Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética....

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MÔNICA MAGALHÃES PEREIRA DA SILVA Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no processo de ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos São Paulo 2014

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MÔNICA MAGALHÃES PEREIRA DA SILVA

Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no processo de

ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos

São Paulo

2014

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MÔNICA MAGALHÃES PEREIRA DA SILVA

Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no processo de

ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos

Versão Original

Tese apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo, para obter o título de Doutor, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas. Área de Concentração: Odontologia Social Orientador: Prof. Dr. Dalton Luiz de Paula Ramos Co-orientadora: Profa. Dra. Mary-Caroline Skelton Macedo

São Paulo

2014

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Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

Catalogação da Publicação Serviço de Documentação Odontológica

Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo

Pereira da Silva, Mônica Magalhães.

Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no processo de ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos/ Mônica Magalhães Pereira da Silva; orientador Dalton Luiz de Paula, co-orientadora Mary-Caroline Skelton Macedo -- São Paulo, 2014.

135 p. : il., tab., fig. ; 30 cm. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas.

Área de Concentração: Odontologia Social. -- Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.

Versão original.

1. Bioética - Ensino. 2. Educação à Distância - Bioética. 3. Ensino à Distância – Odontologia. 4.Tecnologias da Saúde. 5. Competência Informacional. I. Paula, Dalton Luiz de. II. Macedo, Mary-Caroline Skelton. III. Título.

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Pereira da Silva MM. Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no

processo de ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos. Tese

apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo para

obtenção do título de Doutor em Ciências Odontológicas.

Aprovado em: / /2015

Banca Examinadora

Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento: ______________________

Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento: ______________________

Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento: ______________________

Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento: ______________________

Prof(a). Dr(a).______________________________________________________

Instituição: ________________________Julgamento: ______________________

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AGRADECIMENTOS

À Deus que me deu a vida e tudo o que dela depende.

Aos meus pais e a minha família que me estimularam a empreender esse caminho e

estiveram presentes durante todo o percurso.

Ao Dalton e à Maine que, mais do que orientadores se tornaram verdadeiros amigos

compartilhando cada etapa deste empreendimento.

A tantos amigos e aos colegas da pós-graduação que vivenciaram comigo as

alegrias e dificuldades, suavizando a escalada desde

o início até a conclusão do estudo.

A todos os colegas e participantes do estudo, especialmente aos professores,

tutores e alunos do curso online, à equipe da Teleodontologia, ao Estudio_Difusor

Filmes, aos Centros de Bioética de Jacareí e Belém e à Editora Difusão.

Aos professores do departamento de Odontologia Social, às secretárias do

departamento e da pós graduação. A todos os funcionários e todas as pessoas

envolvidas nos serviços essenciais para que fosse possível realizar este trabalho.

À CAPES pelo auxílio à pesquisa na forma de bolsa do Programa de Doutorado

Sanduíche no Exterior, promovendo a realização de estágio desenvolvido junto à

Faculdade de Medicina da Universidade de Zaragoza, sob a orientação do professor

Dr. Rogelio Altisent com a colaboração da sua equipe.

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RESUMO

Pereira da Silva MM. Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no

processo de ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos [tese]. São

Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2014. Versão

Original.

No campo da Educação está cada vez mais presente o meio eletrônico com suas

potencialidades. O ensino mediado por tecnologia é uma realidade, oferecido no

âmbito internacional e em todos os campos do saber. Esse novo meio em rede do

processo de aprendizagem favorece a promoção das estratégias de ensino

centradas no aluno. Paralelamente, múltiplos fatores culminaram no surgimento de

uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica

com a aquisição de competências que vão além do conhecimento do conteúdo, do

saber teórico. Engloba habilidades cognitivas de reflexão e discernimento, de juízo e

decisão que conduzem ao saber comportar-se com qualidade e aconselhar de forma

assertiva, diante de uma questão ética que reclama uma ação, atitude ou postura

adequada. Portanto, identificam-se como elementos desse processo, não apenas o

conhecimento do conteúdo, mas também as habilidades que determinam a

capacidade operativa do indivíduo no âmbito da Bioética. Especificamente faz-se

necessário o desenvolvimento e aplicação de metodologias de avaliação adequadas

ao meio digital e à finalidade do processo de ensino-aprendizagem nesta área do

saber. Este estudo propõe o modelo de análise qualitativa de conteúdo de Yang

(2008) como metodologia para identificar as competências próprias do aprendizado

específico da Bioética nas postagens dos alunos em fóruns eletrônicos. Sua

metodologia de análise contempla indicadores de aprendizagem cognitiva (cognitive

learning) adquiridos através de fóruns eletrônicos, abrangendo competências de

conteúdo e habilidades cognitivas. O modelo de análise de conteúdo proposto por

Yang demonstrou-se eficiente para aferir a aprendizagem no campo da Bioética,

apontando a capacidade e profundidade das reflexões pessoais; também é

adequado para avaliar o registro das habilidades cognitivas que correspondem ao

aprendizado de bioética, bem como se apresenta como uma ferramenta de grande

utilidade para a elaboração das questões dos fóruns visando às competências

pretendidas.

Palavras-chave: Ensino. Tecnologia Educacional. Educação baseada em

competências. Bioética. Análise Qualitativa.

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ABSTRACT

Pereira da Silva MM. Aplicabilidade do modelo de análise de Yang no processo de ensino-aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos [thesis]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Odontologia; 2014. Versão Original.

In the field of Education electronic means are increasingly present, with all its

potentialities. Teaching through technological means is a reality offered

internationally and in every educational field. These new means of the learning

process in the web offer teaching strategies centered on the student. Simultaneously

and in parallel, due to several factors, a final result appeared: the development of a

new science, Bioethics. The learning process in Bioethics identifies itself with the

acquisition of competencies which goes beyond the knowledge of the content, the

theoretical knowledge. Includes cognitive abilities of reflection and insight, judgment

and decision, which lead to the knowledge of how to behave with quality and advise

assertively, through an ethical issue that calls for a proper proceeding, attitude or

posture. Therefore the elements of the learning process identify themselves not only

with acquired knowledge of the contents but also with the abilities which determine

the operative capacity of the student in the sphere of Bioethics. Specifically it

becomes necessary to develop evaluation methodologies suitable to the digital

technologies and to the objective of the teaching-learning process in this sphere of

knowledge. This study proposes de Yang qualitative analysis of content (2008) as a

methodology to identify the competences specific to the learning of Bioethics in

answers given by the students in electronic forums. The analysis methodology

contemplates cognitive learning indicators acquired through the electronic forums,

which include content competences and cognitive abilities. The Yang qualitative

analysis of content was efficient to evaluate the learning in the sphere of Bioethics,

indicating the capacities and depth of personal reflection; it was also adequate to

evaluate the registry of cognitive abilities which correspond to the learning of

Bioethics, as well as a valuable tool to elaborate questions to the forums in the

direction of the sought competences

Keywords: Teaching. Educational Measurement. Educational Technology.

Competency-Based Education. Bioethics. Qualitative Analysis.

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RESUMEN

Pereira da Silva MM. Aplicabilidad del modelo de análisis cualitativa de Yang en el

proceso de enseñanza-aprendizaje de Bioética en fórums electrónicos [tese]. São

Paulo: Universidad de São Paulo, Facultad de Odontología; 2014. Versión Original.

En el ámbito de la Educación está siempre más presente el medio electrónico con

sus potencialidades. La enseñanza mediada por la tecnología es una realidad,

ofrecida internacionalmente y en todas las áreas del saber. Ese nuevo medio en red

del proceso de aprendizaje favorece la promoción de las estrategias de enseñanza

centradas en el alumno. Paralelamente, múltiplos factores culminaran en el

surgimiento de una nueva ciencia: la Bioética. El proceso de aprendizaje en Bioética

se identifica con la adquisición de competencias que van más allá del contenido, del

saber teórico. Engloba habilidades cognitivas de reflexión y discernimiento, de juicio

y decisión que conducen a saber cómo presentarse con calidad y aconsejar de

forma asertiva, en la presencia de una cuestión ética que requiere una acción,

actitud o postura adecuada. Por lo tanto, se identifican como elementos de ese

proceso, no solo el conocimiento del contenido, sino también las aptitudes que

determinan la capacidad operativa del individuo en el ámbito de la Bioética.

Específicamente se necesita el desarrollo y la aplicación de metodologías de

valoración adecuadas al medio digital y a la finalidad del proceso de enseñanza-

aprendizaje en esta área del saber. Este estudio propone el modelo de análisis

cualitativa de contenido de Yang (2008) como metodología para identificar las

competencias propias del aprendizaje específico de la Bioética en los mensajes de

los alumnos en fórums electrónicos. Su metodología de análisis contempla

indicadores de aprendizaje cognitiva (cognitive learning) adquiridos por medio de

fórums electrónicos, incluyendo competencias de contenido e habilidades cognitivas.

El modelo de análisis de contenido propuesto por Yang se ha demostrado eficiente

para evaluar el aprendizaje en el campo de la Bioética, apuntando la capacidad e

profundidad de las reflexiones personales; es también adecuado para valorar el

registro de las habilidades cognitivas que corresponden al aprendizaje de bioética;

se presenta además como una herramienta de grande utilidad para la elaboración de

las cuestiones en los fórums visando las competencias requeridas.

Keywords: Enseñanza. Tecnología Educacional. Educación Basada en

Competencias. Bioética. Análisis Cualitativo.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADPF Arguição de descumprimento de preceito fundamental

AVA Ambiente Virtual Aprendizagem

EaD Ensino à Distância

FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo

FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

IAM Interaction Analysis Model

Moodle Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment

PBL Aprendizagem baseada em problemas (Problem based learning)

PRCEU Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de

São Paulo

TIC Tecnologias de Informação e Comunicação

www World Wide Web

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SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO ........................................................................................ 10

2 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14

3 REVISÃO DA LITERATURA ........................................................................ 17

3.1 O que é a Bioética ...................................................................................... 17

3.2 Ensino por competências ........................................................................... 20

3.3 Abordagem Pedagógica Interativa ............................................................. 26

3.4 Aprendizagem baseada em problemas (PBL) ............................................ 28

3.5 Educação mediada por tecnologia ............................................................. 30

3.6 O Fórum de discussão ............................................................................... 32

3.7 Avaliar competências ................................................................................. 33

3.8 Modelo de análise qualitativa de Yang ....................................................... 36

4 PROPOSIÇÃO 42

5 METODOLOGIA ........................................................................................... 43

5.1 Descrição do curso online em Bioética ...................................................... 43

5.2 Aplicação do modelo de análise qualitativa de Yang ................................. 50

6 RESULTADOS .............................................................................................. 52

7 DISCUSSÃO ................................................................................................. 58

8 CONCLUSÕES ............................................................................................. 70

9 LIMITES E SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS .............................. 71

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 72

ANEXOS .......................................................................................................... 81

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1 APRESENTAÇÃO

A origem deste estudo está na oportunidade que tive, ao voltar a residir em

São Paulo em 2005, de participar como aluna ouvinte da Disciplina de Bioética

Personalista ministrada pelo Prof. Dr. Dalton Luiz de Paula Ramos, oferecida na

Faculdade de Odontologia aos alunos de pós-graduação da Universidade de São

Paulo. Nos anos seguintes realizei todos os modelos de Estágio em Bioética,

participando de grupos de estudo e acompanhando a disciplina oferecida aos alunos

da graduação, assim como do estágio a eles oferecido.

A atração que a Bioética exerceu sobre mim correspondia à inquietação de

constatar cada vez mais que diante de questões éticas que envolviam o avanço

tecnológico na área da saúde, ofereciam-se encaminhamentos contrários a valores

por mim assumidos. Como chegam a essas conclusões? Como se daria o ensino

nessa nova área do saber? Qual seria o embasamento dessa Bioética adotada em

tantas universidades e amplamente divulgada pela mídia?

Não haveria como ensinar e fazer Bioética respeitando os valores de cada

um? A abordagem pedagógica da disciplina de Bioética do curso de graduação em

Odontologia da Universidade de São Paulo apresenta uma resposta, com a qual me

identifiquei: oferecer ao aluno ferramentas para reconhecer um dilema ético, articular

todos os aspectos envolvidos, fazer um juízo de valores, fundamentar seu

posicionamento, tomar decisões baseadas em argumentos sólidos e refletir sobre as

consequências de suas decisões (FOUSP, 2014). Não se pretende, pois, transmitir

valores acabados; o aluno é incentivado a pensar por si mesmo, a identificar os

valores envolvidos, a decidir usando sua autonomia e a estar aberto a novos

conceitos e argumentações (Puplaksis, 2011). Cada vez mais fui me dando conta do

grande desafio com o qual me envolvia: ensinar Bioética.

Uma vez que as habilidades cognitivas são o foco do ensino da Bioética, o

processo pedagógico que melhor pode propiciar o seu desenvolvimento é o que

favorece não só a transferência de informações ou conceitos, mas aquele em que o

conhecimento é construído na interação, na mediação do social: professor e aluno,

dois protagonistas no processo educativo. No entanto, com uma carga horária

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pequena (3 créditos=45 horas/aula) e ainda com um significativo número de alunos

matriculados (podendo chegar a 90 em sala de aula), como viabilizar tal

proximidade? Na busca de caminhos a Disciplina passou a fazer uso de todos os

instrumentos de aproximação com os alunos.

Nessa época implantava-se na FOUSP o Núcleo de Teleodontologia,

vinculado desde 2007 ao Programa Telessaúde Brasil, do Ministério da Saúde, por

meio do Núcleo São Paulo de Telessaúde da faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo (FMUSP) (site Teleodontologia).

Limitados os espaços vivenciais pelas circunstâncias da grade horária da

Disciplina, com a orientação e o apoio do Núcleo, investiu-se nos virtuais, com o uso

de plataformas eletrônicas e redes sociais. Os anos de Estágio me propiciaram

participar do desenvolvimento dessas abordagens nos seus primórdios.

A minha vinculação com o Programa de Doutorado acontece em 2010. Então,

nas atividades relacionadas com o ensino da Bioética, já se empregava o recurso ao

meio virtual explorando-se cada vez mais as suas possibilidades. O emprego das

ferramentas eletrônicas, particularmente o da Plataforma Moodle para o

compartilhamento de conteúdos em diferentes mídias e para uma maior interação

com os alunos por meio de fóruns, independente de local e tempo, abria novas

perspectivas.

Essa experiência suscitou o interesse por estender o ensino da Bioética, tal

como é entendido e proposto na Disciplina, em cursos à distância, não presenciais.

Esse novo desafio vinha de encontro com projetos do Núcleo de Teleodontologia

que, para além de seus objetivos do programa PróSaude do Ministério da Saúde,

propunha-se a ampliar suas atividades de formação e qualificação profissional,

buscando parceiros para essa propositura.

A proposta inicial do presente trabalho, que apresentamos como Projeto de

Pesquisa ao Programa de Pós Graduação se intitulava “Avaliação dos recursos de

Tecnologia de Informação e Comunicação que favorecem o processo ensino-

aprendizagem em um Curso a Distância em Bioética, voltado para profissionais de

diversas áreas, residentes no Brasil” e tinha como objetivo Identificar características

dos recursos oferecidos pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC),

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quanto a sua apresentação, dinamismo, interação e método de utilização, que

favorecessem o processo de ensino-aprendizado de valores e atitudes.

O curso foi estruturado e, de outubro a dezembro de 2012 realizado com a

colaboração do Núcleo de Teleodontologia, especialmente da Profa Dra Mary

Caroline Skelton Macedo, convidada a assumir como co-orientadora no estudo. A

Tese foi sendo delineada, em cada etapa da pesquisa, a partir do que a realidade

nos mostrava como caminho a ser seguido, que a cada passo foi revelando sua

sempre maior complexidade.

No início de 2014, pude realizar um estágio na Faculdade de Medicina da

Universidade de Zaragoza, Espanha, orientado pelo Prof. Dr. Rogelio Altisent, com

Bolsa CAPES – PDSE, pelo período de três meses, de 1º de fevereiro a 30 de abril.

O objetivo específico do estágio foi confrontar a experiência já adquirida sobre o uso

de ferramentas de e-learning, especificamente na área de Bioética, com a

experiência no Master em Bioética online oferecido pelo Conselho de Medicina do

Aragão, coordenado pelo Prof. Altisent e na disciplina de Comunicação, Ética e

Legislação, daquela Universidade na qual o mesmo professor ministra os temas

relacionados à Bioética.

O estágio, realizado nesta etapa da pesquisa quando os dados da parte

experimental já haviam sido coletados, trouxe grandes contribuições para sua

análise e compilação. O percurso realizado mostrou a sua excessiva abrangência

também frente ao instrumento experimental, determinando recortes para enfoques

específicos de métodos e objetivos. Com a contribuição do Prof. Dr. Rogelio Altisent,

assim como com a de outros membros de sua equipe, decidimos por focar o

processo de avaliação do aprendizado, necessário não só para aferir o desempenho

do aluno, mas também para ponderar a eficácia das ferramentas pedagógicas

propostas no curso.

Fez-se cada vez mais inequívoca a contribuição de estudos que

apresentassem o desenvolvimento e aplicação de metodologias de avaliação

adequadas ao meio digital e à finalidade do processo de ensino-aprendizagem da

Bioética entendida como a aquisição das habilidades cognitivas próprias desta

ciência. Desta forma alcançamos a proposta oferecida nesta tese, com a intervenção

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e apoio de muitos, a qual pretendemos publicar, dando nossa contribuição para o

mundo científico.

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2 INTRODUÇÃO

O contexto cultural atual se caracteriza pela aceleração em todos os sentidos.

O desenvolvimento técnico-científico avança em uma velocidade exponencial como

jamais havia ocorrido. A informação é comunicada em uma extensão cada vez maior

e de uma forma cada vez mais imediata.

O homem se sente urgido a acompanhar essa rapidez com que se

transformam as inovações. Segundo Lévy (2011): “Não se trata de se adaptar às

tecnologias, mas de acompanhar a mutação da civilização global”. Desde a mais

tenra idade crianças e jovens mergulham em novas formas de comunicação,

informação, relacionamento, trabalho e distensão oferecidas pelo ciberespaço. Essa

realidade reclama “um novo olhar, mais ainda, uma reestruturação em todos os

campos da vida humana: econômico, político, cultural” (Lévy, 1999).

No campo da Educação está cada vez mais presente o meio digital com suas

potencialidades. O ensino mediado por tecnologia é uma realidade, oferecido no

âmbito internacional e em todos os campos do saber. Esse novo meio em rede do

processo de aprendizagem favorece a promoção das estratégias de ensino centrado

no aluno. Faz-se necessário, no entanto, desenvolver pedagogias educacionais que

sejam efetivas, servindo-se desse meio. Não basta uma simples transferência ou

adaptação daquelas já existentes.

Paralelamente, múltiplos fatores culminaram no surgimento de uma nova

ciência: a Bioética. O ambiente sócio cultural do início do século XX levava à crença

em uma liberdade humana incondicional – aberta a todas as possibilidades,

implantada pela Revolução Francesa, a influência do individualismo liberal norte

americano – reivindicando os direitos do indivíduo –, a disseminada adesão racional

ao que acreditavam ser o incontestável progresso científico – toda inovação

tecnológica se identificava com progresso e impedir seu desenvolvimento seria

colocar entraves à ciência (ainda hoje há os que pensam assim). Tudo isso aliado à

contingência do devir histórico, declarando a fugacidade da vida, a não permanência

dos valores (Altisent, 1994). As ciências Biológicas e Exatas – a experimentação, a

tecnologia – foram ganhando prestígio enquanto os que eram reconhecidos como

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científicos ou homens de ciência afastavam-se e desprezavam as Humanidades,

ficando esta sem alma, sem valores.

E, nos fatos, houve abusos na experimentação com seres humanos nos

campos de concentração, os avanços técnico-científicos interferiram em toda a

biosfera, trazendo algumas perspectivas inesperadas; surgiram os reflexos do

crescimento e das crises econômicas, justificando qualquer meio para se atingir os

fins, a suposta qualidade de vida tão almejada. Enfim, ocorreu uma evolução para

uma cultura globalizada graças ao avanço vertiginoso do alcance da informação e

comunicação, permitindo que muitos pudessem se expressar e ser ouvidos (Ramos,

2007; Sakaguti et al., 2009).

As consequências da aplicação ou experimentação de algumas inovações

tecnológicas alcançaram resultados aberrantes e destruidores. Então se constatou

que nem tudo o que era chamado de progresso científico, experimental, tecnológico

representava um avanço a favor do homem. Viu-se que havia que refletir diante de

possíveis investigações e sua repercussão. O homem é livre para escolher o que

considera em consciência um bem, e nenhuma atividade sua deve ser realizada

desprovida da referência aos valores por ele assumidos.

Essa parada para refletir, para considerar se uma determinada possibilidade

apresentada pela técnica seria ou não a favor do homem – de todo e cada um dos

homens –, fez emergir um novo ramo do saber que se passou a chamar de Bioética.

Fazia-se necessário confrontar as possibilidades da ciência com os valores vitais

envolvidos na sua elaboração e resultados. Havia que se fazer um juízo de valor,

ético, antes de autorizar uma inovação científica – ou mesmo a validade de

investigar essa possibilidade – que interviesse na vida humana ou mesmo na vida

em geral. Já no começo deste século Machado (2001, p. 343) afirmava:

[...] ao mesmo tempo em que as pesquisas correspondentes ao Projeto Genoma ocupam páginas e páginas de jornais e revistas, nunca se falou tanto, nos mesmos meios, de Bioética, nunca se reivindicou tanto a necessidade de uma reflexão sobre valores no terreno da produção científico-tecnológica.

A concepção da aprendizagem de bioética foi-se delineando como a

aquisição de competências abrangendo não só o conteúdo, mas o desenvolvimento

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de habilidades cognitivas específicas. Considera-se hoje que o estudo da bioética

deve proporcionar a capacidade de emitir um juízo crítico, partindo do conhecimento

de todos os aspectos da realidade envolvidos, os valores que estão em jogo e as

consequências da opção por determinado procedimento.

Pode-se constatar a estruturação e oferta cada vez maior de inúmeros cursos

de Bioética em todos os níveis. Aqui também, como nas demais áreas da Educação,

o meio digital surgiu como veículo do processo de ensino-aprendizagem. No

entanto, apesar da demanda, são ainda escassos os estudos que tratam do

aprendizado de bioética online na literatura científica.

Especificamente faz-se necessário o desenvolvimento e aplicação de

metodologias de avaliação adequadas ao meio digital e à finalidade do processo de

ensino-aprendizagem nesta área do saber. Nosso estudo propõe o modelo de

análise qualitativa desenvolvida por Yang em sua tese de doutorado (2008) como

metodologia para identificar as competências próprias do aprendizado específico da

bioética, promovido por intermédio do fórum eletrônico. Esta metodologia foi

divulgada para o mundo científico em publicação datada de 2011b por Yang et al.

Serão citadas ambas fontes para referirmos a metodologia de análise que será

denominada neste estudo como modelo de Yang.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 O que é a Bioética

O neologismo “bioética” nasce da junção de dois termos gregos: bios (vida) e

ethike (ética). Surge pela primeira vez em 1970 no artigo The science of survival,

escrito pelo médico oncologista americano Van Rensselaer Potter. No ano seguinte,

o mesmo autor publica: Bioethics: bridge to the future. Essas obras expõem a

necessidade de um novo saber, da criação de uma nova disciplina que se constitua

como uma ponte entre as culturas científica e a humanística (Sakaguti, 2007;

Puplaksis, 2011).

Potter (1971) reivindicava para a Bioética um vasto campo de aplicação, que

englobava o controle da população, a paz, a pobreza, a ecologia, a vida animal, o

bem-estar da humanidade e, por conseguinte, a sobrevivência da espécie humana e

a do planeta como um todo. Tratava-se de uma ciência que alcançaria não apenas

novos conteúdos, mas que se caracterizava pela reflexão crítica e análise ética

relacionada a esses amplos campos da realidade (Potter, 1971; Múnera, 2011).

A disciplina correspondente com o objetivo de desenvolver essa capacitação

foi estruturada por primeira vez por André Hellegers, médico holandês e fundador do

Kennedy Institute of Ethics, no mesmo ano de 1970 quando surge o termo “bioética”.

Hellegers introduz o termo no âmbito universitário e indica uma metodologia

específica para seu ensino (Sgreccia, 2009; Sakaguti, 2007).

No âmbito universitário, na grande maioria dos campos das ciências já havia

o estudo da ética aplicada ao exercício da profissão, constituindo uma orientação do

comportamento, que caracterizava a disciplina de Deontologia ou Ética Profissional

(Rupaya, 2008).

No entanto a Ética Profissional não se identifica com a Bioética. Enquanto a

norma legal, objeto da Deontologia, regula os direitos e deveres dos membros de

uma sociedade, no caso, da classe profissional, determinando uma pena quando

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não for seguida, a ética lida com o comportamento a partir de outra perspectiva,

perguntando sobre o seu valor moral (Altisent, 2007).

Portanto, a Deontologia apresenta uma série de direitos e obrigações que a

classe profissional, assim como, em maior ou menor escala a sociedade, considera

irrenunciável. No entanto, seguir tais normas não faz do indivíduo uma pessoa ética,

assim como punir os infratores não é suficiente para mudar o comportamento ético

dos profissionais. Em outras palavras, a existência de um código moral é um

requisito, mas nunca a chave para obter resultados de qualidade, não garante a

coexistência de uma ética (Chauí, 1997; Altisent, 2007, Puplaksis, 2011).

Essa qualidade ética do comportamento, ou – o que é o mesmo – o saber

comportar-se com qualidade, de forma assertiva, diante de uma questão ética,

desenvolve-se ao longo do aprendizado da carreira e ainda, por toda a vida. É

comum no exercício profissional deparar-se com situações que exigem esse

discernimento não apenas relacionado a graves conflitos éticos, mas a questões

ordinárias que reclamam uma decisão ou postura adequada. Este já seria o campo

da bioética (Altisent, 2010).

Ao ir-se concretizando o âmbito próprio da Bioética, enquanto ciência

adquirida pode-se definir como competência essencial a capacitação para emitir um

juízo de valor ante uma questão ética que envolva a intervenção da tecnologia na

vida, seja ela a vida do planeta, dos animais e vegetais, ou seja, a vida humana que

sempre ocupará um lugar central.

Foram-se constituindo diferentes correntes ou escolas de Bioética que

propuseram, por sua vez, os princípios norteadores desse juízo. O que define o

modo de aplicar os princípios é o modelo antropológico que subjaz às diferentes

propostas. Se se opta por prescindir de uma concepção de homem a avaliação fica

sujeita ao relativismo ético, devido às diferentes compreensões de ser humano e,

em consequência, dos valores a ele relacionados (Restrepo, 2011).

Exemplo desse relativismo se dá nas possibilidades de aplicação do

Principialismo, primeira Escola Bioética que surgiu nos Estados Unidos. Esta propõe

os princípios da beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça como

instrumentos que orientam o discernimento da validade de um procedimento técnico-

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19

científico. No entanto, não há uma definição do que se considera um bem para o

homem, um mal, a liberdade humana, o devido a cada um; conceitos básicos para a

aplicação desses princípios. Nesse sentido, a definição desses conceitos fica sujeita

à concepção de quem exerce o juízo bioético. Uma antropologia materialista – que

nega o espiritual – ou determinista – que nega a liberdade – vão julgar de acordo

com os valores próprios destas visões. Aqui também se identifica a mesma

incoerência relatada no início desta sessão. O relativismo resultante, que pretende

ser neutro, ao fazer a opção pela indefinição de uma antropologia, permite todo tipo

de antropologia, o que já caracteriza um posicionamento.

O Personalismo, por sua vez, apresenta uma antropologia clara, uma visão do

homem enquanto pessoa, em sua concepção ontológica, essencial, única, una e

complexa por apresentar várias dimensões. A pessoa é tida como fundamento

necessário para a aplicação dos princípios, enquanto ferramentas que auxiliam a

reflexão sobre a eticidade do desenvolvimento ou do uso de uma determinada

técnica. O Personalismo utiliza-se de princípios semelhantes, ainda que mais

abrangentes, aos do Principialismo. No entanto, ao se servir dos princípios

preconizados pelo Principialismo, tendo como referência a pessoa humana na

concepção acima descrita, a beneficência é priorizada à autonomia uma vez que a

liberdade do homem – raiz da autonomia – se realiza na opção pelo bem devido ao

homem em sua unitotalidade – beneficência.

A dimensão do ensino da Bioética como disciplina, ou seu conteúdo, é

atualmente reconhecida e adotada em países da Europa, América, Ásia, incluindo o

Brasil. Em 1992 surge a Sociedade brasileira de Bioética que possibilitou a extensão

do debate bioético a toda a extensão do território nacional. Em 1996 se promulga a

primeira Resolução estabelecendo as normas para a realização de pesquisas

envolvendo o ser humano (Puplaksis, 2011). A expansão do estudo da bioética

ocorre com rapidez em universidades americanas, latino-americanas, canadenses,

australianas, europeias e também brasileiras. Apresenta-se inicialmente como uma

disciplina oferecida em um determinado momento da formação profissional

(Azevêdo, 1998).

No entanto, de acordo com a proposta de André Hellegers (Sgreccia, 2009),

vem-se comprovando a necessidade de que o ensino da Bioética não ocorra apenas

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em um momento pontual da formação, mas incorpore a transdisciplinariedade

(Puplaksis, 2010). Isto é, deve haver uma continuidade que embase e acompanhe

os diferentes momentos da formação profissional. Azevêdo (1998) chega a afirmar

que, sem transdisciplinariedade a unidade conceitual e a especificidade dos

conteúdos de Bioética jamais resultarão em um ensino eficaz.

Contemporaneamente, a Bioética pretende, pois apresentar-se como um

estudo teórico-prático, interdisciplinar, ou mesmo transdisciplinar, cujo objetivo é

responder aos desafios éticos que a aplicação da tecnologia traz ao

desenvolvimento da vida, à saúde e ao meio ambiente. Ambiciona contribuir para um

real progresso científico-tecnológico, garantindo o respeito à vida, à pessoa humana

e aos valores que identifica como essenciais (Azevêdo, 1998).

No entanto parece-nos que o ensino dessa ciência não deve ficar restrito à

área de Saúde. Compartilhamos com diversos autores que afirmam que deve

envolver todas as áreas do conhecimento, para que não se corra o risco de

empobrecer a reflexão. Da mesma forma sugere-se que a reflexão bioética deverá

se iniciar muito antes do Ensino Superior, ainda no Ensino Médio (ou Fundamental)

(Silva, 2001). Nesse sentido referimos a proposta de Sgreccia (2009), grande

estudioso dessa área: “Não basta que a bioética fale aos cientistas... a bioética é

oferecida também às populações, aos políticos, à classe médica e às famílias”,

como algo inerente à sua natureza.

3.2 Ensino por competências

Hoje há, cada vez mais, uma maior consciência da necessidade da Bioética.

Em consequência o seu estudo é cada vez mais generalizado e reconhecido como

compulsório nos diferentes níveis e modalidades em que se desenvolve o processo

de ensino-aprendizado (Azevêdo, 1998).

O ensino da Bioética tem por objetivo, pois, capacitar para discernir o

comportamento eticamente mais adequado em situações relacionadas ao impacto

das novas tecnologias sobre a vida. Adquirir essa capacidade significa habilitar o

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aluno para identificar questões éticas e os valores envolvidos, compreender a

situação servindo-se de todos os aspectos da realidade, deliberar a respeito dos

possíveis encaminhamentos e consequências e, apresentar uma decisão, pondo por

obra, julgando ou aconselhando uma determinada atuação ou postura (Ramos,

2009). Não se trata, por exemplo, de que o aluno conheça qual a postura que deve

tomar diante de uma situação que envolva o aborto. Mas de que esteja capacitado

para identificar os valores que estão envolvidos nessa situação, conhecer os

diversos aspectos dessa realidade, fundamentar diferentes encaminhamentos tendo

em conta todas as consequências, ponderar e emitir um juízo.

Como já lembrado na Apresentação do presente trabalho, a ementa da

disciplina de Bioética da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo,

campus da capital, aponta claramente para esta finalidade: oferece ao aluno

ferramentas para reconhecer um dilema ético, articular todos os aspectos

envolvidos, fazer um juízo de valores, fundamentar seu posicionamento, tomar

decisões baseadas em argumentos sólidos e refletir sobre as consequências de

suas decisões (FOUSP, 2014). Com a disciplina de Bioética não se busca, pois,

transmitir valores acabados; o aluno é incentivado a pensar por si mesmo, a decidir

usando sua autonomia e a estar aberto a novos conceitos e argumentações

(Puplaksis, 2011).

Partindo-se da concepção de aquisição do conhecimento em rede,

favorecido pela especificidade da busca de informação e de comunicação do mundo

digital, o ensino da bioética pretende conduzir ao desenvolvimento de habilidades

cognitivas para deliberar com destreza, fundamento e assertividade (Couceiro,

2012). Ocorre, no entanto, que ainda hoje se propõe ensinar bioética com

metodologias de ensino-aprendizado conservadoras e seu objetivo requer novos

métodos que possibilitem a reflexão sobre os problemas atuais e o desenvolvimento

integral dos alunos nesta matéria (Garbin et al., 2009).

O processo de ensino-aprendizado em Bioética se identifica, pois, com um

processo de aquisição de competências que vão além do conteúdo, do saber

teórico. Englobam também o “saber como agir” – habilidades cognitivas de reflexão

e discernimento, de juízo e decisão – que conduz ao saber como se apresentar, qual

a postura, a atitude mais adequada (Epstein; Hundert, 2002). Portanto, identificamos

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como elementos desse processo não apenas o conhecimento do conteúdo, mas

também as habilidades que determinam a capacidade operativa do indivíduo no

âmbito da bioética (Smith et al, 2003).

A aquisição dessas competências é, pois complementária entre si. Não é

suficiente possuir uma sólida base teórica se não se possui a habilidade de aplicar

esse conhecimento para deliberar a respeito de uma questão, e vice-versa

(Couceiro-Vidal, 2008). Da mesma forma não se constrói uma postura ética sem

uma fundamentação teórica, assim como a prévia avaliação crítica da situação.

Como exemplo da busca do desenvolvimento desse espectro de

competências no ensino da ética, remetemos a uma cartilha, Ethics Primer, criada

pela Northwest Association for Biomedical Research, elaborada para ajudar

professores de ciências a orientar seus alunos sobre análises de questões éticas

(Chowing; Fraser, 2007).

A cartilha sugere os passos envolvidos na análise e solução de uma questão

ética (Chowing; Fraser, 2007). A superação de cada etapa supõe a necessária

aquisição e o exercício de competências para proceder de forma acertada: ser

capaz de reconhecer o dilema ético envolvido, conhecer o conteúdo científico

envolvido na questão, analisar criticamente a situação apresentando uma possível

solução através de um raciocínio lógico, motivar e justificar essa decisão e, por fim,

agir de acordo com a decisão tomada e avaliar o resultado.

A UNESCO por sua vez propôs um manual para incentivar a introdução da

reflexão bioética em vários países, sugerindo ideias e estratégias para a abordagem

bioética. Também neste exemplo o método preconizado para decidir no âmbito ético

parte do pressuposto de que há competência para conhecer os fatos e o contexto da

situação em questão, identificar qual é a questão ética que está em jogo, quais são

as pessoas envolvidas, os valores de referência e os possíveis conflitos entre eles;

escolher qual dos valores promoverá as melhores ações positivas ou trará menos

resultados negativos, atribuindo diferentes pesos aos valores para poder

hierarquizá-los e, por fim, escolher a opção que se julgue mais acertada, resultante

de todo esse processo reflexivo (UNESCO, 2008).

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Em 2013, Dudzinski et al. fizeram uma revisão das competências que são

habitualmente apresentadas como objetivo do aprendizado nos principais níveis e

formas de ensino da bioética. Ao analisar o objetivo dos cursos de ensino

continuado, que seria o nosso caso, apresentam as seguintes competências

(Dudzinski et al., 2013, p.292):

Empregar conceitos básicos de bioética

Identificar questões éticas que ocorrem com frequência no ambiente

profissional

Aplicar conceitos básicos em casos concretos

Utilizar os recursos da bioética e da ética profissional para lidar com questões

éticas na prática clínica

Analisar os casos/questões que aparecem com frequência

Identificar possíveis soluções para dilemas éticos fornecendo razões como

fundamentação

Colaborar com colegas de outras áreas para solucionar questões éticas

Planejar a sequência de ações para implementar uma decisão, prevendo e

tendo em conta questões que poderiam se apresentar no futuro.

Identificar quais são competências que constituem o objetivo do processo de

ensino-aprendizado de bioética (Couceiro-Vidal, 2008) deve estar bem estabelecido

se pretendemos propor um instrumento de avaliação desse aprendizado.

Ao falar de ensino é preciso definir a qual concepção de conhecimento se

está referindo, pois daí deriva a proposta dos meios promotores do processo de

aprendizagem. Machado afirma que uma prática docente coesa deve estar toda ela

inspirada na concepção de construção de conhecimento que o docente possui,

desde a elaboração do material didático, a organização de uma disciplina e a

elaboração de avaliações (Machado, 2009).

Durante muito tempo esteve amplamente difundida a concepção cartesiana

que identifica a construção do conhecimento como um encadeamento de ideias.

Parte-se do simples para o complexo, decompondo e fragmentando o objeto do

conhecimento, que perde seu original significado. Então, partindo do simples, do

setorizado, se pretende recompor o objeto (Machado, 2001). No entanto, nesse

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processo, ao se alcançar o conhecimento de seus fragmentos, pode-se perder o

objeto como um todo.

É notória a consequência de uma intervenção pedagógica desse tipo. Por

exemplo, na área de saúde ao reduzir, dividir e fragmentar o corpo humano para ser

capaz de diagnosticar e tratar perde-se de vista o paciente como um todo, real e

complexo. As consequências são catastróficas gerando profissionais incapacitados

para cuidar do indivíduo com suas características pessoais. Daí as novas propostas

educacionais que pretendem resgatar o humanismo na postura e ações dos

profissionais da saúde; (Puplaksis, 2010).

Uma dessas epistemologias, alinhada ao neopositivismo, proposta por Popper

(1975) pretende corrigir o que classifica como desvio cartesiano e faz derivar do

sujeito pensante todo conhecimento. Nesse sentido propõe como conhecimento

apenas o objetivo, negando todo conhecimento subjetivo (Machado, 2001). O

subjetivo, no entanto, não se identifica com o que é aleatório, a-científico. Possui

uma fundamentação e pode constituir um real conhecimento. O conhecimento

subjetivo não se identifica com o conhecimento implícito, que não é expresso e

permanece oculto. Polanyi (1966) considera que o conhecimento explícito sempre é

acompanhado por um conhecimento implícito. Para retratar essa compreensão do

conhecimento serve-se da imagem do iceberg propondo que a porção imersa

corresponde àquilo que não é explícito, que denomina conhecimento tácito, tem uma

dimensão bastante apreciável e deve ser considerado no processo de ensino-

aprendizagem (Machado, 2001). Ao ensinar deve-se procurar que o conhecimento

tácito venha à tona (Machado, 2009). Saiani (2004) conclui que habitualmente se

conhece muito mais do que aquilo que conseguimos explicitar.

Machado (2001), por sua vez, propõe como imagem do conhecimento a

rede. A rede seria constituída por nós que correspondem aos significados, isto é, o

conhecido adquirido a partir de múltiplas relações. Pode-se chegar a um significado

a partir de variadas conexões – que uniriam os nós da rede e permanecem como

uma abertura a novos conhecimentos. As conexões alcançam outros nós e assim

por diante. Machado descreve os nós, os significados, como feixes de relações.

Nesse sentido não há um caminho pré-definido para se chegar a um significado.

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Da mesma forma também não existe um centro pré-determinado (Machado,

2001). Nas comunidades virtuais a circulação de informações e a assimilação do

aprendizado, em relação à clássica transmissão de informações, ocorrem de uma

forma descentralizada e proativa. Não se transmitem informações a receptores

passivos. O conhecimento é construído e constantemente revisado a partir de

qualquer nó da rede, contando com a interação e cooperação de todos os

envolvidos no processo (Silva et al., 2009).

Lévy (1993) refere-se a uma imensa rede criada pelo mundo digital que

denomina de “hipertexto”. O crescimento do ciberespaço modifica as formas de

recurso à memória e integram-se múltiplos canais receptivos envolvendo a escrita,

imagens, sons – atualmente podemos incluir a percepção tátil –, formas de

comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propunham. Partindo

dessa percepção, afirma a impossibilidade das práticas pedagógicas permanecerem

alheias a essa mudança já que traz novos processos de transação do conhecimento

acarretando a transformação dos papéis do professor e do aluno.

O modelo epistemológico de rede, favorecido pelo meio digital, vai conduzir

a uma proposta pedagógica onde o aluno assume uma postura mais ativa na

aquisição de conhecimento (Duarte, 2010). O professor passa a executar o papel de

facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, fazendo a mediação

pedagógica, colaborando para que o aluno alcance seus objetivos (Masseto, 2007).

Nesse sentido se acelera e se impõe uma mudança radical onde o ensino já não

está baseado na transmissão de informação, mas na criação de ambientes de

aprendizagem onde o aluno é o centro do processo (Valente, 1999).

Trata-se de desenvolver um método em que o aluno aprenda a aprender,

adquirindo a capacidade de buscar a informação, nas fontes mais adequadas,

refletir, dialogar, pedir conselho, opiniões, confrontar ideias próprias e alheias,

avaliar e ponderar apontando para um ou mais encaminhamentos. O docente tem o

papel de facilitador e de apoio para compreender o conteúdo. Nessa aplicação do

conteúdo teórico à prática se promove a integração dos conceitos apresentados com

conhecimentos e experiências anteriores e a realidade.

Dessa forma o professor torna-se, no ambiente online, um mapeador de

relevâncias, um dos papéis do professor segundo Machado (2004). Nessa função,

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pode trazer para dentro do campo de conhecimento tratado, assuntos gerais – que

considera relevantes – ou estimular sua busca, fazendo comentários ou perguntas,

estimulando no aluno o pensamento crítico sobre os assuntos discutidos. (Palloff e

Pratt, 2002).

Outros papéis do professor descritos pelo mesmo autor, considerando a

construção do conhecimento em rede, são: tecer significações, mediar relações de

significados, mapear relevâncias e construir narrativas fabulosas (Machado, 2008).

Silva (2012) propõe três novos papéis do professor no ambiente online: promover

espaços de interação e constituir/manter vínculos entre pares e entre professor-

aluno; buscar aperfeiçoamento contínuo que favoreça o desenvolvimento cognitivo

do aluno; e manter-se disponível e atuante na gestão universitária tanto no âmbito

pedagógico como no tecnológico.

3.3 Abordagem Pedagógica Interativa

Valente (1993a, 1993b), referindo-se às diferentes possibilidades de

abordagens pedagógicas da EaD, vinculadas a cada uma das interações possíveis

para um curso via Internet, identifica três tipos. O tipo de abordagem que possibilita

a participação, a intervenção, a coautoria, a construção coletiva do conhecimento, o

diálogo e as mais diversas condições de interlocução entre os docentes e discentes,

é aquele que utiliza a tecnologia comunicativa com maior poder de interatividade e

que apresenta um desenho pedagógico interativo. Este tipo de abordagem é

denominada pelo autor de estar junto virtual, segundo o mesmo estiver baseado na

resolução de problemas e na construção coletiva do conhecimento via rede.

Moore em 1993 propõe que a modalidade a distância pode ser classificada

em três tipos, conforme a interação ou fluxo de comunicação seja unidirecional ou

bidirecional: interação aprendiz-conteúdo, aprendiz-tutor, aprendiz-aprendiz. Esta

última constituiria uma rica fonte de aprendizagem que vem crescendo desde os

anos 1990.

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O autor afirma que o desenvolvimento das telecomunicações permite que

programas em EaD ofereçam o máximo possível de cada uma destas interações. E

a solução apontada pelo autor para promover de forma mais garantida que os três

tipos de interação ocorram é o uso integrado de diversas mídias (Moore, 1993).

Sartori (2005) por sua vez afirma que em todos os processos envolvidos na

oferta de um curso de EaD ocorre sempre um mínimo de interação – também

chamada fluxo comunicativo e faz uma distinção dessa modalidade quanto à

interação diferente da classificação de Moore. Apresenta três Modos de Interação

que variam de acordo com o conjunto de interações previstas no desenho

pedagógico. O Terceiro Modo de interação – Modo Rede – parece ser o mais

adequado ao propósito deste estudo desde a perspectiva epistemológica proposta.

Neste modo o intercâmbio e a comunicação podem ocorrer de todos para todos.

Um dos novos papéis do professor no ambiente virtual apontado acima por

Silva (2012) se concretiza em promover espaços de interação e constituir/manter

vínculos entre pares e entre professor-aluno. É possível realizar essa função

optando por uma abordagem pedagógica interativa. Não basta criar espaços e

vínculos, faz-se necessário um dinamismo de trocas entre os participantes. Sem

interação a ação de ensinar e aprender, no espaço interativo, acabaria por equivaler

a um ato de passar conteúdo, e o correspondente ato de aceitá-lo sem reflexão

(Tolmie; Boyle, 2000).

Esse procedimento talvez fosse suficiente para transferir o conhecimento de

um catálogo de normas, mas já não alcançaria a transmitir a aplicação dessas

normas segundo as variadas circunstâncias dos sujeitos envolvidos, o exercício da

jurisprudência. No entanto, mesmo com relação à aquisição do conhecimento do

conteúdo, Concannon et al. (2005) afirmam que quanto mais interativo for o

processo de ensino-aprendizagem, melhor será a compreensão de novos

conhecimentos e a reorganização dos conhecimentos anteriores.

É o desenho pedagógico que define se está prevista uma maior ou menor

interação. No nosso estudo optamos por uma abordagem pedagógica interativa

onde a concepção educacional é a dialógica, pois pressupõe o diálogo, a troca e a

coautoria. O conhecimento é construído com a participação-intervenção de todos e

todas as mídias são chamadas a colaborar. Para tanto não basta uma estrutura que

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permita o diálogo, mas também do modo como são concebidos os fluxos

comunicacionais, na eleição e propostas das atividades, essencialmente interativas.

Daí que seja necessária a escolha de uma metodologia ou abordagem pedagógica

adequada (Sartori, 2005).

Por outro lado, não se deve menosprezar a utilização de recursos

tecnológicos que propiciem vínculos entre professor-aluno-conteúdo, de modo que

os alunos sintam-se motivados constantemente a aprender. A eleição desses

recursos e das características da sua utilização certamente propicia criar um

ambiente virtual que facilite a troca de experiências e o exercício da reflexão,

promovendo uma vivência compartilhada, uma real proximidade, entre os

participantes (Behar et al., 2007).

Behar e Leite (2005), referindo-se a esse novo modelo educativo da

Sociedade da Informação ou Sociedade em Rede, descrevem suas características

como o desenvolvimento das competências e habilidades, o respeito ao ritmo

individual e a formação de comunidades de aprendizagem e de redes de

convivência. Relaciona como conceitos básicos: autonomia, interação, cooperação,

respeito mútuo, solidariedade, entre outros, e aponta como alicerces desse modelo o

ensino centrado na atividade do aluno, assim como a identificação e solução de

problemas.

3.4 Aprendizagem baseada em problemas (PBL)

O processo de aprendizado cooperativo interativo específico de uma área do

conhecimento deve estar dirigido à aquisição das competências próprias daquele

campo. Uma estratégia eficiente, segundo diversos autores (Chowning, 2012,

Couceiro, 2012; Joseph, 2011) visando o aprendizado de bioética seria propor aos

alunos um caso concreto onde ocorre uma ou mais questões éticas, de preferência

comuns no seu âmbito profissional ou no ambiente em que se desenvolve, para que

o aluno exerça as competências ou capacidades intelectuais mencionadas mais

acima.

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Como vimos no modelo educativo vigente na sociedade Industrial e

estendido durante os últimos séculos na nossa sociedade, toda prática pedagógica

vivenciada não apresentava nenhuma relação com o cotidiano do aluno,

privilegiando o ensino tecnicista (Mizukami, 2012). Este modelo, tendo como função

preparar os indivíduos para o desempenho de papéis, de acordo com suas aptidões,

privilegiava o acúmulo de conhecimentos, valores e normas vigentes, repassados de

forma “conteudista” e desarticulada do contexto.

Hoje, em uma sociedade globalizada, a estratégia reconhecida para a

aquisição de conhecimento, para construir o significado de algo, se realiza por meio

dos nexos integradores entre o que já se conhece e o que está em construção; tal é

o sentido da contextualização. Tendo em conta essa proposta, no âmbito da

educação centrada no aluno, a aprendizagem baseada em problemas (PBL) é

referida como uma metodologia educativa muito adequada a essa formação

(Albanese; Mitchell, 1993 e Venturelli, 2003). Siqueira (2003) acrescenta que, ao

servir-se desse método convém que essa prática seja conduzida em grupos com um

número reduzido de alunos, com a finalidade de uma efetiva participação de todos.

No caso da Bioética os critérios e valores de cada um se apresentam no

debate para avaliar e julgar a questão à luz das próprias vivências, segundo a

experiência elementar de Giussani (Giussani, 1988; Carrón, 2009; Ribeiro Neto,

2009). É essencial ensinar a identificar esse conteúdo ético no contexto da

experiência de cada um, a aplicar esse conteúdo à realidade concreta apresentada,

chegando a uma definição de como transformar a realidade a partir daí.

Intui-se como elemento chave o modo em que se organiza a

contextualização e a interação, permitindo a relação entre o conteúdo apresentado e

sua aplicação em situações concretas – reais ou “fabulosas”, segundo o significado

adotado por Machado (2004) –, promovendo nos alunos a afluência do

conhecimento tácito e explícito, fundante de posteriores juízos éticos.

Daí nosso recurso a experiências – músicas, notícias, fatos, publicações –

propostas pelo curso e apresentadas pelos alunos e tutores para promover a

construção do conhecimento, especialmente emergente nos fóruns. A promoção

dessa dinâmica norteou a elaboração das atividades.

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3.5 Educação mediada por Tecnologia

A difusão do World Wide Web (www), o desenvolvimento das chamadas

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), o acesso a computadores assim

como a outros aparelhos portáteis com possibilidade de conexão (Ipod, Ipad, tablets,

etc.) provocou uma nova maneira de se comunicar e relacionar. A utilização do

computador e estações interativas de trabalho multimídia permite que a

comunicação se realize via Internet de modo síncrono e assíncrono. Em

consequência, novas perspectivas se abrem em todos os campos (Puplaksis, 2011).

Na área da Educação desenvolvem-se os chamados Ambientes Virtuais de

Aprendizagem (AVA), como apoio para que se possa desenvolver uma nova forma

de aprendizado. Considera-se um AVA um ambiente coletivo, um espaço na

Internet, que favorece a interação dos sujeitos que participam desse espaço. Nele

distingue-se a plataforma, uma infraestrutura tecnológica, interface gráfica,

composta por diversas funcionalidades, e as relações estabelecidas pelos sujeitos

usuários, a partir do uso das ferramentas de interação, tendo como foco principal a

aprendizagem (Behar; Leite, 2006). Através dos AVA surge a perspectiva de superar

a lentidão do feedback, típico das gerações anteriores. Yunta et al. (2008)

constataram que a maioria dos centros de ensino superior na América Latina está

desenvolvendo meios eletrônicos de ensino, disponíveis em diversos tipos de

plataformas.

Atualmente também os cursos presenciais estão se servindo das

plataformas digitais nas quais o professor disponibiliza conteúdo, propõe atividades,

recebe os trabalhos dos alunos e oferece atendimento individualizado online. Além

disso, há uma crescente interatividade do professor com os alunos e dos alunos

entre si por meio de fóruns, blogs, chats, etc. Verifica-se, pois que a complexidade

desse trabalho exige do professor, assim como do tutor – personagem significativo

dessa modalidade –, novas habilidades, aperfeiçoamento tecnológico, recursos

materiais e uma maior disponibilidade (Silva, 2012).

Servindo-se do e-mail ou dos AVA foram surgindo cada vez em maior

número e numa estrutura mais complexa, que se aproveita melhor das

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potencialidades das plataformas, o que se chamou inicialmente de cursos de

educação a distância, conhecidos como EaD. Machado, no entanto, desenvolve a

afirmação de que “Educação à Distância não existe” (Machado, 2013a). Nesse

ensaio afirma de forma contundente que “só se pode falar em Educação se há um

sistema de proximidade entre os atores envolvidos”. Então sugere que, na realidade,

as redes de computadores criaram novas maneiras de aproximar as pessoas:

videoconferências, e-mails, blogs, chats, redes sociais, etc., novas formas de

interação pessoal que compensam a distância física.

Machado conclui: “Sem proximidade, não há Educação”, reiterando que só

existe educação, mediada por computadores e/ou outros recursos tecnológicos, se a

distância física convive “com outras formas de interação pessoal”. Nessas novas

formas de interação é onde se encontra a possibilidade de transmitir vivências

particulares. Em nenhum momento da história, no entanto, a Educação realizou-se

apenas em situações de concomitância da presença física entre professores e

alunos (Machado, 2013b).

Pela imprecisão do termo, a EaD passou a chamar-se também de educação

mediada por tecnologia – ou se adota o termo inglês e-learning. De fato, as

gerações, etapas ou períodos com as quais se concebe a história da EaD

apresentam de maneira clara a relação imanente entre EaD e as Tecnologias de

Informação e Comunicação (TIC). É conhecida, por exemplo, a classificação de

Aretio (1987), que apresenta o desenvolvimento da EaD em quatro gerações: ensino

por correspondência, ensino multimídia (década de 1960), ensino telemático

(década de 1980), e, recentemente, o ensino pela Internet (Sartori, 2005).

No Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005, Art. 1o, caracteriza-se a

educação à distância como:

[...] “modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.

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Segundo Behar et al. (2007), as Universidades Brasileiras estão passando

por um processo de mudança muito significativo, no que se refere à introdução do

ensino mediado por tecnologia no processo educacional. Pode-se dizer que os

paradigmas da educação tradicional já não respondem aos atuais desafios do

mundo globalizado. A busca dessas respostas deve passar pela reestruturação do

ensino acadêmico como um todo e pelo estabelecimento de uma metodologia que

permita oferecer o ensino sintonizado com as verdadeiras necessidades da

sociedade atual.

3.6 O Fórum de discussão

Conforme Morgado (2001), a interatividade é uma característica essencial do

ensino online, podendo catalisar, como vimos anteriormente, o processo de

aprendizagem. Nesse sentido se destaca a ferramenta fórum constituindo-se um

instrumento privilegiado de interação e construção do conhecimento (Machado, E.

2009) dos grupos de discussão assíncrona.

O fórum de discussão é uma ferramenta frequentemente utilizada nos

modelos de EaD que prezam a construção de Comunidades Virtuais de

Aprendizagem (Pallof; Pratt, 2002). Essas comunidades ou grupos de discussão

favorecem que haja interações significativas uma vez que se constroem sobre

afinidades de interesses, conhecimentos, projetos, criando um processo de

colaboração que independe da localização geográfica (Lévy, 1999).

A relevância pedagógica do fórum é a de ser um espaço sempre aberto ao

intercâmbio de ideias, opiniões, esclarecimentos, em qualquer tempo e lugar

(Duarte, 2010). No fórum tanto o professor como os alunos podem fomentar

debates, aprofundar ideias, lançar questões. Cada intervenção fica registrada com

autor, data e hora e pode ser relida uma vez que se apresenta sempre acessível a

todos os participantes (Faria, 2002). Languardia et al. (2007) observa que, por essa

mesma razão, o fórum pode favorecer atingir altos níveis de aprendizagem, pois

possibilita ler as postagens dos demais – no momento em que tenha disponibilidade

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33

para isso –, refletir e responder posteriormente, fundamentando a sua colocação (De

Wever et al., 2006).

O fórum, portanto, possui uma interface rica, capaz de potencializar a

construção colaborativa e dialógica (Silva et al., 2009). No entanto deve haver, entre

os participantes, a intenção de utilizar esse espaço virtual para a troca de

conhecimento compartilhando experiências e perspectivas e aprofundando as

reflexões a respeito do conteúdo. Nesse sentido se constitui em uma ferramenta

virtual de aprendizagem e não um mero repositório de mensagens (Dennen, 2005).

Colabora nesse sentido a estruturação do fórum, as postagens com que cada um

contribui com o diálogo, a intervenção do professor ou tutor, devendo prevalecer

perguntas ou observações com expectativa de resposta (Bicalho; Oliveira, 2012).

3.7 Avaliar competências

Há um consenso, entre os estudiosos, de que a avaliação deve abranger não

só o aprendizado do conteúdo específico mas também as habilidades e

competências requeridas em cada campo do saber (Dudzinski et al., 2013). Como

vimos, o aprendizado da bioética supõe principalmente o desenvolvimento de

habilidades cognitivas específicas. Com o aumento significativo de cursos de

Bioética em todos os níveis, no âmbito do ensino mediado por tecnologia:

graduação, pós graduação, ensino continuado, viu-se cada vez mais necessária

uma avaliação apropriada do aprendizado de bioética realizado nessa modalidade

de ensino.

Partindo da concepção de conhecimento como uma rede de significados

multiplamente articulados, em permanente formação e transformação, constituindo

uma teia de significações, se intui a necessidade, assinalada por Machado (2005) de

uma transformação substantiva nos processos de avaliação. Desde essa nova

perspectiva do processo de aprendizado, não basta que a avaliação seja uma

simples mensuração do conteúdo adquirido. Machado (2005) se pergunta, no

entanto, como medir uma rede com seus múltiplos nós e intercessões, em

Page 35: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

34

permanente transformação? E propõe recorrer a uma observação contínua e

diversificada, ao longo de todo o período de aprendizado.

Dentre as atividades a ser desenvolvidas ao longo do curso, optamos por

focar o estudo do aprendizado nos fóruns que, como vimos, constitui-se em uma

ferramenta online que promove a aprendizagem colaborativa em rede, um espaço

virtual que permite a interação entre os participantes promovendo a construção e

ampliação de conhecimento através do diálogo e do debate. Nesse sentido o fórum

se destaca por possibilitar a aquisição de habilidades cognitivas e o raciocínio crítico

(Yang, 2008).

Ao centrar nosso estudo no processo de aprendizado de competências

específicas da bioética, realizado através do fórum por grupos de discussão

assíncrona, ao longo de um curso interativo online, identificamos o modelo de Yang

que propomos como metodologia adequada para a avaliação.

Ao referir-nos a métodos de avaliação convém ter em conta a contribuição de

autores que apresentaram uma revisão sobre o tema e sugerem estudos que se

utilizem de metodologias já existentes, ao invés de criar novas metodologias ou

modelos, e que procurem aplicar e validar o método (Lynch et al., 2004). Outros

estudos, afirmam a necessidade de desenvolver essas metodologias e instrumentos

de avaliação (Stern, 2005; De Wever, 2004).

Inicialmente e ainda hoje, de modo geral, a metodologia utilizada para a

avaliação do aprendizado em fóruns eletrônicos, tem sido quantitativa (Henri, 1992):

o número de vezes em que o aluno participou da discussão, a extensão da

postagem, quantas vezes interagiu com outros alunos, etc. No entanto, os métodos

de avaliação quantitativos com frequência não têm contribuído para verificar de fato

se houve aprendizado, pois não consideram a qualidade do que foi postado

(Dennen. 2008; De Wever, 2004). Nesse sentido, vários autores tem afirmado que a

metodologia qualitativa é mais adequada (De Wever, 2004).

Azevedo, em 2011, faz uma revisão de 21 métodos de avaliação de grupos

de discussão online propostos entre 2001 e 2009. No seu estudo apresenta uma

proposta de uma ferramenta para auxiliar o professor na análise qualitativa das

postagens dos alunos em fóruns de discussão: o MineraFórum. Entre os autores

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35

citados, apresenta o modelo de Rourke et al. (2001) que pretende avaliar a presença

social; Edelstein e Edwards (2002) que propõem critérios (rubrics) para medir a

participação dos estudantes; Meyer (2004) que apresenta e compara os modelos de

análise de habilidade cognitiva de King e Kitchener, Perry, Garrison e Bloom

aplicando-os a fóruns; Marra et al. (2004) que compara o modelo de análise de

conteúdo IAM (Interaction Analysis Model) de Gunawardena et al. (1997) com o

Critical Thinking Content Analysis Framework proposto por Newman et al. (1995).

O mesmo autor (Azevedo, 2011) cita de De Wever et al. (2006) e Dennen

(2008). De Wever et al. (2006) em sua revisão discute e compara 15 modelos de

análise qualitativa de conteúdo propostos por outros autores. Estes divergem quanto

ao modelo, à unidade de análise – uma palavra, uma ideia ou a postagem – e a

confiabilidade. O autor ressalta a necessidade de calibração para aqueles que

codificam o material, para que a interpretação seja a mesma. Afirma que, para

validar um método, este deve ser sujeito à codificação de mais de um avaliador e daí

apresentarem uma alta porcentagem em que coincidem na interpretação dos

códigos. Sua conclusão aponta para a ausência de um modelo de análise de

conteúdo para fóruns de discussão que seja coerente e esteja devidamente

validado. Dennen (2008), por sua vez, discute diferentes metodologias de análise

aplicadas aos fóruns: medidas de participação, análise de conteúdo, análise

estrutural, microetnografia e análise de diálogo.

Mais recentemente, Yang et al. (2011) elaboram uma vasta revisão das

metodologias qualitativas utilizadas para avaliação da aquisição de competências

cognitivas. Em seu estudo citam a contribuição do Cognitive Framework de Henri

(1992) e do Critical Thinking Model de Garrison (1992) que apresentam os diferentes

níveis de habilidade de raciocínio e capacidade de resolver problemas ou também

chamado de raciocínio crítico. Afirmam que a avaliação do aprendizado deve

verificar se foi alcançado o nível mais elevado de habilidade cognitiva: a capacidade

de refletir e de resolver problemas. Em 1995 Newman et al. haviam proposto uma

metodologia de análise para avaliar os níveis de habilidades cognitivas, no entanto

esse modelo apresenta dificuldades na sua aplicação. Mais adiante Garrison et al.

(2001) propõe um modelo de análise de conteúdo: o Critical Thinking and Cognitive

Presence Model.

Page 37: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

36

Entre as metodologias qualitativas, Yang et al. (2011) afirmam ser a análise

de conteúdo mais adequada para avaliar a aquisição de aprendizado cognitivo e

propõem-se estruturar, validar e testar um modelo para a avaliação do aprendizado

em grupos de discussão assíncrona online que seja completo, isto é, que contemple

todos os níveis de aprendizagem cognitiva.

Yang et al. (2011) pontuam que algumas categorias que se identificam nos

fóruns diferem daquelas encontradas em uma discussão tradicional, onde estão

presentes os alunos com ou sem o professor, apresentadas na Taxonomia revisada

de Bloom (Anderson; Krathwohl, 2001). Exemplificam com a categoria “Lembrar”

(Remembering) que está presente no modelo de Bloom e, no entanto, não se

enquadra no caso de discussões assíncronas online, pois o aluno habitualmente

possui a sua disposição o acesso ao conteúdo. Referem-se aos quatro modelos de

análise de conteúdo mais citados na literatura, que foram criados especificamente

para a avaliação das postagens de fóruns de discussão: Henri (1992), Newman et al.

(1995), Gunawardena et al. (1997), e Garrison et al. (2001).

Yang et al. (2011) concluem apresentando um modelo de estrutura

bidimensional apresentando categorias relacionadas não só às habilidades

cognitivas como também ao aprendizado do conteúdo. O estudo de Yang et al. foi

até hoje citado por 21 autores. Entre aqueles que lhe fazem referência destacamos o

estudo de Wyss que propõe uma escala de qualidade de postagem em fóruns para

orientar os alunos ao participarem das discussões, publicado em 2014.

3.8 Modelo de análise qualitativa de Yang

O modelo de análise de Yang contempla indicadores de aprendizagem

cognitiva (cognitive learning) adquiridos através de grupos de discussão assíncrona

online, abrangendo competências de conteúdo e habilidades. A análise é feita por

aproximação dos conteúdos argumentados pelos alunos a categorias e

subcategorias estruturadas como indicadores da aprendizagem de conteúdos e das

habilidades cognitivas, tanto em extensão quanto em profundidade de

aprendizagem.

Page 38: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

37

Na aplicação do modelo sugerido pela autora, a unidade de análise foi a

postagem. Para tanto procedeu à análise de palavras ou frases para depois

categorizar o(s) parágrafo(s) e então definir a(s) subcategoria(s) e categoria(s)

correspondente(s) a uma postagem. No entanto, aponta para a possibilidade de

assumir as frases ou parágrafos como unidades (Yang, 2008).

Para Yang uma ideia pode ser classificada em diferentes subcategorias e

categorias (p. 82). Por outro lado, a autora define que, para classificar uma ideia em

uma determinada categoria, não é necessário que a ideia contemple todas as

subcategorias referentes a essa categoria (Yang, 2008).

Tabela 3.1 – Categorias e subcategorias do Modelo de Yang

Código Categoria Subcategoria

K

Knowledge Conhecimento do conteúdo

FK Factual Knowledge Conhecimento Factual

FK-DT Definitions Definições

Terminologies Terminologias

FK-ON

Other basic disciplinary details

Outros detalhes básicos referentes à disciplina.

New knowledge or information

Novo conhecimento ou informação.

CK Conceptual Knowledge Conhecimento conceitual

CK-TM/GPR/CC

Theories Teorias

Models Modelos

Guidelines Diretrizes

Principles Princípios

Research findings Descobertas de pesquisas

Classifications Classificações

Categories Categorias

PK Procedural Knowledge Conhecimento processual

PK-EC

Evaluation processes or methods

Métodos ou processos de avaliação.

Criteria or techniques Critérios ou técnicas.

CS

Cognitive Skills Habilidades Cognitivas

CS-SDS

Sharing, Describing, Seeking information or solutions

Compartilhar, descrever e/ou procurar informações ou soluções com relação ao conteúdo aprendido

CS-SDS-RD Referring to Referindo-se a

Describing

Descrevendo experiências e exemplos pessoais.

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Tabela1 – Categorias e subcategorias do Modelo de Yang (Continuação)

Código Categoria Subcategoria

CS-SDS-DCS Describing

Descrevendo hipóteses, posições, perspectivas ou opiniões.

Communicating Comunicando

Summarizing or reporting Resumindo ou relatando.

CS-SDS-OA Observing Fazendo perguntas.

Asking questions Observando

CS-ECIC

Explaining, Comparing, Interpreting, Clarifying

Explicar, comparar, interpretar, esclarecer o conteúdo aprendido

CS-ECIC-PSPR

Providing info or answering questions when asked or prompted

Fornecendo informações ou respondendo perguntas quando feitas ou levantadas.

Suggesting or providing personal solutions or answers, and etc.

Sugerindo ou fornecendo soluções ou respostas pessoais.

Providing or describing opinions or perspectives with explanations or examples

Fornecendo ou descrevendo opiniões ou perspectivas com explicações ou exemplos.

Reorganizing knowledge elements in the learning process

Reorganizando elementos do conhecimento no processo de aprendizado.

CS-ECIC

Explaining, Comparing, Interpreting, Clarifying

Explicar, comparar, interpretar, esclarecer o conteúdo aprendido

CS-ECIC-PSPR

Providing info or answering questions when asked or prompted

Fornecendo informações ou respondendo perguntas quando feitas ou levantadas.

Suggesting or providing personal solutions or answers, and etc.

Sugerindo ou fornecendo soluções ou respostas pessoais.

Providing or describing opinions or perspectives with explanations or examples

Fornecendo ou descrevendo opiniões ou perspectivas com explicações ou exemplos.

Reorganizing knowledge elements in the learning process

Reorganizando elementos do conhecimento no processo de aprendizado.

CS-AC Analyzing, Concluding

Analisar e chegar a conclusões

CS-AC-CDI/CB/AER

Clarifying misconception or misunderstandings of a concept or principle

Esclarecendo equívocos ou mal entendidos em conceitos ou princípios.

Page 40: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

39

Tabela1 – Categorias e subcategorias do Modelo de Yang

Código Categoria Subcategoria

CS-AC-CDI/CB/AER

Defining or redefining terms and terminologies

Definindo ou re-definindo termos e terminologias.

Identifying the linkages or relationships between problems and ideas

Identificando as ligações ou relações entre problemas e idéias.

Comparing, contrasting, or distinguish two or more ideas, opinions, or perspectives

Comparando, contrastando ou distinguindo duas ou mais idéias, opiniões ou perspectivas.

CS-AC-CDI/CB/AER

Clarifying misconception or misunderstandings of a concept or principle

Esclarecendo equívocos ou mal entendidos em conceitos ou princípios.

Reaching or forming a decision or consensus

Alcançando ou formando uma decisão ou consenso.

CS-A Applying

Aplicar um conceito, princípio ou ferramenta, etc.

CS-A-DIS

Demonstrating or illustrating the use of a theory, principle, or tool, etc.

Demonstrando ou ilustrando o uso de uma teoria, princípio ou ferramenta, etc.

Integrating the theories, principles, tools, or research findings into practice

Integrando teorias, principios, ferramentas ou descobertas de pesquisas na prática.

Solving problems or suggesting solutions according to a learned theory or principle

Resolvendo problemas ou sugerindo soluções de acordo com uma teoria ou princípio aprendido.

CS-C Creating

aplicar um conceito, princípio, ferramenta, etc., apreendido, de uma maneira ou em uma situação nova

CS-C-RCD

Raising new ideas for discussion, study, research, etc.

Levantando novas idéias para discussão, estudo ou pesquisa, etc.

Creating, constructing, or assembling a new object, concept, perspective, etc. not previously illustrated

Criando, construindo ou combinando novos objetos, conceitos ou perspectivas, etc, não ilustradas previamente.

Designing or developing an object or project

Projetando ou desenvolvendo um objeto ou projeto.

Conclusão

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40

Como apresentado na tabela 3.1, o grupo de conhecimento de conteúdo “K”

(Knowledge) abrange três categorias, em ordem crescente:

1. FK (Factual Knowledge) - conhecimento factual;

2. CK (Conceptual Knowledge) – conceitual; e,

3. PK (Procedural Knowledge) – conhecimento processual.

Ilustrando essa classificação, segundo as respectivas subcategorias, esses

indicadores correspondem à aprendizagem de definições, das diretrizes ou

princípios e do método próprio referente a um campo do saber. Por exemplo, no

tema das emergências em Odontologia:

1. K – conhecer o significado de uma emergência odontológica;

2. CK – conhecer o fato de, frente a uma emergência, especialmente, não se

nega atendimento;

3. PK – conhecer como proceder se solicitam o atendimento de um paciente

em necessidade de emergência.

Cada categoria apresenta de uma a duas subcategorias. Neste nível afere-se

o aprendizado relativo ao conhecimento do assunto (K).

O grupo CS (Cognitive Skills), das habilidades ou destrezas intelectuais,

engloba cinco categorias, do nível mais superficial ao mais profundo:

1. CS-SDS (Sharing/Describing/Seeking) compartilhando - este nível

corresponde à habilidade de compartilhar, descrever e/ou procurar

informações ou soluções com relação ao conteúdo aprendido, relacionando

com sua experiência, opinião ou perspectiva (sem explicações ou

justificativas);

2. CS-ECIC (Explaining/Comparing/Interpreting/Clarifying) – este corresponde à

habilidade de explicar, comparar, interpretar, esclarecer o conteúdo

aprendido, sendo a argumentação, as razões e a fundamentação que se

segue baseadas na experiência e opinião pessoal. As discussões ou

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41

exposições são ideias, sugestões, perspectivas com razões subjacentes,

raciocínios ou explicações pessoais e exemplos;

3. CS-AC (Analyzing/Concluding) – tal nível corresponde à habilidade de

analisar e chegar a conclusões. Elaborar o conhecimento alcançando novos

conhecimentos e perspectivas. Aqui as análises usualmente conduzem a

detecção de inter-relações entre duas ou mais teorias, conceitos, opiniões,

perspectivas, etc. Usualmente também conduzem a novas conclusões,

decisões ou consensos;

4. CS-A (Applying) – este outro corresponde à habilidade de aplicar um

conceito, princípio ou ferramenta, etc., apreendido, de uma maneira, ou numa

situação, semelhante à previamente ilustrada; e,

5. CS-C (Creating) criando – é o nível que corresponde à habilidade de aplicar

um conceito, princípio, ferramenta, etc., apreendido, de uma maneira ou em

uma situação nova, que não havia sido ilustrada previamente (Yang, 2008).

Para este estudo foi proposto o modelo de avaliação de Yang como

ferramenta para aferir a aquisição das competências que constituem o objetivo

do processo de ensino-aprendizado de bioética realizado em fóruns eletrônicos.

Consideramos que esse objetivo específico é composto pela gama de

competências apresentadas por Dudzinski et al. (2013), citado mais acima.

Page 43: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

42

4 PROPOSIÇÃO

Verificar aplicabilidade do modelo de análise de conteúdo cognitivo de Yang

no processo de aprendizagem de Bioética em fóruns eletrônicos.

Verificar se o modelo contribui para a adequação da estratégia dos fóruns

eletrônicos às competências pretendidas.

Page 44: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

43

5 METODOLOGIA

5.1 Descrição do curso online em Bioética

Para a estruturação do Curso de apoio para verificar a aplicabilidade do

modelo de Yang, definiu-se assumir como referência a Bioética Personalista.

Também foi considerado:

a) O modelo epistemológico de rede, onde o aluno assume uma postura

ativa na aquisição de conhecimento;

b) A abordagem pedagógica interativa baseada na resolução de problemas

e na construção coletiva do conhecimento via rede;

c) O desenvolvimento de habilidades cognitivas específicas como objetivo

do ensino da bioética;

d) A conveniência da contextualização estimulando o confronto do conteúdo

apresentado com sua aplicação em situações concretas;

e) A relevância pedagógica do fórum ao constituir um espaço aberto ao

intercâmbio de ideias, opiniões, esclarecimentos e nesse sentido favorecer a que os

alunos possam atingir altos níveis de aprendizagem.

Antes de dar início ao desenvolvimento da pesquisa o projeto foi aprovado

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FOUSP (Anexo A)

Definiram-se as seguintes características:

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a) Utilização do AVA denominado Moodle - Modular Object-Oriented Dynamic

Learning Environment criado em 2001. Hoje o Moodle é utilizado em mais de 80

países, com distribuição gratuita e facilidade de instalação em diversos ambientes

online;

b) O curso totalizou 8 semanas, abrangendo 4 temas, distribuídos em 4

módulos com a duração de 2 semanas cada um. A dedicação exigida para os alunos

foi de 5 horas por semana, portanto 10 por Módulo, totalizando 40 horas. As quatro

aulas trataram dos seguintes conteúdos:

1. Bioética e seu Fundamento, ministrada pelo Prof. Dr. Dalton Ramos

2. Princípios de Bioética, ministrada pelo Prof. Dr. Dalton Ramos

3. Início da Vida , ministrada pela Dra. Elizabeth Kipman

4. Tecnologias de Fecundação Humana, ministrada pela Dra. Elizabeth

Kipman

c) Cada tema apresentou um conjunto de vídeos de aula gravada, nos quais

cada um dos professores apresentava o tema em questão (com legendas em

espanhol); textos de leitura fundamental; os slides utilizados pelos professores,

devidamente traduzidos para o espanhol; apostilas com os conteúdos em texto

corrido (em português e espanhol); e, fóruns para as discussões. A escolha em

ofertar vídeos, slides e textos objetivou atingir de melhor maneira os diferentes

estilos de aprendizagem (leitor, ouvinte, visual e sinestésico). Cada fórum de

discussão ofereceu questões abertas a partir das quais se estimulou o debate, tendo

a duração de uma semana, mas permanecendo aberto durante todo o curso;

d) Estratégia do Curso para cada Módulo:

A cada duas semanas se disponibilizou a vídeo-aula relativa ao

tema (dividida em vídeos de tempos reduzidos para facilitação de

entrega dos conteúdos) e os textos de leitura fundamental. Os

alunos poderiam, inicialmente, comunicar-se através da plataforma

Page 46: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

45

com seus tutores apresentando questões de esclarecimento ou

orientação;

No final da primeira semana deu-se início ao fórum com a

apresentação de um caso concreto: notícia, depoimento, cena de

uma situação, etc. para discussão entre alunos e tutores;

No final da segunda semana deu-se início a outro tema.

SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX

Coordenação Disponibilizar

Aula I e textos. Tutores AMBIENTAÇÃO/APRESENTAÇÃO

Alunos INSCRIÇÃO/AMBIENTAÇÃO/APRESENTAÇÃO

du

lo I

SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX

Coordenação Estudar as questões

apresentadas.

Disponibilizar o

caso. Tutores

Responder as questões aos

alunos.

Alunos Apresentar perguntas de entendimento, questões,

dúvidas. Interação com Tutores

SÁB DOM SEG TER QUA QUI SEX

Coordenação Estudar encaminhamen-tos/Abrir fórum

entre alunos.

Estudo do

Fórum alunos/ Retorno/

Disponibilizar Aula II e textos.

Tutores Fórum.

Alunos Apresentar o seu

encaminhamento do caso.

Participar do fórum.

Quadro 5.1 – Estratégia do Curso para cada módulo

ATIVIDADE ALUNO Carga Horária

Assistir à Aula e estudo dos Textos. 3h

Apresentar perguntas de entendimento, questões, dúvidas. 1h

Interação com Tutores 1h

Apresentar o seu encaminhamento do caso. 3h

Participar do fórum. 2h

Quadro 5.2 – Atividades com carga horária propostas aos alunos

Page 47: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

46

A apresentação do Projeto para a qualificação aconteceu em 5 de junho de

2012, quando o projeto foi aprovado na íntegra, havendo algumas considerações e

esclarecimentos: 1. expor com clareza a proposta pedagógica; 2. empregar um meio

para avaliar a aquisição do conhecimento e qual a linha de base do aluno – por este

motivo acrescentou-se um “Questionário de Interesse”.

Com o apoio da equipe do Teleodontologia da FOUSP gravou-se um vídeo de

apresentação do curso (duração de 7min 53seg), narrado em português com

legendas em espanhol, que foi distribuído a contatos nos centros de Bioética do

Hospital São Francisco, de Jacareí, SP, o Centro de Bioética da Amazônia, de

Manaus, AM, na Faculdade de Odontologia da Universidade Católica de Villarrica,

Paraguai, e no Centro de Bioética da Universidade Católica da Argentina, Buenos

Aires. Os contatos se viabilizaram por parcerias do orientador desse trabalho.

Figura 5.1 – Vídeo de introdução ao curso de Bioética

Foram também convidados para que acompanhassem o curso, profissionais

do mailing list da doutoranda e do orientador, que haviam manifestado interesse em

fazer um primeiro contato com o estudo de bioética, concretamente aprofundando no

conhecimento sobre o tema do início da vida humana, tema definido como conteúdo

desse curso experimental.

Como resultado desses contatos se interessaram professores e alunos com

distintos cargos nas universidades contatadas. Como o público alvo foi definido

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47

como pessoas não especializadas nessa área, propôs-se a quem manifestou

interesse, mas que já apresentava qualificação prévia em Bioética, que

acompanhassem como visitantes e não alunos. Alguns manifestaram interesse em

participar do estágio de capacitação dos tutores. Uma professora do Paraguai quis

participar do curso como aluna. Admitiu-se essa possibilidade considerando que os

latino-americanos não constituíam sujeitos da pesquisa.

Foram realizadas as gravações das aulas para os 4 temas. Cada tema foi

desenvolvido em duas partes com a duração máxima de cada parte de 10 a 12 min.

O processo de produção das vídeo-aulas implicou em várias etapas:

1. Seleção do conteúdo pelo ministrador

2. Ajustes de vídeo e áudio com os ministradores, por meio de ensaios

3. Gravação dos conteúdos

4. Revisão das gravações para identificação e correção de falhas, por

cortes ou regravações

5. Transcrição das falas para elaboração das legendas em espanhol e

das apostilas de apoio

6. Edição final realizada pela equipe da Teleodontologia, com inserções

de telas de apoio e as legendas em espanhol.

Ainda, para a realização do Curso foram realizadas as seguintes etapas:

a) Elaboração das informações aos alunos (bilíngue), accessíveis na

Plataforma Moodle, disponíveis em DOCUMENTOS DO CURSO: o

Programa (Anexo B) e em INSTRUÇÕES GERAIS: PARA

ACOMPANHAR O CURSO (dicas para se organizar e aproveitar melhor)

(Anexo C) e a Estratégia (cronologia das atividades do curso

apresentado acima no Quadro 5.1).

Page 49: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

48

Figura. 5.2 - Informações aos alunos na Plataforma do curso (bilíngue)

b) Organização das atividades dos Módulos do curso na Plataforma.

c) Contato pessoal com possíveis tutores, conhecedores de Bioética (do

elenco de egressos do Mestrado e Doutorado do Departamento de

Odontologia Social que realizaram estudos na área de Bioética),

convidando-os a trabalharem no curso. Aos que aceitaram o convite foi

oferecido um curso de capacitação para tutores como Programa de

Atualização: Investigação Científica em Bioética, oferecido de 18/09 a

14/12/12 (Edital da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária -

PRCEU - n.12.1.00919.23.7). Os temas foram o Papel do Tutor

(coordenada pela Profa. Dra. Mary Caroline Skelton-Macedo) e a

apresentação do desenvolvimento dos Módulos, envolvendo os tutores

por meio de atividades (assistir uma aula com debate do conteúdo, por

exemplo) e solucionando alguma dificuldade inicial (coordenada pelo

Prof. Dr. Dalton Ramos). Às reuniões participaram um ou mais tutores a

distância por web-conferências, que ficaram gravadas para acesso

posterior (Adobe Connect ®).

d) Foram elaborados um Contrato Pedagógico e um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido específicos para os tutores (Anexos

D e E)

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49

e) Contato com a editora do livro de bibliografia básica do curso (Ramos

DLP, organizador. Bioética: pessoa e vida. São Caetano do Sul: Difusão;

2009) com a intenção de oferecer exemplares aos alunos. Obteve-se a

licença da editora de se materializar a versão para o espanhol dos

trechos referentes aos temas do curso e oferecê-los restritamente aos

participantes do curso, apresentando-os na Plataforma Moodle em PDF

protegido (sem possibilidade de cópia ou impressão) e com o logo da

Editora em marca d‟água.

f) O número de tutores foi determinante para definir quantos alunos

poderiam cursar, por três razões:

1) A intenção foi personalizar a interação aluno-tutor, com

diálogos em que se pudesse expor dúvidas ou propor questões -

característica que supõem-se fundamentais no caso do

aprendizado de Bioética;

2) Pela variedade de características dos alunos (não só de

formação em bioética como também de formação profissional,

facilidade ou não com a tecnologia, acesso facilitado ou não,

etc.),

3) Pela pouca experiência dos tutores nessa função.

g) Contato com os alunos. Na grande maioria o primeiro contato foi por e-

mail manifestando interesse ou foram indicados pelas instituições

parceiras por correio eletrônico com os dados de contato. Também por

e-mail foi explicado o Curso e questionada a disponibilidade, o

letramento digital, a experiência com o Moodle, a qualidade do acesso à

internet onde viviam e sobre o consentimento para participar na

pesquisa, avaliando o Curso, depois de terminado. Na ocasião explicou-

se o Termo de Consentimento. Foi pedido aos alunos, como também

aos tutores, que fizessem a inscrição na Plataforma Moodle da

Teleodontologia. Uma vez feita a inscrição eram enviados aos alunos o

Contrato Pedagógico e o Termo de Consentimento (Anexos D e F). Os

documentos eram reenviados por correio eletrônico, assinados e

escaneados. Era reencaminhada uma via do Termo com a assinatura do

pesquisador.

Page 51: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

50

h) Aos alunos era requerido que preenchessem o QUESTIONÁRIO DE

INTERESSE (Anexo G). Para tal empregou-se a ferramenta Formulário

Eletrônico do Google Drive, disponibilizando o link de acesso. O

questionário incluiu os dados pessoais, a formação acadêmica, o atual

exercício profissional, a facilidade ou não com as ferramentas usadas

para o aprendizado em um Curso online, sua auto avaliação do

conhecimento inicial nos temas de Bioética que seriam tratados no

Curso e a expectativa pessoal com respeito ao Curso.

i) Os alunos eram estimulados a lerem os conselhos sugeridos em PARA

ACOMPANHAR O CURSO. Sugeria-se também que preenchessem os

dados do seu perfil, incluindo uma foto e fizessem a sua

APRESENTAÇÃO aos outros alunos e tutores. Estimulou-se a que

incluíssem itens das informações preenchidas no QUESTIONÁRIO DE

INTERESSE na sua apresentação. A Coordenação do Curso e os

tutores também se apresentaram. Este período foi denominado como

SEMANA DE AMBIENTAÇÃO, prevista no cronograma e comum a

cursos ministrados a distância na sua totalidade. A ambientação no

sistema também tem a função de humanizar a educação a distância,

aproximando os atores e permitindo que as barreiras sejam quebradas,

tanto no entendimento do ambiente virtual quanto no relacionamento

humano mediado pelo computador. Desde então a coordenação, os

professores e tutores se colocaram à disposição dos alunos, através da

Plataforma do ou por e-mail, para quaisquer necessidades que

surgissem durante o desenvolvimento do curso.

5.2 Aplicação do modelo de análise qualitativa de Yang

Neste estudo optou-se por identificar a unidade de análise com uma única

ideia, independente de que esta fosse expressa em uma frase ou em um parágrafo.

Definiu-se que, no caso de que a ideia pudesse ser classificada em diferentes

subcategorias, esta seria classificada naquela correspondente ao nível mais alto de

Page 52: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

51

aprendizagem cognitiva. Assim a cada ideia – seja frase ou parágrafo –

corresponderia sempre apenas uma subcategoria e a categoria correspondente.

Aplicou-se a análise em duas sequências:

1) a primeira visando as postagens do fórum em seu conjunto, em dois

momentos do curso: inicial e final e

2) a segunda considerou o resultado global das postagens em fóruns do

mesmo aluno ao longo de todo o curso.

Para o primeiro objeto de análise foram selecionados dois fóruns: um deles no

início do curso – o Debate 1, contendo três perguntas – e o outro correspondendo ao

último – o Debate Final, contendo igualmente três perguntas. O critério para esta

seleção foi a diferença cronológica entre os fóruns. Do Debate 1 selecionou-se a

pergunta 1, sendo o questionamento da pergunta semelhante ao da pergunta 1 do

Debate Final, pois ambas se referiram à transposição do conteúdo aprendido à

realidade concreta. Quanto ao Debate Final analisaram-se as postagens referentes

às três perguntas, pois diferiram quanto ao questionamento.

Para o segundo objeto de análise, selecionaram-se os três alunos que tiveram

a maior participação no curso.

Antes de estabelecer o nível de aprendizagem cognitiva das ideias presentes

nas discussões, a doutoranda capacitou os avaliadores na classificação, com o

objetivo de familiarizar-se com o significado das categorias e subcategorias (Yang,

2008). Cada um independentemente identificaria as unidades de análise e a

classificação. A intervenção dos tutores seria considerada apenas quando fosse

diretamente referida pelos alunos.

Em cada Fórum se identificou quais e quantas vezes ocorreram as categorias

e subcategorias. Após a classificação das postagens, os avaliadores observaram se

as discussões assíncronas suscitaram as habilidades cognitivas próprias do

aprendizado de Bioética desenhado a partir dos objetivos iniciais do curso.

Page 53: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

52

6 RESULTADOS

O curso foi realizado entre outubro e dezembro de 2012. Trabalharam

conosco quatro tutores, todos com, no mínimo, mestrado na área de bioética.

Inscreveram-se dezesseis alunos, dos quais quatorze dentre eles participaram

efetivamente. Dentre os quatorze alunos, doze permaneceram até o fim. Destes, oito

alunos participaram de três a quatro fóruns e quatro alunos apenas de um fórum.

Depois de finalizado o curso, procedeu-se a aplicação do modelo de

avaliação de Yang. Como visto anteriormente, para o primeiro objeto de análise

foram selecionados dois fóruns: um deles no início do curso – o Debate 1, contendo

três perguntas – e o outro correspondendo ao último – o Debate Final, contendo

igualmente três perguntas. O critério para esta seleção foi a diferença cronológica

entre os fóruns.

Do Debate 1 selecionou-se a pergunta 1, sendo o questionamento da

pergunta semelhante ao da pergunta 1 do Debate Final, pois ambas se referiram à

transposição do conteúdo aprendido à realidade concreta. Quanto ao Debate Final

analisaram-se as postagens referentes às três perguntas, pois diferiram quanto ao

questionamento.

O primeiro Fórum do curso, Debate 1, foi estruturado de forma que os alunos

respondessem individualmente às perguntas através de uma ferramenta sigilosa do

Moodle chamada Journal (Diário), pela qual a resposta do aluno fica acessível

apenas para professores e tutores. Posteriormente as respostas foram abertas em

três fóruns, um para cada pergunta, para que os alunos interviessem inserindo os

seus comentários.

A primeira questão proposta com relação ao primeiro tema, Fundamentos da

Bioética, foi:

Debate 1, pergunta 1

Com frequência, no nosso ambiente cultural, confunde-se “ser livre”

com “ser totalmente independente”.

Page 54: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

53

Uma expressão desta realidade é a música Independência (Capital

Inicial) que, ao tratar de uma das dimensões da vida que é a das relações

afetivas, acena para consequências disto.

Ouça a música e consulte a letra (apresentou-se a letra e o link para

acesso à música).

Pergunta: Nas suas relações sociais e profissionais, onde você

identifica que esta confusão se manifesta?

Participaram da discussão sete alunos (Anexo H), com 17 postagens no total,

sendo 9 realizadas por 3 tutores. Identificaram-se 55 ideias, sem considerar as

intervenções dos tutores e aplicou-se o modelo de Yang (Anexo I).

Apresenta-se no quadro 6.1, o resultado global da classificação em categorias

e subcategorias nas postagens da pergunta 1 do Debate 1.

Aprendizagem cognitiva

Categorias Subcategorias

K FK 3 FK-DT 1 FK-ON 2

5 CK 2 CK-TM/GPR/CC 2

PK 0 PK-EC 0

CS-SDS 12 CS-SDS-RD 6 CS-SDS-DCS 4 CS-SDS-AO 2

CS CS-ECIC 10 CS-ECIC-PSPR 10

50 CS-AC 11 CS-AC-CDI/CB/A E R 11

CS-A 0 CS-A-DIS 0

CS-C 17 CS-C-RCD 17

Quadro 6.1 – Aplicação do Modelo de Yang nas postagens da pergunta 1 do Debate 1

Foram igualmente classificadas as ideias das três perguntas relacionadas ao

Tema 4 do curso: Tecnologias de Fecundação.

Neste caso, as 3 perguntas foram apresentadas em um único fórum chamado

Debate Final. Participaram na discussão 7 alunos, com um total de 17 postagens,

sendo 9 de 3 tutores (Anexo J). A análise e aplicação do modelo de Yang, no

entanto, foi realizada em cada uma das perguntas independentemente.

Apresentamos abaixo as três perguntas do Debate Final, seguidas dos

respectivos resultados da categorização segundo Yang.

Page 55: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

54

Debate Final, pergunta 1

Com base na primeira aula, relate duas experiências pessoais que você

tenha vivenciado, uma onde o valor e a dignidade da pessoa humana tenham

sido respeitados e outra onde isso não aconteceu.

Na discussão referente à primeira pergunta se identificou e categorizou 8

ideias, sem considerar as intervenções dos tutores (Anexo K). Apresenta-se no

Quadro 6.2, o resultado global da classificação em categorias e subcategorias de

acordo com o modelo de Yang.

Aprendizagem cognitiva

Categorias Subcategorias

K FK 0 FK-DT 0

0 CK 0 CK-TM/GPR/CC 0

PK 0 PK-EC 0

CS-SDS 0 CS-SDS-RD 0

CS CS-ECIC 0 CS-ECIC-PSPR 0

8 CS-AC 0 CS-AC-CDI/CB/A E R 0

CS-A 2 CS-A-DIS 2 Integrando teorias, princípios, ferramentas.

CS-C 6 CS-C-RCD 6 Criando, construindo ou combinando.

Quadro 6.2 – Aplicação do Modelo de Yang nas postagens da pergunta 1 do Debate Final

Debate Final, pergunta 2

Discorra sobre a forma com que apresentamos na aula 2 a hierarquia

dos princípios da Bioética de modelo Principialista.

Na discussão referente à pergunta 2 se identificou e categorizou 9 ideias, sem

considerar as intervenções dos tutores (Anexo L). Apresenta-se o resultado global

no Quadro 6.3.

Page 56: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

55

Aprendizagem cognitiva

Categorias Subcategorias

K FK 1 FK-DT 1 Definições

7 CK 5 CK-TM/GPR/CC 5 Princípios / Categorias

PK 1 PK-EC 1 Critérios ou técnicas

CS-SDS 0 CS-SDS-RD 0

CS CS-ECIC 0 CS-ECIC-PSPR 0

2 CS-AC 0 CS-AC-CDI/CB/A E R 0

CS-A 0 CS-A-DIS 0

CS-C 2 CS-C-RCD 2 Criando / Developing - Projetando

Quadro 6.3 – Aplicação do Modelo de Yang nas postagens da pergunta 2 do Debate Final

Debate Final, pergunta 3

Avalie os aspectos bioéticos relacionados à questão apresentada nos

artigos de “O Estado de São Paulo”, 14/02/12:

Nasce no Brasil 1º bebê selecionado geneticamente para curar irmã

Norma brasileira não prevê reprodução com fins de cura 1

Na discussão referente à pergunta 3 se identificou e categorizou 18 ideias,

sem considerar as intervenções dos tutores (Anexo M). Apresenta-se o resultado

global no quadro 6.4.

1 “O Estado de São Paulo”, 14/02/12: Nasce no Brasil 1º bebê selecionado geneticamente para curar irmã (disponível em

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,nasce-no-brasil-1-bebe-selecionado-geneticamente-para-curar-irma,835877); e,

Norma brasileira não prevê reprodução com fins de cura (disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/geral,norma-brasileira-nao-preve-reproducao-com-fins-de-cura-imp-,835998 )

Page 57: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

56

Aprendizagem cognitiva

Categorias Subcategorias

K FK 0 FK-DT 0

0 CK 0 CK-TM/GPR/CC 0

PK 0 PK-EC 0

CS-SDS 0 CS-SDS-RD 0

CS CS-ECIC 2 CS-ECIC-PSPR 2

18 CS-AC 0 CS-AC-CDI/CB/A E R 0

CS-A 5 CS-A-DIS 5

Integrando teorias, princípios / Solving - Resolvendo problemas.

CS-C 11 CS-C-RCD 11

Criando / Raising - Levantando novas ideias

Quadro 6.4 – Aplicação do Modelo de Yang nas postagens da pergunta 3 do Debate Final

Para o segundo objeto de análise de aplicação do modelo de Yang

considerou-se, como previsto, o resultado global das postagens do mesmo aluno ao

longo de todo o curso.

Selecionaram-se aqueles que tiveram uma maior participação durante o

curso. O resultado foi de três alunos (alunos 2A, 9A e 10A). A variedade de perfis

observada entre tais alunos surpreende, possibilitando uma avaliação ainda mais

rica: cada um pertence a um campo distinto do conhecimento, respectivamente:

biológicas, exatas e humanas e também havia sido acompanhado por um tutor

diferente.

Realizou-se a análise considerando apenas os fóruns nos quais participaram

os três alunos: pergunta 1 do Debate 1, Debate 2 (Anexo N) e Debate 4. Quanto ao

aluno 2A se identificou e categorizou 16 ideias (Anexo O), sem considerar a sua

participação no Debate 3. O aluno 9A se identificou e categorizou 14 ideias (Anexo

P) e o 10A, 18 ideias (Anexo Q).

O quadro 6.5 apresenta os resultados obtidos relacionados a cada um dos

alunos.

Page 58: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

57

2A K FK 1 FK-DT 1

3 CK 2 CK-TM/GPR/CC 2

PK 0 PK-EC 0

CS-SDS 3 CS-SDS-RD 2 CS-SDS-DCS 1

CS CS-ECIC 1 CS-ECIC-PSPR 1

13 CS-AC 2 CS-AC-CDI/CB/A E R 2

CS-A 0 CS-A-DIS 0

CS-C 7 CS-C-RCD 7

9A

K FK 2 FK-DT 1 FK-ON 1

3 CK 1 CK-TM/GPR/CC 1

PK 0 PK-EC 0

CS-SDS 1 CS-SDS-DCS 1

CS CS-ECIC 0 CS-ECIC-PSPR 0

11 CS-AC 0 CS-AC-CDI/CB/A E R 0

CS-A 2 CS-A-DIS 2

CS-C 8 CS-C-RCD 8

10A

K FK 0 FK-DT 0

1 CK 0 CK-TM/GPR/CC 0

PK 1 PK-EC 1

CS-SDS 2 CS-SDS-DCS 2

CS CS-ECIC 0 CS-ECIC-PSPR 0

17 CS-AC 2 CS-AC-CDI/CB/A E R 2

CS-A 6 CS-A-DIS 6

CS-C 7 CS-C-RCD 7

Quadro 6.5 – Aplicação do Modelo de Yang nas postagens dos três alunos

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58

7 DISCUSSÃO

Uma primeira opção ao estruturar o curso foi definir se seria assumida uma

determinada Escola de Bioética ou permanecer neutros, como se costuma qualificar.

Consideramos que essa neutralidade não existe, pois sempre ocorre uma eleição

sobre o modo de conduzir o ensino, os temas e autores de eleição, a interpretação

que se considera mais adequada, etc. Inclusive se fosse viável a opção por

permanecer neutro, esta mesma denotaria já a assunção de uma postura.

Optou-se por assumir a Bioética Personalista Ontologicamente Fundada

(Sgreccia, 2009), sem excluir as argumentações de outras correntes e menos ainda

determinar que os alunos devessem aderir às conclusões que alcança a corrente de

eleição. Já vimos que o ensino-aprendizado da bioética não tem como objetivo

prioritário a aquisição de conteúdos (“isto é ou não é um valor”, “isto está certo ou

errado” etc.), mas sim de habilidades cognitivas, possibilitando que os alunos

reflitam e concluam por si mesmos.

Estar capacitado, do ponto de vista da Bioética, com relação a um tema

determinado – a um conteúdo, por exemplo: a vida humana –, supõe identificar uma

questão ética que envolva esse tema em uma circunstância que se apresenta, com

ou sem precedentes, avaliar todos os fatores envolvidos, os valores a eles

relacionados, as possibilidades e consequências para poder emitir um juízo e sugerir

um ou mais encaminhamentos. Essa capacitação intelectual é traduzida pelas

categorias de “Análise” e “Criação” do modelo de Yang, as quais representam os

níveis mais elevados de habilidades cognitivas.

A aquisição dessas competências, no entanto, é complementária entre si. Não

é suficiente possuir uma sólida base teórica se não se possui a habilidade de aplicar

esse conhecimento para deliberar a respeito de uma questão, e vice-versa

(Couceiro-Vidal, 2008). Da mesma forma não se constrói uma postura ética sem a

devida fundamentação teórica, assim como a prévia avaliação crítica da situação.

Conhecer um determinado conteúdo é a base estrutural para que se possa

realizar a reflexão pessoal sobre a temática estudada. Porém, na dependência da

abordagem, metodologia e estratégias de um curso, o aluno pode construir apenas o

Page 60: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

59

conhecimento, sem ter tido a oportunidade de construir seu próprio significado para

a determinada temática. Portanto, mensurar o conhecimento é válido e necessário,

porém observar e mensurar a oportunidade de desconstrução e reconstrução das

realidades pessoais exige uma nova série de objetivos desenhados no início do

curso e ferramentas que abram essa oportunidade, assim como as que permitam

observar se tais competências foram realmente alcançadas.

Nesse sentido, considera-se que para averiguar o aprendizado de bioética –

entendido como se propôs neste estudo – em grupos de discussão assíncrona,

haveria que identificar nos discursos dos alunos, a presença das categorias

correspondentes do modelo de Yang. Fica evidente, pois que para essa análise não

basta constatar numericamente se o aluno participou do fórum, se entrou uma ou

mais vezes na discussão ou ainda a extensão da postagem, ainda que esses dados

também possam ser considerados. No âmbito da Bioética efetivamente é forçoso

considerar o conteúdo apresentado na postagem do aluno.

O modelo de avaliação eleito especificamente para esse fim deve ser capaz

de identificar no discurso dos alunos registrado nas postagens dos fóruns o exercício

das habilidades cognitivas próprias da análise bioética. O modelo de análise

qualitativa de conteúdo de Yang apresenta categorias e subcategorias de

aprendizagem cognitiva que podem ser identificadas nas postagens dos alunos.

Como visto anteriormente, Yang aponta para a possibilidade de assumir como

unidade de análise uma ideia, frase, parágrafo ou a postagem como um todo. Optou-

se por identificar a unidade de análise com uma única ideia, independente de que

essa fosse expressa em uma frase ou em um parágrafo. Consideramos uma ideia

como a expressão de uma ou mais habilidades cognitivas, foco principal deste

estudo.

Nesse sentido uma ideia (a unidade de análise) pode relacionar-se e

classificar-se em diferentes subcategorias, como prevê o modelo de Yang. Definiu-

se para este estudo que, no caso onde ocorresse essa possibilidade, seria

considerada a subcategoria e categoria correspondente ao nível mais alto de

aprendizagem cognitiva. Assim a cada ideia – seja frase ou parágrafo –

corresponderia sempre apenas uma categoria e subcategoria. Teve-se em conta

Page 61: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

60

que ao considerar-se uma categoria de nível superior, esta supõe aquela de nível

inferior.

Considerando as competências que são habitualmente apresentadas como

objetivo do aprendizado de bioética nos cursos de ensino continuado – característica

do curso proposto para este estudo –, de acordo com a revisão de literatura de

Dudzinski et al. (2013), como vimos anteriormente, podemos relacioná-las às

subcategorias do modelo de Yang. Vejamos alguns exemplos relacionando as

competências às subcategorias, na sequência de postagens do aluno 2A (médico):

Empregar conceitos básicos de bioética e aplicar em casos concretos:

Criando, construindo ou combinando, CS-C-RCD - Sobre o selecionamento

genético, vai de encontro a todos os princípios da Bioética Personalista.

1º Princípio de defesa à vida: ainda que os pais queiram lutar pela vida

da filha mais velha, outros filhos (embriões) foram sacrificados para se

alcançar essa chance; 2º Princípio da liberdade e responsabilidade: o

ato dos pais e do médico abre precedentes para que novas técnicas de

manipulação de embriões sejam realizadas, apesar de que os pais não

tenham total esclarecimento sobre as consequências desse ato; 3º

Princípio terapêutico: por um lado, estão buscando solução para a

doença da filha mais velha, mas por outro, a retirada de uma célula do

embrião saudável poderá lhe fazer falta. (Debate 4)

Identificar e analisar casos/questões éticas que ocorrem com frequência (no

seu ambiente profissional - médica):

Reaching, CS-AC-CDI/CB/A E R - O fato é que o embrião já é um ser da

espécie humana com um código genético que lhe permite formar um

corpo físico até o final da 10ª semana de gestação (a partir de então

seus órgãos já formados, apenas crescerão). E, portanto, interromper

essa gestação é um ato que vai contra o príncipio de defesa à vida.

(Debate 3, Anexo R)

Identificar possíveis soluções para dilemas éticos fornecendo razões como

fundamentação:

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61

Reaching - Alcançando ou formando, CS-AC-CDI/CB/A E R - De fato, é um

tema complexo e polêmico. Dado que a vida inicia-se no momento da

fecundação, a sua interrupção em qualquer período ao longo do tempo,

seja no período pré-natal, pós-natal ou tardiamente pode ser

considerada assassinato. (Debate 3)

Colaborar com colegas de outras áreas para solucionar questões éticas:

(Postagem de outro aluno, 4A - Uma outra questão (ética) sobre a

liberdade e a responsabilidade, aparece nas publicações científicas, até

a ciência se tornou perigosa. O "cientificamente comprovado", em

muitos casos não é tão comprovado como parece.)

Referindo-se a, CS-SDS-RD - Concordo com o 4A, há um certo perigo

nas comprovações científicas.

Fornecendo informações ou respondendo perguntas, CS-ECIC-PSPR - A

maior parte da população não tem senso crítico sobre os resultados de

certas pesquisas que são frequentemente expostas nos meios de

comunicação.

Reaching - Alcançando ou formando, CS-AC-CDI/CB/A E R - Neste sentido

o que foi "cientificamente comprovado" torna-se verdade absoluta.

(pergunta 1 do Debate 1)

Prever e ter em conta questões que poderiam se apresentar no futuro.

Evaluating – Avaliando, CS-AC-CDI/CB/A E R - Essas mulheres certamente

não acreditam que estão "matando" uma pessoa. Por outro lado, devem

levar consigo essa lembrança trágica, mesmo que inconscientemente.

(Debate 3)

Raising - Levantando novas idéias, CS-C-RCD - O que será que acontecerá

com essa segunda filha, considerando suas dimensões física, psíquica e

espiritual? (Debate 4)

Considerando os resultados do primeiro objeto de análise, a identificação das

categorias e subcategorias nas postagens do fórum como um todo, faz-se as

seguintes observações:

A pergunta 1 do Debate 1 e a pergunta 1 do Debate Final solicitam a

transposição do conteúdo aprendido a uma experiência pessoal ou alheia. No

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62

entanto, inicialmente no Debate 1, pergunta 1 os alunos responderam em um journal

(diário) – ferramenta sigilosa pela qual só os professores têm acesso aos conteúdos

postados pelos alunos –, sem ter acesso às respostas dos colegas e depois essas

respostas foram lançadas no fórum. Neste caso, propriamente, os relatos de uma

experiência pessoal ou alheia ocorreram no journal enquanto o fórum recolheu

comentários sobre as respostas, complementações ou novas ideias referentes aos

temas propostos. No Debate Final, 1 as experiências foram relatadas diretamente no

fórum. A participação dos alunos foi maior no primeiro fórum (7 postagens de alunos

no Debate 1, pergunta 1 e 5 no Debate Final, pergunta 1). Em consequência, no

Debate 1, pergunta 1 houve uma maior interação entre os alunos se referindo às

respostas dos outros, e a discussão foi mais rica, apresentando nas postagens uma

maior diversidade de aprendizagem cognitiva.

Tanto no Debate 1, pergunta 1 como no Debate Final, pergunta 1 pode-se

observar a inequívoca predominância das categorias de habilidade cognitiva (CS).

No Debate Final, pergunta 1, inclusive, não ocorrem as categorias referentes à

aprendizagem do conteúdo. Como dissemos anteriormente a ausência ou menor

presença das categorias K não significa que os alunos não alcançaram esse

conhecimento uma vez que as categorias de nível superior supõem a aquisição da

aprendizagem de nível inferior.

Devido à maior interação e participação no Debate 1, pergunta 1, como dito

acima, houve uma variedade maior de categorias e subcategorias: 5 K e 50 CS.

Uma observação interessante neste caso é que mesmo apresentando afirmações

que foram classificadas como K, os alunos citavam essas informações como base

para depois postar uma ideia que corresponde a uma habilidade cognitiva ou para

concluir a nova ideia apresentada anteriormente. Por exemplo:

Como disse Savater, "A ética é a arte de viver bem humanamente".

(definição não contida no conteúdo do curso: Definição, FK-DT, K) E para viver

bem, temos que usar a nossa liberdade adequadamente (o reto uso da liberdade

como condição: Criando, construindo ou combinando, CS-C-RCD, CS). (Debate 1,

pergunta 1, aluno 9A)

Claro que precisamos ter o direito de expressar nossas ideias,

sentimentos, opiniões, criticas, etc. (liberdade de expressão: Criando, construindo

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ou combinando, CS-C-RCD, CS) Mas antes de mais nada pensar em

consequências! (liberdade – responsabilidade: CK-TM/GPR/CC, K). (Debate 1,

pergunta 1, aluno 6A)

Com relação às ideias correspondentes a uma habilidade cognitiva (CS) fica

evidente a predominância da habilidade de levar à prática o conhecimento adquirido,

isto é, utilizar esse conhecimento em uma situação nova (CS-C), que constitui o

nível mais elevado de aprendizagem cognitiva, foco do aprendizado em bioética.

Esta categoria possui apenas uma subcategoria (CS-C-RCD). As descrições do tipo

de aprendizagem contidas nesta subcategoria, que estão presentes nesse fórum, da

inferior para a superior, são as habilidades de levantar novas ideias para discussão,

estudo ou pesquisa (Raising) e as habilidades de criar, construir ou combinar novos

conceitos ou perspectivas não ilustradas previamente (Creating). Por exemplo:

Nossa vida tem valor na medida que é produtiva, economicamente viável

e consumidora: Assim decretamos que a vida que não se encaixa nestas

classes está morta. E neste ponto podemos discutir o valor das crianças,

anciãos, deficientes. (Bioética dos mais fracos, marginalizados, excluídos: Raising -

Levantando novas ideias, CS-C-RCD). (Debate 1, pergunta 1, aluno 12A)

Nada que é externo a nós, pode conduzir nossas decisões ou escolhas.

(Creating - Criando, construindo ou combinando, CS-C-RCD). (Debate 1, pergunta 1,

aluno 10A)

No Debate Final todas as ideias foram categorizadas como habilidades

cognitivas (CS). Das 8 ideias, 2 correspondem à categoria CS-A e subcategoria CS-

A-DIS, única nessa categoria. Esta habilidade é descrita como capacidade de

integrar teorias, princípios, ferramentas ou descobertas de pesquisas na prática. As

6 ideias restantes são identificadas com a habilidade de criar, construir ou combinar

novos conceitos ou perspectivas não ilustradas previamente (Creating).

Esta constatação corresponde ao esperado, uma vez que a proposta feita

para os alunos era a de expressarem uma experiência na qual se transpunha o

conteúdo da aula aplicando-o a uma situação nova:

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64

Debate Final, pergunta 1

Com base na primeira aula, relate duas experiências pessoais que você

tenha vivenciado, uma onde o valor e a dignidade da pessoa humana tenham

sido respeitados e outra onde isso não aconteceu.

Portanto solicita-se o exercício das habilidades cognitivas de relacionar,

aplicar, criar. Mais uma vez, com esse tipo de exercício atinge-se o nível mais

elevado de aprendizagem cognitiva (habilidade representada pela categoria CS-C).

O recurso de lançá-lo em um fórum multiplica os resultados uma vez que os demais

alunos podem conhecer as diferentes experiências e identificar nelas o conteúdo

apresentado anteriormente.

Exemplos do Debate Final, 1:

Para mim, especialmente por trabalhar no ramo do direito, acompanhar a

votação da ADPF2 54, sobre o aborto de anencéfalo, me oportunizou ver a

dignidade da pessoa humana ser respeitada apenas por 1 dos 9 ministros do

Supremo que votaram.

Apenas dois votos contra, no entanto, destes dois, somente o ministro

Cezar Peluso, o último a votar, realmente defendeu a dignidade humana e a

vida ao proferir voto que foi a voz da minoria, mas foi capaz de deixar

estarrecidos os demais ministros. (...) (Aplicando o conceito de que começa uma

nova vida humana na fecundação3: capacidade de integrar teorias, princípios,

ferramentas, CS-A-DIS). (Debate Final, pergunta 1, 14A)

O exemplo onde a dignidade da pessoa humana prevaleceu foi um caso

em que um familiar próximo estava com câncer e os médicos insistiram em

continuar com o tratamento. Mas, após a sétima cirurgia, o paciente pediu para

que fosse autorizada a alta para que ele pudesse voltar para sua casa, onde

permaneceu até o fim, mesmo com as dores e consequências da interrupção

do tratamento. (Creating - Criando, construindo ou combinando, CS-C-RCD).

(Debate Final, pergunta 1, 9A)

2 Arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF)

3 Na respectiva aula correspondente ao início da vida se expôs essa visão, assumida pela Bioética

Personalista, assim como outras teorias a respeito do início da vida humana.

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Portanto, verificou-se que, tanto no fórum do início do curso como em outro

do final do curso, estruturados com questões semelhantes, a categorização das

ideias contidas nas postagens do fórum – de acordo com o modelo de Yang –

evidenciou a prevalência do aprendizado de habilidades cognitivas. Entre estas

prevaleceu a habilidade de criar, construir ou combinar novos conceitos ou

perspectivas não ilustradas previamente (Creating). Esta constatação permite inferir

que através de fóruns pode-se observar o aprendizado das habilidades cognitivas de

interesse da bioética.

Na análise realizada acima, destaca-se o fato de que em ambos os fóruns as

questões propostas foram semelhantes. Este cuidado foi necessário uma vez que se

pode constatar que o tipo de proposta feita aos alunos no fórum interfere no tipo de

aprendizado cognitivo que fica registrado. Yang já havia apontado para essa

questão (Yang, 2008). Essa relação pode ser observada ao se comparar os fóruns

relativos às três perguntas do Debate Final.

A formulação da primeira questão, como observado nos Resultados, ao pedir

o relato de uma experiência, suscitou que os alunos manifestassem um alto nível de

aprendizado, correspondente às habilidades cognitivas (CS), predominando a

habilidade de criar. No caso da segunda questão ocorre justamente o contrário.

Solicita-se que manifestem o aprendizado do conteúdo (K):

Debate Final, pergunta 2

Discorra sobre a forma com que apresentamos na aula 2 a hierarquia

dos princípios da Bioética de modelo Principialista.

O resultado mostrou 7 ideias classificadas como aprendizado de conteúdo (K)

e apenas 2 ideias identificadas como habilidades cognitivas (CS).

Exemplos de categorização das ideias nesse caso:

Encontramos a hierarquização dos princípios principialistas, de

Beauchamp e Childress, no exemplo prático apresentado na segunda aula. Em

primeiro vem o do Benefício, pois ambos, o profissional e o paciente, desejam

o bem resolvendo a enfermidade com o menor efeito colateral possível. O da

Autonomia vem em segundo lugar, pois, ambos deverão decidir qual será a

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melhor opção para resolver o problema. E o da Justiça seria o próximo, pois

sendo corretamente aplicados os dois primeiros, a decisão tomada deve

respeitar, com imparcialidade, o direito de cada um. (Princípios, CK-

TM/GPR/CC). (Debate Final, pergunta 2, 9A)

Por sua vez, já o terceiro fórum solicita que os alunos discutam sobre duas

publicações que se referem a um caso concreto de uso das tecnologias de

fecundação:

Debate Final, pergunta 3

Avalie os aspectos bioéticos relacionados à questão apresentada nos

artigos de “O Estado de São Paulo”, 14/02/12:

Nasce no Brasil 1º bebê selecionado geneticamente para curar irmã

Norma brasileira não prevê reprodução com fins de cura 4

Neste caso os alunos discorrem descrevendo opiniões (CS-ECIC-PSPR),

integrando princípios e sugerindo soluções (CS-A-DIS), levantando novas ideias

para a discussão, criando, construindo ou combinando novas perspectivas (CS-C-

RCD). Não ocorre nenhuma ideia que apresente apenas a aprendizagem do

4 “O Estado de São Paulo”, 14/02/12: Nasce no Brasil 1º bebê selecionado geneticamente para curar irmã (disponível em

http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,nasce-no-brasil-1-bebe-selecionado-geneticamente-para-curar-irma,835877); e,

Norma brasileira não prevê reprodução com fins de cura (disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/geral,norma-brasileira-nao-preve-reproducao-com-fins-de-cura-imp-,835998 )

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conteúdo. Ao contrário, a grande prevalência, 11 ideias de 18, é justamente do nível

mais elevado de habilidade cognitiva (CS-C-RCD).

Exemplos de ideias da pergunta 3 do Debate Final:

Talvez eles nem tenham consciência de que para salvarem a primeira

filha e gerarem a segunda filha (salvadora) diversos outros filhos foram

criados e mortos, na verdade, como a própria reportagem escreve

DESCARTADOS (como objetos inanimados). (descrevendo opiniões, CS-ECIC-

PSPR). (aluno 5A)

Mais uma vez os fins justificaram os meios. Tanto no objetivo como na

forma em que foi gerada, descartando vários embriões excedentes (vidas em

potencial). (integrando princípios, CS-A-DIS). (aluno 9A)

Qual o custo e benefício dessas técnicas? (levantando novas ideias para

discussão, CS-C-RCD). (aluno 10A)

Confirma-se que a apresentação de ideias por parte dos alunos pode ser

potencializada pela formulação da pergunta do fórum, quando comparadas as

perguntas do Debate Final. Portanto, a elaboração da questão do fórum deve estar

dirigida na sua forma à aprendizagem que se pretende em cada caso.

Podemos inferir que o fórum é uma ferramenta adequada para suscitar as

habilidades cognitivas próprias da bioética quando formulado de modo que solicite o

exercício das habilidades próprias desta ciência. O retorno à realidade, a aplicação

da teoria à prática, solicitando a narração de uma experiência, a discussão de casos

reais, foram propostas dos fóruns que favoreceram o exercício das competências

necessárias para avaliar questões no campo da bioética.

A categorização do modelo de Yang apresenta-se aqui também como uma

ferramenta de grande utilidade para a elaboração das questões dos fóruns do curso.

Se identificadas qual ou quais as subcategorias que se pretende sejam

apresentadas pelos alunos, em cada etapa do curso, define-se o estilo de

questionamento ou de proposta que deverá ser apresentada no fórum, a fim de que

se alcancem os objetivos pedagógicos pretendidos pelo curso.

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Passa-se ao segundo objeto de análise de aplicação do modelo de Yang

onde se consideraram as postagens do mesmo aluno ao longo do curso. No Quadro

6.5 apresentou-se o resultado dos três alunos que tiveram uma maior frequência no

curso: 2A, 9A, e 10A.

De modo geral puderam-se identificar, nas postagens dos três alunos, as

subcategorias correspondentes às habilidades cognitivas próprias do aprendizado

da bioética. Estas se encontram em uma proporção maior com relação àquelas que

correspondem ao aprendizado do conteúdo. Mais uma vez pode-se constatar que

prevaleceram as categorias relacionadas com um nível de aprendizado cognitivo

mais alto (CS-C-RCD).

Ao analisar o resultado do aluno 2A fica mais uma vez evidente que as ideias

apresentadas pelo aluno como resposta correspondem a como é formulada a

pergunta. Isto é, uma proposta que indica ao aluno que manifeste o conhecimento

de um conteúdo específico favorece a que o aluno se restrinja a manifestar esse tipo

de habilidade, ainda que alguns possam por iniciativa própria extrapolar para níveis

de conhecimento que vão além do que é estritamente solicitado na pergunta. As 3

ideias classificadas como aprendizagem do conteúdo, K – em um total de 16 ideias –

estão presentes na discussão da segunda pergunta do Debate Final que, como

vimos, pede que se apresente o conteúdo estudado.

O aluno 9A igualmente revela na resposta à pergunta 2 do Debate Final o

aprendizado do conteúdo. Nas outras 2 ideias classificadas com K – em um total de

14 ideias –, ocorre o que relatamos mais acima: a citação do conteúdo conclui a

exposição de uma nova ideia ou serve de base para apresentar uma ideia própria.

No caso do aluno 10A, a única ideia identificada com K – em um total de 18 –

corresponde igualmente à pergunta 2 do Debate Final.

Outra observação, que se pode fazer ao avaliar a categorização da sequência

de postagens dos três alunos, é a de que, ao exercerem as habilidades cognitivas

na última pergunta do Debate Final, se referem ao conteúdo apreendido em temas

anteriores:

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O que será que acontecerá com essa segunda filha, considerando suas

dimensões física, psíquica e espiritual? (Raising - Levantando novas ideias, CS-

C-RCD) (2A) – refere-se ao conteúdo do primeiro tema: Bioética e seu fundamento.

Com relação à reportagem, percebemos que o Utilitarismo prevaleceu

em detrimento da dignidade humana. (Integrando teorias, princípios, ferramentas,

CS-A-DIS) (9A) – também se refere ao conteúdo do primeiro tema.

Qual o custo e benefício dessas técnicas? (Raising - Levantando novas

ideias, CS-C-RCD) (10A) – refere-se igualmente ao conteúdo do primeiro tema.

Por fim, tendo em conta a diversa formação do três alunos – biológicas,

exatas e humanas – como também o fato de que foram acompanhados por

diferentes tutores, sugere-se que esses fatores não tiveram uma interferência

significativa na proporção mais elevada das habilidades cognitivas.

Poderia ter-se avaliado cada fórum independentemente para cada aluno, no

caso de pretender observar a progressão do aluno de um fórum para outro à medida

que o curso evoluiu. Não buscamos essa finalidade – ainda que esta seria uma

forma de acompanhar o aprendizado ao longo do curso – pois, para tanto haveria

que ter em conta outros fatores tais como a caracterização da proposta que

deflagrou o debate.

Como pudemos observar ao comparar os resultados das perguntas do

Debate Final, motiva-se mais o exercício e registro pelo aluno de determinadas

habilidades cognitivas do que de outras, dependendo da característica da proposta.

Portanto a simples questão cronológica, o decorrer do curso, não são suficientes

para obter uma progressão no nível das habilidades cognitivas dos alunos. Esta

constatação, como foi visto, parece-nos valiosa na hora de estruturar um curso

visando o aprendizado de Bioética.

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8 CONCLUSÕES

O modelo de Yang ao abranger de forma mais completa as competências

relacionadas ao conteúdo como também às habilidades cognitivas permite aferir a

aprendizagem no campo da Bioética de forma a apontar a capacidade e

profundidade das reflexões pessoais, quando efetivamente manifestas. Como

apresentado, o ensino da bioética visa capacitar o aluno para reconhecer um dilema,

articular aspectos envolvidos, fazer um juízo de valores, fundamentar seu

posicionamento, tomar decisões e refletir sobre as consequências. De fato, o ensino

de Bioética se dirige propriamente à aquisição de habilidades cognitivas – a destreza

para refletir, julgar, relacionar, etc. de forma coerente, bem fundamentada, assertiva

– e não consiste meramente no repasse de um conteúdo específico.

O modelo também é adequado para avaliar o registro das habilidades

cognitivas que correspondem ao aprendizado de bioética.

A categorização do modelo de Yang apresenta-se como uma ferramenta de

grande utilidade para a elaboração das questões dos fóruns do curso. Se

identificadas qual ou quais as subcategorias do modelo se pretende que sejam

apresentadas nos fóruns pelos alunos, em cada etapa do curso, define-se o estilo de

questionamento ou de proposta do fórum, a fim de que se alcancem os objetivos

pedagógicos pretendidos.

O fórum é uma ferramenta eficiente (competente) para promover as

competências próprias da aprendizagem em bioética, isto é, as habilidades

cognitivas, especialmente aquelas de nível mais elevado, segundo a classificação de

Yang, desde que a proposta do fórum esteja formulada visando essa finalidade.

O nível de aprendizado cognitivo manifesto nas postagens e traduzido por

subcategorias do modelo tende a variar conforme a formulação do fórum. O estudo

de caso, a resolução de problemas, assim como a transposição de uma experiência

onde se identifica uma questão bioética são propostas que estimulam por parte do

aluno as habilidades cognitivas de nível mais elevado: a aplicação e criação.

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9 LIMITES E SUGESTÕES PARA FUTUROS ESTUDOS

O público alvo deste estudo foi constituído por profissionais, com formação

universitária. Seria interessante verificar o resultado em outros níveis de ensino de

bioética como, por exemplo, a graduação. .

Como observamos nas conclusões o tipo de fórum influencia motivando

respostas que contêm distintas classes de categorias, e, portanto diferentes níveis

de aprendizado cognitivo. Seria interessante estudar as diferentes modalidades de

propostas em fóruns e sua influência nas postagens.

Pode-se estudar a influência da intervenção do professor ou tutor no nível de

habilidade cognitiva expressado nas postagens dos alunos. Sabe-se que a presença

do professor/tutor, quando prevista, pode favorecer e nortear a discussão.

No presente estudo concluiu-se que o modelo de análise de Yang é adequado

para discernir se houve o registro nas postagens dos fóruns por parte dos alunos

das competências próprias da bioética. Incentiva-se que estudos futuros proponham

e verifiquem como avaliar o aprendizado adquirido, tendo em conta as subcategorias

e/ou categorias identificadas na participação de cada aluno nos fóruns.

Outra sugestão, de acordo com a proposta e achados do estudo de Wyss que

propõe uma escala de qualidade de postagem em fóruns para orientar os alunos ao

participarem das discussões, seria verificar se o fato dos alunos conhecerem as

categorias mais de acordo com o aprendizado de bioética também redunda em um

melhor resultado quanto a essas competências no momento de elaborar a postagem

do fórum.

Pode-se verificar a pertinência deste mesmo modelo de avaliação para

identificar o aprendizado das competências da bioética em outras ferramentas online

como, por exemplo, o chat.

Acreditamos que este estudo possa contribuir para apresentar um modelo de

análise que seja eficiente e objetiva para avaliar o aprendizado de bioética em

grupos de discussão assíncrona online.

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ANEXO A – Parecer do Comitê de Ética

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ANEXO B – Programa do Curso Bioética Início da Vida Humana

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ANEXO B – Programa do Curso Bioética – Início da Vida Humana

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ANEXO B – Programa do Curso Bioética – Início da Vida Humana

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ANEXO C – PARA ACOMPANHAR O CURSO

Prezados alunos

Temos o prazer de compartilhar com vocês os conteúdos do curso Bioética - Início da Vida. Para acompanhamento das atividades, usaremos a seguinte rotina de trabalho:

1. Na semana de ambientação você será integrado ao curso. Para isso siga as seguintes etapas:

1º - Preencha seu perfil.

2º - Adicione uma foto do seu rosto para que todos possam conhecê-lo.

3º - Por fim, utilize a área de APRESENTAÇÕES (que é um fórum aberto onde você pode postar informações pessoais para os demais participantes e professores), para descrever o que faz e o que deseja aprender neste curso (sugerimos algo semelhante ao que respondeu no Questionário de Interesse).

Nesta semana você será apresentado ao seu tutor, que será responsável por esclarecer as suas dúvidas e orientá-lo no decorrer dos estudos.

2. Programe corretamente seu tempo de estudos: para isso sugerimos que preveja quanto tempo investirá no estudo diário dos conteúdos e atividades do curso. Essa atitude garante a dedicação e disciplina necessária nos cursos realizados à distância e centrados no aluno (consulte a ESTRATEGIA do curso).

3. A partir daí serão disponibilizadas as vídeo-aulas (uma a cada duas semanas), além dos textos de leitura obrigatória e os textos de leitura e/ou arquivos complementares de consulta optativa.

4. Visto o vídeo e lido os textos indicados na área de CONTEÚDOS, você fará contato com o seu tutor para apresentar as dúvidas surgidas nesse momento. Isso é de extrema importância para a construção dos nossos debates sobre os temas estudados.

5. Sanadas as dúvidas, no final da primeira semana será proposto um exercício sobre o tema da aula.

6. Concluído esse exercício, você poderá acessar um fórum onde se realizará um debate sobre o assunto entre os alunos, com a participação dos tutores.

7. As semanas seguintes seguirão um padrão semelhante, com algumas variações

de atividades a serem percorridas, mas sempre comunicadas com antecedência.

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ANEXO C – PARA ACOMPANHAR O CURSO

8. Ao final do curso será disponibilizado um questionário para que se avalie seu

aprendizado.

9. No caso de que seja um colaborador na avaliação do curso, após a avaliação do seu aprendizado, agradecemos que preencha o questionário que será oferecido com esta finalidade. Esse questionário será de vital importância para a melhoria do curso: pedimos uma atenção especial ao preenchê-lo. Qualquer dúvida, encontre-nos na área de NOTÍCIAS!

Gratos Corpo Docente

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ANEXO D – Contrato Pedagógico

Curso de Bioética – Início da Vida

Contrato Pedagógico

São Paulo, ____ de _______________ de 2012.

O presente documento tem a finalidade de estabelecer as responsabilidades de cada

participante do Curso de Bioética – Início da Vida, a ser realizado à distância, no período de outubro

a dezembro de 2012, promovido pelos Núcleos de Bioética e de Teleodontologia da Faculdade de

Odontologia da Universidade de São Paulo.

Compromissos dos professores e colaboradores:

Disponibilizar o material educacional a tempo de o aluno poder assistir aos vídeos, ler os textos e participar das atividades propostas para cada tema;

Propor atividades interativas, fóruns, exercícios, avaliações e outras, a fim de que o aluno perceba o quanto aprendeu e possa pedir auxilio se perceber que não está alcançando a aprendizagem almejada;

Garantir ao aluno respostas às suas postagens, em sistema assíncrono (professores e alunos em tempos diferentes conectados na rede).

Compromissos do estudante:

Preencher seu Perfil no ambiente Moodle, não esquecendo de colocar uma foto aproximada do rosto para que todos possam se conhecer, mesmo a distância;

Dedicar o horário destinado aos estudos a cada semana;

Realizar as leituras indicadas e assistir aos vídeos das aulas;

Participar das atividades propostas.

Cientes destas atribuições, subscrevemo-nos.

Aluno/Tutor: _______________________________________________________

(nome por extenso)

______________________________ ___________________________

Assinatura Aluno/Tutor Dalton Luiz de Paula Ramos

Coordenador do Curso

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ANEXO E – Termo de Consentimento Livre e esclarecido – Tutor

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Tutor do Curso)

Eu, abaixo qualificado, DECLARO que fui convidado a participar – na condição de

sujeito de pesquisa – do trabalho intitulado „Avaliação dos recursos de TIC em um

Curso a Distância em Bioética‟, desenvolvido pela doutoranda Mônica Magalhães

Pereira da Silva, sob a orientação do Prof. Dr. Dalton Luiz de Paula Ramos, do

Departamento de Odontologia Social do Curso de Odontologia da Universidade de

São Paulo, e fui devidamente esclarecido quanto aos seguintes aspectos:

a) tenho consciência de que a minha participação é voluntária e não implicará

em custos, nem há previsão de riscos;

b) a pesquisa tem por objetivo avaliar quais recursos disponíveis na Internet são

mais apropriados para o ensino em um Curso a Distância em Bioética voltado

para profissionais, para auxiliar na melhoria contínua dos cursos oferecidos

nessa modalidade;

c) a minha participação implica em que eu desempenhe o papel de Tutor dos

alunos nas atividades incluídas no Curso a Distância em Bioética que

requeiram a minha atuação, tais como a interação com os alunos nos fóruns.

Igualmente me corresponde a participação nas reuniões com a Coordenação

do Curso. Como atividade complementar, devido à pesquisa, me corresponde

também colaborar na avaliação do Curso, para o qual se prevê uma semana

após o final do curso, na qual terei de dispor no máximo 5 horas;

d) fui informado de que há qualquer momento poderei me retirar da pesquisa,

sem nenhum prejuízo quanto a participação no curso ou qualquer outro tipo

de prejuízo;

e) haverá garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos na

pesquisa, não havendo, no trabalho escrito ou em qualquer outro tipo de

divulgação, nenhuma identificação, a não ser que eu expressamente dê a

minha autorização.

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ANEXO E – Termo de Consentimento Livre e esclarecido – Tutor

DECLARO, outrossim, que após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e

ter entendido o que me foi explicado, consinto voluntariamente em participar desta

pesquisa.

DECLARO, igualmente, que estou recebendo uma cópia deste termo.

Sujeito de Pesquisa (Nome):............................................................................................

RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ...... Sexo: M ( ) F ( )

Endereço: ............................................ nº ........................... complemento: .................

Bairro:.....................................Cidade:...........................Cep:................Tel.:.................

São Paulo, de de 2012

______________________________

Assinatura do Declarante

Contato com o Pesquisador: celular – (11) 69181398; [email protected]

Orientador: Departamento de Odontologia Social da FOUSP – (11) 30917891;

[email protected]

Se houver dúvidas sobre a ética da pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Faculdade de Odontologia (Av. Lineu Prestes 2227, 05508-000 São Paulo,

telefone 30917960 ou pelo e-mail [email protected] )

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

Eu, Mônica Magalhães Pereira da Silva, declaro, para fins de realização de

pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

cumprindo todas as exigências contidas nas alíneas acima elencadas e que obtive, de

forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima

qualificado para a realização desta pesquisa.

São Paulo, de de 2012

______________________________ ____________________________

Assinatura do Pesquisador Assinatura do Orientador

CRO: CRO:

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ANEXO F – Termo de Consentimento Livre e esclarecido Aluno

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

(Aluno do Curso)

Eu, abaixo qualificado, DECLARO que fui convidado a participar – na condição de

sujeito de pesquisa – do trabalho intitulado „Avaliação dos recursos de TIC em um

Curso a Distância em Bioética‟, desenvolvido pela doutoranda Mônica Magalhães

Pereira da Silva, sob a orientação do Prof. Dr. Dalton Luiz de Paula Ramos, do

Departamento de Odontologia Social do Curso de Odontologia da Universidade de

São Paulo, e fui devidamente esclarecido quanto aos seguintes aspectos:

a) tenho consciência de que a minha participação é voluntária e não implicará

em custos, nem há previsão de riscos;

b) a pesquisa tem por objetivo avaliar quais recursos disponíveis na Internet são

mais apropriados para o ensino em um Curso a Distância em Bioética voltado

para profissionais, para auxiliar na melhoria contínua dos cursos oferecidos

nessa modalidade;

c) a minha participação implica em que eu faça todas as atividades incluídas no

Curso a Distância em Bioética, tais como: realizar as leituras indicadas e

assistir aos vídeos das aulas e participar das atividades propostas nos fóruns.

Como atividade complementar, devido à pesquisa, me corresponde também

colaborar na avaliação do Curso, para o qual se prevê uma semana após o

final do curso, na qual terei de dispor no máximo 5 horas;

d) fui informado de que há qualquer momento poderei me retirar da pesquisa,

sem nenhum prejuízo quanto a participação no curso ou qualquer outro tipo

de prejuízo;

e) haverá garantia de sigilo quanto aos dados confidenciais envolvidos na

pesquisa, não havendo, no trabalho escrito ou em qualquer outro tipo de

divulgação, nenhuma identificação, a não ser que eu expressamente dê a

minha autorização.

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ANEXO F – Termo de Consentimento Livre e esclarecido – Aluno

DECLARO, outrossim, que após ter sido informado e ter minhas dúvidas

suficientemente esclarecidas pelo pesquisador concordo em participar de forma

voluntária desta pesquisa.

DECLARO, igualmente, que estou recebendo uma cópia deste termo.

Sujeito de Pesquisa (Nome):............................................................................................

RG:..................... .......Data de nascimento:........ / ........ / ...... Sexo: M ( ) F ( )

Endereço: ............................................ nº ........................... complemento: .................

Bairro:.....................................Cidade:...........................Cep:................Tel.:.................

São Paulo, de de 2012

______________________________

Assinatura do Declarante

Contato com o Pesquisador: celular – (11) 998567782; [email protected]

Orientador: Departamento de Odontologia Social da FOUSP – (11) 30917891;

[email protected]

Se houver dúvidas sobre a ética da pesquisa entre em contato com o Comitê de Ética em

Pesquisa da Faculdade de Odontologia (Av. Lineu Prestes 2227, 05508-000 São Paulo,

telefone 30917960 ou pelo e-mail [email protected])

DECLARAÇÃO DO PESQUISADOR

EU, Mônica Magalhães Pereira da Silva, declaro, para fins de realização de

pesquisa, ter elaborado este Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),

cumprindo todas as exigências contidas nas alíneas acima elencadas e que obtive, de

forma apropriada e voluntária, o consentimento livre e esclarecido do declarante acima

qualificado para a realização desta pesquisa.

São Paulo, de de 2012

______________________________ ____________________________

Assinatura do Pesquisador Assinatura do Orientador

CRO: CRO:

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ANEXO G – QUESTIONÁRIO DE INTERESSE

CURSO DE BIOÉTICA - QUESTIONÁRIO DE INTERESSE

Disponível no Google Drive: https://docs.google.com/spreadsheet/embeddedform?formkey=dDNIS0NkS1pNdkUzLXQtLUV6MjNHU1E6MQ

Com objetivo de conhecê-lo melhor pedimos que responda as questões abaixo

NOME:

ENDEREÇO:

CIDADE: CEP:

PAÍS:

TELEFONES:

EMAIL:

DATA DE NASCIMENTO:

FORMAÇÃO ACADÊMICA – UNIVERSIDADE/FACULDADE:

ANO DE GRADUAÇÃO:

PÓS-GRADUAÇÃO:

1- Realizou algum outro curso à distância? Se sim, caracterize o curso (tema, horas de duração,

etc.)

2- Qual a sua familiaridade com a Internet? Considera-se:

( ) internauta

( ) com facilidade e acostumado a navegar

( ) sem muita facilidade, mas crescendo no conhecimento

( ) com dificuldade, mas com possibilidade de assessoria

( ) com dificuldade

3- Qual o motivo de seu interesse em bioética?

4- Como conheceu o curso “Bioética – Início da Vida”?

5- Numa escala de 1 a 5, onde 1 (um) considera-se nenhuma informação e 5 (cinco) muita

informação, qual a sua avaliação do seu conhecimento a respeito de temas de bioética

abaixo:

a) Fundamentos da Bioética ( )

b) Princípios da Bioética ( )

c) Início da vida humana ( )

d) Inseminação artificial ( )

e) Fecundação in vitro ( )

6- Quanto tempo dispõe (por semana) para dedicar-se ao curso?

7- Qual sua expectativa com relação ao curso?

8- Gostaria de acrescentar algo?

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ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

Debate 1, pergunta 1

1. Com frequência, no nosso ambiente cultural, confunde-se "ser livre" com "ser totalmente

independente".

por Mônica Pereira da Silva

Respostas dos alunos no journal, transferidas para o fórum:

4A Última edição: terça-feira, 23 outubro 2012, 17:14

Concordo com essa afirmação, essa confusão é muito frequente, porém esse ser livre pode ter uma conotação negativa, quando não for acompanhado de responssabilidade em todos os sentidos. Há no momento uma cultura do isolamento, justificada pela situação de insegurança que atravessamos, o pensamento corrente é que "não nos envolvemos com a vida dos outros, para que ninguém se envolva com a nossa". Para a sociedade isso é muito ruim e abre espaço para atitudes perversas, em especial da política que por ter uma participação popular cada vez menos, acabam aprovando o que interessa aos poderosos. "Toda essa meia verdade a qual temos nos conformado, só conseguimos nos afastar..." O Manifesto 2000 para uma cultura de paz,está pautado em seis pontos: Respeitar a vida Rejeitar a violência Ser Generoso Ouvir para compreender Preservar o planeta Redescobrir a solidariedade Acredito nesse tipo de liberdade, em que cuidar de si não signifique desprezar o outro.

3A Última edição: terça-feira, 23 outubro 2012, 22:20

Já ouvi tantas vezes essa música e nunca tinha parado para pensar na letra. Identifico claramente essa busca pela idenpedencia. Buscamos sempre uma independencia que só nos afasta um dos outros. Uma independencia sem sentido, pois impede a construção coletiva e a reflexão. Nos dias atuais essa confusão se configura claramente, pois estamos cada vez mais buscando "autonomia". Mas será de fato AUTONOMIA, no sentido da palavra? Ou será que estamos constituindo ilhas de isolamento?

11A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 14:32

Na minha opinião, a primeira letra fala do que, como seres humanos buscamos, relacionado a identidade e aceitação, mas não conseguimos encontrar, já que nos relacionamos de maneira superficial e distante. Ainda que as novas mídas sociais causem a falsa sensação de que podemos conhecer a todos apenas com um clique. Na realidade, mostramos o que queremos, em uma espécie de filtro que busca apenas a identificação com um grupo e a aceitação por parte dele, por isso há grupos que tomam partido de causas, independente do mérito delas, sem questionar, sem criticar, enfim, cegamente, para fazer parte. Já que o ser humano é um ser social o "fazer parte", "ser um", "comungar de uma causa" é um movimento natural.

ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

5A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 16:09

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Na minha vida eu identifico questões confusas em relação à independência nos meus estudos. Como universitário tenho um ótimo convívio com meus colegas e tenho plena consciência de que aprendo muito com cada um deles. Mas, eventualmente, não os procuro para pedir ajuda para algo que, muitas vezes, é fácil para eles, pelo fato de querer ser auto-suficiente. Confesso que já me flagrei pensando: "Não posso depender de ninguém para fazer as minhas coisas, se eu mesmo não conseguir fazer sozinho, não vou aprender!" o que nem sempre é verdade, pois, do mesmo modo, já tive a experiência de aprender estudando com os meus colegas. Por isso, na medida do possível, eu estou tentando fazer as duas coisas: estudo sozinho e, quando não for o suficiente, procuro ajuda.

12A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 18:49

A confusão entre liberdade e total independência fica aparente em diversos níveis. Posso enxergar isso, quando, por exemplo, olho as atitudes de uma criança (adolescente) que se enche de coragem para exigir privacidade, criticando os pais que se preocupam com o que elas acessam na internet ou com quem falam ao celular ou por quanto tempo falam. Ou vendo situações em que as pessoas perdem totalmente a noção do compromisso que assumem num relacionamento amoroso, desrespeitando ou relativisando a fidelidade. Mas, não somente enxergo isso fora de meu "eu", quando me vejo tendo algumas dessas atitudes. E isto me pega de surpresa vendo que também as cometo e que, se parece para pensar por um momento, não as cometeria. Assim percebo (e comprovo) como também sou influenciado por esse pensamento massificado de ideologias próprias da nossa sociedade e do nosso tempo. Não sei se consegui me explicar, mas eu mesmo me vejo por vezes, agindo com egoísmo, ou buscando a minha satisfação ou privilégios em detrimento à sociedade, e percebo que muitas vezes sou levado por esse consciente massificado hedonista / individualista sem julgar ou pensar o que estou fazendo. Assim percebo que, como ocorre comigo mesmo, ocorre isto com toda a sociedade, influenciada por essas ideologias 'vigentes'.

10A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 21:47

Identifico esta confusão principalmente entre os jovens. Procuram desesperadamente uma liberdade, independência, diante do meio social em que vivem. Como autoafirmação, não querem dar explicações de suas condutas, buscam sua própria identidade em meio ao caos que a humanidade vive. Querem viver uma independência, mas cada vez mais se distanciam dos verdadeiros valores, afastam-se das verdadeiras verdades,distanciando-se cada vez mais do que realmente o farão livres e independentes.

14A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 22:20

Na minha opinião, esta confusão tem se manifestado bastante no quanto as pessoas tem se distanciado das relações verdadeiramente "reais" e se aproximando tanto dos afetos "virtuais". E não digo isto no sentito estritamente de redes sociais e internet. O que quero expor é a latente superficialização das relações e o desejo, ainda que inconsciente, de se construir um perfil de personalidade que expressa liberdade, autenticidade e possibilidade de expressão, mas, muitas vezes, na verdade, o que se alcança são máscaras através das quais as pessoas tentam, a todo custo, esconder a existência de suas limitações e imperfeições. Atualmente, o sentido da liberdade, está, na verdade, escravizado ao desejo de ser aceito. E este desejo de ser aceito, a luta por esta conotação popular, fomenta ainda mais o individualismo, o hedonismo e o utilitarismo. Enquanto se perde no afeto, se perde no verdadeiro valor da pessoa humana. Se perde no verdadeiro sentido da liberdade. Se perde no vazio de si mesmo. Nunca vivemos uma era com tanta possibilidade de comunicação, mas nunca se pode observar, talvez na mesma proporção, tamanho distanciamento entre as pessoas. É aí que está, onde chegaremos: "se não estamos de verdade juntos"...

ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

9A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 23:01

Temos presenciado pessoas tentando viver um relacionamento intenso, mas sem compromissos mais sérios. Isso porque não querem que o parceiro tenha o controle total ou parcial sobre suas vidas. Agindo desta maneira, acreditam que terão independência, mas não tem, pois é uma falsa liberdade. Acreditando

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que a distancia dará uma almejada autonomia, entram em contradição, pois, quanto mais longe estão, mais juntos querem ficar. No meu cotidiano, isto se expressa claramente ao ver um grande numero de casais separados e mulheres trabalhando não por própria vontade ou prazer, mas por pressão da sociedade ou uma falsa necessidade.

8A Última edição: quinta-feira, 25 outubro 2012, 23:56

As mudanças na sociedade mais patentes e perceptíveis para mim são, hodiernamente, a tentativa do Estado em adentrar na esfera individual das pessoas, de acabar com a privacidade da família. O Estado passou a considerar crime a punição que os pais impõe sobre os filhos o que, em termos jurídicos, era desnecessário uma vez que a criança já é altamente protegida pelo ECA - Estatudo da Criança e do Adolescente. Percebo que isso leva a uma confusão geral, um desnorteamento dos pais pois eles ficam receossos de impor sua autoridade sobre os filhos. Ademais, os filhos passam a ser "arrogantes" com os pais, a se imporem por conta do regulamento legal acima citado. Retomo aqui uma situação já citada: a eutanásia, o aborto até a 12ª semana de gestação e a liberação do consumo "individual" de drogas previstas no projeto do Código Penal Brasileiro. São indícios claros de que a as correntes do utilitarismo, hedonismo e individualismo influenciaram os legisladores brasileiros mas não correspondem ao desejo da população. Em pesquisa sobre o aborto mais de 80% dos brasileiros foram contra a interrupção da gravidez. As metas traçadas pelo governo tendem a supressão dos pensamentos divergentes ao dos governantes, a supressão dos direitos naturais, dos direitos mais lídimos como a vida!

2A Última edição: sexta-feira, 26 outubro 2012, 14:48

Considerando o contexto atual, é possível citar as redes sociais (twitter, facebook, etc.) como um espaço aberto para a livre comunicação de seus usuários. Este fenômeno global possibilita a mais ampla aplicação do termo ―liberdade de expressão‖, logo, torna-se um campo aberto para que opiniões pessoais sejam defendidas com ―intensidade‖ – como diz a música – sem que haja uma reflexão ética sobre o que se diz. Neste contexto, exemplifico a confusão entre ―ser livre‖ e ―ser totalmente independente‖, citando o caso de uma estudante universitária, conforme o trecho que transcrevo abaixo: ―A Justiça Federal de São Paulo condenou por crime de discriminação a estudante de Direito que postou, em 2010, mensagem preconceituosa e de incitação à violência contra nordestinos no Twitter. Mayara Petruso foi condenada a 1 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão. A pena foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa. Logo após à divulgação do resultado das eleições presidenciais, Mayara responsabilizou o povo do Nordeste pela vitória de Dilma Rousseff (PT). "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!", escreveu a estudante no microblog.‖

Fonte: http://br.noticias.yahoo.com/justi%C3%A7a-condena-estudante-direito-acusada-discrimina%C3%A7%C3%A3o-212610291.html Este caso teve repercussão internacional, dada a disseminação da notícia pelos meios de comunicação: ―O caso da estudante Mayara Petruso, que se tornou conhecida depois de postar comentários racistas no Twitter contra nordestinos, ganhou destaque no jornal britânico "The Telegraph". Na matéria, trechos das declarações da jovem, que cursa o sexto período no curso de Direito, em São Paulo, foram traduzidos para o inglês: "Do a favour to Sao Paulo: kill a northeasterner, drowned" (...). O jornal fala também sobre o fato de Mayara ter sido demitida do escritório de advocacia onde fazia estágio depois de seus comentários gerarem uma onda de protestos em redes sociais como o Twitter e o Facebook. Fonte: http://extra.globo.com/noticias/rio/estudante-que-falou-mal-de-nordestinos-citada-em-jornal-britanico-361289.html Sendo assim, essa ferramenta de comunicação também é considerada uma forma de relacionamento interpessoal, com infinitas possibilidades, cabendo-lhe, portanto, uma reflexão baseada na bioética personalista.

ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

Resposta do tutor 1T a 2A no journal, transferida para o fórum:

por 1T - sábado, 27 outubro 2012, 00:37

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Olá 2A Muito precisa sua colocação. Parabéns. De fato as redes sociais são veículos de disseminação de pensamentos. Lamentavelmente nem sempre são verdadeiros ou muitas vezes carregam em si um tom ideológico como foi visto na aula. Ser livre, independente, um justo desejo da pessoa humana, requer "responsabilidade". Liberdade e responsabilidade andam sempre juntas. Aliás é o tema de nossa próxima aula. PRINCÍPIOS DA BIOÈTICA. Assista a aula (senão perde a graça contar o final) e depois nos falamos. Grande abraço e bom final de semana 1T

Postagens dos alunos e tutores no fórum:

1 por 4A- sábado, 27 outubro 2012, 11:18 Uma outra questão sobre a liberdade e a responsabilidade, aparece nas publicações científicas, até a ciência se tornou perigosa. O "cientificamente comprovado", em muitos casos não é tão comprovado como parece. Ainda não tenho muitos elementos pra dissertar sobre este assunto, foi somente "uma folha solta", mas recordo minhas aulas de sociologia com suas infindáveis discussões sobre as comprovações cientificas.

2 por 2A - domingo, 28 outubro 2012, 11:04 Concordo com o 4A, há um certo perigo nas comprovações científicas. A maior parte da população não tem senso crítico sobre os resultados de certas pesquisas que são frequentemente expostas nos meios de comunicação. Neste sentido o que foi "cientificamente comprovado" torna-se verdade absoluta.

3 por 9A - domingo, 28 outubro 2012, 15:04 Em resumo: a Liberdade traz em seu bojo a Responsabilidade. Não podemos ser totalmente livres se não tivermos responsabilidade pelos atos que praticamos. Como disse Savater, "A ética é a arte de viver bem humanamente". E para viver bem, temos que usar a nossa liberdade adequadamente.

4 por 10A - domingo, 28 outubro 2012, 15:15 Podemos, com certeza, ser livres com responsabilidade. Temos livre arbítrio para nossas decisões. Podemos fazer nossas escolhas sem este medo que anda movendo a sociedade. Nada que é externo a nós, pode conduzir nossas decisões ou escolhas. Somos indivíduos sociais, se não conseguimos nos socializar, se preocupando de fato com o outro, nos tornaremos pessoas vazias e jamais conseguiremos alcançar a verdadeira liberdade.

ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

5 por 2T - segunda-feira, 29 outubro 2012, 11:26

Page 100: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

99

Por um lado concordo com a 10A. Podemos sim ser livres e responsáveis. Por outro lado, não sei se somos 'tão livres' assim, quanto pensamos, para decidir, discernir ou escolher... somos muito influenciados, sem nem mesmo perceber! Recebemos turbilhões de informações, de ideias, de 'imperativos sociais' que às vezes rejeitamos inicialmente, mas muitas vezes absorvemos sem nos dar conta. Como citei na outra discussão, o exemplo da moda, do imperativo do consumo... nem percebemos e de repente estamos repetindo que "precisamos" de determinadas coisas, de modelos mais modernos, de 'últimos lançamentos'... Era o que refletíamos com a música roda-viva... Em muitas situações somos arrastados pela Roda-Viva, quase sem sentir! Não sei se é pssível ser 'totalmente' livre nesse aspecto. Mas penso que 'alguma consciência crítica', pode gerar 'alguma liberdade'.

6 por 12A - segunda-feira, 29 outubro 2012, 17:10 É interessante como é um assunto que se torna paradoxal. Enquanto fugimos do compromisso em busca de uma "total liberdade" não percebemos que fazemos isso sob influência tamanha capaz de tolir nossa liberdade de maneira até sutil porém muito eficaz. Somos livres para desejar possuir qquer coisa, somos livres para termos o relacionamento que desejarmos, livres para tomar decisões sobre nossos corpos. A questão que desejo analisar com mais objetividade é : "Somos livres para pensar?" É impossível pensar em liberdade sem pensar em relacionamento humano. A nossa liberdade vai ganhando responsabilidade à medida que vamos envolvendo nossa vida com outras vidas. Principalmente à medida que vamos nos tornando responsáveis em alguns aspectos (senão, responsáveis, ao menos partícipes) da vida das pessoas que nos cercam: materialmente, emocionalmente. Acredito que este seja o motivo da atitude de isolamento social que tem tomado conta de uma geração: tem-se a falsa idéia de que isolados podemos ser totalmente livres. A medida que a defesa da vida depende de nós, seja da nossa vida, ou do "valor da vida humana", nossa liberdade toma sobre si uma responsabilidade ainda maior. Escolher pela vida, sem privilegiar nenhum aspecto dela em detrimento a outros, mas vida plena, em suas diversas dimensões, optar pela manutenção e desenvolvimento pleno da vida humana seja talvez o grito mais alto de liberdade em uma sociedade embuída de uma cultura de morte. E por que acredito que nossa sociedade está embuída de uma cultura de morte? Porque vejo nossa vida "coisificada", instrumentalizada, utilitarizada. Nossa vida tem valor na medida que é produtiva, economicamente viável e consumidora: Assim decretamos que a vida que não se encaixa nestas classes está morta. E neste ponto podemos discutir o valor das crianças, anciãos, deficientes. Ou podemos discutir a sensação de derrota quando não se atinge aquela meta de produtividade, quando não se conquista aquele emprego, ou a depressão quando se está desempregado. Sensações de quase morte, quando na verdade o valor da vida humana deveria ser maior que todos estes acontecimentos pontuais e passageiros da situação humana.

7 por 6A - segunda-feira, 29 outubro 2012, 23:04 Acredito que com muita frequencia. Em muitos e diversos contextos ambientais em que estamos inseridos,

o "ser livre" e o "ser totalmente independente" se confundem. Vejo que essa não é uma situação do

momento sócio histórico que vivemos, já está presente desde que o homem se entende por homem. "Ser

livre" é mais um estado do que uma ação propriamente dita. Por que se somos seres socialmente

dependentes essa liberdade que a humanidade almeja tanto acaba por esbarrar em uma série de regras

sociais que permeiam as relações interpessais. Então, o que muito se vê nos dias de hoje é em nome da

ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

bendita liberdade uma exposição maior e pouco cuidado e respeito entre as pessoas. Claro que

precisamos ter o direito de expressar nossas idéias, sentimentos, opiniões, criticas, etc. Mas antes de mais

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100

nada pensar em consequencias! Hj estamos muito acostumados com a comunicação virtual (sem olho no

olho), as redes sociais estão aí para nos ajudar a repensar quando de fato elas trazem benefícios ou

quando nós a colocamos como uma ferramenta contra nós mesmos! Em contra partida, acredito que ser

totalmente independente nos requer responsabilidade sobre nossos atos, desejos, escolhas... E bancá-las

primeiramente para nós e para os que de alguma forma direta ou indiretamente estarão envolvidos.

8 por 12A - segunda-feira, 29 outubro 2012, 23:19 Olá 6A, tudo bem? Gostei de como você colocou a questão da exposição da pessoa, da questão das responsabilidades. Concordo também quando você fala das responsabilidades que temos com as pessoas que se "envolvem" em nossa vida. E acredito que sim, o "desejo de liberdade" é inerente ao homem, desde o início da humanindade. E acredito que isto é natural ao ser humano por uma questão intelectual e até da minha fé, por entender que faz parte do espírito humano o impulso da liberdade. Mas será que quando trazemos isto para nosso momento contemporâneo não temos que refletir de um modo mais crítico, exatamente acerca das influências das correntes de pensamento pós positivismo? Como o professor Dalton fala no vídeo, será que não estamos, todos nós, fortemente influenciados por um pensamento individualista, hedonista e/ou utilitarista? Hoje é comum ouvirmos que "não existe verdade permanente" ou "verdade absoluta". Será que não existe mesmo? Basta realmente eu acreditar para que isto se torne verdade, ou melhor, a minha verdade? Existe realmente uma verdade que seja só minha e não sua? Isto não seria uma "mentira"? Ou esse pensamento não é fruto de um subjetivismo exacerbado, próprio do nosso tempo?

9 por 2T - quarta-feira, 31 outubro 2012, 10:18 Muito interessante as duas reflexões, e penso que elas podem gerar outras ainda mais complexas a partir daí. Esse questionamento é o cerne do que foi apresentado aqui: o desejo justo de liberdade é sim inerente ao homem, e essência dele. Na verdade, é um dos aspectos que caracterizam o homem, como tal. Sempre foi árdua a luta do ser humano em busca de proteger ou conquistar essa liberdade. Mas também penso que essa busca subjetiva 'absolutizada', converte-se em 'relativização'. Minha 'liberdade', minha 'verdade', meus 'interesses'... o que não estiver dentro dos 'meus critérios', não serve... Concordo também que esse fenômeno é muito mais explícito nos nossos dias (não que não acontecesse no passado: vemos descritas muitas situações em que pessoas mais poderosas usavam de manipulação para oprimir outras pessoas e fazer prevalecer seu próprio interesse), mas creio que a atual - e justa! - liberdade de expressão, favorece esse fenômeno.

10 por 3T - quarta-feira, 31 outubro 2012, 11:17 8A, suas reflexões são excelentes e sempre me entusiasmam e provocam, imagino quão rica seria essa discussão pessoalmente. Se o Estado considerasse a pessoa humana em sua totalidade possivelmente ficaria apenas no ECA,

ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

mesmo porque essa nova posição sobre educação e crime não diminuem o problema da violência

doméstica. Concordo com a confusão sobre o "comportamento adequado" dos pais no processo da

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101

educação. Pais cada vez mais inseguros educam filhos inseguros e, portanto, geram futuros pais ainda

mais inseguros.

Com relação ao aborto, nenhuma mulher sai ilesa dele o que nos leva a pensar que, talvez, o importante não seja cuidar somente do corpo e do desejo da mulher (quasse sempre influenciado pela família, companheiro e/ou sociedade), mas principalmente a saúde psíquica dessa mulher. É muito comum o sofrimento de mulheres que provocaram abortos e não mais engravidaram, no final da própria vida ou da vida do companheiro. Ao saber da doença e da morte iminente o arrependimento pelo aborto aumenta a dor. "Eu sei que você sabe quase sem querer que eu quero o mesmo que você" Abs, 3T

11 por 3T - quarta-feira, 31 outubro 2012, 11:41 Olá 10A, sem dúvida essa liberdade sem responsabilidade confunde a juventude. Sem limites e conceitos de hierarquia, completamente inseguros e máscaras de segurança, sentem-se perdidos e querem saber até onde podem ir, embora o discurso vá na direção contrária. Muitas vezes, para seguir o grupo e por necessidade de auto afirmação, abrem mão dos próprios valores e seguem por caminhos que não sabem onde os levarão. Na busca da independência o indivíduo não se dá conta de que fiica cada vez mais dependente da roda viva. Abraço, 3T

12 por 3T - quarta-feira, 31 outubro 2012, 11:48 Olá 2A, Suas colocações são muito pertinentes e profundas e é esse o caminho que o curso pretende. Caberia à bioética reconhecer, preocupar-se e cuidar da dignidade de toda pessoa humana? De acordo com a bioética personalista o homem deve ser considerado na sua totalidade. De que maneira isso acontece nas três correntes de pensamento: individualismo (reivindicação da liberdade), hedonismo (busca da supressão da dor e da extensão do prazer), utilitarista (ter se sobrepõe ao ser). A bioética personalista, ou personalismo ontologicamente fundado se preocupa com "a pessoa humana", considerando-a em sua essência, natureza e verdade, o que definea pessoa humana como Homem. O terceiro parágrafo da pag. 42 do livro Bioética Pessoa e Vida contribui com essa reflexão. Partindo da experiência elementar seria possível responder à pergunta: Quem é o Homem? Parece não haver dúvida que as ideologias (utilitarista, hedonista, individualista) influem no conceito de Homem. Como pode ver 2A, sua primeira pergunta talvez seja a própria resposta.

13 por 3T - quarta-feira, 31 outubro 2012, 12:02 Olá 10A, será um prazer refletir junto com você na compreensão da pessoa humana. Que bom que não teve dúvidas nesse exercício, mesmo assim eu a provoco a falar um pouco mais sobre a pessoa humana e as correntes de pensamento: hedonista, individualista, utilitarista e bioética personalista. Qual seria o conceito de pessoa humana? ANEXO H – Debate 1, pergunta 1

14

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por 8A - quarta-feira, 31 outubro 2012, 18:25 Caríssima 3T, Saiba que a recíproca é verdadeira: fico muito instigada, entusiasmada, atenta a todas as suas colocações. Já imaginei que, de fato, um encontro pessoal seria muito produtivo e edificante. Sei que as mulheres sofrem muito fisica, psiquica e espiritualmente por terem provocado ou sofrido um aborto. Mas li em uma revista o depoimento de uma mulher que foi mantida em cativeiro por um grupo guerrilheiro da América Latina e que sofrera abusos sexuais. Em decorrência da violência perpetrada a mulher ficou grávida e, contra todas as possibilidades, as medidas humanas, ela teve o filho e quando questionada sobre o porquê de ter levado adiante a gravidez respondeu: "Foi Deus que me deu esse filho." Vejo que os legisladores na América Latina estão mais propensos a cultura de morte. O Senado do Uruguai aprovou, na quarta feira, dia 17 de outubro de 2012, por 17 votos contra 14, o projeto de lei que permite a prática do aborto no país durante os três primeiros meses de gestação. O projeto deverá ser sancionado esta semana pelo presidente José Mujica, que havia prometido por diversas vezes que não o vetaria. E aqui no Brasil há um projeto de lei de semelhante teor que tramita no Senado Federal. Será que não há um limite natural, extra-legal a elaboração de leis? Abraços, 8A

15 por 4T - domingo, 4 novembro 2012, 16:57 Muito interessante as colocações do fórum. Questões filosóficas (Quem é o Homem? Há uma Verdade absoluta?) se justapõem a questões práticas (autonomia do próprio corpo, condutas sociais, práticas científicas). Acho que esta é uma discussão muito válida, pois não se pode refletir e fazer escolhas sem ter fundamentos claros para tal - e é o que acontece com a maioria das pessoas. Quero acrescentar nesta discussão o pensamento pós-moderno no qual estamos inseridos, que valoriza a vida individual a ponto de negar aspectos objetivos da própria natureza, como acontece com o termo "gênero". Repararam que nós mesmos acabamos por usar este termo em nossas conversas e trabalhos, sem nos dar conta da ideologia que está por detrás?

Page 104: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

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ANEXO I – Debate 1, pergunta 1 – categorização das postagens dos alunos

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104

ANEXO I – Debate 1, pergunta 1 – categorização das postagens dos alunos

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mp

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tivo

do

con

sum

o...

nem

per

ceb

emo

s e

de

rep

ente

est

am

os

rep

etin

do

qu

e "p

reci

sam

os"

de

det

erm

ina

da

s co

isa

s, d

e m

od

elo

s m

ais

mo

der

no

s, d

e 'ú

ltim

os

lan

çam

ento

s' (

...)

18

12

A6

Enq

ua

nto

fu

gim

os

do

co

mp

rom

isso

em

bu

sca

de

um

a "

tota

l li

ber

da

de"

o

per

ceb

emo

s q

ue

faze

mo

s is

so s

ob

in

flu

ênci

a t

am

an

ha

ca

pa

z d

e to

lir

no

ssa

lib

erd

ad

e d

e m

an

eira

até

su

til

po

rém

mu

ito

efi

caz.

Co

mp

ara

nd

o,

con

tra

sta

nd

o o

u

dis

tin

guin

do

CS-

AC

-CD

I/C

B/A

E R

CS-

AC

CS

19

12

A6

(Ref

erin

do

-se

a 2

T) S

om

os

livr

es p

ara

des

eja

r p

oss

uir

qq

uer

co

isa

(...

)R

efer

ind

o-s

e a

CS-

SDS-

RD

CS-

SDS

CS

20

12

A6

som

os

livr

es p

ara

ter

mo

s o

rel

aci

on

am

ento

qu

e d

esej

arm

os

(...)

Forn

ecen

do

info

rma

ções

ou

resp

on

den

do

per

gun

tas

CS-

ECIC

-PSP

RC

S-EC

ICC

S

21

12

A6

(so

mo

s) l

ivre

s p

ara

to

ma

r d

ecis

ões

so

bre

no

sso

s co

rpo

s.

Forn

ecen

do

info

rma

ções

ou

resp

on

den

do

per

gun

tas

CS-

ECIC

-PSP

RC

S-EC

ICC

S

22

12

A6

A q

ues

tão

qu

e d

esej

o a

na

lisa

r co

m m

ais

ob

jeti

vid

ad

e é

: "S

om

os

livr

es p

ara

pen

sar?

"

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

23

12

A6

É im

po

ssív

el p

ensa

r em

lib

erd

ad

e se

m p

ensa

r em

rel

aci

on

am

ento

hu

ma

no

. P

rovi

din

g -

Forn

ecen

do

ou

des

crev

end

oC

S-EC

IC-P

SPR

CS-

ECIC

CS

24

12

A6

A n

oss

a l

iber

da

de

vai

gan

ha

nd

o r

esp

on

sab

ilid

ad

e à

med

ida

qu

e va

mo

s

envo

lven

do

no

ssa

vid

a c

om

ou

tra

s vi

da

s.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

25

12

A6

A n

oss

a li

ber

da

de

vai g

an

ha

nd

o r

esp

on

sab

ilid

ad

e à

med

ida

qu

e va

mo

s

envo

lven

do

no

ssa

vid

a c

om

ou

tra

s vi

da

s. P

rin

cip

alm

ente

à m

edid

a q

ue

vam

os

no

s to

rna

nd

o r

esp

on

sáve

is e

m a

lgu

ns

asp

ecto

s (s

enã

o, r

esp

on

sáve

is, a

o

men

os

pa

rtíc

ipes

) d

a v

ida

da

s p

esso

as

qu

e n

os

cerc

am

: ma

teri

alm

ente

,

emo

cio

na

lmen

te.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

Page 106: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

105

ANEXO I – Debate 1, pergunta 1 – categorização das postagens dos alunos

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

1 -

pe

rgu

nta

1d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

26

12

A6

A n

oss

a li

ber

da

de

vai g

an

ha

nd

o r

esp

on

sab

ilid

ad

e à

med

ida

qu

e va

mo

s

envo

lven

do

no

ssa

vid

a c

om

ou

tra

s vi

da

s. P

rin

cip

alm

ente

à m

edid

a q

ue

vam

os

no

s to

rna

nd

o r

esp

on

sáve

is e

m a

lgu

ns

asp

ecto

s (s

enã

o, r

esp

on

sáve

is, a

o m

eno

s

pa

rtíc

ipes

) d

a v

ida

da

s p

esso

as

qu

e n

os

cerc

am

: ma

teri

alm

ente

,

emo

cio

na

lmen

te.

Acr

edit

o q

ue

este

sej

a o

mo

tivo

da

ati

tud

e d

e is

ola

men

to

soci

al

qu

e te

m t

om

ad

o c

on

ta d

e u

ma

ger

açã

o: t

em-s

e a

fa

lsa

id

éia

de

qu

e

iso

lad

os

po

dem

os

ser

tota

lmen

te l

ivre

s.

Rea

chin

g -

Alc

an

çan

do

ou

fo

rma

nd

oC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

27

12

A6

A m

edid

a q

ue

a d

efes

a d

a v

ida

dep

end

e d

e n

ós,

sej

a d

a n

oss

a v

ida

, ou

do

"va

lor

da

vid

a h

um

an

a",

no

ssa

lib

erd

ad

e to

ma

so

bre

si

um

a

resp

on

sab

ilid

ad

e a

ind

a m

aio

r.

Pro

vid

ing

- Fo

rnec

end

o

ou

des

crev

end

oC

S-EC

IC-P

SPR

CS-

ECIC

CS

28

12

A6

Esco

lher

pel

a v

ida

, sem

pri

vile

gia

r n

enh

um

asp

ecto

del

a e

m d

etri

men

to a

ou

tro

s, m

as

vid

a p

len

a, e

m s

ua

s d

iver

sas

dim

ensõ

es, o

pta

r p

ela

ma

nu

ten

ção

e d

esen

volv

imen

to p

len

o d

a v

ida

hu

ma

na

sej

a t

alv

ez o

gri

to m

ais

alt

o d

e

lib

erd

ad

e em

um

a s

oci

eda

de

emb

uíd

a d

e u

ma

cu

ltu

ra d

e m

ort

e.

Rea

chin

g -

Alc

an

çan

do

ou

fo

rma

nd

oC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

29

12

A6

E p

or

qu

e a

cred

ito

qu

e n

oss

a s

oci

eda

de

está

em

bu

ída

de

um

a c

ult

ura

de

mo

rte?

Po

rqu

e ve

jo n

oss

a v

ida

"co

isif

ica

da

", i

nst

rum

enta

liza

da

,

uti

lita

riza

da

.

Pro

vid

ing

- Fo

rnec

end

o

ou

des

crev

end

oC

S-EC

IC-P

SPR

CS-

ECIC

CS

30

12

A6

E p

or

qu

e a

cred

ito

qu

e n

oss

a s

oci

eda

de

está

em

bu

ída

de

um

a c

ult

ura

de

mo

rte?

Po

rqu

e ve

jo n

oss

a v

ida

"co

isif

ica

da

", in

stru

men

taliz

ad

a, u

tilit

ari

zad

a.

No

ssa

vid

a t

em v

alo

r n

a m

edid

a q

ue

é p

rod

uti

va, e

con

om

ica

men

te v

iáve

l e

con

sum

ido

ra:

Pro

vid

ing

- Fo

rnec

end

o

ou

des

crev

end

oC

S-EC

IC-P

SPR

CS-

ECIC

CS

31

12

A6

No

ssa

vid

a t

em v

alo

r n

a m

edid

a q

ue

é p

rod

uti

va, e

con

om

ica

men

te v

iáve

l e

con

sum

ido

ra:

Ass

im d

ecre

tam

os

qu

e a

vid

a q

ue

o s

e en

caix

a n

esta

s cl

ass

es

está

mo

rta

.

Rea

chin

g -

Alc

an

çan

do

ou

fo

rma

nd

oC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

32

12

A6

No

ssa

vid

a t

em v

alo

r n

a m

edid

a q

ue

é p

rod

uti

va, e

con

om

ica

men

te v

iáve

l e

con

sum

ido

ra: A

ssim

dec

reta

mo

s q

ue

a v

ida

qu

e n

ão

se

enca

ixa

nes

tas

cla

sses

está

mo

rta

. E

nes

te p

on

to p

od

emo

s d

iscu

tir

o v

alo

r d

as

cria

nça

s, a

nci

ão

s,

def

icie

nte

s.

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

33

12

A6

Ou

po

dem

os

dis

cuti

r a

sen

saçã

o d

e d

erro

ta q

ua

nd

o n

ão

se

ati

nge

aq

uel

a

met

a d

e p

rod

uti

vid

ad

e, q

ua

nd

o n

ão

se

con

qu

ista

aq

uel

e em

pre

go, o

u a

dep

ress

ão

qu

an

do

se

está

des

emp

rega

do

.

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

Page 107: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

106

ANEXO I – Debate 1, pergunta 1 – categorização das postagens dos alunos

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

1 -

pe

rgu

nta

1d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

34

12

A6

Ou

po

dem

os

dis

cuti

r a

sen

saçã

o d

e d

erro

ta q

ua

nd

o n

ão

se

ati

ng

e a

qu

ela

met

a

de

pro

du

tivi

da

de,

qu

an

do

o s

e co

nq

uis

ta a

qu

ele

emp

reg

o, o

u a

dep

ress

ão

qu

an

do

se

está

des

emp

reg

ad

o.

Sen

saçõ

es d

e q

ua

se m

ort

e, q

ua

nd

o n

a v

erd

ad

e

o v

alo

r d

a v

ida

hu

ma

na

dev

eria

ser

ma

ior

qu

e to

do

s es

tes

aco

nte

cim

ento

s

po

ntu

ais

e p

ass

age

iro

s d

a s

itu

açã

o h

um

an

a.

Pro

vid

ing

- Fo

rnec

end

o

ou

des

crev

end

oC

S-EC

IC-P

SPR

CS-

ECIC

CS

35

6A

7

Acr

edit

o q

ue

com

mu

ita

fre

qu

enci

a. E

m m

uit

os

e d

iver

sos

con

text

os

am

bie

nta

is e

m q

ue

esta

mo

s in

seri

do

s, o

"se

r li

vre"

e o

"se

r to

talm

ente

ind

epen

den

te"

se c

on

fun

dem

. Vej

o q

ue

essa

o é

um

a s

itu

açã

o d

o m

om

ento

sóci

o h

istó

rico

qu

e vi

vem

os,

est

á p

rese

nte

des

de

qu

e o

ho

mem

se

ente

nd

e

po

r h

om

em.

Ou

tro

s d

eta

lhes

sico

sFK

-ON

FKK

36

6A

7"S

er l

ivre

" é

ma

is u

m e

sta

do

do

qu

e u

ma

açã

o p

rop

ria

men

te d

ita

. D

efin

ind

o o

u r

e-

def

inin

do

CS-

AC

-CD

I/C

B/A

E R

CS-

AC

CS

37

6A

7

Po

r q

ue

se s

om

os

sere

s so

cia

lmen

te d

epen

den

tes

essa

lib

erd

ad

e q

ue

a

hu

ma

nid

ad

e a

lmej

a t

an

to a

cab

a p

or

esb

arr

ar

em u

ma

sér

ie d

e re

gra

s so

cia

is

qu

e p

erm

eia

m a

s re

laçõ

es i

nte

rpes

sais

.

Eva

lua

tin

g -

Ava

lia

nd

oC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

38

6A

7En

tão

, o q

ue

mu

ito

se

vê n

os

dia

s d

e h

oje

é e

m n

om

e d

a b

end

ita

lib

erd

ad

e

um

a e

xpo

siçã

o m

aio

r e

po

uco

cu

ida

do

e r

esp

eito

en

tre

as

pes

soa

s.

Eva

lua

tin

g -

Ava

lia

nd

oC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

39

6A

7

Entã

o, o

qu

e m

uit

o s

e vê

no

s d

ias

de

ho

je é

em

no

me

da

ben

dit

a li

ber

da

de

um

a

exp

osi

ção

ma

ior

e p

ou

co c

uid

ad

o e

res

pei

to e

ntr

e a

s p

esso

as.

Cla

ro q

ue

pre

cisa

mo

s te

r o

dir

eito

de

exp

ress

ar

no

ssa

s id

éia

s, s

enti

men

tos,

op

iniõ

es,

crit

ica

s, e

tc.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

40

6A

7C

laro

qu

e p

reci

sam

os

ter

o d

irei

to d

e ex

pre

ssa

r n

oss

as

idéi

as,

sen

tim

ento

s,

op

iniõ

es, c

riti

cas,

etc

. Ma

s a

nte

s d

e m

ais

na

da

pen

sar

em c

on

seq

uen

cia

s!P

rin

cíp

ios

CK

-TM

/GP

R/C

CC

KK

41

6A

7

acr

edit

o q

ue

ser

tota

lmen

te i

nd

epen

den

te n

os

req

uer

res

po

nsa

bil

ida

de

sob

re

no

sso

s a

tos,

des

ejo

s, e

sco

lha

s...

E b

an

cá-l

as

pri

mei

ram

ente

pa

ra n

ós

e p

ara

os

qu

e d

e a

lgu

ma

fo

rma

dir

eta

ou

in

dir

eta

men

te e

sta

rão

en

volv

ido

s.

Pri

ncí

pio

sC

K-T

M/G

PR

/CC

CK

K

42

12

A8

Olá

6A

, tu

do

bem

? G

ost

ei d

e co

mo

vo

cê c

olo

cou

a q

ues

tão

da

exp

osi

ção

da

pes

soa

, da

qu

estã

o d

as

resp

on

sab

ilid

ad

es.

Ref

erin

do

-se

aC

S-SD

S-R

DC

S-SD

SC

S

43

12

A8

Olá

6A

, tu

do

bem

? (.

..) C

on

cord

o t

am

bém

qu

an

do

vo

cê f

ala

da

s

resp

on

sab

ilid

ad

es q

ue

tem

os

com

as

pes

soa

s q

ue

se "

envo

lvem

" em

no

ssa

vid

a.

Ref

erin

do

-se

aC

S-SD

S-R

DC

S-SD

SC

S

44

12

A8

E a

cred

ito

qu

e si

m, o

"d

esej

o d

e li

ber

da

de"

é i

ner

ente

ao

ho

mem

, des

de

o

iníc

io d

a h

um

an

ind

ad

e.R

efer

ind

o-s

e a

CS-

SDS-

RD

CS-

SDS

CS

Page 108: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

107

ANEXO I – Debate 1, pergunta 1 – categorização das postagens dos alunos

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

1 -

pe

rgu

nta

1d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

45

12

A8

E a

cred

ito

qu

e is

to é

na

tura

l a

o s

er h

um

an

o p

or

um

a q

ues

tão

in

tele

ctu

al

e a

da

min

ha

fé,

po

r en

ten

der

qu

e fa

z p

art

e d

o e

spír

ito

hu

ma

no

o i

mp

uls

o d

a

lib

erd

ad

e.

Iden

tifi

can

do

as

liga

ções

ou

rel

açõ

esC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

46

12

A8

Ma

s se

rá q

ue

qu

an

do

tra

zem

os

isto

pa

ra n

oss

o m

om

ento

co

nte

mp

orâ

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108

ANEXO I – Debate 1, pergunta 1 – categorização das postagens dos alunos

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109

ANEXO J – Debate Final

Debate Final

por Mônica Pereira da Silva

Como o Prof. Dalton informou na sua mensagem de 28 de novembro, este DEBATE será uma oportunidade para que possamos refletir sobre todo o conteúdo do curso, não só o específico da

Aula 04 (presente na 3ª pergunta). Contamos com a colaboração de todos!

1. Com base na primeira aula, relate duas experiências pessoais que você tenha vivenciado, uma onde o valor e a dignidade da pessoa humana tenha sido respeitado e outra onde isso não aconteceu.

2. Discorra sobre a forma com que apresentamos na aula 2 a hierarquia dos princípios da Bioética de modelo Principialista.

3. Avalie os aspectos bioéticos relacionados à questão apresentada nos artigos de O Estado de São Paulo, 14/02/12

Nasce no Brasil 1º bebê selecionado geneticamente para curar irmã

Norma brasileira não prevê reprodução com fins de cura

por 10A - domingo, 9 dezembro 2012, 09:11 1) Ao atender uma jovem de 17 anos, gestando um bebê com má formação, me deparei com um grande desafio. Primeiro, salvar a criança dos médicos que, a princípio, aconselharam o aborto e, também, do laboratório que, ao fazer a ultrassonografia e constatar a má formação, de imediato indicaram o telefone de um médico que conhecia um juiz que daria a autorização para o aborto. Não perguntaram uma vez sequer, se gostaria de ter esse filho, mas alegavam que ele não sobreviveria e que ela teria sérios riscos se levasse essa gravidez até o fim. A mãe nos procurou (a Comissão Diocesana em Defesa da Vida), pois queria ter esse filho. Conclusão: seu filho nasceu e viveu por onze meses. Percebi que, a dignidade da mãe não foi respeitada em nenhum momento pelos profissionais que a atenderam, pois lhe ofereceram a morte e não a vida de seu filho. Porém, a dignidade foi respeitada quando a mãe nos procurou e a levamos em um hospital onde os profissionais que a atenderam fizeram a opção pela vida. Vida esta que, desde o principio, a mãe desejava que fosse levada até seu termo natural.

2) Os princípios têm como base nortear e facilitar o trabalho de condução de uma decisão. O primeiro,

do Beneficio, evita o mal e procura fazer o bem. Muito a ver com ação assistencial. Ao de Beneficio, se

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110

ANEXO J – Debate Final

soma, em segunda instância, o de Autonomia, que é o esforço que temos de respeitar a capacidade de

autodeterminação das pessoas, podendo variar dependendo da situação que esta se encontra. Respeitamos o terceiro principio que é o da Justiça, sempre que estivermos considerando os interesses e benefícios de todos os envolvidos no processo. A cada pessoa seja dada o que lhe é de direito.

3) Diante das reportagens, percebemos que há uma condução à eugenia dos embriões, pagando um preço muito alto nessas manipulações. Visa o fim, os meios vão justificando toda forma de atrocidade diante da vida. A efetividade dessas técnicas é de pouco sucesso e isso não é repassado aos pais. Quantos embriões são necessários para que uma vida seja salva? Qual o custo e benefício dessas técnicas? Lidam com vida humana e não com objetos descartáveis. Considero ético somente no caso de células tronco adulta para substituição de órgão em falência. Quanto a manipular embriões, jamais deveria ser permitido, pois viola o direito fundamental à vida.

por 9A - domingo, 9 dezembro 2012, 12:24 1) Percebemos que o individualismo é muito acentuado no trânsito caótico das grandes cidades. Esse crescente individualismo têm demonstrado que a dignidade da pessoa humana é desprezada e esquecida, gerando brigas e até mortes por motivos banais. O exemplo onde a dignidade da pessoa humana prevaleceu foi um caso em que um familiar próximo estava com câncer e os médicos insistiram em continuar com o tratamento. Mas, após a sétima cirurgia, o paciente pediu para que fosse autorizada a alta para que ele pudesse voltar para sua casa, onde permaneceu até o fim, mesmo com as dores e consequências da interrupção do tratamento.

2) Encontramos a hierarquização dos princípios principialista, de Beauchamp e Childress, no exemplo prático apresentado na segunda aula. Em primeiro vem o do Benefício, pois ambos, o profissional e o paciente, desejam o bem resolvendo a enfermidade com o menor efeito colateral possível. O da Autonomia vem em segundo lugar, pois, ambos deverão decidir qual será a melhor opção para resolver o problema. E o da Justiça seria o próximo, pois sendo corretamente aplicados os dois primeiros, a decisão tomada deve respeitar, com imparcialidade, o direito de cada um.

3) Com relação à reportagem, percebemos que o Utilitarismo prevaleceu em detrimento da dignidade humana. Mais uma vez os fins justificaram os meios. Tanto no objetivo como na forma em que foi gerada, descartando vários embriões excedentes (vidas em potencial). Conforme os cientistas envolvidos no processo, a eugenia foi ―justificada‖, pois a vida gerada teria uma (única?) finalidade.

por 5A - domingo, 9 dezembro 2012, 23:59 Questão 1 Exemplo de respeito à individualidade, liberdade e autonomia: Eu tenho aulas de Libras e em uma dessas aulas foi comentado o caso de um garoto surdo de 3 anos idade. Os pais desse garoto optaram pela não cirurgia de implante coclear para poupar a infância do menino e permitir que ele possa desenvolver a sua identidade naturalmente. O implante não foi descartado, mas os pais entendem que é uma decisão que deve ser pensada mais adiante. Como alternativa, optaram pela uso da linguagem de sinais e do bilinguismo, para que a criança não tenha defasagem educacional e cognitiva. Exemplo de desrespeito à individualidade, liberdade e autonomia: Não sei se compreendi corretamente, mas eu acredito que a sociedade em si desrespeita o ser humano quando impõe padrões rígidos e restritos. Como o caso dos padrões estéticos atuais, além da mídia trabalhando em prol das pessoas altas e magras, não se encontra facilmente roupas fora dos padrões tidos como "normais" e, quando questionados, os lojistas alegam que o fabricante não faz em um determinado tamanho maior ou menor que aquele. Pode até parecer algo pequeno, afinal, não coloca a vida ou a integridade física em jogo, mas compromete a vivência da pessoa porque eu entendo que é um impedimento à expressão pessoal de cada um.

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111

ANEXO J – Debate Final

Questão 2 Os princípios do modelo Principialistas são: 1º - Benefício: em que se evita fazer o mal e se

procura fazer o bem (exemplo: medicamentos); 2º - Autonomia: em se deve respeitar as vontades alheias

de acordo com o discernimento do outro (exemplo: crianças); 3º - Justiça: em que se respeita o direito de cada pessoa envolvida. A forma como foi trabalhado o tema foi bastante clara e objetiva, sem sugestões que eu possa fazer.

Questão 3 De fato, as reportagens trazem um caso crítico, porque, ao meu ver, colocam duas questões em jogo: a primeira (como já foi comentada) é a de que, realmente, os fins justificam os meios; e a segunda é o amor que um filho pode despertar em um casal. É claro que são duas visão conflitantes, mas eu acho que ambas devem ser respeitadas, afinal, é difícil imaginar os sentimentos do casal que pareceu estar disposto a tudo para salvar a filha que já possuíam. Talvez eles nem tenham consciência de que para salvarem a primeira filha e gerarem a segunda filha (salvadora) diversos outros filhos foram criados e mortos, na verdade, como a própria reportagem escreve DESCARTADOS (como objetos inanimados). Então eu acho muito difícil discorrer sobre esse caso.

por 2A - segunda-feira, 10 dezembro 2012, 00:10 1. O curso de medicina me possibilita conviver com pessoas que estão em sua primeira formação acadêmica. Certa vez, numa aula prática sobre anamnese, observei um colega realizando as perguntas de costas para o paciente, mascando um chiclete e repetindo perguntas que eu já havia feito. O paciente era um ator, pois estamos no 3º semestre do curso, ainda assim, me preocupo com a postura do meu colega e espero que ele aprenda a se comunicar com os pacientes. Uma outra experiência, em que a dignidade da pessoa foi respeitada, ocorreu comigo, durante o parto do meu filho em que a obstetra foi extremamente cuidadosa me orientando o que estava acontecendo e o que eu deveria fazer para conduzir o parto normal. Após o nascimento, meu filho foi levando à outra sala e naquele momento, eu estava me sentindo sozinha porque já não estava com o feto que gerei durante nove meses. Então ela me abraçou e me desejou felicidades. Me senti muito acolhida e respeitada num momento tão frágil.

2. Os princípios da bioética de modelo Principialista, Benefício, Autonomia e Justiça, como o prof. Dalton citou, são nossas ferramentas de trabalho, pois devem pautar as atitudes dos profissionais. É importante buscarmos praticá-las dia a dia, em respeito ao ser humano que é nosso paciente ou cliente, evitando o mal e buscando o bem, qualquer que seja o contexto. A Autonomia também deve ser sempre respeitada, mas um bebê ou uma criança pequena não poderá decidir sobre seu tratamento médico, então cabe ao profissional adotar as medidas mais adequadas para cada caso. Penso que o SUS e seus princípios de Universalidade, Integralidade e Equidade funcionam muito bem no papel, entretanto, na prática ainda precisa aparar muitas arestas para se alcançar ao princípio da justiça, garantindo o direito à saúde de qualquer cidadão.

Re: DEBATE FINAL - sobre os conteúdos do curso por 2A - segunda-feira, 10 dezembro 2012, 00:44 3. Sobre o selecionamento genético, vai de encontro a todos os princípios da Bioética Personalista. 1º Princípio de defesa à vida: ainda que os pais queiram lutar pela vida da filha mais velha, outros filhos (embriões) foram sacrificados para se alcançar essa chance; 2º Princípio da liberdade e responsabilidade: o ato dos pais e do médico abre precedentes para que novas técnicas de manipulação de embriões sejam realizadas, apesar de que os pais não tenham total esclarecimento sobre as consequências desse ato; 3º Princípio terapêutico: por um lado, estão buscando solução para a doença da filha mais velha, mas por outro, a retirada de uma célula do embrião saudável poderá lhe fazer falta. O que será que acontecerá com essa segunda filha, considerando suas dimensões física, psíquica e espiritual? Por fim, penso que esse "procedimento" trás à tona o princípio da Sociabilidade e Subsidiariedade, devendo abrir espaço para a discussão a respeito da fertilização in vitro (FIV) e manipulação de embriões pra fins terapêuticos. Neste processo, estão envolvidos Conselhos, governantes e sociedade, e como sabemos até hoje não se tem uma legislação brasileira sobre o tema, apenas resoluções do CFM.

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ANEXO J – Debate Final

por 14A - segunda-feira, 10 dezembro 2012, 21:57 1. Para mim, especialmente por trabalhar no ramo do direito, acompanhar a votação da ADPF 54, sobre o aborto de anencéfalo, me oportunizou ver a dignidade da pessoa humana ser respeitada apenas por 1 dos 9 ministros do Supremo que votaram. Apenas dois votos contra, no entanto, destes dois, somente o ministro Cezar Peluso, o último a votar, realmente defendeu a dignidade humana e a vida ao proferir voto que foi a voz da minoria, mas foi capaz de deixar estarrecidos os demais ministros. Ele não disponibilizou, na íntegra, o voto. Se alguém o tiver, gostaria de ter acesso e salvar. Ele começou dizendo que ―a vida não é conceito artificial criado pela ciência jurídica para efeitos práticos‖, já que ―a vida e a morte são fenômenos pré-jurídicos dos quais o direito se apropria para determinados fins‖. E frisou: ―Todos os fetos anencéfalos, a não ser que estejam mortos, têm vida. Se o feto não tivesse vivo, não poderia morrer‖. E, afirmou ainda que não havia ―malabarismo hermenêutico ou ginástica dialética‖ que o levasse a aceitar a tese de que a ―interrupção terapêutica do parto‖ nos casos de feto anencéfalo não seja o mesmo crime de aborto tal como tipificado no Código Penal. Com relação ao sofrimento da gestante portadora de feto anencéfalo, Peluso sustentou que ―o sofrimento não degrada a condição humana, mas é inerente à condição humana‖. A seu ver, ―o sofrimento‖ que a ordem jurídica tem o dever de impedir ―é o ato antijurídico‖. Finalmente, ele chamou a atenção para o perigo da proliferação de abortos permitidos a partir de diagnósticos falsos ou imprecisos de anencefalia, deficiência que — apesar de todo o progresso da ciência médica — ainda é objeto de controvérsias. Ou seja, ele foi a única luz, na corte suprema de nosso país, o que me acalentou. No entanto, venceu o contrário do que estudamos na primeira aula, o que é triste, e prediz um tempo ainda mais difícil depois deste precedente.

2. Os princípios da bioética de modelo Principialista, são hierarquicamente divididos em 1º Benefício, 2º Autonomia e 3º Justiça, como bem destacaram os colegas. Gostaria de comentar a dificuldade que se tem em respeitar a autonomia, quando se tem opinião contrária. Por isso, achei, muito interessante as colocações, á época, da necessidade de se expor todas as facetas ao paciente, todas as saídas. Exemplo contrário disso, é a falta de divulgação e de profissionais preparados para acompanharem uma cidadã que opte pelo método natural Billings. Tenho amigos enfermeiros que eram "treinados" a convencerem a paciente de utilizar ou a pílula ou a camisinha em postos de saúde do SUS situados em zonas tidas como pobres. Grande defesa da injustiça, em se tratando do que foi exposto quanto ao direito de acesso ao cidadão.

3. É incrível como passa ser difícil discorrer sobre o assusto exposto nos artigos, qualquer postura contrária é vista quase como que um acesso "nazista" contra pessoas portadoras de deficiência ou doenças. Acredito que o centro da questão está exatamente no que cheguei a transcrever na resposta do primeiro item: o ser humano está desaprendendo a lidar com o sofrimento e é crescente a ideia de que os fins justificam os meios. Por trás disso, na verdade, há uma cultura de morte, sorrateira e crescente.

Re: DEBATE FINAL - sobre os conteúdos do curso por 3T - terça-feira, 11 dezembro 2012, 11:22 14A,sua resposta é de arrepiar! Concordo com você e fico pensando até onde o homem pode chegar na busca da Perfeição, ou melhor, do que ele acredita ser "perfeição". O desrespeito à mulher é imenso em casos de bebês com deficiência. Muitas vezes ela não quer fazer o aborto, mas não tem forças frente as exigências da família (em muitos casos do companheiro também). Sei de mulheres que sofrem muito durante o "aborto legal". Por outro lado, há a necessidade de uma mulher concretizar sua maternidade pegando seu filho no colo (mesmo que morto) e acredito que aborto faz muito mais mal do que levar a gravidez adiante, ter o filho e ver o ser humano que foi gerado. Pais que decidem ter seus filhos, geralmente, ao ve-los ficam surpresos e acham que a criança é bonita, pois foram levados a imaginar que geravam um monstro. A eugenia não leva em conta os aspectos psicológicos dos indivíduos envolvidos,obviamente. Têm tanta certeza de que querem a perfeição, que não se dão conta que as falhas (se é que são falhas) fazem parte da "perfeição"...

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ANEXO J – Debate Final

por 1T - quarta-feira, 12 dezembro 2012, 00:00 Olá 2A 1- Perfeitos os exemplos. No primeiro, mesmo sendo uma simulação, devemos nos empenhar ao máximo para exercitarmos a ética. Como diz o Prof. Dalton: a ética pode ser ensinada. E que bom sabermos que podemos espelhar em profissionais como sua médica, onde o desejo de fazer o melhor á espontâneo. 2- Creio que você confundiu os modelos. O que é pedido é o PERSONALISTA. Não que você não possa pautar pelo modelo Principialista, mas o Personalista é mais amplo, tem uma visão pessoal da questão como o próprio nome diz. Quanto ao SUS, você respondeu tudo. É verdade que na prática está longe de alcançar o ideal, mas é o modelo que minimamente se espera da saúde neste país. Nelson 2A: Não esqueça de marcar o chat ainda esta semana.

por 2A - quarta-feira, 12 dezembro 2012, 15:03 Olá 1T, O comando da questão 2 pede o modelo principialista mesmo. Podemos marcar o chat pra sexta-feira de manhã ou à tarde. No final de semana não poderei. Um abraço

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ANEXO K – Debate Final - pergunta 1

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á f

orm

açã

o, m

e

dep

are

i co

m u

m g

ran

de

des

afi

o. P

rim

eiro

, sa

lva

r a

cri

an

ça d

os

méd

ico

s q

ue,

a p

rin

cíp

io, a

con

selh

ara

m o

ab

ort

o e

, ta

mb

ém, d

o l

ab

ora

tóri

o q

ue,

ao

fa

zer

a

ult

rass

on

ogr

afi

a e

co

nst

ata

r a

fo

rma

ção

, de

imed

iato

in

dic

ara

m o

tele

fon

e d

e u

m m

édic

o q

ue

con

hec

ia u

m j

uiz

qu

e d

ari

a a

au

tori

zaçã

o p

ara

o

ab

ort

o. N

ão

per

gun

tara

m u

ma

vez

seq

uer

, se

gost

ari

a d

e te

r es

se f

ilh

o, m

as

ale

gava

m q

ue

ele

o s

ob

revi

veri

a e

qu

e el

a t

eria

sér

ios

risc

os

se l

eva

sse

essa

gra

vid

ez a

té o

fim

. A m

ãe

no

s p

rocu

rou

(a

Co

mis

são

Dio

cesa

na

em

Def

esa

da

Vid

a),

po

is q

uer

ia t

er e

sse

filh

o. C

on

clu

são

: seu

fil

ho

na

sceu

e v

iveu

po

r o

nze

mes

es. P

erce

bi

qu

e, a

dig

nid

ad

e d

a m

ãe

o f

oi

resp

eita

da

em

nen

hu

m m

om

ento

pel

os

pro

fiss

ion

ais

qu

e a

ate

nd

era

m, p

ois

lh

e o

fere

cera

m a

mo

rte

e n

ão

a v

ida

de

seu

fil

ho

. Po

rém

, a d

ign

ida

de

foi

resp

eita

da

qu

an

do

a

e n

os

pro

curo

u e

a l

eva

mo

s em

um

ho

spit

al

on

de

os

pro

fiss

ion

ais

qu

e a

ate

nd

era

m f

izer

am

a o

pçã

o p

ela

vid

a. V

ida

est

a q

ue,

des

de

o p

rin

cip

io, a

e

des

eja

va q

ue

foss

e le

vad

a a

té s

eu t

erm

o n

atu

ral.

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

29

A2

Per

ceb

emo

s q

ue

o i

nd

ivid

ua

lism

o é

mu

ito

ace

ntu

ad

o n

o t

rân

sito

ca

óti

co d

as

gra

nd

es c

ida

des

. Ess

e cr

esce

nte

in

div

idu

ali

smo

têm

dem

on

stra

do

qu

e a

dig

nid

ad

e d

a p

esso

a h

um

an

a é

des

pre

zad

a e

esq

uec

ida

, ger

an

do

bri

gas

e a

mo

rtes

po

r m

oti

vos

ba

na

is.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

39

A2

O e

xem

plo

on

de

a d

ign

ida

de

da

pes

soa

hu

ma

na

pre

vale

ceu

fo

i u

m c

aso

em

qu

e u

m f

am

ilia

r p

róxi

mo

est

ava

co

m c

ân

cer

e o

s m

édic

os

insi

stir

am

em

con

tin

ua

r co

m o

tra

tam

ento

. Ma

s, a

s a

sét

ima

cir

urg

ia, o

pa

cien

te p

ediu

pa

ra q

ue

foss

e a

uto

riza

da

a a

lta

pa

ra q

ue

ele

pu

des

se v

olt

ar

pa

ra s

ua

ca

sa,

on

de

per

ma

nec

eu a

té o

fim

, mes

mo

co

m a

s d

ore

s e

con

seq

uên

cia

s d

a

inte

rru

pçã

o d

o t

rata

men

to.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

45

A3

Exem

plo

de

resp

eito

à i

nd

ivid

ua

lid

ad

e, l

iber

da

de

e a

uto

no

mia

: Eu

ten

ho

au

las

de

Lib

ras

e em

um

a d

essa

s a

ula

s fo

i co

men

tad

o o

ca

so d

e u

m g

aro

to s

urd

o d

e

3 a

no

s id

ad

e. O

s p

ais

des

se g

aro

to o

pta

ram

pel

a n

ão

cir

urg

ia d

e im

pla

nte

cocl

ear

pa

ra p

ou

pa

r a

in

fân

cia

do

men

ino

e p

erm

itir

qu

e el

e p

oss

a

des

envo

lver

a s

ua

id

enti

da

de

na

tura

lmen

te. O

im

pla

nte

o f

oi

des

cart

ad

o,

ma

s o

s p

ais

en

ten

dem

qu

e é

um

a d

ecis

ão

qu

e d

eve

ser

pen

sad

a m

ais

ad

ian

te.

Co

mo

alt

ern

ati

va, o

pta

ram

pel

a u

so d

a l

ingu

age

m d

e si

na

is e

do

bil

ingu

ism

o,

pa

ra q

ue

a c

ria

nça

o t

enh

a d

efa

sage

m e

du

caci

on

al

e co

gnit

iva

.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

Page 116: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

115

ANEXO K – Debate Final - pergunta 1

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

Fin

al -

pe

rgu

nta

1d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

55

A3

Exem

plo

de

des

resp

eito

à i

nd

ivid

ua

lid

ad

e, l

iber

da

de

e a

uto

no

mia

: Nã

o s

ei s

e

com

pre

end

i co

rret

am

ente

, ma

s eu

acr

edit

o q

ue

a s

oci

eda

de

em s

i d

esre

spei

ta

o s

er h

um

an

o q

ua

nd

o i

mp

õe

pa

drõ

es r

ígid

os

e re

stri

tos.

Co

mo

o c

aso

do

s

pa

drõ

es e

stét

ico

s a

tua

is, a

lém

da

míd

ia t

rab

alh

an

do

em

pro

l d

as

pes

soa

s

alt

as

e m

agr

as,

o s

e en

con

tra

fa

cilm

ente

ro

up

as

fora

do

s p

ad

rões

tid

os

com

o "

no

rma

is"

e, q

ua

nd

o q

ues

tio

na

do

s, o

s lo

jist

as

ale

gam

qu

e o

fa

bri

can

te

o f

az

em u

m d

eter

min

ad

o t

am

an

ho

ma

ior

ou

men

or

qu

e a

qu

ele.

Po

de

até

pa

rece

r a

lgo

peq

uen

o, a

fin

al,

o c

olo

ca a

vid

a o

u a

in

tegr

ida

de

físi

ca e

m

jogo

, ma

s co

mp

rom

ete

a v

ivên

cia

da

pes

soa

po

rqu

e eu

en

ten

do

qu

e é

um

imp

edim

ento

à e

xpre

ssã

o p

esso

al

de

cad

a u

m.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

62

A4

Cert

a v

ez,

nu

ma

au

la p

ráti

ca s

ob

re a

na

mn

ese

, ob

serv

ei

um

co

lega

re

ali

zan

do

as

pe

rgu

nta

s d

e c

ost

as

pa

ra o

pa

cie

nte

, ma

sca

nd

o u

m c

hic

lete

e r

ep

eti

nd

o

pe

rgu

nta

s q

ue

eu

já h

avi

a f

eit

o. O

pa

cie

nte

era

um

ato

r, p

ois

est

am

os

no

sem

est

re d

o c

urs

o, a

ind

a a

ssim

, me

pre

ocu

po

co

m a

po

stu

ra d

o m

eu

co

lega

e

esp

ero

qu

e e

le a

pre

nd

a a

se

co

mu

nic

ar

com

os

pa

cie

nte

s.

Cria

nd

o, c

on

stru

ind

o o

u

com

bin

an

do

CS-C

-RCD

CS-C

CS

72

A4

Um

a o

utr

a e

xpe

riê

nci

a, e

m q

ue

a d

ign

ida

de

da

pe

sso

a f

oi

resp

eit

ad

a, o

corr

eu

com

igo

, du

ran

te o

pa

rto

do

me

u f

ilh

o e

m q

ue

a o

bst

etr

a f

oi

ext

rem

am

en

te

cuid

ad

osa

me

ori

en

tan

do

o q

ue

est

ava

aco

nte

cen

do

e o

qu

e e

u d

eve

ria

fa

zer

pa

ra c

on

du

zir

o p

art

o n

orm

al.

Ap

ós

o n

asc

ime

nto

, me

u f

ilh

o f

oi

leva

nd

o à

ou

tra

sa

la e

na

qu

ele

mo

me

nto

, eu

est

ava

me

se

nti

nd

o s

ozi

nh

a p

orq

ue

já n

ão

est

ava

co

m o

fe

to q

ue

ge

rei

du

ran

te n

ove

me

ses.

En

tão

ela

me

ab

raço

u e

me

de

sejo

u f

eli

cid

ad

es.

Me

se

nti

mu

ito

aco

lhid

a e

re

spe

ita

da

nu

m m

om

en

to t

ão

frá

gil.

Cria

nd

o, c

on

stru

ind

o o

u

com

bin

an

do

CS-C

-RCD

CS-C

CS

Page 117: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

116

ANEXO K – Debate Final - pergunta 1

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

Fin

al -

pe

rgu

nta

1d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

81

4A

5

Pa

ra m

im, e

spec

ialm

ente

po

r tr

ab

alh

ar

no

ra

mo

do

dir

eito

, aco

mp

an

ha

r a

vota

ção

da

AD

PF

54

, so

bre

o a

bo

rto

de

an

encé

falo

, me

op

ort

un

izo

u v

er a

dig

nid

ad

e d

a p

esso

a h

um

an

a s

er r

esp

eita

da

ap

ena

s p

or

1 d

os

9 m

inis

tro

s d

o

Sup

rem

o q

ue

vota

ram

.

Ap

ena

s d

ois

vo

tos

con

tra

, no

en

tan

to, d

este

s d

ois

, so

men

te o

min

istr

o C

eza

r

Pel

uso

, o ú

ltim

o a

vo

tar,

rea

lmen

te d

efen

deu

a d

ign

ida

de

hu

ma

na

e a

vid

a a

o

pro

feri

r vo

to q

ue

foi

a v

oz

da

min

ori

a, m

as

foi

cap

az

de

dei

xar

esta

rrec

ido

s o

s

dem

ais

min

istr

os.

Ele

o d

isp

on

ibil

izo

u, n

a ín

tegr

a, o

vo

to. S

e a

lgu

ém o

tiv

er,

gost

ari

a d

e te

r a

cess

o e

sa

lva

r.

Ele

com

eço

u d

izen

do

qu

e “a

vid

a n

ão

é c

on

ceit

o a

rtif

icia

l cr

iad

o p

ela

ciê

nci

a

jurí

dic

a p

ara

efe

ito

s p

ráti

cos”

, já

qu

e “a

vid

a e

a m

ort

e sã

o f

enô

men

os

pré

-

jurí

dic

os

do

s q

ua

is o

dir

eito

se

ap

rop

ria

pa

ra d

eter

min

ad

os

fin

s”. E

fri

sou

:

“To

do

s o

s fe

tos

an

encé

falo

s, a

o s

er q

ue

este

jam

mo

rto

s, t

êm v

ida

. Se

o f

eto

o t

ives

se v

ivo

, nã

o p

od

eria

mo

rrer

”. E

, afi

rmo

u a

ind

a q

ue

o h

avi

a

“ma

lab

ari

smo

her

men

êuti

co o

u g

iná

stic

a d

ialé

tica

” q

ue

o l

eva

sse

a a

ceit

ar

a

tese

de

qu

e a

“in

terr

up

ção

ter

ap

êuti

ca d

o p

art

o”

no

s ca

sos

de

feto

an

encé

falo

o s

eja

o m

esm

o c

rim

e d

e a

bo

rto

ta

l co

mo

tip

ific

ad

o n

o C

ód

igo

Pen

al.

Co

m r

ela

ção

ao

so

frim

ento

da

ges

tan

te p

ort

ad

ora

de

feto

an

encé

falo

, Pel

uso

sust

ento

u q

ue

“o s

ofr

imen

to n

ão

deg

rad

a a

co

nd

içã

o h

um

an

a, m

as

é in

eren

te

à c

on

diç

ão

hu

ma

na

”. A

seu

ver

, “o

so

frim

ento

” q

ue

a o

rdem

ju

ríd

ica

tem

o

dev

er d

e im

ped

ir “

é o

ato

an

tiju

ríd

ico

”. F

ina

lmen

te, e

le c

ha

mo

u a

ate

nçã

o

pa

ra o

per

igo

da

pro

life

raçã

o d

e a

bo

rto

s p

erm

itid

os

a p

art

ir d

e d

iagn

óst

ico

s

fals

os

ou

im

pre

ciso

s d

e a

nen

cefa

lia

, def

iciê

nci

a q

ue

— a

pes

ar

de

tod

o o

pro

gres

so d

a c

iên

cia

méd

ica

— a

ind

a é

ob

jeto

de

con

tro

vérs

ias.

Ou

sej

a, e

le f

oi

a ú

nic

a l

uz,

na

co

rte

sup

rem

a d

e n

oss

o p

aís

, o q

ue

me

aca

len

tou

. No

en

tan

to, v

ence

u o

co

ntr

ári

o d

o q

ue

estu

da

mo

s n

a p

rim

eira

au

la, o

qu

e é

tris

te, e

pre

diz

um

tem

po

ain

da

ma

is d

ifíc

il d

epo

is d

este

pre

ced

ente

.

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

Co

ncl

usã

o

Page 118: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

117

ANEXO L – Debate Final - pergunta 2

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

Fin

al -

pe

rgu

nta

2d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

11

0A

1

Os

pri

ncí

pio

s tê

m c

om

o b

ase

no

rtea

r e

faci

lita

r o

tra

ba

lho

de

con

du

ção

de

um

a d

ecis

ão

. O p

rim

eiro

, do

Ben

efic

io, e

vita

o m

al

e p

rocu

ra f

aze

r o

bem

.

Mu

ito

a v

er c

om

açã

o a

ssis

ten

cia

l. A

o d

e B

enef

icio

, se

som

a, e

m s

egu

nd

a

inst

ân

cia

, o d

e A

uto

no

mia

, qu

e é

o e

sfo

rço

qu

e te

mo

s d

e re

spei

tar

a

cap

aci

da

de

de

au

tod

eter

min

açã

o d

as

pes

soa

s, p

od

end

o v

ari

ar

dep

end

end

o

da

sit

ua

ção

qu

e es

ta s

e en

con

tra

. Res

pei

tam

os

o t

erce

iro

pri

nci

pio

qu

e é

o d

a

Just

iça

, sem

pre

qu

e es

tive

rmo

s co

nsi

der

an

do

os

inte

ress

es e

ben

efíc

ios

de

tod

os

os

envo

lvid

os

no

pro

cess

o. A

ca

da

pes

soa

sej

a d

ad

a o

qu

e lh

e é

de

dir

eito

.

Cri

téri

os

ou

téc

nic

as

PK

-EC

PK

K

29

A2

Enco

ntr

am

os

a h

iera

rqu

iza

ção

do

s p

rin

cíp

ios

pri

nci

pia

list

a, d

e B

eau

cha

mp

e

Ch

ild

ress

, no

exe

mp

lo p

ráti

co a

pre

sen

tad

o n

a s

egu

nd

a a

ula

. Em

pri

mei

ro v

em

o d

o B

enef

ício

, po

is a

mb

os,

o p

rofi

ssio

na

l e

o p

aci

ente

, des

eja

m o

bem

reso

lven

do

a e

nfe

rmid

ad

e co

m o

men

or

efei

to c

ola

tera

l p

oss

ível

. O d

a

Au

ton

om

ia v

em e

m s

egu

nd

o l

uga

r, p

ois

, am

bo

s d

ever

ão

dec

idir

qu

al

será

a

mel

ho

r o

pçã

o p

ara

res

olv

er o

pro

ble

ma

. E o

da

Ju

stiç

a s

eria

o p

róxi

mo

, po

is

sen

do

co

rret

am

ente

ap

lica

do

s o

s d

ois

pri

mei

ros,

a d

ecis

ão

to

ma

da

dev

e

resp

eita

r, c

om

im

pa

rcia

lid

ad

e, o

dir

eito

de

cad

a u

m.

Prin

cíp

ios

CK-T

M/G

PR/C

CCK

K

35

A3

Os

pri

ncí

pio

s d

o m

od

elo

Pri

nci

pia

list

as

são

: 1º

- B

enef

ício

: em

qu

e se

evi

ta

faze

r o

ma

l e

se p

rocu

ra f

aze

r o

bem

(ex

emp

lo: m

edic

am

ento

s); 2

º -

Au

ton

om

ia: e

m s

e d

eve

resp

eita

r a

s vo

nta

des

alh

eia

s d

e a

cord

o c

om

o

dis

cern

imen

to d

o o

utr

o (

exem

plo

: cri

an

ças)

; 3º

- Ju

stiç

a: e

m q

ue

se r

esp

eita

o

dir

eito

de

cad

a p

esso

a e

nvo

lvid

a.

Pri

ncí

pio

sC

K-T

M/G

PR

/CC

CK

K

42

A4

Os

pri

ncí

pio

s d

a b

ioét

ica

de

mo

del

o P

rin

cip

iali

sta

, Ben

efíc

io, A

uto

no

mia

e

Just

iça

, co

mo

o p

rof.

Da

lto

n c

ito

u, s

ão

no

ssa

s fe

rra

men

tas

de

tra

ba

lho

, po

is

dev

em p

au

tar

as

ati

tud

es d

os

pro

fiss

ion

ais

.

De

fin

içõ

es

FK-D

TFK

K

52

A4

É im

po

rta

nte

bu

sca

rmo

s p

rati

cá-l

as

dia

a d

ia, e

m r

esp

eito

ao

ser

hu

ma

no

qu

e

é n

oss

o p

aci

ente

ou

cli

ente

, evi

tan

do

o m

al

e b

usc

an

do

o b

em, q

ua

lqu

er q

ue

seja

o c

on

text

o.

Prin

cíp

ios

CK-T

M/G

PR/C

CCK

K

62

A4

A A

uto

no

mia

ta

mb

ém d

eve

ser

sem

pre

res

pei

tad

a, m

as

um

beb

ê o

u u

ma

cria

nça

peq

uen

a n

ão

po

der

á d

ecid

ir s

ob

re s

eu t

rata

men

to m

édic

o, e

ntã

o c

ab

e

ao

pro

fiss

ion

al

ad

ota

r a

s m

edid

as

ma

is a

deq

ua

da

s p

ara

ca

da

ca

so.

Prin

cíp

ios

CK-T

M/G

PR/C

CCK

K

72

A4

Pen

so q

ue

o S

US

e s

eu

s p

rin

cíp

ios

de

Un

ive

rsa

lid

ad

e, I

nte

gra

lid

ad

e e

Equ

ida

de

fu

nci

on

am

mu

ito

be

m n

o p

ap

el,

en

tre

tan

to, n

a p

ráti

ca a

ind

a p

reci

sa

ap

ara

r m

uit

as

are

sta

s p

ara

se

alc

an

çar

ao

pri

ncí

pio

da

just

iça

, ga

ran

tin

do

o

dir

eit

o à

sa

úd

e d

e q

ua

lqu

er

cid

ad

ão

.

Cria

nd

o, c

on

stru

ind

o o

u

com

bin

an

do

CS-C

-RCD

CS-C

CS

Page 119: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

118

ANEXO L – Debate Final - pergunta 2

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

Fin

al -

pe

rgu

nta

2d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

81

4A

5

Os

pri

ncí

pio

s d

a b

ioét

ica

de

mo

del

o P

rin

cip

iali

sta

, sã

o h

iera

rqu

ica

men

te

div

idid

os

em 1

º B

enef

ício

, 2º

Au

ton

om

ia e

Just

iça

, co

mo

bem

des

taca

ram

os

cole

gas

Ca

tego

ria

sC

K-T

M/G

PR

/CC

CK

K

91

4A

5

Go

sta

ria

de

com

enta

r a

dif

icu

lda

de

qu

e se

tem

em

res

pei

tar

a a

uto

no

mia

,

qu

an

do

se

tem

op

iniã

o c

on

trá

ria

. Po

r is

so, a

chei

, mu

ito

in

tere

ssa

nte

as

colo

caçõ

es, á

ép

oca

, da

nec

essi

da

de

de

se e

xpo

r to

da

s a

s fa

ceta

s a

o p

aci

ente

,

tod

as

as

saíd

as.

Exe

mp

lo c

on

trá

rio

dis

so, é

a f

alt

a d

e d

ivu

lga

ção

e d

e

pro

fiss

ion

ais

pre

pa

rad

os

pa

ra a

com

pa

nh

are

m u

ma

cid

ad

ã q

ue

op

te p

elo

mét

od

o n

atu

ral

Bil

lin

gs. T

enh

o a

mig

os

enfe

rmei

ros

qu

e er

am

"tr

ein

ad

os"

a

con

ven

cere

m a

pa

cien

te d

e u

tili

zar

ou

a p

ílu

la o

u a

ca

mis

inh

a e

m p

ost

os

de

saú

de

do

SU

S si

tua

do

s em

zo

na

s ti

da

s co

mo

po

bre

s. G

ran

de

def

esa

da

inju

stiç

a, e

m s

e tr

ata

nd

o d

o q

ue

foi

exp

ost

o q

ua

nto

ao

dir

eito

de

ace

sso

ao

cid

ad

ão

.

Des

ign

ing/

Dev

elo

pin

g -

Pro

jeta

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

Co

ncl

usã

o

Page 120: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

119

ANEXO M – Debate Final - pergunta 3

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

Fin

al -

pe

rgu

nta

3d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

11

0A

1D

ian

te d

as

rep

ort

age

ns,

per

ceb

emo

s q

ue

um

a c

on

du

ção

à e

uge

nia

do

s

emb

riõ

es, p

aga

nd

o u

m p

reço

mu

ito

alt

o n

essa

s m

an

ipu

laçõ

es.

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

21

0A

1V

isa

o f

im, o

s m

eio

s vã

o j

ust

ific

an

do

to

da

fo

rma

de

atr

oci

da

de

dia

nte

da

vid

a.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

31

0A

1A

efe

tivi

da

de

des

sas

técn

ica

s é

de

po

uco

su

cess

o e

iss

o n

ão

é r

epa

ssa

do

ao

s

pa

is.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

41

0A

1Q

ua

nto

s em

bri

ões

o n

eces

sári

os

pa

ra q

ue

um

a v

ida

sej

a s

alv

a?

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

51

0A

1Q

ua

l o

cu

sto

e b

enef

ício

des

sas

técn

ica

s?

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

61

0A

1Li

da

m c

om

vid

a h

um

an

a e

o c

om

ob

jeto

s d

esca

rtá

veis

. In

tegr

an

do

teo

ria

s,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

71

0A

1C

on

sid

ero

éti

co s

om

ente

no

ca

so d

e cé

lula

s tr

on

co a

du

lta

pa

ra s

ub

stit

uiç

ão

de

órg

ão

em

fa

lên

cia

.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

81

0A

1Q

ua

nto

a m

an

ipu

lar

emb

riõ

es, j

am

ais

dev

eria

ser

per

mit

ido

, po

is v

iola

o

dir

eito

fu

nd

am

enta

l à

vid

a.

Solv

ing

- R

eso

lven

do

pro

ble

ma

s o

u

suge

rin

do

so

luçõ

es

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

99

A2

Co

m r

ela

ção

à r

epo

rta

gem

, per

ceb

emo

s q

ue

o U

tili

tari

smo

pre

vale

ceu

em

det

rim

ento

da

dig

nid

ad

e h

um

an

a.

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

10

9A

2M

ais

um

a v

ez o

s fi

ns

just

ific

ara

m o

s m

eio

s.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

11

9A

2

Ma

is u

ma

vez

os

fin

s ju

stif

ica

ram

os

mei

os.

Ta

nto

no

ob

jeti

vo c

om

o n

a f

orm

a

em q

ue

foi

gera

da

, des

cart

an

do

rio

s em

bri

ões

exc

eden

tes

(vid

as

em

po

ten

cia

l).

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

12

9A

2C

on

form

e o

s ci

enti

sta

s en

volv

ido

s n

o p

roce

sso

, a e

uge

nia

fo

i “j

ust

ific

ad

a”,

po

is a

vid

a g

era

da

ter

ia u

ma

nic

a?)

fin

ali

da

de.

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

13

5A

3

De

fato

, as

rep

ort

age

ns

tra

zem

um

ca

so c

ríti

co, p

orq

ue,

ao

meu

ver

, co

loca

m

du

as

qu

estõ

es e

m j

ogo

: a p

rim

eira

(co

mo

fo

i co

men

tad

a)

é a

de

qu

e,

rea

lmen

te, o

s fi

ns

just

ific

am

os

mei

os;

e a

seg

un

da

é o

am

or

qu

e u

m f

ilh

o

po

de

des

per

tar

em u

m c

asa

l.

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

Page 121: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

120

ANEXO M – Debate Final - pergunta 3

idei

aa

lun

op

ost

age

mD

eb

ate

Fin

al -

pe

rgu

nta

3d

escr

içã

osu

b-c

ate

gori

aca

tego

ria

com

pet

ênci

a

14

5A

3

De

fato

, as

rep

ort

ag

ens

tra

zem

um

ca

so c

ríti

co, p

orq

ue,

ao

meu

ver

, co

loca

m

du

as

qu

estõ

es e

m jo

go

: a p

rim

eira

(co

mo

já f

oi c

om

enta

da

) é

a d

e q

ue,

rea

lmen

te, o

s fi

ns

just

ific

am

os

mei

os;

e a

seg

un

da

é o

am

or

qu

e u

m f

ilho

po

de

des

per

tar

em u

m c

asa

l. É

cla

ro q

ue

são

du

as

visã

o c

on

flit

an

tes,

ma

s eu

ach

o

qu

e a

mb

as

dev

em s

er r

esp

eita

da

s, a

fin

al,

é d

ifíc

il i

ma

gin

ar

os

sen

tim

ento

s d

o

casa

l q

ue

pa

rece

u e

sta

r d

isp

ost

o a

tu

do

pa

ra s

alv

ar

a f

ilh

a q

ue

já p

oss

uía

m.

Suge

rin

do

ou

forn

ecen

do

so

luçõ

esC

S-EC

IC-P

SPR

CS-

ECIC

CS

15

5A

3

Talv

ez e

les

nem

ten

ha

m c

on

sciê

nci

a d

e q

ue

pa

ra s

alv

are

m a

pri

mei

ra f

ilh

a e

gera

rem

a s

egu

nd

a f

ilh

a (

salv

ad

ora

) d

iver

sos

ou

tro

s fi

lho

s fo

ram

cri

ad

os

e

mo

rto

s, n

a v

erd

ad

e, c

om

o a

pró

pri

a r

epo

rta

gem

esc

reve

DES

CA

RTA

DO

S (c

om

o

ob

jeto

s in

an

ima

do

s).

Pro

vid

ing

- Fo

rnec

end

o

ou

des

crev

end

o

op

iniõ

es o

u

per

spec

tiva

s

CS-

ECIC

-PSP

RC

S-EC

ICC

S

16

2A

4

Sob

re o

sel

ecio

na

men

to g

enét

ico

, va

i d

e en

con

tro

a t

od

os

os

pri

ncí

pio

s d

a

Bio

étic

a P

erso

na

list

a. 1

º P

rin

cíp

io d

e d

efes

a à

vid

a: a

ind

a q

ue

os

pa

is

qu

eira

m l

uta

r p

ela

vid

a d

a f

ilh

a m

ais

vel

ha

, ou

tro

s fi

lho

s (e

mb

riõ

es)

fora

m

sacr

ific

ad

os

pa

ra s

e a

lca

nça

r es

sa c

ha

nce

; 2º

Pri

ncí

pio

da

lib

erd

ad

e e

resp

on

sab

ilid

ad

e: o

ato

do

s p

ais

e d

o m

édic

o a

bre

pre

ced

ente

s p

ara

qu

e

no

vas

técn

ica

s d

e m

an

ipu

laçã

o d

e em

bri

ões

sej

am

rea

liza

da

s, a

pes

ar

de

qu

e

os

pa

is n

ão

ten

ha

m t

ota

l es

cla

reci

men

to s

ob

re a

s co

nse

qu

ênci

as

des

se a

to;

Pri

ncí

pio

ter

ap

êuti

co: p

or

um

la

do

, est

ão

bu

sca

nd

o s

olu

ção

pa

ra a

do

ença

da

fil

ha

ma

is v

elh

a, m

as

po

r o

utr

o, a

ret

ira

da

de

um

a c

élu

la d

o e

mb

riã

o

sau

vel

po

der

á l

he

faze

r fa

lta

. (...

) P

or

fim

, pen

so q

ue

esse

"p

roce

dim

ento

"

trá

s à

to

na

o p

rin

cíp

io d

a S

oci

ab

ilid

ad

e e

Sub

sid

iari

eda

de,

dev

end

o a

bri

r

esp

aço

pa

ra a

dis

cuss

ão

a r

esp

eito

da

fer

tili

zaçã

o i

n v

itro

(FI

V)

e

ma

nip

ula

ção

de

emb

riõ

es p

ra f

ins

tera

pêu

tico

s. N

este

pro

cess

o, e

stã

o

envo

lvid

os

Co

nse

lho

s, g

ove

rna

nte

s e

soci

eda

de,

e c

om

o s

ab

emo

s a

té h

oje

o

se t

em u

ma

leg

isla

ção

bra

sile

ira

so

bre

o t

ema

, ap

ena

s re

solu

ções

do

CFM

.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

17

2A

4O

qu

e se

rá q

ue

aco

nte

cerá

co

m e

ssa

seg

un

da

fil

ha

, co

nsi

der

an

do

su

as

dim

ensõ

es f

ísic

a, p

síq

uic

a e

esp

irit

ua

l?

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

18

14

A5

É in

crív

el c

om

o p

ass

a s

er d

ifíc

il d

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so

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art

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tra

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ort

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cia

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est

á e

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men

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o q

ue

cheg

uei

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ran

scre

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na

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po

sta

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mei

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: o s

er h

um

an

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ren

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a l

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r co

m o

so

frim

ento

e é

cres

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te a

id

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de

qu

e o

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ns

just

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am

os

mei

os.

Po

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e, h

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ma

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ort

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ente

.

Cri

an

do

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nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

19

Co

ncl

usã

o

Page 122: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

121

ANEXO N – Debate 2

Debate 2

Tomando-se como referência o conjunto dos princípios... por Mônica Pereira da Silva Tomando-se como referência o conjunto dos princípios principialistas e personalistas, como determinar o que é bem ou mal, sendo esses conceitos, para muitos, tão amplos e subjetivos (visto que, como ser único, cada um tem seu próprio parâmetro de bem ou mal)?

Questão formulada a partir da pergunta apresentada pela 11A.

por aluna argentina - sexta-feira, 9 novembro 2012, 23:18 Hay principios objetivos, que no dependen del modo particular de ver las cosas, eso sería caer en el relativismo, donde cada uno tiene su verdad. A mi modo de ver, la bioética principalista y personalista nos propone una nueva mirada sobre lo que es el bien ó el mal, independientemente de nuestras miradas parciales, yendo de las posturas que toman sólo un aspecto ó principio como si fuera el todo, hacia una mirada de la realidad en la totalidad de los factores que la constituyen (tomando los conceptos de Mseñor Luigi Giussani) Si nos educamos en comprender la realidad a partir del reconocimiento de todos los principios que nos permiten entenderla y no sólo de alguno/s de ellos, nos acercaremos más hacia el modo unitario en nuestras respuestas.

por 9A - sábado, 10 novembro 2012, 09:17 Para entender o que é o Bem, recorro aos três princípios básicos que definem a moral. O primeiro princípio é da auto-obrigação, ou seja, vale por si mesmo independentemente do exterior. Em segundo lugar, da Universalidade, onde ele é válido para todos, sem exceção. E o terceiro, daIncondicionalidade, onde é praticado sem outras intenções ou sujeito a prêmios ou penalizações. Ou seja, na minha visão, para que um ato seja considerado um ato do bem, deve seguir estes três princípios. Por outro lado, o mal é quando deixamos de praticar um desses princípios ou quando o praticamos parcialmente. Com isso, podemos dizer que os princípios da Bioética Personalista e da Principialista estão voltados para o bem.

por 10A - sábado, 10 novembro 2012, 09:26 Apesar de o homem estar diante do aparecimento de vários problemas para a pessoa como ser individual, para a sociedade e para a humanidade, ele procura atrair para si uma responsabilidade moral para tentar ajudar a humanidade a caminhar para o bem. Somente usando os princípios da Bioética Personalista e da Principialista, como norteadores e condutores de suas decisões que pode chegar a um bem comum. A partir do momento que deixamos de lado esses indicadores, entraremos em contato com o mal.

Page 123: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

122

ANEXO N – Debate 2

por 3A - sábado, 10 novembro 2012, 10:56 No meu entendimento a bioética principialista e personalista precisa ser entendida com um novo olhar, muitas vezes rompendo paradigmas. Os princípios bioéticos devem ser norteadores nas decisões, mas é claro que a decisão é subjetiva. Penso também que discutir o que bem e mal leva uma outra questão: a responsabilidade...

por 2T - segunda-feira, 12 novembro 2012, 14:01 Sem dúvida, essa é uma questão difícil de responder. Penso que, pelo menos na saúde, como profissional de saúde, um bom critério para ajudar a decidir, seria o "por-me no lugar do outro". Como eu desejaria que agissem comigo na situação em questão? Professor Dalton sempre cita o seguinte exemplo: "como eu agiria se o paciente em minha frente fosse o meu pai, a minha mãe, ou alguém que amo pessoalmente"? Julgo que esse poderia ser um bom critério prático. Não faria a nenhum 'estranho', o que não faria a ninguém que significasse muito pra mim. Penso que este critério pode ser aplicado em qualquer situação em que o 'outro' está em questão. Re: Tomando-se como referência o conjunto dos princípios...

por 14A - segunda-feira, 12 novembro 2012, 22:51 Considerando estes princípios, acredito que para a determinação do bem e do mal, o locutor sempre precisará se despojar do preconceito. É preciso aprender ouvir, expor, respeitar. E isto não significa ser omisso ou parcial, mas apenas integrar-se e participar da realidade do outro.

por Mônica Pereira da Silva - terça-feira, 13 novembro 2012, 12:00 Aluna argentina, também acredito nesse método de avaliação das circunstâncias: olhar a realidade na sua totalidade de fatores. Mas, será mesmo que são os princípios que permitem um olhar menos parcial? Entendo que os principios, sejam da Bioética Principialista como Personalista, são apenas ferramentas de apoio para a avaliação, e que estas ferramentas podem ser usadas de diversas formas. Alguém que adote uma postura que leva em conta apenas um aspecto da realidade - por exemplo, aderindo a uma ideologia hedonista - irá dispor desses principios para defender o seu modo de julgar a realidade - seria um benefício tudo o que pudesse causar um prazer, seria autonomia o direito de gozar desse prazer desejado, etc. O que acham?

Page 124: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

123

ANEXO N – Debate 2

por Mônica Pereira da Silva - terça-feira, 13 novembro 2012, 12:56 Aluna argentina, también creo en ese método de evaluación de las circunstancias: mirar la realidad en su totalidad de factores. Sin embargo, ¿será que son de hecho los principios que permiten una mirada menos parcial a la realidad? Entiendo que los principios, sean los de la Bioética Principialista o de la Personalista, son solamente herramientas de apoyo para la evaluación, y que estas herramientas pueden ser usadas de diversas formas. El que tome una postura que toma sólo un aspecto de la realidad como si fuera el todo - por ejemplo, adhiriendo a una ideología hedonista - irá disponer de eses principios para defender su modo de juzgar la realidad – para él sería un beneficio todo lo que pudiera causar un placer, seria autonomía el derecho de gozar del placer deseado por él, etc. ¿Qué les parece?

por 2A - domingo, 9 dezembro 2012, 22:31

Os princípios personalistas (defesa da vida física, liberdade e responsabilidade, princípio terapêutico,

sociabilidade e subsidiariedade) são norteadores para o agir profissional, especialmente no âmbito da saúde e

bem-estar das pessoas e devem ser abordados nos cursos de graduação, pois faz parte da formação construir

uma abordagem profissional centrada no paciente. Mas sabemos que esse processo não acontece apenas em

sala de aula, apesar de o professor ser um referencial importante para se desenvolver essa capacidade. Parte

desse processo é construído em nossas relações sociais e afetivas, e, muitas vezes, ética (ou a falta dela) é

uma "herança familiar". Portanto, concordo que determinar o que é bem ou mal para o outro prescinde de uma

refleção ética, não hedonista e não individualista, mas sim centrada na pessoa humana.

Acredito que o modelo principialista, em concordância, amplia esse raciocínio para todas as áreas de

conhecimento humano.

Page 125: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

124

ANEXO O – Aluno 2A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

2A

de

scri

ção

sub

-ca

tego

ria

cate

gori

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mp

etê

nci

a

12A

11

2

(4A

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com

prov

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ado

com

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Con

cord

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om

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A,

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s

cie

ntí

fica

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Re

feri

nd

o-s

e a

CS-S

DS-

RD

CS-C

CS

22A

11

2

A m

aio

r p

art

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a p

op

ula

ção

o t

em

se

nso

crí

tico

so

bre

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resu

lta

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ert

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pe

squ

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ue

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req

ue

nte

me

nte

exp

ost

as

no

s m

eio

s d

e c

om

un

ica

ção

.

Forn

ece

nd

o

info

rma

çõe

s o

u

resp

on

de

nd

o p

erg

un

tas

CS-E

CIC-

PSPR

CS-E

CIC

CS

32A

11

2

A m

aior

par

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pula

ção

não

tem

sen

so c

ríti

co s

obre

os

resu

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os

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erta

s pe

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sas

que

são

freq

uent

emen

te e

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tas

nos

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e

com

unic

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tid

o o

qu

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oi

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nti

fica

me

nte

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torn

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Re

ach

ing

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nça

nd

o

ou

fo

rma

nd

oCS

-AC

-CD

I/CB

/A E

RCS

-AC

CS

42A

28

Os

pri

ncí

pio

s p

ers

on

ali

sta

s (d

efe

sa d

a v

ida

fís

ica

, lib

erd

ad

e e

resp

on

sab

ilid

ad

e, p

rin

cíp

io t

era

uti

co, s

oci

ab

ilid

ad

e e

sub

sid

iari

ed

ad

e)

são

no

rte

ad

ore

s p

ara

o a

gir

pro

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ion

al,

esp

eci

alm

en

te n

o â

mb

ito

da

sa

úd

e e

be

m-e

sta

r d

as

pe

sso

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e

de

vem

se

r a

bo

rda

do

s n

os

curs

os

de

gra

du

açã

o, p

ois

fa

z p

art

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a

form

açã

o c

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stru

ir u

ma

ab

ord

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m p

rofi

ssio

na

l ce

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ad

a n

o

pa

cie

nte

.

Com

un

ica

nd

o.

CS-S

DS-

DCS

CS-S

DS

CS

52A

28

Os

prin

cípi

os p

erso

nalis

tas

(def

esa

da v

ida

físi

ca, l

iber

dade

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resp

onsa

bilid

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pri

ncíp

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erap

êuti

co, s

ocia

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ade

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subs

idia

ried

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são

nor

tead

ores

par

a o

agir

pro

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iona

l,

espe

cial

men

te n

o âm

bito

da

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bem

-est

ar d

as p

esso

as e

dev

em

ser

abor

dado

s no

s cu

rsos

de

grad

uaçã

o, p

ois

faz

part

e da

for

maç

ão

cons

trui

r um

a ab

orda

gem

pro

fiss

iona

l cen

trad

a no

pac

ient

e. M

as

sab

em

os

qu

e e

sse

pro

cess

o n

ão

aco

nte

ce a

pe

na

s e

m s

ala

de

au

la, a

pe

sar

de

o p

rofe

sso

r se

r u

m r

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ren

cia

l im

po

rta

nte

pa

ra

se d

ese

nvo

lve

r e

ssa

ca

pa

cid

ad

e.

Ra

isin

gCS

-C-R

CDCS

-CCS

62A

28

Part

e d

ess

e p

roce

sso

é c

on

stru

ído

em

no

ssa

s re

laçõ

es

soci

ais

e

afe

tiva

s, e

, mu

ita

s ve

zes,

éti

ca (

ou

a f

alt

a d

ela

) é

um

a "

he

ran

ça

fam

ilia

r".

Ra

isin

gCS

-C-R

CDCS

-CCS

72A

28

Port

an

to, c

on

cord

o q

ue

de

term

ina

r o

qu

e é

be

m o

u m

al

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tro

pre

scin

de

de

um

a r

efl

eçã

o é

tica

, nã

o h

ed

on

ista

e n

ão

ind

ivid

ua

list

a, m

as

sim

ce

ntr

ad

a n

a p

ess

oa

hu

ma

na

.

Re

feri

nd

o-s

e a

CS-S

DS-

RD

CS-C

CS

82A

28

Acr

ed

ito

qu

e o

mo

de

lo p

rin

cip

iali

sta

, em

co

nco

rdâ

nci

a, a

mp

lia

ess

e r

aci

ocí

nio

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ra t

od

as

as

áre

as

de

co

nh

eci

me

nto

hu

ma

no

.R

ea

chin

gCS

-AC

-CD

I/CB

/A E

RCS

-AC

CS

Page 126: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

125

ANEXO O – Aluno 2A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

2A

de

scri

ção

sub

-ca

tego

ria

cate

gori

aco

mp

etê

nci

a

92

A3

13

De

fa

to, é

um

te

ma

co

mp

lexo

e p

olê

mic

o. D

ad

o q

ue

a v

ida

in

icia

-

se n

o m

om

en

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a f

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o, a

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pçã

o e

m q

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lqu

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pe

río

do

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lo

ngo

do

te

mp

o, s

eja

no

pe

río

do

pré

-na

tal,

s-n

ata

l

ou

ta

rdia

me

nte

po

de

se

r co

nsi

de

rad

a a

ssa

ssin

ato

.

Re

ach

ing

CS-

AC

-CD

I/C

B/A

E R

CS-

AC

CS

10

2A

31

3

Da

do

qu

e a

vid

a in

icia

-se

no

mo

men

to d

a f

ecu

nd

açã

o, a

su

a

inte

rru

pçã

o e

m q

ua

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er p

erío

do

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lon

go

do

tem

po

, sej

a n

o p

erío

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pré

-na

tal,

s-n

ata

l ou

tar

dia

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te p

od

e se

r co

nsi

der

ad

a a

ssa

ssin

ato

.

Ma

s a

s p

ess

oa

s n

ão

o c

on

scie

nte

s o

su

fici

en

te p

ara

en

ten

de

r

isso

, qu

ais

qu

er

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e s

eja

m s

ua

s ra

zõe

s.

Co

mp

ara

nd

o,

con

tra

sta

nd

o o

u

dis

tin

guin

do

CS-

AC

-CD

I/C

B/A

E R

CS-

AC

CS

11

2A

31

3N

o B

rasi

l, o

me

ro d

e a

bo

rto

s re

ali

zad

os

cla

nd

est

ina

me

nte

é

ass

ust

ad

ora

me

nte

alt

o.

Co

mu

nic

an

do

.C

S-SD

S-D

CS

CS-

SDS

CS

12

2A

31

3

Ma

s a

s p

esso

as

o s

ão

co

nsc

ien

tes

o s

ufi

cien

te p

ara

en

ten

der

isso

,

qu

ais

qu

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seja

m s

ua

s ra

zões

. (..

.) E

ssa

s m

ulh

ere

s ce

rta

me

nte

o a

cre

dit

am

qu

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stã

o "

ma

tan

do

" u

ma

pe

sso

a.

Pro

vid

ing

- Fo

rne

cen

do

ou

de

scre

ven

do

op

iniõ

es

CS-

ECIC

-PSP

RC

S-EC

ICC

S

13

2A

31

3

Essa

s m

ulh

eres

ce

rtam

ente

o a

cred

itam

qu

e es

tão

"m

ata

nd

o"

um

a

pes

soa

. P

or

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tro

la

do

, de

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le

var

con

sigo

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a l

em

bra

nça

trá

gica

, me

smo

qu

e i

nco

nsc

ien

tem

en

te.

Eva

lua

tin

g -

Ava

lia

nd

oC

S-A

C-C

DI/

CB

/A E

RC

S-A

CC

S

14

2A

31

3

O f

ato

é q

ue

o e

mb

riã

o já

é u

m s

er

da

esp

éci

e h

um

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a c

om

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cód

igo

ge

tico

qu

e l

he

pe

rmit

e f

orm

ar

um

co

rpo

fís

ico

até

o

fin

al

da

10

ª se

ma

na

de

ge

sta

ção

(a

pa

rtir

de

en

tão

se

us

órg

ão

s

já f

orm

ad

os,

ap

en

as

cre

sce

rão

).

Ou

tro

s d

eta

lhe

s

sico

sK

F-O

NF

KK

15

2A

31

3

O f

ato

é q

ue

o e

mb

riã

o já

é u

m s

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spéc

ie h

um

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a c

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um

dig

o

gen

étic

o q

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lhe

per

mit

e fo

rma

r u

m c

orp

o f

ísic

o a

té o

fin

al d

a 1

sem

an

a d

e g

esta

ção

(a

pa

rtir

de

entã

o s

eus

órg

ão

s já

fo

rma

do

s,

ap

ena

s cr

esce

rão

). E

, po

rta

nto

, in

terr

om

pe

r e

ssa

ge

sta

ção

é u

m

ato

qu

e v

ai

con

tra

o p

rín

cip

io d

e d

efe

sa à

vid

a.

Re

ach

ing

CS-

AC

-CD

I/C

B/A

E R

CS-

AC

CS

16

2A

41

4

Ce

rta

ve

z, n

um

a a

ula

prá

tica

so

bre

an

am

ne

se, o

bse

rve

i u

m

cole

ga r

ea

liza

nd

o a

s p

erg

un

tas

de

co

sta

s p

ara

o p

aci

en

te,

ma

sca

nd

o u

m c

hic

lete

e r

ep

eti

nd

o p

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un

tas

qu

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u já

ha

via

feit

o. O

pa

cie

nte

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um

ato

r, p

ois

est

am

os

no

sem

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re d

o

curs

o, a

ind

a a

ssim

, me

pre

ocu

po

co

m a

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stu

ra d

o m

eu

co

lega

e

esp

ero

qu

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le a

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nd

a a

se

co

mu

nic

ar

com

os

pa

cie

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s.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

com

bin

an

do

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

17

2A

41

4

Um

a o

utr

a e

xpe

riê

nci

a, e

m q

ue

a d

ign

ida

de

da

pe

sso

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resp

eit

ad

a, o

corr

eu

co

mig

o, d

ura

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o p

art

o d

o m

eu

fil

ho

em

qu

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ob

ste

tra

fo

i e

xtre

ma

me

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cu

ida

do

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e o

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nta

nd

o o

qu

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sta

va a

con

tece

nd

o e

o q

ue

eu

de

veri

a f

aze

r p

ara

co

nd

uzi

r

o p

art

o n

orm

al.

Ap

ós

o n

asc

ime

nto

, me

u f

ilh

o f

oi

leva

nd

o à

ou

tra

sa

la e

na

qu

ele

mo

me

nto

, eu

est

ava

me

se

nti

nd

o s

ozi

nh

a

po

rqu

e já

o e

sta

va c

om

o f

eto

qu

e g

ere

i d

ura

nte

no

ve m

ese

s.

Entã

o e

la m

e a

bra

çou

e m

e d

ese

jou

fe

lici

da

de

s. M

e s

en

ti m

uit

o

aco

lhid

a e

re

spe

ita

da

nu

m m

om

en

to t

ão

frá

gil.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

com

bin

an

do

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

Page 127: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

126

ANEXO O – Aluno 2A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

2A

de

scri

ção

sub

-ca

tego

ria

cate

gori

aco

mp

etê

nci

a

182A

42

4

Os

pri

ncí

pio

s d

a b

ioé

tica

de

mo

de

lo P

rin

cip

iali

sta

, Be

ne

fíci

o,

Au

ton

om

ia e

Ju

stiç

a, c

om

o o

pro

f. D

alt

on

cit

ou

, sã

o n

oss

as

ferr

am

en

tas

de

tra

ba

lho

, po

is d

eve

m p

au

tar

as

ati

tud

es

do

s

pro

fiss

ion

ais

.

De

fin

içõ

es

FK-D

TFK

K

192A

42

4

É im

po

rta

nte

bu

sca

rmo

s p

rati

cá-l

as

dia

a d

ia, e

m r

esp

eit

o a

o

ser

hu

ma

no

qu

e é

no

sso

pa

cie

nte

ou

cli

en

te, e

vita

nd

o o

ma

l e

bu

sca

nd

o o

be

m, q

ua

lqu

er

qu

e s

eja

o c

on

text

o.

Prin

cíp

ios

CK-T

M/G

PR/C

CCK

K

202A

42

4

A A

uto

no

mia

ta

mb

ém

de

ve s

er

sem

pre

re

spe

ita

da

, ma

s u

m b

eb

ê

ou

um

a c

ria

nça

pe

qu

en

a n

ão

po

de

rá d

eci

dir

so

bre

se

u

tra

tam

en

to m

éd

ico

, en

tão

ca

be

ao

pro

fiss

ion

al

ad

ota

r a

s

me

did

as

ma

is a

de

qu

ad

as

pa

ra c

ad

a c

aso

.

Prin

cíp

ios

CK-T

M/G

PR/C

CCK

K

212A

42

4

Pen

so q

ue

o S

US

e s

eu

s p

rin

cíp

ios

de

Un

ive

rsa

lid

ad

e,

Inte

gra

lid

ad

e e

Eq

uid

ad

e f

un

cio

na

m m

uit

o b

em

no

pa

pe

l,

en

tre

tan

to, n

a p

ráti

ca a

ind

a p

reci

sa a

pa

rar

mu

ita

s a

rest

as

pa

ra

se a

lca

nça

r a

o p

rin

cíp

io d

a ju

stiç

a, g

ara

nti

nd

o o

dir

eit

o à

sa

úd

e

de

qu

alq

ue

r ci

da

o.

Cria

nd

o, c

on

stru

ind

o o

u

com

bin

an

do

CS-C

-RCD

CS-C

CS

222A

43

5

Sob

re o

se

leci

on

am

en

to g

en

éti

co, v

ai

de

en

con

tro

a t

od

os

os

pri

ncí

pio

s d

a B

ioé

tica

Pe

rso

na

list

a. 1

º Pr

incí

pio

de

de

fesa

à

vid

a: a

ind

a q

ue

os

pa

is q

ue

ira

m l

uta

r p

ela

vid

a d

a f

ilh

a m

ais

velh

a, o

utr

os

filh

os

(em

bri

õe

s) f

ora

m s

acr

ific

ad

os

pa

ra s

e

alc

an

çar

ess

a c

ha

nce

; 2º

Prin

cíp

io d

a l

ibe

rda

de

e

resp

on

sab

ilid

ad

e: o

ato

do

s p

ais

e d

o m

éd

ico

ab

re p

rece

de

nte

s

pa

ra q

ue

no

vas

técn

ica

s d

e m

an

ipu

laçã

o d

e e

mb

riõ

es

seja

m

rea

liza

da

s, a

pe

sar

de

qu

e o

s p

ais

o t

en

ha

m t

ota

l

esc

lare

cim

en

to s

ob

re a

s co

nse

qu

ên

cia

s d

ess

e a

to; 3

º Pr

incí

pio

tera

uti

co: p

or

um

la

do

, est

ão

bu

sca

nd

o s

olu

ção

pa

ra a

do

en

ça d

a f

ilh

a m

ais

ve

lha

, ma

s p

or

ou

tro

, a r

eti

rad

a d

e u

ma

célu

la d

o e

mb

riã

o s

au

vel

po

de

rá l

he

fa

zer

falt

a. (

...)

Por

fim

, pe

nso

qu

e e

sse

"p

roce

dim

en

to"

trá

s à

to

na

o p

rin

cíp

io

da

So

cia

bil

ida

de

e S

ub

sid

iari

ed

ad

e, d

eve

nd

o a

bri

r e

spa

ço p

ara

a d

iscu

ssã

o a

re

spe

ito

da

fe

rtil

iza

ção

in

vit

ro (

FIV

) e

ma

nip

ula

ção

de

em

bri

õe

s p

ra f

ins

tera

uti

cos.

Ne

ste

pro

cess

o,

est

ão

en

volv

ido

s Co

nse

lho

s, g

ove

rna

nte

s e

so

cie

da

de

, e c

om

o

sab

em

os

até

ho

je n

ão

se

te

m u

ma

le

gisl

açã

o b

rasi

leir

a s

ob

re o

tem

a, a

pe

na

s re

solu

çõe

s d

o C

FM.

Cria

nd

o, c

on

stru

ind

o o

u

com

bin

an

do

CS-C

-RCD

CS-C

CS

232A

43

5O

qu

e se

rá q

ue

aco

nte

cerá

co

m e

ssa

seg

un

da

fil

ha

,

con

sid

era

nd

o s

ua

s d

imen

sões

fís

ica

, psí

qu

ica

e e

spir

itu

al?

Ra

isin

g -

Leva

nta

nd

o

no

vas

idéi

as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

Con

clu

são

Page 128: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

127

ANEXO P – Aluno 9A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

9A

de

scri

ção

sub

-ca

tego

ria

cate

gori

aco

mp

etê

nci

a

19A

11

3Em

res

um

o: a

Lib

erd

ad

e tr

az

em s

eu b

ojo

a R

esp

on

sab

ilid

ad

e.

Sum

ma

rizi

ng

-

Res

um

ind

oC

S-SD

S-D

CS

CS-

SDS

CS

29A

11

3N

ão

po

dem

os

ser

tota

lmen

te l

ivre

s se

o t

iver

mo

s

resp

on

sab

ilid

ad

e p

elo

s a

tos

qu

e p

rati

cam

os.

Ou

tro

s d

eta

lhes

sico

sFK

-ON

FKK

39A

22

Pa

ra e

nte

nd

er o

qu

e é

o B

em, r

eco

rro

ao

s tr

ês p

rin

cíp

ios

sico

s

qu

e d

efin

em a

mo

ral.

O p

rim

eiro

pri

ncí

pio

é d

a a

uto

-ob

riga

ção

,

ou

sej

a, v

ale

po

r si

mes

mo

in

dep

end

ente

men

te d

o e

xter

ior.

Em

segu

nd

o l

uga

r, d

a U

niv

ersa

lid

ad

e, o

nd

e el

e é

váli

do

pa

ra t

od

os,

sem

exc

eçã

o.

E o

ter

ceir

o, d

aIn

con

dic

ion

ali

da

de,

on

de

é

pra

tica

do

sem

ou

tra

s in

ten

ções

ou

su

jeit

o a

prê

mio

s o

u

pen

ali

zaçõ

es. O

u s

eja

, na

min

ha

vis

ão

, pa

ra q

ue

um

ato

sej

a

con

sid

era

do

um

ato

do

bem

, dev

e se

guir

est

es t

rês

pri

ncí

pio

s.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

49A

22

Pa

ra e

nte

nd

er o

qu

e é

o B

em, r

eco

rro

ao

s tr

ês p

rin

cíp

ios

sico

s

qu

e d

efin

em a

mo

ral.

O p

rim

eiro

pri

ncí

pio

é d

a a

uto

-ob

rig

açã

o,

ou

sej

a, v

ale

po

r si

mes

mo

ind

epen

den

tem

ente

do

ext

erio

r. E

m

seg

un

do

lug

ar,

da

 Un

iver

salid

ad

e, o

nd

e el

e é

válid

o p

ara

to

do

s,

sem

exc

eçã

o. 

E o

ter

ceir

o, d

aIn

con

dic

ion

alid

ad

e, o

nd

e é

pra

tica

do

sem

ou

tra

s in

ten

ções

ou

su

jeit

o a

prê

mio

s o

u p

ena

liza

ções

. Ou

seja

, na

min

ha

vis

ão

, pa

ra q

ue

um

ato

sej

a c

on

sid

era

do

um

ato

 do

bem

, dev

e se

gu

ir e

stes

trê

s p

rin

cíp

ios.

Po

r o

utr

o l

ad

o, o

ma

l é

qu

an

do

dei

xam

os

de

pra

tica

r u

m d

esse

s

pri

ncí

pio

s o

u q

ua

nd

o o

pra

tica

mo

s p

arc

ialm

ente

.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

59A

22

Pa

ra e

nte

nd

er o

qu

e é

o B

em, r

eco

rro

ao

s tr

ês p

rin

cíp

ios

sico

s

qu

e d

efin

em a

mo

ral.

O p

rim

eiro

pri

ncí

pio

é d

a a

uto

-ob

rig

açã

o,

ou

sej

a, v

ale

po

r si

mes

mo

ind

epen

den

tem

ente

do

ext

erio

r. E

m

seg

un

do

lug

ar,

da

 Un

iver

salid

ad

e, o

nd

e el

e é

válid

o p

ara

to

do

s,

sem

exc

eçã

o. 

E o

ter

ceir

o, d

aIn

con

dic

ion

alid

ad

e, o

nd

e é

pra

tica

do

sem

ou

tra

s in

ten

ções

ou

su

jeit

o a

prê

mio

s o

u p

ena

liza

ções

. Ou

seja

, na

min

ha

vis

ão

, pa

ra q

ue

um

ato

sej

a c

on

sid

era

do

um

ato

 do

bem

, dev

e se

gu

ir e

stes

trê

s p

rin

cíp

ios.

Co

m i

sso

, po

dem

os

diz

er q

ue

os

pri

ncí

pio

s d

a B

ioét

ica

Per

son

ali

sta

e d

a

Pri

nci

pia

list

a e

stã

o v

olt

ad

os

pa

ra o

bem

.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

69A

41

3C

om

o d

isse

Sa

vate

r, "

A é

tica

é a

art

e d

e vi

ver

bem

hu

ma

na

men

te"

Def

iniç

ões

FK-D

TFK

K

79A

41

3

Co

mo

dis

se S

ava

ter,

"A

éti

ca é

a a

rte

de

vive

r b

em h

um

an

am

ente

".

E p

ara

viv

er b

em, t

emo

s q

ue

usa

r a

no

ssa

lib

erd

ad

e

ad

equ

ad

am

ente

.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

Page 129: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

128

ANEXO P – Aluno 9A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

9A

de

scri

ção

sub

-ca

tego

ria

cate

gori

aco

mp

etê

nci

a

89A

41

2

Per

ceb

emo

s q

ue

o i

nd

ivid

ua

lism

o é

mu

ito

ace

ntu

ad

o n

o

trâ

nsi

to c

tico

da

s gr

an

des

cid

ad

es. E

sse

cres

cen

te

ind

ivid

ua

lism

o t

êm d

emo

nst

rad

o q

ue

a d

ign

ida

de

da

pes

soa

hu

ma

na

é d

esp

reza

da

e e

squ

ecid

a, g

era

nd

o b

riga

s e

até

mo

rtes

po

r m

oti

vos

ba

na

is.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

99A

41

2

O e

xem

plo

on

de

a d

ign

ida

de

da

pes

soa

hu

ma

na

pre

vale

ceu

fo

i

um

ca

so e

m q

ue

um

fa

mil

iar

pró

xim

o e

sta

va c

om

nce

r e

os

méd

ico

s in

sist

ira

m e

m c

on

tin

ua

r co

m o

tra

tam

ento

. Ma

s, a

s

a s

étim

a c

iru

rgia

, o p

aci

ente

ped

iu p

ara

qu

e fo

sse

au

tori

zad

a a

alt

a p

ara

qu

e el

e p

ud

esse

vo

lta

r p

ara

su

a c

asa

, on

de

per

ma

nec

eu a

té o

fim

, mes

mo

co

m a

s d

ore

s e

con

seq

uên

cia

s d

a

inte

rru

pçã

o d

o t

rata

men

to.

Cri

an

do

, co

nst

ruin

do

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

109

A4

22

Enco

ntr

am

os

a h

iera

rqu

iza

ção

do

s p

rin

cíp

ios

pri

nci

pia

list

a, d

e

Bea

uch

am

p e

Ch

ild

ress

, no

exe

mp

lo p

ráti

co a

pre

sen

tad

o n

a

segu

nd

a a

ula

. Em

pri

mei

ro v

em o

do

Ben

efíc

io, p

ois

am

bo

s, o

pro

fiss

ion

al

e o

pa

cien

te, d

esej

am

o b

em r

eso

lven

do

a

enfe

rmid

ad

e co

m o

men

or

efei

to c

ola

tera

l p

oss

ível

. O d

a

Au

ton

om

ia v

em e

m s

egu

nd

o l

uga

r, p

ois

, am

bo

s d

ever

ão

dec

idir

qu

al

será

a m

elh

or

op

ção

pa

ra r

eso

lver

o p

rob

lem

a. E

o d

a

Just

iça

ser

ia o

pró

xim

o, p

ois

sen

do

co

rret

am

ente

ap

lica

do

s o

s

do

is p

rim

eiro

s, a

dec

isã

o t

om

ad

a d

eve

resp

eita

r, c

om

imp

arc

iali

da

de,

o d

irei

to d

e ca

da

um

.

Prin

cíp

ios

CK-T

M/G

PR/C

CCK

K

119

A4

32

Co

m r

ela

ção

à r

epo

rta

gem

, per

ceb

emo

s q

ue

o U

tili

tari

smo

pre

vale

ceu

em

det

rim

ento

da

dig

nid

ad

e h

um

an

a.

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

129

A4

32

Ma

is u

ma

vez

os

fin

s ju

stif

ica

ram

os

mei

os.

C

ria

nd

o, c

on

stru

ind

o

ou

co

mb

ina

nd

oC

S-C

-RC

DC

S-C

CS

139

A4

32

Ma

is u

ma

vez

os

fin

s ju

stif

ica

ram

os

mei

os.

Ta

nto

no

ob

jeti

vo

com

o n

a f

orm

a e

m q

ue

foi

gera

da

, des

cart

an

do

rio

s em

bri

ões

exce

den

tes

(vid

as

em p

ote

nci

al)

.

Inte

gra

nd

o t

eori

as,

pri

nci

pio

s, f

erra

men

tas

CS-

A-D

ISC

S-A

CS

149

A4

32

Co

nfo

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os

cien

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as

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os

no

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as

CS-

C-R

CD

CS-

CC

S

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clu

são

Page 130: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

129

ANEXO Q – Aluno 10A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

10

Ad

esc

riçã

osu

b-c

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gori

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cia

110

A1

14

Po

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S-D

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CS-

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CS

210

A1

14

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Des

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s,

po

siçõ

es, p

ersp

ecti

vaC

S-SD

S-D

CS

CS-

SDS

CS

310

A1

14

Po

dem

os

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A1

14

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S-C

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A1

14

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os

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cia

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CD

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A2

Ap

esa

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e o

ho

mem

est

ar

dia

nte

do

ap

are

cim

ento

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os

pro

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ma

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esso

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idu

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resp

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e.

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S-A

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DI/

CB

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S-A

CC

S

Page 131: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

130

ANEXO Q – Aluno 10A – categorização das postagens.

ide

iaa

lun

ofó

rum

pe

rgu

nta

po

sta

gem

Alu

no

10

Ad

esc

riçã

osu

b-c

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gori

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Con

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são

Page 132: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

131

ANEXO R – Debate 3

Debate 3 Comente o episódio... por Mônica Pereira da Silva

Comente o episódio relatado à luz da aula e do texto de referência do livro comentando, também, as diferentes

posturas assumidas por esses 3 veículos de comunicação (Folha de SP, Gazeta do Povo e revista Veja).

Acadêmicos defendem morte de bebês depois do nascimento - Folha de São Paulo, 03/03/2012

Proposta Macabra - Gazeta do Povo, 04/03/2012

Autores de artigo sobre infanticídio publicam pedido de desculpas - Veja, 05/03/2012

Para consulta complementar, acesse o artigo original:

After-birth abortion: why should the baby live? - Jounal of Medical Ethics, 23/02/2012

por 14A - quarta-feira, 21 novembro 2012, 21:44

Inicialmente, o artigo gera repulsa e parece objeto de imaginação monstruosa e egoísta, daqueles que defendem a eugenia.

Eu, inclusive, tinha lido a notícia antes de ela ter sido utilizada como tópico de debate. E, confesso, não tinha parado para perceber, academicamente, como a ideia destes dois acadêmicos, por um lado, auxilia minha

postura contra o aborto, eugenia ou qualquer espécie de intervenção que interrompa o curso natural da vida. Lendo as posturas assumidas pelos veículos de comunicação, pude realmente perceber a conclusão filosófica a

que chegaram os autores do artigo. "Afinal, se de fato não existe diferença entre um feto e um recém-nascido, por que aquele poderia ser morto e

este não?" "Era para ser um exercício de pura lógica: se X, então Y". Ou seja, no final, gostei de saber que esta reflexão e conclusão ajuda, na verdade, quem defende a vida desde a

fecundação.

Page 133: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

132

ANEXO R – Debate 3

por 11A - quinta-feira, 22 novembro 2012, 16:55

Dentro de uma linha que acredita que o recém-nascido e o feto são ainda pessoas em potencial, o argumento desses pesquisadores está coerente com o que defendem cientificamente. O que está claro no editorial da

Gazeta do Povo: "As conclusões da dupla, por mais chocantes que sejam, partem de uma premissa correta: a de que não existe diferença ontológica e moral entre o feto e o recém-nascido. (...) A repulsa natural que tal ideia

provoca na maioria das pessoas se sobrepõe à consideração de que o raciocínio de Giubilini e Minerva é de uma macabra coerência; incoerente é a posição de quem defende o direito ao aborto, mas rejeita as conclusões da

dupla de pesquisadores." Ainda que os autores tenham se desculpado por se tratar apenas de uma discussão científica, na minha opinião, temas científicos deveriam tornar-se de conhecimento público mais vezes, tanto

mais quando se trata da vida humana. Assim, como disse a Mariela, quando se tem um ponto de vista, fica mais possível embasá-lo, confrontar conhecimentos e buscar uma conclusão ética e favorável à vida.

por 4T - sexta-feira, 23 novembro 2012, 14:32 Concordo com a Ariana quando fala que devíamos ter mais acesso às teorias desenvolvidas nas academias,

ainda mais em se tratando de temas ligados à vida humana. O exercício filosófico que os cientistas relatam como

justificativa para a tese é válido? Na minha opinião, mesmo se ficasse somente no âmbito acadêmico, tal

exercício não passa incólume; pode vir a tornar-se base para políticas públicas sim. Só que a sociedade só vê a

ponta destas políticas, mal sabem de onde saíram tais ideias... Como ficamos nós neste caso? Muitas vezes não tomamos também uma atitude passiva?

por 5A - sábado, 24 novembro 2012, 01:01

Eu também concordo com as opiniões da Mariela e da Ariana.

E, confesso que me surpreendi muito durante a leitura ainda da primeira repostagem. E o motivo sou eu mesmo!! Isso porque tive consciência de que ainda não havia assimilado todas essas informações, mesmo já as

conhecendo a muitos anos. O que eu quero dizer é que: para quem considera que a vida tem início na fecundação, não deveriam haver diferenças entre o aborto e o assassinato do bebê após o nascimento e, indo

ainda mais longe, também não deveria haver diferença entre o aborto e o assassinato de qualquer pessoa em qualquer fase da vida humana. Isso porque a vida já está iniciada.

Mas o que eu considero surpreendente nisso é o fato de mesmo conhecendo essas propostas teóricas e, até concordando com o que elas defendem, inconscientemente considera-se (ao menos eu considerei) uma escala

de gravidade automática, em que o aborto seria o menos grave, seguido da morte de recém nascido e, a morte de criança, jovem, adulto ou idoso o caso mais grave.

Por mais que a proposta apresentada pelo estudo dos pesquisadores citados não seja uma proposta aceitável à maioria das pessoas, a maior contribuição que eu considero é o grande poder reflexivo que provoca.

por 2T- quarta-feira, 28 novembro 2012, 09:18

Percebo que os artigos remontam às questões que já discutimos anteriormente. A Valéria Lacerda mencionava

no fórum das primeiras aulas, a 'confusão' entre liberdade e autonomia. No caso desses artigos o "EU decido", se sobrepõe inclusive a um outro indivíduo - o neonato - que tem sua liberdade e autonomia cerceadas.

O impacto da ideia do infanticídio, sem dúvida, nos faz refletir sobre a dignidade humana também do ainda não nascido. Não basta defender 'os direitos' ou a 'liberdade' da mulher em escolher ter ou não um bebê que já foi

concebido. Há uma liberdade a ser considerada também para a criança.

Page 134: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

133

ANEXO R – Debate 3

por 8A - quarta-feira, 28 novembro 2012, 22:39

Percebe-se claramente que os autores dos comentado artigo estão baseados nos princípios do utilitarismo e da

individualidade. Ora, se o feto ou o recém-nascido não agradam aos pais, eles são descartados, são assassinados!

Todas as três matérias perceberam a coerência dos autores embora tenham, de fato, enfoques diferentes. A matéria da Gazeta do Povo entitulada Proposta Macabra conseguiu vislumbrar a porta que se abre com tal

precedente: a eugenia. É importante, aqui, nomearmos corretamente as coisas. Matar um feto ou um bebê é um crime contra a vida

humana! É crime! O Nazismo, implatado por Hitler, tinha a eugenia como um objetivo a alcançar e só trouxe miséria, destruição.

Toda a relativização da vida que até o presente nós percebemos, também passa pela relativização do Direito. Se formos pensar o Direito como algo criado somente pelas leis, aí não haverá um barreira, um empecilho, algo

Maior para impor limites aos homens. Bastaria que o Parlamento desejasse, se empenhasse em mudar a nossa legislação e teríamos um novo ordenamento jurídico. E todos teríamos que obedecê-lo.

Ora, tudo passaria a depender da vontade política, da vontade de nossos legisladores. É essa uma das principais "armadilhas" que vislumbro com a relativização do direito à vida.

Ademais, a abertura dessa discussão nas Universidades, no meio acadêmico levará a formação de novos profissionais dentro de uma concepção totalmente equivocada da vida, do início da vida. E isso traria subsídios

científicos aos parlamentares para modificar a legislação. É o que está acontecendo agora no Brasil.

Está tramitando no Senado Federal um projeto de lei que visa modificar o Código Penal Brasileiro. Entre as mudanças destaco três de grande repercussão:

- descriminalização do aborto feito até a 12 semana de gestação desde que a mãe não apresente condições psicológicas para enfrentar a gravidez o que deverá ser atestado por médico e psicólogo;

- a descriminalização da eutanásia "sentimental"; - a liberação do consumo de drogas.

por 8A - quarta-feira, 28 novembro 2012, 22:59

Concordo cabalmente com você (2T). O bebê passa a ser tratado não como pessoa, mas como coisa. E em termos jurídicos, se eu sou dono de uma coisa, posso vendê-la, dá-la, extingui-la, doá-la...

Por quê há tanta confusão? O feto não é um coisa, porque o homem não desenvolve-se a partir de uma coisa que se transforma em gente!

por 3A - segunda-feira, 3 dezembro 2012, 09:58

8A, como sempre suas valiosas colocações são provocativas. Será que a ciência atingiu um ponto que, além de entender os sistemas e possibilitar tratamentos que levam à cura ou mais tempo de vida com qualidade (e

também sem qualidade...), agora se preocupa em controlar a natureza? Antes o início da vida dependia apenas de um homem e uma mulher, atualmente, a ciência parece dar pouca importâncias a esses dois elementos,

parece que eles servem apenas como matéria prima e hospedeiros e o resto fica com as técnicas científicas, inclusive o direito de estabelecer quando é vida e quando é morte.

Sobre as condições psicológicas de uma mulher para enfrentar a gravidez, será que não deixa a desejar? Que parâmetros são levados em conta? Será que, em casos de mutilaçoes, a pessoa estaria psicologicamente

preparada para perder uma parte de seu corpo? Ela tem escolha? Pq seria diferente sobre ter um filho? Tenho visto mulheres impedirem a gravidez por anos e, quando resolvem ter um filho, desesperam-se por não

conseguir. Será que sabemos mesmo o momento certo para ter um filho a ponto de abortá-lo se não for o nosso momento? Grande abraço,

Page 135: Aplicabilidade do modelo de análise qualitativa de Yang no ... · uma nova ciência: a Bioética. O processo de aprendizagem em Bioética se identifica com a aquisição de competências

134

ANEXO R – Debate 3

por 3T - segunda-feira, 3 dezembro 2012, 10:05

14A, a partir de sua resposta, tive vontade de reler "Admirável Mundo Novo"... Se permitido, os pais podem escolher

não só sexo, altura, cor de pele, cabelos e olhos, mas também, profissão e o lugar que o novo ser ocupará na sociedade. Será que realmente queremos isso?

por 3A - segunda-feira, 3 dezembro 2012, 19:01

Concordo com você 2T. Para discutirmos essa questão precisamos resgatar alguns conceitos fundamentais para entendimento da bioética. Me preocupa muito ideias de infanticídio...onde entra o direito e liberdade da criança?

Quem responde por esse ser? A partir de que momento esse ser já tem direitos, dignidade humana, liberdade, autonomia???

Quem decide por um bebê??????????

por 3A - segunda-feira, 3 dezembro 2012, 19:09

8A, Muito importante suas considerações!!!!! Concordo que matar um feto ou um bebê é um crime contra a vida humana. Porém da maneira como foi

colocado me preocupa muito, pois me parece uma leitura equivocada de individualidade e utilitarismo. Outra questão preocupante é forma como foi colocado no artigo tornando de maneira bastante SIMPLISTA uma

questão tão séria e que deve resgatar uma análise do ponto de vista da ética. Outro agravante levar a discussão para o meio acadêmico. Será que as Universidades estão preparadas para

essa discussão? A atual formação dos professores e dos alunos sustenta essa discussão?????? Me preocupa muito...

por 1T - sexta-feira, 7 dezembro 2012, 11:24

Olá 5A

Grande Relexão você fez neste debate. É vesdade que não deveriam haver dúvidas entre aqueles que

produzem o conhecimento científico com relação ao início da vida e suas consequencias quanto a sua

interrupção. Porém existem interesses pessoais ou de instituições, indústrias, governos e outros, que acabam

minimizando esta importante questão ética.

Robson, mudando de assunto: preciso marcar com vc um dia e horário para um chat on line, pelo moodle

mesmo, na semana que vem. qualque dia e horário, pode ser a noite. Por favor verifique sua agenda e responda.

Um grande abraço. 1T

por 2A - domingo, 9 dezembro 2012, 23:37

De fato, é um tema complexo e polêmico. Dado que a vida inicia-se no momento da fecundação, a

sua interrupção em qualquer período ao longo do tempo, seja no período pré-natal, pós-natal ou

tardiamente pode ser considerada assassinato. Mas as pessoas não são conscientes o suficiente para entender

isso, quaisquer que sejam suas razões.

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ANEXO R – Debate 3

No Brasil, o número de abortos realizados clandestinamente é assustadoramente alto. Essas mulheres

certamente não acreditam que estão "matando" uma pessoa. Por outro lado, devem levar consigo essa

lembrança trágica, mesmo que inconscientemente.

O fato é que o embrião já é um ser da espécie humana com um código genético que lhe permite formar um corpo

físico até o final da 10ª semana de gestação (a partir de então seus órgãos já formados, apenas crescerão). E,

portanto, interromper essa gestação é um ato que vai contra o príncipio de defesa à vida.

por 1T - terça-feira, 11 dezembro 2012, 00:06

Perfeita sua colocação 2A. "As pessoas não são conscientes o suficente", talvez este seja o grande

questionamento que se faz a respeito deste e de qualquer tema bioético. É o entendimento parcial da situação,

"a verdade enlouquecida" como diz o Prof. Dalton, ou simplesmente ideologia, uma idéia que tem um fundo

verdadeiro, mas não corresponde ou não considera outras dimensões da verdade. Cabe a nós mostrar a estas

pessoas primeiramente o que realmente é um embrião, um feto e quais as consequencias de interromper a vida

destes, de maneira suficiente clara, para que estas pessoas tenham, da mesma maneira, clareza nos seus atos.

Abraço

1T