Apamvet BOLETIM · 2019-05-17 · apamvet.com BOLETIM Apamvet 3 EDITORIAL A pós dez anos editando...

ApamvetB O L E T I M

ISSN 2179-7110 bull VOLUME 10 bull Nordm 1 bull 2019

APOIO

ESPOROTRICOSEUma zoonose que ameaccedila gatos e pessoas em Satildeo Paulo

ADESTRAMENTO POSITIVOAlexandre Rossi conversa com Luiz Luccas

VETERINAacuteRIA DE PRECISAtildeONovas oportunidades para os meacutedicos veterinaacuterios

PARQUE ZOOLOacuteGICO DE SAtildeO PAULOtratamento de uma fecircmea de elefante africano

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Editoria Apamvet

Diretor chefe Siacutelvio Arruda Vasconcellos

Comitecirc Eduardo Harry BirgelEditorial Alexandre Jacques Louis Develey Joseacute Cezar Panetta Arani Nanci Bomfim Mariana Waldir Gandolfi

Editor-chefe Alexandre Jacques Louis Develey

Redatores Acadecircmicos da apamvet

Jornalista Regina Luacutecia Pimenta de Castro (M S 5070)responsaacutevel

Diagramaccedilatildeo Robson Santos | Tikinet

Revisatildeo Franklin Carvalho | Apamvet Gabriel Provinzano e Maiacutesa Kawata | Tikinet

Foto da capa Paulo Gila

Impressatildeo Edigraacutefica Graacutefica e Editora Ltda Rua Nova Jerusaleacutem 345 ndash Bonsucesso 21042-230 ndash Rio de JaneiroRJ

Tiragem 32000 exemplares

Apoio Conselho Regional de Medicina Veterinaacuteria do Estado de Satildeo Paulo ndash crmv-sp

Redaccedilatildeo Academia Paulista de Medicina Veterinaacuteria Avenida Arruda Botelho 466 ndash apto12 05466-000 ndash Satildeo PauloSP Fone 11 3022 4744 adeveleyterracombr | wwwapamvetcom

Distribuiccedilatildeo APAMVET Boletim eacute uma publicaccedilatildeo oficial da Academia Paulista de Medicina Veterinaacuteria dirigida aos meacutedicos veterinaacuterios do estado Satildeo Paulo cujo objetivo eacute informar sobre todas as aacutereas de especializaccedilatildeo Os trabalhos comunicados cartas comentaacuterios relatos de casos e demais mateacuterias para publicaccedilatildeo deveratildeo ser enviados para o e-mail da Redaccedilatildeo

gratuita

Depoacutesito Legal na Biblioteca Nacional conforme Lei nordm 10944 de 14 de dezembro de 2004 Ficha catalograacutefica elaborada de acordo com o Coacutedigo de Catalogaccedilatildeo Anglo-Americano (AACR 2) pela Biblioteca Virginie Buff DAacutepice da Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da Universidade de Satildeo Paulo

Dados internacionais de catalogaccedilatildeo na publicaccedilatildeo (CIP)

Boletim APAMVET Academia Paulista de Medicina Veterinaacuteria -- n1 (2010) ndash ndash Satildeo Paulo APAMVET 2010-v il 21x28 cm

QuadrimestralISSN 2179-7110Endereccedilo on-line wwwapamvetcom1 Medicina Veterinaacuteria ndash histoacuteria 2 Cliacutenica veterinaacuteria 3 Produccedilatildeo animal 4 Meio ambiente

CDD 636098

1ordf Cadeira Patrono Reneacute Straunard Acadecircmico Alexandre Jacques Louis Develey

2ordf Cadeira Patrono Adolpho Martins Penha Acadecircmico Waldyr Brandatildeo 1ordm Acadecircmico - Vicente do Amaral

3ordf Cadeira Patrono Leovigildo Pacheco Jordatildeo Acadecircmica Arani Nanci Bomfim Mariana

4ordf Cadeira Patrono Paschoal Mucciolo Acadecircmico Joseacute Ceacutezar Panetta

5ordf Cadeira Patrono Ernesto Antocircnio Matera Acadecircmico Eduardo Harry Birgel

6ordf Cadeira Patrono Maacuterio DrsquoAacutepice Acadecircmico Paulo Iamaguti Acadecircmico Aramis Augusto Pinto 1ordm Acadecircmico - Waldyr Giorgi

7ordf Cadeira Patrono Joseacute de Fatis Tabarelli Netto Acadecircmico Armen Thomassian 1ordm Acadecircmico - Raphael Valentino Riccetti

8ordf Cadeira Patrono Armando Chieffi Acadecircmico Joseacute Orlando Prucoli 1ordm Acadecircmico - Renato Campanarut Barnabeacute

9ordf Cadeira Patrono Orlando Marques de Paiva Acadecircmico Carlos Eduardo Larsson

10ordf Cadeira Patrono Oswaldo Domingues Soldado Acadecircmico Olympio Geraldo Gomes

11ordf Cadeira Patrono Joatildeo Barisson Villares Acadecircmico Flaacutevio Prada

12ordf Cadeira Patrono Reneacute Correcirca Acadecircmico Paulo Seacutergio de Moraes Barros 1ordm Acadecircmico - Heacutelio Emerson Belluomini

13ordf Cadeira Patrono Euclydes Onofre Martins Acadecircmico Manuel Alberto da Silva Castro Portugal

14ordf Cadeira Patrono Acircngelo Vincenzo Stopiglia Acadecircmico Benedicto Wlademir de Martin

15ordf Cadeira Patrono Adayr Mafuz Saliba Acadecircmico Paulo Magalhatildees Bressan

16ordf Cadeira Patrono Emilio Varoli Vaga Acadecircmica Hannelore Fuchs

17ordf Cadeira Patrono Sebastiatildeo Nicolau Piratininga Acadecircmico Joseacute Luiz DrsquoAngelino

18ordf Cadeira Patrono Moacyr Rossi Nilsson Acadecircmico Maacuterio Nakano

19ordf Cadeira Patrono Dinoberto Chacon de Freitas Acadecircmico Angelo Joatildeo Stopiglia 1ordm Acadecircmico - Feres Saliba

20ordf Cadeira Patrono Sebastiatildeo Timo Iaria Acadecircmica Elma Pereira dos Santos Polegato 1ordm Acadecircmico - Luiz Braz Siqueira do Amaral

21ordf Cadeira Patrono Uriel Franco Rocha Acadecircmica Irvecircnia Luiza de Santis Prada

22ordf Cadeira Patrono Geraldo Joseacute Rodrigues Alckmin Acadecircmico Flaacutevio Massone 1ordm Acadecircmico - Heacutelio Ladislau Stempniewski

23ordf Cadeira Patrono Romeu Diniz Lamounier Acadecircmico Waldir Gandolfi

24ordf Cadeira Patrono Joatildeo Soares Veiga Acadecircmico Kenji Iryo

25ordf Cadeira Patrono Quineu Correcirca Acadecircmico Zohair Saliem Sayegh 1ordm Acadecircmico - Laerte Siacutelvio Traldi

26ordf Cadeira Patrono Deacutecio de Mello Malheiro Acadecircmica Mitika Kuribayashi Hagiwara

27ordf Cadeira Patrono Paulo de Castro Bueno Acadecircmico Antonio Matera 1ordm Acadecircmico - Luiz Klinger dos Santos

28ordf Cadeira Patrono Carlos de Almeida Santa Rosa Acadecircmico Siacutelvio Arruda Vasconcellos 1ordm Acadecircmico - Rufino Antunes Alencar Filho

29ordf Cadeira Patrono Pliacutenio Pinto e Silva Acadecircmico Vicente Borelli

30ordf Cadeira Patrono Raphael Valentino Riccetti Acadecircmico Joseacute de Angelis Cocircrtes

Patronos e acadecircmicos da Apamvet

S U M Aacute R I OEditorial 03

Cartas do leitor 04

Notiacutecias bull Renovaccedilatildeo do convecircnio acadecircmico entre a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da usp (fmvz-usp) e a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria de Hannover05 Conselho Regional de Medicina Veterinaacuteria de Satildeo Paulo lanccedila ldquoon line ldquo a revista de educaccedilatildeo continuada 05

Colunas bull Dr Percy Infante Hatschbach 06 Dr Luis Luccas 06 Clipping ndash As discretas passarelas dos gatos suiacuteccedilos ndash REVUE SUISSE ndash julho 2018 09

Zoonoses bull Esporotricose 11

Marketing Pet bull Duas entrevistas 15

Ensino bull O ensino superior pode mudar 18

Cliacutenica bull Tratamento de elefante-africano 21

De olho na gramaacutetica 23

Normas para publicaccedilatildeo 24

Foto de capa Elefante Africano de nome Teresita

Creacutedito da foto Paulo Gila

3a p a m v e t c o m B O L E T I M Apamvet

E D I T O R I A L

Apoacutes dez anos editando o Boletim em papel estamos acompanhando a modernizaccedilatildeo do Conselho Regional de Medicina Veterinaacuteria Ambas as instituiccedilotildees reafirmam o compromisso

de seguir oferecendo em tempo de tanta competiccedilatildeo um conteuacutedo relevante e diferenciado agrave classe dos meacutedicos-ve-terinaacuterios cada vez mais moderna e produtiva

A ediccedilatildeo atual eacute a uacuteltima impressa e nela fazemos algumas chamadas para que o leitor se lembre de anotar o site da apamvet onde poderaacute encontrar todos os nuacutemeros passados poderaacute localizar os textos por palavra-chave e por autor e principalmente poderaacute baixar as mateacuterias interessantes no seu proacuteprio arquivo Ao entrar na esfera das redes o Boletim apamvet teraacute uma visibilidade maior e alcanccedilaraacute um nuacutemero maior de interessados nos assuntos abordados

Passando ao conteuacutedo desta ediccedilatildeo comeccedilamos com uma boa notiacutecia graccedilas aos esforccedilos do atual diretor Prof Dr Joseacute Antonio Visintin a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da usp renovou o convecircnio firmado com a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria de Hannover (Tiho) o que possibilita a continuidade a uma parceria de pesquisa e de intercacircmbios teacutecnico-cientiacuteficos existentes haacute deacutecadas

Aleacutem da coluna do meacutedico-veterinaacuterio Luiz Luccas que trata do adestramento positivo haacute uma nova coluna do meacutedico-veterinaacuterio Percy Infante Hatschbach um profundo conhecedor da histoacuteria da medicina veterinaacuteria que nos informa sobre um veterinaacuterio que recebeu o precircmio Nobel em 1996

A meacutedica-veterinaacuteria Paula Tavolaro que na ediccedilatildeo pas-sada fez uma criacutetica sobre o ensino atual que transforma o diploma em ldquoprodutordquo nesta ediccedilatildeo analisa a necessidade

imperiosa da evoluccedilatildeo dos recursos didaacuteticos utilizados nas universidades Falando ainda em modernizaccedilatildeo dois gran-des expoentes do marketing veterinaacuterio a empresa petz na pessoa de sua diretora Dra Aline Amaacutelia L de Araujo Giovannetti e o meacutedico-veterinaacuterio Dr Maacuterio Marcondes soacutecio da Cliacutenica Sena Madureira comentam as suas visotildees sobre a situaccedilatildeo atual e perspectivas do mercado pet

Procurado pela redaccedilatildeo do Boletim o Centro de Zoonoses da cidade de Satildeo Paulo manda um aviso preo-cupante sobre os perigos do crescimento da ocorrecircncia da esporotricose e da importacircncia que os cliacutenicos veterinaacuterios devem dar ao assunto

A reportagem de capa eacute dedicada ao Parque Zooloacutegico de Satildeo Paulo e ao seu corpo teacutecnico A classe veterinaacuteria no iniacutecio deste ano recebeu triste notiacutecia a aliaacute (fecircmea de elefante) que vivia haacute muitos anos no Parque Zooloacutegico de Satildeo Paulo morreu apoacutes vaacuterios meses de enfermidade O Boletim relata os acontecimentos e os esforccedilos despendidos por uma ampla equipe veterinaacuteria composta por especialistas de todo Brasil e do exterior que esteve envolvida com o tratamento deste animal

Por falta de espaccedilo o Boletim postergou para a proacutexima ediccedilatildeo a excelente mateacuteria da Dra Samanta Rios Mello Modesto a respeito de ldquoColheita e envio de material na onco-logia veterinaacuteria ndash Sua importacircncia no tratamento e prognoacutestico do paciente oncoloacutegicordquo

Finalmente a coluna de nossa querida amiga Dra Renata Sborgia da Academia de Letras do Brasil faz os seus desta-ques sobre o bom uso da liacutengua portuguesa

Boa leitura

Alexandre Develey ndash crmv-sp 203 Editor e Tesoureiro da apamvet

Visite o site wwwapamvetcombrEdiccedilatildeo on line - https apamvetcombrpublicaccedilotildees

4 B O L E T I M Apamvet a p a m v e t c o m

C A R TA S D O L E I T O R

LIVRO VIRTUOSA MISSAtildeOO livro virtuosa missatildeo continua agrave venda Entrega em domiciacutelioPara solicitar um exemplar entre em contato com o tesoureiro

e redator do Boletim da apamvet adeveleyterracombr

Livro Virtuosa Missatildeo que conta a Histoacuteria da Medicina Veterinaacuteria em SP

CARTAS DO LEITORDe Percy Infante Hatschbach ndash Membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinaacuteria

Ao voltar para Goiacircnia peguei meu exemplar do excelente livro Virtuosa missatildeo e folheando capiacutetulo por capiacutetulo natildeo encon-trei nenhuma referecircncia sobre o colega australiano ganhador do Precircmio Nobel em 1996 Mesmo sendo uma ldquohistoacuteria da Medicina Veterinaacuteria paulistardquo nas paacuteginas iniciais encontram-se reproduccedilotildees de quadros com diversas cenas europeias sobre a medicina vete-rinaacuteria (uma bela iconografia histoacuterica) E no final na paacutegina 262 eacute exibido um quadro com a figura de Louis Pasteur (1822-1895) merecida e oportuna homenagem Pena que na paacutegina 263 natildeo se tenha colocado a fotografia do Precircmio Nobel Peter Dohertyhellip

De Myla Rzezak [mailtomylarzezakhotmailcom] Assunto Artigo sobre DRA Hannelore

Muito bonito a artigo do professor Stopiglia sobre a Dra Hannelore Fuchs Lembro-me dela indo visitar um lar de idosos na Freguesia do Oacute O professor citou relatos que eu natildeo conhecia Parabeacutens

De Claudia Kerber [mailtoclaudiakerber62gmailcom] Assunto editorial apamvet

Li e gostei muito do comentaacuterio sobre a diminuiccedilatildeo da qualidade dos cursos de veterinaacuteria Fato lamentaacutevel mesmo Natildeo tem como a gente natildeo se identificar

Outro assunto Redemar Alevinos empresa parceira do projeto vai oferecer dois cursos que natildeo existem no Brasil Criaccedilatildeo de alevinos de peixes marinhos e Produccedilatildeo de alimento vivo para fins de aquicultura Aleacutem disso em breve a Fundaccedilatildeo Boticaacuterio vai financiar o projeto ldquoGaroupas ao marrdquo Aguardem notiacutecias

De Franklin Carvalho- revisor

Adorei o artigo da Alice Frank sobre a Siacutendrome de Burnout Em geral entre muitas traduccedilotildees e revisotildees que faccedilo encontro poucos textos ldquohumanosrdquo escritos para serem ouvidos Esse foi um deles

De Eduardo Harry Birgel

Enquanto aguarda a chamada para consulta encontra o livro na mesa da sala de espera Grata surpresa

ESTAMOS ON LINE Visite o site da apamvet e veja todas as ediccedilotildees do Boletim

O site teraacute outras publicaccedilotildees de interesse da classe

wwwapamvetcombr


N O T Iacute C I A S

Renovaccedilatildeo do convecircnio acadecircmico entre a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da usp (fmvz-usp) e a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria de Hannover (Tiho)

A renovaccedilatildeo do convecircnio acadecircmico entre a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da usp (fmvz-usp) e a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria de Hannover (Tiho) daacute continuidade agrave parceria de pesquisa e de intercacircmbios existentes haacute deacutecadas permitindo a mobilidade de discentes e de docentes entre as duas instituiccedilotildees A assinatura desta parceria 20182023 acon-teceu na fmvz-usp em agosto de 2018 durante a comemoraccedilatildeo dos 60 anos de cooperaccedilatildeo entre Brasil e Alemanha

O Diretor da fmvz da usp natildeo poupou esforccedilos para conseguir renovar a parce-ria com a Fundaccedilatildeo da Universidade de Medicina Veterinaacuteria de Hannover para permitir um profiacutecuo intercacircmbio de professores e alunos aleacutem do desenvol-vimento de projetos conjuntos

Este convecircnio vem coroar uma cooperaccedilatildeo entre Brasil e Alemanha na aacuterea da veterinaacuteria que dura mais de 60 anos

Prof Dr Joseacute Antonio Visintin

Conselho Regional de Medicina Veterinaacuteria de Satildeo Paulo Lanccedila ldquoon Line ldquo da Revista de Educaccedilatildeo Continuada

Atendendo a reclamaccedilotildees de veterinaacuterios sobre o des-perdiacutecio de papel o que veio a reforccedilar o projeto (que jaacute estava em fase de elaboraccedilatildeo) de eliminar os altos custos do Correio a Diretoria do crmv colocou para aprovaccedilatildeo em reuniatildeo plenaacuteria a transformaccedilatildeo da ediccedilatildeo em papel para a ediccedilatildeo on-line da Revista de Educaccedilatildeo Continuada Satildeo muitas as vantagens os artigos podem ser acessados via computador e baixados nos seus arquivos particulares haacute um iacutendice remissivo que permite localizar melhor as mateacuterias Abaixo veja como funciona


PETER CHARLES DOHERTY

Meacutedico-veterinaacuterio australiano ganha Precircmio Nobel de Medicina

Em outubro de 1996 a imprensa mundial informava que o Precircmio Nobel de Medicina tinha sido outor-gado aos cientistas PETER CHARLES DOHERTY meacutedico-veterinaacuterio aus-traliano e ROLF ZINKERNAGEL meacutedico suiacuteccedilo Os dois pesquisado-res foram agraciados com o Precircmio Nobel pela descoberta de como o sistema imunoloacutegico dos seres

humanos reconhece ceacutelulas infectadas por viacuterus Aleacutem da importacircncia da pesquisa premiada PETER C DOHERTY hoje faz parte da historiografia mundial das ciecircncias biomeacute-dicas e eacute o primeiro meacutedico-veterinaacuterio a ter recebido tal distinccedilatildeo honoriacutefica Mas quem eacute Peter Charles Doherty Sua biografia relata que eacute de nacionalidade australiana tendo nascido no dia 15 de outubro de 1940 na cidade de Brisbane ao leste da Austraacutelia capital do estado de Queensland

1957 ndash Prestou vestibular para a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Queensland diploman-do-se em 1962

1963 a 1966 ndash Trabalhou como pesquisador no Instituto de Pesquisa Animal de Brisbane

C O L U N A S

Por cortesia do Acadecircmico Percy Infante Hatschbach iniciamos uma coluna

Historiograf ia da Medicina Veterinaacuteria a cargo deste historia-dor e meacutedico veterinaacuterio membro da Academia Brasileira de Medicina Veterinaacuteria Anualmente desde 1905 a Fundaccedilatildeo Alfred Nobel na Sueacutecia outorga o Precircmio Nobel agraves mais importantes pesquisas em diversas

aacutereas do conhecimento humano entre elas as Ciecircncias Meacutedicas

Nascido em 11 de fevereiro de 1939 na cidade de Santo Antocircnio da Platina Paranaacute

Egresso da Faculdade de Medicina Veterinaacuteria da Universidade Federal do Paranaacute (ufpr) em Curitiba no ano de 1962

Curso de poacutes-graduaccedilatildeo em Patologia Veterinaacuteria Tropical no ldquoInstitut dacuteElevage et de Meacutedecine Veacuteteacuterinaire des Pays Tropicauxrdquo em Paris Franccedila (1963-64)

Curso de Malariologia na Faculdade de Higiene e Sauacutede Puacuteblica da Universidade de Satildeo Paulo (usp) (1965)

Mestrado em Parasitologia Veterinaacuteria no Instituto de Medicina Tropical Priacutencipe Leopoldo Antueacuterpia Beacutelgica (1966-67)

Professor de Parasitologia Veterinaacuteria no Departamento de Parasitologia do Instituto Bio- -Meacutedico da Universidade Federal Fluminense (uff) em Niteroacutei RJ (1970-75)

Meacutedico-veterinaacuterio sanitarista no Departamento de Sanidade Animal da Secretaria da Agricultura do Estado de Goiaacutes (1976-97)

Eacute membro das seguintes instituiccedilotildees Academia Brasileira de Medicina Veterinaacuteria Associaccedilatildeo Mundial de Histoacuteria da Medicina Veterinaacuteria Sociedade Inglesa de Histoacuteria da Veterinaacuteria e do Instituto Paranaense de Histoacuteria da Medicina e Ciecircncias Afins

Tendo participado de vaacuterios congressos mundiais e nacionais de Medicina Veterinaacuteria instalou na cidade do Rio de Janeiro o primeiro Laboratoacuterio Veterinaacuterio de Anaacutelises Cliacutenicas do Brasil que funcionou no periacuteodo de 1970 a 1975

Historiografia da medicina veterinaacuteria

1967 ndash Foi contratado como pesquisador-principal (ldquoSenior Scientific Officerrdquo) pelo Departamento de Patologia Experimental do Instituto de Pesquisa Moredun na cidade de Edimburgo Escoacutecia

1970 ndash Recebeu o grau de ldquoDoutorrdquo pela Universidade de Edimburgo Escoacutecia

1972 a 1975 ndash Exerceu o cargo de pesquisador-visitante no Departamento de Microbiologia da ldquoThe John Curtin School of Medical Researchrdquo da Universidade Nacional da Austraacutelia situada na capital Camberra

1976 a 1982 ndash Professor-associado do Instituto Wistar situado na Filadeacutelfia estado da Pensilvacircnia usa

1983 ndash Regressou ao paiacutes natal Austraacutelia para assumir a funccedilatildeo de diretor e professor no Departamento de Patologia Experimental na ldquoThe John Curtin School of Medical Researchrdquo em Camberra

1988 ndash Assumiu a funccedilatildeo de diretor do Departamento de Imunologia do ldquoSt Jude Childrenacutes Research Hospitalrdquo situado em Memphis Tennessee usa

1992 ndash Professor-adjunto no Departamento de Patologia Pediaacutetrica da Faculdade de Medicina da Universidade do Tennessee em Memphis usa

1993 ndash Recebe o tiacutetulo de ldquoAlumnus of the Yearrdquo da Universidade de Queensland Austraacutelia

1995 ndash Peter C Doherty e Rolf Zinkernagel recebem o precircmio ldquoThe Albert Lasker Medical Researchrdquo outorgado pela Fundaccedilatildeo Lasker com sede em Nova York USA

1996 ndash Peter C DOHERTY e Rolf ZINKERNAGEL satildeo agraciados com o Precircmio Nobel em Medicina pelas impor-tantes pesquisas em imunologia animal e humana


C O L U N A S

Caros ColegasO conjunto de todas as atividades econocircmicas e com-

portamentais que integram o mercado pets eacute sem duacutevida um dos maiores fenocircmenos socioeconocircmicos de nossa era Praticamente todas as sociedades estatildeo simultaneamente passando por um crescimento sem paralelo desse setor ateacute mesmo a China onde ateacute recentemente pets eram conside-rados um luxo burguecircs (ou mesmo alimento) em 2018 esse segmento superou a marca dos 25 bilhotildees de doacutelares inferior apenas aos eua com mais de 70 bilhotildees de doacutelares No Brasil tambeacutem em 2018 essa cifra atingiu R$ 20 bilhotildees e tem cres-cido a uma velocidade maior que a maioria de outros setores

No coraccedilatildeo desse fenocircmeno encontram-se a relaccedilatildeo emocional e coabitaccedilatildeo de humanos e pets Superados obstaacute-culos como zoonoses de sauacutede e nutriccedilatildeo o comportamento adaptativo de ambos se torna o principal fator de sustentaccedilatildeo dessa relaccedilatildeo e consequentemente desse mercado daqui em diante Nesse sentido o adestramento inteligente assume vital importacircncia e conhecer suas tendecircncias e influecircncias eacute fundamental para qualquer profissional da aacuterea em especial para meacutedicos-veterinaacuterios

Para falar sobre este tema convidei meu amigo e profis-sional que admiro muito Alexandre Rossi

Seu nome dispensa apresentaccedilotildees Formado em zootecnia pela Universidade de Satildeo Paulo (usp) e graduando de Medicina Veterinaacuteria pela Faculdades Unidas Metropolitanas (fmu) Alexandre Rossi possui especializaccedilatildeo em Comportamento Animal e obteve o primeiro tiacutetulo de especialista na aacuterea na Universidade de Queensland em 1997 Autor de dez livros apresentador de TV e presenccedila constante em todas as miacutedias e foacuteruns internacionais Alexandre consegue conciliar um pro-fundo conhecimento em etologia com uma linguagem simples e atraente razatildeo de seu imenso sucesso

Recentemente tivemos uma longa conversa sobre a evoluccedilatildeo do adestramento em especial sobre uma nova escola chamada de Adestramento Positivo conversa que resumo a seguir

O Adestramento Positivo e suas consequecircncias nem sempre positivas

Luiz Os pais e matildees de hoje estatildeo vivendo um paradoxo preo-cupante O ritmo alucinado do nosso tempo produz neles uma sensaccedilatildeo de culpa por acharem que natildeo estatildeo dando atenccedilatildeo suficiente aos seus filhos Como mecanismo compensatoacuterio procuram garantir a felicidade deles atendendo ao maacuteximo

suas necessidades materiais e impondo menos limites Isso tem criado geraccedilotildees cada vez menos tolerantes a frustraccedilotildees e consequentemente menos felizes justamente aquilo que mais buscavam Essa situaccedilatildeo tem alguma correlaccedilatildeo com o que ocorre com adestramento de pets atualmente

Alexandre Sim tem total correlaccedilatildeo e infelizmente com consequecircncias tambeacutem contraacuterias ao que buscam Natildeo haacute duacutevida que a ciecircncia e a praacutetica do adestramento evoluiacuteram muito nas uacuteltimas deacutecadas O uso de meacutetodos violentos e agressivos satildeo hoje intoleraacuteveis e cada vez menos frequentes A violecircncia contra animais eacute abominada hoje tanto quanto aquela violecircncia contra seres humanos o que eacute uma clara evoluccedilatildeo Contudo natildeo podemos correr o risco de distorcer a realidade deixando de lado a ciecircncia do comportamento animal o que infelizmente tem acontecido com frequecircncia e com resultados decepcionantes

Luiz Como se daacute essa distorccedilatildeoAlexandre Muitos tutores hoje em dia tambeacutem se sentem

culpados natildeo somente por uma possiacutevel falta de atenccedilatildeo aos seus pets mas tambeacutem por exercerem alguma forma de dominaccedilatildeo sobre eles algo naturalmente normal Amam seus pets profundamente e procuram expressar esse amor evitando a todo custo criar situaccedilotildees desagradaacuteveis para eles mesmo as mais inofensivas Isso gera um grande impacto no adestramento na aceitaccedilatildeo por parte do tutor de qualquer forma de desconforto no processo de aprendizado um exa-gero que natildeo ocorre na natureza

Luiz E os profissionais e estudiosos em comportamento o que dizem sobre isso

Alexandre Essa tendecircncia amparada talvez por interesses mercadoloacutegicos tem influenciado um nuacutemero enorme de profissionais e estudiosos do comportamento animal a ponto de se tornar a principal corrente metodoloacutegica hoje em dia o chamado Adestramento Positivo Essa corrente estaacute revendo e redefinindo muitas das praacuteticas e meacutetodos utilizados ateacute hoje o que eacute sempre bem-vindo apesar de que em inuacutemeros casos os resultados na praacutetica sejam o oposto do esperado

Luiz Haacute embasamento teoacuterico para essa forma de adestramento

Alexandre De certa forma O Adestramento Positivo seria baseado em dois pilares teoacutericos De um lado o

Veterinaacuteria de precisatildeoConversando com Dr Luiz Luccas ndash fevereiro 2019httpswwwbvs-vetorgbrvetindexperiodicosboletim-apamvet


Behaviorismo Metodoloacutegico ou Radical e de outro a proacutepria Psicologia Positiva ramo recente da psicologia que apesar de natildeo possuir qualquer relaccedilatildeo com comportamento animal emprestou seu nome a essa corrente No caso do Behaviorismo Metodoloacutegico esse fundamento parece mais claro Estudos de Skinner mostraram claramente que animais que aprendem atraveacutes de puniccedilotildees desenvolvem compor-tamentos neuroacuteticos e compulsivos claramente indesejaacuteveis Contudo vale lembrar que as puniccedilotildees usadas nesses estu-dos antigos eram na maioria das vezes choques eleacutetricos e privaccedilotildees que possuem pouca ou nenhuma semelhanccedila com situaccedilotildees normais que ocorrem no meio ambiente campo de estudo da Etologia Nesse sentido os defensores do Adestramento Positivo adotam um pensamento menos etoloacutegico e mais behaviorista um equiacutevoco a meu ver No meio ambiente os animais aprendem atraveacutes de estiacutemulos e recompensas positivas ou negativas sem que isso leve necessariamente a comportamentos compulsivos

Luiz E no caso da Psicologia PositivaAlexandre Aqui o viacutenculo eacute natildeo menos equivocado O uso

do termo Positivo em si jaacute procura criar uma divisatildeo entre o que consideram negativo ou seja o uso de qualquer tipo de desconforto o que na praacutetica quase sempre natildeo ocorre A Psicologia Positiva daacute maior ecircnfase agrave busca da felicidade humana em relaccedilatildeo agraves doenccedilas mentais Creio que muitos dos defen-sores do Adestramento Positivo erroneamente acreditam que a conquista da felicidade humana e animal se daria atraveacutes da supressatildeo de qualquer desconforto Tive a oportunidade de estudar profundamente Psicologia Positiva e um dos aspectos fundamentais na busca da felicidade eacute a resiliecircncia a capacidade que temos de resistir e superar experiecircncias desagradaacuteveis retornando ao nosso estado original Se natildeo experimentarmos desconfortos mesmo que miacutenimos jamais saberemos como superaacute-los no dia a dia Isso eacute vaacutelido tambeacutem para os animais A minha foacutermula particular de felicidade leva em conta um equiliacutebrio entre experiecircncias positivas e negativas

Luiz Quais satildeo as consequecircncias praacuteticas disso tudoAlexandre Infelizmente decepcionantes principalmente

em casos digamos mais graves Vou dar alguns exemplos que conheccedilo Imagine um catildeo com problemas de agressividade com outros catildees quando vai passear Em primeiro lugar mui-tos profissionais que adotam o Adestramento Positivo sequer reconhecem como vaacutelido o termo ldquoagressividaderdquo Muitos preferem utilizar o termo ldquoreatividaderdquo um eufemismo sem fundamento cientiacutefico A Etologia diferencia claramente agres-sividade que eacute um comportamento proativo de reatividade Nesses casos e em muitos outros casos o Adestramento Positivo preconiza uma das teacutecnicas incluiacutedas no Behavior Alternative Training (bat) 20 que eacute levar esse animal a um local isolado com o miacutenimo de estiacutemulos e submetecirc-lo a uma exposiccedilatildeo gradual a um boneco de catildeo Inicia-se a exposiccedilatildeo agrave grande distacircncia que eacute lentamente diminuiacuteda ateacute que haja a esperada dessensibilizaccedilatildeo Essa metodologia exige uso fre-quente e prolongado de ambientes isolados na maioria dos

casos siacutetios fazendas ou chaacutecaras Aleacutem disso enquanto durar esse processo o catildeozinho deve ser monitorado o tempo todo pelo tutor em casa ateacute que haja sucesso no treinamento Daacute para ver que satildeo exigecircncias muito difiacuteceis de serem cumpridas na praacutetica e mesmo quando tudo isso eacute possiacutevel muitos catildees infelizmente natildeo reagem da forma esperada O resultado mais comum nesses casos eacute o isolamento do animal do seu proprietaacuterio que vatildeo evitar passeios conviacutevio com outros animais acesso a diferentes lugares objetos e pessoas o que soacute reforccedila o problema Outro tipo de caso muito comum satildeo catildees que gostam de revirar lixo por exemplo Nesses casos o Adestramento Positivo preconiza a alteraccedilatildeo do ambiente em primeiro lugar ou seja o tutor deve retirar o acesso a todas as lixeiras da casa Estou usando aqui o caso das lixei-ras como exemplo apenas Imagine isso para qualquer coisa que atraia o animal como plantas tapetes roupas mobiacutelia ou outros objetos Isso envolve uma enorme mudanccedila de comportamento e de estilo de vida por parte da famiacutelia que eacute virtualmente impossiacutevel de acontecer No mundo real o resultado mais comum do insucesso dessas teacutecnicas eacute o isolamento do animal do conviacutevio familiar uma experiecircncia tremendamente negativa tanto para o pet como para os seus tutores Inuacutemeros outros comportamentos inadequa-dos estatildeo sendo infelizmente remediados dessa maneira tais como a agressividade com estranhos ou com outros animais Soube de casos que catildees satildeo deixados o tempo todo em cai-xas de transporte e quando saem satildeo monitorados o tempo todo por seus tutores uma situaccedilatildeo muito desagradaacutevel que soacute leva a um aumento desse isolamento Trata-se de uma enorme violecircncia exatamente aquilo que se buscava evitar

Luiz Satildeo situaccedilotildees muito dramaacuteticas as que vocecirc descreve Os tutores e os demais especialistas em comportamento natildeo conseguem enxergar isso O que eles acham

Alexandre Os tutores diante de problemas desse tipo conseguem entender perfeitamente os limites dessa meto-dologia Quando explico e demonstro o que deve ser feito para corrigir o problema que satildeo necessaacuterios desconfortos miacutenimos mas com resultados muito positivos e raacutepidos de que tudo eacute feito com muito amor e respeito aos animais acei-tam perfeitamente que se faccedila uma abordagem diferente O problema que vejo eacute que muitos adestradores e especialistas que adotam essa nova escola tecircm dificuldade de abordar esse tema com seus clientes talvez ateacute por medo de perdecirc-los ou mesmo devido a um certo policiamento por parte de colegas e outros especialistas Participo de inuacutemeros con-gressos internacionais e muitos especialistas de renome que defendem publicamente essa escola em off me contam sobre suas frustraccedilotildees e sobre os limites dessa metodologia Em puacuteblico adotam uma postura digamos politicamente correta evitando abordar esses temas temendo conflitos com demais especialistas e em muitos casos com a miacutedia

Luiz Pelo que estou vendo esse eacute um caso delicado que envolve natildeo soacute ciecircncia mas tambeacutem sentimentos e ateacute reputaccedilotildees Contudo os insucessos dessa metodologia

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podem ter consequecircncias bem negativas natildeo soacute para os pets e tutores individualmente mas para toda a sociedade e precisam ser abertamente discutidos Vocecirc concorda

Alexandre Concordo Na Catildeo Cidadatildeo minha franquia de adestramento procuro discutir estes temas abertamente escutando as diferentes opiniotildees analisando situaccedilotildees e propondo abordagens diferenciadas caso a caso Natildeo estou dizendo que o Adestramento Positivo natildeo possui meacuteritos e mesmo resultados interessantes poreacutem sou contra que ele seja adotado como um dogma algo que natildeo possa ser dis-cutido ou contrariado Natildeo podemos ignorar toda a ciecircncia todo conhecimento etoloacutegico que embasa o adestramento ateacute entatildeo

O impacto desses resultados frustrantes que comentei podem ser muito grandes natildeo soacute em termos individuais mas tambeacutem sociais Estatiacutesticas da Inglaterra Estados Unidos e de outros paiacuteses mostram que os problemas comporta-mentais satildeo de longe as principais causas que levam animais para abrigos e ateacute a eutanaacutesia No Brasil natildeo temos dados a esse respeito mas nossa experiecircncia mostra que as pessoas recorrem agrave doaccedilatildeo ou mesmo ao abandono dos animais como forma de se livrar do problema Uma trageacutedia Me pergunto quantos dessas mortes e abandonos poderiam ter sido evitadas se um adestramento adequado fosse feito Natildeo podemos deixar que isso continue ou que se intensifique

Eacute papel dos especialistas adestradores da miacutedia e ateacute de celebridades ligadas agraves causas animais entender e alertar os tutores quanto aos limites dessa nova escola O objetivo de todos eacute dar a melhor soluccedilatildeo para os problemas que envolvem comportamento animal em sua convivecircncia na sociedade humana independentemente de dogmas Sou otimista e acredito que todo esse processo eacute parte de uma evoluccedilatildeo em favor de uma relaccedilatildeo cada vez melhor entre pets e seres humanos Essa eacute a minha missatildeo que procuro passar sempre que posso aos meus colegas ao puacuteblico e aos franqueados da Catildeo Cidadatildeo

Sobre o autorAlexandre RossiZootecnista e meacutedico veterinaacuterio especializado em comportamento animalSe vocecirc quiser sugerir um tema ou entrevistado para minhas proacuteximas colunas por favor escreva para luizluccasahldcombr

Uma grande habilidade arquitetocircnica ambiental permite construir passarelas entre o espaccedilo de vida em liberdade e o lar aconchegante Escadas em caracol escadas basculantes dispositivo em zigue-zague e tantos outros Embora haja uma densidade relativamente grande destas instalaccedilotildees para gatos nunca foram objeto de estudo

Uma estudiosa grafista e fotoacutegrafa Brigitte Schuster (brigitteschustercomswiss-cat-ladders) estaacute escrevendo uma obra de referecircncia sobre as relaccedilotildees entre cidadatildeos e este animal domeacutestico Ela combina uma visatildeo socioloacutegica arquitetocircnica ambiental e esteacutetica e seu objeto de estudo a leva a se perguntar se finalmente as escadas natildeo seriam mais importantes para os indiviacuteduos do que para os gatos elas mostram a necessidade que os humanos tecircm de propiciar a seus animais um acesso faacutecil aos seus domiciacutelios

Clipping

As discretas passarelas dos gatos suiacuteccedilos ndash REVUE SUISSE ndash julho 2018

As escadas para gatos em zonas residenciais da Suiacuteccedila especificamente em Berna capital do paiacutes constituem um fenocircmeno urbano tanto tiacutepico quanto desconhecido e que ainda natildeo foi observado em outros lugares no mundo

O livro estaraacute pronto em 2019Alguns comentaacuterios surgiram gatos precisam de

liberdade e dependendo do andar no qual vivem natildeo tecircm livre acesso ao exterior Aleacutem disso as escadas constituem um ambiente luacutedico ideal e melhorador de sua sauacutede pois propiciam exerciacutecios que outros gatos continuadamente mantidos presos e fechados natildeo tecircm Pode parecer uma ideia insoacutelita mas eacute o amor aos ani-mais traduzido em infraestrutura AD

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O exemplo da cidade de Berna capital federal da Suiacuteccedila estaacute no centro das pesquisas Fotos Brigitte Schuster

Organisation des Suisses de lrsquoeacutetranger Alpenstrasse 26 CH - 3006 BerneTeacutel +41 (0)31 356 61 00Fax +41 (0)31 356 61 01 wwwasoch - wwwrevuech -redaktionasoch

De Marc Lettau [mailtoredaktionasoch] Assunto WG article paru dans le Nordm de juillet 2018


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Esporotricose situaccedilatildeo na cidade de Satildeo Paulo e a importacircncia do cliacutenico veterinaacuterio na vigilacircncia dessa zoonose Por Elisabete Aparecida da Silva Fernanda Bernardi Maria Cristina Novo C Mendes Andrea Aparecida M B Ferreira e Hildebrando Montenegro

Resumo Esporotricose eacute uma zoonose causada pelo fungo Sporothrix sp e transmitida por inoculaccedilatildeo do agente na pele de animais e pessoas Em 2011 o Centro de Controle de Zoonoses (ccz) identificou o primeiro surto da doenccedila na cidade de Satildeo Paulo Ateacute 2018 foram diagnosticados 955 gatos e 13 catildees com a zoonose O cliacutenico veterinaacuterio tem impor-tante papel na identificaccedilatildeo e notificaccedilatildeo de animais doentes aos Serviccedilos de Zoonoses para detecccedilatildeo precoce de novos casos e aacutereas com transmissatildeo na orientaccedilatildeo aos cuidadores sobre as medidas de prevenccedilatildeo tratamento e manejo adequado dos doentes visando evitar o abandono e diminuir a transmissatildeo

Palavras-chave esporotricose zoonose vigilacircncia surto gatos

Introduccedilatildeo

Esporotricose eacute uma micose causada pelo fungo Sporothrix sp presente no solo e em material orgacircnico de origem animal ou vegetal Acomete o homem e diferentes espeacutecies animais Eacute adquirida principalmente pela inocula-ccedilatildeo do fungo atraveacutes da pele (LARSSON 2011 LARSSON et al 1989 PEREIRA et al 2014 ROSSI ODAGUIRI LARSSON 2013) O agente patogecircnico identificado na cidade de Satildeo Paulo eacute Sporothrix brasiliensis5

A doenccedila geralmente se manifesta com lesotildees cutacircneas subcutacircneas e acometimento de vasos linfaacuteticos adjacentes Em raras ocasiotildees pode se disseminar para outros oacutergatildeos (GALHARDO et al 2015 GREMIAtildeO et al 2015 LARSSON 2011 LARSSON et al 1989 PEREIRA et al 2014 ROSSI ODAGUIRI LARSSON 2013) Em humanos a forma fre-quente eacute a cutacircnea linfaacutetica (BARROS et al 2010) No gato manifesta-se com lesotildees exsudativas de raacutepida evoluccedilatildeo normalmente em regiatildeo cefaacutelica auricular plano nasal e membros toraacutecicos Sintomas respiratoacuterios como espirros com epistaxe satildeo frequentes (GALHARDO et al 2015 GREMIAtildeO et al 2015 LARSSON 2011 LARSSON et al 1989 PEREIRA et al 2014 ROSSI ODAGUIRI LARSSON 2013) O papel do gato na transmissatildeo da micose passou a ter importacircncia a partir dos anos 1980 com relatos em literatura de surtos no Rio de Janeiro envolvendo pessoas que sofreram arranhaduras mordeduras ou contato com

exsudatos de lesotildees de animais doentes (BARROS et al 2010 GALHARDO et al 2015 GREMIAtildeO et al 2015 PEREIRA et al 2014)

Accedilotildees de vigilacircncia na detecccedilatildeo da situaccedilatildeo da doenccedila em Satildeo Paulo

Ateacute 2010 apesar das tentativas de isolamento do fungo natildeo foram identificados pelo ccz animais com o agente e haacute relatos em publicaccedilotildees de casos isolados e esporaacutedicos em Satildeo PauloSP (LARSSON 2011 LARSSON et al 1989 ROSSI ODAGUIRI LARSSON 2013)

Em maio de 2011 a partir de rumor sobre presenccedila de gatos doentes detectou-se transmissatildeo da zoonose no Distrito Administrativo (da) de Itaquera zona leste de Satildeo Paulo sendo diagnosticados 62 gatos e 10 pessoas com a doenccedila caracterizando o primeiro surto na capital paulista Todas as pessoas eram contactantes dos animais doentes e foram encaminhadas para atendimento meacutedico no Instituto de Infectologia do Hospital Emiacutelio Ribas (SILVA et al 2015)

Accedilotildees de vigilacircncia estabelecidas pelo ccz em parceria com Centro de Controle de Doenccedilas permitiram detecccedilatildeo desse surto e posteriormente em outras regiotildees da cidade As accedilotildees consistem na busca ativa de novos casos em animais e pessoas orientaccedilatildeo do tratamento e prevenccedilatildeo divulgaccedilatildeo dessa zoonose aos profissionais de sauacutede das Unidades de Vigilacircncia em Sauacutede (uvis) cliacutenicos veterinaacuterios entidades de classe e faculdades entre outros Essa metodologia vem pro-piciando a detecccedilatildeo de animais esporotricoacuteticos em outras regiotildees da cidade e principalmente a detecccedilatildeo precoce em pessoas (SILVA et al 2015)

O diagnoacutestico nos animais eacute realizado por isolamento em meio de cultura de amostra coletada do exsudato das lesotildees com swab esteacuteril acondicionada em meio de transporte (Stuart) Esse meacutetodo facilita a coleta e diminui o risco de acidente durante o procedimento (Foto 1) As amostras satildeo processadas no laboratoacuterio de diagnoacutestico do ccz por inoculaccedilatildeo em meio de cultura e identifica-ccedilatildeo do Sporothrix (SILVA et al 2015) A identificaccedilatildeo do agente fuacutengico por citologia eacute mais raacutepido resultando no tratamento mais precoce mas preconiza-se a confirmaccedilatildeo por cultura

Os proprietaacuterios satildeo orientados sobre a doenccedila como fornecer a medicaccedilatildeo misturada na alimentaccedilatildeo pastosa evi-tando risco de infecccedilatildeo (Fotos 2 e 3) a domiciliaccedilatildeo cuidados com o animal e notificaccedilatildeo ao ccz sobre intercorrecircncias como oacutebito para incineraccedilatildeo do corpo ou sobre o aparecimento de lesotildees em pessoas (SILVA et al 2015)

O tratamento adequado exitoso no gato (Fotos 4 5 6 e 7) e a abordagem criteriosa com seu responsaacutevel tecircm evitado a desistecircncia aos cuidados prevenindo o abandono apesar do prolongado tempo de tratamento que dura em meacutedia 6 meses (SILVA et al 2015) Tem-se preconizado o Itraconazol (itz) na dose de 20 mgkgSID


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e quando natildeo responsiva ao itz associa-se o Iodeto de Potaacutessio (25mgkgSid)

De 2011 a 2018 foram diagnosticados 968 animais com a doenccedila (Graacutefico 1) Os gatos satildeo mais vitimados e apenas 13 catildees (Fotos 8 e 9) foram confirmados em diferentes DAs

Em 2018 haacute significativo aumento (495) de casos animais (Graacutefico 1) e maior dispersatildeo para outras aacutereas da cidade em relaccedilatildeo a 2017 Tem-se observado por relatos dos res-ponsaacuteveis que vaacuterios animais foram encontrados e adotados por estarem ldquomachucadosrdquo em regiotildees diferentes do local de residecircncia inclusive de outras cidades o que pode ser um fator importante na dispersatildeo da doenccedila (Mapa 1)

Graacutefico 1 Nuacutemero de animais diagnosticados com esporotricose por ano cidade de Satildeo Paulo 2011 a 2018

350

300

250

200

150

100

50

02011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

nordm de animais

Fonte CCZ e UVIS

Foto de Fernanda Bernardi Administraccedilatildeo da medicaccedilatildeo misturada agrave alimentaccedilatildeo pastosa

Foto de Maria Cristina Novo de C Mendes Coleta de exsudato da lesatildeo por swab esteacuteril

Gatos e catildees com lesotildees de esporotricose e alguns com o resultado do tratamento

Foto de Elisabete A da Silva Gato com lesatildeo inicial

Fotos de Elisabete A da Silva Gatos com lesotildees gomosas

Foto de Elisabete A da Silva Gato com lesatildeo ulceradas

Fotos de Elisabete A da Silva Catildeo esporotricoacutetico com perda de tecido em plano nasal antes e apoacutes o tratamento

Fotos de Noemia T Paranhos Gato com lesatildeo uacutenica em plano nasal ldquofocinho de palhaccedilordquo com espirros exsudativos antes e apoacutes tratamento

Fotos de Elisabete A da Silva Gato com lesotildees muacuteltiplas em regiatildeo cefaacutelica e pelo corpo com perda de tecido em plano nasal antes e apoacutes o tratamento


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Ressalta-se que a maioria das aacutereas com transmissatildeo satildeo reconhecidas como ldquocomunidadesrdquo com caracteriacutesticas de aacuterea de exclusatildeo social o que pode dificultar o acesso de veterinaacuterios e a aquisiccedilatildeo da medicaccedilatildeo

Consideraccedilotildees e relevacircncia do papel do meacutedico-veterinaacuterio

Eacute de relevante importacircncia a abordagem adotada com os responsaacuteveis pelos animais para o estabelecimento de viacutenculo com os veterinaacuterios que atuam na vigilacircncia de zoo-noses ou na cliacutenica meacutedica promovendo a domiciliaccedilatildeo tratamento e detecccedilatildeo de novos casos evitando pacircnico e

disseminaccedilatildeo da doenccedila por abandono ou descarte inade-quado de carcaccedila

Na maioria das situaccedilotildees em que ocorreu a transmissatildeo para pessoas tem-se observado que a detecccedilatildeo foi oportuna com lesotildees iniciais e o contato deu-se no domiciacutelio do animal infectado A orientaccedilatildeo de fornecer a medicaccedilatildeo aos gatos misturada agrave raccedilatildeo uacutemida eacute importante medida minimizando os riscos de transmissatildeo

Nem todos os proprietaacuterios mantecircm seus animais domici-liados embora seja feita esta orientaccedilatildeo podendo favorecer a ocorrecircncia de novos casos em animais nas aacutereas que vem sendo trabalhadas pelo serviccedilo puacuteblico devido ao contato entre gatos infectados e suscetiacuteveis no ambiente contaminado

Mapa 1 Animais esporotricoacuteticos mapeados por Distritos Administrativos de ocorrecircncia ano 2018 cidade de Satildeo Paulo

Brasilacircndia Jaraguaacute

PiritubaFreguesia do Oacute

Butantatilde

Morumbi

Campo Limpo

Capatildeo RedondoJd Satildeo Luis

Jd Angela

Grajauacute

Cidade Ademar

Jabaquara

Mandaqui Jaccedilanatilde

Tucuruvi

SantanaBom Retiro

V MariaCangaiba

Ermelino M Jd HelenaV JacuiPonte Rasa

PenhaItaim Paulista

LajeadoItaqueraTatuapeacuteAgua Rasa

V Prudente

SacomatildeSatildeo Mateus

Cidade Tiradentes

Paque do Carmo

V Matilde

Fonte CCZ e UVIS Secretaria de Sauacutede da cidade de Satildeo Paulo

O conhecimento de outros fatores da cadeia de transmissatildeo a continuidade do monitoramento e vigilacircncia satildeo fundamentais para avaliaccedilatildeo e adequaccedilatildeo das medidas para o controle dessa zoonose Estudos ambientais permitiratildeo correlacionar o envol-vimento de outros fatores com a ocorrecircncia da esporotricose

Importante salientar a prevenccedilatildeo que o profissional que atua com gatos e catildees deve adotar tais como uso de EPIs (avental de mangas longas e luvas descartaacuteveis) esteri-lizaccedilatildeo de focircmites incluindo os usados na tosa e o cuidado

na manipulaccedilatildeo do animal durante a avaliaccedilatildeo e coleta de amostra

Essa zoonose eacute exemplo de atuaccedilatildeo no contexto de Sauacutede Uacutenica com relevante papel do meacutedico-veterinaacuterio na detecccedilatildeo prevenccedilatildeo da transmissatildeo e na notificaccedilatildeo aos oacutergatildeos de vigilacircncia de zoonoses O cliacutenico veterinaacute-rio deve notificar os serviccedilos de zoonoses que atuam na identificaccedilatildeo de casos novos em pessoas e animais e de outras aacutereas da cidade


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Na cidade de Satildeo Paulo a notificaccedilatildeo deve ser encami-nhada para o e-mail zoonosesprefeituraspgovbr com dados do animal do proprietaacuterio e do meacutedico veterinaacuterio

O CCZ disponibiliza o diagnoacutestico laboratorial segue orien-taccedilatildeo do encaminhamento de amostra a ser entregue com o formulaacuterio Anexo 1

Anexo 1 Ficha para encaminhamento de material para diagnoacutestico laboratorial de esporotricose ao Laboratoacuterio de Diagnoacutestico de Zoonoses do CCZSP

Ficha de encaminhamento de amostra para diagnoacutestico de esporotricose ao laboratoacuterio de diagnoacutestico do CCZ de Satildeo Paulo

Dados do proprietaacuterio nordm amostra

Nome

Endereccedilo

Tel bairro cidade

Dados do animal espeacutecie

Nome idade raccedila sexo

Pelagem local de lesatildeo

Nome da cliacutenica veterinaacuteria

Endereccedilo tel

Bairro cidade

Meacutedico-veterinaacuterio que fez a coleta

Email tel Material coletado data coleta___________

Suspeita de lesatildeo em pessoas Natildeo Sim

Nome tel___________________________________________________

Fluxo de encaminhamento A amostra para diagnoacutestico deve ser coletada em swab esteacuteril e mantida em frasco com meio de transporte (Meio Stuart) anotar no frasco de coleta o nome do animal data da coleta e o nuacutemero da amostra no frasco e na Ficha de Encaminhamento Caso a amostra natildeo seja enviada no mesmo dia manter sob refrigeraccedilatildeo (4 a 8oC) Enviar o frasco do material coletado com a Ficha de Encaminhamento para o Laboratoacuterio de Diagnoacutestico de Zoonoses do ccz de Satildeo Paulo Rua Santa Eulaacutelia 86 ndash Santana ndash de segunda a sexta das 800 agraves 1700 hs Telefone (11) 3397-8900

O Centro de Controle de Zoonoses da Coordenaccedilatildeo de Vigilacircncia em Sauacutede da Secretaria Municipal de Sauacutede de Satildeo Paulo passou a ser denominado Divisatildeo de Controle de Zoonoses em setembro de 2017

Referecircncias 1 BARROS M B L et al Esporotricose a evoluccedilatildeo e os desafios de

uma epidemia Revista Panamericana de Salud Puacuteblica [S l] v 27 n 6 p 455-460 2010

2 GALHARDO M C G et al Epidemiological aspects of Sporotrichosis epidemic in Brazil topical collection on fungal infections of skin and subcutaneous tissue Current Fungal Infection Reports [S l] v 9 n 4 2015

3 GREMIAtildeO I D F et al Feline sporotrichosis epidemiological and clinical aspects Medical Mycology Oxford v 53 n 1 p 15-21 2015

4 LARSSON C E et al Feline sporotrichosis clinical and zoonotic aspects Revista do Instituto de Medicina Tropical de Satildeo Paulo Satildeo Paulo v 31 p 351-358 1989

5 LARSSON C E Esporotricose Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science [S l] v 48 n 3 p 250-259 2011

6 MONTENEGRO H et al Feline sporotrichosis due to Sporothrix brasiliensis an emerging animal infection in Sao Paulo Brazil BMC Veterinary Research [S l] v 10 p 269 2014

7 PEREIRA A S et al The epidemiological scenario of feline sporotrichosis in Rio de Janeiro State of Rio de Janeiro Brazil 2013

Revista Sociedade Brasileira Medicina Tropical Uberaba v 47 n 3 p 392-393 2014ROSSI CN ODAGUIRI J LARSSON C E Clinical and epidemiological characterization of sporotrichosis in dogs and cats (Satildeo Paulo Brazil) Semina Ciecircncias Agraacuterias Londrina v 34 n 6 p 3889-3896 2013

8 SILVA E S et al Surto de esporotricose em gatos ndash investigaccedilatildeo e accedilotildees de controle municiacutepio de Satildeo PauloSP Boletim Epidemioloacutegico Paulista Satildeo Paulo v 12 n 133 p 1-16 2015

Sobre os autores

sup1 Elisabete Aparecida da Silvae-mail elisabeteasprefeituraspgovbrMeacutedicos-veterinaacuterios do Centro de Controle de Zoonoses da cidade de Satildeo Paulo covisa SMS Bioacutelogo do Centro de Controle de Zoonoses da cidade de Satildeo Paulo covisa SMSContato e-mail zoonosesprefeituraspgovbr telefone 33978918 e 33978951


M A R K E T I N G P E T

Marketing Pet

O Boletim apamvet abre este espaccedilo para discutir a evo-luccedilatildeo do mercado pet e tentar apontar algumas tendecircncias do mercado

As entrevistas estatildeo sendo realizadas apenas na cidade de Satildeo Paulo Inicialmente a redaccedilatildeo do Boletim visitou a empresa petz e ouviu a Dra Aline Giovanetti diretora de negoacutecios veterinaacuterios da empresa A redaccedilatildeo do Boletim tambeacutem esteve na Cliacutenica Sena Madureira e conversou com Dr Maacuterio Marcondes diretor do empreendimento

Visatildeo da diretora da Petz

Boletim apamvet Dra Aline gostariacuteamos de ter uma visatildeo geral da tendecircncia do mercado veterinaacuterio pet por exem-plo como vocecirc avalia a concentraccedilatildeo em grandes unidades hospitalares 24 horas com internaccedilatildeo e ldquoserviccedilo leva e trazrdquo com unidades sateacutelites que abastecem a unidade central Cada unidade atende soacute catildees soacute gatos ambos em entradas separadas ou ambos mais os pets exoacuteticos

Dra Aline Temos hoje trecircs operaccedilotildees hospitalares 24 horas em Satildeo Paulo As trecircs atendem catildees gatos e silvestres Nosso hospital-conceito inaugurado em dezembro de 2018 na rua Ricardo Jafet possui fluxo de atendimento de felinos completamente separado das demais espeacutecies inclusive com ambiente de espera consultoacuterio e ala de internaccedilatildeo completamente segregados A tendecircncia eacute que nossos novos hospitais sigam esse padratildeo que entendemos melhorar bas-tante a experiecircncia do paciente e a qualidade da avaliaccedilatildeo meacutedica dos pets (menor atrito e estresse aos animais)

Contamos hoje com uma rede que engloba aleacutem dos trecircs hospitais 24 horas cliacutenicas com centro ciruacutergico (satildeo 19 ao todo) e tambeacutem consultoacuterios de medicina veterinaacuteria (61 unidades)

Lanccedilamos no final do ano passado nossa nova marca de medicina veterinaacuteria denominamos agora cada nova uni-dade de medicina veterinaacuteria como Centro Veterinaacuterio Seres Em geral as novas operaccedilotildees acompanham a agenda de expansatildeo da rede de varejo petz Com o lanccedilamento inauguramos o Centro Veterinaacuterio Seres na rua Ricardo Jafet 1750 dentro da petz Trata-se de um hospital 24 horas com

1 alta tecnologia diagnoacutestica e de tratamento equipa-mentos novos de ultrassonografia ecocardiograma e tomografia de 16 canais todos equipamentos Siemens aleacutem de Raios-x equipamentos para anestesia de uacuteltima geraccedilatildeo entre outros

2 ampla oferta de serviccedilos desde consultas gerais e de todas as especialidades temos sala dedicada para procedi-mentos odontoloacutegicos sala dedicada para procedimentos quimioteraacutepicos incluindo farmaacutecia de manipulaccedilatildeo dos mesmos sala dedicada para fisioterapia e ala preparada para futura operaccedilatildeo de Unidade de Terapia Intensiva (uti)3 diferenciada experiecircncia do cliente o fluxo de atendimento de rotina eacute completamente separado do

fluxo de atendimento complexo e de emergecircncia garan-tindo eficiecircncia no trabalho dos times de veterinaacuterios e outros profissionais aleacutem de garantir tambeacutem maior satisfaccedilatildeo do tutor que natildeo presencia atendimentos de emergecircncia em momentos de rotina Nesse formato os tutores de pets em situaccedilatildeo de emergecircncia conseguem presenciar um atendimento muito aacutegil e com todos os recursos diagnoacutesticos prontamente agrave disposiccedilatildeo do time


BA Cada unidade e a unidade geral teratildeo raccedilatildeo produtos salatildeo de beleza

Dra Aline Nossas unidades de medicina veterinaacuteria em geral estatildeo localizadas ao lado de lojas petz que oferecem produtos e em sua maioria serviccedilos de esteacutetica

BA Quais especialidades tais como psiquiatria fisioterapia gerontologia oncologia (inclusive tratamento) satildeo ofereci-das pelas unidades hospitalares

Dra Aline Nossa rede de hospitais em Satildeo Paulo oferece uma ampla oferta de especialidades dermatologia medicina felina endocrinologia cardiologia oncologia (com tratamento quimioteraacutepico) anestesia cirurgia geral ortopedia neurolo-gia odontologia oftalmologia nefrologia gastroenterologia e nutriccedilatildeo entre outras

BA Cada unidade e a unidade central tecircm laboratoacuterio de anaacutelises e imagem

Dra Aline Todas as nossas lojas estatildeo aptas a captar amostras bioloacutegicas para testes de anaacutelises cliacutenicas que satildeo processados em nossa central ou com laboratoacuterios parceiros Quanto ao diagnoacutestico de imagem possuiacutemos oferta ampla de serviccedilos em nossos hospitais

BA As unidades poderatildeo fazer convecircnios com laboratoacuterios de anaacutelises e imagem locais com cliacutenicas especializadas

Dra Aline Noacutes mantemos contratos com laboratoacuterios e prestadores de serviccedilo de diagnoacutestico de imagem locais para ofertar esses serviccedilos aos nossos clientes em nossas unidades Mantemos tambeacutem parceria com hospitais e cliacutenicas especia-lizadas (devidamente homologadas pela nossa equipe teacutecnica) para complementar nossa oferta de serviccedilos em locais em que ainda natildeo possuiacutemos oferta completa de serviccedilos

Entrevistada

Aline Amaacutelia L de Araujo GiovannettiDiretora de Negoacutecios VeterinaacuteriosTelefone (11) 3434-6011Celular (11) 96921-9638alinearaujopetzcombrwwwpetzcombr

Visatildeo do diretor do Hospital Sena Madureira

Boletim apamvet Dr Maacuterio qual a data de fundaccedilatildeo do Sena Madureira e qual a histoacuteria recente das medidas implementadas

Dr Maacuterio O Hospital Veterinaacuterio Sena Madureira foi fundado em trecircs de fevereiro de 1969 tendo sido o primeiro a ser registrado no crmv-sp como hospital veterinaacuterio no estado de Satildeo Paulo segundo documentaccedilatildeo levantada no setor de cadastros da entidade

Devido agrave sua obstinaccedilatildeo em proporcionar o melhor em tecnologia e tratamentos humanizados logo tornou-se refe-recircncia na aacuterea cliacutenico-ciruacutergica de pequenos animais

Assim como diretor-cliacutenico do Hospital posso afirmar que este empreendimento tem em seu dna se me permite a busca incessante pela inovaccedilatildeo Continua Maacuterio Marcondes ndash ldquopor este motivo o foco da empresa eacute centralizar serviccedilos de alta qualidade num soacute local que ofereccedila serviccedilos desde conveniecircncia ateacute a sofisticaccedilatildeo do primeiro hotel pet umlseis estrelasuml da cidade aleacutem de salatildeo de beleza com tratamentos diferenciados spa creche UTIs e exames tecnoloacutegicos como tomografia computadorizada endoscopia dentre outros para catildees gatos e de maneira inovadora agora para os animais exoacuteticos que acabam de ganhar um lugar especial conforme se observa na nova marca da empresa

Boletim apamvet Quais novidades o Hospital Veterinaacuterio implantou para celebrar o aniversaacuterio de 50 anos do empreendimento

Dr Maacuterio Jaacute na comemoraccedilatildeo dos 40 anos de existecircn-cia o Hospital lanccedilou o livro Emergecircncias e Terapia Intensiva Veterinaacuteria pela Editora Guanabara Koogan do qual sou o editor junto com Fernanda Fragata Marcondes com mais de 900 paacuteginas que trazem tratamentos inovadores para os pets uma das publicaccedilotildees mais respeitadas no segmento veterinaacuterio brasileiro

Este ano acabamos de finalizar uma grande reforma ampliando as instalaccedilotildees e trazendo novas formas de tra-tamentos para os animais silvestres (aves roedores e reacutepteis) o que proporcionou estender os serviccedilos para todos os pets aleacutem dos catildees e gatos

Tambeacutem para comemorar a data inauguramos o Espaccedilo de adoccedilatildeo onde aos saacutebados tutores podem adotar catildees e gatos oriundos de ONGS parceiras doando raccedilatildeo para instituiccedilotildees que abrigam esses animais

Outro diferencial que oferecemos eacute o caso do ades-tramento utilizando teacutecnicas provenientes de Las Vegas onde os tutores participam das aulas numa aacuterea aberta com jabuticabeiras na cobertura do preacutedio tambeacutem reformado com acesso por um elevador panoracircmico instalado no local Durante os treinamentos o animal recebe faixas de gradua-ccedilatildeo de acordo com a evoluccedilatildeo e desempenho com cores semelhantes aos treinamentos das artes marciais

Aleacutem disso o Hospital Veterinaacuterio traz exames inovado-res como o laboratoacuterio completo ultrarraacutepido com estrutura totalmente automatizada que proporciona check-ups em cinco minutos para todas as espeacutecies atendidas aleacutem de outros exames jaacute citados como as UTIs de uacuteltima geraccedilatildeo separadas por espeacutecies (UTIs caninas UTIs felinas ou de animais silvestres) De maneira inovadora no mercado na UTI de silvestres eacute possiacutevel internar aleacutem de aves reacutepteis e roedores ateacute os peixes nos aquaacuterios de tratamento intensivo



BA Todas estas iniciativas natildeo soacute se destinam ao bem--estar dos animais mas o senhor tambeacutem eacute muito cioso da comodidade de seus clientes

Dr Maacuterio De fato um dos nossos focos eacute nosso cliente o complexo traz ainda para conveniecircncia deles loja com produtos diferenciados para catildees gatos aves roedores peixes e reacutepteis Eacute tambeacutem o uacutenico empreendimento vete-rinaacuterio que tem a interatividade no ponto de venda No pet shop no provador virtual o tutor pode provar os modelos de roupas com praticidade bastando fotografar o bicho e o vestir virtualmente na tela No tapete virtual os tutores podem se divertir com os pets nas projeccedilotildees interativas no chatildeo da loja com jogos como futebol peixes virtuais dentre outros

No serviccedilo de hotelaria as suiacutetes trazem decoraccedilatildeo de praia ou campo para escolha dos clientes Os ambientes satildeo climatizados com ar-condicionado e os pets possuem tele-visores nos ldquoquartosrdquo com programaccedilatildeo de filmes trazidos dos Estados Unidos que prometem acalmar os bichos e satildeo utilizados em momentos de descanso logo apoacutes o almoccedilo O local oferece ainda creche e programaccedilatildeo com recreaccedilatildeo diaacuteria para os catildees que podem ser acompanhadas por meio do envio de fotos e viacutedeos das atividades pelo WhatsApp

O mesmo tipo de inovaccedilatildeo ocorre no setor de silves-tres que oferece o primeiro viveiro totalmente interativo da cidade com sons de floresta cheiro do mato e ateacute dispersores de aacutegua automatizados trazendo todo o conforto para as aves que se sentem como se estivessem na natureza Na aacuterea de sauacutede a sala 3D projeta em uma grande tela

o corpo de catildees e gatos para o tutor entender de maneira didaacutetica as principais etapas pelas as quais o seu animal iraacute passar durante os principais tratamentos como os ciruacutergicos

O Sena Madureira manteacutem ainda importantes colunas na miacutedia nacional para se comunicar com os tutores e levar informaccedilatildeo veterinaacuteria sempre atualizada em veiacuteculos impor-tantes como a TV Gazeta Programa Ronnie Von Revista Eacutepoca da editora Globo e Revista Sauacutede da editora Abril Com todos estes diferenciais foi selecionado recentemente pela Revista da Folha de Satildeo Paulo (janeiro de 2019) em publicaccedilatildeo especial do aniversaacuterio dos 465 anos da cidade que trouxe os melhores da cidade como o melhor hospital Veterinaacuterio de SP categoria bichos o que foi comemorado por toda a equipe

Fotos sobre o Sena Madureirahttpsdrivegooglecomdrivefolders1iAHrJGIWrjvAsko-tU5ZOlOIrT153CppE

Entrevistado

Dr Maacuterio MarcondesDiretor do Hospital Veterinaacuterio Sena Madureira eacute formado pela Faculdade de Medicina Veterinaacuteria da USP e tem mestrado e doutorado pela USP Eacute autor de artigos cientiacuteficos em publicaccedilotildees nacionais e internacionaise-mail mariomarcondessenamadureiracom



O ensino superior pode mudar

Paula Tavolaro

Existe uma piada que eacute eternamente contada em capaci-taccedilotildees de professores Ela diz que um homem viaja no tempo da eacutepoca medieval para o presente No presente o homem eacute recebido por um anfitriatildeo que faz questatildeo de mostrar todo o progresso do mundo carros aviotildees laboratoacuterios computadores celulares Em todos estes momentos o homem do passado fica boquiaberto Ateacute que ele eacute levado a uma escola com suas cadeiras enfileiradas a lousa laacute na frente a mesa do professor em destaque e ele diz lsquoAh isso eu conheccedilo muito bemrsquo

Todos os adultos de hoje e os alunos em todos os niacuteveis escolares conhecem esta escola muito bem Suas bases histoacute-ricas podem ser traccediladas agrave forte influecircncia de trecircs momentos o desenvolvimento da agricultura o estabelecimento da hie-rarquia feudal e o casamento entre a eacutetica protestante e as ideias capitalistas1 (GRAY 2013)

O desenvolvimento da agricultura trouxe consigo a necessidade de que todos os indiviacuteduos da comunidade (adultos crianccedilas idosos mulheres e homens) conhe-cessem e trabalhassem duro em suas funccedilotildees especiacuteficas nos ciclos de produccedilatildeo para garantir a sobrevivecircncia de todos Para isso o conhecimento sobre o trabalho devia ser claramente passado de geraccedilatildeo em geraccedilatildeo Esta foi a primeira formalizaccedilatildeo do ensino mas eacute claro que neste ponto ainda natildeo existiam as escolas da atualidade Para isso foram necessaacuterias outras forccedilas histoacutericas As escolas comeccedilaram realmente a tomar forma na sociedade feu-dal quando os nobres e a Igreja precisavam da educaccedilatildeo para garantir a obediecircncia agrave autoridade e agrave hierarquia do feudalismo Quando a sociedade feudal comeccedilou a se desagregar e o comeacutercio e as cidades se desenvolveram outros indiviacuteduos aleacutem da nobreza e do clero tambeacutem aspiraram ao poder a nobreza passou a ser questionada por estes novos aspirantes e a Igreja pela contrarreforma de Martinho Lutero O casamento da eacutetica protestante com o ideaacuterio capitalista foi o primeiro passo para a esco-larizaccedilatildeo universal e homogeneizadora em peacute ateacute hoje Por fim foi na Pruacutessia que este modelo tomou a forma de hoje e se tornou eficiente desenvolveu-se um curriacuteculo padronizado com horaacuterios para comeccedilo e fim das aulas e os professores passaram a ser treinados e certificados O objetivo era modificar as crianccedilas e tornaacute-las finalmente adultas Este sistema educacional prussiano foi exportado para onde as escolas protestantes se estabeleceram e foi

1 A visatildeo histoacuterica da educaccedilatildeo que coloco aqui eacute bastante simplista As contri-buiccedilotildees histoacutericas para o modelo de educaccedilatildeo de hoje satildeo variadas e vatildeo aleacutem daquelas citadas aqui Foram mostradas aquelas que pessoalmente acredito terem sido importantes para cristalizar o modelo centrado no professor e de passividade do aluno presente na grande maioria das universidades

tatildeo eficiente que grande parte do mundo hoje ainda se apoia nele (GRAY 2013)

Especificamente com relaccedilatildeo agrave universidade historicamente a educaccedilatildeo superior pode ser encontrada em todas as civiliza-ccedilotildees avanccediladas para a formaccedilatildeo de governantes sacerdotes militares e outras elites que prestavam serviccedilo aos paiacuteses e seus governos embora a universidade que se conhece hoje tenha surgido na Europa medieval De qualquer forma a ideia de edu-caccedilatildeo superior estaacute baseada em ldquopassar as doutrinas e habilidade matemaacuteticas eou literaacuterias aos alunos com pouco espaccedilo para questionamento e anaacuteliserdquo (PERKIN 2007) o que tambeacutem foi verdade na histoacuteria do Brasil (PIMENTA ANASTASIOU 2002)

Embora existam muitos outros momentos histoacutericos que deram a forma final da escola pode-se concordar que o modelo de ensino vivenciado pela maioria dos adultos (e crianccedilas) de hoje eacute medieval Mas este padratildeo se forjou pela necessidade de se garantir ordem e hierarquia memorizaccedilatildeo de conhecimento dogmaacutetico e obediecircncia agraves instituiccedilotildees natildeo sendo um exemplo de esforccedilo intelectual intenso A huma-nidade e as sociedades humanas evoluiacuteram tanto a partir destes pontos histoacutericos que eacute difiacutecil entender porque esta forma de ensino medieval de pouco estiacutemulo e esforccedilo inte-lectual se manteacutem ateacute os dias de hoje inclusive na formaccedilatildeo de profissionais que deveriam ter na sua essecircncia um vasto arsenal intelectual a ser desenvolvido

Como este modelo se desenrola no dia a dia da escola Com raras exceccedilotildees o que se vecirc ndash do ensino baacutesico ateacute o superior ndash eacute o conteuacutedo como item de maior importacircncia o professor como centro das atenccedilotildees e o aluno como mero expectador de palestras interminaacuteveis No ensino superior em particular haacute quase que total ausecircncia de atividadestare-fas diaacuterias em aula que tornem o aluno capaz de (a) formar de conceitos (b) compreender os conceitos em situaccedilotildees reais e (c) aplicar os conceitos na realidade da profissatildeo

Hoje mais do que nunca este padratildeo precisa mudar A transformaccedilatildeo do ensino superior eacute essencial porque eacute visiacutevel que os meacutetodos medievais podem levar a um produto final (o profissional nascente) que estaacute muito aqueacutem das expectativas do mundo embora seja muito doloroso admitir isso sendo professor Mas a vida natildeo eacute estaacutetica e delineiam-se caminhos para esta mudanccedila Em algumas universidades pensam-se nas alteraccedilotildees do nuacutecleo pedagoacutegico (a relaccedilatildeo professor aluno e conteuacutedo) essencial para o aprendizado efetivo (CITY ELMORE FIARMAN TEITEL 1973) e professores satildeo capa-citados nos princiacutepios de andragogia (o ensino de adultos) (KNOWLES 1973) e em metodologias ativas para que tirem os alunos do seu papel passivo (FOUNDATION 2007) e o coloquem no centro do processo de aprendizagem Estas satildeo apenas algumas mudanccedilas mas elas podem trazer frutos

O termo lsquonuacutecleo pedagoacutegicorsquo se refere agrave relaccedilatildeo inseparaacute-vel e iacutentima entre professor aluno e conteuacutedo Alteraacute-lo eacute a uacutenica forma de gerar impactos na aprendizagem Mas deve-se

E N S I N O


compreender que ao se modificar um dos itens (o papel do professor o papel do aluno o tipo volume ou profundidade do conteuacutedo) todos os outros tambeacutem satildeo automaticamente alterados Satildeo estas as modificaccedilotildees do nuacutecleo pedagoacutegico que garantem a aprendizagem (1) capacitar professores para que eles tenham mais conhecimento e habilidade pedagoacutegicos (2) aumentar o niacutevel e a complexidade do conteuacutedo e (3) retirar o aluno do seu papel de passividade (CITY ELMORE FIARMAN TEITEL 1973)

Parece simples mas quando se ignora o efeito em cas-cata gerado ao se alterar qualquer um dos elementos do nuacutecleo pedagoacutegico pode-se errar bastante nas mudanccedilas propostas nas escolas E com isso acaba-se desgastando professores e alunos aleacutem de se pulverizar e achatar o conteuacutedo Quando natildeo se leva em consideraccedilatildeo as inter--relaccedilotildees entre os elementos do nuacutecleo pedagoacutegico o efeito final das mudanccedilas sobre o aprendizado acaba sendo irrelevante

E N S I N O

Tabela 1 Uma comparaccedilatildeo entre a Pedagogia e a Andragogia (KNOWLES 1973 p 104)

Pressupostos Elementos

Itens Pedagogia Andragogia Itens Pedagogia Andragogia

Autoconceito Dependecircncia Autonomia crescente ClimaOrientado para a autoridade formal competitivo

Reciprocidade respeito colaboraccedilatildeo informalidade

Experiecircncia pessoal do aluno

De pouco valorRecurso rico para o aprendizado

Planejamento Pelo professorMecanismos de planejamento muacutetuo

ProntidatildeoDada pelo desenvol-vimento bioloacutegico e pela pressatildeo social

Dada pelo desenvolvimento do papel social

Diagnoacutestico das neces-sidades

Pelo professor Autodiagnoacutestico muacutetuo

Perspectiva de tempo

Conhecimento seraacute usado para aplicaccedilatildeo posterior

Conhecimento seraacute usado para aplicaccedilatildeo imediata

Formulaccedilatildeo de objetivos

Pelo professor Negociaccedilatildeo muacutetua

Orientaccedilatildeo para o aprendizado

Centrada no indiviacuteduo Centrada no problema Desenho

Loacutegica do conteuacutedo disciplinar

Sequecircncia colocada em termos de prontidatildeo

Unidades do conteuacutedo Unidades do problema

Atividades Teacutecnicas de transmissatildeoTeacutecnicas experienciais (investigaccedilatildeo)

Avaliaccedilatildeo Pelo professor

Novo diagnoacutestico muacutetuo das necessidades

Avaliaccedilatildeo muacutetua do programa

Um segundo item em que se investe atualmente para a melhoria do ensino superior eacute o conhecimento sobre a andragogia A andragogia pode ser definida como ldquoa arte ou ciecircncia do ensino de adultosrdquo2 Ela eacute a irmatilde menos famosa da pedagogia ndash a arte de ensinar crianccedilas Como a pedagogia eacute uma ciecircncia bem mais estabelecida do que a andragogia todo os niacuteveis de ensino acabaram se apoiando em achados e diretrizes pedagoacutegicas Quando Malcolm Knowles publicou o livro The adult leaner a neglected

2 Definiccedilatildeo em httpswwwmerriam-webstercomdictionaryandragogy Acesso em 17 fev 2019

species3 em 1973 os conhecimentos sobre andragogia se popularizaram e deram algumas respostas para as per-guntas do ensino universitaacuterio Entretanto as bases da andragogia ainda satildeo exploradas de forma superficial com treinamentos que se limitam agrave divulgaccedilatildeo de informaccedilotildees sobre o adulto aprendiz a necessidade de autonomia e de aplicaccedilatildeo imediata do conhecimento agrave realidade e a aceitaccedilatildeo e respeito pela histoacuteria e contribuiccedilatildeo do aluno (KNOWLES 1973) Estas informaccedilotildees sobre a educaccedilatildeo de adultos podem aos poucos ser incorporadas como

3 ldquoO aprendiz adulto uma espeacutecie negligenciadardquo em traduccedilatildeo livre


E N S I N O

conhecimento real e genuiacuteno agraves preocupaccedilotildees dos pro-fessores estimulando-os a se aprofundarem na educaccedilatildeo de adultos Mas eacute tambeacutem possiacutevel que dada a estrutura medieval do ensino superior este conhecimento seja ainda durante muito tempo usado de forma rasa

A mesma questatildeo se aplica agrave popularizaccedilatildeo do uso e dis-cussatildeo das metodologias ativas Elas satildeo uma boa forma de se dar aos alunos um papel ativo no seu aprendizado Entretanto existe um risco muito real e relatado de que elas sejam usa-das como panaceias para resolver o ldquoproblema do ensinordquo (FOUNDATION 2007) Neste caminho muitos modismos satildeo festejados em um momento e esquecidos no outro usam--se metodologias que natildeo tecircm objetivo e servem apenas para fazer as aulas mais ldquodivertidasrdquo ou ldquolevesrdquo (CHMOKER 2009) como se o aprendizado pudesse acontecer sem comprome-timento de todos os envolvidos

O ensino superior pode mudarNatildeo haacute receitas de bolo para se mudar o aprendizado

nas salas de aula do ensino superior e este movimento natildeo pode jamais ser superficial A mudanccedila do ensino superior tem que visar a complexidade e esta pode ser resumida em accedilotildees que envolvam compreensatildeo e pen-samento (BLYTHE 1988 RITCHHART 2015) Sem que se enfatizem e se alcancem estes dois patamares no ensino as aulas as escolas e os professores continuaratildeo na sua grande maioria medievais em sua forma e conteuacutedo

Ter conhecimento pedagoacutegico (ou andragoacutegico) e ser capaz de usaacute-lo mais ou menos adequadamente natildeo faz com que os alunos compreendam o que eacute importante para uma profissatildeo nem faz com que eles desenvolvam seu pensamento profissional profundo e complexo Por outro lado saber usar o conhecimento pedagoacutegico agrave perfeiccedilatildeo e ser uma ilha de excelecircncia dentro da escola tambeacutem natildeo resolve o problema da aprendizagem real

O caminho para sair da superficialidade e do mundo medieval vai muito aleacutem de se preparar aulas mais interessantes ou ativas ou saber como aprende um adulto ou compreender a relaccedilatildeo intriacutenseca entre o professor o aluno e o conteuacutedo Este caminho envolve uma mudanccedila de cultura ndash complexa difiacutecil e de longo prazo que deve ser feita de forma a que os professores tenham tempo e apoio para pensar e refletir sobre o que precisam saber e fazer para garantir o aprendizado e as finalidades da uni-versidade (HARGREAVES EARL MOORE MANNING 2002)

Para finalizar deixo aqui as palavras de Jonh Taylor Gatto um veemente criacutetico da escolarizaccedilatildeo padronizada de origem medieval Que elas ajudem todos os professionais que hoje estatildeo na educaccedilatildeo a colocar o que fazem em outra perspectiva

Poderiacuteamos facilmente e de forma barata jogar fora as estruturas velhas e estuacutepidas e ajudar as crianccedilas a serem educadas ao inveacutes de recebe-rem sua escolarizaccedilatildeo Poderiacuteamos encorajar as

melhores qualidade da juventude ndash curiosidade senso de aventura resiliecircncia e capacidade de pensamento independente ndash simplesmente ao sermos mais flexiacuteveis em relaccedilatildeo ao tempo textos e provas ao apresentar as crianccedilas a adultos competentes e ao dar a cada aluno a autonomia que ele ou ela precisa para conseguir se arriscar de vez em quando (GATTO 2009 p XIV)

Como pode-se fazer com que os alunos na universidade pos-sam ser educados e natildeo apenas receber sua educaccedilatildeo De alguma forma tem-se que garantir que no ensino superior realmente aconteccedila uma aprendizagem superior

Sobre o autor

Paula Tavolaro crmvsp-10162

Veterinaacuteria e pedagoga professora e coordenadora adjunta do curso de Medicina Veterinaacuteria da fmu Satildeo Paulo

Referecircncias 1 BLYTHE T The teaching for understanding guide Satildeo

Francisco Jossey Bass 1988

2 CHMOKER M What money canrsquot buy powerful overlooked opportunities for learning Phi Delta Kappan v 90 n 7 p 524-527 2009 Disponiacutevel em httpwwwdoevirginiagovsupportschool_improvementtrainingteacher_leadersession_3article_what_money_cant_buypdf Acesso em 18 fev 2019

3 CITY E ELMORE R F FIARMAN SE TEITEL L Instructional rounds in education Cambridge Harvard Education Press 2009 216 p

4 FOUNDATION FOR CRITICAL THINKING A critical thinkerrsquos guide to educational fad (Limited preview version) 2007 Disponiacutevel em httpatomcurtineduauSAM_Ed20Fadsoptpdf Acesso em 26 ago 2018

5 GATTO JT Weapons of mass instruction A schoolteacher journey through the dark world of compulsory schooling Gabriola Island New Society Publishers 2009

6 GRAY P Free to learn Why unleashing the instinct to play will make our children happier more self-reliant and better students for life Nova York Basic Books 2013

7 HARGREAVES A EARL L MOORE S MANNING S Aprendendo a mudar O ensino para aleacutem dos conteuacutedos e da padronizaccedilatildeo Porto Alegre Artmed 2002

8 KNOWLES M The adult learner a neglected species Houston Gulf publishing company 1973

9 PERKIN H History of Universities In FOREST JJ F ALTBACH PG (eds) International Handbook of Higher Education Springer International Handbooks of Education v 18 Springer Dordrecht 2007

10 PIMENTA SG ANASTASIOU LGC Docecircncia no ensino superior Satildeo Paulo Cortez 2002 v 1

11 RITCHHART R Creating cultures of thinking The 8 forces we must master to truly transform our schools Nova York Willey 2015


Tratamento de Elefante-africano (Teresita)

Fundaccedilatildeo Parque Zooloacutegico de Satildeo Paulo

A Fundaccedilatildeo Parque Zooloacutegico de Satildeo Paulo recebeu por doaccedilatildeo do Sr Joseacute Arturo Olivares Ramirez proprietaacuterio do Circo Gigante Hermano Gasca um exemplar fecircmea de elefante-africano (Loxodonta africana) na data de 25 de marccedilo de 1996

O entatildeo proprietaacuterio Sr Joseacute Arturo natildeo nos apre-sentou as documentaccedilotildees comprobatoacuterias da importaccedilatildeo da Teresita apenas nos afirmou que ela tinha 12 anos de idade e que era originaacuteria de ZimbabweAacutefrica e que chegou ao circo com um ano de idade permanecendo 11 anos com eles

O motivo da doaccedilatildeo foi o histoacuterico comportamental nega-tivo que ela apresentava se negava a atender aos comandos tornando-se agressiva por diversas vezes Segundo o Sr Joseacute Arturo quando um elefante demonstrava agressividade ele natildeo era apto a participar das apresentaccedilotildees do circo assim decidiram doaacute-la para o zooloacutegico

Quando ela chegou ao zooloacutegico somente apresentava o marfim do lado direito pequeno ainda e segundo relato do antigo proprietaacuterio jaacute chegou ao Brasil sem o esquerdo

O seu cuidador permaneceu aproximadamente 30 dias com ela aqui no zooloacutegico repassando aos nossos tratadores todos os cuidados necessaacuterios para mantecirc-la tranquila

Teresita apresentava vaacuterios comportamentos repetitivos tiacutepicos de animais provenientes de circos por causa dos treina-mentos constantes para as apresentaccedilotildees Jaacute no zooloacutegico sua alimentaccedilatildeo foi balanceada e seu desenvolvimento foi visiacutevel

Em maio de 2018 Teresita apresentou apatia diminuiccedilatildeo do apetite e secreccedilatildeo pela tromba e olhos Sob suspeita de doenccedila respiratoacuteria em fase inicial instituiu-se tratamento com antibioacutetico injetaacutevel O quadro evoluiu rapidamente para paralisia facial possivelmente por acometimento do nervo facial que afetou todo o lado esquerdo da face do animal como a movimentaccedilatildeo da orelha a respiraccedilatildeo pelo lado esquerdo da tromba a movimentaccedilatildeo mastigatoacuteria e o movimento da paacutelpebra esquerda Este uacuteltimo propiciou um quadro de uacutelcera de coacuternea no olho esquerdo Devido agrave gravidade do quadro ocular e a dificuldade de tratamento intensivo e invasivo adequado agrave distacircncia optou-se por sedar o animal Foi montada uma grande operaccedilatildeo para a ocasiatildeo que contou com a participaccedilatildeo de diversos profis-sionais especialistas em vaacuterias aacutereas da medicina veterinaacuteria no intuito de agir em diferentes frentes de trabalho Foram vaacuterios os profissionais envolvidos neste tratamento sendo 7 da proacutepria fpzsp e mais 14 profissionais externos Dentre os especialistas tivemos professores da fmvz-usp e da ufmg aleacutem de profissionais autocircnomos Durante a sedaccedilatildeo foi realizado um procedimento ciruacutergico para tratamento do olho esquerdo inspeccedilatildeo dos dentes radiografias ultras-sonografia e colheita de amostras para exame de sangue e cultura bacteriana do conteuacutedo do ouvido Agrave inspeccedilatildeo da boca verificou-se que o quadro de paralisia e perda

de movimentos mastigatoacuterios possivelmente causou a retenccedilatildeo dos dentes molares do lado esquerdo Foi possiacutevel realizar a extraccedilatildeo do molar superior esquerdo poreacutem natildeo a do inferior A amostra de cultura do ouvido foi compatiacutevel com quadro de otite

Aplicaccedilatildeo de azul de metileno para laserterapia e limpeza oftaacutelmica mediante condicionamento ndash foto Paulo Gil

Devido agrave necessidade de lubrificaccedilatildeo e reavaliaccedilatildeo diaacuteria do olho esquerdo intensificou-se o trabalho de condicio-namento do animal O animal permitia aplicar coliacuterio ocular duas vezes ao dia Como natildeo era possiacutevel o tratamento toacutepico do ouvido foi realizado tratamento com antibioacutetico por via injetaacutevel e posteriormente por via oral Para a devida continuidade do tratamento foi necessaacuterio realizar outros procedimentos sob sedaccedilatildeo em peacute para reavaliaccedilatildeo ocular minuciosa coleta de novas amostras (sangue e cultura) rinoscopia e otoscopia (avaliaccedilatildeo da tromba e do ouvido com a utilizaccedilatildeo de um endoscoacutepio) aplicaccedilatildeo de medicaccedilatildeo toacutepica no ouvido e tentativa de extraccedilatildeo do dente molar inferior retido As culturas do ouvido mostraram piora do quadro inclusive com resistecircncia aos antimicrobianos O quadro de uacutelcera de coacuternea teve remissatildeo completa poreacutem devido agrave paralisia de paacutelpebra o tratamento de lubrifica-ccedilatildeo com coliacuterio oftaacutelmico permaneceu sendo realizado por meio de condicionamento diariamente Na tentativa de reverter a paralisia de nervo facial foram realizadas sob condicionamento sessotildees de laserterapia na face e durante os procedimentos sob sedaccedilatildeo foram realizadas sessotildees de eletroacupuntura Aleacutem dos antibioacuteticos o animal tambeacutem recebia analgeacutesicos continuamente para aliacutevio de dor e maior conforto

O tratamento toacutepico da otite ainda era o foco uma vez que natildeo houve resoluccedilatildeo por outras vias Assim foi conta-tado um colega meacutedico-veterinaacuterio com larga experiecircncia em treinamento de elefantes para vir agrave fpzsp para auxiliar no condicionamento O Dr Gerardo Martinez do Africam SafariMeacutexico ficou acompanhando nossa atividade e nos ajudando por seis dias e nos propocircs a construccedilatildeo de uma

C L Iacute N I C A


estrutura no cambiamento do animal onde fosse praacutetico e seguro para a equipe realizar o treinamento para permitir a manipulaccedilatildeo da orelha para coleta de sangue e aplicaccedilatildeo de medicaccedilatildeo no conduto auditivo A estrutura foi rapidamente concluiacuteda com todos os esforccedilos da equipe de manuten-ccedilatildeo Apoacutes a conclusatildeo o Dr Gerardo ficou mais um dia na fpzsp para instruir a equipe de condicionamento sobre como proceder com o animal No iniacutecio era preciso fazer o animal se acostumar com a nova estrutura e aceitar ser alimentado ali Era um trabalho que necessitava de tempo e paciecircncia Neste ponto jaacute no iniacutecio de dezembro o animal jaacute havia emagrecido bastante estava com apetite diminuiacutedo e comeccedilou a apresentar sinais respiratoacuterios mais seacuterios que levou agrave suspeita de uma pneumonia Mais uma vez a equipe veterinaacuteria decidiu correr contra o tempo e realizar seda-ccedilotildees uma vez por semana para tratamento da otite com ozonioterapia e oacuteleo ozonizado toacutepicos e instituir um novo curso de antibioacutetico injetaacutevel para tratamento da pneumonia Em trecircs semanas houve remissatildeo da otite poreacutem piora do quadro respiratoacuterio da apatia e da diminuiccedilatildeo do apetite Baseado na literatura e diante do fato da baixa resposta aos antibioacuteticos suspeitou-se tratar de pneumonia fuacutengica Com esta suspeita foi iniciado tratamento por via intravenosa com manutenccedilatildeo do acesso venoso para administraccedilatildeo diaacuteria sob condicionamento poreacutem infelizmente o animal foi a oacutebito no dia seis de janeiro de 2019 sendo encontrado na aacuterea externa do seu recinto em decuacutebito lateral direito e imediatamente foi organizada a logiacutestica para a realizaccedilatildeo da necropsia

Foi realizado exame necroscoacutepico completo com anaacutelise de todas as cavidades e respectivos oacutergatildeos assim como colheita de amostras bioloacutegicas para exames laboratoriais como

culturas bacterianas cultura fuacutengica cultura de mycobacterium e exame histopatoloacutegico Nesta situaccedilatildeo foram evidenciados como principais achados pleuropneumonia necro-fibrinosa piogranulomatosa otite interna necro-fibrinosa piogranulo-matosa com comprometimento cartilaginoso-oacutesseo e no coraccedilatildeo foi diagnosticada uma importante neoplasia intra-mural de bainha nervosa perifeacuterica benigna parcialmente obstrutiva esquerda que propiciou uma hipertensatildeo pulmo-nar e comprometimento do retorno venoso

TERESITA sempre seraacute lembrada por noacutes com carinho

Agradecemos a todos os meacutedicos-veterinaacuterios que de alguma forma estiveram envolvidos na jornada de atendi-mento agrave Teresita

Profissionais Especialidade InstituiccedilatildeoMeacuted Vet Profordf Drordf Carla Belli Cliacutenica e cirurgia de equinos fmvz-usp

Meacuted Vet Carla Omura Odontologia grandes animais AutocircnomoMeacuted Vet Carolina Nery Animais selvagens fpzsp

Meacuted Vet Claacuteudia Ontivero Animais selvagens fpzspMeacuted Vet Edlen Medeiros Terapia fotodinacircmica Poacutes-graduanda fmvz-usp

Meacuted Vet Prof Dr Eutaacutelio Pimenta Anestesiologia ufmgMeacuted Vet Fabiana Ferreira Ozonioterapia Autocircnomo

Meacuted Vet Faacutebio Kozu Endoscopia AutocircnomoMeacuted Vet Prof Dr Faacutebio Pogliani Terapia fotodinacircmica fmvz-usp

Meacuted Vet Me Fabriacutecio Rassy Animais selvagens fpzspMeacuted Vet Gerardo Martinez Comportamento e cliacutenica de elefantes Africam SafariMeacutexico

Meacuted Vet Jordana Barros Animais selvagens Poacutes-graduanda fpzspMeacuted Vet Prof Dr Luiz Claacuteudio Correia Cirurgia de grandes e endoscopia fmvz-usp

Meacuted Vet Maria Carolina Rocha Animais selvagens fpzspMeacuted Vet Matheus Pedro Oftalmologia Autocircnomo

Meacuted Vet Miriam Vac Ultrassonografia AutocircnomoMeacuted Vet Me Nicole Paretis Radiologia Poacutes-graduanda fmvz-usp

Meacuted Vet Dr Roberto Fecchio Odontologia animais selvagens AutocircnomoMeacuted Vet Robertta Nogueira Animais selvagens Poacutes-graduanda fpzspMeacuted Vet Sandra Fernandes Ozonioterapia AutocircnomoMeacuted Vet Me Suzana Hirata Animais selvagens fpzsp

C L Iacute N I C A


D E O L H O N A G R A M AacuteT I C A

1Queridos leitores segue uma lista praacutetica sobre certo x errado Vamos verificaacute-la

Errado CertoFazem cinco dias Faz cinco diasExcessatildeo ExceccedilatildeoO oacuteculos Os oacuteculosEles tem razatildeo Eles tecircm razatildeoPorisso Por issoDerrepente De repente

2Vejam queridos leitores o que nunca podem dizer eou escrever A lista abaixo aponta os erros

ERROS seje esteje estrupo de menor previleacutegio ade-vogado siclano reacutecorde ruacutebrica sombrancelha

Lista com os acertos seja esteja estupro menor (ex menor de idade) privileacutegio advogado sicrano recorde rubrica sobrancelha

3Maria gosto muito do corte de cabelo Teceu elogios a sua ldquocabelererardquoVeja querido leitor o erro que ldquocortourdquo o elogio cabelereraO correto eacute cabeleireira

4Maria comprou a rara ldquotriologiardquo de livros

Maria precisa comprar uma gramaacutetica revisada conforme o Novo Acordo Ortograacutefico e um Dicionaacuterio tambeacutemO correto eacute TRILOGIATriologia (forma incorreta) natildeo existe nos dicionaacuterios e no VOLPO conjunto de trecircs trabalhos artiacutesticos geralmente em literatura ou cinema conectados mas que podem ser vistos tanto como trabalho uacutenico quanto como trecircs obras individuais denomina-se trilogia

Cultivando a liacutengua portuguesa

Renata Carone Sborgia

Formada em Direito e Letras Mestra em Psicologia Social ndash usp Especialista em Liacutengua Portuguesa Direito Puacuteblico e Gestatildeo Educacional Membro imortal da Academia de Letras do Brasil (alb) Precircmios recebidos Machado de Assis Carlos Drummond de Andrade Carlos Chagas Docente escritora pesquisadora consultora de portuguecircs e oratoacuteria

natildeo se contente amigo com o pequeno Amor pequeno Alegria pequena Vida pequena Conter-se com o pequeno eacute medir o sonho o sentimento e a esperanccedila Contente eacutes quem contenta-se com o que

transborda a alma (Renata Carone Sborgia Direitos autorais reservados)

Livros publicados sobre Liacutengua Portuguesa Educaccedilatildeo Literatura Tabagismo e Enxaqueca

E-mail renatasborgiagmailcom

5Ele marca os toacutepicos principais dos textos com ldquo asteiacutesticordquo

a marcaccedilatildeo precisa ser com o sinal graacutefico correto bem como com a escritaO correto eacute asterisco (plural asteriscos) ndash sinal graacuteficoem forma de ldquoestrelardquo ()

6Pedro e Maria estatildeo ligados a trabalhos ldquobeneficientesrdquo

Pedro e Maria precisam tomar o devido cuidado com a escrita e pronuacutencia de algumas expressotildeesO correto eacute beneficente

Para vocecirc pensar

ldquoSempre desprezei as coisas mornas as coisas que natildeo provocam oacutedio nem paixatildeo as coisas definidas como

mais ou menos um filme mais ou menos um livro mais ou menos

Tudo perda de tempo Viver tem que ser perturbador eacute preciso que nossos anjos e democircnios sejam despertados e com eles sua

raiva seu orgulho seu asco sua adoraccedilatildeo ou seu desprezo

O que natildeo faz vocecirc mover um muacutesculo o que natildeo faz vocecirc estremecer suar desatinar natildeo merece fazer

parte da sua biografiardquo Martha Medeiros

Renata Carone Sborgia Direitos autorais reservados a autora

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N O R M A S P A R A P U B L I C A Ccedil Atilde O

Normas para publicaccedilatildeo1 Formato As colaboraccedilotildees enviadas ao Boletim da apamvet na forma de artigos de divulgaccedilatildeo relatos de casos entrevistas e outras informaccedilotildees de interesse para a classe meacutedica veterinaacuteria devem ser elaboradas utilizando os softwares padratildeo IBMPC (textos em Word) Natildeo seraacute aceito material em PDF pela impossibilidade de diagramaccedilatildeo do texto

2 Categorias Artigos de divulgaccedilatildeo destinam-se agrave apresentaccedilatildeo de pontos de vista anaacutelises criacuteticas e atualizaccedilotildees de temas de interesse e importacircncia para a Medicina Veterinaacuteria A estrutura eacute livre

Entrevistas solicitadas por convite do Conselho Editorial do Boletim com o objetivo de destacar profissionais temas e atividades que estejam contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento da Medicina Veterinaacuteria ou dos serviccedilos por ela prestados A estrutura seraacute na forma de perguntas e respostas

Relato de Caso Seratildeo aceitos relatos que tragam uma contribuiccedilatildeo inovadora para o exerciacutecio da Medicina Veterinaacuteria tratando de aspectos diversos como etiologia diagnoacutestico terapia prevenccedilatildeo e controle A estrutura deveraacute contemplar introduccedilatildeo descriccedilatildeo do caso discussatildeo conclusotildees e referecircncias

3 Artigo Os artigos de divulgaccedilatildeo e relatos de casos deveratildeo conter tiacutetulo resumo e palavras-chaveEm artigos que relatam informaccedilotildees colhidas por meio da aplicaccedilatildeo de questionaacuterios eacute obrigatoacuterio atestar que o Termo

de Livre Consentimento foi apresentado e aceito pelos entrevistados Devido ao arquivamento das mateacuterias segundo as normas da ABNT soacute seratildeo arquivadas as que tiverem resumo e palavras-chave

4 Fonte Com a finalidade de tornar mais aacutegil o processo de diagramaccedilatildeo do Boletim solicitamos aos colaboradores que digitem seus trabalhos em caixa alta e baixa (letras maiuacutesculas e minuacutesculas) evitando tiacutetulos eou intertiacutetulos totalmente em letras maiuacutesculas O tipo da fonte pode ser Times New Roman ou similar no tamanho em corpo 12

5 Laudas Os graacuteficos figuras e ilustraccedilotildees devem fazer parte do corpo do texto e o tamanho total do trabalho deve ficar entre 3 e 4 laudas (aproximadamente 3 paacuteginas em fonte Times New Roman 12 com espaccedilo duplo e margens 25 cm)

6 Imagens Para a garantia da qualidade da impressatildeo eacute indispensaacutevel o envio separado das fotografias e originais das ilustraccedilotildees em alta definiccedilatildeo (no miacutenimo 90 dpis) em formato jpeg Imagens digitalizadas deveratildeo ser enviadas mantendo a resoluccedilatildeo dos arquivos em no miacutenimo 300 pontos por polegada (300 dpi)

7 Informaccedilotildees do(s) Autor(es) Os artigos devem conter a especificaccedilatildeo completa das instacircncias agraves quais estatildeo afiliados cada um dos autores Cada instacircncia eacute identificada por nomes de ateacute trecircs niacuteveis hieraacuterquicos institucionais ou programaacuteticos e pela cidade estado e paiacutes em que estaacute localizada

Quando um autor eacute afiliado a mais de uma instituiccedilatildeo cada afiliaccedilatildeo deve ser identificada separadamente Quando dois ou mais autores estatildeo afiliados agrave mesma instituiccedilatildeo a identificaccedilatildeo eacute feita uma uacutenica vez

Recomenda-se que as unidades hieraacuterquicas sejam apresentadas em ordem decrescente por exemplo universidade faculdade e departamento Os nomes das instituiccedilotildees e programas deveratildeo ser apresentados preferencialmente por extenso Natildeo incluir titulaccedilotildees ou minicurriacuteculos

O primeiro autor deveraacute fornecer o seu endereccedilo completo (rua nuacutemero bairro CEP cidade estado Paiacutes telefone e e-mail) sendo que este uacuteltimo seraacute o canal oficial para correspondecircncia entre autores e leitores

8 Referecircncias As referecircncias bibliograacuteficas devem obedecer agraves normas teacutecnicas da ABNT-NBR-6023 e as citaccedilotildees conforme NBR 10520 descrevendo sistema nuacutemero e iacutendice9 E-mail para envio Os trabalhos deveratildeo ser encaminhados exclusivamente on-line para adeveleyterracombr ou Silvio Arruda Vasconcellos ltsavascouspbrgt

10 Processo de admissatildeo e andamento O processo inicia-se com a submissatildeo voluntaacuteria de pedido de avaliaccedilatildeo por parte do(s) autor(es) por meio do envio do arquivo em formato doc e das imagens referentes por e-mail O autor receberaacute uma mensagem de confirmaccedilatildeo de recebimento no prazo de dez dias uacuteteis Caso isso natildeo ocorra deveraacute entrar em contato com o editor (atualmente adveleyterracombr) ou o Diretor do Boletim (savascouspcom)

O material enviado seguiraacute as seguintes etapas de avaliaccedilatildeo preacute-avaliaccedilatildeo do trabalho pelo editor do perioacutedico envio para o Corpo Editorial da Revista e devolutiva do artigo aos autores com as consideraccedilotildees dos revisores (caso haja) Se aprovado seraacute enviado ao primeiro autor a declaraccedilatildeo de aceite via e-mail

Os artigos seratildeo publicados conforme ordem cronoloacutegica de chegada agrave Redaccedilatildeo Os autores seratildeo comunicados sobre eventuais sugestotildees e recomendaccedilotildees oferecidas pelos revisores Se os autores precisarem apresentar uma nova versatildeo do artigo conforme as orientaccedilotildees dos revisores o processo de admissatildeo e revisatildeo seraacute reiniciado

11 Direitos As mateacuterias enviadas para publicaccedilatildeo natildeo seratildeo retribuiacutedas financeiramente e os autores deteacutem a posse dos direitos autorais referentes agraves mesmas Parte ou resumo das pesquisas publicadas neste Boletim enviadas a outros perioacutedicos deveratildeo assinalar obrigatoriamente a fonte original

Quaisquer duacutevidas deveratildeo ser imediatamente comunicadas agrave redaccedilatildeo pelo site apamvetcombrpublicaccedilotildees

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Editoria Apamvet

Diretor chefe Siacutelvio Arruda Vasconcellos

Comitecirc Eduardo Harry BirgelEditorial Alexandre Jacques Louis Develey Joseacute Cezar Panetta Arani Nanci Bomfim Mariana Waldir Gandolfi

Editor-chefe Alexandre Jacques Louis Develey

Redatores Acadecircmicos da apamvet

Jornalista Regina Luacutecia Pimenta de Castro (M S 5070)responsaacutevel

Diagramaccedilatildeo Robson Santos | Tikinet

Revisatildeo Franklin Carvalho | Apamvet Gabriel Provinzano e Maiacutesa Kawata | Tikinet

Foto da capa Paulo Gila

Impressatildeo Edigraacutefica Graacutefica e Editora Ltda Rua Nova Jerusaleacutem 345 ndash Bonsucesso 21042-230 ndash Rio de JaneiroRJ

Tiragem 32000 exemplares

Apoio Conselho Regional de Medicina Veterinaacuteria do Estado de Satildeo Paulo ndash crmv-sp

Redaccedilatildeo Academia Paulista de Medicina Veterinaacuteria Avenida Arruda Botelho 466 ndash apto12 05466-000 ndash Satildeo PauloSP Fone 11 3022 4744 adeveleyterracombr | wwwapamvetcom

Distribuiccedilatildeo APAMVET Boletim eacute uma publicaccedilatildeo oficial da Academia Paulista de Medicina Veterinaacuteria dirigida aos meacutedicos veterinaacuterios do estado Satildeo Paulo cujo objetivo eacute informar sobre todas as aacutereas de especializaccedilatildeo Os trabalhos comunicados cartas comentaacuterios relatos de casos e demais mateacuterias para publicaccedilatildeo deveratildeo ser enviados para o e-mail da Redaccedilatildeo

gratuita

Depoacutesito Legal na Biblioteca Nacional conforme Lei nordm 10944 de 14 de dezembro de 2004 Ficha catalograacutefica elaborada de acordo com o Coacutedigo de Catalogaccedilatildeo Anglo-Americano (AACR 2) pela Biblioteca Virginie Buff DAacutepice da Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da Universidade de Satildeo Paulo

Dados internacionais de catalogaccedilatildeo na publicaccedilatildeo (CIP)

Boletim APAMVET Academia Paulista de Medicina Veterinaacuteria -- n1 (2010) ndash ndash Satildeo Paulo APAMVET 2010-v il 21x28 cm

QuadrimestralISSN 2179-7110Endereccedilo on-line wwwapamvetcom1 Medicina Veterinaacuteria ndash histoacuteria 2 Cliacutenica veterinaacuteria 3 Produccedilatildeo animal 4 Meio ambiente

CDD 636098

1ordf Cadeira Patrono Reneacute Straunard Acadecircmico Alexandre Jacques Louis Develey

2ordf Cadeira Patrono Adolpho Martins Penha Acadecircmico Waldyr Brandatildeo 1ordm Acadecircmico - Vicente do Amaral

3ordf Cadeira Patrono Leovigildo Pacheco Jordatildeo Acadecircmica Arani Nanci Bomfim Mariana

4ordf Cadeira Patrono Paschoal Mucciolo Acadecircmico Joseacute Ceacutezar Panetta

5ordf Cadeira Patrono Ernesto Antocircnio Matera Acadecircmico Eduardo Harry Birgel

6ordf Cadeira Patrono Maacuterio DrsquoAacutepice Acadecircmico Paulo Iamaguti Acadecircmico Aramis Augusto Pinto 1ordm Acadecircmico - Waldyr Giorgi

7ordf Cadeira Patrono Joseacute de Fatis Tabarelli Netto Acadecircmico Armen Thomassian 1ordm Acadecircmico - Raphael Valentino Riccetti

8ordf Cadeira Patrono Armando Chieffi Acadecircmico Joseacute Orlando Prucoli 1ordm Acadecircmico - Renato Campanarut Barnabeacute

9ordf Cadeira Patrono Orlando Marques de Paiva Acadecircmico Carlos Eduardo Larsson

10ordf Cadeira Patrono Oswaldo Domingues Soldado Acadecircmico Olympio Geraldo Gomes

11ordf Cadeira Patrono Joatildeo Barisson Villares Acadecircmico Flaacutevio Prada

12ordf Cadeira Patrono Reneacute Correcirca Acadecircmico Paulo Seacutergio de Moraes Barros 1ordm Acadecircmico - Heacutelio Emerson Belluomini

13ordf Cadeira Patrono Euclydes Onofre Martins Acadecircmico Manuel Alberto da Silva Castro Portugal

14ordf Cadeira Patrono Acircngelo Vincenzo Stopiglia Acadecircmico Benedicto Wlademir de Martin

15ordf Cadeira Patrono Adayr Mafuz Saliba Acadecircmico Paulo Magalhatildees Bressan

16ordf Cadeira Patrono Emilio Varoli Vaga Acadecircmica Hannelore Fuchs

17ordf Cadeira Patrono Sebastiatildeo Nicolau Piratininga Acadecircmico Joseacute Luiz DrsquoAngelino

18ordf Cadeira Patrono Moacyr Rossi Nilsson Acadecircmico Maacuterio Nakano

19ordf Cadeira Patrono Dinoberto Chacon de Freitas Acadecircmico Angelo Joatildeo Stopiglia 1ordm Acadecircmico - Feres Saliba

20ordf Cadeira Patrono Sebastiatildeo Timo Iaria Acadecircmica Elma Pereira dos Santos Polegato 1ordm Acadecircmico - Luiz Braz Siqueira do Amaral

21ordf Cadeira Patrono Uriel Franco Rocha Acadecircmica Irvecircnia Luiza de Santis Prada

22ordf Cadeira Patrono Geraldo Joseacute Rodrigues Alckmin Acadecircmico Flaacutevio Massone 1ordm Acadecircmico - Heacutelio Ladislau Stempniewski

23ordf Cadeira Patrono Romeu Diniz Lamounier Acadecircmico Waldir Gandolfi

24ordf Cadeira Patrono Joatildeo Soares Veiga Acadecircmico Kenji Iryo

25ordf Cadeira Patrono Quineu Correcirca Acadecircmico Zohair Saliem Sayegh 1ordm Acadecircmico - Laerte Siacutelvio Traldi

26ordf Cadeira Patrono Deacutecio de Mello Malheiro Acadecircmica Mitika Kuribayashi Hagiwara

27ordf Cadeira Patrono Paulo de Castro Bueno Acadecircmico Antonio Matera 1ordm Acadecircmico - Luiz Klinger dos Santos

28ordf Cadeira Patrono Carlos de Almeida Santa Rosa Acadecircmico Siacutelvio Arruda Vasconcellos 1ordm Acadecircmico - Rufino Antunes Alencar Filho

29ordf Cadeira Patrono Pliacutenio Pinto e Silva Acadecircmico Vicente Borelli

30ordf Cadeira Patrono Raphael Valentino Riccetti Acadecircmico Joseacute de Angelis Cocircrtes

Patronos e acadecircmicos da Apamvet

S U M Aacute R I OEditorial 03

Cartas do leitor 04

Notiacutecias bull Renovaccedilatildeo do convecircnio acadecircmico entre a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria e Zootecnia da usp (fmvz-usp) e a Faculdade de Medicina Veterinaacuteria de Hannover05 Conselho Regional de Medicina Veterinaacuteria de Satildeo Paulo lanccedila ldquoon line ldquo a revista de educaccedilatildeo continuada 05

Colunas bull Dr Percy Infante Hatschbach 06 Dr Luis Luccas 06 Clipping ndash As discretas passarelas dos gatos suiacuteccedilos ndash REVUE SUISSE ndash julho 2018 09

Zoonoses bull Esporotricose 11

Marketing Pet bull Duas entrevistas 15

Ensino bull O ensino superior pode mudar 18

Cliacutenica bull Tratamento de elefante-africano 21

De olho na gramaacutetica 23

Normas para publicaccedilatildeo 24

Foto de capa Elefante Africano de nome Teresita

Creacutedito da foto Paulo Gila


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Entrevistado





Paula Tavolaro











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Sobre o autor





























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Apamvet BOLETIM · 2019-05-17 · apamvet.com BOLETIM Apamvet 3 EDITORIAL A pós dez anos editando...

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