Apostila Do Curso Desenvolvimento Pag 74 a 128

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APOSTILA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO EM MEDICINA CHINESA-ACUPUNTURA DO CENTER AO REPRODUÇÃO PROIBIDA. APENAS PARA FINS DIDÁTICOS. - 74 - FISIOPATOLOGIA DAS ALGIAS PERIFÉRICAS A Medicina Ocidental refere que os mais diversos fatores podem provocar dor: ferimentos, contusões, exposição ao calor, ao frio, a produtos químicos, etc. Esses fatores estimulam os nociceptores, daí vão para a medula espinhal: 90% dos estímulos cruza a linha média e, através do trato espino-talâmico, chegam à região somestésica, onde ocorre a sensação da dor, que pode ser aguda, localizada, superficial ou crônica, diFusa, proFunda. Na MTC, há o Calor externo e o Frio externo (que são energias celestes perversas), o Calor interno e o Frio interno. Sensação de Calor interno : pode ser pelo estado febril, levando a mialgias (como a cervicalgia e a lombalgia, por ex.) ou sem febre, com sensação de calor (como o fogacho, por ex.). Sensação de Frio interno : pode aparecer em alguns tipos de dor, principalmente nos ossos.Existem outras formas de dor, relativamente frequentes, sem causa aparente. Significam geralmente a existência de deficiência no órgão que é responsável pelo local doloroso: sabe-se que o CEP faz a formação do membro e mantém a sua Função, quando o Qi do CEP está normal. Se houver anormalidade do Qi, essa energia pode estar baixa, com a presença de energias perversas. Por ex., lavando louça em situação em que a energia do CEP do P está fraca – o Frio da água (energia perversa) começa a penetrar em direção ao P. Como dentro do corpo está quente, o Frio que penetra vai se transformar em Calor e pode levar a uma congestão da garganta (avermelhamento). Exemplo da Natureza que pode ser aplicado ao ser humano: um rio circula normalmente – no verão, pode diminuir a quantidade de água e a sua velocidade tende a diminuir. A água tem a tendência de estagnar nos cotovelos (curvas) do rio. No corpo humano, a diminuição de energia em um CEP pode levar à diminuição de seu fluxo. Nos pontos naturais onde existem dobras (articulações), há tendência de diminuição de velocidade do fluxo energético. Por isto, as dores começam próximo das articulações (só começam entre as articulações se houver trauma localizado). Quando a energia chega a parar nas articulações, o trecho a montante (antes) vai ficando cheio e a juzante (depois) vai ficando vazio. Como a alteração na quantidade e no fluxo energético são dependentes da energia dos Zang Fu, considera-se que a Fisiologia Energética dos órgãos e vísceras se reflete nas articulações. Quando ocorre uma diminuição do Qi, geralmente abre-se um espaço para a penetração da energia perversa (imagine-se a água pura que é normal e a água suja que não é normal): passa a haver uma energia turva. Todas as articulações são regidas pelos órgãos/vísceras, ou seja, cada articulação está na dependência dos órgãos/vísceras. Exemplos: Punho – regido pelo Coração. Cotovelo – regido pelo Pulmão. Ombro – regido pelo Rim + Fígado. Dedos da mão – regidos pelo Rim. Tornozelo – regido pelo Rim. Joelho – regido pelo Fígado. Quadril – regido pela Vesícula Biliar + Bexiga. Coluna lombar – regida pelo Rim. Coluna cervical – regida pelo Rim + Fígado. ATM – regida pela Vesícula Biliar + Triplo Aquecedor. O punho é como uma válvula de escape na doença do C.

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  • APOSTILA DO CURSO DE ESPECIALIZAO EM DESENVOLVIMENTO EM MEDICINA CHINESA-ACUPUNTURA DO CENTER AO REPRODUO PROIBIDA. APENAS PARA FINS DIDTICOS.

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    FISIOPATOLOGIA DAS ALGIAS PERIFRICAS

    A Medicina Ocidental refere que os mais diversos fatores podem provocar dor: ferimentos, contuses, exposio ao calor, ao frio, a produtos qumicos, etc. Esses fatores estimulam os nociceptores, da vo para a medula espinhal: 90% dos estmulos cruza a linha mdia e, atravs do trato espino-talmico, chegam regio somestsica, onde ocorre a sensao da dor, que pode ser aguda, localizada, superficial ou crnica, diFusa, proFunda. Na MTC, h o Calor externo e o Frio externo (que so energias celestes perversas), o Calor interno e o Frio interno. Sensao de Calor interno: pode ser pelo estado febril, levando a mialgias (como a cervicalgia e a lombalgia, por ex.) ou sem febre, com sensao de calor (como o fogacho, por ex.). Sensao de Frio interno: pode aparecer em alguns tipos de dor, principalmente nos ossos.Existem outras formas de dor, relativamente frequentes, sem causa aparente. Significam geralmente a existncia de deficincia no rgo que responsvel pelo local doloroso: sabe-se que o CEP faz a formao do membro e mantm a sua Funo, quando o Qi do CEP est normal. Se houver anormalidade do Qi, essa energia pode estar baixa, com a presena de energias perversas. Por ex., lavando loua em situao em que a energia do CEP do P est fraca o Frio da gua (energia perversa) comea a penetrar em direo ao P. Como dentro do corpo est quente, o Frio que penetra vai se transformar em Calor e pode levar a uma congesto da garganta (avermelhamento). Exemplo da Natureza que pode ser aplicado ao ser humano: um rio circula normalmente no vero, pode diminuir a quantidade de gua e a sua velocidade tende a diminuir. A gua tem a tendncia de estagnar nos cotovelos (curvas) do rio. No corpo humano, a diminuio de energia em um CEP pode levar diminuio de seu fluxo. Nos pontos naturais onde existem dobras (articulaes), h tendncia de diminuio de velocidade do fluxo energtico. Por isto, as dores comeam prximo das articulaes (s comeam entre as articulaes se houver trauma localizado). Quando a energia chega a parar nas articulaes, o trecho a montante (antes) vai ficando cheio e a juzante (depois) vai ficando vazio. Como a alterao na quantidade e no fluxo energtico so dependentes da energia dos Zang Fu, considera-se que a Fisiologia Energtica dos rgos e vsceras se reflete nas articulaes. Quando ocorre uma diminuio do Qi, geralmente abre-se um espao para a penetrao da energia perversa (imagine-se a gua pura que normal e a gua suja que no normal): passa a haver uma energia turva.

    Todas as articulaes so regidas pelos rgos/vsceras, ou seja, cada articulao est na dependncia dos rgos/vsceras. Exemplos: Punho regido pelo Corao. Cotovelo regido pelo Pulmo. Ombro regido pelo Rim + Fgado. Dedos da mo regidos pelo Rim. Tornozelo regido pelo Rim. Joelho regido pelo Fgado. Quadril regido pela Vescula Biliar + Bexiga. Coluna lombar regida pelo Rim. Coluna cervical regida pelo Rim + Fgado. ATM regida pela Vescula Biliar + Triplo Aquecedor.

    O punho como uma vlvula de escape na doena do C.

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    Quando os rgos esto alterados, as articulaes especficas tambm vo estar alteradas. Graas a esta compreenso, deve-se desconsiderar o chamado mau jeito que muito comum entre os mdicos, para justificar dores no pescoo, na coluna, no ombro, etc.

    CARACTERSTICAS DA DOR

    Dor superficial Yang dor proFunda Yin. Dor em articulao no lado direito Yin dor em articulao no lado esquerdo Yang. Dor Yang tem relao com fibras A delta dor Yin tem relao com fibras C.

    O lado dominante do homem o esquerdo doena esquerda mais fcil de tratar, enquanto doena direita mais difcil. O lado dominante da mulher o direito doena direita mais fcil de tratar, enquanto doena esquerda mais difcil. . Ex.: homem com dor citica esquerda faz ACP e a dor comea a se manifestar direita: IATROGENIA (cuidado). Homem com dor citica direita faz ACP e a dor comea a se manifestar esquerda: a doena est se tornando superficial (est melhorando). Ex.: dor na articulao do cotovelo dor no lado medial CEP do C; dor no lado lateral CEP do P; dor na parte posterior, no meio CEP do TA + P; dor na parte anterior, no meio CEP do C + CS.

    O Qi diminudo facilita a penetrao de energia perversa proporcional: esta energia perversa que penetra vai se juntar energia boa, podendo chegar a uma situao de bloqueio da energia dentro do CEP. Normalmente as energias perversas esto penetrando pelos poros, porm nem todos ficam doentes. Se o rgo est com energia normal, o seu CEP tambm estar com energia normal. Alm disso, dos pontos Ting saem os Canais Tendino Musculares, por onde circula o Wei Qi que faz proteo abaixo da pele.

    Wei Qi maior que a energia perversa existe a normalidade.

    Wei Qi igual energia perversa esta fica concentrada (acumulada ou englobada ou encapsulada). Os reumatologistas fazem diagnstico de ndulos reumticos: so ndulos dolorosos que podem aparecer em qualquer parte do corpo. Trata-se de forma latente que pode permanecer meses ou anos.

    Wei Qi menor que a energia perversa esta comea a penetrar pelo CEP e pode levar doena, caso o rgo por onde penetrar esteja doente. Ex.: se o P estiver doente, o CEP do P vai tender a estagnar e se manifestar a dor ou doena nas regies correspondentes ao rgo P.

    SITUAO ESPECFICA DA MULHER o ponto F3 (ponto IU) do CEP do Fgado ponto de penetrao da energia perversa diretamente, no passando por pele nem por Canais Tendino Musculares. Portanto, nessa regio (ps) preciso haver proteo (da vem o conceito de no molhar os ps na gua fria quando estiver menstruada). Outro ponto de penetrao direta de energia perversa o VG16 (mar dos canais Yang), devendo as mulheres proteger o pescoo nos perodos de menstruao.

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    FISIOPATOLOGIA DA PENETRAO DE ENERGIA PERVERSA DE CARACTERSTICA YANG As energias perversas de natureza Yang so Calor, Vento e Secura. No local do bloqueio, vai ocorrer polaridade positiva fora e negativa dentro do CEP. Com a alterao da polaridade dos nociceptores, ocorre a despolarizao, com estmulo das fibras A delta. A localizao da dor superficial (que caracterstica Yang) e o paciente costuma apontar o local exato da dor. Ex.: indivduo que acorda com dor no punho, est com bloqueio em CEP do C.

    Em relao s clulas, ao redor do ponto de ACP: uma clula tem polaridade positiva (+) externa e polaridade negativa () interna. O aumento da polaridade positiva fora da clula, no interstcio, vai condicionar o organismo a procurar um meio de neutralizar. Como a polaridade negativa gua, aumenta a quantidade de gua que vai para o local. Na Medicina Ocidental, tem-se o edema extracelular, que representa para a MTC a presena de energia perversa Yang. Ao mesmo tempo, como um processo de diFuso, a polaridade positiva penetra na clula: no interior da clula, ocorre o mesmo fenmeno, com aumento de lquido (polaridade negativa) no local, para neutralizar e ocorre o edema intracelular. A nutrio e a oxigenao dentro da clula diminuem, o que leva a mais polaridade positiva, tornando o meio celular mais Yang e, portanto, aumentando o Yang e diminuindo proporcionalmente o Yin. Esse Yang vai aumentando at chegar ao mximo e comea a se transformar em Yin, levando necrose (ou morte) celular. Na transformao do Yang para Yin, aparece o chamado Yang jovem que o responsvel pelo neoformao celular. Caso deixe de existir o bloqueio no CEP, o Yang jovem vai levar formao de fibroblastos: o processo de fibrose. Portanto, se, ao exame de Ultrasonografia ou antomo-patolgico, houver fibrose, indicativo de ter ocorrido todo o processo referido.

    FISIOPATOLOGIA DA PENETRAO DE ENERGIA PERVERSA COM CARACTERSTICA YIN As energias perversas de natureza Yin so Frio e Umidade. No local do bloqueio, vai ocorrer aumento da polaridade negativa () fora do CEP. Alterando a polaridade dos nociceptores, ocorre a despolarizao, com estmulo das fibras C. A localizao da dor diFusa, regional, no localizada, proFunda. Em relao s clulas, como h predomnio da polaridade negativa no seu interior, no vai aparecer gua para neutralizar. Como esse estado dificulta o processo de diFuso celular (entrada de oxignio e nutrientes), a gua tambm no entra e no ocorre o edema intracelular. Polaridade negativa = Yin = matria = forma. Aumentando o Yin, aumenta a matria e aumenta a forma: as clulas ficam maiores. Ao exame antomo-patolgico, tem-se a hipertrofia celular. Como a caracterstica Yin concentrar (enquanto o Yang se expande), vo se formar vacolos intracelulares (clulas vacuolizadas so caractersticas Yin). Com a predominncia de Yin no interior da clula (o semelhante atrai o semelhante), vai chamar clulas com caracterstica negativa (com polaridade negativa). Portanto, uma das substncias que se forma a lipoprotena, levando a acmulo de gordura. O exame antomo-patolgico evidencia degenerao gordurosa. Na MTC, significa que houve penetrao da energia perversa com caracterstica Yin. No ocorre morte celular.

    FISIOPATOLOGIA DE PENETRAO DE ENERGIA PERVERSA COM CARACTERISTICAS YIN E YANG JUNTAS. Em caso de Umidade e Calor (juntos), tem-se uma forma hbrida das 2 situaes apresentadas. Pode haver estmulos das fibras A delta e das fibras C. Neste caso, podem ocorrer dores ora localizadas ora diFusas. Existe tanto polaridade positiva quanto polaridade negativa aumentadas. Na clula, pode se manifestar edema pelo fator Yang e hipertrofia por conta do Yin, porm nem um nem outro acentuado. Como o Calor intracelular no muito Yang, ocorre o estado morno (nem quente nem frio). Este estado morno promove a multiplicao celular. O exame antomo-patolgico vai evidenciar hiperplasia celular.

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    Em caso de Umidade excessiva e Calor excessivo (juntos), a multiplicao celular pode se tornar anmala. Desta forma, podem se manifestar vrios graus de multiplicao celular, o que corresponde displasia celular que, inicialmente, ainda pode ser de forma benigna. Quanto mais aumenta a displasia celular, mais irregular se torna a multiplicao celular, no obedecendo a qualquer critrio e podendo chegar neoplasia..

    MANIFESTAO DE DOR Pode ser em vrios nveis: no incio do processo, s existe dor com presso no local ou com movimentos muito intensos. Todo este processo a 1 manifestao de dor e corresponde estagnao no canal de energia. Trata-se da fase energtica, onde o tratamento por ACP evidencia timos resultados. Caso no seja feito o tratamento, surgem as manifestaes Funcionais, acompanhadas geralmente de processo inflamatrio. Este processo a 2 manifestao de dor, piorando com os movimentos e mesmo em repouso. Trata-se da fase Funcional, onde o tratamento por ACP ainda pode trazer bons resultados. Evoluindo o processo patolgico, vo se evidenciar as leses instaladas. Trata-se da 3 fase, orgnica, sem resultado satisfatrio com a ACP.

    Se a dor tiver caracterstica Yang: 1 manifestao: piora com movimentos, calor, claridade, etc. 2 manifestao: piora mesmo sem manifestaes de natureza Yang e j existe processo inflamatrio instalado. 3 manifestao: ocorre necrose e posterior fibrose.

    Se a dor tiver caracterstica Yin: 1 manifestao: piora com repouso, frio, escuro, etc. 2 manifestao: piora mesmo sem manifestaes de natureza Yin e passa a iniciar a hipertrofia celular. 3 manifestao: ocorrem a hipertrofia celular e a degenerao gordurosa.

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    CEFALIAS

    Uma dor perifrica (algia perifrica) uma algia que aparece na regio externa do corpo. Esta a definio que a MTC considera, mesmo que a causa seja interna. Nas cefalias, no h tecido muscular somtico (como est manifestando externamente, considerada perifrica). A MTC faz essa diferena porque a Fisiopatologia nas cefalias utiliza o tratamento perifrico. Essa dor perifrica vai aparecer e persistir em 2 condies bsicas: acontece porque existe Vazio de energia ou acontece porque existe estagnao de energia. Vazio de energia A regio manifesta dor porque no h os substratos necessrios para ela Funcionar. Se considerarmos a energia equivalente ao sangue, o Vazio corresponde dor isqumica. Na realidade, no h uma isquemia energtica. Estagnao de energia A regio manifesta dor porque, no ponto de estagnao, a energia no passa e comea a ocorrer um aumento exagerado da presso antes do ponto, estimulando as terminaes nervosas da regio a dor da Plenitude. Dependendo do que fez parar essa energia, as caractersticas dessa Plenitude podem ser diferentes. Para que a energia sofra uma estagnao, deve haver alguma anomalia que a energia perversa (que pode ser Yang ou Yin). Geralmente, as dores de estagnao costumam ter caracterstica Yang. Depois do ponto de estagnao, ocorre o Vazio: ento, comum ter as 2 caractersticas muito prximas, cada uma com os seus sintomas caractersticos.

    IMPORTANTE: para haver Vazio, no obrigatrio ocorrer estagnao no canal de energia o rgo pode estar produzindo energia insuficiente.

    RGOS / VSCERAS QUE CUIDAM DA CABEA QUANTO S DORES Regio anterior . regio frontal BP/E . sobrancelhas e Fundo do olho F . seios da face E . regio temporal (como uma mscara) F e VB Regio posterior . regio occipital R . regio pareto-temporal VB . vrtice (ou vrtix) F Regio lateral . regio temporal/parietal VB . vrtice F

    CANAIS DE ENERGIA QUE CUIDAM DA CABEA QUANTO NUTRIO Regio anterior CEP da B CEP do VG (DU MAI) CEP do E (atravessa a regio por um canal secundrio) Regio lateral CEP da VB Regio posterior CEP do VG (DU MAI) CEP da B

    CEFALIA FRONTAL YIN BP Trata-se de cefalia na regio frontal com as seguintes caractersticas: crnica, pouco intensa, com sensao de peso, dolorimento, piora com gelados, piora com o escuro. Est associada ao fator alimentar. Se o BP estivar em Vazio, tem-se a cefalia do jejum (come e melhora). Se o BP

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    estiver em Plenitude, tem-se a cefalia pelo excesso de alimento ou por comer noite, por alimentao muito condimentada ou por bebidas fermentadas (ex.: ressaca de cerveja). TRATAMENTO: Como o CEP do BP no passa na cabea, no h sentido em fazer tratamento desse canal: deve-se tonificar o rgo BP estimulando os pontos BP3 BP6 E25 VC12 E36 E44. Em seguida, deve-se fazer a energia do BP subir para a regio enceflica pela estimulao do ponto E9 (janela do cu). Existem ainda pontos que se fazem em todos os casos de cefalia (ancoram a energia na regio que se deseja): no caso da cefalia frontal, so os pontos B2 e VB14.

    CEFALIA FRONTAL YANG F Trata-se de cefalia frontal supra-orbitria com as seguintes caractersticas: sensao de dor dentro do olho, que piora com a luz e com os movimentos. Costuma, em geral, ser horizontal, como se acompanhasse a sobrancelha. Tem componente emocional e tambm componente digestivo (o procedimento digestivo feito pelo BP, com a ajuda do F). Em geral, tem a caracterstica de vmito associado (parece enxaqueca) porque o F com aumento do Yang provoca distrbio na Funo do BP. Diagnstico diferencial com a cefalia do BP: mais localizada, no tem a sensao de peso, tem a influncia da luz, da emoo. Ela mais Yang se apertar, di porque tem excesso de Yang no local TRATAMENTO: Tirar o Fogo do F que est subindo para a cabea, utilizando os pontos VG20 (ponto que tira o Fogo do F) VB20 VB14 VB34 VB43 F3 Yin Tang. Se houver vmitos e nuseas, acrescentar CS6 E44 BP4. Se a fotofobia incomodar muito, acrescentar ainda o ponto Tai Yang (pontuar em direo ao olho).

    CEFALIA FRONTAL YANG BP Trata-se de cefalia do tipo ressaca, que piora com os movimentos, mais localizada na regio frontal, com incio mais definido, com caracterstica em peso. uma cefalia do tipo falso Yang, sob a responsabilidade do BP, que costuma aparecer principalmente com alimentao excessiva. Neste caso, une as caractersticas Yang + peso (que costuma ser Yin). TRATAMENTO: Acrescentar os pontos CS6 E40 BP4 aos pontos apresentados no exemplo da cefalia Yin do BP.

    CEFALIA FRONTAL YANG B Trata-se de cefalia latejante, localizada, com irradiao para a regio occipital. Deve-se pensar em CEP da B doente. Se irradiar do ponto B2 para o ponto B10, confirma-se o diagnstico. TRATAMENTO: Circular o Tai Yang (porque estagnao da vscera) com os pontos B66 B65 ID2 ID3.

    CEFALIA FRONTAL YANG VG (DU MAI) Trata-se de cefalia Yang que se irradia para a parte alta da cabea, caracterizando alterao do Du Mai. TRATAMENTO: Circular o Du Mai com os pontos ID3 VG20 VG14 R3 R7 B62 pontos locais.

    CEFALIA FRONTAL YANG E Trata-se de cefalia frontal transfixante relacionada com o alimento, principalmente com sensao de plenitude gstrica (empachamento, eructao). TRATAMENTO: Palpar ID18 se for doloroso, deve-se fazer disperso nesse ponto e fazer E45 com um pique para tirar uma gota de sangue E44 VB18 B2. Palpar E8 se for doloroso, fazer disperso.

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    CEFALIA DO VRTICE VG (DU MAI) Trata-se de cefalia que irradia do vrtice para a frente ou da regio occipital para o vrtice. A caracterstica primordial do Du Mai bloqueado a contratura paravertebral da regio cervical. TRATAMENTO: Fazer os pontos ID3 VG20 VG14 R3 R7 B62. Fazer o ID3 com grande estmulo; s vezes, s este ponto pode ser suficiente. H ainda 4 pontos extras que podem ajudar, todos situados a 1TSUN em torno do ponto VG20 (so os chamados 4 cavaleiros).

    CEFALIA DO VRTICE F mais localizada no alto da cabea. Tem todos os dados propeduticos prprios do F: emoo reprimida, raiva, alimentao ou bebidas destiladas, parte hormonal nas mulheres. Recebe o nome de cefalia em capacete. TRATAMENTO: Deve-se circular o CEP do F ( o nico CEP Yin que circula na cabea) F2 F3 CS6 CS7 BP3 F5 F8 YIN TANG VG20 VB20.

    CEFALIA OCCIPITAL YIN R diFusa, com dolorimento e, em geral, mal definida. Corresponde deficincia do R. TRATAMENTO: Tonificar o R.

    CEFALIA OCCIPITAL YANG B Em geral, tem o ponto B10 muito doloroso e se irradia para a frente. TRATAMENTO: Circular o CEP da B: B66 B65 ID2 ID3 e pontos locais da regio occipital VG15 VB20 B10 VG20 VG14.

    CEFALIA OCCIPITAL YANG VB Em geral, o ponto VB20 muito doloroso e se irradia para a regio temporal. TRATAMENTO: Circular o CEP da VB: VB43 VB41 TA2 TA3 TA5 e pontos locais da regio occipital VG15 VB20 B10 VG20 VG14.

    OBSERVAO IMPORTANTE: em todos os casos de cefalia em Vazio, utilizar os pontos janela do Cu que fazem a energia se direcionar para a cabea: E9 P3 B10 IG18 VG20.

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    CEFALIA SHAO YANG

    Trata-se de cefalia na parte lateral da cabea, tambm conhecida como enxaqueca ou hemicrnia. A VB vscera e, portanto, tem caracterstica Yang por isso, a dor tambm tem caracterstica Yang (superficial, aguda, localizada e pulstil). Sendo dor Yang, tem fatores de piora: so os fatores que aumentam o Yang, como a luz (claridade) que leva fotofobia, o barulho que leva fonofobia, o movimento, o calor, etc. Ainda como dor Yang, tem fatores de melhora (que aumentam o Yin), como o repouso, o local escuro, a ausncia de barulho, compressas frias no local, etc. A VB vscera do F, ou seja, o F alterado vai provocar alterao da VB que sofre estagnao em seu Canal de Energia, o que vai provocar a dor. Como vscera Yang, a parte Yang do F que est alterada. Geralmente, o que faz alterar o Yang do F a raiva (emoo reprimida).

    Considerando os 5 Movimentos: VB/F doente o F manifesta-se no olho, com Funo muito Yang (por isso tem fotofobia) o F me do C (conscincia), o que leva ansiedade e dor latejante no local porque o C responsvel pelos vasos sanguneos o F av do BP/E, o que provoca nuseas, vmitos, empachamento, por dominncia excessiva. Ainda neste processo, pode ir do BP/E para o R, podendo o paciente ficar com os ps frios durante a crise dolorosa e tambm levar fonofobia porque o R responsvel pela audio. Ainda, existe comunicao entre o Canal de Energia Principal da VB e o ponto VG20 nos dois lados da cabea: portanto, a dor pode ser uni ou bilateral. TRATAMENTO Deve-se promover a circulao do Canal Unitrio Shao Yang, tonificar os pontos locais para ancorar a energia boa na regio afetada, tonificar o Yin do F que est diminudo e aliviar o Yang excessivo do F.

    Resumo do tratamento VB43 VB41 TA2 TA3 pontos que circulam Iong/Iu do Shao Yang. VB14 VB20 VB8 B10 B7 VG20 Tai Yang pontos locais. F3 F8 pontos que tonificam o Yin do F. VB34 VG20 (j feito) pontos que aliviam o Yang excessivo do F.

    Existe uma cefalia Shao Yang especfica, relacionada mulher e ao aparelho ginecolgico. a CEFALIA SHAO YANG CATAMENIAL: o F relaciona-se com a matriz (tero e ovrios) atravs do seu Canal de Energia Principal e do Canal de Energia Principal da VB nesta situao, quando a matriz est bloqueada, a energia da VB comea a subir (em vez de ser eliminada pela matriz) e vai para a regio lateral da cabea, acima da orelha, nos pontos VB3, VB4 e VB5. O diagnstico feito pela histria ginecolgica e pela palpao no ponto VB3: se for muito doloroso, deve-se substituir os pontos locais por VB3, VB4 e VB5, para o tratamento. Comentrio: como o F est relacionado com a matriz, uma alterao na energia do F leva alterao nas Funes do tero, como dismenorria, TPM, endometriose, corrimentos, infeces, cancer do colo e do corpo uterino. Na verdade, a alterao do F leva o excesso de energia Yang para ser eliminado pela matriz enquanto est eliminando este excesso que surgem as doenas ginecolgicas. Para o tratamento da matriz, existem 3 pontos Fundamentais, que so B32, BP6 e VC3. Alm disso, deve-se tonificar o Yin do F.

    Resumo do tratamento VB43 VB41 TA2 TA3 pontos que circulam o Shao Yang. VB3 VB4 VB5 pontos locais. B32 BP6 VC3 pontos Fundamentais para tratamento da matriz. F3 F8 pontos que tonificam o Yin do F. VG20 VB34 pontos que aliviam o Yang excessivo do F.

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    ARTICULAO TMPORO-MANDIBULAR ( ATM ) DOLOROSA

    A ATM est ligada ao Shao Yang (TA + VB). Pode-se considerar que a alterao na ATM est mais ligada VB, que, por sua vez, est ligada energia do F. A VB a parte Yang do F e, portanto, os indivduos que tm mais dor na ATM so os que tm aumento do Yang do F. Na primeira fase, pode apresentar dor sem qualquer anormalidade em exames complementares. Persistindo o aumento do Yang do F, passa a ocorrer o processo inflamatrio e a mobilidade da ATM vai diminuir. A abertura normal da boca de 5 a 7 cm: para saber se o paciente no est abrindo a boca adequadamente, deve-se fazer o teste da frouxido ligamentar congnita. Este teste feito elevando-se o polegar para trs normalmente, vai at 30. Caso seja menor, existe endurecimento ligamentar e, consequentemente, mais difcil abrir a boca: se esta dificuldade for unilateral, o indivduo fica com o queixo torto, podendo ocorrer esse desvio, mesmo com a boca fechada. Como o processo inflamatrio aumento do Yang, pode chegar necrose, evoluir para fibrose e artrose. Nestes indivduos, predomina a emoo de irritao, raiva, tenso. Em Funo desse estado raivoso, diz-se que a dor da ATM de origem emocional. Estes indivduos costumam ter tambm dor de cabea lateral (enxaqueca) e dor de cabea posterior (nucalgia) porque esto ligadas VB (que Yang do F). TRATAMENTO Por se tratar de acometimento do mesmo canal de energia da enxaqueca, o mesmo tratamento: Existe um ponto muito importante que E5. A ATM se situa na regio ntero-lateral da face e toda manifestao ntero-lateral da face tambm corresponde ao CEP do E. Por isso, que se deve usar o ponto E5 assim como o ponto E44 (este ponto para puxar para baixo a energia estagnada no local). Na ATM com dor, existe aumento do Yang do F como se fosse Calor preso na ATM e este Calor produz inflamao. O ponto E5, na verdade, quando estimulado, promove aumento do Wei Qi no local e faz diminuir o Yang. A agulha deve ser direcionada para o local afetado (se colocar a agulha perpendicularmente, o resultado no vai ser to bom). Outro ponto importante o VC23, que se localiza sobre o osso hiide. Este ponto, alm de concentrar a energia do R, tambm aumenta o Wei Qi na regio, por se tratar de local de entrada e sada desta energia. Para localizar esse ponto, pede-se para o paciente encaixar a mo na mandbula, com o polegar voltado para baixo: o ponto fica onde o polegar termina. Ainda como pontos importantes, existem os que so relacionados diretamente com a ATM: so os pontos E6 e E7. Na fossa pr-auricular, h 3 pontos que so TA21, ID19 e VB2. Em vez de colocar 3 agulhas, pode-se colocar 1 agulha de baixo para cima, atingindo os 3 pontos: a chamada tcnica de transfixao. s vezes, a ATM se associa com a contratura do msculo masseter. Para este tipo de tratamento, usa-se o ponto VB34, que tem o efeito de relaxar msculos de qualquer lugar do corpo.

    Resumo do tratamento VB43 VB41 TA2 TA3 pontos que circulam o Shao Yang. E5 E44 pontos que puxam a energia estagnada. O ponto E5 ainda aumenta o Wei Qi no local. VC23 ponto que concentra a energia do R e estimula a entrada e sada de Wei Qi. E6 E7 pontos relacionados com a ATM. VB2 ID19 TA21 pontos locais. F3 F8 pontos que tonificam o Yin do F. VG20 VB34 pontos que aliviam o excesso de Yang do F. O ponto VB34 ainda relaxa a contratura do msculo masseter (tem o efeito de relaxar msculos em qualquer local do corpo).

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    ODONTALGIA

    O dente, na MTC, considerado excedente de osso. O osso proveniente do R; portanto, na odontalgia, ocorre deficincia de energia do R. Os dentes incrustados so incrustados na mandbula. Entre os dentes e os ossos, existem estruturas que do um espao. Com o enfraquecimento do osso, esse espao se retrai. O R ficando fraco, no d substrato para o osso e, ento, o espao fica maior: ocorre a dor de dente por frouxido dentria. O quadro mais acentuado pode levar diminuio do tamanho da mandbula (atrofia ssea) e tem-se a impresso que os dentes crescem. Se o dente est normal, porque a energia do R est normal. A parte da gengiva est relacionada ao E e este est ligado ao BP. Ento, se a energia do BP diminui, pode haver aumento da Umidade. Isto pode levar a uma hipertrofia gengival, que tambm causa dor. Quando o aumento da Umidade se transforma em Umidade e Calor, corresponde ao mofo (lembrar de roupa molhada guardada no guarda-roupa que provoca a formao do mofo). Este Calor pode vir do Yang do F ou da estagnao da Umidade e, quando esta Umidade chega na gengiva, manifesta-se a gengivite. Pode ocorrer situao de no ter gengivite, mas somente uma inflamao que a perialveolite (tambm Umidade e Calor na regio de implantao do dente). Se a dor piora com a raiva, trata-se de dor provocada pelo aumento do Yang do F.

    O Canal de Energia que comanda os dentes o CEP do IG, que se estende at o ponto E1. Portanto, dor de dente doena do canal unitrio Yang Ming (IG+E). TRATAMENTO Circular o Yang Ming com os pontos Iong/Iu. Para tratar o BP, associa-se um ponto importante que o BP6 (onde ocorre a unio de BP, F e R e, portanto, est-se tratando os 3 rgos). Pontos locais inserir nos pontos IG19 e IG20 do mesmo lado da dor. Como o Wei Qi est baixo, usa-se o ponto E5 direcionado para o local da dor. Se a dor de dente for na arcada inferior (parte mandibular), usar o E6 do outro lado. Se a dor de dente for na arcada superior (parte maxilar), usar o E7 do outro lado. Existe uma regra simples, que inserir a agulha no local doloroso, mesmo que no seja ponto de ACP. No caso de alterao no osso, deve-se tratar a deficincia de energia do R. No caso de gengivite: B23 B52 VG4. Fazer moxa em B20 e B21.

    Resumo do tratamento E44 E43 IG2 IG3 IG4 pontos que circulam o Yang Ming. P11 ponto Ting do CEP do P que alivia a dor. BP6 ponto de unio dos CEP do BP, F e R. CS6 E40 pontos que retiram Umidade/Calor de qualquer local do corpo. E5 IG19 IG20 pontos locais. O ponto E5 leva Wei Qi para o local. E6 inserir contralateral, caso a dor seja na arcada inferior. E7 inserir contralateral, caso a dor seja na arcada superior. R3 R7 pontos que tonificam o Yin do R, se houver alterao ssea. F13 B23 tcnica Shu/Mo para harmonizar o R, se houver alterao ssea. Moxa em B20 B49 B21 B50 B22 B51 B23 B52 VG4 pontos que tratam BP, E, Aquecedor Inferior e R.

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    TRIGEMEALGIA

    O nervo trigmeo d a sensibilidade da face e regio anterior da cabea. predominantemente sensitivo e isto significa que nervo aferente. Portanto, tem muito em comum com o mecanismo da ACP, onde as vias aferentes so de Fundamental importncia. Em geral, a trigemealgia tem caractersticas prprias (muito Yang): dor aguda, de intensidade muito grande, localizao mais definida em hemi-face, rapidez muito grande para a resoluo (ocorre em picos) e ponto gatilho (aparece com determinados estmulos, como a mastigao, por ex.). dor que provoca sensao extremamente desagradvel e emocional, levando o paciente a sentir medo e insegurana. dor muito Yang e costuma ocorrer em mulheres com mais de 50 anos de idade, porque o F que rege a mulher. rgos responsveis pelo Yang: C F E (so estruturas Fogo). O E responsvel pela regio que nutre o nervo trigmeo. O F responsvel pela doena do nervo (o F responsvel pelos nervos). Tanto o F quanto o E esto cheios de Fogo. Ocorre mais aps os 50 anos porque a mulher se torna mais Yang. A energia do R cai na velhice, ocorrendo desarmonia, que se torna mais evidente com aumento do Yang (pela queda do Yin do R). O F e o E em desarmonia (F em Fogo e E estagnado) levam Plenitude Yang.

    O nervo trigmeo um nervo proFundo que se exterioriza atravs de determinados pontos nos ossos da face (forame mental, forame infraorbital, etc.) esses so os pontos de ACP. Etiologia provvel 1 Causas que podem promover o Fogo no F: diminuio do Yin do F e aumento do Yang por fator emocional, uso de substncias txicas (medicamentos) que diminuem o Yin do F, idade (envelhecimento), fadigas, distrbios hormonais. 2 Causas que podem bloquear o CEP do E: energias perversas que penetram pelo CEP do E (a MTC considera que ocorreria no Canal Tendino Muscular do E e no no Canal de Energia Principal), como a Mucosidade, que bastante frequente. Esta Mucosidade pode ocorrer em doenas inflamatrias, infecciosas, tumorais. Como a Mucosidade determina a formao de doenas, tambm pode provocar o bloqueio do CEP do E. O diabetes gera mucosidade, o alcoolismo gera mucosidade. TRATAMENTO Em geral, os pontos gatilhos devem ser extremamente respeitados, no tratamento: o paciente costuma procurar o mdico depois da crise se for feita ACP nos pontos, pode-se desencadear nova crise de dor. Portanto, deve-se obedecer regra da MTC: nas dores agudas, faa o tratamento ao oposto com isto, se evita o risco de atingir o ponto gatilho. Portanto, como se manifesta em hemiface, fazer o tratamento do lado oposto. IMPORTANTE : quando existe doena em Plenitude, com a introduo de energia boa pela ACP, pode-se acentuar a dor, pelo aumento da quantidade de energia no local. Portanto, se for feito o tratamento nos pontos contralaterais, leva-se a energia boa a expulsar a energia perversa de forma mais suave (ocorre uma limpeza menos contundente). Pode-se ter casos de dor aguda, com queixas recentes e casos de crises de repetio h vrios anos (crises recorrentes).

    Tratar o Canal Tendino Muscular do E ponto ID 18 (ponto com sensibilidade dolorosa acentuada) em disperso. Lembrar sempre de fazer ACP do lado oposto. Se o paciente tiver crise de dor no consultrio, fazer sangria no ponto da dor. Se o paciente no tiver crise de dor, fazer ACP no ponto contralateral. Para sangrar, deve-se utilizar agulha de injeo: Furar, colocar uma seringa comum cortada e fazer uma ventosa para sugar. Deve-se fazer o ponto Ting do E, do mesmo lado da sintomatologia dolorosa, com sangramento, independente de haver dor ou no quando se est tratando. Deve-se ainda harmonizar o F e tonificar o Yin do F.

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    Resumo do tratamento ID18 ponto de reunio dos CTM Yang do p contralateral. E45 ponto Ting do E. Este ponto deve ser sangrado E44 E36 E25 pontos para fazer descer a energia perversa do E, do mesmo lado da dor. E2 E3 E5 E6 E7 IG20 pontos locais, contralateral. F3 F8 pontos para tonificar o Yin do F, bilateral. F14 B18 B47 sistema Shu/Mo do F, bilateral. VB34 VB43 pontos que dispersam o Yang excessivo do F.

    Os pontos locais da face e ID18 (contralaterais) devem ser feitos com sedao. Todos os demais devem ser feitos com tonificao.

    Se for um paciente com crises recorrentes, deve-se tratar com os pontos F3 F8 IG2 IG3 E43 E44, bilateral e pontos contralaterais E2 E3 E5 E6 E7 IG20.

    Como a pontuao s para alvio da sintomatologia dolorosa, deve-se tomar outras medidas para tentar cuidar da etiologia : se for componente emocional, acrescentar o Yin Tang Tai Yang VC17 CS6 C7.

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    CERVICALGIA CERVICOBRAQUIALGIA

    A MTC no divide as dores da coluna por segmentos. Considera todo o conjunto, com diferentes perodos de sintomatologia dolorosa.

    AFECO DO CANAL TENDINO MUSCULAR DO CANAL CURIOSO DU MAI O Du Mai passa pela coluna vertebral. Na ponta do cccix, existe o ponto VG1 que o primeiro ponto desse Canal. como se fosse o ponto Ting (na realidade no ): a partir desse ponto, sai um Canal Tendino Muscular que vai se espalhando pela pele e tecido celular subcutneo adjacente, at o ponto VG16. O Canal Tendino Muscular a primeira barreira contra a penetrao das energias perversas (circula Wei Qi em seu interior). Caso as energias perversas superem o Wei Qi, pode ocorrer a sua penetrao pelo Du Mai. Estas energias perversas podem ser o Calor (Yang) ou o Frio (Yin). Qualquer das energias perversas que penetre, vai provocar alterao muscular. Penetrao de energia perversa Calor (Yang) O msculo se contrai e diminui de comprimento. Se ocorrer s de um lado, o msculo se contrai desse lado e ocorre a escoliose. Se acometer dos dois lados, com a diminuio do comprimento bilateral dos msculos, o indivduo vai perder as curvaturas normais (cifose e lordose). Se chegar coluna cervical, perde a lordose normal, ocorrendo a retificao da coluna cervical. Se for na coluna dorsal, perde a cifose normal e fica como tbua. Penetrao de energia perversa Frio (Yin) Existe enrijecimento muscular, mas no h contrao muscular e, portanto, no ocorre diminuio do comprimento. Neste caso, se acomete a coluna lombar, embora haja o enrijecimento, no ocorrem nem a perda da cifose normal nem a escoliose porque no h retrao muscular.

    As dores sempre comeam pela regio lombar. Da, atingem a regio dorsal e, posteriormente que vo atingir a regio cervical: ento, uma cervicalgia aguda nada mais do que uma cervicalgia crnica agudizada, ou seja, o indivduo j tem a forma crnica de comprometimento da coluna total (j houve penetrao de energias perversas h tempos) e, com certeza, j teve dor lombar em alguma poca. Se o indivduo se queixar de dor em toda a coluna, o primeiro diagnstico o comprometimento de todo o Du Mai. Se o paciente se queixar de dor cervical, deve-se investigar se j manifestou dor lombar anteriormente: geralmente, a resposta positiva. Se o paciente responder que nunca teve dor lombar anteriormente, ento provavelmente no se trata de penetrao de energias perversas pelo Du Mai, a partir do ponto VG1.

    Para fazer o diagnstico diferencial entre energia perversa Yin ou Yang, deve-se questionar os fatores de melhora e de piora da sintomatologia dolorosa. TRATAMENTO necessrio fortalecer o ponto VG1 com moxa, para no haver mais penetrao de energias perversas. Para aumentar a energia circulante em toda a coluna vertebral, usa-se o ponto VG16. Deve-se fazer ainda a abertura do Du Mai/Yang Qiao Mai.

    Resumo de tratamento VG1 VG16 pontos que evitam a penetrao de mais energias perversas e fortalecem a energia da coluna. ID3 B62 pontos de abertura do sistema Du Mai/Yang Qiao Mai.

    AFECO DO CANAL CURIOSO DU MAI ( direta, no penetrando pelo ponto VG1) O organismo est em contato direto com as energias perversas de origem celeste (chuva, calor excessivo, vento frio, etc.) que podem atingir a face ( a parte descoberta do corpo humano).

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    Uma via de entrada pode ser o CEP do E, atravs do ponto E1 da, vai para o ponto B1 e segue o trajeto do CEP da B, chegando em B10 e VG16. A partir do ponto VG16, vai penetrar no Du Mai e descer pela coluna ( trajeto oposto ao anterior). Outra via de entrada da energia perversa pode ser o Canal Unitrio Shao Yang (TA+ VB), pelo ponto VB20. Da, segue para os pontos B10 e o VG16. Outra via de entrada pode ser diretamente no CEP da B, atravs do ponto B1. Da, vai para B10 e VG16. As energias perversas que penetram por estas vias atingem diretamente o Du Mai e a coluna vai ser afetada, mas no necessariamente os msculos paravertebrais. Portanto, o paciente pode ficar com o pescoo duro, com dificuldade para a flexo, mas sem contratura muscular, palpao. Caracterstica importante: quando afeta o primeiro segmento da coluna cervical (C1), demora 1 dia para afetar o segmento seguinte (C2) e da por diante. Portanto, demora 7 dias para afetar toda a coluna cervical e provocar sintomatologia dolorosa. Para atingir toda a coluna dorsal, vai demorar mais 12 dias. TRATAMENTO: Deve-se circular o Du Mai com os pontos de abertura No caso de cervicalgia, necessrio canalizar a energia para a regio cervical, apontando a agulha para essa regio.

    Resumo do tratamento ID3 B62 pontos de abertura do sistema Du Mai/Yang Qiao Mai. VG16 VG14 o ponto VG16 deve ser direcionado para baixo, enquanto o ponto VG14 deve ser direcionado para cima, objetivando a concentrao de energia boa na coluna cervical.

    IMPORTANTE: sempre que houver dor em coluna vertebral, qualquer que seja a localizao ou a origem, usar os pontos B62 e ID3. O ponto ID3 Fundamental em casos de contratura cervical.

    Quando o Wei Qi for igual energia perversa, pode ocorrer de esta ficar encapsulada. Podem se formar ndulos localizados (que os reumatologistas chamam de ndulos reumticos) ou pontos de contrao: so os chamados PONTOS ASHI ou pontos de dor. Pode-se ter, ento, vrios pontos Ashi ao longo do trajeto da coluna. Esses pontos costumam ser de tamanhos diferentes, com sintomatologia dolorosa proporcional ao seu tamanho. s vezes, ao se tratar a dor maior, esta melhora e comea a se evidenciar uma dor menor (que antes o paciente no percebia) e da por diante. O tratamento deve ser de analgesia.

    CERVICALGIA TAI YANG Acometimento do Canal Unitrio Tai Yang (ID+B). A penetrao de energia perversa se origina no CEP da B. Tambm pode subir pelo Du Mai, atingir VG16 e da para B10, chegando ao CEP da B. Pode haver contratura muscular porque o CEP da B se situa na musculatura paravertebral. H dificuldade para os movimentos de flexo, melhorando com a extenso da cabea. Ao R-X, pode haver aumento da lordose cervical devido retrao do CEP da B, que encurta. Os movimentos laterais ficam preservados. Apesar de ser uma afeco da parte muscular, a parte ssea comea a sofrer um processo de isquemia que leva a um processo inflamatrio (diagnstico de bursite) pode ocorrer degenerao e diminuio do espao intersseo, frouxido dos ligamentos e protruso discal. Na regio lombar, pode ocorrer aumento da lordose. TRATAMENTO Consiste em circular o Tai Yang e o Du Mai, com a finalidade de circular energias boas nesses canais,

    Resumo do tratamento

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    B66 B65 ID2 ID3 B62 pontos que circulam o Tai Yang e o sistema Du Mai/Yang Qiao Mai. B40 (antigo B54) ponto Ho de Unio Inferior da B, para levar qualquer energia perversa para baixo. B10 B60 pontos para empurrar e puxar energias perversas, respectivamente.

    CERVICALGIA SHAO YANG Acometimento do Canal Unitrio Shao Yang (TA + VB). A penetrao de energia perversa se origina em CEP de VB (pelo ponto VB20). Atinge a parte lateral do pescoo, provocando retrao da musculatura lateral e levando ao torcicolo. H limitao de movimentos laterais. O movimento de flexo-extenso costuma ser livre. frequente em pessoas nervosas, devido ligao da VB com o F. TRATAMENTO Circular o Shao Yang, tonificar o Yin do F, harmonizar o Qi do F.

    Resumo do tratamento VB43 VB41 TA2 TA3 TA5 pontos que circulam o Shao Yang. F3 F7 pontos que tonificam o Yin do F. VG20 VB34 pontos que aliviam o excesso de Yang do F. F14 B18 B47 sistema Shu/Mo do F.

    PRTICA: se no melhorar com o ponto VB34, usar o ponto B40 porque deve se tratar de Cervicalgia Tai Yang.

    COMENTRIO: a energia perversa, ao penetrar pelo ponto B10, pode seguir outras vias. Pode descer pelo CEP da B e chegar a provocar ciatalgia. Pode ir para o ponto VB20, levando cefalia Shao Yang. Pode seguir o trajeto do CEP do TA, provocando uma braquialgia. Pode seguir o trajeto do CEP da VB para baixo, atingindo a parte lateral do quadril, coxa, perna e p.

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    CERVICOBRAQUIALGIAS

    A Medicina Ocidental considera a cervicobraquialgia como uma doena independente. Na verdade, est obedecendo ao trajeto dos CEP, principalmente do ID e da VB. Estes 2 canais, quando afetados por energias perversas, podem provocar dor. O Yang corresponde ao exterior, enquanto o Yin corresponde ao interior . Trazendo esta noo em relao aos CEP, sabe-se que o ID tem o CEP mais externo e, portanto, mais Yang. Alm disso, tem conexo com o Intestino Delgado, que est na parte inferior e, portanto, na parte Yin. A energia perversa vem do exterior e promove o bloqueio no CEP e, com isso, a dor. Ex.: indivduo que trabalha com produtos congelados (como o peixeiro, por ex.) o Frio est continuamente penetrando, sendo o Tai Yang o primeiro Canal Unitrio afetado, por ser o mais externo. Dentro do Tai Yang existe muita gua: por isto, chamado de Canal Grande gua. Esta situao ocorre com o objetivo de combater a energia perversa Calor que vem do exterior. Desta forma, as energias perversas que tm mais possibilidade de penetrar e chegar ao interior do corpo so o Frio e a Umidade. O Shao Yang tem mdia gua e o Yang Ming tem pouca gua. Observao: a gua mencionada refere-se energia de natureza Yin.

    Ex.: colocar a mo na gua quente e na fria quando se retira a mo da gua quente, o calor da mo logo melhora, enquanto que, quando se retira a mo da gua fria, o frio demora mais para melhorar. Ex.: mais fcil ocorrer bloqueio em um rio com correnteza lenta do que em um rio com correnteza rpida.

    Frente a uma queixa de cervicobraquialgia em que no houve exposio energia perversa Calor nem energia perversa Frio, exclui-se o fator externo. Deve-se perguntar ao paciente a respeito de doenas dos rgos internos (no necessariamente deve ser do Intestino Delgado ou da Vescula Biliar). Ex.: um paciente com tristeza, tosse, dificuldade respiratria, histria de infeces de vias areas tem deficincia em CEP do P. Como este est diretamente ligado energia do C, pode atingir o ID e da ocorrer o bloqueio no Tai Yang.

    CERVICOBRAQUIALGIA TAI YANG s vezes, pode ocorrer o seguinte fenmeno: a dor de origem externa, devido energia perversa que penetra pelas mos ou pelas pernas. Vai subir e se irradiar para o Tai Yang. Se a obstruo do Tai Yang for muito grande, a energia perversa pode, por exemplo, parar no ombro, no conseguindo progredir e a estagnao pode at refluir: dor centrpeta (dor de ombro que est voltando para o brao). Dor com irradiao contrria ao fluxo de energia de um canal centrpeta. Dor em canal Yang da mo (centrpeto), onde foi feito tratamento e voltou, iatrogenia. Quando se trata o canal Yang do p (centrFugo) por lombalgia e passa a ter dor citica, bom sinal (porque est no mesmo sentido do fluxo de energia do canal). Quando se trata o canal Yin do p (centrpeto) por lombalgia e passa a ter dor citica, mau sinal (porque est no sentido contrrio ao fluxo de energia do canal).

    Em qualquer trajeto do ID, pode-se ter dores: no punho (ID + C), no cotovelo (ID + P), no ombro (ID + F + R), etc. A dorsalgia do ID manifesta-se mais na regio da escpula. Devido a conexo com o CEP da B, a dor tende a descer acompanhando a coluna. Quando se fala em cervicobraquialgia, na realidade braquiocervicalgia.

    Resumindo: a energia perversa entra pelo CEP do ID, acometendo o ID e em seguida o B: dor cervical.

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    Em termos de tratamento e prognstico, a braquiocervicalgia melhor porque segue o fluxo normal. Caso no seja feito o tratamento, vai atingir o canal mais proFundo que o Shao Yang. TRATAMENTO Circular o Canal Unitrio Tai Yang. Se no houver melhora, deve-se fazer analgesia em P5.

    Resumo do tratamento B66 B65 ID2 ID3 pontos que circulam o Tai Yang. P5 ponto Ho (ponto gua) do CEP do P, para analgesia.

    CERVICOBRAQUIALGIA SHAO YANG Outro canal semelhante o CEP da VB. Tambm tem o trajeto passando pelo dorso, onde tem um ponto importante que o VB21. A dorsalgia do VB se localiza na fossa supraespinhal da escpula: inicialmente a dor pode comear em VB21 e ocorrer bloqueio nesse ponto, mas a dor continua a subir, indo para a regio anterior do torax (grande peitoral): o paciente pode sentir dor precordial. Palpar VB21: se tiver muita dor, do CEP da VB; se tiver pouca dor, provavelmente do CEP do ID. Ento, palpa-se B10 ou ID9 (este ponto proFundo), devendo o paciente sentir dor. TRATAMENTO Circular o Canal Unitrio Shao Yang e fazer pontos locais.

    Resumo do tratamento VB43 VB41 TA2 TA3 pontos que circulam o Shao Yang. VB21 B10 ID9 pontos locais.

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    INTERCOSTALGIA

    As dores intercostais (partes antero-laterais e pstero-laterais) dividem-se em superficial e proFunda.

    INTERCOSTALGIA SUPERFICIAL Palpando o local, manifesta-se a dor (existe regio limitada de algia). Sempre patologia do CEP da VB, senso diagnosticada pela palpao dolorosa dos pontos VB21 VB22 at VB26 e da vai seguindo at VB41 (este ponto o que melhor d o diagnstico de comprometimento do CEP da VB e deve ser palpado com a lateral do dedo porque proFundo). Costuma ocorrer o comprometimento do CEP da VB por penetrao de Umidade/Calor que atinge o trajeto do nervo intercostal e se irradia segundo esse trajeto. Para confirmar, palpa-se o ponto JIAJI correspondente (meia distncia entre o ponto B19 e a linha mediana) e o paciente vai sentir dor. Devido Umidade/Calor, pode haver proliferao do vrus da varicela latente no gnglio espinhal e se manifestar o Herps Zoster. TRATAMENTO igual ao da cervicobraquialgia Shao Yang + pontos locais. Estes pontos locais podem ser feitos da seguinte forma: delimita-se o local e se coloca uma agulha em cada extremidade, com a ponta da agulha voltada para o local da dor. Estes pontos locais s devem ser feitos por quem tem experincia. As agulhas sempre devem ser colocadas em sentido oblquo e com esparadrapo, para evitar o risco de pneumotrax. Quando houver neurite associada dor lateral, deve-se fazer tambm disperso no ponto JIAJI (no mnimo, 3 pontos JIAJI do mesmo lado). Usa-se ainda, na fase aguda do Herps Zoster, os pontos CS6 e E40, para retirar Umidade/Calor.

    Resumo do tratamento VB43 VB41 TA2 TA3 pontos que circulam o Shao Yang. Pontos locais em torno do ponto mais doloroso (agulhas inseridas obliquamente e presas com esparadrapo). CS6 E40 pontos que retiram Umidade/Calor.

    OBSERVAO: os chamados pontos JIAJI foram descobertos recentemente e situam-se a meia distncia entre o processo espinhoso das vrtebras e os pontos SHU dorsais, desde a regio cervical at a regio sacra. No so pontos de canais de energia: so pontos extras.

    INTERCOSTALGIA PROFUNDA Ocorre sempre por comprometimento do CEP da VB, que o que energiza a parte lateral do corpo. O CEP da VB tem trajeto proFundo que circula dentro do torax, iniciando em VB22 e voltando a se exteriorizar em VB23. Este trajeto proFundo circular, indo da parte anterior para a posterior. Quando ocorre bloqueio nesse trajeto interno, surge dor caracterstica: bilateral, proFunda (o paciente no sabe definir o local doloroso, mostrando uma rea interna que no consegue definir), sem dor palpao superficial ( palpao da parte somtica). A palpao dolorosa apenas nos pontos VB22 e VB23 e extremamente importante para o diagnstico.

    Comentrio: o CEP da VB um canal associado a uma vscera muito particular que a Vescula Biliar (alguns autores consideram como vscera curiosa). considerado, junto com o TA, um canal charneira (Shao Yang) que une a parte interna parte externa. Sendo um canal de muito movimento de energia (comparado com o trnsito, onde muito movimento pode congestionar), est mais sujeito a ter bloqueio e dor (na MTC, o congestionamento leva a bloqueio e dor). Outra caracterstica a ligao com o TA que representa, para o corpo, uma estrutura energtica que faz os rgos Funcionarem e, ao mesmo tempo, conduz a gua relacionada manuteno do padro morno. O TA acoplado do CS que, por sua vez, protetor do C ( como se fosse um ministro do C). O Fogo ministerial existente no CS (canal Yin), quando chega na periferia, transmuta em gua no TA (canal Yang). Desta forma, o TA responsvel pela gua que est

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    esfriando o CEP da VB. Por outro lado, como o C guarda o Shen mental, um distrbio na esfera psquica pode desarmonizar o sistema Fogo-gua e se refletir em Secura no Shao Yang, o que favorece o bloqueio e a dor. Ento, trata-se de um distrbio de origem interna (como a alterao do psiquismo, por exemplo) que leva Secura do CEP da VB (lembrar que o que mais seco, mais fcil de se estragar). TRATAMENTO Como toda dor perifrica em MTC (relacionada aos canais de energia), deve-se sempre a um bloqueio da energia, sendo, portanto, necessrio desbloquear e fazer a circulao do Qi . Em primeiro lugar, deve-se abrir os pontos, ou seja , dispersar VB22 e VB23, para que o CEP da VB possa ser bombardeado com mais energia. Para fazer a energia circular melhor no SHAO YANG, faz-se os pontos Iong/Iu. Deve-se tambm acalmar o Shen mental. Deve-se, ainda, fazer a harmonizao da energia do Fogo ministerial com moxa. A moxa, nestes pontos, harmoniza o Fogo ministerial, colocando gua (aumentando o Yin) e corrigindo a Secura que provoca o bloqueio no CEP da VB.

    Resumo do tratamento VB22 VB23 fazer disperso para abrir estes pontos. VB43 VB41 TA2 TA3 TA5 pontos que circulam o Shao Yang. VG20 Yin Tang Tai Yang VC17 CS6 C7 pontos que acalmam o Shen mental. B14 B43 B15 B44 B22 B51 B23 B52 moxa nos pontos Shu dorsais de CS, C, TA e R, respectivamente.

    DOR NO ESPECIFICADA COMO INTERCOSTALGIA Existe uma outra dor no torax que no intercostalgia. proFunda e representa uma situao propedutica grave. Pode aparecer de duas formas: iniciar como dor inter-escapular que se irradia para a parede anterior do torax ou iniciar como uma epigastralgia que se irradia para a regio inter-escapular. No tem trajeto intercostal, mais como uma dor transfixante, indo de um ponto para outro diretamente. Trata-se do trajeto SHU/MO do Corao e a dor mais definida onde aparece o bloqueio: se for no ponto SHU, dor interescapular inicial e, se for no ponto MO, dor epigstrica inicial. Ambas so graves. O ponto MO inicial mais grave porque o MO mais interno ( mais Yin): significa comprometimento do rgo, mais proFundo. O ponto SHU inicial pode ser grave, mas o tratamento apresenta melhor resultado, se diagnosticado rapidamente. Diagnostico: a dor, em geral, de carter repetitivo, e o paciente costuma prestar bastante ateno por incomodar bastante. No tem o carter intercostal (o paciente pode fazer analogia, como uma punhalada) e tem o ponto de partida bem definido. A dor no pulstil e no di palpao somtica. Tem o carter mais constante de bloqueio. No entanto, o Imperador dos rgos (C) no pode ficar bloqueado continuamente: ocorrem perodos de melhora e piora alternadamente (o paciente refere dor com perodos de acalmia e mostra o ponto B15 ou o ponto VC14). Se referir dor inicial no ponto B15 (SHU), palpando-se o ponto VC14 (MO) evidencia dor. Se referir dor inicial no ponto VC14 (MO), palpando o ponto B15 (SHU) evidencia dor. Conduta encaminhar imediatamente ao cardiologista para proteger o Corao orgnico. Como se trata geralmente de alterao energtica precedendo alterao orgnica, pode ser um diagnstico precoce de infarto do miocrdio, que vai ocorrer em poca no determinada, mas que pode ser muito breve.

    TRATAMENTO Tcnica de harmonizao Shu/Mo: tratar os pontos Shu e Mo, mas, antes, deve-se proteger o Corao. Toda vez que for tratar o Imperador, deve-se pedir licena ao Ministro: fazer o ponto CS6, podendo at aliviar a dor no incio da sintomatologia. A seguir, deve-se mandar energia para o C: ponto Ting (poo onde brota energia). Como o C no faz nada e no fabrica energia, o seu ponto fonte de energia (no o ponto IU) o que leva energia. O ponto Ting deve ser limpo

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    (provavelmente est sujo, com impurezas): deve-se sangrar para limp-lo. Tirar em mdia 1 gota de sangue (sangrar pouco porque o C delicado, no manipula energia). Se o sangue estiver muito escuro, pode-se tirar no mximo 2 gotas. s vezes, pode-se Furar mais, inadvertidamente neste caso, deve-se fazer presso no local para no sair mais do que deve. Independente de haver dor ou no, faz-se a tcnica Shu/Mo. Deve-se fazer a moxa nos pontos Shu do C e do P porque so interdependentes.

    Resumo do tratamento CS6 ponto Luo do CEP do CS para proteger o C. C9 (sangrar) ponto Ting do C para energizar. VC14 (agulha) B15 (moxa) pontos Mo e Shu do C, respectivamente. B13 (moxa) ponto Shu do P.

    O ponto Mo (VC14) pode estar doloroso por Plenitude ou por Vazio (o Vazio por falta de energia). Quando o ponto Mo est em Vazio, a dor no espontnea e a palpao no costuma ser dolorosa: no se deve pontuar. Como regra geral, se o ponto Mo estiver doloroso, coloca-se agulha e, se no estiver doloroso, no se coloca agulha.

    IMPORTANTE: todas as vezes que se tratar o C, deve-se tratar o R. A rigor, sempre que se fizer o ponto Shu do C, deve-se fazer tambm o ponto Shu do R (B23) e tonificar o R com R3 e R7. Um ponto que no do R, mas fortalece a sua energia o E36. Este ponto E36 tambm mobiliza o Yang ancestral do R. Usa-se VC4 (tnico energtico/Yang) quando o R est com boa energia. Usa-se E36 (tnico orgnico/Yin) quando o R no est com boa energia.

    COMENTRIO como existe desarmonia C/R, h aumento do Fogo pelo fato de o R estar fraco neste caso, o paciente pode referir insnia (Fogo na cabea).

    DOR DO LUO DO ESTMAGO Existe ainda uma outra dor interna do torax: a dor do Luo do Estmago (no tem nada a ver com o ponto LUO do CEP do E). uma dor tpica de Corao e o paciente tem convico de que vai ter infarto. O trajeto interno do CEP do E passa pelo Corao e termina no PONTO E17 (no mamilo), mas no dor no Corao. Diagnstico: trata-se dor em crises, parecida com a angina, sempre ps-prandial e o paciente costuma ter queixas gstricas associadas, como empachamento, eructao, pirose, nuseas. TRATAMENTO Fazer a tcnica Shu/Mo do E; dispersar o ponto E18 e energizar o CEP do E.

    Resumo do tratamento VC12 (agulha) B21 (moxa) pontos Mo e Shu do E, respectivamente. E18 fazer disperso somente do lado esquerdo (a 1 E.I.C. abaixo do mamilo). E36 BP6 pontos de suporte para o CEP do E.

    Ateno nunca deve ser feito qualquer tratamento no ponto E17. DORSALGIA / DORSOLOMBALGIA

    Em geral, est associada aos rgos internos (na MTC, sempre se deve pensar em algum rgo doente, quando houver dorsalgia ou dorsolombalgia). Deve-se analisar como uma patologia que est vindo de outro lugar e se expressando na coluna torcica/lombar. Costuma ser indcio de patologia energtica: por isto, recomendvel a pesquisa de rgos internos deficientes que exteriorizam a sua Funo Yang nos pontos SHU. Pode

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    tambm haver patologia orgnica local provocando dor: faz-se percusso das vrtebras (so murros sobre as vrtebras, para investigar). Comentrio sobre a Funo do ponto Shu dorsal: A energia de um rgo normal tem a sua parte Yin e a sua parte Yang. A energia Yang vai para o ponto Shu, enquanto a energia Yin vai para o ponto Mo (ambas com Funo de nutrio). Ex.: doena de uma determinada vrtebra significa que o rgo correspondente no est mandando a energia Yang adequada para a regio, como a osteofitose e hrnia discal. Se a energia Yang for mandada em excesso (Plenitude), ocorre tumulto que gera desgaste e doena. O mesmo ocorre com a deficincia (Vazio) de energia. Diagnstico da dorsalgia/dorsolombalgia palpar o ponto Shu para avaliar o rgo comprometido. Se for uma regio, procurar o ponto Shu mais prximo: s vezes, pode at no estar doloroso palpao. Pesquisar ainda sintomas relativos aos rgos comprometidos.

    IMPORTANTE: Pontos Shu comprometidos significam aviso de rgos que esto doentes. Dor de rgo localizada, definida, unilateral, no se altera com movimentos e tem irradiao circular. Dor de canal de energia piora com a movimentao, costuma ser bilateral, tem irradiao vertical (ao longo da cabea) e costuma ter contratura dos msculos.

    Caractersticas de diferenciao 1 - a dor tem irradiao, quando se tratar de acometimento de um canal de energia. Esta irradiao pode ser no sentido do canal de energia e a tem um prognstico melhor, porque, o canal de energia como um rio que tem um fluxo: a finalidade mais importante do canal nutrir a regio. O processo mais comum de ocorrer uma interrupo desse canal: vai provocar acmulo antes e vazio depois. H um ponto onde a dor mais intensa (que o ponto de bloqueio) e uma irradiao da para a frente: para isto ocorrer, no pode ser um bloqueio total; alis, a concepo de um bloqueio clssico parcial, no total. Pode ser que ocorra um bloqueio muito agudo, muito brusco, podendo obstruir completamente o canal. Ex.: dor abrupta, intensa ao ponto que o paciente no consegue se mexer. Nestes casos, mais grave e a energia no passa no local. Como no pode haver acmulo no local, passa a voltar e ocorre ento a dor, com irradiao em sentido contrrio ao fluxo. Essa dor tem resoluo mais difcil. Na dorsalgia/dorsolombalgia, a anlise do sentido da corrente favorece o prognstico. Sintomatologia distncia: a dorsalgia/dorsolombalgia provocada por bloqueio de canal de energia tem caractersticas que orientam qual o canal de energia bloqueado. No caso do CEP da B, os pontos Iong/Iu so os melhores para fazer diagnstico ( distancia). importante fazer a comparao com outros pontos prximos, para saber qual o mais doloroso. Sempre na palpao importante um referencial (que deve ser feito no ponto pesquisado), em relao regio adjacente ao ponto, que deve ser um outro ponto de ACP ou um no ponto. Ex.: se estiver sendo pesquisado o CEP do ID, palpa-se o ponto ID3, um local prximo onde no haja ponto e um local prximo onde haja ponto de um outro canal de energia. No caso do Tai Yang, por ex., para estar saudvel preciso que a sensibilidade seja igual no ID e no B, ou seja, que no haja diferena entre os pontos. A irradiao varivel com o grau do bloqueio e com a sua cronicidade. Os pontos distncia fazem o diagnstico pela diferena de sensibilidade. 2 - no tem sintomatologia energtica dos ZANG FU, quando se tratar de acometimento de um canal de energia. Ento, no se associa s caractersticas de um rgo acometido. 3 - a dorsalgia/dorsolombalgia por afeco de canal de energia, com mais frequncia, bilateral, porque os canais de energia se cruzam no ponto VG14,enquanto que a dorsalgia/dorsolombalgia do ponto Shu referente a um rgo costuma ter s um ponto doloroso. 4 - quando se refere ao Du Mai, a dorsalgia/dorsolombalgia tem o sentido (condio) de contratura da musculatura paravertebral. Esta contratura deve ser pesquisada comparando o lado D com o lado E. O paciente deve ser examinado em posio deitada para aliviar (diminuir) a contratura normal que ocorre em posio ortosttica. O Du Mai tambm passa no VG14 e tem caractersticas prprias (por ser Canal Curioso) que ajudam no diagnstico: tem como queixa

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    chave a contratura da musculatura paravertebral. Ento, palpao, se houver contratura, no obrigatrio ser devida ao Du Mai, mas toda dorsalgia/dorsolombalgia Du Mai tem contratura paravertebral.

    Obs.: a gibosidade (corcunda) em VG14, energeticamente, significa bloqueio dos canais Yang.

    TRATAMENTO DA DORSALGIA / DORSOLOMBALGIA TAI YANG Circular o Tai Yang; fortalecer os rgos que cuidam da regio dorsal, que so o R e o F (o R cuida da regio dorsal, auxiliado pelo F); fazer moxa nos pontos Shu situados na regio dolorosa.

    Resumo do tratamento B66 B65 ID2 ID3 pontos que circulam o Tai Yang. R3 R7 F3 F8 pontos que tonificam o Yin do R e do F. Moxa nos pontos Shu situados na regio dolorosa.

    TRATAMENTO DA DORSALGIA / DORSOLOMBALGIA DU MAI Fazer estmulos fortes no ponto ID3 (como 1 ponto) para abrir o canal curioso Du Mai; circular o Du Mai; tonificar o R (porque fornece energia para o Du Mai); moxa nos pontos Shu prximos da regio mais dolorosa; fechar o Du Mai com o ponto de abertura do Yang Qiao Mai.

    Resumo do tratamento ID3 ponto de abertura do Du Mai. R3 R7 E36 pontos que tonificam o Yin do R. VG14 VG20 VG4 (moxa) pontos que circulam o Du Mai. Moxa nos pontos Shu situados na regio dolorosa. B62 ponto de abertura do Yang Qiao Mai.

    TRATAMENTO DA DORSALGIA / DORSOLOMBALGIA DO PONTO SHU Deve-se diagnosticar qual o ponto Shu que est acometido e relacionar com o Zang Fu, atravs de manifestaes somticas ou viscerais que possam estar ocorrendo. Diagnosticado o Zang Fu, faz-se a sua harmonizao e moxa nos pontos Shu situados na regio dolorosa.

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    LOMBALGIAS

    Na MTC, existem 26 a 30 tipos diferentes de lombalgia. Sero comentados aqui 2 grandes grupos, que so as lombalgias propriamente ditas (sem irradiao) e as lombalgias com irradiao.

    INFORMAES IMPORTANTES Diante de uma dor: 1 fazer diagnstico diferencial de doena energtica ou doena orgnica. Nas lombalgias, sempre se deve pensar inicialmente em doena orgnica (tumor, hrnia de disco, etc.) antes de iniciar o tratamento pela ACP. 2 afastada a doena orgnica, verificar se a lombalgia com ou sem irradiao. Quando for sem irradiao, tratar do rgo que cuida da regio. Quando for com irradiao, tratar do canal de energia que nutre a regio. 3 lembrar sempre do rgo que cuida da regio. Se houver bloqueio do canal de energia que nutre a regio (lombalgia com irradiao), o rgo tambm estar fragilizado. No caso da regio lombar, o rgo com deficincia costuma ser o R: como s vezes difcil fazer o diagnstico, deve-se sempre tratar o R. 4 a lombalgia tem a caracterstica de Funcionar como Propedutica Energtica geral porque uma dor evidente que informa sobre a condio do R. Desta forma, pode-se ter causas bastante diferentes de lombalgia (desde uma lombalgia fisiolgica at um lombalgia muito grave) porque o R costuma expressar a sua falncia atravs da dor lombar.

    A lombalgia fisiolgica aquela que aparece nas fadigas (por ex., muito tempo em posio de p). O paciente acha que isso normal, mas no : significa que o R est pedindo socorro. O R pode estar falido e a sua vscera (B) tambm no estar circulando energia adequadamente. Comea a haver fluxo demasiado para uma via fragilizada da B, o CEP da B comea a entrar em Plenitude, levando dor e ao desconforto na regio lombar e panturrilha. O paciente deve repousar para que o R se recupere ou, ento, tonifica-se o sistema do R.

    LOMBALGIAS PROPRIAMENTE DITAS (SEM IRRADIAO)

    So as lombalgias Shao Yin, Du Mai e Dai Mai.

    LOMBALGIA SHAO YIN A sua principal causa a deficincia do R. Este cuida da regio por ele mesmo (pela energia que emana e pela sua localizao) e pelos canais de energia que saem do R e vo para a regio. Obs.: na fase embrionria, o R surge do metanefron e tem migrao ascendente; portanto, tem uma ligao proFunda com a regio lombar e a regio sacral. O trajeto interno do CEP do R margeia a face interna da coluna lombo-sacra: isto auxilia no diagnstico da lombalgia porque o CEP do R vai apresentar dor quando for distendido. Portanto, a lombalgia do R piora com a hiper-extenso lombar. Da se entende porque as pessoas podem ter a hiper-lordose lombar: quando a energia do Rim no est adequada. Sendo lombalgia do R, tem caracterstica bastante Yin: o paciente clssico costuma ser do sexo masculino com maior freqncia, porque o homem regido pelo R; paciente com mais idade pelo desgaste natural do R. Costuma procurar o mdico andando bem devagar, referindo piora na posio em p e piora no final da tarde e noite. A dor acentua quando se levanta pela manh e melhora durante o dia; acorda com dor porque o R Yin do Yin e se associa com o frio da noite, o escuro e o repouso, constituindo uma somatria de fatores Yin para uma doena Yin. A luz do dia, a claridade e o movimento (atividade fsica) trazem Yang e contribuem para a melhora. Esta melhora motiva o paciente a ter mais atividade que vai acabar consumindo a pouca energia do R.

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    A partir de 17h (horrio do R), costuma piorar. O R, nesse horrio, deveria dar mais energia para o local, mas est fraco e a sintomatologia aumenta. O paciente tambm costuma ser medroso e inseguro e refere que a dor crnica, de longa durao, tpica do R.

    TRATAMENTO Tem que ser intenso porque o R rgo fonte e rgo Yin do Yin e, portanto, esttico. 1 desbloquear a regio lombar. Existem dois pontos que limpam o trajeto interno do CEP do R: so R2 e R3. Deve-se fazer sangria nesses 2 pontos. Como difcil sangrar esses pontos, deve-se utilizar o recurso da ventosa. O melhor ponto para sangrar o R2. Quando se sangra o R3 pode ocorrer taquicardia; portanto, obrigatrio massagear o R3, antes de sangrar, para mandar energia para o C (o massageamento de R3 manda energia Yin para esfriar o C). 2 fortalecer o R. Deve ser uma tonificao extremamente rica: fazer moxa na regio lombar e ACP em R3 R4 R7 E36. Fazer TUI N (massagem de zonas reflexas do CEP do R), ou seja, massagear o Caminho das guas (de R1 a R7), comeando com estmulo forte em R1 (regio plantar). Deve-se ainda bater na regio sacral (nunca bater na regio do R) para estimular o R e massagear no sentido horrio. Pode-se espalmar a regio renal. Ainda para fortalecer o R, deve-se orientar a alimentao. . o R gua, raiz comer razes e tubrculos. . o R Qi ancestral comer sementes de vegetais que tm grande concentrao de energia em pouca matria: sementes de abbora, milho, gergelim, feijo (principalmente azuki). Pode-se comer a soja que extremamente rica em energia, porm muito dura e difcil de mastigar: neste caso, utiliza-se derivados toFu, moyashi (broto de soja e no broto de feijo, como chamado). . comer o que de dentro da gua: frutos do mar, lula, peixes (de preferncia a carpa e a tilpia que comem terra), algas marinhas. . comer vegetais que nascem no charco: arroz, agrio. . chs de ervas fortalecem o R: chapu de couro, quebra-pedra, cabelo de milho, etc. Evitar o que piora o R: o principal fator de desgaste a fadiga, devendo o paciente ser conscientizado para ter moderao. A fadiga gasto direto da energia do R e muito pessoal, no ligada a tempo, ou seja, varivel de um indivduo para o outro (por ex.: uma atividade curta que no agrada pode levar a mais fadiga que uma atividade muito mais longa que seja agradvel). A fadiga sexual a que mais gasta energia do R, porm a fadiga mental a mais frequente. O alimento que mais prejudica o R o sal. Pode parecer estranho porque o sal o alimento do R: existe uma quantidade limitada de R e, portanto, preciso ter uma quantidade equivalente de sal para que o R possa se nutrir. Tudo o que ultrapassa no pode nutrir; em vez de fazer bem, o excesso comea a oprimir, depois engloba e o R no cresce, no aumenta. Um paciente com pouca energia do R precisa de pouco sal justamente para no oprimir. Tirar o sal, mas no totalmente; orienta-se para comer o picante (sabor do P, que a me do R) que gera o sal que o R precisa, diminuindo assim a necessidade de sal na alimentao e abolir o doce (sabor do BP, que o av do R). Quando o paciente comea a evidenciar melhora (a primeira manifestao a energia mental do R que a vontade, o nimo), o momento de entrar com um pouco de doce que havia sido retirado para no inibir o sal prprio do R. Alm disso, deve-se dar segurana para o paciente, fazendo o melhor possvel para que ele se sinta bem, amparado. Existem ainda alguns pontos que devem ser tratados, embora no sejam especficos da lombalgia SHAO YIN: deve-se fazer os pontos JIAJI na regio da dor + 1 ponto JIAJI acima + 1 ponto JIAJI abaixo. Entre o 1 e o 2 forame sacral na linha mediana, existe um ponto extra muito importante para tratamento das lombalgias crnicas. distncia, existem 2 pontos importantes: a) B60 ponto proFundo que deve ser estimulado. descrito na MTC como analgsico, com a propriedade de estimular a drenagem do CEP da B (seria para limpar as energias perversas desse canal). Pode ter a sua Funo potencializada pelo ponto B1O (o B1O empurra e o B60 drena); b) ponto extra que fica na frente do tendo do

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    calcneo (antigo tendo de Aquiles) situa-se a 1 TSUN acima da insero no calcneo: o paciente deve ficar deitado com os ps para fora da maca, coloca-se agulha cerca de 2 cm de proFundidade, transfixa-se o tendo. Estimula-se a agulha e se pede ao paciente para fazer hiper-extenso da coluna. ponto doloroso e o paciente, em hiper-extenso, se queixa de dor. Se no quiser desagradar o paciente, faz-se somente a estimulao, sem a hiper-extenso (esta tem a finalidade de direcionar a energia para o local da dor).

    Resumo do tratamento R2 R3 sangria para limpar o trajeto interno do CEP do R. R3 R4 R7 E36 pontos que tonificam o Yin do R. Massagem (ou moxa) no Caminho das guas fortalece a energia Yin do R. Moxa em B22 B51 B23 B52 pontos Shu do TA e do R respectivamente, que fortalecem o R. Ponto Jiaji no local da dor + 1 ponto Jiaji acima + 1 ponto Jiaji abaixo. Ponto extra na linha mediana, entre o 1 e o 2 forame sacral. B10 B60 pontos que drenam as energias perversas do CEP da B. Ponto a 1 Tsun da insero do tendo do calcneo. Orientao alimentar. Evitar ingesto de sal e doce ingerir o picante. Evitar fadigas.

    LOMBALGIA DU MAI Pode eventualmente irradiar para a regio cervical, porm no comum. O Du Mai um canal curioso chamado mar dos canais Yang. Portanto, uma lombalgia tipicamente falso Yang porque o Du Mai alimentado nica e exclusivamente pelo R (sobrecarga Yang por falta de Yin do R no tem gua para apagar tanto Fogo). H tanto Yang que o msculo se contrai: portanto, o sinal caracterstico da lombalgia Du Mai a contratura muscular o paciente no consegue fazer os movimentos normais, mas no costuma travar (o paciente travado em geral o paciente com lombalgia irradiada). TRATAMENTO Deve ser igual ao da dorsalgia/ dorsolombalgia Du Mai, com a diferena dos pontos locais: estmulo forte em ID3 (como 1 ponto), circular o DU MAI com VG14 VG4 VG20, tonificar o R com B22 B51 B23 B47 VG4, pontos locais.

    Resumo do tratamento ID3 ponto de abertura do Du Mai. R3 R7 E36 pontos que tonificam o Yin do R. VG14 VG20 VG4 (moxa) pontos que tonificam o Du Mai. Moxa em B22 B51 B23 B52 pontos Shu do TA e do R respectivamente, que fortalecem o R. Pontos locais. B62 ponto de abertura do Yang Qiao Mai.

    LOMBALGIA DAI MAI Tambm chamada de dor na cintura. Normalmente, o paciente, quando procura a ACP, j tentou vrios tratamentos convencionais, sem resultado: o tratamento costuma ser gratificante, quando bem diagnosticado. A dor tpica costuma ter origem na regio lombar alta (L1 L2), com a tendncia de descer para o rebordo costal e ir at a altura da cicatriz umbilical. Qualquer objeto que aperte a cintura, incomoda (no necessariamente dor).

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    O Dai Mai um canal de energia que faz uma cinta horizontal nessa regio e tem a propriedade de Funcionar como um harmonizador dos canais de energia que por a passam: todos os canais de cintura passam dentro da cinta feita pelo Dai Mai, com exceo dos CEP do F e da B, que passam por fora. O Dai Mai o nico Canal Curioso que tem a propriedade de receber a sua energia diretamente da VB e do E e no do R. Origina-se no ponto VB26 (por isso, o ponto VB26 chama-se Dai Mai). Existem livros antigos que consideram o Dai Mai originrio do R, no ponto VG4 ( o ponto onde o Dai Mai cruza com o VG e seria nesse ponto que a energia proveniente do R iria nutrir o Dai Mai). H dvidas de que efetivamente o Dai Mai receba energia da VB: seria mais lgico considerar como tendo energia da VB e do E (que circulam o Dai Mai), porm com origem no R.

    As alteraes do Dai Mai podem ser por excesso ou por falta de energia. Comparao: uma cinta com excesso de energia, aperta, comprime; uma cinta com pouca energia, relaxa. Desta forma, o Dai Mai estrangula, comprime e no passa nada, nem para cima nem para baixo, ou relaxa e no harmoniza os canais de energia.

    Compresso (Dai Mai em Plenitude) promove dissociao Alto/Baixo no trnsito dos canais como fica mais energia Yang no Alto (tende a subir), o paciente refere que sente as pernas fracas. Se o Dai Mai comprime demais, o paciente pode chegar paraparesia e paraplegia. quase como se fosse uma doena degenerativa, desmielinizante. Ento, a compresso do Dai Mai seria a fase Funcional da doena desmielinizante (demora de 12 a 15 anos para evoluir da fase energtica para a fase orgnica).

    Relaxamento (Dai Mai em Vazio) quando ocorre bloqueio no CEP da VB, o Dai Mai no recebe energia e no consegue manter o fluxo. Em geral, o trnsito no Baixo fica pior, porque regio Yin e a estagnao comea no Baixo, o que d a sensao de peso nas pernas e perda de fora muscular. No Alto, existe Vazio (sensao de cabea vazia). TRATAMENTO Inicialmente, faz-se a insero no ponto de abertura (VB41). O Dai Mai inicia no ponto VB26 e termina no ponto VB28, devendo, ento ser estimulados os pontos referidos, alm do VB27 e do E41 (que tambm circula este canal): estes pontos so as portas de acesso ao Dai Mai. Em seguida, promove-se a limpeza, circulando o canal unitrio da VB (Shao Yang), fortalece-se o R e fecha-se com o ponto de abertura do Yang Wei Mai.

    Resumo do tratamento VB41 ponto de abertura do Dai Mai. VB26 VB27 VB28 E41 pontos que do acesso ao Dai Mai. VB43 VB41 (j feito) TA2 TA3 pontos do Shao Yang. Moxa em B22 B51 B23 B52 VG4 pontos Shu do TA e R respectivamente, alm do VG4, que fornece energia Yang para o Dai Mai. TA5 ponto de abertura do Yang Wei Mai.

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    LOMBALGIAS COM IRRADIAO PARA O MEMBRO INFERIOR

    So as lombalgias Tai Yang, Shao Yang, Yang Ming e Jue Yin.

    LOMBALGIA TAI YANG Tem origem na vscera ID ou na vscera B e vai afetar o CEP da B (segundo o trajeto do CEP da B). Associa-se lombociatalgia da Medicina Ocidental (dor citica verdadeira). A deficincia do R Fundamental para o aparecimento desta lombalgia. Quando ocorre alterao no nvel L4 L5, tem-se a ciatalgia. Entre L5 S1, existe o ponto Shu dorsal (GUAMYUANSHU) que corresponde ao ponto VC4. Quando o VC4 se altera, o ponto SHU tambm vai se alterar e manifesta-se a protruso discal ou hrnia discal. Portanto, o ponto VC4 importante para tratar a ciatalgia. Obs.: o ponto VC4 o ponto Mo do ID. O R tambm pode se manifestar nos nveis superiores da regio lombar, mas no tem nada a ver com a lombalgia Tai Yang.

    Comentrio: quando existe deficincia do R, o CEP da B tambm vai estar deficiente por passar nesse local: h estagnao de energia e no consegue correr mais. Esta a lombalgia Shao Yin (dolorimento na regio lombar sem irradiao), tambm conhecida por lumbago. Quando, por processo teraputico ou espontaneamente, essa energia parada comea a seguir o trajeto do CEP da B, vai ocorrer a ciatalgia. Nesta situao, a ciatalgia um processo benfico porque significa que est escoando, est descendo e, portanto, trata-se de um processo de cura.

    Se a energia perversa que est estagnada na regio o Frio, este vai retrair (endurecer) o msculo e, portanto ocorrer uma contratura muscular. Neste caso, o msculo endurecido no sofrer diminuio do volume e ficar como uma tbua, sem escoliose. Na maioria das vezes, o Frio que leva estagnao, porque regio do R. Se a energia perversa que est estagnada na regio o Calor, este vai provocar uma contratura muscular sem endurecimento. Neste caso, o msculo se contrai espontaneamente e diminui de volume, levando escoliose.

    Se a estagnao permanecer por muito tempo, por deficincia da energia do R (pode chegar a vrios anos), passa a ocorrer processo degenerativo porque a estagnao de energia provoca processo inflamatrio (deficincia de oxignio). Este estado de hipxia provoca aumento de substncias algognicas (como a prostaglandina, por ex.) e leva ao processo degenerativo: o ncleo pulposo sai atravs do ligamento enfraquecido e cai no espao peridural. Como o ncleo pulposo resqucio da notocorda e no tem vasos sanguneos (est desconectado da circulao sangunea), comporta-se como um corpo estranho no espao peridural. Ento, provoca uma reao inflamatria, desencadeando uma neurite da raiz que est saindo nesse ponto. Como esta regio fica enfraquecida, uma presso maior (por ex., um espirro ou um esforo) vai originar a hrnia de disco. TRATAMENTO DA FASE ENERGTICA Circular o Tai Yang. Fazer a limpeza energtica do canal de energia com B10 e B60. Fazer B10 (empurra a energia perversa para baixo) e B60 (puxa a energia perversa para baixo). Fazer pontos locais da lombalgia relacionados com a energia do R: B22 B51 B23 B52 VG4 pontos Jiaji pontos SHU da regio (B28 e B27). Estes dois pontos so obrigatrios e devem ser palpados. A moxa no bem indicada porque so pontos proFundos e no h efeito analgsico. Os pontos Jiaji s devem ser feitos (disperso) se o paciente estiver com dor: a disperso melhora a circulao sangunea que estava diminuda pelo aumento da atividade simptica. Lembrar que, na hrnia de disco, ocorre processo inflamatrio que leva distrofia simptico-reflexa Fazer o ponto VC4 lembrar da regra de tratamento geral (em doena posterior, fazer tratamento na parte anterior).

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    Existem ainda outros pontos para fazer a energia da B descer: B40 (antigo B54) B57 B59. Se houver dor nesses pontos palpao, deve-se inserir. Caso no haja dor intensa nesses pontos, no inserir. Palpar toda a regio (Du Mai, Jiaji, CEP da B proximal e distal) e marcar cada ponto doloroso para orientar o tratamento. Passada a dor aguda, pode-se fazer a moxa.

    Resumo do tratamento B66 B65 ID2 ID3 pontos Iong/Iu que circulam o Tai Yang. B10 B60 pontos que limpam o CEP da B. Moxa em B22 B51 B23 B52 VG4 pontos que fortalecem o R. R3 R7 E36 pontos que tonificam o Yin do R. Agulha em B27 B28 pontos Shu do ID e da B. Pontos Jiaji se houver dor. VC4 tratamento de regio anterior. B62 ponto de abertura do Yang Qiao Mai, para fechar o Du Mai (ponto ID3).

    TRATAMENTO DA FASE FUNCIONAL / ORGNICA Funcional tambm participam os msculos paravertebrais. Orgnica tambm participam as vrtebras. Havendo contratura muscular + alterao do canal medular, acrescentar o tratamento do sistema Du Mai (que tem ponto de abertura em ID3) e sistema Yang Qiao Mai (que tem ponto de abertura em B62). O ponto ID3 especfico para contratura da coluna vertebral. Os pontos B40 e VB34 servem para qualquer contratura muscular. Como a coluna longa, deve-se direcionar a energia para a coluna lombar: colocar agulha direcionada para baixo em VG4 e para cima em VG3, porque se pretende concentrar a energia nessa regio.

    Resumo do tratamento B66 B65 ID2 ID3 pontos Iong/Iu que circulam o Tai Yang. B10 B60 pontos que limpam o CEP da B. Moxa em B22 B51 B23 B52 VG4 pontos que fortalecem o R. R3 R7 E36 pontos que tonificam o Yin do R. Agulha em B27 B28. Pontos Jiaji se houver dor. VC4 tratamento da regio anterior. VB34 B40 pontos para contratura muscular. Agulha em VG3 VG4 pontos para concentrar a energia boa no local. B62 ponto de abertura do Yang Qiao Mai.

    Muitas vezes, o doente no tem mais lombalgia: est manifestando a dor no membro inferior, na panturrilha, no ponto B57, podendo tambm ser no B40 (antigo B54). O ponto B57 chama-se p da montanha. Indivduo que fica muito tempo em p ou andando, comea a sentir dor. Parece claudicao intermitente (origem vascular): a diferena que o ponto B57 doloroso bilateralmente. Neste local, a energia vai estar estagnada porque a energia do R no consegue circular pelo membro inferior: necessrio fazer circular essa energia. Quando se fala em energia, a energia Yang (que Wei Qi) que est faltando (para subir a montanha). No adianta s colocar energia no B57: tem o E30 que leva a energia para baixo (dirigir para baixo). A energia Yang comea a descer e, ento, se coloca a agulha em B57, dirigida para cima, para concentrar nesse local. O msculo tende a atrofiar porque a energia da atividade Yang est fraca.

    LOMBALGIA SHAO YANG

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    Acomete mais o CEP da VB do que o CEP do TA. A VB est relacionada ao F que rege a mulher e esta significa complicaes (alteraes) emocionais. Como o F representa o sangue e rgo interno, pode provocar doenas internas (como hepatite, colangite) ou se manifestar para fora, atravs da VB. Esta, por sua vez, vai para o CEP da VB. Como o Shao Yang o canal unitrio que adoece com mais frequncia, comum a ocorrncia de manifestaes em mulheres com alteraes emocionais em qualquer fase da vida. A lombalgia Shao Yang nada difere da cefalia Shao Yang, da cervicalgia Shao Yang, da intercostalgia Shao Yang, da coxalgia Shao Yang, da gonalgia Shao Yang trata-se da mesma estrutura doente, com diferentes localizaes. O que faz ocorrer em uma ou outra localizao, a emoo associada. Alteraes emocionais (a raiva a mais comum) aumentam o Yang do F que sobe pelo CEP da VB e provoca a cefalia Shao Yang. Associando a este estado emocional, a preocupao (est ligada ao BP), o Yang no vai subir tanto e provocar alteraes na regio torcica, como uma intercostalgia. A preocupao associada ao medo (insegurana) faz a energia do F, em vez de subir, descer e levar lombalgia Shao Yang. Como o CEP da VB desce pela lateral do corpo e s se conecta com a coluna na regio sacra, no ponto VB32, tem-se uma lombalgia em nvel baixo. Portanto, no se deve pensar em lombalgia Shao Yang quando o doente se queixar em nvel mais alto da coluna lombar. As queixas de origem Shao Yang vo se refletir naturalmente regio lombo-sacra, sacra, gltea, do trocanter maior, lateral da coxa, lateral do joelho, lateral da perna (sempre acompanhando o trajeto do CEP da VB). Desta forma, esta lombalgia est sempre se manifestando a partir de L4. Sempre existe a leso energtica, Funcional e orgnica. A leso orgnica compreende: artrose, degenerao discal (traduzida pela diminuio da interlinha), protruso discal, hrnia discal. Nesse nvel, est associado ao ponto DASHANGSHU (ponto Shu do IG) (lembrar: L5 S1 est relacionado ao VC4). O paciente com alteraes intestinais (principalmente obstipao) pode ter alterao no IG e manifestaes em L4 L5. Trata-se de contradominncia da VB sobre o IG, levando alterao no seu ponto Shu: emoes reprimidas aumentando a atividade Yang do F. Toda vez que o doente apresentar R-X ou TC com alterao em L4 L5, deve-se associar com lombalgia Shao Yang. Quando existe alterao do CEP da VB, a dor no se localiza exclusivamente nos pontos comuns. Explicao: se houver um riozinho (fiapo de gua) fraquinho, sem velocidade e cair barreira ou pedra, a estagnao fica localizada porque o rio no tem velocidade. Se a VB estivesse fraca, seria igual, mas como a VB est cheia, ocorre obstruo e o CEP fica mais cheio. Ento, os pontos de ACP no trajeto ficam com dor: so esses pontos que sero localizados para confirmar a lombalgia Shao Yang. Ento, assim como visto na lombalgia Tai Yang, onde h 2 pontos importantes de dor (B27 e B28), neste caso, o doente vai referir dor ampla porque j inundou toda a rea. Portanto, o ponto de referncia ser a partir de VB29. Do ponto VB29, saem 2 ramos: um vai para B32 e da at o cccix, seguindo para VB30; um ramo anterior vai para a regio do pbis (na frente do pbis) e da sobe pelo Renn Mai, passa por VC2, VC3, penetra na estrutura dos rgos do local e sai no VB30. Quando acontece congestionamento da regio, manifesta-se dor irradiada em toda essa rea. Junto com isto, o VB29 tambm se torna doloroso. Deve-se tomar cuidado com o diagnstico para no conFundir com o Dai Mai (lombalgia da cintura). s vezes, fica difcil diferenciar uma estagnao do Dai Mai que foi descendo, de uma estagnao da VB que foi subindo, somente pela palpao. preciso verificar onde comeou, se foi em cima ou em baixo.

    Portanto, o VB30 se torna muito importante: est praticamente em cima do nervo citico se ele no for sensvel, significa que a energia da VB est toda congestionada na reg