Apostila Ensino Fundamental CEESVO - Geografia - Módulo 09

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GEOGRAFIA

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A AMAZÔNIA

� Aspectos Naturais

� Ocupação Humana

� Projetos Desenvolvidos na Região

� Agricultura e Pecuária

� Importância dos Rios

O HOMEM E O AMBIENTE NO ESPAÇO E NO TEMPO

� Conseqüências da ação do Homem na Biosfera

ROTEIRO

I. A Amazônia Você vai identificar o espaço ocupado pela Amazônia e os projetos

desenvolvidos na região. Vai reconhecer a importância da Amazônia para o Brasil e o mundo.

II. O meio ambiente

Deverá concluir que todo ser humano faz parte do ambiente que o cerca e que deve preservá-lo para que possa continuar existindo em boas condições de vida.

III. A ação do homem na biosfera

Verá que o ambiente humano se situa na biosfera e que variações de ambientes formam ecossistemas fechados.

Você estudará as conseqüências da ação do homem na Biosfera, destruindo o ambiente com: desmatamentos, industrialização, poluição das águas e da atmosfera.

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AMAZÔNIA Quando você pensa em região amazônica o que normalmente vem na sua cabeça?

Provavelmente deve ter sido a imensa Floresta Equatorial (região cortada pela linha do Equador) que cobre essa imensa região natural.

A Amazônia se estende por 6,5 milhões de Km² no norte da América do Sul. Essa mesma área pode ser identificada de três maneiras:

� Amazônia Legal (veja mapa);

� Região Norte;

� Amazônia Internacional, ocupando territórios do Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela e Guianas.

Qual a porção da Amazônia que se localiza

em território brasileiro?

• A Amazônia Brasileira abrange quase 5 milhões de Km² e mais da metade ( 58%) do território nacional. Essa área pode ser identificada de duas formas:

• Amazônia legal - que corresponde à Amazônia Brasileira.

• Região Norte - que é uma das cinco regiões em que o Brasil foi dividido pelo IBGE.

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Aspectos Naturais

Nenhuma outra vegetação do mundo possui tanta variedade em espécies como a floresta Amazônica. É uma mata perene (permanente), latifoliada (folhas largas e grandes), densa (com árvores muito próximas uma das outras). Essa vegetação é conseqüência do clima equatorial (quente e bastante úmido).

Por causa da grande quantidade de chuvas,

a hidrografia da região é riquíssima. A bacia hidrográfica formada pelo Rio Amazonas e seus afluentes é a maior do planeta. Os rios dessa bacia estão entre os maiores do mundo: Amazonas, Tocantins, Xingu, Tapajós, Madeira etc.

O relevo da Amazônia é baixo, com

predomínio de depressões e terras altas ao norte na divisa da Venezuela e Guiana.

O solo amazônico é pobre, alimentado pela

vegetação através da decomposição vegetal, é protegido da erosão das águas das chuvas pela proximidade de uma planta da outra.

Os elementos naturais dessa região são

interdependentes: a vegetação protege e nutre o solo e contribui para a umidade do ar, importante para a hidrografia. O ar úmido é responsável pelas freqüentes chuvas que alimentam rios e plantas.

Floresta Amazônica

A Floresta Amazônica ocupa cerca de 40%

do território brasileiro em uma área que abrange a totalidade da Região Norte, o norte de Mato Grosso e o oeste do Maranhão, estendendo-se ainda pelos países vizinhos (Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia), além da Guiana Francesa. É uma floresta latifoliada (do latim lati, que significa "largo"), ou seja, com predominância de espécies vegetais de folhas largas.

Com características próprias de clima equatorial, tipicamente quente e bastante úmido, é

também conhecida como hiléia. Apresenta grande heterogeneidade de espécies animais e vegetais e caracteriza-se por três diferentes matas: de igapó, várzea e terra firme. A mata de igapó corresponde à parte da floresta onde o solo se encontra inundado.

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Ocorre principalmente no baixo Amazonas e reúne espécies como liana, cipó, epífita, parasita e vitória-régia. A mata de várzea é própria das regiões que são periodicamente inundadas, denominadas terraços fluviais. Intermediárias entre os igapós e a terra firme, as espécies da mata de várzea têm formações variadas, como seringueira, palmeira, jatobá e maçaranduba. A altura dessas espécies aumenta à medida que se distanciam dos rios.

As matas de terra firme correspondem à parte mais elevada do relevo. Com solos secos, livres de inundação, as árvores podem chegar a 65 m de altura. O entrelaçamento de suas copas, em algumas regiões, impede quase totalmente a passagem de luz, o que torna seu interior muito úmido, escuro e pouco ventilado. Em terra firme encontram-se espécies como o castanheiro, o caucho e o guaraná. Os principais

produtos extraídos da floresta são o guaraná, o látex e a castanha-do-pará.

A OCUPAÇÃO DO NORTE BRASILEIRO

A ocupação da Região Norte só ocorreu após um século da chegada dos portugueses ao Brasil. Durante muito tempo, a ocupação limitou-se à construção de fortes, instalações de missões religiosas e expedições à procura de ervas nativas na região.

Até a década de 70 a região Amazônica apresentava baixíssimas densidades

demográficas. Com o crescimento da agropecuária e da mineração nas últimas décadas, grandes levas de migrantes chegam vindos do nordeste e centro-sul aumentando o número de cidades e provocando um intenso desmatamento.

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É do pau-rosa, encontrado na floresta Amazônica, que se extraí o linalol, óleo que serve de matéria-prima para a fabricação do perfume francês Chanel nº 5. Para encontrar a madeira, os mateiros da região do Alto Rio Nhamundá ficam isolados na selva por até três meses, por isso têm de levar mantimentos. Porém, se não caçarem, não comem. Além do árduo trabalho dos mateiros, que cortam cerca de 2 mil árvores por ano, o pau-rosa está em risco de extinção.

Crédito: Pedro Martinelli

O extrativismo vegetal

já ocupa lugar de menor importância na economia regional, mas a borracha (látex) e a castanha, continuam a sustentar milhares de famílias. A ocupação e a exploração desordenada tornaram a Amazônia um problema mundial. Organizações não governamentais (ONGs) de todo o mundo se preocupam com a preservação da flora e fauna dessa região.

A Amazônia

atualmente caracteriza-se por conflitos pela posse de terra, por

desmatamentos e pela violência entre posseiros, grileiros, empresários e colonos. A população da região vem aumentando e segundo o último censo do IBGE (1996), a

porcentagem da população em relação ao restante do país aumentou significativamente.

Muitos projetos foram desenvolvidos pelo Governo Federal, para aumentar a fixação de pessoas na Região Amazônica.

Desde o final do século passado, alguns acontecimentos colaboraram para aumentar a

ocupação da região, tais como a extração de látex da seringueira, árvore nativa da Amazônia onde as condições de clima e solo são favoráveis ao seu desenvolvimento.

Projetos Desenvolvidos na Região

� Estrada de Ferro - Madeira - Mamoré (1903-1912), ligando Porto Velho a Guajará- Mirim; representou um fracasso devido ao número de mortes de trabalhadores provocados por doenças tropicais e a queda da procura da borracha na época de sua conclusão.

� A Fordlândia (1928 - 1946) - ambicioso projeto de plantações de seringueiras em áreas próximas ao Tapajós. No Pará foram plantadas 3 milhões de árvores que morreram atacadas por uma praga.

� Serra do Navio (Amapá) - reserva mineral de manganês (matéria básica para a produção de aço), minério intensamente explorado nas últimas décadas usado na exportação para os Estados Unidos. Esse projeto não favoreceu a ecologia e nem os trabalhadores. Só os proprietários ganharam muito com essa exploração.

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Maior empreendimento de extração mineral do país, o Projeto Grande Carajás, localizado no estado do Pará, abrange uma região rica em jazidas de estanho, manganês e ferro, que vêm sendo exploradas pela Companhia Vale do Rio Doce. O ferro extraído é transportado por ferrovia até o Porto de Itaqui, no Maranhão, de onde segue para o mercado externo.

Crédito: André Penner

Todos esses projetos foram anteriores à criação da SUDAM (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia), cujos incentivos fiscais multiplicaram os investimentos na região. Depois da criação da SUDAM foram desenvolvidos grandes projetos públicos ou privados, dentre os quais:

• Zona Franca de Manaus (1967 - 1972) teve por objetivo instalar um pólo industrial na cidade de Manaus, através da isenção (dispensa) de impostos dos produtos aí fabricados. Os produtos estrangeiros são mais baratos que no restante do país, por não pagarem impostos de importação.

O projeto fez de Manaus a segunda metrópole da região, depois de Belém.

Esse desenvolvimento trouxe conseqüências negativas: concentração populacional na área urbana, multiplicação da pobreza, desempregados e subdesempregados vivendo em favelas na periferia da cidade.

• Projeto Grande Carajás (Pará - 1980 - 1986) implantado inicialmente pela Companhia Vale do Rio Doce. Hoje privatizada, e de propriedade de um consórcio de empresas nacionais e estrangeiras.

Essa privatização foi motivo para muitos protestos políticos e populares em todo país, mas acabou se efetivando (acontecendo).

A Serra dos Carajás no Pará é uma área onde estão as maiores reservas de ferro do mundo, além de manganês, cobre, níquel, ouro, bauxita (minério do alumínio) e cassiterita (minério do estanho). Daí são exportada 30 milhões de toneladas de ferro por ano, principalmente com destino ao Japão.

Da mesma forma que a área representa lucros para quem explora, traz conseqüências para o

ecossistema da região: desmatamento, extinção de espécies vegetais e animais, poluição dos rios etc.

Fundada em 1616, a cidade de Belém conserva

suas construções históricas ao lado

de modernos prédios que

proliferaram a partir dos anos 60, com a

construção das estradas Belém–

Brasília e Transamazônica. As mangueiras destacam-se na

vegetação, ocupando todo o centro urbano. Crédito: André

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Hidrelétricas:

• Tucuruí: rio Tocantins no Pará.

• Balbina: rio Uatumã ao norte de Manaus.

• Samuel: rio Javari em Rondônia.

Conseqüências da construção dessas usinas:

� Problemas ambientais causados pelas grandes áreas inundadas que cobrem grandes trechos da mata.

� Apodrecimento das vegetações cobertas pela água que libera gases como o metano e óxido de enxofre tornando a água ácida e exterminando um grande número de peixes.

� Destruição da fauna que vivia nos trechos alagados pela construção de barragens.

� Deslocamento da população das áreas atingidas, principalmente indígenas, tirando-as do lugar de origem.

Veja no mapa a seguir os principais problemas ambientais que Amazônia enfrenta.

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Chico Mendes

Você já ouviu falar em Chico Mendes? Sabe por que ele é o nome de um parque natural em Sorocaba?

Chico Mendes foi um líder seringalista da Amazônia. Foi assassinado em 1988. Seu

crime? Tentava impedir o desmatamento da região através da união dos seringueiros, indígenas e população ribeirinha (que vive às margens dos rios) em defesa de seus direitos e de seu modo de vida. Assassinos: pistoleiros contratados por grandes fazendeiros.

É sempre bom saber mais. Chico Mendes.

Líder seringueiro e sindicalista acreano. Militante da defesa

dos seringueiros e da floresta Amazônica, ganhador do Prêmio

Global 500 das Nações Unidas. Francisco Alves Mendes Filho (1944-22/12/1988) nasce na colocação Bom Futuro, no seringal Porto Rico em Xapuri.. Entra para a política sindical nos anos 60 e, na década de 70, cria os "empates", estratégia não violenta de defesa contra o desmatamento na Amazônia. Em 1977 ajuda a fundar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, do qual é presidente de 1982 até sua morte. Elege-se vereador pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1978. Quatro anos depois se

candidata a deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores (PT), mas é derrotado. Torna-se mundialmente conhecido por suas denúncias de destruição da floresta Amazônica. Em 1985 participa da fundação do Conselho Nacional dos Seringueiros. Ganha o Prêmio Global 500, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), em 1987. Depois de receber várias ameaças de morte, em 1988 é assassinado em sua casa por pistoleiros a mando do fazendeiro Darli Alves da Silva. Em 1990, Darli e seu filho Darci Alves Pereira são condenados a 19 anos de prisão pelo crime. Foragidos do presídio de Rio Branco três anos depois, voltam a ser preso em 1996. Fonte. Almanaque Abril.

A luta pela posse de terra na Amazônia é notícia constante em jornais e revistas. A população indígena é constantemente expulsa de suas terras pelos fazendeiros e empresas, por projetos de mineração, hidrelétricas, abertura de estradas e derrubada da mata para exploração da madeira.

Dos cinco milhões de índios brasileiros, subsistem pouco mais de 200 mil, concentrados principalmente na Amazônia, onde lutam corajosamente para sobreviver e conservar suas terras, costumes e

tradições.

Movimento dos Sem Terra, muito comum nessa região.

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Saiba mais lendo o texto complementar abaixo.

Fique por dentro. Índios no Brasil.

O Brasil tem mais de 700 mil índios, que representam 0,4% da população brasileira, segundo o Censo de 2000, do IBGE. Na virada do milênio, a população indígena tem uma taxa de crescimento de 2,5%, superior à da média da população brasileira, e vive uma situação completamente diferente da verificada no Censo de 1990. Na época, sua contagem populacional era de 358 mil indivíduos, com tendência a diminuir, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai). Vários fatores contribuíram para a reversão dessa tendência, como o fortalecimento da identidade cultural indígena, a melhoria das condições de saúde dessa população e a aceleração de processos de demarcação de terras reservadas aos índios.

De acordo

com a Funai, eles ocupam 587 áreas indígenas, que totalizam mais de 100 milhões de hectares – equivalentes a 12% do

território brasileiro.

Dividem-se em aproximadamente 215 etnias, comunicam-se

em 180 línguas e dialetos e

estão presentes em quase todo o país, exceto no

Distrito Federal, no Piauí e no Rio Grande do

Norte. A maior concentração indígena está no Norte do país, sobretudo no Amazonas (17% do total), seguido de São Paulo e Mato Grosso do Sul. É também no Amazonas que se encontra a maior parcela das terras indígenas (36%). As etnias mais populosas são a guarani, a caingangue e a ticuna.

Os maiores problemas que os povos indígenas enfrentam são as invasões e as tentativas

de exploração econômica de suas terras por fazendeiros, posseiros, madeireiros e garimpeiros. O homem branco tem disseminado doenças até então desconhecidas dos índios, além de destruir seu meio ambiente e suas tradições culturais.

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Numa região coberta por florestas, com reduzido número de cidades importantes, quais seriam as principais atividades econômicas? O extrativismo, a agricultura, a pecuária e a Indústria.

O EXTRATIVISMO

O extrativismo; a exploração da floresta se concentra em 4 atividades básicas:

� Coleta de frutas: castanha, guaraná, etc.

� Extração do látex para a produção de borracha.

� Exploração de madeiras.

� A pesca - elemento importante n o comércio local e base direta de grande parte da população.

� Extração Mineral – como você já viu anteriormente, o subsolo amazônico é rico em ferro (Serra de Carajás - Pará), manganês (Serra do Navio - Amapá), bauxita (região do rio Trombetas) que é utilizada para produzir alumínio, cassiterita (Rondônia) minério de estanho, petróleo (rio Uruau - Amazonas) e ouro explorado em diversos locais da região Amazônica: Serra Pelada, rio Madeira, rio Tapajós etc.

A ATIVIDADE EXTRATIVA DA BORRACHA

Observando o mapa de clima da Região

Norte, podemos constatar que o clima predominante é o equatorial (quente e bastante úmido), favorável ao desenvolvimento da seringueira (árvore de onde provém a borracha).

Além do clima, dois fatores do meio natural

são também muito importantes: o solo e a vegetação.

A região da Serra do

Navio, no Amapá, é rica em minérios,

principalmente o manganês, usado na manufatura de liga de

aço, pilhas e baterias. Na área da Serra do Navio exploram-se também pequenas jazidas de

cassiterita, columbita e tantalita.

Crédito: Nani Gois

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O solo da região Amazônica em geral é muito pobre. Por sua cobertura vegetal (floresta), torna-se bastante fértil pela decomposição de materiais orgânicos (folhas cascos, galhos). Através da ação da umidade, do calor e dos microorganismos do solo, esse material se decompõe dando origem ao húmus, permitindo que a floresta esteja sempre exuberante (verde).

A SERINGUEIRA - GRANDE PRODUTORA DE LÁTEX

Para que era extraído o látex da região Amazônica?

O látex era extraído para a produção de borracha. A borracha passou a ter importância

internacional com a fabricação de pneus e tecidos impermeáveis, passando a ser exportada em grandes quantidades.

O responsável pela extração do látex é o seringueiro, que percorre o seringal recolhendo

pequenas quantidades do produto. O látex é defumado e entregue ao seringalista (dono do seringal) que é quem realmente lucra com a comercialização do produto.

O seringueiro, geralmente nordestino, foi responsável pela ampliação da região norte.

Duas cidades prosperaram bastante: Manaus (capital do Amazonas) e Belém (capital do Pará).

A extração do látex, porém, entrou rapidamente em decadência devido a vários fatores:

� Aparecimento da borracha sintética (produzida em laboratório); � A maior produtividade das seringueiras plantadas na Ásia (concorrência); � As condições precárias do trabalho dos seringueiros.

A borracha começa a ser explorada no Brasil no século XIX, na Região Norte. A partir de 1869, a atividade ganha o reforço da mão-de-obra nordestina. Entre 1934 e 1940, ocorre o segundo movimento migratório do Nordeste para a Amazônia. O extrativismo gera muita riqueza para a região até o início do século XX, quando começa a enfrentar a concorrência da Malásia, para onde as sementes de seringueiras foram levadas.

Crédito: Nani Gois

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Você pode observar que o Brasil foi sendo ocupado aos poucos, por pessoas que se concentravam em lugares que atendiam melhor às suas expectativas de vida, que a ocupação do território nacional (Brasil) se deu de acordo com os ciclos econômicos (cana-de-açúcar, algodão, borracha) desenvolvido através dos séculos.

Os recursos naturais tiveram importância significativa no estabelecimento das atividades

econômicas que se desenvolveram nas regiões brasileiras.

Como os recursos são diversificados, foram se formando no Brasil, espaços diversificados que, a partir de 1930 passaram por um processo de integração nacional.

AGRICULTURA, PECUÁRIA E A INDÚSTRIA.

Agricultura: lavouras de subsistência (destinadas ao sustento da família e às vezes a um pequeno comércio local) e lavouras comerciais: juta, pimenta do reino. A agricultura regional é dificultada pela pobreza dos solos: abaixo da fina camada de humos (camada fértil) vem à argila, areia. A terra, depois de esgotada sua camada fértil, é devorada pela erosão, alimentada pelas constantes chuvas da região.

Pecuária: feita quase sempre de forma extensiva (gado criado solto) ou nas grandes fazendas agrícolas de áreas antes cobertas por florestas.

“É uma estupidez desmatar para plantar, porque aquele solo não serve para agricultura e pastagens”.

Geógrafo. AzizAb'baber

Segundo Aziz, apenas nos três primeiros anos o cultivo de qualquer cultura dá resultados razoáveis, com o passar do tempo a água das chuvas carrega para os rios toda riqueza orgânica dos solos.

Indústria: as maiores concentrações industriais da região são encontradas em Manaus e Belém. São indústrias de bens de consumo, visando abastecer a região, o mercado interno brasileiro e à exportação (Zona Franca de Manaus).

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IMPORTÂNCIA DOS RIOS

Na Amazônia estão cerca de 15% das águas fluviais do planeta. Rios, canais, lagoas,

formam uma extensa rede interligando os espaços amazônicos. Além da pesca, da produção de energia (que você já viu anteriormente), os rios são o

principal meio de transporte da região. As hidrovias são o meio de transporte mais barato que podemos encontrar. Em Abril/97

foi inaugurada a hidrovia do rio Madeira, ligando Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM), percurso de 1.135 Km. Através de modernas barcaças com 2 mil toneladas (equivalente a 75 caminhões), é escoada a safra agrícola (soja) produzida numa extensa região que engloba Rondônia, Acre, Sul do Amazonas e oeste do Mato Grosso, através dos rios Madeira e Amazonas.

A soja produzida na região depois de descer o rio Amazonas, chega ao porto de

Itacoatiara (AM) onde é embarcada em navios graneleiros rumo ao exterior. No transporte de produtos, na circulação de pessoas, os rios amazônicos são vitais para

a economia regional. Como preservar a riqueza Amazônica e o desenvolvimento econômico?

Do encontro desses dois rios nasce o maior rio do planeta em extensão e em volume de água, o Amazonas. As águas barrentas do Solimões quando se encontram com as águas escuras do rio Negro demoram a se misturar, num fenômeno que atrai inúmeros turistas. Crédito: Pedro Martinelli

Construído durante o promissor ciclo da borracha, o porto flutuante de Manaus foi projetado por engenheiros ingleses, com o objetivo de acompanhar as enchentes do Rio Negro. Dele partem embarcações de pesca, de transporte de cargas e de passageiros para uma das principais atrações turísticas locais, o encontro dos rios Negro e Solimões. Crédito: Divulgação/Clóvis Miranda - Manaustur

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Na concepção capitalista, voltada para a obtenção de lucros em curto prazo e pensar no futuro, a terra é um meio de negócio e simples mercadoria.

Em outras concepções (maneiras de pensar) a terra é fonte de vida, um meio de trabalho

para o sustento da família e da comunidade. Procura-se um uso produtivo do solo, com a conservação do ambiente.

Para uns, desenvolver a Amazônia significa derrubar florestas, exterminar a fauna

(animais), expulsar índios e pequenos proprietários para organizar grandes fazendas e empresas de extração mineral e vegetal.

Porém, o ideal seria uma ocupação racional do espaço Amazônico através da

preservação natural, da garantia de terra para as populações indígenas e do incentivo às atividades extrativas vegetais que não destruam a fauna e nem a flora local.

Saiba mais! Deu na Impressa. As sete Pragas da Amazônia

1 FOGO As queimadas causam perdas de 121 milhões de dólares por ano. Considerada a emissão de carbono, os prejuízos chegam a 5 bilhões de dólares.

2 MADEIREIRAS Há mais de 3 000 empresas cortando árvores. Para cada unidade retirada, os madeireiros danificam pelo menos outras quinze árvores.

3 ESTRADAS Mais de 80% das queimadas acontecem perto das rodovias. A colonização se dá ao longo de 100 000 quilômetros de estradas clandestinas.

4 GARIMPOS Além de poluírem os rios e devastarem reservas ambientais, os garimpeiros foram responsáveis pela chegada da aids às aldeias indígenas.

5 PASTAGENS A soja avança sobre pastos antigos e capitaliza pecuaristas, que abrem novas áreas na mata. Cerca de 12% da Amazônia já virou pasto.

6 CORRUPÇÃO Só a Operação Curupira, realizada em junho, prendeu 47 funcionários do Ibama envolvidos na exploração ilegal da floresta.

7 BUROCRACIA De 539 milhões de reais em multas aplicadas em 2004, só 63 milhões de reais foram pagos e apenas 3 milhões de reais ficaram com o Ibama. Fonte Revista Veja Outubro de 2005

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O HOMEM E O AMBIENTE NO ESPAÇO E NO TEMPO

Através do estudo das regiões, feito nos últimos módulos, você pode observar

que o nosso país apresenta grandes diversidades (diferenças) regionais nos aspectos humanos e naturais.

No aspecto humano: Por sua grande extensão e pelas diferenças regionais, nosso país chega a ser chamado de país-continente, pois é formado por povos de muitas etnias (grupos de indivíduos com cultura e origem comuns) que através de seus hábitos culturais criaram paisagens bastante diferenciadas. Não só culturalmente as diferenças são grandes, mas também ao nível de desenvolvimento econômico, padrão de vida da população, da distribuição de riquezas.

No aspecto natural: encontramos diversos tipos de ecossistemas.

Você sabe o que é um ecossistema?

Ecossistema é um sistema biológico no qual há uma cadeia alimentar com vegetais e animais que dependem uns dos outros, onde há influência entre os seres vivos com o seu meio ambiente (solo, ar, clima, água etc).

Como você viu, a floresta Amazônica é um exemplo de um dos mais ricos ecossistemas que existem, por sua imensa variedade de espécies vegetais e animais que aí se desenvolvem.

Além da grande quantidade de plantas e animais, o solo é o elemento que mais

chama a atenção na floresta Amazônica, porque apesar de ser muito pobre em fertilidade, abriga o mais rico e diversificado ecossistema da Terra.

Exercício. Responda em seu caderno.

1. O solo Amazônico é fértil? Justifique sua resposta. 2. Você observou no texto que a população amazônica aumentou após a década de

70. O que estimulou esse crescimento? 3. Qual a situação do índio atualmente? 4. Cite os projetos desenvolvidos na região, e as conseqüências negativas que

ocorreram com a instalação desses projetos. 5. Na sua opinião, como e porque devemos preservar a riqueza natural Amazônica?

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O solo é um recurso básico, pois sem ele outros recursos não podem existir, como é o caso da flora.

Como se forma o solo?

Pela decomposição das rochas e materiais orgânicos que sofrem a ação do tempo (chuva, umidade, vento etc).

Para melhor compreender o que é o solo, observe o quintal de sua casa, um

jardim, uma rua de terra, uma estrada. Observe que a rocha já está bastante decomposta, tornando-se arável e permitindo o plantio. O solo mais adequado para uma boa produção agrícola deve conter, além de matéria orgânica, uma grande variedade de elementos minerais. Também o relevo e a topografia plana, favorecem a atividade agrícola.

Por que o solo amazônico é pobre?

Porque não contém os elementos minerais de que as plantas necessitam, formados principalmente por areia e argila.

Como nesse solo se desenvolve uma floresta tão rica?

Isso ocorre porque esta vegetação

vive praticamente de si mesma, a floresta se auto reproduz. A grande umidade e calor da região provocam a rápida decomposição dos frutos, folhas e galhos que caem da árvore para o solo, produzindo nutrientes que são absorvidos pelas plantas ou das plantas novas que se desenvolvem a partir de sementes caídas.

A floresta protege o solo da erosão,

pois suas árvores muito juntas formam uma camada densa que o protege das enxurradas. A fauna (espécies animais), também depende da vegetação para a sua proteção

e sobrevivência. Como você observou no exemplo acima, os elementos naturais da região

amazônica, como em outros ecossistemas, se relacionam e dependem uns dos outros. Observe que um animal se alimenta de outro e ou das plantas para sobreviver. Num ecossistema, há um equilíbrio perfeito entre essa cadeia alimentar e a

continuidade da espécie. Quando há um desequilíbrio ecológico, provocado pela natureza ou pelo próprio homem, pode haver a extinção de algumas espécies.

SOLO: é a camada superficial da crosta terrestre, que tem vida microbiana (micróbios) e permite o crescimento das plantas.

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Por isso, o homem tem que preservar a natureza e não alterar o ecossistema com mudanças que possam prejudicar o equilíbrio ecológico.

Todos os ecossistemas do planeta estão interligados formando um sistema

integrado de vida na superfície da Terra. Esse sistema é a biosfera.

A Terra é um planeta vivo, um sistema de vida onde as partes só existem em função do conjunto, funcionando como um gigantesco organismo do qual fazem parte todos os ecossistemas do planeta.

Um organismo reage diante das alterações que sofrem, procurando recuperar partes danificadas: um corte acaba cicatrizando sozinho, a pele queimada é naturalmente

substituída por outra, e assim por diante. A Biosfera também apresenta esse comportamento. Todos os seus elementos

são integrados e complementares. Se um é destruído, com o tempo todos os outros sofrerão as conseqüências dessa destruição.

Nos últimos séculos, o homem tem tido um comportamento destrutivo em relação

à Biosfera, encarando a natureza como mero instrumento a seu serviço. As árvores, os animais, o solo, a água, só têm importância se servirem a um objetivo econômico, ligado à busca do lucro ou da satisfação material.

Durante muito tempo se acreditou que a natureza fosse infinita e

seus recursos inesgotáveis. Porém, hoje sabemos que a biosfera tem limites muito claros e a humanidade já começou a atingir esses limites.

Você sabe o que é biosfera?

É a camada da Terra onde os seres vivos se relacionam com o meio físico (clima, solo, água etc), permitindo a vida no planeta.

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CONSEQÜÊNCIAS DA AÇÃO DO HOMEM NA BIOSFERA

1) Desmatamentos

Cada vez que se derrubam árvores de uma floresta, diminui a quantidade de vapor d'água retido pelas folhas, que vai para a atmosfera, provocando uma diminuição da umidade do ar e conseqüente aumento das secas. A diminuição das chuvas, por sua vez, causa a morte de outras árvores e também de espécies animais. Outra mudança importante que ocorre nas regiões desmatadas é a elevação da temperatura no meio ambiente. Muitas regiões que já foram bosques ou florestas tropicais podem tornar-se desérticas

por causa do desmatamento.

Leitura Suplementar: Desmatamento na Amazônia

Calcula-se que as madeireiras ilegais tenham produzido no ano passado cerca de 8 milhões de metros cúbicos, com um lucro de pelo menos 1,8 bilhão de dólares. O último levantamento disponível sobre a quantidade de máquinas e equipamentos envolvidos na extração de madeira, realizado em 1998, identificou a existência de cerca de 8.478 caminhões e 5.006 tratores usados pelos madeireiros na Amazônia. As fábricas de motosserras – cuja venda é controlada como a de armamentos – nunca faturaram tanto nas

lojas mais próximas à floresta. Segundo os registros do Ibama, o número de motosserras registradas em 2004 cresceu 11% em relação ao ano anterior. O setor de defensivos agrícolas também ganha. Desfolhantes – utilizados para eliminar ervas daninhas – estão na lista de opções dos desmatadores que pulverizam a mata para agilizar seu trabalho. Há incremento de negócios até com correntes de amarrar navios – usadas numa técnica de derrubada de mata, esticadas entre dois tratores.

A rede de estradas clandestinas criadas nessa atividade é de 100.000 quilômetros, conforme estudos do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia. Essas vias funcionam como artérias por onde penetram os germes que consumirão ainda mais a floresta. Os primeiros a utilizar esses caminhos são os posseiros, que desmatam para vender a madeira restante e para fazer pequenas roças. Em toda a Amazônia, há mais de 800.000 famílias vivendo desse modo. Seja invasora ou assentada por programas de reforma agrária e colonização, cada uma dessas famílias pode desmatar até 3 hectares por ano, para cultivo de subsistência. A fatia que cada uma tira anualmente da floresta é insignificante. A soma do que todas tiram – 470.000 hectares – é um problema. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, as pequenas propriedades respondem por 18% das taxas oficiais de desmatamento.

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2) Desenvolvimento Industrial

Os impactos provocados por uma indústria podem ir além do espaço físico que ela ocupa.

Você se lembra do processo para a

fabricação do caderno? Para a fabricação do papel era necessária a celulose.

As fábricas de celulose utilizam como

matéria-prima à madeira extraída de milhares de hectares de florestas ajudando na quase extinção

dos pinheirais do Paraná. As siderúrgicas utilizam minérios que são extraídos de extensas escavações

deformando paisagens, poluindo os rios, assoreando (obstruindo com areia) lagos e matando peixes.

As indústrias são grandes consumidoras de energia

elétrica, necessitando da construção de enormes barragens, que vão ocasionar alagamentos de áreas cobertas por vegetação.

A instalação de termoelétricas, com a queima do óleo diesel para o seu funcionamento, também provoca a poluição do ar atmosférico; usinas nucleares com riscos de vazamentos acidentais podem provocar contaminação radiativa.

As indústrias provocam a poluição de rios e morte de peixes pelos compostos químicos que são lançados sobre eles. Poluem o ar atmosférico com gases tóxicos, fumaças e poeiras, causando irritação das vias respiratórias, bronquite e falta de ar.

O consumismo faz com que as pessoas comprem mais do que realmente necessitam. Por meio da propaganda, cria necessidades às pessoas, o que garante a ampliação

contínua das instalações industriais. O consumismo não gera apenas os impactos ambientais decorrentes da necessidade crescente de energia e do próprio processo industrial, mas é a causa do esgotamento dos recursos naturais não renováveis, como é o caso do petróleo e os minérios em geral.

3) Poluição Atmosférica

A camada de ar que envolve a Terra chama-se Atmosfera e é nessa camada que

acontece a chuva ácida, o buraco na Camada de Ozônio e o Efeito estufa. A seguir você tem um esquema da atmosfera e suas subdivisões.

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A poluição atmosférica pode ser altamente corrosiva por meio de um fenômeno conhecido como chuva ácida. A presença do ácido sulfúrico no ar ocasiona a alteração de pinturas dos imóveis, o desgaste das pedras dos edifícios e a má qualidade da água consumida pela população.

A chuva ácida não é causada exclusivamente por grandes indústrias, pode ser também o resultado da poluição causada por automóveis.

Na região da mata Atlântica, por influência da poluição que é produzida pelas

indústrias de Cubatão - SP, está ocorrendo a morte principalmente de árvores de grande porte que possuem maior superfície de folhas expostas à ação da atmosfera contaminada.

4) O buraco na camada de ozônio

Você já deve ter visto em muitas propagandas que determinado produto não contém CFC (cloro-fluor-carboneto), que é um gás sintético usado principalmente nos sistemas de refrigeração e em produtos aerosóis.

Mas, por que essa preocupação com o CFC? O que o CFC tem a ver com a

camada de ozônio? A camada de ozônio existe nas altas regiões da atmosfera e protege a vida na

Terra das radiações ultravioletas do sol. Se essas radiações atingissem a Terra com toda a sua intensidade, a vida seria impossível.

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O CFC usado nos refrigeradores, perfumes e inseticidas pode provocar verdadeiros "rombos" na camada de ozônio.

Esses buracos já foram encontrados sobre a Antártida e sabe-se que esse

fenômeno vem ocorrendo em outras regiões do globo terrestre. Vários acordos têm sido firmados no sentido de reduzir e banir o uso desse gás,

porém, isso depende da descoberta de substâncias que possam substituí-lo.

5) Efeito estufa Você já ouviu falar que a temperatura da Terra está aumentando?

E que esse aumento da temperatura está provocando o degelo das regiões

polares? Esse derretimento aumenta o volume de águas do mar e poderia provocar grandes inundações?

Por que isso acontece? Por causa de uma camada de gases que envolvem a Terra como um vidro e,

impede o calor terrestre de ir para o espaço, esquentando o planeta. Esse calor é responsável pela vida na Terra, mas por causa das emissões de

gases poluentes provocados pelas indústrias e pelos automóveis, esse calor passou a ficar preso dentro de uma "estufa" atmosférica, provocando o aumento da temperatura, o derretimento das geleiras e o conseqüente aumento do nível das águas do mar.

Deu no Jornal CAMADA DE OZÔNIO – Buraco aumenta e atinge recorde

Em 11/10/00, o jornal Folha de S.Paulo publica que, de acordo com o periódico americano The New York Times, o buraco que se abre na camada de ozônio sobre a Antártica, no hemisfério sul, durante a primavera formou-se mais cedo este ano e atingiu o recorde de 28,5 milhões de km². Em 1981 ele cobria 23 milhões de km². Suspeita-se que o aquecimento global esteja favorecendo as reações químicas que destroem o ozônio ou que o aumento do buraco seja conseqüência de variações meteorológicas naturais.

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6) A poluição das águas

Os cursos d'água em nosso planeta quase perderam as suas finalidades naturais (transporte, abastecimento de água, irrigação, alimentação) para transformar-se em depósitos de esgoto, lixos industriais e urbanos contaminados por agrotóxicos, o que, além de impossibilitar a vida nos rios, interfere na vida marinha.

Os rios que anteriormente

transportavam para o mar várias quantidades de nutrientes indispensáveis para a vida aquática, hoje levam contaminação e poluição ao ambiente marinho.

Outro problema sério nas águas oceânicas é o derrame de petróleo, tanto na produção como em seu transporte. O óleo causa a morte de peixes, além de

provocar um sabor horrível nas carnes dos peixes.

07) Poluição Urbana.

Com o desenvolvimento da atividade industrial, a população passou a se acumular nos espaços urbanos.

Essa ocupação feita em muitas regiões de forma desordenada trouxe vários tipos de problemas para o ambiente e para a vida das pessoas em geral.

Você sabe quais os principais problemas urbanos do nosso município?

Provavelmente, você deve ter falado

sobre os mesmos problemas que hoje atingem as principais cidades do país: poluição do ar por acúmulo de veículos nas ruas; falta de filtro nas chaminés industriais; despejo de esgotos e detritos industriais sem tratamento nos rios; a poluição sonora provocada por veículos, indústrias e casas noturnas, que perturbam moradores de muitos bairros; a poluição provocada pelo lixo urbano que é espalhado pelas ruas e calçadas, assim como em terrenos baldios e se constituem em verdadeiros depósitos, criando problemas de proliferação de moscas e outros animais.

Curiosidades. Você sabia... O Brasil possui a maior reserva mundial

de recursos hídricos. Abriga, em seu território, uma das maiores redes hidrográficas do planeta, além de extensas reservas de água subterrâneas. Teoricamente, cada brasileiro tem cerca de 34 milhões de litros de água à sua disposição. Apesar de todo esse potencial, o país ainda sofre com a falta de água. O Nordeste enfrenta sérios problemas de seca periodicamente. São Paulo, a grande metrópole do país, vive um longo período de estiagem e racionamento de água.

O excesso de veículos, uma das causas da poluição urbana.

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Pelos vários tipos de poluição e agressão que o desenvolvimento econômico provocou no meio ambiente, parecem-nos impossível conciliar preservação ambiental e desenvolvimento tecnológico.

Fala-se muito numa forma de

desenvolvimento econômico denominada sustentável, ou seja, um desenvolvimento não predatório (destruidor), que é obtido de forma compatível com a preservação dos recursos naturais de um determinado país.

Visa ao planejamento de uma

região baseada em suas potencialidades, ou seja, o uso de suas reservas de acordo com a sua velocidade de renovação ou pela reciclagem natural.

Na verdade, o desenvolvimento

mais do que auto-sustentável deveria ser auto-preservante, ou seja, criar condições de preservar os recursos naturais.

LEITURA SUPLEMENTAR. PARA ONDE VAMOS COM NOSSAS AGRESSÕES AO PLANETA? O

PESSIMISMO DA RESPOSTA VARIA, MAS HÁ UM CONSENSO: A HORA DE AGIR É JÁ.

Desde que a era das fotografias espaciais começou, há quarenta anos, uma nova e prodigiosa imagem se formou no arquivo mental da humanidade sobre o que é o planeta no qual vivemos. Do nosso ponto de vista no universo, provavelmente não existe nada que se compare à beleza desta vívida esfera azul, brilhando na imensidão do espaço, água e terra entrelaçadas num abraço eterno, envoltas num cambiante véu de nuvens. O que as fotos não mostram, mas sabemos existir mais abaixo, é igualmente de arrepiar.

Deposito de lixo. O homem o mais prejudicado.

Exercícios. Responda em seu caderno: 01. Um jardim, um aquário, uma árvore podem ser considerados ecossistemas? Sim ou não. Justifique (explique). 02. Desde um pequeno jardim até a Floresta Amazônica, podemos considerá-los como um ecossistema. Como você caracteriza o ecossistema da Floresta Amazônica? 03. Apesar de sustentar uma grande floresta, o solo da região Amazônica é muito pobre. O que sustenta essa imensa floresta? 04. Por que é importante para o homem não prejudicar o ecossistema? 05. Cite as conseqüências da ação do homem na Biosfera. Circule as ações em que você participa diretamente.

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A luxuriante diversidade da vida espalhada por florestas, montanhas, desertos, oceanos, rios, vibrando num diapasão constante que evoca uma história de 3,5 bilhões de anos, desde as bactérias primevas até tudo o que respira, exala, anda, rasteja, suga, fotossintetiza-se, multiplica-se e replica-se, neste momento exato, em nosso planeta. Além de tudo cuja existência conhecemos, ainda há o que apenas supomos. "A totalidade da vida, conhecida como biosfera pelos cientistas e criação pelos teólogos, é uma membrana tão fina de organismos que envolve a Terra que não pode ser vista a partir de uma nave espacial, porém internamente é tão complexa que a maior parte das espécies que a compõem está por ser descoberta", escreveu, numa tentativa de síntese da grandiosidade do fenômeno, Edward O. Wilson, o grande biólogo americano.

Wilson está entre os cientistas de vulto que clamam insistentemente pela atenção da humanidade para o perigo real e cada vez mais imediato para a sobrevivência de nós mesmos, que podemos ser arrastados num paroxismo de autodestruição, levando conosco as formas mais complexas de vida. Claro, sempre sobrarão as baratas.

Até recentemente, era comum falar em ameaças que poderiam afetar a vida de nossos netos – uma perspectiva bastante incômoda, mas sem a premência dos desastres iminentes. Hoje, até a palavra ameaça ficou superada. Os fenômenos deletérios estão em andamento e muitos de seus efeitos serão sentidos ainda dentro da expectativa de vida de boa parte da humanidade. Propaga-se,

por exemplo, a noção de que está em curso a sexta extinção em massa. As cinco anteriores conhecidas pela ciência deixaram registros geológicos concretos. A maior aconteceu há 250 milhões de anos; a mais conhecida, a que extinguiu os dinossauros, há 65 milhões. Extinções, evidentemente, fazem parte da história da Terra – menos de 10% das espécies que em algum momento existiram continuam a ter um bilhete no ciclo da vida do planeta. A taxa de extinção considerada normal é de uma espécie em 1 milhão por ano; a atual gira em torno de 1.000 por ano entre espécies conhecidas e ainda não catalogadas. O aquecimento global tampouco é apenas uma hipótese no horizonte do médio prazo. Todas as grandes geleiras do planeta vêm diminuindo, os oceanos estão se tornando mais quentes, animais mudam suas rotas migratórias, a diferença de temperatura entre dia e noite cai. Os níveis de dióxido de carbono são os mais altos dos últimos 420.000 anos. Se as emissões

continuarem, atingirão um estágio que ocorreu pela última vez no Eoceno, há 50 milhões de anos.

As previsões catastrofistas sobre o futuro da humanidade têm sido desacreditadas desde que Thomas Malthus escreveu seu Ensaio sobre o Princípio da População, no fim do século XVIII, prevendo uma superpopulação avassaladora. Ridicularizar os profetas do pessimismo freqüentemente se revela um exercício saudável. A capacidade de adaptação humana, somada aos vertiginosos avanços do conhecimento no

último século, desmentiu mais de um cenário apocalíptico. Mas hoje pouca gente está para brincadeiras. Um levantamento recente de trabalhos científicos sobre as mudanças climáticas mostrou que 75% endossavam a hipótese do aquecimento global – os outros 25% foram considerados neutros, pois analisavam métodos e procedimentos.

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Quando tratam dos efeitos das transformações em curso, alguns estudiosos usam palavras que parecem saídas de obras de ficção científica. "Acredito que as chances de nossa civilização na Terra sobreviver até o fim do século presente não passam de 50%", escreve o cientista inglês Martin Rees, professor de cosmologia em Cambridge, no livro Hora Final. Mesmo quando pende para um lado mais conservador, Rees pinta um quadro de amargar: "As mudanças globais – poluição, perda de biodiversidade, aquecimento global – não têm precedentes em sua velocidade. Ainda que o aquecimento global aconteça na ponta mais lenta do espectro provável, suas conseqüências – competição por suprimentos de água e migrações em ampla escala – podem engendrar tensões desencadeadoras de conflitos internacionais e regionais, sobretudo se eles forem excessivamente alimentados por crescimento populacional contínuo."

A capacidade humana de alterar o planeta em escala geológica atingiu tal ponto que o cientista holandês Paul Crutzen propõe que a época atual, Holoceno, iniciada há apenas 10.000 anos, já acabou. Vivemos, diz ele, em pleno antropoceno – e isso começou no fim do século XVIII, com a invenção da máquina a vapor, desencadeadora do processo que mudou a face da Terra. A vaga de alarmismo que permeia o mundo no momento é tamanha que permite perguntas altamente incômodas. Em escala cosmológica,

qual seria a importância do desaparecimento dos humanos da Terra (ainda que levassem, em sua irresponsabilidade genocida, uma enormidade de espécies consigo)? Mais ainda: o mecanismo de autodestruição não está embutido na própria espécie, para barrar sua propagação virulenta e descontrolada, e entrou em ação justamente num momento crítico?

Fazer perguntas para as quais não se tem respostas é próprio da espécie humana. Podemos, no entanto, conjeturar. Uma resposta possível à primeira pergunta é que a importância provavelmente é nenhuma. Mesmo que o surgimento de vida inteligente e consciente tenha resultado de uma cadeia de eventos tão improvável que tenha acontecido uma única vez – aqui mesmo, na nossa magnífica esfera azul –, a extinção da espécie humana, por mais inominável que nos pareça, não significa o fim da vida. À segunda pergunta, só podemos responder que, como não estaremos aqui para saber se a hipótese se confirma, temos a obrigação de trabalhar com a idéia contrária: não estamos programados para a extinção, ou pelo menos não agora. A vida começou na Terra há cerca de 3,5 bilhões de anos e ainda há 6 bilhões pela frente antes que o sol incinere a Terra. Cerca de 60 bilhões de seres humanos já viveram antes de nós. Seria demais deixar um desaparecimento catastrófico acontecer justo no nosso turno.

Vilma Gryzinski Veja, Outubro de 2005

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EQUIPE DE GEOGRAFIA CEESVO 2005

Jaime Aparecido da Silva Maria de Fátima Pinto

Deise Quevedo Bertaco

COLABORAÇÃO

PCP Neiva Aparecida Ferraz Nunes Equipe de Geografia do CEESSO 2004

DIREÇÃO

Elisabete Marinoni Gomes Maria Isabel R. de C. Kupper

APOIO.

Prefeitura Municipal de Votorantim.

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