Apostila Introdução a Educação a Distância

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Rosângela Schwarz Rodrigues Florianópolis CIN/CED/UFSC Introdução à Educação a Distância Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências da Educação Departamento de Ciência da Informação Curso de Especialização em Gestão de Bibliotecas Escolares

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Material de apoio e conceitos

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1Educação a Distância

Rosângela Schwarz Rodrigues

Florianópolis CIN/CED/UFSC

Introdução à Educação a Distância

Universidade Federal de Santa CatarinaCentro de Ciências da EducaçãoDepartamento de Ciência da InformaçãoCurso de Especialização em Gestão de Bibliotecas Escolares

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3Educação a Distância

Rosângela Schwarz Rodrigues

Florianópolis, 2009.CIN/CED/UFSC

Introdução à Educação a DistânciaAdaptação do material utilizado para a disciplina de In-trodução à Educação a Distância do curso de gradu-ação em Economia da Universidade Federal de Santa Catarina elaborado pelas professoras Eleonora Milano Falcão Vieira e Marialice de Moraes com a contribuição da profa. Dulce Márcia Cruz.

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Governo FederalPresidente da República | Luiz Inácio Lula da SilvaMinistro de Educação | Fernando HaddadSecretário de Ensino a Distância | Carlos Eduardo BielschowkyCoordenador Nacional da Universidade Aberta do Brasil | Celso Costa

Universidade Federal de Santa CatarinaReitor | Alvaro Toubes PrataVice-reitor | Carlos Alberto Justo da SilvaSecretário de Educação a Distância | Cícero BarbosaPró-reitora de Ensino de Graduação | Yara Maria Rauh MüllerPró-reitora de Pesquisa e Extensão | Débora Peres MenezesPró-reitora de Pós-Graduação | Maria Lúcia de Barros CamargoPró-reitor de Desenvolvimento Humano e Social | Luiz Henrique Vieira da SilvaPró-reitor de Infra-Estrutura | João Batista FurtuosoPró-reitor de Assuntos Estudantis | Cláudio José Amante

Curso de Especialização em Gestão de Bibliotecas EscolaresCentro de Ciências da Educação | Wilson SchmidtChefe do Departamento | Angel Freddy Godoy VieiraCoordenadora de Curso | Magda Chagas Coordenadora de Tutoria | Araci Isaltina de Andrade Hille-shein

Conselho EditorialClarice Fortkamp CaldinEstera Muszkat MenezesMagda Chagas

Projeto GráficoCoordenação | Laura Martins Rodrigues

Thiago Rocha OliveiraEquipe | Maicon Hackenhaar de Araujo

Rafael de Queiroz Oliveira

Equipe de Desenvolvimento de MateriaisLaboratório de Novas Tecnologias | LANTEC/CEDCoordenação Geral | Andrea LapaCoordenação Pedagógica | Roseli Zen Cerny

Material Impresso e HipermídiaCoordenação | Laura Martins Rodrigues

Thiago Rocha OliveiraDiagramação | Rafael de Queiroz OliveiraIlustrações | Tarik Assis Pinto, Rafael Naravan Kinen, Thiago

Felipe VictorinoTratamento de Imagem | Rafael de Queiroz OliveiraRevisão gramatical | Clarice Fortkamp Caldin, Estera

Muszkat Menezes, Magda Chagas

Design InstrucionalCoordenação | Isabella Benfica BarbosaDesigner Instrucional | José Paulo Speck Pereira

Copyright © 2009, Universidade Federal de Santa Catarina CIN/CED/UFSCNenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada sem a prévia autorização, por escrito, da Coordenação do Curso de Especialização em Gestão de Bibliotecas Escolares.

Catalogação na fonte elaborada por Clarice Fortkamp Caldin - CRB 14/451

R696i Rodrigues, Rosângela Schwarz Introdução à educação a distância / Rosângela

Schwarz Rodrigues. – Florianópolis : CIN/CED/UFSC, 2009.

64 p.

Inclui bibliografia.UFSC. Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em

Gestão de Bibliotecas Escolares na modalidade a distância.

ISBN 978-85-62818-03-5

1. Educação a distância. I.Título.

CDD 21.ed. – 371.35

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Sumário

Apresentação ....................................................... 7

1 Educação a Distância ...................................... 81.1 Conceitos e Características .................................................... 91.2 Origens .......................................................................................131.3 O Cenário Brasileiro ...............................................................151.4 Marcos Legais .........................................................................19

Bibliografia Comentada ........................................................22Síntese ........................................................................................23

2 As Mídias na Educação a Distância ....................................262.1 O Uso de Mídias na Educação .............................................272.2 As Mídias e suas Características .........................................292.2.1 Televisão e Vídeo ............................................................................. 312.2.2 Material Impresso ...........................................................................332.2.3 Videoconferência ........................................................................... 352.2.4 Internet ...............................................................................................40

Bibliografia Comentada ........................................................45Síntese ........................................................................................46

3 O Estudante em um Curso a Distância ...................................483.1 Estudar e Aprender a Distância ..........................................49

Síntese ........................................................................................56

Referências .........................................................57

Bibliografia Consultada ...................................61

Currículo da Autora ..........................................63

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Apresentação

Seja bem-vindo(a) à primeira disciplina do Curso de Es-pecialização em Gestão de Bibliotecas Escolares oferecido na modalidade a distância pelo Departamento de Ciência da In-formação da Universidade Federal de Santa Catarina. Esta uni-dade tem por objetivo familiarizar você com o funcionamento do curso e esclarecer dúvidas sobre a organização dos traba-lhos e o uso da tecnologia. Dessa forma, você pode se concen-trar nos demais conteúdos com desenvoltura.

Ao final desta disciplina, você deverá ser capaz de entender a origem da Educação a Distância, os conceitos e pressupostos que regem a modalidade, saber como funciona a Universidade Aberta do Brasil e como aproveitar ao máximo esta oportuni-dade.

Sucesso!!

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8 Introdução à Educação a Distância

1 Educação a Distância

O nosso principal objetivo neste capítulo é construir uma compreensão do que é Educação a Distância (EAD) e quais são as suas especificidades. Para isso, discutire-mos os conceitos, as características e o histórico dessa modalidade de Educação. Também, será apresentada a legislação brasileira de EaD e suas implicações ins-titucionais no sistema da Universidade Aberta do Bra-sil (UAB). É importante que você compreenda que seu curso é parte de um grande e complexo programa edu-cacional e que todas as etapas do processo são acom-panhadas tanto pela Universidade que oferece o curso, no seu caso, a Federal de Santa Catarina como pelo Mi-nistério da Educação, mais especificamente pela UAB.

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9Educação a Distância

1.1 Conceitos e Características

Para o nosso trabalho nessa disciplina, adotamos, como pon-to de partida, o conceito de EaD proposto pelo Decreto n. 5622, de 19 de dezembro de 2005, do Ministério da Educação (MEC):

Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacional na qual a me-diação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecno-logias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lu-gares ou tempos diversos.

O conceito formal de Educação a Distância começou a ser construído em função de pesquisas realizadas nos anos 1970 e 1980. Desde então, esta modalidade de educação passou a ser vista a partir das características que a determinam ou por seus elementos constitutivos. As definições foram mudando com o tempo, assim como a maneira de fazer EaD também mudou. A definição de Keegan (1996), apresentada a seguir, é a mais detalhada; o autor afirma que para considerarmos que existe Educação a Distância, é necessário:

a) separação física entre professor e aluno, que a distingue do ensino presencial;

b) influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, organização dirigida, etc.), que a diferencia da educação individual;

c) utilização de meios técnicos de comunicação para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos educativos;

d) previsão de uma comunicação de mão dupla, onde o estudante se beneficia de um diálogo e da possibilidade de iniciativas de dupla via; e

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e) possibilidade de encontros ocasionais com propósitos didáticos e de socialização.

Observe a complexidade de requisitos que devem ser atendi-dos simultaneamente para que possamos identificar claramente quando se trata de um curso a distância ou de variações expe-rimentais, que, muitas vezes não podem ser chamadas de edu-cação a distância. Cabe aqui um comentário sobre o item d) da definição de Keegan: com a expansão da Internet e dos recursos da tecnologia, podemos afirmar que a comunicação é multidi-recional, pois a interação pode acontecer entre alunos e profes-sores, alunos e tutores, alunos e alunos e professores e tutores.

A definição de Moore e Kearsley (2007, p. 2) é a mais recente:

Educação a Distância é o aprendizado planejado que ocorre normalmente em um lugar diferente do local de ensino, exigindo técnicas especiais de criação de curso e de instrução, comunicação por meio de várias tecnologias e disposições organizacionais e administrativas especiais.

Como você pode observar, as definições têm em comum o uso intensivo de tecnologia para propiciar o diálogo entre pro-fessores, tutores e estudantes, que se encontram em lugares e tempos distintos. O uso da tecnologia permite que os materiais didáticos especialmente preparados para estudar a distância sejam utilizados por muitos alunos, o que permite atender um número muito maior de alunos simultaneamente do que a mo-dalidade presencial, pois não depende exclusivamente das salas de aula tradicionais. Para garantir o atendimento personaliza-do a um grande número de estudantes, o professor trabalha junto com os tutores presenciais e a distância.

Já vimos que a Educação a Distância depende da tecnolo-gia para viabilizar a comunicação entre alunos, professores, tutores e equipes. Ao longo do tempo, o modo de fazer EaD foi diretamente influenciado pelo uso de diversas mídias e tec-nologias1. Essas distintas fases acabaram sendo denominadas “gerações de Educação a Distância”.

A Educação a Distância permite a formação de uma comunidade de aprendizagem, da qual você é o centro.

1 É importante esclarecer as diferen-ças entre “mídia” e “tecnologia”: o ter-mo mídia é utilizado para “descrever uma forma genérica de comunicação associada com modos particulares de representar o conhecimento” (BA-TES, 1995, p. 29). Cada mídia pode ser transmitida por meio de diversas tec-nologias.

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Entende-se por primeira geração de EaD, o momento defi-nido por Dohmem (1967, apud KEEGAN, 1996) em que a EaD era baseada essencialmente no uso de materiais impressos, com a comunicação acontecendo, durante o processo de en-sino-aprendizagem, via correio. A segunda geração, segundo Peters (1971), faz parte do momento em que grandes univer-sidades abertas foram criadas na década de 70, especialmente para oferecer cursos a distância, por rádio e televisão, para um grande número de alunos simultaneamente. A terceira gera-ção, segundo Keegan (1996), já inclui o uso de computadores e a possibilidade da comunicação entre os participantes acon-tecer simultaneamente (em tempo real, com transmissão de imagem e som), por meio de videoconferência.

Além dessas três gerações, a evolução das chamadas Tec-nologias de Informação e Comunicação (TICs), a criação da In-ternet e da Rede de Alcance Mundial (WWW, em inglês: World Wide Web), assim como o aumento da capacidade de trans-missão e processamento dos dados, fez com que se começasse a pensar em uma quarta e, logo em seguida, em uma quinta geração da EaD, como descritas por Rodrigues (2006, p. 34):

Quarta Geração (2000) Quinta Geração (2002)

O aumento da capacidade de pro-cessamento dos computadores e da velocidade das linhas de trans-missão interfere na apresentação do conteúdo e interações. Acesso a bancos de dados e bibliotecas eletrônicas.

Uso de agentes inteligentes, equipamentos wireless e linhas de transmissão eficientes. Organização e reutilização dos conteúdos.

Quadro 1: Considerações a respeito da quarta e da quinta geração da EaD.Fonte: Rodrigues (2006, p. 34).

O que deve ficar claro para você ao observar esta organi-zação da EaD em “gerações”, caracterizadas pelas tecnologias

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utilizadas, é que uma tecnologia não substitui a outra. A nova tecnologia é incorporada às demais, tornando os cursos cada vez mais sofisticados, com mais recursos para apresenta-ção de material didático e com mais e melhores oportunidades de interação entre alunos, professores e tutores. Como é a “fer-ramenta de comunicação que determina a mudança nas gera-ções e o acesso à tecnologia acontece de forma irregular em diferentes cenários, pode-se afirmar que cursos que represen-tam todas as gerações coexistem ao mesmo tempo” (RODRI-GUES, 2006, p. 34) Até hoje, o material impresso ainda é a base de muitos cursos a distância no Brasil e em vários lugares do mundo, seguido pelo Ambiente Virtual Ensino e Aprendizagem (AVEA), que permite a apresentação de conteúdo multimídia e a comunicação estruturada entre alunos, professores e tutores.

A popularização da videoconferência e o aumento da capaci-dade da transmissão de dados da banda larga permitiram o au-mento da comunicação em “tempo real” por meio da tecnologia.

A EaD, como vimos até agora, é uma forma de educação que depende da tecnologia para propiciar o diálogo entre pro-fessores, tutores e alunos e que se distingue, sob vários aspec-tos, da educação presencial. Ora, se o diálogo necessário para o processo de ensino-aprendizagem se dá por meio de ma-teriais impressos, AVEAS, videoconferências e encontros pre-senciais, é necessária a organização de uma estrutura que en-volve pessoas especializadas e equipamentos sofisticados para viabilizar a produção de materiais adequados, para garantir que todos tenham acesso às mídias utilizadas e para organizar as equipes envolvidas no apoio aos alunos e professores.

1.2 Origens

Vejamos agora como se deu o desenvolvimento histórico desta modalidade de ensino-aprendizagem. Muitos autores

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afirmam que a EaD se estabelece como tal a partir do começo do século XVIII, com as primeiras experiências de educação por correspondência. Nas primeiras décadas do século XX, o processo de institucionalização da EaD ganha fôlego, com a oferta de cursos a distância por algumas universidades norte-americanas, como a do Estado de Iowa. O tema dos programas variava de noções de higiene oral à identificação de conste-lações. Só no final dos anos 60, surgem instituições voltadas especificamente para a EaD, com a emergência das chamadas Universidades Abertas (McISAAC; GUNAWARDENA, 2004).

A partir do final da década de 1960, mais especificamente com o estabelecimento da Open University2 do Reino Unido em 1969, a EaD dá um salto de qualidade na oferta de cursos superiores com a produção de materiais educacionais sofisti-cados e a criação de Centros de Atendimento distribuídos por várias cidades, nos quais os alunos podem se reunir, falar com os tutores e consultar materiais adicionais, com uma estrutura parecida com a do seu Pólo de Atendimento Presencial.

A partir do sucesso da experiência da Open University, na Inglaterra, na década de 60, surgiram várias universidades nos mesmos moldes, começando pela Europa (França e Espanha) e se expandindo aos demais continentes. Surgiram as chamadas mega-universidades, que atendem mais de 100.000 estudan-tes a distância simultaneamente (DANIEL, 1997). Esse novo contexto também incentivou a produção acadêmica e a pes-quisa na área, passando a haver um investimento na conceitu-alização e caracterização da EaD.

Em 1994, é criada a Universitat Oberta de Catalunya (UOC)3, na Espanha e que representa uma mudança importante no modo como as universidades ofereciam educação a distância. A UOC é a mais importante universidade aberta criada depois da popularização da Internet e que tem seu modelo pedagógico e operacional elaborado com base no uso intensivo da www.

2 Na época, uma parceria com a emis-sora de TV BBC, uma das melhores do mundo até hoje, possibilitou a criação de um conjunto de material para cada curso, composto de material impresso e fitas de áudio e vídeo. Você poderá obter mais informações na homepage da Open University: http://www.open.ac.uk.

As Universidades abertas não têm como requisito de ingresso que o estudante tenha concluído o nível educacional anterior para entrar na graduação e o curso pode ser feito conforme o ritmo do aluno, pois é oferecido permanentemente.

3 http://www.uoc.edu

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Navegue no site da Open University da Inglaterra e da Universitat Oberta da Catalunya e veja as opções de cur-sos, observe como os alunos podem ingressar em qualquer curso a qualquer momento, o que caracteriza uma Univer-sidade Aberta que não tem alunos presenciais, diferente do nosso modelo híbrido, no qual a mesma instituição atende alunos nas modalidades presencial e a distância.

No Brasil, a experiência pioneira de EaD foi com o uso do rádio, com a criação da Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 1923, que transmitia programas de literatura, ra-diotelegrafia e telefonia, línguas entre outros. O Instituto Uni-versal Brasileiro (1941), empresa privada que oferecia ensino a distância de caráter supletivo, além de cursos profissionalizan-tes, através de correspondências, ainda hoje atuando, marcou o início dos cursos baseados na mídia impressa. Em 1939, criou-se o Instituto Rádio Monitor e, logo em seguida, tivemos as experiências radiofônicas do MEB e do Projeto Minerva.

Note que o desenvolvimento da EaD no Brasil começou com cursos de curta duração, que usavam o rádio ou material impresso, com variados tipos de apoio aos alunos para realizar as atividades e esclarecer dúvidas.

A oferta de cursos superiores a distância no Brasil inicia em 1994, com a Licenciatura em Educação Básica, organizada pelo Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da UFMT4. Somente em 1996, com a publicação da Lei de Diretri-zes e Bases da Educação – LDB, que em seu Artigo 80 mencio-na a possibilidade de utilização desta modalidade, a legislação reconhece a EaD para todos os níveis de ensino. A partir da regulamentação pelo MEC, surgiram outras iniciativas, com

4 http://www.ufmt.br/

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destaque para o consórcio das universidades públicas cariocas organizadas pela Fundação Centro de Ciências e Educação Su-perior do Estado do Rio de Janeiro (CEDERJ)5 que foram se aprimorando até a criação da Universidade Aberta do Brasil - UAB6, em 2006.

Na verdade, a UAB é o elemento central de um consórcio de universidades, prefeituras e governo federal, a oferta de cursos e a emissão de diplomas é responsabilidade de cada Universidade. As prefeituras providenciam a estrutura e as equipes que estão nos Pólos de Apoio Presencial.

O uso intensivo da tecnologia de informação e comunicação (TIC) não é exclusividade da Educação a Distância, pois os cur-sos presenciais de todos os níveis também usam, cada vez mais, recursos tecnológicos (especialmente a Internet). É possível pre-ver que dentro de alguns anos a diferença de uso da tecnologia entre os alunos presenciais e a distância será cada vez menor.

Estar atento às mudanças e participar de forma crítica e atuante no movimento pela expansão da Educação é um pri-vilégio! Precisamos trabalhar juntos para atuar neste contexto.

1.3 O Cenário Brasileiro

Nesta seção, iremos estudar a Universidade Aberta do Bra-sil, que representa a convergência de esforços dos participantes do Fórum das Estatais pela Educação e da Associação Nacio-nal dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). O principal objetivo da UAB é articular e integrar um Sistema Nacional de Educação Superior na modalidade a distância, procurando levar educação gratuita e de qualidade aos municípios que não têm acesso a cursos de nível superior.

Mota e Chaves (2006, p. 19) mostram o que é o projeto Universidade Aberta e sua relevância para o Brasil enquanto

5 http://www.cederj.edu.br/

6 http://uab.capes.gov.br/

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um ‘programa de nação’. Trata-se de um projeto social, de po-líticas educacionais inclusivas extremamente relevantes para a agenda do desenvolvimento social e humano do país:

Embora tenha surgido e esteja sendo implementado no atual governo, o Projeto UAB representa mais que um pro-grama governamental; configura-se como programa de nação, ao proporcionar educação superior para todos, com qualidade e democracia, desafio permanente para a cons-trução de um projeto nacional sustentável e inclusivo.

Instituído em 21/09/2004, o Fórum das Estatais pela Edu-cação tem a coordenação geral do Ministro Chefe da Casa Civil, a coordenação executiva do Ministro de Estado da Educação e a participação efetiva e estratégica das Empresas Estatais bra-sileiras. O Fórum busca potencializar as políticas públicas para uma educação inclusiva e cidadã, visando à construção de um novo modelo de desenvolvimento para o País.

O projeto UAB é

uma iniciativa do Ministério da Educação, com o intuito de criar as bases para uma universidade aberta e a dis-tância no País, assim entendida como a articulação entre as instituições federais de ensino, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, bem como demais interessados e envolvidos, e que atuará preferencialmente na área de formação inicial e continuada de professores da educa-ção Básica (BRASIL, EDITAL UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL, 2005).

A Universidade Aberta do Brasil foi criada em 2005 e re-gulamentada em 2006, pelo decreto nº 5.800, de 8 de junho de 2006, pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC). O projeto UAB é formado pelo conjunto das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) que representam, por um lado a garantia de que os mesmos professores dos cursos presenciais sejam os responsáveis pela

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17Educação a Distância

elaboração do conteúdo dos cursos, pela avaliação dos alunos e pela qualidade dos materiais dos cursos. Na outra ponta do sistema, temos os Pólos de Apoio Presencial, que garantem o espaço físico e infra-estrutura necessária às funções didático-administrativas locais dos cursos e a contratação das equipes e coordenação. Esse empreendimento é organizado com o apoio dos governos municipais e estaduais, constituindo-se, assim, em uma rede nacional voltada tanto para a formação inicial e continuada quanto para a pesquisa.

O local onde você realizará as atividades presenciais pre-vistas para o Curso é um Pólo de Apoio Presencial creden-ciado no sistema UAB, que é um dos seus locais de intera-ção com o curso onde você pode conviver com o tutor e com os colegas. Por isso, é fundamental que você estabeleça uma rotina de “idas” ao pólo, não restringidas apenas aos momentos de avaliação ou quando houver algum evento de participação obrigatória! Estudos mostram que a socializa-ção é um elemento importante da aprendizagem, aproveite a oportunidade para construir uma rede de amizades.

Em cada unidade da federação, por solicitação das prefei-turas municipais, foram criados pólos de apoio presencial para oferecer a infra-estrutura necessária para o atendimento aos estudantes nos momentos presenciais dos cursos. O estudante terá o acompanhamento de um sistema de tutoria para pro-mover “o monitoramento direto do desempenho e do fluxo de atividades, facilitando a interatividade e a identificação de possíveis dificuldades de aprendizagem.” (BRASIL, 2005).

Os Pólos de Apoio Presencial atendem vários cursos ofere-cidos por diversas Universidades e cada curso é oferecido em

Os critérios de qualidade para os cursos na modalidade a distância devem ser equivalentes aos dos cursos presenciais, pois não há dis-tinção entre o grau de exigência para obtenção do diploma para as duas modalidades, conforme o art. 2º da Lei 5.622: “cursos e progra-mas a distância poderão aceitar transferência e aproveitar estudos realizados pelos estudantes em cursos e programas presenciais, da mesma forma que as certificações totais ou parciais obtidas nos cur-sos e programas a distância pode-rão ser aceitas em outros cursos e programas a distância e em cursos e programas presenciais, conforme a legislação em vigor”.

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18 Introdução à Educação a Distância

vários Pólos, formando uma rede que é coordenada pela UAB e envolve uma logística complexa e que está presente em todo o Brasil. Veja na figura 1, a seguir, como funciona a relação entre universidades e Pólos:

Recebe curso“A” da IES1,curso “C” da IES2 e curso“E” da IES3

Recebe curso“A” da IES1 e“C” da IES2

Oferece os cursos“A” e “B”

Oferece os cursos“C” e “D”

Oferece os cursos“E”, “F” e “G”

Recebe curso“D” da IES2

Pólo 2

Pólo 3

Instituição IES1

Instituição IES3

Instituição IES2

Pólo 1

Figura 1: Articulação da rede de Pólos de Apoio Presencial UAB e Universidades. Fonte: Universidade Aberta do Brasil, 2009. Disponível em: http://www.uab.ca-pes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=55&Itemid=74.

Na época da sua criação, o então Secretário de Educação a Distância Ronaldo Mota e o Diretor de Políticas em Educação a Distância do MEC, Hélio Chaves, afirmaram que a UAB se constituía em:

um projeto que propiciará revisão de nosso paradigma educacional, em termos de modernização, gestão demo-crática e financiamento, e provocará importantes desdo-

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19Educação a Distância

bramentos para a melhoria da qualidade da educação, tanto na incorporação de tecnologias e metodologias ino-vadoras ao ensino presencial quanto nos possíveis cami-nhos de promovermos educação superior a distância com liberdade e flexibilidade (MOTA; CHAVES, 2006, p. 19).

O projeto UAB se configura, assim, como um dos alicerces para tornar a Educação a Distância parte da política estraté-gica na área de Ensino Superior no Brasil, podendo tornar-se um gerador de desenvolvimento, abrindo novas possibilidades para os alunos concluintes e para a economia local.

Com esse projeto, a Educação Superior se amplia, e a for-mação do professor se torna a chave para a sua realização. Ou seja, uma significativa parcela da sociedade poderá ingressar na Universidade Pública; professores, técnicos administrativos e profissionais que atuam no desenvolvimento da EaD deverão estar continuamente investindo na melhoria do atendimento. A formação continuada, tanto na busca pelo saber quanto na tomada de consciência do próprio fazer pedagógico, abre ca-minho para novos horizontes.

1.4 Marcos Legais

No Brasil, a EaD surgiu como uma modalidade de ensino-aprendizagem legalmente reconhecida somente em 1971, pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), aprovada apenas para os cur-sos supletivos. O movimento para a legitimação da EaD se concretizou com o estabelecimento de um marco legal especí-fico, o Artigo 80 da LDB, Lei 9.394 em 1996, associado ao for-talecimento de programas de grande porte, financiados pelo Estado, e na criação de novos projetos, como por exemplo, o programa Universidade Aberta do Brasil (MOTA; CHAVES, 2006), no qual este Curso está inserido.

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20 Introdução à Educação a Distância

A legislação brasileira sobre EaD, com foco na oferta de cursos superiores a distância, concretiza-se com a sanção do Decreto 5.622, em 20 de dezembro de 2005. O Decreto busca garantir o “credenciamento institucional, supervisão, acompa-nhamento e avaliação para a modalidade de EaD com padrões de qualidade” (MOTA; CHAVES, 2006, p. 17). A elaboração do projeto do Decreto passou por “ampla discussão com a socie-dade brasileira, por meio de consulta pública, bem como foi re-ferendado pelo Fórum dos Conselhos Estaduais de Educação e Conselho Nacional de Educação” (MOTA; CHAVES, 2006, p. 17).

Alguns pontos importantes podem ser destacados no Decre-to 5.622, pois trazem implicações significativas para a oferta de cursos superiores, equiparando a EaD ao ensino presencial:

a) obediência às Diretrizes Curriculares;

b) duração dos cursos igual à definida na modalidade pre-sencial para cursos equivalentes;

c) controle de freqüência definido no projeto pedagógico;

d) transferências, equivalências e aproveitamentos garan-tidos;

e) diploma com validade nacional;

f) os resultados dos exames presenciais periódicos prevale-cem sobre os demais resultados obtidos em outras for-mas de avaliação a distância;

g) IES com autonomia universitária não necessita de auto-rizações para ofertar novos cursos superiores;

h) o ato de credenciamento definirá a abrangência de sua atuação no território nacional;

i) participação dos alunos nas avaliações do SINAES7, jun-tamente e em igualdade de condições com os presenciais;

7 Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior. Endereço eletrôni-co: www.inep.gov.br/superior/sinaes

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21Educação a Distância

j) reforço da obrigatoriedade dos momentos presenciais para as avaliações, estágios previstos na lei, defesa de trabalhos de conclusão de curso e atividades de labora-tório;

k) credenciamento/recredenciamento das IES para oferta de cursos superiores a distância feito pela União – único e por no máximo cinco anos.

O Decreto 5.622 de 2005 também estabelece requisitos bá-sicos para o credenciamento das instituições de ensino supe-rior interessadas em atuar na área como, por exemplo:

a) a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Institu-cional - PDI que contemple a oferta de cursos e progra-mas a distância;

b) projeto pedagógico para os cursos e programas em EaD;

c) garantia de corpo técnico e administrativo qualificado;

d) corpo docente com as qualificações exigidas na legisla-ção em vigor e, preferencialmente, com formação para trabalhar com Educação a Distância;

e) descrição detalhada dos serviços de suporte e infra-es-trutura adequados à realização do projeto pedagógico, contendo instalações físicas e infra-estrutura tecnoló-gica de suporte e atendimento remoto aos estudantes e professores; laboratórios científicos, quando for o caso; pólos de Educação a Distância - unidades operativas - no país ou no exterior - para a ação descentralizada de funções pedagógico-administrativas do curso, quando for o caso; e bibliotecas adequadas, inclusive com acer-vo eletrônico remoto e acesso por meio de redes de co-municação e sistemas de informação que funcionem e atendam adequadamente aos estudantes de EaD.

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22 Introdução à Educação a Distância

Com a análise da regulamentação da EaD, ficam claras as exigências do MEC, que tem por objetivo garantir a qualidade do ensino e dos serviços oferecidos aos alunos, assim com a total equivalência entre a educação presencial “tradicional”, oferecida nos campi das universidades e a educação a distân-cia, permitindo que o aluno estude sem sair de seu município.

Agora já é possível compreender como está estruturada a EaD no Brasil. Para mais informações a respeito de suas es-truturas e leis, pesquise nos sites disponibilizados na dispo-nibilizados na Bibliografia Comentada e no Ambiente Vir-tual de Ensino e Aprendizagem do Curso. O ponto central dessa Unidade é você saber que existe uma legislação espe-cífica para a EAD no Brasil e que ela foi feita para preservar a qualidade dos cursos e o atendimento aos estudantes ma-triculados na modalidade.

Bibliografia Comentada

Você pode saber mais sobre conceitos, definições e sobre a história da EaD e seus desdobramentos acessando as referên-cias colocadas a seguir. Boa leitura!

MIRANDA, Eva Maria. Ensino superior: novos conceitos em novos contextos. Tékhne, n.8, p.161-182, dez. 2007. ISSN 1654-9911. Disponível em: <http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1654-99112007000200008&lng=pt&nrm=iso>.

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23Educação a Distância

O texto de Eva Miranda mostra, em uma perspectiva interna-cional, as mudanças nas universidades para atuar no cenário da Sociedade da Informação. Usa vários autores importan-tes para detalhar as possibilidades das TICs nos processos de ensino-aprendizagem e na repercussão da instituição.

O site do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (ABRAEAD), disponível em: http://www.abraead.com.br trata das políticas, estratégias e investimentos no setor de EaD, apresenta várias entrevistas e é uma fonte muito interessante de atualização e acompanhamento de EaD.

A Associação Brasileira de Educação a Distância apresenta a legislação, os anais do maior congresso brasileiro sobre o assunto e várias outras informações sobre o desenvolvimento da EaD no Brasil e no mundo. Veja em: http://www.abed.org.br

Síntese

Como você viu neste Capítulo, a EaD não é algo novo e inédito, mas uma modalidade de ensino e aprendizagem já consolidada em todo o mundo e que vem crescendo também no Brasil, especialmente na última década.

A EaD se caracteriza pelo distanciamento físico apresentado entre o aluno e a sua instituição. Muitas vezes, também, entre o aluno e seus colegas de curso distribuídos em diversos pólos por todo o Brasil. É por isso que o uso de diversas mídias in-terativas, como o Ambiente Virtual de Ensino e Aprendizagem (AVEA), é fundamental para a superação deste tipo de distan-ciamento. São estas mídias que possibilitam o diálogo e tornam viável o processo de aprendizagem em EaD, além de permitir

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24 Introdução à Educação a Distância

que você estude e interaja com os seus colegas, professores e tutores, tanto em casa, quanto no seu local de trabalho.

Sim! A EaD nos apresenta uma série de vantagens, den-tre elas a possibilidade de experimentarmos uma formação mais adaptada ao nosso estilo de vida. Porém, ser estudante a distância é também assumir uma série de novos hábitos de aprendizagem para os quais, na maioria das vezes, não fomos preparados. Autonomia e disciplina são fundamentais no pro-cesso de aprendizagem nessa nova modalidade educacional.

Como você viu, a UAB é uma proposta do MEC para aten-der a demanda por Ensino superior público no Brasil, permi-tindo a interiorização e ampliação das vagas e capitalização do sistema federal de ensino superior. Por isso, oferece uma oportunidade de acesso para os cidadãos brasileiros que vivem fora dos grandes centros urbanos e/ou nos quais não existem vagas em instituições públicas.

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26 Introdução à Educação a Distância

2 As Mídias na Educação a Distância

Você já estudou, no Capítulo 1, o breve histórico da Educação a Distância e a legislação que direciona e norteia essa modalidade educacional. Agora, vamos mergulhar nas mídias usadas na EaD. Afinal, você já viu que o processo de ensino-aprendizagem nesta mo-dalidade depende da tecnologia.Neste Capítulo, o nosso objetivo é explorar as possibi-lidades de aprendizagem com diferentes tipos de mí-dias. Assim, você poderá conhecer as potencialidades e limites de cada uma e aproveitar o curso ao máximo.

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27As Mídias na Educação a Distância

2.1 O Uso de Mídias na Educação

Quando falamos em mídias na educação logo pensamos nas eletrônicas (TV e rádio) ou digitais (computadores e vide-ogames). Mas, também, temos que considerar que mídias são tecnologias e essas podem ser tão antigas que nem nos damos conta.

O exemplo mais simples é o do livro, uma tecnologia que está tão incorporada na escola que até parece que uma nunca existiu uma sem a outra. Mas nem sempre foi assim. Você já pensou no livro como uma tecnologia? Hoje, chamamos de li-vro a reunião de folhas contendo informações impressas e pre-sas por um lado, montadas numa capa. Na história da humani-dade, no entanto, os livros já foram feitos de barro, de papiro, de folhas de palmeira, de seda, de madeira, e até de pele de carneiro do qual era feito o famoso pergaminho. Quando che-gou à Europa, vindo da China, o papel foi a matéria prima para a invenção da prensa por Gutenberg no século XV8.

A partir daí, os livros tomaram a forma que conhecemos, feitos de papéis costurados e posteriormente encapados, pro-duzidos em série por um preço acessível, popularizando o aces-so ao conhecimento. E nesse formato, passaram a fazer parte da escola moderna. Tanto que o livro escrito especialmente para ensinar, como um manual didático, foi proposto por João Amós Comenius em 1657. Para Comenius, o uso do livro didá-tico seria tão completo que dispensava, inclusive, o domínio do conhecimento do professor. Veja o que ele dizia: os professores “serão hábeis para ensinar, mesmo aqueles a quem a natureza não dotou de muita habilidade para ensinar, pois a missão de cada um não é tanto tirar da própria mente o que deve ensinar, como, sobretudo, comunicar e infundir na juventude uma eru-dição já preparada e com instrumentos também já preparados, colocados nas suas mãos” (COMENIUS, 1657).

8 A famosa “prensa de Gutenberg”, criada por volta de 1450, utilizava ti-pos móveis para gravar as letras no papel, o que substituía o trabalho dos copistas, que reproduziam um livro reescrevendo seu conteúdo à mão. A primeira obra reproduzida com esta técnica foi a Bíblia. A partir de então, multiplicaram-se as obras, iniciando uma verdadeira produção em massa de livros (TÉCNICA..., 2009).

Figura 2: Réplica da prensa de Guten-berg.

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Muita coisa mudou depois do aparecimento do livro didá-tico. Os professores já não são a única fonte de conhecimento dos alunos, mas, no caso da Educação a Distância, o livro di-dático ou material impresso, escrito especialmente para a EaD, continua sendo uma fonte de conhecimento muito importan-te. Esse livro, por exemplo, foi planejado para que você possa dominar o conteúdo da disciplina sem a presença do professor, pois o estilo de escrita é dialógico, ou seja, pretende simular uma conversa e antecipar respostas aos seus questionamentos.

No caso dos profissionais que trabalham com educação, o grande desafio não é apenas aprender um novo jeito de ensinar, mas também, abdicar de comportamentos já crista-lizados e inventar um novo papel, menos autoritário, e não menos importante, de orientar e motivar a aprendizagem. E este também é o desafio da biblioteca, especialmente a es-colar. A informação não está mais exclusivamente nos livros, mas em várias fontes de informação e alunos e professores devem contar com o profissional que trata a informação por excelência. Essa transformação não será fruto de um traba-lho individual, mas de um movimento de mudança da própria sociedade, que irá acontecer conforme forem aparecendo e confrontando-se demandas, resistências e pressões culturais, econômicas, sociais e políticas.

No caso dos alunos, pode ser mais fácil entender e utilizar as novas mídias. Isso porque os que têm menos de trinta anos já nasceram quando o computador, os videogames e, mais re-centemente, os celulares e câmeras digitais estão incorporados ao cotidiano. E sem exagerar, tem gente hoje (inclusive com mais de 30) que não vive sem eles, não é mesmo?

Pois bem, para você que é jovem (ou nem tanto...), a difi-culdade é de dar conta de tanta informação, conseguir chegar ao que interessa sem se perder num oceano de inutilidades e excessos de dados. Entretanto, se para os educadores é preciso aprender a usar as mídias, para os alunos é necessário conhecer

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29As Mídias na Educação a Distância

a linguagem das mídias a fim de não serem iludidos com expec-tativas irreais, por um lado e, por outro, para tornarem-se usuá-rios/produtores críticos e criativos. O desafio para o bibliotecário é ainda mais complexo, pois necessita dar conta de acompanhar a evolução de alunos e professores e de manter-se atualizado em um cenário, a cada dia, mais complexo e sofisticado.

No caso da Educação a Distância, o aluno precisa aprender a trabalhar com as mídias à sua disposição, isto é, utilizá-las como ferramentas de estudo e pesquisa. Para tanto, é neces-sário conhecer “o que é que a mídia tem” em termos de van-tagens, limites e possibilidades. No que diz respeito aos pro-fessores, entender e aceitar o potencial da mídia em suas aulas pode auxiliá-los na interação com seus alunos e, a partir dis-so, torná-los mais capacitados para ajudá-los a aprender nesse mundo novo. Para o aluno, é a chance de explorar ainda mais um mundo já conhecido a partir de um lugar novo, o lugar de quem está em processo de aquisição de novos conhecimentos.

2.2 As Mídias e suas Características

Os modos de utilização das mídias na escola presencial são os mais variados. É possível, por exemplo, assistir na sala de aula um programa de televisão gravado ou que está sendo transmitido na hora, produzir um vídeo, criar e colocar no ar um programa de rádio, aprender por um CD-ROM, participar de uma pesquisa colaborativa por meio de correio eletrônico com grupos de estudantes de outras escolas ou lugares espa-lhados pelo mundo, ou ainda, criar uma página na Internet ou um blog para colocar, por exemplo, o(s) resultado(s) de um projeto de pesquisa de alguma disciplina. Essas aplicações da mídia podem ser feitas dentro de uma sala de aula no ensino presencial ou servirem de base para cursos a distância.

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30 Introdução à Educação a Distância

Além do livro ou material impresso, podemos diferenciar as mídias que são usadas na Educação a Distância em dois tipos:

1) analógicas ou radiodifusão;

2) digitais ou multimídia.

Essa classificação não pode ser entendida ao pé da letra, já que a digitalização dos processos comunicacionais se es-tende com uma crescente rapidez à produção, transmissão e recepção da mídia de modo geral. Contudo, essa divisão serve para que possamos trabalhar didaticamente com uma imagem simplificada de diferenciação das mídias baseadas na televisão e naquelas baseadas no computador. Não é demais ressaltar que, com a tendência de convergência das mídias, em um fu-turo bem mais próximo do que imaginamos essa diferenciação entre mídias não seja mais possível.

Vamos observar agora como os diversos tipos de mídia, a par-tir das características de cada uma, têm um ritmo próprio de pro-dução além de aplicações e combinações específicas de acordo com as necessidades a serem atendidas por um curso a distância.

Está claro que um bom material para EaD advém do pró-prio processo de ensino/aprendizagem mediado por disposi-tivos utilizados na substituição da interação face-a-face e, depende fundamentalmente, da qualidade do projeto peda-gógico adotado. Como as opções de mediação são variadas - material impresso, recursos audiovisuais, Ambientes Virtuais de Ensino Aprendizagem - é interessante observar cada uma delas e analisar de que maneira podem se combinar de forma integrada em função das necessidades dos alunos.

Antes de tudo, é preciso lembrar que uma mídia é um meio de comunicação que pressupõe a existência de uma infra-es-trutura composta de suporte para a emissão, a transmissão e a recepção das mensagens, que interagem em um processo em que nenhuma das partes pode ser excluída ou descartada.

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De maneira bem simplificada, na radiodifusão9, por exemplo, a emissão é feita pela emissora de rádio ou TV, a transmissão é feita por uma rede de microondas e a recepção, pela antena de um aparelho doméstico de rádio ou televisão.

A transmissão é realizada sobre os meios físicos (linhas te-lefônicas, redes de microondas ou de fibra ótica, satélites etc.) que fornecem suporte a uma tecnologia de comunicação. O ar-mazenamento, que pode também ser chamado de embalagem, é a maneira como o produto da mídia será manuseado pelo usu-ário. É o formato da embalagem que permitirá não só o trans-porte e o armazenamento como também a maneira de utilizar o produto simbólico resultante da mídia. Alguns exemplos de meios de armazenamento são: o papel, o CD-ROM, o pendrive.

A seguir, vamos analisar as especificidades de várias mídias, com foco nas que serão utilizadas no seu curso:

2.2.1 Televisão e Vídeo

A televisão e o vídeo, em termos de conteúdo e forma, po-dem ser analisados conjuntamente. A diferença é que o vídeo armazena o conteúdo da televisão e do cinema e também de outras produções, profissionais ou não. O fato de ser uma em-balagem que permite portabilidade faz com que o vídeo seja utilizado de maneira diferente da televisão, que está continua-mente no ar. Por outro lado, câmeras digitais permitem que se gravem imagens e sons que podem ser reproduzidos num apa-relho de DVD doméstico, diretamente copiados em um CD ou DVD ou cartão ou depois de serem editados no computador. Para facilitar, vamos chamar de vídeo o suporte que armazena um produto audiovisual que pode ser transportado e reprodu-zido quantas vezes se queira.

Em termos de conteúdo estilístico e narrativo, tanto a TV como o vídeo são bastante semelhantes, suficientes para se-rem descritos como uma linguagem que explora basicamente

9 Radiodifusão é a transmissão de radiofreqüência que, por sua vez, são moduladas em áudio que se propagam eletromagneticamente através do es-paço. É um meio de comunicação ao qual a maioria da população tem aces-so apenas como ouvinte.

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o ver, o visualizar, o ter diante de nós as situações, as pessoas, os cenários, as cores, as relações espaciais. Esse ver é entre-cortado através dos planos e ritmos visuais. Os diálogos ex-pressam a fala coloquial, enquanto o narrador, ao vivo ou em off, “costura” as cenas, as outras falas, dentro da norma culta, orientando a significação do conjunto. A narração falada an-cora todo o processo de significação. A música e os efeitos so-noros servem como evocação, lembrança, ilustração e criação de expectativas, antecipando reações e informações.

Moran (1995) afirma que a TV e o vídeo encontraram a fór-mula de comunicar-se com a maioria das pessoas, tanto crian-ças como adultos, em um ritmo cada vez mais alucinante. A televisão usa uma linguagem concreta, plástica, de cenas cur-tas, com pouca informação de cada vez, com ritmo acelerado e contrastado, multiplicando os pontos de vista, os cenários, os personagens, os sons, as imagens, os ângulos, os efeitos. Os temas são pouco aprofundados, explorando os ângulos emo-cionais, contraditórios, inesperados. Passam a informação em pequenas doses (compactas), organizadas em forma de mo-saico (rápidas sínteses de cada assunto) e com apresentação variada (cada tema dura pouco e é ilustrado com imagens, muitas vezes acompanhadas de música).

As mensagens dos meios audiovisuais exigem pouco esfor-ço e envolvimento do receptor. Este tem cada vez mais opções, mais possibilidades de escolha (controle remoto, canais por satélite, por cabo, escolha de filmes nas locadoras, sites com produções audiovisuais na Internet, videogames). As mensa-gens são dinâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão. A linguagem audiovisual desenvolve múltiplas atitudes perceptivas: solicita constantemente a imaginação e reinveste na afetividade com um papel de mediação primordial no mun-do, ao contrário da linguagem escrita, que desenvolve mais o rigor, a organização, a abstração e a análise lógica.

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A televisão pode ser utilizada no ensino a distância para a transmissão de programas educativos em rede aberta ou via sa-télite, ao vivo ou gravados. No caso do curso da UAB, a televi-são não faz parte das mídias adotadas, mas tanto alunos como professores podem gravar programas audiovisuais e publicar no ambiente do curso. Outras possibilidades são os sites que per-mitem a publicação de filmes produzidos pelos usuários, como o http://www.youtube.com e o http://www.myspace.com.

2.2.2 Material Impresso

Apesar de todas as inovações hoje utilizadas na Educação a Distância, geralmente os cursos vêm acompanhados de aposti-las impressas. Veras (1999) comenta que da mesma forma que o computador não eliminou o papel, as novas tecnologias não eliminaram o impresso, pois nos seus diversos formatos (livro-texto, guia de estudo, livro de exercícios, estudo de caso, etc.) ele continua a ter função-chave tanto como a única mídia uti-lizada, como para material de apoio.

A produção do material impresso é feita normalmente den-tro de uma linha de montagem, que envolve uma equipe for-mada por profissionais das mais variadas áreas: conteudista ou professor responsável pelo conteúdo; tecnólogos educacionais, que fazem o desenho e a estrutura do conteúdo; redatores e editores do texto final; programadores gráficos; especialis-tas em comunicação; e especialistas em meios técnicos para a produção do material impresso.

Dentro da equipe, o professor conteudista é o responsável pela escolha do que será transformado em texto. Ao conteu-dista é muitas vezes pedido que escreva uma apostila básica que vai gerar o texto final que será depois trabalhado pela equipe citada. As etapas básicas de elaboração do material di-dático são: estabelecimento do programa, definição dos obje-tivos, redação dos conteúdos específicos, redação pedagógica

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dos conteúdos, digitação do texto, ilustração, revisão pedagó-gica, arte-finalização, revisão final técnica e pedagógica, vali-dação e impressão gráfica. (LANDIM, 1997).

Neder e Possari (2001) destacam quais são os componen-tes, a função pedagógica e a função motivacional do material impresso. Para as autoras este, também, se caracteriza pela flexibilidade, como destacado no quadro a seguir.

Componentes do material impresso

Função Pedagógica FlexibilidadeFunção

Motivacional

Textos escritosespecialmente para EaD.

Promover o diálogo entreprofessor/aluno/tutor.

Meio mais flexível e econômico.

Ritmo próprio de estudo.

Itens suplementares: tare-fas, ilustrações, desenhos, fotos, mapas, cartas, revis-tas, periódicos e avaliações.

Complementar e aprofundar o processo de leitura do aluno.

Necessita de planeja-mento com bastante antecipação.

Perguntas para auto-avaliação;Promover reforços dos conteúdos.

Indicações bibliográficas. Estimular o aluno para a pesquisa; Ensejar elementos teóricos que possibilitem a ampliação de conhecimento pelo aluno;Contribuir para a autonomiaintelectual do aluno.

Possibilita fazer a revisão do material; Ajusta-se às caracte-rísticas do aluno/leitor.

Desenvolverautonomia intelectual;Estimular a busca de mais informações.

Quadro 2: As vantagens do material impresso. Fonte: Neder e Possari, 2001.

No caso do nosso curso, o material impresso é pensado como um elemento básico para a apresentação do conteúdo, complementado pelo AVEA. Desta forma, como você pode observar em seu próprio material, a elaboração, estrutura e formatação foram pensadas para facilitar a sua aprendizagem interagindo com as demais mídias utilizadas no curso.

As vantagens do material impresso são citadas por Aretio (1994), das quais se pode ressaltar: sua familiaridade; sua adap-

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tabilidade ao ritmo de leitura dos alunos, que podem selecionar e aprofundar o que querem ler e sua facilidade de navegação, já que o acesso a partes específicas é rápido e conveniente. Também, não necessita de horário específico para distribuição, nem equipamento para ser utilizado, além de ser facilmente transportável e transparente, pois a tecnologia envolvida não interfere na mensagem e é conhecida pelos usuários.

Na comunicação a distância, Perez e Castillo (1994) acre-ditam que o docente atua como mediador pedagógico entre a informação e a aprendizagem dos alunos. Segundo os auto-res, a mediação pedagógica acontece através dos textos e de outros materiais colocados à disposição do aluno, e precisam passar por tratamento a serviço do ato educativo. Assim, a mediação pedagógica deve se manifestar no tratamento te-mático, ou seja, a partir de um conteúdo pensado para esse objetivo, colocando a informação acessível, clara e bem orga-nizada em função da aprendizagem; no tratamento pedagó-gico, para que a auto-aprendizagem se converta em um ato educativo e se manifeste através de exercícios que enriqueçam o texto buscando referências na experiência e no contexto do educando; no tratamento formal, que é feito através dos re-cursos expressivos colocados no material impresso tais como a diagramação, tipo de letras, ilustrações, entre outros.

2.2.3 Videoconferência

A videoconferência é a tecnologia que mais se aproxima da situação convencional da sala de aula, porque possibilita a con-versa em duas ou mais vias, permitindo que o processo de en-sino/aprendizagem ocorra em tempo real e possa ser interativo, com transmissão simultânea de imagem e som. Ao mesmo tem-po em que o professor explica um conceito, pode acrescentar outros recursos pedagógicos, tais como gráficos, projeção de vídeos, pesquisa na Internet, imagens bidimensionais em pa-

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36 Introdução à Educação a Distância

pel ou transparências, arquivos de computador etc. O sistema permite, ainda, que o aluno das salas distantes possa tirar suas dúvidas e interagir com o professor no momento da aula, uti-lizando os mesmos recursos pedagógicos para a comunicação.

O tipo mais simples de videoconferência é o que liga duas salas, ou ponto a ponto, ou seja, as pessoas de cada sala vêem as de outras salas, e a comunicação acontece diretamente, após a conexão ter sido realizada. A comunicação é bastante facilitada, já que todos podem ver e ser vistos, e ouvir e ser ouvidos por todos os participantes.

Figura 3: Videoconferência ponto a ponto.

A videoconferência multiponto permite realizar uma reu-nião com um grande número de salas interligadas. A pessoa que fala tem sua imagem enviada para todas as outras salas. Por não poder ver todas as salas ao mesmo tempo, o professor precisa interagir de maneira dinâmica com todos os alunos, de modo que não perca o contato com eles, principalmente os mais calados ou menos participativos. Mais que o ponto a ponto, o multiponto implica em uma série de cuidados tanto técnicos quanto pedagógicos, que crescem conforme o au-mento do número de salas conectadas.

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37As Mídias na Educação a Distância

MCU

Figura 4: Videoconferência multiponto.

Nos pólos da UAB, a videoconferência faz parte da infra-es-trutura básica das salas de aula: ela é usada em diversas situa-ções, geralmente em multiponto. Nos cursos a distância, a vide-oconferência tem uma função importante: a de socialização de idéias e do espaço de diálogo. Os professores podem apresentar suas idéias em uma sessão com todas as turmas da disciplina ou com algumas salas de cada vez. Também, é possível planejar algumas sessões interativas, por exemplo, para esclarecimento de dúvidas ou apresentação de trabalhos e/ou seminários pelos alunos. É importante saber que quanto mais salas e mais alunos participantes, menos interação haverá e vice-versa. Imagine o cenário de uma videoconferência com muitos alunos partici-pando ao mesmo tempo: menor será a oportunidade de todos falarem, exatamente como acontece no presencial.

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38 Introdução à Educação a Distância

Nas aulas por videoconferência, o som e a imagem mere-cem atenção especial. O som é fundamental porque é o modo de se comunicar com os outros participantes da aula. A quali-dade da voz está relacionada à sua proximidade do microfone, ou seja, quando mais perto, melhor é a qualidade da transmis-são. Por isso é preciso tomar cuidado com o modo como se fala, sem gritar nem falar muito baixo. Sempre é bom lembrar que falar ao microfone representa uma situação embaraçosa para a maioria das pessoas, mas na Educação a Distância é preciso perder a vergonha e participar. No começo, é mais difí-cil, mas conforme as experiências vão se sucedendo é comum que tanto os alunos como os professores fiquem mais à von-tade (CRUZ, 2009). Com o propósito de facilitar a conversa, o professor combina com os alunos algumas regras de som e silêncio, para que todos saibam como participar da aula.

Assim como no ensino presencial, na EaD também existem regras para participar de discussões. Isso vai depender do profes-sor: se vai abrir espaço para perguntas a cada intervalo de tem-po, se prefere ser interrompido a qualquer momento em que sur-jam dúvidas. O ideal é criar uma série de situações para amenizar o cansaço que participar de uma videoconferência gera (CRUZ, 2009). Também, é possível definir os procedimentos durante apresentações ou participações mais estruturadas dos alunos. De qualquer modo, como regra básica, o microfone deve ser sempre desligado quando não estiver sendo usado, para evitar um desa-gradável efeito de eco, principalmente em aulas multiponto. As-sim, quando o professor fala, os alunos permanecem em mudo, e vice-versa. E sempre é bom se identificar na hora de falar, para que todos, com o tempo, aprendam os nomes dos colegas.

É importante que a imagem seja boa. Na sala de aula, vai ser possível controlar a câmera que mostra os alunos. Quem vai fazer esse papel é o técnico ou, talvez, o tutor queira as-

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sumir essa função. É bom que a turma saiba como funciona o equipamento e combine com o técnico ou o tutor como vão mostrar a sala. Cada vez que um aluno falar é fundamental que ele fique bem visível para o professor e para os outros colegas de outras salas remotas. Aliás, essa combinação é fun-damental para que as sessões sejam bem organizadas e produ-tivas e compensem o esforço de se dirigir até a sala de aula.

Na sala de aula, também, vai estar disponível um compu-tador que pode ser usado nas sessões de videoconferência. Muitas salas de videoconferência possuem ligação com a rede Internet. Essa facilidade permite que tanto o professor como os alunos possam incluir durante a aula a apresentação de pá-ginas da rede, softwares, jogos, demonstrações, arquivos etc. É preciso, no entanto, testar antes a visualização para as salas remotas do material que se pretende utilizar, já que a definição da tela da televisão em geral não é a mesma do computador.

O uso de programas de software gráfico como recurso di-dático é muito eficaz na videoconferência. Por isso, se o pro-fessor abrir espaço para seminários ou apresentação de tra-balhos dos alunos é bom estar preparado. Slides produzidos em programas como o PowerPoint ou CorelDraw podem ser apresentados através do computador ligado diretamente no sistema de videoconferência, sem necessidade de imprimir ou copiar em papel. Esses mesmos arquivos podem ser publicados antes ou depois da apresentação no ambiente de aprendiza-gem para socializar com o professor e com os colegas.

Algumas dicas para melhorar sua apresentação em Pow-erPoint durante a aula pela videoconferência:

• Ao configurar as páginas, use a opção “Paisagem” para suas apresentações.

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40 Introdução à Educação a Distância

• Cuidado com as cores dos seus slides. Use tons con-trastantes: para o fundo, use preto ou azul ou verde escuro; para a frente ou texto, use branco, cinza pá-lido ou tons de amarelo. Não use tons de vermelho, eles “rasgam” na tela. Amarelo é uma ótima cor para destacar/iluminar o texto.

• Use um estilo sem serifa. Algumas fontes mais legíveis são: Arial, Futura, Lucida, Verdana, Officina.

• Use negrito para enfatizar palavras.

• Evite usar itálico

• Evite a utilização de maiúscula em toda a palavra.

• Utilize uma fonte maior do que 32 pts. para títulos. Utilize uma fonte maior do que 22 pontos para o tex-to principal. Coloque no máximo sete palavras por li-nha e sete linhas por slide.

• Evite embaralhar texto e imagens.

• Seja breve.

• Dê espaço entre as linhas para maior legibilidade.

• Cheque a ortografia.

Essas dicas vão ajudar a que todos enxerguem sem difi-culdade o que vai ser mostrado. Uma outra maneira de tornar mais dinâmica e agradável uma apresentação pela videoconfe-rência é alternar a imagem do computador para os apresenta-dores, mostrando a imagem da tela para ilustrar o que a fala está dizendo, mas não o tempo todo. É mais interessante ver de vez em quando o rosto de quem está falando.

2.2.4 Internet

O fascínio que a Internet exerce sobre as pessoas pode es-tar relacionado à liberdade e à capacidade de relacionar-se

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41As Mídias na Educação a Distância

com o tempo e o espaço de forma mais flexível. Wolton (2003) acredita que novas tecnologias e a Internet detêm a liderança nesse processo, alimentando no imaginário do final do século XX, mitos e utopias revolucionárias, especialmente nos jovens, encorajando o “faça você mesmo”, as capacidades de ação e criação. Segundo esse autor, três palavras são essenciais para compreender esse fascínio: autonomia, domínio e velocidade.

Quando a Internet começou, na década de 1960, os Es-tados Unidos a usavam apenas como meio de comunicação militar em tempos de Guerra Fria. Com a apropriação social desta tecnologia, e a evolução das ferramentas, ficamos cada vez mais dependentes da “rede”.

Na medida em que avançam as tecnologias de comunicação, o conceito de presencialidade também se altera. Podemos ter um diálogo mais significativo com alguém que não conhece-mos do que com nosso colega de sala. Podemos participar de encontros de trabalho que ocorrem a centenas de quilômetros e acessar materiais educacionais em praticamente todo o planeta.

É devido à possibilidade de diálogo, da criação de uma comunidade virtual de aprendizagem, do estabelecimento de uma comunicação em múltiplas vias, independente do tempo e do espaço e pela facilidade da troca de todo tipo de do-cumentos entre os integrantes de um grupo de aprendizes e professores, que a Internet revoluciona a educação, especial-mente a Educação a Distância.

Como já vimos, a EAD depende da tecnologia. E cada vez mais a Internet funciona como o canal que aglutina as tecnolo-gias e organiza os espaços de ensino-aprendizagem. A maioria dos materiais e interações do seu curso será feita via Internet.

Os softwares que viabilizam as atividades dos cursos a distân-cia na Internet são chamados de Ambientes Virtuais de Ensino Aprendizagem (AVEAs). Catapan, Mallmann e Roncarelli (2006) definem como “sistemas que integram ferramentas de comuni-cação digital, organizadas em uma proposta pedagógica.”

Navegar na Internet dá ao usuário o poder de agir sem intermediários, filtros, hierarquia e em tempo real, gerando uma sensação de liberda-de absoluta, livre das amarras do tempo, num infinito supermerca-do disponível para o consumo de informação e ações cada vez mais corriqueiras, como compras e ban-co, além de interagir por meio de várias ferramentas com outras pes-soas ou grupos.

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Brandon Hall (apud Keegan et al. 2003, p. 28) define um AVA (ou AVEA) como:

Um software concebido como uma solução “tudo em um” podendo facilitar a aprendizagem on-line numa organiza-ção. Inclui as funções de um sistema de gestão de apren-dizagem para os cursos do ambiente de aprendizagem, mas poderá não estar apto a localizar cursos on-line que não tenham sido criados.

Podemos sintetizar que um AVEA é o espaço em que os materiais didáticos e as interações acontecem de forma orga-nizada no ciberespaço. Permitem integrar múltiplas mídias, linguagens e recursos, apresentar informações de maneira or-ganizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir determinados objetivos.

Gamez (2004, p. 44) destaca que grande parte dos AVEAs hoje existentes, comercializados ou não,

[...] não têm a intenção de simplesmente reproduzir o ambiente de sala de aula, transferindo-o para o espaço virtual mas, fornecer tecnologias para proporcionar aos alunos novas ferramentas que facilitem a situação de aprendizagem.

Para o autor, esses espaços virtuais de aprendizagem ofere-cem condições permanentes de interação entre os seus usuá-rios. A hipertextualidade facilita a propagação da colaboração e cooperação entre os seus participantes, para fins de apren-dizagem. A conectividade garante o acesso rápido à informa-ção e à comunicação interpessoal, em qualquer tempo e lugar,

Os AVEAs são chamados de fer-ramentas; como toda tecnologia, seu uso vai depender das pessoas e atender seus objetivos e anseios. A melhor das ferramentas não funciona se alunos, professores e tutores não forem totalmente dedi-cados ao processo de ensino apren-dizagem do grupo.

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sustentando o desenvolvimento de projetos colaborativos. A interatividade, conectividade e hipertextualidade garantem o diferencial dos ambientes virtuais para aprendizagem indivi-dual e grupal. Para Teles (2009, p. 74)

A primeira tarefa do professor online é a de criar um am-biente de comunicação fácil e confortável, no qual o par-ticipante de uma comunidade virtual não deverá sentir-se isolado dos colegas, estabelecendo um modelo no qual as respostas são rápidas (menos de 24 horas). É necessário reconhecer e valorizar os comentários dos estudantes, evitando a sensação de que estão imersos em um vazio.

A adoção destes ambientes, apoiados pelas TICs, viabiliza o processo ensino-aprendizagem através da mediação peda-gógica entre os integrantes do curso (alunos, professores e agentes de EaD), geograficamente dispersos.

Obviamente não podemos analisar os AVEAs apenas como ferramentas tecnológicas. É necessário avaliar as concepções de comunicação e de aprendizagem utilizadas pelos autores e gestores da comunidade de aprendizagem.

O seu curso utiliza a Plataforma Moodle, que foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dou-giamas. É um ambiente de código aberto livre e gratuito. A plataforma educacional Moodle é um software utilizado para produzir e gerenciar atividades educacionais baseadas na In-ternet, constituindo-se em um Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA).

O AVEA Moodle foi inteiramente customizado pela equipe da UFSC para uso neste curso. Veja, a seguir, a interface e as possibilidades que você vai encontrar.

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44 Introdução à Educação a Distância

Cabeçalho da disciplina: É onde você pode visualizar uma apresentação da disicplina, a foto do professor e dos tutores. Também é o espaço para acessar o plano de ensino e o cronograma de atividades, os vídeos e uma versão digital do livro da disciplina.

Calendário: É onde são registrados os eventos do curso,

das disciplinas e dos usuários.

Conteúdo: A partir daqui são arrolados os conteúdos organiza-dos em tópicos.

Próximos eventos:Lista dos eventos

registrados no calendário.

Atividades: Lista as atividades organizadas por tipo de ferramenta

da disciplina.

Mensagens: É uma das principais fer-

ramentas de comunica-ção entre você, os

tutores e os professo-res. Também é onde

aparecem registros de mensagens recebidas.

Participantes: Permite visualizaros participantes da disciplina.

Usuários Online: Lista os usuários da disciplina que acessaram o ambiente nos últimos cinco minutos.

Administração: Em Notas é possível visualizar suas notas. Em Perfil é possível atualizar seus dados pessoais, mudar sua senha, entre outras possibilidades.

Atividades Recentes: Acesso às últimas modificações no AVEA da disciplina.

Mural de avisos:Aqui são publicados avisos referentes à disciplinas.

Figura 5: Interface padrão do AVEA Moodle.

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45As Mídias na Educação a Distância

Bibliografia Comentada

KENSKI, Vani. Gestão e uso das mídias em projetos de educação a distância. E-Curriculum, São Paulo v. 1, n. 1, dez. 2005/jul. 2006. Disponível em: <http://www.pucsp.br/ecurriculum/artigos_v_1_n_1_dez_2005/vanikenskiartigo.pdf>

O texto de Kenski apresenta uma reflexão sobre os suportes tecnológicos nos quais ocorre a comunicação na EaD. Usa o conceito de planejamento para uma visão longitudinal da tecnologia na Educação.

LAGUARDIA, Josué; PORTELA, Margareth Crisóstomo; VASCONCELLOS, Miguel Murat. Avaliação em ambientes virtuais de aprendizagem. Educ. Pesqui., São Paulo, v. 33, n. 3, dec. 2007 .Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022007000300009&lng=en&nrm=iso>. Access on: 31 May 2009. DOI: 10.1590/S1517-97022007000300009.

Os autores apresentam revisão de literatura abrangente sobre o tema. Evidenciam a complexidade do processo de avaliação e identificam várias alternativas. A leitura deste texto serve de base para a compreensão da importância da avaliação na modalidade a distância, que é dos fatores mais distintos da modalidade presencial.

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46 Introdução à Educação a Distância

Síntese

Neste capítulo, você teve a oportunidade de conhecer as diversas mídias utilizadas em EAD, bem como conhecer as suas características e as suas aplicações nesta modalidade de educação.

Você pôde constatar o quanto o material impresso é impor-tante. Ele ainda é uma das mídias mais utilizadas nesta mo-dalidade de educação. Com certeza, esse material marcará a sua trajetória de estudos, uma vez que a sua familiaridade em relação a ele provavelmente é maior do que com outras mídias. O material impresso será uma ferramenta indispensável que irá garantir que você possa efetivamente estudar em qualquer hora e lugar!

Outras mídias importantes em EaD são a videoconferência e a Internet, com o AVEA. Estas duas mídias permitirão que você interaja em tempo real (ou não!) com os seus colegas de outros pólos, professores e tutores. É importante que você construa uma familiaridade com as características e aplicações dessas mídias, pois elas serão utilizadas com freqüência no de-correr do curso e conhecê-las irá permitir que você se sinta cada vez mais confortável e à vontade em utilizá-las!

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48 Introdução à Educação a Distância

3 O Estudante em um Curso a Distância

Já vimos no Capítulo 1, o que é Educação a Distância do ponto de vista da organização institucional; no Ca-pítulo 2 analisamos as diferentes mídias que você preci-sa usar para dialogar com professores, tutores e colegas. Agora, vamos ver como atuar no curso, pois o mais im-portante é como você vai lidar com os novos desafios. Este Capítulo tem como objetivo principal prepará-lo para estudar e a aprender a distância, enfatizando a im-portância da colaboração e cooperação neste contexto educacional. Dicas e técnicas de estudo serão apresen-tadas com a intenção de ajudá-lo a organizar seus estu-dos e melhorar seu desempenho acadêmico.

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49O Estudante em um Curso a Distância

3.1 Estudar e Aprender a Distância

Leia com muita atenção e reflita sobre as palavras de Pau-lo Freire, famoso educador brasileiro, a respeito da Educação: “Ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Os ho-mens se educam juntos, na transformação do mundo.” (FREI-RE, 1997, p. 68).

Ao analisarmos essas frases de Freire, percebemos que só existe educação se dois ou mais indivíduos estiverem intera-gindo e colaborando entre si, transformando o mundo. Ou seja, para que a aprendizagem significativa aconteça é funda-mental construir um ambiente colaborativo, no qual todos (e cada um) se posicionem como aprendizes e, ao mesmo tempo, estejam dispostos a trocar e ensinar.

Dessa forma, na EaD acontece um processo de apropriação tecnológica, em que através da Internet permite-se a constru-ção de ambientes colaborativos de aprendizagem, os chama-dos AVEAs.

Então, em uma experiência como esta em que você se encontra (estudando a distância através de seu computador conectado à Internet) é necessária a tomada de consciência sobre algumas questões, como veremos nas próximas seções.

Para que possamos entender como aprendemos, princi-palmente neste novo contexto – EaD via Internet interativa e colaborativa – precisamos ter clareza de alguns conceitos como aprendizagem, estilos de aprendizagem, colaboração e cooperação.

Comecemos então pelo que entendemos por aprendizagem. A palavra aprendizagem origina-se do latim apprehendere e designa a ação de aprender10, tomar conhecimento (CUNHA, 1982, apud TORRES, 2002, p. 38). A aprendizagem está mais centrada na figura do aluno, que é o sujeito da construção de seu conhecimento (TORRES, 2002, p. 38).

10 Aprender significa adquirir, apode-rar-se. Quem aprende algo, apodera-se desse algo. Aprender é uma ação dinâmica que se estabelece entre um conhecimento já aprendido e um novo a adquirir. Assim, quem aprende algo é capaz de extrapolar esse conhecimento.

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50 Introdução à Educação a Distância

Para que a aprendizagem aconteça de modo efetivo é pre-ciso ter contato com o novo conhecimento, reconhecê-lo e explorá-lo. Isto acontece internamente, mas também depende de estímulos externos.

A aprendizagem significativa implica em mudança, pois os novos conhecimentos e as novas habilidades que adquirimos nos levam a ver o mundo com novos olhos e a adotar novos comportamentos. Mas atenção: a aprendizagem só acontece quando o indivíduo está profundamente envolvido e motivado para este processo.

Aprender a distância vai exigir de você um esforço contínuo em aquisição de habilidades e qualidades fundamentais para o seu desenvolvimento profissional. Observe o quadro 3, a seguir:

Habilidades e qualidades cognitivas

Inteligência

Cálculo

Leitura/escrita

Habilidades e qualidades afetivas

Motivação

Capacidade de pedir ajuda

Auto-confiança

Capacidades de aceitar críticas

Senso de humor

Gerenciamento de stress

Controle da ansiedade diante de avaliações (provas ou exames)

Habilidades e qualidades de gerenciamento

Capacidade de lidar com o seu emprego/trabalho

Gerenciamento das demandas familiares

Gerenciamento de grande volume de informações e documen-tos impressos e digitais

Saber definir prioridades

Saber criar um bom ambiente de estudo

Quadro 3: Habilidades e Qualidades necessárias ao Aprendizado a Distância. Fonte: Adaptado de Willis (1993).

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51O Estudante em um Curso a Distância

Além de analisar o desenvolvimento das qualidades e habi-lidades destacadas acima, Willis (1993) destaca alguns desafios para o aluno a distância, os quais precisam ser encarados e vencidos. Alguns destes “desafios” são:

a) Tornar-se e manter-se responsável por si mesmo, por seu processo de aprendizagem. Eis um desafio direta-mente relacionado à motivação. Você necessita sentir-se motivado a estudar! Portanto, quando você perceber que a sua motivação está em baixa, não hesite: entre em contato com os seus colegas, escreva para os seus tutores, proponha questões de debate para os seus pro-fessores. Anime-se! Dessa forma, você será o principal agente do seu processo de aprendizagem;

b) Conhecer os seus pontos fortes e fracos, qualidades e limitações. Mantenha-se em constante auto-avaliação, estabeleça objetivos e metas realistas, concretas e nun-ca deixe de contar com o apoio dos seus professores;

c) Manter e aumentar a auto-estima. Reconheça e valo-rize cada pequena conquista e o esforço que você fez para atingi-la;

d) Relacionar-se com os outros. Participe ativamente de atividades em grupo e busque relacionar-se com colegas também informalmente, mesmo que somente a distância;

e) Ter clareza sobre o que está realmente aprendendo. É preciso que você reflita e analise o que está sendo estu-dado, tendo certeza que entendeu o que já foi visto antes de seguir em frente com o estudo de novos conteúdos;

f) Lidar com o conteúdo. Defina um plano de estudos e administre as atividades propostas, adequando a sua re-alização ao tempo que você possui para dedicar-se aos seus estudos. Procure sempre associar a sua aprendiza-gem à sua prática diária.

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52 Introdução à Educação a Distância

Como você pode notar, estudar a distância implica em um alto grau de comprometimento consigo mesmo, com os seus propósitos e objetivos. Você como o principal agente dessa experiência de aquisição de novos conhecimentos, deve estar sempre atento às suas necessidades e dificuldades e em cons-tante processo auto-avaliativo. Procure tornar toda essa jorna-da a mais prazerosa e enriquecedora possível para você mesmo.

A solidão é contornável freqüentando o AVEA do Curso. Ali você poderá interagir com seus colegas e tutores, resolver suas dúvidas e experimentar de fato a aprendizagem colaborativa. Para que isso aconteça e você se sinta à vontade, é importante que você se prepare para as novidades e encare os desafios que listamos nas Unidades anteriores. Para ajudá-lo, vamos apresentar algumas estratégias de organização do tempo, do espaço de estudo, etc. Vamos encarar esse desafio juntos!

Além de organizar o seu tempo, definindo quantas horas e quando você irá estudar, organize também um espaço para realizar seus estudos. Ter o seu próprio espaço regular para estudar não é apenas prático, mas também importante para ajudá-lo no processo de aprendizagem. Com certeza, a organi-zação do ambiente reflete-se em nossa mente!

De preferência, escolha um local para seus estudos onde você possa deixar os seus materiais, sem preocupar-se em re-colher tudo ao final de cada sessão. Este local deve ter uma mesa e cadeiras adequadas, além de ser bem iluminado e o mais silencioso possível. Ou seja, ao escolher e organizar o seu espaço de estudo, considere as seguintes questões:

a) Iluminação - deve ser adequada, permitindo uma leitura fácil e sem esforço.

b) Postura/Ergonomia - selecione uma boa cadeira e uma mesa adequada, pois isso vai evitar o desconforto e as dores nas costas e braços. Se estiver utilizando o com-putador, dê preferência a uma cadeira de braços, pois

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53O Estudante em um Curso a Distância

estas são mais ergonômicas e facilitam o uso do teclado e do mouse, cansando menos.

c) Silêncio/Tranqüilidade - algumas pessoas gostam de es-tudar ouvindo música, outras no silêncio total. O impor-tante é escolher um lugar silencioso, onde você possa estudar com tranqüilidade, sem interrupções constantes ou muita circulação de pessoas. Se você estiver estudan-do em seu local de trabalho, busque uma sala onde pos-sa ficar mais afastado dos barulhos do dia-a-dia.

d) Equipamentos necessários: para que você possa aces-sar todos os conteúdos e materiais disponíveis on-line, é recomendado que o computador possua as seguintes especificações: Microcomputador - Processador Pen-tium 4 1.8GHz (ou superior) ou processador Sempron 2800+, 256MB de memória RAM, Disco rígido de 40GB, mouse, teclado, kit multimídia (placa de som e caixas de som), monitor 15 polegadas (ou superior) com resolução de tela em 1024X768 pixels (ou 800x600 pixels) com uma gama de cores de 24-bit ou 32-bit, modem PCI modulação v.90 ou v.92 com até 56Kbps ou placa de rede 10/100Mbits, conectividade com a internet (prefe-rencialmente de banda larga). Configurações quanto a programas - Sistema operacional GNU/Linux (com in-terface gráfica KDE 3.3.x ou Gnome 2.x) atualizado ou MS-Windows (98, Me, com todas as atualizações) /XP SP2/Vista, navegadores para WWW: MS-Internet Explo-rer 7 (ou superior) ou Mozilla Firefox 3 (ou superior), plugin para Adobe Flash (versão 9), software para docu-mentos em formato PDF (Adobe Reader 8.x ou equiva-lente GNU/GPL), MS-Windows Media Player 10 (ou su-perior) ou MPlayer 1.x (para Linux com todos os codecs disponíveis), Apple Quicktime 4 Movie plugin.

Além de escolher o seu espaço de estudo, lembre-se que o seu pólo de apoio presencial também é um espaço disponível

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54 Introdução à Educação a Distância

para você estudar. Não apenas sozinho, mas com a ajuda do Tu-tor presencial e colaborativamente com os seus colegas de Cur-so. Também, no pólo, você terá acesso a uma pequena bibliote-ca, à Internet e ao acervo da Biblioteca Universitária da UFSC.

Nesse ambiente on-line você poderá se comunicar de forma síncrona (ao mesmo tempo, por exemplo: chats) e assíncrona (em momentos diferentes, por exemplo: e-mail, fóruns) com os seus professores ou colegas. Pode comentar as aulas, discu-tir temas relacionados às disciplinas em andamento em fóruns, enviar sua produção ao professor, compartilhar trabalhos de-senvolvidos com os demais colegas, acessar ementas e progra-mas de disciplinas, bibliografias de referência, artigos on-line e outras informações importantes para um bom desempenho no Curso. Mecanismos de colaboração e aprendizagem em grupo são fortemente estimulados no Ambiente, como fóruns especializados por área de conhecimento.

Em função dessas características, o AVEA se configura como um lugar de cooperação, que facilita a aprendizagem uma vez que cria um espaço em que os alunos interagem uns com os outros, gerando estratégias de aprendizagem e inte-grando novas informações em conhecimento já existente.

No AVEA, existe uma gama de ferramentas especialmente organizadas para facilitar o acesso a leituras complementares, execução das atividades e organizar sua vida acadêmica, veja a seguir as possibilidades:

1) Ferramentas de Comunicação: chats, fóruns, mensagem instantânea, entre outros. A interação com os demais colegas do curso, com os tutores e com os professores será facilitada por estas ferramentas.

2) Ferramentas de Apoio: orientações, lista de contatos, entre outros. Por meio destas ferramentas o aluno terá diversas possibilidades de esclarecer suas dúvidas.

3) Ferramentas de Pesquisa: biblioteca do curso, busca no ambiente de aprendizagem, entre outros. As ferramentas de

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55O Estudante em um Curso a Distância

pesquisa expandem e conferem autonomia e independên-cia ao aluno na busca de fontes alternativas de informação.

4) Ferramentas de Secretaria: notas, agenda, cronograma, entre outros. Este grupo de ferramentas foi criado para que o aluno possa organizar sua agenda ou, ainda, para tirar dúvidas sobre seu desempenho no curso.

Você vai contar com uma variedade de canais para ter aces-so ao conteúdo e interagir com colegas professores e tutores. Procure utilizar o material impresso de maneira integrada com os demais recursos didáticos apresentados no AVEA, nas vi-deoconferências e nos encontros presenciais. Veja, a seguir, algumas sugestões para aproveitar melhor o curso:

• Anote as dúvidas que surgirem durante a leitura e escla-reça-as com os Tutores.

• Leia atentamente cada capítulo para entender todo o as-sunto.

• Preste atenção nos quadros, links, glossários e ilustra-ções, pois eles contêm mensagens importantes.

• À medida que for lendo, faça pausas para compreender o que foi lido.

• Tenha o hábito de fazer esquemas e anotações ao longo dos textos.

• Você não aprenderá eficientemente a menos que se torne interessado pelo assunto de alguma maneira. Identifique no conteúdo que pontos mais lhe interessam e que têm mais relação com sua atividade profissional.

• Antes de prosseguir, volte ao início de cada capítulo e verifique se atingiu os objetivos. Caso não os tenha atin-gido, reveja os materiais didáticos ou entre em contato com seu Tutor.

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56 Introdução à Educação a Distância

Síntese

Você acaba de completar seus estudos do último Capítulo desta disciplina de Introdução à Educação a Distância. Neste Capítulo, você aprendeu que a aprendizagem é um processo pessoal e intransferível, mas que ninguém aprende sozinho. Todos nós aprendemos nos relacionando com outras pessoas e com o mundo.

Sendo assim, aprender a distância jamais poderia significar o isolamento de quem aprende. Muito pelo contrário! Estudar a distância é aprender em relações de cooperação e colabora-ção com colegas e professores por meio de encontros sejam eles presenciais ou mediados pela tecnologia.

Mas é claro que num modelo de EAD o estudante deve disciplinar-se para aprender e para manter suas relações de aprendizagem, pois não há um horário fixo e um espaço (sala de aula) onde um professor supervisiona as atividades de aprendizagem mais de perto. Na EAD, você é mais indepen-dente, logo torna-se ainda mais responsável por seus estudos.

Não deixe nenhum exercício por fazer. Todas as atividades propostas são muito importantes. Leia, releia, pesquise, apro-funde-se! Você tem todas as ferramentas em suas mãos! Use todas!

Temos certeza que seguindo nossas dicas e dedicando-se aos seus estudos, você terá uma prazerosa trajetória de apren-dizagem e colaboração.

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57Referências

Referências

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63Currículo da Autora

Currículo da Autora

Rosângela Schwarz Rodrigues

Graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Mestrado e Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998 e 2004). Professora adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina no Departamento de Ciência da Informação, atuando no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação e principalmente nos seguintes temas: Tecnologias da Informa-ção e Comunicação na Educação Superior, Modelos de Educa-ção a Distância e Comunicação Científica Digital.