Ansiedade Indicação de Psicoterapia

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ANSIEDADE: INDICAÇÃO DE PSICOTERAPIA É comum em determinadas situações cotidianas as pessoas sentirem um certo grau de ansiedade. No dia- a-dia, todos nós enfrentamos problemas que podem nos deixar tensos e ansiosos. A ansiedade normal é necessária, pois nos deixa alerta para enfrentar as dificuldades e os perigos. Ela diz respeito a um estado de prontidão, que é uma força propulsora que nos ajuda a tomar decisões e a agir. Quando a ansiedade toma maiores proporções, tornando-se prolongada e profunda, um estado quase constante de preocupação ou medo ou tensão, prejudicando o desempenho e/ou trazendo grande sofrimento, a psicoterapia é indicada. A ansiedade excessiva, além de angústia, pode produzir também problemas físicos. Dores de cabeça, náuseas, dores no corpo, problemas de estômago podem ser causados por ansiedade. A psicoterapia cognitiva comportamental procura tratar a ansiedade ajudando a pessoa a identificar, avaliar e modificar este modo de funcionamento, os julgamentos de perigo, controle, e outros, e os comportamentos que podem estar mantendo- os.

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ANSIEDADE: INDICAÇÃO DE PSICOTERAPIA

          É comum em determinadas situações cotidianas as pessoas

sentirem um certo grau de ansiedade. No dia-a-dia, todos nós

enfrentamos problemas que podem nos deixar tensos e ansiosos.

A ansiedade normal é necessária, pois nos deixa alerta para

enfrentar as dificuldades e os perigos. Ela diz respeito a um

estado de prontidão, que é uma força propulsora que nos ajuda a

tomar decisões e a agir.

          Quando a ansiedade toma maiores proporções, tornando-

se prolongada e profunda, um estado quase constante de

preocupação ou medo ou tensão, prejudicando o desempenho

e/ou trazendo grande sofrimento, a psicoterapia é indicada.

          A ansiedade excessiva, além de angústia, pode produzir

também problemas físicos. Dores de cabeça, náuseas, dores no

corpo, problemas de estômago podem ser causados por

ansiedade.

          A psicoterapia cognitiva comportamental procura tratar a

ansiedade ajudando a pessoa a identificar, avaliar e modificar

este modo de funcionamento, os julgamentos de perigo, controle,

e outros,  e os comportamentos que podem estar mantendo-os.

( leia mais em  http://www.psicoterapiacognitiva.com.br/tratamento.html )

PSICOTERAPIA

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          Uma sessão de psicoterapia tem a duração de 50 minutos e

frequência mínima de uma vez por semana, podendo ocorrer

mais vezes, conforme a avaliação da psicóloga e o interesse do

paciente. Destina-se às pessoas que querem se conhecer melhor,

que têm algum transtorno, que estão passando por um momento

de crise ou ainda que necessitam de ajuda psicológica por outros

motivos.

          Exemplos de razões que levam as pessoas a procurarem

psicoterapia: auto-conhecimento, depressão, transtornos

ansiosos (transtorno de ansiedade generalizada, síndrome do

pânico com e sem agorafobia, fobia social, fobias específicas),

obesidade, dificuldades afetivas (familiares, de relacionamento,

amorosas), timidez, problemas de identificação sexual,

dificuldades no trabalho, etc.

          Como se vê, os motivos podem ser os mais variados e

existem muitos outros que não foram listados aqui. O mais

importante no processo terapêutico é a confiança no psicólogo e

o envolvimento da pessoa com o processo psicoterápico.

          A psicoterapia cognitiva é voltada tanto para os

significados mais profundos, relacionados com as crenças da

pessoa, quanto para as atitudes e emoções. Nela, procura-se

entender as cognições (pensamentos) do paciente, explorando

seus pressupostos básicos e mudando pensamentos e crenças,

além da modificação de comportamentos e da aprendizagem de

resolução de problemas.

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( leia mais

em http://www.psicoterapiacognitiva.com.br/ e  http://www.psicoterapiaco

gnitiva.com.br/psico.html )

SONHOS E PSICOTERAPIA

          Os sonhos e sua interpretação tem suscitado a curiosidade

da humanidade desde tempos remotos. De papiros egípcios à

Biblia, do início da psicologia aos consultórios dos modernos

psicólogos cognitivos, esse é um tema presente.

          Na verdade, o que representam nossos sonhos? Eles são

uma parte do nosso "lado escuro", aquela parte muitas vezes

misteriosa de nós mesmos, com os nossos desejos, os nossos

medos, as nossas impressões do mundo. Decifrar um sonho é ver

um pouco mais este lado ao qual nem sempre nós valorizamos e

assim nos conhecermos ainda mais.

          A psicoterapia entra exatamente aí, no processo de auto

conhecimento, sendo que os sonhos podem ser uma poderosa

ferramenta neste propósito. Interpretar um sonho é uma tarefa

que a pessoa pode realizar sozinha, também, mas o que distingue

este trabalho solitário do feito conjuntamente com o psicólogo é

que na psicoterapia o conhecimento sobre si gerado pelo sonho

entra dentro de um contexto maior, onde ambos, o paciente e o

psicoterapeuta, vão trabalhando cada vez mais profundamente

com um propósito em comum. Além disso, por um lado, muitos

símbolos significam algo semelhante para um grande número de

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pessoas, mesmo em círculos culturais distintos, como bem

assinalou Jung, mas por outro, a compreensão da imagem onírica

deve se dar dentro das experiências presentes e passadas

daquela pessoa única, portanto é necessário uma visão global de

ambos aspectos para se fazer a interpretação, o que na maior

parte das vezes não está presente em quem não trabalha com

este tipo de material frequentemente, como o psicólogo.

          Já foi falado que os sonhos indicam nossos desejos ocultos,

ou que eles são a comunicação entre o nosso consciente e o

nosso inconsciente. Biologicamente falando, os sonhos fazem

parte do nosso processo de sono, o qual tem 5 estágios, sendo o

mais relevante neste assunto o estágio REM (rapid eyes

movement). Nós temos em uma noite aproximadamente uma

hora e meia a duas horas de sono REM, que se distribui em

aproximadamente 90 minutos e repete-se em 4/5 períodos do

sono, sendo cada vez mais extenso (de 10 mins até 30 mins ou

mais). Geralmente nos lembramos mais de nosso último sonho,

pois ele acontece na fase mais extensa do sono REM, antes de

acordarmos. Segundo pesquisas, os bebês de 6 a 8 meses já

sonham, pois há atividade cerebral elevada e fase REM em quase

todo o tempo do sono.

          Pesquisas realizadas com milhares de relatos de sonhos

indicam que em nossos sonhos as sensações desagradáveis são

mais frequentes que as agradáveis e que o conteúdo dele

depende muito do sexo e da idade da pessoa que sonha. Já

fatores como formação, classe ou raça parecem não serem

importantes com relação ao conteúdo dos sonhos.

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          A experiência clínica demonstra que funções importantes

de alguns sonhos são nos oferecer resolução para nossos

problemas ou nos avisar de perigos.

          Já está superada a visão de Freud de que os sonhos

dissimulam ou escondem algo de nós mesmos. O que acontece é

que o sonho nos apresenta sua mensagem de modo cifrado. Na

verdade, as imagens oníricas significam exatamente aquilo que

mostram e os sonhos devem ser interpretados tão literalmente

quanto possível. Como bem afirmou o famoso pesquisador de

sonhos, Calvin Hill., o significado de um sonho não pode ser

encontrado em alguma teoria sobre os sonhos; ele se encontra no

próprio sonho.

quer saber mais a respeito de sonhos? entre

em http://www.avcweb.com/dreams/tips-recording.htm

AUTO-ESTIMA

Kelen de Bernardi Pizol

O conceito que se tem de si mesmo é primordial para se

viver bem e ser feliz. A imagem que todos nós formamos de nós

mesmos, através de nosso desenvolvimento e de nossa história

de vida, nos diz quem nós somos, o que podemos esperar dos

outros e de nós, até mesmo o que achamos que merecemos ter e

ser. Dependendo de como construímos a matriz de nossa imagem

pessoal é que veremos a nós mesmos e aos outros. É através

desta lente que veremos o mundo e a partir disso que agiremos.

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Acontecimentos podem modificar essa imagem, “rachando” a

lente original ou tornando-a ainda mais escura.

Quem tem a estima baixa está sujeito a vários problemas

psicológicos, tais como depressão ou ansiedade, pois seu modo

de ver o mundo e conseqüentemente de se comportar o faz se

sentir infeliz ou inseguro e preocupado e o deixa mais propenso a

cair nas armadilhas da vida. No campo amoroso, o indivíduo

pode, por exemplo, entregar-se a relacionamentos que o

machucam ou que não têm a oferecer o que ele quer de fato, por

um pouco de atenção. Também pode se tornar ciumento em

demasia, por exemplo por acreditar que o ser amado poderá

encontrar alguém que considere melhor do que ele. Na vida

pessoal ou profissional, a pessoa com baixa estima pode deixar

boas oportunidades passarem, por não se achar bom o suficiente

para ocupar aquela posição ou lutar por aquilo, por exemplo.

Pode deixar de cuidar do seu corpo como cuidava anteriormente

e isso torna-se um círculo vicioso que parece a ele não ter saída.

O dó de si mesmo é comum em quem tem baixa auto-estima,

assim como o medo de não conseguir ou de perder o desejado. A

pessoa considera-se vítima das circunstâncias, dos maus

relacionamentos, da “falta de sorte”. Patamares elevados de

perfeição podem rondar sua fantasia, pondo-se como uma

barreira à realização de desejos que se tornam inatingíveis vistos

desta ótica. O outro pode ser visto como sempre melhor, mais

desejável, mais competente, mais provável de amor do que ele.

            Pessoas com um bom conceito de si olham a vida de

frente, confiam em si mesmas para conseguir as coisas que

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almejam e para superar as dificuldades que possam surgir. Quem

tem auto-estima positiva sabe que mesmo se tudo der errado,

mesmo que os problemas tenham sido o resultado de um ato

próprio, ele tem valor e pode investir em si mesmo para que tudo

melhore.

A valorização de si mesmo é um processo que se constrói no

dia-a-dia e que pode ser ajudado através do auto-conhecimento.

Quem se conhece, sabe da riqueza que existe em seu mundo

interior, sabe dos recursos de que pode lançar mão nos

momentos bons e ruins, confia mais em si mesmo.

            Para conhecer-se melhor o indivíduo deve olhar para seu

interior, entrar em contato com ele e questioná-lo. Um modo de

conhecer melhor a si mesmo, ter mais consciência de si e de seu

mundo interior é fazerpsicoterapia. A psicoterapia   objetiva este

contato consigo mesmo e com a riqueza que se carrega, nela

pode ser feito um questionamento e redimensionamento do

viver. 

CIÚMES NORMAL E EXCESSIVO

Kelen de Bernardi Pizol 

     Algum nível de ciúmes é necessário em  todo relacionamento.

Todos nós, alguma vez, já o sentimos.  As pessoas costumam

dizer que o ciúmes é o tempero do amor, aquela pitada que o

incrementa, mostrando que o interesse mútuo permanece aceso.

A presença de ciúmes é saudável nas relações amorosas. O

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ciúmes serve como um sensor, uma medida da segurança que se

sente na relação. Sua ausência, tanto quanto seu excesso, pode

prejudicar o relacionamento. No caso do ciúmes normal, a

honestidade e o reasseguramento do companheiro são

importantes. 

    Muitas vezes reações de ciúmes são esperadas, por exemplo

na descoberta de uma infidelidade. 

    Quando não há intimidade suficiente no relacionamento, o

ciúmes também pode se intensificar, pois o companheiro tenta

desesperadamente se orientar em uma estrada onde a

sinalização não é clara e por isto testa o relacionamento

constantemente. 

    Quando o ciúmes se torna excessivo, ao invés de fazer bem ao

relacionamento, acaba tendo o efeito oposto, muitas vezes

afastando o companheiro. Na ânsia de não perder a pessoa

amada, o ciumento cerceia seus passos e sua liberdade de tal

modo, invadindo seu espaço pessoal e sua privacidade, ferindo

seus sentimentos com acusações infundadas, que afrouxa os

laços que os uniam. O controle que o ciumento tenta impingir aos

seu parceiro vai "sufocando" a vítima do ciúmes, que se afasta

cada vez mais para poder "respirar". Seus atos, suas amizades,

seu trabalho, seus pensamentos, suas fantasias e lembranças,

tudo parece ameaçar a segurança do ciumento. O ciúmes doentio

faz com que sua vítima se sinta cada vez mais ressentida com a

falta de confiança do companheiro em seu comprometimento

para com ele. 

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    De modo geral, o ciúmes muito intenso é sinal de dificuldades

emocionais.

    A desvalorização de si mesmo, a baixa estima, é uma das

causas importantes do ciúmes intenso. Pessoas seguras de si, de

seu valor, costumam lidar bem com seus sentimentos de ciúmes,

não se deixando levar por eles e até fazendo com que revertam

em proveito do próprio relacionamento. A segurança contra a

competição é a grande arma destas pessoas. O medo da

intimidade também pode ser uma das causas do ciúmes em

demasia, que é utilizado neste caso para distanciar o parceiro.

Outro fator que pode levar à desconfiança e ao ciúmes

descontrolado é a mudança no comportamento do parceiro, que

pode ser interpretada pelo companheiro como sinal de que pode

estar havendo ou haver maior oportunidade de traição. A

diminuição da frequência sexual de um dos companheiros pode

ser uma destas mudanças. O aumento do rol de interesses e

interações sociais de um parceiro que "parecia sobre controle",

também. Um fator importante em todos os casos de ciúmes

demasiado é a prevalência da fantasia em detrimento da

realidade, que alimenta esta emoção. Pensamentos e/ou imagens

distorcidos aumentam o ciúmes, o que leva a novos pensamentos

e/ou imagens distorcidos, em um círculo vicioso.

   O ciumento excessivo, muitas vezes, deve "perder o medo de

perder, para não perder". Manter um equilíbrio entre o medo de

perder o parceiro e as evidências reais de perigo de abandono é

essencial para o ciúmes sadio.

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   A ajuda psicoterapêutica é indicada se há ciúmes excessivo. A

psicoterapia individual pode ser bastante útil nestes casos. A

psicoterapia de casais pode ser indicada concomitantemente, isto

dependendo da especificidade do caso, que deve ser avaliada

pelo psicólogo.

    Quando houve infidelidade(s) no relacionamento, há sempre

um processo para o esquecimento, ficando o casal junto ou não.

Se se decide por manter a relação, até que o membro traído

recupere sua confiança no parceiro, um nível maior de ciúmes

deve ser esperado. Mas se o ciúmes mantém-se intensificado,

prejudicando o processo de esquecimento ou até mesmo

bloqueando este processo (não cedendo com o envolvimento do

parceiro em melhorar o relacionamento, demonstrando

arrependimento pelo acontecido e com o reasseguramento deste

no correr do tempo), é indicada psicoterapia para o parceiro

magoado. A psicoterapia de casal, mesmo quando o ciúmes não

chega neste ponto, também pode ajudar bastante o casal a

superar os estragos que são causados por uma infidelidade.

 

CIÚMES, INSEGURANÇA E TRATAMENTO

Kelen de Bernardi Pizol 

"Pelo amor de Deus, eu preciso de uma ajuda urgente,  meu

relacionamento esta indo água abaixo por ciúmes meu, não sei o

que fazer, ela não me dá motivo, mas também não consigo me

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controlar, e isso é péssimo para mim e para ela, todos os meus

relacionamentos não deram certo por esse motivo."

"Sou um ciumento doentio e possessivo e tenho tido sérios

problemas em meu relacionamento, esses problemas estão

chegando a ponto de interferirem no meu trabalho e na minha

saúde."

"Namoro faz cinco anos e eu sou ciumenta aos extremo, e assim

acabo afastando meu  namorado de mim. E sem motivo nenhum,

eu sou muito desconfiada. Ou seja, estou sempre achando que ele

vai arranjar outra pessoa, e que alguém vai se interessar por ele.

Eu gostaria de saber, o que posso fazer para mudar isso??"

"Gostaria de saber se a Dra. pode orientar , pois sou

completamente ciumenta, é claro tenho controle, mas preciso ter

técnicas para deixar de amar tanto... Infelizmente esse meu

ciúme está fazendo com que o meu noivado acabe..."

    Essas são algumas das frases freqüentes de pessoas que me

procuram pedindo orientação sobre como lidar com seu ciúmes.

Elas estão desesperadas, vendo seus relacionamentos ruírem aos

poucos frente aos seus olhos por causa do seu ciúme. Dizem que

sabem que devem se controlar, mas na hora não conseguem, é

mais forte do que elas. Já tentaram mudar, mas não

conseguiram. Gostariam de ter uma resposta certa para como

sair dessa situação onde elas mesmas acabaram se pondo, um

caminho a seguir para salvar seu namoro, noivado ou casamento,

algo que pudesse modificar essas dificuldades e as mágoas que

foram se formando pouco a pouco, levadas por esse ciúmes.

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    O que procuro mostrar para essas pessoas é que não existe

uma resposta rápida nem fácil para essa situação, não há uma

fórmula ou conselhos poderosos que as possam, de imediato,

fazer deixar de sentir o que sentem e se comportar de modo

diferente nas situações que as deixam inseguras.

    As causas do ciúmes são várias e também e por isso vários os

modos de se lidar com ele.  O ciúmes pode ser normal, pode ser

excessivo mas dentro da normalidade, pode ser patológico. Há

várias definições para o ciúme, onde são comum três elementos:

1) ser uma reação frente a uma ameaça percebida; 2) haver um

rival real ou imaginário e; 3) essa reação visar eliminar os riscos

da perda do amor. Segundo especialistas, o ciúme normal seria

transitório, específico e baseado em fatos reais e o ciúmes

patológico seria uma preocupação infundada, irracional e

descontextualizada.

    Mas independente de quanto intenso é o seu ciúmes ou onde

ele se encaixa diagnosticamente, há alguns pontos importantes

que podem guiá-lo para decidir se é necessário ajuda. Esses

pontos são os seguintes. Se:

a) seu ciúmes está fazendo você ou seu parceiro sofrer;

b) seu relacionamento está sendo prejudicado pelo ciúmes;

c) você tentou lidar com isso outras vezes, mas não obteve êxito;

fazer psicoterapia é um caminho indicado. Quando a questão do

ciúmes está mesmo fora de controle, prejudicando seu

relacionamento e trazendo sofrimento, ter uma ajuda

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especializada é importante, seja para melhorar a qualidade de

suas relações, seja para não deixar que essa emoção afete tanto

sua vida e tenha tantas repercussões negativas. Existem dois

caminhos para cuidar do ciúmes: a psicoterapia individual e a

terapia de casais. 

    Na psicoterapia serão trabalhadas muitas questões, como a

insegurança, as fantasias, o controle, as crenças sobre si, sobre o

relacionamento, as expectativas sobre ele, e por aí vai. Além

disso, há técnicas específicas que o psicólogo usa com a pessoa

ou com o casal, visando melhorar o ciúmes e o relacionamento

em geral. 

    Às vezes, apesar de as coisas estarem difíceis, de haver todos

esses componentes, mesmo assim há uma certa relutância em se

procurar uma ajuda mais aprofundada. Até porque atualmente

nossas emoções são deixadas tão de lado, admitir a necessidade

de ajuda pode significar para alguns admitir algum tipo de

fraqueza ou imaturidade, o que não é absolutamente verdade, ao

contrário, para se admitir que se precisa de ajuda é necessário

uma boa dose de coragem. 

    Se o seu caso não se encaixa nos pontos acima, mas você está

meio preocupado com seu ciúmes, com até que ponto ele pode

prejudicar sua relação, procure lembrar que o ciúmes é uma

emoção normal, que faz parte do repertório de todos os seres

humanos e tem a função adaptativa de nos deixar alertas para a

possibilidade de perda da exclusividade e da afeição de nosso

parceiro. O amor romântico (aquele que acontece entre homem e

mulher) tem o apego em suas raízes e a total abnegação em

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termos de prioridade e exclusividade, numa relação amorosa, é

um tanto utópica. Vale lembrar que o ciúmes também é uma

emoção valorizada no amor, por mostrar ao outro que nos

importamos com perdê-lo e em tê-lo conosco e que o achamos

atrativo para nós e para os possíveis rivais. Então, não devemos

rejeitar o nosso lado ciumento, pois seus frutos também podem

fortificar e melhorar nossa relação amorosa ou pelo menos dar

um sabor especial à ela. 

OS TRANSTORNOS ANSIOSOS

          Há quadros de ansiedade com características bem

definidas que são denominados transtornos de ansiedade. Estão

entre eles o transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno

do pânico, as fobias (fobias específicas, fobia social), o transtorno

obsessivo-compulsivo e o transtorno do estresse pós-traumático.

          Para cada um deles existem intervenções específicas que

buscam maximizar o resultado da psicoterapia, diminuindo o

grau de sofrimento e prejuízo e aumentando a qualidade de vida.

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

transtorno do pânico, transtorno de ansiedade generalizada,

fobia específica, fobia social, transtorno obsessivo-compulsivo,

transtorno de estresse pós-traumático (critérios do DSM-IV)

TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

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          Caracteriza-se por pelo menos 6 meses de ansiedade e

preocupação excessivas e persistentes.

AGORAFOBIA

          A característica mais importante da agorafobia é uma

ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa

ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não

estar disponível, na eventualidade de ter um ataque de pânico ou

sintomas tipo pânico (p.e., medo de ter um ataque súbito de

tontura ou um ataque súbito de diarréia).

          A ansiedade leva à esquiva de uma várias situações, como

estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa, estar no

meio de uma multidão, viajar de automóvel, ônibus ou avião,

estar em uma ponte ou elevador. Algumas pessoas conseguem

enfrentar as situações temidas, mas com considerável temor.

Muitas vezes uma pessoa é capaz de enfrentar uma situação

temida quando acompanhada por alguém de confiança.

          A evitação de situações pode prejudicar a capacidade da

pessoa de ir ao trabalho ou realizar atividades cotidianas (p.e.,

fazer compras do dia-a-dia, levar os filhos ao médico). A

ansiedade ou esquiva fóbica não é melhor explicada por outro

transtorno mental.

TRANSTORNO DO PÂNICO

          É um transtorno cuja característica principal são pelo

menos dois ataques de pânico recorrentes e inesperados

seguidos por pelo menos 1 mês de preocupação persistente

Page 16: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

acerca de ter um outro ataque de pânico, preocupação sobre as

possíveis implicações ou conseqüências dos ataques de pânico,

ou uma alteração comportamental significativa relacionada aos

ataques.

          Os ataques não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de

uma substância (p.e., intoxicação com cafeína) ou de uma

condição médica geral (p.e., hipertiroidismo), e não são melhores

explicados por um outro transtorno mental (p.e., fobia

específica). Dependendo se há ou não agorafobia, é classificado

como Transtorno de pânico com agorafobia ou Transtorno de

pânico sem agorafobia.

Ataque de Pânico: é um período distinto de intenso temor ou

desconforto, no qual 4 ou mais dos seguintes sintomas

desenvolveram-se abruptamente e alcançaram um pico em 10

minutos:

- palpitações ou ritmo cardíaco acelerado

-sudorese

-tremores ou abalos

-sensações de falta de ar ou sufocamento

- sensações de asfixia

- dor ou desconforto torácico

- náusea ou desconforto abdominal

- sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio

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- desrealização (sensações de irrealidade) ou despersonalização

(estar distanciado de si mesmo)

- medo de perder o controle ou enlouquecer

- medo de morrer

- anestesia ou sensações de formigamento

- calafrios ou ondas de calor

TRATAMENTO DO TRANSTORNO DO PÂNICO

Kelen de Bernardi Pizol 

          O transtorno do pânico pode ser tratado através de

psicoterapia cognitiva comportamental, ou com medicamentos

antidepressivos. Os dados científicos sobre a eficácia de cada um

destes tratamentos mostram índices de melhora parecidos, em

estudos de curto prazo. Fazer os dois tratamentos

concomitantemente é uma opção bastante válida e tem sido

apontada como a melhor, pela sua sinergia.

          No caso de se fazer os dois tratamentos conjuntamente, os

dois profissionais a serem procurados são o psicólogo, que fará a

psicoterapia, e o médico psiquiatra, que receitará e acompanhará

o uso da medicação.

        O tratamento com psicoterapia cognitiva comportamental

focaliza-se principalmente na correção de pensamentos sobre os

sintomas de ansiedade e na aprendizagem de como lidar com

Page 18: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

estes sintomas, de modo a não chegar a ter o ataque de pânico.

Ou seja, a pessoa aprende a controlar a ocorrência dos ataques,

diminuindo assim sua freqüência. Quando há agorafobia,

técnicas comportamentais específicas também entram em cena.

É comum a pessoa apresentar outros transtornos ansiosos (como

fobias ou transtorno obsessivo compulsivo, por exemplo) ou

depressão junto com o transtorno do pânico, e  a psicoterapia

também é importante nestes casos.

          Há pacientes que preferem fazer somente o tratamento

psicoterápico, já que ele também costuma ser eficaz, porque o

tratamento farmacológico tem algumas desvantagens que podem

levar ao abandono do uso da medicação. As maiores queixas

neste sentido dizem respeito a dois efeitos colaterais de alguns

antidepressivos: o ganho de peso e disfunções sexuais.

Antidepressivos tricíclicos aumentam a vontade de comer açúcar

e carboidratos, com aumento aproximado de 0,9 Kg/mês  nos três

primeiros meses. O ganho de peso acontece principalmente nas

mulheres. Outra grande causa de não aderência ao tratamento é

a sexual, com efeitos colaterais tais como diminuição do prazer,

disfunção erétil, diminuição do desejo sexual, retardo do

orgasmo e retardo da ejaculação. Pesquisadores da área médica

estão procurando sanar estes problemas buscando outras

alternativas viáveis de medicações. A descontinuação do uso de

antidepressivos também acontece devido a gravidez, efeitos

anticolinérgicos e sentimentos negativos sobre tomar remédios.

O TRANSTORNO DO PÂNICO A LONGO PRAZO

Kelen de Bernardi Pizol 

Page 19: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

    O transtorno do pânico é uma doença psiquiátrica crônica. Isto

significa que mesmo após um tratamento bem sucedido, os

ataques de pânico podem voltar. Então, deve haver um

seguimento do tratamento, mesmo depois que a pessoa melhorou

e não apresenta mais ataques.

    O tratamento a curto prazo, tanto com psicoterapia cognitiva

comportamental quanto com medicação (principalmente os dois

juntos) costuma ser eficaz. Mas com o passar do tempo o índice

de recaída é alto, ou seja, muitos pacientes voltam a ter ataques

de pânico.

   Por que isto acontece? Existem várias razões, ligadas tanto ao

paciente quanto ao tratamento, que podem estar envolvidas, tais

como a pessoa ter outros transtornos psiquiátricos ou doenças,

passar por situações estressantes, alguns fatores psicológicos

não terem sido tratados (como a sensibilidade à ansiedade, por

exemplo), a dose, duração e os efeitos colaterais dos

antidepressivos ministrados, entre outras causas.

   O acompanhamento a longo prazo do paciente é importante

para se tentar evitar recaídas. Diante da perspectiva de não ter

um tratamento com começo-meio-e-fim, muitos pacientes podem

ficar decepcionados e frustrados, mas conhecer o curso da

doença e saber que não se deve largar o tratamento quando se

está bem, é meio caminho andado para não se perder os avanços

feitos até então e manter a qualidade de vida.

   Depois que a pessoa melhorou,  as sessões de psicoterapia com

o psicólogo passam a ser mais espaçadas e sempre que o

Page 20: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

paciente necessitar, sentir que está mais ansioso ou ter algum

ataque, ele pode e deve procurar seu psicólogo, marcando

sessões extras até que a situação se equilibre novamente. Deve

também comparecer sempre às sessões  de seguimento, para que

o psicólogo possar avaliar como ele está indo, se há necessidade

de novas intervenções e quando deverá voltar. Isto vale também

para o tratamento farmacológico com o psiquiatra.

 FOBIA ESPECÍFICA

          É o medo acentuado e persistente ou irracional de objetos

ou situações discerníveis e circunscritos.

          A exposição ao estímulo fóbico provoca uma resposta de

ansiedade, que pode chegar à intensidade de um ataque de

pânico. O medo é reconhecido como excessivo ou irracional, se

não for sentido por uma criança.

          Os objetos ou situações são evitados, e a esquiva, medo ou

antecipação ansiosa do encontro com estes objetos ou situações

interferem significativamente na vida da pessoa, prejudicando o

desempenho ou a vida social ou causando grande sofrimento.

          O foco do medo pode ser a perda do controle (lugares

fechados), a previsão de um dano causado pelo objeto ou

situação (aviões, pelo medo da queda; dirigir, pelo medo de

colisões) ou desmaiar (sangue e ferimentos). Subtipos: animal

(medo causado por animais ou insetos), ambiente natural

(circunstâncias naturais, como tempestades, altura ou água),

Page 21: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

sangue-infeção-ferimento (visão de sangue e ferimentos, receber

injeções ou submeter-se a cirurgias levam ao medo e também à

uma resposta física característica), situacional (medo de túneis,

pontes, lugares fechados, aviões ou de dirigir), medo de doenças,

de espaços abertos, de engasgar, vomitar ou de situações que

poderiam levar à asfixia.

FOBIA SOCIAL

          É o medo acentuado e persistente de situações sociais ou

de desempenho nas quais o constrangimento pode ocorrer. A

exposição a essas situações provoca quase sempre uma resposta

imediata de ansiedade. O medo geralmente é reconhecido como

exagerado ou irracional.

          As situações sociais ou de desempenho são evitadas ou

toleradas com sofrimento excessivo. A esquiva ou desconforto

interferem significantemente na rotina diária de trabalho, social

ou causam muito sofrimento.

          As situações que desencadeiam ansiedade mais comuns

são: falar em público, comer, beber e escrever diante das

pessoas, conversar com as pessoas, ir a festas ou reuniões,

ambientes em que estejam outras pessoas (transportes coletivos,

clubes, escolas, lojas), falar ao telefone, situações de paquera ou

ansiedade de encontros.

TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

          Este transtorno se caracteriza principalmente por

obsessões e compulsões persistentes que fazem com que a

Page 22: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

pessoa perca tempo, sofra ou tenha sua vida prejudicada por

elas. Pelo menos em algum período do transtorno a pessoa

reconhece que as obsessões ou compulsões são excessivas ou

irracionais (menos se for uma criança ou alguém com insight

pobre).

Obsessões: são idéias, pensamentos, impulsos ou imagens

mentais persistentes vivenciadas como intrusivas e que causam

ansiedade. Seu conteúdo é indesejado, mas a pessoa não tem

controle sobre ele, apesar de reconhecer que são os seus

próprios pensamentos. Não há relação com preocupações com

dificuldades reais, como problemas financeiros, profissionais e

afetivos. Exemplos comuns: pensamentos repetidos sobre

contaminação, dúvidas repetidas, necessidade de organizar as

coisas em determinada ordem, impulsos agressivos e imagens

sexuais.

Compulsões ou rituais: são comportamentos repetitivos ou atos

mentais que têm o objetivo de reduzir a ansiedade gerada pela

obsessão. Por exemplo, a pessoa acha que está contaminada pela

sujeira (obsessão) e para aliviar a ansiedade que isto lhe causa,

lava as mãos várias vezes por dia para limpá-las (compulsão). As

formas mais comuns de compulsões são limpeza, repetição,

verificação, coleção, ordem e simetria.

TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO

          No transtorno de estresse pós-traumático, há a exposição a

um evento traumático, onde a pessoa vivencia ou testemunha

situações que envolvam morte ou ferimento grave ou ameaça à

Page 23: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

integridade física própria ou de outros, levando a uma resposta

de medo, impotência ou horror. Após isto, há revivescência

persistente do trauma, com lembranças aflitivas e intrusivas,

através de imagens, pensamentos, episódios de flashbacks e

sonhos aflitivos.

          Existe sofrimento físico e psicológico quando acontece

exposição à situações que lembrem algum aspecto do trauma.

          A pessoa se esquiva persistentemente de estímulos

associados com o trauma (locais, conversas, pensamentos e

pessoas que lembrem o trauma são evitados) e há torpor

emocional, um distanciamento emocional, isolamento social,

diminuição do interesse, incapacidade para recordar aspectos

relativos ao trauma, diminuição do afeto (capacidade de sentir),

falta de expectativas em relação à vida. O indivíduo tem insônia,

irritabilidade, dificuldade para se concentrar, hipervigilância e

sobressaltos. Este quadro persiste por pelo menos um mês e

acarreta prejuízo significativo na vida profissional ou social.

DEPRESSÃO: TRATAMENTO PSICOLÓGICO

          São inúmeros os fatores que podem estar ligados ao início

e à evolução da depressão. Pode haver influência de fatores

psicológicos, da história de vida, da herança familiar e de

variáveis biológicas.

          Há diferentes tipos de depressão e diferentes causas para

ela. Nem sempre a depressão é causada por um acontecimento

Page 24: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

ruim na vida da pessoa. Muitas pessoas, quando olham para trás,

percebem que desde cedo já viam a vida cinzenta, sentiam-se

desanimadas e tristes.

          O acompanhamento psicológico leva em conta estas

diferenças, mas em todos os casos tem como objetivo modificar

os pensametos negativos, aumentar a auto-estima, modificar

comportamentos e melhorar a qualidade de vida.

          Quanto mais deprimida uma pessoa está, mais ela tem

pensamentos depressivos e mais ela acredita nestes

pensamentos. E quanto mais pensamentos depressivos ela tem,

mais ela acredita nestes pensamentos e mais deprimida ela fica.

A psicoterapia vai precisamente auxiliar o paciente a quebrar

este círculo vicioso.

          No caso de um evento ser o estopim do processo

depressivo, o modelo psicológico cognitivo sugere o seguinte:

incidentes críticos na vida da pessoa podem ativar crenças

disfuncionais e rígidas que ela criou ao longo de sua vida,

através de suas experiências anteriores. Os pensamentos

negativos invadem sua mente, sejam resultado de sua

experiência atual, de lembranças de fatos do passado ou de

previsões de eventos futuros e levam a outros sintomas

depressivos, em vários níveis: emocional (p.e., tristeza, culpa,

ansiedade), físico (p.e., perda de sono, perda de apetite),

comportamental (p.e., retraimento, agressividade, diminuição da

atividade), motivacional (p.e., inércia, perda de interresse) e

cognitivo (p.e., diminuição da concentração, indecisão). Os

pensamentos negativos vão cada vez mais aumentando em

Page 25: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

número e tamanho e tomando o lugar dos pensamentos

racionais.

          O tratamento psicológico da depressão procura modificar

os pensamentos negativos que levam aos sintomas da depressão,

além de modificar comportamentos e auxiliar a pessoa a

desenvolver habilidades para a resolução de problemas.

Como saber se você está deprimido?

          A pessoa deprimida sente-se triste,muitas vezes chorosa.

Ela fica mais irritada do que o normal, sentindo-se tensa,

ansiosa. Tem pouca energia para realizar até mesmo as tarefas

normais do dia-a-dia e precisa realizar um grande esforço para

fazê-las. Não sente mais prazer em atividades que traziam prazer

anteriormente, o interesse por essas atividades já não é mais o

mesmo. É difícil levantar da cama ao acordar e dar continuidade

às coisas. O deprimido pode passar horas deitado na cama ou

sentado em um sofá.

          As dificuldades parecem intransponíveis, imensas. O modo

como o deprimido se sente também é fonte de preocupação para

ele. Ele perde a esperança e pensa que nunca mais sairá deste

estado em que se encontra. Parece que não há saída. Os

pensamentos negativos tomam conta de si e pensamentos de

morte são comuns. Pode haver desejo de morrer e de suicídio.

          A pessoa deprimida sente-se frequentemente culpada. Ela

acredita que é fonte de decepção para outras pessoas. Também

pode sentir que não é querida ou amada pelos outros. Em

determinados momentos, pode sentir um torpor emocional,

Page 26: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

perdendo a capacidade de reagir emocionalmente tanto às coisas

boas quanto às ruins.

          Ela tem dificuldade de concentração e por isso lembra

menos das coisas. Tem alterações do sono (algumas pessoas

dormemm demais e em outras têm dificuldade para dormir). O

apetite pode diminuir e o desejo sexual desaparecer. Nem todos

estes sintomas precisam apresentar-se juntos, ao mesmo tempo,

para se estar deprimido.

Procurar ajuda é importantíssimo!!!

          O risco de suicídio entre as pessoas gravemente

deprimidas chega a 15%. Por isso, é muito importante que você

procure ajuda profissional caso esteja deprimido.

          A psicoterapia pode ajudá-lo muito!

          A família ou amigos também devem encaminhar quem está

deprimido a um profissional, pois devido à pouca energia e

esperança característica deste estado, muitas vezes é difícil ao

deprimido até mesmo pedir ajuda.

ESTRESSE

   O termo estresse é muito difundido na nossa cultura, mas

muitas vezes utilizado incorretamente, porque geralmente se

confundem as causas, as fontes e os fatores de estresse como se

isto fosse estresse, quando na verdade o termo estresse refere-se

a um processo psicofisiológico que acontece no organismo.

Page 27: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

    Perceba melhor esta distinção:

Estressor é a situação, o evento, que está causando o estresse,

que desencadeia a excitação em nosso organismo. Pode ser

estímulos ambientais, sociais ou mesmo cognições. Qualquer

estímulo pode ser estressante, se tiver características punitivas

ou adversas.  Para isto contribuem a intensidade, a frequência e

a qualidade do estímulo; 

Reação de estresse é o comportamento que temos, decorrente

deste processo chamado estresse. As reações de estresse se dão

em nível motor (tensão dos músculos estriados), nível vegetativo

(preparo do organismo para ataque ou fuga) e nível subjetivo-

cognoscitivo (reações emocionais e cognitivas); 

e

ESTRESSE é "uma alteração fisiológica que se processa no

organismo quando este se encontra em uma situação, que

requeira dele uma reação mais forte que aquela que corresponde

à sua atividade orgânica normal" (definição de Hans Selye,

1936).

    Ou seja, nosso organismo geralmente está em um estado de

equilíbrio funcional - a chamada homeostase - e quando responde

a um estímulo, seja ele externo (algo do ambiente,  um evento)

seja ele interno (como pensamentos ou fantasias), o equilíbrio se

quebra e o organismo tenta se adaptar a isso.

Page 28: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

   Ainda segundo Selye (1976), o estresse é a "tensão" do

organismo obrigado a se mobilizar para enfrentar situações

perigosas.

    Todo o processo chamado estresse envolve uma complexa

interação entre o hipotálamo, o sistema límbico e o sistema

endócrino.  

    Quando o mecanismo de adaptação é excessivo, devido à

cronicidade de exposição ao estressor, o organismo acaba se

auto lesando, surgindo doenças como hipertensão, infarto,

úlcera, etc.

Sintomas de estresse

   Vários estudos apontam o estresse como um fator de risco para

doenças. Eventos negativos são melhores preditores de doença

do que os positivos e diferentes indivíduos respondem de

maneira diferente ao mesmo estímulo negativo. Vejamos como o

organismo reage ao estresse. 

    Ao ser ativado por um agente estressor, nosso organismo tem

uma reação de alarme. Ele se mobiliza para dar conta desse

estímulo e busca reestabelecer seu equilíbrio interno

(homeostase). Isso foi chamado por Hans Selye (1951) de

Síndrome Geral de Adaptação, um conjunto de reações não

específicas desencadeadas por estímulos crônicos de origem

traumática, tóxica, infecciosa ou emocional.

  Quando somos expostos à situações estressantes, nosso

organismo tem determinadas reações, dependendo de quanto

Page 29: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

perdure o estresse. Estes estágios pelos quais o organismo pode

passar têm as seguintes características: 

* fase de alerta ou alarme - aqui se dá a reação aguda de

estresse, normal, com comportamento de ataque ou fuga. Há

estimulação do sistema nervoso autonômico. Depois da reação, o

equilíbrio interno se reestabelece.

* fase de resistência - há intensificação da reação ao estresse,

com os efeitos perdurando por mais tempo. O corpo tenta se

adaptar às demandas fisiológicas depositadas nele;

* fase de esgotamento ou exautão - a exposição prolongada a

estressores provoca danos irreversíveis. Os índices normais de

atividade orgânica se alteram, acontece diminuição da

resistência imunológica, a reação interna concentra-se em um

determinado órgão, surgindo patologias, além de sintomas

psíquicos.

    Também os sintomas experimentados pela pessoa devido ao

estresse diferem em cada estágio:

Alarme

músculos sempre tensos

taquicardia

distúrbios gastrointestinais

sudorese

irritabilidade

Page 30: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

pressão no peito

zumbido nos ouvidos

mãos e pés frios

dor de cabeça

sensação de esgotamento

pressão muito alta ou baixa

insônia

fadiga crônica

pesadelos, etc

Resistência

medo

ansiedade

queda de cabelo

ranger de dentes

oscilação de apetite

roer de unhas

impotência sexual temporária

evitação de situações sociais

Page 31: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

Esgotamento

sintomas de patologia específica

   Algumas doenças para as quais o estresse é um fator de risco:

depressão, resfriado comum, alguns tipos de câncer, doenças

cardiovasculares (hipertensão arterial, doenças cardíacas),

diabetes, obesidade.

Estresse e fatores que contribuem para levar ao

adoecimento

   A pesquisa sobre o estresse avança cada vez mais, desde o

trabalho pioneiro de Hans Selye. Hoje, já se tem em vista os

vários fatores que interagem causando problemas, segundo a

perspectiva biopsicossocial:

    Fatores Biológicos:

    Já se sabe que a reação ao estresse:

o tem forte componente genético

o depende da reatividade do sistema nervoso autonômico

o é influenciada por aspectos biológicos de gênero

    Fatores Psicológicos

o A interpretação dos eventos estressantes tem papel

determinante em como se responde ao estresse.

o a avaliação da pessoa a leva a ver ou não o estressor como

uma ameaça

Page 32: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

o perceber os eventos estressores sociais  como sob controle

protegem contra o estresse

o as respostas de coping (como se lida com o estresse) podem

minimizar ou exacerbar o estresse

o o estresse psicológico afeta os sistema nervoso autonômico

e o sistema neuroendócrino. Mudanças neuroendócrinas

podem danificar neurônios e prejudicar a habilidade do

organismo de lidar com o estímulo estressante. Estresse 

prolongado leva a liberação excessiva de glucocorticóides, o

que pode prejudicar seriamente ou até matar neurônios no

hipocampo.

o traços de personalidade são associados à problemas do

coração

    Fatores Sociais

o o estresse social pode levar a reações de coping mal

adaptativas

o a condição socioeconômica e a disponibilidade de suporte

social pode proteger contra o estresse

o o estresse social aumenta o nível de hormônio cortisol, o

que leva ao aumento da secreção de insulina e níveis

elevados destes dois hormônios aumentam, por sua vez, o

risco de doenças do coração

Importante!

   Como se pode perceber, o tratamento psicológico é relevante

no tratamento do estresse e na profilaxia de doenças causadas

pelo estresse, devido a grande influência dos fatores psicológicos

Page 33: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

nos mecanismos biológicos do estresse e de sua forte interação

com os fatores sociais.

AUXÍLIO PSICOLÓGICO PARA PARAR DE FUMAR

          Parar de fumar não é fácil, mas os benefícios à curto e

longo prazo confirmam a validade desta decisão.

          O auxílio psicológico é de grande ajuda quando se decide

parar de fumar, tanto no processo de parada quanto no período

de seguimento.

          O psicólogo pode atuar no processo de decisão de deixar o

cigarro e no abandono deste, através de técnicas

comportamentais e cognitivas, informação e trabalhando a

motivação. Através do monitoramento do comportamento do

paciente, traça-se uma estratégia de abandono e

acompanhamento que se enquadre especificamente àquela

pessoa. 

          O acompanhamento do fumante após a parada é

importantíssimo, pois grande parte dos fumantes costuma recair

e voltar a fumar. O acompanhamento psicológico tem por

objetivo ajudar a prevenir recaídas e procurar buscar

alternativas efetivas que levem ao abandono do vício, além de

haver auxílio psicológico para trabalhar outras questões que

podem surgir no decorrer do processo, como questões relativas à

ansiedade, depressão e relacionamentos. 

Page 34: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

          A motivação é um aspecto bastante relevante para se

deixar de fumar. A grande maioria das pessoas que conseguem

fumar não obtém sucesso na primeira vez, então persistir é

essencial, pois uma experiência internacional comprovou que

70% das pessoas com persistência, que procuram parar de

fumar, conseguem. 

          dois modos de se parar de fumar: a parada gradual e a

parada imediata. Há mais de uma técnica que pode ser utilizada

para se parar de fumar progressivamente. Apesar de muitos

fumantes poderem escolherem parar de fumar pelo modo

progressivo, estudos demonstram que a cessação abrupta do

fumar deve ser sempre a primeira opção.

Os males à saúde

          O CIGARRO CAUSA 3 MILHÕES DE MORTES POR ANO!!!

          CADA CIGARRO FUMADO REDUZ 15 A 20 MINUTOS DE

VIDA!!!

          UM CIGARRO CONTÉM 4720 SUBSTÂNCIAS TÓXICAS!!!

          Os prejuízos à saúde que o cigarro pode causar são

diversos. Estão entre eles:

o Enfarto do Miocárdio - 20-25% dos enfartos de miocárdio

ocorrem entre os fumantes. Um cigarro fumado aumenta 8

a 10 batimentos do coração por minuto

o Impotência - Fumar reduz o fluxo vascular periférico. Ou

seja, o fluxo de sangue necessário para atingir uma ereção

Page 35: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

pode ser bloqueado. Logo, fumar pode arruinar sua vida

sexual...

o Tosse, Dor de garganta, Bronquite -> 80% das pessoas que

têm bronquite fumam

o Fragilidade óssea- vários estudos ligam fumo e osteoporose

em ambos os sexos. Isso pode acontecer porque fumar afeta

a síntese de estrogeno e outros hormônios necessários para

se ter ossos saudáveis. Uma vez perdida, a densidade óssea

não pode ser recuperada completamente

o Rugas faciais, Pés -de-Galinha, Linhas verticais ao redor da

boca.- fumar causa vasoconstrição dos capilares faciais, o

que reduz o fluxo de oxigênio e nutrientes para as células

da pele. Os danos à pele são na maior parte irreversíveis!

o Mal cheiro - o odor desagradável da fumaça de cigarro

impregna a pele, os cabelos, as roupas e o ambiente...

o Dentes manchados e mal hálito - partículas na fumaça do

cigarro deixam os dentes amarelados e causam bactérias

produtoras de odor. e perda de dentes são comuns em

fumantes.

o Gengivite - fumar pode ser o responsável por metade dos

casos de gengivite nos EUA!

o Problemas de circulação - nos fumantes, moléculas de

oxigênio são deslocadas da hemoglobina (as células de

hemoglobina distribuem oxigênio pelo corpo) pelos

componentes da fumaça de cigarro, bloqueando a

transferência do oxigênio para o corpo. Um dos efeitos

menores disso são mão e pés frios e pontadas dolorosas.

Mas os problemas de circulação podem levar à gangrena e

à amputação do órgão afetado! Fumantes antigos têm os

Page 36: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

vasos sanguíneos desgastados 10 a 15 anos antes dos não-

fumantes

o Diversos tipos de câncer: Câncer na Boca, Câncer no

Esôfago,Câncer na Garganta, Tumor nas cordas vocais - o

cigarro contém aproximadamente 60 substâncias

cancerígenas. Calcula-se que 20 cigarros por dia durante 20

anos resultam em um depósito de 6 quilos de fuligem nos

pulmões. 30%dos casos de câncer do pulmão em não

fumantes relacionam-se ao fumo passivo. Todo ano morrem

de câncer  mais de 5000 americanos que são fumantes

passivos    

o Depressão

Benefícios do abandono

            O QUE ACONTECE QUANDO VOCÊ PÁRA DE FUMAR???

           Após 20 minutos a pressão sanguínea e a pulsação voltam

ao normal

          Após 2 horas não há mais nicotina circulando no sangue

          Após 8 horas o nível de oxigênio no sangue fica normal

          Após 12 a 24 horas os pulmões já funcionam melhor

          Após 2 dias o olfato e o paladar já  melhoraram 

          Após 3 semanas nota-se que a respiração e a circulação

melhoraram

Page 37: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

          Após 1 ano o risco de morte por infarto do miocárdio já

reduziu à metade

          Após 5 a 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao das

pessoas que nunca fumaram   

Parando de fumar, você:

           Melhorará sua saúde

          Terá uma aparência melhor

          Prolongará sua vida

          Melhorará sua atividade sexual

          Economizará dinheiro

          Irá se sentir mais saudável

          Melhorará seu paladar e seu cheiro

          Melhorará a saúde das pessoas ao seu redor

IDENTIDADE SEXUAL E ESTRESSE

   A homossexualidade e a bissexualidade foram tratados por

muito tempo como tabus e marcados pelo preconceito também

pela psicologia, sendo vistos como desviantes e indesejáveis.

   Ainda hoje, algumas correntes teóricas vêm a

homossexualidade como um estacionamento no desenvolvimento

Page 38: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

psico-emocional-sexual da pessoa ou mesmo como uma doença

mental. Mas estas visões não se sustentam, tanto por não haver

suporte empírico adequado para suas conclusões, quanto pelo

resultado de numerosas pesquisas com metodologia apropriada

apontarem em outra direção.

   Na verdade, a diferença que a psicologia aponta entre

heterossexuais e homossexuais tem a ver com o estresse que os 

homossexuais vivem devido ao estigma relacionado com sua

orientação sexual. Os psicólogos, assim, procuram levar em

conta e entender os modos pelos quais a estigmatização social,

seja na forma de preconceito, violência ou discriminação, coloca

em risco a saúde mental e o bem-estar de seus pacientes gays,

lésbicas e bissexuais.

   Discriminação e experiências negativas em ambientes sociais

são fatores de risco para dificuldades emocionais e problemas de

saúde mental. Já se sabe que o estresse social aumenta o risco de

sofrimento emocional, abuso de drogas e tentativas de suicídio,

por exemplo.

   Eventos estressores entre gays, lésbicas e bissexuais

assumidos vão desde acontecimentos graves como perda de

emprego, violência, despejo, dificuldades com custódia de

crianças, até perturbações diárias tais como piadas de mau gosto

ou denominações discriminatórias.

   Pesquisas americanas apontam para um aumento da

vulnerabilidade e isolamento entre adolescentes e jovens

homossexuais, devido ao estresse social. Ele foi associado com

Page 39: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

problemas acadêmicos, prostituição, fuga de casa, uso de drogas

e até mesmo suicídio nestas populações. A rejeição da família

pode ser uma das causas do estresse. Mas mesmo com o apoio

da família, a revelação precoce de uma identidade homo ou

bissexual pode aumentar o risco da pessoa tornar-se vítima de

violência, tentar suicídio ou utilizar drogas.

   Além de estressores externos, outro fator de risco à saúde

mental de gays, lésbicas e bissexuais é a internalização de

atitudes sociais negativas, levando a problemas de auto-imagem

(desde falta de auto-confiança até ódio de si mesmo).

   Psicoterapia é indicada tanto para os casos acima quanto para 

dificuldades em lidar com os estressores sociais (levando ao

prejuízo da saúde ou comportamentos mal adaptativos).

   texto baseado em diretrizes para psicoterapia da American

Psychological Association - mais detalhes

emhttp://www.apa.org/pi/lgbc

PSICOTERAPIA PARA GAYS, LÉSBICAS E BISSEXUAIS 

   A estrutura dapsicoterapia com gays, lésbicas e bissexuais

(glb) e seus preceitos são os mesmos utilizados na psicoterapia

de heterossexuais. A diferença fica no conteúdo que pode ser

tratado dentro das sessões.

   Há muitos temas tratados comumente por uma variedade de

pacientes, inclusive os glb, tais como ansiedade, depressão, etc.

Para todos os pacientes, as particularidades de cada um são

levadas em conta no desenvolvimento da psicoterapia.

Page 40: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

   Questões específicas que costumam aparecer na população glb

relacionam-se, de variadas formas, à sua orientação sexual.

   Uma questão importante para muitos destes pacientes é o

conflito ou desconforto com sua orientação sexual, tanto a dúvida

quanto a isto quanto o questionamento sobre sua implicações. É

algo que pode ser bastante sofrido, pois envolve a auto-imagem

da pessoa e as pressões que ela enfrenta ou enfrentará para

afirmar sua identidade. São crises vividas por indefinição da

orientação sexual, por quem teme o que acontecerá com a

revelação de sua orientação ou por quem assumiu uma

orientação e passa por situações problemáticas por isso.

   Os medos ligados à identidade sexual podem passar por pontos

como vulnerabilidade à discriminação, violência, hostilização

pelos outros ou o temor de perdas pessoais possíveis (na família,

entre amigos, no trabalho, na comunidade religiosa ou

espiritual). Além disso, os esteriótipos ou as experiências do

paciente a esse respeito podem ser negativos e influenciar em

sua crise, como por exemplo encarar o estilo de vida

homossexual como desapegado emocionalmente ou  promíscuo.

   Para pessoas mais religiosas (como católicos, protestantes,

evangélicos, etc) há tanto a própria questão religiosa envolvida,

quanto um grande medo da reação familiar e/ou da comunidade.

   Principalmente em adolescente e jovens, o modo como a

família reagirá se a pessoa revelar sua orientação sexual toma

contornos mais práticos, pois em muitos casos a possibilidade de

Page 41: Ansiedade Indicação de Psicoterapia

ser mandado embora de casa ou não ter mais o apoio econômico

dos pais, além do apoio emocional, é bastante real.

   Sentir-se culpado por sua identidade, ter ódio de si mesmo, são

exemplos de dificuldades de auto-imagem trabalhadas em

psicoterapia.

   Maior complexidade é envolvida quando o paciente vem de

grupos raciais ou étnicos específicos, pois se adicionam aí

variações culturais, como normas, valores e crenças peculiares

que podem ser importantes fontes de estresse psicológico.

   Existem ainda muitos outros pontos particulares que podem

ser abordados na psicoterapia com pacientes homo ou bissexuais

e que não foram relatados aqui. Por exemplo, além das

diferenças individuais, ser gay ou lésbica ou homossexual ou

bissexual trás suas especificidades. A idade do paciente também

é um fator do qual podem emergir diferentes questões. Mas

independentemente do conteúdo da psicoterapia, o

posicionamento do psicólogo é sempre de cooperação, respeito e

aceitação.

   texto baseado em diretrizes para psicoterapia da American

Psychological Association

- http://www.apa.org/pi/lgbc/homepage.html