Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Escrito pelos médiuns Raquel Acri e Irapuan Teixeira

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Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Escrito pelos médiuns Raquel Acri e Irapuan Teixeira

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Casuá dos Velhos

Agradecimentos

Nós, Raquel e Irapuan, agradecemos primeiramente ao Pai Supremo e

Criador de todas as coisas, ao Pai Oxalá por integrar nossa casa e por ter nos

dado a oportunidade de reencarnar e sermos instrumentos de esclarecimento a

todos aqueles que por ventura lerem esse material, que venham fazer parte de

nossa casa ou que apenas queiram mais uma das muitas formas de se falar

das verdades do Senhor.

Ao Pai Joaquim de Angola, nosso mentor espiritual, bem como ao Pai

Mané e Pai Benedito, que com sua calma e grande paciência nos dão sempre

uma palavra amiga ou uma bronca merecida, e as falanges de pretos-velhos

pelo grande auxílio dado na realização dessa apostila.

A todas as outras falanges que em seus momentos de esclarecimento

participaram também, bem como as crianças, caboclos, médicos orientais e

ocidentais, escritores, artistas e falangeiros da esquerda.

Ao nosso tutor e mentor encarnado Ary por suas orientações e sábios

conselhos não só para este material, mas também para nossa casa e nossas

vidas.

Agradecemos a todos os médiuns e não médiuns da casa por sua

amizade, credibilidade e confiança em nosso trabalho.

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Índice

História da Umbanda a partir de Zélio de Moraes e codificação do Espiritismo

por Allan Kardec .......................................................................................................... 4

O que é a Umbanda? ..................................................................................................... 4

O que é o Kardecismo? ................................................................................................. 5

Quem somos e nosso trabalho ................................................................................... 6

Quem somos ................................................................................................................. 6

Nosso trabalho ............................................................................................................... 7

Orientação aos encarnados e desencarnados .......................................................... 8

Orixás ........................................................................................................................... 9

Oxalá ............................................................................................................................. 12

Yemanjá ........................................................................................................................ 14

Iansã ............................................................................................................................... 17

Oxum ............................................................................................................................. 20

Xangô ............................................................................................................................ 23

Ogum ............................................................................................................................. 26

Oxossi ............................................................................................................................ 29

Arquétipos da Umbanda .............................................................................................. 32

Direita ............................................................................................................................ 32

Esquerda ....................................................................................................................... 34

Ciganos ......................................................................................................................... 36

Oriente ........................................................................................................................... 37

Elementos de trabalho ................................................................................................ 39

Fumo ............................................................................................................................. 39

Bebidas .......................................................................................................................... 39

Comidas ........................................................................................................................ 40

Pontos Cantados ........................................................................................................... 40

Pontos Riscados ............................................................................................................ 41

Pedras ........................................................................................................................... 41

Fios de Contas ............................................................................................................... 42

Entregas ........................................................................................................................ 43

Sacrifícios ...................................................................................................................... 43

Ervas ............................................................................................................................. 45

Banhos de ervas ............................................................................................................ 45

Defumações .................................................................................................................. 46

Chacras e corpos energéticos ..................................................................................... 47

Cura física e espiritual ................................................................................................. 51

Desobsessão................................................................................................................. 53

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Casuá dos Velhos

História da Umbanda a partir de Zélio de Moraes e

Codificação do Espiritismo por Allan Kardec

O que é a Umbanda?

A Umbanda trata-se de uma religião oriunda dos Planos Astrais

Brasileiros e apresentada formalmente aos encarnados em 1908, através do

aparelho (nomenclatura espírita) ou cavalo (nomenclatura afro-brasileiras),

Zélio Fernandino de Moraes, que na época era um jovem rapaz, de apenas 17

anos de idade e preparava-se para seguir carreira militar na Marinha. Com

supostos “ataques”, a família de Zélio solicitou um médico, que era seu tio, e

este dizendo que nada da medicina daquela época poderia ajudá-lo indicou a

visita de um padre, pois achou que o rapaz estava "endemoniado". Um amigo

da família aconselhou a levá-lo a um centro espírita. Levado então a Federação

Espírita de Niterói, onde o jovem Zélio foi acometido por mais um de seus

“ataques”, onde o Caboclo Sete Encruzilhadas tomou o aparelho e comunicou

que no dia seguinte voltaria na casa de seu aparelho para assim apresentar

uma nova religião a qual abraçaria espíritos considerados incapacitados e não

instruídos a dialogações e orientações. Onde espíritos desencarnados de

negros e índios teriam espaço para cumprir suas missões de caridade. Assim

nascia a Umbanda.

A Umbanda como o próprio hino já diz é paz e amor é feito de caridade,

amor ao próximo e de proteção a natureza. Caridade, é ajuda ao próximo, aos

encarnados e desencarnados, sem esperar nada em troca. A Umbanda

condena qualquer tipo de pagamento, corte ou sacrifícios de animais, pois é

uma religião que tem como uma das suas missões o cuidado em salvar o

planeta e todos os entes menores que habitam e caminham sobre a Terra,

trabalhando com os elementos da natureza e os preserva o máximo possível.

A Umbanda abraça aos filhos, e assim como já nos foi citado não é

possível ainda unificar seus métodos, já que muitas são as nações de trabalho

e muitas são as escolas de orientação espiritual em diferentes colônias, mas

uma coisa todas as casas da verdadeira umbanda tem em comum, a caridade,

o amor ao próximo, a preservação da natureza, e a elevação espiritual,

filosófica e moral ao exemplo do Evangelho de Jesus.

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O que é o Kardecismo?

O Espiritismo Kardecista surgiu através da codificação e sistematização

de algumas coletâneas de perguntas e respostas feitas a espíritos. Em 1854, o

professor e pedagogo, Hippolyte Léon Denizard Rivail, educador, escritor e

tradutor francês, ouviu falar pela primeira vez das “mesas girantes”, bastante

difundidas na burguesia francesa da época, porém sem dar muita atenção ao

relato naquele momento. Apenas em maio de 1855, sua curiosidade se voltou

efetivamente para as mesmas, quando começou a frequentar reuniões que tais

fenômenos produziam-se. Durante este período, também tomou conhecimento

do fenômeno da escrita mediúnica, a psicografia, e assim começou a se

comunicar com os espíritos. Convencendo-se que o movimento e as respostas

complexas das mesas, deviam-se a intervenção de espíritos. Kardec começou

o esquematizar perguntas aos espíritos.

Após orientação de um espírito Rivail adotou o pseudônimo de Allan

Kardec, já que esse tinha sido o seu nome em uma de suas reencarnações

passadas. Kardec dedicou-se a uma estruturação de uma proposta de

compreensão da realidade baseada na necessidade de integração entre os

conhecimentos científico, filosófico e moral, com o objetivo de lançar sob o real

um olhar que não negligenciasse nem a pesquisa de senso comum na

construção do conhecimento, nem a dimensão espiritual e interior do homem.

O Livro dos Espíritos foi o primeiro e considerado o marco de fundação do

Espiritismo.

O Espiritismo tem como base de sua doutrina a pesquisa dos fenômenos

espirituais e mediúnicos.

Os centros espíritas são procurados na maioria das vezes quando um

ente querido desencarna e os familiares aflitos querem notícias do plano

espiritual do desencarnado, procurando conforto e a certeza que aquele

indivíduo está bem encaminhado no plano dos desencarnados ou em casos um

pouco mais complexos de obsessões indicados por encarnados esclarecidos

ou na intenção de esclarecimentos da imortalidade do espírito e que outra vida

nos espera após o desencarne.

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Casuá dos Velhos

Quem somos e

Nosso trabalho

Quem somos.

Em 1999 com a perda de um irmão querido, a médium Raquel com

apenas 15 anos de idade começou a ter fortes crises de dores de cabeça, foi

entre muitas vezes parar em um pronto socorro, com diagnóstico de depressão

e surtos. O médico que ali estava,a atendeu e perguntou a seu pai, se a jovem

havia perdido alguém que amava muito. Perplexo o pai da jovem disse que

sim, que seu filho havia falecido naquele ano brutalmente. O médico então

solicitou que a levasse em um centro espírita, pois se tratava de um caso no

qual o jovem desencarnado, que havia sido assassinado, queria entrar em

contato a qualquer custo com o pai, através de sua irmã. No centro o pai da

jovem encontra um médium e parapsicólogo Sr. Milton que se propôs a ajudá-

la. Após a anamnese foi constatado o quadro de obsessão espiritual, sendo

assim o médium e parapsicólogo decidiu pelo tratamento espiritual de

desobsessão. Logo após encaminhar espíritos que pediam ajuda a médium,

causas de suas dores de cabeça e quadros depressivos, devido a seu alto grau

mediúnico (acentuado pela utilização de remédios de tarja preta) e não

desenvolvido; o parapsicólogo decidiu “puxar” (termo utilizado em centros para

a sintonização do encarnado com o desencarnado) o orientador e mentor da

jovem que em seu caso era um preto-velho apresentando-se então como Pai

Joaquim de Angola. A jovem moça que nunca havia pisado em um terreiro ou

barracão e não tinha conhecimento algum sobre Espiritismo e muito menos de

Umbanda deixou sua família perplexa, já que o preto-velho “desceu” cantando

e riscando seus pontos de trabalho. Com as desobsessões feitas e seu guia de

frente “assentado”, a jovem estava pronta para receber o espírito de seu irmão

que tanto estava aflito. Seu pai e o resto da família só acalentou seu coração

quando o jovem veio e se comunicou através de sua irmã, e deu provas íntimas

para família, de que não se tratava de um relato falso. Depois de resolvido o

parapsicólogo juntamente com a médium Raquel orientada pelo Pai Joaquim,

fundaram um centro de desobsessão e cura espiritual. A doutrina era baseada

nos preceitos espíritas de Allan Kardec, e no trabalho prático dos espíritos

umbandistas. Era um centro de mesa branca. Na sala de cura foram

desenvolvidos vários tipos de tratamentos com o auxilio das falanges de

médicos desencarnados. Este centro durou cerca de 6 anos.

Após este tempo a médium decidiu parar, porém a missão da médium e de

seus orientadores haveria de ser cumprida. O tempo foi “curto”, o suficiente

para uma “férias”, já que o seu retorno seria marcado por trabalhos constantes

dali por diante.

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Em 2009 formou-se um grupo constituído por três mulheres e

coordenadas desta vez pelo preto velho, Pai Joaquim de Angola. Era um grupo

de auxilio espiritual e que foi crescendo com o passar do tempo. Logo após

vendo a necessidade de uma orientação das jovens mulheres, Pai Joaquim

solicita a um médium mais experiente Ary e seu preto velho Pai Benedito de

Angola que as orientasse e as preparassem para a jornada que teriam pela

frente. O grupo foi crescendo e suas responsabilidades igualmente foram

ficando maiores. Atualmente o grupo trabalha junto com a Casa de Umbanda

Pai Benedito de Angola, orientando, doutrinando, curando e acima de tudo

fazendo a caridade.

Nosso trabalho

Nosso trabalho baseia-se na caridade e nos seus instrumentos, mesmo

que esses venham a se parecer complexos para aqueles que desconhecem

nossa metodologia de trabalho. Tomando como verdade que cada casa tem

sua verdade e que muitas são as verdades para se chegar ao Senhor, e a

única verdade absoluta é chamada Amor, aqueles que trabalham na caridade e

almejam alcançar a proximidade a Luz e Misericórdia do Senhor, a Umbanda

trazida por Pai Joaquim de Angola, segue os preceitos de pesquisa e estudos

sugeridos pela codificação de Kardec, mas não deixa de lado os preceitos da

Umbanda, que são a fé, o amor e a caridade e seus instrumentos de trabalho

materiais ou não.

A nossa Umbanda baseia-se principalmente no trabalho de

desobsessão, dialogação e encaminhamento dos desencarnados afastados por

diversos motivos da Luz do Senhor. É um trabalho constante e árduo, porém,

de alto teor gratificante para os corações de quem trabalha, sendo eles

encarnados e desencarnados. Somos uma Umbanda Espírita, por mais que

alguns espíritas ortodoxos digam que isso não existe, trabalhamos dentro dos

preceitos destacados por Allan Kardec, que são pesquisa, estudo e orientações

nos âmbitos dos conhecimentos científico, filosófico e moral, doutrinando assim

não somente os desencarnados,mas também os encarnados que trabalham

conosco, já que estes são peças importantíssimas para que o trabalho

mediúnico aconteça de forma organizada, centrada e eficiente. O auxilio

espiritual é dado através das falanges de cientistas, médicos (humanos e

veterinários), filósofos, enfermeiros dentre muitas outras faculdades,

conhecidas e desconhecidas por nós encarnados, podendo citar as linhas do

ocidente, oriente e extremo oriente tais como: americanos, europeus, hindus,

indianos, persas, chineses, japoneses, dentre muitas outras nacionalidades.

Não deixando de dar o devido mérito as entidades fundamentais da umbanda:

os pretos velhos, caboclos, crianças, exus e bombojiras.

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Casuá dos Velhos

Orientação aos encarnados e desencarnados

Metodologia e orientação

A orientação moral e doutrinária realizada pelo nosso grupo acontece

tanto aos encarnados quanto aos desencarnados, respeitando seus devidos

tempos e mantendo a mesma diretriz, diminuindo ,na medida do possível, a

diferenciação entre eles, pois entendemos que o desapego, por exemplo, é

algo que demanda diferente tempo entre encarnados e desencarnados.

Respeitamos acima de tudo o livre-arbítrio, orientando-os de maneira que

possam assimilar o que lhes é passado no momento em que nos procuram.

Para uma melhor eficácia de nosso trabalho também orientamos as

entidades, quando necessário, que desejarem trabalhar conosco, pois nem

todos estão preparados a doutrina e trabalho que realizamos na casa de nosso

orientador Pai Joaquim de Angola. Orientamos a essas entidades, por

exemplo, a importância em largar vícios, sabemos que os pretos velhos

“pitam”, ou seja, utilizam em alguns casos seus cachimbos como forma de

defumação e não propriamente como vício da encarnação passada. No “pito” é

realizado o elemento ar que veremos nos próximos capítulos, mas aqueles que

fumam por puro hábito, serão orientados e ajudados a largarem os vícios,

porém não é dada a ênfase somente aos vícios, abordamos o apego terrestre,

como objetos pessoais, pessoas queridas que desencarnaram, ou no caso de

desencarnados, entes que ainda estão encarnados, sentimentos de baixas

vibrações como raiva, ganância, ódio dentre muitos outros aos quais ainda

estamos ligados nesse planeta de expiação dentre vários outros motivos.

Aos nossos irmãos orientamos sempre acima de tudo o amor, a

caridade, o anti-materialismo, a proteção e valor que a natureza em sua fauna,

flora e ambientes de vibração natural, como cachoeiras, matas e outros, fazem

e interferem em nossas vidas. Conscientizando a importância de semear e

cultivar sempre aquilo que faz bem a evolução do espírito sendo dignos,

íntegros e de bom caráter e boa moral.

Tudo aquilo que possa ser ruim ao seu próprio coração, que não possamos

desejar aos outros, que não possamos ser, deve ser deixado de lado para

caminharmos rumo a uma boa evolução. Mostramos aos nossos irmãos

perdidos a oportunidade de evolução, mesmo que alguns não estejam prontos

ou não sejam receptivos, a oportunidade de seguir o caminho do bem e

manter-se a Luz do Senhor Supremo Divino, encarnados, desencarnados,

irmãos perdidos ao caminho da Luz ou entidades de auxilio mediúnico,

mantemos nossa linha de orientação e ajuda.

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Orixás

Antes de falarmos de orixás propriamente ditos, dissertemos acerca do

homem. O homem em sua fé explicava o que lhes era desconhecido através de

divindades regentes de determinadas forças da natureza, ou seja, existia um

deus para a colheita, chuva, rios, mares e assim por diante criando então os

panteões divinos, entre eles o céltico, egípcio, grego, africano dentre muitos

outros perdidos pelo tempo.

Ao contrário do que muitos pensam o panteão africano é não politeísta e

sim monoteísta, ou seja, com um Deus Supremo, uno e trino. A trindade

africana é composta por Olorum ou Zambi, Oxalá ou Obatalá e Ifá, as

nomenclaturas variam de acordo com a localização das tribos, assim quando o

negro que foi trazido ao Brasil teve a necessidade de manter suas crenças e

tradições sincretizou a Santíssima Trindade Católica com a sua, nascendo

assim o culto a Oxalá na roupagem de Jesus e o sincretismo com os outros

orixás e santos.

Na África existiam uma infinidade de orixás, já que cada tribo tinha os

suas deidades e crenças, muitos são desconhecidos no Brasil, tomamos

conhecimento de alguns por influências do Candomblé e suas noções como

por exemplo Nagô, Keto, Jeje e muitas outras.

Deve-se salientar que a forma de culto dos orixás é completamente

diferente no Candomblé e na Umbanda, porém existem muitos terreiros que na

tentativa de africanizar a Umbanda, que é Brasileira, acabam por criar um tipo

diferente de Umbanda denominado de Umbandomblé ou Umbanda Cruzada.

Na tentativa de aculturar os negros, esses tiveram que sincretizar seus

orixás aos santos católicos e acabaram criando, de acordo com a região do

Brasil, uma nova pluralidade de interpretações e que para muitos é causa de

dúvida e descrença já que cada casa fala numa língua diferente a mesma

coisa, que nem sempre é entendido dessa forma, por exemplo, o orixá Oxossi

pode receber os sincretismos com São Sebastião ou São Jorge, porém a

vibração e regência do orixá permanece inalterada foi apenas agregada uma

nova roupa ao orixá para que esse pudesse continuar a ser cultuado e

passadas as tradições e crenças.

No Candomblé são cultuados 16 orixás primários ou maiores, esse é o

número de búzios que Ifá deu ao homem para poder ver as previsões de seu

futuro e oráculo de sua vida, porém nas combinações de búzios esses orixás

se desdobram para 256. Os orixás mais conhecidos aos leigos são Oxalá,

Nanã, Exu, Ogum, Oxossi, Xangô, Oyá/Iansã, Yemanjá, Oxum, Omolu,

Obaluaiê, Logun Edé, Oxumaré, Ossãe, Obá, Ewá, Ibeiji, Tempo, Iroko, Ifá,

Orumilá.

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Casuá dos Velhos

Na Umbanda decidiu-se no plano espiritual que seriam utilizadas 7

linhas, já que 7 é o número de cores ao se abrir o espectro da luz branca, por

tanto ao homem são as cores naturais de mais fácil assimilação e

aproximação. A grande diferença nas casas de Umbanda terrestres é como se

recebeu essas informações, por exemplo, a linha de Yorimá que é a linha de

pretos-velhos ou linha das almas, em algumas casas recebe a regência de

Omolu, que no frigir dos ovos, dá no mesmo já que a vibração primária dos

pretos-velhos é omolu, bom o que acontece ainda na Umbanda por ser uma

religião nova em relação a outras é que cada um quer criar a sua Umbanda

com nomenclaturas próprias, mas Umbanda é Pluralidade e Caridade, por

enquanto não existe como unificar o que é plural, ela abraça e abraçará todos

que queiram trabalhar na caridade e evoluir indiferente de seus nomes e

formas.

Como nos foi ensinado pelo próprio Jesus, e por muitos infelizmente

esquecido, muitas são as moradas do Pai e todas devem ser respeitadas, mas

ficaram de pé somente aquelas em que houver a verdade absoluta que é o

AMOR, por isso esse é o hino entoado pela Umbanda é FÉ, AMOR e

CARIDADE.

Bem voltemos ao assunto, Orixá é um termo que vem do Yorubá e foi

traduzido como Dono da Cabeça, na Umbanda a cabeça de seus filhos são

“assentados” 3 orixás, o primeiro que é aquele que vem como regente da

cabeça e mais 2 adjuntós que vão auxiliar o filho na sua caminhada no plano

terrestre, de acordo com a proximidade desses orixás criam-se características

para uma possível identificação pelo arquétipos dos orixás. Para “assentar o

Santo” é feito na Umbanda um ritual sem a presença de corte de animais, para

aproximar o filho de seu Orixá. A firmeza de santo é um processo que leva

tempo e que diz ao santo que o filho está pronto para trabalhar de forma mais

firme e que o mesmo está disposto e se privar de algumas coisas por essa

sintonia, por isso o filho deve estar pronto e certo de suas verdades e das

cobranças que virão depois do ritual. Na Umbanda é jogado a semente de

Obi para ver a trindade de orixás do médium em desenvolvimento, ressaltamos

que de acordo com a casa que é aberto o jogo pode influenciar na forma que a

trindade se mostrará já que recebemos a influência dos 7 orixás, por exemplo,

se um filho tem um adjuntó Ogum e vai a uma casa de Ogum para abrir o jogo,

Ogum pode “pular” na frente do primeiro orixá e assim trocar a ordem da coroa.

Teoricamente a casa mais neutra para abrir o jogo são as casas de Oxalá pois

Oxalá é pai de todos e assim é respeitado por todos os outros orixás.

Os orixás são regentes maiores de vibrações naturais e existem a eles

agregados os quatro elementos básicos e primordiais que são a terra, água,

fogo e ar, a partir da combinação desses tudo se forma, para uma

administração criaram-se os regentes menores são os elementais que tem

como função, criar, manter e transformar os fluidos espirituais em materiais.

Page 11: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Na casa de Pai Joaquim foram adotadas as seguintes linhas de trabalho

e vibrações:

Linha de Oxalá

Linha de Yemanjá

Linha de Iansã

Linha de Oxum

Linha de Xangô

Linha de Ogum

Linha de Oxossi

Deve-se deixar claro que as influências energéticas dos orixás são muito

maiores e que somente as 7 linhas não dariam conta, mas aqueles que

queiram trabalhar na caridade e nas regras da casa serão sem dúvidas

abraçados e acalentados.

Em nossa casa a regência dos Orixás é feita pela trindade de Oxalá,

Xangô e Oxum.

Falemos dos orixás, suas características e peculiaridades, lembrando

que não existem regras absolutas e sim regras de cada casa.

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Casuá dos Velhos

Oxalá

Características e Peculiaridades

Cor Branco

Fio de Contas Miçangas, contas e firma brancas

Ervas Alecrim, Manjericão, louro, rosa branca

Símbolo Estrela de 5 ou 6 pontas

Sítios Vibracionais Todos os campos vibracionais

Flores Rosa Branca, flores brancas

Frutas Fruta do conde

Pedras Cristal, Diamante

Dia da Semana Sexta-feira e Domingo

Elemento Ar

Saudação Shiuépa babá

Bebida Água Mineral, Vinhos Branco e Tinto de

Mesa Suave

Número 1

Sincretismo Jesus Cristo (25/12)

Incompatibilidades Vinho de Palma, Dendê

Caminho de Trabalho Fé

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AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXALÁ

Os filhos de Oxalá, são pessoas tranquilas, com tendência à calma, até

nos momentos mais difíceis; conseguem o respeito mesmo sem que se

esforcem objetivamente para obtê-lo. São amáveis e pensativos, mas nunca de

maneira subserviente. Às vezes chegam a ser autoritários, mas isso acontece

com os que têm Orixás guerreiros ou autoritários como adjutores (ajuntós).

São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo,

com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.

Sabem argumentar bem, tendo uma queda para trabalhos que

impliquem em organização. Gostam de centralizar tudo em torno de si

mesmos. São reservados, mas raramente orgulhosos.

Seu defeito mais comum é a teimosia, principalmente quando têm

certeza de suas convicções; será difícil convencê-los de que estão errados ou

que existem outros caminhos para a resolução de um problema.

Para Oxalá, a idéia e o verbo são sempre mais importantes que a ação,

não sendo raro encontrá-los em carreiras onde a linguagem (escrita ou falada)

seja o ponto fundamental.

Fisicamente, os filhos de Oxalá tendem a apresentar um porte majestoso

ou no mínimo digno, principalmente na maneira de andar e não na constituição

física; não é alto e magro como o filho de Ogum nem tão compacto e forte

como os filhos de Xangô. Às vezes, porém, essa maneira de caminhar e se

postar dá lugar a alguém com tendência a ficar curvado, como se o peso de

toda uma longa vida caísse sobre seus ombros, mesmo em se tratando de

alguém muito jovem.

Para que o filho de Oxalá tenha uma vida melhor, deve procurar despertar em

seu interior a alegria pelas coisas que o cerca e tentar ceder à sua natural

teimosia.

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Casuá dos Velhos

Yemanjá

Características e Peculiaridades

Cor Cristal e Azul claro

Fio de Contas Miçangas, contas e firma azuis claro

Ervas Rosa branca, Jasmim

Símbolo Lua minguante, Ondas e Peixes

Sítios Vibracionais Mar

Flores Rosas Brancas, Hortências, Palma Branca

Frutas Uva Itália

Pedras Pérola, Água Marinha, Turquesa

Dia da Semana Sábado

Elemento Água

Saudação Ôdoya Ô docyaba

Bebida Água Mineral, Champanhe

Número 4

Sincretismo Nossa Senhora (Maria) (02/02)

Incompatibilidades Poeira, Sapo

Caminho de Trabalho Geração

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AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE YEMANJÁ

Pelo fato de Yemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe. Sempre tem os braços abertos para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus. O homem filho de Yemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito amor. Geralmente é calmo e tranqüilo, exceto quando sente-se ameaçado na perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ogum, torna-se muito agressivo e radical. Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranqüila, e sempre reage com muita tolerância. O maior defeito do filho de Yemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda. Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que os filhos da Oxum. A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para atividades a longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia, Yemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas. Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa esquecida. Um filho de Yemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto os filhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Yemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.

São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.

Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem

Page 16: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

tudo são qualidades em Yemanjá, como em nenhum Orixá. Seu caráter pode levar o filho desse Orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam - o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.

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Iansã

Características e Peculiaridades

Cor Amarelo

Fio de Contas Miçangas, contas e firma amarelas

Ervas Espada de Santa Bárbara

Símbolo Raio, Eruexim

Sítios Vibracionais Bambuzal, Beira do mar

Flores Flores Amarelas em geral, Girassol

Fruta Abacaxi, manga espada

Pedras Citrino, Topázio

Dia da Semana Quarta-feira

Elemento Fogo

Saudação Eparrei

Bebida Champanhe

Número 9

Sincretismo Santa Barbara (04/12)

Incompatibilidades Rato, Abóbora

Caminho de trabalho Ordem e Razão

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Casuá dos Velhos

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE IANSÃ

Seu filho é conhecido por seu temperamento explosivo. Está sempre

chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido. Sempre a sua palavra é

que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser

contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de

dialogar. Em estado normal é muito alegre e decidido. Questionado torna-se

violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e choro. Tem um prazer

enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa por cima de tudo que

está fazendo na vida, quando fica tentado por uma aventura. Em seus gestos

demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria

ou a tristeza. Não tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito

aberto. É leal e objetivo. Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a

impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social.

Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São

assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao

cotidiano repetitivo.

Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos

e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia

militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, os filhos de Iansã

costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição

para a batalha, vencerão todos os problemas.

São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras

que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um

ideal. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude

completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida,

pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.

Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de

pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava

enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração - tão ou mais

radical ainda que a anterior.

São de Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de

cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo

- e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível

felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.

Os Filhos de Iansã são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos.

Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas, em longo prazo, um filho de

Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.

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Têm uma tendência a desenvolver vida sexual muito irregular, pontilhada

por súbitas paixões, que começam de repente e podem terminar mais

inesperadamente ainda. Mostram-se incapazes de perdoar qualquer traição -

que não a que ele mesmo faz contra o ser amado. Enfim, seu temperamento

sensual e voluptuoso pode levá-las a aventuras amorosas extraconjugais

múltiplas e freqüentes, sem reserva nem decência, o que não as impede de

continuarem muito ciumentas dos seus maridos, por elas mesmas enganados.

Mas quando estão amando verdadeiramente são dedicadas a uma pessoa são

extremamente companheiras.

Todas essas características criam uma grande dificuldade de

relacionamentos duradouros com os filhos de Iansã. Se por um lado são

alegres e expansivos, por outro, podem ser muito violentos quando

contrariados; se têm a tendência para a franqueza e para o estilo direto,

também não podem ser considerados confiáveis, pois fatos menores provocam

reações enormes e, quando possessos, não há ética que segure os filhos de

Iansã, dispostos a destruir tudo com seu vento forte e arrasador.

Ao mesmo tempo, costumam ser amigos fiéis para os poucos escolhidos

para seu círculo mais íntimo.

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Casuá dos Velhos

Oxum

Características e Peculiaridades

Cor Cristal, Azul escuro

Fio de Contas Miçangas, contas e firma Azuis escuro

Ervas Colônia, Camomila

Símbolo Cachoeira, Coração

Sítios Vibracionais Cachoeiras e rios

Flores Lírios brancos e copo de leite branco

Fruta Banana Ouro

Pedras Lápis-Lazúli

Dia da Semana Sábado

Elemento Água

Saudação Ora ye ye ô

Bebida Água Mineral, Champanhe

Número 5

Sincretismo Nossa Senhora Aparecida (12/10)

Incompatibilidades Abacaxi, baratas

Caminho de trabalho Amor

Page 21: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

21

As CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXUM

Os filhos de Oxum amam espelhos, jóias caras, ouro, são impecáveis no

trajar e não se exibem publicamente sem primeiro cuidar da vestimenta, do

cabelo e, as mulheres, da pintura.

As pessoas de Oxum são vaidosas, elegantes, sensuais, adoram

perfumes, jóias caras, roupas bonitas, tudo que se relaciona com a beleza.

Talvez ninguém tenha sido tão feliz para definir a filha de Oxum como o

pesquisador da religião africana, o francês Pierre Verger, que escreveu: "o

arquétipo de Oxum é das mulheres graciosas e elegantes, com paixão pelas

jóias, perfumes e vestimentas caras. Das mulheres que são símbolo do charme

e da beleza. Voluptuosas e sensuais, porém mais reservadas que as de Iansã.

Elas evitam chocar a opinião publica, á qual dão muita importância. Sob sua

aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um

grande desejo de ascensão social".

Os filhos de Oxum são mais discretos, pois, assim com apreciam o

destaque social, temem os escândalos ou qualquer coisa que possa denegrir a

imagem de inofensivos, bondosos, que constroem cautelosamente. A imagem

doce, que esconde uma determinação forte e uma ambição bastante marcante.

Os filhos de Oxum têm tendência para engordar; gostam da vida social,

das festas e dos prazeres em geral. Gostam de chamar a atenção do sexo

oposto.

O sexo é importante para os filhos de Oxum. Eles tendem a ter uma vida

sexual intensa e significativa, mas diferente dos filhos de Iansã ou Ogum.

Representam sempre o tipo que atrai e que é, sempre perseguido pelo sexo

oposto. Aprecia o luxo e o conforto, é vaidoso, elegante, sensual e gosta de

mudanças, podendo ser infiel. Despertam ciúmes nas mulheres e se envolvem

em intrigas.

Na verdade os filhos de Oxum são narcisistas demais para gostarem

muito de alguém que não eles próprios, mas sua facilidade para a doçura,

sensualidade e carinho pode fazer com que pareçam os seres mais

apaixonados e dedicados do mundo. São boas donas de casa e companheiras.

São muito sensíveis a qualquer emoção, calmos, tranquilos, emotivos,

normalmente têm uma facilidade muito grande para o choro.

O arquétipo psicológico associado a Oxum se aproxima da imagem que

se tem de um rio, das águas que são seu elemento; aparência da calma que

pode esconder correntes, buracos no fundo, grutas tudo que não é nem reto

nem direto, mas pouco claro em termos de forma, cheio de meandros.

Page 22: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

Faz parte do tipo, certa preguiça coquete, uma ironia persistente, porém

discreta e, na aparência, apenas inconsequente. Pode vir a ser interesseiro e

indeciso, mas seu maior defeito é o ciúme. Um dos defeitos mais comuns

associados à superficialidade de Oxum é compreensível como manifestação

mais profunda: seus filhos tendem a ser fofoqueiros, mas não pelo mero prazer

de falar e contar os segredos dos outros, mas porque essa é a única maneira

de terem informações em troca.

É muito desconfiado e possuidor de grande intuição que muitas vezes é

posta à serviço da astúcia, conseguindo tudo que quer com imaginação e

intriga. Os filhos de Oxum preferem contornar habilmente um obstáculo a

enfrentá-lo de frente. Sua atitude lembra o movimento do rio, quando a água

contorna uma pedra muito grande que está em seu leito, em vez de chocar-se

violentamente contra ela, por isso mesmo, são muito persistentes no que

buscam, tendo objetivos fortemente delineados, chegando mesmo a ser

incrivelmente teimosos e obstinados.

Entretanto, ás vezes, parecem esquecer um objetivo que antes era tão

importante, não se importando mais com o mesmo. Na realidade, estará agindo

por outros caminhos, utilizando outras estratégias.

Oxum é assim: bateu, levou. Não tolera o que considera injusto e adora

uma pirraça. Da beleza à destreza, da fragilidade à força, com toque feminino

de bondade

Page 23: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

23

Xangô

Características e Peculiaridades

Cor Marrom

Fio de Contas Miçangas, contas e firma marrons

Ervas Erva de São João, Cordão de frade, Jarrinha

Símbolo Oxé, Machado

Sítios Vibracionais Pedreiras

Flores Cravos

Fruta Marmelo, melão

Pedras Pedra do Sol, Jaspe Marrom

Dia da Semana Quarta-feira

Elemento Fogo

Saudação Kaô Kabecilé

Bebida Cerveja Preta

Número 12

Sincretismo São Jerônimo (30/09)

Incompatibilidades Caranguejo, doenças e morte

Caminho de trabalho Justiça

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Casuá dos Velhos

As CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE XANGÔ

Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que

correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É

da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas

características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma

questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os

sentidos.

Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de

gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se pode manifestar

menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá

de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que

certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma

rocha.

Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem

desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;

A mulher que é filha de Xangô, pode ter forte tendência à falta de

elegância. Não que não saiba reconhecer roupas bonitas - tem, graças à

vaidade intrínseca do tipo, especial fascínio por indumentárias requintadas e

caras, sabendo muito bem distinguir o que é melhor em cada caso. Mas sua

melhor qualidade consiste em saber escolher as roupas numa vitrina e não em

usá-las. Não se deve estranhar seu jeito meio masculino de andar e de se

portar e tal fato não deve nunca ser entendido como indicador de preferências

sexuais, mas, numa filha de Xangô é um processo de comportamento a ser

cuidadosamente estabelecido, já que seu corpo pode aproximar-se mais dos

arquétipos culturais masculinos do que femininos; ombros largos, ossatura

desenvolvida, porte decidido e passos pesados, sempre lembrando sua

consistência de pedra.

Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus

filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres

(que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô são tidos

como grandes conquistadores, são fortemente atraídos pelo sexo oposto e a

conquista sexual assume papel importante em sua vida.

São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros,

porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não

é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.

Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de

energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são

importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião

Page 25: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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será decisiva sobre quase todos os tópicos - consciência essa um pouco

egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô

são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e

até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato

capacitados para emitir opinião.

Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não

aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já

tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação

sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam

ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e

incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida

mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.

Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota

esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite

dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um

conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no

humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha

movido por paixões, interesses ou amizades.

Os filhos de Xangô são extremamente enérgicos, autoritários, gostam de

exercer influência nas pessoas e dominar a todos, são líderes por natureza,

justos, honestos e equilibrados, porém quando contrariados, ficam possuídos

de ira violenta e incontrolável.

Page 26: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

Ogum

Características e Peculiaridades

Cor Vermelho

Fio de Contas Miçangas, contas e firma vermelhas

Ervas Espada de São Jorge, Lança de Ogum

Símbolo Espada, Lança e Escudo

Sítios Vibracionais Trilhas virgens, meio da encruzilhada

Flores Palmas Vermelhas

Fruta Ameixa, Abacate

Pedras Rubi, Granada, Sárdio

Dia da Semana Terça-feira

Elemento Fogo

Saudação Ogum Yê

Bebida Cerveja Branca

Número 2

Sincretismo São Jorge

Incompatibilidades Quiabo

Caminho de trabalho Lei

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AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OGUM

Não é difícil reconhecer um filho de Ogum. Tem um comportamento

extremamente coerente, arrebatado e passional, aonde as explosões, a

obstinação e a teimosia logo avultam, assim como o prazer com os amigos e

com o sexo oposto. São conquistadores, incapazes de fixar-se num mesmo

lugar, gostando de temas e assuntos novos, conseqüentemente apaixonados

por viagens, mudanças de endereço e de cidade. Um trabalho que exija rotina,

tornará um filho de Ogum um desajustado e amargo. São apreciadores das

novidades tecnológicas, são pessoas curiosas e resistentes, com grande

capacidade de concentração no objetivo em pauta; a coragem é muito grande.

Os filhos de Ogum custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são

muito exigentes na comida, no vestir, nem tão pouco na moradia, com raras

exceções. São amigos camaradas, porém estão sempre envolvidos com

demandas. Divertidos, despertam sempre interesse nas mulheres, tem

seguidos relacionamentos sexuais, e não se fixam muito a uma só pessoa até

realmente encontrarem seu grande amor.

São pessoas determinadas e com vigor e espírito de competição.

Mostram-se líderes natos e com coragem para enfrentar qualquer missão, mas

são francos e, às vezes, rudes ao impor sua vontade e ideias. Arrependem-se

quando vêem que erraram, assim, tornam-se abertos a novas idéias e opiniões,

desde que sejam coerentes e precisas. As pessoas de Ogum são práticas e

inquietas, nunca "falam por trás" de alguém, não gostam de traição,

dissimulação ou injustiça com os mais fracos. Nenhum filho de Ogum nasce

equilibrado. Seu temperamento, difícil e rebelde, o torna, desde a infância,

quase um desajustado. Entretanto, como não depende de ninguém para vencer

suas dificuldades, com o crescimento vai se libertando e acomodando-se às

suas necessidades. Quando os filhos de Ogum conseguem equilibrar seu gênio

impulsivo com sua garra, a vida lhe fica bem mais fácil. Se ele conseguisse

esperar ao menos 24h para decidir, evitaria muitos revezes, muito embora, por

mais incrível que pareça, são calculistas e estrategistas. Contar até 10 antes de

deixar explodir sua zanga, também lhe evitaria muitos remorsos. Seu maior

defeito é o gênio impulsivo e sua maior qualidade é que sempre, seja pelo

caminho que for, será sempre um Vencedor.

A sua impaciência é marcante. Tem decisões precipitadas. Inicia tudo

sem se preocupar como vai terminar e nem quando. Está sempre em busca do

considerado o impossível. Ama o desafio. Não recusa luta e quanto maior o

obstáculo mais desperta a garra para ultrapassá-lo. Como os soldados que

conquistavam cidades e depois a largavam para seguir em novas conquistas,

os filhos de Ogum perseguem tenazmente um objetivo: quando o atinge,

imediatamente o larga e parte em procura de outro. É insaciável em suas

Page 28: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

próprias conquistas. Não admite a injustiça e costuma proteger os mais fracos,

assumindo integralmente a situação daquele que quer proteger. Sabe mandar

sem nenhum constrangimento e ao mesmo tempo sabe ser mandado, desde

que não seja desrespeitado. Adapta-se facilmente em qualquer lugar. Come

para viver, não fazendo questão da qualidade ou paladar da comida. Por ser

Ogum o Orixá do Ferro e do Fogo seu filho gosta muito de armas, facas,

espadas e das coisas feitas em ferro ou latão. É franco, muitas vezes até com

assustadora agressividade. Não faz rodeio para dizer as coisas. Não admite a

fraqueza e a falta de garra.

Têm um grave conceito de honra, sendo incapazes de perdoar as

ofensas sérias de que são vítimas. São desgarrados materialmente de

qualquer coisa, pessoas curiosas e resistentes, tendo grande capacidade de se

concentrar num objetivo a ser conquistado, persistentes, extraordinária

coragem, franqueza absoluta chegando à arrogância. Quando não estão

presos a acessos de raiva, são grandes amigos e companheiros para todas as

horas.

É pessoa de tipo esguio e procura sempre manter-se bem fisicamente.

Adora o esporte e está sempre agitado e em movimento, tendem a ser

musculosos e atléticos, principalmente na juventude, tendo grande energia

nervosa que necessita ser descarregadas em qualquer atividade que não

implique em desgastes físicos.

Sua vida amorosa tende a ser muito variada, sem grandes ligações perenes, mas sim superficiais e rápidas.

Page 29: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Oxossi

Características e Peculiaridades

Cor Verde

Fio de Contas Miçangas, sementes e firma verdes

Ervas Abre caminho, jurema, jureminha

Símbolo Ofá (arco e flecha)

Sítios Vibracionais Matas

Flores Flores do campo

Frutas Coco, mamão

Pedras Quartzo Verde, Esmeralda

Dia da Semana Quinta-feira

Elemento Terra

Saudação Oke Arô, Oke Caboclo

Bebida Água-de-coco, caldo de cana

Número 6

Sincretismo São Sebastião (20/01)

Incompatibilidades Cabeça de animais em comidas e entregas

Caminho de trabalho Conhecimento

Page 30: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

AS CARACTERÍSTICAS DOS FILHOS DE OXOSSI

O filho de Oxossi apresenta arquetipicamente as características

atribuídas do Orixá. Representa o homem impondo sua marca sobre o mundo

selvagem, nele intervindo para sobreviver, mas sem alterá-lo.

Os filhos de Oxossi são geralmente pessoas joviais, rápidas e espertas,

tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de

concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus

objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir.

Fisicamente, os filhos de Oxossi, tendem a ser relativamente magros,

um pouco nervosos, mas controlados. São reservados, tendo forte ligação com

o mundo material, sem que esta tendência denote obrigatoriamente ambição e

instáveis em seus amores.

No tipo psicológico a ele identificado, o resultado dessa atividade é o

conceito de forte independência e de extrema capacidade de ruptura, o afastar-

se de casa e da aldeia para embrenhar-se na mata, a fim de caçar. Seus filhos,

portanto são aqueles em que a vida apresenta forte necessidade de

independência e de rompimento de laços. Nada pior do que um ruído para

afastar a caça, alertar os animais da proximidade do caçador. Assim os filhos

de Oxossi trazem em seu inconsciente o gosto pelo ficar calado, a necessidade

do silêncio e desenvolver a observação tão importantes para seu Orixá.

Quando em perseguição a um objetivo, mantêm-se de olhos bem abertos e

ouvidos atentos.

Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de

expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como

sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua

violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato.

É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus

comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e

disposição.

Os filhos de Oxossi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os

outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam

preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de

maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não

gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte

sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele

que recai o peso do sustento da tribo.

Os filhos de Oxossi tendem a assumir responsabilidades e a organizar

facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua

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ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou

trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo

com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxossi como

Orixá de cabeça, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos

emocionais muito estáveis. Quando isso acontece, dão preferência a pessoas

igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele é o da soma

temporária de duas individualidades que nunca se misturam. Os filhos de

Oxossi, compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não

termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser

modificado radicalmente pelo segundo Orixá.

Gostam de viver sozinhas, preferindo receber grupos limitados de

amigos. É portanto, o tipo coerente com as pessoas que lidam bem com a

realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.

São pessoas cheias de iniciativa e sempre em vias de novas

descobertas ou de novas atividades. Têm o senso da responsabilidade e dos

cuidados para com a família. São generosas, hospitaleiras e amigas da ordem,

mas gostam muito de mudar de residência e achar novos meios de existência

em detrimento, algumas vezes, de uma vida doméstica harmoniosa e calma.

O tipo psicológico, do filho de Oxossi é refinado e de notável beleza. É o

Orixá dos artistas intelectuais. É dotado de um espírito curioso, observador de

grande penetração. São cheios de manias, volúveis em suas relações

amorosas, muitos susceptíveis e tidos como "complicados". É solitário,

misterioso, discreto, introvertido. Não se adapta facilmente à vida urbana e é

geralmente um desbravador, um pioneiro. Possui extrema sensibilidade,

qualidades artísticas, criatividade e gosto depurado. Sua estrutura psíquica é

muito emotiva e romântica.

Page 32: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

Arquétipos da Umbanda

Na casa de nosso mentor Pai Joaquim de Angola, são abraçadas

praticamente todas as falanges de entidades de forma que podemos dividir

basicamente em quatro linhas: Linha da direita, da esquerda, Cigana e do

Oriente.

Direita

Na linha da direita, inserimos aquelas entidades que trabalham no

campo repositor de energias sejam essas do ambiente ou dos médiuns e

consulentes. São eles os Caboclos, Pretos-velhos e crianças.

Os caboclos provêm da linha vibracional original do orixá Oxossi, eles

são divididos de acordo com suas funções e localidades de origens; como

baianos, boiadeiros e marinheiros, além da figura do índio, sendo desde os

norte-americanos, “peles vermelhas”, os mesoamericanos, como incas,

astecas, maias, dentre outros e os índios sul-americanos propriamente ditos.

Não deixando de salientar que nem todo caboclo foi necessariamente um índio,

podendo tomar como exemplo o próprio Caboclo das Sete Encruzilhadas que

trabalhou com o médium Zélio de Moraes. Os caboclos ainda podem ser

divididos em caboclos de mata virgem, ou seja, aqueles que não tiveram

contato com os colonizadores, caboclos da mata, são aqueles que tiveram

algum contato com os colonizadores e os caboclos do litoral que foram

“descobertos” na colonização do Brasil e assim tiveram maior contato e

influência na sua cultura. Os caboclos de forma geral trazem em si a idade

adulta jovial, são aqueles que com sua força e vontade de trabalhar, são hábeis

guerreiros contra as forças das sombras. Destacam-se ainda nessa vibração

aqueles que foram pajés e curandeiros das suas tribos, nascendo assim as

falanges de xamãs e curandeiros, que tem conhecimento das ervas, banhos,

passes magnéticos, dentre muitas outras ferramentas.

São características marcantes as curas, o preparo e manutenção

vibracional do local de trabalho, a reposição energética tanto dos médiuns

quando dos consulentes, pode vir a ser feita por eles, após por exemplo o

término dos trabalhos de desobsessão ou por “baixa de energia”, dando então

passes poderosos para o reequilíbrio das energias.

Em sua maioria tem noção de que o planeta é um grande organismo

vivo portanto são protetores incondicionais da natureza em todos os seus

aspectos, estão presentes em praticamente todos os sítios vibracionais

naturais de trabalho, ou seja, cachoeiras, pedreiras, matas, mar, etc.

Devido a grande variedade de regiões e localidades para que todos pudessem trabalhar em prol da caridade novas falanges foram sendo

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agregadas a Umbanda.

Aos caboclos brasileiros aqueles advindos da miscigenação entre brancos, negros e índios, temos correlacionadas algumas falanges distintas de trabalhos, como os baianos, os boiadeiros e os marinheiros.

Os baianos, nomenclatura utilizada de forma genérica ao matuto nordestino, agrega aqueles que em alguma de suas encarnações, não necessariamente a última, trabalhou com sua mediunidade ou tiveram sob sua responsabilidade a missão de pai ou mãe de santo, não tornando isso uma regra. Trazem os estereótipos alegres de sotaque carregado, são grandes conselheiros e por terem sido regentes de casas, podem vir mesmo depois de desencarnados, mantenedores de casas físicas (terreiros ou centro de umbanda), trabalham quebrando demandas energéticas (mandingas), dando consultas, e transmutando a energia do ambiente.

Os boiadeiros são aqueles que por causa da lida com o gado durante suas encarnações, trazem como característica a bravura, são fortes guerreiros e aqueles que ajudam a manter a ordem e disciplina “laçando e amarrando” os espíritos que não quiserem colaborar com o bom funcionamento da gira e em alguns casos os retirando do local de trabalho para que a influência energética não desestabilize os trabalhadores, sendo assim de indescritível importância para a desobsessão. A falange de boiadeiros pode ser a continuação do caminho da evolução espiritual concedidos aos exus e bombojiras que assim quando quiserem e lhes forem permitido pela misericórdia Divina tal ato após trabalhos de caridade.

Os marinheiros ou povo d'água, abrangem não só aos que de alguma forma tiveram sua vida ligada ao mar, mas também os ribeirinhos, ou seja, aqueles que moraram na margem de rios e lagoas, estão interligados às orixás senhoras das águas (Yemanjá, Oxum e em algumas casas Nanã), logo são relacionados ao campo emocional quando dão consultas, limpando e descarregando aqueles que estiverem próximos, bem como os ambientes aos quais estiverem trabalhando.

Os pretos-velhos provêm da vibração original de Omolu/Obaluaiê. São os vovôs e vovós que com sua calma e paciência estão sempre prontos a dar conselhos e passes, alguns recebem o dito de pai, mãe, tio e tia.

Escolhidos como marco da humildade mesmo com os maus tratos físicos e psicológicos sofridos nas senzalas, são amigos e seguem o preceito da caridade, amor e fé acima de tudo, cuidam de seus filhos de santo como se fossem filhos de sangue, aconselhando no momento certo e também dando brocas. Assim como nas outras falanges nem todos foram escravos ou mesmo negros. Representam a experiência de quem muito caminhou e tem muito a nos ensinar, com sua forma de “falar sem dizer” em suas parábolas nos ensinam a vida como ela é, que quem é responsável pelo nosso crescimento somos nós mesmos, excelentes psicólogos, bastantes pacientes, doutrinam, aconselham, dão passes reconfortantes, tem a capacidade de “lavar” nossas almas, “quebram” trabalhos energéticos e “colam” corações e mentes. Muitas são as formas de trabalhos, podem vir das Almas, Angola, Aruanda, Congo, Luanda , etc. Por sua experiência e modo de resolverem os problemas em

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Casuá dos Velhos

algumas casas assumem o topo da hierarquia da banda de trabalho do médium ou da chefia do centro ou casa. Utilizando os quatro elementos básicos da natureza, ar, água, terra e fogo, usam seus instrumentos de trabalho, como cachimbos, copos d'água, alfazemas, velas, bebidas, pontos riscados e cantados, ervas e tudo que for necessário para alcançar o bem maior, a caridade. Com seus terços e rezas falam sempre de Deus e do exemplo de Jesus a ser seguido e quanto ainda temos a caminhar na senda para que nos tornemos melhores em todos os aspectos.

As crianças provêm da vibração original de Yemanjá. Representam a inocência e a pureza , o modo descomplicado e descontraído de resolver os problemas, possuem grande capacidade de reenergizar e limpar ambientes, médiuns e consulentes. Aonde existe a alegria cessam as lágrimas, nas brincadeiras são ditas as verdades necessárias para orientar os seus consulentes. Infelizmente por causa de sua descontração nem sempre as crianças recebem a devida atenção e credibilidade. Como muitos acham essas entidades não incorporam somente para comer doces, ao contrário, trabalham duro e levam seus trabalhos a sério. Arrisco-me a dizer que onde houver um grupo de crianças, espíritos de pouca luz não estarão próximos. Apesar da sua aparência de pouca idade são sábias e literalmente adoçam aqueles que trazem as mágoas em seu coração. Sempre com sorrisos e gostosas gargalhadas contagiam o ambiente de forma rápida, são sutis e fazem em muitas das vezes seu trabalho sem que as pessoas percebam por isso não recebem a devida atenção. Bem como nas outras falanges devemos relembrar que nem toda criança é ou foi um espírito infantil.

Esquerda

Na linha da esquerda, inserimos aquelas entidades que trabalham no

campo esgotador das energias sejam essas do ambiente ou dos médiuns e

consulentes. Trabalham nela os Exus, Bombojiras, exus-mirins e bombojiras-

mirins.

Exu é regente e polaridade da sexualidade masculina, Bombojiras, termo

Yorubá feminino da palavra exu, é a regente e polaridade da sexualidade

feminina. Exu e Bombojira são em si próprios os caminhos da sexualidade por

isso regem o chacra básico.

Há muito ainda e ser esclarecido e interpretado de forma correta sobre

os exus e bombojiras, primeiramente estamos tratando da entidade (guia

espiritual) e não do próprio orixá em si, já que na Umbanda, Exu não está entre

os 7 orixás maiores.

Outro ponto a ser abordado é o sincretismo, que por terem uma

roupagem diferente devido a seus locais de trabalho (baixas dimensões), que

acabou sendo com o diabo católico. Exu, encarem em seus dois gêneros, são

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os guardiões dos trabalhos a várias existências, muitos já foram os seus nomes

e suas formas, agora na Umbanda continuam sendo aqueles que querem se

manter em seus caminhos de evolução, trabalham e trabalharão em prol da

caridade e somente dela. Aqueles que pedem aos exus que façam algo que vá

de encontro ao caminho reverso de sua evolução, pagarão o preço de duas

evoluções, ou seja, do encarnado e do desencarnado.

Exu está agregado a Umbanda como agente cobrador da Justiça e

aplicador da Lei da Misericórdia Divina, logo não existe nem exu nem

bombojira, que sejam evoluídos, que poderão ir contra esses princípios, porém

estar nas falanges de exu ou bombojira é também uma forma de redenção pela

Misericórdia Divina, logo aqueles que ainda estão aprendendo ao que

realmente é ser Exus ou Bombojiras vendem-se a qualquer trabalho para tentar

evoluir mais rápido, ledo engano, pois pagarão tanto quanto quem pede esse

tipo de trabalho “sujo”.

Como exu é uma das formas de redenção da Misericórdia Divina, essas

falanges agregam para si espíritos dos mais variados que necessitam evoluir.

Por ser de uma energia muito densa e próxima as dos encarnados grande

parte dos médiuns chega a ter uma preferência por trabalhar apenas com a

linha da esquerda. Assim as falanges “recolhem” os tidos como escoria da

sociedade, ou seja, o malandro, a prostituta, e profissionais que em vida

fizeram mau uso de seus dons, como médicos, religiosos, dentre muitas outras

profissões. Uma de suas denominações populares é povo de rua justamente

por esse motivo e seus locais de trabalho ficaram sendo então as ruas,

estradas, encruzilhadas, lapas, dentre outros locais.

Como muitos trabalham no encaminhar das “almas” esses ganharam a

regência das Calungas, ou seja, cemitérios (calunga pequena), praia/mar

(calunga grande), matas, etc.

As Bombojiras, vulgarmente chamadas de Pomba-giras, é a polaridade

feminina como antes citado, logo as regências de trabalho são muito parecidas,

ganharam fama de prostituta por dizer que eram mulheres de 7 homens,

mulher de lúcifer, por mostrarem uma independência incomum as mulheres da

época e algumas para afirmar a sua forma de gênero feminino, mostravam os

seios de seus cavalos. São muito procuradas em relação a questões

amorosas, muitos casos até procuradas para fazer amarrações e trazer o amor

em curto espaço de tempo, mas como já citado as que já são realmente

bombojiras não fazem esse tipo de trabalho por questões evolutivas.

Faço destaque aqui também a um grande equivoco, em que muitos

dizem que aqueles os quais trabalham na linha da esquerda são entidades

ruins, porém a verdade é que a esquerda esgota seus médiuns e consulentes

através do excesso, ou seja, exus e bombojiras dão aquilo que o “filho” pede e

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Casuá dos Velhos

em muita quantidade, como são agentes da Lei Divina tudo o que se recebe de

exus é referente ao merecimento de cada um.

Outra característica marcante das falanges de esquerda é que esses

moços e moças como muitos os tratam vão sempre ao lado de seus médiuns

mesmo que esses estejam caminhando no caminho do erro.

Para finalizar falemos sobre as falanges de exus-mirins e bombojiras-

mirins essas são falanges de redenção e evolução, assim espíritos infantis que

tenham sido de má índole, por exemplo, usuários de drogas lícitas e ilícitas,

pivetes, aqueles que por algum motivo tiravam a vida de outros encarnados,

prostituíam-se, ou seja, a pequena escória infantil. Também chamados de

meninos da encruza muito pouco se sabe deles pois poucas casas abrem

espaço para que eles trabalhem e assim prestem a caridade para o caminho da

evolução, as possibilidades de evolução deles são tornar-se exus ou

bombojiras adultos, ou migrarem para falanges de crianças da direita, isso

varia de acordo com o merecimento e a vontade desses espíritos.

Ciganos

O povo Cigano não faz parte da base de falanges da Umbanda, porém

está na Umbanda por ter visto a possibilidade de poderem trabalhar sem

grandes alterações em suas tradições, assim possuem suas próprias regras e

suas formas características de trabalhar, sendo seus dias de trabalho

específicos apenas aos ciganos. Defini-los pois como falangeiros da direita ou

mesmo da esquerda é complexo, por esse motivo em algumas casas acabam

sendo nomeados de ciganos do oriente, respeitam sempre acima de tudo as

regras da casa que lhes acolheram. Preferem trabalhar em noites de lua cheia,

pois é a lua que facilita o trabalho fluídico para todas as finalidades.

É um povo extremamente carismático e alegre, seus trabalhos sempre

são alegres, já que para esse povo festejar é a melhor forma de celebrar a

oportunidade de prestar a caridade e caminhar sempre rumo à evolução.

Reenergizam, transmutam e preparam o ambiente, os médiuns e os

consulentes para o festejo de estarem “vivos” e poderem celebrar cada

momento. Aos festejos ciganos a ferramenta maior para seus trabalhos é a

fogueira já que é o elemento fogo diretamente no ambiente físico, é através

dela que revigoram, destroem ou transmutam a energia circulante.

A fartura é outra característica deste povo, suas mesas contém

variedades de frutas, mel e vinhos do porto ou tinto de mesa suave.

A música também se faz presente, alguns podem utilizar instrumentos

como pandeiros, castanholas, violões, violinos, dentre muito outros. Através

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das vibrações sonoras eles criam, transmutam ou destroem formas-

pensamentos presentes.

Outros além trazem o dom de ler as possibilidades dos destinos para

isso utilizam baralhos, bolas de cristal ou a quiromancia (leitura de mãos) para

indicar, sempre relevando como ponto principal o livre-arbítrio de seus

consulentes, um caminho a seguir em suas vidas em que aconteça o

aprendizado necessário em seus Kharmas permanecendo no bom caminho.

Santa Sara Kali é tida como Santa para esse povo, é protetora da

maternidade, sua data de celebração são os dias 24 e 25 de maio.

Nas falanges de ciganos são abraçados os nômades de uma maneira

geral causando assim uma divergência na maneira de trabalho e interpretação

dessa falange.

Oriente

As falanges do oriente estão integradas a Umbanda por questões de

afinidade de meta, ou seja, a evolução.

Trazem e agregam a Umbanda suas doutrinas e metodologias,

trabalham de forma complementar as casas que abrem espaço aos seus

métodos, já que para os orientais de um forma geral, o trabalho sem meta não

é trabalho, a palavra sem propósito não é conversa, em sua maioria são

entidades que no caminho da incorporação mediúnica trazem métodos de cura.

Não devendo generalizar que todos os orientais são médicos ou detentores de

curas miraculosas, as falanges orientais são de hierarquias complexas e muitas

delas ainda são desconhecidas.

Suas tradições e principalmente sua medicina ainda são de difícil

compreensão aos ocidentais, em suas conversas essas entidades falam sobre

Buddha, Confúcio, Krishna, dentre outros mentores, suas religiões e filosofias

também são citadas como, por exemplo, o budismo, taoísmo, confucionismo,

Ayurveda, etc.

Na filosofia oriental o indivíduo não é visto apenas como um conjunto

fisiológico, mas sim um invólucro de uma energia muito grande e parte

integrante do macrocosmo, assim muitos dos distúrbios do plano físico podem

vir a ser por má distribuição dessa energia circulante no corpo.

Essa energia recebe diferentes nomes de acordo com cada filosofia,

porém a construção de tese é a mesma, chineses a chamam de Chi',

japoneses de Ki, Ayuerveda de prana, dentre muitas outras nomenclaturas.

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Casuá dos Velhos

As técnicas de acupuntura, digitopuntura, shiatsu, trabalham a partir do

princípio de ativação ou sedação dos meridianos energéticos faz-se o

tratamento de muitos desequilíbrios fisiológicos. Esses meridianos seriam

similares as artérias e veias sanguíneas, onde por exemplo, se houver um

entupimento perde-se a eficiência de irrigação e começam a aparecer

problemas fisiológicos como trombos e outros problemas, os canais

energéticos também seguem a mesma regra, a retenção ou excesso de

energia em um ponto podem acarretar também em desequilíbrios.

Além dessas técnicas, existem sistemas de manipulação de energias

mais sutis onde as ferramentas mais importante são a intenção mental do

indivíduo e sua capacidade de manipulação da energia propriamente dita no

aplicador, sendo esse médium ou iniciado a essas técnicas, podemos citar

como exemplo o Johrei, Reiki, Shantala, Yoga e auto-tratamento como a

meditação. Para a aplicação dessas técnicas precisa-se de preparo e

orientação prévia, pois usadas de forma incorreta podem ao invés de auxiliar

na cura tornar-se fonte de desequilíbrio maior.

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Elementos de trabalho

Os elementos materiais de trabalho são os mais variados

possíveis de acordo com as falanges que os utilizam, estes servem como elos

entre aquilo que é espiritual com a intervenção no plano material. O ato de

comer e beber não são necessários aos espíritos nem tão pouco lhes é

necessário, mas para que obtenham melhor eficiência em seus trabalhos

utilizam como instrumentos: o fumo, bebida, comida, pontos cantados e

riscados, pedras, fios de contas, entregas e em algumas casas, não sendo o

caso da nossa, sacrifícios. Estes elos não devem ser encarados como vícios,

existindo uma tênue linha entre instrumentos e vícios/apegos, já que nem todas

as entidades trabalham da mesma forma.

Deixemos claro aqui que nenhum dos itens descritos tem a finalidade de

esgotar os assuntos listados, ou seja, esses são apenas, uma ínfima parte dos

grandes conhecimentos muitos deles ainda não compreensíveis.

Fumo

As formas de apresentação do fumo variam em relação as falanges que

o utilizam podem ser por exemplo, cigarros, cigarros de palha, cigarrilhas,

charutos, cachimbos e em turíbulos (incensário), mas a sua aplicação em todas

as falanges é muito próxima.

A defumação com fumo é uma forma de defumação de descarrego,

assim utilizada para a limpeza áurica dos médiuns, consulentes e ambientes.

Através da queima da erva agregam-se os quatro elementos básicos, tornando-

se uma dentre muitas importantes ferramentas.

Bebidas

As bebidas assim como a utilização do fumo são das mais variadas,

dentre elas está a água, fluído universal, componente maior do planeta e dos

indivíduos e de maior afinidade e sintonização das formas-pensamentos

(intenção) em sua fluidificação sutil, ou seja, em apenas em um simples copo

d'água pode estar o tratamento de mazelas espirituais.

Ao final, por exemplo, de uma sessão espírita ou de cura espiritual é

oferecido aos que participaram do trabalho a água fluidificada. Esta água traz

agregada a ela as formas-pensamentos de boas vibrações, limpeza,

energização e tratamento dos consulentes. Além da água pode-se citar o vinho

tinto de mesa suave como bebida universal para todas as falanges, pois este

foi o vinho consagrado por nosso Senhor Jesus Cristo, em sua celebração e

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Casuá dos Velhos

para a sua celebração, assim tornou-se uma bebida sem restrições de uso

pelas entidades da Umbanda.

Podem ainda ser utilizados o café sem açúcar, sucos, refrigerantes,

efusões de ervas, dentre outras bebidas inclusive alcoólicas, como por

exemplo, cachaça, champagne, uísque, rum, cerveja, etc.

Comidas

Deve-se ressaltar novamente que espíritos não precisam de comida

material, mas estas funcionam como ponte de fortalecimento de fluídos para

que não haja um desgaste energético maior e como energização mais rápida

dos médiuns com as entidades. Claro que aqui não defendemos que é

necessário os excessos ou a periodicidade desse recurso, por esse motivo lhes

é oferecido apenas quando ocorrem as celebrações e datas festivas. Estas

comidas podem variar de frutas, ervas, pratos típicos, dentre outras, de acordo

com a falange e o trabalho a ser feito.

A identificação da falange de trabalho pode ser feita a partir do tipo de

comida que a entidade pode vir a pedir, por exemplo, as crianças com doces,

pretos-velhos com feijoada, caboclos com frutas e raízes e exus e bombojiras

com churrasco.

Aos ciganos se faz exceção pois são agregados e trabalham de forma

própria e para eles cada gira se faz uma celebração por trabalhar.

Para as crianças por terem um curto espaço de tempo e a necessidade

de uma grande recarga são oferecidos os doces, tomando como premissa o

não excesso, ou seja, somente o que lhes for necessário ao trabalho.

Pontos Cantados

O ponto cantado é uma das formas de manutenção das formas-

pensamentos, vibração e sintonização tanto do médium quanto dos

consulentes e ambiente.

Através da ordem em que são entoados ajudam os consulentes a

entender qual o trabalho e entidades estão naquele momento, seu ritmo ajuda

no transe dos médiuns, quebram as formas-pensamentos desnecessárias ao

ambiente. Estes pontos arremetem, por exemplo ao tempo de senzala, as

colônias espirituais, aos sítios vibracionais naturais, encruzas, calungas, etc.

São formas de saudar as entidades e suas vibrações, manter e encerrar os

trabalhos.

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Um importante ponto cantado a todos os umbandistas é o Hino da

Umbanda.

Refletiu a luz divina

com todo seu esplendor

é do reino de Oxalá

Onde há paz e amor

Luz que refletiu na terra

Luz que refletiu no mar

Luz que veio, de Aruanda

Para todos iluminar

A Umbanda é paz e amor

É um mundo cheio de luz

É a força que nos dá vida

e a grandeza nos conduz.

Avante filhos de fé,

Como a nossa lei não há,

Levando ao mundo inteiro

A Bandeira de Oxalá ! (2X)

Pontos Riscados

O ponto riscado assim como o ponto cantado tem diversas utilizações, a

mão de pemba, por exemplo é utilizada em algumas situações para

apresentação e confirmação das entidades de trabalho da coroa do médium,

através disso identifica-se as falanges, nomes e vibrações.

São utilizados pelas entidades com traços e formas diversas. São

apresentações magísticas e podem reter ou liberar energias de acordo como

se faz o traçado. A interpretação dos pontos tornam-se complicadas, em

alguns casos pela falta de sintonia entre entidade e “cavalo”.

O mesmo símbolo pode ter diversas formas de utilização ao ser riscado

e por falta de preparo ou a leitura errada do traçado podem causar

interpretações diferentes das reais.

Pedras

As pedras bem como tudo que está vinculado ao planeta Terra seguem

uma hierarquia e uma escala de evolução, logo o reino mineral não se faz

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Casuá dos Velhos

diferente. Em vista disso segundo o seu padrão vibracional são utilizadas com

diferentes finalidades, desde firmezas locais a trabalhos com fins terapêuticos.

Assim sendo orixás e falanges trabalham com pedras segundo o padrão

vibracional e trabalho a ser realizado. As pedras mais utilizadas são os cristais,

quartzos, turmalinas, ágatas, ônix, granadas, hematitas, ametistas, etc.

As pedras são formas condensadas e fontes inesgotáveis de energia,

desde que limpas e reenergizadas de forma correta. Estas podem ser

repositoras, esgotadoras e transmutadoras, como exemplo:

Repositoras: cristais, quartzos, etc.

Esgotadoras: turmalinas negras, ágatas de fogo, etc.

Transmutadoras: ametistas, hematitas, etc.

Outros estudos serão mais detalhados em momento mais oportunos.

Fios de Contas

Os fios de contas também chamados de guias, são formas de fixar um

determinado campo vibracional, ou seja, facilita a sintonização, porém não se

fazem obrigatórias para que aconteça essa influência no médium.

Configura-se guia como elemento circular fixo ou maleável, como

exemplo desses elementos temos anéis, pulseiras, tiaras, tornozeleiras,

gargantilhas, cordões, dentre outros.

O fio de contas só se torna um elemento magístico e de trabalho

somente após o seu preparo específico para tal uso, um fio de conta sem o

devido preparo é apenas uma forma de adorno sem nenhuma significância

para o trabalho.

Outra utilização para o fio de conta é a de identificação da entidade ou

falange de trabalho através dos elementos utilizados na confecção da mesma,

como as cores das miçangas, sementes, lágrimas de nossa senhora, penas,

pedras, dentre outros de acordo com o pedido da entidade e autorização do

mentor da casa.

O preparo dos fios de conta é feito pelo próprio médium no caso da

nossa casa, mas seu fechamento é feito por nosso mentor, voltando após para

o médium limpar e energizar conforme lhe for proposto.

Como importante elemento magístico o mesmo deve ter a atenção

devida e alguns cuidados devem ser tomados, enumeremos-os:

Page 43: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Não comer, beber ou fumar a menos que seja como elemento de

trabalho, não fornicar em hipótese alguma enquanto estiver em seu uso. Não

utilizá-lo ao seu bel prazer como adorno, ou seja, utilizá-lo fora das giras

somente com o pedido e autorização do mentor da casa

Torna também relevante ressaltar que em nossa Umbanda fios de

contas de exus e bombojiras não são passados pelo pescoço, logo serão feitas

pulseiras ou tornozeleiras para os mesmos.

Entregas

As entregas variam muito de acordo com as falanges que as pedem.

Podem variar desde uma simples vela até elaboradas formas com diversos

elementos. Elas são aglutinadoras e fixadoras de um campo vibracional, ou

seja, mantêm por mais tempo uma forma-pensamento.

Declara-se aqui que as entregas transcendem o simples fato da

materialidade, visto que espíritos não precisam de comidas e bebidas, quando

se diz que é “comida pro santo”, isso não se faz de forma literal.

Assim como se utilizam elementos de trabalho durante a incorporação,

usam-se também elementos energéticos para o trabalho do plano espiritual

através das entregas, pois essas se tornam ponte bioenergéticas e assim

podem trabalhar na independência do fluído mediúnico.

As formas de entrega variam de acordo com as normas da casa e

influência do degrau evolutivo de seu mentor.

Não queremos aqui julgar ou criar conceitos de certo e errado, apenas

gostaríamos de recordar que a Umbanda é protetora maior de nosso planeta,

por isso somos contra a entrega de fluídos vitais através do derramamento de

sangue em entregas.

Sacrifícios

Antes de discorrer sobre os sacrifícios voltemos novamente as

civilizações mais antigas que acreditavam, por exemplo, que ofertando parte

daquilo que foi caçado ou deixando para trás o que não seria consumido por

sua aldeia, ou seja, as partes com pouca carne ou gordura, agradaria e

manteria o equilíbrio dos grandes espíritos da natureza e assim seriam

presenteados com a fartura para sua tribo.

Outras civilizações, anteriores ao Cordeiro de Deus, acreditavam se

comunicar, agradar, acalmar e trocar favores com as divindades através de

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Casuá dos Velhos

rituais com animais e/ou virgens, pelo fato de serem considerados puros de

coração e assim um bom presente para ofertar em sacrifício, mas Deus nosso

Senhor em sua imensa bondade e misericórdia, nos enviou seu Cordeiro, seu

filho e nosso irmão, Jesus Cristo, aquele que trouxe a Terra a missão de

reeducar aqueles que aqui estavam e assim ensinar, através do Evangelho, um

novo caminho para a evolução dos povos, e seu sacrifício seria o marco para

que nenhum outro sacrifício se fizesse necessário para se chegar ao Criador

Supremo do Universo.

Deixemos claro que nada acontece sem a permissão e consciência de

nosso Pai Maior, logo o cristianismo não se fez difundido por todo o mundo,

nem o era para ser, pois através de muitas interpretações e adaptações se

perdeu grande parte da essência primária dos seus ensinamentos, logo o

planeta recebeu diversos avatares após o Cristo encarnado, mas não devemos

julgar aqueles que ainda se prendem a antigas formas de crenças, já que em

muitas religiões são feitas oferendas a outras formas de divindades que

representam os mesmos padrões vibracionais cósmicos.

Recordemos e grifamos que muitas são as vestes das verdades do Pai

Supremo Criador e ainda se fazem necessários vastos níveis de religião para

discernimento dos encarnados e desencarnados para se chegar a Verdade

Maior do Pai, sendo assim tal no plano físico o plano espiritual é diverso e cada

indivíduo será julgado, no momento do desencarne pela Justiça e Leis de suas

crenças, por tanto devemos respeitar todas as religiões que são baseadas na

caridade e no amor.

Tomando essa a nossa verdade em nossa casa não toleramos os

sacrifícios com fluídico vital com sangue, pois o maior sacrifício já foi

consumado, ou seja, o sangue de Cristo, já foi derramado por nós para nossa

salvação e evolução, assim sendo a Umbanda é uma das religiões que se

predispuseram no plano espiritual a instruir no plano físico e reequilibrar o

homem no caminho da caridade e amor, no respeito aos outros seres menores

do planeta e sob hipótese alguma dizer-se no direito de finalizar uma vida em

nome de rituais, pois apenas aquele que dá o dom e direito a vida pode retirá-

los.

Somos contra aqueles que em pró de uma falsa mistificação e

obscurecimento da magística de nossa religião, dizendo-se casas sérias de

Umbanda, sacrificam animais desfigurando de forma indiscriminada e suja o

trabalho de muitos no plano espiritual, mas não os julgamos, não se faz esse o

nosso papel, pois esse é o papel do grande Justo Juiz e Criador de tudo e

todos, assim como arma contrária temos o esclarecimento e o amor a oferecer

àqueles que nos quiserem ouvir.

Page 45: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Ervas

Nosso Supremo Criador presenteou-nos com uma grande variedade em

nossa flora para tratar grande parte das moléstias físicas e espirituais,

reequilibrando os corpos, mentes e espíritos. Através das ervas medicinais,

antes conhecidas apenas pelo conhecimento empírico, hoje testadas pela

ciência, havendo para muitas as comprovações de seus princípios ativos para

remédios homeopáticos e alopáticos.

Assim aprendemos desde as civilizações antigas as utilizações da flora

para banhos, defumações, florais, emplastros, chá e muitas outras

possibilidades. Porém para a boa utilização existem pequenas regras a se

seguir, como por exemplo, lunações, horários, modo de colher e modo de

preparo.

Seguem abaixo algumas noções de preparo e ervas indicadas para

algumas formas de trabalho.

Banhos de ervas

Os banhos de ervas podem ser utilizados em diversas posologias e por

diferentes motivos. Serão jogados da cabeça para baixo apenas aqueles com

as pétalas da rosa branca, pois estas são de vibração direta de Oxalá portanto,

por sermos todos filhos de Oxalá na Umbanda, é um banho de amplas

propriedades, e sem riscos de quizilas.

Outros banhos a serem jogados da cabeça para baixo são aqueles que

levam as ervas dos orixás da coroa do médium, mas estes serão utilizados

somente sob orientação e necessidade.

Todos os outros banhos são sempre do pescoço para baixo.

O preparo dos banhos varia de acordo com a parte a ser utilizada, flores

e folhas não devem ser fervidos juntamente com a água, estes devem ser

infundidos. Já caules, cascas e raízes podem ser fervidos.

Para a infusão, após a água ferver desligue o fogo e coloque as ervas e

deixe-as descansar de 5 a 15min com o recipiente tapado de preferência com

um pano branco.

Os banhos podem ser subdivididos em banhos de descarrego,

energização, defesa e fixação, de acordo com as ervas utilizadas. Estes podem

conter 1 (uma), 3 (três), 5 (cinco) ou 7 (sete) ervas.

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Casuá dos Velhos

Defumações

As defumações assim como os banhos podem ser também para

descarrego, energização, defesa e fixação.

É através da defumação que podemos trabalhar com ambientes,

médiuns e consulentes.

Pouco é mudado em relação ao banho no que diz respeito ao efeito e

utilização das ervas, mas nem toda erva é usada para defumar assim como

tomar o banho e vice-versa.

Para se realizar uma defumação não é necessário que uma entidade

esteja incorporada, são necessários apenas um turíbulo (incensário), carvão,

ervas e o mais importante, a fé e oração com a intenção do que está sendo

feito.

Ervas para descarrego

Arruda, Guiné, Espada de São Jorge, Aroeira, Folhas de Fumo, etc.

Ervas para energização

Pétalas de rosas brancas, Alecrim, manjericão, etc.

Ervas para defesa

Estas são específicas de acordo com a trindade de orixás da coroa do

médium ou serão receitadas por uma entidade apta para tal, como os regentes

da casa.

Ervas para fixação

Estas são específicas de acordo com a trindade de orixás ou entidades

da coroa do médium, podendo ser utilizado também para anjo de guarda.

Estas podem ser receitadas apenas pelos regentes maiores da casa.

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Chacras e corpos energéticos

Chacras, que em sânscrito traduz-se como roda, já que esse é o seu

formato, são os pontos de maior encontro energético do corpo. São sete os

chacras principais ao ser humano, cada um deles tem funções no plano físico,

plano emocional e espiritual ao qual os corpos sutis são relacionados. Os Sete

chacras principais tem suas origens na coluna vertebral ou em plexos nervosos

e vísceras principais do corpo, são eles:

Muladhara: Situado na base da coluna vertebral na direção do períneo

voltado com seu vórtice para o solo a partir da posição de pé. Tem como

função a noção de sobrevivência e agrega a sexualidade, quando esse chacra

está ativado gera o estímulo e a atenção sexual, por conta disso é ferramenta

de trabalho dos exus e bombojiras, e guardados em sua maioria pelos pretos-

velhos, gerando por isso confusão em muitos pelas informações diferentes em

materiais diversos. Sua cor predominante é o vermelho, pode ser chamado

também de Básico, por causa de sua localização. Seu desequilíbrio pode variar

desde crises de existência a crises sexuais.

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Casuá dos Velhos

Swadhisthana: Situado na coluna vertebral na direção do umbigo tem

duplo vórtice, ou seja, um voltado para frente e outro para trás. Tem como

função a fixação do cordão de prata, cordão esse que tem a finalidade de fixar

os corpos astrais ao corpo físico, não deixando por exemplo que o espírito

abandone de forma natural seu corpo fora do momento apropriado pela

misericórdia Divina, além de ser a forma do espírito achar seu respectivo corpo

no retorno após a projeção astral e como função secundária a sexualidade e

reprodução. Sua cor predominante é o laranja, pode ser chamado também de

Umbilical, por causa de sua localização. Seu desequilíbrio pode causar

disfunções nos órgãos próximos, como por exemplo, final do aparelho

digestório (intestinos, reto e ânus), aparelho urinário, aparelho reprodutor em

suas gônadas, refletindo assim em alguns casos em crises sexuais.

Manipura: Situado no plexo nervoso na direção do estômago tem duplo

vórtice, ou seja, um voltado para frente e outro para trás. Tem como função a

força de vontade de manter a vida em movimento. Sua cor predominante é o

Amarelo, pode ser chamado também de Gástrico ou Plexo Solar , por causa de

sua localização. Seu desequilíbrio pode causar apatias e em casos mais

graves crises depressivas.

Anahata: Situado no timo tem duplo vórtice, ou seja, um voltado para

frente e outro para trás. Tem como função o amor incondicional, característica

pouco conhecida ainda por nós humanos é o amor que transcende o

parentesco é aquele relacionado a humanidade sem preconceitos, caridosa,

que entende que somos parte de um todo e só nos uniremos a Ele novamente

quando soubermos realmente o que quer dizer a palavra incondicional. Outra

função deste chacra é a conexão entre o físico e o espiritual, já que é através

deste que a incorporação se fixa sintetizando as energias recebidas pelo

chacra básico e pelo coronário, ou seja, respectivamente telúrica e cósmica.

Sua cor predominante é o Verde, pode ser chamado também de Cardíaco, por

causa de sua localização. Seu desequilíbrio pode acarretar problemas nos

sistemas cardíaco, respiratório, nos casos mediúnicos dificulta ou anula os

processos de sintonização entre encarnados e desencarnados, desequilíbrios

emocionais.

Vishuddha: Situado na tireóide na direção do pomo-de-adão apresenta

duplo vórtice, ou seja, um voltado para frente e outro para trás. Tem como

função a forma de expressão verbal física e espiritual. Sua cor predominante é

o Azul, pode ser chamado também de Laríngeo, por causa de sua localização.

Page 49: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Seu desequilíbrio pode causar disfunções nas cordas vocais, e na produção de

hormônios locais da tireóide (hipotireoidismo ou hipertireoidismo).

Ajna: Situado na direção do meio entre as sobrancelhas tem duplo

vórtice, ou seja, um voltado para frente e outro para trás. Tem como função a

consciência e sua totalidade está relacionado também a visão física e a

clarividência. Sua cor predominante é o Índigo, por isso é também chamado de

Terceiro Olho. Seu desequilíbrio pode causar problemas de visão física e/ou

espiritual, disfunções hormonais das glândulas hipófise e hipotálamo.

Sahasrara: Situado na direção da fissura coronária com seu vórtice

voltado para cima a partir da posição de pé. Tem como função a recepção das

energias cósmicas e iluminação do ser em todos os aspectos espirituais. Sua

cor predominante é o Violeta, pode ser chamado também de Coronário, por

causa de sua localização. Seu desequilíbrio está relacionado com disfunções

da glândula pineal e a recepção das energias cósmicas e formas de

mediunidades.

Aos chacras secundários podemos citar o chacra esplênico, que para

muitos é considerado como principal pela sua importância e alto fluxo de

energia circulante, ele está relacionado a uma víscera nobre que é o baço, nele

segundo a medicina chinesa é que guarda o bom funcionamento físico/

fisiológico e quem traz as possibilidades do pensamento, por isso algumas

entidades utilizam não só o chacra cardíaco para a fixação, mas em alguns

casos as incorporações fazem fixação também nesse chacra.

Também como secundários temos os chacras das palmas das mãos e

plantas dos pés. A imposição de mãos é um dos métodos mais utilizados para

o reequilíbrio dos chacras, esse processo se faz através dos chacras das

palmas das mãos por serem menores em diâmetro já que tem fluxo de energia

reduzido em relação aos 7 (sete) principais, apresentam “filtros” para entrada e

saída do fluxo energético pois no momento do tratamento energético os

padrões de chacras “aprendem” a girar de forma correta ao se conectarem com

o do terapeuta, logo é um forma de proteger o equilíbrio daquele que serve

como modelo. Tomo a liberdade de comentar que os chacras ainda são muito

discutidos pelos ocidentais em relação a localização exata, alguns adotam por

exemplo o chacra esplênico como sendo o umbilical, dentre outras variações,

estas acontecem pelo ponto de vista das diferentes escolas em que cada uma

traz a sua verdade e suas explicações.

Page 50: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

Vinculado aos chacras é de extrema importância saber que são

fundamentais no tratamento e curas espirituais, pois são eles nossas pontes

para os corpos sutis e físico.

Lembrando que Deus deu ao homem o conhecimento da Medicina

Humana para o auxilio aos enfermos e que nem sempre somente o tratamento

espiritual é suficiente a cura das mazelas do corpo.

Existem inúmeras formas e técnicas de manipulação energética, mas a

mais eficiente é aquela que tem como ferramenta principal o amor e a intenção

de ajudar a pessoa ao qual passa pelo tratamento sendo esse encarnado ou

desencarnado, deixando claro que a cura passa também pela fé e o

merecimento, segundo a Misericórdia Divina, daquele que a recebe.

As iniciações são necessárias para que aqueles que efetuam a ação

tenham um desgaste menor de reservas próprias de energia, mas não quer

dizer que apenas iniciados em alguma técnica de imposição de mãos tenham

essa possibilidade, cada ser humano tem sua própria energia essencial.

Em nossos corpos além dos chacras existem canais menores de energia

circulante que se chamam nadis, logo é através deles que a energia flui em

nosso corpo, eles se assemelham ao sistema circulatório que nutre todo o

corpo. A energia que flui em nossos chacras principais a partir da energia

fundamental do planeta chama-se KUNDALINI e é recebida através de locais,

como por exemplo, em sítios vibracionais naturais.

As cores dos chacras advém da abertura do espectro de luz branca

através do prisma natural e visível ao homem, existindo ainda as faixas não

visíveis que correspondem ao infra-vermelho e o ultra-violeta, dente outros

tipos de frequência eletromagnéticas e radiações também utilizados no

tratamento espiritual.

Page 51: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Cura física e espiritual

A cura física muitas vezes não depende somente do equilíbrio fisiológico

do indivíduo. Pouco ainda se faz relevante as idiopatias (doenças sem causa

definida) que em sua maioria são somatizações de psicoauropatias, ou seja,

doenças de cunho psicológico, emocional ou áurico que como fase final

atingem a condensação e materialização no corpo físico. Quando mais cedo o

diagnóstico e início do tratamento, maiores as chances de reversão em casos

que não sejam cármicos ou já irreversíveis.

A anamnese e diagnóstico são feitos por entidades as quais são

capazes e treinadas para esse tipo de trabalho, após essa primeira sondagem

acontece o direcionamento para o tratamento mais eficiente ao caso.

Na maioria dos casos a obsessão espiritual é uma possível causa

dessas psicoauropatias. Por exemplo, quando um desencarnado acopla-se

através de simbiose ou apenas aproxima-se do encarnado por sintonização de

corpos sutis, existe assim a possibilidade de somatização ao corpo físico do

obsediado pelo tempo de suas conexões áuricas. A somatização não acontece

somente nos processos de obsessão, logo se torna de extrema importância o

tratamento também nas entidades que trazem, ainda em seu perispírito,

mazelas que em longo prazo podem somatizar ao corpo do médium tornando o

desgaste maior na vitalidade e organização fisiológica do mesmo.

Os tratamentos e ferramentas são os mais variados podendo ser de

banhos de ervas, cirurgias espirituais e até a indicação de cirurgias físicas.

Devemos salientar que a ferramenta mais forte da cura é a fé e que para

que essa aconteça está entrelaçado diretamente o merecimento de cada

indivíduo.

As giras de cura devem ter todo um preparo não só dos médiuns, mas

também dos consulentes, evitando pois a ingestão de carnes vermelhas,

bebidas alcoólicas, fornicações, fumos e palavras de baixo calão, essas

providências devem ser seguidas para que a energia durante os trabalhos se

mantenha o mais sutil possível e assim mantendo a harmonia no ambiente.

Como este é um trabalho que demanda um desprendimento de grande carga

energética, dá-se preferência para que seja feito em um dia exclusivo para o

mesmo.

Há uma variedade muito grande nos caminhos da cura desde as

falanges até seus métodos para o tratamento, dentre as falanges podemos

citar os médicos ocidentais e orientais, receitistas, pretos-velhos, caboclos e

xamãs, bem como os falangeiros da esquerda, por exemplo, Zé pilintras, exus

e bombojira que possam de uma forma estar em contato com a luz da cura.

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Casuá dos Velhos

Seus instrumentos podem variar assim como seus métodos, assim

citemos alguns exemplos por seguimento de falanges.

Os médicos orientais aplicam técnicas como a imposição de mãos,

aromoterapia, cromoterapia, acupuntura, digitopuntura, dente muitas outras.

Outros terapeutas utilizam a cura prânica e a metodologia e princípios

ayurvedas.

Os pretos-velhos trabalham com a cura pelos quatro elementos,

defumações, banhos, passes, ervas e reconforto psicoemocional.

Tanto os caboclos jovens quanto os caboclos velhos (xamãs e pajés)

trabalham com cura totêmica, quatro elementos básicos, através de vibrações

sonoras, defumações e em seus sítios vibracionais como por exemplo, matas,

praias, cachoeiras aonde tem maior disponibilidade de fluidos para seus

trabalhos.

As crianças também participam dos processos de cura, pois influenciam

de forma direta no emocional de seus médiuns e consulentes, limpando-os,

quebrando as formas-pensamento que se aderem aos corpos áuricos e ao

ambiente que ocorreu ou está ocorrendo os trabalhos.

Os exus e bombojiras também caminham na cura física e espiritual

aplicam através de suas defumações com seus cigarros, cigarrilhas e charutos,

dentre outros instrumentos, desmancham miasmas e desfazem trabalhos como

parte das curas. Como agentes da Lei Divina são responsáveis em analisar o

merecimento do indivíduo no caminho da caridade.

Os elementos comuns a maioria das falanges agrega instrumentos

parecidos que são as pedras, velas e fumos.

Page 53: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

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Desobsessão

Nossa casa, o Casuá dos Velhos, tem como missão principal a

orientação e doutrina dos espíritos encarnados e desencarnados, logo

especializamo-nos na cura espiritual e uma das ferramentas mais importantes

para isso é a desobsessão, principal causa de idiopatias.

Antes porém de detalhar a desobsessão é preciso descrever sobre os

casos da obsessão.

A obsessão pode ocorrer de forma direta ou indireta, podendo ser

simples ou complexa. Há inúmeras formas possíveis para que ocorra uma

obsessão. As mais vistas são de entes desencarnados que não conseguem

manter-se em seu caminho evolutivo e abandonar assim o plano dos

encarnados, porém não estamos restritos somente a isso.

A obsessão pode ser realizada tanto por agentes obsediadores

encarnados sintonizados aos desencarnados, quanto ao contrário, onde o

agente obsediador é o desencarnado. Pode ainda acontecer de encarnado

para encarnado ou mesmo de desencarnado para desencarnado.

Nesses casos essas sintonias caracterizam-se como obsessões diretas,

estas podem se enquadrar em conscientes ou inconscientes. Essas

sintonizações podem derivar alguns desses casos onde, por exemplo, entes

familiares não se desprendem após o desencarne, sendo pelo encarnado que

não consegue se desvencilhar dos pensamentos egoístas e permitir que o

espírito continue sua evolução em outros planos ou o apego excessivo que

contribui para a não criação de um ambiente favorável onde aconteça sua

transição, em outros casos, o desencarnado por excesso de zelo acredita que

aqueles que continuam no plano da matéria não conseguirão manter-se sem o

auxilio do mesmo, salientando que isso não é uma regra, existem outros

motivos além dos descritos.

Outro caso de obsessão direta são espíritos que por algum motivo fazem

parte de organizações das sombras e acabam prestando serviços a locais e

pessoas do plano físico em troca de fluidos, na maior parte dos casos através

de magia negra, em benefício próprio, ou seja, de quem faz o preparo dos

fluídos, ou em malefício de outros espíritos, porém infelizmente através das

maus falas ou dos maus pensamentos criamos formas-pensamentos tão

densas quanto uma magia negra e espíritos oportunistas se fazem regalos

através delas e acabam agindo de forma inconsciente a nossa vontade.

Ainda se faz presente os casos de obsessão de encarnações passadas,

onde cobradores e cobrados mesmo com formas, épocas e gêneros diferentes,

através de suas marcas ou memórias em seus perispíritos de amores, ódios ou

outros sentimentos que permanecem mal resolvidos, acabam não criando a

Page 54: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

Casuá dos Velhos

oportunidade de seguirem suas evoluções, o esclarecimento faz-se necessário

a não manutenção dessas cobranças e que possa ser resolvido de forma

diferente ao quadro de obsessão.

Desdobra-se pois, o quadro de obsessão não somente por espíritos para

com espíritos, mas também por objetos, bens materiais de uma forma geral, as

quais os espíritos criam vínculos emocionais muito fortes, gerando assim as

famosas estórias de casas mal-assombradas, objetos de mal agouro ou

amaldiçoados e muitos outros “contos”.

Aos casos de obsessão indireta relacionam-se os quadros onde não

existe um vínculo conjugal, fraternal, de inimizades e/ou de vidas passadas.

Devido aos encarnados terem um potencial eletro-magnético muito forte

e da forma visível de seus corpos luminosos no plano astral com grande

amplitude, esses podem magnetizar de forma inconsciente irmãos

desencarnados havendo assim algumas formas de magnetização.

Uma delas é quando um desencarnado que por algum motivo não

seguiu transcender para o plano espiritual enxerga na luz do encarnado,

mesmo que por ignorância, uma nova oportunidade de atravessar as barreiras

existentes entre os planos com o auxilio inconsciente do encarnado.

Outra delas é quando o magnetismo gerado pelo encarnado atrai

desencarnados e esses sem qualquer tipo de defesa consciencial ou

magnética são sugados e aderidos ao corpo astral do mesmo e ambos não

conseguem se desvencilhar, acumulando espíritos, trazendo malefícios para

ambos os lados, em caso de mediunidade esse médium recebe a denominação

de médium esponja.

Ainda nos casos de obsessão indireta temos a magnetização e

sintonização dos desencarnados por afinidade das manchas e memórias

perispirituais dos encarnados, sendo essas derivadas de vícios em drogas

lícitas e ilícitas, remédios, má conduta, perversões sexuais, dentre outras

muitas causas. Esse desencarnado se mantém sintonizado ao encarnado para

usufruir e de certa forma nutrir-se e manter as sensações de seus vícios

mesmo após o desencarne, ampliando seus malefícios em médiuns.

Enumerados esses casos temos as definições de obsessões simples e

complexas. Obsessão simples é aquela em que apresenta somente um caso,

logo as complexas são caracterizadas quando há a presença de dois ou mais

casos em um mesmo indivíduo.

Grande parte das pessoas que nos procuram pedindo ajuda apresenta

casos de obsessão. Assim bem como para as curas a anamnese e

diagnósticos acontecem através de entidades preparadas para tal.

Page 55: Apostila Casuá Dos Velhos (2)

55

Primeiramente devemos relatar os cuidados a serem tomados antes dos

trabalhos, assim como em qualquer outro dia de gira, algumas recomendações

devem ser obrigatoriamente seguidas, já que a desobsessão é um trabalho de

extrema delicadeza e complexidade.

O local onde é realizado este tipo de gira é criteriosamente preparado e

precisa estar em perfeita harmonia. Bem como o local, os médiuns antes de

entrar para a mesa de desobsessão necessitam de um treinamento específico

e que siga minuciosamente as regras, pois neste tipo de gira não podem haver

falhas.

A desobsessão acontece numa gira a parte do restante dos trabalhos

espirituais, já que é preciso bastante concentração perante as situações

ocorridas e o desprendimento de energia é muito grande. Nesse trabalho é

envolvido um grande contingente de entidades que auxiliam à mesa, como os

boiadeiros que acompanham os desencarnados até o local de trabalho, além

de serem responsáveis pela contenção e ordenamento, juntamente com os

Exus, desses espíritos que serão atendidos no dia.

Médicos e enfermeiros são responsáveis pelos primeiros-socorros

áuricos, metafísicos e metapsicológicos desses desencarnados, em conjunto

com os dialogadores encarnados e desencarnados trabalham em uma primeira

conscientização e preparo para que estes consigam entender o que está sendo

feito, que receberam a oportunidade de seguir no caminho evolutivo e estar

num ambiente melhor, com menor sofreguidão e maior influência da Luz

Divina.

Os guardiões exus são aqueles que fazem a segurança do local, dos

médiuns e consulentes, porém não ficam restritos apenas a segurança, mas

também em alguns casos específicos onde a rispidez se faz necessária

acabam tornando-se agentes dialogadores.

Os pretos-velhos nos auxiliam com suas soluções amorosas, dentro do

caminho da fraternidade, paciência e fé, e nos ensinam para cada espírito que

ajudamos a nos tornarmos indivíduos melhores e aprendermos o real valor da

caridade.

Após o término da gira de desobsessão temos a importante ajuda dos

caboclos e/ou crianças para revigorar e limpar os médiuns, consulentes e o

ambiente.

Faço aqui um importante alerta de segurança a desobsessão não pode e

nem deve ser feita em qualquer lugar e principalmente por pessoas leigas e/ou

médiuns despreparados.