resultado disso, a adoo de numerosas palavras pertencentes

    a esses idiomas, num processo de enriquecimento contnuo, que ainda hoje se verifica.

    Nesse sentido, a lngua portuguesa ostenta, em seu peclio lexical, vocbulos provenientes de

    sistemas lingsticos to diferentes quanto o provenal, o holands, o hebraico, o persa e o

    quchua ou o chins, o turco, o japons, o alemo e o russo, sem falar em idiomas bem mais

    familiares, como o ingls, o francs, o espanhol e o italiano, os quais, juntamente com muitos

    outros, ajudaram a moldar esse heterogneo mosaico que o lxico portugus.

    PALAVRAS HEREDITRIAS E PALAVRAS DE EMPRSTIMO

    Aplicando-se ao portugus uma noo que pertinente s lnguas de modo geral, possvel

    classificar as palavras que compem o seu vocabulrio em hereditrias e de emprstimo.

    As primeiras, elementos do lxico original, fazem parte de uma tradio lingstica ininterrupta

    Pisani (s/d:57) , refletindo as transformaes fonticas que caracterizam o idioma poca dos

    seus primeiros momentos Bechara (1998:116). Transmitidas oralmente, encontram-se

    identificadas com a fase pr-histrica do idioma, tendo passado por todas as transformaes

    fonticas do latim ao portugus, ou seja, so aquelas que viviam no lxico da lngua quando

    deixou de ser latim para ser identificada como portugus, numa passagem ininterrupta no tempo e

    no espao Bechara (2002:217-8).

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    Nos termos de Melo (1981:158), trata-se do conjunto constitudo pelas palavras que vieram por

    tradio histrica, de boca a ouvido, atravs das geraes. Compreendem no s a base latina

    popular indiscutivelmente, o grosso do conjunto , mas igualmente unidades lexicais de origem

    pr-romnica, isto , das lnguas pertencentes aos povos que habitavam a Pennsula Ibrica antes

    da chegada dos romanos no sculo II a.C. (arroio, baa, balsa, barro, bezerro, bico, bizarro, brio,

    cabana, cama,cambiar, caminho, camisa, carpinteiro, carro, cerveja, esquerdo, garra, gato, gordo,

    lana, lgua, lousa, manto, mapa, mata, pea, saco, sapo, sarna etc.) [2] e ps-romnicas, ou seja,

    germanismos (frutos das invases brbaras do sculo V, por exemplo,albergue, anca, arauto,

    arreio, banco, bando, banho, branco, brasa, carpa, coifa, elmo, espora, estribo, guerra, roupa,

    sabo) e arabismos (resultado da presena dos rabes na Pennsula a partir do ano 711, por

    exemplo, aougue, aude, alcachofra, alface,lgebra, alicate, arroz, azeite, oxal), as quais

    contriburam da mesma maneira para a formao do portugus.

    Baseando-se na forma fontica combinao de fonemas concorde com a estrutura fontica de

    determinada lngua (Jota, 1981:forma fontica) oferecida pelos itens lxicos pertencentes

    camada hereditria, possvel afirmar que gato, leo,leite e mesa podem representar lexemas

    legitimamente portugueses, ao passo que speranza, felicidad, eau e school no podem, visto

    estarem em desacordo com os padres dessa lngua.

    Melo (1981:149) no fala em palavra hereditria, mas em continuidade lingstica, isto ,

    as palavras que compem o fundo originrio do idioma, as palavras herdadas, que nasceram com

    a lngua e receberam a impresso de seus sinais caractersticos e de suas tendncias marcantes.

    No caso do portugus so os vocbulos que se usavam no latim vulgar e no romance portucalense

    e que continuaram a ser empregados pelo povo na fala de suevos, visigodos e mais gente que

    habitou a faixa ocidental da Pennsula entre ossculos V e IX. As contribuies germnica e rabe

    se capitulam nesta primeira fonte.

    Por outro lado, palavras de emprstimo so as provenientes de outros sistemas lingsticos

    inclusive do latim, os chamados cultismos ou eruditismos acolhidas pelo portugus aps o

    trmino de seu perodo de formao. Artificialmente vestidas portuguesa, denunciam, em maior

    ou menor grau, sua procedncia aliengena.

    Conforme observa Robins (1977:324) relativamente relao francs / latim,

    Evidentemente, o termo emprstimo apenas usado de modo sensato em relao a uma lngua

    admitida j estar em existncia independente. No se pode considerar o vocabulrio do francs,

    que tem estado em uso contnuo desde a pocados romanos, enquanto ocorreram mudanas

    lingsticas constitudas da passagem do latim para o francs, como emprstimos do latim, j que o

    francs simplesmente a forma que o latim tomou numa certa parte da Europa.

    J Bechara (1998:115-6), ao comentar a relao portugus / latim, afirma que:

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    Antigamente, uma forma do tipo p e ms era chamada popular, e outra do tipo de pedal e mensal

    era chamada erudita, porque, com pequena adaptao ao gnio do foneticismo portugus, refletia

    a integridade da forma originria latina. Hoje, em vez desses nomes, que podem levar o leitor a dar

    interpretao literal aos adjetivos popular e erudita e assim entender uma meia verdade ,

    preferem-se, respectivamente, as expresses hereditrio e de emprstimo, para indicarem formas

    que existiam no lxico na poca em que o portugus se constituiu como tal ou, ento, formas que

    foram introduzidas depois dessa fase.

    Melo (1981:149) conclui:

    Este vocabulrio original o mais importante, no s por ser o mais freqente no uso comum, mas

    tambm por constituir a frma (sic) segundo a qual se modelaro, pelo tempo adiante, milhares e

    milhares de outras palavras, advindas da importao estrangeira ou decorrentes de formao

    verncula.

    CULTISMOS E SEMICULTISMOS

    A maior parte do lxico da lngua portuguesa , como j mencionado anteriormente, de origem

    latina. A poro mais significativa desse conjunto constitui-se dos itens lexicais populares, nunca

    demais repetir, aqueles que, ao longo do tempo, foram sofrendo, na boca do povo, toda uma srie

    de modificaes fonticas espontneas e contnuas.

    Ao lado desses, possvel identificar ainda os chamados cultismos ou eruditismos, introduzidos

    por via escrita razo pela qual tambm so chamados de termos literrios depois que certas

    mudanas fonticas no mais ocorriam. fato conhecido que as leis fonticas tm uma durao

    limitada no tempo, apresentando um perodo especfico de atuao. Nesse sentido, comum que

    essas palavras apresentem seqncias fonolgicas e grupos consonantais evitados pela histria

    do portugus, tendo havido apenas a adaptao da parte final aos modelos mrficos portugueses

    [gnero, nmero e pessoa] e uma ou outra alterao para evitar grupos anmalos de fonemas (...)

    Cmara Jr. (1991:eruditos).

    A absoro desses cultismos foi particularmente significativa durante o Renascimento, mas no se

    limitou a esse perodo. Como lembra Coutinho (1976:200), as tradues de obras, sobretudo

    latinas, contriburam para a existncia de um grande nmero de palavras cultas, no nosso

    vocabulrio.

    Em portugus, alguns adjetivos eruditos relacionam-se a substantivos populares, como nos casos

    de gua / aquoso, cu / celeste ou celestial, dor / doloroso, fogo / gneo, ilha / insular, lei /

    legislativo ou legal, luz / lcido, ms / mensal, neve /nvio, olho / ocular, ouro / ureo, paz / pacfico,

    povo / popular, touro / taurino e vida / vitalcio, enquanto certos superlativos eruditos derivam-se de

    adjetivos populares, por exemplo, crudelssimo / cruel, fidelssimo / fiel, pauprrimo / pobre.

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    Por vezes, a unidade lxica erudita apresenta a mesma origem de outra popular, o que faz surgir,

    ento, as chamadas formas divergentes (cf., por exemplo, afeio / afeco, avesso / adverso, bola

    / bula, bucho / msculo, chamar / clamar, chave/ clave, circo /crculo, coalhar / coagular, comprar /

    comparar, contar / computar, cunhado / cognato, dobro / duplo, eira / rea, empregar / implicar,

    escuro / obscuro, estreito / estrito, feio / faco, feitura / fatura, findo / finito, frio / frgido, frouxo

    /fluxo, geral / general, grude / glten, herdeiro / hereditrio, leal / legal, leigo / laico, livrar / liberar,

    logro / lucro, lugar / local, macho / msculo, madeira / matria, me / madre, mascar / mastigar,

    meigo / mgico, meio / mdio, mido / minuto, pao/ palcio, palavra / parbola, pardo / plido,

    partilha / partcula, pendncia / penitncia, pesar / pensar, primeiro / primrio, puir / polir, puxar /

    pulsar, queimar / cremar, rao / razo, recobrar / recuperar, rezar / recitar, rijo / rgido, rolha /

    rtula, rudo/ rugido, sarar / sanar, segredo / secreto, silvar / sibilar, siso / senso, sobrar / superar,

    soldo / slido, soma / suma, teia / tela, teso / tenso, traio / tradio, vio / vcio. [3]

    Mencione-se, ainda, a existncia, no lxico do portugus, das chamadas formas semicultas ou

    semi-eruditas, espcie de meio-termo entre as cultas e as populares, as quais distinguem-se

    dessas ltimas por apresent[arem] mudanas fonticas, mas no as mudanas sistemticas e

    fundamentais que constituem o conjunto das leis fonticas do romano lusitnico e do

    protoportugus Cmara Jr. (1991:semi-eruditos).

    ________________________________________

    1 Embora a distino lxico / vocabulrio possa ser conveniente em alguns casos, no mbito deste trabalho,

    os dois termos e seus derivados sero considerados sinnimos. Sobre a diferenciao lxico / vocabulrio, cf.

    Alves (1990, vocabulrio crtico: lxicoe vocabulrio), Vilela (1997:31-2), Soares (1995:413-4), Cmara Jr.

    (1991: lxico), Gallisson & Coste (1983: lxico), Estrela & Pinto-Correia (2001:113-4) e Dubois et al (1973:

    lxico e vocabulrio).

    2 Sobre a origem da populao instalada na Pennsula Ibrica poca da chegada dos romanos, Silva Neto

    (1992:56) diz no ser fcil expor, com segurana, quais eram os povos que habitavam esse territrio. Contra

    ns conspiram, de um lado, a carnciade informaes, de outro, a variedade e complexidade deles. De fato,

    sobre a Pennsula desabaram, no curso dos sculos, numerosos e variados povos, uns como amigos e outros

    como conquistadores.

    Cardoso & Cunha (1978:133-4) mencionam os iberos, os celtas, os gregos e os fencios.

    [3] Estudo bastante completo sobre formas divergentes pode ser encontrado em Cardoso & Cunha

    (1978:captulo 7).

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    HISTRICO DA FILOLOGIA ROMNICA

    BIBLIOGRAFIA: NASCENTES, Estudos filolgicos. 74-83; SEVER POP, La dialectologie,

    I, XXIII-LIV.

    Desde a Idade Mdia, sempre houve, embora um tanto vaga, uma conscincia da

    unidade romnica.

    Dante, no De Vulgari Eloquentia (sculo XIV) d uma demonstrao disso.

    O velho gramtico portugus Duarte Nunes de Leo, na Ortografia da Lngua Portuguesa,

    ed. de 1864, p. 141, ressalta a analogia da lngua portuguesa com as lnguas latina, toscana

    (sic) e castelhana.

    O Pe. Simo de Vasconcelos, nas Notcias Curiosas e Necessrias das Cousas do Brasil, ed.

    de 1824, p. 75, faz outro tanto.

    S no sculo XIX, porm, esta conscincia tomou corpo.

    Em 1804, Fabre dOlivet afirma em sua Dissertation sur la Langue Occitanique que o

    provenal o tronco comum do francs, do espanhol e do italiano e Carlos Lus Fernow

    afirma em seus Rmische Studien que o falar do Friul forma, com o da regio rtica, uma

    lngua especial e que o sardo um falar intermedirio entre o italiano e o espanhol.

    O surgimento da lingstica nos comeos do sculo XIX permitiu melhor viso dos

    fenmenos gerais apresentados pelas lnguas romnicas.

    Em 1816 Franois-Just-Marie Raynouard comea a publicao de sua obra Choix de Posies

    Originales des Troubadours, cujo primeiro tomo Grammaire de la Langue Romane. O

    quinto e ltimo tomo, sado em 1821, a Grammaire Compare des Langues de lEurope

    Latine.

    Raynouard, que Diez considerou o fundador da Filologia Romnica, diz no discurso

    preliminar desta ltima obra que il a exist, il y a plus de dix sicles, une langue qui,

    ne du latin corrompu, a servi de type commun ces langages (o francs, o espanhol, o

    portugus e o italiano). Conta entre as lnguas romnicas a lngua valquia ou moldava (o

    romeno atual).

    Alm do Choix, Raynouard publicou Elments de la Grammaire Romane Avant

    lan 1000, De lOrigine et de la Formationn de la Langue Romane, Lexique Roman

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    permitida a reproduo apenas para fins didticos, desde que citada a fonte.

    (1838-44).

    Atacando a idia de Raynouard, Schlegel em 1818 nas Observations sur la Langue

    et la Littrature des Troubadours relacionou as lnguas romnicas com o latim vulgar.

    Mais tarde, em 1835, Jorge Cornewall Lewis em An Essay on the Origin and Formation

    of the Romance Languages liquidou definitivamente a teoria de Raynouard.

    Os estudos romnicos progrediam.

    Em 1831, Loureno Diefenbach, em Ueber die jetzigen romanischen Schriftsprachen,

    estoudou a origem e o parentesco das lnguas literrias romnicas, tratando especialmente

    do rtico e do sardo.

    Em 1836 Frederico Diez Publica o primeiro to