APOSTILA DE TORNEARIA 2010

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2010

FAETECCETEP DE MARECHAL HERMESCURSO DE MECNICA INDUSTRIAL APOSTILA DE TORNEARIA

ROBERTO F. CARVAHO

INDICE1 MDULO 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. Nomenclatura. 04 Acessrios do torno. 06 Elementos de comando. 07 Acionamento do cabeote. 08 Acionamento da caixa de roscas e avanos. 09 Acionamento do avental. 11 Os anis graduados do torno. 12 Tipos de tornos mecnicos. 15 Utilidade do torno mecnico e operaes que realiza. 18 Recomendaes sobre o uso do torno. 19 2 MDULO Cabeote mvel do torno. 24 Placa universal de trs castanhas. 26 Uso da placa universal de trs castanhas. 29 O graminho e seus usos. 31 Placa de quatro castanhas independentes. 34 Noes sobre centragem na placa de quatro castanhas independentes. 36 Lunetas do torno. 40 3 MDULO Ferramentas de corte do torno (noes gerais). 45 Ferramentas. 47 Ferramenta de desbastar. 51 Ferramenta de facear. 54 Rotaes por minuto no torno 56 Fluido de corte. 62 4 MDULO Tornear cilndrico externo (na placa universal). 67 Tornear na placa e ponta. 72

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26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48.

Tornear cilndrico entre pontas. 76 Facear no torno. 80 Mandris e buchas cnicas. 84 Broca de centrar. 85 Fazer furo de centro no torno. 87 O uso da broca helicoidal no torno. 90 Furar no torno. 93 Ferramenta de broquear. 98 Tornear cilndrico interno. 101 5 MDULO Tornear cnico usando a espera. 108 Ferramenta de sangrar (bedame). 103 Sangrar no torno. 116 Ferramenta de forma ou de perfilar. 122 Perfilar com ferramenta de forma. 125 Recartilhas. 127 Recartilhar no torno. 130 6 MDULO Noes sobre roscas. 135 Sistemas de roscas. 137 Ferramenta de abrir roscas triangulares. 140 Abrir rosca triangular direita externa por penetrao perpendicular. 143 Abrir rosca triangular direita externa por penetrao obliqua. 149 Abrir rosca triangular esquerda externa. 155 Ferramenta de abrir rosca interna. 159

Apostila sem fins lucrativos de uso interno do ESEI de MARECHAL HERMES. BIBLIOGRAFIA: Manual de operao do torno ROMI TORMAX 20/A Curso de tornearia NUCLEP Curso de tornearia do SENAI/RJ. Manual pratico do mecnico / Lauro Salles Cunha editora / Hermes. Mquinas Formulrio Tcnico / A. L.Casillas / editora mestre jou.3

20101 MDULO

NOMENCLATURA, ACESSRIOS DO TORNO, ACIONAMENTO DO CABEOTE, ACIONAMENTO DA CAIXA DE ROSCAS E AVANOS, ACIONAMENTO DO AVELTAL, ANEIS GRADUADOS DO TORNO, UTILIDADES DO TORNO E OPERAES QUE REALIZA, RECOMENDAES SOBRE O USO DO TORNO.

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NOMENCLATURA

1.

TORNO MECNICO HORIZONTAL

1 Base 2 Barramento 3 Cabeote fixo 4 Carro principal 5 Cabeote mvel 1.1. Base Serve de apoio para o cabeote fixo, carro principal e cabeote mvel. 1.2. Barramento Serve de apoio para o cabeote fixo, carro principal e cabeote mvel. 1.3. Cabeote fixo o local onde est situada a rvore apoiada nas extremidades por mancais. A rvore tem o formato de um tubo, podendo, desta forma, passar materiais em forma de barras. Na parte da frente da rvore encontra-se o alojamento e forma de cone

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interno para acoplamento da ponta. Para possibilitar o avano automtico existem dois eixos na parte da frente do barramento: (vara e fuso)

1 vara: transmite o movimento de avano para trao longitudinal e transversal; 2 fuso: transmite o movimento de avano para o corte de roscas; 3 vara de acionamento: aciona o motor principal; 4 avental: onde esto montados o volante do carro principal e a alavanca de engate do fuso e do movimento de avano para trao longitudinal e transversal; 5 alavanca de reverso: seleciona o sentido de rotao (horrio e anti-horrio). AVANO O avano o trajeto em milmetros que a ferramenta percorre durante uma rotao da pea longitudinalmente ou transversalmente. Cabeote mvel

utilizado como alojamento para contraponta, broca, escareador e alargador.

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Desloca-se no sentido longitudinal do barramento podendo ser fixado em qualquer ponto atravs da alavanca g e da placa de fixao k. Consiste de uma parte inferior a e de uma parte superior b. As pontas do cabeote mvel e do cabeote fixo devem estar em alinhamento, para evitar conicidade no dimetro. Para alinhar ou tornear cnico, desloca-se a parte superior perpendicularmente linha de eixo atravs do parafuso i. Na parte superior encontra-se o mangote c. deslocvel por meio de um volante h e um fuso e em sentido longitudinal. No mangote aloja-se o contra-ponta d. Durante o torneamento entre pontas, o mangote ser bloqueado atravs da alavanca de fixao f. ACESSORIOS DO TORNO

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ELEMENTOS DE COMANDO

1- Manpulo inversor do sentido de rotao dos vares. 2- Manpulo seletor de avanos e roscas. 3- Alavanca seletora de velocidades. 4- Alavanca seletora de velocidades. 5- Alavanca seletora de velocidades. 6- Batente para o limitador automtico (opc). 7- Volante para avanos transversais manuais. 8- Suporte de ferramentas. 9- Volante para avanos do suporte de ferramentas. 10- Relgio indicador de roscas (opc). 11- Alavanca de fixao da manga ao cabeote mvel. 12- Volante para avanos da manga do cabeote mvel. 13- Alavanca de fixao do cabeote mvel ao barramento. 14- Alavanca de partida, parada e reverso da rvore, com sistema de segurana.

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15- Volante para avanos longitudinais manuais. 16- Boto de regulagem para usinagem (desbaste e acabamento). 17- Bomba manual para lubrificao das guias da mesa. 18- Alavanca de engrenamento dos avanos longitudinais e transversais. 19- Alavanca de engrenamento porca/fuso. 20- Manpulo pr-seletor de avanos e roscas. 21- Alavanca seletora de avanos e roscas. 22- Manpulo seletor fuso/varo. 23- Manpulo seletor de avanos e roscas. 24- Manpulo seletor de avanos e roscas. 25- Boto de acionamento do copiador (opc). 26- Boto de acionamento da bomba de refrigerao (opc). 27- Lmpada piloto. 29- Lmpada do comando do painel. 30- Pedal do freio.

ACIONAMENTO DO CABEOTE

O acionamento do cabeote feito atravs de engrenagens em ao-liga, tratadas termicamente e com os flancos dos dentes acabados por retificao pelo processo Relshauer. Os eixos secundrios so apoiados sobre rolamentos de esferas e o eixo rvore em ao especial com nariz cnico ASA LO, temperado e retificado apoiado em mancais de rolamentos cnicos TIMKEN de preciso.

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Sua lubrificao feita por centrifugao, com reservatrios de leo rigorosamente distribudos por dentro da caixa, fazendo com que todos os rolamentos e engrenagens tenham uma lubrificao controlada para evitar aquecimento. Por meio das alavancas (1, 2 e 3) escolhe-se uma das doze rotaes disponveis. Abaixo da alavanca (1) encontra-se a tabela indicadora de rotaes dividida em 3 colunas de 4 rotaes cada uma. Pelo posicionamento da alavanca (1) em uma das posies I ou II e pelo posicionamento da alavanca (2) e (3) na cor correspondente, obtm-se na tabela indicadora a rotao desejada. tambm disposta sobre o painel do cabeote, a tabela indicativa das velocidades de corte. A leitura desta tabela feita seguindo-se o exemplo destacado na mesma. EXEMPLO: rpm = Dimetro mm = velocidade m/min. = 100 500 65

ACIONAMENTO DA CAIXA DE ROSCAS E AVANOS O acionamento da caixa de roscas e avanos feito de engrenagens tratadas termicamente, com a maioria de seus eixos apoiados sobre rolamentos, sendo que a lubrificao dos mesmos

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feita atravs de uma bomba comandada por um excntrico colocado sobre um dos eixos de acionamento. A concepo desta caixa permite obter uma extensa gama de avanos e de roscas nos sistemas mtrico e fios por polegada, sem troca de engrenagens do recmbio. A mesma gama de passos obtida para os sistemas mdulo e diametral pithc, intercalando uma engrenagem no recmbio (ver pgina 21/21) Desejando-se executar um determinado passo de rosca ou avano, procurar na tabela impressa, sobre a caixa, o valor deste passo; na mesma linha e na mesma coluna, encontraremos as letras, nmeros e cores que posicionam os comandos (3, 5, 6, 8 e 9). 1 exemplo: Cortar uma rosca mtrica de 1mm de passo: a) Localizar o passo 1 na tabela; b) Acompanhar as setas da figura; encontrar indicaes necessrias ao posicionamento dos comandos (D F G J N); c) Dispor o manpulo (7) na posio

A mquina est preparada para cortar roscas passo 1mm. 2 exemplo: Obter um avano de 0,250mm por rotao: a) Dispor o manpulo (7) naposio;

b) Posicionar os demais comandos de maneira anloga indicada no primeiro exemplo (B E G J O). OBS.: Para posicionar o manpulo pr-seletor das roscas e avanos (9) necessrio que a alavanca (8) esteja em ponto neutro, ou seja, na posio central. IMPORTANTE: Jamais poder ser feita uma mudana de velocidade, de avano ou rosca, com a rvore girando: isto alm de quase certamente provocar a quebra de dentes em engrenagens, poder resultar em desgaste anormal das pontas dos dentes, o que vir dificultar o engrenamento.

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ACIONAMENTO DO AVENTAL O acionamento dos avanos transversais e longitudinais faz-se por uma s alavanca (1) de duas posies, com engates frontais para as engrenagens que permitem os respectivos avanos. O conjunto da rosca sem fim e coroa que acionada pelo varo dos avanos est montado em uma caixa acoplada na parte traseira do avental, o que permite que se faa qualquer eventual limpeza ou reparo nesse grupo, sem que seja necessrio desmontar o avental, sendo porm necessrio que se retire o mesmo da mquina. O acionamento da porca de duas metades (2) que se engata no fuso roscado feito atravs da alavanca (3) colocada esquerda do operador. O volante para a movimentao manual do avental (4) est colocado direita do operador e desengatvel, puxando-o para fora. Todos os eixos esto montados sobre rolamentos e sua lubrificao efetuada por uma bomba acionada automaticamente, isto , quando o varo est em funcionamento, o leo ser bombeado para o reservatrio existente no alto da carcaa de onde correr por gravidade atravs de tubulaes convenientes at as partes a serem lubrificadas. O avental incorporado com um sistema de desengate automtico de preciso (5), o qual obtido pelo desengate frontal das engrenagens dos avanos contra a fora das molas, isto , quando o avental toca o tope slido, o esforo que est sendo feito atravs do varo dos avanos, vence a fora das molas e o desengate d-se praticamente sem variao. E, por meio do boto (6) selecionase, progressivamente, o esforo necessrio sobre os cortes leve e pesado. A bomba manual (7) lubrificar as guias da mesa e do carro transversal.

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OS ANIS GRADUADOS DO TORNO Para remover certa espessura de material, ou seja, dar um passe, o torneiro necessita fazer avanar a ferramenta contra a pea, na medida determinada. A fim de que o trabalho se execute de modo preciso, a medida da espessura a remover deve ser fixada e garantida por um mecanismo que, alm de produzir o avano, permita o exato e cuidadoso controle deste avano. O torno mecnico possui mecanismos que atendem a tais condies: 1) no carro transversal, cujo deslocamento sempre perpendicular ao eixo da pea ou linha de centros do torno; 2) na espera, onde se situa o porta-ferramenta, que pode ser inclinada a qualquer ngulo, pois sua base rotativa e dispe de graduao angular. Os dois mecanismos possibilitam o avano da ferramenta por meio de um sistema parafusoporca. O parafuso gira entre buchas fixas, pela rotao de um volante ou de manivela. Com o giro do parafuso, a porca (que presa base do carro) desloca-se e arrasta o carro, fazendo-o avanar ou recuar, conforme o sentido da rotao do parafuso (fig.1). O controle dos avanos, em qualquer dos carros, faz-se por meio de graduaes circulares existentes em torno de buchas ou anis cilndricos solidrios com os eixos dos parafusos de movimento, e junto aos volantes ou s manivelas (fig.1).

fig. 1

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OS ANIS GRADUADOS Os anis graduados, tambm chamados colares micromtricos, so os dispositivos circulares, que determinam e controlam as medidas de que devem avanar os carros, mesmo que os avanos tenham de ser muito pequenos. Sobretudo nos trabalhos de acabamento e de execuo de roscas (nos quais so necessrios pequenos passes de espessuras precisas) o emprego do anel graduado evita dificuldades ou erros. O torneiro pode garantir um determinado avano da ferramenta, girando o anel graduado de um certo nmero de divises, a partir de uma referncia fixa. Nas tarefas de tornearia, principalmente na execuo de roscas, os anis graduados podem servir s seguintes finalidades: 1) Graduar a penetrao da ferramenta, na operao de roscar. 2) Dar a penetrao ferramenta, para uma determinada medida. 3) Permitir um ponto de referncia para acertar novamente a posio de uma ferramenta que tenha sido deslocada durante a operao.

ANEL GRADUADO PARA PROFUNDIDADES DE CORTE EM VALORES MTRICOS Para explicar como se controla a penetrao, admitamos que o parafuso do carro tenha o passo p = 4 mm e que o anel graduado tenha 80 divises iguais, conforme a figura 2. Nestas condies, uma volta completa do anel graduado far com que a porca, e portanto a ferramenta montada no carro, avance de 4mm. Se for feito o deslocamento de apenas uma diviso do anel, o avano a ou penetrao da ferramenta ter a medida: a = 4 mm = 1 mm = 0,05 mm. 80 20 Aplicaes 1) No anel da fig. 2, qual o nmero de divises a deslocar para se ter uma profundidade de corte na ferramenta de a = 0,25 mm? Resposta: n = 0,25 0,05 = 5 divises. 2) Com um parafuso de passo p = 6 mm e um anel de 60 divises iguais, qual o avano a da ferramenta que corresponder a 01 diviso? Resposta: a = 6 mm = 1 mm = 0,1 mm.

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fig. 2

ANEL GRADUADO PARA PROFUNDIDADE EM FRAES DECIMAIS DA POLEGADA Exemplo O parafuso tem 8 fios por polegada e o anel graduado apresenta 125 divises iguais. Calcular o avano correspondente a 1 (um) diviso do anel. Uma volta completa do anel graduado dar o avano de 1/8 ferramenta. Portanto, o deslocamento de apenas 1/125 do anel determinar o avano ou a profundidade de corte a:

a = 1 125 = 1 1 = 1 = 1 = 0,001 8 8 125 8 125 1.000 Aplicaes 1) Com o anel e o parafuso do exemplo anterior, calcular qual o nmero de divises a deslocar para se ter uma profundidade de corte de a = 0,015. RESPOSTA: n = 0,015 0,001 = 15 divises 2) Com um parafuso de 4 fios por polegada e um anel de 125 divises, calcular a profundidade de corte correspondente a 1 diviso. RESPOSTA: a = 1 = 1 = 0,002 4 125 500

Observao:

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Como a penetrao da ferramenta radial, obtm-se no dimetro uma reduo de duas vezes a penetrao dada. Assim, se a penetrao da ferramenta for de 0,1 mm, o dimetro sofre uma reduo de 0,2mm. QUESTIONRIO 1) Indique trs finalidades do anel graduado no torno. 2) Explique como funciona o anel graduado e como pode determinar e controlar a penetrao transversal da ferramenta. 3) Com o passo p = 6 mm e 120 divises do anel, calcular o avano ou a profundidade de corte a. 4) Num anel micromtrico cujas divises correspondem a 0,05, quantas divises preciso girar para um passe de 0,75 mm de profundidade? TIPOS DE TORNOS MECNICOS O torno mecnico mquina-ferramenta de muita utilidade nas oficinas mecnicas, no somente porque se presta execuo de grande variedade de trabalhos, mas tambm porque a sua ferramenta de corte relativamente simples e, na maioria dos casos, pode ser preparada na prpria oficina. Determinadas operaes, que normalmente se fazem em outras mquinas, tais como a furadeira, a fresadora e a retificadora, tambm se podem executar no torno, com adaptaes relativamente simples. O torno uma verdadeira mquina universal, porque pode substituir, at certo ponto, outras mquinas-ferramentas. Os tornos mecnicos podem ser classificados nos seguintes tipos: 1) Tornos horizontais, de rvore horizontal e barramento horizontal.

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2) Tornos verticais, com rvore vertical.

3) Tornos-revlver, no qual vrias ferramentas, montadas em porta-ferramentas adequado, atacam a pea sucessivamente, em operaes diversas, pelo acionamento de certos comandos rpidos. So tornos para trabalhos em srie, de grande produo.

4) Tornos copiadores So os que produzem um movimento combinado, obrigando a ferramenta a cortar um perfil na pea, que acompanha, por meio de uma guia, um outro semelhante tomado como modelo.

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5) Tornos de plat, em geral de eixo horizontal. Servem para tornear peas curtas, mas de grandes dimetros, como aros de rodas de locomotivas e vages.

6) Tornos automticos CNC, que possuem mudana automtica de alimentao programao computadorizada e emprego automtico, em uma ordem determinada, das ferramentas necessrias a cada operao. Nos tornos deste tipo, que servem para a grande produo seriada, o material das peas a tornear tem movimentos de rotao e avano de alimentao.

De um modo geral, so comuns a todos os tipos de tornos, com as variaes de dispositivos ou dimenses exigidas em cada caso, os seguintes mecanismos e partes: 1) Partes que suportam ou alojam os diferentes mecanismos (barramento, ps, cabeotes, caixas). 2) Mecanismos, que transmitem e transformam o movimento de rotao da rvore (polias, engrenagens, redutores). 3) Mecanismos que possibilitam o deslocamento da ferramenta ou da pela, em diferentes velocidades (engrenagens, caixa de cmbio, inversor de marcha, fuso, vara, etc.).

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4) Partes de fixao da ferramenta e da pea a tornear. 5) Comandos dos movimentos e das velocidades. OPERAES QUE O TORNO REALIZA A ferramenta de corte,conforme a sua posio ou a sua forma, pode atacar a pea externa ou internamente. 1) Operaes em que se d deslocamento da ferramenta paralelamente ao eixo de rotao da pea. Eis alguns exemplos, em operaes externas (fig. 1 a 3).

2) Operaes em que se d deslocamento da ferramenta perpendicularmente ao eixo de rotao da pea. Exemplos em operaes externas (fig. 4 a 6).

3) Operaes com deslocamento oblquo em relao ao eixo de rotao da pea (fig. 7).

4) Operaes com deslocamentos combinados, em direes diferentes (fig. 8).

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Qualquer dos quatro tipos gerais de operaes citados pode ser tambm executado internamente, em furos. Exemplos (fig. 9 a 12).

QUESTIONARIO 1) Por que o torno mecnico uma das mquinas-ferramenta de maior utilidade? 2) Cite os mecanismos e partes que, em geral, so comuns a todos os tipos de tornos. 3) Indique e caracterize seis tipos de tornos mecnicos. 4) Cite os nomes de diversas operaes externas e internas que o torno realiza indicando os deslocamentos da pea e da ferramenta. RECOMENDAES SOBRE O USO DO TORNO Tratando-se de mquina de grande preciso, de mecanismo complexo, de constante emprego na oficina e de custo elevado, todos os cuidados devem ser adotados pelo operador a fim de manter o torno sempre em ordem e bem conservado, assim como para us-lo, convenientemente, conforme as tcnicas de trabalho mais adequadas e as indispensveis normas de segurana. Algumas regras gerais, consagradas pela prtica, so dadas em seguida, para orientao dos principiantes. 1) Aprenda bem as funes dos seus diversos rgos. 2) Mantenha-o convenientemente lubrificado. 3) Conserve-o limpo e em ordem. A mquina suja no adequada a um trabalho. 4) Compreenda e planifique completamente a tarefa, antes de inici-la. 5) Observe se o torno est bem equipado e, em seguida, trabalhe com prudncia, e de modo ordenado. 6) Conserve afiadas as ferramentas de corte. As ferramentas embotadas ou cegas atrasam a produo, do mau acabamento e impem ao torno um injustificado ou desnecessrio esforo.

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7) Execute um corte que possa ser bem suportado pela mquina, pela pea e pela ferramenta de corte. Vrias sucesses de cortes leves desperdiam tempo, obrigando o operador a trabalho desnecessrio. 8) Tome interesse pelo seu trabalho. Utilize a mquina como se estivesse trabalhando para si prprio. 9) Afie, na pedra com leo, os gumes das ferramentas de corte, depois que tenham sido esmerilhados, o que aumenta a durao dos mesmos. 10) Aprenda a ter responsabilidade. Isso um requisito indispensvel para que uma pessoa possa trabalhar. 11) Concentre-se em seu trabalho. Uma falha de ateno pode causar srio acidente. 12) Nunca deixe a chave de aperto encaixada na placa de castanhas. 13) No tome desordenadamente as medidas da pea. Os detalhes dos desenhos ou dos esboos so dimensionados visando a fins determinados. especificados. 14) No desperdice tempo trabalhando com preciso ou cuidado maiores do que os exigidos pelo desenho ou pelo esboo. 15) No procure justificar-se quando inutilizar uma pea. Assuma a responsabilidade, e procure executar pea melhor da prxima vez. 16) No manobre qualquer alavanca nem gire qualquer manpulo do torno, seno depois que conhea os resultados da manobra. 17) No deixe que os cavacos ou aparas se acumulem em torno da ferramenta de corte. Quebre-os com um gancho. Melhor ainda , em certos casos, esmerilhar a ferramenta, dando-lhe um quebra-cavaco (rebaixo de forma adequada). 18) No trabalhe no torno com camisa de mangas compridas. Mantenha-as enroladas acima do cotovelo. 19) No use palet ou avental folgados, quando trabalhar no torno. 20) No use tambm gravatas longas ou anis. 21) No trabalhe no torno e converse ao mesmo tempo. Se voc precisa falar, pare a mquina. 22) No deixe de usar culos de proteo, quando tornear peas cujos cavacos saltem. 23) No tente verificar um furo, sem antes proteger-se da ferramenta, a fim de evitar ferimentos no brao ou na mo. 24) Ao limar uma pea no torno, no o faa arqueando o brao esquerdo sobre a placa. 25) nunca coloque a mo ou os dedos em uma pea ou ferramenta que esteja girando. Execute-os dentro dos limites

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26) No saia deixando o torno em movimento. Se for obrigado a afastar-se da mquina, desligue-a antes. 27) No deixe cair ou chocar-se a placa de castanhas, a placa lisa ou a placa de arrasto contra as guias do barramento do torno. barramento do torno. 28) No torneie com o carro transversal e a espera muito salientes em relao corredia da sua base. IMPORTANTES PRECAUES ANTES DE INICIAR TRABALHO NO TORNO Um hbito que se deve adotar, ao aprender o manejo do torno, o de certificar-se de que o carro se move livremente ao longo das guias do barramento, antes de por a mquina em rotao. A primeira medida que o mecnico experimentado deve tomar, quando vai trabalhar em um torno, mover o carro ao longo das guias, manualmente, para assegurar-se de que: 1) a porca do carro no est engrenada no fuso; 2) as alavancas de avano no esto ligadas; 3) a trava do carro no est apertada; 4) as guias do barramento esto lubrificadas; 5) a pea passar livre pelo carro, quando em rotao. Nota: As recomendaes e precaues, enunciadas acima foram traduzidas dos livros: Machine Shop Theory and Practice, de Albert M. Wer e Harlon R. Arthur Edit. D. Van Nostrand Co. Inc. Machine Tool Operation, de Henry D. Burghardt e Aaron Axebrod Edit. Mc. Graw Hill Book Co. Inc. No deixe tambm peas ou ferramentas sobre o

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20102 MDULO

CABEOTE MVEL DO TORNO, PLACA UNIVERSAL DE TRS CASTALHAS, USO DA PLACA DE TRS CASTANHAS, O GRAMINHO E SEUS USOS, PLACA DE QUATRO CASTANHAS INDEPENDENTES, NOES SOBRE CENTRAGEM NA PLACA DE QUATRO CASTALHAS INDEPENDENTES, LUNETAS DO TORNO.

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CABEOTE MVEL DO TORNO O cabeote mvel a parte do torno que, apoiada e fixada sobre o barramento, serve s seguintes finalidades: 1) Suporte da Contraponta, que um duplo cone de ao destinado a prender, num dos topos, a pea a ser torneada. 2) Suporte de um Mandril de haste cnica (por exemplo, um mandril tipo Jacobs) ou de uma bucha de reduo. 3) Suporte direto de Ferramentas de corte de haste cnica, tais como brocas, alargadores ou machos. PARTES PRINCIPAIS E SEUS NOMES Na fig. 1 encontram-se os nomes das diferentes partes e peas.

A base pode deslizar sobre o barramento, para o que apresenta uma ranhura retificada ou raspada,, que se adapta a uma das guias longitudinais retificadas do barramento. Pode, tambm, ser fixada em diferentes pontos do barramento, seja por meio dos parafusos, porcas e placas indicados nas figuras, seja por outro processo adequado, como o de uma alavanca com excntrico. Sobre a base, e guiado por um sistema de ressalto e ranhura transversais, assenta o corpo. Um parafuso permite pequenos deslocamentos laterais, destinados a desviar ligeiramente a contraponta em relao ponta, num dos processos de torneamento cnico.

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No furo cilndrico superior do corpo aloja um mangote cilndrico, que, interiormente e esquerda, apresenta uma parte cnica para encaixe da haste da contraponta. Um parafuso interno atravessando uma porca no mangote e manobrado exteriormente por um volante, possibilita pequenos deslocamentos longitudinais do conjunto interno e, portanto, da contraponta nele fixada. Para firmar o mangote, aps a regulagem da posio desejada da contraponta, atua-se na trava, dando-lhe pequeno movimento angular. Resulta o aperto do escavado de duas buchas cilndricas internas contra o mangote, que fica assim imobilizado. Os deslocamentos longitudinais do mangote podem ser regulados por um dos dois meios seguintes: 1) Graduao retilnea na parte superior ou na lateral (fig. 2). 2) Graduao circular no eixo do volante. Quando se usa a contraponta (no torneamento externo), conveniente aproximar bem o cabeote mvel da pea, para que a projeo do mangote (distncia D na fig. 2) seja a menor possvel. Na parte posterior do cabeote, na unio do corpo com a base (fig. 3), h dois traos de referncia, para regulagem da posio que coloca a contraponta no alinhamento da ponta. Nesta posio, os traos coincidem. Em trabalhos de grande preciso, no convm confiar apenas nesta coincidncia dos traos de referncia. H mtodo rigoroso de verificao do alinhamento da ponta e contraponta, que ser estudado oportunamente. H tornos em que o cabeote apresenta, na parte posterior, uma graduao de um lado e de outro do trao de referncia. Tal graduao facilita a regulagem do deslocamento lateral da contraponta, em certas operaes de torneamento cnico. O uso correto do cabeote mvel exige os seguintes cuidados: 1) Verifique o alinhamento da ponta e contraponta. 2) Fixe o cabeote firmemente no barramento. 3) Adote a menor projeo D (fig. 2) possvel, no torneamento externo. 4) Trave o mangote, no torneamento externo.

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QUESTIONARIO 1) Quais so os cuidados no uso correto do cabeote mvel? 2) Explique o funcionamento do mecanismo interno de deslocamento da contraponta. 3) Quais so as finalidades do cabeote mvel? 4) Como se denominam as partes mais importantes do cabeote mvel? 5) Como se regula o alinhamento da ponta e contraponta, no prprio cabeote mvel? PLACA UNIVERSAL DE TRS CASTANHAS A PLACA UNIVERSAL um dos acessrios do torno que serve para a fixao de peas a serem torneadas. O tipo mais comum, de trs castanhas, utilizado sobretudo para peas cilndricas ou hexagonais. A placa universal permite centragem rpida da pea, porque, apenas pelo giro de uma chave ajustada no furo lateral (fig. 1), movimentam-se as garras ou castanhas, ao mesmo tempo, num fechamento concntrico, at produzirem enrgico aperto da pea.

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Constituio e funcionamento da placa universal o corpo da placa, em duas partes, de ferro fundido ou de ao. Apresenta um orificio no centro e trs ranhuras radiais (segundo ngulos de 120) nas quais se encaixam as trs castanhas ou garras que produzem o aperto da pea (fig.1). No interior da placa est encaixado um prato circular, em cuja parte anterior existe uma ranhura, de seo quadrada, em espiral, formando uma rosca plana. Nesta se adaptam os dentes das bases das castanhas. Na parte posterior do prato h uma coroa cnica circular, na qual se engrenam trs pinhes cnicos, cujo giro dado pela chave da fig. 1. o exame das figuras. 1, 2 e 3 permite clara compreenso dos movimentos para aperto e desaperto da pea. Estes correspondem aproximao ou ao afastamento simultneo das trs castanhas, em relao ao centro da placa.

O giro da chave determina a rotao do pinho cnico que, engrenado na coroa cnica, produz o giro do prato. Como a ranhura da parte anterior do prato em espiral, os dentes inferiores de cada castanha so obrigados a deslizar nessa ranhura, aproximando-se gradual e simultaneamente do centro da placa. Na operao de desaperto, d-se giro em sentido contrrio, e as castanhas se afastam.

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A placa universal fixada na rvore do torno, por meio da rosca, na parte posterior do seu furo central, tendo um encosto que se pe em contato, no aperto, com um flange da rvore (fig. 2). Para que a centragem se faa simultaneamente, durante o giro do prato, necessrio que os dentes inferiores das castanhas tenham posies diferentes, em cada uma. Colocao das castanhas cada castanha somente pode ser encaixada na ranhura prpria. Assim, as trs castanhas tm os nmeros 1, 2 e 3, correspondentes aos dos rasgos respectivos. Regras para a colocao das castanhas: 1) limpe cuidadosamente as castanhas e os rasgos; 2) gire o prato at que o inicio da rosca aparea no fundo da ranhura n 1 (fig. 4); 3) desloque o prato em sentido inverso, o bastante para que o inicio da rosca plana desaparea (fig. 5); 4) encaixe a castanha n 1, at que ela encoste na rosca plana; 5) gire o prato no sentido da seta (fig. 4) para que a castanha n 1 se engrene na rosca plana. Encaixe, a seguir, as castanhas n 2 e n 3, procedendo da mesma forma.

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Castanhas cada placa normalmente equipada com dois jogos de trs castanhas, todas elas de ao duro temperado, e rigorosamente acabadas. Um jogo serve para apertar peas de maiores dimetros e outro para peas de menores dimetros (fig. 1). Alm disso, sendo as castanhas em degraus, o jogo para pequenos dimetros externos pode pegar peas pelo lado interno com furos de diversos dimetros. As castanhas, para grandes dimetros externos, podem prender as peas em qualquer um dos degraus, de acordo com a pea a ser torneada. QUESTIONARIO: 1) Para que serve a placa universal? Por que produz centragem rpida? 2) Para quais peas mais adequado o uso da placa universal? 3) Explique as regras para colocao das castanhas. 4) Explique resumidamente a constituio e o funcionamento da placa. 5) De que material so as castanhas e quais so as suas caractersticas? 6) Para que servem os dois jogos de castanhas? USO DA PLACA UNIVERSAL DE TRS CASTANHAS A placa universal de trs castanhas muito usada na oficina mecnica, pois permite centragem rpida da pea; apresenta, entretanto, os seguintes inconvenientes: 1) no serve para a fixao e centragem de peas de qualquer forma, mas somente para peas cilndricas ou hexagonais; 2) depois de certo tempo de uso, devido ao desgaste no seu complicado mecanismo, no oferece centragem precisa; 3) exige cuidados na lubrificao. A ranhura no deve ser lubrificada, para evitar que os cavacos e sujeiras a ela adiram, influindo na preciso da centragem ou danificando a placa. Quando necessrio muita preciso na centragem de uma pea na placa, no convm usar a placa universal, mas a placa de castanhas que se movem independentemente umas das outras. MONTAGEM DA PLACA NIVERSAL NA RVORE DO TORNO Cuidados a tomar: 1) Coloque a placa sobre um calo de madeira apropriado, no barramento do torno, como mostra a fig. 1.

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2) Limpe e lubrifique cuidadosamente a rosca da rvore e a face do flange. Qualquer sujeira ou rebarba nessa face pode tornar defeituosa a centragem da pea. 3) Limpe a rosca da placa com grampo prprio (fig. 2). 4) Ajuste a placa contra o topo da rvore, com a mo direita, e, com a esquerda, gire lentamente o torno, at que o encosto da placa fique apertado na fae do flange. Nunca se deve montar a placa com o torno em movimento. DESMONTAGEM DA PLACA UNIVERSAL DA RVORE 1) Ligue as engrenagens de reduo da marcha do torno. 2) Coloque um calo de madeira entre uma das castanhas e as guias posteriores do barramento (fig. 3). 3) Gire manualmente a rvore no sentido indicado pela seta (fig. 3), para afrouxar o aperto. 4) Desatarraxe a placa mo, colocando antes sobre o barramento a pea de madeira da fig. 1, que impedir qualquer choque da placa contra as guias do barramento.

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5) Uma vez desmontada, deite a placa apoiada sobre as castanhas. Com isso se evita que os cavacos, por acaso cados no interior da placa, possam concorrer para emperrar o seu mecanismo. CUIDADOS COM A PLACA UNIVERSAL 1) No prenda na placa peas fundidas em bruto ou barras em bruto, com laminao defeituosa. 2) No introduza canos no manpulo da chave de manobra com a finalidade de aumentar o brao de alavanca e tornar mais enrgico o aperto. 3) Para tornar melhor o aperto da pea, basta usar a chave de manobra nos trs encaixes dos pinhes da placa. 4) Lubrifique com graxa os pinhes e a coroa dentada da placa. No convm lubrificar a ranhura espiral, a fim de evitar a aderncia de sujeira ou cavacos. 5) De vez em quando, ou se houver alguma anormalidade no funcionamento da placa, desmonte-a e limpe cuidadosamente todas as peas do seu mecanismo. RECOMENDAES SOBRE A FIXAO DE PEAS NA PLACA UNIVERSAL 1) No caso de peas de grandes dimetros, prenda-as nos ltimos degraus, evitando que as castanhas fiquem muito salientes, ou seja, com pequeno encaixe nas ranhuras (fig.4). 2) A parte saliente da pea (fig. 5 e 6) no dever, em regra geral, ser superior a trs vezes o dimetro da pea (A 3 d). 3) No fixe peas cnicas na placa, pois no h possibilidade de mant-las firmes. 4) A pea bruta, com empenamento ou irregularidade, no deve ser fixada na placa universal. Esta s usada para a centragem de peas bem uniformes.

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QUESTIONRIO 1) Quais so os inconvenientes quanto ao uso da placa universal? 2) Quais as fases da montagem da placa universal na rvore do torno? 3) Quais as fases e os cuidados na desmontagem da placa da rvore? 4) Quais os cuidados para conservao da placa universal? 5) Indique algumas regras relativas fixao na placa universal. O GRAMINHO E SEUS USOS A base do graminho tem sua face inferior plana. A haste do graminho perpendicular ao plano da base. A ponta da agulha do graminho, enquanto se d o deslocamento, risca a face da pea; logo, qualquer que seja a inclinao da agulha, sua ponta traa sempre, na face da pea, uma linha paralela ao plano de apoio sobre o qual desliza o graminho. Se o graminho estacionrio, a ponta do riscador serve como ponto fixo de referncia. Pode servir tambm para um traado de referncia no topo da pea (caso de pea que est sendo centrada na placa). EXEMPLOS DOS USOS DE GRAMINHO EM TRABALHO NO TORNO Para que a verificao seja facilitada, a ponta da agulha deve ficar em posio tal que favorea a boa visibilidade, para serem percebidos os desvios da pea.

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QUESTIONRIO 1) Quais as finalidades do graminho? Indique cinco usos. 2) Quais os tipos usuais de graminhos? 3) D a nomenclatura das partes de um graminho. 4) Como trabalha o graminho? Quais as caractersticas da superfcie sobre a qual assenta o graminho? Ao tratar da centragem de uma pea na placa de castanhas independentes mostrou-se que em um dos processos utiliza-se o Graminho, instrumento de freqente emprego pelo mecnico em variados trabalhos de ajustagem, torno, plana, fresadora, etc. As figuras 1, 2 e 3 apresentam tipos usuais de graminhos. O da fig. 1 o comum. No de preciso (fig. 2), um parafuso micromtrico de regulagem permite deslocamentos precisos da ponta da agulha. O graminho da fig. 3 possui uma graduao na haste suporte e um vernier junto a esta. Um parafuso de chamada, micromtrico, produz deslocamentos de preciso. Neste graminho, as alturas da ponta da agulha so medidas e aproximadas no prprio instrumento.

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USOS DO GRAMINHO O graminho pode ser utilizado: 1) para executar traos ou riscos nas faces das peas, com a finalidade de localizar planos, ranhuras, rebaixos, orifcios, etc. que devam ser depois usinados; 2) para nivelar peas ou partes de um conjunto mecnico; 3) para alinhar peas ou partes de um conjunto mecnico; 4) para verificar o paralelismo de planos; 5) para localizar centros em peas brutas ou desbastadas. MODO DE USAR O GRAMINHO Quando possui, na base, uma ranhura em V (exemplo da fig.2), pode o graminho apoiarse, em casos especiais, sobre um cilindro ou uma guia prismtica, se necessrio. Na maioria dos seus usos, porm, o graminho opera apoiado, pela base, em uma superfcie rigorosamente plana e nivelada: a face superior de uma Mesa de traar; ou a face superior de uma Placa nivelada e plana, colocada sobre o barramento do torno; sobre uma face plana de um dos carros ou do barramento do torno; ou a prpria Mesa de uma das mquinas-ferramentas, como a plaina, a fresadora, a furadeira. Em certos casos, usa-se o graminho mantendo-o parado. Em outros trabalha-se deslizandoo sobre a superfcie plana e horizontal de apoio. PLACA DE QUATRO CASTANHAS INDEPENDENTES

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Vrias operaes de tornearia mecnica exigem que a pea seja presa, apenas por uma das partes, em uma placa que possa mant-la firmemente durante a usinagem. A placa de quatro castanhas independentes um dos tipos utilizados para esse fim. Placa de quatro castanhas independentes um acessrio destinado fixao de peas nos casos em que o material irregular, geralmente, fundido, forjado ou com laminao defeituosa, nos casos de peas muito pesadas, ou, ainda, nos casos em que se pretende fazer uma centragem rigorosa com o auxilio do comparador. Seu corpo , em geral, de ferro fundido ou ao fundido. As castanhas para o aperto das peas so de ao e endurecidas por tmpera. O nome desta placa se deve ao fato de que cada uma das castanhas separadamente deslocada, no sentido radial, aproximando-se ou afastando-se do centro. Para isso, usa-se a chave mostrada na fig. 1, encaixando-a no orifcio quadrado dos parafusos que se alojam em cada uma das quatro ranhuras da placa, por trs da castanha (fig. 1 e 2).

Como mostra a fig. 2, cada castanha possui canaletas laterais, que servem de guia ao seu deslocamento. Alm disso, a parte inferior da castanha que se ajusta ao parafuso roscada. Moendo-se a chave num sentido, o parafuso gira e sua rosca determina o deslocamento radial da castanha, que se comporta como se fra uma porca, na direo do centro da placa (movimento do aperto). Movimentando a chave no sentido contrrio, a castanha se desloca afastando-se do centro da placa (movimento de desaperto). A placa de quatro castanhas apresenta, no centro, um furo cilndrico que fica alinhado com o da rvore do torno. Essa disposio permite a passagem de peas longas que devam ser torneadas. A placa se atarraxa no extremo da rvore do torno por meio de uma rosca interna situada na sua parte posterior, no prolongamento do furo cilndrico central (fig. 3).

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As castanhas so reversveis, isto , podem ser encaixadas nas ranhuras respectivas, ficando todos os degraus voltados para o centro (fig. 1) ou, ao contrrio, para a periferia (fig. 2). A placa de quatro castanhas independentes muito utilizada, porque pode prender, em geral, peas de variadas formas. Alm disso, devido ao movimento independente das castanhas, permite centragem praticamente exata da pea. Presta-se bem fixao de peas fundidas em bruto, de peas de formas irregulares e de peas que j tenham uma parte torneada. Dispe, geralmente, de rasgos radiais e furos, que possibilitam a montagem de grampos, contrapesos e outros acessorios necessarios colocao do trabalho numa determinada posio. As circunferencias concntricas, gravadas na face anterior da placa, as distancias determinadas, facilitam a centragem aproximada de peas cilndricas. Para a fixao, e centragem aproximada, de peas cilndricas, assim se procede (figl. 4): 1) abrem-se as castanhas concentricamente, tomando como referencia as circunferncias da face, num dimetro pouco maior que o da pea (por exemplo: 147 mm > 145 mm); 2) encaixa-se a pea e fecham-se as castanhas, apertando-as na ordem 1-2-3-4. No caso de peas no cilndricas, deve-se observar as duas regras seguintes (exemplo na fig. 5):

1) abrir as castanhas 2 e 3 de modo que fiquem distantes do centro aproximadamente das medidas a e b indicadas na pea; 2) encostar a pea nas castanhas 2 e 3 e fechar as castanhas 1 e 4 at o aperto completo da pea. Estes processos, entretanto, no do a centragem definitiva; eles apenas simplificam o trabalho, pois deve-se sempre proceder a uma verificao, depois de presa a pea e, se necessrio, corrigir a posio da mesma.

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Montagem e desmontagem da placa na rvore do torno: devem ser observados os mesmo cuidados e regras que j foram indicados a respeito da colocao e remoo da placa universal (veja ref. FIT 98). QUESTIONARIO 1) Para que serve a placa de quatro castanhas independentes? 2) Em que casos convm mais o seu emprego? Por qu? 3) Explique o funcionamento da placa. 4) Para que servem as circunferncias concntricas da face da placa? 5) Explique a centragem aproximada: a) de peas cilndricas; b) de peas no cilndricas. NOES SOBRE CENTRAGEM DE PEAS NA PLACA DE QUATRO CASTANHAS INDEPENDENTES Pela centragem procura-se conseguir a coincidncia de um determinado ponto da pea com a linha dos centros do torno. H vrios processos de centragem de peas na placa de quatro castanhas independentes. Sero a seguir indicados trs deles. I) PROCESSO DO GIZ No caso de pea em bruto ou apenas desbastada, a centragem a giz satisfatria. Procede-se da seguinte maneira (fig. 1 e 2): a) Monta-se a pea, centra-se aproximadamente e aperta-se. b) Pe-se o torno em marcha lenta. c) Aproxima-se um pedao de giz da superfcie da pea, prximo s castanhas, segurando-o firmemente numa s posio (fig. 1). As partes salientes ficaro marcadas pelo giz. d) Desaperta-se a castanha A e aperta-se a castanha B (fig. 2 centro 1) de modo que a pea se desloque na direo oposta s marcas de giz. Faz-se nova tentativa e procede-se de modo idntico at que a pea fique centrada. Quando estiver centrada, o trao de giz aparecer uniformemente em torno da pea. este um processo simples e o menos preciso de todos. Quanto mais curto for o trao de giz, mais descentrada estar a pea e, portanto, maior o deslocamento necessrio para se conseguir a centragem desejada.

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Uma vez feita a centragem da pea prximo placa, deve-se centrar a extremidade da mesma, por meio de golpes de martelo ou macete. II) PROCESSO DO GRAMINHO 1 caso Centro da pea j marcado com puno. a) Passa-se verniz ou giz na face da pea previamente usinada. b) Verifica-se se a centragem j est certa, encostando a ponta da agulha do graminho na marca do centro e girando lentamente a placa (fig. 3). Se estiver exata a centragem, a ponta da agulha permanece na marca do centro durante todo o giro. O graminho poder, tambm, ser apoiado sobre o barramento ou sobre a face plana de um dos carros do torno. c) Se a pea estiver descentrada ou excntrica, a ponta da agulha descrever, durante o giro, uma circunferncia nas proximidades do centro marcado (fig. 4). descentrada a pea maior ser essa circunferncia (fig. 4 a). d) Desapertando as castanhas, desloca-se a pea convenientemente e repete-se a verificao (fig. 4 b) e) Com tentativas, chega-se centragem correta e a ponta da agulha do graminho coincidir ento com o centro marcado, durante todo o giro (fig. 4 c). Quanto mais

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Este processo de centragem indicado de preferncia para peas curtas. 2 caso No h marca de centro na face da pea. a) Centra-se aproximadamente a pea. b) Regula-se a ponta da agulha do graminho na altura da pea, prximo placa. c) Gira-se lentamente a placa. Se a pea no estiver centrada, a ponta da agulha, conforme a posio da pea durante o giro da placa, se aproxima ou se afasta da periferia da mesma. d) Marca-se a posio em que a pea mais se afasta da agulha, desaperta-se a castanha desse lado e aperta-se a que lhe fica oposta. e) Repetem-se as fases c e d at que a periferia da pea, durante o giro da placa, fique sempre mesma distncia da agulha, o que indica que a pea est centrada. f) Centra-se a extremidade da pea batendo com o martelo ou com macete. O processo da centragem com graminho aceitvel, mas no apresenta grande rigor. Por esse motivo deve ser usado quando se trate da centragem de peas ainda sujeitas a outra operao de acabamento. III) PROCESSO DO COMPARADOR O emprego do comparador tipo relgio permite a centragem mais precisa. Os desvios da pea excntrica, por mnimos que sejam, so claramente acusados no mostrador. A figura 5 apresenta o exemplo de uma verificao de centragem pela superfcie externa da pea. A figura 6 o exemplo de uma verificao pela superfcie interna. Fases:

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a) Monta-se o comparador sobre o barramento ou sobre a face do carro do torno, em posio conveniente. b) Ajusta-se o apalpador (fig. 5) ou a ponta de contato da alavanca (fig. 6) na superfcie da pea, com presso tal que o ponteiro se desloque at uma volta completa. c) Gira-se o mostrador do comparador, de modo a levar o zero em coincidncia com o ponteiro. d) Gira-se a placa do torno, a mo, ao mesmo tempo que se observa a oscilao do ponteiro, a fim de verificar a variao da excentricidade. e) Pra-se o giro, quando o ponteiro acusar o desvio mximo. f) Desapertam-se e apertam-se as castanhas, como foi indicado nos casos anteriores e fazse nova verificao. O deslocamento corretivo da pea deve ser de metade do maior desvio que se tenha observado. A pea estar centrada quando o ponteiro permanecer parado, durante o giro da mesma.

QUESTIONRIO 1) Quais as linhas da pea e do torno que ficam em coincidncia quando uma pea est corretamente centrada? 2) Como se centra por meio do giz? 3) Como se faz a centragem usando o graminho? 4) Explique como se verifica a centragem com o comparador.

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LUNETAS DO TORNO Quando uma pea a tornear longa, a presso da ferramenta pode produzir uma curvatura ou flexo durante o torneamento. A pea ter ento acabamento defeituoso, pois certa parte se desvia do eixo. Para evitar esse inconveniente, usa-se um suporte especial, a LUNETA, que, apoiando a pea, concorre para torn-la rgida, pois reduz o comprimento no qual so sensveis os efeitos da presso da ferramenta. Rigidez e flexibilidade de uma pea a tornear a prtica estabelece certas relaes entre comprimento e dimetro (ou grossura) de uma pea, a fim de indicar se ela pode ser considerada RGIDA, ou FLEXVEL, ou MUITO FLEXVEL no torneamento. 1 caso: Pea rgida dispensa o uso da luneta (fig. 1) se a relao C/d (comprimento dividido pelo dimetro) , no mximo, igual a 8, considera-se a pea como rgida. Exemplo: C250mm e d-40mm. Resulta: C/d 250 40 = 6,2. Neste caso, uma acentuada presso da ferramenta contra a pea (passada de forte desbaste) no consegue flexion-la: a pea rgida.

2 caso: Pea flexvel pode dispensar o uso da luneta, desde que seja bem regulada a presso de corte (fig. 2). Se a relao C/d maior do que 8 e, no mximo, igual a 12, considera-se a pea como flexvel. Exemplo: C-300mm e d-30mm. Tem-se C/d 300 30 = 10. Prximo aos extremos, o corte pode-se fazer regularmente com certa presso. medida que a ferramenta avana para o meio, a pea ser desbastada irregularmente; no ficar perfeitamente cilndrica. de diminuir a seo do cavaco (reduo do avano e da profundidade de corte). Com isso, tambm, a ferramenta se estraga rapidamente. Pode-se dispensar o uso da luneta, com a condio

3 caso: Pea muito flexvel utiliza-se sempre a luneta (fig. 3).

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Se a relao C/d maior do que 12, considera-se a pea como muito flexvel. Exemplo: c450mm e d-35mm, resulta: C/d 450 35 = 12,8. Neste caso, a presso de corte, por menor que seja, produz flexo. Alm de regular o corte, deve-se apoiar a pea com a luneta.

TIPOS DE LUNETAS 1) Luneta fixa que instalada firmemente no barramento do torno. 2) Luneta acompanhadora fixada no carro do torno, desloca-se ao longo da pea, medida que a ferramenta avana. LUNETA FIXA No torneamento de peas muito flexveis sobretudo quando a flexo se d at pelo prprio peso da pea aconselhvel o uso deste tipo de luneta (fig. 4). Por meio de um parafuso com porca e de uma sapata, a luneta fixada com forte aperto, transversalmente ao barramento. Pelo exame das figuras 4 e 5 se compreende como a luneta serve de apoio e de guia pea a tornear.

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Como deve haver centragem rigorosa, trs castanhas de bronze ou de ferro fundido ou lato podem deslizar em ranhuras e ter suas posies reguladas por meio de parafusos. Para centrar com correo as castanhas, necessrio tornear antes uma pequena parte da pea, onde tero elas seus pontos de contato. As extremidades das castanhas devem tocar levemente a pea, e no apert-la; a pea tem que girar suavemente, mas sem folga, entre as castanhas. O uso da luneta fixa se d, geralmente, no caso de peas compridas e finas nas quais, porm, o torneamento se faz numa posio prxima da extremidade. LUNETA ACOMPANHADORA Para possibilitar o movimento desta luneta ao longo da pea, sua fixao se d no carro do torno, como mostra a fig. 6. Em geral, esta luneta possui apenas duas castanhas ou contatos, o superior e o lateral, que fica sempre do lado oposto da ferramenta de corte. O bico desta passa a constituir, por assim dizer, o terceiro contato. A castanha lateral pode ser perpendicular superior (caso da fig. 6) ou, tambm, inclinada. Na regulagem das castanhas assim se procede: 1) Verifica-se o alinhamento da ponta e contraponta. 2) No extremo da pea, do lado da contraponta, torneia-se uma pequena poro, que servir ao contato inicial das castanhas da luneta. 3) Acionando os dois parafusos de regulagem, aproximam-se as castanhas at tocar, sem presso, a superfcie j cilindrada.

A ponta da ferramenta ataca sempre a pea bem prxima da zona de contato das castanhas, estando adiante delas no mximo 2 mm. medida que progride o corte ao longo da pea, as

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castanhas, em contato suave com a parte j cilindrada, vo oferecendo a resistncia necessria ferramenta, para que a pea no se flexione. O uso da luneta acompanhadora indicado para peas finas e compridas que devem ser torneadas em todo o seu comprimento ou em uma longa extenso. LUBRIFICAO indispensvel manter sempre lubrificada a zona de contato da pea com as castanhas da luneta. QUESTIONARIO 1) Caracterize praticamente: a) a pea rgida; b) a pea flexvel; c) a pea muito flexvel. 2) Para que serve a luneta? Quais os dois tipos de lunetas? 3) A presso de corte pode prejudicar a correo do torneamento? Por qu? 4) Descreva resumidamente como trabalha a luneta fixa e a acompanhadora.

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[20103 MDULO]

FERRAMENTAS DE CORTE DO TORNO (NOES GERAIS), FERRAMENTAS, FERRAMENTA DE DESBASTE, FERRAMENTAS DE FACEAR, ROTAES POR MINUTO NO TORNO, FLUIDOS DE CORTE.

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FERRAMENTA DE CORTE DO TORNO (NOES GERAIS) O mecnico utiliza, no torno, uma ferramenta de corte, de material muito duro, para usinar o ferro fundido, o ao e outros metais ou ligas. FORMA GERAL DA FERRAMENTA E NOMENCLATURA DAS SUAS PARTES A ferramenta de corte uma barra de ao (paraleleppedo alongado), na qual um dos extremos recebe forma prpria, com ngulos determinados, por meio das operaes de esmerilhamento e afiao. A fig. 1 apresenta um tipo comum de ferramenta de corte do torno, com a nomenclatura das suas partes.

A fig. 2 mostra as trs vistas do extremo cortante da ferramenta, para facilitar o conhecimento das diversas partes denominadas na fig. 1. Nas diversas figuras em que sero examinados os ngulos que influem no corte, a ferramenta se apresenta sempre em uma ou mais das vistas da fig.2. CONDIES GERAIS A QUE DEVE SATISFAZER A FERRAMENTA DE CORTE 1) Ser de material muito duro e resistente ao calor. 2) Ser rgida e perfeitamente fixada no seu suporte. 3) Ser bem esmerilhada na parte cortante, de modo a apresentar os ngulos que as experincias e a prtica indicam como os que do maior rendimento ao cortante do gume da ferramenta. 4) Ser bem polida nas superfcies em que se fez a afiao (face frontal e flanco) e na superfcie de sada do cavaco (face superior).

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MATERIAL DA FERRAMENTA DE CORTE Para cortar bem e resistir, durante muito tempo, ao calor resultante do atrito, a parte cortante da ferramenta deve ser, de preferncia, de Ao Rpido ou de um Carboneto Metlico muito duro. Usa-se, tambm, muito raramente o Ao ao Carbono, de menor rendimento. 1) Ao ao carbono o ao utilizado para ferramenta de corte contm 1,2 a 1,6% de carbono e tem dureza varivel, conforme a porcentagem do carbono. Aps temperado e revenido, apresenta um grau de dureza suficiente para cortar bem o ao e outros metais e ligas, mas resiste mal ao calor do atrito desenvolvido durante o corte da pea. O seu aquecimento, mesmo ligeiro, perto de 280 C, anula completamente a dureza adquirida pela tmpera. Serve, portanto, apenas para trabalhos leves de acabamento e para o corte de metais macios. 2) Ao rpido uma liga de ferro, carbono e tungstnio. Apresenta tambm, em menores porcentagens, outros elementos como cromo, cobalto, vandio e molibdnio. Fica muito duro (grau 65 da escala de dureza Rockwell C), uma vez temperado, at a temperatura de 550 a 600 C. 3) Carboneto metlico mais duro que o ao rpido, apresentando-se em pequenas pastilhas, durssimas e de diferentes formas. Suas marcas mais conhecidas so: Widia, Carboloy e Estelite. Estas pastilhas so soldadas numa haste de ao, que forma o corpo da ferramenta de corte.

CONSTITUIO DA FERRAMENTA DE CORTE

A ferramenta de corte pode ser:

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1) Monobloco, isto , toda ela de ao carbono ou de ao rpido, forjada e esmerilhada pelo mecnico (fig. 3). 2) Calada com bico de ao rpido, por meio de solda (fig. 4). 3) Com bico soldado de pastilha de carboneto metlico (fig. 5). 4) Sob a forma de bite. este um pequeno prisma de ao rpido (fig. 6) que se fixa convenientemente em suporte reto (fig. 7) ou em suporte inclinado (fig. 8). O suporte fixado no porta-ferramenta do torno. QUESTIONRIO 1) Quais as partes mais importantes de uma ferramenta de corte? 2) Quais as condies gerais a que deve satisfazer a mesma? 3) Quais os materiais usados na sua fabricao? 4) Quais so os tipos de ferramentas de corte, quanto sua constituio ou ao modo de fabric-las? Quais os materiais da parte til e do corpo? FERRAMENTAS Fixao da ferramenta Durante o processo de usinagem a ferramenta fica sob presso. necessidade de fix-la o mais prximo possvel do porta-ferramentas. Por este motivo h

Ajuste correto da ferramenta a) tomar como base a linha de eixo da mquina (contra-ponta); b) colocar o menor nmero de calos possvel; c) no usar calos empenados; d) colocar a ferramenta o mais prximo possvel do porta-ferramentas; e) apertar inicialmente o parafuso central e depois distribuir o aperto nos laterais.

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Falhas decorrentes da fixao inadequada Quando a ferramenta fixada num ponto muito distante do porta-ferramentas, a mesma estar sujeita a vibraes, tornando a superfcie da pea imprecisa e ondulada.

Ocorrem falhas na fixao da ferramenta quando se colocam muitos calos de apoio e os mesmo ficam fora de alinhamento com a parte da frente do porta-ferramentas. Portanto, deve-se utilizar o menor nmero de calos.

Outra falha que pode ocorrer na fixao da ferramenta quando utiliza-se calos empenados.

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MATERIAL DA FERRAMENTA Ao ferramenta com baixa liga Contm de 1,5% at 5% de componentes de liga, tais como: Cr, W, Ni, Mo, V. A temperatura de corte de aproximadamente de 400 C. Ao ferramenta de alta liga Contm acima de 5% de componentes de liga, tais como: cromo (Cr), tungstnio (W), nquel (Ni), molibdnio (Mo), vandio (V). A temperatura de corte de aproximadamente 600 C. Dependendo da sua composio, tambm denominado ao rpido (SS) ou ao rpido de alta capacidade (HSS). Exemplo: ao rpido 18-8-1 (18% Cr,8% W, 1% V). TIPOS DE FERRAMENTAS A escolha da ferramenta depende do trabalho a ser executado. Cada ferramenta tem sua finalidade especfica e o uso inadequado da mesma poder causar baixo rendimento do trabalho, o mau acabamento ou at mesmo a quebra da ferramenta.

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Figura1 e 2

Tipos de ferramentas mais usadas A ferramenta de desbaste direita utilizada para facear e desbastar figura 1. A ferramenta tipo faca direita utilizada para facear e tornear rebaixosfigura2.

D A = Bedame B = Ferramenta de alisar C = Ferramenta para abrir rosca triangular D = Ferramenta para tornear interno. As ferramentas direita cortam da direita para a esquerda. As ferramentas esquerda cortam da esquerda para a direita. Exerccios: 1) Por que se deve fixar a ferramenta o mais prximo possvel do porta-ferramentas?

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FERRAMENTA DE DEBASTAR A operao de desbastar consiste em remover, da pea em rotao no torno, o cavaco mais grosso possvel (o cavaco de maior seo), tendo em conta a resistncia da ferramenta de corte e da mquina, bem como a conservao do gume cortante da ferramenta. Visa o desbaste a obter, com o mximo de rendimento, uma medida na pea que seja ligeiramente superior, de cerca de 1 mm, medida desejada como definitiva. Atinge-se aproximadamente medida definitiva por meio de novos passes da ferramenta para acabamento. Essa operao final, depois do desbaste, requer passes leves da ferramenta de corte, que devem ser constantemente controlados por instrumentos de medida ou por calibradores de medida. Particularmente, no caso do torno, usual denominar-se Ferramenta de desbastar a que produz a operao de DESENGROSSAR COM PASSES FORTES, nos casos de cilindrar, ou de tornear cnico, isto , de operar o corte de modo tal que a ponta da ferramenta se desloque respectivamente paralela ou inclinada em relao ao eixo da pea. A ferramenta de desbastar direita (figuras 1 e 3) quando, ao cortar, se desloca no sentido do cabeote mvel para o cabeote fixo. de desbastar esquerda quando, ao cortar, se desloca no sentido do cabeote fixo para o cabeote mvel (figuras 2 e 4).

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FORMA DA PARTE TIL DA FERRAMENTA DE DESASTAR, FACES E ARESTAS A parte til ou cortante da ferramenta esmerilhada de modo a formar duas arestas de corte ou gumes e a preparar certas faces que se dispem em ngulos determinados para melhor rendimento ao corte. Os ngulos, suas denominaes e valores prticos, sero estudados oportunamente. Com o auxlio das fig.5 e 6 sero aqui caracterizadas apenas as superfcies ou faces e as arestas da parte cortante.

Face de sada ou ataque: ABCDA Face frontal: ABBAA Face frontal secundria: BCCBB Aresta de corte, gume ou fio: AB Aresta de corte secundrio: BC Aresta frontal ou de incidncia: BB

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A inclinao da aresta de corte AB tem grande influncia sobre a durao do fio cortante, podendo produzir maior ou menor presso de corte, maior ou menor vibrao, devido superfcie do cavaco a arrancar. O ngulo r (fig. 7 e 8) chama-se ngulo de rendimento. Para um mesmo avano a e uma mesma profundidade p de corte das duas ferramentas das fig. 7 e 8, v-se que, no caso da fig. 8, h maior extenso da aresta de corte em contato. Resulta a maior presso e a possibilidade de maior vibrao. Sobretudo, quando no desbaste de peas de pequeno dimetro, convm, portanto, ferramenta com aresta de corte mais inclinada, como na fig. 7.

ROBUSTEZ DA FERRAMENTA DE DESBASTAR A seo transversal mnop da haste da ferramenta (fig. 9) deve ser tal que a barra de ao possa resistir ao esforo de flexo que resulta da presso de corte, ou seja, a presso que se produz sobre a aresta cortante, quando o cavaco arrancado. A seo da ferramenta deve ser escolhida tendo em conta a seo do cavaco a arrancar, isto , a rea resultante do produto a p (avano vezes a profundidade do corte, fig. 7, 8 e 9). A regra usual adotar-se uma rea da seo da ferramenta 80 a 100 vezes a rea da seo do cavaco. Por exemplo, para um cavaco a cortar de 5 mm2 de seo, pode-se adotar a seo de 16 mm 25 mm = 400 mm2. Realmente, 80 5mm2 = 400 mm2.

QUESTIONRIO 1) De um modo geral, em que consiste a operao de desbastar? 2) Para que serve a ferramenta de desbastar? Quais os seus deslocamentos? 3) Quais so os nomes das faces e arestas da parte til da ferramenta? 4) Explique a influncia da inclinao da aresta de corte da ferramenta. 5) Como deve ser escolhida a seo da ferramenta de desbastar?

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FERRAMENTA DE FACEAR A operao de facear serve para remover material da pea em rotao no torno, fazendo o bico da ferramenta avanar em direo perpendicular ao eixo da pea. Por meio do faceamento so feitos, no torno, os planos dos topos das peas, os planos transversais dos rebaixos ou os cantos vivos dos rebaixos. Em suma, o faceamento uma operao que permite, no torno, a obteno de superfcies planas. A operao de facear pode ser, no somente por desbaste (passes profundos), mas tambm em semi-acabamento ou em acabamento (sucessivos passes leves, com controle freqente das medidas).

Apresenta as formas 1, 2, 3 e 4 (ferramenta reta de facear) ou as das figuras 5 e 6(ferramenta curva de facear). Nas figuras 1, 3 e 5 a ferramenta de facear direita, isto , ela produz planos do lado do cabeote mvel. Nas figuras 2, 4 e 6 a ferramenta de facear esquerda, ou seja, produz planos do lado do cabeote fixo.

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Existe tambm outro tipo de ferramenta de facear, que trabalha cilindrando em passes profundos, com pequeno avano e produzindo faceamento no rebaixo que deixa na pea. As fig. 7 e 8 mostram as duas ferramentas: faca direita e faca esquerda.

O faceamento com as ferramentas indicadas nas figuras de 1 a 4 feito do centro para o exterior da pea. Quando a ferramenta tem a face de sada ou de ataque, conforme indicado nas fig. 5 e 6, o corte feito do exterior para o centro. O que influi, ento, no sentido de deslocamento da ferramenta, a forma da face de ataque: se ela inclinada para os lados, isto , se o gume lateral, o corte se d do centro para o exterior; se a face inclinada para trs, isto , se o gume frontal, o corte se d do exterior para o centro, qualquer que seja a forma da ferramenta: reta ou curva. As ferramentas das figuras 1, 2, 3, e 4 so montadas com pequena inclinao em relao ao eixo longitudinal da pea. As das figuras 5, 6, 7 e 8 so fixadas com o eixo longitudinal perpendicular ao eixo longitudinal da pea. FACES E ARESTAS DA PARTE CORTANTE DA FERRAMENTA DE FACEAR Por meio da fig. 9, podem ser caracterizadas estas faces e arestas: Face de sada ou ataque: ABCDA Face lateral: ABBAA Face frontal: BCCBB Aresta de corte, gume, fio: BA Aresta de corte secundria: BC Aresta frontal ou de incidncia: BB Os ngulos, que influem no corte, sero examinados oportunamente.

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QUESTIONRIO 1) Em que consiste a operao de facear? O faceamento permite desbaste e acabamento? 2) Quais os tipos mais comuns de ferramenta de facear? 3) De que depende o sentido de deslocamento da ferramenta ao se fazer o faceamento? 4) Por que no se deve forar a ferramenta de facear num desbaste pesado? REGRAS GERAIS SBRE AS CONDIES DE CORTE E AS VELOCIDADES DE CORTE ADEQUADAS PROBLEMAS SOBRE VELOCIDADR, R.P.M. E TEMPO DE CORTE. Na operao de tornear, a velocidade de corte o comprimento da circunferncia em metros que um ponto qualquer da superfcie da pea percorre no tempo de um minuto. As condies de corte no torno so determinadas pelos fatores AVANO e PROFUNDIDADE DE CORTE. J definidos. Esto representados na figura 1 o avano (a) e a profundidade da passada ou do corte (p).

CORTE COM FERRAMENTAS DE AO AO CARBONO E DE AO RPIDO

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O trabalho econmico exige a observao das seguintes regras gerais: 1) Adotar o avano mximo e a profundidade de corte possvel, desde que sejam compatveis com as resistncias da maquina, a pea e da ferramenta. Nunca se deve trabalhar com fracas passadas sucessivas se a maquina, a pea ea ferramenta permitem maiores profundidades ou avanos. 2) Adotar, com a maior aproximao possvel, as mximas velocidades de rotao que corresponde as velocidades de corte adequadas fornecidas pelas tabelas. CORTE COM FERRAMENTAS DE CORBONETO METLICO OU METAL DURO So regras de economia e de bom trabalho: 1) Trabalhar na maior velocidade adequada ao corte. Quando se opera com velocidades abaixo dos mnimos indicados, a ferramenta se desgasta rapidamente, arranca o material, deixando rugosa a superfcie da pea. 2) Manter a pea girando em velocidade constante. Qualquer variao de velocidade (devido, por exemplo, a queda de potncia ou a deslizamento de correia) causa rpido estrago da ferramenta de carboneto metlico. 3) desnecessrio adotar grandes avanos, porque as altas velocidades admissveis para os carbonetos j asseguram satisfatrio rendimento. Reduzindo-se a seo do cavaco, conseguem-se as seguintes vantagens: a) O corte no exige elevada potncia da mquina; b) A superfcie usinada apresenta melhor aspecto; c) A pea no se aquece e, portanto, no fica sujeita a deformar-se.

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PROBLEMAS SBRE VELOCIDADE E TEMPO DE CORTE Como exemplos, so dados a seguir alguns problemas prticos, do tipo usual, que o torneiro encontra nos seus trabalhos na oficina. 1) Determine a RPM para o desbaste de uma pea de ao semi-duro, de 125 mm de dimetro, com ferramenta de ao rpido. Tem-se D=125mm. Na tabela encontra-se V entre 16 e 24m/min para desbaste. Toma-se, em mdia, V=20m/min e aplica-se a formula: N= 318 x V = 318 x 20 = 50,8 ou 51 rpm D 125

2) Calcular a RPM para o alisamento de uma pea de bronze macio de 20mm de dimetro, com ferramenta de ao ao carbono. Tem-se D = 20 mm. Natabela encontra-se V entre 30 e 40 m/min para alisamento. Em mdia V = 35/min. Aplicando BA frmula: N = 318 x V = 318 x35= 556,5 ou 557 rpm D 20

3) Calcular a RPM para o desbaste de uma pea de ao duro de 60mm de dimetro, com ferramenta de carboneto metlico. Tem-se D = 60mm. Na tabela V admite valores entre 90 e 120m/min para desbaste ou, em mdia, 105m/min. Fica: N = 318 x V = 318 x 105 = 556,5 ou 557 rpm D 60

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4) Calcular a RPM e o tempo Tde usinagem para o desbaste de uma pea de lato de 25mm de dimetro, no comprimento C de 414mm, com ferramenta de ao rpido e avano a = 0,2 mm/volta. Tem-se D=25mm, C414mm. Na tabela, acha-se V com 40 a 60 m/min. Tem-se, em mdia, V= 50m/min. a)Clculo da RPM : N= 318 x 50 = 318 x 2 = 632rpm D 25 b) Clculo do tempo de usinagem No tempo de 1 minuto, o avano total da ferramenta ser dado pelo produto a x N ( avano por volta vezes o numero de voltas em 1 minuto). Dividindo-se o comprimento total C a tornear pelo comprimento do avano total correspondente a 1 minuto, obter-se-a o numero de minutos necessrios ao passe completo da ferramenta: T = ____C____ = _____414___ = 3,25, ou seja 3 minutos e 15 segundos. axN 0,2 x 636

5) Calculo a RPM e o tempo T de usinagem para o desbaste de uma pea de ferro fundido macio de 120 mm de dimetro, no comprimento C de 250mm, com ferramenta de ao rpido NE avano a= 0,5mm/volta. V 9 tabela) : 14 a 20m/min mdia 17/min: N = 318 x V = 318 x 17 = 45 rpm D AxN 0,5 x 45 QUESTIONRIO 1) Diga as regras de trabalho econmico de corte com ferramenta de ao ao carbono e de ao rpido. 2) Diga as regras de trabalho econmico com ferramenta de carboneto. 125 T = ____C____ = _____250___ = 11,1, minutos e 6 segundos.

ROTAO POR MINUTO NO TORNO (TABELAS) O nmero de rotaes da rvore do torno no pode ser adotado, vontade, arbitrariamente, pelo torneiro. Depende a sua determinao de alguns fatores, dentre os quais so de grande

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importncia a espcie do material a tornear, a espcie do material da ferramenta de corte, o dimetro da pea, o tipo de operao (desbaste, acabamento). Por exemplo, para tornear material macio, usa-se maior nmero de rotaes que para material duro. Para um mesmo material a tornear, emprega-se maior nmero de rotaes quando a ferramenta de ao rpido do que no caso de ser a ferramenta de ao ao carbono. INDICAO DAS ROTAES O nmero de rotaes sempre considerado em relao ao tempo de 1 minuto. minuto. TABELAS OU ESCALAS USUAIS DE r.p.m. NOS TORNOS Os tornos mecnicos tm, em geral, variaes reduzidas de r.p.m. Nos tornos antigos, de polias em degraus, so comuns as variaes de 8 a 12 rotaes diferentes. Exemplo (caso de 9): 44 71 112 177 280 354 450 560 900 r.p.m. Nos tornos modernos, o cabeote fixo contm complicados jogos de engrenagens de mudanas, que permitem variaes mais amplas, como se mostra nos dois exemplos seguintes: 1) 16 diferentes r.p.m.: 17 23 28 37 45 59 74 98 121 158 200 264 319 420 532 700 r.p.m. 2) 36 diferentes r.p.m.: 14 16 19 22 25 28 32 37 42 48 56 64 75 85 98 113 128 146 169 192 222 260 300 340 385 445 500 580 665 765 895 1025 1175 1335 1530 1750 r.p.m. DETERMINAO DAS r.p.m. ADOTADAS NOS TRABALHOS DE TORNO Existem trs processos: 1) Clculo mediante o emprego de uma frmula matemtica, sendo conhecidos o dimetro da pea e um valor chamado velocidade de corte, dado por tabelas. Observao: A velocidade de corte dada em tabelas j considera o tipo de material a ser torneado, o da ferramenta e a espcie de trabalho, isto , se se trata de desbaste ou de acabamento. A

abreviatura r.p.m. significa rotao por minuto, isto , o nmero de rotaes no tempo de 1

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2) Uso de um grfico, conhecido tambm os dois elementos citados. 3) Emprego de tabelas de r.p.m. em que diferentes dimetros das peas so considerados em relao a diversos materiais a tornear, material das ferramentas de corte e tipos de operao (desbaste, acabamento). S ser apresentado aqui o terceiro caso, o de tabelas. Em qualquer dos processos, obtido um determinado nmero de r.p.m., adota-se o igual da gama de velocidades do torno, se houver. Em geral, porm, no h coincidncia. Devem ser adotadas ento as r.p.m. logo abaixo das obtidas pelo clculo ou pelos grficos ou tabelas. A ttulo de exemplo se encontram, no verso, tabelas resumidas de rotaes por minuto para certos casos.

Exemplos: 1) Obter, nas tabelas, as r.p.m. para desbastar ao duro com ferramenta de ao rpido, dimetro da pea 55 mm. Resposta: 69 r.p.m. (Tabela 3) 2) Obter, as tabelas, as r.p.m. para trabalhos de acabamento em lato com ferramenta de ao ao carbono, dimetro da pea 90mm. Resposta: 106 r.p.m. (Tabela 2) 3) Obter, nas tabelas, as r.p.m. para desbastar ferro fundido com ferramenta de ao rpido, dimetro da pea 40 mm. Resposta: 111 r.p.m. (Tabela 3)

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Observao: No caso de dimetros que no constam nas tabelas, tomar a r.p.m., indicada para menor ou mais prxima. Exemplo: para desbastar bronze com ferramenta de ao rpido, dimetro da pea 72mm, deve-se trabalhar com 91 r.p.m. FLUIDOS DE CORTE A usinagem de qualquer metal produz sempre calor, o qual resulta da ruptura do material pela ao da ferramenta e do atrito constante entre os cavacos arrancados e a superfcie da mesma (fig. 1). O calor assim produzido apresenta dois inconvenientes: 1) aumenta a temperatura da parte temperada da ferramenta, o que pode alterar suas propriedades; 2) aumenta a temperatura da pea, provocando dilatao, erros de medidas, deformaes, etc. Para evitar estes inconvenientes, utilizam-se, nas oficinas mecnicas, os Fluidos de Corte.

Os fluidos de corte geralmente empregados so: 1) Fluidos refrigerantes usam-se, de preferncia, como fluidos refrigerantes; a) ar insuflado ou ar comprimido, mais usado nos trabalhos de rebolos; b) gua pura ou misturada com sabo comum, mais usadas na afiao de ferramentas, nas esmerilhadoras. No recomendvel o uso de gua, como refrigerante, nas mquinas-ferramentas, por causa da oxidao das peas.

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2) Fluidos lubrificantes os mais empregados so os leos. So aplicados, geralmente, quando se deseja dar passes pesados e profundos, nos quais a ao da ferramenta contra a pea produz calor, por motivo da deformao e do atrito da apara (cavaco) sobre a ferramenta. Funo lubrificante Durante o corte, o leo forma uma pelcula entre a ferramenta e o material, impedindo quase totalmente o contato direto entre os mesmos (fig. 2).

Funo anti-soldante Algum contato, de metal com metal, sempre existe em reas reduzidas. Em vista da alta temperatura nestas reas, as partculas de metal podem soldar-se pea ou ferramenta, prejudicando o seu corte. produtos qumicos. Funo refrigerante Como o calor passa de uma substncia mais quente para outra mais fria, ele absorvido pelo fluido (fig. 3). Por esta razo, o leo deve fluir constantemente sobre o corte. Se for usado em quantidade e velocidade adequadas, o calor ser eliminado quase imediatamente e as temperaturas da ferramenta e da pea sero mantidas em nveis razoveis. Para evitar isto, adicionam-se, ao fluido, enxofre, cloro ou outros

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3) Fluidos refrigerantes-lubrificantes estes fluidos so, ao mesmo tempo, lubrificantes e refrigerantes, agindo, porm, muito mais como refrigerantes, em vista de conterem grande proporo de gua. So usados, de preferncia, em trabalhos leves. O fluido mais utilizado uma mistura, de aspecto leitoso, contendo gua (como refrigerante) e 5 a 10% de leo Solvel (como lubrificante). O uso dos fluidos de corte, na usinagem dos metais, concorre para maior produo, melhor acabamento e maior conservao da ferramenta e da mquina. A seguir, figura uma tabela, que contm os fluidos de corte recomendados de acordo com o trabalho a ser executado.

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QUESTIONRIO 1) Quais so as duas propriedades caractersticas do leo de corte? 2) Cite as trs classes de fluido de corte. 3) Para que servem os fluidos de corte? 4) Qual o fluido de corte recomendado pela tabela para tornear alumnio?

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20104 MDULO

TORNEAMENTO CILNDRICO EXTERNO ( NA PLACA UNIVERSAL ), TORNEAR NA PLACA E PONTA, TORNEAR CILNDRICO ENTRE PONTAS, FACEAR NO TORNO, MANDRIS E BUCHAS CNICAS, BROCA DE CENTRO, FAZER FURO DE CENTRO NO TORNO, O USO DA BROCA HELICOIDAL NO TORNO, FURAR NO TORNO, FERRAMENTA DE BROQUEAR, TORNEAMENTO CILNDRICO INTERNO.

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TORNEAR CILNDRICO EXTERNO (NA PLACA UNIVERSAL) O torneamento cilndrico uma das operaes bsicas da profisso de torneiro mecnico. Trata-se de uma operao muito executada em quase todos os trabalhos de tornearia. A maneira mais simples de ser efetuada quando a pea est presa na placa universal ou na de castanhas independentes. Para abrir uma rosca ou para ajustar um eixo num mancal, numa polia, numa engrenagem, etc. faz-se o torneamento cilndrico. FASES DE EXECUO I DESBASTAR 1 Fase Prenda e centre a pea. Observao: deixe para fora da placa um comprimento maior do que a parte a ser usinada (fig. 1).

2 - Fase Prenda a ferramenta de desbastar, verificando: a) O alinhamento (fig. 1). A ferramenta dever ficar perpendicular superfcie a ser torneada. b) O balano b, que dever ser o menor possvel. c) A altura. A ponta da ferramenta dever ficar na altura do centro da pea. Para acertar essa altura, toma-se como referncia a contraponta. (fig. 2).

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3 Fase Marque o comprimento a ser torneado, usando o compasso (fig. 3), a escala (fig. 4) ou o paqumetro (fig. 5). Para a marcao, afaste o instrumento usado, ligue o torno e aproxime a ferramenta at que ela faa um risco que vai servir de referncia durante o torneamento.

OBSERVAO: Consulte a tabela de velocidade de corte e determine o nmero de rotaes por minuto (RPM) antes de ligar o torno. 4 Fase Aproxime a ferramenta at tomar contato com o material (fig. 6)

Fig. 6

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5 Fase Desloque a ferramenta para a direita e tome referncia no anel graduado (fig. 7), marcando o ponto zero.

6 Fase Avance 1 mm e torneie, mais ou menos, 3 mm de comprimento, com avano manual, conforme figuras 8 e 9.

7 Fase Desloque a ferramenta, pare o torno e tome a medida (fig. 10). OBSERVAO: Determine quanto pode tirar ainda e quantos passes deve dar.

8 Fase D passes, em todo o comprimento (fig. 11), at que o dimetro fique na medida desejada e pare o torno. No fim de cada passe, afaste a ferramenta e volte com ela ao ponto de partida para iniciar novo corte.

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OBSERVAES: a) Antes de parar a mquina, afaste a ferramenta da pea e desengate o avano automtico. b) Para o torneamento automtico, determine o avano, consultando a tabela. c) Se tiver que dar acabamento, deixe 0,5 a 1 mm a mais no dimetro. PRECAUES: a) Ateno para o sentido de giro da manivela, quando afastar a ferramenta. b) No abandone o torno nem desvie a ateno, enquanto ele estiver em movimento. c) Cuidado com cavacos quentes e cortantes. d) No use mangas compridas, pois so muito perigosas para trabalhar em torno. II DAR ACABAMENTO 1 Fase Substitua a ferramenta de desbastar pela de alisar. OBSERVAO: Verifique se a ponta est bem arredondada e a aresta cortante bem aguada. Se necessrio, retoque a mesma com pedra de afiar. 2 Fase Limpe e lubrifique as guias do barramento usando escova, estopa e almotolia (fig. 12). 3 Fase Repita a 4 e 5 fases da parte I e d um passe na extremidade (fig. 13).

OBSERVAO: Determine a RPM e o avano. Consulte a tabela. 4 Fase Pare o torno e tome a medida (fig. 10 ou 14).

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5 Fase Calcule quanto deve tirar ainda, regule a ferramenta at atingir a medida, ligue o torno e complete o torneamento, com avano automtico. OBSERVAES: a) Mantenha-se ligeiramente afastado do torno e atencioso durante o passe. b) Se usar fluido de corte, no deixe que se interrompa o jato. c) Quando tornear lato, use culos protetores para os olhos ou uma rede metlica ou plstica sobre a ferramenta. d) Proteja, limpe e lubrifique as guias do torno constantemente, quando trabalhar com ferro fundido. QUESTIONRIO 1) Para que se torneia cilndrico? 2) Como pode ser marcado o comprimento a ser torneado? 3) Que se usa para medir um eixo desbastado: micrmetro, paqumetro ou compasso? Por qu? 4) Por que no se deve usar roupa com mangas compridas, quando se est torneando? 5) Ao se prender o material na placa, quanto deve ser deixado para fora da mesma? 6) Que deve ser observado ao se prender a ferramenta? 7) No desbaste, quanto se deve deixar de material a mais para dar acabamento? 8) Que precauo deve ser tomada em relao s guias do torno, quando se torneia ferro fundido?

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TORNEAR NA PLACA E PONTA Quando as peas no necessitam ser torneadas entrepontas e so longas demais para serem torneadas somente na placa, usa-se um apoio: a contraponta. As peas finas e longas flexionam (fig. 1) e, quando a pega curta, podem escapar-se da placa sob a ao da ferramenta.

Para evitar estes inconvenientes, usa-se colocar um apoio, ou seja, a contraponta no extremo da pea, resultando disso a fixao na placa e ponta (fig. 2).

FASES DE EXECUO 1 Fase Faa furo de centro numa extremidade do material. 2 Fase Coloque lubrificante no furo de centro (fig. 3).

3 Fase Limpe os cones e coloque a contraponta no mangote.

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4 Fase Situe e fixe o cabeote mvel apertando a porca A (fig. 4).

OBSERVAES: a) O mangote deve estar fora do cabeote de um comprimento igual a duas vezes o seu dimetro (fig. 5).

b) A distncia da contraponta placa deve ser igual parte da pea que fica para fora da mesma. 5 Fase Introduza o material na placa e feche as castanhas sem, contudo, prend-lo. 6 Fase Aperte as castanhas, acertando antes o furo de centro na contraponta e girando o material. 7 Fase Ajuste a presso da contraponta, girando a manivela do mangote, e fixe o mesmo apertando a alavanca D (fig. 4).

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8 Fase Verifique o alinhamento da contraponta pelas referncias B e corrija, se necessrio, girando o parafuso C (fig. 4). OBSERVAES: I) Para essa correo, deve-se soltar a porca A (fig.4). II) No caso de peas cuja cilindricidade muito importante, pode-se verificar o alinhamento da contraponta do modo seguinte: a) Torneia-se uma pequena extenso, a partir do topo da pea, do lado da contraponta. b) Toma-se a referncia do ponto mximo em que a ferramenta avanou transversalmente, no anel graduado. c) Desloca-se a ferramenta para o ponto mais prximo da placa e torneia-se uma pequena parte, avanando a ferramenta no sentido transversal exatamente at o ponto em que ela torneou na extremidade. d) Verifica-se com compasso externo (fig. 6) ou micrmetro. Diferena nos dimetros indica que a contraponta no est alinhada. Deve-se, por conseguinte, fazer as correes necessrias no alinhamento da contraponta. Quando o dimetro da extremidade for maior que o dimetro prximo da placa, deve-se deslocar o cabeote mvel no sentido de X, girando o parafuso C; caso contrrio, deve-se desloc-lo no sentido de Y, isto , deve-se afast-lo do operador (fig. 7). A contraponta somente estar alinhada, quando os dois dimetros forem iguais.

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9 Fase Prenda a ferramenta e torneie. OBSERVAES: a) Consulte a tabela e determine a RPM e o AVANO. b) Durante o torneamento, evite retirar a pea da placa, sem acab-la, porque ser mais difcil a centragem da mesma. c) Proteja e limpe as guias do torno constantemente, quando trabalhar com ferro fundido. PRECAUES: a) Verifique constantemente o ajuste da contraponta e lubrifique-a, pois, durante o torneamento, a pea se aquece e se dilata, razo pela qual a contraponta deve ser reajustada. b) Quando tornear lato, use culos protetores para os olhos ou uma rede, metlica ou plstica, sobre a ferramenta. QUESTIONRIO 1) Quais as razes que justificam o emprego da contraponta? 2) Como pode ser verificado o alinhamento de uma pea presa na placa e ponta? 3) Por que motivo, durante o torneamento de uma pea na placa e ponta, a contraponta deve ser reajustada e lubrificada? 4) Qual o comprimento aproximado em que deve ficar o mangote, para fora do cabeote mvel, ao se fixar este para o torneamento na placa e ponta? 5) Qual a precauo que se deve tomar ao se tornear lato? 6) Que deve ser observado durante o torneamento de ferro fundido?

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TORNEAR CILNDRICO ENTREPONTAS Esta operao executada, de preferncia, em peas que necessitam conservar a centragem para operaes posteriores, como sejam: retorneamento, retificao ou ainda, em srie, para execuo de operaes parceladas, como tornear, recartilhar, sangrar, roscar, etc. (fig. 1).

As peas furadas podem ser torneadas entrepontas com auxlio de mandris ou batoques com centros (fig. 2).

FASES DE EXECUO 1 Fase Faa o furo de centro nos extremos (veja Ref. FO 39). 2 Fase Coloque o arrastador (fig. 3).

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OBSERVAES: a) Utilize o menor arrastador possvel. b) A face do arrastador deve ficar no mesmo plano da face da pea. PRECAUO: Aperte o parafuso do arrastador com chave de encaixe para evitar que escape. 3 Fase Limpe os cones internos e externos e coloque as pontas observando as referncias de posio. 4 Fase Aproxime o cabeote mvel da placa de arrasto para verificar o alinhamento das pontas (fig. 4).

5 Fase Afaste-o e fixe-o de modo que a distncia entre as pontas seja igual ao comprimento da pea. O mangote deve estar para fora do cabeote um comprimento aproximadamente o dobro do seu dimetro (fig. 5).

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6 Fase Coloque lubrificante nos furos de centro. 7 Fase Coloque a pea entrepontas. OBSERVAO: Verifique se a ponta do arrastador est encostada no pino de arrasto (fig. 6).

8 Fase Verifique o ajuste da pea entrepontas e fixe o mangote. OBSERVAO: A pea deve girar livremente sem folga entre as pontas. PRECAUO: Verifique se a placa e o arrastador esto bem presos e se no batem no carro superior. 9 Fase Prenda a ferramenta e inicie o torneamento. OBSERVAES: a) Consulte a tabela e determine a RPM e o AVANO. b) Verifique o alinhamento das pontas e corrija, se necessrio (veja Ref. FO 40 - 8 fase).

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PRECAUO: Verifique constantemente o ajuste das pontas e lubrifique-as, pois, durante o torneamento, a pea se aquece e se dilata, razo pela qual as pontas devem ser reajustadas. 10 Fase Termine o torneamento. OBSERVAO: Ao tornear lato ou bronze, use proteo para os olhos ou proteja o corte de modo que os cavacos no sejam projetados distncia. QUESTIONRIO 1) Como podem ser torneadas entre as pontas as peas furadas? 2) Como se verifica o alinhamento das pontas? 3) Quando se prende uma pea entrepontas, o que se deve observar, antes de tornear, em relao ao ajuste das pontas? 4) Que deve ser observado ao se fixar o arrastador? 5) Por que se deve lubrificar e reajustar constantemente a contraponta durante o torneamento? 6) Que precauo deve ser tomada ao se tornear lato ou bronze? 7) Em que tipos de peas, de preferncia, feito o torneamento entrepontas? 8) Que deve ser observado em relao ao tamanho do arrastador? 9) Qual o comprimento do mangote, que deve ficar para fora do cabeote mvel, ao se fixar este? 10) Que deve ser observado em relao ponta do arrastador e ao pino de arrasto, ao se colocar a pea entrepontas? 11) Que precauo se deve ter em relao placa de arrasto e ao arrastador, antes de se iniciar o torneamento entrepontas?

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FACEAR NO TORNO A operao de facear externo normalmente executada antes de se fazer outra operao na pea. Serve para preparar uma face de referncia, a fim de se poder marcar um comprimento (fig. 1) ou, ainda, para permitir furao sem o desvio da broca.

FASES DE EXECUO 1 Fase Prenda a pea na placa (fig. 2). OBSERVAO: Deixe para fora da placa um comprimento L, menor ou igual ao dimetro D do material.

2 Fase Prenda a ferramenta de facear adequada (fig. 3). OBSERVAES: a) Deixe a aresta cortante da ferramenta em ngulo com a face da pea (fig. 3) e na altura do centro (fig. 4 e 5). b) O balano B dever ser o menor possvel.

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c) Quando, no faceamento de peas no furadas, a ferramenta presa acima ou abaixo do centro (fig. 6 e 7), ela deixa um resto de corte B que provoca a rutura da ponta cortante. No caso de ser ferramenta de carboneto, ela quebra-se ainda com maior facilidade.

3 Fase Ligue o torno, aproxime, cuidadosamente, a ferramenta do ponto mais saliente da

pea (fig. 8) e fixe o carro principal. 4 Fase Tome referncia no anel graduado da espera (fig. 9).

Fig. 8

OBSERVAO: Consulte a tabela de velocidade de corte e determine a RPM.

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5 Fase Desloque a ferramenta para o centro da pea (fig. 10), avance meio milmetro e corte do centro para fora.

6 Fase Repita a 5 fase at que a face da pea fique completamente lisa. OBSERVAES: a) Verifique se a pea deve ser faceada nos dois lados e divida o material excedente pelas duas faces. b) Faa o movimento das mos lento e uniforme, para obter uma superfcie bem acabada. Habitue-se a trocar de mo sem parar o deslocamento da ferramenta. c) O ltimo passe deve ser bem fino (1 a 2 dcimos de milmetro). d) Sempre que possvel, faceie usando o automtico do torno. Neste caso, consulte a tabela de avanos. PRECAUO: No deixe a ferramenta avanar alm do centro da pea (face plana sem furo), pois isto prejudica o corte e pode quebrar a ponta.

NOTAS: a) O faceamento no torno pode ser, tambm, feito em peas presas: - entrepontas, com a contraponta rebaixada para permitir o faceamento total (fig. 11); - em mandril paralelo (fig. 12); - em placa lisa com cantoneira (fig. 13).

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b) A ferramenta de facear deve ser escolhida conforme o caso (fig. 14, 15 e 16).

c) Faceando entrepontas, use lubrificante na contraponta. d) Cuidado para que a ferramenta no toque a contraponta. QUESTIONRIO 1) Para que serve o faceamento? 2) Quando se usa a contraponta rebaixada? 3) Quando se considera que uma superfcie est bem faceada? 4) Que acontece se a ferramenta avanar alm do centro da pea em material sem furo? 5) Ao prender-se uma pea para facear, qual o comprimento que deve ficar fora da placa? 6) Que se deve observar no caso da pea ter que ser faceada nos dois extremos?

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7) Por que o avano da ferramenta deve ser uniforme e lento?

MANDRIS E BUCHAS CNICAS O mandril um elemento de ao ao carbono utilizado para a fixao de brocas, alargadoras, fresas de escarear e machos. formado por dois corpos que giram um sobre o outro. Ao girar o corpo exterior, gira tambm o anel roscado que abre ou fecha as trs pinas ou castanhas que prendem as ferramentas (fig. 1 e 2).

O movimento giratrio do corpo principal dado por meio de uma chave que acompanha o mandril (fig. 3). As buchas cnicas so elementos que servem para fixar o mandril ou a broca diretamente no eixo da mquina (fig. 4).

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Suas dimenses esto normalizadas dentro dos distintos sistemas de medidas, tanto para os cones-macho como para os cones-fmea. Quando o cone-fmea maior que o cone-macho, utilizam-se buchas cnicas de reduo (fig. 4 e 5). O tipo de cone Morse um dos mais usados em mquinas-ferramenta e se encontra numerado de 0 (zero) a 6 (seis). As buchas de reduo se identificam pela numerao que lhe corresponde ao (...)

BROCAS DE CENTRAR Para se tornear uma pea que deva ser apoiada entre a ponta e a contraponta, necessrio fazer centros nas faces dos dois topos. Os centros so furos de forma cnica, aos quais se adaptam os cones da ponta e da contraponta. Quando se precisa tornear, prendendo a pea na placa e apoiando o outro extremo na contraponta, tambm se pratica um furo de centro, na face esse outro topo, para adaptao da contraponta. TIPOS USUAIS DE CENTROS

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O mais comum o centro simples, como se v na figura 1. compe-se de uma entrada tronco-cnica de 60. Segue-se um furo cilndrico. Na parte tronco-cnica se adapta a ponta ou a contraponta, cujos cones so de 60. O furo cilndrico permite que fique livre o extremo da ponta ou da contraponta e , ao mesmo tempo, um pequeno depsito de leo, que serve lubrificao dessas partes em contato e sujeitas a atrito devido rotao da pea. A figura 4 mostra claramente como se ajusta a ponta do torno no interior do orifcio de um centro simples. Outro tipo o centro protegido indicado na figura 2. Alm das partes cnica e cilndrica, este centro possui uma entrada escareada a 120. H tambm o centro protegido do tipo da figura 3: em lugar da entrada escareada a 120, h um pequeno rebaixo cilndrico. Tanto o escareado a 120 como o rebaixo, tm a funo de proteger a parte cnica contra choques que possam produzir mossas, deformaes ou rebarbas capazes de prejudicarem o rigor da centragem. O cone do centro e o cone da ponta devem ter o mesmo ngulo (60), para permitir a ajustagem exata da ponta ou da contraponta. Se assim no acontecer, a pea girar mal guiada e o torneamento ser imperfeito. Demais, a ponta e a contraponta se desgastam mais rapidamente, se a centragem no for correta. Para a execuo dos centros nas peas, usam-se brocas especiais, as Brocas de centrar, cujos tipos mais comuns so indicados a seguir: broca de centrar simples (fig. 5) e broca d