Apostila curso emergencias_quim

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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos" BEM-VINDO AO CURSO Nas últimas décadas, a indústria química desenvolveu-se a ritmo acelerado e em muitos países representa um dos principais fatores de progresso econômico. Por outro lado, além dos benefícios potenciais desta situação, os acidentes incrementaram-se significativamente durante a produção, manipulação, utilização, transporte, armazenagem e disposição dse substâncias químicas, com o subseqüente dano à saúde da população, ao meio ambiente e às propriedades. Com freqüência acontecem acidentes nos países da Região da América Latina e Caribe com produtos perigosos, os quais requerem precauções e cuidados específicos para controlar e diminuir seu impacto. Por tal motivo, torna-se necessária a intervenção de pessoas devidamente treinadas. Neste curso, você como usuário, começará uma experiência de Auto-instrução que lhe permitirá conhecer os temas relacionados com a prevenção, preparação e resposta aos acidentes envolvendo produtos perigosos. Qual é o objetivo deste curso? Objetivo geral do curso Fornecer os elementos teóricos e práticos, bem como a metodologia para implementar as ações no âmbito nacional e regional referentes aos preparativos para emergências e desastres químicos nos países da Região de América Latina e Caribe. Objetivos específicos Analisar o impacto dos acidentes químicos na Região das Américas; Analisar as políticas, estratégias, organização e responsabilidades dos grupos envolvidos nos acidentes químicos; Conhecer as principais técnicas de análise de risco nas instalações perigosas para a prevenção de acidentes e planejamento de ações de resposta; Aplicar os conceitos de prevenção e planejamento em situações de emergência relacionadas com substâncias químicas; Conhecer os diferentes equipamentos de proteção individual utilizados quando se trabalha com produtos perigosos; Descrever as ações de mitigação e remediação nas situações de emergência; Conhecer os principais recursos de informação para serem usados nas emergências químicas; Realizar exercícios práticos relacionados com simulações de acidentes químicos. Quem fez possivel este curso? Este curso é o resultado de um trabalho conjunto entre o Centro Colaborador OPAS/OMS visando o atendimento de emergências em casos de desastres, com sede na CETESB, São Paulo, Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde através do Programa de Preparativos para Casos de http://www.cepis.ops-oms.org/tutorial1/p/bienvenida.html (1 de 2) [20/4/2004 10:54:53]

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EMERGENCIAS QUIMICAS

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BEM-VINDO AO CURSONas últimas décadas, a indústria química desenvolveu-se a ritmo acelerado e em muitos países representa um dos principais fatores de progresso econômico. Por outro lado, além dos benefícios potenciais desta situação, os acidentes incrementaram-se significativamente durante a produção, manipulação, utilização, transporte, armazenagem e disposição dse substâncias químicas, com o subseqüente dano à saúde da população, ao meio ambiente e às propriedades.

Com freqüência acontecem acidentes nos países da Região da América Latina e Caribe com produtos perigosos, os quais requerem precauções e cuidados específicos para controlar e diminuir seu impacto. Por tal motivo, torna-se necessária a intervenção de pessoas devidamente treinadas.

Neste curso, você como usuário, começará uma experiência de Auto-instrução que lhe permitirá conhecer os temas relacionados com a prevenção, preparação e resposta aos acidentes envolvendo produtos perigosos.

Qual é o objetivo deste curso?

Objetivo geral do curso

Fornecer os elementos teóricos e práticos, bem como a metodologia para implementar as ações no âmbito nacional e regional referentes aos preparativos para emergências e desastres químicos nos países da Região de América Latina e Caribe.

Objetivos específicos

● Analisar o impacto dos acidentes químicos na Região das Américas;● Analisar as políticas, estratégias, organização e responsabilidades dos grupos envolvidos

nos acidentes químicos;● Conhecer as principais técnicas de análise de risco nas instalações perigosas para a

prevenção de acidentes e planejamento de ações de resposta;● Aplicar os conceitos de prevenção e planejamento em situações de emergência

relacionadas com substâncias químicas;● Conhecer os diferentes equipamentos de proteção individual utilizados quando se trabalha

com produtos perigosos;● Descrever as ações de mitigação e remediação nas situações de emergência;● Conhecer os principais recursos de informação para serem usados nas emergências

químicas;● Realizar exercícios práticos relacionados com simulações de acidentes químicos.

Quem fez possivel este curso?

Este curso é o resultado de um trabalho conjunto entre o Centro Colaborador OPAS/OMS visando o atendimento de emergências em casos de desastres, com sede na CETESB, São Paulo, Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde através do Programa de Preparativos para Casos de

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Desastres (PED), a Divisão de Saúde e Ambiente (HEP) e o Centro Pan-Americano da Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente (CEPIS/OPAS).

O conteúdo técnico do material apresentado foi desenvolvido por uma equipe de profissionais da Região vinculados com este tópico. A tradução ao português foi feita pelo CEPIS/OPAS com o apoio de FUNASA/Brasil e da Representação de OPAS/OMS em Brasil. O desenho das páginas do curso foi um trabalho desenvolvido pela equipe de informática do CEPIS/OPAS.

A quem está direcionado?

O curso está direcionado a pessoas como você que tem interesse na prevenção, preparação e resposta aos acidentes quimicos.

O que esperamos de você?

O nosso propósito é que o material deste curso lhe ajude a melhorar o seu desempenho como participante nos programas que o seu país esteja fazendo sobre este tema. Esperamos os seus comentários e sugestões para melhorar este trabalho.

Seus comentários e sugestões por favor envia-los a: Dr. Diego González Machín

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GERAIS

Acidentes ambientais - conceitos básicosEdson Haddad, CETESB - Brasil

Os acidentes químicos na América Latina Lilia A. Albert - México

Responsabilidades na prevenção, preparação e resposta às emergências químicasDiego González Machín, CEPIS/OPAS

Organizações internacionais envolvidas em ações de prevenção, preparação e resposta a emergências químicasDiego González Machín, CEPIS/OPAS

Centro colaborador OPAS/OMS para emergências químicasEdson Haddad, Nilda Fernícola & Ricardo Rodrigues Serpa CETESB-Brasil

Os Centros de Informação Toxicológica nas emergências químicasDiego González Machín, CEPIS/OPAS

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ACIDENTES AMBIENTAIS: CONCEITOS BÁSICOSEdson Haddad

Introdução | Identificação e avaliação de riscos| Planejamento de um sistema para atendimento a acidentes ambientais de origem tecnológica | Considerações gerais | Anexo 1 | Anexo 2 | Bibliografia

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1. Introdução

Os Acidentes Ambientais podem ser definidos como sendo eventos inesperados que afetam, direta ou indiretamente, a segurança e a saúde da comunidade envolvida, causando impactos ao meio ambiente como um todo.

Os Acidentes Ambientais podem ser caracterizados de duas formas distintas:

a. Desastres Naturais:

Ocorrências causadas por fenômenos da natureza, cuja maioria dos casos independe das intervenções do homem. Incluem-se nesta categoria os terremotos, os maremotos, os furacões, etc.

b. Desastres Tecnológicos:

Ocorrências geradas pelas atividades desenvolvidas pelo homem, tais como os acidentes nucleares, vazamentos durante a manipulação de substâncias químicas, etc.

Embora estes dois tipos de ocorrências sejam independentes quanto às suas origens (causas), em determinadas situações pode haver uma certa relação entre as mesmas, como por exemplo uma forte tormenta que acarrete danos numa instalação industrial. Neste caso, além dos danos diretos causados pelo fenômeno natural, pode-se ter outras implicações decorrentes dos impactos causados nas instalações da empresa atingida.

Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir para a ocorrência dos acidentes naturais, como por exemplo o uso e ocupação do solo de forma desordenada pode vir a acelerar processos de deslizamentos de terra.

No entanto, os acidentes naturais, em sua grande maioria são de difícil prevenção, razão pela qual diversos países do mundo, principalmente aqueles onde tais fenômenos são mais constantes, têm investido em sistemas para o atendimento à estas situações.

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Já, no caso dos acidentes de origem tecnológica, podemos dizer que a grande maioria dos casos é previsível, razão pela qual há que se trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer obviamente da preparação e intervenção quando da ocorrência dos mesmos.

Assim, pode-se observar que para os acidentes de origem tecnológica, aplica-se perfeitamente o conceito básico de gerenciamento de riscos, ou seja, um risco pode ser diminuído atuando-se tanto na "probabilidade" da ocorrência de um evento indesejado, como nas "conseqüências" geradas por este evento.

Entre os diversos tipos de acidentes, pode ser destacado como de especial interesse o acidente químico, que pode ser definido como um acontecimento ou situação que resulta da liberação de uma ou várias substâncias perigosas para a saúde humana e/ou o meio ambiente, a curto ou longo prazo.

As conseqüências dos acidentes químicos estão associadas a diferentes tipos de impactos no meio ambiente, as pessoas ou o património (público e privado). Desta forma, a seguir, resumem-se os danos causados por eventos:

● Perda de vidas humanas● Impactos ambientais● Danos à saúde humana● Danos económicos● Efeitos psicológicos na população● Compromisso da imagem na indústria e o governo

Na década de 80, a preocupação com os acidentes industriais ganhou grande ênfase, no tocante à prevenção destas ocorrências, principalmente após os casos de Chernobyl, Cidade do México e Bhopal, quando diferentes programas passaram a ser desenvolvidos, contemplando não só os aspectos preventivos, mas também os de intervenção nas emergências. Dentre estes programas pode-se destacar The Emergency Planning and Community Right-to-Know Act; CAER-Community Awareness and Emergency Response; APELL - Awareness and Preparedness for Emergency at Local Level e International Metropolis Committee or Major Hazards, entre outros.

No transcorrer deste trabalho serão apresentadas algumas linhas básicas para a identificação e avaliação de riscos e para prevenção de acidentes ambientais de origem tecnológica, bem como para a adoção de medidas, rápidas e eficientes, quando da ocorrência destes episódios.

2. Identificação e avaliação de riscos

O primeiro passo, tanto para a prevenção, como para uma intervenção eficiente, deve ser a identificação e avaliação dos riscos a que uma região está exposta, de modo que ações possam ser desenvolvidas para a redução destes riscos, seu gerenciamento e planejamento de intervenções emergenciais.

No caso dos acidentes tecnológicos envolvendo substâncias perigosas deve-se desenvolver os trabalhos seguindo a sequência abaixo, a qual obviamente pode ser adaptada às condições específicas de uma determinada região:

a. Levantamento estatístico de acidentes com substâncias perigosas na região em estudo;

b. Levantamento das atividades que manipulam substâncias perigosa

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● indústria; ● comércio; ● terminais; e ● sistemas de transportes: rodoviário, ferroviário, marítimo, fluvial e por dutos.

c. Caracterização das substâncias e respectivas quantidades;

d.Identificação dos riscos e das possíveis conseqüências causadas por eventuais acidentes envolvendo as atividades e produtos identificados;

e. Implantação de medidas para a redução dos acidentes e gereciamento de riscos.

Estas atividades, além de propiciarem resultados do ponto de vista preventivo (redução e gerenciamento dos riscos), fornecerá informações de fundamental importância para o planejamento de um sistema para atendimentos aos acidentes tecnológicos na região em estudo (Figura 1).

Figura 1 - Atividades Preventivas Iniciais para a Elaboração de um Sistema para Atendimento a

Acidentes Ambientais

Dependendo da região a ser estudada, esta etapa pode ser bastante demorada e complexa, razão pela qual é importante a criação de um Grupo de Trabalho, envolvendo todos os segmentos da sociedade envolvidos com o assunto, de forma que os trabalhos possam ser agilizados e contemplem, de forma detalhada, os itens anteriormente mencionados.

3. Planejamento de um sistema para atendimento a acidentes ambientais de

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origem tecnológica

Da mesma forma que na etapa anterior, o planejamento de um sistema para atendimento a acidentes deve ser desenvolvido por grupo de trabalho multi-disciplinar que contemple os diversos segmentos da sociedade envolvidos com o assunto, razão pela qual o grupo deve contar com especialistas das diferentes áreas envolvidas.

Antes do início dos trabalhos para a elaboração de um sistema para o atendimento aos acidentes deverão ser identificados os diferentes sistemas de emergência existentes na região, ou seja:

● Corpo de Bombeiros;

● Polícia;

● Assistência médica; etc.

O sistema de emergência a ser elaborado e implantado deve contemplar as peculiaridades da região e dos órgãos participantes; assim, deve-se procurar aproveitar ao máximo as estruturas já existentes, adaptando-se quando necessário.

O sistema para atendimento a acidentes deve contemplar os seguintes aspectos:

a. Recursos Humanos

Especialistas nas diferentes áreas envolvidas (defesa civil, médicos, meio ambiente, etc) e disponibilidade de materiais e equipamentos em quantidades suficientes para atender aos possíveis acidentes previamente estudados.

b. Sistema de Comunicação

Definido o sistema para acionamento dos órgãos, de acordo com o tipo e porte do acidente, deve-se implantar, ou mesmo adaptar os sistemas existentes, de modo que, quando do acionamento, também durante o atendimento aos acidentes, possam ser estabelecidas as comunicações necessárias de forma rápida e com a confiabilidade necessária.

O sistema de comunicação deve contemplar telefones (linhas discadas e privadas), rádios e fac-símiles, entre outros.

c.Rotinas Operacionais

Para cada um dos possíveis acidentes estudados deverão ser definidas rotinas de procedimentos para o combate aos sinistros prevendo sempre a organização hierárquica durante a emergência, bem como as funções a serem desempenhadas pelos diferentes órgãos participantes e os recursos a serem mobilizados.

d. Treinamentos

A implantação do sistema de atendimento deverá ser precedida por treinamentos de diferentes tipos e em diversos níveis, dentre os quais pode-se destacar:

● treinamento de coordenadores;

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● treinamento dos participantes;

● treinamento de jornalistas;

● treinamento da comunidade.

e. Manutenção do Sistema

Periodicamente o sistema deverá ser reavaliado, atualizado e aperfeiçoado, com base nas experiências vividas, de forma que o mesmo mantenha o nível desejado do ponto de vista de eficiência ao longo do tempo. Da mesma forma, é importante lembrar que a realização de treinamentos periódicos contribui de forma significativa para a manutenção de um sistema eficiente, razão pela qual deve-se prever programas periódicos para a realização destes eventos.

4. Considerações gerais

Não se pode ignorar a possibilidade da ocorrência de acidentes ambientais envolvendo produtos químicos. No entanto, deve-se procurar reduzir ao máximo possível a probabilidade de ocorrência destes episódios, procurando portanto desenvolver ações preventivas adequadas.

Da mesma forma, é necessário o desencadeamento de ações corretivas eficazes para a redução dos impactos causados ao meio ambiente, quando da ocorrência dos acidentes.

Com base no anteriormente exposto, pode-se dizer que o gerenciamento de acidentes ambientais passa por duas etapas distintas, para cada qual cabem ações diferenciadas, conforme mostrado no quadro da Figura 2.

PREVENÇÃO

IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS

AVALIAÇÃO DOS RISCOS E DE SUAS CONSEQÜÊNCIAS

REDUÇÃO DOS RISCOS

PLANO DE EMERGÊNCIA

TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO

INTERVENÇÃO

AVALIAÇÃO DO ACIDENTE

ACIONAMENTO

MOBILIZAÇÃO

ASSISTÊNCIA EMERGENCIAL

RECUPERAÇÃO

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A prevenção de acidentes ambientais, bem como a minimização dos seus impactos, só poderá ser realizada de forma eficaz através da elaboração de um sistema adequado, que deverá ser permanentemente atualizado e aperfeiçoado, tendo sempre como objetivos:

a. Preservar a vida humana;

b. Evitar impactos significativos ao meio ambiente;

c. Evitar ou minimizar as perdas materiais.

Nas situações emergenciais deve-se procurar agir de forma coordenada com a participação de todos os envolvidos, razão pela qual o estabelecimento de planos específicos, associados a treinamentos regulares, são importantes para o sucesso destas operações.

As seguintes entidades são as que geralmente atuam nas emergências químicas:

● Defesa civil● Ministério/Secretaria da Saúde● Instituições relacionadas com o ambiente● Polícia militar● Corpo dos bombeiros● Indústrias● Representantes da comunidade

Essa forma de ação integrada normalmente contempla a coordenação por parte da Defesa Civil, à qual compete-lhe atuar como órgão facilitador para a movilização dos recursos de materiais e especialistas, deste modo, a resposta à situação de emergência poderá ser rápida e eficaz, diminuindo assim os impactos resultantes do acidente.

Anexo 1. Principais Acidentes Ambientais no Brasil

Data Local Atividade Produto Causa Consequências

21/9/72 Rio de Janeiro Estocagem GLP BLEVE 37 mortes, 53 feridos

26/3/75 Rio de Janeiro Navio Petróleo Colisão Vazamento de 6.000 ton.

9/1/78 São

Sebastião Navio Petróleo Colisão Vazamento de 6.000 ton.

31/5/83 Porto Feliz Estocagem Resíduos clorados

Colisão de veículo

Vazamento de 500 ton.

Contaminação de rio/poços

14/10/83 Bertioga Duto Petróleo Queda de rocha

no duto

Vazamento de 2.500 ton.

Impactos em manguezal

25/02/84 Cubatão Duto Gasolina Corrosão

Erro humano

Vazamento de 1200 m3

Incêndio - 93 mortes

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25/5/84 São Paulo Duto Nafta Rompimento Vazamento de 200 m3

2 mortes

25/1/85 Cubatão Duto Amônia Rompimento Evacuação de 6.500

pessoas

18/3/85 São

Sebatião Navio Petróleo Colisão

Vazamento de 2.500 ton.

Contaminação de praias/ilhas

10/10/91 Santos Estocagem Acrilonitrila Explosão

Incêndio Poluição do ar e do mar

25/2/92 Cubatão Indústria Cloro Vazamento 300 kg

37 intoxicados

3/9/98 Santos Armazenamento DCPD Explosão

Incêndio

Contaminação/Fogo no

Estuário de Santos

8/9/98 Araras Caminhão tanque Gasolina/

Óleo diesel

Explosão

Incêndio 55 mortes

Anexo 2. Principais Acidentes Ambientais no Mundo

Data Local Atividade Produto Causa Consequências 16/4/47 Texas City, USA Navio Nitrato de

Amônio Explosão 552 mortes

3000 feridos 4/1/66 Feyzin, França Estocagem Propano BLEVE 18 mortes, 81 feridos

Perdas de US$ 68 milhões

13/7/73 Potchefstroom, África do Sul

Estocagem Amônia Vazamento 18 mortes

65 intoxicados 1/6/74 Flixborough, UK Planta de

Caprolactama Ciclohexano Explosão

Incêndio

28 mortes, 104 feridos

Perdas de US$ 412 milhões

10/7/76 Seveso, Itália Planta de processo

TCDD Explosão Contaminação de grande área, devido a emissão de dioxina

6/3/78 Portsall, UK Navio Petróleo Encalhe 230.000 ton.

Perdas de US$ 85,2 milhões

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11/7/78 San Carlos, Espanha

Caminhão-tanque Propeno VCE 216 mortes, 200 feridos

19/11/84 Mexico City Estocagem GLP BLEVE

Incêndio

650 mortes, 6400 feridos

Perdas de US$ 22,5 milhões

3/12/84 Bhopal, Índia Estocagem Isocianato de metila

Emissão tóxica

4000 mortes

200000 intoxicados 28/4/86 Chernobyl, Rússia Usina nuclear Urânio Explosão 135.000 pessoas

evacuadas 3/6/89 Ufa, Rússia Duto GLN VCE 645 mortes

500 feridos 24/3/89 Alasca, USA Navio Petróleo Encalhe 40.000 ton.

100.000 aves 11/3/91 Catzacoala Planta de

processo Cloro Vazamento

Explosão

Perdas de

US$ 150 milhões 22/4/91 Guadalajara,

México Duto Gasolina Explosão 300 mortes

15/2/96 Mill Bay, UK Navio Petróleo Falha operacional

70.000 ton.

2300 pássaros mortos

5. Bibliografia consultada

● ROSSIN, Antonio C. Prevenção de Acidentes Ambientais, CETESB, São Paulo, 1986.

● OPS. Manual sobre Preparacion de Los Servicios de Agua Potable y Alcantarillado para Afrontar Situaciones de Emergencia, 1990.

● METROPOLIS. Metropolis International Major Hazard Committee World Association of the Major Metropolises, Paris, 1988.

● UNEP. Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level (APELL), Paris, 1988.

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OS ACIDENTES QUÍMICOS NA AMÉRICA LATINA

Lilia A. Albert

Introdução| Quem se prejudica com os acidentes químicos? | Quais são os custos para os governos? | Alguns dados específicos |Panorama Geral | Alguns fatores comuns | Algumas deficiências do registro de acidentes químicos na América Latina | Situação atual

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1. Introdução

As substâncias químicas podem ser perigosas por diversas razões. Podem, por exemplo, ser tóxicas a curto e longo prazo; podem ser explosivas, inflamáveis, corrosivas, radiotivas ou reativas. Porém, a presença simultânea de várias substâncias em um mesmo local acresce de maneira considerável o risco de acidentes, com conseqüências graves.

Os acidentes químicos são o resultado de emissões não controladas, ao ambiente, de uma ou várias substâncias nocivas para a saúde, para o ambiente ou bens materiais.

Ainda que estes acidentes tenham se iniciado com o desenvolvimento tecnológico da humanidade, o seu número aumentou na Europa e nos Estados Unidos a partir da Revolução Industrial. Também aumentaram no mundo todo, após a Segunda Guerra Mundial, com o impressionante desenvolvimento industrial que se seguiu, com o incremento em número e quantidade de substâncias químicas, e com o consumo de energia, e portanto de combustíveis de diversos tipos. Tudo isso contribuiu para elevar o número de acidentes químicos no mundo e aumentar também a sua gravidade.

Os acidentes químicos estão associados a vazamentos, derramamentos, explosões, incêndios, etc, de substâncias perigosas, tanto devido pela libração desses materiais quanto por eventuais reações químicas que podem resultar na formação de outros materiais. Muito freqüentemente acontecem ambas as coisas; ou seja, no início pode ocorrer um vazamento, derramamento, explosão, etc, com a qual está associada uma ou mais substâncias químicas, o que propicia que se formem outras substâncias e estas entrem no ambiente. Portanto, os acidentes químicos são acontecimentos perigosos para a comunidade da redondeza, não somente no momento em que ocorrem, como também podem causar graves danos a longo prazo e em locais relativamente afastados.

Os riscos de que aconteçam estes acidentes e de que as suas conseqüências sejam graves ou mesmo irreparáveis, dependem das características e quantidades da substância ou substâncias envolvidas, as condições de manipulação, a natureza dos processos associados, a vulnerabilidade do entorno e as condições das populações potencialmente expostas.

As conseqüências destes acidentes depende em grande parte da eficiência na atuação frente a estas emergências. Os acidentes químicos são basicamente de dois tipos:

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1. Agudos: Estão associados com a explosão, fuga, derramamento ou incêndio de uma ou mais substâncias químicas dentro de uma instalação, tal como uma fábrica ou um armazém, ou durante o transporte. Os seus efeitos são imediatos. Geralmente estes acidentes são motivo de uma ampla cobertura nos meios de comunicação porque causam um dano considerável e às vezes afetam um número significativo de pessoas.

Exemplos deste tipo de acidentes abundam na literatura mundial. É só lembrar os casos de Bhopal, Seveso, Chernobyl e Basiléia (outros continentes), e na América Latina os de San Juanico e Guadalajara no México, Goiânia no Brasil e aquele que aconteceu na estrada de Caracas a Valência na Venezuela. Vale lembrar também, os repetidos casos de contaminação de alimentos com praguicidas como o "paratión", que provocaram um número elevado de vítimas em países como a Colômbia e México desde fins dos anos 60 até meados da década de 70.

2. Crônicos: Estão associados com a emissão contínua ao ambiente, por um tempo prolongado, de uma substância que causa a contaminação da água, incorpora-se na cadeia alimentar ou contamina os solos e/ou os alimentos da região. Os acidentes deste tipo são difíceis de controlar oportunamente, uma vez que seus efeitos podem demorar anos até serem evidentes. Nestes casos também é muito difícil determinar com certeza o número de vítimas e a magnitude dos efeitos adversos a longo prazo sobre o ambiente e a saúde.

Entre os acidentes deste tipo em outras regiões do mundo estão os muito conhecidos da Baía de Minamata no Japão e as doenças conhecidas como Itai-Itai e Yusho também no Japão, bem como a síndrome de óleo tóxico na Espanha.

Na América Latina aconteceram vários casos similares ao de Minamata; entre eles, os da contaminação com mercúrio da Baía de Cartagena; a Lagoa de Maracaibo; a Lagoa de Manágua e Salvador na Bahia, Brasil. Porém com relação a este eventos, a informação que se soube a seu respeito foi parcial e não foi amplamente divulgada. Em todos estes casos, o mercúrio chegou ao ambiente como resultado da operação de fábricas de cloro que usavam tecnologia antiga. É importante lembrar que estas fábricas foram vendidas (ou passadas) à América Latina pela companhia Pennwalt, quando viu-se a necessidade de substituir este tipo de tecnologia nas suas indústrias nos Estados Unidos, pelas quais requerem o uso de diafragma.

A contaminação de solos e águas ao redor da fábrica "Cromatos do México" localizada ao norte da cidade do México, que aconteceu no princípio dos anos cinqüenta e cujos efeitos ainda perduram, foi um dos primeiros casos de contaminação ambiental por detritos perigosos na América Latina e causou um número elevado de vítimas por motivo da exposição prolongada a cromatos, bem como a poluição ambiental da região, que ainda persiste.

Outro caso de tipo crônico foi o causado pela ingestão de sementes tratadas com fungicidas constituídos por mercúrio na Guatemala, similar aos casos prévios, do Iraque e Paquistão. Este último demorou em ser corretamente diagnosticado por falta de conhecimento por parte dos responsáveis pela solução do problema.

2. Quem se prejudica com os acidentes químicos?

2.1 Os de tipo agudo

a. Em primeira instância, os empregados que estão perto do local do acidente, além da primeira equipe a chegar no local; isto é, os bombeiros e o pessoal de emergências de saúde como a Cruz Vermelha. Mesmo assim, estes riscos podem ser reduzidos se

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os indivíduos acima receberem capacitação específica e contarem com equipamento adequado de proteção.

b. As comunidades próximas. Os casos de Bhopal, Seveso, San Juanico e Guadalajara são uma amostra clara de que os riscos destes acidentes extendem-se além dos limites da empresa e que afetam, às vezes gravemente, as comunidades próximas.

c. As gerações seguintes. O que poderá acontecer como resultado do acidente de Chernobyl, e nos casos da vara radiativa na Cidade Juarez, México e Goiânia, Brasil? Ainda que estes casos sejam menos documentados e não tenham um acompanhamento adequado, a exposição de grande número de pessoas às substâncias radioativas por um período prolongado, antes de que as autoridades tivessem controle sobre o problema, permite pensar que também nestes locais poderão ocorrer efeitos transgeracionais.

d. Os outros paises. A explosão que ocorreu na Basiléia em 1986 e provocou a contaminação do rio Ri com diversos praguicidas, mostrou o potencial da contaminação além-froteiras destes acidentes.

2.2 Os de tipo crônico

Dependendo das características geográficas da região e do tempo que dure o vazamento ou emissão do agente tóxico, o dano pode chegar a um local relativamente pequeno ou maior e, em função do nível da poluição ambiental que resulte, pode afetar uma ou mais gerações.

Por exemplo, ainda que em Minamata tenha-se reconhecido oficialmente 439 mortes e 1.044 afetados irreversivelmente pela ingestão de peixe contaminado por mercúrio ou pela exposição indireta na etapa pré-natal devido a que as mães ingeriram peixe contaminado com mercúrio, diversos autores calculam que o número de pessoas afetadas na área ao redor da baía foram pelo menos 10.000. Outros afirmam que o coeficiente intelectual (QI) das crianças da região que nasceram durante o episódio é aproximadamente vinte pontos menor que o QI das crianças da mesma idade nascidas nas regiões do Japão afastadas de Minamata.

3. Quais são os custos para os governos?

A partir dos dados disponíveis sobre os custos da reparação nos acidentes de Seveso, Bhopal, Basiléia e Guadalajara, pode-se concluir que seria uma economia considerável para os governos e inclusive um magnífico investimento, começar a tomar precauções básicas para evitar os acidentes químicos nos seus respectivos países ou, pelo menos, reduzí-los, bem como para minimizar os danos imediatos e a longo prazo que afetarão a população por um tempo considerável.

No caso dos acidentes químicos isto significa que, sem importar onde nem como aconteçam, PREVENIR É MELHOR QUE REMEDIAR.

4. Alguns dados específicos

Ainda que muito poucas, as informações que se dispõem indicam que, atualmente, os acidentes químicos são um problema de grande magnitude na América Latina. Assim, entre 1978 e 1985, só no estado de São Paulo, Brasil, registraram-se 90 episódios, dos quais 72% foram causados por petróleo e seus derivados. No México, entre novembro de 1984 e outubro de 1985 (um ano depois do acidente de San Juanico) apareceram nos jornais nacionais informação sobre 34 episódios, a maioria deles, associados com praguicidas e metais pesados; 28 destes eventos causaram 2.321 casos de intoxicação e 271 mortes, o que dá uma taxa de mortandade de 12%.

Também no México, entre fevereiro de 1991 e dezembro de 1992, de acordo com os jornais nacionais, aconteceram 113 acidentes químicos, nos quais predominaram os vazamentos e os derramamentos de substâncias químicas, com uma freqüência total de 72%. Porém neste, como no

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caso de São Paulo, segundo os registros disponíveis, é impossível obter o número de pessoas afetadas assim como as taxas de mortandade e mortalidade associadas com o acidente.

Segundo dados colhidos pelo Centro de Informação Química para Emergências (CIQUIME) na Argentina – sem contar os acidentes causados pela contaminação de vinho com álcool metílico que, formalmente, deveriam ser considerados como acidentes químicos – durante 1992 houve 15 acidentes com um total de 89 lesionados e 6 mortes. Em um deles, inclusive, houve risco de exposição de 700.000 pessoas. Nestes acidentes, assim como nos do México, também predominaram fugas e derramamentos, com uma proporção total de 60,0%.

Na Argentina, a maior porcentagem destes acidentes (73,33%) aconteceu nas instalações fixas, o que coincide com o informado pela Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR) dos Estados Unidos, segundo a qual a proporção de acidentes nas instalações fixas nesse país foi calculada em 71,3%. É importante dizer que, segundo dados do CIQUIME, 40% dos acidentes antes citados foram causados por substâncias consideradas como tóxicos agudos (classificação 6.1 das Nações Unidas).

5. Panorama Geral

Em 1987 foi realizada uma oficina no Rio de Janeiro, sob o patrocínio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e do seu Centro Pan-Americano de Ecologia Humana e Saúde (ECO-OPAS/OMS), no qual os especialistas da Região analisaram algumas das características que podem influir sobre a freqüência dos acidentes químicos.

Em 1987, entre os principais dados ali reunidos, destacam-se:

a. 40% do comércio mundial de produtos químicos nos países em vias de desenvolvimento realizava-se nos países da América Latina.

b. 70% da indústria química da Região encontrava-se no Brasil, no México e na Argentina.c. 50% das instalações da indústria localizava-se em áreas de alta densidade populacional,

seja nas próprias cidades ou, como no caso de San Juanico no México, nas redondezas destas, nas zonas marginais, de baixo poder econômico, escassa cultura e pouca influência política.

d. Na América Latina, as áreas de higiene e segurança industrial muito freqüentemente são adiadas nos planos de investimento das empresas, quando não definitivamente deixadas de lado perante outras prioridades.

e. Não existe uma consciência clara dos riscos entre o pessoal das empresas (gerentes, supervisores, trabalhadores) nem entre as autoridades.

f. Não existe suficiente participação ativa do setor saúde nos planos de segurança e resposta aos acidentes químicos. Quando chega a existir, geralmente são secundárias ante as decisões dos outros setores, por exemplo, no caso do México, os setores de governo, defesa e ambiente têm, por lei, a competência para agir nestes casos.

g. Em termos gerais, não se deu importância suficiente aos planos, orçamentos, nem na prática, à conscientização dos dirigentes (oficiais ou privados), à capacitação dos responsáveis diretos pelo controle e supervisão, nem obviamente, adotar equipamento de proteção adequado ao pessoal de primeira resposta e a capacitá-lo.

6. Alguns fatores comuns

Se analisarmos os acidentes químicos que aconteceram na América Latina até o presente, conclui-se que há vários fatores comuns.

a. Na maioria dos casos houve, pelo menos, uma manipulação pouco cuidadosa – ou pouco informada – sobre as substâncias cujo potencial de dano é extremamente alto. Predomina o

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desconhecimento geral sobre os riscos que cada tecnologia específica pode representar para a saúde e o ambiente. Isto faz com que as autoridades não estejam conscientes dos riscos em sua zona de influência ou que não se encontrem preparadas para enfrentar os acidentes ou as conseqüências.

b. Estes acidentes começam a reduzir-se, em número e gravidade, nos países desenvolvidos; especialmente depois do que aconteceu em Seveso, Itália, que motivou a Comunidade Européia a emitir o chamado Diretivo de Seveso. Não obstante, chama a atenção que estes acidentes estejam aumentando em vez de diminuir nos países em desenvolvimento, e particularmente em alguns dos conhecidos como recentemente industrializados (newly industrialized countries ou NIC, pelas suas siglas em inglês). Estes são principalmente Argentina, Brasil, México e Venezuela. Além disso, como se comprovou no caso de Guadalajara, México, cada vez mais vem aumentando o número de vítimas e a magnitude dos danos materiais que os acidentes causam.

c. Além disso, na América Latina os problemas associados com a industrialização acelerada são relativamente novos, e ainda não houve tempo de estabelecer medidas realmente eficientes para a prevenção e controle destas emergências.

d. Também é possível que a falta de um registro correto dos dados disponíveis sobre estes acidentes impeça que seja feito um acompanhamento correto, que permita identificar tendências e causas, e avaliar corretamente os dados.

e. Em termos gerais, sem contar com as atividades imediatas para o controle do acidente, é muito pouco o que se faz na Região para conhecer e reduzir as suas conseqüências a longo prazo.

7. Algumas deficiências do registro de acidentes químicos na América Latina

Entre as principais deficiências encontram-se as seguintes:

a. Não existe um critério homogêneo nos diferentes países sobre o que considera-se um acidente químico. Por isso, as discrepâncias entre os países impedem realizar uma avaliação sistemática integral e chegar a conclusões úteis. Por exemplo, dependendo dos países, pode-se integrar sob este item os acidentes individuais, intoxicações ocupacionais e catástrofes.

b. É notória a falta de um registro organizado e computadorizado dos acidentes químicos que cubra pelo menos os acidentes mais importantes que aconteçam na Região, incluindo a perda de vidas humanas, danos materiais ou magnitude da contaminação ambiental resultante do acidente.

c. Um problema adicional é a falta de um sistema uniforme para o registro destes acidentes. Assim, em alguns países existe algum sistema, enquanto que em outros não há nada;

d. Os registros de morbidade e mortandade relacionados com estes casos variam, geralmente de deficientes a inexistentes, além disso, a maioria dos que existem não são sistemáticos.

e. Os dados sobre produção, transporte e uso de substâncias químicas nos países não são completos nem atuais, ou estão dispersos, o que faz difícil o seu recolhimento, integração e análise.

f. Com freqüência, os melhores dados sobre acidentes químicos na Região são obtidos na imprensa cotidiana, ainda que, como é de se esperar, a maioria destas notícias refiram-se a casos críticos, nos quais a mortandade ou os outros danos materiais imediatos são elevados.

g. Praticamente não se realizam pesquisas sistemáticas depois dos acidentes. Isto impede que os dados disponíveis sejam analisados em conjunto, dificultando a avaliação dos casos e freqüentemente interferindo no diagnóstico da causa dos acidentes originando qundo muito, resultados de baixa qualidade.

h. Em qualquer caso, e indepente da qualidade dos registros, a participação do setor saúde é mínima ou inexistente. Quando existe, reflete um grau importante da falta de informação das autoridades respectivas sobre este tipo de problemas e as suas repercussões no setor saúde.

Sobre isto, é interessante ressaltar que nos Estados Unidos a Agência de Substâncias

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Tóxicas e Registro de Doenças (ATSDR) iniciou um programa para registrar os acidentes químicos em cinco Estados desse país.Para surpresa dos responsáveis do programa, encontrou-se que:

1. Embora três diferentes agências estivessem empenhadas em realizar registros de acidentes, nem todas registravam todas as ocorrências. Da mesma forma, um mesmo evento era registrado por mais de uma vez gerando dessa forma, banco de dados sobre ou subestimado.

2. O segundo achado de importância neste estudo foi que, contra a idéia geral, a maior parte dos acidentes não acontecia durante o transporte, mas sim dentro das instalações das empresas que fabricavam, armazenavam ou utilizavam as substâncias químicas.

Este segundo achado permite supôr que, muito freqüentemente, as empresas não informam sobre seus acidentes quando os controlam antes de que causem um dano ao exterior.

8. Situação atual

Com estes antecedentes é possível imaginar qual é o panorama atual na América Latina quanto à prevenção de acidentes químicos e a sua atenção eficiente –imediata, e a longo prazo. Além disso, pode-se vislumbrar o panorama quanto ao controle do próprio acidente, o atendimento de feridos e evacuados, a reabilitação do local (se ficou contaminado) sem colocar em risco excessivo os empregados, o pessoal de primeira resposta, e a população próxima.

O panorama da Região sobre os acidentes químicos não mudou de maneira importante desde a Oficina que se realizou em 1987. Portanto, pode-se afirmar que continua sendo práticamente o mesmo e que, nestes casos, o mais freqüente é que ocorram juntamente a ignorância, a irresponsabilidade e o risco.

Pelo exposto, considera-se que a previsão da citada Oficina ainda é válida em afirmar que o próximo acidente químico de importância na Região acontecerá no México, no Brasil ou na Argentina.

Portanto, é responsabilidade dos governos, dos organismos internacionais, das associações de industriais e dos cidadãos como um todo, trabalhar para reduzir este tipo de riscos e suas conseqüências adversas para a população e o meio ambiente.

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RESPONSABILIDADES NA PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO E RESPOSTA ÀS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Diego González Machín

Introdução| Responsabilidades e funções| Conclusão | Bibliografia

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1. Introdução

A prevenção, preparação e resposta a um acidente químico é responsabilidade de todos nós. A eficiência no cumprimento das atribuições de cada instituição ou nível participante, permitirá que um plano coordenado de resposta à emergência seja desenvolvido, o que contribuirá na diminuição das conseqüências.

As atribuições variam de acordo com o alcance geográfico, internacional nacional, regional e local, e de acordo com o tipo de atividade que desempenhe a instituição, a qual pode ser, reguladora, assistencial, preventiva, acadêmica, etc.

As responsabilidades de cada participante na prevenção, preparação e resposta a um acidente químico, objetivo principal desta apresentação, foram definidas pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente) através da Metodologia APELL, que define o rol das autoridades nacionais e locais, da industria e da comunidade. Por outro lado, a OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) enfatiza o papel das autoridades públicas, dos trabalhadores e da empresa. Além disso, a OMS (Organização Mundial da Sáude), através do Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas (IPCS), cumpre as funções do setor saúde nas diferentes instâncias. A seguir, serão mencionadas as principais atribuições descritas por instância ou entidade à qual pertencem.

2. Responsabilidades e funções

2.1 Das autoridades públicas

(Fonte: Principios guías de la OCDE para la prevención, preparación y respuesta a acidentes químicos)

● Motivar todos os setores da sociedade sobre a necessidade das ações de prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos.

● Estabelecer objetivos de segurança e garantir que estes sejam atingidos. ● Definir uma estrutura de controle clara e coerente. ● Monitorar a segurança em instalações perigosas. ● Incentivar a pesquisa e informe dos acidentes; gerar e executar os instrumentos que os

facilitem.

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● Estabelecer procedimentos apropriados para a avaliação de impacto ambiental de instalações perigosas cuja construção seja projetada.

● Defender o "direito a saber da comunidade" para garantir ao público potencialmente afetado, o acesso à informação adequada sobre instalações perigosas.

● Criar programas de preparação para as emergências incluindo o desenvolvimento de simulações.

● Propiciar o desenvolvimento, execução, implantação e atualização dos planos de emergência na localidade e fora dela, em coordenação e participação de todos os envolvidos, incluindo os administradores de instalações perigosas, empregados e comunidades vizinhas.

● Garantir que os sistemas de alarme de acidentes sejam disponíveis para avisar ao público potencialmente afetado.

● Facilitar e promover a disseminação de informações e intercâmbio de experiências ligadas à prevenção, preparação e resposta a acidentes.

Para cumprir estas responsabilidades as autoridades públicas no nível nacional e local, devem possuir uma equipe técnica devidamente capacitada, além de recursos adequados.

As responsabilidades acima mencionadas competem a todas as autoridades públicas, incluídas aquelas de saúde em todos os níveis (nacional, regional e local). Porém, há algumas responsabilidades que são específicas das autoridades públicas de saúde, como:

● Gerar planos do setor saúde para a resposta a acidentes, incluindo as funções.● Normalizar os elementos básicos do Plano de Resposta, tais como:

● Determinar as funções de todas as partes envolvidas na resposta a acidentes.● Identificar as possíveis situações de emergência.● Fazer um inventário dos perigos.● Identificar os recursos.● Garantir a disponibilidade e subministração de antídotos.● Examinar as necessidades de comunicação.● Avaliar as necessidades de informação: bibliotecas básicas● Usar os centros de informação toxicológica e centros de resposta química nas

emergências.● Identificar os laboratórios toxicológicos● Criar um sistema de aviso de casos de emergências.● Fornecer locais alternativos para a assistência das vítimas● Desenvolver sistemas para a recepção e o manejo de grandes quantidades

de pacientes ("triagem").● Estabelecer um sistema de alerta para os profissionais da saúde.● Desenvolver e executar programas de capacitação dos profissionais da

saúde, incluindo as simulações.● Estabelecer comunicação com o público.● Fomentar a pesquisa.● Criar mecanismos de cooperação internacional.● Fomentar os programas de conscientização e preparação local, por exemplo,

mediante a aplicação do processo de Conscientização e Preparação para Emergências no nível Local (APELL) do PNUMA ou outras entidades semelhantes.

2.2 Dos produtores de substâncias químicas

Promover a administração segura de qualquer substância perigosa que for produzida por eles através do ciclo de vida total da substância, consistente com o princípio de "acompanhamento do produto".

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2.3 Dos administradores de instalações perigosas

● Função principal: projetar, construir e operar uma instalação perigosa de forma segura. Desenvolver os meios para realizá-los e incorporar a proteção à saúde e ao meio-ambiente como parte integral das atividades economicas da empresa.

● Tentar atingir o objetivo: "zero acidentes".● Garantir que os perigos sejam identificados e classificados, e que os meios para reduzi-los e

eliminá-los estejam estabelecidos.● Garantir que os procedimentos de segurança de operações estejam documentados.● Garantir que todos os empregados, incluindo os temporários, recebam o treinamento

adequado para desempenhar suas tarefas.● Executar as medidas de segurança, tais como: evitar ou minimizar o uso de substâncias

potencialmente perigosas, substituir substâncias mais tóxicas por outras menos tóxicas, simplificar os processos, reduzir ao mínimo as exposições , etc.

● Assegurar a qualidade durante a construção da instalação perigosa.● Garantir a transferência de informação.● Garantir a disponibilidade dos equipamentos de proteção individual.● Supervisar e garantir a conveniência dos armazéns de substâncias perigosas.● Monitorar regularmente a segurança das instalações.● Fornecer, em cooperação com as autoridades públicas, informações adequadas sobre ações

que serão tomadas em caso de acidentes.● Desenvolver, executar, implantar e atualizar os planos de emergência.● Identificar e avaliar os acidentes que possam ocorrer nas instalações e suas possíveis

conseqüências.● Implantar no local sistemas de detecção de acidente ou ameaça de acidente de forma que a

equipe de resposta a emergências tome ciência imediata do ocorrido.● Pesquisar todos os incidentes significativos para identificar as causas e implantar ações para

corrigir qualquer deficiência na tecnologia ou procedimentos.

2.4 Dos empregados

Fazer o trabalho de forma segura e contribuir ativamente ao desenvolvimento de políticas e práticas de segurança.

2.5 Das agências de ajuda financeira

● Ajudar na redução da probabilidade de acidentes com substâncias potencialmente perigosas e oferecer assistência técnica, educação e treinamento para desenvolver a capacidade e infra-estrutura institucional.

● Filtrar as propostas de ajuda de maneira adequada para minimizar a possibilidade que estes projetos de ajuda possam contribuir a criar, sustentar ou acrescentar um risco irracional de um acidente relacionado às substâncias perigosas.

● Monitorar e fazer o acompanhamento dos projetos com o objetivo de garantir que os requisitos de segurança essenciais sejam cumpridos.

● Fornecer ajuda financeira para desenvolver políticas e procedimentos que reduzam os riscos de acidentes em instalações perigosas.

Muitas das responsabilidades, embora recaiam com maior força sobre uma entidade específica, precisam do trabalho coordenado de várias instituições. Alguns exemplos que justificam esta informação podem ser:

● A realização de inventários de perigos. Nesse caso pode-se solicitar a participação das autoridades locais, os responsáveis pelo órgão ambiental e de medicina preventiva, polícia, corpo de bombeiros, hospitais, centros de controle de emergências, defesa civil e

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autoridades militares, indústria, etc.

● Os programas de conscientização e preparação local, por exemplo, a aplicação do processo de conscientização e Preparação para Emergências no nível Local (APELL) do PNUMA que precisam do trabalho conjunto do governo, da indústria e a comunidade.

● A capacitação do pessoal através de simulações deve-se aproximar ao máximo à realidade e contar com a participação de todos os setores envolvidos.

2.6 Dos organismos internacionais

A Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, Brasil, em junho de 1992, adotou a Agenda 21. No capítulo 19, dedicado somente às substâncias químicas reconheceu-se a necessidade de fomentar a cooperação internacional eficiente com relação à prevenção, preparação e resposta às emergências químicas. Além disso, ressaltou-se a necessidade que os organismos internacionais, incluída a Organização Mundial da Saúde / Organização Pan-Americana da Saúde, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente (PNUMA) Organização Internacional do Trabalho (OIT) e outros, juntem os seus esforços a fim de melhorar a preparação dos países para enfrentar os acidentes químicos. Para fazê-lo, estes esforços deverão estar dirigidos a:

● Fornecer uma base científica avaliada internacionalmente para que os países desenvolvidos possam realizar suas próprias medidas de segurança química e fortalecer a capacidade nacional para prever, controlar os efeitos danosos, dos produtos químicos e operar os aspectos de saúde frente as emergências químicas;

● Desenvolver princípios, procedimentos e guias para enfrentar às emergências químicas. ● Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que facilitem o acesso rápido à

informações sobre substâncias químicas e operações de emergências.● Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que facilitem ações de prevenção,

preparação e resposta em todos os níveis.● Elaborar listas de centros de resposta a emergências e de profissionais com experiência na

área.● Incentivar a padronização para a apresentação de informes e pesquisa de acidentes.● Estimular o intercâmbio de informação entre os países.

3. Conclusão

A maioria dos acidentes que envolvem substâncias químicas podem ser previstos e o êxito obtido na prevenção destes acidentes depende da cooperação que há entre os atores envolvidos. Por isso, é importante que cada participante conheça suas funções e saiba agir em cada uma das etapas de prevenção e resposta.

4. Bibliografia

● Duncan, Ellison. Organización y responsabilidades en la prevención y planificación de emergencias que involucran sustancias químicas. Simposio Regional sobre Preparativos para Emergencias y Desastres Químicos: Un Reto para el Siglo XXI, México, D.F. 30 oct –1 nov. 1996. Washington: OPS; 1996. 11p

● OCDE. Guidance concerning health aspects of chemical accidents. Paris: OCDE; 1996. 62 p.

● OCDE. Guiding principles for chemical accident prevention, preparedness and response.

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Environment Monograph Nº 51, Paris: OCDE; 1992. 123 p.

● OCDE. Workshop on the provision of information to the public and the role of workers in accident prevention and response. Environment Monographs Nº 29. Paris: OCDE; 1990. 81 p.

● OMS. Proceedings of the African Workshop on Health Sector Management in Technological Disasters, Addis Ababa, 26-30 Nov. 1990. Finland: National Public Health Institute; 1991. 237 p.

● PED/OPS. Curso Regional sobre Planificación, Prevención y Respuesta de los Accidentes Químicos en América Latina y el Caribe, México, 15-19 nov. 1993. México, D.F.: OPS; 1993, 171 p.

● PNUMA. Un proceso para responder a los accidentes tecnológicos. París: PNUMA; 1989. 70 p.

● PNUMA; OIT; OMS. Programa Internacional de Seguridad sobre Sustancias Químicas (PISSQ). Accidentes químicos : aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y respuesta. Washington.

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ORGANIZAÇÕES NACIONAIS E INTERNACIONAIS DE COLABORAÇÃO EM ACIDENTES QUÍMICOS

Diego González Machín

Introdução | Responsabilidades das organizações internacionais | Principais organizações internacionais

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1. Introdução

A cooperação existente entre as instituições que participam na resposta a um acidente químico, unido ao grau de preparação que estas possuem, é o que garante o êxito das ações e a diminuição das conseqüências. Nessas tarefas são muitas as organizações (nacionais e internacionais) que prestam apoio, para que os países possam ter uma boa resposta, quando da ocorrência de uma emergência envolvendo produtos perigosos.

Nessa apresentação mencionamos algumas organizações envolvidas, bem como as suas principais atribuições e a forma de acessá-las. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiram em diversos documentos as responsabilidades das organizações nacionais e internacionais.

2. Responsabilidades das organizações internacionais

● Fornecer uma base científica avaliada internacionalmente para que os países desenvolvam as suas próprias medidas de segurança química, com o objetivo de fortalecer a capacitação nacional, a fim de prever, bem como operacionalizar os efeitos danosos dos produtos químicos, além dos aspectos de saúde frente as emergências químicas.

● Desenvolver princípios, procedimentos e guias para enfrentar as emergências químicas. ● Criar bancos de dados, publicações e bibliotecas virtuais que facilitem o acesso rápido à

informação sobre substâncias químicas e operações de emergências.● Estabelecer programas de capacitação e instrumentos que facilitem ações de prevenção,

preparação e resposta em todos os níveis.● Criar centros de resposta a emergências, bem como, base de dados com informações sobre

profissionais com experiência no tema.● Incentivar a normatização para a apresentação de informes e pesquisas sobre acidentes.● Estimular o intercâmbio de informação entre os países.

3. Principais organizações internacionais

● Organização Pan-Americana da Saúde/ Organização Mundial da Saúde (http://www.paho.org)

❍ Programa de Preparativos para Casos de Desastres (PED/OPAS)

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http://www.disaster.info.desastres.net❍ Centro Regional de Informações sobre Desastres na América Latina e Caribe (CRID)

(http://www.crid.desastres.net/crid/index.htm)❍ A Divisão de Saúde e Ambiente através do Centro Pan-Americano de Engenharia

Sanitária e Ciências do Ambiente (http://www.cepis.ops-oms.org)● Organização Mundial da Saúde (OMS)

❍ Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas:

http://www.who.int/pcs/index.htm

Principais atribuições: Estabelecer as bases científicas para o uso seguro de produtos químicos e fortalecer as capacidades nacionais para a segurança química.

Principais atividades:

Avaliação de riscos à saúde e ao meio ambiente.

Desenvolvimento de metodologias de avaliação de riscos e perigos.

Prevenção e operação de exposições tóxicas e emergências químicas.

Desenvolvimento de recursos humanos.

Centros Colaboradores da OMS:

A Organização Mundial da Saúde, tem além destes, diversos centros colaboradores que desenvolvem múltiplas atividades em torno do tema prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos. Um destes centros está situado no Brasil e é a CETESB (http://www.cetesb.sp.gov.br)

● Escritório de Coordenação de Assuntos humanitários das Nações Unidas http://www.reliefweb.int/ocha_ol/

❍ Alerta e mobiliza a comunidade internacional.❍ Prepara e dissemina informes para às agências doadoras.❍ Fornece um acesso rápido à informações.❍ Facilita a avaliação inicial e pós-emergência.

● Organização Internacional do Trabalho

http://www.ilo.org/public/spanish/index.htm

● Apoia projetos de cooperação técnica para melhoria do meio-ambiente e condições de trabalho.

● Reforça a capacitação dos paises na prevenção de acidentes.● Promover ações dirigidas à segurança no uso de substâncias químicas.

● Programa das Nações Unidas para o Meio-Ambiente

http://www.unep.org

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● APELL. Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level: Process for responding to technological accidents. http://www.unepie.org/apell

Os objetivos principais são:

Conscientizar o público da problemática dos acidentes químicos.

Estimular o desenvolvimento de planos cooperativos que envolvam à comunidade, o governo e a industria.

Promover ações de prevenção de emergências que envolvam produtos perigosos.

● O PNUMA tem um Escritório Regional para América Latina, sua sede está localizada no México DF http://www.rolac.unep.mx/ cuja missão é: fornecer a liderança e promover os esforços conjuntos para a proteção do meio ambiente, além de estimular, capacitar e informar às nações e os povos, com o objetivo de melhorar a sua qualidade de vida, sem comprometer aquela das gerações futuras.

● UNEP/Chemicals http://www.chem.unep.ch/irptc/

É o centro das atividades relacionadas às substâncias químicas do PNUMA. As principais funções são: ajuda aos governos nas ações globais para o manejo de produtos químicos, promover o intercâmbio de informações e apoiar o fortalecimento de capacitações.

● Organização Marítima Internacional http://www.imo.org

É a agência responsável pela segurança e prevenção de contaminações marítimas.

● Agência Internacional de Energia Atómica http://www.iaea.org/worldatom/

É a agência responsável pelo estabelecimento de Normas e de apoio na execução de Normas nacionais de proteção radiológica.

● Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI) http://www.unido.org

É a Organização que fornece assistência técnica em segurança industrial, incluindo sistemas de planejamento para as emergências.

● Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE/Chemical Accidents) http://www.oecd.org/ehs/accident.htm

Entre outras atribuições, elabora guias para a prevenção, preparação e resposta a acidentes químicos.

Existem outras organizações nacionais que têm papéis importantes nas emergências químicas tais como:

● Centro para a Prevenção e Controle de Doenças (CDC) http://www.cdc.gov/niosh/ipcs/icstart.html

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● OSHA (Occupational Safety & Health Administration) http://www.osha-slc.gov/SLTC/emergencyresponse/index.html

● Agência de Proteção Ambiental de Estados Unidos (EPA) http://www.epa.gov/swercepp/

Concluindo, há muitas organizações às quais se pode buscar auxílio, tanto nas etapas de prevenção, quanto nas de preparação e resposta às emergências químicas. Estas organizações podem colaborar no fortalecimento das capacidades de nossos países, a fim de enfrentar as catástrofes que incidem de maneira importante na saúde e no ambiente.

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CENTRO COLABORADOR OPAS/OMS NA PREPARAÇÃO PARA EMERGÊNCIAS EM CASOS DE DESASTRES- CETESB

Edson Haddad, Nilda Fernícola & Ricardo Rodrigues Serpa

Resumo | Introdução | Acidentes ambientais no estado de São Paulo, Brasil | Prevenção dos acidentes ambientais | Atendimento a acidentes ambientais | Centro colaborador da OPAS/OMS | Integração da área ambiental com área de saúde | Conclusões | Bibliografia

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1. Resumo

Os acidentes ambientais, causados por vazamentos de produtos químicos, são objeto de preocupação, tanto para indústria quanto para os órgãos de governo e para as comunidades, como um todo.

Este trabalho tem por finalidade apresentar as atividades da CETESB para a prevenção e o atendimento a acidentes com produtos químicos, bem como suas ações como Centro Colaborador OPAS/OMS, ressaltando-se a importância da integração das áreas de Meio Ambiente e Saúde para gerenciar os riscos associados a esses episódios.

2. Introdução

Os acidentes químicos podem ser definidos como eventos inesperados e indesejáveis que afetam, direta ou indiretamente, a seguridade e a saúde da comunidade envolvida, causando impactos no meio ambiente.

Os acidentes ambientais podem ser caracterizados de duas formas:

a. Naturais

São causados por fenômenos naturais que são independentes da intervenção humana. Incluem-se nesta categoria: terremotos, maremotos, furacões e erupções de vulcões.

b. Tecnológicos

São produzidos pela atividade desenvolvida pelo homem, tais como acidentes nucleares e vazamentos de produtos químicos, entre outros.

Mesmo que estes dois tipos de acidentes sejam praticamente independentes, em relação com as suas causas, em determinadas situações pode haver alguma relação entre as mesmas; por exemplo, uma tormenta forte que produz danos numa instalação industrial. Neste caso, além dos danos diretos

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causados pelo fenômeno natural, pode haver outras complicações como conseqüência do impacto causado na instalação afetada.

Da mesma forma, as intervenções do homem na natureza podem contribuir para que aconteçam os acidentes naturais; por exemplo, o uso e a ocupação do solo, de forma desordenada, podem acelerar os processos de deslizamento da terra.

Apesar disso, os acidentes naturais, em sua grande maioria, são de difícil prevenção; motivo pelo qual diversos países do mundo, principalmente aqueles onde tais fenômenos são mais constantes, já investiram em sistemas para o atendimento a estas situações.

Em casos de acidentes de origem tecnológica, é possível prevenir grande quantidade deles; por essa razão, deve-se trabalhar principalmente na prevenção destes episódios, sem esquecer-se da preparação necessária para intervir quando estes aconteçam.

Na década de 80, a preocupação com a prevenção de acidentes foi muito maior, sobretudo depois dos casos de Chernobil, Cidade do México e Bhopal, oportunidade em que aconteceram diferentes programas para cuidar dos aspectos preventivos e de intervenção nas emergências. Entre estes programas, pode-se ressaltar: The Emergency Planning and Community Right-to-Know Act (USEPA); CAER-Community Awareness and Emergency Response (Canadá) e APELL - Awareness and Preparedness for Emergency at Local Level (UNEP), entre outros.

A Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (CETESB), desde o final da década de 70, atua na prevenção e no atendimento a acidentes ambientais de origem tecnológica, causados por substâncias químicas e, até o momento, já atendeu mais de 3.000 casos.

Como reconhecimento ao trabalho realizado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) designaram a CETESB como Centro Colaborador da OPAS/OMS na Preparação para Emergências em Casos de Desastres, com a finalidade de transferir a tecnologia adquirida ao longo dos anos a outros países, em especial os da América Latina.

Este trabalho visa apresentar as atividades desenvolvidas por este Centro Colaborador e também as formas de integração entre as área de ambiente e saúde, para a prevenção e resposta aos acidentes ambientais que envolvem substâncias químicas.

3. Acidentes ambientais no estado de São Paulo, Brasil

No Estado de São Paulo, a CETESB contribui, desde 1978, nos aspectos preventivos e corretivos para evitar que aconteçam acidentes maiores nas atividades que compreendem a manipulação de substâncias químicas e também para diminuir os impactos ambientais, quando estes eventos acontecem.

No periodo comprendido entre 1978 e 1999, a CETESB, junto com outras entidades envolvidas na resposta a acidentes, atendeu um total de 3.360 casos, de acordo com o demosntrado na figura 1.

A figura 1 apresenta a distribuição percentual dos casos, de acordo com as atividades que causaram os acidentes, e a figura 2 apresenta a distribuição percentual das classes de risco dos produtos envolvidos.

Figura 1. Acidentes ambientais no Estado de São Paulo, 1978-1999

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Figura 2. Acidentes ambientais no Estado de São Paulo, classificados pelas classes de risco dos produtos

Nas figuras, pode-se ver que a participação da CETESB no atendimento aos acidentes ambientais com substâncias químicas foi crescendo a cada ano. Este fato não somente pode ser justificado em função das solicitações da comunidade como também porque, atualmente, existe uma maior conscientização em relação aos assuntos ambientais, e também, como resultado das atividades desenvolvidas por CETESB junto às outras áreas envolvidas no tema.

Com relação a algumas das atividades que causam acidentes, se observa que o transporte terrestre de produtos químicos é o responsável pela grande maioria dos acidentes e que a principal classe de risco é a dos líquidos inflamáveis.

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4. Prevenção dos acidentes ambientais

A prevenção dos acidentes ambientais com produtos químicos está íntimamente associada às ações inerentes às atribuições das entidades públicas que outorgam as licenças. Desta maneira é importante que, antes que seja autorizada a operação de uma empresa, cujas atividades representam um risco para a saúde da população e para o ambiente, se façam estudos de análise de riscos para garantir a segurança das instalações.

Em geral, um estudo de análise de risco pode ser dividido em quatro grandes etapas, que são:

a. Caraterização da empresa

Esta etapa tem por finalidade obter dados e informações relativas à empresa e à sua localização para auxiliar o desenvolvimento do estudo, além de permitir a familiarização dos técnicos com a empresa e com as características ambientais do local onde a mesma está ou será localizada.

b. Identificação dos riscos.

Esta etapa contempla a aplicação de técnicas para a identificação das possíveis causas e conseqüências dos acidentes, de forma que possam ser identificados e devidamente analisados os cenários ambientais mais significativos.

c. Análise de conseqüências e de vulnerabilidade

Nesta terceira etapa do trabalho, devem ser estimadas as possíveis conseqüências geradas pelos cenários acidentais identificados na etapa anterior. Por tanto, devem ser utilizados modelos matemáticos para a representação dos possíveis fenômenos, tais como: explosões, incêndios e vazamentos de gases tóxicos.

A avaliação da vulnerabilidade consiste em estudar os impactos causados ao ser humano e ao ambiente expostos a essas conseqüências, possibilitando, assim, estimar o risco da instalação ou da atividade em estudo.

d. Avaliação e gerenciamento de riscos

A última etapa do trabalho compreende a estimativa e a avaliação dos riscos associados à empresa, a partir de critérios de aceitabilidade previamente estabelecidos para a definição de medidas a serem utilizadas no gerenciamento destes riscos.

5. Atendimento a acidentes ambientais

As ações de resposta, para as situações de emergência que envolvam produtos químicos, devem contemplar os procedimentos gerais de ação e avaliação, bem como as rotinas específicas de controle, de acordo com os tipos dos possíveis cenários de acidentes.

Desta maneira, a resposta a uma situação de emergência que envolva produtos químicos deve contemplar, de forma geral, as seguintes etapas:

● Acionamento● Avaliação● Ações de combate● Medidas posteriores à emergência

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A atuação da CETESB em situações de emergência pelo vazamento de produtos químicos no ambiente, tem por finalidade diminuir os impactos causados por esses episódios, tanto nas atividades do processo industrial quanto no transporte e na armazenagem. Esta atividade é realizada pelo Setor de Operações de Emergência, da Divisão de Tecnologia de Riscos Ambientais, em conjunto com as Agências Ambientais instaladas nas diversas regiões do Estado de São Paulo.

Para atender a estes acionamentos, a CETESB mantém um sistema de plantões permanentes, durante as 24 horas do dia, para permitir a movimentação rápida do seu corpo de técnicos especializados, na resposta às emergências.

As ações desenvolvidas pela CETESB, durante o atendimento a acidentes ambientais, contemplam:

● Orientação a outros órgãos, tais como Defesa Civil, Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica, Corpo de Bombeiros e Órgãos de Trânsito, entre outros, com relação aos riscos existentes no local onde aconteceu o acidente, a fim de que se tomem as ações pertinentes para isolar e evacuar as áreas que apresentam risco e, desta maneira, controlar a situação;

● Monitorar o ar, a água e o solo das áreas afetadas ou onde exista risco potencial;● Coordenar, em conjunto com as outras entidades, as ações para a contenção, neutralização e

remoção dos produtos envolvidos, bem como dos resíduos gerados no evento; ● Aprovar e supervisionar os trabalhos de campo, a serem realizados pela fonte responsável pela

poluição, para a recuperação das áreas impactadas;● Aplicar as punições cabíveis, de acordo com a legislação vigente (Lei N0 997 do Estado de São

Paulo, de 1997, regulamentada pelo Decreto Estadual N0 8.468, de 1976).

6. Centro colaborador da OPAS/OMS

Em reconhecimento à notória especialização da CETESB na prevenção e resposta aos casos de acidentes ambientais com produtos químicos, a OMS e a OPAS designaram a CETESB como "Centro Colaborador na Preparação de Emergências em Casos de Desastres", para que a experiência adquirida ao longo dos anos possa ser partilhada com outros países e, desta maneira, se cumpra uma das missões da OMS e OPAS no que se refere à transferência de tecnologia na área de controle ambiental.

Desde a sua designação como Centro Colaborador, em 1992, a CETESB realiza uma série de atividades, em conjunto com o Programa de Preparativos para Casos de Desastres (PED) da OPAS/OMS, com a finalidade de transmitir a experiência a outras instituições dos países da América Latina.

A atribuições do Centro Colaborador são as seguintes:

● Apoiar institucionalmente os programas e políticas adotadas pelos organismos diretivos da OMS, a níveis mundial e regional;

● Prover ajuda para a formulação de planos para os casos de desastres tecnológicos que possam afetar o ambiente;

● Desenvolver metodologias e propiciar treinamentos para a administração dos casos de desastres tecnológicos que afetem o ambiente, incluindo-se exercícios simulados e material visual, entre outros;

● Apoiar outras entidades na resposta aos casos de acidentes com materiais perigosos;● Elaborar guias para as respostas às emergências relacionadas com produtos químicos.

Dentre as diversas atividades realizadas pelo Centro Colaborador, dirigidas à prevenção e à gerência dos acidentes ambientais que envolvam produtos químicos, podem-se destacar as seguintes:

● Manutenção do sistema de plantões permanentes para responder aos acidentes ambientais que

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envolvam produtos químicos;● Elaboração, implantação e gerenciamento de planos de contingência;● Treinamento e capacitação de grupos de técnicos para responder a acidentes ambientais;● Realização de cursos para a formação de agentes multiplicadores, para gerenciamento dos

acidentes químicos que envolvem substâncias químicas;● Realização de estudos de análise de risco nas instalações e em atividades perigosas;● Realização de estudos de toxicologia humana e saúde ambiental;● Realização de estudos de análise e de avaliação de riscos para a saúde humana e para o

ambiente; e● Elaboração de normas, diretrizes e apostilas técnicas.

7. Integração da área ambiental com a área de saúde

Pelo fato de que a população pode vir a ser exposta, na ocorrência de acidentes que envolvam produtos químicos potencialmente tóxicos, é imprescindível a integração das áreas de ambiente e saúde, especialmente com os centros de toxicologia. Isto é sumamente importante porque permitirá o diagnóstico das intoxicações e, além disso, porque será dado o apóio necessário aos grupos técnicos de resposta no campo.

A CETESB, como Centro Colaborador no âmbito do Programa de Preparativos para Casos de Desastres, estabeleceu contato com os setores pertinentes, a fim de integrar ações e implementar um plano de emergência no Município de São Paulo, numa primeira etapa. O objetivo principal é prevenir e diminuir os efeitos tóxicos à saúde humana, por acidentes que envolvam produtos perigosos.

O planejamento para resposta às emergências é uma atividade mutidisciplinar. Desta maneira, atualmente se busca manter uma estreita cooperação entre as autoridades das diferentes instituições envolvidas no planejamento e na resposta, incluindo-se organizações médicas, centros de informação toxicológica e organismos da área ambiental. Os recursos humanos e econômicos, bem como os equipamentos e materiais devem estar disponíveis para dar resposta aos acidentes. Por esta razão, a associação entre as instituições é um aspecto fundamental no processo de integração intersetorial ambiente e saúde.

Dentro deste contexto deve-se destacar a realização do "Curso sobre Prevenção, Preparação e Resposta para Desastres por Produtos Químicos Perigosos", pelo Centro Colaborador, cujo principal objetivo é proporcionar os conhecimentos teóricos e práticos para a implementação das ações nacionais e regionais, referentes aos preparativos para o atendimento aos casos de emergências e de desastres nos países das Américas.

No curso acima mencionado, conta-se também com a cooperação de profissionais das áreas de ambiente e saúde e, capacitam-se agentes multiplicadores de diversos países para a implementação de planos integrados de prevenção e de resposta a acidentes químicos.

8. Conclusões

A responsabilidade sobre a ocorrência de acidentes químicos é de quem causa esses acidentes; se bem que os responsáveis devam implementar programas para o gerenciamento dos riscos, na prevenção e na resposta, que satisfaçam às necessidades no caso de ocorrência desses acidentes para que os impactos possíveis sejam menores.

Por outro lado, é de responsabilidade dos organismos de governo, como representantes da comunidade, o controle, a fiscalização e o desenvolvimento de mecanismos técnicos e legais, compatíveis com os riscos relacionados das atividades que possam ser uma ameaça para a segurança e o ambiente.

Quando acontece um acidente ambiental, este pode ter uma repercussão significativa, tanto para a

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empresa quanto para o governo, e ambos serão culpados pela sociedade pelos impactos resultantes.

Cada vez, é mais evidente a conscientização da comunidade com relação a assuntos ambientais e, em um mundo globalizado como o atual, dentro de curto prazo não haverá mais espaço para empresas e atividades que não procurarem soluções para os seus problemas ambientais e de segurança. Desta forma, a "ferramenta" Análise de Risco deve ser cada vez mais difundida como um instrumento fundamental para a prevenção de acidentes ambientais e para o planejamento da resposta para situações de emergência.

As atividades de integração entre a área da saúde e do ambiente que o Centro Colaborador (CETESB/OPAS/OMS) realiza, evidentemente têm os seus resultados em ações concretas para a prevenção de acidentes ambientais em diferentes regiões da América Latina, principalmente em função do treinamento específico dos profissionais pertencentes às áreas de ambiente e de saúde.

9. Bibliografia

● CETESB. Centro Colaborador em Preparação de Emergência para Casos de Desastres. São Paulo, 1998.

● PNUMA/OIT/OMS. Programa Internacional de Segurança sobre Substâncias Químicas (PISSQ). Acidentes químicos: aspectos relativos à saúde. Guia para a preparação e resposta. Washington, 1998.

● CETESB. Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos. São Paulo, 2000.

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OS CENTROS DE INFORMAÇÃO, ASSESSORAMENTO E ASSISTÊNCIA TOXICOLÓGICA NAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Diego González Machín

Introdução | Situação atual na América Latina e no Caribe | Quais são as características necessárias para que um Centro seja útil nas emergências químicas? | Conclusão

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1. Introdução

O problema atual da grande quantidade de produtos químicos que são manipulados, transportados, armazenados e utilizados pelo homem, não deixa nenhum país do mundo sem receber o impacto que estes produtos têm sobre o ambiente e a saúde, especialmente quando estes estão envolvidas em acidentes que põem em perigo uma grande quantidade de vidas humanas e que afetam o ambiente e as propriedades.

Um dos elementos que marca o êxito das atividades de resposta a uma emergência e que reduz o seu impacto, consiste em contar com meios adequados que garantam uma informação rápida, eficiente e de qualidade. Dois tipos de Centros realizam esta função: os Centros de Resposta Química e os Centros de Informação Toxicológica.

A América Latina é um dos alvos principais da ação dos produtos químicos, pela grande diversidade e quantidade com que são utilizados e devido aos limitados recursos que têm os países. Nem todos podem desenvolver os dois tipos de Centros acima citados. Portanto, é muito importante que somente um tipo possa desenvolver várias funções. Os Centros de Informação Toxicológica são os mais comuns na Região. Por isso, a função de oferecer apoio nas emergências químicas são atribuídas a eles, cada vez mais.

2. Situação atual na América Latina e no Caribe

1. Países que têm mais de um Centro

Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, México e Venezuela.

Vistas as extensões territoriais e as populações existentes nestes países, vários Centros foram desenvolvidos em cada um deles; por exemplo, o Brasil tem atualmente 32 Centros, e a Argentina 15.

2. Países que têm um Centro

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Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Paraguai, Peru, Suriname e Uruguai.

3. Países onde não existem CITs mas têm projetos de criação

Bolívia, Honduras, Panamá e República Dominicana.

Na América Latina e no Caribe, os Centros têm diferentes graus de desenvolvimento, tanto em infra-estrutura como em recursos materiais e humanos. Os profissionais dos Centros pertencem a diferentes disciplinas mas, na maioria, são médicos com formação toxicológica e farmacêuticos. Além disso, para formar grupos multidisciplinares, também foram incorporados químicos, bioquímicos, biólogos e farmacologistas.

A localização dos Centros também varia. Na maioria dos casos, eles estão situados nos hospitais e nas universidades, mas também temos Centros instalados nos Ministérios da Saúde e nos Ministérios da Indústria.

Os serviços prestados pelos Centros geralmente estão relacionados com a informação, o assessoramento toxicológico, ações de prevenção, capacitação, pesquisa, etc.

As diretrizes de funcionamento dos Centros de Informação Toxicológica foram desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde, através do seu Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas (IPCS/OMS)

3. Quais são as características necessárias para que um Centro seja útil nas emergências químicas?

Que o pessoal seja capacitado.

Que o serviço de informação toxicológica tenha bibliotecas básicas e trabalhe as 24 horas do dia e os 365 dias do ano.

Que o mesmo possa alertar as autoridades, pois, em muitas ocasiões, a consulta sobre a emergência é feita diretamente ao Centro.

Que a sua localização seja preferencialmente em um hospital, onde as vítimas da emergência possam ser acolhidas para receber assistência médica especializada.

Que tenha um Bancos de Antídotos : O alto custo dos antídotos faz com que seja impossível que os mesmos estejam disponíveis em todos os hospitais de um país. Porém, os Centros Toxicológicos normalmente têm um banco de antídotos e, pelo menos, um estoque de emergência que pode estar disponível quando ocorrer um acidente.

Que tenha um Laboratório Toxicológico : Nem todos os Centros têm Laboratórios de Toxicologia. Porém, quando tiver um Laboratório Toxilógico, em caso de emergências, este poderá ajudar na identificação do material perigoso envolvido, o que facilitará o manejo das vítimas de intoxicação e das ações que serão tomadas nos locais afetados.

Que possa promover o Ensino e Capacitação : Essas são atividade nas quais os Centros podem ajudar, segundo sua experiência em substâncias químicas, durante as etapas de preparação e manuseio dos equipamentos que serão usados durante uma emergência, tanto pelos primeiros envolvidos na resposta (policiais, bombeiros, paramédicos) como pelos profissionais da saúde.

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Além das ações de assessoramento e assistência toxicológica, que são inerentes ao trabalho feito diariamente por um Centro de Informação, há outras atividades nas quais o Centro pode participar como membro dos grupos multidisciplinares, por exemplo:

A elaboração dos planos de resposta;

A criação de inventários de instalações perigosas.

A participação em simulações, como meio para provar planos e capacitar a todos os que intervêm na emergência.

A criação e a manutenção de bancos de dados, dos registros nacionais e regionais relativos aos relatórios das emergências.

4. Conclusão

Considerando o anteriormente exposto, concluímos que os Centros de Informação Toxicológica são de vital importância na prevenção, preparação e resposta a uma emergência química.

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PREVENÇÃO

Classificação e identificação de produtos perigosos Rodolfo Arias, CIESS-México

Perigos associados às classes de risco químico Edson Haddad, CETESB- Brasil

Noções básicas de toxicologia aplicadas às emergências Nilda Fernícola, CETESB- Brasil

A informação nas emergências químicas Diego González Machín, CEPIS/OPAS

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CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS

Rodolfo Arias Díaz

Introdução | Sistema padrão para a identificação de risco de incêndio de produtos perigosos (NFPA 704) | Sistema de identificação dos produtos perigosos UN/DOT/CANUTEC | Sistema de identificação de produtos perigosos | Simbolos e cores. Características de identificação dos produtos perigosos | Bibliografia

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1. Introdução

As atividades que são necessárias para controlar uma emergência com produtos perigosos baseiam-se na identificação dos produtos ou substâncias perigosas envolvidas. A facilidade e rapidez para fazê-la varia extremamente em contraste com não ter sistema nenhum de identificação.

Em alguns casos, os painéis de segurança (placas) e os rótulos de risco (etiquetas), papéis de embarque (nota fiscal e ficha de emergência) e o conhecimento sobre as substâncias armazenadas na instalação ou o relatório de uma testemunha ocular, podem facilitar o processo de identificação. Em outros casos, pode-se perder muito de tempo para identificar um ou vários produtos envolvidos em um acidente.

Quando não se conhece quais são os produtos envolvidos, deve-se supôr que uma situação grave existe e devem ser tomadas as medidas de segurança e precauções máximas para prevenir qualquer efeito indesejável no pessoal de emergência ou em qualquer outra pessoa na área. Uma vez que o produto foi identificado, pode-se determinar os riscos associados a este, e pode-se fazer uma avaliação do seu potencial impacto. As medidas de controle mais adequadas para este tipo de produto e o seus riscos podem ser estabelecidas, bem como as medidas de segurança tanto para o pessoal que participa da emergência como para o resto das pessoas, com respeito aos riscos que estão expostos.

Os produtos perigosos são transportados e armazenados freqüentemente em grandes quantidades. Uma fuga acidental desses produtos representa um risco potencial para as pessoas e o meio ambiente. O acidente pode ser tratado mais rapidamente quando o produto perigoso é identificado e caracterizado específicamente. Infelizmente, o conteúdo dos tanques ou caminhões de armazenamento talvez não tenha sido especificado nem adequadamente identificado. Provavelmente os papéis de embarque ou registros não estejam disponíveis. Até mesmo com essa informação, uma pessoa com conhecimento técnico e experiência é necessária para indicar os riscos e a gravidade.

Devido à necessidade imediata da informação ligado ao produto perigoso, vários sistemas de identificação destes produtos têm sido desenvolvidos. Todos ajudam para que aqueles que participam no acidente enfrentem com rapidez e segurança um problema que pode gerar riscos à saúde e/ou ao meio ambiente.

O primeiro sistema que será apresentado é aquele proposto pela Associação Nacional de Proteção ao Fogo "National Fire Protection Association" (NFPA) e de maneira específica o Sistema de Normas para a identificação

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de Riscos de Incêndio de Produtos, NFPA 704, o qual é utilizado para tanques de armazenamento e recipientes pequenos (instalações permanentes). O segundo sistema é utilizado exclusivamente para depósitos e tanques transportados para a comercialização dos produtos perigosos. O Departamento de Transporte (DOT) dos Estados Unidos da América é o responsável deste sistema, apoiado nas recomendações do sistema de classificação proposto pelas Nações Unidas. A aplicação deste sistema baseia-se no uso de plainéis de segurnaça e rótulo de risco.

2. Sistema padrão para a identificação de risco de incêndio de produtos perigosos (NFPA 704)

O sistema de informação baseia-se no "capítulo da 704", que representa visualmente a informação sobre três categorias de risco: para a saúde, inflamabilidade e reação, além do nível de gravidade de cada um. Também indica dois riscos especiais: a reação com a água e o seu poder oxidante. O capítulo oferece uma informação imediata, até mesmo às custas de certa precisão e não se deve ver nele só o que indica estritamente. O sistema padronizado usa números e cores como aviso para definir os riscos básicos de um produto perigoso. A saúde, a inflamabilidade e a radioatividade estão identificadas e classificadas em uma escala de 0 a 4, dependendo do grau de risco que apresentem.

As classificações de produtos químicos individuais podem ser encontrados no "guia para produtos perigosos" da NFPA.

Essa informação pode ser útil, não só em emergências mas também durante as atividades de assistência a longo prazo, quando é necessário caracterizar a avaliação.

Resumo do Sistema de Classificação de Perigos (NFPA)

● Perigos à saúde (azul)

Nº DESCRIÇÃO EXEMPLOS 4 Produtos que em pouco tempo podem causar a morte ou danos

permanentes, mesmo que a pessoa afetada tenha recebido assistência médica rapidamente.

● Acrilonitrila● Bromo● Paration

3 Produtos que em curto tempo podem causar danos temporais ou residuais, mesmo que a pessoa afetada tenha recebido assistência médica rápidamente.

● Anilina● Hidróxidos● Ácido Sulfúrico

2 Produtos que sob exposição intensa ou constante podem causar incapacidade temporal ou possíveis danos residuais a não ser que a pessoa afetada receba assistência médica rápidamente

● Bromobenzeno● Piridina

1 Produtos que sob exposição causam irritação, mas só lesões residuais leves, mesmo que a pessoa não receba tratamento.

● Acetona

0 Produtos que sob exposição ao fogo não oferecem perigo além daquele que poderia ser causado por um produto combustível ordinário.

● Metanol

● Perigos de inflamabilidade (incêndio)

Nº DESCRIÇÃO EXEMPLOS

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4 Produtos que se evaporam rápida ou totalmente com a pressão atmosférica e na temperatura ambiente normal e se queimam fácilmente no ar.

● 1.3 Butadieno● Propano● Óxido de Etileno

3 Líquidos e sólidos que podem ignizar-se temperatura ambiente. ● Fósforo● Acrilonitrila

2 Produtos que devem ser aquecidos moderadamente ou ser expostos a temperatura ambiente relativamente alta antes que a ignição seja produzida

● 2-Butanona● Querosene

1 Produtos que devem ser pré-aquecidos antes que a ignição seja produzida

● Sódio● Fósforo vermelho

0 Produtos que não ignizam

● Perigos de reatividade (amarelo)

Nº DESCRIÇÃO EXEMPLOS 4 Produtos que podem detonar facilmente ou que se decompõem de

maneira explosiva ou reagem a temperaturas e pressões normais. ● Peróxido de Benzoila● Ácido pícrico

3 Produtos que podem ter uma reação de detonação ou explosão mas precisam de uma forte fonte de ignição ou devem ser aquecidos e confinados antes do início ou reagem explosivamente com a água.

● Diborano● Óxido de Etileno● 2-Nitro● Propadieno

2 Produtos que normalmente são instáveis e sofrem facilmente uma mudança química violenta mas não detonam ou podem reagir violentamente com a água, ou podem formar misturas potencialmente explosivas com a água.

● Acetaldeído● Potássio

1 Produtos que normalmente são estáveis, mas podem se tornar instáveis em temperaturas altas ou reagir com alguma liberação de energia mas não violentamente.

● Éter etílico sulfúrico

0 Produtos que normalmente são estáveis, até quando são expostos ao fogo e que não reagem com a água.

● Especial (fundo branco)

O fundo branco foi feito para oferecer informação especial sobre o produto químico. Por exemplo, pode indicar que o material é radioativo, neste caso o símbolo correspondente e internacionalmente aceito é utilizado. Se o material é reativo utiliza-se um W atravessado por um traço indicando que um material pode ter uma reação perigosa quando entra en contato com a água. Não quer dizer "não utilize a água", visto que algumas formas de água, névoa ou água finamente espalhada podem ser utilizados em muitos casos. O que realmente significa este sinal é: A água pode gerar certos riscos, então deverá utilizá-la com muito cuidado até estar devidamente informado. As letras OX indicam a existência de um oxidante, ALC indica materiais alcalinos e ACID ácido, CORR indica corrosivos e o símbolo internacional para os materiais radioativos.

3. Sistema de identificação dos produtos perigosos UN/DOT/CANUTEC

A administração do transporte de produtos perigosos do Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT), regulamenta mais de 1.400 produtos perigosos. As regulamentações exigem rótulos de risco em

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recipientes pequenos e painéis de segurnaça em tanques e reboques. Os rótulos e painéis indicam a natureza do risco que o produto possui. A classificação utilizada nestes sinais baseiam-se em diferentes tipos de riscos definidos pelos especialistas das Nações Unidas.

O número de risco dos produtos se encontram na parte superior dos painéis de segurança no vértice inferior dos rótulos.

Para facilitar a intervenção em acidentes que envolvem produtos perigosos, utilizam-se painéis de segurança para a identificação com o uso de quatro dígitos. Este número consta da tabela de produtos perigosos das regulações do DOT, 49 CFR 172.101. Este número de identificação (ID/UN) deve ser escrito também nos documentos de embarque ou declarações de carga. No caso de um acidente, será muito mais fácil obter o número de identificação do painel de segurança do que aqueles contidos nos documentos de embarque. Uma vez obtido o número, pode-se examinar a "guia de resposta inicial à emergência" do DOT dos Estados Unidos ou do CANUTEC, Canadá. Estes guias descrevem os procedimentos adequados e as precauções a serem requeridas em um atendimento envolvendo produto perigoso com um número de ID/UN. O sistema de DOT/CANUTEC está mais atualizado, colaborando com as equipes nas respostas ao acidente, em contraste com o NFPA. Porém, utilizar os dois sistemas quando se responde a um acidente com produtos perigosos, auxiliará a identificar e caracterizar corretamente as substâncias envolvidas.

4. Sistema de identificação de produtos perigosos

Nro. Classe de Perigo

Nações Unidas DESCRIÇAO

1 Explosivos 2 Gases inflamáveis, não inflamáveis e não tóxicos 3 Líquidos inflamáveis 4 Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a combustão espontânea e substâncias, em

contato com a água emitem gases inflamáveis 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos 6 Substâncias tóxicas (venenosas) e substâncias infectantes 7 Materiais radioativos 8 Corrosivos 9 Substâncias perigosas diversas

5. Simbolos e cores. Características de identificação dos produtos perigosos

Dos mais de 1.400 produtos perigosos regulamentados pela administração de transporte do DOT e segundo os regulamentos da mesma administração no Título 49, código de regulamentos federais, parte 172, sub-parte f, utilizam-se de símbolos e cores específicas nos rótulos de riscos que devem ser colocados nos tanques e reboques, bem como nos recipientes e embalagens que transportam produtos perigosos. Os regulamentos do DOT são aplicados ao transporte de produtos perigosos tanto dentro como entre os estados da União Americana. A partir dos útlimos anos da década de 80 e início dos anos 90, muitos países da Região têm executado esta regulamentação no transporte e armazenagem dos produtos perigosos.

Os painéis de segurança e os rótulos de risco indicam a natureza do risco que representa a carga. A classificação utilizada para os rótulos e painéis se baseiam nos riscos naturais que apresentam os produtos segundo as características físicas, químicas e toxicológicas. O número de risco das Nações Unidas se encontra na parte superior do painel de segurança e no vértice inferior do rótulo de risco.

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Cada produto perigoso possui um número de identificação. Os números precedidos pelas letras "UN" (classificação das Nações Unidas) estão associados às descrições consideradas adequadas tanto para a carga internacional como para dentro do país. Os produtos perigosos precedidos pelas letras "NA" estão associados às descrições que não estão reconhecidas como carga internacional, exceto para ou desde o Canadá. Cada painel de segurança, rótulo de risco ou nota fiscal e ficha de emergência devem conter o número de risco UN e IMO (Organização Marítima Internacional) e quando seja adequado, o número da subclasse. O número deverá ser preto ou de alguma outra cor autorizada e localizada no ângulo inferior do rótulo, ou na especificação do produto perigoso nas notas fiscais. O número deve medir meia polegada (12.7 mm) ou menos de altura. Em certos casos, o número de classe ou subclasse pode substituir o nome escrito da classe de risco na inscrição do documento de envio. Os números das classes e subclasses das Nações Unidas têm os seguintes significados.

Tabela 1

Classe 1 Explosivos Subclasse 1.1 Explosivos com perigo de explosão e massa Subclasse 1.2 Explosivos com perigo de projeção Subclasse 1.3 Explosivos com perigo predominante de incêndio Subclasse 1.4 Explosivos com perigo de explosão não significativa Subclasse 1.5 Explosivos muito sensíveis Subclasse 1.6 Explosivos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa

Classe 1 Explosivos Símbolo Bomba preta explodindo; fundo alaranjado e texto preto. Subclasse 1.1 Materiais que têm um risco de explosão de toda a massa (se estende de maneira

praticamente instantânea à totalidade da carga). Subclasse 1.2 Materiais que têm o risco de projeção mas não um risco de explosão de toda a

massa. Subclasse 1.3 Materiais que tem risco de incêndio e o risco que pequenos efeitos de onda sejam

produzidos, choque ou projeção ou os dois efeitos, mas não o risco de explosão de toda a massa.

Incluem-se nesta divisão os seguintes materiais:

a. Aqueles cuja combustão produz uma radiação térmica considerável;b. Aqueles que ardem sucessivamente, com pequenos efeitos de onda,

choque ou projeção ou com os dois efeitos.

Subclasse 1.4 Materiais que não têm nenhum risco considerável. Subclasse 1.5 Materiais muito insensíveis que apresentam risco de explosão de toda a massa. Subclasse 1.6 Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa

Classe 2 Gases inflamáveis, não inflamáveis, não tóxicos e tóxicos Subclasse 2.1 Gás Inflamável Símbolo Chama preta ou branca; fundo vermelho e texto preto Subclasse 2.2 Gás não inflamável, não tóxico

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Símbolo Cilindro de gás preto ou branca, fundo verde e texto preto Subclasse 2.3 Gás tóxico Símbolo Caveira e tíbias pretas cruzadas, fundo branco e texto preto.

Classe 3 Líquidos inflamáveis Símbolo Chama preta ou branca, fundo vermelho e texto preto Subclasse 3.1 Líquidos com ponto de inflamabilidade baixo Subclasse 3.2 Líquidos com ponto de inflamabilidade medio. Inclui os líquidos cujo ponto de

inflamabilidade é igual ou superior a 18º C e inferior a 23º C Subclasse 3.3 Líquidos com ponto de inflamabilidade alto. Inclui os líquidos cujo ponto de

inflamabilidade é igual ou superior a 23º C mas não superior a 61º C

Classe 4 Sólidos inflamáveis, substâncias sujeitas a combustão espontânea, substância que em contato com a água emitem gases inflamáveis

Subclasse 4.1 Sólidos inflamáveis Símbolo Chama preta, fundo branco com sete barras vermelhas verticais e texto preto. Subclasse 4.2 Substância sujeitas a combustão espontânea

Materiais que podem apresentar combustão espontânea. Símbolo Chama preta com fundo branco (metade superior), fundo vermelho (metade inferior)

e texto preto. Subclasse 4.3 Substâncias que em contato com a água emitem gases inflamáveis

Perigo ao contato com a água ou com o ar

Materiais que ao contato com a água ou com o ar, desprendem gases inflamáveis. Símbolo Chama preta com fundo azul e texto preto.

Classe 5 Substâncias oxidantes e peróxidos orgânicos Subclasse 5.1 Substâncias oxidantes

Materiais que não são necessariamente combustíveis em si mesmos, embora possam acrescentar o risco de incêndio e outros materiais com os que entram em contato ou a intensidade com que estes reagem quando liberam oxigênio ou através de outros processos semelhantes.

Símbolo Chama sobre um círculo preto, fundo amarelo e texto preto.

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Subclasse 5.2 Peróxidos orgânicos.

Materiais orgânicos de estrutura bivalente 0-0 que são considerados derivados do peróxido de hidrogênio, nos quais um ou os dois átomos de hidrogênio tenham sido substituídos por radicais orgânicos que podem experimentar uma decomposição exotérmica auto acelerada. Além disso, estes têm uma ou várias das seguintes características;

● Ser susceptíveis de experimentar decomposição explosiva ● Arder rápidamente.● Ser sensíveis ao impacto ou à esfregação● Reagir perigosamente com outras substâncias.● Produzir lesões nos olhos.

Símbolo Chama sobre um círculo preto, fundo amarelo e texto preto.

Classe 6 Substâncias tóxicas (venenosas) e infectantes Subclasse 6.1 Tóxicas: grupos de risco I e II

Materiais que podem causar a morte ou podem produzir efeitos gravemente prejudiciais para a saúde do ser humano se forem ingeridas ou inaladas ou se entrarem em contato com a pele

Símbolo Caveira e tíbias pretas cruzadas, fundo branco e texto preto. Subclasse 6.1 Nocivos, evitar o contato com os alimentos. Grupo de perigo III. Símbolo Espiga de milho cruzada por um "X" preto, fundo branco e texto preto. Subclasse 6.2 Substância infectante

Materiais que contêm microorganismos patogênicos Símbolo Três círculos que interceptam outro círculo central preto, fundo branco e texto preto.

Só é aplicável para etiquetas.

Classe 7 Materiais Radioativos Categoria 1 Branca Símbolo Trevo preto, fundo amarelo (metade superior), texto obrigatório (metade inferior),

"radioativo", "conteúdo...", "Atividade..." Pretos, categoria vermelha e fundo branco. Categoria 2 Amarela Símbolo Trevo preto, fundo amarelo (metade superior) texto obrigatório (metade inferior em

branco) "radioactivo", "conteúdo...", "Atividade..." Em preto, categoria em vermelho e fundo branco. Em um quadro preto "índice de transporte".

Classe 8 Corrosivos

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Materiais sólidos ou líquidos que em estado natural têm em comum a propriedade de causar lesões mais ou menos graves nos tecidos vivos. Se uma fuga de um destes materiais é produzida, o seu recipiente e/ou embalagem, também podem deteriorar outras mercadorias ou causar danos no sistema de transporte. Símbolo Líquido que escoa de dois tubos de ensaio sobre uma mão e uma lâmina de metal

preta, fundo branco (metade superior) e fundo preto (metade inferior) e texto branco.

Classe 9 Substâncias perigosas diversas Este tipo não está incluído nas classificações anteriores. Possui características especiais; nesta situam-se todos os materiais que por suas características não podem ser classificados nos oito tipos anteriores. Símbolo Sete barras verticais pretas, fundo branco (metade superior) e texto preto, fundo

branco (metade inferior), número nove sublinhado

6. Bibliografia

● Dirección General de Puertos y Costas. Curso sobre manejo, transporte y almacenamiento de mercancías peligrosas en zonas portuarias. 1986

● Organización de Aviación Civil Internacional. Instrucciones técnicas para el transporte sin riesgo de mercancías peligrosas por vía área. 1989-1990.

● Organización Marítima Internacional. Código marítimo internacional de mercancías peligrosas. 1987.

● Centro Panamericano de Ecología Humana y Salud. Respuestas iniciales en casos de emergencias. CANUTEC. 1989.

● EPA. Agencia de Protección Ambiental de los Estados Unidos. Curso de adiestramento de reacción a los accidentes con materiales peligrosos. 1990.

● Norma Oficial Mexicana. Envase y embalaje de materiales peligrosos. Sistema de señalización en casos de fuego para materiales peligrosos. 1987.

● National Fire Protection Association. Sistema estandarizado para la identificación en casos de fuego para materiales peligrosos. 1987.

● Centro Panamericano de Ecología Humana y Salud. Curso Nivel 1. Identificación y detección de mercancías peligrosas. 1989.

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PERIGOS ASSOCIADOS ÀS CLASSES DE RISCO QUÍMICO Edson Haddad

Introdução | Riscos químicos | Bibliografia consultada

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Power Point Modulo deperguntas

e respostas

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1. Introdução

Incidentes envolvendo produtos químicos requerem sempre cuidados e medidas específicas a serem desencadeadas para o controle das diferentes situações que podem ocorrer, razão pela qual a intervenção de pessoas devidamente capacitadas e equipadas é fundamental para o sucesso destas operações.

Outro fator de suma importância é o conhecimento dos riscos e das características específicas dos produtos envolvidos, razão pela qual a ONU - Organização das Nações Unidas agrupou os mesmos em nove classes distintas. A seguir, serão abordados os principais aspectos a serem observados nos acidentes de acordo com as classes de risco dos produtos envolvidos.

2. Riscos químicos

2.1 Explosivos

O explosivo é uma substância que é submetida a uma transformação química extremamente rápida, produzindo simultaneamente grandes quantidades de gases e calor. Devido ao calor, os gases liberados, por exemplo nitrogênio, oxigênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono e vapor d'água, expandem-se a altíssimas velocidades provocando o deslocamento do ar circunvizinho, gerando um aumento de pressão acima da pressão atmosférica normal (sobrepressão).

Muitas das substâncias pertencentes a esta classe são sensíveis ao calor, choque e fricção, como por exemplo azida de chumbo e o fulminato de mercúrio. Já outros produtos desta mesma classe, necessitam de um intensificador para explodirem.

De acordo com a rapidez e a sensibilidade dos explosivos, podem ocorrer dois tipos de explosões: detonação e deflagração.

A detonação é um tipo de explosão onde a transformação química ocorre muito rapidamente, sendo que a velocidade de expansão dos gases é muito superior à velocidade do som naquele ambiente (da ordem de Km/s). Já a deflagração é um tipo de explosão onde a transformação química é bem mais lenta, sendo que a velocidade de expansão dos gases é, no máximo, a velocidade do som naquele ambiente. Neste caso pode surgir a combustão.

A detonação é caracterizada por apresentar picos de pressão elevada num período extremamente pequeno de tempo, enquanto que a deflagração comporta-se de maneira oposta.

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A sobrepressão gerada a partir de uma explosão pode atingir valores elevados, provocando danos destrutivos a edificações e pessoas. A sobrepressão é normalmente expressa em bar e a tabela abaixo apresenta alguns valores característicos de danos às estruturas:

Tabela 1 - Valores de sobrepressão característicos de danos às estruturas

Sobrepressão (bar) Danos às estruturas 0,3 Catastróficos0,1 Graves

0,03 100% de ruptura de vidros0,01 10% de ruptura de vidros

Entende-se por danos catastróficos às estruturas aqueles onde ocorre o seu colapso, deixando o local sem condições de uso. Danos graves não comprometem a estrutura como um todo, ou seja, é a ocorrência de uma rachadura, queda de telhado, porta danificada (arrancada) etc.

É importante notar que o valor de 0,3 bar representa 3 metros de coluna d'água, que é um valor que normalmente não provoca "danos" às pessoas. Isto significa que as pessoas são mais resistentes à sobrepressão do que as estruturas, uma vez que o homem não é uma estrutura rígida permitindo dessa forma que o impacto seja absorvido pelo organismo.

O dano mais comum provocado por uma explosão ao homem é a ruptura de tímpano que ocorre a valores acima de 0,4 bar de sobrepressão.

Por ser a explosão um fenômeno extremamente rápido e incontrolável, as medidas a serem desencadeadas durante o atendimento a acidentes com produtos deste tipo deverão ser de caráter preventivo. Tais medidas incluem o controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura (calor), choque e fricção.

Em casos de incêndio, além do risco iminente de explosão, pode-se ter a emanação de gases tóxicos e/ou venenosos. Nestes casos, a proteção respiratória adequada é o equipamento autônomo de respiração a ar comprimido, além de roupas especiais.

Nos incêndios envolvendo substâncias explosivas, estes equipamentos oferecem proteção limitada devido à natureza do produto, ou seja, são eficientes apenas para a proteção contra gases gerados pelo incêndio, e não para os efeitos decorrentes de uma eventual explosão.

Outro aspecto importante, diz respeito ao atendimento onde a explosão já tenha ocorrido. De acordo com as características do produto envolvido, nem toda carga envolvida pode ter sido consumida pela explosão, podendo, portanto, existirem nas imediações do local da ocorrência produtos intactos, razão pela qual a operação de remoção dos explosivos deve ser realizada sempre manualmente e com todo o cuidado requerido.

2.2 Gases

Gás é um dos estados da matéria. No estado gasoso a matéria tem forma e volume variáveis. A força de repulsão entre as moléculas é maior que a de coesão. Os gases são caracterizados por apresentarem baixa densidade e capacidade de se moverem livremente.

Diferentemente dos líquidos e sólidos, os gases expandem-se e contraem-se facilmente quando alteradas a pressão e/ou temperatura.

Independente do risco apresentado pelo produto, seu estado físico representa por si só uma grande preocupação, uma vez que os gases expandem-se indefinidamente até ocuparem todo o recipiente que os contém. Em caso de

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vazamento, os gases tendem a ocupar todo o ambiente mesmo quando possuem densidade diferentes à do ar.

Além do risco inerente ao estado físico, os gases podem apresentar riscos adicionais, como por exemplo inflamabilidade, toxicidade, poder de oxidação e corrosividade, entre outros.

Alguns gases, como por exemplo o cloro, apresentam odor e cor característicos, enquanto que outros, como é o caso do monóxido de carbono, não apresentam odor ou coloração, o que pode dificultar a sua identificação na atmosfera, bem como as ações de controle quando de um eventual vazamento.

Como foi visto no início deste item, os gases sofrem grande influência quando expostos a variações de pressão e/ou temperatura. A maioria dos gases podem ser liquefeitos com o aumento da pressão e/ou diminuição da temperatura. A amônia, por exemplo, pode ser liquefeita quando submetida a uma pressão de aproximadamente 8 kgf/cm2 ou quando submetida a uma temperatura de aproximadamente -33,4 oC.

Quando liberados, os gases mantidos liquefeitos por ação da pressão e/ou temperatura, tenderão a passar para seu estado natural nas condições ambientais, ou seja, estado gasoso. Durante a mudança do estado líquido para o estado gasoso, ocorre uma alta expansão do produto gerando volumes gasosos muito maiores do que o volume ocupado pelo líquido. A isto se denomina taxa de expansão. O cloro por exemplo, tem uma taxa de expansão de 457 vezes, ou seja, um volume de cloro líquido gera 457 volumes de cloro gasoso.

Com a finalidade de reduzir a taxa de evaporação do produto, poderá ser aplicada uma camada de espuma sobre a poça formada, desde que este material seja compatível com o produto vazado.

Em função do acima exposto, nos vazamentos de produtos liquefeitos deverá ser adotada a preferência ao vazamento na fase gasosa ao invés do vazamento na fase líquida.

Uma propriedade físico-química relevante a ser considerada no atendimento a vazamentos dos gases é a densidade do produto em relação à densidade do ar. Gases mais densos que o ar tendem a se acumular ao nível do solo e, conseqüentemente, terão sua dispersão dificultada quando comparada à dos gases com densidade próxima ou inferior à do ar.

Um outro fator que também dificulta a dispersão dos gases é a presença de grandes obstáculos, como por exemplo as edificações nas áreas urbanas.

Alguns gases considerados biologicamente inertes, ou seja, que não são metabolizados pelo organismo humano, sob certas condições podem representar riscos ao homem. Todos os gases exceto o oxigênio, são asfixiantes. Grandes vazamentos mesmo de gases inertes, reduzem o teor de oxigênio dos ambientes fechados, causando danos que podem culminar na morte das pessoas expostas.

Assim, em ambientes confinados deve-se monitorar constantemente a concentração de oxigênio. Nas situações onde a concentração de oxigênio estiver abaixo de 19,5 % em volume, deverão ser adotadas medidas no sentido de restabelecer o nível normal de oxigênio, ou seja, em torno de 21 % em volume. Estas medidas consistem basicamente em ventilação, natural ou forçada, do ambiente em questão.

Em função das características apresentadas pelo ambiente envolvido, a proteção respiratória utilizada deverá obrigatoriamente ser do tipo autônoma. Nessas situações é de fundamental importância o monitoramento freqüente do nível de oxigênio e dos possíveis gases presentes na atmosfera.

Especial atenção deve ser dada, quando o gás envolvido for inflamável, principalmente se este estiver confinado. Medições constantes dos índices de explosividade no ambiente, através da utilização de equipamentos intrinsecamente seguros, e a eliminação das possíveis fontes de ignição, constituem ações prioritárias a serem adotadas.

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De acordo com as características do produto envolvido, e em função do cenário da ocorrência, pode ser necessária a aplicação de neblina d'água para abater os gases ou vapores emanados pelo produto.

A operação de abatimento dos gases será tanto mais eficiente, quanto maior for a solubilidade do produto em água, como é o caso da amônia e do ácido clorídrico.

Vale lembrar que a água utilizada para o abatimento dos gases deverá ser contida, e recolhida posteriormente, para que a mesma não cause poluição dos recursos hídricos existentes na região da ocorrência.

Já para os produtos com baixa solubilidade em água, o abatimento através de neblina d'água também poderá ser utilizado, sendo que neste caso a mesma atuará com um bloqueio físico ao deslocamento da nuvem.

Deve-se ressaltar que a neblina d'água deverá ser aplicada somente sobre a nuvem, e não sobre as eventuais poças formadas pelo gás liquefeito, uma vez que a adição de água sobre as mesmas, provocará uma intensa evaporação do produto, gerando um aumento dos vapores na atmosfera.

Após o vazamento de um gás liquefeito, a fase líquida do produto estará a uma temperatura próxima à temperatura de ebulição do produto, ou seja, a um valor baixo suficiente para que, em caso de contato com a pele, provoque queimaduras.

Outro aspecto relevante nos acidentes envolvendo produtos gasosos é a possibilidade da ocorrência de incêndios ou explosões. Mesmo os recipientes contendo gases não inflamáveis podem explodir em casos de incêndio. A radiação térmica proveniente das chamas é, muitas vezes, suficientemente alta para provocar um aumento da pressão interna do recipiente, podendo causar sua ruptura catastrófica e, conseqüentemente, o seu lançamento a longas distâncias, causando danos às pessoas, estruturas e equipamentos próximos.

Em muitos casos, dependendo da análise da situação, a alternativa mais segura pode ser a não extinção do fogo, mas apenas seu controle, principalmente se não houver a possibilidade de eliminar a fonte do vazamento.

Certas ocorrências envolvendo produtos gasosos de elevada toxicidade ou inflamabilidade, exigem que seja efetuada a evacuação da população próxima ao local do acidente. A necessidade ou não da evacuação da população dependerá de algumas variáveis, como por exemplo:

● risco apresentado pelo produto envolvido;● quantidade do produto vazado;● características físico-químicas do produto (densidade, taxa de expansão, etc);● condições meteorológicas na região;● topografia do local;● proximidade a áreas habitadas.

2.2.1 Gases Criogênicos

Esse tipo de gás para ser liquefeito deve ser refrigerado a temperatura inferior a -150oC. Alguns exemplos destes gases encontram-se abaixo:

TABELA 2 - Exemplos de gases criogênicos e suas respectivas temperaturas de ebulição

Substância Temperatura de Ebulição Hidrogênio -253 oC Oxigênio -183 oC Metano -161,5oC

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Devido a sua natureza "fria", os gases criogênicos apresentam quatro riscos principais :

Riscos à Saúde

Os gases criogênicos, devido a baixa temperatura, poderão provocar severas queimaduras ao tecido, conhecidas por enregelamento, quando do contato com líquido ou mesmo com o vapor.

A formação de uma nuvem a partir de um gás criogênico sempre representará uma situação de risco, visto que a densidade do vapor será maior que a do ar, uma vez que a temperatura é muito baixa, o que provocará o deslocamento do ar atmosférico e, conseqüentemente, redução na concentração de oxigênio no ambiente.

Efeitos Sobre Outros Materiais

A baixa temperatura destes gases acarretará em situações de risco, uma vez que o simples contato do produto com outros materiais poderá danificá-los. Por exemplo, se houver contato do produto com tanques de armazenamento de produtos químicos, estes se tornarão quebradiços acarretando no vazamento do produto estocado.

Outro efeito significativo é a capacidade que os gases criogênicos têm para solidificar ou condensar outros gases. Não devemos esquecer que a temperatura de solidificação da água é de 0oC à pressão atmosférica. Isso quer dizer que a água presente na umidade atmosférica poderá congelar, e se isso ocorrer próximo a, por exemplo, uma válvula (que pode ser a do próprio tanque com vazamento), esta apresentará dificuldade para a realização de manobras.

Assim sendo, não se deve jamais, jogar água diretamente sobre um sistema de alívio ou válvulas de um tanque criogênico. Também não se deve jogar água no interior de um tanque criogênico pois a água atuará como um objeto superaquecido (ela está a 15 ou 20oC) acarretando na formação de vapores e portanto aumento da pressão interna do tanque.

Intensificação dos Riscos do Estado Gasoso

Além dos riscos inerentes ao próprio estado gasoso, já contemplado anteriormente, o vazamento de um gás criogênico poderá intensificar tais riscos.

Por exemplo, o vazamento de oxigênio liquefeito acarretará no aumento da concentração deste produto no ambiente o que poderá causar a ignição espontânea de certos materiais orgânicos. Por tal razão, não devem ser utilizadas roupas de material sintético (náilon) e sim roupas de algodão. Um aumento de 3% na concentração de oxigênio provocará um aumento de 100% na taxa de combustão de um produto.

O hidrogênio, por sua vez, pode impregnar-se em materiais porosos, tornando-os mais inflamáveis que nas condições normais.

Alta Taxa de Expansão na Evaporação

Os gases criogênicos quando expostos à temperatura ambiente tendem a se expandir gerando volumes gasosos muito superiores ao volume de líquido inicial.

Para o nitrogênio, um litro de produto líquido gera 697 litros de gás, enquanto que para o oxigênio a proporção é de 863 vezes. Desta forma, fica claro que os recipientes contendo gases criogênicos jamais poderão ser aquecidos ou terem seu sistema de refrigeração danificados sob pena de ocorrer a superpressurização do tanque, sendo que os sistemas de alívio poderão não suportar a demanda de vapores acarretando na ruptura do tanque.

A nuvem gerada pelo vazamento de um gás criogênico será fria, invisível (a parte visível não indica a extensão total da nuvem), dificultará a visibilidade e tenderá a se acumular sobre o solo pois a densidade do produto será maior que

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a do ar devido a baixa temperatura. Desta forma, algumas regras básicas deverão ser seguidas rigorosamente quando do atendimento a um acidente envolvendo um gás criogênico, entre as quais destacamos:

● aproxime-se e trabalhe nas áreas livres do derramamento; ● evite entrar na nuvem. Se o fizer utilize roupas herméticas não porosas, máscara autônoma de respiração,

luvas de amianto ou de couro e botas de borracha;● utilize neblina d'água para conter a nuvem e fortes jatos para resfriar os tanques expostos ao fogo. Não

direcione água aos sistemas de alívio de pressão ou nas poças de produto;● evacue grandes áreas (600 m) de um tanque criogênico em chamas. Não apague o fogo a menos que o fluxo

de gás possa ser estancado;● em caso de queimaduras, lave a área com água morna, afrouxe as roupas e encaminhe a vítima ao hospital;● atente para estancar o vazamento, mas se houver dúvida, controle a situação até que um técnico da empresa

fabricante do produto, com conhecimento mais especializado, compareça ao local.

Os assuntos abordados neste capítulo levaram em consideração apenas os riscos inerentes ao estado físico do produto, ou seja, não foram considerados de maneira detalhada os riscos intrínsecos dos produtos, como por exemplo a inflamabilidade, toxicidade ou corrosividade.

As ações específicas a serem desencadeadas de acordo com o risco apresentado pelo produto, serão descritas nos respectivos capítulos.

2.3 Líquidos Inflamáveis

Para uma resposta mais segura às ocorrências envolvendo líquidos inflamáveis faz-se necessário o pleno conhecimento de algumas propriedades físico-químicas dos mesmos, antes da adoção de quaisquer ações. Essas propriedades, assim como suas respectivas aplicações, estão descritas a seguir :

Ponto de Fulgor (Flash Point)

É a menor temperatura na qual uma substância libera vapores em quantidades suficientes para que a mistura de vapor e ar logo acima de sua superfície propague uma chama, a partir do contato com uma fonte de ignição.

Considerando a temperatura ambiente numa região de 25oC e ocorrendo um vazamento de um produto com ponto de fulgor de 15oC, significa que o produto nessas condições está liberando vapores inflamáveis, bastando apenas uma fonte de ignição para que haja a ocorrência de um incêndio ou de uma explosão.

Por outro lado, se o ponto de fulgor do produto for de 30oC, significa que este não estará liberando vapores inflamáveis. Portanto, o conceito de ponto de fulgor está diretamente associado à temperatura ambiente.

Limites de Inflamabilidade

Para um gás ou vapor inflamável queimar é necessária que exista, além da fonte de ignição, uma mistura chamada "ideal" entre o ar atmosférico (oxigênio) e o gás combustível. A quantidade de oxigênio no ar é praticamente constante, em torno de 21 % em volume.

Já a quantidade de gás combustível necessário para a queima, varia para cada produto e está dimensionada através de duas constantes : o Limite Inferior de Explosividade (LIE) e o Limite Superior de Explosividade (LSE).

O LIE é a mínima concentração de gás que, misturada ao ar atmosférico, é capaz de provocar a combustão do produto, a partir do contato com uma fonte de ignição. Concentrações de gás abaixo do LIE não são combustíveis pois, nesta condição, tem-se excesso de oxigênio e pequena quantidade do produto para a queima. Esta condição é chamada de "mistura pobre".

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Já o LSE é a máxima concentração de gás que misturada ao ar atmosférico é capaz de provocar a combustão do produto, a partir de uma fonte de ignição. Concentrações de gás acima do LSE não são combustíveis pois, nesta condição, tem-se excesso de produto e pequena quantidade de oxigênio para que a combustão ocorra, é a chamada "mistura rica".

Os valores do LIE e LSE são geralmente fornecidos em porcentagens de volume tomadas a aproximadamente 20oC e 1 atm. Para qualquer gás, 1% em volume representa 10000 ppm (partes por milhão).

Pode-se então concluir que os gases ou vapores combustíveis só queimam quando sua percentagem em volume estiver entre os limites (inferior e superior) de inflamabilidade, que é a mistura "ideal" para a combustão.

Esquematizando, temos :

Tabela 3 - Limites de explosividade de gases ou vapores combustíveis

Conforme já mencionado, os valores de LII e LSI variam de produto para produto, alguns exemplos podem ser observados na tabela abaixo :

Tabela 4 - Exemplos de LII e LSI para alguns produtos (%)

PRODUTO LII LSI Acetileno 2.5 % 80 % Benzeno 1.3 % 79 % Etanol 3.3 % 19 %

Existem atualmente equipamentos capazes de medir a porcentagem em volume no ar de um gás ou vapor combustível. Estes instrumentos são conhecidos como "explosímetros".

Os explosímetros são equipamentos compostos fundamentalmente por sensores, resistores e circuitos transistorizados, tendo seu princípio de funcionamento baseado na "Ponte de Wheatstone".

Quando a mistura de gás combustível/ar penetra no sensor do aparelho, a mesma entra em contato com um resistor aquecido, provocando sua imediata combustão. O calor gerado nesta queima modifica o valor do resistor desequilibrando a Ponte de Wheatstone. Um circuito eletrônico encarrega-se de acusar uma deflexão no ponteiro de medição proporcional ao calor gerado pela queima.

Estes equipamentos são blindados e, portanto, à prova de explosões, o que vale dizer que, tanto a combustão que ocorre em seu interior, quanto qualquer eventual curto-circuito em suas partes eletrônicas não provocam explosões, mesmo que o LII do gás esteja ultrapassado.

Nas operações de emergência envolvendo gases ou vapores combustíveis e que exijam a utilização de explosímetro, é importante que o operador tome algumas precauções básicas quanto ao seu uso adequado, tais como :

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● calibrar o aparelho sempre em área não contaminada pelo gás;● realizar medições freqüentes em diversos pontos da região atingida, levando em conta as propriedades do gás

e fatores como localização e direção do vento, entre outros;● locais onde existam grandes quantidades de gás combustível, é conveniente que o equipamento seja

calibrado após cada medição, evitando assim sua saturação, o que nem sempre é percebido pelo operador.

Além do ponto de fulgor e do limite de inflamabilidade, outro fator relevante a ser considerado é a presença de possíveis fontes de ignição. Nas situações emergenciais estão presentes, na maioria das vezes, diversos tipos de fontes que podem ocasionar a ignição de substâncias inflamáveis. Entre elas merecem destaque :

● chamas vivas;● superfícies quentes;● automóveis;● cigarros;● faíscas por atrito;● eletricidade estática.

Especial atenção deve ser dada à eletricidade estática, uma vez que esta é uma fonte de ignição de difícil percepção. Trata-se na realidade do acúmulo de cargas eletrostáticas que, por exemplo, um caminhão-tanque adquire durante o transporte.

Se por algum motivo, o produto inflamável que esteja sendo transportado, seja líquido ou gás, tiver que ser transferido para outro veículo ou recipiente, será necessário que os mesmos sejam aterrados e conectados entre si, de modo a evitar a ocorrência de uma diferença de potencial, o que poderá gerar uma faísca elétrica, representando assim uma situação de alto potencial de risco.

É importante lembrar que, assim como os equipamentos de medição, todos os demais, como lanternas e bombas, deverão ser intrinsecamente seguros.

Por questões de segurança muitas vezes não é recomendável a contenção de um produto inflamável próximo ao local do vazamento, de modo a se evitar concentrações altas de vapores em locais com grande movimentação de pessoas ou equipamentos.

2.4 Classe 4 - Sólidos Inflamáveis

Esta classe abrange todas as substâncias sólidas que podem se inflamar na presença de uma fonte de ignição, em contato com o ar ou com a água, e que não estão classificadas como explosivos.

De acordo com o estado físico dos produtos desta classe, a área atingida em decorrência de um acidente é, normalmente, bastante restrita, uma vez que sua mobilidade no meio é muito pequena quando comparada à dos gases ou líquidos, facilitando assim as operações a serem desencadeadas para o controle da emergência.

Em função da variedade das características dos produtos desta classe, os mesmos estão agrupados em três subclasses distintas, conforme segue.

Os sólidos inflamáveis quando expostos ao calor, choque ou atrito, além é claro, de chamas vivas. A facilidade de combustão será tanto maior, quanto mais "finamente" dividido o material estiver.

Os conceitos de ponto de fulgor e limites de inflamabilidade apresentados no capítulo anterior, também são aplicáveis aos produtos desta classe. Como exemplos destes produtos podemos citar o nitrato de uréia e o enxofre.

Existem também os produtos sólidos que podem se inflamar em contato com o ar, mesmo sem a presença de uma

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fonte de ignição. Devido a esta característica estes produtos são transportados, na sua maioria, em recipientes com atmosferas inertes ou submersos em querosene ou água.

Quando da ocorrência de um acidente envolvendo estes produtos, a perda da fase líquida poderá propiciar o contato dos mesmos com o ar, motivo pelo qual a estanqueidade do vazamento deverá ser adotada imediatamente.

Outra ação a ser desencadeada em caso de acidente é o lançamento de água sobre o produto, de forma a mantê-lo constantemente úmido, desde que o mesmo seja compatível com água, evitando assim sua ignição espontânea.

O fósforo branco ou amarelo, e o sulfeto de sódio são exemplos de produtos que se ignizam espontaneamente, quando em contato com o ar.

Outras substâncias sólidas podem, por interação com a água, podem tornar-se espontaneamente inflamáveis ou produzir gases inflamáveis em quantidades perigosas.

O sódio metálico, por exemplo, reage de maneira vigorosa quando em contato como a água, liberando o gás hidrogênio que é altamente inflamável. Outro exemplo é o carbureto de cálcio, que por interação com a água libera acetileno.

De uma maneira geral, os produtos desta classe, liberam gases tóxicos ou irritantes quando entram em combustão.

Pelo exposto, e associado à natureza dos eventos, as ações preventivas são de suma importância, pois quando as reações decorrentes destes produtos se iniciam, ocorrem de maneira rápida e praticamente incontrolável.

2.5 Oxidantes e Peróxidos Orgânicos

Um oxidante é um material que libera oxigênio rapidamente para sustentar a combustão dos materiais orgânicos. Outra definição semelhante afirma que o oxidante é um material que gera oxigênio à temperatura ambiente, ou quando levemente aquecido.

Assim, pode-se verificar que ambas as definições afirmam que o oxigênio é sempre liberado por um agente oxidante.

Devido a facilidade de liberação do oxigênio, estas substâncias são relativamente instáveis e reagem quimicamente com uma grande variedade de produtos.

Apesar da grande maioria das substâncias oxidantes não serem inflamáveis, o simples contato delas com produtos combustíveis pode gerar um incêndio, mesmo sem a presença de fontes de ignição.

Outro aspecto a considerar é a grande reatividade dos oxidantes com compostos orgânicos. Geralmente essas reações são vigorosas, ocorrendo grandes liberações de calor, podendo acarretar fogo ou explosão. Mesmo pequenos traços de um oxidante podem causar a ignição de alguns materiais, tais como o enxofre, a terebentina, o carvão vegetal, etc.

Com o aumento da concentração de oxigênio, além do aumento na taxa de combustão de um produto, a quantidade necessária para a queima será menor, ou seja, o LIE, Limite Inferior de Explosividade é reduzido, podendo ocorrer a ignição espontânea do produto.

Quando aquecidos, alguns produtos dessa subclasse, como por exemplo nitratos e percloratos entre outros, liberam gases tóxicos que se dissolvem na mucosa do trato respiratório, produzindo líquidos corrosivos.

Como exemplo de produto oxidante, podemos citar o peróxido de hidrogênio, comercialmente chamada água oxigenada. Este produto é um poderoso agente oxidante e, em altas concentrações, reage com a maioria dos metais,

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como Cu, Co, Mg, Fe, Pb entre outros, o que acarretará sua decomposição com risco de incêndio/explosão.

Mesmo sem a presença de uma fonte de ignição, soluções de peróxido de hidrogênio em concentrações acima de 50% em peso (200 volumes) em contato com materiais combustíveis podem causar a ignição desses produtos.

Já os peróxidos orgânicos são agentes de alto poder oxidante, sendo que destes, a maioria é irritante para os olhos, pele, mucosas e garganta.

Os produtos dessa subclasse, apresentam a estrutura - O - O - e podem ser considerados derivados do peróxido de hidrogênio (H2O2), onde um ou ambos os átomos de hidrogênio foram substituídos por radicais orgânicos.

Assim como os oxidantes, os peróxidos orgânicos são termicamente instáveis e podem sofrer decomposição exotérmica e auto-acelerável, criando o risco de explosão. Esses produtos são também sensíveis a choque e atrito.

Nos Estados Unidos, antes de um peróxido orgânico ser aceito para carregamento, seja em caminhão ou trem, o DOT - Departamento de Transporte, exige uma série de testes de sensibilidade, ou seja, ponto de fulgor, taxa de queima, decomposição térmica, teste de impacto, entre outros. Somente após estes testes e a diluição do produto, o DOT permite o seu carregamento.

Alguns produtos poderão formar peróxidos durante a estocagem, se os mesmos estiverem expostos a hidrogênio ou a oxidantes, e formarão com maior facilidade caso estejam no estado líquido.

Devido ao risco de formação de peróxidos, para alguns compostos é sugerido um período máximo de estocagem de 3 meses, como por exemplo, éter isopropílico, divinil acetileno, cloreto de vinilideno, potássio metálico e amideto de sódio entre outros.

Já para outros produtos é sugerido um período máximo de estocagem de 12 meses, como por exemplo: éter etílico, tetrahidrofurano, dioxano, acetal, metilisobutilcetona, éter dimetílico de etilenoglicol, éteres vinílicos, diciclopentadieno, metilacetileno, cumeno, tetrahidronaftaleno, ciclohexeno, metilciclopentano,

Outros compostos possuem risco de formação de peróxidos caso haja polimerização, e para esses produtos o período de estocagem máximo sugerido é de 12 meses. Entre elas podemos citar o estireno, butadieno, tetrafluoretileno, vinil acetileno, acetato de vinila, cloreto de vinila, vinilpiridina e clorobutadieno.

Porém, quando estocados no estado líquido, o potencial para formação de peróxidos aumenta para alguns produtos, principalmente butadieno, clorobutadieno e tetrafluoretileno, podendo para esses casos ser considerado 3 meses o período máximo de estocagem.

Caso haja suspeita da formação de peróxido, alguns procedimentos básicos deverão ser adotados:

● isole a área;● inspecione visualmente os recipientes;● não tente movê-los;● verifique se há corrosão, ferrugens ou ondulações na embalagem ou na tampa. Se houver assuma a

existência de peróxidos;● verifique se há formação de cristais brancos ou pó ;● se o selo da tampa estiver rompido, considere o material potencialmente explosivo; ● se houver suspeita de formação de peróxidos, não abra a embalagem. Acione o fabricante;● se for necessário abrir a embalagem, gire a tampa vagarosamente no sentido anti-horário, atentando para

minimizar o atrito;● se a tampa resistir em abrir, pare. Assuma que o material é explosivo.

A tabela 5 demonstra a distância e os danos provocados por peróxidos, de acordo com o volume envolvido.

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Tabela 5 - Danos provocados por explosões de peróxidos

DISTÂNCIA PARA DANOS (m) VOLUME

(Litro)AlgumasJanelas

Quebradas

A maioria das janelas quebradas

Estruturasseriamentedanificadas

Danos letaisao homem

0,5 75 11 5 3 1 96 14 6 4

3,6 150 21 9 6 18 250 37 15 10 200 - 82 33 21 1800 - 175 71 45 9900 - 300 120 76

Fonte: Blasters Manual

Quando houver necessidade de conter ou absorver produtos oxidantes ou peróxidos orgânicos, deverá ser considerado que a maioria deles poderá reagir com matéria orgânica e que, portanto, nas ações de contenção/absorção não poderá ser utilizada terra, serragem ou qualquer outro material incompatível. Nestes casos recomenda-se a utilização de materiais inertes e umedecidos, como por exemplo a areia.

Muitos dos produtos aqui classificados necessitam de equipamentos "cativos" para as operações de transbordo. Isto se deve à alta instabilidade química de certas substâncias dessa classe.

Um dos métodos mais utilizados e eficientes para a redução dos riscos oferecidos pelos produtos da classe 5 é a diluição em água, desde que o produto seja compatível com a mesma. A diluição tem por objetivo reduzir o poder oxidante e sua instabilidade. Porém, devido a solubilidade de alguns desses produtos, a água de diluição deverá ser armazenada de modo a se evitar poluição.

Também nos casos de fogo, a água é o agente de extinção mais eficiente, uma vez que retira o calor do material em questão.

Já a espuma e o CO2 serão ineficazes pois atuam com base no princípio da exclusão do oxigênio atmosférico, o que não é necessário num incêndio envolvendo substâncias oxidantes.

2.6 Substâncias Tóxicas

São substâncias capazes de provocar a morte ou danos à saúde humana se ingeridas, inaladas ou por contato com a pele, mesmo em pequenas quantidades.

As vias pelas quais os produtos químicos podem entrar em contato com o nosso organismo são três:

● inalação;● absorção cutânea;● ingestão.

A inalação é a via mais rápida de entrada de substâncias para o interior do nosso corpo. A grande superfície dos alvéolos pulmonares, que representam num homem adulto 80 a 90m2, facilita a absorção de gases e vapores, os quais podem passar à corrente sanguínea e serem distribuídos a outras regiões do organismo.

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Já com relação a absorção cutânea, podemos dizer que existem duas formas das substâncias tóxicas agirem. A primeira é como tóxico localizado, onde o produto em contato com a pele, age na sua superfície provocando uma irritação primária e localizada. E a segunda forma, é como tóxico generalizado, quando a substância tóxica reage com as proteínas da pele ou mesmo penetra através dela, atinge o sangue e é ditribuídos para o nosso organismo, podendo atingir vários órgãos.

Apesar da pele e a gordura atuarem como uma barreira protetora do corpo, algumas substâncias como ácido cianídrico, mercúrio e alguns defensívos agrícolas, têm a capacidade de penetrar através da pele.

Quanto à ingestão, esta é considerada uma via de ingresso secundário, uma vez que tal fato somente ocorrerá de forma acidental.

Os efeitos gerados a partir de contatos com substâncias tóxicas estão relacionados com o grau de toxicidade destas e o tempo de exposição ou dose.

Em função do alto risco apresentado pelos produtos desta classe, durante as operações de atendimento a emergências é necessária a utilização de equipamentos de proteção respiratória.

Dentre esses equipamentos pode-se citar as máscaras faciais com filtros químicos e os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido.

Deve-se sempre ter em mente que os filtros químicos apenas retêm os poluentes atmosféricos não fornecendo oxigênio e, dependendo das concentrações, podem saturar-se rapidamente. Quanto à escolha do filtro adequado, é indispensável que o produto presente na atmosfera seja previamente identificado.

Já os conjuntos autônomos de respiração a ar comprimido deverão ser utilizados em ambientes confinados, em situações onde o produto envolvido não esteja identificado ou em atmosferas com altas concentrações de poluentes.

Comumente, associa-se a existência de um produto num ambiente com a presença de um odor. No entanto, como já foi mencionado anteriormente, nem sempre isso ocorre. Algumas substâncias são inodoras, enquanto outras têm a capacidade de inibir o sentido olfativo, podendo conduzir o indivíduo a situações de risco.

O gás sulfídrico, por exemplo, apresenta um odor característico em baixas concentrações, porém em altas concentrações pode inibir a capacidade olfativa.

Assim sendo, é fundamental que nas operações de emergência onde produtos desta natureza estejam presentes, sejam realizados constantes monitoramentos da concentração dos produtos na atmosfera.

Os resultados obtidos nestes monitoramentos poderão ser comparados com valores de referência conhecidos, como por exemplo o LT - Limite de Tolerância, que é a concentração na qual um trabalhador pode ficar exposto durante oito horas diárias ou quarenta e oito horas semanais sem sofrer efeitos adversos à sua saúde e, também, o IDLH que é o valor imediatamente perigoso à vida, ao qual uma pessoa pode ficar exposta durante trinta minutos sem sofrer danos à sua saúde.

Dado o alto grau de toxicidade dos produtos da Classe 6, faz-se necessário lembrar que a operação de contenção dos mesmos é de fundamental importância, já que, normalmente, são também muito tóxicos para a vida aquática, representando portanto alto potencial de risco para a contaminação dos corpos d'água, devendo ser dada atenção especial àqueles utilizados à recreação, irrigação, dessedentação de animais e abastecimento público.

2.7 Corrosivos

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São substâncias que apresentam uma severa taxa de corrosão ao aço. Evidentemente, tais materiais são capazes de provocar danos também aos tecidos humanos. Basicamente, existem dois principais grupos de materiais que apresentam essas propriedades, e são conhecidos por ácidos e bases.

Acidos são substâncias que em contato com a água liberam íons H+, provocando alterações de pH para a faixa de 0 (zero) a 7 (sete). As bases são substâncias que em contato com a água, liberam íons OH-, provocando alterações de pH para a faixa de 7 (sete) a 14 (quatorze).

Como exemplo de produtos desta classe pode-se citar o ácido sulfúrico, ácido clorídrico, ácido nítrico, hidróxido de sódio e hidróxido de potássio, entre outros.

Muitos dos produtos pertencentes a esta classe reagem com a maioria dos metais gerando hidrogênio que é um gás inflamável, acarretando assim um risco adicional.

Certos produtos apresentam como risco subsidiário um alto poder oxidante, enquanto outros podem reagir vigorosamente com a água ou com outros materiais, como por exemplo compostos orgânicos.

O contato desses produtos com a pele e os olhos pode causar severas queimaduras, motivo pelo qual deverão ser utilizados equipamentos de proteção individual compatíveis com o produto envolvido. Via de regra, as roupas de PVC, são as normalmente recomendadas para o manuseio dos corrosivos.

O monitoramento ambiental durante as operações envolvendo esses materiais pode ser realizado através de diversos parâmetros, de acordo com o produto envolvido, entre os quais vale destacar e medições de pH e condutividade.

Nas ocorrências envolvendo ácidos ou bases que atinjam corpos d'água, uma maior ou menor variação do pH natural poderá ocorrer, dependendo de diversos fatores, como por exemplo a concentração e quantidade do produto vazado, além das características do corpo d'água atingido.

Um dos métodos que pode ser aplicado em campo para a redução dos riscos é a neutralização do produto derramado. Esta técnica consiste na adição de um produto químico, de modo a levar o pH próximo ao natural.

No caso de substâncias ácidas, os produtos comumente utilizados para a neutralização são a barrilha e a cal hidratada, ambas com característica alcalina. A utilização da cal virgem não é recomendada, uma vez que sua reação com os ácidos é extremamente vigorosa.

Antes que a neutralização seja efetuada deverá ser recolhida a maior quantidade possível do produto derramado, de modo a se evitar o execessivo consumo de produto neutralizante e, conseqüentemente, a geração de grande quantidade de resíduos.

Os resíduos provenientes da neutralização deverão ser totalmente removidos e dispostos de forma,e em locais adequados.

No final deste capítulo é apresentada a Tabela 6 - Neutralização de Produtos Químicos - , onde estão relacionadas as quantidades de agentes neutralizantes necessários para os produtos mais comuns desta classe.

Como já foi dito anteriormente, a neutralização é apenas uma das técnicas que podem ser utilizadas para a redução dos riscos nas ocorrências com corrosivos. Outras técnicas como a absorção, remoção e diluição deverão também ser contempladas, de acordo com o cenário apresentado.

A seleção do método mais adequado a ser utilizado deve sempre levar em consideração os aspectos de segurança e proteção ambiental.

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No caso de se optar pela neutralização do produto, deve-se considerar que a mesma consiste basicamente no lançamento de outro produto químico no ambiente contaminado, e que portanto poderão ocorrer reações químicas paralelas àquela necessária para a neutralização.

Outro aspecto a ser ponderado é a característica do corpo d'água, o que às vezes direciona os trabalhos de campo para o monitoramento do mesmo, de forma a se aguardar uma diluição natural do produto. Esses casos normalmente ocorrem em águas correntes, onde o controle da situação é mais difícil devido à mobilidade do produto no meio.

Se ocorrer um descontrole durante a neutralização, poder-se-á ter uma inversão brusca na escala do pH, o que ocasionará efeitos muito mais danosos aos ecossistemas que resistiram à primeira variação do pH. De modo geral, nos corpos d'água onde há a presença de vida, não é aconselhável o lançamento de produto químico sem o acompanhamento de especialistas.

Durante as reações de neutralização, quanto mais concentrado estiver o produto derramado, maior será a liberação de energia em forma de calor, além da possibilidade de ocorrência de respingos, motivo pelo qual cabe reforçar a necessidade dos técnicos envolvidos nas ações utilizarem roupas de proteção adequadas durante a realização destas atividades.

A técnica de diluição somente deverá ser utilizada nos casos em que não houver possibilidade de contenção do produto derramado, e seu volume for bastante reduzido. Isto se deve ao fato de que para se obter concentrações seguras utilizando este método, o volume de água necessário será sempre muito grande, ou seja, na ordem de 1000 a 10000 vezes o volume do produto vazado.

Vale ressaltar que se o volume de água adicionado ao produto não for suficiente para diluí-lo a níveis seguros, ocorrerá o agravamento da situação, devido ao aumento do volume da mistura.

Como pôde-se observar nos comentários anteriores, a absorção e o recolhimento são as técnicas mais recomendadas quando comparadas com a neutralização e a diluição.

Utilizando a Tabela 6 que segue, para neutralizar uma quantidade Q de um produto, usar uma quantidade K.Q do neutralizante escolhido.

Exemplo: Para neutralizar 1000 kg de ácido sulfúrico 98%, utilizar 1000 x 1.60 = 1600 kg de soda 50%.

Tabela 6 - Neutralização de Produtos Químicos

NEUTRALIZANTE(FATOR K)

HCl

30%

HCl

33%

HCl

36%

H2SO4

70 %

H2SO4

98 %

Cal hidratada

100%

Ca(OH)2

Carbonato de sódio

(soda ASH)

NaOH

50 %

NaOH

98%

Sulfito de sódio 100%

Na2SO3

PRODUTO - - - - - - - - - -

Ácido clorídrico 30% N N N N N 0.31 0.44 0.66 0.33 N

Ácido clorídrico 33% N N N N N 0.36 0.50 0.73 0.36 N

Ácido clorídrico 36% N N N N N 0.40 0.55 0.80 0.40 N

Ácido nítrico 98% N N N N N 0.60 0.80 1.25 0.65 N

Ácido sulfúrico 70% N N N N N 0.42 0.76 1.44 0.57 N

Ácido sulfúrico 98% N N N N N 0.80 1.10 1.60 0.80 N

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Cloro 100% N N N N N 1.10 1.50 1.80 0.90 N

Hipoclorito de sódio 12%

N N N N N N N N N 0.28

Soda cáustica 50% 1.51 1.39 1.27 0.89 0.63 N N N N N

Soda cáustica 98% 3.03 2.77 2.50 1.75 1.25 N N N N N

Fonte: CARBOCLORO S/A Indústrias Químicas

2.8 Substâncias Perigosas Diversas

Esta classe engloba os produtos que apresentam riscos não abrangidos pelas demais classes.

3. Bibliografia consultada

● Schieler, L & Pauze, D. Hazardous Materials. Van Nostrand Reinhold Company, New York, 1976.

● Meyer, E. Chemistry of Hazardous Materials. Prentice - Hall Inc., New Jersey, 1977.

● National Fire Academy. The Chemistry Hazardous Materials. National Emergency Training Center. Student Manual, USA, 1983.

● U. S. Environmental Protection Agency. Hazardous Materials Incident Response Operations. Emergency Response Division : Student Manual, 1990.

● Stutz, D. R.; Ricks, R. C.; Olsen, M. F. Hazardous Materials Injuries : a Handbook for Pre-Hospital Care. Bradford Communications Corporation, Maryland, 1982.

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NOÇÕES BÁSICAS DE TOXICOLOGIA APLICADAS ÀS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Nilda A.G.G. de Fernícola Acidentes químicos | Classificação dos acidentes químicos| Aspetos toxicológicos para a assistência de um acidente químico | Toxicologia | Conclusões | Bibliografia

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1. Acidentes químicos

A Organização Mundial da Saúde - OMS, utiliza os termos acidente químico e emergência química para se referir a um acontecimento ou situação perigosa que resulta da liberação de uma substância ou substâncias que representam um risco para a saúde humana e/ou o meio ambiente, a curto ou longo prazo. Estes acontecimentos ou situações incluem incêndios, explosões, fugas ou liberações de substâncias tóxicas que podem provocar doenças, lesões, invalidez ou a morte, freqüentemente de grande quantidade de seres humanos.

Embora a contaminação da água ou da cadeia alimentar por causa de um acidente químico possa afetar populações dispersas, freqüentemente a população exposta está dentro ou muito próxima de uma zona industrial. Em uma área urbana, a população exposta pode estar próxima a um veículo acidentado que transportava substâncias perigosas. Com menos freqüência, a população exposta está a uma certa distância do lugar do acidente, incluindo zonas do outro lado das fronteiras nacionais.

Esta definição deve ser proposta junto com o conceito de "incidente químico", na qual uma exposição originada por liberações de uma substância ou substâncias químicas podem se tornar em doença ou possibilidade desta. A quantidade de pessoas afetadas por um acidente químico pode ser mínima (mesmo uma só), a doença, incapacidade ou morte pode se manifestar em um lapso de tempo longo, por exemplo anos depois do acidente.

Além dos efeitos para a saúde humana, os acidentes químicos podem provocar um dano considerável ao meio ambiente a longo prazo, com numerosos custos humanos e econômicos (IPCS/ OECD/ UNEP/ WHO 1994).

2. Classificação dos acidentes químicos

Sob o ponto de vista da saúde, existem várias maneiras de classificar os acidentes químicos, das quais nenhuma é completa ou mutuamente excluente. Por exemplo, a classificação poderia estar baseada nas substâncias químicas envolvidas, na quantidade, na forma física, onde e como aconteceu a fuga; nas fontes de liberação; na extensão da área contaminada; na quantidade de pessoas expostas; nas vias de exposição; e nas conseqüências à saúde ligadas à exposição. Algumas considerações são necessárias para esclarecer esta classificação e são apresentadas a

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seguir:

● Substâncias envolvidas

As substâncias envolvidas em um acidente podem ser agrupadas considerando:

● se são substâncias perigosas, por exemplo explosivas, líquidos ou sólidos, inflamáveis, agentes oxidantes, substâncias tóxicas ou corrosivas;

● se são aditivos, contaminantes e adulterantes, por exemplo na água encanada, bebidas ou alimentos, medicamentos e bens de consumo; e

● se são produtos radioativos que não são considerados nesta apresentação.

A quantidade da substância química liberada e as suas propriedades tóxicas deveriam também ser consideradas. Por exemplo um quilo de cianeto de sódio é mais perigoso que um quilo de gás de cloro.

● Fontes de liberação

As liberações podem ser originadas pela atividade humana ou naturalmente; em outras palavras, podem ser antropogênicas ou naturais. Entre as antropogênicas incluem-se: manufatura, armazenagem, manipulação, transporte (ferrovia, rodovias, água e tubulação), uso e eliminação. Entre as fontes de origem natural incluem-se a atividade vulcânica, incêndios e toxinas de origem animal, vegetal ou microbiano.

● Extensão da área contaminada

Os acidentes podem ser classificados considerando se: foram delimitados à área de uma instalação e que não afetaram ninguém no exterior; afetaram somente a vizinhança próxima de uma usina; afetaram uma zona extensa das redondezas da instalação ou se foram muito dispersas.

● Quantidade de pessoas expostas

Os acidentes poderão ser classificados pela quantidade de pessoas afetadas, calculado em termos de mortes, feridos e/ou evacuados. Porém, a gravidade de um acidente químico não pode ser determinada unicamente sobre esta base e assim deverão ser tomadas as circunstâncias e conseqüências conhecidas.

● Vias de exposição

Desde a perspectiva da saúde, as vias de exposição poderiam ser um meio para classificar os acidentes químicos. Existem quatro vias principais: inalação, exposição ocular, contato com a pele e ingestão. Nenhuma destas vias é mutuamente excluente.

● Conseqüências para a saúde

Os acidentes químicos também podem ser classificados segundo as conseqüências médicas ou para a saúde, ou em função do sistema ou órgão afetado. Exemplos destes são os acidentes que têm efeitos carcinogênicos, tertogênicos, dermatológicos, imunológicos, hepáticos, neurológicos, pulmonares ou outros (OPAS/OMS, 1998).

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3. Aspetos toxicológicos para a assistência de um acidente químico

Alguns dos desastres que aconteceram mais recentemente revelaram a necessidade do conhecimento da toxicidade dos compostos utilizados na indústria. Este conhecimento é essencial para a aplicação de um tratamento efetivo e rápido dos efeitos tóxicos, bem como para o tratamento de intoxicações acidentais. No caso do acidente de Bhopal, que aconteceu em 1984 na Índia, onde era fabricado o inseticida Carbaril, houve uma liberação de isocianeto de metila. Nessa época, pouco ou nada se conhecida sobre a toxicidade desta substância e como conseqüência o tratamento das vítimas foi incerto e possivelmente inadequado.

Frente à grande quantidade de substâncias químicas, a pergunta que surge é: "Todas as substâncias químicas são tóxicas?". Provavelmente a melhor resposta seria: "Não há substâncias químicas seguras, mas sim maneiras seguras de utilizá-las (Timbrell, 1989).

No documento OPAS/OMS (1998) aconselha-se que as autoridades locais deveriam estar preparadas para tomar parte no processo de conscientização e preparação para acidentes químicos, ou em um programa semelhante, incluindo o intercâmbio de toda a informação importante com a comunidade e a indústria local. Assim, os hospitais e outras instalações destinadas ao tratamento, os profissionais de saúde, os centros de informação toxicológica e os centros para emergências químicas deveriam participar neste processo.

Sob este ponto de vista, considera-se importante que os participantes tenham conhecimentos básicos de toxicologia para a assistência de uma emergência química. Estes conhecimentos facilitarão as atividades dos profissionais que participam na assistência da emergência bem como a proteção adequada para evitar os efeitos tóxicos.

Em 1988, em um artigo publicado por Gajraj, na revista UNEP Industry and Environment, sobre as necessidades de capacitação na mitigação e contenção para acidentes, já se consideravam os aspectos toxicológicos entre as atividades desse tipo de capacitação.

4. Toxicologia

A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos produzidos pelas substâncias químicas sobre os organismos vivos. Assim, o indivíduo humano, os animais e as plantas podem estar expostos a uma grande variedade de substâncias químicas. Estas podem ser desde metais e substâncias inorgânicas até moléculas orgânicas muito complexas.

Segundo o Programa Nacional de toxicologia do Serviço de Saúde Pública dos EUA (EUA, 1999), existem nesse país 80.000 substâncias químicas às quais os habitantes podem estar expostos através de produtos industriais e de consumo, como também quando estão presentes nos alimentos, na água encanada e no ar que é respirado. Geralmente, supõe-se que relativamente poucas destas representam um risco significativo para a saúde humana, nas concentrações de exposição existentes, e que os efeitos na saúde produzidos pela maioria delas são geralmente desconhecidos.

Em 1998, segundo outra publicação, o inventário das substâncias químicas comerciais na Europa registrou 100.000 comercializadas para vários propósitos. Segundo a Associação das Indústrias Químicas da República Federal da Alemanha somente ao redor de 4.600 substâncias são produzidas em quantidades superiores a 10.000 ton anuais. O resto das substâncias são uitizadas no laboratório ou em produtos manufaturados.

4.1 Conceitos básicos de toxicologia

Alguns termos de uso freqüente em toxicologia são importantes e devem ser conhecidos. Por

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exemplo: substância perigosa, risco, toxicidade, doses, exposição, absorção, biodisponibilidade, distribuição, acumulação, biotransformação, eliminação e efeito tóxico.

4.1.1 Substância perigosa

Uma substância perigosa ou um agente perigoso tem a capacidade de causar dano em um organismo exposto. Um exemplo esclarecerá este conceito: a estricnina é uma substância química muito tóxica. Quando está dentro de um frasco perfeitamente fechado pode ser manipulado sem que nehum efeito tóxico seja produzido. A toxicidade não mudou mas quando não está em contato com um organismo vivo não é possível evidenciar a capacidade de produzir o efeito tóxico (Ottoboni, 1991).

4.1.2 Risco

O risco é a probabilidade que apareça um efeito nocivo devido à exposição a uma substância química.

4.1.3 Toxicidade

A toxicidade de uma substância química refere-se à sua capacidade de causar dano em um órgão determinado, alterar os processos bioquímicos ou alterar um sistema enzimático.

Todas as substâncias, naturais ou sintéticas são tóxicas; em outras palavras, produzem efeitos adversos para a saúde em alguma condição de exposição. É incorreto denominar algumas substâncias químicas como tóxicas e outras como não tóxicas. As substâncias diferem muito na toxicidade. As condições de exposição e a dose são fatores que determinam os efeitos tóxicos (Ottoboni, 1991).

4.1.4 Dose

Paracelso, no século XVI afirmou: "Todas as substâncias são tóxicas. Não há nenhuma que não seja tóxica. A dose estabelece a diferença entre um tóxico e um medicamento". Esta afirmação ainda é muito importante para a toxicologia e envolve a idéia de dose.

Uma informação muito utilizada é aquela denominada Dose Letal 50 – DL50 que é a quantidade de uma substância química que quando é administrada em uma única dose por via oral, expressa em massa da substância por massa de animal, produz a morte de 50% dos animais expostos dentro de um período de observação de 14 dias (Swanson, 1997). Na tabela 1 temos a classificação das substâncias baseadas no valor da DL50.

Tabela 1DL50 aguda para algumas substâncias químicas (IPCS, 1997)

Substância química DL50 rato macho, via oral; mg/kg de peso corporal

Etanol 7000

Cloreto de sódio 3000

Sulfato de cobre 1500

DDT 100

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Nicotina 60

Tetradotoxina 0,01

Dioxina (TCDD) 0,02

Outro valor é a Concentração Ltal 50-CL50, que é a concentração no ar de uma substância química que quando é inalada constantemente por 8 horas produz a morte de 50% dos animais expostos.

Se a dose de uma substância for suficientemente alta poderá ser perigosa para qualquer ser vivo, assim como também se a dose de uma substância tóxica for muito baixa não produzirá efeito adverso nenhum. A água (um elemento essencial para a vida) quando é ingerida em grandes quantidades pode ter um efeito tóxico. A causa é que um volume superior àquele considerado como ingestão diária normal para um adulto, entre 2 L e 2,5 L, pode causar a eliminação pela urina de substâncias que são essenciais para o organismo.

O período de tempo no qual uma dose é administrada e a freqüência são informações muito importantes.

Outro dado importante é aquele denominado concentração de interesse (em inglês: levels of concern-LOCs), que é a concentração no ar de uma substância extremamente perigosa acima da qual poderá produzir efeitos graves à saúde ou a morte como resultado de uma única exposição durante um período relativamente curto. Algumas publicações (USEPA, 1987) consideram o LOC como a décima parte da concentração denominada de perigo imediato para a vida ou à saúde (cuja sigla em inglês é IDLH), segundo o publicado pelo National Institute of Occupational Safety and Health – NIOSH ou de um valor aproximado do IDLH para animais.

4.1.5 Exposição

Para que uma substância química possa produzir um efeito deve estar em contato com o organismo. As substâncias químicas podem ingressar no organismo por três vias principais: digestiva, respiratória e cutânea. Depois do ingresso, por qualquer destas vias, as substâncias químicas podem ser absorvidas e passar para o sangue, seem distribuídas pelo organismo todo, chegar a determinados órgãos onde são biotransformados, produzir efeitos tóxicos e posteriormente ser eliminadas do organismo.

Também uma substância química pode entrar no organismo por outras vias, por exemplo, por injeção venosa ou intramuscular, mas estas vias não são de grande interesse desde o ponto de vista toxicológico e especialmente quando se trata de acidentes que envolvem substâncias químicas.

Uma forma muito utilizada para classificar as substâncias químicas segundo a toxicidade, está baseado na duração da exposição. Geralmente, os toxicologistas procuram os efeitos da exposição aguda, subcrônica e crônica, e também tentam entender o tipo de efeito adverso para cada uma destas três exposições.

4. 1. 6 Absorção

A absorção implica que a substância química atravesse as membranas biológicas, ou seja alcance a correnta sangüínea. No caso da ingetão de uma substância, esta pode ser absorvida em qualquer parte do trato gastrintestinal. A maior absorção ocorre no intestino delgado passando ao sistema circulatório pela veia porta do fígado, sendo portanto transportada diretamente ao fígado.

A inalação é a via mais rápida pela qual uma substância química ingressa no organismo. Por

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exemplo, a inalação do éter etílico, um gás anestésico, que quando chega ao pulmão é absorvido, passa para o sangue e logo o efeito é observado. Também substâncias como o material particulado ou gases podem ingressar pela via respiratória.

A via cutânea é outra via de ingresso importante. A espessura da pele nas distintas regiões do organismo influi na absorção. Assi, na região do abdómen e do escroto, onde a pele é mais fina, a absorção é mais rápida que em outras onde a pele é mais gross, como a planta dos pés ou a palma da mão. O paration é facilmente absorvido pela via cutânea. Quando uma área grande de pele estiver em contato com uma substância química, a quantidade absorvida será maior do que aquela de uma superfície pequena. O tempo de contato também é importante, sendo maior a absorção quanto maior for o tempo de contato.

4.1.7 Biodisponibilidade

Alguns fatores físicos ou químicos podem afetar a absorção de uma substância em relação à quantidade que deverá ser absorvida e ao tempo de absorção. Por exemplo, não todas as formas químicas de um metal são bem absorvidas no intestino; assim no caso de ingerir mercúrio metálico, pouco será absorvido. Porém, não acontece o mesmo com um composto orgânico como o metilmercúrio.

Outra situação é a seguinte: os compostos de bário são tóxicos, mas o sulfato de bário é utilizado, na forma segura, como meio de contraste nas radiografias do cólon devido este sal ser insolúvel em água e em gordura. Não poderia ser utilizado cloreto de bário porque a sua solubilidade em água seria suficiente para que uma quantidade que produz efeitos tóxicos fosse absorvida.

Os anteriores são exemplos da importância da forma química do composto em relação à absorção.

4.1.8 Distribuição

Depois que a substância química é absorvida ela passa através do sangue por todo o organismo, causando os efeitos nocivos especialmente no órgão alvo.

Entende-se por órgão alvo o local onde primeiro se evidencia um efeito nocivo. Para produzir esse efeito a substância química deve atingir uma determinada concentração no órgão, por isso, é importante a dose. A existência de um órgão alvo não significa que nos outros órgãos não sejam verificados os efeitos e à medida que aumenta a dose e o tempo de exposição, outros órgãos poderão ser afetados.

4.1.9 Acumulação

Uma parte da substância química, que é distribuída no organismo, pode ser acumulada. Isto pode acontecer também no sangue já que algumas substâncias podem se unir às proteínas sanguíneas. O flúor e o chumbo podem ser acumulados nos ossos, as bifenilenospolicloradas (segundo a sigla em inglês, PCBs) podem ser acumuladas na gordura; outro exemplo é o cádmio que une-se à outras proteínas e é acumulado no rim.

4.1.10 Biotransformação

Assim como é utilizada a denominação do metabolismo para indicar a transformação de diferentes substâncias que são necessárias para a vida, se propôs a denominação de biotransformação para o processo de conversão das substâncias tóxicas. O termo biotransformação descreve como os organismos transformam as substâncias tóxicas absorvidas em outras de menor toxicidade e em geral solúveis em água, ou em metabólitos de maior toxicidade como é o caso do ácido fórmico na

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biotransformação do metanol. Neste processo o fígado cumpre uma função importante.

4.1.11 Eliminação

As substâncias solúveis em água são eliminadas pela urina. As substâncias que são voláteis, como o etanol e a acetona, e os gases como o monóxido de carbono eliminam-se parcialmente pelo ar expirado. Algumas também são eliminadas pelo leite e suor.

4.1.12 Efeitos nocivos

Os efeitos tóxicos observados podem ser: dano aos tecidos e outras modificações patológicas, lesões bioquímicas, efeitos teratogênicos, efeitos na reprodução, mutagenicidade, teratogenicidade, efeitos irritantes e reações alérgicas. Os três primeiros pontos de contato entre substâncias químicas presentes no ambiente e o organismo são o trato gastrintestinal, o sistema respiratório e a pele. Deve-se lembrar que, as substâncias químicas são absorvidas e passam para o sangue, logo seguem para o fígado, rins, sistema nervoso e o sistema reprodutor, entre outros.

Não é possível descrever todos os efeitos que podem ser produzidos pela grande quantidade de substâncias tóxicas; portanto, em seguida será apresentada uma breve explicação.

● Sistema respiratório

O efeito observado na exposição à substâncias químicas por via respiratória é a irritação causada por gases como amoníaco, cloro, formaldeído, dióxido de enxôfre e pós que podem ter metais como o cromo. A resposta típica à exposição a altas concentrações destas substâncias é a constrição dos brônquios e isto está acompanhado pela dispnéia ou uma sensação de não poder respirar. Com esta situação de constrição das vias aéreas, o oxigênio não pode chegar tão rápido como é necessário para satisfazer a demanda do organismo.

Uma segunda categoria dos efeitos no sistema respiratório é o dano causado nas células do trato respiratório. Esse dano pode produzir a liberação de líquido para os espaços internos e pode resultar em acúmulo denominado edema. Este edema pode acontecer como um efeito retardado, que aparece depois da exposição crônica ou subcrônica.

O dióxido de nitrogênio (NO2) é um bom exemplo deste efeito. Uma exposição de longa duração pode causar enfisema, com perda da capacidade do intercâmbio gasoso respiratório.

A terceira categoria de efeito e de interesse na exposição causada por acidentes que envolvem substâncias químicas, são as alergias. As reações alérgicas são um grupo especial de efeitos adversos. A exposição à uma substância química antigênica resulta na interação desta com algumas proteínas para formar complexos denominados antígenos que provocam a formação de anticorpos. As exposições posteriores à substância química provocarão uma reação entre os antígenos e os anticorpos presentes, o que conduz a um série de efeitos bioquímicos e fisiológicos, até produzir a morte.

● Trato gastrintestinal e pele

As outras duas áreas do organismo que entram em contato primeiro com as substâncias químicas presentes no ambiente são o trato gastrintestinal e a pele. O

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trato gastrintestinal é a entrada principal de substâncias ambientais presentes nos alimentos, na água e também no solo e no pó.

As substâncias muito cáusticas, como o hidróxido de sódio, quando ingeridas podem causar um efeito grave no trato gastrintestinal já que alteram a constituição química das células das membranas.

A irritação da pele pode ser produzida por um série de substâncias químicas e é caracterizada pelo avermelhamento, inchaço e coceira que geralmente diminuim depois que termina a exposição.

As reações alérgicas podem ser produzidas pelo mesmo mecanismo que foi mencionado anteriormente.

● Sistema circulatório

As substâncias químicas são absorvidas e passam para o sangue que as transporta aos distintos órgãos. Quando a concentração das substâncias químicas ou dos produtos de biotransformação atinge níveis altos, pode acontecer uma intoxicação sistêmica. Algumas substâncias químicas são diretamente tóxicas para os diferentes elementos do sangue e outras produzem mudancas em certos elementos do sangue que provocam alterações em outros sistemas do organismo. Um exemplo pode ser o monóxido de carbono (CO) que quando é inalado une-se à hemoglobina produzindo carboxihemoglobina que impede o transporte de oxigênio pelo sangue para os tecidos.

● Fígado

As substâncias químicas que ingressam pela via digestiva são absorvidas e através da veia porta chegam ao fígado. As células hepáticas têm uma capacidade muito grande para biotransformar agentes xenobióticos, sendo convertidos geralmente em substâncias mais hidrossolúveis que são eliminadas pela via renal.

● Rim

Várias substâncias químicas podem produzir efeitos nocivos nos rins por diferentes mecanismos de ação. Os metais pesados como o mercúrio, cádmio, crômio e chumbo têm efeitos sobre o túbulo renal. Concentrações altas de metais presentes no filtrado glomerular podem danificar as funções dos túbulos e produzir a perda de grandes quantidades de moléculas essenciais para o organismo como a glicose e aminoácidos. Se a concentração de metais for suficientemente alta poderá acontecer a morte das células e alterar a função renal como um todo. O tetracloreto de carbono e o clorofórmio são hepatotóxicos e nefrotóxicos.

● Sistema nervoso

O sistema nervoso está relacionado a praticamente todas as funções mentais e físicas do organismo. Os neurotoxicologistas geralmente dividem os efeitos tóxicos segundo o local primário de ação da substância química.

Algumas substâncias químicas como o monóxido de carbono podem produzir falta de oxigênio ou de glicose no cérebro com graves efeitos para o organismo. Outras substâncias como o chumbo e o hexaclorobenzeno são capazes de produzir perda

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de mielina, e alguns compostos orgânicos do mercúrio podem produzir efeitos nos neurônis periféricos.

● Sistema reprodutor

O sistema reprodutor dos homens e das mulheres pode ser danificado por determinadas substâncias químicas. Nos homens, algumas substâncias como DBCP e cádmio, podem reduzir ou impedir a produção de esperma. Podem acontecer alterações no processo reprodutor, como a indução de modificações fisiológicas e bioquímicas que reduzem a fertilidade, e impedem totalmente o desenvolvimento do feto ou do nascimento normal.

Um aspecto muito estudado sobre a toxicidade reprodutora é a chamada toxicidade do desenvolvimento. Esta área compreende o estudo dos efeitos das substâncias químicas no desenvolvimento do embrião e do feto durante a exposição no útero e no desenvolvimento posterior da criança depois do nascimento. Nesta época a exposição pode cessar ou continuar porque a substância química recebida pela mãe é transferida ao leite e também pode continuar toda a vida porque existem fontes adicionais diferentes daquelas as quais a mãe esteve exposta.

● Teratogenicidade

Depois da fertilização do óvulo, começa a proliferação das células que dão origem ao feto. Nos seres humanos, entorno do nono dia começa o processo de diferenciação celular e os distintos tipos de células específicas que constituem o organismo começam a se formar e migram para a sua posição adequada. Isto acontece até o desenvolvimento completo do feto. Algumas substâncias químicas podem causar efeitos na descendência, estes não são hereditários e são denominadas substâncias teratogênicas.

Um medicamento, a talidomida, pode ser mencionado como exemplo de substância teratogênica. Este medicamento quando foi ingerido pelas mulheres durante a gravidez, produziu efeitos teratogênicos na descendência.

● Carinogenicidade

Os indivíduos estão expostos à substâncias químicas que causam câncer, em outras palavras, um tumor maligno. Estas podem estar presentes no ar, água, alimentos, produtos de consumo e mesmo no solo.

Os especialistas em câncer, com poucas exceções, não determinam a causa específica do câncer nos indivíduos. Em geral os fatores que contribuem para a ocorrencia do câncer em grandes grupos de população podem ser descobertos.

Considera-se que entre o 70% e 90% do casos de câncer em seres humanos são de origem ambiental. Este termo é utilizado em um sentido amplo, o qual atinge substâncias químicas industriais e contaminantes, dieta, hábitos pessoais, fumar, comportamento e radiações.

Os efeitos referidos são um breve resumo daqueles indicados por Rodrick (1994) e estas informações têm somente o objetivo de alterar os diferentes efeitos nocivos das substâncias químicas no organismo humano.

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5. Conclusões

Segundo Timbrell, atualmente os toxicologistas conhecem só parcialmente os mecanismos dos efeitos tóxicos das substâncias químicas. Como conseqüência a avaliação do risco para o organismo humano é difícil e incerta. Estas limitações precisam ser lembradas pelo público, industriais, economistas e por aqueles que estão envolvidos nos processos de legislação, além dos toxicologistas.

Possivelmente, o público espera muito mais dos cientistas em geral e dos toxicologistas particularmente. Os toxicologistas não podem fornecer todas as respostas às perguntas que o público freqüentemente faz, mais ainda quando exige a segurança absoluta em relação aos compostos químicos.

6. Bibliografia

● BG Chemie. Toxicological Evaluations. Potential health hazardas of existing chemicals. Vol. 12. Springer, 1998.

● Gajraj, A.M. Training needs in accident mitigation and containment. UNEP Industry and Environment. 11(3), 28-30, 1988.

● Hill, M.K. Understanding environmental pollution. Cambridge University Press. USA, 1997. p.317

● International Programme on Chemical Safety. Organization for Economic Co-Operation and Development / United Nations Environmental Programme – Industry and Environment Programme Activity Centre / World Health Organization – European Centre for Environment and Health, Health aspects of chemical accidents. OECD Environment Monograph 81. UNEP IE/PAC Technical Report 19. Paris, 1994. p.147.

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● National Toxicology Program. Fiscal Year 1998 Annual Plan. U.S. Department of Health and Human Services. USA, 1999.

● Organización Panamericana de la Salud. Accidentes químicos: Aspectos relativos a la salud. Guia para la preparación y respuesta. Organización Panamericana de la Salud / Organización Mundial de la Salud. Washington, D.C., 1998.

● Rodrich, J.V. Calculated risks. The toxicity and human health risks of chemicals in our environment. Cambridge University Press, 1994. p. 256

● Swanson, M.B.; Davis, G.A.; Kincaid, L.E. e col. Environmental Toxicology and Chemistry 16, 2, 372-383; 1997

● Timbrell, J.A. Introduction to toxicology. Taylor and Francis Ltda. London, U.K. 1989. p. 155

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A INFORMAÇÃO NAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Diego González Machín Introdução | Que requisitos deve ter a informação para a prevenção, preparação e resposta a um acidente químico? | Quem são os principais usuários? | Quem dá a informação? | Que recursos de informação existem, quais estão disponíveis e para que tipo de usuário? | Conclusão

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1. Introdução

Quando analisamos retrospectivamente os eventos que envolvem substâncias químicas observamos as causas, as falhas nas ações de resposta e as suas conseqüências na saúde humana ou no ambiente. Um bom planejamento e a preparação dos diferentes setores envolvidos no atendimento a esses episódios, contribuem na prevenção da ocorrência e na redução dos efeitos dos acidentes envolvendo substâncias químicas.

Esse bom planejamento e preparação deve se basear em informação confiável, atualizada e acessível. A informação é fundamental nas atividades relacionadas a um acidente, sejam de prevenção, preparação ou resposta. Agora tentaremos responder as seguintes perguntas: Que requisitos deve ter a informação? Quem são os principais usuários? Qual é a natureza da informação que é necessária e com que objetivo? Quais são as fontes para obter a informação?

2. Que requisitos deve ter a informação para a prevenção, preparação e resposta a um acidente químico?

● Deve ser atualizada. Em dois sentidos:

a. Com respeito à fonte, esta deve estar enriquecida com as últimas experiências ocorridas.

b. Com respeito ao relatório das atividades realizadas antes, durante e depois da ocorrência de um acidente.

● Deve ser seletiva. A disseminação da informação deve considerar o tipo do receptor ao qual está dirigida e o nível de ação.

● Deve estar disponível para todos.

● Deve ser clara, concisa e fácil de entender.

● Deve ser oportuna. A informação deve ser fornecida no momento em que é necessária. Deve-se ter em conta que os acidentes não avisam, por isso deve ser possível ter acesso à

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informação as 24 horas do dia e os 365 dias do ano.

● Deve ser preparada e fornecida por equipes especializadas.

3. Quem são os principais usuários?

● As pessoas envolvidas na organização e planejamento da resposta.

● Os primeiros que chegam ao local do acidente: bombeiros, policiais, Cruz Vermelha, paramédicos, técnicos da indústria e outros.

● Setor de saúde em todos os níveis da corrente de tratamento (o pessoal da "triagem", hospitais e outras instalações adaptadas, cuidados intensivos, etc.).

● Entidades de proteção ao meio ambiente.

● Autoridades públicas.

● Público em geral (população potencialmente afetada).

● Meios de comunicação.

4. Quem dá a informação?

As fontes principais de informação antes e durante um acidente químico são:

a. A indústria

Fornece informação ligada às atividades, processos e pontos perigosos, bem como à quantidade e à natureza dos produtos químicos que manipula, processa e transporta.

b. Os centros especializados de informação

São centros que recolhem, processam e disseminam informação relacionada aos produtos químicos. O ideal seria que os países tivessem duas modalidades: os centros de resposta química e os centros de informação toxicológica. Em países com maior desenvolvimento industrial e portanto mais vulneráveis à ocorrência de acidentes, seria benéfico ter uma rede destes centros, que funcionassem as 24 horas do dia e os 365 dias do ano. Além disso, devem estar interligados a nível nacional e manter comunicação com centros e organizações internacionais. Estes centros devem ter pessoal capacitado para fornecer a informação contida em suas base de dados e publicações, e também para a interpretação e adaptação da informação às diferentes circunstâncias que podem apresentar-se em um acidente químico.

c. Os organismos internacionais

Várias organizações internacionais, como o IPCS/OMS (Programa Internacional de Segurança Química), PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos), ATSDR (Agência para as Substâncias Tóxicas e o Registro de Doenças), OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos) e o OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) preparam e disseminam informação relacionada aos produtos químicos que pode ser utilizada a nível nacional pelos organismos reguladores e pelo setor saúde.

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5. Que recursos de informação existem, quais estão disponíveis e para que tipo de usuário?

São múltiplos os recursos informativos que podem ser utilizados nas atividades de prevenção, preparação e resposta às emergências que envolvem substâncias químicas. Em seguida são descritos alguns das mais recomendados fontes de informação segundo o tipo de usuário. Diferentes tipos de ajuda à informação têm sido considerados: textos impressos e bases de dados em disco laser ou acessíveis a través de Internet.

5. 1 Informação para os responsáveis de tomar as decisões: autoridades públicas

O tipo de informação que é necessária se encontra em guias e diretrizes que orientam sobre como organizar as ações de prevenção, preparação e resposta aos acidentes químicos. Além disso, é preciso utilizar recursos que permitam:

● Realizar inventário de instalações perigosas: localização, atividades, processos e pontos perigosos, tipos e quantidades de produtos químicos que estão sendo processados, armazenados, manipulados e transportados.

● Classificar os tipos de acidentes que poderiam ocorrer em uma determinada região.● Identificar a população potencialmente afetada.● Informar sobre as instalações médicas disponíveis.

● Localização de hospitais e outras instalações médicas (dispensários, policlínicas ou outros centros de assistência à saúde).

● Recursos disponíveis em instalações médicas: leitos disponíveis, equipamento médico, medicamentos e antídotos, etc.

● Principais meios de transporte de vítimas (ambulâncias, helicópteros, transporte adaptado, etc.) e vias de evacuação.

● Disponibilidade de laboratórios para investigações clínicas e toxicológicas.

Para responder a esta demanda de informação várias fontes podem ser utilizadas:

● PNUMA; OIT; OMS. Programa Internacional de Seguridad sobre Sustancias Químicas (PISSQ), Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud. Guía para a preparación y respuesta. Washington, DC: OPAS; 1998, 140p.

● OECD. Guidance concerning health aspects of chemical accidents. Paris: OCDE; 1996. 62 p.● OECD. Guidance principles for chemical accident prevention preparedness and response.

Environment Monograph Nº 51, Paris: OECD; 1992. 123 p.● PNUMA. Un proceso para responder a los accidentes tecnológicos. Paris: PNUMA; 1989. 70

p.

Na Internet encontram-se as seguintes fontes:

● Centro Regional de Informação sobre Desastres (CRID). É um centro da Organização Pan-Americana da Saúde cuja sede é na Costa Rica, e cujo site na Internet é: http://www.crid.desastres.net/crid/index.htm

Este centro gera muita informação ligada aos desastres naturais e tecnológicos de utilidade para aqueles que tomam decisões; tem uma Biblioteca Virtual de Desastres.

● OCDE. Chemical Accidents: http://www.oecd.org/ehs/accident.htm

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Neste site se encontra o texto completo das monografías da OCDE relacionadas a esta temática. Estas são:

● OECD. Environment Monograph. Nº 24. Accidents involving hazardous substances.

● OECD. Environment Monograph. Nº 28. Prevention of accidents involving hazardous substances. Good Management practice.

● OECD. Environment Monograph. Nº 30. The role of public authorities in preventing major accidents.

● Programa de Nações Unidas para o Meio Ambiente http://www.unep.org tem vários sites de interesse:

● Uma página dedicada ao tema de desastres: permite procurar documentos que estão relacionados ao tema.

● APELL. Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level: Process for responding to technological accidents:

● http://www.unepiet.org/apell/home.html

Este site oferece informação sobre as publicações, estudos de casos e registros de acidentes selecionados no mundo inteiro desde 1970.

● UNEP-Chemical (IRPTC) http://www.chem.unep.ch/default.htm

É um site dedicado a oferecer informação ligada aos temas de interesse relacionados às substâncias químicas, como os Contaminantes Orgânicos Persistentes (COPs / tradução das siglas em inglês POPs) e do Consentimento Prévio Inormado (PIC).

● Outras organizações internacionais também geram muita informação que pode ser útil para aqueles que tomam decisões e outros usuários da informação, como:

● Organização Marítima Internacional: http://www.unep.org/unep/partners/un/imo/home.htm

● Agência Internacional de Energia Atômica: http://www.iaea.org/worldaton● Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial / UNIDO

http://www.unido.org

● As Agências Nacionais também produzem boa informação que pode ser utilizada na prevenção, preparação e na resposta aos acidentes químicos. Como o caso da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA): http://www.epa.gov/swecepp/ Este site está dedicado somente a emergências químicas e oferece aos usuários que tomam decisões, muitas diretrizes que podem ser adaptadas à realidade nacional.

● Do mesmo modo, se consideramos a necessidade de realizar inventários de instalações perigosas, de recursos, etc., a EPA tem posto à disposição dos usuários a base de dados CAMEO (Computer-Aided Management of Emergency Operations): http://www.epa.gov/ceppo/cameo/index.htm

Este site oferece a possibilidade de copiar a base de dados e softwares que têm informação específica de resposta para grande quantidade de produtos e uma série de base de dados para a armazenagem de informação local sobre instalações

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perigosas, inventários de substâncias químicas, inventário de recursos, contatos. Além disso, permite fazer mapas de riscos e criar cenários.

● CDC e NIOSH têm posto a disposição via Internete as fichas Internacionais de Segurança de Substâncias Químicas em texto completo: http://www.cdc.gov/niosh/ipcs/icstart.html

Estas fichas foram produzidas pelo Programa Internacional de Segurança de Substâncias Químicas da Organização Mundial da Saúde (IPCS/OMS) e oferecem informação concreta sobre as substâncias químicas e as ações de emergência para cada uma delas. A informação é ampliada com as propriedades físico e químicas das substâncias, efeitos na saúde de acordo com as vias de entrada e, se são agudos ou crônicos, os limites de exposição ocupacional e outros. A informação é oferecida para cada substância e não em grupos.

5.2 Informação para os primeiros em chegar ao lugar da emergência (bombeiros, policiais, pessoal paramédico e outros).

Estes precisam de informação rápida que lhes permita agir no local do acidente com o menor risco possível, bem como de informação sobre as propriedades físico e químicas e toxicológicas dos produtos envolvidos no acidente, os efeitos clínicos agudos e a longo prazo por diferentes vias de exposição, métodos para atendimento a um derramamento, uma vazamento, um incêndio, etc. primeiros auxílios para as vítimas de um acidente químico, equipamento de proteção individual e temas semelhantes.

As principais publicações que podem ser utilizadas são:

● Dangerous goods. Initial emergency response guide. 1992. CANUTEC. Canadá.● Guía de respuestas de emergencias. Respuesta inicial a accidentes con materiales

peligrosos. Mutual de Seguridad. Chile. Chile.● Guía de respuestas iniciales en caso de emergencias ocasionadas por materiales peligrosos.

1992 SETIQ. México.

Na Internet se encontram as seguintes bases de dados:

● ERG 2000 Guía Norte - Americana de Resposta em Caso de Emergência (GRENA 96) http://www.tc.gc.ca/canutec.erg_gmu/erg2000_menu.htm

Desenvolvida pelo Ministério de Transporte de Canadá, o Departamento de Transporte dos Estados Unidos (DOT) e a Secretaria de Comunicações e Transporte de México (SCT), para ser utilizado pelos bombeiros, policiais e pessoal de serviço de emergências, que podem ser os primeiros em chegar à cena do acidente durante o transporte de um material perigoso.

● MSDS. Material Safety Data Sheet.

http://www.ilpi.com/msds/index.html

Permite o acesso a vários sites onde há informação sobre fichas técnicas de segurança de substâncias químicas.

● Chemical Hazard Response Information System (Sistema de Informação sobre a Resposta a Produtos Perigosos - CHRIS)

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http://152.121.2.2/hq/g-m/mor/Articles/CHRIS.htm

Além de oferecer informação sobre as propriedades físico-químicas das substâncias, risco de incêndio, reatividade química, dados de transporte, etc., que podem ser utilizados por diversos usuários, oferece um resumo da substância, as características, ações de emergência e medidas de primeiros socorros.

A apresentação destas fontes facilita a procura rápida quando a rapidez é um fator que reduz a perda de vidas humanas e os efeitos deletérios no ambiente. As substâncias químicas podem ser encontradas pelo nome ou número de identificação que remete a uma guía que agrupa os produtos segundo a sua classe química.

5.3 Informação para o pessoal de saúde que oferece assistência hospitalar.

Este pessoal precisa de informação sobre:

● Descontaminação de pacientes.● Tratamento médico (incluído o uso de antídotos) segundo as circunstâncias, gravidade das

vítimas, vias de exposição e disponibilidade de meios, durante a corrente de assistência aos afetados (inclui assistência pré-hospitalar e hospitalar).

● Medidas de proteção que deve ter o pessoal de resgate responsável pela assistência às vítimas para evitar contaminação.

Esta informação pode ser obtida por publicações, como:

● Managing Hazardous Materials Incidents. ATSDR. Volume II: Hospital Emergency Departments. Volume III: Medical Management Guidelines for Acute Chemical Exposures.1991.

É um excelente material para o pessoal de saúde, tanto a nível de planejadores como para as pessoas envolvidas na corrente de tratamento de vítimas de um acidente químico. Apresenta informação sobre as características físico e químicas, vias de exposição, usos, limites de exposição, propriedades físicas, incompatibilidades, efeitos agudos e crônicos para a saúde, manejo de pacientes nas diferentes áreas, desde o foco de contaminação até nas instituições com cuidados intensivos e os princípios do tratamento da pessoa intoxicada, incluindo a antidoto-terapia.

● Sullivan J.B. & Krieger G.R. Hazardous materials toxicology. Clinical Principles of environmental health. Williams & Wilkins; 1992. ISBN 0-683-08025-3

Na Internet se encontra a seguinte base de dados:

● Hazardous Substance Data Bank (HSDB) http://toxnet.nlm.nih.gov

É um banco de dados em texto completo, com informação sobre 4.300 produtos químicos. Inclui aspectos toxicológicos e procedimentos para o atendimento de emergências, dados de identificação dos produtos, propriedades físico-químicas, guías de emergência da DOT, classificação NFPA, procedimentos de assistência a incêndios, explosões, incompatibilidades dos produtos, equipamento de proteção individual, métodos de limpeza de resíduos, etc.

Em disco laser se encontra:

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● IPCS-INTROX

Este disco laser contém informação sobre substâncias químicas, com dados organizados de maneira que o usuário possa procurar uma substância específica e obter facilmente acesso à informação que sobre essa substância aparece em todas as bases de dados contidas no disco, as quais são:

● IPCS Monografias de informação sobre tóxicos (PIMs).● IPCS Fichas internacionais sobre Segurança Química.● Base de dados CCOHS CHEMINFO que tem muita informação sobre

substâncias químicas e seus efeitos na saúde, forma de tratamento, etc.

● Organização Pan-Americana da Saúde

Tem desenvolvido vários instrumentos de informação que podem ser utilizados nas etapas de prevenção, preparação e resposta a um acidente químico:

● A Divisão de Saúde e Ambiente (HEP) através do Centro Pan-Americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente (CEPIS) desenvolveu uma Biblioteca Virtual em Saúde e Ambiente http://www.cepis.ops-oms.org com uma seção dedicada à Toxicologia que tem muita informação útil na área de emergências químicas.

6. Conclusão

A informação necessária para a prevenção, planejamento e resposta a um acidente químico é ampla. Portanto é essencial identificar quem a oferece, que recursos existem que sejam de fácil acesso e que vias de comunicação garantirão o fluxo adequado da informação, quando podem surgir problemas pela interrupção das linhas de comunicação ou por erros humanos produzidos pela pressão.

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PREPARAÇÃO

Estudo de análise de risco em instalações com produtos perigosos José Carlos de Moura Xavier & Ricardo R. Serpa,CETESB-Brasil

Planos de Ação de Emergência Ricardo R. Serpa, CETESB-Brasil

Preparação do setor saúde para as emergências químicasDiego González Machín, CEPIS/OPAS

Equipamentos de proteção individual para atender emergências químicas Marco Antonio Lainha, & Edson Haddad CETESB-Brasil

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ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS EM INSTALAÇÕES COM PRODUTOS PERIGOSOS

José Carlos de Moura Xavier & Ricardo Rodrigues Serpa Introdução | Conceitos básicos | Desenvolvimento de estudos de análise de riscos | Considerações gerais | Bibliografia

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1. Introdução

A evolução da indústria química no mundo, principalmente depois da Segunda Guerra Mundial é muito importante para o desenvolvimento econômico e para a vida moderna, já que diariamente utilizam-se diversos tipos de produtos e materiais, nos quais estão presentes grande variedade de substâncias químicas.

A grande diversidade de produtos no mercado, bem como a existência de processos cada vez mais complexos, e a armazenagem e transporte das substâncias químicas, faz com que o organismo humano esteja exposto a uma série de substâncias químicas que podem representar um risco para a saúde.

Através do tempo, especialmente as indústrias química e petroquímica, no seu avanço tecnológico, e tendo o objetivo de cuidar dos interesses, evitou discutir os problemas ligados às suas atividades, como por exemplo as doenças ocupacionais, os assuntos de segurança industrial e os problemas ambientais.

Os casos de algumas catástrofes que afetaram o ambiente, principalmente nas décadas de setenta e oitenta, como aquelas que aconteceram em Flixborough (1974), Seveso (1976) e Bhopal (1984), contribuíram para que as indústrias do mundo todo procurassem mecanismos para melhorar a imagem perante a comunidade mundial.

Neste contexto os estudos de análise de riscos (EAR) e os programas de gerenciamento de riscos (PGR) converteram-se em ferramentas de grande importância para a prevenção de acidentes industriais que poderiam afetar o ambiente e em outras atividades nas quais eram manipuladas substâncias perigosas. Os estudos propiciaram os subsídios necessários para o conhecimento detalhado das falhas que poderiam conduzir a um acidente, bem como suas conseqüências, possibilitando a implantação de medidas para a redução de riscos e a elaboração de planos de emergência para a resposta aos acidentes.

2. Conceitos básicos

Um estudo de análise de riscos deve ter como objetivo principal responder às seguintes perguntas:

● Que pode acontecer errado?

● Quais são as causas básicas dos eventos não desejados?

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● Quais são as conseqüências?

● Qual é a freqüência dos acidentes?

● Os riscos são toleráveis?

Para entender melhor o assunto "Análise de riscos" faz-se necessária a introdução de alguns conceitos básicos.

Perigo

Uma ou mais condições físicas ou químicas com possibilidade de causar danos às pessoas, à propriedade, ao ambiente ou uma combinação de todos.

Risco

Medida da perda econômica e/ou de danos para a vida humana, resultante da combinação entre a freqüência da ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (conseqüências).

O risco está sempre ligado à factibilidade da ocorrência de um evento não desejado, sendo função da freqüência da ocorrência das hipóteses acidentais e das suas conseqüências. Desta maneira, o risco pode ser expressado como uma função desses fatores, segundo o apresentado na equação 1.

R = f (c, f, C) (1)

Sendo:

R = risco;

c = cenário acidental

f = freqüência de ocorrência

C = conseqüência (perdas e/ou danos).

O risco também pode ser definido através das seguintes expressões:

● combinação de incerteza e de dano;● razão entre o perigo e as medidas de segurança;● combinação entre o evento, a probabilidade e suas conseqüências.

A experiência demonstra que geralmente os grandes acidentes são causados por eventos pouco freqüentes, mas que causam danos importantes.

● Análise de riscos

É a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa ou quantitativa) dos riscos, baseada na engenharia de avaliação e técnicas estruturadas para promover a combinação das freqüências e conseqüências de cenários acidentais.

● Avaliação de riscos

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É o processo que utiliza os resultados da análise de riscos e os compara com os critérios de tolerabilidade previamente estabelecidos.

● Gerenciamento de riscos

É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos existentes na instalação industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos requerimentos de segurança considerados toleráveis.

3. Desenvolvimento de estudos de análise de riscos

Geralmente um estudo de análise de riscos pode ser dividido nas seguintes etapas:

3.1 Caracterização da empresa

A caracterização da empresa e da região tem as seguintes finalidades:

● identificar aspectos comuns que possam interferir na instalação ou no ambiente;● o enfoque operacional e de segurança;● estabelecer uma relação direita entre a empresa e a região da influência.

Espera-se os seguintes resultados práticos:

● obtenção de um diagnóstico das interfaces existentes entre a empresa, objeto de análise e o local da instalação;

● caracterização dos aspectos importantes que sustentarão o estudo de análise de riscos, por meio da definição de métodos, normas ou necessidades específicas;

● ajuda para determinar a amplitude do estudo.

Assim, essa etapa inicial do trabalho deve contemplar os seguintes aspectos:

● realização de um levantamento fisiográfico da região sob a influência da empresa;● caracterização das atividades e dos aspectos operacionais;● combinação das informações e interpretação dos resultados.

Observação

Quando se trata de um empreendimento, por exemplo, um sistema de transporte de produtos químicos por dutos, deverá ser feita uma análise detalhada do local, com a identificação e caracterização das diferentes áreas sob influência da empresa.

3.1.1 Aspectos fisiográficos

● Localização da empresa

● levantamento planialtimétrico das redondezas da empresa

● Corpos d’ água

● consumo humano;● fornecimento industrial;

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● utilização de gado;● geração de energia;● piscicultura;● recreação;● sem utilização específica.

● Áreas costeiras:

● pântanos;● praias (abertas ou protegidas);● costas rochosas;● estuários;● portos e áreas de navegação.

● Áreas de residências

Estimativa e caracterização do tipo, da quantidade de habitantes e das características da população segundo idade, tipos de residências, grau de escolaridade e capacidade de percepção de riscos, entre outros aspectos.

● áreas urbanas;● áreas de expansão urbana;● áreas rurais.

● Sistemas viários

● vias urbanas, segundo o fluxo e tipo de tráfico;● rodovias;● linhas férreas;● transporte marítimo;● aeroportos.

● Combinação e/ou interferências:

● aquedutos;● galerias;● eletrodutos;● gasodutos;● oleodutos;● linhas de transmissão de energia elétrica;● áreas geotécnicas instáveis;● regiões inundáveis;● áreas de preservação ou de proteção ambiental;● áreas ecologicamente sensíveis.

3.1.2 Características meteorológicas

● temperatura;● índices pluvimétricos;● umidade relativa do ar;● velocidade e direção dos ventos.

3.1.3 Características das instalações

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● planta geral da instalação;● disposição física (layout);● especificações dos equipamentos;● descrição das operações e dos procedimentos de segurança;● identificação e caracterização das fontes de ignição;● substâncias envolvidas;● inventários;● formas de manipulação e de mobilização;● condições de armazenagem;● características fisico-químicas e toxicológicas das substânciass.● fluxogramas de engenharia e de processo;● instrumentos;● dados operacionais;

● pressão;● vazão.

● sistemas de segurança

3.2 Identificação de perigos

Esta etapa tem o objetivo de identificar os possíveis eventos não desejados que possam levar a acidentes, possibilitando definir hipóteses acidentais que poderão produzir conseqüências significativas.

Portanto, técnicas específicas para a identificação dos perigos devem ser empregadas, entre as quais podemos mencionar:

● Listas de verificação (Checklists);● Análise "E se…?" (What if...?)● Análise Preliminar de Perigos (APP);● Análise de Modos de Falhas e Efeitos (AMFE);● Estudo de Perigos e Operabilidade (HazOp – Hazard and Operability Study).

A tabela 1 apresenta algumas das principais aplicações dessas técnicas.

Tabela 1 – Técnicas para a identificação de perigos e as principais aplicações

Aplicação Checklist What if APP AMFE HazOp

Identificação de desvios relativos às boas práticas

Identificação de perigos genéricos

Identificação das causas básicas (eventos iniciais)

Proposta de medidas para mitigar os riscos

3.3 Estimativa de conseqüências e de vulnerabilidade

Tendo por base as hipóteses acidentais formuladas na etapa anterior, estuda-se as suas possíveis conseqüências, medindo os impactos e danos causados por elas.

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Deverão ser utilizados modelos de cálculos que representem os possíveis efeitos resultantes dos tipos de acidentes, como:

● radiações térmicas de incêndios;● sobrepressões causadas por explosões;● concentrações tóxicas resultantes de emissões de gases e vapores;

Em seguida deverão ser estimadas as possíveis conseqüências dos cenários produzidos pelas hipóteses de acidentes. Os resultados desta estimativa deverão servir de base para a análise de vulnerabilidade nas instalações estudadas. Normalmente essa análise é feita considerando danos às pessoas expostas a esses impactos.

3.4 Estimativa de freqüências

Para fazer estudos quantitativos de análise de riscos é necessária a estimativa das freqüências das hipóteses acidentais decorrentes das falhas nos equipamentos ligados às instalações ou atividades da análise. Da mesma maneira, a estimativa de probabilidade de erros do homem deve ser quantificada nesta etapa. Esses dados normalmente são difíceis de serem estimados já que há poucos estudos abordando confiabilidade humana.

As seguintes técnicas podem ser utilizadas para o cálculo das freqüências dos cenários de acidentes,:

● análise histórica dos acidentes, através da pesquisa bibliográfica ou nos bancos de dados de acidentes (tabela 2);

● análise por árvore de falhas (AAF);● análise por árvores de eventos (AAE).

Em determinados estudos, os fatores externos da empresa podem contribuir para o risco de uma instalação. Nesses casos, também deve ser considerada a probabilidade ou a freqüência do acontecimento de eventos não desejáveis causados por terceiros ou por agentes externos ao sistema em estudo, como terremotos, enchentes, deslizamentos de solos e queda de aeronaves entre outros.

Tabela 2 – Bancos de dados de acidentes

Referência Autor/ Instituição Descrição

Loss Prevention in the Process Industries

Frank P. Lees O Volume 3 possui alguns estudos de caso de grandes acidentes industriais.

CONCAWE The Oil Companies European Organization for Environmental &

Health Protection

Informes anuais sobre derramamentos em dutos na Europa

National Transportation Safety Board (NTSB)

US DOT Relatórios detalhados sobre acidentes durante o transporte de produtos perigosos.

Railroad Facts Association of American Railroads Boletim anual sobre acidentes no transporte ferroviário

FACTS TNO, Holanda Banco de dados de acidentes com produtos perigosos

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MHIDAS Safety & Reability

Directorate, Reino Unido

Banco de dados de acidentes industriais maiores.

SONATA TEMA, Ítalia Banco de dados de acidentes com produtos perigosos

IFP Instituto Francês de Petróleo Banco de dados de acidentes no transporte marítimo e em plataformas offshore.

CADAC CETESB Banco de dados de acidentes ambientais em São Paulo, Brasil.

Diversas instituições mantêm bancos de dados ou publicações relativas à confiabilidade de equipamentos para instalações perigosas. A seguir serão apresentadas algumas referências:

● OREDA. Offshore reliability databank handbook, Norway, 1984.● AICHE. Process equipment reliability data, New York, 1989.● Rijnmond Public Authority. Risk analysis of six potentially hazardous industrial objects in the Rijnmond Area –

um estudo piloto, The Netherlands, 1982.● Lees, Frank P. Loss Prevention in the process industries. 3 Vol., 2nd Ed., London, 1996.● Rasmussen, N.C. Reactor safety study: an assessment of accident risk in US commercial power plants.

Nuclear Regulatory Commission, Washington, DC, 1975.

Quanto ao tema "confiabilidade humana", os dados de falhas devem ser utilizados com muito cuidado porque existem muitos fatores que interferem nas taxas de falhas, tais como:

● tipos de falhas;● condições ambientais;● características dos sistemas envolvidos;● tipos de atividades ou operações feitas;● capacitação das pessoas envolvidas;● motivação;● disponibilidade de normas de qualidade e procedimentos operacionais;● tempo disponível para a execução de tarefas.

Um fator que deve ser considerado na análise é o erro humano durante a realização de uma determinada operação, principalmente erros de manutenção, devido aos quais acontecem cerca de 60% a 80% dos acidentes maiores em que o erro humano está envolvido (AICHE, 1989).

3.5 Estimativa de riscos

A estimação de riscos é feita através da combinação das freqüências de ocorrência das hipóteses de acidentes e as suas respectivas conseqüências. Pode-se expressar o risco de diferentes formas segundo o objetivo do estudo em questão. Geralmente os riscos são expressos da seguinte maneira:

● Índices de risco;● Risco social;● Risco individual.

3.6 Avaliação e gerenciamento de riscos

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Nesta etapa os riscos estimados deverão ser avaliados, de maneira a definir medidas e procedimentos que serão executados com o objetivo de reduzi-los ou gerenciá-los, tendo-se por base critérios de aceitabilidade de riscos previamente definidos.

O fluxograma da figura 1 mostra os resultados das etapas que compõem um estudo de análise de riscos.

4. Considerações gerais

A utilização de técnicas e de métodos específicos para a análise de riscos ocupam cada vez mais o espaço nos programas sobre segurança e gerenciamento ambiental das indústrias, como evidência da preocupação destas, dos governos e de toda a sociedade com respeito aos temas relacionados com o meio ambiente.

Além disso, deve-se esclarecer que essas técnicas podem ser amplamente empregadas para lidar com outros tipos de riscos, como os riscos de mercado, de imagem, financeiros, de produção e até políticos.

Os estudos de análise de riscos, que podem ser feitos com diferentes finalidades, devem ser considerados como instrumentos importantes de gerenciamento e planejamento. Provalvemente, sem eles, muitas empresas não saberiam a importância dos problemas resultantes de acidentes e deste modo também não saberiam enfrentar riscos muito altos que poderiam provocar danos algumas vezes irreparáveis para a comunidade ou o meio ambiente e prejudicar a imagem e sobrevivência de maneira significativa e irreversível.

Desta maneira, é necessário dar ao tema a adequada importância e fazer estudos e programas específicos que contemplem adequadamente o gerenciamento dos riscos existentes decorrentes do desenvolvimento de atividades perigosas.

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Figura 1 – Etapas de Estudo de Análise de Riscos

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5. Bibliografia

● CCPS/AICHE. Guidelines for chemical process quantitative risk analysis; New York, 1989.

● AMORIM, Tânia M. Técnicas de análise de riscos: métodos qualitativos e quantitativos. 1° Seminário de Análise de Riscos de Processos Industriais; ABIQUIM; São Paulo, 1991.

● CETESB. Manual de orientação para a elaboração de estudos de análise de riscos; São Paulo, 1994.

● Lees, Frank P. Loss prevention in the process industries 2nd Ed.; Vol 3, Butterworth Heinemann; London, 1996.

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PLANOS DE EMERGÊNCIARicardo Rodrigues Serpa

Introdução | Objetivo e características | Estrutura | Implantação e manutenção | Referências bibliográficas

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1. Introdução

O gerenciamento de riscos em instalações ou atividades perigosas deve contemplar medidas, tanto para prevenir a ocorrência de acidentes maiores, o que requer a atuação sobre as frequências de ocorrência de falhas que possam acarretar acidentes, bem como sobre as possíveis consequências desses acidentes, caso os mesmos venham a ocorrer, minimizando assim os impactos causados às pessoas e ao meio ambiente.

O Plano de Emergência é parte integrante de um Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), de modo que danos causados por acidentes possam ser minimizados ao máximo. Um pré-requisito para a elaboração de um plano de emergência adequado, para fazer frente aos possíveis danos causados por acidentes numa instalação industrial, é um detalhado estudo de análise de riscos, de modo que as tipologias acidentais, os recursos e as ações necessárias para minimizar os impactos possam ser adequadamente dimensionadas.

Assim, o estudo de análise de riscos deve ser considerado como um pressuposto básico para a elaboração de um plano de emergência. A limitação dos danos causados por um acidente maior é proporcional ao nível de planejamento; logo, um plano de emergência adequadamente elaborado e implantado, certamente tem maior chance de evitar que um acidente se transforme num desastre.

2. Objetivo e características

Um plano de emergência tem por objetivo fornecer um conjunto de diretrizes e informações, visando a adoção de procedimentos lógicos, técnicos e administrativos, estruturados, de forma a propiciar respostas rápidas e eficientes em situações emergenciais.

De modo geral, o plano deve possuir as seguintes características:

● deve possibilitar que os possíveis danos restrinjam-se a uma determinada área, previamente dimensionada, evitando que os impactos extrapolem os limites de segurança pré-estabelecidos;

● deve contemplar todas as ações necessárias para evitar que situações, internas ou externas, às instalações envolvidas no acidente, contribuam para o seu agravamento;

● deve ser um instrumento prático, que propicie respostas rápidas e eficazes em situações de emergência;

● deve ser o mais sucinto possível, contemplando, de forma clara e objetiva, as atribuições e responsabilidades dos envolvidos.

3. Estrutura

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Conforme mencionado anteriormente, o estudo de análise de riscos deve ser um pressuposto para a elaboração de um plano de emergência, uma vez que dele devem ser extraídas, entre outras, as seguintes informações:

● cenários acidentais;● consequências esperadas em cada uma das hipóteses acidentais consideradas;● possíveis impactos e áreas afetadas.

Com essas informações é possível planejar a elaboração do plano de emergência, uma vez que passa ser mais fácil o dimensionamento adequado das seguintes ações:

● isolamento;● sinalização;● definição de pontos de encontro e rotas de fuga;● dimensionamento e localização estratégica de equipamentos de combate e proteção individual;● definição de procedimentos de combate a vazamentos e incêndios.

De modo geral, um plano de emergência para o atendimento a acidentes ambientais, causados envolvendo produtos ou atividades perigosas deve conter a seguinte estrutura:

a. Introdução;b. Características das instalações e atividades;c. Objetivod. Área de abrangência;e. Estrutura organizacional;f. Acionamento;g. Procedimentos de combate:

● Avaliação;● Isolamento e evacuação;● Combate a incêndios;● Controle de vazamentos;● Reparos de emergência;● Ações de rescaldo (pós-emergenciais).

h. Anexos:

● Formulário de registro de ocorrências;● Lista de acionamento;● Recursos materiais;● Fichas de informação sobre substâncias químicas;

A Figura 1 apresenta um exemplo de estrutura organizacional para um plano de emergência, a qual deve, obviamente, ser adaptada para diferentes casos; no entanto, as funções apresentadas devem ser contempladas em qualquer plano.

Embora possam ser definidos procedimentos padronizados, é importante que cada uma das hipóteses acidentais previamente estudadas e seus respectivos cenários de acidentes sejam definidas ações de combate, compatíveis com os possíveis danos esperados. Os resultados dos estudos de consequências, obtidos através de modelos de simulação podem fornecer importantes dados para a definição de ações específicas, por exemplo, em relação a isolamento e evacuação de áreas, com base nas distâncias atingidas pelos vazamentos ou outros fenômenos previamente estudados.

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A Tabela 1 apresenta um exemplo genérico de ações baseadas nos possíveis impactos decorrentes de diferentes cenários de acidentes.

Figura 1 - Estrutura organizacional de plano de emergência

Tabela 1 - Ações de controle de acordo com os impactos esperados

Impacto Área 1(risco de vida)

Área 2(risco à saúde)

Área 3(mal-estar)

Explosão Isolamento e evacuação da área

Remoção de pessoas Isolamento da área

Incêndio Isolamento e evacuação da área Uso de roupas especiais

Isolamento e evacuação da área

Uso de roupas especiais

Vazamento tóxico Isolamento e evacuação da áreaUso de roupas e máscaras

Remoção de pessoas de alto risco

Isolamento.Fechamento de portas e janelas

4. Implantação e manutenção

O sucesso de uma operação de atendimento a acidentes maiores está intimamente relacionado com as ações de resposta previstas e desencadeadas por um plano de emergência. Assim, para que as ações previstas num plano resultem efetivamente nos resultados esperados, quando da ocorrência de situações emergenciais; após

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a sua elaboração, o plano deve ser devidamente divulgado, internamente à instituição, além de ser integrado com outros planos locais e regionais, junto a outras entidades que certamente deverão atuar conjuntamente na resposta aos acidentes.

A implantação do plano, além da devida divulgação, está associada ao suprimento dos recursos, humanos e materiais, necessários e compatíveis com o porte das possíveis ocorrências a serem atendidas.

Da mesma forma, faz parte da implantação do plano a implementação, e manutenção, de um programa de treinamento, em diferentes níveis de dificuldade, contemplando:

● treinamentos teóricos;● treinamentos individuais;● exercícios de campo;● operações simuladas de coordenação.

Passada a etapa de implantação, um plano de emergência deve ser permanentemente atualizado e periodicamente revisado, de acordo com a experiência adquirida ao longo do tempo, tanto em atendimentos reais, como nos treinamentos realizados. É importante que a manutenção do plano contemple as seguintes atividades:

● sistema de atualização de informações;● registros dos atendimentos realizados;● reavaliação periódica dos procedimentos;● reposição e renovação de recursos.

5. Referências bibliográficas

● CETESB. Manual de Orientação para a Elaboração de Estudos de Análise de Riscos; São Paulo, 1994.

● SERPA, R. R. Planos de Emergência. Apostila do Curso "Introdução à Análise de Riscos", Vol. 2, CETESB, São Paulo, 1997.

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PREPARAÇÃO DO SETOR DE SAÚDE PARA AS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Diego González Machín

Introdução | Elementos que devem ser considerados nos preparativos do setor de saúde para a resposta a acidentes envolvendo substâncias químicas | Bibliografia

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1. Introdução

Na nossa região, a indústria química desenvolveu-se a um ritmo acelerado e em muitos países representa um dos principais fatores de desenvolvimento econômico. Porém, o estabelecimento de programas de preparação do setor de saúde para enfrentar os acidentes não ocorreu num ritmo paralelo. Estes programas são de vital importância para conseguir a meta principal: minimizar ou impedir os efeitos na saúde resultantes da exposição à substâncias químicas.

Para que a preparação do setor de saúde seja efetiva, precisa-se considerar as particularidades que apresentam os acidentes químicos, que elementos os diferencia de outros tipos de desastres e por que as ações de resposta médica possuem características especiais.

Quando se fala de preparação do setor de saúde, deve-se referir ao conjunto de ações que devem ser adotadas antes que os acidentes envolvendo substâncias químicas ocorram e com o qual se estabelecem as condições para que o setor de saúde responda adequadamente. Por isso, entre essas ações incluem-se: capacitação e treinamento; identificação de recursos incluindo o pessoal, equipamentos, subministração e fundos que estarão disponíveis e o nome da pessoa que autoriza a distribuição; a necessidade de informação e quem a oferece; bem como as necessidades de comunicação, entre outras.

A resposta a um acidente envolvendo substância química exige uma coordenação pluri-institucional e multidisciplinar. A falta desta coordenação pode repercutir negativamente ou piorar os efeitos do acidente. Os serviços de saúde possuem um papel importante na resposta e na maioria dos países da Região existem sistemas muito bem estabelecidos para agir em caso de emergências provocadas por desastres naturais. Porém, em muitos casos estes sistemas não estão preparados adicionalmente para atuar adequadamente nos acidentes que envolvam produtos perigosos.

2. Elementos que devem ser considerados nos preparativos do setor de saúde para a resposta a acidentes envolvendo substâncias químicas

2.1 Um dos elementos que devem ser considerados são as características dos acidentes envolvendo substâncias químicas que os diferencia de outros tipos de desastres

● Os acidentes com produtos perigosos variam desde os relativamente confinados a um lugar

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específico até aqueles que se expandem ao ponto que é provável que a comunidade toda esteja em perigo.

● Se for considerado apenas a exposição à substâncias químicas, todas as vítimas do acidente apresentarão o mesmo tipo de efeito nocivo, variando somente a magnitude do dano. Porém, há elementos que devem sempre ser considerados, tais como a susceptibilidade individual, estado de saúde prévio, etc.

● Pode existir uma "zona tóxica" que somente poderá ser penetrada utilizando equipamento de proteção individual de maneira apropriada. As ambulâncias e outro pessoal médico nunca devem entrar em tais zonas.

● As vítimas expostas a substâncias químicas podem constituir um risco para o pessoal de resgate, o qual poderá ser contaminado ao entrar em contato com elas. Então, uma descontaminação prévia deve, preferentemente, ser realizada antes que as vítimas sejam atendidas pelo pessoal médico. Além disso, os responsáveis pela assistência devem saber como avaliar e tratar as intoxicações que sofrem as vítimas contaminadas e saber como se proteger do risco potencial derivado da contaminação secundária.

● Os hospitais (e outras instalações para o tratamento) e as vias de acesso a eles podem estar situadas dentro da "zona tóxica"; isto faz com que o acesso seja bloqueado e não possam ser recebidos novos pacientes em um período longo. Portanto, os planos devem contemplar instalações médicas temporárias em escolas, centros esportivos, barracas, etc.

● O conhecimento geral das propriedades e efeitos de muitas substâncias químicas provavelmente não seja completo. Por isso, os sistemas efetivos para obter informação essencial da(s) substâncias química(s) envolvida(s) deve(m) ser identificado(s), além disso deve-se oferecer esta informação aos grupos de resgate e outras pessoas que precisem dele.

● Pode se precisar da realização de estudos toxicológicos ambientais e/ou em fluídos biológicos de pacientes contaminados, por isso devem ser identificados os laboratórios com capacidade para fazer este tipo de investigações.

2.2 Identificação de recursos

Devem ser identificados os recursos necessários, incluindo o pessoal, equipamentos, instalações e medicamentos que estarão disponíveis para a resposta aos acidentes:

2.2.1 Pessoal

Deve–se manter atualizado um registro de profissionais da saúde, os quais possam ser chamados para responder a um acidente; eles deverão receber treinamento nas etapas preparatórias periodicamente.

Dentro do setor de saúde, deve-se considerar

Autoridades de Ministérios de Saúde.

Autoridades locais e regionais.

Os primeiros na resposta (do setor de saúde inclui aos paramédicos que junto com os policiais e os bombeiros são os primeiros na cena de um acidente).

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Profissionais médicos nas suas diferentes disciplinas. Nas emergências envolvendo substâncias químicas todos os médicos que receberam previamente o treinamento para o atendimento de vítimas de um acidente, participam na resposta, porém, há disciplinas importantes, por exemplo: toxicologistas, epidemiologistas, intensivistas, emergencistas, psiquiatras, cirurgiões, traumatologistas, etc.).

Trabalhadores de hospitais e de outras instalações de tratamento.

Profissionais de segurança ocupacional, inspetores de saúde e inspetores de usinas.

Fornecedores de informação.

Fornecedores de produtos farmacêuticos.

Pessoal de laboratórios

Veterinários, etc.

2.2.2. Equipamentos

Determinar os tipos de equipamentos médicos necessários para casos de emergência, e manter uma relação dos mesmos é uma das atividades do processo de preparação do setor de saúde.

Inclui:

● Equipamentos de transporte.● Equipamentos de descontaminação para o uso no lugar e em hospitais.● Equipamentos para o tratamento de emergências (para a manutenção da

função respiratória e cardiovascular, para o tratamento sintomático e específico).

● Equipamentos de proteção individual (roupa de proteção e equipamento de proteção respiratória).

● Outros (recipientes para amostras, material para vendagens, etc.).

No anexo 1 aparece uma lista de equipamentos básicos para o tratamento de emergência de pacientes vítimas de um acidente envolvendo substância química.

Requerimentos: Deve-se encontrar em bom estado, ser confiável e estar disponível de maneira rápida.

Deve realizar inspeções periódicas do funcionamento adequado do equipamento.

2.2.3 Medicamentos e antídotos

Deve-se ter a quantidade suficiente de medicamentos de emergência e antídotos para o tratamento das vítimas de um acidente envolvendo substância química. Muitos destes medicamentos e antídotos devem ser utilizados nos primeiros momentos da exposição à substâncias químicas, por isso devem estar disponíveis imediatamente. Para responder à esta necessidade em muitos países foram criadas caixas de medicamentos específicos para o tratamento de intoxicações disponíveis em

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instalações perigosas, ambulâncias, hospitais e outras unidades de tratamento e bancos de antídotos nos centros de informação toxicológica. No anexo 2 aparece uma lista de medicamentos e antídotos necessários.

Devido ao prazo de validade de muitos destes produtos, é necessário fazer um controle rigoroso dos mesmos, através de revisões periódicas.

2.2.4 Instalações

Inclui: áreas de armazenagem para o equipamento de emergência, instalações para a descontaminação, "triagem" de pacientes, instalações para o tratamento (centros médicos, hospitais e outras unidades), centros de informação toxicológica e locais alternativos (pode ser necessária a transformação de instalações que são utilizadas com outros fins).

2.2.5 Necessidades de informação e comunicação

As necessidades de informação devem ser realizadas durante a etapa preparatória:

Inclui:

● Determinar que tipo de informação é necessária de acordo com o usuário da mesma.

● Determinar os recursos informativos (folhas técnicas, publicações, bases de dados, etc) que vão ser utilizados e sobretudo fazer exercícios para o uso e interpretação da informação disponível.

● Determinar e manter uma relação dos centros que recebem, processam e oferecem a informação nas emergências, incluindo centros de informação toxicológica e de resposta química. Para que estes centros sejam efetivos, devem funcionar as 24 horas, os 365 dias do ano.

● Devem ser estabelecidos equipamentos de comunicação que irão ser utilizados. Devem ser consideradas todas as situações que possam se apresentar para assegurar a disponibilidade e difusão da informação.

● É preciso considerar que nenhuma fonte prevista de informação substituirá o lugar dos especialistas, portanto é importante manter uma capacitação constante dos profissionais que trabalham na informação toxicológica.

2.3. Treinamento e formação

● Constitui um dos elementos principais da preparação do setor para as emergências envolvendo substâncias químicas.

● É responsabilidade das autoridades públicas, da indústria, das universidades e dos próprios profissionais de saúde que participam na resposta e deve constituir um trabalho em equipe.

● Os programas devem ser dirigidos segundo a atividade que o profissional vai desenvolver na resposta (no anexo 3 aparecem alguns dos conhecimentos que devem ser adquiridos, de acordo a função que tem o profissional na corrente de assistência à emergência). Em muitos países já existem programas formais de medicina de emergências incluídos no curriculum das universidades.

● Os aspectos de saúde no lugar, bem como os planos de emergência fora dele, devem ser submetidos a uma prova em simulações onde participem outros setores envolvidos, seguidos de um exercício de avaliação dos mesmos que permita detectar erros e corrigi-los antes que aconteça um

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acidente.

2.4. Planos do Setor de Saúde para as emergências envolvendo substâncias químicas

As atividades anteriormente descritas devem ser baseadas nos planos que o setor de saúde faz na etapa preparatória, os quais devem estar sujeitos a provas periódicas e devem ser conhecidas por todos aqueles envolvidos na resposta.

3. Bibliografia

● OPS/OMS. Memorias del Seminario sobre Desastres Tecnológicos Asociados con Agentes Químicos, 1987

● OPS/OMS. Organización de los servicios de salud para situaciones de desastres, 1983.

● WHO/IPCS. Health aspects of chemical safety – Emergency response to chemical accidents, 1981.

● Young, L. Hospital preparedness for chemical accidents. Plant Technology and Safety Management Series No. 3, 1990.

● OECD. Guiding principles for chemical accident. Prevention, preparedness and response. Paris, 1992.

● IPCS/PNUMA, OIT, OMS, OCDE. Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y respuesta. 1998.

● US. Department of Health & Human Services. Medical management guidelines for acute chemical exposures, Volume III. San Rafael, ATSDR, 1992.

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EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL PARA ATENDER EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Marco Antonio José Lainha & Edson Haddad

Introdução | Objetivo | Considerações gerais | Classificação dos EPIs acordo com tipo de proteção | Considerações finais | Bibliografias consultadas

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1. Introdução

Um país não pode crescer se não possuir grandes parques e instalações de pólos petroquímicos que subsidiem matérias primas para a composição dos produtos necessários a manutenção da vida diária.

O vazamento destes produtos para o meio ambiente tem sido ocasionado por aspectos humanos e materiais, envolvendo os vários segmentos que manipulam estes produtos, tais:

● Laboratórios;● Áreas de estocagem (almoxarifados, depósitos, parques de estocagem entre outros)● Processos de fabricação;● Atividades de transportes (rodoviário, ferroviário, aéreo, marítimo e dutovias).

Os produtos perigosos tem gerado diversos riscos ao homem e ao meio ambiente, causando danos corporais, materiais e interrompendo a vida dos seres vivos. Neste sentido, o crescente número de acidentes envolvendo de produtos perigosos, vem preocupando consideravelmente as autoridades e segmentos envolvidos em todo o mundo.

As ocorrências envolvendo produtos perigosos requerem cuidados especiais, bem como pessoal habilitado para o seu atendimento, tendo em vista riscos de inflamabilidade, toxidez e corrosividade que envolvem estes produtos, quando do vazamento e derrames acidentais, gerando atmosferas contaminadas por vapores e/ou gases.

O atendimento de tais episódios geram diversos riscos a integridade física dos profissionais que desenvolve atividades nestes cenários . Neste sentido, nas emergências que envolvem produtos químicos, é de suma importância que os envolvidos utilizem Equipamentos de Proteção Individual – EPIs, de acordo com os riscos apresentados pelos produtos envolvidos, tamanho do vazamento, locais atingidos e atividades a serrem realizadas.

2. Objetivo

O objetivo deste trabalho é apresentar, de forma sucinta, os principais Equipamentos de Proteção Individual – EPIs utilizados no atendimentos de emergências com produtos perigosos.

3. Considerações gerais

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Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

Os EPIs não reduzem o "risco e ou perigo", apenas adequam o indivíduo ao meio e ao grau de exposição.

Quando usar?

durante realização de atividades rotineiras ou emergenciais, de acordo com o grau de exposição.

Como escolher?

De acordo com as necessidades, riscos intrínsecos das atividades e parte do corpo a ser protegida.

Observações:

● Em caso de dúvida, ou desconhecimento do grau de exposição e/ ou contaminação a que o trabalhador estará exposto, deverão sempre ser utilizados os EPI's de proteção máxima.

● Após a avaliação da situação, deverá ser adequado o uso dos EPI's às reais situações.

4. Classificação dos EPIs acordo com tipo de proteção

1. Proteção cutânea2. Proteção respiratória

4.1. Proteção cutânea:

4.1.1 - Roupas de proteção às substâncias químicas

No que se refere ao atendimento de acidentes envolvendo substâncias químicas ,as roupas de proteção tem como finalidade proteger o corpo de produtos, o qual pode provocar danos a pele ou mesmo ser absorvido pela mesma ser absorvido pela mesma e afetar outros órgãos.

Uma vez adequadamente selecionada e utilizada em conjunto com a proteção respiratória, a roupa protege os técnicos em ambientes hostis.

Proteger os técnicos contra a exposição à pele requer o uso da mais efetiva roupa de proteção. É fundamental selecionar uma roupa confeccionada em material que apresente a maior resistência possível ao ataque de produtos químicos. O estilo da roupa é também importante e depende se o produto envolvido estiver presente no ar ou se a exposição à pele (contato com o produto) for direta ou através de respingos. Outros critérios para seleção devem ser considerados, incluindo a probabilidade da exposição, facilidade de descontaminação, mobilidade com a roupa, durabilidade da roupa e, em menor escala, o seu custo.

Uma variedade de materiais de confecção está disponível para a fabricação das roupas de proteção. Cada um desses materiais fornece um grau de proteção à pele contra uma gama de produtos, mas nenhum material fornece a máxima proteção contra todos os produtos químicos. A roupa de proteção selecionada deve ser confeccionada em material que forneça a maior resistência contra o produto conhecido ou que possa estar presente.

A seleção adequada da roupa de proteção pode minimizar o risco de exposição a produtos químicos, mas não protege contra riscos físicos tais como fogo, radiação e eletricidade. O uso de outros equipamentos de proteção

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também é importante para fornecer completa proteção aos técnicos. Proteção à cabeça é fornecida por capacetes rígidos; proteção para os olhos e face por óculos resistentes a impactos; proteção aos ouvidos é dada por protetores auriculares; e proteção aos pés e mãos é fornecida pelas botas e luvas resistentes a produtos químicos.

Desta forma, este trabalho tem por finalidade auxiliar as equipes de atendimento a emergências no processo de seleção da roupa de proteção (modelo e tecido) mais adequada a ser utilizada quando da ocorrência de acidentes envolvendo substâncias químicas. Assim sendo, este trabalho foi dividido em duas partes, sendo que a primeira aborda as roupas de proteção química, enquanto que a segunda contempla luvas e botas.

Classificação das roupas de proteção

As roupas são classificadas por estilo, uso material de confecção.

Estilo

Roupa de encapsulamento completo: totalmente encapsulada, essa roupa é confeccionada em peça única que envolve (encapsula) totalmente o usuário. Botas, luvas e o visor estão integrados à roupa, mas podem ser removíveis. Se assim forem, essas partes são conectadas à roupa por dispositivos que a tornam à prova de gases e vapores. Até o ziper (fecho eclair) fornece perfeita vedação contra gases/vapores. Esta roupa é à prova de gases e deve, obrigatoriamente, ser submetida a testes de pressão para assegurar sua integridade.

A proteção respiratória e o ar respirável são fornecidos por um conjunto autônomo de respiração com pressão positiva interno à roupa, ou por uma linha de ar mandado que mantém pressão positiva dentro da mesma.

A roupa de encapsulamento é utilizada para, principalmente, proteger o usuário contra gases, vapores e partículas tóxicas no ar. Além disso, protege contra respingos de líquidos. A proteção que a roupa fornece contra uma substância química depende do material utilizado para a sua confecção. Uma vez que não existe ventilação, há sempre o perigo de acúmulo de calor, podendo resultar numa situação de risco para o usuário.

Devido a complexidade, o usuário precisa ser auxiliado na colocação da roupa.

Há uma grande variedade de acessórios que podem ser utilizados em conjunto com esta roupa, visando dar conforto e praticidade operacional, como por exemplo colete para refrigeração, sistema de rádio e botas com tamanho dois números acima do usual.

Roupa não encapsulada: a roupa de proteção a substâncias químicas não encapsulada, normalmente chamada de roupa contra respingos químicos, não apresenta a proteção facial como parte integrante. Um conjunto autônomo de respiração ou linha de ar pode ser utilizado externamente à roupa, assim como máscara com filtro químico. A roupa contra respingos pode ser de dois tipos: uma peça única, do tipo macacão, ou conjunto de calça e jaqueta. Qualquer um dos tipos acima pode incluir um capuz e outros acessórios.

A roupa não encapsulada não foi projetada para fornecer a máxima proteção contra gases, vapores e partículas mas apenas para proteção contra respingos. Na verdade, a roupa contra respingos pode ser completamente vedada com a utilização de fitas de vedação nos pulsos, tornozelos e pescoço não permitindo a exposição de qualquer parte do corpo; no entanto, tal roupa não é considerada à prova de gás, mas pode ser um bom substituto da roupa de encapsulamento completo se a concentração do produto envolvido estiver baixa e o material não for extremamente tóxico por via dérmica.

Uso

Uma terceira classificação é a roupa de uso único ou descartável. Esta classificação é relativa e baseia-se no custo, facilidade de descontaminação e qualidade da confecção. É normalmente considerada roupa de proteção química descartável aquela que custa menos de US$ 25,00 por peça. Em situações onde a descontaminação é um

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problema, roupas mais caras podem ser consideradas descartáveis.

Requisitos de desempenho para roupas de proteção química

ários requisitos de desempenho devem, obrigatoriamente, ser considerados na seleção do material de proteção adequado. Sua importância relativa é determinada pela atividade a ser executada e condições específicas do local. Os requisitos de desempenho são:

● Resistência química: é a capacidade de um material em resistir as trocas químicas e físicas. A resistência química de um material é o requisito de desempenho mais importante. O material deve manter sua integridade estrutural e qualidade de proteção quando em contato com substâncias químicas;

● Durabilidade: é a capacidade de resistir ao uso, ou seja, a capacidade de resistir a perfurações, abrasão e rasgos. É a resistência inerente ao material;

● Flexibilidade: é a capacidade para curvar ou dobrar. É extremamente importante para luvas e roupas de proteção, pois influencia diretamente na mobilidade, agilidade e restrição de movimentos do usuário;

● Resistência térmica: é a capacidade de um material em manter sua resistência química durante temperaturas extremas (principalmente altas), e permanecer flexível em baixas temperaturas. Uma tendência geral para a maioria dos materiais é que altas temperaturas reduzem sua resistência química enquanto que as baixas reduzem sua flexibilidade.

● Vida útil: é a capacidade de um material em resistir ao envelhecimento e deterioração. Os fatores como tipo de produto, temperaturas extremas, umidade, luz ultravioleta, agentes oxidantes e outros, causam a redução da vida útil do material. Estocagem e cuidados adequados contra tais fatores podem ajudar na prevenção do envelhecimento. Os fabricantes devem ser consultados com relação às recomendações sobre o armazenamento da roupa.

● Facilidade para limpeza: é a habilidade para descontaminar efetivamente os materiais de proteção. É a medida relativa da habilidade de um material em remover a substância impregnada. Alguns materiais são, praticamente, impossíveis de descontaminar, sendo então importante cobri-los com vestimentas descartáveis para prevenir a contaminação.

● Projeto: é a forma Como uma roupa é confeccionada e inclui o tipo e outras características. Atualmente uma variedade de modelos de roupas e com características diversas são fabricadas, tais como:

● encapsulamento completo ou não encapsulada; ● uma, duas ou três peças de roupa; ● capuz, protetor facial, luvas e botas (soldadas ou não); ● localização do ziper, botões e costuras (frontal, lateral e costas); ● bolsos, colarinho e alças com velcro; ● válvulas de exalação e ventilação; ● compatibilidade com o uso de proteção respiratória.

● Tamanho: é a dimensão física ou proporção da roupa. O tamanho está diretamente relacionado ao conforto e influencia na ocorrência de acidentes físicos desnecessários. Roupas apertadas limitam a mobilidade do usuário, destreza e concentração.

● Cor: roupas mais brilhantes facilitam o contato visual entre as equipes. Roupas de cores escuras (preto, verde) absorvem calor radiante de fontes externas e o transfere para o usuário aumentando os problemas relacionados ao calor.

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● Custo: o custo da roupa de proteção varia consideravelmente. O custo, freqüentemente, determina a seleção e freqüência de uso da roupa. Em muitas situações, roupas descartáveis, mais baratas, mais apropriadas e tão seguras quanto as mais caras devem ser utilizadas.

Resistência química

A eficácia dos materiais na proteção contra produtos químicos está baseada na sua resistência a penetração, degradação e permeação. Cada uma destas propriedades deve ser avaliada quando da seleção do estilo da roupa de proteção e do material que é feita.

Penetração

Penetração é o transporte do produto através de aberturas na roupa. Uma substância pode penetrar devido ao projeto ou imperfeições na roupa. Pontos de costura, orifícios de botões, zipers e o próprio tecido podem permitir a penetração do produto.

Uma roupa bem projetada e confeccionada previne a penetração através da existência de zipers selados, juntas vedadas com fita colante e não utilização de tecidos. Rasgos, furos, fissuras ou abrasão à roupa também permitem a penetração.

Degradação

Degradação é uma ação química envolvendo uma ruptura molecular do material devido ao contato com uma substância. A degradação é evidenciada por alterações físicas do material. A ação do produto pode causar ao material a sua contração ou expansão, torná-lo quebradiço ou macio ou ainda alterar completamente suas propriedades químicas. Outras alterações incluem uma leve descoloração, superfície áspera ou pegajosa ou rachaduras no material. Tais alterações podem aumentar a permeação ou permitir a penetração do contaminante.

Informações sobre os testes de degradação para substâncias específicas em classes de produtos estão disponíveis nos fabricantes e fornecedores de roupas de proteção. Tais dados fornecem ao usuário uma taxa de resistência à degradação, a qual é subjetivamente expressa como excelente, boa, fraca e pobre conforme mostra a tabela 1.

Os dados de degradação podem ajudar na determinação da capacidade de proteção de um material mas não devem substituir os dados do teste de permeação. A razão para tal é que um material com excelente resistência à degradação pode ser classificado como fraco em permeação. Portanto, degradação e permeação não estão diretamente relacionadas e não podem ser intercambiadas.

Permeação

Permeação é uma ação química envolvendo a movimentação de uma substância, a nível molecular, através de um material. É um processo que envolve a sorção (adsorsão e absorção) de uma substância na superfície externa, difusão e desabsorção da substância da superfície interna do material de proteção.

Dessa forma, é estabelecido um gradiente de concentração: alto no lado externo e baixo no interno. Uma vez que a tendência é atingir a concentração de equilíbrio, forças moleculares conduzem a substância ao interior do material em direção a áreas sem ou com baixa concentração. Finalmente o maior fluxo de permeação química ocorre e torna-se constante.

A permeação é medida como uma taxa. Taxa de permeação é a quantidade de substância que se moverá através de uma área do material de proteção num dado tempo. É normalmente expressa em microgramas de produto permeado por centímetro quadrado por minuto de exposição (µg/cm2/min). Muitos são os fatores que influenciam a taxa de permeação, incluindo o tipo do material e a sua espessura. Uma regra geral é que a taxa de permeação é

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inversamente proporcional a espessura. Outros fatores importantes são a concentração da substância, tempo de contato, temperatura, umidade e solubilidade do material nas substâncias químicas.

Eficácia dos materiais de proteção a degradação química (por classe de produto)

Materiais

Classe Borracha butílica Cloreto de polivinila (PVC) Neoprene Borracha natural

Álcoois E E E E

Aldeídos E – B B - R E - B E - R

Aminas E - R B - R E - B B - R

Ésteres B - R F B R - F

Éteres B - R B E - B B - R

Hidrocarbonetos halogenados B - F B - F B - R R - F

Hidrocarbonetos R - F R B - R R - F

Ácidos inorgânicos B - R E E - B R - F

Bases inorgânicas e sais E E E E

Cetonas E F B - R E - R

Gordura natural e óleos B - R B E - B B - R

Ácidos orgânicos E E E E

E - Excelente B - Bom R - Regular F - Fraco

Outra medida da permeação é feita através do tempo de passagem, expresso em minutos. Tempo de passagem através da roupa é o tempo decorrido entre o contato inicial de uma substância com a superfície externa de um material e a sua detecção na superfície interna. Assim como a taxa de permeação, o tempo de passagem é específico para cada substância e material e é influenciado pelos mesmos fatores. Como regra geral, o tempo de passagem é diretamente proporcional ao quadrado da espessura.

Os dados referentes a taxa de permeação e tempo de passagem são fornecidos pelos fabricantes. Embora exista metodologia padrão da ASTM - American Standard for Testing Materials para testes de permeação, existem diversas e consideráveis variações nos dados fornecidos pelos fabricantes, quanto a espessura e qualidade do material, processo de fabricação, temperatura, concentração das substâncias e método analítico.

O melhor material de proteção a uma substância específica é aquele que apresenta nenhuma ou baixa taxa de permeação e longo tempo de passagem através da roupa. No entanto, estas propriedades não devem ser correlacionadas, ou seja, um longo tempo de passagem não significa, necessariamente, uma baixa taxa de permeação e vice-versa. O valor desejado é, normalmente, um longo tempo de passagem através da roupa.

Material de confecção

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As roupas de proteção contra produtos químicos também são classificadas de acordo com o material utilizado para a confecção. Todos os materiais podem ser agrupados em duas categorias: elastômeros e não elastômeros.

Elastômeros: são materiais poliméricos (como plásticos), que após serem esticados, retornam praticamente à forma original. A maioria dos materiais de proteção pertence a esta categoria, que inclui: cloreto de polivinila (PVC), Neoprene, polietileno, borracha nitrílica, álcool polivinílico (PVA), viton, teflon, borracha butílica e outros. Os elastômeros podem ser colocados ou não em camadas sobre um material semelhante a pano.

Não elastômeros: são materiais que não apresentam a característica da elasticidade. Esta classe inclui o tyvek e outros materiais.

Materiais de proteção

Há uma grande variedade de materiais de proteção. A relação abaixo apresenta os materiais mais comuns utilizados em roupas de proteção divididos em elastômeros e não elastômeros.

Os termos "bom para" e "fraco para" representam dados para taxa de permeação e tempo de passagem através da roupa. Estes são normalmente recomendados; no entanto, existem muitas exceções dentro de cada classe de substâncias químicas.

● Elastômeros

● Borracha butílica

Bom para: bases e muitos orgânicos

Fraco para: Hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos gasolinaHidrocarbonetos halogenados

● Polietileno clorado (CPE)

Bom para: Hidrocarbonetos alifáticosácidos e basesálcoois e fenóisabrasão e ozônio

Fraco para:Aminas, ésteres, CetonasHidrocarbonetos halogenadosbaixas temperaturas

● Borracha natural

Bom para: álcoois, ácidos diluídos, bases

Fraco para:compostos orgânicos

● Neoprene (cloroprene)

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Bom para: bases e ácidos diluídos, peróxidos, combustíveis e óleos, Hidrocarbonetos alifáticos, álcoois, glicóis, fenóis, abrasão e resistência ao corte

Fraco para:Hidrocarbonetos halogenados, hidrocarbonetos aromáticos, cetonas

● Borracha nitrílica

Bom para: fenóis, PCB, óleos e combustíveis, álcoois, aminas, bases, peróxidos, abrasão e resistência ao corte

Fraco para:

hidrocarbonetos halogenados e aromáticos, amidas, cetonas e baixas temperaturas

Nota: Quanto maior for a concentração de acrilonitrila melhor será a resistência química, embora haja aumento na rigidez do material.

● Poliuretano

Bom para: bases, álcoois, hidrocarbonetos alifáticos, abrasãobaixas temperaturas

Fraco para:hidrocarbonetos halogenados

● Álcool polivinílico (PVA)

Bom para: quase todos os orgânicos ozônio

Fraco para:ésteres, éteres, ácidos e bases

● Cloreto de polivinila (PVC)

Bom para: ácidos e basesalguns orgânicosaminas e peróxidos

Fraco para:maioria dos compostos orgânicos corte e calor

● Viton

Bom para: hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos hidrocarbonetos halogenados, ácidos

Fraco para: aldeídos, cetonas, ésteres (solventes oxigenados), aminas

● Teflon

Teflon tem sido utilizado em roupas de proteção, mas há pouca informação sobre permeação. Assim como o viton, acredita-se que o teflon forneça excelente resistência química contra a maioria das substâncias.

● Misturas de materiais

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Os fabricantes de roupas de proteção desenvolveram uma técnica que consiste em colocar diferentes tecidos em camadas de modo a melhorar a resistência química. Assim, uma roupa é projetada com múltiplas camadas. Alguns exemplos de roupas de encapsulamento total confeccionadas em camadas são víton/borracha butílica (Trelling), viton/neoprene (Vautex MSA e Dräger) e borracha butílica/neoprene (Betex MSA).

● Não elastômeros

● Tyvek (fibras de polietileno não entrelaçadas)

Bom para: material particulado seco e pós baixo peso

Fraco para:resistência química (penetração/degradação) durabilidade

Nota: utilizado contra material particulado tóxico, mas não fornece proteção química; utilizado sobre outra roupa de proteção para prevenir a contaminação de itens não descartáveis.

● Polietileno (revestido com tyvek)

Bom para: ácidos e bases, álcoois fenóis, aldeídos, descontaminação,baixo peso

Fraco para:hidrocarbonetos halogenados, hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, penetração (pontos do ziper)

Nota: fornece limitada proteção química contra líquidos concentrados e vapores. Útil contra baixas concentrações e para atividades que não apresentam risco de respingos; também pode ser utilizado sobre a roupa de proteção para evitar contaminação de itens não descartáveis.

● Saranex (tyvek laminado)

Bom para: ácidos e bases, aminas, alguns orgânicos, PCB, descontaminação, baixo peso, durabilidade

Fraco para:hidrocarbonetos halogenados e aromáticos penetração (pontos do zíper)

Nota: fornece melhor resistência química que o polietileno revestido com tyvek; utilizado para prevenir a contaminação de roupas não descartáveis.

Deve-se ressaltar que na escolha do material de proteção:

· não há material de proteção que seja impermeável;

· não há material que forneça proteção contra todas as substâncias químicas;

· para certos contaminantes e misturas de substâncias não há material disponível que forneça proteção por mais de uma hora após o contato inicial.

Níveis de proteção

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As equipes de atendimento às emergências devem utilizar os equipamentos de proteção individual sempre que houver a possibilidade de contato com substâncias perigosas que possam afetar a sua saúde ou segurança . Isso inclui vapores, gases ou partículas que podem ser gerados em virtude das atividades no local do acidente promovendo, desta forma, o seu contato com os componentes da equipe. A máscara facial dos equipamentos autônomos de respiração protege as vias respiratórias, aparelho gastrintestinal e os olhos do contato com tais substâncias. A roupa de proteção protege a pele do contato com substâncias que podem destruir ou ser absorvidas pela pele.

Os equipamentos destinados a proteger o corpo humano do contato com produtos químicos foram divididos, pelos americanos (NFPA 471), em quatro níveis de acordo com o grau de proteção necessário, conforme segue.

● Nível A de proteção

Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção respiratória, a pele e aos olhos. É composto de:

· aparelho autônomo de respiração com pressão positiva ou linha de ar mandado;· roupa de encapsulamento completo;· luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;· capacete interno à roupa;. rádio.

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

● Nível B de proteção

Deve ser utilizado quando for necessário o maior índice de proteção respiratória, porém a proteção para a pele encontra-se num grau inferior. É composto de:

· aparelho autônomo de respiração com pressão positiva;· roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 peças;· luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;· capacete;· rádio.

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Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

● Nível C de proteção

Deve ser utilizado quando se deseja um grau de proteção respiratória inferior ao Nível B, porém com proteção para a pele nas mesmas condições. É composto de:

· aparelho autônomo de respiração sem pressão positiva ou máscara facial com filtro químico;· roupa de proteção contra respingos químicos confeccionada em 1 ou 2 peças;· luvas internas, externas e botas resistentes a produtos químicos;· capacete;· rádio.

Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Proteção Individual Ltda.

● Nível D de proteção

Deve ser utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em locais não sujeitos a riscos ao sistema respiratório ou a pele. Este nível não prevê qualquer proteção contra riscos químicos. É composto de:

· macacões, uniformes ou roupas de trabalho;· botas ou sapatos de couro ou borracha resistentes a produtos químicos;· óculos ou viseiras de segurança;· capacete.

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Fonte: Personal do Brasil Equipamentos de Proteção Individual Ltda.

Seleção e uso da roupa de proteção

Seleção da roupa de proteção

A seleção da roupa de proteção mais adequada é uma tarefa mais fácil quando o produto químico é conhecido. A seleção torna-se mais difícil quando não se conhece o produto envolvido ou quando se trata de uma mistura de produtos, conhecidos ou não.

Outra séria dificuldade no processo de seleção da roupa de proteção é o fato de não haver informação disponível sobre a qualidade da proteção oferecida pelos materiais utilizados na confecção da roupa contra a grande variedade de produtos químicos existentes.

O processo de seleção da roupa consiste em:

● avaliar o ambiente em que os técnicos irão trabalhar;● identificar o produto envolvido e determinar suas propriedades químicas, físicas e toxicológicas;● avaliar se, à concentração conhecida ou esperada, a substância representa algum risco à pele;● selecionar a roupa de proteção confeccionada em tecido que forneça as menores taxas de permeação e

degradação pelo maior período de tempo;● determinar se é necessário a roupa de encapsulamento completo ou não.

Apesar das diversas variáveis existentes, em muitas situações será possível selecionar a roupa de proteção mais adequada baseado no cenário e na experiência da equipe.

Como exemplo encontram-se listadas abaixo algumas condições para a seleção do nível de proteção mais apropriado.

Nível A de proteção

Escolha o Nível A de proteção sempre que:

● a substância química for identificada e for necessário o mais alto nível de proteção para o sistema respiratório, pele e olhos;

● houver suspeita da presença de substâncias com alto potencial de danos à pele e o contato for possível, dependendo da atividade a ser realizada;

● forem realizados atendimentos em locais confinados e sem ventilação;

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● leituras diretas em equipamentos de monitoramento indicarem concentrações perigosas de gases/vapores na atmosfera; por exemplo, valores acima do IDLH (concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde).

Nível B de proteção

Escolha o Nível B de proteção sempre que:

● o produto envolvido e sua concentração forem identificados e requererem um alto grau de proteção respiratória sem, no entanto, exigir esse nível de proteção para a pele; por exemplo, atmosferas contendo concentração de produto ao nível do IDLH sem oferecer riscos à pele ou ainda quando não for possível utilizar máscaras com filtro químico para aquela concentração e pelo tempo necessário para a atividade a ser exercida;

● concentração de oxigênio no ambiente for inferior a 19,5% em volume;● for pouco provável a formação de gases ou vapores em altas concentrações de forma que possam ser

danosas à pele.

Nível C de proteção

Escolha o Nível C de proteção sempre que:

● a concentração de oxigênio no ambiente não for inferior a 19,5% em volume;● o produto for identificado e a sua concentração puder ser reduzida a um valor inferior ao seu limite de

tolerância com o uso de máscaras filtrantes;● a concentração do produto não for superior ao IDLH;● o trabalho a ser realizado não exigir o uso de máscara autônoma de respiração.

Nível D de proteção

Escolha o Nível D de proteção sempre que:

● não houver contaminante presente na atmosfera;● não houver qualquer possibilidade de respingos, imersão ou risco potencial de inalação de qualquer

produto químico.

Conforme pode ser observado o nível de proteção utilizado pode variar de acordo com o trabalho a ser realizado. No entanto, para a primeira avaliação do cenário acidental o nível mínimo de proteção recomendado é o B.

Cada nível de proteção apresenta suas vantagens e desvantagens para utilização. Geralmente, quanto maior o nível de proteção maior é o desconforto da roupa.

A determinação do nível de proteção deve estar fundamentada, primeiramente, na segurança do técnico sendo o objetivo principal fornecer-lhe a proteção mais adequada com a máxima mobilidade e conforto.

Outros fatores devem ainda ser considerados na escolha do nível de proteção mais adequado, entre eles:

● fadiga produzida pelo peso e calor;● periodicidade do monitoramento;● decisão lógica, levando-se em conta os perigos e riscos;● condições atmosféricas;● funções diferenciadas fora da área contaminada.

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O monitoramento da concentração de gás ou vapor presente na atmosfera também pode auxiliar na seleção do nível de proteção mais adequado. A tabela 2 fornece o nível de proteção de acordo com a concentração de gás ou vapor desconhecido no ambiente.

Critérios para escolha e uso de roupas de proteçã

TIPO MATERIAL PROTEÇÃO CONTRA

RESTRIÇÃO GRAU DE PROTEÇÃO

Conjunto descartável TYVEK Materiais ou locais infectados

Não é resistente a produtos químicos

Médio

Roupa anichada Nomex Altas temperaturas durante incêndios

Não pode ser utilizada para fogo

Médio

Roupa anichada Amianto aluminizado

Adentrar em áreas com chamas e altas temperaturas

Pouca mobilidade desgaste do usuário

Máximo

Capa PVC Umidade e algunsMateriais particulados

Pouco resistente não deve ser utilizada com produtos químicos

Baixo

Conjunto calça, jaqueta e capuz

PVC Respingos de Ácidos, bases e solventes

Baixa resistência química, dependendo do tecido sem confinamento

Médio

Macacão hermético com capuz

PVC Respingos e Vapores ácidos, bases e solventes

Grande período de exposição a produtos ácidos e alcalinos

Alto

Macacão de encapsulamento

PVC ou BUTIL Forçado com poliamida e viton

Atmosfera altamente saturada de gases e vapores

- Máximo

KEVLAN aluminizado

Atmosfera satura- Da com gases, Vapores e alta temperatura

- Máximo

Observação:

Todos os trajes de proteção anteriormente apresentados, não devem "nunca" ser utilizados diretamente sobre a pele.

Para situações onde não se conhece o contaminante, porém através de equipamentos de monitoramento tal como um fotoionizador, pode ser estimar a concentração de vapores na atmosfera, é possível selecionar um nível de proteção mais apropriado, conforme tabela abaixo:

Nível de proteção x concentração de gás ou vapor desconhecido

Concentrações de gás/vapor desconhecido (ppm) Nível de proteção recomendado 0 - 5 C

5 - 500 B 500 - 1000 A

> 1000 Possível perigo de explosão. Não entre na área.

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Nos acidentes onde não se conhece o produto envolvido, ou este não foi ainda identificado, a seleção do estilo da roupa a ser utilizada deverá ser baseada nas condições do cenário envolvido. As condições abaixo indicam a necessidade de utilização da roupa de encapsulamento completo:

● visível emissão de gases, vapores, pó ou fumaça;● indicação em instrumento de leitura direta de contaminantes no ar;● configuração de recipientes e veículos que indiquem a existência de gases ou líquidos pressurizados;● simbologia ou documentação indicando a presença de substâncias tóxicas à pele;● áreas fechadas e pouco ventiladas onde pode ocorrer o acúmulo de gases/vapores tóxicos;● se a atividade a ser realizada puder expor o técnico a altas concentrações de produtos tóxicos à pele.

Situações desconhecidas requerem bom planejamento quanto a necessidade de utilização da máxima proteção (encapsulamento completo) ou de um conjunto calça/jaqueta, ou do tipo macacão.

Uso da roupa de proteção

Após determinar o tipo de roupa a ser utilizada, a próxima etapa é selecionar o material de proteção. Os fabricantes dos materiais utilizados na confecção das roupas podem, algumas vezes, fornecer dados sobre a resistência química do material. No entanto, sempre haverá limitações nessas informações, visto que não é possível testar o material para o grande número de substâncias químicas existentes.

A permeação é o principal critério de seleção. O melhor material de proteção contra uma substância específica é aquele que apresenta nenhuma ou pequena taxa de permeação e um longo tempo de passagem através da roupa e que tenha sido confeccionado sem imperfeições de projeto.

A degradação, por sua vez, é uma informação menos útil. É uma determinação qualitativa da capacidade do material suportar o ataque de uma substância, sendo normalmente expressa em unidades subjetivas como excelente, bom, fraco, ou termos similares. Os dados de degradação só devem ser utilizados para auxiliar na seleção do material se nenhum outro dado estiver disponível.

Nas situações onde o material de proteção não puder ser escolhido devido às incertezas quanto a sua resistência química, as considerações abaixo devem ser observadas:

● selecione o material de proteção que forneça a proteção contra o maior número de substâncias. Normalmente tais roupas são confeccionadas em borracha butílica, viton ou teflon. Substâncias químicas não cobertas por estes materiais podem, possivelmente ser consideradas ausentes.

● roupas feitas de diversos materiais de proteção podem ser utilizadas. Roupas de borracha butílica-viton, neoprene-viton e neoprene-borracha butílica são confeccionadas atualmente. Se não estiverem comercialmente disponíveis, podem ser sobrepostas duas peças confeccionadas de materiais diferentes, sendo que a externa pode (ou deve) ser do tipo descartável.

Decidir se a roupa de encapsulamento completo deve ou não ser utilizada pode não ser tão evidente. Se, de acordo com a situação, qualquer estilo da roupa puder ser utilizado, outros fatores devem ser considerados:

● facilidade no uso: roupas não encapsuladas são mais fáceis de usar. Os usuários estarão menos propensos a acidentes visto que estas fornecerão melhor visibilidade e são menos desconfortáveis e incômodas;

● comunicação: é mais difícil se comunicar em roupas de encapsulamento completo;● descontaminação: roupas de encapsulamento completo protegem a máscara autônoma de respiração, a

qual é de difícil descontaminação;● estresse por calor: roupas não encapsuladas normalmente causam menos estresse por calor; no entanto,

como pequena parte do corpo fica exposta quando do uso de tais roupas, há pequena diferença no acúmulo de calor para os dois estilos.

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Vantagens e desvantagens dos níveis A, B e C de proteção

Níveis de proteção

Vantagem Desvantagem

A ● Maior nível de proteção.● Requer pouco treinamento.

● Volumoso e desconfortável.● Acesso limitado à máscara

autônoma.● Duração do uso limitado,

especialmente com a máscara autônoma.

● Custo inicial da roupa.

B ● Baixo custo e peso● Longa vida útil ● Fácil acesso a máscara

autônoma ● Boa para atmosferas acima do

IDLH desde que a substância não seja tóxica à pele

● Proteção incompleta à pele ● Não pode ser utilizada para

substâncias tóxicas à pele● Necessita significativo treinamento

antes do uso

C ● Relativamente barata ● Fácil de usar ● Baixo peso ● Longa vida útil

● Ssomente para atmosferas com concentração de O2 maior que 19,5% em vol.

● O ambiente deve, obrigatoriamente, estar caracterizado e as substâncias devem ser conhecidas

Precauções anteriores ao uso da roupa de proteção

Antes de utilizar o Nível A de proteção, devem ser tomadas as seguintes precauções:

● inspecionar a roupa quanto a degradação química, abrasão, fissuras, trincas e falhas nas costuras. Normalmente uma inspeção visual é suficiente. Se houver dúvida quanto a integridade da roupa, esta deverá ser submetida a testes de pressão de acordo com a orientação do fabricante;

● certificar-se que a roupa é capaz de suportar a exposição às substâncias envolvidas. Se não existirem dados sobre a taxa de permeação e o tempo de passagem do produto através da roupa, esta não deverá ser utilizada;

● determinar o grau de mobilidade necessário ao trabalho a ser realizado. Roupas de proteção Nível A podem limitar os movimentos além de não fornecerem boa visibilidade. Em alguns casos, uma roupa e seu material de confecção podem ser tão restritivos à mobilidade tornando uma atividade insegura. O problema normalmente é mais severo com roupas mais pesadas, as quais são projetadas para fornecer um período maior de uso. Uma alternativa pode ser sacrificar parte do período de uso para ganhar em mobilidade selecionando uma roupa mais leve e confeccionada em material mais maleável;

● certificar-se que o usuário remova todos os objetos de uso pessoal, objetos pontiagudos, isqueiros e outros itens semelhantes antes de vestir a roupa. Qualquer objeto rígido no interior da roupa poderá aumentar a probabilidade de danos. Isqueiros são preocupantes pois podem gerar o acúmulo de gases no interior da

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roupa, com o conseqüente risco de combustão;

● considerar, no caso de uso de máscara autônoma, o tempo necessário para vestir a roupa, aproximar e deixar o local, descontaminar e remover a roupa de proteção. Se o tempo total disponível para o trabalho for impraticável devido aos parâmetros acima, então deverá ser utilizada uma linha de ar ao invés da máscara autônoma ou o trabalho com a roupa Nível A deverá ser dividido em diversas etapas;

● remover, o quanto antes, as substâncias líquidas se houver contato direto com a roupa. A degradação e a permeação são significativamente aceleradas quando da exposição do material da roupa a líquidos;

● paralisar as atividades se o usuário sentir qualquer desconforto ou irritação. Em muitos casos esta sensação pode ser em conseqüência da transpiração ou meramente psicológica. No entanto, pode ser a primeira indicação de defeito na roupa;

● deixar o local quando da ocorrência de qualquer desconforto, dificuldade respiratória, fadiga, náusea, aumento da pulsação e dor no peito; passar pela descontaminação e retirar todos os equipamentos de proteção. Muitas destas condições estão associadas ao calor e são indicadores do estresse por calor.

A percepção do odor é também um indicador de falha na vedação da roupa de proteção.

Outros cuidados devem ainda ser adotados com relação à roupa interna, a ser utilizada sob a roupa de encapsulamento, tais como:

● proteção do usuário do contato com a roupa. O contato prolongado da roupa com a pele pode provocar incômodos que vão desde um desconforto até a sua irritação;

● a temperatura ambiente e a radiação solar também devem ser consideradas na seleção da roupa interna. Na maioria dos casos uma roupa de algodão é o mais recomendado visto que este material tem a capacidade de absorver a transpiração. A temperatura no interior da roupa está, geralmente, bem acima da temperatura ambiente;

● se o produto a ser manuseado apresentar riscos devido a sua baixa temperatura de ebulição, então deve-se utilizar sobre a roupa de encapsulamento uma roupa de proteção térmica. Por exemplo, a amônia ferve a -33ºC e qualquer contato com o líquido, mesmo que utilizando a roupa de encapsulamento, poderá causar queimaduras por enregelamento (excesso de frio).

4.1.2 - Luvas de Proteção às Substâncias Químicas

Luva é a forma mais comum de roupa de proteção. Atualmente há uma grande variedade de produtos e materiais de muitos fabricantes e importadores no mercado brasileiro.

Nem sempre é fácil decidir quanto a luva mais adequada a ser utilizada para uma determinada atividade.

Antes da correta seleção da luva deve-se compreender algumas diferenças básicas entre elas. Os materiais mais utilizados na confecção de luvas de proteção, encontram-se listados abaixo:

● álcool polivinílico (PVA)● borracha natural ● borracha nitrílica (acrilonitrila e butadieno)● borracha butílica (isobutileno e isopreno)● cloreto de polivinila (PVC)● neoprene● polietileno (PE)

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● poliuretano (PV)● viton

A espessura do material de confecção da luva é um fator importante a ser considerado no processo de seleção. Para uma dada espessura, o material (polímero) selecionado tem uma grande influência no nível de proteção fornecida pela luva. Para um polímero, uma maior espessura fornecerá uma proteção melhor, se a subsequente perda de destreza (devido a espessura da luva) puder ser tolerada de forma segura, para aquela atividade. Aditivos são normalmente utilizados como matéria-prima de modo a atingir as características desejadas do material. Devido a tal fato, há certa variação na resistência química e no desempenho físico de luvas confeccionadas com o mesmo polímero, mas de fabricantes distintos.

Outros fatores de desempenho devem ser considerados quando da seleção de luvas de proteção, tais como a resistência à permeação, flexibilidade, resistência a danos mecânicos e a temperatura.

Da mesma forma que nas roupas de proteção, a seleção da luva deve levar em consideração tanto a permeação como a degradação do material.

A permeação química pode ser compreendida de forma simples, através da comparação do que ocorre com um balão (bexiga) após algumas horas. Embora não existam furos ou defeitos e o balão esteja bem selado, o ar contido no seu interior passa (permeia) através de suas paredes e escapa. Neste simples exemplo foi abordada a permeação de um gás, sendo que o princípio é o mesmo para os líquidos, pois com estes a permeação também ocorre.

Os testes de permeação são importantes pois fornecem uma informação segura para o manuseio de substâncias químicas. Por muitos anos, a seleção de luvas baseou-se somente nos dados de degradação, mas algumas substâncias permeiam rapidamente através de certos materiais os quais apresentam boa resistência a degradação. Isto significa que os usuários podem ficar expostos mesmo quando acreditam que estão adequadamente protegidos. Os materiais de confecção da luva de proteção podem enrijecer, endurecer e tornarem-se quebradiços, ou podem amolecer, enfraquecer e inchar muito além do seu tamanho original. Embora os testes de resistência à degradação não devam ser considerados como suficientes para a escolha da luva é um dado essencial para a segurança do usuário.

Testes para determinar a qualidade das luvas

Os testes de resistência a degradação e a permeação foram padronizados pela ASTM e são, basicamente, conforme segue:

● Teste de permeação

Uma amostra do material de confecção de uma luva ou roupa de proteção é fixada numa célula de teste como se fosse uma membrana, conforme a figura 2 . O lado externo da amostra é exposto à substância química. Em intervalos pré-determinados, o lado interno da célula de teste é verificado no sentido de identificar se houve a permeação química e em que intensidade.

A metodologia de teste permite uma variedade de opções nas técnicas analíticas de coleta e análise do produto permeado. A cromatografia gasosa com detecção por ionização de chama, como método de análise e nitrogênio seco como meio de coleta são as técnicas normalmente utilizadas. Quando da realização de teste para ácidos e bases inorgânicos, detectados pelo processo acima mencionado, é utilizado neste caso um método colorimétrico padronizado pela ISO - International Standard Organizacional. O meio de coleta é a água e a detecção é feita pela troca de cor de um papel indicador de pH.

● Teste de degradação

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Para execução deste teste são obtidos filmes (películas) do material a ser testado. Estes filmes são pesados, medidos e completamente submersos na substância química por 30 minutos. Em seguida, determina-se a alteração do tamanho, expressa em porcentagem, sendo que, posteriormente, os filmes são secados de modo a calcular a porcentagem da alteração do tamanho e do peso. As alterações físicas também são observadas e registradas. A avaliação é baseada na combinação desses dados.

É importante lembrar que a permeação e a degradação são afetadas com a variação da temperatura, principalmente com o seu aumento. Uma vez que os dados obtidos dos testes são válidos para temperaturas entre 20 e 25ºC, devem ser adotados cuidados quando da utilização de luvas em líquidos aquecidos, pois haverá uma brusca redução na resistência do material.

Misturas de substâncias químicas também alteram significativamente a resistência dos materiais. Por exemplo, o tempo de passagem da acetona através de laminado viton/clorobutil é de 53 - 61 minutos, enquanto que o hexano não permeia este material em 3 horas. No entanto, a combinação de acetona e hexano resulta numa redução do tempo de passagem para 10 minutos. O sinergismo dessas substâncias não pode ser explicado em termos de efeitos individuais sobre o material.

A tabela em anexo contém os dados de resistência a degradação e permeação de luvas de proteção.

As tabelas apresentam dados de testes de permeação para as seis principais luvas de proteção química: álcool polivinílico, látex, viton, borracha nitrílica (NBR), borracha butílica e neoprene. Estas tabelas fornecem a família química com diversos tempos de passagem para as principais luvas citadas acima. Estes dados devem ser utilizados no processo de seleção da luva apenas como um guia inicial. Quando nenhum dado de desempenho estiver disponível, a saúde e segurança dos técnicos dependerá do julgamento profissional do usuário. A maneira mais segura e recomendada para a seleção da luva (e roupa), principalmente para substâncias tóxicas ou altamente tóxicas, é a realização de testes em laboratórios.

Família química com tempo de passagem através da luva de 0 - 10 minutos para diversos materiais

Família química testada Material da luva

Cetonas alifáticas PVA

Aminas alifáticas, nitrilas e

Alcoolaminas

Látex

Aldeídos, éteres, epóxidos eIsocianatos

Viton

Carbonos halogenadosAlifáticos

Nitrila

Enxofre alifático, éteres e carbonosHalogenados

Borracha butílica

Isocianatos alifáticos, Hidrocarbonetos e carbonosHalogenados não saturados

Neoprene

Família química com tempo de passagem através da luva de 300 - 480 minutos para diversos materiais

Família química testada Material da luva

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Hidrocarbonetos alifáticos, cetonasCarbonos halogenados e éteres

PVA

Sais de amina, sais, isocianatos e hidrocarbonetos epoxidados Látex

Hidrocarbonetos alifáticos aromáticos, hidrocarbonetos aromáticos halogenados, aminas, nitrilas, carbonos halogenados e álcoois

Viton

Aminas alifáticas, hidrocarbonetos e carbonos halogenados Nitrila

Cetonas alifáticas, aldeídos, álcoois, nitrilas, aminas e ácidos Borracha butílica

Álcoois alifáticos e sais de aminas Neoprene

Comprimento das luvas

O comprimento de uma luva de proteção também é outro aspecto a ser considerado no processo de seleção. O comprimento adequado depende do serviço a ser realizado e do grau de proteção desejado. O comprimento é medido a partir da extremidade do dedo do meio até a outra extremidade da luva, enquanto que o seu tamanho é medido pelo perímetro da palma da mão. A tabela abaixo, apresenta alguns comprimentos típicos de luvas e a proteção oferecida.

Comprimentos típicos de luvas e proteção oferecida

Proteção Comprimento (cm)

Somente proteção da mão Até 30,48

Proteção até o meio do braço 33,02 - 38,10

Proteção até o cotovelo 40,64 - 45,72

Proteção até o ombro 76,2 - 81,28

Inicialmente, muitos fabricantes de roupas herméticas (encapsuladas) incorporaram as luvas como parte permanente da roupa de proteção. No entanto, esta não foi uma boa prática visto que a forma da luva, o tempo necessário para o seu reparo e reposição quando da troca e os procedimentos para a descontaminação eram afetados, reduzindo desta forma a disponibilidade da roupa.

Atualmente, a maioria dos fabricantes fornece roupas de proteção de encapsulamento completo com luvas removíveis. As luvas são conectadas à roupa através da utilização de anéis de vedação, os quais também não permitem a passagem de gás e vapor para o interior da roupa.

Em muitas situações é aconselhável a utilização de um par de luvas adicional, a ser colocado sobre a luva de proteção de modo a fornecer a segurança necessária de acordo com o serviço a ser realizado. Também é uma boa prática de trabalho utilizar luvas descartáveis (tipo cirúrgicas) sob a luva de proteção visando aumentar o tato e a sensibilidade.

Alguns tipos de roupas apresentam uma proteção especial contra respingos nas luvas e botas. Trata-se, na realidade, de uma segunda manga, a qual é sobreposta à luva ou bota de proteção.

Permeação: tempo de passagem através do material

Este tempo indica o menor tempo observado desde o início do teste até a primeira detecção da substância no outro lado da amostra do material. Representa o tempo esperado para que o material ofereça a mais efetiva

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resistência contra a substância.

4.1.3. – Botas de Proteção às Substâncias Químicas

Até recentemente as botas de proteção comercialmente disponíveis eram confeccionadas somente em PVC ou borracha. Devido as necessidades do mercado, os fabricantes desses materiais vêm desenvolvendo um elevado número de misturas de polímeros que são mais resistentes às substâncias químicas. Muitos problemas estão relacionados com a utilização de novas misturas de polímeros devido ao complicado processo de moldagem por injeção para a fabricação das botas. Cuidados devem ser ainda observados quando as botas entram em contato com substâncias químicas, uma vez que estas podem agir como uma "esponja química" (absorção da substância), resultando na exposição do usuário.

As botas mais simples são produzidas através do processo de moldagem por injeção de único estágio. O aspecto da bota é semelhante às botas de borracha contra chuvas, e são fabricadas em neoprene e borracha butílica. Devido ao processo de único estágio, o solado da bota é feito com o mesmo material, sendo, no entanto, mais espesso. Isso significa que as características de tração e desgaste da sola não são as mais adequadas.

De modo a fornecer um produto mais funcional e durável, foi desenvolvido um processo de moldagem por injeção de dois estágios. Isso permite a fabricação de um produto de baixo peso na sua parte superior com um solado com alta resistência ao desgaste e boa tração. Este processo também resulta numa bota mais apropriada e com uma maior resistência química. Estas botas estão disponíveis em PVC e PVC/borracha nitrílica.

Botas confeccionadas à mão estão disponíveis em vários tamanhos de modo a fornecer uma melhor adaptação e conforto. Estas botas são confeccionadas em estágios com um grande número de componentes, o que as tornam propensas a atuar como "esponja química". Outros estilos de botas estão disponíveis, confeccionadas em neoprene e diversas formulações de borracha.

Todos os conceitos já apresentados em roupas e luvas (permeação, degradação, penetração e outros) podem ser aplicados às botas, ressaltando-se apenas que a proteção oferecida por estas não é somente devido ao material de confecção, mas também pela espessura do solado, o qual permite, para a maioria dos casos, um tempo de contato mais prolongado quando comparado a luvas e roupas confeccionadas com o mesmo material.

4.2 - Proteção Respiratória

Introdução

Proteger o homem contra os riscos representados por elementos respiráveis nocivos à saúde presentes no ar atmosférico, é fonte de preocupação há muitos séculos em nossa sociedade.

A utilização de bexiga animal como filtro protetor contra poeiras em minas romanas no século I; posteriormente o grande avanço durante a primeira guerra mundial, quando desenvolveram-se equipamentos de proteção respiratória para fazer frente aos gases tóxicos utilizados com fins bélicos, e finalmente nos dias atuais onde dispomos de equipamentos eficazes e totalmente independentes do ar atmosférico, são indicativos da importância dos dispositivos que propiciam proteção respiratória em ambientes adversos.

O sistema respiratório é a principal via de contato com substâncias nocivas. Apesar de possuir defesas naturais, o grau de tolerância do homem para exposição a gases tóxicos, vapores, partículas ou ainda a deficiência de oxigênio, é limitado. Algumas substâncias podem prejudicar ou mesmo destruir partes do trato respiratório, outras podem ser absorvidas pela corrente sangüínea gerando danos aos demais órgãos do corpo humano.

Nos acidentes envolvendo produtos químicos perigosos, onde a liberação de materiais tóxicos para a atmosfera pode gerar altas concentrações, é fundamental a proteção das equipes de atendimento, pois muitas vezes os índices de contaminantes no ar podem ser imediatamente letais.

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O conhecimento apurado dos riscos oferecidos por um determinado produto químico, as condições específicas do local e as limitações do operador e dos equipamentos nortearão a seleção do sistema de proteção respiratória mais adequado para propiciar a segurança necessária às equipes de atendimento nas situações emergenciais.

Na descrição dos equipamentos de proteção optou-se por citar os recursos básicos encontrados nos vários modelos existentes no mercado. Detalhamento de dispositivos ou recursos adicionais de cada fabricante, não foram contemplados.

Inicialmente será abordado os riscos mais comuns nos episódios emergenciais, numa segunda etapa serão descritos os tipos de aparelhos de proteção respiratória, diretrizes para seleção e uso, as limitações e as recomendações práticas para a utilização.

Objetivo

Este trabalho tem por finalidade propiciar a equipes de atendimento emergencial o conhecimento básico sobre a proteção respiratória nas situações de emergência envolvendo produtos químicos perigosos.

Riscos respiratórios

Risco respiratório é toda alteração das condições normais do ar atmosférico que interfere no processo da respiração, gerando consequentemente danos ao organismo humano.

A presença de gases contaminantes, materiais particulados em suspensão no ar ou mesmo a variação da concentração de oxigênio no ar, representam riscos comumente encontrados pelas equipes empenhadas nos atendimentos aos episódios emergenciais envolvendo produtos químicos perigosos.

Os efeitos gerados pela exposição humana a tais condições vão desde a simples irritação das vias aéreas até o comprometimento das funções vitais ocasionando a morte.

Para efeito deste trabalho serão abordados os riscos respiratórios, dividindo-os em dois grupos: a deficiência de oxigênio e os contaminantes do ar atmosférico. Antes de serem abordados os tópicos acima, uma breve explanação sobre a composição do ar e o consumo humano de oxigênio, torna-se necessária.

Composição do ar atmosférico

O ar atmosférico, em condições normais, é composto por gases para os quais o organismo humano está devidamente adaptado.

A tabela abaixo apresenta o percentual em volume desses gases no ar, considerando-o isento de umidade.

Composição do ar atmosférico

Gases Volume (%)

Nitrogênio (N2) 78,10

Oxigênio (O2) 20,93

Argônio (Ar) 0,9325

Dióxido de Carbono (CO2) 0,03

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Hidrogênio (H2) 0,01

Neônio (Ne) 0,0018

Hélio (He) 0,0005

Kriptônio (Kr) 0,0001

Xenônio (Xe) 0,000009

Observação: A rigor não existe ar atmosférico que não contenha umidade. Na presença de 1% de vapor d'água, correspondente a 50% de umidade relativa do ar a 20º, permanecem apenas 99% de ar seco. Já, para 3% de vapor d'água, correspondente a 100% de umidade relativa no ar a 24º, tem-se uma parcela de 97% de ar seco.

A temperatura do ar é outro fator que o torna respirável, pois alterações extremas ocasionarão queimaduras ou congelamento das vias respiratórias e pulmões.

Consumo de ar

O consumo de ar pelo homem é mensurado através do volume respiratório por minuto, representado pelo volume corrente normal (500 ml), multiplicado pela freqüência respiratória normal (cerca de 12 por minuto). Tem-se então que o volume respirado num minuto eqüivale a 6 litros de ar.

Esse consumo pode variar em função da demanda de ar disponível, do estado psicológico e do esforço físico desempenhado. Em qualquer uma dessas situações são promovidas alterações na profundidade da respiração, com aumento do volume respirado, e na freqüência respiratória com aumento dos ciclos (inspiração/expiração) por minuto, visando suprir a necessidade de oxigênio do organismo.

A tabela abaixo compara o incremento no consumo de ar com o oxigênio, em função da intensidade de esforço físico desempenhado.

De forma geral, pode-se concluir que a capacidade pulmonar e as variações no consumo de oxigênio determinam a ventilação alveolar e por conseguinte o nível de oxigenação sangüínea, refletindo no desempenho funcional do organismo como um todo.

Consumo de ar

Atividade Condição Consumo de O2 (litros por min.)

Volume Respiratório (litros por min.)

Deitado 0,25 6

Descanso Sentado 0,30 7

Em pé 0,40 8

Trabalho Andar 3,2 Km/h 0,70 16

Nadar devagar 0,9Km/h 0,80 18

Trabalho Médio Andar 6,5 Km/h 1,20 27

Nadar 1,6 Km/h 1,40 30

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Nadar 1,85 Km/h 1,80 40

Trabalho Pesado Andar de bicicleta 21 Km/h 1,85 45

Correr 13 Km/h 2,00 50

Nadar 2,2 Km/h 2,50 60

Trabalho Correr 15 Km/h 2,60 65

Pesadíssimo Escadas (100 degraus/min.) 3,20 80

Correr em aclive 4,00 90

Fonte: Proteção Respiratória Completa (Manual), Drager - Lubeca

Deficiência de oxigênio

O volume parcial de oxigênio em relação à composição total do ar é sempre constante (20,93%), porém em circunstâncias específicas esse percentual pode sofrer redução.

Os efeitos dessa redução sobre o organismo estão diretamente ligados à pressão exercida pelo oxigênio sobre os alvéolos pulmonares.

Em termos gerais, pode-se dizer que o oxigênio exerce uma pressão sobre os alvéolos, possibilitando a troca gasosa entre estes e as hemácias da corrente sangüínea. Isto significa dizer que ao diminuir a quantidade de oxigênio presente no ar tem-se menor pressão alveolar. Com, isso o teor de oxigênio nas hemácias é menor, comprometendo a oxigenação dos demais tecidos e órgãos, sendo que, paralelamente, há um incremento da taxa de CO2 na corrente sangüínea e nas células dos tecidos.

A pressão parcial do oxigênio (PPO2) também é afetada pela pressão atmosférica total. Esta é de 760 mmHg ao nível do mar, sendo a PPO2 de 159 mmHg, condição esta considerada ideal para a respiração. Há uma diminuição progressiva da pressão total com o aumento da altitude. Altitudes superiores a 4240 metros são consideradas imediatamente perigosas à vida e à saúde, já que neste nível tem-se uma pressão atmosférica de 450 mmHg implicando numa PPO2 de 95 mmHg. Saliente-se que pessoas aclimatizadas às grandes altitudes não sofrem esses efeitos, pois o organismo realiza mudanças compensadoras nos sistemas cardiovascular, respiratório e formador do sangue.

A tabela abaixo que segue compara a redução do volume de oxigênio com a redução da PPO2, ao nível do mar, e seus efeitos sobre o homem.

Concentração de oxigênio e os riscos para a saúde

Concentração

(% volume)

PPO2

(mmHg)

Efeitos

20,9 a 16,0 158,8 a 136,8 Nenhum

16,0 a 12,0 121,6 a 95,2 Perda da visão periférica; aumento do volume respiratório; aceleração do batimento cardíaco, perda de atenção; perda de raciocínio e perda de coordenação.

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12, 0 a 10,0 91,2 a 76,0 Perda da capacidade de julgamento; coordenação muscular muito baixa; a ação muscular causará fadiga com danos permanentes ao coração; respiração intermitente

10,0 a 6,0 76,0 a 45,6 Náusea e vômito; incapacidade de executar movimentos vigorosos; inconsciência seguida de morte.

< 6,0 < 45,6 Respiração espasmódica; movimentos convul-sivos; morte em minutos

Fonte: Revista CIPA No 172

Por outro lado, em condições de pressão atmosférica elevada haverá maior absorção sangüínea dos gases que compõem o ar e concomitantemente pelas células dos tecidos. Com a redução da pressão esses gases tendem a ser liberados, daí os problemas de embolia gasosa e morte gerados pelo nitrogênio quando da redução brusca da pressão.

O aumento da pressão atmosférica por si só, pode gerar danos como os descritos a seguir:

a) acima de 4 atmosferas*, o nitrogênio causa efeitos narcóticos;

b) a 5 atmosferas, o oxigênio, em concentração normal, causa irritação nos pulmões;

c) a 15 atmosferas, o ar pode ser tolerado por apenas 3 horas.

(*) 1 atmosfera = 1 bar = 760 mmHg (ao nível do mar).

Causas geradoras da deficiência de oxigênio

Neste item estão abordados os casos normalmente encontrados nos atendimentos emergenciais que podem ocasionar a redução na concentração de oxigênio contida no ar.

Embora cada cenário tenha suas características particulares que deverão ser observadas, podem-se adotar como causas básicas da deficiência de oxigênio, as descritas a seguir:

● A liberação acidental de gases, cuja densidade é maior que a do ar atmosférico, resulta em deslocamento do ar e por conseguinte do oxigênio nele contido. A tendência para deposição desses gases ao nível do solo expulsa o ar para os níveis mais altos, formando uma zona irrespirável. São exemplos desses gases o GLP - gás liqüefeito de petróleo e o cloro.

Esse efeito é potencializado quando ocorre em ambientes confinados, onde não há fontes de ventilação para promover a renovação de ar respirável, criando-se uma atmosfera saturada e deficiente de oxigênio.

As características toxicológicas do gás envolvido, embora relevantes, não são consideradas nesses casos, já que até mesmo os gases inertes podem gerar o deslocamento do ar.

● Gases liqüefeitos sob pressão, quando da mudança do estado líquido para o gasoso, têm normalmente altas taxas de expansão podendo deslocar o ar. É o caso da amônia e do butadieno.

● Alguns gases podem concorrer para o decréscimo do volume de oxigênio, especificamente por sua capacidade de reação com o mesmo, como é o caso do monóxido de carbono, monóxido de nitrogênio, dióxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre.

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● Em atmosferas confinadas encontradas em galerias subterrâneas de águas pluviais ou de redes de esgotos, desenvolvem-se microrganismos (bactérias e fungos) responsáveis pela decomposição da matéria orgânica presente nos despejos industriais e domésticos. No processo de decomposição o oxigênio é consumido, podendo gerar como subprodutos gases como o metano, sulfídrico e dióxido de carbono que deslocam o oxigênio.

Os materiais orgânicos destes ambientes também estão sujeitos à oxidação natural, contribuindo para a diminuição da concentração de oxigênio. Os despejos industriais podem conter gases que por si só deslocam o ar.

● A combustão de qualquer material provoca consumo de oxigênio e emanação de gases que deslocarão o ar, sobretudo em ambientes confinados.

● Qualquer substância sujeita à oxidação num ambiente confinado, após certo período de tempo, provoca a redução de oxigênio se não houver renovação do ar.

Considerações gerais

Nos atendimentos às emergências com produtos perigosos, utiliza-se como valor limite de segurança a concentração, internacionalmente aceita de 19,5% em volume de oxigênio, pois fica implícito que qualquer redução na concentração normal de oxigênio, implica no aumento da concentração de outro gás.

Assim, a redução de 1% em volume de oxigênio no ar (equivalente a 10.000 ppm) representa um aumento de 1% em volume na concentração de outra substância, muitas vezes desconhecida, o que pode significar uma situação de alto risco.

A avaliação quantitativa da concentração de oxigênio no ar é fator preponderante na seleção dos métodos eficazes de proteção respiratória. Aparelhos específicos fornecem o percentual em volume de oxigênio em determinado ambiente. A análise dos dados obtidos permite a identificação de condições prejudiciais ou mesmo letais ao homem.

Ar respirável em condições normais significa:

1. Conter, no mínimo, 18 % em oxigênio;2. Estar livre de substâncias estranhas;3. Estar na pressão e temperatura que não causem lesões ao organismo humano.

Contaminantes

São todas substâncias alheias à composição normal do ar atmosférico, que podem gerar irritações ou danos ao organismo humano. Embora em muitos casos não sejam perceptíveis à visão e olfação, podem estar presentes nos vários cenários com que se deparam as equipes de emergência.

Os contaminantes são comumente divididos em dois grupos: os gasosos e os particulados, também conhecidos como aerodispersóides.

Contaminantes gasosos

São representados pelos gases propriamente ditos e pelos vapores.

Os gases são substâncias químicas que se encontram no estado gasoso em pressão e temperatura ambiente. Possuem grande mobilidade e misturam-se facilmente ao ar atmosférico.

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Vapor é o estado gasoso de substâncias que em condições de pressão e temperatura ambiente, são líquidas ou sólidas. A emanação de vapor ocorre pelo aumento da temperatura ou pela redução da pressão.

As defesas naturais das vias respiratórias oferecem certa proteção contra os riscos gerados pela inalação dessas substâncias, quer seja através da filtragem de parte dos gases e vapores, como pela atuação do revestimento mucoso, onde serão absorvidos.

Devido à grande mobilidade das moléculas gasosas, a penetração no trato respiratório é facilitada, atingindo diretamente os alvéolos onde são absorvidas pela corrente sangüínea.

Na seqüência são abordadas as características químicas e toxicológicas dos contaminantes gasosos.

Aerodispersóides

Aerodispersóide é um termo usado para descrever os contaminantes na forma particulada (sólida ou líquida). São pequenas partículas em suspensão no ar, muito maiores que uma molécula. Os danos que causam ao organismo quando inalados dependem de suas características, tais como: tamanho, forma, densidade e propriedades físicas e químicas.

Apesar das defesas naturais do sistema respiratório abordadas anteriormente, muitas partículas podem atingir as porções mais internas dos pulmões.

Critérios de avaliação

A avaliação dos riscos representados pelos contaminantes é feita com base nas aferições de concentração obtidas por aparelhos de medição.

Em algumas circunstâncias, além dos gases e vapores pode haver o risco associado a aerodispersóides, quando deverão ser adotadas medidas de segurança adicionais.

Genericamente, pode-se dizer que os principais tópicos a serem observados quanto ao risco dos contaminantes, são:

● tempo de exposição;● concentração do contaminante;● toxicidade;● frequência respiratória e capacidade pulmonar;● sensibilidade individual.

Equipamento de Proteção respiratória

São equipamentos destinados a proteger o usuário dos riscos representados pela presença de contaminantes no ar ambiente. O método pelo qual eliminam ou diminuem o risco respiratório baseia-se fundamentalmente na utilização de uma peça facial que isola o usuário do ar contaminado e de um sistema de purificação ou de suprimento de ar respirável.

O sistema de purificação consiste basicamente de um elemento filtrante que retém o contaminante e permite a passagem do ar purificado. Já o sistema de suprimento de ar, fornece ar respirável ou oxigênio a partir de uma fonte independente da atmosfera contaminada.

Tipos de Equipamentos de Proteção Respiratória

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Dependentes:

São máscaras faciais ou semi faciais que atuam com elementos filtrantes, removendo do ambiente contaminado o ar necessário para respiração.

Esses equipamentos possuem algumas restrições quanto ao uso, dentre as quais pode-se destacar:

● não se aplicam a ambientes com menos de 18 % de oxigênio;● possuem baixa durabilidade em atmosferas saturadas de umidade;● não devem nunca ser utilizados em condições desconhecidas.

Independentes

Normalmente, são conjuntos autônomos portáteis ou linhas que fornecem o ar necessário ao usuário, independentemente das condições do ambiente de trabalho (grau de contaminação). Propiciam o isolamento do trato respiratório do usuário da atmosfera contaminada.

QUADRO GERAL DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIATIPOS DE EQUIPAMENTOS

Elemento filtrante

Os elementos filtrantes (filtros) são confeccionados de materiais apropriados para a remoção de contaminantes específicos. De acordo com o contaminante a ser removido, os filtros podem ser do tipo químico, mecânico ou combinado (mecânico e químico).

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a) Filtro mecânico

É utilizado para a proteção contra materiais particulados, sendo normalmente confeccionado em material fibroso, cujo entrelaçamento microscópico das fibras retém as partículas e permite a penetração do ar respirável.

Segundo o Projeto de Norma 2:11-03-006 ABNT, os filtros mecânicos podem ser classificados em função de sua capacidade de filtração, conforme descrito a seguir:

Classe P1 Para uso contra aerodispersóides gerados mecanicamente. As partículas podem ser sólidas ou líquidas geradas de soluções ou suspensões aquosas. São indicados entre outros, contra poeiras vegetais: algodão, bagaço de cana, madeira, celulose e carvão vegetal, grãos e sementes, poeiras minerais como sílica, cimento, amianto, carvão mineral, negro de fumo, bauxita, calcário, coque, fibra de vidro, ferro, alumínio, chumbo, cobre, zinco, manganês e outros materiais, e ainda névoas aquosas de inorgânicos: névoas de ácido sulfúrico e soda cáustica. Possuem pequena capacidade de retenção.

Classe P2 Para uso contra aerodispersóides gerados mecanicamente (poeiras e névoas) e termicamente (fumos). Além dos contaminantes indicados para o filtro P1, os filtros P2 são eficientes na retenção de fumos metálicos, como solda ou provenientes dos processos de fusão de metais que contenham ferro, manganês, cobre, níquel e zinco. São ainda indicados contra névoas de pesticidas com baixa pressão de vapor, que não contenham vapores associados.

Esses filtros são ainda classificados em categorias "S" ou "SL", de acordo com a sua capacidade para reter partículas líquidas oleosas ou não. Os da categoria "S" são indicados para os contaminantes anteriormente citados e os da categoria "SL" podem ser utilizados para proteção contra névoas oleosas e para os contaminantes da categoria anterior. Possuem capacidade média de retenção.

Classe P3 Para uso contra aerodispersóides gerados mecanicamente e termicamente, incluindo os tóxicos. Pertencem a esta categoria de contaminantes tóxicos, entre outros, as poeiras, névoas e fumos de arsênico, berílio, sais solúveis de platina, cádmio, rádio, prata, urânio e seus compostos e os radionúclideos. Os filtros P3 da mesma forma que os filtros P2, também são divididos nas catergorias "S" ou "SL". Possuem grande capacidade de retenção.

Obs: A proteção propiciada por uma determinada classe de filtros compreende também a proteção fornecida pelo filtro da classe anterior.

Aparelhos Purificadores

Equipamentos com filtros mecânicos - Máscaras contra suspensões particuladas (respiradores):

Características:

• Oferecem proteção contra material particulado (pó), dispersos no ambiente, e fumos com retenção mínima de aproximadamente 95% ;

• São Confeccionados de máscara semi facial (meia máscara) que permite perfeita hermeticidade; tirantes, válvulas de inspiração e expiração, e um ou dois alojamentos para os filtros;

• Os filtros variam em eficiência de filtração, segundo o material particulado que se deseja reter.

Há basicamente 4 classes: para material incômodo (poeiras inertes), para poeiras pneumoconióticas, para fumos metálicos e para partículas extremamente finas como o berílio,

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materiais radioativos e certo vírus.

Observações:

• São dispositivos para situações de não emergência, entretanto mais para exposições de média duração, do que para exposição continuada;

• A vida útil relaciona-se principalmente com a atividade do usuário e a concentração do aerodispersóide no ambiente;

• Exemplo de aplicação: Fundições, Carvoarias, Frigoríficos, Petroquímicas, Avícolas, Hospitais, Laboratórios e Pedreiras.

Limitações:

● Não oferecem proteção contra gases ou vapores tóxicos;● Não devem ser utilizados em atmosferas deficientes de oxigênio;● Não devem ser utilizados em operações de jateamento abrasivo (usar equipamento

específico).

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

b) Filtro químico

É o filtro utilizado para a proteção contra gases e vapores. O processo de funcionamento baseia-se na adsorsão dos contaminantes gasosos por meio de um elemento filtrante, normalmente o carvão ativo. Alguns filtros químicos utilizam adicionalmente elementos químicos (sais minerais, catalisadores ou alguns alcalinos) que melhoram o processo de adsorsão.

A quantidade (concentração) do contaminante que o filtro pode reter, depende da qualidade do elemento filtrante, granulometria, massa filtrante (quantidade) e do tipo do contaminante, influindo também a temperatura e umidade.

O Projeto de Norma 2:11-03-006 - ABNT estabelece os tipos de filtros de acordo com o contaminante gasoso contra o qual se deseja proteção, como descrito a seguir:

− filtros para vapores orgânicos: são indicados contra certos vapores orgânicos, conforme especificação do fabricante;

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− filtros para gases ácidos: são indicados contra certos gases ou vapores ácidos inorgânicos, conforme especificação do fabricante (excluindo o monóxido de carbono);

− filtros para amônia: indicados contra amônia e compostos orgânicos de amônia, conforme especificação do fabricante;

− filtros especiais: indicados contra contaminantes específicos não incluídos nos tipos anteriores, como por exemplo mercúrio, cloreto de vinila, fosfina, gás sulfídrico, ácido cianídrico, óxido de etileno, monóxido de carbono e defensivos agrícolas.

Os filtros acima mencionados podem se apresentar de forma combinada, oferecendo proteção contra mais de um tipo de contaminante gasoso.

Considerando-se a capacidade de retenção, os filtros são classificados em três tamanhos:

Classe 1 - cartuchos pequenos, para contaminantes gasosos em baixas concentrações;

Classe 2 - cartuchos médios, para contaminantes gasosos em médias concentrações;

Classe 3 - cartuchos grandes, para contaminantes gasosos em altas concentrações.

A tabela abaixo demonstra a máxima concentração de uso dos filtros químicos.

Concentração de uso

Classe do

Filtro

Cartucho Tipo Concentração máxima (ppm)

Peça facial compatível

Observação

1

Pequeno Vapor Orgânico AmôniaMetilaminaGases ácidos Ácido clorídrico Cloro

1000

30010010005010

1/4, 1/2, 1/1ou bocal

A, B e C

A, B e C

2 Médio Vapor orgânico Amônia Gases ácidos

5000

50005000

1/1 A e C

A e CA e B

3 Grande Vapor orgânico AmôniaGases ácidos

10000

1000010000

1/1 A e C

A e CA e C

Fonte: Projeto de Norma 2:11.03-006/1990 ABNT

(A)Não usar contra vapores orgânicos ou gases ácidos com fracas propriedades de alerta (ver definição no anexo I), ou que gerem alto calor de reação com o conteúdo do cartucho.

(B)A concentração máxima de uso não pode ser superior ao I.P.V.S. (imediatamente perigoso à vida ou à saúde)(C) Para alguns gases ácidos e vapores orgânicos, essa concentração máxima de uso é mais baixa

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Adota-se também um código de cores para os filtros químicos, em função do tipo de contaminante gasoso para o qual foi projetado. As Tabelas abaixos apresentam os códigos de cores adotados pela NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health e pelo CEN - Comitê Europeu de Normalização.

3) Filtros combinados

São utilizados para proteção contra contaminantes gasosos e particulados simultaneamente. São constituídos portanto, pela combinação de um filtro mecânico sobreposto a um filtro químico.

Dependendo da peça facial utilizada, podem estar dispostos em cartuchos separados; porém, o detalhe construtivo da peça deve permitir que o ar contaminado passe primeiro pelo filtro mecânico e posteriormente pelo filtro químico. A disposição do filtro em cartuchos distintos é preferível, pois geralmente o filtro mecânico satura primeiro.

Vida útil do filtro

Os elementos filtrantes têm capacidade finita para remover contaminantes e quando seu limite é atingido, os filtros começam a saturar. No caso dos filtros químicos, atingindo o ponto de saturação, o elemento filtrante permitirá progressivamente a passagem do contaminante até o interior da peça facial. Nos filtros mecânicos a impregnação de partículas imporá resistência à respiração.

O período de tempo que um filtro efetivamente retém o contaminante é conhecido como vida útil. De acordo com o Projeto de Norma 2:11.03-006/1990 (ABNT), os filtros quando ensaiados devem apresentar a vida útil mínima conforme os dados da Tabela abaixo. Para maiores detalhes sobre as condições em que são efetuados os ensaios (concentração de teste, concentração limitante, vazão, etc), o Projeto de Norma citado deve ser consultado.

Vida Útil Mínima

Filtro (tipo e classe) Vida útil mínima (minutos)

Classe 1

Vapor orgânico Gás ácido Amônia

802050

Classe 2

Vapor orgânico Gás ácido Amônia

402040

Classe 3

Vapor orgânicoGás ácido Amônia

603060

Filtros Especiais

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NO (P3)Hg (P3)Defensivos agrícolas Classe/Tipo

1-P21-Hg2-P33-P33–CO

206000

50300 91260

Fonte: Fonte Projeto de Norma 2:11.03-006/1990 (ABNT)

Nota: Se um filtro é uma combinação de dois ou mais tipos, a vida útil mínima exigida fica dividida pela metade

A vida útil de um determinado tipo de filtro depende de vários fatores, como os descritos a seguir:

a) Frequência respiratória

Influi na vida útil do filtro, pois quanto maior for a frequência respiratória do usuário, tanto maior será a quantidade de contaminante em contato com o elemento filtrante num dado período de tempo, com isto aumenta-se a taxa de saturação.

b) Concentração do contaminante

A expectativa de vida útil de um filtro diminui conforme aumenta a concentração do contaminante no ambiente, já que há maior quantidade desse em contato com o elemento filtrante.

c) Eficiência do filtro

A capacidade do filtro químico em remover o contaminante do ar pode variar numa mesma família química. A tabela abaixo compara a eficiência dos filtros para vapores orgânicos com certos solventes, em função do tempo necessário para se atingir a penetração de 1% do contaminante no ar filtrado. A concentração inicial de teste é 1.000 ppm de vapor de solvente, enquanto que a concentração de penetração é 10 ppm.Convém ressaltar que as propriedades de alerta de um determinado filtro, ou seja, a forma como se dará a percepção humana, quanto ao fim de sua vida útil, nem sempre são completamente seguras.Normalmente, o usuário percebe o aumento da resistência imposta à respiração, ou sentirá o odor, ou ainda irritação das vias respiratórias. Porém, em alguns casos, principalmente nos contaminantes gasosos, isso pode não ocorrer, conforme mencionado no item 5.3.1.3 - L.P.O.Para estes casos em que as propriedades de alerta do contaminante não são confiáveis é necessário que o filtro possua indicador visual ou sonoro que indique o término de sua vida útil.

Equipamentos com Filtros Químicos - Máscaras contra gases ou vapores:

Características:

● Constam de peça facial inteira ou de meia-máscara: tirantes, válvulas de inspiração e expiração;No caso de peça facial inteira, o elemento filtrante poderá ser conectado através de uma traquéia ou diretamente a esta.

● Na estrutura semi facial tipo "respirador", podem constar um ou dois filtros de dimensões reduzidas, em relação ao modelo portado à cintura;

● Os filtros oferecem proteção para uma substância ou classe de substâncias, de forma específica; não podem, portanto, ser usados indiscriminadamente contra quaisquer gases ou vapores, sem a adequada verificação prévia.

● Sua autonomia depende: 1 - da capacidade (tamanho do elemento); 2 - da concentração do contaminante;

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3 - da atividade respiratória do usuário;● Existem filtros "universais" especiais, que prevêem vários contaminantes.

Observações:

● Filtros comuns, pequenos, protegem até concentrações de 0,1% (1000 ppm); os filtros portados podem oferecer proteção até 2% (20.000 ppm);

● No caso de ação do contaminante sobre a pele e olhos, prover proteção complementar (vestimentas e máscara facial total);

A autonomia dos equipamentos pode variar de frações de hora até uma hora, de maneira geral.

Limitações:

● Não devem ser utilizados em atmosferas deficientes de oxigênio;● Não devem ser usados contra substâncias extremamente tóxicas, mesmo em baixas concentrações;● Não utilizar estes equipamentos em locais confinados, onde podem ocorrer "picos" de concentração de

contaminantes.

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

Equipamentos com Filtros Combinados - Máscaras para associações de partículas e formas gasosas:

Características:

● Permitem a proteção para os casos onde se têm suspensões particuladas aliadas a gases ou vapores nocivos;

● O filtro de particulados é colocado em posição anterior ao filtro químico, de maneira a impedir sua obstrução pela poeira aspirada;

● Pode-se contar com as mesmas alternativas de estruturas facial e disposição dos elementos filtrantes, que as descritas nos equipamentos individuais;

● São válidas para o elemento filtrante químico, as mesmas considerações sobre sua especificidade, não podendo ser feito uso indiscriminado em relação à proteção oferecida.

Observações:

● No caso de ação dos contaminantes sobre a pele e mucosas, prover proteção complementar (vestimentas e proteção ocular);

● São aplicações típicas: na pintura à pistola e no uso (pulverizações) de inseticidas;

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● A autonomia é restrita ao elemento que ficar saturado antes, que deverá ser substituído.

Limitações:

● Não devem ser utilizados em atmosferas deficientes de oxigênio;● Não devem ser usados contra substâncias extremamente tóxicas, mesmo em baixas concentrações; ● Não devem ser utilizados em locais confinados, onde podem ocorrer "picos" de concentração de

contaminantes.

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

Aparelhos de Isolamento

Equipamentos autoprotetores ou autônomos:

Equipamento autônomo a cilindro de ar:

Características:

● Constam de um cilindro de alta pressão, um regulador de pressão, dispositivo de dosagem de fluxo à demanda, uma traquéia, peça facial com válvula de expiração, tirantes no cilindro de alta pressão e na peça facial;

● Funcionamento em circuito aberto, isto é, ar expirado é descarregado ao exterior;● Devem conter dispositivo de alarme para queda de pressão;● Tempo de operação varia de frações de hora até aproximadamente uma hora, dependendo da atividade

física e familiaridade do usuário com o equipamento;● Tratando-se de equipamento autônomo, não apresenta restrição quanto ao ambiente, seja no caso de

contaminantes ou de deficiência de oxigênio.

Observações:

● Seu emprego se adapta mais às situações de emergência, como resgates e manutenções especiais, dado o tempo limitado de operação;

● São equipamentos mais pesados que os autônomos e oxigênio puro, que trabalham em circuito fechado;● No caso de absorção de contaminante pela pele, prover proteção complementar.

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Limitações:

● Considerar a limitação de mobilidade e capacidade de carregar pesos que afetam o usuário em sua utilização;

● O tempo de operação é, em si, uma limitação que deve ser adequadamente levada em conta; o usuário deve estar bem ciente da construção, uso, controle e limitações do equipamento, e maneira de atingir rapidamente atmosferas seguras.

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

Equipamentos de adução ou provisão de ar:

Equipamento a ar aspirado por depressão respiratória:

Aparelhos com adução de ar

Estes equipamentos suprem o oxigênio ou ar necessários ao homem, independente do meio onde esteja trabalhando, ou seja, isolam o usuário da atmosfera circundante.

Comparados aos purificadores de ar, oferecem maior proteção ao usuário, pois operam com suprimento de ar respirável, não dependendo de sistemas de filtragem para a remoção dos contaminantes.

O suprimento é feito através de uma linha ou tubulação onde o ar provém de uma fonte externa ao ambiente contaminado. Essa fonte pode ser uma bateria de cilindros, compressores, ventoinha manual ou elétrica, ou ainda pela simples ação respiratória do usuário.

O ar respirável também pode ser fornecido a partir de cilindros de ar comprimido ou sistemas que o liberem quimicamente, ambos portados pelo usuário.

Características:

● Constam de peça facial à qual se conecta uma traquéia, ligada a altura da cintura do usuário a uma mangueira ou tubulação de diâmetro relativamente grande (20 a 25 mm);

● O ar é trazido de uma atmosfera segura através da ação respiratória do usuário, limitando-se o comprimento da tubulação para assegurar-se uma respiração adequada. (Esse limite varia conforme o autor, desde 7,5 até 22 metros);

● Não exigem muita manutenção e apresentam-se sempre prontos para uso (não necessitam de fontes de ar ou oxigênio comprimidos, que podem não ser disponíveis imediatamente);

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Observações:

● Cuidados devem ser tomados na captação (extremidade da mangueira), quanto à sua obstrução, contato com o solo e devida sinalização;

● As mangueiras devem ser resistentes a derivados de petróleo e ao impacto por queda de objetos (construção reforçada).

Limitações:

● Não devem ser utilizados em atmosferas imediatamente perigosas à vida (contaminantes altamente tóxicos mesmo em baixas concentrações/ deficiência de oxigênio), pois, uma vez que existe dependência do usuário ao suprimento externo, este deve poder abandonar o local sem a máscara;

● Movimentação e raio de ação limitados pela tubulação.

Fonte: Drager Industria e Comércio Ltda.

Equipamentos a ar insuflado ou de linha de ar:

Características:

● Mascaras com Linha de Ar Fluxo Contínuo e Pressão de Demanda:

As Máscaras Linha de Ar Fluxo Contínuo e Pressão de Demanda são alimentadas por um fluxo de ar comprimido interligado ao compressor e/ou através de provedor de ar. Os equipamentos trabalham com uma pressão variadas, sendo a de Fluxo Contínuo de 2,0 a 2,5 Kgf/cm2 e a Pressão de Demanda de 5,0 a 7,05 Kgf/c, com uma vazão constante de 60 litros por minuto. As mangueiras são fabricadas com produtos atóxicos, em comprimentos que variam de 5, 10 e 20 m.

Estas mascaras podem ser mascaras Semi Facial e/ou Facial, podem trabalhar com pressão positiva, que previne uma eventual infiltração de ar contaminado no seu interior.

As mascara facial, pode ser dotada de um regulador de demanda (pressão positiva), com acionamento automático (após a primeira inalação do usuário) e bloqueador semi-automático, sendo conectado à peça facial através de um sistema de Engate Rápido.

Observações:

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● Cuidados devem ser tomados na captação (extremidade da mangueira), quanto à sua obstrução, contato com o solo e devida sinalização;

● As mangueiras devem ser resistentes a derivados de petróleo e ao impactos de objetos (construção reforçada).

Limitações:

Mascara Semi Facial conectada a linha de ar com fluxo de ar contínuo e/ou pressão de demanda:

● Não devem ser usadas em atmosferas altamente saturadas por gases e ou vapores;● Não devem ser usadas em locais com material particulado em suspensão no ar, bem como riscos de

respingos de produtos químicos;● Não devem ser usadas em locais onde os riscos do contaminante existente na atmosfera sejam

desconhecidos; ● Movimentação e raio de ação limitados pela tubulação;

Mascara Facial conectada a linha de ar com fluxo de ar contínuo e/ou pressão de demanda:

● Movimentação e raio de ação limitados pela tubulação;● Operações que exigiam esforço físico, deverá ser levado em consideração no sentido de que seja

verificado se esta não irá trazer nenhum comprometimento o uso do equipamento.

Mascaras com Linha de Ar Fluxo contínuo:

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

Mascara com Linha de Ar Pressão de Demanda:

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Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

Mascaras com Linha de Ar

Fonte: MSA do Brasil – Equipamentos e Instrumentos De Segurança Ltda.

Seleção de Respiradores

A escolha do equipamento de proteção respiratória adequado para a proteção das equipes de emergência, depende basicamente da avaliação prévia das variáveis presentes no ambiente onde se desenrolarão as atividades.

Aspectos a serem observados na seleção da proteção respiratória

Os seguintes fatores serão levados em conta na seleção do tipo mais adequado:

Quanto ao Risco ● Porcentagem de Oxigênio no Ambiente● Existência de Contaminantes - Classe Toxicológica● Concentração no Ambiente

Quanto ao Ambiente ● Confinamento do Ambiente (poços, silos, porões)● Posição do ambiente em relação a atmosferas seguras (distância e

acessibilidade)● Arranjo Físico e limitações de mobilidade

Quanto à Atividade ● Características da Operação (mobilidade necessária / Freqüência )● Atividade Respiratória do Operador (Atividade Física)

Uso pretendido da Proteção ● Necessária durante toda a permanência no ambiente(uso Contínuo)● Uso em emergências● Uso apenas durante a operação (uso intermitente)

Na seqüência, são pormenorizados cada um dos fatores acima citados.

● Atividade física a ser desenvolvida

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A atividade do usuário é fator de extrema importância na seleção do melhor equipamento, quer seja autônomo, com filtro químico, com filtro mecânico ou com mangueira de ar.

Deve-se levar em conta se a atividade física a ser desenvolvida é considerada um trabalho leve, médio ou pesado, pois o esforço exigido do usuário e do respirador podem reduzir drasticamente a vida útil do equipamento. Por exemplo, o volume de ar respirado por um homem andando a uma velocidade de 6,5 km/h é três vezes maior do que o respirado por um homem parado. Nesta situação, o consumo de ar nas máscaras autônomas é maior, os filtros químicos são exauridos em tempo menor e os filtros mecânicos são obstruídos com maior facilidade e rapidez. Isto se aplica a todos os tipos de equipamento de proteção respiratória, exceto para os com linha de ar.

Nos casos onde é necessário o uso de roupas de encapsulamento, o desgaste físico está potencializado pela perda de líquido do organismo. O uso do equipamento em condições adversas, tais como ruído, calor, umidade, entre outras, as quais tendem a aumentar o desgaste físico, podem provocar efeitos adversos à saúde do usuário, comprometendo o desenvolvimento da atividade, bem como o tempo de permanência no local.

● Monitoramento periódico

Dada a imprevisibilidade dos cenários encontrados nos atendimentos a emergências, torna-se necessário monitorar as concentrações do contaminante e de oxigênio periodicamente, durante o tempo em que as equipes estejam na área de risco.

Qualquer alteração significativa requer a adoção de medidas complementares ou mesmo a substituição do equipamento por outro mais efetivo para as condições detectadas.

Outro fator a ser considerado quando da seleção do EPR, é sua aprovação por meio de ensaios; ou seja, os equipamentos de proteção respiratória devem ter sido aprovados em ensaios para determinado tipo e concentração de contaminante, além dos testes de resistência dos vários componentes. Tanto a capacidade de retenção dos filtros, como a qualidade do ar ou do oxigênio dos aparelhos com suprimento, devem estar de acordo com as normas vigentes. Igualmente, os respiradores devem ter sido submetidos aos ensaios de vedação pertinentes.

Manutenção de Equipamentos

A manutenção de equipamentos de proteção respiratória deve ser programada de acordo com o tipo de uso. Os equipamentos empregados para uso individual e rotineiro devem possuir um programa de manutenção diferente dos equipamentos destinados ao atendimento de emergências. Embora os programas sejam diferenciados, possuem o mesmo nível de importância, tendo em vista os fins a que se destinam.

Há que se ressaltar que todo e qualquer programa de manutenção deve ser feito por pessoas treinadas e devidamente conscientizadas da importância do trabalho. Um programa de manutenção de proteção respiratória consiste basicamente de três itens:

● manutenção e inspeção;● limpeza e higienização;● armazenamento.

Inspeção

As inspeções, quando bem processadas, minimizam a probabilidade da ocorrência de falhas dos equipamentos e ajudam a fixar no usuário a mentalidade da importância da segurança. A frequência para a sua realização (diária, semanal, mensal, etc) depende do tipo de equipamento utilizado, atividade e risco.

Os respiradores usados rotineiramente devem ser cuidadosamente inspecionados. Uma boa vistoria realizada pelo

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usuário diariamente antes de usá-lo, para certificar-se que tudo está em boas condições, é de vital importância para sua proteção. Essa inspeção visual deve indicar as condições de válvulas e membranas, de modo a permitir a remoção de sujeiras ou quaisquer outras impurezas que possam causar vazamentos.

Os equipamentos, como por exemplo máscaras autônomas, devem ser rigorosamente controlados quanto as datas de inspeções, manutenções preventivas e os defeitos encontrados, e anotados em fichas de registro individuais. Cuidados redobrados são necessários no que tange ao controle da reutilização de filtros.

A manutenção de máscaras autônomas deve receber um tratamento diferenciado com relação aos demais respiradores, em virtude da complexidade dos seus componentes. Os fabricantes em geral recomendam testar este equipamento antes do seu uso quanto ao funcionamento dos reguladores, válvulas, alarme e outros dispositivos de alerta, peça facial, traquéia e válvula de exalação

5. Considerações finais

Os Equipamentos de Proteção Individual, usualmente identificados pela sigla ‘EPI’, formam um conjunto de recursos amplamente empregado para proteger a integridade física do trabalhador no exercício de suas atividades.

Neste sentido, é de suma importância que nas operações de emergência que envolvam produtos químicos, os EPIs sejam definidos a partir de critérios técnicos, de acordo com os riscos apresentados pelos produtos envolvidos, tamanho do vazamento, locais atingidos e serviços a serem realizados, após a avaliação de campo especialistas.

Os EPIs devem ser utilizados por pessoas devidamente treinadas e familiarizadas com eles, uma vez que a escolha ou a utilização errada pode acarretar conseqüências indesejáveis.

O ingresso em áreas onde existam riscos de explosão, ocasionado por substâncias perigosas deve ser realizado sempre por, no mínimo, duas pessoas devidamente protegidas, tendo suas atividades acompanhadas permanentemente por uma equipe de retaguarda.

Em caso de dúvida quanto às características dos produtos envolvidos e aos riscos que oferecem, deve-se evitar adentrar as áreas consideradas perigosas. No entanto, se a gravidade da situação exigir a adoção de uma medida imediata, sempre se deverá optar pela proteção máxima, ou seja proteção do crânio, roupas herméticas (incluindo luvas e botas soldadas) e conjunto autônomo de respiração a ar comprimido.

O uso dos EPIs poderá levar a desgastes físicos, principalmente as roupas que poderão ocasionar a desidratação do usuário. Quando destas situações, os técnicos devem ser orientados para adotarem ações prévias para evitar problemas físicos que podem interferir na segurança da atividade desenvolvida.

Todos os equipamentos de proteção devem ser higienizados e rotineiramente inspecionados, de foram minuciosa, para detecção desgastes e possíveis avarias. Um equipamento de proteção mal selecionado e/ou avariado, pode aumentar o risco de acidentes e não evitá-los.

Convém destacar, que no desenvolvimento de atividades emergenciais, além dos riscos inerentes

à respectiva atividade, outros fatores devem ser considerados para a utilização dos EPIs, tais como:

● o nível de atividade física do usuário;● as condições físicas do usuário;● o nível de treinamento ou experiência que o usuário tem com tais equipamentos.

Outro aspecto que deve ser levado em consideração diz respeito às roupas contaminadas durante o atendimento a

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situações emergenciais com produtos químicos, as quais devem ser descontaminadas ainda no local do atendimento, o que pode ser feito com o uso de mangueiras ou nebulizadores de água antes que o usuário as retire. Este procedimento assegurará uma maior vida útil e evitará que ocorra a contaminação das próximas pessoas que utilizarem estes equipamentos.

Finalmente, vale lembrar que todo equipamento de proteção deve ser:

● armazenado de modo que se evite seu dano por acidente;● guardado em local de fácil acesso; e● inspecionado e reparado periodicamente, repondo-o sempre que necessário.

6. Bibliografias

● FUNDACENTRO, Equipamento de Proteção Individual, São Paulo, 1981, 92 p.

● FILHO, L. F. R., Curso de Engenharia de Segurança do Trabalho, FUNDACENTRO, São Paulo, 1981, V. II, p. 399.

● BRASIL. Portaria No 3214, de 8 de junho de 1978. Regulamenta as Normas Regulamentadoras do Capítulo V, do Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho.

● Haddad, Edson & Minnitti, Vivienne, Roupas, Luvas e Botas de Proteção Química, Trabalho Técnico da CETESB, São Paulo, 1995.

● Silva, Ronaldo de Oliveira & Teixeira, Mauro de Souza, Proteção Respiratória, Trabalho técnico da CETESB, São Paulo, 1996

Catálogos :

● MSA do Brasil - Equipamentos e Instrumento de Segurança Ltda., Catálogo, 01 – JUL/00.

● Duráveis – Equipamento de Segurança Ltda.

● Produtos para Segurança e Proteção à Saúde 3M do Brasil Ltda.

● DRAGER Industria e Comércio Ltda.

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RESPOSTA

Ações de resposta aos acidentes com produtos perigosos Rubens Cesar, Consultor en Emergências Químicas, Colaborador de CETESB-Brasil

Monitoramento ambiental Jorge Luis Nobre Gouveia, CETESB-Brasil

Descontaminação dos equipamentos em acidentes químicos Edson Haddad, CETESB-Brasil

Resposta médica nas emergências químicas Diego González Machín, CEPIS/OPAS

Assistência pré-hospitalar a víctimas em acidentes químicos Carlos Eid, Secretaria Municipal de São Paulo-Brasil

Acidentes químicos - Ações Pós-emergenciais Lilia A. Albert - México

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AÇÕES DE RESPOSTA EM EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS

Rubens Cesar

Introdução | A planificação para os desastres tecnológicos | A resposta aos incidentes | Padrão de resposta em emergências químicas | Sistema de comando de incidentes | Bibliografía

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1. Introdução Durante milhões de anos de vida na terra, o homem enfrentou inúmeros problemas para garantir sua sobrevivência. Primeiramente defendíamos dos animais que nos perseguiam, procuramos lugares mais tranqüilos e seguros para viver em sociedade, durante essa busca encontramos lugares sem água (desertos), com inundações, terremotos, maremotos, furacões, ciclones, pragas, epidemias, vulcões, enfim inúmeras foram as adversidades encontradas pelo homem no transcorrer de sua evolução.

Obviamente que durante sua história o homem encontrou lugares seguros e adequados para desenvolver-se de forma harmoniosa e em sociedade.

Nos dias atuais, não são poucas as notícias de que várias cidades, estados ou mesmo países inteiros sofrem em decorrência dos chamados acidentes naturais ( furacões, terremotos, ciclones, vulcões, etc.). Inúmeras são as estatísticas de ocorrências que possibilitam inclusive desenvolver análises de quando, onde e com qual intensidade um evento de origens naturais vai ocorrer.

Como o homem convive com esses "eventos" desde o princípio de sua vida na terra, possui considerável conhecimento a cerca deles e já desenvolveu inúmeras formas de planejar-se a fim de minimizar as conseqüências quando de sua ocorrência.

Emergências tecnológicas ou acidentes tecnológicos são aqueles derivados ou em função dos segmentos tecnológicos, tais como incêndios em tanques, vazamentos de produtos químicos, explosões de caldeiras, intoxicação de pessoas ou acidentes nucleares. A freqüência destes acidentes nos últimos 20 anos tem sido incrementada significativamente, como resultado da proliferação mundial de processos industriais, desenvolvimentos tecnológicos, novas fontes de energia, produtos combustíveis e a alta concentração demográfica.

2. A planificação para os desastres tecnológicos

Apesar de ser uma modalidade emergencial um tanto quanto recente quando comparamos a história do homem sobre a face da terra, inúmeras são as ferramentas atuais que podem ser utilizadas para minimizar seus efeitos para a humanidade, propriedades e para o meio ambiente.

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Existem atualmente modelos matemáticos informatizados que podem auxiliar nas etapas de preparação e planificação de resposta às emergências tecnológicas. Apesar de ser um tanto quanto antagônico, as últimas guerras ( ex. Golfo ) proporcionaram um grande desenvolvimento de equipamentos de proteção pessoal, principalmente na área química e de operações contra incêndios; os terremotos do México e o atentado a bomba nos Estados Unidos desenvolveram métodos e equipamentos para resgates. Outro aspecto positivo é que muitos esportes radicais, dos dias de hoje, tais como: alpinismo, espeleologia, rafting, entre outros também têm auxiliado no desenvolvimento de equipamentos de proteção, além de proporcionar uma considerável gama de equipamentos utilizados atualmente nas indústrias.

A quantidade de informação disponível sobre esta modalidade emergencial, bem como a facilidade de sua pesquisa e velocidade de sua divulgação ( ex. internet ) fazem com que essas ferramentas sejam cada vez mais acessíveis e utilizadas.

3. A resposta aos incidentes

Cada empresa ou organização inserida no contexto de resposta a emergências tecnológicas deve equacionar de forma adequada o balanceamento entre os recursos humanos e materiais envolvidos nessas operações, bem como a interação entre esses recursos, na forma de treinamentos e operações reais.

Uma análise do diagrama a seguir pode auxiliar no equacionamento e estabelecimento de prioridades envolvendo os recursos destinados às emergências tecnológicas.

Os 3 conjuntos apresentados, que interagem-se entre si na forma de intersecção, representam as 3 modalidades mais comuns de emergências tecnológicas: Operações Contra Incêndios, Resgates e Emergências com Produtos Químicos. Essas modalidades emergências desenvolvem-se dentro de um meio ambiente que de forma direta é envolvido.

Analisando as possíveis combinações entre os elementos, pode-se verificar que essas modalidades emergenciais podem desenvolver-se de forma isolada ou de forma conjunta. Desta forma, podemos ter um evento emergencial tal como uma operação contra incêndios

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que necessite de atividades de resgate, por exemplo de vítimas de uma edificação em chamas. Esse evento esta representado pela intersecção entre os conjuntos Resgate e Operações Contra Incêndios, definidos pela área A . Outro exemplo pode ser um acidente rodoviário envolvendo produtos químicos onde o produto vazado atinge às populações vizinhas ao acidente além dos próprios motoristas dos veículos envolvidos. Esse evento esta representado pela intersecção das respectivas modalidades emergenciais, definindo a área C .

Através de uma análise desenvolvida no diagrama, pode-se evidenciar eventos potenciais que podem desenvolver-se em nossas empresas ou sob a responsabilidade de resposta de nossas organizações. Diante disso, pode-se priorizar treinamentos, endereçando-os para os possíveis cenários, e investir em equipamentos de forma específica aos eventos emergenciais mais possíveis. Outros aspecto positivo e desenvolver essa análise sempre tomando em conta que essas modalidades emergenciais, de forma isolada ou conjunta afetam o meio que as envolvem.

4. Padrão de resposta em emergências químicas

Existem atividades básicas para o sistema de resposta ao incidente que podem dividir-se em cinco amplos segmentos que interagem-se entre si :

● Reconhecimento: Identificação das substâncias envolvidas e suas características que determinam seu grau de periculosidade.

● Avaliação: Impacto ou risco que a substância apresenta a saúde e ao meio ambiente.● Controle: Métodos para eliminar ou reduzir o impacto do incidente.● Informação: Conhecimento adquirido sobre as condições ou circunstâncias de um incidente

em particular.● Segurança: Proteção contra os possíveis danos para todos os recursos humanos e materiais,

envolvidos na resposta do incidente.

Estes segmentos compõem um sistema, uma disposição ordenada de componentes que interagem para cumprir uma tarefa. No desenvolvimento do atendimento ao incidente, a tarefa é prevenir, reduzir o impacto do incidente à pessoas, propriedades e ao meio ambiente, restaurando o mais breve possível as condições normais. Para alcançar este objetivo, o pessoal deve realizar uma série de atividades, por exemplo: combater incêndios, obter amostras, desenvolver planos de intervenção, instalar sistemas de controle físico, manter comunicações, avaliações , etc. Estas atividades estão todas relacionadas, o quê ocorre numa, afetará as outras.

Cinco elementos classificam todas as atividades do sistema de atendimento a emergência. O reconhecimento, a avaliação e o controle, descrevem os elementos que orientam as ações. Disto surge um resultado: identifica-se uma amostra, instala-se um sistema de controle, identifica-se um produto químico ou determina-se um risco.

A informação e a segurança são classificados como elementos de apoio. São suportes e/ou resultados de reconhecer, avaliar e controlar.

O entendimento do sistema e conhecimento da relação entre as atividades, auxiliam no desenvolvimento e equacionamento do atendimento emergencial.

4.1 Reconhecimento

O reconhecimento do tipo e grau de risco presente num incidente é , de forma geral, um dos primeiros passos a serem tomados ao atender uma emergência com produtos perigosos. Deve-se identificar as substâncias envolvidas. Depois deve-se determinar as propriedades químicas e físicas. Como base preliminar, pode-se adotar estas propriedades para analisar o comportamento ou antever

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problemas relacionados com o material.

O reconhecimento pode ser fácil, por exemplo, pode-se utilizar uma placa (sinalização) de um carro tanque para identificar rapidamente seu conteúdo. De outro modo, um depósito de resíduos químicos pode apresentar uma dificuldade para seu detalhado reconhecimento e identificação. O elemento reconhecimento envolve a utilização de toda a informação disponível, resultados de amostras, dados históricos, observação visual, análise instrumental, rótulos, documentos de embarque e outras fontes para identificar as substâncias envolvidas.

Os problemas causados pelo vazamento de um certo produto químico ao meio ambiente podem ser previstos baseando-se a análise em suas propriedades químicas e físicas. No entanto, o dano que esse produto produzirá ao vazar, depende das condições específicas do lugar de ocorrência.

Uma vez que as substâncias tenham sido identificadas, suas propriedades podem ser determinadas utilizando-se material de referência.

4.2 Avaliação

O reconhecimento promove a informação básica referente as substâncias envolvidas na emergência. A avaliação é uma determinação de seus efeitos ou potencial de impacto na saúde pública, propriedades e meio ambiente. Uma substância perigosa é uma ameaça devido a suas características físico e químicas. No entanto, seu potencial de impacto real depende da localização do incidente, do tempo e outras condições específicas do lugar.

O risco é a probabilidade de que produzam-se danos, uma medida do potencial de impacto ou efeito. A presença de uma substância perigosa constitui um risco, porém se o material está controlado, o risco é baixo; no entanto, se o material está fora de controle, o risco aumenta. Para sofrer danos, o receptor crítico deve estar exposto ao material. Por exemplo, o gás cloro é muito tóxico e representa um risco. Se o gás cloro vazar numa área densamente povoada, o risco às pessoas é muito grande, no entanto, o risco do vazamento de cloro às pessoas numa área desabitada é muito menor.

A avaliação dos riscos deste exemplo é relativamente simples. Muito mais complexos são os episódios onde estão envolvidos muitos compostos e existe um alto grau de incerteza a respeito de seus comportamentos no meio ambiente e efeitos nos receptores. Por exemplo : "Qual o efeito se milhares de pessoas bebem água fornecida por um lençol freático contaminado com alguns ppm de estireno ?".

Para avaliar completamente os efeitos de uma emergência com produtos perigosos, deve-se identificar todas as substâncias, estabelecer seus padrões de dispersões e para produtos tóxicos, determinar as concentrações. O risco é avaliado baseado na exposição do público e outros receptores críticos.

Freqüentemente a identificação dos produtos envolvidos num incidente e a avaliação do impacto é chamado de caracterização do lugar da emergência. A caracterização do lugar pode ser fácil e rápida, ou como no caso de um depósito de resíduos químicos, o processo pode ser longo e de resolução complexa.

4.3 Controle

O controle é exercido por métodos que visam prevenir e/ou reduzir o impacto do incidente. Geralmente instituem-se ações preliminares de controle tão rápido quanto possível. Ao obter-se informações adicionais através do reconhecimento e avaliação, as ações iniciais de controle modificam-se ou instituem-se outras. Os vazamentos que não requerem uma ação imediata permitem mais tempo para planejar e implantar as medidas corretivas. As medidas de controle

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incluem tratamentos químicos, físicos e biológicos assim como técnicas de descontaminação, objetivando o reestabelecimento das condições normais. Incluem-se também medidas sobre a saúde pública, por exemplo, abandono ou corte no fornecimento de água potável para prevenir a contaminação do produto nas pessoas.

4.4 Informação

Um importante componente no sistema de atendimento a emergências envolvendo produtos perigosos é a informação.

Todas as atividades que compõem o sistema de atendimento à emergências estão baseadas no processo de receber e transmitir informações. A informação é um elemento de apoio ao reconhecimento, avaliação e controle. É um elemento de suporte aos elementos de ação, oferecendo dados para a tomada de decisões. É também um resultado do equacionamento dos outros elementos.

Uma amostra de um determinado produto pode oferecer informações para determinar opções de tratamento do incidente. A informação provêm de três fontes:

● Inteligência: Informações obtidas de registros ou documentos existentes, placas, etiquetas, rótulos, configuração dos recipientes, observações visuais, informes técnicos e outros.

● Instrumentos de Leitura Direta: Informações obtidas de instrumentos com relativa rapidez.

● Amostragem: Informações obtidas ao coletar porções representativas do meio ou materiais e subseqüentemente analisadas em laboratórios de campo ou fixos.

A aquisição de informações, a análise e a tomada de decisões são processos interativos que definem a extensão do problema e a seleção de possíveis ações de resposta ao incidente. Para que o atendimento ao incidente seja efetivo, deve estabelecer-se uma base de informação precisa, válida e a tempo. Através do tempo de desenvolvimento do incidente, reúne-se, processa-se e aplica-se um fluxo intenso de informações.

4.5 Segurança

Todas as ações de intervenção num atendimento envolvendo produtos perigosos oferecem riscos diversos para aqueles que respondem a eles. Para estabelecer um programa de proteção a estes riscos, deve-se analisar as características físico-químicas dos produtos e relacioná-las com cada operação de resposta. As considerações de segurança são contribuições a cada atividade que se inicia e são um resultado de cada atividade de intervenção que se executa. Cada organização de atendimento emergencial químico deve possuir um efetivo programa de segurança, incluindo exames médicos, equipamentos de segurança apropriados, procedimentos operacionais padronizados e um ativo programa de treinamento.

4.6 Relação entre os elementos

O reconhecimento, a avaliação, o controle, a informação e a segurança descrevem os cinco elementos do sistema de atendimento a emergências envolvendo produtos perigosos. Cada um inclui uma variedade de atividades e operações. Os elementos não são necessariamente passos sequencias para o processo de atendimento. Em algumas situações, pode-se começar as medidas de controle antes que as substâncias sejam completamente identificadas. Em outros, é necessário uma avaliação mais completa da dispersão dos materiais antes de poder-se determinar as ações corretas de controle.

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Cada elemento e atividade está relacionado. Desenvolve-se um dique (controle) para conter a água residual de combate a incêndios de um depósito com suspeita da existência de pesticidas. Uma vez determinada que a água residual não contém produtos químicos perigosos (reconhecimento), e que as concentrações nessa água estão abaixo dos limites aceitáveis (avaliação), desta forma não é necessário o tratamento e pode-se eliminar o dique. Este conhecimento (informação) altera os requisitos de segurança para todos aqueles que atendem ao incidente.

O sistema de atendimento a emergências envolvendo produtos perigosos é um conceito que explica, em termos gerais, os processos envolvidos na intervenção ao incidente. Todas as intervenções requerem os elementos de ação : reconhecimento, avaliação e controle , apoiados pelos elementos: informação e segurança.

5. Sistema de comando de incidentes

O Sistema de Comando de Incidentes (SCI) é um modelo de gerenciamento desenvolvido para comando, controle e coordenação em resposta a uma situação de emergência, tendo como objetivo a estabilização do incidente e a proteção da vida, da propriedade e do meio ambiente.

A complexidade de gerenciamento de um incidente associado a necessidade crescente de ações de vários grupos de atuação, é indispensável a existência de um único sistema de gerenciamento que seja padrão a todos. Os princípios do SCI permitem que diferentes grupos desenvolvam atividades conjuntas dispondo de elementos comuns: comando unificado,, planos de ação, terminologia, administração, recursos humanos e materiais, flexibilidade organizacional, conceitos de segurança, procedimentos padronizados, etc.

O SCI dispõem de uma considerável flexibilidade, podendo expandir ou contrair de acordo com as diferentes necessidades, tornando-o um eficiente sistema de gerenciamento.

O sistema foi testado e validado em resposta a todos os tipos de incidentes e situações de não emergência, como por exemplo: emergências com produtos perigosos, acidentes com grande número de vítimas, eventos planejados ( celebrações, paradas militares, concertos, etc.), catástrofes, incêndios, missões de busca e salvamento, programa de vacinação em massa, etc.

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O SCI foi desenvolvido na década de setenta em resposta a uma série de grandes incêndios florestais ao sul da Califórnia – USA. Neste período as autoridades envolvidas em combate a incêndio do município, organismos estaduais e federais, reuniram-se para formar o Firefighting Resources of California Organized for Potential Emergencies (FIRESCOPE). Esta unidade identificou muitos problemas quando vários grupos distintos são envolvidos em uma mesma missão, tais como:

● Falta de padronização na terminologia utilizada;● Falta de capacidade de expandir e contrair a estrutura gerencial do incidente;● Ausência de padronização e integração nos meios de comunicação;● Falta de instalações apropriadas;● Ausência de planos de ação consolidados.

Os esforços para resolver estas dificuldades resultaram no desenvolvimento do modelo original do SCI para gerenciamento de incidentes. Entretanto, o que foi originalmente desenvolvido para combate a incêndios florestais, evoluiu para um sistema aplicável a qualquer tipo de emergência, sendo incêndio ou não.

Muito do sucesso do SCI, é resultado da aplicação direta de:

● Uma estrutura organizacional comum;● Princípios de gerenciamento padronizados.

5.1 A organização do sci

Todo incidente ou evento tem certas atividades e ações de administração que deverão ser executadas. Até mesmo se o incidente for de pequeno porte, tendo apenas duas ou três pessoas envolvidas na operação, atividades administrativas serão sempre realizadas até certo ponto, mesmo que inconscientemente.

A organização do SCI é constituída de cinco setores funcionais distintos:

● Comando● Operações● Planejamento● Logística● Finanças

A relação entre estes setores é mostrada no diagrama abaixo.

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Estes cinco componentes principais são a base na qual a organização do SCI se desenvolve. Eles se aplicam durante uma pequena emergência ou quando na existência de um incidente de grande porte.

Em incidentes de pequena escala, todos os componentes podem ser administrados por uma só pessoa, o Comandante do Incidente (CI). Em caso de grandes incidentes, normalmente, requerem que cada componente, ou setor, tenha um responsável na administração respondendo ao CI. Porém, cada um destes setores primários do SCI, com exceção do Comando do Incidente, podem ser divididos em funções secundárias de acordo com a necessidade.

A organização do SCI tem a capacidade de expandir e contrair-se para satisfazer as necessidades do incidente, mas todos os incidentes, independente de sua dimensão ou complexidade, deverão obrigatoriamente ter nomeado um Comandante do Incidente. Num SCI básico, quando houver necessidade do CI afastar-se do Posto de Comando (PC) para realizar uma atividade operacional ou uma supervisão no local do incidente, o comando deverá ser transferido para outra pessoa que então se torna o CI.

5.2 Funções do comando

A função de comando é dirigida pelo Comando do Incidente (CI), ele é a pessoa tecnicamente qualificada para assumir a responsabilidade e o gerenciamento global do incidente. As principais responsabilidades do CI incluem:

● Executar a atividade de comando e estabelecer o local do Poso de Comando;● Proteger vidas, propriedades e o meio ambiente;● Controlar os recursos humanos e materiais;● Estabelecer e manter contato com outros grupos de atuação e outras instituições.

Com relação à administração do incidente:

● Coletar e analisar os dados sobre o incidente;● Estruturar o plano de alerta e desencadear ações prioritárias;● Aprovar pedidos de recursos adicionais;● Manter contato com os coordenadores de setor;● Estabelecer o comando;● Estabelecer o sistema de segurança;● Avaliar as prioridades do incidente;● Determinar os objetivos operacionais;● Desenvolver e implementar o Plano de Ação do incidente;● Desenvolver uma estrutura organizacional apropriada;● Nomear e supervisionar os coordenadores dos diversos setores;● Manter o controle global da situação;● Administrar os recursos do incidente;● Coordenar atividades de emergência;● Coordenar as atividades de outros grupos;● Autorizar a divulgação de informações à mídia;● Controla os custos envolvidos;

Um CI eficaz deve ser confiante, decisivo, afirmativo, objetivo, tranqüilo e Ter raciocínio rápido. Para dirigir todas as responsabilidades decorrentes desta função, o CI precisa ser ainda flexível, adaptável e realista com reação às próprias limitações. O CI também precisa saber quando e a quem delegar funções caso haja necessidade durante o desenvolvimento das atividades no incidente.

Inicialmente, a primeira pessoa qualificada a chegar no local do incidente, deverá assumir o papel de

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Comandante do Incidente estabelecendo o controle da situação até a chegada do CI nomeado, que passará a ter controle total do incidente.

A medida que os incidentes evoluem ou se tornam mais complexos com o envolvimento de autoridades de diferentes jurisdições ou ações conjuntas de vários grupos de resposta, poderá ser designado um CI mais qualificado. Na troca de comando, o CI que está saindo deve passar instruções detalhadas ao CI que está assumindo e todo pessoal envolvido deverá ser notificado.

5.3 Assessoria do comando

Para um incidente de grande porte ou complexo, existem algumas posições de assessoria que são estabelecidas para auxiliar o Comandante do incidente à cumprir as responsabilidades associadas diretamente à administração do Incidente. Os assessores dirigem funções chaves, permitindo que o CI tenha maior liberdade para se concentrar na administração global do incidente. O pessoal de assessoria não faz parte da organização em linha, ou seja, são parte integrante da função de comando.

Segurança

Título : Supervisor de Segurança

Objetivo : Garantir a segurança geral das operações, desenvolvendo o monitoramento das medidas de segurança que envolvem as equipes, vítimas e publico em geral.

Atribuições :

● Atuar na orientação do CI;● Utilizar sua autoridade, emergencialmente, para interromper qualquer atividade considerada

insegura, quando uma ação imediata seja necessária;● Identificar, monitorar e avaliar situações de risco associadas ao incidente;● Responsável pela segurança dos integrantes das equipes de resposta;● Determinar o isolamento da área envolvida no incidente;● Documentar todas as ocorrências suspeitas;● Manter registros formais.

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Porta Voz

Título : Porta Voz

Objetivo : Gerenciar a divulgação das informações sobre o andamento das operações para autoridades e a imprensa, seguindo rigorosamente a coordenação do CI.

Atribuições :

● Atuar na orientação do CI;● Responsável por transmitir informações para a imprensa e outros órgão envolvidos com as

operações;● Estabelecer um único centro de informações do incidente, sempre que possível;● Organizar o local de trabalho, materiais, telefone e pessoal necessário;● Obter autorização do CI para divulgação das informações;● Manter registros formais.

Contatos

Título : Contatos Oficiais

Objetivo : Efetuar, quando necessário, contatos com órgãos oficiais, outras equipes de atendimento e profissionais especializados.

Atribuições :

● Atuar na orientação do CI;● Providenciar contatos com órgãos oficiais. Ex.: Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Polícia

Militar, etc.● Identificar e localizar o representante de um órgão específico quando necessário.● Providenciar contatos com profissionais e serviços especializados, quando necessário;● Manter lista de nomes/telefones/endereços de pessoas e entidades chaves;● Manter registros formais.

O CI tomará a decisão de expandir ou contrair a estrutura da organização do SCI baseado em três pontos principais:

● Segurança de vida: A prioridade principal do CI sempre é a segurança à vida de todos os envolvidos;

● Estabilidade do Incidente: O CI é responsável por determinar a estratégia que vai:

● Minimizar o efeito que o incidente poderá causar;● Maximizar o esforço com relação à rapidez de resposta utilizando os recursos

eficazmente.

O tamanho e complexidade da estrutura do SCI que o CI desenvolve deve estar de acordo com a complexidade do incidente ( nível de dificuldade na resposta ), não no tamanho ( que está baseado em área geográfica ou quantidade de recursos ).

Os recursos humanos e materiais disponíveis deverão ser administrados racionalmente, ou seja: utilizando-se somente os recursos estritamente necessários para uma determinada tarefa, ficando os

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demais disponíveis para quando necessários.

● Preservação do Meio Ambiente: O CI é responsável por minimizar o dano à propriedade e ao meio ambiente enquanto é alcançado os objetivos do plano de ação.

5.4 Setor – finanças

Normalmente, só é estabelecido durante incidentes ou eventos de grande porte. É responsável por prover e administrar todos os recursos financeiros relacionados ao incidente. É responsável por disponibilizar ao Comando um planejamento financeiro e também administrar toda documentação fiscal exigida por lei.

● Atua sob orientação do CI;● Seleciona e nomeia os chefes de cada equipe dentro do setor;● Supervisiona as ações de cada equipe do setor;● Mantém registros formais.

5.5 Setor – logística

O Setor de logística é responsável por prover os recursos materiais necessários às atividades durante o incidente. Inclui as responsabilidades de transporte, alimentação, alojamento e o controle, disponibilização e manutenção dos equipamentos utilizados. O Coordenador do Setor de Logística, também, é responsável por instalar e manter operacional um sistema de comunicação adequado para cada situação.

● Atua sob a orientação do CI;● Fornece condições adequadas de atuação para as diversas equipes em relação ao material

necessário;● Seleciona e nomeia os chefes de cada equipe dentro do setor;● Supervisiona as ações de cada equipe dentro do setor;● Monta a infra-estrutura necessária à logística;● Efetua solicitações de aquisição ao CI de itens eventualmente solicitados e não disponíveis;● Coordena o pessoal encarregado de organizar equipamentos, alimentação, medicamentos,

transporte e alojamentos;● Prevê as necessidades de materiais para as equipes;● Mantém registros formais.

5.6 Setor – operações

O Setor de Operações é responsável por realizar as atividades descritas no Plano de Ação. O Coordenador do Setor de Operações administra todas as atividades do setor e tem a responsabilidade primária de receber, desenvolver e implementar o Plano de Ação.

O Coordenador do Setor de Operações reporta-se diretamente ao CI e determina a estrutura organizacional e os recursos necessários dentro do setor. As responsabilidades principais do Coordenador são:

● Dirigir e coordenar todas as operações e garantir a segurança de todos os envolvidos; ● Auxiliar o CI no desenvolvimento das metas e na elaboração do Plano de Ação do Incidente; ● Implementar o Plano de Ação; ● Solicitar recursos ao Comandante do Incidente (CI); ● Manter o CI informado sobre o desenvolvimento das atividades dentro do setor; ● Atuar sob orientação do CI; ● Atuar em conjunto com o setor de planejamento;

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● Responsável pela supervisão e execução de todas as operações técnicas necessárias para a realização das operações de resposta;

● Coordenar e planejar a execução das tarefas; ● Encaminhar pedidos de recursos adicionais ao CI; ● Selecionar e nomear os chefes de cada equipe dentro do setor; ● Submeter à aprovação do CI cada tarefa; ● Supervisionar às operações; ● Manter registros formais.

5.7 Setor – planejamento

Em eventos de menor porte, o Comandante do Incidente é responsável por efetuar o planejamento, mas quando o incidente é de grande proporção, o CI estabelece o Setor de Planejamento.

A função do Setor de Planejamento é coletar, registrar, avaliar e disseminar as informações necessárias à preparação do Plano de Ação e qualquer outro tipo de informação que poderá ser útil durante o evento. O Coordenador do Setor de Planejamento participa efetivamente com o CI na elaboração do Plano de Ação do Incidente. É responsável por fazer previsões do provável curso do incidente, e preparar planos alternativos para possíveis mudanças do plano de ação principal.

As principais responsabilidades do Coordenador são:

● Atuar sob orientação do CI;● Atuar em conjunto com os coordenadores dos demais setores;● Encaminhar solicitação de recursos adicionais ao CI;● Selecionar e nomear os chefes de cada equipe dentro do setor;● Supervisionar as ações das equipes dentro do setor;● Organizar a gestão da documentação e informação;● Manter registros formais.

6. Bibliografía

● Cashman, J.R. Hazardous materials emergencies. Technomic Publishing Company, USA, 1995.

● EPA. Standard Operating Safety Guides, Office of Emergency and Remedial Response, United States. USEPA Publication 9285.1-03, USA, 1992.

● Lesak, D.M. Hazardous materials: Strategies and tactics., Prentice-Hall, USA, 1999.

● Smeby Jr., C. Hazardous materials response handbook. Third Edition, NFPA, USA, 1997.

● Varela, J. Hazardous materials handbook for emergency responders. Van Nostrand Reinhold, USA, 1996.

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MONITORAMENTO AMBIENTAL

Jorge Luiz Nobre Gouveia & Marcos Tadeu Seriacopi

Introdução| Leitura Direta de Gases e Vapores | Indicador de Oxigênio | Indicador de Gás combustível (explosímetro)| Fotoionizador | Monitores químicos específicos | Medidores de pH (pH-metros) | Cromatografia a gàs | Medidor de interface | Considerações finais | Referências bibliográficas

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1. Introdução

Em meados do século XIX, nos Estados Unidos, surgiu a necessidade de se determinar gases tóxicos ou asfixiantes nas minas de carvão. O gás metano gerado pela decomposição da matéria orgânica, bem como o enxofre que origina o gás sulfídrico foram causadores de sérios danos à saúde daqueles que ali trabalhavam chegando em alguns casos à morte.

Os trabalhadores passaram então a portar pequenos animais aprisionados, tais como pássaros, roedores e até mesmo cães. Estes ficavam agitados ao mínimo sinal da presença de gases, indicando assim uma provável contaminação do local.

Devido ao rápido desenvolvimento industrial e a utilização e manuseio cada vez mais freqüente de produtos químicos tóxicos e inflamáveis pela indústria de transformação, bem como a crescente preocupação com a segurança industrial e saúde ocupacional, por parte dos órgãos governamentais, fez surgir no mercado uma série de instrumentos que fazem o trabalho da detecção de gases e vapores, bem como aparelhos para monitoramento em corpos hídricos, alertando-nos imediatamente quando sua concentração ultrapassa parâmetros aceitáveis.

Na determinação de gases ou vapores utilizam-se os analisadores fixos e os portáteis de leitura direta. O uso de analisadores fixos é restrito ao interior de instalações industriais onde o monitoramento contínuo se faz necessário.

Já a utilização dos analisadores portáteis de leitura direta surgiu com a necessidade de realização de análises rápidas obtidas no campo por ocasião de acidentes ambientais ou quando da necessidade de levantamento de valores relativos a saúde ocupacional e sua segurança industrial.

Cabe ressaltar que neste trabalho apenas serão abordadas considerações relativas ao uso de instrumentos portáteis.

2. Leitura Direta de Gases e Vapores

2.1 Aplicação

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A concentração de gases e vapores no ar pode ser rapidamente determinada pela leitura direta dos instrumentos. Essa leitura pode ser definida em aparelhos nos quais as amostras e análises são tomadas diretamente pelo instrumento, e as informações necessárias podem ser lidas diretamente em um mostrador ou indicador.

Um instrumento de leitura direta ideal, deverá ser capaz de amostrar o ar no local de trabalho ou da ocorrência do acidente e deverá dar a concentração da(s) substância(s) que estão sendo amostrada(s).

0s aparelhos colorimétricos de leitura direta usam propriedades químicas de um contaminante para reação da substância com um agente químico que produz coloração. Uma técnica de detecção amplamente utilizada nas indústrias, em áreas de segurança, em estudos para saúde ocupacional e em atendimento a acidentes ambientais têm sido o indicador colorimétrico ou o tubo detector cuja aplicação principal é indicar a concentração dos gases ou vapores através da mudança de coloração. A simplicidade da operação, o baixo custo inicial e a versatilidade referente a detecção de inúmeros

contaminantes, tornou popular este instrumento. Todavia como todos os instrumentos este aparelho tem limitações com referência a aplicação, especificação e precisão. Assim o usuário deve estar familiarizado com estas limitações para evitar eventuais erros de interpretação.

Basicamente o sistema de tubo detector colorimétrico é composto de dois elementos: a bomba detectora de gases e os tubos colorimétricos indicadores (tubos reagentes).

As bombas detectoras de fole ou de pistão são projetadas para succionar um volume fixo de ar (geralmente 100 cm3) com apenas uma bombada. O tubo detector é de vidro hermeticamente selado, contendo materiais sólidos granulados como sílica gel, alumina ou pedra-pome, que são impregnadas com uma substância química que reage quando o ar contém um contaminante específico ou um grupo de contaminantes que passa através do tubo.

2.2 Princípio de operação

Antes de iniciar uma medição é necessário testar a hermeticidade da bomba detectora de gases. Para tanto deverá ser observada a seguinte seqüência de operações:

a) comprimir toda a bomba detectora de gases ou bomba de fole (parte sanfonada);b) tampar com o dedo o local onde será inserido o tubo reagente (cabeça da bomba);c) sem destampar a cabeça da bomba com o dedo, abrir a mão;d) se a parte sanfonada retornar é indício que há vazamento de ar na bomba de fole.

2.3 Interpretação de resultados

A leitura nos tubos reagentes é relativamente simples podendo ser observada diretamente através da mudança de coloração indicada na escala graduada impressa no corpo do tubo. De maneira geral a unidade de medida é dada em ppm (parte por milhão).

Alguns tubos reagentes não possuem escala, nesses casos deve-se aspirar um volume tal de amostra, conforme a indicação no guia de instruções de uso, para que a cor da camada reagente atinja a coloração padrão indicada no tubo e o valor da concentração será nesse caso inversamente proporcional ao número de aspirações.

Algumas vezes a mudança de cor não é homogênea. Nestes casos considera-se o valor de leitura como sendo o da maior extensão obtida no tubo.

2.4 Limitações e considerações

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Antes da realização da medição é de suma importância a leitura da folha de instruções do tubo reagente que será utilizado na medição para conhecer a coloração final obtida no tubo após a leitura, bem como as possíveis interferências com outras substâncias, temperatura e umidade.

Os tubos detectores tem a desvantagem de apresentar baixa exatidão e precisão. No passado, o Instituto Americano de Saúde e Segurança Ocupacional (NIOSH) testou e certificou tubos detectores submetidos aos seus ensaios. Os valores relativos à precisão encontrados foram de 35% a 50% do limite de exposição .

A reação química que ocorre no interior do tubo é afetada por baixas e/ou altas temperaturas, retardando e/ou acelerando a reação e consequentemente o tempo de resposta, influindo assim diretamente na veracidade dos resultados. Para reduzir este problema recomenda-se que os tubos sejam mantidos em locais ventilados.

Altas temperaturas aceleram a reação podendo causar um problema de descoloração da camada reagente sem que o contaminante esteja presente. Isto também pode ocorrer para os tubos ainda não utilizados. Dessa forma os tubos devem ser armazenados em temperaturas moderadas ou até mesmo refrigerados prolongando assim a sua vida útil.

Alguns tubos reagentes possuem uma camada pré-filtrante que objetiva a eliminação de umidade ou outras substâncias que possam interferir na medição. Assim, nas instruções dos fabricantes são fornecidos fatores de correção que serão utilizados quando a umidade interferir nas medições realizadas.

As substâncias químicas utilizadas nos tubos deterioram-se com o tempo. Portanto se faz necessário observar o período de validade indicado em suas embalagens (de 1 a 3 anos).

Cada tubo detector é designado para medir um gás específico como o gás sulfídrico, cloro, vapor de mercúrio, entre outros.

Como nenhum tubo detector é específico para medir uma única substância, deve-se tomar cuidado para que interferências de substâncias não invalidem os resultados das amostras. Muitos vapores e gases comuns reagem com os mesmos produtos químicos ou apresentam propriedades físicas similares; assim o instrumento pode dar falsas leituras, altas ou baixas, para a substância que está sendo amostrada.

Deve-se considerar que os resultados obtidos pelo sistema de tubos colorimétricos não deve sob qualquer circunstância ser utilizado como única evidência da presença ou ausência de um determinado contaminante. Os resultados devem ser utilizados juntamente com outros testes ou informações que confirmem a identidade de uma substancia desconhecida na atmosfera.

Além das medições quantitativas, o detector também pode realizar medições de caráter qualitativo.

Existe um tubo reagente, denominado POLYTEST, que indica apenas a presença de certos gases na atmosfera, sem no entanto, quantificá-los.

O POLYTEST pode indicar a presença de qualquer um dos gases abaixo relacionados.

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● Acetileno ● Acetona ● Arsina ● Benzeno ● Dissulfeto de carbono ● Gás sulfídrico ● Gases nitrosos ● Gasolina

● Gás liquefeito de petróleo● Monoestireno● Monóxido de carbono● Percloroetileno● Tolueno● Tricloroetileno● Xileno

Nas operações de emergência onde o gás vazado for desconhecido pode-se, partindo do tubo POLYTEST, programar um plano de amostragem que auxiliará na identificação do produto.

3. Indicador de Oxigênio

3.1 Aplicação

Os indicadores de oxigênio (O2), também conhecidos como oxímetros, são equipamentos utilizados para medir a concentração de oxigênio na atmosfera normalmente na faixa de 0 - 25% ou de 0 – 100%.

Estes equipamentos são utilizados para monitorar atmosferas onde:

● existe a necessidade de proteção respiratória: normalmente o ar possui 20,8% de oxigênio. Assim, se o oxigênio estiver abaixo de 19,5% no ar considera-se o local com deficiência de oxigênio. Dessa forma é necessário a utilização de proteção respiratória especial (por ex. conjunto autônomo de respiração);

● um aumento da concentração de oxigênio pode causar risco de combustão: geralmente, concentrações acima de 25% de O2 são consideradas ricas em oxigênio, aumentando assim o risco de combustão;

● outros equipamentos serão utilizados: alguns instrumentos requerem suficiência de oxigênio para sua operação. Por exemplo, os indicadores de gás combustível não apresentam resultados quando a concentração de oxigênio estiver abaixo de 14%. Também, a aprovação da segurança intrínseca para os instrumentos é para atmosfera normal e não em atmosferas ricas em oxigênio;

● há presença de contaminantes: um decréscimo na concentração de oxigênio pode ser devido ao seu consumo (pela reação de combustão ou oxidação) ou pelo deslocamento de ar por uma substância química.

3.2 Princípio de operação

O indicador de oxigênio possui 2 componentes principais para sua operação. O sensor de oxigênio e o mostrador da medição.

Em algumas unidades o ar é aspirado para o detector de oxigênio com a utilização de uma bomba aspiradora, em outras unidades o ar ambiente é aspirado por difusão até o sensor. O detector de oxigênio utiliza um sensor eletroquímico para se determinar a concentração de oxigênio no ar. O sensor é uma célula galvânica composta de dois eletrodos sendo o cátodo de ouro e o anodo de chumbo, ambos imersos em base eletrolítica.

As moléculas de oxigênio circulam através da membrana para a solução. Reações entre oxigênio, soluções e os eletrodos produzem uma corrente elétrica proporcional à concentração de oxigênio.

A corrente passa através do circuito elétrico e o sinal resultante amplificado é mostrado como uma deflexão do

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ponteiro medidor ou na leitura digital, fornecendo resultado em porcentagem em volume de oxigênio.

3.3 Interpretação de resultados

Este equipamento é de leitura direta, devendo apenas ser calibrado na altitude onde o mesmo será utilizado. O resultado aparecerá diretamente no mostrador do instrumento.

3.4 Limitações e considerações

Altas concentrações de dióxido de carbono (CO2) diminuem a vida útil do sensor de oxigênio. Como regra geral, o equipamento pode ser utilizado em atmosferas maiores do que 0,5% de CO2 somente com substituição freqüente do sensor. A vida útil em uma atmosfera normal (0,04% de CO2) pode variar de uma semana até um ano dependendo do projeto do fabricante.

Agentes químicos oxidantes como ozônio e cloro, podem causar aumento na leitura e indicar alta concentração de oxigênio, ou então, concentração normal, em situações em que a concentração real de oxigênio seja igual ou menor.

Temperaturas altas podem afetar a resposta do indicador de oxigênio. A faixa normal para operação do equipamento varia entre 0oC e 49oC. Entre -32oC e 0oC a resposta do equipamento é lenta. Abaixo de -32oC o sensor pode ser danificado pelo congelamento da solução. O equipamento deverá ser calibrado na temperatura na qual será utilizado.

A operação com os medidores de oxigênio depende da pressão atmosférica absoluta. A concentração natural de oxigênio é uma função da pressão atmosférica em uma dada altitude. Considerando que a porcentagem de oxigênio não varia com a altitude, ao nível do mar o pêso da atmosfera é maior, e portanto mais moléculas de oxigênio e de outros componentes do ar são comprimidas dentro de um dado volume quando comparado com altitudes maiores.

A medida que a altitude aumenta, esta compressão diminui, resultando em um número menor de moléculas de ar que são comprimidas em um dado volume. Dessa forma um indicador de oxigênio calibrado ao nível do mar e operado em uma altitude de alguns milhares de pés fornecerá medidas incorretas indicando deficiência de oxigênio na atmosfera devido a uma menor quantidade dessas moléculas que são "empurradas" para o sensor. Portanto se faz necessário a calibração do equipamento na altitude em que este esteja sendo utilizado.

3.5 Calibração

Normalmente a célula sensora é acondicionada em embalagem especial contendo uma atmosfera inerte. Assim o sensor deverá ser removido dessa embalagem antes que o instrumento seja calibrado e utilizado.

A calibração deve ser realizada em local ventilado, não contaminado, com 20,8% de oxigênio, quando ao nível do mar.

Portanto para a calibração do equipamento indicador de oxigênio - marca MSA modelo 245 deverão ser seguidas as seguintes etapas:

a) remover o sensor da embalagem com atmosfera inerte;b) conectar o plug do sensor no receptáculo localizado na lateral do instrumento;c) comprimir o botão localizado na lateral do instrumento;d) verificar o valor registrado no visor.

Obs.:

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1) caso a leitura indicar "zero", verificar:

● a validade da vida útil do sensor. Se necessário efetuar a sua troca;

● a carga da bateria alcalina de 9 volts.Se necessário efetuar a sua troca.

2) caso o valor indicado for diferente de zero, a calibração será efetuada com a utilização de chave-de-fenda, fornecida no conjunto, que deverá ser conectada na fenda do parafuso localizado na parte superior do equipamento.

● girar o parafuso até alcançar o valor de 20,8% de oxigênio, indicado no mostrador;

● realizar as medições necessárias.

3.6 Especificações técnicas (modelo 245 - MSA)

Escala de leitura: 0 - 25%

Resposta 90% em menos de 20 segundos

Calibração linear: ± 1% do fundo de escala a temperatura constante

Erro de compensação devido a influência de temperatura: máximo ± 5% do fundo de escala na faixa de 0°C a influência de temperatura de 0°C a 40°C quando calibrado a 20°C.

Limite mínimo de temperatura: -18°C

Limite máximo de temperatura: 52°C

3.7 Acessórios

Cabos com 15 metros de extensão podem ser conectados com o sensor para medições em distâncias maiores.

4. Indicador de Gás combustível (explosímetro)

4.1 Aplicação

Explosímetros são aparelhos especialmente fabricados para medir as concentrações de gases e vapores inflamáveis.

Quando certas proporções de vapores combustíveis são misturadas com o ar e uma fonte de ignição está presente, poderá ocorrer uma explosão. Os limites de concentrações sobre as quais isto ocorre, é chamado de limite de explosividade, o que inclui todas as concentrações nas quais ocorre um flash ou fogo, se a mistura entrar em ignição. A menor concentração é conhecida como limite inferior de inflamabilidade (L.I.I) e a maior concentração é o limite superior de inflamabilidade (L.S.I).

As misturas abaixo do L.I.I são muito pobres para serem ignizadas, e misturas acima do L.S.I são muito ricas. Nos tipos mais simples de instrumentos (explosímetro), somente uma escala é fornecida, geralmente com leituras de 0 - 100% em volume do L.I.I.

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Para gases combustíveis, ou para exprimirmos grandes concentrações de gases usamos o percentual em volume ou seja 1% em volume corresponde a 10000 ppm.

Esses equipamentos não detectam a presença de neblinas explosivas, combustíveis ou atomizadas, tal como óleos lubrificantes e poeiras explosivas, pois essas misturas são retidas em um filtro de algodão. Se essas misturas entrassem no explosímetro poderiam contaminar o catalisador de Platina.

Através do uso dos explosímetros obtém-se resultados quantitativos e não qualitativos. Isso significa que é possível detectar a presença e a concentração de um gás ou vapor combustível em uma composição de gases presentes. Não é possível, porém diferenciar entre as várias substâncias presentes.

4.2 Princípio de operação

Os indicadores de gás combustível utilizam uma câmara interna contendo um filamento que sofre combustão na presença de gás inflamável. Para facilitar a combustão, o filamento é aquecido ou revestido com um agente catalítico (como Platina ou Paladio), ou ambos. O filamento é parte de um circuito resistor balanceado denominado Ponte de Wheatstone (figura 1).

Figura 1 – Circuito da ponte Wheatstone

Circuito da Ponte de Wheatstone:

Em um dos lados da Ponte, o ar a ser amostrado passa sobre um filamento aquecido a uma alta temperatura. Se o ar contém um gás ou vapor combustível, o filamento aquecido causa combustão, e um calor adicional é liberado aumentando a resistência elétrica do filamento. O outro lado da Ponte contém filamento selado semelhante, aquecido de forma idêntica, mas não corrente elétrica. Este filamento selado anula todas as mudanças na corrente elétrica e a resistência devido às variações da temperatura ambiente. A mudança que ocorre na variação da resistência da corrente elétrica nos filamentos, quando da passagem do fluxo de amostra, é devido a presença de gases combustíveis. Estas mudanças na corrente elétrica são registradas como porcentagens do L.I.I (Limite Inferior de Inflamabilidade) no mostrador do instrumento.

4.3 Limitações e considerações

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A sensibilidade e precisão dos indicadores de gás combustível são afetadas por vários fatores. Estes incluem a presença de poeira, alta umidade e temperaturas extremas. Por essas razões a sonda de amostragem de muitos modelos deve ser equipada com filtro de poeira e um agente secante. O equipamento não deve ser utilizado em ambientes extremamente frios ou quentes sem o conhecimento de que tais temperaturas interferem na resposta do instrumento.

A presença de silicones, silicatos e outros compostos contendo silicone, podem prejudicar seriamente a resposta do instrumento. Alguns destes materiais contaminam rapidamente o filamento, fazendo com que o mesmo deixe de funcionar corretamente.

O chumbo tetraetila, presente em alguns tipos de gasolina, produz um sólido de combustão, que irá depositar-se sobre o filamento, causando perda de sensibilidade deste. Na suspeita de gasolina no local a ser monitorado, o instrumento deverá ser aferido após cada uso.

Um método adicional para prevenir a contaminação pelo chumbo é o filtro inibidor que é colocado na cavidade do filtro do instrumento padrão. Este filtro produz uma reação química com os vapores de chumbo tetraetila para produzir um produto de chumbo mais volátil para combustão, prevenindo a contaminação do filamento catalítico de platina.

O uso dos indicadores de gás combustível deve estar associado a atmosferas normais de oxigênio. A concentração mínima de oxigênio para o perfeito funcionamento do explosímetro é da ordem de 14%.

Gases ácidos, como cloreto de hidrogênio e fluoreto de hidrogênio bem como o dióxido de enxofre, podem corroer o filamento provocando baixas leituras no medidor mesmo na presença de altas concentrações de combustíveis. Os vestígios destas interferências podem não afetar as leituras diretamente, mas podem destruir a sensibilidade dos elementos detectores.

4.4 Interpretação de resultados

O usuário do indicador de gás combustível MSA modelo 100 poderá encontrar, como resultado de medições em ambientes contaminados com vapores inflamáveis, as seguintes situações:

Vale ressaltar que os resultados obtidos acima, referem-se a uma dada substância igualmente utilizada para a calibração do equipamento.

Entretanto, em muitas situações o ambiente a ser monitorado possui substâncias diferentes daquelas utilizadas

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na calibração do equipamento. Assim sendo, faz-se necessário a utilização de curvas de conversão fornecidas pelo fabricante do equipamento para encontrar o valor real da substância a ser monitorada, conforme o exemplo apresentado abaixo.

Substância a ser monitorada: Metano

Equipamento: Indicador de Gás Combustível

Marca: MSA modelo: 100 calibrado para Pentano

Para a obtenção do valor real do índice de explosividade relativo ao gás metano, deverão ser seguidas as seguintes etapas:

1. Anotar o valor encontrado no mostrador do equipamento;

2. Encontrar na tabela abaixo, a curva de conversão referente ao produto a ser monitorado (Ex. metano);

3. Entrar com o valor obtido item 1, no eixo indicado na tabela como "Leitura do Medidor" e a partir desse ponto seguir até a curva do referido produto, onde obtém-se o valor real no eixo equivalente a % do L.I.I.

LEITURA NO MEDIDOR

ERCENTUAL DO L.I.I

Exemplo: Para uma leitura obtida com este equipamento, em uma atmosfera contendo vapores de estireno, obteve-se o valor no mostrador do aparelho correspondente a 10% do L.I.I o que equivale a 30% do L.I.I do estireno, após correção na curva relativa do estireno.

Lembrando que 1% em volume de um gás corresponde a 10000 ppm e que:

L.I.I do estireno = 1,1%

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Obtém-se:

100% = 1,1 % ( 11000 ppm )

30% = 0,33% ( 3300 ppm )

4.5 Calibração do equipamento

Normalmente os fabricantes aconselham que a calibração seja efetuada periodicamente. Esse período não deve exceder a 1 mês. Esse procedimento consiste em submeter o instrumento a uma concentração de gás conhecida fornecida pelo kit de calibração do fabricante.

Para a realização da calibração devem ser observados os seguintes procedimentos:

1. Ligar o instrumento e aguarde o tempo necessário para o aquecimento do filamento;

2. Zerar o instrumento em uma atmosfera livre de gases ou vapores combustíveis;

3. Pressionar o botão de teste a fim de verificar o estado das baterias;

4. Retirar a alça metálica do instrumento;

5. Retirar a tampa lateral esquerda que é presa por quatro parafusos e puxe o circuito eletrônico para fora o suficiente para permitir ajuste nos potenciômetros;

6. Ajustar o botão de zero no Painel do instrumento até que a indicação do ponteiro do mostrador seja 50% do L.I.I.;

7. Ajustar o potenciômetro de controle de zero no circuito até que o ponteiro do medidor indique 0% do L.I.I.;

8. Aplicar o gás de calibração no sensor até que o ponteiro do medidor atinja a leitura correta. Caso isto não ocorra ajuste o potenciômetro de Span até corrigir a indicação desejada.

Obs.: Todos estes procedimentos, referem-se ao modelo 100 - MSA

4.6 Considerações gerais

Cabe ressaltar que existe atualmente no mercado, diversos modelos de indicadores de gás combustível, que apresentam muitas modificações construtivas especialmente no que se refere a forma de captação da amostra a ser analisada. Por exemplo o modelo 2A - MSA, utiliza-se de um bulbo aspirador para succionar a amostra, diferentemente do que ocorre com outros equipamentos que operam através do processo de difusão para conduzir a amostra até a

Alguns equipamentos portáteis, oferecem a possibilidade de reunir em um só aparelho gases combustíveis, oxigênio e gases tóxicos (monóxido de carbono, cloro, gás sulfídrico, etc.).

5. Fotoionizador

5.1 Aplicação

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Em função de sua capacidade de detectar uma grande quantidade de produtos químicos, os instrumentos de análise de vapores totais são utilizados na caracterização e reconhecimento das substâncias presentes na área monitorada.

Embora esses instrumentos não identifiquem quais as substâncias químicas que estão presentes no local, eles indicam quais áreas que apresentam concentrações mais elevadas em relação às demais, delineando dessa forma, áreas de trabalho baseado nos níveis de concentração.

Se os contaminantes forem conhecidos, estes instrumentos podem ser utilizados na avaliação do nível de exposição. Os resultados obtidos podem fornecer uma concentração aproximada, sendo esta informação utilizada na escolha do nível de proteção.

5.2 Princípio de operação

Esses instrumentos detectam concentrações de gases e vapores através da utilização de uma fonte de luz ultravioleta ionizando o contaminante no ar.

O processo de fotoionização pode ser mostrado como na equação química abaixo:

R + hv ® R+ + e- ® R

onde: R = uma molécula orgânica ou inorgânica

hv = representa um fóton de luz ultravioleta

R+= molécula da substância ionizada

Quando um fóton de radiação ultravioleta atinge um composto químico, este ioniza sua molécula, se a energia de radiação for igual ou maior do que o potencial de ionização do referido composto.

Em função dos íons serem partículas carregadas, estes podem ser coletados em uma placa carregada e produzir corrente elétrica. A corrente medida será diretamente proporcional ao número de moléculas ionizadas.

A molécula química (R) mencionada na equação acima, indica que a fotoionização é um processo não destrutível, isto é, a molécula é liberada do instrumento sem sofrer modificações na sua estrutura.

O fotoionizador utiliza uma bomba para captar a amostra para o interior do instrumento. Ali os contaminantes são expostos a uma luz ultravioleta resultando partículas carregadas negativamente (íons) que são coletadas e mensuradas.

A figura 2 abaixo representa um diagrama da lâmpada detectora de fotoionização e união de eletrodos.

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Figura 2 – Diagrama da lâmpada detectora de fotoionização

A energia necessária para remover o elétron mais externo de uma molécula é denominada de potencial de ionização (PI) e é específico para cada substância química.

A luz ultravioleta utilizada para ionizar as substâncias químicas é emitida por uma lâmpada de descarga gasosa. As lâmpadas contém gás a baixa pressão que permitem a passagem de corrente de alta intensidade.

Uma grande variedade de lâmpadas com diferentes energias de ionização são produzidas modificando-se a composição dos gases contidos em seu interior. Normalmente a energia de ionização das lâmpadas estão disponíveis nos valores de 8,4; 9,5; 10,0; 10,2; 10,6 e 11,7 eV (elétron-Volt ).

A tabela abaixo indica o potencial de ionização para algumas substâncias.

Substância Química Potencial de Ionização(eV)

Acetona 9.7 Água 12.6

Amônia 10.1 Benzeno 9.2

Cianeto de Hidrogênio 13.9

Cloreto de Hidrogênio 12.7 Cloro 11.5

Hexano 10.2

Metano 13.0

Monóxido de Carbono 14.0

Oxigênio 12.1

Propano 11.1

Sulfeto de Hidrogênio 10.5

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Tricloroetileno 9.45 Trietilamina 8.0

Fonte: Apostila do curso " Air Monitoring for Hazardous Materials " da EPA .

5.3 Interpretação dos resultados

Em alguns casos, concentrações elevadas de certos produtos apresentam distorções nos resultados (baixos valores), devido a não linearidade a partir de certas concentrações,como exemplo pode ser observado na figura 3 abaixo que a partir de 900 ppm de benzeno, não se estabelece uma resposta linear.

Figura 3- Curva de calibração para fotoionizador.

A curva de calibração é linear até o valor de 500 ppm em volume. Para concentrações maiores, é interessante utilizar amostras diluídas, a fim de se obter melhor precisão. Como os fotoionizadores são calibrados para um produto químico específico, a leitura no instrumento para outros produtos que não seja o mesmo utilizado na calibração, deverá ser corrigida através do uso de tabelas que apresentem respostas relativas, conforme exemplificado na tabela a seguir.

Resposta relativa para substâncias químicas utilizando-se o modelo HNU P1 101 com uma lâmpada de 10,2 eV calibrado para Benzeno

Substância Química Resposta Relativa Acetona 0.63 Amônia 0.03 Benzeno 1.00 Cloreto de Vinila 0.50 Fosfina 0.20 Hexano 0.22 Isobutileno 0.55

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m-Xileno 1.12

Fonte: Apostila do curso " Air Monitoring For Hazardous Materials "

Para se obter a concentração real da substância em estudo utiliza-se a relação abaixo:

5.4 Limitações e considerações

Gases com potencial de ionização menor ou igual do que o da lâmpada utilizada serão ionizados. O potencial de ionização dos principais componentes do ar atmosférico (oxigênio, nitrogênio e gás carbônico) variam entre 12,0 eV a 15,6 eV, não sendo ionizados pelas lâmpadas disponíveis, pois não são de interesse durante o monitoramento de contaminantes gasosos. Sendo assim, a lâmpada com maior potencial de ionização normalmente utilizada é o de 11,7 eV.

As lâmpadas empregadas no fotoionizador utilizam fluoreto de magnésio e fluoreto de lítio. O fluoreto de magnésio é empregado nas lâmpadas de energia mais baixa e o fluoreto de lítio para lâmpadas de energia mais alta (11,7 eV). O fluoreto de lítio é utilizado para permitir a emissão de fótons com alta energia. Entretanto o fluoreto de lítio sofre interferência da umidade do ar, reduzindo assim a vida útil da lâmpada de 11,7 eV. Na prática a lâmpada de 11,7 eV tem em média um décimo da vida útil de uma lâmpada de 10,6 eV.

O gás metano pode agir como interferente, devido a absorção de energia de ultra violeta, sem sofrer ionização. Isso reduz a ionização de outras substâncias químicas, que eventualmente, estejam presentes no local da medição.

A umidade pode causar alguns problemas, ou seja, quando o instrumento ainda não estiver aquecido e for levado a uma atmosfera quente e úmida, essa umidade pode condensar-se na lâmpada, reduzindo assim a luz emitida. A umidade do ar também reduz a ionização das substâncias a serem monitoradas provocando uma redução na medição.

O fotoionizador não responde a determinados hidrocarbonetos de baixo peso molecular, tais como metano e etano e para certos gases e vapores tóxicos como tetracloreto de carbono e gás cianídrico que também não podem ser detectados por apresentarem alto potencial de ionização.

Alguns modelos de fotoionizador não são intrinsecamente seguros, portanto para serem utilizados em atmosferas potencialmente inflamáveis ou combustíveis faz-se necessário que o seu uso esteja associado a um indicador de gás combustível. Atualmente encontra-se disponível no mercado modelos intrinsecamente seguros.

Linhas de alta tensão, transformadores de força além de eletricidade estática podem interferir durante as medições.

A rádio freqüência de rádios de comunicação pode interferir nas leituras obtidas no fotoionizador.

Com a utilização da lâmpada, a intensidade da luz diminuirá. Ela ainda terá a mesma energia de ionização mas a resposta será mais lenta. Isto poderá ser detectado durante a calibração e ajustes do instrumento.

Alguns equipamentos possuem conexões para interface com um computador pessoal (PC). Apresenta também um registrador de dados para armazenar leituras em diversos pontos de amostragem de modo que as leituras possam ser transferidas para um computador.

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5.5 Calibração

Os fotoionizadores são calibrados para um produto químico específico. A resposta do instrumento para outras substâncias químicas poderá ser obtida a partir de informações fornecidas pelos fabricantes, através da utilização de tabelas e curvas de correção.

6. Monitores químicos específicos

6.1 Aplicação

Além da indicação contínua e monitoramento pessoal, esta linha de instrumentos foi idealizada para controle e higiene do trabalho, bem como durante acidentes envolvendo a liberação de gases e vapores tóxicos.

Alguns modelos possuem uma interface e um "software" apropriado que dão acesso ao armazenamento de dados em longos períodos e apresentação gráfica dos resultados em computador.

Os monitores mais comuns são usados para detectar monóxido de carbono e gás sulfídrico, mas estão também disponíveis monitores para cianeto de hidrogênio, amônia e cloro.

Esses equipamentos são de alta precisão durante o monitoramento, graças a compensações controladas por microprocessador interno. São também dotados de alarme sonoro e visual, sendo alimentados por baterias. Os alarmes disparam sempre que a concentração do gás que estiver sob monitoramento na atmosfera, exceder o nível pré-estabelecido.

6.2 Princípio de operação

As moléculas da amostra são adsorvidas em uma célula eletroquímica, contendo uma solução química e dois ou mais eletrodos. A substância em análise reage com a solução ou os eletrodos. A reação que ocorre no interior da célula pode gerar uma corrente elétrica ou uma mudança na condutividade da solução.

Essas alterações serão diretamente proporcionais à concentração do gás. A mudança no sinal é expressa através de um movimento na agulha ou uma resposta digital no medidor. A seletividade do sensor depende da escolha da solução química e dos eletrodos.

6.3 Interpretação dos resultados

Esses equipamentos oferecem leituras diretas, a serem observadas em medidores digitais ou analógicos. Os resultados obtidos a partir do uso desses instrumentos apresentam leituras expressas em partes por milhão (ppm) ou porcentagem em volume ( % em volume ).

6.4 Limitações e considerações

Assim como os sensores de oxigênio, esses sensores eletroquímicos se desgastam com o tempo, principalmente, quando expostos a alta umidade e temperaturas extremas. Atualmente esses monitores específicos estão limitados apenas a alguns gases. As células eletroquímicas sofrem algumas interferências. Por exemplo os sensores de monóxido de carbono também respondem a gás sulfídrico.

6.5 Calibração

Duas verificações devem ser feitas antes da utilização destes instrumentos, ou seja, a verificação do zero e a calibração do span ( valor de referência ).

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É importante frisar que estas verificações devem ser feitas na mesma altitude em que será utilizado o instrumento. Se isto não for feito poderá ocorrer erro na leitura.

Vale lembrar também que os instrumentos devem ser calibrados com a utilização de kits de calibração fornecidos pelos fabricantes.

7. Medidores de pH (pH-metros)

7. 1 Aplicação

Para medir a acidez ou alcalinidade de uma solução, usamos uma escala denominada escala de pH. Essa escala possui valores compreendidos entre 0 e 14. Soluções ácidas apresentam valores menores do que 7, enquanto que as soluções alcalinas apresentam valores superiores a 7. O valor pH = 7, indica um meio neutro.

O carárter "ácido ou básico" é conferido a uma solução pela presença de íons H+ ou OH-.

As águas naturais em geral têm pH compreendido entre 4,0 e 9,0 e, na maioria das vezes, são ligeiramente alcalinas, devido à presença de carbonatos e bicarbonatos. Valores diferentes podem ser atribuídos à presença de despejos industriais ácidos ou alcalinos.

O pH pode ser determinado colorimetricamente ou eletrometricamente. O método colorimétrico requer menos equipamentos, porém é sujeito a muitas interferências prestando-se por isso apenas para estimativas grosseiras. O método eletrométrico é considerado padrão.

7.2 Princípio de operação

O princípio básico da medida eletrométrica de pH é a determinação da atividade de íons de hidrogênio pela verificação potenciométrica utilizando-se um eletrodo padrão de hidrogênio e um eletrodo de referência.

A membrana do eletrodo de vidro separa dois líquidos de diferentes concentrações de íons H+; desenvolve-se entre os lados da membrana um potencial proporcional à diferença de pH entre os dois líquidos, que é medido em relação a um potencial de referência (dado por um eletrodo de calomelano saturado). O eletrodo de vidro e o eletrodo de referência podem ser combinados num só eletrodo. A figura 4 indica os componentes do eletrodo de vidro.

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Figura 4- Componentes do eletrodo de vidro

Uma fina camada de vidro especial, sensível aos íons H+, está na extremidade do tubo de vidro. O tubo é preenchido com uma solução de pH constante e é imerso um condutor na solução interna.

Se a atividade do íon hidrogênio for maior ou menor na solução processada do que dentro do eletrodo, uma d.d.p. (diferencial de potencial) maior ou menor existirá na extremidade do vidro.

7.3 Interpretação dos resultados

Os resultados são expressos diretamente no aparelho, com uma ou duas casas decimais de forma analógica ou digital.

7.4 Limitações e considerações

O método eletrométrico é praticamente isento de interferentes, tais como cor, turbidez, materiais coloidais, cloro livre, oxidantes, redutores ou alto conteúdo de gás. Óleos e graxas podem interferir, causando resposta lenta. A influência da temperatura da amostra no potencial do eletrodo é compensada no próprio aparelho. O "erro alcalino" que é o erro negativo de determinação de pH que aparece quando a concentração de íons H+é muito pequena em relação às concentrações dos outros cátions da amostra, principalmente do cátion sódio. Esses cátions se difundem através da membrana do eletrodo, dificultando a migração dos ânions. Resultando assim um acúmulo de um potencial mais elevado, indicando pH mais baixo. O erro alcalino também é conhecido como erro do sódio. Esse erro que ocorre em pH superiores a 10 pode ser corrigido, consultando tabela ou curva fornecida pelo fabricante para o dado tipo de eletrodo, ou pode ser um eletrodo chamado "de baixo erro alcalino".

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7.5 Calibração

A calibração do aparelho consiste basicamente em imergir os eletrodos em solução-tampão de pH 6,86 e colocar o compensador na temperatura do tampão (em geral a temperatura ambiente). Agitar ligeiramente o tampão, cessar a agitação, aguardar a estabilização e então colocar o ponteiro em pH 6,86, se for o caso. Remover os eletrodos da solução-tampão e descartar a porção utilizada.

Repetir essa operação com outra solução-tampão apropriada (pH 4,01), para que o pH da amostra a ser analisada seja intermediário entre os pH dos tampões.

Quando são feitas determinações de pH ocasionalmente, calibrar o aparelho antes de cada medida. Recomenda-se efetuar a calibração a cada duas horas, quando são feitas várias medidas continuamente.

Para o perfeito funcionamento dos medidores de pH portáteis, é fundamental que sejam observadas algumas recomendações:

- verificar sempre se há alguma trinca ou problema mecânico na parte inferior do tubo de vidro (eletrodo). Se for constatado, o eletrodo não terá mais recuperação, devendo-se efetuar a sua troca imediata.

- observar se há possíveis bolhas de ar na solução padrão de cloreto de potássio contido no interior do eletrodo, eliminando-as com a agitação em sentido vertical.

Para limpeza de depósitos de contaminantes formados nas membranas, mergulhar o eletrodo por 20 segundos em ácido clorídrico a 50% com água destilada e deixar em repouso por 24 horas em solução de 3,5 M ( Molar ) de cloreto de potássio.

Contaminação de óleos e graxas que se aderem a superfície do eletrodo serão removidas através do uso de solventes próprios fornecido pelo fabricante ou com acetona.

8. Cromatografia a gàs

8.1 Aplicação

Os Cromatógrafos a Gás Portáteis permitem uma análise qualitativa e quantitativa em determinadas situações no campo. Embora os resultados obtidos em campo possam não ser tão precisos como aqueles obtidos em análises de cromatografia a gás em laboratório, eles podem ser úteis para o processo de seleção de áreas contaminadas, reduzindo assim o número de amostras necessárias para uma análise a ser realizado em laboratório.

Alguns cromatógrafos portáteis podem ser programados para realizar amostragens periódicas e armazenar os cromatogramas e recuperá-los posteriormente. Algumas unidades mais recentes podem ser programadas para desenvolver amostragens periódicas da concentração de vapores orgânicos totais, e caso a concentração ultrapassar determinados limites (pré fixados), o equipamento identifica o contaminante no modo cromatógrafo.

8.2 Princípio de operação

A Cromatografia a Gás é uma técnica analítica, utilizada para promover a separação de substâncias voláteis de uma amostra (mistura), através de seu arraste por meio de um gás (fase móvel) sobre uma coluna cromatográfica (fase estacionária).

Após a separação dos componentes da mistura na coluna, e após a sua eluição estes são conduzidos para o detector onde são identificados e quantificados. O sinal transmitido pelo detector é enviado para um integrador,

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onde são processados os dados e obtido o resultado na forma de um cromatograma.

O método de separação cromatográfica em fase gasosa consiste no seguinte: a amostra é injetada num bloco de aquecimento, onde imediatamente se vaporiza e é arrastada pela corrente do gás de transporte para a coluna. O gás de arraste deve apresentar alto grau de pureza e não interferir na amostra. Os componentes da amostra são adsorvidos ao nível da cabeça da coluna, pela fase estacionária, e, depois, dessorvidos por nova porção do gás de arraste. Este processo repete-se sucessivas vezes, à medida que a amostra vai sendo deslocada, pelo gás de arraste, para a saída da coluna, a uma velocidade própria, pelo que se forma, consequentemente, uma banda correspondente a cada uma dessas substâncias. Os componentes são eluídos um após outro, por ordem crescente dos respectivos coeficientes de partilha e penetram num detector.

Basicamente o cromatógrafo de gás é constituído por 5 elementos: (1) a fonte do gás de transporte, num cilindro a alta pressão, munido de reguladores da pressão, (2) os sistema de injeção da amostra, (3) a coluna de separação, (4) o detector, e o (5) registrador.

Figura 5 – Componentes de um Cromatógrafo a gás

1. Os gases (contidos em cilindros) são distribuídos ao sistema via " manifolds" , passam pelo filtro instalado na linha e em seguida entra no cromatógrafo a gás.

2. A amostra tem de ser introduzida sob a forma de vapor, no menor volume possível e no tempo mínimo, sem qualquer decomposição ou fracionamento e sem alteração das condições de equilíbrio da coluna. As amostras líquidas são, geralmente, injetadas com uma micro-seringa, através de um septo de borracha auto-vedável, para um bloco metálico que é aquecido por um resistor controlado. A amostra é então vaporizada e levada para a coluna pela corrente do gás de arraste.

3. Empregam-se, em geral, dois tipos básicos de colunas cromatográficas: colunas de enchimento (empacotadas) e colunas tubulares (capilares).

As colunas empacotadas são constituídas por tubos (aço inox, Cu, Ni ou vidro) de 1/8" a ¼" de diâmetro interno e comprimento que variam de 1 a 5 metros. As colunas de vidro são usadas para análises de produtos farmacêuticos ou biológicos e as de aço para fins genéricos. As colunas são preenchidas por

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uma fase líquida, não volátil, para a cromatografia gás-líquido; no caso da cromatografia gás-sólido, o material de enchimento é um adsorvente (sólido) como a sílica, alumina, carvão ativo, zeólitos sintéticos (Chromosorb), etc.

As colunas capilares são constituídas de tubos finíssimos de sílica fundida, com comprimento que varia de 10 a 100 metros e diâmetro interno variando de 0,05 e 0,32 mm (narrow bore) a 0,45 a 0,53 mm (wide bore). São revestidas internamente por uma camada rugosa (celite), impregnadas de uma fase líquida oleosa (orgânica) de alto ponto de ebulição.

As colunas capilares fornecem resultados com melhor resolução em comparação com as colunas capilares. Entretanto o volume de amostra utilizado em colunas capilares é menor do que quando se utiliza colunas empacotadas.

4. Localizado na saída da coluna separadora, o detector reage à chegada dos componentes separados, à medida que estes saem da coluna, fornecendo um sinal elétrico correspondente. A temperatura do compartimento do detector deve ser suficientemente elevada para evitar a condensação dos vapores da amostra, sem provocar a decomposição desta. Existem diversos tipos, para as diferentes análises e compostos pesquisados. Os principais detectores utilizados em cromatógrafos a Gás portátil estão abaixo relacionados:

❍ FID – Detector de Ionização de Chama. Constitui um dos tipos mais utilizados de detector, devido a sua alta sensibilidade, larga banda linear. Neste dispositivo, existe uma pequena chama de hidrogênio em presença de um excesso de ar e rodeada por um campo eletrostático. Os compostos orgânicos eluídos da coluna são submetidos à combustão, durante a qual se formam fragmentos iônicos e elétrões livres. Estes são recolhidos e produzem uma corrente elétrica proporcional à velocidade com que os componentes da amostra penetram na chama. O FID responde muito bem aos compostos orgânicos (níveis de ppm). O FID não responde aos compostos inorgânicos, com exceção dos que sejam facilmente ionizáveis. A insensibilidade à água, gases permanentes, monóxido e dióxido de carbono constitui uma vantagem na análise de extratos aquosos e em estudos sobre poluição atmosférica.

❍ PID – Detector de Fotoionização. Os eluentes da coluna são fotoionizados por uma luz ultavioleta emitida pela lâmpada de UV (Ultravioleta) de 10,6 eV. A corrente é produzida pelos íons é medida pelo detector e é proporcional a concentração e resposta do material ionizado. É utilizado principalmente para análises de compostos orgânicos (Hidrocarbonetos aromáticos, insaturados, etc).

❍ ECD – Detector de Captura de Elétrons. É um detector seletivo, específico para análises de compostos eletrofílicos (compostos organoclorados, pesticidas e nitrocompostos). Uma fonte de Níquel-63 ioniza as moléculas do gás de arraste. As partículas Beta emitidas pelo isótopo ionizam o gás de arraste e os íons e elétrons resultantes migram para o anodo coletor por influência de uma voltagem polarizada pulsante aplicada entre a fonte e o coletor. A frequência de pulsação é controlada para manter a corrente constante e é a geradora do sinal analítico. A aplicação mais importante do detector por captura de elétrons reside na determinação dos pesticidas clorados e compostos polinucleares,

5. Em geral, o cromatograma é traçado pelo registrador de tira de papel, ligado ao sinal de saída do sistema detector-amplificador. O sinal de saída do sistema detector-registrador tem de ser linear com a concentração. Esta condição define a banda utilizável do detector, e associada à sensibilidade, fornece os limites de concentração.

8.3 Interpretação dos resultados

8.3.1 Análise Qualitativa

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Se a temperatura da coluna e a taxa de fluxo do gás de arraste forem constantes, os compostos serão eluídos da coluna num tempo característico (Tempo de Retenção). O tempo de retenção é característico do composto e o tipo de coluna utilizada. O tempo de retenção é a distância, sobre os eixos dos tempos, desde o ponto de injeção da amostra até ao pico de um componente eluído.

Figura 6 – Cromatograma ilustrando tempo de retenção

Análises qualitativas podem ser feitas por comparação com os tempos de retenção de compostos de uma amostra desconhecida com os tempos de retenção de compostos conhecidos sobre condições analíticas padrão idênticas.

O tempo de retenção depende basicamente de alguns fatores, tais como:

● O tipo de coluna utilizada. Diferentes substâncias de enchimento adsorventes e líquidos oleosos de revestimento, modificam o tempo de retenção.

● A temperatura da coluna. A medida que a temperatura da coluna aumenta, o tempo de retenção diminui. ● O comprimento da coluna. Aumenta o comprimento da coluna, aumenta-se o tempo de retenção.● O escoamento do gás de arraste. Dobrando-se a taxa de escoamento do gás de arraste, reduz-se o

tempo de retenção pela metade.

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Figura 7 – Exemplo de um cromatograma e o uso do tempo de retenção para identificar compostos

8.3.2 Análise Quantitativa

A área correspondente ao pico do cromatograma de um determinado composto é proporcional a concentração deste no detector. A análise quantitativa é feita pela comparação da área do pico do composto presente na amostra com a área equivalente ao pico de uma substância padrão conhecida. A área do pico pode ser quantificada de diferentes maneiras.

● Triangulação. A triangulação (figura 8) transforma o pico em um triângulo utilizando os lados do pico para formar o triângulo e linha base para formar a base do triângulo. A área do pico é calculada utilizando-se a fórmula Area = ½ Base ´ Altura.

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Figura 8 – Cálculo da área pela triangulação

● Integradores. Os integradores calculam a área do pico eletronicamente e registram a saída. Em função da facilidade de operação, os integradores são muito utilizados em cromatógrafos portáteis.

Quando um microprocessador é utilizado, os tempos de retenção dos compostos em uma amostra são comparados aos compostos utilizados como padrão e a leitura identifica os compostos na amostra. Se um composto é identificado, a área equivalente ao pico deste é comparado com a área do pico de um padrão e a concentração da amostra é fornecida. Portanto, a amostra é avaliada tanto qualitativamente como quantitativamente.

8.4 Limitações e Considerações

Os Cromatógrafos a Gás Portáteis permitem uma análise qualitativa e quantitativa em determinadas situações no campo. Embora os resultados obtidos em campo possam não ser tão precisos como aqueles obtidos em análises de cromatografia a gás em laboratório, eles podem ser úteis para o processo de seleção de áreas contaminadas, reduzindo assim o número de amostras necessárias para uma análise a ser realizado em laboratório.

Alguns cromatógrafos portáteis podem ser programados para realizar amostragens periódicas e armazenar os cromatogramas e recuperá-los posteriormente. Algumas unidades mais recentes podem ser programadas para desenvolver amostragens periódicas da concentração de vapores orgânicos totais, e caso a concentração ultrapassar determinados limites (pré fixados), o equipamento identifica o contaminante no modo cromatógrafo.

Amostras de solo e água podem ser analisadas por meio de uma amostragem utilizando a técnica " Headspace". O Headspace é um equipamento apropriado para a determinação de compostos voláteis em amostras líquidas ou sólidas, que em geral não teria condições analíticas. Uma porção da amostra é colocada num frasco e em seguida recrava-se a tampa. O frasco é aquecido (normalmente 80° num período de 30 min), por um determinado período. Em seguida ocorre a partição das moléculas, ou seja, parte dessas atingem a parte superior do frasco. O próprio frasco é adaptado diretamente no cromatógrafo, e o gás de arraste penetra no frasco para o transporte da massa gasosa da amostra, ocorrendo normalmente a cromatografia.

A sensibilidade obtida nos cromatógrafos portáteis dependerá dos compostos a serem determinados, do método de amostragem e do detector escolhido para a análise.

9. Medidor de interface

9.1 Aplicação

Os medidores de interface são empregados para determinação do nível d´água ou de lâmina de produto imiscível em fase livre, menos/mais denso do que a água.

O medidor de interface possui amplo emprego em área ambiental, em estudos hidrogeológicos em especial na determinação de poluentes orgânicos em poços de monitoramento, poços freáticos, caixas de rebaixamento de lençol freático de prédios multifamiliares, etc.

9.2 Princípio de operação

Os equipamentos destinados a medição do nível d´água e da espessura de hidrocarbonetos são normalmente montados em carretel plástico e suporte metálico. No carretel encontra-se uma fita de polietileno de alta densidade milimetrada, marcada a cada meio centímetro. A fita possui dois condutores de aço inox.

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Na determinação do nível de líquidos o medidor de interface utiliza um emissor e um coletor de infravermelho. Quando a sonda entra em contato com um líquido o infravermelho é desviado do coletor o que faz ativar os sinais sonoro e luminoso. Caso a amostra em análise seja produto com baixa condutividade (produto) o sinal é contínuo. Caso o líquido seja a água, a condutividade fecha o circuito que nesse caso se sobrepõe ao circuito infravermelho e o sinal é intermitente.

A figura 9 ilustra o equipamento medidor eletrônico de interface, marca HS Hidrosuprimentos. modelo HSIF-30

Figura 9 – Ilustração do medidor interface HSIF-30 da HS Hidrosuprimentos

9.3 Interpretação de resultados

Na determinação de medidas de fase livre, procede-se da seguinte maneira:

Se não há produto em fase sobrenadante, um som intermitente indicará a presença de água.

Para medir a espessura de um produto em fase livre, desça lentamente a sonda dentro do local a ser monitorado até que os sinais sejam ativados. Se houver produto em fase livre sobrenadante, o sinal será contínuo, indicando uma interface ar/produto. Nesse caso faz-se a anotação da leitura da fita (profundidade do cabo). Continue descendo a sonda dentro do local de monitoramento e quando o sinal mudar para intermitente faça a leitura da profundidade da interface produto/água.

A espessura da fase livre é obtida subtraindo-se a segunda leitura da primeira.

Para determinar a presença ou não de fase livre densa a sonda do medidor interface deve ser descida até o fundo do local a ser monitorado. Se o sinal mudar de intermitente para contínuo durante a descida é indicação da presença de produto. Faça a leitura da profundidade no cabo e continue descendo a sonda até atingir o fundo do

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poço, a espessura da fase livre densa é obtida subtraindo-se a segunda leitura da primeira.

9.4 Limitações e considerações

Uma vez que as medições realizadas envolvem produtos inflamáveis como gasolina, diesel e outros solventes é conveniente por questões de segurança aterrar o equipamento antes de seu uso.

A utilização do interface deverá ser feita sempre com aterramento, ou seja, a presilha ligada a um cabo espiralado deverá ser fixado preferencialmente em ponto metálico ligado ao solo, para que ocorra a transferência de elétrons, equalizando assim uma eventual diferença de potencial.

O equipamento de marca HS –Hidrosuprimentos, modelo HSIF-30 apresenta uma precisão de 2 milímetros de espessura.

O equipamento deve ser mantido sempre limpo e protegido. O prisma óptico da sonda deve ser limpo após cada leitura bem como a parte do cabo que for submersa. Não deve ser utilizado solventes para limpeza, apenas água limpa, sabão neutro e uma escova macia.

10. Considerações finais

A concentração de gases e vapores no ar, bem como a presença de contaminantes em corpos hídricos ou no solo, podem afetar significativamente a composição desses meios. A leitura direta através de instrumentos, realizados em campo, podem fornecer na maioria dos casos, resultados que estarão identificando e quantificando substâncias químicas que serão objeto para:

● avaliar os riscos à saúde pública e as equipes de atendimento;● escolher o equipamento de proteção pessoal adequado; ● delinear áreas de proteção;● determinar os efeitos potenciais ao meio ambiente; ● escolher ações para combater os riscos com segurança e eficácia.

Os instrumentos de leitura direta foram inicialmente desenvolvidos para serem dispositivos de alarmes em instalações industriais onde houvesse vazamentos ou quando em casos de acidentes pudessem liberar uma alta concentração de uma substância química conhecida. Atualmente esses instrumentos podem detectar baixas concentrações de algumas classes específicas de produtos químicos, fornecendo informações no momento da amostragem, permitindo assim uma tomada rápida de decisão para as ações subsequentes ao acidente.

Entretanto cabe ressaltar que as análises realizadas em laboratório fornecem resultados mais precisos do que aqueles realizados no campo. Quando se realiza análise em laboratório, faz-se necessário a coleta e preservação adequada, evitando assim qualquer alteração nas características originais da amostra, gerando, portanto um custo adicional.

Devido ao grande número de substâncias químicas sempre presentes nas mais diversas situações envolvendo acidentes ambientais, é comum haver a necessidade de se coletar uma substância química desconhecida para analisá-la em laboratório, em função das limitações relativas aos equipamentos de monitoramento ou da impossibilidade de se identificar exatamente o produto envolvido.

Na escolha dos equipamentos de monitoramento alguns pontos devem ser considerados, dentre os quais:

● resistência do material;● facilidade na operação; ● serem portáteis;● intrinsecamente seguros;

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● capacidade de fornecer resultados confiáveis.

Assim como os equipamentos de monitoramento de leitura direta, existe no mercado testes semi-quantitativos de análise rápida, utilizados para aplicações de monitoramento ambiental, em corpos hídricos, com destaque a parâmetros físicos e químicos (cloro, cianeto, amônia, etc.), metais pesados e espécies orgânicas. A grande vantagem desses testes rápidos, é a simplicidade em sua execução, não requerendo treinamento específico para o seu uso assim como elimina a coleta e envio de amostra para laboratório. Entretanto as condições da amostra, ou seja, a presença de cor e turbidez interferem consideravelmente na análise, uma vez que estes testes baseiam-se no desenvolvimento de uma coloração quando adiciona-se um reagente específico a uma porção da amostra.

É importante destacar que, durante o atendimento a acidentes ambientais com produtos perigosos, faz-se necessário o monitoramento constante, a fim de se avaliar os possíveis danos ao meio ambiente como também fornecer a concentração dos contaminantes presentes permitindo assim que as equipes de atendimento possam desempenhar suas atividades com segurança.

11. Referências bibliográficas

● NEOTRONICS. Instrumentos de monitoramento. Georgia USA: Neotronics. 1991. ( Catálogo de equipamentos )

● MSA.. Equipamentos de proteção e instrumentos de detecção de gases. São Paulo - Brasil: MSA.1992. ( Catálogo de equipamentos )

● MSA.. Products For Hazmat Protection Pittsburg USA: MSA.1988. ( Catálogo de equipamentos )

● FOXBORO. Analyzers infrared. Massachussets USA: Foxboro. 1988. ( Catálogo de equipamentos )

● FOXBORO. Organic vapor analyzer. Massachussets USA: Foxboro.1984. ( Catálogo de equipamentos )

● HNU . Gas chromatographs for environmental analysis. Massachussets USA. HNU.1990. ( Catálogo de equipamentos )

● MSA.. Miniguia de produtos de segurança e proteção. São Paulo: MSA.1993. ( Catálogo de equipamentos )

● MSA. Indicador de oxigênio. São Paulo: MSA.1984. ( Catálogo de equipamentos )

● MSA.. Indicador de gás sulfídrico. São Paulo:MSA.1984. ( Catálogo de instrumentos)

● MSA.. Indicador de monóxido de carbono. São Paulo: MSA.1989. ( Catálogo de instrumentos )

● DRAGER . Detector de gases. São Paulo: Drager.1990. ( Catálogo de instrumentos )

● FOXBORO. Portable vapor analyzer. Massachussets USA: Foxboro.1985. ( Catálogo de instrumentos )

● FOXBORO. Multipoint ambient air monitors. Massachussets USA: Foxboro.1985 ( Catálogo de instrumentos )

● SPEX. Analisador portátil de ar ambiente. São Paulo: Spex.1988. ( Catálogo de instrumentos )

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● MSA. Alarme de gás combustível. São Paulo: MSA.1988. ( Catálogo de instrumento )

● Possebom,José. Apostila: Curso de gases e vapores orgânicos. São Paulo: Fundação. Armando Alves Penteado, 1984.

● Filho, Nécio de Souza et alli. Apostila do seminário de instrumentação e leitura da monitoração de gases, vapores e contaminantes tóxicos. MSA. São Paulo.1989.

● Brasil. Norma L5.145 CETESB. Determinação de pH em águas- Método eletrométrico.

● AIHA. Manual of recomend practice of combustible gas indicators and portable, direct reading hidrocarbon detectors - First edition American Industrial Association.1980.

● EPA. Apostila do curso: Emergency response to hazardous material incidents.1992

● EPA. Apostila do curso: Air monitoring for hazardous materials.1993.

● Willard, H; Merritt, L, Jr; Dean, J: Análise Instrumental: Fundação Calouste Gulbenkian.Lisboa.2 a

edição.986 p.

● Perkin Elmer Instruments. Curso Básico Cromatografia a Gás.

● HS Hidrosuprimentos. Equipamentos para Hidrogeologia e Engenharia Ambiental.

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e respostas

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DESCONTAMINAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS EM ACIDENTES QUÍMICOS

Edson Haddad Introdução | Procedimentos para descontaminação | Recomendações | Descontaminação de campo | Descontaminação em campo | Bibliografia consultada

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1. Introdução

Os técnicos envolvidos no atendimento a acidentes com produtos químicos podem se contaminar de diversas maneiras:

● através de contato com vapores, gases, névoas ou material particulado;● por respingos do produto;● através de contato direto com poças de produto;● através de contato com solo contaminado e;● quando da manipulação de instrumentos ou equipamentos contaminados.

Roupas de proteção e respiradores ajudam a previnir a contaminação do usuário. Boas práticas de trabalho ajudam a reduzir a contaminação de roupas, instrumentos e equipamentos. No entanto, mesmo seguindo estas regras de segurança poderá ocorrer a contaminação.

Descontaminação é um processo que consiste na remoção física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química para substâncias inócuas.

Basicamente existem três procedimentos distintos de descontaminação que podem ser realizados:

● para produtos com baixa toxicidade;● para produtos com média toxicidade;● para produtos com alta toxicidade.

O procedimento de descontaminação mais comum é aquele utilizado para produtos com baixa toxicidade, sendo que este poderá ser realizado quando do retorno dos trabalhos de campo.

Para os demais produtos, a descontaminação deverá ser iniciada ainda no local da ocorrência, podendo ou não, ser dada a continuidade quando do retorno da operação.

O procedimento de descontaminação para produtos com alta toxicidade pode requerer até a destruição total das roupas e equipamentos utilizados.

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Vale ressaltar que no processo de descontaminação o mais importante é a minuciosidade e não a velocidade.

A seguir são apresentados os procedimentos para os diferentes tipos de descontaminação.

2. Procedimentos para descontaminação

2.1 Procedimentos para Descontaminação de Produtos com Baixa Toxicidade

1. Lavar toda a roupa com uma solução fraca (1 a 2%) de fosfato trissódico e enxaguar com água.

2. Lavar os cilindros, as máscaras e os acessórios dos equipamentos de proteção respiratória com uma solução fraca (1 a 2%) de fosfato trissódico, tendo-se o cuidado de enxaguar, sem esfregar, ao redor das válvulas e voltar a enxaguar todas as partes do equipamento com água limpa.

3. Lavar as mãos e o rosto com água e sabão.

Se a descontaminação não puder ser realizada em campo, as roupas e equipamentos deverão ser transportados em invólucros plásticos, para posterior descontaminação em local apropriado. As seguintes substâncias químicas são exemplos de produtos para as quais é normalmente adequado este procedimento:

acetato de butilaacetofenonaacetonaácido adípicoácido cloroisocianúricoácido oleicoácido oxálicoálcool etílicoálcool metílicoamôniabenzenobenzoato de butilabutadienociclohexano

cloreto de amônio

cloreto de vinila clorofórmiocloropentanodissulfeto de carbonoetanoglicoletilenoglicoletilmetilcetonaformaldeídogasolinaglicerinahexilacrilato de etilametiletiléteróleo dieselóleo lubrificante

óleo pesado

2.2 Procedimentos para Descontaminação de Produtos com Média Toxicidade

No local da ocorrência:

1. Lavar roupas de proteção e equipamentos de respiração com água.2. Após a lavagem remover roupas e equipamentos e colocá-los em invólucros plásticos para o transporte.3. Não fumar, comer, beber, nem tocar o rosto.

Em local próprio:

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4. Lavar e esfregar todos os equipamentos protetores como luvas, botas e roupas, além dos equipamentos de respiração e enxaguá-los com água.5. Mesmo as roupas utilizadas sob as roupas de proteção deverão ser removidas e lavadas.6. Banhar-se esfregando todo o corpo com água e sabão, com especial cuidado nas áreas ao redor da boca, fossas nasais e debaixo das unhas.7. Não fumar, beber, comer, tocar o rosto e nem urinar antes do término das atividades previstas no item anterior.

As seguintes substâncias químicas são exemplos de produtos para os quais é normalmente adequado este procedimento:

acetaldeídoácido perclórico

acroleínaanilinabromo

ciclohexanolciclopentano

cloreto de bromocloreto de metila

cloronitrobenzanodicloreto de etileno

1,4-dioxanoetilenoimina

fluoreto de hidrogêniohidrossulfito de sódio

hidreto de lítiolítio

metilnaftalenonitrato de estrôncio

nitrobenzenonitroglicerina

oleumparaldeído

pentassulfeto de fósforopiridina

sulfato de dietilasulfeto de dimetilasulfeto de potássio

toluidinatrisulfato de arsênio

xilidina

ácido clorídricoacrilato de etila

álcool alílicobrometo de metila

cianeto de mercúriociclohexanona

clorato de potássiocloreto de etila

clorocumeno

diisopropilaminaetilamina

fluorfosfina

hidróxido de sódioisopropilamina

metilaminametilparation

nitrato de sódionitrofenol

nitrometanoóxido de etilenopentaclorofenol

peróxido de hidrogêniopraguicidas

(líquidos e sólidos)sulfato de dimetila

sulfeto de hidrogêniotetracarbonila de níquel

1,1,2 - tricloroetanoviniléter

zinco dietílico

2.3 Procedimentos para Descontaminação de Produtos com Alta Toxicidade

No local de ocorrência:

1. Lavar roupas de proteção e equipamentos de respiração com água.

2. Após a lavagem remover roupas e equipamentos e dispô-los em invólucros plásticos para o transporte.

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3. Não fumar, comer, beber, nem tocar o rosto.

4. A equipe que realizar a descontaminação deverá utilizar roupas de proteção, assim como equipamentos de respiração.

5. Equipamentos de medição, ferramentas e outros que foram utilizados no atendimento deverão ser recolhidos em invólucros plásticos para posterior descontaminação.

Em local próprio:

6. Lavar e esfregar todos os equipamentos protetores como luvas, botas e roupas, além dos equipamentos de respiração e enxaguá-los com água.

7. Mesmo as roupas utilizadas sob as roupas de proteção deverão ser removidas e lavadas.

8. Banhar-se esfregando todo o corpo com água e sabão, com especial cuidado, nas áreas ao redor da boca, fossas nasais e debaixo das unhas.

9. Não fumar, beber, comer, tocar o rosto, nem urinar antes de haver completado as atividades previstas no item anterior.

10. Procurar atendimento médico, informando-o sobre o produto envolvido na ocorrência.

Observação

Ao chegar no local de trabalho os invólucros plásticos contendo material contaminado deverão ser colocados ao ar livre e em área isolada para impedir o contato de outras pessoas com os mesmos.

As seguintes substâncias químicas são exemplos de produtos para as quais é normalmente adequada a adoção destes procedimentos:

AcrilonitrilaAldrinArsinaCianogênioDibrometo de etilenoDioxinaFosgênionitrato de urâniopentassulfeto de antimôniotetrametileno de chumbo

adiponitrilaalilaminacianeto de hidrogêniocloropicrina2,4 - diisocianato de toluenofósforometilhidrazinapentaboranotetraetileno de chumbotetróxido de nitrogênio

3. Recomendações

Em casos onde houver a necessidade de troca de cilindro de ar durante a operação deverão ser seguidas as etapas abaixo:

1. Lavar o cilindro com água antes de removê-lo.

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2. O cilindro removido deverá ser colocado em invólucro plástico para posterior decontaminação.

3. O técnico encarregado de lavar e substituir o cilindro deverá usar roupa de proteção, assim como equipamentos de proteção respiratória.

Outro aspecto importante diz respeito a descontaminação de equipamentos. Sempre que possível deverão ser adotadas ações, de modo a prevenir a contaminação de equipamentos de medição e de coleta. Os equipamentos de medição não são normalmente contaminados, a menos que tenham recebido respingos dos produtos. Uma vez contaminados, torna-se muito difícl limpá-los sem danificá-los. Qualquer instrumento delicado, que não pode ser facilmente descontaminado, deve ser protegido durante o seu uso. O equipamento pode ser envolvido num saco plástico com algumas aberturas para facilitar a realização das medições e ventilação do mesmo.

Equipamentos de madeira são difíceis de descontaminar, uma vez que o material absorve produtos químicos. Eles deverão ser mantidos no local e manuseados por técnicos portando EPI's. Ao final do atendimento esses materiais deverão ser descartados.

Caminhões, pás-carregadeiras e outros equipamentos pesados são de difícil descontaminação. O método normalmente utilizado é a lavagem com água pressurizada ou esfregar as áreas acessíveis com uma solução de detergente e água sob pressão.

Especial cuidado deverá ser dado aos pneus, esteiras e pás. As pessoas encarregadas da descontaminação deverão estar adequadamente protegidas, pois o método pode gerar misturas e aerossóis contaminantes.

As soluções de lavagem e limpeza deverão ser armazenadas, por exemplo numa bacia grande ou numa pequena piscina. Posteriormente, estas soluções deverão ser transferidas para tambores, os quais deverão ser rotulados adequadamente e enviados para tratamento ou disposição.

Para os produtos que não se encontram listados nos procedimentos apresentados, estes poderão ser classificados quanto à sua toxicidade através do seu valor de DL50 - Dose Letal 50, que representa a dose capaz de matar 50% da espécie testada.

A tabela abaixo apresenta as faixas de DL50 oral para ratos, bem como, a dose letal provável para o homem.

Faixas de DL50 oral para ratos e dose letal provável para o homem

DL50 oralMg/kg

Dose Letal Provável para o Homem

< 11 - 50

50 - 500500 - 5000

5000 -15000>15000

algumas gotasuma colher de chá30 g ou 30 ml500 g ou 500 ml1 kg ou 1 litro> 1 kg ou 1 litro

Fonte: Prof. Dr. Anthony Wong

Os produtos com DL50 oral menor que 50 mg/kg podem ser considerados como de alta toxicidade.

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Já os produtos com DL50 oral entre 50 mg/kg a 5 g/kg podem ser considerados como de média toxicidade. E os produtos com DL50 maior que 5 g/kg podem ser considerados como de baixa toxicidade.

4. Descontaminação de campo

4.1 Planejamento Inicial

O plano de descontaminação inicial assume que todas as pessoas e equipamentos que deixaram o local do acidente encontram-se extremamente contaminados. O sistema é então estabelecido para a descontaminação, através de lavagem e limpeza, pelo menos uma vez, de todas as roupas de proteção utilizadas.

Para tal é estabelecido um corredor de redução de contaminação (CRC), cuja extensão dependerá do número de estações necessárias para a completa descontaminação (o que ira variar de acordo com o tipo de roupa de proteção que estará sendo utilizada) e do espaço disponível do local.

O trabalho inicia-se na primeira estação com o item mais contaminado (geralmente luvas e botas) e avança para a última estação com o item menos contaminado. Desta forma a contaminação diminui a medida em que a pessoa se move de uma estação a outra mais a frente. Cada procedimento requer uma estação própria.

Dentro do corredor, áreas distintas são demarcadas com placas para a descontaminação dos técnicos, equipamentos portáteis, roupas removidas etc, de modo a orientar a equipe a ser descontaminada. O espaçamento entre as estações da descontaminação deve ser de no mínimo um metro.

O plano de descontaminação inicial pode ser modificado, eliminando estações desnecessárias ou mesmo adaptado para as condições locais. Por exemplo, o plano inicial requer uma completa lavagem e limpeza das roupas de proteção. No entanto, se forem utiliizadas luvas, botas, e roupas descartáveis, a etapa de lavagem e limpeza destes materiais pode ser omitida.

Todas as atividades dentro do corredor são limitadas às atividades de descontaminação.

4.2 Proteção para a Equipe de Descontaminação

O nível de proteção a ser utilizado pela equipe de descontaminação é determinado por alguns fatores:

● expectativa ou visível contaminação dos técnicos;● o tipo de contaminante e seu risco à pele e ao sistema respiratório;● concentração de gases/ vapores no CRC;● material particulado e vapores orgânicos e inorgânicos no CRC.

A equipe designada para o trabalho deverá estar adequadamente protegida de modo a evitar a sua contaminação.

4.3 Extensão da Descontaminação

4.3.1 Modificação do Plano Inicial

O plano de descontaminação deve obrigatoriamente ser adaptado às condições encontradas no

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local do acidente. Estas condições podem requerer mais ou menos descontaminação do que planejado, dependendo de uma série de fatores.

a. Tipo de Contaminante

A extensão da descontaminação depende do efeito que o contaminante apresenta para o corpo humano. Contaminantes não apresentam o mesmo grau de toxicidade (ou outro perigo). Em situações onde existe a suspeita ou o conhecimento de que o técnico pode ser contaminado é necessário a adoção dos procedimentos para uma completa descontaminação. Se substâncias menos perigosas estão envolvidas, os procedimentos podem ser num nível menor.

b. Intensidade da Contaminação

A intensidade da contaminação nas roupas de proteção (ou outros objetos e equipamentos) é, normalmente, determinado visualmente. Se na inspeção visual for constatada uma intensa contaminação, uma minuciosa descontaminação será, provavelmente, necessária. A permanência de grande quantidade de contaminante nas roupas por um longo período de tempo pode danificar ou mesmo infiltrar (permear) no tecido.

c. Nível de Proteção

O nível de proteção e o tipo de roupa utilizada determinam num primeiro momento, o "layout" da linha de descontaminação. Cada nível de proteção apresenta diferentes problemas na descontaminação do equipamento.

d. Atividade

O trabalho que cada técnico executa, determina o potencial de exposição aos materiais perigosos. Dessa forma, a atividade fornece o "layout" da linha de descontaminação. Por exemplo, fotógrafos, coletores ou outros na zona de exclusão, executando tarefas que não os coloquem em contato com os materiais. podem não necessitar de lavagem e limpeza em suas roupas.

Diferentes linhas de descontaminação podem ser estabelecidas para diferentes funções ou certas estações podem ser omitidas na descontaminação.

e. Local da Contaminação

Contaminação nas áreas superiores das roupas de proteção representam um maior risco, uma vez que compostos voláteis podem provocar a inalação de concentrações perigosas tanto para o técnico, quanto para a equipe que realiza a descontaminação.

f. Motivo para Deixar o Local

O motivo para deixar o local do acidente também determina a necessidade e a extensão da descontaminação. Um técnico que deixa a zona de exclusão para pegar ou deixar ferramentas ou instrumentos e imediatamente retorna, pode não necessitar de descontaminação.

Um técnico que sai para pegar um novo cilindro de ar ou para trocar uma máscara ou filtro, pode requerer algum grau de descontaminação. Idas individuais ao CRC para uma pausa, refeições ou ao final do dia, necessitam obrigatoriamente de uma minuciosa descontaminação.

4.4 Eficácia da Descontaminação

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Não há nenhum método para determinar imediatamente quão efetivamente será a descontaminação. Alteração de cor, manchas, efeitos de corrosão e substâncias aderindo a objetos podem indicar que os contaminantes não foram removidos. No entanto, a observação visual indica apenas a contaminação superficial e não a permeação (absorção) pelas roupas, ferramentas e equipamentos. Também muitos contaminantes não são facilmente notados.

Um método para determinar a eficácia da descontaminação é o teste de limpeza. Tecido ou retalho de papel são esfregados na superfície do objeto suspeito de contaminação e analisados em laboratório.

4.5 Equipamentos

Equipamentos, materiais e acessórios para a descontaminação são geralmente selecionados de acordo com a sua disponibilidade. Outras considerações, como fácil manuseio, também devem ser observadas.

Por exemplo, longas escovas de mão ou escovas de cerdas maciais são utilizadas para remover os contaminantes. Água em baldes ou regadores de jardim podem ser utilizados para enxaguar. Piscinas infantis podem ser utilizadas para receber a água de lavagem. Sacos de lixo grandes podem receber roupas e equipamentos contaminados.

4.6 Solução de Descontaminação

Equipamentos de proteção individual, ferramentas e outros equipamentos são normalmente descontaminados, limpando-os com água e detergente, usando escovas de cerdas macias, seguindo de lavagem com água. Uma vez que este processo pode não ser completamente eficiente na remoção de alguns contaminantes (ou em alguns casos o contaminante pode reagir com água), torna-se uma boa opção utilizar uma solução química como descontaminante. Isso requer que o contaminante seja identificado. A solução de descontaminação apropriada deve obrigatoriamente ser escolhida com a ajuda de um químico.

4.7 Estabelecimento de Procedimentos

Uma vez que os procedimentos de descontaminação tenham sido estabelecidos, todas as pessoas que necessitarem ser decontaminadas deverão receber instruções precisas de como proceder em cada estação. É recomendável que sejam colocados painéis em cada estação, informando as atividades que deverão ser realizadas. O tempo para a descontaminação deve ser verificado com antecedência. Pessoas, utilizando máscaras autônomas, devem deixar a área de trabalho com ar suficiente para chegar no CRC e realizar a descontaminação.

5. Descontaminação em campo

5.1 Procedimentos

Estação 1: separar equipamentos utilizados

Depositar os equipamentos utilizados em campo (ferramentas, material de coleta, instrumentos de medição, rádios etc), em invólucros plásticos.

Equipamentos: recipientes de vários tamanhos e invólucros plásticos

Estação 2: lavagem e enxague de luvas externas e botas

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Esfregar botas e luvas externas com a solução de descontaminação ou detergente e água. Enxaguar com água.

Equipamentos: recipientes de 80 - 110 litros, solução de descontaminação ou detergente e água, 2 ou 3 longas escovas de mão, escovas de cerdas macias e água.

Estação 3: lavagem e enxague de roupas e máscara autônoma

Lavar completamente a roupa contra respingos químicos e máscara autônoma. Esfregá-las com escovas de mão ou escovas de cerdas macias e utilizar grande volume de solução de descontaminação ou detergente e água. Embrulhar o conjunto de válvulas da máscara autônoma com plástico para evitar o contato com a água. Lave o cilindro com esponjas ou pano. Enxaguar com água.

Equipamentos: recipientes de 110 - 180 litros, solução de descontaminação ou detergente e água. Longas escovas de mão ou escovas de cerdas macias, pequenos baldes, esponjas ou pano.

Estação 4: remoção da máscara autônoma (sem remoção da máscara facial)

Permanecer com a máscara facial e remover o resto do equipamento e colocá-lo em recipiente adequado.

Equipamentos: invólucros plásticos ou bacias.

Estação 5: remoção das botas

Remover as botas e depositá-las em invólucros plásticos.

Equipamentos: recipientes de 110-180 litros, invólucros plásticos e banco.

Estação 6: remoção da roupa contra respingos químicos

Remover a roupa contra respingos químicos com o auxílio de um ajudante. Colocá-la em invólucros plásticos.

Equipamentos : recipiente 110 - 180 litros, invólucros plásticos e banco.

Estação 7: remoção das luvas externas

Remover as luvas externas e depositá-las em invólucros plásticos.

Equipamentos: recipientes de 80-110 litros, invólucros plásticos.

Estação 8: lavagem e enxagüe das luvas internas

Lavar com a solução de descontaminação ou detergente e água.

Repetir tantas vezes quantas forem necessárias. Enxaguar com água.

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Equipamentos: bacia com água, balde, mesa pequena e solução de descontaminação, o detergente e água.

Estação 9: remoção da máscara facial

Remover a máscara facial e colocá-la num invólucro plástico.

Evitar contato da mão com o rosto.

Equipamentos: recipientes de 110-180 litros, invólucro plástico.

Estação 10: remoção da roupa interna

Remover a roupa interna e colocá-la num invólucro plástico.

Esta roupa deve ser removida o quanto antes, uma vez que há a possibilidade de que uma pequena quantidade do contaminante tenha contaminado as roupas internas durante a remoção da roupa contra respingos químicos.

Equipamentos: recipientes de 110 - 180 litros, invólucros plásticos.

Estação 11: lavagem em campo

Tomar banho se os contaminantes envolvidos forem altamente tóxicos, corrosivos ou capazes de serem absorvidos pela pele. Não sendo possível o banho, lave as mãos e o rosto.

Equipamentos: água, sabão, pequena mesa, balde ou bacia ou chuveiro e toalhas.

Estação 12: vestimento

Vestir roupas limpas. Um "trailler" pode ser necessário.

Equipamentos: mesas, cadeiras, armários e roupas.

6. Bibliografia consultada

● Haddad E. Descontaminação, CETESB, São Paulo, 1990. 21p. (Apostila do Treinamento Hazmat ao Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, São Paulo, 1990).

● CETESB. Manual de Procedimentos para o Atendimento a Acidentes com Produtos Químicos. Divisão de Operações de Riscos, São Paulo, 1991.

ANEXO

DESCONTAMINAÇÃO - "LAYOUT"

(1) Separar os equipamentos(2) Lavagem e enxágüe de luvas externas e botas(3) Lavagem e enxágüe das roupas e máscaras autônomas

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(4) Remoção da máscara autônoma (sem remoção da máscara facial)(5) Remoção das botas(6) Remoção da roupa contra respingos químicos(7) Remoção das luvas externas(8) Lavagem e enxágüe das luvas internas(9) Remoção da máscara facial(10) Remoção da roupa interna(11) Lavagem em campo(12) Vestimento

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A RESPOSTA MÉDICA NAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Diego González Machín

Introdução | Ações de resposta médica | Conclusão | Anexo 1 | Anexo 2 | Anexo 3 | Bibliografia

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1. Introdução

A resposta a um acidente químico exige uma coordenação multi-institucional e multidisciplinar. A ausência desta coordenação pode repercutir negativamente ou piorar os efeitos produzidos devido ao acidente. Os serviços de saúde desempenham um papel importante na resposta e na maioria dos países da Região existem sistemas bem estabelecidos para agir em caso de emergências provocadas por desastres naturais. Porém, muitos destes sistemas não estão preparados adicionalmente para enfrentar de maneira adequada os acidentes que envolvem materiais perigosos.

2. Ações de resposta médica

O setor médico pode ser subdividido em várias áreas de responsabilidade. Estas incluem:

● Resgate e salvamento de pacientes.● Classificação ("triagem") de pacientes.● Tratamento e estabilização de pacientes.● Transporte de pacientes e distribuição às instituições médicas.● Recursos médicos.

2.1 Resgate e salvamento de pacientes

● Nas atividades de resgate e salvamento, é preciso considerar alguns aspectos ligados ao foco de contaminação.

● Denomina-se "Foco de Contaminação Química" ao território que se encontra sob a influência, os efeitos destrutivos e a contaminação produzida pelos fatores que intervêm nos acidentes que envolvem substâncias químicas perigosas.

● É muito difícil determinar o território que inclui um foco de contaminação química, visto que nele intervêm as características geográficas do terreno, condições meteorológicas (direção e velocidade dos ventos predominantes), tipo de edificações, tipo de população (urbana e rural), tipo e quantidade de substâncias químicas, propriedades tóxicas e concentrações que podem provocar alterações na saúde.

● No FCQ é característica a massividade e simultaneidade na aparição das vítimas, bem como

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as possibilidades de abranger ao mesmo tempo um território amplo. ● As vias de penetração das substâncias tóxicas ao organismo são as seguintes: respiratória,

digestiva, epiderme e mucosas.● A toxicidade das substâncias podem variar desde extremamente alta e produzir intoxicações

graves em doses muito pequenas (e que portanto precisam de uma rápida assistência médica), até substâncias com baixa toxicidade.

● O tratamento de pacientes não deve ser efetuado na área de contaminação. Se faz necessário o resgate do paciente desta área, este deverá ser encaminhado ao grupo de operações de materiais perigosos.

● O risco de contaminação secundária é um elemento que deve ser considerado quando atendemos uma vítima do acidente.

● Para prever exposições desnecessárias, deve-se considerar como contaminada qualquer pessoa envolvida no processo de resgate.

● Como regra geral, o pessoal médico não deve estar envolvido no controle direto ou manejo de liberações de produtos perigosos.

2.2 Classificação ("Triagem") de pacientes

A "triagem" é um processo que consiste na avaliação e classificação das condições de pessoas expostas e na designação de prioridades para a descontaminação, tratamento e transporte às instituições da saúde.

É um processo constante e deve ser feito em intervalos regulares, considerando que a condição dos pacientes pode variar drasticamente nos diferentes pontos da corrente de tratamento, por exemplo, quando recebe uma terapia específica ou dependendo da disponibilidade de recursos.

O objetivo principal da triagem é oferecer a melhor assistência possível a uma grande quantidade de pacientes, com os recursos disponíveis. Durante acidentes com produtos químicos há uma grande quantidade de pacientes, o que pode exceder a capacidade de assistência imediata do pessoal médico. Onde há uma boa disponibilidade de recursos (pessoal, materiais, medicamentos, transporte, etc.) todos aqueles atingidos deverão receber ótimos cuidados . Porém, em situações onde os recursos não são suficientes, pode-se precisar retardar o tratamento de pessoas gravemente lesionadas e oferecer somente o tratamento de ajuda (considerando que serão necessários muitos recursos) e dirigir a assistência principal aos menos lesionados e com maior possibilidade de sobreviver.

A classificação das pessoas lesionadas depois de uma exposição a químicos segue os mesmos princípios que qualquer outro tipo de acidente. Os fundamentos para a classificação por sintomatologia são as mesmas que são utilizadas normalmente. Porém, um grupo especial que pode ser identificado como "grupo químico" é aquele exposto a alguns tipos de substâncias cuja sintomatologia não é imediata. Esta pode demorar horas para aparecer, como por exemplo, a exposição a gases irritantes como óxidos de nitrogênio ou a exposição a produtos químicos que são absorvidos através da pele.

Numerosos sistemas estão disponíveis para priorizar pacientes para o tratamento e transporte a um hospital. Os mais utilizados são os códigos de cor e "/" ou numéricos que categorizam o estado do paciente e a prioridade de tratamento. Estes sistemas estão baseados em cinco níveis de prioridade:

Prioridade I: Paciente em estado crítico. Precisa-se do tratamento e transporte imediato.

Prioridade II: Pacientes com lesões moderadas e graves. Precisa-se de transporte de emergência, mas pode-se esperar até que os pacientes da prioridade I tenham sido transportados.

Prioridade III: Pacientes com lesões ligeiras ou sem lesões. Não há necessidade de transporte de

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emergência. É suficiente a avaliação e o tratamento em consultoria com o hospital.

Prioridade IV: Pacientes não viáveis. Não há necessidade de transporte, só o tratamento de ajuda.

Prioridade V: Pacientes assintomáticos, mas espera-se o desenvolvimento de um quadro clínico. Precisam de observação, provavelmente tratamento imediato e transporte às instalações médicas.

Uma boa classificação dos pacientes por prioridades é necessária em uma emergência, visto que uma operação de transporte em massa só dificultaria as atividades básicas do hospital e interferiria com o seu objetivo principal que é a assistência de pacientes gravemente lesionados.

2.3 Tratamento e estabilização de pacientes

A zona de tratamento deve estar situada onde os pacientes e o pessoal médico estejam a salvo de exposições tóxicas. A área deve também fornecer um bom acesso para os veículos de transporte. Em acidentes com uma grande quantidade de pacientes, a área de tratamento deve ser subdividida em zonas, correspondentes aos níveis de prioridade estabelecidos na "triagem".

O exame inicial de um paciente contaminado quimicamente deve determinar:

● Que lesões estão ligadas às substâncias tóxicas.● Que partes do corpo foram as mais gravemente expostas.● Via de entrada da substância química.

O tratamento de um paciente intoxicado em um acidente com produto químico segue os mesmos princípios básicos do tratamento de que qualquer caso de intoxicação isolado e isto dependerá do estado do paciente, do tipo de substância química, da via de entrada e dos recursos disponíveis. Os princípios básicos do tratamento de uma pessoa intoxicada são:

Tratamento não específico:

Pode-se definir como o conjunto de medidas:

● Para o tratamento das funções vitais: Inclui reanimação cardio-respiratória, tratamento das convulsões, correção de desequilíbrio hidroeletrolíticos, etc.

● Para eliminar a substância tóxica na via de entrada e diminuir a absorção, são utilizados os chamados procedimentos de descontaminação.

● Para eliminar a substância tóxica absorvida é utilizada a chamada terapia de eliminação ativa.

Tratamento específico

● Antídoto-terapia

Deve-se tirar toda a roupa do paciente contaminado, antes de entrar à seção de tratamento para evitar a contaminação desnecessária do pessoal médico. O simples fato de tirar a roupa do paciente reduz o potencial de contaminação do pessoal de resgate e o pessoal hospitalar em 85%. Toda a roupa deve ser adequadamente empacotada em bolsas de segurança.

Se a condição dos pacientes indica perigo para a vida, as medidas de ajuda cardíaca e de traumas devem ser priorizadas com respeito aos procedimentos de redução da contaminação. Se a descontaminação não foi completada, estes procedimentos devem ser feitos com o adequado

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equipamento de proteção pessoal.

2.4 Transporte de pacientes e distribuição a instituições médicas.

O transporte de pessoal em um acidente químico constitui um verdadeiro risco, tanto para o pessoal que transporta como para o equipamento utilizado. Por isso, devem-se tomar as medidas para diminuir ao máximo as conseqüências que esta ação pode trazer, por exemplo, o uso de roupa de proteção pessoal.

Durante o transporte, deve-se oferecer assistência às funções vitais dos pacientes transportados e utilizar medidas apropriadas para este fim (oxigênio, fluidos parenterales, reanimação cardiovascular, etc.). Em alguns casos, pode-se utilizar antídotos durante o transporte, como atropina em caso de intoxicação por substâncias organofosforadas.

Os hospitais que receberão as pessoas intoxicadas devem ser avisados para estar preparados e possam assim entrar em contato com os Centros de Informação Toxicológica, caso existam, para receber informação sobre a assistência médica especializada segundo o tipo de tóxico.

O oficial de transporte é o responsável pelo volume de pacientes e pela distribuição e transporte às áreas hospitalares. Para fazer isto, precisa-se da coordenação com o comando médico, o oficial de tratamento e as instalações médicas receptoras. Os incidentes com materiais perigosos podem saturar rapidamente as capacidades dos locais de tratamento médico. Portanto, o oficial de transporte deve controlar cuidadosamente o estado das instalações médicas e as suas capacidades para aceitar os pacientes.

Visto a possibilidade de contaminação do transporte e do pessoal que faz o transporte dos pacientes, é necessário manter uma adequada proteção nesta atividade.

2.5 Recursos médicos

Uma das atividades de maior importância no planejamento da resposta a um acidente envolvendo produto químico é prever os recursos médicos necessários para a assistência às vítimas, os quais já foram tratados nos preparativos para as emergências.

3. Conclusão

O trabalho que seja feito na etapa preparatória e na resposta a um acidente, bem como a maneira na qual estas atividades sejam organizadas, pode garantir o êxito e o cumprimento da meta principal: proteger a saúde e o ambiente, e minimizar as conseqüências.

Anexo 1

Listagem de equipamentos para o tratamento de emergência de pacientes vítimas de um acidente com produto químico

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Para a manutenção da função respiratória:

● Fornecimento de oxigênio● Laringoscópios● Sondas endotraqueais● Máscaras (oxigênio)● Sistema de absorção● Bolsa autoinflável● Equipamento para a traqueostomia (incluindo sondas)● Ventilador mecânico portátil.

Para a manutenção das funções cardiovasculares:

● Monitor cardíaco● Desfibrilador● Marca-passo externo

Para o tratamento sintomático e específico:

● Líquidos (colóides e cristalóides)● Medicamento (incluindo antídotos e eletrólitos)

Para a descontaminação:

● Regadores portáteis.● Fornecimento de água, sabão e soluções para enxagües específicos.● Equipamento para lavar os olhos (incluindo anestésicos locais).

Outros artigos necessários:

● Catéteres para vesícula● Recipientes para amostras (químicas e biomédicas).● Desinfetantes líquidos.● Materiais para vendagens● Cobertores, lençóis, roupões (para os pacientes depois da descontaminação)● Bolsas de plástico (para as roupas e outros materiais contaminados).● Equipamento de proteção para o pessoal de emergência.

Fonte: IPCS/PNUMA-OIT-OMS, OCDE. Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y respuesta. 1998.

Anexo 2

Listagem de medicamentos e antídotos necessários

Antídoto / Medicamentos Indicação Nitrilo de amilo (inalável) CianetoAtropina (injetável)1 Organofosforados, Carbamatosbudesonida (inalável)* 1,2 Gases irritantesbetametasona (injetável) 1,2 Gases irritantes

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Gluconato de cálcio (tópico) 1 Acido fluorídricoSais de cálcio (injetáveis) ** Acido fluorídricoEdetato de cobalto CianetosSolução de cobre * 1 Fósforo branco (amarelo)Dimercaprol * Arsênico, mercúrioSulfonato de dimercaptopropano (DMPS) * (injetável) (comprimidos)

Arsênico, mercúrio

Ácido dimercaptosuccínico (DMSA) * (injetável) (comprimidos)

Arsênico, mercúrio

Hidroxocobalamina (injetável) 1 Cianetos4-Dimetilaminofenol (4-DMAP) CianetosMetiltionina (azul de metileno) (injetável) * Nitritos, dinitrobenzeno (e outros agentes

formadores de metahemoglobina)Obidoxima (injetável) * 1 OrganofosforadosOxigênio 1 Monóxido de carbono, cianetos, ácido sulfúrico,

gases irritantes, nitrilosPolietilenglicol 400 (tópico) 1 FenolPermanganato de potássio

+Bicarbonato de sódio (tópico) * 1

Fósforo branco (amarelo)

Pralidoxima (injetável) * 1 OrganofosforadosSalbutamol (inalável) * 1 Gases irritantesNitrito de sódio 1 CianetosTiosulfato de sódio (injetável) 1 CianetosSulfato de terbutalina (inalável) * 1 Gases irritantesTetracaina hidrocloreto (solução ocular) * 1 Para irrigação ocularAzul de toluidina (injetável) Nitritos, nitrobenzina (e outros agentes

formadores de metahemoglobina)Xantina, derivados Gases irritantes

* Pode ser substituído por uma substância ou preparação equivalente.

** Excluído o cloreto de cálcio

1 Poderia ser necessário utilizá-lo no lugar do acidente.

2 Estas indicações no uso de corticoesteróides continuam causando polémica.

Fonte: IPCS/PNUMA-OIT-OMS, OCDE. Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y respuesta. 1998.

Anexo 3

Conhecimentos que devem ser adquiridos segundo o papel que tem o profissional de saúde no fluxograma de assistência à emergência (alguns exemplos).

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Os primeiros na resposta

● Características dos diferentes tipos de acidentes químicos● Medidas de proteção, incluindo o uso da roupa e equipamento de proteção● Riscos de contaminação● Indicações e procedimentos de descontaminação● Medidas específicas de primeiros socorros● Efeitos potenciais das substâncias químicas● Efeitos psicológicos dos acidentes químicos● Cadeia de mando no lugar do acidente● Identificação, seleção e tratamento inicial das vítimas● Uso e interpretação da informação de algumas fontes de informação (folhas técnicas e guias

de emergências)

Profissionais médicos e outros profissionais de saúdePrincípios de toxicologia médica e de medicina de emergência

● Manejo de acidentes em massa: metodologia para diagnosticar e tratar a uma grande quantidade de pacientes

● Identificação dos pacientes descontaminados e não descontaminados● O uso da "triagem"● A reação psicológica das vítimas, daqueles que respondem e do público● Procedimentos de descontaminação e equipamentos de proteção pessoal● Uso de antídotos● Uso e interpretação de informação toxicológica● Cadeia de mando em e durante uma emergência● Mando e controle no hospital.

5. Bibliografia

● OPS/OMS. Memorias del Seminario sobre Desastres Tecnológicos Asociados con Agentes Químicos, 1987.

● OPS/OMS. Organización de los servicios de salud para situaciones de desastres. 1983.

● WHO/IPCS. Health aspects of chemical safety – Emergency response to chemical accidents, 1981

● Young, L. Hospital preparedness for chemical accidents. Plant Technology and Safety Mangement Series No. 3, 1990.

● OECD. Guiding principles for chemical accident. Prevention, preparedness and response. Paris 1992.

● IPCS/PNUMA-OIT-OMS, OCDE. Accidentes químicos: aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y respuesta. 1998.

● U.S. Department of Health & Human Services. Medical management guidelines for acute chemical exposures, Volume III. San Rafael, ATSDR, 1992.

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A ASSISTÊNCIA PRÉ-HOSPITALAR NAS EMERGÊNCIAS QUÍMICAS

Carlos Alberto Guglielmi Eid

Introdução | Das emergências clínicas e traumas às emergências com produtos perigosos | A Cena em primeiro lugar | Múltiplas vítimas em emergência clínica - um sinal de alerta | Identificação do produto e estabelecimento de uma zona segura | O socorro às vítimas | Conclusão

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1. Introdução

A forma mais eficiente que se conhece para o atendimento inicial a uma vítima em situação de emergência e portanto com risco de vida ou sofrimento, é o Atendimento Pré-Hospitalar (APH).

Prestado ainda no local da ocorrência, é realizado por equipes treinadas e equipadas que buscam interromper o agravo a saúde, estabilizar as condições do paciente, no que for possível e transportá-lo de forma segura para um hospital adequadamente preparado.

Conhecido mundialmente por diversas denominações, como Sistema (ou Serviço) de Emergência Médica, Serviço de Atendimento Médico às Urgências, Sistema de Atendimento Pré-Hospitalar, este procedimento revolucionou, nas últimas três décadas, todo o processo inicial de socorro. Criou-se um contingente com milhares de novos profissionais em uma atividade até então inexistente e uma indústria competente que a cada dia oferece novos produtos e equipamentos, aumentando progressivamente o número de vidas salvas.

Com esta evolução os países foram, um a um, criando leis para regulamentar tal atividade, conferindo responsabilidade e definindo com precisão o que se esperava de cada sistema e de seus profissionais. O que era antes realizado apenas pelo espírito de solidariedade e altruísmo, passou a ser mais uma atividade com profissionais diplomados e preparados para tal.

No Brasil, apenas em agosto de 1998, o Conselho Federal de Medicina regulamenta tal área, considerando-a uma atividade médica, cabendo a este profissional a responsabilidade de coordenar tal sistema. Reconhece também que o médico não sai dos bancos escolares preparado para tal e determina que, para esta atividade, devem realizar uma qualificação adicional. Reconhece igualmente que muitos outros profissionais podem atuar no socorro direto às vítimas, devendo serem treinados e atuarem sempre sobre supervisão médica, mesmo que a distância. Em Junho de 1999, o Ministério da Saúde edita, nos mesmos termos, as normas a serem seguidas pelos serviços de saúde do Brasil.

2. Das emergências clínicas e traumas às emergências com produtos perigosos

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No seu início, os serviços de APH foram preparados para emergências como acidentes de trânsito, emergências clínicas e partos. Mas, a medida que o sistema evoluiu, outras situações existentes em menor frequência, passaram a necessitar um atendimento pré-hospitalar mais adequado. Dentre estas certamente estavam as emergências com produtos perigosos.

Emergências com produtos perigosos, sempre foram atendidas por órgãos específicos, preparados para tal, ou pelas próprias empresas que manuseiam os produtos. No entanto, o dia a dia de um serviço de emergência, coloca a equipe de socorro frente a situações com estes produtos, demonstrando a necessidade de maior preparo tanto nos processos de treinamento, como nos equipamentos para sua atuação.

3. A Cena em primeiro lugar

Muitos serviços, de fato a maioria, determinam à seus profissionais, que não tentem atuar em um acidente envolvendo produtos perigosos, a menos que estejam qualificados para fazê-lo, que estejam portando equipamentos adequados e que tenham pessoal suficiente para garantir a segurança da cena.

Um profissional altamente especializado no socorro a uma parada cardíaca, pode não saber avaliar o risco de explosão de um caminhão-tanque tombado.

Profissionais qualificados, antes de entrarem no local onde ocorreu o acidente, saberão avaliar os perigos e tomar as providências para eliminá-lo.

De uma forma sistemática, as equipes de socorro geral, antes de atenderem a vítima, devem avaliar a situação segundo três etapas distintas e bem definidas:

3.1 Qual é a situação – onde se busca identificar com precisão o que está ocorrendo e quais os detalhes que a cena oferece. Um socorrista com pouca experiência poderá centrar sua ação nas vítimas, não avaliando adequadamente o ambiente como um todo.

3.2 Para onde a situação pode evoluir – onde se busca prever as possibilidades de evolução da situação. Uma análise inadequada no item anterior, fatalmente induzirá a um erro neste momento

3.3 Que recursos deve-se acionar ou solicitar – com esta análise, completa-se uma primeira etapa, fundamental, antes que se inicie o manuseio das vítimas.

Naturalmente a rapidez e precisão com que alguns profissionais realizam estes três passos, são frutos de treinamento, experiência e constante avaliação dos resultados obtidos nas ocorrências passadas.

Para tanto, os serviços de APH devem desenvolver programas para a capacitação dos profissionais em geral e que podem ser os primeiros a chegar em uma área de emergência, reservando-se programas mais aprofundados e equipamentos específicos, para equipes selecionadas que atuarão como grupo especializado.

4. Múltiplas vítimas em emergência clínica - um sinal de alerta

Um alerta constante às equipes de APH geral, é a ocorrência de mais de uma vítima em emergência não traumática, em um mesmo ambiente. Antes mesmo de iniciar o socorro destas vítimas, dentro de um processo de socorro sistematizado, o ambiente deve ser analisado na busca de fatores

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externos como gases, que possam estar causando o problema e que vão requerer proteção da equipe de socorro.

A temida "visão em túnel" do socorrista, situação onde ele só vê a vítima a ser socorrida e não se preocupa com o ambiente, demonstra baixo treinamento e pouco profissionalismo. Os profissionais devem estar amadurecidos suficientemente para suportarem emocionalmente a existência de uma ou mais vítimas em um ambiente onde não podem entrar sem estarem preparados.

5. Identificação do produto e estabelecimento de uma zona segura

Base para um socorro eficiente, a identificação do produto permite atuação mais precisa na busca das melhores medidas médicas para socorro às vítimas. Igualmente, permite o estabelecimento de áreas seguras para atuação, bem como as áreas consideradas de risco, onde só se pode atuar devidamente protegido.

6. O socorro às vítimas

Inicialmente as vítimas devem ser removidas para um lugar seguro. Os socorristas devem estar preparados contra contaminações. A segurança deverá ser sempre a primeira regra a ser seguida. Podem ser necessárias técnicas de descontaminação das vítimas e dos socorristas, bem como manutenção das vias aéreas, antídotos específicos, além dos cuidados de lesões gerais.

Um grave problema ainda vivido no Brasil, é a definição do hospital para onde as vítimas serão levadas. A pouca participação dos hospitais aos sistemas de APH, tem causado enormes dificuldades que retardam o atendimento hospitalar definitivo, com graves prejuízos para os pacientes.

Algumas cidades possuem hospitais com áreas especializadas em intoxicações, porém o são em número pequeno.

Em outros pontos do país, a simples ausência de serviços pré-hospitalares, tem colocado as vítimas a mercê da própria sorte. Felizmente, a cada dia, estes serviços vão crescendo e ampliando sua cobertura.

7. Conclusão

A capacitação das equipes de APH geral, sempre constitui-se no ponto fundamental. Cada vez mais deve-se qualificar os profissionais para atuarem em situações que, se para eles não constituem-se na rotina, certamente de tempos em tempos poderão estar diante do desconhecido ou do inusitado. Mais ainda, poderão estar diante do "perigo".

A qualificação na identificação dos produtos perigosos, nos seus efeitos, nos cuidados e técnicas de socorro, devem nortear os programas de APH geral.

Apesar de existirem serviços de APH especializados em Produtos Perigosos, todos que atuam nesta área devem receber informações e treinamento. Assim, as vítimas serão atendidas corretamente e as equipes de socorro poderão atuar de forma segura.

Como último elo da cadeia, os hospitais devem participar do sistema geral de APH e daí em programas específicos.

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ACIDENTES ENVOLVENDO SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS. AÇÕES PÓS-EMERGENCIAIS

Lilia A. Albert Introdução | Objetivos | Informação necessária | Pesquisa do acidente | Pontos que devem ser tratados pela pesquisa dos acidentes | Relatório do acidente

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1. Introdução

Os acidentes envolvendo substâncias químicas estão associados à perda, derramamento, explosão, incêndio, etc., de substâncias perigosas para a saúde humana ou o ambiente, visto que estes são resultado deles ou que a fuga, derramamento, explosão, incêndio, etc., causem a entrada destas substâncias ao ambiente. Freqüentemente, as duas coisas ocorrem; isto significa, que em um princípio ocorre uma fuga, derramamento, explosão, incêndio, etc., eventos associados a uma ou mais substâncias químicas e então isto causa a formação de outras substâncias que entram no ambiente. Portanto, os acidentes químicos são acontecimentos perigosos, não somente quando ocorrem e para a comunidade mais próxima, mas também porque podem causar um grave dano a longo prazo e em lugares afastados.

Tecnicamente, faz-se a distinção entre: a) acidentes que são aqueles que causam danos materiais, lesões aos seres humanos, incluindo a morte, ou também a contaminação ambiental em diversos graus; b) incidentes nos quais as conseqüências adversas não são graves; c) ameaças, que são os casos nos quais um acidente não chega a ocorrer, mas que faltou pouco para ocorrer.

Os incidentes e as ameaças são muito importantes, já que na prática podem ser advertências oportunas da existência das condições para um acidente acontecer. Portanto, a sua pesquisa e análise é muito importante, visto que permitem adotar as medidas adequadas para evitar ou reduzir os acidentes ou a gravidade.

A pesquisa de ameaças, incidentes e acidentes, bem como a elaboração de relatórios técnicos a partir da análise de dados obtidos nela, deve ser parte essencial dos programas de saúde e segurança, bem como dos programas de proteção civil. As organizações responsáveis pela execução desses planos devem ter uma política explícita que obrigue a informar, analisar e elaborar um relatório sobre absolutamente todos os acidentes, incidentes, ameaças e situações de risco que possam se apresentar na zona.

Deve-se lembrar que, freqüentemente a diferença entre um incidente e um acidente, em outras palavras, entre um dano menor e outro grave, somente depende do acaso.

Quando as ações posteriores ao acidente são feitas de maneira correta, permitem determinar as suas causas e sugerir a tempo as medidas adequadas para reduzí-las ou eliminá-las; e portanto, contribuir para evitar acidentes futuros. Uma pesquisa profunda pode identificar as áreas-problema

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em uma organização ou setores vulneráveis em uma comunidade e contribuir para a redução dos respectivos riscos. Quando isto ocorre, o resultado é uma comunidade muito mais protegida ou um ambiente de trabalho mais seguro.

Portanto, os responsáveis pelos programas de segurança no trabalho no caso de empresas, ou de proteção civil no caso de comunidades, devem estabelecer uma certa quantidade de regras imprescindíveis e adotar as medidas necessárias para garantir o cumprimento absoluto em todos os casos, independentemente da magnitude do evento ou da presença ou ausência de pessoas feridas. Também deve-se pesquisar detalhadamente qualquer sucessão de ameaças, incidentes ou pequenos acidentes.

Este tipo de pesquisa, ainda que menos espetacular que aquela posterior a um acidente importante, talvez seja muito mais valiosa, já que permite identificar oportunamente as causas menores que, geralmente, passarão desapercebidas mas que, em conjunto, podem causar um acidente grave.

2. Objetivos

As ações de pós-emergência dos acidentes são feitas para:

a. Reunir dados e evidências sobre o assunto.b. Analisá-los objetivamente.c. Obter conclusões.d. Fazer recomendações e evitar que o acidente se repita.

3. Informação necessária

O objetivo da pesquisa do acidente é identificar os fatos e as condições nas quais este aconteceu, bem como cada um dos danos provocados, além de registrar estes dados e avaliá-los.

O registro dos danos é um indicador sobre as áreas, condições e circunstâncias onde devem estar dirigidos os esforços de prevenção.

Os sete grupos de dados que reúnem o mínimo que se deve conhecer sobre um acidente são:

a. Características das vítimas. (nome, endereço, idade, sexo, relação ao acidente). Se se trata de um empregado, deve-se incluir as atividades que desempenha durante o trabalho, a antiguidade e a sua experiência.

b. Natureza das lesões, danos ou sintomas. Estes devem ser documentados para cada uma das pessoas afetadas.

c. Descrição do acidente. Preferencialmente, deve ser preparado como uma narração e incluir: a data, a hora e o lugar do acidente; dados climatológicos, etc. Na medida do possível, deve-se descobrir o que cada um dos afetados estava fazendo, os objetos e substâncias envolvidas e as ações ou movimentos que precederam o acidente. Com estes dados, deve-se fazer uma seqüência detalhada a partir do fato ou fatos que desencadearam o acidente. Do mesmo modo, deve-se descrever as características do equipamento utilizado para controle e qualquer outro dado que seja importante.

d. Descrição das atividades prévias. Esta deve ser a mais completa possível e deve incluir as atividades gerais e específicas. Deve-se anotar também a natureza da supervisão nesta etapa (direta ou indireta) e indicar se não houve supervisão.

e. Fatores de tempo. Neste item, deve-se registrar a hora do acontecimento do acidente e se este está ligado ao mesmo; por exemplo, se era a primeira hora do turno, o terceiro turno (na noite), etc. Também interessa anotar a natureza dos turnos de trabalho (fixos, alternados, rotativos, diurnos, etc.) e se os trabalhadores afetados estavam na sua hora de descanso,

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alimentação, ou tempo extra, etc.f. Fatores de causa Estes são eventos e condições que em uma primeira pesquisa podem ter

contribuído diretamente no acidente. Normalmente, ocorrem eventos prévios que, ainda que não tiveram caráter de acidente, contribuíram ou podem ter contribuído; por exemplo, algo que aconteceu e não devia ter ocorrido ou ao contrário, algo que não ocorreu e que devia ter ocorrido.

g. Ações corretivas. Estas devem incluir aquelas ações que foram adotadas durante o acidente e imediatamente depois dele para evitar a sua recorrência; incluem as ações temporais e as permanentes; estas devem ser descritas com clareza.

Neste grupo também devem anotar as ações que deveriam ter sido adotadas e que não foram, bem como as recomendações sobre o equipamento individual de proteção, treinamento, revisões e modificações dos procedimentos operacionais e qualquer outra ação corretiva que possa contribuir para evitar que acidentes semelhantes ocorram.

4. Pesquisa do acidente

É essencial lembrar, que o objetivo da pesquisa de um acidente NÃO É PROCURAR OS CULPADOS MAS SIM IDENTIFICAR AS CAUSAS para que em uma etapa subseqüente, possam ser ELIMINADAS ou REDUZIDAS, na medida do possível.

Portanto, a pesquisa dos acidentes deve ser objetiva e estar dedicada à obtenção de dados, não à procura de culpados, verdadeiros ou falsos. Se isto não for entendido claramente desde o princípio, corre-se o risco que a pesquisa cause mais danos do que benefícios. Ao mesmo tempo, a credibilidade do pesquisador fica muito reduzida entre as pessoas que devem lhe ajudar, bem como o apoio e a informação destas pessoas e que pode ser muito importante.

Isto não significa que o pesquisador deve passar por alto os atos errôneos ou irresponsáveis que ele conheça, nem encobrir os causantes de qualquer ação perigosa que tinha contribuído ao acidente, se os identificar. Porém, o seu principal objetivo é recolher dados sobre os fatos e analisá-los de maneira objetiva, para que a pesquisa e o relatótio que surja dela possam contribuir realmente a evitar acidentes futuros.

É muito importante que a pesquisa seja realizada por uma pessoa com experiência que possa identificar todos os pontos críticos antes e durante o acidente. Além disso, esta pessoa deve estar capacitada para dar-lhes o devido ênfase, de modo que as conclusões reflitam a realidade, tanto aparente como oculta e que as recomendações sejam verdadeiramente úteis e as causas do acidentes sejam corregidas.

A base de um adequado programa de pesquisa e ações pós-emergenciais dos acidentes envolvendo substâncias químicas é um bom sistema de relatórios sobre acidentes. Neste ponto, o erro mais comum é pesquisar e fazer relatórios formais somente sobre os acidentes graves. Outro erro comum, principalmente no caso dos acidentes envolvendo substâncias químicas que afetam as comunidades, é tentar reduzir os efeitos, eliminar as notícias com maior brevidade e terminá-lo quando a indenização dos afetados é concluída, sem fazer nunca a pesquisa do acidente ou ainda pior, ocultando ou distorce os resultados.

Evidentemente, a consequência destes dois erros é perder a oportunidade de identificar as causas dos acidentes e de utilizar a experiência para eliminá-las, e na medida do possível evitar que acidentes semelhantes se repitam.

5. Pontos que devem ser tratados pela pesquisa dos acidentes

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5.1 Tempos

A pesquisa deve ser realizada com a maior brevidade, uma vez que o acidente tenha sido controlado. Qualquer atraso, só de poucas horas, pode provocar a perda de informação essencial porque foi esquecida, destruída ou eliminada de qualquer outra forma, intencional ou não.

É evidente que uma pesquisa rápida e cuidadosa no lugar do acidente é importante demais para responder as perguntas clássicas: quem?, onde?, quando?, como? quê?, por quê? Por exemplo, as testemunhas lembrarão mais detalhes, possivelmente os restos estarão ainda no lugar, existirão resíduos das substâncias da perda ou derramamento e poderão ser analisadas, etc.

Em conseqüência, quanto mais rápido chegar o pesquisador ao lugar dos fatos, menor será o risco de perder detalhes essenciais.

5.2 Evidências

Guardar as evidências de um acidente facilita a pesquisa e contribui com sua objetividade. Observar e registrar as evidências que podem ser pouco duráveis –como as leituras de instrumentos, estados dos painéis de controle, detalhes do clima, etc.- pode melhorar enormemente os resultados, conclusões e recomendações da pesquisa.

As evidências podem ser conservadas em fotos, videos, desenhos, diagramas, gráficos, bem como podem ser gravadas ou recolhidas de qualquer outra maneira prática. Cada foto, desenho, diagrama, etc., deve estar acompanhado de anotações detalhadas.

5.3 Identificação das causas

Muitas causas e fatores contribuem para a ocorrência de acidentes, freqüentemente por uma combinação ao acaso desses fatores, os quais não são necessariamente os mesmos embora aparentemente o acidente seja semelhante.

Geralmente, os fatores de um acidente são só os sintomas visíveis de outras causas menos evidentes nos processos. Entre os mais comuns destes fatores estão, no caso das empresas: manutenção inadequada, equipamento incorreto, treinamento insuficiente ou a completa falta de treinamento dos empregados, falta de procedimentos de segurança ou de uma política de supervisão periódica. Outra causa menos evidente que freqüentemente contribui para agravar os resultados de um acidente, é a falta de treinamento adequado e do equipamento individual de proteção no pessoal de primeira resposta.

No caso de acidentes que afetam a população em geral, existem muitos fatores que os agravam, entre estes, a falta de organização e conhecimento nos níveis de decisão, o que leva as autoridades a adotarem decisões errôneas ou não adotarem decisão nenhuma. Outro fator é que não tenha sido definido previamente quem é o responsável de cada ação em particular, etc. Em um caso extremo, este conjunto de deficiências pode levar a paralisar as ações ou a expôr a comunidade a riscos que não tinham sido apresentados.

5.4 Testemunhas

Normalmente, estas são as melhores fontes de informação sobre um acidente. As testemunhas não são somente aquelas pessoas que viram como aconteceu o acidente, mas qualquer pessoa que saiba algo sobre o assunto e possa fornecer informação útil. Deve-se perguntar a todas as testemunhas os nomes e outros dados de todas as pessoas que possam contribuir com dados adicionais de interesse sobre o acidente.

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Deve-se interrogar individualmente as testemunhas, e quando for possível, imediatamente após o acidente, já que, de outro modo, podem esquecer detalhes que poderiam ser cruciais, embora eles não os identifiquem assim. Desta maneira também evita-se que estas pessoas subconscientemente modifiquem as suas histórias para ajustá-la ao que é aceito pela empresa, comunidade ou autoridades, ou vice-versa; isto depende do caráter da pessoa. Um indivíduo com imaginação fértil pode "lembrar" detalhes que não aconteceram.

Por isso, no princípio de qualquer pesquisa de um acidente químico é essencial dedicar o tempo necessário para entrevistar a maior quantidade de testemunhas. Na medida do possível, as entrevistas devem ser feitas no lugar do acidente; deste modo a memória das testemunhas é reforçada e podem ser feitas perguntas concretas para que descrevam o que aconteceu.

Para que as entrevistas sejam mais produtivas, é essencial obter a cooperação das testemunhas, saber escutar pacientemente e explicar-lhes com clareza que a pesquisa está dedicada à procura de dados, NÃO À PROCURA DE CULPADOS. Desta maneira, elas saberão desde o início que as suas declarações não lhes incriminarão nem a outras pessoas que podem ser os seus amigos, chefes, sendo isto talvez um fator de preocupação e portanto, como resultado a colaboração poderia ser menor do que era desejada.

Os empregados e o pessoal de primeira resposta que estiveram no acidente devem ser entrevistados primeiro e depois as outras testemunhas menos importantes.

É recomendável solicitar aos indivíduos que estiveram diretamente relacionados ao acidente, que forneçam idéias sobre como evitar que aconteçam novamente acidentes similares, pois, suas sugestões freqüentemente serão as melhores.

No final de cada entrevista, o responsável deve agradecer a cada testemunha que tenha dado seu tempo e os dados que pode oferecer à pesquisa do acidente, bem o fato de ter compartilhado as suas idéias sobre o assunto com o pesquisador.

6. Relatório do acidente

Deve-se preparar sempre um relatório formal com os resultados da pesquisa do acidente, este é essencial para qualquer avaliação futura do caso, imediatamente depois do acidente ou muito tempo depois dele. As partes básicas deste relatório são:

a. Títulob. Índicec. Resumo executivod. Antecedentese. Resultadosf. Conclusõesg. Recomendaçõesh. Anexos

O ênfase do informe se encontra na identificação das causas do acidente e na proposição de recomendações viáveis para reduzir a probabilidade de casos futuros (os riscos).

Uma vez terminado, o conteúdo deve ser analisado criticamente para garantir que todos os pontos importantes foram incluídos e enfatizados, e que as conclusões e recomendações estão adequadas para o caso.

Em alguns países, têm sido estabelecidos formatos específicos para prestar auxílio aos

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responsáveis pelo recolhimento dos dados e a preparação dos relatórios.

Em qualquer caso, é essencial lembrar que alguns dos requisitos que favorecem a repetição de um acidente é não fazer uma pesquisa adequada e não preparar um relatório completo, claro, objetivo e com resultados; ao contrário, é necessário ter um documento que permita avaliar a eficiência das medidas preventivas e corretivas que estabeleçam a raiz do acidente. Outra maneira que favorece a repetição do acidente é fazer a pesquisa e preparar o relatório, mas arquivá-lo sem executar as medidas que são recomendadas nele.

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Power Point Modulo deperguntas

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Início daunidade

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ESTUDO DE CASOS

Caso 1: Acidente rodoviário com caminhão transportando produtos perigosos em carga fracionada

Caso 2: Vazamento de produtos químicos diversos em uma empresa desativada

Caso 3: Acidente ambiental no transporte rodoviário de carga líquida a granel

Caso 4: Acidente ambiental no transporte de carga líquida a granel

Caso 5: Tombamento de caminhão-tanque que tranporta ácido sulfúrico

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ESTUDO DE CASOS

ACIDENTE RODOVIÁRIO COM CAMINHÃO TRANSPORTANDO PRODUTOS PERIGOSOS EM CARGA FRACIONADA

Um caminhão transportando produtos químicos diversos, colidiu com o muro de proteção de uma ponte, provocando o vazamento de parte da carga. Foto 1

Parte dos produtos transportados contaminaram o solo e um rio que passa sob a ponte. No momento do acidente chovia intensamente.

Os produtos químicos pertenciam a diferentes classes de risco e estavam sendo transportados em diversos tipos de embalagens, conforme a descrição abaixo:

● Resina acrílica (ONU – 1866 ) – Tambor metálico● Enxofre (ONU – 1350 ) – Saco plástico● Butanona/matanol (ONU – 1993) – Tambor metálico● Líquido corrosivo (ONU – 1760) – Bombona plástica● Peróxido de metiletilcetona (ONU – 3105) – Bombona plástica● Nitrocelulose (ONU – 1263) – Barrica de papelão

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ESTUDO DE CASOS

VAZAMENTO DE PRODUTOS QUÍMICOS DIVERSOS EM UMA EMPRESA DESATIVADA

Uma empresa que produzia óxido de cromo foi desativada e deixou suas instalações abandonadas com diversas embalagens que continham resíduos químicos diversos com vazamentos. Foto 1 e Foto 2

O Corpo de Bombeiros foi chamado para atender uma emergência química durante uma noite que ocorria o vazamento de um tambor metálico em mal estado de conservação contendo ácido clorosulfônico. No local foi constatado que a referida empresa estava localizada em área residencial e que estava ocorrendo a formação de uma nuvem ácida que causava problemas na população local.

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ESTUDO DE CASOS

ACIDENTE AMBIENTAL NO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGA LÍQUIDA A GRANEL

Veículo: carreta-tanqueProduto: Ácido sulfúrico 98%Código ONU: 1830, classe 80Quantidade transportada: 19.900 litrosQuantidade vazada: 14.000 litrosQuantidade remanescente no tanque: 5.900 litrosLocal: margem de rodovia em área rural pouco habitada; região serrana onde o município mais próximo dista 40 km do local do acidente. Histórico:

Tombamento do veículo junto ao acostamento da rodovia, provocando o rompimento da tampa de visita e o conseqüente vazamento da carga (Foto 1).

O produto escoou pela canaleta de drenagem da pista até atingir uma caixa de captação de águas pluviais, donde fluiu por uma canaleta natural de drenagem do terreno que conduz a um rio (Foto 2), o qual possui um caudal significativo, contando com larguras variando entre 5 e 20 metros e profundidade média de 1,50 metro (Foto 3). Ressalte-se que o produto não atingiu o corpo d’água, ficando retido cerca de 10 metros antes do mesmo (Figura 1: Croqui de localização).

Captação de água para abastecimento de um pequeno município situado 16 km à jusante do local do acidente.

Houve acúmulo de ácido em vários empoçamentos ao longo do trajeto percorrido pelo produto vazado(Foto 4), onde existe uma propriedade rural destinada à criação de gado bovino. Estimou-se em 2.500 litros o volume de produto acumulado na poças.

Equipe de atendimento foi acionada 8 horas após o sinistro e, ao chegar ao local da ocorrência, verificou que não tinham sido adotadas medidas para minimizar o impacto ambiental.

Não foi registrada a presença de animais mortos ou moribundos.

Foram desenvolvidas atividades de transferência da carga remanescente no tanque, recolhimento do produto vazado, neutralização, remoção de solo contaminado e destinação adequada dos resíduos sólidos e líquidos gerados.

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ESTUDO DE CASOS

ACIDENTE AMBIENTAL NO TRANSPORTE DE CARGA LÍQUIDA A GRANEL

Veículo : caminhão tanqueProduto : óleo combustível – tipo C4 Código ONU : 3257 – Classe de risco ( 9 )Quantidade transportada: 24.500 litrosQuantidade derramada: 22.000 litrosQuantidade restante no tanque: 2.500 litrosLocal: às margens de uma rodovia, área não habitada

Histórico:

O tombamento de um caminhão tanque, provocou a abertura das tampas de visita dos tanques, ocasionando o derrame da maior parte do produto transportado, imediatamente se iniciou um incêndio (Foto 1). O Corpo de Bombeiros combateu o incêndio com água e espuma química.

A equipe de atendimento de emergência chegou ao local da ocorrência duas horas depois do fato, sendo que, do momento do acidente até a chegada da equipe de emergência, nenhuma medida de contenção, havia sido adotada.

Depois de percorrer uma canaleta do sistema de drenagem de águas pluviais, o produto atingiu uma área de charco de aproximadamente, 150 m de comprimento, por 30 m de largura e 0,50 m de profundidade (Foto 2).

Cerca de 60% da área do charco foi contaminada. Posteriormente o produto atingiu um córrego, afluente de um rio importe, utilizado principalmente para o abastecimento de água de várias industrias da região, e distante cerca de 1,5 Km do local do acidente. (Figura 1. Croqui de localização)

O referido córrego mede 50 m de comprimento, 3 m de largura e 1 m de profundidade em seu leito existe vegetação aquática abundante que foi contaminada pelo produto. Posteriormente, a vegetação contaminada foi removida e entamborada, (Foto 3).

No córrego foram construidas diversas barreiras de contenção, (Foto 4), (Foto 5), (Foto 6). O produto contido nas barreiras foi recolhido por caminhões vacuo, (Foto 7).

Na ocasião, não foram observados animais mortos ou moribundos.

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ESTUDO DE CASOS

TOMBAMENTO DE CAMINHÃO-TANQUE QUE TRANPORTA ÁCIDO SULFÚRICO

Um camión-tanque se volcó, lo que generó la fuga de 13.000 litros de ácido sulfúrico 98%. El producto derramado llegó al sistema de drenaje de la pista que desagua en un barranco y, posteriormente num córrego con baja vazão, que atravessa un pantano, dos lagos y charcos (Foto 1), os quais eram utilizados para recreação.

Después de quatro dias, un lago de una hacienda y un lago de un club de campo fuerón contaminados, causando mortandad de peces (Foto 2).

No oitavo dia após a ocorrência foi aplicada 4 toneladas de cal nos dois lagos, os quais continham vida aquática agonizando (Foto 3).

Quatorze dias após o acidente, todos os peixes estavam mortos e os lagos ainda estavam contaminados (Foto 4).

Não ocorreu chuvas no período do atendimento emergencial. As ações relatadas foram as únicas realizadas no atendimento.

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LINKS ÚTEIS

Organizações internacionais

Agências e Organizações Nacionais

Base de Dados

Documentos a texto completo

Bibliotecas Virtuais

Armas Químicas e Biológicas

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LINKS ÚTEIS

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

Organização Pan-Americana da Saúde

http://www.paho.org

Programa de Preparativos para Casos de Desastre (PED/OPAS)

http://www.disaster.info.desastres.net

Centro Regional de Informação sobre Desastres da América Latina e o Caribe (CRID)

http://www.crid.desastres.net/crid/index.htm

Centro Pan-Americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente

http://www.cepis.ops-oms.org

Organização Mundial da Saúde (OMS)

http://www.who.org

Programa Internacional de Seguridade de Substâncias Químicas

http://www.who.int/pcs/index.htm

IOMC: Inter-organization Programme for the Sound Management of Chemicals: OMS, OIT, PNUMA, FAO,UNIDO, UNITAR e a OCDE.

http://www.who.int/iomc/gateway/

Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas

http://www.reliefweb.int/ocha_ol/index.html

Organização Internacional do Trabalho

http://www.ilo.org/public/spanish/index.htm

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

http://www.unep.org

APELL. Awareness and Preparedness for Emergencies at Local Level: Process for responding to technological accidents.

http://www.unepie.org/apell

PNUMA/Escritório Regional para a América Latina

http://www.rolac.unep.mx/

UNEP/Chemicals http://www.chem.unep.ch/irptc/ .

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Organização Marítima Internacional

http://www.unep.org/unep/partners/un/imo/home.htm

Agência Internacional de Energia Atômica

http://www.iaea.org/worldatom/

Organização das Nações Unidas para oDesenvolvimento Industrial (UNIDO)

http://www.unido.org

Organização para a Cooperação eDesenvolvimento Económico(OCDE/Chemical Accidents)

http://www.oecd.org/ehs/accident.htm

ICCA– Conselho Internacional de Associações Químicas

http://www.icca-chem.org

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LINKS ÚTEIS

AGÊNCIAS E ORGANIZAÇÕES NACIONAIS

Centro para a Prevenção e Controle de Doenças (CDC)/ Instituto Nacional para a Saúde e Seguridade Ocupacional (NIOSH)

http://www.cdc.gov/niosh/homepage.htm

OSHA (Occupational Safety & Health Administration)

http://www.osha-slc.gov/SLTC/emergencyresponse/index.html

The Chemical Emergency Preparedness and Prevention Office - USEPA

http://www.epa.gov/swercepp/

ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química

http://www.abiquim.org.br

ABNT - Associação Brasileira das Normas Técnicas

http://www.abnt.org.br

American Chemistry Council http://www.americanchemistry.com/

Health and Safety Executive http://www.hse.gov.uk

American Institute of Chemical Engineers

http://www.aiche.org

Transport Canada (CANUTEC) http://www.tc.gc.ca/canutec/en/menu.htm

DOT's Office of Hazardous Materials Safety

http://hazmat.dot.gov/

The US National Response Team http://www.nrt.org/

Hazardous Materials Information Site

http://hometown.aol.com/hazmatinfo/index.html

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LINKS ÚTEIS

BASE DE DADOS

Produtos químicos

CAMEO Computer-Aided Management of Emergency Operations

CAS Chemical Abstracts Service

CHEMID PLUS/NLM Chemical Identification Plus/NLM

CHEMINDEX/CCOHS CHEMINDEX database/CCOHS

CHEMFINDER CHEMFINDER Database and Internet Searching

CHEMICALS/CROSS ROADS

Crossroads Chemicals / NSC

CHRIS Chemical Hazard Response Information System

ERG 2000 2000 Emergency Reponse Guidebook

FISQ Fichas Internacionais de Segurança Química/IPCS

HSDB / NLM Hazardous Substances Databank / NLM

INCHEM / IPCS International Programme on Chemical Safety

IRPTC / UNEP Registro Internacional de Produtos Químicos Potencialmente Tóxicos

NIOSH Pocket Guide Online NIOSH Pocket Guide to Chemical Hazards

OSH Answers OSH Answers Chemicals & Materials

ToxFAQs / ATSDR Frequently Asked Questions About Contaminants Found at Hazardous Waste Sites

TOP 20 Hazardous Substance / ATSDR/EPA

Top 20 Hazardous Substance / ATSDR/EPA

Treatment Guides / IPCS

IPCS INTOX Treatment Guides

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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevençao, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"

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CEPIS/OPAS, Curso de Auto-instrução "Prevençao, Preparação e Resposta para Desastres envolvendo Produtos Químicos"

LINKS ÚTEIS

DOCUMENTOS DE TEXTO COMPLETO

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Título: Ações de Resposta Médica em Emergências Químicas

Autor: González, Diego; Pérez, Rafael

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Título: Metodologia e Instrumentos de Apoio para a Preparação e Resposta aos Acidentes Químicos

Autor: Heileman, Leo; Bravo, Enrique

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Título: Aspectos Teóricos Sobre a Planificação de Emergências no Lugar do Acidente : Comando do Lugar

Autor: Arias Díaz, Rodolfo

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Título: A Experiência de Porto Rico na Prevenção de Acidentes

Autor: Rohena, Santos

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Título: Organização e Responsabilidades na Prevenção e Planificação de Emergências que Envolvem Substâncias Químicas

Autor: Ellison, Duncan

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Título: Emergências Químicas no Âmbito do Programa Internacional de Segurança das Substâncias Químicas (IPCS) – Américas

Autor: Galvao, Luiz A.

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Título: Memória do Simpósio Regional sobre os Preparativos para as Emergências e os Desastres Químicos: Um Desafio para o Século XXI

Autor: Au.Institucional: OPAS

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Título: Método de Avaliação de Riscos em Acidentes Químicos

Autor: Zagal, Jesús

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Título: Guia de Resposta em Emergências (ERG2000)

Autor: EUA. Departament of Transportation

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Título: Accidentes químicos: Aspectos relativos a la salud. Guía para la preparación y respuesta

Autor: OPAS

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Título: Principios guías para la prevención de accidentes químicos , preparación y respuestas

Autor: OCDE

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LINKS ÚTEIS

BIBLIOTECAS VIRTUAIS

BVD, A Biblioteca Virtual de Desastres, criada pela OPAS em colaboração do Centro Regional de Informação de Desastres (CRID) dá acesso a centos de documentos em texto completo sobre preparativos, mitigação e resposta a desastres.

http://www.helid.desastres.net/

Biblioteca Virtual de Saúde e Ambiente (BVSA), criada pela OPAS através do seu Centro Pan-Americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente (CEPIS), permite acesso a grande quantidade de fontes de informação em diferentes formatos e em áreas muito variadas, para ter acesso a informação sobre substâncias químicas sugere-se entrar ao site de Toxicologia.

http://www.cepis.ops-oms.org

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ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS

Materiais educativos

Textos completos

Páginas de interesse

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ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS

MATERIAIS EDUCATIVOS

Health aspects of biological and chemical weapons: Unofficial draft

LEPCs and Deliberate Releases: Addressing Terrorist Activities in the Local Emergency Plan

Planning for Mayor Incidents - The NHS Guidance: Chapter 8 - Chemical Incidents

This is an official CDC Health Advisory: How to handle Anthrax and other biological agent threats

Precauciones de seguridad importantes para el manipuleo de correo que contenga material de amenaza biológica

Hoja informativa de carbunco (ántrax)

Información Básica sobre Bioterrorismo: Actualización Epidemiológica Contínua OGE Nº 01-2001

Boletín especial : Emergencias Químicas - Parte 1

Boletín especial : Emergencias Químicas - Parte 2

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ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS

TEXTOS COMPLETOS

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Título: Biological warfare, bioterrorism, biodefence and the biological and toxin weapons convention

Autor: DaSilva, Edgar J.

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Título: Information about the anthrax vaccine and the anthrax vaccine immunization program (AVIP)

Autor: Anthrax Vaccine Immunization Program; Agency Office of the Army Surgeon General

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Título: Bioterrorism alleging use of anthrax and interin guidelines for management

Autor: Centers for Disease Control and Prevention

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Título: Clinical and epidemiologic principles of anthrax

Autor: Cieslak, Theodore J.; Eitzen, Edward M.

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Título: Definiciones de caso : brucelosis, carbunco (antrax) y rabia

Autor: OPAS

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Título: Carbunco

Autor: OPAS

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Título: Preparación ante el riesgo global de terrorismo biológico y químico

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Autor: Argentina. Ministerio de Salud. Secretaría de Atención Sanitaria. Subsecretaría de Programa de Prevención y Promoción; Dirección Nacional de Emergencias, Trauma y Desastres

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Título: Recomendaciones para la investigación y tratamiento de agentes biológicos de alto impacto negativo

Autor: Argentina. Ministerio de Salud. Secretaría de Atención Sanitaria. Subsecretaría de Programa de Prevención y Promoción; Dirección Nacional de Emergencias, Trauma y Desastres

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Título: Chemical-biological terrorism and its impact on children : a subject review (RE9959)

Autor: American Academy of Pediatrics

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Título: Boletín especial : Emergencias Químicas - Parte 1

Autor: Argentina. Ministerio de Salud de la Nación

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Título: Boletín especial : Emergencias Químicas - Parte 2

Autor: Argentina. Ministerio de Salud de la Nación

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Título: Emergency Room Procedures in Chemical HazardEmergencies A Job Aid

Autor: Centers for Disease Control and Prevention - CDC. National Center for Environmental Health - NCEH

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Título: Information for Health Care Providers

Autor: Centers for Disease Control and Prevention - CDC. National Center for Environmental Health - NCEH

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Título: Medical Management of Chemical Casualties Handbook

Autor: Unites States Army Medical Research Institute of Chemical Defense - USAMRICD

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Título: Medical Management Of Biological Casualties Handbook

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Autor: U.S. Army Medical Reseach Institute of Infectious Diseases

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Título: Medical Management of Radiological Casualties

Autor: Military Medical Operations Office. Armed Forces Radiobiology Research Institute

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Título: Medical Aspects of Chemical and Biological Warfare

Autor: Medical Department of the Army

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ARMAS QUÍMICAS E BIOLÓGICAS

PÁGINAS DE INTERESSE

Health aspects of biological and chemical weapons: Unofficial draft

http://www.who.int/emc/pdfs/BIOWEAPONS_FULL_TEXT2.pdf

Responding to the deliberate use of biological agents and chemicals as weapons

http://www.who.int/emc/deliberate_epi.html

Frequently asked questions regarding the deliberate use of biological agents and chemicals as weapons

http://www.who.int/emc/questions.htm

Bioterrorismo: pensando lo impensable

http://165.158.1.110/spanish/DPImag/Numero8/article6.htm

CDC - Public Health Emergency Preparedness & Response: Anthrax information

http://www.bt.cdc.gov

Public Health Preparedness for Bioterrorism

http://www.emforum.org/vlibrary/010214.htm

EID Special issue: Bioterrorism as a public health threat

http://www.cdc.gov/ncidod/EID/vol4no3hendrsn.htm

EPA: Counter-terrorism http://www.epa.gov/swercepp/cntr-ter.html

LEPCs and Deliberate Releases: Addressing Terrorist Activities in the Local Emergency Plan

http://www.epa.gov/swercepp/factsheets/lepcct.pdf

Bioterrorism and Public Health http://www.hc-sc.gc.ca/pphb-dgspsp/publicat/ccdr-rmtc/01vol27/dr2704ea.html

Planning for Mayor Incidents - The NHS Guidance: Chapter 8 - Chemical Incidents

http://www.doh.gov.uk/epcu/epcu/chem.htm

Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons - OPCW

http://www.opcw.org

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Chemical and Biological Weapons Nonproliferation Project

http://www.stimson.org/cwc/terror.htm

Frequently Asked Questions: Personal Protection & Chemical or Biological Terrorism

http://www.stimson.org/cwc/persprot.htm

Frequently Asked Questions: Likelihood of Terrorists Acquiring and Using Chemical or Biological Weapons

http://www.stimson.org/cwc/acquse.htm

Ataxia: The Chemical and Biological Terrorism Threat and the US Response

http://www.stimson.org/cwc/ataxia.htm

Chemical & Biological Defense Division - CBD: Identifying, Understanding and Protecting Against the Threat

http://www.sri.org/chemical_biological_defense.htm

New Vigilance:Identifying and Reducing the Risks of Environmental Terrorism

http://www.pacinst.org/environmental_terrorism_final.pdf

This is an official CDC Health Advisory: How to handle Anthrax and other biological agent threats

http://www.bt.cdc.gov/DocumentsApp/Anthrax/10122001Handle/OfficialCDCHealthAdvisoryOct122001.pdf

Center for the Study of Bioterrorism and Emerging Infections - CSB & EI: Centers for Public Health Preparedness

http://bioterrorism.slu.edu/

Anthrax as a biological weapon: medical and public health management

http://jama.ama-assn.org/issues/v281n18/fpdf/jst80027.pdf

Precauciones de seguridad importantes para el manipuleo de correo que contenga material de amenaza biológica

http://www.cepis.org.pe/bvsea/e/fulltext/boletin/Boletin03.pps

Preguntas más frecuentes relacionadas con el uso deliberado de agentes biológicos y químicos como armas

http://www.cepis.org.pe/bvsacep/e/faq.html

Hoja informativa de carbunco (ántrax)

http://www.cepis.org.pe/bvsacep/e/antrax/hojainfo.html

Federal Emergency Management Agency - FEMA : Preparedness

http://www.fema.gov/pte/carep.htm

Medical NBC online Information Server

http://www.nbc-med.org/ie40/Default.html

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Información Básica sobre Bioterrorismo: Actualización Epidemiológica Contínua OGE Nº 01-2001

http://www.cepis.org.pe/bvsacep/e/antrax/minsalud.pdf

Center for Civilian Biodefense Studies: Information for Clinicians on Anthrax

http://www.hopkins-biodefense.org/

Una amenaza poco probable http://www.bullatomsci.org/Spanish/esptucker.html

Bioterrorismo: Debate com o Prof. Paulo César Peregrino

http://revista.fapemig.br/1/bioterrorismo/

Firepower in the Lab: Automation in the Fight Against Infectious Diseases and Bioterrorism (2001)

http://www.nap.edu/books/0309068495/html/

Anthrax vaccine and biological weapons issues

http://www.maxwell.af.mil/au/aul/bibs/anthrax/anthrax.htm

CDC - Public Health Emergency Preparedness & Respose: Planning Guidance

http://www.bt.cdc.gov/Planning/

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Tela recomendada: 600 x 800 pixeis

Secretaría deMedio Ambiente

Sao Paulo

Gobierno del estadode Sao Paulo

CETESB OPS-OMS CEPIS FUNASAFundação Nacional

de Saude

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CRÉDITOS

Quem fez possivel este curso?

Este curso é o resultado de um trabalho conjunto entre o Centro Colaborador OPAS/OMS visando o atendimento de emergências em casos de desastres, com sede na CETESB, São Paulo, Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde através do Programa de Preparativos para Casos de Desastres (PED), a Divisão de Saúde e Ambiente (HEP) e o Centro Pan-Americano da Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente (CEPIS/OPAS).

O conteúdo técnico do material apresentado foi desenvolvido por uma equipe de profissionais da Região vinculados com este tópico. A tradução ao português foi feita pelo CEPIS/OPAS com o apoio de FUNASA/Brasil e da Representação de OPAS/OMS em Brasil. O desenho das páginas do curso foi um trabalho desenvolvido pela equipe de informática do CEPIS/OPAS.

As opiniões expressadas, sugestões formuladas e denominações empregadas neste material de treinamento não refletem necessáriamente os critérios e a política da OPAS/OMS nem dos seus estados membros.

A Organização Pan-americana da Saúde dará consideração favorável às solicitações de autorização para reproduzir ou traduzir, total ou parcialmente, este disco. As solicitações deverão ser enviadas ao Programa de Preparativos para Situações de Emergência e Socorro em Casos de Desastre ou ao Centro Pan-americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente (CEPIS).

A execução deste material tem sido possível pelo apoio financeiro da Divisão de Ajuda Humanitária Internacional da Agência Canadense para o Desenvolvimento Internacional (IHA/CIDA), o Escritório de Assistência ao Exterior em Casos de Desastre da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (OFDA/AID) e o Departamento para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID).

Para se obter maior informação, contacte-se com:

Programa de Preparativos para Situações de Emergência e Socorro em Casos de Desastre, Organização Pan-americana da Saúde, OPAS525 Twenty-third Street, N.W., Washington, D.C. 20037, EUA Fax: (202) 775-4578; Endereço eletrônico: [email protected] Website: www.paho.org/desastres

Centro Pan-americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente, CEPIS-OPAS

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Los Pinos 259, Urb. Camacho - La Molina, Lima 12 Casilla Postal: 4337, Lima 100. Telefone: (511) 437-1077 Fax: (511) 437-8289 Endereço eletrônico: [email protected] Website: http://www.cepis.ops-oms.org

Inicio

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EXAME FINAL

Instruções:

1. Para poder fazer o exame final, deverá completar a avaliação do curso. 2. Deverá fornecer os dados pessoais solicitados. 3. Para cada pergunta, selecione uma resposta e preencha os espaços vagos. 4. Se aprovado o exame, um certidão será enviado ao endereço fornecido.

Dados pessoais:

Sobrenomes*:

Nomes*:

Instituição:

Posição:

Endereço*:

Cidade*:

País*:

Telefone:

E-mail*: *Campos obrigatórios

Avaliação do curso

1. Foram os objetivos do curso claros (o que o senhor deveria ter aprendido)?

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Sim

Não

Não foram detalhados

2. O material do curso foi:

a. Muito bem organizado

b. Bem organizado

c. Mal organizado

d. Pouco organizado

3. Avalie o grau de dificuldade deste curso:

a. Muito difícil

b. Difícil

c. Normal

d. Fácil

4. Foi todo o conteúdo do curso desenvolvido?

Sim

Não

5. A informação que aprendi neste curso será _____________________ no meu trabalho atual.

a. Extremamente útil

b. Útil

c. Pouco útil

d. Não será útil

6. A informação que aprendi neste curso será ____________________ para o meu crescimento profissional

a. Extremamente útil

b. Útil

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c. Pouco útil

d. De nenhum valor

7. Em geral, eu qualifico este curso como:

a. Excelente

b. Bom

c. Promédio

d. Deficiente

8. Aproximadamente, quantas horas de estudo o senhor dedicou para completar este curso?

a. Dez horas ou menos

b. De dez à vinte horas

c. Mais de vinte horas

9. Foi o formato do curso o apropriado para os conteúdos apresentados?

a. Sim

b. Não

c. Não opina

10. Outras sugestões ou comentários:

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