Apostila - Escrevendo Artigos Científicos

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  • MINICURSO Escrevendo Artigos

    Cientficos

    Coordenao:

    Aneide Oliveira Arajo

    Palestrantes:

    Maria Aparecida N. Cavalcanti

    Renato Henrique Gurgel Mota

    Saulo Jos de Barros Campos

    29/5/2012

  • MINICURSO 2012

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    Escrevendo Artigos Cientficos

    Coordenao

    Aneide Oliveira Arajo

    Elaborao

    Renato Henrique Gurgel Mota

    (Docente)

    Maria Aparecida do Nascimento Cavalcanti

    (Mestranda)

    Saulo Jos de Barros Campos

    (Mestrando)

    Reviso

    Maria Aparecida do Nascimento Cavalcanti

    Renato Henrique Gurgel Mota

    Apoio

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Centro de Cincias Sociais Aplicadas

    Departamento de Cincias Contbeis

    Programa de Ps-graduao em Cincias Contbeis UnB/UFPB/UFRN

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    SUMRIO

    1 PESQUISA CIENTFICA ................................................................................................... 4 2 TIPOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................................. 5 3 A PESQUISA-AO ......................................................................................................... 6 3.1 Registro dos dados .......................................................................................................... 8 4 FASES DA PESQUISA ..................................................................................................... 9 4.1 Planejamento da pesquisa ........................................................................................... 10 4.2 Definies da pesquisa ................................................................................................. 11 4.3 Execuo da pesquisa .................................................................................................. 15 5 NORMATIZAO APLICADA PUBLICAO CIENTFICA ............................... 20 5.1 Apresentao grfica .................................................................................................... 20 5.2 Apresentao de artigos cientficos .......................................................................... 21 5.3 Citaes ............................................................................................................................ 23 5.4 Notas de rodap .............................................................................................................. 26 5.5 Como elaborar as referncias ..................................................................................... 26

    REFERNCIAS ........................................................................................................................ 28 BIBLIOGRAFIA SUGERIDA .................................................................................................. 28

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    APRESENTAO

    O XVII Seminrio de Pesquisa do CCSA Universidade no Sculo XXI:

    desafio e perspectivas evidencia a preocupao do Centro de Cincias Sociais

    Aplicadas em consolidar um espao para discusso e socializao do conhecimento

    produzido nas diferentes reas das cincias sociais aplicadas (Direito, Economia,

    Administrao, Servio Social, Cincias Contbeis, Turismo e Biblioteconomia).

    Tem como objetivo tornar acessvel comunidade universitria a produo

    cientfica existente no CCSA por meio da divulgao dos trabalhos apresentados;

    estimular a comunidade acadmica do CCSA para a prtica da pesquisa; contribuir

    para o desenvolvimento da pesquisa e da reflexo terico-metodolgica no campo

    das Cincias Sociais Aplicadas; abrir espao para interlocuo com outras reas do

    conhecimento.

    Com o propsito de contribuir com a produo cientfica nas diversas reas

    do conhecimento, surgiu a ideia do minicurso: Escrevendo Artigos Cientficos, que

    tem por objetivo despertar no aluno o interesse pela elaborao de artigos cientficos

    atravs da discusso de cada etapa do processo de sua elaborao.

    Para tanto, o minicurso foi organizado procurando contemplar as

    necessidades bsicas de orientao metodolgica para os atores envolvidos,

    reunindo contedos da pesquisa cientifica como lastro essencial toda a

    interveno acadmica.

    Deste propsito resultou a apostila MINICURSO: Escrevendo Artigos

    Cientficos, disponibilizada aos participantes da minicurso com o mesmo nome, para

    os quais se espera auxilie no trabalho de campo e publicaes subsequentes.

    Natal, RN, maio de 2012

    A Coordenao

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    1 PESQUISA CIENTFICA

    A definio de cincia pode ser representada por diversos conceitos, sendo

    os mais aceitveis os que a descrevem como uma atividade que se prope a

    demonstrar a realidade dos fatos, atravs de experimentos, chegando a concluses

    lgicas, metodicamente demonstradas, resumindo-se em um conjunto de

    conhecimentos sistematizados.

    Um dos principais conceitos estabelecidos o que o estudioso Ander-Egg

    (1978 apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 16): apresenta em sua obra Introduccin

    a las tcnicas de investigacin social: A cincia um conjunto de conhecimentos

    racionais, certos ou provveis, obtidos metodicamente sistematizados e verificveis,

    que fazem referncia a objetos de uma mesma natureza, onde:

    a. Conhecimento racional: tipo de conhecimento constitudo por informaes

    lgicas, apresentando constituio metdica atravs da juno de hipteses,

    definies e sistema conceitual.

    b. Certo ou provvel: toda concluso obtida com um experimento meramente

    provvel, no importando o quo alta seja a sua probabilidade.

    c. Obtidos metodicamente: os dados utilizados nas pesquisas so coletados a

    partir de procedimentos tcnicos.

    d. Sistematizadores; os conhecimentos utilizados tem uma ordem lgica,

    formando um sistema de ideias (teoria).

    e. Verificveis: todas as informaes fabricadas devem ser comprovadas pela

    metodologia aplicada para serem consideradas informaes.

    f. Relativos a objetos de uma mesma natureza: objetos que apresentam

    caractersticas semelhantes.

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    2 TIPOLOGIA DE PESQUISA

    De acordo com Beuren (2010), podemos classificar os tipos de pesquisa

    quanto aos objetivos, abordagem do problema e procedimentos.

    Objetivos

    Pesquisa exploratria: esse tipo de tcnica utilizado quando os dados sobre

    determinado assunto so escassos. Atravs do estudo exploratrio, buscamos

    aprofundar os nossos conhecimentos em determinada rea, facilitando a formulao

    de hipteses.

    Pesquisa descritiva: na tcnica descritiva, os fenmenos so observados,

    descritos e registrados, porm no so manipulados pelo pesquisador.

    Pesquisa explicativa: um mtodo considerado complexo, pois alm de

    descrever, analisar e registrar os dados, busca-se, atravs dela, determinar as

    variveis que influenciam e determinam a ocorrncia das situaes pesquisadas, ou

    seja, o motivo de tal fenmeno ocorrer.

    Abordagem do problema

    Pesquisa qualitativa: o estudo qualitativo caracterizado pela anlise da

    interao entre variveis, buscando compreender os fenmenos que ocorrem nos

    grupos observados.

    Pesquisa quantitativa: tem como principal caracterstica o uso de

    quantificao durante a coleta de informaes, realizando o tratamento destas por

    meio de tcnicas estatsticas.

    Procedimentos

    Estudo de caso: o pesquisador tem como foco uma nica situao e a partir

    dessa tcnica ele tenta absorver os poucos objetos analisados de forma profunda,

    sendo uma forma de buscar um conhecimento especfico.

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    Levantamento ou Survey: tem como principal caracterstica a interrogao

    direta a todos os indivduos, ou seja, a obteno de informaes sobre determinada

    populao, atravs da solicitao. Esses dados vo passar por anlises

    quantitativas para se chegar a alguma concluso relevante.

    Pesquisa bibliogrfica: Esse tipo de pesquisa pode vir acoplado s

    investigaes descritivas ou experimentais ou isoladamente, atravs da anlise de

    informaes j documentadas. Por ser responsvel pela obteno de dados dos

    referenciais tericos, a pesquisa bibliogrfica considerada obrigatria.

    Pesquisa experimental: ocorre quando o pesquisador manipula uma ou mais

    variveis, na tentativa de produzir efeitos diferentes. Normalmente utilizada

    quando buscamos compreender a relao entre as variveis ou a funo de uma

    sobre o todo.

    Pesquisa documental: pode ser confundida com a bibliogrfica, porm

    apresenta como fator diferencial a natureza dos dados coletados, sendo estes

    provenientes de materiais que ainda no passaram por um processo de tratamento

    analtico.

    Pesquisa participante: caracteriza-se pela insero do pesquisador e dos

    seus colaboradores no ambiente analisado, ou seja, pela interao entre os

    membros das situaes investigadas e os pesquisadores.

    Pesquisa-ao: normalmente associada a aes coletivas e orientada para a

    resoluo de problemas ou de objetivos de transformao.

    3 A PESQUISA-AO

    Frequentemente discute-se sobre a diferena entre pesquisa-ao e pesquisa

    participante. Para Thiollent (2011, p. 21), no h unanimidade sobre esse assunto,

    contudo, para o autor,

    Toda pesquisa-ao do tipo participativo: a participao das

    pessoas implicadas nos problemas investigados absolutamente

    necessria. No entanto, tudo o que chamado pesquisa participante

    no pesquisa-ao. Isso porque pesquisa participante , em alguns

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    casos, um tipo de pesquisa baseado numa metodologia de

    observao participante na qual os observadores estabelecem

    relaes comunicativas com pessoas ou grupos da situao

    investigada com o intuito de serem melhor aceitos.

    Um dos principais objetivos da pesquisa-ao , alm de identificar problemas

    e buscar solues, participar ativamente da efetivao das aes planejadas.

    Portanto, torna-se fundamental que os agentes da pesquisa busquem minimizar os

    problemas enfrentados pelo pblico-alvo da ao.

    Uma das definies mais prticas sobre pesquisa-ao identificao de

    estratgias de ao planejada que so implementadas e, a seguir, sistematicamente

    submetidas a (sic) observao, reflexo e mudana (GRUNDY; KEMMIS, 1982).

    Segundo Thiollent (2011, p. 22),

    Na pesquisa-ao os pesquisadores pretendem desempenhar um papel ativo na prpria realidade dos fatos observados. Nessa perspectiva, necessrio definir com preciso, de um lado, qual a ao, quais os seus agentes, seus objetivos e obstculos e, por outro lado, qual a exigncia de conhecimento a ser produzido em funo dos problemas encontrados na ao ou entre os atores da situao.

    Embora a participao dos agentes pesquisadores tenha como objetivo

    propor melhorias nas aes da comunidade, essa participao no deve chegar a

    substituir a atividade prpria dos grupos e suas iniciativas.

    imprescindvel ressaltar a importncia ganha pela imparcialidade dos

    pesquisadores na execuo dos projetos, onde os mesmos devem levar em

    considerao a construo do conhecimento que tambm feita pelos atores do ato

    da pesquisa-ao, ajudando na consumao da problemtica diagnosticada.

    Cabe aos agentes da pesquisa apenas facilitar o entendimento e assessorar

    os moradores implicados no processo, estabelecimento limites na influncia da

    aplicao dos seus respectivos conhecimentos tericos.

    Tais recomendaes so ressaltadas por Tripp (2005, p.)

    Embora a pesquisa-ao tenda a ser pragmtica, ela se distingue claramente da prtica e, embora seja pesquisa, tambm se distingue claramente da pesquisa cientfica tradicional, principalmente porque a pesquisa-ao ao mesmo tempo altera o que est sendo pesquisado e limitada pelo contexto e pela tica da prtica.

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    De modo conciso, a diferena entre a pesquisa-ao e a pesquisa

    convencional que naquela os usurios so considerados como autores, enquanto

    nesta o usurio mero informante.

    3.1 Registro dos dados

    O registro dos dados relacionados pesquisa na extenso universitria

    devem seguir as etapas abaixo:

    Diagnstico

    De acordo com Thiollent (2011), na fase de diagnstico ocorrem os primeiros

    contatos com os agentes, nos quais os pesquisadores tentam identificar as

    expectativas, os problemas de situao, as caractersticas da populao e outros

    aspectos.

    Nessa etapa, necessrio registrar tudo que foi observado nesse momento

    atravs de fotos, vdeos, anotaes e dirio de campo. Essa etapa essencial para

    definir o tema que ser abordado para resolver o problema de pesquisa.

    O dirio de campo possibilita o registro de dados de forma a se apresentar

    como a somatria de descrio, permitindo que se conhea o processo de

    transformao do objeto ao longo da pesquisa. No dirio, o autor narra os fatos e, ao

    mesmo tempo, participa deles, conseguindo delimitar aqueles mais relevantes para

    o registro.

    Definio do tema e referencial terico

    Segundo Thiollent (2011) o tema da pesquisa a designao do problema

    prtico e da rea de conhecimento a serem abordados. O tema pode ser definido em

    termos concretos como relacionado a um campo bem delimitado, por exemplo,

    custos do beneficiamento de frutas. Uma vez definido, ele utilizado para

    identificao e seleo das reas de conhecimento.

    Na fase da reviso da literatura deve-se conhecer em que estado se encontra

    o tema em questo e, se for o caso, tambm, da regio estudada. Podendo ser

    consultado informaes e notcias em artigos, jornais, revistas, dentre outros. Esses

    dados podem ser registrados atravs de fichamentos, que so transcries das

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    fontes de referncias encontradas pelo autor durante essa etapa, com o mximo de

    exatido e cuidado.

    Aplicao do instrumento de coleta de dados

    Aps a delimitao do tema e definio do problema, elaboram-se as

    estratgias para responder ao problema identificado pelo pesquisador, tais como: os

    objetivos, a metodologia e a tcnica de coleta de dados (ver item 6.3.2- tcnicas de

    coleta de dados). Portanto, o registro dos dados dessa etapa auxiliar o pesquisador

    na soluo do problema por ele identificado.

    Apresentao do resultado

    A apresentao dos resultados da pesquisa dever ser composta, no mnimo,

    de introduo, referencial terico, metodologia utilizada, anlise e interpretao dos

    dados e consideraes finais.

    4 FASES DA PESQUISA

    A ideia de pesquisa faz referncia ao processo de analisar o meio em que

    vive o indivduo e a si mesmo. No caso da investigao na rea de contabilidade,

    ocorre procedimento similar, quando o nosso olhar se modifica para observar o

    homem como um profissional vivendo e trabalhando em organizaes.

    Durante a pesquisa, o indivduo deve encarar suas prprias limitaes e as do

    meio observado. Para que tais dificuldades sejam contornadas, deve-se ter o

    conhecimento necessrio para selecionar os mtodos e procedimentos adequados

    para a atividade, organizando as melhores atitudes a serem tomadas. Sempre tendo

    como objetivo principal chegar a um resultado satisfatrio. Beuren (2010) define o

    ato de pesquisar como um processo com um ponto de partida na identificao do

    problema e uma linha de chegada ao resultado, sendo este a resposta pretendida

    que pode ser revogada ou no pelos estudiosos da rea.

    De acordo com Marconi e Lakatos (2010), existe uma preparao a ser

    realizada antes de se adentrar, realmente, nas fases da pesquisa. Porm, por se

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    entender que o processo da pesquisa se inicia no momento em que comea a tomar

    decises e definir esquemas e cronogramas, neste trabalho, as fases da pesquisa

    como envolve um conjunto de procedimentos desde o seu planejamento at as

    concluses decorrentes do estudo.

    Dessa forma, alterando o esquema sugerido pelas autoras, ser analisada a

    fase da pesquisa em trs tpicos: planejamento da pesquisa, definio da pesquisa

    e execuo da pesquisa.

    4.1 Planejamento da pesquisa

    4.1.1 Deciso de realizar o trabalho

    O processo de realizao de uma pesquisa passa pelo primeiro passo da

    deciso. Nesse momento o pesquisador decide investigar determinado fato em

    funo de necessidades, seja do pesquisador na funo de investigador nato

    seja para atender a necessidade do financiador da pesquisa. O fato que a deciso

    de realizao do trabalho configura-se como o ponto de partida da pesquisa.

    4.1.2 Seleo dos objetos a serem analisados

    Depois de reconhecida a necessidade de se investigar, a etapa que se segue

    a da seleo dos objetivos a serem analisados. De acordo com o que se pretende

    so traados objetivos, os quais devem ser alcanados ao final do trabalho.

    4.1.3 Elaborao de um esquema

    Ao se iniciar as fases da pesquisa, deve-se ter em mente, logo aps a

    deciso de realizar o trabalho, um esquema que auxilie na elaborao e viabilidade

    do estudo. O pesquisador deve buscar manter uma ordem lgica e objetiva dos

    fatores a serem analisados e dos passos a serem seguidos. Para que isso ocorra,

    deve-se, de acordo com Marconi e Lakatos (2010), fazer um planejamento sobre as

    formas de obteno de recursos tanto materiais, como humanos e de tempo.

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    4.1.4 Constituio de equipe

    Nessa etapa do planejamento, quando necessrio, deve ser constituda a

    equipe de trabalho, a qual ocorre a partir do recrutamento e do treinamento das

    pessoas, com a devida distribuio de responsabilidades, atribuindo a estas as

    atividades que cada um deve realizar. Nesse momento, tambm so separados e

    organizados os locais de trabalho e feitos os pedidos dos materiais necessrios para

    a realizao da pesquisa.

    4.1.5 Recursos e cronograma

    Quando a deciso de realizar a pesquisa tomada, sendo esta solicitada por

    alguma instituio que vai patrocin-la ou no, deve-se ter um controle dos gastos a

    serem efetuados, especificando a origem e o motivo de cada um deles. Seria,

    portanto, um oramento da investigao a ser realizada, podendo sofrer variaes

    dependendo dos recursos pretendidos.

    4.2 Definies da pesquisa

    Na fase de definio do estudo, o pesquisador deve questionar o objeto

    analisado, determinar uma lista de pressupostos irrefutveis, verificar a

    fundamentao terica, selecionar a metodologia a ser aplicada e determinar a

    capacidade operacional de uma pesquisa de campo, dando incio ao projeto da

    investigao. De acordo com o plano de realizao da pesquisa proposta

    anteriormente, essa fase se inicia com a escolha do tema e termina com os testes

    do instrumental da pesquisa.

    4.2.1 Escolha do tema

    A delimitao do tema mostra-se um ato difcil, visto que neste momento

    que se seleciona o assunto a ser estudado e pesquisado. O estudante tende a

    escolher um tpico baseado na sua vivncia acadmica, porm outros fatores

    influenciam a sua deciso final, entre eles: suas experincias pessoais, sua

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    capacidade de reflexo e de analisar polmicas. Por ser um trabalho rduo, o

    processo de definio de um tema pode perdurar por toda a pesquisa. De acordo

    com Marconi e Lakatos (2010), ao se escolher um tema, parte-se do princpio que:

    a. Deve-se selecionar um assunto no qual o pesquisador esteja apto a falar, de

    acordo com as suas inclinaes, aptides e possibilidades.

    b. Ter em mente que o objeto a ser analisado deve ter capacidade ampla de ser

    pesquisado, podendo a partir dele, criar uma nova abordagem cientfica.

    Outro aspecto importante a ser observado o tamanho da pesquisa proposta,

    sendo de extrema necessidade a limitao de sua abrangncia, j que os temas

    com um campo muito amplo de estudo trazem dificuldades para a concluso do

    trabalho. Um erro comum entre os estudantes achar que a escolha do tema

    significa a formulao do problema. O tema de uma pesquisa, de acordo com

    Marconi e Lakatos (2010), apesar de ter certa delimitao, ainda considerado uma

    proposta abrangente, sendo o problema em si, algo especfico sobre o assunto

    escolhido.

    4.2.2 Problema de pesquisa

    Ao estudar-se o conceito de problema, pode-se concluir que se trata de uma

    proposta a ser selecionada. No trabalho cientifico, a dificuldade observada deve ser

    especificada em detalhes objetivos e claros. A formulao clara de um problema no

    processo de realizao do trabalho cientfico auxilia, consideravelmente, na

    obteno de uma hiptese primria para a resoluo do mesmo.

    Durante a proposio do problema, deve-se lembrar de que ele deve

    apresentar uma caracterstica interrogativa e tambm uma indicao das variveis

    que devem ser analisadas ao realizar a pesquisa. A forma como definido o

    problema interfere no resultado do estudo, pois parte-se da premissa que um

    problema muito amplo torna a pesquisa de difcil resoluo. Como foi observado na

    escolha do tema, o problema deve ser especfico.

    Antes da escolha definitiva de um problema, seguem-se, primariamente, as

    etapas de observao apresentadas por Marconi e Lakatos (2010), de como devem

    ser as caractersticas da dificuldade a ser selecionada:

    a. Viabilidade: pode ser resolvido durante a pesquisa.

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    b. Relevncia: a pesquisa sobre esse tema trar nova informaes relevantes.

    c. Novidade: esta de acordo com o meio cientfico atual.

    d. Exequibilidade: pode gerar um resultado vlido.

    e. Oportunidade: atende aos interesses no s do pesquisador, mas tambm

    da comunidade cientfica.

    4.2.3 Objetivos

    Sobre os objetivos de uma pesquisa, Beuren (2010), explica que eles

    representam o que o trabalho se prope a atingir, que , basicamente, encontrar

    uma resposta para o problema formulado. Tradicionalmente, objetivo central

    definido com trs objetivos especficos para complement-lo. Ao descrever os

    objetivos, deve-se utilizar verbos no infinitivo, representando as aes a serem

    realizadas.

    O objetivo geral tem uma caracterstica mais ampla em relao ao problema,

    respondendo, basicamente, a pergunta principal. J os objetivos especficos

    representam aes menores que devem ser realizadas para facilitar a execuo do

    objetivo principal. Os objetivos devem ser escritos de forma clara, facilitando a

    compreenso pelo leitor e pelo orientador da pesquisa, o que resulta na evoluo do

    trabalho.

    4.2.4 Hipteses de pesquisa

    A hiptese vista como uma suposio da resposta ao problema

    estabelecido. A sua principal caracterstica ao aspecto provisrio que apresenta por

    no ser validade at que seja comprovada pelos resultados finais de uma pesquisa

    cientfica. Marconi e Lakatos (2010) falam que no existem regras ditando a melhor

    forma de construir hipteses para um trabalho cientfico, porm se faz de extrema

    necessidade que a hiptese ou hipteses apresentadas tenham alguma

    fundamentao terica, servindo de base para o processo investigativo do estudo.

    Os resultados obtidos podem comprovar ou refutar hipteses. No caso de

    alguma alterao nas mesmas, outros testes devem ser aplicados, realizando uma

    nova avaliao. De maneira geral, trs caractersticas devem ser observadas na

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    formulao de hipteses de acordo com o que foi descrito por Goode e Hatt (1969) e

    analisado por Marconi e Lakatos (2010):

    a. A falta de fundamentao para um referencial terico adequado.

    b. A falta de habilidade na utilizao do esquema terico.

    c. Falta de conhecimento das tcnicas de pesquisa utilizadas, impossibilitando a

    expresso de forma correta da hiptese.

    4.2.5 Delimitao da pesquisa

    A ideia de delimitar a pesquisa se baseia na necessidade de estabelecer

    limites que facilitem o processo de investigao. Os limites podem ser estabelecidos,

    como explicado por Marconi e Lakatos (2010) em relao:

    a. Ao assunto: ao selecionar os tpicos, impedindo que o material se torne

    muito extenso ou complexo.

    b. extenso: na tentativa de diminuir a abrangncia do tpico selecionado.

    c. A uma srie de fatores: meios financeiros, humanos e com relao ao prazo.

    As autoras citam, tambm, os trs limites determinados por Ander-Egg (1978

    apud MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 16):

    a. Ao objeto: ao escolher um nmero significativo de varveis, est atuando

    como uma forma de delimitar a pesquisa e, tambm, ao estabelecer um

    objeto e seus objetivos.

    b. Ao campo de investigao: no campo de atuao, pode-se sofrer com

    limitaes no sentido de espao, quando algo deve ser analisado em

    determinado lugar e tempo, quando a anlise deve ser feita em certo perodo.

    Quando se lida com assuntos extensos pode-se, ainda, utilizar-se de outros

    mtodos para facilitar a execuo da pesquisa. Entre eles, o de amostragem no qual

    selecionada uma amostra do todo, sendo esta significativa ou representativa para

    utilizar durante o processo de trabalho.

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    4.2.6 Organizao do instrumental de pesquisa

    Durante o planejamento da pesquisa, deve-se observar uma etapa

    fundamental que a de elaborao e organizao do material de investigao. No

    entanto, aps o incio da pesquisa que essa organizao se faz mais necessria.

    Atendendo a esse quesito, modelos de questionrios, escalas de opinio e roteiros

    de entrevistas, podem ser facilmente encontrados em obras sobre pesquisas

    cientficas, orientando sobre o tempo e o material necessrio para a realizao do

    estudo. De acordo com Marconi e Lakatos (2010), ao organizar o material de

    trabalho, o pesquisador deve analisar dois fatores:

    a. A organizao do material para investigao, anteriormente referido.

    b. A organizao do material de investigao, sendo, por exemplo, o

    arquivamento de ideias e reflexes.

    Com o incio da pesquisa, passa-se a organizar os instrumentos de

    observao e tambm os materiais necessrios para o armazenamento da

    documentao (pastas, cadernos etc.).

    4.3 Execuo da pesquisa

    Este captulo apresenta as principais etapas a serem seguidas durante a

    execuo da pesquisa.

    4.3.1 Coleta de dados

    A execuo da pesquisa tem incio a partir da coleta dos dados, na qual so

    utilizados os materiais adquiridos para facilitar o processo investigativo, juntamente

    com as tcnicas adequadas ao tipo de atividade cientfica. Apesar de ser um

    procedimento rduo de extrema importncia que o registro de tais informaes

    obtidas seja feito da forma mais organizada possvel.

    Um aspecto fundamental a ser levado em considerao a relao entre as

    atividades de organizao, administrao e cientfica. De acordo com Marconi e

    Lakatos (2010), um prefeito entrosamento entre essas trs reas auxilia numa

    processo investigativo sem grandes desperdcios de dinheiro, obedecendo aos

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    prazos estabelecidos. Essas autoras ainda citam que quanto maior for o

    planejamento prvio, mais rpido ser a execuo da pesquisa em campo.

    Devemos, tambm, ter um controle constante dos instrumentos de pesquisa, para

    tentar evitar erros como os de entrevistas incompletas ou informaes dbias.

    As principais tcnicas de pesquisa utilizadas, principalmente no ambiente de

    extenso acadmica, so descritas a seguir:

    4.3.2 Tcnicas de coleta de dados

    De acordo com a tipologia da pesquisa escolhida, ser determinado o

    instrumento de coleta de dados a ser utilizado. Sendo os instrumentos mais comuns:

    Questionrios: um instrumento de coleta de dados, no qual vrias perguntas

    so elaboradas e respondidas pelos participantes das situaes analisadas, sem a

    presena do pesquisador.

    Formulrio: um instrumento fundamental para a coleta de informaes

    diretamente do entrevistado. O preenchimento do mesmo feito pelo prprio

    pesquisador medida que faz as observaes ou recebe as respostas.

    Documental: caracterizado pela obteno de dados atravs de documentos,

    escritos ou no, constituindo a fonte primria de informao (ex. relatrios internos,

    documentos oficiais).

    Fonte Bibliogrfica: diferencia-se da fonte documental por se tratar de dados

    j publicados sobre o tema estudado, constituindo-se, portanto, por fontes

    secundrias. So exemplos: livros, jornais, material cartogrfico, etc.

    Observao: caracteriza-se pelo contato mais direto com a realidade

    estudada. Vai alm do ver e ouvir. A observao ajuda o pesquisador a identificar e

    obter provas a respeito de objetivos sobre os quais os indivduos no tm

    conscincia, mas que orientam seu comportamento (MARCONI; LAKATOS, 2010, p.

    76). Dentre os tipos de observao, destaca-se a observao participante, nela o

    pesquisador incorpora-se ao grupo estudado, podendo ser de forma natural, ou seja,

    ele j pertence comunidade estudada, ou ainda, de forma artificial, onde ele se

    integra ao grupo apenas para estud-la.

    Entrevista: um dos mtodos mais utilizados nas pesquisas sociais. Consiste

    em uma conversao efetuada face a face, onde o entrevistado responde a

  • MINICURSO 2012

    17

    perguntas acerca de determinado assunto, de acordo que os questionamentos do

    entrevistador. Ela pode ser padronizada ou estruturada, onde o entrevistador segue

    um roteiro previamente estabelecido. Enquanto que na entrevista no estruturada, o

    entrevistador tem maior liberdade quanto abordagem do assunto tratado.

    As tcnicas de coletas de dados no se resumem s apresentadas, no

    entanto, entende-se que so as mais utilizadas, sobretudo, no contexto da pesquisa-

    ao.

    4.3.3 Amostragem

    A amostragem um processo de anlise estatstica, no qual recolhida uma

    amostra do todo, ou seja, uma parcela da populao para se utilizar como base no

    processo de investigao cientfica. Geralmente, essa tcnica utilizada quando

    estamos diante de um tema muito extenso com um grupo muito grande, sendo de

    difcil levantamento, fazendo-se necessria uma especificao do contedo

    estudado. Esse procedimento tcnico pode ser dividido entre amostragem

    probabilstica e no probabilstica.

    Amostragem probabilstica

    A amostragem de anlise probabilstica baseia-se na ideia de escolha ao

    acaso. Nessa situao, todos os elementos selecionados dentro de uma amostra

    tem a mesma probabilidade de serem escolhidos, caracterizando-os como dados

    representativos do todo. Marconi e Lakatos (2010) descrevem como um aspecto

    principal desse tipo de amostragem o tratamento estatstico no qual os dados so

    inseridos, o que resulta na compensao de erros amostrais e outros fatores

    inerentes representatividade e relevncia da amostra. De acordo com Beuren

    (2010), os principais tipos de amostragem probabilstica so: aleatria simples,

    sistemtica, estratificada, por conglomerado e por etapas.

  • MINICURSO 2012

    18

    Amostragem no probabilstica

    De acordo com Marconi e Lakatos (2010), o que diferencia a amostragem

    no probabilstica que ela no faz uso de nenhuma forma aleatria de seleo de

    amostras, impedindo a utilizao de alguns conceitos estatsticos. Considerada uma

    amostragem subjetiva, atravs dela no podemos estabelecer com preciso a

    variabilidade amostral e nem estimar o seu erro. Basicamente, esse tipo de tcnica

    ocorre quando h uma escolha planejada dos elementos da amostra. Os principais

    tipos de amostragens no probabilsticas so: por acessibilidade ou convenincia,

    por tipicidade ou intencional e por cotas.

    4.3.4 Tratamento dos dados

    Logo aps o processo de coleta dos dados, nos atemos a tarefa de elaborar e

    classificar as informaes obtidas de uma forma lgica e organizada. Lakatos e

    Marconi (2010) descrevem os passos que devem ser seguidos, antes da anlise e

    interpretao do contedo, como: seleo, codificao e tabulao.

    a. Seleo

    Caracteriza-se como o processo de verificao do material coletado,

    objetivando identificar erros ou falhas que possam gerar informaes dbias,

    confusas ou incompletas que causem algum tipo de prejuzo ao resultado do

    trabalho cientfico. Deve-se ficar atento a quais informaes so realmente

    importantes, evitando o acumulo de dados desnecessrios e tambm, analisando a

    necessidade de novas pesquisas de campo.

    b. Codificao

    A codificao pode ser explicada como uma tcnica operacional utilizada para

    separar os dados em categorias, codificando-os em smbolos de forma tabelada ou

    contada, Marconi e Lakatos (2010) descrevem o processo de codificar como o de

    transformar o material qualitativo em quantitativo, na tentativa de facilitar o processo

    de tabulao dos dados e tambm, de comunicao dos mesmos.

  • MINICURSO 2012

    19

    c. Tabulao

    Nessa etapa, colocamos todos os dados obtidos em tabelas, buscando

    identificar as relaes entre eles. Faz parte do processo de anlise estatstica, sendo

    possvel observar as informaes divididas entre as diferentes categorias,

    representando-as graficamente. Basicamente, um processo primrio de

    comprovao ou refutao de hipteses.

    4.3.5 Anlise e interpretao dos dados

    Depois da manipulao dos dados e da obteno dos resultados, inicia-se o

    processo de anlise e interpretao.

    Anlise

    Busca-se demonstrar a relao existente entre a situao estudada e outros

    fatores. Acontece, basicamente, em trs etapas:

    Interpretao: verificam-se as relaes entre as variveis independentes e

    dependentes, na tentativa de aprofundar o conhecimento sobre o fenmeno.

    Explicao: deixa claro de onde se originou a varivel dependente e como se

    chegou s outras variveis

    Especificao: demonstra at que ponto as relaes entre as variveis so

    vlidas.

    Interpretao

    Busca-se obter uma explicao mais ampla sobre as respostas. A seguir

    sero apresentados dois aspectos importantes:

    Construo de tipo, modelos, esquemas: depois de todas as anlises entre as

    varveis pertinentes, utiliza-se os conhecimentos tericos para obteno dos

    resultados.

    Ligao com a teoria: caracteriza-se pela ordem metodolgica, definindo-se

    as teorias analisadas.

  • MINICURSO 2012

    20

    4.3.6 Consideraes Finais

    Considerada a ltima fase da pesquisa, caracteriza-se pela demonstrao dos

    resultados, apresentando concluses de acordo com as hipteses de investigao

    utilizadas, sendo especificados quais aspectos foram comprovados ou refutados. De

    maneira geral, a exposio dos fatos analisados, considerando, de forma sucinta,

    os pontos mais relevantes.

    5 NORMATIZAO APLICADA PUBLICAO CIENTFICA

    Este captulo tem por objetivo expor algumas consideraes em relao s

    principais normas de apresentao e estrutura de um trabalho cientfico. Contudo,

    lembramos que cada peridico ou evento cientfico determinar suas prprias

    normas, que podem coincidir ou no com estas aqui apresentadas.

    5.1 Apresentao grfica

    O artigo cientfico deve ser apresentado em papel branco, formato A4 (21 cm

    x 29,7 cm). Quanto s margens, devem-se obedecer as seguintes medidas:

    Margem superior: 3 cm

    Margem inferior: 2 cm

    Margem esquerda: 3 cm

    Margem direita: 2 cm

    2 cm

    cm

    2 cm

    cm

    3 cm

    cm

    3 cm

    cm

  • MINICURSO 2012

    21

    5.2 Apresentao de artigos cientficos

    Tomando por base a Norma ABNT NBR 6022 de maio de 2003, ser

    apresentada a estrutura do artigo cientfico, no que tange aos elementos essenciais

    para sua elaborao.

    5.2.1 Elementos Pr-textuais

    Os elementos pr-textuais tambm chamados de parte preliminar compem-

    se das informaes iniciais necessrias para uma melhor caracterizao e

    reconhecimento da origem e autoria do trabalho. Sendo divido em quatro elementos:

    Ttulo: Palavra, expresso ou frase que designa o assunto ou o contedo de

    uma publicao. Ele deve ser o mais elucidativo possvel sem, contudo, ser

    demasiadamente longo;

    Autor(es): Pessoa(s) fsica(s) responsvel(eis) pela criao do contedo

    intelectual ou artstico de um documento. Deve-se observar sua disposio no

    trabalho, devendo aparecer logo abaixo do ttulo do trabalho, na primeira folha. Um

    breve currculo que o(s) qualifique na rea de conhecimento do artigo, o endereo

    postal e eletrnico, devem aparecer em rodap indicado por asterisco, na primeira

    pgina do artigo.

    Resumo: Texto escrito em um nico pargrafo, sem recuo, com espaamento

    entre linhas simples, onde se deve, de forma concisa, constar do que se trata o

    tema, quais os objetivos do trabalho, a metodologia utilizada para alcanar esses

    objetivos e, sobretudo, os resultados alcanados com o estudo. Todo esse contedo

    deve figurar, em no mximo, 250 palavras.

    Palavras-chave: Elemento obrigatrio, devendo figurar logo abaixo do resumo,

    antecedidas da expresso Palavras-chave: separadas entre si por ponto e

    finalizadas tambm por ponto. Deve-se optar por palavras que melhor representem o

    contedo do trabalho, as quais serviro de indexadores para este.

    5.2.2 Elementos Textuais

    Os elementos textuais constituem-se de:

  • MINICURSO 2012

    22

    Introduo: Parte inicial do artigo, onde devem constar a delimitao do

    assunto tratado, os objetivos da pesquisa e outros elementos necessrios para

    situar o tema do artigo.

    Desenvolvimento: Parte principal do artigo, que contm a exposio ordenada

    e pormenorizada do assunto tratado. Deve conter os seguintes pontos: referencial

    terico; metodologia; descrio e anlise dos dados.

    Concluso: A concluso destaca os resultados obtidos na pesquisa ou

    estudo. Deve conter uma resposta para a problemtica do tema apresentado na

    introduo. Deve ser breve, concisa e referir-se as hipteses levantadas e discutidas

    anteriormente. O autor pode expor seu ponto de vista pessoal com base nos

    resultados que avaliou e interpretou e, poder tambm incluir recomendaes ou

    sugestes para outras pesquisas na rea.

    5.2.3 Elementos Ps-textuais

    So os elementos considerados ps-textuais, no entanto a nomenclatura no

    implica, necessariamente, que estaro dispostos ao final do trabalho. Podendo

    aparecer no decorrer do texto (notas explicativas) ou antes mesmo dos elementos

    textuais.

    Ttulo, e subttulo em lngua estrangeira: O ttulo, e subttulo (se houver) em

    lngua estrangeira, ser diferenciados tipograficamente ou separados por dois

    pontos (:) e precedem o resumo em lngua estrangeira.

    Resumo em lngua estrangeira: Trata-se de uma verso do resumo na lngua

    do texto, para idioma de divulgao internacional, com as mesmas caractersticas do

    resumo principal (em ingls Abstract, em espanhol Resumen, em francs Rsum,

    por exemplo).

    Palavras-chave em lngua estrangeira: Verso das palavras-chave na lngua

    do texto para a mesma lngua do resumo em lngua estrangeira (em ingls

    Keywords, em espanhol Palabras clave, em francs Mots-cls, por exemplo).

    Nota(s) explicativa(s): Servem para adicionar informao ou fonte de alguma

    informao citada, devendo ficar o mais prximo possvel do texto, ou seja, evitar

    passar para pgina seguinte. Sua numerao feita em algarismos arbicos,

  • MINICURSO 2012

    23

    devendo ser nica e consecutiva para cada artigo. No se inicia a numerao a cada

    pgina.

    Glossrio: Lista em ordem alfabtica de palavras ou expresses tcnicas de

    uso restrito ou de sentido pouco conhecido, utilizadas no texto, acompanhadas das

    respectivas definies.

    Apndice: Texto ou documento elaborado pelo autor, a fim de complementar

    sua argumentao, sem prejuzo da unidade nuclear do trabalho. So identificados

    por letras maisculas consecutivas, travesso e pelos respectivos ttulos.

    Anexo: Texto ou documento no elaborado pelo autor, que serve de

    fundamentao, comprovao e ilustrao. so identificados por letras maisculas

    consecutivas, travesso e pelos respectivos ttulos.

    As referncias tambm so elementos ps-textuais e sero analisados mais detalhadamente a seguir.

    5.3 Citaes

    As citaes so elementos retirados dos documentos lidos para o

    desenvolvimento do trabalho e devem ser utilizadas para dar sustentao ao que

    est sendo abordado. De acordo com a ABNT 10520 as citaes podem ser:

    Citao direta: Transcrio textual de parte da obra do autor consultado;

    Citao indireta: Texto baseado na obra do autor consultado;

    Citao de citao: Citao direta ou indireta de um texto em que no se

    teve acesso ao original.

    A seguir sero apresentados alguns exemplos de citaes:

    Citao direta curta (at trs linhas) no incio da frase

    Segundo S (1995, p. 27), "[...] por meio da mesma arte de conversao que

    abrange to extensa e significativa parte da nossa existncia cotidiana [...]"

    Citao direta curta no final da frase

  • MINICURSO 2012

    24

    "No se mova, faa de conta que est morta." (CLARAC; BONNIN, 1985, p.

    72).

    Citao direta longa (mais de trs linhas)

    Esse tipo de citao devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem

    esquerda, com letra menor que a do texto utilizado, sem as aspas e espaamento

    simples. Por exemplo:

    A teleconferncia permite ao indivduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferncia incluem o uso da televiso, telefone, e computador. Atravs de udio-conferncia, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de udio pode ser emitido em um salo de qualquer dimenso (NICHOLS, 1993, p. 181).

    Citao indireta

    Oliveira e Leonardos (1943, p. 446) dizem que a [...] relao da srie So

    Roque com os granitos porfirides pequenos muito clara.

    Citao de citao (apud)

    Neste caso deve-se utilizar a expresso apud, que significa: citado por.

    Quando a citao for direta, todos os autores sero mantidos entre parnteses e em

    caixa alta, quando a citao for indireta, o autor que fez a citao o que ficar em

    caixa alta, conforme exemplo:

    Segundo Silva (1983 apud ABREU, 1999, p. 3) diz ser [...]

    "[...] o vis organicista da burocracia estatal e antiliberalismo da cultura

    poltica de 1937, preservado de modo encapuado na Carta de 1946." (VIANNA,

    1986, p. 172 apud SEGATTO, 1995, p. 214-215).

    No que tange as citaes, merecem destaque os seguintes pontos:

    Grifo nosso: utilizado que se deseja enfatizar trechos da citao, neste caso,

    deve-se adicionar a expresso grifo nosso, como no exemplo abaixo:

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    "[...] para que no tenha lugar a produo de degenerados, quer physicos

    quer morais, misrias, verdadeiras ameaas sociedade ." (SOUTO, 1916, p. 46,

    grifo nosso).

    "[...] b) desejo de criar uma literatura independente, diversa, de vez que,

    aparecendo o classicismo como manifestao de passado colonial. [...]" (CNDIDO,

    1993, v. 2, p. 12, grifo do autor).

    Coincidncia de sobrenomes de autores: nesses casos deve-se acrescenta as

    iniciais de seus prenomes, se mesmo assim existir coincidncia, colocam-se os

    prenomes por extenso. Por exemplo:

    (BARBOSA, C., 1958) e (BARBOSA, O., 1959) ou

    (BARBOSA, Cssio, 1965)

    Citao de diversos documentos de um mesmo autor, de um mesmo ano:

    nessa situao as obras so distinguidas pelo acrscimo de letras minsculas, em

    ordem alfabtica, aps a data e sem espacejamento, conforme abaixo.

    De acordo com Reeside (1972a)

    Citaes indiretas de diversos documentos da mesma autoria, publicados

    em datas diferentes: as datas devem ser separadas por vrgula, conforme a

    seguir:

    (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)

    Citaes indiretas de diversos documentos de vrios autores, citados

    simultaneamente: as obras devem ser separadas por ponto e vrgula, e em

    ordem alfabtica, como por exemplo:

    Diversos autores salientam a importncia do "acontecimento desencadeador"

    no inicio de um processo de aprendizagem (CROSS, 1984; KNOX, 1986;

    MEZIROW, 1991).

  • MINICURSO 2012

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    5.4 Notas de rodap

    As notas de rodap so indicaes, observaes ou aditamentos ao texto

    feitos pelo autor, tradutor ou editor, geralmente aparecem no final da pgina de um

    livro ou documento. Por exemplo:

    O novo medicamento estar disponvel at o final deste semestre (informao

    verbal)1

    _________________ 1 Noticia fornecida por John A. Smith no Congresso Internacional de Engenharia Gentica, em Londres, em outubro de 2001

    5.5 Como elaborar as referncias

    As normas utilizadas nas referncias nos trabalhos devero seguir a ABNT

    NBR 6023 Informaes e documentao Referncias - Elaborao. De acordo

    com essa norma, referncia constituda de elementos essenciais e, quando

    necessrio, acrescida de elementos complementares. Esses elementos so

    caracterizados as informaes que, acrescentadas aos elementos essenciais,

    permitem melhor caracterizar os documentos.

    A seguir sero apresentados alguns modelos de referncias, segundo a NBR

    6023:

    Referncia de livro com um autor

    IUDCIBUS, Sergio de. Teoria da contabilidade. 5. ed. So Paulo: Atlas, 1997.

    Referncia de livro com dois ou trs autores

    HORNGREN, Charles T.; FOSTER, George; DATAR, Srikant. Contabilidadde de custos. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.

    Referncia de livro com mais de trs autores

    FAVERO, Hamilton Luiz et al. Contabilidade: teoria e prtica. So Paulo: Atlas, 1995. 1 v.

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    Referncia de livro com organizador

    BEUREN, Ilse Maria (org). Como elaborar trabalhos monogrficos em contabilidade: teoria e prtica. 3. ed. 5. reimpr. So Paulo: Atlas, 2010.

    Referncia de leis

    BRASIL. Lei das Sociedades por Aes, Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispe sobre as sociedades por aes. Manuais de Legislao Atlas. 6. ed. So Paulo, Atlas, 1999, v. 28.

    Referncia de leis em meios eletrnicos

    BRASIL. Lei n 4.591, de 16 de dezembro de 1964. Dispe sobre o condomnio em edificaes e as incorporaes imobilirias. Braslia-DF, 21 dez 1964. Disponvel em: . Acesso em: 22 nov. 2011.

    Referncia de artigo de peridico com autor

    KOLIVER, Olvio. A harmonizao das normas contbeis no contexto regional. Revista Brasileira de Contabilidade. Braslia, ano XXIV, v. 94, n 93, p. 13-19, maio/jun. 1995.

    Referncia de artigo de peridico sem autor

    A CONTABILIDADE de custos nas empresas de prestao de servios. Boletim IOB Pasta Temtica Contbil e Balanos, So Paulo, n 21, maio 2000.

    Referncia de artigo disponibilizado em meio eletrnico

    DAMASCENA, Luzivalda Guedes; FIRMINO, Jos Emerson; PAULO, Edilson. Estudo sobre os Pareceres de Auditoria: Anlise dos Pargrafos de nfase e Ressalvas Constantes nas Demonstraes Contbeis das Companhias Listadas na Bovespa. Revista Contabilidade Vista & Revista. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 22, n. 2, p. 125-154, abr./jun. 2011. ISSN 0103-734X.

    Referncia de artigo disponibilizado em anais eletrnicos

    DANI, Andria Carpes; VESCO, Delci Grapegia dal Vesco; BEZERRA, Francisco Antnio Bezerra. Possveis impactos da lei 11.638/2007 nos indicadores de desempenho das indstrias de Real Estate no Brasil. In: SemeAd, 14., 2011. Anais eletrnicos... So Paulo: SeneAd, 2011. Disponvel em: . Acesso em: 05 dez. 2011.

    Referncia de Dissertao

    ANJOS, Vera Marleide Loureiro dos. A utilidade das demonstraes contbeis para a tomada de deciso sob a tica dos analistas de investimentos e

  • MINICURSO 2012

    28

    profissionais de relaes com investidores RI. 2008. 111 f. Dissertao (Mestrado em Cincias Contbeis) Universidade de Braslia, Braslia, 2008.

    Referncia de Tese

    TAVARES, Adilson de Lima. A eficincia da anlise financeira fundamentalista na previso de variaes no valor da empresa. 2010. 182 f. Tese (Doutorado em Cincias Contbeis) Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Cincias Sociais Aplicadas. Programa de Doutorado Multi-institucional e Inter-Regional de Ps-Graduao em Cincias Contbeis (UnB/UFPB/ UFRN), Natal, 2010.

    REFERNCIAS

    ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS. NBR 6022: Informao e documentao: Artigo em publicao peridica cientfica impressa. Rio de Janeiro, 2002. BEUREN, Ilse Maria (org.). Como elaborar trabalhos monogrficos em contabilidade: teoria e prtica. 3. ed. 5. reimpr. So Paulo: Atlas, 2010. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Tcnicas de pesquisa: planejamento e execuo de pesquisas, amostragem e tcnica de pesquisa, anlise e interpretao de dados. 7. ed. 3. reimpr. So Paulo: Atlas, 2010. THIOLLENT, M. J. M. Metodologia de Pesquisa-Ao. 18. ed. So Paulo: Cortez, 2011. 132 p.

    BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

    GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. So Paulo: Atlas, 2010. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos da metodologia cientfica. 7 ed. So Paulo: Atlas, 2010. ______.Tcnicas de pesquisa. 7 ed. So Paulo: Atlas, 2010. SEVERINO, Antnio Joaquim. Metodologia do trabalho cientfico. 23. ed. rev. e atual. So Paulo: Cortez, 2007. SILVA, Antonio Carlo Ribeiro da. Metodologia da pesquisa aplicada contabilidade. 2. ed. So Paulo: Atlas, 2006.