ANPUH.S23.1094

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A história ensinada: saber escolar e saberes docentes em narrativas da história escolar Ana Maria Monteiro - UFRJ Ao concluir a pesquisa realizada para o doutoramento i com base na qual defendi a tese de que os professores produzem, dominam e mobilizam, dentro de uma autonomia relativa, saberes plurais e heterogêneos para ensinar o que ensinam, e que estes saberes que ensinam são, por sua vez, uma criação da cultura escolar – os saberes escolares, com epistemologia própria, verifiquei que suas conclusões indicavam a possibilidade de aprofundamento da investigação. Realmente, foi possível identificar e analisar construções do saber escolar no ensino de história, no contexto do currículo em ação, ou do saber ensinado ii , e registrar as explicações, reflexões e justificativas dos professores sobre suas opções e encaminhamentos, considerando as contribuições teóricas de SHULMAN sobre o conhecimento dos conteúdos pedagogizados. iii Essa categoria de análise, inclusive, revelou-se extremamente fértil para a pesquisa dos saberes dos professores sobre os saberes que ensinam, pois incorpora a dimensão da autoria, da subjetividade dos docentes neste fazer. Considero, portanto, que a utilização do instrumental teórico de Shulman, articulado com aquele utilizado para a investigação das construções do saber escolar em história pode oferecer novas e ricas contribuições para o ensino desta disciplina escolar se for explorado de forma mais ampla em diferentes situações de sala de aula. Cabe destacar, também, que são ainda poucos os trabalhos no campo do ensino de história que utilizam contribuições de autores da área da educação, especialmente aqueles do campo do currículo e da didática, que possibilitam uma análise que incorpora a especificidade deste campo.Durante muito tempo, foram freqüentes os estudos sobre ensino de história, realizados em programas de pós-graduação da área da História e que, por este Ana Maria F.C.Monteiro é professora de Didática e Prática de Ensino de História da Faculdade de Educação da UFRJ.Mestre em História pela UFF e Doutora em Educação pela PUCRIO. E-mail: [email protected] ANPUH – XXIII SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA – Londrina, 2005. 1

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A histria ensinada: saber escolar e saberes docentes em narrativas da histria escolar Ana Maria Monteiro - UFRJ Ao concluir a pesquisa realizada para o doutoramentoi com base na qual defendi a tesedequeosprofessoresproduzem,dominamemobilizam,dentrodeumaautonomia relativa, saberes plurais e heterogneos para ensinar o que ensinam, e que estes saberes que ensinam so, por sua vez, uma criao da cultura escolar os saberes escolares, com epistemologiaprpria,verifiqueiquesuasconclusesindicavamapossibilidadede aprofundamento da investigao. Realmente, foi possvel identificar e analisar construes do saber escolar no ensino dehistria,nocontextodocurrculoemao,oudosaberensinado ii,eregistraras explicaes,reflexesejustificativasdosprofessoressobresuasopese encaminhamentos,considerandoascontribuiestericasdeSHULMANsobreo conhecimento dos contedos pedagogizados.iiiEssa categoria de anlise, inclusive, revelou-se extremamente frtil para a pesquisa dos saberes dos professores sobre os saberes que ensinam, pois incorpora a dimenso da autoria, da subjetividade dos docentes neste fazer. Considero, portanto, que a utilizao do instrumental terico de Shulman, articulado comaqueleutilizadoparaainvestigaodasconstruesdosaberescolaremhistriapodeoferecernovasericascontribuiesparaoensinodestadisciplinaescolarsefor explorado de forma mais ampla em diferentes situaes de sala de aula.Cabe destacar, tambm, que so ainda poucos os trabalhos no campo do ensino de histria que utilizam contribuies de autores da rea da educao, especialmente aqueles docampodocurrculoedadidtica,quepossibilitamumaanlisequeincorporaa especificidade deste campo.Durante muito tempo, foram freqentes os estudos sobre ensino de histria, realizados em programas de ps-graduao da rea da Histria e que, por este Ana Maria F.C.Monteiro professora de Didtica e Prtica de Ensino de Histria da Faculdade de Educao da UFRJ .Mestre em Histria pela UFF e Doutora em Educao pela PUCRIO. E-mail: [email protected] ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.1motivo,utilizavammetodologiasprpriasdestecampo,oqueabrialacunasparaasua melhor compreenso. Por outro lado, procurando avanar na linha de investigao que articula histria e educao, inclu na pesquisa por mim realizada no doutorado, a discusso sobre o uso da narrativa na histria.iv

Analisar a mobilizao dos saberes por professores de histria implicou em considerar a construo discursiva realizada. Essa discusso se articulou quela que foi realizada para a anlise das lgicas explicativas desenvolvidas e que exigiu a considerao de aspectos pertinentesaoconhecimentohistrico:construesconceituais,contextualizaes, exemplificaes. Assim, utilizei um conceito da historiografia para que, ao ser articulado com aqueles do campo educacional, pudesse iluminar aspectos de uma prtica social que necessariamente implicanaarticulao dedoiscamposdesaberesdistintos,processofundamentalparaa constituiodeumsabercomepistemologiadistintadoconhecimentocientficoou acadmico.vTrabalheicomsubsdiosencontradosemtrabalhosdehistoriadoresquediscutemo conceitodenarrativaesuasimplicaesnaescritadahistria.Suasconsideraesme levaram a reconhecer nas aulas desses professores construes narrativas no lineares, e que articulavam acontecimentos com elementos de ordem estrutural de forma a configurar contextos que tornassem significativos os contedos estudados.Essascontextualizaesremetiamasituaesatuaisdocotidianodosalunosde forma a possibilitar a familiarizao, o estranhamento, a ruptura com o senso comum e a voltaaosensocomum,comumaperspectivarenovadaecrtica.Assim,asconstrues discursivasexpressavamaatribuiodeumsentidoavrioselementosque, interrelacionadosearticuladoscomreferenciaistemporais,possibilitavamaosalunosa apropriao dos significados. Esseaspectorevelou-seemmaisumdiferencialdosaberensinadoemrelaoao saberacadmico.Neste,oinvestigadorformulahiptesesmasnotemcertezasobreos ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.2resultadosdapesquisa,quepodemounoconfirma-las.Noensino,deantemo,o professordefine seus objetivos e constri sua aula para oferecer subsdios aos alunos de forma que eles aprendam aquilo que ele considera vlido e necessrio. As apropriaes dos alunos,diferenciadas,podemserobjetodeumcontrolemaioroumenoratravsdos processos de avaliao. Mas um sentido est dado.Assim, no ensino de histria, s diferentesversesque podem ser elaboradas pelos historiadoressobreosobjetosdeestudo,agregam-seconcepesdosprofessorese apropriaesdosalunos.Terrenodegrandecomplexidade.Ossentidosqueorientamas construes dos professores nas suas aulas, por sua vez, interferem e contribuem para a leitura de mundo e configurao de realidades. Sem negar a existncia de uma realidade, o conhecimentohistricopermitecompreend-ladediferentesformas,reconhecendoa possibilidadedamudana,asuperaodesuacircunstncia,anegaodepoderes constitudos.Essavisdapesquisa,quefoipormimapenasapontado,precisasermelhor investigado pois representa uma perspectivade anlise que pode se configurar em chave explicativadaprticadocentedeprofessoresdehistriaqueviabilizeacompreensode aspectos ainda obscuros, taiscomo o uso muito freqente das aulas expositivas. Nessesentido,consideramosrelevanteacontinuidadedestalinhadeinvestigao que tem como objeto a relao dos professores com os saberes no ensino de histria.Napesquisarealizada,investigamosaaodocentedequatroprofessoresbem sucedidos em um colgio que oferece boas condies de desenvolvimento do trabalho. Mas comosedesenvolveesteprocessoemescolasdarederegular,comasdificuldades freqentementeencontradas?Comoosprofessoresmobilizamossaberesqueensinam? Utilizam livros didticos como suporte ou instrumento de referncia? Como se apropriam das lgicas explicativas presentes nestes documentos? Podemos reconhecer uma tradio nas formas de abordagem dos contedos? Os professores tm clareza das lgicas explicativas que utilizam? Conseguem justificar suas opes?ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.3Os professores criam narrativas para desenvolver suas aulas? Tm conscincia dessa criao?Comoosprofessoresarticulamalinguagemformaldahistoriografiacomo conhecimento cotidiano dos alunos? Que exemplos utilizam para ilustrar suas explicaes? So inmeras as questes que podemos formular e que revelam que este um campo ainda a ser explorado.Defendoquenestareahumdomnioaindamuitolimitadosobreabordagens desenvolvidas no ensino que, na maioria das vezes, se resume numa verborragia que busca esclarecer as questes atravs de um discurso oral, as aulas expositivas, que os alunos no conseguem acompanhar nem relacionar com o texto dos livros de estudo. Assim, o objetivo desta pesquisa analisar diferentes construes, criadas e utilizadas pelosprofessoresemaulasdehistriadeformaacaracterizaraestruturanarrativa configurada nessas construes do saber escolar. Essa anlise ser articulada com aquela que permite investigar os saberes docentes na proposta de Shulman enquanto um processo de transformao realizado pelo professor.viEm sntese, evidenciam-se no estudo e pesquisa propostos algumas preocupaes centrais.Aprimeirarefere-seintenodeidentificarecompreenderasconstruesdo saberescolaremhistriadesenvolvidasporprofessoresqueenvolvemseusalunosno estudodestadisciplina.Asegundarefleteopropsitodeanalisarseecomoestas construes configuram construes da narrativa histrica no saber escolar, clareando um poucomaisarelaoentreconhecimentohistricoeeducacional.E,tambmaslgicas explicativas priorizadas para viabilizar a aprendizagem pelos alunos de um saber que tem no texto escrito sua forma privilegiada de expresso.Consideraes tericas Os desafios presentes nos processos de formao de professores se expressam nas dimenses poltica, cultural, social. Embora muitas pesquisas j tenham sido realizadas, so recorrentes as afirmaes sobre a necessidade de realizao de estudos que investiguem o trabalho docente quando de sua realizao, buscando compreender como esse profissional ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.4ageemsituaesondeacomplexidade,ainstabilidadeeoinusitadosoregraseno exceo. Como mostra muito bem Perrenoud, ensinar agir na urgncia, decidir na incertezavii

o que aparentementecontradiz tudo que a racionalidade tcnica nos ensinou. No entanto, mais do que jogar fora todo o instrumental j construdo, cabe aprofundar e complexificar nossos instrumentos de anlise para avanar na busca da compreenso da especificidade do trabalho docente naquilo que ele tem de mobilizao de saberes para agir. Osestudosexistentes,sejamaquelesqueutilizamacategoriasaberdocente viiiou aquelesquetrabalhamcomoutrascategoriascomoconhecimento-na-ao ix,saberes prticosx;praxisreflexivaxi,identificamacentralidadedaquestodarelaocomos saberes,dopapeldaformaoparaaapropriaoemobilizaodessessaberes,edaimportncia dos saberes da experincia. Mas ainda h muito a ser investigado para que se possa compreender melhor as aes desenvolvidas, para o que essas novas categorias de anlise abrem novas perspectivas. No que se refere aos contedos ensinados, a falta de estudos ainda maior. Shulman afirma que a ausncia de perspectivas de abordagem nas pesquisas educacionais sobre o queoprofessorsabedopontodevistadoscontedosensinados,constituiomissing paradigm. As pesquisas voltadas para os contedosse preocuparamcom aeficincia e aeficciadosprofessoresmtodosetcnicasparalidarcomoscontedos,ainda muitofreqentementeconsideradosinquestionveis,porquecientficos,hierarquicamenteos melhores que a sociedade produziu ao, portanto, onde s cabe facilitar ou diluir. Mas questes sobre como os professoresmobilizamos contedos que dominam para explicar os temas, esclarecer dvidas, selecionar exemplos, analogias, realizar demonstraestm ficado ausentes das pesquisas. Osnovosestudossobrecurrculo,queseenriqueceramsobremaneiraapartirda ateno que passaram a dar s relaes entre escola, sociedade, cultura,tm se voltado preferencialmente para questes relacionadas ao processo de seleo ede configurao culturalderepresentaeseprticassociais,edeafirmao,resistnciaounegaode ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.5relaesdepoder. xiiPoucossoaquelesqueutilizamascategoriasdeconhecimento escolar e que buscam analisar a construo especfica realizada nas escolas.No que se refere didtica, o trabalho de Chevallard, referncia nesse novo contexto, aborda o conhecimento matemtico, com a ateno voltada para o estudo da relao entre o saber acadmico e o saber ensinado. Embora reconhecidamente uma proposta original que abre perspectivas muito promissoras, seu trabalho suscitou questionamentos que se referem a um excessivo vis cientificista, que deixou de lado aspectos socio-culturais e polticos, e por um certo esquematismo na anlise. Autores como Lopes propem o uso da categoria mediao didtica para dar conta da complexidade do processo, o que endossado por mim na pesquisa do doutorado. ApropostadeChevallardtemsidotestadaemoutrasreasdoconhecimentopara avaliar seu potencial interpretativo. Iniciativas nesse sentido so, por exemplo, os trabalhos de Moniotxiii sobre a didtica da Histria e o de Develay xiv que apresenta estudos onde a categoriaconhecimentoescolarutilizadanaabordagemdasdiferentesdisciplinas escolares. Que os professores realizam diferentes leituras dos mesmos textos curriculares oficiais j sabido por todos. Mas pesquisas sobre como essas leituras so realizadas, como os saberes so mobilizados e quais so suas repercusses no trabalho escolar cotidiano, tanto do ponto de vista das aulas realizadas e da aprendizagem dos alunos,como do ponto de vista das relaes interdisciplinares, so muito poucas ou esto ainda por ser realizadas. Allieu chama a ateno para essa lacuna nos estudos sobre o conhecimento escolar: As reflexes sobre as disciplinas escolares tm explorado sobretudo as Instrues Oficiais, os manuais, e os efeitosdo ensinosobre os alunos.Para ns, uma disciplina escolar umobject en actesonde o mestre de obras o professor. As entrevistas comprofessores de Histria, tem revelado uma grande disparidadeentre as finalidades que cada umatribui ao seu prprio ensino e, portanto, Histria manipulada em aula. xvConsidero, portanto, que estas perspectivas tericas abrem novas possibilidades para analisar os saberes dos professores e o saber ensinado, reconhecendo e considerandoa ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.6especificidadedestaconstruoepistemolgicaquetemnadimensoeducativaumelementoestruturante.Esseinstrumentalpermiteavanaremrelaospropostasde Schnsobreoprofessorcomoprticoreflexivoquesimplesmentedesenvolveriaum conhecimento tcito nas situaes vivenciadas. Assim,compreenderosprocessosdesenvolvidospelosprofessoresdehistriapara criarosaberescolar,astransformaeselaboradasedesenvolvidastarefaquepode oferecer contribuio significativa para profissionais envolvidos com o seu ensino ecom o trabalho de formao inicial e continuada de professores de histria.NOTAS: iMONTEIRO,A.M.F.C.Ensinodehistria:entresabereseprticas.Tesededoutorado.Departamentode Educao da Pontifcia Universidade Catlica do Rio de J aneiro. Rio de J aneiro: 2002. ii O conceito de saber ensinado utilizado por Chevallard para se referir ao saber reelaborado pelos professores e que se expressa no momento do ensino, na aula, dentro do processo de transposio didtica por este autor analisado.Ver Y. CHEVALLARD, Latransposicindidctica. Delsabersabioalsaberenseado. Buenos Aires: Aique Grupo Editor, s.d. iii O conceito de contedos pedagogizados utilizado por Shulman para se referir aos contedos transformados para o ensino e que ele identifica ao analisar os saberes que compem os saberes dos docentes. Assim, sua perspectivadeanlisediferentedadaqueladeChevallardquebuscacompreenderastransformaes operadasnossaberesdesdesuaproduocomoconhecimentoacadmicoatchegarsaladeaulacomo saberensinado.VerL.SHULMAN."Thosewhounderstand:knowledgegrowthinteaching."IN:Educational Researcher, 15(2), 1986, (4-14). iv Entre os autores estudados, destaco o trabalho de HARTOG,F. A arte da narrativa histrica. IN: BOUTIER,J . eJ ULIA,D.(org.)Passadosrecompostos.CamposecanteirosdaHistria.RiodeJ aneiro:Editorada UFRJ /EditoradaFGV,1998.(193-204);LIMA,L.C.Clioemquesto:anarrativanaescritadaHistria.IN: RIEDEL, D.C. Narrativa. Fico e Histria. Rio de J aneiro: Imago Editora,1988. vAliceRibeiroCasimiroLopes,aodiscutiroestatutoepistemolgicodoconhecimentoescolar,analisaas relaesentreconhecimentocientficoeocotidiano,resultadodasnecessidadesdesuadivulgaoeuso. Chevallardutilizaoconceitodesaberacadmico,sbio(savoirsavant)parasereferiraosaberque reelaborado para o ensino. Para melhor compreenso do processo, ver LOPES, A.R.C. Conhecimento escolar: cincia e cotidiano. Rio de J aneiro: Ed. Uerj,1999 e Chevallard, Y. Op. cit. ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.7

vi Em artigo de 1987, Shulman desenvolve sua anlise sobre os saberes dos professores no ensino, inclusive detalhandoosdiferentesmomentosdeexpressodoscontedospedagogizados.VerShulman,L.Knowledge and teaching: foundations of the new reform. IN: Harvard Educational Review. Vol.57 N 1 February 1987. (1-22) vii PERRENOUD,P. Enseigner: agir dans l'urgence, dcider dans l'incertitude. Savoirs et comptences dans un mtier complxe. Paris: ESF Editeur, 1996 viiiTardif,LessardeLahaye.TARDIF,LESSARDeLAHAYE."Osprofessoresfaceaosaber.Esboodeuma problemtica do saber docente. "IN: Teoria e Educao. N. 4. Porto Alegre: Pannonica Editora, 1991. ixPara a anlise da prtica, vrios autores apresentaram propostas que oferecem contribuies instigantes. O conceitodeconhecimento-na-aoutilizadoporSchnnocontextodoestudodoprofissionalreflexivo, Essesautoresreconhecemqueaatividadeprticaumadimensomuitoimportanteedifcildeser compreendida ou conduzida pela simples aplicao de princpios teoricamente fundamentados. Ver SCHN,D.A "Formarprofessorescomoprofissionaisreflexivos."InNVOA,A.(org.)Osprofessoresesuaformao.Lisboa: Publicaes Dom Quixote, 1995. x Perrenoud utiliza o conceito de saberes prticos e os analisa na obra Prticas pedaggicas, profisso docente e formao. Perspectivas sociolgicas.Lisboa: Publicaes Dom Quixote,1993 eop.cit., 1996. xiNvoautilizaoconceitodeprxisreflexivabuscandoarticularoprocessoreflexivoaumafundamentao tericaqueosustente,evitandooaprisionamentonosensocomum.VerNVOA,A.Osprofessoresesua formao. Lisboa: Publicaes Dom Quixote,1995. xiiSobrearenovaodocampodeestudosdocurrculover,entreoutros,MOREIRA,A.F.B.eSILVA,T.T.da (orgs.)Currculo,culturaesociedade.SoPaulo:CortezEditora,1994;SILVA,T.T.daeMOREIRA,A.F.B. Territrioscontestados.Petrpolis:Vozes,1995;MOREIRA,A.F.B.Currculo:Questesatuais.Campinas: Papirus,1997.xiii MONIOT,H.Didactique de LHistoire. Paris: Edition Nathan,1993. xiv DEVELAY,M. Savoirs scolaires et didactique des disciplines: une encyclopdie pour aujourdhui. Paris:ESF Editeur,1995. xv ALLIEU,N. De lHistoire des chercheurs lHistoire scolaire. IN: DEVELAY,M. Savoirs scolaires et didactique desdisciplines:uneencyclopdiepouraujourdhui.Paris:ESFEditeur,1995.p.145.NoBrasil,destacoos trabalhosdeANHORN,C.T.G.Umobjetodeensinochamadohistria.Disciplinadehistrianastramasda didatizao.Tesededoutorado.DepartamentodeEducaodaPontifciaUniversidadeCatlicadoRiode J aneiro.RiodeJ aneiro:2003,eANDRADE,E.P.de.Maishistriaeaindamaisdocncia.Poruma epistemologia da prtica docente no ensino de Histria. Dissertao de mestrado. Faculdade de Educao da Universidade Federal Fluminense. Niteri: 2001. ANPUH XXIII SIMPSIO NACIONAL DE HISTRIA Londrina, 2005.8