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    MANUAL DEBOAS PRTICAS BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    Janeiro de 2015

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    SIGLRIO

    ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas

    ANVISA Agncia Nacional de Vigilncia SanitriaCAT Comunicao de Acidente de TrabalhoCDC Centro de Controle e Preveno de DoenaCME Central de Material EsterilizadoCONAMA Conselho Nacional do Meio AmbienteDML Depsito de Material de LimpezaEPI Equipamento de Proteo IndividualFISPQ Ficha de Informaes de Segurana de Produtos QumMS Ministrio da SadeNBR Norma Brasileira da ABNTPGRSS Plano de Gerenciamento de Resduos de Servios de

    RDC Resoluo da Diretoria ColegiadaVISA Vigilncia Sanitria

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    SUMRIO

    Apresentao .....................................................................................Riscos ocupacionais ..........................................................................Principais doenas passveis de transmisso durante o atendimodontolgico, quando no houver cuidados com a biossegurana ...Transmisso de infeces e medidas preventivas .............................Medidas de precauo padro ...........................................................Equipamentos de proteo individual - epi .......................................

    Equipamentos de raio x .....................................................................Processamento do instrumental odontolgico ...................................Gerenciamento de resduos em Servios odontolgicos - GRSO .....Acidentes ocupacionais: o que fazer? ...............................................Bibliografia .......................................................................................

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    APRESENTAO

    Em nosso atual contexto social e histrico mundial, cada vez mais nparamos com a expresso cuidado, aliada aos preceitos ticos de no aenxergar o outro (paciente ou no) e sim olhar como um ser humano qunossa ateno. crescente o pensamento sobre o cuidado com o meio amcom as relaes humanas, com a sade, tendo em vista a longevidade e adade de vida.

    O termo Biossegurana possui ampla significao, abrangendo degeral o cuidado cotidiano em promover a segurana da vida das pessoas.

    Neste Manual, o termo est relacionado especificamente rea da sobjetivando aes que evitem riscos sade do Cirurgio-Dentista, sua epacientes, nos aspectos fsicos (radiao ou temperatura), ergonmicos rais), qumicos (substncias txicas) e biolgicos (agentes infecciosos).

    Cuidados com a biossegurana no trata apenas da ateno em sempr

    os Equipamentos de Proteo Individual (EPls), tais como luva, mscaretc. A biossegurana deve ser um item importante na montagem e ambiedo consultrio odontolgico, a escolha do local adequado e a preocupafuncionalidade e estrutura fsica so essenciais para o atendimento dos renecessrios para os cuidados com a biossegurana, bem como para a madequao do plano de gerenciamento de resduos dos servios de sade.

    Todo projeto fsico de servio odontolgico deve ser montado seguiorientaes prestadas na RDC n 50 da ANVISA e suas atualizaes, a

    atentar para a legislao vigente no estado e municpio onde o referido primplantado.Na dcada de 80, os profissionais da sade passaram a observar mais s

    cativamente os cuidados necessrios para diminuir a probabilidade de trande infeces durante o atendimento odontolgico.

    Embora no tendo dados epidemiolgicos expressivos sobre a transmde infeces durante o atendimento odontolgico, os riscos existem e remos que o uso das medidas adequadas e ateno redobrada sempre sero

    ciais na preveno.

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    RISCOS OCUPACIONAIS

    O profissional de sade, assim como o usurio dos servios de sade, tram-se expostos a diversos riscos na prtica diria, sendo que, para minprevenir ou reduzir estes riscos, necessria a adoo de medidas de precapadro.

    Precaues-padro ou bsicas so medidas de preveno que devem semser utilizadas, independente de diagnstico confirmado ou presumido

    doena infecciosa.

    Sabe-se que as exposies ocupacionais a materiais biolgicos potemente contaminados constituem um srio risco aos profissionais da rea dnos seus locais de trabalho.

    Riscos ocupacionais seriam as possibilidades e as probabilidades de ocia de acidentes, com perda ou dano, durante atividades profissionais. O

    mais frequentes a que esto sujeitos os profissionais que atuam em assisodontolgica so os fsicos, os qumicos, os ergonmicos, os mecnicosacidente, os advindos da falta de conforto ou higiene e os biolgicos, coorientaes da ANVISA.

    PRINCIPAIS DOENAS PASSVEIS DE TRANSMISSODURANTE O ATENDIMENTO ODONTOLGICO, QUANDO

    NO HOUVER CUIDADOS COM A BIOSSEGURANA

    Sfilis: uma doena sexualmente transmissvel (DST) em 90% dos podendo ocorrer a transmisso vertical, quando for congnita.O perodo risco de transmisso dos microrganismos a fase secundria e primria da atravs de fmites.

    Gonorria: Doena sexualmente transmissvel (DST), mas o risco de tmisso durante a prtica odontolgica deve-se ao fato de serem as lescais uma forma comum de expresso e por constiturem a boca e a naso

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    habitat para estes microrganismos.

    Tuberculose: uma doena causada pelo Mycobacterium tuberculosis qafeta os pulmes, podendo acometer outras regies, como os rins, os gnos ossos, o sistema nervoso central, a mucosa bucal etc. A transmisso mcomum via secreo nasofarngea eliminada pela tosse e fmites.

    Difteria: uma infeco bacteriana causada pelo Corynebacterium diphriae, de transmisso direta (contato com pele lesionada) ou indireta (pelo perodo de transmisso bacteriana de duas semanas.

    Sarampo: Infeco respiratria aguda causada pelo vrus Paramyxoviru

    perodo de transmisso de quatro a seis dias anterior ao surgimento das lcutneas. A transmisso pode se dar diretamente, atravs de gotculas nasogeas emitidas pela tosse e espirro, ou indiretamente, atravs dos aerossis.

    Parotidite virtica (caxumba): Infeco da infncia causada pelo vrus Pa-ramyxovirus. O perodo de transmisso compreendido entre sete dias anteao estabelecimento dos sinais clnicos da doena, e nove dias aps o surgimdos sintomas. A transmisso d-se diretamente, por contato com gotculasaliva contaminada, ou indiretamente, atravs de fmites.

    Rubola: Infeco respiratria amena associada a exantema, sendo causapelo vrus Togavrus. A fase de transmisso compreende de cinco a seteanteriores ao surgimento do exantema, e at cinco dias aps incio da eruppreocupao maior dessa infeco virtica refere-se ao acometimento de getes, tendo em vista os possveis danos causados ao feto via transmisso trplacentria.

    Influenza (gripe): uma das infeces virticas mais comuns, causadas peOrtomyxovrus. O perodo de maior transmissibilidade acontece durante primeiros dias da doena.

    Herpes: Doena infecciosa aguda mais comum. Os vrus do herpes sim(VHS; ou HSH) apresentam dois sorotipos distintos: VHS-1 e VHS-2. O Vprincipal responsvel pelas leses que acometem a oroface, o VHS-2 envoleses genitais. O VHS-1 transmitido com maior frequncia no contatocom leses ou objetos contaminados. Ocorre a disseminao assintomtica rus atravs de fluidos orgnicos (sangue, saliva, secrees vaginais) ou das crostosas. Pode infectar pele e mucosa. Tambm pode provocar infeco o(herpes oftlmico) atravs de aerossis ou auto-inoculao. O vrus apreuma sobrevida extracorprea de duas horas na pele; quatro horas em super

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    plsticas; at trs horas em tecido; 72 horas em gaze seca; 45 minutos emde mo. Avaliando o risco/benefcio, os procedimentos odontolgicos emtes portadores de leses herpticas devem ser adiados sempre que possvque a cura clnica da infeco se estabelea.

    Varicela (catapora): Infeco causada pelo vrus Varicella zoster(VVZ). A misso pode ocorrer desde dois dias antes do incio da erupo cutnea atdias aps o incio da erupo. altamente contagiosa, sendo facilmente trapor inalao de fmites ou contato direto com a pele. A infeco pode acosistema nervoso central, causar paralisias perifricas e ocasionar leses oft

    Citomegalovirus (CMV): A transmisso pode ocorrer diretamente atravs dcontato ntimo com um excretor de CMV; ou atravs de contato com excresecrees contaminadas, especialmente saliva ou urina. O vrus tem umavida extracorprea de oito horas em superfcie no absorvente. A infeclevar a uma doena linftica semelhante mononucleose em crianas e a

    Hepatite virtica: um processo infeccioso primrio envolvendo o fgAtualmente, so sete tipos de vrus identificados: A, B, C, D, E, F, e G. Ates F e G so as mais recentes da famlia da hepatite e so transmitidas p

    parenteral.Tipo: VHA: transmisso oro-fecal (gua e alimentos contaminados)

    VHB: transmisso sexual, vertical, parenteral, sangue e hemoderivprocedimentos cirrgicos, procedimentos odontolgicos, soluo d

    continuidade de pele e mucosa.VHC: transmisso sexual, vertical, parenteral, sangue e hemoderiv

    VHD: transmisso sexual, vertical, parenteral, sangue e hemoderivadcedimentos cirrgicos e odontolgicos, soluo de continuidade de pemucosa.VHE: transmisso oro-fecal.

    Na odontologia, o vrus da hepatite B(VHB) vem sendo consideradmaior risco para equipe de sade bucal. O risco de infeco ocupacional para os profissionais de especialidades cirrgicas do que para os clnicpessoal da equipe odontolgica como (TSB, ASB, TPD) tambm est

    maior risco de contrair o VHB se comparado populao geral.

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    AIDS (infeco pelo HIV): A infeco tem como via principal de contgio asexual, alm da via parenteral atravs de sangue e seus derivados.

    TRANSMISSO DE INFECES E MEDIDAS PREVENTIVAS

    Transmisso por via areaO ambiente odontolgico, pelas suas particularidades, possibilita que o

    uma via potencial de transmisso de microorganismos, por meio das gotcdos aerossis, que podem contaminar diretamente o profissional ao atingipele e a mucosa, por inalao e ingesto, ou indiretamente, quando contamas superfcies.

    As gotculas so consideradas de tamanho grande e podem atingir at umtro de distncia. Por serem pesadas, rapidamente se depositam nas superfcie

    Os aerossis so partculas pequenas, que podem permanecer suspensaar durante horas e ser dispersas a longas distncias, atingindo outros ambiecarreadas por correntes de ar.

    Principais doenas transmissveis por via areaDoena Meningoccica

    Gripe ou InfluenzaMononucleose

    Rubola, Sarampo eTuberculose

    Medidas Preventivas Usar dique de borracha, sempre que o procedimento permitir. Usar sugadores de alta potncia. Evitar o uso da seringa trplice na sua forma spray, acionando os dois botes ao mesmo tempo.

    Regular a sada de gua de refrigerao do alta rotao. Higienizar previamente a boca do paciente mediante escovao e/ou

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    bochecho com antissptico. Manter o ambiente ventilado. Usar exaustores com filtro HEPA (para deter micro partculas) Usar mscaras de proteo respiratrias. Usar culos de proteo Evitar contato dos profissionais suscetveis com pacientes suspeitos de

    sarampo, varicela, rubola e tuberculose.

    Transmisso por sangue e outros fludos orgnicosNa prtica odontolgica comum a manipulao de sangue e outros orgnicos, que so as principais vias de transmisso do HIV e dos vrus dtites B (HBV) e C (HCV). As exposies que podem trazer riscos de traso definidas como:

    Percutnea - leso provocada por instrumentos perfurantes e cortantes. Mucosa - contato com respingos na face envolvendo olhos, nariz e boca. Cutnea - contato com pele com dermatite ou feridas abertas. Mordeduras humanas - leso que deve ser avaliada tanto para o indivduo

    que a provocou quanto para aquele que tenha sido exposto (considercomo exposio de risco quando h presena de sangue).

    Principais Doenas Transmissveis por Sangue e Outros Fludos OrgnicHepatites (A, B, C)

    AIDS

    Medidas Preventivas Ter a mxima ateno durante a realizao dos procedimentos. No utilizar os dedos como anteparo durante a realizao de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes. No reencapar, entortar, quebrar ou retirar a agulha da seringa com as mos. No utilizar agulhas para fixar papis. Desprezar todo material perfurocortante, mesmo que estril, em recipiente com tampa e resistente a perfurao.

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    Colocar os coletores especficos para descarte de material perfurocortante

    prximo ao local onde realizado o procedimento, em superfcie seca e s No ultrapassar o limite de dois teros da capacidade total do recipientede descarte.

    Usar Equipamentos de Proteo Individual - EPI.

    Transmisso Pelo Contato Direto e Indireto com o PacienteA equipe odontolgica est sujeita a diversas doenas adquiridas por me

    contato direto (mos ou pele) ou indireto (superfcies ambientais ou itens do paciente), devido proximidade e ao tempo de exposio prolongado da realizao dos procedimentos, devendo ser adotadas medidas de precaupadro para com todos os pacientes.

    Principais Doenas Passveis de Transmissopelo Contato Direto e Indireto com o Paciente:

    Herpes simples

    Escabiose ou SarnaPediculose ou PiolhoMicoses

    Conjuntivite

    Medidas Preventivas Usar Equipamentos de Proteo Individual - EPI Higienizao das mos. Manter os cabelos presos. Desinfeco concorrente das secrees e dos artigos (instrumentais) contaminados.

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    MEDIDAS DE PRECAUO PADRO

    PARA O CIRURGIO-DENTISTA E EQUIPE Imunizao da equipe Higienizao das Mos Usar Equipamentos de Proteo Individual - EPI Processamento do instrumental odontolgico (limpeza, armazenamento,

    desinfeco, esterilizao, monitoramento e manuteno)

    Limpeza geral Programa de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade.

    Imunizao da equipeOs profissionais da rea da sade, por estarem mais expostos, possue

    risco elevado de contrair doenas infecciosas, devendo estar devidamentezados. O profissional deve estar atento s caractersticas da regio e da poa ser atendida, sendo recomendvel estar vacinado contra:

    Hepatite B Febre Amarela Sarampo, Caxumba e Rubola (Trplice viral) Tuberculose Difteria e Ttano (Dupla - tipo adulto) Influenza e Pneumococos

    Imunizao - As vacinas devem ser preferencialmente administradas nos svios pblicos de sade ou na rede credenciada para a garantia do esqu

    vacinal, do lote e da conservao adequada.

    Higienizao das Mos a medida individual mais simples e menos dispendiosa para preven

    pagao das infeces relacionadas a assistncia sade.As mos constituem a principal via de transmisso de microorganism

    rante a assistncia prestada aos pacientes, pois a pele um possvel reserv

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    de diversos microorganismos, que podem se transferir de uma superfcieoutra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, atravs do ccom objetos e superfcies contaminadas.

    Tipos de higienizao: Higienizao simples - Remoo de microrganismos que colonizam as

    camadas superficiais da pele (suor, oleosidade e clulas mortas), comsabo lquido e gua, secando com papel toalha.

    Higienizao antissptica - Remove a sujidade e microrganismos, reduzindoa carga microbiana, com auxlio de antissptico degermante, secando papel toalha.

    Frico antissptica - Reduz a carga microbiana das mos, quando noestiverem visivelmente sujas. Utilizar gel alcolico 70%, deixando qusequem completamente, sem uso do papel toalha.

    Antissepsia cirrgica - Elimina a microbita transitria da pele e reduz a

    microbita residente, proporcionando efeito residual.Para mais informaes e visualizao demonstrativa desses

    procedimentos, consulte a publicao da ANVISAHigienizao das Mos em Servios de Sade.

    A utilizao de luvasno exclui a lavagem das mos.

    As unhas devem estar curtas e limpas.Profissionais com leses nas mos

    devem evitar atender pacientesat a cura das mesmas.

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    HIGIENIZE AS MOS: SALVE VIDAS!Higienizao Simples das Mos

    Ministrioda Sade

    Abra a torneira e molhe asmos, evitando encostarna pia.

    Ensaboe as palmas dasmos, friccionando-asentre si.

    Esfregue o dorso dos dedos de umamo com a palma da mo oposta (evice-versa) segurando os dedos, commovimentos de vai-e-vem.

    Esfregue o punho esquerdo,com o auxlio da palma da modireita (e vice-versa), utilizandomovimento circular.

    Enxague as mos, retirandoos resduos de sabonete. Eviteo contato direto das mosensaboadas com a torneira.

    Para a tcnica de higienizao antissptica das mos, seguir os mesmos passose substituir o sabonete lquido comum por um associado a antissptico.

    Seque as mos com o papel-toalha descartvel, iniciando pelasmos e seguindo pelos punhos.

    Esfregue o polegar direito,com o auxlio da palma da moesquerda (e vice-versa), utilizandomovimento circular.

    Friccione as polpas digitais eunhas da mo esquerda contraa palma da mo direita (evice-versa), fazendo movimentocircular.

    Esfreque a palma da mo direitacontra o dorso da mo esquerda (evice-versa) entrelaado os dedos.

    Entrelace os dedos efriccione os espaosinterdigitais.

    Aplique na palma da mo quantidade suficiente desabonete lquido para cobrir todas as superfciesdas mos (seguir a quantidade recomendada pelofabricante).

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    EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL - EPI

    Gorro uma barreira mecnica contra a possibilidade de contaminaosecrees, aerosois e produtos, alm de prevenir acidentes e evitaqueda de cabelos nas reas de procedimento. Deve ser preferencmente descartvel, cobrir todo o cabelo e as orelhas e ser troca

    sempre que necessrio ou a cada turno de trabalho.

    Recomenda-se o uso do gorro tambm pelo paciente em casos de procedimecirrgicos.

    culos de ProteoProtege os olhos das secrees, aerossis e produtos qumicoutilizados durante os procedimentos odontolgicos e na limza e desinfeco de artigos, equipamentos ou ambientes. Oculos devem possuir as laterais largas, ser confortveis, coboa vedao lateral, totalmente transparentes, permitindo a lavagem com

    e sabo, desinfeco quando indicada, sendo embalados e guardados em limpo e seco.

    Recomenda-se o uso do culos tambm pelo paciente para evitar acide

    Protetor facialRepresenta uma barreira fsica de proteo transmisso area infeces e inalao de agentes e substncias qumicas, e, ainda, ptegem a face contra:

    Impactos fsicos Impactos de partculas volantes. Respingos de produtos qumicos e material biolgico.

    Podem substituir os culos de proteo, entretanto no substituem a mscara.

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    Mscara

    Deve ser descartveis, de filtro duplo e tamanho suficientecobrir completamente a boca e o nariz, permitindo a respirnormal e no irritando a pele. Devem ser descartadas ap

    atendimento a cada paciente ou quando ficarem umedecidas

    AventalDeve ser de mangas longas, tecido claro e confortvel, podendo pano ou descartvel para os procedimentos que envolvam o atendto a pacientes e impermevel nos procedimentos de limpeza e dfeco de artigos, equipamentos ou ambientes. Deve ser usado fechado d

    todos os procedimentos

    LuvaDeve ser de boa qualidade e usadas em todos os procedimtos. Constituem uma barreira fsica eficaz que previne a infecruzada e a contaminao do profissional de sade, reduzin

    riscos de acidentes. Atuam na proteo das mos contra: Agentes abrasivos e escoriantes. Agentes cortantes e perfurantes. Choques eltricos. Agentes trmicos. Agentes biolgicos.

    Agentes qumicos.

    Tipos de luvas recomendados:Luva grossa de borracha e cano longo durante os processos de limpeza d

    artigos e ambientes.Luva de ltex de procedimento para atividades clnicas e estreis para p

    cedimentos cirrgicos, que devem ser descartadas a cada paciente.Luva de plstico, usada como sobre luvas, quando houver necessidade

    manusear artigos fora do campo de trabalho.

    Sobre luvas

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    Luva de amianto, couro ou aramida, usada na Central de Material Esteriliz- CME, no manuseio de artigos esterilizados.

    Para lembrar:Retire as luvas imediatamente aps o trmino do tratamento do paciente

    Lave as mos assim que retirar as luvas. Use dois pares de luvas em procmentos cirrgicos de longa durao ou com sangramento profuso.

    Calado

    Deve ser fechado e com solado antiderrapante. Atua na segrana e proteo dos ps contra: Impactos de quedas de objetos. Choques eltricos. Agentes trmicos. Agentes cortantes e escoriantes. Umidade proveniente de operaes com uso de gua.

    Respingos de produtos qumicos.

    EQUIPAMENTOS DE RAIO X

    Na Odontologia, os equipamentos de raio X devem atender aos requestabelecidos pela ANVISA, citados na publicao Servios Odontolgicveno e Controle de Riscos, baseada na Portaria do Ministrio da Sade de 1 de junho de 1998.

    Proteo do OperadorO tempo de exposio deve ser o menor possvel, consistente com a ob

    o de imagem de boa qualidade.

    Proteo RadiolgicaEm exames intraorais em consultrios, o operador deve manter-se a

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    distncia mnima de 2 metros do tubo e do pacien-te durante as exposies e atrs de uma barreiraprotetora com uma espessura mnima de 0,5 mmequivalentes ao chumbo.

    Deve ser usada vestimenta de proteo indi-vidual, de modo a proteger a tireide, o tronco e asgnadas dos pacientes durante as exposies.

    Processamento do filme

    Devem ser seguidas as recomendaes do fabricante com respeito cotrao da soluo, temperatura e tempo de revelao.O aparato para posicionamento do filme e o prprio filme devem ser pr

    por pelcula de PVC, para reduzir o contato com sangue ou saliva do pac

    Controle da qualidade de equipamentosDeve incluir, no mnimo, os testes descritos na Portaria SVS/MS n. 453

    Ministrio da Sade, ou outra que vier substitu-la.

    PROCESSAMENTO DO INSTRUMENTAL ODONTOLGICO

    O processamento de artigos compreende a limpeza e a desinfeco e/terilizao.

    Limpeza: a remoo fsica dos resduos e a reduo do nmero de micganismos de determinada rea.

    Desinfeco: a remoo ou inativao de um grande nmero de micganismos patognicos de determinada rea.

    Esterilizao: a eliminao de todos os microorganismos, esporos, ba

    rias, fungos e protozorios de determinada rea.

    Colete deChumbo

    Biombo deChumbo

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    Esse processamento deve seguir o fluxo descrito no quadro abaixo, de a evitar o cruzamento de artigos no processados com sujidade e aqueles dfetados ou esterilizados.

    Fluxo deProcessamentode artigos

    ArtigoSujo

    InspeoVisualBarreiraFsica

    (EPI e EPC)

    Exposio ao

    Agente deLimpeza

    Secagem

    Armazenamento

    Preparo eEmbalagem

    Desinfeco /Esterilizao

    EnxagueCom gua potvele corrente

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    LIMPEZA DE ARTIGOS

    A limpeza a remoo mecnica de sujidades, com o objetivo de reducarga microbiana, a matria orgnica e os contaminantes de natureza inorde modo a garantir o processo de desinfeco e esterilizao e a manutenda vida til do instrumental. Deve ser feita utilizando-se os EPIs prpriosuso na sala de utilidades. O manuseio dos artigos deve ser cuidadoso paraacidentes ocupacionais. Os instrumentos que tm mais de uma parte deve

    desmontados; as pinas e tesouras devem ser abertas, de modo a expor aoximo suas reentrncias. A limpeza deve ser realizada imediatamente apsPode-se fazer a imerso em soluo aquosa de detergente com pH neutroenzimtico, usando uma cuba plstica, mantendo os artigos totalmente impara assegurar a limpeza adequada.

    TIPOS DE LIMPEZALimpeza manual o procedimento realizado manualmente para a remoo de sujidade

    meio de ao fsica aplicada sobre a superfcie do artigo, usando: Escova de cerdas macias e cabo longo. Escova de ao para brocas. Escova para limpeza de lmen. Pia com cuba profunda especfica para este fim e preferentemente com

    torneira de jato direcionvel. Detergente e gua corrente.

    Limpeza mecnica o procedimento automatizado para a remoo de sujidade por meio

    vadoras com jatos de gua ou lavadoras com ultrassom de baixa frequncoperam em diferentes condies de temperatura e tempo. Esse tipo de limdiminui a exposio dos profissionais aos riscos ocupacionais de origem ca, especialmente, aos vrus da hepatite e HIV.

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    Enxgue

    Deve ser realizado em gua potvel e cor-rente, garantindo a total retirada das sujidades edo produto utilizado na limpeza. A qualidade dagua tem relao com a durabilidade do instru-mental, sendo recomendado que o ltimo enx-ge seja feito com gua livre de metais pesados.Os artigos que contem lmen (ex: seringa Luer)devem ser enxaguados com bicos de gua sobpresso.

    Inspeo VisualServe para verificar a eficcia do proces-

    so de limpeza e as condies de integridade do artigo. Se necessrio, deve-proceder novamente limpeza ou substituio do instrumento. No deve

    utilizados produtos e objetos abrasivos.

    SecagemDeve ser criteriosa para evitar que a umidade interfira nos processos e

    diminuir a possibilidade de corroso dos artigos. Pode ser realizada com a o de pano limpo e seco, exclusivo para esta finalidade, secadora de ar qufrio, estufa regulada para este fim e/ou ar comprimido medicinal.

    Desinfeco de artigosExistem diversos produtos para desinfeco que devem possuir registro

    ao Ministrio da Sade e necessitam ser avaliados com relao ao custo bcio, eficcia e ao artigo a ser processado. O quadro a seguir relaciona os pais desinfetantes qumicos utilizados em artigos odontolgicos (CDC, 199

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    P R O D U T

    O S S U G E R I D O S P A

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    Esterilizao de Artigos

    Para garantir a esterilizao, fundamental queos passos j citados do processamento de artigossejam seguidos corretamente. Na Odontologia, osprocessos de esterilizao indicados so:

    a) Fsicos: utilizando-se o vapor saturado sobpresso (autoclave);

    b) Qumicos: utilizando-se solues de cidoperactico a 2% e xido de etileno.

    Atualmente, a esterilizao em estufas (calor seco) recomendada pororganismos nacionais e internacionais apenas para leos e ps na rea mdpara alguns tipos de brocas e alicates ortodnticos na Odontologia (CDC, 2Estas indicaes se justificam pelo fato de o processo exigir longo perodotempo e altas temperaturas.

    Os equipamentos utilizados atualmente nos servios odontolgicos noautomatizados, no permitem registros confiveis dos parmetros fsicos dprocesso, permitem a interrupo e o monitoramento biolgico complexo

    Validade de EsterilizaoCada servio deve realizar a validao do prazo de esterilizao dos ar

    gos, recorrendo a testes laboratoriais de esterilidade, considerando os tiposembalagem utilizados, os mtodos de esterilizao, as condies de manusos locais de armazenamento.

    ArmazenamentoO instrumental deve ser armazenado em

    local exclusivo, separado dos demais, em arm-rios fechados, protegido de poeira, umidade einsetos, e a uma distncia mnima de 20 cm docho, 50 cm do teto e 5 cm da parede. O localde armazenamento deve ser limpo e organizadoperiodicamente, sendo verificados sinais deinfiltrao, presena de insetos, pacotes danificados, com sinais de umidaprazo de validade da esterilizao vencido, etc., devem ser removidos.

    Autoclave

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    MonitoramentoO processo de esterilizao deve ser comprovado por meio de monito

    to fsico, qumico e biolgico. O monitoramento biolgico deve ser regist

    juntamente com a data da esterilizao, lote, validade e equipamento utili

    Processamento de superfciesPara minimizar a contaminao nas superfcies e em reas vulnervei

    como os botes de acionamento dos diferentes equipamentos, sujeitos a deltricos, as recomendaes revisadas do CDC e de diversos autores sugeo recobrimento destas superfcies com campos de algodo esterilizados, pprocedimentos cirrgicos, e a aplicao de barreiras impermeveis duranalizao de procedimentos clnicos. As barreiras fsicas de tecido ou as pimpermeveis devem ser trocadas a cada paciente.

    LIMPEZA GERALOs procedimentos de limpeza consistem na remoo da sujidade med

    uso de gua e sabo. Paredes, janelas, portas, tetos e pisos no constituemde infeco, desde que mantidos limpos. Deve-se estabelecer uma rotina

    peza peridica, de acordo com a rea ou quando houver sujidade visvel. devem ser limpos diariamente e as demais superfcies, gavetas, mobilirino mnimo semanalmente ou quando necessrio.

    Recomendaes para Limpezaa) Iniciar da rea menos contaminada para a mais contaminada.b) Limpar as paredes de cima para baixo, em sentido nico.c) Esfregar as paredes com gua e sabo, utilizando esponja ou pano.d) Enxaguar com pano umedecido em um balde com gua limpa.

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    e) Secar com pano limpo.

    f) Limpar os pisos do fundo para a porta.g) Utilizar um rodo, dois baldes, panos limpos ou carrinhos prprios palimpeza, e gua e sabo.

    h) Colocar gua e sabo em um dos baldes e gua limpa no outro.i) Afastar os mveis e equipamentos.j) Esfregar os pisos com rodo e pano umedecido em gua e sabo.k) Enxaguar com pano umedecido em um balde com gua limpa.

    l) Secar com um pano limpo envolto no rodo.m) Lavar os panos de limpeza, esfreges, baldes e luvas de borracha apuso, no Depsito de Material de Limpeza - DML.

    Orientaes de limpeza e desinfeco na presena dematria orgnica:a)Aplicar soluo de hipoclorito de sdio a 1% sobre amatria orgnica e aguardar cinco minutos.b)Remover com auxlio de papel-toalha ou pano, quedeve ser descartado.c)Proceder limpeza com gua e sabo.

    GERENCIAMENTO DE RESDUOS EMSERVIOS ODONTOLGICOS - GRSO

    O gerenciamento dos RSS (Resduos de Servios de Sadeconstitui-se em um conjunto de procedimentos de gesto, elabrados a partir de bases cientficas e tcnicas, normativas e legacom o objetivo de minimizar a produo de resduos e proporcnar aos resduos gerados, um encaminhamento seguro.

    Os resduos gerados nos servios odontolgicos podemser classifcados em biolgicos, qumicos, perfurocortantes (escarificantes)comuns.

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    Resduos biolgicos

    So resduos com possvel presena de agen-tes biolgicos, que por suas caractersticas podemapresentar risco de infeco. Devem ser manejadosde acordo com sua composio, acondicionados emsaco vermelho ou branco leitoso, em conformidadecom a RDC 306 da ANVISA.

    Os sacos devem estar contidos em recipiente (lixeira) de material lavvel

    tente a punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abersem contato manual, com cantos arredondados e resistentes ao tombamento. ser dispostos em local devidamente licenciado para disposio final, e, na ausdeste, as orientaes do rgo ambiental competente devem ser observadas.

    Resduos qumicosOs seguintes resduos contem substncias qumicas que podem aprese

    risco sade pblica ou ao meio ambiente, dependendo de suas caracterde inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade:

    a) Produtos antimicrobianos, citostticos e antineoplsicos; imunossusores, quando apresentarem prazo de validade vencido ou se tornarem imprios para o consumo.

    b) Anestsicos.c) Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).d) Saneantes e desinfetantes.e) Resduos de amlgama.

    f) Radiografias odontolgicas.g) Demais produtos considerados perigosos, con-

    forme classificao da NBR 10.004 da ABNT (txicoscorrosivos, inflamveis e reativos). As caractersticas dresduos pertencentes a este grupo so as contidas naFicha de Informaes de Segurana de Produtos Qumcos FISPQ (NBR 14.725 da ABNT, de julho de 2001

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    O acondicionamento deve ser feito em recipientes individualizados, obdas as exigncias de compatibilidade qumica do resduo com os materiais embalagens, de forma a evitar reao qumica entre os componentes, enfracendo-a ou deteriorando-a, ou a possibilidade de que o material da embalaseja permevel aos componentes do resduo.

    Resduos perfurocortantes ou escarificantesSo todos os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou

    protuberncias rgidas e agudas capazes de cortar ou perfurar (bisturis, agu

    ampolas de vidro, brocas, limas endodnticas, pontas diamantadas e outrosvem ser acondicionados em recipientes rgidos, com tampa vedante, estanqresistentes ruptura e punctura.

    Resduos comunsSo aqueles resduos que no apresentam risco biolgico, qumico ou

    radiolgico sade ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resdomiciliares, sendo acondicionados nos mesmos moldes.

    Para mais esclarecimentos tcnicos, consulte a RDC 306/2004 da ANVISA.

    Plano de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade - PGRSS

    o documento que aponta e descreve as aes relativas ao manejo dosresduos slidos, observadas suas caractersticas e riscos, no mbito dos esbelecimentos. Contempla os aspectos referentes gerao, segregao, acodicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposio bem como as aes de proteo sade pblica e ao meio ambiente. Quandexigido pelas autoridades locais de sade e/ou meio ambiente, deve ser subdo aprovao prvia. Uma cpia do PGRSS deve estar disponvel para cosob solicitao da autoridade sanitria ou do meio ambiental competente, dfuncionrios, dos pacientes e do pblico em geral.

    Para mais esclarecimentos tcnicos, consulte a publicao ServiosOdontolgicos: Preveno e Controle de Riscos da ANVISA.

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    ACIDENTES OCUPACIONAIS: O QUE FAZER?

    Segundo o Centro de Controle e Preveno de Doena - CDC, a resolum acidente ocupacional na rea da sade bem maior, caso a quimioproseja iniciada, preferencialmente nas duas primeiras horas da ocorrncia.

    Conduta aps exposio ao material biolgico:1. Mantenha a calma. Voc tem cerca de duas horas para agir. Segund

    o Ministrio da Sade (BRASIL 1996), a quimioprofilaxia contra HIV deiniciada at duas horas aps o acidente. Em casos extremos, pode ser realat 24 a 36 horas depois. Aps esse perodo de tempo, sua eficcia para o discutvel. Nos acidentes de alto risco para HBV, a quimioprofilaxia podiniciada at uma a duas semanas depois.

    2. Lave exaustivamente com gua e sabo o ferimento ou a pele expoao sangue ou fluido orgnico. Lave as mucosas com soro fisiolgico ou abundncia; no provoque maior sangramento do local ferido e no aumerea lesada, a fim de minimizar a exposio ao material infectante. O usotisspticos tpicos do tipo PVPI ou lcool 70% pode ser adotado. No rdada a utilizao de agentes custicos ou injeo de antisspticos.

    3. Dirija-se imediatamente ao Centro de Referncia no atendimento dacidentes ocupacionais com material biolgico de sua regio. Nesse localver ser comunicado o fato ao Tcnico de Segurana do Trabalho, preencinqurito de notificao e emitida a Comunicao de Acidente de TrabalhO ideal que o acidentado e as condies do acidente sejam avaliados poequipe multiprofissional.

    4. Obtenha do paciente-fonte uma anamnese recente e detalhada sobrhbitos de vida, histria de hemotransfuso, uso de drogas, vida sexual, upreservativos, passado em presdios ou manicmios, histria de hepatite ee sorologias anteriores, para analisar a possibilidade de situ-lo numa posjanela imunolgica.

    5. Leve sua carteira de vacinao ou informe sobre seu estado vacinadados recentes de sua sade, sorologias anteriores, etc.

    6. Dever ser solicitada pelo mdico a coleta de amostras de sangue s

    do paciente-fonte, em tubos de ensaio, sem anticoagulante, devidamente tificados, que sero encaminhados imediatamente ao laboratrio de referpara serem centrifugados.

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    MANUAL DE BOAS PRTICAS

    7. Caso o quadro caracterize situao de risco, as quimioprofilaxias conHBV e o HIV sero iniciadas.

    8. O mdico, se necessrio, far a solicitao para o paciente-fonte do aHIV (Elisa convencional, teste rpido), Anti-HCV e HbsAg (quando o prono foi imunizado para hepatite B).

    8.1 Em paciente-fonte positivo para HIV, iniciar com quimioprofilaxseguindo orientaes do fluxograma do Ministrio da Sade.

    8.2 No paciente-fonte com HIV desconhecido ou que o resultado do anti-HIV demorar, iniciar com o esquema bsico de antiretroviral (

    + 3TC ou Lamivudina) e procurar o servio especializado para reao acidente.

    8.3 Paciente-fonte positivo para hepatite B (HbsAg positivo) efuncionrio no vacinado, fazer imunoglobulina (Centro de Referde Imunobiolgico) e iniciar vacinao.

    8.4 O profissional s far a coleta de sangue quando o paciente-fontfor positivo ou desconhecido para HIV, Hepatite B e C. Se opacientefonte for negativo no necessrio o acompanhamentosorolgico do funcionrio.

    9. Repetir-se-o as sorologias seis semanas, trs meses, seis meses e umano aps o acidente ou a critrio do mdico.

    10. O profissional acidentado, em uso de quimioprofilaxia antiretroviradever retornar consulta mdica semanalmente, ou conforme protocolo dvio, para acompanhamento clnico dos sinais de intolerncia medicamento

    11. Se durante o acompanhamento ocorrer novo acidente, dever submese ao protocolo novamente sendo desconsiderados todos os procedimentosrealizados.

    12. Nos casos em que ocorrer a soroconverso para HIV ou hepatite o pfissional ser encaminhado ao mdico do trabalho para as orientaes legaum centro de referncia para o acompanhamento e tratamento necessrio.

    O risco de transmisso ocupacional do HIV para o trabalhador de sadaps exposio percutnea estimada em 0,3% e aps exposio mucocutem 0,09%. Para a hepatite B, o risco para o profissional depende da situapaciente fonte.

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    BIOSSEGURANA EM ODONTOLOGIA

    BIBLIOGRAFIA

    BRASIL, Ministrio da Sade.ANVISA: Higienizao das mos em servios desade. Braslia: 2008.

    BRASIL, Ministrio da Sade.ANVISA: RDC 306, de 07 de dezembro de 2004.Dispes sobre o regulamento tcnico para o gerenciamento de resduos dos de sade. Braslia: 2004.

    BRASIL, Ministrio da Sade.Exposio a materiais biolgicos: Braslia: 2006.

    BRASIL, Ministrio da Sade.Hepatites virais: o Brasil est atento 3 edio.Braslia: 2008.

    BRASIL, Ministrio da Sade.Servios odontolgicos: preveno e controle deriscos. Braslia: 2006.

    SANTA CATARINA. Conselho Regional de Odontologia. Biossegurana em odon-tologia:Florianpolis 2002.

    SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Administrao.Manual de preven-o e controle de acidente em servio decorrente de exposio a materiabiolgico: Florianpolis: 2008.

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    BIOSSEGURANA ODONTOLGICA VISO GERAL (RESUMO)

    Prof. Dr. Eliseu Gomes Lucena

    CONCEITO DE BIOSSEGURANABiossegurana o conjunto de aes voltadas para a preveno, minimizao oueliminao de riscos inerentes s atividades de pesquisa, produo, ensino,desenvolvimento, tecnologia e prestao de servio visando a sade do homem, dosanimais, a preservao do meio ambiente e a qualidade dos resultados[CTbio/FIOCRUZ].

    TERMINOLOGIA Assepsia: o conjunto de medidas adotadas para impedir que determinado

    meio seja contaminado. Anti-sepsia: a eliminao das formas vegetativas de bactrias patognicasde um tecido vivo. Limpeza: a remoo da sujidade de qualquer superfcie, reduzindo o

    nmero de microrganismos presentes. Esse procedimento deveobrigatoriamente ser realizado antes da desinfeco e/ou esterilizao.

    Desinfeco: um processo que elimina microrganismos patognicos deseres inanimados, sem atingir necessariamente os esporos. Pode ser de altonvel, intermedirio ou baixo.

    Esterilizao: um processo que elimina todos os microrganismos: esporos,bactrias, fungos e protozorios. Os meios de esterilizao podem ser fsicosou qumicos.

    Artigos: Instrumentos de naturezas diversas, que podem ser veculos decontaminao.

    Artigos Crticos: So aqueles que penetram atravs da pele e mucosaadjacente. Esto nesta categoria os materiais como agulhas, lminas debisturi, sondas exploradoras, sondas periodontais, materiais cirrgicos eoutros. Exigem esterilizao ou uso nico (descartveis).

    Artigos Semi-Crticos: So aqueles que entram em contato com a pele nontegra ou com mucosas ntegras, como condensadores de amlgama,esptulas de insero de resinas, alicates de uso ortodntico etc. Exigemdesinfeco de alta atividade biocida ou esterilizao.

    Artigos No-Crticos: So destinados ao contato com a pele ntegra dopaciente. Requerem limpeza ou desinfeco de baixo ou mdio nvel. Artigos Descartveis: So aqueles que aps o uso perdem suas

    caractersticas originais. Procedimentos crticos: Quando h penetrao no sistema vascular

    (cirurgias e raspagens subgengivais) Procedimentos semi-crticos: Quando entram em contato com secrees

    orgnicas (saliva) sem invadir o sistema vascular (insero de materialrestaurador, aparelho ortodntico).

    Procedimentos no crticos: Quando no h contato com secreesorgnicas nem penetrao no sistema vascular. Na Odontologia no existe

    nenhum procedimento que possa ser classificado nessa categoria.

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    Barreira : Pode ser considerada como um bloqueio fsico que deve existir noslocais de acesso rea onde seja exigida assepsia e somente se permita aentrada de pessoas com indumentria apropriada (paramentao) e/ou todomeio fsico que possa ser utilizado como forma de impedir ou dificultar ocarreamento de agentes patognicos de um indivduo para outro.

    Limpeza: Processo pelo qual so removidos materiais estranhos (matriaorgnica, sujidade) de superfcies e objetos. Enxge: Processo efetuado com gua corrente potvel. Secagem: o processo efetuado com papel toalha, secadora de ar quente

    ou ar comprimido. Desinfeco: um processo fsico ou qumico, que destri microorganismos

    presentes em objetos inanimados, mas no necessa-riamente os esporosbacterianos.

    Esterilizao: o processo, fsico ou qumico, atravs do qual sodestrudas todas as formas microbianas, inclusive os esporos bacterianos.

    EPI: Equipamentos de Proteo Individual. Lavatrio: Pea sanitria destinada exclusivamente lavagem de mos. Pia de lavagem: Pea sanitria destinada lavagem de artigos. Monitoramento: Controlar a rotina operacional e mant-la dentro do padro

    estabelecido.

    EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL (EPIs) Protetores oculares, mscaras, luvas, gorros, avental, protetores oculares

    para luz halgena, roupa branca de uso exclusivo para o atendimento noconsultrio, avental plumbfero (para gnadas e tireide) e outros.

    Tipos de luvas a) Luvas de borracha grossa So usadas para manipular materiais, instrumentais contaminados e durante

    os procedimentos de limpeza e desinfeco do consultrio. Deve-se utilizarum par para cada tipo de procedimento:

    - um par para limpeza e desinfeco de instrumentais e materiais; - um par para limpeza e desinfeco de pisos; - um par para limpeza e desinfeco de equipamentos e similares. Indica-se o uso de cores diferentes para identificao das luvas. As luvas devero ser lavadas com gua e sabo, secadas, desinfetadas e

    colocadas ao ar de ponta cabea, em um lugar especfico. No devem ficardentro de gavetas com outros artigos.

    b) Luvas para procedimentos semi-crticos So usadas para procedimentos no invasivos. - Lavar as mos com gua e sabo lquido, secando-as com toalha de papel

    antes de se calar as luvas; - Descartar as luvas, aps o uso, no lixo contaminado; - No reutiliz-las; - Lavar as mos aps retirar as luvas e secar com toalha de papel. c) Luvas para procedimentos crticos So aquelas para procedimentos invasivos. - Lavar e escovar as mos com gua e sabo lquido, utilizando a seguir

    soluo anti-sptica, secando-as com toa-lhas de papel antes de se calar as

    luvas;

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    - Em procedimentos de longa durao, acima de 2 horas, recomenda-setrocar as luvas durante o procedimento;

    - Descartar as luvas, aps o uso, no lixo contaminado; - No reutiliz-las; - Lavar as mos aps retirar as luvas e sec-las com toalha de papel.

    Uso de Mscaras no Consultrio A mscara a mais importante medida de proteo das vias area superiorescontra os microorganismos presentes nos aerossis produzidos durante osprocedimentos odontolgicos.

    O uso adequado da mscara facial deve: a) Promover conforto e boa adaptao; b) No irritar a pele; c) No embaar o protetor ocular; d) No ficar pendurada no pescoo (a mscara considerada material

    contaminado); e) Descart-la aps o uso; f) Trocar a mscara no intervalo entre os pacientes. As mscaras midas

    perdem o poder de filtrao, facilitando a penetrao dos aerossisbacterianos.

    g) Sempre utilizar na posio correta, de modo a evitar o embaamento dosculos de proteo.

    Uso de gorros descartveis no consultrio: Devem sempre ser usados noconsultrio, pois evitam que haja a contaminao dos cabelos dosprofissionais por gotculas de saliva e de sangue provenientes da cavidadebucal. Impede tambm a infestao paciente/profissional por piolhos.

    Uso de culos de proteo no consultrio: A proteo dos olhos docirurgio-dentista e do pessoal auxiliar deve ser feita com culos de proteoou com protetor ocular especial. Os olhos do profissional e do auxiliar, assimcomo todo o rosto, podem ser atingidos pelos aerossis ou partculas dosprocedimentos realizados. Estas partculas podem lesar e contaminar acrnea. importante que, aps o atendimento do paciente, os culoscontaminados sejam lavados com sabo lquido, solues detergentes, e anti-spticas (devem ser desinfetados com glutaraldedo a 2% por 30 minutos sobimerso) e, ento, sejam bem enxaguados e secos com toalhas de papel ouguardanapos. necessrio tambm o uso de culos de proteo para opaciente, que tm a finalidade de proteger os olhos de produtos irritantes,

    contaminados, prfuro-cortantes , luzes ... Uso de aventais no consultrio: O avental, de preferncia, deve serdescartvel, ter gola do tipo gola de padre, com mangas lo ngas, punho deelstico e com comprimento de cobrindo os joelhos. Pode serconfeccionado em algodo ou polipropileno. Deve ser sempre usado nosatendimentos odontolgicos, devendo-se trocar o avental diariamente esempre que for contaminado por fluidos corpreos. Retirar todas as vezesque sair da sala clnica. Evitar manipular o avental contaminado. Aps o uso,ele deve ser acondicionado em saco plstico e s retirado para lavagem(quando no for descartvel).

    Como lavar o avental quando for de algodo ou similar: Deve ser imersoem soluo de hipoclorito de sdio a 1% diludo em 5 partes de gua por 30minutos, ser fervido, e depois lavado.

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    LIMPEZA DE ARTIGOS A limpeza a remoo mecnica de sujidades, com o objetivo de reduzir a

    carga microbiana, a matria orgnica e os contaminantes de naturezainorgnica, de modo a garantir o processo de desinfeco e esterilizao e amanuteno da vida til do artigo. Deve ser realizada em todo artigo exposto

    ao campo operatrio. Estudos tm demonstrado que a limpeza reduz, aproximadamente 105ufc docontingente microbiano presente nos artigos e superfcies (Rutala, 1996).

    Deve ser feita utilizando-se os EPIs prprios para uso na sala de utilidades(luvas de borracha resistente e de cano longo, gorro, mscara, culos deproteo, avental impermevel e calados fechados).

    O manuseio dos artigos deve ser cuidadoso para evitar acidentesocupacionais.

    Os instrumentos que tm mais de uma parte devem ser desmontados; aspinas e tesouras devem ser abertas , de modo a expor ao mximo suasreentrncias.

    A limpeza deve ser realizada imediatamente aps o uso do artigo . Pode-se fazer a imerso em soluo aquosa de detergente com pH neutro ouenzimtico, usando uma cuba plstica, mantendo os artigos totalmenteimersos para assegurar a limpeza adequada.

    O preparo da soluo e o tempo de permanncia do material imerso devemseguir as orientaes recomendadas pelo fabricante.

    Todo artigo mdico -odonto lgico contaminado deve ser l impo precedendo ouno a desinfeco ou esterilizao

    O que precisa? Pia exclusiva com cuba funda (preferencialmente). Bancada para apoio, deve ser lavvel. Cuba plstica para colocar a soluo de limpeza(gua e sabo ou soluo

    enzimtica). Escovas e/ou esponjas para a limpeza dos artigos. Falso tecido descartvel ou tecido(deve ser lavado aps o uso, e ser

    exclusivo) para enxugar os artigos. A limpeza e secagem do artigo obrigatria antes da desinfeco ou

    esterilizao. Aps o procedimento os utenslios devem ser limpos (cuba, escovas, etc),

    pode fazer a desinfeco com Hipoclorito de sdio 0,5 1%. Definir qual procedimento o artigo vai se submetido: desinfeco ouesterilizao.

    TIPOS DE LIMPEZA

    LIMPEZA MANUAL o procedimento realizado manualmente para a remoo de sujidade, por meio deao fsica aplicada sobre a superfcie do artigo, usando:a) Escova de cerdas macias e cabo longo.b) Escova de ao para brocas.c) Escova para limpeza de lmen.d) Pia com cuba profunda especfica para este fim e preferentemente com torneiracom jato direcionvel.

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    e) Detergente e gua corrente.

    LIMPEZA MECNICA o procedimento automatizado para a remoo de sujidade por meio de

    lavadoras com jatos de gua ou lavadoras com ultra-som de baixa freqncia,

    que operam em diferentes condies de temperatura e tempo. Esse tipo de limpeza diminui a exposio dos profissionais aos riscosocupacionais de origem biolgica, especialmente, aos vrus da hepatite e HIV.

    ENXAGUE Deve ser realizado em gua potvel e corrente, garantindo a total retirada dassujidades e do produto utilizado na limpeza.

    INSPEO VISUAL Serve para verificar a eficcia do processo de limpeza e as condies de

    integridade do artigo. Se necessrio, deve-se proceder novamente limpezaou substituio do artigo.

    Quando o artigo for fabricado em liga metlica sujeita a corroso, como o aocarbono, ou apresentar articulaes com componentes de ligas metlicasdiferentes, h sempre a possibilidade de desenvolver corroso quando oprocesso de esterilizao for realizado em autoclave.

    Nesses casos, pode-se preveni-la com a utilizao de leite mineralhidrossolvel ou de produtos similares como a soluo aquosa de nitrito desdio a 1% (FERREIRA et al., 2001).

    Os artigos sujeitos corroso devero, aps a limpeza, ser imersos nasoluo pelo tempo recomendado pelo fabricante, secados e embalados paraserem esterilizados.

    A corroso poder ser removida, desde que no comprometa a utilizao doartigo, pela utilizao de solues cidas pr-aquecidas, seguindo asorientaes do fabricante. No devem ser utilizados produtos e objetosabrasivos.

    SECAGEM Deve ser criteriosa para evitar que a umidade interfira nos processos e para

    diminuir a possibilidade de corroso dos artigos.

    Pode ser realizada com a utilizao de pano limpo e seco, exclusivo para estafinalidade, secadora de ar quente/frio, estufa regulada para este fim e/ou arcomprimido medicinal.

    MTODO DE PROCESSAMENTO Os artigos utilizados na cavidade bucal exigem o mximo rigor no

    processamento, recomendando-se a sua esterilizao por autoclave. Isto pode ser justificado pelo fato de que o uso de desinfetantes no assegura

    a eliminao de todos os patgenos, especialmente, os esporos bacterianos.

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    DESINFECO A desinfeco definida como um processo fsico ou qumico que elimina a

    maioria dos microorganismos patognicos de objetos inanimados esuperfcies, com exceo de esporos bacterianos.

    Este processo deve definir a potncia de desinfeco, de acordo com o artigo

    a ser tratado. Block, 2001 classifica a desinfeco como sendo de baixo, mdio e alto nvel. Existem diversos produtos para desinfeco que devem possuir registro junto

    ao Ministrio da Sade e necessitam ser avaliados com relao ao custo benefcio, eficcia e ao artigo a ser processado.

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    EMPACOTAMENTO A embalagem deve permitir a penetrao do agente esterilizante e proteger

    os artigos de modo a assegurar a esterilidade at a sua abertura. Para esterilizao em autoclave, recomenda-se papel grau cirrgico,

    papel crepado, tecido no-tecido, tecido de algodo cru (campo duplo),vidro e nylon, cassetes e caixas metlicas perfuradas .

    Embalagens compostas de papel grau cirrgico e/ou filme plsticopolipropileno- polietileno e nylon devem ter o ar removido antes da selagem,pois o ar atua como um obstculo na transmisso de calor e de umidade.

    Pinas e tesouras devem ser esterilizadas com suas articulaes abertas. O fechamento do papel grau cirrgico e filme plstico ou do nylon deve

    promover o selamento hermtico da embalagem e garantir sua integridade. A faixa de selagem deve ser ampla, preferencialmente, de 1 cm ou reforadapor duas ou trs faixas menores.

    Recomenda-se promover o selamento deixando uma borda de 3 cm , o quefacilitar a abertura assptica do pacote.

    As embalagens devem ser identificadas antes da esterilizao . A identificao deve ser feita em fita ou etiqueta adesiva e deve conter a

    descrio do contedo, quando necessrio, data e validade da esterilizaoe nome do funcionrio responsvel pelo processamento do artigo.

    A improvisao de embalagens para o processamento de artigosodontolgicos contra-indicada.

    Tipos de invlucros para esterilizao em estufa: Caixa metlica preferencialmente de alumnio / Embalagem individual com material kraft

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    Tipos de invlucros para esterilizao em autoclave: papel grau-currgico

    ESTERILIZAO DE ARTIGOS A esterilizao o processo que visa destruir ou eliminar todas as formas de

    vida microbiana presentes, por meio de processos fsicos ou qumicos. Para garantir a esterilizao, fundamental que os passos j citados doprocessamento de artigos sejam seguidos corretamente.

    Na Odontologia, os processos de esterilizao indicados so:a) Fsicos: utilizando-se o vapor saturado sob presso (autoclave).b) Qumicos: utilizando-se solues de glutaraldedo a 2% e de cidoperactico a 0,2%.

    Destaca-se que os artigos metlicos devero ser esterilizados porprocesso fsico visto serem termorresistentes.

    A esterilizao qumica deve ser utilizada em artigos termossensveis apenasquando no houver outro mtodo que a substitua.

    Ressalta-se que os artigos termossensveis devem ser prioritariamenteesterilizados por meio de processo fsico.

    ESTERILIZAO PROCESSO FSICO

    VAPOR SATURADO SOB PRESSO Realizado em autoclave , onde os microorganismos so destrudos pela

    ao combinada da temperatura, presso e umidade , que promove atermocoagulao e a desnaturao das protenas da estrutura genticacelular.

    Atualmente, existem trs tipos de autoclave disponveis no mercado: gravitacional: o ar removido por gravidade, sendo que o ar frio, mais denso,

    tende a sair por um ralo colocado na parte inferior da cmara,quando o vapor admitido. No Brasil, as autoclaves destinadas Odontologia funcionam, emquase sua totalidade, pela forma de deslocamento por gravidade;

    pr-vcuo: o ar removido com o uso de bombas de vcuo, podendo ser umnico pulso (alto vcuo) ou seguidas injees e retiradas rpidas de vapor(pulsos de pressurizao).

    ciclo flash: recomendado para esterilizao apenas em situaes de usoimediato do artigo, seja acidentalmente contaminado durante umprocedimento ou na ausncia de artigo de reposio.

    PADRES TEMPO/TEMPERATURA AUTOCLAVEOs padres de tempo, temperatura e presso para esterilizao pelo vapor variamde acordo com o aparelho e encontram-se dentro de:

    121 C a 127 C (1 atm presso) por 15 a 30 minutos 132 C a 134 C (2 atm presso) por quatro a sete minutos de esterilizao.

    RECOMENDAES PARA O USO DA AUTOCLAVE1. O material, devidamente embalado, deve ser colocado na cmara da

    autoclave desligada, no ultrapassando 2/3 de sua capacidade total e sem

    encostar-se s laterais , dispondo-se os pacotes de modo que o vapor possacircular livremente e atinja todas as superfcies do material.

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    2. Embalagens compostas por papel e filme devem ser colocadas com o papelpara baixo .

    3. Deve-se fechar o equipamento e selecionar o ciclo desejado, caso sejapossvel.

    4. Aps a concluso do ciclo, deve-se abrir o equipamento e aguardar que a

    temperatura caia a 60 C para a retirada do material . Nesta etapa, oprofissional deve utilizar todos os EPIs .

    MANUTENO DA AUTOCLAVE Deve-se limpar as superfcies internas e externas da autoclave com esponja

    macia, gua e sabo neutro, semanalmente ou sempre que apresentaremsujidade visvel, e, em seguida, remover o sabo com um pano umedecido esecar com um pano limpo.

    A troca da gua, quando requerida pelo equipamento, e a limpeza dastubulaes internas devem ser realizadas por tcnico especializado, com aperiodicidade preconizada pelo fabricante do equipamento.

    Calor Seco O processo de esterilizao ocorre com o aquecimento dos artigos por irradiao do calor das paredes laterais e da base da estufa , com conseqente destruiodos microorganismos por um processo de oxidao das suas clulas, aps adesidratao do ncleo .

    EM RESUMO!!!

    MTODO TEMPERATURA TEMPO

    A u

    t o c

    l a v e por gravidade 121C (1atm) 20 min

    por alto-vcuo 132C (2atm) 04 min

    Estufa160C 120 min

    170C 60 min

    Imerso emGlutaraldedo a 2% - 10 horas

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    MATERIAL TIPO DE MATERIAL PROCESSO

    Brocas ao, carbide,tungstnio Autoclave ou Estufa

    Instrumental de Endodontia ao inox e outros Autoclave ou Estufa

    Moldeiras resistentes ao calor alumnio ou inox Autoclave ou Estufa

    Moldeiras no resistentes aocalor cera ou plstico Agentes Qumicos

    Instrumental ao Autoclave ou Estufa

    Bandejas ou Caixas metal Autoclave ou Estufa

    Discos e Brocas de Polimento borracha Agente Qumico

    Discos e Brocas de Polimento pedra Autoclave ou Estufa

    Placas e Potes vidro Autoclave ou Estufa

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    PROCESSOS QUMICOS

    GLUTARALDEDO A 2% Sua ao germicida se d pela alquilao de grupos sulfidril, hidroxil, carboxil

    e amino, grupos de componentes celulares, alterando o RNA, DNA e assnteses proticas. Aps a realizao da limpeza e secagem do artigo, este deve ser imerso

    totalmente na soluo de glutaraldedo a 2%, em recipiente de plstico e comtampa, por 10 horas.

    O profissional deve fazer uso de EPIs durante a manipulao, tais comoavental, luvas de borracha (butlica/viton), culos e mscaras prprias paravapores orgnicos.

    O enxge final deve ser rigoroso, em gua estril, e a secagem, comcompressas esterilizadas, obrigatria, devendo o artigo ser utilizadoimediatamente. recomendado que o manuseio desta soluo seja realizadoem ambiente com boa ventilao.

    CIDO PERACTICO 0,2% O cido peractico a 0,2% promove desnaturao de protenas, alterao na

    permeabilidade da parede celular, oxidao de ligaes sulfidril e sulfricasem protenas, enzimas e outros componentes bsicos.

    Deve-se salientar que a esterilizao qumica deve ser utilizada somente nassituaes em que no h outro recurso disponvel.

    ARMAZENAMENTO O instrumental deve ser armazenado em local exclusivo, separado dos

    demais, em armrios fechados, protegido de poeira, umidade e insetos, e auma distncia mnima de 20 cm do cho, 50 cm do teto e 5 cm da parede,respeitando-se o prazo de validade da esterilizao.

    O local de armazenamento deve ser limpo e organizado periodicamente,sendo verificados sinais de infiltrao, presena de insetos, retirando-se ospacotes danificados, com sinais de umidade, prazo de validade daesterilizao vencido, etc.

    Estes artigos devem ser reprocessados novamente. Na distribuio, os pacotes esterilizados devem ser manipulados o mnimo

    possvel e com cuidado.

    VALIDADE DE ESTERILIZAOCada servio deve realizar a validao do prazo de esterilizao dos artigos,recorrendo a testes laboratoriais de esterilidade, considerando os tipos deembalagem utilizados, os mtodos de esterilizao, as condies de manuseio e oslocais de armazenamento.

    NOSSA SUGESTO: 7 DIAS DE ARMAZENAMENTO