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DIEGO SCARAMUSSA APLICATIVO PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE CATV/MATV COMO RECURSO DIDÁTICO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica ORIENTADOR: Prof. Dr. JOSÉ CARLOS SARTORI São Carlos 2009

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DIEGO SCARAMUSSA

APLICATIVO PARA SIMULAÇÃO DE SISTEMAS DE CATV/MATV COMO

RECURSO DIDÁTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Engenharia de São

Carlos, da Universidade de São Paulo

Curso de Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica

ORIENTADOR: Prof. Dr. JOSÉ CARLOS SARTORI

São Carlos 2009

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Sumário SUMÁRIO ........................................................................................................................................... 1

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................................... 3

LISTA DE TABELAS ......................................................................................................................... 3

RESUMO ............................................................................................................................................. 4

ABSTRACT ......................................................................................................................................... 5

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 6 1.1 Objetivos ................................................................................................................................... 7

2 CONCEITOS GERAIS SOBRE SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE TV ..................................................................... 8 2.1 História ..................................................................................................................................... 8 2.2 História da CATV ....................................................................................................................... 8 2.3 Evolução da CATV ..................................................................................................................... 9 2.4 MATV ........................................................................................................................................ 9 2.5 Sistema a Cabo ....................................................................................................................... 10 2.6 Tecnologias de Transmissão para sinais de TV ....................................................................... 10

2.6.1 Sistema por Cabo Coaxial .............................................................................................................. 11 2.6.2 TV a Cabo (NET Cabo) ................................................................................................................... 12 2.6.3 Headend (NET Cabo) ..................................................................................................................... 15 2.6.4 TV a Cabo DTVA ............................................................................................................................ 15

2.7 Distribuição de Sinais .............................................................................................................. 16 3 COMPONENTES DO SISTEMA CATV/DTVA ........................................................................................... 17

3.1 Antena .................................................................................................................................... 18 3.2 Misturadores ........................................................................................................................... 18 3.3 Amplificadores ........................................................................................................................ 19 3.4 Atenuador ............................................................................................................................... 19 3.5 Cabo Coaxial ........................................................................................................................... 20 3.6 Conversores............................................................................................................................. 21 3.7 Distribuidores .......................................................................................................................... 21 3.8 Moduladores ........................................................................................................................... 22 3.9 Misturador de Faixas VHF/UHF .............................................................................................. 23 3.10 Tomadas ............................................................................................................................. 23 3.11 Outros Elementos ............................................................................................................... 24

4 TOPOLOGIAS DE SISTEMAS ................................................................................................................. 25 4.1 Projeto Residencial Ponto a Ponto (Estrela)............................................................................ 27 4.2 Projeto Condomínio com Blocos (Estrela Hierárquica) ........................................................... 27 4.3 Projeto Linha Pública de Acesso (Mista) ................................................................................. 27 4.4 Aplicações de Topologias ........................................................................................................ 28

4.4.1 Sistema Antena Coletiva Residencial ............................................................................................ 28 4.4.2 Sistema Antena Coletiva Predial (MATV) ...................................................................................... 29 4.4.3 Sistema CATV/DTVA ...................................................................................................................... 30

4.5 Desenvolvimento de Projeto ................................................................................................... 31 4.5.1 Cálculo do Projeto ......................................................................................................................... 31 4.5.2 Atenuação ..................................................................................................................................... 33

5 MATV: O SOFTWARE E SUAS FUNCIONALIDADES ................................................................................... 33 5.1 Funcionalidades do Software .................................................................................................. 34

5.1.1 Como adicionar elementos ao circuito ......................................................................................... 34 5.1.2 Como visualizar dados sobre o elemento ..................................................................................... 35 5.1.3 Como conectar os elementos ....................................................................................................... 36 5.1.4 Como mover e apagar elementos ................................................................................................. 38 5.1.5 Como efetuar os cálculos do circuito ............................................................................................ 39 5.1.6 Outras opções ............................................................................................................................... 39

5.2 Utilização do Software em Projeto Real ................................................................................. 40 6 CONCLUSÕES ................................................................................................................................... 42

6.1 Melhoria do Software ............................................................................................................. 43 7 ANEXO 1 ........................................................................................................................................ 43

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7.1 Linguagem de Programação ................................................................................................... 43 7.2 Programação Procedural ........................................................................................................ 44 7.3 Conceitos Essenciais ................................................................................................................ 44

8 ANEXO II ........................................................................................................................................ 45 8.1 Comentários sobre o Código ................................................................................................... 46

9 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................... 48

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Lista de Figuras FIGURA 1: ED PARSONS EM UMA REUNIÃO DE PESQUISADORES. ................................................................................ 8 FIGURA 2: REPRESENTAÇÃO DE UM SISTEMA POR CABO COAXIAL ............................................................................ 11 FIGURA 3: REPRESENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE TV A CABO ................................................................................... 12 FIGURA 4: ALOCAÇÃO DO ESPECTRO DE FREQUÊNCIAS............................................................................................ 14 FIGURA 5: REPRESENTAÇÃO DE UM SISTEMA POR HEADEND ................................................................................... 15 FIGURA 6: REPRESENTAÇÃO GERAL DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO, ANTENAS COLETIVAS E CATV ............................. 17 FIGURA 7: ILUSTRAÇÃO DE UM CONJUNTO DE ANTENAS VHF/UHF ......................................................................... 18 FIGURA 8: EXEMPLOS DE MISTURADORES ........................................................................................................... 18 FIGURA 9: EXEMPLOS DE AMPLIFICADORES .......................................................................................................... 19 FIGURA 10: EXEMPLOS DE ATENUADORES FIXOS .................................................................................................. 20 FIGURA 11: MODELO DE CABO COAXIAL ............................................................................................................. 20 FIGURA 12: EXEMPLOS DE CONVERSORES UHF – VHF .......................................................................................... 21 FIGURA 13: EXEMPLO DE DISTRIBUIDORES DE 2 E 4 SAÍDAS .................................................................................... 21 FIGURA 14: EXEMPLOS DE MODULADORES VHF .................................................................................................. 22 FIGURA 15: EXEMPLOS DE MISTURADORES DE FAIXAS VHF-UHF ............................................................................ 23 FIGURA 16: EXEMPLO DE TOMADA BLINDADA...................................................................................................... 23 FIGURA 17: EXEMPLOS DE CONECTORES ............................................................................................................. 24 FIGURA 18: REPRESENTAÇÃO DE TOPOLOGIA BÁSICA - ESTRELA .............................................................................. 25 FIGURA 19: REPRESENTAÇÃO DE TOPOLOGIA BÁSICA – ESTRELA HIERÁRQUICA .......................................................... 26 FIGURA 20: REPRESENTAÇÃO DE TOPOLOGIA BÁSICA - MISTA ................................................................................. 27 FIGURA 21: EXEMPLO DE SISTEMA RESIDENCIAL ................................................................................................... 29 FIGURA 22: EXEMPLO DE SISTEMA DE ANTENA COLETIVA PREDIAL (MATV) .............................................................. 30 FIGURA 23: EXEMPLO DE INSTALAÇÃO DOMÉSTICA PARA VHF E UHF ...................................................................... 31 FIGURA 24: ÍCONE DE SELEÇÃO - ANTENA ........................................................................................................... 34 FIGURA 25: TELA DE INSERÇÃO DE DADOS - ANTENA ............................................................................................. 34 FIGURA 26: ÍCONE DE APRESENTAÇÃO - ANTENA .................................................................................................. 35 FIGURA 27: ÍCONE TOMADA - DIFERENCIAÇÃO ENTRE TOMADA REGULAR E TERMINAL. ................................................ 35 FIGURA 28: MENU DE OPÇÕES – OPÇÃO TOMADA TERMINAL ................................................................................ 35 FIGURA 29: MENU DE OPÇÕES – OPÇÃO SELECIONAR ........................................................................................... 36 FIGURA 30: ÍCONE SELECIONADO NA ÁREA DE PROJETO ......................................................................................... 36 FIGURA 31: CAIXA DE INFORMAÇÕES DE ELEMENTO .............................................................................................. 36 FIGURA 32: CABO DE CONEXÃO DOS ELEMENTOS ................................................................................................. 37 FIGURA 33: TELA DE INSERÇÃO DE DADOS - CABO ................................................................................................ 37 FIGURA 34: EXEMPLO DE ELEMENTOS CONECTADOS - ANTENA/AMPLIFICADOR ......................................................... 38 FIGURA 35: MENU DE OPÇÕES - OPÇÃO DESCONECTAR ........................................................................................ 38 FIGURA 36: MENU DE OPÇÕES - FUNÇÃO REMOVER ............................................................................................. 38 FIGURA 37: CAIXA DE RESPOSTAS - ELEMENTO CONVERSOR ................................................................................... 39 FIGURA 38: PROJETO DESENVOLVIDO NO APLICATIVO ........................................................................................... 41 FIGURA 39: CÁLCULO DO SINAL DE SAÍDA NA TOMADA TERMINAL ........................................................................... 42

Lista de Tabelas TABELA 1: ARQUITETURAS CELULARES DA REDE HFC ............................................................................................. 13 TABELA 2: ATENUAÇÃO POR NÚMERO DE SAÍDAS EM DISTRIBUIDORES ..................................................................... 22 TABELA 3: EXEMPLOS DE RESTRIÇÕES DO PROGRAMA ............................................................................................ 35

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Resumo

O crescente desenvolvimento tecnológico somado às novas necessidades do mundo

globalizado acaba gerando um interesse cada vez maior por parte dos alunos nas áreas

relacionadas à programação, informática, TI, utilização de softwares, etc. Dentro deste contexto,

o desenvolvimento de softwares pode ser facilmente utilizado como uma ferramenta para atrair

a atenção e despertar o interesse para os estudos do material clássico de uma forma atual e

motivante.

O software desenvolvido busca facilitar a criação de projetos relativos à distribuição de

sinais CATV/MATV. É possível realizar uma simulação por completo, inserir todos os

elementos necessários para o estudo, medir seus impactos e efeitos tanto de uma maneira

individual quanto geral, no âmbito do projeto como um todo. Durante essa fase de testes e

construção, pode-se alterar de diversas maneiras a estrutura final do projeto removendo e/ou

alterando as conexões entre os elementos presentes, sempre com auxílio de uma interação

gráfica atrativa e de fácil manipulação para o usuário.

Em um primeiro momento, utilizou-se o conhecimento acadêmico aprendido durante as

disciplinas cursadas tanto na área de programação, como na área de telecomunicações.

Posteriormente, as habilidades desenvolvidas durante o período de estágio, foram também

utilizadas no desenvolvimento do programa.

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Abstract The increasing technological development added to the new needs of the globalized

world, generates an increasing interest by students in areas related to programming, computers,

IT, software usage, among other things. Based on this context, the development of software can

be easily used as a tool to attract attention and arouse the interest to the study of classic material

in a contemporaneous and motivating way.

The developed software tries to facilitate the creation of projects related to the

distribution of signals CATV/MATV. It is possible to carry through a complete simulation, to

insert all the necessary elements for the study, in such a way to measure its impacts and effects

not only in a general but also in an individual way, in the scope of the project as a whole.

During this phase of tests and construction, the final structure can be modified in diverse ways,

removing and/or modifying the connections between the elements, always with aid of an

attractive graphical interaction and easy manipulation for the user.

At first, it was used the knowledge learned during the academic disciplines studied in

the field of programming and in the area of telecommunications. Later, the skills developed

during the training period, were also used in developing the program.

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1 Introdução

As práticas atuais de projeto e otimização de sistemas de distribuição de TV feitas

manualmente, com o uso de calculadora, lápis e papel, são, geralmente, limitadas à adequação

de formatos já conhecidos às necessidades do projeto e excessivamente demoradas devido à

quantidade de cálculos relacionados. Esta prática limita o surgimento de melhores formatos para

a distribuição destes sistemas e também é este o fator que por vezes, afasta o interesse dos

estudantes por disciplinas que estejam relacionadas a esta área.

Como uma alternativa para este fato, foi concretizada a união da tecnologia com o

conhecimento clássico e pertinente de sistemas CATV/MATV. Não só os alunos poderão agora

desfrutar deste conhecimento com mais facilidade, como inúmeros problemas de maior grau de

dificuldade e que exigiriam um enorme tempo para serem solucionados poderão agora ser

facilmente simulados e resolvidos.

Dentro de um ambiente computacional, a interação entre pares, permeada pela

linguagem (humana e da máquina), potencializa o desempenho intelectual porque força os

indivíduos a reconhecer e coordenar perspectivas conflitantes, construindo um novo

conhecimento a partir de seu nível de competência que está sendo desenvolvido dentro e sob a

influência de um determinado contexto histórico-cultural [1][2].

Outra característica importante demonstrada neste trabalho é o tempo de projeto de

elaboração e, posteriormente, cálculo de todos os elementos que fazem parte de um sistema de

distribuição, que atenda a determinados requisitos. Uma vez a ferramenta estando pronta, é

possível realizar rápidas alterações que atendam a novas necessidades com esforço total

diminuto comparado às técnicas normais de projeto.

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1.1 Objetivos

O objetivo deste trabalho é desenvolver um aplicativo que ajudará a entender e demonstrar o

uso de técnicas evolucionárias aplicadas a projetos de sistemas de CATV/MATV/DTVA,

reproduzindo inicialmente projetos descritos nas referências e posteriormente desenvolvendo

exemplos e variações sobre os métodos descritos a fim de gerar a solução ideal para cada

problema que tenha que ser solucionado, buscando sempre o sistema mais eficaz e barato.

Levando em conta o tempo para a conclusão do trabalho, foram necessárias as seguintes etapas:

• Desenvolvimento de Programação (C++) para criar um ambiente agradável e de fácil

utilização pelo usuário.

• Estudo, entendimento e aprofundamento dos conceitos relacionados a CATV/MATV para

que o software realizasse as operações necessárias à nossa realidade de materiais e

tecnologia.

• Integração entre os problemas encontrados no dia a dia e o Software.

• Realização de Exemplos que validassem a funcionalidade do sistema.

A motivação para este trabalho partiu da utilização de softwares durante o aprendizado

de disciplinas relacionadas à engenharia, especialmente na área de telecomunicações com o

Prof°. Dr. José Carlos Sartori. Na busca por encontrar alguma ferramenta que execute operação

similar no mercado, nada foi encontrado. Fator este, que veio a sedimentar a idéia da criação de

tal ferramenta. Os desafios enfrentados no período de estágio vieram também a fomentar este

trabalho, sendo ele inclusive incentivado por superiores diretos devido ao conhecimento que

poderia ser agregado pela realização do mesmo, sem mencionar a ajuda que este aplicativo

poderá proporcionar às gerações vindouras que tenham interesse em trabalhar com engenharia

elétrica nesta área.

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2 Conceitos Gerais sobre Sistemas de Distribuição de TV

2.1 História

O sistema de transmissão público (aberto) surgiu utilizando ondas eletromagnéticas. O

sistema CATV (Community Antenna Television) surgiu em 1948 nos EUA.

Com a crescente evolução do capitalismo e disputa pela expansão de mercado

consumidor, era necessário padronizar sistemas mais baratos para que a maioria da população

pudesse desfrutar de tal serviço.

2.2 História da CATV

O nome deriva de Community Antenna Television, ou Antenas Comunitárias (coletivas)

de TV e passou também a ser utilizado para Cable Television ou TV a Cabo, com a evolução da

metodologia de distribuição. A história do CATV remonta de 1948 quando Ed Parsons[3]

decidiu resolver o problema de recepção fraca do sinal de TV em sua casa em Astoria, Oregon –

EUA. Devido a obstáculos naturais, o sinal não chegava em sua residência (área rural), Parsons,

então, resolveu colocar uma antena no alto de uma colina (onde o sinal era melhor), e amplificar

para retransmitir através de linhas de transmissão abertas para sua casa.

Figura 1: Ed Parsons em uma reunião de pesquisadores.

Logo a comunidade aderiu, Parsons instalou outras antenas administrando a distribuição

do sinal em um sistema comunitário muito parecido com um condomínio. Nesta época, o

equipamento era bastante instável e só havia três canais abertos de televisão, os canais 2, 4 e 6.

Existiam várias antenas coletivas em uma só localidade, devido à dificuldade de amplificação

(valvulados e monocanais) e transmissão (fios em pares abertos).

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No Brasil, o primeiro sistema que se tem notícia foi feito em Petrópolis, em 1969, para

atender a uma comunidade de trabalhadores de uma fábrica no bairro da Cascatinha.

2.3 Evolução da CATV

No princípio, o sistema CATV não apresentava muita confiabilidade e os padrões de

qualidade eram discutíveis. Há registros de que os amplificadores eram instalados a cada 300

metros. Posteriormente, com o desenvolvimento e menor atenuação dos cabos, esta distância

elevou-se para 1500 metros. Devido à rede ser exclusivamente de cabos e estes terem uma

acentuada atenuação, havia a necessidade de um grande número de amplificadores de linha.

Como consequência o nível de ruído também era aumentado, devido à elevada figura de ruído

dos amplificadores, degenerando a qualidade da imagem no usuário final.

Deve-se ressaltar que estes processos ocorreram na década de 50, quando os

equipamentos ainda eram valvulados e, portanto, bastante ruidosos. Alguns anos mais tarde,

tornaram-se disponíveis os amplificadores transistorizados os quais introduziram diversas

mudanças em termos de controles, ruído e distorção. Nos anos 70, houve um progresso

significativo na CATV pois, os amplificadores que até então tinham capacidade para operar até

10 canais, passaram a trabalhar com 30 canais e a faixa de frequência atingiu 300MHz. A

grande mudança só aconteceu a partir dos anos 90, com o advento da fibra óptica e sua

aplicação nas redes de distribuição.

A baixa atenuação (0,3dB/km)[4] reduziu a quantidade de amplificadores e delimitou-os

à rede de distribuição por coaxial. Vem daí o termo HFC ou hibrid fiber coaxial que define uma

rede mista composta por fibras ópticas e cabos coaxiais.

2.4 MATV

MATV (Master Antenna Television) é o meio pelo qual muitos apartamentos, casas,

hotéis e outras distribuições com multi-unidades distribuem sinais de TV e de FM para todos os

seus receptores. Para diminuir as perdas e conseguir um padrão bom de qualidade, estes

sistemas precisam ser cuidadosamente planejados com o uso de diversos equipamentos e

técnicas [5].

Um sistema MATV é basicamente um sistema composto por amplificadores e uma rede

de cabos especialmente designados para distribuir os sinais (FM e TV) a partir de um ponto de

recepção central a cada um dos usuários. Seria muito complexo instalar uma antena para cada

apartamento no topo de um prédio. Um sistema tradicional de MATV pode ser dividido em

duas partes, o Headend e o Sistema de Distribuição. Detalhes sobre estas partes integrantes do

sistema serão fornecidos a seguir.

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2.5 Sistema a Cabo

Um sistema a cabo é tipicamente uma rede local limitada, na qual os sinais de televisão

são gerados localmente e/ou captados no ar normalmente encontrado na comunidade em

edifícios, escolas, residências, comércios.

A indústria de TV a cabo foi criada pela necessidade de melhorar a recepção de TV em

áreas remotas, onde a captação era feita em torres ou edifícios altos e redistribuída por um cabo

para aqueles usuários que possuíam dificuldade de recepção direta pelo ar dos sinais. A

disponibilidade de uma grande variedade de programação com canais locais, nacionais e

internacionais, tornou a TV a cabo uma opção muito atrativa para as residências urbanas.

2.6 Tecnologias de Transmissão para sinais de TV

Existem diversas maneiras de se transmitir os sinais de TV para os usuários finais[6]:

• Radiodifusão da TV aberta: A distribuição dos sinais de TV é feita diretamente pelas

emissoras empregando radiofrequência nas faixas de VHF e UHF.

• TV a Cabo: A distribuição de sinais é feita por intermédio de linhas físicas (cabos coaxiais e

fibras ópticas).

• MMDS(Serviço de Distribuição de Sinais Multiponto Multicanais): A distribuição de sinais

utiliza radiofrequências na faixa de microondas (2500 a 2680MHz).

• DTH (Direct to Home): A distribuição de sinais é feita através de satélites. Os sistemas

podem ser digitais ou analógicos e as bandas usadas nos satélites são as bandas C e Ku.

• MATV: Sistema de distribuição em comunidades de sinais abertos de TV oriundos de

transmissão em VHF, UHF ou satélite.

Como o projeto foi desenvolvido baseando-se nos sistemas de CATV/MATV, uma

explicação mais detalhada de seu funcionamento será agora fornecida, preterindo um

aprofundamento conceitual dos outros sistemas de distribuição.

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2.6.1 Sistema por Cabo Coaxial

Figura 2: Representação de um Sistema por Cabo Coaxial

O cabo é o sistema de distribuição mais utilizado no Brasil. Seu custo de instalação por

domicílio atingido é mais alto que o de outros sistemas, mas uma rede de cabo pode ser

utilizada posteriormente para a prestação de diversos outros serviços, como comunicação de

dados, acesso à Internet, telefonia, etc. No início, as redes de distribuição de sinais de TV paga

foram projetadas para atender, principalmente, residências, mas a rede física passa tanto por

estas, como pelo mercado corporativo, abrindo a possibilidade de estender os serviços ao

mesmo, especialmente voz, comunicação de dados e acesso à Internet em banda larga. A

maioria das redes de cabo segue a arquitetura HFC (Hybrid Fiber/Coaxial), que combina cabos

ópticos e cabos coaxiais. Os cabos ópticos mais caros e de maior capacidade transportam o sinal

do headend até os hubs secundários. Nos hubs, os sinais ópticos são convertidos em sinais

elétricos e levados pelos cabos coaxiais até os assinantes, em rede aérea ou subterrânea,

tornando sua implantação lenta, especialmente nos grandes centros urbanos.

No headend ficam localizadas as antenas que recebem os sinais das geradoras,

provenientes de satélites, ou do ar, no caso das TVs abertas. Para receber os sinais em casa, o

assinante precisa ter um televisor pronto para receber sinais do cabo (cable-ready) ou utilizar

um conversor (converter), que recebe os sinais e os converte para uma frequência compatível

com o aparelho de televisão. Se os canais forem codificados, será necessário usar um

decodidicador (decoder), em vez do conversor.

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2.6.2 TV a Cabo (NET Cabo)

Figura 3: Representação de um Sistema de TV a Cabo

As redes de TV a Cabo são constituídas por uma estrutura híbrida baseada na utilização

de cabos coaxiais e cabos ópticos. O espectro de frequência que as operadoras utilizam dentro

dos cabos coaxiais pode ir de 5MHz a 870MHZ, porém as redes mais antigas estão limitadas a

uma faixa menor, até 550MHz.

Devido aos sinais de alta frequência, as perdas nos cabos coaxiais são muito grandes, e

isso obriga que a rede seja constituída com muitos amplificadores, que servem para regenerar

estes sinais. O problema é que a cada amplificador que esse sinal atravessa, suas características

originais são distorcidas, principalmente pelo ruído dos amplificadores e pelas distorções por

não linearidade destes, impedindo que este processo seja contínuo. Portanto, a quantidade de

amplificadores é limitada. Tendo em vista que o sinal parte de um ponto central, denominado

Headend ou Cabeçal, para atender uma grande cidade como São Paulo, por exemplo, as

operadoras teriam que construir inúmeras estruturas de Headend para poder levá-lo a todas as

residências.

Em função das características dos cabos coaxiais, este meio foi considerado como opção

para sinais e canais de Televisão a Cabo fechados (CATV), um dos serviços que pode ser

transportado em uma rede de faixa larga. As redes de CATV mais simples transmitem os canais

analógicos de 2 a 76 (redes de 500MHz) e as mais comuns do canal 2 ao 117 (redes de

750MHz), podendo ainda alcançar frequências de 860 MHZ e 1GHz para sinais digitais. Porém,

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habitualmente, este tipo de sinal, bem como os de antenas coletivas, é transportado em cabos

coaxiais.

Na tabela a seguir ( tabela 1) está ilustrada uma comparação entre arquiteturas celulares

da rede HFC, o qual especifica a quantidade média necessária de amplificadores em cascata

para atender a quantidade de domicílios, dependendo da arquitetura adotada. Através da

quantidade de amplificadores em cascata, é possível determinar o valor do parâmetro de

qualidade da relação portadora-ruído no final da cascata, onde poderá variar de 53dB a 45dB,

dependendo da arquitetura adotada.

Tabela 1: Arquiteturas Celulares da rede HFC Super Padrão Mini Micro Pico

Banda Passante (MHz) 54 a 450 54 a 550 54 a 1.000 54 a 1.000 54 a 1.000

Faixa de Retorno (MHz) 5 a 42 5 a 42 5 a 42 5 a 42 5 a 42

Cascata de Amplificadores 10 a 15 4 a 8 1 a 2 0 0

Relação Portadora-Ruído (dB) 45 a 47 48 a 50 50 a 51 50 a 53 50 a 53

Quanto maior for a dimensão das células, maior será a penetração da rede de fibras

ópticas na direção do assinante. Como cada célula transmite e recebe os sinais para um número

menor de assinantes, maior será a largura de banda disponível para o usuário e menor será o

nível de ruído na entrada dos transmissores ópticos de retorno. A redução do tamanho das

células proporciona a instalação de um número menor de amplificadores em sequência e, desta

forma, aumenta a confiabilidade e o desempenho do sistema.

No projeto da rede HFC, as células são divididas de acordo com a penetração dos

serviços que necessitam de alocação de banda no canal de retorno, ou seja, os serviços

interativos, como telemetria, acesso de dados em banda larga, telefonia, vídeo sob demanda,

entre outros. Considerando o número de domicílios atendidos, as células são classificadas da

seguinte forma:

• Super Célula: 7.000 a 9.000 domicílios

• Célula Padrão: 1.500 a 2.500 domicílios

• Mini Célula: 500 a 650 domicílios

• Micro Célula: 100 a 150 domicílios

• Pico Célula: até 50 domicílios

O espectro de frequência para comunicação nas redes HFC bidirecionais é separado em

dois sentidos: Forward ou Downstream (sentido direto ou banda de descida) e Reverse ou

Upstream (sentido reverso ou banda de retorno). Os canais no sentido direto são transmitidos do

headend para os assinantes e o sentido reverso dos assinantes para o headend.

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A banda de descida, também conhecida como Canal Direto, é destinada ao transporte

dos sinais analógicos e digitais, portanto, é responsável pela transmissão dos canais de vídeo,

tráfego de dados e voz no sentido do provedor de acesso aos assinantes. As faixas de

frequências, tipicamente utilizadas pelas redes HFC no Brasil, estão compreendidas entre

54MHz e 550 ou 750MHz. Existem redes mais modernas, nas quais a faixa poderá ser

expandida até 860MHz[7].

A banda de retorno, também conhecida como Canal Reverso, é destinada ao transporte

dos sinais digitais dos assinantes até o headend. A partir de sua implantação, foi possível

disponibilizar serviços interativos de acesso em banda larga à Internet, telefonia e televisão

interativas, através da rede coaxial. As faixas de frequências, tipicamente utilizadas pelas redes

HFC no Brasil (figura 4), estão compreendidas entre 5MHz e 30 ou 42MHz. Existem redes nas

quais a faixa poderá ser expandida até 65MHz.

A banda de retorno, de forma análoga à banda de descida, é compartilhada com os

usuários, porém, nesse caso, poderá ser somente entre os usuários de uma mesma célula. A

banda de guarda dos equipamentos ativos está entre 42 e 54MHz (Filtro Duplexador dos

amplificadores).

Figura 4: Alocação do espectro de frequências

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2.6.3 Headend (NET Cabo)

Figura 5: Representação de um Sistema por Headend

O Headend é onde toda a programação é recebida ou gerada para ser posteriormente

transmitida pelo sistema de distribuição a todos os assinantes do sistema. No início dos

sistemas, todos os sinais chegavam no Headend no formato analógico, atualmente existem

provedores que disponibilizam na forma analógica enquanto outros na forma digital fazendo uso

de codificação. Por estas diferenças, existe a necessidade de concentrar todos os sinais em um

só ponto, na intenção de fazer com que as desigualdades entre eles sejam solucionadas,

permitindo que todos os assinantes recebam em sua casa todos os sinais da mesma forma.

Um Headend além de ter todos os equipamentos de processamento, também possui

equipamentos de medida, de instrumentação tais como analisadores de espectro, analisadores de

vídeo, medidores de sinal e outros. Os sinais são inseridos na rede em duas situações: Na rede

coaxial (figura 5), onde logo após o combinador é colocado um amplificador troncal que

oferecerá o nível de sinal de RF na saída do Headend necessário para a rede ou, na rede HFC.

Nesta situação o tronco é constituído por fibra óptica e na saída do headend há um transmissor

óptico. Este equipamento, realiza as tarefas de converter o sinal elétrico em óptico e inserí-lo

devidamente modulado na fibra.

2.6.4 TV a Cabo DTVA

Foi criada pela necessidade de melhorar a recepção de TV em áreas remotas. DTVA ou

DISTV é o Sistema de Distribuição via cabo em comunidades que sofrem com a falta de sinais

abertos de TV oriundos da transmissão em VHF, UHF ou satélite.

As operadoras de TV a cabo estão obrigadas a transmitir, desde o início da operação do

serviço, os canais correspondentes às geradoras locais de televisão, em VHF e UHF, não lhes

sendo permitida a alteração da programação captada. Deverão ser observadas as quantidades e

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as respectivas destinações dos canais disponibilizados pela operadora na sua área de prestação

de serviço.

São três os planos possíveis de canalização de serviços:

• Plano de Frequências Padrão: baseado na canalização de televisão (canais 2-6 e 7-13) a qual

acrescentam canais com decréscimos de 6MHz abaixo do canal 7 (175,25 MHz).

• Plano de Frequência com Portadoras Harmonicamente Relacionadas: baseado em

frequências portadoras de vídeo que são múltiplos inteiros de 6MHz e que começa em

54MHz.

• Plano de Frequências com Portadoras Incrementalmente Relacionadas: baseado em

frequências portadoras de vídeo a partir de 55,25MHz com incrementos de 6MHz por canal.

Para qualquer canal do sistema de cabo, o limite inferior deve estar 1,25MHz abaixo da

frequência da portadora de vídeo e o limite superior deve estar 4,75MHZ acima desta portadora.

Os sinais de televisão deverão ter a portadora de vídeo modulada em amplitude e a portadora de

áudio modulada em frequência, conforme normas nacionais.

2.7 Distribuição de Sinais

A distribuição de sinais é uma etapa de grande relevância nos sistemas de

CATV/DTVA, visto que existem diversos componentes e partes que provocam perdas e até

interrompem o sinal que por ele trafega. Considerando que a maioria dos elementos da

distribuição trabalham segundo um processo de interdependência, é oportuno descrever as

funções individuais, tanto dos elementos da rede externa quanto dos da rede interna ou ponto do

assinante. A rede coaxial é dividida em três partes:

• Cabo Troncal: A partir da geração do sinal na central, uma rede que opera via cabo passa a

ter seus sinais transportados por este meio. Em princípio são cabos chamados troncais, que

interligam de forma direta os diversos amplificadores que existem no percurso e transportam

os sinais que serão distribuídos pela rede subtroncal dos assinantes. Neste trecho não há

elementos passivos, a não ser o cabo coaxial. Estes cabos têm na sua composição o condutor

central feito de alumínio revestido de cobre enquanto o condutor exerno é um tubo de

aluminio, o revestimento externo é feito de PVC.

• Cabo Subtroncal: São cabos que utilizam as saídas secundárias dos amplificadores troncais e

os line extender e, entre eles, estão instalados os componentes passivos, tais como TAP’s e

acopladores direcionais. Os materiais usados na sua fabricação são semelhantes àqueles

utilizados nos cabos troncais.

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• Cabo Drop: Pode se considerar o cabo drop como aquele que interliga as redes subtroncais

com os assinantes. Para os cabos drop são utilizados os cabos RG11 e RG06. O cabo RG59

quase não é utilizado por problemas de performance.

3 Componentes do Sistema CATV/DTVA

A recepção de sinais TV em prédios de apartamentos ou residências é feita através de

antenas coletivas colocadas no topo do edifício ou da casa como representado na figura a seguir

( figura 6 ). Este sistema pode ser também utilizado para distribuição de sinais de outros

sistemas como CATV (TV a cabo) ou de um circuito interno de TV do prédio.

Figura 6: Representação Geral de um Sistema de Distribuição, Antenas Coletivas e CATV

O sinal de TV é distribuído aos apartamentos utilizando-se uma ou mais prumadas

(linhas de descida de sinal), da qual se extrai uma fração do sinal para fornecer ao usuário.

Apresenta-se a seguir os componentes principais deste sistema.

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3.1 Antena

Figura 7: Ilustração de um Conjunto de Antenas VHF/UHF

As antenas, normalmente, utilizadas em sistemas de antena coletiva são monocanal ou

multibanda. As antenas monocanal de VHF são projetadas para recepção de um único canal de

TV. Assim para se receber um conjunto de sete canais de VHF são necessárias 7 antenas, uma

para cada canal. Isso é feito para aperfeiçoar a recepção de cada canal. Já as antenas multibanda

recebem todos os canais transmitidos numa mesma direção, não sendo possível ajustar um canal

de forma independente dos demais.

3.2 Misturadores

Figura 8: Exemplos de Misturadores

São utilizados para misturar e equalizar sinais de TV provenientes de diversas antenas

ou de outros sistemas como CATV (TV a cabo) ou de um circuito interno de TV do prédio. Este

equipamento possui várias entradas, cada qual com um filtro passa canal e um atenuador

variável para ajustar o nível do sinal do canal na saída. Assim, é possível obter um conjunto de

canais, todos com o mesmo nível de saída.

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3.3 Amplificadores

Figura 9: Exemplos de Amplificadores

Um amplificador é um dispositivo eletrônico que recebe um sinal na entrada e aumenta

a intensidade desse sinal de tal forma que o sinal possa ser transmitido a uma distância maior.

Ele pode ser colocado em qualquer ponto de um sistema de distribuição.

A razão de aumento no sinal de saída é conhecida como ganho e é expressa em decibéis

ou decibel milivolts (dBmV). A perda de potência de sinal é diretamente proporcional à

frequência do sinal (uma frequência maior produz mais perdas e vice-versa). Para compensar

essa diferença, o ganho deve ser maior em frequências altas e menor em frequências baixas. A

taxa em que a potência aumenta em relação à frequência é chamada de compensaçao ou tilt. Em

certas aplicações como VCR (Video Cassette Recorder) ou CCTV(Closed Circuit Television), é

preciso adicionar sinal de banda base no sinal de CATV/MATV para que ele seja visto em todos

os aparelhos de TV, isso é obtido por meio de um modulador RF, que converte o sinal de banda

base em um sinal de radiofrequência e o transmite na rede CATV/MATV. O amplificador pode

saturar os televisores nos canais de baixa frequência em seções curtas de cabo. Portanto, o uso

de atenuadores também é necessário.

3.4 Atenuador

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Figura 10: Exemplos de Atenuadores Fixos

São utilizados para adequar os níveis de sinais às necessidades do sistema de

distribuição de CATV ou antena coletiva. Podem ser de atenuação fixa ou variável.

3.5 Cabo Coaxial

Figura 11: Modelo de Cabo Coaxial

Consiste de um núcleo condutor sólido ou fios trançados rodeado por um material

dielétrico (isolante) e envolvido com uma blindagem contínua de poliester-alumínio e tranças de

cobre estanhado. O conjunto todo é protegido por PVC ou por uma jaqueta de material

retardante ao fogo para cabos.

Para levar os sinais recebidos pelas antenas até os usuários, o meio de transmissão

utilizado nas instalações de CATV e antena coletiva é o cabo coaxial de 75 ohms. Não se deve

empregar linhas de fita, que embora mais baratas, são linhas de transmissão abertas com

impedância de 300 Ohms e não são compatíveis com os demais equipamentos.

A atenuação que o cabo coaxial introduz no sinal que por ele passa é proporcional ao

comprimento do cabo e à frequência do sinal. Isso quer dizer, por exemplo, que os canais de

UHF sofrem maior atenuação que os canais de VHF. Daí a vantagem de se converter os canais

de UHF para distribuí-los em VHF, onde as perdas são menores. A atenuação dos cabos

coaxiais dependem basicamente de 3 parâmetros: o diâmetro do cabo, o material dielétrico que

separa o condutor central e o condutor externo. Quanto maior o diâmetro, menor a atenuação e

quanto menor a constante dielétrica do material, menor a atenuação. Os cabos de 75 ohms para

distribuição de sinais de TV com as menores atenuações no mercado hoje são os cabos do tipo

"celular", como o RGC-59, o RGC-06 e o RGC-11.

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3.6 Conversores

Figura 12: Exemplos de Conversores UHF – VHF

São empregados para converter a freqüência de um canal, normalmente na faixa de

UHF, para um outro canal, normalmente em VHF.

3.7 Distribuidores

Figura 13: Exemplo de Distribuidores de 2 e 4 Saídas

A presença de um distribuidor (também chamado de divisor) ocorre na rede em função

da alimentação das rotas divergentes, com a finalidade de maximizar a estrutura do sistema. Os

distribuidores podem ter duas, três ou mais saídas balanceadas ou desbalanceadas com perdas

por inserção variáveis. A presença de um fusível interno denominado jumper fuse detecta, em

caso de ruptura, a rede que pode estar comprometida ou em curto.

Toda divisão provoca uma redução dos sinais e, o divisor ao ser inserido, provoca uma

perda que reduz os níveis dos sinais de acordo com o número de saídas. Se aplicarmos, tomando

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como exemplo um distribuidor 1x2, suas saídas serão atenuadas de 3.5dB, sendo que destes

0,5dB são causados pela perda de inserção e 3dB pela divisão do sinal em duas saídas. Vide

tabela abaixo ( tabela 2 ) para maiores informações sobre atenuações. Outra característica

importante deste elemento é a isolação entre as suas saídas.

Tabela 2: Atenuação por Número de Saídas em Distribuidores

Número de Saídas Atenuação (dB)

2 3.5

3 5.5

4 6.5

3.8 Moduladores

Figura 14: Exemplos de Moduladores VHF

Utilizado para modular uma portadora de RF por meio de sinais de áudio e vídeo

provenientes de receptores, câmeras, videocassetes, etc. Os moduladores normalmente usados

em sistemas de antena coletiva não filtram a banda lateral inferior do canal de TV. Portanto, eles

não podem ser empregados em sistemas que operam com canais adjacentes, como os sistemas

de CATV. Para esta aplicação utilizam-se moduladores com modulação do tipo AM VSB

(vestigial sideband).

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3.9 Misturador de Faixas VHF/UHF

Figura 15: Exemplos de Misturadores de Faixas VHF-UHF

Estes misturadores [8] têm como função unir em um único cabo sinais de antenas de

VHF (canais 2 a 13) e UHF (canais 14 a 83).

Características Gerais:

• Conexão tipo 'F' fêmea;

• Excelente resposta em freqüência;

• Alta isolação entrebandas;

3.10 Tomadas

Figura 16: Exemplo de Tomada Blindada

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Utilizada na distribuição dos sinais nas prumadas. É composta de um acoplador

direcional que retira uma parcela do sinal que passa pela tomada. A figura mostra os principais

parâmetros envolvidos. A característica que nomeia uma tomada define-se por quanto de sinal

ela acopla da linha principal.

• AT: acoplamento, que é uma medida da atenuação da linha (atenuação de tomada).

• AP: atenuação de passagem.

3.11 Outros Elementos

Os dez elementos acima citados são considerados fundamentais para a representação

clara e suficiente de um sistema de distribuição. Porém, existem outros integrantes que fazem

parte de um projeto real, não que eles possuam menor importância, mas para o objetivo do

trabalho sua relevância era inferior:

• Conectores: São peças mecânicas de precisão que têm como principal função realizar

emendas e conexões em cabos coaxiais, mantendo inalterada a impedância característica do

meio de transmissão. Dessa maneira,eventuais falhas como o surgimento de imagens

fantasmas são descartadas. Conexões mal executadas são a fonte mais comum de problemas

em uma TV a cabo. Os problemas geralmente ocorrem por crimpagem incorreta, danos na

malha ao se fixar o conector, limpeza e erros de cortes e dimensão ao se montar as

conexões. Observação: crimpagem é o procedimento usado para conectar o condutor

externo do conector à malha do cabo coaxial, operação esta, feita normalmente,

empregando-se uma ferramenta adequada do tipo de um alicate.

Figura 17: Exemplos de Conectores

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• Acoplador Direcional: Também chamado de Single TAP, serve para subtrair uma pequena

parte do sinal do ramal principal, para destiná-la aos ramais secundários. A perda de um

acoplador direcional é menor do que em um distribuidor, visto que apenas uma parte do

sinal passa para a tomada.

• Equalizadores: A função do equalizador é fornecer uma rampa oposta ao tilt (já mencionado

quando o assunto tratado foi amplificador), e desta forma, atenuar mais as baixas

frequências e diminuir eventuais distorções.

• Filtros de AC: Em muitos casos, é necessário utilizar filtros de AC que permitam a

passagem de sinal na faixa de RF, mas não deixam o sinal de AC (corrente alternada de

60Hz ou 120Hz) estar presente na saída, quando aplicado à sua entrada. Normalmente seu

uso é feito na casa de assinantes para impedir que o televisor não “contamine” a distribuição

da rede externa com corrente elétrica.

4 Topologias de Sistemas

Há três topologias básicas nos sistemas de distribuição de CATV/MATV, na prática a

combinação dentre elas é utilizada:

• Residencial (estrela);

Figura 18: Representação de Topologia Básica - Estrela

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• Condomínio com Blocos (estrela hierárquica);

Figura 19: Representação de Topologia Básica – Estrela Hierárquica

• Linha Pública de Acesso (mista)

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Figura 20: Representação de Topologia Básica - Mista

4.1 Projeto Residencial Ponto a Ponto (Estrela)

O sistema residencial utiliza uma ligação das tomadas de possíveis áreas de trabalho em

cada sala com uma sala central de telecomunicações (AT). Este AT é conectado a um cabo

tronco do headend. Num sistema pequeno, o AT pode ser o próprio headend. Um sistema ponto

a ponto inclui um amplificador no headend para aumentar o sinal e uma rede de distribuidores

para distribuir o sinal para cabos provenientes de cada área de trabalho. Um projeto ponto a

ponto é usado normalmente em instalações muito pequenas. No cabeamento secundário de

telecomunicações, este tipo de projeto é chamado de topologia estrela.

4.2 Projeto Condomínio com Blocos (Estrela Hierárquica)

Um projeto deste usa vários cabos-troncos para distribuir o sinal a diferentes áreas

geográficas, tais como um campus ou um grande edifício. Em um sistema de campus, um cabo-

tronco alimentará um edifício, com cabos-ramais alimentando cada pavimento do edifício.

4.3 Projeto Linha Pública de Acesso (Mista)

O projeto misto de circuitos possui um cabo passando através do edifício com

derivações instaladas onde quer que sejam necessárias. Os cabos de descida correm dessas

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derivações para as tomadas nas áreas de trabalho. Este projeto é normalmente a maneira mais

acessível economicamente para atender uma área.

4.4 Aplicações de Topologias

As mais comuns aplicações encontradas no dia a dia são:

4.4.1 Sistema Antena Coletiva Residencial

No sistema residencial, o número de componentes utilizados é menor e não se dá tanta

importância à equalização dos canais. O objetivo é ser o mais barato possível.

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Figura 21: Exemplo de Sistema Residencial

4.4.2 Sistema Antena Coletiva Predial (MATV)

Este sistema de distribuição pode ser também utilizado para distribuição de sinais de

outros sistemas como o de um circuito interno de TV do prédio.

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Figura 22: Exemplo de Sistema de Antena Coletiva Predial (MATV)

4.4.3 Sistema CATV/DTVA

Um sistema de distribuição de sinal via cabo divide-se em duas redes distintas, rede

externa e rede interna. A rede externa é composta por redes troncais e subtroncais e tem por

objetivo conduzir o sinal da Central Headend até as proximidades da casa do cliente através de

cabos coaxiais. A rede interna pode ser simples quando se tratar de uma casa com apenas um

ponto, ou complexa, caso de prédios, condomínios, empresas ou hotéis. Em qualquer situação

devem ser consideradas as distâncias entre os locais, mesmo os mais curtos, e os respectivos

comprimentos dos cabos, pois estes representam perdas.

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4.5 Desenvolvimento de Projeto

Apresenta-se a seguir o projeto de um sistema de distribuição em um escritório em que o

sinal é distribuído a partir da cabeceira do sistema, que fica no topo do conjunto. O objetivo de

um projeto padrão é garantir que o sinal seja entregue aos usuários das várias salas com um

nível de potência adequado. Este nível de sinal será medido nas tomadas a serem utilizadas em

cada sala. Para efeito de cálculos, será considerado apenas o sinal no elemento Tomada

Terminal como exemplo. A unidade utilizada para caracterizar os sinais é o dB.

Figura 23: Exemplo de Instalação Doméstica para VHF e UHF

4.5.1 Cálculo do Projeto

Considerando os elementos acima ilustrados na figura 24 tem-se:

AVHF = 1mV = 0dBmV

AUHF = 10uV = -40dBmV

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Utilizando para o cabo coaxial, uma atenuação de 0,05db/m, teremos na entrada do

misturador de VHF / UHS os seguintes dados:

AVHF = -0,1 dBmV

AUHF = -40,1 dBmV

No elemento misturador de frequências ocorrerá uma atenuação dos sinais oriundos de

ambas as antenas, para simplificar o exemplo, adotar-se-á o valor de 2dB. Assim, na saída do

misturador:

AVHF = -2,1 dBmV

AUHF = -42,1 dBmV

É evidente que os sinais estão com valores inadequados para a continuidade do projeto,

assim sendo, será incluído um amplificador no sistema. Todavia, o valor de sua amplificação

será de 20dB para que apenas um dos dois sinais fique, por ora, coerente com a distribuição.

Lembrando da atenuação que será causada pelo cabo, processo que ocorrerá por todo o

desenvolvimento da solução. Então, na saída do amplificador:

AVHF = 17,85 dBmV

AUHF = -22,15 dBmV

No distribuidor de 4 saídas que vêm a seguir, os sinais sofrerão uma atenuação de

6,5dB. Assim sendo, o sinal na entrada do distribuidor de 2 saídas será de:

AVHF = 11,2 dBmV

AUHF = -28,8 dBmV

Passando pelo distribuidor de 2 saídas, os sinais sofrerão uma perda de 3,5dB e tendo

então na entrada da tomada terminal os seguintes valores:

AVHF = 7,6 dBmV

AUHF = -32,4 dBmV

Como foi possível observar, o sistema não foi corretamente projetado. Isto porque os

sinais foram analisados para apenas uma tomada. Para correção deste problema, teria que se

alterar a topologia utilizada, incluir novos elementos no sistema, recalcular todo o projeto, entre

outras providências. Lembrando que as conversões de sinais para dB e os cálculos efetivamente

realizados, foram aqui omitidos e só se utilizou os resultados finais para efeito explicativo.

Na tentativa de minimizar este esforço dispendido no cálculo de sistemas MATV e

também otimizar o desenvolvimento de novas topologias e soluções, foi desenvolvido um

software que é tema principal desta monografia, mas antes de entrar em detalhes sobre o

mencionado aplicativo, segue adiante uma explicação que se faz necessária do que é a

atenuação e como ela funciona, visto que esta, é elemento integrante e fundamental no cálculo

dos sinais que percorrem todo o sistema.

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4.5.2 Atenuação

É válido mencionar aqui mais claramente uma explicação precisa de atenuação, que

como será visto a seguir, é elemento fundamental no cálculo dos níveis de sinais.

A atenuação é uma medida do quanto o sinal se enfraquece à medida que vai

percorrendo o meio de transmissão e é uma das razões pela qual os modelos de cabos precisam

especificar limites nos comprimentos do cabeamento. Nenhum meio de transmissão é capaz de

transmitir sinais sem que haja perdas de energia durante o processo, as perdas de energia

significam reduções na amplitude de sinais componentes. Se todos os sinais componentes

fossem igualmente reduzidos em amplitude, o sinal resultante seria todo reduzido em amplitude,

mas não distorcido. Infelizmente, a característica dos meios de transmissão é a de provocar

perdas nos diversos sinais componentes em diferentes proporções, a proporção da perda para

cada frequência do espectro é uma característica do meio. Portanto, o meio de transmissão atua

como um filtro sobre o sinal, que sofrerá um prejuízo em cada um de seus componentes de

acordo com a curva característica do ganho daquele meio.

Um aspecto importante, é a necessidade de instrumentos de medidas apropriados para

verificação do funcionamento e ajustes em sistemas de CATV e antena coletiva. O instrumento

mais acessível para os técnicos que trabalham com sistemas de antena coletiva é o Medidor de

Intensidade de Campo. Outros equipamentos mais sofisticados como Analisadores de Espectro

ou Analisadores de Redes também podem ser empregados. O Medidor de Intensidade de Campo

é um voltímetro seletivo com um sintonizador interno que possibilita medir o nível de sinal de

cada canal [9]. As leituras do nível de sinal podem ser feitas em mostradores analógicos ou

digitais e as unidades, normalmente, empregadas são o dBmV e o dBuV.

5 MATV: O Software e suas Funcionalidades

Tema principal deste trabalho, este software utiliza recursos provenientes da moderna

tecnologia para buscar o aprimoramento de técnicas de desenvolvimento de sistemas já antigas,

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não que estas sejam ineficientes ou ineficazes, somente é uma forma de adequação para os dias

de hoje, em que velocidade e necessidades de mudança são exigidas a todo momento.

5.1 Funcionalidades do Software

As principais funções do software desenvolvido serão abaixo descritas para que

qualquer usuário consiga utilizá-lo sem dificuldades. Com a utilização destas é possível

desenvolver senão completamente todo e qualquer projeto, grande parte deste.

5.1.1 Como adicionar elementos ao circuito

Os circuitos devem ser iniciados, obrigatoriamente, por uma antena. Para isso, basta

clicar no botão Antena no painel de elementos e, em seguida, na tela de projeto em branco.

Qualquer outro elemento pode ser adicionado de maneira similar.

Figura 24: Ícone de Seleção - Antena

Quando um elemento é adicionado, surge um painel para que sejam inseridas as

informações respectivas a ele, como canal, intensidade de sinal, atenuação, etc.

Figura 25: Tela de Inserção de Dados - Antena

Observe que alguns dos campos têm restrições específicas:

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Tabela 3: Exemplos de Restrições do Programa ELEMENTO RESTRIÇÃO

Antena Canal e sinal não nulos

Amplificador Amplificação não nula

Atenuador Atenuação não nula

Conversor Ganho de conversão e canais não nulos

Modulador de canal Canal e sinal não nulos

Os níveis de sinal dos elementos Antena e Modulador de Canal podem ser inseridos em

mV, dBmV, µV ou dBµV. A conversão para a unidade de trabalho dBmV é feita

automaticamente.

Após inseridas as informações necessárias, o ícone correspondente ao elemento deve

aparecer na tela de projeto.

Figura 26: Ícone de Apresentação - Antena

Também é possível determinar o atributo de “Tomada terminal” a uma das tomadas

presentes no circuito, para melhor visualização esquemática.

Figura 27: Ícone Tomada - Diferenciação entre tomada regular e terminal.

Para isso, clica-se sobre o botão Tomada Terminal e, em seguida, sobre a tomada desejada.

Para torná-la novamente uma tomada comum, repete-se o procedimento.

Figura 28: Menu de Opções – Opção Tomada Terminal

5.1.2 Como visualizar dados sobre o elemento

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Após inseridas no circuito, as informações sobre o elemento podem ser lidas

selecionando-o na tela de projeto, através da ferramenta Selecionar:

Figura 29: Menu de Opções – Opção Selecionar

A seguir, clica-se sobre o elemento desejado na tela de projetos. Seu ícone vai ser

destacado em vermelho e suas informações serão exibidas na caixa Informações, no menu à

esquerda.

Figura 30: Ícone Selecionado na Área de Projeto

Figura 31: Caixa de Informações de Elemento

5.1.3 Como conectar os elementos

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Os elementos do circuito devem ser conectados com o elemento Cabo. Basta clicar

sobre ele para que o modo de conexões seja ativado. Feito isso, clica-se sobre o elemento de

origem da ligação e, em seguida, sobre o elemento de destino. Um painel de entrada de dados

surge para que sejam informados o comprimento do fio de ligação e a atenuação por metro

deste.

Figura 32: Cabo de Conexão dos Elementos

Figura 33: Tela de Inserção de Dados - Cabo

A atenuação total da conexão é o produto desses dois fatores, e é exibido na tela de

projeto.

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Figura 34: Exemplo de Elementos Conectados - Antena/Amplificador

Deve se notar que há algumas restrições para as conexões:

Ø Antenas e Moduladores de Canal não podem ser destinos de uma conexão;

Ø Misturadores de frequência podem ser conectados apenas a Antenas,

Conversores e Moduladores de Canal;

Ø Conversores só podem receber conexões de Antenas ou Moduladores de canal;

Para desconectar dois elementos, seleciona-se um deles, clica-se sobre o botão Desconectar

e depois, sobre o segundo elemento.

Figura 35: Menu de Opções - Opção Desconectar

5.1.4 Como mover e apagar elementos

Pode-se apagar um elemento colocado na tela de projeto a qualquer instante, clicando-se

sobre o botão Remover.

Figura 36: Menu de Opções - Função Remover

Em seguida, clica-se sobre o elemento desejado na tela de projeto, e ele será apagado.

Suas conexões com outros elementos do circuito também serão suprimidos.

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Para reposicionar um elemento na tela, basta clicar sobre o botão Mover, clicar sobre o

elemento que se deseja reposicionar e, em seguida, clicar sobre uma posição vazia na tela de

projetos. As conexões do elemento serão automaticamente reposicionadas.

5.1.5 Como efetuar os cálculos do circuito

Para visualizar as informações da entrada e saída de sinais nos elementos do circuito,

após todo ele ser finalizado, basta selecioná-los (com a ferramenta Selecionar) e clicar sobre o

botão Calcular. Uma nova janela surge com as informações relativas aos sinais de entrada e

saída no elemento:

Figura 37: Caixa de Respostas - Elemento Conversor

5.1.6 Outras opções

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O menu superior do programa permite fazer algumas mudanças no modo de trabalho:

Ø Opções de Tela -> Tamanho: Permite ajustar o tamanho (número de espaços de elementos)

da tela de projeto, até um máximo de 50x50.

Ø Opções de Tela -> Redesenhar: Redesenha todos os elementos da tela de projeto.

Ø Opções de Tela -> Limpar: Apaga todas as informações do circuito atual e inicia um novo

projeto.

Ø Zoom -> In/Out: Aplica um zoom, aumentando ou diminuindo o tamanho dos ícones dos

elementos.

5.2 Utilização do Software em Projeto Real

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Retomando o exemplo anterior, para análise comparativa no desenvolvimento da

solução, o projeto foi desenhado facilmente no aplicativo e sem a realização de nenhum cálculo

manual por parte do usuário, tem-se a seguinte estrutura:

Figura 38: Projeto Desenvolvido no Aplicativo

Os elementos foram inseridos na tela conforme a descrição no tópico anterior de

funcionalidades, para se encontrar os memos resultados que aqueles previamente calculados,

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basta selecionar o elemento desejado, especificamente neste caso a tomada terminal, e clicar no

botão “Calcular”. Comprovando o esperado, ao realizar esta operação temos:

Figura 39: Cálculo do Sinal de Saída na Tomada Terminal

Seria possível desenvolver a mesma linha de raciocínio para encontrar os níveis de

sinais em todos os elementos integrantes do sistema, mas para efeitos exemplificativos isto seria

desnecessário. Fica claro neste momento, a facilidade com que o sistema acima foi reproduzido

e também que as mudanças necessárias para uma correta execução da solução são infinitamente

mais acessível de se aplicar. Sem mencionar a possibilidade de se testar diferentes soluções

procurando otimizar a topologia e seu funcionamento.

6 Conclusões

O objetivo principal deste trabalho foi a demonstração do uso de um software de

simulação aplicado em projeto de sistemas de distribuição de TV (CATV/MATV/DTVA). Para

atingir este objetivo foi necessária a criação de uma ferramenta computacional que permitisse a

evolução de estruturas, incorporando análise numérica das características de ganho e perda das

mesmas, o que foi possível através do uso da linguagem de programação C++. A ferramenta

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criada possibilitou a reprodução dos sistemas descritos nas referências, que por análise

comparativa de resultados mostraram a eficácia da mesma.

6.1 Melhoria do Software

O presente trabalho se mostrou eficaz e coerente com toda a teoria que envolve a

elaboração de sistemas CATV/MATV. Porém, ele não inclui ainda todos os elementos que

podem ser abrangidos em um projeto. Como recurso didático e até visando pesquisar novas

topologias, seu atual estado é satisfatório. A inclusão de novos elementos como boosters e

filtros de linha, além da elaboração de um design mais atrativo podem ser elaborados para uma

atualização do aplicativo. O código é estruturado para a inclusão de um banco de dados, se do

interesse de futuros programadores, o que viabilizaria o emprego de equipamentos reais para a

elaboração dos projetos.

7 Anexo 1

7.1 Linguagem de Programação

Uma linguagem de programação [10] é um método padronizado para expressar

instruções para um computador. É um conjunto de regras sintáticas e semânticas usadas para

definir um programa de computador. Uma linguagem permite que um programador especifique

precisamente sobre quais dados um computador vai atuar, como estes dados serão armazenados

ou transmitidos e quais ações devem ser tomadas sob várias circunstâncias.

O conjunto de palavras (tokens), compostos de acordo com essas regras, constituem o

código fonte de um software. Esse código fonte é depois traduzido para código de máquina, que

é executado pelo processador.

Uma das principais metas das linguagens de programação é permitir que programadores

tenham uma maior produtividade, permitindo expressar suas intenções mais facilmente do que

quando comparado com a linguagem que um computador entende nativamente (código de

máquina). Assim, linguagens de programação são projetadas para adotar uma sintaxe de nível

mais alto, que pode ser mais facilmente entendida por programadores humanos. Linguagens de

programação são ferramentas importantes para que programadores e engenheiros de software

possam escrever programas mais organizados e com maior rapidez.

Linguagens de programação também tornam os programas menos dependentes de

computadores ou ambientes computacionais específicos (propriedade chamada de

portabilidade). Isto acontece porque programas escritos em linguagens de programação são

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traduzidos para o código de máquina do computador no qual será executado em vez de ser

diretamente executado.

7.2 Programação Procedural

O termo Programação procedural (ou programação procedimental) é utilizado como

sinônimo de Programação imperativa (Paradigma de programação que especifica os passos que

um programa deve seguir para alcançar um estado desejado), mas o termo pode se referir à um

paradigma de programação baseado no conceito de chamadas de procedimento. Procedimentos,

também conhecidos como rotinas, subrotinas, métodos, ou funções (que não devem ser

confundidas com funções matemáticas, mas são similares àquelas usadas na programação

funcional) simplesmente contém um conjunto de passos computacionais a serem executados.

Um dado procedimento pode ser chamado a qualquer hora durante a execução de um programa,

inclusive por outros procedimentos ou por si mesmo.

A programação procedural é geralmente uma escolha melhor que programação

sequencial e não estruturada em muitas situações que envolvem uma complexidade média e

requerem facilidade de manutenção. Possíveis benefícios são:

• A habilidade de reutilizar o mesmo código em diferentes lugares no programa sem

copiá-lo.

• Uma forma mais fácil de organizar o fluxo do programa que uma coleção de comandos

"goto" ou "jump" (que podem transformar um programa grande e complicado no assim

chamado Código espaguete).

• A habilidade de ser fortemente modular e estruturado.

7.3 Conceitos Essenciais

Modularidade é o termo para o projeto de um sistema que é composto de várias partes que

podem ser trocadas. Desta forma o sistema pode ser dividido em vários subsistemas (incluindo

neste as diversas opções resultantes de trocas). Os sistemas podem ser processos ou produtos.

Cada parte que pode ser trocada é um módulo.

A Modularidade é uma característica geralmente desejável, especialmente em programas

grandes e complexos. Ela pode ser alcançada com a utilização de procedimentos com canais de

entrada e saída estritamente definidos, usualmente acompanhados de regras claras sobre quais

tipos de entrada e saída são permitidos ou esperados. As entradas costumam ser especificadas

sintaticamente na forma de argumentos, e as saídas entregues na forma de valores de retorno.

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O gerenciamento de escopo é outra técnica que ajuda a manter procedimentos fortemente

modulares. Ela impede que o procedimento acesse variáveis de outros procedimentos (e vice-

versa), incluindo instâncias anteriores de si mesmo, sem autorização explícita. Isto ajuda a

impedir enganos entre variáveis com o mesmo nome sendo utilizadas em locais diferentes, e

também que os procedimentos atrapalhem a execução um do outro.

Procedimentos menos modulares, freqüentemente utilizados em programas pequenos ou

escritos rapidamente, tendem a interagir com um grande número de variáveis no ambiente de

execução, que também podem ser modificadas por outros procedimentos. O fato de que muitas

variáveis agem como pontos de contato entre as várias partes do programa é o que o torna

menos modular.

Por causa da habilidade de especificar uma interface simples, de serem auto- programação

por várias pessoas ou grupos diferentes[11].

8 Anexo II

Utilizando então, a teoria explicitada sobre linguagem de programação e sistemas de

distribuição chegou-se a conclusão de utilizar a linguagem de programação C++ para o

desenvolvimento do aplicativo, devido às suas vantagens.

A linguagem C ou C++ é uma linguagem muito fácil de entender, tendo um domínio

satisfatório da mesma, pode se realizar muitos trabalhos, partindo desde programas mais

modestos como uma calculadora, até os mais elaborados, desenvolvendo programas para

comunicação em portas paralelas e em seriais. Além disso, outro ponto a se analisar é a

linguagem ASM, que significa ASSEMBLY, que hoje em dia é largamente utilizada para a

programação de microcontroladores. Esta é uma linguagem bem antiga e até rústica, no entanto,

pode-se utilizar da linguagem C++ para programar estes microcontroladores. Então se o usuário

possui uma boa base de C, pode fazer muitas coisas, usando diferentes Compiladores (Turbo C

/DEVC++ / Builder C++ / CCS / entre outros).

O compilador escolhido para a criação do aplicativo foi o Borland C++ Builder 6. Este

ambiente de desenvolvimento possui várias características particulares como:

• Construir rapidamente aplicações nativas do Windows utilizando a linguagem C + + e

bibliotecas específicas;

• Rapidez no desenvolvimento visual de arrastar e soltar poderosas ferramentas;

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• Rápida construção de aplicações que se ligam a todos os seus dados através de múltiplas

fontes e níveis;

• Aumenta sua produtividade com timesaving IDE e ferramentas extras de auxílio;

Todas (ou pelo menos a maioria) das linguagens procedurais também são linguagens

imperativas, pois fazem referências explícitas ao estado do ambiente de execução.

Para ser considerada procedural, uma linguagem de progamação deve suportar o conceito de

procedimentos, e possuir uma sintaxe para defini-los.De maneira ideal, ela deve suportar a

especificação de tipos de argumentos, variáveis locais, chamadas recursivas e o uso de

procedimentos em módulos distintos de um programa. Ela também pode suportar a distinção

entre argumentos de entrada e de saída.

O exemplo canônico de uma linguagem de programação procedural é ALGOL. Uma

linguagem em que a única forma de procedimento é um método é geralmente considerada

orientada a objetos ao invés de procedural, e não será incluída nesta lista[12]. Isto se aplica a C#

e Java, mas não a C++.

8.1 Comentários sobre o Código

Já foi explicitada a utilização do paradigma processual, que é uma forma mais singela de

enxergar o problema, geralmente usado pra programas de pequeno porte. No entanto, nesse

paradigma também existe uma estrutura pra modelar os conceitos com os quais estamos lidando

na programação, e se chama struct[13]. É basicamente uma coleção de diversas variáveis

reunidas, que atribuem propriedades a um elemento.

Por exemplo, na construção do programa tem-se:

struct stSinal {

float intensidade;

bool ativo;

};

struct stElemento {

int x, y; //posições em mapa[x][y]

int numConexoes; //numero de conexões saindo do elemento

int numReceive; //numero de conexões entrando no elemento

int conexoes[100]; //lista dos elementos aos quais ele é conectado

int receive[100]; //lista dos elementos a ele conectados

int connPos[100]; //posição da conexão que sai; 1 up 2 right 3 down 4 left

int receivePos[100]; //posição da conexão que é recebida no outro elemento

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int tipo; //tipo do ícone utilizado

int infoNum; //número de informações

int numCanais; //número de canais que passa por ele; usado no cálculo final

float atenuacoes[100]; //atenuação do fio de cada conexão saindo

float infoValor[5]; //valor da informação

AnsiString infoText[5]; //descrição das informações

AnsiString infoGrand[5]; //abreviação da grandeza

bool ativo; //false se o elemento for deletado

struct stSinal sinaisIn[100];

struct stSinal sinaisTomada[100];

struct stSinal sinaisOut[100];

};

A estrutura stElemento modela os elementos do programa (antena, tomada e todos os

outros elementos). As principais funções do programa serão abaixo listadas. É válido ressaltar

que o código estará inteiramente disponível, comentado e mais elucidamente explicado em

anexo a este documento:

void limpaMapa();

Limpa tela e apaga todos os elementos.

void aumentaMapa(int Hor, int Ver);

Usada no botão que altera o tamanho do mapa.

void printCanal(int X, int Y);

Imprime o canal sobre o ícone da antena.

void printAten(int X1, int Y1, int X2, int Y2, int conn);

Imprime a atenuação em uma ligação entre dois elementos.

void printElem(int X, int Y);

Imprime a figura BMP do element na tela.

void printLink(int X1, int Y1, int idConn);

Imprime a conexão entre dois elementos.

void removeLink(int ID1, int ID2);

Remove a conexão entre dois elementos.

void printDestaque(int X, int Y);

Imprime a borda vermelha ao redor do elemento.

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int maxIn(int ID);

Retorna o máximo de entradas permitidas para o elemento.

int maxOut(int ID);

Retorna o máximo de conexões de saída permitidas para o elemento.

void mostrarCalc(int id);

Mostra os cálculos na janela auxiliar.

void mostrarInfo(int X, int Y);

Mostra as informações sobre o elemento no box inferior esquerdo.

void redesenharTela();

Redesenha todos os elementos e conexões, para evitar erros de carregamento de imagem.

void entraDados(int tipo, int *infoNum, float *Valor, AnsiString *Text, AnsiString

*Grand);

Função chamada sempre que um elemento é criado, para que seus valores sejam inseridos.

void calcular();

Faz o cálculo dos sinais em todos os elementos.

void moverElemento(int X, int Y);

Move um elemento de lugar.

9 Referências

[1] CARVALHO, M. S. Piaget e Vygotsky: as contribuições do interacionismo. Dois

Pontos, Belo Horizonte, n° 24, p 26 – 27, 1996.

[2] D’AMBRÖSIO, U. Educação para uma sociedade em transição. Papirus, Campinas, SP,

1999.

[3] LEROY, E. Ed Parsons Collection. The Cable Center, Denver, USA, 1974.

[4] HECHT, J. Understanding Fiber Optics. Prentice Hall, USA, 3ª ed., 1998.

[5] FRANKLIN, S. Channel Master TV Antennas System Planning Manual. 2003.

Disponível em www.starkelectronic.com/cmatv.htm, Acessado em Junho de 2009.

[6] GULATI, R. R. Color Television: Technology, Transmission and Reception. New Age

International, India, 2ª ed., 2003.

[7] ROSS, J. Instalador de TV por Assinatura. Livrotec Edições, São Paulo, SP, 2005.

[8] CUNHA, F. Misturadores de Faixa. 2004. Disponível em www.proeletronic.com.br,

Acessado em Junho de 2009.

[9] GROB, B. Basic Television, principles and servicing. Mcgraw-Hill, Georgia, 1964.

[10] ORGANICK, E. I., FORSYTHE, A. I.,PLUMMER, R. P. Programming Language

Structures. Academic Press, New York, 1978.

[11] MELO, A. A., NASCIMENTO, M. G. F., Aprenda a desenvolver sistemas profissionais

orientados a objetos com padrões de projeto. Novatec, 1ª ed., São Paulo, 2007.

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[12] DEITEL, P. J., DEITEL H. M. C++: Como Programar. Prentice Hall, 5ª ed., São Paulo,

2006.

[13] ORTEGA, J. M., GRIMSHAW A. S. An introduction to C++ and numerical methods.

Oxford University Press, 1ª ed., Oxford, 1998.