Aplicações de Controle e Supervisão Distribuídas em Suestações ...

172
ULISSES CHEMIN NETTO Aplicações de Controle e Supervisão Distribuídas em Subestações de Energia Elétrica Através do Uso de Relés Digitais de Proteção Dissertação apresentada à Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Engenharia Elétrica Área de Concentração: Sistemas Elétricos de Potência Orientador: Prof. Tit. Denis Vinicius Coury São Carlos 2008

Transcript of Aplicações de Controle e Supervisão Distribuídas em Suestações ...

  • ULISSES CHEMIN NETTO

    Aplicaes de Controle e Superviso Distribudas em

    Subestaes de Energia Eltrica Atravs do Uso de

    Rels Digitais de Proteo

    Dissertao apresentada Escola de Engenharia de So Carlosda Universidade de So Paulo, como parte dos requisitos paraobteno do ttulo de Mestre em Engenharia Eltrica

    rea de Concentrao: Sistemas Eltricos de PotnciaOrientador: Prof. Tit. Denis Vinicius Coury

    So Carlos2008

  • Dedicatria

    Para o CONHECIMENTO, velho camarada, que

    tanto bem me faz. Um tosto meu bom amigo!

  • iv

  • v

    Agradecimentos

    Para a minha famla, no pelo apoio, no por acreditarem, no por serem meu porto seguro,no por estarem sempre presentes, no por deix-los orgulhosos, mas, sim, por serem A MINHAFAMLIA!

    Aos Engenheiros Mrio Fernando Krebs Baltar e Edgar Luiz Predabom, scios e diretores daMaintenance Service Engenharia de Manuteno Ltda., por terem me colocado no bom caminhoda Proteo de Sistemas Eltricos de Potncia, por terem sido meus primeiros mentores nestarea e exemplos excepcionais de conduta profissional e capacidade tcnica.

    Aos Professores Celso Fabrcio de Melo Jr. e Wanderley Szlichta, da Universidade TecnolgicaFederal do Paran, UTFPR, por terem me apoiado no incio desta empreitada, que foi o mestrado,e por terem sido o meu primeiro exemplo de acadmicos slidos, respeitveis e dedicados.

    Aos Amigos de longa data e Engenheiros Giancarlo Melchiori, Especialista em Proteo desistemas eltricos, da Maintenance Service Engenharia de Manuteno Ltda., por todo apoio,ensinamentos, pacincia e amizade dispensados ao longo do incio da minha carreira como En-genheiro, Luis Fernando Kerscher, Engenheiro de Sistemas de Telecomunicaes, da CompanhiaParanaense de Energia, COPEL, e Vlademir Bandeira, gerente do contrato da Caixa EconmicaFederal pela DELTA-SP Engenharia, por terem me ajudado nos preparativos para o ingresso noprograma de mestrado, alm de serem exemplos de profissionais competentes, capazes, criativose determinados.

    Ao Professor Tit. Denis Vinicus Coury, da Universidade de So Paulo, por me acolher noprograma de Mestrado, por todas as oportunidades e facilidades oferecidas, pela liberdade detrabalho e opinio, pelos desafios propostos, pela orientao segura e fecunda.

    Ao Professor Dr. Mrio Oleskovicz, da Universidade de So Paulo, por dispor do seu tempoouvindo idias, refinando textos, propondo desafios, criando oportunidades e orientando de formaslida e produtiva este aluno.

    Ao meu amigo, e companheiro de mestrado, Juliano Coelho Miranda, por ser um exemplo degarra, dedicao, competncia, determinao, criatividade, bom humor e pacincia. Aos meusamigos de Mestrado Daniel Barbosa e Ricardo de Andrade Lira Rabelo, pelo apoio em ocasiesespecficas.

    Aos Engenheiros Ricardo Abboud, da Schweitzer Engineering Laboratories, SEL, e LicinioRibeiro de Miranda, da General Electric, GE, pelo apoio e informaes partilhadas.

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior, CAPES, e ao ConselhoNacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico, CNPq, pelo apoio financeiro concedidodurante o curso desta pesquisa.

  • vi

  • vii

    "O que parecia distante, tornou-se prximo

    O que parecia intransponvel, foi cruzado

    E o conhecimento se tornou maior!"

    Ulisses Chemin Netto

  • viii

  • ix

    Resumo

    CHEMIN NETTO, U. Aplicaes de Controle e Superviso Distribudas em Subesta-

    es de Energia Eltrica Atravs do Uso de Rels Digitais de Proteo. 2008. 142f .

    Dissertao (Mestrado) - Escola de Engenharia de So Carlos, Universidade de So Paulo, So

    Paulo, 2008.

    Na primeira dcada deste sculo os equipamentos de proteo com tecnologia digital sinalizaramum novo paradigma para a composio dos sistemas de proteo. fato tambm que essa tec-nologia convive com suas antecessoras, que por fora de sua longa predominncia ainda exercemalguma influncia sobre o pensamento, concepo e operao dos sistemas de proteo. Essesnovos equipamentos multifunes, em geral, esto subutilizados, sendo o seu potencial ainda noempregado ou explorado em profundidade. Os rels digitais possuem grande capacidade pararesolver alguns dos problemas intrnsecos aos sistemas eltricos de potncia, seja do ponto devista das funes de medio, superviso, controle, anlise de eventos (registros seqenciais eoscilografias), proteo e comunicao. Como fato, tem-se que uma das vantagens associadas utilizao da capacidade de controle e automao dos rels digitais est em seu potencial desimplificar a concepo dos painis que compem as instalaes de potncia. Isso diminui ostempos de construo, comissionamento e manuteno, alm de agregar maior confiabilidadee flexibilidade ao controle. Como proposta fundamental deste trabalho, pretende-se investigarcomo utilizar adequadamente as capacidades de programao de usurio dos rels digitais deproteo para compor solues de controle, superviso e intertravamento para alguns elementosconstituintes dos sistemas eltricos de potncia. Um conjunto de situaes reais foi utilizadocomo base de estudo para concepo de solues baseadas nos dispositivos mencionados. Apso desenvolvimento, implementao e ensaio das solues desenvolvidas, pode-se dizer que taisequipamentos, como um todo, so adequados e convenientes para compor solues de controlee superviso em Bays de subestao, sejam eles de concessionrias de energia ou de indstriasem geral. Por fim, o protocolo IEC 61850 foi avaliado de forma qualitativa para confecodas solues em estudo, apresentando-se como uma alternativa atraente para sua composio,pois modifica significativamente o circuito funcional de uma subestao, tornando-o singelo ecom maior confiabilidade, uma vez que o nmero de conexes eltricas envolvidas diminudodrasticamente.

    PalavrasChave: Controle, IEC 61850, Intertravamento, Rel Digital de Proteo, Sistemas

    eltricos de potncia, Superviso.

  • x

  • xi

    Abstract

    CHEMIN NETTO, U. Control And Supervision Application Distributed In Electrical

    Energy Susbstations With The Use Of Digital Protection Relays. 2008. 142f. Dis-

    sertation (Masters Degree) - Sao Carlos Engineering School. Sao Paulo University, Sao Paulo,

    2008.

    In the first decade of this century, a new paradigm for protection systems has been indicatedconsidering the protection equipment with digital technology. A relation between the currentand the former technology was proved as well as its influence on the thought, conception andoperation of protection systems. In general, this new multifunction equipment is underused, andits potential needs to be more profoundly explored. The electrical power systems have some in-trinsic problems which are solved using the vast capacity of digital relays, such as: measurement,supervision and control capabilities, analysis of events (sequential registers and oscillography),protection and communication skills. The capacity to simplify panels, as part of the electricalsubstations, certainly is one of the advantages associated with digital relays in their capacity ofautomation. Thus, the time spent in construction, commissioning and maintenance is reduced,adding reliability and flexibility to the control of substations. The development of appropriateprogramming capabilities to final users of digital relays is the main proposal of this work, con-sidering requirements for control solutions, supervision and interlocking of some components ofthe electrical power system. A set of real situations, supported by the respective equipment,were used as a background to the conception of solutions. Considering the development and im-plementation based on practical solutions, this equipment is capable to indicate control solutionsand supervision in substation Bays, used at electrical utilities as well as at industries in general.At last, the IEC 61850 protocol was quantitatively analyzed, appearing as a very good alternativeto modify the functional substation circuit. As a result, the number of electrical connections hasbeen drastically reduced, improving the reliability of the proposed functional circuit.

    Keywords: Control, IEC 61850, Interlocking, Digital Protection Relay, Electrical power sys-

    tems, Supervision.

  • xii

  • xiii

    Sumrio

    Resumo ix

    Abstract xi

    Lista de Figuras xvii

    Lista de Tabelas xxiii

    Lista de Abreviaturas e Siglas xxv

    1 Introduo 1

    1.1 Contexto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

    1.2 Objetivo Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

    1.3 Objetivos Especficos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

    1.4 Metodologia Utilizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

    1.5 Contribuies Esperadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

    1.6 Organizao do texto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

    2 Sistemas de Proteo 9

    2.1 Elementos Componentes do Sistema de Proteo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

    2.2 Alimentao Auxiliar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.3 Transformadores para Instrumentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    2.3.1 Transformadores Eletromagnticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

    2.3.2 Sensor ptico de Corrente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

    2.3.3 Sensor ptico de Tenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    2.4 Rels . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

    2.4.1 Rels Eletromecnicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    2.4.2 Rels Estticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

    2.4.3 Rels Digitais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

  • xiv

    3 Equipamentos de Manobra 39

    3.1 Disjuntor de Alta Tenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3.1.1 Unidade de Comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

    3.1.2 Sistema de Acionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    3.1.3 Unidade Interruptora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

    3.1.4 Circuitos de Comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

    3.1.5 Sinalizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

    3.2 Chaves de Alta Tenso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

    3.2.1 Tipos Construtivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

    3.2.2 Mecanismo de Operao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

    3.2.3 Sinalizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

    3.2.4 Condies de manobra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66

    4 Aplicaes Desenvolvidas 67

    4.1 Estrutura Bsica Implementada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67

    4.2 Prioridade de Processamento entre Funes de Proteo e Lgicas de Usurio . . 72

    4.3 Comutao Automtica entre Fontes de Alta Tenso . . . . . . . . . . . . . . . . 74

    4.3.1 Contexto da Aplicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

    4.3.2 Fenmenos de Interesse . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75

    4.3.3 Objetivo e Estratgia para Qualidade da Energia . . . . . . . . . . . . . . 76

    4.3.4 Topologia e Operao da Subestao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

    4.3.5 Arranjo Lgico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    4.3.6 Programao de Controle e Superviso Desenvolvida . . . . . . . . . . . . 80

    4.3.7 Arranjo de Ensaio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

    4.3.8 Conexes para Troca de Informaes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

    4.3.9 Resultados Encontrados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87

    4.3.10 Comentrios Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91

    4.4 Controle de Bay . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

    4.4.1 Introduo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92

    4.4.2 Contexto de Aplicao - SEP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

    4.4.3 Caso em Estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

    4.4.4 Implementao da Lgica de Controle e Intertravamento . . . . . . . . . . 95

    4.4.5 O Ensaio Realizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

    4.4.6 Testes Realizados - Comando Local . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

    4.4.7 Alterao para a Lgica Proposta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

    4.4.8 Comentrios Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

  • xv

    5 O Padro IEC 61850 109

    5.1 Motivaes e Histrico sobre o Padro IEC 61850 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

    5.2 Composio Geral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111

    5.3 Breve Descrio da Documentao do padro IEC 61850 Utilizada . . . . . . . . 113

    5.3.1 Parte 5 - Requisitos de Comunicao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

    5.3.2 Parte 6 - Linguagem de Configurao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116

    5.3.3 Parte 8 - Servios de Comunicao Especficos . . . . . . . . . . . . . . . . 118

    5.4 Controle de Bay atravs do Padro IEC 61850 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122

    5.4.1 Topologia Utilizada para a Rede de Comunicao de Dados . . . . . . . . 122

    5.5 Migrao da Lgica para o padro IEC 61850 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

    5.5.1 Testes Realizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126

    5.6 Comparao entre o Controle de Bay com e sem o padro IEC 61850 . . . . . . . 126

    6 Concluses 131

    6.1 Sugestes para Continuidade da Pesquisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133

    Referncias Bibliogrficas 135

    A Divulgao do Trabalho em Eventos Cientficos 141

  • xvi

  • xvii

    Lista de Figuras

    1.1 Pontos notveis do Sistema Eltrico de Potncia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

    1.2 Metodologia aplicada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

    2.1 Subsistemas de proteo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

    2.2 Requisitos para o sistema de proteo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.3 Esquema de ligao para a alimentao auxiliar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2.4 Conexo geral para a alimentao auxiliar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    2.5 Banco de baterias alimentando cargas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

    2.6 Detalhes do banco de baterias. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

    2.7 Classificao dos transformadores para instrumentos. . . . . . . . . . . . . . . . . 14

    2.8 Transformador elementar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

    2.9 Circuito equivalente para o TC. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15

    2.10 Conexo do TC ao SEP e dos equipamentos ao seu secundrio. . . . . . . . . . . 16

    2.11 TC do tipo bucha. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.12 TC do tipo janela. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

    2.13 TC do tipo barra. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

    2.14 TC do tipo pedestal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    2.15 Curva de Saturao de TCs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

    2.16 Circuito equivalente para o TP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

    2.17 Conexo do TP ao SEP e dos equipamentos ao secundrio. . . . . . . . . . . . . . 21

  • xviii

    2.18 Ligao em estrela. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21

    2.19 Ligaes em delta e delta aberto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    2.20 Ligaes residual e monopolar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

    2.21 Aspecto fsico para o TP. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

    2.22 Circuito equivalente para o TP capacitivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

    2.23 Aspecto fsico do TP capacitivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

    2.24 Detalhes TC ptico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

    2.25 Efeito Pockels. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

    2.26 Rel de atrao tipo axial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

    2.27 Rel de atrao tipo charneira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

    2.28 Rel do tipo disco de induo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

    2.29 Rel do tipo tambor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

    2.30 Rel do tipo Darsonval. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

    2.31 Diagrama de blocos para um rel esttico genrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

    2.32 Exemplo de rel esttico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

    2.33 Arquitetura de um rel digital. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36

    2.34 Funcionalidades genricas de um rel de proteo digital. . . . . . . . . . . . . . . 37

    2.35 Exemplo de rel digital comercial. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

    3.1 Armrio central. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

    3.2 Detalhe armrio plo A do disjuntor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

    3.3 Exemplo de acionamento por solenide. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

    3.4 Funcionamento esquemtico de carga das molas de fechamento e abertura. . . . . 43

    3.5 Exemplo de acionamento mola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

    3.6 Exemplo de acionamento a ar comprimido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

    3.7 Exemplo de acionamento hidrulico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

    3.8 Caminho de extino do arco por sopro magntico. . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

  • xix

    3.9 Exemplo de cmara de extino a sopro magntico. . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

    3.10 Tipos de cmaras de extino a ar comprimido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

    3.11 Aspecto fsico para o disjuntor a ar comprimido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

    3.12 Elementos constituintes de um disjuntor GVO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

    3.13 Aspecto fisico de um disjuntor GVO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

    3.14 Tipos de cmaras de extino a ar comprimido. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

    3.15 Exemplo de disjuntor do tipo PVO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

    3.16 Cmara SF6 de dupla presso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    3.17 Cmara SF6 de presso nica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54

    3.18 Exemplo de disjuntor a SF6. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55

    3.19 Disjuntor a vcuo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

    3.20 Circuito de fechamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57

    3.21 Circuitos de comando para K12 e K13. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58

    3.22 Circuito de abertura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59

    3.23 Sinalizao para o disjuntor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

    3.24 Tipos construtivos de chaves de alta tenso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

    3.25 Elementos constituintes das chaves de alta tenso. . . . . . . . . . . . . . . . . . 64

    3.26 Exemplo de mecanismo de operao para uma chave de alta tenso. . . . . . . . . 65

    3.27 Formas de sinalizao de posio para as chaves de alta tenso. . . . . . . . . . . 66

    4.1 Estrutura laboratorial proposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68

    4.2 Aspecto fsico para a estrutura laboratorial proposta. . . . . . . . . . . . . . . . . 69

    4.3 Programao de usurio aplicada ao teste de prioridade. . . . . . . . . . . . . . . 72

    4.4 Esquema de ensaio para o teste de prioridade de processamento. . . . . . . . . . . 73

    4.5 Topologia para subestao de entrada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78

    4.6 Estrutura lgica proposta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79

    4.7 1 ciclo de comutao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

  • xx

    4.8 2 ciclo de comutao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

    4.9 Sinalizaes para o vo 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82

    4.10 Descrio genrica para a funo 27. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83

    4.11 Curva de atuao para a funo 27. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

    4.12 Montagem laboratorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85

    4.13 Simulador para disjuntor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

    4.14 Conexes eltricas realizadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86

    4.15 Exemplo de Bay. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

    4.16 Bay em estudo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94

    4.17 Comando, intertravamento e superviso para DJ-1. . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

    4.18 Comando, intertravamento e superviso para CS-1 e CS-2. . . . . . . . . . . . . . 97

    4.19 Comando, intertravamento e superviso para CT. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98

    4.20 Situao de instalao em campo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

    4.21 Montagem de ensaio implementada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99

    4.22 Fiao eltrica entre simulador e comando. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

    4.23 Explicao da lgica referente a CS1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102

    4.24 Seleo e controle de equipamentos com dois botes. . . . . . . . . . . . . . . . . 104

    4.25 Blocos de controle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105

    4.26 Lgica modificada para o disjuntor 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106

    5.1 Principais protocolos usados para automao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110

    5.2 Nveis para o sistema de automao de subestaes. . . . . . . . . . . . . . . . . . 113

    5.3 Conexes entre ns lgicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114

    5.4 Relao entre n lgico, dispositivo lgico e IED. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

    5.5 Linguagem de configurao da subestao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

    5.6 Pilha de protocolos IEC 61850 simplificada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118

    5.7 Arquitetura para automao contendo apenas barramento de estao. . . . . . . . 120

  • xxi

    5.8 Arquitetura para automao contendo barramento de processo e estao. . . . . . 121

    5.9 Exemplo de MU. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122

    5.10 Topologia para estabelecimento da rede de comunicao de dados. . . . . . . . . . 123

    5.11 Lgica para o disjuntor DJ-1 sobre o pradro IEC 61850. . . . . . . . . . . . . . . 125

    5.12 Passos para criao da lgica de Bay com IEC 61850 . . . . . . . . . . . . . . . . 125

    5.13 Controle de Bay baseado com circuito funcional tradicional. . . . . . . . . . . . . 129

    5.14 Controle de Bay com IEC 61850. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129

  • xxii

  • xxiii

    Lista de Tabelas

    4.1 Resultados para o teste de prioridade de processamento. . . . . . . . . . . . . . . 73

    4.2 Mnemnicos para entendimento da Tabela 4.3 e Tabela 4.4. . . . . . . . . . . . . 88

    4.3 Primeiro ciclo de comutao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

    4.4 Segundo ciclo de comutao. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

    4.5 Manobras efetuadas - comando local. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101

    5.1 Documentao para o padro IEC 61850. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112

    5.2 Grupos de ns lgicos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

    5.3 Arquivos SCL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117

    5.4 Classificao de mensagens para o padro IEC 61850. . . . . . . . . . . . . . . . . 119

    5.5 Informaes a serem enviadas/recebidas atravs do padro IEC 61850. . . . . . . 123

    5.6 Testes efetuados para o controle de Bay sobre o padro IEC 61850. . . . . . . . . 126

    5.7 Comparao entre o controle de Bay com e sem o uso do padro IEC 61850. . . . 127

  • xxiv

  • xxv

    Lista de Abreviaturas e Siglas

    ACSI Abstract Communication Service Interface

    A/D Conversor Analgico/Digital

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    BA Bobina de Abertura

    BF Bobina de Fechamento

    CID Configured IED Description

    CS Chave Seccinadora

    CT Chave de aterramento

    DJ Disjuntor de alta tenso

    DO Dropout

    DSP Digital Signal Processor

    EESC Escola de Engenharia de So Carlos

    EPRI Eletric Power Research Institute

    GOOSE Generic Object Oriented Substation Event

    GSE Generic Substation Events

    GSSE Generic Susbtation Status Event

    GVO Disjuntor a Grande Volume de leo

  • xxvi

    ICD IED Capability Description

    IEC International Electrotechnical Commission

    IED Intelligent Electronic Device

    IHM Interface Homem Mquina

    LAN Local Area Network

    LSEE Laboratrio de Sistemas de Energia Eltrica

    LT Linha de Transmisso

    MMS Manufacturing Messaging Specification

    MU Merging Unit

    NA Contato auxiliar Normalmente Aberto

    NF Contato auxiliar Normalmente Fechado

    ONS Operador Nacional do Sistema

    PB Push-Button

    PLC Programmable Logic Controllers

    pu por unidade

    PU Pickup

    PVO Disjuntor a Pequeno Volume de leo

    RAM Random Access Memory

    RTP Relao de Transformao de Potencial

    SCL Substation Configuration Language

    SCSM Specific Communication Service Mapping

    SDRAM Synchronous Dynamic RAM

    SEP Sistema Eltrico de Potncia

    SIN Sistema Interligado Nacional

  • xxvii

    SP Sistema de Proteo

    SCD Substation Configuration Description

    SSD System Specification Description

    TC Transformador de Corrente

    TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol

    TP Transformador de Potencial

    TSA Transformador de Servio Auxiliar

    UCA Utility Communications Architecture

    USP Universidade de So Paulo

    UTR Unidade Terminal Remota

    VTCD Variaes de Tenso de Curta Durao

    VTLD Variaes de Tenso de Longa Durao

    WAN Wide Area Network

    XML eXtender Markaup Language

  • xxviii

  • 1

    Captulo 1

    Introduo

    Neste captulo ser apresentado o contexto em que este trabalho se insere, seu objetivo

    principal, os objetivos especficos, a metodologia aplicada, consideraes sobre as contribuies

    a serem alcanadas, bem como a organizao deste texto.

    1.1 Contexto

    Uma rua iluminada por lmpadas eltricas consiste em montona paisagem urbana no brasil

    do sculo XXI. Porm, no ano de 1881, na cidade do Rio de Janeiro, a iluminao do Jardim do

    Campo da Aclamao, atual Praa da Repblica, por 16 lmpadas de arco voltaico constituiu fato

    indito e pode ser considerada como marco da eletrificao neste pas. Aps esse episdio e j no

    ano de 1883, entrou em operao a primeira usina hidreltrica brasileira, localizada no Ribeiro

    do Inferno, afluente do Rio Jequitinhonha, em Porto de Ferro, na cidade de Diamantina e cuja

    finalidade era movimentar duas bombas utilizadas na minerao de diamantes. Em uma aplicao

    mais abrangente, no ano de 1887, entrou em operao a usina termeltrica da Companhia Fiat

    Lux que tinha por finalidade prover a iluminao pblica da cidade de Porto Alegre, sendo,

    portanto, a primeira capital brasileira a contar com esse servio. O ano de 1889, definitivamente

    marcado na histria poltica deste pas, trouxe consigo agitaes tambm para a engenharia com

    a inaugurao da maior usina hidreltrica brasileira poca, Marmelos-Zero, da Companhia

    Mineira de Eletricidade CME, localizada na cachoeira Marmelos, no rio Paraibuna, municpio

    de Juiz de Fora. A mesma era responsvel pelo suprimento de energia eltrica fbrica txtil de

    Bernardo Mascarenhas e iluminao pblica da cidade de Juiz de Fora, possua dois geradores

    monofsicos de 125 kW cada um. No ano de 1892 passou por uma ampliao, recebendo novo

  • 2

    grupo de geradores de igual potncia [1].

    Em 2007, portanto um pouco mais de um sculo aps o marco da construo da primeira

    usina hidreltrica, o Brasil conta com aproximadamente 1.631 empreendimentos de gerao em

    operao, produzindo 99.407.161 kW de potncia [2]. Cabe dizer, que o caso brasileiro nico

    em caractersticas e tamanho no mundo, sendo um sistema hidrotrmico, com predominncia de

    usinas hidroeltricas e com diversos proprietrios [3]. Em funo dessas singularidades foi criado

    o Sistema Interligado Nacional (SIN), formado pelas empresas das regies Sul, Sudeste, Centro-

    Oeste, Nordeste e parte da regio Norte, que possui como objetivo garantir a intercambialidade

    da energia gerada nas vrias usinas do sistema para as diversas regies consumidoras. O SIN

    est sob o controle de um rgo gerencial chamado Operador Nacional do Sistema (ONS), o qual,

    por sua vez est sob fiscalizao e regulao da Agncia Nacional de Energia Eltrica (ANEEL).

    Convencionou-se chamar Sistema Eltrico de Potncia (SEP) ao conjunto de infraestruturas

    responsveis pela gerao, transmisso e distribuio da energia eltrica [4]. A Figura 1.1 ilustra,

    de forma genrica, um SEP, para o qual: 1 - Gerao, 2 - Subestao Elevadora, 3 - Transmisso,

    4 - Subestao Abaixadora, 5 Distribuio e 6 Uso Final.

    Figura 1.1: Pontos notveis do Sistema Eltrico de Potncia.Fonte: [5]

    Independentemente ao porte do SEP, o mesmo est sujeito a uma srie de fenmenos, alguns

    intrnsecos, como curto-circuito, outros no, descargas atmosfricas, por exemplo, que podem

    implicar em afastamento das condies tidas como normais e seguras para sua operao.

    Suas vulnerabilidades e conseqentemente as implicaes tcnicas e econmicas que acarretam

    motivaram a criao do Sistema de Proteo (SP). Pode-se dizer que o SP um conjunto de

  • 3

    filosofias e conseqentemente equipamentos para deteco de situaes anormais operao do

    SEP, com o intuito de prevenir danos permanentes aos equipamentos que o compe, salvaguardar

    a integridade fsica das pessoas que o operam, buscar tempos de interrupo no fornecimento de

    energia eltrica to pequenos quanto possvel e minimizar a influncia de um defeito local sobre

    o restante do SEP [6, 7].

    Entre os equipamentos que podem compor um SP, o rel de proteo ocupa posio de

    destaque, pois representa o mais apurado conjunto de elementos de monitoramento, deteco,

    classificao e deciso para discernir se uma determinada condio do SEP ou de um de seus

    elementos constituintes representa um defeito ou no [8]. Existem, basicamente, trs tecnologias

    de fabricao de rels de proteo, a saber: Eletromecnica, Esttica e Digital, sendo a primeira a

    precursora das demais. Diversos fatores motivaram o desenvolvimento de novas bases tecnolgicas

    para a criao de rels de proteo, pode-se citar, por exemplo, a crescente complexidade e o

    estabelecimento de rgidos requisitos de desempenho para o SEP [9].

    Na primeira dcada deste sculo os equipamentos de proteo com tecnologia digital sinali-

    zaram um novo paradigma para a composio dos SPs [10]. fato tambm que essa tecnologia

    convive com suas antecessoras, que por fora de sua longa predominncia ainda exercem alguma

    influncia sobre o pensamento, concepo e operao dos sistemas de proteo. Esses novos equi-

    pamentos multifunes, em geral, esto subutilizados, sendo o seu potencial ainda no empregado

    ou explorado em profundidade.

    Os rels digitais possuem grande capacidade para resolver alguns dos problemas intrnsecos

    ao SEP seja do ponto de vista das funes de medio, superviso, controle, anlise de eventos

    (registros seqenciais e oscilografias), proteo e comunicao. Como fato, tem-se que uma das

    vantagens associadas utilizao da capacidade de controle e automao dos rels digitais est

    em seu potencial de simplificar a concepo dos painis que compem as instalaes de potncia.

    Isso diminui os tempos de construo, comissionamento e manuteno, alm de agregar maior

    confiabilidade e flexibilidade ao controle [11].

    1.2 Objetivo Geral

    Como proposta fundamental deste trabalho, pretende-se investigar como utilizar adequa-

    damente as capacidades de programao de usurio dos rels digitais de proteo para sanar

    problemas relativos ao SEP. Um conjunto de situaes reais ser utilizado como base de estudo

  • 4

    para concepo de solues baseadas nos dispositivos mencionados. Uma premissa a ser adotada

    na conduo deste trabalho a de que as solues desenvolvidas sejam portveis, ou seja, deve

    ser possvel aplic-las a qualquer rel digital de proteo, desde que o mesmo satisfaa a certos

    pr-requisitos.

    De posse desse conjunto de resultados ser possvel enunciar a possibilidade de uso dos rels

    digitais comerciais como alternativa ao uso dos Programmable Logic Controllers (PLC)s para es-

    tabelecimento de funes de controle, automao e superviso em subestaes de energia eltrica,

    configurando uma arquitetura distribuda, em oposio queles equipamentos, que fornecem uma

    concepo concentrada para os mesmos propsitos.

    1.3 Objetivos Especficos

    Para atingir o objetivo geral proposto sero trabalhados os seguintes itens:

    Desenvolver uma lgica para controle, intertravamento e superviso de estado

    para equipamentos de manobra de um Bay de sada de linha;

    Desenvolver uma lgica para comutao automtica entre fontes de alta tenso

    em uma subestao industrial;

    1.4 Metodologia Utilizada

    A metodologia aplicada a este trabalho pode ser observada na Figura 1.2 e ser explanada a

    seguir.

    Sero escolhidos como problemas a serem abordados, dentro da tica estabelecida, o desenvol-

    vimento de uma lgica de controle de Bay e um esquema de comutao automtica entre fontes

    de alta tenso, ambos sero detalhados minuciosamente no Captulo 4. Em seguida passa-se ao

    modelamento desses problemas, sob o ponto de vista dos fenmenos eltricos relacionados, das

    aes de controle a serem aplicadas, das informaes de monitoramento, sejam elas de estado ou

    valor de grandeza eltrica, das permisses de execuo para cada ao de mudana de estado e

    por fim, do resultado final esperado.

    Delimitados e suficientemente modelados os problemas em estudo, passa-se, ento, a con-

    feco de uma soluo de controle, automao ou superviso para os mesmos. Tal soluo ser

  • 5

    baseada nos elementos dos sistemas digitais, como portas AND, OR, NOT e Flip-Flops, por

    exemplo, em funo dos mesmos estarem presentes em rels de proteo digitais que possuam

    ambientes de programao de usurio [12]. Tais ambientes so espaos reservados no escopo do

    software do rel digital de proteo para que o usurio crie alguma funo, como por exemplo de

    controle de fechamento e/ou abertura de um disjuntor, conveniente ao adequado funcionamento

    da subestao com a qual est trabalhando. Os referidos elementos, por serem universais em seu

    funcionamento, se tomados como prioritrios para a criao das solues, em relao a elemen-

    tos de programao proprietrios de um fabricante qualquer, iro auxiliar a atingir o objetivo

    proposto na seo 1.2.

    Concluda a etapa anterior se faz necessrio escolher rels de proteo digitais para imple-

    mentar as solues desenvolvidas previamente. A populao de equipamentos utilizados neste

    estudo atende s caractersticas mencionadas na seo 1.1 e seo 1.2. Cabe dizer, que os mesmos

    fazem parte da infraestrutura do Laboratrio de Sistemas de Energia Eltrica (LSEE) da Escola

    de Engenharia de So Carlos (EESC) da Universidade de So Paulo (USP). O passo seguinte

    conhecer tais produtos, ou seja, suas interfaces com o usurio, suas especificaes de hardware

    e software, seus modos de operaes e configuraes, para ento, de forma adequada e segura

    implementar as solues desenvolvidas anteriormente, tais solues sero, ento, traduzidas

    para as convenes do equipamento com o qual se est trabalhando.

    O prximo estgio o de concepo dos arranjos de ensaio para avaliar o funcionamento

    das aplicaes desenvolvidas. Tais arranjos sero compostos por um simulador de sistemas de

    potncia (caixa de teste), o(s) rel(s) utilizados em cada aplicao, meios de comunicao de

    dados, condutores eltricos, microcomputadores e painis para montagem de equipamentos. Uma

    vez planejados, passa-se, ento, para a montagem dos mesmos, atentando para as adequaes

    que se fizerem necessrias para realizar sua conduo.

    Por fim, coletar todos os resultados pertinentes a cada conjunto de teste executado e analis-

    los. Havendo discrepncias entre o que era esperado e o que foi encontrado, em um primeiro

    momento, implementar medidas de correo na lgica desenvolvida para se obter resultado,

    seno semelhante, suficientemente prximo ao desejado. Implementadas as correes deve-se

    repetir o ensaio, para o mesmo arranjo, registrar os resultados encontrados e avali-los. Se forem

    satisfatrios, document-los de forma conveniente e emitir concluses sobre cada aplicao.

  • 6

    Figura 1.2: Metodologia aplicada.

    1.5 Contribuies Esperadas

    Findo este trabalho espera-se que os resultados obtidos sejam suficientemente slidos para

    auxiliar engenheiros, tcnicos e estudantes do SEP a compor solues de controle, automao

    ou superviso pertinentes, confiveis e economicamente viveis para concepo e operao de

    subestaes de energia eltrica, culminando em um melhor uso dos rels digitais de proteo.

  • 7

    1.6 Organizao do texto

    O texto referente a este trabalho encontra-se dividido da seguinte forma: No Captulo 1

    apresentado o contexto no qual esta atividade se insere, seu objetivo geral, os objetivos especfi-

    cos, a metodologia aplicada, as consideraes sobre os resultados esperados e a organizao deste

    texto. No Captulo 2 feita a apresentao dos SP e descrio dos seus elementos constituintes,

    fornecendo ao leitor uma viso sucinta do mesmo. No Captulo 3 so abordados os disjuntores e

    chaves de alta tenso comumente utilizados em subestaes de energia, com um enfoque breve so-

    bre sua construo e operao. No Captulo 4 apresentada a estrutura laboratorial estabelecida

    bem como os problemas selecionados, seu modelamento, as solues desenvolvidas, os resultados

    encontrados e as concluses sobre cada aplicao. No Captulo 5 apreciado de forma qualitativa

    o uso do padro IEC 61850 para composio de solues de controle, superviso e intertrava-

    mento em Bays de subestaes de energia eltrica, alm de ser realizada uma comparao entre

    a soluo apresentada no Captulo 4 e sua similar desenvolvida sobre aquele padro. Por fim, no

    Captulo 6 so apresentadas as concluses sobre o trabalho, alm de sugestes de continuidade

    propostas para esta pesquisa. No Apndice A so apresentados os resultados obtidos em relao

    a divulgao cientfica do mesmo.

  • 8

  • 9

    Captulo 2

    Sistemas de Proteo

    Neste captulo sero abordados, de forma concisa, os elementos que constituem os SP com o

    intuito de familiarizar o leitor em relao ao arcabouo deste trabalho.

    2.1 Elementos Componentes do Sistema de Proteo

    O diagrama unifilar exposto na Figura 2.1 contm um SP composto por Transformador de

    Corrente (TC), Transformador de Potencial (TP), alimentao auxiliar, rel de proteo e dis-

    juntor de alta tenso.

    conveniente, ainda, dizer que no existe simultaneidade na presena de ambos os tipos de

    transformadores para instrumento em um SP, seu uso estar condicionado ao tipo de funes de

    proteo desejadas para a instalao em foco.

    Na seo 1.1 mencionou-se a finalidade dos SP, a qual ser repetida aqui por convenincia e

    fluncia do texto, como sendo um conjunto de filosofias e, conseqentemente, equipamentos para

    deteco de situaes anormais operao do SEP, com o intuito de prevenir danos permanentes

    aos equipamentos que o compe, salvaguardar a integridade fsica das pessoas que o operam e

    buscar tempos de interrupo no fornecimento de energia eltrica to pequenos quanto possvel

    [6, 7].

    Para que os objetivos do SP sejam atingidos necessrio que todos os subsistemas envolvidos

    funcionem de forma coesa e com elevada confiabilidade [14].

  • 10

    Rel deProteo

    Disjuntor

    TC

    TP

    Circuito Protegido

    Alimentao Auxiliar(corrente contnua)

    Circ

    uito

    de

    Abe

    rtur

    a(T

    RIP

    )

    Barramento

    Subsistemas deProteo

    52

    Figura 2.1: Subsistemas de proteo.Fonte: [13]

    A Figura 2.2 ilustra o conjunto desejvel de qualidades para um SP. Sobre esses atributos

    pode-se dizer [8, 13]:

    Seletividade: maximizar a continuidade do servio de fornecimento de energia, desconec-

    tando o mnimo do sistema em situao de falta;

    Confiabilidade: assegurar que a proteo atuar corretamente quando for necessria, dis-

    tinguindo entre situaes de falta e condies normais de operao;

    Velocidade: caracterstica que garante o mnimo tempo de falha, para um mnimo de danos

    ou instabilidade no comportamento do sistema protegido;

    Economia: No sentido de se ter mxima proteo ao menor custo, considerando sempre o

    aspecto custo x benefcio.

    Simplicidade: Caracterstica que leva em conta o menor uso de equipamentos e circuitos

    na execuo da filosofia de proteo desejada;

    Mantenabilidade: a capacidade da proteo permitir manuteno rpida e precisa,

    reduzindo-se ao mnimo o tempo fora de servio e os custos de manuteno.

  • 11

    Figura 2.2: Requisitos para o sistema de proteo.

    2.2 Alimentao Auxiliar

    Em subestaes e usinas geradoras de energia eltrica usual que cargas entendidas como

    prioritrias, esquemas de controle e proteo sejam supridas em corrente contnua.

    Em geral, um arranjo construtivo redundante composto por um retificador/carregador e por

    um banco de baterias utilizado para esse fim. A Figura 2.3 exibe o exposto.

    Retificador/Carregador

    Figura 2.3: Esquema de ligao para a alimentao auxiliar.Fonte: [15]

    As cargas da subestao, como por exemplo tomadas de uso geral, iluminao, ar condici-

    onado, equipamentos de comunicao, proteo, controle, etc., so alimentadas por um trans-

    formador de distribuio geralmente denominado Transformador de Servio Auxiliar (TSA). O

    retificador/carregador do banco de baterias conectado ao TSA, conforme Figura 2.4.

  • 12

    Retificador/Carregador

    Banco deBaterias

    Fusveis

    (-)(+)

    (+)

    (-)

    Conectado aoSecundrio do TSA

    Para alimentao de circuitosde controle, comando, alarme,

    proteo, etc.

    Figura 2.4: Conexo geral para a alimentao auxiliar.Fonte: [15]

    O qual, em condio normal de fornecimento de tenso ir suprir s cargas prioritrias da

    subestao com corrente contnua e manter em flutuao1 ou em carga o banco de baterias.

    Havendo um problema qualquer com a alimentao em corrente alternada, um esquema

    automtico de transferncia retira de operao o retificador/carregador e o banco de baterias

    passa a suprir em corrente contnua as cargas prioritrias da subestao, conforme a Figura 2.5.

    (-)

    Figura 2.5: Banco de baterias alimentando cargas.Fonte: [15]

    1A flutuao um regime de carga em que a bateria mantida a plena carga. Neste regime mantido um nvelde tenso que garante uma circulao de corrente suficiente para compensar as perdas por autodescarga [16].

  • 13

    Nesta composio, o banco de baterias o elemento que garante a confiabilidade do sistema

    de alimentao auxiliar em corrente contnua, pois o mesmo no faz parte do SEP. Em geral so

    utilizadas baterias do tipo chumbo-cidas para comp-lo [17, 18].

    O valor de tenso em corrente contnua usualmente aplicado em subestaes de energia el-

    trica de 125V, o que acaba por implicar na existncia de um banco de baterias composto por

    aproximadamente 60 elementos (baterias), pois cada elemento fornece aproximadamente 2,2V

    [15]. A Figura 2.6(a) mostra a ligao dos elementos que formam o banco de baterias, j a

    Figura 2.6(b) exibe seu aspecto fsico.

    (+)

    (-)

    2,2 V

    2,2 V

    ~60elementos

    2,2 V

    2,2 V

    125V

    2,2 V

    (a) Ligao entre os elementos. (b) Aspecto fsico.

    Figura 2.6: Detalhes do banco de baterias.

    2.3 Transformadores para Instrumentos

    A amplitude das correntes e tenses no SEP, em geral, demasiadamente elevada para

    que se realize a conexo de equipamentos de medio, controle ou proteo diretamente a ele.

    Fora o fato, de esse tipo de conexo ser potencialmente perigosa para as pessoas que operam as

    subestaes de energia eltrica, pois a isolao entre usurio do equipamento e o SEP garantida

    apenas pelo isolamento do equipamento em questo [19].

    A forma encontrada para contornar essa questo foi desenvolver os transformadores para

    instrumentos, que representam uma forma segura e tecnicamente adequada para prover os sinais

    de tenso e corrente que os SP, controle e medio necessitam [20]. A segurana obtida a partir

    da sua construo bsica, a qual permite conveniente isolao galvnica entre os instrumentos

  • 14

    de medio, controle ou proteo e o SEP no qual esto inseridos, alm daquela fornecida pelo

    equipamento a ele conectado [21].

    A Figura 2.7 exibe uma diviso bsica para os transformadores para instrumentos.

    Figura 2.7: Classificao dos transformadores para instrumentos.

    2.3.1 Transformadores Eletromagnticos

    A construo bsica dos transformadores eletromagnticos pode ser vista na Figura 2.8.

    Figura 2.8: Transformador elementar.Fonte: [19]

    composto pelos seguintes elementos: um ncleo de material ferromagntico, um conjunto

    de espiras designadas por enrolamento primrio e outro conjunto de espiras designadas por

    enrolamento secundrio, essa construo possvel pois, est embasada na lei de Lenz2. Cabe

    ainda dizer que os transformadores para instrumentos so monofsicos.

    2Para um melhor detalhamento consultar [22].

  • 15

    Transformador de Corrente

    O TC possui a funo de reduzir a corrente do SEP para valores adequados construo dos

    equipamentos de medio, controle ou proteo. Esses valores so padronizados em 1A ou 5A,

    sendo o segundo valor mais corriqueiro no Brasil [23]. A Figura 2.9 exibe o circuito equivalente

    para o TC.

    Zequip

    Figura 2.9: Circuito equivalente para o TC.Fonte: [10]

    Para o qual:

    Zp - Impedncia do primrio refe-

    rida ao secundrio.

    ZS - Impedncia do secundrio.

    Ip - Corrente no primrio do TC.

    IS - Corrente no secundrio do TC.

    Ie - Corrente de magnetizao do

    ncleo do TC.

    RF - Resistncia equivalente s per-

    das no ferro do ncleo do TC.

    Xm - Reatncia equivalente mag-

    netizao do ncleo do TC.

    Zequip - Impedncia dos equipa-

    mentos conectados ao secundrio

    do TC.

  • 16

    A conexo do primrio do TC feita em srie com o SEP. O mesmo vale para o(s) equipa-

    mento(s) conectados ao seu secundrio, conforme a Figura 2.10. As ligaes mais comuns entre

    os TCs de cada fase do SEP so estrela ou tringulo. O primrio do TC composto por poucas

    espiras, chegando at a no possuir primrio prprio, j o secundrio constitudo por muitas

    espiras. Algo relevante a dizer que ao contrrio do transformador de potncia, cuja corrente

    no secundrio determinada pela carga a ele conectada, para o TC o valor de corrente no enro-

    lamento secundrio independe da carga a ele conectada. Esta a reproduo, dentro de certos

    limites de fidelidade, da corrente que circula pelo SEP [10].

    Eg TC

    IP I =IP carga

    IS

    Np

    NSZcarga

    bobinas de Corrente

    Figura 2.10: Conexo do TC ao SEP e dos equipamentos ao seu secundrio.Fonte: [10]

    Para o qual:

    Eg - Tenso no SEP.

    IP - Corrente no primrio do TC.

    IS - Corrente no secundrio do TC.

    ZCarga - Carga equivalente no SEP.

    Existem vrios tipos de TC, cada qual adequado a uma determinada situao de instalao

    ou operao. Sero apresentados alguns desses a seguir.

    TC tipo bucha

    O fato marcante neste tipo de equipamento reside no fato de que o secundrio isolado e

    montado no ncleo, sendo o enrolamento primrio constitudo pelo prprio condutor fase do

    SEP e ainda ser parte integrante de um equipamento, como um disjuntor ou transformador de

  • 17

    potncia. A Figura 2.13 ilustra esse tipo de TC.

    Bucha dealta tenso

    Carcaa doequipamento

    TC 1

    TC 2

    (a) Detalhe construtivo. (b) Aspecto fsico.

    Figura 2.11: TC do tipo bucha.Fonte: [15]

    TC tipo janela

    Sua construo anloga ao TC do tipo bucha, com a diferena sensvel de o mesmo no ser

    encontrado em equipamentos de alta tenso, alm do fato de o ar ser utilizado como isolante entre

    primrio e secundrio. So largamente aplicados em classe de tenso de 15 kV. A Figura 2.12

    ilustra este tipo de TC.

    S1

    S2

    CondutorMvel

    (a) Detalhe construtivo. (b) Aspecto fsico.

    Figura 2.12: TC do tipo janela.Fonte: [15]

  • 18

    TC tipo barra

    Neste tipo de TC o primrio e o secundrio so isolados habitualmente com o uso de resina

    epxi e montados no ncleo, sendo o primrio constitudo por uma barra que colocada no

    interior da janela do ncleo. particularmente adequado para suportar os esforos originados

    por sobrecorrentes. A Figura 2.13 ilustra esse tipo de TC.

    S1

    S2

    P2

    P1

    (a) Detalhe construtivo. (b) Aspecto fsico.

    Figura 2.13: TC do tipo barra.Fonte: [15]

    TC tipo pedestal

    Este tipo de TC possui o primrio e o secundrio enrolados sobre um ncleo toroidal, sendo

    que ambos esto inseridos em um tanque isolado a leo. Para este tipo de TC existe ainda

    uma diviso quanto a posio do ncleo e enrolamentos primrio e secundrio. As diferentes

    possibilidades de montagem do secundrio, com o ncleo em baixo, no meio ou em cima do

    TC acabam por refletir no dimensionamento do seu isolamento. A escolha pela montagem do

    secundrio em cima do TC implica em maior segurana operativa e menores custos para realizar

    sua adequada isolao do SEP. Essa caracterstica faz com que esse tipo de montagem seja a

    preferencial para sistemas de extra-alta tenso. A Figura 2.14, itens a) e b), exibe o aspecto

    construtivo desse tipo de TC.

  • 19

    (a) Detalhe construtivo. (b) Aspecto fsico comenrolamentos secundrios na parte

    de baixo.

    Figura 2.14: TC do tipo pedestal.Fonte: [15, 24]

    TC de Proteo x TC de Medio

    A diferena fundamental entre um TC utilizado para medio ou proteo reside em sua

    curva de saturao, conforme a Figura 2.15. Depreende-se, ento, que um TC para medio

    adequado para reproduzir correntes de baixa amplitude, enquanto que um TC para proteo,

    consegue reproduzir com melhor fidelidade em seu secundrio correntes de elevada amplitudes,

    as quais so prprias de defeitos no SEP.

    I1

    I2

    4I2n

    4I1n 20I1n

    TC de medio

    TC de proteo

    Regio de Saturao

    20I2n

    Figura 2.15: Curva de Saturao de TCs.Fonte: [25]

  • 20

    Transformador de Potencial

    O TP possui a funo de reduzir a tenso do SEP para valores adequados construo dos

    equipamentos de medio, controle ou proteo. O valor de tenso no enrolamento secundrio

    padronizado em 115V [26]. A Figura 2.16 exibe o circuito equivalente para o TP, o qual similar

    ao transformador de potncia monofsico [9].

    R1 X1 R2 X2

    I0

    RFe Lm

    I2

    ZB

    I1

    U1 U2

    Figura 2.16: Circuito equivalente para o TP.Fonte: [27]

    Para o qual:

    U1 - Tenso no primrio.

    U2 - Tenso no secundrio.

    R1 - Resistncia hmica do primrio.

    R2 - Resistncia hmica do secundrio.

    X1 - Reatncia do primrio.

    X2 - Reatncia do secundrio.

    L - Indutncia equivalente a magne-

    tizao do ncleo.

    RFe - Resistncia equivalente s per-

    das no ncleo.

    I1 - Corrente no primrio.

    I2 - Corrente no secundrio.

    I0 - Corrente de magnetizao.

    ZB - Impedncia dos equipamentos li-

    gados ao secundrio.

    A conexo do primrio do TP feita em paralelo com o SEP. O mesmo vale para o(s)

    equipamento(s) conectados ao seu secundrio, conforme a Figura 2.17. De acordo com o projeto

    do TP, existem trs grupos de ligao: grupo 1 para ligao fase-fase, grupo 2 para ligao

    fase-neutro em sistemas diretamente aterrados e grupo 3 para ligao fase-terra em sistemas nos

    quais no se garante a eficcia do aterramento [26].

  • 21

    As ligaes mais comuns entre os TPs de cada fase do SEP so estrela, tringulo, delta aberto,

    residual e monopolar. As Figuras 2.18, 2.19, 2.20 ilustram essas conexes.

    Zsist

    TPNp

    NS

    U1

    U2Bobinas de tenso

    Figura 2.17: Conexo do TP ao SEP e dos equipamentos ao secundrio.

    Para o qual: U1 - Tenso no primrio; U2 - Tenso no secundrio; NP - Nmero de espiras

    no primrio; NS - Nmero de espiras no secundrio e Zsist - Impedncia das cargas do SEP.

    H1 H2

    X1 X2

    H1 H2

    X1 X2

    Fase A

    Fase B

    Fase C

    a b

    H1 H2

    X1 X2

    c

    Figura 2.18: Ligao em estrela.Fonte: [15]

  • 22

    H1 H2

    X1 X2

    H1 H2

    X1 X2

    Fase A

    Fase B

    Fase C

    a b

    H1 H2

    X1 X2

    c

    (a) Ligao em delta.

    H1 H2

    X1 X2

    Fase A

    Fase B

    Fase C

    a

    H1 H2

    X1 X2

    cb

    (b) Ligao em delta aberto.

    Figura 2.19: Ligaes em delta e delta aberto.Fonte: [15]

    H1 H2

    X1 X2

    H1 H2

    X1 X2

    Fase A

    Fase B

    Fase C

    H1 H2

    X1 X2

    (a) Ligao residual.

    H1 H2

    X1 X2

    H1 H2

    X1 X2

    Fase A

    Fase B

    Fase C

    a bc n

    (b) Ligao monopolar.

    Figura 2.20: Ligaes residual e monopolar.Fonte: [15]

    Para as quais H1 e H2 so os terminais primrios e X1 e X2 os terminais secundrios.

    Ao contrrio do TC, o TP no possui diferena aprecivel entre uso para proteo e medio

    [20]. Basicamente existem dois tipos de TP, a saber:

    TP indutivo

    So transformadores similares aos tranformadores de fora, diferindo apenas em relao a

    refrigerao, isolao e aspecto mecnico [19], conectados ao SEP como mencionado, com um

    ou mais enrolamentos secundrios. So aplicados com maior freqncia em sistemas de baixa,

    mdia e alta tenso. A Figura 2.21, itens a e b, ilustram os aspectos fsicos.

  • 23

    (a) TP para 13,8 kV. (b) TP para 69 kV.

    Figura 2.21: Aspecto fsico para o TP.

    TP capacitivo

    Para sistemas de extra-alta tenso o uso do TP indutivo fica construtivamente proibitivo

    devido classe de isolao empregada, por torn-lo excessivamente grande, pesado e conseqen-

    temente caro [21]. Para contornar essas desvantagens, foi desenvolvido o TP capacitivo, que

    basicamente constitudo por um TP convencional onde o primrio composto por um divisor

    de tenso capacitivo, conforme a Figura 2.22. Em relao ao TP indutivo apresenta elevada

    confiabilidade, alm de servir como elemento de conexo em sistemas carrier3 de comunicao

    [15].

    R1 L1 R2 L2

    I0

    Rm Lm

    I2

    Zequipo

    U1U2

    C1

    C2

    Figura 2.22: Circuito equivalente para o TP capacitivo.Fonte: [21]

    3Para um melhor detalhamento consultar [28].

  • 24

    Para a qual, tem-se:

    U1 - Tenso no primrio.

    U2 - Tenso no secundrio.

    C1 - Capacitor 1.

    C2 - Capacitor 2.

    R1 - Resistncia hmica do

    primrio.

    R2 - Resistncia hmica do se-

    cundrio.

    L1 - Indutncia do primrio.

    L2 - Indutncia do secundrio.

    Lm - Indutncia equivalente

    magnetizao do ncleo.

    Rm - Resistncia equivalente

    s perdas no ncleo.

    I2 - Corrente no secundrio.

    I0 - Corrente de magnetizao.

    Zequipo - Impedncia das car-

    gas conectadas ao secundrio

    do TP.

    A Figura 2.23 ilustra o aspecto construtivo para o TP Capacitivo.

    (1)345 kV

    (2)362 kV

    (3)800 kV

    Figura 2.23: Aspecto fsico do TP capacitivo.Fonte: [24]

  • 25

    2.3.2 Sensor ptico de Corrente

    O sensor ptico de corrente uma tecnologia relativamente recente aplicada ao SEP [29].

    Atualmente seu uso no SIN ainda raro, estando restrito a centros de pesquisa. Os custos de

    aquisio e adaptao dos SP existentes a ela representam dois entraves preliminares para sua

    adoo macia. Este sensor est baseado no efeito Faraday, cuja explicao ser apoiada com o

    uso da Figura 2.24(a).

    Um feixe de luz emitido por uma fonte luminosa (1) conduzido por um guia de fibra ptica

    at um polarizador (2), aps passar pelo polarizador tem-se um feixe de luz polarizada, ou seja,

    uma onda eletromagntica que oscila em apenas um eixo. Este feixe polarizado defletido pelo

    prisma (P1) e encaminhado para o interior de um cristal de quartzo (3A), no qual um campo

    magntico induzido pela corrente primria (I1) que flui atravs da bobina. O campo magntico

    promove a rotao do plano de polarizao da luz.

    O prisma (P2) deflete o feixe de luz deslocado para o interior do cristal de quartzo (3B), o qual

    est ao potencial da terra, por sua vez, este, est inserido em um campo magntico induzido

    pela corrente secundria (I2). A direo do campo escolhida de tal forma que o plano de

    polarizao compensado, assim I1W1 = I2W2, W1 e W2 so o nmero de espiras das bobinas

    ao redor dos cristais de quartzo. Em conseqncia o ngulo de rotao 1 da luz no cristal (3A)

    compensado pela rotao 2 = 1 no cristal (3B). Por essa razo a intensidade da luz em

    ambos os foto-detectores (A) e (B) so iguais e o sinal na entrada do amplificador diferencial (6)

    zero [27].

    A rotao do plano de polarizao faz com que um dos detectores seja iluminado de forma

    mais intensa que o outro e isso implica na gerao de um sinal diferencial. O sinal de sada do

    amplificador diferencial a corrente secundria I2, a qual uma representao fiel da corrente

    primria I1 [27].

    A Figura 2.24(b) exibe o aspecto construtivo para um TC ptico. Por fim, cabe dizer que

    um TC baseado nesse princpio fornece isolao completa em relao ao SEP, pois no existe

    nenhuma conexo com o condutor primrio, alm do fato de que sua construo, por no possuir

    ncleo magntico e enrolamentos primrio ou secundrio, o torna menor em tamanho e mais leve

    em relao aos TCs convencionais. A ausncia de ncleo ferromagntico ainda benfica pois o

    torna imune a problemas de saturao [29].

  • 26

    Ao Potencial do SEP

    Ao Potencial da Terra

    1

    2

    Fibra ptica

    W1

    3A

    P1

    I1

    P2

    W2

    3B

    4

    55 B1

    6

    7

    I2

    A1

    (a) Efeito Faraday.

    (b)Aspectofsico.

    Figura 2.24: Detalhes TC ptico.Fonte: [27, 30]

  • 27

    2.3.3 Sensor ptico de Tenso

    O sensor ptico de tenso est baseado no efeito Pockels, que ser explicado com o auxlio

    da Figura 2.25. Um TP baseado neste efeito composto por um divisor de tenso constitudo

    por um capacitor C1 e por uma clula Pockels de capacitncia C2 conectada entre os pontos

    que representam a tenso que se deseja medir. A tenso atravs de C2 gera um campo eltrico

    proporcional a tenso no primrio. O feixe de luz originado na fonte (3) direcionado para o

    polarizador (4) o qual, ento, produz duas ondas defasadas em /2 graus. Estas so direcionadas

    a clula Pockels (2). Em funo do campo eltrico, as duas ondas de luz possuem velocidades

    de propagao distintas, que por sua vez criam o defasamento angular mencionado. Este deslo-

    camento angular adiantado em 1/4 do comprimento da onda ao passar pelo material de /4

    comprimento de onda (5) antes de ser aplicado ao analizador (6). A intensidade da luz na sada

    do analizador proporcional ao deslocamento angular, o qual, por sua vez, proporcional a

    tenso no primrio. O foto-diodo converte a intensidade da luz em um valor de tenso que

    amplificado em (8) para produzir a tenso secundria U2 [27].

    O aspecto fsico externo do TP ptico assemelha-se ao do TC ptico, sem mudana aprecivel.

    Por fim, cabe dizer que um TP baseado nesse princpio fornece isolao completa em relao

    ao SEP pois no existe nenhuma conexo com o condutor primrio, alm do fato de que sua

    construo, por no possuir ncleo magntico e enrolamentos primrio ou secundrio, o torna

    menor em tamanho e mais leve em relao aos TPs convencionais [29].

    3

    U1

    U2

    Condutor

    1

    4 2 5 6 7 8

    ZB

    C1

    C2

    Figura 2.25: Efeito Pockels.Fonte: [27]

  • 28

    2.4 Rels

    Uma expresso clssica, e potica, designa os rels como sentinelas silenciosas do SEP. Essa

    declarao evidencia o carter fundamental desses dispositivos: o monitoramento constante do

    SEP com conseqente ao coligada. O termo em questo, rel, generalista e faz referncia a

    um conjunto de equipamentos com certas similaridades. Contudo, cada qual com singularida-

    des prprias. Pode-se classific-los de acordo com a tecnologia construtiva envolvida e com a

    finalidade que o mesmo possui [14]. Quanto a finalidade podem ser:

    Rel de proteo - responsvel por comandar a abertura de um ou mais disjun-

    tores quando da existncia de um defeito.

    Rel de monitoramento - verifica condies do SEP, como por exemplo, detec-

    tores de falta, monitores de canais de comunicao, etc.

    Rel de religamento - responsvel pelo religamento de linhas de transmisso.

    Rel regulador - utilizado quando algum parmetro de monitoramento do

    SEP desvia-se dos limites operacionais determinados, como por exemplo, rel

    regulador de tenso.

    Rel auxiliar - opera em resposta a deciso de funcionamento de outro rel,

    alguns exemplos de rel auxiliar so rels temporizadores, multiplicadores de

    contato, etc.

    Rel de sincronismo - assegura a existncia de adequadas condies para realizar

    a interconexo entre dois SEPs distintos.

    Quanto a tecnologia construtiva podem ser:

    Eletromecnicos - so construdos com predominncia de elementos mecnicos

    acionados por acoplamentos eltricos e magnticos.

    Estticos - so construdos com dispositivos eletrnicos e no possuem elementos

    mecnicos mveis.

    Digitais - so rels eletrnicos gerenciados por um microprocessador e controla-

    dos por um software especfico proteo.

    Neste trabalho sero enfocados apenas os rels de proteo, os quais podem ser definidos

    como um equipamento cuja funo remover rapidamente de servio qualquer elemento do SEP

  • 29

    que esteja sob efeito de um curto-circuito ou operando em alguma condio anormal e intolervel

    que possa causar danos ou interferir no funcionamento do restante do sistema [31]. A seguir

    sero apresentadas brevemente as tecnologias construtivas aplicadas aos rels de proteo.

    2.4.1 Rels Eletromecnicos

    A primeira base tecnolgica aplicada ao projeto e construo de rels de proteo foi a

    eletromecnica, nos idos de 1900, sendo, portanto, a precursora das demais tecnologias aplicadas

    proteo. Pode-se definir o rel eletromecnico como sendo aquele no qual a operao lgica

    produzida pelo movimento relativo de elementos mecnicos, sob ao de uma grandeza eltrica

    nos circuitos de entrada [32].

    Os rels eletromecnicos podem ser divididos quanto ao seu princpio de funcionamento, sendo

    os mesmos apresentados a seguir [15]:

    Rels de Atrao - Armadura Axial

    Consiste de uma bobina solenide que, energizada eletricamente, atrai para o seu interior um

    ncleo mvel de ferro. Este ncleo mvel de ferro, quanto atrado, carrega consigo um contato

    mvel, alinhado a um contato fixo na carcaa. A Figura 2.26 ilustra este tipo de construo.

    Figura 2.26: Rel de atrao tipo axial.Fonte: [14]

    Rels de Atrao - Armadura em Charneira

    Consiste de uma armadura magntica mvel em torno de um eixo colocado na sua aresta

    inferior, fechando um circuito magntico que ser estabelecido pela passagem de corrente na

  • 30

    bobina colocada em oposio armadura. Quando a armadura atrada, carrega consigo um

    contato que ir ao encontro de um outro que fixo e localizado na estrutura onde se encontra a

    bobina. A Figura 2.27 ilustra este tipo de construo.

    Figura 2.27: Rel de atrao tipo charneira.Fonte: [14]

    Rel de Induo - Disco de Induo

    Consiste de um disco condutor, geralmente de alumnio, que se movimenta por induo em

    torno de um eixo no entreferro de um ncleo magnetizado pela passagem de corrente na bobina

    que o envolve. O fluxo produzido no entreferro dividido em duas componentes, defasadas pela

    colocao de anis de cobre que envolvem parte de cada face do plo no entreferro. Fixado ao

    mesmo eixo move-se um contato em direo a outro, fixo na estrutura do rel. A Figura 2.28

    ilustra este tipo de construo.

    Figura 2.28: Rel do tipo disco de induo.Fonte: [14]

  • 31

    Rel de Induo - Tambor de Induo

    Consiste de um cilindro metlico com uma das bases fechadas como um copo, livre para girar

    no interior do entreferro anular compreendido entre as faces dos plos magnticos e do ncleo

    de ferro. So utilizados quatro ou oito plos dispostos simetricamente, com duas fontes de

    polarizao alimentando alternadamente as bobinas montadas nos plos. A Figura 2.29 ilustra

    este tipo de construo.

    Figura 2.29: Rel do tipo tambor.Fonte: [14]

    Unidade de DArsonval

    Este tipo de unidade constituda por uma estrutura magntica e um im permanente interno,

    formando um ncleo cilndrico com dois plos. Uma bobina mvel livre para girar em um gap4

    energizada por corrente contnua, a qual reage com o fluxo existente no gap para criar um torque

    de rotao. Esta unidade opera com pouca energia em sua entrada, como a que fornecida por

    shunts em corrente contnua por exemplo [14]. A Figura 2.30 ilustra este tipo de construo.

    4Espao livre entre a parte mvel e fixa neste tipo de rel.

  • 32

    Figura 2.30: Rel do tipo Darsonval.Fonte: [14]

    Vantagens e Desvantagens dos Rels Eletromecnicos

    Uma proteo eletromecnica possui algumas caracterstica vantajosas, podendo-se citar:

    Durabilidade e robustez - com a devida manuteno, pode-se conseguir elevada

    vida til.

    Tolerncia a altas temperaturas - no representa fator crtico para o adequado

    funcionamento do mesmo.

    Baixa sensibilidade a surtos eletromagnticos - necessrio que a energia asso-

    ciada a esse tipo de fenmeno seja relativamente alta para causar algum dano.

    Confiabilidade - em relao a sua atuao para as condies especificadas.

    Algumas das desvantagens desse tipo de proteo so:

    Custo de instalao - uso de maior espao fsico e maior quantidade de cabos

    para compor o SP.

    Preciso - quo maior a exigncia por preciso maior o custo do rel.

    Manuteno - exige mo de obra experiente e especfica, alm de haver dificul-

    dade em encontrar peas de reposio

  • 33

    Limitao de funcionalidades - no possvel implementar caractersticas aces-

    srias adequadas para enfrentar a cresente complexidade do SEP, como por

    exemplo oscilografia.

    2.4.2 Rels Estticos

    A evoluo do SEP sob o ponto de vista da complexidade das interligaes, aumento dos

    nveis de curto-circuito e demanda por melhor desempenho motivou a pesquisa pela melhoria

    na concepo dos rels de proteo, com foco em sua velocidade de atuao, seletividade, esta-

    bilidade e sofisticao de suas caractersticas gerais [9, 15]. Na dcada de 1960 comearam as

    experimentaes em relao a construo de rels de proteo baseados em componentes eletr-

    nicos, sendo que na dcada de 1970 sua utilizao tornou-se intensa [33, 34]. O termo esttico

    surge da comprao com os rels eletromecnicos que possuiam partes mveis, sendo o rel est-

    tico caracterizado pela ausncia de elementos mecnicos mveis [10]. No mbito de utilizao os

    rels estticos so aplicados de igual maneira a composio de um SP como os eletromecnicos

    [19].

    A Figura 2.31 ilustra a composio genrica e elementar para os rels estticos.

    Lgica de TRIP

    Teste

    Ubat

    I

    U

    12 3

    4

    5

    TRIP

    Sinal remoto

    68

    7

    Sinal de TesteExterno e/ou Sinalde Teste Interno

    Figura 2.31: Diagrama de blocos para um rel esttico genrico.Fonte: [27]

  • 34

    As variveis de entrada (I) e/ou (U) so encaminhadas para o bloco 1, que responsvel por

    ajustar os sinais de entrada a valores compatveis para serem utilizados pelos circuitos eletrnicos

    posteriores. Fornece ainda isolao galvnica entre os circuitos subseqentes e o SEP. Os valores

    de sada provenientes do bloco 1 so comparados com valores de referncia no bloco 2, o qual ter

    seu limiar de operao ativado se os valores de referncia forem ultrapassados,sendo que a sada

    gerada ir iniciar o bloco temporizador (3). O bloco lgico (4) examina se o valor proveniente

    da sada do bloco 2 continua ativo aps o tempo ajustado para bloco (3) ter expirado. Caso isso

    ocorra o bloco (5) de Trip5 ser ativado, alm do bloco (6) de sinalizao. O bloco (7) fornece

    a alimentao auxiliar para o rel esttico. J o bloco (8) empregado em rotinas de teste da

    proteo utilizando para esse fim informaes de origem interna ou externa ao equipamento [27].

    Vantagens e Desvantagens dos Rels Estticos

    Uma proteo esttica possui algumas caracterstica vantajosas, podendo-se citar:

    Maior velocidade - conseqncia direta da ausncia de partes mecnicas mveis.

    Baixo consumo - representam uma carga menor para os TCs.

    Facilidade de manuteno - tornou-se mais simples e direta.

    Confiabilidade - obtida em funo da construo modular.

    Algumas desvantagens desse tipo de proteo so:

    Maior sensibilidade a surtos - componentes eletrnicos so danificados com quan-

    tidades menores de energia associada a um surto se comparados com os rels

    eletromecnicos.

    Envelhecimento - possuem alguns elementos constituintes com vida til redu-

    zida, como os capacitores eletrolticos por exemplo.

    Influncia do meio ambiente - a temperatura e a umidade passa a ser fatores de

    influncia sobre o funcionamento desses equipamentos, devido a tolerncia dos

    mesmos a esses fatores.

    5Sinal de natureza eltrica enviado por uma funo de proteo a um disjuntor de alta tenso para promoversua abertura.

  • 35

    A Figura 2.32 exibe o aspecto de um rel de proteo esttico.

    Figura 2.32: Exemplo de rel esttico.Fonte: [35]

    2.4.3 Rels Digitais

    Os primeiros trabalhos que contemplavam o uso de rels digitais remontam a dcada de 1960.

    Na dcada seguinte, houve um expressivo desenvolvimento do hardware computacional e dos

    algoritmos para fins de proteo e resultados promissores foram obtidos, os quais indicavam um

    desempenho to bom quanto as tecnologias majoritrias de ento [36, 37]. A tecnologia digital,

    neste princpio de sculo, tornou-se a base da maioria dos sistemas de uma subestao, atuando

    nas funes de medio, comunicao, proteo e controle, por exemplo. Desta forma, o rel

    digital pode ser aplicado para desempenhar outras tarefas no ambiente de uma subestao. A

    Figura 2.33 ilustra o aspecto construtivo geral dos rels digitais.

  • 36

    IHMLCD e Teclado

    MICRO-PROCESSADOR

    [DSP]

    ROM

    SDRAM

    FLASH

    CONVERSORA/D

    16 BIT

    A

    D

    FILTROANTI-ALIASING

    RELSPARA TRIP

    RELSPARA ALARME

    SINAISANALGICOSDE ENTRADA

    DE CORRENTEE TENSO

    ENTRADASDIGITAIS

    FONTE DEALIMENTAO

    CHAVEADA

    PORTAS DECOMUNICAOE SINCRONISMO

    Figura 2.33: Arquitetura de um rel digital.Fonte: [38]

    Resumidamente, pode-se dizer que esses equipamentos se comportam da seguinte forma [38]:

    Os sinais de entrada de corrente e de tenso so condicionados e isolados atravsde TPs e TCs. Os sinais analgicos isolados so filtrados atravs de filtros passabaixa, utilizando-se filtros analgicos, de forma a minimizar o efeito de aliasing pro-duzido por hamnicas e rudos em faixas de elevadas freqncias acima da metadeda freqncia de amostragem, de acordo com o Critrio de Nyquist ou Teorema daAmostragem.Aps a filtragem analgica, os sinais so ento amostrados e convertidos em dadosdigitais atravs do Conversor Analgico/Digital (A/D), que atualmente possuem re-soluo de 16 bits, adequados faixa dinmica de correntes normalmente existentesem sistemas eltricos de potncia. O Digital Signal Processor (DSP) processa os da-dos digitais convertidos e executa os algoritmos de proteo existentes, carregados emmemrias do tipo FLASH. Os dados intermedirios, gerados durante os clculos, soarmazenados em memrias do tipo Synchronous Dynamic RAM (SDRAM).O processador digital o responsvel pela execuo da lgica e das funes de entra-da/sada. Os circuitos de entradas digitais fornecem ao processador de sinais o valorde status dos respectivos contatos. Os circuitos das sadas digitais do rel, atravsdos seus contatos, executam as funes de alarme e de trip do rel.

    A Figura 2.34 ilustra as caractersticas dos rels digitais de proteo a partir de um ponto

    de vista funcional. Percebe-se a capacidade de execuo de diversas tarefas no contexto do

    SEP alm de seu propsito fundamental, que o de integralizar um SP. Essa flexibilidade

    obtida a partir de sua construo, a qual grosso modo, composta pelo conjunto hardware e

    firmware. As informaes de entrada e/ou sada, providas por qualquer uma das vias de acesso

    do equipamento, entradas e/ou sadas digitais, interfaces de comunicao e valores analgicos de

  • 37

    medida, esto disponveis para uso por qualquer uma das funcionalidades componentes dos rels

    digitais de proteo a qualquer tempo. Esse carter multifuncional marcante pois, o distingue

    das tecnologias prvias aplicadas a construo de rels de proteo e implica em pensar e operar

    o SP de forma distinta do que era feito at ento.

    Parametrizao

    Multifuno

    Comunicao

    Controle

    Medio

    PLC-Lgica

    Proteo

    Registro

    Visualizao Sincronizaode tempo

    Acesso Remoto

    Automao

    Teleproteo

    AlimentaoAuxiliar

    IA

    IB

    IC

    3I0

    Conta

    tos

    de s

    ad

    a

    Contato desuperviso

    Conta

    tos

    de e

    ntr

    ada

    Entr

    adas

    anal

    gic

    as

    Figura 2.34: Funcionalidades genricas de um rel de proteo digital.Fonte: [39]

    Vantagens e Desvantagens dos Rels Digitais

    Uma proteo digital possui algumas caracterstica vantajosas, dentre elas pode-se citar:

    Auto-checagem e confiabilidade - pode monitorar continuamente os subsistemas

    de hardware e software, de modo a detectar imediatamente possveis falhas.

    Integrao de sistemas digitais - os sistemas digitais possibilitam uma maior

    integrao entre seus componentes, o que permite uma maior flexibilidade e

    velocidade na obteno das informaes registradas pelos equipamentos.

    Flexibilidade funcional e adaptabilidade - uma das principais caractersticas dos

    rels digitais a capacidade de alterao dos seus parmetros de configurao

    de acordo com a topologia da rede.

  • 38

    Algumas desvantagens desse tipo de proteo so:

    Sensibilidade a surtos - necessitam de proteo especial contra surtos e interfe-

    rncias eletromagnticas.

    Sensibilidade a temperatura - sensveis a altas temperaturas, necessitam por-

    tanto, de dispositivos especialmente desenvolvidos para essa condio.

    Software no portvel - os algoritmos desenvolvidos para um hardware especfico,

    em geral, no so aplicveis a outro.

    Adoo relativamente recente aos SP do SEP - vive-se, ainda, um processo de

    assimilao desta base tecnolgica, o que implica em mudana de paradigma e

    atualizao de profissionais desta rea.

    A Figura 2.35 exibe o aspecto de um rel de proteo digital.

    Figura 2.35: Exemplo de rel digital comercial.Fonte: [40]

  • 39

    Captulo 3

    Equipamentos de Manobra

    Neste captulo sero abordados os disjuntores e chaves de alta tenso comumente utilizados

    em subestaes de energia, com um enfoque sucinto sobre sua construo e operao.

    3.1 Disjuntor de Alta Tenso

    O disjuntor de alta tenso pode ser definido como um dispositivo mecnico de manobra

    capaz de estabelecer, conduzir e interromper correntes nas condies normais de circuito, assim

    como estabelecer, conduzir durante um tempo especificado e interromper correntes sob condies

    anormais especificadas do circuito, tais como as de curto-circuito [41, 42].

    De forma geral, pode-se dizer que um disjuntor de alta tenso composto pelos seguintes

    elementos [43]:

    Unidade de comando.

    Sistema de acionamento.

    Unidade interruptora.

    Cada um desses elementos ser apresentado a seguir para melhor entendimento do disjuntor

    de alta tenso.

    3.1.1 Unidade de Comando

    o conjunto de elementos de comando, controle e superviso do disjuntor. Devido a variedade

    de meios extintores do arco eltrico e dos sistemas de acionamento no h unidade singela e sim

  • 40

    uma aprecivel variedade da mesma. As figuras a seguir iro ilustrar o exposto [44].

    O armrio central congrega os elementos de controle global do disjuntor, tomando-se como

    base um disjuntor de extra-alta tenso com possibilidade de comando monopolar utilizado neste

    trabalho para ilustrar uma unidade de comando, conforme Figura 4.18.

    (a) Viso geral (b) Detalhe do comando

    Figura 3.1: Armrio central.Fonte: [44]

    Para a Figura 3.1(b), tem-se: 1-Botoeira de fechamento; 2-Botoeira de abertura 1; 3-Botoeira

    de abertura 2; 4-Botoeira desbloqueio N2/ Discordncia plos; 5-Chave comutao local/remoto

    e 6-Contadores de operao.

    A Figura 3.2 representa o armrio de controle referente ao plo A do disjuntor, no qual

    so exibidos a unidade de superviso de gs SF6, motor de acionamento, unidade de superviso

    hidrulica, rgua de bornes, etc.

  • 41

    Figura 3.2: Detalhe armrio plo A do disjuntor.Fonte: [44]

    3.1.2 Sistema de Acionamento

    A funo primria do sistema de acionamento a de abrir e/ou fechar os contatos principais

    do disjuntor. Cabe comentar que esse sistema de vital importncia, uma vez que a maioria

    dos disjuntores aps ser colocado em operao permanece fechado por longos perodos de tempo.

    Logo, quando for solicitado a abrir deve ser capaz de faz-lo de forma confivel e sem atraso de

    tempo extra para essa operao. Existem diferentes tipos de sistemas de acionamento. Contudo,

    todos eles possuem em comum o fato de armazenar energia potencial em algum meio elstico

    para esse fim, o qual carregado por uma fonte de energia de baixa potncia [45].

    Os acionamentos podem ser mono ou tripolares, ou seja, cada plo do disjuntor pode receber

    comandos de abertura ou fechamento independentemente dos outros plos e essa uma demanda

    originada pela necessidade, em alguns SEPs de religamento monopolar. J para o caso tripolar,

    apenas um comando gerado e transmitido a todos os plos simultaneamente, uma vez que

    existe apenas um sistema de acionamento para todos eles [43].

    Os principais tipos de acionamento so: acionamento por solenide, acionamento mola,

    acionamento a ar comprimido e acionamento hidrulico.

    A seguir cada um desses tipos de acionamento ser apresentado sucintamente.

  • 42

    Acionamento por solenide

    Uma bobina solenide utilizada para acionar os contatos na operao de fechamento e

    tambm para carregar a mola de abertura1. Este tipo de acionamento no muito comum pois

    a capacidade de armazenamento de energia limitada [43]. A Figura 3.3 ilustra esse tipo de

    acionamento.

    Figura 3.3: Exemplo de acionamento por solenide.Fonte: [43]

    Para a qual: 1-Solenide para fechamento; 2-Armadura; 3-Eixo de acionamento; 4-Mecanismo

    de destravamento de abertura; 5-Mola de abertura; 6-Bobina de trava do disparador; 7-Indicador

    de Posies; 8-Haste para acionamento manual e 9-Chave auxiliar.

    Acionamento mola

    Neste tipo de acionamento a energia utilizada para o fechamento acumulada em uma mola,

    helicoidal ou espiral, que pode ser carregada manualmente, com o uso de uma manivela, ou

    atravs de um motor eltrico. Este tipo de acionamento corriqueiro em disjuntores de mdia

    (13,8 kV) alta tenso (138 kV) independente do meio de extino aplicado [43].

    Quando o comando de fechamento enviado ao disjuntor, a mola de fechamento, que armaze-

    nou a energia necessria a essa operao, liberada, atravs da retirada de uma trava mecnica,

    1Elemento responsvel pelo armazenamento de energia a ser utilizada na operao de abertura do disjuntor.A fonte de energia utilizada para seu carregamento provm da operao de fechamento.

  • 43

    fechando-o. Nesse processo uma outra mola, responsvel pela ao de abertura carregada, ou

    seja, armazena energia para realizar essa operao2, conforme a Figura 3.4.

    Esse mecanismo tido como de funcionamento simples, sendo desprovido de qualquer forma

    de superviso de sua integridade. Essa caracterstica adequada para sistemas de mdia tenso,

    contudo para sistemas de alta (acima de 138 kV) e extra-alta (750kV) tenso este tipo de aci-

    onamento preterido, sendo os acionamentos a ar comprimido e eletro-hidrulico preferenciais

    [43]. A Figura 3.5 ilustra esse tipo de acionamento.

    (a) Mola de fechamento carregada e travada eMola de abertura descarregada

    (b) Mola de fechamento descarregada e Mola deabertura carregada e travada

    (c) Mola de fechamento carregada e travada e Molade abertura carregada e travada

    Figura 3.4: Funcionamento esquemtico de carga das molas de fechamento e abertura.Fonte: [43]

    Para a qual: 1-Bloco de carga da mola; 2-Lingueta de travamento; 3-Rolete; 4-Eixo de carga

    da mola; 5-Catraca; 6-Mola de fechamento; 7-Mola de abertura; 8-Eixo de manobra; 9-Rolete;

    10-Lingueta da alavanca de disparo; 11-Rolete; 12-Alavanca de disparo e 13-Excntrico.

    2Esse comportamento diametralmente oposto referente ao armazenamento de energia entre elementos respon-sveis pelas aes de abertura e fechamento comum a todos os disjuntores.

  • 44

    Figura 3.5: Exemplo de acionamento mola.Fonte: [43]

    Para a qual: 1-Caixa do mecanismo de operao; 2-Mola de fechamento; 3-Mola de abertura;

    4-Bloco de comando; 5-Trava de ligao; 6-Eixo de carga da mola; 7-Bloco de carga da mola;

    8-Eixo de manobra; 9-Acionamento motorizado; 10-Alavanca de disparo; 11-Indicador de mola

    Carregada; 12-Indicador Ligado/Desligado e 13-Chave de contatos auxiliares.

    Acionamento a ar comprimido

    Para este tipo de acionamento a energia utilizada para realizar a operao de abertura ou

    fechamento armazenada em recipientes de ar comprimido e liberada atravs de disparadores

    que atuam sobre vlvulas que, por fim, acionam os mecanismos dos contatos. Este tipo de

    acionamento aplicado para disjuntores de mdia extra-alta tenso, independente do meio

    extintor envolvido [43]. A Figura 3.6 ilustra esse tipo de acionamento.

  • 45

    Figura 3.6: Exemplo de acionamento a ar comprimido.Fonte: [43]

    Para o qual: 1-Recipiente de ar comprimido; 2-mbolo de acionamento; 3-Bloco de controle;

    3.1-Vlvula principal; 3.2-Cilindro; 3.3-Vlvula solenide - Liga; 3.4-Vlvula solenide - Des-

    liga; 3.5-Vlvula solenide - Desliga; 3.6-Acionamento da chave auxiliar e indicador de posio;

    3.7- Chave auxiliar; 4-Coluna de isoladores; 4.1-Haste principal de acionamento; 5-Chave de pres-

    so; 6-Armrio de controle; 6.1-Chave manual Liga-Desliga; 6.2-Chave manual Local-Remoto;

    6.3-Conjunto de vlvulas de alta presso; 6.4-Linha de suprimento de ar; 6.5-Vlvula de bloqueio;

    6.6-Registro manual; 6.7-Parafuso de drenagem; 6.8-Filtro de ar.

    Acionamento hidrulico

    Neste tipo de acionamento a energia para as aes de abertura e fechamento armazenada em

    um cilindro com um mbolo estanque. O qual contm de um lado leo ligado aos circuitos de alta e

    baixa presso atravs de uma bomba hidrulica. Do outro lado existe um volume reservado a uma

    quantidade prefixada de N2. A bomba hidrulica comprime o leo e, consequentemente, o N2,

    at que seja atingida a presso de trabalho. Atravs de disparadores de abertura ou fechamento

    so acionadas vlvulas de comando que ligam o circuito de leo com o mbolo principal de

    acionamento. A Figura 3.7 ilustra esse tipo de acionamento.

  • 46

    Figura 3.7: Exemplo de acionamento hidrulico.Fonte: [43]

    Para a qual: 1-Acumulador hidrulico; 2-Reservatrio; 3-Solenide de abertura; 4-Solenide

    de fechamento; 5-mbolo diferencial; 6-Haste principal de acionamento.

    Por fim, adequado mencionar que este tipo de acionamento armazena grandes quantidades

    de energia, aliada a relativa dimenso reduzida, sendo essa sua caracterstica notvel [43].

    3.1.3 Unidade Interruptora

    A cmara de extino ou unidade interruptora a responsvel pela extino do arco eltrico

    originado no processo de separao dos contatos principais do disjuntor. Este elemento representa

    o estado da arte na produo e pesquisa deste tipo de equipamento, uma vez que as demais partes

    que o compe no variam sobremaneira de fabricante fabricante pois atingiram adequada

    maturidade tecnolgica.

    Os principais tipos de cmaras de extino utilizadas na construo de disjuntores de alta

    tenso so: Sopro magntico, Ar comprimido, Grande volume de leo, Pequeno volume de leo,

    SF6 (hexafluoreto de enxofre) e Vcuo.

    Disjuntor a Sopro Magntico

    O interior de uma cmara de extino de um disjuntor do tipo sopro magntico preen-

    chida por ar. Quando ocorre a separao dos contatos principais, (a) o arco eltrico fo