APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE TELHADOS VERDES COMO …...esta lei será composto de um reservatório...

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Tendo em vista os componentes construtivos e o habitat rústico fornecido pela técnica buscou-se na literatura especializada Famílias e/ou Gêneros científico de espécies florísticas nativas de São Paulo, em especial, de espécies originais dos campos paulistas, que, além de altamente ameaçadas pela destruição de seu habitat e competição com espécies exóticas, já são, relativamente, bem adaptadas à ambientes rústicos e ensolarados, sendo, normalmente, espécies do tipo pioneiro sucessão ecológica do bioma Cerrado. Ao lado apresentamos as famílias florísticas que melhor cumpriram as condicionantes levantadas segundo a literatura, ilustradas por algumas espécias e gêneros. As condições locais são determinantes para a vida útil da vegetação e facilidade de manutenção. Isto representa mais uma vantagem na utilização de plantas nativas da área em que se encontra o telhado pois já possuem a adaptação ao local. Conforme a recomoendação do IGRA:" It is very important that plants which are native to the local conditions are taken into consideration, in order to support biodiversity." Outras condições mais localizadas são a altura em que se encontra o topo do edifício e a incidência solar direta e indireta, juntamente com a umidade e a incidência de chuva, que pode variar conforme a topografia e a configuração do entorno. Existe a possibilidade de ocorrer variações microclimáticas em grandes cidade, como é o caso de São Paulo. A maior limitação apresentada é das coberturas verdes extensivas, o modo intensivo permite praticamente qualquer tipo de vegetação. As principais limitações da cobertura extensiva são: Regime de chuvas e secas Alta incidência de radiação solar Ventos Baixa quantidade de nutrientes no substrato Área limitada Possíveis geadas Concorrência com outras espécies Os telhados verdes podem vir a exercer importantes funções à biodiversidade nativa, principalmente por fornecerem um habitat diferenciado e relativamente isolado de fatores de estresse para a planta que se aloca no terreno urbano, como a competição com espécies exóticas altamente invasoras, como o capim Braquiária (Brachiaria sp.) e o capim gordura (Melinis minutiflora) e a proteção contra predação antrópica e de outros animais (YEANG 2011). Dependendo do comportamento da/s espécie escollhida/s para o telhado verde, e sua popularização em maior escala, poderemos ter um aumento na resiliência urbana, pois, ao ampliarmos o banco de sementes de espécies nativas e espontânea na cidade a biodiversidade urbana torna-se mais resistente à competições com espécies invasoras e à impactos ambientais. A criação de novas áreas verdes na cidade permite ainda que ela se torne um ambiente menos hostil à biodiversidade animal, principalmente de aves, além de aumentar a conectividade da complexa e impermeável matriz urbana (MANTOVANI,2006) Componentes: As coberturas vegetais não são apenas simples ornamentos, possuindo grande quantidade de tecnologia embarcada em seus vários componentes que tornam possível a utilização. Os componentes variam conforme o fabricante a as variações da tecnologia.Os principais são: Camada de base de sustentação (laje plana ou telhado inclinado) Impermeabilização (manta ou pintura asfáltica ou polimérica) Camada de proteção (barreira de raízes) Camada de drenagem Tecido geotêxtil ou filtro de areia Sistema de irrigação Substrato nutritivo e camada vegetal Em telhados que já utilizavam brita como drenagem, telhas cerâmicas, ou contrapisos de argamassa, após a devida remoção, pode-se instalar telhados verdes extensivos sem incremento de sobrecarga estrutural. Desempenho global Destinação do uso da cobertura Aprovação em normas de construção Limitação técnica relacionada à espécie Fornecimento de sementes ou mudas Necessidade de manutenção Limitação técnica relacionada ao edifício e construtibilidade acessibilidade e segurança Resistência mecânica da impermeabilização influencia das raízes em elementos adjacentes. Eficiência e vida útil da impermeabilização Drenagem Sistema de irrigação Carbonatação do concreto e corrosão da armadura Sobrecarga na estrutura: Vegetação Substrato água de chuva ou irrigação Sobrecarga nas fundações Incremento de efeito de vento fixação do elemento verde fissuração deformação excessiva Aplicação do telhado verde em edifícios já existentes Limitação da inclinação dos telhados cisalhamento do telhado e erosão do substrato Concorrência com outros equipamentos na cobertura Preservar e restauras a biodiversidade é importante, antes de mais nada, para a preservação da espécie humana, já que esta depende diretamente da manutenção da resiliência do planeta. A biodiversidade nos provê uma série de serviços ambientais como regulações biogeoclimática, matéria prima, habitat e apreciação (DE GROOT, 2002). No entanto, a diversidade biológica está constantemente ameaçada por fatores como a crescimento populacional e a expansão urbana. Em regiões urbanas, especialmente em áreas metropolitanas, esse tema foi, basicamente, negligenciado. Nos últimos anos o assunto vem ganhando força, especialmente nas cidades, onde são projetadas grandes crescimentos populacionais para o próximo século. Com isso há a necessidade de um convívio mais harmonioso do ambiente urbano com a fauna e a flora existente no local antes do desenvolvimento da cidade. Utilização do teto verde, em conjunto com outros meios, surge como um método de se manter área verde na cidade e auxiliar na manutenção de um maior número de espécies possível. A tecnologia dos telhados verdes abre um leque de possibilidades à biodiversidade e à utilização dos serviços ambientais das áreas verdes impressionante. Mas, estando essa tecnologia apenas no seu começo, muitas dificuldades são encontradas para encontrar uma gama de alternativas florísticas, sendo essas, normalmente poucas espécies exóticas, de comum utilização em boa parte do mundo, como as cactáceas e as plantas do tipo suculetas. A condição presente da biodiversidade de São Paulo é preocupante, principalmente para seus remanescente de cerrado, que deram origem ao primeiro nome da cidade (Campos de Piratininga), mas começam a surgir medidas que tentem reverter essa situação, como o plano de ações da biodiversidade . Felizmente, essas espécies ameaçadas pela expansão urbana, e pela competição com as espécies forrageiras na pecuária, que se expandem indevidamente por todo o território, são, potencialmente, muito propícias à estudos de viabilidade em telhados verdes, apresentando carga leve, rusticidade, resistência à insolação direta e a à alguma falta de água. Conclui-se, que as famílias apresentadas, são de alto interesse para pesquisa prática, recomendando-se então que sejam feitas novas pesquisas para análise do comportamento de espécies específicas dessas famílias em telhados verdes. Uma outra possibilidade de aplicação dos telhados verdes, que pode, de certa forma, ter alguma repercução, é uma substituição à "lei das piscininhas". Esta lei é uma medida que visa reduzir a velocidade de escoamento de águas pluviais para as bacias hidrográficas em áreas urbanas com alto coeficiente de impermeabilização do solo e dificuldade de drenagem e portanto controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os problemas das vazões de cheias, através do armazenamento parcial da água pluvial de coberturas e pavimentos. Conforme o artigo 2º , o sistema de que trata esta lei será composto de um reservatório de acumulação com capacidade calculada com base na seguinte equação: a) V = 0,15 x Aix IP x t; b) V = volume do reservatório em m³ c) Ai = área impermeabilizada em m² d) IP = índice pluviométrico igual a 0,06 m/h; e) t = tempo de duração da chuva igual a 1 (uma) hora. Para uma aplicação em telhados verdes, considerando o telhado a mesma dimensão da área impermeabilizada tratada temos: V=0,15*IP*t portanto V=0,15*0,06*1= 0,009m³ de água por m² de superfície Tabela comparativa de cargas em kg/m² (Fonte: MENDES 2007) Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - AUT 0221 - Arquitetura, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Trabalho Final da Disciplina Professora Denise Duarte Alunos: Guilherme Leite Gaudereto - [email protected] e Marcelo Raphe Matar [email protected] AVALIAÇÃO ECOSSISTÊMICA DA MILÊNIO. Ecossistemas e o Bem-estar Humano: Estrutura para uma avaliação. 1ª. ed. São Paulo-SP: Senac, 2005. BEATRICE, Caio C. , Avaliação do potencial de uso de três espécies vegetais, como cobertura leve de telhados em edificações. Escola de engenharia de São Carlos, São carlos-SP 2011. DE GROOT, R. S.; WILSON, A. M.; BOUMANS, M. J. A typology for the classification, description and valuation of ecosystem functions, goods and services. Ecological Economics, v. 41, p. 393-408, 2002. ENVEC. Envec. Skygarden. Disponivel em: <http://www.envec.com.br/django/wwwx1/>. Acesso em: 14 Maio 2012. GREEN ROOF TECHNOLOGY. Green Roof Technology. green roof guideline, 2012. Disponivel em: <http://www.greenrooftechnology.com/fll-green-roof- guideline>. Acesso em: 14 Maio 2012. GREEN ROOF TECHNOLOGY. Green Roof Technology. Green Roof Plants, 2012. Disponivel em: <http://www.greenrooftechnology.com/Modern%20Technology/greenroofp lants>. Acesso em: 14 Maio 2012. IGRA - International Green Roof Association - 2012 Disponível em : http://www.igra-world.com/ . Acesso em: Junho 2012 MANTOVANI, W. A Diversidade Biológica em Parques Urbanos. In: GLEZER, R.; MANTOVANI, M. S. M. Parques Urbanos e Meio Ambiente: Desafios de Uso. 1ª. ed. São Paulo-SP: Imprensa Oficial, 2006. p. 125-162. MENDES, Bruno H. E. Requalificação ambiental e urbana na região da 25 de Março, com estudo e aplicação de vegetação em edifícios Trabalho Final de Graduação Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP dezembro de 2007 MUNFORD, L. A cidade na história: suas origens, desenvolvimento e perspectivas. Tradução de Neil R. da Silva. 2. ed. São Paulo-SP: Martins Fontes, 1982 SÃO PAULO. Cobertura Vegetal. Atlas Ambiental do Município de São Paulo. Disponivel em: <http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br/pagina.php?id=22>. Acesso em: 14 Maio 2012. SÃO PAULO. Ações pela Biodiversidade de São Paulo - 2010. 1. ed. Secretaria do Verde e do meio Ambiente. São Paulo: Imprensa Oficial, 2011. SÃO PAULO. Portaria n° 91, Secretaria do Verde e do meio Ambiente. Diário Oficial, São Paulo-SP, 26 Julho 2011. 19. TÉCHNE. Telhados Verdes. Revista Téchne, 2012. Disponivel em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/148/telhados-verdes- coberturas-verdes-projetadas-no-brasil-oferecem-sistemas-diferenciados- 144157-1.asp>. Acesso em: 14 maio 2012. YEANG, k. Green Design, 1ed. Black Dog Architecture, 2011. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA SOBRE OS TELHADOS VERDES ALTERNATIVAS FLORÍSTICAS CONCLUSÃO: BIBLIOGRAFIA: APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE TELHADOS VERDES COMO MEIO DE PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DA BIODIVERSIDADE PAULISTANA Sobrecargas: Estas cargas dependem da tecnologia empregada, em parcelas distribuídas entre: Carga de vegetação Espessura e densidade do substrato Carga de água acumulada Materiais auxiliares para implantação Incremento de efeito de vento Não há considerações sobre sobrecargas de telhados verdes na norma brasileira NBR6120- Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, portanto tratando-o como uma sobrecarga especial que deve ser avaliada caso a caso, considerando o fato de sua variabilidade com o tempo e considerando suas posições mais desfavoráveis. Deve-se criar faixas de sobrecarga normalizadas que englobem o maior número de espécies nativas possível, assim prever as cargas já no projeto para uma possível aplicação futura. A sobrecarga também é limitada pela declividade da cobertura, pela imposição de esforços de cisalhamento na mesma. Estudos mais recentes vêm aprimorando o telhado verde aplicando substratos mais nutritivos para reduzir a carga, espécies mais leves e adaptadas, sistemas inteligentes de irrigação, assim viabilizando sua aplicação em uma maior gama de edificações. Segundo o IGRA as cargas do telhado devem ser calculadas como permanentes, considerando todos os esforços e com o solo saturado de água. O TELHADO VERDE: É uma técnica que já vem sendo aplicada de forma industrializada há mais de 50 anos em outros países, principalmente na Europa e começa a ser importada para o Brasil. Portanto é de fundamental importância a adaptação para as condições locais, utilizando espécies que não agridam o ecossistema existente e promova a recuperação de espécies em risco. Deve-se ponderar as vantagens e desvantagens de uma aplicação dessa tecnologia, não somente no custo imediato de construção, operação e na vida útil. Deve- se também avaliar todas as externalidades geradas para a cidade e possíveis ganhos de difícil mensuração, mas de vital importância para um desenvolvimento sustentável, na preservação da natureza e melhoria na qualidade de vida dos habitantes da metrópole. Efeitos em aplicação de grande escala Aumento da flora e fauna urbana Interlegação entra áreas verdes distribuição de sementes Amortecimento e defasagem de pico de drenagem Umidificação do ambiente urbano atenuação efeito de aquecimento urbano Sombreamento captura de carbono e outros gases estufa Captura de substancias nocivas Estética Balanço econômico: Custo de implantação Custo de manutenção Custo de reforma periódica Economia de energia aumento da vida útil da cobertura Aumento do valor do imóvel Marketing para o imóvel Melhoria nas condições ambientais do edifício. temperatura superficial atraso e amortecimento térmico isolamento acústico de impacto (chuva) Proteção contra incêndio Espessura do substrato e capacidade de armazenagem de água pluvial em litros por metro quadrado de área (Fonte: English Nature Reports, number 498 apud MENDES,,2007) Seleção de um projeto de edifício ou um já construído Verificação da capacidade de carga dos elementos estruturais Verificação dos grupos florísticos que atendem o critério de carga Verificação individual de cargas pontuais Verificação de efeito combinado de cargas Caso a estrutura já existente não atenda a necessidade, verificar viabilidade de reforço Telhados verdes podem ser extensivos ou intensivos, conforme o porte da vegetação na cobertura. As faixas de sobrecarga limite de cada classificação varia conforme o autor. Os extensivos são mais leves, com espessura do substrato de 5 cm a 15 cm. De manutenção mais baixa, são compostos de espécies vegetais herbáceas e gramíneas, na maioria dos casos. De acordo com a IGRA (International Green Roof Association), a sobrecarga total da cobertura pode variar de 60 kgf a 150 kgf/m² Outros autores classificam entre 80 a 200kg/m² com 2 a 15 cm de substrato como PECK; KUHN, 2004; VECCHIA et al., 2004 (BEATRICE, 2011).Já os intensivos são coberturas mais pesadas, cuja espessura do substrato fica entre 15 cm e 50 cm, em que se utilizam plantas gramíneas, arbustivas e arbóreas. Nesse caso, a Igra recomenda que a sobrecarga considerada se situe entre 180 kg/m2 e 500 kg/m2, incluindo o sistema saturado de água. Novamente esta já é classificada como 290 a 970 kg/m² em um substrato de 20 a 120 cm (PECK; KUHN, 2004; VECCHIA et al., 2004 apud BEATRICE, 2011). O telhado verde é uma tecnologia que permite cultivar determinados tipos de vegetação em uma camada de solo instalada na coberturas de edifícios. Ele tem a função da cobertura do edifício como qualquer outra, sendo composta por uma componente estrutural, uma impermeabilizante e a camada vegetal. Outros componentes aprimoram o desempenho. O desafio desta tecnologia se estabelece tanto na área funcional e desempenho técnico da cobertura, tanto nas áreas de viabilidade econômica e logística de aplicação. Tabela comparativa de intensidade de uso do solo (Fonte: IGRA) O QUE DEVE SER CONSIDERADO A capacidade de armazenamento de água por m² dos tetos verdes extensivos é de 0,025 a 0,035 m³ e portanto, com o controle de drenagem, já é o suficiente para substituição da "lei das piscininhas“ . Deve-se fazer uma análise mais profunda do custo de cada opção, mas é tecnicamente viável aplicar a tecnologia dos telhados verdes para este fim. Os efeitos benéficos do telhado verde para a cidade de São Paulo a curto e médio prazo são ilusórios, pois, para estes serem perceptíveis, é necessário uma aplicação massiva desta tecnologia e, visto o cenário de informalidade e autoconstrução da grande maioria das edificações em São Paulo, esta possibilidade se desfaz. Infelizmente a maioria das aplicações dos tetos verdes são utilizadas no momento apenas como efeito de marketing de vendas, obtenção de um selo verde ou valorização do imóvel (um dos seus efeitos benéficos). O grande trunfo desta tecnologia são os efeitos globais para a cidade, com uma aplicação generalizada. Para São Paulo o aumento da área verde em ambientes muito construídos e a prevenção de enchentes são as necessidades prioritárias passiveis de ser solucionadas com os telhados verdes. A manutenção da fauna e da flora para a qualidade de vida na cidade depende que as áreas verdes sejam interconectadas, pois individualmente não propiciam um ambiente um caminho possível de disseminação de sementes e possibilidade de polinização. Fonte: Atlas ambiental - Secretaria do verde do meio ambiente da prefeitura de São Paulo Asteraceaes Apiaceae Gênero: Eryngium Poeaceaes Genêro: Aristida Bignoniaceae Melastomataceae Fabaceaes Achyrocline satureioides- Arachis rapens Clidemia hirta Arrabidaea brachypode

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Tendo em vista os componentes construtivos

e o habitat rústico fornecido pela técnica

buscou-se na literatura especializada

Famílias e/ou Gêneros científico de espécies

florísticas nativas de São Paulo, em especial,

de espécies originais dos campos paulistas,

que, além de altamente ameaçadas pela

destruição de seu habitat e competição com

espécies exóticas, já são, relativamente, bem

adaptadas à ambientes rústicos e

ensolarados, sendo, normalmente, espécies

do tipo pioneiro sucessão ecológica do bioma

Cerrado. Ao lado apresentamos as famílias

florísticas que melhor cumpriram as

condicionantes levantadas segundo a

literatura, ilustradas por algumas espécias e

gêneros.

As condições locais são determinantes para

a vida útil da vegetação e facilidade de

manutenção. Isto representa mais uma

vantagem na utilização de plantas nativas da

área em que se encontra o telhado pois já

possuem a adaptação ao local. Conforme a

recomoendação do IGRA:" It is very

important that plants which are native to the

local conditions are taken into consideration,

in order to support biodiversity."

Outras condições mais localizadas são a

altura em que se encontra o topo do edifício

e a incidência solar direta e indireta,

juntamente com a umidade e a incidência de

chuva, que pode variar conforme a topografia

e a configuração do entorno. Existe a

possibilidade de ocorrer variações

microclimáticas em grandes cidade, como é o

caso de São Paulo.

A maior limitação apresentada é das

coberturas verdes extensivas, o modo

intensivo permite praticamente qualquer tipo

de vegetação. As principais limitações da

cobertura extensiva são:

•Regime de chuvas e secas

•Alta incidência de radiação solar

•Ventos

•Baixa quantidade de nutrientes no substrato

•Área limitada

•Possíveis geadas

•Concorrência com outras espécies

Os telhados verdes podem vir a exercer importantes funções à biodiversidade nativa, principalmente por fornecerem um habitat diferenciado e relativamente isolado de fatores de estresse para a planta que se aloca no terreno urbano, como a competição com espécies exóticas altamente invasoras, como o capim Braquiária (Brachiaria sp.) e o capim gordura (Melinis minutiflora) e a proteção contra predação antrópica e de outros animais (YEANG 2011). Dependendo do comportamento da/s espécie escollhida/s para o telhado verde, e sua popularização em maior escala, poderemos ter um aumento na resiliência urbana, pois, ao ampliarmos o banco de sementes de espécies nativas e espontânea na cidade a biodiversidade urbana torna-se mais resistente à competições com espécies invasoras e à impactos ambientais. A criação de novas áreas verdes na cidade permite ainda que ela se torne um ambiente menos hostil à biodiversidade animal, principalmente de aves, além de aumentar a conectividade da complexa e impermeável matriz urbana (MANTOVANI,2006)

Componentes: As coberturas vegetais não são apenas simples ornamentos, possuindo grande quantidade de tecnologia embarcada em seus vários componentes que tornam possível a utilização. Os componentes variam conforme o fabricante a as variações da tecnologia.Os principais são: •Camada de base de sustentação (laje plana ou telhado inclinado) •Impermeabilização (manta ou pintura asfáltica ou polimérica) •Camada de proteção (barreira de raízes) •Camada de drenagem •Tecido geotêxtil ou filtro de areia •Sistema de irrigação •Substrato nutritivo e camada vegetal

Em telhados que já utilizavam brita como drenagem, telhas cerâmicas, ou contrapisos de argamassa, após a devida remoção, pode-se instalar telhados verdes extensivos sem incremento de sobrecarga estrutural.

•Desempenho global •Destinação do uso da cobertura •Aprovação em normas de construção •Limitação técnica relacionada à espécie •Fornecimento de sementes ou mudas •Necessidade de manutenção •Limitação técnica relacionada ao edifício e construtibilidade •acessibilidade e segurança •Resistência mecânica da impermeabilização •influencia das raízes em elementos adjacentes. •Eficiência e vida útil da impermeabilização •Drenagem •Sistema de irrigação •Carbonatação do concreto e corrosão da armadura •Sobrecarga na estrutura:

Vegetação Substrato água de chuva ou irrigação Sobrecarga nas fundações Incremento de efeito de vento fixação do elemento verde fissuração deformação excessiva

•Aplicação do telhado verde em edifícios já existentes •Limitação da inclinação dos telhados •cisalhamento do telhado e erosão do substrato •Concorrência com outros equipamentos na cobertura

Preservar e restauras a biodiversidade é importante, antes de mais nada, para a preservação da espécie humana, já que esta depende diretamente da manutenção da resiliência do planeta. A biodiversidade nos provê uma série de serviços ambientais como regulações biogeoclimática, matéria prima, habitat e apreciação (DE GROOT, 2002). No entanto, a diversidade biológica está constantemente ameaçada por fatores como a crescimento populacional e a expansão urbana. Em regiões urbanas, especialmente em áreas metropolitanas, esse tema foi, basicamente, negligenciado. Nos últimos anos o assunto vem ganhando força, especialmente nas cidades, onde são projetadas grandes crescimentos populacionais para o próximo século. Com isso há a necessidade de um convívio mais harmonioso do ambiente urbano com a fauna e a flora existente no local antes do desenvolvimento da cidade. Utilização do teto verde, em conjunto com outros meios, surge como um método de se manter área verde na cidade e auxiliar na manutenção de um maior número de espécies possível.

A tecnologia dos telhados verdes abre um leque de possibilidades à biodiversidade e à utilização dos serviços ambientais das áreas verdes impressionante. Mas, estando essa tecnologia apenas no seu começo, muitas dificuldades são encontradas para encontrar uma gama de alternativas florísticas, sendo essas, normalmente poucas espécies exóticas, de comum utilização em boa parte do mundo, como as cactáceas e as plantas do tipo suculetas. A condição presente da biodiversidade de São Paulo é preocupante, principalmente para seus remanescente de cerrado, que deram origem ao primeiro nome da cidade (Campos de Piratininga), mas começam a surgir medidas que tentem reverter essa situação, como o plano de ações da biodiversidade . Felizmente, essas espécies ameaçadas pela expansão urbana, e pela competição com as espécies forrageiras na pecuária, que se expandem indevidamente por todo o território, são, potencialmente, muito propícias à estudos de viabilidade em telhados verdes, apresentando carga leve, rusticidade, resistência à insolação direta e a à alguma falta de água.

Conclui-se, que as famílias apresentadas, são de alto interesse para pesquisa prática, recomendando-se então que sejam feitas novas pesquisas para análise do comportamento de espécies específicas dessas famílias em telhados verdes. Uma outra possibilidade de aplicação dos telhados verdes, que pode, de certa forma, ter alguma repercução, é uma substituição à "lei das piscininhas". Esta lei é uma medida que visa reduzir a velocidade de escoamento de águas pluviais para as bacias hidrográficas em áreas urbanas com alto coeficiente de impermeabilização do solo e dificuldade de drenagem e portanto controlar a ocorrência de inundações, amortecer e minimizar os problemas das vazões de cheias, através do armazenamento parcial da água pluvial de coberturas e pavimentos. Conforme o artigo 2º , o sistema de que trata esta lei será composto de um reservatório de acumulação com capacidade calculada com base na seguinte equação: a) V = 0,15 x Aix IP x t; b) V = volume do reservatório em m³ c) Ai = área impermeabilizada em m² d) IP = índice pluviométrico igual a 0,06 m/h; e) t = tempo de duração da chuva igual a 1 (uma) hora. Para uma aplicação em telhados verdes, considerando o telhado a mesma dimensão da área impermeabilizada tratada temos: V=0,15*IP*t portanto V=0,15*0,06*1= 0,009m³ de água por m² de superfície

Tabela comparativa de cargas em kg/m² (Fonte: MENDES 2007)

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - AUT 0221 - Arquitetura, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável Trabalho Final da Disciplina

Professora Denise Duarte Alunos: Guilherme Leite Gaudereto - [email protected] e Marcelo Raphe Matar – [email protected]

•AVALIAÇÃO ECOSSISTÊMICA DA MILÊNIO. Ecossistemas e o Bem-estar Humano: Estrutura para uma avaliação. 1ª. ed. São Paulo-SP: Senac, 2005. •BEATRICE, Caio C. , Avaliação do potencial de uso de três espécies vegetais, como cobertura leve de telhados em edificações. Escola de engenharia de São Carlos, São carlos-SP 2011. •DE GROOT, R. S.; WILSON, A. M.; BOUMANS, M. J. A typology for the classification, description and valuation of ecosystem functions, goods and services. Ecological Economics, v. 41, p. 393-408, 2002. •ENVEC. Envec. Skygarden. Disponivel em: <http://www.envec.com.br/django/wwwx1/>. Acesso em: 14 Maio 2012. •GREEN ROOF TECHNOLOGY. Green Roof Technology. green roof guideline, 2012. Disponivel em: <http://www.greenrooftechnology.com/fll-green-roof-guideline>. Acesso em: 14 Maio 2012. •GREEN ROOF TECHNOLOGY. Green Roof Technology. Green Roof Plants, 2012. Disponivel em: <http://www.greenrooftechnology.com/Modern%20Technology/greenroofplants>. Acesso em: 14 Maio 2012. •IGRA - International Green Roof Association - 2012 Disponível em : http://www.igra-world.com/ . Acesso em: Junho 2012 •MANTOVANI, W. A Diversidade Biológica em Parques Urbanos. In: GLEZER, R.; MANTOVANI, M. S. M. Parques Urbanos e Meio Ambiente: Desafios de Uso. 1ª. ed. São Paulo-SP: Imprensa Oficial, 2006. p. 125-162. •MENDES, Bruno H. E. Requalificação ambiental e urbana na região da 25 de Março, com estudo e aplicação de vegetação em edifícios Trabalho Final de Graduação Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - USP dezembro de 2007 •MUNFORD, L. A cidade na história: suas origens, desenvolvimento e perspectivas. Tradução de Neil R. da Silva. 2. ed. São Paulo-SP: Martins Fontes, 1982 •SÃO PAULO. Cobertura Vegetal. Atlas Ambiental do Município de São Paulo. Disponivel em: <http://atlasambiental.prefeitura.sp.gov.br/pagina.php?id=22>. Acesso em: 14 Maio 2012. •SÃO PAULO. Ações pela Biodiversidade de São Paulo - 2010. 1. ed. Secretaria do Verde e do meio Ambiente. São Paulo: Imprensa Oficial, 2011. •SÃO PAULO. Portaria n° 91, Secretaria do Verde e do meio Ambiente. Diário Oficial, São Paulo-SP, 26 Julho 2011. 19. •TÉCHNE. Telhados Verdes. Revista Téchne, 2012. Disponivel em: <http://www.revistatechne.com.br/engenharia-civil/148/telhados-verdes-coberturas-verdes-projetadas-no-brasil-oferecem-sistemas-diferenciados-144157-1.asp>. Acesso em: 14 maio 2012. •YEANG, k. Green Design, 1ed. Black Dog Architecture, 2011.

INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

SOBRE OS TELHADOS VERDES ALTERNATIVAS FLORÍSTICAS

CONCLUSÃO: BIBLIOGRAFIA:

APLICAÇÃO DA TECNOLOGIA DE TELHADOS VERDES COMO MEIO DE PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DA BIODIVERSIDADE PAULISTANA

Sobrecargas: Estas cargas dependem da tecnologia empregada, em parcelas distribuídas entre: •Carga de vegetação •Espessura e densidade do substrato •Carga de água acumulada •Materiais auxiliares para implantação •Incremento de efeito de vento Não há considerações sobre sobrecargas de telhados verdes na norma brasileira NBR6120-Cargas para o cálculo de estruturas de edificações, portanto tratando-o como uma sobrecarga especial que deve ser avaliada caso a caso, considerando o fato de sua variabilidade com o tempo e considerando suas posições mais desfavoráveis. Deve-se criar faixas de sobrecarga normalizadas que englobem o maior número de espécies nativas possível, assim prever as cargas já no projeto para uma possível aplicação futura. A sobrecarga também é limitada pela declividade da cobertura, pela imposição de esforços de cisalhamento na mesma. Estudos mais recentes vêm aprimorando o telhado verde aplicando substratos mais nutritivos para reduzir a carga, espécies mais leves e adaptadas, sistemas inteligentes de irrigação, assim viabilizando sua aplicação em uma maior gama de edificações. Segundo o IGRA as cargas do telhado devem ser calculadas como permanentes, considerando todos os esforços e com o solo saturado de água.

O TELHADO VERDE: É uma técnica que já vem sendo aplicada de forma industrializada há mais de 50 anos em outros países, principalmente na Europa e começa a ser importada para o Brasil. Portanto é de fundamental importância a adaptação para as condições locais, utilizando espécies que não agridam o ecossistema existente e promova a recuperação de espécies em risco. Deve-se ponderar as vantagens e desvantagens de uma aplicação dessa tecnologia, não somente no custo imediato de construção, operação e na vida útil. Deve-se também avaliar todas as externalidades geradas para a cidade e possíveis ganhos de difícil mensuração, mas de vital importância para um desenvolvimento sustentável, na preservação da natureza e melhoria na qualidade de vida dos habitantes da metrópole.

•Efeitos em aplicação de grande escala

Aumento da flora e fauna urbana Interlegação entra áreas verdes distribuição de sementes Amortecimento e defasagem de pico de drenagem Umidificação do ambiente urbano atenuação efeito de aquecimento urbano Sombreamento captura de carbono e outros gases estufa Captura de substancias nocivas Estética

•Balanço econômico: Custo de implantação Custo de manutenção Custo de reforma periódica Economia de energia aumento da vida útil da cobertura Aumento do valor do imóvel Marketing para o imóvel

•Melhoria nas condições ambientais do edifício. temperatura superficial atraso e amortecimento térmico isolamento acústico de impacto (chuva)

•Proteção contra incêndio

Espessura do substrato e capacidade de armazenagem

de água pluvial em litros por metro quadrado de área

(Fonte: English Nature Reports, number 498 apud

MENDES,,2007)

Seleção de um projeto de edifício ou um já

construído

Verificação da capacidade de carga dos

elementos estruturais

Verificação dos grupos florísticos que atendem o

critério de carga

Verificação individual de cargas pontuais

Verificação de efeito combinado de cargas

Caso a estrutura já existente não atenda a necessidade, verificar viabilidade de reforço

Telhados verdes podem ser extensivos ou intensivos, conforme o porte da vegetação na cobertura. As faixas de sobrecarga limite de cada classificação varia conforme o autor. Os extensivos são mais leves, com espessura do substrato de 5 cm a 15 cm. De manutenção mais baixa, são compostos de espécies vegetais herbáceas e gramíneas, na maioria dos casos. De acordo com a IGRA (International Green Roof Association), a sobrecarga total da cobertura pode variar de 60 kgf a 150 kgf/m² Outros autores classificam entre 80 a 200kg/m² com 2 a 15 cm de substrato como PECK; KUHN, 2004; VECCHIA et al., 2004 (BEATRICE, 2011).Já os intensivos são coberturas mais pesadas, cuja espessura do substrato fica entre 15 cm e 50 cm, em que se utilizam plantas gramíneas, arbustivas e arbóreas. Nesse caso, a Igra recomenda que a sobrecarga considerada se situe entre 180 kg/m2 e 500 kg/m2, incluindo o sistema saturado de água. Novamente esta já é classificada como 290 a 970 kg/m² em um substrato de 20 a 120 cm (PECK; KUHN, 2004; VECCHIA et al., 2004 apud BEATRICE, 2011).

O telhado verde é uma tecnologia que permite cultivar determinados tipos de vegetação em uma camada de solo instalada na coberturas de edifícios. Ele tem a função da cobertura do edifício como qualquer outra, sendo composta por uma componente estrutural, uma impermeabilizante e a camada vegetal. Outros componentes aprimoram o desempenho. O desafio desta tecnologia se estabelece tanto na área funcional e desempenho técnico da cobertura, tanto nas áreas de viabilidade econômica e logística de aplicação.

Tabela comparativa de intensidade de uso do solo (Fonte: IGRA)

O QUE DEVE SER CONSIDERADO

A capacidade de armazenamento de água por m² dos tetos verdes extensivos é de 0,025 a 0,035 m³ e portanto, com o controle de drenagem, já é o suficiente para substituição da "lei das piscininhas“. Deve-se fazer uma análise mais profunda do custo de cada opção, mas é tecnicamente viável aplicar a tecnologia dos telhados verdes para este fim.

Os efeitos benéficos do telhado verde para a cidade de São Paulo a curto e médio prazo são ilusórios, pois, para estes serem perceptíveis, é necessário uma aplicação massiva desta tecnologia e, visto o cenário de informalidade e autoconstrução da grande maioria das edificações em São Paulo, esta possibilidade se desfaz. Infelizmente a maioria das aplicações dos tetos verdes são utilizadas no momento apenas como efeito de marketing de vendas, obtenção de um selo verde ou valorização do imóvel (um dos seus efeitos benéficos). O grande trunfo desta tecnologia são os efeitos globais para a cidade, com uma aplicação generalizada. Para São Paulo o aumento da área verde em ambientes muito construídos e a prevenção de enchentes são as necessidades prioritárias passiveis de ser solucionadas com os telhados verdes. A manutenção da fauna e da flora para a qualidade de vida na cidade depende que as áreas verdes sejam interconectadas, pois individualmente não propiciam um ambiente um caminho possível de disseminação de sementes e possibilidade de polinização.

Fonte: Atlas ambiental -

Secretaria do verde do meio

ambiente da prefeitura de São

Paulo

Asteraceaes

Apiaceae Gênero: Eryngium

Poeaceaes Genêro: Aristida

Bignoniaceae Melastomataceae

Fabaceaes

Achyrocline satureioides-

Arachis rapens

Clidemia hirta Arrabidaea brachypode