Apostila Anlise 20111 - Parte 1

39
Análise das Demonstrações Contábeis Texto e Exercícios Parte 1 PROFESSOR Claudio Sameiro Rio de Janeiro 2011.1

Transcript of Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Page 1: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Análise das Demonstrações

ContábeisTexto e Exercícios

Parte 1

PROFESSOR

Claudio Sameiro

Rio de Janeiro2011.1

Page 2: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo

de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização por escrito do autor.

Lei nº 9.610/98 e artigo 184 do Código Penal.

Editor: Claudio da Silva Sameiro

Tel. 21-8111-0935

[email protected]

www.sameiro.com.br

Dados Internacionais de Catalogação

Sameiro, Claudio da Silva

Análise das demonstrações contábeis / Claudio da Silva Sameiro

- Rio de Janeiro, 2006.

39 p.

1.Contabilidade 2.Análise das demonstrações contábeis 3. Finanças I.Título

Índice para catálogo sistemático

1. Contabilidade 657

2011

1ª Impressão

Page 3: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Sumário

Sumário..............................................................................................................................3

Introdução........................................................................................................................... 5

Objetivos da disciplina Contabilidade Geral..........................................................................5

Referências para estudo.................................................................................................5

Análise das demonstrações contábeis...........................................................................................6

Preparação das Demonstrações Para a Análise.......................................................................6

Bens do Imobilizado Postos a Venda...................................................................................6

Duplicatas Descontadas..................................................................................................6

Despesas Antecipadas....................................................................................................6

Análise Horizontal........................................................................................................8

Análise Vertical...........................................................................................................9

Índices financeiros de liquidez..................................................................................................14

Liquidez Corrente.......................................................................................................14

Liquidez Imediata.......................................................................................................14

Liquidez Seca............................................................................................................14

Liquidez Geral...........................................................................................................15

Índices de estrutura de capital.................................................................................................16

Participação do Passivo Circulante no Ativo Total.................................................................16

Endividamento Geral....................................................................................................16

Composição do Endividamento........................................................................................16

Imobilização de Capital Próprio.......................................................................................16

Índices de rotatividade...........................................................................................................18

Giro dos Estoques.......................................................................................................18

Prazo Médio de Estocagem.............................................................................................18

Prazo Médio de Recebimento de Clientes...........................................................................18

Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores.......................................................................19

Posicionamento Relativo...............................................................................................19

Índices de rentabilidade.........................................................................................................21

Margem Bruta............................................................................................................21

Margem Operacional....................................................................................................21

Margem Líquida..........................................................................................................21

Page 4: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Rentabilidade do Capital Próprio ou Return on Equity – ROE.....................................................21

Giro do Ativo.............................................................................................................21

Retorno do Ativo ou Return on Assets – ROA........................................................................22

Capital de Giro....................................................................................................................24

Demonstração das origens e aplicações de recursos...............................................................24

Variação do Capital Circulante Líquido..............................................................................25

Elaborando a DOAR......................................................................................................25

Conceito de Origem e Aplicação......................................................................................27

Considerações sobre endividamento.................................................................................29

Capital de Giro...........................................................................................................29

Capital de Giro Líquido.................................................................................................29

Administração do Capital de Giro..............................................................................................31

Introdução................................................................................................................31

Ciclo Operacional........................................................................................................31

Ciclo Financeiro ou de Caixa..........................................................................................32

Ciclo Econômico.........................................................................................................33

A Relação Risco-Retorno do Capital de Giro........................................................................33

Necessidade de Investimento em Capital de Giro - (NICG).......................................................34

Ativo Circulante Financeiro (ou Errático) - (ACF)..................................................................34

Ativo Circulante Operacional (ou Cíclico) - (ACO)..................................................................34

Ativo Permanente ou Não Circulantes - (AP)........................................................................34

Passivo Circulante Financeiro (ou Errático) - (PCF)................................................................34

Passivo Circulante Operacional (ou Cíclico) - (PCO)...............................................................34

Passivo Permanente ou Não Circulante (PP)........................................................................34

Necessidade Total de Financiamento Permanente – NFTP........................................................36

Saldo de Tesouraria.....................................................................................................36

Demonstrações contábeis da Natura Cosméticos S/A........................................................................38

Page 5: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 0

Introdução

Objetivos da disciplina Contabilidade GeralAo final do curso desta disciplina, o aluno deve estar apto a:

✔ Interpretar melhor a situação econômico-financeira das empresas;✔ Obter informações da Contabilidade para a tomada de decisões;✔ Manter controle do patrimônio de uma empresa.

Referências para estudoNEVES, Silvério das; VICECONTI, Paulo Eduardo V. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 15.ed. São Paulo: Frase, 2007. 672p.

MATARAZZO, Dante Carmine. Analise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010. 372p.

IUDICIBUS, Sergio de. Análise de balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 254p.

ASSAF , Alexandre; SILVA, César Augusto T. Administração do Capital de Giro. 3ª edição, Atlas, São Paulo, 2002.

GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. Pearson, São Paulo, 10ª Edição, 2004.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 5

Page 6: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 1

Análise das demonstrações contábeis

Preparação das Demonstrações Para a AnáliseAntes de procedermos a análise das demonstrações precisamos fazer algumas reclassificações no balanço patrimonial e na demonstração de resultados. Estes ajustes servirão para tornar as análises mais eficientes.

Bens do Imobilizado Postos a VendaQuando a empresa decide por um imóvel ou qualquer outro bem do imobilizado à venda, este deve ser reclassificado no ativo circulante. Contudo, sabendo que certos bens como os imóveis e grandes maquinários são de difícil vendagem, o analista deve reclassificá-lo no realizável a longo prazo, assumindo desta forma uma posição mais conservadora.

Duplicatas DescontadasDuplicatas descontadas referem-se as antecipações feitas pela instituição bancária à empresa mediante a entrega de duplicatas de seus clientes. Apesar destas antecipações tratarem-se de empréstimos bancários, são contabilizadas como conta redutora no ativo circulante e não como passivo circulante. O analista deve por este motivo reclassificar a conta Duplicatas Descontadas no passivo circulante.

Despesas AntecipadasA conta Despesas Antecipadas registra a contratação ou pagamento de despesas que ainda não foram consumidas ou que ainda não contribuíram para geração de receitas. Este consumo ou contribuição será dará apenas nos próximos meses ou exercícios. Evidentemente que estes bens e serviços não serão realizados em dinheiro. Por este motivo devemos reclassificar esta conta no PL, caso seja de valor relevante.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 6

Page 7: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Exercícios Propostos

Questão 1: Uma empresa apresentou o seguinte balanço patrimonial:

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2006 (Em milhares reais)2006 2005 2006 2005

Ativo PassivoCirculante Circulante Disponibilidade 1.688 4.729 Obrig. fiscais e previdenciárias 507 367 Impostos a recuperar 382 736 Contas a pagar 16.902 14.784 Clientes 6.872 7.536 17.409 15.151 (-) Títulos descontados -5.738 -6.477 Despesas Antecipadas 2.778 1.783 Não-circulante Bens a Venda 8.000 0 Exigível a longo prazo

13.982 8.307 Empresas controladas 16.777 15.171Não-circulanteRealizável a LP Debêntures 23.837 22.388 Patrimônio líquido

Capital social 50.000 50.000Investimentos 63.367 60.627 Reserva legal 15.000 10.000

Lucros acumulados 2.000 1.00067.000 61.000

101.186 91.322 101.186 91.322

Pede-se:(a) Preparar o balanço para a análise fazendo as reclassificações necessárias.

BALANÇO PATRIMONIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2005 E 2006 (Em milhares reais)2006 2005 2006 2005

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 7

Page 8: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Análise HorizontalO objetivo da análise horizontal é basicamente apontar as variações sofridas nos saldos das contas entre dois períodos, comparando os saldos iniciais e finais de uma conta.

Exemplo: Observe o balanço patrimonial da empresa abaixo:

BALANÇOS PATRIMONIAIS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2003 E 2002 (Em milhares de reais)

2003 2002 2003 2002ATIVO PASSIVOCirculante Circulante Disponibilidades 1.426 1.311 Empréstimos e financiamentos 24.996 14.439 Aplicações financeiras 703 6.720 Fornecedores 7.126 8.669 Contas a receber de clientes 16.639 16.210 Impostos e contribuições a recolher 2.673 431 Estoques 11.309 8.113 ICMS a recolher 1.950 774 Impostos a recuperar 2.932 3.380 Salários e férias a pagar 1.085 917 Outras contas a receber 393 950 Outras contas a pagar 546 1.458 Despesas antecipadas 167 64 38.376 26.688

33.569 36.748Não-circulanteExigível a longo prazo

Não-circulante Financiamentos 14.756 19.433Realizável a longo prazo Impostos e contribuições parcelados 4.602 2.510 Empr. Control. e coligadas 4.810 2.766 Provisões para contingências 16.617 19.333 IR e contrib. social diferidos 6.594 5.022 Empresas controladas e coligadas 17.020 8.221 ICMS a recuperar 1.826 2.510 Imposto de renda diferido 119 149 Depósitos judiciais 126 64 Adiant. p/ futuro aumento de capital - 6.379

13.356 10.362 53.114 56.025

Investimentos 20.731 8.972Patrimônio líquidoImobilizado 56.006 43.803 Capital social 23.512 22.446

Reserva de capital 20.216 14.904 Reservas de reavaliação 1.362 1.450 Prejuízos acumulados (12.918) (21.628)

32.172 17.172123.662 99.885 123.662 99.885

Repare que os saldos de algumas contas aumentaram e de outras diminuíram entre 2002 e 2003. A análise horizontal propõe mensurar essas variações em termos percentuais. Vamos fazer a seguir a análise horizontal do ativo circulante:

2003 2002 AH %ATIVOCirculante Disponibilidades 1.426 1.311 8,77 Aplicações financeiras 703 6.720 -89,54 Contas a receber de clientes 16.639 16.210 2,65 Estoques 11.309 8.113 39,39 Impostos a recuperar 2.932 3.380 -13,25 Outras contas a receber 393 950 -58,63 Despesas antecipadas 167 64 160,94

33.569 36.748 -8,65

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 8

Page 9: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

O cálculo dos percentuais relativos a análise horizontal foram feitos com base na fórmula abaixo:

Podemos verificar agora, com a análise horizontal, que o saldo da conta “aplicações financeiras” teve a maior queda (-89,54%), e que o saldo da conta “despesas antecipadas” teve o maior aumento (160,94%).

Análise VerticalA análise vertical propõe a verificação da composição das contas da demonstração, ou seja, de que forma os recursos ou itens estão distribuídos dentro da demonstração. A análise vertical propõe responder, por exemplo, a seguinte pergunta: De que maneira os recursos estão distribuídos no ativo da empresa, em que proporções?

Vejamos o ativo circulante da empresa estuda anteriormente:

2003 2002

ATIVOCirculante Disponibilidades 1.426 1.311 Aplicações financeiras 703 6.720 Contas a receber de clientes 16.639 16.210 Estoques 11.309 8.113 Impostos a recuperar 2.932 3.380 Outras contas a receber 393 950 Despesas antecipadas 167 64

33.569 36.748

Note que cada conta possui uma participação diferente dos recursos aplicados no ativo. Vamos tentar determinar estas proporções em termos percentuais aplicando a seguinte fórmula:

Para efeito deste cálculo vamos adotar como conta base o total do ativo, ou seja, vamos comparar o saldo de cada conta com o total do ativo:

2003 AV % 2002 AV %

ATIVOCirculante Disponibilidades 1.426 1,15 1.311 1,31 Aplicações financeiras 703 0,57 6.720 6,73 Contas a receber de clientes 16.639 13,46 16.210 16,23 Estoques 11.309 9,15 8.113 8,12 Impostos a recuperar 2.932 2,37 3.380 3,38 Outras contas a receber 393 0,32 950 0,95 Despesas antecipadas 167 0,14 64 0,06

33.569 27,15 36.748 36,79

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 9

AV = (Conta ÷ Total Conta Base) x 100

AH = [(Saldo atual ÷ Saldo anterior) – 1] x 100

Page 10: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Com a aplicação da análise vertical podemos verificar em 2003 que a conta “contas a receber de cientes” guarda 13,46% dos recursos aplicados no ativo. Comparando ainda com 2002, verificamos que a participação anterior era de 16,23%.

Exercícios Propostos

Questão 1: Faça as análises horizontal e vertical do balanço patrimonial e da demonstração de resultados da empresa Natura Cosméticos S/A. (As demonstrações encontram-se no apêndice desta apostila).

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 10

Page 11: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 11

NATURA COSMÉTICOS S/A BALANÇO PATRIMONIAL – Controladora

ANÁLISE HORIZONTAL

2009 2008 2007 2006 2005

AtivoCirculante Disponibilidades ClientesEstoques Outros Partes relacionadas IR e CSLL diferidos Impostos a recuperar Adiantamento a colaboradores Ganhos não realizados com derivativos Outros créditos

Não Circulante Realizável a Longo Prazo Créditos Diversos Valores a receber de acionistas Impostos a recuperar IR e CSLL diferidos Depósitos judiciais Incentivos fiscais Adiantamento a fornecedores Créditos com Pessoas Ligadas Com Controladas Investimentos Participações em Controladas Imobilizado Intangível

2009 2008 2007 2006 2005

PassivoCirculante Empréstimos e Financiamentos Fornecedores Impostos, Taxas e Contribuições Dividendos a Pagar Provisões Dívidas com Pessoas Ligadas Outros

Não Circulante Exigível a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos Provisões Outros

Patrimônio Líquido Capital Social Realizado Reservas de Capital Reservas de Lucro Ajustes de Avaliação Patrimonial Lucros/Prejuízos Acumulados

Page 12: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 12

NATURA COSMÉTICOS S/A BALANÇO PATRIMONIAL – Controladora

ANÁLISE VERTICAL

2009 2008 2007 2006 2005

AtivoCirculante Disponibilidades ClientesEstoques Outros Partes relacionadas IR e CSLL diferidos Impostos a recuperar Adiantamento a colaboradores Ganhos não realizados com derivativos Outros créditos

Não Circulante Realizável a Longo Prazo Créditos Diversos Valores a receber de acionistas Impostos a recuperar IR e CSLL diferidos Depósitos judiciais Incentivos fiscais Adiantamento a fornecedores Créditos com Pessoas Ligadas Com Controladas Investimentos Participações em Controladas Imobilizado Intangível

2009 2008 2007 2006 2005

PassivoCirculante Empréstimos e Financiamentos Fornecedores Impostos, Taxas e Contribuições Dividendos a Pagar Provisões Dívidas com Pessoas Ligadas Outros

Não Circulante Exigível a Longo Prazo Empréstimos e Financiamentos Provisões Outros

Patrimônio Líquido Capital Social Realizado Reservas de Capital Reservas de Lucro Ajustes de Avaliação Patrimonial Lucros/Prejuízos Acumulados

Page 13: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 13

NATURA COSMÉTICOS S/A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS – Controladora

ANÁLISE HORIZONTAL

2009 2008 2007 2006 2005

Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços Deduções da Receita Bruta Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos Resultado Bruto Despesas/Receitas Operacionais Com Vendas Gerais e Administrativas Financeiras Outras Receitas Operacionais Outras Despesas Operacionais Resultado da Equivalência Patrimonial Resultado Operacional Resultado Não Operacional Resultado Antes Tributação/Participações Provisão para IR e Contribuição Social IR Diferido Participações Lucro/Prejuízo do Período

NATURA COSMÉTICOS S/A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS – Controladora

ANÁLISE VERTICAL

2009 2008 2007 2006 2005

Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços Deduções da Receita Bruta Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos Resultado Bruto Despesas/Receitas Operacionais Com Vendas Gerais e Administrativas Financeiras Outras Receitas Operacionais Outras Despesas Operacionais Resultado da Equivalência Patrimonial Resultado Operacional Resultado Não Operacional Resultado Antes Tributação/Participações Provisão para IR e Contribuição Social IR Diferido Participações Lucro/Prejuízo do Período

Page 14: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 2

Índices financeiros de liquidez

Podemos analisar as demonstrações financeiras lançando mão dos índices financeiros, onde através de medições e comparações de determinadas variáveis extraídas das demonstrações, podemos criar parâmetros que nos auxiliarão nas tomadas de decisão.

Neste material estudaremos alguns índices que são utilizados universalmente, e que agruparemos em:

✔ de liquidez✔ de endividamento✔ de estrutura de capital✔ de rotatividade✔ de rentabilidade

Os Índices de Liquidez avaliam a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, sua situação financeira.

Liquidar significa tornar uma dívida ou obrigação extinta. Sendo assim, os índices de liquidez querem determinar se o conjunto de bens e direitos de uma empresa são suficientes para liquidar as suas dívidas.

Podem ser de quatro tipos:

Liquidez CorrenteEste índice é o mais utilizado para medir a situação financeira. Determina quanto a empresa dispõe para liquidar sua dívida de curto prazo utilizando o seu ativo circulante.

Liquidez ImediataEste indicador é derivado da liquidez corrente. Busca determinar quanto de recursos de liquidez imediata (disponibilidades) a empresa dispõe para liquidar todas as obrigações de curto prazo.

Liquidez SecaEste indicador também deriva da liquidez corrente. Avalia a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo considerando os ativos monetários de maior liquidez.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 14

Liquidez Corrente = Ativo Circulante ÷ Passivo Circulante

Liquidez Imediata = Disponibilidades ÷ Passivo Circulante

Page 15: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Devemos excluir do ativo circulante os estoques e os gastos antecipados de exercícios futuros.

Liquidez GeralEste índice avalia a capacidade da empresa de liquidar suas obrigações no longo prazo.

Exercícios Propostos

Questão 1: Calcule os índices de liquidez da empresa Natura Cosméticos S/A. (As demonstrações encontram-se no apêndice desta apostila).

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 15

Liquidez Seca = (AC – Estoques – Gastos Antecipados) ÷ PC

Liquidez Geral = (AC + RLP) ÷ (PC + ELP)

Page 16: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 3

Índices de estrutura de capital

Participação do Passivo Circulante no Ativo TotalMede o percentual de endividamento com o capital de terceiros sobre os recursos aplicados no ativo.

Endividamento GeralCompara a utilização do capital de terceiros com o capital próprio.

Índice maior que 1 evidencia que a empresa utiliza mais recursos de terceiros do que recursos próprios. Muitas empresas que vão à falência apresentam índices elevados de endividamento durante um longo período.

Composição do EndividamentoMede a participação das dívidas de curto prazo no endividamento total da empresa.

Imobilização de Capital PróprioPara a abordagem ortodoxa de finanças, os bens e direitos adquiridos e classificados como permanentes (Investimentos, Imobilizados e Intangíveis) devem ser financiados por recursos próprios da empresa. Contudo, quanto mais recursos próprios forem utilizados no ativo fixo, menos recursos sobrarão para financiar o ativo circulante, aumentando a dependência por recursos de terceiros.

Identifica o percentual de capital próprio imobilizado no ativo em investimentos permanentes.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 16

Endividamento Geral = Passivo Exigível ÷ PL

Composição de Endividamento = PC ÷ Passivo Exigível

PPC = Passivo Exigível ÷ Ativo Total

Imobilização do capital próprio = Ativo Fixo ÷ PL

Page 17: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Exercícios Propostos

Questão 1: Calcule os índices de endividamento da empresa Natura Cosméticos S/A. (As demonstrações encontram-se no apêndice desta apostila).

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 17

Page 18: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 4

Índices de rotatividade

Giro dos Estoques

Indica quantas vezes o estoque girou em relação as vendas. A priore, quanto mais rápido a empresa vender seus produtos maior será o lucro.

Exemplo: Uma empresa vendeu em 2009 mercadorias adquiridas por $10.000, sendo seu estoque médio dos últimos doze meses foi de $2.000. Determine a rotatividade dos estoques.

RE = $10.000 ÷ $2.000RE = 5 vezes

Prazo Médio de EstocagemIndica o tempo em que o estoque levará para ser vendido ou consumido.

Obviamente que o ideal seja receber mais cedo e pagar mais tarde.

Prazo Médio de Recebimento de Clientes

Indica quanto tempo a empresa deverá esperar para receber o pagamento de seus clientes em decorrência das vendas a prazo.

Exemplo: Uma empresa vendeu em 2003 o total de $50.000 a prazo, sendo a média mensal do saldo de clientes a receber de $3.000. Determine o prazo médio de recebimentos.

PMRC = ($3.000 x 360) ÷ $50.000

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 18

Giro dos Estoques = CMV ÷ Estoque médio

PMRC = (Clientes a Receber médios x 360 dias) ÷ (Receita Bruta - Devoluções)

PME = (Estoque médio x 360 dias) ÷ CMVou

PME = 360 / GE

Page 19: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

PMRC = 21,60 dias

Prazo Médio de Pagamento de Fornecedores

Mede o tempo que a empresa dispõe para pagar seus compromissos com fornecedores. Este índice em conjunto com o de prazo médio de recebimentos nos dá uma idéia de como está a dinâmica de fluxo de caixa. Se o prazo de recebimento é maior que o de pagamento, provavelmente esta empresa necessita de capital de giro para lhe dar fôlego financeiro para sustentar suas vendas.

Obviamente que o ideal seja receber mais cedo e pagar mais tarde.

Exemplo: Uma empresa fez compras em 2003 no total de $40.000 a prazo, sendo a média mensal do saldo de fornecedores a pagar de $1.500. Determine o prazo médio de pagamentos.

PMPF = ($1.500 x 360) ÷ $40.000PMPF = 13,5 dias

Posicionamento RelativoCompara o prazo médio de recebimento com o prazo médio de pagamento.

Exemplo: Aproveitando os exemplos anteriores, temos:

PR = 21,60 ÷ 13,5PR = 1,60

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 19

PMPF = (Fornecedores médios x 360 dias) ÷ Compras

PR = Prazo Médio de Recebimento ÷ Prazo Médio de Pagamento

Page 20: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Exercícios Propostos

Questão 1: Calcule os índices de rotatividade da empresa Natura Cosméticos S/A. (As demonstrações encontram-se no apêndice desta apostila).

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 20

Page 21: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 5

Índices de rentabilidade

Margem BrutaMede a relação entre o resultado antes das despesas operacionais e a receita líquida.

Margem OperacionalMede a razão entre o resultado operacional e a receita líquida.

Margem LíquidaMede a relação do resultado líquido com a receita Líquida.

Rentabilidade do Capital Próprio ou Return on Equity – ROEMede a geração de lucros por meio do capital dos acionistas.

Giro do Ativo

Mede a quantidade de renovação do ativo pelas receitas.

Exemplo: Uma empresa possui ativos médios no período de 2003 de $230.000, sendo as vendas líquidas do período da ordem de $400.000. Determine o giro do ativo.

GA = $400.000 ÷ $230.000GAT = 1,74 vezes

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 21

Giro do Ativo = Receita Líquida ÷ Ativo

Margem Bruta = Lucro Bruto ÷ Receita Líquida

Margem Operacional = Lucro Operacional ÷ Receita Líquida

Margem Líquida = Lucro Líquido ÷ Receita Líquida

ROE = Lucro Líquido ÷ PL

Page 22: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Retorno do Ativo ou Return on Assets – ROAEste índice é freqüentemente chamado de retorno do investimento (return on investiment – ROI), mede a geração de lucros por meio dos recursos disponíveis. Quanto maior for o índice melhor.

O ROA ainda pode ser obtido pela Fórmula Du Pont.Veja:

ou

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 22

ROA = Lucro Líquido ÷ Ativo

ROA = Margem Líquida x Giro do Ativo

ROA = (Resultado Líquido ÷ Receita Líquida) x (Receita Líquida ÷ Ativo)

Page 23: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Exercícios Propostos

Questão 1: Calcule os índices de rentabilidade da empresa Natura Cosméticos S/A. (As demonstrações encontram-se no apêndice desta apostila).

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 23

Page 24: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 6

Capital de Giro

Demonstração das origens e aplicações de recursosA DOAR evidencia a figura do Capital Circulante Líquido (CCL) ou Capital de Giro Líquido no início e no final do exercício, salientando as modificações da posição financeira da empresa decorrentes de políticas da entidade.

A DOAR é basicamente a explicação de como o CCL variou durante o exercício.Quando o Passivo Circulante é maior que o Ativo Circulante, dizemos que temos

um Capital Circulante Negativo – CCN.

Ativo PassivoAC PC

RLPAP

ELPPL

Exemplo: Selecionamos do balanço patrimonial de uma empresa qualquer o seguinte:

Contas 2001 2002

Ativo Circulante:Caixa 1.000 500Bancos 2.500 1.500Estoques 2.000 2.000Clientes 1.500 1.500

7.000 5.500

Passivo Circulante:Fornecedores 3.500 2.000Empréstimos 1.500 1.000

5.000 3.000

Portanto o CCL em:2001: CCL = 7.000 – 5.000 = 2.0002002: CCL = 5.500 – 3.000 = 2.500

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 24

A área hachurada representa o CCL

CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante, quando o AC > PCCCN = AC – PC, quando o AC < PC

Page 25: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Variação do Capital Circulante LíquidoDe acordo com exemplo anterior, podemos perceber que existe uma diferença entre o CCL de 2001 e o de 2002. A esta diferença chamamos de Variação do CCL.

Em nosso exemplo:

Variação do CCL = 2.500 – 2.000 = 500

Ou seja, houve uma variação positiva do CCL de um ano para outro. Este aumento deverá ser explicado pela DOAR.

Observação 1: Não haverá oscilação no CCL quando somente houver movimentações entre contas do ativo circulante e passivo circulante.

Observação 2: Sempre que houver operações que envolvam contas circulantes (AC e PC) e contas do não-circulante (RLP e AP) haverá oscilação no CCL.

Elaborando a DOARContinuando o nosso exemplo, suponhamos que o balanço patrimonial completo de nossa empresa seja o seguinte:

Balanço Patrimonial

ATIVO 2001 2002 PASSIVO 2001 2002

Ativo Circulante: Passivo Circulante:Caixa 1.000 500 Fornecedores 3.500 2.000Bancos 2.500 1.500 Empréstimos 1.500 1.000Estoques 2.000 2.000 5.000 3.000Clientes 1.500 1.500

7.000 5.500 ELPTítulos a pagar 500 800Empréstimos 0 1.000

500 1.800RLPTítulos a receber 1.000 2.300 Patrimônio Líquido

Capital Social 7.000 7.000Lucros Acumulados 3.900 4.280

Ativo Permanente 10.900 11.280Máquinas 12.000 13.200DAC Máquinas (3.600) (4.920)

9.400 8.280

Total Ativo 16.400 16.080 Total Passivo 16.400 16.080

Tendo determinado a variação do CCL de 2001 para 2002, temos agora que explicar o porque desta diferença.

Variação do CCL = 2.500 – 2.000 = 500

Bem, analisando os lançamentos do período que foram os seguintes:

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 25

Variação do CCL = CCL ano atual – CCL ano anterior

Page 26: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

✔ Pagamento de empréstimo bancário de $500 através da conta corrente;✔ Compra a vista em dinheiro de mercadorias para estoque no valor de $400;✔ Venda de mercadorias no valor de $800, recebidos $300 em dinheiro e $500 a

prazo, com CMV de $400;✔ Aquisição de máquinas por $1.200, pagos da seguinte forma: $400 em dinheiro,

$500 com cheque e $300 a longo prazo;✔ Recebimento de Clientes, através de depósito em conta corrente, no valor de

$500;✔ Pagamento de fornecedores com cheque no valor de $1.500;✔ Contabilização de depreciação de máquinas do período no valor de $1.320;✔ Serviços prestados com recebimento a longo prazo no valor de $1.300 com

emissão de títulos;✔ Obtenção de empréstimos bancários a longo prazo no valor de $1.000;

Concluímos que os lançamentos que provocaram, ao mesmo tempo, movimentações no circulante e não-circulante foram os de nº: 3, 4 e 9.

Nº EventoCapital Circulante

+ -

3Venda de mercadorias no valor de $800, recebidos $300 em dinheiro e $500 a prazo,com CMV de $400;

800

400

4Aquisição de máquinas por $1.200, pagos da seguinte forma: $400 em dinheiro, $500 com cheque e $300 a longo prazo

900

9 Obtenção de empréstimos bancários a longo prazo no valor de $1.000

1.000

Total 1.800 1.300Variação do CCL 500

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 26

Page 27: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Conceito de Origem e AplicaçãoPara fins de elaboração da DOAR, Origens são os eventos que provocam aumentos no CCL. Aplicações, por outro lado, são os eventos provocam diminuições no CCL.

DOAR 2002

Origens de RecursosDas OperaçõesLucro Líquido 380(+)Depreciação 1.320(-) Receita LP (1.300) 400

De TerceirosEmpréstimos 1.000

Total das Origens 1.400

Aplicações de RecursosAquisição de Imobilizado 900

Total das Aplicações 900

Aumento do CCL 500

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 27

Page 28: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Exercícios Propostos

Questão 4: Uma empresa apresentou o seguinte balanço patrimonial:

Balanço Patrimonial

ATIVO 2002 2003 PASSIVO 2002 2003

Circulante: Circulante:Caixa 500 Fornecedores 2.000Bancos 1.500 Empréstimos 1.000Estoques 2.000 3.000Clientes 1.500Investimentos Não-circulante

5.500 ELPTítulos a pagar 800Empréstimos 1.000

Não-circulante 1.800RLPTítulos a receber 2.300 Patrimônio Líquido

Capital Social 7.000Lucros Acumulados 4.280

Ativo Permanente 11.280Máquinas 13.200DAC Máquinas (4.920)

8.280

Total Ativo 16.080 Total Passivo 16.080

Apresentou ainda a seguinte movimentação em janeiro de 2003:

✔ Pagamento de fornecedores no valor de $1.000,00 através da conta corrente;✔ Compra de mercadorias no valor de $500,00 pagos à vista e em dinheiro;✔ Venda de 20% dos estoques por $1.200,00, tendo recebido 50% em dinheiro e

financiado o restante;✔ Aquisição de máquinas por $400, pagos da seguinte forma: $100 à vista com

cheque e o restante com cheque pré-datado para o dia 05/01/2005;✔ Recebimento de Clientes, através de depósito em conta corrente, no valor de

$1.000;✔ Pagamento de fornecedores com cheque no valor de $500;✔ Contabilização de depreciação de máquinas do período no valor de $1.380;✔ Aplicação financeira de curto prazo no valor de $300;✔ Obtenção de empréstimos bancários a longo prazo no valor de $1.000;✔ Venda de 50% dos estoques por $2.400,00, tendo recebido 100% em dinheiro;✔ Despesas operacionais diversas pagas à vista por $700,00;

Pede-se o balanço patrimonial, a DRE e a DOAR em janeiro em 2003.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 28

Page 29: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Considerações sobre endividamentoO endividamento de uma empresa é um aspecto importante que devemos observar ao analisar um balanço patrimonial. Analisando a estrutura do passivo notamos que é composta de capital de terceiros (PC e ELP) e de capital próprio (PL), sendo assim, podemos afirmar que quanto maior o montante do passivo exigível maior será o endividamento. Este aspecto é importante quando se quer saber se uma empresa tem capacidade de adquirir novas dívidas.

Capital de GiroO ativo circulante é comumente chamado de capital de giro, pois é com ele que a empresa operacionaliza suas atividades no curto prazo. O ativo circulante representa os recursos de curto prazo que a empresa dispõe para honrar seus compromissos também de curto prazo.

Por exemplo: A empresa utiliza o dinheiro que está no caixa para comprar mercadorias, quando estas são vendidas, à vista ou a prazo, o dinheiro retorna ao caixa num certo tempo para ser utilizado novamente, para comprar novas mercadorias ou pagar dívidas com fornecedores.

Veja o diagrama abaixo:

Capital de Giro Líquido

Também denominado de Capital Circulante Líquido representa a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante, ou seja:

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 29

Investimentos

Caixa e Bancos

Vendas

CMV

Clientes

Estoques

Fornecedores

LucroBruto

Excedentesde caixa

Recebe no vencim ento

Com pras de mercadorias a

prazo

Paga no vencimento

Com pras de mercadorias à

vista

Vendas à vistaVendas

a prazo

Baixa de estoques pela

vendaApuração do

resultado

Apuração do resultado

CGL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

Page 30: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

O capital de giro líquido representa a parte do ativo circulante que não está comprometida com pagamentos de obrigações de curto prazo. Por isso também pode ser chamado de Capital de Giro Próprio.

Caso o CGL seja positivo, ou seja, AC > PC, podemos dizer que a empresa possui uma folga financeira, e quanto maior está folga, maior será sua capacidade de absorver novas dívidas.

No entanto, caso o PC > AC, o resultado será negativo. Sendo assim chamaremos este resultado de Capital de Giro Negativo ou de Capital Circulante Negativo.

O CGN indica que a empresa não tem capacidade de pagamento de suas obrigações no curto prazo. Em empresas comerciais e industriais, está posição desfavorável pode levá-las à insolvência.

Imagine: Uma empresa sem dinheiro para pagar seus fornecedores, começa a atrasar os pagamentos, sem crédito, não consegue mais repor seu estoque, com isso não pode gerar novos recursos, ... e o resto já conhecemos. Recentemente uma empresa italiana de leite mundialmente conhecida passou por crise semelhante.

Exemplo:Uma empresa apresentou em seu balanço $25.000 em ativos de curto prazo e $

15.000 de passivo circulante. Determine o capital de giro líquido.

CGL = $25.000 - $15.000CGL = $10.000

Esta empresa possui uma folga financeira de curto prazo de $10.000.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 30

Page 31: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Capítulo 7

Administração do Capital de Giro

IntroduçãoO capital de giro tem papel relevante para a atividade operacional das empresas. Normalmente representa mais de 50% dos recursos aplicados no ativo.

A administração do capital de giro é fundamental para a manutenção da saúde financeira das empresas. Uma administração má feita do capital de giro pode resultar em falência da empresa.

A existência de ativos correntes ou circulantes na estrutura patrimonial das empresas é fundamental para permitir as operações diárias e a lucratividade esperada do negócio.

Cada empresa deve, mediante sua posição e contexto de mercado, estruturar sua administração do capital de giro, avaliando suas aplicações correntes de recursos, bem como, suas fontes de financiamentos. O sucesso do negócio depende desta estrutura de curto prazo. Por exemplo, o prazo médio de recebimento das vendas a prazo, o tamanho e o giro dos estoques, as políticas de pagamentos, influenciam diretamente o capital de giro da empresa.

Ciclo OperacionalComo já vimos, o capital de giro representa o capital que circula na empresa, permitindo sua operacionalidade. Como por exemplo: o dinheiro no caixa, mercadorias em estoque, direitos de receber de clientes, etc.

Nota-se que quanto mais este capital gira ou circula, maior será a lucratividade da empresa, pois consegue, com o mesmo volume de capital, realizar mais operações em certo período de tempo.

Uma administração eficiente, é a que consegue maximizar o giro do capital corrente, permitindo uma maior lucratividade.

A circulação do capital de giro, é entendida pela transformação constante dos recursos em outros bens e direitos de curto prazo. Denomina-se ciclo operacional às várias etapas de transformações dos recursos durante a atividade operacional da empresa.

No quadro abaixo são demonstradas as etapas do ciclo operacional de uma indústria:

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 31

Page 32: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Onde:PME – Prazo médio de estocagemPMF – Prazo médio de fabricaçãoPMV – Prazo médio de vendasPMC – Prazo médio de cobrança

A dimensão do ciclo operacional é obtida somando-se os prazos médios de cada etapa operacional, que compreende desde a aquisição de matérias-prima até o recebimento das vendas dos produtos.

Quanto mais esticado for o ciclo operacional, mais recursos de curto prazo a empresa necessitará para financiar o giro. Observando o gráfico anterior, podemos notar que o recurso alocado no estoque mediante aquisições de matérias-prima para produção, retornará ao caixa da empresa somente com o recebimento da vendas. Sendo assim, quanto mais longo for o ciclo operacional, maior será a necessidade de financiamento do capital de giro.

O dimensionamento do ciclo operacional depende do ramo de atividade, do tamanho, das políticas internas, e da agressividade comercial de cada empresa. Geralmente o ciclo operacional das empresas é menor que um ano. No entanto, há empresas que possuem ciclo operacional acima de um ano, como por exemplo: empresas de construção civil, naval, de aviação, e rurais.

Cada etapa do ciclo operacional demanda recursos para financiar suas atividades, e quanto maiores os prazos médios, maiores a necessidades de recursos.

Podemos definir o ciclo operacional pela fórmula abaixo:

Ciclo Financeiro ou de CaixaFinanceiramente, a empresa pode diminuir suas necessidades de capital de giro negociando prazos maiores de pagamentos junto a seus fornecedores, e prazos menores de recebimentos de seus clientes. Ao período que compreende desde o pagamento de fornecedores até o de recebimento de clientes, chamamos de ciclo financeiro ou de caixa.

Vejamos:

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 32

Compra de matéria-prima

Início da fabricação

Final da fabricação Vendas Recebimento

s

PME PMF PMV PMC

Compra de matéria-prima

Início da fabricação

Final da fabricação Vendas

Recebimento de vendas

PME PMF PMV PMC

Pagamento de fornecedores

Desconto de duplicatas

PMDDPMPF

Ciclo Operacional

Ciclo de Caixa

Ciclo Operacional = PME + PMF + PMV + PMC

Page 33: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Onde:PMPF – Prazo médio de pagamento a fornecedoresPMDD – Prazo médio de desconto de duplicatas.

O ciclo financeiro compreende as movimentações do caixa, desde o desembolso inicial referente ao pagamento a fornecedores até o recebimento das vendas. No gráfico acima, o período do ciclo de caixa não corresponde com o ciclo operacional, pois a empresa utiliza-se de dois artifícios para reduzir o ciclo financeiro: dilatação do prazo médio de pagamento a fornecedores e antecipação dos recebimentos de clientes mediante desconto de duplicatas em banco.

Podemos definir o ciclo de caixa pela fórmula abaixo:

Ciclo EconômicoTemos ainda um terceiro ciclo denominado ciclo econômico que considera estritamente as movimentações de natureza econômica, ou seja, as que promovem a realização de lucros. Este ciclo vai desde a compra de matérias-prima até a realização das vendas.

Podemos definir o ciclo econômico pela fórmula abaixo:

A Relação Risco-Retorno do Capital de GiroAs decisões financeiras baseiam-se na avaliação do risco e retorno do capital.

A empresa pode, por exemplo, diminuir seus investimentos em capital circulante como forma de reduzir seus custos financeiros de financiamento. Ao se decidir cortar custos para se obter maior lucratividade, a empresa se vê no conflito risco-retorno. Sabemos que quanto maior o capital circulante líquido (AC – PC) de uma empresa, maior será sua folga financeira e menor seu risco de falência.

No entanto, com maior folga financeira (menor risco) a empresa passa a lucrar menos pois o capital deixa de ser aplicado na atividade operacional da empresa. Fundamentalmente cada empresa deve decidir se deseja maior retorno do capital investido ou menor risco.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 33

Compra de matéria-prima Início da

fabricaçãoFinal da

fabricação Vendas

PME PMF PMV PMC

Pagamento de fornecedores

Desconto de duplicatas

PMDDPMPF

Ciclo Operacional

Ciclo de Caixa

Ciclo Econômico

Recebimento de vendas

Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - PMPF - PMDD

Ciclo Econômico = Ciclo Operacional - PMC

Page 34: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

A princípio, uma forma de medirmos a folga financeira é determinando o capital circulante líquido, como visto no capítulo anterior:

Podemos presumir que, quanto maior o CCL maior será sua folga financeira. No entanto, esta não é maneira definitiva de avaliar a liquidez de uma empresa.

Necessidade de Investimento em Capital de Giro - (NICG)Para determinarmos as necessidades de investimento em capital de giro de uma empresa, devemos propor uma nova classificação de seus ativos e passivos circulantes, em itens operacionais e financeiros. O estudo do melhor nível de investimento operacional em giro é fundamental para garantirmos o equilíbrio financeiro.

Podemos classificar o ativo e o passivo da seguinte forma:

Ativo Circulante Financeiro (ou Errático) - (ACF)Compreende os itens que não estão ligados diretamente com a atividade operacional da empresa. Exemplos: o dinheiro em caixa e bancos, aplicações financeiras de curto prazo.

Ativo Circulante Operacional (ou Cíclico) - (ACO)Diz respeito aos itens ligados à atividade operacional da empresa. Exemplo: créditos de clientes, estoques de mercadorias e materiais para fabricação.

Ativo Permanente ou Não Circulantes - (AP)Engloba não somente os investimentos fixos ou permanentes, mas também os itens realizáveis no longo prazo.

Passivo Circulante Financeiro (ou Errático) - (PCF)Da mesma forma que o ACF, compreende os itens que não estão ligados diretamente com a atividade operacional da empresa. Exemplos: empréstimos e financiamentos bancários.

Passivo Circulante Operacional (ou Cíclico) - (PCO)Diz respeito aos itens ligados à atividade operacional da empresa. Exemplo: obrigações com fornecedores e impostos a recolher.

Passivo Permanente ou Não Circulante (PP)Engloba não somente o patrimônio líquido, mas também os itens exigíveis no longo prazo.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 34

CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante

Page 35: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Vejamos o balanço patrimonial abaixo:

Ativo Passivo

Circulante

Financeiros ou Erráticos

CaixaBancosAplicações financeiras

Operacionais ou Cíclicos

ClientesEstoques de mercadoriasEstoques de materiaisDespesas antecipadas

Circulante

Financeiros ou Erráticos

Empréstimos bancáriosFinanciamentos

Operacionais ou Cíclicos

FornecedoresImpostos a recolherSalários a pagarAdiantamento de Clientes

Permanente ou Não Circulante

Realizável em longo prazoInvestimentos permanentesImobilizadosAtivos diferidos

Permanente ou Não Circulante

Exigíveis no longo prazoPatrimônio líquido

Para determinarmos a efetiva necessidade de investimento em capital de giro, procedemos à aplicação da seguinte fórmula:

Onde:NICG – Necessidade de investimento em capital de giro

Caso o resultado do NICG seja negativo, podemos afirmar que as origens de recursos operacionais, estão financiando, não somente a atividade operacional, mas também outros itens do ativo financeiro ou permanente.

Exemplo: Uma empresa adquire mercadorias com prazo de pagamento para 30 dias, vendendo-as à vista, aplica no mercado financeiro o dinheiro recebido, ou com ele adquire máquinas.

Não podemos deixar de observar que o ciclo de caixa ou financeiro influencia a necessidade de investimento em capital de giro.

Observe o gráfico abaixo:

Note que quanto maiores forem os prazos médios das etapas operacionais, maiores serão as necessidades de financiamento do capital de giro. A empresa pode minimizar este problema, negociando maiores prazos de pagamento junto a seus fornecedores e

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 35

Compra de matéria-prima Início da

fabricaçãoFinal da

fabricação Vendas

PME PMF PMV PMC

Pagamento de fornecedores

Desconto de duplicatas

PMDDPMPF

Ciclo Operacional

Ciclo de Caixa

Recebimento de vendas

NICG = AC Operacional - PC Operacional

Page 36: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

menores prazos de recebimentos de seus clientes. Além disso, deve a empresa procurar melhorar seus processos de estocagem, produção e vendas, a fim de encurtar o ciclo operacional.

Quanto menor for o ciclo de caixa menor será a necessidade de investimentos em capital de giro.

Concluímos, então, que a necessidade de investimento em capital de giro depende dos níveis de atividades (produção e vendas) e do ciclo financeiro.

Necessidade Total de Financiamento Permanente – NFTPPodemos definir a necessidade de financiamento permanente como sendo a soma da necessidade de investimento de capital de giro com o investimento permanente (investimento fixo a realizáveis a longo prazo).

Onde:NICG - Necessidade de Investimento em Capital de Giro

Para que haja equilíbrio financeiro, é necessário que os investimentos permanentes e a NICG sejam integralmente financiados por passivos permanentes (PL e ELP).

Caso a empresa tenha necessidade de aumentar os investimentos, deve procurar financiá-los por meio do retorno de suas atividades operacionais. Não havendo tais recursos, deve buscar financiamentos de longo prazo ou realizar aporte de capital.

Saldo de TesourariaSaldo de Tesouraria é a diferença entre o Passivo Permanente e a NTFP, veja:

Ou então,

O saldo positivo de tesouraria representa que a empresa possui reservas financeiras para eventuais necessidades de investimentos e cobertura de sazonalidades.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 36

NTFP = NICG + Investimentos Permanentes

ST = Passivos Permanentes - NTFP

ST = Ativo Circulante Financeiros – Passivo Circulante Financeiros

Page 37: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Exercícios Propostos

Questão 1: Determine CGL, NICG, ST e NTFP da empresa Natura Cosméticos S/A. (As demonstrações encontram-se no apêndice desta apostila).

Questão 2: Uma empresa apresentou os seguintes prazos médios: PME = 10 dias, PMV = 15 dias, PMC = 30 dias, PMF = 5 dias, PMPF = 20 dias, PMDD = 25 dias. Pede-se:

a) Ciclo operacional;b) Ciclo Financeiro;c) Ciclo econômico.

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 37

Page 38: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Apêndice 1

Demonstrações contábeis da Natura Cosméticos S/A

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 38

NATURA COSMÉTICOS S/A BALANÇO PATRIMONIAL – Controladora

em milhares de R$ - em 31 de dezembro

2009 2008 2007 2006 2005 2004

Ativo 2.278.480 1.809.102 1.619.435 1.325.406 1.167.575 846.399 Circulante 911.583 684.037 667.598 563.120 612.723 443.856 Disponibilidades 254.463 87.513 105.571 133.362 275.966 185.287 Clientes 414.645 428.421 512.094 356.181 302.688 236.453 Estoques 94.338 40.977 21.544 28.659 835 1.634 Outros 148.137 127.126 28.389 44.918 33.234 20.482 Partes relacionadas 26.757 18.518 12.456 7.140 4.850 833 IR e CSLL diferidos 0 0 0 17.860 16.404 12.198 Impostos a recuperar 93.760 33.275 2.022 1.517 508 3.009 Adiantamento a colaboradores 3.690 6.192 2.305 9.939 3.312 4.084 Ganhos não realizados com derivativos 0 35.393 0 0 0 0 Outros créditos 23.930 33.748 11.606 8.462 8.160 358

Não Circulante 1.366.897 1.125.065 951.837 762.286 554.852 402.543 Realizável a Longo Prazo 304.395 209.695 146.722 25.124 20.249 15.564 Créditos Diversos 304.395 209.695 146.722 24.534 19.242 14.794 Valores a receber de acionistas 90 45 25 20 130 172 Impostos a recuperar 33.697 20.188 2.370 1.990 1.432 876 IR e CSLL diferidos 82.952 67.344 45.078 20.692 17.680 12.624 Depósitos judiciais 187.656 122.118 98.464 193 0 0 Incentivos fiscais 0 0 0 0 0 1.122 Adiantamento a fornecedores 0 0 785 1.639 0 0 Créditos com Pessoas Ligadas 0 0 0 590 1.007 770 Com Controladas 0 0 0 590 1.007 770 Investimentos 1.000.600 868.497 770.701 707.422 516.929 373.748 Participações em Controladas 1.000.600 868.497 770.701 707.422 516.929 373.748 Imobilizado 50.375 37.865 27.866 26.190 14.415 11.378 Intangível 11.527 9.008 6.548 3.550 3.259 1.853

Page 39: Apostila Anlise 20111 - Parte 1

Análise das Demonstrações Contábeis – Professor Claudio Sameiro – www.sameiro.com.br 39

NATURA COSMÉTICOS S/A BALANÇO PATRIMONIAL – Controladora

em milhares de R$ - em 31 de dezembro

2009 2008 2007 2006 2005 2004

Passivo 2.278.480 1.809.102 1.619.435 1.325.406 1.167.575 846.399 Circulante 1.047.695 557.968 516.490 631.844 563.764 369.094 Empréstimos e Financiamentos 469.590 5.293 120.785 45.052 44.942 11.879 Fornecedores 60.876 51.214 43.240 48.679 38.070 17.197 Impostos, Taxas e Contribuições 190.620 131.552 132.171 80.490 75.536 52.776 Dividendos a Pagar 174 174 146 213.813 212.769 127.267 Provisões 1.465 15.791 0 1.993 2.703 4.802 Dívidas com Pessoas Ligadas 211.591 250.555 145.037 168.927 124.241 102.245 Outros 113.379 103.389 75.111 72.890 65.503 52.928

Não Circulante 90.964 237.025 181.893 42.587 80.551 39.853 Exigível a Longo Prazo 90.964 237.025 181.893 42.587 80.551 39.853 Empréstimos e Financiamentos 25.707 177.972 116.847 28 44.290 19.549 Provisões 62.873 52.033 59.645 39.340 34.455 19.463 Outros 2.384 7.020 5.401 3.219 1.806 841

Patrimônio Líquido 1.139.821 1.014.109 921.052 650.975 523.260 437.452 Capital Social Realizado 404.261 391.423 390.618 233.862 230.762 230.762 Reservas de Capital 142.979 138.285 151.702 134.633 119.909 112.016 Reservas de Lucro 611.304 479.240 408.070 282.480 172.589 94.674 Ajustes de Avaliação Patrimonial (18.723) 5.161 (8.403)Lucros/Prejuízos Acumulados 0 0 (20.935) 0 0 0

NATURA COSMÉTICOS S/A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO – Controladora

em milhares de R$ - em 31 de dezembro

2009 2008 2007 2006 2005 2004

Receita Bruta de Vendas e/ou Serviços 5.410.052 4.575.866 4.083.357 3.731.863 3.127.463 2.457.896 Deduções da Receita Bruta (816.887) (744.927) (914.744) (837.107) (721.114) (576.564)Receita Líquida de Vendas e/ou Serviços 4.593.165 3.830.939 3.168.613 2.894.756 2.406.349 1.881.332 Custo de Bens e/ou Serviços Vendidos (1.956.558) (1.609.476) (1.232.280) (1.161.087) (960.012) (776.170)Resultado Bruto 2.636.607 2.221.463 1.936.333 1.733.669 1.446.337 1.105.162 Despesas/Receitas Operacionais (1.823.888) (1.529.817) (1.354.053) (1.154.162) (932.663) (721.702) Com Vendas (1.062.579) (1.017.117) (847.329) (730.986) (606.509) (458.913) Gerais e Administrativas (732.429) (505.377) (486.587) (463.359) (335.443) (268.401) Financeiras (27.011) (25.525) (4.281) 13.468 19.670 2.824 Outras Receitas Operacionais 961 30.738 0 0 0 0 Outras Despesas Operacionais 0 0 (4.081) (1.514) (3.640) 0 Resultado da Equivalência Patrimonial (2.830) (12.536) (11.775) 28.229 (6.741) 2.788 Resultado Operacional 812.719 691.646 582.280 579.507 513.674 383.460 Resultado Não Operacional 0 0 0 688 (212) 1.098 Resultado Antes Tributação/Participações 812.719 691.646 582.280 580.195 513.462 384.558 Provisão para IR e Contribuição Social (144.403) (196.055) (126.756) (110.869) (116.105) (76.969) IR Diferido 15.608 22.266 4.546 0 0 0 Participações 0 0 0 0 0 (7.178)Lucro/Prejuízo do Período 683.924 517.857 460.070 469.326 397.357 300.411