Anteprojeto Pós Comunicação Ufc 02.11.2015
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8/18/2019 Anteprojeto Pós Comunicação Ufc 02.11.2015
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INTRODUÇÃO
A fotografia surgiu como uma necessidade de o homem representar o mundo
de maneira instantânea, liberando as mãos da arte tradicional, pintura, como única
representação da realidade. Agora, cabe ao olho unicamente a captação da realidade,
através da objetiva, moldando diversos ângulos. Não somente ruas, bosques, parques,
são fotografados, ela surge como uma reprodução de uma obra original que est
inalcançvel para a massa.! ente reprodut"vel é a principal força fundamentadora da fotografia, é nele
que essta técnica se estandardi#a em sua condição imagética da reprodutibilidade. A
populari#ação da fotografia manteve uma "ntima relação com o aprimoramento técnico,
sem dúvida, ela representa a ruptura decisiva de que qualquer indiv"duo é capa# de produ#ir um registro fotogrfico.
No entanto, a reprodução técnica possui uma longa hist$ria que nos remete
desde os prim$rdios da humanidade, com as pinturas rupestres, onde o homem
descobriu que poderia reprodu#ir o que via% mas aqui a reprodução não tinha o sentido
técnico, ao contrrio mantinha o status único e aut&ntico dessa manifestação cultural.'alter (endi)*h+nflies (enjamin, fil$sofo alemão da escola de ran-furt, foi
um homem a frente de seu tempo, principalmente no que concerne a sua pesquisa da
hist$ria da arte e o impacto desta na sociedade. *uas obras são compostas de ensaios
acerca de temas sociais influenciados pelo mar)ismo a temas de cunho cr"tico as
artes, seu vasto conhecimento sobre o universo subsequente da metamorfose art"stica
lhe fe# um grande fil$sofo da estética, sendo a arte, sua grande musa.(enjamin /AN!0, escreveu uma célebre obra filos$fica, que conforme sabemos
através de pesquisas, e)amina as mudanças causadas pelo impacto das transformaç1es
técnicas na criação da obra de arte e na recepção desta perante a massa. A
reprodutibilidade técnica gerou grandes modificaç1es nos campos da arte e da cultura,como também consequ&ncias nefastas para o campo tradicional da arte.
A otografia surge como o meio técnico que provocou a ruptura decisiva entre
a arte tradicional e sua aura pura, devido a reprodução em grande escala. !bviamente,
o fot$grafo não era o único que copiava um quadro ao fotografar. A t"tulo de
conhecimento, a hist$ria da arte nos mostra que os artistas ensinavam seus aprendi#es a
copiar suas criaç1es, difundindo a criação art"stica para e)trair vantagens tanto de
reconhecimento público, como também de cunho financeiro.
A motivação em se fa#er uma pesquisa sobre a otografia na filosofia benjaminiana, adquiriu sua forma através da leitura do te)to A Obra de Arte na Era de
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Sua Reprodutibilidade Técnica1, um te)to conciso que e)p1e a problemtica da
reprodução cont"nua da arte a sua perda da unicidade. !s debates travados no século
232 embasam o problema futuro que a arte tradicional encontraria com a crescente
reprodução.A otografia surge em 4567, embasando a revolta da técnica, causando a
ruptura da arte sagrada, inviolvel e irreprodut"vel. (enjamin /AN!0 observou esta
revolução no apogeu da era da imagem, nos anos 4869:48;9, e sem pormenores,
problemati#ou esta ant"tese entre a Arte *agrada versus2 otografia. A evolução da
hist$ria da fotografia fa#:se assim um ensaio sublime sobre a encru#ilhada que a arte
fotogrfica se encontra, entre o decl"nio da tradição e sua catarse do olhar. e)por uma m)ima
compreensão dos principais aspectos do debate te$rico entre arte e o significante
fotogrfico brasileiro e suscitar a universalidade da fotografia como arte
1 Publicado em 1936. Constitui uma crítica a reprodutibilidade técnica e aforma que afeta a arte.
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contemporânea, desenvolvendo uma refle)ão sobre a possibilidade de uma arte
fotogrfica, para qual utili#aremos autores e fot$grafos fundamentais para a teoria
fotogrfica como *ebastião *algado /AN!0, iago *antana /AN!0, Boland (arthes
/AN!0, Bichard Avedon /AN!0,
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A origem e os prim$rdios da fotografia foram originados quase no mesmo
per"odo da origem da imprensa% no entanto quando a técnica fotogrfica foi se
aperfeiçoando houve um grande temor sobre os limites de sua e)pansão sobre a arte
tradicional. =sse medo era e)plicado pelos pintores da época, com receio de perder seus
lucros e o status único das pinturas tradicionais. (enjamin /AN!0, através do te)to A
Obra de Arte na Era de !ua Reprodutibilidade Técnica" tece uma cr"tica saga# aos
meios de produção do tecnicismo, evidenciando seu despre#o pela revolta da técnica. Nesse te)to, é e)posta a questão> Hse a fotografia era ou não uma arteI, tal
questão foi resolvida por percalços de vrios debates cr"ticos. !u seja, a arte tornou:se
fotogrfica. Ao longo da hist$ria da fotografia, no primeiro século de sua e)ist&ncia a
fotografia é dedicada a retratação de quadros e obras de arte long"nquas, para ap$s
iniciar o advento dos retratos, principalmente os de fam"lia. Apesar de haver umaresist&ncia de se aceitar a fotografia como uma nova categoria de arte, aos poucos ela
vai ocupando seu lugar de importância.A primeira fotografia registrada, Punto de Vista Desde las Ventanas del Gras,
captada por Niepce, foi a primeira tentativa do homem e)pressar o real de forma
instantânea e mecanicamente, sem necessitar das mãos como o fa# nas pintura. Niepce e
Caguerre aliam:se para aperfeiçoar o processo fotogrfico e dessa aliança surge o
daguerre$tipo, o primeiro processo de reprodução instantânea, apesar do longo tempo
de e)posição, o invento é um sucesso e alça a fotografia a um patamar, a de que todos
poderiam fotografar.A fotografia tenta se justifica pela arte, afinal, foi através desta que a imagem
técnica provou sua importância. *urgindo como um meio de suprir a necessidade de
cultura da época, ao levar as obras de arte para mais perto da massa, afinal o operariado
buscava formas de culturas mais acess"veis, mas não tinha condiç1es de pagar para ir
visitar uma obra em lugares long"nquos.
A fotografia prova seu apogeu e prova pelo cinema um pouco de decl"nio, masnão dura muito, a fotografia surge como peça publicitria dos filmes, pDsteres e carta#es
anunciavam as estrelas da época ao grande público. Assim, publicidade v& na produção
fotogrfica a ferramenta mais efica# do fetiche do consumo. B$tulos e mais r$tulos de
diversos produtos, onde a imagem produ#ida ali não d margens para o feio, e sim para
a perfeição. Nesste sentido inicia:se outro debate> do quanto a fotografia transmite o realJ
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momento, (enjamin /AN!0 denomina de Aura. Km momento único, que j foi e não é
mais. Lale ressaltar que essa Aura fotogrfica é diferente da aura da arte tradicional.
quem o pintou, o
comprador, por quantas geraç1es ele foi herdado% na fotografia aura pungente parece
ef&mera, mas sim, ainda est ali.Beiterando que inicialmente na visão de 'alter (enjamin /AN!0, o surgimento
e fasc"nio pela fotografia tra# um problema, a crise da arte. @om a grande produção de
fotos de quadros famosos a aura da obra original sofre uma grande ruptura. = o que é a
auraJ A aura é a unicidade, autenticidade e tradição de uma obra, é o hic et nunc /aqui e
agora na sua ess&ncia0.*implificando a aura é aquele momento único de conhecer a obra original em
toda a sua potencialidade.! parado)o aqui é endossado na reprodutibilidade técnica> afotografia trou)e o culto para uma e)posição em massa, em larga escala, mas também
destruiu o spectrum único do artista, o valor de culto foi subtra"do no m)imo pelo
valor de e)posição. No entanto a arte tornou:se mais pr$)ima da massa.Apesar de evidenciar que a reprodução técnica transformou a arte em fetiche,
em mercadoria, (enjamin /AN!0 no ensaio A #e$uena %i!t&ria da Foto'ra(ia admite
que a fotografia é uma nova forma de arte, é a arte pela arte. !s quadros fotografados
tornaram:se mais comuns em salas de jantar, vitrine, inferimos aqui que sutilmente a
arte:fotografia trou)e uma maior culturali#ação M o objeto de culto pr$)imo do
observador.Apesar de os conceitos acima parecerem bastante $bvios, é com efeito uma
refle)ão interessante, pois a fotografia é um elemento e captação espaço:temporal em
toda sua tridimensionalidade. Não a foto sem um referente, e este se encontra no real, a
imagem nada mais é do que um encontro do ser com o real. =m toda sua significação,
simbolismos do puramente fotogrfico.Ciante deste levante de pesquisa é pertinente fa#er uma anlise acerca da
ilustre figura do flâneur M sendo que na modernidade esse papel do andarilho pertence
ao fot$grafo de rua, que assim como o flâneur, sai vagando pelas ruas, respirando e
observando a urbanidade em busca do acaso, de algo que o surpreenda e o faça eterni#ar
aquele instante decisivo )*re!!on" ANO+ através de sua lente.! fot$grafo de rua é sem dúvida o perambulo da modernidade, com a diferença
de que todos possuem uma câmera e m"dias pelas quais possa compartilhar seu retrato
da realidade. ! conceito do real fotogrfico atualmente ganhou termos cada ve# mais
e)tensos e se não mais, uma forma mimética. A aura de cada fotografia é modificadadependendo de sua m"dia e difusão. ! referente é o entrelace com o real, e jamais uma
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imagem a dei)ar de ser em si dei)ar de ser nela mesma enquanto houver o assunto e a
realidade.! surgimento da fotografia criou um grande conflito entre a arte sagrada )
versus fotografia no surgir da contemporaneidade. Km grande número de debates
te$ricos surgiu no auge da fotografia e seu desenvolvimento técnico. ?as a maior das
dúvidas> seria se a fotografia a grande destruidora da arteJ A pergunta parece absurda
diante do progresso que a arte fotogrfica conseguiu nestes 499 anos. No entanto, ela foi
respondida, a fotografia não destruiu a arte, ela apro)imou ainda mais as artes em geral
daqueles que estavam distantes.?as, temos de entender a época em que nossos cr"ticos de arte se encontravam,
numa época em que ser artista era um privilégio, em que a arte era voltada ao centro de
uma concepção autentica e única. A época de (enjamin /ano0 foi um momento doflorescer da revolta da técnica, onde a manufatura subsistiu até o último momento. @om
a função de observar os intensos processos de mudança que a fotografia apresenta no
cotidiano, temos que en)ergar novos hori#ontes, uma série de mudanças vem
acontecendo, resultantes de processos de difusão da imagem cada ve# mais intensos. novas visibilidades no meio fotogrfico, seja no campo do fotojornalismo
/as denúncias através das fotografias são cada ve# mais comuns0 ou para evidenciar
novas estéticas para a arte contemporânea.A fotografia é a moldura do tempo, daquilo
que captamos em minutos, ou em ef&meros milésimos do obturador. *e a percepção do
real j se fa# tão transformadora através da imagem, conclu"mos então que a percepção
humana não somente deve registrar fotografias através de nossas câmaras obscuras, mas
também agir diante dos problemas do real.
REFERENCIA, TE-RICO
! objetivo desta pesquisa é investigar a fotografia como um processo de
reprodução técnica, evidenciando as limitaç1es entre a arte sagrada e a perda de sua
aura no pensamento de 'alter (enjamin /ano0.
3n"ciamoso esta investigação com o te)to A Obra de Arte na Era de SuaReprodutibilidade Técnica )ano+. Nele, o autor e)p1e os diversos debates de te$ricos
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da arte para criar novas formas de proteção a arte sagrada, que perdeu por meio da
revolta técnica, a sua aura e unicidade. Curante o século 232 houve um impacto
cultural no que tange a moderni#ação, a fotografia surge como nova maneira de
reprodu#ir o instante real, reforçando a esfera miraculosa da técnica. =mbora este te)to
do fil$sofo seja o principal norteador deste estudo, não seria o bastante para
entendermos o seu conceito de fotografia. Nesse caminho, se fa# necessrio recorrermos a outros te)tos do autor, como o
ensaio #e$uena %i!t&ria da Foto'ra(ia )ano+" que especifica o papel transcendente da
fotografia como uma mecani#ação da arte, porém revolucionria e desafiadora no que
concerne o valor criativo da imagem. ! progresso vindouro tece uma preocupação em
(enjamin> que a fotografia sucumba a arte abstratamente, sem dei)ar rastros. No
entanto, é reconhecida aqui o valor da imagem, ela reprodu# um único momento, emdetalhe. @ompilando os te)tos citados acima, vislumbramos o livro /a'ia e Técnica"
Arte e #ol0tica )ano+. Nesta obra, (enjamin /ano0 analisa as transformaç1es culturais
causadas pelo impacto do processo de criação e reprodução cont"nua da arte, sendo o
ato fotogrfico o representante m)imo deste conceito de reprodutibilidade.Apresentando o in"cio da ess&ncia da arte fotogrfica, ele escreve um te)to
e)tremamente audacioso que nos situa diante de um debate entre a fotografia moderna e
a projeção ilimitada desta aura da imagem. =ste estudo desdobra:se na e)posição
multifacetada das obras e te)tos do autor, apresentando uma comunhão com outras
ideias filos$ficas de pensadores que compartilharam do pensamento benjaminiano. Ce
acordo, durante esta dissertação retomaremos as indagaç1es e propostas, para interpretar
lucidamente a concepção de fotografia como transformação técnica da arte. Analisar as
fotografias documentais de iago *antana e outros fot$grafos para e)plicitar os novos
conceitos estéticos da fotografia. Ciante desse debate, citamos e analisaremos a obra A
C2ara Clara de Boland (arthes /ano0, e ressaltamos a grande influ&ncia de (enjamin
/ano0 sobre sua teoria fotogrfica. (arthes /ano0 afirma que não a Fotografia e sim
Fotografias, e que a mesma é inclassificvel, pois não h como distinguir o afeto e a
hist$ria de uma foto para outra.
O*JETIOS )3ERA, E ES#EC4FICOS+
Ob5eti6o! 3erai!
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I. =)por de maneira discursiva as ra#1es da importância da filosofia estética de 'alter
(enjamin.II. =sclarecer as diferenças entre fotografia, arte sagrada e a contemporaneidade.III. Argumentar sobre o papel discursivo e representativo da fotografia.
Ob5eti6o! E!pec0(ico!
I. 3dentificar sobre o devido papel da hist$ria da fotografia.II. Argumentar sobre o papel cr"tico da fotografia no cenrio brasileiro.III. Analisar a performance fotogrfica de iago *antana /ano0 como método
representativo do Nordeste em relação a arte nacional.I.
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Entre6i!ta!
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indicativo de que nesstas entrevistas encontr eam:se fragmentos hist$ricos que
estabeleçacem relação com toda a engrenagem hist$rica e social que constitui o campo
educacional.
,ocal de E!tudo! estudo ser reali#ado no per"odo de 97 meses /fevereiro de 6944 a agosto de
69440 no local OOOOOOOna cidade de @ampo Prande do =stado de ?ato Prosso do *ul.
*I*,IO3RAFIA
(AB=*, Boland. A c2ara clara> notas sobre a fotografia. Bio de Qaneiro> Nova
ronteira,485R.
(=NQA?3N, 'alter. /a'ia e Técnica" Arte e #ol0tica8 =nsaios sobre Siteratura e
ist$ria da @ultura. *ão (rasiliense, 485E. !bras =scolhidas, v.4.
. C9arle! *audelaire> um l"rico no auge do capitalismo. *ão (rasiliense, 4858.
!bras escolhidas, v.;.
CK(!3*, BelumeCumar, 6996.
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. O uni6er!o da! i2a'en! técnica!: elogio da superficialidade. *ão Annablume,
6995.
B!K3SST, André. A (oto'ra(ia8 Entre Docu2ento e a Arte Conte2pornea. *ão
*enac, 699E.
*!NAP, *usan. Sobre (oto'ra(ia. *ão @ompanhia das Setras, 699R.