Apostila Jesus Cristo Pessoa Obra e Ensinamentos

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JESUS CRISTO JESUS CRISTO JESUS CRISTO JESUS CRISTO pessoa, obra e ensinamentos uma visão sobre a Bíblia Sérgio Pereira

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JESUS CRISTOJESUS CRISTOJESUS CRISTOJESUS CRISTO pessoa, obra e ensinamentos

uma visão sobre a Bíblia

Sérgio Pereira

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JESUS CRISTOJESUS CRISTOJESUS CRISTOJESUS CRISTO pessoa, obra e ensinamentos

uma visão sobre a Bíblia Sérgio Pereira © 2006 Ribeirão Preto

Revisão: Márcio Luiz Luciano Roberto Márcio

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Dedicado a DoraDoraDoraDora, minha filhinha, presente de Deus.

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Agradecimentos a Carlos Baptista, Carlos Eduardo Pereira (meu pai), Eliane Werner (e galera da MPC Brasil), Fátima Nassif Facchini, Gláucia Valério Fernandes, Guilherme Davoli, Kátia Alves de Freitas Ferrari, Lílian Rodrigues de Oliveira Rosa, Márcio Luiz Luciano, Marivone Lobo Pereira, Nainora Maria Barbosa de Freitas, Ricardo Costa, Ricardo Morais Scatena e Roberto Márcio.

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SumáriSumáriSumáriSumárioooo

ApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentação - 6

I I I I –––– Bíblia Bíblia Bíblia Bíblia 1.1 Profecias - 7 1.2 Flávio Josefo - 9 1.3 Os quatro Evangelhos e outros livros da Bíblia - 10 1.4 Alguns erros comuns sobre a Bíblia – 11 1.5 Bíblia Católica -13 1.6 Divisão Geral da Bíblia Protestante - 15

II II II II ---- NascimentNascimentNascimentNascimento e Famíliao e Famíliao e Famíliao e Família 2.1 Nascimento, Infância e Juventude - 16 2.2 Os dezoito primeiros anos de Jesus seguindo a cronologia - 17 2.3 Viagens de Jesus em seus primeiros anos - 18 2.4 História entre Antigo e Novo Testamentos - 19 2.5 João Batista - 20 2.6 Distâncias a partir de Jerusalém - 21

III III III III –––– Ministério Ministério Ministério Ministério 3.1 A tentação – 22 3.2 Jesus no ano de inauguração - 23 3.3 Milagres - 24 3.4 Os doze discípulos e outros seguidores - 25 3.5 Esboço histórico dos apóstolos - 26 3.6 Sermão do Monte - 27 3.7 Parábolas – 29 3.8 Ano de Popularidade de Jesus - 31

IV IV IV IV –––– Morte e Ressurreição Morte e Ressurreição Morte e Ressurreição Morte e Ressurreição 4.1 Traição, prisão e condenação – 32 4.2 Últimos dias de Jesus - 35 4.3 Crucificação – 36 4.4 Suas horas na cruz - 38 4.5 Ressurreição e ascensão – 39 4.6 Aparições pós-ressurreição - 41

ConsidConsidConsidConsiderações Finais erações Finais erações Finais erações Finais - 42

AnexoAnexoAnexoAnexo 1. Cronologia da vida de Jesus Cristo – 43 2. A Bíblia: autores e datas prováveis em que foram escritos seus livros - 50 3. Texto “A inigualável Paixão de Jesus Cristo” por John Piper - 51 4. Texto “A Paixão de Cristo, de Mel Gibson” por Carlos R. Caldas Filho - 56 5. Peça do Processo de Cristo - 61

ReferênciasReferênciasReferênciasReferências – 62

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ApresentaçãoApresentaçãoApresentaçãoApresentação O objeto deste estudo é Jesus Cristo, sua história e o que deixou de legado à humanidade. Preocupo-me com a visão unilateral de muitos sobre o cristianismo, que o focam apenas pelo lado crítico-racional, esquecendo que o assunto passa necessariamente pelo campo da fé e que esta não depende de provas materiais. Concordo com o seguinte pensamento da pesquisadora de História das Religiões Karen Armstrong, que escreveu em seu livro Uma História de Deus: “Um dos motivos pelos quais a religião parece irrelevante hoje é que muitos de nós não têm mais o senso de que estão cercados pelo invisível. Nossa cultura científica nos educa para concentrar nossa atenção no mundo físico e material à nossa frente” (p. 16). Muita generalização também é feita, unindo num mesmo feixe, protestantes das mais diferentes denominações, como se todos estes pensassem da mesma maneira e tivessem a mesma maneira de pensar Teologia, o que não é verdade. A Igreja Presbiteriana não pensa igual à Igreja Universal do Reino de Deus e esta segunda não pensa como a Igreja Assembléia de Deus e assim por diante. São inúmeras denominações e consequentemente, interpretações, doutrinas e ritos! O que une todos os protestantes é: Jesus Cristo, o Filho de Deus que morreu por nós na cruz, venceu a morte e voltará. No entanto, a idéia é passar a visão cristã sem menosprezar ou ignorar o que temos aprendido na História da humanidade. A visão político-social-econômica sobre o cristianismo e suas instituições eclesiásticas serve de elemento de reflexão filosófica e é de suma importância para entendermos o contexto de várias situações e caminhos por onde passou o homem, seja na Antigüidade, Medievo, Modernidade até os dias de hoje. Depois de 31 anos ouvindo sobre a Palavra de Deus dentro de minha casa e nas igrejas protestantes locais onde congreguei e congrego, chego à mesma conclusão de Norman Geisler e Thomas Howe, alguns dos autores usados neste estudo: aqueles que pensam terem descoberto um erro na Bíblia não sabem muito à respeito dela! (p. 31). Apesar de Jesus ser interpretado por várias religiões (Budismo, Islamismo, Judaísmo, Kardecismo, Hinduísmo, Testemunhas de Jeová, Umbanda, Candomblé, Hare Krishna entre outros), este estudo é baseado na Bíblia de organização protestante. Espero que seja um tempo de reflexão sobre nossas vidas e quebra de preconceitos quanto a Jesus Cristo e sua Igreja. Oro ao Deus da minha salvação que dê sabedoria a todos nós e nos ensine com Seu amor infinito a conhecer quem é Seu Filho Jesus que morreu um dia por nós na cruz.

Maio de 2006

Sérgio Pereira

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IIII –––– BíbliaBíbliaBíbliaBíblia ProfeciasProfeciasProfeciasProfecias De Gênesis (primeiro livro do A.T.1) a Zacarias (penúltimo livro do A.T.), encontram-se aproximadamente 38 profecias a respeito de Jesus, desde seu local de nascimento até como morreria. Visto como o maior dos profetas do Antigo Testamento, Isaías é aquele que nos fornece a descrição mais completa da história, títulos e características de Cristo. Viveu entre 740-701 a.C. sob os reinados dos reis Joatão (739-734 a.C.), Acaz (734/3-716 a.C.) e Ezequias (716/15-699/8 a.C.), quando a Assíria se tornava uma potência mundial (750-612 a.C.). Algumas profecias descritas por Isaías sobre Jesus Cristo: Sua família Então brotará um rebento do toco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará – 11:1. Seu nascimento Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel. — 7:14. Seus títulos Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim (...) — 9:6, 7. Seu sofrimento Como pasmaram muitos à vista dele (pois o seu aspecto estava tão desfigurado que não era o de um homem, e a sua figura não era a dos filhos dos homens), assim ele espantará muitas nações; por causa dele reis taparão a boca; pois verão aquilo que não se lhes havia anunciado, e entenderão aquilo que não tinham ouvido. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer (...) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. — 52:14-15 e 53:3, 4, 5. 1 A.T. se refere a “Antigo Testamento” e N.T. a “Novo Testamento”.

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PROFECIAS SOBRE JESUS E SEUS CUMPRIMENTOSPROFECIAS SOBRE JESUS E SEUS CUMPRIMENTOSPROFECIAS SOBRE JESUS E SEUS CUMPRIMENTOSPROFECIAS SOBRE JESUS E SEUS CUMPRIMENTOS (Thompson, p.1441 (Thompson, p.1441 (Thompson, p.1441 (Thompson, p.1441----1444)1444)1444)1444)

ANÚNCIOANÚNCIOANÚNCIOANÚNCIO CUMPRIMENTOCUMPRIMENTOCUMPRIMENTOCUMPRIMENTO PROFECIAPROFECIAPROFECIAPROFECIA

Gênesis 3:15 Gálatas 4:4 Nascido de uma mulher Gênesis 18:18 Atos 3:25 Descendente de Abraão Gênesis 17:19 Mateus. 1:2 Descendente de Isaque

Números 24:17 Lucas 3:34 Descendente de Jacó Gênesis 49:10 Lucas 3:33 Descendente de Judá

Isaías 9:7 Mateus 1:1 Descendente de Davi Miquéias 5:2 Mateus 2:1 Lugar de nascimento

Deuteronômio 9:25 Lucas 2:1-2 Época de nascimento Isaías 7:14 Mateus 1:18 Nascido de uma virgem

Jeremias 31:15 Mateus 2:16 A matança dos meninos Oséias 11:1 Mateus 2:14 A fuga para o Egito Isaías 9:1-2 Mateus 4:12-16 Seu ministério na Galiléia

Deuteronômio 18:15 João 6:14 Como profeta Salmo 110:4 Hebreus 6:20 Sacerdote como Melquisedeque Isaías 53:3 João 1:11 O desprezo dos judeus Isaías 11:2 Lucas 2:52 Algumas características Zacarias 9:9 João 12:13-14 Sua entrada em Jerusalém Salmo 41:9 Marcos 14:10 Traído por um amigo

Zacarias 11:12 Mateus 26:15 Vendido por trinta moedas de prata

Zacarias 11:13 Mateus 27:6-7 O dinheiro seria devolvido para comprar o campo de um oleiro

Salmo 109:7-8 Atos 1:18-20 O lugar de Judas devia ser ocupado por outro

Salmo 27:12 Mateus 26:60-61 Testemunhas falsas O acusariam

Isaías 53:7 Mateus 26:62-63 Permaneceria em silêncio quando acusado

Isaías 50:6 Marcos 14:65 Seria golpeado e cuspido Salmo 69:4 João 15: 23-25 Odiado sem motivo Isaías 53:4-5 Mateus 8:16-17 Sofreria em substituição por

nós Isaías 53:12 Mateus 27:38 Crucificado com pecadores Salmo 22:16 João 20:27 Suas mãos e pés trespassados Salmo 22:6-8 Mateus 27:39-40 Seria insultado Salmo 69:21 João 19:29 Dariam a Ele fel e vinagre Salmo 22:8 Mateus 27:43 Ouviria palavras proféticas com

zombaria Salmo 109:4 Lucas 23:34 Oraria por Seus inimigos

Zacarias 12:10 João 19:34 Seu lado seria trespassado Salmo 22:18 Marcos 15:24 Os soldados lançariam sortes

sobre suas roupas Salmo 34:20 João 19:33 Seus ossos não seriam

quebrados Isaías 53:9 Mateus 27:57-60 Seria sepultado com os ricos

Salmo 16:10 Mateus 28:9 Sua ressurreição Salmo 68:18 Lucas 24:50-51 Sua ascensão

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Ocorreu certa vez um fato verídico em uma escola pública de Nova York, onde havia um bom número de estudantes judeus que se incomodavam com as aulas de estudos bíblicos, mais especificamente com aquelas sobre o N.T. Por fim, conseguiram um acordo: estudariam apenas o A.T. Um dia, um cristão leu o capítulo 53 de Isaías, provocando quase um tumulto entre os estudantes judeus. Após a aula, os pais destes foram levar sua reclamação ao reitor da escola, dizendo que o acordo havia sido rompido, pois o N.T. havia sido lido. Para sua surpresa, o reitor disse-lhes que estavam enganados. - Mas eles leram acerca do seu Cristo e de sua morte na cruz – insistiu um estudante. O reitor abriu então o livro do profeta Isaías e mostrou-lhes o que foi lido. (Almeida, p. 114-115) As profecias são provas de que Jesus é o Cristo esperado pelos judeus, visto algumas terem sido escritas, segundo dados arqueológicos, mais de mil anos antes de seu nascimento. “Há mais indícios seguros de autenticidade na Bíblia do que em qualquer história profana” escreveu Isaac Newton. O filósofo iluminista Goethe escreveu: “Continue avançando a cultura intelectual; progridam as ciências naturais sempre mais em extensão e profundidade; expanda-se o espírito humano tanto quanto queira; além da elevação e da cultura moral do cristianismo, como ele resplandece nos Evangelhos, é que não irão.”(Halley, p.18) O A.T. descreve uma nação. O N.T. descreve um homem e seu aparecimento na terra é o acontecimento central de toda a história. O A.T. fornece o cenário para esse aparecimento. O N.T. descreve-o (Halley, p.20-21). Flávio JosefoFlávio JosefoFlávio JosefoFlávio Josefo Josefo foi um judeu que viveu entre 37 e 103 d.C. Filiou-se ao grupo dos fariseus por seu zelo religioso. Durante toda sua vida seu povo esteve sob julgo romano. Em 66 d.C. inicia-se uma violenta revolta dos judeus contra os romanos e Josefo é enviado como líder de operações dos judeus contra o inimigo na turbulenta região da Galiléia. Teve algumas vitórias, mas enfim caiu aos pés do exército de Tito. Finda a guerra, é conduzido à capital do Império, onde lhe é conferido o título de cidadão romano e seu novo nome: Flávio. Viveu em Roma até o fim de sua vida escrevendo a obra que atravessaria os séculos e chegaria até nós: História dos hebreus. Esta obra é uma das maiores fontes de informação sobre o povo judeu e o Império Romano. As recentes descobertas de Qunram e Massada, em Israel, confirmam de modo surpreendente os relatos de Josefo, conferindo assim maior credibilidade aos seus relatos.

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Escreveu ele sobre Jesus: “Nesse mesmo tempo apareceu JESUS, que era um homem sábio, se todavia devemos considerá-lo simplesmente como um homem, tanto suas obras eram admiráveis. Ele ensinava os que tinham prazer em ser instruídos na verdade e foi seguido não somente por muitos judeus, mas mesmo por muitos gentios. Era o CRISTO. Os mais ilustres da nossa nação acusaram-no perante Pilatos e ele fê-lo crucificar. Os que o haviam amado durante a vida não o abandonaram depois da morte. Ele lhes apareceu ressuscitado e vivo no terceiro dia, como os santos profetas o tinham predito e que ele faria muitos outros milagres. É dele que os cristãos, que vemos ainda hoje, tiraram seu nome.” (Josefo, p. 156.) Os qOs qOs qOs quatro uatro uatro uatro EvangelhoEvangelhoEvangelhoEvangelhossss e outros l e outros l e outros l e outros livros da Bíbliaivros da Bíbliaivros da Bíbliaivros da Bíblia Há quatro livros no N.T. com o nome de Evangelho que significa “boas novas”, escrito por quatro autores diferentes. São eles: Mateus (descreve Jesus como “O Messias soberano”), Marcos (descreve Cristo como “O que faz maravilhas”), Lucas (como “O amigo dos desprezados”) e João (como “O Filho de Deus”), sendo que dois destes foram discípulos: Mateus e João. São chamados de evangelhos sinóticos, três: Mateus, Marcos e Lucas que dão um esboço biográfico e resumido da vida e ministério de Cristo, muito compatíveis entre si. Muitos eventos são paralelos entre os três autores, embora nem sempre concordem em todos os detalhes: quantos anjos haviam no túmulo no dia da ressurreição, o que dizia a inscrição na cruz, em que dia Jesus e os discípulos celebraram a Páscoa no cenáculo e assim por diante. Jesus declarou “A Tua palavra é a verdade”2 quando em oração ao Pai. A Bíblia é uma coleção falível de livros infalíveis, pois apesar dos livros terem sido inspirados por Deus, e portanto “infalíveis”, foram juntados em um cânon que pode ser “falível” (o que acredito que não seja!), de homens imperfeitos como todos nós. Mas como se convencer disto? Primeiramente, devemos ser mais abrangentes e fazer outra pergunta: como sabemos que qualquer coisa é verdadeira? Examinando historicamente, observando sua coerência e colhendo evidências científicas. Apesar da Bíblia ser um conjunto de 66 livros que tratam sobre algo espiritual, homens escreveram essas palavras inspirados pelo próprio Deus em determinado tempo e local. Através da Arqueologia, por exemplo, a datação de tais livros, como visto na p. 07, comprova o acerto de profecias sobre Jesus que correram séculos até seu nascimento. Só isso já é motivo suficiente para não negar seus escritos! As pessoas geralmente questionam o fato de haver tantas interpretações para a Bíblia e isso é uma realidade, são inúmeras. Porém, naquilo que é mais importante, ou seja, a mensagem de Cristo sobre a salvação, não há contradição. Então, como estudar a Bíblia mais profundamente perante tantas versões?

2 João 17:17.

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Após você receber a notícia que está com uma doença incurável, não é lúcido procurar uma segunda e terceira opinião? É o mesmo caso com a Bíblia. Primeiramente, procure saber quem está fazendo a interpretação: é um estudioso da palavra? Seus conceitos estão baseados em quais teólogos? Qual é sua mensagem? Tudo isso ajuda a eliminar uma interpretação bíblica errada! Não ouça apenas uma opinião! (Sproul, p. 54;59;61) Alguns erros comuns Alguns erros comuns Alguns erros comuns Alguns erros comuns sobre asobre asobre asobre a Bíblia Bíblia Bíblia Bíblia (Geisler, p. 18-31)

1. Assumir que o que não foi explicado seja inexplicável: é um erro o crítico pressupor que o que nunca foi explicado, nunca será. Os críticos, por exemplo, um dia afirmaram que Moisés não poderia ter escrito o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia) porque a escrita não havia sido inventada ainda. Agora sabemos que a escrita existia alguns milhares de anos antes de Moisés (1543 a.C. é provavelmente o ano de nascimento de Moisés). O mesmo ocorreu com o povo hitita (ou heteus). Diziam os críticos que esse povo era totalmente desconhecido dos historiadores. Sua existência, porém, foi comprovada pela descoberta, na Turquia, de uma biblioteca hitita.

2. Presumir que a Bíblia está errada: muitos dizem que a Bíblia está

errada até que algo venha a provar que ela está certa. Contudo, como acontece com qualquer cidadão acusado de faltar com a verdade, a Bíblia deve ser tida como verdadeira até que se prove o contrário.

3. Confundir as nossas falíveis interpretações com a infalível revelação

de Deus: Jesus afirmou que “a Escritura não pode falhar”3 e “Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da lei, até que tudo se cumpra”4. A Bíblia sendo a Palavra Dele mesmo não pode conter erros, pois Deus não erra. Porém, nós como seres humanos e passíveis de erro, podemos fazer interpretações erradas.

4. Falhar na compreensão do contexto da passagem: o erro mais

comum dos críticos é tirar um texto de seu próprio contexto. Como diz o adágio: “um texto fora de contexto é simplesmente um pretexto”. Os críticos dizem que na Bíblia está escrito: “Não há Deus”, porém o contexto é “Diz o insensato em seu coração: não há Deus”5.

5. Deixar de interpretar passagens difíceis à luz das que são claras: a

dificuldade às vezes é por certas passagens serem obscuras. Mas em contato com outras, tudo se explica.

3 João 10:35. 4 Mateus 5:18; Lucas 16:17. 5 Salmo 14:1.

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Por exemplo, Tiago parece estar dizendo que a salvação é pelas obras6 ao passo que Paulo ensina que a salvação é pela graça7. Estudando-se o contexto percebe-se que não há contradição. Paulo está falando da justificação perante Deus (o que é pela fé somente), ao passo que Tiago está se referindo à justificação perante os homens (que não têm como ver nossa fé, mas somente nossas obras).

6. Basear um ensino numa passagem obscura: a regra prática na interpretação bíblica é: “as coisas principais são as coisas claras”. Se for algo muito importante, será ensinado nas Escrituras de forma bem clara, provavelmente em mais de um lugar.

7. Esquecer-se de que a Bíblia é um livro humano, com características

humanas: com algumas exceções, como é o caso dos Dez Mandamentos, escritos “pelo dedo de Deus”8, a Bíblia não foi verbalmente ditada. Seus autores não foram “secretários” do Espírito Santo, mas humanos com estilos literários próprios, com seu jeito de ver as coisas. Oséias possuía um interesse rural, Lucas uma preocupação médica e Tiago, um amor pela natureza. Cada livro é uma composição feita por um escritor humano; são cerca de quarenta autores.

8. Assumir que um relato parcial seja um relato falso: ocasionalmente a

Bíblia diz a mesma coisa de diferentes modos. Portanto, a inspiração não exclui a diversidade de expressão. Cada um dos quatro autores dos Evangelhos relata a mesma história de uma maneira diferente, para um grupo diferente de pessoas a às vezes citam o mesmo episódio com palavras diferentes. Compare, por exemplo, a confissão de Pedro no Evangelho segundo: Mateus 16:16: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”; Marcos 8:29: “Tu és o Cristo”; Lucas 9:20: “És o Cristo de Deus”.

9. Exigir que as citações do Antigo Testamento feitas no Novo

Testamento sejam sempre exatas: uma citação não tem que ser uma repetição exata do que está escrito.

10. Assumir que diferentes narrações sejam falsas: pelo simples fato

de divergirem entre si duas ou mais narrações do mesmo acontecimento, isso não significa que elas sejam mutuamente exclusivas. Por exemplo, em Mateus 28:5 está escrito que havia um anjo junto ao túmulo de Jesus depois da ressurreição, ao passo que em João 20:12 há informação que haviam dois. Não há, porém, nenhuma contradição.

6 Tiago 2:14-26. 7 Romanos 4:5; Tito 3:5-7; Efésios 2:8-9. 8 Êxodo 31:18.

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Há uma infalível regra matemática que facilmente explica este problema: “onde quer que haja dois, sempre há um” e nisso não há contradição, pois Mateus não diz que havia apenas um anjo.

11. Presumir que a Bíblia aprova tudo o que ela registra: toda a Bíblia é verdadeira, mas ela registra algumas mentiras, como as de Satanás em Gênesis 3:4.

12. Esquecer-se de que a Bíblia faz uso de uma linguagem comum,

não técnica: para que algo seja verdadeiro, não é necessário fazer uso de uma linguagem científica. A Bíblia foi escrita para pessoas comuns de todas as gerações, e, portanto, emprega a linguagem comum, do dia-a-dia, mesmo porque esta linguagem é anterior à ciência.

13. Considerar que números arredondados sejam errados: não

temos de esperar encontrar precisão científica numa era pré-científica. De fato, isso seria tão inesperado quanto usar um relógio de pulso numa peça de Shakspeare.

14. Confundir afirmações gerais com universais: o livro de

Provérbios, por sua natureza, dá uma direção e não uma certeza aplicável a todos os casos. São regras para a vida, mas regras que admitem exceções. Os provérbios são sabedoria e não leis.

15. Esquecer-se de que uma revelação posterior sobrepõe-se a uma

anterior: Deus não revela tudo, de uma vez só. O fato de que os pais de uma criança permitam que ela, quando bem pequena, coma com a mão, para somente mais tarde ensinar-lhe a comer com uma colher e depois com garfo e faca não é uma contradição. Isso é revelação progressiva, sendo cada ordenança adequada à circunstância particular em que a pessoa se encontra.

Bíblia CatólicaBíblia CatólicaBíblia CatólicaBíblia Católica (Thompson, 1375) Além dos 66 livros da Bíblia9 protestante, a Igreja Católica possui mais alguns livros chamados apócrifos ou deuterocanônicos10, todos eles acrescentados ao A.T. e surgidos no período entre o A.T. e N.T. As opiniões eclesiásticas através de várias épocas têm diferido quanto ao valor dessa literatura. 9 Alguns afirmam que todos os livros do A.T. (cânon protestante) foram reunidos e reconhecidos sob a liderança de Esdras (V a.C.). No Sínodo de Jamnia (90 a.C.) uma reunião de rabinos judeus os reconheceu também. O Concílio de Cartago (397) reconheceu como canônicos os 27 livros do N.T. A Igreja Católica Romana, no Concílio de Trento (1546) considerou canônicos onze dos dezesseis livros apócrifos (http://www.vivos.com.br/42.htm). 10 Apócrifo significa “escondido”, “secreto”. Deuterocanônico significa “pertencentes ao segundo cânon” e é o termo usado pelos católicos para tais livros.

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Os reformadores também não aceitaram tais livros pois, em primeiro lugar, nunca foram citados por Jesus e duvida-se que os apóstolos tenham feito alusão a eles. Em segundo lugar, a maioria dos primeiros pais da Igreja os consideraram como não inspirados. Em terceiro e último lugar, não aparecem no cânon hebraico antigo.

BÍBLIABÍBLIABÍBLIABÍBLIASSSS PROTESTANTEPROTESTANTEPROTESTANTEPROTESTANTE (66 livros) (66 livros) (66 livros) (66 livros) CATÓLICACATÓLICACATÓLICACATÓLICA (73 livros e adições (73 livros e adições (73 livros e adições (73 livros e adições11)))) ABREVIAÇÃOABREVIAÇÃOABREVIAÇÃOABREVIAÇÃO

ANTIGO TESTAMENTOANTIGO TESTAMENTOANTIGO TESTAMENTOANTIGO TESTAMENTO

1. Gênesis 1. Gênesis Gn 2. Êxodo 2. Êxodo Êx 3. Levítico 3. Levítico Lv 4. Números 4. Números Nm 5. Deuteronômio 5. Deuteronômio Dt 6. Josué 6. Josué Js 7. Juízes 7. Juízes Jz 8. Rute 8. Rute Rt 9. 1 Samuel 9. 1 Samuel 1Sm 10. 2 Samuel 10. 2 Samuel 2Sm 11. 1 Reis 11. 1 Reis 1Rs 12. 2 Reis 12. 2 Reis 2Rs 13. 1 Crônicas 13. 1 Crônicas 1Cr 14. 2 Crônicas 14. 2 Crônicas 2Cr 15. Esdras 15. Esdras Ed 16. Neemias 16. Neemias Ne

- 17. Tobias Tb - 18. Judite Jd

17. Ester 19. Ester (e adições) Et 18. Jó 20. Jó Jó 19. Salmos 21. Salmos Sl

- 22. 1 Macabeus IM - 23. 2 Macabeus IIM

20. Provérbios 24. Provérbios Pv 21. Eclesiastes 25. Eclesiastes Ec 22. Cântico dos Cânticos 26. Cântico dos Cânticos Ct

- 27. Sabedoria Is - 28. Eclesiástico Eclo

23. Isaías 29. Isaías Is 24. Jeremias 30. Jeremias Jr 25. Lamentações 31. Lamentações Lm

- 32. Baruc Ba 26. Ezequiel 33. Ezequiel Ez 27. Daniel 34. Daniel (e adições) Dn 28. Oséias 35. Oséias Os 29. Joel 36. Joel Jl

11 O livro canônico de Ester termina com o décimo capítulo. A produção apócrifa acrescenta dez versículos a este capítulo e mais seis capítulos, 11-16. O livro canônico de Daniel possui 12 livros. A Igreja Católica Romana acrescenta: “O cântico dos três jovens” ao capítulo 3 (de 23-90) e mais dois capítulos: “História de Suzana” (Dn 13);”Bel e o dragão” (Dn 14).

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30. Amós 37. Amós Am 31. Obadias 38. Obadias Ob 32. Jonas 39. Jonas Jn 33. Miquéias 40. Miquéias Mq 34. Naum 41. Naum Na 35. Habacuque 42. Habacuque Hc 36. Sofonias 43. Sofonias Sf 37. Ageu 44. Ageu Ag 38. Zacarias 45. Zacarias Zc 39. Malaquias 46. Malaquias Ml

NOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTONOVO TESTAMENTO

1. Mateus 1. Mateus Mt 2. Marcos 2. Marcos Mc 3. Lucas 3. Lucas Lc 4. João 4. João Jo 5. Atos 5. Atos At 6. Romanos 6. Romanos Rm 7. 1 Coríntios 7. 1 Coríntios 1Co 8. 2 Coríntios 8. 2 Coríntios 2Co 9. Gálatas 9. Gálatas Gl 10. Efésios 10. Efésios Ef 11. Filipenses 11. Filipenses Fp 12. Colossenses 12. Colossenses Cl 13. 1 Tessalonicenses 13. 1 Tessalonicenses 1Ts 14. 2 Tessalonissences 14. 2 Tessalonissences 2Ts 15. 1 Timóteo 15. 1 Timóteo 1Tm 16. 2 Timóteo 16. 2 Timóteo 2Tm 17. Tito 17. Tito Tt 18. Filemon 18. Filemon Fm 19. Hebreus 19. Hebreus Hb 20. Tiago 20. Tiago Tg 21. 1 Pedro 21. 1 Pedro 1Pe 22. 2 Pedro 22. 2 Pedro 2Pe 23. 1 João 23. 1 João 1Jo 24. 2 João 24. 2 João 2Jo 25. 3 João 25. 3 João 3Jo 26. Judas 26. Judas Jd 27. Apocalipse 27. Apocalipse Ap

Divisão Geral Divisão Geral Divisão Geral Divisão Geral da Bíbliada Bíbliada Bíbliada Bíblia Protestante Protestante Protestante Protestante::::

Antigo TestamentoAntigo TestamentoAntigo TestamentoAntigo Testamento Livros históricos: Gênesis a Ester. Livros poéticos: Jó a Cantares. Livros proféticos: Isaías a Malaquias.

Novo TestamentoNovo TestamentoNovo TestamentoNovo Testamento

Evangelhos: Mateus a João. História da Igreja: Atos. Cartas: Romanos a Judas. Profecia: Apocalipse.

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II II II II –––– NascNascNascNascimento e imento e imento e imento e FamíliaFamíliaFamíliaFamília Nascimento, Infância e JuventudeNascimento, Infância e JuventudeNascimento, Infância e JuventudeNascimento, Infância e Juventude A história de Jesus Cristo12 começa com a encarnação de Deus: o Verbo eterno se faz carne e vive entre nós durante determinado tempo. Deus poderia ter vindo de várias formas, mas resolveu vir através do ventre de uma mulher virgem, como bebê indefeso e dependente de cuidados. O Senhor do Universo nasceu em um estábulo, filho de uma camponesa!

Podemos notar o emprego de argumentos históricos de Lucas, ao citar acontecimentos políticos da época do nascimento de Jesus. Cita César Augusto13 como governador do Império Romano (30 a.C. – 14 d.C.). A partir de 30 a.C. os Césares ordenam censos a fim de organizar melhor o sistema tributário. A resistência da população levava tais censos a demorarem a serem completados. O imposto era cobrado geralmente no lugar onde as pessoas residiam, por isso, José se deslocou da Galiléia para Belém “porque era da casa e família de Davi”14, conforme o costume judaico de registrar as pessoas de acordo com suas tribos e famílias. Segundo Mateus 1:24-25, José e Maria não haviam tido relação sexual ainda e José esperou até ela dar à luz um filho.

Tanto Mateus 1 como Lucas 3 mencionam a genealogia de Jesus; e João 1 apresenta-O como Verbo divino. No entanto, não temos genealogia em Marcos. A razão disso é porque Marcos apresenta Jesus como “servo” e servo não precisa de genealogia. O público romano a quem Marcos direciona seu Evangelho, não tinha interesse em saber de onde um servo tinha vindo, mas sim o que ele poderia fazer. Veja o quadro comparativo abaixo (Geisler, p. 377):

MATEUSMATEUSMATEUSMATEUS MARCOSMARCOSMARCOSMARCOS LUCASLUCASLUCASLUCAS JOÃOJOÃOJOÃOJOÃO

Cristo é Cristo é Cristo é Cristo é apresentado apresentado apresentado apresentado

comocomocomocomo

Rei Servo Homem Deus

SímboloSímboloSímboloSímbolo Leão Touro Homem Águia ÊnfaseÊnfaseÊnfaseÊnfase Soberania Ministério Humanidade Divindade

PúblicoPúblicoPúblicoPúblico----alvoalvoalvoalvo Judeus Romanos Gregos O mundo Seus Seus Seus Seus

antecedentes antecedentes antecedentes antecedentes mostrammostrammostrammostram

Que é Rei (filho de Davi)

Anônimos Sua humanidade

Sua divindade

12 “Cristo” é o termo grego para o hebraico “Messias”. Ambos significam “O Ungido”. 13 Lucas 2:1. 14 Lucas 2:4.

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Os dezoito primeiros anos de JesusOs dezoito primeiros anos de JesusOs dezoito primeiros anos de JesusOs dezoito primeiros anos de Jesus seguindo a cronologiaseguindo a cronologiaseguindo a cronologiaseguindo a cronologia::::

1. Um anjo anuncia a Maria acerca do nascimento de Jesus Cristo (junho de 6 a.C.); Lucas 1:26-38. Depois, a José; Mateus 1:18-24.

2. Jesus nasce em Belém15; Lucas 2:1-25. Recenseamento “mundial”16 decretado por César Augusto; Lucas 2:2.

3. Os anjos O louvam e os pastores que estavam nos campos próximos prestam homenagens ao bebê na manjedoura17, pois um anjo anuncia seu nascimento. Os pastores contam ao povo o que ocorreu; Lucas 2:8-20.

4. No oitavo dia de vida é circuncidado18 e Seu nome é revelado publicamente. Seus pais o levam para Jerusalém a fim de ser apresentado no templo como ensinava a Lei de Moisés; Lucas 2:21-24.

5. A visita dos sábios19 e a perturbação de Herodes ao saber que nasceu um “rei dos judeus”. Herodes manda que todos os meninos com menos de dois anos nascidos em Belém e arredores sejam mortos; Mateus 2:1-18.

6. Fuga para o Egito e morte de Herodes, o Grande; Mateus 2:13-20. 7. Do Egito para Nazaré; Mateus 2:21-23. 8. Infância20 em Nazaré; Lucas 2:40. 9. Aos 12 anos, ao retornar da festa da Páscoa em Jerusalém, seus pais

percebem que “sumiu”. Três dias depois o encontram no templo, entre mestres, ouvindo-os, fazendo perguntas e ensinando; Lucas 2:41-50.

10. Volta para Nazaré onde trabalha com seu pai na carpintaria21. Vive lá pelos próximos 18 anos; Marcos 6:3.

15 Provavelmente nasceu no dia 1º. de abril de 5 a.C., segundo estudos mais recentes (Reese, p.1026). Não há nenhum mandamento bíblico para celebrar o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro e nada que indique que Jesus nasceu nesta data. No dia 25 de dezembro, celebrava-se um feriado pagão no Império Romano relacionado com religiões de mistérios. Os cristãos, não querendo participar de tal comemoração, criaram então o natal. (Sproul, p. 237-238). 16 Até pouco tempo atrás, os críticos asseguravam amplamente que Lucas cometera um engano na sua afirmação sobre o recenseamento neste período. No entanto, pesquisas recentes reverteram tal tendência e agora é amplamente admitido que houve um censo (Geisler, p. 391-392). 17 “Manjedoura” é comedouro de animais. 18 A circuncisão significava que o menino era admitido na comunidade do pacto judeu. Em Gênesis 17:12-13 temos Deus dando tal mandamento a Abraão. O incircunciso era considerado pagão (TENNEY, p. 70-72). 19 A tradição católica diz que eram “reis magos”, que eram “três” e 800 anos após o nascimento de Cristo dá nome a eles: Melchior, rei da Pérsia; Gaspar, rei da Índia; e Baltazar, rei da Arábia. Em hebreu, esses nomes significavam “rei da luz”, “o branco” e “senhor dos tesouros”. No entanto, não encontramos nenhuma destas informações na Bíblia. Só Mateus relata tal visita; escreveu que eram sábios (magos) e mais de um, sem citar nomes ou de onde vieram. Outra controvérsia se dá sobre o fato de terem seguido uma estrela para chegar até Jesus. A Bíblia condena o uso da astrologia (Levítico 19:26) que é a crença de que o estudo da disposição e movimento das estrelas e astros podem capacitar alguém a “prever” acontecimentos. No entanto, a estrela não estava “prevendo” e sim “anunciando” o nascimento de Jesus. O Salmo 19:1-6 afirma que os céus proclamam a glória de Deus e Romanos 1:18-20 nos ensina que a criação revela a existência de Deus. 20 “O menino crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.” Este é o único relato bíblico sobre a infância de Jesus, descrito em Lucas 2:40, juntamente com o episódio do Templo, aos 12 anos: Lucas 2:41-50. 21 Segundo o Dicionário Aurélio séc. XXI, “carpinteiro” é quem trabalha em obras grosseiras de madeira, diferente de “marceneiro” que trabalha com mais arte.

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VVVViagens de Jesus em seus primeiros anosiagens de Jesus em seus primeiros anosiagens de Jesus em seus primeiros anosiagens de Jesus em seus primeiros anos (Thompson, p. 1385):

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HHHHistória entre Antiistória entre Antiistória entre Antiistória entre Antigo e Novo Testamentosgo e Novo Testamentosgo e Novo Testamentosgo e Novo Testamentos (Thompson, p. 1467):

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João BatistaJoão BatistaJoão BatistaJoão Batista O anjo Gabriel aparece a seu pai, o sacerdote Zacarias, quando este servia no Templo, e lhe informa o nascimento de João cerca de um ano antes do nascimento de Jesus (João e Jesus eram parentes22). Zacarias e sua mulher eram de idade avançada e ainda não tinham filhos, pois Isabel era estéril. Zacarias duvida das palavras de Gabriel por isso e fica mudo até o nascimento de João23. João Batista é quem anunciaria a chegada do Cristo, segundo o profeta Isaías24: “Voz do que clama no deserto: preparem o caminho para o Senhor, façam veredas retas para ele”. Segundo Mateus 3:4, as roupas de João eram feitas de pêlos de camelo presas por um cinto de couro na cintura. Alimentava-se de mel silvestre e gafanhotos. João, pregava um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados, no rio Jordão25. Vinham até ele toda a região da Judéia e todo o povo de Jerusalém. Dizia: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”26. Ao chamar os judeus para se batizarem estava fazendo um pedido radical e humilhante. Naquela época, só os gentios (não judeus) convertidos ao judaísmo tinham de ser batizados. Aos 30 anos, Jesus vai até João batista para ser batizado. João ao vê-lo, tenta impedi-lo dizendo “Eu preciso ser batizado por ti e Tu vens a mim? Ao aceitar ser batizado, Jesus tanto se identifica com o pecado do seu povo (morrerá pelos pecados da humanidade três anos depois) como proclama sua lealdade completa à Deus Pai e às Escrituras. Assim que Jesus foi batizado e saiu da água, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu como pomba, pousando sobre ele. No dia seguinte João viu Jesus se aproximando e disse: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!”27 Dois anos depois, João Batista repreende Herodes Antipas, o tetrarca da Judéia, por causa do adultério com Herodias, mulher do seu próprio irmão e por todas as outras coisas más que havia feito e estava fazendo. Herodes o condena à prisão. No aniversário de Herodes, a filha de Herodias dança diante de todos e agrada tanto a Herodes que ele promete dar-lhe o que ela pedisse, até metade de seu reino. Influenciada por sua mãe, pede a cabeça de João Batista num prato. Mesmo contrariado, Herodes havia prometido sob juramento e devia cumprir a promessa. Jesus disse que entre todos os homens ninguém foi maior que João Batista e que ele era o “Elias que havia de vir.”28

22 Lucas 1:36. 23 Lucas 1:5-25. 24 Isaías 40:3. 25 Leia Lucas 3:7-18. 26 Mateus 3:2. 27 Mateus 3:13-16 e João 1:29-34. 28 Jesus disse que João Batista era o profeta Elias reencarnado em Mateus 17:12? Não. Jesus não está dizendo que Elias havia reencarnado e sim, que João veio no poder de Elias, ou seja, veio para continuar seu ministério profético. Em segundo lugar, Elias aparece no monte da transfiguração

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Distâncias a partir de JerusalémDistâncias a partir de JerusalémDistâncias a partir de JerusalémDistâncias a partir de Jerusalém (Thompson, p. 1490):

(Mateus 17:10-13). Em terceiro lugar, Elias não se enquadra dentro do modelo de reencarnação porque ele não morreu. Foi ao céu como Enoque, trasladado para não ver a morte (2 Reis 2:11; Hebreus 11:5). De acordo com o ensino kardecista, é necessário morrer para reencarnar-se num outro corpo. Em Hebreus 9:27, o autor declara que “aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois disto, o juízo” (Geisler, p. 350).

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III III III III –––– Ministério Ministério Ministério Ministério

A TentaçãoA TentaçãoA TentaçãoA Tentação O mesmo Espírito Santo que viera sobre Jesus no seu batismo como confirmação de sua divindade agora o leva para ser “tentado” no deserto. O termo nos originais está mais relacionado com “aprender a depender” ou “testar” do que com “tentação”, pois Deus não “tenta” ninguém29. Essa palavra, no Evangelho segundo Mateus, está sempre relacionada com “prova”. Esta foi a prova de resistência com a qual Satanás30 procurou fazer Jesus renunciar à sua identidade como ungido de Deus, o Messias. Diz a palavra de Deus que após Jesus jejuar quarenta dias e quarenta noites, teve fome. O número quarenta aparece em ocasiões especiais na Bíblia: Moisés jejuou quarenta dias no Monte Sinai enquanto recebia os Dez Mandamentos31 e Israel ficou no deserto por quarenta anos32. Satanás se aproxima e passa a testar Jesus, atacando-o primeiramente no físico: desafia Jesus a matar a fome transformando as pedras em pães. Jesus responde com Deuteronômio 8:3, onde se diz que a verdadeira vida não é encontrada no alimento, mas em toda palavra de Deus. Conforme Mateus 4:5, Satanás o levou à cidade santa e o colocou na parte mais alta do templo33. Desafiou Jesus a se jogar dali, pois como estava escrito34, os anjos viriam para socorrê-lo. Jesus diz-lhe: “Também está escrito: Não tente o Senhor seu Deus”. Satanás o leva a outro lugar muito alto, mostra-lhe os reinos da Terra e sua glória e lhe diz: “Tudo isto te darei se te prostrares e me adorares”. Jesus lhe disse: “Retira-te Satanás! Pois está escrito: “Adore o Senhor seu Deus e sirva somente a ele”. Satanás o deixa e os anjos vêm e lhe servem. Esta última tentação é para que Jesus receba os reinos do mundo sem sofrer futuramente as agonias da cruz. Satanás apelou para as necessidades fisiológicas de Jesus, Suas inseguranças e ambições, mas não conseguiu vencer a fidelidade de Jesus ao Pai. Preparado pelo batismo e tentação, Jesus começa agora seu ministério.

29 Em Tiago 1:13 encontramos o versículo: “Ninguém, ao ser tentado diga: Sou tentado por Deus”. E segue explicando que a tentação é algo que nasce de dentro das inclinações más de nosso próprio coração. Não podemos desculpar nosso pecado dizendo que o Diabo nos fez cometê-lo ou pior ainda, que Deus nos provocou e nos inclinou para o pecado. É completamente fora do caráter de Deus conduzir alguém a pecar (Sproul, p. 309-310). 30 Satanás não aparece tanto no Antigo Testamento. Temos ele identificado como a serpente no Éden em Apocalipse 12:9, no episódio com Jó 1:6 e em Zacarias 3:2. Porém, no pensamento judeu posterior e no Novo Testamento, é representado como um anjo que se rebelou contra Deus, um inimigo dos Seus propósitos e do Seu povo. 31 Êxodo 34:28. 32 Deuteronômio 8:2. 33 Provavelmente 130 metros acima do Vale do Cidrom. 34 O Salmo 91:11-12 é uma promessa de que Deus estará com seu povo nas épocas de crise. Satanás aplica mal esta promessa, a fim de tentar Jesus a fazer algo que seria insensato, numa tentativa de forçar Deus a agir. A diferença no uso das Escrituras, feita por Satanás e Jesus é instrutiva. Jesus emprega citações que resumem verdades centrais do Antigo Testamento. Satanás remove a citação do seu contexto a fim de manipulá-la para significar algo muito diferente.

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Jesus no ano de inauguração Jesus no ano de inauguração Jesus no ano de inauguração Jesus no ano de inauguração (Thompson, p. 1468):

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1. Transformação de água em vinho (João 2.1-11). 2. Cura do filho do oficial (João 4.46-54). 3. Cura do paralítico de Betesda (João 5.1-9). 4. Primeira pesca (Lucas 5.1-11). 5. Libertação do endemoninhado (Marcos 1.23-28; Lucas 4.31-36). 6. Cura da sogra de Pedro (Mateus 8.14,15; Marcos 1.29-31; Lucas 4.38,39). 7. Purificação do leproso (Mateus 8.2-4; Marcos 1.40-45; Lucas 5.12-16). 8. Cura do paralítico (Mateus 9.2-8; Marcos 2.3-12; Lucas 5.18-26). 9. Cura da mão ressequida (Mateus 12.9-13; Marcos 3.1-5; Lucas 6.6-10). 10. Cura do criado do centurião (Mateus 8.5-13; Lucas 7.1-10). 11. Ressurreição do filho da viúva de Naim (Lucas 7.11-15). 12. Cura de um endemoninhado mudo (Mateus 12.22 e Lucas 11.14). 13. Acalma a tempestade (Mateus 8.18,23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25). 14. Cura do endemoninhado geraseno (Mateus 8.28-33; Marcos 5.1-14; Lucas 8.26-39). 15. Cura da mulher enferma (Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48). 16. Ressurreição da filha de Jairo (Mateus 9.18, 23-26; Marcos 5.22-24, 35-43; Lucas 8.41,42,49-56). 17. Cura de dois cegos (Mateus 9.27-31). 18. Cura do mudo endemoninhado (Mateus 9.32,33). 19. Primeira multiplicação de pães (Mateus 14.14-21; Marcos 6.34-44; Lucas 9.12-17; João 6.5-13). 20. Anda sobre as águas (Mateus 14.24-33; Marcos 6.45-52; João 6.16-21). 21. Cura da filha da Cananéia (Mateus 15.21-28; Marcos 7.24-30). 22. Cura de um surdo e gago (Marcos 7.31-37). 23. Segunda multiplicação de pães (Mateus 15.32-39; Marcos 8.1-9). 24. Cura do cego de Betsaida (Marcos 8.22-26). 25. Cura do jovem possesso (Mateus 17.14-18; Marcos 9.14-29; Lucas 9.38-42). 26. Pagamento do imposto (Mateus 17.24-27). 27. Cura de um cego (João 9.1-7). 28. Cura de uma mulher enferma (Lucas 13.10-17). 29. Cura de um hidrópico (Lucas 14.1-6). 30. Ressurreição de Lázaro (João 11.17-44). 31. Cura dos leprosos (Lucas 17.11-19). 32. Cura do cego Bartimeu (Mateus 20.29-34; Marcos 10.46-52; Lucas 18.35-43). 33. A figueira é amaldiçoada (Mateus 21.18,19; Marcos 11.12-14). 34. Restauração da orelha de Malco (Lucas 22.49-51; João 18.10). 35. Segunda grande pesca (João 21.1-11).

MilagresMilagresMilagresMilagres Os milagres de Jesus eram uma confirmação de sua natureza divina, mas isso não significa que todo aquele que os visse seria convencido por esses milagres. Até mesmo a melhor evidência só é efetiva havendo vontade, não a rejeição. Eis a relação dos milagres de Jesus descritos no N.T.35:

35 www.vivos.com.br/33.htm.

MILAGRESMILAGRESMILAGRESMILAGRES

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Os doze discípulos e outros seguidoresOs doze discípulos e outros seguidoresOs doze discípulos e outros seguidoresOs doze discípulos e outros seguidores36 Após os quarenta dias de preparação no deserto, Jesus “entrevista”37 seus primeiros cinco discípulos: André, Pedro, Filipe, Natanael e outro, provavelmente João. Ocorre o primeiro milagre promovido por Cristo na festa de um casamento, em Caná da Galiléia. Estavam ali sua mãe e seus discípulos. Após o milagre, seus discípulos começam a crer Nele. No começo do seu ministério Jesus escolheu doze homens que o acompanhassem em suas viagens. Teriam esses homens uma importante responsabilidade: continuariam a representá-lo depois de haver ele voltado para o céu. A reputação deles continuaria a influenciar a igreja muito depois de haverem morrido. Por conseguinte, a seleção dos doze foi de grande responsabilidade. "Naqueles dias retirou-se para o monte a fim de orar, e passou a noite orando a Deus. E quando amanheceu, chamou a si os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de apóstolo"38. A maioria dos apóstolos era da região da Galiléia, desprezada pela sociedade judaica, e conhecida como "Galiléia dos gentios". Nenhum dos escritores dos Evangelhos deixou-nos traços físicos dos doze. Dão-nos, contudo, minúsculas pistas que nos ajudam a fazer um retrato razoável sobre como pareciam e atuavam. Um fato importante que tem sido tradicionalmente menosprezado em incontáveis representações artísticas dos apóstolos é sua juventude. Se levarmos em conta que a maioria chegou a viver até a terceira e quarta década do século e que João adentrou o segundo século, então eles devem ter sido não mais do que jovens quando aceitaram o chamado de Cristo.

DOZEDOZEDOZEDOZE APÓSTOLOS APÓSTOLOS APÓSTOLOS APÓSTOLOS 1. André 2. Bartolomeu (Natanael) 3. Tiago (Filho de Alfeu) 4. Tiago (Filho de Zebedeu) 5. João 6. Judas (não o Iscariotes) 7. Judas Iscariotes39 8. Mateus 9. Filipe 10. Simão Pedro 11. Simão Zelote 12. Tomé

36 www.vivos.com.br/124.htm. 37 Cronologicamente, Jesus chama seus discípulos para o acompanharem permanentemente algum tempo depois. O que ocorre neste momento é apenas uma “entrevista” do Mestre com eles. Os discípulos, após aquele dia, voltaram aos seus lares e trabalhos diários. 38 Lc 6.12-13. 39 Matias depois de sua morte foi quem o substituiu, tornando-se o novo 12º. apóstolo (Atos 1:26). Saulo (que passa a ser chamado de Paulo após sua conversão) é o 13º. apóstolo. Ver a nota sobre “apóstolo” da p. 23.

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Esboço histórico dos apóstolosEsboço histórico dos apóstolosEsboço histórico dos apóstolosEsboço histórico dos apóstolos (Thompson, p. 1436):

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SermSermSermSermão do Monteão do Monteão do Monteão do Monte Para alguns estudiosos, o Sermão do Monte encontrado em Mateus (capítulos 5 a 7), é uma das passagens mais importantes da Bíblia. Após a escolha dos doze apóstolos, Jesus profere o famoso sermão. Estavam eles provavelmente na cidade de Corazim, próxima ao Mar da Galiléia. Diz a Bíblia, em Lucas 6:17-19, que uma imensa multidão vinda de vários lugares (Judéia, Jerusalém, Tiro e Sidom) assim como grande parte de seus discípulos ajuntaram-se para ouvi-lo e para serem curados de suas doenças. Ao ver as multidões, Jesus sobe ao monte e se assenta40, passando a ensinar-lhes. Nos quadros abaixo41 está um resumo do Sermão do Monte, dividido em oito passos progressivos pelos quais o homem alcança níveis mais altos de vida espiritual,

OITO PASSOSOITO PASSOSOITO PASSOSOITO PASSOS TEXTOS EM MATEUSTEXTOS EM MATEUSTEXTOS EM MATEUSTEXTOS EM MATEUS 1. Humildade 5:3 2. Penitência 5:4 3. Mansidão 5:5 4. Fome espiritual 5:6 5. Misericórdia 5:7 6. Pureza interior 5:8 7. Conciliação 5:9 8. Sofrimentos e sacrifícios 5:10-12

e ensinamentos sobre o reino de Deus:

ENSINAMENTOSENSINAMENTOSENSINAMENTOSENSINAMENTOS TETETETEXTOS EM MATEUSXTOS EM MATEUSXTOS EM MATEUSXTOS EM MATEUS Influência 5:13-16 Cumprimento da Lei 5:17-20 Domínio próprio 5:21-22 Reconciliação 5:23-26 Fidelidade 5:27-30 O sagrado matrimônio 5:31-32 Controle no falar 5:33-37 Não resistir 5:38-40 Serviço ilimitado 5:41 Bondade 5:42 Amor universal 5:43-47 Norma divina 5:48 Dar 6:1-4 A oração 6:5-15 O jejum 6:16-18 Tesouros no céu 6:19-21 Visão espiritual 6:22-23

40 Lucas afirma que Jesus “parou num lugar plano” quando fez o sermão enquanto em Mateus encontramos que “ele subiu ao monte”. O monte refere-se à área geral em que todos estavam, ao passo que o lugar plano denota o ponto específico de onde Jesus falou. O texto diz que Ele “parou num lugar plano” e não que todo o povo estava neste lugar (Geisler, p. 395). 41 Thompson, p. 1381.

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Serviço não dividido 6:24 Confiança 6:25-32 Primazia no reino de Deus 6:33 Justiça 7:1-5 Evangelização 7:6 Benevolência divina 7:7-11 Regra de ouro 7:12 O caminho estreito 7:13-14 O fruto, prova da vida 7:15-20 Obediência, a rocha da edificação 7:21-27

Jesus utilizou figuras de linguagem como aforismos42 que devem ser interpretadas à luz da própria Bíblia, para que não haja contradição. Quando Ele diz, por exemplo, que ao ser atingido na face direita, deve-se oferecer a outra face também43, a expressão utilizada por Cristo se refere a um “insulto”, semelhante a um tapa ou a palavras insultuosas em desafio, para um duelo44.

O contexto se refere a um debate de Jesus com os fariseus sobre uma lei mosaica do Antigo Testamento que determina o “olho por olho, dente por dente”. Entre os rabinos, esta lei se tornou uma desculpa para um espírito amargo de vingança e de um tratamento cruel para aqueles que quebravam a Lei.

A expressão “dar a outra face” é dita no mesmo contexto de outras afirmações: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas”45 ou ainda “Ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa”46. Jesus está dizendo que devemos fazer o máximo para não nos envolver em contendas e que não devemos ter espírito de vingança; devemos sim, ter misericórdia, tolerância e paciência, encontrados no próprio Deus.

“Quando Jesus acabou de dizer essas coisas, as multidões estavam maravilhadas com o seu ensino, porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os mestres da Lei”47. Jesus ensinou com autoridade e poder sobre o reino de Deus, pois Ele é o próprio Deus. O Sermão do Monte não termina como imperativo e sim como um convite à entrega de nossas vidas a Ele. Quem tem ouvidos, ouça...

42 Aforismo é uma afirmação pequena, sucinta e vigorosa. Quando Jesus diz, por exemplo, “ignore a tua mão esquerda o que faz a tua mão direita” em Mateus 6:3, Ele estava acabando de censurar a exibição pública de piedade dos fariseus. Eles oravam e se vestiam de pano de saco para que todos soubessem o quão espirituais eram (Sproul, p. 377). 43 Mateus 5:39. 44 Sproul, 1992, p. 338. 45 Mateus 5:41. 46 Mateus 5:40. 47 Mateus 7:28-29.

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ParábolasParábolasParábolasParábolas48 Quando Jesus, chegando ao fim do Seu segundo ano de pregação pública, trouxe à beira do Mar da Galiléia aquela maravilhosa série de parábolas ilustrando a natureza do reino do céu, seus discípulos ficaram tão confusos com elas que lhe perguntaram em particular, "Por que lhes falas por parábolas?" (Mateus 13:10; Marcos 4:10). Parábola, segundo o Dicionário Aurélio Século XXI, “é uma narração alegórica na qual o conjunto de elementos evoca, por comparação, outras realidades de ordem superior.” Jesus passou vários ensinamentos através de exemplos de atividades da vida cotidiana como é o caso da “parábola do semeador”.

As parábolas tinham certamente um lugar especial na última fase do ensinamento de Jesus, mas não eram unicamente Dele. Elas aparecem freqüentemente no Velho Testamento (2 Samuel 12:1-4), especialmente nos profetas (Isaías 5:1-2; Ezequiel 17:1-10), e foram um método familiar de ensinamento entre os rabis do próprio tempo de Jesus. O que, então, deve ter surpreendido os discípulos não foi seu desconhecimento de parábolas, mas a súbita mudança para uma abordagem de Seu Mestre até ali desconhecida. Jesus atribui a mudança no ensinamento a uma mudança na atitude de Seus ouvintes.

Mateus diz que Jesus falava por parábolas em cumprimento da profecia: "Abrirei os lábios em parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos" (Mateus 13:34-35; Salmo 78:2). O propósito das parábolas era revelar as verdades ocultas do reino de Deus, porém não a todos. Ao coração honesto, estas histórias ilustrativas trariam mais luz, mas, aos orgulhosos e rebeldes, elas criariam mais confusão (Mateus 13:11-17). Esse é o significado da declaração de Jesus: "Porque a vós outros é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas àqueles não lhes é isso concedido" (Mateus 13:11).

O Evangelho do reino está assim moldado para atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os orgulhosos. Ouvir a palavra de Deus é uma experiência dinâmica. Seremos melhores ou piores por ela. O mesmo Sol que derrete a cera endurece a argila. O significado das parábolas nem sempre foi patentemente evidente, mesmo para o coração humilde, mas a mesma história que afastou o altivo rindo presunçosamente, trouxe de volta o humilde fazendo perguntas.

Os discípulos de Jesus não entenderam porque Ele começou subitamente a ensinar exclusivamente por parábolas (Mateus 13:10, 34-35), ou o que Suas histórias incomuns significavam, mas tinham aquela simplicidade de coração que os trouxe de volta pedindo mais informação (Mateus 13:36; Marcos 4:10; Lucas 8:9). Também temos essa escolha.

48 www.estudosdabiblia.net/1999227.htm.

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Quando somos confrontados com alguma declaração desafiadora da Escritura, podemos tanto sair em desespero e confusão, ou ficar ali pacientemente para aprender mais. Nossa resposta revelará se nos é dado saber os mistérios do reino de Deus e que tipo de coração temos. As parábolas proferidas pelo Mestre são essas49:

PARÁPARÁPARÁPARÁBOLABOLABOLABOLA TEXTO BÍBLICOTEXTO BÍBLICOTEXTO BÍBLICOTEXTO BÍBLICO 1. O semeador Mateus 13.5-8 2. O joio Mateus 13.24-30 3. O grão de mostarda Mateus 13.31,32 4. O fermento Mateus 13.33 5. O tesouro escondido Mateus 13.44 6. A pérola Mateus 13.45,46 7. A rede Mateus 13.47-50 8. A ovelha perdida Mateus 18.12-14 9. O credor incompassivo Mateus 18.23-35 10. Os trabalhadores da vinha Mateus 20.1-16 11. Os dois filhos Mateus 21.28-32 12. Os lavradores maus Mateus 21.33-46 13. As bodas Mateus 22.1-14 14. As dez virgens Mateus 25.1-13 15. Os talentos Mateus 25.14-30 16. A semente Marcos 4.26-29 17. Os dois devedores Lucas 7.41-43 18. O bom samaritano Lucas 10.25-37 19. O Amigo Importuno Lucas 11.5-8 20. O rico louco Lucas 12.16-21 21. A figueira estéril Lucas 13.6-9 22. A grande ceia Lucas 14.16-24 23. A drácma perdida Lucas 15.8-10 24. O filho pródigo Lucas 15.11-32 25. O administrador infiel Lucas 16.1-9 26. O rico e lázaro Lucas 16.19-31 27. Os servos inúteis Lucas 17.7-10 28. O juiz iníquo Lucas 18.1-8 29. O fariseu e o publicano Lucas 18.9-14 30. As dez minas Lucas 19. 12-27

49 www.vivos.com.br/34.htm.

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Ano de popularidade de JesusAno de popularidade de JesusAno de popularidade de JesusAno de popularidade de Jesus (Thompson, p. 1469):

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IV IV IV IV –––– Morte e Ressurreição Morte e Ressurreição Morte e Ressurreição Morte e Ressurreição

Traição, Prisão e CondenaçãoTraição, Prisão e CondenaçãoTraição, Prisão e CondenaçãoTraição, Prisão e Condenação “Então, um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, dirigiu-se aos chefes dos sacerdotes e lhes perguntou: “O que me darão se eu o entregar a vocês?” E lhe fixaram o preço: trinta moedas de prata”50. Essa passagem encontrada em Mateus 26:14-15 mostra como se deu o início da traição e martírio de Cristo. Um dia depois, acontece a “Última Ceia” de Jesus com seus discípulos, por ocasião da Páscoa51. Jesus fala sobre a traição que sofrerá e que um dos discípulos é o traidor. Em Mateus 26:25 ele declara claramente que é Judas Iscariotes (que compartilhava de Seu prato – sinal de amizade – Marcos 14:20). Após Judas sair do cenáculo52, Jesus ensina a seus discípulos sobre a “Ceia do Senhor”, um ritual que deve ser celebrado até Sua volta, anunciando sua morte e ressurreição. Jesus passa vários ensinamentos aos seus discípulos como no momento que lava seus pés, demonstrando que devem ser “servos uns dos outros”, sobre a vinda do Espírito Santo, sobre a perseguição que sofrerão e principalmente, que sua morte é o meio para estabelecer uma nova aliança entre Deus e os homens. Após terem cantado um hino, foram para o monte das Oliveiras, como era de costume. Jesus retira-se então com Pedro, Tiago e João para um local ao pé do monte, chamado Getsemâni53. Pede que os discípulos vigiem54 e orem enquanto fala com o Pai.

50 As trinta moedas de prata atualizadas à nossa época, equivaleriam a três meses de salário de um trabalhador médio, aproximadamente. (www.santiagobovisio.com/por/reflexoes/20ref.htm). 51 A Páscoa para os judeus, é uma festa que comemora a noite da “passagem do Senhor” sobre as famílias dos hebreus no Egito, livrando seus primogênitos da morte. Entrelaçada a ela está a Festa dos Pães Sem Fermento, que comemora o Êxodo do Egito. Cada peregrino sacrificava seu próprio cordeiro no templo; um sacerdote aparava o sangue em uma tigela e o derramava no altar. Depois de remover partes do cordeiro para o sacrifício, a carcaça era devolvida ao peregrino para ser assada e comida na Páscoa. O historiador Flávio Josefo calculou que pelo menos duzentos e cinqüenta mil cordeiros eram mortos na Páscoa (Êxodo 11 e 12). A refeição da Páscoa é feita com as pessoas deitadas em divãs ou almofadas em volta de uma mesa baixa. Começa com uma benção, o passar do pão, e o beber do primeiro dos quatro cálices de vinho. A seguir, são cantados alguns salmos (chamados de “Hallel”: dos capítulos 113-118) e é lida a história do livramento egípcio, seguida do segundo cálice e do comer do pão, das ervas (entre algumas, rábano e chicória, que representavam a amargura da escravidão) e do molho. Depois é comida a refeição em si, com o cordeiro assado e o restante do pão. Mais orações são feitas e o terceiro cálice é tomado. Mais salmos são cantados antes de se beber o último cálice. Depois disso, outro salmo é cantado. Duas orações curtas e a celebração. Os quatro cálices de vinho representam as quatro promessas feitas por Deus aos israelitas em Êxodo 6:6-7: “Eu (...) vos tirarei de debaixo das cargas do Egito”, “Eu (...) vos livrarei” “Eu (...) vos resgatarei” e “Tomar-vos-ei por meu povo”. Jesus aparentemente não bebeu o quarto cálice; irá esperar até o banquete messiânico no fim dos tempos para celebrar o cumprimento dessa promessa (Tenney, p. 167; Coleman, p. 63). 52 Local amplo e mobiliado, onde se ceiava ou jantava. 53 Que significa literalmente “prensa de óleo” (para fazer óleo de oliva). 54 É mais uma preocupação do Mestre com a idéia de como os discípulos iriam enfrentar Sua prisão e morte. È estar espiritualmente alerta, para não caírem na tentação de serem infiéis a Deus (Coleman, p. 70).

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O evangelista e médico Lucas, relata que enquanto Jesus orava intensamente, Seu suor era como gotas de sangue que caiam no chão55. Seus discípulos dormem e são acordados por Cristo três vezes (além do cansaço, provavelmente haviam tomado os quatro cálices de vinho da cerimônia pascal – ler nota 48). Enquanto Jesus ainda falava aos seus discípulos, Judas chega com uma grande multidão de soldados e guardas armados de espadas e varas, enviados pelos líderes religiosos. Dirigindo-se a Jesus, Judas disse: “Salve Mestre!”, e o beijou, confirmando para aqueles enviados do Sumo Sacerdote, quem era o Cristo. Imediatamente, agarram Jesus e antes de prendê-lo, Pedro tira sua espada e decepa a orelha direita de Malco, servo do Sumo Sacerdote. Jesus, após repreender a Pedro, cura o soldado, devolvendo-lhe a orelha. Os discípulos fogem. Jesus é levado diante do Sinédrio56, para interrogação sobre seus ensinamentos. Após um dos acusadores dizer que Jesus havia afirmado que destruiria o Templo e o reconstruiria em três dias, Caifás, o Sumo Sacerdote, exige que Jesus se defenda das acusações: “Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos.” “Eu sou. Mas eu digo a todos vós: Chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.”57 O Sumo sacerdote rasga as próprias roupas em sinal de protesto dizendo que Jesus blasfemou. Todo o Sinédrio apóia então a pena capital para Cristo e resolvem acusá-lo de traição a César58. Seus olhos são vendados, cospem em seu rosto e lhe desferem tapas e murros. Pedro acompanha tudo de longe e nega conhecer Cristo três vezes antes do galo cantar, assim como Cristo profetizou59. De manhã, bem cedo, os líderes tomam a decisão de amarrar Jesus e o entregar a Pilatos60. Quando Judas viu que Jesus fora condenado, foi tomado de remorso; tenta devolver aos líderes religiosos as trinta moedas de prata. Contrariado, joga o dinheiro no chão do Templo e saindo dali, enforca-se. Esses líderes tomam então a decisão de usar o dinheiro para a compra do Campo do Oleiro, para enterro de estrangeiros (esse mesmo campo é provavelmente onde Judas suicidou).

55 Lucas 22:44. Debaixo de um stress emocional, finos capilares nas glândulas sudoríparas podem se romper, misturando assim o sangue com o suor. Este processo causa fraqueza e choque. 56 Conselho dos principais líderes do povo judeu, composto por 71 homens. Neste episódio, reuniram-se na casa de Caifás. 57 Esse episódio é narrado em Mateus 26:59-68. 58 Lucas 23:2. 59 Mateus 26:58; 69-75. João e outros seguidores e familiares provavelmente estavam acompanhando as acusações e condenação de longe também. 60 Levam-no a Pilatos, pois Roma havia limitado o poder do Sinédrio em relação à pena capital. Pôncio Pilatos era o quinto procurador da Judéia. Serviu de 26-36 a.C. Os historiadores da época o descreviam como “inflexível, cruel e obstinado, que desprezava os judeus e seus costumes” (Coleman, p. 75).

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Pilatos interroga Cristo perguntando se Ele é o “rei dos judeus” e sobre as acusações de insurreição e oposição aos pagamentos de impostos romanos, como afirmava o Sinédrio. “Tu o dizes”, diz Jesus, deixando Pilatos impressionado por não responder (seus ensinamentos haviam sido muito deturpados pelos líderes judeus). Não encontrando nada para condená-lo, Pilatos o envia a Herodes Antipas61, pois Jesus era galileu e natural de sua jurisdição. Após lhe fazer várias perguntas e não obter nenhuma resposta, Herodes ridiculariza-o junto com seus soldados e o envia de volta a Pilatos. Por ocasião da Páscoa, era costume o governador soltar um prisioneiro escolhido pelo povo. Pilatos então oferece a absolvição de Jesus ou de Barrabás62 à multidão. A mulher de Pilatos envia-lhe uma mensagem: que não se envolva com a morte de Cristo, pois ela sofreu muito em sonho, por causa Dele. Os líderes religiosos conseguem convencer a multidão a pedir a libertação de Barrabás e a crucificação de Jesus (cinco dias depois de exaltá-lo na Sua entrada triunfal em Jerusalém). Quando Pilatos percebe que de nada adiantava tentar convencer a multidão sobre Cristo, pede água para lavar suas mãos, dizendo: “Estou inocente do sangue deste homem; a responsabilidade é de vocês”. O povo responde: “Que o sangue dele caia sobre nós e nossos filhos!”. Pilatos solta Barrabás, manda açoitar63 Jesus e o entrega para ser crucificado.

61 Tetrarca da Judéia, um dos filhos de Herodes, o Grande. Foi ele quem mandou degolar João Batista. 62 Revoltoso contra Roma e envolvido em assassinato; seu nome significa ironicamente “filho do pai”. A multidão provavelmente se reuniu a fim de pedir pela libertação de Barrabás, e não por Jesus, que havia sido preso secretamente à noite e levado a Pilatos na madrugada da manhã seguinte (Coleman, p. 77). 63 Os soldados usavam uma chibata de couro, entremeada de pedaços de ossos e chumbo, para açoitar o prisioneiro nu e amarrado, entre outros instrumentos de tortura. A carne era despedaçada (Coleman, p. 78).

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Últimos dias de JesusÚltimos dias de JesusÚltimos dias de JesusÚltimos dias de Jesus (Thompson, p. 1473):

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CrucificCrucificCrucificCrucificaçãoaçãoaçãoação Josefo chama a crucificação de “o método mais perverso de morte”. O indivíduo a ser crucificado era primeiro despido; em seguida suas mãos eram amarradas ou pregadas ao braço horizontal da cruz, que era então levantado até a estaca vertical, já colocada no lugar. Depois disso pregavam os pés. A morte era tipicamente um processo lento, agonizante, que ocorria por meio de choque, sufocação e perda de sangue.

Ao ser levado para o Gólgota64, encontram um homem de Cirene (África) chamado Simão e o forçam a ajudar Jesus a carregar a cruz. Oferecem vinho misturado com mirra65 a Jesus, que depois de provar, se recusa a beber. Era cerca de 9h00 da manhã quando foi crucificado. Os soldados tiram suas roupas e a dividem66. Geralmente o crime cometido pelo condenado era escrito em um pedaço de madeira e colocado na parte superior da cruz. Pilatos, ao mandar escrever “O rei dos judeus” nesta placa, estava tentando humilhar ainda mais os judeus que pedem que reescreva “este homem se dizia rei dos judeus”; Pilatos nega mudar o que já estava escrito.

Os dois criminosos crucificados junto com Cristo podem ter sido zelotes, envolvidos na insurreição que Barrabás também havia participado. Insultavam e zombavam de Jesus juntamente com os líderes religiosos que diziam: “Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo!”. Na verdade, exatamente por salvar a “outros” é que está perdendo a Sua vida. No entanto, um dos criminosos parou de insultá-lo e confessou sua fé Nele como Messias. Do meio-dia às três horas da tarde, houve “trevas”. Jesus clama ao Pai dizendo: “Meu Deus! Meu Deus! Por que me abandonaste?”67. Clama mais uma vez depois dizendo: “Está consumado” e enfim morre68. Neste momento, a cortina que separava o lugar mais santo do templo (Santo dos Santos), onde apenas o Sumo Sacerdote entrava uma vez por ano, no Dia da Expiação, se rasga de alto a baixo69. Ela representava a barreira que havia entre o povo e Deus; agora, todos têm livre acesso ao Pai. A barreira foi removida porque o preço do pecado foi totalmente pago.

64 Palavra aramaica que significa “lugar da caveira”. Era provavelmente uma pequena colina, sem vegetação, perto de Jerusalém. 65 Era um costume judeu oferecer este narcótico aos prisioneiros que iam ser crucificados. 66 João 19:23-24 e Salmo 22:18. 67 Jesus não temia a morte e sim, evitava morrer antes da hora. Jesus dizia “Ainda não é chegada minha hora”. (João 2:4; 8:20) (Geisler, p. 403) 68 Alguns estudiosos crêem que Jesus foi crucificado na quarta-feira. Primeiro porque se Jesus tivesse sido crucificado na sexta-feira, não haveria explicação para o que fez na quarta-feira. Todos os outros dias são explicados. Segundo, a Páscoa não era num dia fixo (sexta-feira), mas variava. Outros acreditam que ele foi realmente crucificado na sexta-feira e, quando Jesus se referiu ao “terceiro dia”, não quis dizer “após o terceiro dia”, ou seja, 72 horas; podia ser figurativo (Geisler, p. 352). 69 Lucas 23:45 diz que o véu se rasgou antes de Jesus morrer; Mateus 27:50-51 e Marcos 15:37-38 revelam que foi um ato simultâneo.

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Era o “Dia da Preparação” e o dia seguinte seria especialmente sagrado. Como não queriam que os corpos permanecessem na cruz durante o sábado, os líderes religiosos judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e retirar os corpos. Após quebrarem as pernas dos dois criminosos, se dirigiram a Jesus, mas perceberam que ele já havia morrido70. Em vez disso, um dos soldados perfurou o lado de Jesus com uma lança, e logo saiu sangue e água.

A terra treme, as rochas se partem, os sepulcros se abrem e os corpos de muitos santos que haviam morrido ressuscitam, entrando em Jerusalém e aparecendo a muitos. Quando o centurião romano71 viu o terremoto e tudo o que havia acontecido exclamou: “Realmente este homem era o Filho de Deus!”. No final da tarde um homem rico, membro de destaque do Sinédrio, chamado José de Arimatéia - que havia se tornado um dos discípulos de Jesus secretamente - dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Cristo para sepultá-lo em um sepulcro novo, que ele havia mandado cavar na rocha; Pilatos permite.

No dia seguinte, os líderes religiosos dirigem-se a Pilatos e pedem para que o sepulcro seja guardado até o terceiro dia, para que não venham os discípulos de Jesus e, roubando o corpo, digam ao povo que ele ressuscitou. Pilatos ordena ir um destacamento de soldados para o sepulcro que, além de guardarem a entrada, lacram a pedra.

70 Jesus nunca desmaiou nem dasfaleceu e muito menos esteve drogado na cruz como sustentam alguns. Em primeiro lugar, o A.T. predisse que Cristo morreria. Segundo, Jesus anunciou muitas vezes durante o seu ministério que ele iria morrer. Terceiro, todas as predições se referem ao fato dele ressuscitar; só ressuscita quem já morreu. Quarto, a natureza e extensão dos seus ferimentos. Quinto, a crucificação e o tempo que permaneceu na cruz (em torno de seis horas). Sexto, foi traspassado por uma lança no seu lado (um artigo do Jornal da Sociedade Médica Americana de 21 de março de 1986, afirma que Cristo morreu na cruz antes de ter sido traspassado. Consequentemente, interpretações baseadas na posição de que Cristo não morreu na cruz vão de encontro a conhecimentos médicos da atualidade). Sétimo, seu clamor pela morte foi ouvido por aqueles que ali estavam. Oitavo, os soldados romanos, acostumados com a crucificação, pronunciaram sua morte; nem ao menos quebraram suas pernas. Nono, Pilatos pediu confirmação duas vezes antes de entregar o corpo para ser sepultado. Décimo, Jesus foi envolvido em pelo menos 35 quilos de lençóis e aromas e colocado em um sepulcro lacrado, onde permaneceu três dias. Se não tivesse morrido na cruz, como de fato estava, ele teria morrido por falta de alimentos, água e tratamento médico. (Geisler, p. 371) 71 Oficial superior dos soldados que executaram Jesus.

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Suas horas na cruzSuas horas na cruzSuas horas na cruzSuas horas na cruz (Thompson, p. 1474):

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Ressurreição e AscensãoRessurreição e AscensãoRessurreição e AscensãoRessurreição e Ascensão João descreve Jesus no seu capítulo 20 como o “conquistador da morte”. Por quatro vezes derrotou-a. Primeiro, ao lado da cama de uma menina (Mateus 9:24-25); segundo, no enterro do filho da viúva (Lucas 7:11-15); terceiro, na tumba de Lázaro (João 11:43-44) e, finalmente quando vence a própria morte. Maria Madalena e possivelmente outras mulheres72 foram ver o sepulcro. Levaram óleos aromáticos para ungir o corpo de Cristo. Elas certamente não esperavam que Jesus havia ressurgido dentre os mortos, pois ficaram espantadas quando receberam a notícia do anjo. Ocorre então um grande terremoto e um anjo do Senhor rola a pedra do túmulo, assentando-se sobre ela. Um túmulo como esse era cortado na encosta de um morro. Uma vez no lugar, teria sido muito difícil empurrá-la de volta encosta acima. Os guardas tremeram de medo e ficaram como mortos. O anjo diz às mulheres: “Não tenham medo! (...) Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito (...) Venham ver o lugar onde ele jazia. Vão depressa e digam aos discípulos dele: Ele ressuscitou dentre os mortos e está indo adiante de vocês para a Galiléia.”73 A pedra não foi removida para que Jesus pudesse sair (ele já havia saído), mas para que os discípulos pudessem ver que estava vazio. Ao contarem aos onze apóstolos e todos os outros seguidores, estes não acreditaram; acharam que elas estavam loucas (as mulheres não eram consideradas testemunhas confiáveis na lei judaica). Pedro, todavia, correu ao sepulcro e viu as faixas de linho e mais nada; afastou-se e voltou admirado com o que acontecera. A ressurreição de Jesus foi tão maravilhosa e incrível que, desde o princípio os discípulos tiveram dificuldade para aceitá-la74. Enquanto as mulheres contavam o que haviam visto aos discípulos, alguns dos guardas dirigiram-se à cidade e contaram aos chefes dos sacerdotes os acontecimentos. Estes, oferecendo dinheiro aos soldados disseram-lhes: “Vocês devem declarar o seguinte: os discípulos dele vieram à noite e furtaram o corpo, enquanto estávamos dormindo.” Esta é uma versão que perdura até hoje entre os judeus.”75

72 Maria pode ter ido sozinha primeiramente, quando ainda estava escuro antes do sol nascer (João 20:1), e depois veio de novo, após o nascer do sol, com as outras mulheres (Marcos 16:1) (Geisler, p. 384) 73 Mateus 28:5-7. 74 O fato dos seus discípulos não o reconhecerem imediatamente foi devido a várias razões: estupidez (Lucas 24:25-26), incredulidade (João 20:24-25), desapontamento (João 21:11-15), temor (Lucas 24:36-37), escuridão (João 20:1 e 14-15), distância (João 21:4) e roupas diferentes (João 19:23-24 e 20:6-8). No entanto, o problema foi apenas temporário; antes de Jesus desaparecer, eles tinham plena convicção de que era Ele quem estava ali. (Geisler, p. 405) 75 Mateus 28:11-15.

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Em Marcos 16, lemos que após Jesus ter falado com seus discípulos, foi elevado aos céus76 e assentou-se à direita de Deus. Estavam em Betânia, leste de Jerusalém. Então, os discípulos saíram e pregaram por toda parte; e o Senhor cooperava com eles, confirmando-lhes a palavra com os sinais que a acompanhavam77.

No final do Evangelho de João (21:25), lemos que Jesus fez muitas outras coisas. De maneira poética, João diz que se cada uma delas fosse escrita, nem no mundo inteiro haveria tanto espaço para os livros que seriam escritos.

76 Quando Jesus disse a Maria Madalena, depois da ressurreição: “ainda não subi para meu Pai” (João 20:16-17), ele estava se referindo à ascensão de seu corpo ao céu quarenta dias após a ressurreição (Atos 1), não à ida de sua alma ao céu, durante o período entre sua morte e ressurreição. Houve “aparições” e não “visões” da pessoa de Cristo após sua ressurreição, ou seja, houve manifestação física literalmente. (Geisler, p. 406) 77 O texto de Marcos 16:15-20, chamado de “a grande comissão”, diz: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. E estes sinais acompanharão aos que crerem: em meu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e estes serão curados”.

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Aparições pósAparições pósAparições pósAparições pós----ressurreiçãoressurreiçãoressurreiçãoressurreição (Thompson, p. 1475):

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ConsideraçõesConsideraçõesConsideraçõesConsiderações Finais Finais Finais Finais Jesus Cristo é o Filho de Deus que morreu pelos pecados de toda a humanidade. Os escritos de Isaías e outros profetas indicaram durante séculos quem seria o “Cordeiro Santo”, que deveria ser sacrificado em favor de muitos. Sua vida é um convite à salvação. Após subir aos céus definitivamente, não nos deixou desamparados. Enviou a terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, para nos consolar e indicar o caminho do Mestre. Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6). Acreditar em Suas palavras é ter fé; e ter fé, segundo o autor da carta aos hebreus (11:1) é ter certeza de coisas que se espera, é ser convicto de algo que não se vê. Cristo disse: “Benditos os que não viram e creram” (João 20:29). Ora, nem tudo pode ser medido pela razão e certeza “palpável”. Acreditar é ir além do raciocínio lógico e sentir; sentir a mão do Criador de todas as coisas nos chamando para ser seu amigo; sentir que há mais vida do que apenas sete, oito ou nove décadas de existência material; sentir que há valores e prazer além do dinheiro, sexo e poder. Enfim, Jesus diz que está à porta de nosso coração e bate. Se você ouvir Sua voz e abrir a porta, ele entrará e ceará com você. Entenda que é algo que não se impõe; Jesus não “arromba” a porta, ele “chama”. Você abre seu coração se sentir, se desejar. Por que não experimentar? Hoje pode ser o dia que Ele preparou desde a eternidade para começar um relacionamento mais íntimo com você!

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AnexoAnexoAnexoAnexo Cronologia da vida de Jesus CristoCronologia da vida de Jesus CristoCronologia da vida de Jesus CristoCronologia da vida de Jesus Cristo78

Introduções à Vida de JesusIntroduções à Vida de JesusIntroduções à Vida de JesusIntroduções à Vida de Jesus DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

Prefacio de Lucas Jerusalém Lc 1.1-4

O Verbo de fez carne Jo 1.1-8

Genealogia de Jesus Mt 1.1-17; Lc 3.23-38

Nascimento, Infância e Adolescência de Jesus e de João BatistaNascimento, Infância e Adolescência de Jesus e de João BatistaNascimento, Infância e Adolescência de Jesus e de João BatistaNascimento, Infância e Adolescência de Jesus e de João Batista DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

7 aC Anúncio do nascimento de João Jerusalém Lc 1.5-25

7-6 aC Anúncio do nascimento de Jesus à Maria

Nazaré Lc 1.26-38

c. 5 aC Maria visita Isabel Colinas Judá Lc 1.39-45

Cântico de Maria Lc 1.46-56

5-4 aC O nascimento de Jesus Belém Mt 1.18-25; Lc 2.1-7

Proclamação pelos anjos Prox. Belém Lc 2.8-14

Visita de adoração pelos pastores Belém Lc 2.15-20

Circuncisão de Jesus Belém Lc 2.21

4 aC Primeira visita ao templo / Simeão e Ana Jerusalém Lc 2.22-28

Visita dos magos em Jerusalém e Belém Mt 2.1-12

Fuga para o Egito e massacre dos inocentes

Mt 2.13-18

A volta do Egito Mt 2.19-23; Lc 2.39

7-8 dC Infância de Jesus Nazaré Lc 2.40-51

Jesus, aos 12 anos, visita o templo Jerusalém Lc 2.41-50

Jesus adolescente e adulto Nazaré Lc 2.51-52

Verdades acerca de João BatisVerdades acerca de João BatisVerdades acerca de João BatisVerdades acerca de João Batistatatata DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

c.25-27 Início do Ministério de João Deserto Judá Mt 3.1; Mc 1.1-4; Lc 3.1-2; Jo 1.19-28

Homem e mensagem Mt 3.2-12; Mc 1.2-8; Lc 3.3-14

Sua descrição de Jesus Mt 3.11-12; Mc 1.7-8; Lc 3.15-18 etc

Sua coragem Mt 14.4-12; Lc 3.19-20

78 http://www.vivos.com.br/88.htm.

Jesus CristoJesus CristoJesus CristoJesus Cristo – pessoa, obra e ensinamentos – uma visão sobre a Bíblia

Sérgio Pereira

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Início do Ministério de JesusInício do Ministério de JesusInício do Ministério de JesusInício do Ministério de Jesus

DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

c. 27 dC Jesus é batizado Rio Jordão Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Jo 1.29-34

Jesus é tentado Deserto Mt 4.1-11; Mc 1.12-13. Lc 4.1-13

Chama dos primeiros discípulos Além Jordão Jo 1.35-51

Primeiro milagre Caná Galiléia Jo 2.1-11

Primeira estada em Carfanaum Cafarnaum Jo 2.12

27 dC Primeira purificação do Templo Jerusalém Jo 2.13-22

Recebido em Jerusalém Judéia Jo 2.23-25

27 dC Instrui Nicodemos acerca do novo nascimento

Judéia Jo 3.1-21

Ministério paralelo de João Batista Judéia Jo 3.22-30

Vai para a Galiléia Mt 4.12; Mc 1.14; Jo 4.1-4

A mulher samaritana no poço de Jacó Samaria Jo 4.5-42

Retorna à Galiléia Mc 1.15; Lc 4.15; Jo 4.43-45

O Ministério de JesuO Ministério de JesuO Ministério de JesuO Ministério de Jesus na Galiléia (27 a 29 dC)s na Galiléia (27 a 29 dC)s na Galiléia (27 a 29 dC)s na Galiléia (27 a 29 dC)

DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

27 dC A cura do filho de um oficial do rei Caná Jo 4.46-54

Rejeitado em Nazaré Nazaré Lc 4.16-30

Muda-se para Carfanaum Cafarnaum Mt 4.13-17

Quaro se tornam pescadores de homens

Mar Galiléia Mt 4.18-22; Mc 1.18-20; Lc 5.1-11

Cura de um endemoninhado num sábado

Cafarnaum Mc 1.21-28; Lc 4.31-37

Cura da sogra de Pedro e outros Cafarnaum Mt 8.14-17; Mc 1.29-34; Lc 4.38-41

c. 27 dC Primeira pregação na Galiléia Galiléia Mt 4.23-25; Mc 1.35-39; Lc 4.42-44

O leproso purificado Galiléia Mt 8.1-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16

O paralítico curado Cafarnaum Mt 9.1-8; Mc 2.1-12; Lc 5.17-26

O chamado de Mateus Cafarnaum Mt 9.9-13; Mc 2.13-17; Lc 5.27-32

Discípulos defendidos por uma parábola

Cafarnaum Mt 9.14-17; Mc 2.18-22; Lc 5.33-39

28 dC Vai para Jerusalém, 2ª Páscoa e Cura Jerusalém Jo 5.1-47

Coleta grãos incita a controvérsia do sábado

Ido Galiléia Mt 12.1-8; Mc 2.23-28; Lc 6.1-5

A Cura no sábado provoca controvérsia Galiléia Mt 12.9-14; Mc 3.1-6; Lc 6.6-11

Multidões curadas Cafarnaum Mt 12.15-21; Mc 3.7-12; Lc 6.17-19

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12 discípulos escolhidos após noite orando

Cafarnaum Mc 3.13-19; Lc 6.12-16

Sermão da Montanha Cafarnaum Mt 5.1-7.29; Lc 6.20-49

Cura do Servo do centurião Cafarnaum Mt 8.5-13; Lc 7.1-10

Ressuscita o filho da viúva Naim Lc 7.11-17

Jesus sana as dúvidas de João Galiléia Mt 11.2-19; Lc 7.18-35

Ais sobre os privilegiados Mt 11.20-30

Uma pecadora unge os pés de Jesus Cafarnaum Lc 7.36-50

Outra pregação na Galiléia Galiléia Lc 8.1-3

Jesus é acusado de blasfêmia Cafarnaum Mt 12.22-37; Mc 3.20-30; Lc 11.14-23

A resposta de Jesus aos pedidos de Sinais

Cafarnaum Mt 12.38-45; Lc 11.24-26; 29-36

A família de Jesus Cafarnaum Mt 12.46-50; Mc 3.31-35; Lc 8.19-21

Parábolas famosas Mar Galiléia Mt 13.1-52; Mc 4.1-34; Lc 8.4-18

Jesus apazigua a tempestade Mar Galiléia Mt 8.23-27; Mc 4.35-41; Lc 8.22-25

Cura do endemoninhado gadareno Praia Galiléia Mt 8.28-34; Mc 5.1-20; Lc 8.26-39

Filha Jairo ressuscitada; Cura da mulher Mt 9.18-26; Mc 5.21-43; Lc 8.40-56

A visão de dois cegos e restaurada Mt 9.27-31

Um homem mudo e endemoninhado é curado

Mt 9.32-34

Segunda rejeição de Cristo em Nazaré Nazaré Mt 13.53-58; Mc 6.1-6

O envio dos doze Mt 9.35-11.1;Mc 6.7-13; Lc 9.1-6

Herodes decapita João Batista Galiléia Mt 14.1-12; Mc 6.14-29; Lc 9.7-9

29 dC

Primavera

Retorno dos doze; Jesus alimenta 5000 Betsaida Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc 9.10-17

Jesus Anda por cima do mar Mar Galiléia Mt 14.22,23; Mc 6.45-52; Jo 6.15-21

O enfermo de Genesaré é curado Genesaré Mt 14.34-36; Mc 6.53-56

No auge da Popularidade; passa pela galiléia

Cafarnaum Jo 6.22-71; 7.1

29 dC Tradição atacada Mt 15.1-20; Mc 7.1-23

A mulher cananéia é curada Fenícia Mt 15.21-28; Mc 7.24-30

Os aflitos curados Decápolis Mt 15.29-31; Mc 7.31-37

4000 são alimentados Decápolis Mt 15.32-39; Mc 8.1-9

Os fariseus aumentam o ataque Magdala Mt 16.1-4; Mc 8.10-13

Descuido do Discípulo; Cego é curado Mt 16.5-12; Mc 8.14-26

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Pedro confessa Jesus é o Cristo Cesaréia Mt 16.13-20; Mc 8.27-30; Lc 9.18-21

Jesus prediz sua morte Cesaréia Mt 16.21-26; Mc 8.31-38; Lc 9.22-25

O reino é prometido Mt 16.27-28; Mc 9.1; Lc 9.26-27

A transfiguração Monte Mt 17.1-13; Mc 9.2-13; Lc 9.28-36

A Cura de um lunático Monte Mt 17.14-21; Mc 9.14-29; Lc 9.37-42

Novamente fala sobre a morte e ressurreição

Galiléia Mt 17.22-23; Mc 9.30-32; Lc 9.43-45

Jesus paga tributo Cafarnaum Mt 17.24-27

Os discípulos contendam sobre que é o maior; Jesus define; paciência, lealdade, perdão

Cafarnaum Mt 18.1-35; Mc 9.33-50; Lc 9.46-62

Jesus rejeita o conselho dos irmãos Galiléia Jo 7.2-9

c. Set. 29 dC

A partida da Galiléia; a rejeição samaritana

Mt 19.1; Lc 9.51-56; Jo 7.10

Custo do discipulado Mt 8.18-22; Mc 9.57-62

Ministério Final de Jesus na Judéia e na PeréiaMinistério Final de Jesus na Judéia e na PeréiaMinistério Final de Jesus na Judéia e na PeréiaMinistério Final de Jesus na Judéia e na Peréia

DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

out 29 dC

A festa dos Tabernáculos Jerusalém Jo 7.2,10-52

Perdão para a mulher adultera Jerusalém Jo 7.53– 8

29 dC Cristo, a luz do mundo Jerusalém Jo 8.12-20

Os fariseus não entendem a profecia Jerusalém Jo 8.21-59

Cura de um cego de nascença Jerusalém Jo 9.1-41

Parábola do Bom Pastor Jerusalém Jo 10.1-21

A Missão dos setenta discípulos Judéia Lc 10.1-24

Um doutor ouve parábola do bom samaritano

Judéia Lc 10.25-37

A hospitalidade de Marta e Maria Betânia Lc 10.38-42

Outra lição sobre a oração Judéia Lc 11.1-13

Acusado de ligação com belzebu Lc 11.14-36

Jesus censura os fariseus e os escribas Lc 11.37-54

Jesus lida: hipocrisia, inveja, preocupação...

Lc 12.1-59

Arrependimento ou morte Lc 13.1-5

A figueira estéril Lc 13.6-9

Cura de uma mulher paralítica no sábado

Lc 13.10-17

As parábolas do grão mostarda e do fermento

Peréia Lc 13.18-21

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Inverno de 29 dC

A festa da dedicação Jerusalém Jo 10.22-39

A retirada para além do Jordão Peréia Jo 10.40-42

Começa a ensinar; Volta a Jerusalém Peréia Lc 13.22-35

Como com fariseu, cura e parábolas Lc 14.1-24

Demandas do discipulado Peréia Lc 14.25-35

Parábola O. perdida, dracma. Filho Pródigo

Lc 15.1-32

Parábola do mordomo infiel; Rico e Lazaro

Lc 16.1-31

Lições sobre serviço, fé, influência Lc 17.1-10

A ressurreição de Lázaro Peréia Jo 11.1-44

Reação a isso; retirada de Jesus Jo 11.45-54

30 dC Inicia última jornada à Jerusalém Samaria Lc 17.11

Cura de dez leprosos Lc 17.12-19

Lições sobre a vinda do Reino Lc 17.20-37

Parábola: juiz iníquo, do fariseu, do publicano

Lc 18.1-14

Acerca do divórcio Mt 19.1-12; Mc 10.1-12

Jesus abençoa as crianças Peréia Mt 19.13-15; Mc 10.13-16; Lc 18.15-17

O jovem rico Peréia Mt 19.16-30; Mc 10.17-31; Lc 18.18-30

A parábola dos trabalhadores na vinha Mt 20.1-16

Prediz sua morte e ressurreição Perto Jordão Mt 20.17-19; Mc 10.32-34; Lc 18.31-34

Ambição de Tiago e João Mc 20.20-28; Mc 10.35-45

A cura do cego Bartimeu Jericó Mc 10.46-52; Lc 18.35-43

Zaqueu, o publicano Jericó Lc 19.1-10

Parábolas das minas Jericó Lc 19.11-27

Retorna à casa de Marta e Maria Betânia Jo 11.55-12.1

Conspiração para matar Lázaro Betânia Jo 12.9-11

Semana Final de Jesus em JerusalémSemana Final de Jesus em JerusalémSemana Final de Jesus em JerusalémSemana Final de Jesus em Jerusalém

DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

30 dCDomingo

Entrada triunfal Betânia, Jerus., Betânia

Mt 21.1-9; Mc 11.1-11; Lc 19.28-44; Jo 12.12-19

Segunda A figueira é amaldiçoada, templo purificado

B./Jerusalém Mt 21.10-19; Mc 11.12-18; Lc 19.45-48

Alguns gregos desejam ver Jesus Jerusalém Jo 12.20-50

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Terça A figueira seca B. /Jerusalém Mt 21.20-22; Mc 11.19-26

O Sinédrio desafia Jesus Jerusalém Mt 21.23-22.14; Mc 11.27-12.12

A questão do tributo Jerusalém Mt 22.15-22; Mc 12.13-17; Lc 20.20-26

Os saduceus questionam a ressurreição

Jerusalém Mt 22.23-33; Mc 12.18-27; Lc 20.27-40

Os fariseus questionam os mandamentos

Jerusalém Mt 22.34-40; Mc 12.28-34

Cristo, o filho de Davi Jerusalém Mt 22.41-46; Mt 12.35-37; Lc 29.41-44

Último sermão de Jesus Jerusalém Mt 23.1-39; Mc 12.38-40; Lc 20.45-47

A Oferta da viúva pobre Jerusalém Mc 12.41-44; Lc 21.1-4

O Sermão profético; principio das dores

M. Oliveira Mt 24,1-51; Mc 13.1-37; Lc 21.5-36

Parábolas diversas M. Oliveira Mt 25.1.46

Jesus diz quando será crucificado Mt 26.1-5; Mc 14.1-2; Lc 22.1-2

Ungido por Maria no Jantar de Simão Betânia Mt 26.6-13; Mc 14.3-9; Jo 12.2-8

Judas se torna traidor Mt 26.14-16; Mc 14.10-11; Lc 22.3-6

Quinta Preparação para a Páscoa Jerusalém Mt 26.17-19; Mc 14.12-16; Lc 22.7-13

Quinta-feira à tarde

A Páscoa é celebrada, a inveja e repreendida

Jerusalém Mt 26.20; Mc 14.17; Lc 22.14-16,24-30

Jesus lava os pés aos discípulos Sala Superior Jo 13.1-20

Judas é revelado traidor Sala Superior Mt 26.21-25; Mc 14.18-21; Jo 13.21-30

Jesus adverte sobre e deserção povir Sala Superiro Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20

A últimas instruções de Jesus aos discípulos

Jerusalém Jo 14.21-17-26

Jesus é preso no Getsêmani M. Oliveira Mt 26.30,36-46; Mc 14.26,32-42

Sexta Traição, prisão e deserção Getsêmani Mt 26.47-56; Mc 14.43-52; Jo 18.2-12

Jesus perante o Sinédrio Jerusalém Jo 18.12-14, 19-23

O julgamento por Caifás e o conselho Jerusalém Mt 26.57,59-68; Mc 14.53, 55.65

A tripla negação de Pedro Jerusalém Mt 26.58,69-75; Jo 18.15-18,25-27

A condenação pelo conselho Jerusalém Mt 27.1; Mc 15.1; Lc 22.66-71

O Suicídio de Judas Jerusalém Mt 27.3-10

Jesus perante Herodes Jerusalém Lc 23.6-12

Segunda aparição de Jesus perante Pilatos

Jerusalém Mt 27.15-26;Mc 15.6-15; Jo 18.39-19.16

Escárnio pelos Soldados romanos Jerusalém Mt 27.27-30; Mc 15.16-19

Jesus é levado ao Gólgota Jerusalém Mt 27.31-34; Mc 15.20-23; Jo 19.16-17

Jesus CristoJesus CristoJesus CristoJesus Cristo – pessoa, obra e ensinamentos – uma visão sobre a Bíblia

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6 acontecimentos: 3 primeira horas na cruz

Calvário Mt 27.35-44; Mc 15.24-32; Jo 19.18-27

3 últimas horas na cruz Calvário Mt 27.45-50; Mc 15.33-37; Jo 19.28-30

Acontecimentos na morte de Jesus Mt 27.51-60; Mc 15.38-41; Lc 23.45,47

A sepultura de Jesus Jerusalém Mt 27.57-60; Mc 15.42-46; Jo 19.31-42

A sepultura é selada Jerusalém Mt 27.61-66; Lc 23.55-56

Sábado As mulheres observam Jerusalém Mc 15.47

Ressurreição e AscensãoRessurreição e AscensãoRessurreição e AscensãoRessurreição e Ascensão

DataDataDataData AcontecimentoAcontecimentoAcontecimentoAcontecimento LocalLocalLocalLocal TextosTextosTextosTextos

30 dC Madrugada do 1º dia Domigo

As mulheres visitam o sepulcro Jerusalém Mt 28.1-10; Mc 16.1-8; Lc 24.1-11

Pedro e João Vêem o sepulcro vazio Lc 24.12; Jo 20.1-10

Jesus aparece a Maria Madalena Jerusalém Mc 16,9-11; Jo 20.11-18

Jesus aparece a outras mulheres Mt 28.9-19

O relato dos guardas sobre a ressurreição

Mt 28.11-15

Domingo Jesus aparece a 2 discípulos Mc 16.12-13; Lc 24.13.35

Jesus aparece aos 10 discípulos, sem Tomé

Jerusalém Lc 24.36-43; Jo 20.19-25

1 Semana depois

Jesus aparece aos discípulos, com Tomé

Jerusalém Jo 20.26-31

Durante os 40 dias até a ascensão

Jesus aparece a sete discípulos na Galiléia

Mar Galiléa Jo 21.1-15

A grande comissão Mt 28.16-20; Mc 16.14-18; Lc 24.44-49

A Ascensão M. Oliveiras Mc 16.19-20; Lc 24.50-53

Jesus CristoJesus CristoJesus CristoJesus Cristo – pessoa, obra e ensinamentos – uma visão sobre a Bíblia

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A BA BA BA Bíblia: íblia: íblia: íblia: autores e datas prováveis emautores e datas prováveis emautores e datas prováveis emautores e datas prováveis em que foram escritos seus livro que foram escritos seus livro que foram escritos seus livro que foram escritos seus livrossss79

LivroLivroLivroLivro DataDataDataData AutorAutorAutorAutor LivroLivroLivroLivro DataDataDataData AutorAutorAutorAutor

Antigo TestamentoAntigo TestamentoAntigo TestamentoAntigo Testamento

Gn 1440 ac Moisés Ex 1400 aC Moisés

Lv 1445 aC Moisés Nm 1400 aC Moisés

Dt 1400 aC Moisés Js 1400—1375 aC Josué

Jz 1050—1000 aC Desconhecido Rt 1050—500 aC Desconhecido

1 Sm 931—722 aC Samuel e outros 2 Sm 931—722 aC Samuel e outros

1 Rs 560—538 aC Jeremias 2 Rs 560—538 aC Jeremias

1 Cr 425—400 aC Esdras 2 Cr 425—400 aC Esdras

Ed 538—457 ac Esdras Ne 423 aC Neemias

Et 465 aC Desconhecido Jó Sec. V—II aC Moisés ou Salomão

Sl 1000—300 aC Davi, Asafe e outros Pv 950—700 aC Salomão e outros

Ec 935 aC Salomão Ct 970—930 aC Salomão

Is 700—690 aC Isaias Jr 626—586 aC Jeremias

Lm 587 aC Jeremias Ez 593—573 aC Ezequiel

Dn 537 aC Daniel Os 750 aC Oséias

Jl 835—805 aC Joel Am 760—750 aC Amós

Ob 586 aC Obadias Jn 760 aC Jonas

Mq 704—696 aC Miquéias Na 612 aC Naum

Hc 600 aC Habacuque Sf 630 aC Sofonias

Ag 520 aC Ageu Zc 520—475 aC Zacarias

Ml 450 aC Malaquias

Novo TestamentoNovo TestamentoNovo TestamentoNovo Testamento

Mt 50 –75 dC Mateus Mc 65—70 dC Marcos

Lc 59—75 dC Lucas Jo 85 dC João

At 62 dC Lucas Rm 56 dC Paulo

1Co 56 dC Paulo 2Co 56 dC Paulo

Gl 55—56 dC Paulo Ef 60—61 dC Paulo

Fp 61 dC Paulo Cl 61 dC Paulo

1Ts 50 dC Paulo 2Ts 50 dC Paulo

1Tm 64 dC Paulo 2Tm 66—67 dC Paulo

Tt 64 dC Paulo Fm 60—61 dC Paulo

Hb 64—68 dC Desconhecido Tg 48-62 dC Tiago (irmão de Jesus)

1Pe 60 dC Pedro 2Pe 65—68 dC Pedro

1Jo 90 dC 1,2,3 Jo // João Jd 65—80 dC Judas

Ap 70—95 dC João

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A Inigualável Paixão de Jesus CristoA Inigualável Paixão de Jesus CristoA Inigualável Paixão de Jesus CristoA Inigualável Paixão de Jesus Cristo John Piper80

Se os cristãos não fossem tão familiarizados com estas coisas, devido aos 2000 anos de tradição e liturgia, eles poderiam sentir quão absolutamente improvável seria que a morte de Jesus se tornasse a base de uma fé mundialmente transformadora. Como poderia um convicto, condenado e executado pretendente ao trono de Roma desencadear, nos três séculos seguintes, um poder para sofrer e para amar, que modelaria o Império? A resposta cristã é que a paixão de Jesus Cristo foi absolutamente única, e sua ressurreição dentre os mortos, três dias após, foi um ato de Deus para confirmar o que sua morte consumou. A singularidade não está necessariamente no tamanho ou intensidade da dor física. Ela foi inefavelmente terrível. Mas eu não gostaria de minimizar os horrores de outros que também morreram horrivelmente. A singularidade descansa em outro lugar. Divindade Inigualável Divindade Inigualável Divindade Inigualável Divindade Inigualável A paixão de Jesus Cristo foi única porque ele era único. Quando perguntado “És tu o Cristo (=Messias), Filho do Deus Bendito (=Deus)?”, Jesus disse “Eu sou”. Era uma afirmação quase inacreditável. Esperava-se que o Messias fosse poderoso e glorioso. Mas ali estava Jesus, pronto para ser crucificado, dizendo abertamente o que ele freqüentemente apontava durante seu ministério: Eu sou o Messias, o Rei de Israel. Ele falou abertamente no exato momento em que havia menos chances de ser acreditado. E então, ele adiciona palavras que explicam como um Cristo crucificado reinaria como Rei de Israel: “Vereis o Filho do homem assentado à direita do poder de Deus, e vindo sobre as nuvens do céu” (Marcos 14.62). Em outras palavras, ele espera reinar à direita de Deus e algum dia voltar à Terra em glória. Ele era mais que um mero homem. Não menos. Ele era, como o antigo Credo de Nicéia diz: “verdadeiro Deus de verdadeiro Deus”. Cristo existia antes da criação. Ele é co-eterno com Deus o Pai. Ele não foi criado. Não houve um ponto quando ele não existia. Desde a eternidade, antes do princípio dos séculos, Deus existe com uma essência divina em três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Este é o testemunho daqueles que o conheciam e escreveram textos inspirados por Ele para explicar quem Ele é.

80 John Piper é doutor em Estudos do Novo Testamento, professor de Estudos Bíblicos na Faculdade Bethel, em Minnesota, onde atua como pastor presidente na Igreja Batista Bethelehm (www.monergismo.com).

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Por exemplo, o apóstolo João refere-se a Cristo como o “Verbo” e escreve: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez(...). E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” (João 1.1-3,14) O próprio Jesus disse coisas que só fazem sentido se ele fosse ao mesmo tempo Deus e homem. Por exemplo, ele perdoou pecados: “Filho, perdoados estão os teus pecados” (Marcos 2.5). Este tipo de atitude foi o que finalmente o matou. A resposta furiosa era compreensível: “Por que diz este assim blasfêmias? Quem pode perdoar pecados, senão Deus?” (Marcos 2.7). É uma reação compreensível. C.S. Lewis, o professor britânico que escreveu clássicos infantis e excelentes defesas do Cristianismo, explica: “Se alguém me rouba dois quilos numa balança, pode ser possível e é razoável para eu dizer: ‘Bem, eu perdôo ele, nós não falaremos mais sobre isso'. O que você diria, se alguém tivesse roubado de você os dois quilos, e eu dissesse: ‘Está tudo bem. Eu o perdôo'?”81. Pecado é pecado porque é contra Deus. Se Jesus não era um lunático, então ele perdoou pecados contra Deus porque ele era Deus. Isto é o que suas palavras e ações apontavam. Uma vez ele disse: “Eu e o Pai somos um”, o que quase o levou a ser apedrejado (João 10.30-31). Em outra ocasião, ele diz: “antes que Abraão existisse, Eu sou” (João 8.58). As palavras “Eu sou” não sinalizam apenas sua existência antes de Abraão, que viveu 2000 anos antes, mas também se referem ao nome que Deus deu a si mesmo no Antigo Testamento. “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós” (Êxodo 3.14). Jesus previu sua própria traição como se soubesse o futuro tanto quanto o passado, e então explicou o que isto significava com outra afirmação assustadora: “Desde agora vo-lo digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, acrediteis que Eu sou” (João 13.19). Jesus era o “EU SOU” – o Deus de Israel, o Senhor do Universo em forma humana. Este é o porquê a sua paixão é sem paralelos. Somente a morte do divino Filho de Deus poderia consumar o que Deus pretendia fazer por esta morte. Inocência InigualávelInocência InigualávelInocência InigualávelInocência Inigualável A paixão de Cristo também foi única porque ele era totalmente inocente. Não apenas inocente dos crimes de blasfêmia e rebelião, mas de todo pecado. Ele perguntou certa vez aos seus inimigos: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (João 8.46). O que quer que pensassem, eles sabiam que não havia nada contra Jesus.

81 C. S. Lewis, “What Are We to Make of Jesus Christ?” IN C. S. Lewis: Essay Collection and Other Short Pieces, ed. Lesley Walmsley (London : HarperCollins, 2000), 39.

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Seu discípulo, Pedro, que sabia seu próprio pecado tão bem, disse que a morte de Jesus foi “a morte de um cordeiro imaculado e incontaminado” (1 Pedro 1.19). A recusa de Jesus em lutar contra a forma como ele foi injustamente condenado e morto fortaleceu a convicção de seus seguidores de que ele era sem pecado. Pedro expressou isto depois: “O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente” (1 Pedro 2.22-23). A razão da morte de Jesus levar todos os sacrifícios judaicos de animais a um fim é que ele se tornou o próprio sacrifício definitivo e “se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus” (Hebreus 9.14). Sua morte foi inigualável porque ele não tinha pecado. Desígnio InigualávelDesígnio InigualávelDesígnio InigualávelDesígnio Inigualável A paixão de Cristo foi sem paralelos na história humana porque ela foi planejada e predestinada por Deus, para nossa salvação. Apesar de toda a controvérsia sobre quem realmente matou Jesus, a verdade mais profunda é: Foi Deus quem planejou e viu o que iria acontecer. Quando os terríveis eventos aconteciam na noite antes dele morrer, Jesus disse, “Tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas” (Mateus 26.56). Todos os detalhes, desde o fato de terem lançado sortes por suas vestes (João 19.24) e ser perfurado por uma lança, ao contrário de quebrarem suas pernas (João 19.36) – tudo isto foi planejado pelo Pai e predito nas Escrituras. A igreja primitiva resumiu isto em sua pregação: “Porque verdadeiramente contra o teu santo Filho Jesus, que tu ungiste, se ajuntaram, não só Herodes, mas Pôncio Pilatos, com os gentios e os povos de Israel; para fazerem tudo o que a tua mão e o teu conselho tinham anteriormente determinado que se havia de fazer” (Atos 4.27-28). A verdade de que Deus enviou seu Filho para morrer é central ao cristianismo. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16). A morte de Jesus foi única porque havia um único Filho e um único plano divino para salvação. Autoridade Inigualável na Morte Autoridade Inigualável na Morte Autoridade Inigualável na Morte Autoridade Inigualável na Morte A paixão de Cristo foi única também porque Jesus não somente se submeteu desejosamente ao plano de seu Pai: “Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua” (Lucas 22.42); ele também o abraçou e prosseguiu por sua própria autoridade divina. Uma das mais emocionantes palavras ditas por Jesus foi sobre sua morte e ressurreição: “Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai” (João 10.17-18). Ninguém jamais falou sobre sua vida e morte desta forma. O grande testemunho do Novo Testamento é que a controvérsia sobre quem matou Jesus é irrelevante. Ele escolheu morrer. Seu Pai ordenou. Ele aceitou.

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Um ordenou todas as coisas, o outro obedeceu. A autoridade estava nas mãos de Deus. E estava nas mãos de Jesus. Porque Jesus é Deus. Significado Inigualável para o Mundo Significado Inigualável para o Mundo Significado Inigualável para o Mundo Significado Inigualável para o Mundo Finalmente, a paixão de Cristo foi inigualável porque foi acompanhada de eventos únicos, cheios de significado para o mundo. Primeiro, temos as palavras de incomparável amor e autoridade na cruz. Nenhum homem crucificado, morrendo em agonia, falaria como Cristo. Um dos ladrões, que estava crucificado com Jesus, finalmente arrependeu-se e disse, desesperadamente: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares no teu reino”. Que momento para ver um reino ser estabelecido! Jesus não o corrigiu. Ao contrário, ele disse “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23.43). Esta era a voz de quem decide onde os ladrões passarão a eternidade. O ladrão não foi o único que recebeu a misericórdia de Cristo enquanto ele morria. Jesus olhou para aqueles que o crucificaram e disse “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34). Eles poderiam fazê-lo sangrar e gritar, mas não poderiam fazê-lo odiar. E quando o momento de sua morte estava próximo, Jesus gritou “Está consumado!” e, inclinando a cabeça, entregou o espírito (João 19.30). Com essas palavras, ele quis dizer mais que “minha vida acabou”. Ele quis dizer “cumpri plenamente o trabalho redentor que meu Pai me enviou para fazer”. Uma vida inteira de obediência imaculada a Deus, seguida de um sofrimento horrendo e morte – o motivo pelo qual ele veio. Estava consumado. O significado do que ele consumou foi simbolizado por um surpreendente evento em Jerusalém. No lugar santíssimo do templo judeu, onde somente o Sumo sacerdote poderia ir e encontrar Deus uma vez por ano, a cortina se rasgou quando Jesus morreu. “E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo” (Mateus 27.50-51). O significado disto: quando Jesus morreu – quando sua carne foi rasgada – Deus rasgou (de alto a baixo) a cortina que separava as pessoas ordinárias de Si mesmo. A morte de Jesus abriu o caminho para o mundo ter uma íntima, santa, pessoal, perdoada e alegre comunhão com Deus. Nenhum mediador humano é necessário. Jesus abriu o caminho para o acesso direto a Deus. Ele se tornou o único Mediador necessário entre os homens e Deus. A igreja primitiva disse “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne... Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé”. (Hebreus 10.19-22).

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Cumprimento Inigualável Cumprimento Inigualável Cumprimento Inigualável Cumprimento Inigualável O trabalho de redenção foi terminado. O preço da reconciliação entre Deus e o homem foi pago. Agora somente restava a Deus confirmar a consumação ressuscitando Jesus dos mortos. Esta é a forma que Jesus predisse e planejou. Mais de uma vez, ele disse: “Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; e, havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará” (Lucas 18.31-33). Aconteceu três dias depois (partes de dias são consideradas como dias: Sexta, Sábado e Domingo). No começo da manhã de domingo ele se levantou dos mortos. Por quarenta dias apareceu numerosas vezes aos discípulos antes de sua ascensão ao céu. O médico Lucas, que escreveu o livro que leva seu nome, disse que “Aos quais também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando das coisas concernentes ao reino de Deus” (Atos 1.3). Os discípulos demoraram a crer no que realmente havia acontecido. Não havia precedentes. Eles eram pescadores terrenos. Eles sabiam que pessoas não se levantam dos mortos. Ao ponto de Jesus insistir em comer peixe para provar-lhes que não era um fantasma. “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante deles.” (Lucas 24.39-43). Não foi a ressurreição de um cadáver. Foi a ressurreição do Deus-Homem, para uma indestrutível nova vida de majestade à destra de Deus. A igreja primitiva o aclamou como Senhor do Céu e da Terra. Eles diziam “Havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas” (Hebreus 1.3). Jesus terminou o trabalho inigualável que Deus lhe deu para fazer, e a ressurreição foi a prova de que Deus ficou satisfeito.

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“A Paixão de Cristo, de Mel Gibson” Carlos R. Caldas Filho82

1. Com muita curiosidade, acompanhei as candentes discussões, comentários entusiasmados (pró e contra) e as acesas polêmicas a respeito de The Passion of the Christ ("A Paixão de Cristo"), produção independente do laureado ator Mel Gibson. Depois finalmente tive oportunidade de ver o tão falado filme. Por isso, arrisco, mesmo não sendo crítico de cinema, nem especialista em Novo Testamento, a emitir minhas opiniões, impressões e comentários a respeito. 2. Por um lado, A Paixão de Cristo é apenas mais um filme a respeito da vida de Jesus. Por outro lado, um filme único, simplesmente ímpar. De fato, seria interessante apresentar uma comparação crítica entre filmes anteriores sobre Jesus e o de Mel Gibson. Nos primeiros filmes sobre Jesus, produzidos no início do século XX, sequer era mostrado o rosto do ator que interpretava o papel principal, decerto por excesso de pudor por parte dos diretores da época. Tal excesso de pudor chegava às raias do docetismo, por sua recusa (ingênua) em apresentar o rosto de Jesus. Mais tarde, alguns filmes se tornaram famosos, como Rei dos Reis (EUA, 1961) e O Evangelho Segundo São Mateus (Itália, 1964) do diretor italiano marxista Pier Paolo Pasolini. Uma mudança tremenda já será percebida em filmes como Godspell e Jesus Christ Superstar, (ambos produzidos nos EUA em 1973), os quais rompem com uma visão tradicional a respeito de Jesus. Jesus de Nazaré (1977), superprodução de Franco Zefirelli, retoma uma apresentação clássica a respeito de Jesus. Este filme teve um grande elenco, tendo Robert Powell no papel principal, com interpretação magnífica. A visão cinematográfica crítica e acanônica sobre Jesus volta com força em A última tentação de Cristo (EUA, 1988), de Martin Scorcese, com o competente William Dafoe no papel principal. O filme de Mel Gibson, por um lado, se alinha com clássicos do estilo filme de Zefirelli. Por outro lado, como dito há pouco, é um filme único. 3. A começar pelas inovações introduzidas por Gibson: o filme é todo falado em aramaico e latim. Não é difícil imaginar o trabalho que os atores tiveram nas gravações.

82 Carlos R. Caldas Filho é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil. Doutor em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Retirado da revista Teologia Hoje vol 2, núm 2 (2004) artigo 5. - www.ftsa.edu.br/revista/artigos/TH2_2_5p.htm.

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Vendo o filme, fica nítido que não é preciso saber aramaico para perceber, pela entonação e pela lentidão da pronúncia, que nenhum ator é falante nativo da antiga língua prima-irmã do hebraico, hoje praticamente morta (só se fala aramaico hoje em algumas remotas vilas da Síria e nas liturgias de algumas igrejas orientais). Não obstante, com esta exigência, Gibson resgata com originalidade um aspecto importante da história. Particularmente fiquei satisfeito ao conseguir entender de vez em quando uma ou outra palavra, tanto em aramaico (no caso, palavras que são as mesmas em hebraico, como malkuth, reino, tsadiq, justo, mishpat, julgamento, Kephah, Cefas [Pedro], além da óbvia amem) como também em latim (algumas exclamações de espantados soldados romanos diante da flagelação de Jesus: robustissimum est! - é fortíssimo!, credere non posso - resistentia sua es incredibile! Não posso acreditar - sua resistência é incrível!, rex verminorum, rei dos vermes, além de um sonoro e óbvio idiota, e do clássico ecce homo! - eis o homem, dito por Pilatos em referência a Jesus, cf. Jo 19:5). Mas há algumas falhas: é extremamente improvável que Jesus tivesse dialogado com Pilatos em latim, como o filme apresenta. O mais lógico é que tal diálogo tivesse acontecido em grego koiné, a "língua franca" do mundo mediterrâneo da época. 4. Outra inovação a meu ver interessante por demais é o diabo completamente andrógino - não dá para saber se quem o interpreta é homem ou mulher, trajando uma veste que faz lembrar o Imperador, aquele do "lado negro da força" da série "Guerra nas Estrelas" (Star Wars). Há que se reconhecer, no entanto, o óbvio: em nenhum evangelho canônico o diabo aparece tanto nas narrativas da Paixão. Mesmo assim, achei sensacional a cena em que, após a morte de Jesus, o diabo grita em completo e absoluto desespero, ao finalmente perceber que, a aparente derrota de Jesus, na verdade foi uma vitória! 5. O filme segue o roteiro dos evangelhos. Aliás, Gibson pula de um evangelho para o outro com muita habilidade e destreza. Isto se constitui, a meu ver, a um só tempo, em virtude e fraqueza. Pois não há um único relato sobre Jesus nas Escrituras. Sabemos que os evangelhos apresentam a narrativa da paixão com diferentes estruturas literárias, a partir de diferentes pontos de vista, diferentes perspectivas e com diferentes propósitos teológicos. Por isso, é muito difícil, quiçá impossível, apresentar uma cronologia absolutamente exata dos últimos acontecimentos da vida terrena de Jesus.

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Apesar desta dificuldade, Gibson apresenta muito bem relatos que só aparecem em um evangelho, como por exemplo, Jesus curando a orelha do servo do sumo sacerdote (Lc 22:51 - os demais evangelhos não mencionam a cura, só o fato de Pedro ter ferido o homem), a advertência da mulher de Pilatos ao seu marido, aconselhando-o a não se envolver com um acusado justo (Mt 27:19), Jesus levado a Herodes (Lc 23:8-12). Mas algumas omissões são muito estranhas: não entendi as opções de Gibson em deixar de fora de seu filme eventos importantes, que tiveram influência direta na morte de Jesus, como por exemplo, o ataque de Jesus aos cambistas e vendedores dos átrios externos do Templo (Marcos 11:15-18) ou a expectativa popular que se criou em torno da possibilidade de Jesus restaurar a monarquia israelita (João 6:1-15). Há várias cenas em flashback no filme (como por exemplo, uma cena do Sermão da Montanha). Pelo menos a cena da expulsão dos vendilhões do Templo poderia ter aparecido em flashback. Em linhas gerais, o filme de Gibson segue a seqüência do evangelho de João. Possivelmente especialistas em Novo Testamento apresentarão críticas à harmonia dos evangelhos proposta por Gibson. Mas Gibson fez um filme, não um tratado teológico. 6. Lembro-me no filme de alguns momentos que não constam dos evangelhos canônicos: a seqüência em que Cláudia, mulher de Pilatos, entrega uma toalha a Maria, mãe de Jesus, que a utiliza para enxugar o sangue que o filho derramou quando foi flagelado (antes da crucificação), o episódio em que Verônica enxuga o rosto de Jesus na Via Dolorosa (cena que, conquanto tradicional e muito conhecida da piedade popular católico-romana, é ausente do relato bíblico - na verdade, o mito de Verônica foi cunhado na Idade Média. O próprio nome "Verônica" é um nome híbrido, composto pelo latim "vero", verdadeiro, e o grego "ikon", imagem; a "imagem verdadeira" teria sido a imagem de Jesus impressa como um carimbo de sangue na toalha), as duas Marias (a mãe de Jesus e Madalena) e João acompanhando na casa de Caifás o julgamento de Jesus, o momento em que um corvo (típica ave de mau agouro em culturas do norte-atlântico) bica os olhos do ladrão impenitente. Talvez a mais estranha cena não bíblica no filme de Gibson seja a que mostra Judas Iscariotes correndo em desespero, perseguido por uma multidão de meninos apresentados como pequenos demônios - isto definitivamente não tem nada a ver com textos bíblicos tão preciosos como Marcos 10:14. Outra cena presente no filme, mas ausente dos relatos bíblicos, é o terremoto que, no momento em que Jesus expira, faz rachar o próprio templo, quando, à luz do relato neotestamentário, foi o véu que se rasgou, não o templo (cf. Marcos 15:38).

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7. Mas A Paixão de Cristo retrata com fidelidade, entre tantos relatos dos evangelhos, o sadismo dos soldados romanos, a fraqueza de Pilatos (que tem poder, mas se rende à pressão dos líderes do Templo), o medo de Pedro, a angústia de Maria diante dos sofrimentos intensos aos quais o filho era submetido (mas quanto a isso, como protestante, não posso deixar de tecer crítica a Gibson: várias vezes o filme mostra a face triste, expressando angústia de Maria. Com a sua insistência em mostrar quase o tempo todo Maria angustiada, acompanhando o sofrimento do filho, não estaria Gibson apresentando a velha noção teológica romana de Maria Virgo, mater dolorosa ["Virgem Maria, mãe de dores"]? Esta quase ubiqüidade de Maria acompanhando o sofrimento de Jesus não consta de nenhum evangelho canônico. Outra crítica que teço à superênfase mariana de Gibson está no fato que, no filme, quando Jesus é preso, um discípulo corre para avisar Maria o que acontecera. Esta simples e candidamente diz: "começou". Não há base escriturística, e nem sequer no senso comum para isso. Qualquer mãe do mundo se desesperaria ao saber que seu filho foi preso e está para ser torturado), a ajuda que Simão Cirineu dá a Jesus, a princípio compulsória, mas depois, voluntária, a fidelidade do discípulo amado (tradicionalmente identificado com João, autor do quarto evangelho), o único a não debandar e permanecer junto com o Mestre até o fim. Mas sem dúvida, o auge do filme está nas longas (e assustadoras) seqüências da flagelação, do carregar da cruz, e da crucificação propriamente. Nunca jamais houve tamanho realismo em filmes sobre Jesus. A dor que Jesus suportou foi mostrada de maneira impressionante, a um ponto tão convincente que será difícil ver o filme sem se espantar, sem se chocar e mesmo sem chorar com a crueldade extrema dos suplícios impostos ao Senhor. Jim Caviezel (JC - coincidência?), conhecido por seu trabalho em O Conde de Monte Cristo (2002), com lentes de contato castanhas (Jesus de olhos azuis, como Robert Powell no filme de Zefirelli, não tem nada a ver), a meu ver, se houve bem interpretando o papel de Jesus. 8. Vendo o filme, é fácil perceber que Mel Gibson é católico romano. O sofrimento de Jesus é apresentado conforme o tradicional roteiro das estações da Paixão, típico da devocionalidade popular romana. Nem sempre o roteiro da Via Sacra é absolutamente fiel ao relato dos evangelhos canônicos. Outra evidência do romanismo de Gibson está quando Pedro, desesperado por ter negado a Jesus se encontra com Maria, a chama de "mãe", e se recusa a receber o carinho, dizendo não ser digno, por ter negado conhecer o Mestre - não há nos evangelhos canônicos nada que diga que os apóstolos chamassem Maria de "mãe".

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Mas Gibson, mesmo católico romano tradicionalista, se contém algumas vezes: no início do filme, no Jardim do Getsêmani, tentado pelo diabo, Jesus pisa na cabeça de uma serpente (óbvia evocação de Gênesis 3:15), indo contra a interpretação romana da passagem que entende que seria Maria a pisar na cobra - há várias estátuas de Maria que a representam com uma serpente a seus pés. 9. Que influências Gibson recebeu no processo de construção de seu filme? Decerto, várias. A mim ficou a impressão que uma delas foi o quadro "Cristo carregando a cruz"83, de Hyeronimous Bosch, pintor flamengo do século XV. Uma cena logo no início do filme, quando Jesus está sendo julgado pelo Sinédrio, faz lembrar muito o quadro de Bosch. Parece-me também que Gibson deve ter lido "Operação Cavalo de Tróia", ficção do espanhol J. J. Benitez sobre um oficial da Força Aérea Norte Americana que participa de um projeto ultra-secreto, que o conduz em uma viagem no tempo até os dias de Jesus. Benitez descreve com detalhes, por exemplo, os erros do processo judiciário de Jesus no Sinédrio, a flagelação, a fraqueza de Pilatos. O filme parece seguir o roteiro de Benitez. Mas, como disse, é apenas uma impressão que tive. Não posso afirmar categoricamente que Gibson tenha mesmo lido e seguido Benitez. 10. Resumindo: muito ainda poderia ser dito a respeito do filme. Talvez eu o faça em outra ocasião. Há diversas possibilidades de leituras do filme. Por enquanto, creio que é suficiente apresentar o filme como bem feito, mas não infalível. Como visto, em A Paixão de Cristo por várias vezes Gibson não foi absolutamente fiel aos relatos canônicos. Mas é inegável que o filme tem méritos. O principal deles a meu ver é provocar debates em praticamente todo o mundo. Cristãos poderão ver o filme com seus amigos, e compartilhar sua fé dizendo: "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras" (1 Coríntios 15:3).

83 http://www.artchive.com/artchive/B/bosch/carrying.jpg.html.

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Peça do Processo de CristoPeça do Processo de CristoPeça do Processo de CristoPeça do Processo de Cristo84 No ano dezenove de TIBERIO CÉSAR, Imperador Romano de todo o mundo, Monarca Invencível, na Olimpíada cento e vinte e um, e na Elíada vinte e quatro, da criação do mundo, segundo o número e cômputo dos Hebreus, quatro vezes mil cento e oitenta e sete, do progênio, do Romano Império, no ano setenta e três, e na libertação do cativeiro de Babilônia, no ano mil duzentos e sete, sendo governador da Judéia; QUINTO SÉRGIO, sob o regimento e governador da cidade de Jerusalém, Presidente Gratíssimo, PÔNCIO PILATOS; regente, na baixa Galiléia, HERODES ANTIPRAS; pontífice do sumo sacerdote, CAIFÁS; magnos do templo, ALIS ALMAEL, ROBAS ACASEL, FRANCHINO CEUTAURO; cônsules romanos da cidade de Jerusalém; QUINTO CORNÉLIO SUBLIME e SIXTO RUSTO, no mês de março e dia XXV do ano presente – EU, PÔNCIO PILATOS, aqui Presidente do Império Romano, dentro do Palácio e arqui-residência, julgo, condeno e sentencio à morte, Jesus, chamado pela plebe – CRISTO NAZARENO – e galileu de nação, homem, sedicioso, contra a Lei Mosaica – contrário ao grande Imperador TIBÉRO CÉSAR. Determino e ordeno por esta, que se lhe dê morte na cruz, sendo pregado com cravos como todos os réus, porque congregando e ajustando homens, ricos e pobres, não tem cessado de promover tumultos por toda a Judéia, dizendo-se filho de DEUS e REI DE ISRAEL, ameaçando com a ruína de Jerusalém e do sacro Templo, negando o tributo a César, tendo ainda o atrevimento de entrar com ramos e em triunfo, com grande parte da plebe, dentro da cidade de Jerusalém. Que seja ligado e açoitado, e que seja vestido de púrpura e coroado de alguns espinhos, com a própria cruz aos ombros para que sirva de exemplo a todos os malfeitores, e que, juntamente com ele, sejam conduzidos dois ladrões homicidas; saindo logo pela porta sagrada, hoje ANTONIANA, e que se conduza JESUS ao monte público da Justiça, chamado CALVÁRIO, onde, crucificado e morto ficará seu corpo na cruz, como espetáculo para todos os malfeitores, e que sobre a cruz se ponha, em diversas línguas, este título: JESUS NAZARENUS, REX JUDEORUM. Mando, também, que nenhuma pessoa de qualquer estado ou condição se atreva, temerariamente, a impedir a Justiça por mim mandada, administrada e executada com todo o rigor, segundo os Decretos e Leis Romanas, sob as penas de rebelião contra o Imperador Romano. Testemunhas da nossa sentença: Pelas doze tribos de Israel: RABAM DANIEL, RABAM JOAQUIM BANICAR, BANBASU, LARÉ PETUCULANI, Pelos fariseus: BULLIENIEL, SIMEÃO, RANOL, BABBINE, MANDOANI, BANCURFOSSI. Pelos hebreus: MATUMBERTO. Pelo Império Romano e pelo Presidente de Roma: LÚCIO SEXTILO e AMACIO CHILICIO.

84 Existente no Museu da Espanha — extraída do Livro “O ADVOGADO”, de Manoel Fernandes Quadra, p. 187/188.

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