Apostila Curso de Jardinagem Silva Jardim

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    Mini cursos

    INTRODUO AO PAISAGISMO

    1. CONCEITOS E DEFINIES

    1.1. PAISAGEM:

    A paisagem refere-se ao espao de terreno abrangido em um lance de

    vista, ou extenso territorial a partir de um ponto determinado. Pode ser

    classificada em:

    Natural: sem a interveno do homem;

    Artificial: planejada, ou seja, um jardim.

    Jardim uma palavra de origem hebraica e vem de gan (proteger,

    defender) + eden

    (prazer, satisfao, encanto, delcia).

    A concepo inicial e, ainda hoje, a mais comum de jardim est ligada

    s palavras hebraicas originais: um mundo ideal, pequeno, perfeito e

    privativo. Na tradio judaico-crist, a idia primitiva de jardim de paraso,

    um lugar com plantas ornamentais e frutferas formando um ambiente de

    harmonia, beleza e satisfao espiritual.

    Um jardim a representao idealizada da paisagem como cada

    civilizao (ou at cada pessoa) desejaria que ela fosse. um local que

    pode ser percebido pelos cinco sentidos. dinmico, porque o elemento

    vegetal, como um ser vivo, est sujeito a um ciclo biolgico. O jardim

    modificase com o passar do tempo (devido ao crescimento) e durante as

    estaes do ano (florao, frutificao, queda das folhas, mudana de cor,

    etc.).

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    Jardins de Versalhes.

    1.2. PAISAGISMO:

    Da palavra paisagem, deriva a palavra Paisagismo. O paisagismo

    uma atividade que organiza os espaos externos com o objetivo de

    proporcionar bem-estar aos seres humanos e de atender s suas

    necessidades, conservando os recursos desses espaos. Combina

    conhecimentos de cincia e arte, pois:

    Arte: forma de expresso cuja ocorrncia se verifica quando um conjunto

    de emoes atua sobre a sensibilidade humana;

    Cincia: a reunio de leis abstratas, deduzidas dos fenmenos da

    realidade exterior ou interior.

    Tcnica: a aplicao, nos trabalhos de rotina, das leis abstratas que vm

    da cincia.

    Existem alguns conhecimentos bsicos que so requeridos no

    paisagismo:

    1. Conhecimentos cientficos:

    Manejo dos recursos naturais: Ecologia, Biologia, Botnica, Geologia e

    Geografia, etc.; Tcnicas de cultivo: Agronomia (Fitopatologia,

    Entomologia, Fitotecnia, Adubao, Fisiologia

    Vegetal, Horticultura, Solos, Nutrio de plantas, Proteo de plantas,

    Climatologia, Topografia, Irrigao e Drenagem, etc.);

    Organizao dos espaos: Arquitetura e Urbanismo.

    2. Conhecimentos artsticos:

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    Artes plsticas: elementos vivos e inertes (esculturas);

    Artes industriais: cermicas, serralherias, marcenarias, etc.

    2. COMPONENTES

    Para que se tenha um paisagismo bem elaborado, deve-se partir

    para o planejamento paisagstico. Este planejamento deve considerar,

    ainda, o espao livre e de rea verde existente no local em estudo.

    O espao livre toda a rea geogrfica (solo ou gua) que no

    coberta por edificaes ou outras estruturas permanentes.

    A rea verde um tipo especfico de espao livre, ou seja, aquele

    coberto, predominantemente, por extrato vegetal. O termo rea verde

    aplica-se a diversos tipos de espaos urbanos que tm em comum: serem

    abertos (ao ar livre); serem acessveis; serem relacionados com sade e

    recreao.

    So consideradas reas verdes urbanas tanto reas pblicas, como

    particulares. Podem ser jardins, praas, parques, bosques, alamedas,

    balnerios, campings, praas de esporte, playgrounds, playlots, cemitrios,

    aeroportos, corredores de linhas de transmisso, faixas de domnio de vias

    de transporte, margens de rios e lagos, reas de lazer, ruas e avenidas

    arborizadas e/ou ajardinadas. Desde que devidamente tratados, tambm se

    incluem os depsitos abandonados de lixo, as reas de tratamento de

    esgoto e outros espaos semelhantes.

    Existem diversas classificaes de reas verdes:

    a) Jardins de representao: reas ligadas ornamentao sem

    finalidade recreacional e de menor importncia do ponto de vista

    ecolgico. So os jardins de prdios pblicos, de igrejas, etc.;

    b) Jardins de vizinhana: reas para recreao, que podem ter alguns

    equipamentos recreacionais (playgrounds), esportivos ou mesmo de

    lazer passivo (bancos). Sua rea mnima de 1.500m2, ou de 5.000m2

    caso tenham equipamentos esportivos. Devem distar, no mximo, 500m

    das residncias dos usurios;

    c) Parques de bairro: reas com a mesma finalidade que os parques de

    vizinhana, mas com equipamentos que requerem maior espao; sua

    rea mnima de 10ha, e devem distar, no mximo, 1.000m das

    residncias dos usurios;

    d) Parques distritais ou setoriais: tm a mesma finalidade que as duas

    categorias anteriores, mas sua rea mnima de 100ha;

    e) Parques metropolitanos: reas de responsabilidade extra-urbana, com

    espaos de uso recreacional e de conservao;

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    f) Unidades de conservao: reas exclusivamente destinadas

    conservao, podendo, eventualmente, ter algum equipamento

    recreacional para uso pouco intensivo. Encaixam-se nesta categoria as

    reas de recursos naturais, reas de proteo ambiental, reas de

    proteo de mananciais e reas de proteo paisagstica;

    g) reas verdes de acompanhamento virio: reas sem carater

    conservacionista ou recreacional, tendo apenas funo ornamental, mas

    podendo interagir no ambiente urbano. So os canteiros de avenidas,

    rotatrias, etc..

    Existe ainda um espao urbano, talvez o mais importante, no inserido

    nesta classificao, a Praa, local de encontro na cidade, vegetado ou no,

    comumente com rea aproximada de 1,0ha. Os parques de vizinhana so

    praas, mas as praas nem sempre so parques de vizinhana.

    O ndice de rea verde o total de reas verdes de um determinado

    local (m2) dividido pelo seu nmero de habitantes (m2/habitante), ou seja,

    a relao entre a quantidade de rea verde de uma cidade e sua respectiva

    populao. Considera-se adequado um ndice de 10 m2 a 13 m2 de rea

    verde/habitante. Mais importante que o ndice, entretanto, a distribuio

    dessas reas verdes e as suas caractersticas e as da regio onde elas se

    inserem.

    3. IMPORTNCIA

    A existncia de reas verdes junto aos centros urbanos (parques,

    praas, lagos e ruas arborizadas) proporciona uma sensao de bem-estar

    aos usurios destes espaos. As plantas utilizadas no paisagismo urbano,

    to importantes na caracterizao ambiental destas reas, promovem

    inmeros benefcios estticos e funcionais ao homem e esto muito

    alm dos seus custos de implantao e manejo.

    Alguns dos efeitos causados pela vegetao no meio urbano esto

    relacionados com a melhoria da qualidade do ar e do conforto trmico. A

    qualidade do ar melhorada pela interceptao de partculas e absoro

    de gases poluentes pelas plantas, enquanto que a reduo da temperatura

    ocorre pela absoro de calor no processo de transpirao, reduo da

    radiao e reflexo dos raios solares.

    Outros benefcios proporcionados pela presena planejada das plantas

    na paisagem urbana so a proteo contra ventos e reduo da poluio

    sonora. O vento pode ser agradvel, desconfortvel ou ate mesmo

    destruidor, dependendo de sua velocidade. As plantas modificam os ventos

    pela obstruo, deflexo, conduo ou filtragem do seu fluxo.

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    As plantas tambm podem ser teis quando dispostas com o

    objetivo de sinalizao, arranjadas a fim de indicar direo a pedestres e

    veculos, melhorando a aparncia de estradas e rodovias.

    Contudo, os maiores efeitos proporcionados pela utilizao de

    plantas nos espaos urbanos so os estticos e psicolgicos. Os efeitos

    estticos, evidenciados pelas propriedades ornamentais de cada espcie,

    tm o poder de modificar os ambientes visualmente, tornando-os mais

    agradveis aos seus usurios. J os benefcios psicolgicos so capazes

    de melhorar o desempenho e o humor de trabalhadores, reduzir o tempo de

    internao e uso de remdios em pacientes e melhorar a relao de

    empresas com a comunidade. Outro fato importante a reduo da

    criminalidade e da violncia nos centros urbanos onde o uso de plantas

    adequado.

    FATORES AMBIENTAIS E SUAS RELAES COM A JARDINAGEM/

    PAISAGISMO

    1- NATURAIS

    1.1- SOLO

    Tambm chamado de terra, o recurso bsico que suporta toda a cobertura

    vegetal do planeta e que, juntamente com a gua e o ar, permitem a

    existncia dos seres vivos. Tem grande importncia aos vegetais terrestres,

    fornecendo a base de sustentao da planta e os nutrientes essenciais sua

    sobrevivncia.

    Constitui a camada superficial da crosta terrestre, composta por rocha em

    desagregao misturada matria orgnica em decomposio, ao ar, gua e

    substncias qumicas diludas.

    Nas atividades agrcolas, principalmente, o uso do solo deve ser executado de

    modo correto, priorizando a sua conservao que de grande importncia,

    como veremos mais adiante.

    1.1.1- Caractersticas do solo

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    Origem e Formao

    O solo formado a partir da modificao da rocha de origem (material duro

    mais conhecido como pedra), mediante a ao integrada dos elementos

    climticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,

    liquens e outros) que ao longo do tempo vo decompondo quela rocha

    originria em gros cada vez menores, at transform-la em um material

    solto e macio, denominado mineral.

    O solo leva vrios sculos ou at milhes de anos para se formar, sob a ao

    dos agentes naturais (intemperismo).

    Deste modo o solo representado pela expresso:

    NOTA:

    Funo dos organismos vivos:

    Os animais (microorganismos, insetos, minhocas, etc), as plantas e o prprio

    homem ajudam na transformao do solo, ao misturar e decompor matria

    orgnica (restos de animais e vegetais mortos) com o material granular e

    solto, em que se tornou quela rocha original. Alm disso, os seres vivos

    quando morrem tambm vo sendo decompostos e misturados com o

    material macio e fofo, formando o solo.

    Esta decomposio fornece os elementos nutricionais essenciais ao

    desenvolvimento das plantas.

    Composio do solo

    composto de 4 partes:

    gua (localiza-se no interior do solo em pequenos espaos

    chamados de poros e utilizada pelas razes das plantas e

    pelos microorganismos).

    Ar (a situao igual ao da gua).

    Mineral (resultado da decomposio da rocha de origem).

    Divide-se em 3 fraes principais, de acordo com o seu tamanho:

    o Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)

    o Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)

    o Argila (parte muito pequena e que s pode ser

    visualizada atravs de microscpio. Ex: o barro).

    Matria orgnica (restos de animais e plantas)

    Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos

    outros.

    O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar

    e gua nos espaos de seu interior.

    SOLOS= ROCHA+ CLIMA+ TEMPO+ ORGANISMOS VIVOS

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    Organizao do solo

    Como o corpo humano, o solo tambm tem a sua organizao.

    Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas

    sobrepostas e distintas.

    Aps o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme j

    explicado anteriormente, processa-se a diferenciao das camadas mais ou

    menos paralelas a superfcie e denominadas de HORIZONTES.

    Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira

    camada apresenta uma colorao mais escura (devido ao acmulo de restos

    de vegetais e animais no solo) e nesta camada, que os vegetais iniciam o

    seu crescimento. chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira

    camada, so chamados de horizontes B e C.

    Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores

    visualizados em barrancos s margens de estradas ou quando abrimos um

    poo de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, ns estamos

    visualizando o que se chama de perfil do solo.

    Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetao e plantaes e que

    so, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se

    desenvolveram.

    A cor uma das caractersticas que mais chama a ateno, podendo fornecer

    indcios sobre a composio, propriedade e origem do solo. A cor est

    relacionada com os teores de matria orgnica, umidade e predominncia de

    determinados compostos qumicos (xido de ferro).

    Assim, temos na natureza solos de colorao amarela, vermelha, cinza

    azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).

    A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais

    rpido a gua e/ou permitir que as razes cresam mais ou menos rpida.

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    Tipos de solo

    As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar gua e sais minerais.

    Em mdia, metade do volume do solo formada por espaos cheios de ar e

    gua. As plantas se alimentam e tambm respiram pelas razes, no s pelas

    folhas. Quando os espaos so pequenos demais, como em solo muito

    argiloso, diz-se que o solo pesado (se voc tentar remexer lama com a p,

    logo saber por qu). Quando os espaos so maiores, como no solo arenoso,

    diz-se que o solo leve. Em solo muito pesado, que no d passagem

    gua, as razes podem morrer afogadas, devido falta de oxignio.

    A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, at mais importante do

    que sua composio qumica.

    Mas, para resumir todos os resumos, saiba que voc pode cultivar quase

    qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de

    jardim, areia de construo e terra vegetal, em partes iguais.

    Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" de

    todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar

    os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas

    substncias.

    P de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.

    A vermiculita um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que aps

    passar por processos industriais um excelente hidratante natural das

    plantas, evita a compactao do solo, melhora o crescimento das plantas,

    mantm a umidade do solo por at 15 dias sem rega e no tem cheiro.

    excelente para o uso agrcola.

    Acidez e Alcalinidade

    A composio qumica do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas

    plantas, necessitam de solo cido para serem cultivadas com sucesso e outras

    dificilmente crescem bem em solo cido.

    O solo cido ou "azedo" tende a ser escuro, s vezes com a superfcie

    coberta pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, s

    vezes esbranquiado. Entre as plantas acidgilas (gostam de cido) que

    preferem solo cido (pH 6 a 6,5) esto azalas, begnias, camlias, ciclames,

    gardnias (jasmim-do-cabo), magnlias (arbusto), violetas-africanas, urzes.

    Entre as que preferem solo alcalino esto espcies de buxo, cravo, lrio,

    pinheiro, slvia.

    A acidez ou a alcalinidade do solo se mede por uma escala arbitrria, que

    vai de 1 a 14, e denominado de pH (*).

    Solo de pH 7 neutro, nem cido e nem alcalino (Ex: gua destilada).

    Cada grau para cima indica alcalinidade 10 vezes maior e cada grau para

    baixo, acidez 10 vezes maior.

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    Solo de pH 8 10 vezes mais alcalino que o de pH 7 e um solo de pH 6, 10

    vezes mais cido que o de pH 7. As azalas e outras plantas acidgilas como

    as citadas acima, se do bem em solos de pH 6 a 6,5.

    O pH pode ser medido com um simples teste de tornassol. Em lojas de artigos

    agrcolas, vendem-se Kits completos com o nome de peagmetro.

    Em regies muito chuvosas, o solo tende a ser cido, porque a gua lava os

    sais alcalinos. Nas grandes cidades h outra razo para o solo ter sua acidez

    aumentada: a fumaa sulfurosa de fbricas e veculos aumenta a acidez da

    gua da chuva.

    A terra vegetal ou terrio tende a absorver os excessos de acidez ou de

    alcalinidade, apesar de ser uma substncia cida em si.

    O solo muito alcalino tende a ser deficiente em boro, ferro, mangans,

    molibdnio, zinco e outros fertilizantes secundrios.

    No Captulo mais adiante, referente Calagem, este assunto ser

    complementado.

    (*) A abreviatura de pH corresponde a "potencial (p) de acidez decorrente da

    concentrao de ons de hidrognio (H)". on ou ionte uma partcula

    subatmica carregada de eletricidade.

    Misturas de solo

    Um solo para ser considerado com timas condies para o desenvolvimento

    das plantas dever ter a seguinte composio: 45% de minerais; 25% de

    gua; 25% de ar; 5% de matria orgnica.

    As incontveis misturas de solo so geralmente constitudas por alguns

    ingredientes descritos a seguir:

    Areia - Acmulo de partculas rochosas alteradas, constituindo

    diminutos fragmentos resultantes das aes do tempo e condies

    climticas. Seus gros aumentam o tamanho dos espaos que formam

    a porosidade do solo e no tem funo nutriente nem ao qumica

    como a da argila.

    A areia usada em jardinagem quase sempre a mesma que entra na

    preparao de argamassa para construes, isto , areia de rio.

    Areia de praia terminantemente proibida para uso por quase todos os

    livros, mas preciso distinguir dois tipos: a que fica acima da linha das

    mars um tipo recupervel e utilizvel, depois de alguns meses de

    exposio ao sol e chuva numa rea no afetada pela salinidade de

    origem. O maior problema no caso talvez seja a finura dos gros.

    Argila Barro dos oleiros e ceramistas, formado por gros finssimos

    e somente visveis ao microscpio.

    Endurece quando seca e volta a formar lama quando molhada. Em tijolos e

    peas cermicas o endurecimento irreversvel por causa do cozimento.

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    vida por gua e isto explica quando se encosta a ponta da lngua numa

    moringa bem seca.

    Como os sais de clcio tendem a aderir a suas partculas, a argila retarda a

    acidulao do solo.

    Carvo Trata-se do carvo vegetal, madeira submetida combusto

    incompleta (queima). Tem a propriedade de atrair e oxidar substncias

    txicas resultantes da fermentao de matria orgnica.

    usado em pedaos de tamanho varivel para manter mais saudvel o solo,

    para purificar gua de torneira destinada rega e para controle da

    acidificao.

    Hmus - Material marrom ou preto resultante da decomposio de

    matria vegetal ou animal. Um grande produtor de hmus a minhoca.

    Material Calcrio - Substncias ricas em clcio, que por sua vez tm

    ao corretiva sobre a acidez do solo (este assunto ser explicado no

    Captulo adiante, referente Correo do solo).

    Em jardinagem so usados comumente a cal (xido de clcio) e o p calcrio

    magnesiano. Na preparao de vasos podem entrar reboco (de parede)

    velho modo, conchas modas, cascas de ovos e giz escolar.

    Perlite - Vidro vulcnico que o calor reduz, por exploso, a fino

    cascalho; as partculas, muito porosas, podem reter grandes volumes

    de gua e ar e, desse modo, desempenhar funo mais eficiente do

    que a da areia. Utilizvel em colees de vasos, mas um luxo no

    jardim.

    Terra vegetal ou terrio - um lixo da mata, formado principalmente

    por folhas parcialmente decompostas. Material rico em hmus e

    bactrias teis e, portanto, com alto valor fertilizante. Embora cida,

    regula o pH.

    A terra vegetal de melhor qualidade a que tem textura de flocos, no de

    p. Quando em fermentao muito ativa pode ser prejudicial, se includa em

    excesso, especialmente em solos destinados ao cultivo de cactos.

    Turfa - Matria vegetal parcialmente carbonizada, isto , no processo

    incompleto de tornar-se carvo mineral.

    Abundante em algumas regies do mundo, ricas em carvo mineral (Estados

    Unidos, Europa), e onde usada como sucedneo da terra vegetal, escassa

    em pases desmatados e de clima frio. No Brasil, apesar da abundncia e

    baixo custo da terra vegetal, muita gente prefere a turfa importada, porque d

    resultados imediatos.

    No afofamento da terra, a turfa muito porosa, leve e absorvente, mas no

    tem valor nutritivo como a terra vegetal.

    Vermiculita - Outro tipo de pipoca mineral semelhante a perlite,

    resultante da alterao da mica pelo calor. Muito absorvente retm

    umidade e, usada, como material de enraizamento de plantas que

    pegam depressa, como cleos e crisntemos.

    Xaxim - Tecido morto da planta do mesmo nome (ou samambaiau).

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    Poroso, absorvente, intrinsecamente antibitico e resistente a insetos e

    outras pragas. Em placas, o "solo" ideal para orqudeas, bromlias e outras

    epfitas no parasitas (plantas que se apiam em outras).

    Em p, substituto da perlite, vermiculita ou turfa. D porosidade ao solo,

    mas sem prejuzo da umidade, o que favorece a penetrao de razes de

    samambaias, avencas e outras plantas de meio mido.

    Receitas de Misturas de Substratos para Plantio

    medida que vo acumulando experincia, os jardineiros tendem a refinar

    suas exigncias de solo. A Mistura Universal, de fato, pode ser substituda

    por uma composio mais apropriada e at ser ela prpria melhorada.

    Isto , h quem opine que a Mistura Universal no deva ser formada por

    quantidade iguais dos 3 ingredientes e sim pela seguinte proporo:

    Terra argilosa de jardim : 7 partes

    Terra vegeta : 3 partes

    Areia grossa : 2 partes

    Esta receita apresentada parece satisfazer a necessidade de maior nmero

    de plantas, mas pode-se aperfeio-la com alguns "temperos". Digamos,

    para cada 5 Kg desta mistura, acrescente 1/2 colher das de caf de giz

    modo (exceto para azalas e outras que preferem solo cido); 2 colheres

    das de caf de superfosfato; 1 colher das de caf de sulfato de potssio.

    claro que voc tambm pode esquecer todos esses ingredientes secundrios

    e simplesmente acrescentar mistura adubos previamente preparados

    existentes no comrcio, cada um deles com frmula adequada ao tipo de

    planta que voc ir cultiva.

    Se por qualquer razo puder comprar esses artigos especializados e quiser ter

    certa variedade de solos, ser melhor limitar-se a 3 tipos bsicos, nos

    primeiros tempos:

    - Receita n. 1 - Para cactos e suculentas.

    Areia 4 partes

    Terra argilosa 1 parte

    Terra vegetal 1 parte

    Para cada 5 kg de mistura, 1 colher das de sopa de carvo modo (mas no

    em p); 1 colher de farinha de ossos; 1 colher de cascas de ovos modas

    (no em p); 1 colher das de caf de giz modo. A terra vegetal pode ser

    substituda por esterco de vaca ou de cavalo, mas qualquer desses trs

    ingredientes deve estar muito bem curtido, pelo menos durante um ano. Os

    cactos abominam fermentao.

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    - Receita n 2 - Para plantas tropicais em geral, folhagens de

    verde intenso ou variegadas, plantas de crescimento rpido.

    Areia 2 partes

    Terra argilosa 1 parte

    Terra vegetal 2 partes

    Para cada 5 Kg dessa mistura, acrescente 1 colher das de sopa de carvo em

    pedacinhos e 1 colher das de caf de giz em p. Se quiser, 1 das 2 partes

    de terra vegetal pode ser substituda por esterco bem curtido.

    - Receita n 3 - Para plantas de clima temperado, que sobrevivem a invernos

    rigorosos.

    Areia 1 partes

    Terra argilosa 1 parte

    Terra vegetal 1 parte

    Para cada 5Kg desta mistura, acrescente 1 colher (das de sopa) de farinha de

    sangue e 1 colher de carvo em pedacinhos.

    Todos estes tipos de solo destinam-se a preparao de vasos. No jardim, as

    condies de fertilizao natural e de drenagem so diferentes, de modo que

    a terra argilosa marrom que neles predomina geralmente adequada. Mas

    as receitas tambm servem de alguma orientao nas correes do solo do

    jardim.

    A versatilidade enorme. Algumas plantas podem ser cultivadas sem solo

    dentro de casa, com as razes imersas em gua. Voc pode ter dracenas,

    filodendros, cleons, tradescncias e at comigo-ningum-pode durante anos,

    "plantadas" na gua de recipientes de vidro colorido (para evitar a formao

    de limo), desde que ache um meio de apoi-las. Mantenha um pedao de

    carvo dentro da gua e troque-a cada 15 dias por gua fresca, na qual haja

    diludo 1 colher das de ch de adubo solvel (ou conforme a bula). Teste o

    pH de vez em quando. Se a gua estiver cida, pingue umas gotas de

    bicarbonato de sdio diludo ou se estiver alcalina, pingue umas gotas de

    vinagre diludo.

    O cultivo de plantas sem solo conhecido como hidroponia e atualmente

    muito utilizada principalmente nas culturas de verduras (Ex: alface), devido ao

    baixo custo de manuteno e mo de obra. So cultivadas em canos de PVC

    cortados horizontalmente e por onde correm gua fresca e adubo diludo.

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    Existem instalaes especiais, em que as plantas enraizam em pelotas de

    xisto fundido ou cermica especial, irrigadas com regularidade automtica

    por uma soluo de fertilizante em gua. D pouco trabalho, mas sua

    implantao cara demais.

    1.1.2-Topografia

    A inclinao ou declividade do solo um dado importante para o

    planejamento de qualquer atividade agrcola e deve ser bem observado

    antes de executar qualquer operao no terreno.

    Para tanto necessrio entender o que vem a ser topografia e a sua utilizao

    em atividades agrcolas, para evitar riscos de eroso, assoreamento,

    deslizamento, inundao e que causam a degradao do solo (destruio).

    A topografia uma aplicao da matemtica e da trigonometria, empregada

    na medio de terrenos com todos os seus acidentes naturais e artificiais,

    representando-os numa figura plana denominada planta topogrfica.

    A planta topogrfica nada mais do que a representao em plano

    horizontal, dos acidentes naturais e artificiais. a projeo horizontal do

    terreno. A mais utilizada a planta planialtimtrica, que medem

    horizontalmente as terras e medem e representam os relevos.

    Em alguns casos, essencial que o jardineiro entenda a planta do terreno,

    para que possa conhecer e/ou reconhecer as caractersticas do mesmo, seus

    acidentes geogrficos e a utilize como uma ferramenta no planejamento do seu

    trabalho. A identificao de uma planta por simples observao importante

    para qualquer estudo ou construo na rea.

    Alguns acidentes geogrficos so imediatamente identificados, tais como:

    Vertentes-so as superfcies laterais das elevaes ou depresses.

    Tambm so denominadas de flancos ou encostas.

    Linha de cumiada -seus pontos so altos e essa linha divide as guas

    das chuvas para as vertentes. As curvas de nvel de cotas menores

    envolvem as de cotas maiores. Tambm chamada de divisor de

    guas.

    Talweg -so linhas de pontos baixos de uma regio. a linha mais

    profunda do leito de um rio. As guas das chuvas descem pelas

    vertentes e se escoam pelos talwegs. identificado na planta pelo fato

    das curvas de nvel de cotas maiores envolverem as de cotas menores.

    Garganta - o ponto comum (coincidente) entre a linha de cumiada

    com um talweg.

    A primeira coisa a ser feita em um desenho de uma planta topogrfica a

    escolha da escala. A fim de facilitar a compreenso, chama-se de objeto tudo

    que admite representao grfica, seja um segmento de reta, um polgono,

    uma superfcie, um slido, etc.

    Chama-se figura ou desenho, a representao grfica de um objeto.

    Denomina-se escala a relao entre o tamanho do polgono no papel e o

    do caminhamento no terreno. uma razo de semelhana e expressa por

  • 14

    uma frao (ex. 1:200), chamada de escala grfica. Ex. Quando o terreno

    medido tem mais ou menos 1km (quilmetro) de largura, podemos fazer a

    planta com mais ou menos 1 metro, ou seja, na escala de 1: 1000. Nesta

    escala, para representar um alinhamento qualquer, divide-se o seu

    comprimento por 1000. Desta maneira, um alinhamento de 200 metros,

    representado no papel por uma linha com 0,20 m (20 cm). Geralmente os

    mapas ou as plantas topogrficas do terreno vm com as escalas indicadas,

    bastando fazer a converso do que foi medido no mesmo.

    Existem vrias escalas a serem empregadas e quanto maior for a escala,

    menor o desenho e vice-versa.

    NOTA: A Fig. D no final deste Captulo, ilustra o desenho do polgono

    topogrfico de um terreno.

    Em uma planta topogrfica, principalmente na altimtrica, aparecem nmeros

    inteiros (cotas) e linhas (curvas de nvel).

    Cota a distncia do ponto A ao plano horizontal de projeo.

    positiva (+) se o ponto est acima do plano, e negativa (-) se o ponto

    est abaixo desse plano. nula quando est no plano.

    Acima do plano chamada de altitude e abaixo profundidade.

    O plano de referncia que se utiliza o nvel do mar.

    Exemplificamos abaixo, o que vem a ser cota.

    Ponto A (+)

    cotas

    A1(nula)

    Plano

    A2 (-)

    Curva de nvel a unio entre pontos de mesma cota. (ver Fig.A).

    Em uma planta topogrfica, a representao de cotas iguais em diferentes

    partes do terreno so feitas atravs de linhas contnuas e que representam a

  • 15

    topografia do terreno. So muito teis, pois possibilitam o plantio em nveis,

    usando corretamente o solo e evitando os processos erosivos.

    OBS: Comentando a Fig. A (ver no final deste Captulo), temos:

    Na parte superior temos um esboo de um morro, onde planos horizontais

    eqidistantes (mesma distncia entre si) de 10 metros produziram curvas de

    nvel 10, 20, 30 e 40. Na parte inferior esto representadas as projees das

    curvas de nvel (que so pontos com cotas iguais). a planta da parte

    superior.

    Quanto mais prximas forem as curvas de nvel, mais inclinado o terreno e

    a linha de maior declive a de inclinao mxima. a menor distncia entre

    2 curvas de nvel. A Fig. C no final deste, ilustra a inclinao.

    Declividade nada mais que a diferena de nvel existente entre dois

    pontos e o seu clculo simples (Figs.17 e 18).

    Na natureza dificilmente encontramos um solo perfeitamente nivelado e, por

    este motivo, um dos requisitos bsicos para a construo de residncias,

    jardins ou cultivos de plantas em geral, a criao de espaos bem

    nivelados. Isto implica, naturalmente, a remoo e o deslocamento de terra

    para acertar o terreno (movimentao) e a criao de acessos.

    H teoricamente, terrenos de dois tipos: planos ou em declive. Em termos

    prticos porem, eles so sempre em declive e, quanto declividade, podem

    ser classificados em planos, inclinados e escarpados.

    Consideram-se planos os terrenos em declive que tm uma cada (diferena

    de nvel) inferior a 5m em relao a cada l00m de extenso (cerca de 5%).

    Este tipo de topografia favorece a adoo de solues funcionais, criativas e

    pouco dispendiosas e , em geral, o mais interessante e proveitoso do ponto

    de vista da jardinagem e paisagismo, pois oferece maior facilidade de

    distribuio dos componentes que comporo o jardim e a paisagem,

    principalmente aqueles que ficam prximos a casa. Contudo, mesmo os

    terrenos planos apresentam alguns problemas que tero de ser solucionados

    ainda na fase do projeto. O principal problema criar uma leve inclinao

    para que a gua no fique empoada.

    Os terrenos inclinados ou ondulados apresentam uma declividade de 10 a

    14m para cada 100m de extenso (cerca de 14%). Neste tipo de topografia, a

    adoo de solues exige mais criatividade e so mais dispendiosas. Os

    problemas de drenagem, por exemplo, podem ser facilmente resolvidos,

    embora se deva controlar tambm o fluxo da gua para evitar a eroso.

    Os declives escarpados atingem mais de 14m de cada em l00m de

    extenso (mais de 14%) e requerem a movimentao de grandes

    quantidades de terra para a criao de patamares planos. Os solos destes

    terrenos tendem a ser rasos e pobres, sobretudo quando ele se eleva acima

    das superfcies de vales.

  • 16

    Quanto mais declivoso e susceptivel a eroso for o terreno, maiores sero

    as dificuldades no preparo do solo. Tanto o seu revolvimento bem como a

    incorporao dos resduos vegetais devem ser executados manualmente e

    de maneira adequada, evitando-se o emprego de mquinas agrcolas

    pesadas, que certamente iro ocasionar eroso e seus efeitos negativos ao

    meio ambiente.

    1.1.3- Conservao do solo

    Para um melhor entendimento deste assunto, necessrio inicialmente o

    conhecimento do que vem a ser EROSO.

    A eroso um fenmeno de desgaste e arrastamento das partculas do solo

    atravs das guas ou dos ventos, sendo mais intenso em solos desprovidos de

    qualquer tipo de vegetao (Figs.19 e 20).

    A eroso pode ser:

    Geolgica;

    Natural;

    Acelerada ou dos solos agrcolas

    Os dois primeiros so praticamente incontrolveis pelo homem e os dois

    ltimos so frutos do mesmo sobre o Natural.

    Os principais tipos de eroso so:

    Por embate

    Causado pelo efeito desagregador das gotas de gua da chuva sobre o solo;

  • 17

    Laminar

    Devido s enxurradas que deslizam desgastando suave e uniformemente o

    solo em toda a sua extenso. de difcil verificao e se prolonga por anos,

    at que as razes superficiais comeam a aparecer.

    Sulcos, Ravinas ou dedos.

    Em poucos anos o solo fica pobre e imprestvel para as prticas agrcolas.

    Deve ser imediatamente combatido, pois em evoluindo muito o seu controle

    mais complicado e tem um alto custo.

    Vossorocas

    Quando a camada impermevel do solo muito profunda, pode existir canal de

    gua subterrneo que vai corroendo aos poucos o subsolo, ocasionado o

    desabamento e abrindo crateras no solo. Aps o seu incio, difcil o controle e

    a recuperao do terreno extremamente dispendiosa e no h garantias para

  • 18

    tal. Dentre os tipos de eroses existentes, este o considerado como sendo o

    mais grave.

    A ocorrncia de eroso depende, dentre outros:

    Tipos de solo;

    Declividade;

    Cobertura vegetal;

    Regime de chuvas (intensidade e durao);

    Sistema de drenagem natural;

    Uso inadequado do solo;

    Quando estamos tratando de uso do solo, no podemos deixar ento de

    comentar sobre a importncia e a necessidade da sua conservao.

    O Homem, sendo um agente degradador do meio ambiente atravs de suas

    aes ou atividades, causa vrios danos ambientais muitas vezes

    irreversveis.

    No uso agrcola do solo, muitas vezes por desconhecimento de prticas

    conservacionistas, pelo uso inadequado das mquinas e implementos

    agrcolas, pela falta de orientao de um profissional, dentre outros, um solo

    frtil e produtivo, se torna estril, erodido e inapto ao cultivo.

    Quando falamos sobre conservao do solo, no devemos considerar apenas

    as praticas referentes reteno de gua, mas tambm a:

    Conservao da cobertura vegetal existente;

    Uso racional de adubo e corretivo;

    Emprego correto das prticas de preparo do solo e do cultivo.

    Alguns procedimentos bsicos so recomendados para a conservao do

    solo, tais como:

    Um bom estudo e anlise do solo;

    As caractersticas topogrficas do terreno;

    O uso correto de mquinas e implementos no preparo do solo;

    Uso correto de adubo e corretivo;

    Emprego de prticas conservacionistas (mtodos) no preparo do solo;

    Manuteno do (s) mtodo (s) utilizado (s);

    Emprego de tcnicas corretas de plantio;

    Seleo e escolha de espcies adequadas ao tipo de solo.

    So 3 (trs) os mtodos que constituem as prticas conservacionistas:

    Mtodo Vegetativo

    Curvas de nvel

    Os plantios obedecem s curvas de nvel do terreno (a unio de pontos com

    cotas iguais), em faixas paralelas e no de alto a baixo numa encosta. Evita-se

    ou minimiza-se o processo da eroso.

    Culturas em faixas:

    a disposio do plantio em diversas faixas em curvas de nvel.

    Em cada faixa so plantadas espcies diferentes e que so substitudas

    anualmente. A rotao dessas plantas deve ser bem planejada e deve sempre

    existir no mnimo uma espcie leguminosa.

  • 19

    Culturas em faixas de reteno

    As faixas de reteno so em nvel e podem ser cultivadas plantas econmicas

    ou no. A declividade do terreno dever ser de 3 a 6%.

    Nas faixas, que funcionam como barreiras contra enxurradas,. Podem ser

    plantadas espcies que apresentem um sistema radicular mais bem

    desenvolvido, para uma melhor fixao e a agregao do solo.

    Mtodos Mecnicos

    So mtodos com custos operacionais mais elevados e que exigem muita

    percia e conhecimento apurado daqueles seus executores. Devem sempre ter

    a orientao e acompanhamento de Eng Agrnomo ou Florestal.

    So utilizados em reas extensas e de grandes projetos agrcolas ou florestais.

    Entretanto, estes mtodos tambm podem ser utilizados em reas menores,

    caso o benefcio seja maior do que o seu custo operacional.

    Para conhecimento, citamos alguns destes mtodos:

    Cordes de contorno;

    Patamares;

    Terraos.

    Vegetativos Mecnicos

    Na realidade este mtodo uma combinao dos processos vegetativos e

    mecnicos e o que apresenta melhores resultados no combate a eroso.

    Como exemplo podemos citar o nivelamento, construo de terrao e plantio

    em faixa de rotao e reteno.

    A aplicao destes mtodos, em menor ou maior escala, depender dos

    objetivos da ocupao do terreno, o tipo de cultivo, as caractersticas fsicas do

    solo e a dimenso do local a ser trabalhado (rea).

    Conclui-se que a conservao do solo faz parte de um todo neste processo e

    no deve ser isolado tambm de outros aspectos importantes (sementes,

    adubao, irrigao, etc.), no se relegando a um segundo plano, o fator

    bsico mais importante que o solo conservado e frtil.

    1.2- gua

    um fator imprescindvel vida em geral. Para os vegetais, para o timo

    atendimento s suas necessidades fisiolgicas, necessitando de suprimento

    contnuo ao alcance de suas razes e em menor escala e esporadicamente, ao

    seu sistema foliar.

    Constitui tambm parte integrante da formao do seu alimento.

    A economia da gua no solo, isto , a quantidade que a planta vai utilizar

    depende de outros fatores. Assim que, medida que diminui o dimetro das

    partculas do solo, diminui percentualmente a quantidade de gua que a

    planta pode utilizar, ou seja, a gua til ou disponvel.

    A gua desempenha na economia da planta dupla funo fisiolgica, agindo

    fisicamente e integrando o seu metabolismo.

  • 20

    Fisicamente o solvente (que dilui) por excelncia dos nutrientes

    assimilados pelas razes e pelos estmatos, regula a turgidez dos tecidos e

    transporta a seiva por toda a planta. Tambm o meio onde se processam

    as reaes qumicas.

    Metabolicamente tambm alimento, porque os seus componentes

    qumicos desdobrados pela fotossntese (principalmente oxignio), vo fazer

    parte integrante dos compostos elementares, formadores da imensa e

    complexa cadeia de compostos orgnicos (glicose, sacarose, amido ou

    celulose).

    Devemos considerar a destinao da gua proveniente das chuvas e da

    prpria irrigao. Da gua que cai no solo, parte se evapora, parte escorre e

    parte se infiltra. Evitar o mximo de desperdcio obviamente boa parte da

    tarefa do jardinocultor.

    O excesso de gua tambm prejudicial s plantas por vrias razes:

    Exclui o ar do solo prejudicando a respirao das razes;

    Lixvia (lava) o solo carregando para o subsolo, os elementos nutritivos

    necessrios ao crescimento das plantas;

    Provoca o processo de eroso, mal condenvel de todos os pontos de

    vista;

    Acarretam despesas evitveis.

    Alm de sua funo eminentemente til s plantas conforme descrito acima, a

    gua possui tambm uma funo decorativa na composio paisagstica de

    um jardim.

    A influncia da gua na composio paisagstica dos jardins pode ser

    estabelecida em:

    Formas de ocorrncia-

    A existncia de gua nos terrenos a ajardinar pode se dar atravs de

    reservatrios naturais (lagos, lagoas), cursos dgua (crregos, rios e os seus

    acidentes - saltos, cachoeiras e cataratas) e as fontes que mais de perto

    interessam ao trabalho de organizao do jardim.

    O volume de gua nestes reservatrios naturais depende diretamente das

    precipitaes pluviomtricas (chuvas) e que variam muito de uma regio para

    outra.

    Possibilidades de utilizao-

    A gua pode ser utilizada sob 2 formas:

    Para regas para que possa ser aproveitada, a gua deve ser

    leve, bem arejada, no conter sais minerais em excesso nem

    matria orgnica em decomposio. No devem ser usadas as

    guas estagnadas ou as que recebam despejos industriais e

    esgotos domsticos.

    Decorativas como elemento de decorao e considerando to

    somente as formas de ocorrncia j citadas, como regra geral, a

    composio deve respeitar dentro dos limites possveis, os

  • 21

    aspectos naturais existentes nos locais de ocorrncia de gua,

    mantendo-se as belezas naturais que possurem.

    1.3- Clima

    Deve-se ter em mente que o Homem no pode modificar o clima, da ser um

    elemento imutvel nos trabalhos de jardinagem e paisagismo.

    A escolha da cobertura vegetal perene em um jardim ter que ser em funo

    das condies climticas da regio em que ser construdo.

    Dentre os principais fatores climticos relacionados com a jardinagem e o

    paisagismo temos:

    Temperatura - tem forte influencia sobre o cultivo das plantas,

    podendo vir a causar a morte das mesmas, devido desidratao

    (perda de gua pela transpirao), exigindo uma quantidade maior

    de regas.

    Algumas espcies de plantas no suportam calor intenso, com temperatura

    elevada ou baixa, sendo ento necessrio assegurar-lhes uma proteo

    artificial adequada, denominada de estufas (para cultivos de plantas de

    clima quente em regies frias) ou sombreamentos (para a proteo de

    plantas muito sensveis ao calor).

    Dentre exemplos das variaes de temperaturas e seus efeitos, temos:

    Geadas e neve (baixa) queima das folhas, congelamento e

    quebra de caule e galhos pequenos, perda de florao e

    frutificao.

    Precipitaes intensas, tempestades ou secas (alta)

    sufocamento das plantas, perda de gua (desidratao),

    queima de folhas, ponteiros e alteraes na sua fisiologia.

    importante que a escolha das espcies vegetais perenes ou no a serem

    utilizadas, sejam feitas de acordo com as condies climticas do local ou da

    regio.

    Umidade - o ndice de umidade atmosfrica do ar tambm est

    relacionado com as precipitaes pluviomtricas (quando a umidade

    do ar atinge 100%,chove).

    Alm disso, a umidade do ar pode contribuir para atenuar ou aumentar a

    temperatura de certas regies.

    O mesmo processo de proteo s plantas referente temperatura, aplicado

    tambm quanto umidade (estufa e sombreamento) do local ou da regio.

    Luminosidade - as plantas dependem da luz para realizar o

    processo da fotossntese, sendo que algumas espcies podem

    viver com pouca luz e outras no suportam o excesso de

    luminosidade.

    A luminosidade interfere tambm na sensao psicolgica provocada pelo

    jardim. O nevoeiro espesso e a claridade excessiva do deserto servem como

    parmetros para avaliar as sensaes que provoca a luminosidade. Assim,

    em regies de tempo pesado e sombrio convm planejar um jardim mais

    aberto.

  • 22

    Nos clima seco e muito iluminado, ao contrrio, deve-se utilizar maior nmero

    de rvores e elementos estruturais que forneam sombra, a fim de tornar a

    luminosidade natural mais difusa e a interceptar os raios solares.

    Ao planejar um jardim tenha sempre em mente a necessidade de

    luminosidade adequada a cada planta.

    Ventos - muitas espcies de plantas no so tolerantes a ao do

    vento ou no se adaptam a locais onde os mesmos so

    constantes. Os ventos causam um aumento no processo da perda

    de gua (desidratao) pela planta atravs da evaporao pelas

    folhas; tambm causam quebras de galhos, troncos e quedas de

    folhas e frutos, todas prejudiciais ao crescimento das plantas.

    Devemos saber a intensidade, durao, direo e freqncia dos ventos

    comuns no local ou na regio. Todos ns sabemos dos estragos que uma

    ventania pode causar.

    1.4- Paisagem

    O conjunto de cenrios naturais modificados ou no pelo Homem, atravs dos

    elementos que a integram, influem na jardinagem, principalmente na cobertura

    vegetal existente no local.

    Devido ao grau de complexidade das variedades de nossas paisagens, apenas

    comentaremos sobre algumas coberturas vegetais importantes e mais

    conhecidas no pas:

    Floresta amaznica paisagem tpica de plancie, coberta

    por florestas seculares densas e cortadas por extensa rede

    fluvial. Uma grande variedade de espcies vegetais e muitas

    delas em extino e outras ainda desconhecidas.

    considerada a maior floresta tropical do mundo e sua maior

    parte fica no Estado do Amazonas.

    Caatingas temos a paisagem semi-rida do Nordeste, com

    sua vegetao constituda de rvores baixas, retorcidas,

    espinhentas e que suportam a falta dgua daquela regio.

    Mata Atlntica a paisagem litornea bastante modificada

    pelo homem, com sua exuberante cobertura florestal reduzida

    a apenas 7% da rea costeira que ocupava. As formaes

    vegetais vo desde os manguesais, restingas at as florestas

    primrias de grande porte, localizadas principalmente nas

    reas de grande declividade onde a explorao de madeira

    dificultada e hoje se encontra protegida por Lei.

    Cerrado - constituem a paisagem caracterstica do Planalto

    Central, com a sua cobertura vegetal composta grande

    variedade de rvores baixas, tortuosas e muito utilizada para a

    fabricao de carvo.

    uma regio que vem sendo alvo de ateno e preocupao devido ao

    desmatamento de grandes reas com este tipo de vegetao para expanso

    agrcola (plantio de soja).

  • 23

    Temos tambm a paisagem caracterstica do Paran, onde se destaca a

    floresta de Araucrias (pinheiro brasileiro).

    A fim de facilitar a avaliao do material vegetativo que parte integrante do

    planejamento paisagstico, a vegetao classificada em quatro tipos: nativa,

    extica, agricultural e ornamental.

    Vegetao Nativa-

    a vegetao original do local ou da regio e que se desenvolveu

    espontaneamente, ou seja, sem a ajuda do homem. Varia conforme o clima e a

    topografia. Cada regio tem uma cobertura vegetal formada pelas plantas que

    melhor se adaptam s condies ambientais locais. Ela pode se encontrar em

    vrias etapas de desenvolvimento

    o primria - quando est no seu desenvolvimento clmax (mximo) sem ter

    sofrido qualquer interveno humana.

    o Secundria ou regenerada - atinge um mximo de desenvolvimento mas

    houve a interveno humana.

    Vegetao Extica-

    a vegetao proveniente de outros pases e introduzidas pelo homem e que

    se adaptaram as condies ambientais do local ou regio.

    Vegetao Agricultural-

    Assim como a vegetao nativa, ela depende das condies do solo e do clima

    da regio. De acordo com as espcies cultivadas (rvores frutferas, gros,

    arbustos, etc.) podem compor uma paisagem tpica, embora a sua funo seja

    de ordem econmica.

    Vegetao Ornamental-

    desenvolvida para resolver problemas funcionais, como coberturas para

    solos e quebra ventos. No entanto, a sua funo principal de ordem esttica.

    Diversos tipos de gramas, forraes, plantas florferas, arbustos, trepadeiras e

    rvores entram nesta categoria de vegetao ornamental. Ela pode ser nativa

    ou extica.

    2- SCIO/CULTURAIS

    A composio dos jardins recebe as influncias do meio onde so construdos,

    refletindo o meio cultural e social em que vive o proprietrio (particular) ou em

    caso de jardim pblico, o grupo social (sociedade) do local.

    Recebendo as influncias do meio onde so construdos, os jardins refletem

    por igual, a cultura do grupo e caracterizam o lugar e poca em que surgirem.

    Isto explica a existncia dos estilos de jardins e as suas composies.

    3- ECONMICO

    A situao econmica do grupo social impe, com quase absoluta

    exclusividade, no s a forma, mas ainda a vegetao e todos os outros

    elementos decorativos do jardim.

    As disponibilidades de recursos devem acompanhar o jardim durante toda a

    sua existncia. Deve-se conhecer a realidade econmica do momento (do

  • 24

    particular ou no), haja vista, que uma parte dos recursos sero destinados

    construo e a outra parte a sua manuteno.

    A ignorncia destes princpios bsicos sujeita-se a existncia breve e precria

    do jardim.

    FERRAMENTAS

    O termo ferramenta deriva do latim ferramenta, plural de ferramentum. um

    utenslio, dispositivo, ou mecanismo fsico ou intelectual utilizado por

    trabalhadores das mais diversas reas para realizar alguma tarefa.

    Inicialmente o termo era utilizado para designar objetos de ferro ou outro

    material (plstico, madeira ou outro) para uso domstico ou industrial.

    Alguns tipos de utenslios podem servir como armas, tais como o martelo e a

    faca, e algumas armas, tais como explosivos, usadas como ferramentas.

    No reino animal tambm so usados dispositivos facilitadores de tarefas: a

    lontra do mar abre moluscos se utilizando dos mais diversos objetos, os

    macacos chegam a fabricar ferramentas rudimentares.

    Em funo do disposto acima, uma ferramenta pode ser definida como: um

    dispositivo que fornea uma vantagem mecnica ou mental para facilitar a

    realizao de tarefas diversas.

    Jardins de pequeno e mdio porte precisam de dedicao e de ferramentas

    certas para cada planta ou canto. Das flores ao gramado, dos arbustos s

    rvores, a manuteno precisa de cuidados que s as ferramentas adequadas

    em mos capazes podem proporcionar. Caso contrrio, o objetivo esttico e

    vital do jardim ficar seriamente comprometido. E no pense que preciso ser

    um milionrio para compr-las: embora existam no mercado ferramentas com

    preo elevado, existem alternativas de boa qualidade e preo compatvel.

    Comecemos pela grama. Durante o Vero, que costuma ser uma poca de

    chuvas intensas e sol pleno e muito quente, os gramados bem cuidados

    crescem a olhos vistos. Possuir um cortador ou roadeira essencial para a

    manuteno do tapeto. Existem modelos manuais que so indicados para

    pequenos espaos e costumam ter preos convidativos. Gramados de porte

    mdio precisam quase que obrigatoriamente de um cortador de grama eltrico

    ou a gasolina. Os modelos eltricos so mais baratos mas so limitados pelo

    tamanho da extenso. J os modelos movidos por motor a combusto tem

    autonomia maior, mas so mais caros e poluentes.

    Tem arbustos ou cercas-vivas? Gosta de podar flores e herbceas para

    replantar e multiplicar? Ento aparadores e tesouras precisam estar no

    quartinho de ferramentas. H desde as tradicionais tesouras de poda com

    longos cabos de madeira com lminas retas (para a manuteno de arbustos

    topiados que precisam ser cortadas por igual) e curvas (para cercas-vivas

    feitas com trepadeiras ou at mesmo corte de pequenas touceiras de grama e

    galhos), at as tesouras para acabamento de cabeas longa, curta ou as

  • 25

    especficas para poda de arbustos e corte de hastes de flores, passando pelos

    aparadores de cercas-vivas eltricas, serrilhadas.

    Para limpeza e manejo, alguns acessrios so mais essenciais ainda.

    Vassouras metlicas e ancinhos para limpeza de grama cortada e folhas

    cadas , ps pequenas e grandes, enxadinhas trapezoidais para retirada de

    terra superficial e de ervas daninhas, enxadas para revolver a terra mais

    profundamente, sachos para acabamentos, cultivadores, escardilhos e garfos.

    H modelos feitos em polipropileno e ao, e quem decide que material o mais

    adequado seu jardim e a frequncia com que estes acessrios sero

    utilizados.

    Completando o kit bsico do jardineiro, no podemos nos esquecer das

    mangueiras e aspersores, como irrigadores giratrios fixos, ou aqueles que so

    acoplados na ponta da mangueira. Ao escolher uma mangueira, no

    economize: as mais resistentes so feitas de PVC e polister tranado, que

    fornecem maior durabilidade e maior resistncia presso. Se quiser pode

    incluir neste kit uma pequena adubadeira e sementadeira. Caso o uso de

    ancinhos e ps seja muito sculo XX para voc, considere a compra de

    sopradores e aspiradores eltricos.

    Para cuidarmos de um jardim de maneira apropriada e com todo o prazer que

    esta atividade pode proporcionar, necessria a utilizao de algumas

    ferramentas e equipamentos apropriados. Existem muitas ferramentas, de

    diferentes tipos, aplicaes, tamanhos e qualidades, que podem ser teis ou

    at mesmo indispensveis para a correta manuteno de um jardim, gramado,

    canteiro ou mesmo quando temos o nosso jardim em um apartamento, com a

    utilizao de vasos.

    Ao escolhermos as ferramentas ou os equipamentos necessrios, devemos

    levar em considerao alguns aspectos do jardim ou local no qual utilizaremos

    determinado utenslio, para que no faamos escolhas erradas, causando

    transtornos na hora da utilizao e, ainda, prejuzos desnecessrios.

    Vamos tomar como exemplo um simples gramado que precisa ter uma

    manuteno realizada, pois o mato cresceu demais. Se a extenso do gramado

    for muito grande, no aconselhvel comprarmos um cortador de grama

    eltrico, pois no ser possvel conect-lo eletricidade quando for necessrio

    aparar a grama em uma rea que no disponha de uma tomada eltrica.

    De uma maneira geral, para a manuteno de jardins, as ferramentas mais

    utilizadas so as seguintes:

    Luvas: existem boas luvas em lojas especializadas. So feitas para o manejo

    da terra com segurana. Prefira as luvas de tecido.

  • 26

    Escardilho: um ancinho em miniatura. Perfeito para afofar a terra e ajudar na

    homogeneizao dos substratos.

    Pazinha: tambm serve para a mistura de substratos e transferncia de

    mudas. Imprescindvel para quem gosta de transplantar.

    Garfo: auxiliar do escardilho para deixar a terra fofa.

    As pontas so arredondadas.

    Tesoura de poda: utilizada principalmente para podar galhos e ramos de

    plantas e flores em geral. Existem diversos tamanhos, com maior ou menor

    capacidade de corte. A escolha do modelo ideal dever levar em considerao

    o tamanho das plantas nas quais sero utilizadas este instrumento; flores e

    arbustos precisam ser podados para manter o vio e a beleza. Para pequenos

    cantos verdes, basta uma pequena e anatmica.

  • 27

    Cortadores de gramas tradicionais movidos gasolina ou eletricidade:

    os equipados com motores gasolina so em geral muito mais potentes do

    que os que utilizam motores eltricos que, entretanto, costumam ser mais

    baratos. As caractersticas de cada produto devero ser analisadas de acordo

    com a necessidade do local;

    Roadeiras: so mquinas cortadoras de gramas mais leves, mas que

    apresentam algumas vantagens, como poder

    fazer "acertos" em beiradas com grande

    preciso. Tambm podem ser encontradas

    com motores eltricos ou movidas gasolina;

    Colher de transplante: ferramenta utilizada

    para auxiliar no preparo de covas

    para transplante de mudas;

    Pulverizador: equipamento utilizado para aplicao de defensivos, fertilizantes

    ou simplesmente para borrifar gua sobre as plantas. Existem dezenas de

    modelos, com tanque de armazenamento maior ou menor, que dever ser

    escolhido de acordo com a sua utilizao;

  • 28

    Sacho: ferramenta utilizada para abrir sulcos na terra, onde sero colocadas as

    sementes. Depois de feita a semeadura, este mesmo instrumento utilizado

    para cobrir as sementes;

    Mini-trator cortador de grama: um pequeno "carro" com motor gasolina,

    com capacidade para transportar uma pessoa e equipado com lminas

    giratrias que vo cortando a grama por onde o veculo vai passando. muito

    utilizado em grandes reas gramadas, como campos de golf, por exemplo.

    Todas as ferramentas precisam de cuidados na manuteno, que vo desde a

    simples limpeza com um pano, at a lubrificao, afiao e troca de peas. Se

  • 29

    estiverem em mal estado de conservao, o rendimento ser baixo, o esforo

    maior e os resultados no acontecero como o esperado.

    Uma tesoura sempre til na hora de podar arbustos, mas deve cuidar bem

    dela para no transmitir doenas de uma planta para outra. Deve-se limpar

    com um pano seco aps o uso e lubrificar as lminas pingando leo prprio

    para mquina de costura. A manuteno das outras ferramentas, cuja funo

    no inclui o corte, mais simples: lave com gua e seque ao sol para espantar

    o mofo.

    Equipamento de Proteo Individual - EPI

    Equipamentos de Proteco Individual ou EPIs so quaisquer meios ou

    dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possveis riscos

    ameaadores da sua sade ou segurana durante o exerccio de uma

    determinada atividade. Um equipamento de proteo individual pode ser

    constitudo por vrios meios ou dispositivos associados de forma a proteger o

    seu utilizador contra um ou vrios riscos simultneos. Seu uso regido por

    uma norma regulamentadora No.6.

    Principais equipamentos de proteo individual

    Abaixo, esto listados os principais itens de EPI disponveis no mercado, alm

    de informaes e descries importantes para assegurar a sua identificao e

    o uso:

  • 30

    Luvas: Um dos equipamentos de proteo

    mais importantes, pois protege as partes do

    corpo com maior risco de exposio: as

    mos.

    Existem vrios tipos de luvas no mercado e

    a utilizao deve ser de acordo com o tipo

    de formulao do produto a ser

    manuseado.

    A luva deve ser impermevel ao produto

    qumico. Produtos que contm solventes

    orgnicos, como por exemplo os

    concentrados emulsionveis, devem ser

    manipulados com luvas de BORRACHA

    NITRLICA ou NEOPRENE, pois estes

    materiais so impermeveis aos solventes

    orgnicos. Luvas de LTEX ou de PVC

    podem ser usadas para produtos slidos ou

    formulaes que no contenham solventes

    orgnicos.

    De modo geral, recomenda-se a aquisio

    das luvas de "borracha NITRILICA ou

    NEOPRENE", materiais que podem ser

    utilizados com qualquer tipo de formulao.

    Existem vrios tamanhos e especificaes

    de luvas no mercado. O usurio deve

    certificar-se sobre o tamanho ideal para a

    sua mo, utilizando as tabelas existentes

    na embalagem.

  • 31

    Respiradores

    Geralmente chamados de mscaras, os

    respiradores tm o objetivo de evitar a

    inalao de vapores orgnicos, nvoas ou

    finas partculas txicas atravs das vias

    respiratrias. Existem basicamente dois

    tipos de respiradores: sem manuteno

    (chamados de descartveis) que possuem

    uma vida til relativamente curta e recebem

    a sigla PFF (Pea Facial Filtrante), e os de

    baixa manuteno que possuem filtros

    especiais para reposio, normalmente

    mais durveis.

    Os respiradores mais utilizados nas

    aplicaes de produtos fitossanitrios so

    os que possuem filtros P2 ou P3. Para

    maiores informaes consulte o fabricante.

    Os respiradores so equipamentos

    importantes mas que podem ser

    dispensados em algumas situaes,

    quando no h presena de nvoas,

    vapores ou partculas no ar, por exemplo:

    a) aplicao tratorizada de produtos

    granulados incorporados ao solo;

    b) pulverizao com tratores equipados

    com cabines climatizadas.

    Devem estar sempre limpos, higienizados e

    os seus filtros jamais devem estar

    saturados.

    Antes do uso de qualquer tipo de

    respirador, o usurio deve estar barbeado,

    alm de realizar um teste de ajuste de

    vedao, para evitar falha na selagem.

    Quando estiverem saturados, os filtros

    devem ser substitudos ou descartados.

    importante notar que, se utilizados de

    forma inadequada, os respiradores tornam-

    se desconfortveis e podem transformar-se

    numa verdadeira fonte de contaminao.

    O armazenamento deve ser em local seco

    e limpo, de preferncia dentro de um saco

    plstico.

  • 32

    Viseira facial

    Protege os olhos e o rosto contra respingos durante o

    manuseio e a aplicao.

    A viseira deve ter a maior transparncia possvel e

    no distorcer as imagens. Deve ser revestida com

    vis para evitar corte. O suporte deve permitir que a

    viseira no fique em contato com o rosto do

    trabalhador e embace. A viseira deve proporcionar

    conforto ao usurio e permitir o uso simultneo do

    respirador, quando for necessrio.

    Quando no houver a presena ou emisso de

    vapores ou partculas no ar o uso da viseira com o

    bon rabe pode dispensar o uso do respirador,

    aumentando o conforto do trabalhador.

    Existem algumas recomendaes de uso de culos

    de segurana para proteo dos olhos. A substituio

    do culos pela viseira protege no somente os olhos

    do aplicador mas tambm o rosto.

    Jaleco e cala hidro-repelentes:

    So confeccionados em tecido de algodo tratado para se

    tornarem hidro-repelentes, so apropriados para proteger o corpo

    dos respingos do produto formulado e no para conter exposies

    extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. fundamental que

    jatos no sejam dirigidos propositadamente vestimenta e que o

    trabalhador mantenha-se limpo durante a aplicao.

    Os tecidos de algodo com tratamento hidro-repelente ajudam a

    evitar o molhamento e a passagem do produto txico para o

    interior da roupa, sem impedir a transpirao, tornando o

    equipamento confortvel.

    Estes podem resistir at 30 lavagens, se manuseados de forma

    correta. Os tecidos devem ser preferencialmente claros, para

    reduzir a absoro de calor e ser de fcil lavagem, para permitir a

    sua reutilizao.

    H calas com reforo adicional nas pernas, que podem ser

    usadas nas aplicaes onde exista alta exposio do aplicador

    calda do produto (pulverizao com equipamento manual, por

    exemplo).

  • 33

    Jaleco e cala em notecido

    So vestimentas de segurana confeccionados em

    notecido (tipo Tyvek/Tychem QC). Existem vrios tipos

    de notecidos e a diferena entre eles se d pelo nvel

    de proteo que oferecem.

    Alm da hidro-repelncia, oferecem impermeabilidade e

    maior resistncia mecnica nvoas e s partculas

    slidas.

    O uso de roupas de algodo por baixo da vestimenta

    melhoram sua performance, com maior absoro do

    suor, melhorando o conforto ao trabalhador com relao

    ao calor.

    As vestimentas confeccionadas em notecido tm

    durabilidade limitada e no devem ser utilizadas quando

    danificadas.

    As vestimentas de notecido no devem ser passadas

    a ferro, no so a prova ou retardantes de chamas,

    podem criar eletricidade esttica e no devem ser

    usadas prximo ao calor, fogo, fascas ou em ambiente

    potencialmente inflamvel ou explosivo, pois se auto-

    consumiro.

    As vestimentas em notecido devem ser destrudas em

    incineradores profissionais para no causarem danos

    ao ambiente.

    Bon rabe

    Confeccionado em tecido de algodo

    tratado para tornar-se hidro-repelente.

    Protege o couro cabeludo e o pescoo de

    respingos e do sol.

    Capuz ou touca

    Pea integrante de jalecos ou macaces, podendo ser

    em tecidos de algodo tratado para tornar-se hidro-

    repelente ou em notecido.

    Substituem o bon rabe na proteo do couro cabeludo

    e pescoo.

  • 34

    Avental

    Produzido com material resistente a solventes orgnicos (PVC,

    bagum, tecido emborrachado aluminizado, nylon resinado ou

    notecidos), aumenta a proteo do aplicador contra respingos

    de produtos concentrados durante a preparao da calda ou de

    eventuais vazamentos de equipamentos de aplicao costal.

    Botas

    Devem ser impermeveis, preferencialmente de cano alto

    e resistentes aos solventes orgnicos, por exemplo, PVC.

    Sua funo a proteo dos ps. o nico equipamento

    que no possui C.A.

    Uso dos EPI

    Para proteger adequadamente, os EPI devero ser vestidos e retirados de

    forma correta.

    Veja como vestir os EPI:

    1. Cala e Jaleco

    A cala e o jaleco devem ser vestidos

    sobre a roupa comum, fato que permitir

    a retirada da vestimenta em locais

    abertos. Os EPI podem ser usados sobre

    uma bermuda e camiseta de algodo,

    para aumentar o conforto. O aplicador

    deve vestir primeiro a cala do EPI, em

    seguida o jaleco, certificando-se este

    fique sobre a cala e perfeitamente

    ajustado. O velcro deve ser fechado com

    os cordes para dentro da roupa. Caso o

    jaleco de seu EPI possua capuz,

    assegure-se que este estar devidamente

    vestido pois, caso contrrio, facilitar o

    acmulo e reteno de produto, servindo

    como um compartimento. Vale ressaltar

    que o EPI deve ser compatvel com o

    tamanho do aplicador.

  • 35

    2. Botas

    Impermeveis, devem ser caladas sobre meias de

    algodo de cano longo, para evitar atrito com os

    ps, tornozelos e canela. As bocas da cala do EPI

    sempre devem estar para fora do cano das botas, a

    fim de impedir o escorrimento do produto txico para

    o interior do calado.

    3. Avental Impermevel

    Deve ser utilizado na parte da frente do jaleco durante o

    preparo da calda e pode ser usado na parte de traz do

    jaleco durante as aplicaes com equipamento costal.

    Para aplicaes com equipamento costal fundamental

    que o pulverizador esteja funcionando bem e sem

    apresentar vazamentos.

    4. Respirador

    Deve ser colocado de forma que os dois elsticos

    fiquem fixados corretamente e sem dobras, um fixado

    na parte superior da cabea e outro na parte inferior,

    na altura do pescoo, sem apertar as orelhas. O

    respirador deve encaixar perfeitamente na face do

    trabalhador, no permitindo que haja abertura para a

    entrada de partculas, nvoas ou vapores. Para usar

    o respirador, o trabalhador deve estar sempre bem

    barbeado.

  • 36

    5. Viseira facial

    Deve ser ajustada firmemente na testa, mas sem apertar a

    cabea do trabalhador. A viseira deve ficar um pouco

    afastada do rosto para no embaar.

    6. Bon rabe

    Deve ser colocado na cabea sobre a viseira. O velcro do bon

    rabe deve ser ajustado sobre a viseira facial, assegurando

    que toda a face estar protegida, assim como o pescoo e a

    cabea.

    7. Luvas

    ltimo equipamento a ser vestido, devem ser usadas de forma a

    evitar o contato do produto txico com as mos.

    As luvas devem ser compradas de acordo com o tamanho das mos

    do usurio, (no podendo ser muito justas, para facilitar a colocao

    e a retirada, e nem muito grandes, para no atrapalhar o tato e

    causar acidentes).

    As luvas devem ser colocadas normalmente para dentro das

    mangas do jaleco, com exceo de quando o trabalhador pulveriza

    dirigindo o jato para alvos que esto acima da linha do seu ombro

    (para o alto).

    Nesse caso, as luvas devem ser usadas para fora das mangas do

    jaleco. O objetivo evitar que o produto aplicado escorra para

    dentro das luvas e atinja as mos.

    Como retirar os EPI

    Aps a aplicao, normalmente a superfcie externa

    dos EPI est contaminada. Portanto, na retirada dos

    EPI, importante evitar o contato das reas mais

    atingidas com o corpo do usurio.

    Antes de comear retirar os EPI, recomenda-se que o

    aplicador lave as luvas vestidas.

    Isto ajudar a reduzir os riscos de exposio acidental.

    Veja agora a maneira correta para a retirada dos EPI:

  • 37

    1. Bon rabe

    Deve-se desprender o velcro e retir-lo com cuidado.

    2. Viseira facial

    Deve-se desprender o velcro e coloc-la em um local de

    forma a evitar arranhes

    3. Avental

    Deve ser retirado desatando-se o lao e puxando-se o velcro em

    seguida.

    4. Jaleco

    Deve-se desamarrar o cordo, em seguida curvar o tronco

    para baixo e puxar a parte superior (os ombros)

    simultaneamente, de maneira que o jaleco no seja virado do

    avesso e a parte contaminada atinja o rosto.

    5. Botas

    Durante a pulverizao, principalmente com equipamento

    costal, as botas so as partes mais atingidas pela calda.

    Devem ser retiradas em local limpo, onde o aplicador no

    suje os ps.

  • 38

    6. Cala

    Deve-se desamarrar o cordo e deslizar pelas pernas do aplicador

    sem serem viradas do avesso.

    7. Luvas

    Deve-se puxar a ponta dos dedos das duas luvas aos

    poucos, de forma que elas possam ir se desprendendo

    simultaneamente.

    No devem ser viradas ao avesso, o que dificultaria o

    prximo uso e contaminaria a parte interna.

    8. Respirador

    Deve ser o ltimo EPI a ser retirado, sendo guardado separado

    dos demais equipamentos para evitar contaminaes das partes

    internas e dos filtros.

    Importante: aps a aplicao, o trabalhador deve tomar banho

    com bastante gua e sabonete, vestindo roupas LIMPAS a

    seguir.

    Lavagem e manuteno

    Os EPI devem ser lavados e guardados corretamente, para assegurar maior

    vida til. Os EPI devem ser mantidos separados das roupas da famlia.

    Lavagem

    A pessoa que for lavar os EPI, deve usar luvas a base de Nitrila ou Neoprene.

    As vestimentas de proteo devem ser abundantemente enxaguadas com

    gua corrente para diluir e remover os resduos da calda de pulverizao.

    A lavagem deve ser feita de forma cuidadosa, preferencialmente com sabo

    neutro (sabo de coco). As vestimentas no devem ficar de molho. Em

    seguida, as peas devem ser bem enxaguadas para remover todo o sabo.

    O uso de alvejantes no recomendado, pois vai danificar o tratamento do

    tecido.

  • 39

    As vestimentas devem ser secas sombra. Ateno: somente use mquinas

    de lavar ou secar, quando houver recomendaes do fabricante.

    As botas, as luvas e a viseira devem ser enxaguadas

    com gua abundante aps cada uso. importante que

    a VISEIRA NO SEJA ESFREGADA, pois isto poder

    arranh-la, diminuindo a transparncia.

    Os respiradores devem ser mantidos conforme

    instrues especficas que acompanham cada modelo.

    Respiradores com manuteno (com filtros especiais

    para reposio) devem ser higienizados e armazenados

    em local limpo. Filtros no saturados devem ser

    envolvidos em uma embalagem limpa para diminuir o

    contato com o ar.

    Reativao do tratamento hidro-repelente

    Testes comprovam que, quando as calas e jalecos

    confeccionados em tecido de algodo tratado, para

    tornarem-se hidro-repelentes, so passados a ferro (150 a

    180C), a vida til maior. Somente as vestimentas de

    algodo podem ser passadas a ferro.

    Descarte

    A durabilidade das vestimentas deve ser informada pelos

    fabricantes e checada rotineiramente pelo usurio. Os EPI

    devem ser descartados quando no oferecem os nveis de

    proteo exigidos. Antes de ser descartadas, as vestimentas

    devem ser lavadas para que os resduos do produto

    fitossanitrio sejam removidos, permitindo-se o descarte

    comum.

    Ateno: antes do descarte, as vestimentas de proteo

    devem ser rasgadas para evitar a reutilizao.

    Mitos

  • 40

    Existem alguns mitos que no servem mais como desculpa para no usar EPI:

    EPI so desconfortveis

    Realmente os EPI eram muito desconfortveis no passado, mas, atualmente,

    existem EPI confeccionados com materiais leves e confortveis. A sensao de

    desconforto est associada a fatores como a falta de treinamento e ao uso

    incorreto.

    O Aplicador no usa EPI

    O trabalhador recusa-se a usar os EPI somente quando no foi conscientizado

    do risco e da importncia de proteger sua sade. O aplicador profissional exige

    os EPI para trabalhar. Na dcada de 80, quase ningum usava cinto de

    segurana nos automveis. Hoje, a maioria dos motoristas usam e reconhecem

    a importncia.

    Consideraes Finais

    O simples fornecimento dos equipamentos de proteo individual no garante a

    proteo da sade do trabalhador e nem evita contaminaes. Incorretamente

    utilizados, os EPI podem comprometer ainda mais a segurana do trabalhador.

    Acreditamos que o desenvolvimento da percepo do risco aliado a um

    conjunto de informaes e regras bsicas de segurana so as ferramentas

    mais importantes para evitar a exposio e assegurar o sucesso das medidas

    individuais de proteo a sade do trabalhador.

    O uso correto dos EPI um tema que vem evoluindo rapidamente e exige a

    reciclagem contnua dos profissionais que atuam na rea de cincias agrrias

    atravs de treinamentos e do acesso a informaes atualizadas. Bem

    informado, o profissional de cincias agrrias poder adotar medidas cada vez

    mais econmicas e eficazes para proteger a sade dos trabalhadores, alm de

    evitar problemas trabalhistas.

  • 41

    ENXADA

    Para capinar,

    revolver a terra,

    incorporar adubos,

    acertar bordas e

    superfcies do

    canteiro (manter a

    lmina afiada

    PAZINHA

    A colher do jardineiro faz

    transplante com torro,

    covas, ajuda a montar

    vasos e a manipular

    produtos.

    CARRINHO DE MO

    Serve de transporte a

    todo tipo de material:

    terra, composto orgnico,

    mudas, ferramentas,

    produtos colhidos.

  • 42

    SACHO

    Prepara sulcos e

    covas pequenos e,

    entre as linhas

    plantadas, elimina

    espcies invasoras

    e afofa a terra.

    CAVADEIRA

    A de boca serve para abrir

    buracos e simultaneamente

    remover terra e preparar

    covas (manter sempre

    afiada)

    VASSOURA DE JARDIM

    Deve ser resistente e fcil

    de lavar para suportar a

    limpeza do jardim,

    retirando inclusive os

    rastros de terra.

    TESOURA DE

    PODA

    Faz a primeira

    poda do gramado

    e cortes de rotina

    em reas

    pequenas e pontos

    que a roadeira

    no alcana

    FIRMINO

    Tambm conhecido como

    despraguejador, elimina as

    ervas daninhas cortando-

    as, literalmente, pelas

    razes.

    SERROTE DE PODA

    Elimina galhos grossos,

    tarefas que deve estar em

    conformidade com as

    normas de supresso de

    espcies arbreas.

    CHIBANCA

    Usada para

    revolver a terra,

    incorporar adubos

    VANGA

    A p reta, como tambm

    identificada, faz covas e

    acerta a forma de canteiros

    CANIVETE

    Conforme o formato e a

    lmina, serve para podar,

    estaquear, enxertar e

  • 43

    a ela, fazer covas,

    retirar as plantas a

    ser transplantadas.

    (manter sempre afiada). para a mergulhia (manter

    sempre afiado).

    RASTELO

    Conhecido como

    ancinho, faz a

    limpeza de folhas,

    a retirada de

    torres e pedras e

    d acabamento ao

    plantio.

    MANGUEIRA

    Equipamento apropriado

    para irrigar em

    reas maiores (o jato de

    gua muito forte pode

    machucar as plantas)

    PULVERIZADOR

    Seja do tipo manual ou os

    que prendem nas costas

    utilizado para aplicar

    defensivos e adubao

    foliar.

    PEDRA DE

    AMOLA

    Instrumento bsico

    de manuteno,

    serve para manter

    amoladas as

    ferramentas que

    precisam ter bom

    corte.

    REGADOR

    Existem vrios tipos de

    bicos e crivos, indicados

    para irrigao correta de

    cada tipo de terra

    TRENA

    Instrumento de medio

    usado para aferir a rea

    do jardim, medir e

    determinar canteiros,

    caminhos e distncias.

  • 44

    SOLO

    Solo um corpo de material inconsolidado, que recobre a superfcie terrestre

    emersa, entre a litosfera e a atmosfera. Os solos so constitudos de trs fases:

    slida (minerais e matria orgnica), lquida (soluo do solo) e gasosa (ar).

    O solo formado a partir da modificao da rocha de origem (material duro

    mais conhecido como pedra), mediante a ao integrada dos elementos

    climticos (chuva, vento, gelo e temperatura) e de organismos vivos (fungos,

    liquens e outros) que ao longo do tempo vo decompondo quela rocha

    originria em gros cada vez menores, at transform-la em um material

    solto e macio, denominado mineral.

    O solo leva vrios sculos ou at milhes de anos para se formar, sob a ao

    dos agentes naturais (intemperismo).

    Deste modo o solo representado pela expresso:

    NOTA:

    Funo dos organismos vivos: Os animais (microorganismos, insetos,

    minhocas, etc), as plantas e o prprio homem ajudam na transformao do

    solo, ao misturar e decompor matria orgnica (restos de animais e vegetais

    mortos) com o material granular e solto, em que se tornou quela rocha

    original. Alm disso, os seres vivos quando morrem tambm vo sendo

    decompostos e misturados com o material macio e fofo, formando o solo.

    Esta decomposio fornece os elementos nutricionais essenciais ao

    desenvolvimento das plantas.

    Pedognese

  • 45

    Pedognese o processo qumico e fsico de alterao (adio, remoo,

    transporte e modificao) que atua sobre um material litolgico, originando um

    solo.

    Solos esto constantemente em desenvolvimento, nunca estando estticos, por

    mais curto que seja o tempo considerado. Ou seja, desde a escala

    microscopia, diariamente, h alterao por organismos vivos no solo, da

    mesma forma que o clima, ao longo de milhares de anos, modifica o solo.

    Dessa forma, temos solos na maioria recentes, quase nunca ultrapassando

    idades Tercirias.

    Geralmente, o solo descrito como um corpo tridimensional, podendo ser,

    porm, ao se considerar o fator tempo, descrito como um sistema de quatro

    dimenses: tempo, profundidade, largura e comprimento.

    Um solo o produto de uma ao combinada e concomitante de diversos

    fatores. A maior ou menor intensidade de algum fator pode ser determinante na

    criao de um ou outro solo. So comumente ditos como fatores da formao

    de solo: clima, material de origem, organismos, tempo e relevo.

    Funes do solo

    Principal substrato utilizado pelas plantas para o seu crescimento (H2O, O2 e

    nutrientes) e disseminao;

    Reciclagem e armazenamento de nutrientes e detritos orgnicos;

    Controlo do fluxo da gua e ao protetora da qualidade da gua subterrnea;

    Habitat para a fauna do solo.

    Composio do solo

    composto de 4 partes:

  • 46

    gua (localiza-se no interior do solo em pequenos espaos chamados de

    poros e utilizada pelas razes das plantas e pelos microorganismos).

    Ar (a situao igual ao da gua).

    Mineral (resultado da decomposio da rocha de origem).

    Divide-se em 3 fraes principais, de acordo com o seu tamanho:

    Areia (a parte mais grossa. Ex; areia da praia)

    Silte (parte um pouco mais fina. Ex: limo)

    Argila (parte muito pequena e que s pode ser visualizada atravs de

    microscpio. Ex: o barro).

    Matria orgnica (restos de animais e plantas)

    Estes 4 elementos componentes do solo encontram-se misturados uns aos

    outros.

    O solo se assemelha a uma esponja destas que usamos para banho, tendo ar

    e gua nos espaos de seu interior.

    Organizao do solo

    Como o corpo humano, o solo tambm tem a sua organizao.

    Basicamente, ele se apresenta como um bolo recheado, com camadas

    sobrepostas e distintas.

    Aps o material de origem (rocha) ser decomposto e depositado, conforme j

    explicado anteriormente, processa-se a diferenciao das camadas mais ou

    menos paralelas a superfcie e denominadas de HORIZONTES.

    Estes horizontes podem apresentar cores diferentes, sendo que a primeira

    camada apresenta uma colorao mais escura (devido ao acmulo de restos

    de vegetais e animais no solo) e nesta camada, que os vegetais iniciam o seu

    crescimento. chamado de horizonte A e os abaixo desta primeira camada,

    so chamados de horizontes B e C.

    Estes horizontes que formam as camadas do solo podem ser melhores

    visualizados em barrancos s margens de estradas ou quando abrimos um

    poo de cerca de 2 metros de profundidade. Na realidade, ns estamos

    visualizando o que se chama de perfil do solo.

    Nos campos, observamos diferentes tipos de vegetao e plantaes e que

    so, na maioria, devido aos diversos tipos de solo sobre os quais se

    desenvolveram.

    A cor uma das caractersticas que mais chama a ateno, podendo fornecer

    indcios sobre a composio, propriedade e origem do solo. A cor est

    relacionada com os teores de matria orgnica, umidade e predominncia de

    determinados compostos qumicos (xido de ferro).

    Assim, temos na natureza solos de colorao amarela, vermelha, cinza

    azulado, marrom escuro, branca (areia da praia).

    A textura de um horizonte pode ser mais dura que o do outro, filtrar mais rpido

    a gua e/ou permitir que as razes cresam mais ou menos rpida.

  • 47

    Classificao quanto granulometria

    Solos arenosos

    So aqueles que tem grande parte de suas partculas classificadas na frao

    areia, de tamanho entre 0,05 mm e 2 mm, formado principalmente por cristais

    de quartzo e minerais primrios. Os solos arenosos tm boa aerao e

    capacidade de infiltrao de gua. Certas plantas e microorganismos podem

    viver com mais dificuldades, devido pouca capacidade de reteno de gua.

    Solos siltosos

    So aqueles que tem grande parte de suas partculas classificadas na frao

    silte, de tamanho entre 0,05 e 0,002mm, geralmente so muito erosveis. O

    silte no se agrega como as argilas e ao mesmo tempo suas partculas so

    muito pequenas e leves. So geralmente finos.

    Solos argilosos

    So aqueles que tem grande parte de suas partculas classificadas na frao

    argila, de tamanho menor que 0,002mm (tamanho mximo de um colide). No

    so to arejados, mas armazenam mais gua quando bem estruturados. So

    geralmente menos permeveis, embora alguns solos brasileiros muito argilosos

    apresentam grande permeabilidade - graas aos poros de origem biolgica.

    Sua composio de boa quantidade de xidos de alumnio (gibbsita) e de

    ferro (goethita e hematita). Formam pequenos gros que lembram a sensao

    tctil de p-de-caf e isso lhes d certas caratersticas similares ao arenoso.

    Tipos de solo

    As plantas precisam de solo para fixar-se e armazenar gua e sais minerais.

    Em mdia, metade do volume do solo formada por espaos cheios de ar e

    gua. As plantas se alimentam e tambm respiram pelas razes, no s pelas

    folhas. Quando os espaos so pequenos demais, como em solo muito

    argiloso, diz-se que o solo pesado (se voc tentar remexer lama com a p,

    logo saber por qu). Quando os espaos so maiores, como no solo arenoso,

    diz-se que o solo leve. Em solo muito pesado, que no d passagem gua,

    as razes podem morrer afogadas, devido falta de oxignio.

    A textura do solo portanto, pode ser em alguns casos, at mais importante do

    que sua composio qumica.

    Mas, para resumir todos os resumos, saiba que voc pode cultivar quase

    qualquer planta, de cactos a samambaias, numa mistura de terra argilosa de

    jardim, areia de construo e terra vegetal, em partes iguais.

  • 48

    Se a receita acima pode ser chamada de Mistura Universal, o "Tipo O" de

    todos os solos, mas nem por isso se deve excluir a possibilidade real de variar

    os ingredientes, suprimir um ou outro e adicionar uma infinidade de requintas

    substncias.

    P de xaxim e vermiculita podem tornar mais fofa a Mistura Universal.

    A vermiculita um produto derivado da vermiculita crua (mineral) e que aps

    passar por processos industriais um excelente hidratante natural das plantas,

    evita a compactao do solo, melhora o crescimento das plantas, mantm a

    umidade do solo por at 15 dias sem rega e no tem cheiro.

    excelente para o uso agrcola.

    Acidez e Alcalinidade

    A composio qumica do solo naturalmente pode ser decisiva. Certas plantas,

    necessitam de solo cido para serem cultivadas com sucesso e outras

    dificilmente crescem bem em solo cido.

    O solo cido ou "azedo" tende a ser escuro, s vezes com a superfcie coberta

    pelo verde de algas. O solo alcalino ou "doce", tende a ser claro, s vezes

    esbranquiado. Entre as plantas acidgilas (gostam de cido) que preferem

    solo cido (pH 6 a 6,5) esto azalas, begnias, camlias, ciclames, gardnias

    (jasmim-do-cabo), magnlias (arbusto), violetas-africanas, urzes.

    Entre as que preferem solo alcalino esto espcies de buxo, cravo, lrio,

    pinheiro, slvia.

    A acidez ou a alcalinidade do solo se m