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1 DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE Há várias formas de tratar as falas de personagens numa narrativa. Observe: DISCURSO DIRETO: É a reprodução direta das falas de personagens. É um recurso que imprime maior agilidade ao texto, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar. Também permite utilizar o modo de falar dos personagens como elemento caracterizador. Veja como exemplo: Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.”‟ Jornal do Brasil, 29 maio 2005. DISCURSO INDIRETO: Neste caso, as falas dos personagens são adaptadas e incorporadas pelo narrador. Dessa forma, conta-se mais do que se mostra. Observe como ficaria o trecho acima se usado o discurso indireto: Juarez, desolado, dizia que não tinha tido tempo de apanhar suas coisas e que agora não possuía mais nada. DISCURSO INDIRETO LIVRE: É uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narra- dor com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo: O desolado Juarez tinha perdido tudo. E agora, cadê dinheiro para comprar tudo de novo? Como transformar um discurso direto em indireto e vice-versa Ao fazer uma narração, podemos reconstituir as falas dos personagens utilizando a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. Portanto, é importante dominar essas estruturas e conhecer as relações entre elas. Vamos destacar alguns aspectos dessas relações: O discurso direto apresenta-se em primeira pessoa; O discurso indireto, em terceira pessoa (a fala do personagem é reproduzida com palavras do narrador) Discurso direto: Ela respondeu: - Comprei um lindo vestido. Discurso indireto: Ela respondeu que comprara um lindo vestido. Como você observou no exemplo, o discurso direto requer uma pontuação específica; o mesmo não ocorre com o discurso indireto. Outra observação importante: o tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso direto. Dessa forma, as relações são: DISCURSO DIRETO Verbo no presente do indicativo: - Não bebo dessa água afirmou a menina. Verbo no pretérito perfeito: - Perdi meu guarda-chuva disse ele. Verbo no futuro do indicativo: - Ele confessou: - Irei ao jogo. Verbo no imperativo: - Aplaudam ! Ordenou o diretor. DISCURSO INDIRETO Verbo no pretérito imperfeito do indicativo: A menina afirmou que não bebia daquela água. Verbo no pretérito mais-que-perfeito: Ele disse que perdera seu guarda-chuva. Verbo do futuro do pretérito: Ele confessou que iria ao jogo. Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo: O diretor ordenou que aplaudíssemos . Modelo - Mudança de discurso O trecho a seguir é parte de uma entrevista com a antropóloga Alba Zaluar, feita pela revista IstoÉ, que teve como tema dominante a atuação do exército no combate ao tráfico no Rio de Janeiro em novembro de 2004.

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DISCURSO DIRETO, INDIRETO E INDIRETO LIVRE

Há várias formas de tratar as falas de personagens

numa narrativa.

Observe:

DISCURSO DIRETO: É a reprodução direta das falas de personagens. É um recurso que imprime maior agilidade ao texto, permitindo ao autor mostrar o que

acontece em lugar de simplesmente contar. Também permite utilizar o modo de falar dos personagens como elemento caracterizador. Veja como exemplo:

Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos,

ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá

minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.”‟

Jornal do Brasil, 29 maio 2005.

DISCURSO INDIRETO: Neste caso, as falas dos personagens são adaptadas e incorporadas pelo

narrador. Dessa forma, conta-se mais do que se mostra. Observe como ficaria o trecho acima se usado o discurso indireto:

Juarez, desolado, dizia que não tinha tido tempo

de apanhar suas coisas e que agora não possuía

mais nada. DISCURSO INDIRETO LIVRE: É uma combinação dos

dois anteriores, confundindo as intervenções do narra-dor com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar

os fatos a um só tempo:

O desolado Juarez tinha perdido tudo. E agora,

cadê dinheiro para comprar tudo de novo?

Como transformar um discurso direto em indireto

e vice-versa

Ao fazer uma narração, podemos reconstituir as falas

dos personagens utilizando a estrutura de um discurso direto ou de um discurso indireto. Portanto, é importante dominar essas estruturas e conhecer as relações entre

elas.

Vamos destacar alguns aspectos dessas relações:

O discurso direto apresenta-se em primeira pessoa; O discurso indireto, em terceira pessoa (a fala do

personagem é reproduzida com palavras do narrador)

Discurso direto:

Ela respondeu: - Comprei um lindo vestido.

Discurso indireto:

Ela respondeu que comprara um lindo vestido.

Como você observou no exemplo, o discurso direto requer uma pontuação específica; o mesmo não ocorre com o discurso indireto.

Outra observação importante: o tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação

ao tempo verbal do discurso direto. Dessa forma, as relações são:

DISCURSO DIRETO

Verbo no presente do indicativo:

- Não bebo dessa água – afirmou a menina.

Verbo no pretérito perfeito:

- Perdi meu guarda-chuva – disse ele.

Verbo no futuro do indicativo:

- Ele confessou: - Irei ao jogo.

Verbo no imperativo: - Aplaudam ! Ordenou o diretor.

DISCURSO INDIRETO

Verbo no pretérito imperfeito do indicativo:

A menina afirmou que não bebia daquela água.

Verbo no pretérito mais-que-perfeito:

Ele disse que perdera seu guarda-chuva.

Verbo do futuro do pretérito:

Ele confessou que iria ao jogo.

Verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo:

O diretor ordenou que aplaudíssemos.

Modelo - Mudança de discurso

O trecho a seguir é parte de uma entrevista com a antropóloga Alba Zaluar, feita pela revista IstoÉ, que teve como tema dominante a atuação do exército no

combate ao tráfico no Rio de Janeiro em novembro de 2004.

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IstoÉ: Mas então os moradores das favelas não são

agradecidos à proteção dos traficantes, como se diz? Alba: Quando faço pesquisas nesses locais e ouço mães falarem, elas dizem que têm muito medo de que

seus filhos sejam atraídos pelas quadrilhas. Elas têm uma política de atrair os menores porque são inimputáveis*, mais dóceis e mais ágeis. Isso assusta

muito as mães. Os policiais entram nesses lugares, matam os meninos e os marginais adultos, muitas vezes, conseguem escapar.

IstoÉ, ed. 1311.

* Inimputável – que não pode ser responsabilizado por

seus atos.

QUESTÃO:

Tendo como referência as informações contidas

tanto na pergunta quanto na resposta, escreva um parágrafo, apresentando-as em discurso indireto, relatado. Você não precisa se prender às palavras

utilizadas no diálogo, à estrutura das frases no mesmo, nem à ordem em que as informações foram apresentadas. Procure ser claro e conciso.

PROCEDIMENTO:

Leia o texto com atenção, observando tanto as perguntas quanto as respostas. Reescreva o texto como se estivesse relatando uma conversa, um diálogo

ouvido, sem reproduzir as palavras dos interlocutores.

A antropóloga Alba Zaluar afirma que, ao contrário do que muitos pensam, as mães não são “agradecidas” aos traficantes que empregam seus filhos. Elas na

verdade, temem o fato de as crianças serem atraídas por quadrilhas que as utilizam por serem mais dóceis, ágeis e, principalmente, inimputáveis. Seu temor é

justificado pelo fato de que, quando policiais invadem as favelas, as crianças passam a ser as principais vítimas da violência, sendo facilmente mortas enquanto os

marginais adultos se evadem. (Pág. 15) (Pág. 17)

Progressão textual

PROCEDIMENTO: Procure inteirar-se do assunto desenvolvido. Pergunte-se qual o objetivo do autor do

texto. Observe bem o padrão de linguagem, o estilo que ele vem utilizando, para lhe dar sequência.

Questão 1 - Progressão Textual

O trecho a seguir é o parágrafo inicial de um texto inacabado. Sem ter a preocupação de concluir o texto, escreva um parágrafo, até o limite de 13 linhas, que lhe

dê continuidade.

Observe que deve haver continuidade no tratamento do tema e na linguagem adotada.

Durante um mês, entre Junho e Julho de 2006, o Brasil inteiro deixou em segundo plano seus problemas

e preocupações e fixou sua atenção na Alemanha, onde

se realizava a Copa do Mundo. Nessa fase, nada era mais importante para o país que perseguir o sonho do hexa, que o país almejava desde a conquista do penta;

e que, finalmente,não se concretizou. Passada a euforia da Copa, uma questão se coloca: em meio à grave crise social e econômica que o país atravessa, que efeito

pode ter o resgate do amor próprio decorrente da não conquista do hexa?

De um lado, pode ter efeitos altamente benéficos:

otimismo e euforia, que lhe dariam motivação para enfrentar a luta. O cidadão passaria a crer em que nem tudo está perdido e que é preciso ter esperança,

disposição, pois o desânimo e o derrotismo em nada contribuem para solucionar problemas. Por outro, porém, pode o brasileiro mais uma vez se deixar

ludibriar pelo falso ufanismo e “deixar a bola rolar”. Isso é perigoso, porque como nos campeonatos de seu esporte favorito, ficará apenas assistindo aos outros,

não fazendo sua parcela de sacrifício, eximindo-se de responsabilidade diante de problemas que também lhe dizem respeito. (Pág. 19)

Questão 2 - Progressão textual

Leia o texto abaixo e redija mais dois parágrafos,

num total de até 15 linhas, dando continuidade ao assunto, fazendo progredir as informações e garantindo a unidade temática.

Álbum de recordações

O álbum de fotografias é uma espécie de geladeira da história. Nele armazenamos, imperecíveis, as

imagens do nosso tempo. Guardo na mente um álbum do Brasil dos últimos anos. Ao folheá-lo, deparei com duas fotografias marcantes.

Uma delas mostrava uma grande multidão concentrada numa praça, de braços erguidos, como que em intensa euforia, tendo ao fundo vários políticos de

braços dados. Era a campanha pelas eleições diretas. Impossível esquecer a alegria que tomava conta das pessoas, brasileiros de todas as classes sociais e de

todos os recantos do Brasil, entoando em coro uníssono de liberdade o hino nacional.

A segunda foto, lamentavelmente, mostrava corpos

espalhados pelo chão, tendo em seus ventres marcas de costura horríveis, como se fossem sacos de cereais. Eram brasileiros covardemente assassinados por

quererem um pedaço de solo para plantar. Eram os mortos de Corumbiara, talvez uma estatística apenas para aqueles que um dia quiseram se eleger.

Jostas de Souza, Folha de São Paulo.20 nov. 04.

(Pág. 21)

Carta

OBJETIVO DA QUESTÃO:

Este tipo de questão - redigir um comentário ou uma resposta a um texto dado - pretende avaliar a

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capacidade que o candidato tem de escrever um texto numa situação determinada, com um interlocutor fixo.

Os recursos de linguagem utilizados devem ser adequados ao texto base, com o qual se deve estabelecer a interlocução. Do mesmo modo, a opinião

pessoal do candidato sobre o episódio descrito no texto deve estar presente.

Obs: Não se devem usar os formalismos estéticos de carta, tais como: local, data, invocação, despedida etc.

Questão de Modelo

Na seção Cartas da revista Veja (ed. 1352), figura o seguinte texto:

Há algum tempo, durante um cafezinho na copa do prédio de Letras, da Universidade de São Paulo, ouvia, involuntariamente, alguns comentários de professores

que ali estavam, em intervalos de aulas. O assunto eram os filhos. “Meu filho mais velho se forma em Medicina neste ano.” “O meu em Direito.” Aí, por mera

curiosidade, interrompi a conversa do grupo e perguntei: “Alguém de vocês tem, por acaso, algum filho professor ou que esteja seguindo a carreira do magistério?”

Ninguém tinha. Perguntei por quê. A resposta comum a todos foi que sempre desejamos o melhor para os filhos e ninguém quer que eles sofram em suas vidas

profissionais os constrangimentos experimentados pelos pais.

Antonio Suarez Abreu

Escreva para a mesma revista um comentário, de até 10 linhas, a respeito do assunto, com a finalidade de

que sua opinião sobre a influência dos pais na escolha profissional dos filhos seja publicada.

Exemplo 1

Não pude deixar de sensibilizar-me com a carta do Sr. Antônio Suárez de Abreu – cartas, Veja, ed. 1352 –, que comenta a intromissão dos pais na escolha da

profissão dos filhos e insinua o desprestígio da profissão de professor, uma vez que nem os próprios pais a querem para seus filhos. Julgo lamentável que

pais professores não queiram para seus filhos a profissão que tiveram. Isso prova o quanto a classe está desgastada, se até eles não acreditam mais na carreira,

o que por si só é uma pena. Pior ainda é que, com sua formação, parecem estar estimulando os filhos a escolher sua profissão mais por razões econômicas do

que vocacionais. O que esperar, então, de pessoas menos esclarecidas?

Exemplo 2

Com relação à carta do Sr. Antônio S. Abreu, publicada

nesta revista (n. 1352), creio que estão cheios de razão os professores da USP, quando afirmam que querem o melhor para os seus filhos ao opinarem sobre as

profissões escolhidas por ou para estes. Ser professor, hoje, é um exercício de

constrangimento e de sofrimento, salvo algumas

exceções. A educação no país está sucateada porque o salário dos professores, em todos os níveis de

graduação, foi sucateado, ferindo, consequentemente, a dignidade no exercício dessa profissão.

Parece-me natural que pais professores não queiram

que seus filhos sejam futuros professores e que, também, os influenciem na escolha de uma profissão que traga, ao menos, um mínimo de dignidade a quem

a exerce.

CARTAS EDITADAS EM REVISTAS

Para que você se familiarize com a linguagem das cartas, observe a seguir, alguns exemplos de cartas publicadas nas revistas Veja e IstoÉ, de leitores que se

posicionaram sobre alguma reportagem publicada.

Carta 1

Hoje, cinquentão, ainda me lembro da minha infância e de minhas professoras do curso primário, que curavam nossas peraltices com carinhosas e

providenciais reguadas. Numa dessas ocasiões, quando cheguei a casa e reclamei da punição para minha mãe, ela não foi brigar com a escola, não procurou a

imprensa, mas se dirigiu a uma varinha de marmelo, que mantinha estrategicamente colocada em um canto do fogão à lenha, com a qual nos esquentava as

pernas. Nem eu nem meus irmãos crescemos traumatizados. Só acrescento que varinha de marmelo também educa, embora, hoje, seja difícil encontrar.

Roberto Antonio Cera, Piracicaba, SP – Veja, 8/05/06.

Carta 2

Sem-teto

Com imensa tristeza, li a reportagem “O céu por cobertor” (IstoÉ, 1364). O surgimento da nova geração

de meninos de rua demonstra que em nosso país é um salve-se-quem-puder, e os mais pobres não têm nem teto para morar, muito menos como criar uma família.

Que fim teremos com isso?

Islânia Pereira Santos, Itaipé, MG – IstoÉ, 1366.

Carta 3

Sem-terra

Com relação à reportagem “Reforma agrária na marra” (IstoÉ, 1358), desde que me conheço por gente, meu pai falava em reforma agrária. Hoje, tenho mais de

40 anos bem vividos e a tão esperada reforma ainda não saiu. Os grandes latifundiários, a cada dia, com mais terras e os pequenos, com menos. Aqueles que

combatem as revoluções pacíficas promovem as revoluções sangrentas.

Jorge L.Cirino, Curitiba - PR – IstoÉ, 1360.

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Carta 4

Desaparecidos

Os comentários da reportagem “Desaparecidos

entram em cena” (IstoÉ,1353), sobre os ativistas mortos pelo regime militar, são curiosamente tímidos num ponto: evita-se dar ret rospecto de suas atividades. Os

jovens devem saber qual foi a luta deles, os cursos que muitos deles fizeram em países do bloco comunista de então, onde aprenderam as artes da subversão e da

sabotagem. Saber detalhes do campo de treinamento de guerrilheiros, implantado por Lamarca no Vale do Ribeira, que foi cercado pelas Forças Armadas, mas

não sem que um dos heróis da liberdade matasse um refém, tenente Alberto Mendes Júnior, com uma coronhada de fuzil. Deve informar-se dos inúmeros

assaltos a banco, efetuados na década de 70, para arrecadar fundos para o “exército do povo”, que homens como Lamarca queriam administrar.

Antoon Schuller, Betim, MG – IstoÉ 1354.

REDAÇÃO – Carta 1

“Inove ou morra. Você ouve falar disso toda hora, e esse mantra parece valer para tudo: banco, supermercado, padaria, revista, inseticida ou o que for.

E o que acontece quando você nega essa verdade supostamente universal? Bem, se você for o colégio católico São Bento, no Rio de Janeiro, você não apenas

não morrerá, como florescerá. Na semana passada, os alunos do São Bento, no Rio, sagraram-se os mais bem preparados do país, segundo a lista do Exame Nacional

do Ensino Médio. (...) Na contramão do que fez a maioria das escolas, o São Bento ignorou a onda das novas teorias de educação da década de 70. Ensina

seus 1.100 estudantes – todos do sexo masculino, de 7 a 17 anos – quase da mesma forma que há 148 anos, quando foi fundado. Não tem mais palmatória, mas

piercing, tatuagem e cabelo grande nem pensar. Qualquer coisa que possa tirar o aluno do objetivo principal não passa da portaria. Nem as meninas. (...) O

colégio atribui o sucesso ao binômio „disciplina e seriedade‟. Os garotos até a 8ª série precisam usar uniforme completo: camisa azul de botão, calças ou

bermuda cinza, meias cinzas e tênis preto. Se usarem algo diferente disso, voltam para casa. No ensino médio, durante o qual a maioria dos colégios nem cobra

uniforme, o São Bento exige a camisa pólo bege com o brasão da escola e calça comprida. A presença exclusiva de meninos obedece a uma lógica. „A visão da

menina toca o menino afetiva e sexualmente. Eles são mais aliciáveis que elas. Vide o fato de que revistas com mulheres nuas vendem mais que as com homens nus‟,

afirma o reitor, Dom Tadeu de Albuquerque. Da 1a à 5

a

série do ensino fundamental e no 3o ano do ensino

médio, os alunos ficam no colégio das 7h30m. às 16 h.

Muita coisa? Não para Dom Tadeu, para quem esse tempo é, em síntese, um precioso investimento no futuro. „O aluno tem de saber que vale a pena ficar no

colégio enquanto o filho do vizinho está na praia, surfando, afirma ele. (...) No ensino médio, os professores estimulam os estudantes a pesquisar à

tarde sobre os temas abordados nas aulas matinais. Os alunos têm à disposição a biblioteca, com 13.400 títulos em 21 mil volumes, e cinco computadores com acesso

exclusivo para pesquisa. „Nosso aluno não é máquina de repetir professor. Queremos que pense. O jovem não vai ficar tutorado para o resto da vida‟, diz a

coordenadora e professora de Português, Rosângela de Almeida. Inovações pedagógicas das últimas décadas, como projetos multidisciplinares em torno de grandes

temas, não são a tônica do São Bento. E o ponto é que nada disso parece estar fazendo falta. Em vestibulares disputados, a taxa de aprovação do São Bento fica fora

da curva. Quase metade dos alunos que tentam uma vaga para Medicina chega lá, segundo o site da escola. Sair do São Bento é relativamente fácil. Basta repetir de

ano, por exemplo. Ou, como fez um aluno da 5a série,

chamar a professora de „gostosa‟. Entrar é bem menos fácil. Há dez candidatos por vaga, e os pais dos

interessados não parecem desestimulados pela mensalidade de cerca de R$ 1.500.”

(Época, 20 de Fevereiro de 2006, pp. 82-83.)

Considerando a matéria acima, escolha e desenvolva apenas UMA das propostas de redação abaixo em um texto entre 18 e 24 linhas:

PROPOSTA A) Posicione-se como alguém responsável pelo aluno da 5

a série que foi expulso e redija uma carta

ao reitor do Colégio São Bento censurando a educação tradicional ali ministrada.

PROPOSTA B) Posicione-se como um dos alunos aprovados para o curso de Medicina e escreva uma carta endereçada a Dom Tadeu de Albuquerque

elogiando a educação tradicional característica do colégio do qual ele é o reitor. Fundamente sua posição. NÃO ASSINE seu texto.

Use caneta azul ou preta (Pág. 23).

REDAÇÃO – Carta 2 - Leia o texto a seguir: Guerra contra o cigarro

A luta contra o cigarro ganhou uma nova e poderosa arma no final de fevereiro, quando entrou em vigor o

primeiro tratado internacional, com o objetivo de reduzir o tabagismo. O documento elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) foi ratificado por mais de 50

países (o necessário para entrar em vigor eram 40). O Brasil ainda não ratificou o documento. As medidas que

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deverão ser adotadas pelos países membros dizem respeito aos locais de proibição, à publicidade do

produto e à questão de impostos e preços.

(Galileu, abril 2005, adaptado.)

Escreva uma carta ao Presidente da República manifestando-se a respeito do assunto. Seu texto

deverá conter: • Pedido para que o Presidente assine o documento. • Argumentos a favor da proposta da OMS (Como este

é um exercício de argumentação, mesmo que você seja contra, deverá aqui defender a proposta da OMS). • Sugestões de como executar as medidas anunciadas

acima (lugares, publicidade, impostos, preços etc.). Sua carta deve ter de 7 a 10 linhas. ATENÇÃO: A CARTA NÃO DEVE SER ASSINADA.

LEMBRE-SE: QUALQUER IDENTIFICAÇÃO ANULA A REDAÇÃO (Pág. 25).

RÉPLICAS

Na réplica, são dados dois textos: no primeiro, um

escritor X posiciona-se, em uma revista ou um jornal, sobre um determinado assunto; no segundo, Y, escreve-se, para a revista ou para o jornal,

manifestando também sua opinião, compondo-se ao escritor X. Este replica, defendendo-se.

Os passos são os seguintes:

Passos para a confecção do texto da réplica

a) Tese: O escritor X externa seu ponto de vista sobre

um determinado assunto.

b) Antítese: O escritor Y se contrapõe com argumentos, combatendo o ponto de vista de X.

c) Seu texto: Você deverá redigir um texto, defendendo a posição de X e combatendo a argumentação de Y.

Texto para réplica

Em artigo na coluna de opinião da folha de S. Paulo, o jornalista Marcelo Beraba comentou as avaliações e sugestões de leitores convidados por aquele jornal para

diagnosticar os grandes problemas a serem enfrentados pelo novo governo.

Texto 1

Parece-me haver consenso de que o grande

problema de nossas administrações não é a falta de dinheiro, mas como o dinheiro vem sendo gasto. Principalmente nas áreas de educação e saúde. [...]

Em relação à educação, há um dado revelador: são muitos os depoimentos que evocam as qualidades da antiga escola pública e lamentam a sua falência. São

testemunhos que provavelmente mitificam o passado, mas indicam a insatis fação com a realidade imposta à classe média e aos sem recursos, não alternativa. Ou é

a escola particular cada vez mais cara, ou é a escola pública insatisfatória.

(Folha de S. Paulo, 6-11-04, p. 1-2.)

Alguns dias depois, Renato Janine Ribeiro,

professor de Filosofia Política da Universidade de São Paulo (USP), encaminhou carta ao jornal, comentando o artigo.

Texto 2

[Os leitores] incorrem num equívoco, que Marcelo Beraba não corrigiu, e que consiste em imaginar que se

possa reorientar o Estado na direção da justiça e até mesmo da nova eficácia sem gastos maciços, apenas modificando a estrutura do dispêndio. Ora, é ilusório

acreditar que “dinheiro existe, apenas é mal gasto”. Tome o caso da rede pública de educação. O salário é ridículo. Por hipótese, suponhamos que parte do

dinheiro da educação esteja indo para atividades – meio em detrimento das atividades-fim, ou para a construção de prédios em vez de sua manutenção. Mas quanto

dinheiro é este? Há dados realmente confiáveis que validem essa tese? Se a “sociedade” quer mesmo um ensino público bom, vai ter que pagar por isso, e isso

não é barato. [...] Receio muito a demagogia fácil que hoje seduz a classe média: como ser do Primeiro Mundo sem pagar nada por isso ?

(Folha de S. Paulo 14-11-04, p. 1-3.)

É norma em muitos órgãos de imprensa, quando opiniões são expressas por um jornalista, ou pela

direção de um jornal citado, o editor escrever uma réplica, em geral, um texto breve respondendo às críticas apresentadas.

Tomando por base os trechos selecionados do artigo do jornalista Marcelo Beraba (texto 1) e da carta do professor Renato Janine Ribeiro (texto 2), escreva um

texto, até o limite de 15 linhas, que possa servir de réplica do jornalista ao professor. (Pág. 27)

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Para maior clareza, observe o exemplo a seguir.

Exemplo de réplica

Realmente o professor Janine tem razão (artigo da

Folha de S. Paulo de 14-11-94). Os leitores incorrem em um equívoco: o de repetirem discursos sem analisarem a realidade.

Historicamente, o discurso que se ouvia era que primeiro o bolo tinha que crescer para depois ser dividido. O bolo cresceu; comeram-no. O que restou,

hoje, utilizam para tampar rombos de banqueiros. O povo precisa continuar puxando a carroça, e a

espiga de milho que lhe põem à frente, na atualidade, é

o chavão de que para se chegar ao “Primeiro Mundo” é preciso pagar um preço equivalente a este. Resta saber, agora, a quem?!

Réplicas publicadas

As réplicas abaixo foram publicadas nas revistas Veja e IstoÉ. As mesmas são defesas daqueles que se

sentiram atacados, de uma forma, ou de outra por reportagens que citavam os seus nomes, deturpando o que eles haviam dito ou feito anteriormente.

Réplica 1 Prestes Filho

A reportagem “Cavalheiro solitário” (IstoÉ, 1368) co-

meteu um grave erro ao atribuir à cidade de Santo Ângelo (RS) uma população de “17 mil habitantes cercada por favelas”. Santo Ângelo, que foi palco do

primeiro levante revolucionário liderado por Luiz Carlos Prestes, é hoje a maior cidade do noroeste gaúcho. Com cerca de 80 mil habitantes, destaca-se por ser um

pólo de desenvolvimento econômico, social, turístico e cultural na histórica região das Missões. Quanto à afirmação de que a cidade está cercada por favelas;

retrata uma imagem deturpada de quem não conhece esta região, pois esse fator, derivante do êxodo rural e comum a todas as cidades brasileiras de grande e

médio porte, não é, nem de longe, a principal característica da histórica, bela e hospedeira cidade de Santo Ângelo.

Adroaldo Mousquer Loureiro, Prefeito de Santo Ângelo, RS – IstoÉ 1370.

Réplica 2 Coração

A afirmação atribuída à minha pessoa, referindo-se à

inexistência de emergência cardiológica no serviço público do estado de Pernambuco, como foi dito na reportagem “O Rio marca passo” (IstoÉ, 1387) encontra-se incorreta. Na

verdade, o Hospital Osvaldo Cruz, ligado à Universidade de Pernambuco, possui emergência especializada em cardiologia há aproximadamente 20 anos. Recentemente,

o Hospital Agamenon Magalhães inaugurou a segunda

emergência cardiológica do estado.

Brivaldo Markman Filho, Recife, PE – IstoÉ, 1390.

Réplica 3 Victor Fasano

Minha entrevista na Veja desta semana apresenta a seus leitores um homem com o qual não me identifico.

Só minha incapacidade de verbalizar ideais e sentimentos poderia justificar frases que me situam como simpatizante nazista. Estou chocado, inclusive

comigo, pela forma como um ingênuo comentário, restrito a meus estudos sobre a eugenia de criações em cativeiro, deu margem a tal apresentação. Quero me

desculpar com todas as pessoas que se sentiram ofendidas por esse lamentável mal-entendido em especial a comunidade judaica, ferida pela interpretação

de conceitos que emiti, única e exclusivamente, ao dissertar sobre espécies animais. Eu abomino, sempre abominei, toda e qualquer forma de discriminação.

Victor Fasano, Rio de Janeiro, RJ – Veja 18/10/05.

*PROPOSTA 1:

A seguir, apresenta-se o trecho de entrevista concedida pelo padre José Antônio Trasferetti, professor de teologia moral na Pontifícia Universidade

Católica (PUC) de Campinas, defendendo a participação dos homossexuais na Igreja.

IstoÉ: Porque a Igreja é tolerante no caso dos homossexuais?

Trasferetti: A igreja não aceita, na prática, o

homossexualismo. Se o sujeito for gay, porém casto, não está cometendo nenhum pecado. A igreja considera as relações genitais entre pessoas do mesmo sexo um

ato desordenado, uma anomalia. Isso precisa ser revisto. Há casais homossexuais que vivem 15, 20 anos juntos, que são íntegros, trabalham e são felizes em seu

modo de ser.

IstoÉ: O sr., então, é um rebelde, que discorda da posição da igreja?

Trasferetti: Eu sou padre. O problema é que tenho na região de minha paróquia homossexuais, travestis que

têm famílias aqui, que são religiosos e acho que devo dar atenção a eles. A igreja entende que o modo de vida deles está errado, mas não vou também

discrimina-los. Assim como recebo os outros que não vivem de acordo com os preceitos da igreja, os recebo também. Defendo que não basta condená-los. A igreja

deveria dar mais atenção a essa gente e acabar com a homofobia.

IstoÉ: Mas, para o sr., o homossexualismo é uma anomalia?

Trasferetti: Acho que é uma opção de vida. Mas é

preciso fazer certa distinção. Há homossexuais

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anômalos e heteros anômalos. Um tarado, por exemplo, é anormal mesmo sendo heterossexual. A anomalia não

está em ser hetero ou homo e sim na forma como o indivíduo vive a sua condição sexual. QUESTÃO:

A partir desse diálogo, escreva um texto conciso (máximo de 12 linhas), em discurso indireto, apresentando o ponto de vista do padre em relação aos homossexuais e à

posição da Igreja. (Pág. 29)

* PROPOSTA 2:

O trecho a seguir é o parágrafo inicial de um texto inacabado. Sem ter a preocupação de concluir o texto,

escreva um parágrafo, até o limite de 10 linhas, que lhe dê continuidade. Observe que deve haver continuidade no tratamento do tema e na linguagem adotada.

O Brasil é um país enorme, complexo e contraditório. Nele convivem diferentes etapas do desenvolvimento,

manifestações culturais muito acentuadas. Coexistem aqui o arcaico e o moderno, o luxo e a miséria. Neste país se vai da arquitetura barroca de Ouro Preto à

modernidade de Brasília, dos pinheirais do Sul aos palmeirais do Nordeste. Nele estão presentes diversas raças e tipos humanos diferentes. (Pág. 31)

* PROPOSTA 3:

(UNICAMP - SP) Nos últimos tempos, vêm ocorrendo intensas discussões a propósito dos meios de combater

a violência praticada por menores, nas grandes cidades. Um exemplo é a divergência de opiniões entre Nílton Cerqueira (Secretário Estadual de Segurança Pública

do Rio de Janeiro) e Benedito Domingos Mariano (Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo), veiculada pela Revista IstoÉ, de 04 set. 2005.

Leia abaixo trechos dessa polêmica:

O Estatuto do Adolescente, como está hoje, é uma lei de proteção aos infratores. Quem rouba os tênis das crianças que vão ao colégio? Quem assalta as crianças

nos ônibus? São os menores infratores. A lei acaba deixando desprotegida a maioria, que são vítimas. Os infratores ficam em liberdade por causa da

impossibilidade de uma atuação serena e enérgica dos policiais. Com isso, aqueles elementos de alta periculosidade têm campo aberto para suas ações

criminais. E acabam acontecendo t ragédias como a da Candelária ou a das mães de Acari, que até hoje não acharam seus filhos. Temos que cortar essas

possibilidades retirando esses menores das ruas. (...) Ao contrário do que ocorre hoje, os menores infratores deveriam estar presos, sujeitos ao Código Penal.

No Brasil, é muito comum que as questões sociais não resolvidas se transformem em questão de polícia. É

o caso dos milhares de meninos e meninas de rua, marginalizados pela sociedade e pelo Estado. Usados muitas vezes pelos “pais” de rua, por maus policiais e

pelos narcotraficantes, alguns meninos e meninas de rua são utilizados para atos delituosos leves ou graves.

E, quando isso acontec e, a tese de penalizar o adolescente aos 14 ou 16 anos vem à tona. (...) Onde estão as políticas públicas em nível nacional, estadual e

municipal que proporcionem a prevenção à marginalidade e à delinquência? (...) Não à penalização aos 14 ou 16 anos. Combatam-se as causas estruturais

que alimentam a violência (...).

Benedito Domingos Mariano

Se você acha:

a) Que não se deve punir penalmente os menores de 18 anos, escreva uma carta ao general Nílton Cerqueira,

rebatendo os argumentos por ele apresentados, contrapondo-lhe outros que justifiquem a posição que você defende.

Ou

b) Que se deve punir penalmente os menores de 18

anos, escreva uma carta a Benedito Domingos Mariano, rebatendo os argumentos por ele apresentados, contrapondo-lhe outros que justifiquem

a posição que você defende.

Use 15 linhas com caneta azul ou preta.

(Pág. 33)

Atenção: ao assinar a carta, use apenas as iniciais

de seu nome.

* PROPOSTA 4

Na seção de cartas da revista Veja (n. 1335), figura o seguinte texto:

Casado sob comunhão universal de bens em 1990 e

separado em 2006 por sentença judicial, continuo

mantendo minha ex-mulher, advogada e casada com um brigadeiro da Aeronáutica, mediante o desconto de 37,5% de meus vencimentos de médico do Ministério da

Saúde. Além disso, perdi um apartamento no Rio, comprado após o casamento e que paguei com grande sacrifício através de financiamento de quinze anos.

Hoje ele está alugado pela ex-companheira com o objetivo de aumentar a sua renda, pois ela reside em um imóvel do Ministério da Aeronáutica, em Brasília.

Escreva, para a mesma revista, um comentário de até 12 linhas a respeito do assunto, com a finalidade de que

sua opinião sobre a pensão alimentícia paga às mulheres, pelos homens, quando separados, seja publicada.

(Pág. 35)

COMO ARGUMENTAR

Argumentar é um processo que apresenta dois

aspectos: o primeiro, ligado à razão, supõe ordenar

Page 8: AP._3_REDAÇÃO__Demo_Vozes do Discurso

8

idéias, justificá-las e relacioná-las; o segundo, referente

à paixão, busca capturar o ouvinte, seduzi-lo e persuadi-lo. Assim, argumentar é uma operação delicada, já que é necessário construir idéias e não uma

realidade. A argumentação compreende um quadro constituído

de um tema, assunto sobre o qual haja dúvidas quanto

à legitimidade, um argumentador, que desenvolve um raciocínio a respeito do tema, e um receptor, a quem se dirige os argumentos com a finalidade de que venha

a participar da mesma opinião ou certeza do argumentador.

PRÁTICA TEXTUAL

01. Quando observamos um fato, tiramos algumas conclusões (inferências), a partir de dados que se encontravam implícitos, ou seja, contidos nele. Afinal, o que é uma inferência? Uma inferência é apenas um raciocínio ou um argumento. Uma inferência é o que fazemos quando concluímos algo a partir de qualquer coisa. Eu vejo um homem com gesso num braço; infiro a partir daí que esse homem partiu o braço. Posso cristalizar a minha inferência num argumento: «O homem tem gesso no braço; logo, partiu o braço». Como é óbvio, esta inferência é razoável, mas o homem pode ter gesso por outros motivos; pode ter tido apenas um problema muscular; ou pode estar a fazer uma experiência com um novo tipo de gesso; ou pode ser louco e pensar que tem o braço partido, apesar de o não ter; ou os médicos que lhe colocaram gesso podem ter-se enganado e ele não ter realmente o braço partido. Imaginemos, por exemplo, que você leia no jornal a

seguinte manchete: “Brasil importa automóveis”. Indique três inferências que você poderá fazer dessa leitura.

__________________________________________________

__________________________________________________

__________________________________________________

02. Indique uma inferência para cada manchete de jornal destacada a seguir.

1. Mulheres já podem trabalhar na Bolsa de Valores.

__________________________________________________ 2. Carros brasileiros são recusados pelo Iraque.

__________________________________________________ 3. Corinthians vende seu principal jogador.

__________________________________________________ 4. Aulas recomeçam na próxima segunda-feira.

__________________________________________________ 5. Tribo inteira morre de Sarampo. __________________________________________________

6. Carnaval menos violento este ano. __________________________________________________ 7. Só agora sai a lista dos convocados para a Seleção. __________________________________________________ 8. Governo vai intervir nos laboratórios. __________________________________________________ 9. Escoteiros dirigem o trânsito na Zona Sul do Rio. __________________________________________________ 10. Indústria demite dois mil funcionários só este mês. __________________________________________________ 03. No exercício a seguir fornecemos uma manchete de jornal e uma inferência. Indique, na linha em branco, uma outra inferência.

1. Jorge Amado premiado na Europa. a) Jorge Amado é magnífico escritor.

b) _______________________________________________ 2. Inflação chega a trinta e cinco por cento este mês. a) O Brasil não tem mais jeito.

b) _______________________________________________ 3. O Vasco da Gama ganhou torneio em Madri. a) O Vasco da Gama tem um time magnífico.

b) _______________________________________________ 4. Calor no Rio chega a quarenta e dois graus. a) É necessário trabalhar com ar condicionado.

b) _______________________________________________ 5. Uma multidão saqueou o supermercado. a) A miséria está se alastrando.

b) _______________________________________________

04. Vamos agora fazer um exercício oposto. Damos uma inferência e você vai imaginar um fato que a possa ter gerado.

1. O verão está terminando.

_______________________________________________ 2. As crianças estão mudando muito. _______________________________________________ 3. Precisamos mudar as leis que protegem os menores.

_______________________________________________

Page 9: AP._3_REDAÇÃO__Demo_Vozes do Discurso

9

4. Vai ser mais fácil comprar a casa própria.

_______________________________________________ 5. Os pais vão tirar os filhos das escolas públicas.

_______________________________________________

05. Cada par de palavras abaixo apresenta uma relação específica entre si. Indique, diante de cada um deles, que tipo de relação ocorre. A seguir, escreva, nas linhas em branco, palavras que mantenham a mesma relação do par inicial. Observe o modelo.

Inverno – verão (Relação de oposição) Frio – alto – rico – gordo Quente – baixo – pobre – magro

1. futebol – campo _________________________________

basquetebol – atletismo – teatro – circo

_______________________________________________

2. morno – quente __________________________________

frio – rico – pobre – pequeno

_______________________________________________

3. livro - páginas ___________________________________

escova – pente – espiga – caderno

_______________________________________________

4. touro - força_____________________________________

raposa – coruja – cão – formiga

_______________________________________________

5. fevereiro - março _________________________________

penúltimo – dezembro – sábado – vestibulando

_______________________________________________

6. leão - animal____________________________________

martelo – caminhão – ouro – ameixa

_______________________________________________

7. feliz - contente___________________________________

delicado – desprezado – delicioso – fraco

_______________________________________________

8. cavalo - equino___________________________________

porco – carneiro – gato – cabra

_______________________________________________

9. velocidade - velocímetro___________________________

vento – chuva – tempo – pressão

_______________________________________________

10. soldado - farda___________________________________

padre – estudante – folião – índio

_______________________________________________

06. Para cada grupo a seguir, indique que traço comum une as palavras de (A) e (B) e que características separam os dois grupos.

1. ruído – estalo – rangido – campainha (A) miado – latido – rugido – gorjeio (B)

__________________________________________________ 2. cadeira – branco – sofá – poltrona (A) armário – cama – penteadeira – mesa (B) __________________________________________________ 3. perua – galinha – pato – faisão (A) urubu – pinguim – andorinha – gavião (B) __________________________________________________ 4. janeiro – abril – maio – fevereiro (A) agosto – dezembro – setembro – outubro (B) __________________________________________________ 5. janeiro – março – agosto - dezembro (A)

abril – junho – setembro – novembro (B)

__________________________________________________ 6. janeiro – abril – julho – outubro (A)

março – junho – setembro – dezembro (B)

__________________________________________________ 7. cavalo – baleia – porco – carneiro (A)

pato – pardal – cobra – peru (B)

__________________________________________________ 8. elefante – cavalo – porco – carneiro (A)

galinha – urubu – peru – pato (B)

__________________________________________________

07. Uma das formas mais simples de argumentar consiste de duas frases, uma das quais é conclusão da

outra, chamada premissa (As premissas são os juízos que precedem a conclusão). Indique, para cada conjunto de frases a seguir, o que é premissa (P) e o

que é conclusão (C).

1. A água está saindo da chaleira. ( )

A água deve estar fervendo. ( ) 2. É possível que Roosevelt ganhe as eleições

presidenciais. ( ) Roosevelt tem muitos eleitores no interior do país.

( )

3. Os exames finais devem ser extintos. ( ) Os exames finais dão muito trabalho a alunos e a

professores. ( )

4. Ele já namorou muitas louras. ( )

Ele tem certa queda pelas louras. ( )

5. João comprou um carro novo. ( )

João está bem empregado. ( )

6. Os índios brasileiros não usavam língua escrita. ( )

Os índios brasileiros eram culturalmente primitivos.

( )

7. É muito difícil aprender a escrita japonesa. ( )

O alfabeto japonês tem mais de três mil símbolos.( )

8. A inflação preocupa o governo. ( )

9. É mais macio escrever com caneta-tinteiro. ( )

Page 10: AP._3_REDAÇÃO__Demo_Vozes do Discurso

10

10.Marcelo é mau motorista. ( ) Marcelo bateu com o carro muitas vezes este ano.

( )

08. Às vezes, uma conclusão é fruto de uma série de premissas. Indique duas possíveis premissas de cada

conclusão dada a seguir.

1. As provas de múltipla escolha devem ser proibidas.

__________________________________________________ __________________________________________________

2. O parlamentarismo deve ser implantado no Brasil. __________________________________________________ __________________________________________________ 3. Devemos comprar sempre carros nacionais. __________________________________________________ __________________________________________________ 4. Os alunos devem usar cadernos de papel reciclado. __________________________________________________ __________________________________________________

09. Em muitos casos recusamos a conclusão tirada da(s) pre-missa(s). Os argumentos abaixo podem ser recusados por vá-rias razões:

(1) A premissa não é verdadeira. (2) A conclusão não é uma decorrência lógica da premissa. (3) A premissa não é suficiente para a conclusão. Escreva nos parênteses o número correspondente a cada caso.

1. O PCB protege o povo contra a exploração. O povo deve votar com o PCB. ( ) 2. O governo Brizola construiu muitas escolas. O analfabetismo decresceu no Governo Brizola. ( ) 3. Os alunos acham a prova muito difícil. Os alunos têm que apelar para a cola. ( ) 4. Bermuda não é traje indecente. Os alunos deviam ser proibidos de usar berm uda nos

colégios. ( ) 5. A empresa não paga devidamente aos funcionários. Os funcionários da empresa devem entrar em greve. ( ) 6. Os camelôs apresentam deficiências físicas. Os camelôs devem ser protegidos. ( ) 7. Os camelôs vendem mais barato. Dever der permitida a presença de camelôs nas ruas. ( ) 8. Tudo o que é bom para os Estados Unidos é bom para o

Brasil. Devemos copiar as leis americanas. ( ) 9. As máquinas de escrever custam cada vez mais caro. Devemos escrever com canetas esferográficas. ( )

10. As inferências são de dois tipos: indutivas (do particular para o geral) e dedutivas (do geral para o particular). Em todos os casos a seguir, temos inferências indutivas; verifique se elas são fruto de generalização (G), relação de causa/efeito (C) ou de analogia (A).

1. O livro sobre a vida e a obra de Nelson Rodrigues é muito grosso e caro, por isso deve vender pouco. ( )

2. Os restaurantes estão fazendo como as lojas de roupas, oferecendo pratos a preços mais baratos, por isso estão vendendo mais. ( )

3. Os marinheiros têm uma namorada em cada porto, por isso as mulheres devem evitar casar-se com eles. ( )

4. Os animais também amam, sentem dor e prazer, e morrem, como os seres humanos. Por que falar de crueldade quando se defendem? ( )

5. Medindo grupos de cidadãos brasileiros de várias partes do país, inferimos que os nordestinos são mais baixos que os sulistas. ( )

11. Leia o texto e responda às perguntas.

Contam que um soldado vivia sempre bêbedo. Um dia, o sargento o chamou, mostrou-lhe um copo onde colocou cachaça; pôs, em seguida, no mesmo copo, uma gema de ovo e o resultado foi uma gosma asquerosa. Virou-se para o soldado e disse:

- Veja soldado, o que acontece no seu estômago quando você bebe! Depois de ver isso, o que você pretende fazer?

E o soldado impressionado:

- Nunca mais vou comer ovo! 1. Que tipo de inferência indutiva foi usada pelo sargento?

_______________________________________________

_______________________________________________ 2. Por que a inferência surpreendeu?

_______________________________________________

_______________________________________________

COMO ADEQUAR O VOCABULÁRIO

Um ato de comunicação envolve elementos lingüísticos e extralingüísticos e, para que o vocabulário empregado possa surtir o melhor efeito, devem-se levar

em conta algumas observações. Em primeiro lugar, não há, a priori, uma palavra

melhor que a outra, sendo todas elas igualmente

válidas, desde que adequadas às circunstâncias do ato de comunicação; em segundo lugar, para que uma palavra seja empregada de modo adequado, é

necessário levar em conta todos os elementos que participam do ato de comunicação, ou seja, o emissor e o receptor, o canal, o código, o referente, todos

inseridos numa situação contextual e psicossocial. Para tornar uma palavra adequada ao referente é

necessário considerar prioritariamente a sua precisão,

ou seja, sua maior especificidade: assento é melhor que móvel, cadeira é melhor que assento. Em muitos casos, porém, a situação de comunicação pode fazer com que

se prefiram os termos de conteúdo geral. A adequação da palavra aos participantes do ato de

comunicação, emissor e receptor, leva em conta não só

quem são, mas também a imagem. Um policial não

Page 11: AP._3_REDAÇÃO__Demo_Vozes do Discurso

11

pode usar a de um senador, salvo circunstâncias de apropriação da imagem do outro. Também aqui se deve

levar em conta o uso do jargão profissional, já que cada profissão desenvolve um vocabulário próprio de sua atividade.

A adequação ao código leva à correção: cada palavra tem sua forma própria, que envolve uso correto de letras e acentos gráficos, além de sua adequação

semântica ao referente. As palavras que têm som semelhante ao de outras, os “parônimos”, são fonte comum de erro nessa área.

A adequação à situação de comunicação pode levar à escolha de vocábulos positivos ou negativos, curtos ou longos, regionais ou não, de vários níveis de

linguagem, etc., tudo com o mesmo objetivo de retirar os melhores efeitos do uso dos vocábulos. Como dizia Guimarães Rosa, um vocábulo deve ser um “cacho de

sensações”.

PRÁTICA TEXTUAL

01. Preencha as lacunas com uma das opções entre parênteses, aquela que julgar mais adequada ao contexto. 1. Da janela do apartamento, a menina rica_____________

_____uma boneca maravilhosa, que seria a rainha das outras, se descesse. (apresentava – exibia)

2. Ele está fazendo _______________. (sucesso – êxito)

3. Ficarei muito _______________ caso me faças tal obséquio. (agradecido – grato)

4. Vocês riram num momento ___________ .(incompetente – impróprio)

5. Os jogos foram _______________ em várias cidades do México. (feitos – realizados – executados)

6. Respeitável público, lamento ______________ que o nos -so cômico Pipoca deixou de comparecer, prejudicando nosso espetáculo. (comunicar – dizer – declarar)

7. Quase todos os alunos, nesta classe, ______________ sempre boas notas. (ganharam – obtiveram)

8. Com que ____________________ vou chegar perto da Júlia? (expressão – cara – rosto – aparência)

9. Os concorrentes deverão_____________ tarefas bem penosas. (cumprir – executar – desempenhar)

10. O verdadeiro esportista _____________ dos vícios. (abstém-se – priva-se)

11. O título de rei, que me deram, foi uma ______________ generosa, que recebi em nome, principalmente, do meu amor ao esporte. (oferta – oferenda)

12. Às oito horas__________________ o espetáculo. (começou – principiou)

13. O contínuo ficou envergonhado por não ter_________ __________ o discurso do chefe. (entendido – percebido)

14. Durante a reunião, senti necessidade de _____________ ____________ calada. (manter-me – sustentar-me)

15. Esse é um assunto que não me ____________________. (compete – abrange)

16. É____________________ que líderes autênticos existam. (possível – exequível)

17. Não era possível que esse estado de coisas _________ ___________.(pudesse continuar – continuasse)

18. O professor necessitou de duas horas para ________ ___________ estes exercícios. (elaborar – criar – bolar)

19. Esse era o programa que o professor tinha de _________ _______ durante o semestre. (realizar – cumprir)

02. Preencha as lacunas com palavras adequadas aos novos contextos, derivados da substituição dos vocábulos em destaque.

1. O aluno deixou repentinamente a carteira.

a) O soldado deixou repentinamente o _________________.

b) O camelô deixou repentinamente o __________________.

c) O automóvel deixou repentinamente a _______________.

d) O passageiro do avião deixou repentinamente a _______. 2. O turista ficou alegre com a feliz notícia.

a) O turista ficou _______________ com a repentina notícia.

b) O turista ficou __________________ com a trágica notícia.

c) O turista ficou _______________ com a misteriosa notícia.

d) O turista ficou___________________ com a infeliz notícia. 3. O menino chegou com a roupa molhada de chuva.

a) O menino chegou com a roupa_____________ de sereno.

b) O menino chegou com a roupa ______________ de tinta.

c) O menino chegou com a roupa _______________ de óleo.

d) O menino chegou com a roupa ______________ de lama. 4. Ergueu o polegar como símbolo de sucesso.

a) Ergueu a taça como símbolo de _______________.

b) Ergueu a espada como símbolo de ________________.

c) Ergueu a cruz como símbolo de ________________.

d) Ergueu a bandeira como símbolo de ________________.

5. Resolveu mandar embora a empregada.

a) Resolveu ____________________ o funcionário.

b) Resolveu _____________________ o ministro.

c) Resolveu ______________________ o operário.

d) Resolveu ____________________ o presidente.

03. Indique um vocábulo de sentido geral que se aplique a cada um dos conjuntos a seguir:

1. Queijo – manteiga – iogurte – leite __________________.

2. Pintura – escultura – dança – teatro _________________.

3. Alpinismo – basquete – futebol – tênis _______________.

4. Sapo – rã – perereca – salamandra _________________.

5. Liquidificador – batedeira – aspirador de pó ___________.

6. Samba – valsa – tango – bolero ____________________.

7. Brinco – colar – pulseira – anel ____________________.

8. Batom – rímel – delineador – pó-de-arroz ____________.

9. Bolsa – cinto – sapato – chapéu ____________________.

10. Siri – lagosta – camarão – caranguejo _______________. 04. Indique as palavras ou expressões empregadas ou colocadas de modo inadequado.

1. As pessoas que respiram gás de cozinha morrem frequentemente.

_______________________________________________

Page 12: AP._3_REDAÇÃO__Demo_Vozes do Discurso

12

2. Há várias alternativas a seguir em face do problema. _______________________________________________ 3. O volume de documentos a serem examinados o

desanimava. _______________________________________________ 4. Os jornais vincularam notícias de corrupção. _______________________________________________ 5. Por ser minha companheira de partido, suas ideias iam de

encontro às minhas. _______________________________________________ 6. A mãe colocou o babador no filho quando precisou dar-lhe

água no bebedor. _______________________________________________

05. Seguindo o modelo, substitua o verbo ter por outro de sentido mais específico, fazendo as adaptações necessárias.

Tenho dez minutos para almoçar.

Disponho de dez minutos para almoçar.

1. Meu avô tem um sítio em Minas. _______________________________________________

2. Ontem à tarde, tinha um sujeito se afogando na lagoa. _______________________________________________ 3. O que ele tem? _______________________________________________ 4. Tenha a gentileza de entrar! _______________________________________________ 5. Espero que tenhamos boas férias! _______________________________________________

06. Indique uma palavra de sentido equivalente ao da palavra grande nos textos a seguir.

1. O grande Capistrano de Abreu declarava só ter entrado para a sociedade humana porque não fora previamente consultado.

_______________________________________________ 2. Alma grande é aquela que percebe que o cachorro está

com sede e lhe dá de beber. _______________________________________________ 3. A ambição do homem é tão grande que, para satisfazer

uma vontade presente, não penso mal que em breve daí pode resultar.

_______________________________________________ 4. A amizade é um contrato pelo qual nos comprometemos a

prestar pequenos serviços a alguém a fim de ele nos prestar grandes.

_______________________________________________ 5. A amizade de um grande homem é um benefício dos

deuses. _______________________________________________

07. Substitua o adjetivo pequeno, nas frases a seguir, por outros adjetivos de significado equivalente. 1. Homem pequeno ________________________________

2. Pequena lembrança ______________________________

3. Pequena viagem ________________________________

4. País pequeno ___________________________________

5. Pequena passagem ______________________________

08. Preencha as lacunas com a palavra ou expressão mais adequada, escolhida, entre as que estão em destaque. Abaixo – a baixo – baixo – debaixo – de baixo – em baixo

1. A temperatura no Sul estava _________________de zero.

2. Examinaram o suspeito de alto _____________________.

3. A modelo nada usava ____________________ do vestido.

4. A namorada o esperava _________________, na portaria.

5. Pendurou a gravura ________________ do quadro a óleo. 09. Preencha as lacunas com a palavra adequada, entre as seguintes.

Abaixar – rebaixar – baixar

1. O novo governo não conseguiu ____________________ a inflação.

2. Decidiu ____________________________ o teto da sala.

3. O general devia _______________ os militares acusados.

4. Tinha que ________________ a cabeça para passar pela porta.

5. Com a medida, o dólar devia ________________ no câmbio negro.

10. Preencha as lacunas com uma das seguintes palavras:

Comunicar – informar – declarar – avisar – participar

1. O diretor decidiu __________________ a resolução a todos.

2. A enfermeira achou melhor _________________ sobre os riscos da operação.

3. Queremos ____________________ a todos o nosso casa-mento.

4. A testemunha resolveu __________________ o que havia ouvido.

5. Desejamos ________________ aos empregados que o salário deste mês será pago com atraso.

O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PALAVRA TREM

Interessante que o assunto mineirês veio à tona por parte de alguns jornalistas que escreveram a seguinte

manchete:

Page 13: AP._3_REDAÇÃO__Demo_Vozes do Discurso

13

"Trens batem de frente em Minas".

Os mineiros obviamente não deram a devida

importância, já que pra mineiros isto quer dizer apenas que duas coisas bateram. Poderiam ser dois

carros, um carro e uma moto, uma carroça e um carro de boi; ou até mesmo um choque entre uma mala de

viagem e a mesa de jantar...

Movida pela curiosidade, resolvi então consultar o Aurélio e vejam o que diz:

Trem: sm. 1. Objetos que formam a bagagem dum viajante. 2. Mobiliário duma casa. 3. Bras. Comboio ferroviário. 4. Bateria de cozinha. 5. Bras.Pop. Treco.

6. Diz de pessoa ou coisa ruim, imprestável.

(Bras. : é a abreviatura de Brasileirismo)

Vejam que o sentido de comboio ferroviário é apenas o 3º, e ainda é considerado um brasileirismo. Comentei

o fato com um amigo especialista em etimologia que

esclareceu a questão: o comboio ferroviário recebeu o nome de trem, justamente porque trazia, porque

transportava, os trens das pessoas. Vale lembrar que nesta época o Brasil possuía uma malha ferroviária

com relativa capilaridade e o transporte ferroviário era

o mais importante, assim era natural que as pessoas fizessem esta associação..........................................

Moral da história: O mineiro é antes de tudo um erudito. Além de erudito, ainda é humilde e aceita que

o pessoal dos outros estados tripudiem da forma como

usa a palavra trem. Na verdade, acho que isto faz parte do espírito cristão do mineiro, ele escuta as

gozações e pensa:

"Que trem, sô... mas que sejam perdoados, pois não sabem o que dizem".

ORIGEM DO TERMO "FORRÓ"

O forró, baile animado em que se dança ao som de

ritmos nordestinos, é a redução do vocábulo

"forrobodó", que Câmara Cascudo define no seu Dicionário do Folclore Brasileiro como uma festa

popular, com música movimentada. O processo é o mesmo que produziu formas como "japa" (japonês),

"refri" (refrigerante) ou "pornô" (pornográfico).

Contudo, há uma versão popular de que o nome teria vindo da leitura estropiada da expressão inglesa " for

all ", com que os engenheiros ferroviários ingleses da Great Western (ou os oficiais da base aérea americana

de Natal, noutra versão) avisavam os operários de que a festa era aberta para todos. Linguisticamente, a

hipótese é tola; além disso, o forrobodó já existia no

Brasil Colonial, muito antes da presença de ingleses ou americanos por aqui.

Anotações:

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Anotações:

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Nome:

Turma: Período: Data:

Proposta 1: Discurso DIRETO para INDIRETO

(CEFET) Transponha o texto abaixo para o discurso indireto, mantendo-se fiel às informações.

Use caneta azul ou preta e somente a extensão das linhas dadas.

MÁRCIA GOLDSCHMIDT USA WEB COM PRUDÊNCIA

Em entrevista a Gente, a apresentadora do programa Hora da Verdade, Márcia Goldschmidt, falou para que a internet é útil.

Qual a sua opinião sobre a internet?

Para mim, internet é utilidade, não é lazer. O grande barato é a praticidade.

Para que usa a web?

Buscar informações e pesquisar. Faço compras de vitaminas, suplementos aliment ares, maquiagem, mas não uso cartão de crédito, faço através de depósito bancário, porque não se sabe

direito o destino das coisas que você digita. Ainda não me convenci da segurança. Operações bancárias também não faço, não me sinto tranquila. Em bate-papo entrei uma vez, tinha de conhecer, achei uma grande bobagem, uma conversa esquisita.

Quais sites acessa mais?

Todos os dias a internet me ajuda com a pauta do meu programa. Entro muito nos Últimas notícias, do UOL, no globo.com e no babado.com, que é um vício.

(Adaptado de uma reportagem de Marina Monzillo para a revista ISTOÉ Gente, edição 30/09/2002.)

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Turma: Período: Data:

Proposta 2: ( UFPR ) Considere os seguintes trechos de entrevistas.

Entrevista com a escritora Susan Sontag.

Veja – Exposição demais à violência por meio de fotos e imagens de televisão pode levar as pessoas à indiferença e à passividade?

Susan – Essa foi uma idéia que comecei a discutir nos anos 70, quando escrevi meu primeiro ensaio sobre fotografia, e que senti a necessidade de retomar agora. Naquela época eu disse de maneira um tanto forte que as imagens poderiam, sim, nos tornar passivos. Hoje eu acredito que isso não é necessariam ente verdade. As coisas só acontecem dessa maneira se a mensagem que acompanha a imagem for a de que nada pode ser feito. Se a mensagem subliminar for "sim, tudo é horrível, mas interferir está fora de nossas possibilidades", aí ela leva você à passividade . E é preciso estar alerta também para a compaixão e a simpatia fácil que as imagens de sofrimento nos provocam. (...) Esse tipo de surpresa é uma espécie de clamor de inocência, um álibi. Precisamos sempre questionar o papel da compaixão quando vemos algo terrível que está acontecendo longe de nós. Se não carregar consigo a idéia de que as coisas podem mudar, talvez você se torne realmente passivo e comece a pensar na realidade como um espetáculo.

(Veja, ed. 1817, ago. 2003.)

Entrevista com o cineasta Steven Spielberg.

Veja – O que o senhor acha da tese de que a violência no cinema e na televisão estimula o público a agir da mesma forma?

Spielberg – Acho correta. Assistir à violência no cinema ou em programas de TV estimula muito mais os espectadores a imitar o que veem do que assistir a ela ao vivo ou nos telejornais. No cinema, a violência é filmada com iluminação perfeita, em cenas espetaculares, em câmera lenta, tornando-se até romântica. Já no noticiário, o público tem uma percepção muito melhor de como a violência pode ser horrorosa e usada com finalidades que não existem no cinema.

(Veja, ed. 1821, set. 2003.)

Em um texto de 12 a 15 linhas, compare os pontos de vista de Susan Sontag e Steven Spielberg sobre os efeitos

da exposição do público a imagens de violência. Use discurso indireto. Caneta azul ou preta.

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Turma: Período: Data:

QUESTÃO 1 – Progressão Textual 13 linhas

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Turma: Período: Data:

Questão 2 – Progressão Textual 15 linhas

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Orientações do corretor:

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Turma: Período: Data:

CARTA 1 – 18 a 24 linhas – usar caneta azul ou preta. Proposta : A ( ) ou B ( )

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Turma: Período: Data:

CARTA 2 – 07 a 10 linhas – usar caneta azul ou preta

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Turma: Período: Data:

RÉPLICA – 15 linhas – use caneta azul ou preta.

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Orientações do corretor:

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Turma: Período: Data:

* Proposta 1 – 12 linhas – discurso direto para indireto.

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Orientações do corretor:

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Turma: Período: Data:

* Proposta 2 – 10 linhas – Progressão textual

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* Proposta 3 – 15 linhas – Carta Argumentativa

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Turma: Período: Data:

* Proposta 4 – 12 linhas – Carta Argumentativa

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Orientações do corretor:

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BÔNUS

Texto 1 Texto 2

Cada corpo, uma solução O verão se aproxima e com ele a hora em que cada um se olha

no espelho e lamenta. Seu corpo se parece um tubo, reto e sem curvas? Ou em formato de pêra, típico da brasileira, com cintura bem marcada, coxas e quadris largos? Se houvesse uma

maneira de solucionar isso... Depois de oito anos estudando a anatomia das mulheres, Matt Roberts, personal trainer de estrelas como Madonna, a atriz Sandra Bullock, a modelo

Naomi Campbell e os estilistas Tom Ford e John Galliano, lançou um esquema de preparação física especifico para os diferentes perfis femininos. Desta vez, não se trata de um

programa unissex para perder peso como foi Boa Forma em 90 dias, seu best-seller anterior. Corpo em Forma é um guia de exercícios para as mulheres que

visa a uma transformação maior que a mera diminuição de gordurinhas. Roberts classifica a estrutura do corpo em quatro categorias: pêra, maçã, tubo e ampulheta. “Apesar do formato

natural ser genético, é possível tanto modifica-lo quanto equilibra-lo para potencializar os pontos fracos e mascarar os problemáticos.”

(VEIGA, A. e MONTEIRO, B. Cada Corpo, uma solução. Época, Rio de Janeiro, n. 339, p. 86, 15 nov. 2004.)

Com base na imagem e no texto, produza um texto dissertativo discutindo a relação entre o corpo e concepção de beleza na sociedade atual.

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