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APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM GERÊNCIA DE PROJETOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DE DESENVOLVIMENTO DE EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS Murilo da Silva Oliveira Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto COPPEAD de Administração Mestrado em Administração Orientadora: Profa. Dra. Rebecca Arkader Rio de Janeiro 2003

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APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM GERÊNCIA DEPROJETOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DEDESENVOLVIMENTO DE EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS

Murilo da Silva Oliveira

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Instituto COPPEAD de Administração

Mestrado em Administração

Orientadora: Profa. Dra. Rebecca Arkader

Rio de Janeiro

2003

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APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM GERÊNCIA DEPROJETOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA DEDESENVOLVIMENTO DE EMPREENDIMENTOS INDUSTRIAIS

Murilo da Silva Oliveira

Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto COPPEAD deAdministração da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, comoparte dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre emCiências (MSc).

Aprovada por:

________________________________

Orientadora: Profa. Dra. Rebecca Arkader

D.Sc. em Administração de Empresas – COPPEAD/UFRJ

________________________________

Prof. Dr. Donaldo de Souza Dias

D.Sc. em Administração de Empresas – COPPEAD/UFRJ

________________________________

Prof. Dr. Sérgio Alfredo Rosa da Silva

Rio de Janeiro

2003

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Oliveira, Murilo da Silva.

Aplicabilidade de modelos de maturidade em gerência de projetos: umestudo de caso em uma empresa de desenvolvimento de empreendimentosindustriais / Murilo da Silva Oliveira. - Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 2003.

xi, 135f.: il.

Dissertação (Mestrado em Administração) - Universidade Federal do Riode Janeiro – UFRJ, Instituto COPPEAD de Administração, 2003.

Orientadora: Rebecca Arkader

1. Gerência de Projetos. 2. Maturidade em Gerência de Projetos. 3.Empreendimentos industriais. . I. Arkader, Rebecca (Orient.). II. UniversidadeFederal do Rio de Janeiro – UFRJ, Instituto COPPEAD de Administração. III.Título.

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“Para chegares ao que não sabes quê.

Hás de tomar por um caminho que é o do não saber.

A fim de teres aquilo que não tens.

O caminho é perder aquilo que hoje tens.

Para chegares a ser o que não és.

Tens de ir pelo caminho de deixar de ser.

E o que não sabes é tudo quanto sabes

E o que tens é tudo o que não tens

E onde estás é onde não te achas.”

Four Quartets, T. S. Elliot

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Prof. Rebecca Arkader, pela compreensão, incentivo e

críticas ao longo do trabalho;

Aos Prof. Sérgio Alfredo Rosa da Silva e Prof. Donaldo de Souza Dias, pela

disponibilidade e valiosas críticas e sugestões que enriqueceram esse texto;

Ao doutorando Gustavo Bittencourt pela orientação e apoio;

À Cecília pelo amor, apoio e compreensão irrestritos;

Com orgulho aos meus pais Vicente e Virgínia, pelo incentivo, amor e

presença;

Ao José Antônio de Moraes, pelo apoio e compreensão para equilibrar o

trabalho na Promon e a pesquisa;

Aos amigos que direta ou indiretamente contribuíram para a elaboração deste

trabalho;

Ao Mestrado no Coppead/UFRJ, professores, secretaria acadêmica e áreas de

apoio, sem esquecer da Turma 99, pelos anos ricos e inesquecíveis.

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RESUMO

Aplicabilidade de modelos de maturidade em gerência de projetos: um estudo

de caso em uma empresa de desenvolvimento de empreendimentos

industriais.

Murilo da Silva Oliveira

Orientadora: Profa. Dra. Rebecca Arkader

Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Instituto COPPEAD de

Administração, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências (MSc).

A pesquisa teve por objetivo aplicar e avaliar a adequabilidade de um Modelo

de Maturidade em Gerência de Projetos a uma empresa de desenvolvimento

de empreendimentos industriais. O trabalho foi conduzido através de um

estudo de caso enfocando uma empresa brasileira, tradicional no setor. O

conceito de maturidade em gerência de projetos pressupõe a idéia de evolução

ou desenvolvimento de suas práticas e processos ao longo do tempo.

Exatamente para auxiliar na determinação dos estágios correntes e metas

futuras destas práticas e processos, foram desenvolvidos os chamados

modelos de maturidade. Tendo sido aplicado na empresa estudada o modelo

de maturidade selecionado, verificou-se sua aplicabilidade e adequação, ao

avaliar quesitos como relevância, grau de compreensão, coerência e

subjetividade, por intermédio de profissionais especializados da empresa-alvo,

envolvidos diretamente com as atividades e o dia-a-dia do gerenciamento de

projetos. Assim, apesar de ser um instrumento de origem norte-americana,

mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto.

Palavras-chave: Gerência de Projetos, Maturidade em Gerência de Projetos.

Rio de Janeiro

Março de 2003

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ABSTRACT

Project management maturity models applicability: an industrial enterprise

development company case study.

Murilo da Silva Oliveira

Orientadora: Profa. Dra. Rebecca Arkader

Abstract da Dissertação de Mestrado submetida ao Instituto COPPEAD de

Administração, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, como parte

dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ciências (MSc).

The objective of this research was to use and evaluate the applicability of a

Project Management Maturity Model in a company that develops industrial

projects. The study was conducted by means of a case study focused on a

traditional Brazilian project engineering company. Underlying the concept of

maturity of maturity in project management is an idea of evolution or

development of a company’s practices and processes along time. In fact,

maturity models were developed in order to assist in the establishment of the

current stages and future goals of such practices and processes. Having been

tested in the selected company, the selected maturity model was found to be

applicable and adequate to evaluate items such as relevance, degree of

understand, coherence and subjectivity, by means of specialized professionals

belonging to the studied company and directly involved with the activities and

routines of project management. Thus, despite its origin in North America, this

maturity model showed itself to be adequate for application in a Brazilian project

engineering company.

Key words: project management, project management maturity.

Rio de Janeiro

March 2003

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Interfaces típicas de um projetoFigura 2: Visão Geral das Áreas de Conhecimento e dos Processos da

Gerência de Projetos – PMBOK 2000Figura 3: Hiatos organizacionaisFigura 4: Componentes da sobrevivência de uma empresaFigura 5: Posições Organizacionais do Escritório de ProjetoFigura 6: Organograma da Empresa

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Benefícios da gerência de projetosTabela 2: Tipos de organização de projetoTabela 3: As cinco fases do ciclo de vida da gestão de projetos até atingir a

maturidadeTabela 4: Grid de maturidade em gerência da qualidadeTabela 5: Grid de maturidade em gerência de projetos SEI-CMMTabela 6: Modelo de avaliação do Nível de Maturidade CBPTabela 7: Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento no

modelo – Alta GerênciaTabela 8: Resultados das Entrevistas - Profissionais de GerenciamentoTabela 9: Tabela consolidada dos resultados obtidosTabela 10: Questão de Controle No 1 – Relevância PercebidaTabela 11: Questão de Controle No 2 – Compreensão da questãoTabela 12: Questão de Controle No 3 – Coerência com o enunciadoTabela 13: Questão de Controle No 4 – Grau de subjetividade da questão

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................XII

1.1 Objetivo ................................................................................................ xii

1.2 Antecedentes e Relevância do Estudo.............................................. xii

1.3 Organização do Estudo......................................................................... 3

2 REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................... 5

2.1 Introdução .............................................................................................. 5

2.2 Projetos .................................................................................................. 5

2.3 Gerência de Projetos............................................................................. 8

2.4 Gerência por Projetos: uma Nova Mentalidade Organizacional...... 10

2.5 A Moderna Gerência de Projetos ....................................................... 12

2.5.1 Evolução Histórica.......................................................................... 12

2.5.2 Os Institutos de Pesquisa e Desenvolvimento das Práticas deGerência de Projetos...................................................................... 15

2.5.3 O PMBOK Guide ............................................................................ 16

2.5.4 O Contexto Brasileiro do PMI ......................................................... 22

2.5.5 Estruturas Organizacionais e de Projeto ........................................ 22

2.6 Maturidade em Gerência de Projetos................................................. 27

2.6.1 O conceito de Maturidade em Gerência de Projetos...................... 27

2.6.2 Modelos de Avaliação do Nível de Maturidade em Gerência deProjetos .......................................................................................... 31

2.6.3 Por que Avaliar/Modelar o Nível de Maturidade em Gerência deProjetos? ........................................................................................ 34

2.6.4 Críticas aos Modelos de Maturidade .............................................. 37

2.6.5 Tipos de Modelos de Avaliação do Nível de Maturidade emGerência de Projetos...................................................................... 40

2.6.6 Escolha do Modelo a ser utilizado.................................................. 41

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2.6.7 Análise Detalhada do Modelo Selecionado - CBP ......................... 42

3 METODOLOGIA.................................................................................... 45

3.1 Tipo de Pesquisa ................................................................................. 45

3.2 O Caso.................................................................................................. 46

3.2.1 Considerações Gerais .................................................................... 46

3.2.2 A Empresa...................................................................................... 46

3.2.3 Estrutura Organizacional ................................................................ 47

3.2.4 Características Principais das Unidades de Negócio Pesquisadas 48

3.3 Seleção dos Respondentes ................................................................ 49

3.4 Coleta e Tratamento dos Dados........................................................ 49

3.5 Limitações do Método......................................................................... 49

3.6 Perguntas da Pesquisa ....................................................................... 50

3.7 Critérios de Aplicabilidade ................................................................. 50

3.8 Método de Aplicação do Modelo........................................................ 53

3.8.1 Descrição Geral.............................................................................. 53

3.8.2 Seqüência de Passos..................................................................... 55

4 RESULTADOS E ANÁLISE.................................................................. 57

4.1 Entrevista com a Alta Gerência.......................................................... 57

4.1.1 A Entrevista .................................................................................... 57

4.1.2 Respostas ao Questionário (nível de maturidade atual) eenquadramento no modelo (nível de maturidade desejado) .......... 58

4.2 Entrevistas com os Profissionais de Gerenciamento ...................... 60

4.3 Consolidação dos Resultados ........................................................... 62

4.3.1 Determinação do Nível de Maturidade em Gerência de Projetos daEmpresa ......................................................................................... 65

4.3.2 Análise detalhada........................................................................... 65

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4.3.3 Considerações Gerais .................................................................... 67

4.4 Análise Qualitativa do Modelo............................................................ 69

4.4.1 Introdução ...................................................................................... 69

4.4.2 Respostas às questões de controle................................................ 69

4.4.3 Comentários Gerais sobre a aplicação do questionário ................. 78

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.................................................. 81

5.1 Resumo ................................................................................................ 81

5.2 Conclusões .......................................................................................... 82

5.2.1 Adequabilidade do modelo de avaliação do nível de maturidade emgerência de projetos aplicado......................................................... 82

5.2.2 Cuidados e recomendações para aplicação futura deste modelo .. 84

5.2.3 Potenciais benefícios e críticas aos modelos de maturidade ......... 85

5.3 Considerações Finais.......................................................................... 87

5.4 Sugestão para Futuros Estudos ........................................................ 87

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................... 89

7 ANEXOS ............................................................................................... 92

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Objetivo

Este trabalho tem por objetivo avaliar a aplicabilidade de modelos de

maturidade em gerência de projetos desenvolvidos em outros contextos em

empresas de desenvolvimento de empreendimentos industriais no Brasil.

A avaliação busca investigar as questões acerca da adequação de modelos de

maturidade utilizados mundialmente a empresas brasileiras e avançar

recomendações visando sua aplicação futura. Para tal foi realizado estudo de

caso abrangente em uma grande empresa brasileira de desenvolvimento de

empreendimentos industriais.

Também serão investigados os potenciais benefícios e críticas proporcionados

pela utilização de modelos de maturidade em gerência de projetos, à luz da

literatura existente.

1.2 Antecedentes e Relevância do Estudo

Projetos e principalmente resultados de projetos estão por toda a parte: nas

cidades onde vivemos, na energia que utilizamos, nos produtos que

consumimos. A humanidade já convive com projetos há muito tempo. As

pirâmides do Egito, cuja construção historiadores acreditam ter levado mais de

30 anos e utilizado 100.000 trabalhadores, assim como as campanhas militares

de Alexandre, O Grande, são exemplos de projetos levados a cabo em tempos

antigos e que certamente necessitaram de alguma forma de gerenciamento. O

Projeto Manhatan (criação da 1a bomba atômica) desenvolvido pelos EUA é

usualmente considerado como um marco na moderna Gerência de Projetos

(Cleland, 1999, p. 7).

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Do enfoque inicial onde projeto, e ainda mais sua gerência, estava associado à

indústria de engenharia e construções, ou a empresas com atividade–fim em

projeto, evoluiu-se para o conceito de gerência por projetos, no qual a

metodologia clássica de gerência de projetos é aplicada em escala

organizacional, surgindo o conceito de projetos simultâneos (Dismore, 1999, p.

17-20). Para fazer face a este movimento, as estruturas das empresas

sofreram alterações, de modo a proporcionar agilidade e principalmente

flexibilidade às organizações.

Concomitantemente com o desenvolvimento das práticas e da teoria de

gerência de projetos, e participando ativamente deste, vários institutos de

pesquisa foram criados, como por exemplo o PMI – Project Management

Institute, norte-americano, com importante papel na disseminação destas

mesmas práticas, realizando ainda atividades de certificação de profissionais.

O Brasil atualmente conta com 9 capítulos do PMI. O crescimento do interesse

na matéria também pode ser demostrado pelo número de participantes em

grupos de estudos gerenciados apenas pelo capítulo mineiro do PMI,

compreendendo 636 pessoas interessadas em obter a certificação1. Outro

indicativo deste interesse é o surgimento de cursos de especialização e pós-

graduação e matérias em jornais de grande circulação2.

A partir da disseminação e adoção da teoria e das práticas de gerência de

projetos, foi percebida a possibilidade de se mapear até que ponto estas

estavam sendo praticadas pelos projetos e/ou organizações, surgindo o

conceito de maturidade em gerência de projetos. Sendo assim, foram

formulados modelos com o objetivo final de estabelecer planos de ação para, a

partir da situação corrente na empresa e do desejo da gerência executiva,

alcançar determinado nível de maturidade em gerência de projetos.

1 Informação obtida no site http://www.pmimg.org.br2 Matéria publicada no caderno Boa Chance do Jornal O Globo, de 09/03/2003

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Intimamente ligada ao desenvolvimento do país, a indústria da engenharia atua

em diversas áreas como: a industrial, a de infra-estrutura urbana e a

habitacional. O melhor atestado da sua competência é a expressiva exportação

brasileira de serviços de engenharia. Nota-se sua presença em países das

Américas, Europa, África, Ásia e Oriente Médio3. Neste contexto se insere o

desenvolvimento das práticas de gerência de projetos nesta indústria, de forma

a elevar seu nível de competitividade para atingir níveis globais, e capacitá-la a

competir com empresas estrangeiras tanto fora quanto dentro das fronteiras do

nosso país.

A utilização de ferramentas como os modelos de avaliação do nível de

maturidade em gerência de projetos, como já vem ocorrendo nas empresas

estrangeiras, será de grande valia para as empresas brasileiras por

proporcionar o estabelecimento de planos de ação específicos para cada

empresa, no sentido de atingir determinado nível de maturidade em suas

práticas, pois estudos indicam uma relação entre a maturidade em processos

de gerência de projetos e o sucesso alcançado pelas empresas (Ibbs e Kwak,

1997).

Ao tratar da questão de maturidade em Gerência de Projetos, este trabalho

contribui para o desenvolvimento desta disciplina, ainda bastante limitada no

país. (PMI, 2002).

1.3 Organização do Estudo

O presente trabalho está organizado em 5 capítulos. O capítulo 1 apresenta o

objetivo do Estudo e a justificativa de sua relevância prática e teórica.

O capítulo 2 traz a revisão de literatura sobre o tema. A primeira parte da

revisão aborda os conceitos fundamentais ligados à Gerência de Projetos e o

conceito de Maturidade em Gerência de Projetos. É realizada então a seleção

3 Informações obtidas no site http://www.abemi.org.br

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de determinado modelo de avaliação do nível de maturidade em Gerência de

Projetos para aplicação junto aos respondentes.

O capítulo 3 trata da metodologia adotada, trazendo ainda o método de

pesquisa, o processo de coleta e análise dos dados e as limitações do estudo.

O capítulo 4 apresenta os resultados das coletas de dados junto aos

respondentes e a análise dos resultados do estudo. Em seguida, são

apresentados os resultados práticos da aplicação do modelo, o enquadramento

final segundo o mesmo e também a análise de aplicabilidade.

No capítulo 5 são apresentadas as conclusões do trabalho assim como

recomendações para estudos futuros.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Introdução

O referencial teórico está organizado da seguinte forma: inicialmente serão

trabalhadas as definições de projeto, gerência de projetos e gerência por

projetos. Em seguida será descrita a atuação dos institutos de pesquisa e

desenvolvimento nas práticas de gerência de projetos.

De posse das informações anteriores será definido o conceito de maturidade

em gerência de projetos e de modelos para sua avaliação, analisando-se ainda

as razões para sua adoção pelas empresas.

Por último será definido o modelo de avaliação de maturidade em gerência de

projetos a ser utilizado posteriormente neste trabalho.

2.2 Projetos

A literatura fornece várias definições para projeto. Algumas partem para a

definição direta, enquanto outras utilizam seus próprios atributos no processo.

A seguir são apresentadas algumas destas definições.

O PMBOK4 (2000) define projeto como sendo um empreendimento temporário

estabelecido para criar um produto ou serviço único. Em termos gerais,

temporário significa que todo projeto tem um início e fim bem definidos. Único

significa que o produto ou o serviço tem características que os diferenciam de

outros tantos produtos ou serviços similares. Aprofundar o significado destas

duas características amplia o entendimento do que seja um projeto:

4 O PMBOK ou corpo de conhecimentos em gerência de projetos é uma publicação do ProjectManagement Institute. Sua abrangência e utilidade serão descritas posteriormente.

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- Temporário: O final de um projeto ocorre quando seus objetivos foram

atingidos ou quando ocorre consenso de que não serão atingidos e o

projeto é considerado cancelado.

Temporário não significa ser de curta duração e sim finito. Neste sentido se

diferencia de operações contínuas tais como operações de manufatura ou

serviços repetitivos.

- Único: Um produto ou serviço resultado de um projeto poderá ser

considerado único mesmo que a categoria a qual pertença seja

genérica. Por exemplo, a construção de prédios é baseada em

processos bastante semelhantes mas cada prédio tem características

construtivas, proprietários, localização e outros tantos aspectos

diferentes uns dos outros, ou seja, a eventual presença de elementos

repetitivos não muda a característica de singularidade do

empreendimento.

O Guideline da National Competency Standards for Project Management –

NCSPM (1996), desenvolvido pela AIPM5, define projeto como sendo um

conjunto único de atividades inter-relacionadas, com início e fim definidos, com

o propósito de atingir um objetivo comum.

Ainda segundo o Guideline (1996) supracitado, projetos possuem as seguintes

características:

- Modificações e mudanças estão invariavelmente presentes;

- São compostos por várias atividades;

- Recursos múltiplos estão envolvidos;

A ênfase gerencial está em completá-lo sob restrições de tempo e custo.

5 AIPM: Australian Institute for Project Management (www.aipm.com)

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Meredith & Mantel (1985, p. 4), propõem que projetos possuam atributos cuja

descrição colabora em sua própria definição:

- Propósito: projeto é usualmente uma atividade única, com uma

especificação de resultado final bem definido;

- Ciclo de vida: como os sistemas orgânicos, projetos têm um ciclo de

vida. De um início lento, progridem a um pico e começam a declinar.

Também como os sistemas orgânicos resistem à sua extinção;

- Inter-relacionamento na organização: Ao contrário da relação entre

setores funcionais, que ocorre de uma forma regular, projetos interagem

com a estrutura funcional da organização de forma irregular, variando a

qualidade e intensidade deste relacionamento ao longo de seu ciclo de

vida;

- Singularidade: o mesmo que único;

- Conflito: A imprevisibilidade associada à disputa de recursos entre

projetos e entre um projeto e as áreas funcionais, que normalmente

controlam aqueles recursos, gera ambiente de constante conflito.

Neste mesmo trabalho, os autores associam o surgimento do conceito de

projeto em uma organização ao reconhecimento da incapacidade de sua

estrutura funcional em lidar com determinadas necessidades, sejam essas

necessidades relacionadas a mudanças, novos produtos ou novos

investimentos. Esta idéia, que empresta uma visão de processo ao conceito,

sugere sua aplicação a atividades da empresa não necessariamente ligadas à

sua atividade fim. (Meredith & Mantel, 1985).

Uma outra forma de descrever o conceito de projeto pode ser encontrada nos

trabalhos de classificação. Crawford, et al. (2002), num estudo que investiga os

sistemas de classificação de projetos existentes na literatura, reúne diversas

classificações e as organiza segundo os critérios por elas utilizado: tamanho,

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complexidade, familiaridade, setor da economia, importância estratégica e

outros.

2.3 Gerência de Projetos

Partindo das definições de projetos, são apresentados a seguir conceitos de

gerência de projetos.

Segundo o PMBOK (2000), gerência de projetos pode ser definida como sendo

a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às

atividades de um projeto de forma a atingir ou exceder as necessidades e

expectativas das partes interessadas no projeto (stakeholders). Atender e

superar tais necessidades e expectativas invariavelmente implica balancear

aspectos conflitantes como:

- Escopo, prazo, custo e qualidade;

- Diferentes necessidades e expectativas;

- Requisitos identificados (necessidades) e não identificados

(expectativas).

O Guideline da National Competency Standards for Project Management -

NCSPM (1996), desenvolvido pela AIPM, define Gerência de Projetos como a

integração de atividades de projeto através do ciclo de vida deste para entregar

um determinado produto ou serviço dentro de determinadas restrições de

tempo, orçamento, escopo e qualidade.

A efetiva aplicação da gerência de projetos deve levar em conta dois

condicionantes, a saber (PMBOK, 2000):

- O contexto no qual o projeto se desenvolve, onde são definidas as

relações do projeto com o meio que o cerca, sejam estas relações com a

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empresa que o abriga, sejam com o meio ambiente em que se encontra

inserido.

- Os processos de gerenciamento que, associados aos processos

tecnológicos necessários ao desenvolvimento do produto, suportam o

desenvolvimento do projeto.

Cleland (2002, p. 7) evoca as evidências históricas que sustentam o

surgimento da gerência de projetos enquanto uma disciplina do campo da

administração:

“As origens da gerência de projetos remontam à antigüidade,

representadas nas relíquias dos períodos históricos. A gerência

de projetos de hoje é vista como fato que já é realidade. Suas

origens não são claras, mas os resultados que têm produzido

estão evidentes em projetos de construções importantes....

Hoje a evolução contínua da gerência de projetos criou uma

filosofia distinta que se reflete na literatura da disciplina.”

Os seguintes fatos corroboram esta idéia (p. 11):

- Têm surgido técnicas especializadas de planejamento, organização,

motivação, liderança e controle para apoiar a gerência de recursos de

um projeto;

- Têm surgido sociedades profissionais como o PMI, para facilitar a

transferência global de teoria e prática da gerência de projetos;

- Hoje reconhece-se que a gerência de projetos ocupa um lugar legítimo

no crescimento contínuo da disciplina da administração;

- Embora a gerência de projetos tenha surgido na indústria da construção,

ela é hoje praticada em todas as indústrias, em entidades militares e

educacionais, em organizações eclesiásticas e no domínio político;

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- Foi desenvolvido um conjunto de conhecimentos para descrever a arte e

a ciência da gerência de projetos. Esse conjunto de conhecimentos está

alterando o modo pelo qual são administradas as organizações

contemporâneas.

2.4 Gerência por Projetos: uma Nova Mentalidade Organizacional

A evolução do conceito de gerência de projetos, impulsionada pelo crescimento

de sua aplicação, levou a disciplina a ser tratada no âmbito da estratégia

empresarial.

Dinsmore (1999, p. 17 - 20), ressalta o conceito de gerenciamento por projetos

baseado na constatação de que a maior parte da energia gerencial é gasta no

desenvolvimento, no planejamento e na implementação do portfólio de projetos

de uma organização, e não na realização de operações repetitivas e que à

medida que as pressões de mercado empurram as organizações para o mundo

de projetos, os executivos são obrigados a adotar uma nova mentalidade

organizacional, a pensar sobre os negócios de forma diferente. Com base na

observação de tais tendências, propõe o conceito de MOBP6, ou

gerenciamento de organizações por projetos, que consiste de uma forma

holística de se aplicar a metodologia clássica de gerência de projetos em uma

escala organizacional (p. 20):

“Colocado de forma simples, o gerenciamento por projetos é

uma filosofia gerencial aplicada em todos os níveis da

organização com base no princípio de que as metas da

empresa são atingíveis através de uma rede de projetos

simultâneos”.

A dimensão estratégica da gerência por projetos proposta, por Dinsmore

(1999), ganha na obra de Kerzner (2001, p. 16) uma visão de processo, de

6 MBOP: Managing Organizations by Projects

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evolução, na qual o planejamento estratégico voltado à gerência de projetos é

o desenvolvimento de uma metodologia-padrão para o gerenciamento de

projetos, uma metodologia que possa ser utilizada repetidamente, e que

implicará uma alta probabilidade de alcance dos objetivos do projeto. Apesar

de a implementação estratégica de uma metodologia, assim como seu uso, não

garantirem o sucesso de projetos, aumentam consideravelmente esta chance.

(p. 17) A primeira vantagem do desenvolvimento e implementação de tal

metodologia reside no fato de que ela cria uma consistência de ação através da

organização. Na medida em que cresce nas organizações o inter-

relacionamento de unidades funcionais, crescem na mesma medida os

benefícios decorrentes da integração catalisada pela prática da gerência de

projetos. Para suportar a evolução de uma organização no domínio e difusão

desta metodologia, Kerzner (2001) propõe o conceito de maturidade em

gerência de projetos ou, mais especificamente, um modelo para avaliação de

maturidade nos processos de gerenciamento de projetos (p. 41):

“Todas as empresas desejam atingir maturidade e excelência

em gerência de projetos. O simples uso da metodologia,

mesmo por um extenso período, não necessariamente leva à

excelência... A base para se atingir excelência em gerência de

projetos pode ser descrita como modelo de maturidade em

gerência de projetos.”

Schlichter (1999) cita que grande número de empresas está utilizando a

gerência por projetos. Em algumas organizações, a implementação da gerência

de projetos está levando a serviços e produção mais eficientes, orçamentação

mais acurada, melhores relações entre as diversas partes interessadas nos

projetos (stakeholders) e maior lucratividade.

A abordagem do tópico gerência de projetos, através das definições

introduzidas no PMBOK (2000) e aprofundadas nos trabalhos de Cleland

(2001), Dismore (1999) e Kerzner (2001), evidencia dois aspectos relevantes:

1) o reconhecimento da difusão e utilidade da disciplina e 2) uma evolução do

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12

conceito no sentido de tornar a gerência de projetos, ou mais especificamente

a gerência por projetos, assunto na agenda estratégica das organizações.

Ainda dentro da sua dimensão estratégica, Cleland (2002) sustenta que

projetos são vitais para a sobrevivência e crescimento das organizações (p. 98)

e são ainda os componentes construtivos do desenho e das estratégias das

organizações, provendo os meios para tornar realizáveis as mudanças

necessárias em produtos e serviços (p. 91) oferecidos ao mercado e com fins

estratégicos para a própria empresa, in house, como reestruturações etc., e

necessitam estar integrados com a missão, objetivos, estratégia e metas da

organização e refletindo as bases críticas da própria organização, como forças,

fraquezas, vantagens comparativas, consistência interna, oportunidades e

políticas (p. 103).

Judgev e Thomas (2002) sugerem que, apesar de a gerência de projetos ser

um recurso intangível, incluído dentro da base de conhecimento das

organizações, que deveria ser tratado como uma das fontes de vantagem

competitiva para levar a uma dominância de mercado ou vantagem estratégica,

esta evoluiu como uma ferramenta tática, valorizada no nível operacional,

dificultando sobremaneira sua percepção como um constructo estratégico.

2.5 A Moderna Gerência de Projetos

2.5.1 Evolução Histórica

Nos anos seguintes à 2a Grande Guerra Mundial foi que teve início o processo

de explicitação formal da disciplina de Gerência de Projetos. Kerzner (1998)

sugere a ocorrência de dois acontecimentos de decisiva importância naquele

momento:

- A proposição da Teoria Geral dos Sistemas em 1951 pelo biólogo

Ludwig von Bertalanffy, por encerrar princípios de integração e

Page 24: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

13

multidisciplinariedade, que foram fundamentos do desenvolvimento da

gerência de projetos.

A figura 1 apresenta o universo de interfaces de um projeto.

Figura 1: Interfaces típicas de um projeto

Fonte: Cleland & King (1988; p. 59)

- O advento de projetos de envergadura sem precedentes na área de

defesa dos EUA, a esta época às voltas com a corrida armamentista

provocada pela guerra fria, pela emergência de suas implicações,

forçando o campo da administração a desenvolver técnicas e processos

capazes de auxiliar na gestão dos empreendimentos.

A partir destes fatos, uma série de técnicas e práticas foi sendo incorporada ao

arsenal da disciplina (Kerzner, 1998). Ao longo dos últimos 20 anos, todo este

conjunto de informações e conhecimentos começou a se formalizar nos

chamados BoKs ou corpos de conhecimento da disciplina, que pode ser

definido (PMBOK Guide, 2000, p. 3) como sendo a soma do conhecimento da

profissão de gerência de projetos. Melgrati (2002, p. 371) enfatiza esta

tendência ao abordar a questão da existência de uma teoria em gerência de

projetos e de sua interface com acadêmicos e práticos da área: a referência

obrigatória para todos os estudos neste campo são os tradicionais “Handbooks”

e os “BoKs” produzidos pelos principais profissionais e associações da área,

Alta gerênciaFornecedores Subcontratados

Outros projetos Cliente

Pessoal e treinamento O PROJETO Sistema

financeiro

Gerência de produção

Pessoal de produção

Relações c/ comunidade Suporte técnico

TI

Page 25: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

14

que durante meio século têm ditado as regras da disciplina, como o PMI7, o

IAPM, IPMA8 e APM9, cuja atuação será descrita mais adiante na seção 2.5.2.

A moderna gerência de projetos também trouxe uma maior amplitude de visão

aos gerentes e ao próprio corpo da equipe de desenvolvimento e trabalho, na

medida em que se continuava a buscar a qualidade, porém visando

energicamente o atendimento a prazos e custos previstos, privilegiando uma

visão de negócio e não só a da qualidade técnica. (Kerzner, 2002)

Esta moderna Gerência de Projetos é tratada por Cleland (1999, p. xix) como

uma filosofia, no sentido de corpo de pensamento, que cita ainda três atributos:

- Conhecimento: familiaridade com a teoria e prática de Gerência de

Projetos aplicada a organizações contemporâneas;

- Habilidade: capacidade de aplicar o conhecimento de Gerência de

Projetos a conceitos, processos e técnicas da disciplina;

- Desenvolvimento de um conjunto de atitudes, valores e aspirações que

facilitam o trabalho entre todas as partes envolvidas no projeto

(stakeholders) em projetar e implementar estratégias para que sejam

atingidos os objetivos do projeto.

Cleland e King (1988, p. 11) chamam a atenção para uma nova cultura de

projetos, na qual o sucesso destes será julgado pelos seus resultados e não

pela sofisticação, complexidade ou nível de detalhe. Uma cultura de projetos

regida pelo pragmatismo, que tenderá a valorizar a realização e a consecução

de metas em detrimento de refinamento. A qualidade dos produtos e serviços

será intrínseca aos projetos.

7 PMI: Project Management Institute8 IPMA: International Project Management Association9 APM: Association for Project Management

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15

Segundo Kerzner (2002, p. 32) as empresas que adotaram as modernas

técnicas de gerenciamento de projetos perceberam que os benefícios

potenciais eram bem maiores que os originalmente previstos. A Tabela 1 a

seguir apresenta alguns benefícios da gestão de projetos.

Tabela 1: Benefícios da gestão de projetos

Fonte: Kerzner, 2002, p. 33

2.5.2 Os Institutos de Pesquisa e Desenvolvimento das Práticas deGerência de Projetos

As associações mais importantes são o PMI, a IAPM e a APM. Dentre estas, o

mais proeminente tem sido o PMI, que em 1976, quatro anos após sua

fundação, iniciou discussões acerca da conveniência de sistematização

daquele saber. Em 1983 o instituto publicava uma primeira tentativa de

sistematização dos procedimentos e conceitos necessários ao suporte da

profissão de gerência de projetos (PMBOK Guide, 2000, p. 167). O trabalho

teve prosseguimento e, em 1986, foi publicado pelo comitê de normas daquele

Visão Anterior Visão Atual

- A gestão de projetos precisará de mais pessoal e aumentará os custos gerais

- A gestão de projetos permite que se complete mais trabalho em menos tempo e com redução de pessoal

- A lucratividade poderá diminuir - A lucratividade irá aumentar

- A gestão de projetos aumentará as mudanças de escopo

- A gestão de projetos proporcionará melhor controle das mudanças de escopo

- A gestão de projetos cria instabilidade na organização e aumenta os conflitos

- A gestão de projetos deixa a empresa mais eficiente e eficaz ao utilizar melhores princípios de comportamento organizacional

- A gestão de projetos é na verdade"colírio nos olhos" para agradar aos clientes

- A gestão de projetos premite que se trabalhe em maior proximidade com relação aos clientes

- A gestão de projeto irá criar problemas - A gestão de projetos proporciona uma forma de resolver problemas

- Somente grandes projetos necessitam de gestão de projetos

- Todos os projetos serão beneficiados pela gestão de projetos

- A gestão de projetos aumentará os problemas de qualidade

- A gestão de projetos aumenta a qualidade

- A gestão de projetos criará problemas de autoridade e poder

- A gestão de projetos reduz as disputas por fatias de poder

- A gestão de projetos põe em evidência a subotimização ao cuidar apenas do projeto

- A gestão de projetos permite que as pessoas tomem melhores decisões para a empresa

- A gestão de projetos entrega produtos a um cliente - A gestão de projetos produz soluções

- O custo da gestão de projetos pode tornar a empresa não competitiva

- A gestão de projetos fará a empresa progredir

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16

instituto a primeira versão do documento que hoje é conhecido como PMBOK

Guide Project Management Body of Knowledge – ou Corpo de Conhecimento

em Gerência de Projetos. O conteúdo desses documentos é largamente

reconhecido, entre práticos e acadêmicos relacionados à área, como uma

referência. Esta idéia é corroborada mesmo por aqueles que discordam de

alguns aspectos relacionados a seu conteúdo ou mesmo à sua razão de ser.

(Melgrati e Damiani, 2002; Morris, 2000; Koskela e Howell, 2002).

Para se ter uma idéia da abrangência da atuação do PMI, o Instituto

comemorou em dezembro de 2002 a admissão do membro de número

100.00010.

Especulando sobre as razões para o interesse demonstrado por normas e

certificações, Crawford (2002) sugere que isto deve representar um estágio de

maturidade e crescimento de uma associação profissional; uma tentativa de

estabelecer alguma forma de legitimidade para os membros; a propriedade de

um certificado para propósitos de responsabilidade e legais, e a demonstração

de competência profissional.

Normas e critérios podem também ser vistos como um modo de tornar

explícitas as chamadas melhores práticas (best practices) de profissionais

experientes (practitioners) de modo a tornar mais fácil sua transferência para

iniciantes. (Crawford, 2002).

2.5.3 O PMBOK Guide

O PMBOK Guide (2000) define seu propósito como sendo o de identificar e

descrever o conjunto do chamado corpo de conhecimento que é geralmente

aceito. (p. 3)

10 Informação obtida no site http:\\www.pmi.org

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17

”Geralmente aceito significa que o conhecimento e as práticas

descritas são aplicáveis à maioria dos projetos na grande

maioria das vezes e que existe um consenso generalizado

sobre seu valor e utilidade. Adicionalmente, o documento pode

ser empregado como um léxico, como importante contribuição

à uniformização da nomenclatura pela disciplina”.

O documento é focado nos processos de gerenciamento do projeto e não nos

processos de desenvolvimento do produto e se estrutura com base na

definição de alguns elementos básicos, conforme mostrado a seguir nas

seções 2.5.3.1 a 2.5.3.3.

2.5.3.1 Contexto da gerência de projetos

Aqui se descrevem as características do ambiente onde ocorre o projeto de

forma a identificar as possíveis influências e interfaces (p. 11 - 21). A equipe de

projeto deve compreender este contexto mais geral. Gerenciar as atividades do

dia-a-dia é necessário mas não suficiente para se atingir sucesso no projeto.

São elementos constituintes do contexto do projeto:

- Fases e ciclo de vida do projeto: Cada fase de projeto é marcada pela

complementação de um produto ou subproduto, que aqui pode ser

definido como um resultado de trabalho que seja tangível e/ou

verificável. Estes produtos verificáveis e, portanto, suas respectivas

fases, fazem parte de uma seqüência lógica concebida para assegurar a

adequada especificação, execução e controle do projeto. O conjunto de

fases compõe o ciclo de vida de um projeto.

- Stakeholders: São as partes interessadas no projeto, indivíduos ou

instituições ativamente envolvidos no projeto e cujos interesses podem

ser positiva ou negativamente influenciados pelo projeto.

Page 29: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

18

- Influências da organização: Projetos são tipicamente parte de uma

organização que, normalmente, é maior do que o projeto. Mesmo

quando ocorre o inverso, o que é o caso de grandes empreendimentos

conjuntos, os projetos continuam sofrendo forte influência das

organizações que os cercam. As razões para esta influência podem ser

encontradas nos sistemas organizacionais, na estrutura e mesmo na

cultura da organização.

2.5.3.2 Áreas de conhecimento

Descrevem o conhecimento e prática da gerência de projetos em termos dos

processos que os compõem. Estes processos foram organizados em nove

áreas de conhecimento: gerenciamento de integração, escopo, tempo, custo,

qualidade, recursos humanos, comunicação, risco e suprimentos. O objetivo de

cada uma das áreas de conhecimento pode ser sumariamente descrito como:

- Gerenciamento de Integração: descreve os processos necessários para

que os vários elementos do projetos estejam devidamente coordenados;

- Gerenciamento de Escopo: descreve os processos necessários para

que o projeto inclua todo o trabalho requerido e tão somente este para

sua finalização;

- Gerenciamento de Tempo: descreve os processos necessários para que

todo o trabalho seja realizado no tempo previsto;

- Gerenciamento de Custo: descreve os processos necessários para que

o projeto seja realizado dentro do orçamento previsto;

- Gerenciamento de Qualidade: descreve os processos que buscam

assegurar que o resultado do projeto atenda às necessidades que

motivaram, sua realização;

Page 30: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

19

- Gerenciamento de RH: descreve os processos necessários para que se

faça o melhor uso das pessoas envolvidas no projeto;

- Gerenciamento de Comunicação: descreve os processos necessários

para se garantir no momento correto, a devida geração, coleta,

disseminação, arquivamento e disponibilização posterior de toda a

informação relevante do projeto;

- Gerenciamento de Risco: descreve os processos necessários à

identificação, análise e resposta aos riscos que possam ameaçar os

objetivos do projeto;

- Gerenciamento do Suprimento: descreve os processos necessários para

garantir que os bens e serviços externos à organização e demandados

durante a execução do projeto sejam disponibilizados conforme

requerido.

2.5.3.3 Processos

Projetos (PMBOK, 2000, p. 28) se constituem num conjunto de processos. Um

processo se constitui numa série de ações que acarretam um resultado. Os

processos de um projeto podem ser classificados em duas categorias:

- Processos de gerenciamento do projeto: são os processos envolvidos

com a descrição e organização do trabalho a ser realizado no curso do

projeto. Estes processos são agrupados pelas áreas de conhecimento

descritas na seção 2.5.3.2;

- Processos orientados ao produto: são os processos orientados à

especificação e criação do produto ou serviço objeto do projeto. Deve-se

ressaltar que a disciplina do gerenciamento de projeto é focada nos

processos de gerenciamento voltados para o negócio (business), ambas

as classes de processos se superpõem e interagem no curso do projeto.

Page 31: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

20

Grupos de Processos: Os processos acima descritos podem ser organizados

em cinco grupos, de um ou mais processos cada um:

- Processos de Iniciação: apontam para o reconhecimento do início do

projeto ou de uma fase;

- Processos de Planejamento: desvenda e mantém um esquema que

permite a realização e controle do trabalho necessário à execução do

projeto;

- Processos de Execução: coordena pessoas e demais recursos para

executar o planejado;

- Processos de Controle: buscam assegurar que os objetivos

especificados serão atingidos através da monitoração, controle e

correção;

- Processos de Encerramento: visam formalizar a aceitação do projeto ou

de fase deste, conduzindo tal fechamento de forma ordenada.

É apresentada a seguir a figura 2 contendo as nove áreas de gerenciamento e

respectivos processos conforme descrito no PMBOK (2000, p. 8).

Page 32: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

21

Figura 2: Visão Geral das Áreas de Conhecimento e dos Processos da

Gerência de Projetos. (PMBOK 2000)

Fonte: PMBOK 2000, pg. 8.

Gerência de Projetos

Gerência da Integração do Projeto

Gerência do Escopo do Projeto do Projeto

Gerência do Tempo do Projeto

Desenvolvimento do Plano do Projeto

Iniciação Definição das atividades

Execução do Plano do Projeto Planejamento do Escopo Sequenciamento das atividades

Controle Integrado de Mudanças

Detalhamento do Escopo Estimativa da Duração das Atividades

Verificação do Escopo Desenvolvimento do Cronograma

Controle de Mudanças do Escopo

Controle do Cronograma

Gerência do Custo do Projeto Gerência da Qualidade do Projeto

Gerência dos Recursos Humanos do Projeto

Planejamento dos Recursos Planejamento da Qualidade Planejamento Organizacional

Estimativa dos Custos Garantia da Qualidade Montagem da equipe

Orçamento dos Custos Controle da Qualidade Desenvolvimento da Equipe

Controle dos Custos

Gerência das Comunicações do Projeto

Gerência dos Riscos do Projeto

Gerência das Aquisições do Projeto

Planejamento das Comunicações

Planejamento da Gerência de Riscos

Planejamento das Aquisições

Distribuição das Informações Identificação dos Riscos Preparação das aquisições

Relato de Desempenho Análise Qualitativa de Riscos Obtenção de Proposas

Encerramento Administrativo Análise Quantitativa de Riscos Seleção de fornecedores

Desenvolvimento de Resposta à Riscos

Administração dos Contratos

Controle e Monitoração de Riscos

Encerramento do contrato

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22

2.5.4 O Contexto Brasileiro do PMI11

Atualmente, o PMI conta no Brasil com 6 capítulos estabelecidos e

reconhecidos (Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio

Grande do Sul e São Paulo). O capítulo de São Paulo foi reconhecido em 1999,

Bahia, Pernambuco e Amazonas estão em processo de reconhecimento. Há

aproximadamente 500 profissionais certificados12.

Outro dado relevante é a atuação do Grupo de Estudo do PMBOK (SIG-

PMBOK) do PMIMG, capítulo mineiro do PMI, criado em 9 de Maio de 2001 e

que alcançou um total de 636 participantes em Março de 2003. Estes números

revelam a magnitude e a importância dada a este instituto no Brasil.

2.5.5 Estruturas Organizacionais e de Projeto

Para ilustrar a importância das estruturas organizacionais para as empresas,

em 1979 Kerzner (1979, p. 19-20) alertava que estas viam suas estruturas

organizacionais tradicionalmente funcionais se tornarem obsoletas, em função

do aumento das complexidades organizacionais, em virtude do acirramento da

competição e até da busca da sobrevivência da própria empresa.

As razões para o aumento da complexidade organizacional citadas por Kerzner

(1979, p. 19-20) incluíam:

- Acelerado avanço tecnológico;

- Cada vez maiores investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento;

- Cada vez mais informações disponíveis;

11 Informações obtidas nos sites http://www.pmimg.org.br e http://www.pmirio.org.br12 Jornal O Globo, Caderno Boa Chance, 09/03/2003

Page 34: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

23

- Redução no ciclo de vida dos projetos, induzindo a mais e mais

mudanças.

A primeira setorização estrutural das empresas ocorre no nível corporativo: a

departamentalização, que objetiva proporcionar um arranjo adequado à

organização como um todo (Cleland, 1999, p. 214). O sistema de

departamentalização mais empregado inclui:

- Departamentalização funcional: caracterizada por unidades

organizacionais baseadas em especialidades como finanças, engenharia

e produção;

- Departamentalização por produto: organização em unidades distintas

por produtos principais ou linhas de produtos;

- Departamentalização por cliente: organização em unidades distintas por

tipos de cliente, como governamentais, privados, etc.;

- Departamentalização territorial: leva em consideração critérios

geográficos;

- Departamentalização por processo: quando a mão de obra ou produtos

são característicos de um fluxo de trabalho, como em uma refinaria de

petróleo.

Já no caso de uma organização de projeto, sua estrutura organizacional

freqüentemente restringe a disponibilidade ou as condições sob as quais

recursos se tornam disponíveis para o projeto. As estruturas das organizações

podem apresentar um amplo espectro de formas, da funcional à projetizada. A

figura abaixo ilustra as principais características relacionadas a projetos da

maioria das organizações. PMBOK (2000, p. 19)

Page 35: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

24

Tabela 2: Tipos de organizações de projetos

Fonte: PMBOK 2000, p. 19

Similarmente à estrutura apresentada acima, Cleland (1999, p. 216) identifica

cinco diferentes tipos de estrutura organizacional. Cada forma apresenta

características distintas, bem como vantagens e desvantagens. Nenhuma pode

ser considerada a melhor para todos os projetos ou até mesmo a melhor para

todo o ciclo de vida de um projeto específico. A essência de uma organização

voltada a projetos é a flexibilidade. A seguir são apresentados os cinco tipos de

estrutura de projetos:

- Organização funcional: O projeto é dividido e distribuído pelas áreas

funcionais, sendo coordenado pelos gerentes funcionais de alto nível;

- Matriz funcional: O gerente de projetos é investido de autoridade para

coordenar o projeto através das áreas funcionais, com os gerentes

funcionais mantendo autoridade e responsabilidade em suas respectivas

áreas de conhecimento;

- Matriz equilibrada: O gerente de projetos compartilha a autoridade e

responsabilidade com os gerentes funcionais e em esforço conjunto

Tipo de Organização

Características dos Projetos Fraca Equilibrada Forte

Pouca ou Nenhuma Limitada De baixa a

ModeradaDe moderada

a AltaDe alta a

quase Total

Virtualmente Nenhum 0-25% 15-60% 50-95% 85-100%

Tempo Parcial Tempo Parcial Tempo Parcial Tempo Integral

Tempo Integral

Coordenador de

Projeto/Líder de Projeto

Coordenador de

Projeto/Líder de Projeto

Gerente de Projeto/Diretor

de Projeto

Gerente de Projeto/

Gerente de Programa

Gerente de Projeto/

Gerente de Programa

Tempo Parcial Tempo Parcial Tempo Parcial Tempo Integral

Tempo Integral

Funcional ProjetizadaMatriz

Designações mais comuns para o Papel do Gerente do Projeto

Suporte Administrativo ao Gerente de Projeto

Autoridade do Gerente de Projeto

Percentual do Pessoal da Organização Executora Alocado em Tempo Integral ao Projeto

Alocação do Gerente do Projeto

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25

estes estabelecem a direção para o projeto e compartilham o processo

decisório;

- Matriz de projeto: O gerente de projetos supervisiona o projeto e tem

autoridade e responsabilidade na finalização e completude do projeto;

- Time de projeto: O gerente de projetos é colocado à frente de um grupo

de pessoas-chave das áreas funcionais com dedicação em tempo

integral. Os gerentes funcionais não têm envolvimento formal.

Entretanto, na maioria das organizações modernas existem todos estes tipos

de estrutura e em diferentes níveis. Como exemplo, tem-se uma organização

funcional desenvolvendo projeto específico, com grupo de profissionais

organizados como uma estrutura projetizada. (PMBOK, 2000, p. 19).

Numa visão mais pragmática, que considera a influência das estruturas

funcionais nas empresas, Kerzner (1998) propõe que a gerência de projetos

busque um melhor uso dos recursos existentes, fazendo o trabalho fluir vertical

e horizontalmente, ao longo da organização. Observa ainda que esta forma de

operar não desarticula as estruturas funcionais burocráticas e tampouco o fluxo

vertical de trabalho que, por força de especialização funcional, continua sendo

necessário e de responsabilidade dos gerentes funcionais. Ao contrário, a

gerência de projetos tem a capacidade de, por conta de uma eficaz gestão do

fluxo horizontal, tornar eficiente o fluxo de trabalho vertical. Segundo o autor a

idéia da necessidade de um melhor fluxo horizontal de trabalho é suportada

pelo conceito de hiatos operacionais, os quais, incompatíveis com os novos

paradigmas industriais que demandam processos industriais rápidos e flexíveis,

seriam formados pela adição dos hiatos hierárquicos - aqueles definidos pelo

atrito do fluxo entre os níveis hierárquicos - e os hiatos funcionais – aqueles

definidos pela estanqueidade típica das estruturas organizacionais funcionais.

Page 37: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

26

Figura 2: Hiatos organizacionais

Fonte: Kerzner, 1979, p. 20

Cleland (2000, p. 216), por sua vez, cita ainda levantamento da importância da

estrutura organizacional de projeto no sucesso de 546 projetos, onde se

observou que:

- Projetos com organização funcional ou matriz funcional tiveram menos

sucesso que outros que utilizaram matriz equilibrada, matriz de projeto

ou time de projeto;

- A matriz de projeto superou a matriz equilibrada em atendimento ao

cronograma e o time de projeto em controle de custos.

Outro ponto importante relacionado a estruturas organizacionais diz respeito ao

chamado “Project Office” ou Escritório de Projeto. Para Kerzner (2002) e White

e Yosua (2001) o Escritório de Projeto é o centro de excelência de gerência de

projetos das empresas, tendo a função de suportar os gerentes de projetos na

forma de programação, emissão de relatórios, treinamento, software, padrões

etc. (PMBOK, 2000, p. 21). O Escritório de Projeto facilita a evolução da

maturidade em gerência de projetos por ser o ponto focal da aplicação

Hiatos funcionais: Departamentalização

Hiatos gerenciais Ilhas operacionais

Pessoal: operações

Gerência: Planejamento

Supervisores: programação

Alta Gerência: Políticas

+ =

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27

consistente de processos e metodologias. (White e Yosua, 2001). Sua posição

dentro da estrutura organizacional das empresas será discutida posteriormente

na seção 2.6.3.

2.6 Maturidade em Gerência de Projetos

2.6.1 O conceito de Maturidade em Gerência de Projetos

No dicionário Aurélio (1999, p. 900) encontra-se a seguinte definição para

maturidade: “Maturidade (do latim maturitate) S. f. 1. v. Madureza. 2. fisiol.

Estado em que há maturação. 3. Época desse desenvolvimento; idade madura.

4. Fig. Perfeição, excelência, primor [sua arte atingiu a maturidade]. 5. fig.

Firmeza, precisão, exatidão: [revela maturidade de estilo]. 6. fig.

Circunspecção, siso, prudência.”

No âmbito da Gestão de Projetos, várias definições de maturidade são

encontradas na literatura:

- Kerzner define como sendo o desenvolvimento de sistemas e processos

que são por natureza repetitivos e garantem alta probabilidade de que

cada um deles seja um sucesso (2002, p. 46).

- Schlichter (1999) coloca que maturidade implica que capacitações

devem ser desenvolvidas de modo a produzir sucessos repetitivos em

gerência de projetos. E prossegue: maturidade também conota

entendimento e visibilidade dos motivos pelos quais sucessos ocorrem e

meios de corrigir ou prevenir problemas usuais.

Até alguns anos atrás o conceito de maturidade era raramente utilizado para

descrever o efetivo estado de uma empresa em desenvolver certas tarefas e

processos. Atualmente, o conceito de maturidade está cada vez mais sendo

utilizado para mapear caminhos lógicos de melhorar os serviços e produtos das

organizações (White e Yosua, 2001).

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28

Para Kerzner (2002, p. 47), na busca da maturidade em gerência de Projetos

as empresas percorrem um caminho que pode ser caracterizado por cinco

fases de ciclo de vida, desde a embrionária até a maturidade propriamente dita,

como pode ser visto na Tabela 3 a seguir.

Tabela 3: As cinco fases do ciclo de vida da gestão de projetos até atingir a

maturidade

Fonte: As cinco fases do ciclo de vida da gestão de projetos até atingir a

maturidade (Kerzner, 2002, p. 47)

Segundo Kerzner (2002, p. 46), praticamente todas as empresas que

alcançaram algum grau de maturidade passaram por estas fases. A cultura da

organização e a natureza do negócio ditam o tempo gasto em cada uma delas.

As cinco fases acima apresentam características principais que serão

detalhadas a seguir:

Embrionária Aceitação pela Gerência Executiva

Aceitação pelos Gerentes de Área

Crescimento Maturidade

Reconhecer a necessidade

Obter o apoio visível dos executivos

Obter o apoio visível dos Gerentes de Área

Reconhecer a utilidade das fases do ciclo de vida

Desenvolver um sistema de controle gerencial de custo e programação

Reconhecer os benefícios

Fazer com que os executivos entendam a gestão de projetos

Conseguir o comprometimento dos Gerentes de Área

Desenvolver uma metodologia de gestão de projetos

Integrar o controle de custos e da programação

Reconhecer a aplicabilidade

Estabelecer promotores no nível executivo

Obter o comprometimento com o planejado

Desenvolver um programa de ensino para melhorar as competências em gestão de projetos

Reconhecer o que precisa ser feito

Dispor-se a mudar a maneira de conduzir o empreendimento

Minimizar as oscilações de escopo

Definir um sistema de rastreamento do projeto

Page 40: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

29

- A fase Embrionária pode ser caracterizada basicamente pela

necessidade de reconhecimento pela alta gerência da adoção da

gerência de projetos;

- Na fase de Aceitação pela Gerência Executiva a palavra-chave é

visibilidade, ou seja, a gerência deve deixar claro seu apoio à

implantação das práticas;

- Dependendo fortemente da etapa anterior, e fundamental para o

processo, a fase de Aceitação pelos Gerentes de Área também trata de

dar visibilidade à implantação das práticas, porém, neste caso, em nível

mais próximo dos gerentes operacionais e, consequentemente, dos

executores dos projetos;

- A fase de Crescimento pode se iniciar junto à fase Embrionária e correr

em paralelo com as três primeiras, porém só estará concluída quando

assim estiverem as anteriores. Durante a fase de crescimento, os

sistemas de gestão de projetos são desenvolvidos e refinados para

controle e padronização;

- A fase de Maturidade exige que a empresa entenda a relação de tempo

e custos e desenvolva e implemente procedimentos organizacionais de

medição de desempenho. Esta fase também pressupõe o

desenvolvimento de programa de treinamento de longo prazo com a

utilização de técnicas de captura e disseminação das chamadas “lições

assimiladas” (lessons learned) de projetos em desenvolvimento e

encerrados, retroalimentando o sistema.

A simples adoção de ferramentas e sistemas de gerenciamento não garante a

eficiência. Para Kerzner (2002, p. 61) porém, existem forças motrizes que

conduzem o gerenciamento e encaminham a organização na direção certa

rumo à maturidade. As forças motrizes mais comuns rumo à maturidade em

gestão de projetos são:

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30

- Projetos estratégicos. Caso mal orçados e administrados podem

comprometer significativamente o equilíbrio financeiro de uma empresa.

- Expectativas dos clientes. O cliente não deseja mais apenas receber

produtos ou serviços com qualidade. Ele deseja também que o

fornecedor administre o contrato com práticas eficientes. Isto inclui, por

exemplo, a emissão de relatórios gerenciais eficazes, entre outros.

- Competitividade. Especialmente no caso de empresas orientadas a

projetos, cujo rendimento advém destes, a diferença entre ganhar ou

perder uma proposta pode estar no passado de sucessos ou fracassos

no gerenciamento de projetos.

- Entendimento e comprometimento dos gerentes executivos. Esta força

motriz claramente busca superar problemas internos de implementação

das práticas, seja devido a gerentes que não as apoiam ou a

funcionários reativos à mudança.

- Desenvolvimento de novos produtos. Isto se dá basicamente devido à

redução nos tempos envolvidos, explorando oportunidades de mercado.

- Eficiência e eficácia. Isto envolve a velocidade com que mudanças de

práticas e costumes são implementadas. É função do tamanho da

empresa: quanto maior a empresa, mais lenta a mudança.

- Sobrevivência. Esta é sem dúvida a mais poderosa força motriz. Pode-

se dizer que ela tangencia todas as outras, como se observa na Figura

4.

Page 42: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

31

Figura 4: Componentes da sobrevivência de uma empresa

Fonte: Kerzner, 2002, p. 75

Segundo Kerzner (2002, p. 46 - 47), uma empresa pode ser madura em gestão

de projetos e não ser excelente. A definição de excelência vai além da

definição de maturidade.

Além da questão em torno da maturidade e excelência é importante também

citar o conceito de sucesso, na ótica dos diversos stakeholders, sucesso este

que pode e deve ser definido com base em indicadores primários e

secundários, como, por exemplo, atendimento a prazos estabelecidos, dentro

do orçamento e com o nível de qualidade desejado, para os primeiros, e

aceitação pelo cliente e permissão de utilização de seu nome como referência

para o segundo. É interessante notar que estes mesmos critérios podem ser

classificados como internos e externos (Kerzner, 2002, p. 44 - 45).

2.6.2 Modelos de Avaliação do Nível de Maturidade em Gerência deProjetos

Schlichter (1999, p. 1) sugere que a definição do que seja um modelo de

maturidade está relacionada à busca pelas empresas de aperfeiçoamento de

suas capacitações em gerenciamento de projetos: Organizações das mais

variadas áreas estão buscando de forma sistemática o aperfeiçoamento de

suas capacitações como forma de aumentar a consistência e o sucesso na

Sobrevivência

Projetos Estratégicos

Expectativas dos clientes

Competitividade

Eficiência e eficácia

Desenvolvimento de novos produtos

Compreensão executiva

Page 43: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

32

finalização do projeto. O resultado de tal esforço pode ser descrito como um

modelo organizacional de maturidade em gerência de projetos.

Schlichter sustenta ainda que, de forma a se promover o sucesso sustentável

na finalização de projetos, primeiro é necessário se definir o que significa

sucesso. Essa complexa questão exige que se explorem as relações entre

desejos e necessidades percebidos, processos reais, desempenho, infra-

estrutura e fatores de contingência. Na medida em que sucesso seja melhor

entendido e sua relação com a gerência de projetos seja melhor estabelecida,

pode-se supor que uma organização não irá atingir sucesso no gerenciamento

de seus projetos de forma súbita. Um modelo define os passos necessários

para tal. (1999, p. 1)

Segundo Cleland (2002, p. 294), os modelos de maturidade em gerência de

projetos tiveram início com o modelo de Crosby, denominado de “grid de

maturidade em gerência da qualidade”, cuja finalidade teria sido a de criar uma

metodologia de avaliação do grau de evolução – maturidade - na gestão dos

diversos processos de qualidade. Na figura abaixo pode-se observar os cinco

níveis de maturidade originalmente propostos por este modelo e que

evidenciam a idéia de progressão da capacitação naquele grupamento de

processos:

Tabela 4: Grid de maturidade em gerência da qualidade

Fonte: Cleland (2002), p. 294

Por sua natureza genérica e estrutura intrínseca de evolução, o modelo de

Crosby acabou por se tornar referência para os modelos de maturidade em

gerência de projetos. Cleland (2002) sugere ainda que o modelo de Crosby

No Nível Descrição1 Incerteza Falta de compreensão e apreço pelo problema em geral2 Despertar Reconhecer o problema e o valor dos processos para o negócio

3 EsclarecimentoIniciar melhorias e aprender mais sobre novas, ou existentes, formas de promover avanços adicionais aos esforços de trabalho

4 SabedoriaParticipação pessoal nos processos e nas melhorias. Valorizar continuamente o aprimoramento do processo

5 CertezaConsiderar a gerência do processo como sendo uma parte essencial do sistema organizacional

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33

teria inspirado o modelo desenvolvido e publicado em 1983 pelo Instituto de

Engenharia de Software (SEI), ligado à universidade americana Carnegie

Mellon, num projeto patrocinado pelo Departamento de Defesa Norte-

Americano (DoD) e gerenciado pelo próprio instituto. Como produto deste

projeto, foi proposto um Modelo de Maturidade de Capacitação (CMM13),

direcionado ao desenvolvimento de softwares e que, segundo White e Yosua

(2001), surgiu em decorrência da necessidade de se sistematizarem os

processos críticos de concepção e desenvolvimento de softwares que, em

decorrência de sua natureza, são considerados projetos de extrema

dependência da mão de obra envolvida e sujeitos, portanto, a variações da

eficiência e eficácia da intervenção humana. O SEI-CMM, como é denominado,

segue a lógica do modelo de Crosby, propondo uma estrutura de cinco níveis

que permitem estratificar a posição ocupada pela empresa desenvolvedora de

softwares com relação à maturidade de seus processos gerenciais. A figura

abaixo resume o conteúdo dos cinco níveis propostos pelo modelo.

Tabela 5: Grid de maturidade em gerência de projetos SEI-CMM

Fonte: SEI - CMM

A partir do SEI-CMM, uma profusão de modelos direcionados especificamente

à medição de maturidade em gerência de projetos foi desenvolvida.

Basicamente todos eles apontam para um caminho lógico de progressivo

13 CMM: Capability Maturity Model

No Nível Descrição

1 InicialO processo é caracterizado como sendo específico à sua aplicação. A estabilidade do processo é incerta e pode ser caótica. Poucos processos são definidos e o sucesso depende de esforços individuais

2 RepetidoOs processos básicos de gerência de projetos são estabelecidos de forma a monitorar custos, tempo e funcionalidade. Faz-se necessário aplicar uma disciplina de processos, de forma que o sucesso inicial seja repetido em projetos similares

3 DefinidoO processo, tanto para as atividades de gerência quanto para atividades de engenharia de projetos, é documentado, padronizado e integrado dentro de um processo padrão de software para desenvolvimento e manutenção de sistemas

4 GerenciadoSão coletados critérios detalhados sobre o processo de software e do produto. Tanto o processo de desenvolvimento de software quanto de produto são quantitativamente compreendidos e controlados

5 Otimizado Um processo contínuo de aprimoramento é possibilitado pelo feedback quantitativo do processo e pelo emprego de idéias e tecnologias inovadoras

Page 45: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

34

desenvolvimento da capacitação em processos gerenciais em gerência de

projetos. Para a maioria desses modelos, o importante não é somente definir

em que nível uma determinada empresa se encontra, mas sim o que deve ser

feito para assegurar sua evolução. (Bittencourt, 2002)

O PMI está atualmente desenvolvendo modelo próprio, o chamado projeto

OPM3, a ser finalizado ainda neste ano (2003). Em consulta ao site do PMI

(www.pmi.org) este fornece a seguinte definição: Modelo de Maturidade

Organizacional em Gerência de Projetos14

“A que nos referimos como Modelo de Maturidade

Organizacional em Gerência de Projetos? Primeiramente,

organizacional expande os domínios da Gerência de Projetos

para além do projeto único. O uso do termo maturidade implica

que capacitações devem ser desenvolvidas por tempo

suficiente de modo que produzam repetidos sucessos em

Gerência de Projetos. Maturidade também conota

entendimento ou visibilidade do porquê os sucessos ocorrem e

meios para se corrigir e prevenir problemas comuns. Modelo

implica em mudanças, evolução, ou estágios em um processo.”

2.6.3 Por que Avaliar/Modelar o Nível de Maturidade em Gerência deProjetos?

Por que os chamados modelos de maturidade são importantes? John

Schlichter, gerente do projeto OPM3, pelo PMI, escreve para o PMFORUM15:

"O propósito do Modelo de Maturidade Organizacional em

Gerência de Projetos é realçar/intensificar as habilidades da

organização em implementar estratégia organizacional para

14 Tradução livre do autor15 informações obtidas no site www.pmforum.org/prof/matmatrix.htm

Page 46: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

35

chegar ao desenvolvimento de projetos consistentes e de

sucesso – não importando a indústria...”

A importância dos Modelos de Maturidade em Gerência de Projetos para

empresas que adotaram a Gerência por Projetos se inicia na própria decisão

tomada pela alta gerência na sua adoção, principalmente para o caso de

empresas que não tinham como atividade-fim a execução de projetos. A

decisão de implantação das práticas relacionadas tem forte conotação

estratégica, na medida em que envolve considerável investimento, alterações

nas estruturas da organização e muitas vezes profundas modificações na

própria cultura da empresa. Em virtude desta conotação estratégica, os

modelos de avaliação do Nível de Maturidade em Gerência de Projetos surgem

como a solução para, além de determinar o estágio corrente das práticas na

empresa, estabelecer plano de ação de modo a atingir as metas determinadas

pela alta gerência. (Cleland, 2000)

Ibbs e Kwak (1997) propõem a existência de uma relação entre a maturidade

em processos de gerência de projeto e o sucesso alcançado pelas empresas

em seu trabalho seminal e pioneiro na tentativa de quantificar os benefícios da

gerência de projetos. Pennypacker e Grant (2002) enfatizam e idéia de

utilização dos modelos de maturidade para aperfeiçoamento dos processos em

gerência de projetos, apontando que o propósito de um modelo de maturidade

em gerência de projetos é o de fornecer uma ferramenta para suportar a

evolução contínua dos sistemas e dos processos de gerenciamento de projetos

de sorte a aprimorar as capacitações da empresa.

Existe um entendimento de que estes modelos de maturidade em gerência de

projetos são eficientes para avaliar as competências organizacionais das

empresas e que estão sendo utilizados cada vez mais pelas empresas e

governos em processos de solicitação de propostas e desenvolvimento de

negócios. (www.pmforum.org). Tal fato pode ser observado, por exemplo, em

Page 47: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

36

um site australiano16, o qual possui selos atestando a condição de possíveis

fornecedores para os governos dos países associados, e também na

solicitação do Departamento de Defesa Norte Americano (DoD), que anunciou

que apenas organizações que demonstrarem que operam no nível 3, ou

superior, da CMMI17, serão consideradas nos maiores e principais projetos.

(Cookie-Davies, 2002)

Dentre os benefícios auferidos pela utilização de modelos de maturidade em

gerenciamento de projetos pode-se destacar: (White e Yosua, 2001)

- Avaliação da empresa em termos de suas práticas em gerenciamento de

projetos;

- Comparação de seu nível de maturidade frente a outras organizações

em bases justas;

- Comparação de seu nível de maturidade frente a benchmarks de

organizações similares;

- Entendimento de suas forças e fraquezas;

- Desenvolvimento de plano de ação para sua capacitação em

desenvolver projetos de sucesso.

Outra pergunta que surge é: O nível máximo de maturidade é adequado a

todas as empresas? White e Yosua (2001) sustentam que não. Cada

organização deve estabelecer o nível adequado, ou mínimo, no qual o retorno

desejado é alcançado, e estabelecer suas metas para atingi-lo. Os autores

também consideram ser importante manter o nível de maturidade em gerência

de projetos em sincronia com outros processos corporativos, por exemplo o

gerenciamento financeiro.

16 http:\\www.aipm.org.au17 Capability Maturity Model for Integration

Page 48: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

37

A posição hierárquica ocupada pelo Escritório de Projeto dentro da organização

também é um indicador do nível de maturidade da gerência de projetos da

organização. De um modo geral, quanto mais alto estiver na hierarquia

organizacional, maior é o grau de maturidade da organização em gerência de

projetos. (White e Yosua, 2001)

Figura 5: Posições Organizacionais do Escritório de Projeto

Fonte: White & Yosua, 2001, p. 11

2.6.4 Críticas aos Modelos de Maturidade

Embora sua utilidade seja reconhecida, estudiosos começam também a

questionar a profusão de modelos e as reais necessidades de aplicação destes

pelas empresas. Em seu artigo, Judgev e Thomas (2002) apresentam uma

série de críticas aos modelos de maturidade:

CEO

Operações Finanças TI

Desenvolvimento Sistemas Suporte

Nível III Escritório de

Projeto Corporativo

Escritório de Projeto

Corporativo

Escritório de Projeto

TI

Nível II Escritório de

Projeto Departamental

Projetos EP

Nível I Escritório de

Projeto Por Projeto

Page 49: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

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- Modelos são inflexíveis quando, na verdade, seria necessário um

modelo flexível para gerenciamento de mudanças e acompanhar

princípios de melhorias de qualidade;

- Modelos de maturidade são tipicamente voltados para identificar

problemas e elevar a atenção das empresas, porém não para solucionar

problemas;

- Os modelos não explicam o ritmo rápido de mudanças com o qual as

empresas adotam novas tecnologias e mudanças de processo, práticas,

sistemas de gerenciamento ou políticas;

- Os cinco níveis de maturidade não fornecem a definição necessária para

a medição de progresso ao longo do tempo;

- Modelos são sobretudo disciplinadores e não práticos, como

metodologia;

- Modelos focam os processos de trabalho e alguns ignoram os recursos

humanos e aspectos organizacionais.

Cooke-Davies (2002) também questiona a validade da aplicação dos modelos

de maturidade, tendo em conta que a adoção de determinado modelo de

maturidade por uma empresa envolve enorme esforço organizacional e não

garante que os resultados atenderão às expectativas. O autor sugere então um

procedimento estruturado em cinco pontos/perguntas para verificar sua

aplicabilidade, caso a caso:

- Os processos de gerência de projetos são suficientemente importantes

nas metas estratégicas da organização de modo que esta deseje

melhorar seu nível de maturidade?

Page 50: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

39

- Quais são os grupos de processos gerenciais importantes relativos a

projetos, de modo a estabelecer o escopo/alcance do projeto de

maturidade e quantificar seu impacto?

- Até que ponto a organização depende de habilidades de gerentes de

projeto especialistas e até que ponto as melhorias virão da aplicação de

processos mais restritos?

- Que tipo de modelo de maturidade deve ser considerado?

- Que tipo de benefícios podem ser esperados, e o esforço valerá a pena?

A despeito de acreditar, em função da própria metodologia proposta, que nem

todas as empresas necessitariam utilizar modelos de maturidade, o mesmo

autor sugere que devido a forças tais como solicitações dos clientes e até a

própria evolução da disciplina de gerência de projetos, os modelos de

maturidade em gerência de projetos estão aqui para ficar (Cooke-Davies,

2002).

White e Yosua (2001) sustentam que qualquer modelo que seja utilizado para

avaliar Maturidade em Gerência de Projetos deverá indicar um caminho lógico

de desenvolvimento progressivo, podendo não ser tão importante saber se a

organização está em determinado nível inferior de maturidade, mas sim quais

ações específicas ela deverá tomar para seguir adiante. O que é mais

importante é que a organização possua uma visão e esteja se movendo para

melhorar sua capacitação em Gerência de Projetos com esforços focados nas

metas. E concluem: um bom Modelo de Avaliação do Nível de Maturidade em

Gerência de Projetos cria um planejamento estratégico capaz de levar adiante

a Gerência de Projetos através da organização.

Page 51: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

40

2.6.5 Tipos de Modelos de Avaliação do Nível de Maturidade em Gerênciade Projetos

Nos últimos anos foram desenvolvidos aproximadamente vinte e sete modelos,

de acordo com a lista apresentada no site http://www.pmforum.org, e em 1998

pelo PMI (Extant Maturity Models), que se constitui na relação mais completa e

abrangente sobre a matéria. A edição dessa lista faz parte de um esforço do

comitê de normatização daquele instituto em busca da proposição de um

modelo de maturidade que seja abrangente e representativo o bastante para se

transformar em um standard, o chamado Projeto OPM3, já citado

anteriormente.

Tomando por base a lista citada acima e o trabalho desenvolvido por

Bittencourt (2002), é apresentada em seguida tabela adaptada. Esta tabela

contém informações adicionais, com o acréscimo de modelos desenvolvidos

posteriormente à sua confecção, e também a classificação dos modelos nela

listados, conforme critério abaixo:

- Modelo Geral para Avaliação Integrada: Esta designação foi dada aos

modelos de avaliação de excelência baseados em TQM ou a modelos

de avaliação integrada de desempenho, como o Balanced Scorecard.

- Standard/Corpo de conhecimentos: Embora não possam ser

considerados modelos destinados à avaliação de capacitações em

gerência de projetos, estes BOK’s, como são chamados, se constituem

na base de conhecimento da grande maioria dos modelos, por reunirem

o estado da arte do conhecimento aplicável na área.

- Certificação Profissional: Trata-se dos modelos de maturidade voltados

à certificação de profissionais. Sua importância na determinação das

competências vitais em gerência de projetos tende a crescer na medida

em que se reconhece cada vez mais a importância de ativos intangíveis

na identificação e quantificação daquela natureza de competências.

Page 52: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

41

- Modelo de Maturidade Específico: embora os modelos específicos como

o SEI-CMM tenham sido anteriores aos modelos gerais de aplicação em

gerência de projetos, sua aplicação tem utilidade restrita ao ambiente

para o qual foi desenvolvido.

- Modelo Geral de Maturidade em Gerência de Projetos: São os modelos

que, por sua característica genérica, podem ser aplicados a qualquer

ambiente de projetos ainda que sujeitos a algum tipo de adaptação.

2.6.6 Escolha do Modelo a ser utilizado

Levando-se em consideração o trabalho desenvolvido por Bittencourt (2002),

voltado para a recuperação da indústria naval do Estado do Rio de Janeiro,

com vistas aos investimentos previstos relativos à indústria de petróleo off-

shore, indústria esta caracterizada por abrigar empresas voltadas a projeto, e

sua similaridade com empresas de desenvolvimento de empreendimentos

industriais (no segmento podem ter relações de concorrência,

complementariedade e até parcerias e também os mesmos clientes), foi

considerado que as mesmas considerações quanto aos modelos seriam

aplicáveis e os mesmos modelos pré-selecionados também seriam aplicáveis.

Desta forma, a definição do modelo a ser utilizado no presente trabalho pode

tomar como base os modelos pré-selecionados naquele, sem qualquer prejuízo

de qualidade.

Os critérios utilizados levaram à seleção de três modelos classificados como

Modelos Gerais de Maturidade em Gerência de Projetos para uso no processo

de seleção final: CBP, Kerzner e Knaap & Moore.

A seguir é apresentada a análise dos modelos selecionados e a escolha final.

Em seguida, será apresentado o modelo selecionado em maiores detalhes

para melhor entendimento.

O critério para seleção de um modelo para aplicação a uma determinada

necessidade deve estar associado à natureza desta necessidade. Uma

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42

comparação entre os três modelos pré-selecionados CBP, Kerzner e Knapp &

Moore sugere que:

O Modelo CBP deve ser utilizado quando se busca uma investigação e

avaliação mais pormenorizada das características dos processos de gerência

de projetos como definido pelo PMBOK Guide.

O Modelo Kerzner, com características distintas dos modelos citados,

apresenta componente dinâmica e de transformação, devendo ser utilizado na

avaliação da maturidade dos processos de evolução da empresa rumo à

excelência em gerência de projetos (contexto estratégico).

O Modelo Knapp & Moore, por não utilizar questionário estruturado, é aplicável

em estudos exploratórios, quando se almejar uma avaliação mais qualitativa

dos processos em gerência de projetos.

Para efeito especificamente deste trabalho foi adotado o modelo CBP,

basicamente por permitir uma análise bastante detalhada de seus processos e

práticas de gerenciamento e também por se basear na estrutura das nove

áreas de conhecimento, adotada pelo PMBOK Guide, metodologia também

utilizada pela empresa onde o caso será desenvolvido.

2.6.7 Análise Detalhada do Modelo Selecionado - CBP

A avaliação mais detalhada do modelo selecionado, a seguir descrita, e

realizada a partir da bibliografia citada, tem como base a descrição dos

seguintes elementos componentes dos modelos (Bittencourt, 2002; Burns e

Crawford, 2002):

a) Variáveis do Modelo

São as variáveis definidas pelos modelos e utilizadas para percepção e

captação da maturidade. Desempenham duas funções principais: a) ajudam a

definir o constructo, ou seja, a lógica na qual se baseia o modelo e b) se

Page 54: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

43

constituem no veículo de captação da maturidade, já que esta depende do grau

de competência nem sempre evidente.

O CBP se baseia no SEI-CMM, para o modelo de maturidade, e no PMBOK

Guide para descrição dos processos. Os principais componentes do CBP são:

- Níveis de maturidade: O modelo define cinco níveis em progressão

semelhantes ao modelo original do SEI-CMM: 1) Processos iniciais; 2)

Processos estruturados e normalizados; 3) Processos normalizados e

institucionalizados por toda a organização; 4) Processos gerenciados e

5) Processos em contínua otimização.

- Áreas de conhecimento: como definidas no PMBOK Guide, acrescidas

de três componentes adicionais que os autores do modelo consideram

influentes no processo de adoção das práticas em gerência de projetos.

Estas três áreas se manifestam no modelo na forma de processos

incluídos e distribuídos por algumas das nove áreas de conhecimento

originais do PMBOK Guide. São elas: 1) o escritório de projetos (project

office); 2) acompanhamento gerencial (management oversight) e 3)

desenvolvimento profissional. Embora não explicitado na literatura de

referência, a inclusão dessas três áreas adicionais parece buscar

contemplar a dimensão de institucionalização, já identificada em

modelos anteriores.

- Escritório de projetos: constitui-se em um núcleo de recursos

disponibilizado pela organização para apoiar as atividades de projetos.

Sua existência se constitui em evidência de maturidade em gerência de

projetos.

- Acompanhamento gerencial: A intensidade e qualidade com que a

gerência supervisiona o processo de gerência de projetos influi no

resultado do processo. Portanto é considerado elemento importante na

definição de capacitação e maturidade do processo. A inclusão destas

Page 55: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

44

duas áreas ao conjunto dos processos definidos pelas nove áreas do

PMBOK guarda semelhança com a classificação das Práticas Genéricas

do SEI-CMM (performing the work, supporting infrastructure and process

management).

- Desenvolvimento profissional: embora já contemplado nas nove áreas

básicas, este item é destacado como processo adicional mais

relacionado, como no caso anterior, à institucionalização do processo de

gerenciamento de projetos na empresa.

- Atividades: é a descrição detalhada das atividades que permite a

associação de uma determinada área de conhecimento, e de um

determinado processo, a um determinado nível de maturidade.

b) Constructo

O constructo constitui-se na arquitetura e na lógica sobre a qual o modelo é

estruturado. O elemento básico do modelo é o conjunto de atividades através

das quais o nível de maturidade é definido para um determinado processo de

uma determinada área de conhecimento. Estas atividades estão cobertas por

quarenta e duas questões.

c) Avaliação

Os elementos de avaliação utilizados constituem-se no questionário de

aquisição da informação básica e no algoritmo de totalização do grau de

maturidade.

O questionário possui um total de 43 perguntas, sendo uma na qual o

respondente é solicitado a avaliar o nível de maturidade da organização e

outras 42 referentes às práticas. A definição de maturidade é cumulativa, ou

seja, uma determinada área somente atingirá o nível n se todos os processos

avaliados naquela área atingirem o nível n. Mesmo que o nível n+1 seja

atingido em alguns processos, prevalecerá o nível mínimo atingido por todos.

Page 56: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

45

As peças mais elementares de determinação da maturidade do CBP são

definidas por atividades diretamente relacionadas aos processos definidos pelo

PMBOK Guide. Como este corpo de conhecimento tem sido amplamente

difundido e é cada vez mais utilizado pelas empresas (Kerzner, 1998), a

utilização deste modelo e, principalmente, a utilidade e uso do resultado de sua

aplicação, deve tornar-se, por conta desta familiaridade, mais intuitivo e mesmo

fácil.

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa

Segundo Sekaran (1992), a natureza da pesquisa ou estudo é função do

estágio de desenvolvimento da própria área de pesquisa.

De maneira a atingir os objetivos constantes do item 1.2, a metodologia

adotada para o desenvolvimento do presente trabalho foi a de pesquisa

exploratória, quanto à finalidade, e estudo de caso, quanto aos meios de

investigação, tomando por base a classificação proposta por Vergara (1997).

A pesquisa de caráter exploratório, ainda segundo a mesma autora (Vergara,

1997, p. 45), “é realizada em área com pouco conhecimento acumulado ou

sistematizado”. Além disto, não comporta hipóteses iniciais, que eventualmente

poderão aparecer na conclusão ou no decorrer dos trabalhos.

Para Sekaran (1992), a abordagem de uma pesquisa de caráter exploratório é

a mais adequada para uma ciência aplicada, onde se enquadra a Gerência de

Projetos.

Segundo Simon (1969) o estudo de casos é o método mais adequado quando

se deseja obter uma riqueza de detalhes muito grande sobre o tema em

questão. Alguns anos mais tarde Bonoma e Wong (1983) definiram o estudo

de caso como a descrição de uma situação vivida por uma determinada

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46

empresa. Uma das principais diferenças do estudo de casos para os demais

métodos de pesquisa é o fato de que um caso não é aleatoriamente escolhido.

Ao contrário, é deliberadamente selecionado de acordo com os objetivos

estabelecidos pelo pesquisador.

Yin (1989) define o estudo de casos como uma investigação empírica de um

fenômeno contemporâneo em seu contexto real, onde a distinção entre o

fenômeno e o contexto não está totalmente definida e para a qual se utilizam

fontes de informações múltiplas.

3.2 O Caso

3.2.1 Considerações Gerais

Considerando critérios de tipicidade (Sekaran, 1992), quando o pesquisador

considera que os elementos representam a população-alvo e acessibilidade,

devido à facilidade de acesso à empresa, o trabalho foi desenvolvido em uma

empresa brasileira de desenvolvimento de empreendimentos industriais,

empresa esta tradicional em seu segmento.

3.2.2 A Empresa

A empresa objeto deste estudo de caso atua nos setores de energia, indústrias,

óleo e gás e obras civis, desenvolvendo e implementando soluções com base

em suas competências fundamentais de engenharia, gerenciamento de

empreendimentos, suprimentos, gestão de parcerias e riscos e estruturação de

negócios.

Como resposta aos requisitos atuais dos mercados brasileiro e internacional,

esta vem concentrando sua atuação em soluções integradas, enfrentando com

sucesso o desafio da implantação de empreendimentos, em contratos nas

modalidades EPC (engenharia, suprimentos e construção) ou turnkey, entre

outros.

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47

A empresa possui experiência em gerenciamento de empreendimentos como

conseqüência do conhecimento acumulado com os projetos executados ao

longo dos anos. Atualmente, tem como referência os conceitos estabelecidos

pelo PMI – Project Management Institute. A atividade de gerenciamento é a

base para a integração de estudos preliminares e conceituais, seleção de

tecnologias, engenharia, suprimentos, contratação e supervisão de construção

e montagem eletromecânica, testes, comissionamento, treinamento de

operadores e assistência à partida.

Em 2002 a empresa faturou perto de R$ 300 milhões e atualmente conta com

300 funcionários.

3.2.3 Estrutura Organizacional

Tipicamente uma organização voltada a projetos a empresa apresenta

estrutura organizacional conforme mostrado na Figura 6.

Figura 6: Organograma da Empresa

DIRETORIA EXECUTIVA

DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS COMITÊ DIRETIVO

OPERAÇÕES & COMERCIALIZAÇÕES

Finanças ENERGIA Recursos Humanos

Administração INDÚSTRIAS Qualidade

Desenv. de Competências OBRAS CIVIS Comunicação &

Marketing

Tecnologia da Informação ÓLEO & GÁS Assessoria Jurídica

ÁREA

S D

E SU

POR

TEÁR

EAS DE SU

POR

TE

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48

Com base nos critérios citados acima, no organograma da empresa e

informações obtidas junto à direção desta, foi definido que, por suas

características, as Unidades de Negócios apresentavam as condições

necessárias para o desenvolvimento da pesquisa.

Deste modo, foram selecionadas as Unidades de Negócio de Indústrias e Óleo

& Gás, apresentadas em separado no organograma porém tratadas pela alta

direção como unidades-irmãs, como sendo o contexto organizacional no qual

seria aplicada a pesquisa.

3.2.4 Características Principais das Unidades de Negócio Pesquisadas

Ambas as Unidades de Negócios possuem como clientes empresas estatais e

privadas de grande porte, atuando nos diversos segmentos de

empreendimentos de engenharia, sendo que ambas operam na indústria de

petróleo, estando a Unidade de Óleo & Gás voltada para os segmentos

upstream e midstream da exploração até a chegada à refinaria e a Unidade de

Indústrias para o segmento downstream, na refinaria propriamente dita e no

processamento dos derivados.

Os serviços/produtos da empresa são principalmente projetos tipo EPC

(engenharia, suprimentos e construção), EPCM (engenharia, suprimentos e

gerenciamento da construção), turnkey (com a entrega da planta em operação)

e projetos de engenharia, entre outros, variando também as modalidades de

contratação, que podem ser a valor global (lump sum) ou por administração.

O valor dos contratos depende do tipo e da modalidade de contratação,

variando de R$ 30 a 150 milhões. A duração está usualmente na faixa de 20 a

30 meses.

O efetivo utilizado por estas unidades pertence aos quadros da empresa como

um todo, sendo alocado a cada uma conforme o projeto/necessidade.

Page 60: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

49

3.3 Seleção dos Respondentes

Para Ibbs e Kwak (2001) idealisticamente uma pesquisa a respeito do nível de

maturidade de gerência de projetos deveria alcançar todos os envolvidos na

empresa, de modo a determinar o nível corrente de suas práticas. De modo

geral isto é impraticável, principalmente devido a limitações de tempo e

recursos.

Tendo em vista os objetivos da aplicação do modelo, voltado para a área

gerencial, selecionou-se todos os profissionais com efetiva responsabilidade

pelo desempenho dos projetos nas áreas escolhidas. Desta forma, foram

entrevistados 13 (treze) profissionais, sendo um diretor da empresa, 7 (sete)

gerentes de projeto, 2 (dois) gerentes funcionais, 1 (uma) especialista em

planejamento financeiro e 2 (dois) especialistas em planejamento das Unidades

de Negócios selecionadas.

3.4 Coleta e Tratamento dos Dados

Os dados foram coletados através de entrevistas pessoais e aplicação de

questionário e modelo específicos.

Os resultados foram compilados e tabulados e sua apresentação realizada em

tabelas consolidadas. Os profissionais respondentes não foram identificados,

mantendo-se, desta forma, seu anonimato. Apenas o resultado da entrevista do

diretor foi apresentado em separado devido à própria aplicação do modelo.

Originalmente em inglês, o questionário foi traduzido por este autor para língua

portuguesa.

3.5 Limitações do Método

Qualquer pesquisa que se propõe a estudar com seriedade um determinado

tema encontrará limitações no que diz respeito ao método utilizado.

Page 61: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

50

O estudo de casos possui as seguintes principais limitações: viés do

pesquisador e limitado grau de generalização. Como citado anteriormente, o

modelo será aplicado em duas unidades de negócio da empresa. Deste modo

é esperado que os resultados espelhem as práticas destas duas unidades e

não da empresa como um todo ou de qualquer outra empresa de projetos.

3.6 Perguntas da Pesquisa

A pergunta que norteia a presente pesquisa é:

“Até que ponto o modelo de avaliação do nível de maturidade em gerência de

projetos selecionado se mostrou aplicável a empresas de desenvolvimento de

empreendimentos industriais no Brasil?”

Desta pergunta derivam as seguintes perguntas secundárias:

1. “Como se apresentaram os potenciais benefícios e críticas da aplicação do

modelo em uma empresa brasileira de desenvolvimento de empreendimentos

industriais?”

2. “Quais seriam os cuidados e as recomendações para aplicação futura deste

modelo em empresas brasileiras?”

3.7 Critérios de Aplicabilidade

Para a avaliação da adequação e aplicabilidade do modelo selecionado foram

desenvolvidas questões de controle, questões estas submetidas aos

respondentes durante as entrevistas.

As questões de controle buscaram alcançar a opinião dos respondentes, aos

seguintes pontos principais, relativamente a cada pergunta do questionário do

modelo:

- sua relevância frente ao tema,

Page 62: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

51

- a compreensão em relação à terminologia utilizada,

- a avaliação da coerência de cada questão em relação ao seu próprio

enunciado e ao enunciado da área de conhecimento e

- a possível subjetividade da própria pergunta.

Para estas questões foram acrescentadas caixas de resposta individuais que

foram respondidas após cada pergunta do questionário do modelo,

classificando-as em números de 1 (característica fraca) a 5 (forte).

Page 63: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

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Exemplo (resumido):

Questionário do modelo

5. Integração: Sistema de Informações de Projeto

Nível 1. Não existe sistema que colete, integre e organize ferramentas,

processos e procedimentos de informação relativos a projeto através das Áreas

de Conhecimento.

Nível 2. Existe sistema básico que coleta...

Nível 3. Existe sistema central que coleta...

Nível 4. Existe sistema central que coleta (...) e estão integrados ao

Escritório de Projeto

Nível 5. Processo de melhoria está implantado para melhoria contínua ...

Questões de Controle:

Relevância percebida (1 a 5)

A

m

li

4

5

4

4

Compreensão da questão (1 a 5)

Coerência com o enunciado (1 a 5)

Subjetividade da questão (1 a 5)

o final da aplicação do questionário foi solicitada ainda uma análise crítica do

odelo como um todo, da sua relevância, a percepção de ausência de algum

pico considerado importante pelo respondente e também foi permitida sua

vre participação através de comentários gerais sobre a pesquisa.

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53

3.8 Método de Aplicação do Modelo

3.8.1 Descrição Geral

A metodologia de aplicação do modelo envolve dois níveis de entrevistas: com

a alta gerência da empresa e com os profissionais ligados às atividades de

gerenciamento.

A alta gerência é convocada a responder ao questionário propriamente dito

(Anexo 2), analisando as práticas correntes em gerência de projetos na

empresa, segundo sua ótica, e também para estabelecer, como representante

organizacional da empresa, os objetivos ou metas a serem atingidas em termos

de níveis futuros das práticas de gerência de projetos, frente ao modelo geral,

apresentado na Tabela 6.

Page 65: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

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Tabela 6: Modelo de avaliação do Nível de Maturidade CBP

Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5

PROCESSO INICIALPROCESSOS

ESTRUTURADOS E PADRONIZADOS

PADRÕES ORGANIZACIONAIS E

PROCESSOS INSTITUCIONALIZADOS

PROCESSOS GERENCIADOS PROCESSOS OTIMIZADOS

Gerenciamento da Integração do Projeto

Práticas e padrões não estabelecidos. Trabalho executado ad hoc.

Processo de documentação básica para planejamento e reporte. Gerência é envolvida apenas nos projetos de "maior visibilidade".

Esforço para institucionalização do projeto com procedimentos e padrões. "Project Office" começa a integrar os dados do projeto.

Processos/padrões utilizados por todos os projetos e integrados com outros processos e sistemas corporativos. Decisões baseadas na performance de métricas.

Melhorias nos procedimentos de integração de projetos são utilizadas. Lições aprendidas são regularmente examinadas e usadas para melhorar os processos de documentação.

Gerenciamento do Escopo do Projeto

Registro genérico dos requerimentos do projeto. Pouco ou nenhum gerenciamento de escopo e documentação. Gerenciamento com conhecimento apenas dos objetivos-chave.

Processo de gerenciamento do escopo básico. Técnicas de gerenciamento de escopo aplicada regularmente nos projetos maiores e "mais visíveis".

Documentação completa do processo de gerenciamento e utilização para a maioria dos projetos. Os acionistas participam ativamente nas decisões de escopo.

Processos de gerenciamento de projetos usados em todos os projetos. Projetos gerenciados e avaliados de acordo com outros projetos.

Eficazes e eficientes métricas direcionam as decisões de escopo de projeto pelos níveis apropriados de gerenciamento . Foco na alta utilização do valor.

Gerenciamento do Tempo do Projeto

Nenhum planejamento estabelecido ou padrões de cronograma. Falta de documentação dificulta a repetição de projetos bem-sucedidos.

Processos básicos existem, mas não os requeridos para planejamento e cronograma. Utilização de padrões de cronograma apenas para os projetos maiores e "mais visíveis".

Documentação dos processos de gerenciamento do tempo e utilização para a maioria dos projetos. Uma larga integração da organização inclui dependencias entre projetos.

Gerenciamento do tempo utiliza dados históricos para provisão de performance futura. Decisões de gerenciamento baseadas na eficiência e métricas efetivas.

Procedimentos de melhoria utilizados para processos de gerenciamento de tempo. Lições aprendidas são examinadas e utilizadas para melhorar os processos documentados.

Gerenciamento do Custo do Projeto

Práticas e padrões não estabelecidos. O processo de documentação do custo é ad hoc e as equipes de projeto seguem práticas informais.

Processos existem para estimativa, registro e medida de performance de custos. Processo de gerenciamento de custos usado para os projetos maiores e "mais visíveis".

Processos de custos são padronizados pela organização e utilizados para a maioria dos projetos. Os custos são completamente integrados em uma biblioteca de recursos do projeto.

Planejamento de custos e monitoramento integrados com "Project Office", sistemas financeiro e de recursos humanos. Padrões associados aos processos corporativos.

Lições aprendidas melhoram a documentação dos processos. A Gerência usa ativamente eficazes e eficientes métricas para a tomada de decisão.

Gerenciamento da Qualidade do Projeto

Práticas e padrões de qualidade não estabelecidos. A Gerência se questiona como deve definir "qualidade".

Políticas de organização básicas de qualidade são adotadas. Gerência encoraja a aplicação de políticas de qualidade nos projetos maiores e "mais visíveis".

Os processos de qualidade são bem documentados, de acordo com os padrões da organização. A Gerência é envolvida nos descuidos com qualidade na maioria dos projetos.

Todos os projetos utilizam padrões de processos de planejamento de qualidade. O Project Office coordena padrões de qualidade e confiança.

O processo de qualidade inclui instruções para a realimentação permantente de melhorias no processo. As métricas são chaves nas decisões de qualidade do produto.

Gerenciamento dos Recursos Humanos do Projeto

Processos não repetitivos de planejamento e recrutamento para projetos. Equipes de projetos sâo ad hoc. Tempo e custo dos recursos humanos não são medidos.

Processos repetidos que definem como planejar e gerenciar recursos humanos. Monitoramento dos recursos apenas para os projetos "mais visíveis'.

A maioria dos projetos segue processos de gerenciamento de recursos estabelecidos. Um programa de desenvolvimento profissional estabelece os planos de carreira de gerenciamento de projetos.

Previsão de recursos utilizada para planejamento e priorização de projetos. Performance da equipe de projeto medida e integrada com o desenvolvimento profissional.

Processos que convidam a equipe a documentar as lições aprendidas nos projetos. Melhorias são incorporadas no processo de gerenciamento dos recursos humanos.

Gerenciamento da Comunicação do Projeto

Existe um processo de comunicação ad hoc nos projetos em que se espera posicionamentos informais à Gerência.

Um processo básico é estabelecido. Os projetos maiores e "mais visíveis" respeitam o processo e fornecem relatórios de progresso para três aspectos.

Envolvimento ativo da gerência no acompanhamento da performance do projeto. A maioria dos projetos possuem um plano de comunicação formal.

Plano de gerenciamento da comunicação é requerido para todos os projetos. Planos de comunicação são integrados com a estrutura de comunicação corporativa.

Existe um processo contínuo de melhoria no gerenciamento da comunicação do projeto. Lições aprendidas são capturadas e incorporadas.

Níveis de Maturidade de Gerenciamento de Projetos

Gerenciamento do Risco do Projeto

Práticas e padrões não estabelecidos. Documentação é mínima e os resultados não são distribuidos. A resposta ao risco é reativa.

Processos são documentados e utilizados para os projetos maiores. A Gerência é consistentemente envolvida com os riscos dos projetos maiores e "visíveis'.

Processos de gerenciamento de risco são utilizados para a maioria dos projetos. Métricas são usadas para apoiar decisões de risto no projeto e nos níveis do programa.

A Gerência é ativamente engajada no gerenciamento do risco da organização. Sistemas de custos são completamente integrados com sistemas de cronograma, custos e recursos.

Processos de melhoria são utilizados para garantir que os projetos são continuamente medidos e gerenciados de acordo com métricas de performance que definem valor.

Gerenciamento da Compra/Venda do Projeto

Nenhum processo de compras. Os métodos são ad hoc. Os contratos são gerenciados no nível final de entrega.

Documentação de processo básico para compra de produtos e serviços. Processo de compra mais utilizado para os projetos maiores e ''mais visíveis".

Processos padronizados para a organização e utilizados para a maioria dos projetos. Equipe de projetos e departamento de compras integrados no processo de compra.

Decisões de desenvolver internamente/comprar são feitas sob perspectiva da organização. Vendas é integrada com os mecanismos de gerenciamento de projetos da organização.

Processos de compra revistos periodicamente. Melhoria de processos em andamento focada em eficazes e eficientes métricas de compras.

Page 66: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

55

Tomando-se por base as respostas anteriores, ao questionário e ao

enquadramento no modelo, pode-se identificar um primeiro hiato entre as

práticas correntes e o nível em que a empresa deseja chegar no futuro, na

visão da alta gerência.

Em seguida, os selecionados respondem ao questionário, estabelecendo os

níveis praticados para cada questão.

As respostas destes são então tabuladas, identificando-se os valores mínimo,

máximo e médio para cada questão e também por área de conhecimento.

As análises dos hiatos existentes entre todas as respostas acima citadas

embasa a análise das práticas correntes e a visualização de um plano de

ações futuras.

3.8.2 Seqüência de Passos

No desenvolvimento dos trabalhos foram percorridos os seguintes passos:

a) Selecionadas as Unidades de Negócio de Indústrias e Óleo & Gás, o

questionário e o modelo escolhidos foram submetidos a um diretor da empresa

com os seguintes objetivos: avaliar o nível atual das práticas de gerência de

projetos da organização como um todo e não de um projeto específico, via

questionário e, também, utilizando o modelo selecionado, o nível de maturidade

desejado pela empresa. Além destas ligadas diretamente à aplicação formal do

modelo, o diretor também respondeu às questões de controle referentes à

aplicabilidade do modelo.

b) Os questionários foram então submetidos aos responsáveis gerenciais pelos

projetos. Todos os respondentes foram solicitados a responder as questões de

controle de aplicabilidade e a tecer comentários sobre o questionário.

c) As respostas ao questionário do modelo foram então compiladas e

analisadas. A avaliação do nível de maturidade propriamente dito percorreu os

seguintes passos:

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i) Foi inicialmente definido o nível de maturidade em gerência de projetos

destas unidades de negócio conforme estabelece o modelo, na visão do diretor

(corrente e desejada) e dos demais profissionais (corrente).

ii) A partir da comparação das respostas buscou-se a identificação de possíveis

gaps ou hiatos entre a percepção da alta gerência (na pessoa do diretor) e as

práticas correntes.

iii) Por fim, os diversos benefícios e críticas listados no item 2.6.3 deste

trabalho foram verificados.

d) Compiladas as respostas às questões de aplicabilidade, buscou-se elaborar

uma visão crítica do questionário do modelo, identificando pontos críticos, tais

como: utilização de questionário oriundo dos EUA e aplicado no Brasil (cultura),

linguagem/clareza, perguntas pertinentes, perguntas consideradas ausentes e

também aspectos relacionados à aplicação propriamente dita do modelo, seu

tamanho e tempo de aplicação.

Page 68: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

57

4 RESULTADOS E ANÁLISE

4.1 Entrevista com a Alta Gerência

4.1.1 A Entrevista

Para colher as informações necessárias ao estudo, referentes à visão da alta

gerência da empresa quanto ao nível de maturidade da gerência de projetos

das operações correntes e suas expectativas quanto ao futuro, o diretor da

Unidade Indústrias foi entrevistado. Os resultados estão apresentados na

Tabela 7.

Perguntado como a empresa se estrutura para as operações, o entrevistado

informou que as equipes de projeto assumem estruturas projetizadas, no

formato de força-tarefa, com profissionais alocados em tempo integral. A

alocação dos profissionais é administrada pela Diretoria de Desenvolvimento

de Competências, havendo mobilidade de profissionais entre os projetos de

cada unidade e entre as unidades da empresa.

Como citado, o escritório de projetos da empresa está em operação há

aproximadamente dois anos e está situado no nível corporativo da empresa,

sendo uma unidade virtual resultante da Unidade que conduz determinada

operação com o apoio das Diretorias Financeira e de Desenvolvimento de

Competências.

Além disto, os projetos utilizam padrões gerenciais (frames) corporativos para

processos de gerenciamento e eventos de controle ao longo do ciclo de vida

dos empreendimentos.

Ainda dentro da atuação do escritório de projetos, a alta gerência participa ativa

e sistematicamente no acompanhamento do andamento das diversas

Page 69: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

58

operações, através de follow-up meetings estruturados segundo as nove áreas

de conhecimento do PMBOK, além de reuniões ad hoc sempre que necessário.

O diretor citou os principais motivos da adoção destas modernas práticas e do

próprio escritório de projetos pela empresa:

- Padronizar as práticas de gerência de projetos na empresa;

- Facilitar o desempenho da função do gerente de projetos e o

acompanhamento pela diretoria da empresa;

- Capacitar novos gerentes de projeto encurtando sua curva de

aprendizado;

- Tornar mais transparente a administração de projetos e facilitar a

identificação de eventuais problemas ainda em fases iniciais.

O diretor informou que o programa de implantação tem atingido seus objetivos.

4.1.2 Respostas ao Questionário (nível de maturidade atual) eenquadramento no modelo (nível de maturidade desejado)

A Tabela 7 apresenta os resultados da aplicação do questionário que avalia o

estágio atual das práticas correntes na empresa na visão do diretor. Através do

modelo este informa quais são os objetivos da empresa para cada área de

conhecimento.

Page 70: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

59

Tabela 7: Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento no

modelo – Alta Gerência

QuestionárioMédia

GERAL 1 4 32345678910111213141516171819202122232425262728293031323334353637383940414243

Tópicos Questão Visão Futura

Alta Gerência

3,6

4

TEMPO 4

INTEGRAÇÃO 4

AQUISIÇÕES 4

RECURSOS HUMANOS 4

COMUNICAÇÃO 4

RISCOS 4

CUSTO 4

QUALIDADE 4

ESCOPO

4

4,2

4

3,8

3,5

4

4

3,4

Page 71: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

60

A análise do processo de entrevista junto ao diretor e as impressões deste

quanto ao modelo e questionários serão apresentadas na análise do modelo.

4.2 Entrevistas com os Profissionais de Gerenciamento

Conforme citado na metodologia foram desenvolvidas 12 entrevistas com os

profissionais ligados às atividades de gerenciamento. A Tabela 8 apresenta os

resultados consolidados destas entrevistas.

Page 72: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

61

Tabela 8: Resultados das Entrevistas - Profissionais de Gerenciamento

GERAL 1 2 5 2,9 1,03 2,9 1,032 2 5 2,9 1,033 2 5 3,2 0,904 2 5 2,9 0,835 1 4 2,8 1,136 2 5 3,2 1,097 2 5 3,5 1,038 2 5 3,8 1,009 2 5 3,5 1,1110 2 5 3,2 1,0011 2 5 3,4 0,9812 2 5 3,1 1,0713 3 5 3,5 0,7214 2 5 3,5 1,0315 1 5 3,3 1,0816 1 5 3,0 1,2917 2 5 3,0 0,9718 1 5 2,7 1,5619 1 4 2,5 1,1520 1 4 3,0 0,8721 1 4 2,6 1,1122 1 4 2,8 0,9523 2 5 3,2 0,8024 1 5 3,2 1,2425 1 5 3,1 1,3026 2 5 3,2 1,0927 2 4 2,6 0,9428 1 4 2,5 0,7529 1 4 2,5 0,7830 1 5 3,1 0,9831 2 4 3,1 0,6532 1 4 3,0 0,9733 2 4 3,3 0,6734 1 4 2,7 0,9035 1 5 2,5 1,1436 1 4 2,1 0,8737 1 4 2,4 1,0038 1 3 2,2 0,6539 1 4 1,5 1,0740 2 5 3,2 1,0041 2 5 3,4 0,9842 2 4 2,6 0,8343 1 4 2,7 1,16

Respostas às questões principaisProfissionais de gerenciamento

INTEGRAÇÃO 3

Mín Máx MédTópicos Quest

TEMPO 3,3

ESCOPO

2,7

QUALIDADE 3,2

CUSTO

0,80

2,7

COMUNICAÇÃO 3,0

RECURSOS HUMANOS

1,02

1,13

1,11

0,86

2,1

AQUISIÇÕES 3,0

0,94

1,00

RISCOS

DP Final Tópico

1,00

1,033,4

DP Méd Tópico

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62

As impressões destes quanto ao modelo e questionário serão apresentadas

posteriormente na análise do modelo em si.

4.3 Consolidação dos Resultados

A Tabela 9 apresenta os resultados consolidados das respostas ao

questionário e ao modelo. De posse destes resultados e utilizando o modelo

apresentado na Tabela 6 pode-se inferir o nível de maturidade encontrado para

cada uma destas áreas principais e os possíveis hiatos existentes entre os

resultados oriundos da visão da alta gerência e dos profissionais.

A Tabela 9 apresenta os resultados finais consolidados das entrevistas

considerando:

- Tópicos e Quest.: Grandes tópicos relacionados no modelo e questões

do questionário.

O item Respostas às questões principais foi dividido entre respostas da Alta

Gerência e respostas dos profissionais de gerenciamento da seguinte forma:

- Na coluna Alta Gerência são apresentadas as respostas a cada

pergunta, a média aritmética obtida para cada tópico e o Nível de

Maturidade Final para cada tópico, este último sendo a maturidade

efetiva de cada área de conhecimento e da empresa como um todo;

- A coluna Visão Alta Gerência respondida pela Alta Gerência: esta

informa quais são os objetivos futuros da empresa em termos de

maturidade em gerência de projetos para cada área de conhecimento;

- Na coluna respostas dos profissionais de gerenciamento são

apresentados os valores mínimo, médio e máximo para cada questão

respondida assim como a dispersão das respostas através do desvio

Page 74: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

63

padrão. São apresentadas então as colunas Méd. Tópico e Final Tópico

nas quais é determinado o nível de maturidade segundo a ótica destes.

Page 75: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

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Tabela 9: Tabela consolidada dos resultados obtidos

Alta Gerência

GERAL 1 4 3 2 5 2,9 1,03 2,9 1,032 2 5 2,9 1,033 2 5 3,2 0,904 2 5 2,9 0,835 1 4 2,8 1,136 2 5 3,2 1,097 2 5 3,5 1,038 2 5 3,8 1,009 2 5 3,5 1,1110 2 5 3,2 1,0011 2 5 3,4 0,9812 2 5 3,1 1,0713 3 5 3,5 0,7214 2 5 3,5 1,0315 1 5 3,3 1,0816 1 5 3,0 1,2917 2 5 3,0 0,9718 1 5 2,7 1,5619 1 4 2,5 1,1520 1 4 3,0 0,8721 1 4 2,6 1,1122 1 4 2,8 0,9523 2 5 3,2 0,8024 1 5 3,2 1,2425 1 5 3,1 1,3026 2 5 3,2 1,0927 2 4 2,6 0,9428 1 4 2,5 0,7529 1 4 2,5 0,7830 1 5 3,1 0,9831 2 4 3,1 0,6532 1 4 3,0 0,9733 2 4 3,3 0,6734 1 4 2,7 0,9035 1 5 2,5 1,1436 1 4 2,1 0,8737 1 4 2,4 1,0038 1 3 2,2 0,6539 1 4 1,5 1,0740 2 5 3,2 1,0041 2 5 3,4 0,9842 2 4 2,6 0,8343 1 4 2,7 1,16

FINAL 4 3 FINAL 2

Profissionais de gerenciamento

Respostas às questões principais

Tópicos Quest Visão Alta Gerência

Méd Mín Máx Méd

1,00

DP Méd Tópico

INTEGRAÇÃO 4 3,6 3

DP Final Tópico

ESCOPO 4 4,2 3,4

TEMPO 4 4 3,3

1,03

1,02

CUSTO 4 3,8 2,7

QUALIDADE 4 4 3,2

1,13

1,11

RECURSOS HUMANOS 4 4 2,7

COMUNICAÇÃO 4 3,5 3,0

0,86

0,80

RISCOS 4 3,4 2,1

AQUISIÇÕES 4 4 3,0

0,94

1,00

Page 76: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

65

4.3.1 Determinação do Nível de Maturidade em Gerência de Projetos daEmpresa

Com base na Tabela 9 e no critério estabelecido pelo próprio método, o nível

de maturidade será equivalente ao menor nível indicado, ou seja, sob o ponto

de vista dos profissionais de gerenciamento a empresa apresenta Nível 2 de

maturidade em suas operações, um nível abaixo da percepção da alta

gerência.

A CBP, desenvolvedora do modelo em questão, fornece a seguinte definição

para o nível encontrado (Pennypacker, 2002):

“NÍVEL 2: Processos e Padrões Estruturados. Existem muitos

processos de gerenciamento através da organização, mas eles

não são considerados como padrão organizacional. Existe

documentação nestes processos básicos. A gerência apóia a

implementação da gerência de projetos, mas não há

entendimento, envolvimento e nem orientação organizacional

para todos os projetos de forma consistente. A gerência

funcional é envolvida na gerência dos maiores e mais visíveis

projetos, e estes são tipicamente executados de modo

sistemático. Existem métricas básicas para acompanhar o

custo, o cronograma e o desempenho técnico dos projetos,

apesar de muitos dados serem coletados manualmente. A

informação disponível para o gerenciamento do projeto é,

quase sempre, uma composição entre dados sumários e

detalhados.”

4.3.2 Análise detalhada

Uma análise mais detalhada dos resultados apresentados na Tabela 9 pode

sugerir que:

Page 77: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

66

a) A Alta Gerência percebe o nível de maturidade de sua organização (Nível 3)

acima do obtido junto aos profissionais de gerenciamento (Nível 2), sugerindo a

possibilidade de existência de um hiato de percepção. Quanto à visão futura, a

alta gerência almeja evoluir para uma condição de Nível 4.

A utilização da coluna Média das respostas da alta gerência indica as áreas

que precisariam ser trabalhadas segundo sua ótica. A utilização das respostas

ao questionário levaria à determinação de plano de ação, de modo a atuar

localizadamente dentro de cada área e processo.

b) A comparação entre as colunas Média da Alta Gerência e dos profissionais

de gerenciamento revelou respostas com índices inferiores por parte destes

últimos. Uma possível explicação para este fato, assim como os valores de

dispersão dos resultados, medidos a partir do desvio padrão, reside na

constatação de que alguns profissionais ainda trabalham, ou trabalharam até

recentemente, em projetos que não utilizaram os recursos do escritório de

projetos (Project Office), na verdade cinco dos doze entrevistados, resultando

em experiências distintas por parte destes.

c) A utilização das colunas Média das respostas da alta gerência e dos

profissionais em relação à meta futura da alta gerência da empresa, coluna

Modelo, indica que, estando qualificada como Nível 2, a empresa necessitaria

elaborar plano de ação para todas as áreas de conhecimento, com maior ou

menor intensidade, de modo a alçá-la ao nível superior e desejado pela alta

gerência.

As áreas de Gerenciamento de Escopo, Gerenciamento de Tempo e

Gerenciamento da Qualidade, por exemplo, apresentam os maiores valores

encontrados para as respostas dos profissionais, mesmo assim abaixo da

percepção das práticas pela alta gerência e da visão futura desta. Estas áreas

necessitariam menor esforço em um plano de ação futuro.

Page 78: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

67

As áreas de Gerenciamento de Custo e Gerenciamento de Risco apresentaram

as menores médias e requereriam maior esforço da organização, inclusive

quanto aos prazos de implantação.

As demais áreas demandariam esforços intermediários por parte da empresa

em relação aos grupos anteriores, também devendo ser estabelecido plano de

ação específico para estas.

4.3.3 Considerações Gerais

No decorrer da aplicação dos questionários ficou evidente a familiaridade dos

respondentes com a nomenclatura utilizada e seu entendimento pelos

respondentes. Estes relacionaram esta facilidade ao fato de o questionário ser

baseado no PMBOK.

No caso específico da empresa estudada, os valores obtidos indicam que os

conceitos da moderna gerência de projetos estão sendo empregados e que a

atuação do escritório de projetos também está sendo efetiva.

White e Yosua (2001) sustentam que qualquer modelo que seja utilizado para

avaliar Maturidade em Gerência de Projetos deverá indicar um caminho lógico

de desenvolvimento progressivo. Além disso observam que um bom Modelo de

Avaliação do Nível de Maturidade em Gerência de Projetos cria um

planejamento estratégico capaz de levar adiante a Gerência de Projetos

através da organização. A própria Tabela 9 já proporciona visualmente a

identificação dos pontos que necessitam atenção e que demandarão um plano

de ação para seu atingimento, sendo estes basicamente os hiatos entre a

situação atual e a percepção da práticas atuais e a meta da Alta Gerência.

Analisando-se os objetivos apresentados pela Alta Gerência e os tipos de

projetos desenvolvidos pela empresa na busca da implantação da moderna

gerência de projetos e da evolução de sua maturidade, encontra-se respaldo

nas chamadas forças motrizes de Kerzner (2002; 61), por exemplo:

Page 79: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

68

- Projetos estratégicos, que mal orçados e administrados podem

comprometer significativamente o equilíbrio financeiro da empresa. Por

exemplo, tem-se os projetos EPC onde a engenharia, a aquisição de

equipamentos e a construção e montagem estão a cargo da empresa.

- Competitividade, especialmente no caso de empresas orientadas a

projetos, cujo rendimento advém destes. A diferença entre ganhar ou

perder uma proposta pode estar no passado de sucessos ou fracassos

no gerenciamento de projetos. A participação de empresas em

concorrências internacionais promovidas por empresas brasileiras, por

exemplo a Petrobras, leva a uma busca constante por competitividade

frente a importantes players do mercado mundial.

- Entendimento e comprometimento dos gerentes executivos, com o apoio

da Alta Gerência da empresa e a criação da Diretoria de

Desenvolvimento de Competências.

- Sobrevivência da empresa.

Além do exposto acima, os objetivos citados pela alta direção da empresa

também estão alinhados com o proposto por Schlichter (1999), que fala da

visibilidade dos processos e práticas na busca de sucessos repetitivos.

Conforme citado por White e Yosua (2001) a posição do escritório de projetos

da empresa, colocado no nível corporativo, também é um sinal do nível de

maturidade da empresa e da importância dada pela Alta Gerência a este

assunto.

A determinação do Nível 4 como o máximo desejado pela Alta Gerência

também indica que esta percebe a relação entre o nível de maturidade

necessário em suas práticas gerenciais e os benefícios e recursos requeridos

para alcançar níveis mais elevados, pois, como White e Yosua (2001) bem

registraram, atingir o nível máximo de maturidade não é para todas as

empresas, podendo representar um desperdício de recursos cada vez mais

Page 80: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

69

raros. Esta atuação estratégica é característica da aplicação dos modelos de

maturidade de gerência de projetos.

4.4 Análise Qualitativa do Modelo

4.4.1 Introdução

Para avaliação qualitativa do modelo à indústria em questão, ou seja, sua

adequabilidade, foram convidados os profissionais ligados às atividades de

gerenciamento da própria empresa, considerados como as pessoas mais

indicadas para tal.

Conforme descrito na metodologia, todos os entrevistados (profissionais de

gerenciamento e alta gerência) responderam a perguntas de controle para

cada questão do questionário principal e também foram convidados a comentar

livremente todo o questionário em si e o processo de aplicação.

Os itens a seguir apresentam as tabelas com a compilação das respostas e os

resultados referentes às questões de controle. Em seguida faz-se uma análise

global do modelo e, por fim, colocam-se recomendações para aplicações

futuras.

4.4.2 Respostas às questões de controle

As respostas às quatro perguntas de controle para cada uma das perguntas do

questionário CBP, submetidas aos diversos respondentes, são apresentadas

neste item.

As questões de controle são as seguintes:

No 1: Qual é a relevância percebida da questão pelo respondente em relação à

gerência de projetos?

No 2: Como é a avaliação do respondente quanto à compreensão da questão?

Page 81: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

70

No 3: A questão é coerente com o enunciado do tópico?

No 4: Qual é o grau de subjetividade percebido pelo respondente?

As tabelas apresentam os valores mínimo e máximo respondidos para cada

questão, assim como a média aritmética e o desvio padrão.

4.4.2.1 Resultados - Pergunta de controle No 1: Qual é a relevância percebida

da questão pelo respondente em relação à gerência de projetos?

A Tabela 10 resume os resultados obtidos através da primeira questão de

controle.

Page 82: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

71

Tabela 10: Questão de Controle No 1 – Relevância Percebida

Mín Máx Méd DPGERAL 1 4 5 4.6 0.51

2 2 5 4.5 0.883 3 5 4.4 0.654 4 5 4.8 0.445 3 5 4.3 0.636 3 5 4.3 0.637 4 5 4.6 0.518 4 5 4.8 0.389 3 5 4.6 0.65

10 2 5 4.6 0.8711 4 5 4.7 0.4812 4 5 4.9 0.2813 4 5 4.8 0.3814 4 5 4.7 0.4815 4 5 4.8 0.4416 4 5 4.6 0.5117 2 5 4.4 0.9618 3 5 4.6 0.6519 4 5 4.9 0.2820 4 5 4.9 0.2821 3 5 4.5 0.6622 4 5 4.9 0.2823 3 5 4.6 0.6524 3 5 4.7 0.6325 3 5 4.5 0.7826 3 5 4.5 0.6627 4 5 4.6 0.5128 4 5 4.6 0.5129 3 5 4.7 0.6330 4 5 4.8 0.4431 3 5 4.5 0.6632 3 5 4.6 0.6533 3 5 4.5 0.6634 4 5 4.4 0.5135 3 5 4.7 0.6336 4 5 4.7 0.4837 4 5 4.7 0.4838 4 5 4.7 0.4839 4 5 4.5 0.5240 4 5 4.8 0.4441 4 5 4.8 0.4442 2 5 4.2 0.9343 3 5 4.5 0.66

AQUISIÇÕES

Tópicos

COMUNICAÇÕES

RISCOS

RECURSOS HUMANOS

TEMPO

CUSTO

INTEGRAÇÃO

ESCOPO

Respostas à questão de controle No 1Relevância percebidaQuestão

QUALIDADE

Page 83: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

72

Pode-se notar através da coluna Média que os valores respondidos foram

bastante elevados (na escala de 1 a 5) e que os desvios padrão associados

foram baixos (menores que 1), indicando que os respondentes consideram que

todas as questões componentes do questionário são relevantes frente ao

assunto abordado.

4.4.2.2 Resultados - Pergunta de controle No 2: Como é a avaliação do

respondente quanto à compreensão da questão?

A Tabela 11 resume os resultados obtidos através da segunda questão de

controle.

Sendo a Gerência de Projetos uma área de conhecimento que possui

vocabulário próprio, esta pergunta busca revelar a familiaridade dos

respondentes frente ao mesmo, bem como sua clareza.

Page 84: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

73

Tabela 11: Questão de Controle No 2 – Compreensão da questão

Mín Máx Méd DPGERAL 1 4 5 4.5 0.52

2 3 5 4.3 0.633 4 5 4.5 0.524 3 5 4.5 0.665 3 5 4.5 0.666 3 5 4.4 0.657 2 5 3.9 0.868 3 5 4.5 0.669 3 5 4.3 0.75

10 4 5 4.5 0.5211 2 5 4.5 0.8812 4 5 4.6 0.5113 2 5 4.5 0.8814 2 5 4.3 0.8515 4 5 4.7 0.4816 3 5 4.2 0.8317 3 5 4.4 0.6518 4 5 4.5 0.5219 4 5 4.7 0.4820 4 5 4.6 0.5121 3 5 4.2 0.9022 4 5 4.7 0.4823 3 5 4.5 0.6624 3 5 4.6 0.6525 3 5 4.5 0.6626 3 5 4.4 0.8727 3 5 4.5 0.6628 4 5 4.5 0.5229 4 5 4.6 0.5130 3 5 4.4 0.7731 4 5 4.5 0.5232 4 5 4.7 0.4833 3 5 4.4 0.7734 3 5 3.8 0.9035 4 5 4.7 0.4836 3 5 4.5 0.7837 3 5 4.5 0.6638 4 5 4.5 0.5239 4 5 4.6 0.5140 1 5 4.3 1.1141 4 5 4.6 0.5142 3 5 4.3 0.7543 3 5 4.2 0.73

AQUISIÇÕES

Tópicos Questão

COMUNICAÇÕES

RISCOS

QUALIDADE

RECURSOS HUMANOS

Respostas à questão de controle No 2Compreensão da questão

TEMPO

CUSTO

INTEGRAÇÃO

ESCOPO

Page 85: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

74

Assim como para a questão anterior, pode-se notar através da coluna Média

que os valores respondidos foram bastante elevados (na escala de 1 a 5) e que

os desvios-padrão associados foram baixos (menores que 1), indicando que os

respondentes consideram que todas as questões componentes do questionário

são compreensíveis. A exceção foi registrada na questão de número 40 que

apesar de apresentar média elevada (4,3) teve desvio padrão acima de um.

Esta situação não foi considerada crítica e será tratada mais tarde na análise

final do modelo.

4.4.2.3 Resultados - Pergunta de controle No 3: A questão é coerente com o

enunciado do tópico?

A Tabela 12 resume os resultados obtidos através da terceira questão de

controle.

Esta pergunta busca revelar se as questões e suas formulações são coerentes,

na ótica dos respondentes, com os enunciados que fazem uma introdução a

cada tópico/área de conhecimento. Esta análise deve avaliar a coerência,

inclusive quanto à estrutura do modelo, indo das práticas mais simples até as

mais complexas.

Page 86: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

75

Tabela 12: Questão de Controle No 3 – Coerência com o enunciado

Mín Máx Méd DPGERAL 1 3 5 4.5 0.78

2 1 5 3.8 1.143 2 5 3.9 0.954 3 5 4.4 0.775 3 5 4.2 0.836 2 5 4.0 1.087 2 5 3.6 0.968 3 5 4.2 0.839 2 5 3.8 1.14

10 2 5 4.0 1.1511 2 5 4.2 0.9912 4 5 4.5 0.5213 2 5 4.5 0.8814 2 5 4.3 0.9515 3 5 4.6 0.6516 3 5 4.4 0.8717 3 5 4.2 0.9018 2 5 4.3 0.9519 3 5 4.6 0.6520 3 5 4.5 0.7821 3 5 4.2 0.9022 3 5 4.5 0.6623 3 5 4.2 0.8324 3 5 4.5 0.6625 2 5 4.0 1.0826 3 5 3.8 0.9927 3 5 4.4 0.6528 3 5 4.1 0.7629 4 5 4.4 0.5130 3 5 3.9 0.9531 2 5 4.2 0.9932 3 5 4.6 0.6533 2 5 4.2 0.9034 2 5 3.7 1.0335 3 5 4.6 0.6536 4 5 4.6 0.5137 3 5 4.4 0.7738 3 5 4.4 0.8739 3 5 4.6 0.6540 1 5 4.2 1.2141 3 5 4.5 0.7842 3 5 4.1 0.9543 3 5 3.8 0.90

AQUISIÇÕES

Tópicos Questão

COMUNICAÇÕES

RISCOS

RECURSOS HUMANOS

QUALIDADE

TEMPO

CUSTO

INTEGRAÇÃO

ESCOPO

Respostas à questão de controle No 3Coerência com o enunciado

Page 87: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

76

Observando-se a Tabela 12 pode-se perceber que os respondentes

consideram que as questões são coerentes com os enunciados. Observa-se a

existência de questões com respostas variando de 1 a 5, com desvio-padrão

maior que um, indicando maior variabilidade nas respostas.

4.4.2.4 Resultados - Pergunta de controle No 4: Qual é o grau de subjetividade

percebido pelo respondente?

A Tabela 13 resume os resultados obtidos através da quarta questão de

controle. Em termos dos resultados apresentados, em virtude da própria

pergunta, estes estão dispostos na posição inversa às demais perguntas de

controle, pois quanto maior a subjetividade maiores seriam as respostas, ao

passo que menores respostas indicariam maior objetividade da questão, o que

seria positivo.

Tendo em vista as características do modelo, segundo o seu autor adequado a

qualquer indústria, já era esperado algum grau de subjetividade nas questões.

Esta subjetividade aparece no modelo basicamente quando se questiona a

existência ou não de determinado processo ou sistema, permitindo a dúvida

por parte do respondente quanto a até que ponto determinado processo ou

sistema estaria realizando as funções esperadas no questionário e quanto à

sua eficiência ou não, por exemplo.

No desenvolvimento do presente trabalho, para efeito das respostas ao

questionário propriamente dito, a subjetividade reportada nesta questão de

controle foi solucionada a partir de esclarecimentos individuais em nível geral.

Page 88: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

77

Tabela 13: Questão de Controle No 4 – Grau de subjetividade da questão

Mín Máx Méd DPGERAL 1 1 4 1.9 1.04

2 1 4 1.9 0.953 1 5 2.2 1.144 1 3 1.7 0.855 1 4 2.0 1.086 1 4 2.4 1.047 1 4 2.6 0.878 1 4 1.9 1.199 1 4 1.8 1.07

10 1 4 1.8 1.0711 1 4 1.6 1.0412 1 4 1.6 0.9613 1 4 1.5 0.9714 1 4 1.6 0.9615 1 3 1.4 0.7716 1 3 1.5 0.7817 1 3 1.4 0.6518 1 4 1.8 1.0119 1 3 1.5 0.7820 1 3 1.5 0.7821 1 3 1.5 0.7822 1 3 1.5 0.7823 1 3 1.8 0.9024 1 3 1.5 0.6625 1 3 1.8 0.9326 1 3 1.8 0.9327 1 3 1.7 0.8528 1 4 1.8 1.0729 1 3 1.6 0.9630 1 4 1.8 0.9931 1 4 1.7 0.9532 1 4 1.7 0.8533 1 4 1.8 1.1734 1 3 2.2 0.9935 1 5 2.0 1.3536 1 5 1.8 1.3437 1 5 2.1 1.3238 1 5 2.0 1.3539 1 5 1.8 1.2440 1 4 1.8 1.0941 1 3 1.6 0.8742 1 3 2.0 0.9143 1 4 2.2 1.07

AQUISIÇÕES

Tópicos Questão

COMUNICAÇÕES

RISCOS

QUALIDADE

RECURSOS HUMANOS

Respostas à questão de controle No 4Subjetividade da questão

TEMPO

CUSTO

INTEGRAÇÃO

ESCOPO

Page 89: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

78

Os resultados desta pergunta se apresentaram perto de 2, na escala de 1 a 5,

acima das outras questões (lembrar que neste caso a melhor condição está no

menor valor), porém ainda indicando que os respondentes entenderam que as

questões não são subjetivas.

4.4.2.5 Análise Integrada das respostas às questões de controle

Como pode ser observado nas respostas às questões de controle, segundo a

ótica dos respondentes, o questionário do modelo apresentou:

- Alta relevância frente à matéria Gerência de Projetos;

- Alto grau de compreensibilidade de todas as questões do questionário

por profissionais do ramo;

- Coerência entre os enunciados e as questões propriamente ditas;

- Baixo grau de subjetividade das questões, explicitado tanto pelo desvio

padrão calculado quanto pela amplitude das respostas.

4.4.3 Comentários Gerais sobre a aplicação do questionário

Neste item serão apresentadas considerações e observações gerais quanto ao

modelo e sua aplicação, sendo aproveitados inclusive depoimentos dos

respondentes ao longo da aplicação das entrevistas.

A aplicação do questionário principal a todos os respondentes, sem as

questões de controle, levou entre 50 e 90 minutos, com média de 60 minutos.

Ficou evidente a familiaridade dos respondentes com a nomenclatura utilizada.

No desenvolvimento do presente trabalho buscou-se minimizar alguma

subjetividade percebida por alguns a partir de esclarecimentos individuais em

nível geral. A maior crítica quanto a este ponto reside no seguinte caso:

determinado nível indica que: “Existe sistema estabelecido e em uso...”,

Page 90: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

79

surgindo as seguintes perguntas, por exemplo: O sistema existente é

adequado? Ele está completo? Precisaria ser melhorado? Nestes casos a

existência e utilização de sistemas foi considerada como afirmativa,

independentemente de necessitar de melhorias etc.

A pergunta que suscitou maiores comentários foi a de número 1, que solicita

uma classificação do nível de maturidade para a organização como um todo.

Todos os respondentes revelaram dificuldade em enquadrar a empresa nesta

questão.

Fato relevante citado por gerente de projeto foi a ocorrência de falência de uma

das empreiteiras contratadas para a construção e montagem. A gerência da

operação foi mobilizada e encontrou solução para o problema. Porém, o mais

importante foi o fato de que, ao se constatar que, mesmo possuindo e

utilizando procedimentos de seleção e contratação de fornecedores, este fato

ocorrera, os setores de apoio (jurídico e financeiro), junto com o escritório de

projetos, buscaram revisar rapidamente os procedimentos de modo a evitar

que se desse com outros projetos, demonstrando sua preocupação com a

melhoria contínua e assimilação de lições.

Como crítica ao modelo, determinado gerente de projeto observou a ausência

de perguntas referentes às questões ambientais, de segurança (safety) e de

qualidade de vida no trabalho. Além disto, a ausência do uso de ferramentas de

análise, como fluxo de caixa, na avaliação das práticas de gerência dos custos

do projeto (o modelo só se refere ao earned value) foi encarada como diferença

regional, na medida em que as taxas de juros praticadas no Brasil, e

consequentemente o custo de capital, são muito superiores às norte-

americanas, tornando imperativa a verificação do fluxo de caixa de qualquer

empreendimento. Nestes casos, foi considerado que os primeiros itens

estavam incluídos no tópico qualidade e para o segundo que a elaboração do

fluxo de caixa seria de qualquer forma imperativa para realização dos projetos.

Page 91: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

80

Este gerente apresentou ainda padrões gerenciais corporativos já

customizados para determinado projeto, assim como evidências dos processos

de comunicação gerencial do projeto.

Outro comentário recebido com maior frequência citava um desnível muito

grande entre os níveis de determinadas questões, principalmente do nível 3

para o nível 4 e, em especial deste para o nível 5, que utiliza as práticas mais

elaboradas e complexas, talvez sendo esta a própria justificativa.

A relativa subjetividade do questionário foi justificada pelo seu caráter

generalista, segundo um gerente de projetos. Tal fato não impediu que este

considerasse o modelo extremamente interessante e uma ótima ferramenta

para a organização como um todo.

Este mesmo gerente sugeriu a elaboração de glossário mais detalhado para o

questionário por considerar que não houve problemas relatados a ele a

respeito de entendimento das questões, porém justificando que nem todas as

empresas possuem corpo técnico já familiarizado à terminologia como a

empresa objeto do estudo.

Outro ponto suscitado diz respeito a projetos desenvolvidos pela direção da

empresa e a que nem todos os respondentes teriam acesso. Quanto a este

ponto, considerou-se que os profissionais entrevistados compõem o corpo

gerencial da empresa e, desta forma, desconhecimentos deste tipo devem

estar representados nas respostas ao questionário e serem, possivelmente,

uma das origens do hiato de percepção entre a alta gerência e os profissionais

de gerenciamento, relativo às práticas correntes.

Talvez este seja outro ponto positivo do modelo: trabalhar diferenças de

percepção entre os profissionais envolvidos, possibilitando a busca de uma

maior homogeneidade de práticas e a necessidade de programas de

treinamento e desenvolvimento destes profissionais.

De modo geral, a participação de todos os respondentes foi extremamente

positiva e crítica fornecendo as bases para a análise do modelo.

Page 92: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

81

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1 Resumo

Esta dissertação teve por objetivo aplicar e avaliar modelo de maturidade em

gerência de projetos em uma empresa de desenvolvimento de

empreendimentos industriais. A metodologia escolhida consistiu no estudo de

casos, desenvolvido a partir de entrevistas realizadas na empresa, através da

aplicação de modelo e questionário previamente selecionados.

Para fundamentar esta pesquisa foi desenvolvido referencial teórico que cobriu

o conceito de projetos, passando pela gerência de projetos e gerência por

projetos até chegar ao conceito de maturidade em gerência de projetos,

conceito este que traz consigo a noção de evolução e busca de aprimoramento

das práticas de gerência de projeto.

Com base nestes conceitos, foi realizada avaliação de determinado modelo de

maturidade em gerência de projetos. Este modelo foi aplicado ao corpo de

profissionais de gerenciamento das unidades de negócio selecionadas, em

número de doze pessoas, e a um diretor da empresa.

A pesquisa pretendeu responder à pergunta principal: “Até que ponto o modelo

de avaliação do nível de maturidade em gerência de projetos selecionado se

mostrou adequado à indústria de desenvolvimento de empreendimentos

industriais no Brasil?”, que foi desdobrada em perguntas secundárias: “Quais

seriam os cuidados e as recomendações para aplicação futura deste modelo

em empresas brasileiras?” e “Como se apresentaram os potenciais benefícios

e críticas da aplicação do modelo em uma empresa brasileira de

desenvolvimento de empreendimentos industriais?”.

Estas perguntas serão respondidas em seguida e serão elaboradas

considerações finais e propostas sugestões para estudos futuros.

Page 93: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

82

5.2 Conclusões

5.2.1 Adequabilidade do modelo de avaliação do nível de maturidade emgerência de projetos aplicado

O modelo CBP foi adotado por se enquadrar na categoria de Modelo Geral de

Maturidade em Gerência de Projetos. A análise foi realizada levando-se em

consideração: variáveis do modelo, seu constructo, os elementos de avaliação

e observações gerais.

Todos os componentes do modelo citados acima e analisados à luz deste caso

mostraram alinhamento com o objetivo de avaliação do nível de maturidade em

gerência de projetos na indústria em questão, devido aos seguintes aspectos:

- A adoção de modelo de cinco níveis de maturidade, baseado no SEI-

CMM, de aceitação geral, e da utilização das nove áreas de interesse do

PMBOK somadas às três áreas influentes acrescidas pelo modelo: o

escritório de projetos, acompanhamento gerencial e desenvolvimento

profissional.

- O constructo do modelo, representado pelo questionário e modelo geral,

também atendeu às expectativas com objetividade e também

simplicidade.

- Os elementos de avaliação e a pontuação final também se mostraram

adequados, principalmente quando se deseja buscar comparações e

benchmarking frente a outras organizações e até internamente à

empresa. Para a elaboração do plano de ação deve-se buscar uma

identificação mais precisa de pontos de melhoria, utilizando-se então as

respostas efetivas ao questionário.

Quanto à adequação prática, e segundo a ótica dos profissionais ligados ao

gerenciamento de projetos, o modelo se mostrou adequado à industria em

Page 94: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

83

questão, pelo vocabulário utilizado, relevância dos assuntos abordados e

coerência das questões, conforme apresentado no capítulo 4 deste.

A aplicação do questionário aos diversos respondentes revelou que estes

estavam totalmente à vontade para responder às questões, seja pela própria

linguagem utilizada, seja pela familiaridade com o assunto.

Uma das perguntas que suscitou maiores comentários foi a de número 1, que

solicita uma classificação do nível de maturidade para a organização/projeto

como um todo. A grande maioria dos respondentes revelou encontrar

dificuldade em enquadrar a empresa nesta questão.

O conteúdo do questionário se mostrou bastante geral, o que pode possibilitar

sua utilização em várias indústrias.

Um ponto importante em relação ao modelo, e que poderia receber atenção

especial, diz respeito às práticas de elaboração de propostas (bidding), pois no

caso de empresas que desenvolvem empreendimentos do tipo EPC e turnkey,

nos quais a empresa é responsável pela aquisição de equipamentos e sua

construção e montagem, como é o caso da empresa em questão, esta

atividade é crítica, já que erros ou equívocos podem representar significativas

perdas.

Ao final do processo de aplicação e análise dos questionários e do modelo à

empresa foi determinado o nível de maturidade desta em gerência de projetos,

atingindo Nível 2, não havendo concordância entre a percepção dos

profissionais de gerenciamento e da Alta Gerência (que chegou ao Nível 3),

pelos critérios do modelo.

Atribui-se a ocorrência deste hiato de percepção ao fato de que alguns

profissionais ainda não utlizaram os recursos disponíveis no escritório de

projetos, apesar de já terem conhecimento de várias práticas deste.

Este hiato também pode ser considerado um fruto positivo do processo de

avaliação da maturidade, na medida em que pode apresentar necessidades de

Page 95: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

84

aprimoramento da comunicação interna da empresa e também necessidade de

treinamento de profissionais, entre outros.

Em termos práticos, os tempos de aplicação dos questionários se mostraram

bastante razoáveis, em média uma hora de duração para responder ao

questionário principal.

O modelo CBP demonstrou sua aplicabilidade pela quantidade de perguntas do

questionário (quarenta e duas), trazendo consigo uma grande simplificação no

processo de determinação de maturidade em gerência de projetos.

Além disto, como as peças mais elementares de determinação da maturidade

são definidas por atividades diretamente relacionadas aos processos definidos

pelo PMBOK Guide, e como este corpo de conhecimento tem sido amplamente

difundido e é cada vez mais utilizado pelas empresas, a utilização deste

modelo e, principalmente, a utilidade e uso do resultado de sua aplicação,

mostrou-se, por conta desta familiaridade, mais intuitivo e mesmo fácil.

5.2.2 Cuidados e recomendações para aplicação futura deste modelo

Tomando-se por base as impressões e recomendações passadas pelos

respondentes durante o processo de desenvolvimento das entrevistas, as

respostas às diversas questões de controle e também a análise aqui realizada,

foram formuladas recomendações para aplicação futura deste modelo a

empresas inseridas neste mercado.

A primeira grande constatação é a de que não há maiores problemas de

compreensão, coerência e também de reconhecimento da relevância

percebidos para o modelo em si e, especificamente, para as questões

componentes deste.

Para se reduzir ao máximo a percepção de subjetividade nas questões do

modelo, poderia ser utilizada metodologia mais robusta que, por exemplo,

Page 96: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

85

buscasse uma equalização do entendimento prévio do grupo-alvo da pesquisa

quanto a como responder ao questionário.

Desta forma, o processo de aplicação do modelo deveria ser iniciado a partir de

reunião de apresentação aos futuros respondentes, envolvendo nivelamento de

informações, esclarecimentos de dúvidas e eventual padronização de

linguagem, caso fosse necessário.

O questionário deveria ser provido de glossário de termos mais extenso, para o

caso de os respondentes não estarem tão familiarizados à nomenclatura

técnica, o que na verdade também seria um indicador indireto do grau de

maturidade da organização frente às próprias práticas estabelecidas pela

moderna gerência de projetos.

Buscar-se-ia, então, a preservação do questionário original e, desta forma,

termos, como por exemplo, “programa ou programas”, não habituais na

indústria em questão, não necessitariam ser suprimidos pois seriam

especificamente explicados e adequadamente tratados.

Levando-se em consideração o caráter internacional do modelo, a preservação

do questionário também possibilita eventuais comparações com resultados de

pesquisas anteriores.

No caso da adoção desta metodologia mais robusta, que envolveria, por

exemplo, a realização de reunião(ões) para equalização do entendimento

prévio pelo grupo das perguntas, é de suma importância o comprometimento

da direção da empresa-alvo no sentido de demonstrar seu engajamento no

processo, inclusive participando destas reuniões.

5.2.3 Potenciais benefícios e críticas aos modelos de maturidade

Como citado anteriormente, White e Yosua (2001) destacam os seguintes

benefícios passíveis de serem auferidos pela utilização de modelos de

maturidade em gerenciamento de projetos:

Page 97: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

86

- Avaliação da empresa em termos de suas práticas em gerenciamento de

projetos: apenas a aplicação do questionário já suscita questionamentos

pelos respondentes, como “O que poderia ser feito diferente?”, “Aqui

precisa ser melhorado”, “Alguém faz isto diferente?” ou “Este

procedimento precisa ser divulgado”;

- Entendimento de suas forças e fraquezas: a própria tabela também

apresenta em detalhe estes pontos, informando as áreas que deverão

ser atacadas em primeiro lugar e também os pontos fortes já

estabelecidos pela empresa;

- Comparação de seu nível de maturidade frente a outras organizações

em bases justas: a aplicação criteriosa de determinado modelo e a

determinação do nível de maturidade, até por chegar a um índice, por si

só já pode proporcionar a comparação entre empresas (o que depende

de pesquisa externa);

- Desenvolvimento de plano de ação para sua capacitação em

desenvolver projetos de sucesso.

Das críticas à adoção de modelos de maturidade em gerência de projetos

apresentadas neste trabalho pode-se perceber que a postura adotada pela alta

gerência da empresa e do grupo de implantação do escritório de projeto pode

reduzir bastante eventuais problemas de gerenciamento do processo, de

implantação e até de limitações do próprio modelo.

Para isto, deve-se buscar a seleção do modelo mais indicado ao seu negócio,

evitando modelos não adequados (com características de inflexibilidade e falta

de praticidade), e que ainda possam detalhar melhor algumas áreas

consideradas mais críticas pela empresa.

Page 98: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

87

5.3 Considerações Finais

Cabe relembrar a colocação de Cooke-Davies (2002) que, a despeito de

acreditar, em função da própria metodologia proposta, que nem todas as

empresas necessitariam utilizar modelos de maturidade, sugere que devido a

forças como solicitações dos clientes e até a própria evolução da disciplina de

gerência de projetos, os modelos de maturidade em gerência de projetos estão

aqui para ficar.

Tendo em vista os benefícios percebidos durante o processo de avaliação do

nível de maturidade na empresa, ficou claro que as empresas de

desenvolvimento de empreendimentos industriais deverão buscar, além do

desenvolvimento das modernas práticas de gerência de projetos, utilizar

modelos de avaliação de maturidade e estabelecer planos estratégicos de

modo a, pelo menos, permanecerem competitivas no mercado nacional.

É bom lembrar que, além dos benefícios internos gerados pela adoção de um

modelo adequado, já existem países e empresas/organizações exigindo

certificação organizacional para empresas fornecedoras, como no caso

australiano, conforme citado na seção 2.6.3 deste trabalho.

5.4 Sugestão para Futuros Estudos

Como sugestão para estudos futuros, recomenda-se a aplicação do mesmo

modelo e processo de avaliação em outra unidade de negócios da mesma

empresa utilizando a metodologia proposta, mais robusta, baseada na busca

de uma maior equalização das informações do modelo e questionário

propriamente ditos, antes das suas aplicações, de modo a avaliar e verificar

eventuais reduções principalmente no grau de subjetividade percebido pelos

respondentes e variações nos desvios-padrão do questionário propriamente

dito.

Page 99: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

88

A comparação entre a aplicação do Modelo selecionado frente a outro de

mesma categoria na mesma indústria também poderia proporcionar resultado

interessante e estreitar ainda mais o estudo de modelos de maturidade.

Outra sugestão para estudos futuros seria desenvolver pesquisa junto a

clientes e stakeholders quanto aos pontos positivos e negativos percebidos nas

diversas áreas avaliadas na visão destes, comparando-se com os resultados

internos da empresa.

Page 100: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

89

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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YIN, R. R. Case study research: design and methods. Newbury Park: Sage

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7 ANEXOS

Page 104: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

93

Anexo 1: Institutos / Padrões em Gerência de Projetos

(Existing Generic Standards for aspects of Project Management18)

18 informações obtidas no site http\\www.aipm.com

PADRÃO ABRANGÊNCIA OBJETIVOS

global Promove a profissãorelevanteútilaceitávelaplicávelsignificativoutilizadovalorizado

ISO 10006 global? relevante

útilaceitável

? aplicável? significativo

utilizadox valorizado

nacional? relevante? útil? aceitável? aplicável? significativox utilizadox valorizado

DIN 69 900 series nacionalx-50-100 series x relevante

x útilx aceitávelx aplicávelx significativox utilizadox valorizado

ATRIBUTOS EM RELAÇÃO À

ABRANGÊNCIA GLOBAL

Globalmente:

Globalmente:

Globalmente:

Globalmente:

Definição de termos e processosObjetivava primeiramente a qualidade em gerência de projetos

Estabelece requisitos nacionais e locais de atendimento

Base para certificação, categorização, meta-dados para Ger de Proj / produtos / serviços / etc.

Definição de termos e processos

Guideline para os envolvidos em gerência de projetos

Definição de termos e processos

PMBOK® Guide (PMI,1996)

(Guidelines to Quality in Project Management) (ISO, 1997)

BS 6079 (British Standards Board, 1996)

Page 105: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

94

Notes: This list was developed at the first meeting of the Global Working Group:

Standards held at East Horsley, 27th February 1999

(http://www.aipm.com/OLC/.

PADRÃO ABRANGÊNCIA OBJETIVOS

regionalx relevante

Critères de matrice Promoção da profissão x útilPM-KANON Base de treinamento x aceitávelBewertungsstruktur x aplicável

x significativox utilizadox valorizado

ICB regional HarmonizaçãoReferência cruzada ? relevante

útilaceitávelaplicável

? significativox utilizadox valorizado

nacional Promoção da profissão? relevante

útil? aceitável

aplicávelsignificativo

x utilizadox valorizado

Prince 2 semi-global Metodologia, domínio públicoDefinição de termos, processos, guidelines

Metodologias profissionais

global Metodologia, domínio públicoDefinições de termos, processos, guidelines

ANSI/EIA-748-98 - Earned Value Management Systems (EVMS), Jul 1998.

Padrão para Gerenciamento de Valor Auferido (Earned Value )

SEI Capability Maturity Model

Para o levantamento de capacitações organizacionaisDesenvolvido para engenharia de software

ATRIBUTOS EM RELAÇÃO À

ABRANGÊNCIA GLOBAL

Globalmente:

Globalmente:

Globalmente:APM BOK (vers. 3.0)

Certificação de profissionais

Base para certificação de pessoasDescrever gerência de projetos

Certificação / qualificação de pessoas e avaliaçãoUtiliza o PMBOK Guide como base de conhecimento

IPMA Competence Baseline (IPMA, 1999)

Australian National Competency Standards for Project Management (AIPM (Sponsor), 1996)

Page 106: APLICABILIDADE DE MODELOS DE MATURIDADE EM … · mostrou-se adequado para aplicação em empresas brasileiras de projeto. ... Resultados da aplicação do Questionário e enquadramento

95

Anexo 2: Questionário - Modelo de Avaliação do Nível de Maturidade em

Gerência de Projetos selecionado

O questionário apresentado a seguir foi traduzido para o português. As

perguntas de 1 a 6 foram suprimidas e buscam informações a respeito da

empresa e dos projetos em questão. Estas informações foram coletadas

diretamente nas entrevistas e estão apresentadas no trabalho.

MODELO DE MATURIDADE EM GERÊNCIA DE PROJETOS

QUESTIONÁRIO CBP - PMMM (Project Management Maturity Model)

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO: deve ser preenchido apenas um campo

por questão indicando o nível selecionado, entre os cinco disponíveis.

Ao final do questionário está disponibilizado espaço para o registro de

impressões gerais e comentários a respeito do próprio.

Nota: Os termos/expressões indicados em detalhe (itálico) foram mantidos em

inglês para preservar a terminologia internacional e constam do glossário ao

final do questionário.

QUESTIONÁRIO

TÓPICO: MATURIDADE ORGANIZACIONAL EM GERÊNCIA DE PROJETOS

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1. Por favor avalie a maturidade organizacional global em gerência de projetos

Nível 1: Processo Inicial. Apesar de haver reconhecimento de que

existem processos de gerência de projetos, não existem práticas ou padrões

estabelecidos, e os gerentes de projeto não se atém a quaisquer padrões de

processo para contabilização específica. A documentação é livre e ad hoc. A

gerência entende as definições de um projeto, que existem processos aceitos,

e está ciente da necessidade da gerência de projetos. Métricas são coletadas

informalmente e em bases ad hoc.

Nível 2: Processos e Padrões Estruturados. Existem muitos processos

de gerenciamento através da organização, mas eles não são considerados

como padrão organizacional. Existe documentação nestes processos básicos.

A gerência apoia a implementação da gerência de projetos, mas não há

entendimento, envolvimento e nem orientação organizacional para todos os

projetos de forma consistente. A gerência funcional é envolvida na gerência

dos maiores e mais visíveis projetos, e estes são tipicamente executados de

modo sistemático. Existem métricas básicas para acompanhar o custo, o

cronograma e o desempenho técnico dos projetos, apesar de muitos dados

serem coletados manualmente. A informação disponível para o gerenciamento

do projeto é, quase sempre, uma composição entre dados sumários e

detalhados.

Nível 3: Padrões Organizacionais e Processos Institucionalizados.

Todos os processos de gerência de projetos estão desenvolvidos como

padrões organizacionais. Estes processos envolvem os clientes como

membros ativos e essenciais do time de projeto. Praticamente todos os

projetos utilizam estes processos com mínimas exceções – a gerência

institucionalizou os processos e padrões com documentação formal existente

para todos estes processos e padrões. A gerência é regulamente envolvida na

aprovação de decisões e documentos e em tópicos importantes dos projetos.

Os processos de gerência de projeto são tipicamente automatizados. Cada

projeto é avaliado à luz de outros projetos.

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97

Nível 4: Processos Gerenciados. Projetos são gerenciados levando em

consideração como foi o desempenho do projeto no passado e qual é sua

expectativa para o futuro. A gerência utiliza métricas de eficiência e efetividade

na tomada de decisões a respeito do projeto e compreende os impactos em

outros projetos. Todos os projetos, modificações e assuntos (issues) são

avaliados baseados em métricas de estimativas de custo, baseline e valor

auferido (earned value). As informações de projeto estão integradas a outros

sistemas corporativos para otimizar as decisões do negócio. Processo e

padrões estão documentados e à disposição para suportar as práticas de uso

destas métricas para a tomada de decisões de projeto. A gerência compreende

claramente seu papel nos processos de gerenciamento de projetos e o executa

bem, gerenciando no nível adequado, e diferenciando claramente estilos de

gerenciamento e requisitos de gerência de projetos para projetos com

diferentes tamanhos e complexidades. Processos e padrões de gerenciamento

de projetos são integrados a outros sistemas e processos corporativos.

Nível 5: Processos de Otimização: Processos existem e são ativamente

utilizados. Lições assimiladas (lessons learned) são regularmente examinadas

e utilizadas para melhorar os processos, padrões e documentação de

gerenciamento de projetos. A gerência e a organização não estão focadas

apenas em gerenciar projetos efetivamente mas também na melhoria contínua.

As métricas coletadas durante a execução do projeto são utilizadas para

compreender o desempenho de não apenas um projeto mas também para a

tomada de decisões futura de gerenciamento organizacional.

TÓPICO: GERÊNCIA DE INTEGRAÇÃO DE PROJETO

O objetivo da gerência de integração de projeto é 1) coordenar atividades de

projeto e integrar todos os esforços em um plano de projeto; 2) integrar,

analisar e reportar os resultados do projeto na condução do plano de projeto; 3)

controlar modificações no plano de baseline; e 4) coletar, integrar e organizar

as informações do projeto em um sistema de informações de projeto.

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98

2. Integração: Desenvolvimento do Plano de Projeto

Nível 1. Planos de projeto são desenvolvidos em bases ad hoc com

conteúdo e níveis de detalhe variáveis.

Nível 2. Processos estão documentados; planos de projeto incorporam o

contrato do projeto, definição de escopo, plano detalhado de trabalho (WBS –

work breakdown structure) com os níveis principais, estimativas de custo

sumárias, programação com eventos principais, requerimentos de recursos-

chave, riscos identificados, lista com as principais partes envolvidas

(stakeholders), estratégia de comunicação, procedimentos de gerenciamento

de pessoal; planos de projeto são atualizados para refletir modificações de

escopo.

Nível 3. Processos estão totalmente documentados e implementados

através da organização; planos de projeto incorporam o contrato do projeto,

definição de escopo, plano detalhado de trabalho (WBS – work breakdown

structure), estimativas de custo, programação com nível de informação

suficiente a prover visibilidade e controle, baselines de custos e de

planejamento, relação com as principais partes envolvidas (stakeholders) e a

estratégia de comunicação com estas; os planos de projeto identificarão

necessidades de recursos-chave a partir do plano de gerenciamento de

pessoal, riscos e estratégias para mitigá-los, como apropriado.

Nível 4. Processos são documentados e utilizados; planos de projeto e

planos de programas estão integrados e suportam os planos estratégicos

organizacionais; dados dos planos de projetos são alimentados aos sistemas

organizacionais como financeiros e outros, para complementar a execução dos

negócios.

Nível 5. Processos de melhoria para a melhoria contínua do

desenvolvimento do plano de projeto; lições assimiladas (lessons learned) são

capturadas e utilizadas para melhorar os esforços de planejamento; planos de

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99

projeto e de programas são utilizados para suportar decisões estratégicas

organizacionais e referentes a projetos.

3. Integração: Execução do Plano de Projeto

Nível 1. As informações sobre trabalhos são desenvolvidas em bases ad

hoc, em resposta a solicitações específicas; designação de trabalho é informal.

Nível 2. A informação é desenvolvida em nível sumário; informações sobre

status técnico, custo e programação são integradas para o rastreamento do

status dos trabalhos.

Nível 3. Relatórios de status e desempenho são elaborados alcançando

pontos como desempenho técnico do projeto, tempo despendido em atividades

de projeto, e o total de horas e recursos (R$) gastos; relatórios de status e

desempenho incluirão informações das Áreas de Conhecimento tais como

risco, qualidade, recursos humanos, e aquisições (adicionalmente a escopo,

prazos e custo).

Nível 4. Processos estão implantados, documentados e sendo utilizados;

relatórios de status e desempenho estão integrados ao Escritório de Projeto

(Project Office), aos departamentos de finanças/contabilidade, sistemas de

planejamento estratégico, e sistema de gerenciamento de riscos; análises

formais de medições de desempenho e divergências são conduzidas e

reportadas.

Nível 5. Processo de melhoria está implantado para melhoria contínua a

execução dos planos de projeto; lições assimiladas são capturadas e utilizadas

para melhoria dos esforços de execução; processos são desenvolvidos,

documentados e implementados utilizando métricas de projeto para suportar

decisões gerenciais.

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100

4. Integração: Controle de Modificações

Nível 1. Comunicadas de maneira ad hoc, modificações são gerenciadas

desigualmente, e em muitos casos, não monitoradas; processo de controle de

modificações não documentado.

Nível 2. Processos de controle de modificações de escopo estão definidos

e documentados; modificações de custo e programação ainda não são

controladas.

Nível 3. O sistema de controle de modificações de projeto está definido e

documentado. Este sistema incorpora processos de controle de modificações

de escopo, custo e programação; o processo inclui formulários de registro e

controle; o processo é documentado e repetitível.

Nível 4. Processos estão implantados, documentados e sendo utilizados;

processos de controle de modificações de projeto (incluindo gerenciamento da

configuração) são integrados aos sistemas de controle, programas de

monitoramento e processos de gerenciamento de riscos organizacionais.

Nível 5. Modificações em projetos anteriores são examinadas de modo a

verificar tendências em ações de controle de modificações, e a melhoria desde

as fases iniciais do processo de planejamento do projeto; o processo de

melhoria está implantado buscando a melhoria contínua dos processos de

controle de modificações de projeto, para incluir o gerenciamento da

configuração.

5. Integração: Sistema de Informações de Projeto

Nível 1. Não existe sistema que colete, integre e organize ferramentas,

processos e procedimentos de informação relativas a projetos através das

Áreas de Conhecimento.

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101

Nível 2. Existe sistema básico que coleta, integra e organiza ferramentas,

processos e procedimentos de informação relativas a projetos através das

Áreas de Conhecimento; existem guias (guidelines) para aceitação de sistemas

de informação das equipes de projeto.

Nível 3. Existe sistema centralizado que coleta, integra e organiza

ferramentas, processos e procedimentos de informação relativas a projetos

através das Áreas de Conhecimento; os sistemas estão se tornando

padronizados através dos projetos.

Nível 4. Existe sistema centralizado que coleta, integra e organiza

ferramentas, processos e procedimentos de informação relativas a projetos

através das Áreas de Conhecimento; os sistemas são padronizados através

dos projetos e estão integrados ao Escritório de Projeto.

Nível 5. Processo de melhoria para melhoria contínua do sistema de

informações de projeto está implantado; lições assimiladas são capturadas e

utilizadas para melhoria dos sistemas de projeto.

6. Integração: Escritório de Projeto (Project Office)

Nível 1. Um escritório de projeto informal pode existir e geralmente

consiste de uma ou duas pessoas que tem interesse em trazer padrões de

gerência de projetos para a organização; assistência essencial em

programação está disponível sob solicitação; freqüentemente, não existe

escritório de projeto.

Nível 2. Escritório básico de projeto é estabelecido e reconhecido pela alta

gerência como tendo a responsabilidade de definir os processos e padrões

pelos quais projetos deverão ser gerenciados. A equipe do escritório de

projetos fornece consultoria e informações, quando solicitado.

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Nível 3. O escritório de projeto é considerado pela maioria dos gerentes

como ponto de referência e de supervisão da metodologia de gerência de

projetos; é considerado pela gerência organizacional como o ponto focal do

avanço da gerência de projetos; uma ampla metodologia padronizada de

gerência de projetos está implantada e os recursos da equipe de projeto estão

sendo ativamente treinados em seu uso.

Nível 4. As melhores práticas de gerência de projetos são coletadas pela

área funcional e mantidas no escritório de projeto; emissão de relatórios

realísticos está implantada; revisões ’livres de ego’ (ego-free) de projetos

principais são realizadas regularmente frente a metodologias e processos

padrão; projeções realísticas de recursos são realizadas pelo escritório de

projeto.

Nível 5. O escritório de projetos gerencia o portfólio de projetos, provê

ferramentas e treinamento em gerência de projetos, e supervisiona a

determinação do escopo de projetos; gerentes de projeto se reportam ao

escritório de projetos; o escritório de projetos é responsável pelo nivelamento

de recursos e designação de recursos críticos através da organização.

TÓPICO: GERÊNCIA DO ESCOPO DOS PROJETOS

A gerência de escopo é o processo requerido para assegurar que o projeto

inclua todo o trabalho requerido, e apenas o trabalho requerido, de modo a

completar o projeto com sucesso. A gerência de escopo apresenta os

componentes abaixo:

7. Escopo: Necessidades do Negócio - Definição

Nível 1. Os requisitos do negócio são apenas uma declaração de objetivos

– “isto é que achamos que precisamos”.

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103

Nível 2. Processo de documentação está estabelecido através do qual o

gerente de projetos solicita e recebe informações e busca/recebe aprovação.

Nível 3. Processo de documentação está estabelecido e prescreve

especificamente os passos para a criação dos requisitos do negócio; o

processo envolve todas as partes interessadas (stakeholders); autorização da

equipe é seguida da aprovação da gerência no nível da gerência da unidade de

negócios, no nível técnico e no nível do cliente.

Nível 4. Totalmente documentado, leva outras funções cuidadosamente em

consideração, e sistemas existentes e outros projetos ativos; a análise do

controle de mudanças inclui uma análise do impacto das funções existentes e

outros projetos ativos.

Nível 5. Controle total dos requisitos do negócio; incorpora processos de

melhoria da qualidade em bases contínuas; decisões de modificações para

melhorias, modificações e adições incluem um julgamento de valor: impacto do

Dólar, impacto do tempo etc.

8. Escopo: Necessidades Técnicas - Definição

Nível 1. Requisitos/produtos (deliverables) técnicos são documentados

para projetos; possuem algumas definições gerais sobre o que será produzido.

Nível 2. Processo básico para o estabelecimento de um conjunto base de

produtos (deliverables) e obtenção da aprovação do cliente.

Nível 3. Existe processo detalhado através do qual especificações dos

produtos (deliverables) são elaboradas; utilizado em bases contínuas e

concomitantemente; time de projeto integrado recebe informações-chave sobre

requisitos técnicos.

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104

Nível 4. Totalmente documentado pelo time de projeto, baseado em parte

em padrões organizacionais; especificações criadas após análise do efeito no

ambiente técnico, outros sistemas e outros projetos.

Nível 5. Controle total sobre requisitos/especificações; incorpora processos

de melhoria da qualidade em bases contínuas e concomitantemente; decisões

sobre qualquer modificação no escopo devem ser baseadas em proposição de

valor: impacto do dólar, impacto de tempo, algum impacto de valor.

9. Escopo: Identificação dos Produtos (Deliverables)

Nível 1. Documentados apenas pela nomeação destes, i. e., lista

ordenada.

Nível 2. Processos estabelecidos requerem envolvimento da gerência e do

cliente no processo de identificação/aprovação .

Nível 3. Inclui o envolvimento do cliente e da equipe de projeto totalmente

integrada no processo de identificação e documentação dos produtos

(deliverables); inclui um dicionário de produtos (deliverables); deve incluir um

“De acordo” documentado do cliente.

Nível 4. A gerência organizacional obriga que os produtos (deliverables)

devem ser planejados e entregues com uma visão consistente e clara de outras

funções e sistemas existentes e projetos ativos.

Nível 5. Qualquer modificação é começada apenas quando totalmente

compreendida e documentada; a gerência obtém aprovação dos níveis

apropriados; incorpora processos de melhoria contínua da qualidade; decisões

sobre quaisquer mudanças em produtos (deliverables) devem ser baseadas em

proposição de valor.

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105

10. Escopo: Definição

Nível 1. Declaração de escopo está pronta; formato e conteúdo são ad hoc.

Nível 2. Processos definidos para redação de contrato do projeto; projetos

são consistentemente iniciados com a definição do contrato do projeto;

relações de escopo são preparadas consistentemente de acordo com

processos e formatos (templates) definidos.

Nível 3. Premissas e restrições são documentadas com clareza; o escopo

de projeto é regularmente determinado e documentado por um time de projeto

totalmente integrado.

Nível 4. Escopo, premissas, restrições, e dependência inter-projetos são

completamente documentados e ativamente monitorados e gerenciados

através do projeto.

Nível 5. O escopo é regular e cuidadosamente monitorado e previsões de

desvios de projeto são cuidadosamente documentadas; dados de experiência

de um repositório de projetos são regularmente utilizados para melhorias

através de formatos padrão para determinação do escopo e desenvolvimento

de requisitos.

11. Escopo: Plano Detalhado de Trabalho (WBS – work breakdown structure)

Nível 1. Conjunto de trabalho identificado muito básico; pode possuir

cronograma; não existem guias (guidelines) de como deve ser desenvolvido.

Nível 2. Processo básico definido que inclui formato de WBS para os níveis

superiores; o formato de WBS está disponível e vai até, no mínimo, ao 3o nível;

muitos dos projetos da organização, de médio para alto nível de complexidade,

desenvolveram um WBS amplo para o projeto.

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106

Nível 3. É sempre determinado e documentado pelo time de projeto

totalmente integrado utilizando processos facilitados; é sempre a base para a

determinação das tarefas de projeto.

Nível 4. Incluído no processo de controle de modificações; estreitamente

alinhado com a documentação de produtos (deliverables); modificações no

WBS com impacto no escopo, tempo ou custo devem ser aprovadas no nível

apropriado da organização.

Nível 5. O processo é regularmente examinado (geralmente na fase de

fechamento) para apurar as lições assimiladas relacionadas a melhorias de

processo; WBS e o plano de trabalho são regularmente monitorados e as

modificações de projetos cuidadosamente previstas, documentadas e avaliadas

com base em proposições de valor.

12. Escopo: Controle de Modificações

Nível 1. A comunicação de modificações é ad hoc; processos não são

documentados.

Nível 2. Processos definidos e documentados; a gerência suporta o

processo e o monitora para assegurar que este está sendo seguido nos

maiores e mais visíveis projetos.

Nível 3. O sistema de controle de modificações de escopo, o processo de

elaboração de relatórios e o processo de análise são seguidos e utilizados

pelos times de projeto; o processo é documentado e repetitível; baselines são

estabelecidos, aderem ao processo e são gerenciados.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; está integrado ao sistema de controle organizacional. Programas de

monitoramento e processos de gerenciamento de riscos.

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Nível 5. Processo de melhoria está estabelecido visando melhoria contínua

do processo de controle de escopo; lições assimiladas são capturadas;

processo utilizando divergências de escopo e avaliação de custos para

decisões gerenciais durante a execução dos projetos está desenvolvido,

documentado e estabelecido.

TÓPICO: GERÊNCIA DO TEMPO DO PROJETO

O propósito geral da gerência do tempo do projeto é desenvolver o

planejamento de projeto, gerenciar para o cronograma e assegurar que o

projeto esteja completo dentro dos prazos aprovados. A gerência do tempo

envolve a definição das atividades de projeto, sequenciamento destas

atividades, desenvolvimento do cronograma e o controle dos planos durante a

execução do projeto.

13. Tempo: Definição de Atividades

Nível 1. Ad hoc, não documentado e varia por projeto; o escopo de

trabalho é preparado; WBS consiste de um conjunto básico de marcos e

eventos e ocasionalmente produtos; a programação é preparada no nível de

marcos (milestones).

Nível 2. Declaração de escopo é preparada e existe processo de

elaboração de escopo; a gerência não requer aderência ao processo; existe um

processo básico documentado de definição de atividades com critério padrão

de marcos/saída estabelecido para os projetos; atividades detalhadas são

definidas para esforços de médio prazo.

Nível 3. Cronograma detalhado com detalhamento das atividades é a

prática organizacional padrão; o processo é documentado e repetitível;

formatos para atividades são integrados ao ambiente de sistemas de

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planejamento padrão; início da identificação de atividades externas e

dependentes.

Nível 4. As atividades de projetos são regularmente monitoradas, focando

nas informações que são dependentes de outros projetos ou outros programas

através da organização; um processo focando nestas informações para a

tomada de decisões é desenvolvido, documentado e está estabelecido. Lições

assimiladas estão sendo capturadas.

Nível 5. Um processo está estabelecido para a melhoria contínua das

definições para a completa identificação de todos as atividades efetivamente e

com eficiência utilizando formatos/padrões (templates), experiências anteriores

e padrões da indústria.

14. Tempo: Sequenciamento de Atividades

Nível 1. As atividades são sequenciadas em bases ad hoc, se tanto e

raramente refletem dependências.

Nível 2. O processo completo de sequenciamento de atividades e o

estabelecimento de precedências e dependências é padrão para os maiores e

mais visíveis projetos; diagramas de malha existem em nível sumário com as

dependências mandatárias; dependências discricionárias e mandatárias são

identificadas em nível detalhado.

Nível 3. Processo é repetitível e padrão organizacional para todos os

projetos; processo é expandido para incluir dependências externas e formatos

de malha de atividades; formatos de rede retratam atividades usuais e

sequenciadas com dependências.

Nível 4. Dependências de projetos são regularmente monitoradas com foco

nas dependências entre projetos e programas através da organização; um

processo utilizando dependências de projeto para compreender o impacto das

decisões gerenciais está desenvolvido, documentado e estabelecido.

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Nível 5. Um processo de melhoria está estabelecido visando a melhoria

contínua do sequenciamento de atividades para melhorar o entendimento de

dependências mandatárias, discricionárias e externas e para determinar

quando cada produto ou serviço deverá ser realizado, em relação à outras

atividades.

15. Tempo: Desenvolvimento de Programação

Nível 1. Ad hoc; não existe processo organizacional para desenvolvimento

de programação, determinação de duração de atividades, identificação e

priorização de recursos, desenvolvimento do cronograma, e de baselines.

Nível 2. As diretrizes básicas representam processo completo,

documentado e repetitível para desenvolvimento de cronogramas; os times de

projeto se apoiam em conhecimento específico e acessos a metodologias da

indústria, bases de dados comerciais, padrões industriais e fatores para

calcular durações; os times desenvolvem planos para o pessoal e trabalham

junto à gerência de linha para adquirir recursos; as ferramentas de software de

gerência de projetos são padrão para os maiores e mais visíveis projetos.

Nível 3. Usualmente possui cronograma de projeto em níveis apropriados

de detalhe alinhado com o escopo do projeto e o WBS; baselines são

estabelecidos, aderem e são gerenciados; as ferramentas de software de

gerência de projetos são padrão para todos os projetos.

Nível 4. Estimativas de baseline são utilizadas na tomada de decisões

gerenciais relacionadas à execução dos serviços; a utilização dos recursos é

otimizada; relatórios de modificações medem as métricas de desempenho de

eficiência e efetividade.

Nível 5. Um processo de melhoria está estabelecido visando a melhoria

contínua do processo de definição do cronograma utilizando diagramas de

malhas de projeto, estabelecendo duração das atividades, confirmando

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requisitos de recursos, criando um cronograma de projeto e estabelecendo o

baseline.

16. Tempo: Controle da Programação

Nível 1. Times de projeto e segmentos da organização aplicam suas

próprias abordagens ao gerenciamento e controle de programações;

modificações em marcos são gerenciadas desigualmente.

Nível 2. Um processo documentado está desenvolvido para gerenciamento

e controle de programações e inclui itens como atualização do cronograma,

formulário de controle de modificações, registro de modificações e a emissão

dos relatórios e registros; o conceito de sistemas de controle de modificações

de planejamento foi introduzido; relatórios de planejamento são produzidos a

partir de sistema centralizado.

Nível 3. Sistema de controle de modificações de cronograma, processos de

reporte de planejamento, e processos de análise de valor auferido são

acompanhados pelos times de projeto; processo de medição de desempenho

foi desenvolvido e documentado e é capaz de avaliar o status do cronograma

do projeto e orientar a tomada de ações corretivas.

Nível 4. Todas as técnicas de valor auferido são utilizadas, incluindo

índices de desempenho, para comparar o desempenho do projeto ao baseline

e elaborar previsões, como apropriado; um processo utilizando técnicas de

elaboração de cronogramas e de valor auferido para decisões gerenciais

durante a execução do projeto está estabelecido.

Nível 5. Processo de melhoria está estabelecido visando melhoria contínua

do processo de controle de planejamento, incluindo análises de cronograma-

desempenho; lições assimiladas são capturadas.

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111

17. Tempo: Integração da Programação

Nível 1. Podem haver alguns grupos de planejamento de projeto informais

e ad hoc para planejamento de programas ou planejamento organizacional

integrado.

Nível 2. Planejamentos de projeto, nos níveis sumário e detalhado, são

ainda agrupados manualmente para descrever planejamentos de programas e

planejamentos organizacionais.

Nível 3. Processos são desenvolvidos e documentados para integrar

planejamentos de programas e organizacionais; a integração do planejamento

é conduzida centralizadamente, facilmente executada e o processo é

repetitível.

Nível 4. Um processo utilizando planejamento integrado de programas e

organizacional para a tomada de decisões gerenciais durante a execução dos

projetos está estabelecido.

Nível 5. Um processo está estabelecido visando a melhoria contínua dos

processos de integração de planejamento para programas e através da

organização; lições assimiladas são capturadas.

TÓPICO: GERÊNCIA DE CUSTOS DE PROJETO

O objetivo geral da gerência de custos é determinar os custos totais de projeto,

gerenciar estes custos, e assegurar que este seja completado dentro do

orçamento aprovado. A gerência de custos envolve a identificação dos

recursos requeridos, a estimativa de custo destes recursos, o desenvolvimento

de um baseline de projeto, a comparação do progresso frente ao baseline e o

controle de custos.

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18. Custo: Planejamento de Recursos

Nível 1. Os gerentes de projeto desenvolveram seus próprios modos de

identificar recursos e quantidades necessários; as áreas de suporte funcional

são inspecionadas às vezes; processos não são documentados e variam de

projeto para projeto.

Nível 2. Uma lista completa de recursos é definida para todas as categorias

profissionais, equipamentos e materiais; o processo de planejamento foi

desenvolvido e documentado para incluir a lista de recursos e metodologias

para determinação de quantidades; o processo de planejamento é suportado

pelo gerenciamento e começa a ser aceito através da organização.

Nível 3. O processo de planejamento está totalmente implementado

através da organização; requisitos de recursos de projeto são carregados no

repositório de recursos do escritório de projetos.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; o processo está totalmente integrado ao escritório de projetos e aos

processos de gerência de recursos humanos.

Nível 5. Um processo está estabelecido visando a melhoria contínua dos

processos de planejamento de recursos para identificar completamente todas

as necessidades tão cedo quanto possível nas quantidades corretas; lições

assimiladas são capturadas e utilizadas na melhoria dos esforços de

planejamento de recursos.

19. Custo: Elaboração de Estimativas

Nível 1. Estimativas são desenvolvidas em bases ad hoc e podem ou não

identificar todos os custos; a documentação das estimativas é incompleta,

limitada, e não requerida pela organização.

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Nível 2. Existe processo documentado para a geração e documentação

das estimativas de custos do projeto; foi desenvolvido plano e processo de

gerenciamento de custos, documentado e é a prática padrão para maiores e

mais visíveis projetos; um sistema está estabelecido para armazenar

estimativas de projeto e coletar informações reais para comparações futuras.

Nível 3. O processo está totalmente documentado e repetitível; vários

padrões e fatores específicos da organização estão desenvolvidos; são

realizadas comparações entre os valores reais de custo dos projetos e as

estimativas originais.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; o processo está totalmente integrado ao escritório de projeto,

finanças/contabilidade, sistemas de planejamento estratégico e processos de

gerenciamento de riscos.

Nível 5. Um processo de melhoria está estabelecido para melhoria

contínua das estimativas de custo para uma melhor previsão dos custos de

projeto e a melhoria do plano de gerência de custos; lições assimiladas são

capturadas e utilizadas na melhoria dos esforços de gerenciamento de custos.

20. Custo: Orçamentação

Nível 1. Não há práticas estabelecidas; documentação do processo é

incompleta.

Nível 2. Processo documentado para alocação, estabelecimento de prazos

e desenvolvimento de baseline de projetos.

Nível 3. Baselines de projetos são desenvolvidos e documentados pelos

projetos ao nível mais baixo razoável; baselines são estabelecidos, aderem e

são gerenciados.

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Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; o processo de estabelecimento de baselines está totalmente

integrado com o planejamento, finanças/contabilidade corporativas, sistemas

de planejamento estratégico e processos de gerenciamento de riscos.

Nível 5. Um processo de melhoria está estabelecido para melhoria

contínua das estimativas de custo e do estabelecimento de baselines de

projeto; lições assimiladas são capturadas e utilizadas na melhoria dos

esforços de estabelecimento de baselines.

21. Custo: Medições de Desempenho

Nível 1. Calculadas em bases ad hoc e informalmente; a validade e

consistência das informações são suspeitas pois padrões não foram

estabelecidos.

Nível 2. Capazes de rastrear horas e orçamento em nível sumário e

rastrear progressos através do atingimento de marcos e eventos; sistema está

estabelecido para levantar o status “estimado” de projeto.

Nível 3. Processo se expandiu para além dos cálculos básicos de

modificações para incluir a análise de valor auferido; processo é documentado

e repetitível.

Nível 4. Todas as técnicas de vapor auferido são utilizadas conforme

apropriado nos projetos principais onde a aplicação lógica proporciona

benefícios de medição; o processo de valor auferido está integrado com

finanças/contabilidade corporativas, sistemas de planejamento estratégico e

processos de gerenciamento de riscos; o status é provido por

finanças/contabilidade corporativas e analisado pelos times de projeto.

Nível 5. Um processo de melhoria está estabelecido para melhoria

contínua dos processos de valor auferido; lições assimiladas são capturadas e

utilizadas na melhoria dos esforços de medição; técnicas completas de valor

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auferido são utilizadas na atualização dos custos de projeto e para suportar a

determinação da eficiência e efetividade dos projetos.

22. Custo: Controle

Nível 1. Times de projeto aplicam suas próprias abordagens ao

gerenciamento e controle de custos; modificações de custo são gerenciadas

desigualmente.

Nível 2. Processos de publicação e distribuição de relatórios de custo estão

desenvolvidos e documentados; relatórios sumários de custo são produzidos

por um sistema integrado.

Nível 3. Sistemas de controle de modificações de custo, processos de

elaboração de relatórios de custos, e processos de análise de medição de

desempenho são seguidos e utilizados pelos times de projeto; relatórios de

valor auferido e de desempenho são integrados aos sistemas de custo e

planejamento (scheduling).

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; o sistema de controle de modificações de custo está integrado aos

sistemas de controle corporativos, programas de monitoramento e processos

de gerenciamento de riscos.

Nível 5. Um processo de melhoria está estabelecido para melhoria

contínua dos processos de controle de custos; lições assimiladas são

capturadas e utilizadas na melhoria dos esforços de monitoração e controle.

TÓPICO: GERÊNCIA DA QUALIDADE DE PROJETO

O objetivo geral da gerência da qualidade é satisfazer o cliente, atender a

requisitos, assegurar adequação aos objetivos, e assegurar que o produto é

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adequado ao uso. É constituída do conjunto de atividades/tarefas que são

requeridas para assegurar que o projeto satisfaça todas as necessidades pelas

quais o projeto foi empreendido (os quais estão documentados no contrato), e

inclui um foco na gerência da qualidade na perspectiva do produto, processos,

e pessoas requeridos para tornar a qualidade um efetivo e eficiente aspecto na

finalização de projetos com sucesso.

23. Qualidade: Planejamento

Nível 1. Alguns times de projeto podem desenvolver planos de qualidade

de alto nível em bases ad hoc.

Nível 2. Processo de planejamento da qualidade com processos básicos

estabelecidos; mais de 50% dos projetos, e todos os grandes, de alta

visibilidade, realmente utilizam estes processos de planejamento da qualidade,

incluindo o desenvolvimento de um plano de gerência da qualidade; depende

principalmente de inspeções para alcançar a qualidade e provê guias

(guidelines) razoavelmente completas para o teste de produto de um projeto.

Nível 3. Processos foram aprimorados para incluir guias (guidelines) para o

projeto de experimentos, a ênfase em marcos de qualidade, e listas de

verificação padronizadas para uso do time de projeto na criação de seus planos

de qualidade; o processo prescreve um plano de qualidade formal e tem

padrões/formatos (templates) para a criação destes; inclui gerenciamento

organizacional de pontos chave de aprovação.

Nível 4. O processo inclui a perspectiva do ambiente completo no qual o

produto e o projeto estão inseridos; escritório da qualidade é estabelecido

através da organização; a organização pratica benchmarking de seus projetos

frente a resultados-padrão da indústria.

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117

Nível 5. O processo de planejamento da qualidade inclui um processo onde

o próprio processo é criticado ao longo do projeto; lições assimiladas são

ativamente utilizadas na melhoria dos processos para projetos futuros.

24. Qualidade: Garantia (Assurance)

Nível 1. Não existem práticas ou processos estabelecidos para a garantia

da qualidade; alguns times de projeto podem estabelecer procedimentos para

seus projetos em bases ad hoc.

Nível 2. O escritório de projeto provê uma política da qualidade e

processos e padrões de gerenciamento de projetos para suportar as medições

de garantia da qualidade dos projetos; as ferramentas utilizadas incluem listas

de verificação, processos, procedimentos e padrões para assegurar que os

procedimentos de projeto estejam sendo seguidos.

Nível 3. Os projetos adotam um posição pró-ativa em qualidade e planejam

acompanhamentos regulares da gerência organizacional e outros times de

projeto assim que as maiores partes dos produtos estejam desenvolvidas.

Nível 4. Os projetos regularmente incluem acompanhamento da gerência

organizacional e outros times de projeto assim que as maiores parcelas dos

produtos estejam desenvolvidas para assegurar que o produto atenderá aos

requisitos do negócio e especificações; procedimentos de documentação estão

estabelecidos requerendo que cada maior componente do produto seja

completamente documentado antes de ir para a fase final de produção.

Nível 5. Feedback é recebido dos processos de garantia da qualidade e é

ativamente utilizado na melhoria dos processos de gerenciamento de projetos

para projetos futuros; efetividade e eficiência tanto do produto quanto do

processo são medidas regularmente utilizando métricas coletadas através do

projeto.

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118

25. Qualidade: Controle

Nível 1. Não existem práticas ou processos estabelecidos para o controle

da qualidade, porém haverá alguma supervisão dos produtos de vários

membros do time de projeto antes da sua entrega para a gerência.

Nível 2. Processos são utilizados nos maiores e mais visíveis projetos e

seu uso encorajado em todos os outros projetos; foram desenvolvidos critérios

e especificações de aceitação total, incluindo requisitos do negócio e padrões

de qualidade.

Nível 3. Padrões de desempenho de projeto foram identificados e

começam a ser estabelecidos e comparados; o cliente está ativamente

envolvido no teste de interfaces, apesar do teste real ser desenvolvido pelo

time de projeto; o cliente conduz os testes de aceitação.

Nível 4. Padrões de desempenho e funcionais estão estabelecidos e

aderem.

Nível 5. Os resultados do controle/verificação de qualidade são

examinados regularmente através do projeto para verificar melhorias, as quais

são integradas de volta ao processo; a gerência usa os resultados do controle

de qualidade na tomada de decisões sobre a adequabilidade ao uso do produto

e quando/se o produto é aceitável.

26. Qualidade: Supervisão gerencial

Nível 1. A gerência reconhece que existem processos de gerenciamento

de projetos ocorrendo através da organização em bases ad hoc,

individualmente, através de gerentes de projeto; a gerência compreende a

definição de um projeto e está ciente da necessidade de gerenciamento de

projeto.

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119

Nível 2. A gerência compreende o valor da gerência de projeto e endossa

seu uso através da organização; a gerência não é consistentemente envolvida

nos processos de gerenciamento de projetos; a gerência possui um papel ativo

e é consistentemente envolvida nos maiores e mais visíveis projetos.

Nível 3. Todos os processos de gerenciamento de projetos estão

estabelecidos, são repetitíveis, e espera-se que a maioria dos projetos os

utilizem; os processos envolvem ativa e integralmente o cliente como parte

integrante do time de projeto; processos e padrões foram institucionalizados e

são totalmente suportados pela gerência.

Nível 4. Processos de gerenciamento de projetos são integrados aos

processos corporativos; uma orientação formal organizacional está

estabelecida para obrigar a adequação aos processos de gerenciamento de

projetos; a gerência entende claramente seu papel nos processos de

gerenciamento de projetos e os executa bem.

Nível 5. Projetos são diretamente ligados ao sucesso da organização;

assim existe um vínculo financeiro entre o sucesso da organização e as

posições relativas a projeto que são responsáveis pelo desempenho de

projetos de sucesso; processos de melhoria estão estabelecidos e são

utilizados.

TÓPICO: GERÊNCIA DOS RECURSOS HUMANOS DO PROJETO

O objetivo geral da gerência de recursos humanos é identificar os conjuntos de

habilidades requeridas para as atividades de um projeto específico, identificar

indivíduos que possuam aquelas habilidades e designar papéis e

responsabilidades para o projeto, gerenciamento e assegurar alta produtividade

daqueles recursos, e prever necessidades futuras de recursos.

27. Recursos Humanos: Planejamento Organizacional

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120

Nível 1. Existe um processo ad hoc para determinar quantas pessoas são

necessárias para trabalhar nas atividades de projeto; a equipe se reporta ao

gerente informalmente.

Nível 2. O gerente de projeto cria uma definição básica dos tipos de

habilidades requeridas pelo projeto e suas necessidades aproximadas ao longo

do tempo; compreensão das limitações que podem ser predominantes na

aquisição dos recursos requeridos, tais como o tipo de organização.

Nível 3. Uma análise formal é conduzida para definir as interfaces

organizacionais, técnicas e interpessoais existem ao longo da organização;

limitações que podem ser predominantes na aquisição dos recursos requeridos

são analisadas e uma resposta é desenvolvida.

Nível 4. O planejamento da organização de projeto é integrado ao

gerenciamento e priorização do banco geral de recursos; é iniciada a tomada

de decisões integrada.

Nível 5. O planejamento organizacional é avaliado periodicamente e

evoluções são incorporadas continuamente ao processo; a análise de

efetividade e eficiência pelos stakeholders é avaliada para assegurar melhoria

contínua e autorização.

28. Recursos Humanos: Aquisição de Pessoal

Nível 1. Processos ad hoc de encontrar quem está disponível para

trabalhar nas atividades de projeto e contato com a gerência de linha para

solicitação de determinados recursos para um projeto.

Nível 2. Consiste na identificação de indivíduos que possuem grupo de

habilidades requisitadas e disponibilidade de tempo para trabalhar no projeto e

solicitação à gerência para reservar membros do time por certo período de

tempo; processo “primeiro que chega, primeiro servido” (“first come, first serve”)

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121

está estabelecido; o gerente de projeto deve aceitar quaisquer recursos

designados pela gerência de linha para o projeto.

Nível 3. O gerente de projeto trabalha com o escritório de projeto e a

gerência de linha no gerenciamento e priorização do banco de recursos; o

gerente de projeto pode ter de negociar com a gerência de linha por recursos

específicos, ou terá recursos pré-designados.

Nível 4. Escritório de projeto possui processo estabelecido de

gerenciamento “incluído banco de dados de inventário de habilidades” e

priorização, o qual é utilizado pelos gerentes de projeto e de linha no

preenchimento das necessidades de recursos de projetos; relatórios de

divergência de recursos são desenvolvidos para todos os projetos.

Nível 5. Previsão de recursos corporativos é avaliada para melhoria

contínua e evolução; é utilizada previsão de recursos corporativos.

29. Recursos Humanos: Desenvolvimento do Time

Nível 1. O processo ad hoc é utilizado para tentar assegurar que os

membros do time de projeto trabalhem em conjunto de forma profissional

Nível 2. Projetos são iniciados com um kick-off informal no qual os

membros do time são informados dos objetivos do projeto, sua

responsabilidade, e apresentados mutuamente; guias (guideline) estabelecidas

para reuniões iniciais de projeto, revisões de status programadas, revisões de

negócios (business), revisões técnicas e um plano para revisões de projetos

regulares e em andamento.

Nível 3. O gerenciamento está integralmente envolvido no processo de

formação do time e um time de projeto totalmente integrado inclui a unidade de

negócios, grupos técnicos, grupos estratégicos, quando necessário, o cliente

etc.

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122

Nível 4. Um processo de desenvolvimento de times está estabelecido o

qual espera-se que seja utilizado para times de projetos de médio e grande

porte.

Nível 5. Necessidade de treinamento de membros do time são previstas e

visualizadas como investimentos de valor agregado para a organização; o

processo de gerenciamento de conflitos de projeto está integrado ao sistema

geral de gerenciamento corporativo e medições de eficiência e efetividade são

reunidas; a satisfação do time é mensurada.

30. Recursos Humanos: Desenvolvimento Profissional

Nível 1. Padrões ou processos corporativos não estão estabelecidos de

onde qualquer um poderia construir a justificativa para o caminho de carreira de

um profissional de gerenciamento de projetos; gerentes individualmente podem

reconhecer e dar crédito à indivíduos específicos por suas conquistas em

projetos, porém isto é realizado em bases ad hoc e individuais.

Nível 2. A organização espera que a maioria dos indivíduos trabalhando

em projetos compreenda como aplicar os fundamentos (restrições triplas –

custo, prazo e qualidade) do processo de gerenciamento de projetos

corporativo; a organização iniciou a definição dos diferentes papéis

relacionados à projeto.

Nível 3. A organização possui um processo de gerenciamento de projetos

estabelecido, e espera-se que todos os gerentes de projeto sigam o processo

no planejamento e gerenciamento de seus projetos; a organização já

estabeleceu diferentes papéis relacionados à projeto.

Nível 4. O gerenciamento suporta a integração dos registros profissionais

relativos a projetos na estrutura de recursos humanos corporativa da

organização; indivíduos são especificamente contratados baseados em seu

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conhecimento de gerência de projetos e competência do planejamento e

execução de projetos.

Nível 5. Projetos são diretamente ligados ao sucesso da organização;

assim existe um vínculo financeiro entre o sucesso da organização e as

posições relativas a projeto que são responsáveis pelo desempenho de

projetos de sucesso; processos de melhoria estão estabelecidos e são

utilizados.

TÓPICO: GERÊNCIA DAS COMUNICAÇÕES DE PROJETO

O objetivo geral da gerência de comunicações é gerenciar os processos

relativos aos dados de projeto, da coleta à categorização, disseminação,

utilização e tomada de decisão.

31. Comunicação: Planejamento

Nível 1. Não existem padrões estabelecidos para os planos de

comunicação; o gerente de projetos pode prover informações sobre o status do

projeto à gerência, quando requerido.

Nível 2. Análise informal dos stakeholders é desenvolvida; o plano de

gerenciamento de comunicações foi desenvolvido para os maiores e mais

visíveis projetos e seu uso encorajado para os demais; o plano de

comunicações identifica as necessidades de comunicação do início ao término

do projeto, incluindo revisões pós-projeto.

Nível 3. Planos de comunicação são esperados para todos os projetos.

Nível 4. Existe um método de atualização e refinamento do plano de

gerenciamento de comunicações com o progresso e desenvolvimento do

projeto e este está incorporado aos sistemas corporativos.

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124

Nível 5. A documentação e lições assimiladas são analisadas sobre o

impacto de valor agregado; o planejamento das comunicações está fortemente

ligado com o planejamento organizacional; lições assimiladas são coletadas

sobre o planejamento efetivo de comunicações.

32. Comunicação: Distribuição de Informações

Nível 1. A informações são distribuídas em modo ad hoc, como uma

resposta a requisições ou questionamentos específicos a respeito do projeto

direcionados ao gerente de projeto.

Nível 2. Os stakeholders do projeto são direcionados a um arquivo

compartilhado específico em uma rede de computadores ou em localização

centralizada de onde eles podem recuperar as informações de projeto

necessárias; a efetiva comunicação de recuperação de informações

atualizadas inter-times está estabelecida.

Nível 3. Existem sistemas formais de recuperação de informações através

dos quais os stakeholders do projeto podem recuperar as informações de

projeto através de base de dados impressa ou um repósitorio central (físico ou

eletrônico); o sistema formal de distribuição de informações pode incluir

reuniões de projeto, documentação em papel, acesso compartilhado à bases

eletrônicas de dados em rede, fax, mensagens eletrônicas e correio de voz.

Nível 4. Sistema automatizado de recuperação de informações está

estabelecido e é baseado em estrutura de base de dados e processo de

requisição; sistema de distribuição de informações inclui reuniões em vários

formatos e também distribuição em multimídia, tais como intranet, internet e

vídeo conferência.

Nível 5. Os stakeholders do projeto foram treinados e são capazes de

acessar qualquer informação relativa ao projeto que necessitem

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125

periodicamente; lições assimiladas sobre a efetiva recuperação e distribuição

de informações são coletadas.

33. Comunicação: Relatórios de Desempenho

Nível 1. Reportes informais a cerca do status corrente do projeto podem

ser obtidas junto ao gerente do projeto.

Nível 2. Três tipos de relatórios sumários para status, progresso e fase de

finalização (completion phase) podem ser produzidos através da vida do

projeto em intervalos periódicos; foi desenvolvido baseline do projeto e

atualizações podem ser coletadas; documentos formais são utilizados para

validar a aceitação de produtos (deliverables) pelos clientes; aprovação formal

dos clientes quando da sua conclusão.

Nível 3. Mapas e relatórios gráficos de desempenho são utilizados, tais

como curvas-S, histogramas, e tabelas adicionalmente a relatórios narrativos

de status e de progresso; análises de divergência/tendências podem ser

conduzidas comparando resultados reais ao planejado; análise de tendências é

realizada para determinar a estimativa para conclusão para parâmetros de

orçamento e programação.

Nível 4. Espera-se que todos os projetos capturem medições de

desempenho (tais como valor auferido) para compreensão e análise do

desempenho de projeto. Análises formais de divergência/tendências são

conduzidas nos projetos.

Nível 5. Lições assimiladas são analisadas e os resultados são

aproveitados de volta ao processo para evolução contínua; métricas de

desempenho são utilizadas para definir métricas de eficiência e efetividade

para os projetos.

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126

34. Comunicação: Rastreamento e Gerenciamento de Issues

Nível 1. Tratado em bases ad hoc e podendo ser discutidos em reuniões.

Nível 2. Processo documentado de gerenciamento de issues está

estabelecido, onde estes são coletados, documentados, gerenciados e

concluídos; são consistentemente acompanhados nos maiores e mais visíveis

projetos.

Nível 3. Os issues são consistentemente tratados em reuniões regulares

com o time de projeto completo. A área do cliente é parte da determinação dos

issues.

Nível 4. O impacto dos issues de projeto às outras áreas da organização

são compreendidas e os issues de projeto são priorizados para resolução e

para minimizar seu impacto à organização; a gerência recebe relatórios

regulares sobre o número de issues identificados, seu status etc.

Nível 5. issues são avaliados e priorizados baseando-se no próprio impacto

nas métricas de desempenho de projetos de eficiência e eficácia; lições

assimiladas a respeito da efetividade do rastreamento e gerenciamento de

issues são coletadas.

TÓPICO: GERÊNCIA DE RISCOS DE PROJETO

O objetivo geral da gerência de riscos é identificar, analisar, responder, e

controlar fatores de risco ao longo da vida do projeto. O gerenciamento de

riscos compreende os eventos de risco, avaliando seu impacto ao projeto,

determinando a melhor maneira de lidar com eles, desenvolvendo e

executando um plano, e monitorando seu progresso.

35. Riscos: Identificação

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Nível 1. Riscos não são identificados como uma prática usual; indivíduos

podem discutir itens de interesse especial para a gerência ou stakeholders,

tipicamente quando o risco já for um problema corrente vs. uma possibilidade

futura.

Nível 2. Processos documentados para identificação de riscos de projetos;

práticas padrão são utilizadas nos maiores e mais visíveis projetos; o time

confia em julgamento especializado e lições assimiladas de conhecimento da

indústria para identificar riscos.

Nível 3. Processos documentados e repetitíveis de identificação de riscos

de projetos estão totalmente implementados; documentação existe em todos os

processos e padrões de identificação de eventos de riscos e gatilhos de risco.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; o processo está totalmente integrado com os processos de

gerenciamento de custo e tempo e ao escritório de projeto; riscos são

identificados com organização e o projeto em mente.

Nível 5. O processo de melhoria está estabelecido para melhoria contínua

da identificação de riscos para identificar completamente todos os riscos o mais

cedo possível; lições assimiladas são capturadas e utilizadas para melhorar as

atividades de identificação de riscos.

36. Riscos: Quantificação

Nível 1. O gerente de projeto pode especular sobre o impacto ao projeto se

os riscos ocorrerem; a especulação é tipicamente realizada em uma situação

de improviso sem qualquer análise, previsão ou abordagem/processo padrão.

Nível 2. Processo documentado inclui uma metodologia padrão, a qual

garantirá que a organização avalia consistentemente os itens de riscos; a

metodologia usual pode incluir graus baixo-médio-alto ou valores monetários

de risco esperados utilizando probabilidade simples e cálculos de valor.

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128

Nível 3. Processo totalmente documentável e repetitível é expandido para

identificar procedimentos mais avançados de quantificação de riscos e critérios

de priorização de itens de risco; riscos são avaliados em bases de

programa/organizacionais.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; a quantificação considera agora os riscos em outros projetos e em

outras partes da organização; riscos são avaliados em bases organizacionais.

Nível 5. O processo de melhoria está estabelecido para melhoria contínua

da quantificação de riscos para melhor quantificar riscos e capturar

adequadamente o impacto em custo e planejamento; lições assimiladas são

capturadas e utilizadas para melhorar os esforços de quantificação de riscos.

37. Riscos: Desenvolvimento de Respostas

Nível 1. Riscos são considerados quando surgem; os times raramente

determinam estratégias de mitigação ou planos de contingências para eventos

futuros de risco.

Nível 2. Os times de projeto desenvolveram para a organização um plano

de gerenciamento de riscos que documenta os procedimentos que serão

utilizados para gerenciar riscos; os maiores e mais visíveis projetos

desenvolvem planos de contingência para riscos de médio prazo e estratégias

de mitigação para risco em todas as áreas de interesse.

Nível 3. O processo inclui formatos/padrões (templates) para o plano de

gerenciamento de riscos; os times de projeto possuem planos de contingência

e estratégia de mitigação identificadas para cada item de risco.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados.

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129

Nível 5. Processo de melhoria está estabelecido para melhoria contínua do

processo de desenvolvimento de respostas a riscos e ao desenvolvimento do

plano de gerenciamento de riscos; lições assimiladas são capturadas e

utilizadas para melhorar o esforço de desenvolvimento das estratégias de

identificação de riscos.

38. Riscos: Controle

Nível 1. Se um novo evento de risco surge os times de projeto tem de

trabalhar mais aplicando soluções diárias de problemas vs. trabalho com plano

de gerenciamento de riscos e estratégias de resposta a riscos adicionais

identificados.

Nível 2. Processos estão desenvolvidos e documentados para relatar o

status de risco aos principais stakeholders; os times de projeto aplicam suas

próprias abordagens ao gerenciamento e controle de riscos; tipicamente

designa responsabilidade para cada item de risco quando este ocorre.

Nível 3. Os processos estão totalmente desenvolvidos e são utilizados para

gerenciamento e controle de riscos; riscos são ativamente e rotineiramente

rastreados e ações corretivas tomadas; o plano de gerenciamento de riscos é

atualizado na ocorrência de evento de risco.

Nível 4. Todos os processos estão estabelecidos, documentados e sendo

utilizados; o sistema de controle de riscos está integrado ao sistema de

controle organizacional, programas de monitoramento, gerenciamento de

custos, e processos de gerenciamento de tempo.

Nível 5. O processo de melhoria está estabelecido para melhoria contínua

dos processos de controle de riscos; lições assimiladas são capturadas e

utilizadas para melhorar os esforços de monitoramento e controle.

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130

39. Riscos: Documentação

Nível 1. Não existem bancos de dados históricos e experiências relativas a

riscos típicos; os membros do time confiam em suas próprias experiências

anteriores.

Nível 2. Processo inclui estabelecimento de banco de dados históricos para

coletar informações de risco tais como riscos típicos em projetos similares.

Nível 3. A organização coleta informações históricas tais como itens de

risco e gatilhos de risco usuais e organiza a informação no banco de dados

histórico.

Nível 4. O banco de dados históricos é expandido para incluir riscos

interdependentes usuais entre projetos.

Nível 5. O processo de melhoria está estabelecido para melhoria contínua

do processo de documentação de riscos e do banco de dados históricos; lições

assimiladas são capturadas e utilizadas para melhoria da atividade de coleta.

TÓPICO: GERÊNCIA DE SUPRIMENTOS DE PROJETO

O gerenciamento de suprimentos é composto dos processos e ações tomadas

pelo gerente de projetos e/ou time de projeto para adquirir produtos e serviços

de suporte ao projeto. Ele também inclui atividades de gerenciamento do

contrato ao longo do período de desenvolvimento e fechamento do contrato até

sua completação. Todos esses processos e ações devem ser tomados dentro

das limitações da estrutura organizacional e políticas da organização como um

todo. Geralmente o processo envolve a contratação de fornecedor externo para

adquirir produtos e serviços temporalmente, na quantidade apropriada e dentro

de padrão de qualidade definido. De fato, contratação é normalmente trocada

por aquisição (suprimentos).

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131

40. Suprimentos: Planejamento

Nível 1. Ad hoc; ocasionalmente um gerente de projeto pode determinar

requisitos básicos e o timing dos marcos e lista de produtos e depois

estabelecerá antecipadamente uma abordagem planejada para aquisição de

produtos e serviços.

Nível 2. Processos básicos especificam que o gerente de projeto decida se

“compra ou faz” (“make or buy”) os produtos/serviços em questão depois de

receber uma solicitação de projeto; a organização de aquisição (suprimentos) e

o time de projeto criam em conjunto um plano de gerenciamento de aquisição

(suprimentos).

Nível 3. O time de projeto de organização de aquisição (suprimentos)

apresentam um relatório de análise/recomendação formal para ambas

gerências organizacional e do cliente; decisão de “compra ou faz” (“make or

buy”) é tomada em conjunto pelas gerências organizacional e do cliente.

Nível 4. Decisão de “compra ou faz” (“make or buy”) é tomada por um time

composto pelo gerente de projeto, pela gerência organizacional, pela gerência

do cliente e pelo departamento de compras.

Nível 5. O planejamento de aquisições (suprimentos) é avaliado em bases

periódicas e melhoramentos ao processo são incorporados continuamente;

decisões de “compra ou faz” (“make or buy”) são avaliadas em função de

métricas de eficiência e efetividade.

41. Suprimentos: Requisições

Nível 1. Requisições de projetos são preparadas similarmente à

preparação de documentação para aquisição de produtos e serviços típicos

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132

pela organização; não existe abordagem única estabelecida para aquisições de

projeto.

Nível 2. A organização de aquisições toma a frente na decisão de qual

fornecedor contratar; .a organização de aquisição também toma a frente na

preparação de documentação de aquisição com limitada participação do time

de projeto; um processo está definido para identificação dos requisitos de

contrato, fornecedores potenciais, seleção do tipo apropriado de contrato,

determinação da melhor abordagem de aquisição e desenvolvimento de

documentação de aquisição.

Nível 3. Processo para desenvolvimento de documentação de aquisição foi

expandido para incluir formatos tais como formulários contratuais, relatórios de

status e outros anexos usuais.

Nível 4. As requisições de projeto são totalmente integradas com o

processo de requisição organizacional.

Nível 5. Processo de requisição é avaliado em bases periódicas e

melhorias ao processo são continuamente incorporadas; processo de

requisição é automatizado e disparado por requisição do gerente de projeto.

42. Suprimentos: Controle de Solicitações/Fontes

Nível 1. Nenhum padrão ou prática está estabelecido para

contato/avaliação/negociação com fornecedores; ocasionalmente a

organização passa por processo de contatar vários fornecedores, lojas e

comparará preços.

Nível 2. A organização de aquisição contata os fornecedores e conduz

comparações de preços; os fornecedores são questionados quanto a um plano

de projeto em nível apropriado de detalhe; o processo é definido para solicitar

informação da indústria, avaliar informação, negociar o contrato e finalizar a

adjudicação do contrato.

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Nível 3. Contractors/fornecedores são solicitados a se adequarem aos

processos de gerenciamento de projeto organizacionais; os fornecedores

devem fornecer um plano detalhado incluindo um WBS e uma lista de

atividades sequenciadas detalhadas, alinhada com a estrutura de projeto.

Nível 4. As seleções de solicitação e fontes para o projeto estão totalmente

integradas aos processos de solicitação organizacionais.

Nível 5. As seleções de solicitação e fontes são avaliadas em bases

periódicas e melhorias ao processo são continuamente incorporadas;

fornecedores são avaliados em função de métricas de eficiência e efetividade

com respeito ao desempenho do projeto.

43. Suprimentos: Gerenciamento de Contratos / Fechamento

Nível 1. Contratos de projetos são gerenciados livremente com reporte de

mínimos detalhes delineados no contrato; vendors/contractors são gerenciados

usualmente apenas visando as datas finais.

Nível 2. É esperado que o fornecedor forneça relatórios de status

periódicos aos gerentes de projeto; os processos normais de gerenciamento de

modificações dentro dos processos de integração de projeto são utilizados para

os maiores e mais visíveis projetos; o processo está estabelecido e

documentado para aceitação formal e fechamento de contratos.

Nível 3. Quaisquer modificações/issues são comunicadas imediatamente

ao gerente de projeto que as encaminha para processo de gerenciamento de

modificações, o qual está totalmente implementado no projeto; o cliente está

envolvido integralmente no teste do produto e autorização à finalização.

Nível 4. É requerido ao fornecedor relatar o progresso frente ao planejado

utilizando ferramentas e técnicas padrão organizacionais de gerenciamento de

projetos; relatórios de status semanais são providos pelo fornecedor.

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Nível 5. O gerenciamento/fechamento dos contratos é avaliado em bases

periódicas e melhorias ao processo são continuamente incorporadas; a

organização considera alianças estratégicas com fornecedores preferenciais;

ambas organizações aderem a altos padrões de desempenho e qualidade de

projeto em seus produtos ou serviços.

OBSERVAÇÕES GERAIS:

GLOSSÁRIO - QUESTIONÁRIO CBP - PMMM:

Ad hoc: Em resposta a solicitação específica

Baseline: referência interna básica de qualidade, custo etc.

Deliverables: produtos ou serviços entregues

Earned value: Valor auferido

Issues: Assuntos, tópicos, problemas

Lessons learned: Lições assimiladas

Project Office: Escritório de Projeto

Stakeholders: partes envolvidas no projeto. Podem ser clientes, gerência, alta

gerência entre outros

Value added: Valor adicionado

WBS (Work Breakdown Structure): Plano detalhado de trabalho

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Anexo 3: Glossário

Ad hoc: desenvolvido em resposta à uma determinada necessidade, para

utilização específica

PMI: Project Management Institute

PMBOK: Project Management Body of Knowledge

PMMM: Project Management Maturity Model

AIPM: Australian Institute of Project Management

PMA: Project Management Association

Stakeholders: partes interessadas nos projetos (clientes, acionistas,

financiadores etc.)