Antropologia filosófica definitivo + biblio sem revisao

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  • 7/23/2019 Antropologia filosfica definitivo + biblio sem revisao

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    A tarefa da elaborao de uma ontologia fundamental e a estrutura

    ontolgica do ser-a que se revela como cura. 1

    Por Marina Coelho2

    Resumo:

    Neste trabalho pretendemos mostrar no que consiste a obra magna de Heidegger, sua

    ontologia fenomenolgica fundamental esboada em Ser e tempo de 192!

    "retendemos elaborar de modo que fique clara a import#ncia da obra, seu m$todo, o

    como desta ontologia, no que ela consiste! % an&lise feita aqui $ referente a primeira

    parte do li'ro onde se define essencialmente que o ser do ser(a) $ cura! %temporalidade ser& relegada & outro estudo! N*o nos deteremos em muitos particulares

    da obra, $ pretendido demonstrar e, se poss)'el, esclarecer alguns aspectos gerais, de

    modo que a comple+idade de sua an&lise se mostre mais acess)'el como um todo!

    m Ser e tempo Heidegger se empenha num pro-eto que, ao mesmo tempo, em que d&

    no'os caminhos para o m$todo fenomenolgico tamb$m busca elaborar uma ontologia

    da quest*o mesma do ser! % fenomenologia de Husserl pretende 'oltar &s coisas

    mesmas, Heidegger, com esse artif)cio busca mostrar que a coisa mesma do fen.meno

    $ o ser!

    % fenomenologia de Heidegger tem por tarefa desobstruir o acesso &s coisas

    mesmas, ou se-a, ao ser, numa duplicidade que se denomina primado .ntico(ontolgico

    da quest*o do ser! / autor 'ai fundar sua ontologia no modo de ser daquele que pode

    interrogar e responder pelo sentido de ser! 0 este ente pri'ilegiado Heidegger odenominar& ser(a)!

    1rabalho final escrito para a disciplina de %ntropologia filosfica ministrada pelo "rof! r! 3ui4 Hebecheno semestre de 2516(17

    2studante de gradua*o em filosofia na 8S!

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    % libera*o ontolgica do sentido de ser n*o parte de categorias .nticas ou de uma

    substancialidade do su-eito como parte a antropologia, por e+emplo, o que ela 'isa $

    mostrar como o ser(a), em sua abertura no mundo, tem a possibilidade de compreender

    seu ser porque ele mesmo e+iste e pode constatar o ser! / ser(a) tem uma concep*opr$(ontolgica do ser porque a todo momento $ seu ser que est& em -ogo! +istindo ele

    pode se compreender, mesmo que obstruindo o caminho e decaindo de uma

    compreens*o mais autentica, que di4 respeito a prpria quest*o de seu ser!

    "or este moti'o, pode(se di4er que a ontologia de Heidegger 'ai se fundar na

    prpria e+ist;ncia do ser(a) e, atra'$s da fenomenologia, os modos e+istenciais do ser(

    a) '*o sendo liberados nesse hori4onte ontolgico questionado impropriamente pela

    tradi*o metaf)sica! / que Heidegger pretende $ construir uma ontologia fundamentaldo ser, atra'$s das possibilidades que a fenomenologia lhe abriram para constituir sua

    anal)tica e+istencial!

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    e+istencial elaborada por Heidegger 'isa

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    omo 'imos, n*o se pode falar da e+ist;ncia do ser(a) sem falar de mundo!

    @undo $ algo que se doa, e $ doado pelo ser(a)! Nos modos e+istenciais do ser(a) $

    que 'ai se descobrindo mundo! "rimeiramente, o ser(a) $ sempre ser(no(mundo! / ser(

    no(mundo abre o mundo como mundo! ?ue significa di4er issoK ?ue o mundo,primeiramente, se d& no como descriti'o dos fen.menos! sse como prescinde de uma

    'is*o terica dos ob-etos pois os entes se abrem no seu uso e se mostram como tal!

    N*o h& uma ess;ncia da cadeira, ela $ meramente um utens)lio, um ser(para como

    cotidianamente lidamos com as coisas! / ser dos ob-etos na ocupa*o do ser(a)

    aparecem como utens)lios!

    / ser dos ob-etos numa primeira apro+ima*o sempre se d& como manualidade

    Heidegger abre a manualidade do mundo em contraposi*o com o ser simplesmentesubsistente de uma 'is*o terica! / ser(simplesmente(dado s pode se dar quando h&

    uma ruptura nessa con-untura de signific#ncias que o ser(a) se mo'e como ocupa*o

    no mundo! N*o $ necess&ria uma pro'a pura da e+ist;ncia do mundo e sim o seu

    mostrar, sua descri*o fenomenolgica! N*o $ preciso que o homem formule um

    acesso transcendente em dire*o &s coisas, pois o ser(a) $ ele mesmo essa

    transcend;ncia como ser(no(mundo, pois est& sempre aberto para al$m do ente como

    possibilidade e como pro-eto! e modo que o mundo $ a possibilidade de o ser(a), abrir

    uma s$rie de signific#ncias!

    % partir dessa ontologia que mundani4a o mundo, ou melhor, n*o trata o mundo

    como espao puro de categorias f)sicas, ou mudo empirismo, e sim como dimens*o

    fenomenolgica que abre o mundo & m*o, o autor, ent*o det$m uma no'a concep*o

    da ontologia como des'elamento do como do ser, anterior a qualquer apreens*o .ntica

    da filosofia!

    Heidegger, ent*o, se confronta com todo legado do cartesianismo e da tradi*o

    metaf)sica, tarefa da destrui*o ontolgica reali4ada em Ser e tempo, mostrando que,na 'erdade, o eu cartesiano de'eria ser interrogado em sua e+istencialidade e n*o

    abstra)do como um ser(simplesmente(dado! % apropria*o do eu $ uma tarefa que se

    e+ecuta na prpria e+ist;ncia, a partir da pre(compreens*o ontolgica do ser(a) e dos

    modos de ser em que ele se desdobra! / ser(a) $ um

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    supFe, portanto, uma impropriedade= $ essa a tarefa da anal)tica e+istencial, liberar

    os modos de ser do ser(a) como uma estrutura fundamental que

    Iubois, ! pg>>

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    de fato no mundo! %ntes do conhecimento est& a e+peri;ncia do estar(lanado a)! %

    tonalidade afeti'a n*o $ uma obser'a*o desse peso de estar(lanado, na e+press*o

    de Heidegger, $ um prprio =en'iar(se e des'iar(se=!

    sse peso do a) $ sempre o fardo e origem da responsabilidade! / humor podedecair como fuga na impessoalidade, ocupa*o, decad;ncia ou pode fa4er a

    e+peri;ncia de sua abertura no mundo quando em uma disposi*o de humor origin&ria!

    % tonalidade afeti'a demonstra o e+istencial da disposi*o, ou se-a, o pathos da

    e+ist;ncia, o seu estar lanado e e+posto ao mundo! S se apreende o ente num

    pathos, mesmo que se-a o pathos da indiferena ou neutralidade, ou mesmo em

    tonalidades afeti'as que tendem a fugir da e+peri;ncia do ser(a) de sua condi*o

    e+istencial, o ente $ apreendido fundamentalmente na disposi*o do ser(a)!/ ser(a) sempre $ em 'irtude de, ou se-a, como seu pro-eto, o e+istencial que

    estrutura tamb$m a abertura do ser(a) $ o compreender! / ser(a) se compreende como

    ser(no(mundo antes mesmo de ter qualquer compreens*o teor$tica! / ser(a) e+iste em

    'irtude de si! "ortanto e+iste enquanto suas prprias possibilidades! % possibilidade,

    para Heidegger, n*o $ uma categoria modal ou mera contig;ncia, mas di4 respeito &

    prpria

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    / compreender $ sempre compreender mundo e+istencialmente, atra'$s da

    abertura do ser(no(mundo e todos seus momentos constituti'os que Heidegger delineia

    e libera em sua anal)tica e+istencial! ssa compreens*o ele chamar& de transpar;ncia!

    ?ualquer categoria como intui*o ou pensamento s*o deri'ados desse compreendere+istencial, dessa abertura! "ois o no pEblico e distante de si(mesmo! Se o

    ser(a) $ abertura e possibilidade de compreens*o do car&ter pro-eti'o de sua prpria

    e+ist;ncia! % decad;ncia $ uma oscila*o sem solide4! / ser(a) decai no mundo num

    constante permanecer tranquili4ador nas ocupaFes, no ser(com, ou se-a, na

    impessoalidade e em si mesma como uma constante precipita*o e decad;ncia nose+istenciais que fecham o ser(a) para a compreens*o de suas possibilidades no seu

    11Jbdem pg 25I

    12Jbdem pg 25

    1>ibdem 2A1

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    estar(lanado enquanto pro-eto! No afinar(se na decad;ncia se arranca do ser(a) sua

    propriedade, suas possibilidades prprias, e o lana numa preten*o tranquili4adora!

    ="ertence & facticidade do ser(a) ter de permanecer em lance enquanto for o que $ e,

    ao mesmo tempo, de estar en'olta no turbilh*o da impropriedade do impessoal!"ertence &o ser(a) que sendo, est& em -ogo seu prprio ser, o estar(lanado no qual a

    facticidade se dei+a e fa4 'er fenomenalmente! / ser(a) e+iste faticamente!= 1A omo

    di4emos, a decad;ncia $ a contrapartida que mostra a e+istencialidade da e+ist;ncia!

    Na e+ist;ncia se mostra esse mo'imento da cotidianidade e da possibilidade do ser(

    mais(prprio! =/ ser(a) s pode decair porque nele est& em -ogo o ser(no(mundo no

    prprio compreender e dispor(se!=16Nesse =-ogo= de abertura e fechamento $ que pode

    se fa4er qualquer interpreta*o do mundo! % ontologia fundamental Heideggeriana $e+plicitada de tal modo que fa4, como indicamos, que a metaf)sica parta dessas

    estruturas e+istenciais!

    Nessa estrutura do ser(a) como ser(no(mundo $ posto o problema do todo estrutural

    dessa anal)tica e+istencial, 'isto que o homem n*o $ uma ideia! / ser(a), como

    abertura, se mostra como disposi*o e compreens*o, como 'imos! Heidegger se

    pergunta se n*o ha'eria uma disposi*o compreensi'a no ser(a) que colocasse(o

    diante de si mesmo pri'ilegiadamente! ssa disposi*o prpria se d& na angEstia!

    Na decad;ncia se descortina o a) do ser(a)! / ser(a) diante de si mesmo pode

    des'iar(se de si mesmo! / des'iar(se de si mesmo pro'$m da ameaa, n*o de um ente

    intramundano como Heidegger e+pFe na disposi*o do medo no ser(a), pois a prpria

    fuga $ em dire*o aos entes na impessoalidade e ocupa*o!

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    compreender a partir do mundo na decad;ncia!

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    possibilidade para escolher a si mesmo! % angustia re'ela que na decad;ncia -unto aos

    entes intramundanos n*o h& escapatria, n*o h& determina*o, o ser(a) se encontra

    singulari4ado!

    Nesse e+istencial da ontologia heideggeriana se compreende mais propriamenteque em meu ser est& em -ogo meu prprio ser! +peri;ncia da liberdade de se escolher

    e se apropriar de si mesmo! & podemos 'isuali4ar que= os car&cteres ontolgicos

    fundamentais desse ente Bo ser(a)D s*o e+istencialidade, facticidade, decad;ncia=25

    ntre os car&cteres ontolgicos do ser a) re'ela(se uma cone+*o origin&ria como

    o espao de articula*o do ser(a)! Heidegger denominar& esse fen.meno ontolgico

    origin&rio de cura, por 'e4es, tradu4ido como cuidado! sse e+istencial que det$m de

    maneira origin&ria o todo do ser(a) e+istindo faticamente $ uma estrutura comple+a queser& fenomenologicamente descrita por Heidegger distinguindo(a de propensFes

    .nticos(e+istenci&rias como o querer! % cura articula o ser(a) em sua abertura na

    compreens*o prpria ou imprpria de si mesmo! Se $ o fen.meno origin&ria da

    estrutura e+istencial do ser(a), Heidegger dir& que a cura $ o e+istencial a priorido ser(

    a) como a estrutura que 'em antes de toda atitude ou

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    nas ocupaFes como fuga da estranhe4a da angEstia latente, como des'io &

    decad;ncia!

    %) se delineia a cura como um anteceder(se a si mesmo para um poder ser mais

    prrpio re'elada na angEstia como a subsist;ncia da liberdade! sse poder(ser -& $ em'irtude de que o ser(a) -& sempre

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    fe.meno e+istenci&rio pro'eniente do ser(no(mundo antecedendo(se a si(mesmo

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    Bibliografia:

    Heidegger, @artin! Ser e tempo! 255! Oo4es!

    ubois, hristian! Heidegger: introdu*o a uma leitura! 2556! Pahar!

    Stein, rnildo! ?uest*o do m$todo na filosofia! 3i'raria duas cidades!

    Stein, rnildo! Seis estudos sobre Ser e tempo!

    Circhner, Renato! % temporalidade da presena! ese 8R 255!