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FAQ - Faculdade XV de Agosto ANTECIPAÇÃO CRIMINAL E AVALIAÇÃO OPERACIONAL EM UMA SUBUNIDADE DA POLICIA MILITAR DE MINAS GERAIS. Alan Richard Rocha SOCORRO/2005

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FAQ - Faculdade XV de Agosto

ANTECIPAÇÃO CRIMINAL E AVALIAÇÃO OPERACIONAL EM UMA SUBUNIDADE DA POLICIA MILITAR DE MINAS GERAIS.

Alan Richard Rocha

SOCORRO/2005

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FAQ – Faculdade XV de Agosto

ANTECIPAÇÃO CRIMINAL E AVALIAÇÃO OPERACIONAL EM UMA SUBUNIDADE DA POLICIA MILITAR DE MINAS GERAIS.

Aluno: Alan Richard Rocha

Orientador: Prof. Ms. Laszlo Peter A. Urmenyi

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade XV de Agosto, curso de Administração em Sistema de Informações Gerenciais.

SOCORRO/2005

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" Muitas pessoas devem a grandeza de suas vidas aos problemas e obstáculos que tiveram de vencer."(Spurgeon)

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AGRADECIMENTO

O agradecimento é a expressão clara do coração humano, é infinitamente o maior

dos sentimentos, é o falar da alma.

São muitos os que contribuíram de uma forma ou de outra para chegasse ao fim de

um longo caminho, um jornada que não finda apenas da uma pausa, pois a busca pelo saber e

as dificuldades da vida apenas findam com o apagar das luzes.

Gostaria de destacar alguns nomes que me auxiliarem nesse percurso árduo,

primeiramente o responsável por todas as coisas em nosso mundo, Deus, que me escutou

quando mais ninguém ouvia, que me deu forças quando precisei, em que mantive minha fé

que conseguiria chegar ao fim destes longos 4 anos de caminhada e poder finalizar com um

último ato de glória.

Aos meus pais que de longe rezavam por mim, oravam por minha vitória, e apesar

da distância nos momentos mais difíceis sempre sentia a mão calejada de meu pai a afagar

minha cabeça dando-me força para continuar e o colo quente de minha mãe a me abraçar e

dizer: Filho, você vai conseguir!

Não poderia deixar de citar o nome de um grande mestre, de um homem que por

sua simplicidade deixa passar despercebida sua enorme sabedoria e seu grande coração, e

talvez não fosse pelo professor Peter não teria conseguido um trabalho a contento, tenho

orgulho de um dia ter sido seu aluno.

Para não alongar muito vou terminar com mais alguns nomes, Cap Robson que

me propiciou o espaço necessário neste trabalho, meus colegas de faculdade sem os quais não

teria muitas histórias para contar, funcionários e professores, meus amigos e aos que me

ajudaram de uma forma ou de outra.

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RESUMO

Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema de informações para antecipação da ocorrência dos delitos, bem como a avaliação operacional, estatística e geográfica das ocorrências. Foi desenvolvido junto a uma companhia da Polícia Militar, localizada em Extrema sul de Minas Gerais, contemplando a criação de um aplicativo específico, tendo como banco de dados uma ferramenta profissional e de grande capacidade. Visa atender não apenas as necessidades da PM mas pode ser também utilizado pelos órgãos que integram o sistema de defesa social como um todo, Polícia Civil, Bombeiros, Guarda Municipal, Defesa Civil, atentando-se logicamente para necessidades e adaptações específicas de cada um. Procura-se dinamizar o processo de consulta da informação, possibilitando acesso instantâneo, correto, prático, e auxiliando diretamente na tomada de decisão, planejamento, controle e organização das atividades relacionadas com a antecipação criminal. Definir onde? Quando? Como? Por que? mas com amparo estatístico para qualquer operação, além da possível avaliação posterior. Para tudo isso criou-se o GEmer (Gestor de Emergências), responsável pelo lançamento eletrônico dos boletins de ocorrências e dos dados que são armazenados em um banco de dados SQL (Standard Query Language) Firebird.

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO ...............................................................................................

1.1 – Instituição pública analisada................................................................

1.1.1 - A PM no Sul de Minas................................................................

1.1.2 - 6ª Região da Polícia Militar......................................................

. 1.1.3 – Identidade Organizacional Atual...............................................

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2 – REFERENCIAL TEÓRICO..............................................................................

2.1 – Conceito Sobre Sistema de Informação..................................................

2.1.1 Tipos de sistemas de informações.................................................

2.2 – Identificação das entradas de dados e saídas de informações.................

2.3 – Escopo do Sistema...................................................................................

2.4 – Banco de Dados.......................................................................................

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3 – Metodologia........................................................................................................

3.1 – Aplicação.................................................................................................

3.2 – Banco de Dados.......................................................................................

3.2.1 – O Que é Firebird.........................................................................

3.2.2 - SQL – Structured Query Language.............................................

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4 – Resultado............................................................................................................

4.1 – Dados Técnicos......................................................................................

4.2 – Aspectos do Programa.............................................................................

4.2.1 – Tela Para Acesso........................................................................

4.2.2 – Tela Inicial..................................................................................

4.2.3 – Atendimento...............................................................................

4.2.4 – Menu Principal...........................................................................

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4.2.5 – Recursos de Sistema................................................................... 31

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4.2.6 – Tabelas Básicas..........................................................................

4.2.7 – Registro da Solicitação...............................................................

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5 – ANÁLISE DOS RESULTADOS.......................................................................

5.1 – Filtragem Dos Dados...............................................................................

5.2 – Exportação dos Dados.............................................................................

5.3 – Relatórios.................................................................................................

5.4 – Auditoria..................................................................................................

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6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................... 45

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1 - INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta o desenvolvimento de um sistema de informações para

antecipação da ocorrência dos delitos, bem como as avaliações operacionais, estatísticas e

geográficas das ocorrências.

Foi desenvolvido junto a uma companhia da Polícia Militar, localizada em Extrema

sul de Minas Gerais, contemplando a criação de um aplicativo específico, tendo como banco

de dados uma ferramenta profissional e de grande capacidade. Vale ressaltar que os registros

são atualmente realizados de forma manual e sem nenhuma possibilidade rápida e precisa de

consulta das informações, daí o problema: como precisar as necessidades reais de cada setor

de atuação da criminalidade? Como avaliar satisfatoriamente os resultados? Como armazenar

os dados de maneira segura, prática, dinâmica?

Visa atender não apenas a PM mas pode ser também utilizado pelos Órgãos que

integram o sistema de defesa social como um todo, Polícia Civil, Bombeiros, Guarda

Municipal, Defesa Civil, atentando-se logicamente para necessidades e adaptações específicas

de cada um.

O objetivo é dinamizar o processo de consulta da informação, possibilitando acesso

instantâneo, correto, prático, e auxiliando diretamente na tomada de decisão, planejamento,

controle e organização das atividades relacionadas com a antecipação criminal. Definir onde?

Quando? Como? Por que?mas com amparo estatístico para qualquer operação, além da

possível avaliação quantitativa do desempenho operacional das equipes.

Para que os objetivos fossem atendidos criou-se um sistema de Gerenciamento de

Emergências (gEmer), que tem como ponto de partida a ligação do solicitante ou vítima e

acompanha todo o desenrolar da ocorrência até seu final.

O Gestor de Emergências permite o registro de inúmeras informações essenciais

associadas a cada solicitação e atendimento realizado. Ficam registrados os dados sobre o

pessoal destacado para a missão, os veículos utilizados, os tipos de ocorrências verificadas,

detalhes sobre os envolvidos e eventualmente, registro de objetos ou produtos ilegais portados

pelas pessoas envolvidas. Além de permitir um registro extremamente facilitado que

possibilita a visualização e o gerenciamento de todos estes dados em uma única janela, o

gEmer é uma ferramenta de análise extremamente poderosa, permitindo filtrar e estudar perfis

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de comportamento, classificar características das ocorrências, totalizar as apreensões por

classe de objeto ou produto, tabular horários de atendimento do serviço e das viaturas, tabular

a participação das Equipes nas várias missões, verificar quilometragem das diversas viaturas

bem como outros detalhes do uso da frota – entre muitas outras possibilidades e recursos.

Durante este trabalho serão apresentados suas características, seu uso, suas

possibilidades potenciais e sua utilidade prática na antecipação criminal, além de um recurso

inovador na Segurança Pública, acompanhado da evolução tecnológica.

1.1 – Instituição Pública Analisada

Conforme é de conhecimento de todos e pelos testemunhos históricos que

chegaram até os nossos dias, sabe-se que no alvorecer do Século XVIII, impulsionados pela

cobiça do ouro e pedras preciosas encontradas nas Minas Gerais, afluíram para a promissora

Província expedições oriundas de outros lugarejos mais desenvolvidos, como São Paulo, Rio

de Janeiro, Bahia, Pernambuco e até mesmo Portugal.

No seio dessa heterogênea "massa" humana, a única lei vigente e que prevalecia

era a lei do mais forte, fundamentada na força bruta e na violência. Contudo, somente a

questão da fraude fiscal preocupava os dirigentes d'além mar.

Nesse contexto, a lei soava como letra fria e morta para a maioria da população

que vivia espalhada em longínquos rincões. A segurança das autoridades, das vilas e o

transporte dos valores arrancados da terra exigiam, também, mais do que o poder dos simples

"almotacés", dos bandos e das ordenanças ou o medo imposto pelos castigos previstos nas

"Ordenações Filipinas". Exigia a presença de uma tropa que, superando a cobiça própria,

fosse estruturada na disciplina e hierarquia militares e pudesse agir no campo e nas cidades,

sem que se deixasse levar pelo brilho do ouro, tornando-se ao mesmo tempo, obediente e

tecnicamente apta para cumprir suas missões específicas.

Assim, com a finalidade de impedir a sonegação de impostos e a

institucionalização da violência, bem como erradicar o clima de agitação ora instalado na

Capitania, o Governador Pedro Miguel de Almeida - o Conde de Assumar - recorre ao Rei de

Portugal, que envia a Minas Gerais duas Companhias de Dragões, constituídas somente de

portugueses, que tão logo aqui chegaram foram contaminados pelo sonho da riqueza fácil,

trocando suas armas pelas bateias e almocafre.

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Diante do enfraquecimento das Companhias de Dragões e de seu desempenho

insatisfatório, o Governador de Minas Gerais - Dom Antônio de Noronha - extinguiu-a,

criando, no dia 09 de junho de 1775, o Regimento Regular de Cavalaria de Minas, em cujas

fileiras foram alistados somente mineiros, que receberiam seus vencimentos dos cofres da

Capitania.

À Força recém-criada, a qual pertenceu Joaquim José da Silva Xavier - o

Tiradentes: Promártir da Independência e Patrono Cívico da Nação e das Polícias Brasileiras -

caberia cumprir missões de natureza militar, através de ações e operações de enfrentamento

dos tumultos, insurreições e defesa do território da Capitania e da Pátria, e, de natureza

policial, na prevenção e repressão de crimes, mantendo em ordem a população, para que o

ouro pudesse ser extraído, transportado e exportado em favor do Reino Português.

Com o tempo, estabelecida a República, assiste-se também, à militarização da

Força Pública Mineira, notadamente após a contratação do Coronel Robert Drexler, do

Exército Suíço, para que treinasse os soldados na arte da guerra.

Na Capital do Estado e nas cidades sedes dos Batalhões, a Força Pública

apresentava-se com alguma independência e possuía a determinação dos Exércitos que jamais

conheceram a derrota; contudo, nas cidades e vilas do interior, seus integrantes viviam a

reboque do "mando" e das "vontades" políticas locais das quais dependiam para quase tudo.

Mas, com a Força Pública militarizada e aquartelada, surgem, na Capital e em

algumas cidades maiores, as chamadas "Guardas Civis", que se encarregariam do

policiamento ostensivo.

A Polícia Militar, apegada ao purismo castrense, mantinha seus Batalhões de

Infantaria estruturados em Companhias de Fuzileiros, quando na realidade, seus efetivos se

espalhavam pelas cidades, compondo os Destacamentos Policiais (Dst Pol.). Essas frações

subordinavam-se, disciplinar e administrativamente, ao Comandante do Batalhão e

funcionalmente, pelo poder da requisição e do planejamento do emprego, aos Delegados de

Polícia.

Através do Decreto-Lei 667 e suas modificações, garantiu-se às Polícias Militares,

a Missão Constitucional de Manutenção da Ordem Pública, dando-lhes exclusividade do

planejamento e execução do policiamento ostensivo, com substancial reformulação do

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conceito de "autoridade policial", assistindo-se, também, a extinção de "polícias" fardadas,

tais como: Guarda Civil, Corpo de Fiscais do DET, Guardas Rodoviários do DER e Guardas

Noturnos.

Em 1988, os Constituintes da República, estabeleceram um Sistema de Segurança

Pública, constituído por órgãos policiais, de acordo com o Art 144 da Constituição da

República, com estruturas próprias e independentes, porém, embora com atribuições distintas,

interligados funcionalmente, corporificando o esforço do Poder Público para garantir os

direitos do cidadão e da coletividade, prevenindo e combatendo a violência e a criminalidade.

1.1.1 - A PM no Sul de Minas

Aos 19 dias do mês de setembro de 1931, o Governador do Estado, Dr. Olegário Dias

Maciel, sancionava o Decreto 10.068, que transformava o Grupo de Metralhadoras Pesadas da

Força Pública em 8º Batalhão de Infantaria.

Sua instalação, contudo, não aconteceu de imediato, ficando por ocorrer com a eclosão

do Movimento Revolucionário Paulista.

Ante a eminência de nosso Estado vir a ser invadido pelas forças paulistas, a 10 de

julho de 1932, era nomeado para comandar o 8º Batalhão de Infantaria, o Tenente Coronel

Fulgêncio de Souza Santos.

No dia seguinte, 11 de Julho, era o 8º Batalhão instalado provisoriamente à Rua

Paraíba, 576, em Belo Horizonte, iniciando aí os preparativos para engajar-se no

Destacamento que defenderia as divisas de nosso Estado.

No dia 30 de Julho detectou-se intensa movimentação das forças inimigas, fazendo

crer que elas articulavam um combate decisivo.

Restaurada a ordem e voltando o país à normalidade, retornava o 8º B.I., coberto de

glória à capital mineira, onde seus soldados foram recebidos como heróis e bastante

aclamados, aos desfilarem pelas ruas de Belo Horizonte.

A 28 de Fevereiro de 1934, pelo Decreto 11.238, do Interventor Federal de Minas, Dr.

Benedito Valadares Ribeiro, era dada por sede definitiva do 8º BPM, a cidade de Lavras, à

época, considerada importante terminal ferroviário.

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1.1.2 - 6ª Região da Polícia Militar

A Sexta Região da Polícia Militar (6ª RPM) foi criada pelo Decreto-Lei Estadual Nr

25.381, de 27 de Janeiro de 1.986, tendo sua instalação ocorrida no dia 29 de Abril do mesmo

ano, no Pavilhão Comandante Fulgêncio, situado nas dependências do 8º BPM, à Avenida

Comandante Nélio nº 111, Bairro Bicame, Lavras/MG.

A Sexta Região da Polícia Militar compreende o Sul do Estado, ocupando um espaço

territorial de 45.392 Km², atendendo uma população superior a dois milhões de habitantes,

distribuída pelos 141 municípios e 9 distritos e conta com um efetivo superior a 3.000

policiais militares.

A região limita-se ao Sul com os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, ao Norte com

a 2ª RPM (Bom Despacho) e a Leste com a 4ª RPM (Juiz de Fora).

A 6ª RPM é dividida em seis Unidades Operacionais (Batalhões ou Companhias

Independentes). O 8º Batalhão, Unidade que deu origem as demais, é sediado em Lavras, o

20º Batalhão tem sua sede em Pouso Alegre, enquanto que o 24º e 29º Batalhões estão

sediados, respectivamente, em Varginha e Poços de Caldas. Duas Companhias Independentes

completam a estrutura organizacional da 6ª RPM, a 5ª Companhia Independente em Itajubá e

a 14ª Companhia Independente em São Lourenço.

A 116ª Cia foi criada em 2001, sediada na Av. lavapés, 513, centro, Extrema, sul de

minas. Tem sob sua área de responsabilidade as cidades de Camanducaia, Itapeva, Monte

Verde, Toledo e Munhoz. Conta com um efetivo total de 74 homens, sendo 31 na sede.

Foto da sede da 116ª

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O Sul de Minas vem apresentando vertiginoso crescimento industrial, atraindo

indústrias que migram do ABC paulista, fazendo da região uma das que apresenta o maior

crescimento do Estado. Este crescimento está sendo ainda mais acentuado com a duplicação

da Rodovia BR 381 (Fernão Dias). Deve-se ressaltar que a cidade de Extrema situa-se as

margens desta rodovia, na divisa do estado, tendo por conseqüência influência predominante

da atuação da criminalidade oriunda do estado de São Paulo e com grande intensidade.

A região é recortada pela Bacia do Rio Grande, onde se encontram instaladas 03 (três)

Hidroelétricas: Usina de Camargos, de Itutinga e Funil, todas na área do 8º BPM. Grande

parte dos Municípios da Região estão localizados nas margens da represa de Furnas.

A educação é uma atividade de destaque, fartamente servida por escolas superiores,

principalmente nas cidades de Alfenas, Varginha, Lavras, Pouso Alegre, Poços de Caldas,

Itajubá, Santa Rita do Sapucaí e Três Corações.

É também uma região com grande vocação agropecuária, destacando-se na produção

de leite, café e cana-de-açúcar, sendo que as cidades de Varginha e Três Pontas, dentre outras,

são grandes exportadoras de café.

O turismo na região é bastante intenso, estimulado pelas Estâncias Hidrominerais e

climáticas, que forma o Circuito das Águas destacando-se as cidades de São Lourenço,

Caxambú, Lambari, Cambuquira e Passa Quatro, e também balneários que formam o Circuito

do Lagos como Boa Esperança, Alfenas, Guapé e Fama.

Jacutinga, Monte Sião, e Monte Verde formam o Circuito das Malhas. Por outro lado,

Poços de Caldas, maior cidade do Sul de Minas, uma das mais importantes cidades do pólo

turístico do Estado, é a maior estância hidromineral da região.

Mesmo diante de tanta grandeza, diversidades e desenvolvimento, o Sul de Minas é a

Região do Estado com menor índice de criminalidade violenta.

1.1.3 – Identidade Organizacional Atual

O negócio: Promover a Paz Social

A missão: Proporcionar um ambiente seguro em Minas Gerais com a participação

comunitária: protegendo a vida, reduzindo crime e o medo e garantindo a lei.

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Os valores:

1. Humanizar: cultivar o amor, a compaixão, a solidariedade, a intuição, a fé e a

tolerância;

2. Ser ético: basear o trabalho e as relações em princípios humanos;

3. Crescer: desenvolvimento pessoal e profissional;

4. Participar: o exercício de nosso trabalho de equipe e a cidadania;

5. Respeitar: tratar as pessoas com dignidade para uma convivência harmoniosa.

Visão: Sermos reconhecidos como referência na produção de serviços públicos e

orgulho do povo mineiro

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2 – REFERENCIAL TEÓRICO

A seguir será apresentado o referencial teórico a ser utilizado nesse trabalho através de

pesquisas em livros, artigos, periódicos, dicionários e Internet.

2.1 – Conceito Sobre Sistema de Informação

Conforme O´Brien (2004 p.6) “sistemas de informação é um conjunto organizado de

pessoas, hardware, software, rede de comunicação e recursos de dados que coleta, transforma

e dissemina informações em uma organização”. Houve uma mudança significativa nas

empresas, com a expansão dos sistemas de informação e, esse aumento, trouxe ao novo

gerente as informações, que antes eram simples relatórios de departamentos, tornando-se

relatórios pré-definidos das quais ele necessitaria para a tomada de decisões. A importância e

a necessidade dos Sistemas de Informações dentro das empresas está redefinindo os

fundamentos dos negócios, que servem para garantir o bom desempenho da empresa, bem

como avaliar, manter ou alterar suas estratégias de metas e ajudam a receber de volta

informações para que se possa fazer avaliações: se o pretendido está sendo colocado em

prática. Para que tenha um sistema de informação eficiente é necessário que todas as

informações sejam adequadas, só assim, então, poderá ter um controle e tomada de decisões

eficientes para o qual se propôs a trabalhar.

Para Oliveira (1999, p. 23), “Sistema é um conjunto de partes interagentes e

interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e

efetuam determinada função”.

De acordo com Oliveira (1999), o sistema procura desenvolver algumas técnicas para

viabilizar e lidar com a grandeza das empresas; procura ter uma visão do todo, um conjunto,

ou seja, uma depende da outra; e ainda o estudos dos relacionamentos entre os elementos, que

mudam de acordo com seus arranjos estruturais e da sua dinâmica. Ainda para Oliveira (1999,

p. 36), “a informação é um dado trabalhado que permite ao executivo tomar decisões”, é a

base para melhorar a assertividade dessas decisões, além de possibilitar um trabalho adequado

com a informação, pois mais importante que esta é saber trabalhar com ela.

Para O´Brien (2004) investir em tecnologia da informação é investir na qualidade da

empresa, melhorar o desempenho dos processos e trabalhar na reengenharia dos processos de

negócios. Cada vez mais as empresas necessitam de controles de suas atividades, com

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informações ágeis, completas e precisas. A velocidade, a capacidade de processamento da

informação e a conectividade das redes de computadores podem aumentar significativamente

a eficiência dos processos, bem como as comunicações e a colaboração entre as pessoas

responsáveis por sua cooperação e administração.

Para Laudon e Laudon (2004, p. 4), “Hoje, todos admitem que conhecer sistemas de

informação é essencial para os administradores, porque a maioria das organizações precisa

deles para sobreviver e prosperar”. Com os sistemas, as empresas podem aumentar o seu grau

e alcance de participação no mercado, oferecer novos produtos, adequar-se internamente e,

muitas vezes, transformar radicalmente o modo como conduzem seus negócios. Um sistema

de informação pode ser definido como um conjunto de componentes que se interagem para

coletar dados ou recuperá-los, processar, armazenar e distribuir informações; informações

essas que serão utilizadas para apoiar em uma tomada de decisão, à coordenação e ao controle

de uma organização, além, ainda, de poder auxiliar os gerentes e trabalhadores a analisar e

visualizar problemas e assuntos complexos e criar novos produtos. É importante salientar que

os sistemas de informações necessitam do feedback, para que sejam analisados os

desenvolvimentos das metas e ou objetivos planejados e, se necessário fazer ajustes e

correções das entradas.

Para Pressman (1995) desenvolvimento de sistemas ou modelagem de sistemas baseia-

se na arquitetura de sistemas contendo a concepção de Entrada – Processamento – Saída.

Baseada neste modelo simplificado de Processamento de dados na busca de obtenção

de informações, Hatley (1987 apud PRESSMAN, 1995, p. 215) acrescentou ao sistema outras

duas características: a interface com o usuário e o processamento de manutenção; como pode

ser observado na figura 1.

Processamento de interface com o usuário

Processamento de entrada

Funções de Processo e de

controle

Processamento de saída

Manutenção e autoteste

Figura 1 – Modelo de arquitetura de sistemas

Fonte: PRESSMAN, 1995, p. 215)

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O Webster’s Dictionary (apud PRESSMAN, 1995, p. 178) define “sistema” como:

1 – um conjunto ou disposição de coisas relacionado à ponto de formar uma

unidade ou um todo orgânico; 2 – um conjunto de fatos, princípios, regras, etc.

classificado e arranjado ordenadamente para mostrar um plano lógico unindo

às várias partes; 3 – um método ou plano de classificação ou disposição; 4 –

uma maneira estabelecida de se fazer algo; procedimento [...]

O Webster’s Dictionary apresenta 5 definições sobre sistemas, mas a mais abrangente

e que confirma os métodos de processamentos sistemáticos de Pressman é a seguinte: “[...]

procedimento ou controle ao processar informações.”

Para Bertalanffy (1973, p.85, apud FERNANDES, 2004, p. 20), um sistema pode ser

definido como um conjunto complexo de elementos que tendem a interagir entre si. Esses

elementos podem possuir comportamentos diferenciados em interações distintas e, conforme

o autor, são os sistemas que mantém as trocas com o seu meio.

Segundo Nazário (2005, p. 3), Sistema de Informações são elos que interligam as

atividades em um processo integrado, combinando hardware e software para processar dados

na busca de informações.

2.1.1 Tipos de sistemas de informações

Segundo O´Brien (2004), os tipos de sistema de informação se classificam em

diferentes maneiras e se dividem em varias categorias, dentre elas dois se destacam para nosso

estudo:

SISTEMAS DE APOIO ÀS OPERAÇÕES - esses sistemas processam dados gerados

por operações empresariais. Dentro desse sistema as principais categorias são: os sistemas de

processamento de transações processam dados resultantes de transações empresariais,

atualizam banco de dados operacionais e produzem documentos empresariais. Os sistemas de

controle de processo monitoram e controlam processos industriais. Os sistemas colaborativos

apóiam equipes, grupos de trabalho bem como comunicações e colaboração nas e entre

empresas.

SISTEMAS DE APOIO GERENCIAL - fornecem informações e apoio necessários

para a tomada de decisão eficaz pelos gerentes. As principais categorias são: os sistemas de

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informação gerencial, que fornecem informações na forma de relatórios e demonstrativos pré-

estipulados para os gerentes. Os sistemas de apoio à decisão, que fornecem apoio interativo ad

hoc para o processo de decisão dos gerentes. Os sistemas de informação executiva, que

fornecem informações críticas elaboradas especificamente para as necessidades de

informações dos executivos.

Para o sucesso da implantação de um sistema de informação temos que ser capazes de

reconhecer e identificar todos os componentes fundamentais dos sistemas de informação.

(O´BRIEN, 2004).

Para Laudon e Laudon (2004), existem diferentes tipos de sistemas, isso porque há

diferentes interesses, especialidades e níveis dentro de uma organização, para ele nenhum

sistema sozinho poderá oferecer e fornecer todas as informações das quais uma empresa

precisa.

2.2 – Identificação das entradas de dados e saídas de informações O primeiro passo do processo de desenvolvimento de sistemas é a análise e

identificação das necessidades. O analista reúne-se com o cliente e com o usuário final

buscando responder as seguintes questões preliminares e decisivas para o desenvolvimento,

englobando as funções, confiabilidade, metas, requisitos e desempenho desejado para o

sistema, bem como efetuar uma análise do mercado e da concorrência, tecnologias

disponíveis para utilização, possibilidades de expansão do sistema, informações a serem

retiradas do sistema e filtragens possíveis. Enfim, devem ser decididas as metas globais do

desenvolvimento do aplicativo, bem como o desempenho e aplicação em determinado setor da

empresa (PRESSMAN, 1995, p. 198 e 199).

2.3 – Escopo do sistema Segundo Pressman (1995, p. 55), antes que um processo seja planejado, os objetivos e

o escopo devem ser estabelecidos, soluções alternativas devem ser consideradas e as

restrições administrativas e técnicas, identificadas. Sem essas informações, é impossível

definir estimativas de custo razoáveis (e precisas), uma divisão realística das tarefas ou uma

programação de projeto administrável que ofereça indícios significativos de progresso.

Para o desenvolvimento do escopo, o desenvolvedor de software e o cliente devem

reunir-se. Esta reunião deve identificar as funções primárias que o software deve realizar e, o

que é mais importante, esta reunião deve delimitar essas funções de uma forma quantitativa

(PRESSMAN, 1995, p. 56).

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Pressman (1995, p. 57) ainda destaca que o escopo do projeto deve ser estabelecido

antecipadamente, pois com este requisito, a estimativa de tempo de desenvolvimento do

software poderá, juntamente com outros requisitos, ser estabelecido mais facilmente.

Conforme Machado (2000), escopo envolve os processos necessários para assegurar

que o projeto contém todo o trabalho necessário para completar o projeto com sucesso. O seu

foco principal é na definição e controle do que está ou não considerado no projeto.

2.4 – Banco de Dados Já que este trabalho utiliza um banco de dados profissional não se pode deixar de

elencar, seu conceito e características.

Segundo O´Brien (2004), “um banco de dados é um conjunto integrado de elementos

de dados relacionados logicamente. Consolida registros previamente armazenados em

arquivos separados em uma fonte comum de registros de dados que fornece dados para muitas

aplicações”. Os dados são independentes dos aplicativos que os utilizam e do tipo de

dispositivos de armazenamento secundário nos quais são armazenados.

Para O´Brien (2004) não basta ter um banco de dados mas também há necessidade de

um sistema de gerenciamento de bancos, ou seja, um conjunto de programas de computador

que controlam a criação, manutenção e uso destes por uma organização e seus usuários finais.

Além disso os programadores utilizam a linguagem de definição de dados em sistemas de

gerenciamento para desenvolver e especificar o conteúdo, relações e estruturas dos dados em

cada banco e para modificar suas especificações sempre que necessário. Essas informações

são catalogadas e armazenadas em um banco de definições e especificações de dados

chamado dicionário de dados, que é um catálogo ou diretório computadorizado contendo

metadados, ou seja, dados sobre dados.

Deve-se ressaltar também que a capacidade de consulta do banco dados é um dos

principais benefícios de um sistema de gerenciamento de banco (figura 2). Os usuários finais

podem buscar informações por meio de linguagem de consulta ou um gerador de relatórios,

recebendo resposta imediata na forma de vídeo ou relatório impresso. Merece destaque a mais

utilizada, e a qual utilizou-se neste trabalho, as consultas SQL, ou Structured Query Language

(linguagem de consulta estruturada), é uma linguagem de consulta encontrada em muitos

pacotes de gerenciamento de bancos de dados. A consulta SQL funciona basicamente assim:

depois de selecionar lista-se os campos de dados que se deseja recuperar. Depois lista-se os

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arquivos ou tabelas das quais devem ser recuperados os dados. Posteriormente especifica-se

as condições que limitam a busca apenas aos registros de dados nos quais se interessa.

(O´BRIEN, 2004, p. 138)

. Desenvolvimento de Bancos de Dados

Gerenciamento de Banco de

Dados

Banco de Dados

Dicionário De dados

Sistema Operacional

Sistema de

Gerenciameto de Bancos de Dados

Programas aplicativos

. Consulta de Bancos de Dados

. Manutenção de Bancos de Dados

. Desenvolvimento de Aplicações

Figura 2 – Gerenciamento de Banco de Dados

Fonte: O´Brien (2004, p. 138)

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3 – METODOLOGIA

Foi realizada neste trabalho uma pesquisa exploratória para devido levantamento das

necessidades e possibilidades de melhoramentos. Conforme Oliveira (1999, p.134), pesquisa

exploratória: “É a ênfase dada à descoberta de práticas ou diretrizes que precisam modificar-

se na elaboração de alternativas que possam ser substituídas”. Mudanças essas que

objetivavam a introdução de um sistema informatizado para gerenciamento dos dados

relativos aos boletins de ocorrências policiais, bem como os atendimentos de uma maneira

geral.

Foi efetuado um levantamento prévio dos dados necessários, sua rotina de lançamento,

sua forma de armazenamento, bem como das dificuldades encontradas no modelo atual de

registro no atendimento da ocorrência.

Atualmente os dados são lançados manualmente pelo atendente em uma planilha onde

se registra: numero do BO, data, natureza da ocorrência, endereço, solicitante, setor, horário

de início e término do atendimento,, apreensões, responsável pelo atendimento.

O atendimento é iniciado através do telefone 190, linha de emergência policial, e o

radioperador atende, efetua o registro e lança a viatura para atendimento da ocorrência.

Posteriormente a guarnição acionada fará contato com o solicitante onde verifica as

informações e realiza os procedimentos de praxe com o registro, também manual, do Boletim

de Ocorrência, que recebe um número único. Neste constam todos os dados pessoais da

vítima, autor, solicitante, testemunhas e demais envolvidos, além do histórico detalhado da

ocorrência e pessoas ou materiais apreendidos, com todas as providências adotadas e equipe

que participou da ocorrência.

O BO original é posteriormente entregue na Delegacia de Polícia, ficando uma cópia

arquivada na Polícia Militar.

Através dos BOs podem ser levantados todos os dados possíveis para se determinar

um levantamento estatístico e geográfico das ocorrências, com uma possível antecipação da

evolução criminal. Mas apesar de tanta informação poder ser gerada encontra-se barreiras

principalmente devido a falta de mecanismos para consulta, uma vez que uma consulta

manual demandaria um tempo elevado e uma precisão questionável, sem citar o fato de que

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com um volume grande de informação a impossibilidade de tratamento desta é quase

impraticável.

Procurou-se então buscar alguma aplicação existente na própria organização, em

outras áreas do Estado, que possibilitassem o tratamento informatizado adequado para

melhorar o processo de atendimento e levantamento das informações, porém nada de atual

pareceu ser próprio para o caso.

Após reuniões com os usuários e responsáveis pelo gerenciamento das informações

geradas nos atendimentos das ocorrências procurou-se definir as necessidades reais, o que

poderia ser melhorado, as informações que seriam necessárias para um lançamento assertivo

do policiamento ou das operações visando diminuir e prevenir o delito.

Procurou-se buscar embasamento em tendências e modelos internacionais de controle

criminal, como o Sistema Compstat utilizado em Nova Iorque que permite seguir em tempo

real a evolução dos delitos, afim de redistribuir em fluxo tenso os efetivos policiais nos

setores atingidos (Rolim, 2005). Também pode ser citado o sistema utilizado pela

universidade de Berkeley nos Estado Unidos, que antecipa os delitos através de um controle

informatizado e procura direcionar seu recursos em áreas com maior incidência de acordo

com os horários de maior propensão criminal (Tohoton, 2005).

Observou-se então que para um aumento significativo na eficiência dos lançamentos,

uma consulta rápida e dinâmica, uma base de dados seguras e consistentes, além de uma

análise estatística e geográfica das ocorrências, teria que ser utilizado um aplicativo próprio

em conjunto com um banco de dados competente. O que possibilitaria uma consulta

instantânea do volume operacional, dos horários e locais de maior incidência dos delitos,

equipes com maior desempenho quantitativo, apreensões e prisões efetuadas, além de um

controle da frota.

Daí patiu-se então para a elaboração da aplicação, a qual foi batizada de gEmer

(Gestor de Emergências) e adequação do banco de dados, tomando-se por base as

informações colhidas com usuários e policiais. Mas antes será apresentado um pouco sobre a

ferramenta utilizada para desenvolver a aplicação e o banco e dados utilizado.

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3.1 - A aplicação

A aplicação foi elaborada utilizando-se o Clarion versão 6.2, a mais recente desta

linguagem. Vamos conhecer agora um pouco mais sobre esta ferramenta para que seu

desconhecimento não turve seu potencial e capacidade altíssima.

As aplicações Clarion são altamente eficientes. Uma aplicação Clarion típica que

acesse uma base de dados e imprima relatórios resulta em um programa executável de

aproximadamente 640 Kbytes. Incluindo o driver de acesso a dados e o engenho de

impressão, tudo dentro do mesmo arquivo .EXE. Assim, um sistema completo em Clarion

pode ser distribuído em um único disquete e instalado em um único passo.

Não ocorre o mesmo com Delphi, Visual Basic ou PowerBuilder, estes requerem mais

passos de instalação, mais espaço em disco e muito mais memória para completar o processo.

Delphi utiliza o Borland Database Engine (BDE) para acessar a base de dados e um runtime

de um mecanismo impressor (ReportSmith, Cristal Reports, ...) para imprimir os relatórios.

Cada um requer uma instalação a parte. De maneira similar, Visual Basic utiliza o engenho

JET e ODBC para acessar aos dados, e um runtime do Cristal Reports para imprimir. As

aplicações PowerBuilder ficam em uma peça única, mas requerem uma grande quantidade de

serviços adicionais providos por Bibliotecas DLLs que devem ser distribuídas com o

programa executável. O resultado final de uma aplicação Delphi, Visual Basic ou

PowerBuilder necessita facilmente mais de 8 Mbytes para sua distribuição final . Em outras

palavras, as aplicações Delphi, Visual Basic e PowerBuilder ultrapassam em 8 a 10 vezes o

tamanho de uma aplicação Clarion. Por que? Existem várias razões: Os mecanismos BDE e

JET são multiformato (permitem acessar a diversas fontes), assim possuem funcionalidades

que a aplicação nunca utilizará. Clarion oferece um driver específico para cada base de dados.

Se a base de dados for trocada, o driver de dados também o será. As aplicações Visual Basic

necessitam um grande interpretador de comandos em tempo de execução, chamado

VBRUN.DLL. O programa VBRUN possui o código para executar todas as possíveis e

imagináveis situações (mesmo que não sejam utilizadas). PowerBuilder possui numerosas

DLLs que operam da mesma forma que o VBRUN. O ReportSmith foi desenvolvido por um

terceiro utilizando seu próprio engenho de acesso a várias bases de dados. Quer dizer, a

funcionalidade do BDE é duplicada no ReportSmith. TopSpeed escreve um código muito

pequeno e usa ferramentas mais eficientes que Borland-Inprise e Microsoft, isto

considerando-se drivers de dados.

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A maioria dos Geradores de Aplicações, como por exemplo Delphi Form Expert,

podem ser utilizados somente uma vez. Se você modificar o código gerado e utilizá-lo

novamente, suas alterações serão destruídas.

O Gerador de Aplicações Clarion pode ser utilizado durante todo o ciclo de

desenvolvimento da aplicação, não importando quão pesada seja a personalização

implementada.

As aplicações Clarion residem em dois repositórios: o Dicionário de Dados (.DCT) e o

Modelo de Aplicação (.APP). O Dicionário de Dados Clarion é único. Geralmente os

dicionários contêm informações de como se armazenam e de como se acessam os dados.

Clarion agrega também informações sobre como estes dados devem ser mostrados em telas e

relatórios e de como devem ser processados em seus procedimentos. Se a base de dados for

modificada ou se forem modificadas as regras de estilo de apresentação, o programador

Clarion precisará somente corrigir o Dicionário de Dados, sincronizar o Modelo de Aplicação,

e gerar automaticamente o código.

Com Clarion é muito simples modificar uma aplicação. A metodologia utilizada para

manter ou criar uma aplicação é exatamente a mesma. Isto é possível porquê um programador

Clarion nunca modifica o código fonte gerado. O código adicional necessário é embutido no

Modelo de Aplicação e pode ser editado ou gerado cada vez que o Gerador de Aplicações é

invocado.

Manter as aplicações em repositórios, como o Dicionário de Dados e o Modelo de

Aplicação, traz benefícios de padronização e facilidade de documentação. Os programas

Clarion nunca ficam obsoletos, são peças únicas e se descrevem por si mesmos. Se o

programador original não estiver disponível para fazer a manutenção, esta poderá ser

transferida a qualquer programador disponível.

Clarion utiliza drivers proprietários para acessar qualquer base de dados, permitindo

gerar com facilidade aplicações portáveis desde arquiteturas Xbase até grandes engenhos

relacionais (DBMS) ou vice-versa. É muito importante esclarecer, que não existem custos

adicionais associados com a migração, já que os drivers Clarion otimizam as operações para

cada engenho DBMS disponível.

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Como resultado, a performance de uma aplicação de base de dados Clarion é

equivalente a de uma aplicação escrita em C/C++ utilizando como interfaces drivers nativos.

Somente um talentoso programador C ou Delphi poderia alcançar a performance de um

programa escrito em Clarion, e isto é absolutamente impossível de se fazer com ferramentas

como Visual Basic ou PowerBuilder.

O mecanismo de acesso às bases de dados do Clarion assume que os engenhos ou

motores possuem a máxima funcionalidade disponível. As características não encontradas no

engenho são suplementadas pelo driver Clarion correspondente. Ele otimiza o acesso à base

de dados elegendo os métodos mais eficientes e substituindo as funções ineficientes ou

inexistentes.

Essas são algumas das características que fazem desta ferramenta uma grande escolha.

Convém destacar que atualmente, quando dispomos de banco de dados SQL até gratuitos, as

aplicações passaram a ser meros Front-Ends. Isto é, a performance sai da alçada da aplicação

e passa a ser quase totalmente do Banco SQL.

3.2 - O Banco de Dados

Para melhor entendimento do banco de dados escolhido, o Firebird, também será

apresentado um pouco de suas características principais.

3.2.1 – O Que é Firebird

O Firebird é um poderoso banco de dados Cliente/Servidor relacional que é

compatível com SQL-ANSI-92, e foi desenvolvido para ser um banco de dados independente

de plataformas e de sistemas operacionais.

Este banco de dados, dispensa maiores estruturas dentro da empresa, (DBA - Data

Base Administrator), onde basta instalar o software e usá-lo, sem a interferência freqüente de

profissionais, especializados na manutenção do banco de dados de produção.

Acompanhando, isso tudo ele ainda dispensa o uso de super-servidores, usando pouco

espaço em disco para sua instalação e utilizando pouca memória em situações normais de uso.

Por isso a plataforma necessária para a sua instalação e utilização pode ser reduzida

diminuindo consideravelmente os custos do projeto.

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Mas então, se o Firebird é tão bom, porque ele nem sempre é tão reconhecido como o

Oracle, o Microsoft SQL server outros servidores SQL ? Aparentemente, o maior problema

enfrentado pelo Firebird durante todos os anos de sua existência foi a falta de marketing e

divulgação por parte da Borland/Inprise/ISC nos meios especializados (revistas, livros, etc...).

No entanto, com os últimos acontecimentos, essa imagem vai tender à mudar rapidamente,

pois o Firebird é uma base de dados Open Source (a fonte, o código, são públicos), construído

com base no código do Interbase Open Source, sendo que as licenças de utilização e

distribuição agora são totalmente gratuitos. Isso quer dizer que não se precisa mais utilizar as

base de dados padrão xBase ou Paradox para diminuir o custo dos clientes. Pode-se contar

com um Banco de Dados poderoso, eficiente e seguro sem custo a mais .

Outra grande vantagem do Firebird é que ele é multi-plataforma, ou seja, funciona em

vários Sistemas Operacionais, dentre eles destacamos: Windows 9x, Windows NT, Linux,

Solaris.

3.2.2 - SQL – Structured Query Language

Quando os Bancos de Dados Relacionais estavam sendo desenvolvidos, foram criadas

várias linguagens destinadas à sua manipulação. O Departamento de Pesquisas da IBM

desenvolveu a SQL como forma de interface para o sistema de Banco de Dados relacional

denominado SYSTEM R, no inicio dos anos 70. Em 1986 o American National Standard

Institute (ANSI), publicou um padrão SQL e ela se estabeleceu como linguagem padrão de

Banco de Dados Relacional.

A SQL apresenta uma série de comandos que permitem a definição dos dados,

chamada de DDL (Data Definition Language – Definição de Dados Declarados), composta

entre outros pelos comandos Create, que é destinado à criação do Banco de Dados, das tabelas

que o compõe, além das relações existentes entre as tabelas. Como exemplo da classe DDL

temos os comandos Create, Alter, Drop e Rename.

A Linguagem SQL tem como grande virtude a sua capacidade de gerenciar índices,

sem a necessidade de controle individualizado de índice corrente, algo muito comum nas

linguagens de manipulação de dados do tipo registro a registro. Outra característica muito

importante disponível em SQL é sua capacidade de construção de Views, que são formas de

visualizarmos os dados, como listagens independentes das tabelas e organização lógica dos

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dados. Isto significa que dados de várias tabelas são resumidas virtualmente em uma tabela

única onde poderá ser mais facilmente tratadas.

Outra característica interessante na linguagem SQL é a capacidade que dispomos de

cancelar uma série de atualizações ou de as gravarmos, depois de iniciarmos uma seqüência

de atualizações.

Deve-se notar que a linguagem SQL consegue implementar estas soluções, somente

pelo fato de estar baseada em Banco de Dados, que garantem, em alguns bancos como o

Firebird, a integridade das relações existentes entre as tabelas e seus índices.

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4 – RESULTADO

Como resultado criou-se o gEmer, que dentre suas potencialidades, é um completo

aplicativo para gerenciar emergências e acumular os dados captados, aliado a um poderoso

banco de dados. O Gestor de Emergências permite o registro de inúmeras informações

essenciais associadas a cada solicitação e atendimento realizado. Ficam registrados os dados

sobre o pessoal destacado para a missão, os veículos utilizados, os tipos de ocorrência

verificados durante a missão, detalhes sobre os envolvidos e – eventualmente -, registro de

objetos ou produtos ilegais portados pelas pessoas envolvidas. Além de permitir um registro

extremamente facilitado que possibilita a visualização e o gerenciamento de todos estes dados

em uma única janela, o gEmer é uma ferramenta de análise extremamente poderosa,

permitindo filtrar e estudar perfis de comportamento, classificar características das

ocorrências, totalizar as apreensões por classe de objeto ou produto, tabular horários de

atendimento do serviço e das viaturas, tabular a participação das Equipes nas várias missões,

verificar quilometragem das diversas viaturas bem como outros detalhes do uso da frota –

entre muitas outras possibilidades e recursos.

4.1 – Dados Técnicos

É uma aplicação cujo desenvolvimento baseia-se em C++ e que trabalha associada a

um Banco de Dados (Firebird/Interbase), utilizando recursos SQL para filtrar dados e gerar

relatórios, além de operar internamente empregando benefícios típicos de um Banco, tais

como: stored procedures, triggers, integridade relacional e views.

O gEmer pode trabalhar em rede numa relação autênticamente cliente-servidor com

identificação suficiente pelo número IP, sem necessidade de mapeamento do server nas

estações. Esta característica eleva o grau de segurança dos dados. Se desejado, eventualmente,

o gEmer pode trabalhar em regime stand-alone.

A plataforma de trabalho do gEmer é o Windows (versão 98 ou superior), 32 bits.

A aplicação é controlada por um sistema interno de senhas gerenciável por um ou mais

administradores.

Todas as transações são auditáveis pois o Banco de Dados executa um Log completo

das operações de inclusão, alteração e exclusão efetuadas nas tabelas.

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O DER (Diagrama Entidade-Relacionamento) do gEmer foi o seguinte:

Figura 3 – DER

Fonte: Dados da pesquisa do autor

Os benefícios que esta estrutura produz podem ser destacados pelos seguintes

pontos:

A - Solicitação e Atendimento guardam uma relação bi-unívoca;

B – A um único Atendimento podem corresponder:

- múltiplas viaturas;

- múltiplas pessoas podem ser empenhadas em uma ocorrência;

- múltiplos eventos podem estar ligados a um único atendimento ou solicitação. Ou

seja, em um atendimento pode-se ter vários fatos conjugados: roubo a mão armada, apreensão

de armas, acidente de veiculo, socorro de vitimas.

C – A cada evento podem estar associadas múltiplos envolvidos. Isto é, cada evento

contém o seu grupo individual de envolvidos;

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D – a cada um dos vários envolvidos podem estar ou não associados

as apreensões de drogas, armas, prisões;

E – todos estes dados podem ser simultaneamente analisados e exportados, como se

estivessem em uma só tabela. Este benefício existe graças às views (visões) que existem

dentro do banco de dados do gEmer.

4.2 – Aspectos do Programa

4.2.1 – Tela para acesso

A figura 4 ilustra a tela para acesso controla a entrada e validação dos usuários, que

são previamente cadastrados como administradores ou somente usuários, restringindo assim o

acesso e uso indiscriminado do software. Possibilita também um controle de todos os dados

lançados, pois registra os lançamentos registrando o nome do usuário, além de evitar que

pessoas não autorizadas tenham acesso as informações de ocorrências, que são registros

restritos e não podem ser divulgados indiscriminadamente.

Figura 4 – Tela para acesso e login de usuário

Fonte: Dados da pesquisa do autor

4.2.2 Tela Inicial

A figura 5 ilustra a tela inicial do aplicativo, que pode ser personalizada de acordo

com a empresa, e contém em sua janela padrão Windows todos os recursos para lançamentos

das ocorrências, que serão apresentados posteriormente.

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Figura 5 – Tela inicial

Fonte: Dados da pesquisa do autor

4.2.3 – Atendimento

O gEmer oferece uma janela de operações única onde todos os dados podem ser

visualizados ao mesmo tempo (figura 6): Solicitação, Atendimento, Equipe, Veículos, Tipos

de Ocorrência verificados no atendimento, Envolvidos e Apreensões são vistos

dinamicamente em sincronismo.

Figura 6 – Tela de Atendimentos (visão parcial da janela)

Fonte: Dados da pesquisa do autor

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4.2.4 – Menu Principal

O menu de trabalho é bastante simples, mas contém o essencial e recursos mais que

suficientes para uma gestão eficaz das informações, como podemos observar na figura 7.

Figura 7 – Menu principal

Fonte: Dados da pesquisa do autor

4.2.5 – Recursos do Menu Sistema

Este bloco de opções, figura 8, permite gerenciar os acessos, controlar todas as

transações efetuadas pelos usuários e oferece meios para se fazer a importação do cadastro de

logradouros do município sem que se tenha nenhum trabalho de digitação.

Figura 8 – Menu Sistema

Fonte: Dados da pesquisa do autor

Esta área do gEmer, mostrada na figura 9, possibilita o cadastramento de usuários,

alterações de senha e mudança de operador em pleno run-time. Todas as senhas são

encriptadas no Banco de Dados Firebird.

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Figura 9 – Segurança

Fonte: Dados da pesquisa do autor

4.2.6 Tabelas Básicas

O gEmer está estruturado de modo a reduzir ao máximo o trabalho de digitação e,

também, oferecer consistência garantindo uma nomenclatura homogênea. A maioria dos

dados a serem preenchidos é transcrita de modelos preparados pelo próprio usuário.

Recomenda-se – como primeiro passo para a utilização, preencher o mais completamente

possível todas as tabelas básicas disponíveis, conforme observamos na figura 10.

Figura 10 – Tabelas

Fonte: Dados da pesquisa do autor

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A imagem (figura 11) ilustra a manutenção dos dados da frota de veículos. No

momento de designar quais veículos participarão de um empenho, basta selecionar o veículo

dentre os disponíveis nesta lista sem necessidade de digitar detalhes relativos à identidade da

viatura deslocada.

Figura 11 – Tabela com as Viaturas

Fonte: Dados da pesquisa do autor

A lista de locais (figura 12) é essencial para assegurar o bom funcionamento do Gestor

de Emergências. Com isto evita-se digitar nomes de logradouros e tem-se como vantagem

adicional o fato desta informação ser agregada sempre dentro de um mesmo padrão.

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Figura 12 – Cadastro de locais

Fonte: Dados da pesquisa do autor

4.2.7 – Registro da Solicitação

Na imagem (figura 13) vemos um detalhe da janela principal de Atendimento que

corresponde ao cadastramento da Solicitação inicial. Onde é registrado eletronicamente os

dados iniciais da ocorrência, com nome do solicitante, data e horário de inicio, codificação ou

natureza da ocorrência, responsável pelo registro do boletim de ocorrência, telefone do

solicitante que automaticamente é detectado através do identificador de chamadas, além da

numeração do BO que é única e anual, com controle automático para evitar-se duplicação de

números.

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Figura 13 – Registro da Solicitação

Fonte: Dados da pesquisa do autor

As demais janelas que compõe a janela múltipla seguem o mesmo padrão desta, na

seqüência do lançamento da solicitação preenche-se detalhes no atendimento, sendo que a

data e horário aparecem automaticamente, bastando ser colocado data e horário finais do

atendimento, e apenas escolher o endereço na tabela previamente cadastrada. A lista dos

integrantes da Missão é montada rapidamente e de forma exata a partir da tabela básica que

contém todos os indivíduos da corporação. A exemplo da Equipe, também os veículos são

selecionados a partir da tabela básica da frota. Observe-se (figura 14) que será possível

registrar todos os principais eventos de tempo, desde a chegada ao local, até a liberação no

término da missão (viatura disponível). A quilometragem inicial da missão é fornecida

automaticamente pelo gEmer, cumprindo apenas registrar a quilometragem final na ocasião

do retorno da viatura à origem.

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Figura 14 – Viaturas requisitadas

Fonte: Dados da pesquisa do autor

Em tipos de ocorrências escolhe-se a ocorrência e sua descrição. A janela de

manutenção dos Envolvidos permite que sejam registrados os dados essenciais, inclusive o

papel desempenhado pelo Envolvido na ocorrência. Um detalhe muito importante é que o

gEmer permite associar os envolvidos às várias ocorrências de uma mesma

Solicitação/Atendimento. A eventual apreensão de armas, drogas ou objetos, pode ser

registrado em associação às pessoas envolvidas. Isto permite que se analise o perfil dos

portadores destes itens, a região, as datas e os horários em que estas apreensões ocorrem. Na

verdade quaisquer informações podem ser cruzadas para que certas ocorrências possam ser

antecipadas e evitadas, além da possibilidade de consulta ampla de qualquer item lançado.

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5 – ANÁLISE DOS RESULTADOS

É evidente que os resultados obtidos com o gEmer foram inúmeros devido a aliança

entre tecnologia e processo. O serviço passa a desempenhar um novo papel na organização,

estando mais dinâmico, ágil, com segurança dos dados, possibilidade de consultas rápidas,

localização de áreas e horários com maior incidência criminal, dentre muitos outros recursos

que podem ser ainda desenvolvidos, uma vez que sua base sólida e bem estruturada possibilita

a implementação e ampliação de recursos a qualquer momento.

Será apresentada uma pequena amostra dos recursos possíveis com o gEmer:

5.1 – Filtragem dos Dados

A janela múltipla de trabalho possui um recurso de filtragem SQL que permite

facilmente filtrar qualquer tipo de informação desejada. Basta dizer qual é o campo data, (no

exemplo figura 15), qual o comparador (maior ou igual a) e qual é a referência (01/10/2005).

O filtro montado como exemplo mostra somente as solicitações e atendimentos criados a

partir de primeiro de outubro.

Isto possibilita uma maior praticidade em uma pesquisa, por exemplo, pois ao se

visualizar uma fonte com um numero altíssimo de registros a lentidão na busca é certa, mas ao

se limitar campos a velocidade conseqüentemente é maior, possibilitando ao operador um

maior tempo para desempenhar outras funções.

Figura 15 – filtro SQL

Fonte: Dados da pesquisa do autor

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5.2 – Exportação de Dados

O gEmer permite montar layouts e salvá-los. Estes layouts contém os campos que se

pretende exportar para fora do sistema. Os layouts são salvos sob um nome e podem ser

reaproveitados. Uma interface, como a mostrada na figura 16, facilita a seleção do que se

deseja exportar.

É possível exportar os dados pesquisados utilizando vários formatos. O padrão

(default) adotado é o Excel, mas outros formatos podem ser escolhidos, como ASCII, DBAse,

HTML.

Figura 16- Exportação de dados

Fonte: Dados da pesquisa do autor

A exportação é apoiada por um módulo de pesquisa SQL que permite a montagem e

associação de qualquer dado que esteja em jogo. A flexibilidade total deste recurso permite

compor pesquisas altamente detalhadas e eficientes. O mesmo módulo de pesquisa é usado

nas exportações, nos cruzamentos de dados e nos gráficos.

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As formulações de pesquisas podem ser salvas sob um nome qualquer de referência,

facilitando novas pesquisas por usuários inesperientes e tornando rápidas novas consultas. O

que é salvo é a lógica e não o resultado imediato. Isto quer dizer que uma mesma lógica pode

ser reaproveitada para filtrar todas as informações do Banco de Dados, mesmo que os

cadastramentos sejam posteriores à época da criação da pesquisa.

A figura 17 reproduz a exportação de dados conforme um layout pré-definido e

aplicando-se uma pesquisa previamente montada que filtra de acordo com solicitante, dia da

semana, local, faixa horária de atendimento, tudo de acordo com a vontade do usuário. As

informações são buscadas no banco de dados e mostradas rapidamente.A exportação é muito

útil pois permite o retrabalho das informações contidas no gEmer.

Figura 17 – Exemplo de exportação para Excel

Fonte: Dados da pesquisa do autor

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O Cruzamento de Dados é um recurso extremamente útil e pode ser aliado ao poder do

Módulo de Pesquisa. A montagem de um cruzamento começa a partir do módulo montador

onde se define que dados serão cruzados.

Após definir o cruzamento aplica-se um filtro de pesquisa qualquer e, em seguida, o

gEmer monta automaticamente a planilha correspondente. A partir da grade de dados pode ser

criado o gráfico que se desejar. Na figura 18 usa-se sexo e idade como exemplo.

Figura 18 – Cruzamento de dados

Fonte: Dados da pesquisa do autor

Os gráficos trabalham também associados ao Módulo de Pesquisa. Portanto, no

gráfico serão mostrados somente os dados contabilizados segundo um filtro qualquer pré-

definido. Os dados analíticos são mostrados num quadro resumo e, em seguida, o gráfico pode

ser invocado. O gráfico é montado automaticamente mediante um simples clique de botão,

sendo que no gEmer já estão disponíveis modelos de consulta gráfica rápida para dias da

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semana e horário. Estando no Excel pode-se retrabalhar a imagem conforme se queira. (figura

19)

Figura 19 – amostra de gráfico com BO por dias da semana

Fonte: Dados da pesquisa do autor

5.3 – Relatórios

O gEmer possui alguns relatórios prontos que possibilitam extrair as informações mais

comuns para o papel. Pode-se montar qualquer relatório sob encomenda. O exemplo da figura

20 ilustra a lista ocorrências.

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Figura 20 – exemplo de relatório das ocorrências

Fonte: Dados da pesquisa do autor

5.4 – Auditoria

Todas as transações realizadas no sistema são automaticamente lançadas na tabela de

Auditoria. Isto quer dizer que se poderá identificar o autor de qualquer inclusão, alteração ou

exclusão. A tabela de auditoria possui um módulo especial de pesquisa para facilitar eventuais

buscas e, também, recursos para expurgo de dados. Normalmente esta janela (figura 21) é

operada apenas pelo Administrador do sistema, com a possibilidade de consulta dos usuários

que lançaram ou alteraram dados, além de um controle sobre o sistema de uma maneira geral.

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Figura 21 – Auditoria do sistema

Fonte: Dados da pesquisa do autor

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6 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

O uso deste aplicativo permite introduzir melhoramentos no desempenho das funções

policiais. Por enquanto o seu funcionamento pelno deverá iniciar-se no próximo ano de 2006,

dependendo de treinamento e instrução dos usuários.

Para se chegar a esse sistema de informações foram empenhados esforços e

conhecimentos de algumas pessoas, mas o potencial de utilização é ainda maior que o que se

pode perceber neste trabalho, pois a possibilidade de implementar novos mecanismos e

aperfeiçoá-lo, tornará ainda mais eficaz sua utilização.

Os ganhos serão significativos com a utilização do gEmer, pois estamos diante de um

avanço tecnológico crescente e é injustificável que as instituições de Segurança Pública

fiquem alheios a essa tendência mundial. O gEmer está pronto para utilizar os dados colhidos

com as ocorrências e gerar informações cada vez mais precisas sobre a realidade criminal,

além da possibilidade de avaliar o desempenho operacional dos recursos elencados no esforço

diário do combate ao crime.

Pode-se, por exemplo, antecipar ocorrências em uma determinada rua, horário, dia da

semana, bastando filtrar as pesquisas e cruzando-se os dados do banco, baseando-se no

histórico dos delitos. As informações que antes se amontoavam em arquivos de papel ganham

vida no gEmer e permitem organizar ações efetivas, de forma rápida, racional e com cada vez

menos possibilidades de erros.

Apesar de se utilizar para o piloto uma sub-área da Policía Militar de Minas Gerais,

com um volume populacional e operacional aparentemente pequeno, a possibilidade de sua

utilização em regiões maiores é perfeitamente aceitável, podendo contribuir ainda mais na

rapidez das análises, segurança da informação, avaliações, outros.

Este é um pequeno passo para possibidades ainda maiores, e com certeza podera se ver

a evolução do gEmer e sua integração cada vez maior com a Segurança Pública.

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