Apostila concordancia

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COLÉGIO MADRE CABRINI

Professoras : Sandra e Maria Odila

CONCORDÂNCIA NOMINAL____________________________________________________

Primeira Parte

Concordância é o mecanismo pelo qual algumas palavras alteram suas

terminações, para se adequar harmonicamente umas às outras na frase. Há dois

tipos de concordância: Nominal e Verbal.

Regra Geral - As palavras da classe do nome - adjetivo, artigo, numeral e

pronome - alteram suas terminações para se ajustarem em número e/ou gênero ao

substantivo a que se referem:

●    Aqueles / dois / meninos / estudiosos leram os / livros.Pronome  numeral   substantivo         Adjetivo                 art.     substantivo

Há casos, porém, em que a concordância foge a regra geral. São os casos especiais.

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL

Lembro que a matéria é complexa e controversa, sujeita a soluções divergentes. Como já

reiterei em outros textos, minha intenção, além de esclarecer, é a de orientar aqueles que se

preparam para um concurso ou exame vestibular. De modo que tenho de recorrer à gramática

tradicional e, segundo suas regras:

Alerta é advérbio e invariável: Ambos estavam alerta.

Mas atenção: É variável como sinônimo de aviso (substantivo): As sentinelas deram

vários alertas (= vários avisos).

Menos sempre, [menas] nunca: Havia menos alunas na aula.

Bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Como advérbio de intensidade (= muito) é

invariável: Eles falam (muito) bastante. Como adjetivo concorda com o

substantivo: Você ainda verá bastantes > novidades.

Macete: Para fazermos à diferenciação basta substituirmos [bastante] por [muito];

se muito variar bastante também ira variar, em qualquer circunstância:

●   Você conheceu muitas pessoas (muitas = bastantes).

●   Elas são muito simpáticas (muito = bastante).

Meio (= um pouco, um tanto) é advérbio e invariável: A porta estava meio(um

tanto) aberta.

Significando metade, concordará com o nome a que se refere:

Tomou meia >garrafa de cerveja.

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Anexo, Incluso e Junto são palavras adjetivas e, como tais, concordam com o

nome a que se referem:

●   Remeto-lhe anexa, inclusa > uma fotocópia do recibo.

●   Remeto-lhe anexos, inclusos > os convites.

●   Remeto-lhe anexas, inclusas > as faturas.

●   [As irmãs] estavam juntas. Encontrei os amigos < juntos.

Mas Atenção: Anexo precedido da preposição [em] fica invariável: Em anexo, seguem as

faturas.

Junto à / junto de / junto com (= perto de) são invariáveis:

●   As certidões seguem junto com / dos / aos documentos.

●   Construiu os edifícios junto às estações.

Mesmo, Próprio, são palavras adjetivas e, como tais, concordam com o nome a

que se referem: Ela < mesma / própria fará os convites.

●    Ele < mesmo / próprio fará os convites.

Mesmo [= de fato, realmente], é invariável: Elas farão mesmo parte do grupo.

Quite é palavra adjetiva e concorda com o nome a que se refere:

●    Estou < quite com o serviço militar.

●    Estamos < quites com o serviço militar.

Caro e Barato são invariáveis quando usados com o verbo custar:

●   Curiosidade está custando caro.

Sem o verbo custar concorda com o nome a que se refere: A gasolina está cara.

É Bom / É Necessário / É Proibido / É Permitido - Estas expressões só

concordam com o substantivo se este vier precedido de um artigo ou palavra

semelhante; caso contrário, a expressão fica invariável:

●   Água mineral é bom para a saúde.

●   A água mineral é boa para a saúde

●   Virtude é necessário. / A virtude é necessária.

●   Sua demissão não foi boa para o governo.

●   Bebida alcoólica é proibido. / A bebida alcoólica é proibida.

Possível quando acompanhado de: o(a) mais, o(a) menos, o(a) melhor, o(a) pior;

fica no singular: Recebemos a melhor notícia possível.

●    Quero um carro o mais barato possível.

Possível irá para o plural quando o [artigo] das expressões estiver no plural:

●    Vestia roupas as mais modernas possíveis.

A expressão quanto possível é invariável: Proporcionou-lhes conforto quanto possível.

Substantivo como Adjetivo (derivação imprópria) não varia:

●   Mulher mostro. => Mulheres mostro.

Nenhum varia normalmente: Vocês não são nenhuns coitadinhos.

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O plural só pode ser usado, se o pronome vem antes do adjetivo. Se vier depois, só admite o

singular: Vocês não são coitadinhos nenhum.

De formas que / De maneiras que / De modos que, não existem.

Obrigado concorda normalmente com o nome a que se refere. A mulher deve dizer

[obrigada] (= grata, reconhecia):

●   A moça disse: muito obrigada. O rapaz disse: muito obrigado.

●   As moças disseram: muito obrigadas.

●   Os rapazes disseram: muito obrigados.

Salvo / Exceto / Obstante é invariável:

●   Iremos, não obstante as ordens em contrário.

●   Os fiscais levaram tudo, exceto os quadros artísticos.

●   Salvo honrosas exceções.

Não confunda salvo (= exceto, menos) preposição, com salvo (= livre, são, salvado),

adjetivo que é variável: Os fugitivos estão salvos.

A Olhos Vistos (= visivelmente) é locução adverbial, portanto, invariável: Lúcia

emagrecia a olhos vistos.

Pronomes de Tratamento que tenham um adjetivo como referente, concordará

com o sexo da pessoa representada por este pronome: Vossa Majestade (um rei)

está preocupado.

●   Vossa Majestade (uma rainha) está preocupada.

Sós (= sozinho, único) é adjetivo e concordará em número com o substantivo: Os

dirigentes ficaram sós (sozinhos).

A locução adverbial [a sós] é invariável: Gostaria de ficar a sós com você.

Só (= somente, apenas) é advérbio e invariável:

●   Nesta sala, só (somente) os dirigentes podem entrar.

Adjetivo Anteposto a Dois ou Mais Substantivos – Se o adjetivo vierantes de

dois ou mais substantivos concordará com o

mais próximo:Manifestou profundo respeito e admiração.

●   Manifestou profunda admiração e respeito.

Se os substantivos forem nomes próprios, ou nome de parentesco, o adjetivo deverá ir ao

plural, obrigatoriamente: Os esforçados Enéas e Luís. Os esforçadospai e mãe.

Adjetivo Posposto a Dois ou Mais Substantivos – se o adjetivo vierdepois de

dois ou mais substantivos, há duas opções de concordância:

1ª. O adjetivo concorda com o substantivo mais próximo:

●   Encontramos uma jovem e um homem preocupado.

●   Encontramos um homem e uma jovem preocupada.

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2ª Ou vai para o plural, concordando com os substantivos. Se os substantivos

forem de gêneros diferentes prevalecerá sempre o masculino:

●   Encontramos uma jovem e um homem preocupados.

●   Encontramos uma jovem e uma mulher preocupadas.

As Exceções:

1ª. Se os substantivos forem sinônimos ou puderem ser consideradossinônimos,

o adjetivo concordará com o mais próximo:

●   Luís tinha ideia e pensamento < fixo.

●   Luís tinha pensamentos e ideias < fixas.

2ª. Se os substantivos forem antônimos o adjetivo deverá ir

obrigatoriamente para o plural: Passei dias e noites frios na Europa.

3ª. Se o adjetivo só puder referir-se ao último substantivo porque o sentido assim

exige, só com ele fará a concordância:

●   Comprei livros e pera madura (livros não amadurecem).

Quando Dois ou Mais Adjetivos qualificam um único substantivo, ocorrem as

seguintes concordâncias:

1ª. Se houver repetição do artigo o substantivo ficará no singular concordando

com um adjetivo de cada vez:

●   Suportou [a] pressão interna e [a] (pressão) externa.

●   O produto conquistou [o] mercado europeu e [o] americano.

2ª. Se não houver repetição do artigo, o substantivo irá para o plural juntamente

com o artigo que o antecede, concordando com todos os adjetivos: Suportou as

pressões interna e externa.

●   O produto conquistou os mercados europeu e americano.

O Adjetivo como Predicativo do sujeito – Se o sujeito for composto, o adjetivo

vai para o plural. Se os substantivos que formam o sujeito forem gêneros

diferentes, o adjetivo vai para o plural masculino:

●   O mar e o céu estavam serenos. O vale e a montanha são frescos.

Anteposto aos substantivos, o adjetivo concorda, em geral, com o mais próximo:

Escolheste boa hora e lugar. / bom lugar e hora.

O Adjetivo como Predicativo do objeto seguem as mesmas regras para o

adjetivo como predicativo do sujeito: Julgaram o filme e o ator bemfracos.

●   A prática tornou respeitada a enfermeira e o médico.

Um e Outro + Substantivo + Adjetivo, o substantivo vai para o singular e o

adjetivo para o plural: Um e outro aspecto obscuros.

●   Uma e outra causa juntas.

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CONCORDÂNCIA VERBAL (1)____________________________________________

Sujeito Simples

 

É a relação existente entre o [verbo e seu sujeito]. Concordar significa que o termo

subordinado, o verbo, ajusta suas flexões, de número e pessoa ao número e pessoa

do termo subordinante, o sujeito: Eu estudo, tu estudas, nós estudamos.

Regra Geral: Havendo um só núcleo (sujeito simples) com ele concorda o verbo

(antes ou depois do sujeito) em número e pessoa:

●   A primavera (s) morrerá (v), um dia, por certo...

●   Acontecem(v) tantas desgraças(s) neste planeta.

Cabe Lembrar que só o substantivo e seu substituto o pronomepodem ser

[núcleo do sujeito].

CASOS ESPECIAIS DE CONCORDÂNCIA VERBAL

Embora os casos sejam bastante simples, a matéria é complexa e controversa,

sujeita a soluções divergentes. Existem alguns casos especiais que podem gerar

polêmicas, já que mesmo escritores de peso, por questões de estilo, apresentam

soluções diferentes para um mesmo caso de concordância.

Concordância Siléptica (Silepse) - Ocorre quando o [verbo] deixa de concordar

com o sujeito expresso na frase para concordar com um elemento implícito na

mente de quem fala:

●   Os brasileiros somos improvisadores.

O verbo não está concordando com Os brasileiros (sujeito), mas sim com [nós

brasileiros] – sujeito implícito.

●    A gente [nós] somos inútil (Ultraje a Rigor).

Concordância dos Verbos Impessoais - em Português, são os verbos sem

sujeito. Esses verbos devem permanecer sempre na 3ª pessoa do singular. São

eles:

1º. Verbo Fazer quando usado em orações que dão a ideia de tempo:Faz três

horas que vi o meu amor.

●   Ontem fez vinte anos que meu avô morreu.

Cuidado para não levar os verbos auxiliares ao plural; eles também não

variam: Deve fazer três horas que vi meu amor.

●   Está fazendo três anos que ele está no governo.

2º. Verbo Haver quando significa existir, acontecer, realizar-se, ou

fazer: Havia (existiam) muitas pessoas no barco que afundou.

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●   Houve (aconteceram) protestos da população.

●   Haverá (realizar-se-ão) eleições este ano.

●   Há (faz) tempos não vejo seu irmão.

Também neste caso os verbos auxiliares ficam no singular:

●   Vai haver protestos da população.

●   Já está havendo eleições! Progredimos!

Mas atenção:

1ª. Se o verbo haver for [auxiliar] de outro verbo, concorda normalmente com o

sujeito da oração: Os convidados já haviam saído.

2ª. O verbo [existir] não é verbo impessoal, possui sujeito com o qual concorda

normalmente: Nesta cidade existem bons médicos.

3º. Verbo Chover quando usado no sentido próprio é impessoal:

●   Choveu e nevou, durante muitos dias.

●   Choveu à beça ontem.

Usado no sentido figurado, por exemplo, no sentido de cair, deixa de ser

impessoal e, portanto, concordará com o sujeito:

●   Choviam pétalas de flores (suj.). / Choveram (o quê?) comentáriose palpites.

Concordância dos Verbos [Dar, Bater E Soar] - Estes verbos, quando indicam

horas, concordam sempre com o número das horas:

●   Já deram onze horas, mas ainda não onze e meia.

●   Estão batendo dez horas neste instante.

●   Será que já soaram duas horas?

●   Deu uma e meia.

Porém, se aparecer o termo [relógio] ou [equivalente] como sujeito, a

concordância se fará com o sujeito:

●   Já deu onze horas o relógio da sala. => O relógio da sala (s) já deu...

●   Bate dez horas o relógio da matriz. => O relógio da matriz (s) bate...

Por favor, não vá confundir "o sujeito" com o adjunto adverbial de lugar. Sendo

adjunto o termo relógio (ou equivalente), o verbo concordará com o número de

horas: Deram dez horas (onde? em que lugar?) no relógio da matriz.

●   Soaram dez horas (onde? em que lugar?) no relógio da igreja.

Não é o mesmo que: Deu dez horas (quem deu?) o relógio da matriz.

Haver e fazer quando indicam horas, "não variam":

●   Faz dez horas que ele partiu. / Há seis horas que o dia raiou.

Concordância dos Verbos [Faltar, Bastar e Sobrar] - Esses verbos concordam

normalmente com o sujeito. Portanto:

●   Faltam dois minutos para a meia-noite.

●   Sobraram muitos doces e salgados na festa.

●   Bastam duas crianças para a casa virar do avesso.

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CONCORDÂNCIA VERBAL (2)___________________________________________

Sujeito Simples

 

CONCORDÂNCIA COM O SUJEITO COLETIVO - O coletivo é singular na forma,

mas expressa idéia de pluralidade. Portanto, o verbo concordará no singular quando

o sujeito for coletivo:

●   O exército infiel foi derrotado.

●   O povo aplaudiu o orador.

Observação: Se o coletivo vier seguido de substantivo plural e anteceder ao verbo, poderá

ir para o plural quando se quer salientar não a ação do conjunto, mas a dos indivíduos:

Uma porção de índios surgiram do meio das árvores.

●   Uma multidão de crianças penetraram (ou: penetrou) na caverna.

A MAIOR PARTE, GRANDE PARTE METADE DE, A MAIORIA DE - Comestas

expressões quantitativas seguidas de substantivo ou pronome no plural, o verbo

pode ir para o singular (concordando com o coletivo) ou para o plural (concordando

com o substantivo ou pronome):

●   A maioria das pessoas não sabe ou sabem isso.

●   Metade dos alunos fez ou fizeram o trabalho.

Cuidado na escolha! Veja:

●   Grande parte dos homens ficou preocupada.<= grande parte.

●   Grande parte dos homens ficaram preocupados. <= os homens.

07. NAS EXPRESSÕES: MAIS DE, MENOS DE, CERCA DE, PERTO DE o verbo

sempre concorda com o [numeral] que o acompanha:

●   Mais de um estudante honra esse nome.

●   Menos de duas pessoas entraram no cinema.

●   Perto de mil crianças estão desaparecidas.

Mas, atenção: Com a expressão [mais de um] pode ocorrer [plural] em duas

situações: 1ª. Quando a expressão mais de um vem [repetida]:

●   Mais de um oficial, mais de um general foram mortos.

●   Mais de um padre, mais de um bispo estavam presentes.

2ª. Quando o verbo dá ideia de [ação recíproca]:

●   Mais de um veículo se entrechocaram.

●   Mais de um jogador se abraçaram depois da partida.

CONCORDÂNCIA COM NOMES PRÓPRIOS NO PLURAL - Se o sujeito for

constituído por nomes próprios que só tem no plural, temos duas construções

possíveis:

1ª. Se tais nomes não vierem precedidos [de artigo plural], o verbo fica sempre

no singular: Itens nunca teve acento.

●   Minas Gerais possui grandes jazidas de ferro.

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2ª. Quando esses nomes são usados com o [artigo no plural], levam o verbo para

o plural, concordando com o artigo:

●   As Minas Gerais foram o cenário da Conjuração Mineira.

●   Os Andes ficam na América do Sul.

Títulos de Obras Literárias também seguem a mesma regra:

●   Os Lusíadas tornaram Camões imortal.

Mas, atenção: Embora precedido de artigo, o verbo pode [ficar no singular], por efeito da

[concordância ideológica] feita com um termo implícito, [a obra] ou o [o livro]: (a obra) Os

Lusíadas tornou Camões imortal.

●   (o livro) Os Sertões glorificou nossa literatura.

NOS NOMES DE FILMES E TELENOVELAS NO PLURAL o verbo fica sempre no

singular: Os Mansos rendeu bom dinheiro a seu diretor.

●   Os Imigrantes agradou a todos os telespectadores.

CONCORDÂNCIA VERBAL (3)_________________________________________

Sujeito Simples e Composto

 

OS PRONOMES DE TRATAMENTO exigem o verbo na [3ª pessoa] (singular ou

plural), embora se refiram a 2ª pessoa:

●   Vossa Excelência agiu (não agiste) com moderação.

●   Vossas Excelências se enganaram (não enganaste).

Não se esqueça de que [você] também é um pronome de tratamento:

●   Você está (não estais) absolutamente certo.

DE NÓS, DE VÓS, DENTRE NÓS - SE ANTES DE QUALQUER

DESTASexpressões vier um pronome indefinido (alguns, muitos, poucos,

etc.) ouinterrogativo (quais? quantos? etc.), no plural, há duas situações a

considerar:

1ª. O verbo vai para a [terceira pessoa do plural], concordando com o pronome

indefinido ou interrogativo:

●   Alguns de nós partiram. (alguns partiram)

●   Poucos dentre nós conhecem as leis. (poucos conhecem)

2ª. O verbo concorda com o pronome pessoal - nós ou vós:

●   Alguns de nós partimos.

●   Poucos dentre nós conhecemos as leis.

Mas, atenção: com o pronome interrogativo ou indefinido no singular, o verbo fica,

obrigatoriamente, na [terceira pessoa do singular]:

●   Algum de nós partiu. / Qual de nós sairá?

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COM O PRONOME RELATIVO [QUEM] o verbo fica na terceira pessoa do

singular ou concorda com o antecedente do pronome (eu, tu, nós, etc.):Somos

nós quem duvida. Ou: Somos nós quem duvidamos.

●   Foram eles quem escreveu (ou escreveram) errado.

Mas, atenção: Se no lugar de [quem] aparece [que], o verbo concorda somente com o

antecedente, ou seja, com o pronome do caso reto:

●   São coisas que passaram. / Somos nós que duvidamos.

●   Foram eles que escreveram errado.

UM E OUTRO / NEM UM NEM OUTRO - Nos sujeitos formados por essas

expressões, o verbo concorda de preferência no plural, mas admite osingular: Um e

outro livro me agradaram ou agradou muito.

●   Nem uma nem outra foto prestavam ou prestava.

●   Uma e outra família tinham ou tinha parentes no Rio.

O substantivo que se segue à expressão [um e outro] só se usa no singular:

●   Uma e outra coisa lhe desagradam.

COM [UM OU OUTRO] o verbo concorda no singular:

●   Sempre tem um ou outro que vai dando dinheiro.

●   Uma ou outra pode dar o lugar a senhora.

NOS SUJEITOS UNIDOS POR [OU] há duas situações a considerar:

1ª. Se a conjunção [ou] indicar exclusão, ou a idéia de exclusão, o verbo

concordará com o núcleo do sujeito mais próximo:

●   Luís ou Manuel apitará nosso jogo amanhã.

Quantos juízes existem numa partida de futebol? Somente um. Então a conjunção [ou] nos

indica que haverá uma exclusão. Ou o Luís apitará, ou o Manuel. Veja esses outros

exemplos: Eu ou Ele casará com Teresa.

●   Ele ou Eu casarei com Teresa.

2ª. Se a conjunção não indicar exclusão, ou não der idéia de exclusão, o verbo

concordará no plural:

●   Luís ou Manuel (ou ambos) viajarão conosco.

●   Eu ou ele (ou ambos) jantaremos com Teresa.

COM [UM DOS QUE / UMA DAS QUE], o verbo pode ir para o plural (o mais

comum) ou ficar no singular (o mais raro) os escritores modernos preferem o

plural: Paulo é um dos que mais estudam.

Deixa-se, contudo, o verbo no singular quando se deseja destacar o indivíduo do grupo:

Robinho é um dos jogadores brasileiros que mais se destacou.

HAJA VISTA, e não haja visto. Pode ser construída de dois modos:

1º. A expressão fica invariável, seguida ou não da preposição:

●   Haja vista os livros desse autor. (= por exemplo, veja)

●   Haja vista aos livros desse autor. (= atente-se para)

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2º. Pode variar o verbo se a expressão não vier seguida de

preposição:Hajam vista os livros desse autor (= tenham vista).

CONCORDÂNCIA VERBAL (4)____________________________________________

Sujeito Composto

 

Caso o sujeito tenha mais de um núcleo (sujeito composto), a concordância

deverá ser feita da seguinte forma:

SUJEITOS ANTEPOSTOS AO VERBO – Quando o sujeito composto

estiveranteposto ao verbo, este vai para o plural:

●   O trator e o caminhão saíram da estrada.

●   A mão de obra e o material subiram de preço.

Mas atenção: Há casos em que, mesmo com o sujeito anteposto, o verbo pode

ficar no singular. Entre esses casos podemos destacar três:

1º. Quando os sujeitos forem sinônimos ou formados de palavras de sentido

aproximado, o verbo pode concordar no singular ou no plural:

●   Advogado e membro da associação afirma(m) que ela é corrupta.

●   Medo e temor nos acompanha(m) sempre.

2º. Quando os sujeitos se dispuserem em sequência gradativa, o verbo pode

concordar no singular ou no plural:

●   Uma brisa, um vento, o maior furacão não nos inquietava(m).

3º. Quando os sujeitos vierem resumidos por tudo, nada, ninguém,alguém, cada

um, fica o verbo no [singular], mesmo que entre os sujeitos haja algum ou alguns

no plural:

●   Festas, piadas, cócegas, nada o fazia rir.

●   Socos, murros, tapas, pontapés, tudo saiu na festa.

SUJEITOS ANTEPOSTOS DE PESSOAS DIFERENTES - Se os sujeitos forem

formados por pessoas gramaticalmente diferentes, o verbo concordará com a

pessoa que tiver primazia na seguinte escala:

a) 1ª e 2ª ou 1ª e 3ª / 1ª, 2ª e 3ª — o verbo vai para o plural na [1ª]: Eu e

Você (nós) passaremos. / Eu, Tu e Ele (nós) sairemos.

b) 2ª e 3ª — o verbo vai para o plural na [2ª ou na 3ª]:

●   Tu e ele (vós) sereis salvos. / Tu e ele (eles) serão salvos.

●   Ela e tu (vós) caístes do cavalo. /Ela e tu (eles) caíram do cavalo.

Convém observar que na linguagem contemporânea do Brasil não é usual a sintaxe [2ª (tu)

+ 3ª (ele) = vós]. Entre nós, como já observamos, o uso corrente culto, tanto oral como

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escrito, inclina-se para a concordância na terceira pessoa, ou seja, a substituição de [2ª, tu]

por [você, ele, 3ª] e de [vós] por [vocês, eles], como, por exemplo, nesta frase de Coelho

Neto: Juro que tu e tua irmã (vocês) mepagam.

c) Na ausência de uma ou outra, o verbo assume a forma de terceira

pessoa: Roberto e o milagreiro (eles) chegaram logo.

●   Maria e o namorado caíram do cavalo.

SUJEITO POSPOSTO AO VERBO - Se o sujeito composto vier posposto, isto é,

colocado depois do verbo, vai para o plural (concordância gramatical): Saíram da

estrada o trator e o caminhão.

Ou concordará com o núcleo do sujeito mais próximo (concordância

atrativa): Saiu da estrada o trator e o caminhão.

●   Chegaram os filhos e o pai.

NÚCLEOS DO SUJEITO UNIDOS POR [NEM] - É um caso difícil de disciplinar; mas

usa-se comumente o verbo no plural:

●   Nem a riqueza nem o poder o livraram de seus inimigos.

●   Nem eu nem ele o convidamos.

Todavia, é admissível a concordância no [singular] principalmente quando o verbo precede

o sujeito: Não o (ele) convidei nem sua esposa.

●   Não lhe valeu a imensidade do azul, nem a alegria das flores.

NOS SUJEITOS FORMADOS POR INFINITIVOS, tanto é lícito a concordância

no plural como no singular:

●   Apanhar e chorar faz (ou fazem) bem de vez em quando.

●   Nadar e caminhar revigora (ou revigoram) o organismo.

Todavia, se os infinitivos forem [antônimos], ou se vierem com o artigo [o],concordará

somente no plural: Rir e chorar são próprios do homem.

●   O comer e o beber são necessários.

NOS SUJEITOS LIGADOS POR: [NÃO SÓ... MAS TAMBÉM / COMO TAMBÉM /

TANTO... COMO / ETC.], o verbo concordará de preferência no plural:

●   Não só a nação, mas também o príncipe estariam pobres.

●   Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.

●   Não só eu como também meus amigos apanhamos.

NOS SUJEITOS UNIDOS PELA PREPOSIÇÃO [COM] o mais frequente é usar-se o

verbo no plural, quando ambos os sujeitos estiverem em tal pé de igualdade, que se

podem considerar unido por [e]: Manuel com (e) seu compadre construíram o

barracão.

●   Ele com (e) mais dois acercaram-se da porta.

Emprega-se (raramente) o verbo no singular quando o segundo sujeito é posto em plano

inferior e se deseja dar relevância ao primeiro:

●   O Presidente, com sua comitiva, chegou a Paris.

Page 12: Apostila concordancia

●   O bispo com dois sacerdotes iniciou solenemente a missa.

O verbo no singular dá relevância ao Bispo e ao Presidente.