Apostila Historia 3ano

download Apostila Historia 3ano

of 34

Transcript of Apostila Historia 3ano

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    1/34

    DISCIPLINA: Histria

    DATA: ____ / ____ / ____

    PROF.:Rmulo SRIE: 3 ANO

    CONTEDO DE HISTRIA-GERAL DO 1ANOINTRODUO AO ESTUDO DA HISTRIA

    A cronologia histrica

    O objeto de estudo da Histria a seqncia dos fatos ligados entre si. A compreenso doprocesso histrico se d atravs do conhecimento das datas que servem para situar os fatos.

    A unidade de tempo mais utilizada para a compreenso dos acontecimentos histricos o ano.

    O dia e o ms tambm so considerados unidades de tempo, porm so menores e, portanto,insuficientes para a compreenso plena de um fato histrico.

    Calendrio cristo

    Durante a Antiguidade os anos tinham como referncia os acontecimentosperidicos (Jogos Olmpicos entre os Gregos), ou eram estabelecidos apartir da fundao de uma cidade.

    Com o nascimento de Cristo, os cristos caracterizaram esseacontecimento como um marco histrico, dando incio a uma nova era. Jpor volta do sculo VI d.C existiam simultaneamente na Europa trscronologias, fundamentadas relativamente no nascimento de Cristo, na

    criao de Roma, e na inaugurao de determinados reinados.

    Foi na Baixa Idade Mdia, que a cronologia crist se estabeleceuterminantemente no Mundo Ocidental. A cronologia dos judeus se baseouna suposta criao do mundo. E os mulumanos tinham a sua cronologiabaseada na Hgira - fuga de Maom da cidade de Meca para a Medina que ocorreu em 622 durante a Era Crist.

    No decorrer da Revoluo Francesa, ficou decidido que os anoscomeariam a ser contados a partir da Proclamao da Repblica, sendoassim o dia 21 de setembro de 1792 foi o primeiro dia da Era Republicana.

    Porm, em 1804, quando Napoleo Bonaparte substituiu a Repblica peloImprio Francs, esta datao acabou sendo abatida.

    A cronologia crist tornou-se universal e isso fez com que os anosantecedentes ao nascimento de Cristo fossem inseridos nesta contagem.Dessa maneira, h o ano 10 d.C

    A periodizao da HistriaA Histria rene diversos acontecimentos, se tornando uma grande coletora de fatos desde oaparecimento da escrita at os dias de hoje, a nossa fonte de conhecimento sobre opassado.

    Existem quatro perodos no qual a Histria se divide: Idade Antiga, Idade Mdia, IdadeModerna e Idade Contempornea.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    2/34

    Idade Antiga: corresponde histria dos gregos e romanos, tendo incio com a descoberta daescrita. Este perodo termina com a queda do Imprio Romano do Ocidente, no ano de 476.Idade Mdia: este perodo inicia-se com o fim da Idade Antiga, e se estendeu at o ano de1453, ano que ficou marcado pelo fim da Guerra dos Cem Anos.Idade moderna: este perodo que teve incio em 1453 teve seu trmino marcado pelosurgimento da Revoluo Francesa, em 1789.Idade Contempornea: este perodo teve incio em 1789 com o fim da Idade Moderna, e o

    perodo que est em vigor atualmente.Conceitos fundamentais da historiografiaAlguns conceitos so fundamentais para a compreenso da Histria. Eles so fundamentadosde acordo com o processo histrico.Os principais conceitos histricos so: modo de produo, sistema, regime, estrutura econjuntura.

    Modo de produo o modo como os homens se organizam para manter a sua sobrevivncia e o modo de vida.

    O modo de produo um complexo socioeconmico e cultural, formado por trs elementos

    bsicos: foras materiais de produo, relaes sociais, sistema de padres decomportamento. Sendo um grupo de elementos interativos, qualquer mudana pode provocaralteraes imediatas em qualquer elemento.

    As foras materiais de produo abrangem os elementos naturais (solo, gua e jazidas), e osinstrumentos de produo (mquinas e ferramentas).Nas sociedades humanas existem as instituies polticas, culturais e religiosas dependemexclusivamente das foras materiais de produo.As relaes sociais posicionam o homem conforme a sua funo econmica.

    O sistema de padres de comportamento colabora para a manuteno do modo de produo.Ao priorizar as formas de conscincia social, que so relaes sociais e sistemas de padresde comportamento, os historiadores definem os perodos histricos a partir dos elementossociais do modo de produo, apesar das conseqncias sejam de mudanas ocorridas nasforas materiais de produo. Sendo assim, a Histria exposta por perodos de acordo comos modos de produo. Os modos de produo so: primitivo, asitico, escravista, servil,assalariado e coletivista.

    Sistema

    Sistema uma ligao entre diversos elementos que esto relacionados entre si, sendo que

    qualquer alterao pode modificar todas as partes. No h sistemas sem alteraes, cadasistema possui um elemento do anterior e do que ir se suceder.O Modo de produo est relacionado diretamente com o setor econmico e com a vida socialhumana, enquanto o sistema, apesar de o modo de produo ser seu elemento principal,compreende todos os aspectos da sociedade humana, como a religio e a organizao militar.Toda via, no podemos esquecer que o modo de produo e o sistema esto sempreinterligados. Por exemplo: o modo de produo assalariado integra o sistema capitalista.Os sistemas so diferenciados de acordo com a organizao interna de suas diversas partes,onde cada uma constitui um subsistema. Exemplo: subsistema social.Regime

    As regras legais de um subsistema so conhecidas como regime.Exemplo:

    No subsistema econmico podemos encontrar: o regime de trabalho: escravistas, assalariados;

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    3/34

    o regime de propriedades: coletivas ou privadas; e o regime de trocas: naturais monetrias.

    Estrutura

    A estrutura o principal conceito para a compreenso do processo histrico, pois atravsdela que as partes do sistema se articulam, envolvendo desde as interrelaes das partes atas relaes das partes com o todo.

    A estrutura se divide em infra-estrutura e superestrutura.A infra-estrutura constituda pelo modo de produo, ou seja, pelas relaes econmicas esociais.

    A superestrutura corresponde s relaes poltico-jurdicas, culturais e religiosas, que sooriginadas a partir das relaes da infra-estrutura.Portanto, a infra-estrutura e superestrutura esto interligadas, assim qualquer alteraoqualitativa que ocorrer na infra-estrutura ir repercutir na superestrutura. Contudo, asuperestrutura tem tendncia de permanecer em estado puro, tornando-se resistente salteraes, gerando um conflito chamado contradies internas do sistema.Sabemos que na estrutura, os fatores sociais e econmicos so determinantes, e causam o

    rompimento da superestrutura o que faz emergir um novo sistema.Este rompimento ser uma transio se for gradual, e uma revoluo se for um rompimentosbito.

    Conjuntura

    Dentro de um sistema, a estrutura permanece inaltervel, passando por transformaesapenas quando o modo de produo reorganizado. Porm, a conjuntura pode,eventualmente, atingir a estrutura do sistema.

    A conjuntura um conceito, no qual o sistema submetido, que consiste numa ocasiotransitria e peridicaO conceito tradicional de HistriaPodemos observar que a histria uma cincia que estuda o homem, bem como o seupassado, a sua cultura, e origens de modo a entender o seu presente. Se tornando a grandeesclarecedora de perguntas que foram geradas ao longo dos tempos, investiga os eventosusando o seu prprio mtodo de anlise documental.Os documentos usados pelos historiadores so conhecidos como fontes documentais (escritos)e fontes materiais (no escritos). Os primeiros documentos tm informaes mais detalhadasdo que o segundo, se tornado necessrio para a pesquisa histrica.Sendo assim, considera-se que a Histria comea a se construir a partir da chegada da escrita,

    por volta de 3500 a.C, o perodo anterior ficou conhecido como Pr-Histria, e s pode serreconstituda pelas fontes materiais, que so os desenhos, restos humanos entre outros.Os grupos humanos comeam a fazer parte da histria quando comeam a utilizar a escrita,cada grupo em um momento diferente, vejamos um exemplo: quando os europeus descobriramo Brasil em 1500, os indgenas ainda viviam na pr-histria, pois a Europa j tinha um passadohistrico.

    Sendo assim s se estudava as sociedades que dominavam a escrita, as outras sociedadescomo o Brasil, que no tinham o domnio da escrita, eram desconhecidas pelos historiadores es foram descobertas aps se relacionarem com as sociedades que dominavam a escrita.Assim foram criados estudos especficos sobre a histria criando outras especialidades como:

    pr-historiadores, arquelogos, antroplogos e etnlogos.As fontes histricas

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    4/34

    Quando observamos a organizao do tempo e das informaes histricas em um livro didtico, malpensamos sobre todo o processo que envolveu a fabricao daquele material disponvel para estudo. Opassado, enquanto objeto de estudo, no est devidamente organizado e analisado em todas as suasdimenses. Para que seja possvel conhec-lo, o historiador tem que sair em busca dos vestgios quepossam fornecer informaes e respostas ao seu exerccio de investigao. Sob tal aspecto, notamosque o historiador deve estar procura constante e regular de fontes que viabilizem o seu contato comas experincias que j se consumaram ao longo do tempo. Fora desse tipo de ao, a pesquisahistrica fica sujeita produo de suposies e julgamentos que fogem ao compromisso do historiador

    em conferir voz ao tempo que ele observa e pesquisa. Sendo assim, as fontes histricas aparecemcomo elementos de suma importncia em tal caminhada. Ao contrrio do que possa parecer, oreconhecimento e uso de uma determinada fonte histrica no naturalmente realizado por aquelesque se colocam em busca do passado. Dependendo dos interesses e influncias que marcam atrajetria do historiador, notamos que as fontes histricas podem ser empregadas ou no em seutrabalho. Desse modo, entendemos que nenhum historiador ter a capacidade ou disposio de esgotaro uso de todas as possveis fontes relacionadas a um determinado evento ou tema. Durante muitotempo, os historiadores acreditavam que o passado no poderia ser reconhecido para fora das fontesescritas oficiais. Tal critrio, que perdurou at o sculo XIX, chegou a determinar que o tempo em que aescrita no fora dominada pelo homem ou as sociedades que no dominavam tal tcnica no poderiamter o seu passado escrito. Sendo assim, o trabalho de vrios historiadores esteve preso aosdocumentos ou fontes escritas. No sculo passado, a ao de outros historiadores e o desenvolvimentode novas formas de estudo foi gradativamente revelando que o conjunto de fontes a serem trabalhadaspelo historiador pode muito bem extrapolar o mundo letrado. A partir de ento, fontes de natureza,visual, oral e sonora foram incorporadas ao conjunto de compreenso do passado. Com isso,observamos que determinados temas histricos tiveram a sua discusso renovada e ampliada paraoutros patamares. Logicamente, no podemos deixar de frisar que o uso de diferentes fontesempreendeu o reconhecimento de novos desafios ao ofcio do historiador. Em contrapartida, ofereceuao historiador e ao pblico interessado uma oportunidade de renovar e determinar o crescimento daproduo tcnica, cientfica e didtica sobre o assunto. De fato, o sculo XX foi marcado por um volumede publicaes de temas histricos nunca antes observados em qualquer outro tempo.

    A Evoluo do Homem

    De acordo com diversas pesquisas cientificas, o aparecimento dos primeiros ancestrais dohomem surgiu a cerca de 3,5 4 milhes de anos atrs. Os primeiros homindeos pertenciamao gnero Australopithecus e se diferenciavam dos demais primatas por conta de sua posturaereta, locomoo bpede e uma arcada mais prxima da atual espcie humana. Apesar de serconsiderado o primeiro ancestral humano, no existe um estudo conclusivo sobre a escalaevolutiva. Segundo alguns estudos, os sucessores do Australopithecus foram os Homo habilis(2,4 milhes de anos) e o Homo erectus, o qual haveria surgido h aproximadamente 1,8milhes de anos atrs. O seu maxilar apresentaria uma consistncia maior e seus dentes

    seriam mais largos. Alm disso, tinha uma caixa craniana de maior porte e uma postura maisereta. Segundo consta, este teria habitado regies diversas da frica e da sia como o Java,China, Etipia e Tanznia. A partir do processo evolutivo sofrido por esse ltimo espcime,haveria surgido o chamado Homo sapiens, uma espcie da qual descenderia o Homo

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    5/34

    neanderthalensis. Este integrante do processo evolutivo humano teria vivido entre 230 e 30 milanos atrs. De acordo com os estudos a seu respeito, o neanderthalensis produzia armas eutenslios com maior sofisticao e realizavam rituais funerrios simples. Durante algum tempo,teria vivido juntamente como o Homo sapiens moderno. Este ltimo corresponde a nossaespcie e teria surgido no planeta h cerca de 150 mil anos atrs. De acordo com os estudossobre esse ltimo estgio da escala evolutiva, o Homo sapiens moderno teve a incrvelcapacidade de se espalhar em outras regies do mundo em um relativo curto espao de

    tempo. Aproveitando das conquistas consolidadas por seus ancestrais, teve a capacidade dedesenvolver a linguagem, dominar o fogo e construir instrumentos diversos. Com a interrupodesse processo, dava-se incio a outros processos que empreenderiam a formao demanifestaes e organizaes sociais mais completas. Depois disso, ocorreriam astransformaes que encerrariam o extenso Perodo Paleoltico, que termina em 8000 a.C..Logo em seguida, ocorreria o desenvolvimento do Perodo Neoltico (8000 a.C. 5000 a.C.) ea Idade dos Metais, que vai de 5000 a.C. at o surgimento da escrita, que encerra a Pr-histria.TEORIAS SOBRE A ORIGEM HUMANACriacionismoA origem do homem e do mundo so duas questes que ocuparam a mente do homem nas

    mais diversas culturas e tempos histricos. Afinal de contas, a nossa existncia e a das coisasque nos rodeiam se deram de que maneira? De fato, essa uma questo complexa e, por isso,ganhou uma gama de respostas que no poderiam ser simplesmente comportadas em umnico texto. Entretanto, podemos dar especial destaque sobre os princpios e implicaes dachamada teoria criacionista.Conceitualmente, o criacionismo uma forma de explicao sobre a origem do mundo onde sebusca atribuir a constituio das coisas ao de um sujeito criador. Sem dvida, essa teoriaganhou espao em diferentes culturas espalhadas pelo mundo e apareceu muito antes que odiscurso cientfico viesse a tratar dessa mesma questo. Nos mais diferentes contextosculturais, temos a elaborao de um mito criacionista capaz de nos revelar interessantesconcepes sobre a civilizao que o produziu.Entre os egpcios havia a crena de que antes do mundo surgir existiam somente as trevas e achamada gua primordial (o que faz clara referncia ao Rio Nilo). A partir dessa guaprimordial teria surgido o deus Atum, que deu origem a descendentes responsveis pelacriao dos ares, das terras e do cu. Na mitologia grega, o criacionismo seria fruto dos filhosgerados a partir de Caos. Entre todos os descendentes, foi da unio de Urano (cu) e Gaia(terra) que o mundo teria surgido.Uma das mais conhecidas narrativas criacionistas do mundo Ocidental foi instituda pelasreligies judaico-crists. O chamado criacionismo bblico relata que Deus teria feito a terra emsete dias. No primeiro dia teria construdo o universo e a Terra. No segundo e no terceiro,estabeleceu os cus, as terras e mares do mundo. Nos dois dias seguintes apareceram os

    primeiros seres vivos e a separao do dia e da noite. No sexto e ltimo dia, surgiram osdemais animais e o homem.Com o surgimento da teoria evolutiva, muitos passam a criticar sistematicamente as teoriascriacionistas e passaram a consider-las uma espcie de pensamento falso. Em contrapartida,muitos criacionistas passaram a advogar em defesa do Neocriacionismo, teoria onde a vidateria sido atribuda por um ser superior que abriu portas para que todo o processo evolutivoacontecesse. A partir dessas disputas, vemos cincia e religio se colocarem em campos deforte oposio. Entretanto, podemos colocar as duas terias em grau de importncia equivalenteao admitirmos que cincia e religio possuem grande importncia no interior de muitasculturas. Dessa maneira, antes de detrair alguma destas teorias, seria interessante encar-lascomo formas de interpretao distintas do mundo, sem necessariamente colocar em disputa o

    alcance de uma verdade absoluta. Pautadas em princpios distintos, criao e evoluo podemcoexistir no campo de debates desse assunto milenar.Evolucionismo

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    6/34

    Entende-se por evoluo a adaptao dos seres vivos s alteraes ocorridas no meio ambiente. Estaadaptao foi bastante discutida no sculo XVIII, pois acreditavam numa doutrina chamada fixismo.Esta dizia que as espcies eram criadas pelo Ser Divino assim como so sob forma imutvel nopodendo assim evoluir. Apesar de Jean-Baptiste Lamarck apresentar a primeira teoria a fim de explicaro evolucionismo, foi Charles Darwin, no sculo XIX, quem provocou inmeras discusses e indecises acerca do fixismo, fazendo com que admitissem as transformaes ocorridas nos seres vivos por causadas alteraes do meio ambiente que acontecem constantemente. Os fsseis, a partir deste perodo,tornaram-se importantssimos para o estudo evolucionista, j que podem comprovar a evoluo de

    inmeras espcies de seres vivos apresentando organismos simples de um determinado perodo queaparece em outro com caractersticas mais complexas, mostrando as alteraes ocorridas ao longo dotempo. Na medida em que o evolucionismo se espalhava, vrios cientistas tentavam explicar esteprocesso, o que originou inmeras teorias, onde se destacava o Lamarckismo e o Darwinismo. Porcausa da evoluo, os seres vivos foram ganhando novas caractersticas e herdando outras, e estastransformaes que ocorrem ao longo do tempo so estudadas pela gentica que procura respostasacerca da origem das caractersticas e da transmisso para outras geraes. Descobriu-se que astransformaes (mutaes) que acontecem no DNA originam as alteraes nas caractersticas dosseres vivos. Novas caractersticas, porm, surgem quando ocorrem variaes isoladas no DNA, criandouma recombinao gentica.

    Ocupao do Continente AmericanoAinda hoje, o processo de ocupao do continente americano um tema que desperta ointeresse de vrios membros da comunidade cientfica. A chegada dos primeiros grupos Amrica um assunto repleto de novas descobertas, hipteses e divergncias que atingem acuriosidade dos vrios profissionais e curiosos interessados por essa questo. Uma das maiscontroversas questes gira em torno de uma datao mais exata sobre a presena humananesta regio do planeta.A discrepncia entre os dados tanta que enquanto algumas pesquisas trabalham com 12 milanos, outras admitem essa mesma chegada por volta de 60 mil anos atrs. Contudo, apesar detodo o desacordo, fascinante pensar sobre a desafiadora tarefa que o Homo sapiensmoderno teria enfrentado ao se lanar em terras completamente desconhecidas. Como se no

    bastassem todas essas especulaes, temos ainda outro intenso debate sobre a origem dosprimeiros grupos que ocuparam a Amrica. Em geral, existem trs hipteses que tratam a esserespeito. A primeira delas sugere que os primeiros homens americanos teriam surgido naprpria Amrica. Apesar de plausvel, uma parcela inexpressiva de arquelogos, antroplogose paleontlogos acreditam nessa teoria. Tal refutao se sustenta no simples fato de que, athoje, nunca fora encontrado um nico fssil sequer de homindeos anteriores ao prprio Homosapiens no continente. A mais conhecida teoria de ocupao foi realizada a partir de uma sriede pesquisas desenvolvidas no stio arqueolgico de Clvis, nos Estados Unidos. Segundoessa tese, a ocupao teria acontecido h cerca de 11.500 anos, momento em que adiminuio do nvel do mar permitiu emerso de uma faixa de terras que ligaria a Sibria aoAlasca por meio do Estreito de Bering. Dessa forma, essa teoria defende a ideia que os

    primeiros ocupantes da Amrica teriam vindo da sia. Durante vrios anos essa hiptese foiamplamente aceita na comunidade cientfica, at que a descoberta de fsseis mais antigosabriu caminho para outra possibilidade. Ao que consta, essa nova teoria se sustenta napresena de fsseis humanos to ou mais antigos do que aqueles que foram inicialmentedescobertos na poro norte do continente americano. A partir dessa constatao, umaincgnita se abriu em relao hiptese da teoria que explica a chegada do homem peloEstreito de Bering. Para resolver essa diferena temporal dos fsseis do norte e do sul, abriu-se caminho para uma nova teoria que supe que os primeiros homens teriam vindo depequenas ilhas da Polinsia ou da Oceania. Supostamente, este deslocamento teria sidorealizado em pequenas embarcaes que possibilitariam a navegao de pequenas distncias.A sugesto do uso de tcnicas de navegao acabou despertando a incredulidade de muitosmembros da comunidade cientfica.

    ,

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    7/34

    DIVISO DO PERODO PR-HISTRICO:Perodo PaleolticoO Perodo Paleoltico a parcela de tempo que compreende desde as origens do homem at8000 A.C.. Dentro desse perodo ainda existem duas subdivises: o Paleoltico Inferior(5000.000 30.000 A.C.) e o Paleoltico Superior (30.000 8.000 A.C.). Em ambos osperodos, a falta de uma ampla documentao dificulta a obteno de informaes maisespecficas sobre os primeiros grupos humanos que ocuparam o globo terrestre. Sabe-se que

    as temperaturas da Terra eram bem menores, o que obrigava as populaes homindeas aviverem dentro de cavernas. O falta das tcnicas de cultivo agrcola e a no criao de animaislimitavam as atividades subsistentes pesca, a caa e a coleta de frutos. Tais prticasimpediam a sedentarizao dos primeiros grupos humanos, que se deslocavamconstantemente. O desenvolvimento fsico e intelectual dos homindeos concedeu-lhes aoportunidade de transformao de seu modo de vida. Uma das mais significativas descobertasdessa poca foi o domnio sobre o fogo. Segundo alguns pesquisadores, os primeiros grupos autilizarem este tipo de artifcio se encontravam na poro oriental do continente africano. Essadescoberta ofereceu maior autonomia do homem em relao Natureza ao complexificar oshbitos alimentares e aquecer sua morada. Alm disso, o uso de madeira, pedras, marfim eossos possibilitaram a fabricao dos primeiros instrumentos domsticos e de caa. O uso de

    lascas de pedra se tornou bastante recorrente, fazendo do Perodo Paleoltico tambmconhecido como Idade da Pedra Lascada. No perodo Paleoltico Superior, o clima terrestresofreu uma grande transformao que causou diversas geadas na poro norte do continenteeuropeu. Nessa mesma poca, ocorreram vrios deslocamentos humanos que ampliaram asregies de ocupao humana pelo mundo. Depois desse perodo de glaciaes, o Homosapiens moderno realizava a caa de animais de grande porte (renas e mamutes) atravs dainveno de diferentes armadilhas. Alm disso, as primeiras pinturas rupestres representavamcenas cotidianas e animais da poca.SAIBA MAIS , SE LIGA NO ENEM

    Revoluo NeolticaAo longo de todo o perodo Paleoltico, o homem desenvolveu uma srie de habilidades fsicase tcnicas que lhe permitiram aprimorar a sua vida na terra. Contudo, o aspecto rstico destesinstrumentos lhe permitia realizar um campo bastante limitado de intervenes na natureza. Emgeral, o indivduo desse perodo histrico assegurava sua sobrevivncia coletando alimentosoferecidos pela natureza ou realizando outras atividades, como a pesca e a caa.No momentoem que alguma alterao climtica ou esgotamento de recursos inviabilizasse a sua existncia,nossos ancestrais paleolticos se deslocavam no territrio em busca de um lugar queoferecesse melhores condies. Dessa forma, podemos avaliar que a vida nmade foi uma dasmais importantes caractersticas que marcaram a vida humana at aquele momento. Contudo,

    estando em constante mudana, esse homem transformou o seu modo de vida com a chegadado perodo neoltico.O fim da ltima era glacial transformou as condies climticas em seusmais variados aspectos. A diminuio das temperaturas provocou a formao de um climatemperado em grande parte do continente europeu. O norte da frica se transformou em uma

    A arte rupestre reconhecida como uma das mais antigas manifestaes estticas do homem ao longo de toda sua histria. O

    termo rupestre vem do francs e significa gravao ou traado, fazendo referncia direta s tcnicas empregadas naspinturas que representam esse tipo de expresso artstica. Encontrada geralmente nas paredes das cavernas e em pequenasesculturas, a arte rupestre tem grande importncia na busca de informaes sobre o cotidiano do homem pr-histrico.Para alguns especialistas, o reconhecimento dessas pinturas como sendo algum tipo de arte bastante complicado, pois nemsempre temos a completa certeza de que as pinturas tratam de algum sentido representativo ou esttico. Alm disso, muitaspessoas se equivocam ao pensar que a arte rupestre se localiza somente na Pr-Histria. Pesquisas recentes comprovam queesse tipo de arte se desenvolveu em diferentes periodizaes da histria do homem.Atualmente, algumas estatsticas indicam aexistncia de aproximadamente 400 mil stios arqueolgicos com arte rupestre ao redor de todo o mundo. A frica,principalmente nas regies sul e do Deserto do Saara, concentra a maior quantidade de pinturas e gravuras desse tipo. NoBrasil, a arte rupestre abundante nos stios arqueolgicos encontrados na regio do Parque Nacional da Serra da Capivara,onde est o grande stio de So Raimundo Nonato, localizado no estado do Piau.As dificuldades encontradas para se reconhecer e interpretar pinturas rupestres um enorme desafio para os arquelogos,paleontlogos e demais especialistas envolvidos com esse tipo de pesquisa. Alguns acreditam que os registros deixados hmilhares de anos poderiam indicar uma forma de linguagem desenvolvida. Outras hipteses levantam a possibilidade de que os

    desenhos rupestres, principalmente os encontrados no interior das grutas, teriam algum sentido religioso ou cerimonial.Em linhas gerias, podemos reconhecer a presena de vrios temas sendo privilegiados no interior desse tipo de manifestaoartstica. Em algumas pinturas, temos a produo de traos, formas circulares e formas geomtricas. Alm disso, temos arecorrncia de impresses que reproduzem mos e ps humanos, bem como as patas de diferentes animais. Em outrasmanifestaes rupestres temos a representao do prprio homem, de animais e de cenas cotidianas que nos conta sobre asatividades dos grupos pr-histricos.Para realizar seus registros, a arte rupestre faz o uso de uma diversidade de materiais etcnicas. Gravado usualmente em superfcies rochosas, os autores rupestres faziam uso dos dedos ou de algum utenslio queorientasse o desenho a ser realizado. Para fabricar a tinta faziam uso do carvo, de fragmentos de xido de ferro, clara deovo, gua e sangue. Alm disso, essa arte tambm dividia em diferentes periodizaes que organizam suas mais variadasvertentes.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    8/34

    regio extremamente rida e a regio do Saara sofreu um grande processo de desertificaode suas terras. Em meio a essas mudanas, homens e animais foram obrigados a seespalharem por regies diversas em busca de gua e vegetao. Quando alcanamos aentrada do Neoltico, h cerca de dez mil anos, os grupos humanos existentes j acumulavamum variado leque de saberes apreendidos graas sua habilidade de raciocnio. Ao longo dotempo, j sabiam distinguir quais tipos de fonte de alimento eram prprias para o seu consumo.Alm disso, construam pequenas embarcaes e criavam utenslios mais resistentes do que

    aqueles que foram inicialmente desenvolvidos. Foi nesse contexto que uma profundatransformao passou a se desenvolver no cotidiano do homem pr-histrico. A observncia daprpria natureza permitiu que as primeiras tcnicas de cultivo agrcola fossem pioneiramentedesenvolvidas. Com isso, a garantia de alimento se tornava cada vez mais acessvel e aconstante necessidade de deslocamento se tornou cada vez menor. Essa transformao, quese difundiu ao longo dos prximos seis mil anos, deu origem chamada RevoluoNeoltica.Conforme indicado por alguns estudiosos, essa transformao, tambm conhecidacomo Revoluo Agrcola, primeiro ocorreu na regio do chamado Crescente Frtil, amplafaixa de terras que abrangia desde o Rio Nilo, indo at o lugar onde se encontram os rios Tigree Eufrates, local onde hoje identificamos a Sria e o Iraque. Com o passar dos sculos, oaprimoramento dessas tcnicas agrcolas e a sedentarizao permitiram uma dieta alimentar

    mais rica e um expressivo crescimento dos grupos humanos.APROFUNDE SEUS CONHECIMENTOS, OLHA O ENEMO processo de sedentarizao provocado pela Revoluo Neoltica estabeleceu uma novaetapa no modo de vida do homem. A grande disponibilidade de alimento fez com que elepudesse morar em um lugar durante um longo perodo de tempo, na medida em que a prticada agricultura lhe assegurava uma vida bem mais estvel. Outra conseqncia direta foi oaumento da populao humana, que naturalmente abriu caminho para a formao decomunidades bem mais numerosas.Dessa forma, a transformao promovida pela revoluo agrcola veio acompanhada daformao das primeiras aldeias neolticas. Entre 8.000 e 6.000 a.C., esse agrupamentoshumanos numerosos haviam se espalhado na regio sul da Europa, no norte da frica e nosudoeste da sia. Toda a regio do chamado Crescente Frtil se transformou na principallocalizao de grupos que apresentavam formas mais complexas de orientar suas relaes eprticas cotidianas.Em geral, a maioria dos integrantes da aldeia possua um grau de parentesco entre si, tendoem vista que algumas poucas famlias extensas formavam o conjunto da comunidade. Tambmconhecidas como cls, essas famlias se juntavam a outras para a formao de uma sociedadetribal. Nesse estgio, ainda no poderamos citar a presena de um poder poltico superior,pois as principais decises eram deixadas a cargo do membro mais velho de cada famlia.Tempos mais tarde, a organizao seria delegada figura de um patriarca, que, por meio daescolha feita entre os principais lderes da aldeia, deveria ordenar as questes de cunho

    religioso, poltico e militar. As atividades exercidas eram inicialmente realizadas por todos, nohavendo outras distines que organizassem o papel de cada indivduo na comunidade. Emdeterminados casos, essa diviso recaa somente sobre as incumbncias permitidas aoshomens e s mulheres.O tipo de trabalho desempenhado ainda no havia se tornado um elemento de distino social.A obrigao de cultivar os campos, regular as enchentes, cuidar dos animais domsticos,explorar as florestas, caar, drenar os pntanos, fabricar tecidos ou moldar a cermica poderiarecair sobre qualquer membro da comunidade. Havendo a rara disponibilidade de excedentes,a produo agrcola conseguida por uma aldeia neoltica era igualmente dividida entre suapopulao.Com o passar dos tempos, essas sociedades aldes foram crescendo ainda mais, fazendo

    com que as atividades de cultivo fossem destinadas somente a uma parte da populao. Dessamaneira, surgiram os camponeses, que trocavam os excedentes de sua produo agrcola porferramentas, utenslios e outros produtos de seu interesse. A atividade comercial dava seus

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    9/34

    primeiros passos e com isso as relaes econmicas e sociais ganhavam outra feio. Eradado incio s primeiras cidades da Antiguidade.Idade dos MetaisEsse ltimo perodo da Pr-Historia demarca o conjunto de transformaes que do incio aoaparecimento das primeiras civilizaes da Antigidade. Nessa poca os primeiros utensliosformados pelo manuseio de ligas metlicas deram lugar aos instrumentos feitos de pedra. Osprimeiros materiais utilizados foram o cobre e o bronze. Tempos depois foram dominadas as

    tcnicas de fundio do ferro. Por volta de 3000 a.C., o bronze era produzido no Egito e naMesopotmia. Tempos mais tarde o mesmo material passou a ser manuseado em rgios daPennsula Ibrica. Na sia Menor, por volta de 1500 a.C., o ferro comeou a ser fundido.Devido a sua difcil obteno, o uso desse minrio se propagou lentamente. A sua maiorresistncia foi de grande importncia para que os materiais de guerra fossem adotados. Afabricao de armas de ferro possibilitou, at mesmo, a supremacia de alguns povos doperodo.Com o manuseio dos metais, um novo tipo de ocupao surgia: o artesanato. Ao logodo tempo, essa nova atividade se estabeleceu juntamente com os primeiros centros urbanosda Antigidade. As comunidades agrcolas auto-suficientes transformam-se em cidades,realizando a chamada Revoluo Urbana. De acordo com alguns estudos, os primeiros centrosurbanos surgiram na parte sul da Mesopotmia, onde posteriormente surgiu a civilizao

    sumeriana. O desenvolvimento de sociedades complexas acabou exigindo uma novaconfigurao poltica. A autoridade familiar e patriarcal j se mostrava insuficiente paracontrolar os diferentes e amplos grupos sociais das cidades. Foi ento que o Estado surgiucomo uma instituio poltica responsvel por definir as aes a serem empreendidas em favordas populaes citadinas. As obras pblicas, a regulamentao do comrcio e a organizaodas atividades agrcolas passaram a ser geridas pelos poderes estatais.

    ANTIGUIDADE ORIENTALFormao do Imprio EgpcioMuito antes de se transformar em um imponente imprio, a civilizao egpcia passou anosestabelecendo o processo de povoamento das regies prximas ao Vale do rio Nilo. Segundoalgumas pesquisas, os primeiros povos a ocuparem a regio foram os hamticos, semitas enbios. Todos esses pequenos agrupamentos apareceram durante os ltimos sculos doperodo Neoltico, momento em que a estabilidade climtica permitiu a instalao dos primeirospovoados.O crescimento populacional e a expanso das atividades de caa, pesca eagricultura permitiu o surgimento de aldeias conhecidas como nomos. Cada nomo era dotadode uma concepo poltico-administrativa singular e tinha suas principais decises tomadas porum chefe conhecido como nomarca. Com passar dos anos, o grau de interao entre essascomunidades se acentuou, principalmente diante a necessidade de se construir diques ecanais de irrigao que melhorasse a atividade agrcola.Das simples aldeias, comearam a

    aparecer as primeiras cidades do Vale do rio Nilo. Com isso, a organizao poltica dosegpcios se tornou mais complexa e, por isso, deu origem a dois Estados distintos: o Alto Egito,localizado na regio sul, e o Baixo Egito, na posio norte, que abrangia o delta do Rio Nilo.Segundo o levantamento feito por algumas pesquisas, essa diviso poltica imposta por estesdois reinos vigorou entre os anos de 3500 e 3200 a.C..Por volta de 3200 a.C., Mens (tambmconhecido pelos nomes Meni, Narmer e Men), governante do Alto Egito, realizou oprocesso de unificao dos dois reinos formados ao longo do Rio Nilo. Por meio desta ao setransformou no primeiro Fara da histria egpcia. Com esse novo ttulo, alcanou a condiode governante supremo de todo o Egito e tinha poderes para intervir em questesadministrativas, jurdicas, militares e religiosas.Segundo a crena egpcia, o fara era umadivindade encarnada, descendente do deus-sol Amon-R e, ao mesmo tempo, encarnao de

    Hrus, o deus-falco. Assumindo natureza teocrtica, o governo de Mens transformou oschefes dos quarenta e dois nomos em funcionrios pblicos subordinados ao Estado. Almdisso, as terras passaram a ser controladas por ele e a populao foi obrigada a pagar impostona forma de servios e trabalhos compulsrios.Com isso, a histria poltica do Egito Antigo

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    10/34

    viveu um novo momento estabelecido a partir da formao deste imprio. Historicamente, oImprio Egpcio dividido em trs perodos: Antigo Imprio (3200-2000 a.C.), perodo que vaida unificao poltico territorial, at a desmobilizao do poder monrquico; o Mdio Imprio(2000-1580 a.C.), compreendido entre a recomposio do poder centralizado e a invaso doshicsos; e o Novo Imprio (1580 525 a.C.), iniciado pela expulso dos hicsos indo at ainvaso dos persas.DIVISO IMPERIAL DO EGITO:

    *ANTIGO IMPRIODurante o Antigo Imprio, os faras conquistaram enormes poderes no campo religioso, militare administrativo. Essa poca foi conhecida como a poca das pirmides. O primeiro a criaruma pirmide foi o rei Djezer e seu arquiteto Imhotep, em Sakara. Mais tarde um outro fara,Snefer, inspirado nessa pirmide construiu trs pirmides, porque s a ultima tinha condiesde abrigar a mmia do rei. O filho (Kufu ou Keops), o neto (Quefrem) e o bisneto (Mikerinos) deSnefer construram as magnficas pirmides de Giz. A famlia da 5 dinastia talvez tenha sidoa famlia mais poderosa de toda a historia do Egito. A sociedade era dividida em funcionriosque auxiliavam o fara e uma imensa legio de trabalhadores pobres, que se dedicavam agricultura, s construes e arcavam com pesados tributos. No Antigo Imprio, a capital doEgito foi, primeiro, a cidade de Tinis; depois, a de Mnfis. Por volta de 2400 a.C., O Imprio

    Egpcio foi abalado por uma srie de revoltas lideradas pelos administradores de provncias. Oobjetivo destas era enfraquecer a autoridade do fara. Com a autoridade enfraquecida, o poderdo fara declinou, a sociedade egpcia desorganizou-se e o Egito viveu um perodo dedistrbios e guerra civil.*MDIO IMPRIOA histria do Mdio Imprio egpcio tem incio com o retorno do governo centralizado pelasmos do fara. Nas ltimas dcadas do sculo XXI a.C., Mentuhotep II chegou ao poder contraa resistncia dos nomarcas que defendiam a manuteno do regime descentralizado. Nessamesma fase de reestruturao da autoridade faranica, a cidade de Tebas passou a ser capitaldo imprio e o reforo do sistema de servido coletiva permitiu a realizao de grandes obraspblicas.A estabilidade experimentada durante essa fase possibilitou o crescimentopopulacional, a realizao de colheitas abundantes e a intensa articulao das atividadescomerciais. Alm disso, observamos a concepo de grandes projetos arquitetnicos com aconstruo de tumbas e templos majestosos e o florescimento da literatura e das artespictricas. Sobre esse ltimo aspecto, devemos salientar que a pintura tinha grandeimportncia na reafirmao da autoridade faranica atravs do registro de seus feitos.Apesar de marcar o desenvolvimento de uma sociedade prspera, o Mdio Imprio foi marcadopelas contradies dessa mesma riqueza gerada. Com o passar do tempo, muitos camponesesresistiam ao trabalho compulsrio exigido pelos representantes do poder faranico.Concomitantemente, alguns membros da classe nobilirquica reivindicavam maior autonomiapoltica e, muitas vezes, desafiavam o poder do fara ao permitirem a entrada de estrangeiros

    no pas.Por volta de 1630 a.C., o desequilbrio gerado pela competio poltica favoreceu ainvaso dos hicsos. Essa civilizao, proveniente da sia, detinha uma tecnologia de guerrasuperior a dos egpcios, j que utilizavam cavalos e armas de grande resistncia. Por mais deum sculo essa civilizao exerceu controle sobre o Egito, sendo que o processo de expulsodos hicsos assinala o incio dos acontecimentos histricos ligados formao do Novo Imprio.*NOVO IMPRIO

    A dominao dos hicsos uniu os egpcios, despertando um forte sentimento militarista entreeles, que a partir de Tebas e sob a liderana de Amsis I, conseguiram expulsar os invasores,em 1580 a.C. Aps a expulso dos hicsos, os hebreus, tambm invasores de origem asitica,foram dominados e tambm escravizados. Perto de 1250 a.C., os hebreus conseguiram deixar

    a regio, sob o comando de Moiss, no chamado xodo. Assim, a unidade territorial e polticaforam restabelecidas e Tebas retomou a posio de capital, dando incio ao Novo Imprio,perodo de apogeu da civilizao egpcia.A fora do Novo Imprio tratou de ampliar as fronteiras imperiais, destacando-se os faras

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    11/34

    Tutms III e Ramss II, bem como o reformador religioso, Amenfis IV.Sob o comando deTutms III (1480 a.C. 1448 a.C.), o imprio alcanou a sua maior expanso territorial,estabelecendo-se da quarta catarata do rio Nilo, ao sul, at o rio Eufrates, na sia, ao norte,subjugando os srios, os fencios e outros povos. Tais extenses territoriais, asseguradas pelasconquistas, fizeram do Egito o primeiro imprio mundial.A fora militar do fara era formada pela infantaria, armada de arcos, setas e lanas, e pelacavalaria, equipada com carros. Dispunha tambm de uma esquadra composta de galeras a

    remo e barcos a vela. J o fara Amenfis IV (1377 a.C. 1358 a.C.), conhecido como o reihertico, procedeu a uma revoluo religiosa, tentando pr fim ao culto politesta. Tida pelofara como uma doutrina ultrapassada e conservadora, a religio egpcia cultuava vriasdivindades (tendo Amon-Ra, o sol, como a mais importante) e concedia amplos poderes aossacerdotes.H muito tempo que o aumento constante da riqueza e da ingerncia poltica dossacerdotes de Amon ameaavam a autoridade do governo central. Bem antes de Amenfis IV,j havia comeado a ganhar adeptos na corte uma nova forma de culto solar, de influnciaasitica, em que todos se dirigiam ao prprio disco visvel do sol. Pouco a pouco, o novo cultoevoluiu de uma tmida religiosidade com conotaes polticas para, no tempo de Amenfis IV,transformar-se no foco de uma crise poltico-religiosa sem precedentes.Amenfis IV buscoumudar esse quadro, estabelecendo o culto monotesta a Aton, o crculo solar, confiscando bens

    dos sacerdotes e excluindo os demais deuses. O prprio fara mudou o seu nome, querecordava Amon (Amenfis, na realidade Amen-hotep = Amon est satisfeito) para Akhenaton(Ech-n-Aton = Aquele que agrada Aton), e fundou uma nova capital, Akhetaton = horizontedo disco solar, situada a pouco mais de 30 quilmetros de Tebas.Os casamentos sucessivosde Amenfis IV no resultaram num esperado herdeiro, o que favoreceu o retorno do poderiodos sacerdotes e do culto politesta tradicional. Nem sua esposa principal, a bela Nefertiti, quelhe deu vrias filhas, nem o casamento com algumas de suas filhas, puderam resultar numvaro que garantisse a sucesso. Aproveitando-se dessa fragilidade, os sacerdotes depuseramAmenfis IV e outorgaram a Tutankhamon (Aquele que vive em Amon), genro de Amenfis, ottulo de fara, ratificando a fora do Estado Egpcio.O prosseguimento das conquistas militaresdeu-se no governo do fara Ramss II (1292 a.C. 1225 a.C.), que enfrentou e venceu vriospovos asiticos, como os hititas. Foram quinze anos de enfrentamentos, at que em 1272 a.C.,egpcios e hititas assinaram um acordo de paz, o mais antigo que se conheceu na histria. Nabusca da mxima exaltao de seu poder, Ramss II, que reinou por mais de setenta anos eteve 59 filhas e 79 filhos, chegou a desfigurar o rosto das esttuas do templo Luxor e escreveunelas o seu prprio nome, inaugurando a prtica de uma reviso e adulterao da histria, quecaracterizou muitos outros governantes ao longo da histria humana. O poderio e o esplendoralcanados no Novo Imprio eram evidenciados no apenas pelas conquistas militares, comotambm pelas manifestaes culturais, a exemplo da construo dos templos de Karnac eLuxor, iniciados ainda no Mdio Imprio e ampliado por outros faras.Contudo, depois deRamss II, foram poucos os perodos de estabilidade e unidade sob o comando do governo

    central; assim, iniciou-se a fase de declnio da civilizao egpcia. Entre as vrias razes paraessa decadncia destacaram-se as disputas polticas que envolviam as autoridadessacerdotais, que, em alguns momentos, chegaram a constituir um Estado dentro do Estado,sob o comando do sumo-sacerdote, no raramente ignorando o poder do fara. Outra razoera o prprio exrcito, que, formado em grande parte por mercenrios estrangeiros, acaboudispersado por interesses estranhos a uma obedincia hierrquica, determinando a quebra dopoder estatal. Desprotegido militarmente, o Egito foi perdendo pouco a pouco suas antigasconquistas e seus domnios orientais.

    ASPECTOS GERAIS DO EGITO(sociedade, economia , cultura e poltica)

    -Localizada s margens do Rio Nilo, na poro nordeste do continente africano, a civilizaoegpcia firmou um Estado teocrtico sustentado por um sistema de servido coletiva. Sob odomnio do fara, os egpcios deixaram uma vasta cultura material e um conjunto de registrossobre seus hbitos e costumes. Mas, antes de alcanar essa caracterizao, os egpciosexperimentaram outras formas de organizao.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    12/34

    -Inicialmente, os egpcios se organizaram por meio de um conjunto de comunidades patriarcaischamadas de nomos. Os nomos eram controlados por um chefe chamado nomarca. Mesmopossuindo um lder, as terras dos nomos no possuam um proprietrio. Alm disso, a riquezaproduzida nas terras era dividida coletivamente. Foi durante o governo do imperador Mens,entre 3200 a.C. e 3100 a.C., que o Egito foi unificado em um nico reino.

    -Com essa mudana, os nomarcas foram transformados em funcionrios imperiais

    encarregados de garantir o recolhimento dos impostos e a administrao das aldeias e dascidades. O carter divino do fara tambm foi outro importante ponto na consolidao do poderpor ele exercido. Sendo considerado um deus encarnado, o fara tornava-se o lder supremodo Estado Teocrtico egpcio.

    -A centralizao poltica do Egito no foi de fato uma constante em sua histria. Vriosepisdios de dissoluo do Estado podem ser observados durante sua trajetria. Por volta de2.300 a.C., uma srie de contendas internas e invases deram fim supremacia do fara. Nostrs sculos subseqentes os nomos voltaram a ser a principal unidade de organizao scio-poltica. Esse primeiro perodo que vai da unificao ao restabelecimento dos nomoscorresponde ao Antigo Imprio.

    -Ao fim do sculo XXI a.C., o Estado centralizado foi restabelecido graas aos esforos dofara Mentuhotep II. A servido coletiva foi mais uma vez adotada, permitindo a construo devrios canais de irrigao e a transferncia da capital para a cidade de Tebas. Mesmo sendoum perodo de diversas conquistas e desenvolvimento da cultura egpcia, o Mdio Impriochegou ao seu fim em 1580, com a dominao exercida pelos hicsos.

    -A presena estrangeira serviu para que os egpcios se unissem contra a presena dos hicsos.Com a expulso definitiva dos invasores, temos o incio do Novo Imprio. Nessa poca,presenciamos a dominao egpcia sob outros povos. Entre as civilizaes dominadas pelosegpcios, destacamos os hebreus, fencios e assrios. Tal expanso das fronteiras possibilitou a

    ampliao das atividades comercias durante o Novo Imprio.-O Novo Imprio, considerado o mais estvel perodo da civilizao egpcia, teve seu fim com adeflagrao de uma srie de invases. Os assrios, persas, macednios e romanos invadiram econtrolaram o Egito ao longo da Antigidade. Ao longo de mais de 2500 anos, os egpciosainda foram alvo do controle rabe, turco e britnico.

    -No aspecto econmico, a principal forma de organizao figurou-se em torno da servidocoletiva. O governo tinha o controle das terras e da distribuio das riquezas nela produzida.Contando com um intenso artesanato, o comrcio tambm foi outra importante atividadeeconmica no Egito Antigo.

    -A organizao da sociedade egpcia era visivelmente rgida. O fara ocupava o topo dapirmide social, seguido pelos funcionrios pblicos e chefes militares. No campo intermedirioencontravam-se os escribas e comerciantes. Na base do sistema produtivo e social egpciolocalizava-se a populao camponesa.

    -As crenas egpcias giravam em torno da adorao de vrios deuses. Muitos deles eramassociados a determinadas foras da natureza. O politesmo egpcio era acompanhado pelaforte crena em uma vida aps a morte. a partir desse princpio religioso que podemoscompreender a complexidade dos rituais funerrios e a preparao dos cadveres atravs doprocesso de mumificao.

    -A medicina egpcia apresentava grandes avanos, com a criao de tratamentos mdicos edelicadas intervenes cirrgicas. As artes tinham evidente conotao religiosa. Asrepresentaes pictricas costumam falar da trajetria de alguns deuses e a vida de alguns

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    13/34

    faras. Na arquitetura e na engenharia a construo de pirmides, templos e canais deirrigao representaram um grande avano em tais reas.

    -O desenvolvimento da escrita no Antigo Egito serviu para o conhecimento e a prpriasustentao de variadas facetas dessa antiga civilizao. No se restringindo inveno deum nico sistema grfico, os egpcios foram responsveis pela existncia de trs modosdiferentes de escrita: a demtica, compreendida por grande parte da populao e utilizada para

    a realizao de negcios; a hieroglfica, empregada nas escritas sagradas e na parede dostmulos; e o hiertica, uma verso simplificada do sistema anterior.

    MESOPOTMIA

    Considerada como o bero da civilizao e denominada de Mesopotmia (palavra que significaterra entre rios), pelos gregos na Antiguidade, a regio pertencia ao chamado Crescente Frtil, ondesurgiram as primeiras civilizaes.

    A Mesopotmia localizava-se no Oriente Mdio, na regio formada pelas bacias dos rios Tigree Eufrates, que nascem nas montanhas da Armnia e desembocam no Golfo Prsico, no atualIraque. Atualmente, os dois rios juntam-se antes da desembocadura, formando o canal deShatt al-Arab.Ao Norte da Mesopotmia (Alta Mesopotmia), ficava a Assria, regio mais rida, e ao sul(Baixa Mesopotmia), ficava a Caldeia, regio mais frtil. As cheias dos rios Tigre e Eufrates,que ocorriam entre junho e julho, provocavam grandes inundaes, principalmente no sul.Quando as guas baixavam formavam um lodo que fertilizava o solo, tornavam a rea idealpara o cultivo de cereais e frutas e para a criao de gado. O controle das cheias dos riosexigia um eficiente sistema de organizao coletiva do trabalho, para a construo de diquesde proteo, drenagem e canais de irrigao que levavam a gua s regies mais distantes doTigre e do Eufrates.

    Por sua localizao na passagem do Mar Mediterrneo para o Golfo Prsico, e sendo de fcilacesso para a Europa, a frica e a sia, a plancie mesopotmica era uma regio muitodisputada atraindo povos de diversas origens, destacando-se os sumrios, os acdios, osamoritas (antigos babilnios), os assrios e os caldeus (novos babilnios). A histria poltica daMesopotmia marcada por sucessivas invases, guerras, ascenso e declnio de diversosreinos e imprios.SumriosOs sumrios, considerados a mais antiga das grandes civilizaes humanas, foram os queinicialmente ocuparam a regio, por volta de 3500 a.C. Vindos do planalto do Ir, fixaram-se naCaldeia, sul da Mesopotmia. Fundaram diversas cidades-estado, como Ur, Uruk, Nippur,Lagash e Eridu, com governos independentes.Cada cidade-estado sumeriana possua um centro poltico, econmico e religioso, que era otemplo. O lder de cada cidade era chamado patesi (sumo-sacerdote), era tambm chefemilitar e governante, auxiliado pela elite aristocrtica dos altos funcionrios e sacerdotes do

    http://www.historiamais.com/crescente_fertil.htmhttp://www.historiamais.com/crescente_fertil.htmhttp://www.historiamais.com/crescente_fertil.htmhttp://www.historiamais.com/crescente_fertil.htm
  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    14/34

    templo. As cidades-estado viviam constantemente em guerra entre si pela hegemonia naregio.Considerados os inventores da escrita; os sumrios criaram uma escrita para registrar acontabilidade do rico patrimnio dos templos, a quantidade de cereais estocada nos celeiros, onmero de cabeas de gado etc. A partir de 3000 a.C., passou a ser utilizada tambm pararegistrar textos religiosos, literrios e algumas normas jurdicas. Escreviam em tbuas deargila, utilizando um estilete de extremidade triangular deixando sinais em forma de cunha (a

    escrita cuneiforme).Os sumrios introduziram o uso de rodas nos veculos, o que representou uma revoluo nalocomoo terrestre. Antes os veculos em forma de tren, eram puxados por animais, com autilizao da roda o transporte de mercadorias tornou-se mais simples e gil. Os sumriosestabeleceram um ativo comrcio com os povos vizinhos e relaes comerciais com a costaMediterrnea e o vale do rio Indo.A escrita cuneiforme, as artes, a religio, as tcnicas agrcolas e de construo e outrosinventos dos sumrios foram aproveitados pelos povos que com eles conviveram.As constantes guerras internas provocaram o enfraquecimento poltico dos sumrios,facilitando a invaso da Mesopotmia pelos acdios, povo de origem semita.

    AcdiosOs acdios dominaram a Sumria por volta de 2550 a.C. Em 2300 a.C., conquistaram todas ascidades sumrias, liderados pelo rei Sargo I expandiram-se ao norte e dominaram aMesopotmia. A rpida vitria e o domnio sobre os sumrios podem ser explicados por duasrazes: seu exrcito era mais gil e utilizavam o arco e a flecha, instrumento mais rpido eeficiente do que as pesadas lanas e escudos dos sumrios. Estabeleceram a capital de seuimprio em Acad, da o nome de civilizao acadiana. Fundaram o primeiro impriomesopotmico, que durou at 2150 a.C., quando foram dominados pelos Guti, povo de origemasitica.Contudo, nova onda de invases estrangeiras ocorreu na regio, desestruturando o ImprioAcadiano e possibilitando a retomada da hegemonia poltica dos sumrios. O domnio sumriosobre a rea no foi, contudo duradouro, enfraquecidos por rebelies internas, sofreraminvases de guerreiros nmades. Em 2000 a.C., chegaram os amoritas, outro povo semita,vindo do deserto rabe, que dominaram toda a regio, conseguindo fundar o Primeiro ImprioBabilnico.AmoritasOs amoritas (antigos babilnios) estabeleceram-se no centro-sul da Mesopotmia, vencendoseus vizinhos sob a liderana de Hamurabi formaram o Primeiro Imprio Babilnico, que iado Golfo Prsico aos Montes Zagros.Com o governo de Hamurabi, a partir de 1792 a. C., a Babilnia conquista toda a BaixaMesopotmia, fundando um vasto imprio. Depois de sculos de lutas constantes, a

    Mesopotmia, no sculo XVIII a.C., conheceu enfim a unidade. A partir da, a preocupao deHamurabi no era mais a expanso territorial e sim a preservao das terras conquistadas,tendo-se preocupado essencialmente com os ataques dos povos vizinhos e com assublevaes dos povos conquistados. O rei Hamurabi administrou seu imprio durante quasecinquenta anos.A principal realizao cultural dos amoritas foi o Cdigo de Hamurabi, o primeiro cdigoescrito que a histria registra era baseado no Direito Sumeriano, tendo por finalidadeconsolidar o poder do Estado e adequar-se ao desenvolvimento da economia mercantil. OCdigo de Hamurabi que influenciou muitas civilizaes era composto por centenas de leis,dentre elas destacava-se a Lei de Talio (olho por olho, dente por dente), estabelecia que as

    punies fossem idnticas ao delito cometido. A pedra em que estavam gravadas as leis foiencontrada por arquelogos em 1901 e acha-se guardada no Museu do Louvre, em Paris.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    15/34

    Algumas leis do Cdigo de Hamurabi.Se um filho bater com as mos em seu pai, ter suasmos cortadas.Se um homem toma uma mulher e no estabeleceuum contrato, ento essa mulher no esposa.Se um homem cegou o olho de um homem livre, ter oseu olho tambm furado. Furou-se o olho de umescravo, pagar metade do seu valor.Se um mdico tratou, com faca de metal a ferida deum escravo e lhe causou a morte, ele dar escravo porescravo.

    Ao mesmo tempo em que o modo de produo asitico atingiu o seu apogeu, desenvolveram-se tambm os fatores responsveis pela sua dissoluo como, por exemplo, aprofissionalizao do exrcito, a hereditariedade dos cargos burocrticos, o desenvolvimentode uma economia mercantil e da escravido.Por volta de 1800 a.C. o Imprio Babilnico enfraquecido por problemas internos como a runados camponeses que devido aos altos impostos e ao aumento dos trabalhos reais, eramtransformados em escravos, e, portanto, impossibilitados de servirem ao exrcito. O imprio foiconquistado primeiro pelos hititas, que causaram grande impacto com a utilizao do cavalopara fins militares, depois pelos cassitas e assrios.AssriosOs assrios eram um povo que antes de 2500 a.C., estabeleceram-se no norte daMesopotmia, na regio de Assur e Nnive. A partir de 883 a.C., os assrios iniciaram ummovimento de expanso territorial. Em virtude da baixa produo agrcola (solos pobres), osassrios dedicaram-se as tcnicas de guerra, com um poderoso exrcito, o primeiro exrcitoorganizado do mundo. O segredo de sua eficcia militar era o domnio da tecnologia do ferrona fabricao de armas e ferramentas. A eficincia de seus ataques explica-se tambm pelos

    velozes carros de guerra puxados por cavalos. Seu objetivo era saquear os povosconquistados e obrig-los a pagar tributos.Entre o sculo VIII e VII a.C., seus domnios ultrapassaram a Mesopotmia, abrangendo Sria,Fencia, Palestina e Egito. Os responsveis por essa expanso foram Sargo II, Senaqueribee Assurbanipal. Guerreiros extremamente cruis pilhavam as reas conquistadas emassacraram sua populao, provocando uma srie de revoltas durante o reinado deAssurbanipal, que desestabilizaram e enfraqueceram o Imprio Assrio. Em 612 a.C., oscaldeus, aliados aos medos, destruram as principais cidades assrias. Nabopolassar,comandando caldeus e medos, povos vizinhos, puseram fim ao Imprio Assrio e inaugurou oSegundo Imprio Babilnico.CaldeusDerrotados os assrios, a Babilnia volta a ser a capital da Mesopotmia, agora sob domniodos caldeus, formando um novo imprio, conhecido como Segundo Imprio Babilnico ouNeo Babilnico.Com Nabopalassar, os caldeus, aliados dos Medos, consolidaram a independncia daBabilnia, mas foi com seu filho Nabucodonosorque o imprio caldeu atingiu o seu apogeu.Foi durante o seu governo que a Sria e a Palestina foram definitivamente conquistadas. Comviolentas investidas militares, o rei Nabucodonosor ocupou Jerusalm em 586 a.C. eescravizou os judeus. Os hebreus foram transportados como escravos para a Babilnia,episdio relatado na Bblia como o Cativeiro da Babilnia.No reinado de Nabucodonosor a cidade da Babilnia tornou-se o maior centro cultural e

    comercial de todo o Oriente. Foram construdos palcios, os Jardins Suspensos daBabilnia, considerados uma das sete maravilhas do mundo antigo e a Torre de Babel. Ocomrcio se expandiu com o predomnio do comrcio caravaneiro que fazia a rota doMediterrneo ndia.

    http://www.historiamais.com/jardins_suspensos.htmhttp://www.historiamais.com/jardins_suspensos.htmhttp://www.historiamais.com/jardins_suspensos.htmhttp://www.historiamais.com/jardins_suspensos.htm
  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    16/34

    A morte de Nabucodonosor marcou o incio da decadncia do imprio at que, em 539 a.C.,tropas persas comandadas pelo imperador Ciro I conquistaram a Babilnia, integrando aregio ao seu imprio. A partir de ento, a civilizao mesopotmica foi desaparecendo.Economia, Sociedade e PolticaA principal atividade econmica na Mesopotmia era a agricultura, tal como a do Egito, inseria-se no modo de produo asitico. Sendo a atividade agrcola a principal fonte de subsistnciana Mesopotmia, o poder pblico controlava de perto a construo de reservatrios de gua,

    canais de irrigao e depsitos de alimentos. Para isso usava a mo de obra das populaescamponesas, submetidas ao pagamento de impostos ao rei.A produo agrcola era variada, incluindo cevada, trigo, lentilha, linho, tmaras e outrosprodutos. Nos campos criavam-se cabras, carneiros e ovelhas para obter carne, leite e l. Osbois para puxar os arados e para outros servios. Com o couro bovino faziam correias esapatos, e com o leite de vaca fabricavam coalhadas e queijos finos. Mais tarde, comearam adomesticar cavalos para montaria e para a guerra.Nas cidades, desenvolveram importante atividade artesanal; tecelagem, cermica, fabricaode armas, joias, objetos de metal etc. A excelente localizao da Mesopotmia favoreceu odesenvolvimento do comrcio. Comerciantes deslocavam-se para outras regies levando

    produtos fabricados pelos babilnios. Em consequncia, a Babilnia transformou-se num dosmais importantes entrepostos comerciais da Antiguidade. At o sculo VI a.C., a cevada e osmetais eram utilizados como padro de valor nas trocas comerciais.A sociedade na Mesopotmia, de forma geral dividia-se em dois grupos principais: classedominante (governantes, sacerdotes, militares e comerciantes) e classe dominada(camponeses, pequenos artesos e dois tipos de escravos: de guerra e por dvida).Inicialmente, os escravos eram pouco numerosos e a sua existncia devia-se principalmentes dvidas. Com o tempo, o costume de transformar os prisioneiros de guerra em escravos fezaumentar o nmero de cativos na regio. A classe dominante controlava a riqueza econmica,as foras poltica e militar e o saber.A Mesopotmia foi governada por monarquias teocrticas em que o poder estava concentradonas mos do soberano. O rei considerado um representante dos deuses na Terra, capaz detraduzir a vontade divina, detinha os poderes religiosos, militares e polticos.Aspectos culturaisA cultura na Mesopotmia era muito rica em razo dos diversos povos que habitavam a regio.Mas, quase toda a cultura mesopotmica descendia dos sumrios, incluindo a religio,politesta e antropomrfica. Sendo politestas, acreditavam em vrios deuses querepresentavam, como no Egito, fenmenos da natureza. Os deuses mesopotmicos eram aomesmo tempo entidades do bem e do mal. Cada cidade tinha seu deus protetor. Entre asprincipais divindades estavam Marduk, o deus da cidade da Babilnia e do comrcio,Shamash, o sol e a justia; Anu, o cu; Enlil, o ar; Ea, a gua; Ishtar, a deusa do amor e da

    guerra e Tamus, a vegetao.Os sumrios explicavam a origem do mundo atravs do mito de Marduk e da lenda do Dilvio,muito semelhante histria bblica da Arca de No. Segundo suas crenas, o deus Mardukcriara o cu e a terra, os astros e o homem. Contudo, um dilvio ameaara a existnciahumana na terra e Marduk ajudou Gilgamesh a sobreviver, advertindo-o do perigo eaconselhando-o a construir uma arca na qual deveria colocar vrios animais e os membros desua famlia. No governo de Hamurabi, o deus Marduk da Babilnia foi adorado por todo oimprio.

    Os povos mesopotmicos viam a religio como meio de obterrecompensas terrenas, imediatas, no acreditando na vida aps

    a morte. Os rituais religiosos, comandados pelos sacerdotes,faziam do templo (zigurate) o centro de toda a religiosidade.Esses templos, s vezes, abrigavam tambm o celeiro e asoficinas. Neles se conhecia o estoque e se definia o critrio de

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    17/34

    Ziguratedistribuio dos excedentes agrcolas tomados aoscamponeses.

    Os caldeus no acreditavam em vida aps a morte, porm acreditavam em demnios,espritos, magia, adivinhao e na influncia dos astros sobre a vida humana, criaram aastrologia. Os astrlogos faziam horscopos para interpretar a influncia dos astros na vidahumana.Na arquitetura mesopotmica destacava-se a construo de templos e palcios, como oszigurates. Pintavam e esculpiam sobre temas religiosos, esportivos e militares. Inventadospelos sumrios, os zigurates tornaram-se sua marca arquitetnica registrada: eram imensostemplos com vrias torres retangulares, igualando-se em grandiosidade aos palciosconstrudos pelos assrios e caldeus. Mas o uso de arcos tambm deixou sua marca naarquitetura desse povo. Como artistas, os sumrios destacaram-se nos trabalhos em metal, nalapidao de pedras preciosas e na escultura.Foi, porm, no campo cientfico que os mesopotmicos alcanaram maior destaque. Atravsda observao do cu, visando decifrar a vontade dos deuses, os sacerdotes acumularaminformaes a partir das quais foi elaborado, pouco a pouco, um conhecimento exato dosfenmenos celestes.

    Legado Cultural da Mesopotmia:

    Diviso do ano de 12 meses e a semanade 7 dias; A diviso do dia em 24 horas; A crena nos horscopos e os dozesignos do zodaco; O hbito de fazer plantio de acordo comas fases da Lua; O crculo de 360 graus; O processo aritmtico da multiplicao; O clculo das quatro operaesaritmticas;

    A extrao de raiz quadrada; A lgebra; O sistema de numerao sexagesimal,que dividiu a circunferncia em 360 e hora em 60 minutos; A distino entre planetas e estrelas; A arte de prever eclipses; O primeiro conjunto de leis escritas, o

    Cdigo de Hamurabi, feito pelosbabilnios no sculo XVIII a. C.

    No campo literrio, o destaque fica para duas obras sumerianas: o Mito da Criao, queresgata a origem do mundo atravs do mito de Marduk, e a Epopeia de Gilgamesh, que contaa lenda do Dilvio. Destaca-se tambm, como grande marco da histria do Direito, o Cdigode Hamurabi. A descoberta sumria da escrita foi enriquecida com a produo de textosreligiosos, histricos e lendas.A escrita cuneiforme, criada pelos sumrios, foi utilizada pelos vrios povos mesopotmicos eadotada por outros povos da sia Ocidental. Foi decifrada pelos estudiosos Grotefend eRawlinson.Em linhas gerais, podemos dizer que a forma de produo dominante na Mesopotmia foi aAsitica, no existindo, portanto a propriedade privada da terra. Os indivduos s usufruam daterra enquanto membros da comunidade. O rei, encarnao do Estado, era o proprietrionominal de todas as terras, o qual dirigia a construo de canais de irrigao que propiciavamas condies para o desenvolvimento da agricultura.No plano sociopoltico, esta forma de produo caracterizou-se pelos imprios teocrticos deregadio, organizao estatal altamente centralizada. O poder estatal unificou em suas mos ospoderes poltico, militar, religioso e econmico. A rgida centralizao do poder era necessriapara o desenvolvimento da agricultura de regadio, atravs da organizao do trabalho nas

    grandes obras pblicas.A civilizao mesopotmica exerceu grande influncia sobre os povos vizinhos, como ospersas que adotaram a escrita cuneiforme e os hebreus que aproveitaram algumas desuas tradies religiosas, como o mito do dilvio.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    18/34

    HEBREUSO povo hebreu proveniente da regio Palestina, regio atualmente prxima ao Lbano, aoDeserto da Arbia e Sria. Sua localizao estratgica a transformou em um dos principaisentrepostos comerciais do mundo antigo e o extenso Rio Jordo abrigou a grande maioria dascidades fundadas na regio. Entre os principais povos que maior influncia exerceu sobre oterritrio palestino, damos maior destaque aos hebreus e os palestinos. Esses dois povos por

    muito tempo disputaram a hegemonia territorial poltica da regio e, at hoje, protagonizam umdos mais antigos conflitos da histria. Os hebreus tm origem semita e se consolidaram aolongo do Rio Jordo praticando atividades agro-pastoris. Foi aproximadamente no II milnioa.C. que o povo hebreu passou a organizar um movimento populacional de motivaoreligiosa: a busca da Terra Prometida, regio equivalente ao territrio da Palestina. Asociedade hebraica deste perodo era essencialmente patriarcal. Entre os principais lderes sedestacava Abro, que conforme o relato bblico seria o responsvel por conduzir os hebreuspara regio de Cana. De acordo com algumas pesquisas, a chegada dos hebreus TerraPrometida teria sido consolidada durante o sculo XVIII a.C.. Nessa regio haviam diferentespovos fixados como os filisteus, cananeus, amalecitas, edomitas, moabitas e arameus.

    Aproximadamente em 1750 a.C., uma grande seca desestabilizou a economia hebraica,forando-os a se deslocarem em direo ao Egito. Chegando regio do Delta do Nilo, oshebreus mantiveram forte contato com os hicsos, que dominavam a regio naquele perodo. Arelao amistosa com os hicsos chegou ao fim quando os egpcios dominaram a regio epassaram a controlar os hebreus enquanto escravos. Somente em 1750 a.C. , os hebreusfugiram do Egito sobre a liderana de Moiss.Esse importante episdio da civilizao hebraica ficou conhecido como xodo e iniciou umaextensa fase de peregrinao do povo hebreu rumo regio Palestina. Durante esse perodo,de acordo com a narrativa bblica, os hebreus empreenderam diversas lutas querestabeleceram a hegemonia hebraica na regio Palestina. Josu, sucessor do lder Moiss,foi responsvel por dividir os antigos cls em doze tribos distintas. O contato com os povos

    vizinhos influenciou os costumes e as tradies hebraicas. Para evitar a desunio religiosa epoltica do povo hebreu, o sistema de organizao poltica dos hebreus foi posteriormentesucedido pelos juzes, que controlavam as questes militares e religiosas do povo hebreu.Entre os principais juzes estavam Jeft, Gedeo, Sanso e Samuel. Por volta de 1000 a.C., oprocesso de centralizao poltica dos hebreus chegou a seu pice com a instituio de umgoverno monrquico.O primeiro dos reis hebraicos foi Saul, que aps sofrer algumas derrotas militares veio a sofrerforte presso de alguns oponentes ao seu governo. No suportando tamanha oposio, o reiSaul cometeu suicdio e deixou o trono vago para que um jovem e destemido guerreiro,chamado Davi, viesse a assumir o trono hebraico. Entre os anos de 966 a.C. e 933 a.C., o reiSalomo, filho de Davi, atingiu o apogeu do governo monrquico com a construo do Templo

    de Jerusalm.A poltica marcada pela construo de grandes templos e palcios acabou fazendo com que ogoverno de Salomo sofresse forte oposio por conta dos trabalhos forados e o grandenmero de impostos exigidos da populao. A morte do rei Salomo em 935 a.C., acaboufixando uma verdadeira crise sucessria que findou com a diviso das tribos em dois novosEstados: o primeiro seria o Reino de Israel formado por dez tribos do norte com capital eSamaria e o Reino de Jud, compostos pelas tribos de Benjamin e Jud.A diviso poltica e territorial acabou expondo os hebreus militarmente, que em pouco tempoforam dominados por outras civilizaes. No ano de 721 a.C., os assrios conquistaram oReino de Israel, o que acabou fazendo com que as dez tribos que o formavam viessem a

    desaparecer. Sculos mais tarde, o rei babilnico Nabucodonosor foi responsvel peloprocesso de dominao do Reino de Jud, quando ordenou a transferncia destes para aregio Mesopotmica.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    19/34

    O chamado Cativeiro da Babilnia durou quase meio sculo e s chegou ao fim quando o reipersa Ciro I libertou os judeus. A partir da, realizaram uma nova peregrinao com direo cidade de Jerusalm. Nesse perodo se organizaram em um pequeno Estado subjugado pelospersas. Depois disso, outras civilizaes expansionistas realizaram o domnio sobre o povohebreu. Em 332 a.C., o rei macednico Alexandre foi responsvel por controlar os judeus. Ocontrole dos macednicos s chegou ao seu fim quando, no sculo I a.C., os romanospassaram a conquistar os territrios anteriormente dominados pelo Imprio Macednico. A

    partir de ento, os judeus ficaram sobre o controle do Imprio Romano. Nessa poca, asprofecias sobre a vinda de um novo salvador (messias) instituram um movimento deresistncia contra as exigncias impostas pelas leis romanas. Foi nesse perodo que Jesus(tido como um profeta abenoado) surgiu na histria judaica.A conflituosa relao entrehebreus e romanos chegou ao seu fim quando os exrcitos romanos esmagaram esteslevantes e expulsaram os hebreus de Jerusalm, em 70 a.C.. Eles se espalharam ao longodas provncias romanas, marcando um episdio da histria hebraica conhecido comoDispora. A partir desse momento, comearam a viver em pequenas comunidades quepreservaram os pontos fundamentais de sua cultura religiosa.A reorganizao do povo judeu em um nico Estado s veio a se realizar no sculo XIX,quando diversos influentes e poderosos membros da comunidade judaica defenderam o

    movimento sionista. Esse movimento incentivava os judeus a retornarem regio daPalestina, local onde constituram os principais eventos ligados tradio cultural, religiosa epoltica.Aps a Segunda Guerra Mundial (1939 1945), o projeto sionista ganhou singular forapoltica. A perseguio e os horrores sofridos pela comunidade judaica durante o HolocaustoNazista deram suporte para que seus lderes exigissem a criao de um novo Estado de Israelna regio da Palestina. No ano de 1948, o povo judaico comeou a voltar para sua terra deorigem, at ento ocupada pelos rabes. A instalao dos judeus na regio Palestina incitouuma delicada situao poltica em relao aos palestinos. Em mais de meio sculo, diversaslutas entre palestinos e judeus colocavam em questo a legitimidade das aes expansionistas

    e a legitimidade do Estado judaico. A questo ainda permanece em aberto e, vezes apsoutra, episdios terroristas de autoria palestina e a represso militar judaica se enfrentam emprol de diferentes interesses.A culturaOs hebreus se destacaram por sua religio e pelas contribuies na literatura. Os hebreuseram monotestas, mas o monotesmo se consolidou aps as pregaes de Ams, Osias eIsaas. Os profetas reafirmavam a vida de um salvador que libertaria os hebreus para uma vidaeterna. D-se o nome de judasmo para a religio hebraica que ainda esperam a vinda doMessias. Comemoram a pscoa, o pentecostes e os tabernculos. A pscoa relembra a sadado Egito, o pentecostes celebra a entrega dos dez mandamentos a Moiss e os tabernculosrecorda a caminhada dos hebreus no deserto quando saram do Egito para voltar Palestina.

    A literaturaA maior fora est concentrada nos Salmos, no livro de J, nos Provrbios e Cntico dosCnticos. Os salmos so poemas que transmitem ensinamentos, J uma reflexo filosfica,Provrbios ensina sabedoria e disciplina e Cntico dos Cnticos um poema de amorsensuais.

    ANTIGUIDADE CLSSICA

    CIVILIZAO GREGA

    PERODO PR-HOMRICO

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    20/34

    Durante o perodo de formao da civilizao grega observamos a chegada de diferentespovos regio da Pennsula Balcnica, do Mar Egeu e no litoral da sia Menor. Contando comuma geografia acidentada e poucas terras frteis disponveis, os povos que habitavam essaregio dedicavam-se principalmente ao comrcio e colonizao de outras regies prximasdo Mar Tirreno e Adritico. A civilizao cretense foi a primeira a se fixar na regio insular domundo grego. Fixados na Ilha de Creta, essa civilizao construiu vrias cidades ao longo dailha e de outras partes da Grcia Continental. Desenvolvendo intensa atividade comercial, os

    cretenses alcanaram o apogeu de sua civilizao. Cermica, tecidos, vinhos, mrmores emetais eram os principais itens negociados entre as cidades cretenses .Um peculiar ponto dacultura cretense refere-se existncia de uma estrutura familiar onde a mulher ocupava papelde destaque. No campo religioso essa mesma valorizao da figura feminina percebe-se noculto Deusa-Me, representante da fertilidade e da terra. Tal ponto caracterstico da culturacretense pode ser observado dentro da futura Cidade-estado de Esparta, onde as mulheresexerciam importantes papis. Por volta do sculo XV a.C., a chegada dos aqueus iniciou umprocesso de miscigenao cultural responsvel pelo surgimento da civilizao micnica. Nessemesmo perodo, os elios e jnios passaram a ocupar a regio, ampliando a populao e adiversidade cultural dos povos pr-homricos. A chegada dos drios, em meados de XII a.C.,atravs de um violento processo de conquista, inaugurou um novo perodo na histria da

    Antiga Grcia. Nesse perodo, os grandes centros urbanos e a intensa atividade comercialantes observada deram lugar ao predomnio das atividades agrcolas. Fugindo da dominaodrica e criando novas reas de ocupao delimitamos o advento da Primeira Dispora Grega,que encerra o perodo homrico. A partir de ento, a populao grega organizou-se por meiodas comunidades coletivas atreladas ao trabalho agrcola.

    PERODO HOMRICO

    Com as invases promovidas pelos drios, o perodo Pr-Homrico inaugurou uma novaconfigurao da Grcia Antiga. O violento processo de ocupao drica, marcado peladestruio e o esvaziamento dos centros urbanos, motivou tanto a disperso dos povos gregos

    para outras regies como a decadncia da intensa atividade comercial observadas naquelaregio. Os grupos familiares oriundos de um mesmo descendente se uniram em torno dachamada comunidade gentlica ou genos. Nesse tipo de organizao social, a famlia semobilizava em torno da explorao extensiva das atividades agrcolas. Cada comunidadecontava com um pater, patriarca da famlia incumbido de tratar das questes religiosas,judicirias e administrativas. O trabalho nos genos era exercido coletivamente. As tarefasestavam sob a responsabilidade de qualquer um de seus membros e a produo agrcola eradividida igualitariamente. Artesos ou escravos foram utilizados em casos excepcionais, ondeos integrantes do genos no atendiam a certas demandas. Mesmo contando com vrios traosigualitrios, as comunidades gentlicas se diferenciavam pelo prestigio social do individuo emfuno da proximidade de seu parentesco para com o pater. Quanto mais prximo da famliado pater, maior prestigio conferido.Ao longo dos anos, as comunidades gentlicas sofreramgrandes transformaes. As tcnicas agrcolas pouco elaboradas passaram a no atender aoaumento populacional dos genos. Os amplos laos coletivos das comunidades gentlicascomeavam a ruir. As famlias restringiram o nmero de parentes por elas abrigado. O pater eseus parentes prximos passaram a defender o direito de posse sob a terra e as riquezas. Osdescendentes diretos do pater conseguiram, nessa diviso, a propriedade das terras maisfrteis. Essa experincia trouxe uma diferenciao entre os indivduos e a formao de umaaristocracia rural consolidada em torno do controle das terras cultivveis. Os chamadoseuptridas (bem nascidos) contavam com seu poder poltico para assim controlarem asarmas de guerra, as instituies polticas e religiosas da poca. Nesse processo deapropriao de riquezas uma aristocracia firmou-se no cenrio grego exercendo o domnio sobo instrumento de poder da poca.A fragmentao dos genos vai, de fato, colocar a Grcia a frente de outras prticas ecostumes. Ao mesmo tempo, o aparecimento das classes e desigualdades sociais serresponsvel por um duplo processo: a disperso de populaes para outras reas da

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    21/34

    Pennsula Balcnica e da sia menor; e a formao de instituies polticas oligrquicascontroladas pela aristocracia rural. Todo esse conjunto de mudanas encerra o perodohomrico e abre portas para o surgimento das primeiras cidades-Estado gregas.

    PERODO ARCAICO

    No desenvolvimento da plis na Grcia, a dissoluo das comunidades gentlicas se constituiu

    como um primeiro passo para o alcance de uma nova formao social. At o Perodo Homrico(XII a.C. VIII a.C.), as famlias gregas estavam situadas em pequenas unidades agrcolas emque o trabalho e a riqueza produzida eram igualmente divididos. Nesses moldes, a terra tinhauso coletivo e as atividades eram organizadas pela figura do pater.Ao fim desse perodo,observamos que as comunidades gentlicas entraram em crise a partir do momento em que astcnicas de produo no conseguiam distribuir recursos iguais entre os integrantes dacomunidade. Com o passar do tempo, as terras mais frteis tiveram o seu acesso restrito aosparentes mais prximos ao pater. Com isso, muitos integrantes das comunidades acabaram sesubjugando ao poder dos grandes proprietrios ou se dirigindo para outras ocupaeseconmicas.No decorrer do tempo, a questo da propriedade da terra estabeleceu odesenvolvimento de disputas e diferenciaes sociais entre os gregos. Com isso, alguns genos

    estabeleceram alianas entre si para empreenderem a defesa de suas propriedades. J nessapoca, a nascente elite proprietria de terras protagonizou a adoo das principais medidas deordem poltica. Paulatinamente, os proprietrios de terras passaram a estender o seu poder.Namedida em que os genos se associavam e dessa forma consolidavam sociedades maisamplas, as questes a serem resolvidas e as medidas a serem adotadas pelos gregos setornavam cada vez mais complexas. As leis agora determinavam a cobrana de impostos, arealizao de obras pblicas, a imposio de sanes e a regulao do cotidiano daqueles queviviam nas plis (cidades), nesse momento formadas pela reunio de vrias comunidadesgentlicas.Do ponto de vista histrico, as plis formadas na Grcia no s determinaram apresena de um tipo de organizao demogrfica mais extensa, foram de suma importnciapara que os gregos passassem a debater; elaborar e transformar as leis que regiam o seu

    cotidiano. Nesse sentido, transformavam a feio da poltica no mundo antigo ao norestringirem a mesma s antigas tradies orais ou a simples autoridade de um governantemaior.No por acaso, a democracia se tornou um instituio poltica possvel entre os gregos. Afinalde contas, o sistema democrtico, mesmo que excludente naquela poca, fazia jus a umcomportamento poltico e uma concepo jurdica assentados no interesse de se refletir sobreo modo como a sociedade se organizava. Com isso, vemos que os gregos tiveram um pesoindispensvel para que muitas das teorias de pensamento poltico e jurdico atuais fossempossveis.

    GRCIA ESPARTA E ATENAS

    *ESPARTA- UMA CIDADE-ESTADO FECHADA, AGRRIA E OLIGRQUICA Localizao: Esparta situava-se na regio da Lacnia, na Pennsula do Peloponeso,

    numa plancie frtil quer era uma exceo no conjunto geogrfico grego. Essa plancieapresentava-se isolada das regies vizinhas por altas montanhas.

    Fundada no sculo IX a.C. pelos Drios, que logo submeteram os primeiros habitantesda regio, a sociedade espartana teve um desenvolvimento semelhante aos das demaisplis gregas.

    ECONOMIA

    A propriedade em Esparta era Estatal; a terra, dividida em lotes, era doadavitaliciamente aos espartanos e trabalhadas pelos hilotas.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    22/34

    Era proibida a prtica do comrcio pelos espartanos, contribuindo para o monopliocomercial dos periecos (aqueus que habitavam a periferia).

    Como comerciantes, os periecos completavam a economia da plis, favorecendo a auto-suficincia espartana e a xenofobia (averso ao estrangeiro).

    SOCIEDADE A sociedade espartana era formada por:

    Espartanos: descendentes dos drios e os nicos detentores de terras e de poderpoltico;

    Periecos:aqueus livres que no tinham direitos polticos e que deveriam participar doexrcito quando necessrio.(comerciantes e artesos).

    Hilotas: aqueus escravizados nas guerras messnicas. No possuam direitos polticos.

    LEGISLAO A legislao espartana teria sido criada por Licurgo, personagem legendria, e se

    baseava no monoplio poltico dos cidados-guerreiros, os espartanos, e namarginalizao dos demais muito embora os periecos tivessem obrigaes militaresem caso de guerra.

    POLTICA Politicamente, Esparta era baseada na oligarquia.

    Diarquia: formada por dois reis, com autoridade religiosa e militar;

    Gersia: tambm conhecida como conselho dos Ancios, era composto por 28

    esparciatas com mais de 60 anos. Fiscalizavam a administrao e decidiam sobre amaior parte dos assuntos do governo;

    pela: era a Assemblia popular, formada pelos cidados com mais de 30 anos. Suaprincipal funo era eleger os foros.

    Eforado: composto por cinco foros, com mandato de um ano. Eram os verdadeirosadministradores da cidade. Fiscalizavam os reis, controlavam o sistema educacional edistribuam a propriedade entre os esparciatas.

    EDUCAOO Estado se encarregava da educao dos espartanos, baseada no aprimoramento fsico.O espartano deveria estar sempre pronto para a revolta dos seus servos. O incentivo aocrescimento demogrfico era incuo, pois o rigor da educao eliminava a maioria dosjovens, sobrevivendo apenas os mais fortes e resistentes. A sociedade espartana era conservadora, a educao era voltada para o militarismo,

    obedincia a regras e vigor fsico, e isso impunha um cdigo moral bastante severo.

    A criana ao nascer era examinada por um conselho de cidados, que avaliava suacondio fsica, caso houvesse alguma deficincia era atirada em um desfiladeiro.

    Crianas eram entregues ao estado a partir dos sete anos, para prepar-las para aeducao militar, garantindo a proteo da cidade e a ordem interna.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    23/34

    Obs:A obrigao da mulher era a de gerar filhos saudveis para servir aoEstado,praticavam exerccios que lhes garantissem uma vida forte e saudvel.ATENAS- ABERTA AO COMRCIO, RICA, DINMICA E DEMOCRTICA,APRESENTAVA-SE O OPOSTO DE ESPARTA O BERO DA DEMOCRACIA: Atenas destacou-se como o maior centro cultural, poltico

    e econmico da Grcia. Cidade de origem jnica, tornou-se m padro dedesenvolvimento para as cidades-estado gregas

    Localizao: na tica, nas proximidades do mar Egeu.

    SOCIEDADE Atenas era formada pelas seguintes camadas sociais.

    Euptridas: os bem nascidos, camada aristocrtica que detinha os privilgios,constituda pelos grandes proprietrios de terras.

    Georgis, pequenos proprietrios de terras em regies pouco frteis.

    Thetas: no possuam terras. Eram trabalhadores assalariados.

    Demiurgos: artesos e comerciantes concentrados no litoral.

    Metecos: estrangeiros que moravam em Atenas dedicando-se ao comrcio e aoartesanato. No possuam direitos polticos e nem podiam comprar terras.

    Escravos: prisioneiros de guerra ou por dvidas.

    ECONOMIA

    A base da economia ateniense era o comrcio. A produo agrcola ficava a cargo dospelos escravos.

    A manuteno da escravido na cidade foi fundamental tanto para o desenvolvimento daeconomia, como para a consolidao da democracia, possibilitando uma situaopoltica mais equilibrada, na medida em que as camadas populares tiveram algumas desuas reivindicaes atendidas. Ao preservar o trabalho escravo, a elite econmica tinhagrande disponibilidade de seu tempo para participar das Assemblias e das demaisatividades polticas.

    POLTICA Monarquia aristocrtica: primeira forma de governo de Atenas, o poder era exercidopor um rei: o basileu. Aos poucos o poder do rei foi limitado pelos euptridas;

    Oligarquia: governo passou a ser exercido por um conselho de euptridas (oArcontado).

    O descontentamento popular, apoiado pelos ricos comerciantes(demiurgos) foi sefortalecendo e impondo mudanas na ordem poltica tradicional. Para resolver osconflitos eram necessrias reformas.

    Os aristocratas encarregaram DRCON de elaborar um cdigo de leis escritas para acidade. Eram leis rgidas, porm no conseguiram resolver os conflitos.

    Outro legislador, SLON, prope medidas mais radicais a fim de resolver os conflitos:

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    24/34

    Aboliu a escravido por dvidas; dividiu os cidados em quatro classes (baseada nariqueza)e determinou a relativa participao poltica de cada classe.

    Entretanto, as reformas de Slon no conseguiram apaziguar os nimos.

    Essa crise facilitou a tomada de poder pela fora.

    Tirania: o perodo da tirania iniciou-se com Pisstrato. Esse tirano deu terras dosaristocratas aos pequenos proprietrios, concedeu emprstimos aos fazendeiros,incentivou a colonizao e o comrcio, construiu obras pblicas.

    Democracia: Clstenes, um outro tirano fez nascer a democracia ao aperfeioar a leisde Slon.

    O direito de cidadania foi ampliado. Passaram a ser considerados cidados os filhos depai ateniense. Clstenes criou a lei do ostracismo, que era a condenao ao exlio deAtenas, por dez anos, s pessoas consideradas perigosas pelo Estado.

    A democracia ateniense atingiu se apogeu no sculo V a.C., com Pricles, quegovernou 14 anos e promoveu Atenas tanto politicamente como culturalmente.

    *O governo democrtico de Atenas era constitudo da seguinte forma: Bul assemblia encarregada da elaborao das leis.

    Eclsia votava as leis e escolhia os estrategos, encarregados de fazer executar asleis;

    Hilia tribunais de justia.

    Obs: importante lembrar que os cidados de Atenas representavam a minoria dasociedade. No podiam participar da vida poltica as mulheres, os estrangeiros (queeram em grande nmero), os jovens e os escravos. Ao mesmo tempo em que seaperfeioavam as instituies democrticas, consolidava-se o escravismo.

    PERODO CLSSICO

    Hegemonias: imperialismo

    ->As Guerras Mdicas

    + gregos X persas (medos).

    + motivo: o avano do imperialismo persa.

    + l Guerra Mdica: os gregos derrotam os persas na Batalha de Maratona.

    + 2 Guerra Mdica: os espartanos so derrotados na Batalha das Termpilas,mas os gregos derrotam os persas nas Batalhas de Salamina e Platia.

    + 3 Guerra Mdica: Confederao de Delos (liga militar das cidades gregas,

    lideradas por Atenas, que tinha por objetivo proteger a Grcia dos ataquespersas) : as plis contriburam com navios e dinheiro -> Esparta no participou.

    - os gregos derrotam definitivamente os persas na Batalha de Eurimedon.

  • 7/29/2019 Apostila Historia 3ano

    25/34

    - Tratado de Susa (Paz de Calias ou Paz de Cmon): fim do conflito.

    +Conseqncia: o imperialismo ateniense sobre as cidades participantes da Confederao deDelos (que no foi dissolvida): beneficiou-se das riquezas.

    A Guerra do Peloponeso:

    + Atenas (Confederao de Delos) X Esparta (Liga do Peloponeso)

    + motivos: o imperialismo ateniense e as diferenas polticas e culturais entre Atenas eEsparta.

    + Paz de Ncias: trgua.

    + vitria de Esparta na Batalha de gos Potamos.

    + conseqncias: fim do imperialismo ateniense e da democracia e incio

    do imperialismo espartano.

    + Esparta foi derrotada por Tebas na Batalha de Leutras: incio do imperialismo tebano.

    PERODO HELENSTICO

    Por volta das ltimas dcadas do sculo IV a.C., as cidades-Estado gregas enfrentaram sriasdificuldades para superar as perdas causadas a partir da deflagrao da Guerra doPeloponeso. Alm das perdas humanas e econmicas, a extenso dos conflitos prejudicouseriamente o contingente militar que protegeria a Grcia de uma possvel invaso estrangeira.No por acaso, os macednios, ento comandados pelo rei Filipe II, aproveitaram da situaopara ocupar a Pennsula Balcnica.Para conseguir tal feito, o rei Filipe II aliment