Apostila Administracao Rafael Ravazolo TRT SC

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1. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS ........................................................................... 4

1.1. MATERIAIS ..................................................................................................................... 4 1.1.1. Materiais de Consumo x Permanentes................................................................... 4

1.2. ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ........................................................................................... 5

2. COMPRAS .............................................................................................................................. 7

2.1. ETAPAS DO PROCESSO ....................................................................................................... 8

2.2. ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE COMPRAS .................................................................................. 9 2.2.1. Centralização x Descentralização ......................................................................... 10 2.2.2. Fazer ou Comprar (make or buy) .......................................................................... 11 2.2.3. Perfil do comprador .............................................................................................. 11

2.3. MODALIDADES DE COMPRA .............................................................................................. 13

2.4. CADASTRO DE FORNECEDORES ........................................................................................... 15

3. GESTÃO DE ESTOQUES ......................................................................................................... 19

3.1. GLOSSÁRIO ................................................................................................................... 20

3.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTOQUES .......................................................................................... 21

3.3. PREVISÃO PARA ESTOQUES ............................................................................................... 22 3.3.1. Tipos de Demanda ................................................................................................ 22 3.3.2. Técnicas de Previsão ............................................................................................. 24

3.4. CUSTOS DE ESTOQUE ....................................................................................................... 25 3.4.1. Custo de Armazenagem ........................................................................................ 26 3.4.2. Custo de Pedido .................................................................................................... 26 3.4.3. Custo Total ............................................................................................................ 27

3.5. NÍVEIS DE ESTOQUE E REPOSIÇÃO ....................................................................................... 27 3.5.1. Sistemas de Duas Gavetas .................................................................................... 29 3.5.2. Sistema de Revisões Periódicas ............................................................................ 29 3.5.3. Sistema de Revisão Contínua ............................................................................... 30 3.5.4. Métodos de determinação dos lotes de compra ................................................. 31 3.5.5. Just in Time ........................................................................................................... 32 3.5.6. MRP ...................................................................................................................... 34

3.6. ROTATIVIDADE DO ESTOQUE ............................................................................................. 35

3.7. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES ................................................................................................ 36

3.8. VIDA ÚTIL E VIDA ECONÔMICA .......................................................................................... 37

4. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS ............................................................................................. 38

4.1. OBJETIVOS .................................................................................................................... 38

4.2. ATRIBUTOS ................................................................................................................... 39

4.3. ESCOPO DA CLASSIFICAÇÃO ............................................................................................... 39 4.3.1. Especificação ........................................................................................................ 39 4.3.2. Codificação ........................................................................................................... 40

4.4. TIPOS COMUNS DE CLASSIFICAÇÃO ..................................................................................... 41 4.4.1. Por Estado de Conservação .................................................................................. 41 4.4.2. Por Demanda ........................................................................................................ 42 4.4.3. Materiais Críticos .................................................................................................. 44 4.4.4. Por Perecibilidade ................................................................................................. 44 4.4.5. Outras ................................................................................................................... 45

4.5. QUADRO RESUMO .......................................................................................................... 45

4.6. CURVA ABC .................................................................................................................. 45 4.6.1. Como elaborar a curva ABC .................................................................................. 46 4.6.2. Diferenciação no comportamento das curvas...................................................... 50

5. ALMOXARIFADO .................................................................................................................. 50

5.1. RECEBIMENTO ............................................................................................................... 51

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5.1.1. Fases do Recebimento: ......................................................................................... 52 5.1.2. Entrada de Materiais ............................................................................................ 52 5.1.3. Conferência Quantitativa ..................................................................................... 53 5.1.4. Conferência Qualitativa ........................................................................................ 53 5.1.5. Regularização ........................................................................................................ 53 5.1.6. Lei 8666/93 ........................................................................................................... 54

5.2. TOMBAMENTO E CONTROLE DE BENS .................................................................................. 54 5.2.1. Controle ................................................................................................................ 55

5.3. ARMAZENAGEM ............................................................................................................. 56 5.3.1. Arranjo Físico (Leiaute – Layout) .......................................................................... 57 5.3.2. Critérios de Armazenagem e Localização ............................................................. 58 5.3.3. Técnicas de Estocagem ......................................................................................... 60 5.3.4. Movimentação ...................................................................................................... 61

5.4. INVENTÁRIO FÍSICO ......................................................................................................... 63 5.4.1. Planejamento e Realização do Inventário ............................................................ 64 5.4.2. Princípios do Inventário ........................................................................................ 65 5.4.3. Fases do Inventário ............................................................................................... 66

5.5. ALIENAÇÃO DE BENS ....................................................................................................... 66 5.5.1. Alterações e Baixa de Bens ................................................................................... 67

5.6. EXPEDIÇÃO (DISTRIBUIÇÃO) .............................................................................................. 70 5.6.1. Natureza dos produtos a transportar ................................................................... 70 5.6.2. Modalidades de transporte (modais) ................................................................... 71

6. QUADRO RESUMO GESTÃO DE MATERIAIS ........................................................................... 76

7. QUESTÕES DE CONCURSOS .................................................................................................. 77

8. BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 82

9. IN 205/88 ............................................................................................................................ 82

DA AQUISIÇÃO .................................................................................................................. 82 RACIONALIZAÇÃO .............................................................................................................. 83

DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO......................................................................................... 83

DA ARMAZENAGEM ........................................................................................................... 85

DA REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ........................................................................................ 86

DA CARGA E DESCARGA ..................................................................................................... 87

SANEAMENTO DE MATERIAL .............................................................................................. 88 TIPOS DE CONTROLES ........................................................................................................ 90 RENOVAÇÃO DE ESTOQUE ................................................................................................ 90 DA MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE ................................................................................... 91

DOS INVENTÁRIOS FÍSICOS ................................................................................................. 93

DA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO .................................................................................. 94

DA RESPONSABILIDADE E INDENIZAÇÃO ............................................................................. 95

DA CESSÃO E ALIENAÇÃO ................................................................................................... 97

DISPOSIÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 97

10. QUESTÕES EXTRAS ............................................................................................................... 98

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1. ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS

1.1. Materiais

A Instrução Normativa 205/88 da Secretaria de Administração Pública da Presidência

define material como “[...] designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes,

acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de

emprego nas atividades das organizações públicas federais [...]”.

Material é, em suma, todo bem que pode ser contado, registrado e que tem por função

atender às necessidades de produção ou de prestação de serviço de uma organização pública ou

privada.

Obs.: a Instrução Normativa 205/88 da SEDAP é um dos principais instrumentos que

rege o controle de material, tanto de consumo, quanto permanente, na Administração Pública

Federal. Ela consta no final desta apostila e recomenda-se fortemente sua leitura.

1.1.1. Materiais de Consumo x Permanentes

Para o correto enquadramento, a Portaria n.º 448, de 13/09/2002, da Secretaria

do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda define como material permanente aquele

que, em razão de seu uso corrente, não perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade

superior a dois anos.

A mesma Portaria n.º 448 define a adoção de cinco condições excludentes para a

identificação do material permanente, sendo classificado como material de consumo aquele que

se enquadrar em um ou mais itens dos que se seguem:

I - Durabilidade - quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas

condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos;

II - Fragilidade – material cuja estrutura esteja sujeita a modificação, por ser quebradiço ou

deformável, caracterizando-se pela irrecuperabilidade e/ou perda de sua identidade;

III - Perecibilidade – material sujeito a modificações (químicas ou físicas) ou que se

deteriora ou perde sua característica normal de uso;

IV - Incorporabilidade - quando destinado à incorporação a outro bem, não podendo ser

retirado sem prejuízo das características do principal;

V - Transformabilidade - quando adquirido para fim de transformação.

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Verificadas as condições acima citadas, devem ser analisados, por fim, mais dois

parâmetros que complementam a definição final da classificação:

a) A relação custo de aquisição/custo de controle do material - previsto no item

3.1 da Instrução Normativa n.º 142 DASP (Departamento Administrativo do Serviço

Público), que determina, nos casos dos materiais com custo de controle maior que o risco da

perda do mesmo, que o controle desses bens seja feito através do relacionamento do material

(relação-carga) e verificação periódica das quantidades. De um modo geral, o material de

pequeno custo que, em função de sua finalidade, exige uma quantidade maior de itens, redunda

em custo alto de controle, devendo ser, portanto, classificado como de consumo;

b) Se o bem está sendo adquirido especificamente para compor o acervo

patrimonial da Instituição - nestas circunstâncias, este material deve ser classificado sempre

como um bem permanente.

1.2. Administração de Materiais

Unindo o conceito de materiais ao de Administração - o empreendimento de esforços para

planejar, organizar, dirigir e controlar pessoas e recursos de forma a alcançar os objetivos

organizacionais -, concluímos que a Administração de Recursos Materiais é o conjunto de

atividades que tem por objetivo planejar, executar e controlar os materiais adquiridos e usados

por uma organização com base nas especificações dos produtos necessários.

Com o passar do tempo, o enfoque da Adm. de Materiais mudou do tradicional “produza,

estoque e venda” para um conceito mais abrangente que envolve “definição do mercado,

planejamento do produto e apoio logístico”.

Cabe à Logística: planejar, executar e controlar o fluxo e o armazenamento de matérias-

primas, produtos semiacabados e acabados; gerir as informações relativas a estes materiais desde

o pedido até a entrega ao cliente; e adequar as atividades para atender o nível de serviço exigido.

Dentre as principais atividades inerentes à Administração de Materiais estão: Compras,

Programação de entregas, Transportes, Controle e Manutenção dos estoques, Armazenagem e

Manuseio de Materiais, Processamento do pedido dos clientes, Programação do Produto,

Embalagem de Proteção e Manutenção da Informação.

Todas essas atividades devem ser feitas da forma mais eficiente e econômica possível.

Em resumo, pode-se dizer que a Administração de Materiais é um conjunto de

atividades que tem por finalidade o abastecimento de materiais para a organização no

tempo certo, na quantidade certa, na qualidade solicitada e ao menor custo possível.

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A seguir, uma figura representativa de algumas das atividades da Administração de

Materiais.

Os objetivos principais da administração de recursos materiais são:

Preço Baixo: reduzir o preço de compra implica aumentar os lucros, se mantida a mesma

qualidade.

Alto Giro de Estoque: implica melhor utilização do capital. Reduz o valor do capital parado.

Baixo Custo de Aquisição e de Posse: dependem fundamentalmente da eficácia das áreas

de controle de estoques, armazenamento e compras.

Continuidade de Fornecimento: é resultado de uma análise criteriosa quando da escolha

dos fornecedores. Os custos de produção, expedição e transportes são afetados

diretamente por este item.

Consistência de Qualidade: a área de materiais é responsável pela qualidade de materiais e

serviços provenientes de fornecedores externos.

Qualificação, ou Maximização do uso dos recursos: otimização do uso dos recursos,

evitando ociosidade e obtendo melhores resultados com a mesma despesa, ou mesmo

resultado com menor despesa – em ambos os casos o objetivo é obter maior lucro final.

Relações Favoráveis com Fornecedores: a posição de uma empresa no mundo dos negócios

é, em alto grau, determinada pela maneira como negocia com seus fornecedores.

Aperfeiçoamento de Pessoal: toda unidade deve estar interessada em aumentar a aptidão

de seu pessoal.

Bons registros: são considerados como o objetivo primário, pois contribuem para o papel

da administração de material, na sobrevivência e nos lucros da empresa, de forma indireta.

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A soma de todos estes fatores gera um bom Nível de Serviço (que é a soma dos

parâmetros de qualidade de um produto oferecido por uma organização - prazo

combinado/atendido, confiabilidade, integridade da carga, atendimento etc.) e aumenta o Capital

de Giro (capital disponível para a organização investir).

2. COMPRAS

O termo compra pode ser definido como a aquisição de um bem ou de um direito pelo

qual se paga um preço estipulado.

O setor de Compras foi, por muito tempo, visto como um setor burocrático da

organização, como uma área de apoio, simplesmente como uma executora de procedimentos

operacionais, sem grandes resultados para a eficiência organizacional. Mas as organizações

perceberam que a compra de produtos e de serviços representava um fator de sucesso para a

competitividade, pois a boa execução do processo de compra podia proporcionar uma expressiva

redução nos custos e, por conseguinte, melhoras expressivas nos lucros ou nos benefícios

gerados.

O setor de Compras, então, passou a desempenhar uma atividade estratégica para os

resultados da organização. A maioria das organizações possuem equipes próprias com

funcionários especializados nesta área.

O objetivo principal do setor é conseguir comprar todos os produtos e serviços

necessários para o funcionamento da organização. Tais produtos devem ter a melhor qualidade

possível, a quantidade correta, ser entregues no prazo estabelecido, com preço compatível com o

mercado e, preferencialmente, até menor (uma situação comum em licitações, por exemplo).

Para que estes objetivos sejam atingidos, deve-se buscar alcançar as seguintes metas

fundamentais:

Atender o cronograma de produção, através do fornecimento contínuo de materiais;

Coordenar o fluxo com economia para a organização e o mínimo de investimento em estoques,

sem comprometer a segurança da produção;

Comprar com prazos de pagamento superiores à velocidade das vendas, reduzindo a

necessidade de capital de giro.

Evitar multiplicidade de itens similares, desperdício, deterioração e obsolescência;

Adquirir os materiais conforme especificações, a baixo custo e sem prejuízo à qualidade;

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Procurar as melhores condições e garantir competitividade e credibilidade para a organização,

sempre mediante negociações justas;

Analisar/avaliar os fornecedores e buscar parcerias de longo prazo, visando ao crescimento

mútuo e formando cadeias de suprimento.

2.1. Etapas do Processo

A lógica do processo de compras leva em conta:

O que comprar? Depende da especificação, ou descrição do material, de acordo com

as necessidades de quem solicitou.

Quanto e quando comprar? É influenciada pela demanda, disponibilidade financeira,

capacidade de armazenamento e prazo de entrega.

Onde comprar? Faz-se pesquisa de mercado e consultas ao cadastro de fornecedores.

Como comprar? Seguindo as normas de compras da organização (política de

compras), que geralmente define a competência para comprar, os tipos de aquisição, os

formulários, as rotinas etc.

Para que a compra seja efetuada, deve-se: escolher os fornecedores aptos, negociar os

preços e as condições de compra, estabelecer os contratos, elaborar as ordens de compra,

proceder todos os passos para o correto recebimento dos produtos e serviços comprados e, por

fim, pagar os produtos e serviços recebidos.

O fluxo sintético do processo de compras é o seguinte:

1. Preparação do processo: inclui o recebimento do pedido (requisição de compra) e dos

diversos documentos necessários para a montagem do processo;

2. Planejamento de compra: indicação de fornecedores (do cadastro ou não) e elaboração das

condições gerais e específicas para a contratação;

3. Seleção de Fornecedores: seleção para a concorrência, levando em conta a avaliação do

desempenho de acordo com os critérios adotados;

4. Concorrência: expedição da consulta; recebimento e análise das propostas; negociações com

os fornecedores;

5. Contratação: julgamento, negociação com o vencedor e adjudicação do pedido;

6. Controle de entrega: acompanhamento (folow up – seguir) para assegurar que a entrega do

material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade negociadas;

recebimento e verificação do material; pagamento e encerramento do processo.

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O Setor de Compras deve interagir intensamente com os demais departamentos da

organização - recebendo e processando informações - bem como os alimentando de informações

úteis às suas tomadas de decisão.

2.2. Organização do setor de compras

Os princípios fundamentais de organização são:

Autoridade para compra;

Registro de compras, de preços, de estoques e de consumo;

Cadastro de fornecedores;

Arquivos de especificações e catálogos.

As atividades típicas na organização de um setor de Compras envolvem basicamente

pesquisa, aquisição e gestão.

a) Pesquisa Estudo do mercado

Estudo dos materiais Análise econômica e de custos Análise de materiais alternativos, de embalagens e de transportes Investigação e/ou desenvolvimento das fontes de fornecimento Criação de diretrizes e normas para as aquisições

b) Aquisição (ações de suprimento)

Conferência das requisições de compras Cotação e decisão sobre compras Negociação de contratos Efetuar encomendas Acompanhar o recebimento e o pagamento

c) Gestão/Administração

Manutenção de estoques baixos Transferência de materiais Cuidados com excessos e obsolescência Desenvolvimento e orientação dos compradores Integração com outras áreas da organização

Intercâmbio de informações com áreas e fornecedores Avaliação do desempenho dos fornecedores

Além de atividades típicas, há outras que são compartilhadas com demais setores:

Determinação de fabricar ou de comprar Padronização e normalização Especificação e substituição de materiais

Testes de qualidade Recebimento e controle de estoques Programas de produção

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2.2.1. Centralização x Descentralização

Em quase todas as empresas mantém-se um departamento especializado pelas compras,

ou então um comitê composto por pessoas de diversas áreas.

De modo geral, a centralização apresenta as seguintes vantagens:

Visão do todo quanto à organização do serviço;

Análise do mercado com eficácia, em virtude da especialização do pessoal no

serviço de compras;

Melhor aproveitamento e controle das verbas para compras;

Redução dos preços médios pela aquisição em escala;

Facilitação do relacionamento estratégico com fornecedores;

Homogeneidade na qualidade dos materiais;

Caso seja adotado um comitê de compras, outras vantagens são agregadas:

As decisões tornam-se mais técnicas;

O nível de pressões sobre compras é mais baixo, melhorando as relações dos

compradores com o pessoal interno e os vendedores;

A coparticipação das áreas cria um ambiente favorável para melhor desempenho

tanto do ponto de vista político, como profissional.

Apesar dessas vantagens, em certos tipos de compras é mais aconselhável a aquisição

descentralizada. A empresa que possui unidades em diversos locais/regiões não deve

necessariamente centralizar compras em um único local. Neste caso, pode-se regionalizar as

compras visando a um atendimento mais rápido, a um custo menor de transporte ou mesmo ao

atendimento de uma demanda específica da região.

Pontos importantes a serem considerados para a descentralização:

Distância geográfica;

Tempo necessário para a aquisição - flexibilidade proporcionada pelo menor tempo

de tramitação do processo, provocando menos faltas no estoque.

Facilidade de diálogo e relacionamento direto com os fornecedores – coordenação,

agilidade e adequação da compra;

Estoque menor e com uma variedade mais adequada, devido às peculiaridades

regionais de qualidade e quantidade;

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2.2.2. Fazer ou Comprar (make or buy)

Outra questão importante para as organizações envolve a decisão entre produzir ou

comprar.

Verticalização: é a estratégia que prevê que a empresa tentará produzir internamente

tudo o que puder. Foi predominante nos primórdios da industrialização, quando as grandes

empresas praticamente produziam tudo que usavam nos produtos finais, ou detinham o controle

acionário de outras empresas que produziam os seus insumos. Exemplo: a Ford, no início do séc.

XX, produzia o aço, o vidro, os pneus e outras dezenas de componentes para a fabricação dos

seus automóveis.

Horizontalização: estratégia de comprar de terceiros o máximo possível dos serviços

necessários e dos itens que compõem o produto final. É uma grande tendência, sendo utilizada

pela maior parte das empresas modernas. Hoje em dia há uma grande expansão no setor de

terceirização e de parcerias. Importante: geralmente não se terceiriza os processos fundamentais

(finalísticos, core process), por questões de estratégia, tecnológica, qualidade do produto e

responsabilidade final sobre ele.

2.2.3. Perfil do comprador

É necessário que as pessoas que trabalham nesta área estejam muito bem informadas e

atualizadas, além possuírem conhecimentos técnicos e habilidades interpessoais, como poder de

negociação, facilidade de trabalhar em equipe, boa comunicação, capacidade de gestão de

conflitos e amplo conhecimento logístico.

O comprador moderno: vê a função como estratégica e geradora potencial de lucro;

acredita que deve contribuir para os planos de longo prazo da organização; utiliza ferramentas de

planejamento; possui metas bem definidas para atingir objetivos; é criativo e colabora com outras

áreas da empresa.

Quanto aos conhecimentos técnicos, estes englobam logística, finanças, tecnologia,

legislação e características dos produtos a serem comprados pela organização. No setor público, o

comprador deve ter amplo conhecimento da legislação aplicável.

Para um melhor entendimento, os negociadores podem ser agrupados em quatro estilos

comportamentais básicos: catalisador, apoiador, controlador e analítico. Não existe um estilo

melhor que o outro. O importante é que o negociador identifique o seu estilo e tente fazer o

mesmo com a pessoa com quem vai negociar.

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Catalisador: pessoa criativa, entusiasta dos grandes empreendimentos. Às vezes é

considerada superficial e irreal. Para causar impacto junto a ela é preciso apelar para

aspectos de novidade, singularidade, liderança e disponibilidade.

Apoiador: pessoa que considera seres humanos muito mais importantes que qualquer

trabalho e gosta de trabalhar em equipe, agradar os outros e fazer novos amigos. Às vezes é

considerada incapaz de cumprir prazos e de desenvolver projetos, mais missionário do que

executivo. Para agradá-lo, deve-se mencionar harmonia, ausência de conflitos, garantia de

satisfação e realização a quatro mãos.

Controlador: pessoa que toma decisões rápidas, é organizada, concisa, objetiva com

sentido de urgência. Muitas vezes é considerada insensível aos outros. Como argumento de

negociação deve-se usar tudo que se relacionar com metas, resultados e ganhos de tempo e

dinheiro.

Analítico: pessoa que gosta de fazer perguntas, coletar dados; é perfeccionista e muito

detalhista. Fornecer-lhe dados disponíveis, alternativas para análise, decisões seguras e

pesquisas ajuda bastante na negociação.

2.2.3.1. Negociação

Embora existam elementos de disputa ligados ao processo, a negociação não é uma

competição na qual um perde e outro ganha. Uma boa negociação é baseada em credibilidade,

confiança e ética, e ocorre quando todas as partes envolvidas saem ganhando.

Isto deixa claro que a habilidade técnica em negociar (etapas da negociação) possui o

mesmo grau de importância que a habilidade interpessoal (identificação do perfil próprio e do

outro negociador).

Características de um bom negociador:

• Ver a negociação como um processo contínuo no qual nenhum irem é imutável mesmo após o

acordo final e a assinatura do contrato.

• Estar alerta para suas necessidades pessoais e do seu negócio, da mesma forma que não se

descuida das necessidades de seu oponente.

• Ter mente aberta, ser flexível e capaz de rapidamente definir metas e interesses mútuos.

• Não tentar convencer o oponente de que o ponto de vista dele está errado e deve ser mudado.

• Desenvolver alternativas criativas que vão ao encontro das necessidades de seu oponente.

• Ser cooperativo para possibilitar um clima propício para a solução de problemas, em harmonia.

• Ser competitivo porque isso pode contribuir para estimular as duas partes a serem mais

eficientes na procura de benefícios mútuos desejados.

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2.3. Modalidades de compra

Não há como definir um modelo padrão para o setor de compras, mas encontra-se na

literatura algumas características comuns inerentes a um sistema adequado de compras. São elas:

• Sistema de compras a três cotações: objetiva partir de um número mínimo de cotações

para buscar e incentivar novos fornecedores. Uma pré-seleção qualificada dos concorrentes

é essencial para evitar dispêndio de tempo.

• Sistema de preço objetivo: o conhecimento prévio do preço justo ajuda nas decisões do

comprador, proporciona uma dupla verificação e mostra a realidade do mercado.

• Duas ou mais aprovações: no mínimo duas pessoas envolvidas em cada decisão da

escolha de um fornecedor. Isso protege os interesses da empresa e também dá mais

segurança e respaldo aos compradores.

• Documentação escrita: documentos e contratos (em papel ou digitais) são necessários

para registrar os acordos comerciais e para garantir os níveis de serviço acordados.

Há três situações de compra típicas:

Nova compra – o comprador adquire um produto ou serviço pela primeira vez e precisa

decidir sobre: especificações do produto; amplitude de preços; condições e prazos de

entrega e pagamento; condições de serviço; quantidade necessária; fornecedores

aprovados; etc.

Recompra simples – reposição – o comprador encomenda sistematicamente o mesmo

produto e o fornecedor é escolhido a partir de uma lista de fornecedores aprovados.

Recompra modificada – o comprador altera as características, os preços, os prazos

pretendidos para entrega etc. Os fornecedores habituais tomam medidas para proteger a

conta, visto que esta situação constitui uma oportunidade de negócio para os seus

concorrentes.

Quanto ao seu trâmite, a compra pode ser exercida, basicamente, por meio normal, ou

em caráter de emergência.

Compra normal: procedimento adotado quando o prazo for compatível para obter as

melhores condições comerciais e técnicas na aquisição de materiais.

Compra de emergência: acontece quando há falha na elaboração do planejamento, ou

quando ocorrem imprevistos. Ela é dispendiosa, pois acarreta a passagem direta do processo de

compra, sem verificação de concorrência e outras etapas, gerando um preço de aquisição elevado

em relação aos da compra normal.

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Muitas organizações adotam a compra por meio de contratos de longo prazo, ou

Compras Contratadas, que pode ser considerado um avanço em relação à compra normal, pois

advém de maior planejamento. Essa vigência de contrato por maior período equivale à compra de

um grande lote e garante preços unitários mais baixos. Além disso, reduz a imobilização em

estoques, em decorrência da redução dos níveis de segurança, havendo casos em que eles serão

totalmente eliminados; simplifica os procedimentos de compras com a eliminação de coletas de

preços, consultas, análise de propostas e emissão de autorização de fornecimento para cada

pedido de reposição; amplia o poder de negociação e, consequentemente, as vantagens obtidas

na compra, em decorrência das maiores quantidades envolvidas; reduz os atrasos nas entregas

em face da programação. É muito utilizada na indústria, para fornecimento de matéria-prima e no

comércio, para compras de mercadorias especiais, modelos exclusivos ou produtos novos ainda

não lançados no mercado.

Quanto ao objetivo, há basicamente dois tipos de compra:

Compra para investimento - bens e equipamentos que compõem o ativo da empresa

(Recursos Patrimoniais).

Compras para consumo – matérias-primas e materiais destinados à produção, incluindo-

se a parcela de material de escritório. As compras para consumo podem ser subdivididas em:

- material produtivo - que integra o produto final

- material improdutivo - não integra o produto

Em função do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra pode

ser classificada como: Compras Locais e Compras por Importação.

Quanto à formalização, as compras podem ser:

Compras Formais - aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um

documento de formalização de compra.

Compras Informais - aquelas que, por seu pequeno valor, não justificam maior

processamento burocrático.

Outros tipos:

Compras Especulativas – Feitas para especular com possível alta de preços, sem uma

necessidade sentida. É perigosa, pois além de comprometer o capital de giro, pode acarretar

prejuízos para a empresa caso não ocorra a prevista alta de preços.

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Compras Antecipadas – Feitas para atender as reais necessidades de vendas da empresa

para determinado período de tempo. O planejamento de compra é imprescindível nesta

modalidade, que é a mais indicada, pois são realizadas obedecendo a um programa definido

pela empresa.

2.4. Cadastro de fornecedores

Um dos processos primordiais do setor de Compras é o Cadastro de Fornecedores,

quando então existem condições de escolher o fornecedor ou prováveis fornecedores de

determinado produto. Através desse Cadastro é que se realiza a seleção dos fornecedores que

atendam às condições básicas de uma boa aquisição: preço, prazo para entrega, prazo de

execução, qualidade e condições de pagamento.

O setor de Compras geralmente possui dois tipos de cadastro, um por fornecedor e outro

por tipo de material:

• O Cadastro de Material possui fichas em que se identificam os fornecedores aprovados e dos

quais se pode adquirir.

• O Cadastro de Fornecedor reúne fichas de diversos fornecedores (potenciais ou efetivos),

contendo seus dados cadastrais e especificando os materiais que fabricam, ou que representam.

No caso de um fornecedor efetivo/habitual, o serviço de compras deverá manter uma

documentação informativa sobre o comportamento desse fornecedor, a partir do momento em

que ele passe a suprir normalmente a empresa. Tal documento deve permitir uma consulta rápida

e objetiva, seja pelos compradores, seja pelos administradores da empresa, possibilitando a

tomada das seguintes providências:

• Eliminação – agir com segurança no momento de eliminar um fornecedor,

esclarecendo à empresa as razões devidamente documentadas de tal ação;

• Explicações – esclarecer a fornecedores idôneos as razões da preferência por outro

fornecedor e solicitar que reforcem a qualidade do fornecimento;

• Controle – acompanhar as condições de fornecimento ao logo do tempo (os

recebimentos, as devoluções, as alterações ou variações de preço e condições de pagamento, os

cancelamentos e as alterações de prazos de entrega etc.)

• Orientação – fornecer subsídios ao comprador para reforçar sua posição na

negociação de um novo pedido. Poderão ser impostas condições ao fornecedor para corrigir

deficiências observadas em fornecimentos anteriores.

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2.4.1.1. Classificação dos fornecedores

Podemos classificar como fornecedor toda empresa interessada em suprir as necessidades

de outra quanto a serviços, produtos, matérias-primas, mão de obra etc.

Uma classificação básica e bastante genérica de fornecedores é:

• Monopolista: fabricantes de produtos exclusivos, também chamados de

“apanhadores de pedidos”, pois não precisam se preocupar em vender.

• Habituais: aqueles que sempre são consultados em uma coleta de preços, pois

possuem produtos padronizados e bastante comerciais. Dão maior atenção aos clientes, pois

geralmente há grande concorrência.

• Especiais: prestam serviços ou cedem mão de obra ocasionalmente, quando é

necessário um trabalho especializado ou equipamento/maquinário especial.

Esta classificação é bastante genérica e acadêmica, mas existem outras características

que classificam um fornecedor:

• Se é um fabricante, revendedor, distribuidor, ou representante;

• Se o produto a ser adquirido é especial ou de linha normal;

• Se todo o processo de fabricação é realizado internamente, não dependendo de terceiros;

• Se existem lotes mínimos de fabricação ou independente das quantidades vendidas;

• Grau de assistência técnica;

• Análise de capacidade de produção e qualidade dos produtos fornecidos anteriormente;

• Análise da procedência da matéria-prima e qualidade.

Com exceção de fornecedores do tipo monopolista, é recomendando que o setor de

Compras mantenha em seu cadastro um registro de no mínimo três fornecedores para cada tipo

de material/serviço, como forma de não depender do fornecimento de apenas uma fonte, sem

qualquer alternativa. Essa ação gera maior segurança no ciclo de reposição de material e no

fornecimento do serviço; maior liberdade de negociação e consequentemente um potencial de

redução de preço de compra; maiores oportunidades de os fornecedores se familiarizarem com as

necessidades da empresa.

Existem algumas situações em que não há vantagens em trabalhar com mais de um

fornecedor, são os casos dos Fornecedores Monopolistas, das situações de produtos patenteados

ou de processo de fabricação exclusivo. Uma das alternativas bastante utilizadas são as

alternâncias de fornecedores, reciclando-os a cada determinado período.

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Podemos classificar a estratégia de compras baseada nos fornecedores da seguinte forma:

single sourcing, multiple sourcing, global sourcing.

• Single sourcing - ocorre quando a organização opta por trabalhar com fornecedores

exclusivos para um determinado produto ou vários produtos.

• Multiple sourcing - a organização faz a opção por trabalhar com vários fornecedores

para um mesmo produto, com uma rede constituída de poucos fornecedores diretos (de primeiro

nível) e uma base maior de fornecedores indiretos, que “fornecem para seus fornecedores” (de

segundo e terceiro níveis).

• Global sourcing - a organização opta por trabalhar com fornecedores internacionais,

podendo fazer um mix de global sourcing com single sourcing ou global sourcing com multiple

sourcing.

2.4.1.2. Seleção e avaliação de fornecedores

Selecionar fornecedores é reunir um grupo que preencha todos os requisitos básicos e

suficientes, dentro das normas e padrões pré-estabelecidos como adequados.

São utilizados critérios políticos, técnicos e legais com o objetivo principal de encontrar

fornecedores que possuam condições de oferecer os produtos necessários dentro das

quantidades, dos padrões de qualidade requeridos, no tempo determinado, com preços menores

e/ou competitivos e nas melhores condições de pagamento.

Além disso, espera-se que os fornecedores selecionados sejam confiáveis como uma fonte

de abastecimento contínua e ininterrupta.

2.4.1.3. Etapas da seleção e avaliação

1) Levantamento e Pesquisa de Mercado

Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, é necessário levantar

e pesquisar fornecedores em potencial. O levantamento poderá ser realizado através dos

seguintes instrumentos: cadastro de fornecedores já existente, edital de convocação; guias

comerciais e industriais; catálogos de fornecedores; revistas especializadas; etc.

2) Análise e Classificação

O comprador funciona como interface entre o provável fornecedor e a empresa, ou seja,

coleta dados e informações cadastrais, visita às instalações, recebe amostra do produto a ser

fornecido e faz avaliações de acordo com as exigências da empresa. Alguns dos parâmetros de

avaliação seriam: Quanto ao preço; Quanto à qualidade; Quanto às condições de pagamento;

Quanto às condições de embalagem e transporte.

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3) Avaliação de Desempenho

Esta etapa é efetuada após o preenchimento de todos os quesitos, a aprovação e o

cadastramento. Nela, dá-se início ao fornecimento normal e faz-se o acompanhamento do

fornecedor quanto ao cumprimento dos prazos de entrega estabelecidos; à manutenção dos

padrões de qualidade estabelecidos; à política de preços determinada; à assistência técnica.

Pode-se classificar um bom fornecedor quando ele é honesto e justo em seus

relacionamentos com os clientes, tem estrutura e experiência suficiente e tem condições de

satisfazer as especificações do comprador.

2.4.1.4. Fatores considerados para escolha de fornecedores

• Habilidade técnica – O fornecedor tem a habilidade técnica para produzir ou fornecer

o produto desejado? Tem um programa de desenvolvimento e melhoria para o produto? Pode

auxiliar na melhoria dos produtos?

• Capacidade de produção – a produção deve ser capaz de satisfazer às especificações

do produto de forma consistente, gerando o menor número possível de defeitos.

• Confiabilidade - boa reputação e financeiramente sólido. Uma atmosfera de mútua

confiança e a garantia de que o fornecedor tem solidez financeira para permanecer no negócio.

• Serviço pós-venda – se o produto tem natureza técnica, ou necessitará de peças de

reposição ou apoio técnico, o fornecedor deve ter um bom serviço de atendimento pós-venda.

• Localização – algumas vezes é desejável que o fornecedor esteja próximo ao

comprador, ou pelo menos que mantenha um estoque local. Uma localização próxima auxilia na

redução dos tempos de entrega e significa que os produtos em falta podem ser entregues

rapidamente.

• Preço – deve ser capaz de oferecer preços competitivos. Isso não significa

necessariamente o menor preço.

• Outras considerações – algumas vezes, outros fatores, tais como termos de crédito,

negócio recíproco e disposição do fornecedor devem ser considerados.

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3. GESTÃO DE ESTOQUES

Pode-se definir estoque como: objetos, itens, para uma futura utilização, para suprir

algum tipo de necessidade. Também pode ser uma reserva para a utilização em um período de

tempo conveniente. Os estoques são materiais e suprimentos que uma organização mantém, seja

para vender, seja para fornecer insumos ou suprimentos para a produção.

As principais funções do estoque são:

a) Garantir o abastecimento de materiais, neutralizando os efeitos de:

demora ou atraso no fornecimento de materiais;

sazonalidade no suprimento;

riscos de dificuldade no fornecimento.

b) Proporcionar economias de escala:

através da compra ou produção em lotes econômicos;

pela flexibilidade do processo produtivo;

pela rapidez e eficiência no atendimento às necessidades.

O objetivo básico do controle de estoques é evitar a falta de material e, ao mesmo tempo,

evitar estoques excessivos às reais necessidades da empresa (pois esses estoques representam

um alto custo).

O controle, portanto, procura manter em equilíbrio a relação entre: capital investido,

disponibilidade de estoques, custos incorridos e necessidades de consumo ou demanda.

A gestão de estoques preocupa-se com:

Determinar “o que” deve constar em estoque - quantidade de itens;

Determinar “quando” deve-se reabastecer os estoques - periodicidade;

Determinar “quanto” é necessário para certo período – quantidade de compra;

Informar ao departamento de compras para efetuar a aquisição do material;

Receber e armazenar o material de acordo com as necessidades;

Controlar os estoques desde sua quantidade, valor e quanto a sua posição de estoque;

Manter o inventário atualizado, identificando os itens obsoletos e danificados para

retirá-los do estoque.

Em suma, a principal função da administração de estoques é não deixar faltar materiais

para a organização, porém evitando o acúmulo de materiais (altos custos).

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3.1. Glossário

Estoque Mínimo (ou de Segurança) – é a menor quantidade de material a ser

mantida em estoque para atender contingências não previstas. É uma quantidade morta que só é

utilizada em caso de imprevistos.

Estoque Máximo - a maior quantidade de material admissível em estoque para

determinado material, suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área

de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de

aquisição, perecimento, obsoletismo etc. É a soma do Estoque de Segurança com a quantidade

necessária de um item para suprir a organização em um período estabelecido (Lote de Compras);

Estoque máximo = Est. Mínimo + Lote de compras

Lote de Compras (Quantidade a Ressuprir)- número de unidades a adquirir para

recompor o Estoque Máximo.

Estoque médio – Nível médio de estoque em torno do qual as operações de compra e

consumo de realizam. Usado para saber o giro de estoque e cobertura de estoque.

Estoque médio = Est. Mínimo + (Lote de Compras/2)

Lead Time - Tempo de Reposição, Ressuprimento - tempo decorrido desde a

emissão do documento de compra (requisição) até o recebimento da mercadoria. Esse tempo

pode ser dividido em 3 partes:

1) emissão de pedido: tempo que se leva desde a emissão do pedido de compras

até ele chegar ao fornecedor;

2) preparação do pedido: tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos,

separar, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados;

3) transportes: tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela

empresa dos materiais encomendados.

Intervalo de Ressuprimento - período compreendido entre dois ressuprimentos.

Ponto de Compra - Nível de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata emissão

de um pedido de compra, sem que se saiba ao certo as datas de entrega.

Ponto de Ressuprimento – Similar ao ponto de compra, porém com conhecimento

prazo médio de entrega (lead time). É a taxa de demanda multiplicada pelo prazo médio de

entrega.

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Estoque de Antecipação - É constituído para atender as necessidades da empresa em

momentos de variações conhecidos e previsíveis no consumo, entrega e produção. Ex.:

sazonalidade, férias coletivas, situações climáticas.

Estoque Real – Quantidade de material existente no estoque em determinado momento.

Estoque Virtual – Estoque real mais a quantidade de encomendas em andamento.

Taxa de Cobertura – Período de tempo por quanto o estoque suportará o consumo. Cobertura = ______Quantidade em estoque_________

Quantidade a ser consumida num período

Ponto de Ruptura – Ponto em que o estoque é nulo. Ocorre quando o consumo faz o

estoque chegar a zero, enquanto ainda há demanda por materiais.

3.2. Classificação dos Estoques

Matérias-Primas: constituem os insumos e materiais básicos que ingressam no processo

produtivo da empresa. São itens iniciais para a produção.

Materiais em Elaboração ou Processamento: também denominados materiais em

vias, são constituídos de materiais que estão sendo processados ao longo das diversas seções que

compõem o processo produtivo da empresa. Não estão nem no almoxarifado - por não serem

mais MPs iniciais - nem no depósito - por ainda não serem produtos acabados.

Materiais Acabados: refere-se a peças isoladas ou componentes já acabados e prontos

para serem anexados ao produto. São, na realidade, partes prontas ou montadas que, quando

juntadas, constituirão o Produto Acabado.

Produtos Acabados: referem-se aos produtos já prontos e acabados, cujo

processamento foi completado inteiramente. Constituem o estágio final do processo produtivo e já

passaram por todas as fases.

Outros:

Estoque em Trânsito: são os estoques que estão em trânsito entre o ponto de

estocagem ou de produção. Quanto maior a distância e menor a velocidade de

deslocamento, maior será a quantidade de estoque em trânsito. Exemplo: produtos

acabados sendo expedidos de uma fábrica para um centro de distribuição.

Estoques em Consignação: estoque de produtos com um cliente externo que

ainda é propriedade do fornecedor. O pagamento por estes produtos só é feito quando

eles são utilizados pelo cliente.

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3.3. Previsão para Estoques

Cada aspecto do gerenciamento de materiais está voltado para fornecer ao consumidor o

produto certo, na hora certa, no local certo, nas condições certas e ao preço certo.

Demanda é a quantidade de um bem ou serviço que as pessoas estariam

dispostas a adquirir sob determinadas condições.

A demanda estimada não pode ser confundida com vendas ou com consumo real, que são

demandas efetivas e que podem estar aquém ou além da demanda prevista, caso haja algum tipo

de restrição na oferta, ou no provimento dos bens demandados.

A oferta será influenciada pela demanda. É muito importante saber quem e quantos são

os consumidores que irão adquirir o produto ou serviço. Por isso, as organizações precisam

descobrir qual é a demanda para um determinado produto / serviço, pois é ela que vai dizer o

quanto se deve produzir e dispor no mercado.

Em suma, as demandas do consumidor (ou a previsão dessas demandas) dirigem todo o

processo produtivo e são importantes para as organizações realizarem uma correta previsão da

quantidade de materiais que será necessária para atender ao mercado. Para isso, elas se valem

de métodos qualitativos (pesquisas) e quantitativos (ferramentas estatísticas).

3.3.1. Tipos de Demanda

Existem dois tipos básicos de demanda:

Independente: relacionada às condições e necessidades do mercado e, portanto,

fora do controle da empresa.

Dependente: cujo consumo depende de itens ligados à empresa e, portanto, sob

seu controle.

Esses dois tipos de demanda podem ser classificados quanto ao comportamento ao longo

do tempo:

3.3.1.1. Demanda constante

A quantidade consumida não varia muito ao longo do tempo, sendo de fácil previsão.

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3.3.1.2. Demanda variável

A quantidade consumida altera-se ao longo do tempo, sendo explicada por 3 fatores:

1. Tendência - mostra a direção do consumo, podendo aumentar, diminuir ou estacionar.

2. Sazonalidade - comportamento em um espaço curto de tempo, geralmente um ano.

3. Ciclicidade - comportamento em um espaço longo de tempo, muitas vezes décadas.

Gráfico de consumo com tendência:

Gráfico de consumo Sazonal:

Existe, ainda, a Demanda Irregular (quando o consumo de um produto possui

comportamento tão irregular que fica quase impossível calcular a demanda) e a Demanda

Derivada (quando o consumo de um determinado produto deriva / é consequência da

quantidade consumida de outro. Ex.: mais carros vendidos ocasiona o aumento na demanda por

pneus).

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3.3.2. Técnicas de Previsão

As informações básicas que permitem calcular a demanda podem ser divididas em duas

categorias: Qualitativas e Quantitativas (intrínsecas e extrínsecas).

• Quantitativas intrínsecas: dados internos da organização, geralmente séries históricas.

• Quantitativas extrínsecos: indicadores externos que influenciam as demandas, como

por exemplo o aumento do PIB, renda familiar etc.

• Qualitativas: opiniões e experiências de especialistas, vendedores, gerentes,

consumidores e pesquisas de mercado.

Baseado nessas informações, as técnicas podem ser classificadas em 3 grupos:

Projeção: acredita que o passado se repete (ou mantém as mesmas tendências) - históricos

de consumo (mês a mês, ano a ano etc.).

Explicação: procura explicar o comportamento das vendas por meio de outras variáveis que

as afetam e que são conhecidas ou previsíveis (promoções, período de retração da demanda,

conjuntura econômica da empresa e do país, períodos de tradicional aumento da demanda);

Predileção (ou opinião): opiniões de compradores, almoxarifes, vendedores, gerentes,

consumidores e usuários diretos dos materiais, pesquisas de mercado.

As técnicas quantitativas usuais são:

3.3.2.1. Método do Consumo do Último Período

Método mais simples e empírico. Baseia-se em prever a demanda para o próximo período

tendo por base o consumo do período anterior.

3.3.2.2. Método da Média Móvel

Semelhante ao anterior, mas melhorado: a previsão para o período seguinte é calculada a

partir das médias de consumo dos períodos anteriores.

Cm = Consumo Médio N = Número de períodos C1, 2, 3, n = Consumo dos períodos anteriores

A vantagem está na simplicidade e facilidade de cálculo.

As desvantagens residem no fato de que as médias móveis são influenciadas por

valores extremos e que os períodos mais antigos têm o mesmo peso que os atuais.

Cm = C1 + C2 + C3 + Cn N

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3.3.2.3. Método da Média Móvel Ponderada

Variação do método anterior, porém os períodos mais recentes recebem um peso maior.

Geralmente atribui-se uma ponderação de 40% a 60% para o período mais recente, e de

aproximadamente 5% para o mais antigo.

Cm = Consumo Médio P1, 2, 3, n = Peso atribuído a cada período C1, 2, 3, n = Consumo dos períodos anteriores

3.3.2.4. Método da Média com Ponderação (suavização) Exponencial

Além de valorizar os dados mais recentes, apresenta menor manuseio de informações

passadas, pois apenas três fatores são necessários para gerar a previsão para o período seguinte:

A previsão do último período;

O consumo ocorrido no último período;

Uma constante que determine o valor ou ponderação dada aos valores mais

recentes.

Suponha que, para determinado produto, foi previsto um consumo de 100 unidades.

Verificou-se, posteriormente, que o valor real ocorrido foi de 80 unidades. Como estimar o

consumo para o próximo mês?

A questão básica é descobrir quanto da diferença entre 100 e 80 unidades pode ser

atribuída a uma mudança no padrão de consumo (a previsão estava errada) e quanto pode ser

atribuído a causas puramente aleatórias (a previsão estava certa). Uma constante de

amortecimento (α) representará justamente essa proporção relativa à mudança aleatória.

Próxima previsão = Previsão anterior + (α * Erro de previsão)

ou

[α * média de consumo] + [(1 - α) * média de consumo prevista]

Existem outros métodos, a saber, como Mínimos Quadrados e Regressões Lineares

(correlações) e Simulações, porém seus cálculos são complexos e não cabe especificá-los aqui.

3.4. Custos de Estoque

A necessidade de manter estoques gera uma série de custos às organizações: juros,

depreciação, aluguel, equipamentos, deterioração, seguros, salários, manutenção etc.

Cm = P1.C1 + P2.C2 + P3.C3 + Pn.Cn

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Podemos agrupar esses custos em:

• Custos de Capital: juros, depreciação etc.

• Pessoal: salários, encargos sociais etc.

• Edificação: aluguel, impostos, luz, conservação etc.

• Manutenção: equipamento, deterioração, obsolescência etc.

Alguns itens que compõem o custo de estoque são constantes, são custos fixos, por isso

são chamados de custos independentes. Ex.: aluguel, despesas administrativas, manutenção

básica. Por causa desses custos fixos, o custo total de estocagem nunca será zero.

3.4.1. Custo de Armazenagem

Existem duas variáveis que são fundamentais para o aumento dos custos:

• a quantidade em estoque;

• o tempo de permanência no estoque.

Esses são os chamados Custos de Armazenagem e são diretamente proporcionais ao

Estoque Médio.

Os custos são diretamente proporcionais quando crescem com o aumento da quantidade

estocada. Ex.: aumento do armazém (mais eletricidade, seguros); manuseio e manutenção (mais

pessoas e equipamentos); riscos (maior chance de perdas, furtos e roubos, obsolescência,

deterioração); capital (custo de oportunidade, depreciação).

Para calcular o custo de armazenagem de um material, utiliza-se a seguinte expressão:

Custo de Armazenagem = Qm x T x P x I

Qm = Quantidade média de material em estoque no tempo considerado

T = Tempo considerado de armazenagem P = Preço unitário do material

I = Taxa de armazenamento, expressa geralmente em termos de porcentagem do custo unitário.

A taxa de armazenamento é o somatório de diversas taxas, tais como: retorno de capital,

de armazenamento físico, de seguro, de transporte, manuseio e distribuição, de obsolescência, de

água, luz etc.

3.4.2. Custo de Pedido

Para se fazer uma apuração anual das despesas com pedidos, basta somar todos os

custos para se fazer pedidos: mão de obra para a emissão e o processamento, material utilizado

para a confecção do pedido e outros custos indiretos (telefone, energia, água etc.).

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O somatório desses valores gera o Custo Total de Pedido (CTP).

Para apurar o Custo Unitário de cada pedido, basta dividir o CTP pelo número de pedidos

realizados ao longo do ano.

Custo unitário = __Custo Total de Pedido__ Número de Pedidos

Quanto maior o número de pedidos, menor o custo unitário, ou seja, o custo de pedido é

inversamente proporcional, ele diminui com o aumento do estoque.

Há, ainda, o Custo da Falta de Estoque, que pode acarretar multas, ou perdas de

vendas e de clientes, além de denegrir a imagem da empresa perante o mercado.

3.4.3. Custo Total

É o somatório do Custos

de Pedido e de Armazenagem.

3.5. Níveis de Estoque e Reposição

O gráfico abaixo, que define a relação entre o consumo do estoque e sua reposição (saída

e entrada), é chamado dente de serra.

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Este ciclo será sempre repetitivo e constante se:

a) não existir alteração de consumo durante o tempo T;

b) não existirem falhas administrativas que provoquem um esquecimento ao solicitar compra;

c) nenhuma entrega do fornecedor for rejeitada pelo controle de qualidade.

d) o fornecedor nunca atrasar;

Como essa condição ideal não

ocorre, é natural haver falhas na operação,

como representado a seguir.

Neste gráfico, podemos notar que

durante os meses de abril, maio e junho, o

estoque esteve a zero e deixou de atender

a uma quantidade de 300 peças.

A partir dessa

análise fica clara a função

do Estoque de Segurança

(Mínimo).

Pode-se calcular o Estoque de Segurança:

1) Multiplicando-se o Consumo Médio (diário, mensal etc.) por um fator de segurança arbitrado

pela organização, geralmente uma fração do tempo de reposição.

Emin = Consumo médio * k

2) Multiplicando-se o tempo de reposição pela diferença entre o consumo máximo e o médio.

Emin = TR * (Cmáx – Cmédio)

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Os principais sistemas de controle dos níveis dos estoques - que determinam quando o

material deve ser reposto no estoque - são:

3.5.1. Sistemas de Duas Gavetas

É o método mais simples, utilizado geralmente para itens

de baixo valor (itens da classe C, se considerarmos uma

classificação ABC).

Consiste na separação física do estoque de determinado

material em duas partes (gavetas, caixas etc.).

A gaveta 1 possui o estoque equivalente ao consumo

previsto para o período, ou seja, os pedidos rotineiros do

material são retirados dessa gaveta.

A gaveta 2 possui o estoque suficiente para atender o

consumo durante o período de reposição (lead time), acrescido

do estoque de segurança.

Quando o estoque da gaveta 1 chega a zero, é feito um

novo pedido. Nesse meio tempo, utiliza-se a gaveta 2. Quando o material de reposição chega,

primeiramente preenche-se a gaveta 2 (a reserva) e, o que sobrar, vai para a gaveta 1 (a que

será usada rotineiramente).

3.5.2. Sistema de Revisões Periódicas

Outros nomes: reposição periódica/cíclica; quantidade variável e período fixo; modelo do

Estoque Máximo; sistema de periodicidade fixa ou sistema “P”.

O nível de estoque de um item é revisado periodicamente, em intervalos de tempo fixos.

O material é reposto periodicamente em ciclos de tempo iguais, chamados períodos de revisão.

Nessa técnica, compra-se de forma a alcançar o nível máximo de produto em estoque – a

quantidade necessária para o próximo período.

Q

T

E.min

R1 R2 R3 R4

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Calcula-se o lote de pedido como sendo estoque máximo do produto menos a quantidade

apurada em estoque (leva-se em consideração também o estoque de segurança).

O método de reposição periódica também permite aproveitar a situação de se fazer um

pedido com mais de um produto a um mesmo fornecedor visando ganhos no transporte e

descontos no valor total do pedido.

A maior dificuldade dessa técnica é calcular o ciclo de tempo para as apurações de

estoque e o volume máximo de estoque admitido.

• Uma periodicidade baixa entre pedidos gera um estoque médio alto e, por

consequência, maiores custos.

• Uma periodicidade baixa aumenta o custo de pedido e o risco de ruptura.

3.5.3. Sistema de Revisão Contínua

Outro nomes: sistema de Reposição Contínua; do Ponto de Reposição; do Estoque

Mínimo, ou “Mínimos e Máximos”; da quantidade fixa ou sistema “Q”.

O estoque é revisado continuamente e o novo pedido de compras é feito sempre que o

estoque atingir o Ponto de Pedido (ou de Reposição).

A fórmula para calcular o Ponto de Pedido é:

PP = Consumo médio x Lead Time + Estoque de Segurança

O Consumo Médio é a Taxa de Demanda, que representa quanto a organização consome

do produto em um período de tempo (semana, mês etc.).

O Lead Time é o tempo de ressuprimento, compreendido entre a emissão do pedido de

compra até o recebimento - no gráfico, é o intervalo entre 1 e 2.

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Como existem incertezas tanto na taxa de demanda como no tempo de ressuprimento,

deve-se acrescentar o valor do Estoque de Segurança (no gráfico, entre os pontos 3 e 4, percebe-

se que não houve a entrega do pedido e, consequentemente, o estoque de segurança foi

utilizado).

3.5.4. Métodos de determinação dos lotes de compra

3.5.4.1. Quantidade fixa

Determinada arbitrariamente. Utilizada em peças com tempo/custo alto de preparação.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 50

50

50

150

Necessidade 10 7

30 15

20 4 30

10 4 130

Saldo 40 33 33 53 38 88 68 64 34 34 24 20

3.5.4.2. Lote Econômico

O Lote Econômico de Compra (LEC) é a quantidade a ser comprada que vai minimizar os

custos de estocagem e de aquisição.

Pressupostos:

a demanda considerada é conhecida e

constante;

não há restrições quanto ao tamanho dos

lotes;

os custos envolvidos são apenas de

estocagem (por unidade) e de pedido (por ordem de compra);

não é possível agregar pedidos de mais de um produto do mesmo fornecedor.

o lead time é constante e conhecido;

Para calcular o LEC, temos a seguinte fórmula:

D = Demanda CF = Custo Fixo por Pedido CE = Custo Unitário de Estocagem

Com o LEC é possível calcular também:

Tempo entre pedidos: TEP = LEC / D

Frequência de pedidos: FP = D / LEC

Exemplo:

O consumo de determinada peça é de 19.470 unidades por ano. O custo de armazenagem

por peça é de $ 2,00 por ano e o custo de pedido é de $ 541,00.

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LEC = √2 .D .CF

𝐶𝐸 = √

2 . 19470 . 541

2,00 = 3245 peças

Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 3245 3245 3245 3245 12980

Necessidade 300 900 700 1300 1500 600 600 1000 2000 1650 1650 780 12980

Saldo 2945 2045 1345 45 1790 1190 590 2835 835 2430 780 0

3.5.4.3. Lote a Lote

A compra é efetuada para uma quantidade igual à necessidade do período. Reduz custos

de armazenagem, sendo recomendado para itens de alto valor de compra e de consumo variável.

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 25 7 50 10 30 4 10 136

Necessidade 25 7 50 10 30 4 10 136

Saldo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

3.5.4.4. Reposição Periódica

Calcula-se a quantidade em função das necessidades reais, utilizando a fórmula do lote

econômico para determinar o número de pedido e o intervalo de ressuprimento.

Conforme exemplo anterior:

Tempo entre pedidos = 3245 peças / 19470 peças por ano = 0,1667 anos = 60 dias

Frequência de pedidos: 19470 / 3245 = 6 pedidos por ano

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total

Compra 3245 3245 3245 3245 3245 3245 19470

Necessidade 1650 1550 1650 1550 1650 1650 1650 1550 1650 1650 1650 1620 19470

Saldo 1595 45 1640 90 1685 35 1630 80 1675 25 1620 0

3.5.5. Just in Time

Just in time é uma expressão que, em português, significa “bem na hora”. O Just in Time

é um sistema de produção, surgido no Japão, em que o produto ou matéria prima chega ao local

necessário, para seu uso ou venda, sob demanda, no momento exato em que for necessário. É

uma filosofia baseada na eliminação de toda e qualquer perda e na melhoria contínua (kaisen).

Os elementos principais são: ter somente o necessário quando necessário; melhorar a

qualidade tendendo a zero defeitos; reduzir os lead times reduzindo os tempos de preparação,

filas e tamanho de lote; revisar as operações para aperfeiçoá-las; e realizar tudo isto a um custo

mínimo.

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Este sistema tende a reduzir os custos operacionais, já que diminui a necessidade da

mobilização e manutenção de espaço físico, principalmente na estocagem de matéria prima ou de

mercadoria a ser vendida.

Sendo assim, a filosofia JIT está diretamente ligada à eliminação dos desperdícios,

diminuindo os custos da empresa, gerando preços mais acessíveis aos consumidores e uma

vantagem competitiva.

Apesar de não definir uma metodologia de como fazer, o just in time busca:

• Manutenção preventiva e eliminação de defeitos para evitar o retrabalho;

• Redução contínua dos níveis de inventário;

• Aproveitamento máximo nos processos produtivos;

• Retomo imediato de informações com métodos de autocontrole;

• Redução ao mínimo do tamanho dos lotes fabricados, buscando o lote igual à unidade;

• Manufatura celular: métodos de produção por fluxo unitário;

• Redução dos tempos de preparação de máquina a fim de flexibilizar a produção;

• Redução da movimentação através de plantas compactas;

• Diversificação da capacidade: operários polivalentes;

• Envolvimento do operário: atividades de pequenos grupos;

• Liberação para a produção através do conceito de "puxar" estoques, ao invés de "empurrar"

com antecipação à demanda;

• Desenvolvimento de fornecedores com as mesmas ideias.

Por outro lado, por não contar com estoques adicionais, as empresas que usam essa

técnica devem se assegurar da ausência de peças defeituosas.

A dificuldade em sincronizar a operação e as restrições de capacidade de processamento,

confiabilidade e flexibilidade são algumas das barreiras na implantação do just in time.

3.5.5.1. Kanban

Kanban é uma técnica de gestão de materiais e de produção no momento exato,

controladas por meio visual e/ou auditivo.

O termo Kanban significa etiqueta ou cartão, com a função de informar o que, quanto e

quando produzir e para onde levar esses produtos fabricados. É uma técnica japonesa que ajuda

a atingir as metas do JIT, com o objetivo de orientar na redução dos tempos de partida das

máquinas, nos tamanhos dos lotes e também a produzir apenas quantidades demandadas.

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3.5.6. MRP

O MRP (Materials Requirements Planning - Planejamento das Necessidades de Materiais) é

um sistema integrado, geralmente informatizado, que se baseia na lógica do cálculo de

necessidades. Visa planejar/organizar as atividades de suprimento, produção e entrega, definindo

as quantidades necessárias e o tempo exato para a utilização dos materiais ao longo da linha de

produção.

Mais precisamente, o MRP estabelece uma série de procedimentos e regras de decisão, de

modo a atender às necessidades de produção numa sequência de tempo lógica para cada

componente do produto final.

Este sistema tem funções de planejamento (empresarial, de recursos e de produção),

previsão de vendas, controle e acompanhamento da fabricação, compras e contabilização dos

custos, e criação e manutenção da infraestrutura de informação industrial.

Em seu banco de dados deve constar o cadastro de materiais, a estrutura de informação

industrial, a estrutura do produto (lista de materiais), o saldo de estoques, as ordens em aberto,

as rotinas de processo, a capacidade do centro de trabalho, entre outras.

Para realizar seus cálculos, o MRP se baseia na Programação Mestre de Produção, que é o

sistema de planejamento de prioridades que orienta toda a produção, tomando por base os

pedidos dos clientes e as previsões de demanda.

As vantagens de adoção de um sistema MRP são:

manutenção de níveis baixos de estoque de segurança, minimizando ou eliminando

inventários;

possibilidade de verificar, rapidamente, problemas nos processos ou o impacto de

qualquer replanejamento;

programação baseada na demanda real ou na previsão de vendas;

coordenação no uso de materiais e máquinas;

As limitações desse sistema são:

necessidade de processamento computacional pesado;

aumento de custos de pedido e de transporte devido à diminuição dos lotes de

compra;

em alguns casos, a alta complexidade gera problemas de programação e

compreensão da produção.

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O conceito de MRP foi ampliado para o sistema MRP II – Manufacturing Resources

Planning. A grande diferenciação é que ele permite a integração do planejamento financeiro ao

operacional, gerindo todos os recursos da empresa.

3.6. Rotatividade do Estoque

Giros de Estoques ou Rotatividade é um indicador que aponta a quantidade de vezes

que uma empresa consegue girar seu estoque durante certo período, ou seja, quantas vezes que

o estoque foi totalmente vendido e reposto.

Para obtenção dessa informação são confrontados os custos (ou a quantidade) dos

produtos vendidos com o estoque médio do período.

Quanto maior o giro do estoque, desde que se mantenha o volume do mesmo e a

margem de lucro, maior a eficiência do setor de vendas e menor o tempo em que o dinheiro fica

parado.

Resultados acima de 1 (um) indicam o número de renovações do estoque, ou seja, o

número de vezes que a produção foi vendida e completamente reconstituída.

Resultados iguais ou abaixo de 1 (um) indicam que os estoques se renovaram só uma vez

ou sua renovação não foi completa.

Exemplo 1: uma empresa tem vendas anuais de 10.000 unidades e em seu estoque tem

5.000 peças, qual a rotatividade do seu estoque?

R = V / E = 10.000 / 5.000 = 2, ou seja, o estoque da referida empresa gira 2 vezes por ano.

Exemplo 2: uma empresa tem receitas de vendas anuais de R$ 5.000.00,00. O seu custo

anual de vendas foi de R$ 500.000,00 e o lucro foi de R$ 90.000,00. Seu estoque médio possui

investimento de R$ 200.000,00. Qual a rotatividade do estoque?

R = Custo materiais vendidos / Estoque = 500.000,00 / 200.000,00 R = 2,5

Existe também o Antigiro, ou Índice de Cobertura dos Estoques, que é a indicação

do período de tempo que o estoque consegue cobrir as vendas futuras, sem que haja suprimento.

Rotatividade = Número de renovações = Quantidade ou Custos dos produtos vendidos

(Giro) do estoque no período Estoque Médio

Índice de cobertura dos estoques = Estoque em determinada data (quantidade ou valor) (Antigiro) Previsão de vendas futuras (quantidade ou valor)

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Quanto menor for o estoque, em relação à projeção de vendas, menor será a cobertura

em dias, semanas etc. Isto significa que, quando a cobertura de estoque apresenta‐se muito

baixa, corre-se o risco de faltar mercadoria para atendimento ao cliente. No caso contrário, com o

índice de cobertura muito alto, corre-se o risco de ter estoques parados ou obsoletos.

Este indicador é bastante utilizado em períodos anteriores a grandes aumentos de

demanda sazonais, por exemplo, na Páscoa.

3.7. Avaliação de Estoques

A avaliação de estoque deverá ser realizada em termos de preço, de forma a proporcionar

informações financeiras atualizadas. A avaliação dos estoques inclui o valor das mercadorias e dos

produtos em fabricação ou produtos acabados. Para se fazer uma avaliação desse material,

tomamos por base o preço de custo ou de mercado, preferindo-se o menor entre os dois. O preço

de mercado é aquele pelo qual a matéria-prima é comprada e consta da nota fiscal do fornecedor.

No caso de materiais de fabricação da própria empresa, o preço de custo será aquele da

fabricação do produto.

É possível se realizar uma avaliação dos estoques através dos seguintes métodos:

- FIFO ou PEPS (primeiro a entrar, primeiro a sair): este método é baseado na

cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito pela

ordem de entrada do material na empresa: dá-se primeiro saída nas mercadorias mais antigas

(primeiras que entraram), ficando nos estoques as mais recentes. O primeiro que entrou será o

primeiro que sairá e, assim, utilizaremos seus valores na contabilização do estoque.

- LIFO ou UEPS (último a entrar, primeiro a sair): esse método também é baseado

na cronologia das entradas e saídas, mas, ao contrário do anterior, dá-se primeiro saída nas

mercadorias mais recentes (última a entrar), ficando nos estoques as mais antigas. Em um regime

inflacionário, o Lucro pelo método UEPS é o menor possível, fazendo com que o Imposto de

Renda sobre o lucro também o seja. Daí, o Regulamento do Imposto de Renda NÃO PERMITE que

as empresas no Brasil que estejam obrigadas a declararem tal imposto com base no lucro fiscal

utilizem o método UEPS.

- Custo Médio: esse processo tem por metodologia a fixação de preço médio dos

produtos em estoque. É baseado na cronologia das entradas e saídas. O procedimento de baixa

dos itens de estoque é feito normalmente pela quantidade da própria ordem de fabricação e os

valores finais de saldo são dados pelo preço médio dos produtos. Cada saída de produto é feita

pelo valor de custo médio dos produtos em estoque.

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a) Custo Médio Ponderado Móvel: há uma fusão das quantidades, ou seja, as

mercadorias estocadas serão sempre valoradas pela média dos custos de aquisição, sendo

estes atualizados a cada compra efetuada. O novo custo unitário é obtido pela divisão

desse valor global pelo total de unidades existentes.

b) Custo Médio Ponderado Fixo: é apurado uma só vez, e no final do Exercício,

após a última compra efetuada. Deve-se dividir o custo total das mercadorias disponíveis

para venda pela quantidade total dessas mesmas mercadorias. O critério do Custo Médio

Ponderado Fixo somente pode ser adotado por empresas que utilizam o Sistema de

Inventário Periódico, pois só é possível a sua apuração no final do exercício.

- Preço Específico: corresponde a atribuir para cada unidade do estoque o preço que foi

efetivamente pago por ela. Somente utilizado para produtos de fácil identificação física, como por

exemplo: máquinas de grande porte e automóveis.

- Custo de reposição: os valores são atualizados em razão dos preços de mercado.

- FEFO (First-Expire, First-Out / ou Primeiro que Vence é o Primeiro que Sai) serve para

gerenciar o arranjo e expedição de matérias-primas ou mercadorias de um estoque, levando em

consideração o seu prazo de validade. Este conceito, por sua natureza é muito utilizado e aplicado

nas operações das Indústrias: alimentícias e de bebidas, químicas e farmacêuticas, bem como no

agronegócio. Este conceito também é muito utilizado para o arranjo de mercadorias em redes de

varejo, notadamente supermercados, servindo como ponto de atenção para o estímulo de vendas

através de promoções, como propósito de manter atualizados os estoques de acordo com os

prazos de validade.

3.8. Vida Útil e Vida Econômica

Vida útil é o período de tempo em que o bem consegue exercer as funções que dele se

espera e depende de como o bem foi utilizado e mantido. A vida útil diz respeito à capacidade

física de produção de certo equipamento.

Vida econômica refere-se aos custos globais em que a empresa incorre para manter em

operação certo equipamento. Corresponde ao tempo de utilização em que o bem é capaz de

produzir com menor custo para a empresa e que, certamente, é menor ou igual à sua vida útil,

cujo conceito encontra-se associado ao limite possível de uso do bem. A vida econômica de um

bem parte de dois pressupostos simples:

1. Os equipamentos e as instalações desgastam-se com o uso, necessitando cada vez

mais de manutenção e aumentando os custos operacionais.

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2. Paralelamente, seu valor de venda ou de mercado vai diminuindo.

A definição correta da vida econômica de um bem é o período de tempo (geralmente em

anos) em que o custo anual uniforme equivalente de possuir e de operar o bem é mínimo.

Percebe-se, pelo gráfico, que no ano 4 o Custo Anual Equivalente (CAE) é mínimo (após este ano,

o custo aumenta), sendo assim, a vida econômica deste bem é de 4 anos.

4. CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

É o processo de agrupar itens do estoque segundo critérios pré-estabelecidos, conforme

as características semelhantes.

Uma boa classificação permite um eficiente gerenciamento do estoque, a qual os

materiais necessários ao funcionamento da empresa não faltam. O sistema classificatório pode

servir, também, de processo de seleção para identificar e decidir prioridades.

4.1. Objetivos

Desenvolvimento de métodos simples, racionais e claros de identificação de

materiais;

Redução da variedade dos itens, facilitando a padronização de materiais;

Definição de uma linguagem para a área de materiais, desenvolvendo interfaces

com outras áreas e relacionamento com fornecedores;

Possibilidade de informatização do sistema;

Clara avaliação dos materiais, permitindo uma boa gestão dos recursos.

R$-

R$20.000,00

R$40.000,00

R$60.000,00

R$80.000,00

R$100.000,00

R$120.000,00

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6

Custo de Capital

Custo Operacional

Custo Anual Equivalente

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4.2. Atributos

Existem diversas formas de classificar os materiais, porém, uma boa classificação deve

obedecer aos seguintes atributos:

Abrangência: deve tratar de uma gama de características em vez de reunir apenas

materiais para serem classificados.

Flexibilidade: deve permitir conexão entre os diversos tipos de classificação.

Praticidade: deve ser direta e simples.

4.3. Escopo da Classificação

A classificação de materiais compreende:

Simplificação – redução da grande diversidade de itens empregados para as

mesmas finalidades.

Normalização – deriva de normas, prescrições de uso, ou seja, a definição da

forma como o material deve ser utilizado. Permite maior segurança e menor

possibilidade de diferenciação;

Padronização - estabelecer padrões para análise de materiais, a fim de permitir

seu intercâmbio, possibilitando a redução de variedades e consequente economia;

Catalogação – arrolar todos os itens em um catálogo, permitindo consulta e

dando uma ideia geral da coleção;

Identificação (especificação) - identidade do material, busca torná-lo único.

Codificação.

4.3.1. Especificação

É a descrição de um item através de suas características (atributos, propriedades). O

termo especificação é, em geral, empregado com o significado de identificar precisamente o

material, de modo a torná-lo inconfundível (ou seja, específico), principalmente para fins de

aquisição. O conjunto de descrições de materiais forma a nomenclatura de materiais da empresa.

É interessante também padronizar a nomenclatura. Uma nomenclatura padronizada

(estruturada) é formada por uma estrutura de nomes ou palavras-chave (nome básico e nomes

modificadores), dimensões, características físicas em geral (tensão, cor, etc.), embalagem,

aplicação, características químicas etc.

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O nome básico é a denominação inicial da descrição (exemplo: arruela, parafuso, etc.),

enquanto o nome modificador é um complemento do nome básico (exemplo para arruela:

pressão, lisa, cobre, etc.). Um nome básico pode estar associado a vários modificadores: arruela

lisa de cobre, espessura 0,5 mm, diâmetro interno 6 mm, diâmetro externo 14 mm.

4.3.2. Codificação

A identificação por códigos pode ser feita por diversos tipos de códigos: sequencial, em

grupos, em faixas, mnemônicos, numéricos, alfanuméricos, etc.

O que é fundamental é que para cada item haja um só código, assim como que o código

não produza confusões de comunicação, principalmente com o uso de caracteres que podem ser

confundidos um com o outro (zero com a letra O, cinco com a letra S, dois com a letra Z, seis com

a letra G, etc.).

Alguns tipos de códigos:

Alfabético - representa os materiais por meio de letras. Foi muito utilizado na codificação

de livros (Método Dewey). Após, agregou números a sua codificação (alfanumérico), conseguindo

com isto codificar a grande variedade de edições em suas categorias e classificações de assuntos,

autores e áreas especificas.

Numérico: representa materiais por meio de números. Seu uso mais comum é o chamado

Método Decimal, que consiste basicamente na associação de três grupos e sete algarismos. Esse é

um método muito utilizado (talvez o mais usado) nos almoxarifados para a codificação dos

materiais. 1º Grupo-00 - Classificador: designa as grandes Classes ou agrupamentos de materiais

em estoque; 2º Grupo-00 - Individualizador: identifica cada um dos materiais do 1º grupo; 3º

Grupo-000 - Caracterizador: descreve os materiais pertencentes ao 2º grupo de forma definitiva,

com todas as suas características, a fim de torná-los inconfundíveis.

Alfanumérico - agrupa números e letras. As quantidades de letras e de números são

definidos pelo órgão ou empresa a qual adotou o sistema, não havendo uma regra específica. É o

sistema utilizado na codificação de placas de automóveis.

Sequencial - é, normalmente, um código composto por caracteres numéricos com a regra

de sequencia “soma 1”. A cada novo item a ser identificado um novo código é dado, somando-se

1 ao último código dado. Para se definir um código sequencial basta determinar-se o primeiro

código e a regra de sequencia.

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Em grupos - quando o código é dividido em grupos e a cada grupo se associa um

significado. Exemplo: os códigos 30-12-347 e 30-13-523, em que 30 = materiais elétricos; 30-12

= fios e cabos nus e 30-13 = fios e cabos isolados.

Em faixas - quando, numa codificação sequencial, certas faixas de códigos possuem um

significado tal como o dos grupos do código em grupos. Exemplo: 101 a 299 = matérias primas;

301 a 599 = semiacabados; 601 a 999 = acabados.

Mnemônicos - quando possui caracteres que permitem associação fácil de ideia com o

elemento a ser codificado. Exemplo: as siglas de estados do Brasil.

De barras - É a tecnologia de identificação automática aplicável aos objetos. Seu objetivo

é a identificação e localização de produtos em nível industrial e

comercial. O sistema é constituído por séries de linhas e

espaços de diversas larguras, que armazenam informações com

ordenamentos diferentes, denominados simbologias. Para

implementação do código de barras a indústria deverá filiar-se

à EAN - Associação Internacional de Numeração de Artigos. O

código EAN-13 é um padrão utilizado em mais de 100 países. É

composto por 13 dígitos e inclui: País + Empresa + Produto + Dígito de Controle

Código QR - é como um código de barras em duas

dimensões. Entretanto, a diferença entre este e os demais códigos de

barras é que ele se comporta como um arquivo de dados portátil,

sendo capaz de codificar nome, foto e o resumo de registros.

Existem diversas padronizações abordando a codificação de

códigos QR e seu uso é livre de qualquer licença, sendo definido e

publicado como um padrão ISO.

4.4. Tipos Comuns de Classificação

Dentro das organizações, dependendo do mercado de atuação e dos objetivos, vários

tipos de classificação de materiais podem ser adotados.

4.4.1. Por Estado de Conservação

Novos: não foram utilizados sob nenhuma forma;

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Reparados: sofreram alguma modificação ou recuperação, podem ser novamente

utilizados, com ou sem restrições;

Inservíveis: não apresentam condições de uso. Podem ser: ociosos, recuperáveis,

antieconômicos e irrecuperáveis. Uma vez em estoque, devem ser retirados no

mais breve espaço de tempo possível;

Obsoleto: com ou sem uso, não mais satisfaz o mercado. Devem ser vendidos

urgentemente, enquanto ainda há aceitação, sob pena de representarem materiais

inativos, acarretando imobilização de capital de giro;

Sucata: resíduo de material que possui valor econômico;

Imprestável: resíduo de material que não tem valor econômico

4.4.2. Por Demanda

Materiais de demanda eventual (materiais não de estoque, ou de armazenagem

temporária): são aqueles que têm movimentação em determinados períodos, normalmente para

atender à demanda de determinada época.

Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a irregularidade de consumo faz

com que a compra desses materiais somente seja feita por solicitação direta do usuário, na

ocasião em que isso se faça necessário.

Sua compra deve ser cuidadosamente planejada para que não ocorram sobras nem faltas,

que certamente acarretarão em redução da margem de lucro.

Materiais de demanda permanente (estoque permanente): aqueles que sempre

são necessários e, portanto, devem constar no estoque. Seu ressuprimento deve ser automático,

com base na demanda prevista e na importância para a empresa.

Esses materiais em estoque podem ser subdivididos de acordo com alguns critérios,

conforme a seguir:

4.4.2.1. Quanto à aplicação

Produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao processo

produtivo.

Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e

fazem parte do processo produtivo.

Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento

são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão

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mais no almoxarifado porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque

final porque ainda não são produtos acabados.

Materiais acabados: peças prontas isoladas, ou produtos prontos.

Produtos acabados: produtos finais, prontos.

Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização

repetitiva.

Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo

produtivo da empresa.

Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores

da empresa.

4.4.2.2. Quanto à importância operacional

Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade (criticalidade ou o grau de

dificuldade para se obter o material). A classificação XYZ avalia esse grau.

Classe X - sua falta não acarreta em paralisações, nem riscos à segurança pessoal, ambiental e

patrimonial. Há facilidade de serem substituídos por equivalentes.

Classe Y - grau intermediário. Podem ser adquiridos ou substituídos por outros com relativa

facilidade, embora sejam importantes para a realização das atividades.

Classe Z - são imprescindíveis, não podem ser substituídos por outros equivalentes em tempo

hábil para evitar transtornos. A falta desses materiais provoca a paralisação das atividades

essenciais.

4.4.2.3. Quanto à demanda

A classificação PQR é um critério de classificação de materiais que utiliza a popularidade

dos itens (transações ou movimentações durante um período).

Classe P: muito populares, ou seja, apresentam elevada frequência de

movimentação;

É imprescindível

Fácil aquisição?

Existem similares?

A compra do original ou similar

é fácil? CLASSE

SIM NÃO NÃO - Z

SIM SIM NÃO - Y

NÃO NÃO SIM NÃO Y

SIM SIM SIM SIM X

NÃO SIM SIM SIM X

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Classe Q: popularidade média;

Classe R: pouco populares.

4.4.2.4. Quanto ao valor do consumo

A ferramenta chamada de curva ABC é a utilizada para determinar a importância dos

materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em determinado período.

Materiais A: materiais de grande valor de consumo;

Materiais B: materiais de médio valor de consumo;

Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.

A metodologia de cálculo da curva ABC será aprofundada mais adiante nesta apostila.

4.4.3. Materiais Críticos

Classificação muito utilizada por indústrias. São materiais de reposição específica,

geralmente peças ou itens sobressalentes, cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar

tem como base o risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem

permanecer estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de

obsolescência*. (Essa afirmativa é questionada por outros autores, pois se o material é primordial

para a produção, ele deveria ser controlado permanentemente).

A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa deve

ser mínima. Os materiais são classificados como críticos segundo os critérios:

Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta no mercado; estratégico e de difícil obtenção ou fabricação.

Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte.

Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões.

Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso

Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para equipamento vital da produção.

4.4.4. Por Perecibilidade

Leva em conta a possibilidade de extinção das propriedades físico-químicas. Muitas vezes,

o tempo influencia na classificação, assim, quando a empresa adquire um material para ser usado

em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais

possível. Os materiais podem perecer por várias razões: ação de animais/fungos/bactérias,

volatilidade, ação da luz, instabilidade química, magnetização/desmagnetização, corrosão,

mudanças de temperatura, etc.

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4.4.5. Outras

Por Periculosidade: aqueles que podem oferecer risco à segurança no manuseio,

transporte, armazenagem: gases, líquidos, produtos químicos etc.

Dificuldade de aquisição: fabricação especial, escassez no mercado, sazonalidade,

monopólio, transporte especial, importações etc.

Tipos de estocagem: permanente, temporário etc.

Mercado fornecedor: nacional, estrangeiro.

Possibilidade de fazer ou comprar.

4.5. Quadro Resumo

CLASSIFICAÇÃO OBJETIVO VANTAGEM

Valor de consumo Priorizar materiais de maior valor total (consumo, demanda) - método ABC

Demonstra os materiais de grande investimento no estoque

Importância operacional

XYZ

Mostrar a imprescindibilidade (criticalidade ou o grau de dificuldade para se obter o

material) dos materiais para funcionamento da empresa.

Demonstra os materiais vitais empresa. Mais importante: Z

Demanda PQR

Evidenciar os materiais mais populares do estoque (mais demandados, transacionados

quantitativamente).

Mostra os materiais que mais circulam durante um período.

Mais popular: X

Perecibilidade Dar maior atenção ao material que é

perecível.

Identifica os materiais sujeitos à perda por perecimento, facilitando armazenagem e

movimentação adequados.

Periculosidade Dar maior atenção e cuidado no manuseio

ao material que é perigoso.

Identifica os materiais perigosos e incompatíveis com outros, facilitando

armazenagem e movimentação adequados.

Fazer ou comprar Decidir se o material deve ser comprado,

fabricado internamente ou recondicionado.

Facilita a organização da programação e o planejamento de compras. Pode reduzir

custos.

Dificuldade de aquisição

Verificar se os materiais são de fácil ou de difícil aquisição (fabricação especial, escassez, sazonalidade, monopólio,

transporte especial etc.).

Agiliza a reposição de estoques e evita a falta de materiais.

Mercado fornecedor

Saber a origem dos materiais (nacional ou importado).

Auxilia a elaboração dos programas de compra e importação.

Quanto ao estado de conservação

Novos, reparados, obsoletos, inservíveis (ociosos, recuperáveis, antieconômicos e irrecuperáveis), sucata (resíduo com valor econômico), imprestável (resíduo sem valor)

Quanto à aplicação Produtivos, matérias primas, produtos em fabricação, materiais acabados, produtos

acabados, materiais de manutenção, materiais improdutivos, materiais de consumo geral.

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A classificação ABC é um tipo muito importante de controle de estoque. Ela permite

identificar aqueles itens que merecem maior atenção e tratamento adequados, de acordo com sua

importância financeira relativa dentro do estoque.

A curva usa como base o princípio de Pareto (80-20). Ele elaborava um estudo de renda e

riqueza da população italiana e descobriu que 80% da riqueza local estava concentrada com 20%

da população. A aplicabilidade dos fundamentos do método de Pareto foi comprovada e posta em

prática nos Estados Unidos, logo após a Segunda Guerra Mundial (1951), pela General Eletric.

Trata-se de classificação em que se considera a importância dos materiais,

baseada nas quantidades utilizadas e no seu valor total.

No controle de estoques, a curva ABC divide os materiais em 3 grupos:

Grupo A: poucos itens - maiores valores ou importância. São os itens que devem

receber maior atenção. Geralmente 20% dos itens correspondem, em média, a aproximadamente

70% do valor monetário do estoque.

Grupo B: São os itens de importância intermediária e que devem receber atenção logo

após as medidas tomadas sobre os itens da classe A. Representam em média 30% dos itens e

corresponderem a aproximadamente 20% do valor monetário.

Grupo C: São os itens de menor importância. Embora volumosos em quantidades,

possuem valor monetário bem reduzido, permitindo maior período de tempo para a sua análise e

estratégia de decisão. Representam geralmente 50% dos itens e correspondem, em média, a

aproximadamente 10% do valor monetário total.

A curva ABC relaciona o consumo do estoque, o

investimento aplicado e a quantidade de itens que

formam o estoque. Essa classificação facilita o

planejamento e reduz os serviços burocráticos e a análise

dos inventários. Obtém-se a curva por meio da

ordenação dos itens conforme a sua importância relativa.

4.6.1. Como elaborar a curva ABC

A construção da curva ABC compreende as seguintes fases genéricas:

1. Relação dos itens com seus valores totais correspondentes

2. Tabulação

3. Identificação dos percentuais e da quantidade de itens envolvidos em cada classe

4. Elaboração da curva

4.6. Curva ABC

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5. Interpretação do gráfico, com separação em classes A, B e C

Exemplo:

Estoque da empresa X:

Passo 1: ordenar todas as linhas, tomando como critério o valor total encontrado, com os

valores aparecendo em ordem decrescente, ou seja, do maior para o menor.

Código Quantidade Valor unitário Valor Total

6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00

5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00

4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00

7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00

3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00

1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00

8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00

2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00

TOTAL R$ 141.700,00

Pode-se constatar que o item 6 possui o maior valor relativo nesse estoque.

Passo 2: calcular os percentuais relativos a cada item. Basta dividir o valor total de cada

item pelo valor total do estoque.

Código Quantidade Valor unitário Valor Total %

6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57%

5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11%

4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65%

7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23%

3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82%

8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95%

1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95%

2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71%

TOTAL R$ 141.700,00 100,00%

Código Quantidade Valor unitário Valor Total

1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00

2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00

3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00

4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00

5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00

6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00

7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00

8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00

TOTAL R$ 141.700,00

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Passo 3: acumula-se os valores percentuais na última coluna. Basta adicionar a cada item

a soma das porcentagens anteriores, conforme a tabela a seguir.

Código Quantidade Valor unitário Valor Total % % Acumulado

6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57%

5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69%

4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33%

7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57%

3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 97,39%

8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34%

1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29%

2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00%

TOTAL R$ 141.700,00 100,00%

Passo 4: Com a coluna “% Acumulado” concluída, faz-se o gráfico e a análise dos dados

obtidos. No eixo y (vertical - ordenadas) coloca-se o percentual acumulado; no eixo x (horizontal

– abcissas) colocam-se os itens, em ordem decrescente de valor.

Por último, deve-se escolher a proporção desejada para os itens A, B e C. Não existe um

padrão para os valores desta proporção, cada empresa define a sua divisão de classes.

Por exemplo, sendo escolhida uma proporção 70x20x10:

1 - deve-se separar na coluna “% Acumulado” o valor que estiver o mais próximo possível

de 70%, o qual representará a classe A - 70,57% - item 6.

2 - os valores de B, ou seja, deve-se somar 20% acima dos 70% - itens 5 e 4 – 90,33%.

3 - o que restar representará os itens da classe C - 7, 3, 8, 1, 2.

70,57%

84,69%90,33%

94,57% 97,39% 98,34% 99,29% 100,00%

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

6 5 4 7 3 8 1 2

% Acumulado

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Código Quantidade Valor unitário Valor Total % % Acumulado Classe

6 10.000 R$ 10,00 R$ 100.000,00 70,57% 70,57% A

5 2.000 R$ 10,00 R$ 20.000,00 14,11% 84,69% B

4 400 R$ 20,00 R$ 8.000,00 5,65% 90,33% B

7 120 R$ 50,00 R$ 6.000,00 4,23% 94,57% C

3 40 R$ 100,00 R$ 4.000,00 2,82% 97,39% C

8 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 98,34% C

1 135 R$ 10,00 R$ 1.350,00 0,95% 99,29% C

2 100 R$ 10,00 R$ 1.000,00 0,71% 100,00% C

No gráfico:

Em uma última análise, percebe-se que para a proporção 70x20x10 o número de itens

equivale a 12x25x63. O significado é o seguinte: 12% dos itens estariam representando 70% dos

valores em estoque (classe A). 25% representariam 20% (classe B) e 63% representariam apenas

10% dos valores do estoque (classe C).

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista, por exemplo, reduzindo em

20% do valor em estoque dos itens A (apenas 1 item). Isso resulta em uma redução do valor total

de 20% x 70,57% = 14,11%.

Ao mesmo tempo, uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C (5 itens),

reduzirá o valor total em 50% x 9,67% = 4,84%.

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4.6.2. Diferenciação no comportamento das curvas

Se todos os itens possuem o mesmo valor e a

mesma participação no valor total, dizemos que não

há concentração e a curva ABC será representada por

uma reta (cor verde).

Se os valores mais elevados são distribuídos

por poucos itens, então existe uma forte

concentração (curva preta).

As curvas laranja e vermelha representam

concentrações fracas e médias, respectivamente.

5. ALMOXARIFADO

Dentro da Administração de Materiais, o almoxarifado é um “guardião”, responsável pelo

recebimento, armazenagem, controle e expedição dos materiais de uma organização.

O almoxarifado pode ser coberto ou não, com condições climáticas controláveis ou não,

com alto nível de segurança ou não, tudo dependendo do tipo de material a ser acondicionado e

das normas necessárias para o correto acondicionamento, localização e movimentação.

Entre os principais objetivos do almoxarifado, pode-se destacar:

- Impedir divergência de inventários, seja por deterioração, danos físicos,

perdas ou roubos. Para tanto, deve-se possuir condições (instalações adequadas, sistema de

localização eficiente, mecanismos de movimentação compatíveis) para assegurar que o material

adequado, na quantidade correta, esteja no local certo quando necessário;

- Otimização na utilização dos recursos (instalações, equipamentos de

armazenagem, equipamentos de movimentação, pessoas, entre outros).

O almoxarifado não agrega valor ao produto, afinal, nenhum cliente irá pagar mais porque

o item ficou mais tempo armazenado. Deve-se, portanto, buscar maior eficiência nos processos

(reduzir as distâncias internas, aumentar o tamanho médio das unidades armazenadas, melhorar

a utilização da capacidade volumétrica etc.).

Valor

Nº de itens

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As principais atribuições do

almoxarifado são:

Receber para guarda e proteção os

materiais adquiridos pela empresa.

Manter atualizados os registros

necessários.

Entregar os materiais mediante

requisições autorizadas aos usuários da

empresa.

5.1. Recebimento

O recebimento de materiais não consiste somente no ato de descarregá-los e armazená-los

em algum lugar onde exista um espaço livre, para posterior utilização.

O recebimento é integrado com as áreas de contabilidade, compras e transportes. Ele

intermedeia as tarefas de compra e armazenamento, envolvendo desde a recepção do material na

entrega pelo fornecedor, passando pelas conferências, até a entrada nos estoques. É o ato pelo

qual a equipe do almoxarifado, ou uma comissão designada, quando for o caso, recebe do

fornecedor os materiais e efetua as conferências necessárias (quantitativa e/ou qualitativa) para

dar o aceite dos produtos.

As tarefas básicas do recebimento são:

1. coordenar e controlar as atividades de recebimento e devolução de materiais;

2. analisar a documentação, verificando se a compra está autorizada;

3. controlar os volumes declarados na documentação/nota fiscal com os volumes

efetivamente recebidos;

4. fazer a conferência visual - exame para constatação de avarias (defeitos), análise da

disposição das cargas, observação das embalagens quanto a evidências de quebras,

umidade, amassados etc.;

5. proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos materiais recebidos;

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6. decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;

7. providenciar a regularização da recusa, devolução ou da liberação de pagamento ao

fornecedor;

8. liberar o material desembaraçado para o estoque;

O objetivo de se realizar o recebimento e a conferência é assegurar que o material

entregue esteja em conformidade com as especificações constantes no contrato. Essa

preocupação visa aumentar o controle e a confiabilidade em relação aos fornecedores, além de

evitar retrabalho, desperdícios e ineficiência no almoxarifado.

Ao final do processo de recebimento a responsabilidade pela guarda e conservação do

material é transferida do fornecedor ao recebedor.

5.1.1. Fases do Recebimento:

São quatro fases básicas: entrada de materiais; conferência quantitativa; conferência

qualitativa; regularização.

5.1.2. Entrada de Materiais

Conferência Visual: exame para constatação de avarias (defeitos), análise da disposição

das cargas, observação das embalagens quanto a evidências de quebras, umidade, amassados

etc. (Obs.: alguns autores consideram a conferência visual como uma espécie de conferência

qualitativa)

Entrada de Materiais

•Exame Visual

•Documentação

•Descarga

Conferência Quantitativa

•Manual - total (contagem normal x cega)

•Amostragem

•Peso, tamanho, volume, quantidade

Conferência Qualitativa

•Especificações técnicas

•Testes (visuais, físicos, químicos)

• Inspeções no fornecedor

Regularização

•Recusa x Recebimento (aceitação)

•Entrada no Estoque

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Descarga: atividade inicial do processo, ocorre quando o produto chega ao local de

armazenagem. Dependendo da natureza do material envolvido, é necessária a utilização de

equipamentos, dentre os quais se destacam paleteiras, empilhadeiras etc.

5.1.3. Conferência Quantitativa

Verificação da quantidade, volume, peso, tamanho etc. de produtos entregues de acordo

com a discriminação da documentação fiscal. Geralmente há uma tolerância prevista em contrato.

Pelo volume total da entrega: a carga é averiguada integralmente, contabilizando-se todos

os itens que foram entregues. Pode ser realizada de duas maneiras:

a) Contagem normal: verifica-se a nota fiscal e, sabendo dos quantitativos dos materiais,

faz-se a contagem da carga;

b) Contagem cega: faz-se a contagem da carga e, depois, compara-se com os

quantitativos da nota fiscal.

Por amostragem da carga: do quantitativo declarado na nota fiscal é definido um

percentual de cada item que será verificado para apuração de possíveis desvios.

5.1.4. Conferência Qualitativa

Inspeção técnica por meio da confrontação das condições contratadas com as

efetivamente recebidas, visando garantir o recebimento adequado do material contratado por

meio do exame de suas características dimensionais, específicas e restrições de especificação

(análise visual, dimensional, testes – mecânicos, elétricos, químicos etc.)

Pode, também, ocorrer a inspeção de materiais no próprio fornecedor, seja durante a

fabricação, seja após o término da produção.

5.1.5. Regularização

Controle do processo de recebimento para a decisão de aceitar ou recusar e, finalmente,

autorizar o pagamento ao fornecedor, dar entrada no estoque e encerrar o processo. Ocorre pela

confirmação das conferências qualitativa e quantitativa, por meio de laudos de inspeção técnica.

Após a conferência dos materiais poderá ser realizada a recusa total, o recebimento total

ou parcial.

Recusa Total: consiste na situação em que a carga é recusada - nota fiscal não

confere, falta de documentação além da nota fiscal, a especificação do item é

diferente etc. Há a possibilidade de novo agendamento para entrega.

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Recebimento Total: corresponde à situação em que o fornecedor efetua a entrega

corretamente, atendendo todos os requisitos de documentação, quantidade e

qualidade dos itens.

Recebimento Parcial: consiste no aceite da parte correta dos itens, retendo a nota

fiscal e agendando nova entrega para o quantitativo pendente.

Existe uma interligação com as áreas de contabilidade, compras e transporte para que

seja evitado o recebimento de produtos desconformes com o pedido.

5.1.6. Lei 8666/93

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I – em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes em até 15 (quinze) dias da comunicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comissão designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II – em se tratando de compras ou locação de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e consequente aceitação.

§ 1º. Nos casos de aquisição de equipamentos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos demais, mediante recibo.

§ 2º. O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela solidez e segurança da obra ou serviço, nem a ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

Ler também a IN 205/88: Do Recebimento e Aceitação; Da Carga e Descarga

5.2. Tombamento e Controle de Bens

Tombamento é a operação de registro, oficialização de que um bem está sob a tutela do

Estado. É o procedimento administrativo que consiste em cadastrar o bem patrimonial adquirido,

discriminando detalhadamente as características, especificações, valor de aquisição e demais

informações.

O Tombamento é normalmente executado pelo almoxarifado, para bens (material)

permanentes, atribuindo-lhe número de registro patrimonial sequencial, individualizando cada um

dos bens para fins de controle.

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A modalidade do tombamento é escolhida conforme a documentação referente ao bem

permanente, que indica a fonte de recursos e a origem física do bem.

Aquisição - modalidade de tombamento realizada quando o bem é adquirido através de

recursos orçamentários ou extraorçamentários.

Comodato e Cessão - são denominações dadas ao empréstimo gratuito de um bem

permanente que deve ser restituído após determinado prazo.

Doação - transferência da propriedade de bens permanentes sem ônus.

Fabricação – quando o bem for fabricado por alguma unidade institucional.

Incorporação - quando não é possível identificar a origem dos recursos de um bem que

se encontre há pelo menos dois exercícios (anos) no acervo do órgão.

Logo após o processo de tombamento, ocorre a afixação de plaqueta com o número

patrimonial (naqueles bens em que é possível a afixação), sendo executada pelo responsável pelo

controle patrimonial na unidade.

A plaqueta de patrimônio deve ser afixada em local bem visível e de fácil acesso.

Os bens podem ser:

Controlados: material sujeito a tombamento, que requer controle rigoroso de uso e

responsabilidade pela sua guarda e conservação;

Relacionados (relação-carga): material dispensado de tombamento, porém sujeito a

controle simplificado, por ser de pequeno valor econômico, pequena dimensão, mobilidade, valor

artístico etc.

Quando ocorrer o extravio de um bem patrimonial, independente da apuração através do

processo administrativo, o bem adquirido para reposição receberá com nova numeração. O antigo

bem avariado será descarregado.

5.2.1. Controle

A escrituração é o processo de inclusão do bem através da sua identificação e valor, no

acervo do órgão. A incorporação do bem é realizada por lançamento contábil no sistema

utilizado pela Administração Pública, após registros de entrada nos sistemas de gerenciamento do

Almoxarifado e do Patrimônio.

Os valores dos bens a serem registrados na contabilidade terão como base:

· entrada dos bens no Almoxarifado: valor de aquisição;

· saída dos bens do Almoxarifado: valor médio ponderado;

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· entrada dos bens no Ativo Permanente: valor de aquisição constante no relatório emitido

pelo Setor de Patrimônio;

· saída dos bens do Ativo Permanente: valor histórico corrigido na data da saída do bem.

Movimentação - saída de um bem de seu local de guarda para manutenção ou

empréstimo, sem a correspondente troca de responsabilidade, sendo emitida a Nota de

Movimentação.

Transferência - mudança da responsabilidade pela guarda e conservação de um bem

permanente

5.3. Armazenagem

A armazenagem tem início logo após o recebimento e a liberação do material para a

entrada em estoque. Compreende planejamento, coordenação, controle e desenvolvimento das

operações destinadas a guarda, localização, segurança e preservação dos materiais, bem como

registro/inventário e expedição no momento oportuno.

A utilização de um método adequado de armazenagem permite diminuir custos de

operação, melhorar a qualidade dos produtos, acelerar o ritmo de trabalho, reduzir acidentes e

evitar desgastes de equipamentos.

Um bom sistema de armazenagem leva em conta a natureza do material a ser

armazenado/movimentado (características físicas, químicas e biológicas); a quantidade de

material; a determinação do local adequado; a frequência de manipulação/movimentação; as

especificações técnicas de exigência de acondicionamento físico; a política de manutenção; a

segurança patrimonial; o capital disponível na organização para manutenção e potencial

ampliação futura do armazém; a relação custo x benefício; outras características interessantes

para cada tipo de instituição.

Para que a armazenagem seja eficaz, ela necessita de:

Realização de cargas e descargas de veículos mais rápidas;

Agilidade dos fluxos internos, tanto de materiais quanto de informação;

Utilização efetiva da mão de obra e equipamentos.

Melhor uso de sua capacidade volumétrica – máximo uso do espaço;

Máxima proteção aos itens estocados - boa qualidade de armazenagem;

Controle para evitar divergências de inventário e perdas de qualquer natureza;

Otimização do layout - acesso fácil a todos os itens e movimentação eficiente para reduzir

distâncias e perdas de espaço.

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Alguns princípios a serem seguidos:

Agrupar materiais similares ou complementares ou agrupar materiais pela forma e volume

para otimizar os espaços;

Posicionar os materiais de maior giro próximos à saída;

Utilizar fluxos simples, retos e diretos; reduzir, eliminar, combinar, simplificar movimentos.

Padronizar os métodos e equipamentos;

Utilizar equipamentos flexíveis (evita a subutilização, maior disponibilidade);

Minimizar o manuseio do material e minimizar a distância percorrida;

Utilizar equipamentos de armazenagem que permitam o aproveitamento vertical do espaço;

Padronizar corredores e eliminar área de guarda de equipamentos.

5.3.1. Arranjo Físico (Leiaute – Layout)

O layout é o arranjo de homens, máquinas e materiais para que a armazenagem de

determinado produto se processe dentro do padrão máximo de economia - processamento

eficiente, usando melhor o espaço disponível e visando percorrer a menor distância no menor

tempo possível.

A correta armazenagem dos materiais visa usar o espaço físico disponível no armazém de

forma organizada e eficiente, permitindo a movimentação adequada dentro do almoxarifado e

mantendo os cuidados necessários com vistas a evitar sua deterioração.

A necessidade de um estudo do layout surge em diversas situações:

redução de custos;

obsolescência das instalações ou estas se tornam ineficientes (em tamanho, qualidade,

fluxo) devido a novos produtos a serem fabricados/estocados;

ambiente de trabalho inadequado com ruídos, insegurança, temperaturas anormais,

pouca ventilação, má iluminação, baixam o rendimento do trabalhador etc.

Na gestão do espaço – montagem do layout - são levados em conta:

dimensionamento da área;

a localização de obstáculos;

localização de áreas de recebimento e expedição, portas e acessos

produtos a serem estocados;

equipamentos para movimentação;

estruturas verticais e horizontais de armazenagem;

Três tipos de superfície:

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Estática - onde o equipamento se projeta no solo (mesa, armário etc.);

Utilização - que o funcionário usa para desenvolver o seu trabalho;

Circulação - se destina ao trânsito de pessoal e de equipamentos (corredores

etc.). Os tipos de corredores mais comuns:

o de Trabalho: através dos quais o material é colocado ou retirado na estocagem;

o de Transporte: permitem tráfego pelo prédio; o de Pessoal: usados somente por pessoas para acesso a áreas especiais ou

interiores do prédio. o Auxiliares: são necessários para acesso a fontes de utilidades,

equipamento anti-incêndio etc.

Tipos comuns de leiaute:

Product layout - organização com foco no produto, de acordo com a sequência de operações a

se realizarem. O material se desloca, enquanto as máquinas permanecem fixas .

Process layout - agrupamento de modo a realizar operações análogas em um mesmo local.

Cellular layout - contém na sua estrutura todos os recursos transformadores necessários a

atender o processamento

Fixed-position layout (posicional) - produto ou projeto mantém-se estacionário, os recursos se

movimentam.

Hybrid layout - utiliza princípios dos demais e permite grande variedade de produtos.

5.3.2. Critérios de Armazenagem e Localização

Dependendo das características do material, a armazenagem pode dar-se em função de:

fragilidade; combustibilidade; volatilização; oxidação; explosividade; intoxicação; radiação;

corrosão; inflamabilidade; volume; peso; forma.

Cada um desses critérios exige técnicas e equipamentos distintos para acondicionamento,

manipulação e movimentação.

O objetivo de um sistema de localização é estabelecer os meios necessários à perfeita

identificação da localização dos materiais. Normalmente é utilizada uma simbologia (codificação)

alfanumérica que indica precisamente o posicionamento de cada material estocado, facilitando as

operações de movimentação.

Não há regras taxativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos, a

decisão final depende de diversas variáveis.

O objetivo da armazenagem é proporcionar um sistema de localização que possibilite o

endereçamento e a perfeita identificação da localização dos materiais estocados.

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Geralmente utiliza uma codificação representativa de cada local de estocagem, facilitando as

operações de movimentação, inventário etc.

Algumas formas de distribuição ou colocação dos materiais no almoxarifado:

- Armazenagem/Localização Fixa (por Zona, ou por Agrupamento): são

determinadas áreas de estocagem para cada tipo de material, ou seja, materiais são colocados

sempre no mesmo local a cada renovação do estoque. A grande vantagem é a facilidade de

encontrar os materiais. Uma possível desvantagem é a ociosidade do local caso o estoque do

material seja baixo.

- Armazenagem/Localização Livre: não existem locais fixos de armazenagem, a não

ser para materiais de estocagens especiais. Quando os produtos chegam ao armazém são

designados a qualquer espaço livre disponível. A vantagem é a otimização da área de

armazenamento. A desvantagem é o maior percurso para montagem dos pedidos, tendo em vista

que um único item poderá ser localizado em diversos pontos.

- Armazenagem por Tamanho, Peso e Volume: semelhante ao anterior, permite um

bom aproveitamento do espaço. Exige que todos os documentos de entradas e saídas contenham

a localização do material no almoxarifado a fim de facilitar sua busca.

- Armazenagem por Frequência: os materiais cujo volume de movimentação e

frequência são significativos devem ser colocados tão próximo quanto possível da saída da

instalação de armazenamento.

- Armazenagem especial: ambientes climatizados; produtos inflamáveis, que são

armazenados sob rígidas normas de segurança; produtos perecíveis (método FIFO) etc.

Exemplos de arranjo para armazenagem:

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5.3.3. Técnicas de Estocagem

Carga unitária (paletização): carga constituída de embalagens de transporte que

arranjam ou acondicionam certa quantidade de material para possibilitar o seu manuseio,

transporte e armazenamento como se fosse uma unidade. A formação de carga unitária se dá,

geralmente, através de caixas e pallets (ou paletes), que são estrados de madeira padronizados,

de diversas dimensões.

Caixas ou Gavetas: ideal para materiais de

pequenas dimensões, como parafusos, arruelas, materiais

de escritório, peças semiacabadas etc.

Prateleiras: destinadas a materiais de tamanhos

diversos e para o apoio de gavetas ou caixas

padronizadas, constituem o meio de estocagem

mais simples e econômico. São construídas de

diversos materiais conforme a conveniência da

atividade.

Raques/ Cantilever: são construídos para

acomodar peças longas e estreitas como tubos, barras,

tiras, etc.

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Empilhamento: é uma variante da estocagem de caixas

para aproveitamento do espaço vertical. As caixas ou pallets

são empilhados uns sobre os outros, obedecendo a uma

distribuição equitativa de cargas.

Container Flexível: é uma das técnicas mais recentes de

estocagem. Consiste em uma espécie de saco feito com

tecido resistente e borracha vulcanizada, com um

revestimento interno conforme o uso.

Ler: IN 205/88 – Da Armazenagem

5.3.4. Movimentação

O manuseio ou a movimentação interna de produtos e materiais significa transportar bens

por distâncias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação

de longo curso executadas pelas companhias transportadoras. É atividade executada em

depósitos, fábricas, e lojas, assim como no transbordo entre tipos de transporte. Seu interesse

concentra-se na movimentação rápida e de baixo custo das mercadorias.

Para se manter eficiente um sistema de movimentação de materiais, existem ainda certas

“leis” que, sempre dentro das possibilidades, devem ser levadas em consideração. São elas:

Obediência ao fluxo das operações - a trajetória dos materiais deve ser a mesma da sequência

de operações.

Mínima distância - reduzir as distâncias de transporte pela eliminação de ziguezagues no fluxo

dos materiais.

Mínima manipulação – o transporte mecânico custa menos que as operações de carga e

descarga, levantamento e armazenamento.

Segurança e satisfação - dos operadores e o pessoal circulante na seleção do equipamento de

transporte de materiais.

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Padronização – o custo inicial de equipamentos padronizados é mais baixo, a manutenção é

mais fácil e mais barata.

Flexibilidade - capacidade de satisfazer ao transporte de vários tipos de cargas, em condições

variadas de trabalho.

Máxima utilização do equipamento - manter o equipamento ocupado tanto quanto possível.

Máxima utilização do espaço disponível – empilhamento de cargas ou utilização de suportes

especiais.

Método alternativo – plano B em caso de problemas na operação normal.

Menor custo total - selecionar equipamentos na base de custos totais e não somente do custo

inicial mais baixo, ou do custo operacional, ou somente de manutenção.

5.3.4.1. Sistemas internos de transporte

Sistemas de transportadores contínuos: consiste

na movimentação constante entre dois pontos pré-

determinados. São utilizados em mineração, indústrias,

terminais de carga e descarga, terminais de recepção e

expedição ou em armazéns.

Sistemas de Manuseio para Áreas Restritas:

são feitos para locais onde a área é elemento crítico, por

isso são bastante utilizados em almoxarifados. A ponte

rolante e o guindaste são os equipamentos mais utilizados

entre todos.

Sistemas de Manuseio entre Pontos sem

Limites Fixos: é o mais versátil dos sistemas, utiliza

carrinhos, empilhadeiras, paleteiras etc.

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5.3.4.2. Embalagens

Têm como objetivo movimentar produtos com toda a proteção e sem danificá-los além do

economicamente razoável. Um bom projeto de embalagem do produto auxilia a perfeita e

econômica movimentação sem desperdícios. Além disso, dimensões adequadas de

empacotamento geram eficiência no manuseio e na armazenagem.

É corrente distinguir três níveis da embalagem: primária, secundária e terciária, ou de

transporte.

A embalagem primária (por exemplo, a lata, a garrafa ou o saco) está em contato

direto com o produto e é normalmente responsável pela conservação e contenção.

A embalagem secundária (como é o caso das caixas de cartão ou cartolina) contém

uma ou várias embalagens primárias e é normalmente responsável pela proteção físico-mecânica

durante a distribuição.

A embalagem terciária agrupa diversas embalagens primárias ou secundárias para o

transporte, como a caixa de cartão canelado ou a grade plástica para garrafas de bebidas. A

escolha de embalagens deste tipo depende: da natureza da embalagem individual (rígida,

semirrígida ou flexível); do esquema de paletização (dimensionamento da embalagem coletiva

com vista a maximizar o aproveitamento da palete); dos custos.

5.4. Inventário Físico

Periodicamente, deve-se efetuar inventários, ou seja, contagens físicas dos itens em

estoque, para verificar:

Diferenças nas quantidades entre estoque físico e o estoque contábil;

Diferenças nos valores entre o estoque físico e o estoque contábil;

Apuração do valor total de estoque físico e contábil.

Inventário físico permite o ajuste dos dados escriturais com o saldo físico do acervo

patrimonial em cada unidade, o levantamento da situação dos bens em uso e a necessidade de

manutenção ou reparos, a verificação da disponibilidade dos bens da unidade, bem como o

saneamento do acervo.

Os inventários podem ser:

Gerais (totais, periódicos): Contagem de todos os itens em estoque de uma só vez.

Geralmente realizados no final de cada exercício fiscal (ano). Normalmente é realizada a parada

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operacional e administrativa total da empresa, para não haver interferências ou erros. Requer um

bom planejamento e muito pessoal (nem sempre especializado).

Rotativos: são aqueles realizados parcialmente e continuamente, segundo uma

determinada programação de tempo. Ex.: diariamente é contada uma parte do estoque e os

eventuais ajustes são feitos. Não há a necessidade de paralisação operacional, e o pessoal é

especializado. Permite ganho de tempo e o gasto é mínimo.

Uma das técnicas mais comuns de contagem cíclica consiste na classificação dos itens de

acordo com a Curva ABC. Então, cada classe de inventario é quantificada e, após, é definida a

periodicidade de contagem de acordo com a importância dos itens.

Exemplo:

Classe A (mais importante) - 100 itens, que devem ser contados uma vez por mês; o total de

contagens no ano será 12 x 100 = 1200 contagens.

Classe B (intermediária) - 200 itens, que devem ser contados semestralmente; o total de

contagens no ano será de 200 x 2 = 400 contagens.

Classe C (menos importante) - 700 itens, que devem ser contados uma vez por ano; 700

contagens no ano.

A soma dos totais de cada classe (1200+400+700) dividido pelo número de dias úteis do ano

dará a quantidade de contagem diária a ser executada. Supondo que um ano tenha 210 dias

úteis, a quantidade diária de contagens será (1200+400+700) / 210 = 11 contagens.

Outros tipos (classificação menos usada):

Permanentes: realizados permanentemente, a cada movimentação dos itens em

estoque. Usado por empresas que necessitam permanentemente a posição exata dos estoques. O

estoque está sempre correto e não há a necessidade de paralisação operacional.

Específicos: são aqueles realizados para um determinado produto ou grupo de produtos,

que necessitem de acompanhamento acurado.

Emergenciais: aqueles realizados para um determinado produto ou grupo de produtos,

que necessitem de confirmação urgente e acurada das informações.

5.4.1. Planejamento e Realização do Inventário

São imprescindíveis para a obtenção de bons resultados. Devem ser providenciados:

Folhas de convocação e serviços, definindo os convocados, datas, horários e locais de

trabalho;

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Proporcionar treinamento para todos os envolvidos, ressaltando a importância da tarefa.

Fornecer meios de registro de qualidade e quantidade adequados para uma contagem correta;

Organizar as equipes que farão a primeira contagem – os reconhecedores.

Organizar as equipes que farão a segunda contagem – os revisores.

Análise da arrumação física;

Atualização e análise dos registros;

Cut-off - procedimento de grande importância para garantir a precisão e a confiabilidade do

inventário, consiste no marco de interrupção temporária do fluxo de entrada e saída de

materiais, enquanto é realizada a contagem.

Reconciliação e ajustes: encerrado o inventário e apuradas as diferenças, será providenciada a

reconciliação e o ajuste somente após o coordenador do inventário aceitar as observações

assinaladas nos relatórios e autorizar sua atualização.

Obrigatoriamente todo o estoque deverá ser contado duas vezes, mesmo que a segunda

seja por amostragem. Se houver diferenças, deverá ser contado a terceira vez.

5.4.2. Princípios do Inventário

São princípios que devem ser observados quando da execução do inventário:

Instantaneidade: determina o momento (dia e hora) para realizar o levantamento

do inventário;

Oportunidade (tempestividade): estabelece que o tempo de execução do trabalho

de levantamento deve ser o mínimo possível. A exatidão dos dados está intimamente

ligada à proximidade da realização do trabalho;

Especificação: define a forma pela qual os elementos devem ser classificados,

individualizados e agrupados dentro da mesma espécie;

Homogeneidade: elege um denominador comum para expressar uma ideia

valorativa de todos os elementos, em geral a moeda corrente;

Integridade: determina que, uma vez fixados os limites do inventário, todos os

elementos patrimoniais compreendidos deverão ser objeto do levantamento;

Uniformidade: determina o estabelecimento das mesmas normas, estruturação e

critérios gerais para a confecção de todos os inventários, ano após ano, de forma a

permitir comparações entre eles.

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5.4.3. Fases do Inventário

Levantamento: compreende a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e

passivos do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação, agrupamento e

mensuração.

Arrolamento: é o registro das características e quantidades obtidas no levantamento. O

arrolamento pode apresentar os componentes patrimoniais de forma resumida e recebe a

denominação “sintético”. Quando tais componentes são relacionados individualmente, o

arrolamento é analítico;

Avaliação: é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento patrimonial.

Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais devem ter sempre por base o custo. A

atribuição do valor aos componentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua

natureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade.

Ler: IN 205/88 – Do Saneamento de Materiais; Dos Inventários Físicos; Da

Conservação e Recuperação; Da Responsabilidade e Indenização.

5.5. Alienação de Bens

De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se como alienação a

transferência de propriedade, remunerada ou gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação,

dação em pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio.

Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela Administração, desde que

satisfaça as exigências administrativas.

Consiste na operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante

venda, permuta ou doação. Os bens a serem alienados deverão ter seu valor reavaliado conforme

preços atualizados e praticados no mercado. O material classificado como ocioso ou recuperável

será cedido a outros órgãos que dele necessitem.

Venda: os bens inservíveis classificados como irrecuperáveis ou antieconômicos poderão

ser vendidos mediante concorrência, leilão ou convite.

Permuta: a permuta com particulares poderá ser realizada sem limitação de valor, desde

que as avaliações dos lotes sejam coincidentes e haja interesse público. Nesse caso, devidamente

justificado pela autoridade competente, o material a ser permutado poderá entrar como parte do

pagamento de outro a ser adquirido, condição que deverá constar do edital de licitação ou do

convite.

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Doação: poderá ser efetuada após a avaliação de sua oportunidade e conveniência,

relativamente à escolha de outra forma de alienação.

Ler: IN 205/88 – Da Cessão e Alienação; Da Requisição e Distribuição

5.5.1. Alterações e Baixa de Bens

O desfazimento de bens consiste no processo de exclusão de um bem do acervo

patrimonial da instituição, de acordo com a legislação vigente e expressamente autorizada pelo

dirigente da unidade gestora.

O Número de Tombamento de um bem baixado não será aproveitado para qualquer outro

bem.

Após a conclusão do processo de desfazimento deverá ser realizada uma das seguintes

situações de baixa:

Bens inservíveis

Devolução de bens em comodato

Erros de tombamento

A seguir, os principais pontos do Decreto 99658/90, que regula o reaproveitamento, a

movimentação, a alienação e outras formas de desfazimento de material no âmbito da

Administração Pública Federal.

Art. 3º Para fins deste decreto, considera-se:

I - material - designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes, acessórios,

veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de emprego nas atividades dos

órgãos e entidades públicas federais, independente de qualquer fator;

II - transferência - modalidade de movimentação de material, com troca de responsabilidade, de

uma unidade organizacional para outra, dentro do mesmo órgão ou entidade;

III - cessão - modalidade de movimentação de material do acervo, com transferência gratuita de

posse e troca de responsabilidade, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Federal direta,

autárquica e fundacional do Poder Executivo ou entre estes e outros, integrantes de qualquer dos demais

Poderes da União;

IV - alienação - operação de transferência do direito de propriedade do material, mediante venda,

permuta ou doação;

V - outras formas de desfazimento - renúncia ao direito de propriedade do material, mediante

inutilização ou abandono.

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Parágrafo único. O material considerado genericamente inservível, para a repartição, órgão ou

entidade que detém sua posse ou propriedade, deve ser classificado como:

a) ocioso - quando, embora em perfeitas condições de uso, não estiver sendo aproveitado;

b) recuperável - quando sua recuperação for possível e orçar, no âmbito, a cinquenta por cento de

seu valor de mercado;

c) antieconômico - quando sua manutenção for onerosa, ou seu rendimento precário, em virtude

de uso prolongado, desgaste prematuro ou obsoletismo;

d) irrecuperável - quando não mais puder ser utilizado para o fim a que se destina devido a perda

de suas características ou em razão da inviabilidade econômica de sua recuperação.

Art. 4º O material classificado como ocioso ou recuperável será cedido a outros órgãos que dele

necessitem.

1º A cessão será efetivada mediante Termo de Cessão, do qual constarão a indicação de

transferência de carga patrimonial, da unidade cedente para a cessionária, e o valor de aquisição ou custo

de produção.

2º Quando envolver entidade autárquica, fundacional ou integrante dos Poderes Legislativo e

Judiciário, a operação só poderá efetivar-se mediante doação.

Art. 5º Os órgãos e entidades integrantes do Poder Executivo enviarão anualmente à Secretaria da

Administração Federal da Presidência da República (SAF/PR) relação do material classificado como ocioso,

recuperável ou antieconômico, existente em seus almoxarifados e depósitos, posto à disposição para

cessão ou alienação.

Art. 6º A SAF/PR desenvolverá sistema de gerência de material disponível para reaproveitamento

pelos órgãos e entidades referidos neste decreto.

Parágrafo único. Após a implantação do sistema de que trata este artigo, os órgãos e entidades

integrantes da Administração Pública Federal, antes de procederem a licitações para compra de material de

uso comum, consultarão a SAF/PR sobre a existência de material disponível para fins de reutilização.

Art. 7º Nos casos de alienação, a avaliação do material deverá ser feita de conformidade com os

preços atualizados e praticados no mercado.

Parágrafo único. Decorridos mais de sessenta dias da avaliação, o material deverá ter o seu valor

automaticamente atualizado, tomando-se por base o fator de correção aplicável às demonstrações

contábeis e considerando-se o período decorrido entre a avaliação e a conclusão do processo de alienação.

Art. 12. Qualquer licitante poderá oferecer cotação para um, vários ou todos os lotes.

Art. 13. 0 resultado financeiro obtido por meio de alienação deverá ser recolhido aos cofres da

União, da autarquia ou da fundação, observada a legislação pertinente.

Art. 14. A permuta com particulares poderá ser realizada sem limitação de valor, desde que as

avaliações dos lotes sejam coincidentes e haja interesse público.

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Parágrafo único. No interesse público, devidamente justificado pela autoridade competente, o

material disponível a ser permutado poderá entrar como parte do pagamento de outro a ser adquirido,

condição que deverá constar do edital de licitação ou do convite.

Art. 15. A doação, presentes razões de interesse social, poderá ser efetuada pelos órgãos

integrantes da Administração Pública Federal direta, pelas autarquias e fundações, após a avaliação de sua

oportunidade e conveniência, relativamente à escolha de outra forma de alienação, podendo ocorrer, em

favor dos órgãos e entidades a seguir indicados, quando se tratar de material:

I - ocioso ou recuperável, para outro órgão ou entidade da Administração Pública Federal direta,

autárquica ou fundacional ou para outro órgão integrante de qualquer dos demais Poderes da União;

II - antieconômico, para os Estados e Municípios mais carentes, Distrito Federal, empresas

públicas, sociedades de economia mista e instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo

Governo Federal;

III - irrecuperável, para instituições filantrópicas, reconhecidas de utilidade pública pelo Governo

Federal.

IV - adquirido com recursos de convênio celebrado com Estado, Território, Distrito Federal ou

Município e que, a critério do Ministro de Estado, do dirigente da autarquia ou fundação, seja necessário à

continuação de programa governamental, após a extinção do convênio, para a respectiva entidade

conveniente.

Art. 16. Verificada a impossibilidade ou a inconveniência da alienação de material classificado

como irrecuperável, a autoridade competente determinará sua descarga patrimonial e sua inutilização ou

abandono, após a retirada das partes economicamente aproveitáveis, porventura existentes, que serão

incorporados ao patrimônio.

1º A inutilização consiste na destruição total ou parcial de material que ofereça ameaça vital para

pessoas, risco de prejuízo ecológico ou inconvenientes, de qualquer natureza, para a Administração Pública

Federal.

2º A inutilização, sempre que necessário, será feita mediante audiência dos setores especializados,

de forma a ter sua eficácia assegurada.

3º Os símbolos nacionais, armas, munições e materiais pirotécnicos serão inutilizados em

conformidade com a legislação específica.

Art. 17. São motivos para a inutilização de material, dentre outros:

I - a sua contaminação por agentes patológicos, sem possibilidade de recuperação por assepsia;

II - a sua infestação por insetos nocivos, com risco para outro material;

III - a sua natureza tóxica ou venenosa;

IV - a sua contaminação por radioatividade;

V - o perigo irremovível de sua utilização fraudulenta por terceiros.

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Art. 18. A inutilização e o abandono de material serão documentados mediante Termos de

Inutilização ou de Justificativa de Abandono, os quais integrarão o respectivo processo de desfazimento.

5.6. Expedição (Distribuição)

É a atividade pela qual a empresa entrega os produtos a seus clientes.

O transporte é, em geral, responsável pela maior parcela dos custos logísticos, tanto

numa empresa, quanto na participação dos gastos em relação ao PIB em nações com relativo

grau de desenvolvimento.

Dependendo da situação, a distribuição pode ser classificada como:

Distribuição interna: trata-se da distribuição de matérias-primas, componentes ou

sobressalentes para manutenção, do almoxarifado ao requisitante, para

continuidade das atividades da empresa.

Distribuição externa: trata-se da entrega dos produtos da empresa a seus clientes,

tarefa que envolve o fluxo dos produtos/serviços para o consumidor final, motivo

pelo qual se adota a denominação de distribuição física.

A necessidade de se possuir um bom sistema de controle de custos na distribuição física é

consequente de duas determinantes básicas:

a distribuição física representa uma despesa, ou seja, não agrega nenhuma

melhoria ou valor ao produto;

a distribuição física é um custo que consome certa porcentagem do valor das

vendas.

5.6.1. Natureza dos produtos a transportar

Os produtos, para efeito de transporte, geralmente são classificados em:

Carga geral: produtos diversos, sem características especiais. Deve ser

consolidada para materiais com peso individual de até 4 toneladas.

Carga a granel, líquida e sólida.

Carga semiespecial: materiais com dimensões e peso que exigem licença

especial, porém, que permitem trafegar em qualquer estrada.

Carga especial: trata-se de uma variável da definição anterior, com a ressalva de

que seu tráfego exige estudo de rota, para avaliar a largura das estradas e a

capacidade das pontes e viadutos.

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Carga perigosa: os produtos classificados como perigosos englobam mais de

3.000 itens, estando codificados em nove classes, de acordo com norma

internacional.

5.6.2. Modalidades de transporte (modais)

Transporte Rodoviário – é realizado em estradas de rodagem, asfaltadas ou não, com

utilização de veículos como caminhões e carretas sobre pneus de borracha. O transporte

rodoviário pode ocorrer em território nacional ou internacional e, até mesmo, utilizando estradas

de vários países na mesma viagem. Não há necessidade de nenhuma estrutura específica para

carregamento e descarga de produtos. Para curtas viagens, com menor volume de carga, esse é

um dos modais mais utilizados.

Transporte Ferroviário – é realizado por locomotivas e vagões que formam os trens,

trafegando sobre estruturas específicas, denominadas via permanente, por meio de trilhos que os

conduzem. As ferrovias se diferem dos outros meios de transporte pelo fato de o veículo

ferroviário não possuir mobilidade quanto à direção que o veículo tomará, tendo em vista seu

trajeto ser limitado pelos trilhos. A ferrovia é um sistema autoguiado, ou seja, o trem não decide

se sai ou não dos trilhos, ele simplesmente acompanha a via que o direciona por meio de

Aparelhos de Mudança de Via (AMV). O modal ferroviário é adequado para o transporte de cargas

maiores, de médio e baixo valor agregado, para trajetos de grandes e médias distâncias, cujo

fator tempo para a entrega não será preponderante. Esse modal necessita de elevados

investimentos em infraestrutura, material rodante, instalações de apoio (pátio de manobras e

oficinas) e sistemas de informação e controle. Apresenta uma grande capacidade de transporte

com baixo custo operacional.

Transporte hidroviário (fluvial e marítimo) – o modal marítimo é o transporte

realizado por meio de navios ou barcaças oceânicas nos mares/oceanos, que necessitam de

portos para que seja possível o carregamento e a descarga das cargas transportadas. Nesse

modal, há dois tipos de transporte existentes: Cabotagem e Longo Curso. A Cabotagem é o

transporte realizado entre portos de um mesmo país. O transporte de Longo Curso é o transporte

entre portos de diferentes países.

O modal fluvial é aquele realizado em rios, podendo também ser feito apenas no país

ligando portos internos, denominado navegação nacional, ou envolvendo outros países e, da

mesma forma que o marítimo, também chamado de navegação de Longo Curso. Basicamente,

tudo o que foi mencionado para o modal marítimo é valido para o modal fluvial. O transporte pode

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ser feito por navio, mas é mais usual que seja feito por meio de comboios de barcaça

impulsionados por um empurrador.

O transporte hidroviário é destinado a cargas grandes, cujo tempo de entrega não seja

fator preponderante no encarecimento do produto.

Transporte aeroviário – é realizado por meio de aviões que necessitam de aeroportos

para pouso, decolagem, carregamento e descarga de produtos, por isso, necessita de elevados

investimentos em aeronaves, infraestrutura aeroportuária e sistemas de informação e de controle.

O transporte aéreo é caracterizado pela sua rapidez de deslocamento e o alcance de vários países,

e é adequado para o transporte em grandes e médias distâncias de produtos acabados de alto

valor agregado, com alta velocidade. No entanto, apresenta alto custo de transporte.

Transporte Dutoviário - é realizado em tubulações que podem estar localizadas em

terra ou submersas em mares, oceanos, rios e lagos. É uma das formas mais econômicas de

transporte para grandes volumes, principalmente de derivados de petróleo, de líquidos e de

gases; de produtos líquidos de uma maneira geral, como água, azeite, sucos; estes, no entanto,

em distâncias menores.

Transporte Intermodal – esse tipo de transporte requer o tráfego misto, envolvendo

várias modalidades, com parte do percurso podendo ser feita mediante um método e parte

mediante outro, motivo pelo qual o intermodal constitui a solução ideal para atingir locais de difícil

acesso ou de extrema distância.

5.6.2.1. Escolha da modalidade

Mas, qual o melhor modal? Transporte rodoviário, aéreo, marítimo, ferroviário?

Para cada rota há uma possibilidade de escolha, que deve ser feita mediante uma análise

profunda.

As decisões sobre distribuição podem ser classificadas em dois grandes grupos: Decisões

estratégicas e Decisões Operacionais.

As decisões estratégicas se caracterizam pelos impactos de longo prazo e se referem

basicamente a aspectos estruturais: Escolha de Modais; Decisões sobre propriedade da frota;

Seleção e negociação com transportadores; Política de consolidação de cargas.

As decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às tarefas do dia a

dia: Planejamento de embarques; Programação de veículos; Roteirizarão; Auditoria de fretes;

Gerenciamento de avarias.

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A seleção da modalidade de transporte depende de dois fatores primordiais:

1. A diferença entre o preço de venda do produto na origem e no local de consumo,

fator este conhecido.

2. O custo de transporte entre o centro de produção do produto e o local de

consumo, fator que para ser calculado depende de dois aspectos:

Característica da carga a ser transportada: envolve tamanho, peso, valor

unitário, tipo de manuseio, condições de segurança, tipo de embalagem,

distancia a ser transportado, prazo de entrega e outros.

Características das modalidades de transporte: condições da infraestrutura

da malha de transportes, condições de operação, tempo de viagem, custo e

frete, mão de obra envolvida e outros.

Também influem na seleção da modalidade de transporte:

Tempo: cada modalidade apresenta um tempo diferente em função de suas

próprias características

Custo (frete + frete de retorno): cada modalidade tem seu componente de custos,

que determina o valor do frete.

Manuseio: cada modalidade está sujeita a determinadas operações de carga e

descarga, nas quais a embalagem permite facilitar o manuseio, reduzir perdas e

racionalizar custos.

Rotas de viagem: cada modalidade envolve maior ou menor numero de viagens,

podendo a empresa adotar o transporte intermodal sempre que o custos do

transporte possam ser racionalizados.

Outros fatores são: cobertura de mercado, comprimento médio do percurso em

quilômetro, capacidade do equipamento de transporte (tonelada), disponibilidade, grau de

competição (número de oferta de prestadores de serviço), tráfego predominante (valor), tráfego

predominante (peso), confiabilidade, nível de risco e experiências passadas.

5.6.2.2. Estrutura para a Distribuição

Há muitas formas existentes para estruturar a distribuição física.

Deve-se selecionar a mais adequada às condições e às necessidades do mercado tendo

em mente os seguintes aspectos:

Depósitos (locais, regionais e de mercadorias em trânsito): recebimento,

armazenagem e expedição de materiais.

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Movimentação interna de materiais: manuseio interno dos depósitos,

movimentação interna e externa dos depósitos e terminais e centros de

distribuição.

Transportes e fretes: determinação de roteiros para utilização dos serviços de

transporte da forma mais econômica e eficiente. (Ex.: Free on Board)

Embalagem e acondicionamento: embalagem de proteção e acondicionamento,

material de embalagem, serviços de carpintaria, mecanização de embalagem e

enchimento.

Expedição: preparação de cargas, determinação das condições de transporte,

carregamento, expedição e controle cronológico das remessas. com a modalidade.

Para finalizar, tradicionalmente, as formas de distribuir podem ocorrer de três maneiras

distintas:

1. Tradicional – remessa direta do cliente ao fornecedor;

2. Transferência – uso de armazéns;

a) Consolidação: a carga é enviada de um ou de mais fornecedores ao armazém (centro de

distribuição) para a formação de um volume maior de carga visando à redução de custos de

transportes, sobretudo, por meio do que se denomina “fechar a carga”, ou seja, lotar um

veículo de transporte.

Fornecedor Transporte Cliente

Armazén de Consolidação

Fornecedor Z

Fornecedor Y

Fornecedor X

Cliente

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b) Fracionamento: uma fábrica ou uma organização remete a carga consolidada ao armazém e,

no armazém, normalmente mais perto dos principais clientes, a carga é fracionada e

despachada para os clientes em veículos menores.

3. Cross-docking - diversos fornecedores produzindo diferentes produtos para

serem enviados ao armazém de Cross-docking. Nesse armazém, os diversos

produtos recebidos são fracionados e reagrupados em pedidos de clientes, os quais

contêm diversos produtos de diversos fornecedores. A grande diferença desse tipo

de armazém (doca) é que as cargas não ficam armazenadas nele.

Armazén de Consolidação

Cliente Z

Cliente Y

Cliente X

Fornecedor

Cross-Docking

Fornecedor Z

Fornecedor Y

Fornecedor X Cliente A

Cliente B

Cliente C

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6. QUADRO RESUMO GESTÃO DE MATERIAIS

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7. QUESTÕES DE CONCURSOS

1 - (FCC - 2008 - MPE-RS – Assessor) Considera-se uma gestão de materiais bem sucedida aquela que consegue estabelecer um equilíbrio entre a) acesso a crédito e qualidade de serviço. b) taxa de lucro esperada e nível de estoque. c) capacidade de endividamento e demanda efetiva. d) necessidade de financiamento e nível de oferta. e) disponibilidade de capital de giro e nível de serviço. 2 – (FCC - 2013 - TRT 9 – Analista) A técnica de programação de materiais e patrimônio denominada just-in-time apresenta muitas vantagens para empresas com foco no cliente. Uma característica deste método que pode se tornar uma desvantagem é que (A) os baixos estoques de segurança expõem a empresa a falhas na entrega dos produtos. (B) a necessidade de prever com precisão o nível de estoque necessário exige técnicas sofisticadas de planejamento. (C) a empresa se torna independente de seus diversos fornecedores. (D) os altos níveis de exigência de eficiência na gestão dos estoques impõem custos altos de treinamento dos colaboradores. (E) a pressa em realizar as entregas pode resultar em baixa qualidade dos produtos 3 – (FCC - 2006 - TRT 24 – Auxiliar) O Auxiliar Judiciário de Serviços Gerais é convocado para auxiliar no inventário que é realizado anualmente no Tribunal. Nesse inventário, dentre outros, a) verifica-se o estado de conservação das instalações elétricas e hidráulicas do Tribunal. b) são relacionados todos os bens e materiais de consumo em estoque no Tribunal. c) são convidados a comparecer ao Tribunal todos os ex-funcionários. d) é feito o levantamento das faltas e licenças-saúde dos servidores do Tribunal. e) é feito o levantamento dos processos em andamento no Tribunal.

4 – (FCC - 2007 - TRE-MS – Técnico) Considere as afirmativas abaixo quanto ao inventário:

I. É a contagem física de todos os estoques da empresa, para que seja verificado se as quantidades efetivas correspondem aos controles registrados. II. O maior benefício do inventário é ter os estoques com as quantidades registradas corretamente. III. Quando se trabalha com volumes de estoques muito pequenos, a prática de inventário é mais onerosa que o benefício por ela proporcionado. IV. As divergências devem ser acertadas no sistema através de requisições para possibilitar a saída ou de pedidos para se aportar entradas. V. É necessário que durante o processo de inventário o atendimento seja paralisado, pois entradas e saídas comprometem as contagens. VI. É recomendável que o inventário seja coordenado pelo setor responsável pelo almoxarifado, pois os funcionários dominam as rotinas e conhecem os itens estocados. VII. É recomendável que seja dada atenção prioritária aos itens classificados como A, dentro do conceito de curva A,B,C.

É correto o que se afirma APENAS em

a) I, II e VII. b) II, V e VII. c) I, IV e VI. d) III, IV e V. e) IV, V e VII.

5- (FCC - 2008 - MPE-RS – Assessor) Constitui uma das características do inventário rotativo: a) periodicidade de contagem de cada tipo de material é flexível e independente do código de inventário. b) a contagem é realizada a cada três meses para todo o estoque, com o almoxarifado aberto. c) intervalo de contagem é fixo, sem necessidade de classificação do material. d) a contagem é realizada ao final da cada exercício fiscal, com o almoxarifado de portas fechadas. e) a contagem é contínua e diferenciada para cada tipo de material.

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6 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) O levantamento físico dos materiais e patrimônio existentes na organização para efeito de confrontação periódica com os dados indicados nos fichários ou banco de dados de estoque e controle patrimonial denomina-se

a) ponto de pedido. b) follow-up físico. c) curva ABC. d) inventário físico. e) média móvel patrimonial.

7 – (FCC - 2010 - Sergipe Gás - Assistente Administrativo) O processo realizado pela instituição a fim de cumprir a legislação e manter em dia as informações patrimoniais é denominado a) recolhimento. b) redistribuição. c) cadastramento. d) inventário físico. e) alienação.

8 – (FCC - 2013 - TRT 9 – Analista) Uma vantagem considerável da técnica de inventário rotativo para empresas que trabalham com estoque grande e variado é a) a possibilidade de realizar a contagem da cada item independentemente do respectivo código de inventário. b) o estabelecimento de intervalo variável para a contagem de todo o estoque de uma só vez, mantendo o almoxarifado em funcionamento. c) a determinação de intervalo fixo para a contagem dos itens sem que seja preciso classificar o material. d) a facilidade de contagem contínua do material, além da definição variável do intervalo para cada tipo de material. e) a contagem realizada em períodos curtos, já que o almoxarifado tem de ficar fechado.

9 - (FCC - 2005 - TRE-RN - Técnico Judiciário) Considerando-se a Lei de Pareto aplicada à gestão de estoques, pode-se afirmar que o conjunto de materiais que representam 20% dos itens estocados e, aproximadamente, 80% do valor do estoque são classificados como materiais tipo

a) "A". b) "B". c) "C". d) "P". e) "E".

10 – (FCC - 2007 - TRE-MS - Técnico Judiciário) Os itens do estoque estão classificados em rol decrescente, onde os itens com maior valor monetário vem antes, seguidos dos itens de menor valor monetário. Cada item tem o seu valor e sua porcentagem em relação ao valor global dos estoques, conforme apresentado abaixo.

Pelo "Princípio de Pareto" é correto afirmar que se classificam como "A" os a) itens que somam até 90% do valor dos estoques. b) itens de códigos 12 e 25, apenas. c) itens de códigos 12, 25, 11 e 15, apenas. d) materiais com o código 12, apenas. e) itens de códigos 17 e 30, apenas.

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11 – (FCC - 2008 - Metrô-SP – Analista) No processo de gestão de materiais, a classificação ABC é uma ordenação dos itens consumidos em função de um valor financeiro. São considerados classe A os itens de estoque com as características de a) muitos itens em estoque e baixo valor de consumo acumulado. b) poucos itens em estoque e baixo valor de consumo acumulado. c) muitos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado. d) poucos itens em estoque e alto valor de consumo acumulado. e) número médio de itens em estoque e alto valor acumulado.

12 – (FCC - 2002 - TRE-PI – Analista) Ao trabalhar com a média móvel exponencialmente ponderada (MMEP), valorizam-se os dados mais recentes e há menor manuseio de informações passadas. Três fatores são necessários para gerar a previsão do próximo período. Além da demanda (ou consumo) ocorrida no último período e da constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais recentes, é necessária a a) previsão do último período. b) previsão do próximo período. c) previsão de três últimos períodos. d) previsão de três próximos períodos. e) demanda (consumo) ocorrida nos três últimos períodos.

13 – (FCC - 2002 - TRE-PI – Analista) O método que classifica os itens de estoque por ordem decrescente de importância é o a) LEC. b) MRP. c) JIP. d) ABC. e) IFO.

14 – (FCC - 2002 - TRE-PI – Analista) Dentre os fatores que influenciam os investimentos em estoque, o que mantém um alto nível de produção, diminuindo custos, justificando a manutenção de um maior volume de produtos em estoque é a) Projeção de Vendas. b) Economia de Escala. c) Natureza do Produto. d) Processo Produtivo. e) Preço unitário.

15 – (FCC - 2005 - TRE-RN - Técnico Judiciário) Considere as informações abaixo. Custo fixo = R$ 5.000 Custo variável por unidade = R$ 6,50 Tamanho do lote = 1.000 unidades Preço de venda = R$ 15,00 O custo médio por unidade produzida é

a) R$ 11,50. b) R$ 15,50. c) R$ 16,00. d) R$ 21,50. e) R$ 22,60. 16 – (FCC - 2005 - TRE-RN - Técnico Judiciário) O lote econômico de compras, num ambiente de demanda equilibrada, é utilizado na gestão de materiais para encontrar o ponto ótimo no qual o custo total de pedir e manter materiais em estoque é

a) maximizado. b) eliminado. c) aumentado. d) minimizado. e) diferenciado. 17 – (FCC - 2007 - TRE-PB – Analista) Um material é consumido a uma razão de 3.000 unidades por mês, e seu tempo de reposição é de dois meses. O ponto de pedido, uma vez que o estoque mínimo deve ser de um mês de consumo é igual a: a) 3.000 b) 6.000 c) 9.000 d) 12.000 e) 15.000

18 – (FCC - 2007 - TRE-PB – Analista) O consumo em quatro anos de um material foi de: Utilizando-se o método da média móvel, com um "n" igual a 3, o consumo previsto para 2007 será igual a

a) 600 unidades. b) 630 unidades. c) 650 unidades. d) 652 unidades. e) 653 unidades.

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19 – (FCC - 2007 - TRE-MS – Técnico) Considere a seguinte movimentação dos estoques:

O custo do estoque é determinado pelo método de avaliação:

a) UEPS. b) PEPS. c) Custo de Reposição. d) Custo Médio. e) Custo corrente. 20 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) No processo de avaliação de estoque, quando a saída do estoque é feita pelo preço do último lote a entrar no almoxarifado o método de avaliação utilizado denomina-se

a) custo ajustado. b) UEPS ou LIFO. c) PEPS ou FIFO. d) custo médio. e) custo de reposição. 21 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) Na administração de materiais e patrimônio, o princípio que se baseia no fundamento de que a maior parte do investimento está concentrada em um pequeno número de itens denomina-se

a) estoque máximo. b) estoque mínimo. c) supply chain. d) reposição periódica. e) classificação ABC. 22 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) O estoque médio mensal de um determinado item é de 3.000 unidades. São consumidas mensalmente 1.000 unidades. A taxa de cobertura desse item é igual a

a) 3. b) 9,33. c) 6,33. d) 6. e) 0,33. 23 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) O consumo médio anual de um determinado item é de 6.000 unidades. O seu estoque médio mensal é de 600 unidades. O índice de rotatividade desse item é igual a

a) 30. b) 20. c) 15. d) 10. e) 5.

24 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) A etapa em que o órgão de compras assegura-se de que a entrega do material será feita dentro dos prazos estabelecidos e na quantidade e qualidade negociadas denomina- se

a) análise das requisições. b) análise de valor. c) recebimento de materiais. d) pesquisa e seleção de fornecedores. e) seguimento de pedidos. 25 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) Os materiais que devem permanecer em estoque, o volume de estoque que será necessário para um determinado período e quando os estoques devem ser reabastecidos são pressupostos que fundamentam

a) o sistema de produção contínua. b) o dimensionamento de estoques. c) a classificação de materiais.

d) o arranjo físico. e) o sistema de produção em lotes.

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26 – (FCC - 2011 - TCE-PR – Analista) Dados, em R$, da Cia. Comercial ABC, relativos ao exercício encerrado em 31-12-2010:

O índice de rotação de estoques da companhia foi, em 2010, igual a

a) 5,0. b) 4,5. c) 5,5. d) 5,2. e) 4,0. 27 – (FCC - 2009 - MPE-SE – Analista) A técnica de programação de materiais e patrimônio que permite entregá-los na quantidade certa, no tempo certo e no ponto certo denomina-se

a) just-in-time. b) estoque mínimo. c) estoque de segurança. d) kaizen. e) qualidade total. 28 – (FCC - 2012 - MPE-PE – Técnico) É fundamental, para as organizações, o funcionamento operacional dos estoques e o seu controle, assim como os critérios que podem ser utilizados na renovação desses estoques. Dois sistemas se apresentam como respostas básicas para operacionalizar o controle de estoques. Aquele que se baseia na determinação do momento ideal para a renovação do estoque, definido pelo instante em que o estoque de um material atinge um certo nível que sinalizará a necessidade de uma reposição, é denominado sistema:

a) Primeiro a entrar, último a sair. b) “60-40”. c) “X-Y”. d) “Q”. e) “P”. 29 – (FCC - 2009 - TCE-GO - Analista de Controle Externo) O gerenciamento de suprimentos por meio da abordagem do Supply Chain Management tem como objetivo estratégico

a) promover a integração logística de toda a cadeia interna de suprimentos da organização. b) fazer a distinção entre a cadeia interna de suprimentos da organização, incluindo os fluxos de materiais e de informações, da cadeia externa de fornecedores e do cliente final. c) garantir a gestão da cadeia interna, incluindo fluxos de materiais e informações, visando, principalmente, a redução de custos e a racionalização do fluxo de suprimentos da empresa. d) realizar ações colaborativas que promovam a união de forças de empresas - cliente e fornecedora, cliente e cliente, ou fornecedora e fornecedora - visando a explorar as atividades logísticas em busca de vantagens mútuas. e) agregar valor aos produtos, reduzindo prazos, melhorando o atendimento de emergências, por meio da melhor coordenação intersetorial.

Gabarito

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15

E A B A E D D D A C D A D B A

16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29

D C B B B E A D E B E A D D

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8. BIBLIOGRAFIA

ARNOLD, J. R. Tiny. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimento. Porto Alegre: Bookman, 2001.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 7. Ed. Campus, 2000.

CHING, Hong Yun. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. São Paulo: Atlas

DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2010.

FLEURY, Paulo Fernando. Logística empresarial. São Paulo: Atlas, 2000.

MARTINS, P. G. Administração de materiais e recursos patrimoniais. 2.ed. Saraiva, 2006.

9. IN 205/88

Objetivo: racionalizar com minimização de custos o uso de material no âmbito do SISG

através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejáveis

condições de operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades.

Para fins desta Instrução Normativa considera-se:

1. Material - Designação genérica de equipamentos, componentes, sobressalentes,

acessórios, veículos em geral, matérias-primas e outros itens empregados ou passíveis de

emprego nas atividades das organizações públicas federais, independente de qualquer fator, bem

como, aquele oriundo de demolição ou desmontagem, aparas, acondicionamentos, embalagens e

resíduos economicamente aproveitáveis.

DA AQUISIÇÃO

2. As compras de material, para reposição de estoques e/ou para atender necessidade

específica de qualquer unidade, deverão, em princípio, ser efetuadas através do Departamento de

Administração, ou de unidade com atribuições equivalentes ou ainda, pelas correspondentes

repartições que, no território nacional, sejam projeções dos órgãos setoriais ou seccionais,

(delegacias, distritos, etc.).

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RACIONALIZAÇÃO

2.1. É recomendável que as unidades supracitadas centralizem as aquisições de material

de uso comum, a fim de obter maior economicidade, evitando-se a proliferação indesejável de

outros setores de compras.

2.2. A descrição do material para o Pedido de Compra deverá ser elaborada através dos

métodos:

2.2.1. Descritivo, que identifica com clareza o item através da enumeração de suas

características físicas, mecânicas, de acabamento e de desempenho, possibilitando sua

perfeita caracterização para a boa orientação do processo licitatório e deverá ser utilizada

com absoluta prioridade, sempre que possível;

2.2.2. Referencial, que identifica indiretamente o item, através do nome do

material, aliado ao seu símbolo ou número de referência estabelecido pelo fabricante, não

representando necessariamente preferência de marca.

2.3. Quando se tratar de descrição de material que exija maiores conhecimentos técnicos,

poderão ser juntados ao pedido os elementos necessários, tais como: modelos, gráficos,

desenhos, prospectos, amostras, etc.

2.4. Todo pedido de aquisição só deverá ser processado após verificação da inexistência,

no almoxarifado, do material solicitado ou de similar, ou sucedâneo que possa atender às

necessidades do usuário.

2.5. Deve ser evitada a compra volumosa de materiais sujeitos, num curto espaço de

tempo, à perda de suas características normais de uso, também daqueles propensos ao

obsoletismo (por exemplo: gêneros alimentícios, esferográficas, fitas impressoras em geral,

corretivos para datilografia, papel carbono e impressos sujeitos serem alterados ou suprimidos,

etc.).

DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO

3. Recebimento é o ato pelo qual o material encomendado é entregue ao órgão público no

local previamente designado, não implicando em aceitação. Transfere apenas a responsabilidade

pela guarda e conservação do material, do fornecedor ao órgão recebedor. Ocorrerá nos

almoxarifados, salvo quando o mesmo não possa ou não deva ali ser estocado ou recebido, caso

em que a entrega se fará nos locais designados. Qualquer que seja o local de recebimento, o

registro de entrada do material será sempre no Almoxarifado.

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3.1. O recebimento, rotineiramente, nos órgãos sistêmicos, decorrerá de:

a) compra;

b) cessão;

c) doação;

d) permuta;

e) transferência; ou

f) produção interna.

3.2. São considerados documentos hábeis para recebimento, em tais casos rotineiros:

a) Nota Fiscal, Fatura e Nota fiscal/Fatura;

b) Termo de Cessão/Doação ou Declaração exarada no processo relativo à

Permuta;

c) Guia de Remessa de Material ou Nota de Transferência; ou

d) Guia de Produção.

3.2.1. Desses documentos constarão, obrigatoriamente: descrição do material,

quantidade, unidade de medida, preços (unitário e total).

3.3. Aceitação é a operação segundo a qual se declara, na documentação fiscal, que o

material recebido satisfaz às especificações contratadas.

3.3.1. O material recebido ficará dependendo, para sua aceitação, de:

a) conferência; e, quando for o caso;

b) exame qualitativo.

3.4. O material que apenas depender de conferência com os termos do pedido e do

documento de entrega, será recebido e aceito pelo encarregado do almoxarifado ou por servidor

designado para esse fim.

3.5. Se o material depender, também, de exame qualitativo, o encarregado do

almoxarifado, ou servidor designado, indicará esta condição no documento de entrega do

fornecedor e solicitará ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente esse exame,

para a respectiva aceitação.

3.6. O exame qualitativo poderá ser feito por técnico especializado ou por comissão

especial, da qual, em princípio, fará parte o encarregado do almoxarifado.

3.7. Quando o material não corresponder com exatidão ao que foi pedido, ou ainda,

apresentar faltas ou defeitos, o encarregado do recebimento providenciará junto ao fornecedor a

regularização da entrega para efeito de aceitação.

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DA ARMAZENAGEM

4. A armazenagem compreende a guarda, localização, segurança e preservação do

material adquirido, a fim de suprir adequada mente as necessidades operacionais das unidades

integrantes da estrutura do órgão ou entidade.

4.1. Os principais cuidados na armazenagem, dentre outros são:

a) os materiais devem ser resguardados contra o furto ou roubo, e protegidos contra a

ação dos perigos mecânicos e das ameaças climáticas, bem como de animais daninhos;

b) os materiais estocados há mais tempo devem ser fornecidos em primeiro lugar,

(primeiro a entrar, primeiro a sair - PEPS), com a finalidade de evitar o envelhecimento do

estoque;

c) os materiais devem ser estocados de modo a possibilitar uma fácil inspeção e um

rápido inventário;

d) os materiais que possuem grande movimentação devem ser estocados em lugar de

fácil acesso e próximo das áreas de expedição e o material que possui pequena movimentação

deve ser estocado na parte mais afastada das áreas de expedição;

e) os materiais jamais devem ser estocados em contato direto com o piso. É preciso

utilizar corretamente os acessórios de estocagem para os proteger;

f) a arrumação dos materiais não deve prejudicar o acesso as partes de emergência, aos

extintores de incêndio ou à circulação de pessoal especializado para combater a incêndio (Corpo

de Bombeiros);

g) os materiais da mesma classe devem ser concentrados em locais adjacentes, a fim de

facilitar a movimentação e inventário;

h) os materiais pesados e/ou volumosos devem ser estocados nas partes inferiores das

estantes e porta-estrados, eliminando-se os riscos de acidentes ou avarias e facilitando a

movimentação;

i) os materiais devem ser conservados nas embalagens originais e somente abertos

quando houver necessidade de fornecimento parcelado, ou por ocasião da utilização;

j) a arrumação dos materiais deve ser feita de modo a manter voltada para o lado de

acesso ao local de armazenagem a face da embalagem (ou etiqueta) contendo a marcação do

item, permitindo a fácil e rápida leitura de identificação e das demais informações registradas;

l) quando o material tiver que ser empilhado, deve-se atentar para a segurança e altura

das pilhas, de modo a não afetar sua qualidade pelo efeito da pressão decorrente, o arejamento

(distância de 70 cm aproximadamente do teto e de 50 cm aproximadamente das paredes).

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DA REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO

5. As unidades integrantes das estruturas organizacionais dos órgãos e entidades serão

supridas exclusivamente pelo seu almoxarifado.

5.1. Distribuição é o processo pelo qual se faz chegar o material em perfeitas condições

ao usuário.

5.1.1. São dois os processos de fornecimento:

a) por Pressão;

b) por Requisição.

5.1.2. O fornecimento por Pressão é o processo de uso facultativo, pelo qual se entrega

material ao usuário mediante tabelas de provisão previamente estabelecidas pelo setor

competente, e nas épocas fixadas, independentemente de qualquer solicitação posterior do

usuário. Essas tabelas são preparadas normalmente, para:

a) material de limpeza e conservação;

b) material de expediente de uso rotineiro;

c) gêneros alimentícios.

5.1.3. O fornecimento por Requisição é o processo mais comum, pelo qual se entrega o

material ao usuário mediante apresentação de uma requisição (pedido de material) de uso interno

no órgão ou entidade.

5.2 As requisições/fornecimentos deverão ser feitos de acordo com:

a) as tabelas de provisão;

b) catálogo de material, em uso no órgão ou entidade.

5.3 As quantidades de materiais a serem fornecidos deverão ser controladas, levando-se

em conta o consumo médio mensal dessas unidades usuárias, nos 12 (doze) últimos meses.

5.4. Nas remessas de material para unidades de outras localidades, o setor remetente,

quando utilizar transporte de terceiros, deverá atentar para o seguinte:

a) grau de fragilidade ou perecibilidade do material;

b) meio de transporte mais apropriado;

c) valor do material, para fins de seguro pela transportadora; e

d) nome e endereço detalhado do destinatário de forma a facilitar o desembaraço

da mercadoria ou a entrega direta a esse destinatário.

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5.5. A guia de remessa de material (ou nota de transferência), além de outros dados

informativos julgados necessários, deverá conter:

a) descrição padronizada do material;

b) quantidade;

c) unidade de medida;

d) preços (unitário e total);

e) número de volumes;

f) peso;

g) acondicionamento e embalagem; e

h) grau de fragilidade ou perecibilidade do material.

5.6. O remetente comunicará, pela via mais rápida, a remessa de qualquer material, e o

destinatário, da mesma forma, acusará o recebimento.

5.7. Para atendimento das requisições de material cujo estoque já se tenha exaurido,

caberá ao setor de controle de estoques encaminhar o respectivo pedido de compra ao setor

competente para as devidas providências.

DA CARGA E DESCARGA

6. Para fins desta I.N., considera-se:

a) carga - a efetiva responsabilidade pela guarda e uso de material pelo seu

consignatário;

b) descarga - a transferência desta responsabilidade.

6.1. Toda movimentação de entrada e saída de carga deve ser objeto de registro, quer

trate de material de consumo nos almoxarifados, quer trate de equipamento ou material

permanente em uso pelo setor competente. Em ambos os casos, a ocorrência de tais registros

está condicionada à apresentação de documentos que os justifiquem.

6.2. O material será considerado em carga, no almoxarifado, com o seu registro, após o

cumprimento das formalidades de recebimento e aceitação.

6.3. Quando obtido através de doação, cessão ou permuta, o material será incluído em

carga, à vista do respectivo termo ou processo.

6.4. A inclusão em carga do material produzido pelo órgão sistêmico será realizada à vista

de processo regular, com base na apropriação de custos feita pela unidade produtora ou, à falta

destes, na valoração efetuada por comissão especial, designada para este fim.

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6.5.1. O valor do bem produzido pelo órgão sistêmico será igual à soma dos custos

estimados para matéria-prima, mão-de-obra, desgaste de equipamentos, energia

consumida na produção, etc.

6.5. A descarga, que se efetivará com a transferência de responsabilidade pela guarda do

material:

a) deverá, quando viável, ser precedida de exame do mesmo, realizado, por

comissão especial;

b) será, como regra geral, baseada em processo regular, onde constem todos os

detalhes do material (descrição, estado de conservação, preço, data de inclusão em

carga, destino da matéria-prima eventualmente aproveitável e demais informações); e

c) decorrerá, no caso de material de consumo, pelo atendimento às requisições

internas, e em qualquer caso, por cessão, venda, permuta, doação, inutilização,

abandono (para aqueles materiais sem nenhum valor econômico) e furto ou roubo.

6.5.1. Face ao resultado do exame mencionado na alínea "a" deste subitem, o dirigente

do Departamento de Administração ou da unidade equivalente aquilatará da necessidade

de autorizar a descarga do material ou a sua recuperação, que, ainda, se houver indício de

irregularidade na avaria ou desaparecimento desse material, mandar proceder a Sindicância

e/ou Inquérito para apuração de responsabilidades , ressalvado o que dispõe o item 3.1.1.

da I.N./DASP nº 142/83.

6.6. Em princípio, não deverá ser feita descarga isolada das peças ou partes de material

que, para efeito de carga tenham sido registradas com a unidade "jogo", "conjunto", "coleção",

mas sim providenciada a sua recuperação ou substituição por outras com as mesmas

características, de modo que fique assegurada, satisfatoriamente, a reconstituição da mencionada

unidade.

6.6.1. Na impossibilidade dessa recuperação ou substituição, deverá ser feita, no registro

do instrumento de controle do material, a observação de que ficou incompleto(a) o(a)

"jogo", "conjunto", "coleção" ; anotando-se as faltas e os documentos que as consignaram.

SANEAMENTO DE MATERIAL

7. Esta atividade visa a otimização física dos materiais em estoque ou em uso decorrente

da simplificação de variedades, reutilização, recuperação e movimentação daqueles considerados

ociosos ou recuperáveis, bem como a alienação dos antieconômicos e irrecuperáveis.

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7.1. Os estoques devem ser objeto de constantes Revisões e Análises. Estas atividades

são responsáveis pela identificação dos itens ativos e inativos.

7.1.1. Consideram-se itens ativos - aqueles requisitados regularmente em um dado

período estipulado pelo órgão ou entidade.

7.1.2. Consideram-se itens inativos - aqueles não movimentados em um certo período

estipulado pelo órgão ou entidade e comprovadamente desnecessários para utilização

nestes.

7.2. O setor de controle de estoques, com base nos resultados obtidos em face da

Revisão e Análise efetuadas promoverá o levantamento dos itens, realizando pesquisas junto às

unidades integrantes da estrutura do órgão ou entidade, com a finalidade de constatar se há ou

não a necessidade desses itens naqueles setores.

7.2.1. Estas atividades também são responsáveis pelo registro sistemático de todas as

informações que envolvem um item de material. Este registro deverá ser feito de modo a

permitir um fácil acesso aos dados pretendidos, bem como, deverá conter dispositivos de

"Alerta" para situações não desejadas.

7.3. O controle deverá sempre satisfazer as seguintes condições:

a) fácil acesso às informações;

b) atualização num menor tempo possível entre a ocorrência do fato e o registro.

7.3.1. Compete ao setor de Controle de Estoques:

a) determinar o método e grau de controles a serem adotados para cada item;

b) manter os instrumentos de registros de entradas e saídas atualizados ;

c) promover consistências periódicas entre os registros efetuados no Setor de

Controle de Estoques com os dos depósitos (fichas de prateleira) - e a consequente

existência física do material na quantidade registrada;

d) identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de

ressuprimento;

e) emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e estocável;

f) manter os itens de material estocados em níveis compatíveis com a política

traçada pelo órgão ou Entidade;

g) identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifado a retirada física dos itens

inativos devido a obsolescência, danificação ou a perda das características normais de

uso e comprovadamente inservíveis, dos depósitos subordinados a esse setor.

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TIPOS DE CONTROLES

7.4. Generalizar o controle seria, além de dispendioso, às vezes impossível quando a

quantidade e diversidade são elevadas. Deste modo, o controle deve ser feito de maneira

diferente para cada item de acordo com o grau de importância, valor relativo, dificuldades no

ressuprimento.

7.4.1. Estes controles podem ser:

a) registro de pedidos de fornecimento (requisições);

b) acompanhamento periódico;

c) acompanhamento a cada movimentação.

7.4.2 Em se tratando de itens que envolvam valores elevados ou de importância

vital para a organização, a medida que são requisitados deve-se observar o Intervalo de

Aquisição para que não ocorram faltas e consequentemente ruptura do estoque.

RENOVAÇÃO DE ESTOQUE

7.5 O acompanhamento dos níveis de estoque e as decisões de quando e quanto comprar

deverão ocorrer em função da aplicação das fórmulas constantes do subitem 7.7.

7.6 Os fatores de Ressuprimento são definidos:

a) Consumo Médio Mensal (c) - média aritmética do consumo nos últimos 12 meses;

b) Tempo de Aquisição (T) - período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o

recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês);

c) Intervalo de Aquisição (I)- período compreendido entre duas aquisições normais e

sucessivas;

d) Estoque Mínimo ou de Segurança (Em)- é a menor quantidade de material a ser

mantida em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado para um certo período

ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. É aplicável tão

somente aos itens indispensáveis aos serviços do órgão ou entidade. Obtém-se multiplicando o

consumo médio mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que deve, em princípio, variar

de 0,25 de T a 0,50 de T;

e) Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material admissível em estoque,

suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem,

disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento,

obsoletismo etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal

pelo intervalo de Aquisição;

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f) Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata

emissão de um pedido de compra, visando a recompletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando

ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo Tempo de Aquisição;

g) Quantidade a Ressuprir (Q) - número de unidades adquirir para recompor o Estoque

Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Mensal pelo Intervalo de Aquisição.

7.7. As fórmulas aplicáveis à gerência de Estoques são:

a) Consumo Médio Mensal: c = Consumo Anual/12

b) Estoque Mínimo: Em = c x f

c) Estoque Máximo: EM = Em + c x I

d) Ponto de Pedido: Pp = Em + c x T

e) Quantidade a Ressuprir: Q = c x I

7.7.1. Com a finalidade de demonstrar a aplicação dessas fórmulas segue um

exemplo meramente elucidativo, constante do Anexo I desta I.N., e uma demonstração

gráfica constante do Anexo II.

7.8. Os parâmetros de revisão poderão ser redimensionados à vista dos resultados do

controle e corrigidas as distorções porventura existentes nos estoques.

DA MOVIMENTAÇÃO E CONTROLE

7.9. A movimentação de material entre o almoxarifado e outro depósito ou unidade

requisitante deverá ser precedida sempre de registro no competente instrumento de controle

(ficha de prateleira, ficha de estoque, listagens processadas em computador) à vista de guia de

transferência, nota de requisição ou de outros documentos de descarga.

7.10. Ao Departamento de Administração ou unidade equivalente compete ainda:

supervisionar e controlar a distribuição racional do material requisitado, promovendo os cortes

necessários nos pedidos de fornecimento das unidades usuárias, em função do consumo médio

apurado em série histórica anterior que tenha servido de suporte para a projeção de estoque

vigente com finalidade de evitar, sempre que possível, a demanda reprimida e a consequente

ruptura de estoque.

7.11. Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser distribuído à unidade

requisitante sem a respectiva carga, que se efetiva com o competente Termo de

Responsabilidade, assinado pelo consignatário, ressalvados aqueles de pequeno valor econômico,

que deverão ser relacionados (relação carga), consoante dispõe a I.N./SEDAP nº142/83.

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7.12. Cumpre ao Departamento de Administração ou unidade equivalente no que

concerne ao material distribuído, cuidar da sua localização, recolhimento, manutenção e

redistribuição, assim como da emissão dos competentes Termos de Responsabilidade que deverão

conter os elementos necessários à perfeita caracterização do mesmo.

7.13. Para efeito de identificação e inventário os equipamentos e materiais permanentes

receberão números sequenciais de registro patrimonial.

7.13.1. O número de registro patrimonial deverá ser aposto ao material, mediante

gravação, fixação de plaqueta ou etiqueta apropriada.

7.13.2. Para o material bibliográfico, o número de registro patrimonial poderá ser aposto

mediante carimbo.

7.13.3. Em caso de redistribuição de equipamento ou material permanente, o termo de

responsabilidade deverá ser atualizado fazendo-se dele constar a nova localização, e seu estado

de conservação e a assinatura do novo consignatário.

7.13.4. Nenhum equipamento ou material permanente poderá ser movimentado, ainda

que, sob a responsabilidade do mesmo consignatário, sem prévia ciência do Departamento de

Administração ou da unidade equivalente.

7.13.5. Todo equipamento ou material permanente somente poderá ser movimentado de

uma unidade organizacional para outra, através do Departamento de Administração ou da

unidade equivalente.

7.13.6. Compete ao Departamento de Administração ou unidade equivalente promover

previamente o levantamento dos equipamentos e materiais permanentemente em uso junto aos

seus consignatários, com a finalidade de constatar os aspectos quantitativos e qualitativos desses.

7.13.7. O consignatário, independentemente de levantamento, deverá comunicar ao

Departamento de Administração ou unidade equivalente qualquer irregularidade de

funcionamento ou danificação nos materiais sob sua responsabilidade.

7.13.8. O Departamento de Administração ou unidade equivalente providenciará a

recuperação do material danificado sempre que verificar a sua viabilidade econômica e

oportunidade.

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DOS INVENTÁRIOS FÍSICOS

8. Inventário físico é o instrumento de controle para a verificação dos saldos de estoques

nos almoxarifados e depósitos, e dos equipamentos e materiais permanentes, em uso no órgão ou

entidade, que irá permitir, dentre outros:

a) o ajuste dos dados escriturais de saldos e movimentações dos estoques com o

saldo físico real nas instalações de armazenagem;

b) a análise do desempenho das atividades do encarregado do almoxarifado

através dos resultados obtidos no levantamento físico;

c) o levantamento da situação dos materiais estocados no tocante ao saneamento

dos estoques;

d) o levantamento da situação dos equipamentos e materiais permanentes em uso

e das suas necessidades de manutenção e reparos; e

e) a constatação de que o bem móvel não é necessário naquela unidade.

8.1. Os tipos de Inventários Físicos são:

a) anual - destinado a comprovar a quantidade e o valor dos bens patrimoniais do acervo

de cada unidade gestora, existente em 31 de dezembro de cada exercício - constituído do

inventário anterior e das variações patrimoniais ocorridas durante o exercício.

b) inicial - realizado quando da criação de uma unidade gestora, para identificação e

registro dos bens sob sua responsabilidade;

c) de transferência de responsabilidade- realizado quando da mudança do dirigente de

uma unidade gestora ;

d) de extinção ou transformação - realizado quando da extinção ou transformação da

unidade gestora;

e) eventual - realizado em qualquer época, por iniciativa do dirigente da unidade gestora

ou por iniciativa do órgão fiscalizador.

8.1.1. Nos inventários destinados a atender às exigências do órgão fiscalizador (SISTEMA

DE CONTROLE INTERNO), os bens móveis (material de consumo, equipamento, material

permanente e semoventes) serão agrupados segundo as categorias patrimoniais constantes do

plano de Contas Único (I.N./STN nº 23/86).

8.2. No inventário analítico, para a perfeita caracterização do material, figurarão:

a) descrição padronizada;

b) número de registro;

c) valor (preço de aquisição, custo de produção, valor arbitrado ou preço de avaliação);

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d) estado (bom, ocioso, recuperável, antieconômico ou irrecuperável);

e) outros elementos julgados necessários.

8.2.1. O material de pequeno valor econômico que tiver seu custo de controle

evidentemente superior ao risco da perda poderá ser controlado através do simples

relacionamento de material (relação carga), de acordo com o estabelecido no item 3 da I.N./DASP

nº142/83.

8.2.2. O bem móvel cujo valor de aquisição ou custo de produção for desconhecido será

avaliado tomando como referência o valor de outro, semelhante ou sucedâneo, no mesmo estado

de conservação e a preço de mercado.

8.3. Sem prejuízo de outras normas de controle dos sistemas competentes, o

Departamento de Administração ou unidade equivalente poderá utilizar como instrumento

gerencial o Inventário Rotativo, que consiste no levantamento rotativo, contínuo e seletivo dos

materiais existentes em estoque ou daqueles permanentes distribuídos para uso, feito de acordo

com uma programação de forma á que todos os itens sejam recenseados ao longo do exercício.

8.3.1. Poderá também ser utilizado o Inventário por Amostragens para um acervo de

grande porte. Esta modalidade alternativa consiste no levantamento em bases mensais, de

amostras de itens de material de um determinado grupo ou classe, e inferir os resultados para os

demais itens do mesmo grupo ou classe.

8.4. Os inventários físicos de cunho gerencial, no âmbito do SISG deverão ser efetuados

por Comissão designada pelo Diretor do Departamento de Administração ou unidade equivalente,

ressalvado aqueles de prestação de contas, que deverão se subordinar às normas do Sistema de

Controle Interno.

DA CONSERVAÇÃO E RECUPERAÇÃO

9. É obrigação de todos a quem tenha sido confiado material para a guarda ou uso, zelar

pela sua boa conservação e diligenciar no sentido da recuperação daquele que se avariar.

9.1. Com o objetivo de minimizar os custos com a reposição de bens móveis do acervo,

compete ao Departamento de Administração, ou unidade equivalente organizar, planejar e

operacionalizar um plano integrado de manutenção e recuperação para todos os equipamentos e

materiais permanentes em uso no órgão ou entidade, objetivando o melhor desempenho possível

e uma maior longevidade desses.

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9.2. A manutenção periódica deve obedecer às exigências dos manuais técnicos de cada

equipamento ou material permanente, de forma mais racional e econômica possível para o órgão

ou entidade.

9.3. A recuperação somente será considerada viável se a despesa envolvida com o bem

móvel orçar no máximo a 50% (cinquenta por cento) do seu valor estimado no mercado; se

considerado antieconômico ou irrecuperável, o material será alienado, de conformidade com o

disposto na legislação vigente.

DA RESPONSABILIDADE E INDENIZAÇÃO

10. Todo servidor público poderá ser chamado à responsabilidade pelo desaparecimento

do material que lhe for confiado, para guarda ou uso, bem como pelo dano que, dolosa ou

culposamente, causar a qualquer material, esteja ou não sob sua guarda.

10.1. É dever do servidor comunicar, imediatamente, a quem de direito, qualquer

irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus cuidados.

10.2. O documento básico para ensejar exame do material e/ou averiguação de causas da

irregularidade havida com o mesmo, será a comunicação do responsável pelo bem, de maneira

circunstanciada, por escrito, sem prejuízo de participações verbais, que, informalmente,

antecipam a ciência, pelo administrador, dos fatos ocorridos.

10.2.1. Recebida a comunicação, o dirigente do Departamento de Administração ou da

unidade equivalente, após a avaliação da ocorrência poderá:

a) concluir que a perda das características ou avaria do material decorreu do uso normal

ou de outros fatores que independem da ação do consignatário ou usuário;

b) identificar, desde logo, o(s) responsável(eis) pelo dano causado ao material,

sujeitando-o(s) às providências constantes do subitem 10.3.;

c) designar comissão especial para apuração da irregularidade, cujo relatório deverá

abordar os seguintes tópicos, orientando, assim, o julgamento quanto à responsabilidade do(s)

envolvido(s) no evento:

- a ocorrência e suas circunstâncias;

- estado em que se encontra o material;

- valor do material, de aquisição, arbitrado e valor de avaliação;

- possibilidade de recuperação do material e, em caso negativo, se há matéria-

prima a aproveitar;

- sugestão sobre o destino a ser dado ao material; e,

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- grau de responsabilidade da(s) pessoa (s) envolvida (s).

10.3. Caracterizada a existência de responsável (eis) pela avaria ou desaparecimento do

material (alíneas b e c do subitem 10.2.1.), ficará(ão) esse(s) responsável(eis) sujeito(s),

conforme o caso e além de outras penas que forem julgadas cabíveis, a:

a) arcar com as despesas de recuperação do material; ou

b) substituir o material por outro com as mesmas características; ou

c) indenizar, em dinheiro, esse material, a preço de mercado, valor que deverá ser

apurado em processo regular através de comissão especial designada pelo dirigente do

Departamento de Administração ou da unidade equivalente.

10.3.1. Da mesma forma, quando se tratar de material cuja unidade seja "jogo",

"conjunto", "coleção", suas peças ou partes danificadas deverão ser recuperadas ou substituídas

por outras com as mesmas características, ou na impossibilidade dessa recuperação ou

substituição, indenizadas, em dinheiro, de acordo com o disposto no subitem 10.3.(alínea c).

10.4. Quando se tratar de material de procedência estrangeira, a indenização será feita

com base no valor da reposição (considerando-se a conversão ao câmbio vigente na data da

indenização).

10.5. Quando não for (em), de pronto, identificado(s) responsável(eis) pelo

desaparecimento ou dano do material, o detentor da carga solicitará ao chefe imediatas

providências para abertura de sindicâncias, por comissão incumbida de apurar responsabilidade

pelo fato e comunicação ao órgão de Controle Interno, visando assegurar o respectivo

ressarcimento à Fazenda Pública (art. 84, do Decreto-Lei nº200/67).

10.6. Não deverá ser objeto de sindicância, nos casos de extravio, etc., o material de valor

econômico, nos termos do subitem 3.1.1. da I.N./DASP nº 142/ 83.

10.7. Todo servidor ao ser desvinculado do cargo, função ou emprego, deverá passar a

responsabilidade do material sob sua guarda a outrem, salvo em casos de força maior, quando:

a) impossibilitado de fazer, pessoalmente, a passagem de responsabilidade do material,

poderá o servidor delegar a terceiros essa incumbência; ou

b) não tendo esse procedido na forma da alínea anterior, poderá ser designado servidor

do órgão, ou instituída comissão especial pelo dirigente do Departamento de Administração ou da

unidade equivalente, nos casos de cargas mais vultosas, para conferência e passagem do

material.

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10.7.1. Caberá ao órgão cujo servidor estiver deixando o cargo, função ou emprego,

tomar as providências preliminares para a passagem de responsabilidade, indicando, inclusive, o

nome de seu substituto ao setor de controle do material permanente.

10.7.2. A passagem de responsabilidade deverá ser feita obrigatoriamente, à vista da

verificação física de cada material permanente e lavratura de novo Termo de Responsabilidade.

10.8. Na hipótese de ocorrer qualquer pendência ou irregularidade caberá ao dirigente do

Departamento de Administração ou da unidade equivalente adotar as providências cabíveis

necessárias à apuração e imputação de responsabilidade.

DA CESSÃO E ALIENAÇÃO

11. A cessão consiste na movimentação de material do Acervo, com transferência de

posse, gratuita, com troca de responsabilidade, de um órgão para outro, dentro do âmbito da

Administração Federal Direta.

11.1. A Alienação consiste na operação que transfere o direito de propriedade do material

mediante, venda, permuta ou doação.

11.2. Compete ao Departamento de Administração ou à unidade equivalente, sem prejuízo

de outras orientações que possam advir do órgão central do Sistema de Serviços Gerais - SISG:

11.2.1. Colocar à disposição, para cessão, o material identificado como inativo nos

almoxarifados e os outros bens móveis distribuídos, considerados ociosos.

11.2.2. Providenciar a alienação do material considerado antieconômico e irrecuperável.

DISPOSIÇÕES FINAIS

12. Nenhum material deverá ser liberado aos usuários, antes de cumpridas as

formalidades de recebimento, aceitação e registro no competente instrumento de controle (ficha

de prateleira, ficha de estoque, listagens).

13. O Departamento de Administração ou a unidade equivalente deverá acompanhar a

movimentação de material ocorrida no âmbito do órgão ou entidade, registrando os elementos

indispensáveis ao respectivo controle físico periódico com a finalidade de constatar as reais

necessidades dos usuários e evitar os eventuais desperdícios.

14. As comissões especiais de que trata esta I.N., deverão ser constituídas de, no mínimo,

três servidores do órgão ou entidade, e serão instituídas pelo Diretor do Departamento de

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Administração ou unidade equivalente e, no caso de impedimento desse, pela Autoridade

Administrativa a que ele estiver subordinado.

15. As disposições desta I.N. aplicam-se, no que couber, aos Semoventes.

16. Fica revogada a I.N./SEDAP nº 184, de 08 de setembro de 1986 (D.O.U. de

10/09/86), bem como as demais disposições em contrário.

10. QUESTÕES EXTRAS

1) (CESPE - 2011 - IFB - Professor – Logística) A administração de materiais pode ser conceituada comoum sistema integrado que garante o suprimento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. ( ) Certo ( ) Errado

2) (CESPE - 2011 - IFB - Professor – Logística) As técnicas de previsão da demanda podem serclassificadas em qualitativas, extrínsecas e intrínsecas. ( ) Certo ( ) Errado

3) (CESPE - 2011 - STM - Analista Judiciário - Área Administrativa – Específicos) A administração demateriais visa colocar os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa. São duas as funções da administração de materiais: programação e compras. ( ) Certo ( ) Errado

4) (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) - Técnico Judiciário - Área Administrativa) A eficiente gestão derecursos materiais de uma organização compreende etapas relativas à adequada identificação de fornecedores, compras, transporte e armazenagem, bem como a informações financeiras e gerenciais que confiram confiabilidade ao processo. ( ) Certo ( ) Errado

5) (CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa) Com base natabela ao lado:

a) Se, em junho de 2007, a empresa citada tivesse utilizado o método doúltimo período para a previsão de consumo para julho de 2007, essa previsão teria sido inferior a 510 unidades. ( ) Certo ( ) Errado

b) Caso, em 2008, essa empresa utilizasse o método da média móvelponderada para a previsão de consumo do referido material, os dados de janeiro, fevereiro e março entrariam nesse cálculo com pesos menores que os dados de outubro, novembro e dezembro. ( ) Certo ( ) Errado

c) Caso o método da média móvel para 5 períodos tivesse sido utilizado para aprevisão de consumo dessa empresa para janeiro de 2008, essa previsão teria sido inferior a 560 unidades, devido à tendência decrescente de consumo.

( ) Certo ( ) Errado

d) Caso essa empresa tivesse empregado o método da média móvel componderação exponencial para previsão do seu consumo em janeiro de 2008, os dados de janeiro a dezembro de 2007 teriam sido utilizados nesse cálculo. ( ) Certo ( ) Errado

6) (CESPE - 2006 - ANCINE - Analista Administrativo) É função da administração de estoques minimizar ocapital total investido em estoques, sem que com isso seja comprometida a cadeia de suprimentos. ( ) Certo ( ) Errado

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7) (CESPE - 2006 - ANCINE - Analista Administrativo) Entre as técnicas matemáticas de previsão de consumo, a conhecida como predileção, em que empregados experientes estabelecem a evolução dos quantitativos futuros, é a mais utilizada. ( ) Certo ( ) Errado 8) (CESPE - 2006 - ANCINE - Analista Administrativo) Entre as técnicas não matemáticas de previsão de consumo, a projeção que admite que o futuro será repetição do passado e a explicação que relaciona os quantitativos com alguma variável cuja evolução é conhecida ou previsível são as mais utilizadas. ( ) Certo ( ) Errado 9) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial) A administração de materiais pode ser conceituada como um sistema integrado que garante o suprimento da organização, no tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. ( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1)C 2)C 3)E 4)C 5a)C 5b)C 5c)E 5d)E 6)C 7)E 8)E 9)C

1) (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio) O sistema alfabético, por ser de fácil memorização, é o mais indicado para a classificação de materiais. ( ) Certo ( ) Errado 2) (CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área Administrativa) A curva ABC é importante instrumento para o administrador, porque permite controlar a entrada e a saída de bens do almoxarifado, de modo que os materiais mais antigos ou perecíveis sejam consumidos primeiramente. ( ) Certo ( ) Errado 3) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista) Na classificação ABC, a classe C é constituída de poucos itens; no entanto, esses itens são responsáveis pela maior parte do valor monetário dos estoques. ( ) Certo ( ) Errado 4) (Bacen/2010, Cesgranrio) A tabela a seguir apresenta o conjunto de itens em estoque de uma empresa que utiliza a classificação ABC.

Os limites assumidos pela empresa são: → Maior ou igual a 70% - Classe A; → Entre 11% e 69 % - Classe B; → Menor ou igual a 10% - Classe C. Os itens Classe A são: (A) 7 e 8. (B) 3 e 6. (C) 2,3 e 6. (D) 3,4 e 10. (E) 1,6,7 e 8.

5) (CESPE - 2012 - TC-DF - Auditor de Controle Externo) No gerenciamento de estoques, um artigo com demanda previsível, e que pela sua relevância esteja sujeito ao controle de obsolescência, é considerado um material crítico. ( ) Certo ( ) Errado 6) Materiais que necessitam de ressuprimento constante demandam estocagem do tipo temporária. ( ) Certo ( ) Errado

Código do item

Valor Unitário (R$)

Valor movimentado Anualmente (R$)

1 500,00 3.000,00

2 50,00 9.000,00

3 2,50 30.000,00

4 1,00 800,00

5 20,00 1.000,00

6 500,00 40.000,00

7 2.000,00 2.000,00

8 3.000,00 6.000,00

9 100,00 5.000,00

10 10,00 3.200,00

Total 100.000,00

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7) (CESPE - 2012 - TRE-RJ – Técnico) Para a construção da curva ABC dos itens de estoque, são necessários os seguintes dados: os consumos dos itens e os respectivos preços de aquisição ou preços médios devidamente corrigidos para uma mesma data. ( ) Certo ( ) Errado 8) (CESPE - 2012 - TRE-RJ – Técnico) 104 Os materiais processados ao longo das diversas seções que compõem o processo produtivo da empresa são denominados matérias-primas. ( ) Certo ( ) Errado

9) (CESPE - 2012 - TJ-AL – Técnico) Ao se classificar um almoxarifado com base na classificação ABC, os itens mais volumosos e que agregam pouco resultado para a organização devem ser incluídos na(s) classe(s) A) A e C. B) B e C. C) A. D) B. E) C. 10) (CESPE - 2012 - TJ-AL – Analista) A respeito da curva ABC, assinale a opção correta. a) Os itens da classe C devem receber atenção antes dos demais. b) Os itens da classe B são os de menor importância. c) Os itens da classe A são os mais numerosos. d) A última ação a ser tomada na montagem da curva ABC é a divisão em classes A, B e C. e) A utilização da curva ABC reduz as imobilizações em estoque, porém prejudica a segurança.

11) (CESPE - 2012 - TJ-AL – Analista) Um gestor de tribunal classificou os materiais de seu grande e complexo almoxarifado em três grupos: 1.º – classificador: designa as grandes classes ou agrupamentos de materiais em estoque; 2.º – individualizador: identifica cada um dos materiais do 1.º grupo; e 3.º – caracterizador: descreve os materiais pertencentes ao 2.º grupo, de forma definitiva, com todas as suas características, a fim de torná-los inconfundíveis. Com base nessas informações, é correto afirmar que o tribunal está adotando o método de codificação de materiais denominado a) número sequencial. b) método alfabético. c) método alfanumérico. d) método misto. e) método decimal.

12) Entre os métodos empregados para prever a demanda, o mais comum consiste no uso do histórico de demandas passadas, que, porém, não é o método, necessariamente, mais preciso. A qualidade da previsão relaciona-se, intrinsecamente, ao seu horizonte de tempo, uma vez que, quanto maior o horizonte de projeção da demanda, maior será sua precisão. ( ) Certo ( ) Errado

13) No sistema de revisão periódica, o pedido de um item é emitido com base na quantidade disponível do item em estoque, em intervalos de tempo pré-especificados e fixos. ( ) Certo ( ) Errado

14) Com base na figura abaixo, representativa de uma curva ABC de estoque, julgue os itens subsequentes.

a) Para a classificação dos itens de estoque nas seções I, II ou III da figura, considera-se o valor unitário de cada um desses itens. ( ) Certo ( ) Errado

b) Os itens pertencentes à seção III da figura exigem controle mais apurado de movimentação e menor tolerância a erros de inventário. ( ) Certo ( ) Errado

c) Um gerente de suprimentos que tenha como objetivo a redução dos custos dos estoques deve priorizar a redução dos lotes de compra dos itens alocados na seção I da figura. ( ) Certo ( ) Errado

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15) A tabela I, a seguir, apresenta os itens em estoque de determinada empresa. Tendo em vista que a empresa adota a classificação ABC, conforme discriminado na tabela II, julgue os itens subsequentes.

a) Considerando que o consumo médio anual da pasta AZ é de 120 unidades, a rotatividade do estoque desse item, em um ano, será de 12 vezes. ( ) Certo ( ) Errado

b) O contêiner flexível é a forma de estocagem mais indicada para as réguas metálicas de 50 centímetros e para as pastas AZ. ( ) Certo ( ) Errado

c) Apontador de lápis, caneta e resma de papel A4 são itens pertencentes à classe C. ( ) Certo ( ) Errado

d) De acordo com a lógica de funcionamento da classificação ABC, deve-se adotar políticas de controles de estoques e tratamentos administrativos mais onerosos exclusivamente para o item toner de impressora, uma vez que seu custo unitário é 10 vezes maior que o da régua metálica, segundo maior valor unitário da tabela de itens. ( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1)E 2)E 3)E 4)B 5)E 6)E 7)C 8)E 9)E 10)D

11)E 12)E 13)C 14a)E 14b)E 14c)C 15a)C 15b)E 15c)E 15d)E

1) CESPE - 2011 - CNPQ - Analista em Ciência e Tecnologia Júnior – Geral - O controle do recebimento do objeto contratado é realizado durante o recebimento provisório, produzindo o efeito de liberar o vendedor do ônus da prova de qualquer defeito ou impropriedade que venha a ser verificada na coisa comprada. ( ) Certo ( ) Errado 2) CESPE – 2010 – TJES - O endereçamento é imprescindível tanto ao sistema de estocagem fixa quanto ao sistema de estocagem livre. ( ) Certo ( ) Errado 3) CESPE - 2010 - ABIN – Agente Técnico de Inteligência - A paletização impede a utilização do espaço aéreo do almoxarifado. ( ) Certo ( ) Errado 4) CESPE - 2010 - MPU - Analista Administrativo - Os equipamentos e instrumentos utilizados na movimentação de materiais em estoques independem da estrutura física e do leiaute da unidade. ( ) Certo ( ) Errado

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5) CESPE - 2011 - IFB - Professor – Logística - Pontes rolantes e guindastes são equipamentos de manuseio para áreas restritas. ( ) Certo ( ) Errado 6) CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Técnico em Material e Patrimônio - A armazenagem por frequência é o critério mais indicado para se obter o aproveitamento mais eficiente do espaço. ( ) Certo ( ) Errado 7) CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio O encarregado do recebimento de material é responsável pela recepção do material, no ato da entrega pelo fornecedor, até a sua entrada nos estoques da organização, estando sob a sua responsabilidade, ainda, a regularização do material. ( ) Certo ( ) Errado 8) CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio - A descarga implica a transferência de responsabilidade pela guarda do material. ( ) Certo ( ) Errado 9) (CESPE - 2012 - TRE-RJ) Aceitação designa o ato de entrega do material encomendado por determinado órgão público em local previamente acordado com o fornecedor. ( ) Certo ( ) Errado 10) (CESPE - 2012 - TRE-RJ) Em uma empresa que adote a descentralização de compras, cada uma das unidades dessa empresa terá um órgão de compras próprio para o atendimento de suas necessidades ( ) Certo ( ) Errado 11) (CESPE - 2012 - TRE-RJ) O sistema de estocagem livre caracteriza-se pela não realização de controle de endereçamento dentro do almoxarifado. ( ) Certo ( ) Errado 12) (CESPE - 2012 - TRE-RJ) Uma empresa necessita estocar 30.000 caixas de determinado item em pallets. Considerando-se que cada pallet comporte apenas 50 caixas e que cada posição do almoxarifado possua dois pallets, é correto afirmar que serão necessárias 300 posições para a estocagem das caixas. ( ) Certo ( ) Errado 13) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário) Um administrador de materiais deseja transportar grande quantidade de material para um lugar distante. Para isso, precisa cruzar várias regiões do país. O administrador dispõe de pouco recurso financeiro para esta atividade e, por isso, o meio de transporte escolhido deverá ter baixo custo de seguro e de frete e sem taxa de manuseio. Há urgência na transferência do material e não podem ocorrer atrasos na entrega. Nessa situação hipotética, o meio de transporte mais indicado é o

a) rodoviário. b) aéreo. c) ferroviário. d) hidroviário. e) marítimo. 14) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário) Na gestão patrimonial, o registro das características e das quantidades determinadas pelo levantamento consiste na etapa de inventário denominada

a) grupamento. b) mensuração c) arrolamento. d) avaliação. e) identificação. 15) (CESPE - 2012 - TJ-AL - Analista Judiciário) O material considerado tombado deve, necessariamente,

a) estar em perfeitas condições de uso. b) não estar sendo aproveitado. c) ser um material de consumo. d) possuir plaqueta metálica ou plástica de identificação. e) estar inscrito no registro patrimonial da organização.

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16) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Auxiliar Administrativo) Para maior aproveitamento do espaço de um estoque, deve-se utilizar o critério de armazenagem por tamanho. ( ) Certo ( ) Errado 17) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Auxiliar Administrativo) Em um estoque, nível de segurança corresponde à quantidade máxima de estoque que deve existir. ( ) Certo ( ) Errado 18) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Auxiliar Administrativo) O tombamento consiste na exclusão do material do estoque da organização. ( ) Certo ( ) Errado 19) (CESPE - 2012 - TJ-RR - Auxiliar Administrativo) O método de contagem cega não é indicado à conferência quantitativa e qualitativa do material recebido. ( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: 1)E 2)C 3)E 4)E 5)C 6)E 7)C 8)C 9)E 10)C

11)E 12)C 13)C 14)C 15)E 16)C 17)E 18)E 19)C

1) (TJ-SC - 2011 - Analista Administrativo) Os estoques constituem parcela considerável dos ativos das empresas. São classificados, principalmente, para efeitos contábeis em cinco grandes categorias. Assinale a afirmativa correta de acordo com a classificação usual dos estoques:

a) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos pintados, estoque de produtos acabados, estoques de produtos comprados e estoques em consignação.

b) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos em elaboração (processo), estoque de produtos pintados, estoques de produtos exportados e estoques em consignação.

c) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos em elaboração (processo), estoque de produtos acabados, estoques de produtos em trânsito e estoques em consignação.

d) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos despachados, estoque de produtos acabados, estoques de produtos pintados e estoques em consignação.

e) Estoques de matérias-primas, estoques de produtos comprados, estoque de produtos pintados, estoques de produtos em trânsito e estoques em consignação.

2) (Bacen/2010, Cesgranrio) Na gestão de estoques, o modelo de reposição periódica, também conhecido como modelo de estoque máximo, tem como característica:

a) Obter um estoque de segurança menor que o modelo do lote padrão. b) Ter um lote de compra padrão e igual ao lote econômico de compras (LEC). c) Ter um lote de compra variável e definido quando o nível do item atinge o ponto de pedido. d) Manter constantes os intervalos de emissão dos pedidos de compra. e) Definir o lote de compra com base em descontos por volume.

3) (CESPE - 2012 - TRE-RJ) O sistema de duas gavetas para controle de estoques é um método simplificado do sistema de reposições periódicas.

( ) Certo ( ) Errado

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4) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Área Administrativa) Considerando que determinada peça seja consumida no montante de 30 unidades por mês, que seu tempo de reposição seja de 2 meses e que seu estoque mínimo equivalha a um mês de consumo, julgue os itens que se seguem.

a) Para representar os níveis de estoque da referida peça ao longo do tempo, pode-se utilizar o gráfico dente de serra mostrado a seguir. ( ) Certo ( ) Errado

b) Para o seu funcionamento, o sistema de revisões periódicas depende diretamente do estabelecimento do ponto de pedido de cada item. ( ) Certo ( ) Errado

c) O estoque mínimo de 30 peças destina-se a absorver as alterações sazonais de demanda. ( ) Certo ( ) Errado

d) Com base na situação considerada, é correto afirmar que o ponto de pedido da referida peça é igual a 90 unidades. ( ) Certo ( ) Errado

5) (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista) Considerando-se que o consumo médio de determinado item seja de 4.000 peças por ano e que o estoque médio, no mesmo período, seja de 6.000 unidades, é correto concluir que a taxa de cobertura será de 1,5 ano. ( ) Certo ( ) Errado 6) (FCC - 2011 - TCE-PR - Analista de Controle - Administrativa) Dados, em R$, da Cia. Comercial ABC, relativos ao exercício encerrado em 31-12-2010:

O índice de rotação de estoques da companhia foi, em 2010, igual a a) 5,0. b) 4,5. c) 5,5. d) 5,2. e) 4,0. 7) (CESPE 2012 - TJ-AL – Analista) Na gestão de estoques, o método mais indicado para movimentação e avaliação de estoques cujas mercadorias têm prazo de validade é o a) FEFO. b) LIFO. c) lead time. d) da média ponderada móvel. e) FIFO. 8) (CESPE - 2011 - IFB - Professor – Logística) O custo de estoque é composto por vários custos: do item, de manutenção, de capital, de armazenamento, de riscos e de pedidos. ( ) Certo ( ) Errado 9) CESPE - 2012 - MPE-PI - Técnico Ministerial - Área Administrativa - O estoque mínimo representa o nível crítico do estoque de um item. Ele sinaliza para o início do processo de reposição desse item no estoque e para a parada completa na movimentação de saída dos itens remanescentes até o fim do processo de reposição. ( ) Certo ( ) Errado 10) CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio Caso se opte por utilizar o sistema de duas gavetas (A e B) para a gestão de um estoque, deve-se completar primeiramente o estoque da gaveta A e, posteriormente, preencher a gaveta B com o saldo da gaveta A. Dessa forma, a gaveta B conterá o estoque previsto para consumo no período. ( ) Certo ( ) Errado

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11) CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista - Técnico em Material e Patrimônio Considere que um item de determinado estoque seja consumido na média de 15 unidades por mês e que o tempo de reposição desse item seja de dois meses. Nessa situação hipotética, dada a necessidade de se garantir o estoque mínimo para dois meses de consumo, o ponto de pedido será igual a 60. ( ) Certo ( ) Errado 12) CESPE - 2012 - MPE-PI - Analista Ministerial - Área Administrativa No processo aplicado à indústria de tintas, as latas vazias para embalagem das tintas preparadas são consideradas materiais acabados. ( ) Certo ( ) Errado 13) CESPE - 2008 - TST - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Se um material apresenta consumo quinzenal de 60 unidades, estoque mínimo de um mês e tempo de reposição de 45 dias e não há pedidos pendentes de atendimento, então o seu ponto de pedido é de 300 unidades. ( ) Certo ( ) Errado 14) (TJ-SC - 2011 - Analista Administrativo) A gestão de estoques constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem manuseados e bem controlados. Analise as proposições abaixo:

I - O inventário físico consiste na contagem física dos estoques. II - O indicador “acurácia dos controles de estoque” mede a porcentagem de itens corretos, tanto em quantidade quanto em valor. III - O indicador “giro de estoques” mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se renovou ou girou. IV - O indicador “cobertura de estoques” mede o número de unidades de tempo; por exemplo, dias que o estoque será suficiente para cobrir a demanda média. V - A “localização dos estoques” é uma forma de endereçamento dos itens estocados para que eles possam ser facilmente localizados.

Assinale a alternativa correta. a) Todas as proposições estão corretas. b) As proposições I, II e V estão corretas. c) As proposições I, III e IV estão corretas. d) As proposições II, III e V estão corretas. e) As proposições II, III e IV estão corretas.

15) (CESPE - 2006 - ANCINE - Analista Administrativo) O tempo de reposição de um bem pode ser desmembrado em três partes: tempo de emissão do pedido, tempo de preparação do pedido, tempo de transporte.

( ) Certo ( ) Errado

16) (Bacen/2010, Cesgranrio) Após o término do inventário físico dos itens em estoque, deve-se calcular um índice representativo da acurácia dos controles de movimentação de materiais da empresa. Considerando que foram inventariados 10.000 itens e encontrados 1.200 itens com divergências, o índice de acurácia desse estoque é de :

(A) 12,0% (B) 13,6% (C) 76,0% (D) 88,0% (E) 94,0%

17) (CESPE - 2011 - IFB - Professor – Logística) Certa empresa classificou seu estoque com base no sistema ABC. Assim, decidiu que os itens do grupo A deveriam ser contados duas vezes por ano; os itens B, quatro vezes por ano, e os itens C, uma vez por mês. Há, em estoque, 250 itens do grupo A, 80 do grupo B e 15 do grupo C. Com referência a essa situação hipotética e à adoção do sistema ABC para o controle de estoques, julgue os itens subsequentes. a) Se a empresa funciona 5 dias por semana e 50 semanas por ano, então ela deve efetuar, em média, 4 contagens por dia para cumprir sua meta de contagens anuais. ( ) Certo ( ) Errado

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b) A empresa aplicou de forma correta o sistema ABC quando definiu um controle mais rigoroso para os itens C do estoque. ( ) Certo ( ) Errado c) A adoção da curva ABC para controle de estoques não torna imperativo que a programação das contagens ao longo do ano seja montada sob o critério acima referido. ( ) Certo ( ) Errado

18) CESPE - 2010 - ABIN - AGENTE TÉCNICO DE INTELIGÊNCIA - O planejamento das necessidades de materiais (MRP) é um sistema que inter-relaciona previsão de vendas, planejamento da produção, programação da produção, programação de materiais, compras, contabilidade de custos e controle da produção. ( ) Certo ( ) Errado

19) CESPE - 2007 - TSE - Analista Judiciário - Área Administrativa - Acerca da administração de materiais, assinale a opção correta.

a) Curva dente de serra é um método de avaliação de estoques que focaliza o custo médio dos bens em estoque.

b) Os custos de armazenagem são mínimos quando a quantidade de materiais e o tempo de permanência em estoque chegam a zero.

c) Diz-se que determinado material tem sazonalidade de consumo quando apresenta variação irregular de consumo em determinados períodos.

d) Com o aumento da competitividade entre as empresas, a negociação de compras moderna é caracterizada pela disputa acirrada entre comprador e vendedor com a vitória de apenas um deles.

20) CESPE - 2011 - EBC - Técnico – Administração - De acordo com a filosofia de produção just in time, a produção tem início somente após o pedido do cliente, não havendo necessidade de manutenção de estoque disponível de mercadorias para venda. ( ) Certo ( ) Errado 21) CESPE - 2008 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Administrativa - O sistema just-in-time é um método de gestão de estoques destinado a reduzir a probabilidade de desabastecimento do setor produtivo em função da maximização dos volumes em estoque. ( ) Certo ( ) Errado 22) CESPE - 2009 - CEHAP-PB - Administrador Com referência ao modelo just-in-time de administração de materiais, assinale a opção correta.

a) Essa ideia surgiu na Inglaterra na década de 70 do século passado.

b) Sua meta é trabalhar com estoque zero.

c) Nessa forma, os estoques ficam à disposição do setor de vendas permanentemente.

d) Nesse modelo, ainda não se tem o conceito de melhoria contínua dos processos.

23) CESPE - 2008 - STF - Analista Judiciário - Área Administrativa - Comparando-se os sistemas just in time com o tradicional, aqueles envolvem ciclos curtos de produção e requerem flexibilidade para promover alterações de produtos; a indústria tradicional, ao contrário, sempre se beneficiou das economias de escala garantidas pelos longos ciclos. ( ) Certo ( ) Errado 24) CESPE - 2010 – ABIN - De acordo com o método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai), relacionado à avaliação dos estoques, o valor unitário de cada item no estoque é variável, devendo ser redefinido a cada nova entrada de item. ( ) Certo ( ) Errado 25) CESPE - 2010 - MPU - Técnico Administrativo - No Brasil, a utilização do método UEPS nas organizações é proibida tendo em vista aspectos de contabilidade de custos presentes na legislação tributária brasileira. ( ) Certo ( ) Errado

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Gabarito: 1 2 3 4

a

4

b

4

c

4

d

5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17

a

17

b

17

c

18 19

c d e e e e c c e a c e c c c c a c d c e c c b

20 21 22 23 24 25

c e b c e c