APOSTILA CONTABILIDADE 2 PARTE

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Prof. Soares 1

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Prof. Soares

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1. CONCEITO DE CONTAS Conta o nome tcnico dado aos componentes patrimoniais (Bens, Direitos, Obrigaes e Patrimnio Lquido) e aos elementos de resultado (Despesa e Receita). Em geral, as operaes relacionadas s variaes do patrimnio (compras, vendas, pagamentos e recebimentos) ocasionam aumentos ou diminuies no Ativo, Passivo e no Patrimnio Lquido. Esses aumentos e diminuies so registrados em CONTAS. Ex.: Capital Social, Caixa, Mercadorias, Bancos c/Movirnento, Duplicatas a Receber, Salrios, Juros Ativos etc. 1.1 ELEMENTOS DE UMA CONTA

Os elementos fundamentais (mnimos) de uma conta so: DATA TTULO - o nome da conta onde se identifica o elemento que ela representa. DBITO - So registros efetuados na coluna de dbito da conta; representa a situao de divida da conta. CRDITO - So os registros efetuados na coluna de crdito da conta; representa o que a conta tem a haver. HISTRICO - Relata o fato acontecido em relao ao patrimnio. SALDO - a diferena existente entre o dbito e crdito de uma conta. 1.2 REPRESENTAO GRFICA DE UMA CONTA Modelo de Conta Completa (RAZO) NOME DA CONTA: GRUPO A QUE PERTENCE: DATA HISTRICO CONTRAPARTID A CDIGO DA CONTA: EXERCCIO DE: DBITO CRDITO D/C SALDO $

1.3

FUNO E FUNCIONAMENTO DAS CONTAS

Funo: registrar as operaes que ocorrem com o patrimnio. Exemplos: Conta ...............Funo Caixa ...............Registrar as operaes de recebimentos e pagamentos em dinheiro. Capital .............Registrar os valores que constituem o Capital Social registrado pela entidade. Veculos ..........Registrar as aquisies e baixas de veculos pertencentes empresa.

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Salrios ...........Registrar o valor dos salrios pagos a funcionrios da empresa. Funcionamento: a forma pela qual a conta movimentada. Relaciona-se com os registros a dbito ou a crdito das contas. As contas so debitadas ou creditadas conforme o acontecimento que ir registrar. 1.4 CLASSIFICAO DAS CONTAS

As contas podem ser classificadas em: Contas Patrimoniais: so as contas que representam os elementos ativos e passivos (bens, direitos, obrigaes e situao lquida-PL) que compem o complexo patrimonial. Contas de Resultado: so as que registram as variaes patrimoniais quantitativas (receitas e despesas) e demonstram o resultado do exerccio. As contas de resultado aparecem durante o Exerccio Social, encerrando-se no final do mesmo. No fazem parte do Balano Patrimonial. 1.5 RAZAO Antigamente, as contas eram registradas nas pginas de um livro chamado RAZO. Hoje, so registradas em folhas ou fichas soltas ou na memria do micro que, no entanto, em seu conjunto, mantidas em uma caixa, ou arquivo, ou coletadas continuam com a mesma denominao RAZO. Para cada conta deve existir pelo menos uma ficha do Razo. Utilizam-se contas separadas para representar cada tipo de elemento do Ativo, do Passivo e do Patrimnio Lquido. Cada uma dessas contas ser distinguida das demais pela sua denominao. Por exemplo, o dinheiro em mos ser representado pela conta CAIXA. Podemos, tambm, e o que ocorre na prtica, representar diversos elementos de caractersticas semelhantes em uma mesma conta, a qual receber o nome que melhor represente os elementos agrupados. Exemplificando, podemos dizer que: a) o conjunto formado por cadeiras, mesas, mquinas de escrever, mquinas de somar etc. poderia ser registrado em uma nica conta, que teria por nome Mveis e Utenslios. b) o conjunto de pequenas despesas, sem necessidade de discriminao, receberia o nome de Despesas Diversas ou Despesas Gerais etc. c) diversos valores a receber, sem necessidade de representao isolada poderiam ser registrados na conta Valores a Receber ou Contas a Receber etc.

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d) diversos valores a pagar, sem necessidade de representao isolada, poderiam ser registrados na conta Valores a Pagar ou Contas a Pagar etc. Para simplificar as ilustraes, explicaes e resolues de problemas, utilizaremos uma representao grfica de conta bastante simples, que ser denominada de Conta em T ou Razonete em T ou, simplesmente, Razonete. A forma grfica, cujo funcionamento explicaremos mais tarde, a seguinte: MODELO DE CONTA EM T (RAZONETE) NOME DA CONTA Valores Escriturados a dbito SALDO DEVEDOR Elementos mnimos do Razonete: Nome (ttulo) da conta; Dbito (valor); Crdito (valor); Saldo (valor). Valores escriturados a crdito SALDO CREDOR

1.6 DBITO, CREDITO E SALDO O lado esquerdo de uma conta chamado o lado do dbito, o lado direito chamado o lado do crdito. Um lanamento no lado esquerdo de uma conta denominado lanamento a dbito ou dbito; um lanamento no lado direito de uma conta chamado lanamento a crdito ou, simplesmente, crdito. Utilizam-se tambm os verbos creditar e debitar. Quando se faz o lanamento esquerda da conta, dizemos que estamos debitando essa conta. (Ttulo da Conta) (lado do dbito) (lado do crdito) Os leigos em Contabilidade, geralmente, so levados a pensar que dbito significa algo desfavorvel, e crdito algo favorvel. Na realidade isto no ocorre, pois tais denominaes so, hoje em dia, simplesmente convenes contbeis, com uma funo especfica em cada conta, como veremos adiante. Dbito de uma Conta situao de dvida de responsabilidade da conta. As contas que representam bens, direitos, despesas e custos tm saldo devedor. DEBITAR uma conta registrar um valor na coluna do dbito. Crdito de uma conta situao de direito de haver da conta. As contas que representam obrigaes (PE), Patrimnio Lquido (PL) e Receitas tm saldo credor. CREDITAR uma conta registrar um valor na coluna do crdito. Ex.: Caixa Capital Social 4

D 300,00

C

D

C 300,00

A diferena entre o total de dbitos e o total de crditos feitos em uma conta, em determinado perodo, denominado SALDO. Os saldos das contas podem ocorrer da seguinte forma: a) Saldo Devedor quando o valor do dbito for superior ao do crdito (D > C); b) Saldo Credor quando o valor do crdito for superior ao do dbito (D < C); c) Saldo Nulo quando o valor do dbito for igual ao do crdito (D = C). Exemplos: Nome da Conta 2.000,00 1.200,00 800,00 Saldo Devedor 1.7 JUSTIFICATIVA DOS SALDOS DAS CONTAS Nome da Conta 2.500,00 3.200,00 700,00 Saldo Credor

Embora parea difcil, simples e fcil justificar as definies dos saldos. Observe o quadro abaixo: ALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens..........................................800,00 EXIGVEL (D) Fornecedores ........................ 400,00 (C) Direitos .................................1.200,00 (D) PL/SL (C) + Receitas (C) (-) Despesas (D) Total .....................................2.000,00 Total ..........................................2.000,00 (D) (C) (D) saldo devedor; (C) saldo credor Observando o patrimnio acima, podemos chegar as seguintes concluses: 1) Os fornecedores (credores da empresa) tm $ 400,00 a receber, portanto, seu saldo credor; ... 1.600,00

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2) Os scios ou acionistas (credores da empresa) tm $ 1.600,00 a receber (valor do PL), portanto, seu saldo credor; 3) Os recursos necessrios aos pagamentos dos valores acima esto no Ativo que, nessa hiptese, deve $ 2.000,00, ou seja, $ 400,00 para as obrigaes com terceiros (PE) e $ 1.600,00 para os scios ou acionistas (PL). Portanto: a) As contas do Ativo tm saldo devedor; b) As contas do Passivo Exigvel tm saldo credor; c) As contas do Patrimnio Lquido tm saldo credor. Existem contas retificadoras do Ativo e do Patrimnio Lquido que apresentam, respectivamente, saldos credores e devedores, ou seja, o inverso das contas normais. Este assunto ser estudado posteriormente. Quanto s Receitas e Despesas, poderamos comentar que: 4) As receitas provocam aumento no valor do PL que, normalmente, possui saldo credor, logo as receitas somente podem ter saldo credor; 5) As despesas, por sua vez, diminuem o valor do PL que, normalmente, possui saldo credor, logo as despesas somente podem ter saldo devedor. 1.8 DBITO E CREDITO DAS CONTAS

Como j vimos, as operaes ocasionam aumentos e diminuies do Ativo, do Passivo e do Patrimnio Lquido. As contas possuem dois lados (esquerdo e direito); desta forma, os aumentos podem ser registrados em um lado e as diminuies no outro. A natureza da conta que ir determinar o lado a ser utilizado para os aumentos e o lado para as diminuies, como veremos a seguir. 1.9 CONTAS DE ATIVO

Os elementos que compem o Ativo figuram no lado esquerdo do balano. Em coerncia, as contas de Ativo (Bens e Direitos) sempre devem apresentar saldos devedores, isto , no lado esquerdo. Convm notar que uma empresa possui ou no bens e direitos, no existem bens negativos e tampouco direitos; portanto, as contas de Ativo possuem saldo devedor ou nulo. Para que uma conta de Ativo (Bens ou Direitos) tenha saldo devedor, necessrio que os aumentos e as diminuies nela ocorridos sejam assim registrados: Qualquer Conta de Ativo Dbito Crdito $ Aumentos $ Diminuies

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1.10

CONTAS DE PASSIVO E DE PATRIMNIO LQUIDO

1.10.1 Contas de Passivo A contas do Passivo aparecem no lado direito do balano; deve acontecer com elas o inverso do que acontece com as do Ativo, isto , os aumentos e diminuies do Passivo (obrigaes) devem ser registrados da seguinte maneira: Qualquer Conta de Passivo Dbito Crdito $ Diminuies $ Aumentos 1.10.2 Contas de Patrimnio Lquido Desde que o Patrimnio Lquido Positivo ocupe o lado direito do balano, o funcionamento das suas contas ser igual ao funcionamento das do passivo, ou seja: Qualquer Conta de Patrimnio Lquido Dbito Crdito $ Diminuies $ Aumentos Quando o Patrimnio Lquido em seu valor total for negativo, estar no lado esquerdo do balano, junto com o Ativo ou subtrado do Passivo (lado direito do balano), com o saldo devedor. Aument-lo com o sentido de melhor-lo significa diminuir esse saldo devedor, o que s pode ser feito mediante um lanamento a crdito. Uma empresa possui ou no Passivo (obrigaes), no existem dvidas negativas. O Patrimnio Lquido (Ativo-Passivo), entretanto, pode ser positivo, nulo ou negativo. 2. CONTAS) LANAMENTO CONTBIL (A DBITO E A CRDITO DAS

O lanamento contbil refere-se ao registro dos fatos contbeis (provocam mudanas na composio do patrimnio ou do resultado da empresa) nos livros de escriturao comercial da empresa livros Dirio e Razo. O lanamento feito nas contas que registram o patrimnio da sociedade, que podem ser pertencentes ao grupo do Ativo, Passivo Exigvel ou Patrimnio Lquido. As contas de Ativo, por terem saldo devedor, so aumentadas de valor por dbito e diminudas por crdito. As contas de Passivo Exigvel e do PL, por apresentarem saldo credor, so aumentadas de valor por crdito e diminudas por dbito. As contas de despesas so sempre debitadas, pois representam reduo do PL.

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As contas de receitas so sempre creditadas, pois correspondem a aumento do PL. A conta que receber o primeiro registro ser a conta devedora, que indicar a aplicao do recurso efetuado pela entidade ou empresa, e o segundo registro ser efetuado na conta credora que indicar a origem do recurso aplicado. Veja o esquema abaixo: CONTAS ATIVO PASSIVO PATRIMONIO LQUIDO RECEITAS DESPESAS DBITO SALDO Aumenta Devedor Diminui Credor Diminui Credor Diminui Credor Aumenta Devedor CRDITO Diminui Aumenta Aumenta Aumenta Diminu

2.1

MTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS

A essncia do mtodo, universalmente aceito, que o registro de qualquer operao implica que a um dbito numa ou mais contas deve corresponder um crdito equivalente em uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual soma dos valores creditados. No h dbito(s) sem crdito(s) correspondente(s). esse principio que determina a equao entre o ativo e o passivo do patrimnio. Os valores ativos representam sempre saldo devedor e, os passivos, saldo credor, sendo a soma do ativo sempre igual do passivo. Por esse mtodo registramos todos os acontecimentos que se verificam no patrimnio, conhecendo-se, a qualquer momento, o valor de cada componente do patrimnio, suas variaes e os resultados, positivos ou negativos da atividade econmica. Como conseqncia do mtodo das partidas dobradas temos, portanto, o seguinte: a) soma dos dbitos sempre igual soma dos crditos; b) a soma dos saldos devedores sempre igual soma dos saldos credores; c) as aplicaes de capital, registradas a dbito das contas ativas, so sempre iguais soma dos capitais fornecidos ao patrimnio, creditados nas contas passivas, de onde ser o ATIVO sempre igual ao PASSIVO; d) a diferena entre a soma dos bens e dos direitos (parte positiva do patrimnio) e a 8

soma das obrigaes (parte negativa) indica a substncia lquida patrimonial, que representa o crdito dos titulares, e se chama patrimnio lquido; e) as despesas, sempre debitadas, contribuem para reduo do patrimnio lquido; f) as receitas, sempre creditadas, contribuem para aumento do patrimnio lquido; g) a demonstrao contbil da situao patrimonial (ativo e passivo), chamada balano patrimonial, apresenta sempre a forma de equao, em virtude da contraposio de dbitos e crditos, inerente a todos os registros contbeis; h) a diferena entre as despesas e as receitas (lucro ou prejuzo) complementar a equao patrimonial, e indica aumento ou diminuio do patrimnio lquido. 2.2 DIARIO

este um livro no qual so registradas todas as operaes contabilizveis de uma entidade, em ordem cronolgica e com a observncia de certas regras. Antigamente, o livro era preenchido unicamente a mo, isto , era manuscrito. Hoje em dia, utilizam-se processos mecnicos para a escriturao em folhas soltas, as quais so, em seguida, copiadas por decalque no livro de folhas presas. Processos eletrnicos tambm so utilizados no trabalho contbil em geral; neste caso, encadernam-se as folhas soltas. 2.3 PARTIDAS DE DIARIO ou LANAMENTO CONTBIL

o registro de uma operao no livro DIRIO de um fato contbil, sendo representado pelas partidas dobradas. A partida devedora representa a aplicao do recurso e a credora, sua origem. O mtodo universalmente usado em todos os sistemas contbeis para registro dos fatos o mtodo das PARTIDAS DOBRADAS. A expresso partidas dobradas no indica duplicidade ou repetio de um mesmo registro. Quando ocorrer um fato, dois ou mais elementos do patrimnio sero alterados equivalentemente, permitindo um equilbrio constante e, conseqentemente, a adoo da frmula: ATIVO = PASSIVO + PATRIMNIO LQUIDO Consiste o mtodo das partidas dobradas em registrar esse mesmo fato em forma bipartida, de maneira a representar as duas variaes decorrentes nas contas que reduzem os elementos afetados. Os requisitos necessrios de uma Partida de Dirio so os seguintes: a) b) c) data de operao; conta (s) debitada (s); conta (s) creditada (s);

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d) e)

histrico da operao, com a meno das caractersticas principais dos documentos comprobatrios da operao; valor da operao em moeda corrente.

EXEMPLO 1: compra de um caminho vista, no dia 23 de junho de 2000, da Cia. Lorentz, conforme nota fiscal n 15, no valor de $ 40.000,00 data: 23/06/X9 conta debitada: Veculos $ 40.000,00 conta creditada: Caixa $ 40.000,00 Lanamento: Rio de Janeiro, 23 de junho de 2000 Veculos a Caixa 40.000,00 Compra de um veculo, conforme nota fiscal n 15 da Cia. EAGS EXEMPLO 2: Em 02-08-00, compraram-se duas mesas por $ 700,00 a prazo, aceitando-se uma duplicata com vencimento para 15-09-X9, conforme nota fiscal n0 007, da Casa de Mquinas Ltda. data: 02-08-00 conta debitada: Mveis e Utenslios conta creditada: Duplicatas a Pagar Lanamento: Rio de Janeiro, 02 de agosto de 2000 Mveis e Utenslios a Duplicatas a Pagar 700,00 Compra de duas mesas, conforme nota fiscal n0 007, Casa de Mquinas Ltda. 2.3.1 PASSOS PARA EFETUAR UM LANAMENTO

Dado um fato contbil, para efetuar um lanamento, deveremos seguir alguns passos, seqencialmente. EXEMPLO Fato - depsito em dinheiro efetuado em conta corrente bancria no valor total de $ 20.000,00. Lanamento Contbil: 1O passo - identificar as contas envolvidas no fato: Caixa (valor em dinheiro); Bancos (depsito); 2O passo - identificar a natureza das contas, ou seja, a que grupo pertence: Ativo (A); Passivo (P); Patrimnio Lquido (PL); Receitas (R); ou Despesas (D); no caso: Caixa - conta do Ativo (A); Bancos - conta do Ativo (A); 3O passo - identificar o que o fato provoca sobre os saldos das contas, ou seja, se o saldo aumentar ou diminuir; no caso: Caixa (A) o saldo diminuir (-); Bancos (A) o saldo aumentar +; e

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4O passo - efetuar o lanamento contbil segundo o mtodo das partidas dobradas, com a utilizao do quadro-resumo do mecanismo do dbito e crdito, da seguinte forma: DBITO - Aplicao do Recurso; CRDITO - Origem do Recurso. A conta que receber o primeiro registro ser a conta devedora, que indicar a aplicao do recurso efetuado pela entidade ou empresa, e o segundo registro ser efetuado na contra credora que indicar a origem do recurso aplicado. Isto posto, temos o seguinte registro a realizar: CAIXA (A) (-) e BANCOS (A) + Utilizando o mecanismo do dbito e crdito, faramos o seguinte lanamento: D (dbito) BANCOS C (crdito) CAIXA $ 20.000,00 Note que, no exemplo acima, a conta BANCOS tem saldo DEVEDOR e sempre surge uma grande dvida. Quando depositamos dinheiro no Banco, em nosso extrato, o lanamento aparece a crdito; ento, o que fizemos estaria errado? Para provar nossas assertivas, vamos contabilizar o mesmo fato acima na instituio bancria que recebeu o depsito, seguindo os mesmos passos, antes especificados: 1o passo - identificar as contas envolvidas no Banco: CAIXA e CONTA-CORRENTE DO CLIENTE; 2o. passo - identificar a natureza das contas: CAIXA (A); CONTA-CORRENTE DO CLIENTE (PE); 3o passo -identificar o que o fato provoca sobre o saldo das contas (aumento ou diminuio): CAIXA (A) - o saldo aumentou (banco recebeu o dinheiro); C/C CLIENTE (PE) - seu saldo tambm aumentou, ou seja, as dvidas do Banco para com o cliente aumentaram; e 4O passo -efetuar o lanamento contbil, segundo o mtodo das partidas dobradas: D - CAIXA C - C/C CLIENTES (BANCOS) $ 20.000,00

Observe que, na instituio bancria, o lanamento aparece a crdito, ou seja, representa uma dvida ou obrigao do Banco para com o seu cliente, portanto seu saldo como conta do Passivo realmente credor; porm, na empresa, o lanamento representa um direito em relao ao Banco, ou seja, conta do Ativo, cujo saldo devedor; logo, os lanamentos acima esto corretos - tanto na empresa depositante quanto no Banco.

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Realizado o lanamento acima, imediatamente, deveremos registr-lo em contas (razonetes) com a finalidade de determinar seu saldo (necessrio apurao do resultado do exerccio e a elaborao do Balano Patrimonial).

3. DEMONSTRAES CONTBEIS (Segundo a Lei n. 6.404./76, alterada pelas Leis n 11.638/07 e n 11.941/09). Para fins de atendimento dos usurios da informao contbil, a entidade dever apresentar suas demonstraes contbeis (tambm usualmente denominada "demonstraes financeiras") de acordo com as normas regulamentares dos rgos normativos. Segundo o IBRACON (NPC 27), "as demonstraes contbeis so uma representao monetria estruturada da posio patrimonial e financeira em determinada data e das transaes realizadas por uma entidade no perodo findo nessa data. O objetivo das demonstraes contbeis de uso geral fornecer informaes sobre a posio patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que so teis para uma ampla variedade de usurios na tomada de decises. As demonstraes contbeis tambm mostram os resultados do gerenciamento, pela Administrao, dos recursos que lhe so confiados." Tais informaes, juntamente com outras constantes das notas explicativas s demonstraes contbeis, auxiliam os usurios a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da entidade. Ao fim de cada exerccio social, a diretoria far elaborar, com base na escriturao mercantil da companhia, as seguintes demonstraes financeiras, que devero exprimir com clareza a situao do patrimnio da companhia e as mutaes ocorridas no exerccio: Balano patrimonial (BP); Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE); Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados (DLPA); Demonstrao de Fluxo de Caixa (DFC); Demonstrao do Valor Adicionado (DVA); e Notas Explicativas (NE), incluindo a descrio das prticas contbeis. De acordo com o 1 do artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstraes de cada exerccio sero publicadas com a indicao dos valores correspondentes das demonstraes do exerccio anterior. Nas demonstraes, as contas semelhantes podero ser agrupadas; os pequenos saldos podero ser agregados, desde que indicado a sua natureza e no ultrapassem um dcimo do valor do respectivo grupo de contas; mas vedada a utilizao de designaes genricas, como diversas contas ou contas correntes As demonstraes financeiras registraro a destinao dos lucros segundo a proposta dos rgos da administrao, no pressuposto de sua aprovao pela assemblia geral.

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As demonstraes sero complementadas por notas explicativas e outros quadros analticos ou demonstraes contbeis necessrios para esclarecimento da situao patrimonial e dos resultados do exerccio. Aps ter efetuado todos os lanamentos de encerramento do exerccio, no Livro Dirio, devem ser transcritos tambm o Balano Patrimonial e a Demonstrao do Resultado do Exerccio, alm da Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados, com a data e assinatura dos administradores e do responsvel pela contabilidade, com respectivo registro no Conselho regional de Contabilidade (CRC). Resumidamente, os principais aspectos de cada demonstrao financeira: Balano Patrimonial (BP) O Balano Patrimonial a demonstrao contbil destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, o patrimnio e o patrimnio lquido da entidade. O Balano Patrimonial uma das demonstraes contbeis preparadas pelas empresas e demais organizaes. Mostra a posio numa determinada data, normalmente 31 de dezembro, como se fosse uma fotografia. Est dividido em Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido. Essa demonstrao deve ser estruturada de acordo com os preceitos da Lei n 6.404-76, e segundo os Princpios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade. Conforme Lei n 6.404/76 (artigos 176 a 182 e artigo 187) e NBC T.3, o Balano Patrimonial constitudo pelo Ativo, pelo Passivo e pelo Patrimnio Lquido. O Ativo compreende os bens, os direitos e as demais aplicaes de recursos controlados pela entidade, capazes de gerar benefcios econmicos futuros, originados de eventos ocorridos. O Passivo compreende as origens de recursos representados pelas obrigaes para com terceiros, resultantes de eventos ocorridos que exigiro ativos para a sua liquidao. O Patrimnio Lquido compreende os recursos prprios da Entidade, e seu valor a diferena positiva entre o valor do Ativo e o valor do Passivo. Quando o valor do Passivo for maior que o valor do Ativo, o resultado denominado Passivo a Descoberto. Portanto, a expresso Patrimnio Lquido deve ser substituda por Passivo a Descoberto. Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) O artigo 187 da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de 1976 (Lei das Sociedades por Aes) instituiu a Demonstrao do Resultado do Exerccio. A DRE tem como objetivo principal apresentar de forma vertical resumida o resultado apurado em relao ao conjunto de operaes realizadas num determinado perodo, normalmente, de doze meses. A demonstrao do resultado, observado o princpio de competncia, evidenciar a formao dos vrios nveis de resultados mediante confronto entre as receitas, e os correspondentes custos e despesas. A DRE apresenta de que forma o lucro ou prejuzo foi apurado, ordenando as receitas diminudas das despesas. Primeiro, as receitas de vendas ou servios (deduzidas dos impostos sobre vendas e das devolues). Depois, os custos do perodo (gastos de fbrica ou produo), as despesas (administrativas, comerciais e financeiras - lquidas das receitas financeiras) e, por ltimo, a participao de terceiros antes do Lucro Lquido

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("fatia do lucro" entregue ao imposto de renda, participao dos administradores e gratificaes aos empregados). Demonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados (DLPA) A demonstrao de lucros ou prejuzos acumulados a demonstrao contbil destinada a evidenciar, num determinado perodo, as mutaes nos resultados acumulados da entidade. Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) A DVA evidencia o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuio entre os elementos que contriburam para a gerao dessa riqueza, tais como empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza no distribuda. Notas Explicativas (NE) As NE esclarecem pontos que a linguagem contbil no consegue retratar, tais como transaes ou fatos que podem alterar, futuramente, a situao patrimonial demonstrada. Tambm so utilizadas para informar as prticas contbeis e detalhar algumas contas do Balano Patrimonial ou de outra demonstrao. O Parecer do Auditor tambm pode fazer referncia a uma Nota Explicativa. 2.1 Balano Patrimonial grupos de contas Com a edio da Lei n 11.941/09, a composio dos grupos e subgrupos do ativo e do passivo sofreu significativas modificaes. A Lei n 11.941/09, entre outras coisas, alterou a Lei n 6.404/76 (Lei das Sociedades por Aes) em seus aspectos contbeis. Ativo No ativo, as contas continuam a ser dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados. Grau de liquidez o maior ou menor prazo no qual bens e direitos podem ser transformados em dinheiro. Por exemplo, os Estoques de Mercadorias sero transformados em dinheiro quando forem vendidos vista; as Duplicatas a Receber quando forem recebidas, e assim por diante. A conta Caixa e a conta Bancos-Conta/Movimento so as que possuem maior grau de liquidez, pois representam disponibilidades imediatas. Por isso, so as primeiras contas que aparecem no Plano de Contas. Em conformidade com o artigo 179 da lei n 6.404/76, alterada pela lei n 11.638/07 e Lei n 11.941/09, as contas do ativo sero classificadas do seguinte modo: 1 - ativo circulante; 2 - ativo no-circulante, composto por: ativo realizvel a longo prazo; investimentos; imobilizado; e intangvel. 14

no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizveis no curso do exerccio social subseqente e as aplicaes de recursos em despesas do exerccio seguinte; Neste grupo voc encontra todas as contas que representam os Bens e os Direitos que, devido a sua finalidade, e em sua maioria, esto em constante circulao. Correspondem aos recursos aplicados em elementos que esto em franco movimento, como, por exemplo, a conta Caixa, que a todo instante est sendo movimentada (entra e sai dinheiro); o mesmo ocorre com as contas de Estoque, Bancos Conta Movimento etc. no ativo realizvel a longo prazo: os direitos realizveis aps o trmino do exerccio seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou emprstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que no constiturem negcios usuais na explorao do objeto da companhia; em investimentos: as participaes permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, no classificveis no ativo circulante, e que no se destinem manuteno da atividade da companhia ou da empresa; no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpreos destinados manuteno das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operaes que transfiram companhia os benefcios, riscos e controle desses bens; no intangvel: os direitos que tenham por objeto bens incorpreos destinados manuteno da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comrcio adquirido. Passivo Em conformidade com os artigos 180 e 182 da Lei n 6.404/76, alterada pela Lei n 11.638/07 e Lei n 11.941/09, as contas do passivo sero classificadas do seguinte modo: 1 - passivo circulante; 2 - passivo no-circulante; e 3 patrimnio lquido A disposio das contas desse grupo a ordem decrescente do grau de exigibilidade dos elementos registrados. no passivo circulante: as obrigaes da companhia, inclusive financiamentos para aquisio de direitos do ativo permanente; no passivo no-circulante: as obrigaes que tiverem vencimento posterior ao trmino do exerccio seguinte (> 1 ano). no patrimnio lquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliao patrimonial, reservas de lucros, aes em tesouraria e prejuzos acumulados. A conta do capital social discriminar o montante subscrito e, por deduo, a parcela ainda no realizada. Sero classificadas como reservas de capital as contas que registrarem a contribuio do subscritor de aes que ultrapassar o valor nominal e a parte do preo de emisso das aes sem valor nominal que ultrapassar a importncia destinada formao do capital social, inclusive nos casos de converso em aes de debntures ou partes beneficirias.

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Sero classificadas como ajustes de avaliao patrimonial, enquanto no computadas no resultado do exerccio em obedincia ao regime de competncia, as contrapartidas de aumentos ou diminuies de valor atribudo a elementos do ativo e do passivo, em decorrncia da sua avaliao a valor justo, nos casos previstos na Lei n 6.404/76, alterada pela Lei n 11.638/07, em normas expedidas pela Comisso de Valores Mobilirios, Sero classificados como reservas de lucros as contas constitudas pela apropriao de lucros da companhia. As aes em tesouraria so a aquisio de aes de prpria emisso da companhia, no representando investimento, configurando-se melhor como um retorno do capital investido. As aes em tesouraria devero ser destacadas no balano como deduo da conta do patrimnio lquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisio. Com a Lei n 11.941/09, as obrigaes da companhia, inclusive financiamentos para aquisio de direitos do ativo no-circulante, so classificadas no passivo circulante, quando se vencem no exerccio seguinte, e no passivo no-circulante, se tm vencimento em prazo maior. Balano Patrimonial (Lei 6404/76, alterada pelas Leis n 11.638/07 n 11.941/09) Ativo Passivo Ativo Circulante Passivo Circulante Ativo No circulante Ativo Realizvel a Longo Prazo Investimentos Imobilizado Intangvel Passivo No Circulante Passivo Exigvel a Longo Prazo Resultados de Exerccios Futuros Patrimnio Lquido Capital Social Reservas de Capital Ajustes de Avaliao Patrimonial Reservas de Lucros Prejuzos Acumulados

3.2 Exerccio social e regimes de escriturao (competncia e caixa) 3.2.1 Exerccio Social o espao de tempo (12 meses) findo o qual, por fora de lei, as pessoas jurdicas apuram os seus resultados. Ocorre, desta forma, o registro e a acumulao de receitas, despesas e custos que sero confrontados para a determinao do LUCRO OU PREJUZO. O Exerccio Social pode coincidir ou no com o ano calendrio, de acordo com o que dispuser o estatuto ou o contrato social da entidade. A maioria das empresas adota o Exerccio Social com trmino em 31 de dezembro de cada ano. 3.2.2 Regimes de escriturao Existem trs regimes para a apurao do resultado do exerccio: Regime de Competncia Regime de Caixa Regime Misto

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Regime de Competncia: aquele em que as receitas e as despesas so consideradas em funo do seu fato gerador e no em funo do recebimento da receita ou pagamento da despesa em dinheiro. No regime de competncia so consideradas as receitas ganhas no perodo contbil, no importando se tenham sido recebidas ou no, e as despesas incorridas no importando se tenham sido pagas ou no. Exemplos: 1) Os salrios do ms de maio de X0, quando pagos em junho de X0, sero reconhecidos como Despesa de maio. Considera-se, neste caso, a data do fato gerador da despesa, ou seja, o ms em que o funcionrio prestou servios para a empresa, independente data do pagamento. 2) As receitas de vendas ou de prestao de servios do ms de maio, a vista ou a prazo, sero reconhecidas no ms de maio, pois o fato gerador, ou seja, a realizao da receita, ocorreu em maio. Regime de Caixa: aquele que considera receitas e despesas do exerccio aquelas efetivamente recebidas (entrada de dinheiro em caixa) e pagas (sada de dinheiro) dentro do perodo. A legislao brasileira (IR) no admite o uso do Regime de Caixa pelas empresas que tenham finalidade lucrativa. Este regime bastante utilizado por entidades sem fins lucrativos Associaes de Classes, Clubes, Sindicatos etc. Exemplos: 1) Os salrios do ms de maio de X0, quando pagos em Junho de X0, sero reconhecidos como despesa de junho. Considera-se a data do pagamento. 2) As receitas de vendas ou de prestao de servios do ms de maio, a vista ou a prazo, sero reconhecidas no ms em que houver o recebimento. Regime Misto: o que utiliza o regime de caixa para as receitas e o regime de competncia para as despesas. o regime utilizado pela Contabilidade Pblica. 3.2.3 Resultado Caso as receitas obtidas superem as despesas incorridas, o Resultado do exerccio (perodo contbil) ser positivo (lucro), que aumenta o Patrimnio Lquido. Se as despesas forem maiores que as receitas, ocasiona um prejuzo que diminuir o Patrimnio Lquido. Como j foi visto anteriormente, os registros de aumentos e de diminuies das contas de Patrimnio Lquido obedecem seguinte regra: os Aumentos so registrados por crditos e as Diminuies por dbitos. Em decorrncia dessa regra geral, as receitas obtidas, por aumentarem o Patrimnio Lquido, devero ser creditadas em contas de receita. As despesas incorridas por diminurem o Patrimnio Lquido, devero ser debitadas em contas de despesa. Uma despesa , portanto, elemento que diminui o resultado enquanto que uma receita elemento que aumenta o resultado. Para que haja condies de anlise e informaes detalhadas dentro de uma empresa, receitas e despesas constituem apenas os grupos principais, sendo desdobradas em cada classe, em diversas contas componentes, segundo a natureza e o tipo de cada uma delas, como vimos anteriormente. 3.4.4 Perodo contbil

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A contabilidade se norteia por princpios fundamentais e, para o assunto abordado, destacamos o Princpio da Continuidade, o qual presume que a Empresa, normalmente, operar definitivamente. O Resultado exato de uma empresa, portanto, somente poder ser apurado no final de sua vida, aps a venda de todo seu Ativo e o pagamento de suas obrigaes para com terceiros. O Resultado do empreendimento ser medido pela diferena entre o Patrimnio Lquido apurado no final da sua vida e o Patrimnio Lquido Inicial. Entretanto, a administrao no pode esperar at que a empresa seja liquidada ou encerrada; a informao do resultado das vrias operaes deve ser fornecida a intervalos regulares de tempo, de um ano, de seis meses e mesmo de um ms. Assim, a Contabilidade registra e resume todas as mudanas no Patrimnio Lquido que ocorrem durante o perodo escolhido e apresenta o resultado obtido. O perodo contbil, espao de tempo escolhido para que a Contabilidade mostre a situao patrimonial e financeira na evoluo dos negcios da empresa, quando de um ano, tambm denominado exerccio social. Para finalidades externas, o perodo normalmente de um ano e muitas vezes, corresponde ao ano-calendrio. Para finalidades internas, as informaes dos resultados devem ser mostradas em intervalos menores, por exemplo, ms a ms, a fim de que a administrao acompanhe mais amide o desenvolvimento dos negcios, atravs dos demonstrativos elaborados. 3.2.5 Encerramento de contas de receita e despesa Toda empresa necessita fazer a apurao de resultados pelo menos uma vez por ano. O lucro ou prejuzo de um exerccio est na dependncia do confronto das contas de receita e de despesa, e esse resultado lquido apurado na conta denominada Resultado. Para efeito de apurar o resultado da empresa as contas de receita e despesa so peridicas, isto , somente devero conter registros para um ano ou perodo menor, conforme a durao do perodo contbil, o que significa que todas as contas de receita e de despesa devem possuir saldo zero no incio dos perodos. Para que isto ocorra, no final de cada perodo deve-se proceder ao encerramento das contas de resultado, atravs dos lanamentos de encerramento. O encerramento das contas de receita realizado pela transferncia de seus saldos credores para crdito da conta Resultado. As contas de despesa so encerradas pela transferncia de seus saldos devedores para dbito da conta Resultado. Os procedimentos administrativos e contbeis das entidades ao final do exerccio social chamam-se Encerramento do Exerccio. Vejamos um exemplo: Clnica ABC Balancete de verificao em 31/12/2009 Contas Bancos Duplicatas a receber Saldos devedores $ 100 300 Saldos credores $

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Estoque de materiais Mveis e utenslios Fornecedores Contas a pagar Capital social Reservas Custo dos servios prestados Despesas de salrios Despesas de aluguel Despesas diversas Receitas de prestao de servios Outras receitas

350 40 300 50 400 27 270 50 12 5 330 20 _____ 1.127 _____ 1.127

3.2.6 Apurao do resultado O balancete de verificao anterior inclui despesas e receitas de um perodo contbil. Agora vamos fazer um "encontro de contas" para saber se tivemos mais receitas (lucro) ou mais despesas (prejuzo), pois o que vai aparecer no "balano patrimonial" ser o resultado. Em resumo: as despesas e receitas aparecem no balano patrimonial pelo seu resultado lquido. Dissemos, entretanto, que o balano patrimonial consistia na apresentao de todas as contas da contabilidade de uma companhia, dispostas em forma relativamente padronizada. Assim, se as contas de despesas e receitas apresentassem saldo, deveriam tambm aparecer no balano patrimonial. Para que isso no acontea a companhia faz, geralmente no final do exerccio, uma transferncia contbil dos saldos respectivos de todas as contas de despesas e receitas, para uma nica conta, chamada "conta de resultado". Essa conta, assim, debitada pelo valor total das despesas e creditada pelo total das receitas. A diferena entre os dbitos e crditos nessa conta ser o resultado do exerccio.

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Receitas Prestao de servios Outras receitas (-) Despesas Custo dos servios prestados Despesas de Salrios Despesas de Aluguel Despesas diversas (=) Lucro 270 50 12 5 (337) 13 330 20 350

3.2.7 Distribuio do resultado Aps a sua transferncia para a conta Lucros ou Prejuzos Acumulados, o Resultado do Exerccio poder ser distribudo para outras contas do Patrimnio Lquido e do Passivo. Isso ser estudado futuramente. Mesmo com saldo devedor, a conta dever aparecer no balano, no grupo Patrimnio Lquido, da seguinte forma:

3.3 Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) A Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE) a demonstrao contbil destinada a evidenciar a composio do resultado formado num determinado perodo (12 meses). apresentada de forma dedutiva (vertical), ou seja, das receitas subtraem-se as despesas e, em seguida, indica-se o resultado (lucro ou prejuzo). A demonstrao do resultado, observado o Princpio de Competncia, evidenciar a formao dos vrios nveis de resultados mediante confronto entre as receitas e os correspondentes custos e despesas. O demonstrativo de resultados do exerccio tem como parmetro bsico de contabilizao, a contraposio s receitas obtidas no perodo, das respectivas despesas, custos, encargos e riscos incorridos sua obteno. Um modelo do Demonstrativo de Lucros e Perdas ou de Resultados do Exerccio apresentado de forma resumida a seguir:

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DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS DO EXERCCIO Receita bruta de vendas de bens ou servios (-) Impostos sobre vendas = Receita lquida (-) Despesas administrativas (-) Despesas com vendas = Lucro operacional (-) Despesas financeiras lquidas (-) Despesa de depreciao = Lucro antes do imposto de renda (-) Proviso para imposto de renda = Lucro lquido do exerccio As despesas administrativas, com vendas, e a diferena entre outras despesas e receitas operacionais, so chamadas de despesas operacionais. Os itens componentes da demonstrao de resultados do exerccio so apresentados a seguir: Receita Lquida a receita efetivamente obtida pela venda de produtos ou servios da empresa. Isso significa que do valor recebido so deduzidos todos os impostos incidentes na venda (valores que no pertencem empresa, sendo recebidos pela empresa e posteriormente transferidos para o governo), bem como as devolues e os descontos comerciais e abatimentos concedidos incondicionalmente. A receita lquida obtida da seguinte forma: RECEITA BRUTA DE VENDAS (-) Impostos PIS COFINS ISS = VENDAS LQUIDAS Despesas Administrativas Representam as despesas efetivamente pagas ou incorridas relativas s atividades administrativas da empresa. Englobam dentre outras as seguintes contas representativas de gastos: Salrios e ordenados Gratificaes Frias 13 salrio Encargos sociais (INPS e FGTS) Indenizaes Assistncia mdica e social Despesas de manuteno e conservao Aluguis Impostos e taxas (IPTU etc.)

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Despesas com Vendas Representam os gastos incorridos ou pagos pela empresa para a realizao das vendas. So classificadas como despesas com vendas, dentre outras, as contas mencionadas acima relativas s despesas administrativas, mas incorridas pela rea de vendas da empresa; Comisses; e Propaganda e publicidade Lucro Operacional o resultado da diferena entre o lucro bruto e as despesas de vendas, gerais e administrativas consideradas como operacionais (entende-se como despesas operacionais, os gastos que so diretamente gerados pela atividade que constitui o objeto social da empresa), dentro do regime de competncia. O lucro operacional mede a capacidade de gerao de resultados positivos relacionados ao objetivo social de uma empresa, sendo um dos indicadores de desempenho mais importantes na anlise da capacidade de gerao de recursos. Despesas Financeiras Lquidas Representa os valores contabilizados, pagos e recebidos a ttulo de juros e variaes monetrias de emprstimos, juros de mora por pagamentos fora da data de vencimento e recebidos por aplicaes no mercado financeiro. O saldo desta rubrica (lembre-se do conceito de conta corrente) representa o resultado dos valores lquidos lanados nesta conta a dbito e a crdito. Proviso para Imposto de Renda Pela legislao em vigor, o imposto de renda do exerccio deve obrigatoriamente estar deduzido do resultado do prprio exerccio e considerado como uma exigibilidade no passivo circulante (contabilizado como proviso para imposto de renda), at que seja efetivamente pago. No clculo do imposto de renda, necessrio efetuar-se uma srie de ajustes para as empresas enquadradas no regime de Lucro Real, at chegar ao chamado lucro real, base para a incidncia do imposto. As empresas enquadradas no Simples, Super Simples ou Lucro Presumido, so tributadas com base em um percentual sobre o faturamento. Lucro Lquido do Exerccio O lucro ou prejuzo lquido representa a diferena entre o lucro aps a incidncia do imposto de renda e as participaes no lucro devidas a administradores, funcionrios. No havendo distribuio parcial ou total do lucro, o resultado lquido apurado (lucro ou prejuzo) transferido para a conta de lucros ou prejuzos acumulados (conta componente do patrimnio lquido), respeitados os critrios apresentados quando da definio do patrimnio lquido.

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DRE - DEMONSTRAO DE RESULTADO DO EXERCICIO - Resumo Receita Operacional Bruta o total geral das vendas (independentemente da forma e/ou condies)

Neste grupo incluem-se todos os valores que no representam sacrifcios financeiros (esforos) para a empresa, mas que so meros ajustes para se chegar a um valor mais indicativo que a (- ) Dedues da Receita Bruta Receita Operacional Lquida, como, por exemplo, devolues de vendas, descontos incondicionais e Impostos cobrados do consumidor no momento da venda. (ICMS, PIS, COFINS, ISS) (=) Receita Operacional Liquida (-) Custos dos Produtos Vendidos, ou (-) Custos das Mercadorias Vendidas, ou (-) Custos dos Servios Prestados (=) Resultado Operacional Bruto Representa a diferena entre a Receita Operacional Bruta e as Dedues da Receita Bruta Como regra geral, representam os gastos despendidos para se conseguir vender um produto, mercadoria ou servio. Os custos, obedecendo s suas particularidades, so estudadas com profundidade no curso de Cincias Contbeis, na disciplina de Contabilidade de Custos e/ou Anlise de Custos. Tambm denominado de Lucro Bruto. a diferena produzida pela comparao entre o preo de venda de um bem e o de seu custo de fabricao ou aquisio. (Receita Operacional Lquida Custos das vendas) So os gastos de escritrio, gastos para administrar (despesas administrativas) a empresa como um todo: desde o esforo para colocar os produtos ao cliente (despesas de vendas: propaganda, comisso), at a remunerao ao capital de terceiros (despesas financeiras: juros). Lucro Lquido resultante das operaes normais realizadas pela empresa. Tambm conhecido como Lucro Operacional. Geralmente, so gastos e/ou receitas imprevisveis, anormais, extraordinrios, que no contribuem para a obteno de receita de vendas. Representam lucros e perdas de capital, ou seja, resultados positivos e negativos apurados na alienao ou baixa de investimentos no-circulantes, imobilizado e intangvel H pessoas que, voluntria ou involuntariamente, tero uma fatia do lucro: Governo (atravs do IR/CS); administradores, empregados (gratificao) etc. o lucro Lquido retido da empresa e que ir formar os Lucros Acumulados e/ou Reservas de Lucros. EXERCCIOS DIVERSOS 23

(-) Despesas Operacionais Comerciais Administrativas Financeiras (=) Resultado Operacional Lquido (+/-) Outras Receitas e Outras despesas

(=) Lucro Lquido Antes da Distribuio

(=)Lucro Lquido do Exerccio

1. Sejam contas e valores em 30/11/X1 (em R$): Clientes 6.000, Caixa 22.000, Bancos 10.000, Mercadorias 20.000, Fornecedores 4.000, Mquinas e Equipamentos 30.000, Impostos a pagar 2.000, Emprstimos a Pagar 30.000, Capital Social 120.000, Capital a Integralizar 48.000, Lucros Acumulados 10.000, Imveis 30.000, Reservas de Lucros 8.000, Emprstimos a Scios 8.000. Ocorreram as seguintes transaes em dezembro de X1: 1 Recebimento de 40% do saldo de Clientes 2 Integralizao. em dinheiro, do restante do Capital. 3 Venda de parte dos equipamentos, a vista, no valor de 12.000 4 Compra de mveis por 5.000, em cheque. 5 Pagamento, em dinheiro, do emprstimo Pede-se: a) registrar as operaes na contas em T (Razo); b) levantar um balancete de verificao; c) levantar o Balano Patrimonial. LANAMENTOS EM RAZONETES Caixa Bancos Mercadorias Clientes

Empr. a Scios Fornecedores Imp. a Pagar

Imveis

Maq. e Equip.

Empr. a Pagar

Capital Social

Capital a Integralizar

Lucros Acumulados

Reservas de Lucros

Mveis e Utenslios

BALANCETE DE VERIFICAO CONTAS Caixa Bancos Clientes Mercadorias 24 MOVIMENTO DBITO CRDITO

Emprstimos a Scios Mveis e Utenslios Imveis Maquinas e Equipamentos Fornecedores Impostos a Pagar Emprstimos a Pagar Capital Social Capital a Integralizar Reservas de Lucros Lucros Acumulados TOTAL BALANO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO

TOTAL DO ATIVO

TOTAL DO PASSIVO

2. A Cia XPTO iniciou suas atividades em 1-1-X1 e dedica-se comercializao de moveis para escritrio. Seu capital social de $ 1.000 encontra-se integralizado em apenas 50%. Em 31-X-X1, apresentava os saldos das seguintes contas em seu Balacente de Verificao (em $): Caixa 250; Edifcios 500; Fornecedores 100; Mveis e Utenslios 50; Ttulos a Pagar 300; Capital 1.000; Capital a Integralizar 500; Terrenos 100. Durante o ms de fevereiro foram realizadas as seguintes operaes: 1. aquisio de diversos mveis para comercializao (mercadorias), no total de $500, sendo 80% a prazo; 2. aquisio de quatro veculos para entrega de mercadorias a $ 200 cada, a prazo; 3. abertura de conta bancria no Banco ABC, ocasio em que foi efetuado o depsito de $100; 4. venda de 80% do terreno Cia. Gama, recebendo em troca $ 10 em dinheiro e uma obra de arte avaliada em $ 70; 5. obteno de $ 200 de emprstimo junto ao Banco Sol; 6. pagamento, em cheque, de $ 200 das dvidas contradas na aquisio de edifcios (Ttulos a Pagar); 7. integralizao do Capital Social em dinheiro, no valor de $ 100, depositado no Banco ABC; 25

8. venda de metade das mercadorias a vista, por $ 250; Com base nesses dados, pede-se: a) efetuar o lanamento dos saldos iniciais e das operaes nos razonetes; b) elaborar o Balancete de Verificao; e c) elaborar o Balano Patrimonial. d) Informar o valor do ativo___________________ e) Informar o valor do passivo exigvel _________________ f) Informar o valor do PL__________________ g) Informar o valor do Ativo no circulante____________ 3. A Cia Alfa iniciou suas atividades em 1-1-X1 e dedica-se comercializao de moveis para escritrio. Seu capital social de $ 1.000.000 encontra-se integralizado em apenas 50%. Em 31-X-X1, apresentava os saldos das seguintes contas em seu Balacente de Verificao (em $): Caixa 250.000; Edifcios 500.000; Fornecedores 100.000; Mveis e Utenslios 50.000; Ttulos a Pagar 300.000; Capital 1.000.000; Capital a Integralizar 500.000; Terrenos 100.000. Durante o ms de fevereiro foram realizadas as seguintes operaes: 9. aquisio de diversos mveis para comercializao (mercadorias), no total de $500.000, sendo 70% a prazo; 10. aquisio de quatro veculos para entrega de mercadorias a $ 200.000 cada, a prazo; 11. abertura de conta bancria no Banco Beta, ocasio em que foi efetuado o depsito de $100.000; 12. venda de 80% do terreno Cia. Gama, recebendo em troca $ 10.000 em dinheiro e uma obra de arte avaliada em $ 70.000; 13. obteno de $ 200.000 de emprstimo junto ao Banco Beta; 14. pagamento, em cheque, de $ 200.000 das dvidas contradas na aquisio de edifcios (Ttulos a Pagar); 15. integralizao do Capital Social em dinheiro, no valor de $ 100.000, depositado no Banco Beta; 16. venda de metade das mercadorias a vista, por $ 250.000; 17. liquidao, em cheque, da dvida referente ao emprstimo bancrio obtido; 18. compra de $ 800.000 de mercadorias, sendo 20% a vista. Com base nesses dados, pede-se: a) efetuar o lanamento dos saldos iniciais e das operaes nos razonetes; b) elaborar o Balancete de Verificao; e c) elaborar o Balano Patrimonial. 4. A Empresa Genoveva iniciou suas atividades em 1-8-X2 no ramo de revenda de peas para veculos automotores. Seu capital social, no valor de $ 1.800.000, foi constitudo da seguinte forma: $ 300.000 em imveis, $ 400.000 em equipamentos, $ 400.000 em dinheiro, $ 200.000 em veculos e o restante a ser integralizado no prazo de 90 dias. As operaes do ms de agosto encontra-se relacionadas a seguir: 1. aquisio de instalaes a vista, no valor de $ 100.000;

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2. aquisio de peas para revenda, nas seguintes condies: $ 200.000 em dinheiro, $ 100.000 a vencer em 30 dias e $ 100.000 a vencer em 90 dias. 3. venda do imvel por $ 400.000 Cia. Tumba, tendo recebido $ 100.000 a vista; 4. venda de $ 200.000 de peas para a Cia Gama, pelo preo de custo, sendo 30% a vista; 5. depsito de $ 200.000 no Banco Sem Fundo S.A.; 6. recebimento de um veculo de $ 200.000 com parte de pagamento do imvel vendido; 7. pagamento de $ 100.000, em cheque, aos fornecedores de peas; 8. o adquirente do imvel, na impossibilidade de saldar suas dvidas em dinheiro, entregou um equipamento de $ 100.000; 9. aumento do capital da empresa com o lucro auferido no ms de agosto. Com base nesses dados, pede-se: a) efetuar o lanamento dos saldos iniciais e das operaes no razonetes; b) elaborar o Balancete de Verificao; e elaborar o Balano Patrimonial em 31-8-X2.

5. A Cia JRCS iniciou suas atividades em 1-1-X1 e dedica-se comercializao de moveis para escritrio. Seu capital social de $ 1.000 encontra-se integralizado em apenas 50%. Durante o ms de janeiro foram realizadas as seguintes operaes: 19. aquisio de diversos mveis para comercializao (mercadorias), no total de $500, sendo 80% a prazo; 20. aquisio de quatro veculos para entrega de mercadorias a $ 200 cada, a prazo; 21. abertura de conta bancria no Banco ABC, ocasio em que foi efetuado o depsito de $100; 22. venda de 50% dos mveis Cia. Gama, recebendo em troca $ 300 em dinheiro e uma obra de arte avaliada em $ 200; 23. obteno de $ 200 de emprstimo junto ao Banco Sol; 24. pagamento, em cheque, de $ 200 referente a despesa de aluguel 25. integralizao do Capital Social em dinheiro, no valor de $ 100, depositado no Banco ABC; 26. compra de mveis (mercadorias) para revenda a vista, por $ 250; 27. Pagamento de despesa de energia no valor de $ 100 28. pagamento de juros bancrios no valor de $10 29. pagamento a fornecedores, pela aquisio dos mveis, com juros de 10%. 30. compra de mveis (mercadorias) para revenda a prazo, por $ 250; Com base nesses dados, pede-se: a) efetuar o lanamento das operaes nos razonetes; b) elaborar o Balancete de Verificao; e

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c) elaborar o Balano Patrimonial. d) Elaborar a DRE

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