APLICAÇÃO DO TRABALHO PADRONIZADO NA …...Meu amor por vocês não tem tamanho. Às minhas avós,...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA APLICAÇÃO DO TRABALHO PADRONIZADO NA MANUTENÇÃO MECÂNICA DE UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE IANE CAMILE DE CASTRO BESERRA NATAL 2018

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

    NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

    APLICAÇÃO DO TRABALHO PADRONIZADO NA

    MANUTENÇÃO MECÂNICA DE UMA INDÚSTRIA

    TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE

    IANE CAMILE DE CASTRO BESERRA

    NATAL

    2018

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

    NORTE

    CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA

    APLICAÇÃO DO TRABALHO PADRONIZADO NA

    MANUTENÇÃO MECÂNICA DE UMA INDÚSTRIA

    TÊXTIL DO RIO GRANDE DO NORTE

    IANE CAMILE DE CASTRO BESERRA

    NATAL

    2018

    Monografia apresentada ao Curso de Engenharia de

    Mecânica, como requisito para obtenção do Título de

    Engenheira Mecânica pela Universidade Federal do

    Rio Grande do Norte.

    Orientadora: Profª Dra. Juliana Ricardo de Souza

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    Reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Prof.ª Dr.ª Ângela Maria Paiva Cruz

    Diretor do Centro de Tecnologia

    Prof. Dr. Luiz Alessandro Pinheiro da Câmara de Queiroz

    Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica

    Prof. Dr. Thércio Henrique de Carvalho Costa

    Orientação

    Profª Dra. Juliano Ricardo de Souza

    Ficha Catalográfica

    OBS.: Solicitar orientações na Biblioteca da UFRN para feitura da ficha personalizada.

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    DEDICATÓRIA

    Dedico este trabalho, inicialmente, à Deus. À Ele devo minha existência. Ele é minha base e minha fonte de forças. Tudo para Ele, nada sem Ele.

    Dedico também aos meus pais, Roque e Nady, que me ensinaram, desde cedo, a importância do estudo e da capacitação.

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    AGRADECIMENTOS

    Aos meus queridos e amados pais, Nady Marques de Castro Beserra e Roque de Assis Beserra Filho, pessoas inspiradoras, fortes, batalhadoras e guerreiras. À minha mãe, fonte de resiliência e ao meu pai, fonte de persistência. Junto à Deus, vocês são minha base. Acrescento meus irmãos, Vitor Hugo de Castro Beserra e Igor de Castro Beserra vocês me mostraram que eu devo lutar pelos meus objetivos. Meu amor por vocês não tem tamanho.

    Às minhas avós, Anailde Marques de Medeiros e Maria Peres Beserra (in memoriam) que cuidaram de mim com todo amor, dedicação e carinho por toda a minha vida.

    Ao meu querido Ruy Dias Alves da Silva Neto pelos eternos momentos de carinho, compreensão, respeito, reciprocidade e amor e à sua família: Severina Vanalúcia de Figueiredo Dias, Rayanne de Figueiredo Dias, Raphael de Figueiredo Dias e Rosemere, meus sinceros agradecimentos por todo acolhimento, carinho e cuidado.

    À minha querida orientadora de TCC, de estágio e de vida: muito obrigada por tudo! Obrigada por todos os puxões de orelha, pelas palavras ditas no momento certo, pela compreensão, pelas risadas e por todos os momentos partilhados. Você é uma profissional incrível e uma pessoa mais incrível ainda. Que Deus ilumine sua jornada.

    Ao meu querido amigo Lucas da Costa Soares, por todos os momentos partilhados, sejam no estágio, na graduação, na pós graduação ou na vida. Todas as risadas, todas as palavras e todo o ombro amigo partilhado, meus sinceros agradecimentos. Você tornou esses dias bem mais leves.

    Aos amigos da rota zero: Lucas da Costa Soares, Eloá Cristine, José Magdiel e Thaieny Zucolotto, obrigada por todos os momentos, todas as risadas e todas as conversas trocadas. Vocês são incríveis! Lembrem-se: Deus sempre tem um propósito na vida de cada pessoa.

    À Karine dos Anjos, obrigada pelos ensinamentos partilhados. Obrigada por acreditar em mim e por acrescentar tanto na minha vida profissional e pessoal. Desejo muito sucesso na sua carreira profissional e muita paz na sua vida.

    À Willian Fernandes, obrigada por mostrar que ainda há seres humanos bondosos e humildes. Ouvi, aprendi e cresci muito com você. Guardarei pra sempre a sua frase: “colocando Deus na frente você já começa a resolver o problema da maneira correta; fazendo isso, metade do problema você já resolveu”.

    À Ricardo Nogueira e Adailson Rodrigues, obrigada pela confiança depositada. Obrigada por acreditar que sempre somos capazes de fazer mais e melhor. Vocês contribuíram diretamente para o meu crescimento profissional e pessoal.

    À Diomeces Rodrigues, obrigada por ser mais um professor que a vida pode me dar. Seus ensinamentos ficarão guardados na memória.

    À Euclides, Egon, Pedro, Idjonson, Alessandro, Joab, Leandro e Edson, obrigada por sempre me ajudar nos percalços do estágio.

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    “O perigo é não evoluir.” Jeff Bezos

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    BESERRA, I. C. C. Aplicação do Trabalho Padronizado na manutenção mecânica de uma indústria têxtil do Rio Grande do Norte. 2018. 59 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Mecânica) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2018.

    RESUMO

    As mudanças na indústria têxtil têm se mostrado cada vez mais

    rápidas, a adequação da produção e da manutenção para o aumento da

    capacidade produtiva se mostram cada vez mais significativas. Nesse contexto,

    a adaptação da manutenção mecânica do beneficiamento perante a

    necessidade da produção deve ser cada vez mais ágil e eficaz. Para a

    manutenção, em si, é um período de análise dos seus meios e métodos de

    manutenção, pois os mesmos garantem a confiabilidade do serviço prestado.

    Essa pesquisa tem como objetivo analisar algumas ações prestadas pela

    manutenção dos cilindros emborrachados contidos no beneficiamento têxtil,

    através da aplicação do Trabalho Padronizado como meio ferramental de

    análise. Com o desenvolver da ferramenta aplicada, é possível verificar, analisar

    e padronizar todas as atividades realizadas pela manutenção para garantir a

    manutenibilidade dos cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil. É visto,

    também, que através do Trabalho Padronizado é possível reduzir o lead time de

    manutenção e movimentação, aumentar a eficiência do colaborador, como

    também melhorar a ergonomia da atividade realizada pelos colaboradores.

    Palavras Chaves: Trabalho Padronizado, manutenção mecânica,

    manutenção, indústria têxtil, beneficiamento têxtil.

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    BESERRA, I. C. C. Application of Standardized Work in the Maintenance of a Textile Industry in Rio Grande do Norte. 2018. 59 p. 2018. Undergraduate Final Project (Mechanical Engineering Graduation) - Federal University of Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2018.

    ABSTRACT

    The changes in the textile industry have been increasingly fast,

    the adequacy of production and maintenance to increase productive

    capacity are increasingly significant. In this context, the adaptation of the

    mechanical maintenance of the processing to the necessity of the

    production must be more and more agile and effective. For the

    maintenance itself, it is a period of analysis of its means and methods of

    maintenance, since they guarantee the reliability of the service provided.

    This research aims to analyze some actions provided by the maintenance

    of the rubberized cylinders contained in the textile processing, through the

    application of the Standardized Work as a tool of analysis. With the

    development of the applied tool, it is possible to verify, analyze and

    standardize all the activities performed by the maintenance to ensure the

    maintenance of the rubberized cylinders of the textile processing. It is also

    seen that through Standardized Work it is possible to reduce the lead time

    of maintenance and movement, to increase the efficiency of the employee,

    as well as to improve the ergonomics of the activity performed by the

    employees.

    Key words: Standardized Work, mechanical maintenance, maintenance,

    textile industry, textile processing.

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    LISTA DE ILUSTRAÇÕES

    LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 1: Gráfico de Pareto: quantidade de cilindros emborrachados. ........... 16 Gráfico 2: Gráfico de Balanceamento de Operadores (GBO) .......................... 22 Gráfico 3: Quantidade total de cilindros substituídos no ano de 2016 .............. 33 Gráfico 4: Quantidade de cilindros substituídos em 2016 ................................ 34 Gráfico 5: GBO inicial: mecânico líder .............................................................. 36 Gráfico 6: GBO inicial: mecânico líder .............................................................. 36 Gráfico 7: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico líder ..................... 41 Gráfico 8: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico auxiliar ................. 41 Gráfico 9: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico empilhador .......... 42 Gráfico 10: GBO antes do TP: cilindro ocado................................................... 43 Gráfico 11: GBO após TP: cilindro ocado ........................................................ 48 Gráfico 12: GBO inicial: mecânico líder ............................................................ 52 Gráfico 13: GBO inicial: mecânico auxiliar ....................................................... 52 Gráfico 14 :GBO após TP: Mecânico Líder ...................................................... 54 Gráfico 15: GBO após TP: Mecânico Auxiliar................................................... 54 Gráfico 16: Porcentagem de realização do Trabalho Padronizado nos cilindros emborrachados ................................................................................................ 56

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Cinco princípios básicos de Womack, Jones e Ross ........................ 13 Figura 2: Evolução do sistema produtivo ......................................................... 18 Figura 3: Sete desperdícios citados por Shingo. .............................................. 20 Figura 4: Sistema Toyota de Produção: a sua base ......................................... 21 Figura 5: Classificação da pesquisa científica em engenharia de produção .... 26 Figura 6: Etapas do estudo de caso ................................................................. 27 Figura 7: Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção .... 32 Figura 8: Cilindro extrator sendo substituído .................................................... 35 Figura 9: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual ................. 45 Figura 10: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual ............... 45 Figura 11: cilindros emborrachados com revestimento preto e bege ............... 45 Figura 12: Garra construída para movimentar os cilindros ocados .................. 46 Figura 13: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira ............ 46 Figura 14: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira ............ 46 Figura 15: Cilindro prensa sendo removido da máquina .................................. 49 Figura 16: Cilindro prensa Ø270 mm ............................................................... 49 Figura 17: Pino do mancal da prensa ............................................................... 52 Figura 18: Kaizen: Criação de um sacapino ..................................................... 53 Figura 19: Uso do sacapino para remoção do pino. ......................................... 53

    file:///G:/Usuarios/Manutencao/Mecânica%20Beneficiamento/Estagiários/50375/Nova%20pasta/Monografia%20-%20graduação%20-%20atualizada%2018%2010%20-%20FINAL.docx%23_Toc528669416

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    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (antes da implementação) ................................................................................................ 22 Tabela 2: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (após a implementação) ................................................................................................ 23 Tabela 3: Descrição do planejamento .............................................................. 28 Tabela 4: Produtores têxteis e produtores de vestuário no mundo .................. 31 Tabela 5: Relação do tipo do cilindro com a função, o diâmetro e o peso ....... 35 Tabela 6: Setup de atividades antes do TP: mecânico líder ............................ 37 Tabela 7: Setup de atividades antes do TP: mecânico auxiliar ........................ 38 Tabela 8: Setup de atividades após TP: mecânico líder .................................. 40 Tabela 9: Setup de atividades após TP: mecânico empilhador ........................ 40 Tabela 10: Setup de atividades após TP: mecânico auxiliar ............................ 40 Tabela 11: Setup de atividades antes do TP: cilindro ocado ............................ 44 Tabela 12: Setup de atividades após TP: cilindro ocado. ................................. 47 Tabela 13: Exemplo de setup de atividades antes do TP: cilindro prensa ....... 50 Tabela 14: Exemplo de setup de atividades após do TP: cilindro prensa ........ 51

    file:///G:/Usuarios/Manutencao/Mecânica%20Beneficiamento/Estagiários/50375/Nova%20pasta/Monografia%20-%20graduação%20-%20atualizada%2018%2010%20-%20FINAL.docx%23_Toc528669371

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    LISTA DE ABREVIATURAS

    Sistema Toyota de Produção (STP)

    Qualidade Total (QT)

    Just in Time (JIT)

    Produção Enxuta (PE)

    Trabalho Padronizado (TP)

    Mapa Fluxo de Valor (MFV)

    Gráfico de Balanceamento do Operador (GBO)

    Total Quality Control (TQC)

    Metodologia de Análise e Solução de Problema (MASP)

    Plan, Do, Check and Act (PDCA)

    Procedimento Operacional Padrão (POP)

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    SUMÁRIO

    CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO ................................................................................ 13

    1.1 APRESENTAÇÃO ......................................................................................... 13 1.4 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ............................................ 17

    CAPÍTULO 2: REVISÃO TEORICA ...................................................................... 18

    2.1 EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE PRODUÇÃO ..................................................... 18 2.2 ELEMENTOS DO LEAN ................................................................................. 19 2.2.1 MAPA FLUXO DE VALOR ............................................................................ 20 2.2.2 TRABALHO PADRONIZADO ......................................................................... 21 2.2.3 REDUÇÃO DO TEMPO DE SETUP .................................................................. 23 2.2.4 FLUXO CONTÍNUO ..................................................................................... 23 2.2.5 CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL ............................................................. 24 2.2.6 MELHORIA CONTÍNUA ............................................................................... 25 2.3 IMPORTÂNCIA DO TRABALHO PADRONIZADO PARA A MANUTENÇÃO .............. 25

    CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA ................................................. 26

    3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ..................................................................... 26 3.2 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA PESQUISA ............................................... 27 3.2.1 PLANEJAMENTO DO CASO .......................................................................... 27 3.2.2 COLETA DE DADOS ................................................................................... 28 3.2.3 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 28 3.2.4 RESULTADOS E PADRONIZAÇÃO .................................................................. 30

    CAPÍTULO 4: DESCRIÇÃO DO CAMPO ............................................................. 31

    4.1 CARACTERIZAÇÃO DA INDÚSTRIA TÊXTIL .................................................... 31 4.2 A CARACTERIZAÇÃO DO BENEFICIAMENTO .................................................. 32 4.2.1 MANUTENÇÃO DOS CILINDROS EMBORRACHADOS ......................................... 33

    CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS .................................. 34

    5.1 INFORMAÇÕES SOBRE OS CILINDROS EMBORRACHADOS ................................ 34

    5.2 CILINDRO EXTRATOR 180 MM .................................................................. 35 5.2.1 COLETA DE DADOS ................................................................................... 36 5.2.1 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 39 5.2.3 CONCLUSÃO ............................................................................................ 42

    5.3 CILINDRO OCADO DA MERCERIZADEIRA 309 MM ....................................... 42 5.3.1 COLETA DOS DADOS.................................................................................. 43 5.3.2 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 43 5.3.3 CONCLUSÃO ............................................................................................ 48

    5.2 CILINDRO PRENSA 270 MM ...................................................................... 49 5.2.1 COLETA DE DADOS ................................................................................... 49 5.2.2 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................. 52 5.2.3 CONCLUSÃO ............................................................................................ 54

    CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................... 55

    REFERÊNCIAS 57

  • 13

    CAPÍTULO 1: INTRODUÇÃO

    1.1 Apresentação

    Concebido em um ambiente manufaturado, mais especificamente na

    indústria automobilística, o Lean Thinking, ou o pensamento enxuto, baseado no

    Sistema Toyota de Produção (STP), trouxe inúmeras práticas para o sistema

    produtivo como a Qualidade Total (QT) e o Just in Time (JIT) (Duarte et al.,

    2011) os quais buscam incessantemente a Produção Enxuta (PE) nas

    organizações.

    Para Womack, Jones e Ross (1990) existem diferenças básicas entre

    a Qualidade Total e o Just in Time. Para ele o JIT é uma filosofia de gestão,

    enquanto a PE tem como objetivo básico a racionalização do fluxo de produção,

    procurando continuamente reduzir os recursos e as perdas da produção.

    Segundo Cirino et al. (2013) o modo como os resultados da PE devem

    ser analisados é a partir da mensuração dos dados para, assim, validar a

    aplicação deste sistema, garantindo a eliminação dos desperdícios ao longo do

    fluxo de valor. Com isso, os leads times acabam sendo encurtados, o que

    acarreta em um aumento da qualidade do produto (WOMACK; JONES; ROSS,

    1990).

    O Lean Thinking foi disseminado por Womack, Jones e Ross (1990)

    através de cinco princípios básicos (Figura 1), sendo eles: valor, fluxo de valor,

    fluxo contínuo, produção puxada e perfeição. Para isso, o Trabalho Padronizado

    (TP) foi associado às operações como um elemento que tem sido amplamente

    utilizado (ROTHER; HARRIS, 2002).

    Figura 1: Cinco princípios básicos de Womack, Jones e Ross

    Autores: WOMACK, JONES e ROSS (1990)

    ValorFluxo de

    valorFluxo

    contínuoProdução puxada

    Perfeição

  • 14

    O Trabalho Padronizado reduz desperdícios, diminui a carga de

    trabalho e riscos de acidentes, além de aumentar a produtividade e a satisfação

    dos trabalhadores (KISHIDA, 2006). Ao ser aplicado na indústria, pode trazer

    inúmeros benefícios como diminuir a quantidade de movimentações em uma

    atividade, diminuir o retrabalho, diminuir a quantidade de operações, retirar

    transportes desnecessários, padronizar a quantidade do estoque, além de

    padronizar a operação, sendo assim, a sua aplicação é positiva para no meio

    industrial, trazendo estabilidade para o processo (MARIZ; PICCHI, 2013).

    A PE é "enxuta" porque usa menos de tudo que a produção em massa

    - metade do esforço humano na fábrica, metade do espaço de fabricação,

    metade do investimento em ferramentas, metade das horas de engenharia para

    desenvolver um novo produto na metade do tempo. Além disso, é necessário

    manter muito menos da metade do estoque necessário no local, resulta em

    muitos menos defeitos e produz uma variedade crescente de produtos

    (WOMACK; JONES; ROSS, 1990).

    Desde que o Sistema Toyota de Produção desenvolveu o Sistema

    Lean, inúmeros autores enfatizaram o Trabalho Padronizado devido às suas

    inúmeras aplicações. Womack et al. (1990) dizem que supostamente a melhor

    maneira de descrever a produção enxuta seja mesclando a produção com a

    prudência em massa. Como o setor do Lean Thinking é amplo e abrangente, ele

    é facilmente diversificado para inúmeros campos, como exemplo a indústria

    têxtil.

    Dentro do beneficiamento têxtil o Trabalho Padronizado tem um

    grande poder de ação. Devido ao grande número de manutenções, o TP tem a

    capacidade melhorar as manutenções, mantendo-as padrão para todos os

    mantenedores. Um ponto forte de atuação do Trabalho Padronizado é na

    manutenção dos cilindros emborrachados. Em uma indústria têxtil do Rio Grande

    do Norte, por exemplo, são encontrados mais de 600 cilindros, como pode ser

    visto no Gráfico 1, distribuídos pelo setor. Sendo assim, a diminuição de

    desperdícios (de tempo, de material, de carga de trabalho e de acidentes), o

    aumento da disponibilidade a máquina para a produção e a satisfação do cliente

  • 15

    (ou seja, a administração da produção) torna a manutenção imprescindível e

    necessária para a produção.

    Por isso, de acordo com o exposto, este trabalho visa identificar

    quais os benefícios da implementação do Trabalho Padronizado na

    manutenção mecânica de uma indústria têxtil?

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo Geral Este estudo visa identificar, através do Trabalho Padronizado, quais

    os benefícios da implementação do mesmo na manutenção mecânica de uma

    indústria têxtil. A partir do estudo, determinar quais são as melhores sequencias

    de trabalho para realizar as atividades dos mecânicos garantindo sempre a

    saúde, a segurança e a qualidade da manutenção.

    1.2.2 Objetivos Específicos São apresentados também os objetivos específicos, como:

    Identificar todos os cilindros emborrachados em funcionamento no setor;

    Comparar os resultados das atividades antes da realização do Trabalho

    Padronizado e após o Trabalho Padronizado. O uso do Trabalho Padronizado

    aumenta a eficiência da manutenção?

    Realizar uma reflexão sobre os resultados e o potencial da implementação

    do Trabalho Padronizado no setor.

    1.3 Justificativa Analisar a implementação do Trabalho Padronizado na manutenção

    mecânica do beneficiamento têxtil, focando nas atividades executadas pelos

    mecânicos em prol da manutenibilidade dos cilindros emborrachados do setor.

    É encontrada uma grande quantidade de cilindros emborrachados no setor dos

    mais variados tipos, diâmetros e funcionalidade, os quais podem ser vistos no

    Gráfico 1.

  • 16

    Gráfico 1: Gráfico de Pareto: quantidade de cilindros emborrachados.

    Devido à alta rotatividade dos mesmos, fez-se necessário o estudo

    sobre o tempo de troca dos cilindros. Para priorização do estudo, foi construída

    uma análise de Pareto e, a partir da mesma, foi utilizado o sistema 80/20 para

    descoberta dos tipos dos cilindros que mais são utilizados no setor. É possível

    compreender que o trabalho demandaria mais atenção para os Cilindros

    Extratores, Cilindros Ocados, Cilindro Curvo, Cilindros Balança e Cilindro

    Prensa. Contudo, como os Cilindros Curvos não são da mesma criticidade dos

    demais, a análise do Cilindro Curvo não foi realizada neste estudo.

    O desenvolvimento deste estudo é de extrema importância para a

    manutenção, pois como as manutenções são diárias (mesmo que em máquinas

    diferentes), é necessário que as mesmas sejam feitas com a máxima qualidade

    possível e no menor tempo possível.

    Espera-se que um mecânico, por meio de treinamentos e

    conhecimento do processo, através das suas habilidades, foco e competências,

    tenha a capacidade de utilizar seus conhecimentos na solução dos problemas

    do dia-a-dia na fábrica, podendo, assim, transformar e melhorar a execução do

    trabalho na fábrica.

    O estudo em questão poderá ser uma semente para trabalhos da

    mesma natureza no setor fabril, podendo aumentar a discussão sobre as

    atividades realizadas na manutenção, podendo intensificar os treinamentos na

    equipe, além de adequar as atividades realizadas com as normas de segurança

    e qualidade da empresa.

  • 17

    As motivações da autora ao pesquisar o tema foram a relevância que

    se julga possuir a preparação necessária da equipe da manutenção mecânica

    do beneficiamento de uma indústria têxtil perante as atividades necessárias,

    identificando e melhorando as atividades dos mesmos de acordo com o exposto

    acima, podendo diminuir o tempo de manutenibilidade dos cilindros, em

    manutenções preventivas e corretivas, e melhorando a qualidade do serviço

    prestado.

    1.4 Estrutura de apresentação do trabalho

    O presente estudo está organizado em seis capítulos. No primeiro

    capítulo é abordada a contextualização do tema, os objetivos, a justificativa do

    estudo, o problema da pesquisa e a estrutura presente na monografia.

    O segundo capítulo abrange o referencial teórico e conceitual em que

    contém a base teórica da pesquisa. Aborda, também, os conceitos relacionados

    à evolução do sistema de produção, ao Sistema Lean de Produção e aos seus

    conceitos: mapa fluxo de valor, Trabalho Padronizado, redução do tempo de

    setup, fluxo contínuo, controle da qualidade total e melhoria contínua, além da

    importância do Trabalho Padronizado na manutenção.

    O terceiro capítulo aborda a metodologia do trabalho e todas as

    etapas procedimentais executadas durante a pesquisa.

    No quarto capítulo é vista a descrição, caracterização e ambientação

    teórica quanto à indústria têxtil, beneficiamento têxtil e manutenção mecânica

    dos cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil.

    O quinto capítulo retrata a coleta de dados, análise e os resultados

    encontrados antes e após a realização do Trabalho Padronizado na

    manutenibilidade dos cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil.

    Por fim, no sexto capítulo será apresentado as considerações finais

    sobre a monografia, incluindo algumas conclusões sobre a continuidade e

    execução do trabalho na manutenção mecânica do beneficiamento têxtil.

  • 18

    CAPÍTULO 2: REVISÃO TEORICA

    2.1 Evolução dos sistemas de produção

    Os sistemas de produção têm avançado bruscamente ao longo das

    décadas (Figura 2). Muitas vezes a produção neste período era feita por

    encomenda, o que gerava uma baixa produção com alto custo de fabricação. Os

    artesões, por sua vez, eram extremamente habilidosos, não faziam uso de

    sofisticadas ferramentas, fazendo com que a produção fosse flexível. No início

    do século XX a produção teve uma explosão com a diversificação do poder de

    compra dos consumidores, gerando uma produção em alta escala. Foi possível

    perceber, também, o desenvolvimento da empresa Ford Company, a qual

    desenvolveu um método de produção para alavancar e diversificar as produções

    criando as linhas de montagem.

    Figura 2: Evolução do sistema produtivo

    Womack Jones e Ross (1990) relataram, também, que para reduzir

    os custos da manufatura em massa, a produção era baseada em dois pontos:

    Performance produtiva padronizada de cada trabalhador;

    Aquisição de matérias-primas em larga escala;

    Com isso, fez-se necessária a padronização da produção e do

    produto, as variações decorrentes nos lotes foram reduzidas, assim como a

    fabricação dos produtos foi padronizada, facilitando a execução dos mesmos.

    Yoshino (2008) comenta que as principais características da produção

    desse sistema eram:

    Padronização do produto;

    Partes intercambiáveis;

    Atenção especial para as máquinas produzirem ao máximo;

    Padronização das tarefas;

    Divisão do trabalho.

  • 19

    Nos Estados Unidos da América, em 1920, foi visto o desenvolvimento

    da General Motors a partir da introdução dos meios de flexibilização da produção

    na linha de produção. Essa mudança foi vista por Alfred Sloan presidente, da

    GM no período. Os mesmos acharam necessário incrementar a flexibilidade da

    produção devido à necessidade da sobrevivência da General Motors nas

    vendas.

    Neste mesmo período, pós Segunda Guerra Mundial, a Toyota Motor

    Company reinventava o seu Sistema de Gestão Produtiva. Devido ao período, a

    empresa passou por um grande período de escassez de produtos, por isso, foi

    necessário rever os meios produtivos: diminuir desperdícios, reorganizar as

    estratégias de produção e produzir com a máxima eficácia para reduzir os

    reprocessos. Assim foi desenvolvido o STP e as filosofias japonesas.

    Desde o período pós Segunda Guerra Mundial, os sistemas de

    produção têm evoluído no meio industrial a partir da introdução da automação

    nos maquinários. Com o desenvolvimento desse aspecto, os processos

    produtivos estão cada vez mais confiáveis, permitindo cada vez mais a

    flexibilização dos processos, aumentando a variedade dos produtos.

    2.2 Elementos do Lean

    Shingo (1996) afirma que o Sistema Toyota de Produção se sustenta

    na priorização das melhorias através da eliminação dos desperdícios de forma

    contínua e sistêmica durante o seu processo produtivo.

    São sete tipos de desperdícios (Figura 3) citados por Shingo (1996),

    são eles: superprodução, espera, transporte, excesso de processamento,

    inventário, movimento e defeitos. O STP objetiva o aumento da eficiência da

    produção pela eliminação contínua dos desperdícios (LIKER, 2005). Por isso, o

    principal pilar do STP é a redução dos desperdícios. Este sistema é amparado,

    também, pelo JIT e pelo Jidoka (autonomação) (SILVA et al., 2013).

  • 20

    Figura 3: Sete desperdícios citados por Shingo.

    Autor: Shingo (1996)

    Segundo Ohno (1997) e Fujimoto (1999), o just-in-time de produção é

    um dos pilares do STP, sendo ele considerado um elemento de fundamental

    importância, sendo considerado, inclusive, como um viabilizador da produção,

    pois o processo de fabricação do sistema só é iniciado no momento certo, não

    havendo, assim, superprodução no sistema.

    Sendo um processo de fluxo, o JIT tem como objetivo o controle dos

    itens contidos no processo produtivo, assim como os insumos e movimentações.

    Segundo Ohno (1997) os insumos devem ser introduzidos no processo de

    maneira precisa e na quantidade necessária.

    2.2.1 Mapa fluxo de valor

    Mapa Fluxo de Valor (MFV) é considerado como toda e qualquer ação

    realizada em um produto desde a matéria prima, até a chegada ao consumidor

    final CIRINO et al. (2013) apud SANTOS (2009). Para os autores, deve-se

    buscar desde o sistema macro da organização, até o sistema micro,

    considerando o sistema em sua totalidade e não observar cada processo

    individualmente. Assim, segundo Cirino et al. (2013) o processo será observado

    como um todo.

    Pode-se compreender que o MFV corresponde as operações

    necessárias para dar sequência ao processo. Este mapeamento deve ser

    realizado de tal maneira a contribuir com o processo, para que a organização

  • 21

    compreenda a necessidade do desenvolvimento do processo de produção em

    cada etapa. Uma boa maneira para identificar desperdícios no processo

    produtivo é a partir do Mapa Fluxo de Valor, dizem CHEN; LI; SHADY (2010).

    2.2.2 Trabalho Padronizado

    Kishida, Silva e Guerra (2006) citam que o TP é uma ferramenta do

    Lean Thinking a qual tem o foco voltado para o movimento e o trabalho do

    operador. O Trabalho Padronizado é uma ferramenta desenvolvida pelo Sistema

    Toyota de Produção e é encontrado como sendo a base para o STP (Figura 4).

    Figura 4: Sistema Toyota de Produção: a sua base

    O Trabalho Padronizado trata do estabelecimento de três

    procedimentos para o trabalho, são eles:

    Tempo takt: verificar o ritmo em que os trabalhadores realizam cada

    atividade;

    Sequência de trabalho: verificar qual a sequência que os colaboradores

    realizam cada atividade;

    Estoque padrão: verificar qual material deve ter em estoque para

    concretização da atividade.

    Para desenvolvimento do Trabalho Padronizado é necessário a

    criação do Gráfico de Balanceamento do Operador (GBO) tendo como referência

    o tempo takt. Kishida, Silva e Guerra (2006) afirmam que o desenvolvimento do

    GBO começa através de um “gemba”, in loco, através da análise das atividades

  • 22

    da operação, cada atividade (Gráfico 2) deve ser cronometrada para verificar o

    tempo takt dos operadores para criação da Tabela 1. Esse levantamento deve

    ser realizado uma quantidade mínima de vezes, a fim de identificar o tempo takt

    médio da atividade.

    Gráfico 2: Gráfico de Balanceamento de Operadores (GBO)

    Fonte: KISHIDA, SILVA e GUERRA (2006)

    A partir do GBO é possível a criação da Tabela de Combinação de

    Trabalho Padronizado (TCTP) como visto na Tabela 1.

    Tabela 1: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (antes da implementação)

    Fonte: KISHIDA, SILVA e GUERRA (2006)

    Com o desenvolvimento do primeiro TCTP da atividade é possível

    identificar visualmente quais etapas da atividade demandam a maior parte da

    atividade e, assim, realizar as melhorias necessárias para reduzir o tempo de

    ação ou reduzir a sequência de trabalho.

    Posteriormente deve ser realizado o novo GBO e, consequentemente

    o novo TCTP para identificar de forma visual as melhorias realizadas, como

    identificado na Tabela 2.

  • 23

    Tabela 2: Tabela de Combinação do Trabalho Padronizado – TCTP (após a implementação)

    Fonte: KISHIDA, SILVA e GUERRA (2006)

    É possível verificar, na Tabela 2 a diminuição da penúltima atividade,

    fazendo com que o tempo de realização da atividade tenha o seu tempo takt

    reduzido consideravelmente.

    Um ponto observado é o JIT, o qual é envolvido no TP assegurando

    uma estabilidade básica, garantindo um padrão na realização dos processos. O

    TP permite, também, a abertura para a melhoria contínua dos processos, um

    exemplo é a melhoria contínua através do kaizen – metodologia derivada do

    STP.

    2.2.3 Redução do tempo de Setup

    Setup é uma expressão inglesa a qual explica o tempo de preparação

    de uma atividade. No STP há uma constante busca pela diminuição dos setups.

    A filosofia seguida, o Sistema Lean, preza pela inexistência ou, pelo menos, pela

    máxima redução dos setups.

    A redução do setup contribui de maneira significativa na redução do

    lead time do processo produtivo CIRINO et al. (2013) apud FEITOSA et al.

    (2009).

    Por exemplo, uma mudança de processo exige, necessariamente, o

    desenvolvimento de um setup de máquina, seja para mudança dos insumos, seja

    para a própria limpeza da máquina. Quanto menor for o setup de uma máquina,

    mais rápida a mesma estará disponível para produzir.

    2.2.4 Fluxo contínuo

    Rother e Harris (2002) discutem a criação de um fluxo contínuo como

    resultado de um estabelecimento de trabalho padronizado, uma ferramenta útil

    na base do Trabalho Padronizado.

  • 24

    O fluxo contínuo de um processo é definido por CIRINO et al. (2013)

    como sendo a “realização de atividades de maneira continuada e ininterrupta,

    movendo os itens em um processo de uma operação para outra, sem que

    ocorram pausas ou esperas neste processo”. Este autor ainda reitera que na PE

    utiliza-se deste modelo de processo para reduzir custos, perdas,

    movimentações, estoques e, consequentemente, qualquer operação que não

    agregue valor ao produto final.

    2.2.5 Controle da Qualidade Total

    CAMPOS (1992) define “controle de qualidade total” como “todas as

    dimensões que afetam a satisfação das necessidades das pessoas”, tais como:

    a) Qualidade: item diretamente ligado à satisfação do cliente;

    b) Custo: o custo deve refletir a qualidade do produto;

    c) Entrega: condições de entrega dos produtos ou serviços intermediários e

    finais de uma empresa – índices de atraso, índices de entrega em local

    errado e índices de entrega de quantidades erradas;

    d) Moral: mede o nível médio de satisfação de um grupo de pessoas;

    e) Segurança: segurança dos empregados e a segurança do usuário do

    produto.

    Campos (1992) ainda define “controle de qualidade total” como Total

    Quality Control (TQC), sendo a junção:

    (Controle + qualidade) total = TQC;

    Controle total + qualidade total = TQC;

    Sendo necessária a definição de “controle total” e “qualidade total”.

    CAMPOS (1992) ainda cita: “TQC é o controle exercido por todas as pessoas

    para a satisfação das necessidades de todas as pessoas”.

    Controle total: definido por Campos (1992) como controle exercido de

    forma harmônica, sistêmica e metódica.

    Qualidade total: segundo Campos (1992) a qualidade total preza a

    satisfação das necessidades das pessoas.

    Assim, o controle da qualidade total, segundo Campos (1992), são

    todas as dimensões que afetam a satisfação das necessidades das pessoas e,

    por conseguinte, a sobrevivência da empresa.

  • 25

    2.2.6 Melhoria contínua

    O conceito de melhoria contínua foi desenvolvido no Japão no período

    pós Segunda Guerra pelo Sistema Toyota. Segundo Cirino (2014) e Yoshino

    (2008), a melhoria contínua é trabalhada pelo STP como “kaizen”, uma

    abordagem para eliminar desperdícios.

    Uma das ferramentas utilizadas na melhoria contínua é a Metodologia

    de Análise e Solução de Problema (MASP) a qual é embasada nas mesmas

    metodologias que o Plan, Do, Check and Act (PDCA), ambas baseadas no QC-

    Story, método de solução de problemas de origem japonesa.

    A melhoria contínua tem também no Lean Thinking a particularidade

    de ser realizada na base da hierarquia, com rápida detecção e solução de

    problemas (SHONBERGER, 1982); assim, é possível afirmar que, do ponto de

    vista do Lean Thinking, existem elementos fundamentais que devem ser

    adicionados para que se possa atingir o estágio de melhoria contínua perseguido

    pelo princípio Lean (PICCHI, 2003).

    2.3 Importância do Trabalho Padronizado para a manutenção

    A padronização não é oriunda do Sistema Toyota. A padronização de

    operações para garantir a repetividade, e tornar-se, assim, eficiente é uma

    criação de Frederick Taylor, desde 1907 na “Administração Científica”, com as

    folhas de instruções para a correta padronização da fábrica (KANIGEL, 1997)

    apud (YOSHINO, 2008).

    Yoshino (2008) cita que a padronização é documentada com

    instruções de trabalho, sendo elaborada para cada tipo e cada etapa do

    processo, assim como os tempos operacionais e rendimento planejado. Essas

    instruções, segundo o autor, devem ser continuamente revisadas e melhoradas,

    afim de sempre estar de acordo com o trabalho executado pela operação.

    Com o crescente avanço da capacidade produtiva da indústria, é vista

    uma necessidade básica de atendimento de serviço por parte da manutenção

    em prol da produção. Cada vez mais a manutenção deve exercer o serviço com

    uma confiabilidade maior, com um custo menor e num prazo cada vez mais curto.

    Assim, o Trabalho Padronizado surge garantindo à manutenção meios para

    padronizar serviços e atividades.

  • 26

    CAPÍTULO 3: METODOLOGIA DA PESQUISA

    O presente capítulo abordará a metodologia usada neste trabalho,

    evidenciando os procedimentos metodológicos, desde a obtenção dos dados,

    como o uso das ferramentas e a análise dos dados desenvolvidos ao longo do

    trabalho. Gil (2010) define a pesquisa como procedimento racional e sistemático,

    cujo objetivo é responder os problemas propostos.

    3.1 Classificação da pesquisa

    Prandanov e Freitas (2013) consideram que as pesquisas podem ser

    classificadas de diversas formas diferentes, mas precisam ser sistemáticas,

    metódicas e críticas. Turrioni e Mello (2012) citam que a classificação das

    pesquisas científicas deve ser observada no detalhe, com foco dado pelo autor

    da pesquisa, e deve ser abordada de acordo com a Figura 5.

    Figura 5: Classificação da pesquisa científica em engenharia de produção

    Fonte: Turrioni e Mello (2012)

    No tocante a natureza do trabalho, esse se encaixa na natureza

    aplicada. A visão de Pradanov e Freitas (2013) da natureza aplicada é a geração

    de conhecimentos práticos com foco na solução de problemas específicos.

    Quanto aos objetivos este estudo se caracteriza como pesquisa

    exploratória e descritiva. A pesquisa exploratória é caracterizada por Pradanov

  • 27

    e Freitas (2013) como uma pesquisa com finalidade de proporcionar mais

    informações sobre o assunto estudado. A pesquisa descritiva é caracterizada

    pelos mesmos autores como uma pesquisa que visa a descrição do fenômeno

    estudado através da coleta de dados. Estes elementos ficam evidenciados na

    estruturação da pesquisa realizada.

    No tangente a abordagem, ela é realizada de maneira qualitativa

    através da pesquisa-ação.

    3.2 Etapas do desenvolvimento da pesquisa

    A pesquisa do trabalho foi dividida em etapas as quais constituíram a

    definição da estrutura do trabalho, o planejamento do caso, a coleta de dados, a

    análise dos dados e a conclusão do estudo. A estrutura dos dados pode ser vista

    na Figura 6.

    Figura 6: Etapas do estudo de caso

    3.2.1 Planejamento do caso

    A fase de planejamento do trabalho foi construída embasando a

    quantidade de cilindros emborrachados encontrados no Beneficiamento Têxtil.

    Foi preciso planejar o caso dentro da empresa para que, durante o período

    preestabelecido, fossem realizadas todas as medições necessárias, incluindo o

    brainstorming, havendo, assim, um bom uso do tempo determinado, pois, devido

    a demanda de serviço do setor, não era possível realizar as filmagens em toda

    manutenção preventiva.

    Assim, o calendário encontrado na Tabela 3 foi desenvolvido.

    1 • Planejamento do caso;

    2 • Coleta de dados;

    3 • Análise dos dados;

    4 • Conclusão do estudo.

  • 28

    Legenda:

    P Planejado(P)

    R Realizado (R)

    N Não realizado (N)

    C Concluído (C)

    3.2.2 Coleta de dados

    A coleta de dados foi realizada em campo através de filmagens in

    loco, no período de abril de 2017 a setembro de 2017 com o acompanhamento

    de Manutenções Preventivas das máquinas do beneficiamento têxtil.

    A autora realizou a coleta de dados através de filmagens para registrar

    as devidas movimentações dos colaboradores durante as trocas de cilindros

    emborrachados, para, assim, cronometrar o tempo levado por cada mecânico

    em cada operação. Foi considerada a análise dos dois lados da máquina (lado

    direito e lado esquerdo).

    Para cada tipo de cilindro emborrachado foram realizadas

    aproximadamente cinco filmagens antes do Trabalho Padronizado e cinco

    filmagens após o Trabalho Padronizado e, no mínimo, um brainstorming.

    Durante o brainstorming foram realizadas conversas com os

    colaboradores dos cargos: auxiliar mecânico, mecânico I, mecânico II, técnico

    da manutenção mecânica e supervisor da manutenção mecânica. Através

    dessas conversas foram realizados gráficos de Ishikawa no intuito de observar

    e identificar possíveis pontos para melhoria da atividade.

    3.2.3 Análise dos dados

    A análise dos dados foi feita através das filmagens realizadas na

    coleta de dados. Com isso, foi possível gerar resultados tangíveis no estudo das

    informações. Foram confeccionadas tabelas de movimentações, GBO’s e

    gráficos comparativos (antes x depois). Em alguns casos foi possível verificar,

    também, a criação e desenvolvimento de alguns kaizens.

    N° Tipo do cilindro Início Fim 2016 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17

    3 Cilindro ocado da mercerizadeira jul/17 set/17

    1 Cilindro prensa de caixa de lavagem 2016 abr/17

    jun/17abr/17Cilindro extrator de caixa de lavagem2

    Tabela 3: Descrição do planejamento

  • 29

    Os dados foram coletados com a máxima cautela para evitar a

    interferência direta na manutenção realizada. Algumas vezes, devido ao espaço

    físico, foi complicado realizar as filmagens, contudo, a autora sistematizou o

    método de filmagem para padronizar ao máximo as filmagens realizadas.

    A partir desta metodologia, as seguintes considerações foram

    realizadas:

    O tempo takt foi medido cinco vezes antes de realizar quaisquer

    alterações na sequência de trabalho. Este passo foi crucial, visto que

    as atividades são realizadas por várias equipes mantenedoras e, com

    isso, foi possível uniformizar todas as atividades para a execução da

    tarefa;

    A sequência exata de trabalho foi realizada com base nas atividades

    encontradas no tempo takt. Este foi dividido em 3 tipos de

    deslocamentos: interna, externa ou movimentação;

    Levantamento dos itens necessários para realização da atividade;

    Realização do brainstorming para identificar pontos de melhorias no

    processo e na atividade;

    Implementação das ideias levantadas no brainstorming;

    Realização do novo tempo takt;

    Identificação da nova sequência de atividade;

    Levantamento dos itens necessários para realizar a atividade a partir

    da nova sequência de atividade;

    Padronização da atividade.

    A análise dos dados permitiu a autora realizar uma devida análise da

    manutenção realizada nos cilindros emborrachados e, através disso, permitiu

    realizar a conexão do mundo industrial com as competências do curso de

    engenharia mecânica.

  • 30

    3.2.4 Resultados e padronização

    Após a análise da manutenção antes do TP e após o TP fez-se

    necessária a padronização das ações. A padronização deu-se pela criação de

    um Procedimento Operacional Padrão (POP) para cada tipo de cilindro

    estudado.

    Foi realizado, também, treinamentos com todos os colaboradores da

    equipe de manutenção mecânica do Beneficiamento Têxtil, no intuito de

    disseminar as atividades e informações construídas no decorrer deste trabalho.

  • 31

    CAPÍTULO 4: DESCRIÇÃO DO CAMPO

    4.1 Caracterização da Indústria têxtil

    O setor têxtil é um dos segmentos de maior tradição dentro do

    segmento industrial, contando com uma posição de destaque na economia dos

    países mais desenvolvidos e carro-chefe do desenvolvimento de muitos dos

    chamados países emergentes (MELO et al., 2007). No Brasil a sua importância

    não é menor, visto que o país é o maior produtor de índigo e brim da América

    Latina.

    O comércio têxtil brasileiro vem mostrando uma significativa expansão

    no decorrer dos anos. Segundo a ABIT (2013), o Brasil detém o quinto posto dos

    países com maior produção têxtil e o quarto posto dos países com maior

    produção de vestuário (Tabela 4). Segundo Melo et al. (2007), o aumento da

    produção têxtil brasileira é dependente do número de consumidores dos

    produtos têxteis que aumentou nos últimos anos.

    Tabela 4: Produtores têxteis e produtores de vestuário no mundo

    Fonte: (ABIT, 2013)

    A cadeia da indústria têxtil é formada por diversos processos que

    envolvem desde a escolha do algodão ao beneficiamento têxtil, posteriormente

    seguindo para confecção, findando no consumidor final (Figura 7).

  • 32

    Figura 7: Estrutura da cadeia produtiva e de distribuição têxtil e confecção

    Fonte: ABIT, (2013)

    A cadeia têxtil é constituída dos segmentos fiação, tecelagem e

    beneficiamento dos fios tecidos. Na Figura 4 é possível observar a alguns pontos

    importantes como os seguimentos de fornecedores, os insumos químicos, as

    escolas técnicas e universidades, os centros de pesquisa e desenvolvimento e

    as máquinas e os equipamentos.

    4.2 A caracterização do beneficiamento

    O beneficiamento de tecido, de uma maneira geral, agrupa todos os

    processos químicos e físicos o qual o tecido é submetido após o tear. A sua

    finalidade é melhorar as características visuais e de toque do material têxtil, além

    de agregar características específicas ao mesmo. Basicamente é constituído por

    três tipos de processos: a preparação do tecido, o tingimento/ tinturaria e o

    acabamento do tecido.

    A preparação do tecido é responsável pela desengomagem do tecido

    através da contínua lavagem em detergentes, peróxidos e soda cáustica; a

    eliminação da goma é de vital importância, pois a mesma forma uma película

    sobre o fio impedindo a penetração dos insumos posteriormente usados. É

    encontrada, também, a chamuscagem do tecido, processo responsável pela

    eliminação, através da queima, das pontas de fibras salientes (fibrilas) que ficam

    eriçadas na superfície do tecido, conferindo um toque áspero ao mesmo.

  • 33

    O alvejamento do tecido é o processo de branqueamento das fibras,

    especialmente as fibras naturais, as quais tem uma coloração amarelada e com

    grande variedade de tonalidade. São aplicados produtos químicos alvejantes

    preparando o aspecto do tecido para processos subsequentes de

    branqueamento óptico, tingimento ou acabamento.

    O processo de mercerização consiste na aplicação de soda cáustica

    sobre o tecido de algodão. A soca cáustica reage com a celulose das fibras de

    algodão causando um intumescimento da fibra, deixando-a com um perfil mais

    redondo e diminuindo as zonas amorfas da celulose. A mercerização é o último

    processo da preparação do fio.

    O tingimento, processo subsequente da preparação, é um processo

    químico da modificação da cor da fibra do tecido através de materiais corantes

    capazes de colorir o tecido.

    O acabamento, ou acabamento nobre, tem como objetivo melhorar

    e/ou fornecer, através de processos termomecânicos, características físicas ao

    tecido. Este processo termofixa a estrutura e a largura do tecido, garantindo uma

    uniformidade ao longo do processo.

    4.2.1 Manutenção dos cilindros emborrachados

    Mensalmente são substituídos centenas de cilindros emborrachados

    durante as manutenções preventiva e corretiva, como pode ser visto no Gráfico

    3 para o ano de 2016. Assim, o Trabalho Padronizado foi pensado como

    ferramenta para auxiliar a manutenção devido ao alto índice de troca de cilindros

    emborrachados.

    Gráfico 3: Quantidade total de cilindros substituídos no ano de 2016

    105

    156165

    131149

    111

    134

    160147

    118

    69

    87

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

  • 34

    CAPÍTULO 5: ANÁLISE DOS DADOS E RESULTADOS

    5.1 Informações sobre os cilindros emborrachados

    É possível encontrar cilindros emborrachados em todas as máquinas

    do beneficiamento têxtil. Dos mais variados modelos, diâmetros e funções.

    Estratificando todas as substituições realizadas no ano de 2016

    (Gráfico 4) através da análise de Pareto, é possível identificar que os maiores

    tipos de cilindros que foram substituídos ao decorrer do ano foram o cilindro

    extrator (180mm), cilindro ocado (309mm), cilindro prensa (270mm),

    caracterizando, assim, a realização do Trabalho Padronizado nesses tipos de

    cilindros.

    Gráfico 4: Quantidade de cilindros substituídos em 2016

    783

    187

    118 10879 54

    20 12 9 9 7 6 6 2 2 1

    55,81%

    69,14%

    77,55%

    85,25%

    90,88%94,73%

    96,15%97,01%

    97,65%98,29%

    98,79%99,22%

    99,64%99,79%

    99,93%

    0,00%

    10,00%

    20,00%

    30,00%

    40,00%

    50,00%

    60,00%

    70,00%

    80,00%

    90,00%

    100,00%

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600

    700

    800

    900

    QUANTIDADE DECILINDRO

    PARETO (%)

  • 35

    Assim, pela realização do TP ser focado nos cilindros extratores

    (Ø180 mm), ocados (Ø309 mm) e prensa (Ø270 mm), é vista a Tabela 5 com

    alguns detalhes sobre os cilindros.

    Tabela 5: Relação do tipo do cilindro com a função, o diâmetro e o peso

    5.2 Cilindro extrator 180 mm

    O cilindro extrator é um cilindro emborrachado e pode ser encontrado

    em todas as máquinas que contém caixas de lavagens no beneficiamento têxtil.

    Com diâmetro de 180 mm e dureza variando entre 65 e 85 Shore A, os cilindros

    extratores (Figura 8) têm a finalidade de aumentar o fator de troca do tecido

    dentro da caixa de lavagem. Demandando a maior quantidade entre os cilindros

    emborrachados, os cilindros extratores são encontrados em 12 máquinas do

    setor, totalizando 368 cilindros, ou seja, cerca de 60% do total de cilindros do

    beneficiamento.

    Figura 8: Cilindro extrator sendo substituído

    Tipo do cilindro Função Diâmetro

    (mm) Peso (kg)

    Cilindro extrator de caixa

    de lavagem

    Aumentar o fator de troca do tecido durante

    a sua lavagem 180 70

    Cilindro ocado da

    mercerizadeira

    Distribuir, de maneira uniforme, a tensão

    exercida no tecido

    309 40

    309 80

    Cilindro prensa de caixa de

    lavagem

    Prensar o tecido, retirando todo o excesso

    de produto ainda existente no tecido 270 250

  • 36

    5.2.1 Coleta de dados

    Com a coleta de dados iniciais, foi visto uma sequência de trabalho

    necessária para executar a substituição do cilindro extrator em máquina. A

    sequência de trabalho do mecânico líder e do mecânico auxiliar pode ser vista

    nas Tabelas 6 e 7, respectivamente. É possível encontrar, também, as atividades

    realizadas pelo mecânico empilhador, contudo, a sequência de trabalho deste

    colaborador não foi computada antes da realização do Trabalho Padronizado,

    apenas depois.

    Inicialmente é possível visualizar uma grande discrepância de

    atividades entre os mecânicos líder e auxiliar, este trabalho também visou a

    uniformização das atividades prestadas pelos mecânicos.

    A partir do setup de atividades listado acima foi possível desenvolver

    o GBO para o mecânico líder e para o mecânico auxiliar. O GBO consegue

    discriminar não só a lista de atividades, como também o tempo decorrido em

    cada uma delas. Os cilindros extratores de caixa de lavagem inicialmente

    necessitavam de aproximadamente 57 minutos Gráfico 5 e 6 para realizar uma

    substituição.

    Gráfico 5: GBO inicial: mecânico líder

    Gráfico 6: GBO inicial: mecânico líder

  • 37

    Tabela 6: Setup de atividades antes do TP: mecânico líder

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 3191 46 61 Total 3298 s. Interno Extreno Movimentação

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine Turno: A Setup Interno

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1 Deslocar a plataforma 1 0

    5 Abrir a tampa da caixa de lavagem (LD) 1 129 148 I 19

    1 119 129 I 10

    1 60 106

    3 Deslocar-se até a plataforma 1 106 119 M

    48 M

    2 Separar as ferramentas

    Setup Externo

    Máquina: 02 3191 s. 107 s.

    E 4648

    134 Organizar as ferramentas no local de trabalho

    11

    8 Remover o arrefecimento do pistão (LD) 1 485 495 I 10

    7 Separar as ferramentas para soltar a tampa do mancal 1 474 485 I

    6 Desmontar a proteção lateral (LD) 1 148 474 I 326

    10 Remoção do flange do mancal 1 562 606 I 44

    9 Remover a tampa do mancal (LD) 1 495 562 I 67

    88

    14 Limpeza do eixo (LD) 1 738 748 I 10

    11

    12 Soltar a corrente das engrenagens (LD) 1 617 650 I 33

    11 Separar as ferramentas para desmontar o mancal 1 606 617 I

    13 Retirar o mancal (LD) 1 650 738 I

    28

    16 Esperar pela sincronização do parceiro 1 776 811 I

    15 Levantar o cilindro (LD) 2 748 776 I

    18 Deslocar-se até o empilhador 1 1002 1019 I 17

    35

    17 Esperar pelo empilhador 2 811 1002 I 191

    19 Descarregar o cilindro novo 2 1019 1054 I 35

    54

    21 Subir na máquina para colocar as abraçadeiras no cilindro 1 1108 1145 I 37

    20 Deslocar-se até a máquina 1 1054 1108 I

    23 Arrumar o local para a empilhadeira ter acesso 2 1198 1210 I 12

    22 Colocar as abraçadeiras no cilindro 2 1145 1198 I 53

    215

    25 Esperar o empilhador retirar o cilindro desgastado da máquina 2

    24 Esperar a empilhadeira ficar na posição adequada 2 1210 1425 I

    35

    27 Esperar o empilhador colocar o cilindro novo na máquina 2 1668 1933 I 265

    26 Esperar o empilhador pegar o cilindro novo 2 1633 1668 I

    3

    1425 1633 I 208

    44

    173

    29 Montar a tampa do mancal (LE) 2 2106 2173 I 67

    28 Montar o mancal do cilindro novo (LE) 1 1933 2106 I

    I 489

    32 Deslocar-se até o LD 1 2234 2278 I

    31 Deslocar-se até o carrinho para arrumar as ferramentas 2 2176 2234 I 58

    30 Montar o arrefecimento do pistão (LE) 2 2173 2176 I

    38 Colocar a tampa da proteção LD 1 3240 3245 I

    34 Colocar o pistão LD 1 2702 2767 I 65

    33 Montar o mancal do cilindro novo LD 1 2278 2767

    2848 3240 I 392

    36 Colocar a tampa do mancal LD 1 2777 2848 I

    5

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Alessandro (Mecânico Líder)

    35 Montar parafusos na tampa do mancal LD 1 2767 2777 I 10

    71

    37 Colocar a proteção do LD 2

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800 2900 3000 3100 3200 3300 3400 3500

  • 38

    Tabela 7: Setup de atividades antes do TP: mecânico auxiliar

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 2635 101 178 Total 2914 s. Interno Extreno Movimentação

    Setup Externo

    Máquina: 02 2635 s. 279 s.

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: KARINE Turno: A Setup Interno

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATORMecânico: João Batista (Mecânico Auxiliar)

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1 Separar as ferramentas 1 0 60 E 60

    2 Deslocar-se até a área de trabalho 1 60 84 M24

    3 Remover a tampa do mancal 1 84 149 I 65

    4 Limpeza do mancal 1 149 169 I 20

    5 Remover a proteção LE do mancal 1 169 200 I 31

    6 Remover o arrefecimento do pistão LE 1 200 214 I 14

    20

    8 Soltar o mancal 1 234 353 I 119

    7 Remover o pistão LE 1 214 234 I

    9 Limpeza do local afixado o mancal 1 353 367 I 14

    10 Soltar anel de vedação 1 367 389 I 22

    16

    12 Espera pelo empilhador 2 405 861 I 456

    11 Limpezxa da ponta do eixo 1 389 405 I

    13 Lubrificação do mancal 1 861 892 I 31

    14 Subir na máquina para colocar as abraçadeiras no cilindro 1 892 915 I 23

    61

    226

    429

    I 100

    16 Esperar o empilhador retirar o cilindro 2 976 1202 I

    15 Colocar as abraçadeiras no cilindro 2 915 976 I

    17 Esperar o empilhador pegar o cilindro novo 2 1202 1631 I

    18 Auxiliar o parceiro a colocar o mancal LE 2 1631 1731

    19 Esperar o parceiro colocar o mancal LE 1 1731 1759 I 28

    41

    21 Retirar a proteção do cilindro novo 1 1800 1958 I 158

    20 Preencher o controle dos cilindros 1 1759 1800 E

    22 Auxiliar o parceiro a colocar o mancal LD 2 1958 2156 I 198

    23 Esperar sincronização do parceiro 1 2156 2191 I 35

    116

    25 Descer da máquina 1 2307 2322 I 15

    24 Arrumar o local em cima da máquina 1 2191 2307 I

    26 Pegar ferramenta 1 2322 2367 M45

    27 Limpar as ferramentas utilizadas 1 2367 2476 M109

    41

    29 Colocar a proteção LD 2 2517 2909 I 392

    28 Esperar o parceiro terminar de colocar o mancal LE 1 2476 2517 I

    30 Colocar a tampa da proteção LD 2 2909 2914 I 5

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800 2900 3000 3100

  • 39

    5.2.1 Análise dos dados

    Neste GBO foi possível visualizar a grande espera dos mecânicos

    líder e auxiliar pela movimentação da empilhadeira. Neste caso, a manobra da

    empilhadeira muitas vezes não consegue ser controlada, pois existem máquinas

    que o acesso para empilhadeira é extremamente limitado, resultando, assim, em

    um aumento no tempo de troca do cilindro extrator.

    Contudo, foi possível identificar alguns pontos que necessitavam

    melhorar, como exemplo: a disponibilidade da empilhadeira para a manutenção,

    a programação exata da quantidade de cilindros substituídos na manutenção

    (preventiva ou corretiva), a disponibilidade dos cilindros que vão ser substituídos

    durante a manutenção (preventiva ou corretiva). Foram analisadas, também, as

    atividades realizadas pelo mecânico empilhador (Tabelas 8, 9 e 10), sendo vista

    uma possibilidade de divisão das atividades, como pode ser visto nos Gráficos

    7, 8 e 9.

  • 40

    Tabela 8: Setup de atividades após TP: mecânico líder

    Tabela 9: Setup de atividades após TP: mecânico empilhador

    Tabela 10: Setup de atividades após TP: mecânico auxiliar

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 1262 0 417 Total 1679 s. Interno Extreno Movimentação

    1019 1205

    1205 1679Montar o mancal do cilindro novo LE

    Esperar o empilhador colocar o cilindro novo da máquina

    447 672

    672 1019Esperar o empilhador retirar o cilindro desgastado da máquina

    Esperar pela sincronização do parceiro

    223

    223 253

    253 447Desmontar o mancal LD

    Desmontar a proteção lateral LD

    Separar as ferramentas de trabalho 0

    4747 I

    6 I 186

    5 I 347

    1944 I 225

    I 30

    3 M

    M223

    2

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1

    Setup Externo

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Alessandro Máquina: 02 1262 s. 417 s.

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 213 0 823 Total 1036 s. Interno Extreno Movimentação

    1009 1036

    347

    347 533

    533 1009

    0

    Montar a proteção LD

    Montar o mancal LD

    Colocar o cilindro novo

    Retirar o cilindro antigo

    4764 I 27

    I 186

    3 M

    M347

    2

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1

    Setup Externo

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Leandro Máquina: 02 213 s. 823 s.

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 736 0 171 Total 907 s. Interno Extreno Movimentação

    Retirar a embalagem do cilindro novo 1395 1395

    Auxiliar o parceiro a colocar o mancal LE 1545 1779

    Esperar o empilhador retirar o cilindro velho 673 673

    Esperar o empilhador colocar o cilindro novo 1209 1209

    Separar as ferramentas de trabalho

    Soltar o mancal LE

    0 171

    171 673

    6 I 234

    5 I 0

    04 I 0

    I 502

    3 M

    M171

    2

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1

    Setup Externo

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO EXTRATOR Mecânico: Batista Máquina: 02 736 s. 171 s.

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP18/04/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

  • 41

    Gráfico 7: GBO do cilindro extrator antes do TP:

    mecânico líder

    Gráfico 8: GBO do cilindro extrator antes do TP:

    mecânico auxiliar

  • 42

    Gráfico 9: GBO do cilindro extrator antes do TP: mecânico empilhador

    5.2.3 Conclusão

    Foi possível identificar, com a realização deste Trabalho Padronizado,

    que a divisão das atividades faz um grande diferencial na execução da mesma.

    A divisão das atividades entre os mecânicos líder, auxiliar e

    empilhador reduziu o tempo total em aproximadamente 1690 segundos, o que

    gerou um aumento na eficiência do trabalho em aproximadamente 50%

    (Equação 1). Após o desenvolvimento deste TP foi realizado o treinamento com

    toda a equipe envolvida para, assim, disseminar o conhecimento da

    manutenibilidade do cilindro emborrachado.

    Equação 1: Cálculo da eficiência da manutenção do cilindro extrator com bombê

    5.3 Cilindro ocado da mercerizadeira 309 mm

  • 43

    O cilindro ocado da mercerizadeira é utilizado com dois diâmetros

    base: 190 mm e 309 mm. Contudo, o estudo realizado foi baseado no cilindro

    de diâmetro 309 mm.

    5.3.1 Coleta dos dados

    As atividades realizadas pelos mecânicos, nesse caso, foram

    agrupadas em uma única lista de atividades, pois ambas as atividades são

    similares e a mesma pode ser vista na Tabela 11.

    A partir da Tabela 11 foi possível construir o GBO do cilindro ocado.

    O mesmo pode ser visto no Gráfico 10. Sua manutenção foi totalizada em

    aproximadamente 4 minutos.

    Gráfico 10: GBO antes do TP: cilindro ocado.

    5.3.2 Análise dos dados

    Analisando os dados iniciais do tempo de manutenção do cilindro

    ocado foi questionado a real necessidade do Trabalho Padronizado. Contudo,

    quando analisado mais a fundo, foram encontradas atividades específicas da

    manutenção, como a retirada do cilindro ocado de forma manual (Figuras 9 e

    10).

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600 PREENCHER A FICHA DEMOVIMENTAÇÃO DO CILINDROOCADOCONFERIR O REAPERTO DOCHUVEIRO

    COLOCAR O CHUVEIRO

    COLOCAR O NOVO CILINDROOCADO NA DEVIDA POSIÇÃO

    INTRODUZIR O NOVO CILINDROOCADO NO PASSAMENTO NOTECIDOCOLOCAR O EIXO NO NOVOCILINDRO OCADO

    REALIZAR A TROCA DO TEFLON

    VERIFICAR O ESTADO DECONSERVAÇÃO DO TEFLON

    RETIRAR O EIXO DO CILINDROOCADO

  • 44

    Tabela 11: Setup de atividades antes do TP: cilindro ocado

    Data: Pág 1 / 1

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 202 46 0 Total 248 s. Interno Extreno Movimentação

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP26/09/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno

    Operação Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1 2 0

    5 Retirar o cilindro ocado de máquina 2 62 71 I 9

    2 59 62 I 3

    2 16 46

    133 Retirar o chuveiro 2 46 59 I

    16 E

    2 Folgar o tecido

    Separar as ferramentas de trabalho

    Setup Externo

    Máquina: 02 202 s. 46 s.

    E 30

    16

    4

    Retirar o eixo do cilindro ocado

    6

    8 Colocar o eixo no novo cilindro ocado 1 119 134 I 15

    7 Verificar o estado de conservação do eixo e do teflon 1 113 119 I

    6 2 71 113 I 42

    10 Colocar o novo cilindro ocado na devida posição 2 166 206 I 40

    9 Introduzir o novo cilindro ocado no devido passamento do tecido 2 134 166 I 32

    20

    13 Preencher a ficha de movimentação do cilindro 1 238 248 I 10

    Soltar o cilindro ocado

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO OCADO Mecânicos: Alessandro e Joab

    12 Conferir reaperto do chuveiro 2 226 238 I 12

    11 Colocar o chuveiro 2 206 226 I

    0 100 200 300

  • 45

    Figura 9: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual

    Figura 10: Retirada do cilindro ocado de máquina de forma manual

    Devido ao peso do cilindro (Tabela 5), foram analisadas medidas

    alternativas para retirar o cilindro de máquina (Figura 11), sendo uma delas a

    retirada do cilindro com o uso da empilhadeira. Foram construídas duas garras

    (Figura 12) para realizar a retirada do cilindro de máquina (Figuras 13 e 14). Após

    isso, foi construído o novo setup de atividades (Tabela 12).

    Figura 11: cilindros emborrachados com revestimento preto e bege

  • 46

    Figura 12: Garra construída para movimentar os cilindros ocados

    Figura 14: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira

    Figura 13: Movimentação do cilindro ocado com uso da empilhadeira

  • 47

    Tabela 12: Setup de atividades após TP: cilindro ocado.

    Data: Pág 1 / 1

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 440 17 93 Total 550 s. Interno Extreno Movimentação

    Setup Externo

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO OCADO Mecânicos: Alessandro, Joab e Leandro Máquina: 02 440 s. 110 s.

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP30/09/2017

    Área: Preparação Artigo: Gestor: Karine dos Anjos Turno: A Setup Interno

    Operação Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1 Retirar a balança da empilhadeira 3 0 17 E 17

    2 Deslocar a empilhadeira até o local 3 17 110 M93

    3 Ajustar os ganchos no cilindro ocado 3 110 157 I 47

    4 Retirar o eixo do cilindro ocado 3 157 185 I 28

    5 Descarregar a empilhadeira 3 185 279 I 94

    6 Levar o cilindro novo até a máquina 3 279 386 I 107

    34

    8

    Retirar a proteção do cilindro ocado

    3 420 427 I 7

    7 3 386 420 I

    9

    Colocar o eixo do cilindro ocado

    3 427 534 I 107

    Retirar os ganchos do cilindro ocado10

    Colocar o cilindro ocado na devida posição

    3 534 550 I 16

    0 100 200 300 400 500 600

  • 48

    O GBO após as modificações (Gráfico 11) acabou resultando em um

    tempo maior para a troca do cilindro ocado, contudo, resultou em uma melhora

    no trabalho dos colaboradores.

    Gráfico 11: GBO após TP: cilindro ocado

    5.3.3 Conclusão

    O Trabalho Padronizado realizado no cilindro ocado da

    mercerizadeira atentou para um ponto muito importante: a saúde do colaborador.

    Foi possível verificar um aumento de aproximadamente 5 minutos no tempo de

    substituição dos cilindros, resultando uma perda de eficiência de

    aproximadamente 55% (Equação 2), contudo a boa prática da manutenção

    fornece um ambiente mais saudável para o colaborador, com a devida

    ergonomia da função, um ponto crucial na realização de todo trabalho.

    Equação 2: Aumento do tempo de manutenção do cilindro ocado da mercerizadeira

    Após o desenvolvimento deste TP foi realizado o treinamento com

    toda a equipe envolvida para, assim, disseminar o conhecimento da

    manutenibilidade do cilindro emborrachado.

    0

    100

    200

    300

    400

    500

    600 Retirar os ganchos do cilindro ocado

    Colocar o cilindro ocado na devidaposição

    Colocar o eixo do cilindro ocado

    Retirar a proteção do cilindro ocado

    Levar o cilindro novo até a máquina

    Descarregar a empilhadeira

    Retirar o eixo do cilindro ocado

    Ajustar os ganchos no cilindro ocado

    Deslocar a empilhadeira até o local

    Retirar a balança da empilhadeira

  • 49

    5.2 Cilindro Prensa 270 mm

    O Trabalho Padronizado realizado no cilindro prensa Ø270 mm

    (Figura 15) foi realizado pela equipe da manutenção mecânica do

    beneficiamento. A proposta de redução foi de 25% do tempo inicial.

    Figura 15: Cilindro prensa sendo removido da máquina

    5.2.1 Coleta de dados

    Para construção do GBO, foram agrupadas todas as atividades

    realizadas pelos mecânicos através do setup de atividades (Tabelas 13 e 14). É

    possível verificar os resultados através dos Gráficos 12 e 13. É visto que a

    atividade mais demandada da manutenção foi, tanto para ambos os mecânicos,

    a retirada do pino de fixação do cilindro prensa.

    O grande problema desta situação é o peso do cilindro, pois cada

    cilindro pesa em torno de 250 kg. Como a atividade é realizada ao mesmo tempo

    em ambos os lados da máquina, um dos lados era comprometido pelo excesso

    de peso após a retirada do pino de fixação de um dos lados. Na Figura 16 é

    possível visualizar a posição do pino do cilindro.

    Figura 16: Cilindro prensa Ø270 mm

  • 50

    Tabela 13: Exemplo de setup de atividades antes do TP: cilindro prensa

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 2424 744 130 Total 3298 s. Interno Extreno Movimentação

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP23/02/2016

    Área: Preparação Artigo: Gestor: KARINE Turno: A Setup Interno

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1 Deslocar a plataforma 1 0

    5 Abrir a tampa da caixa de lavagem (LD) 1 129 148 I 19

    1 119 129 I 10

    1 60 106

    Setup Externo

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO Máquina: 02 2424 s. 874 s.

    M46

    3 Deslocar-se até a plataforma 1 106 119 M

    48 I 48

    2 Separar as ferramentas

    134 Organizar as ferramentas no local de trabalho

    11

    8 Remover o arrefecimento do pistão (LD) 1 485 495 I 10

    7 Separar as ferramentas para soltar a tampa do mancal 1 474 485 E

    6 Desmontar a proteção lateral (LD) 1 148 474 I 326

    10 Remoção do flange do mancal 1 562 606 I 44

    9 Remover a tampa do mancal (LD) 1 495 562 I 67

    13 Retirar o mancal (LD) 1 650 738 I 88

    11

    12 Soltar a corrente das engrenagens (LD) 1 617 650 I 33

    11 Separar as ferramentas para desmontar o mancal 1 606 617 I

    28

    16 Esperar pela sincronização do parceiro 1 776 811 I

    15 Levantar o cilindro (LD) 2 748 776 I

    14 Limpeza do eixo (LD) 1 738 748 I 10

    191

    18 Deslocar-se até o empilhador 1 1002 1019 M

    35

    17 Esperar pelo empilhador 2 811 1002 E

    5421 Subir na máquina para colocar as abraçadeiras no cilindro 1 1108 1145 E

    20 Deslocar-se até a máquina 1 1054 1108 M

    1719 Descarregar o cilindro novo 2 1019 1054 E 35

    23 Arrumar o local para a empilhadeira ter acesso 2 1198 1210 E 12

    37

    22 Colocar as abraçadeiras no cilindro 2 1145 1198 I 53

    35

    27 Esperar o empilhador colocar o cilindro novo na máquina 2 1668 1933 I 265

    215

    25 Esperar o empilhador retirar o cilindro desgastado da máquina 2 1425 1633 E

    24 Esperar a empilhadeira ficar na posição adequada 2 1210 1425 E

    208

    26 Esperar o empilhador pegar o cilindro novo 2 1633 1668 E

    44

    173

    29 Montar a tampa do mancal (LE) 2 2106 2173 I 67

    28 Montar o mancal do cilindro novo (LE) 1 1933 2106 I

    489

    32 Deslocar-se até o LD 1 2234 2278 I

    31 Deslocar-se até o carrinho para arrumar as ferramentas 2 2176 2234 I 58

    30 Montar o arrefecimento do pistão (LE) 2 2173 2176 I 3

    38 Colocar a tampa da proteção LD 1 3240 3245 I

    34 Colocar o pistão LD 1 2702 2767 I 65

    33 Montar o mancal do cilindro novo LD 1 2278 2767 I

    I 392

    36 Colocar a tampa do mancal LD 1 2777 2848 I

    5

    35 Montar parafusos na tampa do mancal LD 1 2767 2777 I 10

    71

    37 Colocar a proteção do LD 2 2848 3240

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100 2200 2300 2400 2500 2600 2700 2800 2900 3000 3100 3200 3300 3400 3500

  • 51

    Tabela 14: Exemplo de setup de atividades após do TP: cilindro prensa

    Data: Pág 1 / 1

    Processo Tempo das Operações em Sequência

    Número Início Fim Tipo Interno Externo Movi.

    Operação Total 1073 87 355 Total 1515 s. Interno Extreno Movimentação

    2524 Retirar o papel do cilindro 2 1490 1515 E

    23 Retirar a etiqueta do cilindro 2 1449 1490 E 41

    22 Fixar dobradiça da tampa 2 1420 1449 I 29

    43

    21 Recolocar a tampa 1 1394 1420 I 26

    20 Recolocar a superfície da caixa 1 1351 1394 I

    19 Fixar o parafuso da estrutura lateral 2 1312 1351 I 39

    18 Posicionar dobradiça 1 1281 1312 I 31

    11

    17 Recolocar estrutura lateral 2 1246 1281 I 35

    31

    16 Retirar cintas do cilindro e ajudar empilhador a guiar o suporte 1 1235 1246 I

    15 Espera 2 1204 1235 I

    5214 Recolocar pino 1 1174 1204 I 30

    1013 Levar novo cilindro ao equipamento 1 1122 1174 M

    20812 Retirar a cintas do cilidnro antigo e recolocar no cilindro novo 1 1112 1122 M

    11 Movimentação até a retirada do cilindro antigo 1 904 1112 M

    10 Auxiliar o empilhador na retirada do cilindro 1 484 904 I 420

    9 Aguardar empilhador 1 441 484 I 43

    21

    8 Posicionar as cintas no cilindro antigo 1 389 441 I 52

    7 Remover o pino do mancal da prensa 1 368 389 E

    6 Remover superfície da caixa 1 275 368 I 93

    5 Retirar pistão 1 185 275 I 90

    30

    4 Remover a tampa do mancal (LD) 1 163 185 I 22

    M85

    3 Espera 1 133 163 I

    48 I 48

    2 Retirar a dobradiça com a tampa 1 48 133

    Descrição das Atividadesn° de

    Operadores

    Apontamentos Tempo

    1 Separar as ferramentas de trabalho 1 0

    Setup Externo

    Processo / Operação: TROCA DE CILINDRO Máquina: 02 1073 s. 442 s.

    Tabela de Padronização do Tempo de SETUP23/02/2016

    Área: Preparação Artigo: Gestor: KARINE Turno: A Setup Interno

    0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600

  • 52

    Gráfico 12: GBO inicial: mecânico líder

    Gráfico 13: GBO inicial: mecânico auxiliar

    O tempo inicial médio encontrado nas substituições iniciais foi de

    aproximadamente 43 minutos. A proposta de redução para foi de 25%, o

    equivalente a aproximadamente 11 minutos.

    5.2.2 Análise dos dados

    Ao analisar os GBO’s iniciais é perceptível um grande tempo disposto

    na atividade “remover o pino do mancal da prensa” (coloração vermelha). Com

    isso, foi realizado um trabalho em cima da redução dessa atividade. Foi proposto

    a realização de um kaizen, o qual auxiliava os mecânicos na retirada do pino do

    mancal (Figura 17). O esquema proposto, assim como o material em uso, podem

    ser encontrados nas Figuras 18 e 19.

    Figura 17: Pino do mancal da prensa

  • 53

    Figura 18: Kaizen: Criação de um sacapino

    Figura 19: Uso do sacapino para remoção do pino.

    Após a implementação do kaizen, o setup de atividade foi realizado

    novamente, possibilitando a criação do novo GBO (Gráficos 14 e 15). Neste novo

    momento é possível identificar que o tempo desprendido para realização da

    antiga atividade “remover o pino do mancal da prensa” foi reduzido de forma

    significativa.

  • 54

    Gráfico 14 :GBO após TP: Mecânico Líder

    Gráfico 15: GBO após TP: Mecânico Auxiliar

    5.2.3 Conclusão

    Na conclusão deste trabalho, foi possível verificar uma redução no

    tempo de operação em aproximadamente 1000 segundos. Com a redução do

    tempo de trabalho, foi possível verificar um aumento na eficiência do trabalho de

    aproximadamente 40%. Após o desenvolvimento deste TP foi realizado o

    treinamento com toda a equipe envolvida para, assim, disseminar o

    conhecimento da manutenibilidade do cilindro emborrachado.

    Equação 3: Aumento da eficiência de manutenção dos cilindros prensa com bombê

  • 55

    CAPÍTULO 6: CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Devido a constante evolução industrial, o papel da manutenção é

    encarado como meio revolucionador. A manutenção deve, no mesmo passo que

    mantém a segurança dos colaboradores, diminuir o uso de insumos e materiais,

    aumentar a disponibilidade do equipamento, aumentar a confiabilidade para,

    assim, aumentar a margem de lucro do empregador. Tal objetivo é, no sentido

    de desenvolver a equipe de manutenção, desafiador, mas ao mesmo tempo

    encorajador.

    Na era da indústria 4.0, quaisquer forma de desperdício é vista, antes

    de tudo, como uma forma para perder dinheiro. O Sistema Lean de produção

    preza exatamente pela redução da superprodução, espera, transporte, excesso

    de processamento, inventário, movimento e defeitos (SHINGO, 1996).

    No desenvolvimento da seguinte monografia foram analisadas

    informações quanto ao trabalho dos colaboradores da manutenção mecânica do

    beneficiamento em prol da manutenção dos cilindros emborrachados,

    informações sobre a sequência de trabalho dos colaboradores antes e depois do

    Trabalho Padronizado e informações sobre a quantidade de cilindros

    substituídos durante o ano de 2016. Realizou-se observações e análises com

    uso da ferramenta Trabalho Padronizado, desenvolvendo o Gráfico de

    Balanceamento dos Operadores e, em alguns casos, auxiliando a manutenção

    através da realização de kaizens.

    Apresentam-se os seguintes objetivos específicos da pesquisa:

    Objetivo 1: Identificar todos os cilindros emborrachados manutenidos

    pelo setor em 2016. Foi realizada a identificação dos cilindros

    emborrachados manutenidos em 2016 para visualizar quais pontos foram

    abrangidos pelo Trabalho Padronizado.

    Objetivo 2: Comparar os resultados das atividades antes da realização

    do Trabalho Padronizado e após o Trabalho Padronizado. O uso do

    Trabalho Padronizado aumenta a eficiência da manutenção? O Trabalho

    Padronizado é uma ferramenta de fácil uso, mas que pode trazer benefícios

    ímpares para a manutenção. A comparação dos resultados das atividades

    antes da realização do Trabalho Padronizado e após a realização do

  • 56

    Trabalho Padronizado teve sua resposta do decorrer do texto. É visto que,

    em alguns casos, a eficiência da manutenção pode sim ser aumentada.

    Porém, existem casos em que é preferível assegurar a saúde do colaborador

    para, em outros momentos, realizar um novo Trabalho Padronizado visando

    o tempo da operação.

    Objetivo 3: Realizar uma reflexão sobre os resultados e o potencial da

    implementação do Trabalho Padronizado no setor. Durante o capítulo de

    resultados é visto o panorama reflexivo sobre o uso da ferramenta em prol da

    manutenção dos cilindros emborrachados. No Gráfico 16 é possível verificar

    a porcentagem de conclusão do Trabalho Padronizado perante a variedade

    de cilindros emborrachados do beneficiamento têxtil.

    Gráfico 16: Porcentagem de realização do Trabalho Padronizado nos cilindros emborrachados

    Observando os percentuais do gráfico acima, é visto que 22% dos

    cilindros emborrachados não foram padronizados. Essa margem pode ser

    utilizada para trabalhos futuros, assim como as padronizações podem ser

    revisadas, sempre em busca da melhoria contínua. A padronização deve ser

    vista, antes de tudo, como um meio para enraizar as atividades dos

    colaboradores.

    78%

    22%

    Realizado N