APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Apostila de Desenho Tecnico

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Equipe Responsável: André Augusto de Almeida Alves

Cristiane Michico Passos Okawa Gustavo Bruski de Vasconcelos

Paula Sardeiro Vanderlei

Maringá, fevereiro de 2010

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Sumário CAPÍTULO 1 – Normas e convenções do desenho 01 CAPÍTULO 2 – Escalas 31 CAPÍTULO 3 – Cotagem 40 CAPÍTULO 4 – Construções geométricas 63 CAPÍTULO 5 – Projeções 85 CAPÍTULO 6 – Perspectiva 115 CAPÍTULO 7 – Sistemas cad 156

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CAPÍTULO 1 – NORMAS E CONVENÇÕES DO DESENHO 1.1 Introdução

O desenho é o processo de criação visual com objetivo final. Um bom

desenho mostra a melhor expressão visual possível da essência daquilo que está

representando.

Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de

comunicação. E essa comunicação (representação gráfica) trouxe grandes

contribuições para a compreensão da História, porque, por meio dos desenhos feitos

pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles, seus hábitos

e até suas idéias.

O homem pré-histórico marcou na rocha seres humanos, animais, plantas,

elementos do seu mundo, expressando de uma forma intensa as suas vivências.

Entre os tipos de desenho temos:

a) Desenho artístico ou de expressão

b) Desenho de resolução ou de precisão - a geometria descritiva

c) Desenho de representação ou técnico

Com a necessidade de um tipo de linguagem, que pudesse ser entendida em

qualquer idioma, o homem criou diversas técnicas gráficas, utilizando os desenhos.

O homem sempre manifestando a necessidade de comunicação uns com os outros

e pressionado pela Revolução Industrial, foi criado o DESENHO TÉCNICO - que

passou a ser usado por engenheiros e técnicos, como linguagem universal

expressando e registrando idéias, assim como fornecendo dados necessários à

produção de produtos intercambiáveis.

Ao contrário do desenho artístico, que serve da paisagem, modelos ou

simplesmente da imaginação, o desenho técnico não só fornece a intenção do

projetista como, também, dá informações exatas de todos os detalhes existentes na

criação.

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A importância deste desenho no processo industrial é tanta que mesmo

aquele que nunca venha a desenhar deve ser capaz de ler e interpretar

corretamente o seu conteúdo.

1.2. O que é desenho técnico?

Desenho técnico é usado pelos projetistas para transmitir uma idéia de

produto, que deve ser feita da maneira mais clara possível.

Mesmo preso por procedimentos e regras, um desenho técnico necessita que

o seu autor use sua criatividade para mostrar, com facilidade, todos os aspectos da

sua idéia, sem deixar dúvidas.

Do outro lado, uma pessoa que esteja lendo um desenho deve compreender

seus símbolos básicos, que são usados para simplificar a linguagem gráfica,

permitindo que haja o maior número de detalhes possível.

O desenho técnico é uma forma de representação gráfica usada, entre outras

finalidades, para ilustrar instrumentos de trabalho, como máquinas, peças e

ferramentas, por exemplo.

É também a linguagem universal para identificar um produto segundo sua

forma gráfica. Pois, representam corpos, formas, dimensões e o material de que são

constituídos.

O desenho técnico deve transmitir com exatidão todas as características do

objeto a ser representado.

Como uma linguagem, o desenho técnico deve ser EXATO (para ser compreensível), deve ser CLARO e de FÁCIL INTERPRETAÇÃO pelos que dele

se utilizarem.

Do mesmo modo que a língua, o desenho técnico está subordinado a regras,

que são as “Normas Técnicas”. Para garantir a exatidão do desenho técnico, o

desenhista deve seguir as regras estabelecidas previamente por estas Normas e

assim todos os elementos do desenho serão normalizados. São guias para a

padronização de procedimentos na execução e apresentação do desenho.

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As NORMAS TÉCNICAS são internacionais, foram estabelecidas em

convenções para que os países adotassem um só sistema de normas na fabricação

de máquinas e nos projetos.

1.3. Normas técnicas

As normas técnicas são normas que devem ser utilizadas tanto para produtos,

como para serviços, nos mais variados campos. Para o desenho técnico, as normas

visam uma uniformidade dentro de uma rede produtiva mundial.

As seguintes normas se aplicam diretamente ao desenho técnico no Brasil:

• NBR 10647 – Desenho Técnico Esta norma tem como objetivo geral definir os termos empregados em desenho

técnico quanto aos aspectos geométricos: projetivos e não projetivos. Os desenhos

projetivos correspondem às vistas ortográficas e as perspectivas, enquanto os

desenhos não projetivos correspondem aos fluxogramas, organogramas e gráficos.

A norma trata ainda o grau de elaboração dos desenhos que são: o esboço, o

desenho preliminar, o croqui e o desenho definitivo.

• NBR 10068/87 – Folha de desenho – layout e dimensões Esta norma estabelece as características dimensionais da folha de desenho,

destacando os formatos das folhas a partir do formato básico que é designado como

A0 onde configura um retângulo de 1m² e os demais formatos são bipartições do

formato A0. Além disso, a norma apresenta layout da folha de desenho, onde

especifica posição da legenda (identificação do desenho), sistemas de reprodução

para arquivamentos e outros itens.

• NBR 10582 - Apresentação da folha para desenho técnico Elaborada pela Comissão de Estudo de Desenho Técnico Geral, a norma fixa as

condições exigíveis para a localização e disposição do espaço para desenho,

espaço para texto e espaço para legenda, e respectivos conteúdos. Sendo assim, a

folha para o desenho deve conter: espaço para desenho, espaço para texto e

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espaço para legenda. A legenda deve conter: designação da firma; projetista,

desenhista ou outro responsável; local, data e assinatura; nome e localização do

projeto; conteúdo do desenho; escala; número do desenho e mais outras

informações essenciais.

• NBR 8196 – Emprego de escalas Esta Norma fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e suas

designações em desenhos técnicos e como requisito geral, a norma estabelece que

a designação completa de uma escala deve consistir na palavra “ESCALA”, seguida

da indicação da relação, assim como pode ser abreviada para forma “ESC” e ser

indicada na folha do desenho.

• NBR 8403/84 - Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas - Larguras das linhas.

Elaborada pela Comissão de Estudo de Desenho Técnico Geral, esta norma fixa

tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos técnicos e

documentos semelhantes. A característica principal da norma é a fixação das

espessuras para uso em desenho técnico: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00;

1,40; 2,00mm e a definição de 10 tipos de linhas (contínua, traço e ponto, traço dois

pontos, etc). Vale à pena ressaltar que a representação das linhas utilizadas e vistas

na norma de representação de projetos de arquitetura difere um pouco da presente

norma.

• NBR 8402/94 - Execução de Caráter para Escrita em Desenho Técnico Esta norma fixa condições exigíveis para a escrita usada em desenhos técnicos,

enfatizando as principais exigências na escrita: legibilidade, uniformidade e

adequação à reprodução.

• NBR 10126/87 – Cotagem em Desenho Técnico Esta norma fixa os princípios gerais de cotagem a serem aplicados em desenhos

técnicos, enfatizando que quando necessário, devem ser consultadas outras normas

técnicas de áreas específicas. Deixa claro também que é necessário consultar

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outras normas como: NBR 8402, NBR 8403 e NBR 10067. Define assim que a

cotagem é a representação gráfica no desenho da característica do elemento,

através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida.

1.4. Classificações do desenho técnico

O desenho técnico obedece aos seguintes critérios quanto ao grau de

elaboração:

Esboço Estado inicial de elaboração de um projeto, fase de estudos aguardando

melhoramentos.

Desenho preliminar Estado intermediário da elaboração do projeto, ainda sujeitos a alterações,

também chamado de ante-projeto.

Desenho definitivo Integrante da solução final do projeto completo, com todos os elementos

necessários para o perfeito entendimento do projeto. Também pode ser chamado de

projeto para execução.

Detalhe Desenho de uma parte isolada de difícil compreensão, pode gerar dúvidas,

conseqüentemente isolamos esta parte, apresentando informações

complementares.

1.5. Instrumentos e utensílios utilizados no desenho técnico

Para uma melhor apresentação do desenho (desenho preciso e límpido),

devem ser utilizados instrumentos adequados. Com a difusão dos programas de

CAD (Computer Aided Design), alguns materiais de desenho se tornaram obsoletos.

Mas, o conhecimento é importante no processo construção de aprendizado. Alguns

materiais são:

Prancheta: Onde são fixados os papéis para a execução dos desenhos. Retângulo

de madeira apoiado sobre um cavalete onde os 4 lados devem estar no esquadro. A

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superfície deve ser lisa. Deve-se ter cuidado com a iluminação para não formar

sombra sobre o desenho, conforme exemplo da Figura 1.1, a seguir.

Figura 1.1 - Prancheta

OBS.: Atenção especial deve ser dada à posição e localização da mesa ou

prancheta, em função da iluminação na sala de trabalho:

• a luz deve incidir sobre o papel pela frente, da esquerda para a direita;

• a iluminação artificial, quando houver, necessita proporcionar uma iluminação

perfeita da superfície do papel, sem ofuscar os olhos do desenhista.

Régua Paralela: É uma régua composta de uma haste e fios para fixá-la na

prancheta. Uma vez fixa, desliza sobre ela e é possível traçar-se linhas paralelas

horizontais ou ainda apoiar esquadros para traçarem-se linhas verticais ou com

determinada inclinação. São fabricadas em acrílico transparente e podem ser

encontradas em vários tamanhos (Figura 1.2). Atenção: não se deve desenhar com

a aresta inferior da régua e não colocar pesos sobre a régua para que permaneça no

lugar.

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Modo de usar:

Procura-se manter a horizontalidade da régua, pressionando-a firmemente

contra o papel na posição desejada. Inclina-se o lápis na direção do traço, rente ao

bordo superior da régua, seguindo o sentido da esquerda para a direita.

Para fazê-la subir ou descer, procurar erguer a régua para não sujar o

desenho e imprimir o movimento para cima ou para baixo.

Figura 1.2 - Régua paralela

Esquadros: São fabricados em material transparente para observar os pontos de

contato. Tem forma de triângulo retângulo, formando ângulos de 45º, 30º e 60º

(Figura 1.3) e diversos tamanhos.

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Figura 1.3 - Esquadros 60° e 45°

São utilizados para o traçado de retas paralelas, retas oblíquas e retas

perpendiculares as retas dadas (ver item 1.1 e Figura 1.4).

Para usar o esquadro, fixe-o com a palma da mão, incline o lápis em relação

ao papel aproximadamente 60º, de modo que a ponta fique ligeiramente afastada do

esquadro. O esquadro é usado de modo que fique à direita do traço, isso não vale

para desenhistas canhotos.

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Figura 1.4 - Traçando retas paralelas com os esquadros

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São usados em pares: um de 45° e outro de 30° / 60°. A combinação de

ambos permite obter vários ângulos comuns nos desenhos, bem como traçar retas

paralelas e perpendiculares (Figura 1.5).

Para traçar retas paralelas, segure um dos esquadros, guiando o segundo

esquadro através do papel. Caso o segundo esquadro chegue na ponta do primeiro,

segure o segundo esquadro e ajuste o primeiro para continuar o traçado.

Figura 1.5 - Uso dos esquadros em pares e exemplos de angulações

Escalímetro ou Escala: Desenvolvida no formato triangular com seis tipos de

escala sendo 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125 (Figuras 1.6 e 1.7) a escala

adotada deve ser indicada na legenda do desenho e quando em uma mesma

prancha se utilizar vários tipos de escala, deve-se colocar abaixo do desenho cada

uma.

A escala é a razão existente entre as medidas no papel do desenho e as

medidas reais do objeto. Veremos isto no capitulo referente ao estudo e uso das

escalas.

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Não se deve usar a escala para traçar linhas, pois o lápis suja a régua, gasta a graduação e a linha não é regular por falta de apoio. Seu uso é exclusivamente

para marcar e tomar medidas.

Figura 1.6 - Escalímetros

Figura 1.7 - Escalímetros com múltiplos e submúltiplos

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Compasso: É o instrumento que serve para traçar circunferências ou arcos de

circunferência. O compasso serve para o traçado de círculos de quaisquer raios.

Uso e Conservação dos Compassos:

Antes de traçar arcos de pequenos raios, deve-se avançar ligeiramente a

agulha da ponta seca. Para maiores raios, as pernas do compasso devem ser

dobradas de tal modo que fiquem perpendiculares à superfície do papel. Em ambos

os casos, a curva deverá ser traçada de uma só vez e no sentido dos ponteiros do

relógio, com ligeira inclinação, segurando-se o compasso com o polegar e o

indicador da mão direita no balaústre. O grafite do compasso deve ser duro e

afinado em bisel numa lixa fina (lixa de unhas). O tipo H é o mais indicado para

papel normal, e o F para papel de superfície mais lisa.

Transferidor: É um círculo ou semicírculo, graduado de 0° a 180°, fabricado em

acrílico cristal com graduação de grau e frações de grau, servindo para medir

ângulos esféricos. Para medir ângulos, coloca-se o diâmetro coincidindo com um

dos lados do ângulo e o centro do transferidor sobre o vértice. O outro lado nos dará

no transferidor, a medida do ângulo.

Gabaritos: São placas vazadas de acrílico transparente para serem utilizadas a fim

de desenhar perfis especiais e peças padronizadas como círculos, tubulações,

elipses, louças sanitárias, etc. Possuem diversas escalas.

Fita adesiva: Para fixar o papel de desenho na prancheta.

Papel: Pode ser utilizado papel opaco ou transparente, tipo vegetal, manteiga ou

sulfurize.

Lápis / Lapiseiras: Os lápis e lapiseiras de desenho são sextavados para que

sejam bem presos entre os dedos e não rolem sobre a mesa. O grafite deve ser de

grânulo fino e resistente à ruptura, além disso, deve ter traço uniforme e fácil de ser

apagado.

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As lapiseiras devem apertar o grafite de modo que não escorreguem para

dentro ao se forçar sobre o papel e não girar no desenho. A ponta apoia-se

diretamente sobre a face da régua ou do esquadro girando lentamente a fim de obter

um traço uniforme. As especificações dos lápis de desenhos variam conforme sua

dureza, e as lapiseiras, conforme sua espessura, assim ambos variam conforme o

tipo de linha:

Tipos de linhas Lápis/Lapiseiras Linhas grossas 2B e B 0,9 mm

Linhas médias HB 0,5 mm

Linhas finas 2H 0,3 mm

Os grafites ou minas de grafites são classificados em duros, médios e moles,

identificados pela série H e B. Quanto mais H, mais duro; quanto mais B, mais mole

(ou suave) e os médios HB ou F.

Os símbolos H, F e B vêm do inglês e significam:

• H = HARD = duro

• F = FIRM = estável

• B = BLACK = preto.

Borracha: A borracha deve ser usada somente para remover as linhas traçadas

erroneamente ou para modificar detalhes do desenho devido a alterações no projeto.

Uma borracha à base de pó abrasivo poderá danificar a superfície do papel e

inutilizar o desenho.

Para apagar os traços de um lápis macio, a borracha deve ser mole e de grão

fino; para os traços a lápis duro, a borracha deverá ser dura, áspera e de

consistência arenosa. Em ambos os casos é aconselhável o tipo prismático por ser

fácil a aplicação de seus vértices nas pequenas áreas do desenho.

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1.6. Movimento dos esquadros, da régua paralela e da lapiseira no traçado de linhas (Figuras 1.8 e 1.9):

Figura 1.8 - Movimento dos esquadros, da régua paralela e da lapiseira no traçado

de linhas

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Figura 1.9 - Movimento dos esquadros, da régua paralela e da lapiseira no traçado

de linhas

1.7. Tipos de papel, formatos e dobramentos das folhas

Os tipos de papel mais utilizados em desenho são:

Papel comum – Papel branco ofício usado para esboço sem muita importância

(sujeito a melhoramentos).

Papel sulfurize – Papel rugoso, branco opaco ou amarelado, muito bom para

trabalhar a lápis. Utilizado para execução de esboços e anteprojetos.

Recomendados para desenhos coloridos e desenhos a lápis. São vendidos em rolo

ou em folha padronizada.

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1.8. Formatos do papel

Os formatos de papel para a execução dos desenhos técnicos são

padronizados obedecendo às normas estabelecidas pela ABNT (Associação

Brasileira de Normas Técnicas). O formato básico, designado por A0 é o do

retângulo de lado medindo 841 e 1189mm, tendo área de 1m². A partir deste formato

básico derivam os demais da série A (figuras 1.10 e 1.11), pela bipartição ou

duplicação sucessiva, que são: A0, A1, A2, A3 e A4 os mais usados, porém existem

ainda formatos menores que A4 e maiores que A0.

A (Tabela 1.1) a seguir mostra os formatos com suas respectivas margens.

Tabela 1.1 - Margens da folha de acordo com o formato

No lado vertical esquerdo sempre será 25mm (para arquivamento do desenho

em classificadores) para todos formatos e nos demais lados 10mm, para A0 e A1 e

7mm para A2, A3 e A4.

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Figura 1.10 – Formato básico de papel e suas derivações.

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Figura 1.11 – Formato básico de papel e margens

1.9. Dobragem de folhas

Na dobragem das folhas, o formato final deve ser o A4, facilitando o

arquivamento em pastas. Os formatos devem ser dobrados primeiramente na largura

e posteriormente na altura; e de modo a ficar visível o quadro destinado à legenda e

o lado esquerdo a ser fixado no arquivo.

Efetua-se o dobramento a partir do lado d (direito), em dobras verticais de

185mm. A parte final a é dobrada ao meio (Figura 1.12).

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Figura 1.12 - Dobradura do desenho/prancha

Para não perfurar a parte superior nos formatos A0, A1 e A2, faz-se uma

dobra triangular, para dentro a partir do canto. Conforme indica a (Figura 1.13).

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Figura 1.13 – Dobragem das folhas

1.10. Caligrafia técnica

As Letras e Algarismos contribuem para o bom aspecto do desenho, assim

como o papel e o dobramento das folhas. Devem ser: LEGÍVEIS, DE RÁPIDO

TRAÇADO E UNIFORMES. O traçado das letras mais indicado é no sentido vertical

(Figuras 1.14 e 1.15).

.

Figura 1.14 - Proporções e exemplos de linhas auxiliares para a caligrafia técnica

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Figura 1.15 - Proporções para a caligrafia técnica

a) Dicas para desenho simplificado de letras: · Utilize a altura mínima de 3mm.

· Escolha a altura das letras maiúsculas e divida em 3 partes iguais.

· Utilize 1/3 para baixo para a altura das minúsculas.

· A perna ou haste das letras (j, l, t, etc.) ocupa 1/3 para cima ou para baixo.

· Evite letras grandes que possam aparecer mais que os desenhos.

. Use o sentido horário para padronizar e caligrafia na folha (Figura 1.16).

Figura 1.16 - Sempre o sentido horário na grafia técnica

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b) Proporção entre as letras e algarismos Os algarismos devem ter a mesma altura das letras maiúsculas.

· Altura: as minúsculas devem ter 5/7 da altura das maiúsculas.

· Largura: as minúsculas devem ter 4/7 da largura das maiúsculas.

· Minúsculas: b, d, f, h, k, l, t devem ter a mesma altura das maiúsculas.

· Minúsculas: g, j, p, q, y devem ultrapassar a pauta inferior 2/7 h.

Pode-se agrupar as letras conforme a semelhantes do traçado.

· Grupo I, L, T, H, F, E - traços retos e paralelos.

· Grupo N, Z, V, A, X - traços retos com grande inclinação.

· Grupo M, Y, K, W - traços inclinados e curtos.

· Grupo J, D, U - traços retos e curvos.

· Grupo O, Q, G, C - traços com duas pequenas retas e duas curvas, derivam da

letra O.

· Grupo P, R, B - traços retos e curvas com pequenos traços retos e horizontais. · Letra S - formado apenas de arcos.

· Grupo i, l, x, z, v, w, k - traços retos.

· Grupo f, j, t, y, r - traços retos e pequenos arcos.

· Grupo n, m, u, h - traços retos e arcos.

· Grupo o, a, e, c, b, d, g, p, q - traços básicos da letra o.

c) Grupo dos Algarismos São um pouco mais estreitos que as letras maiúsculas, aproximadamente 4/7 da

altura (1, 2, 3, 4, 5, 6,7, 8, 9, 0)

1.11. Legendas

A legenda ou identificação na gíria profissional chama-se Carimbo, que tem a

finalidade de uniformizar as informações que devem acompanhar os desenhos. Os

tamanhos e formatos dos carimbos obedecem à tabela dos formatos A. Recomenda-

se que o carimbo seja usado junto à margem, no canto inferior direito (Figura 1.17).

Esta colocação é necessária para que haja boa visibilidade quando os desenhos são

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arquivados. O carimbo deve possuir as seguintes informações principais, ficando, no

entanto, a critério do escritório, o acréscimo ou a supressão de outros dados:

Figura 1.17 - Localização da legenda e posição da grafia/cotas

Normalmente, as legendas (Figura 1.18) apresentam as seguintes dimensões:

Formatos L H

A0, A1, A2 175 mm Var. > 50 mm

A2, A3, A4 120 mm 35 - 50 mm

A4 90 mm 25 - 35 mm

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Figura 1.18 - Exemplo de legenda

1.12. Traçados com instrumentos

1. Pegar uma folha de papel A3 ou A4, por exemplo, e fixar a mesma, alinhando-a

com a régua paralela (Figura 1.19).

2. A maneira de fixar a folha com a fita adesiva é muito importante, faça seguindo o

exemplo a seguir.

3. Fixar a folha pelas pontas nas ordens de 1 a 4.

4. Alinhar a folha paralelamente à régua, no sentido horizontal, fixar as pontas 1 e 2

(conforme desenho), após complementar a ordem 3 e 4. Dando uma pequena

pressão nas pontas.

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Figura 1.19 - Fixação da folha em prancheta

A maneira mais aconselhável de traçar: Cada traçado tem sua maneira própria de ser feito, para destro, a linha horizontal

deve partir sempre da esquerda para a direita, e a linha vertical de baixo para cima.

Já para o canhoto a linha horizontal sempre da direita para a esquerda, e a linha

vertical de baixo para cima. As linhas diagonais, para ambos, conforme for mais

acessível – subindo ou descendo. Veja exemplo a seguir (Figura 1.20):

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Figura 1.20 - Traçados horizontais e verticais.

1.13. Linhas: tipos de linhas

As linhas servem para melhor representar um desenho, são usadas linhas de

vários tipos e espessuras e seu conhecimento e usos corretos são indispensáveis

para a interpretação de desenhos. As linhas quanto à espessura, classificam-se em

grossas, médias e finas (Figuras 1.21 e 1.22) a seguir.

Fixada a espessura da primeira, para um desenho, a espessura da segunda

será a metade e a da última será a metade da segunda. A espessura da linha grossa

deve ser proporcional ao tamanho do desenho.

1.14. Tipos de linhas e sua utilização: Tipo Emprego GROSSA

Arestas e contornos visíveis. Paredes em planta baixa e paredes cortadas.

Arestas e contornos não visíveis. Área edificada sob a cobertura.

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Projeção de mezanino no ponto inferior.

Indicação do local do corte. Seta indicativa do sentido.

MÉDIA Posições externas de rebatimento. Partes de concreto em corte ou planta.

Sinais convencionais. Projeção da cobertura no projeto de planta baixa.

Eixos e linhas de centro de circunferência. Locação de estacas.

FINA Linha de cota, linha de chamada e peças de cobertura. Revestimento de

parede, revestimento de piso, identificação de porta, janela

Hachuras (traço contínuo ou tracejado geralmente inclinadas a 45º).

Eixos de simetria (linha, ponto, linha).

Linha de ruptura

Descontinuidade

Figura 1.21 - Traçado da espessura das linhas

1.15. Recomendação para o traçado de linhas

_ As linhas cheias devem ser traçadas num só sentido. Não de deve voltar o lápis

sobre a linha traçada.

_ Deve-se girar o lápis enquanto se traça a linha, para que a ponta tenha um

desgaste uniforme, não acarretando variação da espessura.

_ Nas linhas tracejadas os traços devem ter o mesmo comprimento e ser igualmente

espaçados.

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_ Quando uma linha tracejada, transversal a uma cheia, é traçada a partir desta o

primeiro traço deve tocar na linha cheia.

_ Quando duas linhas tracejadas partem de um mesmo ponto os seus traços iniciais

devem partir deste ponto.

_ Quando uma linha tracejada está no prolongamento de uma linha cheia, o seu

primeiro traço, o seu primeiro traço deve estar espaçado do término desta.

_ Nas concordâncias, o ponto de concordância não deve ser percebido.

Ao se concordar uma reta com uma curva, esta deve ser traçada primeiro para

facilitar a concordância. (Figura 1.22)

Figura 1.22 - Recomendações de tipos de linhas

As sugestões a seguir, uma vez observadas, ajudarão a manter o desenho limpo:

• na movimentação de régua paralela, erguê-la ligeiramente do papel;

• procurar manter as mãos sempre fora do contato com o papel;

• usar um grafite duro para o trabalho de demarcação;

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• após o acabamento de um desenho executado a lápis mole, cobrir todas as

vistas, com exceção daquela sobre a qual se está trabalhando, com uma

folha de papel limpo;

• usar uma escova (bigode) ou pano macio para retirar os resíduos de borracha

após a operação de apagar, em lugar da mão espalmada;

• usar um papel de superfície lisa e dura, com as características mais

adequada para o tipo de desenho a ser feito.

Exercícios:

1. Confeccionar 04 quadrados de 10 x 10cm, igualmente espaçados das

margens e entre si. Desenhe as linhas com o tipo, espessura e a angulação

indicada, deixando o espaço de 5mm entre as linhas.

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CAPÍTULO 2 – ESCALAS

2.1. Introdução

Os desenhos de peças grandes ou projetos devem ser executados em

tamanhos menores do que o real, devido às dimensões do papel. Alguns objetos

podem, entretanto, ser desenhados em tamanho natural. Outros objetos devem ser

desenhados em tamanhos maiores, para que possam ser executados corretamente.

Assim, devido à dificuldade de representar os objetos em seus tamanhos

naturais, usam-se as escalas.

Para normalizar o uso de escalas, a ABNT através da Norma NBR - 8196/83

("Emprego de Escalas em Desenho Técnico"), fixa as condições exigíveis para

escalas recomendadas com suas designações para uso em desenhos técnicos e

documentos semelhantes.

2.2. Definições de Escala

Segundo a NBR - 8196/83, escala é a relação da dimensão linear de um

elemento e/ou de um objeto representado no desenho original para a dimensão real

do mesmo elemento e/ou do próprio objeto.

Em outras palavras, escala é a relação entre a medida de um comprimento

representado no desenho e a medida real desse comprimento.

As escalas podem ser classificadas em: escala natural; escala de ampliação

ou escala de redução.

2.2.1. Escala Natural:

É a escala com a relação 1:1 (lê-se "um por um"), ou seja, o objeto ou

comprimento real tem exatamente o mesmo tamanho na folha de desenho. Dessa

Page 35: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

32

forma, se as medidas de uma peça de máquina são, no desenho, iguais às da peça

real, a escala do desenho é 1:1.

2.2.2. Escala de Ampliação:

São aquelas em que o denominador é igual à unidade, e o numerador é

sempre maior que a unidade ( X:1, onde X>1).

Nesta escala, as peças pequenas ou detalhes se desenham ampliadas de

tamanho. Por exemplo, na escala 2:1 (lê-se "dois por um"), cada 2cm do desenho

representam 1 cm do objeto ou dimensão real.

2.2.3. Escala de Redução:

São aquelas em que o numerador é igual à unidade, e o denominador é

sempre maior que a unidade (1:X, onde X>1).

Nesta escala, as peças grandes ou projetos são desenhados em tamanho

reduzido. Por exemplo, na escala 1:2 (lê-se "um por dois"), cada 1cm do desenho

representa 2 cm do objeto ou dimensão real.

A designação completa de uma escala deve consistir da palavra "Escala"

seguida da indicação da relação, como nos exemplos a seguir:

a) Escala 1:1, para escala natural: desenho em tamanho natural;

b) Escala 5:1, para escala de ampliação: desenho ampliado;

c) Escala 1:4, para escala de redução: desenho reduzido.

A designação da escala usada no desenho deve ser inscrita na legenda do

mesmo. Onde for necessário o uso de mais de uma escala no desenho, somente a

escala principal deve ser inscrita na legenda. Todas as demais escalas devem ser

inscritas junto da identificação do detalhe ou vista a que se referem.

3.3. Fórmula Geral da Escala

A fórmula geral da escala de redução, utilizado para resolver problemas deste

tipo é:

Page 36: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

33

Dd

Q=

1

onde: d = distância gráfica ou medida no projeto;

D = distância natural ou medida real;

1/Q = relação ou escala, onde Q é um número inteiro qualquer.

Desta fórmula, advém as seguintes:

QDd 1

= dQD = dDQ =

Destaca-se que, na aplicação de qualquer uma das fórmulas, as unidades de

"D" e "d" devem ser iguais.

3.4. A Escolha de uma Escala

A Norma NBR – 8196/83 recomenda, para uso em desenho técnico, as

seguintes escalas: (Tabela 2.1)

Tabela 2.1 - Escalas recomendadas pela NBR – 8196/83

Categoria Escalas Recomendadas

Escala de ampliação 50:1 20:1 10:1

5:1 2:1

Escala natural 1:1

Escala de redução 1:2 1:5 1:10

1:20 1:50 1:100

1:200 1:500 1:1000

1:2000 1:5000 1:10000

A escala a ser escolhida para um desenho depende da complexidade do

objeto a ser representado e da finalidade da representação.

Page 37: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

34

Em todos os casos, a escala selecionada deve ser suficientemente grande

para permitir uma interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e

o tamanho do objeto em questão deverão decidir o formato da folha.

Detalhes muito pequenos para um dimensionamento completo na

representação principal podem ser mostrados adjacentes à representação principal

numa vista detalhada separada (ou seção), a qual é desenhada numa escala maior.

É recomendado que, para informação, uma vista em escala natural seja

adicionada à representação principal de um objeto pequeno. Neste caso, a vista em

escala natural pode ser simplificada para mostrar somente os contornos externos de

um objeto.

Os valores das cotas referem-se sempre às medidas da peça ou projeto

terminados (valores reais), e nunca aos comprimentos reduzidos ou ampliados que

aparecem no desenho.

Os ângulos não sofrem influências pelas escalas de desenho. Assim, por

exemplo, um ângulo de 30° na peça original (real) continua sendo de 30° no

desenho, ainda que reduzido ou ampliado.

Exercícios: 1. Se a representação de um edifício de 20m de altura foi feita usando-se a

dimensão de 200mm, em que escala foi desenhada esse edifício?

2. Dado um segmento de reta com 5cm de comprimento e sabendo que utilizou-

se a escala 1:15 para desenhá-lo, qual o tamanho real do segmento?

3. Uma parede de uma casa tem comprimento de 5m e foi representada em um

desenho com dimensão de 10cm. Qual a escala?

Page 38: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

35

4. Uma peça de relógio com diâmetro de 16mm foi representada com dimensão

de 4cm. Qual a escala?

5. Uma porta com altura de 2,10m foi representada com dimensão de 2,10cm.

Qual a escala?

6. Observe o modelo representado, meça suas dimensões e depois complete as

questões nos espaços em branco, escolhendo a alternativa correta.

a) Este desenho está representado em escala ___________ (natural, de ampliação,

de redução).

b) As dimensões deste desenho são ________ (duas, cinco) vezes _________

(maior, menor) que as dimensões reais da peça.

c) A medida real do comprimento da peça é _______ (20, 40); logo, a medida do

comprimento da peça no desenho é _______ (20, 40)

d) A abertura do ângulo da peça, no desenho, é ___________ (maior que, igual a,

menor que) a abertura real do ângulo.

Page 39: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

36

7. Meça as dimensões dos desenhos técnicos e indique, na linha junto ao

desenho, a escala em que ele está representado.

Page 40: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

37

8. Observe o desenho técnico e escreva C ao lado das afirmações corretas e E

ao lado das erradas:

a) ( ) Este desenho técnico está representado em escala natural.

b) ( ) As medidas lineares do desenho são duas vezes menores que as

medidas da peça representada.

c) ( ) A abertura do ângulo está ampliada em relação ao tamanho real do

ângulo.

d) ( ) As medidas básicas desta peça são 13mm, 8mm e 9mm.

9. Complete as lacunas com os valores correspondentes:

Dimensão do desenho Escala Dimensão da peça

1 : 1 42

18 1 : 2

5 : 1 6

16 2 : 1

10 100

12 60

Page 41: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

38

10. Dados os objetos desenhados nas escalas indicadas, medir as dimensões e

reproduzi-los na folha A3 na escala sugerida:

Page 42: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

39

Page 43: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

40

CAPÍTULO 3 – COTAGEM 3.1. Cotagem

É a representação gráfica no desenho da característica do elemento, através

de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida (NBR 10126).

É a indicação das medidas de um desenho.

Para a cotagem (Figura 3.1) de um desenho são necessários quatro

elementos: a) Linha de Cota; b) Linha auxiliar; c) Cota e o Limite da linha de cota,

este último será visto nas figuras seguintes.

Figura 3.1 - Elementos para cotagem de um desenho

3.2. Cota

Indicação da medida ou característica em letras técnicas, sem indicação de

unidade (Figura 3.2).

Page 44: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Figura 3.2 - Linhas de cota

3.3. Linha de cota

Linha fina contínua, sempre paralela à dimensão cotada e todas à mesma

distância do elemento cotado. Nessas linhas são colocadas as cotas que indicam as

medidas do objeto (Figura 3.3).

Figura 3.3 - Linhas de cota e auxiliares para definirem as linhas de cotagem

Page 45: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

42

3.4. Linha auxiliar ou linha de chamada

São linhas finas, paralelas entre si, perpendicular (ou a 60º, se necessário) ao

elemento cotado, não tocam o elemento cotado e estendem-se um pouco além da

linha de cota (Figuras 3.4 e 3.5).

Figura 3.4 - Linhas auxiliares para cotagem

Figura 3.5 - Outros exemplos de linhas de cotagem

As linhas podem ser terminadas em setas abertas ou fechadas desenhadas

formando ângulos de 15º(mais comum no desenho técnico) ou traços curtos a 45º.

Page 46: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

43

As cotas devem ser colocadas acima (mais usado) ou interrompendo a linha de cota.

Apenas um estilo deve ser utilizado do início até o fim do projeto.

Deve-se cotar somente o necessário para a descrição completa do objeto.

Não se repetem cotas. Sempre que possível, alinhe as linhas de cotas.

Cotas maiores ficam por fora das menores para evitar cruzamentos das linhas de

chamada.

A distância entre o elemento e a linha de cota é constante e no mínimo de

7mm. Como também entre linhas de cotas paralelas.

Os eixos de simetria e as linhas do contorno não devem nunca ser usados

como linhas de cota, embora possam ser usados como linhas de chamadas.

Evita-se cotar arestas tracejadas.

Evite cotar em áreas hachuradas. Caso aconteça, deve-se parar a hachura no

momento da cota.

Cotamos o diâmetro nas circunferências e o raio nos arcos. A (Figuras 3.6 e

3.7) mostra a cotagem de elementos angulares.

Figura 3.6 - Cotagem angular

Page 47: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Figura 3.7 - Cotagem angular

A cotagem de ângulos pode ser também, como mostra a (Figura 3.8), ou com

a cota na horizontal.

Page 48: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Figura 3.8 - Cotagem angular nas figuras

As cotas horizontais, verticais e inclinadas devem ser sempre escritas acima

da linha da cota, conforme (Figura 3.9)

Page 49: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Figura 3.9 - Exemplos de cotas e sua posição na linha de cota

Quando a linha de cota está na posição inclinada, a cota acompanha a

inclinação para facilitar a leitura. Conforme (Figuras 3.10 e 3.11) a seguir:

Figura 3.10 - Exemplos de linhas inclinadas de cotagem

Page 50: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

47

Figura 3.11 - Outros exemplos de linhas de cotagem inclinadas

3.5. Seqüência de cotas

Observe o modelo abaixo (Figuras 3.12 e 3.14) e a seqüência de como tomar

as medidas para daí cotá-lo:

Figura 3.12 - Vista do modelo a ser cotado

5 5

55 5

5

5 5

5

Page 51: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Figura 3.13 - Tomando a medida do comprimento do objeto

Figura 3.14 - Tomando a medida da altura do objeto

Page 52: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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Dicas: Evite desenhar as cotas como mostra a Figura 3.15. Atenção! sempre deixar

o espaço mínimo de 7mm entre a linha de cota e o objeto cotado.

Figura 3.15 - Posicionamento correto das cotas

A Figura 3.16 exemplifica várias maneiras para cotagem de espaços

reduzidos.

Figura 3.16 - Cotas em espaços reduzidos

Em resumo, ao cotar um desenho é necessário observar a linha de chamada

(linha auxiliar ou linha de extensão), a linha de cota, a cota e o limite da linha de cota

(Figura 3.17):

Page 53: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

50

Figura 3.17 - Elementos de cotagem

3.6. Exercícios Agora, desenhe os elementos de cotagem nos exercícios realizados do

capítulo de escala.

Page 54: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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CAPÍTULO 5 – CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS 5.1 Introdução

Desenho é definido como a “expressão gráfica da forma”. Todas as coisas que

conhecemos e que estamos habilitados a ver, se apresentam aos nossos olhos como

formas geométricas. Umas mais, outras menos definidas, mas, são todas formas que

podem ser associadas a formas geométricas.

Todo desenhista deve conhecer muito bem as principais construções

geométricas, base de todo desenho técnico. Mas, o que é a Geometria? geometria é

a ciência que estuda as propriedades relativas à forma é a extensão dos corpos. É o

estudo das propriedades referentes a pontos, linhas, planos e superfícies.

Sendo então, desenho Geométrico é a expressão gráfica da forma, considerando-se

as propriedades relativas à sua extensão, ou seja, suas dimensões (comprimento,

largura e altura ou espessura). O ponto, a reta e o plano são seres abstratos aos quais nossa intuição atribui

um significado de acordo com as impressões que recebemos do mundo exterior.

Desta forma:

• Figura geométrica sem dimensão, que representam um local no plano, é a

intersecção entre duas linhas. A localização de uma cidade no mapa, a marca

de uma ponta de giz no quadro, por exemplo, nos dão a idéia de ponto.

Designamos os pontos com letras maiúsculas A, B, C, etc... e sua

representação gráfica é:

A B

. X (ponto A) (ponto B)

Page 55: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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• A menor distância entre dois pontos. A imagem de um fio esticado, a orla de

uma régua, por exemplo, nos dão a idéia de reta ou linha. Designamos as

restas por letra minúsculas a, b, c ..., r, s, etc... e sua representação gráfica é:

• Segmento é a porção limitada de uma linha reta (segmento de reta).

R S RS

• Semi-reta é o desmembramento de uma reta, possui origem, mas não tem

fim.

• A superfície de uma mesa, a superfície de um espelho, por exemplo, são

elementos aos quais associamos a idéia de plano. Designamos os planos por

letras minúsculas gregas α, β, γ, etc... e sua representação gráfica é (Figura

5.1):

Figura 5.1 – Plano α e plano β

Importante:

Num plano existem infinitos pontos

Numa reta há infinitos pontos Num plano existem infinitas retas

Page 56: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

53

5.2 Ângulo Mede a abertura de duas linhas retas convergentes. Pode variar de 0° a 360°.

Para medir o ângulo usamos o transferidor.

Classificam-se em:

Ângulo Reto

É todo o ângulo que possui 90°

Ângulo Agudo

É todo ângulo menor que 90°

Ângulo Obtuso

É todo ângulo maior que 90°

Ângulo Raso

É todo ângulo que possui 180°

EXERCÍCIOS:

1) Traçado de perpendiculares:

a) Traçar a perpendicular que passa por um ponto qualquer, pertencente a uma reta. Seja a reta r e o ponto A, perpendicular à mesma.

Resolução: 1) Centro em A, abertura qualquer, cruza-se a reta com dois arcos, um para cada lado, gerando os pontos 1 e 2. 2) Centro em 1 e 2 com a mesma abertura, suficiente para obter o cruzamento desses dois arcos, gerando o ponto 3. 3) A perpendicular será a reta que passa pelos pontos A e 3.

Page 57: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

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b) Traçar a perpendicular que passa por um ponto não pertencente a uma reta. Seja a reta r e o ponto B, não pertencente à mesma.

Resolução:

1) Centro em B, abertura qualquer, suficiente para traçar um arco que corte a reta em dois pontos: 1 e 2. 2) Centro em 1 e 2, com a mesma abertura, cruzam-se os arcos, obtendo-se o ponto 3.

3) A perpendicular é a reta que passa pelos pontos B e 3.

c) Traçar a perpendicular que passa pela extremidade de um segmento de reta.

Resolução: 1) Com o centro em uma das

extremidades, abertura qualquer, traça-se o arco que corta o segmento 1.

2) Com a mesma abertura e centro em 1, cruza-se o primeiro arco, obtendo-se o ponto 2.

3) Centro em 2, ainda com a mesma abertura, cruza-se o mesmo arco, obtendo-se o ponto 3.

4) Com a mesma abertura, centra-se em 2 e 3, cruzando estes dois arcos e determinando o ponto 4.

5) A perpendicular é a reta que passa pela extremidade escolhida e o ponto 4.

Page 58: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

55

d) Traçar a perpendicular que passa pelo ponto médio de um segmento de reta - MEDIATRIZ.

Resolução:

1) Com centro em uma das extremidades e abertura maior que a metade do segmento, traça-se o arco que percorre as regiões acima e abaixo.

2) Com a mesma abertura, centra-se na outra extremidade e cruza-se com o primeiro arco, nos pontos 1 e 2. A Mediatriz é a reta que passa pelos pontos 1 e 2.

e) Dividir um segmento de reta em um número qualquer de partes iguais.

Resolução:

1) Por um das extremidades, traçamos uma reta com inclinação aproximada de 30°.

2) Atribui-se uma abertura no compasso e aplica-se essa distância sobre a reta inclinada o número de vezes em que vamos dividir o segmento (7 vezes) e enumeramos as distâncias a partir da extremidade escolhida.

3) A última marcação (n° 7) é unida a outra extremidade.

4) Através do deslizamento de um esquadro sobre o outro, passando pelas demais divisões, mas sempre alinhando pela última divisão (n° 7), o segmento é dividido em partes iguais.

Page 59: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

56

f) Achar a bissetriz de um ângulo (reta que passando pelo vértice, divide um ângulo em duas partes iguais):

Resolução:

1) A partir do vértice do ângulo, com uma abertura qualquer, descreve-se um arco que corta os dois lados do ângulo, definindo os pontos 1 e 2.

2) Centro 1 e 2 com a mesma abertura, gerando o ponto 3.

3) A bissetriz é a reta que passa pelo vértice e pelo ponto 3.

g) Dividir um ângulo reto em três partes iguais (30° cada um):

Resolução:

1) A partir do vértice do ângulo traçar um arco qualquer, que corte as duas retas em dois pontos B e C.

2) Com o mesmo raio e o centro em B e em C, traçar dois arcos que cruzem o arco BC. Determinando os pontos E e F.

3) Ligar o ponto A a E e F e têm-se os 3 ângulos iguais.

h) Traçar uma paralela a g passando por um ponto fora dela:

Resolução:

1) Localize sobre a reta g um ponto A qualquer.

2) Trace um arco, com um raio r equivalente à distância AP, de tal forma que cruze a reta g, determinando o ponto B.

3) Com o mesmo raio r, trace outro arco a partir dos pontos B e p, determinando o ponto C e P. Encontra-se então a reta paralela desejada.

Page 60: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

57

5.3 Triângulos

É uma figura plana fechada com três lados, três vértices e três ângulos

internos. Pode ser classificado quanto:

a) Lados

• Eqüilátero → possui três lados iguais (Figura 5.2);

• Isósceles → possui dois lados iguais (Figura 5.3);

• Escaleno → possui três lados diferentes (Figura 5.4).

Figura 5.2 – Eqüilátero Figuras 5.3 – Isósceles Figura 5.4 – Escaleno

b) Ângulos Internos

• Acutângulo → possui três ângulos agudos → menor que 90° (Figura

5.5);

• Retângulo → possui um ângulo reto (Figura 5.6);

• Obtusângulo → possui um ângulo obtuso → maior que 90° (Figura 5.7).

Figura 5.5 – Acutângulo Figura 5.6 – Retângulo Figura 5.7 – Obtusângulo

Page 61: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

58

EXERCÍCIOS:

a) Construir um triângulo eqüilátero (três lados iguais):

Resolução:

1) Numa reta marcar o comprimento do lado do triângulo (ponto A e B).

2) Traçar dois arcos com o raio r = distância AB, um com centro em A e outro em B. O ponto de encontro dos dois raios será o ponto C.

3) Ligar o ponto C a A e B tem-se o triângulo desejado.

b) Construir um triângulo sendo dado dois lados B’C’ e B’D’ e o ângulo A formado por eles.

Resolução:

1) Traçar uma reta BC igual ao lado dado B’C’.

2) Na extremidade construa um ângulo igual ao ângulo A dado.

3) Prolongar o lado BD igual ao lado B’D’ dado.

4) Ligam-se os pontos D e C e tem-se o triângulo BCD procurado.

5.4 Quadriláteros

São figuras geométricas com quatro lados, ângulos internos e duas

diagonais:

• Quadrado → quatro lados iguais, quatro ângulos retos, diagonais iguais e

perpendiculares (Figura 5.8).

• Retângulo → lados opostos iguais, quatro ângulos retos e diagonais iguais

(Figura 5.9).

• Losango → quatro lado iguais, ângulos opostos iguais e diagonais

perpendiculares que se cortam ao meio (Figura 5.10).

Page 62: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

59

• Paralelogramo → lados iguais, ângulos opostos iguais e diagonais que se

cortam ao meio (Figura 5.11).

• Trapézio → quatro lados (dois lados paralelos chamados de base).

* trapézio retângulo → ângulos retos formados pelo lado com as bases

(Figura 5.12);

* trapézio isósceles → dois lados de medidas iguais e bases paralelas

entre si (Figura 5.13);

* trapézio escaleno → lados de medidas diferentes e bases paralelas

(Figura 5.14).

Figura 5.8 – Quadrado Figura 5.9 – Retângulo Figura 5.10 – Losango

Figura 5.11 – Paralelogramo Figura 5.12 – Trapézio Retângulo

Figura 5.13 – Trapézio Isósceles Figura 5.14 – Trapézio Escaleno

Page 63: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

60

EXERCÍCIOS:

a) Construir um quadrado (quatro lados iguais, quatro ângulos retos, diagonais iguais e perpendiculares):

Resolução:

1) Determinar por meio de duas retas perpendiculares o ponto M, como centro.

2) Traçar uma circunferência ao redor do ponto M, com raio r qualquer, que corte as retas nos pontos A, B, C e D.

3) Ligar os pontos e tem-se o quadrado desejado.

b) Construir um círculo interno e um externo ao quadrado:

Resolução:

1) Traçar pelo ponto central M uma circunferência auxiliar.

2) Traçar as retas básicas, encontrando assim os pontos F1 e F4.

3) A partir de F1 e F4 traçar os semicírculos auxiliares com raio r. Os pontos de cruzamento dos semicírculos auxiliares A1, B1, C1 e D1, representam os vértices do quadrado externo.

4) O quadrado interno será encontrado traçando as diagonais do quadrado externo, que cortam a circunferência auxiliar em quatro pontos A2, B2, C2 e D2, que ligados entre si, resultam no quadrado interno.

Page 64: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

61

5.5 Polígonos

Todas as figuras formadas por segmentos consecutivos, denominados linhas

poligonais, fechadas (que a origem coincide com a extremidade) (Figura 5.15 e

5.16).

Figura 5.15 – Polígono Irregular Figura 5.16 – Polígono Regular

Conforme o número de lados, os polígonos recebem nomes especiais:

3 Triângulo 12 Dodecágono

4 Quadrilátero 13 Tridecágono

5 Pentágono 14 Tetradecágono

6 Hexágono 15 Pentadecágono

7 Heptágono 16 Hexadecágono

8 Octógono 17 Heptadecágono

9 Eneágono 18 Octodecágono

10 Decágono 19 Eneadecágono

11 Undecágono 20 Icoságono

5.6 Sólidos

Paralelepípedo Poliedro em forma de caixa, tem 6 faces, iguais e

paralelas duas a duas.

Page 65: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

62

Cubo Poliedro de 6 lados formados por quadrados de

mesma dimensão.

Prisma Sólido (poliedro) limitado por faces planas, com

dois polígonos iguais, afastados paralelamente

(prisma reto, prisma regular, prisma oblíquo).

Pirâmide Sólido (poliedro) limitado por faces planas, sua

base é um polígono e suas faces laterais são

triângulos.

Cilindro É um sólido delimitado por duas superfícies planas

(bases), situadas em planos paralelos, e uma

superfície não plana.

Cone Sólido semelhante a pirâmide, cuja base é uma

circunferência.

Page 66: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

63

Tronco

Parte seccionada de um cone ou pirâmide.

EXERCÍCIOS:

a) Construir um hexágono (seis lados iguais):

Resolução:

1) Traçar a partir do ponto central M, uma circunferência auxiliar, que corte a reta AD.

2) Traçar dois arcos com raio R partindo de A e D.

3) Os encontros dos arcos com a circunferência determinam os pontos B, C, E e F, que ligados entre si formam o hexágono desejado.

b) Construir um pentágono (cinco lados iguais):

Resolução:

1) Traçar uma circunferência com raio r, com centro em M.

2) Traçar um arco, com o mesmo raio, a partir do ponto M, determinando os pontos F e G.

3) Unir os pontos F e G por uma reta, ela cortará a reta-base no ponto K.

4) Traçar um arco centrado em K, com um raio r1 = distância DK, até que o mesmo corte a reta-base no ponto L.

5) A distância DL corresponde a um lado do polígono. Transportar esta distância a partir do ponto D, sobre a circunferência.

6) Unir os pontos do cruzamento, obtendo assim o polígono ABCDE.

Page 67: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

64

c) Construir um heptágono (sete lados iguais):

Resolução:

1) Centrado no ponto M, traçar um círculo auxiliar com raio r.

2) Com o mesmo raio, traçar um arco com raio r, centrado no ponto H. Encontrando assim os pontos E e F.

3) Traçar uma perpendicular unindo E e F, determinando o ponto K.

4) O raio s (distância FK), corresponde a um dos lados do heptágono.

5) Transportar esta distância com o compasso sobre a circunferência e ligar os pontos de cruzamento, obtendo assim o heptágono procurado.

5.7 Linha curva, circunferência e círculo No caso da reta, o movimento do ponto era apenas em um sentido. Se

mudarmos este sentido por um valor constante e eqüidistante a um ponto,

obteremos uma linha curva (Figura 5.17). Se esta linha for fechada teremos uma

circunferência (Figura 5.18). O ponto de referência no interior desta figura

denomina-se centro. Todos os pontos da circunferência têm uma distância igual ao

centro, e esta distância chamamos de raio. A área interna da circunferência é o

círculo (Figura 5.19).

Figura 5.17 – Linha curva Figura 5.18 – Circunferência Figura 5.19 – Círculo

Page 68: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

65

Circunferência é uma curva fechada e plana cujos pontos são eqüidistantes

de um ponto interior chamado centro.

As circunferências dividem-se em:

• Concêntricas → quando situados no mesmo plano, tem o centro em

comum (Figura 5.20);

• Excêntricas → quando situadas no mesmo plano, porém não tem o

mesmo centro (Figura 5.21).

Figura 5.20 – Concêntricas Figura 5.21 - Excêntricas

Podem ser:

• Inscrita → quando os lados de uma figura plana são tangentes à

circunferência (Figura 5.22).

• Circunscrita → quando os lados da figura plana estão limitados pela

circunferência (Figura 5.23).

Figura 5.22 – Circunferência Inscrita Figura 5.23 – Circunferência Circunscrita.

5.7.1 Relações entre retas e circunferências a) Diâmetro – é a medida do raio multiplicado por 2, ou seja, é um segmento de

reta que atravessa a circunferência passando pelo centro.

Page 69: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

66

b) Raio – Segmento de reta que une o centro do círculo a um ponto qualquer da

circunferência. c) Secante – é um segmento de reta que corta a circunferência vindo do exterior

da mesma e tem dois pontos sobre ela. d) Tangente – segmento de reta externo à circunferência, que tem apenas um

ponto em comum com a mesma. e) Corda – é um segmento de reta que tem dois pontos sobre a circunferência,

sendo o diâmetro a maior corda. f) Arco – é o segmento da circunferência limitado pela corda. g) Flecha – Segmento da circunferência limitado pela corda e arco.

EXERCÍCIOS:

a) Traçar circunferência tangente a uma reta num ponto dado e que passe por outro ponto fora da reta:

Resolução:

1) Levantar uma perpendicular pelo ponto dado T.

2) Unir o ponto T da reta ao ponto P fora da mesma, este segmento de reta é uma corda da circunferência a ser traçada.

3) Traçar a mediatriz desse segmento que, ao cruzar a perpendicular, define o centro da circunferência.

Page 70: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

67

b) Traçar 2 tangentes a uma circunferência, por um ponto dado fora da curva:

Resolução:

1) Dada uma circunferência de centro O e o ponto externo P de passagem das tangentes.

2) Unir P a O e determinar a mediatriz M deste segmento.

3) Com o centro em M e raio MO, traçar um arco que corta a circunferência em dois pontos T e T1. Unir P a T e a T1 e obtêm-se as tangentes.

c) Encontrar o centro de uma circunferência dada:

Resolução (Processo 1):

1) Traçar um reta qualquer, por exemplo a corda AC.

2) Levantar ao meio M de AC uma perpendicular EF que determina o diâmetro.

3) Dividir o diâmetro EF ao meio e assim encontrar o ponto o, que é o centro da circunferência.

Resolução (Processo 2):

1) Marcar 3 pontos arbitrários, sobre a circunferência dada – A, B e C.

2) Ligar estes pontos por meio de linhas retas.

3) Tirar perpendiculares ao meio de AB e BC.

4) O encontro destas perpendiculares determina o ponto O, que é o centro procurado.

Page 71: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

68

d) Fazer passar uma circunferência por 3 pontos dados A, B e C, não em linha reta.

Resolução:

1) Ligar os ponto A a B, e B a C por meio de retas AB e BC.

2) Traçar perpendiculares ao meio das retas AB e BC, as quais se cruzam no ponto O.

3) Do centro O e com raio AO, descreve-se a circunferência pedida.

e) Dividir uma circunferência dada em 2, 4 e 8 partes iguais:

Resolução:

1) Traçar o diâmetro AB qualquer que a divide em 2 partes.

2) Traçar outro diâmetro CD perpendicular a AB e os diâmetros AB e CD dividem-na em 4 partes.

3) Traçar em seguida os diâmetros EF e GH, perpendiculares entre si e bissetriz dos ângulos COB e AOD, respectivamente.

4) A circunferência é assim dividida em 8 partes iguais e assim sucessivamente.

Page 72: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

69

f) Traçar tangentes exteriores e comuns a duas circunferências O O’:

Resolução:

1) As circunferências dadas não têm raios iguais.

2) Ligar os centros O e O’ por uma reta e prolongando-se até R.

3) De cada um desses centros, tirem-se raios arbitrários OE e O’F, contando que sejam paralelos um ao outro marcando nas circunferências respectivas os ponto E e F.

4) Por estes pois pontos, faz-se passar a reta EF até R, onde encontra a reta OO’X.

5) De R como centro e raio RO’ traçar o arco que corta a circunferência O’ em H e G.

6) Ligar R a H e a G prolongando até A e C e têm-se as retas tangentes exteriores AB e CD comuns às duas circunferências.

5.8 Concordâncias

Chama-se concordância de duas linhas curvas ou de uma linha reta com uma

curva, a ligação entre elas, executada de tal forma, que se possa passar de uma

para outra, sem ângulo, inflexão ou ponto de descontinuidade.

Page 73: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

70

EXERCÍCIOS:

a) Concordar duas retas paralelas AB e DE, de mesmo comprimento, com um arco.

Resolução:

1) Traçar uma perpendicular pelas extremidades B e E.

2) Encontrar a mediatriz C de BE. 3) Com centro em C e raio CB, traçar o

arco que concorda as duas retas.

b) Concordar o arco de um círculo com uma reta AB dada.

Resolução:

1) Na extremidade da reta AB, levantar uma perpendicular CB.

2) Com centro em C e raio CB traçar o arco BD, que concorda com a reta.

c) Concordar 2 retas perpendiculares com um arco de raio R.

Resolução:

1) Com o centro em B, traçar um arco de raio R, que corte as 2 retas em T1 e T2.

2) Com o mesmo raio R e centro em T1 e T2, traças arcos que se encontram em O.

3) Com centro em O e mesmo raio R, traçar o arco que concorda as 2 retas.

Page 74: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

71

d) Concordar um arco de círculo com duas retas convergentes AD e CE conhecido o respectivo ângulo.

Resolução:

1) Traçar o ângulo ABC, pelas retas convergentes AB e BC, faz-se centro em B, traçando o arco MN que corta as retas em D e E.

2) Tirar a bissetriz FB do ângulo ABC, a qual cortará o arco MN em G.

3) Com centro em G e raio GM, traçar o arco DOE que concordará com as retas dadas.

e) Concordar um arco de círculo com duas retas convergentes DA e CB dadas, desconhecendo-se o vértice.

Resolução:

1) Traçar duas retas EF e GF, paralelas e eqüidistantes das retas dadas DA e CB, respectivamente, formando o ângulo F conhecido.

2) Traçar a bissetriz MF do ângulo EFG e que é também bissetriz das duas retas DA e CB dadas.

3) De um ponto qualquer A, tirar HA perpendicular à reta DA e do ponto H outra perpendicular HB à reta CB.

4) De H, como centro e raio HB, fazer o arco que liga as duas retas DA e CB, concordando-as.

Page 75: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

72

f) Concordar um arco de círculo com duas retas convergentes AB e CD, sem vértice conhecido e que seja tangente a uma terceira reta EF dada.

Resolução:

1) Prolongadas as retas AB e CD até o seu encontro com a reta EF, traçar as bissetrizes EG do ângulo BEF e FG de EFD.

2) Da interseção G destas duas bissetrizes, traçar GB perpendicular a AB e GD a CD.

3) Os pontos B e D serão os pontos de concordância das retas dadas com o arco do círculo, cujo centro é G e raio GB, tocando em D’ na terceira reta dada.

g) Concordar dois arcos de círculo que se cortam, sendo dado o ponto D em um deles.

Resolução:

1) Têm-se os dois arcos B de centro O e D de centro O’, que se cortam e o ponto D dado.

2) Prolongar o raio OB até E, de modo que BE seja igual ao raio DO’ do outro arco.

3) Traçar a reta EO’. 4) Pelo meio da reta EO’ levantar a

perpendicular que, passando pelo ponto I, na reta EO’, vai ter a reta BO em um ponto M, que é o centro do arco pedido e que concorda os dois arcos dados pelo arco BD.

Page 76: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

73

CAPÍTULO 6 – PROJEÇÕES 6.1 Definição de Projeção Ortogonal

Nos desenhos projetivos, a representação de qualquer objeto ou figura será

feita por sua projeção sobre um plano. A Figura 6.1 mostra o desenho resultante da

projeção de uma forma retangular sobre um plano de projeção. Os raios projetantes

tangenciam o retângulo e atingem o plano de projeção formando a projeção

resultante.

Figura 6.1 - Projeção de uma forma retangular sobre um plano de projeção

Como os raios projetantes, em relação ao plano de projeção, são paralelos e

perpendiculares, a projeção resultante representa a forma e a verdadeira grandeza

do retângulo projetado.

Este tipo de projeção é denominado Projeção Ortogonal (do grego

ortho=reto+gonal=ângulo), pois os raios projetados são perpendiculares ao plano de

projeção.

Das projeções ortogonais surgem as seguintes conclusões:

Page 77: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

74

Figura 6.2 Figura 6.3 Figura 6.4

a) Toda superfície paralela a um plano de projeção neste plano exatamente na sua

forma e em sua verdadeira grandeza, conforme a Figura 6.2.

b) A Figura 6.3 mostra que quando a superfície é perpendicular ao plano de

projeção, a projeção resultante é uma linha.

c) As arestas das interseções de superfícies são representadas PR linhas conforme

mostra a Figura 6.4.

6.2 Como Utilizar as Projeções Ortogonais

Como os sólidos são constituídos de várias superfícies, as projeções

ortogonais (Figura 6.5) são utilizadas para representar as formas tridimensionais

através de figuras planas.

Figura 6.5 - Projeções ortogonais

Page 78: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

75

A figura 6.5 mostra a aplicação das projeções ortogonais na representação

das superfícies que compões, respectivamente, um cilindro, um paralelepípedo e um

prisma de base triangular.

Pode-se observar que as projeções resultantes são constituídas de figuras

iguais.

Olhando para a Figura 6.6, na qual aparecem somente as projeções

resultantes da Figura 6.5, é impossível identificar as formas espaciais, pois cada

uma das projeções pode corresponder a qualquer um dos três sólidos.

Figura 6.6 - Projeções resultantes

Isto acontece porque a terceira dimensão de cada sólido não está

representada pela projeção ortogonal.

Para fazer aparecer à terceira dimensão deve-se fazer uma segunda projeção

ortogonal olhando os sólidos por outro lado.

A Figura 6.7 mostra os três sólidos anteriores sendo projetados nos planos

verticais e horizontais e fazendo-se, posteriormente, o rebaixamento do plano

horizontal até a formação de um único plano na posição vertical.

Figura 6.7 - Sólidos anteriores sendo projetados nos planos verticais e horizontais

Page 79: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

76

Olhando para cada um dos pares de projeção ortogonais, representados na

Figura 6.8, e sabendo que eles correspondem, respectivamente, às representações

dos três sólidos vistos por posições diferentes, pode-se obter a partir das figuras

planas o entendimento da forma espacial da cada um dos sólidos representados.

Figura 6.8 - Pares de projeções ortogonais

Os desenhos resultantes das projeções nos planos verticais e horizontais

resultam na representação do objeto visto por lados diferentes e as projeções

resultante, desenhadas em um único plano, conforme mostra a Figura 6.9 (b)

representam as três dimensões do objeto.

Figura 6.9 - Representação do objeto visto por lados diferentes

Na projeção feita no plano vertical aparecem o comprimento e a altura do

objeto e na projeção feita no plano horizontal aparecem o comprimento e a largura

do mesmo objeto.

Os desenhos mostrados na Figura 6.9 (b) também correspondem às

projeções do prisma triangular desenhado na Figura 6.10.

Page 80: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

77

Figura 6.10 - Projeções do prisma triangular

Assim sendo, pode-se concluir que duas vistas, apesar de representarem as

três dimensões, podem não ser suficientes para representar a forma do o objeto

desenhado.

A representação das formas espaciais é resolvida com a utilização de uma

terceira projeção.

A Figura 6.11 mostra a utilização de um plano lateral para obtenção de uma

terceira projeção, resultando em três vistas da peça por lados diferentes.

Figura 6.11 - Utilização de um plano lateral

Para que o desenho resultante se transforme em uma linguagem gráfica, os

planos de projeção horizontal e lateral têm os sentidos de rebaixamento

convencionados, e sempre se rebatem sobre o plano vertical.

Page 81: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

78

Mantendo o sentido dos rebaixamentos do plano horizontal e lateral resultará

sempre nas mesmas posições relativas entre as vistas.

O lado da peça que for projetados no plano vertical sempre será considerado

como sendo a frente da peça. Assim sendo, em função dos rebaixamentos

convencionais, o lado superior da peça sempre será representado abaixo da vista de

frente e o lado esquerdo da peça aparecerá desenhado à direita da vista de frente.

A manutenção das mesmas posições relativas das vistas permite que a partir

dos desenhos bidimensionais, resultantes das projeções ortogonais, se entende

(visualize) a forma espacial do objeto representado.

Os desenhos da Figura 6.12 mostram as três vistas das quatro peças.

Figura 6.12 - Três vistas das quatro peças

É importante considerar que cada vista representa a peça sendo observada

de uma determinada posição. Ou seja, nas projeções ortogonais, apesar de

estarmos vendo desenhos planos (bidimensionais), em cada vista há uma

profundidade, não visível, que determina a forma tridimensional da peça

representada. Para entender a forma da peça representada pelas projeções

ortogonais é preciso exercitar a imaginação e a capacidade de visualização espacial

fazendo a associação das projeções ortogonais feitas por lados diferentes.

Page 82: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

79

6.3 Representação de Arestas Ocultas Como a representação de objetos tridimensionais, por meio de projeções

ortogonais, é feita por vistas tomadas por lados diferentes, dependendo da forma

espacial do objeto, algumas de suas superfícies poderão ficar ocultas em relação ao

sentido de observação.

Observando a Figura 6.13 vê-se que a superfície “A” está oculta quando a

peça é vista lateralmente (direção 3), enquanto a superfície “B” está oculta quando a

peça é vista por cima (direção 2). Nestes casos, as arestas que estão ocultas em um

determinado sentido de observação são representadas por linhas tracejadas.

As linhas tracejadas são constituídas de pequenos traços de comprimento

uniforme, espaçados de um terço de seu comprimento e levemente mais finas que

as linhas cheias.

Figura 6.13 - Representação de objetos tridimensionais

6.4 Diedros A representação de objetos tridimensionais por meio de desenhos

bidimensionais, utilizando projeções ortogonais, foi idealizada pelo matemático

francês Gaspar Monge no século XVIII. O sistema de representação criado por

Gaspar Monge é denominado Geometria Descritiva.

Considerando os planos verticais e horizontais prolongados além de duas

interseções, como mostra a Figura 6.14, dividiremos o espaço em quatro ângulos

Page 83: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

80

diedros (que tem duas faces). Os quatros ângulos são numerados no sentido anti-

horário, e denominados 1º, 2º, 3º e 4º Diedro.

Figura 6.14 - Espaço em quatro ângulos diedros

Utilizando os principais da Geometria Descritiva, pode-se, mediantes figuras

planas, representar formas espaciais utilizando os rebaixamentos de qualquer um

dos quatro diedros.

Entretanto, para viabilizar o desenvolvimento industrial e facilitar o exercício

da engenharia, foi necessário normalizar uma linguagem que, a internacional,

simplifica o intercâmbio de informações tecnológicas.

Assim, a partir dos principais da Geometria Descritiva, as normas de Desenho

Técnico Fixaram a utilização das projeções ortogonais somente pelos 1º e 3º

diedros, criados pelas normas internacionais dois sistemas para representação de

peças:

• Sistema de projeções ortogonais pelo 1º diedro

• Sistema de projeções ortogonais pelo 3º diedro

Em desenho técnico não são usados o 2º e o 4º diedro, porque a planificação

provoca a superposição de projeções e isto dificulta bastante a interpretação do

objeto projetado.

O uso de um ou do outro sistema dependerá das normas adotadas por cada

país. Atualmente, a maioria dos países adotam a projeção ortogonal no 1º diedro. No

Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro. Entretanto, alguns países

como por exemplo, os Estados Unidos e o Canadá representam seus técnicos no 3º

diedro.

Page 84: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

81

No Brasil é mais utilizado o 1º diedro, porém, nas indústrias oriundas dos

USA, da Inglaterra e do Japão, poderão aparecer desenhos representados no 3º

diedro.

Como as normas internacionais convencionaram, para o desenho técnico, o

uso dos 1º e 3º diedro é importante a familiarização com os dois sistemas de

representação.

A interpretação errônea de um desenho técnica poderá causar grandes

prejuízos.

6.5 Projeções ortogonais no 1º Diedro. As projeções feitas em qualquer plano do 1º diedro seguem um princípio

básico que determina que o objeto a ser representado deverá estar entre o

observador e o plano de projeção, conforme mostra a Figura 6.15.

Figura 6.15 - Projeções feitas em qualquer plano do 1º diedro

6.5.1 Vista Frontal Imagine um prisma retangular paralelo a um plano de projeção vertical visto

de frente por um observador, na direção indicada pela seta, como mostra a Figura

6.16.

Page 85: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

82

Figura 6.16 - Prisma retangular paralelo a um plano de projeção vertical

Este prisma é limitado externamente por seis faces retangulares: duas são

paralelas ao plano de projeção (ADEH, BCFG, CDEF e ABGH). Traçando linhas

projetantes a partir de todos os vértices do prisma, obteremos a projeção ortográfica

do prisma no plano vertical. Essa projeção é um retângulo idêntico às faces

paralelas.

Imagine que o modelo foi retirado e você verá, no plano vertical, apenas a

projeção ortográfica do prisma visto de frente.

Figura 6.17 – Projeção é um retângulo

A projeção ortogonal do prisma, visto de frente no plano vertical, dá origem à

vista ortográfica chamada vista frontal.

6.5.2 Vista superior A vista não nos dá idéia exata das formas do prisma. Para isso necessitamos

de outras vistas, que podem ser obtidas por meio da projeção do prisma em outros

Page 86: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

83

planos do 1º diedro. Imagine, então, a projeção ortográfica do mesmo prisma visto

de cima por um observador na direção indicada pela seta, como aparece na Figura

6.18.

Figura 6.18 - Projeção ortográfica do mesmo prisma visto de cima

A projeção do prisma, visto de cima no plano horizontal, é um retângulo

idêntico às faces ABGH e CDEF, que são paralelas ao plano de projeção horizontal.

Removendo o modelo, você verá no plano horizontal apenas a projeção ortográfica

do prisma, visto de cima.

Figura 6.19 - Apenas a projeção ortográfica do prisma, visto de cima

A projeção do prisma de cima no plano horizontal, determina a vista

ortográfica chamada de vista superior.

6.5.3. Vista lateral Para completar a idéia do modelo, além das vistas frontal e superior uma

terceira vista é importante: a vista lateral esquerda.

Page 87: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

84

Imagine agora, um observador vendo o mesmo modelo de lado, na direção

indicada pela seta, como mostra a Figura 6.20.

Figura 6.20 - Observador vendo o mesmo modelo de lado, na direção indicada pela

seta

Como o prisma está em posição paralela ao plano lateral, sua projeção

ortográfica resulta num retângulo idêntico às faces ADEH e BCFG, paralelas ao

plano lateral (Figura 6.21). Retirando o modelo, você verá no plano lateral a projeção

ortográfica do prisma visto de lado, isto é, a vista lateral esquerda.

Figura 6.21 - Projeção ortográfica resulta num retângulo

6.5.4 Rebaixamento dos planos de projeção Agora, que já sabemos como se determina a projeção do prisma retangular

separadamente em cada plano, fica mais fácil entender as projeções do prisma em

três planos simultaneamente, como mostra a Figura 6.22.

Page 88: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

85

Figura 6.22 - Projeções do prisma em três planos simultaneamente

As linhas estreitas que partem perpendicularmente dos vértices do modelo até

os planos de projeção são as linhas projetantes.

As demais linhas estreitas que ligam as projeções nos três planos são

chamadas linhas projetantes auxiliares. Estas linhas ajudam a relacionar os

elementos do modelo nas diferentes vistas.

Imagine que o modelo tenha sido retirado e veja como ficam apenas as suas

projeções nos três planos (Figura 6.23):

Figura 6.23 - Apenas as projeções nos três planos

Page 89: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

86

Mas, em desenho técnico, as vistas devem ser mostradas em um único plano.

Para tanto, usamos recursos que consiste no rebaixamento dos planos projetação

horizontal e lateral. Veja como isso é feita no 1º diedro:

a) O plano vertical, onde se projeta a vista frontal, deve ser imaginado sempre

uma posição fixa;

b) Para rebater o plano horizontal, imaginamos que ele sofre uma rotação de 900

para baixo, em torno do eixo de interseção com o plano vertical (Figura 6.24);o eixo

de interseção é a aresta comum aos dois semiplanos.

Figura 6.24 - Rebatimento do plano horizontal

c) Para rebater o plano de projeção lateral imaginamos que ele sofre uma

rotação de 900, para a direita, em torno do eixo de interseção com o plano vertical

(Figura 6.25).

Figura 6.25 - Rebatimento do plano lateral

Observe agora como ficam os planos rebatidos vistos de frente. (Figura 6.26)

Page 90: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

87

Figura 6.26 - Planos rebatidos vistos de frente

Em desenho técnico, não se representam as linhas de interseção dos planos.

Apenas os contornos das projeções são mostrados. As linhas projetantes auxiliares

também são apagadas.

Veja agora como fica a representação, em projeção ortográfica, do prisma

retangular que tomamos como modelo. (Figura 6.27)

Figura 6.27 – Representação em projeção ortográfica

Para serem denominadas vistas principais, as projeções têm de ser obtidas

em planos perpendiculares entre si e paralelos dois a dois, formando uma caixa.

A Figura 6.28 mostra uma peça circular pelos seis planos principais, que

posteriormente são rebatidos de modo a se transformarem em um único plano. Cada

face se movimenta 900 em relação à outra.

Page 91: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

88

Figura 6.28 - Peça circular pelos seis planos principais

A projeção que aparece no plano 1 (Plano vertical de origem do 1º diedro) é

sempre chamada de vista de frente.

Em relação à posição da vista de frente, aplicando o princípio básico do 1º

diedro, nos outros planos de projeção resultam nas seguintes vistas:

• Plano 1 – Vista de Frente ou Elevação – mostra a projeção frontal do objeto.

• Plano 2 – Vista Superior ou Plana – mostra a projeção do objeto visto por

cima.

• Plano 3 – Vista Lateral Esquerda ou Perfil – mostra o objeto visto pelo lado

esquerdo.

• Plano 4 – Vista Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.

• Plano 5 – Vista Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.

• Plano 6 – Vista Posterior – mostra o objeto sendo visto por trás.

A padronização dos sentidos de rebaixamentos dos planos de projeção

garante que no 1º diedro as vistas sempre terão as mesmas posições relativas.

Ou seja, os rebatimentos normalizados para o 1º diedro mantêm, em relação à vista

de frente, as seguintes posições:

• A vista de cima fica em baixo;

• A vista de baixo fica em cima;

• A vista da esquerda fica à esquerda;

• A vista da direita fica à esquerda.

A Figura 6.29 mostra o desenho final das seis vistas.

Observe que não são colocados os nomes das vistas, bem como não aparecem às

linhas de limite dos planos de projeção.

Page 92: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

89

Figura 6.29 - Desenho final das seis vistas

É importante olhar para o desenho sabendo que s vistas, apesar de serem

desenhos bidimensionais, representam o mesmo objeto visto por diversas posições.

Com a consciência de que em cada vista existe uma terceira dimensão escondida

pela projeção ortogonal; partindo da posição definida pela vista de frente e sabendo

a disposição final convencionada para as outras vistas, é possível entender os

rebatimentos efetuados no objeto.

Outra conseqüência da forma normalizada para obtenção das vistas principais

do 1º diedro é que as vistas são alinhadas horizontalmente e verticalmente.

Para facilitar a elaboração de esboços, como as distâncias entre as vistas

devem ser visualmente iguais, pode-se relacionar as dimensões do objeto nas

diversas vistas, conforme mostra a Figura 6.30.

Figura 6.30 - Distâncias entre as vistas devem ser visualmente iguais

Verticalmente relaciona-se as dimensões de comprimento, horizontalmente

relacionam-se as dimensões de altura e os arcos transferem as dimensões de

largura.

Page 93: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

90

6.5.5 Escolha das Vistas Dificilmente será necessário fazer seis vistas para representar qualquer

objeto. Porém, quaisquer que sejam as vistas utilizadas, as suas posições relativas

obedecerão às disposições definidas pelas vistas principais.

Na maioria dos casos, o conjunto formado pelas vistas de frente, vista

superior e uma das vistas laterais é suficiente para representar, com perfeição, o

objeto desenhado.

No 1º diedro é mais difundido o uso da vista lateral esquerda, resultando no

conjunto preferencial composto pelas vista de frente, superior e lateral esquerda,

que também são chamadas, respectivamente, de elevação, planta e perfil,

mostradas na Figura 6.31.

Figura 6.31 - Vista de frente, superior e lateral esquerda

Na prática, devido à simplicidade de forma da maioria das peças que

compõem as máquinas e equipamentos, são utilizadas somente duas vistas.

Em alguns casos, com auxílio de símbolos convencionais, é possível definir a

forma da peça desenhada com uma única vista.

Não importa o número de vistas utilizadas, o que importa é que o desenho

fique claro e objetivo.

O desenho de qualquer peça, em hipótese alguma, pode dar margem a dupla

interpretação.

O ponto de partida para determinar as vistas necessárias é escolher o lado da

peça que será considerado como frente. Normalmente, considerado a peça em sua

posição de trabalho ou de equilíbrio, toma-se como frente o lado que melhor define a

forma da peça. Quando dois lados definem bem a forma da peça, escolhe-se o de

maior comprimento.

Page 94: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

91

Feitas a vista de frente faz-se tantos rebatimentos quantos forem necessários

para definir a forma da peça.

Na Figura 6.32, considerando com frente à direção indicada, as três vistas

preferenciais do 1º diedro são suficientes para representar o objeto. Observe no

conjunto de seis vistas que as outras três vistas, além de apresentarem partes

ocultas, são desnecessárias na definição da forma do objeto.

Figura 6.32 - Três vistas preferenciais do 1º diedro são suficientes para representar

o objeto.

Na Figura 6.33, considerando a frente indicada no objeto, o conjunto pelas

vistas de frente, superior e lateral direita é o que melhor representa a peça. Na

lateral esquerda aparecem linhas tracejadas, que devem ser evitadas.

Figura 6.33 - Vistas de frente, superior e lateral direita

Quando a vista de frente for uma figura simétrica, conforme mostra a Figura

6.34, teoricamente poderia utilizar qualquer uma das vistas laterais, porém deve-se

utilizar a vista lateral para compor o conjunto das vistas preferenciais.

Page 95: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

92

Figura 6.34 – Vista de frente for uma figura simétrica

É preciso ter muito cuidado com a escolha das vistas, porque o uso de vistas

inadequadas pode levar a soluções desastrosas.

A Figura 6.35 mostra que as duas vistas escolhidas em 5.5.5 (a) podem

representar qualquer umas das peças mostradas em 5.5.5 (b) se considerarmos os

sentidos de observações indicadas no paralelepípedo.

Figura 6.35 - Duas vistas escolhidas em 5.5.5 (a) pode ser a peça de 5.5.5 (b)

Ainda que pareça que o problema está resolvido, a solução pode ser

enganosa como é mostrado na Figura 6.36. As duas vistas escolhidas em 6.36 (a)

podem corresponder a qualquer uma das quatro peças mostradas em 6.36 (b).

Figura 6.36 - As duas vistas escolhidas

Page 96: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

93

As vistas precisam ser escolhidas de modo que a desenho defina fielmente a

forma da peça e que, em hipótese nenhuma, dê margem a dupla interpretação.

• Plano 5 – Vista de Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.

Assim como no 1º diedro, qualquer projeção do 3º diedro também segue um

princípio básico.

Para fazer qualquer projeção no 3º diedro, o plano de projeção deverá estar

posicionado entre o observador e o objeto, conforme mostra a Figura 6.37.

O plano de projeção precisa ser transparecer (como uma placa de vidro) e o

observador, por trás do plano de projeção, puxa as projetantes do objeto para o

plano.

Figura 6.37 - Plano de projeção deverá estar posicionado entre o observador e o

objeto

As vistas principais são obtidos em seis planos perpendiculares entre si e

paralelos dois a dois, como se fosse uma caixa de vidro e, posteriormente, rebatidos

de modo a formarem um único plano.

A Figura 6.38 mostra os rebaixamentos dos planos que compõem a caixa de

vidro, onde cada plano se movimenta 900 em relação ao outro.

Page 97: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

94

Figura 6.38 - Rebaixamentos dos planos

Da mesma forma que no 1º diedro, a projeção que é representada no plano 1

correspondente ao lado da frente da peça.

Deste modo, considerando o princípio básico e os rebatimentos dados aos

planos de projeção, têm-se s seguintes posições relativas das vistas:

• Plano 1 – Vista de Frente – mostra a projeção frontal do objeto.

• Plano 2 – Vista de Superior – mostra a o objeto visto por cima.

• Plano 3 – Vista de Lateral Direita – mostra o objeto visto pelo lado direito.

• Plano 4 – Vista de Lateral Esquerda – mostra o objeto visto pelo lado

esquerdo.

• Plano 5 – Vista de Inferior – mostra o objeto sendo visto pelo lado de baixo.

• Plano 6 – Vista de Posterior– mostra o objeto sendo visto pelo lado por trás.

No 3º diedro as vistas mais utilizadas, que acabam se constituindo nas visitas

preferenciais, é o conjunto formado pelas vistas de frente, superior e lateral direita. A

Figura 6.39 mostra as vistas principais e as vistas preferenciais do 3º diedro.

Figura 6.39 - Vistas de frente, superior e lateral direita

Page 98: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

95

6.6 Comparações entre as Projeções do 1º e do 3º Diedro. Visando facilitar o estado e o entendimento dos dois sistemas de projeções

ortogonais, normalizados como linguagem gráfica para o desenho técnico, serão

realçadas as diferenças e as coincidências existentes entre o 1º e o 3º diedro a

seguir.

a) Quanto à vista de Frente

Tanto no 1º como no 3º diedro, deve-se escolher como frente o lado que melhor

representar a forma da peça, respeitando sua posição de trabalho ou equilíbrio.

b) Quanto às posições relativas das vistas

A Figura 6.40 mostra as vistas principais do 1º e do 3º diedro. Para facilitar a

comparação, nos dois casos, a vista de frente corresponde ao mesmo do objeto.

Como é mantido a mesma frente, conseqüentemente, todas as outras vistas são

iguais modificando somente as suas posições relativas.

Figura 6.40 - Vistas principais do 1º e do 3º diedro

A Figura 6.41 faz comparação dos sentidos rebatidos dos planos de projeções.

Page 99: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

96

Figura 6.41 - Comparação dos sentidos rebatidos dos planos de projeções

Observe que no 1º diedro, olha-se a peça por um lado e desenha-se o que se

está vendo do outro lado, enquanto no terceiro diedro, o que está vendo é

desenhado do próprio lado donde se está olhando a peça.

Não se pode esquecer que cada projeção ortogonal representa o objeto em

uma determinada posição e, assim sendo, no 1º diedro qualquer projeção ortogonal

corresponde aquilo que é visto pelo lado da projeção que estiver ao seu lado.

Da mesma forma, no 3º diedro qualquer projeção ortogonal corresponde

aquilo que é visto na direção da projeção que estiver ao seu lado.

Para facilitar a interpretação do desenho é recomendado que se faça a

indicação do diedro utilizado na representação. A indicação pode ser feita

escrevendo o nome do diedro utilizado, como mostrado na Figura 6.42 ou utilizando

os símbolos.

Figura 6.42 - Nome do diedro utilizado

6.7 Exemplo resolvido No desenho seguinte são dadas as vistas principais no 1º e no 3º diedro.

(Figura 6.43).

Page 100: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

97

Analise as projeções das superfícies que compõem a peça procurando

entender os seus rebatimentos.

Figura 6.43 - vistas principais no 1º e no 3º diedro

6.8 Vista auxiliar

Existem peças que tem uma ou mais faces oblíquas em relação aos planos

de projeção. Veja alguns exemplos (Figura 6.44):

Figura 6.44 - Peças que tem uma ou mais faces oblíquas em relação aos planos

Page 101: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

98

As faces não são representadas em verdadeiras grandezas nas vistas

ortogonais normais. Os elementos dessas faces oblíquas aparecem deformados e

superpostos, dificultando a interpretação do desenho técnico.

Figura 6.45 – Parte oblíqua apareceu representada deformada

Observe, na Figura 6.45, que a parte oblíqua apareceu representada

deformada nos planos de projeção horizontal e lateral.

Para representar peças com parte e elementos oblíquos, recorremos a um

tipo especial de projeção ortográfica que permite simplificar a representação e a

interpretação de desenhos desse tipo de peças projeção ortográfica com vistas

auxiliares.

6.8.1 Projeção ortográfica de elementos oblíquos em verdadeira grandeza Em desenho técnico, o modelo deve ser representado em posição que

permita analisar todas as faces com seus elementos, ou a maioria deles, em

verdadeira grandeza em pelo menos uma das vistas ortográficas. As peças com

faces e elementos oblíquos tem que ser representadas de maneira especial.

Voltando a analisar o modelo representado na Figura 6.45. A projeção

ortográfica normal deste modelo é apresentada na Figura 6.46.

Figura 6.46 - Projeção ortográfica normal

Page 102: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

99

Neste exemplo, a face oblíqua apareceu deformada nas vistas superior e

lateral esquerda. Dessa forma, o furo passante e a parte arredondada aparece

deformados. Além da deformação, os elementos aparecem superpostos, o que

dificulta a leitura e interpretação do desenho.

Para que as partes e elementos oblíquos da peças possam ser representados

sem deformação, temos que imaginar um plano de projeção paralelo à face oblíqua,

como mostra na Figura 6.47.

Figura 6.47 - Plano de projeção paralelo à face oblíqua

Este plano de projeção inclinado recebe o nome de plano de projeção auxiliar.

A projeção da face oblíqua, no plano inclinado, aparece representada sem

deformação, em verdadeira grandeza.

6.8.2 Rebatimento do plano de projeção auxiliar

Figura 6.48 - Plano de projeção auxiliar

Page 103: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

100

Neste caso, a projeção da vista lateral é omitida. Isso ocorre porque a face

lateral da peça fica melhor representada em verdadeira grandeza, no plano de

projeção auxiliar. (Figura 6.48)

Para a representação das vistas ortogonais desta peça é necessário imaginar

o rebatimento dos planos de projeção.

O plano de projeção vertical fica fixo; o plano de projeção horizontal gira para

baixo; e o plano de projeção auxiliar, neste caso, gira para a direita. (Figura 6.49)

Figura 6.49 - O plano de projeção vertical fica fixo; o plano de projeção horizontal

gira para baixo

Agora analise os planos de projeção rebatidos. (Figura 6.50)

Figura 6.50 - Planos de projeções rebatidos

Assim, através do rebatimento dos planos de projeção, define-se a posição

das vistas no desenho técnico. Os nomes das vistas permanecem os mesmos. A

única diferença é que a face projetada no plano de projeção auxiliar dá origem à

vista auxiliar.

Page 104: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

101

Neste exemplo, a vista auxiliar está representada no lugar da vista lateral, que

foi omitida. A vista frontal e a vista superior permanecem. (Figura 6.51)

Lembre-se que em desenho técnico os contornos dos planos não são

representados. Então, veja como ficam as vistas rebatidas sem os contornos dos

planos de projeção.

Figura 6.51 - vista frontal e a vista superior

Os furos e a parte arredondada aparecem sem deformação na vista auxiliar.

Isso ocorre porque esses elementos estão representados em verdadeira grandeza

na vista auxiliar.

Exercícios

Agora, conforme a seqüência, desenhar as três vistas com as respectivas

cotas, a seguir.

Page 105: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

102

Page 106: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

103

CAPÍTULO 7 – PERSPECTIVA 7.1 Introdução

A perspectiva é a representação de objetos, de três dimensões, em uma

superfície plana (de duas dimensões) feita através de uma única projeção,

respeitando o aspecto deformado que apresentam à visão do homem como um

volume, não como realmente são. Por isto suas linhas não podem ser usadas para

se tomar medidas.

A perspectiva dá uma visão de conjunto dos objetos num só desenho,

tornando-os facilmente compreensíveis. Daí sua freqüente utilização para completar

apresentações de projeto feitas através de vistas ou projeções.

O estudo da perspectiva abrange:

7.1.1 Perspectiva cônica (Figura 7.1)

7.1.2.1 axonométrica (ou ortogonal)

7.1.2.2 oblíqua

7.1.2.1.1 isométrica

7.1.2.1.2 dimétrica

7.1.2.1.3 trimétrica

7.1.2.2.1 cavaleira

Figura 7.1 – Perspectiva cônica

7.1.2 Perspectiva cilíndrica (Figura 7.2)

Page 107: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

104

Figura 7.2 - Perspectiva cilíndrica

As diversas formas são obtidas através de combinação adequada dos tipos

de projeção conhecidos (central, paralela ou ortogonal) com a posição da figura no

espaço.

7.2 Perspectiva Cônica

Resulta da projeção cônica do objeto sobre o quadro. Também conhecida

como “exata” ou “real”, é o sistema de perspectiva que representa os objetos da

forma como são vistos na realidade pelas pessoas, fornecendo uma imagem mais

fiel do que as obtidas pelas perspectivas paralelas.

Pode ser de um, dois ou três pontos de fuga. (Figura 7.3)

Figura 7.3 - Perspectiva cônica de 1, 2 e 3 pontos de fuga

Page 108: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

105

As linhas projetantes que ligam o objeto ao ponto de vista (observador)

produzem, através da intersecção com o quadro, a perspectiva do mesmo. (Figura

7.4).

Figura 7.4 - Linhas projetantes que ligam o objeto ao ponto de vista

A linha do horizonte fica no nível do olho do observador. A linha do horizonte

contém os pontos de fuga da perspectiva. (Figura 7.5)

Figura 7.5 – Linha do horizonte contém os pontos de fuga da perspectiva

Assim, a altura do observador (ponto de vista) com relação ao objeto,

determina a posição da linha do horizonte com relação à projeção do objeto. (Figura

7.6 e Figura 7.7)

Page 109: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

106

Figura 7.6 – Ponto de vista à meia altura do objeto e alinhado à face superior do objeto

Figura 7.7 – Ponto de vista acima do objeto

Uma boa perspectiva depende do perfeito planejamento destes elementos

que definem a visualização do objeto.

7.3 Perspectiva Cilíndrica

7.3.1 Perspectiva Axonométrica

As perspectivas axonométricas utilizam a projeção cilíndrica-ortogonal.

Teoricamente elas são projeções ortográficas que fazem uso de somente um plano

de projeção, sendo o objeto girado sobre seus eixos e posicionado de modo a

mostrar três faces, ou seja, apenas três faces estarão visíveis. São inúmeras as

posições axonométricas de um objeto, dependendo dos ângulos nos quais ele é

colocado. Somente algumas destas posições são mais usadas na prática.

Page 110: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

107

A perspectiva axonométrica utiliza-se de medidas reais ou proporcionais. Já

que o efeito aparente, devido à deformação causada pela inclinação dos eixos, é

visualmente desagradável, em alguns casos. Desta forma, foram desenvolvidos

coeficiente de redução.

Da inclinação atribuída ao objeto em relação ao quadro, dependem as

reduções das dimensões nos eixos axonométricos, e os ângulos que esses mesmos

eixos formam entre si. (Figura 7.8)

Figura 7.8 – Ângulos que os eixos formam entre si

Os métodos mais empregados são os trimétricos (Figura 7.9), dimétricos

(Figura 7.10) e isométricos. (Figura 7.11)

Figura 7.9 - Desenho trimétrico

Axonometria (origem grega)

Axon = eixo

Metron = medida

Ou seja, é um sistema de Eixos e Medidas

Page 111: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

108

Figura 7.10 - Desenho dimétrico

Figura 7.11 - Desenho isométrico

Desenho trimétrico (Figura 7.9). Neste método, coloca-se o objeto de tal modo

que as três bordas, perpendiculares entre si, sejam todas desigualmente postas em

perspectiva, apresentando fatores de redução diferentes para cada eixo.

Desenho dimétrico (Figura 7.10). Neste método, coloca-se o objeto de tal

modo que duas bordas, perpendiculares entre sim, sejam igualmente postas em

perspectiva, apresentando fatores de redução iguais para os dois eixos e o outro

diferente.

Desenho isométrico (Figura 7.11). Neste método, coloca-se o objeto de tal

modo que as três bordas, perpendiculares entre si, sejam igualmente postas em

perspectiva, apresentando fatores de redução iguais para os três eixos.

Page 112: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

109

7.3.1.1 Perspectiva isométrica

O método isométrico dá um resultado menos agradável à visão do homem

que os dois primeiros (dimétrico e trimétrico); no entanto, é mais fácil de desenhar e

de cotar.

Na perspectiva isométrica os três eixos formam ângulos iguais entre si (120°)

(Figura 7.12), as três faces do objeto têm a mesma importância e as reduções são

iguais nos três eixos.

Figura 7.12 - Método isométrico

Perspectiva Isométrica Simplificada

Na prática a redução de razão igual a 81:100 não é realizada (Figura 7.13),

marcando-se sobre os eixos as medidas reais, ou seja, a Verdadeira Grandeza das

arestas do objeto.

Figura 7.13 – Perspectiva exata e simplificada

Page 113: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

110

Linha isométrica

É qualquer linha paralela a uma aresta do paralelepípedo e cuja projeção é portanto

paralela ao eixo isométrico. (Figura 7.14)

Figura 7.14 – Linha isométrica

Linha Não-Isométrica

É a aresta cuja projeção não é paralela a um dos eixos isométrica (por

exemplo, a diagonal da face de um cubo). Como a verdadeira grandeza de um

segmento só é medida quando este segmento for paralelo a um dos eixos, uma linha

não isométrica não aparece no desenho com seu comprimento real. A definição da

linha não isométrica é feita a partir da localização de seus pontos extremos. (Figura

7.15)

Figura 7.15 – Linha não isométrica

Page 114: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

111

Existem duas posições para se iniciar o traçado de um objeto na perspectiva

isométrica. Para entendê-los considere o fato dos eixos isométricos x e y formem

ângulos de 30º com a horizontal. (Figura 7.16)

• Primeira Posição

Se o objeto for retangular, iniciar por um ponto que represente o vértice frontal

superior e desenhar a partir dele os três eixos isométricos que formam entre sim

120° (usar esquadro de 30°). (Figura 7.17). Primeira posição: O ponto inicial é o

vértice frontal Superior.

• Segunda Posição

Iniciar a partir do vértice frontal inferior, um eixo vertical e dois oblíquos fazendo

ângulo de 30° com a horizontal, também traçados com o auxilio do esquadro de 30°.

(Figura 7.18). Segunda posição: O ponto inicial é o vértice frontal inferior.

Figura 7.16 – Primeira e segunda posições

Page 115: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

112

Figura 7.17 – Primeira posição

Figura 7.18 – Segunda posição

Circunferências em perspectivas isométricas, as elipses são tangentes aos

quadros isométricos circunscritos nos pontos médios dos lados. (Figura 7.19)

Figura 7.19 – Circunferência em perspectivas isométricas

Esquema para o traçado aproximado da circunferência:

Page 116: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

113

• Achar pontos de tangência no meio de cada aresta a, b, c, d.

• Ligar os vértices dos ângulos obtusos aos pontos de tangência opostos.

• Com o centro em P e o raio Pc, traçar o arco bc, e assim por diante. (Figura

7.19)

Construção de enquadramento para peças de características circulares. Isto é

necessário para assegurar a forma e a proporção corretas. (Figura 7.20)

Figura 7.20 – Circunferência em perspectivas isométricas

7.3.1.1.1 Perspectiva isométrica de modelos com elementos diversos

Algumas peças apresentam partes arredondadas, elementos arredondados

ou furos: (Figura 7.21)

Page 117: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

114

Figura 7.21 – Peças apresentam partes arredondadas

Mas antes de aprender o traçado da perspectiva isométrica de modelos com

esta característica você precisa conhecer o traçado da perspectiva isométrica do

círculo. Dessa forma, não terá dificuldades para representar elementos circulares e

arredondados em perspectiva isométrica.

7.3.1.1.1.1 Perspectiva isométrica do círculo

Um círculo, visto de frente, tem sempre a forma arredondada. Entretanto,

você já observou o que acontece quando giramos o círculo?

É isso mesmo! Quando imprimimos um movimento de rotação ao círculo, ele

aparentemente muda, pois assume a forma de uma elipse. (Figura 7.22)

Figura 7.22 – Forma de uma elipse

O círculo, representado em perspectiva isométrica, tem sempre a forma

parecida com uma elipse. O próprio círculo, elementos circulares ou partes

arredondadas podem aparecer em qualquer face do modelo ou da peça e sempre

serão apresentados com forma elíptica.

Page 118: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

115

7.3.1.1.1.2 Quadro auxiliar

Para facilitar o traçado da perspectiva isométrica você deve fazer um quadro

auxiliar sobre os eixos isométricos da seguinte maneira: (Figura 7.23)

• Trace os eixos isométricos (fase a);

• Marque o tamanho aproximado do diâmetro do circulo sobre os eixos z e y,

onde está representada a face da frente dos modelos em perspectiva (fase b);

• A partir desses pontos, puxe duas linhas isométricas (fase c), conforme

mostra a ilustração abaixo:

Figura 7.23 – Quadro auxiliar

Traçando a perspectiva isométrica do círculo

O traçado da perspectiva isométrica do círculo também será demonstrado em

cinco fases. Neste exemplo, vemos o círculo de frente, entre os eixos z e y. Não se

esqueça: use o reticulado da direita para aprender e praticar! (Figura 7.24)

1ª fase – Trace os eixos isométricos e o quadrado auxiliar

Page 119: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

116

2ª fase – Divida o quadrado auxiliar em quatro partes iguais.

3ª fase – Comece o traçado das linhas curvas, como mostra a ilustração.

4ª fase – Complete o traçado das linhas curvas

Page 120: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

117

5ª fase (conclusão) – Apague as linhas de construção e reforce o contorno do

círculo.

Figura 7.24 – Traçado da perspectiva isométrica do círculo

Você deve seguir os mesmos procedimentos para traçar a perspectiva

isométrica do círculo em outras posições, isto é, nas faces superior e lateral.

Observe nas ilustrações da Figura 7.25 que, para representar o círculo na

face superior, o quadrado auxiliar deve ser traçado entre os eixos x e y. Já para

representar o círculo na face lateral, o quadrado auxiliar deve ser traçado entre o

eixo x e z.

Page 121: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

118

Figura 7.25 – Círculo na face superior

7.3.1.1.1.3 Perspectiva isométrica de sólidos de revolução

O cone e o cilindro são sólidos de revolução que têm as bases formadas por

círculos. Portanto, o traçado da perspectiva isométrica desses sólidos partem da

perspectiva isométrica do círculo.

É importante que você aprenda a traçar esse tipo de perspectiva, pois assim

será mais fácil entender a representação, em perspectiva isométrica, de peças

cônicas ou cilíndricas ou das que tenham partes com esse formato.

Traçando a perspectiva isométrica do cone

Para demonstrar o traçado da perspectiva isométrica tomaremos como base o

cone representado na posição a seguir. (Figura 7.26)

Figura 7.26 – Base o cone para o traçado da perspectiva isométrica

Para desenhar o cone nessa posição, devemos partir do círculo representado

na face superior.

Page 122: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

119

O traçado da perspectiva isométrica do cone também será demonstrado em

cinco fases. Acompanhe as instruções da Figura 7.27 e pratique no reticulado da

direita.

1ª fase – Trace a perspectiva isométrica do círculo na face superior e marque

um ponto A no cruzamento das linhas que dividem o quadrado auxiliar.

2ª fase – A partir do ponto A, trace a perpendicular AB

3ª fase – Marque, na perpendicular AB, o ponto V, que corresponde à altura

aproximada (h) do cone.

Page 123: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

120

4ª fase – Ligue o ponto V ao círculo, por meio de duas linhas, como mostra a

ilustração.

5ª fase – Apague as linhas de construção e reforce o contorno do cone.

Atenção: a parte não visível da aresta da base do cone deve ser representada

com linha tracejada.

Figura 7.27 – Traçado da perspectiva isométrica do cone

Page 124: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

121

Traçando a perspectiva isométrica do cilindro

O traçado da perspectiva isométrica do cilindro (Figura 7.28) também será

desenvolvido em cinco fases. Para tanto, partimos da perspectiva isométrica de um

prisma de base quadrada, chamando prisma auxiliar.

Figura 7.28 – Traçado da perspectiva isométrica do cilindro

A medida dos lados do quadrado da base deve ser igual ao diâmetro do

círculo que forma a base do cilindro. A altura do prisma é igual à altura do cilindro a

ser reproduzido.

O prisma de base quadrada é um elemento auxiliar de construção do cilindro.

Por essa razão, mesmo as linhas não visíveis são representadas por linhas

contínuas.

Observe atentamente as fases do traçado e repita as instruções no reticulado

da direita. (Figura 7.29)

1ª fase – Trace a perspectiva isométrica do prisma auxiliar.

Page 125: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

122

2ª fase – Trace as linhas que dividem os quadrados auxiliares das bases em

quatro partes iguais.

3ª fase – Trace a perspectiva isométrica do círculo nas bases superior e

inferior do prisma.

4ª fase – Ligue a perspectiva isométrica do círculo da base superior à

perspectiva isométrica do círculo da base inferior, como mostra o desenho.

Page 126: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

123

5ª fase – Apague todas as linhas de construção e reforce o contorno do

cilindro. A parte invisível da aresta da base inferior deve ser representada com linha

tracejada.

Figura 7.29 – Traçado da perspectiva isométrica do cilindro

7.3.1.1.1.4 Perspectiva isométrica de modelos com elementos circulares e arredondados

Os modelos prismáticos com elementos circulares e arredondados também

podem ser considerados como derivados do prisma. (Figura 7.30)

Figura 7.30 – Modelos prismáticos com elementos circulares e arredondados

O traçado da perspectiva isométrica desses modelos também parte dos eixos

isométricos e da representação de um prisma auxiliar (Figura 7.31), que servirá

como elemento de construção.

Page 127: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

124

O tamanho desse prisma depende do comprimento, da largura e da altura do

modelo a ser representado em perspectiva isométrica.

Mais uma vez, o traçado será demonstrado em cinco fases. Acompanhe

atentamente cada uma delas e aproveite para praticar no reticulado da direita.

Observe o modelo utilizado para ilustrar as fases:

Figura 7.31 – Prisma com elementos arredondados

Os elementos arredondados que aparecem no modelo têm forma de

semicírculo. Para traçar a perspectiva isométrica de semicírculos, você precisa

apenas da metade do quadrado auxiliar. (Figura 7.32)

1ª fase – Trace o prisma auxiliar respeitando o comprimento, a largura e a

altura aproximados do prisma com elementos arredondados.

Page 128: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

125

2ª fase – Marque, na face anterior e na face posterior, os semiquadrados que

auxiliam o traçado dos semicírculos.

3ª fase – Trace os semicírculos que determinam os elementos arredondados,

na face anterior e na face posterior do modelo.

4ª fase – Complete o traçado das laterais.

Page 129: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

126

5ª fase – Apague as linhas de construção e reforce o contorno do traçado.

Figura 7.32 – traçado da perspectiva isométrica desses modelos

7.3.1.2 Perspectiva dimétrica

Na Perspectiva Dimétrica, dois dos eixos estão igualmente inclinados em

relação ao Quadro, enquanto que o terceiro possui outra inclinação.

Conseqüentemente, aqueles dois eixos têm o mesmo coeficiente de redução,

diferente do terceiro. Na Figura 7.33 projetada, sempre os dois eixos igualmente

inclinados em relação ao Quadro – Ox e Oz – fazem o mesmo ângulo com o outro –

Oy.

Dentre inúmeras posições dos eixos, algumas foram escolhidas por

proporcionarem melhor visualização e maior facilidade no trabalho gráfico. O caso

examinado a seguir é o mais comum, denominado pela escala axonométrica de

2:1:2, expressão que traduz, de maneira simplificada, a relação 0,943:0,471:0,943

entre os coeficientes de redução:

Figura 7.33 - Perspectiva dimétrica

Ângulos entre os eixos:

Oz e Oy = 131º25’

Ox e Oz = 97°10’

Ox e Oy = 131º25’

Coeficientes de redução:

Ox: 0,943 Oy: 0,471 Oz: 0,943

Page 130: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

127

Adotando-se o eixo Oz vertical, Ox e ou fazem ângulos de 7º e 41º,

aproximadamente, com a referência horizontal. (Figura 7.34)

Figura 7.34 - Perspectiva dimétrica com a referência horizontal

Exemplo de cubo dimétrico em escala 2:1:2 (Figura 7.35)

Figura 7.35 - Exemplo de cubo dimétrico

Cubo de aresta = 30 mm

Em Ox e Oz: 30x0,943 = 28,29 ou aprox. 28 mm

Oy: 30x0,471 = 147,13 ou aprox. 14 mm

Page 131: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

128

Um esquadro-gabarito para os ângulos de 7º 41° pode ser construído

conforme a Figura 7.36:

Figura 7.36 - Esquadro-gabarito para os ângulos de 7º 41°

7.3.1.2.1 Perspectiva dimétrica do círculo

Para três posições fundamentais do círculo na Perspectiva Dimétrica, de

escala 2:1:2, existem processos de construção de falsas elipses (em substituição às

verdadeiras). (Figura 7.37)

Figura 7.37 - Três posições fundamentais do círculo na perspectiva dimétrica

Caso A: Círculos pertencentes a planos perpendiculares ao eixo ou:

O quadrado circunscrito é, em perspectiva, um losango; os eixos da elipse

pertencem à diagonal desse losango. A falsa elipse tem seus centros nos pontos

Page 132: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

129

onde mediatrizes dos lados do losango cortam as diagonais. Os pontos médios dos

lados são os pontos de concordância dos 4 arcos. (Figura 7.38)

Figura 7.38 - Círculos pertencentes a planos perpendiculares ao eixo

Caso B e C: Círculos pertencentes a planos perpendiculares aos eixos Ox e

Oz, nos dois casos, o problema é exatamente o mesmo. Caso B, por exemplo: o

quadrado é, em perspectiva, um paralelogramo; o eixo menor da elipse tem a

direção do eixo Ox. O eixo maior, perpendicular ao menor, mede o comprimento real

do diâmetro do círculo. O eixo menor mede 1/3 do maior. (Figura 7.39)

A falsa elipse de 4 centros sugerida a seguir, embora prática, não reproduz

tão satisfatoriamente a verdadeira elipse.

Figura 7.39 - Círculos pertencentes a planos perpendiculares aos eixos Ox e

Oz

1° Determinam-se os pontos médios M1N1P1Q1 dos lados do paralelogramo;

2º Com o centro em O1 e o raio igual a O1M1, traça-se um círculo;

3º Marcam-se os pontos 1 e 2 sobre a reta suporte do eixo menor, distantes

de O1 o valor do diâmetro do círculo anteriormente traçado: (Figura 7.40)

Page 133: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

130

Figura 7.40 – Traçado da perspectiva 1

4° Com os centros em 1 e 2, traçam-se dois grandes arcos da “elipse” de

extremidades no círculo existente; os raios nesses pontos determinam 3 e 4 sobre o

eixo menor, centros dos 2 menores arcos da curva. A “elipse” deve tangenciar o

paralelogramo nos pontos M1, N1, P1 e Q1: (Figura 7.41)

Figura 7.41 – Traçado da perspectiva 2

Page 134: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

131

7.3.1.2.2 Desenho dimétrico aproximado

Em termos práticos, na Perspectiva de escala 2:1:2 quase nunca são

obedecidas as reduções, aplicando-se as medidas reais (VG) nos eixos Ox e Oz e,

no eixo Ou, a metade da medida real. Dá-se à Figura 7.42 o nome de Desenho

Dimétrico.

Figura 7.42 – Desenho Dimétrico

7.3.1.2.2.1 Casos clássicos

A Norma Brasileira NB-8 (Tabela 7.1) apresenta mais dois casos de

Perspectiva Dimétrica, 3:2:3 e 4:3:4 (Figura 7.43):

Tabela 7.1 – Coeficientes de reduções

Page 135: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

132

Figura 7.43 – Perspectiva Dimétrica, 3:2:3 e 4:3:4

O sistema dimétrico, embora mais trabalhoso, tem a vantagem de

mostrar o objeto com menos distorção que o isométrico e de permitir maior destaque

a uma de suas faces.

ATIVIDADES

EXERCÍCIO1

Desenhar em perspectiva Dimétrica 2:1:2 a peça abaixo

Page 136: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

133

EXERCÍCIO 2

Idêntico ao anterior

7.3.1.3 Perspectiva trimétrica

Na Perspectiva Trimétrica (Figura 7.44), os três eixos estão oblíquos

em relação ao Plano de Projeção segundo ângulos diferentes. Assim, tanto os

coeficientes de redução (Tabela 7.2) quanto os ângulos entre os eixos

axonométricos são diferentes.

Exemplo: razão 7:6:8

Page 137: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

134

Figura 7.44 – Perspectiva Trimétrica

Tabela 7.2 – Coeficientes de reduções

Page 138: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

135

7.4 Resumo Comparativo

Representação de um cubo de aresta = 20mm, desenhado em, todas as

perspectivas dadas. (Figura 7.45)

Figura 7.45 – Perspectivas resumidas

Page 139: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

136

ATIVIDADES

Exercício 1: Desenhar a Perspectiva Isométrica da peça representada pelo

esboço cotado. É dado o ponto A1 já em perspectiva. A perspectiva deve ser cotada:

Exercício 2: Idêntico ao anterior

Page 140: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

137

Exercício 3: Idêntico ao anterior

Exercício 4: Idêntico ao anterior

Page 141: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

138

Exercício 5: Idêntico ao anterior

Exercício 6: Idêntico ao anterior

Page 142: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

139

Exercício 7: Desenhar a Perspectiva Isométrica da peça representada por

suas três vistas, cotadas em milímetros. É dada a perspectiva A, B, de uma aresta:

Page 143: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

140

7.3.2 Perspectiva oblíqua

7.3.2.1 Perspectiva cavaleira

Esta perspectiva é uma forma específica de perspectiva oblíqua a qual se

utiliza da projeção cilíndrica-oblíqua. Desta forma, o objeto representado tem sempre

uma face paralela ao plano de projeção, aparecendo em Verdadeira Grandeza, e as

restas projetantes são oblíquas com relação a esta face. (Figura 7.46)

Figura 7.46 - Perspectiva cavaleira

Os ângulos que as projetantes formam com uma linha horizontal da face em

Verdadeira Grandeza chama-se Ângulos de Perspectiva, e os valores mais usuais

são 30°, 45° e 60°. (Figura 7.47)

Figura 7.47 - Valores mais usuais são 30°, 45° e 60°

Page 144: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

141

Para cada ângulo corresponde um coeficiente de redução das dimensões do

objeto representado no sentido de sua profundidade.

A Perspectiva Cavaleira é utilizada principalmente para objetos com

características circulares e curvas, apenas em uma das faces ou em faces paralelas,

sendo assim mais fáceis de desenhar e cotar. (Figura 7.48)

Esta perspectiva é de grande valor prático, normalmente usada na execução

de esboços, para esclarecer detalhes ou para auxiliar a visualização espacial em

projetos.

Figura 7.48 - Objetos com características circulares e curvas

A inclinação de 45° pode ser tomada na direção à esquerda ou à direita.

(Figura 7.49). É evidente que na Figura 7.49 apresentada, a escolha de uma solução

ou outra seria indiferente em vista da simetria da peça.

Figura 7.49 - Inclinação de 45° pode ser tomada na direção à esquerda ou à

direita

Page 145: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

142

Observe que a escolha das vistas ortográficas vai influenciar a posição da

perspectiva, ou seja, pode-se construir a perspectiva de forma que apareçam as três

vistas do desenho.

No plano de referência as distancias são medidas para frente ou para trás,

conforme a posição do plano.

Esquema para o traçado da circunferência contida num plano não paralelo ao

Quadro na Perspectiva Cavaleira: (Figura 7.50)

• Traçar a circunferência

• Traçar o quadrado onde será inscrita a circunferência não paralela ao Quadro

• O raio OP (verdadeira grandeza) será O’P’, e, por simetria, isto se repete nos

demais quadrantes.

Figura 7.50 - Traçado da circunferência contida num plano não paralelo ao

Quadro na Perspectiva Cavaleira

Para uma boa apresentação dos desenhos em perspectiva cavaleira deve-se:

• Colocar a face de maior dimensão, a mais significativa e a mais completa do

objeto, paralela ao quadro.

• Colocar a face do objeto que tiver circunferência ou forma irregular paralela

ao quadro.

Page 146: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

143

Observações:

Posição em (b) - incorreta A escolha de posição em (b) é melhor

que em (a)

Observar a deformação

de (b) e (c) em relação à

de (a)

Observar a profundidade

exagerada em (b)

Page 147: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

144

CAPÍTULO 8 – SISTEMAS CAD 8.1. Introdução:

O termo CAD (Computer Aided Design – Projeto Auxiliado por Computador)

pode ser definido como uma subárea da Computação Gráfica voltada para a criação

e manipulação de desenhos técnicos e projetos. Mas CAD, na realidade, é muito

mais. Devemos pensar nele como um meio de modelar o espaço através do

computador, com possibilidades infinitas de criação e verificação, em tempo e

tamanho real. Os sistemas CAD foram desenvolvidos para integrar as áreas de

desenho e engenharia, permitindo flexibilidade na criação e manufatura de produtos

aumentando a produtividade com redução dos custos.

Outros sistemas que atuam na área de cálculos de engenharia são chamados

de CAE (Computer Aided Engineering – Engenharia Auxiliada por Computador),

onde são realizadas outras atividades do tipo análise estrutural por elementos finitos

(Finite Elements Method, conhecido como FEM), análise de escoamento, simulações

multi-corpos, análise de tensões, etc.

Os sistemas CAD são de extrema importância para o projeto. As vantagens

oferecidas no apoio ao projeto podem ser comprovadas em muitas de suas etapas,

indo desde uma melhor documentação e apresentação do produto, com melhoria da

qualidade dos desenhos, diminuição de tempo e custos e aumento de produtividade

geral, até um melhor gerenciamento do projeto.

Por outro lado, os sistemas CAD somente podem ter seu potencial totalmente

aproveitado, inclusive justificando-se técnica e economicamente, se estiverem

integrados ao processo produtivo como um todo. Em uma estrutura integrada, o

CAD proporciona além dos ganhos intrínsicos ao projeto do produto, aumento da

eficiência das funções relacionadas ao planejamento, fabricação e qualidade. Em

outras palavras, o CAD deve estar integrado com outros sistemas como os sistemas

CAPP (Computer Aided Process Planning – Planejamento do Processo Auxiliado por

Computador) e os sistemas de gestão da produção (ERP – Enterprise Resource

Page 148: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

145

Planning – Planejamento de Recursos da Empresa, MRP – Material Resources

Planning – Planejamento de Recursos Materiais).

Atualmente existe uma variedade de opções que devem ser consideradas ao

se analisar os sistemas CAD, dentre elas algumas caracterizam a funcionalidade do

sistema, ou mesmo sua aplicabilidade integrada com outros. Considerando o

tratamento dos dados existem hoje no mercado algumas variações.

Uma das vantagens de se usar CAD 2D é o rápido treinamento de

operadores, geralmente habituados ao uso das pranchetas comuns. Para algumas

aplicações a representação 2D é suficiente, como, por exemplo, em projetos de

esquemas elétricos, hidráulicos, circuitos e placas eletrônicas, onde não há

necessidade de informações volumétricas. Também na criação de vários tipos de

croquis, para suportar a produção, por exemplo, o CAD 2D é mais apropriado.

O grande retorno da utilização de CAD está na reutilização das informações,

uma vez que é bem mais fácil recuperar e modificar um desenho eletrônico, do que

um desenho realizado de forma convencional.

O modelamento 3D apresenta as dificuldades que são próprias do processo

de desenho, pois o projetista é obrigado a considerar as três dimensões

simultaneamente. Em alguns casos, a utilização do modelo 3D é imprescindível,

como, por exemplo, na aplicação de análises por elementos finitos para verificação

de tensões, escoamento, temperatura, e ainda quando há a necessidade de se

calcular o volume, propriedades de massa e eixo de inércia e verificação de

interferêncais.

Nesse curso, será priorizado o aprendizado do AutoCad 2D.

8.2. Caracter íst icas dos Comandos do AutoCAD:

Tem-se três opções para realizar um comando:

• Standard toolbar - são os ícones, atendidos pelo mouse;

• Tools menu - através da Barra de menus, usando o mouse;

• Command line - usando a área do Prompt, digitando o comando através do

teclado.

Page 149: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

146

8.3. Sistemas de Coordenadas:

O AutoCAD possui dois sistemas de coordenadas:

• WCS (World Coordinate System): sistema básico de coordenadas cartesianas do

AutoCAD. Possui dois eixos X e Y perpendiculares entre si. O par (X,Y) identifica um

ponto bidimensional. O eixo Z é sempre perpendicular ao plano definido por X e Y

(plano da tela). A origem do WCS é sempre o ponto (0,0).

• UCS (User Coordinate System): o usuário pode definir um sistema de coordenadas

temporário denominado UCS. Nesse sistema, pode–se escolher a origem e a

posição dos eixos X, Y e Z a partir do WCS. O UCS é indispensável para criação de

objetos tridimensionais.

Ut i l izam-se no AutoCAD t rês t ipos de Coordenadas:

• Coordenada Absoluta: os pontos são indicados na tela pelo mouse ou os

pontos são fornecidos pelo teclado, digitando as coordenadas X e Y,

separadas por vírgula. Para desenhar uma linha com o início valendo X = -3

e Y = 2, terminando no ponto X = 5 e Y = 5, devemos:

Command: line

From point: -3,2

To point: 5,5

• Coordenada Relativa: os pontos são indicados por coordenadas relativas ao

último ponto fornecido. Para fazer isso, utilize o sÌmbolo “@” seguido pelos

deslocamentos em X e Y:

Command: line

From point: -3,2

To point: @8,3

• Coordenada Polar: os pontos podem ser indicados por coordenadas polares

relativas ao último ponto fornecido. Os ângulos são indicados com base no

sistema padrão do AutoCAD, onde 0º é uma horizontal da esquerda para a

Page 150: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

147

direita e 90º é uma linha reta para cima. Este padrão pode ser modificado

conforme o interesse do usuário. Assim, utilizamos o símbolo “@” seguido

pela distância e pelo ângulo do próximo ponto em relação ao ponto anterior,

separados pelo sÌmbolo “<”.

Command: line

From ponit: 0,0

To point: @5<100

To point: @8<45

Observação : casas decimais são escr i tas como ponto e não como

ví rgula. Exemplo: 3 .4 ( t rês unidades e quatro décimos) .

8.4. Função Osnap:

A função Object Snap (Osnap) é uma das funções mais usadas no AutoCAD.

Permite a busca de um lugar geométrico a partir de um objeto já existente. Para

acionar tecle F3.

As formas de capturar os pontos geométricos variam com as opções:

• Perpendicular: partindo do ponto anterior, identifica o ponto perpendicular ao

elemento identificado;

• Tangent: partindo do ponto anterior, identifica o ponto tangente ao elemento

identificado;

• Endpoint: vértices de linhas, polylines e extremos de arcos;

• Center: centro de circunferências, elipses e arcos;

• Quadrant: quadrante de circunferências, elipses, arcos;

• Extension: cria uma linha de extensão temporária;

• Insertion: ponto de inserção de texto e blocos;

• Apparent Intersection: intersecção aparente;

• None: desabilita identificação de ponto notável;

• Osnap Setting: aciona o comando de configuração de Osnap.

Page 151: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

148

• Parallel: partindo do ponto anterior, identifica o ponto paralelo ao elemento

identificado;

• Midpoint: mediana de segmentos e arcos;

• Node: coordenada do elemento Point;

• Intersection: intersecção;

• Nearest: ponto mais próximo.

8.5. Comando Zoom:

O comando ZOOM permite visualizar todo o desenho na área gráfica,

oferecendo várias opções de manipulação da imagem, sempre sem alterar suas

coordenadas:

• Zoom ALL:

Coloca a área total do desenho na tela, definida pelo máximo entre a área de

limite de desenho e a área de ”ZOOM EXTENTS”;

• Zoom CENTER:

Altera o posicionamento do centro da janela corrente;

• Zoom DYNAMIC:

Define nova janela dinamicamente. O comando apresenta uma tela

mostrando um retângulo azul (limite do desenho), um retângulo verde (janela

corrente) e um retângulo móvel (próxima janela);

• Zoom EXTENTS:

Ajusta a janela de forma a enquadrar todos os objetos;

• Zoom PREVIOUS:

Restaura a janela anterior;

• Zoom SCALE:

Modifica a janela mudando a escala de visualização corrente, gerando efeito

de aproximação ou afastamento;

• Zoom WINDOW:

Define área de visualização através de dois pontos da diagonal;

Page 152: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

149

• Zoom REAL TIME:

Muda a visualização automaticamente através do movimento do mouse.

8.6. Comando Pan:

Permite modificar a região visível do desenho apenas deslocando a janela

corrente, mantendo sua proporção e escala. Quando acionado o comando PAN o

cursor muda para uma mão e a exibição do desenho é movida na mesma direção

que o cursor. Quando se alcança uma extremidade do espaço do desenho, uma

barra é exibida no cursor da mão no lado onde a extremidade foi alcançada (em

cima, abaixo, ou ao lado do desenho).

8.7.Modos de seleção:

Para selecionar elementos podemos clicar neles, puxar uma janela de

seleção ao redor deles, entrar com coordenadas, ou usar um método de seleção

como:

WINDOW: a seleção é feita definindo-se um retângulo, formado por linhas

contínuas, onde só os elementos totalmente nele contidos são selecionados.

Esta forma funciona quando abrimos uma janela de seleção da direita para a

esquerda.

CROSSING: a seleção é feita definindo-se um retângulo, formado por linhas

tracejadas, onde só os elementos parciais ou totais nele contidos são

selecionados. Esta forma funciona quando abrimos uma janela de seleção da

esquerda para a direita.

8 .8. Layers:

Layer significa camada. Ao começar um desenho, é conveniente pensar na

organização dos elementos em layers. É de extrema importância acostumar-se

Page 153: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

150

desde o início a utilizar os layers, pois seu uso facilita muito a produção de

desenhos., através da possibilidade de configuração do layer com propriedades

como cor, tipo de linha, espessura da linha, congelamento, travamento, entre outras.

Clicando no ícone tem-se as seguintes opções:

Named Layer Filters: possibilita critérios de exibição da lista de layers. Com os

[...] temos uma caixa de diálogo onde podemos configurar filtros de exibição;

New: cria novos layers;

Current: nome do layer em uso;

Delete: apaga layers selecionados, desde que não exista nenhum objeto

referenciado ou que esteja em uso;

Show/Hide Details: mostra detalhes dos layers, tais como nome, cor, tipo de

linha, etc.;

List of Layers: configura a exibição e as propriedades dos layers:

Name: exibe o nome do layer;

On/Off: liga/desliga os layer selecionados;

Lock: trava os layer selecionados;

Linetype: permite alterar o tipo de linha dos layer selecionados;

Color: altera a cor da camada;

Linetype: altera o tipo de linha da camada;

Lineweigth: altera a espessura da linha da camada;

Plot Style: define um estilo de plotagem para a camada;

Plot: permite que a camada seja ou não impressa;

Details: permite alterar mais detalhes do layer selecionado.

Quando o cursor estiver posicionado sobre a caixa de diálogo de controle de

layer, com um right-click abrirá uma opção (Select All/Clear All) que permite

selecionar ou desfazer a seleção de todos os layers, além de criar atalho para todas

as opções de configuração.

Para determinar a forma mais rápida de produção de um desenho é muito

importante otimizar a configuração dos layers. Todas as informações de um desenho

podem estar submetidas em layers, desde a concepção até a plotagem.

Page 154: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

151

• Configurar Layer Corrente por Objeto:

Esse comando solicita a identificação de um elemento e torna o layer deste

elemento em layer corrente.

• Menu de Gerenciamento de Layers:

A opção Layer Control do Object Properties permite configurar o layer corrente, bem

como alterar configurações de layers graficamente e dinamicamente.

• Gerenciamento de Cores:

A opção Color Control do toolbar Object Properties permite configurar a cor corrente

gráfica e dinamicamente. A cor aqui selecionada que leva-se em consideração para

a plotagem conforme os padrões do AutoCAD R14. O AutoCAD permite usar 256

cores para a configuração de layers.

• Gerenciamento do Linetype:

A opção Linetype Control do toolbar Object Properties permite configurar o tipo de

linha corrente gráfica e dinamicamente. A opção Other... oferece a janela Linetype

Manager.

• Linetype Manager:

Permite gerenciar a configuração de tipo de linha. Segue o padrão de caixa de

diálogo do Windows, permitindo:

• Load: carrega tipos de linha;

• Delete: elimina tipo de linha;

• Details: configura o tipo de linha corrente, possibilitando escala global ou unitária.

• Lineweights Control

Para interpretar desenhos usamos linhas grossas e finas, dando visão de

profundidade; são as espessuras das linhas. Através do Lineweight podemos

representar na tela e no papel as espessuras.

Page 155: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

152

Para acessar a caixa de diálogo entramos com o comando LWEIGHT, ou usamos a

barra de Format. Deve-se configurar a plotagem para que tenha resultados das

aplicações de Lineweight (Plot object lineweight). Esta função não existe na versão

do AutoCAD R14, e se o desenho for salvo assim, não perderá estas informações

quando usar o 2000, ou 2002.

8.9. Comandos básicos:

8.9.1. Comandos de criação de objetos: a) Line (linha):

Comando de segmentos de retas. Para execução: Dig i te LINE ou L no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e Tec le enter ; Cl ique na te la para def in i r o ponto in ic ia l de geração da reta; Dig i te a coordenada ou selec ione outro ponto na te la; Para f ina l izar a operação, tec le enter .

Page 156: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

153

b) Polygon (polígono):

Cria polÌgonos regulares, com as seguintes opções:

• Center of polygon: cria polígonos a partir do seu centro;

• Inscribed in Circle: polígono inscrito em uma circunferência;

• Circumscribed about Circle: polígono circunscrito a uma circunferência;

• Edge: polígono definido por suas arestas.

Dig i te POL no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse no

ícone e tec le enter ; Entre com o número de lados do pol ígono; Especi f ique na te la , c l icando com o mouse, o centro do pol ígono; Escolha inscr i to ou c i rcunscr i to a uma c i rcunferênc ia; Especi f ique o ra io da c i rcunferênc ia; Para f ina l izar a operação, tec le enter . c) Rectangle (retângulo):

Cria retângulos, com as opções:

• First Corner: especifica um retângulo através de dois pontos quaisquer definidos

pelo mouse;

• Chamfer: coleta uma distância horizontal e uma vertical para “chamfrear” o

retângulo;

• Elevation: cria uma elevação para o retângulo;

• Fillet: possibilita a criação de um retângulo com as arestas arredondados;

• Tickness: configura a densidade do retângulo;

• Widht: configura a largura da polyline que será criada.

Dig i te rectang no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ; Especi f ique o pr imeiro canto do retângulo, c l icando com o mouse sobre a te la ou dando as coordenadas; Especifique outro canto do retângulo, clicando com o mouse sobre a tela ou dando as coordenadas. d) Circle (círculo):

Cria círculos, através das opções de Center, Radius, Diameter, 2 points, 3 points e tangent.

Page 157: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

154

Por exemplo, usando a opção center , temos a seguinte sequência de comandos: Dig i te CIRCLE ou C no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ; Cl ique com o mouse sobre a te la para especi f icar o centro do c í rcu lo; ent re com o ra io do cí rcu lo ou d ig i te D para entrar com o valor do d iâmetro.

e) Ellipse (elipse):

Cria elipses ou arcos de elipse, coma as seguintes opções:

• Center: dados centro e dimensões dos eixos;

• Axis, End: dados externos dos eixos;

• Arc: dados externos dos eixos, início e final do arco de elipse.

Dig i te ELLIPSE no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ;

Especi f ique o ponto f ina l ext remo esquerdo de um dos e ixos da

e l ipse, c l icando com o mouse sobre a te la;

Especi f ique o ponto f ina l ext remo dire i to do e ixo da e l ipse;

Especi f ique a d is tância ao outro e ixo.

f) Arco (arc):

Cria arcos, através das seguintes opções:

• Start Point: o primeiro ponto do arco é um endpoint;

• Center: o primeiro ponto é o centro do círculo do qual o arco é uma parte.

A construção do arco sempre deve ser efetuada considerando o sentido anti-horário

para indicação dos pontos (start-point, end-point) e ângulos.

Dig i te arc no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse no

ícone e tec le enter ; Especi f ique o pr imeiro ponto do arco, c l icando com o mouse sobre a te la ou dando as coordenadas; Especifique o segundo ponto do arco, clicando com o mouse sobre a tela ou dando as coordenadas; Especi f ique o ponto f ina l do arco, clicando com o mouse sobre a tela ou dando as coordenadas.

Page 158: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

155

g) Texto:

Cria textos. mtext (multiline text):

aciona o comando MTEXT que cria composto por várias linhas, através de uma

caixa de diálogo, onde o texto pode ser configurado.

Dig i te mtext no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse no

ícone e tec le enter ;

Especi f ique o pr imei ro e o segundo pontos, c l icando com o mouse

sobre a te la, gerando uma janela onde o texto será escr i to ;

A ca ixa de d iá logo se abr i rá. Dig i te e conf igure o texto;

Cl ique em ok.

dtext:

Possib i l i ta d ig i tar textos.

Dig i te DTEXT no Prompt do AutoCad e tec le Enter ;

Especi f ique o pr imeiro ponto onde se s i tuará o texto, c l icando com o

mouse sobre a te la;

Especi f ique a a l tura da le t ra;

Especi f ique o ângulo de rotação (0 para textos escr i tos na ver t ica l ;

outros valores para textos inc l inados) ;

Dig i te o texto e tec le enter ;

Cont inue d ig i tando o texto na próx ima l inha;

Tecle enter duas vezes seguidas se quiser sa i r do comando.

ddedi t :

Possib l i ta edi tar textos e a l terá- los.

Dig i te DDEDIT no Prompt do AutoCad e tec le enter ;

Selec ione o texto a ser a l terado;

Um quadro de d iá logo se abr i rá . Dig i te a a l teração do texto e c l ique

em OK;

Se desejar , se lec ione outro texto para a l teração. Caso contrár io ,

Page 159: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

156

tec le enter .

h) Bhacht (hachurar):

Podemos usar o comando para encher um objeto ou parte dele, ou ainda, áreas que

não tenham um limite fechado. Em geral, a colocação de hachuras deve ser a última

fase do processo de detalhamento de desenho. O AutoCAD possui vários padrões

de hachura predefinidos que podem ser configurados através do comando BHATCH.

O nome do comando Bhatch È uma abreviação de Boundary Hatch, algo como

divisor de hachura. Através desse comando podemos definir o padrão, a escala, o

ângulo e o objeto ou região a ser hachurado. Use a pasta Quick para trabalhar com

os padrões rápidos de hachuras. Use a pasta Advanced para personalizar como

AutoCAD dispõe as hachuras.

Dig i te bhatch no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ; A pasta Quick se abrirá, permitindo ao usuário a definição do tipo e do padrão da

hachura, o ângulo de inclinação e a escala;

Definida a hachura a ser utilizada, clique em pick points, clique no interior do objeto

que se quer hachurar e tecle enter;

A pasta Quick voltará. Clique em preview e visualize se as configurações da hachura

estão adequadas;

Clique enter para voltar para a pasta Quick e tecle enter ou modifique as

configurações e clique em preview, repetindo este passo até que a hachura fique

adequada.

8.9.2. Comandos de modificação de objetos: a) Erase (apagar):

Apaga objetos. Dig i te ERASE ou E no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ; Selec ione o objeto a ser apagado c l icando sobre e le ou abr indo janelas de se leção e tec le enter .

Page 160: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

157

b) Copy (copiar):

Copia objetos. Dig i te COPY ou CO no Prompt do AutoCAD ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto a ser copiado e tec le enter ;

Especi f ique o ponto base de deslocamento da cópia; caso quei ra

vár ias cópias do mesmo objeto, d ig i te M de mul t ip le ;

Especi f ique o segundo ponto de deslocamento, ou se ja, o ponto

onde deverá ser inser ida a cópia, c l icando com o mouse;

Caso se este ja usando a opção mul t ip le , o AutoCad cont inuará

perguntando qual o segundo ponto de deslocamento até que se

f ina l ize a operação tec lando enter .

c) Move (mover):

Move objetos. Dig i te MOVE ou M no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selecione o objeto a ser movido e tecle enter;

Especi f ique o ponto base de des locamento do objeto;

Especi f ique o segundo ponto de deslocamento, ou se ja, o ponto

onde deverá ser inser ido o objeto, c l icando com o mouse.

d) Offset (deslocar):

Cria cópias paralelas ao objeto selecionado.

Dig i te OFFSET no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ;

Dig i te a d is tância entre as l inha se lec ionadas e a cópia para le la e

tec le enter ;

Selec ione a l inha ou objeto a ser copiado;

Cl ique com o mouse para o lado que deseja que a cópia se ja

Page 161: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

158

local izada;

Tecle enter para sa i r do comando ou cont inue a operação.

e) Mirror (espelhar):

Cria cópias espelhadas do objeto , com a possibilidade de apagar, ou não, o objeto

original.

Dig i te MIRROR no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto a ser espelhado e tec le enter ;

Especi f ique o pr imeiro ponto da l inha de espelhamento;

Especi f ique o segundo ponto da l inha de espelhamento;

Escolha se o objeto or ig ina l deve ser apagado ou não e tec le enter .

f) Rotate (rotacionar):

Rotaciona objetos conforme a definição UCS ou por referência. Dig i te ROTATE ou RO no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto a ser ro tac ionado e tec le enter ;

Especi f ique o ponto de base, a part i r do qual o ângulo será contado;

Especi f ique o ângulo de rotação e tec le enter .

g) Scale (escala):

Altera o objeto em suas dimensões a partir de um fator de escala. Dig i te SCALE no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto e tec le enter ;

Especi f ique o ponto de base, a par t i r do qual a a l teração da escala

será efetuada;

Especi f ique o fa tor de escala e tec le enter .

Page 162: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

159

h) Stretch (esticar):

Esse comando permite selecionar objetos e modificar a posição dos objetos que

estiverem totalmente contidos na janela selecionada, esticando-os e encurtando-os,

conforme a necessidade.

Dig i te STRETCH ou S no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto por cross ing e tec le enter ;

Especi f ique o ponto de base do deslocamento;

Especi f ique o segundo ponto do deslocamento.

i) Trim (trincar):

Esse comando permite aparar, ajustar o comprimento ou eliminar parcialmente

trechos de um objeto em relação a outro.

Dig i te TRIM no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse no

ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto l imi te para o t r incamento e tec le enter ;

Selec ione o t recho a ser t r incado.

j) Extend (estender):

Estende um elemento até outro.

Dig i te EXTEND ou EX no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto l imi te para onde o objeto será estendido e tec le

enter ;

Page 163: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

160

Selec ione o objeto a ser estendido e tec le enter para sa i r do

comando.

k) Explodir (explode):

Desagrupa polilinhas e blocos em seus elementos originais, podendo ser

redefinidos.

Dig i te EXPLODE ou X no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selec ione o objeto a ser explodido e tec le enter .

l) Chamfer (chanfrar):

Cria linha de chanfro, um recorte em ângulo.

Dig i te CHAMFER no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o

mouse no ícone e tec le enter ;

Selec ione a pr imeira l inha do objeto;

Selec ione a segunda l inha do objeto.

m) Fillet (arredondar):

Semelhante ao Chamfer, junta suas extremidades finais de forma arredondada.

Selecionando linhas, arcos ou polilinhas, o AutoCAD estende as extremidades até

que elas se cruzem ou apare à intersecção, desde que no mesmo plano.

Dig i te FILLET no Prompt do AutoCad ou então c l ique com o mouse

no ícone e tec le enter ;

Selec ione a pr imeira l inha do objeto;

Selec ione a segunda l inha do objeto.

n) Extrude (extrusão):

Page 164: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

161

O comando extrude é usado na criação de sólidos, aplicando extrusão (adicionando

espessura) a objetos selecionados. Pode-se aplicar extrusão a objetos fechados,

como polilinhas, polígonos, retângulos, círculos, elipses, roscas, regiões.

Dig i te EXTRUDE no Prompt do AutoCad e tec le enter ;

Selec ione o objeto;

Especi f ique a a l tura da ext rusão (espessura) ;

Especi f ique o ângulo da ext rusão;

Visual ize o resul tado at ivando a barra de fer ramentas VIEW em,

v iew – too lbars – v iew e c l icando, por exemplo, em SW isometr ic

v iew.

o) Subtract (subtrair):

O comando subtract subtrai a área de um conjunto de regiões de outro conjunto,

bem como seu volume.

Dados dois só l idos, por exemplo, um retângulo dentro de outro;

V isual ize os só l idos at ivando a bar ra de ferramentas VIEW em, v iew

– toolbars – v iew e c l icando, por exemplo, em SW isometr ic v iew;

Dig i te SUBTRACT ou SU no Prompt do AutoCad e tec le enter ;

Selec ione o objeto do qual se i rá subtra i r a área ou o vo lume e tec le

enter ;

Selec ione a área a ser subtraída;

Dig i te h ide para v isual izar melhor o resul tado.

p) Hide (esconder):

Desenhos complexos, muitas vezes, parecem sobrepostos demais para reconhecer

as informações úteis. Outras vezes, pode ser difícil ver os resultados do processo de

um comando no objeto. O comando hide oculta as partes de fundo de um objeto

que, na verdade, ficariam ocultas na visão real, simplificando a apresentação e

tornando o design mais claro.

8.10. Cotagem:

Page 165: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

162

Com o AutoCAD pode-se facilmente incluir dimensões (ou cotas) provisórias ou

finais em qualquer desenho, com exatidão e precisão bem maior que os métodos

tradicionais de confecção em papel, simplesmente clicando em dois pontos. Como a

distância entre os pontos tem uma medida real, a cota terá uma medida real.

A palheta Dimension contém quase todos os comandos necessários para desenhar

e ditar cotas.

Os comandos de dimensionamento são os seguintes:

Quick Dimension: apenas com uma seleção do objeto, o programa inicia um

dimensionamento rápido;

Linear: executa um dimensionamento linear, podendo ser horizontal e vertical;

Aligned: executa o dimensionamento alinhado a dois pontos;

Radius: dimensiona o raio de arcos e círculos com o símbolo R;

Diameter: dimensiona o diâmetro de arcos e círculos com o símbolo Ø;

Angular: dimensiona ângulos;

Baseline: faz as medidas a partir de um ponto de base. Normalmente utilizado para

desenho mecânico;

Continue: permite continuar os dimensionamentos DimLinear, DimAligned,

DimOrdinate e DimBaseline;

Leader: coloca linha e seta com texto explicativo, utilizando o Multitext;

Tolerance: cria anotações de tolerância;

Center Mark: marca o centro de arcos e círculos com uma cruz (+);

Oblique: permite modificar a inclinação das linhas de chamada das cotas. Utilizado

principalmente para desenho isométrico;

Align Text: permite modificar a posição do texto da cota;

Style: abre o quadro de diálogo de configuração dos parâmetros de

dimensionamento.

8.10.1 Dimension Style O recurso de dimensionamento do AutoCAD possui uma série de estilos que são

pré-definidos, semelhante aos estilos de texto. Determina a aparência das cotas e a

Page 166: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

163

amplitude dos recursos de dimensionamento, como o texto e as setas da cota.

8.11. Plotagem: Clique em File – Plot, para abrir o quadro de diálogos para plotagem.

No topo do quadro de diálogos temos a área Layout name. Nela é

apresentado o nome do layout corrente (ou Model) e a chave Save changes to

layout que, se acionada, armazenará todos os parâmetros configurados nesse

quadro de diálogos juntamente com o layout (essa chave não é disponível se mais

de um layout estiver selecionado simultaneamente).

Na parte superior direita do quadro de diálogos, temos a área Page setup

name, na qual um campo com o mesmo nome apresenta o nome de todas as

configurações de páginas nomeadas e salvas. Podemos basear a configuração da

página corrente em uma configuração já criada anteriormente, apresentada nessa

lista, ou podemos adicionar uma nova configuração de página pressionando o botão

Add, quando então o quadro de diálogos User Defined Page Setups á acionado.

O painel Plotter Device especifica o plotter que será utilizado, o layout ou os layouts

a plotar e as informações sobre a plotagem para arquivo.

A área Plotter Configuration apresenta o plotter correntemente configurado, a

porta ao qual ele está conectado e uma descrição sobre o mesmo, se houver.

- Name: Apresenta uma lista das impressoras de sistema (system printers)

disponíveis e dos nomes dos arquivos PC3. Um ícone na frente do nome do

dispositivo a identifica como printer (system printer) ou plotter (PC3). Se o plotter

selecionado não suportar o tamanho de página selecionado para o layout, é

apresentada uma mensagem de alerta e o tamanho default de papel do plotter é

automaticamente selecionado.

- Properties: Apresenta o Editor de Configuração de Plotter, onde podemos ver ou

alterar os parâmetros de configuração do plotter selecionado. Se fizermos

alterações em um arquivo PC3, será apresentado um quadro de diálogos de

confirmação destas alterações.

- Hints: Apresenta informações adicionais do Help do AutoCAD sobre o plotter

configurado. A área Plot Style Table indica a tabela de estilos de plotagem

associada ao layout ou modelo.

Page 167: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

164

- Name: Apresenta uma lista das tabelas de estilos de plotagem disponíveis. A

tabela de estilos associada ao modelo ou layout corrente é apresentada como

default, exceto quando estivermos com vários layouts selecionados e eles

estiverem usando tabelas de estilos diferentes, quando então é apresentada a

mensagem Varies.

- Edit: Aciona o Editor de Tabela de Estilos de plotagem, no qual podemos ver ou

modificar os estilos dessa tabela.

- New: Aciona o assistente Plot Style Table Wizard para a criação de uma nova

tabela de estilos de plotagem. A área What to plot define o que queremos plotar.

- Current tab: Plota a aba Model ou o layout corrente, mesmo se vários LAYOUTS

estiverem selecionados. A seleção de várias abas pode ser feita pressionando-se

a tecla [CTRL] enquanto estiver selecionando as abas.

- Selected tabs: Plota as abas selecionadas. Se apenas uma aba estiver

selecionada, essa opção não é disponível.

- All layout tabs: Plota todos os layouts.

- Number of copies: Define o número de cópias que serão impressas. Na área Plot

to file podemos redirecionar a saída para um arquivo em vez de ela ir para o

plotter. Isso é muito utilizado em locais que não tenham plotters disponíveis e

tenham que efetuar a plotagem fora.

- Plot to file: Se essa chave estiver ligada, a plotagem é feita para arquivo. Se mais

de uma aba estiver selecionada para plotagem, essa opção é desabilitada.

- File name: Especifica o nome do arquivo de plotagem. O default utilizado é o

próprio nome do desenho acrescido do nome da aba, separados por hífen, com a

extensão PLT.

- Location: Especifica o diretório no qual o arquivo de plotagem será gravado. O

diretório default é o do próprio desenho.

- [...]: Apresenta um quadro de diálogos de seleção de diretórios, de modo que se

possa escolher um. O conteúdo do campo Location é automaticamente alterado.

A aba Plot Settings só é apresentada se não estiver selecionando vários layouts

simultâneos para plotagem. Na área Paper Size and Paper Units são

apresentados os tamanhos de papéis padrões disponíveis para o plotter

selecionado.

Page 168: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

165

- Paper size: Nessa lista, escolhemos o tamanho do papel. Quando entramos

nesse quadro de diálogos pela primeira vez, o tamanho default definido para o

plotter no seu arquivo PC3 é apresentado. Quando escolhemos outro tamanho

de papel, esse é salvo com o layout.

- Printable area: Campo não editável que apresenta a área real utilizada para

plotagem. Pode ser apresentada em milímetros ou polegadas, dependendo da

opção escolhida (inches ou mm). Na área Drawing Orientation, especificamos a

orientação do desenho no papel para plotters que suportam a orientação Retrato

(Portrait) ou Paisagem (Landscape). Podemos ainda inverter a ordem de

impressão do desenho escolhendo Plot upside-down. Em Plot Area, indicamos a

área do desenho que será plotada.

- Layout: Apresenta o layout na plotagem, imprimindo tudo o que estiver dentro

das margens do tamanho de papel especificado. Se estivermos no espaço do

modelo, é apresentada a chave Limits que, se selecionada, plotará a área do

desenho entre seus limites definidos no comando LIMITS:

- Extents: Plota toda a área do desenho que contenha objetos.

- Display: Plota o que estiver sendo apresentado na janela corrente no espaço do

modelo.

- View: Plota uma vista nomeada, salva anteriormente com o comando VIEW

SAVE. Podemos selecionar uma das vistas nomeadas na lista ao lado desta

chave. Se não houver nenhuma vista nomeada salva, a chave é desabilitada.

- Window: Plota qualquer parte do desenho especificado por uma janela. Após o

botão Window ser pressionado, podemos especificar a janela de plotagem

indicando dois cantos opostos da mesma: Specify first comer, que indica o

primeiro canto da janela, ou Specify opposite comer, que indica o canto oposto.

Um comportamento irregular apresentado pelo AutoCAD 2002 pode acontecer ao

final de uma plotagem com opção Window. Após a plotagem ser realizada,

observaremos que o fundo do papel terá se movido e seus objetos e

VIEWPORTS não estarão posicionados corretamente sobre o papel. Este

comportamento está descrito no documento da AUTOESK número TS32843, e a

solução para o mesmo consiste em desligar a opção Save changes to layout no

alto do quadro de diálogos.

Page 169: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

166

A área Plot Scale controla a escala de plotagem. A escala de plotagem pode

ser definida na lista Scale, sendo seu default 1:1 quando plotando um layout e

Scaled to Fit quando plotando do espaço do modelo. Podemos também selecionar

uma das escalas padrões dessa lista.

- Custom: Define uma escala definida pelo usuário. Podemos criar uma escala

customizada informando o número de milímetros (ou polegadas) que correspondem

à 00, um número de unidade de desenho.

- Scale lineweights: Os pesos dos traços são escalados em proporção à escala de

plotagem. Normalmente, esses pesos já indicam a espessura do traço dos objetos

plotados e essa chave é mantida desmarcada. Na área Plot Offset, indicamos um

deslocamento da área de plotagem em relação ao canto inferior esquerdo do papel.

Num layout, o canto inferior esquerdo da área de plotagem especificada é

posicionado no canto inferior esquerdo da margem do papel. Podemos deslocar

essa origem por valores positivos ou negativos nos campos X e Y.

- Center the plot: Automaticamente, calcula os deslocamentos X e Y para centrar a

piotagem no papel. Na área Plot Options, definimos algumas opções adicionais para

os LINEWEIGHTS e PLOTSTYLES. Esses parâmetros são armazenados no

desenho.

- Plot objects lineweights: Se selecionado, indica que os pesos dos traços serão

plotados. Só pode ser desligado se a chave Plot with plot styles estiver também

desligada. Por default, todas as plotagens efetuadas com o AutoCAD 2000 utilizam

peso nos traços. Se não tivermos especificados estes pesos no Gerenciador de

Camadas, um peso de 0.l5mm é aplicado a todos os objetos. Para que isso não

ocorra, desligue essa chave.

- Plot with plot styles: Se selecionado, faz a plotagem com os estilos de plotagem

associados aos objetos e definidos na tabela de estilos de plotagem.

- Plot paperspace last: Plota primeiramente toda a geometria do modelo.

Normalmente, a geometria do espaço do papel é plotada antes do que a geometria

do modelo.

- Hide objects: Plota os layouts com as linhas escondidas removidas para os objetos

que estiverem no espaço do papel. A remoção de linhas escondidas dos objetos do

espaço do modelo nas janelas é controlada pela propriedade HIDE das

Page 170: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

167

VIEWPORTS, na janela de propriedades. Se estivermos na aba Model, as linhas

escondidas do modelo serão removidas. Na base do quadro de diálogos de

plotagem temos alguns botões adicionais que só estão disponíveis se estivermos

selecionando apenas um layout ou modelo para plotagem:

- Partial Preview: Mostra rapidamente as dimensões e uma representação da área

de plotagem efetiva em relação ao papel e sua área imprimível. O papel é mostrado

em branco, a área imprimível delimitada por um pontilhado, e a área impressa por

uma grade azul.

- Full Preview: Apresenta o desenho como ele aparecerá quando plotado no papel.

Ao pressionarmos esse botão, surgirá inicialmente um quadro Plot Preview

Progress, que também é apresentado durante a plotagem real. Logo após, a

imagem da plotagem é apresentada no vídeo. Podemos efetuar um ZOOM Realtime

ou pressionar o botão direito do mouse para apresentar um menu de atalho com

opções de Pan, Plot, Zoom Window, Zoom Original ou cancelar a prévisualização (o

que também pode ser feito pressionando as teclas [ESC] ou [ENTER]).

- OK: Efetua a plotagem, apresentando primeiramente o quadro Plot Progress.

ATALHOS PARA TECLADO A, *ARC

AA, *AREA

AL, *ALIGN

BH, *BHATCH

BR, *BREAK

C, *CIRCLE

CHA, *CHAMFER

CO, *COPY

D, *DDIM

DAL, *DIMALIGNED

DAN, *DIMANGULAR

DBA, *DIMBASELINE

DCE, *DIMCENTER

DCO, *DIMCONTINUE

DDI, *DIMDIAMETER

DED, *DIMEDIT

DI, *DIST

DIV, *DIVIDE

DLI, *DIMLINEAR

DOR, *DIMORDINATE

DOV, *DIMOVERRIDE

F, *FILLET

FI, *FILTER

G, *GROUP

-G, *GROUP

GR, *DDGRIPS

H, *BHATCH

-H, *HATCH

HE, *HATCHEDIT

HI, *HIDE

I, *DDINSERT

-I, *INSERT

IAD, *IMAGEADJUST

IAT, *IMAGEATTACH

ICL, *IMAGECLIP

IM, *IMAGE

-IM, *-IMAGE

IMP, *IMPORT

IN, *INTERSECT

INF, *INTERFERE

IO, *INSERTOBJ

L, *LINE

Page 171: APOSTILA EMERGENCIAL Desenho Tecnico

168

DR, *DRAWORDER

DRA, *DIMRADIUS

DST, *DIMSTYLE

DT, *DTEXT

DV, *DVIEW

E, *ERASE

ED, *DDEDIT

EL, *ELLIPSE

EX, *EXTEND

EXIT, *QUIT

EXP, *EXPORT

EXT, *EXTRUDE

F, *FILLET

H, *BHATCH

-H, *HATCH

HE, *HATCHEDIT

HI, *HIDE

I, *DDINSERT

-I, *INSERT

IO, *INSERTOBJ

L, *LINE

LA, *LAYER

-LA, *-LAYER

LI, *LIST

LS, *LIST

LT, *LINETYPE

-LT, *-LINETYPE

M, *MOVE

ME, *MEASURE

MI, *MIRROR

MT, *MTEXT

O, *OFFSET

-OS, *-OSNAP

P, *PAN

PL, *PLINE

PO, *POINT

POL, *POLYGON

PRE, *PREVIEW

PRINT, *PLOT

R, *REDRAW

RA, *REDRAWAL

LA, *LAYER

-LA, *-LAYER

LE, *LEADER

LEN, *LENGTHEN

LI, *LIST

LS, *LIST

LT, *LINETYPE

-LT, *-LINETYPE

LTS, *LTSCALE

M, *MOVE

MA, *MATCHPROP

RE, *REGEN

REA, *REGENALL

REC, *RECTANGLE

RO, *ROTATE

RR, *RENDER

S, *STRETCH

SC, *SCALE

SL, *SLICE

SN, *SNAP

SO, *SOLID

ST, *STYLE

SU, *SUBTRACT

T, *MTEXT

-T, *-MTEXT

TO, *TOOLBAR

TOL, *TOLERANCE

TR, *TRIM

UC, *DDUCS

UNI, *UNION

X, *EXPLODE

Z, *ZOOM