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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARABA

    CENTRO DE CINCIAS E TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE QUIMICA

    MICROBIOLOGIA EXPERIMENTAL

    PROFESSORAS:

    ELIANE ROLIM FLORENTINO HELVIA W. CASULLO DE ARAJO

    WERUSKA BRASILEIRO FERREIRA

    CAMPINA GRANDE

    2010

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    Microbiologia experimental Prof.

    a Eliane Rolim [email protected]; Prof.a Helvia Casullo [email protected];

    Profa Weruska Brasileiro [email protected]

    1.Tcnicas Bsicas em Microbiologia e Segurana Laboratorial

    A finalidade das aulas prticas de microbiologia demonstrar ao estudante as

    metodologias e princpios usados em laboratrio de microbiologia, reforando conceitos

    tericos estudados. Nas aulas sero utilizados vrios microrganismos, os quais so bastante

    vulnerveis e alguns patognicos. Desta forma, essencial observar normas de segurana

    no laboratrio, para evitar principalmente contaminao dos estudantes, tcnicos e

    professores e impedir a contaminao dos dispositivos experimentais por microrganismos

    estranhos ao estudo.

    1.1 Regras Gerais de Conduta e Segurana Laboratorial

    O laboratrio um lugar que pode ter o seu potencial de risco de acidentes

    diminudo desde que certas regras de conduta e segurana sejam obedecidas.

    fundamental se ter critrio, planejamento, conhecimento e calma no trabalho.

    O uso de bata de algodo branco, comprido e abotoado, essencial no laboratrio

    de Microbiologia, pois o mesmo protege a roupa de contaminao. O aluno deve

    usar calas compridas e sapato fechado para evitar acidentes, e aqueles de cabelos

    compridos devem mant-los presos.

    Deixar os materiais como bolsas, pastas, livros e cadernos em local reservado e

    nunca sobre as bancadas de trabalho.

    No comer, no beber, nem fumar no laboratrio.

    Manter as mos, canetas, lpis e quaisquer objetos sem contato com a boca, olhos

    ou ouvidos.

    Lavar as mos com detergente e sec-las com papel toalha antes e depois da aula

    prtica.

    Nunca tentar identificar substncias pela textura, sabor ou odor.

    Os extintores de incndios e a caixa de primeiro socorros devem ser colocados em

    locais visveis e de fcil acesso.

    Manter as bancadas limpas e organizadas.

    Ler com ateno o rtulo do produto a ser usado.

    Rotular todas as amostras, reagentes, solues, meios de cultura, etc.

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    Trabalhar apenas com instrumentos adequados, tomando cuidado especial com os

    vidros, que no dever conter pontas ou arestas cortantes.

    Proteger o rtulo dos frascos ao verter o seu contedo.

    No debruar sobre as bancadas.

    Observar as propriedades dos reagentes, solues e meios de cultura para um

    adequado acondicionamento e estocagem.

    No permitir a entrada de pessoas estranhas no laboratrio.

    Manter ateno constante nas aes executadas, evitando movimentao e

    conversas desnecessrias que possam causar distraes e provocar acidentes.

    O aluno deve deixar o laboratrio apenas aps ter terminado o trabalho prtico do

    dia, sem dvidas nas tcnicas realizadas.

    1.2. Normas de Trabalho em Microbiologia

    No inicio de cada analise traar um plano de trabalho considerando o tempo

    necessrio para cada analise e sua leitura.

    Trabalhar sempre de maneira ordenada, tranqila, constante e metdica, evitando

    movimentos desnecessrios como troca de lugar, assento, etc.

    Limpar e sanitizar a superfcie de mesas e balces antes e depois do trabalho de cada

    dia.

    Efetuar registros de analises, anotando o tipo do produto, procedncia, dia e hora da

    entrada no laboratrio e qualquer outra observao previa anlise. Na anlise

    propriamente dita anotar: mtodo, meio de cultura empregado e resultados obtidos.

    Identificar as amostras antes de iniciar a analise e em geral, no descartar at obter os

    resultados.

    O material a ser analisado deve ser tocado exclusivamente com instrumentos estreis

    e nunca com as mos.

    No cheirar os meios de cultura inoculados

    Evitar salpicar mesas e pisos com gua ou solues corantes.

    Usar bico de Bunsen, entre o material e o analista.

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    Cuidado ao acender o bico de Bunsen. Observar se no existem produtos inflamveis

    (lcool, ter, acetona etc.) nas proximidades da chama

    No caso de derramamento do material inoculado, comunicar imediatamente ao

    professor ou ao pessoal tcnico do laboratrio, sanitizar e esterilizar imediatamente (cobrir

    a rea com sanitizante adequado e deixar de 15 a 30 minutos antes de limpar).

    Vidrarias e materiais devem ser colocados aps o uso em recipientes adequados com

    solues de desinfetante.

    As pipetas devem colocar algodo na extremidade de suco para evitar contaminao

    do material e do analista.

    Os tubos de ensaios com cultura devero ser colocados nas estantes ou suportes

    adequados, nunca nos bolsos do avental ou deitado sobre as bancadas.

    Todo material contaminado (pipetas, bastes, lminas, lamnulas etc.), dever ser

    colocado em recipientes adequados (provetas, cubas, ou vidros com desinfetantes), para

    serem esterilizados posteriormente; nunca deix-los sobre a mesa de trabalho ou pia.

    O material utilizado deve receber a seguinte seqncia de tratamento:

    a) Esterilizao em autoclave a 121C durante 30 minutos

    b) Lavagem em gua corrente e detergente

    c) Secagem em estufa

    d) Esterilizao - em autoclave a 121C durante 15 minutos

    e) Armazenamento

    Os cultivos aps a leitura devem ser esterilizados.

    As laminas e lamnulas usadas devem ser colocadas em recipientes com desinfetantes

    No retirar qualquer cultivo do laboratrio.

    Manter registro do controle dirio de temperaturas das estufas.

    Realizar o controle de temperatura ambiental em cmaras asspticas e fluxo laminar.

    Analisar conservas e produtos esterilizados somente em cmaras asspticas ou fluxo

    laminar.

    Ao final do experimento, deve-se limpar a bancada, desligar os aparelhos, fechar o

    bico de Busen e lavar as mos antes de sair do laboratrio

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    2. Limpeza de Vidraria

    2.1 Introduo

    O bom desempenho da prtica laboratorial depende da mxima limpeza da

    aparelhagem usada.

    Para a limpeza da vidraria o cido ntrico ou cido clordrico so meios eficientes.

    Os agentes de limpeza alcalinos tais como fosfatos tri-sdico e os detergentes

    sintticos so muito teis, mas requerem uma enxaguagem prolongada para eliminao

    completa de resduos.

    A adio de algumas gotas de azul de bromotimol a 0,04g/L uma maneira de se

    testar a presena de resduos alcalinos ou cidos.

    Este indicador oferece a vantagem de cor do amarelo ao azul esverdeado na faixa de

    pH 6,5 a 7,3.

    2.2 Tcnicas de Lavagem

    A lavagem deve ser realizada cuidadosamente para que no fiquem resduos cidos

    ou alcalinos no material.

    Toda a vidraria deve ser guardada limpa e seca. Materiais usados para anlises

    microbiolgicas devem ser esterilizados antes e aps o seu uso.

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    2.2.1 Limpeza de Material em Uso

    Esterilizao em autoclave 121C durante 30 minutos

    Retirar todo material lavar com gua da torneira

    Deixar o material submerso em gua mais detergente

    Escovar o interior de cada utenslio com soluo detergente utilizando escova prpria.

    Enxaguar com gua de torneira

    Verificar, aps essa operao, se a gua esta escorrendo livremente, sem que haja

    reteno.

    Enxaguar com gua destilada

    Secar em estufa 160/170C durante 1 a 2 horas.

    2.3 Preparo de Material Usado em Anlises Microbiolgicas

    Preparo de Rolhas de Algodo

    As rolhas de algodo so empregadas no vedamento de tubos e frascos em

    microbiologia. O algodo utilizado geralmente hidrfobo (no absorvente).

    Para se preparar uma rolha, corta-se um quadrado pequeno de algodo (cujo tamanho se

    determina pela prtica), dobra-se no lado oposto para fazer um retngulo mais ou menos

    3,7 cm de largura e enrola-se formando um cilindro justo. A rolha deve entrar

    ajustadamente, devendo estar 1/3 fora da boca do tubo. A fim de se proteger a rolha de

    algodo permitindo sua mltipla utilizao, aconselhvel envolver a extremidade da

    mesma com um pedao de gaze. Uma rolha deve ser bem feita para poder ser empregada

    varias vezes.

    Alas de Platina ou de Nquel-Cromo

    Empregada para transferncia de um cultivo para um meio de cultura fresco. A ala

    empregada para fazer streak (isolamento de culturas) e tambm para inoculao por meio

    de repique em tubos de ensaio contendo meio de cultura slido.

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    Quando utilizar ala de platina nas prticas, a mesma dever ser aquecida at o rubro,

    tanto antes do uso como depois dele. Antes de tocar o material de cultura, deve-se deixar a

    ala esfriar, mantendo-a prxima de chama.

    Ala de Platina

    Pipetas

    A pipeta empregada na microbiologia, para transferncia de culturas liquidas e

    diluies sucessivas das amostras. O material deve ser aspirado lentamente, mantendo-se a

    pipeta com o dedo, mdio e o polegar, com o indicador controlando a vazo do liquido.

    importante manter o dedo indicador seco.

    Na transferncia de culturas (principalmente em caso de tubos) deve-se evitar

    escorrer o liquido nas paredes internas do mesmo. No trabalho com placas,

    normalmente a ultima gota do liquido permanece na ponta da pipeta, devendo toca-la na

    regio seca da placa. comum colocar-se algodo na extremidade superior da pipeta,

    evitando contaminao por bactrias das vias areas superiores e tambm a finalidade de

    impedir que o analista se contamine acidentalmente quando trabalhar com microrganismos

    patognicos.

    Para a esterilizao, as pipetas devem estar adequadamente limpas e secas. Devero

    ser embaladas individualmente empregando-se o papel Kraft ou em conjunto utilizando

    pipetadores de inox e, em seguida, procede-se a esterilizao.

    Placas de Petri

    As placas de Petri so usadas para cultivar com meios de cultura slidos. Essa

    vidraria deve estar lavada, seca e posteriormente embalada e esterilizada. As placas podem

    ser embrulhadas com papel Kraft individualmente ou em conjunto, de acordo com a

    rotina de trabalho.

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    As placas de Petri com meios de cultura, com ou sem crescimento de

    microrganismos, s podero ser abertos nas proximidades da chama, para evitar

    contaminao.

    No preparo da placa para contagem do tipo pour plate deve-se abrir placa

    somente o necessrio para permitir a introduo das pipetas.

    Placas de Petri

    3. Esterilizao

    Esterilizar um material inativar todos os microrganismos nele existentes. Ao ato

    de esterilizar, d-se o nome de ESTERILIZAO, ou seja, o processo capaz de destruir

    ou eliminar todas as formas vivas de um material ou ambiente. Atravs da esterilizao dos

    meios de cultura e dos instrumentos utilizados nos trabalhos de laboratrio, possvel o

    isolamento e a manuteno de culturas puras.

    A esterilizao pode ser feitas atravs de diferentes processos, empregando-se

    agentes fsicos (calor, atrito, radiao, filtrao) e agentes qumicos. A esterilizao pelo

    calor de larga aplicao em microbiologia.

    Todo material para isolamento e cultivo de microrganismos no laboratrio ,

    obrigatoriamente, esterilizado

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    3.1 Mtodos de Esterilizao

    3.1.1 Calor seco

    Nos ambientes secos, eliminao dos microrganismos ocorre pela oxidao ou

    queima das protenas presentes no material celular. Isso requer uso de temperaturas

    elevadas durante determinados perodos (160C ou 170C durante 1 a 2 horas). A

    utilizao do calor seco como processo de esterilizao demanda, geralmente, a

    utilizao de estufas ou fornos apropriados (forno de Pasteur), ou a utilizao

    direta da chama.

    O calor seco ( como forno ou estufa) penetra nas substncias mais

    lentamente que o calor mido (vapor) geralmente usado para esterilizar objetos de metal e

    vidros.

    3.1.1.1 Flambagem em chama direta

    A flambagem realizada em chama direta com bico de Bunsen ou lamparina.

    Consiste em se passar a ala ou agulha de platina sobre a chama at o rubro, com a

    finalidade de esteriliz-las, ou ento as bocas dos tubos de ensaio, ou outros frascos, para

    evitar possveis contaminaes pelo ar na transferncia ou inoculao das clulas.

    As alas ou agulhas de platina devem ser mantidas em posio vertical ou

    ligeiramente inclinadas, de maneira que toda extenso da ala ou agulha fique

    demasiadamente rubra. importante observar que deve-se introduzir a ala na parte mais

    quente da chama.

    Em relao aos frascos e tubos, deve-se evitar aquec-los demasiadamente para

    evitar a quebra. Pipetas no devem ser flambadas, pois com o aquecimento pede ocorrer um

    dilatamento ocasionando diferenas no volume a ser medido.

    3.1.1.2 Ar quente

    Empregado para a esterilizao de placas de Petri, pipetas, tubos de diluio, tubos

    de ensaios e outras vidrarias. As vidrarias devem ser embaladas em papel apropriado que

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    adquire cor parda, no devendo escurecer muito, nem se tornar quebradio. 170 a 180c por

    1 a 2 horas

    Deve-se deixar o forno ou estufas de esterilizao esfriar por si, pois a abertura do

    forno ainda quente provoca variao brusca de temperatura, podendo-se levar quebra do

    material.

    3.1.2 Calor mido

    Esse mtodo de esterilizao provoca a inativao ou coagulao de protenas dos

    microrganismos. Embora a maioria dos microrganismos morra as temperaturas inferiores a

    100 C, existem bactrias que produzem endsporos resistentes a essa temperatura. A

    utilizao do calor mido no indicada para a esterilizao de materiais que podem ser

    afetados pela umidade ou pelas altas temperaturas, como alguns acares, protenas e

    vitaminas. Geralmente, na esterilizao pelo calor mido utiliza-se o vapor d gua sob

    presso ( autoclavagem) ou a tindalizao.

    3.1.2.1 Temperatura a 100C

    A gua fervente: a imerso de gua fervente empregada para a esterilizao de

    instrumentos cirrgicos, seringas ou injeo. A fervura destri quase que instantaneamente

    os germes patognicos no esporulados, todavia, no se deve esquecer que h esporos

    resistentes ao da gua fervendo, durante 15 minutos ou mais.

    3.1.2.2 Vapor fluente

    Pode ser feito em autoclave com o orifcio de escapamento aberto.

    3.1.2.3 Tindalizao

    Consiste num processo de esterilizao fracionada, efetuado o aquecimento a

    100C por em intervalos de 24 horas em trs vezes consecutivas. Tyndall (1877) verificou

    que repetindo o aquecimento 2 ou 3 dias consecutivos, consegue-se destruir todas as

    bactrias. D-se o nome de tindalizao ou esterilizao fracionada a esse aquecimento,

    com intervalo adequado.

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    1 aquecimento: destri apenas as formas vegetativas, no destruindo os esporos.

    Resfriamento: germinao.

    2 aquecimento: morte das formas vegetativas dos esporos poupados no primeiro

    aquecimento. Resfriamento: germinao

    3 aquecimento: morte dos possveis sobreviventes.

    Este processo freqentemente empregado para esterilizao de meios de cultura

    que se alteram a temperatura elevada, como soro, meios contendo acar e outros.

    3.12.2 Temperatura superior a 100C Vapor sob presso

    o meio mais eficaz de esterilizao, realizado em autoclave.

    A autoclave consiste, essencialmente, de uma caldeira cilndrica de paredes

    resistentes fechada superiormente, por uma tampa, que veda perfeitamente, devido

    interposio de uma borracha e parafusos que se apertam.

    No interior da caldeira existe um suporte sobre o qual se coloca uma cesta metlica

    contendo o material a ser esterilizado. Entre o fundo da cesta metlica e o funda da caldeira

    fica um espao que se enche de gua. A tampa da autoclave possui um orifcio de

    escapamento, uma vlvula de segurana e um manmetro que indica presso e a

    temperatura correspondente.

    Eficincia Comparativa entre Calor Seco e Calor mido

    O calor mido mais eficiente, pois tem um poder de penetrao maior que o calor

    seco. Foi verificado que em um fardo de flanela exposto ao calor seco a 150C/4 horas, a

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    temperatura atingida no centro sobe apenas a 83C, ao passo que a temperatura de 120C

    em autoclave durante meia hora, a temperatura central chega a 117C.

    A razo da maior eficincia do calor mido reside no fato que assim como outra

    reao qumica, a termo-coagulao das protenas tambm catalisada pela gua.

    4.0Filtrao

    Na filtrao empregam-se filtros que so utilizados no laboratrio e na indstria para

    esterilizar materiais que no podem ser esterilizados por autoclavao, como vitaminas,

    protenas termossensveis. Inicialmente os filtros eram de cermica porosa ou de vidro

    sinttico. Muitos deles foram substitudos por membranas filtrantes, filtros de membrana de

    celulose extremamente finos (150m), com poros pequenos o suficiente para impedir a

    passagem de microrganismo.

    5 Contagem de Microrganismo

    Introduo

    O crescimento de microrganismo medido atravs da estimativa do nmero de

    clulas que foram geradas por diviso binria durante uma fase de crescimento. Esta

    medida expressa como o nmero de organismos viveis (vivos) por mililitro (mL) de

    cultura. Existem vrios mtodos para contagem de microrganismos que so aplicados nas

    anlises de alimentos e em anlises de gua.

    5.1Contagem direta ou microscpica

    Com a ajuda de uma cmara de contagem so contados o numero de clulas existentes em

    um determinado volume do material. Um exemplo o mtodo de Breed utilizado

    freqentemente na analise de leite cru e que preconiza a contagem do numero de clulas em

    vrios campos microscpicos na quantidade de amostra. Atravs da relao existente entre

    a rea do estendido e a rea do campo microscpico possvel se calcular o numero de

    bactrias por mL.

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    5.2.Contagem metablica

    Mtodo baseado no aproveitamento de uma dada atividade metablica especifica das

    bactrias sobre um dado substrato. Por exemplo: a prova de reduo do azul de metileno

    que tambm praticada na anlise do leite cru.

    5.3.Contagem de microrganismos viveis em placa

    Semeaduras de material contaminado em placa (pour-plate ou superfcie) respeitando as

    condies timas do microrganismo que se procura, isto , meio de cultura adequado,

    temperatura, oxignio e tempo necessrio para favorece seu crescimento e permitir ao final,

    a contagem das colnias formadas.

    5.4.Semeadura em placas

    O mtodo de contagem de microrganismos em placas um mtodo geral, que pode

    ser utilizado tanto para a contagem de grandes grupos microbianos, como os aerbios

    mesfilos, os aerbios psicrotrficos, os bolores e leveduras e os clostrdios sulfitos

    redutores, como tambm para a contagem de gneros e espcies em particular como

    Staphylococcus aureus, Bacillus cereus e Clostridium perfringens, por exemplo. Esta

    versatilidade decorrente do principio do mtodo que se baseia na premissa de que cada

    clula microbiana presente em uma amostra ir formar, quando fixada em um meio de

    cultura slido adequado, uma colnia visvel e isolada. Variando o tipo de meio (meio de

    enriquecimento, meio seletivo, meio diferencial) e as condies de incubao (

    temperatura e necessidade de oxignio), possvel selecionar o grupo, gnero ou espcie

    que se deseja contar. Como as clulas microbianas muitas vezes ocorrem em

    agrupamentos (pares, ttrades, cachos, cadeias, etc), no possvel estabelecer uma

    relao direta entre o numero de colnias e o numero de clulas. A relao correta feita

    entre o numero de Unidades Formadoras de Colnias (UFC), que podem ser tanto

    clulas individuais como agrupamentos caractersticos de certos microrganismos.

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    5.4.1Semeadura em profundidade ou pour-plate

    Consiste em colocar 1,0 ou 0,1 mL do material, objeto de exame nas placas, agrega-se 15-

    20 mL do meio de cultura fundido e resfriado a temperatura de 45C agitando-se com

    movimentos rotativos por pelo menos 5 vezes, nos dois sentidos, isto , a favor dos

    ponteiros do relgio e contra os mesmos. As placas assim preparadas devem ser incubadas

    a temperatura e condies recomendadas pelo mtodo e classe de contagem realizada.

    Incubar as placas invertidas e aps incubao proceder contagem das mesmas com ajuda

    de um contador de colnias. Trabalhar sempre com 2 placas para cada diluio.

    5.4.2 Semeadura em superfcie

    Consiste em distribuir o meio de cultura a se trabalhar em prepara placas (15-20 mL)

    esperar solidificar e uma vez preparada as diluies semeia-se 0,1 mL das diluies

    escolhidas utilizando-se tambm duas placas para cada diluio. Estender toda alquota

    semeada com uma ala de Drigalski. Ressalte-se que o Agar preparado e distribudo nas

    placas para este procedimento deve ser usado imediatamente ou no mximo em 24 horas.

    Para contagem procede-se da mesma forma do mtodo anterior.

    5.4.3-Semeadura por gota (em superfcie)

    Aps preparar o meio e distribui-lo em placas, esperar solidificar e dividir a placa em 3

    segmentos iguais conforme desenho abaixo:

    Em seguida, utilizando-se de uma pipeta especialmente calibrada, depositar 2 gotas (0,04

    mL) de cada diluio sobre a superfcie do meio. Desta forma logramos semear 6 diluies

    com o uso de apenas duas placas.

    5.4.4Tcnica da membrana filtrante

    Baseia-se na filtrao de um volume conhecido da amostra, atravs de uma membrana

    estril de poros de 0,45mm de dimetro, que retm os microrganismos. Aps a filtrao, a

    membrana transferida para uma placa de Petri contendo meio de cultura adequado e

    incubado a temperatura, oxignio e tempo necessrio para favorece seu crescimento e

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    permitir ao final, a contagem das colnias formadas. A filtrao feita em um aparelho que

    consta de funil com tampa (para preservar a esterilidade da amostra), suporte de membrana

    e frasco receptor. O frasco receptor conecta-se a uma bomba de vcuo, o funil esterilizado

    por gua fervura em gua destilada durante 5 minutos.

    Vantagens da tcnica

    Permite a filtrao de grandes volumes de amostra. ideal para amostra que contem

    de 1 a 2 bactrias por litro.

    Perodos de incubao mais curtos

    fcil de se utilizar, permitindo anlise de um numero grande de amostra em pouco

    tempo.

    Apresenta alta preciso e reprodutibilidade.

    Desvantagem

    Alto custo da membrana

    As membranas ficam entupidas com amostras que possuam abundantes materiais em

    suspenso.

    6.0 Nmero mais provvel tubos mais provvel /NMP

    Neste mtodo em um meio de cultura liquido, a partir de uma amostra representativa, se

    colocam varias series de diluies (srie de 3 ou 5 tubos) paralelas e observar o crescimento

    bacteriano. Este se manifesta atravs de turbidez e gs evidenciado nos tubos de Durham

    colocados previamente dentro dos tubos de ensaios. Assim os tubos devem ser incubados a

    temperatura e condies recomendadas pelo mtodo. Aps incubao a partir dos tubos

    onde houve crescimento evidenciado pela presena de turbidez e/ou gs se determina o

    numero mais provvel (NMP) consultando a tabela de McCrady onde este nmero estar

    referido como sendo N.M.P./100ml ou grama da amostra analisada.

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    7.0 COLILERT tecnologia de substrato definido

    O Colilert usa uma tecnologia chamada Defined Substrate Technology (DST) para

    analisar simultaneamente coliformes totais e E. coli. Dois nutrientes indicadores, ONPG e

    MUG so as principais fontes de carbono no Colilert e so metabolizados pelas enzimas -

    D-Galactosidase e -D-Glucoronidase indicando as bactrias coliformes e E. coli

    respectivamente.

    Os coliformes se desenvolvem no Colilert usando a Galactosidase para metabolizar o

    ONGP e com isso a amostra incolor passa a amarela. A E. coli usa a Glucoronidase para

    metabolizar o MUG e gerar fluorescncia quando a amostra exposta luz UV de 365 nm.

    Como a maior parte dos microrganismos no coliformes no possuem essas enzimas, a

    interferncia desses muito menor se comparados aos mtodos tradicionais. Os poucos no

    coliformes que possuem essas enzimas so inibidos pela matriz antibitica especifica do

    Colilert.

    Assim essa forma de deteco muito diferente dos mtodos tradicionais, no h formao

    de colnias. Aos aucares usados no Colilert permitem que coliformes estressados sejam

    recuperados mais facilmente, pois exigem menor nvel de energia para ser metabolizados.

    Isso no ocorre nos mtodos tradicionais, pois os meios de cultura nesses mtodos utilizam

    aucares comuns como a lactose e tambm, utilizam altos nveis de sais e detergentes a fim

    de inibir os no coliformes e por isso prejudicam a recuperao de coliformes

    principalmente os injuriados.

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    AULA PRTICA N 1

    PRESENA DE MICRORGANISMOS NO AMBIENTE

    Introduo:

    Os microrganismos so encontrados nos mais diversos ambientes, podendo estar em

    suspenso ou depositados com a poeira em vrias superfcies, entre elas e as mucosas do

    homem. O meio aqutico foi, provavelmente, o ambiente primordial para os diversos

    microrganismos, os quais se diversificam e colonizaram outros ambientes. Nas partculas

    de poeira, os microrganismos esto presentes em grandes quantidades e, portanto, so

    passveis de entrar em nosso organismo atravs de diversos mecanismos. Os

    microrganismos presentes no ar depositam-se na superfcie de nosso corpo, cabelos, pele e

    mucosas, bem como nos alimentos e bebidas.

    Vivemos, portanto, em completa interao com os microrganismos e precisamos

    aprender a conviver com eles. Felizmente, a maioria das espcies microbianas benfica ou

    incua e uma baixa proporo de microrganismos causa prejuzos ao homem.

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    As atividades no laboratrio de microbiologia consistem no isolamento,

    conservao e manipulao de culturas de microrganismos A prtica assptica de

    fundamental importncia para prevenir que microrganismos contaminantes venham a

    crescer nos meios artificiais de estudo. Atravs de tcnicas simples, possvel demonstrar a

    presena de microrganismos em diversos locais do ambiente onde nos encontramos.

    Objetivos

    Reconhecer materiais, equipamentos e normas do laboratrio de microbiologia

    Averiguar a presena de microrganismos no ambiente de trabalho, na pele.

    Averiguar o efeito da higienizao das mos

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    Procedimentos: verificao de contaminao ambiental

    AR

    Expor uma placa de Petri contendo o meio de cultura (gar nutriente):

    1. Manter a placa aberta durante 15 minutos;

    PELE

    2. Tocar os dedos ou expor ao contato de materiais como fio de cabelo, solo

    etc.

    RESPIRAO

    3. Falar ou tossir sobre o meio de cultura;

    Manter uma placa sem exposio ao ambiente, como testemunha.

    Identificar as placas, anotando na tampa o tipo de exposio a que foram

    submetidas, data, nome do aluno, turma e disciplina.

    Incubar as placas na posio invertida temperatura de 35C durante 48 horas.

    Avaliar a presena de colnias, sua abundncia e diversidade.

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    AULA PRTICA N 2

    OBSERVAES E PREPARAES MICROSCPICAS

    1.0 Introduo

    1.1Microscopia

    A Microbiologia pode ser definida como o estudo de organismos muito pequenos

    para serem vistos claramente e individualizado pelo olho humano sem nenhuma ajuda. Para

    visualizao de microrganismos, necessita-se de aumentos, os quais so conseguidos com o

    uso de um microscpio. O termo microscpio deriva do latim, micro, que significa

    pequeno; e, do grego Skopos, que significa olhar.

    O microscpio rotineiramente utilizado no laboratrio o microscpio ptico

    composto. Seu princpio de funcionamento baseia-se no aumento da imagem por um

    conjunto de lentes convergentes, associado a uma forte iluminao do campo de

    observao, fornecendo uma imagem translcida dos microrganismos.

    O microscpio desse tipo utilizado na microscopia de campo claro. Ele permite

    um aumento til de aproximadamente mil vezes, e a maioria equipada com quatro

    objetivas: a objetiva de imerso e objetivas a seco, sendo uma de grande, outra de mdio e a

    ltima de pequeno aumento. A essas objetivas so suplementadas as oculares que, em geral,

    fornecem aumento de dez vezes. O aumento total fornecido pelo microscpio obtido pela

    multiplicao do poder de aumento da objetiva pelo poder de aumento da ocular. Com o

    uso de oculares mais potentes, o aumento total pode ser ampliado de duas a trs vezes.

    Contudo, o aumento de mil a duas mil vezes o limite da ampliao til obtido como

    microscpio ptico. A limitao no uma questo de aumento, mas do poder de

    resoluo, ou seja, da capacidade de distinguir e separar dois pontos adjacentes. O poder de

    resoluo funo do comprimento de onda da luz utilizada e da abertura numrica, que

    uma caracterstica do sistema de lentes utilizado. O limite de mxima resoluo obtido

    com o menor comprimento de onda da luz visvel e com a objetiva de maior abertura

    numrica.

    Ao longo dos anos, algumas modificaes foram introduzidas no microscpio com a

    finalidade de aumentar ou melhorar a visibilidade:

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    a) Microscopia de campo escuro:

    Ela baseada no efeito Tyndall, segundo o qual a poeira existente no ar invisvel a

    olho nu, tornando-se visveis como pontos brilhantes. Os microscpios de campo

    escuro tm um condensador especial que impede a penetrao dos raios luminosos

    na objetiva, mais deixa passar a luz refratada por um objeto presente na lmina.

    Assim a imagem do objeto surge luminosa e brilhante.

    Sua utilizao recomendada para a visualizao de preparados a fresco, como a

    gota pendente, em que o objeto a ser observado tem ndices de refrao muito

    prximos aos do ambiente e que seria invisvel, ou quase, com a microscopia de

    campo claro. Ex: espiroquetas.

    b) Microscopia de luz ultravioleta

    Esse tipo de microscopia permite observar objetos menores do que os observados

    em microscopia com luz visvel. No entanto, como o comprimento de onda no

    muito menor, o aumento obtido de apenas duas vezes. Como a luz ultravioleta no

    visvel a olho nu e no atravessa o vidro, h a necessidade de lentes de quartzo e

    de mquina fotogrfica. Isso torna o custo elevado, por isso um mtodo pouco

    utilizado.

    Entretanto, algumas modificaes tornaram esse tipo de microscopia bastante til na

    identificao de microrganismos

    b.1) Microscopia de fluorescncia

    Ela baseia-se no fato de que determinadas substncias, ao absorverem a energia da

    luz ultravioleta, emitem luz de comprimento de onda maior (visvel), permitindo a

    observao de substncias que absorvem especificamente essa radiao.

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    b.2) Microscopia de imunofluorescncia

    uma modificao da tcnica anterior que tem grande utilidade, usa-se a

    conjugao de anticorpos com substncias fluoresecentes, tendo, assim, grande

    aplicao na identificao de microrganismos principalmente patognicos e estudos

    ecolgicos.

    c) Microscopia de contraste de fase

    Usa objetiva e condensador especial que tm por objetivo permitir uma observao

    mais ntida sem o aumento da imagem. Os ndices de refrao no so mudados,

    mas acentuam-se as diferenas existentes.

    Ela utilizada no estudo de clulas vivas, particularmente das estruturas celulares,

    em que o ndice de refrao pouco diferente do ndice do ambiente e no seria

    possvel a observao com microscpio comum.

    d) Microscopia eletrnica

    Usa-se feixe de eltrons, o que permite conseguir aumento de at 250.000 vezes.

    Isso permite a visualizao de partculas virais e avaliao da ultraestrutura das

    clulas. No entanto, o procedimento sofre limitaes devido necessidade de

    preparo do material (dessecao, congelamento etc.) os quais podem afetar a

    morfologia e impedir a visualizao dos microrganismos vivos.

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    1.2 Partes do Microscpio

    O microscpio ptico constitudo de um sistema de lentes e de um suporte mecnico, cada

    um dos quais apresentando vrias partes:

    a) P ou base: parte que sustenta todo o aparelho;

    b) Corpo ou brao: pea que faz a ligao entre o p e a parte superior do aparelho;

    c) Platina: dispositivo retangular localizado paralelamente base, destinado

    recepo da lmina, o qual uma perfurao central para dar passagem luz;

    d) Charriot: conjuntos de parafusos destinados movimentao da lmina no plano

    horizontal;

    e) Fonte de luz: lmpada localizada na base do aparelho;

    f) Filtro: placa de vidro colorida que pode ser encaixada sobre a fonte de luz para

    torn-la mais apropriada observao do material;

    g) Diafragma ou ris: dispositivo localizado acima do filtro para controlar a

    intensidade do feixe de luz que atinge o orifcio da platina.

    h) Condensador: Conjunto de lentes localizado logo abaixo da platina, o qual serve

    para concentrar e tornar paralelo o feixe de luz, fornecendo a iluminao

    necessria e uniforme do objeto em estudo;

    i) Parafuso do condensador: Localizado na lateral do brao, serve para controlar a

    posio do condensador;

    j) Revlver: pea circular na qual se inserem as objetivas, as quais podem ser

    trocadas atravs da rotao;

    k) Objetivas: Os microscpios mais comuns possuem quatro objetivas, que

    proporcionem aumento de quatro, dez, quarenta e cem vezes;

    l) Canho: parte superior do microscpio onde so encaixadas as lentes oculares;

    m) Lentes Oculares: Lente superior do microscpio que se encaixa no canho

    atravs delas que o observador olha. A ocular geralmente produz aumentos de

    10 vezes, entretanto, existem oculares de 5 e 15 aumentos;

    n) Parafuso macromtrico: parafuso situado na lateral do microscpio, que permite

    grandes avanos ou recuos da platina em relao objetiva;

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    o) Parafuso micromtrico: geralmente encaixado sobre o parafuso macromtrico,

    de menor dimetro, que permite pequenos avanos ou recuo da platina( ajuste

    fino);

    p) Trava: alavanca que fixa o movimento do parafuso macromtrico em uma

    determinada posio, impedindo a movimentao ascendente da palatina,

    protegendo as objetivas contra possveis choques e a quebra de lminas.

    1 Preparaes Microscpicas

    A perfeita visualizao dos microrganismos e/ou de suas estruturas s possvel se,

    alm da escolha do tipo mais eficiente de microscopia, a preparao estiver adequada. A

    escolha do tipo de preparao depende da informao desejada e do microrganismo a ser

    avaliado. Duas tcnicas gerais so empregadas: a fresco e Fixados e corados.

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    1.1 A fresco

    As preparaes deste tipo permitem o exame de organismos nas condies

    normais de vida

    1.2 Fixados e corados

    As preparaes fixadas e coradas so usadas para verificar as caractersticas

    morfolgicas dos microrganismos, sendo bastante utilizadas na identificao, pois tornam

    mais fcil a visualizao das formas e permitem a verificao do comportamento tintorial

    do organismo em relao s coloraes diferenciais. As etapas dessas preparaes so:

    Preparo do esfregao;

    Fixao;

    Colorao

    1.2.1 Preparo e fixao de esfregao

    A preparao inicial do esfregao do tipo de cultura disponvel. Ele constitudo de

    uma camada muito fina de material sobre a lmina e deve ser secado ao ar. A fixao do

    material na lmina pode ser feita pela ao do calor, lcool, formol, cido actico e outros

    produtos, e destina-se a imobilizar os constituintes celulares, fixando o esfregao na lmina,

    atravs de precipitao ou coagulao do material protico.

    2.0 Objetivo

    Identificar as diferentes partes do microscpio e manuse-lo adequadamente;

    Aprender a focalizar preparados no microscpio;

    Compreender o princpio do funcionamento do microscpio ptico composto;

    Aprender a utilizar a tcnica de preparao microscpica a fresco entre lmina e

    lamnula.

    Preparar e fixar esfregaos de culturas em meios slidos e lquidos.

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    3.0 Materiais

    Cultura de microalgas em meio lquido

    Lminas para microscopia

    Ala de platina

    Microscpio ptico

    leo de imerso

    Bico de Bunsen

    4.0 Procedimentos Para Preparao a Fresco

    1. Coloca-se uma ou duas gotas no centro da lmina de cultivo de microalgas,

    recobrindo-se em seguida com uma lamnula e levando-se ao microscpio para a

    focalizao;

    2. Coloca-se a lmina preparada a fresco sobre a platina, fix-la e, com o auxlio do

    charriot, ajustar o campo a ser observado sobre a abertura que existe na platina;

    3. Focalizar, com o auxlio do macromtrico, aproximando a objetiva de menor

    aumento o mximo possvel da lmina. Observa-se, atravs da ocular, a imagem

    obtida e, a partir deste ponto, usa-se o macromtrico afastando-se a objetiva da

    lmina at a observao da imagem procurada. Em seguida, usa-se o micromtrico

    para focalizar e obter melhor nitidez da imagem. Necessitando-se de um aumento

    maior, gira-se o revlver para a objetiva seguinte e torna-se a focalizar com

    micromtrico, e assim sucessivamente.

    4. Para observar a preparao com objetiva de imerso, colocar uma gota de leo de

    cedro sobre a lmina e girar o revolver para colocar a objetiva de imerso em foco;

    5. Olhando pelo lado, fazer descer o canho como parafuso macromtrico, at que a

    lente frontal da objetiva fique encostada no leo de imerso;

    6. Mover o parafuso micromtrico at conseguir uma boa focalizao.

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    Preparao de lmina a fresco

    3.1 Procedimentos para preparo e fixao de esfregao

    a) Culturas em meio lquido

    Retirar uma gotcula da cultura com ala de platina esterilizada e colocar no centro

    da lmina, tomando cuidado para no atingir as bordas. Esterilizar a ala de platina

    na chama.

    Secar o esfregao ao ar.

    Fixar o esfregao passando a lmina, com o lado do esfregao virado para cima, trs

    vezes sobre a chama do bico de Bunsen. Aps resfriamento, procede-se colorao.

    a) Culturas em meio slido Colocar uma gotcula esterilizada na lmina.

    Colocar uma gotcula de gua esterilizada na lmina;

    Retirar uma pequena quantidade da cultura e misturar com gua;

    Espalhar o material no centro da lmina, tomando cuidado para no atingir as

    bordas. Esterilizar a ala de platina na chama.

    Fixar o esfregao passando a lmina, com o lado do esfregao virado para

    cima, trs vezes sobre a chama do bico de Bunsen.

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    AULA PRTICA N 3

    COLORAO DE GRAM

    1Introduo

    As coloraes podem ser simples (azul de metileno, Giemsa) ou diferenciais (Gram,

    Ziehl-Neelsen). As simples so efetuadas pela aplicao de um nico corante, sendo as

    clulas geralmente coloridas de maneira uniforme. Nas diferenciais entre elas ou entre

    estruturas de uma mesma clula.

    A colorao com azul de metileno utilizada principalmente na avaliao da

    morfologia, pois os danos causados clula so menores devido ao menor nmero de

    manipulaes. Ela realizada colocando-se o corante sobre o esfregao previamente

    fixado. Deixa-se corar por 3-5 minutos, escorre-se o corante, lava-se em gua corrente e

    deixa-se secar para posterior observao ao microscpio. A colorao de Giemsa utilizada

    em clulas que no possuem parede celular e a Ziehl- Neelsen para a identificao de

    microrganismos cido- resistentes.

    A Colorao de Gram a tcnica de colorao diferencial mais importante e mais

    utilizada em bacteriologia, foi introduzida pelo dinamarqus Hans Christian Joachim Gram,

    em 1884. muito utilizado at hoje na sistemtica bacteriana. Alm das caractersticas

    morfolgicas, este mtodo permite evidenciar determinadas propriedades das bactrias, as

    quais so classificadas em Gram positivas e Gram negativas, de acordo com diferenas

    na composio e estrutura da parede celular.

    1.1 Finalidades da colorao de GRAM

    A parede celular de bactrias Gram- positivas composta basicamente por

    peptdeoglicano, que constitui uma espessa camada ao redor da clula. Imersos nesta

    camada, podem estar presentes outros polmeros, como cidos lipoteicicos e

    polissacardeos. Nas bactrias Gram negativas o peptideoglicano constitui uma camada

    basal delgada, sobre a qual se encontra uma outra camada, composta por lipoprotenas,

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    fosfolipdeos, protenas e lipopossacardeos, denominada membrana externa. A colorao

    de Gram consiste, basicamente, em tratar bactrias sucessivamente com cristal violeta,

    lugol, lcool e Safranina ou fucsina. O cristal violeta e o lugol penetram tanto nas bactrias

    Gram- positivas quanto nas Gram- negativas, formando um complexo de cor roxa. O

    tratamento com lcool a etapa diferencial; nas Gram- positivas, o lcool no retira o

    complexo cristal violeta+ lugol, pois a sua ao desidradante faz com que a espessa camada

    de peptdeoglicano se torne menos permevel, retendo o corante. Nas Gram-negativas,

    devido pequena espessura da camada de peptdeoglicano, o complexo corado extrado

    pelo lcool, deixando as clulas descoradas. O tratamento com safranina ou fucsina no

    altera a cor roxa das Gram- positivas, ao passo que as Gram- negativas, descoradas pelo

    lcool tornam-se avermelhadas.

    A diferena de comportamento das bactrias frente colorao de Gram significa a

    existncia de diferenas marcantes e fundamentais entre as bactrias Gram- positivas e

    negativas:

    Na permeabilidade da parede celular;

    Na composio qumica e estrutura bacteriana;

    No metabolismo.

    Estas diferenas que refletem na patogenicidade.

    Gram- Positiva Gram - Negativa

    Objetivo:

    Discutir o mecanismo da reao de Gram;

    peptdeoglicano

    Membrana

    citoplasmtica Membrana

    citoplsmatica

    Membrana

    externa Espao

    periplsmatico

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    Familiarizar o estudante com as vrias etapas da tcnica de colorao;

    Caracterizar as diferentes espcies bacterianas de acordo com sua reao

    colorao de Gram.

    Material: Lmina; Bico de Bunsen; Estufa; Microscpio; Cristal violeta; Lugol; Safranina

    e lcool.

    Procedimento

    2. Lavar a lmina com gua e sabo e/ou lcool e ter. Secar a lmina e verificar se

    toda gordura foi removida.

    3. Colocar uma ou duas gotas do liquido contendo a suspenso na lmina. Espalhar

    sobre uma rea de cerca de 1,5 cm de dimetro.

    4. Deixar o esfregao secar temperatura ambiente ou em estufa.

    5. Passar o esfregao 3 vezes sobre a chama do bico de Bunsen para fixao do

    mesmo.

    6. Adicionar o Cristal violeta, aguardar 1 minuto.

    7. Aplicar soluo de Lugol esperar 60 segundos. Lavar com gua.

    8. Descorar com lcool absoluto at que todo o corante seja removido.

    9. Corar com Safranina esperar por 30 segundos. Lavar e secar.

    10. Examinar ao microscpio com a objetiva de imerso.

    OBSERVAES:

    1. Quando o material a ser analisado for viscoso, deve-se proceder diluio

    usando-se uma gota de gua destilada.

    2. A fixao do esfregao faz-se necessria para manter o microrganismo aderido

    lmina.

    3. O Lugol uma substancia mordente empregada com o objetivo de fixar o

    corante clula.

    4. O lcool agente descorante que remove o corante de certas bactrias.

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    5. Cultivos antigos de algumas bactrias Gram positivas podem perder a

    propriedade de reter o Cristal violeta, e, conseqentemente, podero se corar

    com a safranina.

    Gram positiva (roxa) Gram negativa (vermelha)

    Exerccio

    Com os conhecimentos que voc adquiriu, indique a colorao de cada tipo de clula

    bacteriana aps o uso de cada reagente, durante o procedimento de colorao:

    PROCEDIMENTO GRAM + GRAM -

    Cristal de violeta

    Lugol

    lcool

    Safranina

    Esquematizar os preparados observados:

    a)Bactrias Gram- positivas b) Bactrias Gram- negativas

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    AULA PRTICA N 4

    PREPARAO E ESTERILIZAO DE MEIOS DE CULTURA

    1INTRODUO

    1.1Meios de culturas

    O estudo dos microrganismos, sua identificao e a avaliao de suas populaes nos

    diferentes materiais e ambientes requerem seu cultivo nas condies de laboratrio.

    Meios de cultura so substratos adequados ao crescimento, multiplicao e

    desenvolvimento de microrganismos fora de seu habitat natural.

    Os primeiros meios utilizados foram naturais e lquidos como o caldo de pimenta, a urina,

    o sangue e o leite.

    O cultivo dos microrganismos exige que determinadas condies sejam atendidas. As

    exigncias nutritivas e ambientais so viveis como o tipo de microrganismo, tornando

    impossvel a produo de um nico meio que satisfaa todas as condies de todos os tipos

    de microrganismos. Por outro lado, difcil e impraticvel a formulao de um meio de

    cultura ideal para cada tipo de microrganismo. No cultivo de bactrias heterotrficas, o

    meio mais utilizado o caldo nutriente (CN) e a sua respectiva forma slida, o gar

    nutriente (AN). Para fungos, o meio comumente utilizado o gar dextrose ou Sabouraud.

    No preparo de um meio de cultura necessrio conhecer as exigncias nutricionais dos

    microrganismos. So considerados componentes essenciais do meio de cultura:

    a) Fonte de energia: no caso de microrganismos quimiotrficos, esta exigncia

    satisfeita pela presena de compostos orgnicos ou inorgnicos especficos a ser

    oxidados, como por exemplo o enxofre ou o amnio. Para os fotossintetizantes, h a

    necessidade de luz, que deve ser fornecida pelo ambiente.

    b) Fonte de carbono: para microrganismos heterotrficos, h a necessidade da

    presena de compostos orgnicos, enquanto que para os autotrficos necessrio

    CO2, que pode ser suprido pelo ambiente.

    c) Fonte de nitrognio: protenas, aminocidos, nitrato, amnio ou N2.

    d) Fatores de crescimento: Vitaminas.

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    e) Fonte de minerais: P, K, S, Ca, Fe, Mg, Mn, Zn, Cu etc.

    f) gua

    Devido s dimenses dos microrganismos, alm dos nutrientes, o meio de cultura deve

    suprir algumas condies ambientais:

    a) pH: cada organismo exige um pH adequado para seu crescimento. A maioria das

    bactrias, por exemplo, exige um pH em torno de 7.

    b) Atmosfera: presena de O2,CO2; condies para o crescimento de aerbios,

    anaerbios, facultativos ou microaerfilos.

    c) Presso osmtica: regulada pelos constituintes do meio. Para organismos marinhos

    e haloflicos, h necessidade da adio de uma certa quantidade de sal, de modo a

    obter a concentrao adequada para seu crescimento.

    Nem todas as condies ambientais podem ser controladas no meio de cultura.

    Temperatura, luz, presso hidrosttica e, na maioria das vezes, a atmosfera devem ser

    controladas no ambiente (incubadora ou estufa).

    Alguns nutrientes, como as substncias termolbeis (vitaminas, acares, aminocidos e

    antibiticos), exigem cuidados especiais. Eles devem ser esterilizados por filtrao, sendo

    adicionado aos meios aps a autoclavagem e resfriamento acima do ponto de solidificao

    do meio.

    1.1 Classificao dos meios de cultura

    1. Quanto origem:

    a) Naturais: aqueles que j existem prontos na natureza. Ex: leite, sangue, caldo

    de frutas, caldo de cana e outros.

    b) Artificiais: aqueles que so elaborados. Ex: gar nutriente.

    2- Quanto composio:

    a) Complexos: so aqueles que no apresentam uma composio qumica

    definida, como os que contm extrato de carne ou extrato de levedura, sangue,

    leite, ovos e outros.

    b) Sintticos: meios que tm a composio qumica definida.

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    3- Quanto ao estado fsico:

    a) Slidos: so meios que j existem na natureza no estado slido, ou que

    foram tornados slidos pela adio de uma substncia solidificante como o gar (

    1,5%), a gelatina ou a slica-gel. So utilizados para o isolamento e avaliao de

    populaes (contagens), ou mesmo para o cultivo normal. Ex: fatias de batata e gar

    nutriente. O gar-gar o solidificante mais utilizado em microbiologia. Ele um

    polissacardeo extrado de algas marinhas do gnero Gelidium, constitudo de

    unidades monomtricas de galactose e cido galacturnio. Foi introduzido na

    microbiologia por Robert Koch e at hoje vem sendo utilizado devido a suas

    seguintes caractersticas:

    inerte para a maioria dos microrganismos;

    transparente;

    neutro;

    Possui ponto de fuso a 100 C

    Possui ponto de solidificao de 40-45C, o que permite a sua mistura com

    microrganismos ou com substncias que se alteram em temperaturas

    elevadas (Ex: protenas).

    b) Semi slidos: meios que apresentam consistncia intermediria, como por

    exemplo o meio semi-slido ( 0,5% de gar) utilizado para a verificao da

    mobilidade ou para a caracterizao de microrganismos microaerfilios.

    c) Lquidos: so meios utilizados na forma de caldo. Eles permitem obter

    maior concentrao celular em menor tempo. O crescimento de microrganismos

    unicelulares pode ser avaliado nesses meios pelas mudanas de turvao. Ex: Caldo

    nutriente.

    4- Quanto finalidade

    a) Meios gerais ou bsicos: so aqueles que permitem o crescimento de um

    grande nmero de espcie microbiana dentro de um grupo: gar nutriente para

    bactrias, Sabouraud ou gar dextrose para fungos.

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    b) Meios enriquecidos: so meios de culturas adicionados de misturas

    complexas e naturais como leite, sangue, soro e extrato de tecidos animais ou

    vegetais, que permitem o crescimento de microrganismos nutricionalmente mais

    exigentes (fastidiosos). Ex: gar sangue para isolamento e cultivo das bactrias

    dos gneros Neisseria, Staphylococcus e Streptococcus.

    c) Meios seletivos: So aqueles que possuem uma composio ou uma ou mais

    condies que seleciona o tipo de microrganismo que vai crescer. So muito

    teis no isolamento e na identificao. Ex: meio SS gar para Salmonella e

    Shigella.

    d) Meios indicadores ou diferenciais: so aqueles que destacam (indicam)

    determinadas caractersticas metablicas do microrganismo. So tambm muito

    teis no isolamento e na identificao. Ex: meio Mac Conkey, para bactrias

    entricas.

    e) Meios de enriquecimento: So aqueles que permitem o desenvolvimento

    diferenciado de microrganismos, favorecendo o crescimento de um grupo em

    detrimento de outros.

    f) Meios de dosagem: so empregados na dosagem de substncias, tais como

    vitaminas, aminocidos e desinfetantes.

    g) Meios de transporte, estocagem ou manuteno: mantm a viabilidade

    dos microrganismos por mais tempo. Por exemplo, a presena de glicose no

    meio de cultura faz com que o microrganismo se multiplique mais rapidamente,

    exaurindo toda a fonte de energia. A mudana do tipo de acar permitir um

    crescimento mais lento, e a cultura sobreviver mais tempo.

    Meios desidratados

    A maior parte dos meios de cultura pode ser obtida na forma desidratada e neste

    caso alguns aspectos devem ser obtidos:

    1.3 Armazenamento e conservao

    Anotar em livro prprio a data da recepo dos meios de cultura e ingredientes

    empregados na formulao.

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    Armazena-lo de acordo com as especificaes contidas no rotulo, em uma rea de

    pouca umidade, afastada da luz direta do sol, das autoclaves, estufa de secagem e

    qualquer outra fonte de calor.

    Quando especificado no rotulo, manter sob refrigerao.

    Aps o uso assegurar-se de que o frasco esta bem fechado e armazena-lo em local

    prprio.

    Descartar o meio caso o p no esteja fluindo facilmente ou se houver alteraes na

    cor e/ou consistncia.

    1.4 Pesagem

    Ao preparar meios e cultura deve-se usar primeiro o estoque mais velho. No se

    deve abrir um novo lote de meio ate que o anterior tenha esgotado.

    Usar uma balana cuja exatido se verifique freqentemente. Os meios desidratados

    so hidroscpicos e desta forma, a pesagem deve ser feita rapidamente e em local de

    pouca umidade.

    1.5 Dissoluo

    Usar vidros bem lavados e enxaguados. No usar gua suspeita de conter cloro,

    cobre ou detergentes. Usar gua deionizada ou destilada.

    Antes a aplicar calor dissolver meios desidratados deve-se ler o rotulo. Alguns

    meios no devem ser submetidos a temperaturas acima de 55C, (Caldo urea, Agar

    urea) enquanto que outros meios desidratados devem ser aquecidos a fim de garantir a

    completa dissoluo e distribuio uniforme dos ingredientes.

    O aquecimento deve ser feito sob agitao continua e suave, evitando que o mesmo

    se queime no fundo do frasco. A agitao do meio durante o aquecimento deve ser feita

    com cautela porque alguns meios, especialmente os que contm Agar, podem formar

    espuma e transbordar.

    Os meios que contm Agar devem permanecer, em geral durante 5 a 10 minutos em

    repouso na gua, antes de serem aquecidos, para permitir que as partculas de Agar se

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    reidratem adequadamente, elevando a solubilidade do Agar resultando em gel mais

    uniforme.

    O meio preparado deve ser distribudo em frasco ou tubo (permitindo uma pequena

    folga da tampa) apropriado e levado para esterilizao.

    Ao distribuir o meio em recipientes adequados, no devemos colocar mais de 2/3 da

    capacidade do mesmo.

    1.6 Esterilizao

    Alguns meios no devem ser esterilizados em autoclave. Em alguns casos, os meios

    devem ser esterilizados por filtrao, outros so to seletivos que no necessitam de

    calor nem de filtro (Agar Salmonella-shiguella, Agar citrato desoxicolato, Caldo de

    tetrationato, Caldo de selenito). A atividade seletiva destes meios destruda durante a

    autoclavao.

    O microbiologista dispe de numerosos filtros de diferentes tipos e poros de

    tamanhos variveis. Os filtros de membrana (Millipore, Belford, Mass) so

    provavelmente o sistema de filtro mais usado e podem ser empregados com adaptadores

    prprios permitindo a esterilizao de grandes volumes.

    Na esterilizao por autoclavao o meio no deve ser tratado deficientemente ou

    excessivamente. O excesso de tratamento em um meio pode acarretar um erro pior do

    que a subesterilizao. necessrio pr-aquecer meios em volumes maiores, para evitar

    demora em alcanar a temperatura de esterilizao. Nunca deve ser autoclavado mais de

    dois litros por recipiente. Antes de esterilizar o pH do meio deve ser comprovado em

    potencimentro (ajustado com tampes). Esta medida deve ser tirada a 25C e

    normalmente no precisa ser ajustada. A adio de componentes pode afetar o

    equilbrio do meio.

    1.7Armazenamento do meio pronto

    De forma geral, os meios prontos devem ser armazenados a temperatura entre 2 e

    8C (geladeira). O efeito nocivo comumente associado ao armazenamento a

    desidratao. Esta no ser problema em meios lquidos e sim em meios em placas,

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    principalmente em laboratrios pequenos onde certos meios so usados ocasionalmente.

    Estes meios em placas devem ser conservados em sacos plsticos, selados, para

    minimizar a perda de umidade, e estocados em posio invertida. Todos os meios

    devem ser levados a temperatura ambiente antes de seu uso.

    Meios como Agar padro, Agar batata e outros, podem ser guardados em volumes

    para serem adicionados em placas (15 mL). No momento da analise sero fundidos e

    resfriados.

    2.0 Objetivo:

    Familiarizar o aluno na preparao e esterilizao de meios de cultura

    3.Procedimento

    3.1 preparo do meio lquido

    Pesar o meio de cultura indicado pelo professor de acordo com as especificaes do

    fabricante, em papel alumnio ou vidro de relgio e, transferi-lo para um becker;

    Colocar a quantidade de gua de acordo com a quantidade do meio a ser preparado.

    Dissolver na chapa de aquecimento

    Medir o pH e se necessrio ajustar pela adio de NaOH ou HCl 1N

    .Distribuir em tubos (na proporo de 5,0 ml)

    Esterilizar em autoclave a 121C por 15 minutos;

    3.1 preparo do meio slido

    Pesar o meio de cultura indicado pelo professor de acordo com as especificaes do

    fabricante, em papel alumnio ou vidro de relgio e, transferi-lo para um frasco de

    Erlenmeyer;

    Colocar a quantidade de gua de acordo com a quantidade do meio a ser preparado.

    Dissolver na chapa de aquecimento at completa dissoluo do meio de cultura

    Colocar a boneca (tampa) e a coifa de papel com nome do meio e a data do preparo

    Medir o pH e se necessrio ajustar pela adio de NaOH ou HCl 1N

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    Esterilizar em autoclave a 121C por 15 minutos;

    Seqencia do preparo de meio de cultura para a produo de meio lquido (caldo), slido

    (gar)

    Instrues para o Manejo da Autoclave

    1.Adicionar a quantidade de gua se necessrio para evitar danos resistncia;

    Cesto de Inox Resistncia

    coberta com gua

    MEIO AGAR OU

    CALDO

    gua destilada

    Dissolver

    Corrigir pH

    Esterilizar em autoclave

    Armazenar

    Distribuir

    Agitao

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    2.Colocar o material na cesta de inox devidamente acondicionado

    3.Tornear a tampa, apertar os parafusos por porcas sempre opostas, de forma que a tampa

    encaixe perfeitamente sobre o friso existente para isto.

    4.Abrir a vlvula de vapor e ligar a corrente eltrica ou ligar e aceder o gs.

    5.Ao sair vapor pela vlvula de forma contnua, esperar 5 minutos para a expulso de todo

    ar e s ento fechar a vlvula.

    6.Vigiar o manmetro e a vlvula de segurana. Quando a vlvula deixar escapar vapor,

    verificar a presso.

    7. Quando a temperatura atingir 121 C, controlar para que permanea estvel (regular

    mediante vlvula de escape do vapor).

    8. Inicia-se a contagem de esterilizao, geralmente de 15 a 30 minutos.

    9. Desligar o aparelho, deixar esfriar e diminuir a presso.

    10.Esperar que o ponteiro do manmetro desa at o zero e ento abrir a vlvula de vapor

    Manmetro

    Vlvula de vapor

    Manmetro

    Parafusos

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    11. Terminando o tempo necessrio para esterilizao, pode-se abrir lentamente o orifcio

    de escapamento, para a presso descer mais rapidamente;

    12.Abrir autoclave somente quando a presso interna for igual externa. A abertura

    antecipada da autoclave muito perigosa. O lquido com temperatura acima de 100 C no

    evapora quando a presso elevada, baixando bruscamente a presso, o lquido evapora

    rapidamente, podendo causar uma violenta exploso, fazendo saltar rolhas e meios, alm de

    causar queimaduras no operador.

    Autoclave com tampa aberta

    Importncia da Eliminao do Ar Residual na Autoclave

    O ar um mau condutor de calor. A ao esterilizante do vapor devida facilidade

    com que ele se condensa sobre as superfcies mais frias dos objetos a serem esterilizados,

    cedendo-lhes o seu calor latente. O ar interfere nessa condensao, formando um filme

    protetor em torno do material evitando assim a penetrao do calor.

    Tampa

    Chave de controle

    do termostato

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    AULA PRTICA N 5

    PREPARO DE DILUIO

    1.0 Introduo

    Para utilizar os mtodos para efetuar a contagem de microrganismos geralmente

    utiliza-se diluio em srie por ser difcil realizar a contagem de milhares ou centenas de

    colnias. Assim sendo, efetua-se a diluio da cultura que se pretende contar antes de

    plaquear (transferir) um volume conhecido de cultura para a placa slida.

    Para se fazer uma diluio em srie, comea-se com organismos em meio lquido.

    Acrescentando 1 ml deste meio a 9ml de gua diluio, cria-se uma diluio de 1:10;

    acrescentando 1 ml da diluio 1:10 a 9ml de gua de diluio , cria-se uma diluio de

    1:100, e assim por diante. O nmero de bactrias por mililitro de fluido reduzido em 9/10

    a cada diluio.

    IMPORTANTE:

    Para se determinar o nmero de unidades formadoras de colnias na cultura original, deve-

    se multiplicar o nmero de colnias encontradas na placa pelo o fator de diluio; se esta

    for uma frao deve-se usar o denominador. Um fator de diluio de 1000 seria expresso

    por 1:1000.

    Objetivo

    Familiarizar o estudante coma tcnica de diluio, para utilizar nas tcnicas de contagem de

    microrganismos.

    Procedimento

    1. Preparar uma srie de tubos estries contendo 9 mL de liquido de diluio estril.

    2. Com uma pipeta estril, transferir 1 mL da amostra ao primeiro tubo contendo 9mL

    do liquido de diluio estril, esta diluio 1/10. Etiquetar o tubo com a diluio

    correspondente.

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    3. Agitar a amostra energicamente para obter uma boa distribuio das bactrias na

    massa liquida.

    4. Descartar a pipeta usada

    5. Usando nova pipeta estril, transferir assepticamente 1 mL da diluio 1/10, esta a

    diluio 1/100. Etiquetar o tubo.

    6. Descartar a pipeta usada.

    7. Agitar o tubo de diluio 1/100

    8. Usando nova pipeta estril, transferir assepticamente 1 mL da diluio 1/100 a outro

    tubo de diluio com 9 mL diluio, esta a diluio 1/1000. Etiquetar o tubo.

    9. Da mesma forma, segue-se preparando maiores diluies 1/10.000; 1/100,000

    quantas forem precisas.

    Lquido de Diluio

    Utilizar soluo Ringer diluda a . A composio a seguinte

    Cloreto de sdio 9,0 g

    Cloreto de potssio 0,42g

    Cloreto de clcio anidro 0,24g

    Bicarbonato de sdio 0,20g

    gua destilada 1000mL

    Antes do uso, selecionar parte da soluo acima trs partes da gua destilada. O

    liquido de diluio deve ser acondicionado em garrafas apropriadas que contenham 99;

    90 ou 9mL aps esterilizao.

    OBSERVAES

    Todo material usado deve ser esterilizado.

    Em cada diluio, deve-se descartar a pipeta usada. O uso da mesma pipeta

    no preparo de duas diluies consecutivas implica incorporar diluio

    maior, bactrias provenientes de diluio anterior que, por exemplo ficaram

    nas pipetas. O erro assim causado altamente significativo e a contagem

    final no ter validade.

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    AULA PRTICA N 5 -

    CONTAGEM DE MICRORGANISMOS EM PLACAS

    Objetivo:

    Familiarizar o estudante com uma das tcnicas de contagem, para avaliao do crescimento

    de bactrias.

    Procedimento:

    A) Contagem em superfcie

    Preparar diluies decimais da cultura transferindo1 ml para o tubo contendo 9ml de

    gua de diluio, diluio de fator 10 (concentrao 1:10 ou1/10)

    Homogeneizar a suspenso.

    Transferir, a partir da diluio anterior, 1 ml para outro tubo contendo 9 ml de gua

    de diluio, homogeneizar a suspenso, e assim sucessivamente, de modo a obter as

    diluies: 102; 10

    3;10

    4;10

    5;10

    6;10

    7.

    Colocar o meio de cultura nas placas e deixar solidificar;

    Identificar as placas marcando o nome, turma, data, diluio (105;106;107) e

    repetio (I, II e III);

    Inocular as placas, previamente identificadas com 1ml das respectivas diluies;

    Espalhar rapidamente lquido, com ala de Drigalski, at que este seja absorvido

    pelo meio.

    Colocar as alas em soluo desinfetante;

    Incubar as placas na posio invertida temperatura adequada no mnimo 24 horas.

    Escolher a diluio cujas placas apresentem de 30 a 300colnias.

    Proceder a contagem das colnias;

    Calcular o nmero de bactrias ( UFC unidades formadoras de colnias) /ml da

    cultura original utilizando a seguinte frmula.

    N de bactrias ( UFC)/mL = mdia do n de colnias x fator de diluio

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    B) Contagem pelo mtodo pour plate

    Preparar as diluies e identificar as placas conforme descritos no procedimento de

    contagem em superfcie.

    Inocular as placas com 1 ml das respectivas diluies.

    Verter o meio de cultura a 50C e misturar realizando movimento de rotao no

    sentido horrio e no sentindo anti- horrio durante alguns segundos.

    Deixar solidificar.

    Incubar as placas na posio invertida temperatura adequada durante no mnimo

    24 horas.

    Escolher a diluio cujas placas apresentem de 30 a 300 colnias.

    Proceder a contagem das colnias.

    Calcular o nmero de bactrias (UFC)/mL da cultura original utilizando a seguinte

    frmula:

    N de bactrias ( UFC)/mL = mdia do n de colnias x fator de diluio

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    Esquema de contagem em placa

    Repeties Diluio utilizada Contagem

    1

    2

    3

    Mdia =

    II UNIDADE TEMTICA

    AULA PRTICA N 6

    ANLISE MICROBIOLOGICA DE GUA TCNICA DOS TUBOS

    MLTIPLOS

    1.Coleta de Amostras

    As guas a serem coletadas para o exame bacteriolgico devem ser colhidas com

    esterilidade e em pontos representativos da planta de tratamento, do sistema de

    distribuio ou do manancial. A anlise deve ser feita atravs dos mtodos padres a fim

    de poder comparar os resultados obtidos em diferentes pocas e em diferentes regies.

    2.Frascos de Coleta

    Deve-se utilizar frascos escuros com tampas de boca larga e capacidade mnima de

    120 mL. O frasco ser esterilizado, com tiossulfato de sdio (100mg de tiossulfato por 1

    litro de gua), se destinado gua clorada ou sem tiossulfato para outros tipo de gua. A

    tampa e o gargalo do frasco devem ser protegidos com papel tipo Kraft ou papel

    alumnio.

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    3.Coleta de Amostra de Torneira

    No deve fazer coletas em torneiras com vazamento. Abre-se a torneira, deixa-se

    correr a gua para eliminar a que ficou retida na tubulao. Fecha-se, seca-se com um

    pano limpo. Esteriliza-se a torneira com um cotonete grosso de algodo embebido em

    lcool e aceso. Abre-se novamente a torneira deixa-se sair um pouco de gua. Abre o

    frasco, enche deixando 2 cm de ar para poder agitar a amostra antes da anlise. Fecha o

    frasco e a torneira.

    4.Coleta de Amostra de Piscina

    Recomenda-se coletar gua da superfcie e a 30 cm de profundidade. Na superfcie

    forma-se um filme de gorduras proveniente do corpo do banhista, e o nmero de bactrias

    maior e no necessariamente representativo da massa de gua restante. O frasco deve

    conter tiossulfato e as coletas devero ser feitas na hora de maior concorrncia.

    5.Coleta de Amostra de Rios, Lagos, etc.

    O ponto de amostragem depender do que se deseje pesquisar. Em reservatrios

    naturais utilizados como fonte de gua potvel, os pontos de coleta sero prximo ao

    ponto de captao e na mesma profundidade que este.

    No devem coletar-se amostra nas bordas dos reservatrios, rios, etc, porque nesta

    regio a gua mais poluda e h acmulos de matria orgnica e crescimento de plantas

    e insetos o que eleva o teor bacteriolgico e o resultado no seria representativo.

    6. Balnearios

    Os pontos de coleta so os lugares mais concorridos; amostras devem ser tomadas

    na hora de pico, a freqncia de coleta ser aumentada na poca de chuva.

    Todos os fracos com amostras devem ser etiquetados com data, hora lugar e

    profundidade da coleta. Outros parmetros que so teis na analise dos resultados so

    temperatura da gua no momento da coleta e pH.

    s vezes precisa-se de barcos, frascos para coleta em profundidade, etc. Para

    mergulhar frascos em rios, lagos etc, passa-se arame pelo gargalo, deixando-se um

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    extremo comprido, sustenta-se a garrafa pela base e coloca-se na gua e se mexe em

    contra-corrente desde o extremo do arame.

    7. Conservao da Amostra

    As amostras devem chegar ao laboratrio sem modificao de sua populao

    bacteriana. A situao ideal proceder nas amostras 2 horas seguintes coleta. Quando

    no possvel, deve-se conservar em isopor com gelo para manter a temperatura inferior

    a 10C. Nestas condies a amostra se preserva durante 6 horas e deve ser processada nas

    2 horas seguintes (ou seja, em um total de 8 horas aps a coleta).

    8. Procedimento das Anlises:

    8.1. Ensaio Presuntivo

    2. Semear trs series de 5 tubos, utilizando 10mL;1mL e 0,1mL em caldo lactosado (CL)

    ou caldo lauril triptose (CLT), contendo tubos de fermentao (Duhan) invertido. Para

    inoculaes das pores de 10 mL da amostra, usar o CL ou o CLT em concentrao

    dupla.

    3. Identificar os tubos anotando a amostra a data e as pores da amostra. Identificar

    tambm os frascos de diluio.

    4. Homogeneizar a amostra

    5. Preparo de diluies: Com uma pipeta estril de 1 mL e obedecendo aos cuidados de

    assepsia, transferir 1 mL da amostra para um frasco contendo 9 mL do liquido de

    diluio, antecipadamente identificado. Prepara-se assim, a primeira diluio decimal (10-

    1), sendo que 1 mL da mesma corresponde a 0,1mL da amostra. Homogeneizar.

    6. Com uma pipeta estril transferir 10 mL da amostra para os 5 tubos da primeira serie

    contendo o meio CL ou CLT de concentrao duplo. Desprezar a pipeta, homogeneizar os

    frascos.

    7. Com uma pipeta estril transferir 1 mL da amostra para os 5 tubos da segunda serie

    contendo o meio CL ou CLT. Desprezar a pipeta, homogeneizar os frascos.

    8. Com uma pipeta estril transferir 1 mL da diluio 10-1 para os 5 tubos da terceira

    serie contendo o meio CL ou CLT. Desprezar a pipeta, homogeneizar os frascos.

    9. Colocar a estante contendo os tubos inoculados na estufa a 35C durante 24-48 horas.

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    10. Aps esse perodo de incubao, retirar os tubos da estufa para efetuar a primeira

    leitura dos resultados. Para isso, agitar cada tubo e verificar a presena de turbidez e/ou

    gs nos tubos. Descartar os tubos negativos.

    FIGURA COM TUBOS POSITIVOS

    8.2. Ensaio Confirmativo para Coliformes a 35C

    O ensaio confirmativo efetuado utilizando-se o caldo lactosado verde bile

    brilhante 2% (CLVBB) para determinao de coliformes totais e caldo EC para

    coliformes termotolerante.

    1. Identificar os tubos de CLVBB, contendo tubos de Duhan invertido, correspondente

    respectivamente a cada tubo de CL ou CLT com resultado presuntivo positivo.

    2. Agitar bem o tubo de CL ou CLT com resultado presuntivo positivo e, com uma haste

    de madeira ou ala de platina, repicar o material e inocular no tubo correspondente de

    CLVBB. Agitar

    3. Incubar os tubos de CLVBB inoculados, durante 24-48 horas a 35C

    4. Proceder a leitura aps o tempo de incubao, considerando como teste confirmativo

    para coliformes totais todos os tubos que apresentarem gs nos tubos de Duhan

    invertido com ou sem turbidez. Anotar os resultados e verificar o NMP de coliformes

    totais na tabela em anexo.

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    EXEMPLO:

    TUBOS 1 2 3 4 5 TUBOS +

    10 mL + + - - - 2

    1 Ml + - - - + 2

    0,1mL (10-1

    ) - - - - - 0

    De acordo com a tabela o NMP de CT = 21g/100mL

    8.3. Diferenciao para Termotolerantes

    Esta diferenciao, feita a partir dos tubos positivos de CL ou CLT.

    1.Identificar os tubos com caldo EC, contendo tubos de Duhan invertido, correspondente

    respectivamente a cada tubo de CLVBB com resultado presuntivo positivo.

    2.Agitar bem o tubo de CLVBB com resultado presuntivo positivo e, com uma haste de

    madeira ou ala de platina, repicar o material e inocular no tubo correspondente de caldo

    EC. Agitar

    3.Incubar os tubos de caldo EC inoculados, durante 24 horas a 44,5C

    Proceder a leitura aps o tempo de incubao, considerando como teste confirmativo para

    coliformes termotolerantes todos os tubos que apresentarem gs nos tubos de Duhan

    invertido com ou sem turbidez. Anotar os resultados e verificar o NMP de coliformes

    termotolerantes na tabela em anexo.

    Se a finalidade do ensaio for o exame completo, prosseguir a partir dos tubos CLVBB com

    resultado positivo no ensaio confirmativo.

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    84. Ensaio Completo (Opcional)

    1. Identificar placas contendo o meio solidificado Agar eosina azul de metileno

    (EAM), correspondendo a cada uma, a um tubo de CLVBB com resultado positivo.

    2. Flambar e resfriar uma ala de platina.

    3. Agitar e inclinar o tubo de CLVBB e mergulhar a extremidade da ala de platina no

    liquido do tubo a uma profundidade de, aproximadamente, 1 cm.

    4. Depositar o inculo em um ponto das bordas da placa de Agar EAM, gira-la e

    iniciar seu espalhamento na superfcie do primeiro quadrante, tomando cuidado para

    que a parte encurvada da ala toque apenas a superfcie do meio, evitando racha-lo.

    5. Girar novamente a placa e continuar o espalhamento no segundo quadrante.

    6. Proceder dessa maneira ate completar a semeadura em toda superfcie do Agar.

    7. Fechar e incubar a placa em posio invertida durante 24 horas a 35C.

    8. Aps o perodo de incubao, efetuar a leitura, considerando as colnias tpicas de

    coliformes as colnias nucleadas, com ou sem brilho metlico.

    9. Considerar como colnias atpicas de coliformes as colnias rosas, mucoides,

    opacas e sem ncleo e, como colnias negativas, todos os outros tipos de colnias.

    2 Contagem total de microrganismos hetertrofos aerbios

    1. Meio de cultura: Agar padro para contagem(APC)

    2. Tcnica

    Pipetar assepticamente pores de 1mL das diluies selecionadas,

    transferindo-as para as placas de Petri devidamente identificadas. Semear em

    duplicatas, utilizando no mnimo duas diluies diferentes. Adicionar a cada placa

    aproximadamente 15mL do meio previamente fundido.

    O espao de tempo decorrido entre a semeadura e a adio do meio no deve

    utrapassar a 20 minutos.

    Homogeneizar cuidadosamente, em movimento de vai-vem, sentido horrio e ante-

    horrio.

    FIGURA DAS PLACAS COM MOVIMENTO

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    Como prova de esterilidade, adicionar 15mL do meio previamente fundido em placa

    sem amostra. Deixar solidificar em superfcie plana

    Incubar s placas invertidas em estufa a 35C por 48 horas

    Aps o perodo de incubao selecionar as placas que contenha entre 30 e 300 colnias

    Clculo

    Calcular a media aritmtica dos resultados encontrados em uma mesma diluio e

    multiplicar pela diluio

    Exemplo:

    Diluio 10 -2

    placa 1 = 36 colnias

    Diluio 10 -2

    placa 2 = 39 colnias

    36 + 29/2 = 37,5 x 100 = 3750 colnias

    N de bactrias = 3,7 x 103

    UFC/ mL da amostra

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    AULA

    PRTICA N 7

    ANLISE MICROBIOLOGICA DE GUA TCNICA

    COLILLERT

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    AULA PRTICA N 8

    ANLISE MICROBIOLGICA DE ALIMENTOS FRESCOS

    CARNES/QUEIJOS/LINGUIAS

    A qualidade global de um alimento determinada por diversos fatores de natureza

    fsica, qumica nutricional e microbiolgica.

    1 DIA DE TRABALHO

    Procedimento

    1. Pesar 25 ou 10 gramas da amostra

    2. Emulsion