Apostila agente de Policia civil do Estado da Bahia

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Escrivão e Investigador de Polícia - PCBA POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA (PC/BA) - ESCRIVÃO DE POLÍCIA - INVESTIGADOR DE POLÍCIA ÍNDICE Nível Superior CONHECIMENTOS BÁSICOS LÍNGUA PORTUGUESA: 1 Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados. ...................................................................... 1 2 Reconhecimento de tipos e gêneros textuais. ............................................................................................... 4 3 Domínio da ortografia oficial. ........................................................................................................................27 3.1 Emprego das letras. 3.2 Emprego da acentuação gráfica. 4 Domínio dos mecanismos de coesão textual. ..............................................................................................12 4.1 Emprego de elementos de referenciação, substituição e repetição, de conectores e outros elementos de sequenciação textual. 4.2 Emprego/correlação de tempos e modos verbais. 5 Domínio da estrutura morfossintática do período. ....................................................................................... 56 5.1 Relações de coordenação entre orações e entre termos da oração. 5.2 Relações de subordinação entre orações e entre termos da oração. 5.3 Emprego dos sinais de pontuação. 5.4 Concordância verbal e nominal. 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.6 Colocação dos pronomes átonos. 6 Reescritura de frases e parágrafos do texto. ...............................................................................................21 6.1 Substituição de palavras ou de trechos de texto. 6.2 Retextualização de diferentes gêneros e níveis de formalidade. 7 Correspondência oficial (conforme Manual de Redação da Presidência da República). ............................59 7.1 Adequação da linguagem ao tipo de documento. 7.2 Adequação do formato do texto ao gênero. INFORMÁTICA: 1 Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows). ..................................................................14 2 Edição de textos, planilhas e apresentações (ambientes Microsoft Office e BrOffice). ...............................18 3 Redes de computadores. .............................................................................................................................60 3.1 Conceitos básicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. 3.2 Programas de navegação (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome). 3.3 Programas de correio eletrônico (Outlook Express, Mozilla Thunderbird). 3.4 Sítios de busca e pesquisa na Internet. 3.5 Grupos de discussão. 3.6 Redes sociais. 3.7 Computação na nuvem (cloudcomputing). 4 Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ................. 8 5 Segurança da informação. ........................................................................................................................... 67 5.1 Procedimentos de segurança. 5.2 Noções de vírus, worms e pragas virtuais. 5.3 Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.). 5.4 Procedimentos de backup. 5.5 Armazenamento de dados na nuvem (cloudstorage).

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1. Escrivo e Investigador de Polcia - PCBA POLCIA CIVIL DO ESTADO DA BAHIA (PC/BA) - ESCRIVO DE POLCIA - INVESTIGADOR DE POLCIA NDICE Nvel Superior CONHECIMENTOS BSICOS LNGUA PORTUGUESA: 1 Compreenso e interpretao de textos de gneros variados. ......................................................................1 2 Reconhecimento de tipos e gneros textuais. ...............................................................................................4 3 Domnio da ortografia oficial. ........................................................................................................................27 3.1 Emprego das letras. 3.2 Emprego da acentuao grfica. 4 Domnio dos mecanismos de coeso textual. ..............................................................................................12 4.1 Emprego de elementos de referenciao, substituio e repetio, de conectores e outros elementos de sequenciao textual. 4.2 Emprego/correlao de tempos e modos verbais. 5 Domnio da estrutura morfossinttica do perodo. ....................................................................................... 56 5.1 Relaes de coordenao entre oraes e entre termos da orao. 5.2 Relaes de subordinao entre oraes e entre termos da orao. 5.3 Emprego dos sinais de pontuao. 5.4 Concordncia verbal e nominal. 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.6 Colocao dos pronomes tonos. 6 Reescritura de frases e pargrafos do texto. ...............................................................................................21 6.1 Substituio de palavras ou de trechos de texto. 6.2 Retextualizao de diferentes gneros e nveis de formalidade. 7 Correspondncia oficial (conforme Manual de Redao da Presidncia da Repblica). ............................59 7.1 Adequao da linguagem ao tipo de documento. 7.2 Adequao do formato do texto ao gnero. INFORMTICA: 1 Noes de sistema operacional (ambientes Linux e Windows). ..................................................................14 2 Edio de textos, planilhas e apresentaes (ambientes Microsoft Office e BrOffice). ...............................18 3 Redes de computadores. .............................................................................................................................60 3.1 Conceitos bsicos, ferramentas, aplicativos e procedimentos de Internet e intranet. 3.2 Programas de navegao (Microsoft Internet Explorer, Mozilla Firefox, Google Chrome). 3.3 Programas de correio eletrnico (Outlook Express, Mozilla Thunderbird). 3.4 Stios de busca e pesquisa na Internet. 3.5 Grupos de discusso. 3.6 Redes sociais. 3.7 Computao na nuvem (cloudcomputing). 4 Conceitos de organizao e de gerenciamento de informaes, arquivos, pastas e programas. .................8 5 Segurana da informao. ........................................................................................................................... 67 5.1 Procedimentos de segurana. 5.2 Noes de vrus, worms e pragas virtuais. 5.3 Aplicativos para segurana (antivrus, firewall, anti-spyware etc.). 5.4 Procedimentos de backup. 5.5 Armazenamento de dados na nuvem (cloudstorage). 2. Escrivo e Investigador de Polcia - PCBA PROMOO DA IGUALDADE RACIAL E DE GNERO: 1 Constituio da Repblica Federativa do Brasil (art. 1, 3, 4 e 5). .............................................................1 2 Constituio do Estado da Bahia (Cap. XXIII "Do Negro"). ...........................................................................3 3 Lei Federal n 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial). ..........................................................................3 4 Lei Federal n 7.716/1989, alterada pela Lei Federal n 9.459/1997 (Tipificao dos crimes resultantes de preconceito de raa ou de cor). .........................................................................................................................7 5 Decreto Federal n 65.810/1969 (Conveno internacional sobre a eliminao de todas as formas de dis- criminao racial). ..............................................................................................................................................8 6 Decreto Federal n 4.377/2002 (Conveno sobre eliminao de todas as formas de discriminao contra a mulher). .........................................................................................................................................................12 7 Lei Federal n 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). .......................................................................................16 8 Cdigo Penal Brasileiro (art. 140). ...............................................................................................................19 9 Lei Federal n 7.437/1985. ...........................................................................................................................19 10 Lei Estadual n 10.549/2006 (Cria a Secretaria de Promoo da Igualdade Racial); alterada pela Lei Es- tadual n 12.212/2011. .....................................................................................................................................20 11 Lei Federal n 10.678/2003 (Cria a Secretaria de Polticas de Promoo da Igualdade Racial da Presi- dncia da Repblica). ......................................................................................................................................22 MEDICINA LEGAL: 1 Percia mdico-legal: percias mdico-legais, percia, peritos. ......................................................................1 2 Documentos legais: contedo e importncia. ................................................................................................4 3 Traumatologia forense. ...................................................................................................................................9 3.1 Energia de ordem fsica. 3.2 Energia de ordem mecnica. 3.3 Leses corporais: leve, grave e gravssima e seguida de morte. 4 Tanatologia forense: causas jurdica da morte, diagnstico de realidade da morte. ...................................18 5 Sexologia forense. ........................................................................................................................................23 6 Imputabilidade penal..................................................................................................................................... 27 CONHECIMENTOS ESPECFICOS NOES DE DIREITO PENAL: 1 Aplicao da lei penal. ....................................................................................................................................2 1.1 Princpios da legalidade e da anterioridade. 1.2 A lei penal no tempo e no espao. 1.3 Tempo e lugar do crime. 1.4 Lei penal excepcional, especial e temporria. 1.5 Territorialidade e extraterritorialidade da lei penal. 1.6 Pena cumprida no estrangeiro. 1.7 Eficcia da sentena estrangeira. 1.8 Contagem de prazo. 1.9 Fraes no computveis da pena. 1.10 Interpretao da lei penal. 1.11 Analogia. 1.12 Irretroatividade da lei penal. 1.13 Conflito aparente de normas penais. 2 O fato tpico e seus elementos. ......................................................................................................................9 2.1 Crime consumado e tentado. 2.2 Pena da tentativa. 2.3 Concurso de crimes. 2.4 Ilicitude e causas de excluso. 2.5 Excesso punvel. 2.6 Culpabilidade. 2.6.1 Elementos e causas de excluso. 3 Imputabilidade penal. ....................................................................................................................................16 4 Concurso de pessoas. ..................................................................................................................................20 5 Crimes contra a pessoa. ...............................................................................................................................25 6 Crimes contra o patrimnio. .........................................................................................................................28 7 Crimes contra a f pblica. ...........................................................................................................................31 8 Crimes contra a administrao pblica. .......................................................................................................33 3. Escrivo e Investigador de Polcia - PCBA 9 Delitos hediondos (Lei Federal n 8.072/1990). ...........................................................................................37 10 Disposies constitucionais aplicveis ao direito penal. ............................................................................37 NOES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL: 1 Aplicao da lei processual no tempo, no espao e em relao s pessoas. ...............................................1 1.1 Disposies preliminares do Cdigo de Processo Penal. 2 Inqurito policial. .............................................................................................................................................2 3 Ao penal. ...................................................................................................................................................11 4 Competncia. ................................................................................................................................................25 5 Prova. ...........................................................................................................................................................36 5.1 Interceptao telefnica (Lei Federal n 9.296/1996). 6 Juiz, ministrio pblico, acusado, defensor, assistentes e auxiliares da justia, atos de terceiros. ............41 7 Priso e liberdade provisria. ....................................................................................................................... 42 7.1 Priso temporria (Lei Federal n 7.960/1989). 8 Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos funcionrios pblicos. ..................................46 9 Habeas corpus e seu processo. ...................................................................................................................47 10 Disposies constitucionais aplicveis ao direito processual penal. .........................................................50 NOES DE DIREITO CONSTITUCIONAL: 1 Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988. ..............................................................................1 1.1 Princpios fundamentais. 2 Aplicabilidade das normas constitucionais. 2.1 Normas de eficcia plena, contida e limitada. 2.2 Normas programticas. ...............................................................................................................................3 3 Direitos e garantias fundamentais. .................................................................................................................7 3.1 Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, direitos polticos, partidos polticos. 4 Organizao poltico-administrativa do Estado. ........................................................................................... 20 4.1 Estado federal brasileiro, Unio, estados, DistritoFederal, municpios e territrios. 5 Administrao pblica. ..................................................................................................................................24 5.1 Disposies gerais, servidores pblicos. 6 Poder executivo. ...........................................................................................................................................65 6.1 Atribuies e responsabilidades do presidente da Repblica. 7 Poder legislativo. ..........................................................................................................................................60 7.1 Estrutura. 7.2 Funcionamento e atribuies. 7.3 Processo legislativo. 7.4 Fiscalizao contbil, financeira e oramentria. 7.5 Comisses parlamentares de inqurito. 8 Poder judicirio. ............................................................................................................................................67 8.1 Disposies gerais. 8.2 rgos do poder judicirio. 8.2.1 Organizao e competncias, Conselho Nacional de Justia. 8.2.1.1 Composio e competncias. 9 Funes essenciais justia. .......................................................................................................................74 9.1 Ministrio pblico, advocacia pblica. 9.2 Defensoria pblica. 4. Escrivo e Investigador de Polcia - PCBA NOES DE DIREITO ADMINISTRATIVO: 1 Estado, governo e administrao pblica: conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e princpios. .......1 2 Direito administrativo: conceito, fontes e princpios. ......................................................................................7 3 Ato administrativo. ..........................................................................................................................................9 3.1 Conceito, requisitos, atributos, classificao e espcies. 3.2 Invalidao, anulao e revogao. 3.3 Prescrio. 4 Agentes administrativos. ..............................................................................................................................15 4.1 Investidura e exerccio da funo pblica. 4.2 Direitos e deveres dos funcionrios pblicos; regimes jurdicos. 4.3 Processo administrativo: conceito, princpios, fases e modalidades. 4.4 Lei Federal n 8.112/1990 e suas alteraes. 5 Poderes da administrao: vinculado, discricionrio, hierrquico, disciplinar e regulamentar. ...................52 6 Princpios bsicos da administrao. ...........................................................................................................56 6.1 Responsabilidade civil da administrao: evoluo doutrinria e reparao do dano. 6.2 Enriquecimento ilcito e uso e abuso de poder. 6.3 Improbidade administrativa: sanes penais e civis Lei Federal n 8.429/1992 e suas alteraes. 7 Servios pblicos: conceito, classificao, regulamentao, formas e competncia de prestao. ...........64 8 Organizao administrativa: administrao direta e indireta, centralizada e descentralizada; autarquias, fundaes, empresas pblicas e sociedades de economia mista. .................................................................75 9 Controle e responsabilizao da administrao: controle administrativo; controle judicial; controle legislati- vo; responsabilidade civil do Estado. ..............................................................................................................81 5. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos A Opo Certa Para a Sua Realizao A PRESENTE APOSTILA NO EST VINCULADA A EMPRESA ORGANIZADORA DO CONCURSO PBLICO A QUE SE DESTINA, ASSIM COMO SUA AQUISIO NO GARANTE A INSCRIO DO CANDIDATO OU MESMO O SEU INGRESSO NA CARREIRA PBLICA. O CONTEDO DESTA APOSTILA ALMEJA ENGLOBAR AS EXIGENCIAS DO EDITAL, PORM, ISSO NO IMPEDE QUE SE UTILIZE O MANUSEIO DE LIVROS, SITES, JORNAIS, REVISTAS, ENTRE OUTROS MEIOS QUE AMPLIEM OS CONHECIMENTOS DO CANDIDATO, PARA SUA MELHOR PREPARAO. ATUALIZAES LEGISLATIVAS, QUE NO TENHAM SIDO COLOCADAS DISPOSIO AT A DATA DA ELABORAO DA APOSTILA, PODERO SER ENCONTRADAS GRATUITAMENTE NO SITE DA APOSTILAS OPO, OU NOS SITES GOVERNAMENTAIS. INFORMAMOS QUE NO SO DE NOSSA RESPONSABILIDADE AS ALTERAES E RETIFICAES NOS EDITAIS DOS CONCURSOS, ASSIM COMO A DISTRIBUIO GRATUITA DO MATERIAL RETIFICADO, NA VERSO IMPRESSA, TENDO EM VISTA QUE NOSSAS APOSTILAS SO ELABORADAS DE ACORDO COM O EDITAL INICIAL. QUANDO ISSO OCORRER, INSERIMOS EM NOSSO SITE, www.apostilasopcao.com.br, NO LINK ERRATAS, A MATRIA ALTERADA, E DISPONIBILIZAMOS GRATUITAMENTE O CONTEDO ALTERADO NA VERSO VIRTUAL PARA NOSSOS CLIENTES. CASO HAJA ALGUMA DVIDA QUANTO AO CONTEDO DESTA APOSTILA, O ADQUIRENTE DESTA DEVE ACESSAR O SITE www.apostilasopcao.com.br, E ENVIAR SUA DVIDA, A QUAL SER RESPONDIDA O MAIS BREVE POSSVEL, ASSIM COMO PARA CONSULTAR ALTERAES LEGISLATIVAS E POSSVEIS ERRATAS. TAMBM FICAM DISPOSIO DO ADQUIRENTE DESTA APOSTILA O TELEFONE (11) 2856-6066, DENTRO DO HORRIO COMERCIAL, PARA EVENTUAIS CONSULTAS. EVENTUAIS RECLAMAES DEVERO SER ENCAMINHADAS POR ESCRITO, RESPEITANDO OS PRAZOS ESTITUDOS NO CDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PROIBIDA A REPRODUO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE ACORDO COM O ARTIGO 184 DO CDIGO PENAL. APOSTILAS OPO 6. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos A Opo Certa Para a Sua Realizao 7. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao1 1 Compreenso e interpretao de textos de gneros variados. 2 Reconhecimento de tipos e gneros textuais. 3 Domnio da ortografia oficial. 3.1 Emprego das letras. 3.2 Emprego da acentuao grfica. 4 Domnio dos mecanismos de coeso textual. 4.1 Emprego de elementos de referenciao, substitui- o e repetio, de conectores e outros elementos de sequenciao textual. 4.2 Emprego/correlao de tempos e modos verbais. 5 Domnio da estrutura morfossinttica do perodo. 5.1 Relaes de coordenao entre oraes e entre termos da orao. 5.2 Relaes de subordinao entre oraes e entre termos da orao. 5.3 Emprego dos sinais de pontuao. 5.4 Concordncia verbal e nominal. 5.5 Emprego do sinal indicativo de crase. 5.6 Colocao dos pronomes tonos. 6 Reescritura de frases e pargrafos do texto. 6.1 Substituio de palavras ou de trechos de texto. 6.2 Retextualizao de diferentes gneros e nveis de formalidade. 7 Correspondncia oficial (conforme Manual da Presi- dncia da Repblica e respectivas atualizaes). 7.1 Adequao da linguagem ao tipo de documento. 7.2 Adequao do formato do texto ao gnero. INTERPRETAO DE TEXTO Os concursos apresentam questes interpretativas que tm por finali- dade a identificao de um leitor autnomo. Portanto, o candidato deve compreender os nveis estruturais da lngua por meio da lgica, alm de necessitar de um bom lxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que esto inseridas. Torna-se, assim, necessrio sempre fazer um confronto entre todas as partes que compem o texto. Alm disso, fundamental apreender as informaes apresentadas por trs do texto e as inferncias a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideolgica do autor diante de uma temtica qualquer. Denotao e Conotao Sabe-se que no h associao necessria entre significante (expres- so grfica, palavra) e significado, por esta ligao representar uma con- veno. baseado neste conceito de signo lingustico (significante + significado) que se constroem as noes de denotao e conotao. O sentido denotativo das palavras aquele encontrado nos dicion- rios, o chamado sentido verdadeiro, real. J o uso conotativo das palavras a atribuio de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compre- enso, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determi- nada construo frasal, uma nova relao entre significante e significado. Os textos literrios exploram bastante as construes de base conota- tiva, numa tentativa de extrapolar o espao do texto e provocar reaes diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo lingustico, encontra-se o conceito de polis- semia (que tem muitas significaes). Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem mltiplos significados, como, por exemplo, a palavra ponto: ponto de nibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, no se est atribuindo um sentido fantasioso palavra ponto, e sim ampliando sua significao atravs de expresses que lhe completem e esclaream o sentido. Como Ler e Entender Bem um Texto Basicamente, deve-se alcanar a dois nveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informaes sobre o contedo abordado e prepara-se o prxi- mo nvel de leitura. Durante a interpretao propriamente dita, cabe desta- car palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada pargrafo. Este tipo de procedimento agua a memria visual, favorecendo o entendimento. No se pode desconsiderar que, embora a interpretao seja subjeti- va, h limites. A preocupao deve ser a captao da essncia do texto, a fim de responder s interpretaes que a banca considerou como pertinen- tes. No caso de textos literrios, preciso conhecer a ligao daquele tex- to com outras formas de cultura, outros textos e manifestaes de arte da poca em que o autor viveu. Se no houver esta viso global dos momen- tos literrios e dos escritores, a interpretao pode ficar comprometida. Aqui no se podem dispensar as dicas que aparecem na referncia biblio- grfica da fonte e na identificao do autor. A ltima fase da interpretao concentra-se nas perguntas e opes de resposta. Aqui so fundamentais marcaes de palavras como no, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferena na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretao, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto , o que responde melhor ao questionamento pro- posto. Por isso, uma resposta pode estar certa para responder pergunta, mas no ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questes apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de anlise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente parea ser perda de tempo. A descon- textualizao de palavras ou frases, certas vezes, so tambm um recurso para instaurar a dvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta ser mais consciente e segura. Podemos, tranquilamente, ser bem-sucedidos numa interpretao de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 01. Ler todo o texto, procurando ter uma viso geral do assunto; 02. Se encontrar palavras desconhecidas, no interrompa a leitura, v at o fim, ininterruptamente; 03. Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo monos umas trs vezes ou mais; 04. Ler com perspiccia, sutileza, malcia nas entrelinhas; 05. Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 06. No permitir que prevaleam suas ideias sobre as do autor; 07. Partir o texto em pedaos (pargrafos, partes) para melhor com- preenso; 08. Centralizar cada questo ao pedao (pargrafo, parte) do texto correspondente; 09. Verificar, com ateno e cuidado, o enunciado de cada questo; 10. Cuidado com os vocbulos: destoa (=diferente de ...), no, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, s vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11. Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 12. Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lgica objetiva; 8. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao2 13. Cuidado com as questes voltadas para dados superficiais; 14. No se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opo que melhor se enquadre no sentido do texto; 15. s vezes a etimologia ou a semelhana das palavras denuncia a resposta; 16. Procure estabelecer quais foram as opinies expostas pelo autor, definindo o tema e a mensagem; 17. O autor defende ideias e voc deve perceb-las; 18. Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito so importan- tssimos na interpretao do texto. Ex.: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realizao do fato (= morte de "ele"). Ex.: Ele morreu faminto. faminto: predicativo do sujeito, o estado em que "ele" se encontrava quando morreu.; 19. As oraes coordenadas no tm orao principal, apenas as i- deias esto coordenadas entre si; 20. Os adjetivos ligados a um substantivo vo dar a ele maior clareza de expresso, aumentando-lhe ou determinando-lhe o significado. Eraldo Cunegundes ELEMENTOS CONSTITUTIVOS TEXTO NARRATIVO As personagens: So as pessoas, ou seres, viventes ou no, foras naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desen- rolar dos fatos. Toda narrativa tem um protagonista que a figura central, o heri ou herona, personagem principal da histria. O personagem, pessoa ou objeto, que se ope aos designos do pro- tagonista, chama-se antagonista, e com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano. As personagens secundrias, que so chamadas tambm de compar- sas, so os figurantes de influencia menor, indireta, no decisiva na narra- o. O narrador que est a contar a histria tambm uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor impor- tncia, ou ainda uma pessoa estranha histria. Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de perso- nagem: as planas: que so definidas por um trao caracterstico, elas no alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem caricatura; as redondas: so mais complexas tendo uma dimen- so psicolgica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reaes perante os acontecimentos. Sequncia dos fatos (enredo): Enredo a sequncia dos fatos, a trama dos acontecimentos e das aes dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, trs ou quatro estgios progressivos: a exposio (nem sempre ocorre), a complicao, o climax, o desenlace ou desfecho. Na exposio o narrador situa a histria quanto poca, o ambiente, as personagens e certas circunstncias. Nem sempre esse estgio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literrios mais recentes, a histria comea a ser narrada no meio dos acontecimentos (in mdia), ou seja, no estgio da complicao quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens. O clmax o pice da histria, quando ocorre o estgio de maior ten- so do conflito entre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a concluso da histria com a resoluo dos conflitos. Os fatos: So os acontecimentos de que as personagens partici- pam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gnero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento coti- diano constitui uma crnica, o relato de um drama social um ro- mance social, e assim por diante. Em toda narrativa h um fato central, que estabelece o carter do texto, e h os fatos secund- rios, relacionados ao principal. Espao: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um s lugar. O texto narrativo precisa con- ter informaes sobre o espao, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literrios, essas informaes so extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo. Tempo: Os fatos que compem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificao do momento, dia, ms, ano ou poca em que ocorre o fato. A temporalidade sa- lienta as relaes passado/presente/futuro do texto, essas rela- es podem ser linear, isto , seguindo a ordem cronolgica dos fatos, ou sofre inverses, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois. O tempo pode ser cronolgico ou psicolgico. O cronolgico o tempo material em que se desenrola ao, isto , aquele que medido pela natureza ou pelo relgio. O psicolgico no mensurvel pelos padres fixos, porque aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepo da realidade, da durao de um dado acontecimento no seu esprito. Narrador: observador e personagem: O narrador, como j dis- semos, a personagem que est a contar a histria. A posio em que se coloca o narrador para contar a histria constitui o fo- co, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser ca- racterizado por : - viso por detrs : o narrador conhece tudo o que diz respeito s personagens e histria, tendo uma viso panormica dos a- contecimentos e a narrao feita em 3a pessoa. - viso com: o narrador personagem e ocupa o centro da nar- rativa que feito em 1a pessoa. - viso de fora: o narrador descreve e narra apenas o que v, aquilo que observvel exteriormente no comportamento da per- sonagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narra- dor um observador e a narrativa feita em 3a pessoa. Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de a- presentar um foco narrativo, isto , o ponto de vista atravs do qual a histria est sendo contada. Como j vimos, a narrao feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. Formas de apresentao da fala das personagens Como j sabemos, nas histrias, as personagens agem e falam. H trs maneiras de comunicar as falas das personagens. Discurso Direto: a representao da fala das personagens a- travs do dilogo. Exemplo: Z Lins continuou: carnaval festa do povo. O povo dono da verdade. Vem a polcia e comea a falar em ordem pblica. No carna- val a cidade do povo e de ningum mais. No discurso direto frequente o uso dos verbo de locuo ou descen- di: dizer, falar, acrescentar, responder, perguntar, mandar, replicar e etc.; e de travesses. Porm, quando as falas das personagens so curtas ou rpidas os verbos de locuo podem ser omitidos. Discurso Indireto: Consiste em o narrador transmitir, com suas prprias palavras, o pensamento ou a fala das personagens. E- xemplo: Z Lins levantou um brinde: lembrou os dias triste e passa- dos, os meus primeiros passos em liberdade, a fraternidade que nos reunia naquele momento, a minha literatura e os me- nos sombrios por vir. Discurso Indireto Livre: Ocorre quando a fala da personagem se mistura fala do narrador, ou seja, ao fluxo normal da narrao. Exemplo: Os trabalhadores passavam para os partidos, conversando alto. Quando me viram, sem chapu, de pijama, por aqueles lugares, deram-me bons-dias desconfiados. Talvez pensas- sem que estivesse doido. Como poderia andar um homem 9. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao3 quela hora , sem fazer nada de cabea no tempo, um branco de ps no cho como eles? S sendo doido mesmo. (Jos Lins do Rego) TEXTO DESCRITIVO Descrever fazer uma representao verbal dos aspectos mais carac- tersticos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto so muito importan- tes, tanto na descrio literria quanto na descrio tcnica. esta atitude que vai determinar a ordem na enumerao dos traos caractersticos para que o leitor possa combinar suas impresses isoladas formando uma imagem unificada. Uma boa descrio vai apresentando o objeto progressivamente, vari- ando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco. Podemos encontrar distines entre uma descrio literria e outra tcnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrio Literria: A finalidade maior da descrio literria transmitir a impresso que a coisa vista desperta em nossa mente atravs do sentidos. Da decorrem dois tipos de descrio: a sub- jetiva, que reflete o estado de esprito do observador, suas prefe- rncias, assim ele descreve o que quer e o que pensa ver e no o que v realmente; j a objetiva traduz a realidade do mundo ob- jetivo, fenomnico, ela exata e dimensional. Descrio de Personagem: utilizada para caracterizao das personagens, pela acumulao de traos fsicos e psicolgicos, pela enumerao de seus hbitos, gestos, aptides e tempera- mento, com a finalidade de situar personagens no contexto cultu- ral, social e econmico . Descrio de Paisagem: Neste tipo de descrio, geralmente o observador abrange de uma s vez a globalidade do panorama, para depois aos poucos, em ordem de proximidade, abranger as partes mais tpicas desse todo. Descrio do Ambiente: Ela d os detalhes dos interiores, dos ambientes em que ocorrem as aes, tentando dar ao leitor uma visualizao das suas particularidades, de seus traos distintivos e tpicos. Descrio da Cena: Trata-se de uma descrio movimentada, que se desenvolve progressivamente no tempo. a descrio de um incndio, de uma briga, de um naufrgio. Descrio Tcnica: Ela apresenta muitas das caractersticas ge- rais da literatura, com a distino de que nela se utiliza um voca- bulrio mais preciso, salientando-se com exatido os pormenores. predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou meca- nismos, a fenmenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. TEXTO DISSERTATIVO Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertao consta de uma srie de juzos a respeito de um determinado assunto ou questo, e pressupe um exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerncia e objetividade. A dissertao pode ser argumentativa - na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista ou simplesmente, ter como finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questo. A linguagem usada a referencial, centrada na mensagem, enfatizan- do o contexto. Quanto forma, ela pode ser tripartida em : Introduo: Em poucas linhas coloca ao leitor os dados funda- mentais do assunto que est tratando. a enunciao direta e ob- jetiva da definio do ponto de vista do autor. Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias co- locadas na introduo sero definidas com os dados mais rele- vantes. Todo desenvolvimento deve estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucesso deles resulte num conjunto coerente e unitrio que se encaixa na introduo e desencadeia a concluso. Concluso: o fenmeno do texto, marcado pela sntese da i- deia central. Na concluso o autor refora sua opinio, retomando a introduo e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertao, cabe fazermos a distino entre fatos, hiptese e opinio. - Fato: o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; a obra ou ao que realmente se praticou. - Hiptese: a suposio feita acerca de uma coisa possvel ou no, e de que se tiram diversas concluses; uma afirmao so- bre o desconhecido, feita com base no que j conhecido. - Opinio: Opinar julgar ou inserir expresses de aprovao ou desaprovao pessoal diante de acontecimentos, pessoas e obje- tos descritos, um parecer particular, um sentimento que se tem a respeito de algo. O TEXTO ARGUMENTATIVO Baseado em Adilson Citelli A linguagem capaz de criar e representar realidades, sendo caracte- rizada pela identificao de um elemento de constituio de sentidos. Os discursos verbais podem ser formados de vrias maneiras, para dissertar ou argumentar, descrever ou narrar, colocamos em prticas um conjunto de referncias codificadas h muito tempo e dadas como estruturadoras do tipo de texto solicitado. Para se persuadir por meio de muitos recursos da lngua necessrio que um texto possua um carter argumentativo/descritivo. A construo de um ponto de vista de alguma pessoa sobre algo, varia de acordo com a sua anlise e esta dar-se- a partir do momento em que a compreenso do contedo, ou daquilo que fora tratado seja concretado. A formao discursiva responsvel pelo emassamento do contedo que se deseja transmitir, ou persuadir, e nele teremos a formao do ponto de vista do sujeito, suas anlises das coisas e suas opinies. Nelas, as opinies o que fazemos soltar concepes que tendem a ser orientadas no meio em que o indivduo viva. Vemos que o sujeito lana suas opinies com o simples e decisivo intuito de persuadir e fazer suas explanaes renderem o conven- cimento do ponto de vista de algo/algum. Na escrita, o que fazemos buscar intenes de sermos entendidos e desejamos estabelecer um contato verbal com os ouvintes e leitores, e todas as frases ou palavras articuladas produzem significaes dotadas de intencionalidade, criando assim unidades textuais ou discursivas. Dentro deste contexto da escrita, temos que levar em conta que a coerncia de relevada importncia para a produo textual, pois nela se dar uma sequncia das ideias e da progresso de argumentos a serem explanadas. Sendo a argumentao o procedimento que tornar a tese aceitvel, a apresentao de argumentos atingir os seus interlocutores em seus objetivos; isto se dar atravs do convencimento da persuaso. Os meca- nismos da coeso e da coerncia sero ento responsveis pela unidade da formao textual. Dentro dos mecanismos coesivos, podem realizar-se em contextos verbais mais amplos, como por jogos de elipses, por fora semntica, por recorrncias lexicais, por estratgias de substituio de enunciados. Um mecanismo mais fcil de fazer a comunicao entre as pessoas a linguagem, quando ela em forma da escrita e aps a leitura, (o que ocorre agora), podemos dizer que h de ter algum que transmita algo, e outro que o receba. Nesta brincadeira que entra a formao de argumen- tos com o intuito de persuadir para se qualificar a comunicao; nisto, estes argumentos explanados sero o germe de futuras tentativas da comunicao ser objetiva e dotada de intencionalidade, (ver Linguagem e Persuaso). Sabe-se que a leitura e escrita, ou seja, ler e escrever; no tem em sua unidade a mono caracterstica da dominao do idioma/lngua, e sim o propsito de executar a interao do meio e cultura de cada indivduo. As relaes intertextuais so de grande valia para fazer de um texto uma aluso outros textos, isto proporciona que a imerso que os argumentos 10. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao4 do tornem esta produo altamente evocativa. A parfrase tambm outro recurso bastante utilizado para trazer a um texto um aspecto dinmico e com intento. Juntamente com a pardia, a parfrase utiliza-se de textos j escritos, por algum, e que tornam-se algo espetacularmente incrvel. A diferena que muitas vezes a parfrase no possui a necessidade de persuadir as pessoas com a repetio de argu- mentos, e sim de esquematizar novas formas de textos, sendo estes diferentes. A criao de um texto requer bem mais do que simplesmente a juno de palavras a uma frase, requer algo mais que isto. necessrio ter na escolha das palavras e do vocabulrio o cuidado de se requisit-las, bem como para se adot-las. Um texto no totalmente auto-explicativo, da vem a necessidade de que o leitor tenha um emassado em seu histri- co uma relao interdiscursiva e intertextual. As metforas, metomnias, onomatopeias ou figuras de linguagem, en- tram em ao inseridos num texto como um conjunto de estratgias capa- zes de contribuir para os efeitos persuasivos dele. A ironia tambm muito utilizada para causar este efeito, umas de suas caractersticas salientes, que a ironia d nfase gozao, alm de desvalorizar ideias, valores da oposio, tudo isto em forma de piada. Uma das ltimas, porm no menos importantes, formas de persuadir atravs de argumentos, a Aluso ("Ler no apenas reconhecer o dito, mais tambm o no-dito"). Nela, o escritor trabalha com valores, ideias ou conceitos pr estabelecidos, sem porm com objetivos de forma clara e concisa. O que acontece a formao de um ambiente potico e suger- vel, capaz de evocar nos leitores algo, digamos, uma sensao... Texto Base: CITELLI, Adilson; O Texto Argumentativo So Paulo SP, Editora ..Scipione, 1994 - 6 edio. GNEROS TEXTUAIS Gneros textuais so tipos especficos de textos de qualquer natureza, literrios ou no. Modalidades discursivas constituem as estruturas e as funes sociais (narrativas, dissertativas, argumentativas, procedimentais e exortativas), utilizadas como formas de organizar a linguagem. Dessa forma, podem ser considerados exemplos de gneros textuais: anncios, convites, atas, avisos, programas de auditrios, bulas, cartas, comdias, contos de fadas, convnios, crnicas, editoriais, ementas, ensaios, entre- vistas, circulares, contratos, decretos, discursos polticos A diferena entre Gnero Textual e Tipologia Textual , no meu en- tender, importante para direcionar o trabalho do professor de lngua na leitura, compreenso e produo de textos1. O que pretendemos neste pequeno ensaio apresentar algumas consideraes sobre Gnero Textual e Tipologia Textual, usando, para isso, as consideraes feitas por Marcuschi (2002) e Travaglia (2002), que faz apontamentos question- veis para o termo Tipologia Textual. No final, apresento minhas conside- raes a respeito de minha escolha pelo gnero ou pela tipologia. Convm afirmar que acredito que o trabalho com a leitura, compreen- so e a produo escrita em Lngua Materna deve ter como meta primor- dial o desenvolvimento no aluno de habilidades que faam com que ele tenha capacidade de usar um nmero sempre maior de recursos da lngua para produzir efeitos de sentido de forma adequada a cada situao espe- cfica de interao humana. Luiz Antnio Marcuschi (UFPE) defende o trabalho com textos na es- cola a partir da abordagem do Gnero Textual Marcuschi no demonstra favorabilidade ao trabalho com a Tipologia Textual, uma vez que, para ele, o trabalho fica limitado, trazendo para o ensino alguns problemas, uma vez que no possvel, por exemplo, ensinar narrativa em geral, porque, embora possamos classificar vrios textos como sendo narrativos, eles se concretizam em formas diferentes gneros que possuem diferenas especficas. Por outro lado, autores como Luiz Carlos Travaglia (UFUberln- dia/MG) defendem o trabalho com a Tipologia Textual. Para o autor, sendo os textos de diferentes tipos, eles se instauram devido existncia de diferentes modos de interao ou interlocuo. O trabalho com o texto e com os diferentes tipos de texto fundamental para o desenvolvimento da competncia comunicativa. De acordo com as ideias do autor, cada tipo de texto apropriado para um tipo de interao especfica. Deixar o aluno restrito a apenas alguns tipos de texto fazer com que ele s tenha recur- sos para atuar comunicativamente em alguns casos, tornando-se incapaz, ou pouco capaz, em outros. Certamente, o professor teria que fazer uma espcie de levantamento de quais tipos seriam mais necessrios para os alunos, para, a partir da, iniciar o trabalho com esses tipos mais necess- rios. Marcuschi afirma que os livros didticos trazem, de maneira equivoca- da, o termo tipo de texto. Na verdade, para ele, no se trata de tipo de texto, mas de gnero de texto. O autor diz que no correto afirmar que a carta pessoal, por exemplo, um tipo de texto como fazem os livros. Ele atesta que a carta pessoal um Gnero Textual. O autor diz que em todos os gneros os tipos se realizam, ocorrendo, muitas das vezes, o mesmo gnero sendo realizado em dois ou mais tipos. Ele apresenta uma carta pessoal3 como exemplo, e comenta que ela pode apresentar as tipologias descrio, injuno, exposio, narrao e argu- mentao. Ele chama essa miscelnea de tipos presentes em um gnero de heterogeneidade tipolgica. Travaglia (2002) fala em conjugao tipolgica. Para ele, dificilmen- te so encontrados tipos puros. Realmente raro um tipo puro. Num texto como a bula de remdio, por exemplo, que para Fvero & Koch (1987) um texto injuntivo, tem-se a presena de vrias tipologias, como a descri- o, a injuno e a predio4. Travaglia afirma que um texto se define como de um tipo por uma questo de dominncia, em funo do tipo de interlocuo que se pretende estabelecer e que se estabelece, e no em funo do espao ocupado por um tipo na constituio desse texto. Quando acontece o fenmeno de um texto ter aspecto de um gnero mas ter sido construdo em outro, Marcuschi d o nome de intertextuali- dade intergneros. Ele explica dizendo que isso acontece porque ocorreu no texto a configurao de uma estrutura intergneros de natureza alta- mente hbrida, sendo que um gnero assume a funo de outro. Travaglia no fala de intertextualidade intergneros, mas fala de um intercmbio de tipos. Explicando, ele afirma que um tipo pode ser usado no lugar de outro tipo, criando determinados efeitos de sentido imposs- veis, na opinio do autor, com outro dado tipo. Para exemplificar, ele fala de descries e comentrios dissertativos feitos por meio da narrao. Resumindo esse ponto, Marcuschi traz a seguinte configurao teri- ca: intertextualidade intergneros = um gnero com a funo de outro heterogeneidade tipolgica = um gnero com a presena de v- rios tipos Travaglia mostra o seguinte: conjugao tipolgica = um texto apresenta vrios tipos intercmbio de tipos = um tipo usado no lugar de outro Aspecto interessante a se observar que Marcuschi afirma que os gneros no so entidades naturais, mas artefatos culturais construdos historicamente pelo ser humano. Um gnero, para ele, pode no ter uma determinada propriedade e ainda continuar sendo aquele gnero. Para exemplificar, o autor fala, mais uma vez, da carta pessoal. Mesmo que o autor da carta no tenha assinado o nome no final, ela continuar sendo carta, graas as suas propriedades necessrias e suficientes5.Ele diz, ainda, que uma publicidade pode ter o formato de um poema ou de uma lista de produtos em oferta. O que importa que esteja fazendo divulgao de produtos, estimulando a compra por parte de clientes ou usurios daquele produto. Para Marcuschi, Tipologia Textual um termo que deve ser usado para designar uma espcie de sequncia teoricamente definida pela natureza lingustica de sua composio. Em geral, os tipos textuais abran- gem as categorias narrao, argumentao, exposio, descrio e injun- o (Swales, 1990; Adam, 1990; Bronckart, 1999). Segundo ele, o termo Tipologia Textual usado para designar uma espcie de sequncia 11. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao5 teoricamente definida pela natureza lingustica de sua composio (aspec- tos lexicais, sintticos, tempos verbais, relaes lgicas) (p. 22). Gnero Textual definido pelo autor como uma noo vaga para os textos materializados encontrados no dia-a-dia e que apresentam caracte- rsticas scio-comunicativas definidas pelos contedos, propriedades funcionais, estilo e composio caracterstica. Travaglia define Tipologia Textual como aquilo que pode instaurar um modo de interao, uma maneira de interlocuo, segundo perspecti- vas que podem variar. Essas perspectivas podem, segundo o autor, estar ligadas ao produtor do texto em relao ao objeto do dizer quanto ao fazer/acontecer, ou conhecer/saber, e quanto insero destes no tempo e/ou no espao. Pode ser possvel a perspectiva do produtor do texto dada pela imagem que o mesmo faz do receptor como algum que concorda ou no com o que ele diz. Surge, assim, o discurso da transformao, quando o produtor v o receptor como algum que no concorda com ele. Se o produtor vir o receptor como algum que concorda com ele, surge o dis- curso da cumplicidade. Tem-se ainda, na opinio de Travaglia, uma pers- pectiva em que o produtor do texto faz uma antecipao no dizer. Da mesma forma, possvel encontrar a perspectiva dada pela atitude comu- nicativa de comprometimento ou no. Resumindo, cada uma das perspec- tivas apresentadas pelo autor gerar um tipo de texto. Assim, a primeira perspectiva faz surgir os tipos descrio, dissertao, injuno e narra- o. A segunda perspectiva faz com que surja o tipo argumentativo stricto sensu6 e no argumentativo stricto sensu. A perspectiva da antecipao faz surgir o tipo preditivo. A do comprometimento d origem a textos do mundo comentado (comprometimento) e do mundo narrado (no comprometimento) (Weirinch, 1968). Os textos do mundo narrado seriam enquadrados, de maneira geral, no tipo narrao. J os do mundo comentado ficariam no tipo dissertao. Travaglia diz que o Gnero Textual se caracteriza por exercer uma funo social especfica. Para ele, estas funes sociais so pressentidas e vivenciadas pelos usurios. Isso equivale dizer que, intuitivamente, sabemos que gnero usar em momentos especficos de interao, de acordo com a funo social dele. Quando vamos escrever um e-mail, sabemos que ele pode apresentar caractersticas que faro com que ele funcione de maneira diferente. Assim, escrever um e-mail para um amigo no o mesmo que escrever um e-mail para uma universidade, pedindo informaes sobre um concurso pblico, por exemplo. Observamos que Travaglia d ao gnero uma funo social. Parece que ele diferencia Tipologia Textual de Gnero Textual a partir dessa qualidade que o gnero possui. Mas todo texto, independente de seu gnero ou tipo, no exerce uma funo social qualquer? Marcuschi apresenta alguns exemplos de gneros, mas no ressalta sua funo social. Os exemplos que ele traz so telefonema, sermo, romance, bilhete, aula expositiva, reunio de condomnio, etc. J Travaglia, no s traz alguns exemplos de gneros como mostra o que, na sua opinio, seria a funo social bsica comum a cada um: aviso, comunicado, edital, informao, informe, citao (todos com a funo social de dar conhecimento de algo a algum). Certamente a carta e o e- mail entrariam nessa lista, levando em considerao que o aviso pode ser dado sob a forma de uma carta, e-mail ou ofcio. Ele continua exemplifi- cando apresentando a petio, o memorial, o requerimento, o abaixo assinado (com a funo social de pedir, solicitar). Continuo colocando a carta, o e-mail e o ofcio aqui. Nota promissria, termo de compromisso e voto so exemplos com a funo de prometer. Para mim o voto no teria essa funo de prometer. Mas a funo de confirmar a promessa de dar o voto a algum. Quando algum vota, no promete nada, confirma a pro- messa de votar que pode ter sido feita a um candidato. Ele apresenta outros exemplos, mas por questo de espao no colo- carei todos. bom notar que os exemplos dados por ele, mesmo os que no foram mostrados aqui, apresentam funo social formal, rgida. Ele no apresenta exemplos de gneros que tenham uma funo social me- nos rgida, como o bilhete. Uma discusso vista em Travaglia e no encontrada em Marcuschi7 a de Espcie. Para ele, Espcie se define e se caracteriza por aspectos formais de estrutura e de superfcie lingustica e/ou aspectos de contedo. Ele exemplifica Espcie dizendo que existem duas pertencentes ao tipo narrativo: a histria e a no-histria. Ainda do tipo narrativo, ele apresenta as Espcies narrativa em prosa e narrativa em verso. No tipo descritivo ele mostra as Espcies distintas objetiva x subjetiva, esttica x dinmica e comentadora x narradora. Mudando para gnero, ele apresenta a corres- pondncia com as Espcies carta, telegrama, bilhete, ofcio, etc. No gnero romance, ele mostra as Espcies romance histrico, regionalista, fantstico, de fico cientfica, policial, ertico, etc. No sei at que ponto a Espcie daria conta de todos os Gneros Textuais existentes. Ser que possvel especificar todas elas? Talvez seja difcil at mesmo porque no fcil dizer quantos e quais so os gneros textuais existentes. Se em Travaglia nota-se uma discusso terica no percebida em Marcuschi, o oposto tambm acontece. Este autor discute o conceito de Domnio Discursivo. Ele diz que os domnios discursivos so as grandes esferas da atividade humana em que os textos circulam (p. 24). Segundo informa, esses domnios no seriam nem textos nem discursos, mas dariam origem a discursos muito especficos. Constituiriam prticas discur- sivas dentro das quais seria possvel a identificao de um conjunto de gneros que s vezes lhes so prprios como prticas ou rotinas comuni- cativas institucionalizadas. Como exemplo, ele fala do discurso jornalstico, discurso jurdico e discurso religioso. Cada uma dessas atividades, jorna- lstica, jurdica e religiosa, no abrange gneros em particular, mas origina vrios deles. Travaglia at fala do discurso jurdico e religioso, mas no como Mar- cuschi. Ele cita esses discursos quando discute o que para ele tipologia de discurso. Assim, ele fala dos discursos citados mostrando que as tipologias de discurso usaro critrios ligados s condies de produo dos discursos e s diversas formaes discursivas em que podem estar inseridos (Koch & Fvero, 1987, p. 3). Citando Koch & Fvero, o autor fala que uma tipologia de discurso usaria critrios ligados referncia (institu- cional (discurso poltico, religioso, jurdico), ideolgica (discurso petista, de direita, de esquerda, cristo, etc), a domnios de saber (discurso mdico, lingustico, filosfico, etc), inter-relao entre elementos da exterioridade (discurso autoritrio, polmico, ldico)). Marcuschi no faz aluso a uma tipologia do discurso. Semelhante opinio entre os dois autores citados notada quando fa- lam que texto e discurso no devem ser encarados como iguais. Marcus- chi considera o texto como uma entidade concreta realizada materialmen- te e corporificada em algum Gnero Textual [grifo meu] (p. 24). Discurso para ele aquilo que um texto produz ao se manifestar em alguma instn- cia discursiva. O discurso se realiza nos textos (p. 24). Travaglia considera o discurso como a prpria atividade comunicativa, a prpria atividade produtora de sentidos para a interao comunicativa, regulada por uma exterioridade scio-histrica-ideolgica (p. 03). Texto o resultado dessa atividade comunicativa. O texto, para ele, visto como uma unidade lingustica concreta que tomada pelos usurios da ln- gua em uma situao de interao comunicativa especfica, como uma unidade de sentido e como preenchendo uma funo comunicativa reco- nhecvel e reconhecida, independentemente de sua extenso (p. 03). Travaglia afirma que distingue texto de discurso levando em conta que sua preocupao com a tipologia de textos, e no de discursos. Marcus- chi afirma que a definio que traz de texto e discurso muito mais opera- cional do que formal. Travaglia faz uma tipologizao dos termos Gnero Textual, Tipo- logia Textual e Espcie. Ele chama esses elementos de Tipelementos. Justifica a escolha pelo termo por considerar que os elementos tipolgicos (Gnero Textual, Tipologia Textual e Espcie) so bsicos na constru- o das tipologias e talvez dos textos, numa espcie de analogia com os elementos qumicos que compem as substncias encontradas na nature- za. Para concluir, acredito que vale a pena considerar que as discusses feitas por Marcuschi, em defesa da abordagem textual a partir dos Gne- ros Textuais, esto diretamente ligadas ao ensino. Ele afirma que o trabalho com o gnero uma grande oportunidade de se lidar com a 12. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao6 lngua em seus mais diversos usos autnticos no dia-a-dia. Cita o PCN, dizendo que ele apresenta a ideia bsica de que um maior conhecimento do funcionamento dos Gneros Textuais importante para a produo e para a compreenso de textos. Travaglia no faz abordagens especficas ligadas questo do ensino no seu tratamento Tipologia Textual. O que Travaglia mostra uma extrema preferncia pelo uso da Tipo- logia Textual, independente de estar ligada ao ensino. Sua abordagem parece ser mais taxionmica. Ele chega a afirmar que so os tipos que entram na composio da grande maioria dos textos. Para ele, a questo dos elementos tipolgicos e suas implicaes com o ensino/aprendizagem merece maiores discusses. Marcuschi diz que no acredita na existncia de Gneros Textuais ideais para o ensino de lngua. Ele afirma que possvel a identificao de gneros com dificuldades progressivas, do nvel menos formal ao mais formal, do mais privado ao mais pblico e assim por diante. Os gneros devem passar por um processo de progresso, conforme sugerem Sch- neuwly & Dolz (2004). Travaglia, como afirmei, no faz consideraes sobre o trabalho com a Tipologia Textual e o ensino. Acredito que um trabalho com a tipologia teria que, no mnimo, levar em conta a questo de com quais tipos de texto deve-se trabalhar na escola, a quais ser dada maior ateno e com quais ser feito um trabalho mais detido. Acho que a escolha pelo tipo, caso seja considerada a ideia de Travaglia, deve levar em conta uma srie de fato- res, porm dois so mais pertinentes: a) O trabalho com os tipos deveria preparar o aluno para a composi- o de quaisquer outros textos (no sei ao certo se isso possvel. Pode ser que o trabalho apenas com o tipo narrativo no d ao a- luno o preparo ideal para lidar com o tipo dissertativo, e vice-versa. Um aluno que pra de estudar na 5 srie e no volta mais esco- la teria convivido muito mais com o tipo narrativo, sendo esse o mais trabalhado nessa srie. Ser que ele estaria preparado para produzir, quando necessrio, outros tipos textuais? Ao lidar somen- te com o tipo narrativo, por exemplo, o aluno, de certa forma, no deixa de trabalhar com os outros tipos?); b) A utilizao prtica que o aluno far de cada tipo em sua vida. Acho que vale a pena dizer que sou favorvel ao trabalho com o G- nero Textual na escola, embora saiba que todo gnero realiza necessari- amente uma ou mais sequncias tipolgicas e que todos os tipos inserem- se em algum gnero textual. At recentemente, o ensino de produo de textos (ou de redao) era feito como um procedimento nico e global, como se todos os tipos de texto fossem iguais e no apresentassem determinadas dificuldades e, por isso, no exigissem aprendizagens especficas. A frmula de ensino de redao, ainda hoje muito praticada nas escolas brasileiras que consiste fundamentalmente na trilogia narrao, descrio e dissertao tem por base uma concepo voltada essencialmente para duas finalidades: a formao de escritores literrios (caso o aluno se aprimore nas duas primeiras modalidades textuais) ou a formao de cientistas (caso da terceira modalidade) (Antunes, 2004). Alm disso, essa concepo guarda em si uma viso equivocada de que narrar e descrever seriam aes mais fceis do que dissertar, ou mais adequadas faixa etria, razo pela qual esta ltima tenha sido reservada s sries terminais - tanto no ensino fundamental quanto no ensino mdio. O ensino-aprendizagem de leitura, compreenso e produo de texto pela perspectiva dos gneros reposiciona o verdadeiro papel do professor de Lngua Materna hoje, no mais visto aqui como um especialista em textos literrios ou cientficos, distantes da realidade e da prtica textual do aluno, mas como um especialista nas diferentes modalidades textuais, orais e escritas, de uso social. Assim, o espao da sala de aula transfor- mado numa verdadeira oficina de textos de ao social, o que viabilizado e concretizado pela adoo de algumas estratgias, como enviar uma carta para um aluno de outra classe, fazer um carto e ofertar a algum, enviar uma carta de solicitao a um secretrio da prefeitura, realizar uma entrevista, etc. Essas atividades, alm de diversificar e concretizar os leitores das produes (que agora deixam de ser apenas leitores visuais), permitem tambm a participao direta de todos os alunos e eventualmen- te de pessoas que fazem parte de suas relaes familiares e sociais. A avaliao dessas produes abandona os critrios quase que exclusiva- mente literrios ou gramaticais e desloca seu foco para outro ponto: o bom texto no aquele que apresenta, ou s apresenta, caractersticas liter- rias, mas aquele que adequado situao comunicacional para a qual foi produzido, ou seja, se a escolha do gnero, se a estrutura, o contedo, o estilo e o nvel de lngua esto adequados ao interlocutor e podem cumprir a finalidade do texto. Acredito que abordando os gneros a escola estaria dando ao aluno a oportunidade de se apropriar devidamente de diferentes Gneros Textu- ais socialmente utilizados, sabendo movimentar-se no dia-a-dia da intera- o humana, percebendo que o exerccio da linguagem ser o lugar da sua constituio como sujeito. A atividade com a lngua, assim, favoreceria o exerccio da interao humana, da participao social dentro de uma sociedade letrada. 1 - Penso que quando o professor no opta pelo trabalho com o g- nero ou com o tipo ele acaba no tendo uma maneira muito clara para selecionar os textos com os quais trabalhar. 2 - Outra discusso poderia ser feita se se optasse por tratar um pouco a diferena entre Gnero Textual e Gnero Discursivo. 3 - Travaglia (2002) diz que uma carta pode ser exclusivamente des- critiva, ou dissertativa, ou injuntiva, ou narrativa, ou argumentati- va. Acho meio difcil algum conseguir escrever um texto, caracte- rizado como carta, apenas com descries, ou apenas com injun- es. Por outro lado, meio que contrariando o que acabara de a- firmar, ele diz desconhecer um gnero necessariamente descriti- vo. 4 - Termo usado pelas autoras citadas para os textos que fazem pre- viso, como o boletim meteorolgico e o horscopo. 5 - Necessrias para a carta, e suficientes para que o texto seja uma carta. 6 - Segundo Travaglia (1991), texto argumentativo stricto sensu o que faz argumentao explcita. 7 - Pelo menos nos textos aos quais tive acesso. Slvio Ribeiro da Silva Tipologia textual A todo o momento nos deparamos com vrios textos, sejam eles verbais e no verbais. Em todos h a presena do discurso, isto , a ideia intrnseca, a essncia daquilo que est sendo transmitido entre os interlocutores. Esses interlocutores so as peas principais em um dilogo ou em um texto escrito, pois nunca escrevemos para ns mesmos, nem mesmo falamos sozinhos. de fundamental importncia sabermos classificar os textos dos quais travamos convivncia no nosso dia a dia. Para isso, precisamos saber que existem tipos textuais e gneros textuais. Comumente relatamos sobre um acontecimento, um fato presenciado ou ocorrido conosco, expomos nossa opinio sobre determinado assunto, ou descrevemos algum lugar pelo qual visitamos, e ainda, fazemos um retrato verbal sobre algum que acabamos de conhecer ou ver. exatamente nestas situaes corriqueiras que classificamos os nossos textos naquela tradicional tipologia: Narrao, Descrio e Dissertao. Para melhor exemplificarmos o que foi dito, tomamos como exemplo um Editorial, no qual o autor expe seu ponto de vista sobre determinado assunto, uma descrio de um ambiente e um texto literrio escrito em prosa. Em se tratando de gneros textuais, a situao no diferente, pois se conceituam como gneros textuais as diversas situaes sociocomunciativas que participam da nossa vida em sociedade. Como exemplo, temos: uma receita culinria, um e-mail, uma reportagem, uma monografia, e assim por diante. Respectivamente, tais textos classificar- se-iam como: instrucional, correspondncia pessoal (em meio eletrnico), texto do ramo jornalstico e, por ltimo, um texto de cunho cientfico. 13. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao7 Mas como toda escrita perfaz-se de uma tcnica para comp-la, extremamente importante que saibamos a maneira correta de produzir esta gama de textos. medida que a praticamos, vamos nos aperfeioando mais e mais na sua performance estrutural. Por Vnia Duarte O Conto um relato em prosa de fatos fictcios. Consta de trs momentos perfei- tamente diferenciados: comea apresentando um estado inicial de equil- brio; segue com a interveno de uma fora, com a apario de um confli- to, que d lugar a uma srie de episdios; encerra com a resoluo desse conflito que permite, no estgio final, a recuperao do equilbrio perdido. Todo conto tem aes centrais, ncleos narrativos, que estabelecem entre si uma relao causal. Entre estas aes, aparecem elementos de recheio (secundrios ou catalticos), cuja funo manter o suspense. Tanto os ncleos como as aes secundrias colocam em cena personagens que as cumprem em um determinado lugar e tempo. Para a apresentao das caractersticas destes personagens, assim como para as indicaes de lugar e tempo, apela-se a recursos descritivos. Um recurso de uso frequente nos contos a introduo do dilogo das personagens, apresentado com os sinais grficos correspondentes (os travesses, para indicar a mudana de interlocutor). A observao da coerncia temporal permite ver se o autor mantm a linha temporal ou prefere surpreender o leitor com rupturas de tempo na apre- sentao dos acontecimentos (saltos ao passado ou avanos ao futuro). A demarcao do tempo aparece, geralmente, no pargrafo inicial. Os contos tradicionais apresentam frmulas caractersticas de introduo de temporalidade difusa: "Era uma vez...", "Certa vez...". Os tempos verbais desempenham um papel importante na construo e na interpretao dos contos. Os pretritos imperfeito e o perfeito predominam na narrao, enquanto que o tempo presente aparece nas descries e nos dilogos. O pretrito imperfeito apresenta a ao em processo, cuja incidncia chega ao momento da narrao: "Rosrio olhava timidamente seu preten- dente, enquanto sua me, da sala, fazia comentrios banais sobre a histria familiar." O perfeito, ao contrrio, apresenta as aes concludas no passado: "De repente, chegou o pai com suas botas sujas de barro, olhou sua filha, depois o pretendente, e, sem dizer nada, entrou furioso na sala". A apresentao das personagens ajusta-se estratgia da definibilidade: so introduzidas mediante uma construo nominal iniciada por um artigo indefinido (ou elemento equivalente), que depois substitudo pelo defini- do, por um nome, um pronome, etc.: "Uma mulher muito bonita entrou apressadamente na sala de embarque e olhou volta, procurando algum impacientemente. A mulher parecia ter fugido de um filme romntico dos anos 40." O narrador uma figura criada pelo autor para apresentar os fatos que constituem o relato, a voz que conta o que est acontecendo. Esta voz pode ser de uma personagem, ou de uma testemunha que conta os fatos na primeira pessoa ou, tambm, pode ser a voz de uma terceira pessoa que no intervm nem como ator nem como testemunha. Alm disso, o narrador pode adotar diferentes posies, diferentes pontos de vista: pode conhecer somente o que est acontecendo, isto , o que as personagens esto fazendo ou, ao contrrio, saber de tudo: o que fazem, pensam, sentem as personagens, o que lhes aconteceu e o que lhes acontecer. Estes narradores que sabem tudo so chamados oniscientes. A Novela semelhante ao conto, mas tem mais personagens, maior nmero de complicaes, passagens mais extensas com descries e dilogos. As personagens adquirem uma definio mais acabada, e as aes secund- rias podem chegar a adquirir tal relevncia, de modo que terminam por converter-se, em alguns textos, em unidades narrativas independentes. A Obra Teatral Os textos literrios que conhecemos como obras de teatro (dramas, trag- dias, comdias, etc.) vo tecendo diferentes histrias, vo desenvolvendo diversos conflitos, mediante a interao lingustica das personagens, quer dizer, atravs das conversaes que tm lugar entre os participantes nas situaes comunicativas registradas no mundo de fico construdo pelo texto. Nas obras teatrais, no existe um narrador que conta os fatos, mas um leitor que vai conhecendo-os atravs dos dilogos e/ ou monlogos das personagens. Devido trama conversacional destes textos, torna-se possvel encontrar neles vestgios de oralidade (que se manifestam na linguagem espontnea das personagens, atravs de numerosas interjeies, de alteraes da sintaxe normal, de digresses, de repeties, de diticos de lugar e tempo. Os sinais de interrogao, exclamao e sinais auxiliares servem para moldar as propostas e as rplicas e, ao mesmo tempo, estabelecem os turnos de palavras. As obras de teatro atingem toda sua potencialidade atravs da representa- o cnica: elas so construdas para serem representadas. O diretor e os atores orientam sua interpretao. Estes textos so organizados em atos, que estabelecem a progresso temtica: desenvolvem uma unidade informativa relevante para cada contato apresentado. Cada ato contm, por sua vez, diferentes cenas, determinadas pelas entradas e sadas das personagens e/ou por diferen- tes quadros, que correspondem a mudanas de cenografias. Nas obras teatrais so includos textos de trama descritiva: so as chama- das notaes cnicas, atravs das quais o autor d indicaes aos atores sobre a entonao e a gestualidade e caracteriza as diferentes cenografias que considera pertinentes para o desenvolvimento da ao. Estas nota- es apresentam com frequncia oraes unimembres e/ou bimembres de predicado no verbal. O Poema Texto literrio, geralmente escrito em verso, com uma distribuio espacial muito particular: as linhas curtas e os agrupamentos em estrofe do rele- vncia aos espaos em branco; ento, o texto emerge da pgina com uma silhueta especial que nos prepara para sermos introduzidos nos misterio- sos labirintos da linguagem figurada. Pede uma leitura em voz alta, para captar o ritmo dos versos, e promove uma tarefa de abordagem que pre- tende extrair a significao dos recursos estilsticos empregados pelo poeta, quer seja para expressar seus sentimentos, suas emoes, sua verso da realidade, ou para criar atmosferas de mistrio de surrealismo, relatar epopeias (como nos romances tradicionais), ou, ainda, para apre- sentar ensinamentos morais (como nas fbulas). O ritmo - este movimento regular e medido - que recorre ao valor sonoro das palavras e s pausas para dar musicalidade ao poema, parte essen- cial do verso: o verso uma unidade rtmica constituda por uma srie mtrica de slabas fnicas. A distribuio dos acentos das palavras que compem os versos tem uma importncia capital para o ritmo: a musicali- dade depende desta distribuio. Lembramos que, para medir o verso, devemos atender unicamente distncia sonora das slabas. As slabas fnicas apresentam algumas diferenas das slabas ortogrficas. Estas diferenas constituem as cha- madas licenas poticas: a direse, que permite separar os ditongos em suas slabas; a sinrese, que une em uma slaba duas vogais que no constituem um ditongo; a sinalefa, que une em uma s slaba a slaba final de uma palavra terminada em vogal, com a inicial de outra que inicie com vogal ou h; o hiato, que anula a possibilidade da sinalefa. Os acentos finais tambm incidem no levantamento das slabas do verso. Se a ltima palavra paroxtona, no se altera o nmero de slabas; se oxtona, soma-se uma slaba; se proparoxtona, diminui-se uma. A rima uma caracterstica distintiva, mas no obrigatria dos versos, pois existem versos sem rima (os versos brancos ou soltos de uso frequente na poesia moderna). A rima consiste na coincidncia total ou parcial dos ltimos fonemas do verso. Existem dois tipos de rimas: a consoante (coin- cidncia total de vogais e consoante a partir da ltima vogal acentuada) e a assonante (coincidncia unicamente das vogais a partir da ltima vogal acentuada). A mtrica mais frequente dos versos vai desde duas at dezesseis slabas. Os versos monosslabos no existem, j que, pelo acento, so considerados disslabos. 14. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao8 As estrofes agrupam versos de igual medida e de duas medidas diferentes combinadas regularmente. Estes agrupamentos vinculam-se progresso temtica do texto: com frequncia, desenvolvem uma unidade informativa vinculada ao tema central. Os trabalhos dentro do paradigma e do sintagma, atravs dos mecanismos de substituio e de combinao, respectivamente, culminam com a criao de metforas, smbolos, configuraes sugestionadoras de voc- bulos, metonmias, jogo de significados, associaes livres e outros recur- sos estilsticos que do ambiguidade ao poema. TEXTOS JORNALSTICOS Os textos denominados de textos jornalsticos, em funo de seu portador ( jornais, peridicos, revistas), mostram um claro predomnio da funo informativa da linguagem: trazem os fatos mais relevantes no momento em que acontecem. Esta adeso ao presente, esta primazia da atualidade, condena-os a uma vida efmera. Propem-se a difundir as novidades produzidas em diferentes partes do mundo, sobre os mais variados temas. De acordo com este propsito, so agrupados em diferentes sees: informao nacional, informao internacional, informao local, socieda- de, economia, cultura, esportes, espetculos e entretenimentos. A ordem de apresentao dessas sees, assim como a extenso e o tratamento dado aos textos que incluem, so indicadores importantes tanto da ideologia como da posio adotada pela publicao sobre o tema abordado. Os textos jornalsticos apresentam diferentes sees. As mais comuns so as notcias, os artigos de opinio, as entrevistas, as reportagens, as crni- cas, as resenhas de espetculos. A publicidade um componente constante dos jornais e revistas, medida que permite o financiamento de suas edies. Mas os textos publicitrios aparecem no s nos peridicos como tambm em outros meios ampla- mente conhecidos como os cartazes, folhetos, etc.; por isso, nos referire- mos a eles em outro momento. Em geral, aceita-se que os textos jornalsticos, em qualquer uma de suas sees, devem cumprir certos requisitos de apresentao, entre os quais destacamos: uma tipografia perfeitamente legvel, uma diagramao cuidada, fotografias adequadas que sirvam para complementar a informa- o lingustica, incluso de grficos ilustrativos que fundamentam as explicaes do texto. pertinente observar como os textos jornalsticos distribuem-se na publi- cao para melhor conhecer a ideologia da mesma. Fundamentalmente, a primeira pgina, as pginas mpares e o extremo superior das folhas dos jornais trazem as informaes que se quer destacar. Esta localizao antecipa ao leitor a importncia que a publicao deu ao contedo desses textos. O corpo da letra dos ttulos tambm um indicador a considerar sobre a posio adotada pela redao. A Notcia Transmite uma nova informao sobre acontecimentos, objetos ou pessoas. As notcias apresentam-se como unidades informativas completas, que contm todos os dados necessrios para que o leitor compreenda a infor- mao, sem necessidade ou de recorrer a textos anteriores (por exemplo, no necessrio ter lido os jornais do dia anterior para interpret-la), ou de lig-la a outros textos contidos na mesma publicao ou em publicaes similares. comum que este texto use a tcnica da pirmide invertida: comea pelo fato mais importante para finalizar com os detalhes. Consta de trs partes claramente diferenciadas: o ttulo, a introduo e o desenvolvimento. O ttulo cumpre uma dupla funo - sintetizar o tema central e atrair a aten- o do leitor. Os manuais de estilo dos jornais (por exemplo: do Jornal El Pas, 1991) sugerem geralmente que os ttulos no excedam treze pala- vras. A introduo contm o principal da informao, sem chegar a ser um resumo de todo o texto. No desenvolvimento, incluem-se os detalhes que no aparecem na introduo. A notcia redigida na terceira pessoa. O redator deve manter-se mar- gem do que conta, razo pela qual no permitido o emprego da primeira pessoa do singular nem do plural. Isso implica que, alm de omitir o eu ou o ns, tambm no deve recorrer aos possessivos (por exemplo, no se referir Argentina ou a Buenos Aires com expresses tais como nosso pas ou minha cidade). Esse texto se caracteriza por sua exigncia de objetividade e veracidade: somente apresenta os dados. Quando o jornalista no consegue compro- var de forma fidedigna os dados apresentados, costuma recorrer a certas frmulas para salvar sua responsabilidade: parece, no est descartado que. Quando o redator menciona o que foi dito por alguma fonte, recorre ao discurso direto, como, por exemplo: O ministro afirmou: "O tema dos aposentados ser tratado na Cmara dos Deputados durante a prxima semana . O estilo que corresponde a este tipo de texto o formal. Nesse tipo de texto, so empregados, principalmente, oraes enunciativas, breves, que respeitam a ordem sinttica cannica. Apesar das notcias preferencialmente utilizarem os verbos na voz ativa, tambm frequente o uso da voz passiva: Os delinquentes foram perseguidos pela polcia; e das formas impessoais: A perseguio aos delinquentes foi feita por um patrulheiro. A progresso temtica das notcias gira em tomo das perguntas o qu? quem? como? quando? por qu e para qu?. O Artigo de Opinio Contm comentrios, avaliaes, expectativas sobre um tema da atualida- de que, por sua transcendncia, no plano nacional ou internacional, j considerado, ou merece ser, objeto de debate. Nessa categoria, incluem-se os editoriais, artigos de anlise ou pesquisa e as colunas que levam o nome de seu autor. Os editoriais expressam a posio adotada pelo jornal ou revista em concordncia com sua ideologia, enquanto que os artigos assinados e as colunas transmitem as opinies de seus redatores, o que pode nos levar a encontrar, muitas vezes, opinies divergentes e at antagnicas em uma mesma pgina. Embora estes textos possam ter distintas superestruturas, em geral se organizam seguindo uma linha argumentativa que se inicia com a identifi- cao do tema em questo, acompanhado de seus antecedentes e alcan- ce, e que segue com uma tomada de posio, isto , com a formulao de uma tese; depois, apresentam-se os diferentes argumentos de forma a justificar esta tese; para encerrar, faz-se uma reafirmao da posio adotada no incio do texto. A efetividade do texto tem relao direta no s com a pertinncia dos argumentos expostos como tambm com as estratgias discursivas usa- das para persuadir o leitor. Entre estas estratgias, podemos encontrar as seguintes: as acusaes claras aos oponentes, as ironias, as insinuaes, as digresses, as apelaes sensibilidade ou, ao contrrio, a tomada de distncia atravs do uso das construes impessoais, para dar objetivida- de e consenso anlise realizada; a reteno em recursos descritivos - detalhados e precisos, ou em relatos em que as diferentes etapas de pesquisa esto bem especificadas com uma minuciosa enumerao das fontes da informao. Todos eles so recursos que servem para funda- mentar os argumentos usados na validade da tese. A progresso temtica ocorre geralmente atravs de um esquema de temas derivados. Cada argumento pode encerrar um tpico com seus respectivos comentrios. Estes artigos, em virtude de sua intencionalidade informativa, apresentam uma preeminncia de oraes enunciativas, embora tambm incluam, com frequncia, oraes dubitativas e exortativas devido sua trama argumen- tativa. As primeiras servem para relativizar os alcances e o valor da infor- mao de base, o assunto em questo; as ltimas, para convencer o leitor a aceitar suas premissas como verdadeiras. No decorrer destes artigos, opta-se por oraes complexas que incluem proposies causais para as fundamentaes, consecutivas para dar nfase aos efeitos, concessivas e condicionais. Para interpretar estes textos, indispensvel captar a postura ideolgica do autor, identificar os interesses a que serve e precisar sob que 15. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao9 circunstncias e com que propsito foi organizada a informao exposta. Para cumprir os requisitos desta abordagem, necessitaremos utilizar estratgias tais como a referncia exofrica, a integrao crtica dos dados do texto com os recolhidos em outras fontes e a leitura atenta das entrelinhas a fim de converter em explcito o que est implcito. Embora todo texto exija para sua interpretao o uso das estratgias mencionadas, necessrio recorrer a elas quando estivermos frente a um texto de trama argumentativa, atravs do qual o autor procura que o leitor aceite ou avalie cenas, ideias ou crenas como verdadeiras ou falsas, cenas e opinies como positivas ou negativas. A Reportagem uma variedade do texto jornalstico de trama conversacional que, para informar sobre determinado tema, recorre ao testemunho de uma figura- chave para o conhecimento deste tpico. A conversao desenvolve-se entre um jornalista que representa a publi- cao e um personagem cuja atividade suscita ou merece despertar a ateno dos leitores. A reportagem inclui uma sumria apresentao do entrevistado, realizada com recursos descritivos, e, imediatamente, desenvolve o dilogo. As perguntas so breves e concisas, medida que esto orientadas para divulgar as opinies e ideias do entrevistado e no as do entrevistador. A Entrevista Da mesma forma que reportagem, configura-se preferentemente mediante uma trama conversacional, mas combina com frequncia este tecido com fios argumentativos e descritivos. Admite, ento, uma maior liberdade, uma vez que no se ajusta estritamente frmula pergunta-resposta, mas detm-se em comentrios e descries sobre o entrevistado e transcreve somente alguns fragmentos do dilogo, indicando com travesses a mu- dana de interlocutor. permitido apresentar uma introduo extensa com os aspectos mais significativos da conversao mantida, e as perguntas podem ser acompanhadas de comentrios, confirmaes ou refutaes sobre as declaraes do entrevistado. Por tratar-se de um texto jornalstico, a entrevista deve necessariamente incluir um tema atual, ou com incidncia na atualidade, embora a conver- sao possa derivar para outros temas, o que ocasiona que muitas destas entrevistas se ajustem a uma progresso temtica linear ou a temas derivados. Como ocorre em qualquer texto de trama conversacional, no existe uma garantia de dilogo verdadeiro; uma vez que se pode respeitar a vez de quem fala, a progresso temtica no se ajusta ao jogo argumentativo de propostas e de rplicas. TEXTOS DE INFORMAO CIENTFICA Esta categoria inclui textos cujos contedos provm do campo das cin- cias em geral. Os referentes dos textos que vamos desenvolver situam-se tanto nas Cincias Sociais como nas Cincias Naturais. Apesar das diferenas existentes entre os mtodos de pesquisa destas cincias, os textos tm algumas caractersticas que so comuns a todas suas variedades: neles predominam, como em todos os textos informati- vos, as oraes enunciativas de estrutura bimembre e prefere-se a ordem sinttica cannica (sujeito-verbo-predicado). Incluem frases claras, em que no h ambiguidade sinttica ou semntica, e levam em considerao o significado mais conhecido, mais difundido das palavras. O vocabulrio preciso. Geralmente, estes textos no incluem vocbulos a que possam ser atribudos um multiplicidade de significados, isto , evitam os termos polissmicos e, quando isso no possvel, estabelecem mediante definies operatrias o significado que deve ser atribudo ao termo polissmico nesse contexto. A Definio Expande o significado de um termo mediante uma trama descritiva, que determina de forma clara e precisa as caractersticas genricas e diferen- ciais do objeto ao qual se refere. Essa descrio contm uma configurao de elementos que se relacionam semanticamente com o termo a definir atravs de um processo de sinonmia. Recordemos a definio clssica de "homem", porque o exemplo por excelncia da definio lgica, uma das construes mais generalizadas dentro deste tipo de texto: O homem um animal racional. A expanso do termo "homem" - "animal racional" - apresenta o gnero a que pertence, "animal", e a diferena especfica, "racional": a racionalidade o trao que nos permite diferenciar a espcie humana dentro do gnero animal. Usualmente, as definies includas nos dicionrios, seus portadores mais qualificados, apresentam os traos essenciais daqueles a que se referem: Fiscis (do lat. piscis). s.p.m. Astron. Duodcimo e ltimo signo ou parte do Zodaco, de 30 de amplitude, que o Sol percorre aparentemente antes de terminar o inverno. Como podemos observar nessa definio extrada do Dicionrio de La Real Academia Espa1ioJa (RAE, 1982), o significado de um tema base ou introduo desenvolve-se atravs de uma descrio que contm seus traos mais relevantes, expressa, com frequncia, atravs de oraes unimembres, constitudos por construes endocntricas (em nosso e- xemplo temos uma construo endocntrica substantiva - o ncleo um substantivo rodeado de modificadores "duodcimo e ltimo signo ou parte do Zodaco, de 30 de amplitude..."), que incorporam maior informao mediante proposies subordinadas adjetivas: "que o Sol percorre aparen- temente antes de terminar o inverno". As definies contm, tambm, informaes complementares relaciona- das, por exemplo, com a cincia ou com a disciplina em cujo lxico se inclui o termo a definir (Piscis: Astron.); a origem etimolgica do vocbulo ("do lat. piscis"); a sua classificao gramatical (s.p.m.), etc. Essas informaes complementares contm frequentemente abreviaturas, cujo significado aparece nas primeiras pginas do Dicionrio: Lat., Latim; Astron., Astronomia; s.p.m., substantivo prprio masculino, etc. O tema-base (introduo) e sua expanso descritiva - categorias bsicas da estrutura da definio - distribuem-se espacialmente em blocos, nos quais diferentes informaes costumam ser codificadas atravs de tipogra- fias diferentes (negrito para o vocabulrio a definir; itlico para as etimolo- gias, etc.). Os diversos significados aparecem demarcados em bloco mediante barras paralelas e /ou nmeros. Prorrogar (Do Jat. prorrogare) V.t.d. l. Continuar, dilatar, estender uma coisa por um perodo determinado. 112. Ampliar, prolongar 113. Fazer continuar em exerccio; adiar o trmino de. A Nota de Enciclopdia Apresenta, como a definio, um tema-base e uma expanso de trama descritiva; porm, diferencia-se da definio pela organizao e pela amplitude desta expanso. A progresso temtica mais comum nas notas de enciclopdia a de temas derivados: os comentrios que se referem ao tema-base constitu- em-se, por sua vez, em temas de distintos pargrafos demarcados por subttulos. Por exemplo, no tema Repblica Argentina, podemos encontrar os temas derivados: traos geolgicos, relevo, clima, hidrografia, biogeo- grafia, populao, cidades, economia, comunicao, transportes, cultura, etc. Estes textos empregam, com frequncia, esquemas taxionmicos, nos quais os elementos se agrupam em classes inclusivas e includas. Por exemplo: descreve-se "mamfero" como membro da classe dos vertebra- dos; depois, so apresentados os traos distintivos de suas diversas variedades: terrestres e aquticos. Uma vez que nestas notas h predomnio da funo informativa da lingua- gem, a expanso construda sobre a base da descrio cientfica, que responde s exigncias de conciso e de preciso. As caractersticas inerentes aos objetos apresentados aparecem atravs de adjetivos descritivos - peixe de cor amarelada escura, com manchas pretas no dorso, e parte inferior prateada, cabea quase cnica, olhos muito juntos, boca oblqua e duas aletas dorsais - que ampliam a base informativa dos substantivos e, como possvel observar em nosso exem- plo, agregam qualidades prprias daquilo a que se referem. 16. APOSTILAS OPO A Sua Melhor Opo em Concursos Pblicos Lngua Portuguesa A Opo Certa Para a Sua Realizao10 O uso do presente marca a temporalidade da descrio, em cujo tecido predominam os verbos estticos - apresentar, mostrar, ter, etc. - e os de ligao - ser, estar, parecer, etc. O Relato de Experimentos Contm a descrio detalhada de um projeto que consiste em manipular o ambiente para obter uma nova informao, ou seja, so textos que descrevem experimentos. O ponto de partida destes experimentos algo que se deseja saber, mas que no se pode encontrar observando as coisas tais como esto; necessrio, ento, estabelecer algumas condies, criar certas situaes para concluir a observao e extrair concluses. Muda-se algo para cons- tatar o que acontece. Por exemplo, se se deseja saber em que condies uma planta de determinada espcie cresce mais rapidamente, pode-se colocar suas sementes em diferentes recipientes sob diferentes condies de luminosidade; em diferentes lugares, areia, terra, gua; com diferentes fertilizantes orgnicos, qumicos etc., para observar e precisar em que circunstncias obtm-se um melhor crescimento. A macroestrutura desses relatos contm, primordialmente, duas categori- as: uma corresponde s condies em que o experimento se realiza, isto , ao registro da situao de experimentao; a outra, ao processo obser- vado. Nesses textos, ento, so utilizadas com frequncia oraes que come- am com se (condicionais) e com quando (condicional temporal): Se coloco a semente em um composto de areia, terra preta, hmus, a planta crescer mais rpido. Quando rego as plantas duas vezes ao dia, os talos comeam a mostrar manchas marrons devido ao excesso de umidade. Estes relatos adotam uma trama descritiva de processo. A varivel tempo aparece atravs de numerais ordinais: Em uma primeira etapa, possvel observar... em uma segunda etapa, aparecem os primeiros brotos ...; de advrbios ou de locues adverbiais: Jogo, antes de, depois de, no mes- mo momento que, etc., dado que a varivel temporal um componente essencial de todo processo. O texto enfatiza os aspectos descritivos, apresenta as caractersticas dos elementos, os traos distintivos de cada uma das etapas do processo. O relato pode estar redigido de forma impessoal: coloca-se, colocado em um recipiente ... Jogo se observa/foi observado que, etc., ou na primeira pessoa do singular, coloco/coloquei em um recipiente ... Jogo obser- vo/observei que ... etc., ou do plural: colocamos em um recipiente... Jogo observamos que... etc. O uso do impessoal enfatiza a distncia existente entre o experimentador e o experimento, enquanto que a primeira pessoa, do plural e do singular enfatiza o compromisso de ambos. A Monografia Este tipo de texto privilegia a anlise e a crtica; a informao sobre um determinado tema recolhida em diferentes fontes. Os textos monogrficos no necessariamente devem ser realizados com base em consultas bibliogrficas, uma vez que possvel terem como fonte, por exemplo, o testemunho dos protagonistas dos fatos, testemu- nhos qualificados ou de especialistas no tema. As monografias exigem uma seleo rigorosa e uma organizao coerente dos dados recolhidos. A seleo e organizao dos dados servem como indicador do propsito que orientou o trabalho. Se pretendemos, por exemplo, mostrar que as fontes consultadas nos permitem sustentar que os aspectos positivos da gesto governamental de um determinado perso- nagem histrico tm maior relevncia e valor do que os aspectos negati- vos, teremos de apresentar e de categorizar os dados obtidos de tal forma que esta valorizao fique explcita. Nas monografias, indispensvel determinar, no primeiro pargrafo, o tema a ser tratado, para abrir espao cooperao ativa do leitor que, conjugando seus conhecimentos prvios e seus propsitos de leitura, far as primeiras antecipaes sobre a informao que espera encontrar e formular as hipteses que guiaro sua leitura. Uma vez determinado o tema, estes textos transcrevem, mediante o uso da tcnica de resumo, o que cada uma das fontes consultadas sustenta sobre o tema, as quais estaro listadas nas referncias bibliogrficas, de acordo com as normas que regem a apresentao da bibliografia. O trabalho intertextual (incorporao de textos de outros no tecido do texto que estamos elaborando) manifesta-se nas monografias atravs de cons- trues de discurso direto ou de discurso indireto. Nas primeiras, incorpora-se o enunciado de outro autor, sem modificaes, t